Acção Executiva - Manual de Perguntas e Respostas
Acção Executiva - Manual de Perguntas e Respostas
Acção Executiva - Manual de Perguntas e Respostas
ÍNDICE
I. ÂMBITO DE APLICAÇÃO
1. ÂMBITO DE APLICAÇÃO MATERIAL
1. A que acções executivas se aplica o novo regime da acção executiva?
2. ÂMBITO DE APLICAÇÃO TEMPORAL
2. Quando entram em vigor estas alterações?
3. As novas regras da acção executiva aplicam-se aos processos pendentes?
4. Quais as vantagens decorrentes da extinção de processo executivo pendente
que se encontre suspenso ou que se venha a suspender ao abrigo da lei
anterior?
5. É possível cumular uma acção executiva nova com uma acção executiva
proposta ao abrigo do regime anterior?
3. ÂMBITO DE APLICAÇÃO NO ESPAÇO
6. Os mecanismos de simplificação da acção executiva são aplicáveis em todos os
tribunais nacionais?
14. É possível recorrer das decisões do juiz de execução que julguem sobre os
actos ou decisões do agente de execução?
15. Pode o juiz condenar o agente de execução ao pagamento de multa?
5. AGENTE DE EXECUÇÃO
16. Quem pode ser agente de execução?
17. O agente de execução tem competência para a prática de actos de execução
fora da área do círculo judicial a que pertence o tribunal onde corre a execução?
18. Qual o prazo legal para a prática de diligências de execução?
19. Na prática de diligências junto do executado, de organismos oficiais ou de
terceiros, o agente de execução identifica-se de que forma?
20. O agente de execução pode escusar-se a praticar diligências de execução
quando não esteja provisionado para o efeito?
21. O agente de execução está obrigado a aplicar tarifas definidas pelo legislador
para a remuneração dos seus serviços?
22. A que critérios obedece a fixação de honorários do agente de execução?
23. A quem compete proceder à liquidação a que os n.º s 2 e 3 do artigo 805.º do
CPC se referem?
24. Pode o exequente proceder à livre substituição do agente de execução? De que
forma?
25. Como se processa a livre substituição do agente de execução?
26. Em caso de livre substituição do agente de execução, o que acontece à quantia
paga pelo exequente a título de provisão?
27. Como proceder quando há um pedido de cessação de funções por parte do
agente de execução, nos termos do Estatuto da Câmara dos Solicitadores?
28. Qual a entidade com competência para exercer o poder disciplinar sobre os
agentes de execução?
6. OFICIAL DE JUSTIÇA
29. Em que casos pode ser designado um oficial de justiça para praticar diligências
de execução?
30. O oficial de justiça designado para praticar diligências de execução tem
competência para a prática de que actos?
31. A que regime se encontra sujeito o oficial de justiça quando pratica as
diligências de execução que lhe incumbem?
3
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
6
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
103. De que modo é cumprido o dever de informação do exequente que recai sobre
o agente de execução?
104. Que consequências advêm para o agente de execução quando não cumpra o
seu dever de informação perante o exequente?
105. O pedido de autorização de penhora de conta bancária necessita de
fundamentação?
106. Em que momento processual é autorizada a penhora de depósitos bancários?
107. A requisição do auxílio das autoridades policiais para o acto de penhora deve
ser fundamentada?
108. Como se processa a penhora de veículo automóvel?
109. A penhora de veículo é anterior à imobilização do veículo?
110. Como é feita a imobilização do veículo?
111. Na penhora de veículo automóvel quem procede à imposição de selos ou de
imobilizadores no bem penhorado?
112. Em que casos pode o agente de execução proceder à remoção do veículo?
113. Como se processa a penhora de bens imóveis?
114. A quem compete o exercício da função de fiel depositário na penhora de bens
móveis?
115. Quando a penhora se mostre excessiva, a quem cabe o seu levantamento?
116. Pode a penhora ser levantada por despacho judicial?
117. Se, confrontado com a penhora, o executado pretender pagar a dívida
exequenda, pode o agente de execução não levar a cabo aquela diligência?
118. Podem ser apresentados ao juiz requerimentos diversos (tais como indicações
de outros bens para penhora, informações a prestar aos autos com vista à
eficiente prossecução das diligências)?
119. Em que situações há lugar a cancelamento do registo da penhora?
120. Como é feito o cancelamento do registo da penhora?
14. PUBLICITAÇÃO, VENDA E PAGAMENTO
121. De que forma é publicitada a venda mediante propostas em carta fechada dos
bens penhorados?
122. Quando há lugar a venda em leilão electrónico?
123. Como deve o agente de execução proceder enquanto não estiver
regulamentada a venda em leilão electrónico?
8
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
124. Que bens estão sujeitos a remoção para depósito público ou equiparado?
125. Em que momento são vendidos os bens que se encontrem em depósito
público ou equiparado?
126. Quais as modalidades da venda em depósito público ou equiparado?
127. Nos casos de penhora de rendimentos periódicos, pode o exequente requerer
que lhe sejam sucessivamente entregues as quantias entretanto depositadas?
128. Que procedimento deve o agente de execução adoptar nos casos de
pagamento por consignação de rendimentos?
129. No caso de bens que estejam locados, como se processa a consignação de
rendimentos?
130. Em que momento deve o agente de execução proceder à entrega ao
exequente do produto da venda?
131. Pode a dívida exequenda ser paga em prestações?
132. No caso de ser requerida a suspensão da instância com fundamento no artigo
882.º do CPC, como deve o agente de execução proceder?
133. Como deve o agente de execução proceder quando o executado ou terceiro
lhe entrega, directamente, a quantia exequenda?
134. Quem é responsável pelo apuramento do valor em dívida no caso de
pagamento voluntário ao agente de execução?
15. EXTINÇÃO DA ACÇÃO EXECUTIVA
135. Em que casos se extingue a acção executiva?
136. Como se extingue a instância executiva?
137. Como se processa o pagamento das custas de execução?
138. Que elementos integram a conta final do processo?
16. PROVIDÊNCIAS CAUTELARES
139. A quem compete o processamento de providências cautelares?
140. Quando se considera efectuado o arresto de bens imóveis?
141. A quem cabe a conversão de arresto em penhora?
10
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
11
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
12
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
13
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
I. ÂMBITO DE APLICAÇÃO
14
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Estas normas aplicam-se apenas aos processos pendentes a 31 de Março de 2009 que se
extingam nos termos do regime transitório previsto nos n.º s 5 e 6 do artigo 20.º do Decreto-
Lei n.º 226/2008.
Este regime transitório é o seguinte:
a) Os processos pendentes só se extinguem se estiverem suspensos à data de entrada em
vigor do diploma (31 de Março de 2009) ou se forem suspensos posteriormente ao
abrigo do n.º 6 do artigo 833.º do CPC;
b) A extinção só ocorre 30 dias após a entrada em vigor do diploma ou 30 dias após a
notificação da suspensão (se posterior a 31 de Março de 2009) se os exequentes não
manifestarem expressamente a vontade de manter o regime anterior (ou seja,
manifestarem a vontade de manter os processos suspensos).
Índice
15
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
5. É possível cumular uma acção executiva nova com uma acção executiva
proposta ao abrigo do regime anterior?
Não. O novo regime é aplicável apenas às execuções instauradas a partir de 31 de Março de
2009 (cf. artigo 23.º do Decreto-Lei n.º 226/2008).
Às acções pendentes nesta data aplica-se o regime anterior (cf. resposta à pergunta n.º 3).
Índice
16
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
JUIZ DE EXECUÇÃO
9. Quem tem legitimidade para reclamar para o juiz dos actos praticados pelo
agente de execução?
Qualquer uma das partes (exequente ou executado), ou terceiros intervenientes, têm
legitimidade para reclamar dos actos ou impugnar as decisões do agente de execução (cf. artigo
809.º do CPC).
Índice
17
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Não. A reclamação do acto do agente de execução ou a impugnação de uma sua decisão não
suspendem os efeitos do acto ou da decisão de que se tenha reclamado ou impugnado,
respectivamente.
Contudo, o juiz de execução deverá julgar no prazo de 10 dias.
A instância poderá ser suspensa, no entanto, nos termos gerais em que tal é legalmente
admissível (cf. alínea c) do n.º 1 do artigo 276.º do CPC).
Índice
18
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
processual dolosa ou negligente ou violação grave de dever imposto pelo estatuto (cf. n.º 6 do
artigo 808.º do CPC, artigo 69.º-B, alíneas e) e f) do artigo 69.º-C, alínea a) do n.º 2 do artigo
69.º-F, e artigo 116.º, todos do ECS).
Qualquer interessado pode participar à CPEE factos susceptíveis de fundarem a destituição do
agente de execução.
Sobre o modo como opera a destituição, veja-se o artigo 9.º da Portaria n.º 331-B/2009, de 30
de Março.
Índice
14. É possível recorrer das decisões do juiz de execução que julguem sobre os
actos ou decisões do agente de execução?
Não. As decisões do juiz de execução que julguem sobre as reclamações de actos ou
impugnações de decisões do agente de execução são irrecorríveis (nova redacção da alínea c)
do n.º 1 do artigo 809.º do CPC).
Índice
AGENTE DE EXECUÇÃO
20
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Requeira a inscrição ou registo até três anos após a conclusão do estágio com
aproveitamento (cf. artigo 117.º do ECS).
A possibilidade de desempenho das funções de agente de execução foi assim alargada tendo
em conta a necessidade de aumentar o número de agentes de execução e garantir uma efectiva
escolha pelo exequente.
Índice
21
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
emitido pelo sistema informático de suporte à actividade dos agentes de execução, do qual
constam os elementos essenciais identificativos do processo e das partes (número de processo,
tribunal competente, valor do processo, nome e morada do exequente, nome e morada do
executado, nome e número da cédula do agente de execução e a data de impressão do
comprovativo).
(cf. n.º 11 do artigo 808.º do CPC e artigo 6.º da Portaria n.º 331-B/2009).
Índice
21. O agente de execução está obrigado a aplicar tarifas definidas pelo legislador
para a remuneração dos seus serviços?
Sim. O agente de execução encontra-se obrigado a aplicar as tarifas aprovadas pela Portaria n.º
331-B/2009, na remuneração dos seus serviços (cf. artigo 126.º do ECS) não podendo cobrar
valores que excedam os definidos por lei (cf. em matéria de remuneração e despesas do agente
de execução, o disposto nos artigos 11.º a 25.º e os Anexos I e II da Portaria n.º 331-B/2009).
De notar, contudo, que as tarifas são definidas como valores máximos, ficando sempre na
disponibilidade do agente de execução cobrar valores inferiores aos estabelecidos.
Índice
22
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
e do artigo 20.º da Portaria n.º 331-B/2009 (cf. n.º 1 do artigo 18.º da Portaria n.º 331-
B/2009).
Em segundo lugar, prevê-se o pagamento de uma remuneração adicional que varia em função
do valor recuperado ou garantido.
Por fim, o valor da remuneração adicional varia também em função da fase processual em que
o montante foi recuperado ou garantido, sendo maior quanto mais rapidamente o agente de
execução conseguir terminar o processo (cf. preâmbulo do Decreto-Lei n.º 226/2008 e artigo
20.º e tabela do Anexo II da Portaria n.º 331-B/2009).
Índice
23
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Se o agente de execução for substituído na fase 1 é-lhe devido a totalidade do valor por ele
definido para essa fase. Se for substituído durante a fase 2 ou 3 é-lhe devido um valor mínimo
de 0,25 UC, respectivamente, mesmo que não sejam devidos honorários ou despesas por actos
relativos àquela fase.
Índice
24
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
28. Qual a entidade com competência para exercer o poder disciplinar sobre os
agentes de execução?
A entidade com competência para que exercer o poder disciplinar sobre os agentes de
execução é a Comissão para a Eficácia das Execuções (CPEE), em especial, o seu Grupo de
Gestão.
Com maior detalhe, veja-se o Capítulo VI sobre a Comissão para a Eficácia das Execuções.
Índice
OFICIAL DE JUSTIÇA
29. Em que casos pode ser designado um oficial de justiça para praticar diligências
de execução?
25
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
O exequente pode requerer que as diligências de execução sejam efectuadas por oficial de
justiça, quando não exista agente de execução inscrito ou registado na comarca ou ocorrendo
outra causa de impossibilidade (cf. n.º 4 do artigo 808.º do CPC).
Para além destas situações, sempre que o Estado seja exequente, as diligências de execução são
realizadas por oficial de justiça (cf. n.º 5 do artigo 808.º do CPC).
Estabeleceu-se, ainda, um regime transitório, pelo período de dois anos, segundo o qual, em
alternativa à designação de agente de execução, as pessoas singulares que intentem acções
executivas para cobrança de créditos não resultantes da sua actividade profissional podem
requerer a escolha de oficial de justiça para a realização de funções de agente de execução (cf.
artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 226/2008).
Índice
31. A que regime se encontra sujeito o oficial de justiça quando pratica as diligências
de execução que lhe incumbem?
Ao oficial de justiça, quando pratica as diligências de execução que lhe incumbem, salvo
disposição em contrário, são aplicáveis, com as devidas adaptações, as disposições legais e
regulamentares que regulam a prática destes actos por agente de execução (cf.,
designadamente, artigo 47.º da Portaria n.º 331-B/2009).
Contudo, no exercício destas competências (cf. nºs 4, 5 e 8 do artigo 808.º do CPC), não lhe é
aplicável o estatuto de agente de execução, de acordo com o preceituado no n.º 13 do artigo
808.º do CPC.
Índice
26
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
27
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
33. É possível executar, de imediato, uma sentença após o seu trânsito em julgado?
Em que situações?
Sim. No sentido de agilizar a execução das sentenças condenatórias em pagamento de uma
quantia certa, o autor pode, na petição inicial ou em qualquer momento do processo
declarativo, manifestar a sua vontade de executar judicialmente, e de imediato, a sentença que
venha a condenar o réu, desde que indique o agente de execução e indique igualmente bens à
penhora.
Índice
35. Nos casos em que o autor tenha manifestado ser sua intenção executar, de
imediato, a sentença, qual o tribunal competente para a execução? A execução
corre por apenso ou no traslado?
Seguem-se, a este respeito, as regras gerais de competência do tribunal, definidas no CPC e na
LOFTJ.
A execução inicia-se, por apenso, de forma electrónica e automática (cf. n.º 2 do artigo 675.º-A
do CPC) no tribunal onde correu o processo declarativo.
Por vezes, a execução deve correr noutro tribunal, casos em que é extraído e enviado ao
tribunal competente o traslado da sentença. Estão nesta situação os casos em que, tratando-se
28
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
de uma comarca com competência executiva específica, a sentença tenha sido proferida por
tribunal com competência específica cível ou com competência genérica, bem como os casos
em que o processo tenha subido em recurso (cf. n.º 3 do artigo 90.º e n.º 3 do artigo 675.º-A
do CPC).
Índice
REQUERIMENTO EXECUTIVO
38. Nos casos em que o requerimento executivo deva ser enviado por transmissão
electrónica de dados, qual a consequência do seu envio por outro meio?
29
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Nos casos em que o requerimento executivo deva ser enviado por transmissão electrónica de
dados, a parte que proceda à sua apresentação em suporte de papel fica obrigada ao
pagamento imediato de uma multa, no valor de metade de uma unidade de conta, salvo
alegação e prova de justo impedimento (cf. n.º 11 do artigo 810.º do CPC e artigo 3.º da
Portaria n.º 331-B/2009).
Sobre os casos em que é obrigatória a entrega do requerimento executivo por via electrónica
ver resposta à pergunta anterior.
Índice
30
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
42. Em que situações deve ser recusado o requerimento executivo entregue? A falta
de qualquer elemento do requerimento executivo constitui fundamento de recusa
do mesmo pelo agente de execução?
O requerimento executivo deve ser recusado se:
Não obedecer ao modelo aprovado em anexo à Portaria 331-B/2009, de 30 de Março;
Omitir os requisitos impostos no n.º 1 do artigo 810.º do CPC, a saber:
o Identificação das partes;
o Indicação do domicílio profissional do mandatário judicial;
o Designação do agente de execução;
o Indicação do fim da execução;
o Exposição sucinta dos factos que fundamentam o pedido quando não constem do
título;
o Formulação do pedido;
o Declaração do valor da causa;
o Liquidação da prestação e escolha da prestação quando caiba ao credor;
Não vier acompanhado de cópia ou do título executivo, ou seja manifesta a insuficiência
da cópia ou o título apresentado;
Quando não venha acompanhado do comprovativo do pagamento de taxa de justiça
inicial, ou não venha assinado ou não venha redigido em língua portuguesa.
O requerimento executivo só pode ser recusado nos casos acima referidos, pelo que se faltar
qualquer outro elemento não existe fundamento de recusa do requerimento executivo.
Índice
43. O requerimento executivo deve ser recusado quando não conste do modelo
oficial?
Sim. A apresentação de requerimento executivo em papel que não obedeça ao modelo
aprovado é motivo de recusa pelo agente de execução (cf. alínea a) do n.º 1 do artigo 811.º do
CPC).
O modelo do requerimento executivo consta do Anexo IV da Portaria n.º 331-B/2009 (cf. n.º
9 do artigo 810.º do CPC).
Índice
31
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
44. O não pagamento imediato da multa, devida pela não entrega do requerimento
executivo por via electrónica, é motivo de recusa do requerimento executivo?
Não. A falta de pagamento imediato da multa, devida nos casos em que o requerimento
executivo é apresentado em suporte papel sendo obrigatória a sua apresentação por via
electrónica, não é motivo de recusa do requerimento executivo.
As consequências do não pagamento imediato da multa seguirão o previsto, consoante a data
de início da execução, no Código das Custas Judiciais (CCJ) ou no Regulamento das Custas
Processuais (RCP), este último em vigor desde 20 de Abril de 2009.
Índice
32
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
33
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
excedido o limite legal de dimensão da peça e/ou documentos – são remetidas ao agente de
execução cópias simples dos mesmos, nos termos legalmente admitidos (cf. nºs 5 e 6 do artigo
5.º e artigo 10.º da Portaria n.º 114/2008).
Índice
34
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
55. Em que casos é que o agente de execução começa o processo executivo através
das consultas e diligências iniciais, procedendo logo de seguida à penhora?
Desde que não tenha havido solicitação, pelo exequente, de citação prévia à penhora (cf. n.º 1
do artigo 812.º-F do CPC), o agente de execução inicia de imediato as consultas e diligências
iniciais e procede depois à penhora nos casos referidos no artigo 812.º-C do CPC, ou seja, nas
execuções baseadas em:
a) Decisão judicial ou arbitral;
b) Requerimento de injunção no qual tenha sido aposta a fórmula executória;
35
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
56. Há citação prévia nos casos em que o agente de execução deve iniciar de
imediato as consultas e diligências iniciais e proceder à penhora?
Nos processos referidos no artigo 812.º-C do CPC (aqueles em que o agente de execução deve
iniciar de imediato as consultas e diligências iniciais e proceder à penhora) só há citação do
executado, prévia à penhora, nos casos em que o exequente o tenha requerido explicitamente
(cf. n.º 1 do artigo 812.º-F do CPC).
Índice
57. Em que casos é que o agente de execução deve enviar o processo executivo para
despacho liminar do juiz?
O agente de execução recebe o requerimento executivo e analisa-o.
Nos casos em que:
Não seja aplicável o disposto no artigo 812.º-C do CPC;
Se verifique uma das situações referidas nas alíneas a) a g) do artigo 812.º-D do CPC;
o agente de execução deve enviar o requerimento executivo por via electrónica para despacho
liminar, salvo se nestes processos em que deve haver despacho liminar, se verificar, em
36
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
simultâneo, uma das situações descritas no n.º 2 do artigo 812.º-F do CPC, caso em que o
agente de execução deve efectuar desde logo a citação prévia do executado (cf. resposta à
pergunta n.º 58).
- Casos em que não é aplicável o disposto no artigo 812.º-C do CPC:
Execuções movidas apenas contra o devedor subsidiário (cf. alínea a) do artigo 812.º-
D do CPC);
Apresentação de prova não documental nos casos dos nºs 2 e 3 do artigo 804.º (cf.
alínea b) do artigo 812.º-D do CPC);
Nas execuções fundadas em acta da reunião da assembleia de condóminos, nos termos
do Decreto-Lei n.º 268/94, de 25 de Outubro (cf. alínea c) do artigo 812.º-D do CPC);
Nas execuções fundadas em título executivo, nos termos da Lei n.º 6/2006, de 27 de
Fevereiro (cf. alínea d) do artigo 812.º-D);
Se o agente de execução duvidar da suficiência do título ou da interpelação ou
notificação do devedor (cf. alínea e) do artigo 812.º-D do CPC);
Se o agente de execução suspeitar que se verifica uma das situações previstas nas
alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 812.º-E (cf. alínea f) do artigo 812.º-D do CPC);
Se, pedida a execução de sentença arbitral, o agente de execução duvidar de que o
litígio pudesse ser cometido à decisão por árbitros, quer por estar submetido, por lei
especial, exclusivamente a tribunal judicial ou a arbitragem necessária, quer por o
direito litigioso não ser disponível pelo seu titular (cf. alínea g) do artigo 812.º-D do
CPC).
Índice
58. Há citação prévia nos casos em que o agente de execução deve enviar os
processos para despacho liminar?
Ao contrário do que acontecia anteriormente (cf. n.º 7 do artigo 812.º do CPC), nos processos
iniciados após 31 de Março de 2009, nos casos em que deveria, à partida, ocorrer remessa do
requerimento executivo para despacho liminar (cf. resposta à pergunta n.º 70), se ocorrer, em
simultâneo, uma das situações descritas no n.º 2 do artigo 812.º-F, o agente de execução
procede de imediato à citação prévia do executado.
- Situações descritas no n.º 2 do artigo 812.º-F do CPC:
37
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
59. Remetido o processo executivo para despacho liminar do juiz de execução, o que
pode este fazer?
Recebido o requerimento executivo para despacho liminar, o juiz de execução pode proferir
um dos seguintes despachos:
Despacho de indeferimento liminar, quando ocorra alguma das situações previstas nas
alíneas a) a c) do n.º 1 do artigo 812.º-E do CPC, ou quando, após o convite para
aperfeiçoamento, o vício não for suprido ou a falta corrigida dentro do prazo marcado
(cf. n.º 4 do artigo 812.º-E do CPC);
Despacho de indeferimento parcial, designadamente quanto à parte do pedido que
exceder os limites constantes do título executivo (cf. n.º 2 do artigo 812.º-E do CPC);
Despacho de aperfeiçoamento, pelo qual o juiz convida o exequente a suprir as
irregularidades do requerimento executivo, bem como a sanar a falta de pressupostos,
aplicando-se, com as necessárias adaptações, o disposto no n.º 2 do artigo 265.º (cf. n.º
3 do artigo 812.º-E do CPC);
Despacho de citação prévia do executado para, no prazo de 20 dias, pagar ou opor-se
à execução, quando o processo deva prosseguir e, no caso do n.º 3 do artigo 804.º, o
devedor deva ser ouvido (cf. n.º 5 do artigo 812-º-E do CPC).
Índice
38
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Índice
64. Por que meio o agente de execução efectua a consulta do registo informático de
execuções?
O agente de execução tem agora acesso directo ao registo informático de execuções, através
do sistema informático de suporte à actividade do agente de execução (cf. n.º 2 do artigo 832.º
do CPC, alínea b) do n.º 1 do artigo 6.º, alínea b) do n.º 1 do artigo 8.º e artigo 9.º do Decreto-
Lei n.º 201/2003 e, ainda, o n.º 2 do artigo 45.º da Portaria n.º 331-B/2009).
Índice
40
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
66. O que deve o agente de execução fazer quando, consultado o registo informático
de execuções, verificar ter sido movida contra o executado uma execução
terminada sem integral pagamento?
Quando tiver sido movida contra o executado uma execução terminada sem integral
pagamento, o agente de execução prossegue imediatamente com as diligências prévias à
penhora (cf. n.º 2 do artigo 833.º-A do CPC) e com a comunicação do seu resultado ao
exequente (cf. n.º 1 do artigo 833.º-B do CPC).
Caso não sejam encontrados bens e não sejam indicados à penhora, pelo exequente, quaisquer
bens do executado (cf. n.º 3 do artigo 833.º-B do CPC), a execução extingue-se imediatamente
(cf. n.º 3 do artigo 832.º do CPC). Estas execuções serão incluídas na lista pública de
execuções (cf. artigo 16.º-A do Decreto-Lei n.º 201/2003).
Índice
41
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Índice
69. Como proceder caso não seja possível consultar o registo informático de
execuções por acesso directo?
As pessoas a quem seja conferido o acesso directo ao registo informático de execuções podem
efectuar a consulta do mesmo junto da secretaria do tribunal da execução, mediante
certificado passado por esta, sempre que não consigam aceder ao registo informático de
execuções directamente (cf. artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 201/2003 e artigos 45.º e 46.º da
Portaria n.º 331-B/2009).
Índice
71. De que forma procede o agente de execução à consulta directa nas diversas
bases de dados?
O agente de execução procede à consulta directa, sem necessidade de despacho judicial de
autorização, das bases de dados da administração tributária, da segurança social, das
conservatórias do registo predial, comercial, automóvel e civil e de outros registos ou arquivos
semelhantes, através do sistema informático de suporte à actividade dos agentes de execução e
do sistema informático CITIUS (cf. nºs 2 a 5 do artigo 833.º-A do CPC e artigo 2.º da Portaria
n.º 331-A/2009, de 30 de Março).
Bases de dados da administração tributária: a consulta é feita através dos sistemas informáticos
acima elencados e através do número de identificação fiscal do executado.
42
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Bases de dados da segurança social: quando seja efectuada através dos sistemas informáticos
referidos, a consulta é feita através de nome, número de identificação civil, número de
identificação fiscal ou pelo número de beneficiário da segurança social do executado; quando
for efectuada por qualquer outro meio, é feita através de nome, número de identificação civil
ou pelo número de beneficiário da segurança social.
Bases de dados de registos e arquivos semelhantes (registo civil, registo comercial, registo
predial, registo automóvel, e registo nacional de pessoas colectivas): a consulta é feita através
do nome, número de identificação civil ou número de identificação fiscal; e ainda, no caso da
base de dados de registo automóvel, através da matrícula do veículo.
As consultas a estas bases de dados ficam registadas no CITIUS e no sistema informático de
suporte à actividade dos agentes de execução.
Índice
72. Que elementos podem ser consultados nas diversas bases de dados?
O tipo de informação que é disponibilizada ao agente de execução por cada uma das bases de
dados, para identificação do executado e para identificação e localização dos seus bens
penhoráveis, consta dos artigos 3.º a 5.º da Portaria n.º 331-A/2009.
Índice
74. Quando não seja possível o acesso electrónico directo, de que modo é efectuada a
consulta?
43
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Quando o sistema informático se mostre indisponível e não seja possível efectuar a consulta
por acesso electrónico directo, o agente de execução comunica o facto à entidade titular da
base de dados que pretende consultar, por qualquer meio legalmente admissível, a qual deve
disponibilizar a informação solicitada pelo meio mais célere (preferencialmente por via
electrónica) e no prazo máximo de 10 dias (cf. n.º 6 do artigo 833.º-A do CPC e nºs 3 e 4 do
artigo 2.º da Portaria n.º 331-A/2009).
Índice
DILIGÊNCIAS DE EXECUÇÃO
44
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
45
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
81. Os credores que gozem de garantia real e que não tenham sido citados podem
reclamar os seus créditos?
Sim. Ainda que não sejam citados, os credores com direito a reclamar os respectivos créditos
podem fazê-lo de modo espontâneo, até à transmissão dos bens penhorados (cf. n.º 3 do
artigo 865.º do CPC).
Índice
82. Como é feita a citação electrónica das entidades referidas nas leis fiscais, com
vista à defesa dos possíveis direitos da Fazenda Pública e do Instituto da
Segurança Social, I.P. e do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social,
I.P., com vista à defesa dos direitos da segurança social?
No prazo de 5 dias contados da realização da última penhora, o agente de execução procede à
citação destas entidades, com vista à defesa dos direitos da Fazenda Pública ou da Segurança
46
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Social, consoante o caso, por transmissão electrónica de dados, através do sistema informático
de suporte à actividade dos agentes do execução e do sistema informático CITIUS.
A citação e os documentos que a acompanham são disponibilizados pelo sistema informático
CITIUS, de forma automática, aos sistemas informáticos das entidades referidas e no sítio da
Internet de acesso público com o endereço electrónico http://www.tribunaisnet.mj.pt,
assegurando aquele a validação da qualidade do emissor da citação, a certificação da data e
hora da expedição da mesma e o cumprimento dos demais requisitos legais.
Rege, nesta matéria, o disposto no n.º 4 do artigo 864.º do CPC e nos artigos 9.º a 11.º da
Portaria n.º 331-A/2009.
Índice
47
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Índice
86. De que modo efectua o agente de execução as notificações que lhe incumbem?
O agente de execução efectua todas as notificações previstas na lei preferencialmente por
transmissão electrónica de dados, através do sistema informático de suporte à actividade dos
agentes de execução (cf. n.º 1 in fine do artigo 808.º do CPC e n.º 1 do artigo 30.º da Portaria
n.º 331-B/2009).
As notificações dos mandatários das partes são feitas, obrigatoriamente, por transmissão
electrónica de dados, sempre que os mesmos pratiquem qualquer acto processual por
transmissão electrónica de dados ou se manifestem nesse sentido, nos termos da Portaria n.º
114/2008. A data da elaboração da notificação corresponde à data de depósito da notificação
no sistema informático CITIUS (cf. nºs 2 e 3 do artigo 30.º da Portaria n.º 331-B/2009).
Índice
48
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
89. Os actos praticados pelo agente de execução são registados de alguma forma?
Sim. O agente de execução tem de registar todos os actos de execução que efectua no sistema
informático de suporte à actividade dos agentes de execução.
Deste registo electrónico constam todos os elementos que permitam identificar o acto
praticado, cópia dos documentos respeitantes à sua efectivação e cópia dos documentos que,
eventualmente, o acompanhem.
Qualquer acto registado pode ser consultado no histórico electrónico do processo judicial
através do sistema informático CITIUS (cf. artigo 33.º da Portaria n.º 331-B/2009).
Índice
92. Quem é responsável pela guarda dos originais que não tenham sido juntos ao
processo?
Há dois intervenientes processuais que podem ser responsáveis pela guarda dos documentos
originais que não tenham sido juntos ao processo.
49
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
O responsável pela guarda dos originais que não tenham sido juntos ao processo é o
exequente quando se trate de documento apresentado por transmissão electrónica de dados.
Quando se tratar de um original de documento relativo à prática de um acto de execução ou
de acto incluído no âmbito das suas funções o responsável é o agente de execução, embora
este tenha sempre a obrigação de realizar o acto por via electrónica ou, se tal não for possível,
juntar cópia digitalizada ao processo electrónico de modo a cumprir a sua obrigação de
informar o exequente e o tribunal dos actos praticados.
Quanto à guarda dos documentos pelo agente de execução, veja-se a alínea f) do n.º 1 do
artigo 123.º e alínea b) do n.º 2 do artigo 131.º-A do ECS e artigo 5.º do Decreto-Lei n.º
202/2003, de 10 de Setembro.
Importa ainda, a este propósito, consultar a Portaria n.º 114/2008, de 6 de Fevereiro, na
redacção resultante da Portaria n.º 1538/2008, de 30 de Dezembro.
Índice
93. Deve o agente de execução informar o juiz de todas as diligências que realiza?
Não. O agente de execução regista a prática dos diversos actos de execução no sistema
informático de suporte à actividade do agente de execução e, ao fazê-lo, ficam disponíveis para
consulta pelo tribunal sempre que necessário.
Contudo, segundo o disposto na alínea d) do n.º 1 do artigo 123.º do ECS, o agente de
execução deve prestar ao tribunal os esclarecimentos que lhe forem solicitados sobre o
andamento das diligências de que seja incumbido.
Índice
94. Deve o agente de execução efectuar as citações e notificações que devam ter
lugar no âmbito de procedimentos incidentais de natureza declarativa?
O agente de execução apenas deve realizar as citações que devem ter lugar no âmbito de
procedimentos incidentais de natureza declarativa na medida em que o artigo 239.º do CPC o
determine, ou seja, quando se frustre a citação via postal.
Ao agente de execução estão reservadas apenas as diligências do processo de execução (cf. n.º
1 do artigo 808.º do CPC).
Índice
50
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
PENHORA
51
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Quando a penhora dos bens indicados nas referidas alíneas não permita, presumivelmente,
satisfazer o credor no prazo de seis meses, podem ser penhorados bens imóveis ou
estabelecimento comercial (cf. n.º 2 do mesmo artigo 834.º do CPC).
Permite-se, ainda, o reforço ou a substituição da penhora nos termos definidos nos nºs 3 a 6
do artigo 834.º do CPC.
Índice
98. O agente de execução tem sempre de começar pela penhora dos saldos
bancários?
Não. O agente de execução deve começar, preferencialmente, mas não necessariamente, pela
penhora dos saldos bancários (cf. alínea a) do n.º 1 do artigo 834.º do CPC).
Neste mesmo sentido, veja-se o n.º 2 do artigo 834.º e n.º 1 do artigo 835.º do CPC.
Índice
99. Que consequências advêm para o agente de execução quando não respeite a
ordem estabelecida no artigo 834.º do CPC?
A não observância, pelo agente de execução, da ordem de realização da penhora de bens do
executado, estabelecida pelas várias alíneas do n.º 1 do artigo 834.º do CPC, não acarreta
qualquer sanção ou consequência para o agente de execução.
Importa realçar que, se o agente de execução começar pela penhora de depósitos bancários,
deve remeter o processo para despacho judicial sob pena de incorrer em responsabilidade
disciplinar (cf. n.º 1 do artigo 861.º-A do CPC e alínea b) do n.º 1 do artigo 123.º e alínea f) do
n.º 2 do artigo 131-º-A do ECS).
Índice
Não. Cabendo agora ao agente de execução a prática de todas as diligências de execução, recai
sobre este um especial dever de comunicação perante o exequente, e não perante o tribunal,
dado que é o exequente o principal interessado na eficácia da execução.
Índice
103. De que modo é cumprido o dever de informação do exequente que recai sobre
o agente de execução?
Quando o requerimento executivo seja apresentado por transmissão electrónica de dados, a
informação sobre o resultado das diligências prévias à penhora, sobre as diligências efectuadas
e sobre o motivo de frustração da penhora é disponibilizada pelo sistema informático de
suporte à actividade dos agentes de execução ao exequente, através do sistema informático
CITIUS, no endereço electrónico http://citius.tribunaisnet.mj.pt.
Nos casos em que o requerimento executivo seja apresentado em suporte de papel, as
informações sobre o resultado das diligências prévias à penhora e sobre o motivo de
frustração da penhora são notificadas ao exequente, por carta registada, no prazo de 5 dias
após a obtenção da última informação. Estas informações são também transmitidas, perante
um pedido do exequente, preferencialmente por via electrónica, no prazo de 5 dias após a sua
recepção.
Quanto à informação sobre as diligências efectuadas, esta é transmitida a pedido do
exequente, preferencialmente por via electrónica, no prazo de 5 dias após a recepção do
pedido (cf. artigo 10.º da Portaria n.º 331-B/2009).
Índice
104. Que consequências advêm para o agente de execução quando não cumpra o
seu dever de informação perante o exequente?
53
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
O agente de execução de execução, quando não cumpra o seu dever de informação, incorre
em responsabilidade disciplinar, porquanto constitui ilícito disciplinar a não prestação
atempada das informações ou esclarecimentos devidos às partes (cf. artigo 837.º do CPC e
alínea h) do n.º 2 do artigo 131.º-A.º do ECS).
Índice
107. A requisição do auxílio das autoridades policiais para o acto de penhora deve
ser fundamentada?
Sim. O agente de execução deve fundamentar o requerimento de auxílio das autoridades
policiais, nos casos em que as portas estejam fechadas ou haja receio justificado de oposição
de resistência (cf. n.º 3 do artigo 840.º do CPC).
Na ausência de despacho judicial, o agente de execução pode solicitar directamente o auxílio
das entidades policiais, quando seja oposta alguma resistência (cf. n.º 2 do artigo 840.º do
CPC).
Índice
55
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
À luz da lei vigente, qualquer conservatória do registo predial tem competência para efectuar
os registos sobre determinado bem, independentemente da sua localização.
Índice
56
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
determina o levantamento desta (cf. n.º 4 do artigo 863.º-B do CPC), a realizar pelo agente de
execução.
Índice
118. Podem ser apresentados ao juiz requerimentos diversos (tais como indicações
de outros bens para penhora, informações a prestar aos autos com vista à
eficiente prossecução das diligências)?
Tais requerimentos não devem ser apresentados ao juiz ou à secretaria do tribunal, a não ser
que se trate de actos que dependam da actuação destes.
Índice
57
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
121. De que forma é publicitada a venda mediante propostas em carta fechada dos
bens penhorados?
Quando os bens imóveis penhorados não devam ser vendidos de outra forma, a venda
mediante propostas em carta fechada é publicitada pelo agente de execução, através de
anúncio em página informática de acesso público, no endereço electrónico
http://www.tribunaisnet.mj.pt (cf. artigo 35.º da Portaria n.º 331-A/2009) e da afixação de edital
na porta dos prédios urbanos a vender. Podem ser utilizados outros meios de divulgação
julgados úteis ou necessários pelo agente de execução, por sua iniciativa ou a sugestão dos
interessados na venda dos mesmos (cf. n.º 1 do artigo 890.º do CPC).
O anúncio contém:
A identificação do processo de execução;
O nome do executado;
A identificação do agente de execução;
As características do bem;
A modalidade da venda;
O valor para a venda;
O dia, hora e local de abertura das propostas;
O local e horário fixado para facultar a inspecção do bem;
Menção, sendo caso disso, ao facto de a sentença que serve de título executivo
estar pendente de recurso ou de oposição à execução ou à penhora.
58
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
O anúncio deve ainda conter quaisquer outras informações relevantes, designadamente ónus
ou encargos que incidam sobre o bem, bem como, sempre que possível, fotografia que
permita identificar as características exactas do bem e o seu estado de conservação.
Índice
124. Que bens estão sujeitos a remoção para depósito público ou equiparado?
Podem ser removidos para depósito público, salvo disposição em contrário, os bens móveis
não sujeitos a registo, bem como os bens móveis sujeitos a registo, quando seja necessária ou
conveniente a sua remoção efectiva, desde que a natureza do bem não seja incompatível com a
estrutura do armazém (cf. n.º 1 do artigo 37.º da Portaria n.º 331-B/2009).
Por seu turno, e salvo disposição em contrário, podem ser removidos para depósito
equiparado a depósito público os bens supra referidos, quando penhorados no âmbito de uma
59
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
execução em que o agente de execução titular do depósito é o agente designado (cf. n.º 1 do
artigo 38.º da Portaria n.º 331-B/2009).
Índice
Ouvido o executado, caso este não requeira de imediato a venda dos bens, é aceite a
consignação requerida. Neste caso, se ainda não tiver sido efectuada a citação de credores, esta
já não será realizada, antes se procedendo à consignação.
A consignação efectua-se por comunicação ao serviço de registo competente, sendo o registo
da consignação feito por averbamento ao registo da penhora (cf. nºs 4 e 5 do artigo 879.º do
CPC).
Índice
61
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
apresentada, se se tratar de venda mediante propostas em carta fechada (cf. n.º 2 do artigo
872.º e artigos 882.º a 885.º do CPC).
Índice
62
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
63
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
PROVIDÊNCIAS CAUTELARES
64
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
65
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
previstos no artigo 3.º da Portaria n.º 312/2009 (veja-se, sobre o pedido, o artigo 4.º e sobre a
decisão, o artigo 5.º da Portaria n.º 312/2009).
O reconhecimento confere às entidades requerentes a credenciação dos seus sistemas pelo
Ministério da Justiça para o efeito de criação de um elo de ligação entre os sistemas
reconhecidos, a lista pública de execuções e os centros de arbitragem da acção executiva (cf.
alínea b) do n.º 2 do artigo 16.º-A e n.º 2 do artigo 16.º-C do Decreto-Lei n.º 201/2003, artigo
18.º do Decreto-Lei n.º 226/2008 e artigo 2.º da Portaria n.º 312/2009).
Índice
67
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Extinta uma execução com pagamento parcial ou por inexistência de bens penhoráveis, o
executado é imediatamente notificado para, no prazo de 30 dias, pagar a quantia em dívida ou
aderir a um plano de pagamento de dívida elaborado por entidade reconhecida pelo Ministério
da Justiça, sob pena de o seu nome vir a ser incluído na lista pública de execuções (cf. n.º 2 do
artigo 16.º-A do Decreto-Lei n.º 201/2003 e artigos 2.º a 4.º da Portaria n.º 313/2009).
Garante-se, desta forma, ao executado uma última oportunidade para cumprir as suas
obrigações, o que permite evitar a sua inclusão na lista. Para o efeito, caso adopte um dos
referidos procedimentos, deve comunicar electronicamente o facto ao agente de execução e ao
Gabinete para a Resolução Alternativa de Litígios.
Se, decorrido o prazo, o executado não pagar nem aderir a um plano de pagamento, o agente
de execução efectua automática e electronicamente a inclusão dos dados na lista pública de
execuções (cf. artigo 4.º da Portaria n.º 313/2009).
Índice
152. Que outras formas existem à disposição do devedor para evitar ver o seu
nome na lista?
A adesão a um plano de pagamento elaborado com o auxílio de uma entidade reconhecida
pelo Ministério da Justiça obsta à inclusão do nome do executado na lista pública de
execuções.
Ver Capítulo anterior.
Índice
69
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
O executado pode requerer a alteração ou rectificação dos dados inscritos na lista pública de
execuções mediante o preenchimento de um formulário disponibilizado para o efeito no
endereço electrónico http://www.tribunaisnet.mj.pt, o qual, após validação electrónica, é
transmitido de imediato à secretaria do tribunal para se pronunciar sobre o mesmo no prazo
legal máximo de 2 dias úteis (cf. n.º 3 do artigo 16.º-B do Decreto-Lei n.º 201/2003 e artigo
8.º da Portaria n.º 313/2009). Decorrido este prazo sem que haja resposta da secretaria, são
retiradas, de imediato, as referências da lista pública até que a decisão seja proferida (cf. n.º 4
do artigo 16.º-B do Decreto-Lei n.º 201/2003).
Da decisão da secretaria, cabe ainda impugnação para o juiz (cf. n.º 6 do artigo 16.º-B do
Decreto-Lei n.º 201/2003).
Da lista pode constar, a pedido do interessado, a indicação de que um determinado dado ou
informação foi incluído incorrectamente, caso a reclamação tenha sido deferida (cf. n.º 8 do
artigo 16.º-B do Decreto-Lei n.º 201/2003).
Índice
70
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
como uma das condições que podem contribuir para o crescimento da confiança no
desempenho da economia portuguesa. Por outro lado, trata-se de evitar, a montante,
processos judiciais sem viabilidade e cuja pendência prejudica a tramitação de outros
efectivamente necessários para assegurar uma tutela jurisdicional efectiva do direito de acesso
à Justiça em prazo razoável.
A informação constante desta lista pode ser um precioso auxiliar na detecção de situações de
incobrabilidade de dívidas e na prevenção de acções judiciais inúteis, nomeadamente através
do fornecimento público de elementos sobre as partes contratantes, podendo contribuir para
uma formação mais responsável da decisão de contratar.
Índice
157. A lista pública de execuções vai permitir recuperar mais facilmente o IVA?
Sim. A Lista Pública de Execuções vai ajudar a recuperar o IVA para dívidas até 8.000€,
permitindo que o dinheiro do imposto seja devolvido mais rapidamente (cf. artigo 78.º do
Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado).
Se uma empresa celebrar um contrato com alguém que não lhe pagou e que, depois, venha a
ser incluído na Lista Pública de Execuções, pode recuperar o IVA que teve de entregar às
Finanças sem mais formalidades, desde que tenha tentado recuperar esse crédito por escrito
(ex: através de uma carta). Deixa de ser necessário levar a cabo formalidades que envolvem
custos como mover injunções, pedir certidões do registo informático de execuções, pedir
pareceres a Revisores Oficiais de Contas ou lançar acções judiciais.
Índice
71
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
72
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
73
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
legitimidade democrática.
Sempre que na ordem de trabalhos das reuniões da CPEE sejam incluídos assuntos da
competência específica da jurisdição administrativa ou do Ministério Público, participam no
debate e na votação desses assuntos um vogal designado pelo Conselho Superior dos
Tribunais Administrativos e Fiscais ou pelo Conselho Superior do Ministério Público,
respectivamente.
Pode ainda a Comissão solicitar a participação de representantes de outras entidades
relevantes para a discussão e execução de tarefas específicas.
Índice
74
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
76
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
77
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
78
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
79
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
173. No que respeita ao acesso, admissão e estágio dos agentes de execução, qual é,
em síntese, o papel da entidade externa e independente escolhida pela Comissão
para a Eficácia das Execuções?
A entidade externa e escolhida pela CPEE é responsável por:
Elaborar e definir os critérios de avaliação do exame anónimo de admissão a estágio de
agente de execução, o qual versará sobre o processo executivo;
Avaliar o exame anónimo de admissão a estágio de agente de execução;
Avaliar o trabalho desenvolvido pelo estagiário durante os 10 meses de estágio, devendo
levar em linha de conta, designadamente:
o A auto-avaliação do estagiário;
o Uma discussão com o estagiário acerca dos processos em que teve intervenção e
dos actos que praticou;
o O grau de aplicação dos conhecimentos adquiridos na primeira parte do estágio,
designadamente as matérias leccionadas durante o curso de formação destinado
aos solicitadores ou advogados admitidos a estágio, tais como as matérias
relativas às seguintes áreas: direitos fundamentais, novas tecnologias de
informação e de comunicação a utilizar no desempenho das funções de agente
de execução, técnicas de resolução de conflitos (designadamente em situações de
sobreendividamento) e fiscalidade e contabilidade do processo aplicada às
funções de agente de execução;
o A informação fornecida pelo orientador.
A entidade externa e independente, tendo exclusivamente em vista a avaliação final do
estagiário, e estando obrigada aos mesmos deveres de sigilo que o agente de execução, pode
aceder aos dados dos processos executivos em que o agente de execução estagiário teve
intervenção, por via preferencialmente electrónica.
Índice
Índice
176. Como se garante que um advogado não é, ao mesmo tempo, parte interessada
na execução e agente de execução?
As alterações às normas deontológicas dos agentes de execução (ECS e Estatuto da Ordem
dos Advogados - EOA) contêm regras precisas sobre as incompatibilidades, os impedimentos
e as suspeições do agente de execução.
A imparcialidade é assegurada uma vez que essa situação constitui um impedimento de
exercício das funções de agente de execução, verificando-se, designadamente, quando:
Tenha representado judicialmente alguma das partes, nos últimos dois anos;
Seja parte na causa, por si ou como representante de outra pessoa, ou nela tenha um
interesse que lhe permitiria ser parte principal;
Tenha participado no título que serve de base à execução.
Fica claro, nessas normas, que um agente de execução, respectivos sócios e agentes de
execução com o mesmo domicílio profissional não podem exercer o mandato em qualquer
execução (cf. artigos 120.º e 121.º do ECS).
Índice
81
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
O agente de execução que haja participado na obtenção do título que serve de base à
execução (cf. alínea a) do n.º 2 do artigo 121.º do ECS);
O agente de execução que tenha agido em representação judicial de alguma das partes,
ocorrida nos últimos dois anos (cf. alínea b) do n.º 2 do artigo 121.º do ECS);
Os deputados à Assembleia da República, como autores nas acções cíveis contra o Estado
(cf. alínea a) do n.º 1 do artigo 115.º, por força do n.º 4 do artigo 121.º do ECS);
Os deputados às Assembleias Regionais, como autores nas acções cíveis contra as
Regiões Autónomas (cf. alínea b) do n.º 1 do artigo 115.º, por força do n.º 4 do artigo
121.º do ECS);
Os vereadores, nas acções em que sejam partes os respectivos municípios (cf. alínea c) do
n.º 1 do artigo 115.º, por força do n.º 4 do artigo 121.º do ECS);
Os funcionários ou agentes administrativos, na situação de aposentados, de inactividade,
de licença ilimitada ou de reserva, em quaisquer assuntos em que estejam em causa os
serviços públicos ou administrativos a que estiveram ligados, durante um período de três
anos a contar da data em que tenham passado a estar numa daquelas referidas situações
(cf. alínea d) do n.º 1 do artigo 115.º, por força do n.º 4 do artigo 121.º do ECS);
Quando o agente de execução seja parte na causa, por si ou como representante de outra
pessoa, ou quando nela tenha um interesse que lhe permitisse ser parte principal (cf.
alínea a) do n.º 1 do artigo 122.º, por força do n.º 2 do artigo 125.º, ambos do CPC, por
remissão do n.º 1 do artigo 121.º do ECS);
Quando seja parte da causa, por si ou como representante de outra pessoa, o seu cônjuge
ou algum seu parente ou afim, ou em linha recta ou no segundo grau da linha colateral, ou
quando alguma destas pessoas tenha na causa um interesse que lhe permita figurar nela
como parte principal (cf. alínea b) do n.º 1 do artigo 122.º, por força do n.º 2 do artigo
125.º, ambos do CPC, por remissão do n.º 1 do artigo 121.º do ECS);
Quando esteja em situação prevista nas alíneas anteriores pessoa que com o agente de
execução viva em economia comum (cf. alínea i) do n.º 1 do artigo 122.º, por força do n.º
2 do artigo 125.º, ambos do CPC, por remissão do n.º 1 do artigo 121.º do ECS);
Quando tenham intervindo na causa como mandatários ou peritos de qualquer das partes
(cf. n.º 2 do artigo 125.º do CPC, por força do n.º 1 do artigo 121.º do ECS).
O agente de execução está impedido de intervir na causa sempre que esteja numa situação
que diminua a amplitude do exercício das suas funções, por referência a determinada
82
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
relação com a parte, com os assuntos em causa ou por inconciliável disponibilidade para a
profissão (cf. n.º 1 do artigo 78.º do EOA, por força do n.º 4 do artigo 121.º do ECS);
O agente de execução está impedido de praticar actos profissionais e de mover qualquer
influência junto de entidades, públicas ou privadas, onde desempenhe ou tenha
desempenhado funções cujo exercício possa suscitar, em concreto, uma
incompatibilidade, se aqueles actos ou influências entrarem em conflito com as regras
deontológicas (cf. n.º 2 do artigo 78.º do EOA, por força do n.º 4 do artigo 121.º do
ECS).
O solicitador ou advogado que foi agente de execução está impedido de exercer mandato
judicial em representação do exequente ou do executado, durante três anos contados a partir
da extinção da execução na qual tenha assumido as funções de agente de execução.
Os impedimentos a que está sujeito o agente de execução estendem-se aos respectivos sócios
e a advogados ou solicitadores com o mesmo domicílio profissional.
Índice
83
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Praticar actos próprios da sua qualidade de agente de execução sem que para tal tenha
sido designado, exceder o âmbito da sua competência ou usar meios ou expedientes
ilegais ou desproporcionais no exercício das suas funções;
Prejudicar dolosamente o exequente ou o executado;
Não prestar atempadamente as informações ou esclarecimentos que lhe sejam pedidos
pelas partes ou solicitados pelo tribunal ou não cumprir ou executar as decisões do juiz;
Não entregar ao cliente, à Câmara ou ao Estado as quantias a estes devidos, decorrentes
da sua intervenção nas execuções;
Contratar ou manter funcionários ou colaboradores sem cumprir o regulamento
específico aprovado pela assembleia-geral da Câmara dos Solicitadores.
Falta de provisão ou indícios de irregularidades na movimentação da conta-cliente;
Indícios da existência de irregularidades no relatório do agente de execução substituto
sobre a situação das execuções e os respectivos acertos de contas.
A violação, por acção ou omissão, dos deveres consagrados no Estatuto da Câmara dos
Solicitadores, nas demais disposições legais aplicáveis e nos regulamentos internos.
Índice
Índice
85
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
ano;
Suspensão até 2 anos, e anotação na lista de agentes de execução;
Suspensão superior a 2 anos e até 5 anos;
Suspensão superior a 5 anos e até 10 anos;
Cancelamento da inscrição e do registo como agente de execução (consiste no
afastamento do exercício das funções de agente de execução).
Índice
184. Quais as penas disciplinares aplicáveis aos agentes de execução que também
são publicadas na lista de agentes de execução?
São publicadas na lista de agentes de execução disponível no sítio oficial da Câmara dos
Solicitadores e em página informática de acesso público no endereço electrónico
http://www.tribunaisnet.mj.pt as seguintes penas disciplinares:
Multa de € 500 a € 25.000;
Suspensão até 2 anos;
Suspensão superior a 2 anos e até 5 anos;
Suspensão superior a 5 anos e até 10 anos;
Cancelamento da inscrição e do registo como agente de execução, ou seja, afastamento
do exercício das funções de agente de execução.
Índice
86
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Sobre este Capítulo ver em especial os artigos 69.º-B a 69.º-F do ECS e, ainda, os artigos 116.º
a 131.º-C do ECS.
Índice
87
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
189. Se uma das partes quiser recorrer a um centro de arbitragem, a outra parte é
obrigada a fazê-lo?
Não. A submissão de um processo de execução a um centro de arbitragem depende da
celebração de convenção de arbitragem, de acordo com os requisitos que a legislação que
regula a arbitragem voluntária estabelece (cf. n.º 1 do artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 226/2008
e a Lei n.º 31/86, de 29 de Agosto, na redacção resultante do Decreto-Lei n.º 38/2003, de 8
de Março).
88
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
193. Nos centros de arbitragem, a quem compete a prática dos actos do processo
de execução da competência do juiz, previstos no CPC?
Nos centros de arbitragem, a prática dos actos do processo de execução da competência do
juiz, designadamente a decisão da oposição à execução e da oposição à penhora, a verificação
e graduação de créditos e respectivas reclamações e impugnações, bem como a decisão das
reclamações dos actos da competência dos agentes de execução, são da competência dos juízes
árbitros (cf. n.º 1 do artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 226/2008).
Índice
194. Nos centros de arbitragem, a quem compete a prática dos actos do processo
de execução da competência do agente de execução, previstos no CPC?
89
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
LIVRO III
Do processo
TÍTULO III
1 Apesar do cuidado e rigor colocados na elaboração da presente compilação, devem os textos dos
diplomas legais aqui referidos ser confirmados junto das publicações oficiais.
91
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Do processo de execução
SUBTÍTULO I
Das disposições gerais
Artigo 801.º
Âmbito de aplicação
1 - As disposições subsequentes aplicam-se, na falta de disposição especial em contrário e em
tudo o que se mostre compatível, a todas as espécies e formas de processo executivo.
2 - A tramitação dos processos executivos é efectuada electronicamente, nos termos do artigo
138.º-A.
Artigo 802.º
Requisitos da obrigação exequenda
A execução principia pelas diligências, a requerer pelo exequente, destinadas a tornar a
obrigação certa, exigível e líquida, se o não for em face do título executivo.
Artigo 803.º
Escolha da prestação na obrigação alternativa
1 - Quando a obrigação seja alternativa e pertença ao devedor a escolha da prestação, este é
citado pelo agente de execução para se opor à execução e notificado para, no mesmo prazo da
oposição, se outro não tiver sido fixado pelas partes, declarar por qual das prestações opta.
2 - Cabendo a escolha a terceiro, este é notificado para a efectuar, nos termos do n.º 1.
3 - Na falta de escolha pelo devedor ou por terceiro, bem como no caso de haver vários
devedores e não ser possível formar maioria quanto à escolha, esta é efectuada pelo credor.
Artigo 804.º
Obrigação condicional ou dependente de prestação
1 - Quando a obrigação esteja dependente de condição suspensiva ou de uma prestação por
parte do credor ou de terceiro, incumbe ao credor provar documentalmente, perante o agente
de execução, que se verificou a condição ou que se efectuou ou ofereceu a prestação.
2 - Quando a prova não possa ser feita por documentos, o credor, ao requerer a execução,
oferece de imediato as respectivas provas.
92
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 805.º
Liquidação
1 - Sempre que for ilíquida a quantia em dívida, o exequente deve especificar os valores que
considera compreendidos na prestação devida e concluir o requerimento executivo com um
pedido líquido.
2 - Quando a execução compreenda juros que continuem a vencer-se, a sua liquidação é feita a
final, pelo agente de execução, em face do título executivo e dos documentos que o exequente
ofereça em conformidade com ele ou, sendo caso disso, em função das taxas legais de juros de
mora aplicáveis.
3 - Além do disposto no número anterior, o agente de execução liquida, ainda, mensalmente e
no momento da cessação da aplicação da sanção pecuniária compulsória, as importâncias
devidas em consequência da imposição de sanção pecuniária compulsória, notificando o
executado da liquidação.
4 - Quando, não sendo o título executivo uma sentença judicial, a liquidação não dependa de
simples cálculo aritmético, o agente de execução cita, de imediato, o executado para a
contestar, em oposição à execução, com a advertência de que, na falta de contestação, a
obrigação se considera fixada nos termos do requerimento executivo, salvo o disposto no
artigo 485.º
5 - Nos casos previstos no número anterior, havendo contestação ou sendo a revelia
inoperante, aplicam-se os nºs 3 e 4 do artigo 380.º
6 - A liquidação por árbitros, quando deva ter lugar para o efeito de execução fundada em
título diverso de sentença, realiza-se, nos termos do artigo 380.º-A, antes de apresentado o
requerimento executivo; a nomeação é feita nos termos aplicáveis à arbitragem voluntária,
93
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 806.º
Registo informático de execuções
1 - O registo informático de execuções contém o rol das execuções pendentes e, relativamente
a cada uma delas, a seguinte informação:
a) Identificação do processo de execução;
b) Identificação do agente de execução;
c) Identificação das partes, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 467.º e incluindo
ainda, sempre que possível, o número de identificação de pessoa colectiva, a filiação
e os números de identificação civil e de identificação fiscal;
d) Pedido;
e) Bens indicados para penhora;
f) Bens penhorados;
g) Identificação dos créditos reclamados.
2 - Do mesmo registo consta também o rol das execuções findas ou suspensas, mencionando-
se, além dos elementos referidos no número anterior:
a) (Revogada.);
b) A extinção com pagamento parcial;
c) A extinção da execução por não terem sido encontrados bens penhoráveis, nos
termos do disposto no n.º 3 do artigo 832.º e no n.º 6 do artigo 833.º-B.
3 - Os dados constantes dos números anteriores são introduzidos diariamente pelo agente de
execução.
4 - Na sequência de despacho judicial, procede-se ainda à introdução dos seguintes dados:
94
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 807.º
Rectificação, actualização, eliminação e consulta dos dados
1 - A rectificação ou actualização dos dados inscritos no registo informático de execuções
pode ser requerida pelo respectivo titular, a todo o tempo.
2 - A menção de a execução ter findado com pagamento parcial ou ter sido extinta, nos
termos das alíneas b) e c) do n.º 2 do artigo anterior, pode ser eliminada a requerimento do
devedor, logo que este prove o cumprimento da obrigação.
3 - Após o pagamento integral, o registo da execução finda é eliminado imediata e
oficiosamente pelo agente de execução.
4 - A consulta do registo informático de execuções pode ser efectuada:
a) Por magistrado judicial ou do Ministério Público;
b) Por pessoa capaz de exercer o mandato judicial ou agente de execução;
c) Pelo titular dos dados;
d) Por quem tenha relação contratual ou pré-contratual com o titular dos dados ou
revele outro interesse atendível na consulta, mediante consentimento do titular ou
autorização dada pela entidade indicada no diploma previsto no número seguinte.
5 - O registo informático de execuções é regulado em diploma próprio.
Artigo 808.º
Agente de execução
1 - Cabe ao agente de execução, salvo quando a lei determine o contrário, efectuar todas as
diligências de execução, incluindo, nos termos de portaria do membro do Governo
responsável pela área da justiça, as citações, notificações e publicações.
2 - Compete ao agente de execução liquidar os créditos dos credores e efectuar imediatamente
todos os pagamentos nos termos do Regulamento das Custas Processuais.
95
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 809.º
Juiz de execução
1 - Sem prejuízo de outras intervenções estabelecidas na lei, compete ao juiz de execução:
a) Proferir despacho liminar, quando deva ter lugar;
b) Julgar a oposição à execução e à penhora, bem como verificar e graduar os créditos,
no prazo máximo de três meses contados da oposição ou reclamação;
c) Julgar, sem possibilidade de recurso, as reclamações de actos e impugnações de
decisões do agente de execução, no prazo de 10 dias;
d) Decidir outras questões suscitadas pelo agente de execução, pelas partes ou por
terceiros intervenientes, no prazo de cinco dias.
2 - Quando os pedidos de intervenção do juiz, ao abrigo das alíneas c) e d) do número
anterior, sejam manifestamente injustificados, o juiz pode aplicar multa aos requerentes que
não sejam agentes de execução.
3 - Quando os pedidos de intervenção do juiz efectuados por agente de execução ao abrigo
das alíneas a) e d) do n.º 1 sejam manifestamente injustificados, o juiz aplica multa de
montante fixado entre 0,5 e 5 UC e notifica, por meios electrónicos, o órgão com competência
disciplinar sobre os agentes de execução.
SUBTÍTULO II
Da execução para pagamento de quantia certa
CAPÍTULO ÚNICO
Do processo comum
SECÇÃO I
Fase introdutória
Artigo 810.º
Requerimento executivo
1 - No requerimento executivo, dirigido ao tribunal de execução, o exequente:
97
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
12 - A designação do agente de execução fica sem efeito se ele declarar que não a aceita por
meios electrónicos, nos termos a definir por portaria do membro do Governo responsável
pela área da justiça.
Artigo 811.º
Recusa do requerimento
1 - O agente de execução recusa receber o requerimento quando:
a) Não obedeça ao modelo aprovado ou omita alguns dos requisitos impostos pelo n.º
1 do artigo 810.º;
b) Não seja apresentada a cópia ou o título executivo ou seja manifesta a insuficiência
da cópia ou do título apresentado;
c) Se verifique omissão prevista nas alíneas f), g) e h) do n.º 1 do artigo 474.º
2 - Do acto de recusa cabe reclamação para o juiz, cuja decisão é irrecorrível, salvo quando se
funde na insuficiência do título ou na falta de exposição dos factos.
3 - O exequente pode apresentar outro requerimento executivo ou o documento em falta nos
10 dias subsequentes à recusa de recebimento ou à notificação da decisão judicial que a
confirme, considerando-se o novo requerimento apresentado na data da primeira
apresentação.
4 - Findo o prazo referido no número anterior sem que tenha sido apresentado outro
requerimento ou o documento em falta, extingue-se a execução, sendo dela notificado apenas
o exequente.
Artigo 811.º-A
Designação do agente de execução pela secretaria
1 - Não tendo o exequente designado o agente de execução ou ficando a designação sem
efeito, é esta feita pela secretaria, segundo a escala constante da lista informática fornecida pela
Câmara dos Solicitadores.
2 - A designação referida no número anterior é integralmente realizada por meios electrónicos,
os quais devem garantir aleatoriedade no resultado e igualdade na distribuição do serviço, de
entre os agentes de execução inscritos ou registados na comarca ou, na sua falta, entre os
inscritos ou registados nas comarcas limítrofes.
3 - O agente de execução designado nos termos dos números anteriores é notificado pela
secretaria da sua designação, por meios electrónicos.
100
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 811.º-B
[…]
(Revogado.)
Artigo 812.º-C
Diligências iniciais
Sem prejuízo do disposto no artigo seguinte, o agente de execução que receba o processo
analisa-o e inicia imediatamente as consultas e as diligências prévias à penhora nos termos dos
artigos 832.º e 833.º-A, e procede à penhora nas execuções baseadas em:
a) Decisão judicial ou arbitral;
b) Requerimento de injunção no qual tenha sido aposta a fórmula executória;
c) Documento exarado ou autenticado, por notário ou por outras entidades ou
profissionais com competência para tal, ou documento particular com
reconhecimento presencial da assinatura do devedor, desde que:
i) O montante da dívida não exceda a alçada do tribunal da relação e seja
apresentado documento comprovativo da interpelação do devedor, quando
tal fosse necessário ao vencimento da obrigação;
ii) Excedendo o montante da dívida a alçada do tribunal da relação, o
exequente mostre ter exigido o cumprimento por notificação judicial avulsa
ou equiparada;
d) Qualquer outro título de obrigação pecuniária vencida de montante não superior à
alçada do tribunal da relação, desde que não tenham sido indicados à penhora, pelo
exequente, estabelecimento comercial, direito real menor que sobre eles incida ou
quinhão em património que os inclua.
Artigo 812.º-D
Remessa do processo para despacho liminar
101
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 812.º-E
Indeferimento liminar
1 - Nos casos previstos no artigo anterior, o juiz indefere liminarmente o requerimento
executivo quando:
a) Seja manifesta a falta ou insuficiência do título;
b) Ocorram excepções dilatórias, não supríveis, de conhecimento oficioso;
c) Fundando-se a execução em título negocial, seja manifesto, face aos elementos
constantes dos autos, a inexistência de factos constitutivos ou a existência de factos
impeditivos ou extintivos da obrigação exequenda que ao juiz seja lícito conhecer.
2 - É admitido o indeferimento parcial, designadamente quanto à parte do pedido que exceder
os limites constantes do título executivo.
3 - Fora dos casos previstos no n.º 1, o juiz convida o exequente a suprir as irregularidades do
requerimento executivo, bem como a sanar a falta de pressupostos, aplicando-se, com as
necessárias adaptações, o disposto no n.º 2 do artigo 265.º
4 - Não sendo o vício suprido ou a falta corrigida dentro do prazo marcado, é indeferido o
requerimento executivo.
102
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
5 - Quando o processo deva prosseguir e, no caso do n.º 3 do artigo 804.º, o devedor deva ser
ouvido, o juiz profere despacho de citação do executado para, no prazo de 20 dias, pagar ou
opor-se à execução.
Artigo 812.º-F
Citação prévia e dispensa de citação prévia
1 - A penhora é efectuada sem citação prévia do executado nos casos do artigo 812.º-C,
excepto quando a citação prévia pelo agente de execução tenha sido requerida pelo exequente.
2 - Nos processos remetidos ao juiz pelo agente de execução para despacho liminar nos
termos do artigo 812.º-D, há sempre citação prévia, sem necessidade de despacho do juiz:
a) Quando, em execução movida apenas contra o devedor subsidiário, o exequente não
tenha pedido a dispensa da citação prévia;
b) No caso do n.º 4 do artigo 805.º;
c) Nas execuções fundadas em título extrajudicial de empréstimo contraído para
aquisição de habitação própria hipotecada em garantia;
d) Quando, no registo informático de execuções, conste a menção da frustração, total
ou parcial, de anterior acção executiva movida contra o executado.
3 - Nos processos remetidos ao juiz pelo agente de execução, de acordo com o artigo 812.º-D,
o exequente pode requerer que a penhora seja efectuada sem a citação prévia do executado,
tendo para o efeito de alegar factos que justifiquem o receio de perda da garantia patrimonial
do seu crédito e oferecer de imediato os meios de prova.
4 - No caso previsto no número anterior, o juiz, produzidas as provas, dispensa a citação
prévia do executado quando se mostre justificado o alegado receio de perda da garantia
patrimonial do crédito exequendo.
5 - Ocorrendo especial dificuldade em efectuar a citação prévia, designadamente por ausência
do citando em parte certa, o juiz pode dispensar a sua realização, a requerimento do
exequente, quando, nos termos do n.º 3, a demora justifique o justo receio de perda da
garantia patrimonial do crédito.
SECÇÃO II
Oposição à execução
Artigo 813.º
103
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 814.º
Fundamentos de oposição à execução baseada em sentença ou injunção
1 – Fundando-se a execução em sentença, a oposição só pode ter algum dos fundamentos
seguintes:
a) Inexistência ou inexequibilidade do título;
b) Falsidade do processo ou do traslado ou infidelidade deste, quando uma ou outra
influa nos termos da execução;
c) Falta de qualquer pressuposto processual de que dependa a regularidade da instância
executiva, sem prejuízo do seu suprimento;
d) Falta ou nulidade da citação para a acção declarativa quando o réu não tenha
intervindo no processo;
e) Incerteza, inexigibilidade ou iliquidez da obrigação exequenda, não supridas na fase
introdutória da execução;
f) Caso julgado anterior à sentença que se executa;
g) Qualquer facto extintivo ou modificativo da obrigação, desde que seja posterior ao
encerramento da discussão no processo de declaração e se prove por documento. A
prescrição do direito ou da obrigação pode ser provada por qualquer meio;
h) Tratando-se de sentença homologatória de confissão ou transacção, qualquer causa
de nulidade ou anulabilidade desses actos.
2 - O disposto no número anterior aplica-se, com as necessárias adaptações, à oposição à
execução fundada em requerimento de injunção ao qual tenha sido aposta fórmula executória,
desde que o procedimento de formação desse título admita oposição pelo requerido.
104
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
3 - Nas execuções baseadas em requerimento de injunção ao qual tenha sido aposta fórmula
executória, o expediente respeitante à injunção é enviado oficiosamente e exclusivamente por
via electrónica ao tribunal competente para a execução.
Artigo 815.º
Fundamentos de oposição à execução baseada em decisão arbitral
São fundamentos de oposição à execução baseada em sentença arbitral não só os previstos no
artigo anterior mas também aqueles em que pode basear-se a anulação judicial da mesma
decisão.
Artigo 816.º
Fundamentos de oposição à execução baseada noutro título
Não se baseando a execução em sentença ou em requerimento de injunção ao qual tenha sido
aposta fórmula executória, além dos fundamentos de oposição especificados no n.º 1 do artigo
814.º, na parte em que sejam aplicáveis, podem ser alegados quaisquer outros que possam ser
invocados no processo de declaração.
Artigo 817.º
Termos da oposição à execução
1 - A oposição à execução corre por apenso, sendo indeferida liminarmente quando:
a) Tiver sido deduzida fora do prazo;
b) O fundamento não se ajustar ao disposto nos artigos 814.º a 816.º;
c) For manifestamente improcedente.
2 - Se for recebida a oposição, o exequente é notificado para contestar, dentro do prazo de 20
dias, seguindo-se, sem mais articulados, os termos do processo sumário de declaração.
3 - À falta de contestação é aplicável o disposto no n.º 1 do artigo 484.º e no artigo 485.º, não
se considerando, porém, confessados os factos que estiverem em oposição com os
expressamente alegados pelo exequente no requerimento executivo.
4 - A procedência da oposição à execução extingue a execução, no todo ou em parte.
Artigo 818.º
Efeito do recebimento da oposição
105
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 819.º
Responsabilidade do exequente
Procedendo a oposição à execução sem que tenha tido lugar a citação prévia do executado, o
exequente responde pelos danos a este culposamente causados e incorre em multa
correspondente a 10% do valor da execução, ou da parte dela que tenha sido objecto de
oposição, mas não inferior a 10 UC nem superior ao dobro do máximo da taxa de justiça,
quando não tenha agido com a prudência normal, sem prejuízo da responsabilidade criminal
em que possa também incorrer.
Artigo 820.º
Rejeição e aperfeiçoamento
1 - Sem prejuízo da remessa do processo para despacho liminar nos termos do disposto no
artigo 812.º-C, o juiz pode conhecer oficiosamente das questões a que aludem os nºs 1 e 3 do
artigo 812.º-E, bem como a alínea g) do artigo 812.º-D, até ao primeiro acto de transmissão de
bens penhorados.
2 - Rejeitada a execução ou não sendo o vício suprido ou a falta corrigida, a execução
extingue-se, ordenando-se o levantamento da penhora, sem prejuízo de prosseguir com
objecto restrito quando a rejeição for parcial.
SECÇÃO III
Penhora
106
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
SUBSECÇÃO I
Bens que podem ser penhorados
Artigo 821.º
Objecto da execução
1 - Estão sujeitos à execução todos os bens do devedor susceptíveis de penhora que, nos
termos da lei substantiva, respondem pela dívida exequenda.
2 - Nos casos especialmente previstos na lei, podem ser penhorados bens de terceiro, desde
que a execução tenha sido movida contra ele.
3 - A penhora limita-se aos bens necessários ao pagamento da dívida exequenda e das
despesas previsíveis da execução, as quais se presumem, para o efeito de realização da penhora
e sem prejuízo de ulterior liquidação, no valor de 20%, 10% e 5% do valor da execução,
consoante, respectivamente, este caiba na alçada do tribunal da comarca, a exceda, sem
exceder o valor de quatro vezes a alçada do tribunal da relação, ou seja superior a este último
valor.
Artigo 822.º
Bens absoluta ou totalmente impenhoráveis
São absolutamente impenhoráveis, além dos bens isentos de penhora por disposição especial:
a) As coisas ou direitos inalienáveis;
b) Os bens do domínio público do Estado e das restantes pessoas colectivas públicas;
c) Os objectos cuja apreensão seja ofensiva dos bons costumes ou careça de
justificação económica, pelo seu diminuto valor venal;
d) Os objectos especialmente destinados ao exercício de culto público;
e) Os túmulos;
f) Os bens imprescindíveis a qualquer economia doméstica que se encontrem na
residência permanente do executado, salvo se se tratar de execução destinada ao
pagamento do preço da respectiva aquisição ou do custo da sua reparação;
g) Os instrumentos indispensáveis aos deficientes e os objectos destinados ao
tratamento de doentes.
Artigo 823.º
Bens relativamente impenhoráveis
107
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
1 - Estão isentos de penhora, salvo tratando-se de execução para pagamento de dívida com
garantia real, os bens do Estado e das restantes pessoas colectivas públicas, de entidades
concessionárias de obras ou serviços públicos ou de pessoas colectivas de utilidade pública,
que se encontrem especialmente afectados à realização de fins de utilidade pública.
2 - Estão também isentos de penhora os instrumentos de trabalhos e os objectos
indispensáveis ao exercício da actividade ou formação profissional do executado, salvo se:
a) O executado os indicar para penhora;
b) A execução se destinar ao pagamento do preço da sua aquisição ou do custo da sua
reparação;
c) Forem penhorados como elementos corpóreos de um estabelecimento comercial.
Artigo 824.º
Bens parcialmente penhoráveis
1 - São impenhoráveis:
a) Dois terços dos vencimentos, salários ou prestações de natureza semelhante,
auferidos pelo executado;
b) Dois terços das prestações periódicas pagas a título de aposentação ou de outra
qualquer regalia social, seguro, indemnização por acidente ou renda vitalícia, ou de
quaisquer outras pensões de natureza semelhante.
2 - A impenhorabilidade prescrita no número anterior tem como limite máximo o montante
equivalente a três salários mínimos nacionais à data de cada apreensão e como limite mínimo,
quando o executado não tenha outro rendimento e o crédito exequendo não seja de alimentos,
o montante equivalente a um salário mínimo nacional.
3 - Na penhora de dinheiro ou de saldo bancário de conta à ordem, é impenhorável o valor
global correspondente a um salário mínimo nacional.
4 – A requerimento do executado, o agente de execução, ouvido o exequente, isenta de
penhora os rendimentos daquele, pelo prazo de seis meses, se o agregado familiar do
requerente tiver um rendimento relevante para efeitos de protecção jurídica igual ou inferior a
três quartos do valor do Indexante de Apoios Sociais.
5 - A requerimento do executado, o agente de execução, ouvido o exequente, reduz para
metade a parte penhorável dos rendimentos daquele, pelo prazo de seis meses, se o agregado
familiar requerente tiver um rendimento relevante para efeitos de protecção jurídica superior a
três quartos e igual ou inferior a duas vezes e meia do valor do Indexante de Apoios Sociais.
108
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
6 - Para além das situações previstas nos nºs 4 e 5, a requerimento do executado, pode o
agente de execução, ouvido o exequente, propor ao juiz a redução, por período que considere
razoável, da parte penhorável dos rendimentos, ponderados o montante e a natureza do
crédito exequendo, bem como as necessidades do executado e do seu agregado familiar.
7 - O agente de execução pode, a requerimento do exequente e ponderados o montante e a
natureza do crédito exequendo e o estilo de vida e as necessidades do executado e do seu
agregado familiar, ouvido o executado, propor ao juiz o afastamento do disposto no n.º 3 e
reduzir o limite mínimo imposto no n.º 2, salvo no caso de pensão ou regalia social.
8 - As decisões do agente de execução previstas nos nºs 4 a 7 são fundamentadas e
susceptíveis de reclamação para o juiz.
9 - As propostas enviadas pelo agente de execução ao tribunal nos termos dos nºs 6 e 7
contêm um projecto de decisão fundamentada que o juiz pode sustentar.
Artigo 824.º-A
Impenhorabilidade de quantias pecuniárias ou depósitos bancários
São impenhoráveis a quantia em dinheiro ou o depósito bancário resultantes da satisfação de
crédito impenhorável, nos mesmos termos em que o era o crédito originariamente existente.
Artigo 825.º
Penhora de bens comuns do casal
1 - Quando, em execução movida contra um só dos cônjuges, sejam penhorados bens comuns
do casal, por não se conhecerem bens suficientes próprios do executado, cita-se o cônjuge do
executado para, no prazo de que dispõe para a oposição, requerer a separação de bens ou
juntar certidão comprovativa da pendência de acção em que a separação já tenha sido
requerida.
2 - Quando o exequente tenha fundamentadamente alegado que a dívida, constante de título
diverso de sentença, é comum, é ainda o cônjuge do executado citado para, em alternativa e
no mesmo prazo, declarar se aceita a comunicabilidade da dívida, baseada no fundamento
alegado, com a cominação de, se nada disser, a dívida ser considerada comum, para os efeitos
da execução e sem prejuízo da oposição que contra ela deduza.
3 - Quando a dívida for considerada comum, nos termos do número anterior, a execução
prossegue também contra o cônjuge não executado, cujos bens próprios podem nela ser
subsidiariamente penhorados; se, antes dos bens comuns, tiverem sido penhorados os seus
109
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
bens próprios e houver bens comuns suficientes, pode o executado inicial requerer a
substituição dos bens penhorados.
4 - Tendo o cônjuge recusado a comunicabilidade, mas não tendo requerido a separação de
bens nem apresentado certidão de acção pendente, a execução prossegue sobre os bens
comuns.
5 - Não tendo o exequente invocado a comunicabilidade da dívida, nos termos do n.º 2, pode
qualquer dos cônjuges, no prazo da oposição, requerer a separação de bens ou juntar a
certidão de acção pendente, sob pena de a execução prosseguir nos bens penhorados.
6 - Pode também o executado, no mesmo prazo, alegar fundamentadamente que a dívida,
constante de título diverso de sentença, é comum, caso em que o cônjuge não executado, se
não tiver requerido a separação de bens, é notificado nos termos e para os efeitos do n.º 2,
aplicando-se os nºs 3 e 4, se não houver oposição do exequente.
7 - Apensado o requerimento em que se pede a separação, ou junta a certidão, a execução fica
suspensa até à partilha; se, por esta, os bens penhorados não couberem ao executado, podem
ser penhorados outros que lhe tenham cabido, permanecendo a anterior penhora até à nova
apreensão.
Artigo 826.º
Penhora em caso de comunhão ou compropriedade
1 - Sem prejuízo do disposto no n.º 4 do artigo 862.º, na execução movida apenas contra
algum ou alguns dos contitulares de património autónomo ou bem indiviso, não podem ser
penhorados os bens compreendidos no património comum ou uma fracção de qualquer deles,
nem uma parte especificada do bem indiviso.
2 - Quando, em execuções diversas, sejam penhorados todos os quinhões no património
autónomo ou todos os direitos sobre o bem indiviso, realiza-se uma única venda, no âmbito
do processo em que se tenha efectuado a primeira penhora, com posterior divisão do produto
obtido.
Artigo 827.º
Bens a penhorar na execução contra o herdeiro
1 - Na execução movida contra o herdeiro só podem penhorar-se os bens que ele tenha
recebido do autor da herança.
110
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
2 - Quando a penhora recaia sobre outros bens, o executado, indicando os bens da herança
que tem em seu poder, pode requerer ao agente de execução o levantamento daquela, sendo o
pedido atendido se, ouvido o exequente, este não se opuser.
3 - Opondo-se o exequente ao levantamento da penhora, o executado só pode obtê-lo, tendo
a herança sido aceite pura e simplesmente, desde que alegue e prove:
a) Que os bens penhorados não provieram da herança;
b) Que não recebeu da herança mais bens do que aqueles que indicou ou, se recebeu
mais, que os outros foram todos aplicados em solver encargos dela.
Artigo 828.º
Penhorabilidade subsidiária
1 - Na execução movida contra o devedor principal e o devedor subsidiário que deva ser
previamente citado, não podem ser penhorados os bens deste, enquanto não estiverem
excutidos todos os bens do devedor principal; a citação do devedor subsidiário só precede a
excussão quando o exequente o requeira, tendo, neste caso, o devedor subsidiário o ónus de
invocar o benefício da excussão, no prazo da oposição à execução.
2 - Instaurada a execução apenas contra o devedor subsidiário e invocando este o benefício da
excussão prévia, pode o exequente fazer prosseguir a execução contra o devedor principal,
promovendo a penhora dos bens deste, junto do agente de execução.
3 - Se o devedor subsidiário não tiver sido previamente citado, só é admissível a penhora dos
seus bens:
a) Sendo a execução intentada contra o devedor principal e o subsidiário, depois de
excutidos todos os bens do primeiro, salvo se se provar que o devedor subsidiário
renunciou ao benefício da excussão;
b) Sendo a execução movida apenas contra o devedor subsidiário, quando se mostre
que não tem bens o devedor principal ou se prove que o devedor subsidiário
renunciou ao benefício da excussão prévia, sem prejuízo do estabelecido no número
seguinte.
4 - No caso previsto na alínea b) do número anterior, o executado pode invocar o benefício da
excussão prévia em oposição à penhora, requerendo o respectivo levantamento, quando:
a) Havendo bens do devedor principal, o exequente não tenha feito prosseguir contra
ele a execução, no prazo de 10 dias a contar da notificação de que foi deduzida a
referida oposição;
111
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
b) Seja manifesto que a penhora efectuada sobre bens do devedor principal é suficiente
para a realização dos fins da execução.
5 - Se a execução tiver sido movida apenas contra o devedor principal e os bens deste se
revelarem insuficientes, pode o exequente fazer prosseguir a execução contra o devedor
subsidiário.
6 - Para os efeitos dos números anteriores, o devedor subsidiário tem a faculdade de indicar
bens do devedor principal que hajam sido adquiridos posteriormente à penhora ou que não
fossem conhecidos.
7 - Quando a responsabilidade de certos bens pela dívida exequenda depender da verificação
da falta ou insuficiência de outros, pode o exequente promover logo a penhora dos bens que
respondem subsidiariamente pela dívida, desde que demonstre a insuficiência manifesta dos
que por ela deviam responder prioritariamente.
Artigo 829.º
[…]
(Revogado.)
Artigo 830.º
Penhora de mercadorias carregadas em navio
1 - Ainda que o navio já esteja despachado para viagem, efectuada a penhora de mercadorias
carregadas, pode ser autorizada a sua descarga se o credor satisfizer por inteiro o frete em
dívida, as despesas de carga, estiva, desarrumação, sobredemora e descarga ou prestar caução
ao pagamento dessas despesas.
2 - Considera-se despachado para viagem o navio logo que esteja em poder do respectivo
capitão o desembaraço passado pela capitania do porto.
3 - Oferecida a caução, sobre a sua idoneidade é ouvido o capitão, que dirá, dentro de cinco
dias, o que se lhe oferecer.
4 - Autorizada a descarga, faz-se o averbamento respectivo no conhecimento pertencente ao
capitão e comunica-se o facto à capitania do porto.
Artigo 831.º
Apreensão de bens em poder de terceiro
112
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
1 - Os bens do executado são apreendidos ainda que, por qualquer título, se encontrem em
poder de terceiro, sem prejuízo, porém, dos direitos que a este seja lícito opor ao exequente.
2 - No acto de apreensão, verifica-se se o terceiro tem os bens em seu poder por via de
penhor ou de direito de retenção e, em caso afirmativo, procede-se imediatamente à sua
citação.
3 - Quando a citação referida no número anterior não possa ser feita regular e imediatamente é
anotado o respectivo domicílio para efeito de posterior citação.
SUBSECÇÃO II
Disposições gerais
Artigo 832.º
Consultas e diligências prévias à penhora
1 - As consultas e diligências prévias à penhora têm início no prazo máximo de cinco dias
contados:
a) Da apresentação de requerimento executivo que dispense o despacho liminar e a
citação prévia do executado;
b) Do termo do prazo para a oposição do executado previamente citado sem que esta
tenha sido deduzida; ou
c) Da notificação da secretaria ao agente de execução, depois de proferido despacho
que dispense a citação prévia ou não suspenda a execução nos termos do artigo
818.º ou, suspendendo-se a execução, após ser julgada improcedente a oposição
deduzida.
2 - Antes de proceder às diligências prévias à penhora, o agente de execução consulta sempre
o registo informático de execuções, procedendo seguidamente nos termos dos nºs 3 e 4.
3 - Quando contra o executado tenha sido movida execução terminada sem integral
pagamento, o agente de execução prossegue imediatamente com as diligências prévias à
penhora e com a comunicação do seu resultado ao exequente, não se aplicando os nºs 4 a 7 do
artigo 833.º-B e extinguindo-se imediatamente a execução caso não sejam encontrados ou não
sejam indicados bens à penhora pelo exequente.
4 - Quando contra o executado penda um processo de execução para pagamento de quantia
certa, para ele é remetido o requerimento executivo, desde que estejam reunidos os seguintes
requisitos:
113
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
a) O exequente seja titular de um direito real de garantia sobre bem penhorado nesse
processo, que não seja um privilégio creditório geral;
b) No mesmo processo ainda não tenha sido proferida a sentença de graduação.
5 - Quando, no momento da remessa, o processo pendente já esteja na fase do concurso de
credores, o requerimento executivo vale como reclamação, assumindo o exequente a posição
de reclamante; caso contrário, constitui-se coligação de exequentes.
6 - Não havendo lugar à extinção da execução nem à sua remessa, o agente de execução
inscreve no registo informático de execuções os dados referidos no n.º 1 do artigo 806.º e
prossegue com as diligências prévias à penhora.
Artigo 833.º
[…]
(Revogado.)
Artigo 833.º-A
Diligências prévias à penhora
1 - Não há lugar a diligências prévias à penhora para identificação ou localização de bens
penhoráveis sempre que no requerimento executivo sejam identificados bens referidos nas
alíneas a) a d) do n.º 1 do artigo 834.º de valor previsivelmente igual ou superior ao crédito
exequendo acrescido das custas previsíveis da execução.
2 - Fora dos casos previstos no número anterior, a realização da penhora é precedida de
diligências prévias que o agente de execução considere úteis à identificação ou localização de
bens penhoráveis, procedendo este, sempre que necessário e sem necessidade de qualquer
autorização judicial, à consulta, nas bases de dados da administração tributária, da segurança
social, das conservatórias do registo predial, comercial e automóvel e de outros registos ou
arquivos semelhantes, de todas as informações sobre a identificação do executado junto desses
serviços e sobre a identificação e a localização dos seus bens.
3 - As informações sobre a identificação do executado referidas no número anterior apenas
incluem:
a) O nome, o número de identificação fiscal e o domicílio fiscal relativamente às bases
de dados da administração tributária;
b) O nome e os números de identificação civil ou de beneficiário da segurança social,
relativamente às bases de dados das conservatórias do registo predial, comercial e
114
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 833.º-B
Resultado das diligências prévias à penhora
1 - Após as consultas efectuadas nos termos do artigo anterior, o agente de execução notifica
o exequente, preferencialmente por via electrónica, do resultado da consulta ao registo
informático das execuções e dos bens penhoráveis identificados ou do facto de não ter
identificado quaisquer bens penhoráveis.
2 - No caso de terem sido identificados bens penhoráveis, a execução prossegue, sem prejuízo
do disposto no n.º 1 do artigo 834.º, com a penhora desses bens excepto se, no prazo de 5
dias a contar da notificação do número anterior, o exequente:
a) Declarar que não pretende a penhora de determinados bens imóveis ou móveis não
sujeitos a registo identificados; ou
b) Desistir da execução.
3 - Não tendo sido encontrados bens penhoráveis, o exequente deve indicar bens à penhora
no prazo de 10 dias, sendo penhorados os bens que ele indique.
115
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 834.º
Ordem de realização da penhora
1 - Independentemente da ordem pela qual o exequente indicou bens à penhora, do resultado
das diligências prévias à penhora e dos bens nomeados à penhora pelo executado, o agente de
execução deve efectuar a penhora daqueles bens preferencialmente pela seguinte ordem:
a) Penhora de depósitos bancários;
b) Penhora de rendas, abonos, vencimentos, salários ou outros créditos se permitirem,
presumivelmente, a satisfação integral do credor no prazo de seis meses;
c) Penhora de títulos e valores mobiliários;
d) Penhora de bens móveis sujeitos a registo se, presumivelmente, o seu valor for uma
vez e meia superior ao custo da sua venda judicial;
e) Penhora de quaisquer bens cujo valor pecuniário seja de fácil realização ou se
mostre adequado ao montante do crédito do exequente.
2 - Ainda que não se adeqúe, por excesso, ao montante do crédito exequendo, é admissível a
penhora de bens imóveis ou do estabelecimento comercial, quando a penhora de outros bens
presumivelmente não permita a satisfação integral do credor no prazo de seis meses.
3 - A penhora pode ser reforçada ou substituída pelo agente de execução nos seguintes casos:
116
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 835.º
Bens onerados com garantia real e bens indivisos
1 - Executando-se dívida com garantia real que onere bens pertencentes ao devedor, a
penhora inicia-se pelos bens sobre que incida a garantia e só pode recair noutros quando se
reconheça a insuficiência deles para conseguir o fim da execução.
2 - Quando a penhora de quinhão em património autónomo ou de direito sobre bem indiviso
permita a utilização do mecanismo do n.º 2 do artigo 826.º e tal for conveniente para os fins
da execução, a penhora começa por esse bem.
Artigo 836.º
Auto de penhora
Da penhora lavra-se auto, constante de impresso de modelo aprovado por portaria do
Ministro da Justiça.
117
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 837.º
Dever de informação
1 - O agente de execução informa o exequente de todas as diligências efectuadas, assim como
do motivo da frustração da penhora.
2 - As informações referidas no número anterior são disponibilizadas exclusivamente por
meios electrónicos após a realização de cada diligência ou do conhecimento do motivo da
frustração da penhora, nos termos a definir por portaria do membro do Governo responsável
pela área da justiça.
Artigo 837.º-A
[…]
(Revogado.)
SUBSECÇÃO III
Penhora de bens imóveis
Artigo 838.º
Realização da penhora de coisas imóveis
1 - A penhora de coisas imóveis realiza-se por comunicação electrónica do agente de execução
ao serviço de registo competente, a qual vale como pedido de registo, ou com a apresentação
naquele serviço de declaração por ele subscrita.
2 - Inscrita a penhora e observado o disposto no n.º 5, é enviado ou disponibilizado por via
electrónica, ao agente de execução, certidão dos registos em vigor sobre os prédios
penhorados.
3 - Seguidamente, o agente de execução lavra o auto de penhora e procede à afixação, na porta
ou noutro local visível do imóvel penhorado, de um edital, constante de modelo aprovado por
portaria do Ministro da Justiça.
4 - O registo provisório da penhora não obsta a que a execução prossiga, não se fazendo a
adjudicação dos bens penhorados, a consignação judicial dos seus rendimentos ou a respectiva
venda sem que o registo se haja convertido em definitivo, podendo o juiz da execução,
ponderados os motivos da provisoriedade, decidir que a execução não prossiga, se perante ele
a questão for suscitada.
118
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
5 - O registo da penhora tem natureza urgente e importa a imediata feitura dos registos
anteriormente requeridos sobre o bem penhorado.
6 – (Revogado.)
7 – (Revogado.)
Artigo 839.º
Depositário
1 - É constituído depositário dos bens o agente de execução ou, nos casos em que as
diligências de execução são realizadas por oficial de justiça, pessoa por este designada, salvo se
o exequente consentir que seja depositário o próprio executado ou outra pessoa designada
pelo agente de execução ou ocorrer alguma das seguintes circunstâncias:
a) O bem penhorado ser a casa de habitação efectiva do executado, caso em que é este
o depositário;
b) O bem estar arrendado, caso em que é depositário o arrendatário;
c) O bem ser objecto de direito de retenção, em consequência de incumprimento
contratual judicialmente verificado, caso em que é depositário o retentor.
2 - Estando o mesmo prédio arrendado a mais de uma pessoa, de entre elas se escolherá o
depositário, que cobrará as rendas dos outros arrendatários.
3 - Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 861.º, as rendas em dinheiro são depositadas
em instituição de crédito, à ordem do agente de execução ou, nos casos em que as diligências
de execução são realizadas por oficial de justiça, da secretaria, à medida que se vençam ou se
cobrem.
Artigo 840.º
Entrega efectiva
1 - Sem prejuízo do disposto nos nºs 1 e 2 do artigo anterior, o depositário deve tomar posse
efectiva do imóvel.
2 - Quando seja oposta alguma resistência, o agente de execução pode solicitar directamente o
auxílio das autoridades policiais.
3 - A requerimento fundamentado do agente de execução, o juiz determina o auxílio das
autoridades policiais nos casos em que as portas estejam fechadas ou haja receio justificado de
oposição de resistência arrombando-se aquelas, se necessário, e lavrando-se auto da
ocorrência.
119
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
4 - Quando a diligência deva efectuar-se em casa habitada ou numa sua dependência fechada,
só pode realizar-se entre as 7 e as 21 horas, devendo o agente de execução entregar cópia do
auto de penhora a quem tiver a disponibilidade do lugar em que a diligência se realiza, o qual
pode assistir à diligência e fazer-se acompanhar ou substituir por pessoa da sua confiança que,
sem delonga, se apresente no local.
5 - Às autoridades policiais que prestem auxílio nos termos deste artigo é devida uma
remuneração pelos serviços prestados, nos termos de portaria conjunta dos membros do
Governo responsáveis pelas áreas da administração interna e da justiça, que fixa, igualmente,
as modalidades de auxílio a adoptar e os procedimentos de cooperação entre os serviços
judiciais e as forças de segurança, nomeadamente quanto às comunicações a efectuar
preferencialmente por via electrónica.
6 - A remuneração referida no número anterior constitui encargo para os efeitos do
Regulamento das Custas Processuais.
Artigo 841.º
[…]
(Revogado.)
Artigo 842.º
Extensão da penhora – Penhora de frutos
1 - A penhora abrange o prédio com todas as suas partes integrantes e os seus frutos, naturais
ou civis, desde que não sejam expressamente excluídos e nenhum privilégio exista sobre eles.
2 - Os frutos pendentes podem ser penhorados em separado, como coisas móveis, contanto
que não falte mais de um mês para a época normal da colheita; se assim suceder, a penhora do
prédio não os abrange, mas podem ser novamente penhorados em separado, sem prejuízo da
penhora anterior.
Artigo 842.º-A
Divisão do prédio penhorado
1 - Quando o imóvel penhorado for divisível e o seu valor exceder manifestamente o da dívida
exequenda e dos créditos reclamados, o executado pode requerer ao agente de execução
autorização para proceder ao seu fraccionamento, sem prejuízo do prosseguimento da
execução.
120
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 843.º
Administração dos bens depositados
1 - Além dos deveres gerais do depositário, incumbe ao depositário judicial o dever de
administrar os bens com a diligência e zelo de um bom pai de família e com a obrigação de
prestar contas.
2 - Na falta de acordo entre o exequente e o executado sobre o modo de explorar os bens
penhorados, o juiz decidirá, ouvido o depositário e feitas as diligências necessárias.
3 - O agente de execução pode socorrer-se, na administração dos bens, de colaboradores, que
actuam sob sua responsabilidade.
Artigo 844.º
[…]
(Revogado.)
Artigo 845.º
Remoção do depositário
1 - A requerimento de qualquer interessado, ou por iniciativa do agente de execução, é
removido o depositário que, não sendo o agente de execução, deixe de cumprir os deveres do
seu cargo.
2 - O depositário é notificado para responder, observando-se o disposto nos artigos 302.º a
304.º
3 - O depositário pode pedir escusa do cargo, ocorrendo motivo atendível.
Artigo 846.º
Conversão do arresto em penhora
Quando os bens estejam arrestados, converte-se o arresto em penhora e faz-se no registo
predial o respectivo averbamento, aplicando-se o disposto no artigo 838.º
121
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 847.º
Levantamento de penhora
1 - O executado pode requerer ao agente de execução o levantamento da penhora se, por acto
ou omissão que não seja da sua responsabilidade, não forem efectuadas quaisquer diligências
para a realização do pagamento efectivo do crédito nos seis meses anteriores ao requerimento.
2 - (Revogado.)
3 - A penhora apenas é levantada findo o prazo de reclamação da decisão do agente de
execução ou transitada em julgado a decisão judicial que a determinou, respectivamente.
4 - Levantada a penhora nos termos dos números anteriores, são imputadas ao exequente as
custas a que deu causa.
5 - Qualquer credor, cujo crédito esteja vencido e tenha sido reclamado para ser pago pelo
produto da venda dos bens penhorados, pode substituir-se ao exequente na prática do acto
que ele tenha negligenciado desde que tenham passado três meses sobre o início da actuação
negligente do exequente e enquanto não for requerido o levantamento da penhora.
6 - No caso referido no número anterior, aplica-se, com as necessárias adaptações, o n.º 3 do
artigo 920.º até que o exequente retome a prática normal dos actos executivos subsequentes.
SUBSECÇÃO IV
Penhora de bens móveis
Artigo 848.º
Penhora de coisas móveis não sujeitas a registo
1 - A penhora de coisas móveis não sujeitas a registo é realizada com a efectiva apreensão dos
bens e a sua imediata remoção para depósitos, assumindo o agente de execução que efectuou a
diligência a qualidade de fiel depositário.
2 - Presume-se pertencerem ao executado os bens encontrados em seu poder, podendo a
presunção, feita a penhora, ser ilidida perante o juiz, mediante prova documental inequívoca
do direito de terceiro, sem prejuízo dos embargos de terceiro.
3 - Quando, para a realização da penhora, seja necessário forçar a entrada no domicílio do
executado ou de terceiro, bem como quando haja receio justificado de que tal se verifique,
aplica-se o disposto nos nºs 2 a 6 do artigo 840.º
122
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 848.º-A
Cooperação do exequente na realização da penhora
1 - O exequente pode cooperar com o agente de execução na realização da penhora,
facultando os meios necessários à apreensão de coisas móveis.
2 - As despesas comprovadamente suportadas com a cooperação a que se refere o número
anterior gozam da garantia prevista no artigo 455.º
Artigo 849.º
Auto de penhora
1 - Da penhora lavra-se auto, em que se regista a hora da diligência, se relacionam os bens por
verbas numeradas e se indica, sempre que possível, o valor aproximado de cada verba.
2 - O valor de cada verba é fixado pelo agente de execução a quem incumbe a realização da
penhora, o qual pode recorrer à ajuda de um perito em caso de avaliação que dependa de
conhecimentos especializados.
3 - Se a penhora não puder ser concluída em um só dia, faz-se a imposição de selos nas portas
das casas em que se encontrem os bens não relacionados e tomam-se as providências
necessárias à sua guarda, em termos de a diligência prosseguir regularmente no 1.º dia útil.
4 – (Revogado.)
Artigo 850.º
Obstáculos à realização da penhora
1 - Se o executado, ou quem o represente, se recusar a abrir quaisquer portas ou móveis, ou se
a casa estiver deserta e as portas e móveis se encontrarem fechados, observar se-á o disposto
no artigo 840.º
2 - O executado ou a pessoa que ocultar alguma coisa com o fim de a subtrair à penhora fica
sujeito às sanções correspondentes à litigância de má fé, sem prejuízo da responsabilidade
criminal em que possa incorrer.
123
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 851.º
Penhora de coisas móveis sujeitas a registo
1 - À penhora de coisas móveis sujeitas a registo aplica-se, com as devidas adaptações, o
disposto no artigo 838.º
2 - A penhora de veículo automóvel é seguida de imobilização do veículo, designadamente
através da imposição de selos ou de imobilizadores e da apreensão do documento de
identificação do veículo, nos termos dos nºs 3 a 8 do artigo 164.º e do artigo 161.º do
Decreto-Lei n.º 114/94, de 3 de Maio, com as necessárias adaptações, e de portaria do
membro do Governo responsável pela área da justiça.
3 - Após a penhora e a imobilização, o veículo só é removido quando o agente de execução
entenda necessário para a salvaguarda do bem, aplicando-se, com as devidas adaptações, o
disposto nos artigos 167.º e 168.º do Decreto-Lei n.º 114/94, de 3 de Maio.
4 - A penhora de navio despachado para viagem é seguida de notificação à capitania, para que
esta apreenda os respectivos documentos e impeça a saída.
5 - A penhora de aeronave é seguida de notificação à autoridade de controlo de operações do
local onde ela se encontra estacionada, à qual cabe apreender os respectivos documentos.
Artigo 852.º
Modo de fazer navegar o navio penhorado
1 - O depositário de navio penhorado pode fazê-lo navegar se o executado e o exequente
estiverem de acordo e preceder autorização judicial.
2 - Requerida a autorização, serão notificados aqueles interessados, se ainda não tiverem dado
o seu assentimento, para responderem em cinco dias.
Se for concedida a autorização, avisar-se-á, por ofício, a capitania do porto.
Artigo 853.º
Modo de qualquer credor fazer navegar o navio penhorado
124
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 854.º
Dever de apresentação dos bens
1 - Quando solicitado pelo agente de execução, o depositário é obrigado a apresentar os bens
que tenha recebido, salvo o disposto nos artigos anteriores.
2 - Se o depositário não apresentar os bens que tenha recebido dentro de cinco dias e não
justificar a falta, é logo ordenado pelo juiz arresto em bens do depositário suficientes para
garantir o valor do depósito e das custas e despesas acrescidas, sem prejuízo de procedimento
criminal.
3 - No caso referido no número anterior, o depositário é, ao mesmo tempo, executado, no
próprio processo, para o pagamento do valor do depósito e das custas e despesas acrescidas.
4 - O arresto é levantado logo que o pagamento esteja feito, ou os bens apresentados,
acrescidos do depósito da quantia de custas e despesas, que será imediatamente calculada.
Artigo 855.º
Aplicação das disposições relativas à penhora de imóveis
É aplicável, subsidiariamente, à penhora de bens móveis o disposto, na subsecção anterior,
para a penhora dos imóveis.
SUBSECÇÃO V
Penhora de direitos
Artigo 856.º
Penhora de créditos
125
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 857.º
Penhora de títulos de crédito
1 - A penhora de direitos incorporados em títulos de crédito e valores mobiliários titulados
não abrangidos pelo n.º 14 do artigo 861.º-A realiza-se mediante a apreensão do título,
ordenando-se ainda, sempre que possível, o averbamento do ónus resultante da penhora.
2 - Se o direito incorporado no título tiver natureza obrigacional, cumprir-se-á ainda o
disposto acerca da penhora de direitos de crédito.
3 - Os títulos de crédito apreendidos são depositados em instituição de crédito, à ordem do
agente de execução ou, nos casos em que as diligências de execução são realizadas por oficial
de justiça, da secretaria.
Artigo 858.º
Termos a seguir quando o devedor negue a existência do crédito
1 - Se o devedor contestar a existência do crédito, são notificados o exequente e o executado
para se pronunciarem, no prazo de 10 dias, devendo o exequente declarar se mantém a
penhora ou desiste dela.
126
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
2 - Se o exequente mantiver a penhora, o crédito passa a considerar-se litigioso e como tal será
adjudicado ou transmitido.
Artigo 859.º
Termos a seguir quando o devedor alegue que a obrigação está dependente de
prestação do executado
1 - Se o devedor declarar que a exigibilidade da obrigação depende de prestação a efectuar
pelo executado e este confirmar a declaração, o executado é notificado para satisfazer a
prestação no prazo de 15 dias.
2 - Quando o executado não cumpra, pode o exequente ou o devedor exigir o cumprimento,
promovendo a respectiva execução. Pode também o exequente substituir-se ao executado na
prestação, ficando neste caso sub-rogado nos direitos do devedor.
3 - Se o executado impugnar a declaração do devedor e não for possível fazer cessar a
divergência, observar-se-á, com as modificações necessárias, o disposto no artigo anterior.
4 - Nos casos a que se refere o n.º 2, a prestação pode ser exigida na mesma execução e sem
necessidade de citação do executado, servindo de título executivo a sua declaração de
reconhecimento da dívida.
Artigo 860.º
Depósito ou entrega da prestação devida
1 - Logo que a dívida se vença, o devedor que não a haja contestado é obrigado:
a) A depositar a respectiva importância em instituição de crédito à ordem do agente de
execução ou, nos casos em que as diligências de execução sejam realizadas por
oficial de justiça, da secretaria; e
b) A apresentar o documento do depósito ou a entregar a coisa devida ao agente de
execução ou à secretaria, que funciona como seu depositário.
2 - Se o crédito já estiver vendido ou adjudicado e a aquisição tiver sido notificada ao devedor,
será a prestação entregue ao respectivo adquirente.
3 - Não sendo cumprida a obrigação, pode o exequente ou o adquirente exigir a prestação,
servindo de título executivo a declaração de reconhecimento do devedor, a notificação
efectuada e a falta de declaração ou o título de aquisição do crédito.
4 - Verificando-se, em oposição à execução, no caso do n.º 4 do artigo 856.º, que o crédito
não existia, o devedor responde pelos danos causados, nos termos gerais, liquidando-se a sua
127
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 860.º-A
Penhora de direitos ou expectativas de aquisição
1 - À penhora de direitos ou expectativas de aquisição de bens determinados pelo executado
aplica-se, com as adaptações necessárias, o preceituado nos artigos antecedentes acerca da
penhora de créditos.
2 - Quando o objecto a adquirir for uma coisa que esteja na posse ou detenção do executado,
cumprir-se-á ainda o previsto nos artigos referentes à penhora de imóveis ou de móveis,
conforme o caso.
3 - Consumada a aquisição, a penhora passa a incidir sobre o próprio bem transmitido.
Artigo 861.º
Penhora de rendas, abonos, vencimentos ou salários
1 - Quando a penhora recaia sobre rendas, abonos, vencimentos, salários ou outros
rendimentos periódicos, é notificado o locatário, o empregador ou a entidade que os deva
pagar para que faça, nas quantias devidas, o desconto correspondente ao crédito penhorado e
proceda ao depósito em instituição de crédito.
2 - As quantias depositadas ficam à ordem do agente de execução ou, nos casos em que as
diligências de execução são realizadas por oficial de justiça, da secretaria, mantendo-se
indisponíveis até ao termo do prazo para a oposição do executado, caso este se não oponha,
ou, caso contrário, até ao trânsito em julgado da decisão que sobre ela recaia.
3 - Findo o prazo de oposição, se esta não tiver sido deduzida, ou julgada a oposição
improcedente, o agente de execução entrega ao exequente as quantias depositadas que não
garantam crédito reclamado, até ao valor da dívida exequenda, depois de descontado o
montante relativo a despesas de execução referido no n.º 3 do artigo 821.º
Artigo 861.º-A
Penhora de depósitos bancários
1 - A penhora que incida sobre depósito existente em instituição legalmente autorizada a
recebê-lo é feita, preferentemente, por comunicação electrónica e mediante despacho judicial,
128
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
10 - O saldo penhorado pode, porém, ser afectado, quer em benefício, quer em prejuízo do
exequente, em consequência de:
a) Operações de crédito decorrentes do lançamento de valores anteriormente
entregues e ainda não creditados na conta à data da penhora;
b) Operações de débito decorrentes da apresentação a pagamento, em data anterior à
penhora, de cheques ou realização de pagamentos ou levantamentos cujas
importâncias hajam sido efectivamente creditadas aos respectivos beneficiários em
data anterior à penhora.
11 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, a instituição é responsável pelos saldos
bancários nela existentes à data da notificação e fornece ao agente de execução extracto onde
constem todas as operações que afectem os depósitos penhorados após a realização da
penhora.
12 - Às instituições que prestem colaboração à execução nos termos deste artigo é devida uma
remuneração pelos serviços prestados na averiguação da existência das contas bancárias e na
efectivação da penhora dos saldos existentes, a qual constitui encargo nos termos e para os
efeitos do Regulamento das Custas Processuais.
13 - Findo o prazo de oposição, se esta não tiver sido deduzida, ou julgada a oposição
improcedente, o agente de execução entrega ao exequente as quantias penhoradas que não
garantam crédito reclamado, até ao valor da dívida exequenda, depois de descontado o
montante relativo a despesas de execução referido no n.º 3 do artigo 821.º
14 - Com a excepção da alínea b) do n.º 5, os números anteriores aplicam-se, com as
necessárias adaptações, à penhora de valores mobiliários, escriturais ou titulados, integrados
em sistema centralizado, registados ou depositados em intermediário financeiro ou registados
junto do respectivo emitente.
Artigo 862.º
Penhora de direito a bens indivisos e de quotas em sociedades
1 - Se a penhora tiver por objecto quinhão em património autónomo ou direito a bem indiviso
não sujeito a registo, a diligência consiste unicamente na notificação do facto ao administrador
dos bens, se o houver, e aos contitulares, com a expressa advertência de que o direito do
executado fica à ordem do agente de execução, desde a data da primeira notificação efectuada.
130
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
2 - É lícito aos notificados fazer as declarações que entendam quanto ao direito do executado
e ao modo de o tornar efectivo, podendo ainda os contitulares dizer se pretendem que a venda
tenha por objecto todo o património ou a totalidade do bem.
3 - Quando o direito seja contestado, a penhora subsistirá ou cessará conforme a resolução do
exequente e do executado, nos termos do artigo 858.º
4 - Quando todos os contitulares façam a declaração prevista na segunda parte do n.º 2,
procede-se à venda do património ou do bem na sua totalidade.
5 - O disposto nos números anteriores é aplicável, com as necessárias adaptações, à penhora
do direito real de habitação periódica e de outros direitos reais cujo objecto não deva ser
apreendido, nos termos previstos na subsecção anterior.
6 - Na penhora de quota em sociedade, além da comunicação à conservatória de registo
competente, nos termos do n.º 1 do artigo 838.º, é feita a notificação da sociedade, aplicando-
se o disposto no Código das Sociedades Comerciais quanto à execução da quota.
Artigo 862.º-A
Penhora de estabelecimento comercial
1 - A penhora do estabelecimento comercial faz-se por auto, no qual se relacionam os bens
que essencialmente o integram, aplicando-se ainda o disposto para a penhora de créditos, se
do estabelecimento fizerem parte bens dessa natureza, incluindo o direito ao arrendamento.
2 - A penhora do estabelecimento comercial não obsta a que possa prosseguir o seu
funcionamento normal, sob gestão do executado, nomeando-se, sempre que necessário, quem
a fiscalize, ao qual se aplicam, com as necessárias adaptações, os preceitos referentes ao
depositário.
3 - Quando, porém, o exequente fundadamente se oponha a que o executado prossiga na
gestão do estabelecimento, designar-se-á administrador, com poderes para proceder à
respectiva gestão ordinária.
4 - Se estiver paralisada ou dever ser suspensa a actividade do estabelecimento penhorado,
designar-se-á depositário para a mera administração dos bens nele compreendidos.
5 - A penhora do direito ao estabelecimento comercial não afecta a penhora anteriormente
realizada sobre bens que o integrem, mas impede a penhora posterior sobre bens nele
compreendidos.
131
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 863.º
Disposições aplicáveis à penhora de direitos
É subsidiariamente aplicável à penhora de direitos o disposto nas subsecções anteriores para a
penhora das coisas imóveis e das coisas móveis.
SUBSECÇÃO VI
Oposição à penhora
Artigo 863.º-A
Fundamentos da oposição
1 - Sendo penhorados bens pertencentes ao executado, pode este opor-se à penhora com
algum dos seguintes fundamentos:
a) Inadmissibilidade da penhora dos bens concretamente apreendidos ou da extensão
com que ela foi realizada;
b) Imediata penhora de bens que só subsidiariamente respondam pela dívida
exequenda;
c) Incidência da penhora sobre bens que, não respondendo, nos termos do direito
substantivo, pela dívida exequenda, não deviam ter sido atingidos pela diligência.
2 - Quando a oposição se funde na existência de patrimónios separados, deve o executado
indicar logo os bens, integrados no património autónomo que responde pela dívida
exequenda, que tenha em seu poder e estejam sujeitos à penhora.
Artigo 863.º-B
Processamento do incidente
1 - A oposição é apresentada:
a) No prazo de 20 dias a contar da citação, quando esta é efectuada após a penhora;
b) No prazo de 10 dias a contar da notificação do acto da penhora, quando a citação o
anteceda.
132
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
2 - Quando não se cumule com a oposição à execução, nos termos do n.º 2 do artigo 813.º, o
incidente de oposição à penhora segue os termos dos artigos 303.º e 304.º, aplicando-se ainda,
com as necessárias adaptações, o disposto nos nºs 1 e 3 do artigo 817.º
3 - A execução só é suspensa se o executado prestar caução; a suspensão circunscreve-se aos
bens a que a oposição respeita, podendo a execução prosseguir sobre outros bens que sejam
penhorados.
4 - A procedência da oposição à penhora determina o levantamento desta.
SECÇÃO IV
Citações e concurso de credores
SUBSECÇÃO I
Citações
Artigo 864.º
Citações
1 - A citação do executado, do cônjuge e dos credores é efectuada nos termos gerais, mas só a
do executado pode ter lugar editalmente, nos termos de portaria do membro do Governo
responsável pela área da justiça.
2 - O agente de execução cita o executado no acto da penhora, sempre que ele esteja presente,
ou, não estando, no prazo de cinco dias contados da realização da última penhora.
3 - No mesmo prazo, o agente de execução cita:
a) O cônjuge do executado, quando a penhora tenha recaído sobre bens imóveis ou
estabelecimento comercial que o executado não possa alienar livremente, ou sobre
bens comuns do casal, para os efeitos constantes do artigo seguinte, e, sendo caso
disso, para declarar se aceita a comunicabilidade da dívida, nos termos do artigo
825.º;
b) Os credores que sejam titulares de direito real de garantia, registado ou conhecido,
para reclamarem o pagamento dos seus créditos;
c) (Revogada.)
d) (Revogada.)
4 - As entidades referidas nas leis fiscais, com vista à defesa dos possíveis direitos da Fazenda
Pública, e o Instituto da Segurança Social, I. P., e o Instituto de Gestão Financeira da
133
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Segurança Social, I. P., com vista à defesa dos direitos da segurança social, são citados pelo
agente de execução no prazo referido no n.º 2, exclusivamente por meios electrónicos, através
de sítio na Internet de acesso público, nos termos a regulamentar por portaria dos membros
do Governo responsáveis pela área da justiça, das finanças e da segurança social, de acordo
com os requisitos exigíveis pelo Sistema de Certificação Electrónica do Estado - Infra-
Estrutura de Chaves Públicas.
5 - Sendo penhorados abonos, vencimentos ou salários, a citação tem lugar ao mesmo tempo
que a notificação ao empregador do executado de que deve reter determinada quantia a
penhorar.
6 - Juntamente com os elementos exigidos pelo artigo 235.º, com as necessárias adaptações, é
entregue ao citando cópia do auto de penhora.
7 - Ao executado é comunicado que, no prazo da oposição e sob pena de condenação como
litigante de má fé, nos termos gerais, deve indicar os direitos, ónus e encargos não registáveis
que recaiam sobre o bem penhorado, bem como os respectivos titulares, e que pode requerer
a substituição dos bens penhorados ou a substituição da penhora por caução, nas condições e
nos termos da alínea a) do n.º 3 e do n.º 6 do artigo 834.º
8 - A citação do executado é substituída por notificação quando tenha tido lugar a citação
prévia, bem como quando, citado o executado para a execução de determinado título, se
cumule depois a execução de outro título, aplicando-se, neste caso, o artigo 235.º,
devidamente adaptado, sem prejuízo de a notificação se fazer na pessoa do mandatário,
quando constituído.
9 - Os credores a favor de quem exista o registo de algum direito real de garantia sobre os
bens penhorados são citados no domicílio que conste do registo, salvo se tiverem outro
domicílio conhecido.
10 - Os titulares de direito real de garantia sobre bem não sujeito a registo são citados no
domicílio que tenha sido indicado no acto da penhora ou que seja indicado pelo executado.
11 - A falta das citações prescritas tem o mesmo efeito que a falta de citação do réu, mas não
importa a anulação das vendas, adjudicações, remições ou pagamentos já efectuados, dos quais
o exequente não haja sido exclusivo beneficiário, ficando salvo à pessoa que devia ter sido
citada o direito de ser indemnizada, pelo exequente ou outro credor pago em vez dela,
segundo as regras do enriquecimento sem causa, sem prejuízo da responsabilidade civil, nos
termos gerais, da pessoa a quem seja imputável a falta de citação.
134
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 864.º-A
Estatuto processual do cônjuge do executado
1 - O cônjuge do executado, citado nos termos da alínea a) do n.º 3 do artigo anterior, é
admitido a deduzir, no prazo de 10 dias, ou até ao termo do prazo concedido ao executado, se
terminar depois daquele, oposição à execução ou à penhora e a exercer, no apenso de
verificação e graduação de créditos e na fase do pagamento, todos os direitos que a lei
processual confere ao executado.
2 - O cônjuge do executado também pode requerer a separação dos bens do casal, nos termos
do n.º 5 do artigo 825.º, quando a penhora recaia sobre bens comuns.
Artigo 864.º-B
[…]
(Revogado.)
SUBSECÇÃO II
Concurso de credores
Artigo 865.º
Reclamação dos créditos
1 - Só o credor que goze de garantia real sobre os bens penhorados pode reclamar, pelo
produto destes, o pagamento dos respectivos créditos.
2 - A reclamação tem por base um título exequível e é deduzida no prazo de 15 dias, a contar
da citação do reclamante.
3 - Os titulares de direitos reais de garantia que não tenham sido citados podem reclamar
espontaneamente o seu crédito até à transmissão dos bens penhorados.
4 - Não é admitida a reclamação do credor com privilégio creditório geral, mobiliário ou
imobiliário, quando:
a) A penhora tenha incidido sobre bem só parcialmente penhorável, nos termos do
artigo 824.º, renda, outro rendimento periódico, ou veículo automóvel; ou
b) Sendo o crédito do exequente inferior a 190 UC, a penhora tenha incidido sobre
moeda corrente, nacional ou estrangeira, depósito bancário em dinheiro; ou
c) Sendo o crédito do exequente inferior a 190 UC, este requeira procedentemente a
consignação de rendimentos, ou a adjudicação, em dação em cumprimento, do
135
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 866.º
Impugnação dos créditos reclamados
1 - Findo o prazo para a reclamação de créditos, ou apresentada reclamação nos termos do n.º
3 do artigo 865.º, dela são notificados, pela secretaria do tribunal, o executado, o exequente, os
credores reclamantes e o cônjuge do executado, caso se tenha oposto à execução ou à penhora
nos termos do n.º 1 do artigo 864.º-A, aplicando-se à notificação do executado o artigo 235.º,
devidamente adaptado, sem prejuízo de a notificação se fazer na pessoa do mandatário,
quando constituído.
2 - As reclamações podem ser impugnadas pelo exequente e pelo executado no prazo de 15
dias, a contar da respectiva notificação.
3 – Também dentro do prazo de 15 dias, a contar da respectiva notificação, podem os
restantes credores impugnar os créditos garantidos por bens sobre os quais tenham invocado
também qualquer direito real de garantia, incluindo o crédito exequendo, bem como as
garantias reais invocadas, quer pelo exequente, quer pelos outros credores.
4 - A impugnação pode ter por fundamento qualquer das causas que extinguem ou modificam
a obrigação ou que impedem a sua existência.
5 - Se o crédito estiver reconhecido por sentença que tenha força de caso julgado em relação
ao impugnante, a impugnação só pode basear-se em algum dos fundamentos mencionados
nos artigos 814.º e 815.º, na parte em que forem aplicáveis.
Artigo 867.º
Resposta do reclamante
136
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
O credor cujo crédito haja sido impugnado mediante defesa por excepção pode responder nos
10 dias seguintes à notificação das impugnações apresentadas.
Artigo 868.º
Termos posteriores – Verificação e graduação dos créditos
1 - Se a verificação de algum dos créditos impugnados estiver dependente de produção de
prova, seguir-se-ão os termos do processo sumário de declaração, posteriores aos articulados;
o despacho saneador declarará, porém, reconhecidos os créditos que o puderem ser, embora a
graduação de todos fique para a sentença final.
2 - Se nenhum dos créditos for impugnado ou a verificação dos impugnados não depender de
prova a produzir, proferir-se-á logo sentença que conheça da sua existência e os gradue com o
crédito do exequente, sem prejuízo do disposto no n.º 4.
3 - Quando algum dos créditos graduados não esteja vencido, a sentença de graduação
determinará que, na conta final para pagamento, se efectue o desconto correspondente ao
benefício da antecipação.
4 - Haver-se-ão como reconhecidos os créditos e as respectivas garantias reais que não forem
impugnados, sem prejuízo das excepções ao efeito cominatório da revelia, vigentes em
processo declarativo, ou do conhecimento das questões que deviam ter implicado rejeição
liminar da reclamação.
5 - O juiz pode suspender os termos do apenso de verificação e graduação de créditos
posteriores aos articulados, até à realização da venda, quando considere provável que o
produto desta não ultrapassará o valor das custas da própria execução.
6 - A graduação será refeita se vier a ser verificado algum crédito que, depois dela, seja
reclamado nos termos do n.º 3 do artigo 865.º
Artigo 869.º
Direito do credor que tiver acção pendente ou a propor contra o executado
1 - O credor que não esteja munido de título exequível pode requerer, dentro do prazo
facultado para a reclamação de créditos, que a graduação dos créditos, relativamente aos bens
abrangidos pela sua garantia, aguarde a obtenção do título em falta.
2 - Recebido o requerimento referido no número anterior, a secretaria notifica o executado
para, no prazo de 10 dias, se pronunciar sobre a existência do crédito invocado.
137
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 870.º
Suspensão da execução nos casos de insolvência
Qualquer credor pode obter a suspensão da execução, a fim de impedir os pagamentos,
mostrando que foi requerida a recuperação de empresa ou a insolvência do executado.
Artigo 871.º
Pluralidade de execuções sobre os mesmos bens
1 - Pendendo mais de uma execução sobre os mesmos bens, é sustada, quanto a estes, aquela
em que a penhora tenha sido posterior.
2 - A sustação é efectuada pelo agente de execução mediante informação ao processo à ordem
do qual se realizou a penhora anterior enviada nos 10 dias imediatos à realização da segunda
penhora ou ao conhecimento da primeira.
138
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
3 - A sustação prevista no n.º 1 pode, ainda, ser realizada a todo o tempo, a requerimento do
exequente, do executado ou de credor citado para reclamar o seu crédito, nos termos do
número anterior.
SECÇÃO V
Pagamento
SUBSECÇÃO I
Modos de pagamento
Artigo 872.º
Modos de o efectuar
1 - O pagamento pode ser feito pela entrega de dinheiro, pela adjudicação dos bens
penhorados, pela consignação dos seus rendimentos ou pelo produto da respectiva venda.
2 - É admitido o pagamento em prestações da dívida exequenda, nos termos previstos nos
artigos 882.º a 885.º
Artigo 873.º
Termos em que pode ser efectuado
1 - As diligências necessárias para a realização do pagamento efectuam-se independentemente
do prosseguimento do apenso da verificação e graduação de créditos, mas só depois de findo
o prazo para a sua reclamação; exceptua-se a consignação de rendimentos, que pode ser
requerida pelo exequente e deferida logo a seguir à penhora.
2 - O credor reclamante só pode ser pago na execução pelos bens sobre que tiver garantia e
conforme a graduação do seu crédito.
3 - Sem prejuízo da exclusão do n.º 4 do artigo 865.º, a quantia a receber pelo credor com
privilégio creditório geral, mobiliário ou imobiliário, é reduzida até 50% do remanescente do
produto da venda, deduzidas as custas da execução e as quantias a pagar aos credores que
devam ser graduados antes do exequente, na medida do necessário ao pagamento de 50% do
crédito do exequente, até que este receba o valor correspondente a 250 UC.
4 - O disposto no n.º 3 não se aplica aos privilégios creditórios dos trabalhadores.
SUBSECÇÃO II
139
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Entrega de dinheiro
Artigo 874.º
Pagamento por entrega de dinheiro
1 - Tendo a penhora recaído em moeda corrente, depósito bancário em dinheiro ou outro
direito de crédito pecuniário cuja importância tenha sido depositada, o exequente ou qualquer
credor que deva preteri-lo é pago do seu crédito pelo dinheiro existente.
2 - Constitui entrega de dinheiro o pagamento por cheque ou transferência bancária.
SUBSECÇÃO III
Adjudicação
Artigo 875.º
Requerimento para adjudicação
1 - O exequente pode pretender que bens penhorados, não compreendidos nos artigos 902.º e
903.º, lhe sejam adjudicados para pagamento, total ou parcial, do crédito.
2 - O mesmo pode fazer qualquer credor reclamante, em relação aos bens sobre os quais
tenha invocado garantia; mas, se já houver sido proferida sentença de graduação de créditos, a
pretensão do requerente só é atendida quando o seu crédito haja sido reconhecido e graduado.
3 - O requerente deve indicar o preço que oferece, não podendo a oferta ser inferior ao valor a
que alude o n.º 2 do artigo 889.º
4 - Cabe ao agente de execução fazer a adjudicação; mas se à data do requerimento já estiver
anunciada a venda por propostas em carta fechada, esta não se sustará e a pretensão só será
considerada se não houver pretendentes que ofereçam preço superior.
5 - A adjudicação de direito de crédito pecuniário não litigioso é feita pelo valor da prestação
devida, efectuado o desconto correspondente ao período a decorrer até ao vencimento, à taxa
legal de juros de mora, salvo se, não sendo próxima a data do vencimento, o requerente
pretender que se proceda nos termos do disposto no n.º 3 e nos artigos 876.º e 877.º
6 - A adjudicação de direito de crédito é feita a título de dação pro solvendo, se o requerente o
pretender e os restantes credores não se opuserem, extinguindo-se a execução quando não
deva prosseguir sobre outros bens.
7 - Sendo próxima a data do vencimento, podem os credores acordar, ou o agente de
execução determinar, a suspensão da execução sobre o crédito penhorado até ao vencimento.
140
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 876.º
Publicidade do requerimento
1 - Requerida a adjudicação, é esta publicitada nos termos do artigo 890.º, com a menção do
preço oferecido.
2 - O dia, a hora e o local para a abertura das propostas são notificados ao executado, àqueles
que podiam requerer a adjudicação e bem assim aos titulares de direito de preferência, legal ou
convencional com eficácia real, na alienação dos bens.
3 - A abertura das propostas tem lugar perante o juiz, se se tratar de bem imóvel, ou, tratando-
se de estabelecimento comercial, se o juiz o determinar, nos termos do artigo 901.º-A; nos
restantes casos, o agente de execução desempenha as funções reservadas ao juiz na venda de
imóvel, aplicando-se, devidamente adaptadas, as normas da venda por propostas em carta
fechada.
Artigo 877.º
Termos da adjudicação
1 - Se não aparecer nenhuma proposta e ninguém se apresentar a exercer o direito de
preferência, aceitar-se-á o preço oferecido pelo requerente.
2 - Havendo proposta de maior preço, observar-se-á o disposto nos artigos 893.º e 894.º
3 - Se o requerimento de adjudicação tiver sido feito depois de anunciada a venda por
propostas em carta fechada e a esta não se apresentar qualquer proponente, logo se
adjudicarão os bens ao requerente.
Artigo 878.º
Regras aplicáveis à adjudicação
É aplicável à adjudicação de bens, com as necessárias adaptações, o disposto nos artigos 887.º
e 888.º, no n.º 2 do artigo 897.º, nos nºs 1 a 2 do artigo 898.º e nos artigos 900.º, 901.º e 908.º
a 911.º
SUBSECÇÃO IV
Consignação de rendimentos
141
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 879.º
Termos em que pode ser requerida e efectuada
1 - Enquanto os bens penhorados não forem vendidos ou adjudicados, o exequente pode
requerer ao agente de execução que lhe sejam consignados os rendimentos de imóveis ou de
móveis sujeitos a registo, em pagamento do seu crédito.
2 - Sobre o pedido é ouvido o executado, sendo a consignação de rendimentos efectuada, se
ele não requerer que se proceda à venda dos bens.
3 - Não tem lugar a citação dos credores quando a consignação seja antes dela requerida e o
executado não requeira a venda dos bens.
4 - A consignação efectua-se por comunicação ao serviço de registo competente, aplicando-se,
com as necessárias adaptações, o disposto nos nºs 1 e 2 do artigo 838.º
5 - O registo da consignação é feito por averbamento ao registo da penhora.
Artigo 880.º
Como se processa em caso de locação
1 - A consignação de rendimentos de bens que estejam locados é notificada aos locatários.
2 - Não havendo ainda locação ou havendo de celebrar-se novo contrato, os bens são locados
pelo agente de execução, mediante propostas ou por meio de negociação particular,
observando-se, com as modificações necessárias, as formalidades prescritas para a venda de
bens penhorados.
3 - Pagas as custas da execução, as rendas serão recebidas pelo consignatário até que esteja
embolsado da importância do seu crédito.
4 - O consignatário fica na posição de locador, mas não pode resolver o contrato, nem tomar
qualquer decisão relativa aos bens, sem anuência do executado; na falta de acordo, o juiz
decidirá.
Artigo 881.º
Efeitos
1 - Efectuada a consignação e pagas as custas da execução, a execução extingue-se,
levantando-se as penhoras que incidam em outros bens.
142
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
SUBSECÇÃO V
Do pagamento em prestações
Artigo 882.º
Requerimento para pagamento em prestações
1 - É admitido o pagamento em prestações da dívida exequenda, se exequente e executado, de
comum acordo, requererem, ao agente de execução, a suspensão da execução.
2 - O requerimento para pagamento em prestações é subscrito por exequente e executado,
devendo conter o plano de pagamento acordado e podendo ser apresentado até à transmissão
do bem penhorado ou, no caso de venda mediante propostas em carta fechada, até à aceitação
de proposta apresentada.
Artigo 883.º
Garantia do crédito exequendo
1 - Na falta de convenção em contrário, vale como garantia do crédito exequendo a penhora já
feita na execução, que se manterá até integral pagamento, sem prejuízo do disposto no artigo
885.º
2 - O disposto no número anterior não obsta a que as partes convencionem outras garantias
adicionais, ou substituam a resultante da penhora.
Artigo 884.º
Consequência da falta de pagamento
A falta de pagamento de qualquer das prestações, nos termos acordados, importa o
vencimento imediato das seguintes, podendo o exequente requerer o prosseguimento da
execução para satisfação do remanescente do seu crédito.
143
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 885.º
Tutela dos direitos dos restantes credores
1 - Fica sem efeito a sustação da execução se algum credor reclamante, cujo crédito esteja
vencido, requerer o prosseguimento da execução para satisfação do seu crédito.
2 - No caso previsto no número anterior é notificado o exequente para, no prazo de 10 dias,
declarar se:
a) Desiste da garantia a que alude o n.º 1 do artigo 883.º;
b) Requer também o prosseguimento da execução para pagamento do remanescente
do seu crédito, ficando sem efeito o pagamento em prestações acordado.
3 - A notificação a que alude o número anterior é feita com a cominação de, nada dizendo o
exequente, se entender que desiste da penhora já efectuada.
4 - Desistindo o exequente da penhora, o requerente assume a posição de exequente,
aplicando-se, com as necessárias adaptações, o disposto nos nºs 2 a 4 do artigo 920.º
5 - O disposto nos números anteriores é aplicável quando o exequente e o executado acordem
na suspensão da instância, nos termos do n.º 4 do artigo 279.º
SUBSECÇÃO VI
Venda
DIVISÃO I
Disposições gerais
Artigo 886.º
Modalidades de venda
1 - A venda pode revestir as seguintes modalidades:
a) Venda mediante propostas em carta fechada;
b) Venda em bolsas de capitais ou de mercadorias;
c) Venda directa a pessoas ou entidades que tenham direito a adquirir os bens;
d) Venda por negociação particular;
e) Venda em estabelecimento de leilões;
f) Venda em depósito público ou equiparado;
g) Venda em leilão electrónico.
144
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
2 - O disposto no artigo 891.º, no n.º 2 do artigo 900.º e no artigo 901.º para a venda mediante
propostas em carta fechada aplica-se, com as necessárias adaptações, às restantes modalidades
de venda e o disposto nos artigos 892.º e 896.º aplica-se a todas as modalidades de venda,
exceptuada a venda directa.
Artigo 886.º-A
Determinação da modalidade de venda e do valor base dos bens
1 - Quando a lei não disponha diversamente, a decisão sobre a venda cabe ao agente de
execução, ouvidos o exequente, o executado e os credores com garantia sobre os bens a
vender.
2 - A decisão tem como objecto:
a) A modalidade da venda, relativamente a todos ou a cada categoria de bens
penhorados, nos termos da alínea e) do artigo 904.º, da alínea b) do n.º 1 do artigo
906.º e do n.º 3 do artigo 907.º;
b) O valor base dos bens a vender;
c) A eventual formação de lotes, com vista à venda em conjunto de bens penhorados.
3 - O valor de base dos bens imóveis é:
a) Igual ao seu valor patrimonial tributário, nos termos de avaliação efectuada há
menos de três anos;
b) Igual ao seu valor de mercado, nos restantes casos.
4 - Em relação aos bens não referidos no número anterior, o agente de execução fixa o seu
valor de base de acordo com o valor de mercado.
5 - Nos casos da alínea b) do n.º 3 e do número anterior, o agente de execução pode
promover as diligências necessárias à fixação do valor do bem de acordo com o valor de
mercado, quando o considere vantajoso ou algum dos interessados o pretenda.
6 - A decisão é notificada pelo agente de execução ao exequente, ao executado e aos credores
reclamantes de créditos com garantia sobre os bens a vender, preferencialmente por meios
electrónicos.
7 - Se o executado, o exequente ou um credor reclamante discordar da decisão, cabe ao juiz
decidir; da decisão deste não há recurso.
Artigo 886.º-B
Instrumentalidade da venda
145
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 886.º-C
Venda antecipada de bens
1 - O agente de execução pode realizar ou autorizar a venda antecipada de bens, quando estes
não possam ou não devam conservar-se, por estarem sujeitos a deterioração ou depreciação,
ou quando haja manifesta vantagem na antecipação da venda.
2 - A autorização pode ser requerida, tanto pelo exequente ou executado, como pelo
depositário, sendo ouvidas ambas as partes ou aquela que não for o requerente, excepto nos
casos referidos no número seguinte.
3 - Nas situações em que seja necessária uma decisão imediata devido à urgência da venda, a
autorização compete ao juiz.
4 - Salvo o disposto nos artigos 902.º e 903.º, a venda é efectuada pelo depositário, nos termos
da venda por negociação particular, ou pelo agente de execução, nos casos em que o
executado ou o detentor dos bens tenha assumido as funções de depositário.
Artigo 887.º
Dispensa de depósito aos credores
1 - O exequente que adquira bens pela execução é dispensado de depositar a parte do preço
que não seja necessária para pagar a credores graduados antes dele e não exceda a importância
que tem direito a receber; igual dispensa é concedida ao credor com garantia sobre os bens
que adquirir.
2 - Não estando ainda graduados os créditos, o exequente não é obrigado a depositar mais que
a parte excedente à quantia exequenda e o credor só é obrigado a depositar o excedente ao
montante do crédito que tenha reclamado sobre os bens adquiridos.
146
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 888.º
[…]
(Revogado.)
DIVISÃO II
Venda mediante propostas em carta fechada
Artigo 889.º
Valor base e competência
1 - Quando a penhora recaia sobre bens imóveis que não hajam de ser vendidos de outra
forma, são os bens penhorados vendidos mediante propostas em carta fechada.
2 - O valor a anunciar para a venda é igual a 70% do valor base dos bens.
3 - A venda faz-se no tribunal da execução, salvo se o juiz, oficiosamente ou a requerimento
dos interessados, ordenar que tenha lugar no tribunal da situação dos bens.
Artigo 890.º
Publicidade da venda
1 - Determinada a venda mediante propostas em carta fechada, o juiz designa o dia e a hora
para a abertura das propostas, devendo aquela ser publicitada, pelo agente de execução, com a
antecipação de 10 dias:
a) Mediante anúncio em página informática de acesso público, nos termos de portaria
do membro do Governo responsável pela área da justiça; e
b) Mediante edital a afixar na porta dos prédios urbanos a vender.
147
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
2 - O disposto no número anterior não prejudica que, por iniciativa do agente de execução ou
sugestão dos interessados na venda, sejam utilizados outros meios de divulgação.
3 - Do anúncio constam o nome do executado, a identificação do agente de execução, o dia,
hora e local da abertura das propostas, a identificação sumária dos bens e o valor a anunciar
para a venda, apurado nos termos do n.º 2 do artigo anterior.
4 - (Revogado.)
5 - Se a sentença que se executa estiver pendente de recurso ou estiver pendente oposição à
execução ou à penhora, faz-se menção do facto no edital e no anúncio.
Artigo 891.º
Obrigação de mostrar os bens
Até ao dia de abertura das propostas, o depositário é obrigado a mostrar os bens a quem
pretenda examiná-los, podendo este fixar as horas em que, durante o dia, faculta a inspecção e
devendo o agente de execução indicá-las no anúncio e no edital da venda.
Artigo 892.º
Notificação dos preferentes
1 - Os titulares do direito de preferência, legal ou convencional com eficácia real, na alienação
dos bens são notificados do dia, da hora e do local aprazados para a abertura das propostas, a
fim de poderem exercer o seu direito no próprio acto, se alguma proposta for aceite.
2 - A falta de notificação tem a mesma consequência que a falta de notificação ou aviso prévio
na venda particular.
3 - À notificação prevista no n.º 1 aplicam-se as regras relativas à citação, salvo no que se
refere à citação edital, que não terá lugar.
4 - A frustração da notificação do preferente não preclude a possibilidade de propor acção de
preferência, nos termos gerais.
Artigo 893.º
Abertura das propostas
1 - As propostas são entregues na secretaria do tribunal e abertas na presença do juiz, devendo
assistir à abertura o agente de execução e podendo a ela assistir o executado, o exequente, os
reclamantes de créditos com garantia sobre os bens a vender e os proponentes.
148
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
2 - Se o preço mais elevado for oferecido por mais de um proponente, abre-se logo licitação
entre eles, salvo se declararem que pretendem adquirir os bens em compropriedade.
3 - Estando presente só um dos proponentes do maior preço, pode esse cobrir a proposta dos
outros; se nenhum deles estiver presente ou nenhum quiser cobrir a proposta dos outros,
procede-se a sorteio para determinar a proposta que deve prevalecer.
4 - As propostas, uma vez apresentadas, só podem ser retiradas se a sua abertura for adiada
por mais de 90 dias depois do primeiro designado.
Artigo 894.º
Deliberação sobre as propostas
1 - Imediatamente após a abertura ou depois de efectuada a licitação ou o sorteio a que houver
lugar, são as propostas apreciadas pelo executado, exequente e credores que hajam
comparecido; se nenhum estiver presente, considera-se aceite a proposta de maior preço, sem
prejuízo do disposto no n.º 3.
2 - Se os interessados não estiverem de acordo, prevalece o voto dos credores que, entre os
presentes, tenham maioria de créditos sobre os bens a que a proposta se refere.
3 - Não serão aceites as propostas de valor inferior ao previsto no n.º 2 do artigo 889.º, salvo
se o exequente, o executado e todos os credores com garantia real sobre os bens a vender
acordarem na sua aceitação.
Artigo 895.º
Irregularidades ou frustração da venda por meio de propostas
1 - As irregularidades relativas à abertura, licitação, sorteio, apreciação e aceitação das
propostas só podem ser arguidas no próprio acto.
2 - Na falta de proponentes ou de aceitação das propostas, tem lugar a venda por negociação
particular.
Artigo 896.º
Exercício do direito de preferência
1 - Aceite alguma proposta, são interpelados os titulares do direito de preferência presentes
para que declarem se querem exercer o seu direito.
2 - Apresentando-se a preferir mais de uma pessoa com igual direito, abre-se licitação entre
elas, sendo aceite o lance de maior valor.
149
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 897.º
Caução e depósito do preço
1 - Os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado, à ordem
do agente de execução ou, nos casos em que as diligências de execução são realizadas por
oficial de justiça, da secretaria, no montante correspondente a 5 % do valor anunciado para a
venda, ou garantia bancária no mesmo valor.
2 - Aceite alguma proposta, o proponente ou preferente é notificado para, no prazo de 15
dias, depositar numa instituição de crédito, à ordem do agente de execução ou, nos casos em
que as diligências de execução são realizadas por oficial de justiça, da secretaria, a totalidade ou
a parte do preço em falta.
Artigo 898.º
Falta de depósito
1 - Findo o prazo referido no n.º 2 do artigo anterior e o proponente ou preferente não tiver
depositado o preço, ouvidos os interessados na venda, o agente de execução pode:
a) Determinar que a venda fique sem efeito e aceitar a proposta de valor
imediatamente inferior; ou
b) Determinar que a venda fique sem efeito e efectuar a venda dos bens através da
modalidade mais adequada, não podendo ser admitido o proponente ou preferente
remisso a adquirir novamente os mesmos bens e perdendo o valor da caução
constituída nos termos do n.º 1 do artigo 897.º; ou
c) Liquidar a responsabilidade do proponente ou preferente remisso, devendo ser
promovido perante o juiz o arresto em bens suficientes para garantir o valor em
falta, acrescido das custas e despesas, sem prejuízo de procedimento criminal e
sendo aquele, simultaneamente, executado no próprio processo para pagamento
daquele valor e acréscimos.
2 - O arresto é levantado logo que o pagamento seja efectuado, com os acréscimos calculados.
3 - (Revogado.)
4 – O preferente que não tenha exercido o seu direito no acto de abertura e aceitação das
propostas pode efectuar, no prazo de cinco dias, contados do termo do prazo do proponente
150
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 899.º
Auto de abertura e aceitação das propostas
Da abertura e aceitação das propostas é, pelo agente de execução, lavrado auto em que, além
das outras ocorrências, se mencione, para cada proposta aceite, o nome do proponente, os
bens a que respeita e o seu preço. Os bens identificar-se-ão pela referência à penhora
respectiva.
Artigo 900.º
Adjudicação e registo
1 - Mostrando-se integralmente pago o preço e satisfeitas as obrigações fiscais inerentes à
transmissão, os bens são adjudicados e entregues ao proponente ou preferente, emitindo o
agente de execução o título de transmissão a seu favor, no qual se identificam os bens, se
certifica o pagamento do preço ou a dispensa do depósito do mesmo e se declara o
cumprimento ou a isenção das obrigações fiscais, bem como a data em que os bens foram
adjudicados.
2 - Seguidamente, o agente de execução comunica a venda ao serviço de registo competente,
juntando o respectivo título, e este procede ao registo do facto e, oficiosamente, ao
cancelamento das inscrições relativas aos direitos que tenham caducado, nos termos do n.º 2
do artigo 824.º do Código Civil.
Artigo 901.º
Entrega dos bens
O adquirente pode, com base no título de transmissão a que se refere o artigo anterior,
requerer contra o detentor, na própria execução, a entrega dos bens, nos termos prescritos no
artigo 930.º, devidamente adaptados.
Artigo 901.º-A
Venda de estabelecimento comercial
151
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
1 - A venda de estabelecimento comercial de valor superior a 500 UC tem lugar, sob proposta
do exequente, do executado ou de um credor que sobre ele tenha garantia real, mediante
propostas em carta fechada.
2 - O juiz determina se as propostas serão abertas na sua presença, sendo-o sempre na
presença do agente de execução.
3 - Aplicam-se, devidamente adaptadas, as normas dos artigos anteriores.
DIVISÃO III
Outras modalidades de venda
Artigo 902.º
Bens vendidos nas bolsas
1 - São vendidos nas bolsas de capitais os títulos de crédito que nelas tenham cotação.
2 - Se na área de jurisdição do tribunal da execução houver bolsas de mercadorias, nelas se
venderão as mercadorias que aí forem cotadas.
Artigo 903.º
Venda directa
Se os bens houverem, por lei, de ser entregues a determinada entidade, ou tiverem sido
prometidos vender, com eficácia real, a quem queira exercer o direito de execução específica, a
venda ser-lhe-á feita directamente.
Artigo 904.º
Casos em que se procede à venda por negociação particular
A venda é feita por negociação particular:
a) Quando o exequente propõe um comprador ou um preço, que é aceite pelo
executado e demais credores;
b) Quando o executado propõe um comprador ou um preço, que é aceite pelo
exequente e demais credores;
c) Quando haja urgência na realização da venda, reconhecida pelo juiz;
d) Quando se frustre a venda por propostas em carta fechada, por falta de
proponentes, não aceitação das propostas ou falta de depósito do preço pelo
proponente aceite;
152
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 905.º
Realização da venda por negociação particular
1 - Ao determinar-se a venda por negociação particular, designa-se a pessoa que fica
incumbida, como mandatário, de a efectuar.
2 - Da realização da venda pode ser encarregado o agente de execução, por acordo de todos os
credores e sem oposição do executado, ou, na falta de acordo ou havendo oposição, por
determinação do juiz.
3 - Não se verificando os pressupostos do número anterior, para a venda de imóveis é
preferencialmente designado mediador oficial.
4 - O preço é depositado directamente pelo comprador numa instituição de crédito, à ordem
do agente de execução ou, nos casos em que as diligências de execução sejam realizadas por
oficial de justiça, da secretaria, antes de lavrado o instrumento da venda.
5 - Estando pendente recurso da sentença que se executa ou oposição do executado à
execução ou à penhora, faz-se disso menção no acto de venda.
6 - A venda de imóvel em que tenha sido, ou esteja sendo, feita construção urbana, ou de
fracção dele, pode efectuar-se no estado em que se encontre, com dispensa da licença de
utilização ou de construção, cuja falta de apresentação a entidade com competência para a
formalização do acto faz consignar no documento, constituindo ónus do adquirente a
respectiva legalização.
Artigo 906.º
Venda em estabelecimento de leilão
1 - A venda é feita em estabelecimento de leilão:
a) Quando o exequente, o executado, ou credor reclamante com garantia sobre o bem
em causa, proponha a venda em determinado estabelecimento e não haja oposição
de qualquer dos restantes; ou
153
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 907.º
Irregularidades da venda
1 - Os credores, o executado e qualquer dos licitantes podem reclamar contra as
irregularidades que se cometam no acto do leilão. Para decidir as reclamações o juiz pode
examinar ou mandar examinar a escrituração do estabelecimento, ouvir o respectivo pessoal,
inquirir as testemunhas que se oferecerem e proceder a quaisquer outras diligências.
2 - O leilão será anulado quando as irregularidades cometidas hajam viciado o resultado final
da licitação, sendo o dono do estabelecimento condenado na reposição do que tiver
embolsado, sem prejuízo da indemnização pelos danos que haja causado.
3 - Sendo anulado, o leilão repete-se noutro estabelecimento e, se o não houver, procede-se à
venda por propostas em carta fechada, se for caso disso, ou por negociação particular.
Artigo 907.º-A
Venda em depósito público ou equiparado
1 - São vendidos em depósito público ou equiparado os bens que tenham sido para aí
removidos e não devam ser vendidos por outra forma.
2 - As vendas referidas neste artigo têm periodicidade mensal e são publicitadas em anúncios
publicados nos termos do artigo 890.º e mediante a afixação de editais no armazém, contendo
a relação dos bens a vender e a menção do n.º 5 do mesmo artigo.
154
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
3 - O modo de realização da venda em depósito público ou equiparado, que deve ter em conta
a natureza dos bens a vender, é regulado em portaria do membro do Governo responsável
pela área da justiça.
Artigo 907.º-B
Venda em leilão electrónico
1 - Excepto nos casos referidos nos artigos 902.º e 903.º, a venda de bens imóveis e de bens
móveis penhorados é sempre feita em leilão electrónico, nos termos a definir por portaria do
membro do Governo responsável pela área da justiça:
a) Quando, ouvidos o executado, o exequente e os credores com garantia sobre os
bens a vender, estes não se oponham no prazo de cinco dias;
b) Nos casos referidos nas alíneas d) e e) do artigo 904.º e no n.º 3 do artigo 907.º,
quando o agente de execução entenda preferível a venda em leilão electrónico à
venda por negociação particular ou à venda por propostas em carta fechada.
2 - As vendas referidas neste artigo são publicitadas, com as devidas adaptações, nos termos
dos nºs 2, 3 e 5 do artigo 890.º
3 - À venda em leilão electrónico aplicam-se as regras relativas à venda em estabelecimento de
leilão em tudo o que não estiver especialmente regulado na portaria referida no n.º 1.
DIVISÃO IV
Da invalidade da venda
Artigo 908.º
Anulação da venda e indemnização do comprador
1 - Se, depois da venda, se reconhecer a existência de algum ónus ou limitação que não fosse
tomado em consideração e que exceda os limites normais inerentes aos direitos da mesma
categoria, ou de erro sobre a coisa transmitida, por falta de conformidade com o que foi
anunciado, o comprador pode pedir, na execução, a anulação da venda e a indemnização a que
tenha direito, sendo aplicável o artigo 906.º do Código Civil.
2 - A questão prevista no número anterior é decidida pelo juiz, depois de ouvidos o exequente,
o executado e os credores interessados e de examinadas as provas que se produzirem.
3 - Feito o pedido de anulação do negócio e de indemnização do comprador antes de ser
levantado o produto da venda, este não será entregue sem a prestação de caução; sendo o
155
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
comprador remetido para a acção competente, a caução será levantada, se a acção não for
proposta dentro de 30 dias ou estiver parada, por negligência do autor, durante três meses.
Artigo 909.º
Casos em que a venda fica sem efeito
1 - Além do caso previsto no artigo anterior, a venda só fica sem efeito:
a) Se for anulada ou revogada a sentença que se executou ou se a oposição à execução
ou à penhora for julgada procedente, salvo quando, sendo parcial a revogação ou a
procedência, a subsistência da venda for compatível com a decisão tomada;
b) Se toda a execução for anulada por falta ou nulidade da citação do executado, que
tenha sido revel, salvo o disposto no n.º 3 do artigo 921.º;
c) Se for anulado o acto da venda, nos termos do artigo 201.º;
d) Se a coisa vendida não pertencia ao executado e foi reivindicada pelo dono.
2 - Quando, posteriormente à venda, for julgada procedente qualquer acção de preferência ou
for deferida a remição de bens, o preferente ou o remidor substituir-se-ão ao comprador,
pagando o preço e as despesas da compra.
3 - Nos casos previstos nas alíneas a), b) e c) do n.º 1, a restituição dos bens tem de ser pedida
no prazo de 30 dias a contar da decisão definitiva, devendo o comprador ser embolsado
previamente do preço e das despesas de compra; se a restituição não for pedida no prazo
indicado, o vencedor só tem direito a receber o preço.
Artigo 910.º
Cautelas a observar no caso de protesto pela reivindicação
1 - Se, antes de efectuada a venda, algum terceiro tiver protestado pela reivindicação da coisa,
invocando direito próprio incompatível com a transmissão, lavrar-se-á termo de protesto;
nesse caso, os bens móveis não serão entregues ao comprador senão mediante as cautelas
estabelecidas nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 1384.º e o produto da venda não será
levantado sem se prestar caução.
2 - Se, porém, o autor do protesto não propuser a acção dentro de 30 dias ou a acção estiver
parada, por negligência sua, durante três meses, pode requerer-se a extinção das garantias
destinadas a assegurar a restituição dos bens e o embolso do preço; em qualquer desses casos
o comprador, se a acção for julgada procedente, fica com o direito de retenção da coisa
156
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
comprada, enquanto lhe não for restituído o preço, podendo o proprietário reavê-lo dos
responsáveis, se houver de o satisfazer para obter a entrega da coisa reivindicada.
Artigo 911.º
Cautelas a observar no caso de reivindicação sem protesto
O disposto no artigo anterior é aplicável, com as necessárias adaptações, ao caso de a acção
ser proposta, sem protesto prévio, antes da entrega dos bens móveis ou do levantamento do
produto da venda.
SECÇÃO VI
Remição
Artigo 912.º
A quem compete
Ao cônjuge que não esteja separado judicialmente de pessoas e bens e aos descendentes ou
ascendentes do executado é reconhecido o direito de remir todos os bens adjudicados ou
vendidos, ou parte deles, pelo preço por que tiver sido feita a adjudicação ou a venda.
Artigo 913.º
Até quando pode ser exercido o direito de remição
1 - O direito de remição pode ser exercido:
a) No caso de venda por propostas em carta fechada, até à emissão do título da
transmissão dos bens para o proponente ou no prazo e nos termos do n.º 4 do
artigo 898.º;
b) Nas outras modalidades de venda, até ao momento da entrega dos bens ou da
assinatura do título que a documenta.
2 - Aplica-se ao remidor, que exerça o seu direito no acto de abertura e aceitação das
propostas em carta fechada, o disposto no artigo 897.º, com as adaptações necessárias, bem
como o disposto nos nºs 1 a 2 do artigo 898.º, devendo o preço ser integralmente depositado
quando o direito de remição seja exercido depois desse momento, com o acréscimo de 5 %
para indemnização do proponente se este já tiver feito o depósito referido no n.º 2 do artigo
897.º, e aplicando-se, em qualquer caso, o disposto no artigo 900.º
157
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 914.º
Predomínio da remição sobre o direito de preferência
1 - O direito de remição prevalece sobre o direito de preferência.
2 - Se houver, porém, vários preferentes e se abrir licitação entre eles, a remição tem de ser
feita pelo preço correspondente ao lanço mais elevado.
Artigo 915.º
Ordem por que se defere o direito de remição
1 - O direito de remição pertence em primeiro lugar ao cônjuge, em segundo lugar aos
descendentes e em terceiro lugar aos ascendentes do executado.
2 - Concorrendo à remição vários descendentes ou vários ascendentes, preferem os de grau
mais próximo aos de grau mais remoto; em igualdade de grau, abre-se licitação entre os
concorrentes e prefere-se o que oferecer maior preço.
3 - Se o requerente da remição não puder fazer logo a prova do casamento ou do parentesco,
dar-se-lhe-á prazo razoável para a junção do respectivo documento.
SECÇÃO VII
Extinção e anulação da execução
Artigo 916.º
Cessação da execução pelo pagamento voluntário
1 - Em qualquer estado do processo pode o executado ou qualquer outra pessoa fazer cessar a
execução, pagando as custas e a dívida.
2 - O pagamento é feito mediante entrega directa ou depósito em instituição de crédito à
ordem do agente de execução.
3 - Nos casos em que as diligências de execução são realizadas por oficial de justiça, quem
pretenda usar da faculdade prevista no n.º 1 solicita na secretaria, ainda que verbalmente, guias
para depósito da parte líquida ou já liquidada do crédito do exequente que não esteja solvida
pelo produto da venda ou adjudicação de bens.
4 - Efectuado o depósito referido no número anterior, susta-se a execução, a menos que ele
seja manifestamente insuficiente, e tem lugar a liquidação de toda a responsabilidade do
executado.
158
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 917.º
Liquidação da responsabilidade do executado
1 - Se o requerimento for feito antes da venda ou adjudicação de bens, liquidar-se-ão
unicamente as custas e o que faltar do crédito do exequente.
2 - Se já tiverem sido vendidos ou adjudicados bens, a liquidação tem de abranger também os
créditos reclamados para serem pagos pelo produto desses bens, conforme a graduação e até
onde o produto obtido chegar, salvo se o requerente exibir título extintivo de algum deles, que
então não é compreendido; se ainda não estiver feita a graduação dos créditos reclamados que
tenham de ser liquidados, a execução prossegue somente para verificação e graduação desses
créditos e só depois se faz a liquidação.
3 - A liquidação compreende sempre as custas dos levantamentos a fazer pelos titulares dos
créditos liquidados e é notificada ao exequente, aos credores interessados, ao executado e ao
requerente, se for pessoa diversa.
4 - O requerente deposita o saldo que for liquidado, sob pena de ser condenado nas custas a
que deu causa e de a execução prosseguir, não podendo tornar a suspender-se sem prévio
depósito da quantia já liquidada, depois de deduzido o produto das vendas ou adjudicações
feitas posteriormente e depois de deduzidos os créditos cuja extinção se prove por
documento.
5 - Feito o depósito referido no número anterior, ordena-se nova liquidação do acrescido,
observando-se o preceituado nas disposições anteriores.
6 - Se o pagamento for efectuado por terceiro, este só fica sub-rogado nos direitos do
exequente mostrando que os adquiriu nos termos da lei substantiva.
Artigo 918.º
Desistência do exequente
1 - A desistência do exequente extingue a execução; mas, se já tiverem sido vendidos ou
adjudicados bens sobre cujo produto hajam sido graduados outros credores, a estes será paga
a parte que lhes couber nesse produto.
159
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 919.º
Extinção da execução
1 - A execução extingue-se nas seguintes situações:
a) Logo que se efectue o depósito da quantia liquidada, nos termos do artigo 917.º;
b) Depois de efectuada a liquidação e os pagamentos, pelo agente de execução, nos
termos do Regulamento das Custas Processuais, tanto no caso do artigo anterior
como quando se mostre satisfeita pelo pagamento coercivo a obrigação exequenda;
c) Nos casos referidos no n.º 3 do artigo 832.º, no n.º 6 do artigo 833.º-B e no n.º 6 do
artigo 875.º, por inutilidade superveniente da lide;
d) Quando ocorra outra causa de extinção da execução.
2 - A extinção é notificada ao executado, ao exequente e aos credores reclamantes.
3 - A extinção da execução é comunicada, por via electrónica, ao tribunal, sendo assegurado
pelo sistema informático o arquivo automático e electrónico do processo, sem necessidade de
intervenção judicial ou da secretaria.
Artigo 920.º
Renovação da execução extinta
1 - A extinção da execução, quando o título tenha trato sucessivo, não obsta a que a acção
executiva se renove no mesmo processo para pagamento de prestações que se vençam
posteriormente.
2 - Também o credor cujo crédito esteja vencido e haja reclamado para ser pago pelo produto
de bens penhorados que não chegaram entretanto a ser vendidos nem adjudicados, pode
requerer, no prazo de 10 dias contados da notificação da extinção da execução, o
prosseguimento desta para efectiva verificação, graduação e pagamento do seu crédito.
3 - O requerimento faz prosseguir a execução, mas somente quanto aos bens sobre que incida
a garantia real invocada pelo requerente, que assumirá a posição de exequente.
4 - Não se repetem as citações e aproveita-se tudo o que tiver sido processado relativamente
aos bens em que prossegue a execução, mas os outros credores e o executado são notificados
do requerimento.
160
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
5 - O exequente pode ainda requerer a renovação da execução extinta nos termos da alínea c)
do n.º 1 do artigo 919.º, quando indique bens penhoráveis aplicando-se, com as necessárias
adaptações, o disposto no número anterior.
Artigo 921.º
Anulação da execução, por falta ou nulidade de citação do executado
1 - Se a execução correr à revelia do executado e este não tiver sido citado, quando o deva ser,
ou houver fundamento para declarar nula a citação, pode o executado requerer a todo o
tempo, na execução, que esta seja anulada.
2 - Sustados todos os termos da execução, conhece-se logo da reclamação e, caso seja julgada
procedente, anula-se tudo o que na execução se tenha praticado.
3 - A reclamação pode ser feita mesmo depois de finda a execução.
4 - Se, após a venda, tiver decorrido o tempo necessário para a usucapião, o executado fica
apenas com o direito de exigir do exequente, no caso de dolo ou de má fé deste, a
indemnização do prejuízo sofrido, se esse direito não tiver prescrito entretanto.
SECÇÃO VIII
Recursos
Artigo 922.º
[…]
(Revogado.)
Artigo 922.º-A
Disposições reguladoras dos recursos
Aos recursos de apelação e de revista de decisões proferidas no processo executivo são
aplicáveis as disposições reguladoras do processo de declaração, salvo o que vai prescrito nos
artigos seguintes.
Artigo 922.º-B
Apelação
1 - Cabe recurso de apelação das decisões que ponham termo:
a) (Revogada.);
161
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 922.º-C
Revista
Cabe recurso de revista dos acórdãos da Relação proferidos em recurso das decisões referidas
nas alíneas a), b) e c) do n.º 1 do artigo anterior.
SUBTÍTULO III
Da execução para entrega de coisa certa
Artigo 928.º
Citação do executado
Na execução para entrega de coisa certa, o executado é citado para, no prazo de 20 dias, fazer
a entrega ou opor-se à execução.
Artigo 929.º
Fundamentos e efeitos da oposição
1 - O executado pode deduzir oposição à execução pelos motivos especificados nos artigos
814.º, 815.º e 816.º, na parte aplicável, e com fundamento em benfeitorias a que tenha direito.
162
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 930.º
Entrega da coisa
1 - À efectivação da entrega da coisa são subsidiariamente aplicáveis, com as necessárias
adaptações, as disposições referentes à realização da penhora, procedendo-se às buscas e
outras diligências necessárias, se o executado não fizer voluntariamente a entrega; a entrega
pode ter por objecto bem do Estado ou de outra pessoa colectiva referida no n.º 1 do artigo
823.º
2 - Tratando-se de coisas móveis a determinar por conta, peso ou medida, o agente de
execução manda fazer, na sua presença, as operações indispensáveis e entrega ao exequente a
quantidade devida.
3 - Tratando-se de imóveis, o agente de execução investe o exequente na posse, entregando-
lhe os documentos e as chaves, se os houver, e notifica o executado, os arrendatários e
quaisquer detentores para que respeitem e reconheçam o direito do exequente.
4 - Pertencendo a coisa em compropriedade a outros interessados, o exequente é investido na
posse da sua quota-parte.
5 - Efectuada a entrega da coisa, se a decisão que a decretou for revogada ou se, por qualquer
outro motivo, o anterior possuidor recuperar o direito a ela, pode requerer que se proceda à
respectiva restituição.
6 - Tratando-se da casa de habitação principal do executado, é aplicável o disposto nos nºs 3 a
6 do artigo 930.º-B, e caso se suscitem sérias dificuldades no realojamento do executado, o
agente de execução comunica antecipadamente o facto à câmara municipal e às entidades
assistenciais competentes.
Artigo 930.º-A
Execução para entrega de coisa imóvel arrendada
À execução para entrega de coisa imóvel arrendada são aplicáveis as disposições anteriores do
presente subtítulo, com as alterações constantes dos artigos 930.º-B a 930.º-E.
163
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 930.º-B
Suspensão da execução
1 - A execução suspende-se nos seguintes casos:
a) Se for recebida a oposição à execução, deduzida numa execução que se funde em
título executivo extrajudicial;
b) Se o executado requerer o diferimento da desocupação do local arrendado para
habitação, motivada pela cessação do respectivo contrato, nos termos do artigo
930.º-C.
2 - O agente de execução suspende as diligências executórias sempre que o detentor da coisa,
que não tenha sido ouvido e convencido na acção declarativa, exibir algum dos seguintes
títulos, com data anterior ao início da execução:
a) Título de arrendamento ou de outro gozo legítimo do prédio, emanado do
exequente;
b) Título de subarrendamento ou de cessão da posição contratual, emanado do
executado, e documento comprovativo de haver sido requerida no prazo de 15 dias
a respectiva notificação ao exequente, ou de o exequente ter especialmente
autorizado o subarrendamento ou a cessão, ou de o exequente ter conhecido o
subarrendatário ou cessionário como tal.
3 - Tratando-se de arrendamento para habitação, o agente de execução suspende as diligências
executórias, quando se mostre, por atestado médico que indique fundamentadamente o prazo
durante o qual se deve suspender a execução, que a diligência põe em risco de vida a pessoa
que se encontra no local, por razões de doença aguda.
4 - Nos casos referidos nos nºs 2 e 3, o agente de execução lavra certidão das ocorrências,
junta os documentos exibidos e adverte o detentor, ou a pessoa que se encontra no local, de
que a execução prossegue, salvo se, no prazo de 10 dias, solicitar ao juiz a confirmação da
suspensão, juntando ao requerimento os documentos disponíveis, dando do facto imediato
conhecimento ao exequente ou ao seu representante.
5 - No prazo de 15 dias, o juiz de execução, ouvido o exequente, decide manter a execução
suspensa ou ordena a imediata prossecução dos autos.
6 - O exequente pode requerer, à sua custa, o exame do doente por dois médicos nomeados
pelo juiz, decidindo este da suspensão, segundo a equidade.
164
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 930.º-C
Diferimento da desocupação de imóvel arrendado para habitação
1 - No caso de imóvel arrendado para habitação, dentro do prazo de oposição à execução, o
executado pode requerer o diferimento da desocupação, por razões sociais imperiosas,
devendo logo oferecer as provas disponíveis e indicar as testemunhas a apresentar, até ao
limite de três.
2 - O diferimento de desocupação do local arrendado para habitação é decidido de acordo
com o prudente arbítrio do tribunal, desde que se alegue algum dos seguintes fundamentos:
a) Que a desocupação imediata do local causa ao executado um prejuízo muito
superior à vantagem conferida ao exequente;
b) Que, tratando-se de resolução por não pagamento de rendas, a falta do mesmo se
deve a carência de meios do executado, o que se presume relativamente ao
beneficiário de subsídio de desemprego ou de rendimento social de inserção;
c) Que o executado é portador de deficiência com grau comprovado de incapacidade
superior a 60%.
3 - No diferimento, decidido com base:
a) Na alínea a) do número anterior, pode o executado, a pedido do exequente, ser
obrigado a caucionar as rendas vincendas, sob pena de perda de benefício;
b) Na alínea b) do número anterior, cabe ao Fundo de Socorro Social do Instituto de
Gestão Financeira da Segurança Social indemnizar o exequente pelas rendas não
pagas, acrescidas de juros de mora e ficando sub-rogado nos direitos daquele.
Artigo 930.º-D
Termos do diferimento da desocupação
1 - A petição de diferimento da desocupação assume carácter de urgência e é indeferida
liminarmente quando:
a) Tiver sido deduzida fora do prazo;
b) O fundamento não se ajustar a algum dos referidos no artigo anterior;
c) For manifestamente improcedente.
2 - Se a petição for recebida, o exequente é notificado para contestar, dentro do prazo de 10
dias, devendo logo oferecer as provas disponíveis e indicar as testemunhas a apresentar, até ao
limite de três.
165
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
3 - Na sua decisão, o juiz deve ainda ter em conta as exigências da boa fé, a circunstância de o
executado não dispor imediatamente de outra habitação, o número de pessoas que habitam
com o executado, a sua idade, o seu estado de saúde e, em geral, a situação económica e social
das pessoas envolvidas.
4 - O juiz deve decidir do pedido de diferimento da desocupação por razões sociais no prazo
máximo de 30 dias a contar da sua apresentação, sendo a decisão oficiosamente comunicada,
com a sua fundamentação, ao Fundo de Socorro Social do Instituto de Gestão Financeira da
Segurança Social.
5 - O diferimento não pode exceder o prazo de 10 meses a contar da data do trânsito em
julgado da decisão que o conceder.
Artigo 930.º-E
Responsabilidade do exequente
Procedendo a oposição à execução que se funde em título extrajudicial, o exequente responde
pelos danos culposamente causados ao executado e incorre em multa correspondente a 10%
do valor da execução, mas não inferior a 10 UC nem superior ao dobro do máximo da taxa de
justiça, quando não tenha agido com a prudência normal, sem prejuízo da responsabilidade
criminal em que possa também incorrer.
Artigo 931.º
Conversão da execução
1 - Quando não seja encontrada a coisa que o exequente devia receber, este pode, no mesmo
processo, fazer liquidar o seu valor e o prejuízo resultante da falta da entrega, observando-se o
disposto nos artigos 378.º, 380.º e 805.º, com as necessárias adaptações.
2 - Feita a liquidação, procede-se à penhora dos bens necessários para o pagamento da quantia
apurada, seguindo-se os demais termos do processo de execução para pagamento de quantia
certa.
Artigo 932.º
[…]
(Revogado.)
SUBTÍTULO IV
166
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 933.º
Citação do executado
1 - Se alguém estiver obrigado a prestar um facto em prazo certo e não cumprir, o credor
pode requerer a prestação por outrem, se o facto for fungível, bem como a indemnização
moratória a que tenha direito, ou a indemnização do dano sofrido com a não realização da
prestação; pode também o credor requerer o pagamento da quantia devida a título de sanção
pecuniária compulsória, em que o devedor tenha sido já condenado ou cuja fixação o credor
pretenda obter no processo executivo.
2 - O devedor é citado para, em 20 dias, deduzir oposição à execução, podendo o fundamento
da oposição consistir, ainda que a execução se funde em sentença, no cumprimento posterior
da obrigação, provado por qualquer meio.
3 - O recebimento da oposição tem os efeitos indicados no artigo 818.º, devidamente
adaptado.
Artigo 934.º
Conversão da execução
Findo o prazo concedido para a oposição à execução, ou julgada esta improcedente, tendo a
execução sido suspensa, se o exequente pretender a indemnização do dano sofrido, observar-
se-á o disposto no artigo 931.º
Artigo 935.º
Avaliação do custo da prestação e realização da quantia apurada
1 - Se o exequente optar pela prestação do facto por outrem, requererá a nomeação de perito
que avalie o custo da prestação.
2 - Concluída a avaliação, procede-se à penhora dos bens necessários para o pagamento da
quantia apurada, seguindo-se os demais termos do processo de execução para pagamento de
quantia certa.
Artigo 936.º
Prestação pelo exequente
167
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 937.º
Pagamento do crédito apurado a favor do exequente
1 - Aprovadas as contas pelo agente de execução, o crédito do exequente é pago pelo produto
da execução a que se refere o artigo 935.º
2 - Se o produto não chegar para o pagamento, seguir-se-ão, para se obter o resto, os termos
estabelecidos naquele mesmo artigo.
Artigo 938.º
Direito do exequente quando não se obtenha o custo da avaliação
Tendo-se excutido todos os bens do executado sem se obter a importância da avaliação, o
exequente pode desistir da prestação do facto, no caso de não estar ainda iniciada, e requerer o
levantamento da quantia obtida.
Artigo 939.º
Fixação do prazo para a prestação
1 - Quando o prazo para a prestação não esteja determinado no título executivo, o exequente
indica o prazo que reputa suficiente e requer que, citado o devedor para, em 20 dias, dizer o
que se lhe oferecer, o prazo seja fixado judicialmente; o exequente requer também a aplicação
da sanção pecuniária compulsória, nos termos da 2.ª parte do n.º 1 do artigo 933.º
2 - Se o executado tiver fundamento para se opor à execução, deve logo deduzi-la e dizer o
que se lhe ofereça sobre o prazo.
Artigo 940.º
Fixação do prazo e termos subsequentes
168
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
1 - O prazo é fixado pelo juiz, que para isso procederá às diligências necessárias.
2 - Se o devedor não prestar o facto dentro do prazo, observar-se-á, sem prejuízo da 2.ª parte
do n.º 1 do artigo 939.º, o disposto nos artigos 933.º a 938.º, mas a citação prescrita no artigo
933.º é substituída por notificação e o executado só pode deduzir oposição à execução nos 20
dias posteriores, com fundamento na ilegalidade do pedido da prestação por outrem ou em
qualquer facto ocorrido posteriormente à citação a que se refere o artigo anterior e que, nos
termos dos artigos 814.º e seguintes, seja motivo legítimo de oposição.
Artigo 941.º
Violação da obrigação, quando esta tenha por objecto um facto negativo
1 - Quando a obrigação do devedor consista em não praticar algum facto, o credor pode
requerer, no caso de violação, que esta seja verificada por meio de perícia e que o juiz ordene:
a) A demolição da obra que eventualmente tenha sido feita;
b) A indemnização do exequente pelo prejuízo sofrido; e
c) O pagamento da quantia devida a título de sanção pecuniária compulsória, em que o
devedor tenha sido já condenado ou cuja fixação o credor pretenda obter na
execução.
2 - O executado é citado, podendo no prazo de 20 dias deduzir oposição à execução nos
termos dos artigos 814.º e seguintes; a oposição ao pedido de demolição pode fundar-se no
facto de esta representar para o executado prejuízo consideravelmente superior ao sofrido
pelo exequente.
3 - Concluindo pela existência da violação, o perito deve indicar logo a importância provável
das despesas que importa a demolição, se esta tiver sido requerida.
4 - A oposição fundada em que a demolição causará ao executado prejuízo consideravelmente
superior ao que a obra causou ao exequente suspende a execução, em seguida à perícia,
mesmo que o executado não preste caução.
Artigo 942.º
Termos subsequentes
1 - Se o juiz reconhecer a falta de cumprimento da obrigação, ordenará a demolição da obra à
custa do executado e a indemnização do exequente, ou fixará apenas o montante desta última,
quando não haja lugar à demolição.
169
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
2 - Seguir-se-ão depois, com as necessárias adaptações, os termos prescritos nos artigos 934.º a
938.º
Artigo 943.º
[…]
(Revogado.)
170
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
O novo regime jurídico da acção executiva, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 38/2003, de 8 de
Março, tem como objectivo claro a simplificação e aperfeiçoamento do actual processo
executivo, pondo termo a uma excessiva morosidade para a qual contribuía a forte
jurisdicionalização e rigidez dos actos praticados no âmbito do mesmo.
Nessa medida, com o intuito de evitar o impulso processual que venha a revelar-se
improfícuo, mas sobretudo de agilizar a fase processual da penhora, conferindo-lhe maior
eficácia, o novo regime do processo executivo prevê a existência de um registo informático
das execuções.
Pretende-se ainda, com este registo, prevenir potenciais litígios jurisdicionais através do acesso
concedido à informação dele constante por parte de quem tenha uma relação contratual ou
pré-contratual com o titular dos dados.
Cabe, aliás, referir que a informação constante deste registo informático já é, na sua totalidade,
de acesso público, constando dos processos judiciais pendentes em tribunal.
Com essas finalidades, esse registo informático disponibilizará todas as informações
necessárias à realização da penhora, nomeadamente um rol dos processos de execução
pendentes contra o executado, bem como informação sobre os bens já penhorados no
património do mesmo e ainda um elenco das acções instauradas contra o exequente que foram
declaradas findas ou suspensas.
A qualidade e tratamento dos dados não foi descurada, pelo que o seu registo e actualização,
bem como o registo diário dos pedidos de consulta, dos acessos ao registo informático e dos
certificados emitidos, é assegurado pela secretaria. Ainda no âmbito desta matéria, foi atribuída
ao titular dos dados a faculdade de requerer, a todo o tempo, a actualização ou rectificação dos
dados inscritos no registo.
Com o fito de proteger os dados de acessos ilegítimos, estabelece-se que apenas poderão
proceder à consulta do registo informático de execuções determinadas categorias de pessoas:
os magistrados judiciais ou do Ministério Público, as pessoas capazes de exercer o mandato
judicial ou os solicitadores de execução, quando munidos de título executivo, o mandatário
171
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
constituído ou o agente de execução nomeado, o próprio titular dos dados e ainda qualquer
pessoa que tenha uma relação contratual ou pré-contratual com o executado, neste último
caso mediante autorização judicial e verificados determinados requisitos legais.
Ponderados a natureza dos dados inscritos no registo e os objectivos da reforma, as únicas
entidades com acesso directo ao registo são os magistrados judiciais ou do Ministério Público;
nas restantes situações, a consulta do registo de execuções depende de pedido formulado em
requerimento cujo modelo consta de portaria do Ministro da Justiça.
Ainda em obediência a objectivos de garantia da segurança da informação contida no registo
de execuções, foram adoptadas medidas legislativas adequadas a proteger os dados pessoais,
cabendo ao director-geral da Administração da Justiça velar pela utilização das medidas
eficazes à prossecução desse propósito.
Com este diploma dá-se, assim, cumprimento ao disposto no n.º 4 do artigo 807.º do Código
de Processo Civil, na redacção que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei n.º 38/2003, de 8 de
Março.
Nos termos do n.º 2 do artigo 22.º da Lei n.º 67/98, de 26 de Outubro, foi ouvida a Comissão
Nacional de Protecção de Dados.
Assim:
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o
seguinte:
Artigo 1.º
Objecto e finalidade do registo
1 - O registo informático de execuções contém o rol das execuções cíveis, dos processos
laborais de execução e dos processos especiais de insolvência e recuperação de empresas.
2 - O registo informático tem como finalidade a criação de mecanismos expeditos para
conferir eficácia à penhora e à liquidação de bens.
3 - O registo informático tem ainda como finalidade a prevenção de eventuais conflitos
jurisdicionais resultantes de incumprimento contratual.
Artigo 2.º
Dados do registo
1 - O registo informático de execuções contém o rol das execuções pendentes e, relativamente
a cada uma delas, a seguinte informação:
172
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
a) Identificação da execução;
b) Identificação do agente de execução, através de nome, domicílio profissional,
números de cédula profissional e de identificação fiscal, ou do oficial de justiça,
através de nome e número mecanográfico;
c) Identificação das partes, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 467.º do Código
de Processo Civil, incluindo ainda, sempre que possível, o número de identificação
de pessoa colectiva, a filiação, o número de identificação fiscal, o número de bilhete
de identidade ou, na impossibilidade atendível da sua apresentação, os números de
passaporte ou de licença de condução;
d) Pedido, indicando o fim e o montante, a coisa ou a prestação, consoante os casos;
e) Bens indicados para penhora;
f) Bens penhorados, com indicação da data e hora da penhora e da adjudicação ou
venda;
g) Identificação dos créditos reclamados, através do seu titular e montante do crédito;
h) Indicação da realização de citação edital.
2 - Do mesmo registo consta também o rol das execuções findas ou suspensas, mencionando-
se, além dos elementos referidos no número anterior:
a) A extinção com pagamento integral;
b) A extinção com pagamento parcial;
c) A extinção da execução por não terem sido encontrados bens penhoráveis, nos
termos do disposto no n.º 3 do artigo 832.º e no n.º 6 do artigo 833.º-B do Código
de Processo Civil.
3 - Na sequência de despacho judicial, procede-se ainda à introdução dos seguintes dados:
a) A declaração de insolvência e a nomeação de um administrador da insolvência, bem
como o encerramento do processo especial de insolvência;
b) O arquivamento do processo executivo de trabalho, por não se terem encontrado
bens para penhora.
4 - Os dados previstos no número anterior são acompanhados da identificação do processo e
da informação referida na alínea c) do n.º 1.
5 - Não havendo indicação do número de identificação fiscal do titular dos dados ou, em
alternativa, do número de identificação civil, passaporte ou licença de condução, deve o agente
de execução promover as diligências necessárias à obtenção destes elementos, designadamente
173
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
mediante consulta das bases de dados, arquivos e outros registos, nos termos previstos no
artigo 833.º-A do Código de Processo Civil.
6 - (Revogado.)
7 - (Revogado.)
Artigo 3.º
Momento da inscrição
O agente de execução inscreve a execução no registo informático após a consulta prévia
efectuada nos termos do artigo 832.º do Código de Processo Civil.
Artigo 4.º
Modo de recolha e actualização
1 - Os dados do registo informático de execuções são inscritos e actualizados pelo agente de
execução a partir dos elementos de que disponha.
2 - Os dados constantes dos nºs 1 e 2 do artigo 2.º são introduzidos no prazo de dois dias
úteis após a sua obtenção.
Artigo 5.º
Actualização, rectificação e eliminação dos dados
1 - A actualização ou rectificação dos dados inscritos no registo informático de execuções
pode ser requerida pelo respectivo titular, a todo o tempo, junto da secretaria do tribunal
materialmente competente.
2 - A extinção da execução por procedência da oposição à execução ou por qualquer outro
facto, com excepção dos previstos nas alíneas b) e c) do n.º 2 do artigo 2.º, determina a
eliminação oficiosa do registo da execução.
3 - O registo da execução finda com pagamento integral é igualmente eliminado
oficiosamente, uma vez determinada ou verificada a extinção da execução.
4 - A menção de execução finda com pagamento parcial ou de execução extinta, nos termos
das alíneas b) e c) do n.º 2 do artigo 2.º, é eliminada a requerimento do devedor logo que este
prove o cumprimento da obrigação.
Artigo 6.º
Legitimidade para consultar o registo informático
174
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 7.º
Competência para deferir a consulta
1 - O pedido de consulta é dirigido a qualquer tribunal cível.
2 - (Revogado.)
Artigo 8.º
Formas de acesso
1 - A consulta do registo de execuções pode ser feito pelas formas seguintes:
a) Certificado passado pela secretaria do tribunal;
b) Acesso directo.
2 - O certificado deve transcrever integralmente todos os dados que o registo de execuções
contém relativamente ao titular de dados.
3 - O certificado é passado no prazo máximo de três dias úteis a contar da data em que foi
requerido.
4 - A passagem do certificado pode ser requerida com urgência, quando se alegue fundamento
razoável, sendo o mesmo passado com preferência sobre o restante serviço, dentro do prazo
máximo de vinte e quatro horas.
175
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 9.º
Consulta por acesso directo
1 - Os magistrados judiciais e do Ministério Público, as pessoas capazes de exercer o mandato
judicial e os agentes de execução têm acesso directo ao registo informático, nos termos a
definir por portaria do membro do Governo responsável pela área da justiça.
2 - As pesquisas ou as tentativas de pesquisa directa de informação ficam registadas
automaticamente por período nunca inferior a um ano.
Artigo 10.º
Consulta sem necessidade de autorização judicial
1 - O pedido de consulta pelo titular dos dados ou por quem tenha autorização do titular dos
dados é dirigido à secretaria do tribunal competente.
2 - O requerimento é formulado em modelo aprovado por portaria do Ministro da Justiça.
3 - A utilização do modelo para requerimento de certificado pode ser dispensada, em
condições a fixar por despacho do director-geral da Administração da Justiça, quando o
pedido é feito presencialmente nas secretarias judiciais.
4 - O requerimento é acompanhado de comprovativo do pagamento da quantia referida nos
nºs 6 e 7 do artigo 8.º ou da estampilha aprovada pela Portaria n.º 233/2003, de 17 de Março,
de igual valor.
5 - (Revogado.)
6 - O requerimento é assinado pelo requerente e contém a sua identificação bem como a
indicação do titular dos dados a que respeita.
7 - A identificação do requerente é feita pelo nome, estado e residência sendo confirmada:
a) Pela exibição do bilhete de identidade ou de outro documento de identificação
idóneo;
176
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 11.º
Consulta com autorização do tribunal
1 - Nos casos referidos na alínea e) do n.º 1 do artigo 6.º, em que não haja autorização do
titular dos dados, o requerimento de autorização para consulta do registo informático de
execuções é dirigido ao juiz do tribunal competente, em modelo aprovado nos termos do n.º 2
do artigo anterior.
2 - No requerimento deve o requerente:
a) Designar o tribunal;
b) Identificar-se, indicando o seu nome, residência e, sempre que possível, filiação,
número de bilhete de identidade e identificação fiscal;
c) Identificar o titular dos dados a consultar, indicando os elementos de identificação
referidos na alínea anterior;
d) Expor os factos e as razões que servem de fundamento ao pedido.
3 - O requerente deve ainda juntar comprovativo do pagamento da quantia referida nos nºs 6
e 7 do artigo 8.º ou estampilha, aprovada pela Portaria n.º 233/2003, de 17 de Março, de igual
valor.
4 - A secretaria recusa o recebimento do requerimento, indicando por escrito o fundamento
da rejeição, quando o requerente não cumpra o disposto nos números anteriores.
5 - Do acto de recusa de recebimento cabe reclamação para o juiz, não havendo recurso do
despacho que confirme o não recebimento.
6 - Recebido o requerimento, o juiz, no prazo de 10 dias, profere despacho fundamentado
destinado a:
a) Recusar a consulta do registo informático;
b) Autorizar a consulta do registo informático, ordenando a secretaria a passar o
respectivo certificado.
7 - Não cabe recurso dos despachos referidos no número anterior.
Artigo 12.º
177
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 13.º
Conservação dos dados
Sem prejuízo do previsto no artigo 5.º relativamente à eliminação de determinados dados, os
dados constantes do registo informático de execuções são conservados em registo até 10 anos
após a extinção da execução.
Artigo 14.º
Consulta para fins de investigação criminal ou estatística
1 - Os dados registados na base de dados podem ser consultados, pelas entidades
competentes, para efeitos de investigação criminal ou de instrução em processos judiciais,
sempre que os dados não possam ou não devam ser obtidos através das entidades a quem
respeitam.
178
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
2 - A informação contida nos dados pode ser divulgada para fins de estatística, desde que não
possam ser identificáveis as pessoas a quem respeitam.
Artigo 15.º
Segurança dos dados
1 - São objecto de controlo, tendo em vista a segurança da informação:
a) Os suportes de dados, a fim de impedir que possam ser lidos, copiados, alterados ou
eliminados por qualquer pessoa ou por qualquer forma não autorizada;
b) A inserção de dados, a fim de impedir a introdução, bem como qualquer tomada de
conhecimento, transmissão, alteração ou eliminação não autorizada de dados
pessoais;
c) O acesso aos dados de modo que as pessoas autorizadas só possam ter acesso aos
dados que interessem ao exercício dos seus interesses reconhecidos por lei;
d) A transmissão de dados, para garantir que a sua utilização seja limitada às entidades
autorizadas;
e) A introdução de dados, de forma a verificar-se quando e por quem foram
introduzidos.
2 - Compete ao director-geral da Administração da Justiça garantir o respeito pelo disposto no
número anterior, nomeadamente através da implementação de sistemas de acesso mediante
palavras-passe, medidas de restrição de acessos aos equipamentos e aplicações, bem como
auditorias para verificação dos acessos ao registo informático de execuções, a realizar através
dos mecanismos previstos no artigo 12.º
Artigo 16.º
Regime transitório
No que respeita às acções entradas antes de 15 de Setembro de 2003, são desde já inscritos no
registo informático das execuções os dados actualmente sujeitos a tratamento informático,
sendo a inscrição dos restantes efectuada no prazo máximo de um ano a contar da entrada em
vigor deste diploma.
Artigo 16.º-A
Objecto, finalidades e entidade responsável pela lista pública de execuções
179
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
1 - A lista de execuções extintas com pagamento parcial ou por não terem sido encontrados
bens penhoráveis, previstas nas alíneas b) e c) do n.º 2 do artigo 2.º, consta de sítio da Internet
de acesso público, em termos a regular por portaria do membro do Governo responsável pela
área da justiça.
2 - O executado é informado da inclusão do seu nome na lista pública de execuções nos
termos da portaria referida no número anterior, que especifica o modo de notificação ao
executado, bem como um prazo em que este, de modo a evitar a inclusão do seu nome na lista
pública de execuções, pode:
a) Promover o cumprimento da obrigação; ou
b) Aderir a um plano de pagamento de dívidas nos termos do n.º 2 do artigo 16.º-C.
3 - A lista pública das execuções tem as seguintes finalidades:
a) Conferir eficácia à penhora e liquidação de bens;
b) Prevenir eventuais conflitos jurisdicionais resultantes do incumprimento contratual;
e
c) Promover o cumprimento pontual das obrigações.
4 - A Direcção-Geral da Administração da Justiça é a entidade responsável pelo tratamento
dos dados constantes da lista pública de execuções.
Artigo 16.º-B
Actualização e rectificação de registos na lista pública de execuções
1 - A lista identifica, relativamente a cada execução:
a) O nome do executado;
b) O número de identificação fiscal ou, em alternativa, os números de identificação
civil, de passaporte ou de licença de condução;
c) O valor em dívida;
d) O facto que determinou a extinção da execução.
2 - A actualização ou rectificação dos dados inscritos na lista de execuções pode ser efectuada
oficiosamente pela secretaria ou requerida pelo respectivo titular nos termos previstos no
artigo 5.º, bem como por via electrónica no sítio da Internet de onde conste.
3 - A decisão do requerimento referido no número anterior tem natureza urgente e é adoptada
pela secretaria no prazo máximo de dois dias úteis.
180
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
4 - Caso a decisão prevista no número anterior não seja adoptada no prazo previsto, os dados
do requerente, identificados na lista, são automática e electronicamente dela retirados até que
haja decisão.
5 - A ausência de decisão no prazo previsto no n.º 4 é comunicada ao Conselho Superior da
Magistratura e ao Conselho dos Oficiais de Justiça, por via electrónica, em termos a regular
por portaria do membro do Governo responsável pela área da justiça.
6 - Da decisão da secretaria cabe impugnação para o juiz.
7 - As decisões previstas nos números anteriores são, igualmente, e sempre que possível,
notificadas por via electrónica, nos termos de portaria do membro do Governo responsável
pela área da justiça.
8 - Havendo lugar a rectificação, o interessado tem o direito, mediante solicitação, que os
dados incorrectos constantes da lista de execuções extintas sejam substituídos pelo
reconhecimento, expresso e com igual relevo, de se ter verificado a incorrecção.
9 - O cumprimento da obrigação pelo devedor determina a exclusão da lista, aplicando-se o
disposto no n.º 3 do artigo 5.º
10 - À lista pública de execuções aplica-se, com as necessárias adaptações, o disposto no artigo
14.º e nas alíneas a), b) e e) do n.º 1 e no n.º 2 do artigo 15.º
Artigo 16.º-C
Eliminação e suspensão dos registos da lista pública de execuções
1 - Todos os registos constantes da lista pública de execuções referentes a processos
executivos findos há mais de cinco anos são oficiosamente retirados.
2 - Os registos referentes a execuções contra executados sobreendividados que adiram e
cumpram um plano de pagamento de dívida elaborado por entidades reconhecidas pelo
Ministério da Justiça, que prestem apoio a situações de sobreendividamento, podem ser
suspensos durante o cumprimento do referido plano, nos termos a definir por portaria do
membro do Governo responsável pela área da justiça.
Artigo 17.º
Entrada em vigor
O presente diploma entra em vigor no dia 15 de Setembro de 2003.
181
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
182
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 1.º
Objecto
O presente decreto-lei estabelece o regime das comunicações por meios telemáticos entre a
secretaria judicial e o agente de execução, no âmbito do exercício das competências deste em
sede de processo executivo.
Artigo 2.º
Utilização dos meios telemáticos
1 - Na transmissão de quaisquer documentos, informações, notificações ou outras mensagens
dirigidas ao agente de execução pode a secretaria judicial utilizar meios telemáticos que
garantam a segurança das comunicações, designadamente a respectiva confidencialidade e
fiabilidade, bem como a identificação inequívoca do transmissor e do destinatário.
2 - Na transmissão de quaisquer documentos, informações ou outras mensagens dirigidas à
secretaria judicial pode o agente de execução utilizar os mesmos meios telemáticos referidos
no número anterior.
3 - Os meios telemáticos utilizados devem ainda garantir a manutenção de um registo das
comunicações efectuadas, com identificação do respectivo emissor e destinatário, data de
transmissão e número de processo a que a transmissão se refere.
4 - Os meios telemáticos a utilizar devem ser previamente aprovados por despacho do
director-geral da Administração da Justiça, depois de ouvida a Câmara dos Solicitadores.
Artigo 3.º
Requisitos da transmissão
1 - Os meios telemáticos a utilizar devem assegurar que o conteúdo das comunicações seja
susceptível de representação como declaração escrita.
2 - Podem ser transmitidas:
a) Reproduções dos originais dos documentos que se pretende dar a conhecer;
b) Meras reproduções narrativas do teor dos documentos que se pretende dar a
conhecer.
183
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
3 - A secretaria judicial deve juntar aos autos uma reprodução em papel do conteúdo da
comunicação efectuada por meios telemáticos, que deve ser assinada pelo oficial de justiça.
4 - O agente de execução deve conservar no seu domicílio profissional, pelo prazo de 10 anos,
os originais dos documentos cuja comunicação seja efectuada por meios telemáticos.
5 - No que respeita a quaisquer documentos respeitantes à efectivação do acto de citação, a
comunicação por meios telemáticos dispensa a junção aos autos pelo agente de execução dos
respectivos originais, nos termos a definir por portaria do membro do Governo responsável
pela área da justiça.
Artigo 4.º
Força probatória
A reprodução em papel da comunicação efectuada por meios telemáticos nos termos do artigo
anterior tem o valor de certidão do documento reproduzido, podendo tal força probatória ser
invalidada ou modificada nos termos do artigo 385.º do Código Civil.
Artigo 5.º
Dever de apresentação
O juiz pode determinar, a todo o tempo, oficiosamente ou a requerimento de qualquer das
partes, a apresentação, pelo agente de execução, do original do documento transmitido por
meios telemáticos.
Artigo 6.º
Entrada em vigor
O presente diploma entra em vigor no dia 15 de Setembro de 2003, aplicando-se aos
processos instaurados a partir desta data.
184
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
CAPÍTULO VII
Arbitragem institucionalizada no âmbito da acção executiva
Artigo 11.º
Arbitragens institucionalizadas
Pode ser autorizada a criação de centros de arbitragem voluntária com competência para a
resolução de litígios resultantes do processo de execução e para a realização das diligências de
execução previstas na lei.
Artigo 12.º
Compromisso arbitral
1 - A submissão de processos de execução aos centros de arbitragem previstos no artigo
anterior depende da celebração de convenção de arbitragem em conformidade com os
requisitos estabelecidos na legislação que regula a arbitragem voluntária.
2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, nos casos de celebração de cláusula
compromissória, qualquer das partes pode revogar a convenção de arbitragem no prazo de 10
dias após a formação do título executivo.
Artigo 13.º
Citação do executado, do cônjuge e dos credores
1 - Aplica-se à citação do executado, do cônjuge e dos credores no âmbito de execuções da
competência de centros de arbitragem o disposto no artigo 864.º do Código de Processo Civil.
2 - No acto de citação do cônjuge e dos credores referido no número anterior deve indicar-se
ao destinatário a consequência da prática de actos perante o centro de arbitragem referida no
n.º 4.
185
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 14.º
Competências dos juízes árbitros e do centro de arbitragem
1 - Nos processos de execução submetidos ao centro de arbitragem, os actos do processo de
execução da competência do juiz, designadamente a decisão da oposição à execução e da
oposição à penhora, a verificação e graduação de créditos e respectivas reclamações e
impugnações, bem como a decisão das reclamações dos actos da competência dos agentes de
execução são da competência dos juízes árbitros.
2 - Nos processos de execução submetidos ao centro de arbitragem, os actos do processo de
execução da competência do agente de execução podem ser da competência do próprio centro
de arbitragem ou de agentes de execução.
Artigo 15.º
Recurso e anulação de decisão arbitral
Os recursos e as acções de anulação de decisões arbitrais intentadas em relação a decisões de
juízes árbitros que verifiquem e graduem créditos ou que decidam oposições à execução ou à
penhora não têm efeito suspensivo da execução, excepto nos casos em que haja prestação de
caução, de valor igual ao crédito executado e das custas e encargos previsíveis, por parte do
recorrente ou do requerente da anulação.
Artigo 16.º
Entrada forçada no domicílio
1 - A autorização para entrada forçada no domicílio de pessoas singulares e na sede das
pessoas colectivas é requerida ao juiz de turno de um dos tribunais de comarca da
circunscrição judicial do domicílio do executado.
2 - A decisão deve ser proferida no prazo máximo de um dia útil.
186
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 17.º
Fiscalização
A actividade dos centros de arbitragem é fiscalizada por uma comissão criada para o efeito,
presidida por um juiz conselheiro, nos termos a definir por portaria do membro do Governo
responsável pela área da justiça.
Artigo 18.º
Apoio em casos de sobreendividamento
Os centros de arbitragem criados ao abrigo do artigo 11.º asseguram uma ligação efectiva a
sistemas de apoio a situações de sobreendividamento reconhecidos nos termos a definir por
portaria do membro do Governo responsável pela área da justiça.
187
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
acordo entre a pessoa sobreendividada e os seus credores é, igualmente, uma situação mais
vantajosa para estes, que assim vêm novamente como possível a recuperação de créditos que,
de outra forma, seria muito difícil.
A concretização destas medidas exige que se estabeleça a ligação entre os sistemas de apoio a
situações de sobreendividamento, a lista pública de execuções e os centros de arbitragem de
acção executiva. Esta ligação destina-se a garantir, por um lado, a suspensão dos registos
constantes da lista pública de execuções referentes a executados sobreendividados, durante o
prazo para elaboração e o cumprimento do plano de pagamento de dívida elaborado com o
auxílio das entidades credenciadas, bem como a inclusão desses mesmos registos quando não
tenha sido possível obter um acordo ou quando o mesmo não esteja a ser cumprido. Por
outro, a garantir a suspensão dos processos de execução submetidos aos centros de arbitragem
e referentes a executados sobreendividados, durante o cumprimento do plano de pagamento
de dívida elaborado com o auxílio das entidades credenciadas, bem como a continuação desse
mesmo processo quando não esteja a ser cumprido o plano de pagamento de dívida elaborado
com o auxílio das entidades credenciadas.
Com este objectivo, a presente portaria visa regular o regime aplicável ao reconhecimento dos
sistemas de apoio ao sobreendividamento, que é uma condição essencial para garantir a ligação
entre os sistemas de apoio a situações de sobreendividamento, a lista pública de execuções e
os centros de arbitragem de acção executiva.
Os sistemas de apoio ao sobreendividamento constituem um conjunto de mecanismos
colocados à disposição de pessoas sobreendividadas por entidades habilitadas a prestar esses
serviços e que têm como objectivo aconselhar, informar e acompanhar qualquer pessoa em
situação de sobreendividamento na elaboração de um plano de pagamentos, através de
procedimentos conciliatórios ou de mediação.
Tendo em vista a disponibilização destes sistemas de apoio aos executados sobreendividados,
a presente portaria concretiza os passos a dar pelas entidades que prestam estes serviços para
ver reconhecidos esses sistemas.
Assim, em primeiro lugar, estabelece-se que qualquer pessoa colectiva, pública ou privada,
pode requerer o reconhecimento de sistemas de apoio a situações de sobreendividamento.
Em segundo lugar, procede-se à identificação das condições que, à data do pedido, devem ser
cumpridas pelas entidades requerentes e pelos seus sistemas de apoio ao sobreendividamento,
tendo em vista o respectivo reconhecimento. A portaria estabelece ainda que o
189
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 1.º
Objecto
A presente portaria regulamenta o regime aplicável ao reconhecimento dos sistemas de apoio a
situações de sobreendividamento, destinados a aconselhar, informar e acompanhar qualquer
pessoa em situação de sobreendividamento na elaboração de um plano de pagamentos, através
de procedimentos de negociação, conciliatórios ou de mediação, adiante designado por
reconhecimento.
Artigo 2.º
Reconhecimento de sistemas de apoio ao sobreendividamento
1 - O reconhecimento pode ser solicitado por qualquer pessoa colectiva de direito público ou
privado, que preencha os requisitos de candidatura previstos na presente portaria.
2 - O reconhecimento confere às entidades requerentes a credenciação dos seus sistemas pelo
Ministério da Justiça para o efeito de criação de uma ligação entre os sistemas reconhecidos, a
lista pública de execuções e centros de arbitragem da acção executiva.
3 - A criação da ligação entre o sistema de apoio a situações de sobreendividamento
reconhecido, a lista pública de execuções e centros de arbitragem de acção executiva permite:
a) A suspensão dos registos constantes da lista pública de execuções referentes a
executados sobreendividados, durante o prazo de 60 dias após o primeiro contacto
pelo sobreendividado para elaboração do plano de pagamento de dívida com o
190
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 3.º
Condições gerais
1 - A entidade requerente deve, à data do pedido, cumprir as seguintes condições:
a) Encontrar-se legalmente constituída;
b) Possuir a situação regularizada face à administração fiscal e à segurança social;
c) Integrar um responsável pela coordenação do sistema de apoio a situações de
sobreendividamento.
2 - Todos os sistemas de apoio a situações de sobreendividamento a reconhecer devem
cumprir, cumulativamente, as seguintes condições:
a) Assegurar o diagnóstico de situações de sobreendividamento, designadamente para
garantir que o sistema é utilizado por pessoas em efectiva situação de
sobreendividamento e evitar a sua utilização abusiva ou com propósitos dilatórios;
191
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 4.º
Apresentação do pedido
1 - A entidade interessada em obter o reconhecimento previsto nesta portaria deve dirigir por
meios electrónicos um requerimento ao GRAL, preenchido de acordo com o modelo
disponibilizado por este gabinete na sua página electrónica.
2 - O pedido referido no número anterior deve ser instruído com os seguintes elementos:
a) Código de acesso à certidão permanente de registo comercial, número de
identificação fiscal e endereço de correio electrónico;
b) Denominação do sistema de apoio a situações de sobreendividamento;
c) Descrição detalhada do procedimento de apoio ao sobreendividamento utilizado,
com identificação dos mecanismos de negociação, conciliação ou mediação;
d) Identificação do responsável pela coordenação do sistema de apoio a situações de
sobreendividamento e respectivo currículo;
192
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 5.º
Procedimento para reconhecimento
Apresentado o pedido nos termos do artigo anterior, compete ao GRAL proceder à instrução
do processo de reconhecimento, devendo o respectivo director proferir a decisão no prazo
máximo de 30 dias.
Artigo 6.º
Caducidade do reconhecimento
A falta ou incumprimento superveniente de alguma das condições previstas no artigo 3.º
determina a caducidade do reconhecimento atribuído nos termos da presente portaria.
Artigo 7.º
Entrada em vigor
A presente portaria entra em vigor no dia 31 de Março de 2009.
193
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
194
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Assim, garante-se sempre ao executado uma última oportunidade para cumprir as obrigações
assumidas ou aderir a um plano de pagamento, mesmo depois de a execução já ter terminado
por inexistência de bens, o que permite evitar a sua inclusão na lista.
Assegura-se, ainda, um mecanismo de exclusão de registos com mais de cinco anos e um
sistema de reclamações rápido destinado a corrigir incorrecções ou erros da lista,
estabelecendo-se o prazo de dois dias úteis para apreciação da reclamação, sob pena de se
retirarem, de imediato, as referências da lista pública até que a decisão seja proferida. No
mesmo sentido, prevê-se que da lista possa constar, a pedido do interessado, a indicação de
um determinado dado ou informação ter sido incluído incorrectamente, caso a reclamação
tenha merecido deferimento.
Em conjugação com estes mecanismos, promove-se, igualmente, a possibilidade de um
executado em situação de sobreendividamento recorrer aos serviços de entidades específicas
com vista à resolução desses problemas. A adesão a um plano de pagamentos e o seu
cumprimento pontual pode permitir a suspensão da lista pública de execuções dos registos das
execuções findas por não pagamento do executado.
Foram promovidas as diligências necessárias à audição da Comissão Nacional de Protecção de
Dados, do Conselho Superior da Magistratura, do Conselho de Oficiais de Justiça, da Ordem
dos Advogados e da Câmara dos Solicitadores.
Assim:
Ao abrigo do artigo 138.º-A do Código de Processo Civil, dos nºs 1 e 2 do artigo 16.º-A, dos
nºs 5 e 7 do artigo 16.º-B e do artigo 16.º-C do Decreto-Lei n.º 201/2003, de 10 de Setembro,
manda o Governo, pelo Ministro da Justiça, o seguinte:
Capítulo I
Disposição geral
Artigo 1.º
Objecto
A presente portaria regula:
a) Os procedimentos para a notificação prévia do executado da sua inclusão na lista
pública de execuções extintas pelo pagamento parcial da quantia exequenda ou por
não terem sido encontrados bens penhoráveis, bem como as circunstâncias que
obstam à sua inclusão na mesma;
195
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Capítulo II
Inclusão e modificação de dados na lista pública de execuções
Artigo 2.º
Procedimento
Extinta a execução e após o decurso do prazo legal para reclamação da decisão de extinção
inicia-se automaticamente o procedimento de inclusão do executado na lista pública de
execuções, nos termos dos artigos seguintes.
Artigo 3.º
Notificação prévia
1 - Após a extinção da execução, o executado é imediatamente notificado pelo agente de
execução de que dispõe do prazo de 30 dias para pagar a quantia em dívida ou para aderir a
um plano de pagamento de dívida elaborado com o auxílio de uma entidade reconhecida pelo
Ministério da Justiça, com a cominação de que a não observância de qualquer dos
mencionados procedimentos implica a sua inclusão na lista pública de execuções.
2 - Caso o executado tenha constituído mandatário judicial, a notificação referida no número
anterior é dirigida também ao mandatário do executado e processa-se, sempre que legalmente
admissível, por transmissão electrónica de dados nos termos do disposto no artigo 138.º-A do
Código de Processo Civil.
3 - O texto da notificação referida nos números anteriores é o que consta do anexo à presente
portaria, que dela faz parte integrante.
Artigo 4.º
Inclusão de dados na lista pública de execuções
196
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
1 - Após o decurso do prazo referido no n.º 1 do artigo anterior sem que o executado tenha
pago a quantia em dívida ou aderido a um plano de pagamento elaborado com o auxílio de
uma entidade reconhecida pelo Ministério da Justiça e comunicado electronicamente ao agente
de execução e ao Gabinete para a Resolução Alternativa de Litígios (GRAL), o agente de
execução efectua automática e electronicamente a inclusão dos dados na lista pública de
execuções.
2 - A falta de qualquer dos elementos previstos nas alíneas a) a d) do n.º 2 do artigo seguinte
obsta à inclusão do titular dos dados na lista pública de execuções.
Artigo 5.º
Organização e conteúdo da lista pública de execuções
1 - A lista pública de execuções é uma lista electrónica de dados, disponível na Internet através
do endereço electrónico de acesso público http://www.tribunaisnet.mj.pt.
2 - A lista pública de execuções contém a seguinte informação:
a) O nome do executado;
b) O número de identificação fiscal do executado ou, apenas nos casos em que não
exista ou não seja conhecido o número de identificação fiscal do executado, o seu
número de identificação civil, de passaporte ou de licença de condução;
c) O valor em dívida no momento da extinção da execução;
d) O número de processo executivo que esteve na origem da execução frustrada e o
tribunal onde correu a execução;
e) A indicação de que o processo executivo se extinguiu com pagamento parcial ou por
não terem sido encontrados bens penhoráveis;
f) Data da extinção do processo executivo; e
g) Data da inclusão na lista.
3 - A lista pública de execuções organiza-se também de modo a permitir a realização de
pesquisas pelos campos referidos nas alíneas a), b) e d) do número anterior.
Artigo 6.º
Suspensão, reinclusão ou exclusão de dados
1 - Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 10.º, os registos referentes a execuções contra
executados que adiram e cumpram um plano de pagamento de dívida elaborado com o auxílio
197
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 7.º
Acesso à lista pública de execuções
O acesso à lista pública de execuções é livre e encontra-se assegurado a todo o tempo, sendo
públicos os dados nela contidos.
Artigo 8.º
Alteração ou rectificação de dados
1 - O executado pode requerer a alteração ou a rectificação dos dados inscritos na lista pública
de execuções que lhe respeitem:
a) Por via electrónica, em formulário próprio disponibilizado para o efeito no sítio
Internet referido no n.º 1 do artigo 5.º;
b) Em suporte de papel por remessa pelo correio, envio através de telecópia ou entrega
na secretaria judicial do tribunal onde tramitou o processo executivo, nos termos do
artigo 150.º do Código do Processo Civil.
198
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 9.º
Notificação da decisão
1 - O requerente é notificado:
a) Na situação prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo anterior, para o endereço de
correio electrónico inserido por si no formulário;
b) Na situação prevista na alínea b) do n.º 1 do artigo anterior, nos termos gerais do
Código de Processo Civil.
2 - Quando o requerente seja representado por mandatário, a decisão da secretaria sobre o
requerimento que lhe haja sido apresentado nos termos do artigo anterior é notificada
preferencialmente por transmissão electrónica de dados através do sistema informático
CITIUS.
Artigo 10.º
Comunicações
1 - Caso a secretaria não se tenha pronunciado sobre o requerimento referido no n.º 1 do
artigo 6.º no prazo de dois dias úteis contados a partir da entrega do requerimento electrónico,
os dados relativos ao processo ou processos em que o executado requereu a sua alteração ou
rectificação são automaticamente suspensos da lista pública de execuções até que haja decisão.
2 - Semanalmente é enviada ao Conselho Superior da Magistratura e ao Conselho dos Oficiais
de Justiça a listagem dos processos retirados da lista pública de execuções nessa semana nos
termos do número anterior.
Capítulo III
Disposições finais
199
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 11.º
Aplicação no tempo
A presente portaria aplica-se:
a) Aos processos extintos nos termos dos nºs 5 e 6 do artigo 20.º do Decreto-Lei n.º
226/2008, de 20 de Novembro;
b) Aos processos entrados a partir da data da sua entrada em vigor.
Artigo 12.º
Entrada em vigor
A presente portaria entra em vigor no dia 31 de Março de 2009.
ANEXO
Texto da notificação prévia à inclusão do nome do executado na lista pública de execuções
nos termos do n.º 3 do artigo 3.º
Caro(a) Senhor(a):
1 - Informa-se que terminou um processo [execução n.º (número de processo)] que corria
contra si no (tribunal da comarca) para cobrança de uma dívida, pois não foram encontrados
bens que pudessem ser vendidos para pagar a totalidade dessa dívida.
Portanto, no final do processo permanece em dívida o montante de (montante em dívida no
final do processo) (euro).
2 - A partir deste momento tem 30 dias para pagar esta dívida ou para aderir a um plano de
pagamento elaborado com o auxílio de uma das entidades reconhecidas pelo Ministério da
Justiça para prestar apoio a pessoas sobreendividadas.
3 - Se passarem os 30 dias sem pagar ou aderir a um plano de pagamento, o seu nome,
número de identificação fiscal e valor da dívida passarão a constar de uma lista pública de
execuções (disponível em http://www.tribunaisnet.mj.pt) com a indicação de que não tem bens
suficientes para pagar essa dívida.
Esta lista é pública e, portanto, pode ser consultada por qualquer pessoa ou empresa através
da Internet.
4 - Pode pagar a dívida por uma das seguintes vias:
Pagar através de qualquer Multibanco bastando seleccionar a opção «Pagamento de serviços» e
introduzir os seguintes dados:
200
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
201
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
202
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
203
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
CAPÍTULO I
Disposição geral
Artigo 1.º
Objecto e âmbito
1 - A presente portaria regula os seguintes aspectos em matéria de acção executiva:
a) A obtenção de informações referentes à identificação do executado e sobre a
identificação e a localização dos seus bens penhoráveis, através da consulta directa
pelo agente de execução às bases de dados da administração tributária, da segurança
social, do registo predial, registo comercial, registo automóvel e registo civil e de
outros registos ou arquivos semelhantes, nos termos dos nºs 3 a 5 do artigo 833.º-A
do Código de Processo Civil;
b) A citação electrónica de instituições públicas com vista à defesa dos direitos da
Fazenda Pública, do Instituto da Segurança Social, I. P., e do Instituto de Gestão
Financeira da Segurança Social, I. P., nos termos do n.º 4 do artigo 864.º do Código
de Processo Civil.
2 - O disposto na presente portaria aplica-se às acções executivas cíveis.
CAPÍTULO II
Identificação e localização do executado e de bens penhoráveis
Artigo 2.º
Consulta directa
1 - O agente de execução procede, sem necessidade de autorização judicial, nos termos dos nºs
3 a 5 do artigo 833.º-A do Código de Processo Civil, à consulta directa, nas bases de dados da
administração tributária, da segurança social, das conservatórias do registo predial, registo
comercial, registo automóvel e registo civil e de outros registos ou arquivos semelhantes, de
todas as informações sobre a identificação do executado junto desses serviços e sobre a
identificação e a localização dos seus bens penhoráveis, através do sistema informático de
suporte à actividade dos agentes de execução e do sistema informático CITIUS.
2 - O sistema informático CITIUS assegura que a consulta referida no número anterior
cumpre os requisitos do Sistema de Certificação Electrónica do Estado - Infra-Estrutura de
Chaves Públicas.
204
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 3.º
Consulta directa às bases de dados da administração tributária
1 - A consulta directa, pelo agente de execução, através da utilização do sistema informático de
suporte à actividade dos agentes de execução e do sistema informático CITIUS, às bases de
dados da administração tributária, é efectuada pelo número de identificação fiscal do
executado.
2 - A administração tributária disponibiliza ao agente de execução o nome, o número de
identificação fiscal e o domicílio fiscal do executado e a seguinte informação necessária à
identificação e localização dos seus bens penhoráveis:
a) Identificação das matrizes dos prédios de que o executado seja titular de um
qualquer direito real, a sua descrição predial, a sua localização e o respectivo valor
patrimonial tributário;
b) Identificação dos veículos relativamente aos quais o executado é sujeito passivo de
imposto único de circulação e o ano do último pagamento;
c) A data de início, reinício e cessação da última actividade do executado e respectivo
código de actividade económica;
d) A identificação do ano a que se reporta a última declaração de rendimentos entregue
e a natureza dos mesmos;
e) O valor dos créditos do executado resultantes de reembolso, revisão oficiosa,
reclamação graciosa ou impugnação judicial de qualquer acto tributário.
Artigo 4.º
Consulta directa às bases de dados da segurança social
1 - A consulta directa, pelo agente de execução, através do sistema informático de suporte à
actividade dos agentes de execução e do sistema informático CITIUS, às bases de dados da
205
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 5.º
Consulta directa às bases de dados dos registos e arquivos semelhantes
1 - A consulta directa às bases de dados do registo civil, do registo predial, do registo
comercial, do registo automóvel e do registo nacional de pessoas colectivas para obtenção das
informações previstas no n.º 1 do artigo 2.º é feita pelo nome, número de identificação civil ou
número de identificação fiscal.
2 - Para efeitos de consulta da base de dados do registo automóvel, a consulta pode ainda ser
efectuada pela matrícula do veículo.
3 - A base de dados do registo civil disponibiliza, além dos elementos identificadores
constantes do documento de identificação civil, os seguintes elementos:
206
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 6.º
Registo e conservação de dados
1 - Cada consulta efectuada pelo agente de execução, nos termos dos nºs 1 e 2 do artigo 2.º, é
registada automática e electronicamente no sistema informático da entidade consultada, no
sistema informático de suporte à actividade dos agentes de execução e no sistema informático
CITIUS.
2 - Cada consulta efectuada pelo agente de execução, nos termos dos nºs 3 e 4 do artigo 2.º, é
registada pelo agente de execução no sistema informático de suporte à actividade dos agentes
de execução e remetida por via exclusivamente electrónica e automática para o sistema
informático CITIUS.
3 - Dos registos referidos nos números anteriores constam a data da consulta, a identificação
do agente de execução consultante, a data de início e o número único do processo de
execução no âmbito do qual se realizou a consulta e a informação consultada.
207
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
4 - Os dados pessoais constantes dos registos de consulta referidos nos números anteriores
são conservados apenas durante o período necessário para a prossecução dos fins a que se
destinam, sendo obrigatoriamente destruídos de forma automática:
a) Decorrido o prazo de 10 anos após a sua recolha; ou
b) Após o arquivamento do processo judicial, caso o processo fique pendente por
período temporal superior ao previsto na alínea anterior.
Artigo 7.º
Sigilo
As entidades responsáveis pelo tratamento dos dados, bem como todas as pessoas que, no
exercício das suas funções, tenham conhecimento dos dados pessoais tratados ao abrigo do
presente capítulo, ficam obrigadas aos deveres de sigilo e confidencialidade, mesmo após a
cessação daquelas funções.
Artigo 8.º
Protecção de dados pessoais
Os agentes de execução devem respeitar o regime da Lei n.º 67/98, de 26 de Outubro,
nomeadamente:
a) Respeitar a finalidade da consulta, limitando o acesso ao estritamente necessário e
não utilizando a informação para fim diferente do permitido;
b) Não transmitir a informação a terceiros.
CAPÍTULO III
Citação por transmissão electrónica de dados
Artigo 9.º
Modo de citação
1 - O agente de execução, no prazo de 5 dias contados da realização da última penhora,
procede às citações legalmente exigíveis da Fazenda Pública, do Instituto da Segurança Social,
I. P., e do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, I. P., exclusivamente por
transmissão electrónica de dados, através do sistema informático de suporte à actividade dos
agentes de execução e do sistema informático CITIUS.
208
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 10.º
Data e valor da citação
1 - A citação realizada nos termos do artigo anterior considera-se efectuada na data em que a
entidade citanda procede, pela primeira vez, à consulta da citação e tem-se por efectuada na
própria pessoa do citando.
2 - A Fazenda Pública, o Instituto da Segurança Social, I. P., e o Instituto de Gestão
Financeira da Segurança Social, I. P., consideram-se pessoalmente citados na pessoa de
qualquer funcionário que aceda aos sistemas informáticos da Fazenda Pública, do Instituto da
Segurança Social, I. P., e do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, I. P.,
respectivamente, ou ao sítio da Internet http://www.tribunaisnet.mj.pt nos termos do n.º 4 do
artigo anterior.
3 - Os sistemas informáticos da Fazenda Pública, do Instituto da Segurança Social, I. P., do
Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, I. P., e o sítio da Internet de acesso
público com o endereço electrónico http://www.tribunaisnet.mj.pt asseguram a certificação da
data e hora da primeira consulta da citação, se anterior ao 5.º dia posterior à data da
certificação da disponibilização desta e a disponibilização desta informação, por via
exclusivamente electrónica e automática, ao sistema informático CITIUS e ao sistema
informático de suporte à actividade dos agentes de execução.
209
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
4 - Nos casos em que a primeira consulta da citação não seja efectuada nos primeiros quatro
dias após a data da disponibilização da citação, esta presume-se efectuada na própria pessoa do
citando no 5.º dia posterior àquela data.
5 - Nos casos referidos no número anterior, e para todos os efeitos legais, presume-se,
igualmente, que o citado teve oportuno conhecimento dos elementos que lhe foram
disponibilizados.
Artigo 11.º
Registo electrónico da citação
1 - O sistema informático CITIUS assegura o registo electrónico das citações efectuadas nos
termos dos artigos anteriores.
2 - O registo electrónico da citação impede a junção ao processo de originais em papel de
qualquer peça processual, documento, duplicado ou cópia utilizados na citação.
3 - O disposto no número anterior não prejudica o dever de exibição dos originais em papel
sempre que o juiz o determine.
4 - O registo electrónico da citação pode ser consultado através do sistema informático
CITIUS e do sistema informático de suporte à actividade dos agentes de execução.
CAPÍTULO IV
Disposições finais e transitórias
Artigo 12.º
Diligências de execução promovidas por oficial de justiça
1 - A presente portaria aplica-se às diligências de execução realizadas por oficial de justiça,
com as devidas adaptações.
2 - Para efeitos do disposto no número anterior, as referências feitas ao sistema informático de
suporte à actividade dos agentes de execução e, ou, ao sistema informático CITIUS
consideram-se feitas apenas ao sistema informático CITIUS.
Artigo 13.º
Regime transitório
1 - As citações por transmissão electrónica de dados da Fazenda Pública, do Instituto da
Segurança Social, I. P., e do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, I. P., nos
210
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
termos do n.º 4 do artigo 864.º do Código de Processo Civil e dos artigos 9.º a 11.º da
presente portaria, realizadas entre 1 e 14 de Abril de 2009, são efectuadas por correio
electrónico, para os seguintes endereços:
a) financas@mail.itij.mj.pt, no que respeita à citação da Fazenda Pública;
b) igfss-dgd@seg-social.pt, no que respeita ao Instituto de Gestão Financeira da
Segurança Social, I. P.; e
c) iss-citar@seg-social.pt, no que respeita ao Instituto da Segurança Social, I. P.
2 - Às citações previstas no número anterior é aplicável, com as necessárias adaptações, o
disposto nos artigos 2.º e 3.º da Portaria n.º 642/2004, de 16 de Junho.
Artigo 14.º
Aplicação no tempo
1 - A presente portaria aplica-se às acções executivas cíveis iniciadas após a sua entrada em
vigor.
2 - Os artigos 9.º a 11.º da presente portaria aplicam-se às citações por transmissão electrónica
de dados da Fazenda Pública, do Instituto da Segurança Social, I. P., e do Instituto de Gestão
Financeira da Segurança Social, I. P., realizadas após 14 de Abril.
Artigo 15.º
Entrada em vigor
A presente portaria entra em vigor no dia 31 de Março de 2009.
211
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
212
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Estas medidas permitiram que fosse desbloqueada a Reforma da Acção Executiva, o que se
materializou em resultados.
Decorridos mais de cinco anos desde a entrada em vigor da Reforma da Acção Executiva e
após a adopção de várias medidas que permitiram testar, com resultado, várias das suas
inovações, foi então possível perceber efectivamente o que devia ser aperfeiçoado no modelo
então adoptado, aprofundando-o e criando condições para ser mais simples, eficaz e apto a
evitar acções judiciais desnecessárias. O Decreto-Lei n.º 226/2008, de 20 de Novembro, veio,
assim, na sequência da Lei n.º 18/2008, de 21 de Abril, que autorizou a sua aprovação, adoptar
um conjunto de medidas que visaram esses objectivos. A presente portaria destina-se a
regulamentar vários aspectos desse decreto-lei e das medidas nele previstas.
Em primeiro lugar, regulamentam-se várias inovações para tornar as execuções mais simples e
eliminar formalidades processuais desnecessárias.
Por um lado, define-se o modelo e a forma de apresentação do requerimento executivo, o qual
pode ser enviado e recebido por via electrónica através da Internet, com o CITIUS,
assegurando-se a sua distribuição automática ao agente de execução, sem necessidade de envio
de cópias em papel.
Por outro lado, regulamenta-se o acesso dos agentes de execução e dos mandatários ao registo
informático de execuções, designadamente para introduzir, actualizar e consultar dados sobre
estas.
Além disto, no sentido de agilizar a execução das sentenças condenatórias em pagamento de
uma quantia certa, regulamenta-se a possibilidade de o autor, na petição inicial ou em qualquer
momento do processo, declarar que pretende executar imediatamente a sentença, pois nestes
casos passou a prever-se no referido decreto-lei que a execução se inicia automaticamente
após o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Também no sentido de tornar as execuções mais simples, regulamenta-se os regimes das
diligências de execução, incluindo citações, notificações e publicações a promover pelo agente
de execução. Refira-se, quanto a este aspecto, a utilização intensiva de meios electrónicos para
as notificações entre agentes de execução e o tribunal e o mandatário, para a realização de
citações editais e para a publicitação da venda de bens penhorados. Assim, notificações como,
por exemplo, a respeitante à designação do agente de execução pelo autor ou exequente e as
referentes à substituição do agente de execução e citações editais como as necessárias por
incerteza do local ou pessoas passam a realizar-se por meios electrónicos, através da Internet,
213
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
assim contribuindo para a simplificação de procedimentos e actos na acção executiva, nos dois
últimos casos sem prejuízo da afixação física de editais.
Em segundo lugar, regulamentam-se nesta portaria diversas normas do Decreto-Lei n.º
226/2008, de 20 de Novembro, que aprovaram medidas destinadas a promover a eficácia das
execuções e do processo executivo.
É o caso do regime da designação, aceitação, substituição e destituição do agente de execução,
que esta portaria desenvolve. Em particular, passou a permitir-se que o exequente possa
substituir livremente o agente de execução, no pressuposto de que este é o principal
interessado no controlo da eficácia da execução.
Regulamenta-se igualmente o dever de informar do agente de execução perante o exequente,
assim se contribuindo para passar a existir mais informação e transparência na marcha e fases
da execução. Destaca-se a obrigação de o agente de execução dar a conhecer ao exequente o
resultado das diligências prévias à penhora, de todas as outras diligências realizadas nas fases
subsequentes e os motivos de eventual frustração de penhoras. Esta informação é fornecida
através do sistema informático CITIUS, que assim permite ao mandatário seguir e conhecer os
passos da execução permanentemente.
Também a revisão do regime da remuneração e despesas do agente de execução, que esta
portaria regulamenta, visa incrementar a eficácia das execuções judiciais através de incentivos à
sua concretização, para garantir um acréscimo de produtividade e igualdade no tratamento das
execuções. Em especial, destaca-se a criação de incentivos destinados a premiar a eficácia e a
rapidez na realização da execução, bem como um sistema de tarifas máximas, sendo o valor
das mesmas livremente fixado abaixo desse valor máximo, com as inerentes vantagens para os
utilizadores do sistema, que assim passam a poder optar pelo melhor serviço, ao melhor custo.
A presente portaria regulamenta ainda, por último, um conjunto de aspectos variados do
regime da acção executiva como, por exemplo, os meios de identificação do agente execução
no desempenho das suas funções, a criação e publicitação electrónica da lista actualizada dos
agentes de execução e dos seus honorários, o regime dos depósito públicos e equiparados e da
venda de bens penhorados nestes depósitos e a realização de diligências de execução por
oficiais de justiça, quando a execução lhes compita.
Foram promovidas as diligências necessárias à audição do Conselho Superior da Magistratura,
do Conselho de Oficiais de Justiça, da Ordem dos Advogados e da Câmara dos Solicitadores.
Assim:
214
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Ao abrigo do disposto nos artigos 138.º-A, 467.º, 675.º-A, 808.º, 810.º, 837.º, 864.º, 890.º e
907.º-A do Código do Processo Civil, nos artigos 119.º-B, 123.º, 126.º e 127.º do Estatuto da
Câmara dos Solicitadores, no artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 201/2003, de 10 de Setembro, e no
artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 202/2003, de 10 de Setembro, manda o Governo, pelo Ministro
da Justiça, o seguinte:
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1.º
Âmbito e objecto
A presente portaria regulamenta os seguintes aspectos das acções executivas cíveis:
a) Modelo e forma de apresentação do requerimento executivo;
b) Designação, aceitação, identificação, substituição e destituição do agente de
execução;
c) Dever de informar do agente de execução;
d) Remuneração e despesas do agente de execução;
e) Lista de agentes de execução;
f) Registo de depósito de bens penhoráveis;
g) Diligências de execução, incluindo as citações, notificações e publicações a
promover pelo agente de execução;
h) Publicitação da venda dos bens penhorados através de anúncio electrónico;
i) Venda de bens em depósito público ou equiparado;
j) Acesso ao registo informático de execuções;
l) Diligências de execução promovidas por oficiais de justiça;
m) A execução imediata da sentença.
CAPÍTULO II
Requerimento executivo
Artigo 2.º
Formas de apresentação e modelo
O requerimento executivo pode ser apresentado:
215
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 3.º
Obrigatoriedade de apresentação por transmissão electrónica de dados
As partes que constituam mandatário devem apresentar o requerimento executivo nos termos
da alínea a) do artigo anterior sob pena de pagamento imediato de uma multa, nos termos do
n.º 11 do artigo 810.º do Código de Processo Civil.
CAPÍTULO III
Agente de execução
SECÇÃO I
Designação, aceitação, identificação, substituição e destituição do agente de execução
Artigo 4.º
Notificação da designação
Quando o autor ou o exequente designe agente de execução este é notificado, por via
exclusivamente electrónica, através do sistema informático de suporte à actividade dos agentes
de execução.
Artigo 5.º
Não aceitação da designação pelo agente de execução
1 - Nos casos previstos no artigo anterior, o agente de execução tem cinco dias após a
notificação para declarar que não aceita a designação, nos termos do n.º 8 do artigo 467.º ou
do n.º 12 do artigo 810.º do Código de Processo Civil.
216
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 6.º
Identificação do agente de execução
Na prática de diligências junto do executado, de organismos oficiais ou de terceiros, o agente
de execução designado no processo identifica-se com o cartão de agente de execução e um
comprovativo impresso, emitido pelo sistema informático de suporte à actividade dos agentes
de execução, o qual contém os seguintes elementos:
a) O número do processo;
b) O tribunal competente;
c) O valor do processo;
d) O nome de exequente;
e) A morada do exequente;
f) O nome do executado;
g) A morada do executado;
h) A data de impressão;
i) O nome do agente de execução;
j) O número da cédula do agente de execução.
Artigo 7.º
217
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 8.º
Substituição do agente de execução por outras razões
1 - A Câmara dos Solicitadores notifica, em simultâneo, o tribunal, por via electrónica e
automática, e o exequente, preferencialmente por via electrónica, sempre que tiver
conhecimento da morte, da incapacidade definitiva ou da cessação das funções do agente de
execução.
2 - A Comissão para a Eficácia das Execuções notifica, em simultâneo, o tribunal, por via
electrónica e automática, e o exequente, preferencialmente por via electrónica, sempre que
aplicar pena de suspensão por período superior a 10 dias ou de expulsão ao agente de
execução.
3 - A designação, pelo exequente, do agente de execução substituto, prevista no n.º 1 do artigo
129.º do Estatuto da Câmara dos Solicitadores é apresentada, nos termos dos artigos 2.º e 3.º
da presente portaria.
4 - Se a designação não for efectuada no prazo de 20 dias a contar da recepção da notificação
pelo tribunal ou o agente de execução substituto declarar que não aceita a designação nos
218
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
termos do artigo 5.º, a secretaria designa agente de execução substituto nos termos do artigo
811.º-A do Código de Processo Civil.
5 - O agente de execução substituto é notificado da substituição através do sistema
informático de suporte à actividade dos agentes de execução.
6 - Os elementos previstos no n.º 2 do artigo 129.º do Estatuto da Câmara dos Solicitadores
são entregues ao agente de execução substituto pela Câmara dos Solicitadores, nos casos
previstos no n.º 1, e pela Comissão para a Eficácia das Execuções, nos casos previstos no n.º
2.
Artigo 9.º
Destituição
1 - O agente de execução pode ser destituído pelo órgão com competência disciplinar sobre os
agentes de execução, com fundamento em actuação processual dolosa ou negligente ou em
violação grave de dever que lhe seja imposto.
2 - A Comissão para a Eficácia das Execuções notifica, em simultâneo, o tribunal, por via
electrónica e automática, e o exequente, preferencialmente por via electrónica, sempre que
destituir o agente de execução, produzindo efeitos na data de comunicação.
3 - Em caso de destituição, o exequente pode designar agente de execução substituto, nos
termos dos artigos 2.º e 3.º da presente portaria.
4 - Se a designação não for efectuada no prazo de 20 dias a contar da recepção da notificação
pelo tribunal ou o agente de execução substituto declarar que não aceita a designação nos
termos do artigo 5.º, a secretaria designa agente de execução substituto nos termos do artigo
811.º-A do Código de Processo Civil.
5 - O agente de execução substituto é notificado da substituição através do sistema
informático de suporte à actividade dos agentes de execução.
6 - Os elementos previstos no n.º 2 do artigo 129.º do Estatuto da Câmara dos Solicitadores
são entregues ao agente de execução substituto pelo agente de execução destituído no prazo
de 10 dias após o pedido de entrega desses elementos pelo agente de execução substituto ou,
caso aquele não o faça, pela Comissão para a Eficácia das Execuções.
SECÇÃO II
Dever de informar do agente de execução
219
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 10.º
Conteúdo do dever de informar
1 - Nos casos em que o requerimento executivo é apresentado nos termos da alínea a) do
artigo 2.º, o sistema informático de suporte à actividade dos agentes de execução assegura a
disponibilização ao exequente, através do sistema informático CITIUS, no endereço
http://citius.tribunaisnet.mj.pt, de informação sobre:
a) O resultado das diligências prévias à penhora, nos termos do n.º 1 do artigo 833.º-B
do Código de Processo Civil;
b) Todas as diligências efectuadas pelo agente de execução ou sob sua
responsabilidade, não se considerando estas como notificações ou comunicações
para efeitos de remuneração;
c) O motivo de frustração da penhora, não se considerando esta como notificação ou
comunicação para efeitos de remuneração.
2 - Nos casos em que o requerimento executivo é apresentado nos termos da alínea b) do
artigo 2.º, a informação é fornecida através das seguintes formas:
a) As informações referidas nas alíneas a) e c) do número anterior são oficiosamente
notificadas ao exequente por carta registada no prazo de 5 dias após a obtenção da
última informação ou a pedido do exequente, preferencialmente por via electrónica,
5 dias após a recepção do pedido;
b) As informações referidas na alínea b) do número anterior são transmitidas ao
exequente, a seu pedido, preferencialmente por via electrónica, 5 dias após a
recepção do pedido.
SECÇÃO III
Remuneração e despesas do agente de execução
SUBSECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 11.º
Remuneração e reembolso de despesas
220
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
1 - O agente de execução tem direito a receber honorários pelos serviços prestados, bem
como a ser reembolsado das despesas que realize e que comprove devidamente, nos termos da
presente portaria.
2 - O agente de execução fixa livremente as tarifas e as percentagens que praticar ou aplicar
pelos actos e procedimentos que efectue, até aos valores ou percentagens máximos
estabelecidas nos anexos I e II à presente portaria e que dela fazem parte integrante.
3 - O desrespeito das disposições desta portaria constitui ilícito disciplinar, nos termos do
Estatuto da Câmara dos Solicitadores.
Artigo 12.º
Dever de informação
1 - O exequente, o executado, a Câmara dos Solicitadores, o tribunal e qualquer terceiro que
tenha um interesse legítimo no processo têm direito a ser informados, preferencialmente por
via electrónica, sobre a conta corrente discriminada da execução.
2 - O agente de execução, no acto da citação, para além das informações impostas pelas
normas processuais, deve informar o executado do montante provável dos seus honorários e
despesas.
3 - Para efeitos do número anterior, o montante provável dos honorários e despesas do agente
de execução é determinado de acordo com a mediana dos valores cobrados em relação ao
total das execuções em que desempenhou funções de agente de execução.
Artigo 13.º
Responsabilidade pelos honorários, despesas e reembolso
1 - As custas da execução são pagas em primeiro lugar pelo produto dos bens penhorados, nos
termos do artigo 455.º do Código de Processo Civil.
2 - A remuneração devida ao agente de execução e o reembolso das despesas por ele
efectuadas, bem como os débitos a terceiros a que a venda executiva dê origem, são
suportados pelo autor ou exequente, mas integram as custas que ele tenha direito a receber do
réu ou executado.
Artigo 14.º
Revisão da nota de honorários e despesas
221
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Qualquer interessado pode, no termo do processo, requerer ao juiz que proceda à revisão da
nota de honorários e despesas, com fundamento na desconformidade com o disposto na
presente portaria.
Artigo 15.º
Fases do processo executivo
1 - Para efeitos de adiantamento de honorários e de despesas ao agente de execução o
processo executivo divide-se nas seguintes fases:
a) A fase 1, que se inicia com o envio do requerimento executivo ao agente de
execução designado e termina com:
i) A notificação do exequente do resultado da consulta ao registo
informático das execuções e dos bens penhoráveis identificados ou do
facto de não ter identificado quaisquer bens penhoráveis; ou
ii) O pedido de adiantamento de honorários e de despesas para a realização
da penhora dos bens identificados no requerimento executivo;
b) A fase 2, que compreende a penhora de bens e a citação dos credores e que termina
com a primeira decisão do agente de execução de iniciar as diligências necessárias
para a realização do pagamento;
c) A fase 3, que termina com a extinção da execução.
2 - O exequente deve entregar uma provisão ao agente de execução, a título de honorários ou
a título de honorários e de despesas:
a) Com a entrega do requerimento executivo em que tenha designado agente de
execução e no mesmo prazo do pagamento da taxa de justiça, o valor definido pelo
agente de execução nos termos do n.º 2 do artigo 18.º;
b) No início da fase 2;
c) No início da fase 3.
3 - No início das fases 2 e 3, o exequente provisiona o valor, definido pelo agente de execução,
que possa razoavelmente cobrir os honorários e as despesas necessárias à realização dos actos
que aquele previsivelmente irá praticar durante a fase correspondente.
4 - O montante mínimo da provisão referida no número anterior para as fases 2 e 3 é de 0,25
UC.
5 - Em caso de substituição do agente de execução pelo exequente, nos termos do n.º 6 do
artigo 808.º do Código de Processo Civil:
222
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 16.º
Obrigações do agente de execução quanto à verba provisionada
1 - Sempre que o agente de execução receba a provisão, deve emitir recibo do qual constem as
quantias recebidas e os actos a que as mesmas dizem respeito.
2 - Todas as importâncias recebidas pelo agente de execução nos termos deste artigo são
depositadas na conta-cliente do exequente e a operação de depósito obrigatoriamente
registada no sistema informático de suporte à actividade dos agentes de execução.
Artigo 17.º
Insuficiência ou excesso de verba provisionada
1 - Sempre que a verba provisionada nos termos das alíneas b) e c) do n.º 2 do artigo 15.º for
insuficiente para cobrir os honorários e as despesas relacionadas com os actos ainda não
realizados, o agente de execução pode exigir reforço da provisão que possa razoavelmente
cobrir os honorários e as despesas necessárias à realização dos actos que aquele
previsivelmente tenha de praticar durante a fase correspondente.
2 - Se o valor da verba provisionada nos termos da alínea b) do n.º 2 do artigo 15.º for
superior ao valor dos honorários e despesas efectivamente devido no final da fase 2, o excesso
reverte para a fase subsequente.
SUBSECÇÃO II
Honorários
Artigo 18.º
Honorários do agente de execução
1 - O agente de execução tem direito a ser remunerado pelos actos praticados ou
procedimentos realizados, até ao valor máximo definido nos termos da tabela do anexo I e do
artigo 20.º
223
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
2 - O valor pecuniário, expresso em euros, da tarifa máxima relativa à fase 1 é fixado pelo
agente de execução através de declaração enviada por via exclusivamente electrónica para a
Câmara dos Solicitadores, não podendo ser alterado durante 30 dias.
3 - A Câmara dos Solicitadores disponibiliza, ao Ministério da Justiça, por via exclusivamente
electrónica, com vista à sua publicitação e disponibilização ao exequente, através do sistema
informático CITIUS, o valor fixado nos termos do número anterior relativamente a cada
agente de execução.
4 - É disponibilizado um simulador de honorários e despesas dos agentes de execução, com
valor meramente informativo, em página informática de acesso público, no sítio oficial da
Câmara dos Solicitadores e em página informática de acesso público, no endereço electrónico
http://www.tribunaisnet.mj.pt.
Artigo 19.º
Pagamento
1 - Os honorários referidos no artigo anterior, correspondentes aos actos praticados em cada
uma das fases definidas no n.º 1 do artigo 15.º, são devidos ao agente de execução após a
prática do acto ou procedimento, mas podem ser pagos apenas após o final da fase respectiva.
2 - O início das diligências após o final da fase 2 só tem lugar após o pagamento dos
honorários correspondentes, excepto se o contrário for acordado entre o agente de execução e
o exequente.
Artigo 20.º
Honorários em função dos resultados obtidos
1 - No termo do processo é devida ao agente de execução uma remuneração adicional, que
varia em função:
a) Do valor recuperado ou garantido, até ao valor máximo definido nos termos da
tabela do anexo II;
b) Da fase processual em que o montante foi recuperado ou garantido, nos termos da
tabela do anexo II.
2 - Para os efeitos deste artigo, entende-se por:
a) «Valor recuperado» o valor do dinheiro restituído, entregue, o do produto da venda,
o da adjudicação ou o dos rendimentos consignados;
224
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
SUBSECÇÃO III
Despesas
Artigo 21.º
Despesas do agente de execução
1 - O agente de execução tem direito a ser reembolsado das despesas necessárias à realização
das diligências efectuadas no exercício das funções de agente de execução, desde que
devidamente comprovadas.
2 - Exceptuam-se do disposto no número anterior:
a) As despesas necessárias à realização das diligências efectuadas no exercício das
funções de agente de execução durante a fase 1 do processo executivo;
b) As despesas de deslocação do agente de execução.
3 - Podem ser cobradas despesas de deslocação, tendo por base os critérios estabelecidos no
artigo 24.º, se o agente de execução designado pelo exequente praticar actos a mais de 50 km
do tribunal da sua comarca e, cumulativamente, se:
a) O exequente for previamente informado, preferencialmente por via electrónica:
i) Do custo provável da deslocação;
ii) De que, sendo o acto praticado por agente de execução da comarca em causa,
não há lugar a pagamento de tais despesas; e
iii) De que as despesas de deslocação não integram as custas que o exequente tem a
haver do executado, sendo da responsabilidade exclusiva do exequente;
b) O exequente aceitar a cobrança da deslocação.
SUBSECÇÃO IV
Caixa de compensações
Artigo 22.º
Permilagem
1 - Para os efeitos do disposto no n.º 1 do artigo 127.º do Estatuto da Câmara dos
Solicitadores:
225
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 23.º
Cobrança
A gestão e a cobrança das permilagens referidas no artigo anterior são efectuadas nos termos
de regulamento a aprovar pela Câmara dos Solicitadores.
Artigo 24.º
Compensação de deslocações
1 - O agente de execução tem direito a uma compensação pelas deslocações efectuadas para a
prática dos actos referidos nos nºs 3.1, 3.2, 3.3, 3.8, 3.9, 4.2, 9.1, 10.1 e 10.2 da tabela
constante do anexo I, paga pela caixa de compensações, sempre que se verifiquem,
cumulativamente, as seguintes condições:
a) O autor ou exequente não deva suportar as despesas pelas deslocações nos termos
do disposto no n.º 3 do artigo 21.º;
b) O agente de execução tenha sido designado pela secretaria nos termos do artigo
811.º-A do Código de Processo Civil e a prática do acto envolva uma deslocação
superior a 50 km e inferior a 400 km, calculadas as distâncias das viagens de ida e
regresso pelo percurso mais curto entre o tribunal e a sede da junta da freguesia
onde deva ser praticado o acto.
2 - O valor da compensação (C) devida pela caixa de compensações é calculada com base na
seguinte fórmula:
C = [(D x 2) - 50] x V
onde D corresponde à distância mais curta entre o tribunal da comarca do agente de execução
e a sede da junta da freguesia onde deva ser praticado o acto e V corresponde ao valor devido
por quilómetro.
3 - O valor devido por quilómetro é fixado pelo conselho geral da Câmara dos Solicitadores.
226
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
4 - O agente só tem direito à compensação de uma deslocação por cada acto sujeito a
tarifação.
Artigo 25.º
Verificação de distâncias
O agente de execução informa por via exclusivamente electrónica e preferencialmente
automática a Câmara dos Solicitadores sobre qual a distância percorrida, sem prejuízo de
posterior revisão da mesma pela Câmara, nos termos de regulamento a aprovar pela Câmara
dos Solicitadores.
SECÇÃO IV
Lista de agentes de execução
Artigo 26.º
Lista de agentes de execução
1 - Para efeitos de publicitação, a Câmara dos Solicitadores disponibiliza uma lista informática
que contém a informação relativa aos agentes de execução inscritos ou registados na Câmara
dos Solicitadores, pesquisável por comarca.
2 - A lista de agentes de execução é disponibilizada em página informática de acesso público,
no sítio oficial da Câmara dos Solicitadores e em página informática de acesso público, no
endereço electrónico http://www.tribunaisnet.mj.pt.
CAPÍTULO IV
Diligências de execução
SECÇÃO I
Citação, notificações, informações, comunicações e publicações
SUBSECÇÃO I
Citação
Artigo 27.º
Modalidades e termos da citação
227
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
O agente de execução procede à citação pessoal do executado, do cônjuge e dos credores nos
termos gerais definidos na lei processual civil.
Artigo 28.º
Citação edital do executado por incerteza do local
1 - A citação edital do executado determinada por incerteza do local é feita pela afixação de
editais e pela publicação de anúncio em página informática de acesso público, no endereço
electrónico http://www.tribunaisnet.mj.pt.
2 - São afixados, na mesma data, dois editais, um na porta da última residência conhecida do
executado no País e outro na porta da sede da respectiva junta de freguesia.
3 - Os editais especificam:
a) O tribunal em que o processo corre, o juízo e a respectiva secção;
b) O número de processo em que o executado é citado;
c) O nome do exequente;
d) O valor ou o conteúdo do pedido;
e) A identificação do agente de execução;
f) De forma simples e perceptível, sem a referência a artigos, actos legislativos ou actos
regulamentares, o prazo para a defesa e a cominação, explicando que o prazo para
defesa só começa a correr depois de finda a dilação e o respectivo modo de
contagem ilustrando esse modo de contagem com o exemplo abstracto constante do
anexo III à presente portaria e que dela faz parte integrante;
g) Em parágrafo diferente dos que contêm a informação referida nas alíneas anteriores,
a referência aos artigos ou actos legislativos ou regulamentares que a fundamentam;
h) A data da afixação;
i) A referência à publicação de anúncio electrónico, num prazo máximo de cinco dias
úteis, no endereço electrónico http://www.tribunaisnet.mj.pt.
4 - No prazo máximo de cinco dias úteis após a afixação dos editais, o agente de execução faz
publicar, através do sistema informático de suporte à actividade dos agentes de execução, no
endereço electrónico http://www.tribunaisnet.mj.pt, o anúncio electrónico de citação edital.
5 - O anúncio electrónico de citação edital contém a informação referida nas alíneas a) a h) do
n.º 3.
6 - O sistema informático de suporte à actividade dos agentes de execução assegura a
publicitação, no anúncio electrónico, da data da sua publicação.
228
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 29.º
Citação edital do executado por incerteza das pessoas
1 - A citação edital determinada pela incerteza das pessoas a citar ocorre nos casos em que não
é possível identificar o executado ou em que os incertos forem citados como herdeiros ou
representantes de pessoa falecida.
2 - A citação edital determinada pela incerteza das pessoas a citar efectua-se:
a) Pela publicação de anúncio de citação edital, pelo agente de execução, através do
sistema informático de suporte à actividade dos agentes de execução, em página
informática de acesso público, no endereço electrónico http://www.tribunaisnet.mj.pt,
nos termos dos nºs 5 a 7 do artigo anterior, com as devidas adaptações; e
b) Pela afixação de editais, nos termos do n.º 3 do artigo anterior, na porta da casa da
última residência do falecido e na porta da sede da respectiva junta de freguesia, se
forem conhecidas.
SUBSECÇÃO II
Notificações, informações e comunicações
Artigo 30.º
Termos das notificações
1 - O agente de execução efectua todas as notificações previstas na lei preferencialmente por
transmissão electrónica de dados, através do sistema informático de suporte à actividade dos
agentes de execução.
2 - A notificação dos mandatários das partes efectua-se, obrigatoriamente, por transmissão
electrónica de dados, sempre que os mesmos pratiquem qualquer acto processual por
transmissão electrónica de dados através do sistema informático CITIUS ou se manifestem
nesse sentido, nos termos da Portaria n.º 114/2008, de 6 de Fevereiro.
3 - Para efeitos do número anterior, a data de elaboração da notificação corresponde à data de
depósito da notificação no sistema informático CITIUS.
Artigo 31.º
229
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
SUBSECÇÃO III
Publicações
Artigo 32.º
Termos das publicações
O agente de execução, nos termos do artigo 808.º do Código de Processo Civil, procede às
publicações previstas na lei mediante anúncio em página informática de acesso público, no
endereço electrónico http://www.tribunaisnet.mj.pt, através do sistema informático de suporte à
actividade dos agentes de execução e do sistema informático CITIUS.
SECÇÃO II
Registo da prática dos actos
Artigo 33.º
Registo electrónico da prática dos actos
1 - O agente de execução procede ao registo da prática de todos os actos no processo no
sistema informático de suporte à actividade dos agentes de execução.
2 - Do registo informático referido no número anterior constam os elementos que permitem
identificar o acto, cópia dos documentos respeitantes à efectivação do mesmo e, sendo caso
disso, cópia dos documentos que o acompanham.
230
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 34.º
Dispensa de junção dos originais dos documentos
1 - O registo da prática do acto efectuado nos termos do artigo anterior dispensa a junção aos
autos dos documentos comprovativos da efectivação dos mesmos.
2 - O disposto no número anterior não prejudica o dever de exibição dos originais dos
documentos comprovativos de qualquer acto sempre que o juiz o determine.
SECÇÃO III
Venda
SUBSECÇÃO I
Publicitação da venda
Artigo 35.º
Anúncio electrónico
1 - A venda dos bens penhorados é publicitada, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo
890.º do Código de Processo Civil, através de anúncio na página informática de acesso
público, no endereço electrónico http://www.tribunaisnet.mj.pt.
2 - O anúncio contém:
a) A identificação do processo de execução;
b) O nome do executado;
c) A identificação do agente de execução;
d) As características do bem;
e) A modalidade da venda;
f) O valor para a venda;
g) O dia, hora e local de abertura das propostas;
h) O local e horário fixado para facultar a inspecção do bem;
i) Menção, sendo caso disso, ao facto de a sentença que serve de título executivo estar
pendente de recurso ou de oposição à execução ou à penhora.
231
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
SUBSECÇÃO II
Venda em depósito público ou equiparado
Artigo 36.º
Conceitos de depósito público e depósito equiparado a depósito público
1 - Por depósito público entende-se qualquer local de armazenagem de bens que tenha sido
afecto, por despacho do director-geral da Administração da Justiça, à remoção e depósito de
bens penhorados no âmbito de um processo executivo.
2 - Por depósito equiparado a depósito público entende-se qualquer local de armazenagem de
bens que tenha sido afecto por um agente de execução à remoção e depósito de bens
penhorados no âmbito de um processo executivo e cuja propriedade, arrendamento ou outro
título que lhe confira a utilização do local ou dos serviços de armazenagem seja registado por
via electrónica junto da Câmara dos Solicitadores, nos termos da alínea o) do n.º 1 do artigo
123.º do Estatuto da Câmara dos Solicitadores.
3 - Cada depósito público ou equiparado deve ter disponível para consulta, por qualquer
interessado, os seguintes elementos:
a) A identificação do proprietário ou arrendatário do imóvel que integra o depósito ou
do titular de outro direito que lhe confira a utilização do local ou dos serviços de
armazenagem;
b) Número de código da certidão permanente de registo predial que permita, através da
Internet, verificar a situação registal do imóvel que integra o depósito público;
c) Morada do depósito;
d) Identificação da apólice do seguro em vigor devido pelo imóvel e do seu período de
vigência;
e) Nos casos em que o imóvel que integra o depósito é arrendado, a indicação do
período de duração do contrato de arrendamento ou do contrato que confira a
utilização do local ou dos serviços de armazenagem e condições de prorrogação,
modificação ou revogação do mesmo.
232
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 37.º
Bens sujeitos a remoção para depósito público
1 - Salvo disposição em contrário, podem ser removidos para depósito público os seguintes
bens:
a) Bens móveis não sujeitos a registo;
b) Bens móveis sujeitos a registo, quando seja necessária ou conveniente a sua remoção
efectiva, desde que a natureza do bem não seja incompatível com a estrutura do
armazém.
2 - Quando o bem seja removido para depósito público, deve ser entregue ao agente de
execução um documento que sirva de título de depósito e que este deve notificar,
preferencialmente por meios electrónicos, ao exequente e ao executado.
3 - O título de depósito constitui prova do depósito dos bens e contém os seguintes
elementos:
a) Identificação dos bens penhorados, podendo ser emitido um só título quando sejam
penhorados vários bens ao mesmo executado por conta do mesmo processo, desde
que se discriminem os respectivos bens;
b) Descrição elementar dos bens penhorados com indicação do seu valor aproximado
ou estimado.
4 - Atenta a especial natureza dos bens penhorados ou o seu diminuto valor económico, a
Direcção-Geral da Administração da Justiça pode rejeitar, desde que fundamentadamente, a
sua remoção para depósito público.
233
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 38.º
Bens sujeitos a remoção para depósito equiparado a depósito público
1 - Salvo disposição em contrário, podem ser removidos para equiparado a depósito público
os bens referidos no n.º 1 do artigo anterior, quando penhorados no âmbito de uma execução
em que o agente de execução titular do depósito é o agente de execução designado.
2 - Quando o bem seja removido para depósito equiparado a depósito público, o agente de
execução titular do depósito deve produzir um título nos termos dos nºs 2 e 3 do artigo
anterior, que deve notificar, preferencialmente por meios electrónicos, ao exequente e ao
executado.
Artigo 39.º
Preço pela utilização do depósito público ou equiparado
1 - Pelo depósito de qualquer bem é devido o pagamento do preço ao depositário.
2 - O preço devido pela utilização do depósito público ou equiparado é fixado em 0,0075 UC
por metro quadrado ou metro cúbico, consoante os casos, por cada dia de utilização.
3 - Ao preço devido pela ocupação do depósito público ou equiparado podem acrescer
despesas extraordinárias de manutenção ou seguros especiais, quando existam e sejam
justificadas em face da especial natureza dos bens penhorados.
4 - Os custos referidos nos números anteriores são imediatamente suportados pelo exequente,
a título de encargos, sendo posteriormente imputados na conta de custas nos termos gerais.
5 - O exequente deve provisionar o agente de execução ou o tribunal, caso não intervenha
agente de execução, com um valor equivalente a três meses de depósito, sem prejuízo do
reforço sempre que esse prazo venha a ser ultrapassado.
6 - Antes da remoção de qualquer bem para depósito público ou equiparado, o agente de
execução deve dar conhecimento ao exequente e ao executado dos preços praticados pelo
depositário, nos termos dos nºs 2 e 3, podendo qualquer um destes opor-se a tal remoção,
desde que indique outro depositário idóneo.
7 - Quando o exequente beneficie de apoio judiciário ou quando se verifique alguma forma de
isenção do pagamento de custas, os bens só podem ser removidos para depósito público ou
equiparado quando necessário, sendo o respectivo modo de pagamento fixado no regime do
acesso ao direito.
Artigo 40.º
234
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Momento da venda
1 - São vendidos os bens que se encontrem em depósito público ou equiparado assim que a
venda seja processualmente possível, desde que a execução não se encontre suspensa.
2 - Mesmo que a execução se encontre suspensa, são logo vendidos os bens que se encontrem
dentro das condições referidas no artigo 886.º-C do Código de Processo Civil.
3 - Cabe ao depositário disponibilizar aos agentes de execução, por escrito ou em formato
electrónico que permita um registo temporário da informação, todas as informações relativas à
periodicidade das vendas, datas em que devem ser realizadas e modo de realização de cada
venda.
4 - Cabe ao agente de execução informar o depositário, por escrito ou em formato electrónico
que permita um registo temporário da informação, dos bens que devem ser vendidos e o
respectivo valor base.
Artigo 41.º
Modalidades da venda em depósito público ou equiparado
1 - A venda em depósito público ou equiparado só pode ser realizada mediante:
a) Regime de leilão electrónico;
b) Regime de leilão;
c) Negociação particular;
d) Venda directa a pessoas ou entidades que tenham um direito reconhecido a adquirir
os bens.
2 - Os bens removidos para depósito público ou equiparado são preferencialmente vendidos
em leilão electrónico.
3 - Frustrada a venda em leilão electrónico os bens são colocados em venda na modalidade de
leilão.
4 - Frustrada a venda em leilão electrónico e a venda na modalidade de leilão os bens podem
ser vendidos mediante negociação particular.
5 - As regras relativas às modalidades de venda previstas nos artigos 886.º e seguintes do
Código de Processo Civil aplicam-se às modalidades aqui previstas em tudo o que não esteja
especialmente regulado.
Artigo 42.º
Modo de realização da venda em leilão
235
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
1 - A venda deve ser realizada em local aberto ao público, preferencialmente no próprio local
do depósito, salvo se a natureza da venda ou dos bens aconselhar algum outro local específico.
2 - Independentemente da modalidade e modo de realização da venda, esta deve ser sempre
publicitada, para além dos termos previstos no n.º 2 do artigo 907.º-A do Código de Processo
Civil, na página electrónica do depositário.
3 - Sempre que possível, a venda deve realizar-se na presença do agente de execução.
4 - Os potenciais interessados têm o direito de inspeccionar os bens a vender, no local onde
estes se encontrem, entre a data de publicitação e a data de realização da venda.
Artigo 43.º
Venda periódica em leilão
1 - Semanal ou mensalmente, quando o volume de bens o aconselhe, o depositário organiza
vendas periódicas em regime de leilão.
2 - É aplicável à venda em regime de leilão o disposto no n.º 2 do artigo 889.º do Código de
Processo Civil.
3 - Os interessados na aquisição de bens devem inscrever-se junto do depositário até ao início
da realização da venda.
4 - Após identificação de cada bem ou lote de bens, é concedida aos presentes a possibilidade
de apresentação verbal de propostas de aquisição em regime de leilão.
5 - O bem ou lote de bens é vendido ao proponente que apresente a proposta mais elevada,
devendo o valor em causa ser imediatamente entregue ao agente de execução, ao depositário
ou ao seu representante.
6 - Caso o agente de execução não esteja presente, deve definir previamente as condições de
aceitação da venda e entregá-las ao depositário.
7 - Se a venda for realizada nos termos das condições de aceitação definidas pelo agente de
execução, esta fica definitivamente realizada, devendo o bem vendido ser entregue ao
adquirente e o preço ser entregue pelo depositário ao agente de execução no prazo máximo de
dois dias úteis.
8 - Se a venda não for realizada nos termos das condições de aceitação definidas pelo agente
de execução, esta deve ser-lhe comunicada imediatamente para que este manifeste o seu
acordo ou oposição no prazo de vinte e quatro horas.
9 - Quando o agente der o seu acordo, fica a venda definitivamente realizada, devendo o preço
ser entregue ao agente de execução no prazo máximo de dois dias úteis.
236
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
10 - Os bens vendidos são entregues ao adquirente, tendo sido pago o preço, até cinco dias
após a comunicação ao depositário do acordo do agente de execução.
Artigo 44.º
Acta
Do resultado da venda é lavrada acta, que é sempre assinada pelo agente de execução
responsável pelo processo onde foram penhorados os bens, pelo adquirente e pelo
depositário.
CAPÍTULO V
Acesso ao registo informático de execuções
Artigo 45.º
Acesso directo através do CITIUS
1 - Os magistrados judiciais e os magistrados do Ministério Público têm acesso directo ao
registo informático de execuções através dos sistemas informáticos CITIUS - Magistrados
Judiciais e CITIUS - Ministério Público, respectivamente.
2 - Os agentes de execução acedem directamente ao registo informático de execuções através
do sistema informático de suporte à actividade dos agentes de execução.
3 - O acesso ao registo informático de execuções por pessoa capaz de exercer o mandato
judicial efectua-se através do acesso à área reservada do sistema informático CITIUS de
acordo com as instruções daí constantes.
Artigo 46.º
Outras formas de acesso
O acesso ao registo informático de execuções por pessoa capaz de exercer o mandato judicial
pode ser efectuado por certificado passado pela secretaria do tribunal nos termos dos nºs 2 a 5
do artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 201/2003, de 10 de Setembro.
CAPÍTULO VI
Execuções promovidas por oficial de justiça
Artigo 47.º
237
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
CAPÍTULO VII
Execução imediata da sentença
Artigo 48.º
Pedido de execução imediata
1 - O autor pode requerer, na petição inicial ou em qualquer momento do processo e através
do sistema informático CITIUS, que seja executada judicialmente a sentença que venha a
condenar o réu ao pagamento de uma quantia certa.
2 - No momento em que apresenta o requerimento referido no número anterior ou em
qualquer momento posterior até ao trânsito em julgado da sentença, o autor pode:
a) Designar o agente de execução;
b) Indicar bens à penhora, nos termos dos nºs 5 a 7 do artigo 810.º;
c) Declarar que pretende que a execução da sentença que venha a condenar o réu ao
pagamento de quantia certa se inicie apenas 20 dias após o trânsito em julgado da
sentença.
3 - Logo após o trânsito em julgado da sentença ou 20 dias após o trânsito em julgado da
mesma, a secretaria inicia electronicamente o processo executivo, desde que:
a) A sentença tenha condenado o réu no pagamento de uma quantia certa;
b) A taxa de justiça correspondente ao valor da quantia pecuniária líquida a que o réu
foi condenado na sentença se encontre paga, podendo o autor enviar o respectivo
comprovativo através do sistema informático CITIUS.
4 - A secretaria envia electronicamente para o agente de execução designado:
a) Os requerimentos do autor efectuados nos termos dos números anteriores;
b) Cópia electrónica da sentença.
CAPÍTULO VIII
238
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Disposições finais
Artigo 49.º
Declaração relativa à tarifa máxima da fase 1
1 - Até ao dia 20 de Abril, os agentes de execução devem efectuar a primeira das declarações
previstas no n.º 2 do artigo 18.º
2 - Até à data prevista no número anterior os agentes de execução devem informar o
exequente, em cada processo aceite, do valor que livremente fixem para a tarifa máxima da
fase 1, até ao limite máximo constante da tabela i anexa à presente portaria.
Artigo 50.º
Regime transitório
1 - Até ao dia 20 de Abril de 2009, a notificação da substituição do agente de execução
promovida pelo exequente e a notificação do agente de execução substituto previstas nos nºs 2
e 4 do artigo 7.º são efectuadas nos termos gerais do Código de Processo Civil.
2 - Até ao dia 20 de Abril de 2009, a entrega da provisão ao agente de execução, a título de
honorários prevista na alínea a) do n.º 2 do artigo 15.º da presente portaria é efectuada após a
solicitação pelo agente de execução.
3 - Até ao dia 20 de Abril de 2009, as citações editais previstas nos artigos 28.º e 29.º
efectuam-se nos termos dos artigos 248.º e 251.º do Código de Processo Civil,
respectivamente.
4 - Até ao dia 20 de Abril de 2009, a notificação dos mandatários das partes pelos agentes de
execução efectuam-se nos termos dos artigos 253.º a 255.º do Código de Processo Civil.
5 - Até ao dia 20 de Abril de 2009, as publicações que o agente de execução deva efectuar nos
termos do artigo 808.º do Código de Processo Civil são efectuadas em dois números seguidos
de um dos jornais mais lidos da localidade da situação dos bens ou do último domicílio do
citado.
Artigo 51.º
Norma revogatória
São revogadas as seguintes portarias:
a) Portaria n.º 708/2003, de 4 de Agosto;
b) Portaria n.º 985-A/2003, de 15 de Setembro; e
239
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
Artigo 52.º
Aplicação no tempo
1 - As disposições do presente diploma aplicam-se aos processos iniciados após 31 de Março
de 2009.
2 - Os nºs 2 e 4 do artigo 7.º, a alínea a) do n.º 2 do artigo 15.º, o n.º 4 do artigo 18.º, os
artigos 28.º e 29.º, o n.º 2 do artigo 30.º e o artigo 33.º produzem efeitos a partir do dia 20 de
Abril de 2009.
3 - O artigo 45.º produz efeitos a partir do dia 31 de Maio de 2009.
Artigo 53.º
Entrada em vigor
A presente portaria entra em vigor no dia 31 de Março de 2009.
ANEXO I
(a que se refere o n.º 2 do artigo 11.º)
(ver documento original publicado no Diário da República)
ANEXO II
(a que se referem o n.º 2 do artigo 11.º e o n.º 1 do artigo 20.º)
1 - As taxas que permitem definir o valor da remuneração adicional do agente de execução
destinada a premiar a eficácia da recuperação ou garantia de créditos na execução nos termos
da alínea a) do n.º 1 do artigo 20.º, são as seguintes:
Taxas
Valor recuperado ou garantido (percentagem)
(em UC) Taxa normal Taxa média
(A) (B)
Até 20 3 3,000
De 20 a 40 2 2,500
240
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
De 40 a 160 1 1,375
De 160 a 520 0,75 0,942
De 520 a 780 0,50 0,795
780 ou mais 0,25
241
Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
ANEXO III
(a que se refere a alínea f) do n.º 3 do artigo 28.º)
Prazo para defesa e cominação
1 - Exemplo a usar nos editais a afixar:
«Caro(a) Senhor(a):
Este edital visa avisá-lo(a) de que corre, contra si, um processo de execução num tribunal
judicial que pode ter como resultado a penhora dos seus rendimentos ou a venda dos seus
bens.
A partir da data de afixação deste edital tem pelo menos 50 dias para:
Pagar a dívida ao [exequente];
Dirigir-se ao [tribunal] no sentido de se defender, opondo-se a esta execução.»
2 - Exemplo a usar no anúncio a publicar em página informática:
«Caro(a) Senhor(a):
Este anúncio visa avisá-lo(a) de que corre, contra si, um processo de execução num tribunal
judicial que pode ter como resultado a penhora dos seus rendimentos ou a venda dos seus
bens.
A partir da data da publicação deste anúncio tem 50 dias para:
Pagar a dívida ao [exequente];
Dirigir-se ao [tribunal] no sentido de se defender, opondo-se a esta execução.»
ANEXO IV
(a que se refere o n.º 2 do artigo 2.º)
(ver documento original publicado em Diário da República)
242