Fichamento - Posicionamento Clínico - Demarché

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Fichamento de Leitura

Capítulo 1 - O Posicionamento Clínico – André Lévy (Demarché)

Nesse texto, Levy discute a abordagem clínica na psicologia no livro "O


Posicionamento Clínico" de Demarché, apontando uma perspectiva que vai além
dos métodos e diagnósticos tradicionais. O autor define a clínica como uma área em
que o médico e o sujeito interagem diretamente. Nesse campo, o foco é a
construção contínua de sentido e a unicidade de cada pessoa. Levy rompe com o
modelo positivista de ciência defendendo que a prática clínica deve ser uma
démarche, ou seja, um processo de movimento e transformação que integra
pesquisa e intervenção.
A partir dessa perspectiva, o autor enfatiza que uma abordagem clínica não
deve ser limitada à aplicação de métodos ou à categorização do sujeito em
diagnósticos pré-estabelecidos. Ao contrário, a clínica deve se concentrar no sujeito
em sua comunidade, respeitando sua história e contexto individual. O autor afirma
que o clínico deve se deslocar mentalmente para compreender o outro em sua
totalidade, sem reduzir a experiência do outro a cargos ou funções. Esse movimento
requer uma participação profunda do terapeuta no processo de construção de
sentido com o sujeito. O terapeuta ouve suas necessidades e ajuda o sujeito a
atribuir significado para suas vidas.
O conceito de "demanda" é um dos principais apresentados no texto. Para
Levy, demanda pode ser vista tanto no registro econômico, como um pedido de um
bem ou serviço, quanto no registro psicológico, como uma expressão de desejo ou
reconhecimento. No entanto, ele enfatiza que no contexto clínico, a demanda é
sempre complexa e está em constante mudança, refletindo a relação entre o sujeito
e o clínico. A análise da demanda é um processo interpretativo contínuo que
acompanha o desenvolvimento da relação clínica.

A relação entre a clínica e a crise de sentido é outro tema importante


abordado por Levy, ele afirma que o ato clínico geralmente ocorre em momentos de
crise, quando o sujeito ou grupo social passa por um período de perda ou
fragmentação de sentido. A clínica deve ser vista como um local para a criação de
novos significados nesse sentido. Porém, o autor alerta que a clínica não visa
1
restaurar ou importar um sentido pré-existente, ao em vez disso, eles ajudam a
emergir novos sentidos, que o clínico e o sujeito criam juntos.
Além disso, Levy discute sobre as consequências políticas e éticas da prática
clínica, principalmente sobre como ela pode ser usada em contextos sociais e
institucionais. A clínica pode ser vista não apenas como um local para tratamento
individual, mas também como uma ferramenta para análise e intervenção em grupos
e organizações, como destaca o autor. Assim, a abordagem clínica considera os
problemas contemporâneos e as mudanças nas relações de poder e sentido na
sociedade.
Por fim, Levy enfatiza que a clínica é um processo de descoberta e
transformação para o sujeito e o clínico. A prática clínica exige que o terapeuta se
mantenha aberto às incertezas e ambiguidades da relação. Isso significa que ele
deve evitar fazer julgamentos e chegar a instruções rápidas. Portanto, a abordagem
clínica sugerida por Levy é um convite ao debate e à co-construção de sentidos.
Nesse processo, o clínico se compromete com o sujeito de forma ativa e reflexiva,
sempre com o objetivo de alcançar a compreensão e a transformação de ambas as
partes.

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