Roma Antiga
Roma Antiga
Roma Antiga
Introdução
A história de Roma Antiga é fascinante em função da cultura desenvolvida e dos
avanços conseguidos por esta civilização. De uma pequena cidade, tornou-se um dos
maiores impérios da antiguidade. Dos romanos, herdamos uma série de características
culturais. O direito romano, até os dias de hoje está presente na cultura ocidental, assim
como o latim, que deu origem a língua portuguesa, francesa, italiana e espanhola, somos
herdeiros da antiga civilização romana. Mas a herança que Roma nos deixou vai além
das línguas neolatinas. Os romanos também transmitiram a Cultura Grega e oriental aos
povos bárbaros e à civilização da Idade Média que, por sua vez, a transmitiram ao
mundo moderno e contemporâneo.
Roma nos deixou ainda uma série de ensinamentos notáveis no campo da política (a
idéia de República), e do direito (o direito romano é a base da ciência jurídica da maioria
dos povos contemporâneos). Além disso, no âmbito da arquitetura e do sistema de
administração municipal, bem como a organização da igreja Católica - que modelou o
mundo medieval - existem diversos legados romanos. Desse modo, conhecer a história
de Roma é conhecer um pouco de nossa própria história.
A civilização romana é tipicamente inserida na chamada Antiguidade Clássica,
juntamente com a Grécia Antiga, que muito inspirou a cultura deste povo. Roma
contribuiu muito para o desenvolvimento no mundo ocidental de várias áreas de estudo,
como o direito, teoria militar, arte, literatura, arquitetura, linguística, e a sua história
persiste como uma grande influência mundial, mesmo nos dias de hoje.
modernos, como Império Bizantino a partir de 476 d.C., data tradicional da queda de
Roma e aproveitada pela historiografia para demarcar o início da Idade Média.
A cidade de Roma
Roma, capital da Itália, é uma das principais cidades do mundo. Nela o passado e o
presente se misturam. Ao mesmo tempo que é uma das capitais da moda e dos grandes
estúdios de cinema, é também o local onde estão as ruínas do Circo Máximo, do Coliseu
e do Fórum, monumentos que documentaram o passado glorioso da cidade.
A Roma atual está muito diferente do que foi no passado. Ao longo dos séculos,
incêndios, terremotos, construções e reconstruções deram uma outra configuração à
cidade. Mas, graças ao trabalho de historiadores e arqueólogos, podemos hoje ter uma
ideia, ainda que aproximada, daquela que já foi a grande conquistadora do mundo
antigo.
Localização
Roma está situada na península Itálica, uma longa faixa de terra, em forma de uma bota,
que avança pelo mar Mediterrâneo. Ao norte, a península é limitada por um conjunto de
montanhas, os Alpes; a leste, é banhada pelo mar Adriático; a oeste, pelo mar Tirreno; e,
ao sul, pelo mar Mediterrâneo.
Possuía várias planícies férteis, próprias à agricultura
Origens de Roma : explicação histórica e Monarquia Romana (753 a.C a 509 a.C)
De acordo com os historiadores, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos
que foram habitar a região da Península Itálica : gregos, etruscos e italiotas.
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Povoamento
Conta-se que Roma teve 7 reis – 4 romanos e 3 etruscos. No tempo dos reis, a cidade
era apenas o local onde ficavam os templos religiosos, o palácio real e onde os chefes
das famílias se reuniam para discutir assuntos de seu interesse.
A República Romana
República Romana é a expressão usada por convenção para definir o Estado romano e
suas províncias desde o fim do Reino de Roma em 509 a.C. ao estabelecimento do
Império Romano em 27 a.C.
Os novos donos do poder em Roma, eram os patrícios. Somente eles podiam ocupar
altos cargos na República (do latim: res publica, isto é, “coisa pública”) romana. Com a
instalação da República foram criadas várias magistraturas*. Observe o quadro abaixo.
• Magistratura: Cargo de magistrado, pessoa que exerce autoridade em
determinado local, com poder para julgar ou dar ordens, que participa da
administração pública ou que faz parte de um governo. Nos dias de hoje, a
palavra magistratura está associada às autoridades dos poderes judiciário (juízes
e promotores) e executivo (prefeito, governandor, presidente, ministros).
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O cônsul (do latim consul, plural consules, abreviação cos.) era o magistrado supremo
na República romana.
Pretor (em latim Prætor) era um cargo associado ao cursus honorum (carreira política
em Roma Antiga). O primeiro pretor foi eleito em 356 a.C. pela Assembleia das
Centúrias. Ao longo do tempo, o número foi aumentando devido às crescentes
necessidades administrativas da República Romana. Havia vários tipos de pretores,
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entre eles o "pretor urbano", que cuidavam da cidade de Roma, e o "'pretor peregrino",
que cuidava da zona rural e da relação com as comunidades estrangeiras. O cargo de
pretor detinha imperium representado por uma escolta de 6 lictores.
Censor (do latim censore) era um cargo político de Roma Antiga, o mais alto que se
podia alcançar no âmbito do cursus honorum. Os censores, eleitos em número de dois
pela Assembleia das Centúrias eram invariavelmente antigos cônsules. A função dos
censores incluíam o recenseamento dos cidadãos, com base em sua riqueza, a
elaboração do Álbum Senatorial, orientação da construção pública e fiscalização da
conduta moral dos cidadãos.
Questor: Questores (do latim quaestor, procurador) era o primeiro passo na hierarquia
política da Roma Antiga (cursus honorum). O cargo, que implicava funções
administrativas, era geralmente ocupado por membros da classe senatorial com menos
de 32 anos. O mandato como questor dava acesso directo ao colégio do senado romano.
Por serem os cobradores de impostos do Império, eram mal-vistos pela população.
Edil: Os edis curuis (do latim aedīlis curules), na Roma Antiga, eram dois
encarregados da preservação da cidade, do abastecimento, da polícia dos mercados e das
ações penais correlatas, bem como da jurisdição civil contenciosa nas questões ali
ocorridas. Era magistratura plebéia, interditada aos patrícios.
Senado
O Senado conitnuou a ser um órgão de grande importânica em Roma. Era formado por
300 membros vitalícios, todos patrícios. Suas principais funções eram controlar os
gastos públicos e propor leis. Votar leis, declarar guerra, firmar a paz e eleger os
cônsules eram tarefas da Assembléia Centuriata. Esta assembléia era uma reunião dos
cidadãos, agrupados em 19 centúrias (grupos de cem). A distribuição dos cidadãos em
centúrias seguia um critério censitário, isto é, de acordo com a riqueza de cada um.
Cada centúria, fosse ela plebéia ou patrícia, tinha direito a um só voto. Mas, como o
número de centúrias patrícias era maior que o de centúrias plebéias, o poder de decisão
cabia aos patrícios.
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Cronologia
Antes de Cristo:
• 753 a.C.:Diz a lenda que a cidade foi fundada por Rómulo e Remo, filhos de
Réia Sílvia, rainha da cidade de Alba Longa, com o deus Marte. Usando um
arado, ele desenhou os limites de Roma. No começo, a cidade era governada por
um rei.
• 509 a.C.: A cidade se dividia entre os patrícios, que tomavam todas as decisões,
e os plebeus, que não tinham direitos civis. Quando o rei Tarquínio o soberbo,
último rei de origem etrusca) tentou distribuir o poder, foi deposto e a monarquia
acabou. Povos itálicos, como os etruscos, começam a entrar em declínio.
• 367 a.C.: Lex Licinia Sextia - Os plebeus conseguem acesso ao cargo de cônsul.
• 44 a.C.: César foi assassinado por um complô do senado, liderado por seu
sobrinho e filho adotivo Bruto. Ao descobrir a conspiração, ele teria dito ao
traidor a famosa frase: "Até tu, Bruto, meu filho?"
• 31 a.C.: Eleito seu sucessor, Octávio lutou contra os generais romanos para
assumir o poder. Em 27 a.C., ele ganhou o título de Augustus e determina que os
imperadores devem se chamar César. Nos 41 anos de seu reinado, Octávio
acabou com um século de conflitos e iniciou um período de 200 anos de paz e
prosperidade, a chamada Pax Romana.
• Entre 8 a.C.-4 a.C.: Jesus nasceu em Belém, na Judéia. Nesta época, o império
tinha cinco milhões de habitantes.
Depois de Cristo:
• 37: Com a morte do Imperador Tibério, assumiu em seu lugar Calígula. Ele
nomeou seu cavalo Incitatus senador do império e mandou esculpir sua própria
cabeça em todas as estátuas de deuses de Roma. Foi assassinado 4 anos depois.
• 64: Incêndio de Roma. Uma das versões sobre as causas do incêndio aponta o
próprio imperador Nero, que culpou os cristãos.
• 452: Liderado por Átila, os hunos invadiram a Península Itálica, mas não
chegaram a Roma.
O historiador grego Políbio (aproximadamente 200-118 a.C) foi uma testemunha ocular
da vida na república romana e em sua obra "Histórias", volume 6, descreve o
"Ordenamento do Governo Republicano", explicando, no âmbito formal, o
funcionamento desse governo.
Ainda assim, trata-se de um documento de valor inestimável, por seu rigor e clareza.
Assim, vale a pena conhecê-lo para se ter uma idéia das primeiras instituições
republicanas na história da humanidade e observar como - num certo sentido - elas não
perderam a atualidade.
O Senado cuida em primeiro lugar do erário, estando submissa a sua jurisdição tanto as
entradas quanto as saídas, de modo que os questores não podem fazer nenhum empenho
de dinheiro, por nenhuma razão, sem uma deliberação do senado, exceto por ordem dos
cônsules. Até as maiores e mais notáveis despezas que fazem os censores a cada cinco
anos, para construir e restaurar edifícios públicos, são ordenadas pelo Senado, que dá
autorização aos censores.
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Além disso, o Senado se ocupa de todos os delitos cometidos na Itália, que requerem
um julgamento público, ou seja, as traições, as conjurações, os envenenamentos e os
assassinatos, e se encarrega de qualquer indivíduo ou cidade da Itália que precise mover
um processo, ou ser punido, ou necessite de socorro ou defesa. O Senado também
dispõe sobre os embaixadores que devem ser mandados para o estrangeiro, seja para
fazer a paz, seja para comunicar advertências ou imposições, seja para estipular pactos
ou receber a submissão dos povos ou declarar guerra. E o Senado se ocupa também do
modo como devem ser recebidos em Roma os embaixadores estrangeiros e de responder
suas demandas.
Autoridade absoluta
Quando está em campanha com o exército, o cônsul é investido de autoridade absoluta,
mas na realidade não pode concluir nada sem o beneplácito do Senado e do povo. Ao
primeiro destes compete autorizar as despesas para os víveres, os uniformes, os soldos,
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além de confirmar ou não o comando militar do cônsul, depois de este havê-lo mantido
por um ano, e, por fim, autorizar o triunfo, por meio do qual se dá a ver aos cidadãos a
obra do general investido do comando supremo. De outra parte, o consenso do povo é
absolutamente necessário aos cônsules para a cessação das hostilidades, porque só o
povo pode ratificar tratados com outros povos. Mas, o que mais conta, os cônsules
devem, depondo seu poder, prestar contas ao povo do seu trabalho. Do que se vê que de
nada vale a autoridade dos cônsules sem o consentimento do Senado e do povo.
E mesmo o Senado, que é de tal modo poderoso, está sujeito a autoridade do povo,
porque nos processos por crime de Estado não pode pronunciar sentença de morte sem a
aprovação das Assembléias. Além disso, o povo tem a faculdade de aprovar ou não
propostas de lei destinadas a diminuir a autoridade que os costumes atribuem ao
Senado, ou a cassar qualquer prerrogativa ou honra; ou, o que é mais grave ainda, o
povo pode - por meio de um tribuno da plebe que oponha o seu veto - impedir não só as
deliberações do Senado, como sua própria reunião. Desse modo, o Senado teme o povo
e procura agradá-lo.
Mas o povo, por sua vez, também está sujeito ao Senado, porque a este cabe a
superintendência de todos os trabalhos públicos contratados pelos censores, como
restaurações e construções de edifícios, e todos os trabalhos a serem feitos nos cursos
d'água, nas pontes, nas minas, nas áreas rurais públicas, em suma onde quer que se
estenda a propriedade do Estado romano; trabalhos estes dos quais cada um pode tirar
suas vantagens. Além disso, ficando a cargo dos senadores a maior parte dos litígios
financeiros mais importantes, o povo tem interesse em não se opor ao Senado em suas
deliberações. E do mesmo modo dificilmente os cidadãos se opõem às propostas dos
cônsules, pois sabem que em caso de guerra estarão sob a sua autoridade.
Equilíbrio de poderes
Assim equilibrada a autoridade de cada um dos três poderes não seria possível encontrar
uma república melhor constituída do que esta, tanto na guerra como na paz. Quando um
perigo esterno iminente obriga todos a sentirem e agirem em concordância, tal e tanto se
torna o poder desse governo, que nada é esquecido e todos voltam seu pensamento à
defesa do Estado, de modo que ninguém retarda a execução das deliberações
necessárias e todos, em público e em particular, cooperam para o sucesso do
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