Chegada Da Família Real Portuguesa
Chegada Da Família Real Portuguesa
Chegada Da Família Real Portuguesa
de 1808
Colecção particular
Quadro de Geoffrey Hunt (n. 1948), esteve em exibição no Museu Histórico Nacional e no
Museu Imperial do Brasil. O Príncipe Regente D. João, a Rainha D. Maria II e a Corte
embarcaram para o Brasil no dia 27 de Novembro de 1807, devido à 1.ª Invasão Francesa. A
frota só se fará ao mar no dia 29.
Descrição:
O quadro representa, no centro, a nau Príncipe Real, onde tinham viajado a Rainha D. Maria I, o Príncipe
Regente e os seus dois filhos, os infantes D. Pedro e D. Miguel, e o infante espanhol, D. Pedro Carlos de
Bourbon, no momento em que acaba de fundear, usando a sua caranguejola, vendo-se o estandarte real a
flutuar no mastro principal. Os pequenos botes ao redor da nau transportam personagens que não quiseram
deixar de cumprimentar imediatamente a família real, já que o desembarque só se realizou no dia seguinte. Do
lado esquerdo está a nau britânica Marlborough, que se encontrava na baía, a disparar uma salva, com a
guarnição colocada nas vergas.
Do lado direito pode ver-se a nau Afonso de Albuquerque, que tinha transportado a princesa Carlota Joaquina e
quatro das suas seis filhas, a começar a ferrar as velas preparando-se para entrar no vento e fundear. Atrás está
a Medusa, que tinha transportado o ainda secretário de estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, António
de Araújo de Azevedo, futuro conde da Barca, e a fragata Urânia, que escoltou o Príncipe Regente durante
toda a viagem. Ao lado destas, a nau britânica Bedford, que tinha acompanhado a frota portuguesa desde as
Canárias.
Mais à direita, na linha de costa o fumo branco representa a salva do forte de Villegaignon, que já não existe,
vendo-se também - da esquerda para a direita - a costa de Niterói, a entrada da baía do Rio de Janeiro e o Pão
de Açucar.
Dom João VI: vítima da ação napoleônica ou subordinado aos interesses britânicos?
O príncipe regente de Portugal, Dom João VI, não acatou a ordem francesa. Isso
porque, ao longo do século XVIII, a economia portuguesa assinou uma série de
tratados econômicos que aprofundou demasiadamente a dependência de Portugal
para com a Inglaterra. Em reposta à intransigência portuguesa, Napoleão
ameaçou invadir o território português. Pressionado por Napoleão, o governo
português acabou aceitando um plano da Inglaterra para contornar essa situação.
A Coroa era incapaz de contentar brasileiros e portugueses porque ela mesma estava
quase sempre sem dinheiro. Dom João recorria freqüentemente aos empréstimos
externos de banqueiros ingleses.
Mas, apesar de todas as dificuldades, dom João reurbanizou o Rio de Janeiro, construiu
escolas, bibliotecas e teatros. Trouxe para o Brasil artistas e cientistas europeus, o que
contribuiu para renovar a cultura brasileira.
Vivendo no Brasil de 1808 a 1821 e tendo seu país natal, a Espanha, também sido
ocupado por Napoleão I, concebeu um plano para governar as colônias espanholas. O
projeto fracassou, inclusive pela falta de interesse de D. João. Tornou-se rainha, em
1816, com a ascensão de D. João VI ao trono. Sempre fiel às concepções
ultraconservadoras, ao retornar a Portugal dedicou-se, com seu filho D. Miguel, a
conspirar contra as cortes que haviam realizado a revolução liberal. Após a morte de
D. João apoiou o movimento absolutista que permitiu a ascensão de D. Miguel ao
trono.
D Pedro
Devido a mudança da Família Real para o Brasil, D. Pedro nunca pôde completar seus
estudos, por esse motivo as Côrtes portuguesas chamaram-no à Europa para que os
continuasse. O povo brasileiro receava ficar sem o príncipe regente e como prova da
confiança que depositava nele, escreveu-lhe uma carta pedindo-lhe que ficasse no
Brasil como perpétuo defensor deste País, carta essa que lhe foi entregue por
intermédio de José Clemente Pereira. D. Pedro respondeu à carta com uma frase que
mais tarde se tornaria histórica: “Como é para o bem de todos e felicidade geral da
Nação, estou pronto; diga ao povo que fico”, motivo porque o dia 9-1-1822 passou a
ser chamado o dia do “Fico”.
Foi então que começaram as lutas entre aqueles que apoiavam o príncipe regente e
os que eram a favor da política portuguesa. Nesse meio tempo, D. Pedro viajou para
São Paulo para verificar as fortificações do Porto de Santos. No dia 7 de setembro de
1822, quando voltava de Santos, encontrou na Colina do lpiranga, mensageiros que
traziam-lhe cartas de Portugal e do Rio. Tomando conhecimento do que dizia D. João
VI, D. Leopoldina e José Bonifácio numa das cartas, arrancou a espada e gritou:
“Independência ou Morte!”. No dia 12 de outubro de 1822, D. Pedro foi proclamado
jmperador do Brasil, sendo a cerimônia de coroação realizada a 1º de dezembro. As
tropas portuguesas percebendo sua derrota, retornaram à Lisboa.
Em 1831, abdicou da Coroa do Brasil, pois estava aborrecido com as lutas entre os
partidos políticos brasileiros, passando a Coroa a seu filho D. Pedro de Alcântara, que
na época contava 5 anos de idade. De volta à Portugal, D. Pedro reconquistou o trono
de que seu irmão D. Miguel havia se apoderado violentamente. Conquistou
novamente os portugueses, derrotando aos que favoreciam D. Miguel. Mas não
permaneceu muito tempo com a alegria de tornar-se querido pelos portugueses,
tendo sido acometido pela tuberculose, que viria encerrar sua vida, em 24-09-1834
(no mesmo palácio de Queluz, onde havia nascido há 36 anos).
Seu nome completo é: PEDRO DE ALCÂNTARA FRANCISCO ANTÔNIO JOÃO CARLOS
XAVIER DE PAULA MIGUEL RAFAEL JOAQUIM JOSÉ GONZAGA PASCOAL CIPRIANO
SERAFIM DE BRAGANÇA E BOURBON