A noite mais bonita
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Sobre este e-book
Os bonitos traços daquele índio ute não deixavam adivinhar qualquer emoção, mas sob o seu comportamento profissional, Daniel Redwing, o ajudante do xerife, escondia uma enorme frustração. A rica viúva Maggie Ketchum estava completamente fora do seu alcance, porém estava a pô-lo louco. Como conseguiria convencê-la de que tinham sido feitos um para o outro?
Maggie tinha de admitir que a atracção era mútua, porém não podia correr o risco de amar e voltar a perder o homem amado… e além disso tinha de pensar no seu filho. Ainda assim o estóico, embora ardente Redwing, era uma enorme tentação…
Stella Bagwell
The author of over seventy-five titles for Harlequin, Stella Bagwell writes about familes, the West, strong, silent men of honor and the women who love them. She credits her loyal readers and hopes her stories have brightened their lives in some small way. A cowgirl through and through, she recently learned how to rope a steer. Her days begin and end helping her husband on their south Texas ranch. In between she works on her next tale of love. Contact her at stellabagwell@gmail.com
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A noite mais bonita - Stella Bagwell
Editado por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2005 Stella Bagwell
© 2014 Harlequin Ibérica, S.A.
A noite mais bonita, n.º 1170 - Outubro 2014
Título original: Redwing’s Lady
Publicado originalmente por Silhouette® Books.
Publicado em português em 2009
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Julia e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-5893-0
Editor responsável: Luis Pugni
Conversão ebook: MT Color & Diseño
Capítulo 1
O ajudante de xerife Daniel Redwing parou à frente da casa de madeira do rancho e saiu da sua carrinha. O pó vermelho continuava no ar à volta das rodas, pousando no chapéu preto e na camisa caqui que vestia. Eram os últimos dias da Primavera no Novo México e o deserto implorava por um pouco de chuva.
Maggie Ketchum lutava com insistência com a fechadura da porta do pátio, enquanto a brisa da tarde despenteava os seus cabelos ruivos. Daniel dirigiu-se para ela.
Então, Maggie conseguiu abrir a porta e correu para ele.
– Ajudante Redwing! O que está a fazer aqui? – perguntou ela, com aspecto assustado.
Daniel parou. Talvez o telefonema tivesse sido uma brincadeira, pensou esperançado. Com todas as suas forças desejou que assim fosse.
– Não telefonaste para o departamento do xerife a pedir ajuda?
Segurando o cabelo enredado com a mão, Maggie assentiu com vigor.
– Sim! Mas pensei que viria Jess. Pedi especificamente que viesse ele.
Daniel suspirou como único comentário. Jess Hastings era o cunhado de Maggie e um xerife muito bom no condado de San Juan. Mas ele não era um inepto, disse para si. Ou talvez ela não tivesse insinuado que fosse. Tentou ser justo. A mulher parecia prestes a perder a calma. Ter o seu cunhado ao seu lado num momento daqueles seria mais reconfortante do que ter um ajudante do xerife, chefe do departamento de polícia de San Juan.
– Lamento – disse ele e deu alguns passos à frente. – Supus que sabias que Jess não está na vila. Foi com o xerife Pérez a uma reunião urgente em Santa Fé. A tua chamada dizia que tinhas perdido Aaron. Já apareceu?
Aaron era o filho, de nove anos, de Maggie e o único filho que tivera antes de o seu marido Hugh Ketchum morrer num acidente no rancho com um touro. Aquela mulher já sofrera o suficiente. Daniel nem queria imaginar que tivesse de passar por mais uma tragédia.
– Não! – gritou ela e baixou a cabeça, tapando os olhos. – Oh, meu Deus, Daniel, não sei o que fazer! Procurei em todos os lados. Os peões do rancho estão à procura nos arredores mas não aparece.
Maggie engoliu os seus soluços e levantou o olhar para Daniel, implorante. Nesse momento, ele desejou aproximar-se dela e abraçá-la. Algo que queria fazer há meses com a viúva de Ketchum desde que visitara o rancho T Bar K pela primeira vez para investigar o assassinato de Noah Rider.
Conhecia Maggie Ketchum há vários anos. De vez em quando, vira a bonita viúva de Hugh na vila. Era membro da rica família dos Ketchum, que estava há mais de sessenta anos no condado de San Juan, no rancho T Bar K. Tucker e Amelia Ketchum tinham tido três filhos e uma filha: Hugh, Seth, Ross e Victoria.
Apenas os três últimos estavam vivos. Eles eram os donos do rancho, juntamente com Maggie, que herdara a parte de Seth.
Daniel nunca imaginara que ia encontrar-se com Maggie cara a cara. Não era o tipo de mulher que se movimentava no círculo social de um agente da polícia. Contudo, há quase um ano, encontrara no T Bar K o corpo sem vida de um antigo capataz do rancho, Noah Rider. Daniel tivera de interrogar vários membros da família e Maggie fora um deles. Depois, fora incapaz de a esquecer.
– Acalma-te, Maggie. Encontrá-lo-emos. Mas primeiro tenho de te fazer algumas perguntas. Vamos para o alpendre, para a sombra – sugeriu Daniel.
Ela assentiu e Daniel agarrou-a pelo braço e conduziu-a através do pequeno pátio. Um extremo do alpendre estava sob a sombra de um pinheiro. Guiou-a até à parte mais fresca, onde havia uma mesa e cadeiras de vime.
Depois de a ajudar a sentar-se, sentou-se ao seu lado e tirou o chapéu.
Os movimentos lentos e calculados de Daniel fizeram Maggie explodir com impaciência:
– Estamos a perder tempo aqui sentados! Temos de continuar à procura. Eu estaria a fazê-lo se não tivesse vindo para casa para telefonar para o departamento do xerife!
Vendo que Maggie estava prestes a ficar histérica, Daniel segurou na sua mão com força.
– Olha, Maggie, não faz sentido procurar por todos os lados sem ter uma direcção clara.
– É fácil para ti dizer isso! – exclamou Maggie, olhando para ele. – Tu não tens filhos! Não sabes como é pensar que ele...
– Pára, Maggie! – ordenou ele. – Se queres encontrar Aaron, tens de te controlar e ajudar-me. Entendes?
– Sim. Lamento muito, agente Redwing. É que estou muito preocupada e...
– Há um minuto chamaste-me Daniel – replicou ele e apertou-lhe a mão com suavidade. – Porque não continuas a fazê-lo? Se não estivesses preocupada não seria normal. E, agora que começámos a entender-nos, diz-me quando te apercebeste de que Aaron não estava cá.
– Não sei – respondeu ela, depois de respirar fundo.
– Está bem – continuou Daniel. – Quando foi a última vez que viste o teu filho?
– Por volta das onze e meia. Acabou o seu almoço e perguntou-me se podia sair para falar com Skinny. Dei-lhe permissão e pedi-lhe que voltasse à uma hora.
Skinny era o peão mais antigo do T Bar K. Tinha setenta anos e trabalhava no rancho dos Ketchum há mais tempo do que alguém conseguia recordar. Gostava de contar histórias e as crianças adoravam-no. Daniel pensou que era normal que o menino quisesse vê-lo.
Olhando para o seu relógio de pulso, Daniel viu que eram quase três horas.
– Skinny lembra-se de quando Aaron saiu de perto dele?
– Diz que Aaron nunca chegou a ir ter com ele. Portanto só posso presumir que, por uma razão ou outra, não foi para lá.
O rancho T Bar K era uma propriedade enorme de mais de cinquenta mil hectares, na base das montanhas de San Juan. Os vizinhos mais próximos viviam a quilómetros de distância e nenhum deles tinha filhos. Daniel duvidou de que Aaron tivesse ido a uma das propriedades limítrofes, porém, existia sempre uma pequena possibilidade.
– Achas que alguém pode tê-lo... raptado? – perguntou Maggie, expressando o receio que a assustava.
Os Ketchum eram uma família rica, pensou Daniel. Poderiam pagar uma grande quantia de dinheiro para recuperar um dos seus familiares se fosse raptado. Contudo, Daniel não quis acreditar que algo do género tivesse acontecido e apressou-se a abanar a cabeça.
– Não. Os únicos estranhos que vêm aqui são compradores de gado e cavalos, não pervertidos dispostos a raptar um menino.
Maggie pegou na sua mão e aproximou-se, como se assim conseguisse fazê-lo entender melhor os seus medos. Daniel podia ter-lhe dito que não era preciso, que já percebia a dor dela. Emanava dos seus olhos e da rígida posição do seu corpo.
– Mas como podes ter tanta certeza? Noah Rider foi assassinado aqui e só se descobriu muito tempo depois...
– Maggie! Esquece isso. É passado. Noah foi assassinado por um velho conhecido, Rube Dawson, um chantagista que não queria perder a sua fonte de lucros. Rube está na prisão e o crime não teve nada a ver com Aaron. Agora diz-me, o teu filho e tu discutiram à hora do almoço? Esteve zangado contigo por alguma razão nos últimos dias?
– Achas que fugiu – afirmou ela, olhando para ele nos olhos, tensa.
Daniel assentiu e, nesse momento, viu que as lágrimas deslizavam pelo rosto de Maggie. Sentiu um aperto no coração.
– Talvez.
Ela desviou o olhar e engoliu em seco.
– Aaron não parecia zangado ao almoço. Parecia estar bem. Mas zangou-se comigo ontem. Não o deixei ir acampar com um grupo de rapazes.
– Porquê?
– O que interessa isso? Não nos dirá onde está Aaron.
– Talvez sim e talvez não. Agora preciso de toda a informação disponível. E quero dizer «toda».
Mais uma vez, Maggie respirou fundo e tentou superar o terror que a invadia.
– Está bem. Não permiti que Aaron fosse porque era um grupo de meninos adolescentes. E, como Aaron só tem nove anos, não queria que convivesse com a forma de falar e comportar-se dos mais velhos.
– Terá de o fazer um dia.
– Sim. Mas preferia adiá-lo o mais possível. Portanto disse-lhe que não podia ir e que o esquecesse. É claro, deu-me as respostas habituais de um menino quando está zangado. Que era má. Que não queria que se divertisse. Que não o deixava fazer nada porque...
Maggie parou de repente e fixou o olhar nas suas mãos entrelaçadas. Daniel perguntou-se se estava a aperceber-se da cor diferente das suas peles. A dele era escura como o cobre, a dela, branca como o leite. Daniel era índio ute, da tribo Weeminuche.
– Porque o quê? – inquiriu ele.
– Porque estava demasiado assustada com a possibilidade de morrer num acidente como tinha acontecido ao seu pai.
Se era ou não verdade, não importava naquele momento, decidiu Daniel. Era óbvio que Aaron pensava que a sua mãe era superprotectora e talvez tivesse decidido desaparecer como forma de protesto.
– Encontrá-lo-emos, Maggie – garantiu Daniel e levantou-se. – Quando saiu, viste-o a ir para o pátio onde Skinny trabalha?
– Não. Ouvi a porta de trás a fechar-se e não me incomodei em olhar. Estava ocupada na cozinha.
Daniel franziu o sobrolho.
– A porta de trás? Se tivesse ido para perto dos peões, teria tido mais sentido sair pela porta principal, não achas? Posso dar uma vista de olhos na parte de trás da casa?
– Claro – disse ela e precedeu-o.
Daniel seguiu-a a alguns passos de distância. Embora estivesse a observar os arredores, não conseguiu evitar reparar nas suaves curvas das ancas de Maggie. Vestia umas calças de ganga gastas que se ajustavam ao seu rabo na perfeição e uma t-shirt cor-de-rosa pálida marcava uns seios grandes e redondos, que se mexiam ligeiramente quando caminhava. Era uma mulher voluptuosa. O tipo de mulher que os homens queriam nos seus braços e na sua cama.
Daniel não podia negar que era o que desejara desde a primeira vez que a vira. Contudo, esforçara-se por ocultar com cuidado a atracção que sentia por ela. Ele não se envolvia com mulheres. Não a sério. Depois de ter visto o que a sua mãe sofrera depois de ser abandonada pelo seu pai, não queria saber nada do casamento nem das responsabilidades que implicava.
No entanto, mesmo que não tivesse sido influenciado pelo comportamento de Robert Redwing, mesmo que achasse que conseguiria ser um bom pai e marido, era suficientemente inteligente para saber que Maggie Ketchum estava longe do seu alcance. Ela movimentava-se com os mais ricos. Podia ter qualquer homem que quisesse. De maneira nenhuma ia reparar num índio ute que crescera numa reserva dura e vivia com o modesto salário de um ajudante de xerife.
– Não há nada aqui, na verdade – indicou Maggie, assinalando a parte de trás do pátio.
Voltando para o presente, Daniel olhou para a porta traseira da casa e o pátio que parecia destinado a festas familiares, com chão de madeira e equipado com móveis de jardim. O que lhe chamou mais a atenção foi uma pequena porta que se abria para um caminho bordeado de pinheiros.
– Esse atalho dá para onde?
Maggie olhou para o caminho.
– Oh, continua mais uns metros e chega a um prado onde pastam os cavalos. Uma égua que eu monto às vezes, o seu potro, o cavalo de Aaron, Rusty, e mais outro cavalo.
– Aaron costuma ir a esse prado?
– Sim. Vai muitas vezes. Para ver os cavalos. Também se ocupa de lhes dar de comer à tarde. O atalho acaba num pequeno celeiro, onde guardamos as selas. Aaron brinca aí algumas vezes. Mas já fui até ao celeiro e chamei-o. Não está lá.
A voz de Maggie tremia. Daniel estava a sofrer ao ver como ela se sentia aterrorizada e como se esforçava por se controlar.
Não conhecia Maggie Ketchum muito bem. Falara com ela três ou quatro vezes por telefone durante a investigação do caso de Rider. Também a interrogara duas vezes pessoalmente. Contudo, fora suficiente para conhecer o que escondia atrás daqueles bonitos e tristes olhos azuis. Mesmo assim, desde a primeira vez que a vira, sentira uma atracção alarmante por ela, que não deixara de crescer nos últimos meses.
– E os cavalos? – inquiriu ele. – Viste se estavam todos?
– Não. Ao fundo do prado há outro grupo de árvores. Quando está calor, os cavalos costumam procurar a sua sombra. Não os vi, mas presumi que estariam lá.
Daniel olhou para os pés dela. Calçava sandálias.
– Talvez seja melhor mudares de calçado. Acho que devemos ir a esse prado dar uma vista de olhos.
– Está bem. Mas... em que estás a pensar? Achas que foi num dos cavalos?
– Se eu fosse menino e quisesse fugir, fá-lo-ia – afirmou