Processo de Criação de Identidade Visual
Processo de Criação de Identidade Visual
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Resumo
1 Introdução
Nunca antes na história da humanidade, fomos submetidos a tanta carga visual como nos dias
de hoje. Os meios são cada vez mais poderosos e não param de se multiplicar. Hoje é possível obter
informações visuais produzidas pelo homem em quase qualquer lugar do planeta. Mesmo que muitas
vezes as pessoas não se dêem conta da sua presença, ela se encontra em toda parte: nos papéis
espalhados sobre a mesa, nos artigos oferecidos pelas lojas, na identidade visual de lugares, produtos,
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Trabalho apresentado ao GT Produção Editorial e Cultural, do VIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul
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Graduando em Publicidade e Propaganda pela UNIASSELVI Indaial/SC.
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Mestre em Educação (FURB), Especialista em Moda (UNERJ), Graduada em Publicidade e Propaganda (FURB),
Graduanda em Marketing (UNIASSELVI). Coordenadora do NACOM e do Curso de Comunicação Social da UNIASSELVI
– Indaial, SC. Professora do Curso de Moda da UNIASSELVI – Rio do Sul. Professora da Pós Graduação em Marketing
(ICPG). E-mail: rovechio@terra.com.br
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Mestrando em Educação (FURB – Universidade Regional de Blumenau), Especialista em Cinema (UTP – Universidade
Tuiutí do Paraná) e Graduado em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda (FURB). Professor das disciplinas:
“Produção em Rádio e TV” e “Rádio e TV Comercial e Institucional”, do Curso de Publicidade e Propaganda
(UNIASSELVI), Professor da disciplina “Produção publicitária em rádio, televisão e cinema” do curso de Publicidade e
Propaganda (UNIVALI). Professor Responsável pelo Projeto NACOM Cinema (UNIASSELVI). E-mail:
bonafilm@yahoo.com.br
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empresas etc.
Mas nem por isso a comunicação visual tornou-se mais madura ou fácil. A relação
continua mal resolvida e cada vez mais incompreendida, especialmente para profissionais
confrontados com uma linguagem com a qual não possuem qualquer familiaridade. Para
Dondis (1991), “o consumidor da maior parte da produção dos meios de comunicação
educacionais não seria capaz de identificar (para recorrermos a uma analogia com o
alfabetismo verbal) um erro de grafia, uma frase incorretamente estruturada ou um tema mal
formulado”.
Isso faz com que cada dia mais as referências visuais ao nosso redor tornem-se menos
atraentes e impactantes, causando um grande número de elementos de comunicação visual
poluentes, que entram no mercado para competir e brigar entre si, sem nem mesmo
analisarem os conceitos e padrões básicos para se ter uma boa imagem nesse mercado tão
competitivo e diversificado.
Uma identidade visual reúne toda a referência visual que leva a identificar uma
empresa ou produto vinculando-os em suas diversas variações. Reúne também as informações
visuais como os logotipos, os símbolos, as cores, os tipos, as disposições e os arranjos
gráficos que devem sempre se manter dentro de um padrão para estabelecer a consolidação de
uma marca e de seu produto.
Na sociedade atual que valoriza tanto a imagem, uma profusão de imagens
bombardeia o cidadão comum criando espaços para induzir gostos, preferências e
interpretações sem uma cuidadosa análise crítica. Em categorias profissionais onde a conexão
direta com a linguagem não se torna clara e objetiva, o que se observa é uma grande lacuna,
pois quando a tarefa é comunicar produtos de complexo entendimento visual, essa deficiência
fica ainda mais ressaltada nos resultados finais das peças gráficas.
Todo conteúdo de um material tem que ser organizado de forma coerente, diagramado
e ilustrado visando atrair a atenção do público ou consumidor a ser conquistado. Isso é
atribuição do programador visual, bem como o desenho de embalagens e rótulos, que
constituem a identidade visual do produto.
Perante esta situação, descobriu-se a necessidade de produzir um material que possa
auxiliar a criação de novas e corretas marcas e identidades visuais.
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2 Marca
Uma marca: é um estandarte, uma assinatura, um emblema; não vende diretamente, ela
identifica; raramente é a descrição de um negócio; deriva seu significado da qualidade do que
simboliza. Uma marca eficiente depende da sua diferenciação, visibilidade, fácil utilização, facilidade
de ser lembrada, universalidade, durabilidade e temporalidade.
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3 Identidade visual
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conjunto de cores. Em outras palavras, identidade visual é o conjunto visual projetado para
representar graficamente uma instituição.
Peón (2000) ressalta que identidade visual: é a apresentação de uma empresa ou
empreendimento; constitui-se do design ou re-design de seu sinal principal: marca, logotipo ou
símbolo; e da organização dos seus componentes: padrões tipográficos, cromáticos, associações,
assinaturas, amostra de cores, reprints e/ou arquivos digitais dos sinais gráficos e aplicações
específicas (papelaria, formulários, sinalização, frotas, uniformes e etc).
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4 Linguagem visual
O processo de criar imagens mentais contribui, muitas vezes, para a busca de soluções
práticas utilizando unicamente conceitos. Por essa linha de raciocínio, a evolução da
linguagem começa em imagens, avança para pictogramas, cartuns auto-explicativos, unidades
fonéticas até finalmente chegar ao alfabeto, considerado a matemática do significado
(DONDIS, 1991).
Sem dúvida, a linguagem verbal tem sido uma poderosa ferramenta de comunicação,
mas não se basta. Continua-se utilizando a linguagem visual cada vez com mais intensidade,
algumas vezes caminhando irresponsavelmente para resultados imprevisíveis. Dondis (1991),
ainda enfatiza a importância dessa questão quando afirma que “a visão é natural; criar e
compreender mensagens visuais é natural até certo ponto, mas a eficácia, em ambos os níveis,
só pode ser alcançada através do estudo”.
4.2 Cores
O uso de cores é um elemento que merece atenção por parte do editor de arte. Embora
experimentos científicos tenham comprovado que a sensibilidade humana se altera quando
exposta às mais variadas gamas de cores, não há um estudo específico que ofereça a receita
ideal para a utilização de cores quando empregadas em projeto visual gráfico. Na verdade, o
editor de arte deve se valer de conceitos sensitivos relacionados à alegria (cores vivas como o
azul, por exemplo), tristeza (cores pesadas, como o preto) etc. aliados a conceitos de harmonia
e de contraste. A harmonia ocorre quando cada uma das cores tem uma parte de cor comum a
todas as demais, é o oposto do fenômeno de contraste. Esses dois conceitos devem ser sempre
considerados. A opção pelo contraste ou pela harmonia será regida pelo assunto estampado.
O tom (ou o peso) da mensagem pode ser evidenciado pelas cores empregadas. A adoção
criteriosa de todos esses elementos na elaboração de um projeto gráfico deve existir também
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Dondis (2000, p. 64) afirma que "cada uma das cores tem inúmeros significados
associativos e simbólicos. Assim, a cor oferece um vocabulário enorme e de grande utilidade
para o alfabetismo visual". No âmbito do desenvolvimento de um projeto de identidade
visual, é necessário que o designer conheça as relações entre as cores e o significado cultural
delas com o público alvo ao qual se destina o produto. A cor desempenha um papel muito
importante na formação de impressões e conceitos. Ela é elemento preponderante na imagem
corporativa, que é a forma como o público (interno e externo) vê a empresa. Schmitt e
Simonson (2000, p. 109) declaram: "a cor permeia a identidade corporativa e a marca.
Logotípicas geralmente são coloridas, produtos são coloridos e tecidos de uniformes de
empresas são coloridos; paredes internas e externas de prédios são coloridas; anúncios são
coloridos; embalagens nos atraem com diversas cores".
Além das implicações culturais e interpretações sociológicas para cada cor, existem
algumas características que provocam reações comportamentais que independem do contexto
social. Segundo Schmitt e Simonson (2000, p. 111):
[...] quanto mais saturada a cor, maior a sensação de que o objeto está se
mexendo. Quanto mais luminosa a cor, maior a impressão de que o objeto
está mais próximo do que na verdade está. Matizes em um extremo da luz
visível (vermelho, laranja e amarelo) tendem a ser percebidos como mais
energéticos e descontraídos, enquanto os do outro (verde, azul e roxo)
parecem mais calmos e introvertidos . Matizes diferentes também causam
impressões variadas de distância: azul e verde parecem mais distantes do que
o vermelho, laranja e marrom.
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bidimensional, pelo jogo das cores que nele atuem. O uso proposital, por
exemplo, do claro-escuro e de cores quentes-frias pode fazer com que os
objetos pareçam mais leves ou mais pesados, mais amenos ou mais
agressivos".
A Identidade Visual é hoje fundamental para uma empresa, talvez até mais importante
que sua presença física, é a sua identidade visual. A identidade visual de uma empresa não se
resume a sua marca, mas sim, a tudo que caracteriza a sua identidade; tal como logo,
tipografia, cartões de visita, folders, anúncios, produtos, uniformes de funcionários,
sinalização, dentre outros. A criação da identidade visual da empresa é baseada em conceitos
de marketing, pesquisa de mercado, criatividade, linguagens visuais, estudo de cores,
tipografia, formas, etc (STRUNCK, 2001).
Existem várias maneiras de começar. O primeiro passo é uma investigação com quem
está encomendando o projeto. Não se deve subestimar o cliente, ele pode não saber traduzir
muito bem o que quer, mas, provavelmente, é o que mais entende do seu negócio. Segue
abaixo um exemplo de briefing que é o segundo passo para criação de uma identidade.
5.3 Briefing
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Considerações finais
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Referências bibliográficas
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de Janeiro: Editora 2AB: PUC-Rio, 1999.
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2000.
FRUTIGER, Adrian. Sinais & Símbolos. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1999.
GOMES, João Filho. Gestalt do objeto. São Paulo: Editora Escrituras, 2000.
HOVING, Thomas. Arte para dummies. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2000.
MARTINS, José Roberto. Branding. São Paulo: Negócio Editora, 2000. 348 p.
SATUÉ, Enric. El diseño gráfico: desde los orígenes hasta nuestros días. Madrid,
Espanha: Alianza Editorial, 1999.
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STRUNCK, Gilberto Luiz. Como criar identidades visuais para marcas de sucesso.
Rio de Janeiro: Books, 2001.
WILLIANS, Robin. Design para quem não é designer. São Paulo: Callis Editora,
1995.
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