Unidade Iv
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Saúde do Idoso
Atenção Fisioterapêutica na Terceira Idade
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Atenção Fisioterapêutica na
Terceira Idade
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Abordar as principais estratégias de avaliação, reabilitação e tratamento fisioterapêutico;
• Discutir os aspectos preventivos que envolvem ambas as populações;
• Estabelecer os objetivos de treinamento, condutas e demais intervenções.
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Após investigar o paciente idoso, é necessário estudar a ficha de anamnese, pois,
por meio dos relatos, o profissional poderá identificar as reais necessidades pelas quais
o paciente busca o atendimento fisioterapêutico.
Desse modo, será melhor elaborar um plano de tratamento fisioterapêutico com con-
dutas segundo as necessidades de cada caso.
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O exame físico é fundamental e pode ser constituído nas seguintes etapas: inspeção
estática, inspeção dinâmica, palpação e monitoramento dos sinais vitais (o que compre-
ende aferição da pressão arterial, ausculta pulmonar, frequência cardíaca, saturação de
oxigênio e temperatura).
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O fisioterapeuta, ao avaliar alguns aspectos, deve saber interpretar alguns sinais clí-
nicos como:
• A temperatura corpórea média em indivíduos adultos é de aproximadamente 37ºC,
sendo mantida por meio do equilíbrio entre a produção e a perda de calor;
• Na Frequência Cardíaca (FC) é avaliada a frequência, o ritmo e a força do pulso
periférico. A frequência cardíaca pode ter variação, mas normalmente situa-se entre
60 bpm e 100 bpm em um indivíduo em repouso ou atividades habituais. Quando
ultrapassa 100 bpm é denominada taquicardia e quando inferior a 60 bradicardia;
• A pressão arterial é a força exercida quanto à parede das artérias quando o san-
gue se move por meio delas. A pressão arterial sistólica visa a ser a força máxima
exercida nas principais artérias durante a contração do ventrículo esquerdo. Em um
padrão considerado normal em um indivíduo adulto, ela gira em torno de 90 a
140mmHg. A pressão arterial diastólica é a força nas principais artérias que perma
necem após o relaxamento dos ventrículos e normalmente é de 60 a 90mmHg
(VASSOLER; SARMENTO, 2007);
• A Saturação Parcial de Oxigênio Arterial (SpO2) é a porcentagem de hemoglobina
saturada com o oxigênio, e seu padrão normal está nos valores acima de 90%.
Importante!
Vale destacar que cada idoso vai demandar um tipo de avaliação: o paciente clínico,
domiciliar, hospitalizado e/ou institucionalizado tem suas especificidades, cabendo ao
fisioterapeuta identificar como esse indivíduo se encontra, pois a partir da avaliação, o
profissional irá elaborar um protocolo fisioterapêutico individualizado para a demanda
do paciente. É importante levar em consideração os relatos, a identificação de sinais e os
sintomas ditos pelo paciente.
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Lembre-se de que grande parcela dos idosos não vai compreender terminologias
puramente técnicas. Desse modo, é necessário ter acessibilidade linguística, ou seja,
tentar ao máximo aproximar a linguagem científica da linguagem popular, a fim de
possibilitar a compreensão acerca dos fatores que fizeram o idoso buscar o serviço
de fisioterapia.
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Figura 5 – Benefícios fisioterapêuticos
Fonte: Getty Images
Você Sabia?
Você sabia que cerca de 80% a 85% dos indivíduos com mais de 65 anos apresentam,
pelo menos, um problema significativo de saúde que predispõe à dor? Por isso o papel
do fisioterapeuta é indispensável no cenário de saúde.
Pode-se dizer que existem duas classificações para a dor, de acordo com sua duração:
crônica (é vaga e mal delineada, persistindo por meses ou além do tempo razoável para
a cura da lesão causal ou patologia) e aguda (caracterizada por surto repentino de curta
duração, bem delineada).
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Importante!
A inatividade física associada ao sedentarismo é a principal fonte de incapacidade liga
da à dor crônica. Shephard (2003) definiu uma classificação dividida em 4 capacidades
funcionais, sendo elas: meia-idade, velhice, velhice avançada e velhice muito avançada.
Vale destacar que quando se fala na categorização funcional na terceira idade, ela não
depende somente do fator idade, abrangendo, também, sexo, estilo de vida, saúde,
fatores socioeconômicos e influências constitucionais, estando provado, assim, que não
há homogeneidade na população idosa.
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A homeostase é caracterizada como uma condição de equilíbrio do ambiente interno
corporal, independentemente das alterações do ambiente externo. Isso garante, por
exemplo, a regulação da temperatura corporal mesmo em ambientes frios.
A fragilidade pode ser observada quando a pessoa idosa atende a no mínimo quatro
das seguintes características: idade igual ou superior a 80 anos, depressão, instabilidade
do equilíbrio e no padrão da marcha, redução da força de preensão palmar, uso de seda-
tivos, diminuição da força nas articulações dos ombros e joelhos, déficits nos membros
inferiores e déficit visual (MACEDO; GAZZOLA; NAJAS, 2008).
Assista o vídeo disponível no link a seguir a fim de conhecer mais sobre a Síndrome da Fragi
lidade na Terceira Idade. Bom vídeo. Disponível em: https://youtu.be/e9F2qZjb9oQ
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Importante!
A sarcopenia está associada à fragilidade e tem com consequências: redução da força
muscular, baixa tolerância ao exercício e redução da velocidade da marcha
Envelhecimento: alterações
Musculoesquelético na senescência
Atividade
Taxa de
metabolismo
em repouso VO2 máx
Velocidade Força e capacidade
de marcha
Mobilidade
Incapacidade Déficit de equilíbrio
Quedas
e Lesões
Dependência
Importante!
A fragilidade é considerada uma síndrome deletéria da interação de quatro fatores: bioló
gicos, psicológicos, cognitivos e sociais que, com o avançar da vida, podem ser identifica
dos para que intervenções e condutas sejam inseridas precocemente. O trabalho baseado
em uma equipe multidisciplinar auxilia no retardo do declínio funcional, desse modo,
ocorre a diminuição do índice de institucionalização e hospitalização, corroborando de
maneira positiva os índices de morbimortalidade no que tange à saúde da pessoa idosa.
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Com ênfase na integralidade, o cuidado comunitário da pessoa idosa pode basear-se,
em particular, no núcleo familiar e na atenção básica de saúde, por meio das unidades
de saúde, sob a estratégia da saúde da família: primeiros níveis de contato com a rede de
serviços, que devem representar, para a pessoa idosa, o vínculo com o sistema de saúde
(SILVESTRE; COSTA NETO, 2003).
No cenário da saúde, deve ser compreendida no sentido mais amplo, como na com-
preensão das necessidades humanas essenciais, materiais e espirituais, e que se interli-
gam na promoção de a saúde ser o foco mais relevante.
Atuar na saúde do idoso implica e demanda diversos critérios, dentre eles, é asse-
gurar um atendimento: bem avaliado, baseado em evidência científica e humanização,
assim o cuidado fisioterapêutico, visando ao processo de humanização dos atendimen-
tos em saúde e de promoção do bem-estar, vem a cada dia ocupando maiores espaços
e conquistando maior relevância e reconhecimento social. Nesse contexto, é inegável
que o fisioterapeuta pode desempenhar importantes funções na luta pela preservação
da dignidade da vida humana (SANTANA; BARRETO, 2013).
Diversas estratégias são utilizadas para tratar os idosos nas sessões de fisioterapia,
bem como inserir princípios e abordagens para a prática clínica, implicações do processo
de envelhecimento da população na promoção, prevenção e reabilitação geriátrica.
Os benefícios advindos por meio da prática de exercícios físicos na terceira idade têm
mostrado resultados positivos já descritos na Literatura, sendo que eles, quando orienta-
dos pelo profissional capacitado visam à melhora na manutenção da saúde global, como:
aumento da capacidade funcional, do equilíbrio e da força, coordenação e velocidade
de movimento, corroborando para o aumento do bem-estar, da qualidade de vida e da
busca pelo envelhecimento ativo.
Diversas são os recursos utilizados para auxiliar os idosos nas sessões de fisioterapia.
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Vamos verificar algumas possibilidades para a prática de atividades que demandam dupla tare
fa? Assista ao vídeo disponível no link a seguir e observe diversas práticas que propiciam ao idoso
empoderamento para um envelhecimento ativo. Disponível em: https://youtu.be/LUGL-JHe8xI
Hidroterapia
A hidroterapia é a utilização dos meios aquáticos para fins terapêuticos. É uma
aneira de terapia física, que é utilizada no tratamento de diversas patologias, lesões e
m
distúrbios. A imersão na água aquecida subsidia benefícios que auxiliam no aumento da
qualidade de vida do idoso, bem como na manutenção de órgãos e sistemas corporais.
Por meio do empuxo aliado ao ambiente aquático aquecido, é possível buscar o alívio
do estresse sobre as articulações, diminuindo as forças gravitacionais relacionadas ao
movimento, possibilitando que alguma atividade antes restrita para realização no solo,
seja realizada com segurança no meio aquático durante a sessão de hidroterapia.
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• Relaxamento muscular;
• Melhora na coordenação motora e amplitude de movimento, dentre outras.
Importante!
Quando falamos da força de empuxo – vale ressaltar que é uma força de sentido con
trário ao da gravidade (de baixo para cima) com intensidade igual ao peso do volume de
água deslocado. Esse efeito é utilizado como resistência ao movimento dentro da água,
fortalecendo a musculatura sem aumentar o impacto articular. Além disso, o empuxo
estimula a circulação periférica e fortalece a musculatura respiratória.
Assim:
• A flutuação possibilita que o idoso realize movimentos em diversos planos, propor-
cionando atividades que até então poderiam ser impossíveis de serem realizadas
em solo;
• A água reduz o impacto da movimentação das articulações, reduzindo o risco de
causar lesões em idosos com doenças articulares ou degenerativas;
• A água é um recurso utilizado tanto para resistência quanto para o ganho de força
muscular como para auxílio de movimentos para músculos fracos e paralisias;
• A instabilidade dentro do ambiente aquático estimula o treino de equilíbrio
e propriocepção;
• A água, quando aquecida, proporciona relaxamento muscular, reduzindo quadros
álgicos e facilitando os exercícios de alongamentos, além de auxiliar na adequação
do tônus muscular em pacientes neurológicos;
• No ambiente aquático, o idoso pode realizar mais facilmente treinos de marcha e
equilíbrio se torna mais fácil;
• O meio aquático pode se tornar divertido e estimulante. Assim, o idoso pode ter
mais ânimo em realizar as sessões de fisioterapia;
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Aproveite e amplie o seu conhecimento sobre a fisioterapia aquática para terceira idade
assistindo ao vídeo disponível no link a seguir: https://youtu.be/yJD5m7YhLSc
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Sociedade Brasileira de Reumatologia
https://bit.ly/35tCiVy
Vídeos
Fisioterapia em Geriatria e Gerontologia | Dr. Alexandre da Silva (Palestra completa)
https://youtu.be/2Ho1QurVqIM
Especialistas discutem inclusão digital para os idosos
https://bit.ly/3btvj2w
Leitura
Envelhecimento e saúde da pessoa idosa
https://bit.ly/2XwZuxy
Promoção da saúde e prevenção de incapacidades funcionais dos idosos na estratégia de saúde
da família: a contribuição da fisioterapia
https://bit.ly/35uT1rt
A influência da Fisioterapia na cognição de idosos com Doença de Alzheimer
https://bit.ly/3q9AtoB
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Referências
AGUIAR, C. et al. Acupuntura na reabilitação da terceira idade. Revista Fisioterapia
Brasil, São Paulo. v. 7, n. 6, p.18-22, nov./dez. 2006.
FRIED, L. P. et al. Frailty in older adults: evidence for a phenotype. J Gerontol A Biol
Scie Med S, EUA, v. 56, n. 3, p. 146-156, 2001.
O’SHEA, S.; MORRIS, M. E.; IANSEK, R. Dual task interference during gait in people
with Parkinson disease: effects of motor versus cognitive secondary tasks. Physical
therapy, Inglaterra, v. 82, n. 9, p. 888-897, 2002.
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