História Religiosa de Portugal-Vol3-pp353-585 PDF

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A dimensão missionária do catolicismo

português
Nuno da Silva Gonçalves
DO LIBERALISMO AIMPLANTAÇAO
DA REPÚBLICA
O A D V E N T O D O R E G I M E LIBERAL encontrou as missões portuguesas numa O contexto político,
situação de profundo declínio. A África jazia abandonada; a China e o Japão
havia muito que se tinham fechado à presença europeia e missionária; resta-
legislativo e ideológico
vam as missões da índia, que se mantinham devido ao abundante clero da ar-
quidiocese de Goa, mas que eram palco de conflitos frequentes com os mis-
sionários da Propaganda Fide.
A agravar os efeitos da expulsão dos Jesuítas de todos os territórios portu-
gueses, decretada em 1759, nova amputação surgiria, em 1834, com a extinção
das ordens religiosas. Este depauperamento das capacidades missionárias portu-
guesas colidia, sobretudo no Oriente, com o desejo do papado de garantir a
prossecução efectiva da missionação. Nesse sentido, em 1832, o cardeal Pedicini,
prefeito da Congregação de Propaganda Fide, entregou ao embaixador de Por-
tugal em R o m a uma solicitação escrita em que se pedia ao Governo português
o cumprimento das obrigações de padroeiro relativamente às dioceses da índia
ou, em alternativa, que se dispusesse a renunciar ao exercício do padroado 1 .
Face à incapacidade do padroeiro de corresponder às obrigações assumi-
das, o papa Gregório X V I prosseguiu a política de erecção de vicariatos apos-
tólicos dependentes directamente da Propaganda Fide e, com o breve Multa
pracclara de 24 de Abril de 1838, acabou mesmo por desligar da jurisdição por-
tuguesa algumas cristandades das dioceses de Meliapor, Cranganor, Cochim e
Malaca, situadas fora dos domínios de Portugal 2 . N o seguimento dessa deci-
são, agravaram-se, na índia, as lutas entre o clero português e os missionários
da Propaganda, com consequências graves na vida religiosa das populações.
Esses conflitos em terras de missão eram acompanhados, em Portugal, por
acesos combates políticos que opunham liberais e ultramontanos e que a im-
prensa liberal não deixava de aproveitar para difundir sentimentos nacionalis-
tas, defender a soberania nacional e atacar a pretensa hegemonia da Igreja
romana 3 . A actuação da Santa Sé era encarada como ataque directo ao pa-
droado português no Oriente que Lisboa pretendia preservar com argumen-
tos históricos e políticos mas, contraditoriamente, recusando os meios in-
dispensáveis para o seu exercício, persistindo, por exemplo, na erradicação
das ordens religiosas.
A partir de 1851, tornou-se mais evidente a necessidade de estabelecer um
acordo com a Santa Sé sobre a situação eclesiástica 110 Oriente, de modo a
garantir não só interesses culturais e religiosos mas também o prestígio inter-
nacional de Portugal enquanto potência colonizadora. Por seu lado, para R o -
ma era importante que Portugal aceitasse reduzir a sua área de jurisdição reli-
giosa no Oriente, dispondo-se a reconhecer que a sua vastidão, em meados
do século xix, já não correspondia à capacidade efectiva de missionação de
que o país dispunha. Neste contexto, iniciaram-se negociações com a Santa
Sé em 1851. A 3 de Junho desse ano, Almeida Garrett foi nomeado ministro
plenipotenciário, encarregado de tratar com o internúncio e delegado apostó-
lico em Lisboa, Camilo di Pietro. Em Agosto de 1852, Garrett foi substituído < 1 rmã Luciana, da
por Rodrigo da Fonseca Magalhães, a quem coube conduzir as negociações CONFHIC, na Missão do
Imaculado Coração de Maria
até final 4 .
(São Tomé, 1998).
A defesa do Padroado era apoiada pela generalidade da classe política, F O T O : IRMÃ MARIA ISILDA
embora não existisse consenso quanto à sua extensão geográfica e às caracte- FREITAS/CONFHIC.

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Papa G r e g ó r i o XVI rísticas da acção missionária portuguesa. Na iminência de um acordo com a


(1831-1846). Santa Sé, a imprensa liberal mais radical, com destaque para O Português, fez-
FOTO: ARQUIVO CÍRCULO -se eco do temor de cedências da parte portuguesa e apelou com insistência
DE LEITORES. para a manutenção da integridade territorial do Padroado do Oriente. Essa
campanha, contudo, não impediu que se chegasse à celebração da Concorda-
t> Papa P i o I X (1846-1878). ta de 1857, entre Pio IX e D. Pedro V , assinada em Lisboa a 21 de Fevereiro
FOTO: ARQUIVO C Í R C U L O desse ano, por Rodrigo da Fonseca Magalhães e pelo pronuncio Camilo di
DE LEITORES.
Pietro, entretanto criado cardeal 3 .
A Concordata de 1857 reconhecia o padroado português nas dioceses de
Goa, Cranganor, Cochim, São Tomé de Meliapor, Malaca e Macau mas, ao
mesmo tempo, regulava o seu exercício, estabelecendo uma série de restri-
ções territoriais e exigindo garantias quanto à prossecução efectiva da activi-
dade missionária. Na China, a jurisdição do bispo de Macau era reconhecida
em Macau, na província de Cantão e nas ilhas adjacentes, mas excluía-se a
província de Quam-si e a ilha de Hong-Kong. Cautelosamente, o anexo A
da concordata estabelecia que o exercício exclusivo da jurisdição, nos territó-
rios da província de Cantão, apenas teria início um ano depois da ratificação
do tratado, comprometendo-se entretanto o padroeiro a aumentar o número
de missionários naquelas regiões.
Na índia, o Governo português obrigava-se a contribuir para a erecção
de uma nova diocese, no território da arquidiocese de Goa, e aceitava fixar,
em conjunto com a Santa Sé, os limites das dioceses sufragâneas. Nos territó-
rios que ficassem fora desses limites, poderiam erigir-se novas dioceses, nas
quais, achando-se a sé episcopal provida dos meios convenientes, seria reco-
nhecido o exercício do padroado da Coroa portuguesa, com a consequente
retirada dos vigários apostólicos existentes. O anexo 13 da concordata estipu-
lava que, para efeito da delimitação dessas dioceses, o padroado português na
índia abrangia o território da Índia inglesa, entendido como as terras sujeitas
imediata 011 mediatamente ao Governo britânico 6 .

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A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CATOLICISMO PORTUGUÊS

A assinatura da concordata provocou reacções nos meios políticos portu-


gueses, sendo de destacar a atitude de Vicente Ferrer Neto de Paiva, que se
demitiu do cargo de ministro dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça, em
protesto contra um acordo que aceitava a diminuição da influência religiosa
de Portugal no Oriente e legalizava a «usurpação» das missões portuguesas
pelos «propagandistas»7.
Também Alexandre Herculano se opôs à Concordata de 1857 e publicou
um opúsculo em que combatia o ultramontanismo interno, atacava as ambi-
ções da Santa Sé e qualificava o tratado como uma verdadeira «humilhação»
nacional. Herculano entendia a missionação como um «direito histórico», rejei-
tava a tese que definia o Padroado como uma «concessão» do papado e discor-
dava da redução territorial das igrejas portuguesas no Oriente. Acrescentava
que o acordo representava uma «proclamação da vitória do ultramontanismo
em Portugal» e simbolizava os progressos alcançados pelos adversários da mo-
narquia constitucional8.
Devido às objecções levantadas no Parlamento, a ratificação da concorda-
ta foi difícil e só se alcançou um compromisso depois da troca das notas re-
versais de 10 de Setembro de 1859, entre o Governo português e o núncio
apostólico. A o aceitar parte das pretensões territoriais portuguesas, a Santa Sé
reconheceu o direito de padroado da Coroa portuguesa na índia, em toda a
extensão onde antes era exercido, subsistindo apenas as limitações fixadas na
concordata a respeito da China. Concedia, ainda, jurisdição extraordinária ao
arcebispo de Goa, enquanto não fosse concluída a delimitação das dioceses.
Precisou-se, por outro lado, o significado da expressão «meios convenientes»
destinados ao provimento das dioceses sufragâneas na índia, segundo o artigo
16. 0 da concordata, e ficou regulada a aplicação dos bens das antigas dioceses
de Pequim e Nanquim 9 .
Verificou-se rapidamente que a Concordata de 1857 era de difícil aplica-
ção, deixando subsistir muitas dúvidas sobre a jurisdição eclesiástica do Pa-
droado. E certo que diminuíram os conflitos entre Portugal e a Santa Sé mas,
no Oriente, as dificuldades persistiram, inviabilizando a aplicação do acordo
alcançado. Nessas circunstâncias, Pio IX, em 1865, declarou ao duque de Sal-
danha que, enquanto não houvesse no território do Padroado os missionários
indispensáveis para substituírem os da Propaganda Fide, não poderia conce-
der ao arcebispo de Goa e ao bispo de Macau jurisdição mais extensa do que
a que já possuíam 10 .
Em Portugal, os temas do Padroado e, em geral, da missionação conti-
nuaram a agitar a classe política. Em 1863, o debate ressurgiu, a propósito da
decisão tomada pelo arcebispo de Goa, D. João Crisóstomo de Amorim Pes-
soa, de suspender alguns eclesiásticos envolvidos 110 conflito com a Propa-
ganda. Esta atitude foi qualificada de ultramontana pela imprensa liberal, en-
quanto, na Câmara dos Deputados, os eclesiásticos em causa foram elogiados
pela sua atitude nacionalista. A nomeação, em 1881, de D. António Sebastião
Valente, catedrático de Teologia na Universidade de Coimbra, para o gover-
no da arquidiocese de Goa provocou novos protestos de liberais e republica-
nos. A Associação Liberal de Coimbra contestou a sua escolha para o cargo,
enquanto O Conimbricense apelidava o prelado de «exaltado ultramontano»,
«ultra-reaccionário» e «jesuíta»".
Outro acontecimento da vida missionária com repercussões políticas foi a
chegada a Lisboa, nos finais de Janeiro de 1866, de três padres espiritanos
franceses que obtiveram facilmente do Governo autorização para se fixarem
em Angola. A oportunidade da concessão dessa licença foi objecto de debate
parlamentar em que o cumprimento das responsabilidades missionárias por-
tuguesas foi de novo questionado. O deputado Silveira da Mota interveio
para reconhecer que o Governo português não cumpria as obrigações de pa-
droeiro e para deplorar o estado de desleixo a que ficara reduzido o serviço
eclesiástico no ultramar. N o entanto, manifestava o receio de que os espiri-
tanos franceses tivessem partido para África, não apenas por zelo apostólico
mas também por intuitos políticos ofensivos dos legítimos interesses portu-
gueses 12 .

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Martens Ferrão prosseguiu o debate, ao lembrar que o direito de padroa-


do era irrevogável mas simultaneamente oneroso, pelo que não se podia,
diante da Europa civilizada, reclamar o direito, sem que o padroeiro se dis-
pusesse a praticar os deveres e obrigações que dele decorriam. Insistia, por
outro lado, na importância das missões para a manutenção das colónias africa-
nas, declarando realisticamente: «Ou nós tratamos do Padroado ou, se o não
fazemos, perdemo-lo irremediavelmente e com ele perdemos o mais podero-
so meio de influência para as nossas colónias. Ou nós tratamos da civilização
das nossas colónias, civilização pela administração e pela religião, ou prepara-
mos a sua inevitável perda num futuro mais ou menos próximo.» 1 3
N ã o era apenas a nacionalidade dos missionários que estava em causa
mas também o facto de serem religiosos. Para alguns deputados, como Pin-
to Coelho, a reactivação das missões era impossível sem o recurso aos reli-
giosos. Outros, contudo, defendiam que a época das congregações religiosas
passara, o que levava o deputado Oliveira Pinto a afirmar que o espírito de
té, tão necessário ao missionário, não estava circunscrito ao recinto das qua-
Luciano Cordeiro (1844-1900), tro paredes dum convento' 4 . Pronunciou-se, finalmente, em defesa do G o -
xilogravura (Lisboa, Arquivo verno, o deputado Francisco Luís Gomes que concluía: «O Padroado não
de História Social — Instituto pode ser uma decoração, um direito estéril para nós, estéril para a humani-
de Ciências Sociais). dade, estéril para Deus. Bem andou o Governo em permitir que os religio-
FOTO: ARQUIVO C Í R C U L O sos franceses fossem missionar no Congo, dispensando-os de algumas for-
DE LEITORES. malidades.» 15
Face ao interesse crescente das potências europeias por Africa, tornou-se
D> A Conferência de Berlim, mais premente a necessidade de ocupação efectiva dos territórios e, paralela-
1885.
mente, o reconhecimento da importância das missões. Nesse sentido, o vis-
FOTO: ARQUIVO C Í R C U L O conde de São Januário, ministro da Marinha, criou, em 1880, uma Comissão
DE LEITORES.
de Estudo da Reforma da Missão Ultramarina de que foi relator Luciano
Cordeiro e secretário Fernando Pedroso 16 . N o seu relatório, a comissão clas-
sificava a situação missionária como vergonhosa e insustentável, no que dizia
respeito a pessoal, instrução, dotação e recursos. Devido à escassez de missio-
nários portugueses, os territórios ultramarinos eram invadidos por estrangei-
ros, muitos deles não católicos e quase todos representantes, consciente ou
inconscientemente, dum pensamento político desfavorável a Portugal. Por
outro lado, o relatório punha em questão a preparação dos poucos missionários
portugueses, deplorando que agissem apenas na esfera religiosa e afirmando: «o
nosso missionário o mais que chega a ser é padre e só padre». Para Luciano
Cordeiro, não bastava ser sacerdote para servir nas missões; o missionário ideal
tinha de ser um agente civilizador, com conhecimentos de medicina, ciências
físico-químicas, botânica, geologia e, até, indústria e comércio. Nessa pers-
pectiva, o relatório concluía que Portugal não dispunha de verdadeiros mis-
sionários, afigurando-se urgente promover a sua conveniente formação. A ní-
vel institucional, formulava-se o projecto de uma Junta das Missões que, na
altura, não se chegou a concretizar 17 .
As opiniões expressas por Luciano Cordeiro não deixaram de ser objec-
to de comentários. Egídio Pereira de Oliveira e Azevedo, por exemplo, re-
fere-se-lhe 110 seu Estudo sobre as missões no ultramar, publicado em 1882.
Corrobora, nessa obra, a importância das missões para a preservação das co-
lónias portuguesas e aponta os inconvenientes da admissão de missionários
estrangeiros, principalmente pelo perigo de representarem os interesses po-
líticos das nações de proveniência. Achava que era aos missionários portu-
gueses que competia conservar, pela cruz e pela fé, os domínios ultramari-
nos e que seria impensável querer defendê-los apenas com as armas e a
força militar.
Oliveira e Azevedo discorda, porém, do retrato de missionário ideal deli-
neado por Luciano Cordeiro: agente predominantemente civilizador a quem
se exigia uma elevada preparação científica e técnica. Lembra, por isso, que o
dever prioritário do missionário era ser pastor de almas, tarefa que não se rea-
lizava em observatórios meteorológicos, nem a levantar plantas ou a estudar a
fauna e a flora locais. A sua missão era a que a Igreja lhe confiava: civilizar os
povos indígenas e conduzi-los à vida eterna, através da administração dos sa-

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A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CATOLICISMO PORTUGUÊS

cramentos. Nesse sentido, o essencial para que o missionário desempenhasse


«magistralmente» o seu dever era a competência na teologia católica, acompa-
nhada de sentido prático e de alguns conhecimentos de medicina e das línguas
dos povos entre os quais iria viver 18 . O fulcro do problema estava, porém, para
Oliveira e Azevedo, na readmissão das ordens religiosas em Portugal, uma vez
que não seria realista basear a actividade missionária em sacerdotes do clero se-
cular, habituados à autonomia e à vida no seio das próprias famílias. Por isso,
defendia o restabelecimento das ordens religiosas como a única medida capaz
de «atender devidamente às reclamações imperiosas da civilização colonial»
e de garantir quem recomeçasse «proficuamente no trabalho da prosperidade
e do engrandecimento de Portugal pelas missões no ultramar» 19 .
Mantendo-se a indefinição quanto à presença dos religiosos, as Estações
de Civilização, Protecção e Comércio, criadas por decreto de 18 de Agosto
de 1881, segundo proposta da Sociedade de Geografia de Lisboa, foram uma
tentativa efémera de incentivar, de outro modo, a ocupação dos territórios
africanos. Entre as finalidades apontadas, encontravam-se o auxílio aos viajan-
tes europeus, o apoio à fixação de colonos e a realização e divulgação de ob-
servações científicas. Em relação às populações indígenas, estas estações com-
prometiam-se a modificar por meios pacíficos os «seus costumes bárbaros»,
propunham-se difundir a religião e a moral cristãs e dispunham-se a promo-
ver o prestígio da civilização europeia, particularmente da civilização e da so-
berania portuguesas. Para a realização destes objectivos, estabelecia-se que as
estações fossem chefiadas por um oficial do Exército ou da Armada e incluís-
sem 11111 médico-cirurgião, um capelão e 12 mestres de ofícios, especialmente
pedreiros, carpinteiros, serralheiros e feitores agrícolas 2 ".
N o século xix, o reconhecimento da importância da actividade missio-
nária esteve sempre estreitamente ligado à preocupação política pela defesa
da integridade dos territórios coloniais face à cobiça das potências euro-
peias. A preservação dos direitos históricos missionários servia os interesses

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políticos e, por isso, era imperioso defendê-los junto do papado. Em Abril


de 1881, Luciano Cordeiro dirigiu um memorando à Santa Sé em que Por-
tugal protestava contra a criação, por iniciativa ou com autorização da Pro-
paganda Fide, de vicariatos ou missões em territórios africanos do Padroado
Português. Segundo o documento, Portugal não pretendia criar obstáculos
à evangelização daqueles territórios; queixava-se, contudo, de que se fizes-
sem modificações na geografia do Padroado sem o acordo do seu legítimo
detentor 21 .
A internacionalização da questão africana, com repercussões na política
missionária, teve momento culminante na celebração da Conferência de Ber-
lim, em 1885. Os governos reconheceram solenemente a importância das mis-
sões religiosas como instrumentos de civilização e obrigaram-se a admitir e a
apoiar os missionários, independentemente das respectivas nacionalidades.
A partir de então, começaram a tornar-se mais evidentes os perigos que se
abatiam sobre o património colonial português e a responsabilidade que assu-
mia quem colocasse obstáculos ao desenvolvimento missionário. Nesse con-
dicionalismo, coube a Barros Gomes, ministro da Marinha e Ultramar, a
adopção das primeiras providências sérias para a dinamização das missões. E111
1887, criou a Junta Geral das Missões, que recebeu funções consultivas e de
estudo, segundo o que era estabelecido por decreto de 16 de Setembro desse
ano: «Ajunta tem por fim esclarecer e aconselhar o Governo acerca da ma-
nutenção dos direitos e do desempenho dos deveres que incumbem ao régio
padroeiro, propondo ao ministro os meios conducentes a tornar profícuo o
exercício desses direitos e cabal cumprimento desses deveres.» 22 Na mesma
época, foram concedidos apoios a algumas missões já existentes e tratou-se de
incentivar a fundação de outras. Também o Ultimato inglês de 1890, ao pro-
vocar a reacção indignada da opinião pública, acabou por ter efeitos positi-
vos, levando o Governo a conceder apoios que visavam o desenvolvimento
da actividade missionária e procuravam evitar a repetição de um aconteci-
mento que tanto impacte tinha causado na consciência nacional 23 .
Diante da vastidão dos territórios confiados a Portugal, os tímidos esfor-
ços portugueses eram sempre insuficientes e R o m a sabia-o, já que as infor-
mações recebidas de Lisboa continuavam a alimentar grande cepticismo. Em
1887, numa altura em que eram já perceptíveis alguns sinais efectivos de mu-
dança, monsenhor Vicente Vannutteli, núncio apostólico em Lisboa, ainda
enviava ao prefeito da Propaganda Fide duras críticas contra Portugal, estra-
nhando que o padroado fosse reivindicado por um país que desleixara os seus
deveres, pusera inúmeros obstáculos à evangelização e continuava a recusar
plena liberdade às congregações religiosas. Nessas circunstâncias, a Santa Sé,
em Africa, tal como no Oriente, pretendia excluir do Padroado Português os
territórios dominados por outras nações europeias, de modo a libertar a acção
missionária duma tutela que não acompanhava as necessidades do seu desen-
volvimento. Portugal, por seu lado, insistia na manutenção dos seus direitos
históricos, embora se fosse apercebendo, progressivamente, da necessidade de
negociar directamente com R o m a , também em relação ao continente africa-
no, uma nova delimitação desse padroado 24 .
Entretanto, no Oriente, reconhecida a impraticabilidade da Concordata
de 1857, negociou-se novo acordo com a Santa Sé que veio a ser assinado a
23 de Junho de 1886, em R o m a , pelo cardeal Jacobini e por Martens Ferrão,
em nome do papa Leão XIII e do rei D. Luís. A nova concordata reduzia e
definia com exactidão a área geográfica do Padroado, reorganizava as dioceses
e clarificava os encargos assumidos. Portugal ficou a exercer o padroado ple-
no em Macau, de que passaram a depender as cristandades de Malaca e Sin-
gapura, e na arquidiocese de Goa, com as respectivas dioceses sufragâneas:
Damão, Cochim e São Tomé de Meliapor. A o arcebispo de Goa, concedia-
-se a dignidade de patriarca das índias Orientais e o privilégio de presidir aos
concílios provinciais que, ordinariamente, se reuniriam em Goa. Por seu la-
do, nas dioceses de Bombaim, Mangalor, Quilon e Maduré, com as quais se
constituía a hierarquia nas índias, era apenas reconhecido à Coroa portuguesa
o semipadroado.

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A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CATOLICISMO PORTUGUÊS

Nas dioceses de padroado pleno, Portugal conservava o direito de apre- Primeira e última páginas da
sentação dos bispos e, em contrapartida, obrigava-se a providenciar à sua concordata assinada pelo
cardeal Jacobini e por
conveniente dotação, bem como dos cabidos, clero e seminários. C o m p r o -
Martens Ferrão, R o m a ,
metia-se, ainda, a cooperar com os prelados na fundação de escolas, orfana- 23.7.1886.
tos e outras instituições necessárias para o bem dos fiéis e para a evangeliza-
FOTO: ARQUIVO CÍRCULO
ção dos infiéis. Nas dioceses de semipadroado, apenas se previa que Portugal DE L E I T O R E S .
pudesse escolher o bispo a apresentar, numa lista de três nomes propostos
por intermédio do arcebispo de Goa. Fora destes territórios, o artigo io.° da
concordata estabelecia que a Santa Sé gozaria de plena liberdade para no-
mear bispos e adoptar as medidas que julgasse oportunas para o bem dos
fiéis25.
As reacções políticas à nova concordata foram diversificadas. Os gover-
nantes afirmavam que o tratado beneficiava o país; os bispos, por seu lado,
com excepção de D. J o ã o Crisóstomo de Amorim Pessoa e de D. Tomás
Gomes de Almeida, bispo da Guarda, enviaram felicitações ao papa. Entre os
liberais, não houve unanimidade sobre o documento mas O Conimbricense
publicou, em 1887, uma série de artigos que denunciavam a cedência de C e i -
lão à Propaganda Fide. N o Parlamento, receberam-se protestos de popula-
ções católicas de algumas regiões indianas, a que vários deputados se quiseram
associar 26 .
O episcopado evitou participar nos debates e apenas D. João Crisóstomo
compareceu na Câmara Alta para qualificar a concordata como «uma desonra
para a nação portuguesa». Também Tomás Ribeiro manifestou a sua oposi-

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ção, apresentando uma moção de censura ao Governo pelo facto de não ter
havido ratificação do documento no Parlamento. Contrariava, desse modo, a
posição de Andrade Corvo e de Martens Ferrão, segundo a qual o tratado de
1886 apenas dava cumprimento à Concordata de 1857. Tomás Ribeiro, con-
tudo, não aceitava a redução das dioceses portuguesas no Oriente, que o no-
vo acordo estabelecia, e defendia que as suas disposições levariam à extinção
das missões portuguesas na Asia.
Durante os debates parlamentares, o marquês de R i o Maior manifestou o
seu apoio à concordata e aproveitou para criticar o regalismo liberal, sugerin-
do até a abolição do beneplácito régio. Chegou a ser aprovada uma proposta
favorável à permanência de Ceilão no Padroado mas a Câmara de Deputa-
dos, posta diante da entrada em vigor do acordo, acabou por declarar o en-
cerramento das negociações 27 .

A animação N Ã O EXISTEM, NAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XIX, tentativas sérias


para solucionar a grave crise da missionação portuguesa. A escassez de missio-
missionária interna nários andava aliada à falta de escrúpulos na sua escolha, cedendo-se facil-
mente à tentação de enviar para o ultramar clérigos «imorais, inquietos e tur-
bulentos» que, no reino, se tinham tornado «escândalo da religião» 28. Em
1833, o Governo liberal, em decreto de 28 de Dezembro, atribuía a D. M i -
guel a responsabilidade pelo estado deplorável da actividade missionária e
convidava 200 sacerdotes a irem paroquiar, pregar o Evangelho e instruir os
povos do ultramar. N o entanto, o ambiente de guerra civil e de paixões re-
volucionárias acesas em que o país ainda se encontrava impediu que esta me-
dida tivesse os efeitos desejados29.
A partir da década de 40, assiste-se a um esforço mais continuado de re-
crutamento e formação de missionários, sendo de destacar a importância que
assumirá, nessa tarefa, o colégio de Cernache do Bonjardim. A sua origem
remonta a uma iniciativa de D. Veríssimo Monteiro da Serra, bispo eleito de
Pequim, que comprara, em 1830, 110 Bombarral, uma casa em que pretendia

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A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CATOLICISMO PORTUGUÊS

fundar um seminário da Missão da China. Ofereceu essas instalações ao G o - Altar portátil, de Nossa
verno e, ao mesmo tempo, a sua colaboração, especialmente como professor Senhora de Africa, século xx,
de língua chinesa. O Governo aceitou a oferta, por decreto de 21 de Maio de Angola (folha-de-flandres,
metal, algodão, vela, couro,
1844, e decidiu fundar oficialmente o Colégio das Missões da China que, em
papel, cortiça, plástico e
Fevereiro de 1846, acolheu o seu primeiro aluno. marfim). Colecção Miguel
N o dia 8 de Dezembro de 1855, o egresso franciscano padre Luís da Nati- Neves.
vidade, que já colaborara com D . Veríssimo Serra no Bombarral, transferiu o
colégio para o edifício do extinto Seminário de Cernache de Bonjardim, ou- <3 Seminário de Cernache do
trora pertencente ao grão-priorado do Crato. A lei de 12 de Agosto de 1856, Bonjardim (anos 50).
referendada por Sá da Bandeira, ministro da Marinha e Ultramar, deu exis- FOTO: REVISTA BOA-NOVA.
tência legal e meios de subsistência ao Colégio das Missões Ultramarinas e
incorporou nele o das missões da China, destinando a instituição de Cerna-
che do Bonjardim à preparação de sacerdotes europeus para o serviço das
missões e à formação de professores para os seminários das dioceses ultrama-
rinas 30 .
Segundo os estatutos, o director do colégio era nomeado pelo G o v e r -
no, competindo-lhe assegurar a orientação da disciplina e do ensino e velar
pela preparação espiritual e missionária dos alunos. Salientaram-se, nesse
cargo, figuras de relevo a quem a dinamização da vida missionária muito
ficou a dever: D . J o s é Maria Pereira Botelho do Amaral e Pimentel, de
1865 a 1872, depois bispo de Angra; o padre J o s é Maria Ferrão de Carvalho
Martens, de 1874 a 1884, posteriormente bispo de Bragança e de Portalegre,
que alcançou da Santa Sé faculdade para que os alunos fossem ordenados ad
titulum missionis; D . António Tomás da Silva Leitão e Castro, de 1884 a
1885, bispo de Angola, que reformou os edifícios do colégio e os estatutos;
e o padre A n t ó n i o J o s é Boavida, de 1885 a 1910. D e 1861 a 1871, os Jesuítas
colaboraram na formação dos seminaristas, tendo a seu cargo os estudos e a
disciplina 3 1 .
Os sacerdotes formados no colégio eram padres seculares que assumiam o
compromisso de trabalhar como missionários por um determinado número
de anos, variável conforme a época e os territórios mas que ia, em geral, de
seis até dez anos. Terminado esse tempo, podiam regressar às dioceses de ori-
gem. A comprovar os frutos do colégio, registe-se que, entre 1856 e 1911, saí-
ram de Cernache do Bonjardim 317 sacerdotes a quem ficou a dever-se boa
parte da actividade missionária portuguesa, na segunda metade do século x i x

361
VITALIDADE DO C A T O L I C I S M O NOS S É C U L O S XIX E xx

Os missionários padre e nas primeiras décadas do século xx. Entre esses sacerdotes, viriam a ser es-
António Barroso e padre colhidos bispos eminentes, como D . António Barroso, D. Sebastião José Pe-
Sebastião José Pereira com reira e 1). João Gomes Ferreira 32 .
dois filhos e sobrinho do rei
do C o n g o , in In Memoriam,
O colégio contribuiu também para a formação missionária dos católicos
Porto, 1931, p. 5. por meio da pregação e da imprensa. Em 1856, iniciou-se a publicação do
jornal A Missão Portuguesa e, entre 1867 e 1872, publicaram-se os Anaes das
. " R o s t o de Annaes das missões
Missões Portuguesas Ultramarinas, a que se seguiram, de 1889 a 1892, os Anaes
portuguezas ultramarinas, n. u i, das Missões. Através destas publicações, davam-se a conhecer os usos e costu-
1867. (Lisboa, Biblioteca mes, a geografia, a fauna e a flora das regiões africanas e asiáticas, suscitando-
Nacional). -se, simultaneamente, o entusiasmo pela acção missionária. N o primeiro nú-
FOTO: LAURA GUERREIRO. mero dos Anaes das Missões Portuguesas Ultramarinas, justificava-se deste modo
a iniciativa que prometia ter continuidade trimestral: «As missões portuguesas
do ultramar são de tal importância religiosa e política que não podem deixar
de interessar vivamente todas as pessoas que nutrem sentimentos de religião e
patriotismo. A publicação portanto do que se passa no Colégio das missões,
assim como dos trabalhos e serviços dos filhos do mesmo Colégio nas remo-
tas possessões ultramarinas não pode deixar de ser bem recebida por todos os
verdadeiros portugueses.» 33
A partir de 1889, começou a pensar-se na oportunidade de transformar
o Colégio das Missões Ultramarinas num instituto ou sociedade missionária, à
semelhança do que já se fazia noutros países. A ideia foi lançada, em Lisboa,
pelo padre António Barroso e defendida, 110 Parlamento e junto do G o v e r -
no, pelo padre António José Boavida mas, apesar das comissões nomeadas pa-
ra o estudo da proposta, nada se concretizou nessa altura. Não se chegou à
institucionalização desejada mas garantiram-se, contudo, vários apoios do Es-
tado. E m decreto de 17 de Dezembro de 1868, já se tinham fixado as vanta-
gens concedidas aos sacerdotes europeus ou do Estado da índia que fossem
missionar nas províncias de São T o m é , Angola, Moçambique e Timor: além
de vencimentos, viagens pagas e subsídios especiais no caso de serem também
professores, era indicada a forma como os missionários deviam ser recompen-
sados, após determinado número de anos de serviço. O decreto de 3 de D e -

362
A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CATOLICISMO PORTUGUÊS

zembro de 1884 actualizou esses apoios e, a 21 de Fevereiro de 1891, António


Enes, ministro da Marinha e Ultramar, estendeu-os aos sacerdotes oriundos
do patriarcado das índias Orientais e das dioceses africanas 34 .
Apesar da acção meritória dos padres de Cernache, o seu número foi
sempre insuficiente; por outro lado, a formação recebida nem sempre se
mostrou totalmente adequada às necessidades da vida missionária, o que le-
v o u A n t ó n i o Enes a afirmar que os missionários para África precisavam de
ser educados no contacto com a realidade africana, acrescentando ironica-
mente que o principal defeito do colégio de Cernache era a sua própria
localização 3 5 .
A escassez crónica de missionários tornava mais actual o problema da
readmissão das ordens religiosas, pelo menos para o serviço das missões, ques-
tão que percorreu a segunda metade do século x i x . Era difícil, no entanto,
vencer os preconceitos característicos da época. Andrade C o r v o , que fora
ministro da Marinha e Ultramar, de 1875 a 1877, afirmava, em 1887, nos seus
Estudos sobre as províncias ultramarinas: «Não se j u l g u e porém que somos c o n -
trários ao ensino religioso no Ultramar. Acreditamos na possível eficácia do
missionário: sinceramente, não acreditamos nas congregações e, menos ainda,
nos frades.» Por seu lado, António Enes, enviado c o m o comissário régio a
M o ç a m b i q u e em 1891, reconhecia, no relatório apresentado, que os Jesuítas
podiam prestar serviços relevantes em África mas duvidava da sua lealdade e
dedicação, escrevendo: «ninguém se pode fiar numa instituição de quem o
fingimento tomou o nome» 3 6 . Padre António José Boavida
(1838-1906), director do
Só muito lentamente foi possível ultrapassar esta mentalidade, graças aos es- colégio de Cernache
forços dos^ grupos católicos e à influência de alguns políticos e dirigentes ultra- do Bonjardim (Lisboa,
marinos. À medida que o ambiente se foi tornando menos hostil, as congrega- Biblioteca Nacional).
ções religiosas começaram a reorganizar-se, dando seguimento aos desejos dos F O T O : LAURA G U E R R E I R O .
políticos mais livres de preconceitos e aos pedidos da própria hierarquia. R e -
cordem-se, a este propósito, as palavras que D . T o m á s G o m e s de Almeida,
bispo de Angola, escrevia, em 1873, reconhecendo a importância dos religio-
sos: «Só o padre que vota a sua vida ao serviço das missões, sustentado no
presente, no pretérito e futuro pela sua O r d e m , e não o missionário isolado
nestes sertões da África, sem educação apropriada, sem votos que a isso o
obriguem, é que poderá ser operário verdadeiramente eficaz na obra da re-
denção das almas da ignorância e do vício.» 3 7
O próprio papa Leão X I I I , em carta aos bispos portugueses de 5 de Abril
de 1892, insistia, a propósito do regresso dos institutos religiosos a Portugal e
aos seus territórios ultramarinos: «Pedindo esta restituição, dais provas não só
do vosso zelo pastoral, c o m o também do vosso amor à pátria, porque os ins-
titutos monásticos hão-de ser utilíssimos a Portugal, oferecendo, c o m o ofere-
cem, grande facilidade para que as missões do ultramar produzam admiráveis
resultados, e dêem a esse reino a glória que alcançaram os vossos maiores. P e -
lo que desejamos de todo o coração e fazemos ferventes votos por que os p o -
deres públicos atendam às vossas justas reclamações, na certeza de que,
obrando assim, farão b e m a si mesmos, à Igreja e ao Estado.» 38
E m 1894, logo no seu primeiro número, a revista Portugal em Africa, p u -
blicada pelos missionários espiritanos, prometia pugnar pela mesma causa,
comprometendo-se a defender as missões dos religiosos, na convicção de que
era esse «o primeiro, mais eficaz e mais e c o n ó m i c o factor de civilização ul-
tramarina». Apelava, por isso, à multiplicação dos institutos regulares, j á que
o desprendimento dos seus membros, sacerdotes, irmãos e irmãs, era a m e -
lhor garantia do «alargamento da fé, do império, da ciência, da arte e do pro-
gresso».
A opinião autorizada de M o u z i n h o de Albuquerque, comissário régio em
M o ç a m b i q u e , juntou-se à campanha a favor dos religiosos, ao afirmar, no seu
relatório sobre os anos 1896 a 1898: «Tudo isto (trabalho profissional, morali-
zação dos indígenas...) poderíamos aproveitar das Missões. Mas só o clero re-
gular as tem fundado e mantido prósperas... A grande objecção que tenho
ouvido é serem na maioria estrangeiros. Ora isso é a consequência fatal de
não haver em Portugal ordens regulares.» 39

363
V I T A L I D A D E D O C A T O L I C I S M O N O S S É C U L O S XIX E XX

Lentamente, foram surgindo os frutos desta insistência. Embora enfren-


tando uma situação legal precária e lutando com falta de recursos humanos e
materiais, os religiosos já tinham começado a regressar a Portugal, por volta
de 1860, e organizaram de imediato estruturas de recrutamento e formação
de missionários. Para Angola e para o Congo, partiram os Espiritanos; para
Moçambique, os Franciscanos e os Jesuítas; o Oriente assistiu à chegada dos
Salesianos e ao regresso dos Jesuítas. Novidade na actividade missionária foi a
presença de congregações femininas, nomeadamente as Franciscanas Hospita-
leiras Portuguesas, as Franciscanas Missionárias de Maria e as Irmãs de São J o -
sé de Cluny, conhecidas como Irmãs da Missão. Estas últimas eram patroci-
nadas pela Associação Auxiliar da Missão Ultramarina e fundaram institutos
de formação em três antigos conventos: Santa Teresa de Carnide; Santa Clara
de Coimbra; e São Patrício, em Lisboa. Em 1899, 314 alunas frequentavam
estas escolas missionárias.
Na sequência destes esforços, obtiveram-se importantes concessões: a 14
de Novembro de 1889, declarou-se oficial a Escola Agrícola Colonial de Sin-
tra, destinada à formação de irmãos leigos para as missões espiritanas, conside-
rando-a instituição auxiliar do Padroado Português; em 1892, o Governo, por
decreto de 21 de Abril, concedeu à Associação Auxiliar da Missão Ultramari-
na o Convento de Santa Teresa de Carnide para a educação e preparação das
Irmãs de São José de Cluny; em 1896, a lei do recrutamento de 6 de Agosto
isentou do serviço militar os alunos da Escola Agrícola de Sintra que se com-
prometessem a servir nas missões pelo menos quatro anos; e, a 15 de Agosto
do mesmo ano, uma portaria estabeleceu a Procuradoria-Geral das Missões
do Congo e Angola, de que foi nomeado responsável o padre Cristóvão José
Rooney 4 0 .
Apesar destas medidas, o pleno reconhecimento dos religiosos não se
Irmãs Franciscanas chegou a efectivar. A 18 de Abril de 1901, foi publicado um decreto que re-
Hospitaleiras da Imaculada
gulava a constituição de associações religiosas, permitindo as que se destinas-
Conceição com crianças no
Colégio de Nossa Senhora da sem à beneficência, ao ensino e à propagação da fé e civilização no ultramar
Piedade, 1900, Goa. mas condicionando, ao mesmo tempo, muitos aspectos próprios da vida reli-
FOTO: ARQUIVO C Í R C U L O giosa. Das 45 associações cujos estatutos, ao abrigo desse decreto, foram pu-
DE LEITORES. blicados no Diário do Governo de 21 de Outubro de 1901, destinavam-se às

364
A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CATOLICISMO PORTUGUÊS

missões as seguintes: Associação Missionária Portuguesa, Associação dos Pa-


dres Seculares da Missão de São Vicente de Paulo, Associação das Irmãs de
São Vicente de Paulo, Associação das Missionárias de Maria, Associação dos
Missionários do Espírito Santo, Associação Fé e Pátria e Associação das Irmãs
da Missão do Padroado Ultramarino. U m número relativamente elevado de
institutos adoptava, deste modo, um enquadramento oficial em que muitas
ambiguidades permaneciam mas que, por outro lado, permitia a existência le-
gal indispensável para receber apoios e negociar com o Governo 4 1 .
O ressurgimento missionário que se verificou ao longo do século xix não
foi apenas obra do clero ou dos religiosos mas possui um carácter mais am-
plo, tendendo ao compromisso de todo o povo cristão e suscitando as mais
diversas formas de colaboração. E nesse sentido que se compreende a consti-
tuição de um número significativo de associações de fiéis tendo como objec-
tivo principal o apoio à actividade missionária.
Em 1820, Pauline Jericot lançou, em Lião, as bases da Associação da Pro-
pagação da Fé, uma iniciativa que depressa ultrapassou as fronteiras francesas
devido, sobretudo, à publicação dos Anais da Propagação da Fé, destinados a
divulgar os progressos da missionação. Os Anais surgiram em Portugal, logo
em 1822, com tradução mandada fazer por D. Tomás de Noronha, bispo re-
signatário de Olinda, mas a secção portuguesa da associação seria fundada
apenas em 1837. Os seus objectivos eram simples e claros: «ajudar por meio
de orações e esmolas os Missionários Católicos Apostólicos Romanos encar-
regados de pregar a Doutrina Evangélica nos países ultramarinos». Mais con-
cretamente, era pedido aos membros «o pequeno tributo de 10 réis por se-
mana e um Padre Nosso e uma Avé Maria todos os dias». Quem quisesse
beneficiar das indulgências entretanto concedidas pelos pontífices devia acres-
centar às obrigações iniciais a divulgação dos Anais e alguma exortação evan-
gélica às pessoas conhecidas 42 .
C o m o nota D. Manuel Clemente, o êxito da iniciativa vinha-lhe da sim-
plicidade de processos: orações básicas e uma pequena contribuição monetá-
ria. Por outro lado, a associação integrava-se na evolução eclesiológica da
época, ao privilegiar o universal em detrimento do nacional, o que não dei-
xou de lhe provocar a oposição dos que persistiam em ligar a missionação à
defesa dos interesses portugueses. A existência de uma vasta rede de militan-
tes levantou suspeitas nalguns círculos e a associação chegou a ser acusada de
reunir miguelistas com o pretexto do apoio às missões e a ser olhada como
uma espécie de organização antiliberal43.
Em 1843, a Revista Universal Lisbonense acolhia críticas de outro teor: de-
fendia que era mais urgente missionar em Portugal do que no ultramar e afir-
mava que o país não tinha fé para exportar. Face a esta posição, os membros
da associação não deixaram de lembrar que o entusiasmo missionário era fac-
tor de revitalização do próprio catolicismo interno.
Apesar destes ataques, por volta de 1844, a associação já recolhia esmolas
em todo o país e publicava regularmente os quantitativos nos Anais. Vencen-
do a má vontade de alguns sectores, encontrou acolhimento e obteve im-
plantação nacional, ao mesmo tempo que conseguia a protecção da corte, a
tolerância do Governo e a adesão do clero e hierarquia 44 .
A década de 1840 viu ainda nascer uma outra iniciativa: a Sociedade C a -
tólica Promotora da Moral Evangélica em Toda a Monarquia Portuguesa,
normalmente conhecida por Sociedade Católica ou Associação Católica e
que foi legalizada por portaria de 10 de Janeiro de 1843. A leitura da do-
cumentação inicial não é clara quanto à intenção prioritária. Segundo a por-
taria de 10 de Janeiro, a finalidade era claramente a missionação ultramarina.
Mas, nos estatutos, a prioridade parece ser Portugal europeu, ao afirmar-se
que a moral evangélica se promove, em primeiro lugar, por meio de missões
religiosas em todas as dioceses. De qualquer modo, e em contraste com a As-
sociação da Propagação da Fé, o espaço de actuação coincidiria sempre com
o da soberania portuguesa 45 .
Na prática, a Sociedade Católica acabou por privilegiar quase sempre a
evangelização interna, como explicava no seu Jornal, em artigo de 8 de Junho

365
V I T A L I D A D E D O C A T O L I C I S M O N O S S É C U L O S XIX E XX

de 1844: «A Associação da Propagação da Fé propõe-se a ministrar os meios


para levar a luz do Evangelho ao meio dos idólatras e infiéis, e por esse cami-
nho a civilizá-los, a tomá-los homens sociais, e abrir assim o campo a todos
os benefícios recíprocos das sociedades humanas [...] A Sociedade Católica
promove na sua mesma pátria, em proveito de seus mesmos irmãos compa-
triotas, o derramamento benéfico da mesma luz divina, que nos não falta
de todo, mas que tem sensivelmente diminuído e ameaça apagar-se no meio
de nós.»46 Foi esta a opção que se pôs em prática, sem nunca se ter abando-
nado completamente a perspectiva da missão ultramarina como o comprova
o apoio a um grupo de missionários que partiu para Angola, em 1852. Foi es-
ta, aliás, uma das últimas manifestações de vida da sociedade que, em 1853,
acabaria por desaparecer 47 .
Em Junho de 1855, noticiou-se nos Annaes Marítimos c Coloniaes que o
Governo constituíra a Sociedade da Propagação da Fé, da Colonização e C i -
vilização do Ultramar cujos objectivos eram assim enunciados: a) propagar a
fé e moral cristã católica apostólica romana nas províncias ultramarinas; b) es-
tabelecer colónias agrícolas nos lugares mais convenientes do ultramar; c)
promover a extinção da escravatura e a melhoria das condições de vida das
classes pobres e desvalidas. Apesar da generosidade das ideias, Silva R e g o re-
corda-nos que pouco ou nada se fez para a concretização dos objectivos pro-
postos48.
N o ano seguinte, 1856, surgiu outro projecto que também não vingou: a
Associação Promotora da Civilização de África, em que estava empenhado o
visconde de Sá da Bandeira e que propunha algo parecido com um plano de
missões laicas49.
E m 1858, assistimos a uma iniciativa de um grupo de católicos, de várias
proveniências políticas, que se reunia em casa do marquês de Valada e que ti-
nha o Dr. Fernando Pedroso como secretário e relator. Expressando a sua
preocupação pela situação missionária e integrando-se no movimento euro-
peu em favor das missões, propuseram-se fundar a Associação da Imaculada
Conceição. Chegou a ser elaborado um projecto de estatutos que foi apre-
sentado ao Governo, mas a associação não obteve aprovação, pelo que os
Missionário, escultura seus promotores se viram forçados a esperar melhor ocasião. Foi feita nova
(Coimbra, Museu tentativa, em 1864, através de petição apresentada por D. José Lino, bispo de
Antropológico da Angola, mas o projecto voltou a ser recusado 3 ".
Universidade).
Só em 1874, dez anos mais tarde, assistimos a um novo projecto de gru-
FOTO: CARI.OS CANIÇARES
BARATA. pos católicos. A 4 de Setembro, fundou-se em Lisboa, sob a presidência do
arcebispo de Mitilene, a Associação da Propagação da Fé nas Missões Portu-
t> Sala Portugal (Lisboa, guesas do Ultramar, que se propunha os seguintes objectivos: a) dar às igrejas
Sociedade de Geografia). pobres das missões o que fosse necessário para o culto; b) auxiliar os bispos e
FOTO: JOSÉ M A N U E L missionários com esmolas destinadas à reparação das igrejas existentes e à fun-
OLIVEIRA/ARQUIVO CÍRCULO dação de outras novas; c) subsidiar alunos pobres dos seminários do ultramar;
DE LEITORES. d) abrir escolas nas missões e ajudá-las com livros aprovados; e) socorrer os
missionários doentes e necessitados; f) abrir em cada missão uma casa para
apoio aos missionários doentes. Também este vasto projecto se gorou porque a
associação não conseguiu reunir os fundos necessários para a sua concretização.
A mesma sorte terá tido, em 1881, a Associação Católica Portuguesa em Bene-
fício das Missões nas Províncias Ultramarinas de Angola, São Tomé, Moçam-
bique e Timor 5 1 .
Em 1883, constituiu-se em Lisboa, com melhor êxito, a Associação Auxi-
liar da Missão Ultramarina composta por senhoras que se propunham enviar
para as missões pessoal feminino que, efectivamente, conseguiram recrutar
em bom número e dotado das necessárias habilitações. Finalmente, em 1891,
chegou a Portugal a Associação de Orações e Boas Obras pela Conversão dos
Pretos, fundada em 1847 por monsenhor Truffet, vigário apostólico das Duas
Guinés. Ficou a testemunhar as suas actividades o Boletim anual onde se di-
vulgavam muitas informações sobre as novas missões em Angola 52 .
Para lá da importância maior ou menor das associações religiosas que aca-
bamos de recordar, apercebemo-nos facilmente, quando nos debruçamos so-
bre a problemática das missões portuguesas nas últimas décadas do século xix,

366
A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CATOLICISMO PORTUGUÊS

da influência exercida por uma outra instituição de grande prestígio na área


científica e académica. Trata-se da Sociedade de Geografia de Lisboa, funda-
da em 1875, e de que Luciano Cordeiro seria nomeado secretário perpétuo.
Os estudos da Sociedade de Geografia sobre as questões coloniais sublinha-
ram frequentemente a importância das missões e contribuíram, com a sua au-
toridade, para a formação de uma corrente de opinião que se opôs a precon-
ceitos injustificados. Já em 1880, num artigo publicado no Boletim da Sociedade
de Geografia, o oficial da Armada Nuno de Freitas Queriol afirmava a urgên-
cia de se «fazer longa propaganda em favor das missões religiosas no Ultra-
mar», classificando-as como «um dos meios mais políticos e económicos» para
consolidar o domínio português em Africa. Apontava como exemplo a mis-
são de Landana, dirigida pelos espiritanos franceses 110 Norte de Angola, e
concluía: «Se não queremos ver perdidos para sempre, e dentro em breve
tempo os nossos domínios ultramarinos, ainda consideráveis pela sua exten-
são, e importantíssimos pela sua riqueza agrícola e mineral, dediquemo-nos
desassombradamente e sem preconceitos, se não quiméricos pelo menos exa-
gerados, à organização das missões católicas que vão aos sertões de Africa le-
var com a luz da fé a luz da civilização.» 53 Alguns anos depois, a Comissão
Africana da Sociedade de Geografia, constituída por figuras como Barros G o -
mes, Henrique de Carvalho, Paiva Couceiro, Fernando Pedroso e Luciano
Cordeiro, defendia a mesma posição, ao exarar, em parecer de 29 de Março
de 1892: «a missão católica é o meio mais nobre, mais eficaz e mais económi-
co de conquistar, de civilizar e de assimilar o indígena». Por isso, concluía ser
obrigação do Governo e dos particulares apoiar essa obra nacional com subsí-
dios e esmolas que os missionários já haviam provado saber aplicar a favor
dos interesses do país54.
Em 1893, a mesma Comissão Africana propôs uma reorganização das mis-
sões em Angola, insistindo na urgência de se criarem postos missionários com
sacerdotes, religiosos e religiosas, em vários pontos do território angolano.

367
V I T A L I D A D E DO CATOLICISMO NOS SÉCULOS X I X E xx

Das missões propostas, umas eram consideradas inadiáveis, face ao avanço da


missionação protestante estrangeira, e tendo em vista a necessidade da ocupa-
ção efectiva para a conservação do domínio português. Outras justificavam-
-se como instrumentos de civilização e pela capacidade de dinamizar a acti-
vidade agrícola e comercial que incentivava a fixação de colonos europeus.
C o m o a realização destes objectivos exigia a angariação de grandes somas de
dinheiro, propunha-se a criação duma Associação da Esmola Missionária que
se encarregaria de recolher fundos nas cerca de 4000 paróquias existentes em
Portugal 55 .
A comprovar o interesse pela problemática missionária existente na S o -
ciedade de Geografia, registem-se, por último, as comunicações proferidas
por missionários nas suas sessões e os relatórios enviados directamente dos
territórios ultramarinos. A este propósito, existem, 110 Boletim da Sociedade dc
Geografia de Lisboa, exemplos da colaboração de missionários, alguns deles só-
cios correspondentes da instituição, como os padres Victor Courtois e Fran-
cisco Antunes, missionários da Companhia de Jesus na Zambézia, o padre
Ernesto Leconte, espiritano, missionário em Angola, e o padre António Bar-
roso, secular, superior das missões do Congo 5 6 .
Qual a mentalidade missionária que se pode depreender do conjunto de
iniciativas, actividades e publicações que acabamos de referenciar? Para mis-
sionários e para governantes, evangelização e colonização caminham a par e
passo corno realidades inseparáveis. A dimensão da inculturação, tal como foi
elaborada sobretudo a partir do II Concílio do Vaticano, é estranha às mis-
sões do século xix e, por isso, o mundo missionário participa conscientemen-
te no movimento centralizador e uniformizador característico da época 57 . Os
missionários partem para evangelizar e para civilizar; estão conscientes da di-
mensão política das suas actividades e não deixam de lembrar aos governos
que as ajudas recebidas vinham favorecer a defesa da soberania nos territórios
ultramarinos. Poderão até reconhecer a manipulação política a que se e x -
põem mas esse reconhecimento não condiciona os métodos missionários nem
põe em questão a sua acção prioritariamente apostólica 58 . Neste contexto,
partilhado por eclesiásticos e por governantes, não é de estranhar que Antó-
nio Enes, em 1891, lembre que os missionários devem ensinar a reverenciar a
bandeira portuguesa e deseje que se ponham ao serviço da civilização, favo-
recendo os interesses sociais e nacionais, embora sem esquecer os do céu 5 9 .
Na mesma linha, em 1904, o ministro da Marinha, Rafael Gorjão, embora
ressalvando a lealdade dos missionários estrangeiros ao país que os acolhia e
subsidiava, manifestava, no entanto, a sua preferência por missionários portu-
gueses que mais naturalmente imprimiriam «na educação do indígena a
orientação e qualidades características da nossa raça». E acrescentava que não
bastava aos responsáveis por missões modernas serem propagadores da fé; era
necessário que fossem capazes de fundar e administrar explorações agrícolas e
industriais onde se transmitissem aos indígenas os modernos hábitos de tra-
balho 60 .
A consciência missionária dos católicos portugueses reconhecia-se nesta
vasta tarefa civilizadora. E m 1899, Quirino Avelino de Jesus, em artigo sobre
as missões em África, não hesitava em declarar: «No estado actual dos conhe-
cimentos ultramarinos, fundados na história dos séculos anteriores e na expe-
riência geral dos nossos tempos, o apostolado católico moderno é o modo
mais simples, mais económico, mais fácil e eficaz de ocupar, civilizar e apro-
veitar as possessões africanas.» 61 E o padre José Maria Antunes, notável mis-
sionário espiritano, em entrevista dada em 1905, afirmava: «O trabalho das
missões religiosas no Ultramar impõe-se pelo seu patriotismo, pela propaga-
ção da fé cristã, pela civilização que tão evangelicamente derramam entre o
gentio do continente africano.» E acrescentava que, perante os missionários,
«exército de soldados da paz, do bem, do progresso», o país devia curvar-se,
O C o n v e n t o franciscano de
honrando as «cruzadas evangélicas que hasteiam o pendão glorioso das quinas
Montariol, Braga. e a cruz, ensinando a venerar o nome de Deus e a pátria portuguesa» 62 . Era
FOTO: N U N O CALVET/ARQUIVO
demasiado cedo para que a missão religiosa como missão civilizadora sofresse
C Í R C U L O DE LEITORES. qualquer contestação.

368
A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CATOLICISMO PORTUGUÊS

DA PRIMEIRA REPÚBLICA À ACTUALIDADE


N A FASE FINAL DA M O N A R Q U I A , as missões tinham entrado, apesar das di- O contexto
ficuldades subsistentes, numa nova fase de vida e de progresso. O recruta-
mento e a formação de missionários haviam-se consolidado e era legítimo es-
político e legislativo
perar o desenvolvimento das missões. A implantação da República, em 1910,
veio provocar uma nova e violenta convulsão caracterizada pela perseguição
à Igreja e pela dissolução das ordens religiosas. A 8 de Outubro desse ano, fo-
ram declaradas de novo em vigor as leis de Pombal e Aguiar, o que levou à
supressão das casas de preparação dos missionários, apenas tendo permanecido
aberta a de Cernache do Bonjardim, então a atravessar uma grave crise. As
três casas de formação dos padres do Espírito Santo — Formiga, Carnide e
Sintra — , que todos os anos enviavam levas de missionários para Angola, fo-
ram encerradas. Os Jesuítas foram expulsos de Portugal; a Escola Apostólica
que mantinham em Guimarães foi encerrada, bem como o noviciado, no
Barro. O convento de Montariol, dos Franciscanos, toi fechado e, pouco de-
pois, pilhado pela invasão de soldados sem disciplina. São Bernardino e Vara-
tojo, as outras duas casas para estudantes da ordem, viram igualmente as suas
portas fechadas.
N o ultramar, os Jesuítas foram obrigados a deixar a Zambézia, a índia
portuguesa, Macau e Timor e os Salesianos tiveram de abandonar Moçam-
bique. Apenas os Espiritanos e os Franciscanos conseguiram permanecer em
África, embora a ausência de fontes de recrutamento em Portugal lhes criasse
dificuldades acrescidas63.
Este divórcio entre a República e as missões ficou consagrado na Lei da
Separação do Estado das Igrejas, promulgada a 20 de Abril de 1911, em que se
estabelecia que a «propaganda civilizadora» que tivesse de ser realizada por

369
V I T A L I D A D E D O C A T O L I C I S M O N O S S É C U L O S XIX E XX

ministros da religião nas colónias fosse confiada apenas ao clero secular portu-
guês, especialmente preparado para esse fim em instituições do Estado. Pre-
via-se, no mesmo diploma, a reorganização do Colégio das Missões Ultrama-
rinas e a extinção ou substituição das igrejas e missões estrangeiras, sem
prejuízo das obrigações assumidas por Portugal em convenções internacionais
quanto ao ingresso de missionários em Africa. Proclamava-se, finalmente, o
desejo do Estado de reduzir ao «estritamente indispensável» as despesas relati-
vas ao culto, mas reafirmavam-se, em simultâneo, os direitos de soberania em
relação ao Padroado do Oriente 64 .
A questão da manutenção do Padroado do Oriente não foi, contudo, pa-
cífica. A Lei da Separação determinava que a sua aplicação a cada uma das
colónias portuguesas fosse feita por meio de decretos especiais. Nesse sentido,
o ministro da Marinha e Colónias, capitão-de-mar-e-guerra António de Aze-
vedo Gomes, pediu, em oficio de 17 de Maio de 1911, que o governador-
-geral do Estado da índia se pronunciasse sobre a aplicação da referida lei no
Oriente. O assunto foi objecto de um parecer elaborado pelo secretário-geral
do Governo, Dr. Francisco Peixoto de Oliveira e Silva, em que se defendia
firmemente a manutenção do Padroado. O governador-geral, Dr. Francisco
Manuel Couceiro da Costa, apoiou inequivocamente esta posição, exarando
no despacho enviado para Lisboa a 7 de Março de 1912: «sendo-nie absoluta-
mente indiferente a questão religiosa, não posso apesar disso deixar de pugnar
pela conservação do Padroado, porque vejo, como português, que a sua ex-
tinção pode acarretar para esta província graves consequências, tanto 110 cam-
po económico, como no campo político e internacional»65.
Entretanto, em Lisboa, o então major Norton de Matos advogara a extin-
ção do Padroado do Oriente, em artigos publicados no jornal A Capital, 110
mês de Dezembro de 1911, onde afirmava que o Padroado não passava de 11111
encargo a que não correspondia qualquer interesse económico ou patriótico.
Em Goa, ao tomar conhecimento do conteúdo destes artigos, o secretário-
-geral do Governo preparou nova informação, refutando as afirmações de
Norton de Matos e reafirmando as vantagens do Padroado que o próprio
Governo britânico da índia reconhecia e valorizava.
Apesar das informações recebidas da índia, o ministro das Colónias,
Dr. Artur de Almeida Ribeiro, apresentou na Câmara dos Deputados, na ses-
são de 25 de Junho de 1913, uma proposta de lei em que se declarava extinto
o Padroado Português do Oriente e se previa a redução gradual das verbas a
ele destinadas até à completa cessação de quaisquer encargos para o Estado.
Objecto de dois pareceres contraditórios, a proposta do ministro não chegou
a ser discutida nem votada, acabando deste modo por prevalecer a posição
defendida pelo governador-geral do Estado da índia e pelo seu secretário-
-geral 66 .
A 22 de Novembro de 1913, Almeida Ribeiro, pelo decreto 11.0 233, apli-
cou os princípios da Lei da Separação, que não conseguira transpor para a ín-
dia, aos territórios portugueses de África e Timor e criou, simultaneamente,
as missões civilizadoras em que se excluía qualquer dimensão religiosa. Se-
gundo o preâmbulo do diploma, considerava-se urgente definir a situação das
missões religiosas e incrementar as missões laicas, na esperança de que a in-
fluência civilizadora destas últimas viesse a «acentuar-se eficazmente num fu-
turo próximo, em favor das raças indígenas e dos mais altos interesses da N a -
ção». Neste contexto — salvaguardando-se o Padroado do Oriente que se
considerava assunto ainda pendente — deixou de considerar-se como função
do Estado o exercício do culto público e o ensino religioso nas colónias, pelo
que o Governo, a partir de 1 de Julho de 1914, deixaria de prover cargos ou
benefícios eclesiásticos nas províncias de África e Timor.
Admitiam-se, no decreto, missões religiosas, de qualquer confissão, desde
que fossem compostas exclusivamente por portugueses europeus e o número
dos seus membros não fosse superior a três. Estas missões podiam ser objecto
de apoio oficial mas deviam submeter à apreciação do governador da provín-
cia os seus programas de ensino e de acção civilizadora e conformar-se com
as alterações que a autoridade lhes introduzisse. As missões católicas já exis-

370
A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CATOLICISMO PORTUGUÊS

tentes que, no prazo de seis meses, não se adequassem a estes princípios, não
teriam direito a qualquer apoio do Estado.
Quanto às missões civilizadoras, formadas exclusivamente por leigos, se-
riam constituídas, em regra, por um professor devidamente habilitado e por
três auxiliares que exercessem alguma profissão útil em Africa, sendo-lhes
concedidas regalias equivalentes às dos funcionários públicos 67 . O decreto
n.° 3352, de 15 de Setembro de 1917, regulamentou a preparação destes «mis-
sionários» e criou o Instituto das Missões Coloniais com sede no antigo colé-
gio de Cernache do Bonjardim.
N o seu conjunto, estas medidas provocaram o empobrecimento e deca-
dência das missões, uma vez que os apoios oficiais reservados aos missionários
portugueses eram manifestamente insuficientes. Por outro lado, o ambiente
de aberta hostilidade à Igreja dos primeiros anos do regime republicano tor-
nava difícil organizar em favor das missões campanhas que suprissem a falta
de apoio por parte do Estado. Registe-se, contudo, que a República, muito
mais rapidamente do que o Liberalismo, acabou por reconhecer o papel in-
substituível das missões religiosas, o que tornou possível a progressiva altera-
ção da legislação que as regulamentava. Nesse sentido, o papel pioneiro cou-
be ao Governo-Geral de Moçambique que, logo em 1914, por portaria datada
de 13 de Agosto, não hesitou em suspender as principais disposições do de-
creto de 1913, mandando dar às missões os subsídios habituais. Essa medida
veio a ser legitimada a 8 de Março de 1919, quando o ministro das Colónias,
Carlos da Maia, publicou um decreto que autorizava os governos ultramari-
nos a concederem subsídios aos institutos religiosos que aceitassem, entre ou-
tras condições, submeter à aprovação dos governadores os respectivos esta-
tutos e se obrigassem a ter um superior português. Deviam, ainda, receber
anualmente um certo número de indígenas e efectuar estudos e comunica-
ções etnográficas.
A 10 de Maio de 1919, outro ministro das Colónias, o Dr. João Soares,
assinou o decreto n.° 5778 em que se estabeleciam as primeiras doze missões
laicas saídas de Cernache do Bonjardim mas em que se renovava, simulta-
neamente, a faculdade de constituição de missões religiosas. Preceituava-se,
no entanto, que os seus responsáveis seriam obrigatoriamente portugueses
eleitos pelos membros que as constituíam e que o pessoal das missões devia
ser sempre maioritariamente português. Estipulava-se, ainda, que o ensino
da história e da língua portuguesas só pudesse ser ministrado por portugue-
ses e que os missionários fossem considerados para todos os efeitos funcio-
nários públicos. Considerado inexequível, este decreto nunca chegou a ser
posto em prática 68 .
Nesse mesmo ano de 1919, haviam de dar-se passos decisivos para a revi-
são da legislação republicana a respeito das missões. Contribuiu para isso o
regresso à Europa de cinco padres seculares, vindos de Moçambique, que ini-
ciaram, na imprensa diária, uma intensa campanha a favor das missões, dando
entrevistas, fornecendo notícias e escrevendo artigos que ajudaram a criar um
ambiente favorável às missões católicas no ultramar. Foi sensível a estes argu-
mentos o ministro das Colónias, comandante Rodrigues Gaspar, que se dis-
pôs a consultar os próprios missionários, chamando para isso o padre José
Maria Antunes, que representava os Missionários do Espírito Santo, e o padre
Rafael da Assunção, franciscano, missionário em Moçambique. Na sequência
dessas conversações, foram publicados o decreto n.° 6322, de 24 de Dezem-
bro de 1919, e o decreto n.° 8351, de 26 de Agosto de 1922. O primeiro tem
particular importância por assegurar o recrutamento de missionários em Por-
tugal, concedendo aos diversos grupos a faculdade de nomearem um procu-
rador para abrir casas de estudo e autorizando as missões a empregarem 20 %
dos subsídios recebidos na formação de pessoal português. Tinha, contudo,
ainda o inconveniente de abstrair, nos missionários católicos, de qualquer re-
lação com a Igreja, não reconhecendo a intervenção da hierarquia e não dis-
tinguindo as missões religiosas das laicas.
O decreto n.° 8351 veio corrigir estes aspectos controversos, ao estabelecer
que os missionários, mesmo se equiparados a funcionários do Estado que os

371
V I T A L I D A D E D O C A T O L I C I S M O N O S S É C U L O S XIX E X X

aceitava como agentes civilizadores, dependiam no exercício da sua missão


das competentes autoridades eclesiásticas. Por isso, exarava-se no artigo 2. 0 :
«Em cada colónia onde existam as missões referidas [missões civilizadoras reli-
giosas] haverá um director de missões, que será o superior hierárquico dos
missionários, a quem compete a orientação geral e administração superior das
missões, a nomeação, colocação, transferência e exoneração de todo o pes-
soal.» C o m este decreto, o regime republicano incorporava as missões católi-
cas no património jurídico português, uma atitude que encontrou eco na
opinião pública e que não deixou de ser aplaudida pela imprensa da época.
Quando, em Maio de 1923, se discutiu no Parlamento o aumento de 120
contos no subsídio de 300 previsto no orçamento do Estado para as casas de
preparação dos missionários na Metrópole, os próprios deputados não católi-
cos votaram a favor e não hesitaram em enaltecer as vantagens das missões re-
ligiosas em relação às laicas69.
O advento do Estado N o v o consolidou e ampliou as garantias de desen-
volvimento da vida missionária. Logo em 1926, o ministro João Belo chamou
à Europa os principais responsáveis das missões com o objectivo de colabora-
rem na renovação da legislação missionária e, dessa consulta, nasceu o Estatu-
to Orgânico das Missões Católicas Portuguesas de Africa e Timor, decreto
n.° 12485 de 13 de Outubro de 1926. Mantendo o regime de separação do Es-
tado e das Igrejas, o estatuto reconhecia personalidade jurídica às missões e
isentava-as de quaisquer contribuições, concedendo-lhes gratuitamente os
terrenos necessários: até 2000 hectares, em Angola e Moçambique, e 100 nas
restantes colónias. O próprio estatuto previa a atribuição anual de 1350 contos
destinados às casas de formação das três corporações missionárias existentes —
padres seculares, espiritanos e franciscanos — sem prejuízo de novas corpora-
ções que pudessem vir a estabelecer-se, devendo ser prestadas contas ao G o -
verno quanto à sua aplicação. Os objectivos das missões ficaram claramente

Excerto do Estatuto orgânico


das missões católicas
portuguesas da Africa e
Timor, 1926 (Lisboa,
Biblioteca Nacional).
FOTO: LAURA GUERREIRO.

372
A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CATOLICISMO PORTUGUÊS

delineados: sustentar os interesses do Império Colonial Português e promover


o seu progresso moral, intelectual e material, por meio da instrução e educa-
ção, abandono das superstições, uso exclusivo da língua portuguesa e nativa,
ensino agrícola, pecuário e profissional, assistência sanitária, observações me-
teorológicas e publicações geográficas, históricas e económicas. Foram estabe-
lecidos vencimentos para os prelados e missionários, pensão vitalícia equiva-
lente à dos funcionários públicos e declarou-se a isenção do serviço militar.
Para avaliar a importância da publicação do Estatuto Orgânico das Missões,
basta referir que o conde de Aurora, ao discursar perante o I Congresso Mis-
sionário Português, reunido em Barcelos, em 1931, não hesitou em qualificá-
-lo de «lei notável». De facto, na sequência desse diploma, foram regressando
ao país as congregações religiosas expulsas e criaram-se as condições para a
normalização do apostolado missionário.
E m 1930, o Acto Colonial, destinado a substituir o título v da Constitui-
ção de 1911, confirmava a importância das missões e integrava-as na acção ci-
vilizadora em que o país se revia. Nesse sentido, declarava-se logo no artigo
2. 0 : «É da essência orgânica da Nação Portuguesa desempenhar a função his-
tórica de possuir e colonizar domínios ultramarinos e de civilizar as popula-
ções indígenas que neles se compreendam, exercendo também a influência
moral que lhe é adstrita pelo Padroado do Oriente.» Numa referência ainda
mais directa às missões, ficou declarado no artigo 24. 0 : «As missões católicas
portuguesas do Ultramar, instrumentos de civilização e influência nacional, e
os estabelecimentos de formação do pessoal para os serviços delas e do Pa-
droado Português, terão personalidade jurídica e serão protegidos e auxiliados
pelo Estado como instituições de ensino.» 70
Quase contemporaneamente, esclareceu-se a situação do Padroado do
Oriente através de negociações com a Santa Sé que levaram à assinatura
do acordo de 15 de Abril de 1928. Ambas as partes reconheceram as dificulda-
des de aplicação da Concordata de 1886, devido às modificações entretanto
ocorridas, tanto em Portugal como no Oriente, e concordaram em regular a
delimitação das dioceses, a nomeação dos bispos e os problemas de dupla j u -
risdição. As dioceses do padroado pleno ficaram reduzidas a Goa, Cochim,
São T o m é de Meliapor e Macau e suprimiu-se a diocese de Damão, cujos
territórios portugueses se anexaram a Goa. Por seu lado, a nomeação dos bis-
pos modificou-se radicalmente, acordando-se numa maior autonomia por
parte da Igreja: R o m a passou a escolher o candidato, cujo nome, não haven-
do dificuldades de ordem política, o Presidente da República se obrigava a
apresentar à Santa Sé, no prazo de dois meses. Para as dioceses do semipa-
droado — Bombaim, Mangalor, Quilon e Trichinópolis — adoptou-se pro-
cedimento semelhante, com a diferença de que não se previam possíveis ob-
jecções políticas, estabelecendo-se o prazo de um mês para a apresentação
oficial. N o caso de Bombaim, fixava-se que o arcebispo seria alternadamente
de nacionalidade britânica e portuguesa".
Quanto à diocese de São Tomé de Meliapor, onde subsistia o problema
da dupla jurisdição nalgumas paróquias encravadas noutras dioceses vizinhas
ou até distantes, a situação foi definitivamente regulada por um novo acordo
assinado a 11 de Abril de 1929. Foi suprimida a jurisdição de Meliapor naque-
las paróquias mas, em compensação, a diocese recebeu outras situadas em ter-
ritórios contíguos 72 .
Tudo convergia para uma situação de estabilidade que veio a ser confir-
mada solenemente com a Concordata e o Acordo Missionário celebrados en-
tre Portugal e a Santa Sé, a 7 de Maio de 1940. Entre os princípios acor-
dados, encontra-se a atribuição da actividade evangelizadora prioritariamente
a missionários portugueses, prevendo-se a colaboração de estrangeiros apenas
quando os nacionais não fossem em número suficiente. O Padroado do Orien-
te foi confirmado nos termos em que vigorava mas, nas dioceses de África e
de Timor, a Santa Sé ficou livre de escolher os bispos, comprometendo-se,
apenas, a comunicar previamente ao Governo os nomes dos candidatos para
que este pudesse apresentar objecções de carácter político geral, se assim o
entendesse. Foi garantido que os missionários de modo nenhum seriam con-

373
V I T A L I D A D E D O C A T O L I C I S M O N O S S É C U L O S XIX E XX

siderados funcionários públicos; todavia, os prelados e os superiores obriga-


vam-se a informar anualmente o Governo sobre o movimento missionário e
a actividade exterior das missões. Por sua vez, o Governo reconhecia perso-
nalidade jurídica às dioceses, às circunscrições e institutos missionários e ga-
rantia subsídios oficiais e isenções fiscais às missões e às casas de formação
e repouso na metrópole o que, de resto, já se concedia em virtude do Estatu-
to Missionário de 1926 73 .
A Concordata e o Acordo Missionário tornaram-se importantes marcos
de referência nas relações entre a Igreja e o Estado, reforçando, como era de-
sejo do Governo, a dimensão nacional das missões. Políticos e eclesiásticos
não deixaram de sublinhar o seu inquestionável significado. Salazar, no pró-
prio dia da assinatura dos acordos, afirmou, dirigindo-se à imprensa: «Nos
domínios do Ultramar tornava-se indispensável e urgente acudir à desorgani-
zação religiosa, sendo evidente que o Estado Português nunca poderia por si
só, sem o auxílio e favor da Santa Sé, realizar uma obra de organização e de
defesa eficaz da posse espiritual das nossas colónias exercida por portugueses,
como era de interesse manifesto para a nossa soberania.»74 Na mesma altura,
em discurso pronunciado perante a Assembleia Nacional, Salazar comentava:
«Não tivemos a intenção de reparar os últimos trinta anos de história, mas de
ir mais longe, e, no regresso à melhor tradição, reintegrar, sob este aspecto,
Portugal na directriz tradicional dos seus destinos.»75
Também o parecer aprovado pela Câmara Corporativa enaltecia o Acor-
do e sublinhava: «os missionários católicos serão em princípio portugueses e,
quando o não sejam, estarão sujeitos a autoridades eclesiásticas portuguesas.
[...] Que mais retumbante demonstração de confiança nas nossas faculdades
colonizadoras poderia obter-se no domínio religioso?» E concluía-se que as
negociações tinham levado ao «reconhecimento pelo mais elevado poder es-
piritual do mundo do nosso valor missionário e com ele do nosso mérito de
pioneiros da civilização, do nosso génio colonizador» 76 .
O cardeal Cerejeira não ficou atrás nas manifestações de regozijo e lem-
brou que a Santa Sé nunca tinha assinado «estatuto tão vasto e transcendente
sobre o regime missionário»; ao fazê-lo, realizava «um acto magnífico de fé e
confiança no esforço missionário de Portugal» 77 .
Também o papa Pio X I I , ao receber, em 1940, as cartas credenciais do
embaixador Carneiro Pacheco, quis incentivar os Portugueses a empregar

374
A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CATOLICISMO PORTUGUÊS

C r u c i f i x o , madeira entalhada,
«todos os meios para animar os artigos dos dois pactos solenes [...] concluídos
Moçambique, século x i x
entre a Igreja e o Estado, dum sopro de vida alegre, palpitante, avassalador» (Porto, diocese).
capaz de os tornar uma realidade fecunda 78 .
<3 D . Manuel Gonçalves
Ainda em 1940, dando cumprimento ao estipulado 11a Concordata e no
Cerejeira, cardeal-patriarca de
Acordo, Fio X I I , com a bula Solemnibus conventionibus, de 4 de Setembro, Lisboa, lendo uma alocução
reorganizou as circunscrições eclesiásticas no ultramar português: em Angola, aos microfones da Emissora
foi criada a arquidiocese de Luanda, tendo como sufragâneas as dioceses de Nacional sobre a Concordata
Nova Lisboa e Silva Porto; em Moçambique, foi estabelecida a arquidiocese de 1940, in História, 31
de Lourenço Marques, de que ficaram sufragâneas as dioceses da Beira e de (1997) 12.
Nampula; em Timor, erigiu-se a diocese de Díli; finalmente, a Guiné portu-

375
VITALIDADE DO CATOLICISMO NOS SÉCULOS XIX E x x

guesa, até então parte da diocese de Santiago de C a b o Verde, constituiu-se


em missão sui júris79.
N a sequência dos acordos c o m a Santa Sé, foi publicado, em 1941, pelo
decreto-lei n.° 31207 de 5 de Abril, u m n o v o estatuto missionário em que
se reafirmou o livre exercício da autoridade da Igreja Católica no ultramar e
se reiterava que as missões católicas portuguesas eram consideradas «institui-
ções de utilidade imperial e sentido eminentemente civilizador». O docu-
mento regulamentava pormenorizadamente o reconhecimento das corpora-
ções missionárias, as respectivas obrigações e a atribuição de subsídios, quer
através do orçamento da metrópole quer das colónias. A perspectiva era
acentuadamente nacional, c o m o se vê, por exemplo, na regulamentação das
escolas para indígenas a cargo do pessoal missionário. O artigo 68.° estabelece
que o ensino indígena obedeceria à orientação doutrinária da Constituição
política e deveria ser essencialmente nacionalista, tendo em vista a perfeita
nacionalização e moralização dos indígenas e a aquisição de hábitos e aptidões
de trabalho, de harmonia c o m os sexos, condições e conveniências das e c o -
nomias regionais. O artigo 6 9 . p o r seu lado, declarava obrigatório, nas esco-
las, o uso e ensino da língua portuguesa, apenas se prevendo o uso das línguas
indígenas no ensino da religião.
A perspectiva nacional está também patente na regulamentação da entra-
da de missionários estrangeiros. A sua colaboração é considerada claramente
supletiva e dependente do acordo do G o v e r n o . Deveriam ficar integrados na
organização missionária portuguesa e a admissão no ultramar tinha de ser pre-
cedida da declaração expressa de renúncia às leis e tribunais dos respectivos
países e de submissão às leis e tribunais portugueses. A autorização de entrada
dependia, ainda, do correcto domínio da língua portuguesa falada e escrita.
Só excepcionalmente e mediante acordo do G o v e r n o os estrangeiros p o d e -
riam ser nomeados superiores de direcções missionárias. A admissão de p r o -
fessores não portugueses nas casas de formação, na metrópole, estava também
dependente da expressa autorização do ministro das Colónias.
Os critérios para atribuição dos subsídios aos institutos missionários eram
expostos no artigo 44. 0 do estatuto. Metade da verba global inscrita no orça-
mento do Ministério das Colónias era dividida igualmente por todos os insti-
tutos; a outra metade era distribuída em proporção do número de alunos des-
tinados às missões existentes nas casas de formação de cada instituto e do
número de missionários a seu cargo que tivessem regressado do ultramar in-
capacitados pela doença ou pela idade. Estes critérios vieram a ser alterados
pelo decreto-lei n.° 38 629, de 1 de Fevereiro de 1952, em que se procurou
uma maior equidade, pela inclusão do critério da presença missionária efecti-
va nos territórios ultramarinos. Nesse sentido, prescreviam-se as seguintes
modificações na distribuição da verba orçamentada: um terço da dotação era
dividido igualmente por todas as corporações missionárias reconhecidas, quer
masculinas, quer femininas; outro terço era entregue às corporações missio-
nárias masculinas, na proporção do número de alunos das respectivas casas de
formação destinados às missões, e do número de missionários regressados, de-
vido à doença ou à idade; finalmente, outro terço da verba era destinado às
corporações masculinas, na proporção do respectivo número de sacerdotes de
nacionalidade portuguesa em serviço efectivo no ultramar 80 .
O Acordo Missionário de 1940 nada alterou no Padroado do Oriente, que
continuou a reger-se pelas normas negociadas em 1928 e em 1929. Mas, depois
da independência da União Indiana, em 1947, Portugal assinou com a Santa
Sé, a 18 de J u l h o de 1950, n o v o acordo, em virtude do qual se desligaram do
Padroado as dioceses situadas fora dos territórios portugueses da índia. Deste
modo, o G o v e r n o português renunciou ao privilégio de apresentação, que
até então tinha sido reconhecido ao Presidente da R e p ú b l i c a , para o provi-
mento das dioceses de Mangalor, Quilon, Trichmópolis, C o c h i m , São T o m é
C> D. João Evangelista de
Lima Vidal, bispo de Angola de Meliapor e B o m b a i m , ficando a Santa Sé inteiramente livre quanto à na-
e Congo (1909-1916). cionalidade dos bispos dessas dioceses. Pelo artigo 6.°, Portugal aceitava, ain-
da, que se fizesse oportunamente uma nova delimitação da arquidiocese de
FOTO: ARQUIVO C I R C U L O
DE LEITORES. Goa, o que veio a acontecer pelo convénio de 25 de Outubro de 1953 quan-

376
A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CATOLICISMO PORTUGUÊS

do todos os territórios situados na União Indiana foram integrados em dioce-


ses deste país 81 .
A história longa e complexa do Padroado Português da índia chegou ao
seu termo com a anexação de Goa por parte da União Indiana, no dia 18 de
Dezembro de 1 9 6 1 . A partir dessa data, Portugal deixou de ter qualquer in-
terferência ou responsabilidade nas nomeações episcopais e, em geral, na vida
eclesial do antigo Estado Português da índia. O mesmo aconteceu, em 1 9 7 5 ,
quando os territórios portugueses em Africa acederam à independência.
Coube à diocese de Macau permanecer como o derradeiro testemunho
do padroado português no Oriente, num ciclo encerrado com a entrega da
administração do território à República Popular da China, a 2 0 de Dezembro
de 1 9 9 9 . Por seu lado, em Timor Leste, tem vigorado um regime de excep-
ção motivado pela ocupação violenta por parte da Indonésia entre 1 9 7 5 e
1999. Nestas circunstâncias, a Igreja tem sido confiada a administradores apos-
tólicos que asseguram, em nome do Papa, o governo das duas dioceses exis-
tentes: Díli e Baucau.

O s AGENTES DA ACÇÃO MISSIONARIA As manifestações


C O M O VIMOS, A PARTIR DE 1 9 1 9 a m o d i f i c a ç ã o da legislação criou as c o n -
da consciência
dições necessárias para a reconstituição das casas de formação missionária. Fo-
ram os padres seculares os primeiros a poderem reorganizar-se, beneficiando missionária do país
da autorização concedida, em 1 9 2 1 , pelo ministro das Colónias, Rodrigues
Gaspar, para a reabertura do Colégio das Missões Ultramarinas. Para a sua
instalação, foi cedida, a título precário, uma parte do antigo Convento
de Cristo, em Tomar, cuja entrega se efectuou a 7 de Junho de 1 9 2 1 . Depois
de grandes e indispensáveis reparações, o novo instituto abriu, em Outubro
de 1 9 2 2 , com a designação de Colégio das Missões Religiosas dos Padres Se-
culares. Ficou sob a exclusiva responsabilidade do episcopado português, que
confiou a direcção, provisoriamente, a D. João Evangelista de Lima Vidal,
antigo bispo de Angola e Congo e, ao tempo, auxiliar de Lisboa. Foi seu pri-
meiro vice-reitor o cónego Sebastião José Alves, que tinha sido missionário
em Angola e em Moçambique. Em 1 9 2 3 , assumiu a direcção, a convite do
episcopado da metrópole, D. Teotónio Vieira de Castro, bispo de Melia-
por"-.
Em 1 9 2 3 , o padre José Vicente do Sacramento, missionário em Moçambi-
que, antigo aluno de Cernache do Bonjardim, comprou em hasta pública,
pela quantia de 4 0 0 contos, o antigo convento beneditino do Couto de C u -
cujães, em posse do Estado desde 1 9 1 0 , e ofereceu-o ao Colégio das Missões
Ultramarinas. D. Teotónio fez dele, nesse mesmo ano, um segundo colégio,
de que foi primeiro vice-reitor o padre Manuel de Matos Silva, antigo mis-
sionário em Timor. U m terceiro colégio surgiria quando o ministro das C o -
lónias, comandante João Belo, extinguiu, em 1 9 2 6 , as missões laicas e man-
dou restituir a casa de Cernache do Bonjardim à sua antiga finalidade.
O novo estabelecimento abriu em Outubro de 1 9 2 7 , com 1 0 4 alunos, tendo
como vice-reitor o cónego Sebastião José Alves.
Os três colégios formavam uma única entidade, que dava continuidade ao
Colégio das Missões Ultramarinas de Cernache do Bonjardim, extinto em
1 9 1 1 , mas agora dependiam totalmente do episcopado português e da Santa Sé
e eram propriedade da Igreja. O Governo concedia-lhes subsídios mas não ti-
nha nenhuma intervenção na sua orientação ou na sua organização interna 83 .
Os estatutos dos colégios foram publicados a 1 9 de Março de 1 9 2 8 e esti-
pulavam a criação de um conselho formado pelos três metropolitas do conti-
nente a quem o superior informava periodicamente. A finalidade dos três es-
tabelecimentos de ensino era preparar missionários portugueses para as
colónias e para o Padroado do Oriente. Assegurava-se a gratuidade da educa-
ção e os alunos obrigavam-se a servir as missões por toda a vida, enquanto a
saúde lho permitisse.
O regulamento interno era em tudo semelhante ao dos restantes seminá-
rios. As várias matérias leccionadas estavam distribuídas ao longo de dez anos,
sendo quatro de preparatórios e seis de filosofia e teologia. O estudo das lín-

377
V I T A L I D A D E D O C A T O L I C I S M O N O S S É C U L O S XIX E XX

guas, de desenho e de conhecimentos práticos indispensáveis à vida missionária


tinha especial desenvolvimento nos programas. Anexas aos colégios, existiam
também escolas destinadas a auxiliares onde, ao longo de três a quatro anos, se
ministravam conhecimentos literários juntamente com o ensino profissional84.
C o m estes pressupostos, estavam criadas as condições para a concretização
de uma ideia que o padre António Barroso e o padre António José Boavida
já haviam defendido, sem êxito, em 1889: a criação de uma sociedade missio-
nária portuguesa. De facto, em 1930, o papa Pio X I ordenou que os três co-
légios missionários dos padres seculares portugueses fossem oficialmente
transformados na Sociedade Portuguesa das Missões Católicas. Confiou esse
encargo ao então bispo de Vila Real, D. João Evangelista de Lima Vidal, no-
meando-o, a 3 de Outubro desse ano, superior-geral da nova sociedade. Em
26 de Outubro de 1932, com o juramento temporário de consagração à acti-
vidade missionária dos cinco primeiros membros, a sociedade ficou canonica-
mente constituída, tendo o nome oficial de Sociedade Portuguesa das Mis-
sões Católicas Ultramarinas. Além de manter os três colégios, fundou, em
1961, o Seminário da Boa Nova, em Valadares, Vila Nova de Gaia. Em 1974,
passou a designar-se Sociedade Missionária Portuguesa, nome que seria pos-
teriormente alterado para Sociedade Missionária da Boa Nova 8 5 .
Os institutos religiosos começaram a regressar a Portugal, nos anos 20,
D> Primeiras missionárias
aproveitando a possibilidade legal de fundação de casas para a preparação de
combonianas, trabalho com
raparigas em Mossunil, missionários. Espiritanos, franciscanos e jesuítas formaram os contingentes
Moçambique, 1954. mais numerosos. Os Espiritanos, que tinham conseguido permanecer nas
missões angolanas, abriram, em 1913, um pequeno seminário em Zamora (Es-
Primeiros missionários da panha). De seguida, já em Portugal, fundaram casas de formação em Braga
Sociedade Portuguesa das (1919), Régua (1921), Viana do Castelo (1922), Barcelos (1936) e, finalmente,
Missões Católicas Carcavelos (1952). Os Franciscanos voltaram para o colégio de Montariol, em
Ultramarinas, Cucujães, 1932. Braga, em 1928, e para o convento do Varatojo, em Torres Vedras, no ano
FOTO: REVISTA BOA-NOVA. seguinte. Abriram ainda casas de formação em Lisboa (1940) e em Leiria

378
A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CATOLICISMO PORTUGUÊS

(1945). Por sua vez, as casas de formação dos Jesuítas regressaram a Portugal,
em 1932, tendo-se fixado em Entre-os-Rios e em Guimarães e, posterior-
mente, em Macieira de Cambra, Braga, Cernache (Coimbra) e Soutelo (Vila
Verde) 86 .
Entre as religiosas, os grupos mais numerosos eram formados, em 1964,
pelas Irmãs de São José de Cluny, Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias
e Franciscanas Missionárias de Maria.
As estatísticas disponíveis são parcelares e a sua elaboração mais completa
não poderá concretizar-se sem o recurso a uma investigação com base nos ar-
quivos dos institutos missionários e do antigo Ministério do Ultramar. Infe-
lizmente, o Anuário Católico do Ultramar Português, que seria uma fonte mais
acessível de informação, existe apenas para alguns anos da década de 1960.
Vale a pena, em todo o caso, referir alguns dados fragmentários. Em 1927,
trabalhavam no ultramar português 233 sacerdotes europeus, 94 irmãos auxi-
liares e 316 religiosas. Em 1952, o número de sacerdotes tinha já ultrapassado
os 600, os irmãos auxiliares eram 186 e as religiosas 727, o que significava a
duplicação do pessoal europeu nas missões. De 1942 a 1950, partiram 354 no-
vos sacerdotes e, em 1951, mais 41. A presença de pessoal missionário estran-
geiro, regulamentada pelo Acordo e pelo Estatuto Missionário, tornou-se
mais significativa. Em 1951, entre os sacerdotes que partiram, 22 eram estran-
geiros e 19 portugueses; dos irmãos auxiliares, nove eram estrangeiros e oito
portugueses; entre as religiosas, cinco eram estrangeiras e 52 portuguesas. Dos
354 sacerdotes que partiram para as missões entre 1942 e 1950, 172 eram por-
tugueses e 182 estrangeiros, sendo o contigente italiano com 83 elementos o
mais numeroso, seguido dos holandeses com 56, dos suíços com 21, dos ale-
mães com 11 e dos franceses com seis87.
A presença organizada dos leigos como protagonistas da missionação, in-
centivada pelo papa Pio X I I , em 1957, na encíclica Fidei donum, foi tardia em
relação ao que aconteceu noutros países. Em 1960, o padre António da Silva
R e g o lamentava que, em Portugal, pouco se tivesse feito para corresponder
ao apelo do pontífice e sugeria: «Seria necessário criar entre a nossa juventude
universitária a ideia de serviço missionário. U m jovem médico, saído das
nossas faculdades, por exemplo, poderia dar um estágio de dois ou três anos
em qualquer hospital das missões. O mesmo se diga dos engenheiros, dos ar-
quitectos, dos farmacêuticos, dos professores liceais, etc.»88
Fonte: Anuário Católico do Ultramar Por-
Uma resposta significativa a esta necessidade foi dada, a partir de 1963, tuguês.

379
V I T A L I D A D E D O C A T O L I C I S M O N O S S É C U L O S XIX E x x

Fonte: Anuário Católico do Ultramar Português.

através da criação da Obra dos Missionários Leigos, iniciativa do padre M a -


nuel Pires da Silva, da Companhia de Jesus. Em 1965, passou a denominar-se
Movimento Atris, sendo erigido canonicamente, com sede no Negage, 110
Norte de Angola, por D. Manuel Nunes Gabriel, arcebispo coadjutor de
Luanda, a 31 de Julho de 1966, data em que também os estatutos foram apro-
vados. O Movimento aceitava leigos com preparação profissional para comis-
sões de dois anos renováveis, custeava as viagens de ida e volta e garantia aos
membros uma remuneração sensivelmente equivalente à dos funcionários pú-
blicos da mesma categoria em serviço no ultramar. Às pessoas que ocupassem
lugares públicos na metrópole, o Governo concedia o regime de comissão
eventual de serviço, reservando-lhes o lugar e contando para efeitos de refor-
ma os anos em que se mantivessem no Movimento. Da parte da Companhia
de Jesus, havia o compromisso de facultar os sacerdotes necessários para o
acompanhamento da obra 89 .
Em Lisboa e 110 Porto, funcionavam equipas de apoio que colaboravam
na difusão do movimento nos meios católicos, sensibilizando particularmente
o episcopado e os sacerdotes, de modo a assegurar o recrutamento dos leigos
a enviar para Africa. Para além dos contactos pessoais, distribuíam a folha in-
formativa Vozes da Sanzala e mandavam artigos para as publicações de diver-
sos organismos da Acção Católica. Outro objectivo importante dos grupos
era a formação dos leigos antes da partida, através do aconselhamento de cur-
sos a frequentar ou mesmo a sua organização. Também a angariação de fun-
dos estava incluída entre as tarefas destas equipas 90 .

A ANIMAÇÃO INTERNA
Os diferentes institutos religiosos procuraram incentivar a formação de as-
sociações de cooperação missionária que constituíssem uma retaguarda de
apoio ao trabalho que realizavam além-mar. Nesse sentido, surgiram associa-
ções como a Pia União Missionária Franciscana, o Sodalício de São Pedro
Claver ou a Associação de Nossa Senhora Rainha das Missões, ligada aos J e -
suítas. Em 1926, foi fundada, em Cucujães, a Pia Associação de Nossa Senhora
das Missões com uma dupla finalidade: despertar e fomentar entre os Portu-
gueses um verdadeiro interesse e amor pelas missões; e cooperar activamente,

380
A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CATOLICISMO PORTUGUÊS

pela esmola e pela oração, com os missionários. De todas as associações, a que


alcançou maior implantação foi a Liga Intensificadora da Acção Missionária
(LIAM) criada pelos Missionários do Espírito Santo. Como explicava o pa-
dre António Brásio, espiritano, na conferência proferida na I Semana Uni-
versitária de Estudos Missionários, organizada, em Coimbra, em 1951, pelo
C A D C , a Liga não entrava em concorrência com nenhum outro grupo por-
que o seu objectivo era «a criação da consciência missionária entre os católi-
cos portugueses», com o que beneficiavam todos os institutos e a própria or-
ganização oficial da Igreja. O seu fim primordial, específico, era «preencher
eficazmente a grave lacuna da propaganda, recrutamento e formação dos
missionários portugueses, que mais ninguém se lembrou de organizar». Exis-
tiam, então, espalhadas pelo país, 130 ligas ou núcleos com 1300 liamistas e
2650 propagandistas. Tiveram particular relevo, nos anos 60, os encontros
missionários das escolas do Magistério Primário. Em união com a LIAM, foi
criada a Associação de Nossa Senhora de Africa, vocacionada para a recolha
de donativos 91 .
Também as Obras Missionárias Pontifícias tiveram incremento, parti- Padre António Brásio
cularmente a Obra da Propagação da Fé que foi recebendo apoios crescentes: (1906-1985), missionário do
Espírito Santo.
90 000 escudos, em 1930, 400 000 escudos, em 1947, e 552 000 escudos, em
1952. A partir de 1949, estas somas passaram a ser aplicadas integralmente no
ultramar português92.
Entre os sacerdotes, exerceu grande influxo a União Missionária do Cle-
ro, presente em Coimbra desde 1927, e que viria a estender-se a todo o país a
partir de 1934. Nesse ano, tinha 400 membros; em 1935, contava 600;
em 1937, 714; em 1941, já tinha 1000 inscritos; em 1942, 1500; em 1943, 1800;
em 1945, 2300; em 1948, 2600; e, em 1952, alcançava 3000 membros, o que
correspondia a mais de metade do clero português. Por intermédio da União,
fundaram-se ligas ou academias missionárias em muitos seminários e incenti-
vou-se, em todos, a existência de cadeiras de missiologia.
É de particular importância o estudo da problemática missionária nas
fileiras da Acção Católica Portuguesa. Já iniciada por Paulo Fontes, esta
investigação põe em relevo a persistência da dicotomia entre missionação
interna e externa. A atitude missionária está inequivocamente no centro da
identidade cristã dum militante da Acção Católica ou não fosse seu objecti-
vo último a cristianização do mundo e a propagação do Reino de Deus.
N o entanto, nem sempre a importância atribuída às missões externas foi a
mesma, no discurso e nas actividades da organização. A orientação parece
oscilar entre dois pólos: por um lado, a identificação da questão missionária
com a presença evangelizadora no ultramar português; por outro lado, no
extremo oposto, uma perspectiva ampla que identificava a missão com a
presença nos meios considerados descristianizados, onde quer que se encon-
trassem93.
Apesar da permanência desta dicotomia, a Acção Católica fez, nos anos
50, um grande esforço no sentido de promover uma reflexão actualizada so-
bre a problemática missionária. De entre as várias iniciativas, contam-se os
Cursos de Deontologia Ultramarina, realizados de 1957 a 1960, em Lisboa,
pela Juventude Universitária Católica do Instituto Superior de Estudos Ultra-
marinos. Em Coimbra, a Liga Académica Missionária, do C A D C , organizou,
em 1959, um Ciclo de Estudos Missionários e Ultramarinos que teve conti-
nuidade, nos anos seguintes. Nesse mesmo ano, as celebrações do 25.0 aniver-
sário da Acção Católica Portuguesa constituíram um novo ponto de partida
em que não se deixou de questionar a forma romântica com que tantas vezes
a realidade missionária ultramarina continuava a ser apresentada. Na mesma
linha, estranhou-se que um país que, nos séculos x v i e XVII, enviara missioná-
rios para todos os continentes, se encontrasse, no século x x , perante a impos-
sibilidade de recrutar o pessoal missionário indispensável para corresponder às
necessidades religiosas dos seus territórios. Face a esta realidade, preconi-
zaram-se as seguintes estratégias de actuação: intensificação do espírito mis-
sionário no interior da Igreja; formação cristã e apostólica dos colonos que
partiam para as províncias ultramarinas; apoio à Igreja missionária, através da

381
V I T A L I D A D E D O C A T O L I C I S M O N O S S É C U L O S XIX E XX

oração, do auxílio material e das vocações, muito especialmente das vocações


leigas; divulgação das possibilidades de acção dos leigos ao serviço da Igreja,
no ultramar; estudo sistemático da vida ultramarina; e, finalmente, o acolhi-
mento, apoio e formação específica dos estudantes ultramarinos que vinham
estudar para a metrópole 94 .
Em 1961, na Semana Nacional de Formação Missionária, esta problemáti-
ca continuou a ser debatida, reconhecendo-se que o cristianismo português
não conseguira acompanhar o ritmo missionário que se observava, havia mais
de vinte anos, a nível europeu. Defendia-se, por isso, a «acção concreta dos
leigos na cristianização do Ultramar», de modo a potencializar os meios so-
ciais, culturais e religiosos já existentes. Em 1962, apresentaram-se propostas
idênticas no Encontro Interdiocesano de Formação Missionária, destinado a
debater o ressurgimento do espírito missionário 110 seio da Acção Católica e
a presença missionária leiga no ultramar português. N o ano seguinte, os mes-
mos temas voltaram a estar em foco na I Semana Nacional da Juventude R u -
ral Católica sobre o Ultramar, convocada «com o fim de dar ao escol da j u -
ventude rural uma consciência mais clara dos problemas ultramarinos,
nomeadamente missionários e levá-lo a assumir as responsabilidades decor-
rentes deles»95.
A animação missionária do país teve também expressão importante atra-
vés da convocação de congressos missionários de âmbito nacional ou diocesa-
no. O I Congresso Missionário Português decorreu em Barcelos, de 1 a 6 de
Setembro de 1931, sendo organizado e promovido pelas dioceses de Braga e
de Vila Real, através de uma comissão executiva sob a responsabilidade do
conde de Vilas Boas. Presidiu aos trabalhos o cardeal Cerejeira, estando as
conferências a cargo de Gustavo do Couto, Joaquim Alves Correia, Eduardo
Lama, Alberto Teixeira de Carvalho, conde de Aurora, Serafim Leite, D o -
mingos Maurício Gomes dos Santos, António Lino Neto e Alberto Pinheiro
Torres, entre outros. Entre as resoluções aprovadas, contava-se a decisão de
incentivar a promoção missionária a todos os níveis, num esforço que, como
nota Pinharanda Gomes, ajudaria à formulação do Acordo Missionário de
194o 96 .
Entre 1934 e 1937, a Obra da Propagação da Fé organizou uma série de

382
A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CATOLICISMO PORTUGUÊS

congressos que se reuniram sucessivamente em Lisboa, Braga, Évora, Porto e Assembleia de sacerdotes e
Coimbra. Em 1945, teve destaque a I Semana das Missões no Império Portu- leigos durante a I Semana
guês, convocada para Lisboa, entre 28 de Janeiro e 3 de Fevereiro. Nos anos Nacional de Estudos
50 e 60, para lá das iniciativas já referidas dos diversos organismos da Acção Missionários (Tomar, 1962).
F O T O : MISSIONÁRIOS
Católica, há a assinalar os Dias de Estudos Missionários, realizados, em Lisboa COMBONIANOS DO CORAÇÃO
e 110 Porto, em 1960. Foram, porém, as Semanas de Estudos Missionários, DE JESUS.
organizadas pela Sociedade Missionária Portuguesa em colaboração com as
Obras Missionárias Pontifícias, que conseguiram maior implantação e dina- <3 Cartaz das Obras
mismo, realizando-se anualmente desde 1962 até 1978. Nas palavras de Pinha- Missionárias Pontifícias para
randa Gomes, constituíram, no país, «a mais sistemática obra de reflexão so- o Dia Mundial das Missões,
bre a sociologia, a prática, a pastoral e a teologia missionárias», tendo presente 24 de Outubro, século xx,
desde o início uma visão da acção missionária já inspirada pelas correntes de anos 70.
pensamento do Concílio Vaticano II. E ainda Pinharanda Gomes quem nos FONTE: OBRAS MISSIONÁRIAS
lembra que as Semanas Missionárias exteriorizam o pensamento missionário PONTIFÍCIAS.
português, pondo em relevo a sua evolução «da perspectiva imperial para a
perspectiva fraternal», permitindo-nos acompanhar o ritmo da pastoral mis-
sionária que, frequentemente, serviu de pretexto à rejeição dos modelos so-
ciopolíticos em vigor. A este propósito, são já de si reveladores os temas de-
batidos nalgumas dessas semanas: «Fé e contestação», em 1970; «Evangelização
e libertação», em 1974; «Igreja, cultura e revolução», em 1975 9 '.
Alguns acontecimentos eclesiais ou nacionais tiveram, nos anos 30 a 50,
especial repercussão na consciencialização missionária do país. Em 1934, reali-
zou-se a Exposição Colonial do Porto, tendo sido dedicado largo espaço às
missões. A 13 de Junho de 1940, por ocasião das celebrações nacionais do du-
plo centenário, o papa Pio X I I dirigiu ao episcopado português a encíclica
Saeculo exeunte octavo em que, depois de evocar o glorioso passado de Portu-
gal, abordava as questões missionárias mais urgentes e pedia a renovação do
zelo evangelizador dos Portugueses. «Quem — perguntava o papa — poderá
olhar com indiferença para os quase dez milhões de almas, que vivem nos
domínios portugueses, e que na sua imensa maioria esperam ainda a luz do
Evangelho?» Diante da escassez de missionários em Atrica, Pio X I I apelava à
animação missionária do país e confiava esse encargo à União Missionária do
Clero, à Sociedade Portuguesa das Missões Católicas Ultramarinas e aos insti-

383
VITALIDADE DO CATOLICISMO NOS SÉCULOS XIX E x x

tutos religiosos «que e m todos os tempos foram e são as oficinas o n d e se f o r -


ma a m a i o r parte dos missionários». O papa recorda o papel da imprensa na
animação missionária, dando a c o n h e c e r os problemas das missões, e subli-
nha, igualmente, a necessidade de ser incrementada a organização anual de
jornadas das v o c a ç õ e s missionárias, «com horas de adoração e sermões a p r o -
priados», nas paróquias, nas escolas e nos seminários. Para lá desta a n i m a ç ã o
missionária interna, P i o X I I sonhava c o m o f o r t a l e c i m e n t o das raízes locais
das circunscrições missionárias, ao escrever: «Mas o N o s s o m a i o r e mais ar-
dente desejo é q u e à imitação da A r q u i d i o c e s e de G o a , o n d e a b u n d a m as v o -
cações sacerdotais e religiosas dentre os naturais da terra, assim t a m b é m as
outras circunscrições eclesiásticas dos d o m í n i o s portugueses, d e s e n v o l v e n d o
g e n e r o s a m e n t e a obra já c o m e ç a d a , possuam dentro e m b r e v e u m e x e m p l a r
clero indígena, e numerosas irmãs, filhas do m e s m o p o v o , e m c u j o m e i o d e -
verão e x e r c e r o seu apostolado.» 9 8
E m 1945, n u m gesto e m q u e r e v e l o u de n o v o a sua afeição a Portugal,
Pio X I I e l e v o u ao cardinalato o arcebispo de L o u r e n ç o M a r q u e s , D . T e o d ó -
sio C l e m e n t e de G o u v e i a , q u e ficou a ser, nessa altura, o ú n i c o m e m b r o d o
c o l é g i o cardinalício p r o v e n i e n t e do c o n t i n e n t e africano. O u t r o a c o n t e c i m e n -
to singular, q u e g e r o u grande entusiasmo e m t o d o o país, foi a c a n o n i z a ç ã o
de São J o ã o de Brito, e m R o m a , a 22 de J u n h o de 1947, acto e m q u e partici-
D. Teodósio Clemente de
Gouveia, bispo de p o u u m a numerosa peregrinação nacional constituída p o r delegações r e p r e -
Moçambique (1936-1941) e sentativas de todos os territórios ultramarinos. Pio X I I não d e i x o u de a p r o -
arcebispo de Lourenço veitar a o p o r t u n i d a d e para incentivar mais uma v e z Portugal, afirmando na
Marques (1941-1962). audiência c o n c e d i d a aos peregrinos portugueses: « Q u e o e x e m p l o do i n v i c t o
F O T O : MISSIONÁRIOS DA apóstolo suscite novas legiões de generosos, prontos a seguir-lhe os passos nas
BOA-NOVA.
sendas d o apostolado! Q u e o ardor do seu zelo infatigável reacenda e m q u a n -
tos se ufanam de católicos e portugueses a n o b r e e m u l a ç ã o , q u e animava os
vossos maiores, para colaborar na "dilatação da Fé n o I m p é r i o " , de m o d o
que, o n d e t r e m u l a m as Q u i n a s , reine p l e n a m e n t e a C r u z de C r i s t o , n e m haja
súbdito de Portugal — qualquer q u e seja a sua c o r e estirpe — q u e não real-

384
A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CATOLICISMO PORTUGUÊS

ce a nobreza daquele nome com a maior nobreza de filho de Deus e da


Igreja.»99
E m 1951, teve largo eco a Exposição de Arte Sacra Missionária, no M o s -
teiro dos Jerónimos, em Lisboa, inaugurada com grande solenidade na pre-
sença do legado do Papa, cardeal Tedeschini, e das mais altas individualida-
des do Estado. N o ano seguinte, foi o quarto centenário da morte de São
Francisco Xavier o acontecimento que centrou as maiores atenções. T e v e
grande impacte a presença, em Lisboa, de 21 a 28 de Outubro, do braço de <] Pagela da peregrinação
portuguesa a R o m a pela
São Francisco Xavier venerado na Igreja do Gesu, em R o m a . A preciosa
canonização de São J o ã o de
relíquia esteve exposta na Igreja de São Domingos, onde se celebrou um Brito, 22 de J u n h o de 1947.
tríduo solene com a colaboração das diversas congregações e associações
FOTO: ARQUIVO CÍRCULO
missionárias. N o dia 27, festa de Cristo R e i , foi levada para a sé e, diante DE LEITORES.
dela, prestaram juramento os dirigentes da Acção Católica, por ocasião da
inauguração do novo ano de actividades. O Governo associou-se às come- <] Capa do catálogo da
morações através da nomeação de uma comissão executiva e a inscrição, no Exposição de Arte Sacra
orçamento geral do Estado, de uma verba de 2500 contos para as despesas a Missionária, 1951, Lisboa
efectuar. (Lisboa, Biblioteca do Palácio
Galveias).
Em Goa, as celebrações foram presididas pelo cardeal Cerejeira, enviado
por Pio X I I como seu legado a latere. N o seu regresso a Lisboa, encerraram- FOTO: ARQUIVO CÍRCULO
DE LEITORES.
-se solenemente as comemorações com um Tc Deum, no dia 19 de Dezem-
bro, na Igreja de São Domingos, a que assistiram o Presidente da República,
Capa de Portugal cm Africa,
o presidente do Conselho, vários membros do Governo e o corpo diplomáti-
revista dos Espiritanos
co acreditado em Portugal 1 " 0 . (Lisboa, Biblioteca Nacional).
C o m o Pio XII tinha referido na encíclica Sacculo exeunte octavo, as publi- FOTO: LAURA GUERREIRO.
cações desempenharam um papel fundamental na divulgação missionária. Os
principais grupos missionários manifestaram consciência clara dessa importân- Capa de Além-Mar, revista dos
cia e deram início a um conjunto apreciável de revistas e jornais, em geral de Conibonianos.
índole informativa e popular e com períodos de vida mais ou menos longos.
FOTO: MISSIONÁRIOS
A Sociedade Missionária Portuguesa está na origem de algumas das publica- C O M B O N I A N O S DO CORAÇÃO
ções mais representativas, quer pela variedade das suas características quer pela DE JESUS.

385
V I T A L I D A D E D O C A T O L I C I S M O N O S S É C U L O S XIX E XX

sua longevidade. N o Seminário de Cucujães, publicou-se, como revista dos


alunos, O Jovem Missionário e surgiu, em 1932, o jornal Cruzada Missionária
cuja publicação se mantém. Destacam-se, contudo, pela sua importância,
duas revistas em curso de publicação: de feição mais informativa e de divul-
gação, a Boa Nova, nascida em 1924 com o nome de O Missionário Católico;
de carácter mais formativo e de reflexão, publica-se desde 1961, a revista
Igreja c Missão, continuação da Volumus, fundada pelos alunos de Cucujães
em 1949. Durante vários anos, Igreja e Missão contou com a colaboração es-
pecialmente incisiva do padre Manuel Trindade, seu director desde 1961 até
1975-
Os Espiritanos mantiveram, de 1921 a 1936, a revista Missões dc Angola e
Congo e publicam actualmente Encontro - Selecções Missionárias, que funda-
ram em 1963, e o jornal Acção Missionária, iniciado em 1940. N o entanto, o
seu contributo mais importante para a imprensa missionária foi o apareci-
mento, em 1944, da segunda série da revista Portugal cm Africa, publicada re-
gularmente até 1973. Além de secções noticiosas e bibliográficas, apresenta-
va importantes artigos de missiologia e de história em que o padre António
Brásio, seu secretário nos primeiros anos, marcava presença quase perma-
nente.
Os Combonianos são outro instituto religioso com presença importante
na imprensa especificamente missionária. Publicam, desde 1956, a revista in-
formativa Além-Mar e, desde 1966, a Audácia, com larga difusão entre os mais
Padre Serafim Leite
novos. Mantêm, ainda, desde 1964, o boletim Família Comboniana.
(1890-1969), da Companhia Os Jesuítas publicaram, entre 1948 e 1969, a revista Missões, dirigida suces-
de Jesus. sivamente pelos padres João Dionísio de Oliveira, Ernesto Domingues e José
FOTO: ARQUIVO C Í R C U L O Primeiro Borges. D e circulação apenas interna mas com notícias frequentes
DE LEITORES. sobre as missões, existiu, de 1926 a 1971, o boletim Ecos da Província dc Portu-
gal. Por seu lado, a Brotéria, fundada em 1902 como revista de ciências natu-
rais mas com uma série de cultura geral desde 1925, dedicou sempre atenção à
temática missionária, especialmente do ponto de vista histórico mas também
na área da missiologia, onde se destacou a colaboração assídua do padre A n -
tónio da Silva.
Os Franciscanos mantêm o jornal Missões Franciscanas, desde 1937, e pu-
blicaram o Boletim Mensal das Missões Franciscanas de 1908 a 1954. Ainda en-
tre os religiosos, registe-se que o Instituto Missionário da Consolata edita
Fátima Missionária, desde 1955, e os Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus
publicam Cooperadores Missionários Dchonianos, desde 1964, e a Voz Missioná-
ria, desde 1974. Em 1933, as Irmãs Missionárias de São Pedro Claver come-
çaram a publicação de O Pretinho, que passou a denominar-se Juventude
Africana em 1958, e saiu com regularidade até 1971. Publicam actualmente
Eco das Missões, também fundado em 1933. Por seu lado, a Obra da Propa-
gação da Fé iniciou, em 1950, a publicação dos Anais das Obras Missionárias
Pontifícias.
Estas referências às publicações missionárias, sem serem exaustivas, reve-
lam-nos uma imprensa sobretudo de carácter popular e informativo onde,
comparativamente, a reflexão teológica e pastoral está menos presente. Abor-
dando um outro nível de caracterização, o padre Manuel Trindade pergunta-
va, em 1973, numa mesa-redonda transcrita na revista Igreja e Missão: «há nes-
te país uma informação objectiva, e que de facto mentalize e esclareça, ou
haverá porventura uma imprensa missionária um pouco folclórica, um pouco
romântica, incapaz de uma verdadeira mentalização missionária?». U m dos
intervenientes, Jorge Bateira, do Serviço Missionário dos Jovens, numa das
respostas mais críticas a esta pergunta, lamentava que alguma imprensa mis-
sionária se mantivesse ligada a um cristianismo que classifica como alienante,
preocupado com a frequência dos sacramentos e com campanhas de assistên-
cia de tipo paternalista mas que fechava os olhos às situações de exploração e
violação dos direitos humanos. E acrescentava - estávamos em 1973 - que
uma imprensa comprometida com o colonialismo atraiçoava o Evangelho.
O então padre António Marcelino, também presente na mesma mesa-
-redonda, sublinhava o predomínio do informativo sobre o formativo e

386
A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO C A T O L I C I S M O PORTUGUÊS

apontava o facto de, e m muitas publicações, a acção missionária da Igreja fi-


car e m s e g u n d o p l a n o , f a c e à p r e o c u p a ç ã o excessiva e m d i v u l g a r as obras
próprias de u m a determinada instituição. « P o r q u e s o m o s pobres, f a z e m o s
muitas coisas», editamos e « p r o p a g a n d e a m o s muitas revistas e publicações» —
a f i r m a v a na sua análise — mas, d u m a maneira geral, a imprensa missionária
n ã o parecia estar a servir a f o r m a ç ã o d u m a mentalidade a u t e n t i c a m e n t e m i s -
sionária nas c o m u n i d a d e s cristãs 1 0 1 .
D a n d o m a i o r o u m e n o r crédito a estas o b s e r v a ç õ e s críticas, é i m p o r t a n t e ,
n o entanto, salientar a l o n g e v i d a d e e regularidade de muitas destas p u b l i c a -
ções, algumas a t i n g i n d o tiragens na o r d e m das dezenas de milhar de e x e m -
plares. R e c o n h e ç a - s e , p o r o u t r o lado, q u e estes j o r n a i s e revistas a d q u i r i r a m
grande i m p o r t â n c i a na p r o m o ç ã o de v o c a ç õ e s missionárias e c o n s e g u i r a m
obter, e m todas as camadas sociais, importantes recursos materiais para as m i s -
sões e suas casas de f o r m a ç ã o .
A i n d a n o c a m p o da e d i ç ã o , n ã o p o d e m o s e s q u e c e r a historiografia das
missões, q u e r n o q u e respeita à p u b l i c a ç ã o de fontes q u e r de m o n o g r a f i a s .
N o s anos 4 0 e 50, c o m e ç a r a m a ser organizadas importantes c o l e c ç õ e s d o c u -
mentais, muitas delas editadas sob o p a t r o c í n i o da A g ê n c i a - G e r a l d o U l t r a - <] Frontispício de
mar. E m 1 9 4 7 , surgiu o p r i m e i r o v o l u m e da Documentação para a história das Documentação para a história das
missões do Padroado Português do Oriente c o m as fontes relativas à índia c o l i g i - missões do Padroado Português
das p e l o padre A n t ó n i o da Silva R e g o . A t é 1958, h a v i a m de ser publicados 1 2
do Oriente, índia, i.° vol.,
Lisboa, 1947.
v o l u m e s c o m d o c u m e n t a ç ã o q u e abarca os anos 1499 a 1582. O s seis v o l u m e s
FOTO: ARQUIVO CÍRCULO
de fontes relativas à Insulíndia f o r a m editados entre 1954 e 1988, c o n t e n d o a DE L E I T O R E S .
d o c u m e n t a ç ã o recolhida p e l o padre A r t u r Basílio de Sá respeitante aos anos
1506 a 1599. Padre Francisco Rodrigues
A o padre A n t ó n i o B r á s i o ficam a d e v e r - s e duas c o l e c ç õ e s f u n d a m e n t a i s (sentado), 1873-1956, jesuíta.
para a história da missionação e m A f r i c a . A Monumenta missionaria africana te- F O T O : A R Q U I V O DA P R O V Í N C I A
v e início e m 1952 e atingiu, e m 1991, nas suas duas séries, a s o m a de 21 v o l u - P O R T U G U E S A DA C O M P A N H I A
m e s c o m d o c u m e n t a ç ã o q u e principia e m 1471 e se p r o l o n g a até 1684. N u m a DE JESUS.

387
V I T A L I D A D E D O C A T O L I C I S M O N O S S É C U L O S XIX E xx

segunda colecção, a Spiritana monumenta histórica — Angola, o padre Brásio


publicou, de 1966 a 1971, cinco volumes com documentos que vão de 1596 a
1967.
N o que respeita ao Brasil, são os trabalhos do padre Serafim Leite que
merecem especial referência: os cinco volumes da Monumenta Brasiliae publi-
cados em R o m a , pelo Instituto Histórico da Companhia de Jesus, de 1956 a
1968, abarcando o período entre 1538 e 1565; e os três volumes das Cartas dos
primeiros jesuítas do Brasil, editados em São Paulo, em 1954.
Dos trabalhos efectuados por não portugueses, o destaque vai para os 18
volumes da Documenta indica do padre Josef Wicki, publicados em R o m a , de
1948 a 1988, pelo Instituto Histórico da Companhia de Jesus, e cuja docu-
mentação vai de 1530 a 1597.
A publicação de fontes foi acompanhada pela elaboração de monografias
de que se poderão destacar duas, provavelmente as mais monumentais, ambas
relativas à Companhia de Jesus: a História da Companhia de Jesus na assistência
de Portugal, do padre Francisco Rodrigues, em sete volumes publicados de
1931 a 1950; e a História da Companhia dc Jesus no Brasil, do padre Serafim Lei-
te, com os seus dez volumes editados entre 1938 e 1950. Fazendo uma simples
enunciação, podemos ainda recordar, entre os investigadores portugueses,
nomes como António Lourenço Farinha, António da Silva, Benjamim Videi-
ra Pires, Fernando Félix Lopes, Francisco Leite de Faria, Henrique Pinto R e -
ma, D. Manuel Nunes Gabriel e Manuel Teixeira, além dos já citados Antó-
nio Brásio e António da Silva R e g o que, contemporaneamente com a
publicação de fontes, nos deixaram um conjunto notável de outros trabalhos.
Entre os estrangeiros a quem a historiografia das missões portuguesas mais fi-
cou a dever, contam-se Charles-Martial de Witte, Dauril Alden, Georg
Schurhammer, Josef Schiite, Juan Ruiz-de-Medina, Léon Bourdon e Robert
Ricard, além do já referido Josef Wicki.
A estes nomes poderíamos acrescentar muitos outros de gerações mais
próximas que têm renovado os estudos de história da missionação e lhes
têm retirado a conotação um pouco apologética de algumas das obras nasci-
das em meados do século xx. U m panorama da historiografia mais recente
está patente nos quatro volumes das actas do Congresso Internacional de
História «Missionação Portuguesa e Encontro de Culturas», realizado, em
Lisboa, em 1992, na Universidade Católica Portuguesa. A o contrário do
passado, predominam nesta nova historiografia os investigadores leigos, sen-
do agora também mais relevante o contributo dos historiadores provenien-
tes do Brasil, dos países africanos de língua oficial portuguesa e das regiões
do Oriente onde a missionação portuguesa esteve presente, com particular
destaque para a índia e para o Japão. U m outro aspecto hoje mais saliente é
o reconhecimento da importância das fontes missionárias, não apenas nos
estudos de história religiosa mas também em outros âmbitos da história das
regiões a que se referem, dando ocasião a estudos interdisciplinares mais di-
versificados.

ASPECTOS DA M E N T A L I D A D E MISSIONÁRIA
N o período que vai praticamente até aos anos 60, o trabalho missionário
está associado, quase unanimemente, à ideia de colonização, numa convergên-
cia entre portuguesismo e cristandade que via a missão evangelizadora da Igreja
como indissociável da acção civilizadora de Portugal. A «dilatação da Fé e do
Império» é o lema que sintetiza o discurso político e eclesial e que, ao mesmo
tempo, expressa um ideal em que o país facilmente se revê. A semelhança do
que já tinha acontecido durante as últimas décadas da monarquia, reconhece-se
a importância das missões católicas pela sua presença estável entre as popula-
ções mas, para além desse interesse estratégico, a evangelização e a acção civi-
lizadora são encaradas como parte integrante das obrigações dos Portugueses
para com Deus, para com a humanidade considerada civilizada e para com os
próprios antepassados. Ainda em 1961, em declaração datada de 13 de Janeiro,
a propósito das comemorações do quarto centenário do Santo Condestável,
os bispos da metrópole, ao evocarem o Acordo Missionário de 1940, não he-

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A DIMENSÃO MISSIONÁRIA D O CATOLICISMO P O R T U G U Ê S

s i t a v a m e m c o n s i d e r á - l o « u m a n o v a i n v e s t i d u r a pela Santa S é da missão c i v i -


lizadora da N a ç ã o P o r t u g u e s a » 1 0 2 .
O s e x e m p l o s desta m e n t a l i d a d e são i n ú m e r o s e de vários sectores. E m
1 9 2 9 , u m a p u b l i c a ç ã o c o m e m o r a t i v a d o e n c o n t r o de missionários realizado
e m C e r n a c h e d o B o n j a r d i m n o a n o a n t e r i o r enaltecia o m o v i m e n t o de r e n o -
v a ç ã o das m i s s õ e s q u e o país p r e s e n c i a v a e c o n s i d e r a v a - o e x p r e s s ã o d o
r e c o n h e c i m e n t o d o seu «alto v a l o r e d u c a t i v o , c i v i l i z a d o r e patriótico». O s
missionários v i a m c o m satisfação q u e P o r t u g a l se mostrasse n o v a m e n t e d i s p o s -
to a p r o t e g e r as missões, «suas c o m p a n h e i r a s inseparáveis de glória», « e l e m e n -
tos s e g u r o s da sua p r o n t a e eficaz reabilitação civilizadora», escolas de religião
e de trabalho e, s i m u l t a n e a m e n t e , transmissoras fiéis d o «mais p u r o e e x t r e m o
patriotismo» q u e c o n s i d e r a o a m o r de D e u s e da Pátria c o m o realidades inse-
paráveis. N e s t a m e s m a p e r s p e c t i v a , os missionários a c r e s c e n t a v a m de seguida:
«não a d m i r a , pois, q u e os i n d í g e n a s , v e n d o - s e p e s s o a l m e n t e instruídos e a p e r -
f e i ç o a d o s e s o c i a l m e n t e livres e respeitados, se m o s t r e m sensíveis aos b e n e f í -
cios r e c e b i d o s e a b e n ç o e m os o b r e i r o s desinteressados da sua f e l i c i d a d e , e n -
v o l v e n d o n o seu c a r i n h o s o r e c o n h e c i m e n t o a Pátria l o n g í n q u a q u e lhos
e n v i o u tão g e n e r o s a m e n t e » . N ã o s u r p r e e n d e , p o r o u t r o lado, a descrição q u e
os padres d e C e r n a c h e f a z e m d o seu l a b o r m u l t i f a c e t a d o : o m i s s i o n á r i o «tão
depressa p e g a n o ritual para administrar u m s a c r a m e n t o , c o m o e m p u n h a a r a -
biça d u m a charrua para ensinar o p r e t o a arar a terra, dirige as escolas p r o f i s -
sionais, substituindo os t é c n i c o s e m diversos o f í c i o s , n ã o se limita a c e l e b r a r
missa e a recitar o b r e v i á r i o , dá escola, faz curativos, c a v a a terra, s e m e i a e
planta, é m é d i c o , é c o n s e l h e i r o e, finalmente, cria súbditos para P o r t u g a l » 1 0 3 .
U m a o u t r a e x p r e s s ã o desta m e n t a l i d a d e , n u m a figura de r e f e r ê n c i a da
Igreja e m P o r t u g a l , e n c o n t r a m o - l a n o cardeal C e r e j e i r a q u e , e m 1 9 4 4 , n o dia
1 4 de A g o s t o , presidiu c o m o l e g a d o p o n t i f í c i o à d e d i c a ç ã o da C a t e d r a l de
L o u r e n ç o Marques. A o referir-se a Pio X I I , que o enviara a M o ç a m b i q u e , o
patriarca de L i s b o a a f i r m o u q u e o papa q u e r i a saudar u m a «terra q u e a D e s -
coberta, a Conquista e a O c u p a ç ã o fizeram portuguesa, e a Colonização e
s o b r e t u d o a A c ç ã o apostólica dos missionários» i a m t o r n a n d o cristã. E p e r - Missa campal em Chicoa,
g u n t a v a , s i g n i f i c a t i v a m e n t e : «E n ã o f o i para f a z e r cristandade q u e P o r t u g a l d i - Moçambique.
latou o I m p é r i o ? » 1 0 4 FOTO: JOÃO CRAVEIRO LOPES.

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V I T A L I D A D E D O C A T O L I C I S M O N O S S É C U L O S XIX E x x

O próprio cardeal Cerejeira, a 2 de Dezembro de 1951, no encerramento


da Exposição de Arte Sacra Missionária, patente no Mosteiro dos Jerónimos,
respondia à pergunta que formulara, poucos anos antes, em Moçambique:
«O significado português de colonizar é este: dilatar Portugal, não tanto geo-
graficamente pela extensão do território, como espiritualmente pela comuni-
cação da sua alma, isto é, pela elevação dos povos à comparticipação dos bens
da sua civilização cristã.»105
A colonização era vista como uma oportunidade de expansão do cristia-
nismo, nomeadamente através dos colonos católicos que partiam da Europa e
que deviam, também eles, ser preparados para agir como agentes missioná-
rios. Nesse sentido, o padre António Brásio achava imperioso, em artigo de
1948, que os portugueses que partiam para África fossem devidamente acom-
panhados por clero próprio, formado especificamente para essa difícil missão.
A não ser assim, temia que os colonos, de quem tanto se esperava como co-
laboradores na evangelização, acabassem apenas por fazer aumentar o número
dos «socialmente deslocados, dos economicamente falhados, dos moralmente
cafrealizados», vindo a erguer sérios obstáculos à «acção missionária junto das
bem dispostas populações indígenas, pela força irresistível do descrédito e do
mau exemplo» 106 .
Padre Silva R e g o (1905-1986). D o lado dos governantes, a perspectiva é semelhante, embora não se dei-
xem de sublinhar algumas notas complementares. Marcelo Caetano, na altura
D> Missão católica: ensino no ministro das Colónias, ao discursar na sessão solene de homenagem a
Lar de São José, Nampula. D. Teodósio Clemente de Gouveia, cardeal-arcebispo de Lourenço Marques,
FOTO: MISSIONÁRIOS DA realizada, em Lisboa, a 17 de Março de 1946, referia a dado passo: «Por obra
BOA-NOVA. de uma cuidadosa acção diplomática, que, sem o prestígio de Portugal rege-
nerado por Salazar não seria possível, eis abertas novas e mais rasgadas pers-
pectivas à ocupação missionária que, se para a Igreja é serviço de Deus, re-
presenta também, quanto ao País, a conquista profunda das almas e dos
corações para a essência espiritual do seu Império.» 107
Anos mais tarde, Adriano Moreira, então subsecretário de Estado da A d -
ministração Ultramarina, falando, a 22 de Outubro de 1960, em Lisboa, no
encerramento dos Dias de Estudos Missionários promovidos pelos institutos
religiosos masculinos e femininos, fazia notar a urgência de incrementar as
vocações missionárias portuguesas porque mais capazes para a expressão do
patriotismo: «O amor da nacionalidade não pode, pela natureza das coisas,
florescer límpido e sem compromissos, senão em quem para sempre tem a
personalidade conformada pelo nascimento no seio do povo a que serve. [...]
Ninguém estranhará que o patriotismo tenha melhor expressão em vocações
nacionais, e que por isso se deve intensificar a colheita de vocações missioná-
rias portuguesas.» 108
Em 1951, ao falar, em Coimbra, no C A D C , o padre António Brásio já
enunciara esta preferência pelos missionários portugueses, mesmo reconhe-
cendo a necessidade de suprir com elementos estrangeiros a falta de clero
nacional. D o missionário esperava-se que atraísse a graça da Redenção —
reconhecia o orador — mas, simultaneamente, era necessário que difundisse
o amor pátrio entre as multidões que viviam à sombra da bandeira portu-
guesa. Era esta importante faceta que levantava incógnitas acerca dos mis-
sionários estrangeiros e não quaisquer dúvidas sobre as suas virtudes, capa-
cidades ou mesmo lealdade para com o país que os acolhia. Por isso —
concluía António Brásio — não deveria causar estranheza a convicção de
que eram os portugueses os mais habilitados para induzir a viver e sentir co-
mo português 109 .
Esta mentalidade missionária, que poderíamos colocar sob o signo da
portugalidade e que vem na continuidade do pensamento que observámos no
século xix, não excluía, contudo, o reconhecimento da importância de certas
formas de adaptação, mesmo se transitórias. A esse propósito, são signifi-
cativas as afirmações do padre António da. Silva R e g o , no estudo intitulado
Alguns problemas sociológico-missionários da Africa Negra, publicado, em Lisboa,
em 1960. Reconhece-se, nessa obra, que os missionários corriam o sério risco
de serem encarados como estrangeiros desadaptados, esperando passivamente

390
A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CATOLICISMO PORTUGUÊS

q u e f o s s e m as p o p u l a ç õ e s a a p r o x i m a r - s e da cultura d o e v a n g e l i z a d o r . S i l v a
R e g o a d m i t e q u e o m i s s i o n á r i o terá s e m p r e m u i t a d i f i c u l d a d e e m d e s p i r - s e
p o r c o m p l e t o da sua p e r s o n a l i d a d e e u r o p e i a . M e s m o n ã o q u e r e n d o ser trans-
m i s s o r de cultura o c i d e n t a l , é s e m p r e v e í c u l o de cultura cristã q u e , p o r sua
v e z , n ã o p o d e escapar à o c i d e n t a l i z a ç ã o q u e a história l h e i m p r i m i u . C o n t u -
d o , o m i s s i o n á r i o « p o d e c e d e r , deseja c e d e r , estorça-se p o r c e d e r , p o r se f a z e r
t u d o para todos», m e s m o q u a n d o é o a f r i c a n o a sentir a atracção da c u l t u r a
o c i d e n t a l , d e i x a n d o - s e fascinar, s o b r e t u d o , pela sua v e r t e n t e t é c n i c a " " .
A adaptação admitida pelo padre Silva R e g o tem, por vezes, u m a d i m e n -
são c l a r a m e n t e c o n d i c i o n a d a e a p r a z o . A c e i t a , p o r e x e m p l o , q u e os c o m p o -
sitores de m ú s i c a litúrgica se d e i x e m inspirar pela m ú s i c a a f r i c a n a e até i n t e -
g r e m os seus i n s t r u m e n t o s tradicionais mas, de i m e d i a t o , acrescenta: « L o g o
q u e o i n d í g e n a o l h e , p r i m e i r o c o m a g r a d o , d e p o i s c o m i n d i f e r e n ç a e, final-
m e n t e , c o m a l g u m d e s p r e z o , para o seu tantã, a fim de a p r e c i a r a m ú s i c a de
i n s p i r a ç ã o e u r o p e i a , cessará c e r t a m e n t e a q u e l e e s t o r ç o de a d a p t a ç ã o . » " 1
C o m o c r i t é r i o geral, S i l v a R e g o n ã o d e i x a de l e m b r a r q u e a Igreja é c a -
tólica, apostólica e r o m a n a e, s o b r e t u d o , u n a , p e l o q u e a d i v e r s i d a d e d e v i a
m a n i f e s t a r - s e s e m p r e d e n t r o da u n i d a d e . E i m p o r t a n t e , c o n t u d o , salientar
q u e v ê a a d a p t a ç ã o , n ã o c o m o u m f e n ó m e n o de ascensão o u d e s c e n s ã o , m a s
c o m o u m e n c o n t r o . S e o m i s s i o n á r i o se limitasse a u m m o v i m e n t o tido c o -
m o d e s c e n d e n t e , a p r ó p r i a a d a p t a ç ã o acabaria p o r ser desprezada e r e n e g a d a ,
p r e c i s a m e n t e p o r a q u e l e s q u e tinha c o m o destinatários. P o r isso — d e f e n d i a
Silva R e g o — a Igreja n ã o tinha de adaptar-se à q u i l o q u e os p r ó p r i o s p o v o s ,
na sua e v o l u ç ã o , v ê m a rejeitar. T i n h a , sim, de i d e n t i f i c a r e adaptar-se à q u e -
les v a l o r e s culturais q u e p e r m a n e c e m p o r q u e f a z e m parte d o p a t r i m ó n i o da
própria h u m a n i d a d e " 2 .
N o s anos 6 o , assistimos à crise d o c o n c e i t o de missão sob o s i g n o da p o r -
t u g a l i d a d e , q u e r d e v i d o a o i m p a c t e da r e n o v a ç ã o o p e r a d a p e l o C o n c í l i o V a -
t i c a n o II, q u e r d e v i d o às circunstâncias v i v i d a s p e l o país: o c o n c í l i o v e i o r e -
c o r d a r q u e a m i s s ã o radica, e m p r i m e i r o lugar, na p r ó p r i a natureza da Igreja
e n v i a d a p o r C r i s t o e, s i m u l t a n e a m e n t e , abriu o c a m i n h o a e x p e r i ê n c i a s m a i s
ousadas d e i n c u l t u r a ç ã o ; o país, p o r seu l a d o , v i u - s e c o n f r o n t a d o c o m o e c l o -

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V I T A L I D A D E D O C A T O L I C I S M O N O S S É C U L O S XIX E XX

dir das guerras de independência nos territórios ultramarinos, situação que


veio provocar roturas progressivamente mais graves relativamente ao sentido
da presença de Portugal em Africa.
Posta em causa a mística da «dilatação da Fé e do Império», muitos católi-
cos mostraram-se sensíveis às questões da autodeterminação dos povos, o que
não podia deixar de ter consequências no modo de perspectivar a actividade
missionária. Simplificando, poderíamos dizer que, nos anos 6o e 70, se passa
duma concepção de missão sob o signo da portugalidade para uma concepção
sob o signo da eclesialidade, em que a responsabilidade missionária surge da
compreensão que a Igreja tem de si mesma e da sua universalidade. Note-se,
contudo, que as duas concepções coexistem e interpenetram-se ao longo do
tempo.
Os primeiros sinais de crise e de rotura nas concepções mais tradicionais
da missionação têm raízes ainda nos anos 50. A nível político, com as altera-
ções introduzidas na Constituição Portuguesa, em 1951, as «colónias» passaram
a ser designadas por «províncias ultramarinas», o que não deixava de ser uma
resposta à mentalidade anticolonialista que se ia impondo na política interna-
cional. C o m o consequência, a ideia de «império colonial» deu lugar à con-
cepção de «nação portuguesa multi-racial e pluricontinental». Na vertente
Revista Igreja e missão, da eclesial, são já desta época os primeiros alertas para a fragilidade do catolicis-
Sociedade Missionária mo português manifestada, por exemplo, no «amortecimento do espírito mis-
Portuguesa (Missionários sionário», como escrevia o então padre Manuel Falcão, em 1954, no Boletim
da B o a - N o v a ) . Lisboa,
Biblioteca Nacional.
Oficial da Acção Católica Portuguesa, justificando o seu diagnóstico com o facto
de Portugal ser, entre os países católicos com territórios ultramarinos, aquele
FOTO: LAURA GUERREIRO. que tinha menos missionários em termos absolutos e relativos, apesar de as
missões portuguesas serem as que recebiam mais apoios do Estado 1 1 3 .
Em 1957, na encíclica Fidei donum, o papa Pio X I I lançou um apelo vee-
mente a todo o mundo católico em favor da Igreja em Africa, confessando a
sua ansiedade sobre a sorte do cristianismo naquele continente e pedindo que
todos se sentissem obrigados a ajudar mais eficazmente essas novas igrejas, pe-
la oração, pelos contributos materiais e pelas vocações missionárias. A urgên-
cia das palavras do papa obrigou os católicos, em Portugal, a aprofundarem o
exame de consciência sobre a situação missionária portuguesa. Nesse sentido,
numa entrevista de 1959 ao Boletim de Informação Pastoral, D. Teodósio Cle-
mente de Gouveia afirmou, sem equívocos, que considerava doente «a alma
de Portugal missionário». A gravidade deste diagnóstico e o apelo papal não
deixaram de provocar uma reacção salutar em que a Acção Católica Portu-
guesa marcou presença, promovendo, em todas as dioceses portuguesas, entre
15 e 22 de Janeiro de 1961, semanas de formação missionária sob o lema «para
o ressurgimento do sentido missionário» 114 .
N a opinião do padre Manuel Trindade, a encíclica Fidei donum encon-
trou em Portugal, principalmente na Acção Católica e no laicado em geral,
um terreno preparado onde podia frutificar abundantemente. Muito mais do
que acontecera com a encíclica Saeculo exeuntc octavo, de 1940, notou-se, em
1957, que a mudança de mentalidade entretanto registada tinha favorecido a
grande receptividade com que as palavras do pontífice foram escutadas, prin-
cipalmente nos organismos universitários da Acção Católica. Essa nova men-
talidade significava uma maior disponibilidade para assentar em bases teológi-
cas sólidas a consciência missionária do país: em vez de apelar para a vocação
histórica de Portugal como país cristão e evangelizador, as responsabilidades
missionárias tinham de ser encaradas, prioritariamente, como uma obrigação
que radicava na própria condição de cristãos que tinham recebido no baptis-
mo o dever de ser apóstolos. C o m o escrevia, em 1961, o padre Manuel Trin-
dade, «o verdadeiro fundamento das nossas responsabilidades, as razões pro-
fundas do nosso dever, estão no nosso carácter de cristãos e não no facto de
sermos portugueses». Por isso, era necessário fortalecer uma consciência mis-
sionária que pudesse sobrepor-se às circunstâncias e fosse capaz de perdurar
activamente, em quaisquer condicionalismos, mesmo os que a eclosão da
guerra em África então fazia prever 1 1 5 .
O II Concílio do Vaticano veio reforçar as bases teológicas da missiona-

392
A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CATOLICISMO PORTUGUÊS

ção, levando a uma identificação mais clara e exigente entre Igreja e missão.
Nesse contexto, uma mentalidade missionária que estivesse ainda associada a
um certo paternalismo ou relação de superioridade tinha de dar lugar a uma
visão eclesial em que todos se tornavam, simultaneamente, agentes e destina-
tários da missão. O risco desta nova abordagem, quando mal entendida, esta-
va na diluição de responsabilidades e no imobilismo a que poderia conduzir o
facto de todas as igrejas passarem a considerar-se unilateralmente «terras de
missão», esquecendo a dimensão de anúncio a que também estavam obriga-
das.
Perante o perigo do comodismo ou do indiferentismo, não deixaram de
surgir, nos anos 70, vozes de alerta. O padre António da Silva, em artigo
de 1970 publicado na Brotéria, lembrava um pressuposto anterior a qualquer
discussão sobre conceitos de missão: «a existência de vastos espaços culturais
ainda não provocados a exprimir-se cristãmente e a função provocadora da
Igreja de Cristo enviada pelo Pai e movida pelo Espírito» 116 . N o mesmo sen-
tido, foram vários os alertas lançados pelo padre Manuel Trindade na revista
Igreja e Missão. Embora consciente de que também Portugal precisava de ser
destinatário da missionação, perguntava: «Como vai a Igreja em Portugal vi- Revista Fátima Missionária, dos
Missionários da Consolata.
ver a sua missão? Fechando-se sobre si mesma, a pretexto de que é, também
ela, terra de missão? Ou antes abrindo-se generosamente, numa intercomu-
nhão constante de dar e receber, em pessoas, em ideias, em movimentos, em
sugestões, em recursos materiais, em contínuo pôr-em-questão duma vida
cristã que jamais terá o direito de se pensar acabada e perfeita?» 117 A necessi-
dade destes alertas era sinal evidente da crise de fé e consequente seculariza-
ção do mundo ocidental em que Portugal se enquadrava. Diminuindo a força
das convicções religiosas, reduzindo-se o número das vocações e aumentando
as necessidades de missionação dentro das próprias sociedades ocidentais, a
tentação era de relegar para segundo plano a atenção às igrejas mais jovens
e ao mundo não cristão.
Não estava ainda encontrada resposta cabal para estas contradições e in-
terrogações quando a Revolução de 25 de Abril de 1974 e o consequente
acesso à independência dos territórios ultramarinos portugueses obrigaram à
reformulação, em termos completamente novos, da actividade missionária da
Igreja portuguesa.

A I N D E P E N D Ê N C I A DO A N T I G O U L T R A M A R P O R T U G U Ê S prOVOCOU U m a crise A missionação


em que a desorientação face às novas circunstâncias terá diminuído a motiva-
ção de muitos missionários. Alguns terão sido levados a pensar que, encerra- pós-colonização
do o ciclo do Império, terminavam também as obrigações da missionação.
Outros, porém, logo em 1974, não deixaram de traçar novas directrizes, lem-
brando que era necessário desmistificar as ideologias que faziam coincidir as
missões com a vertente espiritual e cultural do colonialismo ocidental. Nesse
sentido, era necessário começar uma nova forma de missão, mais livre e des-
comprometida, em que se deixavam de lado os pseudofundamentos da activi-
dade missionária 118 .
É exemplo peculiar deste espírito o documento aprovado pela 3.'' Assem-
bleia Geral da Sociedade Missionária Portuguesa, reunida em Valadares, nos
meses de Julho e Agosto de 1974. Congratulando-se com o fim próximo da
guerra e o pleno acesso das populações à independência política, o documen-
to pretendia relançar a missionação numa perspectiva de serviço desinteressa-
do aos povos africanos que festejavam a sua maioridade política, afirmando a
intenção de participar no seu entusiasmo mas também nas suas fraquezas e in-
seguranças.
Avaliando o passado, os missionários reconhecem que não podiam deixar
de aparecer como aliados dum «sistema colonial que explicitamente os en-
quadrava e apoiava», mesmo se procuravam manter-se independentes e não
deixavam de exercer a sua função de denúncia evangélica. Em relação ao fu-
turo, a Sociedade Missionária afirmava-se disposta a continuar a sua acção,
agora sem a protecção dum «sistema prestigioso e opulento», sem o apoio de
subsídios regulares e colocando-se inteiramente ao serviço da Boa Nova e das

393
V I T A L I D A D E D O C A T O L I C I S M O N O S S É C U L O S XIX E X X

X I V Semana Missionária tarefas de promoção e desenvolvimento que, segundo os interesses dos povos,
Nacional, 26 a 30 de Agosto fossem julgadas prioritárias 119 .
de 1996, Casa de Nossa O decorrer dos acontecimentos mostrou que o serviço desinteressado
Senhora do Carmo, Fátima.
referido pelo documento da Sociedade Missionária Portuguesa acabou por
FOTO: REVISTA BOA-NOVA.
revelar-se muito mais exigente do que se podia prever em 1974. Na realida-
de, o processo de descolonização, principalmente em Angola e em Moçam-
bique, veio abalar profundamente a missionação, provocando perseguições, a
morte de alguns missionários, a destruição e ocupação de muitas estruturas
materiais da Igreja e o regresso à Europa de grande número de sacerdotes, de
religiosos e de religiosas. Os muitos que permaneceram enfrentaram a guerra
e a violência gratuita e acompanharam a insegurança e a deslocação forçada
das populações. A o mesmo tempo, puderam testemunhar a vitalidade das co-
munidades cristãs que, na provação e no isolamento, souberam demonstrar as
raízes profundas da sua fé.
Superados os tempos mais difíceis, abertas algumas perspectivas de paz e
normalizadas as relações Estado-Igreja, criaram-se, em África, nos anos 90,
condições mais propícias para um relançamento da missionação. Também em
Portugal, a partir cie 1982, a própria animação missionária retomou fôlego,
passando a realizar-se anualmente, em Fátima, a Semana Missionária Nacio-
nal, promovida em conjunto pela Comissão Episcopal das Missões, pelas
Obras Missionárias Pontifícias e pelas federações dos institutos religiosos.
À consolidação e crescimento deste novo dinamismo apelou o papa João

394
A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CATOLICISMO PORTUGUÊS

Paulo II, na sua viagem a Portugal, em 1991, ao convocar os cristãos portu-


gueses para a missão, afirmando, logo após a chegada: «Um dia, Portugal foi
púlpito da Boa Nova de Jesus Cristo para o mundo, levada para longe em
frágeis caravelas por arautos impelidos pelo sopro do Espírito. Hoje venho
aqui para, da mesma tribuna, convocar todo o Povo de Deus ã evangelização
do mundo, tanto no sentido de se conformarem cada vez mais com o Senhor
aqueles que já O conhecem, como também de levarem o Primeiro Anúncio
às multidões inumeráveis de homens e mulheres que ainda desconhecem a
salvação de Cristo.» 120 N o mesmo sentido, na missa celebrada 110 Estádio do
Restelo, o papa, depois de recordar João de Brito, Francisco Xavier, Inácio
de Azevedo e companheiros, José de Anchieta, Gonçalo da Silveira, Manuel
da Nóbrega e António Vieira, concluiu a sua homilia, exortando: «Peço que
tenhais a mesma audácia que moveu os missionários do passado, a mesma dis-
ponibilidade para escutar a Voz do Espírito.» 121
Este apelo tem sido escutado pelos institutos religiosos mas também, du-
ma maneira particularmente inovadora, por grupos de leigos, maioritaria-
mente constituídos por jovens, que têm promovido a fundação de movimen-
tos de acção missionária e de apoio ao desenvolvimento. Recordem-se, a este
propósito, iniciativas como o Movimento ao Serviço da Vida, os Leigos para
o Desenvolvimento, os Jovens Missionários da Consolata, o G A S — Africa,
os Jovens sem Fronteiras ou a A S U L — Acção Social da Universidade Lusía-
da, entre outros grupos, que constituíram, em 1995, a Associação «A Missão».
Situam-se na mesma linha os Leigos Missionários Portugueses, um projecto
proposto na IV Semana Missionária Nacional, reunida em Fátima, de 23 a 27
de Setembro de 1985, para aprofundar o tema «Leigos e Missão». Entre as
conclusões, registava-se a seguinte proposta: «Que a Comissão Episcopal de
Missões, as Obras Missionárias Pontifícias, os Institutos Missionários e o Se- Cartaz do I Encontro de
cretariado Nacional do Apostolado dos Leigos enfrentem em conjunto e es- Coros Africanos, 1 de Abril
treita colaboração a criação de um movimento de Leigos Missionários em de 1995, organizado pela
Portugal, que proporcione a preparação, o envio e o apoio daqueles leigos Associação Regresso das
que desejem consagrar-se como tais à actividade missionária em países do Caravelas, no Auditório
Cardeal Medeiros (Lisboa,
Terceiro Mundo.» 1 2 2 Universidade Católica).

395
V I T A L I D A D E DO C A T O L I C I S M O NOS SÉCULOS XIX E x x

O l h a n d o para e s t e c o n j u n t o d e i n i c i a t i v a s , p o d e r - s e - á d i z e r q u e , t e r m i n a -
do o ciclo d o I m p é r i o , a missão renasceu mais livre de c o m p r o m i s s o s políti-
cos, mais desinteressada e mais universal. J á n ã o para dilatar a F é e o I m p é r i o
m a s s i m p l e s m e n t e p a r a q u e a I g r e j a c r e s ç a na d i m e n s ã o u n i v e r s a l q u e m u i t a s
gerações de portugueses ajudaram a concretizar.

NOTAS
1 ALMEIDA - História, vol. 3, p. 193.
2 Ibidem, p. 194.
3 MATTOSO - História, vol. 5, p. 282.
4 ALMEIDA — História, vol. 3, p. 198.
5 MATTOSO - História, vol. 5, p. 282.
6 BRAZÃO - Colecção, p. 156-169.
7 MATTOSO, vol. 5, p. 282.
8 Ibidem, p. 282.
9
NOVA collecção, p. 148-152.
1 0 ALMEIDA - História, vol. 3, p. 201.
11 MATTOSO - História, vol. 5, p. 283.
1 2 ROONEY - As missões, p. 25 ss.
13 Ibidem, p. 30.
14 Ibidem, p. 67-69.
15 Ibidem, p. 71 ss.
1 6 CORREIA - O método, p. 78.
17 AZEVEDO - Estudo, p. 19-33.
18 Ibidem, p. 32-35.
19 Ibidem, p. 18.
20
BOLKTIM da Sociedade de Geografia de Lisboa, 1881, p. 597 ss; ALMEIDA - História, vol. 3, p. 218.
2 1 CORREIA - O método, p. 86.
22
A REFORMA, p. 4.
2 3 ALMEIDA - História, vol. 3, p. 218 ss.
2 4 CORREIA - O método, p. 90 ss.
2 3 BRAZÃO - Colecção, p. 170-187.
2,1 MATTOSO - História, vol. 5, p. 283.
27 Ibidem, p. 283.
2 8 ALMEIDA - História, vol. 3, p. 185.
29 Ibidem, p. 193.
3 0 CORREIA - A dilatação, p. 53; ALMEIDA - História, vol. 3, p. 209 ss; AFONSO - A Sociedade,
p. 305 ss.
3 1A F O N S O - A Sociedade, p. 307.
3 2 OLIVEIRA - História, p. 242.
33
ANAES, n . " I.
3 4 REGO - Curso, p. 173.
3 3 CORREIA — O método, p. 98.
36 Ibidem, p. 80-83.
3 7 AZEVEDO - Estudo, p. 53.
3 8 ALMEIDA - História, vol. 3, p. 219.
3 9 CORREIA - A dilatação, p. 54.
411 ALMEIDA - História, vol. 3, p. 219.
4 1 CORREIA - O método, p. ioi; PORTUGAL em Africa, 1901, p. 543.
4 2 C L E M E N T E - Iniciativas, p. 57.
43 Ibidem, p. 59.
44 Ibidem, p. 59.
43 Ibidem, p. 63 ss.
4(1 Ibidem, p. 65.
47 Ibidem, p. 66.
4 8 R E G O - Centenário, p. 68.
4 9 ALMEIDA - História, vol. 3, p. 217.
50 Ibidem, p. 217; CORREIA - O método, p. 81 ss.
5 1 ALMEIDA - História, vol. 3, p. 217 ss.
52 Ibidem, p. 218.
5 3 Q U E R I O L - As missões, p. 18-30.
5 4 S A N T O S - Missões, P . 84 ss.
5 5 REGO - Curso, p. 311; CORREIA - O método, p. 108.
REGO - Centenário, p. 172; CORREIA - O método, p. 73.
3 7 P R U D H O M M F . - Problématiques, p. 152.
3 8 CORREIA - O método, p. 402.
59 Ibidem, p. 84.
60 Chronica, 1904, p. 142 ss.
'''JESUS - As missões, p. 1.
6 2 Chronica, 1905, p. 511.
6 3 LEITE - As missões, p. 139; CORREIA - A dilatação, p. 67.

396
A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CATOLICISMO PORTUGUÊS

64
OLIVEIRA - Lei da Separação, p. no.
65
REGO - O Padroado, p . 35 ss.
6<l
Ibidem, p. 36 ss.
67
O L I V E I R A — Lei da Separação, p. 1 8 1 ss.
68
MISSÕES religiosas, p. 83.
69
LEITE - A s m i s s õ e s , p . 1 4 1 ss.; N O G U E I R A - O E s t a d o , p . 2 1 2 ss.; C O R R E I A - A dilatação,
P- 75-79-
70
CONSTITUIÇÃO, p. 53, 59.
71
BRAZÃO — Colecção, p. 203-210.
72
Ibidem, p. 211-217.
73
Ibidem, p. 239-257.
74
BRÁSIO - Pio XII, p. 358.
75
EXPOSIÇÃO de Arte Sacra, p. 49.
lh
Ibidem, p. 48.
77
OLIVEIRA - História, p. 268.
78
EXPOSIÇÃO de Arte Sacra, p. 56.
79
REGO - Curso, p . 6 0 3 ss.
80
Ibidem, p. 606-619.
81
BORGES - Concordatas, p. 128-131; REGO - Curso, p. 167.
82
TRINDADE - E cm Portugal?, p. 308.
83
Ibidem, p. 309; ORDENS religiosas, p. 108 ss.
84
MISSÕES religiosas, p. 56.
85
TRINDADE - E cm Portugal?, p . 3 0 9 ss.
86
ORDENS religiosas, p. 131 ss., 151 ss., 172 ss.
87
SILVA - A actualidade, p. 273.
88
REGO - Alguns problemas, p. 45.
89
MISSÕES de Angola, 1966, p. 4 ss.
9,1
LIVRO de actas da equipa de apoio ao Movimento Afris.
91
SEMANA Universitária, I, p . 60.
92
SILVA - A actualidade, p. 275.
93
FONTES - A Acção, p. 413-450.
94
Ibidem, p. 427.
95
Ibidem, p. 431.
GOMES - Os congressos, p. 69.
97
Ibidem, p. 145.
98
IGREJA CATÓLICA. Pio X I I - Carta encíclica «Saeciilo...», p. 71-78.
99
EXPOSIÇÃO de Arte Sacra, p. 64.
11,(1
PANORAMA, p. 2 4 , 1 8 6 , 3 8 6 ; N O T Í C I A S , p . 85 ss, 92.
101
PAR.4 UMA IGREJA, p . 533 ss.
102
FONTES - A Acção, p . 4 1 7 ss.
103
MISSÕES religiosas, p. 19-23, 45.
104
FONTES - A Acção, p . 4 1 8 ss.
105
Ibidem, p. 422.
106
BRÁSIO - História, p. 701.
1117
CAETANO - A alma, p. 134.
108
MOREIRA - A actualidade, p. 536.
109
Semana Universitária, I, p. 94.
""REGO - Alguns problemas, p. 16 ss.
111
Ibidem, p. 76.
" 2 Ibidem, p. 79.
113
FONTES - A Acção, p . 4 2 4 ss.
114
Ibidem, p. 426, 430.
1,5
TRINDADE - Quatro anos, p. 216 ss.
116
SILVA - A missiologia, p. 134.
1,7
TRINDADE - Portugal pais de missão, p. 473 ss.
118
T R I N D A D E — Evangelho, p. 472.
9
" PARA UM COMPROMISSO, p . 5 1 6 ss.
120
IGREJA CATÓLICA. JOÃO PAULO II - Discurso, p. 198.
121
IGREJA CATÓLICA, JOÃO PAULO II - Homilia, p. 200.
122
SÍNTESE FINAL, p. 83.

397
PLURALIDADE
RELIGIOSA
Correntes cristãs e não-cristãs
no universo religioso português
Condicionantes na configuração do campo
religioso português
Luís Aguiar Santos
INTRODUÇÃO: UMA UTENSILAGEM
CONCEPTUAL PARA ANÁLISE DO FENÓMENO
RELIGIOSO
A PROBLEMÁTICA DA PLURALIDADE RELIGIOSA na h i s t ó r i a c o n t e m p o r â n e a Objecto de estudo
p o r t u g u e s a é o o b j e c t o d e e s t u d o desta p a r t e .
A a u s ê n c i a o u d e b i l i d a d e p a t e n t e dessa p l u r a l i d a d e n ã o p o d e r e m e t e r a
h i s t o r i o g r a f i a a o s i l ê n c i o s o b r e esta t e m á t i c a , antes d e v e c o n v i d á - l a a d e b r u -
ç a r - s e s o b r e as suas causas, t a n t o m a i s q u e nestas r a d i c a r ã o c e r t a m e n t e c o n d i -
c i o n a l i s m o s d e g r a n d e i m p o r t â n c i a para a r e f l e x ã o h i s t ó r i c a e m g e r a l . P a r a
tanto, a l é m de historiar o a p a r e c i m e n t o e d e s e n v o l v i m e n t o dos próprios f e -
n ó m e n o s m i n o r i t á r i o s q u e f o r a m , d e finais d o s é c u l o x v i n a finais d o s é -
c u l o XX, a l t e r a n d o a p r ó p r i a c o n f i g u r a ç ã o r e l i g i o s a da s o c i e d a d e p o r t u g u e s a ,
i m p o r t a p r o b l e m a t i z a r o q u e d e v e ser e n t e n d i d o c o m o i n t e g r a n t e da c a t e g o -
ria d o «religioso» — isto p o r q u e a h i s t o r i o g r a f i a d e v e e v i t a r a s i t u a ç ã o , q u e
muitas vezes o c o r r e p o r m e r a «distracção m e t o d o l ó g i c a » , de limitar-se a r e -
p r o d u z i r as c o n c e p ç õ e s d o «religioso» v e i c u l a d a s p e l o s i n d i v í d u o s , g r u p o s e
é p o c a s q u e são o s e u o b j e c t o d e e s t u d o .
P a r a , n e s t e â m b i t o , se e n t e n d e r as e s c o l h a s d o s i n d i v í d u o s d e n t r o das
c o n d i ç õ e s d o c a m p o h i s t ó r i c o d e f i n i d o , é n e c e s s á r i o estar-se m u n i d o d e u m a
teoria explicativa d o c o m p o r t a m e n t o religioso dos indivíduos. E p o n t o de
partida neste estudo a asserção de q u e a atitude d o h o m e m perante a realida-
de é religiosa e q u e , de u m a perspectiva antropológica, o h o m e m é u n i v e r -
s a l m e n t e i n t e g r a n t e da c a t e g o r i a homo religiosus\ Nessa categoria não cabem
a p e n a s as e x p e r i ê n c i a s p r ó p r i a s das r e l i g i õ e s m o n o t e í s t a s m a s t o d a a g a m a d e
e x p e r i ê n c i a s h u m a n a s d o r e l i g i o s o , q u e i n t e n t a m l i g a r o u religar (daí o v o c á -
b u l o religião) a c i r c u n s t â n c i a d e cada p e s s o a a u m a d i m e n s ã o q u e t r a n s c e n d e o
r e a l c o n h e c i d o , u m a d i m e n s ã o d e coisas o u e s t a d o s q u e se e s p e r a m , q u e se
p r e t e n d e a l c a n ç a r e q u e é , p o r isso, u m a d i m e n s ã o d e expectativas. Estas e x p r i -
m e m - s e n u m a l i n g u a g e m própria, a dos símbolos, associados a e m o ç õ e s
t r a n s m i t i d a s c u l t u r a l m e n t e e assimiladas, v i v i d a s e t r a n s f o r m a d a s p o r c a d a p e s -
soa e n q u a n t o a g e n t e r e l i g i o s o .

A UNIVERSALIDADE DA EXPERIÊNCIA DO RELIGIOSO d e r i v a d e a p s i q u e n ã o O fenómeno religioso


se r e l a c i o n a r n e m r e f l e c t i r s o b r e a r e a l i d a d e a p e n a s n u m a b a s e b i o l ó g i c a , m e -
r a m e n t e sensorial e de r e f l e x o s c o n d i c i o n a d o s , mas t a m b é m através de r e f e -
r e n t e s e m o c i o n a i s , c u l t u r a i s e s i m b ó l i c o s q u e se p r o j e c t a m n u m a d i m e n s ã o <] Estátua do doutor Sousa
Martins, Lisboa. U m santo para
« s o b r e n a t u r a l » d e expectativas — e estas l e v a m a p e s s o a a r e e q u a c i o n a r a c o m -
a religiosidade urbana
p r e e n s ã o da sua c i r c u n s t â n c i a , b e m c o m o a sua a t i t u d e p e r a n t e a r e a l i d a d e . contemporânea ou a forma
A s t e n t a t i v a s o u f o r m a s d e l i g a ç ã o a essa d i m e n s ã o f a z e m - s e p o r experiên- c o m o o religioso irrompe onde
cia r e l i g i o s a , e s p o n t â n e a , r e c e b i d a o u a p r e n d i d a ; e a i n d a , i n d i v i d u a l m e n t e o u quer que se exprimam as
e m g r u p o , c o m o u s e m m e d i a ç ã o d e o u t r e m . A experiência r e l i g i o s a p o d e ser expectativas humanas.
A necessidade de intermediários
u m a s e n s a ç ã o ( d e r i v a d a d e u m a c a n ç ã o , d e u m e n c o n t r o e s p o r á d i c o , da
c o m o sobrenatural continua a
o b s e r v a ç ã o d e a l g o a q u e se dá u m s e n t i d o ) , u m a a d e s ã o a u m d i s c u r s o s i m - projectar-se e m homens reais
b ó l i c o (escrito, falado, etc.), o u u m a criação ( q u a n d o o agente religioso r e - c o m fama de dons
f o r m u l a a l i n g u a g e m s i m b ó l i c a ) — e estas três f o r m a s p o d e m a r t i c u l a r - s e . extraordinários.
A e m e r g ê n c i a de formas padronizadas (ou m e s m o codificadas) de ligação à F O T O : JOSÉ M A N U E L
d i m e n s ã o « s o b r e n a t u r a l » o r i g i n a expressões r e l i g i o s a s q u e são p r o p o s t a s às p e s - OLIVEIRA/ARQUIVO C Í R C U L O
soas p a r a q u e estas as a d o p t e m c o m o vivência r e l i g i o s a r e g u l a r . A r e p r o d u ç ã o DE LEITORES.

401
PLURALIDADE RELIGIOSA

desta vivência p o r várias pessoas a partir d e u m a d e t e r m i n a d a expressão c o n d u z


à f o r m a ç ã o de u m a rede religiosa que, se passa a controlar a inclusão o u e x -
clusão de pessoas, se torna u m grupo religioso — e o grupo torna-se Igreja se
e n t e n d e r as c o n d i ç õ e s da sua u n i d a d e c o m o revestidas de carácter «sobrena-
tural».
O r a , q u a n d o as expressões religiosas são exclusivistas ( c o m o são original-
m e n t e as de tradição judaico-cristã-islâmica), r e q u e r e m u m grande investi-
m e n t o dos crentes, p o r estes p e r c e p c i o n a d o c o m o tanto mais arriscado q u a n -
to n ã o e n t e n d a m as respectivas expectativas fora d o imediatismo das lógicas
sacrifício/recompensa ou d á d i v a / r e c o m p e n s a ; mas as expressões exclusivistas
são t a m b é m as capazes de realizar adesões totais dos indivíduos. Esta atitude
religiosa é p o u c o c o m u m , p r e f e r i n d o a generalidade das pessoas diversificar
os seus investimentos e expectativas, pelo q u e as expressões mais representativas
n u m e r i c a m e n t e c o n t e m p o r i z a m e m geral (ou, pelo menos, m u i t o s dos seus
m e m b r o s ) c o m outros investimentos e expectativas — realizando s o b r e t u d o a d e -
sões parciais. Este facto explica o sucesso constante das formas inorgânicas de
religiosidade e dos esquemas sincréticos. As expectativas e a sua gestão pelo i n -
divíduo são f e n ó m e n o s intrinsecamente religiosos, q u e p o d e m , p o r e x e m p l o ,
resolver-se n u m activismo de cariz «político», n ã o d e i x a n d o p o r isso de p e r -
tencer ao universo da c o m p r e e n s ã o simbólica da realidade e à forma c o m o
esta impele os agentes religiosos a modificar e reorientar a sua c o n d u t a .
A atitude religiosa n o h o m e m não se evacua, apenas se reformula; assim,
na famosa canção de J o h n Lennon e m q u e se é c o n v i d a d o a imaginar u m
m u n d o «sem Céu» e «sem religião», o q u e é realmente sugerido é u m a r e o -
rientação de expectativas para uma outra referência «sobrenatural» (o q u e é u m
acto, e m si, p u r a m e n t e religioso) — é q u e a ideia de u m A l é m (que não seja
o m u n d o c o n h e c i d o ) , tal c o m o a ideia de u m D e u s pessoal, n ã o é c o n d i ç ã o
necessária da religião; há até propostas religiosas, c o m o o b u d i s m o hinayana
( P e q u e n o Veículo), orientadas para a procura de u m estado sobrenatural q u e
é simplesmente o nada, a não-existência. Tal estado, e a sua procura, n ã o é
mais n e m menos «religioso» q u e a crença medieval n o Purgatório o u as u t o -
pias políticas pelas quais tantos h o m e n s e mulheres se b a t e r a m ao longo da
história — é, sim, qualitativamente diferente.
C o m isto, não se p r e t e n d e descartar tais experiências c o m o igualmente
ilusórias o u frutos de u m a pretensa «alienação» (que é sempre b o a para aplicar
aos outros), mas, antes, sugerir q u e a c o m p r e e n s ã o da realidade e a acção dos
h o m e n s nela é indissociável da natureza religiosa d o ser h u m a n o — q u e sen-
te, escolhe, exprime-se, age, de acordo c o m «o firme f u n d a m e n t o das coisas
que se esperam» e transforma sempre a f o r m a e m q u e é p e r c e b i d o pelos o u -
tros e m «demonstração das q u e não se vêem» (Hebreus, n : i); o u seja, o p e n -
samento e a acção de qualquer i n d i v í d u o é a tradução das suas expectativas e
estas p o d e m ser as mais diversas, as mais díspares.

O universo religioso A RELIGIÃO É U M CAMPO DA L I B E R D A D E H U M A N A , m e s m o q u a n d o conside-


rada superstição: «A "superstição" é u m dos d o m í n i o s mais livres do pensa-
m e n t o h u m a n o , a imaginação e o inconsciente e x p r i m e m - s e nela c o m intei-
ro à - v o n t a d e e qualquer u m p o d e inventar todas as superstições q u e quiser» 2 ;
esta asserção só se torna problemática q u a n d o alguns se j u l g a m de fora desta
universal condição religiosa d o h o m e m , c o m o se n ã o tivessem u m a c o n d u t a
impelida p o r expectativas, q u e são sempre «supersticiosas» n o sentido de p r o -
curarem algo que, nas condições dadas, não p o d e ser ainda p l e n a m e n t e c o -
n h e c i d o ou vivido — mas que, m e s m o assim, é perseguido.
Está nestas condições, p o r exemplo, a superstição m o d e r n a , herdada d o
positivismo, n u m c o n h e c i m e n t o científico objectivista, ainda h o j e m u i t o
mais presente d o q u e é geralmente r e c o n h e c i d o p o r «cientistas» e «leigos»;
ora, tal superstição f u n c i o n o u e f u n c i o n a para m u i t o s h o m e n s c o m o u m a a u -
têntica leitura religiosa da realidade, q u e excede em m u i t o as capacidades da
sã análise empírica permitida pelos sentidos e depois articulada n u m a reflexão
discursiva filtrada pela conceptualização 3 . Tal análise e reflexão é o p r o c e d i -
m e n t o p r o p r i a m e n t e científico, q u e r e m o n t a a Aristóteles e realmente evita a

402
C O N D I C I O N A N T E S NA C O N F I G U R A Ç Ã O D O C A M P O R E L I G I O S O P O R T U G U Ê S

c o n d i ç ã o «supersticiosa» da l i n g u a g e m s i m b ó l i c a p o r q u e r e q u e r d o e s t u d i o s o Projecto do templo hindu


(parcialmente inaugurado em
u m e x e r c í c i o de c o n s c i ê n c i a das suas p e r m a n e n t e s l i m i t a ç õ e s c o g n i t i v a s e u m
1998), Lisboa. A pluralidade
e s q u e c i m e n t o m e t ó d i c o das suas expectativas — a l g o q u e faz da atitude científi- religiosa em Portugal tende a
ca u m a c o m p l i c a d a ginástica m e n t a l i n c a p a z de g u i a r em continuidade e instan- tornar-se cada vez mais
taneidade a c o n d u t a e a a c ç ã o dos h o m e n s , u m m i l a g r e só o p e r a d o pela d i n â - visível, inclusivamente na
m i c a da atitude religiosa. fisionomia urbana.
P e r c e b e - s e , a partir d a q u i , c o m o estão i n t r i n c a d a m e n t e e n t r e l a ç a d o s o f e -
n ó m e n o r e l i g i o s o e a e x p e r i ê n c i a histórica h u m a n a , o d e s e n v o l v i m e n t o da
c o n s c i ê n c i a e a c o n f l i t u o s a d i v e r s i d a d e d e c o r r e n t e da e x p l o s ã o deste u n i v e r s o
de expectativas e das atitudes p o r elas inspiradas. A s s i m , na análise histórica,
n ã o se p o d e c o n s i d e r a r a r e l i g i ã o u m c o m p a r t i m e n t o e s t a n q u e da realidade,
antes se d e v e e n t e n d ê - l a c o m o o u n i v e r s o s i m b ó l i c o através d o qual, o u no
qual, os i n d i v í d u o s ( e n q u a n t o agentes históricos) se r e l a c i o n a m c o m a sua
r e a l i d a d e , a p e r c e b e m , e f a z e m as escolhas c o m q u e i n t e r v ê m nela.
Isto p o d e o b s e r v a r - s e e m casos c o n c r e t o s c o m o o c é l e b r e «milagre da
A p a r e c i d a » o u da « S e n h o r a da C o n c e i ç ã o da R o c h a » e m C a r n a x i d e e m
1824 4 ; f o i aí e n c o n t r a d a u m a i m a g e m n u m a gruta, sucesso a o q u a l f o i c o n f e r i -
d o u m s i g n i f i c a d o r e l a c i o n a d o c o m a c o n j u n t u r a da é p o c a , a tentativa de t o -
m a d a d o p o d e r p e l o i n f a n t e D . M i g u e l (a A b r i l a d a ) . D i z e r - s e q u e a a p a r i ç ã o
p r e t e n d e u c o n f e r i r u m a l e g i t i m i d a d e «religiosa» a u m a d e c i s ã o «política» seria
aqui m e n o s r i g o r o s o q u e d i z e r - s e q u e a d e c i s ã o d o i n f a n t e f o i p e r c e b i d a atra-
vés da l i n g u a g e m s i m b ó l i c a c o n h e c i d a ; e se D . M i g u e l tivesse, ele p r ó p r i o ,
r e l a c i o n a d o nesses t e r m o s a sua d e c i s ã o e a a p a r i ç ã o , de q u e m o d o se p o d e
separar, nas suas m o t i v a ç õ e s , o «político» d o «religioso»? E , d o p o n t o de vista
d o h i s t o r i a d o r , a a c ç ã o d o i n f a n t e d e v e ser c o n s i d e r a d a u m f e n ó m e n o «políti-
co» o u «religioso»? A análise c o m p l i c a r - s e - i a se se considerasse o p o n t o d e
vista d o s seus o p o n e n t e s : s e r i a m estes u m c o n j u n t o de pessoas c o m p r o p ó s i t o s
«políticos» c o n t r á r i o s aos p r o p ó s i t o s «religiosos» de D . M i g u e l ? T o d o s estes
p r o b l e m a s se r e l a c i o n a m c o m a a c ç ã o e as escolhas feitas, as d e c i s õ e s t o m a d a s ,

403
PLURALIDADE RELIGIOSA

pelos indivíduos; ora, a problemática da sua motivação remete forçosamente


para a forma como os indivíduos percebem a sua circunstância e para as re-
presentações que concebem do resultado das suas acções — ou seja, está-se
no campo das crenças e das expectativas. E, se os indivíduos chegam a elabo-
rar um discurso sobre essas crenças e expectativas, recorrem aos símbolos para
se exprimirem; que uns recorressem à «Senhora da Aparecida» e outros à «Li-
berdade» é o que permite ao historiador perceber que crenças e expectativas
estão em confronto, «religiosas» e «políticas» ambas, na substância e nas con-
sequências (e, poder-se-ia acrescentar, «económicas», «culturais», etc.).
O universo religioso é assim o das concepções simbólicas através das quais
os indivíduos gerem e exprimem as suas crenças sobre o que é e as suas
expectativas sobre o que deve ser. O que há de individual e colectivo nestas
expectativas é outro problema que se deve abordar, mesmo que com brevi-
dade: não é fácil destrinçar, por exemplo, na vivência religiosa de um cristão
(ou, na verdade, de qualquer crente) o que são, nele, expectativas relativa-
mente aos outros e relativamente a si mesmo. Exemplificando, poder-se-ia
afirmar que a caridade e o hedonismo (enquanto paradigmas vivenciais) têm
simultaneamente, para um indivíduo, consequências na forma como se con-
cebe a si mesmo e como concebe os outros; da mesma forma, um e outro
paradigma levam-no a desenvolver expectativas sobre o seu devir mas neces-
sariamente também sobre o dos outros (pode imaginar-se, por absurdo, que
essas expectativas sobre os outros fossem simplesmente a sua redução a u m
qualquer estado particular ou mesmo a sua ausência). Deste modo, o indivi-
dualismo metodológico que leva a análise do campo histórico a centrar-se no
indivíduo como unidade reprodutora e transformadora do meio (que inclui
os outros indivíduos) pressupõe sempre esta dupla natureza, individual e co-
lectiva (ou relacional), das expectativas do indivíduo.

O mercado religioso A COMPREENSÃO DO FENÓMENO RELIGIOSO n u m determinado campo his-


tórico (no espaço-tempo) implica considerar a relação dos indivíduos com es-
se fenómeno e as possibilidades dessa relação se desenvolver. Deste modo, é
importante o grau de regulação que a sociedade exerce sobre as relações de
comunicação e a troca de bens e experiências entre as pessoas enquanto
agentes religiosos (isto é, o grau de regulação do mercado religioso). Isto intro-
duz um factor fundamental para o estudo do comportamento religioso dos
indivíduos na sociedade portuguesa na época contemporânea: os custos dc in-
formação religiosa, que aumentam ou diminuem para os indivíduos os custos
de acesso aos bens religiosos (em termos materiais, de tempo, de segurança,
etc.) e o número de oportunidades dc investimento do indivíduo em transforma-
ções da sua situação religiosa. Ora, qualquer limite imposto pela discricionari-
dade de poderes constituídos ao desenvolvimento dessas relações aumentava
esses custos e diminuía essas oportunidades — e tais limites, como se verá em
muitas das páginas seguintes, existiram quase até à actualidade.

O campo religioso ESTA BASE CONCEPTUAL DEVE SERVIR para analisar u m determinado campo
religioso, no tempo e no espaço; neste caso, o da sociedade portuguesa na
época contemporânea. Este campo religioso, com a mudança nas relações
com a Igreja hegemónica e o surgimento de redes, grupos e outras igrejas, ar-
ticula-se, assim, a partir das escolhas dos indivíduos — e nestas interfere a
percepção pelo indivíduo dos riscos, custos e benefícios envolvidos. Partindo
daqui, poder-se-á observar e analisar o campo religioso português como u m
todo, integrando todas as expressões que fizeram e fazem a sua diferenciação —
e por diferenciação entende-se a emergência de uma expressão religiosa com
experiências, símbolos ou princípios de fé que se distinguem ou de outras ex-
pressões ou d u m padrão dominante n u m determinado campo religioso.
A grande maioria desse campo é ocupado, nos séculos xix e xx, por expressões
cristãs — além da Igreja Católica Romana, pelas denominações (grupos) e igre-
jas protestantes (mais recentemente também por igrejas ortodoxas). Serão aqui
consideradas cristãs todas as expressões que assim se apresentem: a linha católi-
ca romana, a linha ortodoxa e a linha protestante (que abrange aqui não só as

404
C O N D I C I O N A N T E S NA C O N F I G U R A Ç Ã O D O C A M P O R E L I G I O S O P O R T U G U Ê S

O Encoberto, reprodução do
quadro a óleo de L i m a de
Freitas, 1987, in Portugal
Misterioso, 1998. Apesar de
uma uniformidade aparente, a
sociedade portuguesa sempre
foi atravessada por f e n ó m e n o s
religiosos de natureza
heterodoxa. Desde finais do
século x v i , o sebastianismo
assumiu-se várias vezes c o m o
u m a verdadeira «seita»
messiânica concorrente do
poder político e religioso
estabelecido.

expressões «clássicas» o r i g i n a d a s n o s é c u l o x v i , m a s t o d a s as r e s u l t a n t e s d e c i s ã o
o u e v o l u ç ã o das a n t e r i o r e s , m e s m o q u a n d o e s t a b e l e c e m n o v a s r u p t u r a s nas
d o u t r i n a s c r i s t o l ó g i c a s e e c l e s i o l ó g i c a s r e c e b i d a s ) . A s expressões n ã o - c r i s t ã s i n -
c l u e m t a n t o expressões ligadas a g r a n d e s c o r r e n t e s r e l i g i o s a s t r a d i c i o n a i s (o j u -
d a í s m o , o Islão, o c o m p l e x o r e l i g i o s o h i n d u , o b u d i s m o ) c o m o t o d a s as r e s -
tantes e a g e n e r a l i d a d e d o s f e n ó m e n o s r e l i g i o s o s , d e m a i o r o u m e n o r
organicidade.

O s TERMOS «SAGRADO» E «PROFANO» s ã o a p l i c a d o s p e l o e s t u d i o s o da r e - Outros conceitos


l i g i ã o a o s c a m p o s d e f i n i d o s i n t e r n a m e n t e p o r c a d a u m a das e x p r e s s õ e s
religiosas observadas, f a z e n d o a m b o s parte do f e n ó m e n o religioso — trata-
- s e d e c o n c e i t o s r e l a c i o n a d o s c o m a l e i t u r a da r e a l i d a d e e l a b o r a d a p e l a s
próprias e x p r e s s õ e s religiosas, p e l o q u e a o p e r a c i o n a l i d a d e destes t e r m o s
p a r a a a n á l i s e é l i m i t a d a (a s u a d i f e r e n c i a ç ã o e m d e t e r m i n a d a s e x p e r i ê n c i a s
o u v i v ê n c i a s religiosas é m u i t o p r o b l e m á t i c a , c o n t r i b u i n d o p o u c o para
c l a r i f i c a r a r e f l e x ã o : a s s i m , p o r e x e m p l o , n o c r i s t i a n i s m o , as d i f e r e n t e s e x -
p r e s s õ e s d e f i n e m esses c a m p o s d e f o r m a d i v e r s a , q u a n d o n ã o c o n t r a d i t ó r i a ,
p o d e n d o - s e n o e n t a n t o d i z e r q u e a g e n e r a l i d a d e das e x p r e s s õ e s r e l i g i o s a s
d e f i n e m u m c a m p o s i m b ó l i c o sagrado, de referências, actos o u espaços
i m e d i a t a m e n t e ligados ao seu u n i v e r s o «sobrenatural» e o «antecipam» o u
f a z e m « p r e s e n t e » , e u m o u t r o profano, desligado, o u mais distante, desse
universo).
P o r elite e n t e n d e r - s e - á u m a r e d e o u u m g r u p o d o c a m p o da c u l t u r a l e t r a -
da e c o m u m a c a p a c i d a d e d e i n f l u ê n c i a d e c o r r e n t e da sua e s p e c i a l i z a ç ã o p r o -
fissional e da p r o c u r a e x i s t e n t e ( o u p o r si criada) d o s b e n s o u s e r v i ç o s q u e
presta. E n f i m , q u a n d o se fala d e organicidade das e x p r e s s õ e s r e l i g i o s a s , p r e t e n -
d e - s e r e f e r i r a c a p a c i d a d e o u p r o p e n s ã o destas p a r a se t r a n s m i t i r e m através d e
r e d e s o u g r u p o s , e n ã o m e r a m e n t e d e c o n t a c t o s i n d i v i d u a i s o u da r e p r o d u ç ã o

405
PLURALIDADE RELIGIOSA

cultural através das famílias o u c o m u n i d a d e s locais, b e m c o m o c o m c a p a c i d a -


de d e a c ç ã o organizada.
O t e r m o «confessional» designa a adesão de u m Estado, d e u m a e n t i d a d e
o u de u m a f o r m a l i d a d e a u m a expressão religiosa particular. O t e r m o «laico»
o u «laicismo», p o r seu lado, diz respeito a estados, entidades o u f o r m a l i d a d e s
q u e n ã o a d e r e m a n e n h u m a expiressão religiosa particular p r e v i a m e n t e e x i s -
tente, e m b o r a isto n ã o seja s i n ó n i m o d e q u e a sua própria c o n d i ç ã o é «a-reli-
giosa»; de facto, e n q u a n t o realidades h u m a n a s , estados, entidades e f o r m a l i d a -
des, g e r e m as expectativas e as relações dos i n d i v í d u o s c o m a l i n g u a g e m
s i m b ó l i c a , t e n d o s e m p r e , assim, u m a c o n t e x t u r a religiosa própria. D e s t e m o -
d o , a criação de espaços de sociabilidade e m a n i f e s t a ç ã o da c o n s c i ê n c i a i n d i -
v i d u a l livres da tutela clerical é aqui considerada secularização, diferente pois
da laicização — q u e resulta da transformação dessa r e c l a m a ç ã o sectorial e p a r -
cial e m m o d e l o de s o c i e d a d e , universal, o b r i g a t ó r i o e garantido pela a u t o r i -
dade^ política. O m o d e l o de s o c i e d a d e c o n s a g r a d o pelas c o n s t i t u i ç õ e s liberais
d o s é c u l o x i x e p e l o C ó d i g o C i v i l de 1867 era, nestes termos, secular mas n ã o
laico: existia n o país u m a Igreja estabelecida e u m a c o n f e s s i o n a l i d a d e de jure
da o r d e m p o l í t i c o - j u r í d i c a a par d o r e c o n h e c i m e n t o de o u t r o s espaços de s o -
ciabilidade e de expressão da c o n s c i ê n c i a i n d i v i d u a l c o m o as garantidas pelas
liberdades individuais, p e l o c a s a m e n t o civil o u p e l o registo civil para n ã o -
- c a t ó l i c o s r o m a n o s . D i f e r e n t e seria o m o d e l o l a i c o r e p u b l i c a n o , assente n o
desestabelecimento da Igreja h e g e m ó n i c a , n o c o n t r o l o administrativo das suas
actividades p o r u m Estado n ã o - c o n f e s s i o n a l , n u m a c o n c e p ç ã o de cidadania
q u e dá primazia à relação natural (isto é, sem r e c o n h e c i m e n t o d e outras m e -
diações culturais e religiosas) entre o Estado e o c i d a d ã o individual, e q u e a
l e v o u a recorrer a ritos cívicos de i n t e g r a ç ã o e a u m a estrutura escolar estatal
q u e se pretendia universal e obrigatória. A d i f e r e n ç a entre secularização e lai-
c i z a ç ã o está t a m b é m p a t e n t e na r e c i t a ç ã o de o r a ç õ e s confessionais e m actos
civis, n o j u r a m e n t o confessional nos tribunais, n o e n s i n o confessional nas es-
colas públicas o u n o registo de actos civis pela estrutura eclesiástica: e n q u a n t o
n u m c e n á r i o secularizado todas estas práticas são a regra geral e t ê m o u p o -
d e m ter p a t r o c í n i o estatal, r e c o n h e c e n d o - s e a o b j e c ç ã o de c o n s c i ê n c i a a
q u e m a r e c l a m e (e, p o r e x e m p l o , o e s t a b e l e c i m e n t o de redes alternativas de
escolas e de registo civil secular), n u m c e n á r i o l a i c i z a d o , estas m e s m a s práticas
são abolidas e substituídas p o r formas n ã o - c o n f e s s i o n a i s q u e f a z e m sumir t o -
das as referências a o u n i v e r s o religioso o u c o m o tal r e c o n h e c i d o da esfera p ú -
blica da s o c i e d a d e , p r i v a t i z a n d o - o — e m b o r a se possam m a n t e r formas vagas
de j u r a m e n t o o u de referência a s í m b o l o s c o m o a honra.

VIVÊNCIA DEVOCIONAL E SACRAMENTAL


E CULTURA LETRADA CLERICAL
Uniformidade e hegemonia A PRESENÇA HISTÓRICA, n o c a m p o r e l i g i o s o p o r t u g u ê s , de u m a Igreja h e -
g e m ó n i c a dotada de u m sistema d o g m á t i c o n ã o p o d e ser e n t e n d i d a c o m o si-
n ó n i m o de u n i f o r m i d a d e religiosa, u m a v e z q u e o q u e r e a l m e n t e t e m existi-
d o é u m enquadramento das tensões e das e x p e r i ê n c i a s diferenciadas, q u e
s e m p r e e x i s t e m e m t o d o s os c a m p o s religiosos, p o r u m e s f o r ç o de u n i d a d e
institucional materializado na Igreja C a t ó l i c a R o m a n a . P o d e até ser o b s e r v a -
da ao l o n g o da história religiosa p o r t u g u e s a u m a tensão p e r m a n e n t e entre
aquilo a q u e alguns autores t ê m c h a m a d o religiosidade popular e as c o n c e p ç õ e s
t e o l ó g i c a s e v i v e n c i a i s propostas pela a u t o r i d a d e eclesiástica na sua d o u t r i n a e
disciplina.

A religiosidade popular A RELIGIOSIDADE POPULAR t e m sido considerada c o m o a m a n i f e s t a ç ã o de


u m a v i v ê n c i a religiosa espontânea, s e m n í v e l de r e f l e x ã o letrada, e transmiti-
da aos i n d i v í d u o s pelas famílias e c o m u n i d a d e s locais, de u m a f o r m a q u e n ã o
se distingue d o p r o c e s s o geral de socialização q u e assegura a r e p r o d u ç ã o de
valores e c o m p o r t a m e n t o s 5 .
Esta religiosidade é analisável à luz d e categorias aplicadas u n i v e r s a l m e n t e

406
C O N D I C I O N A N T E S NA C O N F I G U R A Ç Ã O D O C A M P O R E L I G I O S O P O R T U G U Ê S

ao fenómeno religioso e participa das suas características gerais: sacralização do


espaço, com definição de locais identificados como hierofanias (manifestações
do «sobrenatural» e que a ele asseguram a ligação) ou como refúgio da desor-
dem do mundo (o local da habitação, a casa, tal como a aldeia ou o grupo em
que se vive integrado, é geralmente concebido como um cosmion no meio do
caos); sacralização do tempo através da ideia circular do calendário povoado
de festividades de passagem (hierofanias no tempo) como forma de apropria-
ção do devir (historicamente relacionado com a observação dos movimentos
astrais e dos ciclos naturais); e sacralização dos actos do quotidiano e das fases
da vida, transformando-os em ocasiões de ligação ou dedicação do indivíduo
ao universo «sobrenatural» — advento da sexualidade na puberdade, casa-
mento, nascimento de um filho, o acto da caça ou do trabalho, a ingestão de
alimentos, a doença, a morte de um ente próximo, etc. 6 . A esta religiosidade
universal desprovida ainda da reflexão letrada (e das formas especulativas) es-
tão normalmente associadas as gnoses mágico-vulgares: ordálios, artes divina-
tórias (astrologia, oráculos), magia, etc. 7 .
A tensão referida entre esta religiosidade e o seu enquadramento eclesiásti-
co ao longo dos séculos não deve entretanto ser lida em termos puramente
dualistas, uma vez que as situações de tensão no campo religioso geram quase
sempre fenómenos de osmose e sincretismo que, modificando as partes em
presença, contribuem também para as aproximar. Não admira, assim, que as
formas religiosas e culturais «espontâneas» («populares»), sem abandonarem
inteiramente as concepções religiosas fundamentais que herdaram de um pas-
sado remoto, assimilem concepções e símbolos da estrutura institucional de
enquadramento e que esta, por transigência e acomodação que facilite a sua
aceitação, aprenda a contemporizar com essa adesão parcial e condicional de
boa parte do campo religioso (seguramente a sua quase totalidade).
Foi este processo secular que fez emergir os traços marcantes da denomi-
nada religiosidade popular portuguesa com o seu universo simbólico onde, num
meio natural cheio de significados ancestrais (pedras fecundantes, grutas pro-
tectoras, águas santas), a aldeia natal aparece como «espaço fechado e segun-
zante» em face da montanha «refúgio de monstros»; onde a temporalidade re-
ligiosa e o trabalho agrícola, intimamente relacionados, se regem por ciclos
de germinação (ou «morte colectiva»), de floração (ou «despertar»), de colhei-
tas (e partilha); onde, para as populações do litoral, o mar assume a figura de
uma mãe primordial que dá o sustento mas também ceifa as vidas; onde a
igreja matriz é, para a comunidade local, um autêntico eixo do mundo que
a liga à dimensão «sobrenatural»; onde a devoção pelas Senhoras locais, cele-
bradas por volta de meados de Agosto, é evidência de uma arreigada expecta-
tiva pela protecção de uma grande presença maternal; onde a devoção por fi-
guras de «homens santos» com existência histórica «só existe pela vontade dos
seus fiéis e ele é o que a aldeia ou o grupo de fiéis quer que ele seja»; onde,
enfim, existe uma generalizada crença na eficácia dos ritos verbais8.
A questão da dominante devoção mariana (na sua pluralidade nominal e
local e, depois, nas formas devocionais mais abrangentes da Imaculada C o n -
ceição e da Senhora de Fátima) tem recebido a atenção de alguns estudiosos
por aparentemente se tratar de um dos casos históricos mais significativos e
bem sucedidos de osmose e sincretismo no campo religioso português entre
crenças muito antigas e os símbolos cristãos veiculados pelos missionários e
pelo clero 9 . As devoções dos indivíduos e das comunidades locais à Virgem
e aos santos e a prática religiosa colectiva e ritualizada em torno dos sacra-
mentos ministrados pelo clero foi o tipo de vivência religiosa dominante que
acabou por persistir na sociedade portuguesa — como noutras — em resulta-
do destas mútuas influências (tendendo tal vivência devocional, que as autori-
dades eclesiásticas procuravam controlar dentro de um marco de sacramenta-
lidade oficial, a encontrar um equilíbrio cultural e a estabilizar, mesmo
quando atravessado de algum recrudescimento de tensões, despoletadas pela
introdução de novos elementos no conjunto — por exemplo, uma nova de-
voção popular ou uma reforma catequética implementada pelo clero).
Sobre as devoções em torno de «homens santos», quer elas se enquadrem

407
PLURALIDADE RELIGIOSA

E x - v o t o s . Estátua d o d o u t o r
Sousa M a r t i n s , Lisboa.
FOTO: JOSÉ M A N U E L
OLIVEIRA/ARQUIVO C I R C U L O
DE LEITORES.

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mais ou menos na estrutura simbólica veiculada pelo clero, há a dizer que são
fenómenos religiosos de grande espontaneidade e criatividade e que, em
geral, se mantêm de forma inorgânica — como um agregado de relações in-
dividualizadas entre o crente e o «santo», um género de individualismo reli-
gioso capaz de criar uma intimidade com o sobrenatural que explica pro-
vavelmente o seu sucesso histórico. De facto, o «santo» é «o depositário e
representante histórico do sagrado» e tanto a sua imagem como o seu nome
inspiram uma forte relação de afectividade no crente 10 . Aliás, o desenvolvi-
mento de uma devoção como aquela que certo meio popular lisboeta ergueu
à figura do médico filantropo José de Sousa Martins (1843-1897) lembra a for-
ça, que mesmo nos meios urbanos permanece, da arreigada tendência para
projectar expectativas em figuras que ganharam a fama de possuir qualidades
invulgares; mesmo que essa figura seja um médico de formação positivista
como Sousa Martins, o que não impede que, ainda hoje, pessoas que o não
conheceram adiram individualmente à devoção e façam dele um intercessor
das suas expectativas".

O compromisso religioso A s CONCEPÇÕES VEICULADAS PELA ESTRUTURA ECLESIÁSTICA d e enquadra-


mento não deixaram de ser marcadas pelo compromisso com tais formas ar-
reigadas de religiosidade — o que foi comum em toda a Europa, nos proces-
sos de «conversão» (seria mais rigoroso dizer «adaptação») das antigas culturas

408
C O N D I C I O N A N T E S NA C O N F I G U R A Ç Ã O D O C A M P O R E L I G I O S O P O R T U G U Ê S

«pagãs» ã r e l i g i ã o cristã. E s s e c o m p r o m i s s o está t a m b é m p r e s e n t e na literatura


p r o d u z i d a n o m e i o clerical, a qual tinha a ó b v i a f u n ç ã o de legitimar e d i v u l -
g a r m o d e l o s d e v i v ê n c i a r e l i g i o s a e d e f o r j a r u m a u n i d a d e c u l t u r a l para o
c o n j u n t o da s o c i e d a d e , f a z e n d o a p o n t e e n t r e o u n i v e r s o popular e o letrado e
clerical; a v e r t e n t e letrada da d e v o ç ã o m a r i a n a o u o interesse p e l o u n i v e r s o
maravilhoso d o s m i l a g r e s nas vidas de santos a t e s t a m a a p r o p r i a ç ã o desse c o m -
p r o m i s s o c u l t u r a l e r e l i g i o s o p o r parte da estrutura c l e r i c a l e d e a u t o r e s l e i g o s
p o r ela i n f l u e n c i a d o s .
E era esse c a l d o r e l i g i o s o d e c o m p r o m i s s o s e a d a p t a ç õ e s q u e i n s p i r a v a as
formas de piedade duráveis e dominantes no universo religioso, c o m o a que
se p o d e c o l h e r na a u t o b i o g r a f i a d e u m a d v o g a d o o i t o c e n t i s t a q u a s e d e s c o -
n h e c i d o , J o s é d e Freitas A m o r i m B a r b o s a 1 2 , o n d e s o b r e s s a e m a c r e n ç a e m
m i l a g r e s ( n o r m a l m e n t e curas d e m a l e s físicos), e m s o n h o s p r e m o n i t ó r i o s (ins-
pirados pela d i v i n d a d e protectora) e a d e v o ç ã o s u p r e m a à V i r g e m , tanto mais
s i g n i f i c a t i v o s q u a n t o se trata d e u m l e i g o l e t r a d o : « C a í m o r i b u n d o , e e s t i v e
assim u n s p o u c o s d e dias [...]. M a s estava a m e u l a d o e à c a b e c e i r a da m i n h a
cama a i m a g e m daquela q u e é a saúde dos e n f e r m o s , e a consoladora dos afli-
tos. [...] Esta R a i n h a d o s A n j o s , d o C é u , e da T e r r a . Esta M ã e , e P r o t e c t o r a
d e s v e l a d a , e solícita d o g é n e r o h u m a n o ! Esta S o b e r a n a E s p o s a d e D e u s [...]
a p a r e c e u - m e e m s o n h o s [...]. C o n t e m p l o u - m e c o m o l h a r d e p i e d a d e , p o r a l -
g u n s instantes e d e s a p a r e c e u ! » 1 3
E n q u a n t o o e s t u d o desta religiosidade e das suas a d a p t a ç õ e s n o e s p a ç o e n o
t e m p o r e q u e r a o b s e r v a ç ã o «no terreno» d o c a m p o religioso (permitida p o r
t e s t e m u n h o s c o m o este), as c o n c e p ç õ e s t e o l ó g i c a s e v i v e n c i a i s p r o p o s t a s p e l a
e s t r u t u r a eclesiástica d e e n q u a d r a m e n t o p o d e m c o n s i d e r a r - s e r e f l e c t i d a s n a
história literária d e t e m á t i c a r e l i g i o s a , j á q u e tais c o n c e p ç õ e s se g e r a r a m e
t r a n s m i t i r a m a p a r t i r da r e f l e x ã o escrita e, p o r t a n t o , da c u l t u r a l e t r a d a 1 4 . P o -
r é m , o m e i o l e t r a d o , o n d e a r e f l e x ã o e a e s p e c u l a ç ã o se d e s e n v o l v i a m , f o i
s e m p r e p r o p e n s o a g e r a r f e n ó m e n o s d e diferenciação r e l i g i o s a m a i s p e r i g o s o s
para o e q u i l í b r i o d e s t e c o m p r o m i s s o g e r a l e n q u a d r a d o p e l a estrutura i n s t i t u -
c i o n a l da I g r e j a e pela a c t i v i d a d e d o c e n t e d o seu c l e r o . D e f a c t o , a escrita
permite codificar e transmitir mais duradoura e seguramente novas expressões
d i f e r e n c i a d a s da e x p r e s s ã o o u e x p r e s s õ e s d o m i n a n t e s n o u n i v e r s o r e l i g i o s o
( m e s m o q u e a sua e x p a n s ã o esteja p o s t e r i o r m e n t e c o n d i c i o n a d a p e l a e x i s t ê n -
cia d e u m a série d e i n t e r m e d i á r i o s e n t r e o restrito m e i o l e t r a d o e o a m p l o
m e i o i l e t r a d o ) . A s s i m , n o â m b i t o da c u l t u r a letrada s e m p r e se v e r i f i c a r a m
t e n s õ e s d e c o r r e n t e s da i n e v i t á v e l p l u r a l i d a d e : e s t ã o neste c a s o t o d a s as t o r m a s
identificáveis c o m o gnoses especulativas e cuja p e r m a n e n t e presença e m P o r -
tugal está s u f i c i e n t e m e n t e a t e s t a d a ' 1 . A q u i se i n c l u e m , a l é m da a s t r o l o g i a , as
influências de o r i g e m egípcia, neopitagórica, neoplatónica, druídica, súfica,
da C a b a l a j u d a i c a e d e certa m í s t i c a cristã h e t e r o d o x a , e q u e se p r e s t a r a m a o
l o n g o dos t e m p o s a inúmeras reelaborações16.

QUANDO, NO PASSADO, FOI LEVADO A CABO u m e s f o r ç o p o l í t i c o - r e l i g i o s o Uniformização e repressão


d e u n i f o r m i z a ç ã o d o c a m p o r e l i g i o s o , e m e r g i r a m c o n s e q u e n t e m e n t e d o i s ti-
p o s e s p e c i a l i z a d o s d e r e p r e s s ã o : u m para o n í v e l da r e f l e x ã o letrada (as f o r m a s
d e c e n s u r a ) e o u t r o para o n í v e l das práticas e c o m p o r t a m e n t o s — esse e s f o r -
ço de uniformização significou t a m b é m u m m o n o p ó l i o do clero católico r o -
m a n o d e n t r o d o n í v e l r e l i g i o s o da r e f l e x ã o letrada.
A repressão surgiu, desde o p e r í o d o medieval, c o m o u m a f o r m a de c o n -
trolar a diferenciação religiosa mas n ã o necessariamente de a suprimir (mes-
m o q u e isso f o s s e p o s s í v e l ) ; n o e n t a n t o , na é p o c a m o d e r n a (a partir d o s s é c u -
los x v e x v i e s o b r e t u d o d e p o i s da crise d o m o d e l o e u r o p e u d e c r i s t a n d a d e
c o m a d i v i s ã o c o n f e s s i o n a l e n t r e c a t ó l i c o s e p r o t e s t a n t e s ) , o p a r a d i g m a da
u n i f o r m i z a ç ã o r e l i g i o s a da s o c i e d a d e t e n d e u a m a n i p u l a r c r e s c e n t e m e n t e os
instrumentos repressivos.
D u r a n t e a é p o c a m o d e r n a , a partir d o s é c u l o x v , o p r o c e s s o d e c o n s t r u -
ção burocrática d o Estado e m Portugal fez-se a c o m p a n h a r de u m esforço p o -
l í t i c o d e u n i f o r m i z a ç ã o c o n f e s s i o n a l da s o c i e d a d e ; t r a t o u - s e d e u m a t e n d ê n c i a
g e r a l na E u r o p a até à c o n s o l i d a ç ã o d o s r e g i m e s absolutistas n o s é c u l o x v n i e

409
PLURALIDADE RELIGIOSA

d e n t r o da q u a l t ê m d e ser e n t e n d i d o s os d e s e n v o l v i m e n t o s da R e f o r m a p r o -
testante e da C o n t r a - R e f o r m a . T a l u n i f o r m i z a ç ã o , q u e t e v e na I n q u i s i ç ã o
(estabelecida e m P o r t u g a l p o r bulas d e 1 5 3 6 e 1539, a p e d i d o da a u t o r i d a d e
p o l í t i c a ) u m i n s t r u m e n t o i m p o r t a n t e , n ã o se f e z só c o n t r a «infiéis» ( j u d e u s ,
m o u r o s ) o u «hereges» ( c o m o p r o t e s t a n t e s ) , m a s t a m b é m , a l é m d e d e t e r m i n a -
d o s c o m p o r t a m e n t o s s e x u a i s , c o n t r a as j á r e f e r i d a s g n o s e s m á g i c o - v u l g a r e s e
e s p e c u l a t i v a s — isto é, todas as g e s t õ e s d e e x p e c t a t i v a s e m a n i f e s t a ç õ e s r e l i -
giosas c o n s i d e r a d a s ilícitas e i n c o m p a t í v e i s c o m a v i v ê n c i a r e l i g i o s a d e f e n d i -
d a 1 7 . Esse ideal d e u n i f o r m i d a d e era tributário da c o n c e p ç ã o p o l í t i c o - t e o l ó g i c a
d o m i n a n t e da s o c i e d a d e c o m o m a t e r i a l i z a ç ã o v i s í v e l e p o l í t i c o - i n s t i t u c i o n a l
do símbolo neotestamentário de «corpo místico de Cristo», c o m o o d e m o n s -
tra, p o r e x e m p l o , o a r t i c u l a d o i d e o l ó g i c o da acta das C o r t e s d e 1 6 4 1 — a
a p r o p r i a ç ã o desse s í m b o l o f o i c o m u m nas s o c i e d a d e s cristãs d o O c i d e n t e , q u e
se s e r v i r a m da s i m b o l o g i a c r i s t o l ó g i c a e e c l e s i o l ó g i c a n e o t e s t a m e n t á r i a p a r a
e l a b o r a r e m a u t o - i n t e r p r e t a ç õ e s da sua e x i s t ê n c i a h i s t ó r i c a e da sua l e g i t i m i -
dade18.
M a s u m a tal u n i f o r m i z a ç ã o p e l o c l e r o c a t ó l i c o r o m a n o e p e l a a u t o r i d a d e
p o l í t i c a tinha ó b v i o s limites: n o s e g u i m e n t o d o m o v i m e n t o r e f o r m i s t a d o
C o n c í l i o de T r e n t o , as i n o v a ç õ e s g r i t a n t e s c o m o as o r i g i n a d a s p e l a R e f o r m a
p r o t e s t a n t e o u a v i v ê n c i a r e l i g i o s a d i f e r e n c i a d a de g r u p o s mais o u m e n o s s e -
g r e g a d o s ( c o m o j u d e u s e m u ç u l m a n o s ) p ô d e ser s u p r i m i d a , m a s n ã o as f o r -
m a s «espontâneas» da religiosidade p o p u l a r , q u e a I g r e j a c o n t i n u o u a ter d e
aceitar e enquadrar.
D a m e s m a f o r m a , e n t r e os m e i o s l e t r a d o s , a l g u m a s h e t e r o d o x i a s latentes
e n c o n t r a r a m n i c h o s de s o b r e v i v ê n c i a , c o m o o d e m o n s t r a a v o g a q u e t i v e -
r a m , d e s d e o s é c u l o x v i i , as f a m o s a s Trovas d o s a p a t e i r o d e T r a n c o s o c h a m a -
do Bandarra e a importante f o r m a popularizada de gnose especulativa q u e
i n s p i r o u (o s e b a s t i a n i s m o ) : a l i n g u a g e m c i f r a d a e d i v i n a t ó r i a desse t e x t o c o n -
seguiu captar a adesão de muitos indivíduos ( c o m o D . J o ã o de Castro e o p a -
dre A n t ó n i o Vieira) e suportar u m e m e r g e n t e messianismo político apelidado
d e «seita» p o r c o n t e m p o r â n e o s e e s t u d i o s o s m a i s r e c e n t e s 1 9 . N ã o d e i x a d e ser
s i n t o m á t i c a a f o r m a c o m o a I n q u i s i ç ã o , 11a é p o c a d e m a i o r v i g o r da c r e n ç a
sebastianista ( q u e , n a sua i m a g é t i c a , se c o n s e r v a v a ligada aos s í m b o l o s c r i s -
tãos), e v i t o u u m a t a q u e f r o n t a l e c o n t e m p o r i z o u c o m a «seita»; p o r seu l a d o ,
o m a r q u ê s d e P o m b a l p e r s e g u i u a l g u m a s das suas m a n i f e s t a ç õ e s m e n o s p e l o
seu c o n t e ú d o s i m b ó l i c o o u r e l i g i o s o e m a i s p o r a l e g a d a s l i g a ç õ e s a e l e m e n t o s
da C o m p a n h i a d e J e s u s (o messias político d o s e b a s t i a n i s m o p o d i a , na v e r d a d e ,
ser p r o j e c t a d o 110 m o n a r c a r e i n a n t e m a s t a m b é m a s s u m i r u m c o n t e ú d o c o n -
testatário, p r o j e c t a n d o - s e e m f i g u r a s m a i s o u m e n o s d e f i n i d a s q u e a p a r e c i a m
c o m o seus rivais).
O s i n s t r u m e n t o s r e p r e s s i v o s a o s e r v i ç o d o p a r a d i g m a da u n i f o r m i d a d e
confessional revelaram-se incapazes de suprimir a diferenciação religiosa mas
c o n t r i b u í r a m para i m p e d i r q u e essa d i f e r e n c i a ç ã o se d e s e n v o l v e s s e o r g a n i c a -
m e n t e e gerasse, n o c a m p o r e l i g i o s o , u m a s i t u a ç ã o r e a l m e n t e p l u r a l .

Formas de equilíbrio PODE AINDA CONSIDERAR-SE QUE AS FORMAS i n o r g â n i c a s a s s u m i d a s p e l a d i -


f e r e n c i a ç ã o ( s o b r e t u d o as g n o s e s m á g i c o - v u l g a r e s e e s p e c u l a t i v a s ) c o n t r i -
b u í r a m t a m b é m para a e s t a b i l i d a d e da s o l u ç ã o d e c o m p r o m i s s o n o c a m p o r e -
l i g i o s o , a o s a t i s f a z e r e m e m p a r t e as e x p e c t a t i v a s d o s i n d i v í d u o s q u e n ã o se
r e v i a m t o t a l m e n t e n a e x p r e s s ã o d o m i n a n t e , s e m c h e g a r e m a p ô r esta e m c a u -
sa — e n f r a q u e c i d a s p e r a n t e o m o n o p ó l i o i n s t i t u c i o n a l da Igreja e s t a b e l e c i d a ,
estas e x p r e s s õ e s d i f e r e n c i a d a s s o b r e v i v i a m m e l h o r na p r o c u r a d e c o m p l e m e n -
t a r i d a d e e, a o m e s m o t e m p o , d i m i n u í a m a t e n s ã o n o c a m p o r e l i g i o s o d a n d o
vazão a expectativas existentes.
A estratégia p o l í t i c o - e c l e s i á s t i c a d e t r a n s f o r m a ç ã o d o c a m p o r e l i g i o s o e m
d i r e c ç ã o a o p a r a d i g m a da u n i f o r m i d a d e t i n h a d e s a b e r , deste m o d o , m a n u s e a r
e d o s e a r c o n v e n i e n t e m e n t e os i n s t r u m e n t o s r e p r e s s i v o s . A s s i m , n o c a m p o r e -
l i g i o s o p o r t u g u ê s , s ó a l g u n s s e c t o r e s d o l a i c a d o m a i s l i g a d o s à c u l t u r a letrada
p u d e r a m ser i n f l u e n c i a d o s pelas n o v a s f o r m a s de e s p i r i t u a l i d a d e (e p o r i m -
p o r t a n t e s q u e s t õ e s c o m o a da c o m u n h ã o f r e q u e n t e , da o r a ç ã o m e t ó d i c a o u

410
CONDICIONANTES NA CONFIGURAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

da confissão) e pelas reformas catequéticas inspiradas pelo catolicismo triden-


tino, mas larguíssimas faixas da sociedade continuaram (continuam) imersas
noutras concepções religiosas de compromisso e de muito duvidosa o r t o d o -
xia — perturbar este estado de coisas, tentar alterá-lo, teria muitos riscos e
custos para a estrutura eclesiástica e para a autoridade política, o que explica
o sucesso histórico da via mais segura da contemporização.
Este c a m p o religioso, atravessado por tensões sempre presentes e necessi-
tado de adaptações mútuas, pode, pois, ser visto c o m o uma unidade f u n c i o -
nal destes dois elementos diversos mas não antagónicos da vivência devocional e
sacramental (que enquadrava a religiosidade dos p o v o s e as crenças dos meios
letrados) e da cultura letrada clerical (que enquadrava a actividade intelectual na
sociedade) — e tal c o m p l e x o religioso vivencial e cultural revelava elasticida-
de suficiente para suportar (e, e m grande medida, integrar) f e n ó m e n o s c o m o
as gnoses mágico-vulgares e especulativas que permaneceram sempre e m
campo.
Falar da h e g e m o n i a católica romana n o universo religioso português i m -
plica ter presente esta tensa complexidade interna do universo dos fiéis —
efectivos e nominais — da Igreja estabelecida.

A DIFERENCIAÇÃO POSSÍVEL E A DIFÍCIL


PLURALIDADE
O DESMORONAR DO ESTADO ABSOLUTO PORTUGUÊS e da o r d e m social do O recuo da repressão
A n t i g o R e g i m e nas primeiras décadas do século x i x — c o m as Invasões
Francesas, o ambiente insurreccional e as guerras civis — deu lugar, a partir
de 1834, a u m processo de reconstrução política que foi acompanhado, no
c a m p o religioso, por u m desinvestimento no paradigma da uniformidade e m
simultâneo c o m u m relaxamento das medidas repressivas. D e tacto, a época
contemporânea, se observada deste final de século x x , aparece c o m o uma
evolução e m que, lentamente, n o c a m p o religioso português, a diferenciação
religiosa pôde c o m e ç a r a tomar formas orgânicas; o criptojudaísmo fora, des-
de o século x v i , uma forma latente de diferenciação quase orgânica e as lojas
maçónicas, a partir do século x v n i , foram introduzindo essa organicidade de
forma patente. Esta transformação não significou o desaparecimento súbito
do paradigma da uniformidade confessional, até porque o Estado tinha neces-
sidades que, até finais de Oitocentos, o tornavam dependente da estrutura
institucional da Igreja estabelecida.

DURANTE QUASE TODO O SÉCULO x i x , a ausência de uma rede administra- O papel político
tiva de funcionários e serviços burocráticos locais que desse unidade institu-
cional à sociedade portuguesa m o t i v o u o estatuto de m o n o p ó l i o da Igreja
da Igreja Católica
Católica R o m a n a nas constituições de então e a manutenção de jure da u n i -
formidade confessional do país; além de uma preferência clara dos grupos so-
ciais dominantes pela preservação de uma estrutura de reprodução moral e
enquadramento religioso de uma população largamente aldeã e dispersa, u m
forte sentido prático fazia-os também perceber a utilidade de integrar no E s -
tado a rede paroquial da Igreja. Esta era a única que, organizada hierarquica-
mente sob a autoridade dos bispos, cobria todo o reino até à mais isolada das
aldeias; e os párocos eram os necessários mediadores entre as populações e o
Estado.

N o ENTANTO, A ORDEM JURÍDICA LIBERAL que se consolidou na segunda O avanço da tolerância


metade de Oitocentos foi possibilitando uma lenta organização de facto da
diferenciação religiosa e m redes e grupos: esta organização escudava-se nos
direitos individuais de consciência, associação e imprensa, reconhecidos pela
nova o r d e m jurídica (a Carta Constitucional de 1826 reconheceu as liberda-
des de consciência e imprensa e o C ó d i g o C i v i l de 1867 a liberdade de asso-
ciação).

411
PLURALIDADE RELIGIOSA

A s s i m , os g r u p o s r e l i g i o s o s d i f e r e n c i a d o s q u e f o r a m s u r g i n d o e m P o r t u g a l
d e s d e o s é c u l o x i x e n c o n t r a r a m f o r m a s d e a c o m o d a ç ã o nesta t o l e r â n c i a de fac-
to — e m b o r a , c o m o se v e r á a d i a n t e n o s casos d o s j u d e u s e d o s p r o t e s t a n t e s ,
n ã o se p u d e s s e m c o n s t i t u i r c o m o pessoas j u r í d i c a s ( n ã o t e n d o e x i s t ê n c i a l e g a l
n e m s e n d o r e c o n h e c i d o s p e l o E s t a d o ) . P o r o u t r o l a d o , o c r e s c i m e n t o da i n -
f l u ê n c i a p ú b l i c a e p o l í t i c a d e u m s e c t o r da o p i n i ã o letrada e da i n t e l e c t u a l i d a -
de c r e s c e n t e m e n t e e m a n c i p a d o da c u l t u r a c l e r i c a l ( q u a n d o n ã o m e s m o a f i r -
m a n d o - s e «anticlerical») m u i t o c o n t r i b u i u para q u e , a partir das d é c a d a s d e
1 8 7 0 o u 1 8 8 0 , o p a r a d i g m a da u n i f o r m i d a d e r e l i g i o s a c o r p o r i z a d a na I g r e j a
C a t ó l i c a R o m a n a s o f r e s s e c o n s i d e r á v e l desgaste e as m i n o r i a s e n c o n t r a s s e m
a l g u m a m a r g e m d e m a n o b r a para as suas r e i v i n d i c a ç õ e s .
E m 1 8 7 4 , n o P o r t o , a p ó s insistência j u n t o das a u t o r i d a d e s l o c a i s , os c a s a -
m e n t o s c e l e b r a d o s na I g r e j a M e t o d i s t a p a s s a r a m a ser o f i c i a l m e n t e r e c o n h e c i -
d o s d e s d e q u e r e g i s t a d o s e m escritura n o t a r i a l ; da m e s m a f o r m a , f o i s e n d o f a -
c i l i t a d o o s e p u l t a m e n t o de p r o t e s t a n t e s e m c e m i t é r i o s p ú b l i c o s , s o b r e t u d o
a p ó s a r e p r e s e n t a ç ã o d e 29 d e A b r i l de 1 8 8 0 às C o r t e s ; ia-se f o r m a n d o assim
« u m c o n c e i t o j u r í d i c o para a r e g u l a m e n t a ç ã o d o r e g i s t o civil n o s actos d e s ú b -
ditos p o r t u g u e s e s n ã o m e m b r o s da c o m u n h ã o c a t ó l i c a r o m a n a » 2 0 .
E m 1 8 7 8 , o e s t a b e l e c i m e n t o pelas C o r t e s , p o r d e c r e t o d e 28 de N o v e m -
b r o , d o registo c i v i l d e n a s c i m e n t o s , c a s a m e n t o s e ó b i t o s para s ú b d i t o s p o r t u -
gueses não-católicos r o m a n o s foi o r e c o n h e c i m e n t o ó b v i o , p o r parte dos le-
g i s l a d o r e s , d e u m a s i t u a ç ã o n o v a q u e se p r e t e n d i a i n t e g r a r n a v i d a c i v i l : a
v á r i o s i n d i v í d u o s e f a m í l i a s q u e se h a v i a m e x c l u í d o da n o r m a d a u n i f o r m i d a -
d e c o n f e s s i o n a l s a n c i o n a d a j u r i d i c a m e n t e era dada a p o s s i b i l i d a d e d e e f e c t u a -
r e m esses r e g i s t o s nas c â m a r a s m u n i c i p a i s e n ã o , c o m o e n t ã o a c o n t e c i a , j u n t o
d o s p á r o c o s ( q u e e r a m f u n c i o n á r i o s p ú b l i c o s para o c u l t o o f i c i a l m a s t a m b é m
para a e s c r i t u r a ç ã o de r e g i s t o s o u d e r e c r u t a m e n t o m i l i t a r , p o r e x e m p l o ) .
M a s a d i f e r e n c i a ç ã o assim s u r g i d a e e m geral t o l e r a d a n ã o é s i n ó n i m o d e
p l u r a l i s m o : u s a n d o u m a l i n g u a g e m d e análise e c o n ó m i c a , este s ó e x i s t e q u a n -
d o a l g u m a s das firmas r e l i g i o s a s activas d e t ê m u m a p a r c e l a s i g n i f i c a t i v a d o
mercado r e l i g i o s o 2 ' . O r a , e m P o r t u g a l , d e s d e o s é c u l o x i x , só a I g r e j a e s t a b e l e -
c i d a d e t e v e u m a tal p o s i ç ã o , e s t a n d o o c o n j u n t o d e t o d o s o s restantes g r u p o s
r e l i g i o s o s , s a l v o raras e x c e p ç õ e s (caso da M a ç o n a r i a ) , c o n f i n a d o a u m a p o s i -
ção bastante minoritária e de m u i t o p o u c a visibilidade social e histórica. Este
f a c t o e x p l i c a q u e a g e n e r a l i d a d e desses g r u p o s n ã o t e n h a r e v e l a d o u m a p a r t i -
c i p a ç ã o d i r e c t a e d e t e r m i n a n t e n o s p r i n c i p a i s p r o c e s s o s d e m u d a n ç a na s o c i e -
d a d e p o r t u g u e s a c o n t e m p o r â n e a , p e l o q u e p o d e m ser c o n s i d e r a d o s marginais.

Novos protagonismos A CONSIDERAÇÃO DA POSIÇÃO RELIGIOSA h e g e m ó n i c a da I g r e j a C a t ó l i c a


R o m a n a d e v e , e n t r e t a n t o , ser m a t i z a d a p o r u m i m p o r t a n t e f a c t o r : o i n d u b i -
e desmobilização tável a p r o f u n d a m e n t o , desde o século x i x , de u m a d i f e r e n c i a ç ã o de crenças
da Igreja Católica p a t e n t e e m i d e o l o g i a s q u e c a p t a r a m s e c t o r e s i m p o r t a n t e s da s o c i e d a d e p o r t u -
guesa e geraram formas de incompatibilidade mais ou m e n o s agravadas c o m a
v i v ê n c i a r e l i g i o s a v e i c u l a d a p e l a I g r e j a e s t a b e l e c i d a ( v i v ê n c i a essa r e l a c i o n a d a
c o m a evolução europeia d o catolicismo r o m a n o e o influxo de novas ten-
d ê n c i a s d o u t r i n a i s e d e v o c i o n a i s n o s e u i n t e r i o r ) . E é c u r i o s o n o t a r q u e estes
n o v o s t i p o s de c r e n ç a e m o b i l i z a ç ã o s o c i a l ( c o m o n o c a s o da M a ç o n a r i a ) ,
m e r c ê da subtil d i s t i n ç ã o e n t r e o «religioso» e o « p o l í t i c o » e d e n ã o s e r e m e n -
tão e n t e n d i d o s c o m o f e n ó m e n o s religiosos, estavam m u i t o mais d e s i m p e d i -
d o s nas suas a c t i v i d a d e s d e p r o s e l i t i s m o e o r g a n i z a ç ã o d o q u e as r e d e s e g r u -
p o s q u e c a í a m d e n t r o da n o ç ã o c o r r e n t e d o «religioso» e d o q u e a lei p a r a ela
prescrevia.
E s t a e m e r g ê n c i a d e n o v o s p r o t a g o n i s m o s era a i n d a paralela d e u m a si-
tuação tradicional de «desmobilização» da Igreja Católica R o m a n a , facto inti-
m a m e n t e l i g a d o à sua c o n d i ç ã o d e c o n f i s s ã o h e g e m ó n i c a q u e d i f i c i l m e n t e
c o n s e g u e r e s p o n d e r a t o d a s as e x p e c t a t i v a s r e l i g i o s a s d e c a d a u m d o s s e u s
m e m b r o s . D e facto, o universo religioso de u m a confissão n u m e r i c a m e n t e
d o m i n a n t e , c o m o a católica r o m a n a e m Portugal, é atravessado s e m p r e p o r
u m a d i f e r e n c i a ç ã o interna m o t i v a d a pela d e s m o b i l i z a ç ã o e a c o m o d a ç ã o p r ó -
pria d e g r a n d e s g r u p o s , s o b r e t u d o e m s i t u a ç ã o h e g e m ó n i c a . O s i n d i v í d u o s ,

412
C O N D I C I O N A N T E S NA CONFIGURAÇÃO D O C A M P O RELIGIOSO P O R T U G U Ê S

pesando custos e b e n e f í c i o s (religiosos) da situação religiosa e m q u e lhes é d a - V D . Manuel II na procissão


d o v i v e r , i n v e s t e m muitas vezes n u m a diversificação de bens religiosos q u e do Corpo de Deus, 1908,
Lisboa, revista Ilustração
d i m i n u a os riscos de n ã o c u m p r i m e n t o das suas expectativas 2 2 : este tipo de
Portuguesa, n.° 123, 29.6.1908.
raciocínios é c o m u m e m pessoas q u e , n ã o r o m p e n d o c o m u m a Igreja o u O último Bragança veste a
g r u p o religioso a q u e p r e v i a m e n t e p e r t e n c i a m , p r o c u r a m compensações e m e x - capa da tradição da
pressões religiosas diferentes, q u a n d o n ã o t e o r i c a m e n t e i n c o m p a t í v e i s . P o r uniformidade religiosa católica
o u t r o lado, raramente a c h a m a d a «indiferença» religiosa significa outra coisa romana que a monarquia
q u e o a l h e a m e n t o relativamente a u m a expressão religiosa d o m i n a n t e ; e m constitucional quis manter;
mas, no princípio do
geral, os i n d i v í d u o s nessa situação estão s i m p l e s m e n t e r e c o r r e n d o a c o m p e n - século xx, Portugal era um
sações. E estas s e m p r e estiveram presentes n o c o m p ó s i t o de crenças de boa campo onde se digladiavam já
parte dos fiéis católicos r o m a n o s n o m i n a i s — veja-se o caso d o sebastianismo crenças e ideologias que
q u e , c o m a sua «crença messiânica e m u m salvador, que h á - d e r e m i r a pátria disputavam à Igreja
e exaltá-la n o d o m í n i o universal» 2 3 , p o d e ser e n c a r a d o c o m o u m a f o r m a his- estabelecida a fidelidade das
elites e das massas populares.
t o r i c a m e n t e m u i t o relevante de c o m p e n s a ç ã o , c o m intensa e persistente p r e -
sença n o c a m p o religioso p o r t u g u ê s .
A s s i m , a h e g e m o n i a o u u m quase m o n o p ó l i o d o c a m p o religioso p o r
u m a Igreja abrangente, e p o r isso desmobilizada e a c o m o d a d a , a u m e n t a e m
geral os i n c e n t i v o s a o investimento pelos i n d i v í d u o s noutras expressões r e l i g i o -
sas disponíveis e d i m i n u i os seus custos: daí a persistência e transposição para
os m e i o s urbanos m e n o s v i n c u l a d o s à socialização tradicional e ao e n q u a d r a -
m e n t o eclesiástico, das f o r m a s inorgânicas das gnoses m á g i c o - v u l g a r e s e e s p e -
culativas ou das d e v o ç õ e s .

A IGREJA HEGEMÓNICA TENTOU, s o b r e t u d o a partir d o C o n c í l i o P l e n á r i o Resposta tardia


P o r t u g u ê s de 1 9 2 6 , u m m o d e l o de m o b i l i z a ç ã o , c o r p o r i z a d o na A c ç ã o C a t ó -
lica (1933-1974), q u e pretendia, n o f u n d o , d i m i n u i r essa m a r g e m da i n d i f e r e n -
da Igreja Católica
ça e dos sectores sociais dela desvinculados (tal p r o j e c t o dito de «recristianiza-
ção» o u «reconquista», passava pela intensificação da interacção c l e r o / l a i c a d o
e p o r u m g r a n d e e s f o r ç o de d i v u l g a ç ã o d o m o d e l o de v i v ê n c i a p r o p o s t o pela
estrutura eclesiástica); mas, apesar de esse esforço ter p r o v a v e l m e n t e m e l h o r a d o
a eficácia d o f u n c i o n a m e n t o o r g â n i c o da estrutura eclesiástica, é patente q u e

413
PLURALIDADE RELIGIOSA

n ã o c o n s e g u i u «reconquistar» as m a r g e n s sociais referidas n e m evitar q u e a


participação dada n o seu seio a o laicado n ã o acentuasse a d i f e r e n c i a ç ã o cres-
c e n t e d e n t r o da p r ó p r i a Igreja C a t ó l i c a 2 4 . T a i s resultados d e r a m - s e n u m a
é p o c a e m q u e , após cerca de i o o anos de liberalismo, a d i f e r e n c i a ç ã o religiosa
na s o c i e d a d e p o r t u g u e s a j á avançara s u f i c i e n t e m e n t e para tornar e x t r e m a -
m e n t e difícil u m a tal regressão ao m o d e l o da u n i f o r m i d a d e — s o b r e t u d o se
essa u n i f o r m i d a d e pretendesse ser construída apenas a partir das estruturas
eclesiásticas e s e m o a p o i o da c o e r ç ã o d o Estado.

Outros reflexos E TAMBÉM INTERESSANTE NOTAR q u e o r e c u o da c a p a c i d a d e d e enquadra-


m e n t o e c o n t r o l o clerical d o f e n ó m e n o religioso na é p o c a c o n t e m p o r â n e a
a c a b o u p o r ter efeitos j u n t o da própria religiosidade popular. D e f a c t o , o a m -
b i e n t e geral de secularização d o c a m p o religioso facilitou u m a m a i o r i n t r o d u -
ção de e l e m e n t o s «profanos» e m muitas festas e romarias p o p u l a r e s q u e o c l e -
ro tentara t r a d i c i o n a l m e n t e «sacralizar», dirigir e orientar. T a l t e n d ê n c i a d e
f u n d o e as estratégias de resposta da parte d o clero p e r m i t e m falar-se, neste
â m b i t o da p i e d a d e p o p u l a r , de u m « m o d e l o de secularização» e m c o n c o r r ê n -
cia c o m u m « m o d e l o de clericalização» 2 5 . N o u t r o s casos, c o m o a d e v o ç ã o e m
t o m o da c h a m a d a «Santa da Ladeira» ( T o r r e s N o v a s ) — v i d e n t e e suposta
portadora de stigmata, rejeitada pela Igreja R o m a n a , l i g o u - s e a u m a Igreja
q u e reclama u m a i d e n t i d a d e cristã o r t o d o x a — , a m e s m a religiosidade popular
p o d e adaptar-se a n o v a s lideranças religiosas e realidades eclesiais c o n c o r r e n -
tes da Igreja h e g e m ó n i c a e d o seu clero. A m b o s os casos p o d e m c o n s i d e r a r -
-se f e n ó m e n o s de d i f e r e n c i a ç ã o d e n t r o d o u n i v e r s o religioso e t o r n a m p a t e n -
te q u e o a m b i e n t e de secularização gera dinâmicas desse tipo t a m b é m n o
â m b i t o da religiosidade popular.

Controlo pelo Estado D E QUALQUER MODO, A TOLERÂNCIA q u e p e r m i t i u o a v a n ç o d a diferencia-


ção religiosa e m P o r t u g a l n ã o d e v e ofuscar os obstáculos q u e dificultaram o
seu a p r o f u n d a m e n t o e a e v o l u ç ã o d o c a m p o r e l i g i o s o p o r t u g u ê s para u m a
pluralidade efectiva; a relação entre o grau de p l u r a l i s m o e o grau de r e g u l a -
ção d o mercado religioso é para este e f e i t o i m p o r t a n t e . S e n d o q u e os g r u p o s
religiosos e m e r g e m de equilíbrios entre as expectativas e b e n s religiosos d e
vários i n d i v í d u o s , n e m s e m p r e os estados e n t e n d e r a m d e v e r d e i x a r a esse
processo a livre estruturação d o c a m p o religioso, r e g u l a n d o - o o u m e s m o
monopolizando-o.
E m P o r t u g a l , entre 1822 e 1911 ( p e r í o d o da m o n a r q u i a c o n s t i t u c i o n a l e da
u n i f o r m i d a d e c o n f e s s i o n a l de jure), não s e n d o r i g o r o s o falar-se d e u m a situa-
ção de m o n o p ó l i o , p o d e considerar-se ter v i g o r a d o u m m o d e l o d e p a t r o c í n i o
p o l í t i c o e e c o n ó m i c o à Igreja C a t ó l i c a R o m a n a : o c l e r o era m a n t i d o p e l o
aparelho fiscal d o Estado e tinha estatuto d e f u n c i o n a l i s m o p ú b l i c o . E m t e r -
m o s de mercado religioso, a h e g e m o n i a católica r o m a n a era subsidiada pela
a u t o r i d a d e política, ao c o n t r á r i o d o q u e a c o n t e c i a c o m os o u t r o s g r u p o s reli-
giosos.
A partir de 1911, c o m a separação d o Estado e da Igreja (desestabelecimento)
e o fim deste p a t r o c í n i o e c o n ó m i c o , e n t r o u - s e n u m p e r í o d o , q u e v e m até à
actualidade, de igualdade de jure de t o d o s os g r u p o s religiosos; p o r é m , esta
igualdade f e z - s e a c o m p a n h a r d e u m a prática de s u j e i ç ã o d o c a m p o religioso
à discricionariedade das «autorizações administrativas» para e s t a b e l e c i m e n t o
de c o n g r e g a ç õ e s locais, abertura de escolas e seminários e d e s e n v o l v i m e n t o
de actividades de proselitismo — deste m o d o , persistiu e m P o r t u g a l a q u i l o
q u e p o d e ser considerada u m a f o r m a de clara regulação d o mercado religioso (a
«regulação administrativa», e m ú l t i m o caso d e p e n d e n t e de decisões casuísticas
do poder executivo).
N ã o se p o d e e s q u e c e r q u e a r e g u l a m e n t a ç ã o afectava t a m b é m a própria
Igreja C a t ó l i c a R o m a n a , não só através dos m e c a n i s m o s d o b e n e p l á c i t o r é g i o ,
mas da legislação anticongreganista q u e v i g o r o u entre 1834 e 1901 e n o v a m e n t e
entre 1910 e os últimos anos da década d e 1920: as ordens religiosas católicas
romanas, nesses p e r í o d o s de p r o i b i ç ã o o u forte limitação das suas actividades
e m Portugal, estiveram e m c o n d i ç õ e s parecidas c o m as de outros g r u p o s reli-

414
C O N D I C I O N A N T E S NA C O N F I G U R A Ç Ã O D O C A M P O R E L I G I O S O P O R T U G U Ê S

giosos. De facto, mostravam-se dependentes de meios e missionários estran-


geiros, encontrando formas engenhosas de ultrapassar as barreiras legais, ou vi-
vendo experiências de clandestinidade26; a lei de 18 de Abril de 1901, que
permitiu o reconhecimento de algumas instituições ligadas a ordens religiosas,
continuava a sujeitá-las a autorizações casuísticas das autoridades (situação que
a Concordata de 1940 alterou, dando, nesse campo, grandes facilidades à Igreja
hegemónica). Esta realidade teve consequências importantes, quer para a li-
mitada diferenciação interna no catolicismo romano enquanto confissão,
quer para o padrão dominante de vivência religiosa nele enquadrado.
Durante a I República (1910-1926), como ficou patente nas disposições da
Lei de Separação de 1911, o Estado não desistiu de um forte protagonismo re-
gulamentador da realidade religiosa e, com o advento da ditadura militar
(1926-1933) e do Estado N o v o (1933-1974), as práticas discricionárias exercidas
a coberto da «regulação administrativa» puderam intensificar-se contra os gru-
pos vistos pelo poder executivo como concorrentes perigosos da nova unifor-
midade ideológica e política que se pretendia consolidar (em graus diferentes
de repressão, desde a Maçonaria e o P C P até aos espíritas, Testemunhas de
Jeová e bahá'ís).

Jovens do Exército de
Salvação. Alguns grupos
religiosos «minoritários»,
sobretudo os mais antigos e
dedicados a actividades
caritativas, ganham com maior
facilidade um estatuto de
reconhecimento público e
respeitabilidade, mas é
relativamente aos grupos mais
controversos que o discurso
dominante da tolerância revela
mais vezes a sua fragilidade.

415
PLURALIDADE RELIGIOSA

Barreiras à diferenciação E M 1 9 7 1 , O DEPUTADO Francisco Sá Carneiro teve a iniciativa de preparar


uma proposta de lei de liberdade religiosa (a que estava associada toda a cha-
mada ala liberal da Assembleia Nacional), para o que encetou contactos com
vários grupos religiosos, vindo a apresentar um projecto arrojado (que acolhia
praticamente todas as sugestões feitas, por exemplo, pelos adventistas) cujo
texto veio a ser bastante depurado na Assembleia, resultando na mais modesta
Lei n.° 4/71 de 21 de Agosto, a qual, de qualquer modo, criou condições para
o regime discricionário ser substituído: os grupos religiosos passaram a poder
organizar-se e legalizar-se automaticamente como associações de cidadãos e
era reconhecido o direito à «prática comunitária do culto» sem autorização
administrativa. Porém, até 1974, a nova lei teve poucos efeitos práticos já que
se manteve um clima de suspeição entre o Estado e muitos dos grupos reli-
giosos, vindo as suas disposições a efectivar-se plenamente apenas depois do
25 de Abril e a consolidar-se com a nova ordem constitucional inaugurada
em 1976; mas, assim sendo, Portugal foi um mercado religioso muito regulado
até meados da década de 70 deste século.
A este facto, que colocou durante muito tempo a sociedade civil sob um
controlo administrativo efectivo, juntava-se entretanto uma outra importante
característica da sociedade portuguesa: a generalizada dificuldade de acumula-
ção e alocação de recursos pelos interesses privados, sendo que as grandes for-
mações sociais e empresariais vingam ou em parcerias com o Estado ou bene-
ficiando, por favor deste, da alocação de recursos pela máquina estatal
(vejam-se as limitações de expansão e influência de escolas ou colectividades
fundadas por protestantes, republicanos, etc.). Assim, a sociedade civil portu-
guesa é, ao longo da época contemporânea, muito dependente do Estado e
só consegue suportar por si mesma — com recursos privados — pequenas
formações sociais e empresariais (mesmo no campo religioso). A consolidação
das redes e grupos religiosos, o seu crescimento e multiplicação, foram assim
muito afectados pela fraqueza e dependência da sociedade civil em Portugal,
o que explica quer o carácter muito minoritário das formas orgânicas de dife-
renciação quer a maior viabilidade das formas inorgânicas.
Esta realidade, que favorece uma uniformidade cultural e religiosa, nunca
foi seriamente posta em causa nos dois últimos séculos: quando o paradigma
da uniformidade religiosa corporizada na Igreja Católica Romana se desgas-
tou, o ideal da sociabilidade cívica e laica do republicanismo manteve uma
preferência de fundo por uma uniformidade social e cultural e o Estado No-
vo, como se tentará demonstrar mais adiante, simplesmente integrou nessa
preferência o elemento católico romano, recuperando-o para a concepção
organicista e nacionalista que comungava com os laicistas. A situação modifi-
cou-se substancialmente desde os meados da década de 70, e a integração de
Portugal num amplo espaço jurídico e económico europeu parece estar a
consolidar essa mudança.
Processo de diferenciação S E , APESAR DESTA SITUAÇÃO DESFAVORÁVEL, apareceram em Portugal desde
o século xix grupos religiosos diferenciados e estruturados, quais foram os
processos que o permitiram?
Desde logo, há a observar que o ímpeto dessa diferenciação organizada
veio de fora da sociedade portuguesa. Uma parte dos grupos diferenciados
aparece ligada a famílias imigrantes que se estabelecem em Portugal — é o
caso, no século xix, da nova comunidade judaica portuguesa e, no século xx,
das comunidades islâmica e hindu. No caso dos grupos protestantes, o ponto
de partida decisivo foi a presença de famílias de diplomatas e comerciantes
(sobretudo britânicos) nas regiões de Lisboa e da foz do Douro, com as suas
capelanias autorizadas pelo governo. A transformação em congregações dos
pequenos grupos de fiéis ligados a essas famílias estrangeiras, bem como a sua
posterior multiplicação, revelou-se extremamente dependente, quase até à
actualidade, de ajudas financeiras, logísticas e humanas de sociedades missio-
nárias sedeadas noutros países. O caso da imigração funcionou, em boa me-
dida, como uma mera implantação, em espaços da sociedade portuguesa, de
famílias religiosamente diferenciadas; é, pois, um processo onde não estão en-

416
C O N D I C I O N A N T E S NA CONFIGURAÇÃO D O C A M P O RELIGIOSO P O R T U G U Ê S

v o l v i d o s , p a r a o s p r ó p r i o s , g r a n d e s riscos e q u e , à p a r t i d a , n ã o r e p r e s e n t a u n i a
desestabilização da situação religiosa d o m i n a n t e . P o r seu lado, o caso mais li-
g a d o à o r i g e m dos g r u p o s protestantes — e m q u e p o r t u g u e s e s «nativos» c o -
meçaram a juntar-se a outros pequenos grupos religiosamente diferenciados
— r e v e l a n ã o s ó a i n c a p a c i d a d e d e investimento a u t ó n o m o na constituição de
g r u p o s d i f e r e n c i a d o s m a s t a m b é m a p e r c e p ç ã o dessa o p e r a ç ã o c o m o c o m p o r -
t a n d o g r a n d e s r i s c o s (sociais, r e l i g i o s o s ) p a r a o c r e n t e . E esses riscos d i m i -
n u í a m s u b s t a n c i a l m e n t e se o m e s m o c r e n t e t i v e s s e a p e n a s d e d e c i d i r j u n t a r - s e
a u m grupo já constituído.
D e s t e m o d o , n u m a s o c i e d a d e c o m t ã o p o u c a p r o p e n s ã o p a r a g e r a r p o r si
m e s m a a d i f e r e n c i a ç ã o e a pluralidade religiosas, a presença de imigrantes e
sobretudo de estrangeiros radicados ou de passagem f u n c i o n o u c o m o u m in-
dispensável p o n t o de partida e a p o i o para a f o r m a ç ã o de g r u p o s r e l i g i o s a m e n -
te d i f e r e n c i a d o s . O s s é c u l o s x i x e x x e m P o r t u g a l s ã o , a s s i m , u m p e r í o d o d e
a v a n ç o e c o n s o l i d a ç ã o d a d i f e r e n c i a ç ã o q u e s ó m u i t o r e c e n t e m e n t e está a
transformar o universo religioso n u m a realidade autenticamente plural.

NOTAS
1
Termo usado por ELIADE - O sagrado e o profano.
2 ESPÍRITO SANTO - A religião popular, p. 18.
3 FERREIRA - Prelecções filosóficas, sobretudo i e vi.
4 MOREIRA - Vidas convergentes, p. 124.
5 I T U R R A - A religião.
6

7
ELIADE - O sagrado e o profano.
Ver P O M B O - As artes divinatórias.
8 ESPÍRITO SANTO - A religião popular.
9 COSTA - Da serpente à Imaculada; ESPÍRITO SANTO - A religião popular.
111 SANCHIS - Arraial, p. 41.
11 PAIS - Sousa Martins.
1 2 BARBOSA - A minha vida, sobretudo p. 169-183.
13
14
Ibidem, p. 164-165.
Para um levantamento comentado da literatura religiosa portuguesa, M A T T O S O - Portugal.
15
Veja-se a prospecção apresentada, para os séculos XVII e xvin, por CAPELO - Profetismo e
esoterismo.
NOLDING - Influência gnóstica, p. 91-136, propõe um esboço destas mútuas influências.
1 6

17
Tal tendência repressiva contra «sortílegos, feiticeiros, adivinhadores, encantadores e blasfe-
madores» era ensaiada desde o período medieval (ARAÚJO - Magia, demónio, p. 45-60, historia essa
repressão em Portugal desde o século xiv até ao século xvni).
18
VoEGELiN - A nova ciência, p. 41-43.
1 9 AZEVEDO - A evolução do sebastianismo.
2 0 MOREIRA — Vidas convergentes, p. 321.
2 1 BAINBRIDGE - The sociology of religious, p. 351.
2 2 I A N N A C C O N E - Rational choice, p. 3 7 .
2 3 AZEVEDO - A evolução do sebastianismo, p. 7.
2 4 F O N T E S - A Acção Católica, p. 6 2 - 7 0 e 9 2 - 9 9 .
2 5 C O S T A — As tendências.
26
Veja-se, por exemplo, M O U R A - As Doroteias em Portugal.

417
A transformação do campo religioso portuguê
Luís Aguiar Santos

A SECULARIZAÇÃO DAS ELITES E SEUS


EFEITOS
O PROCESSO DE SECULARIZAÇÃO n ã o p o d e ser v i s t o c o m o s i n ó n i m o d e r e - Secularização
c u o das c o n c e p ç õ e s r e l i g i o s a s — q u e n u n c a s o m e m da r e a l i d a d e h u m a n a —
e Maçonaria
m a s c o m o u m a r e f o r m u l a ç ã o da r e l a ç ã o d o s i n d i v í d u o s c o m o f e n ó m e n o r e -
ligioso.
O r a , a p r o c u r a p o r d e t e r m i n a d o s i n d i v í d u o s c o m acesso à cultura letrada
d e g r u p o s a l t e r n a t i v o s d e s o c i a b i l i d a d e n ã o e n q u a d r a d o s p e l a estrutura c l e r i c a l
da I g r e j a h e g e m ó n i c a e , para m a i s , d o t a d o s d e s i m b o l o g i a e ritos p r ó p r i o s ,
n ã o p o d e d e i x a r d e ser c o n s i d e r a d o m u i t o r e l e v a n t e p a r a a análise d o c a m p o
r e l i g i o s o p o r t u g u ê s d o s s é c u l o s x i x e x x . Essa p r o c u r a f o i o q u e o r i g i n o u ,
d e s d e o s é c u l o x v i n , o a p a r e c i m e n t o e c r e s c i m e n t o das lojas m a ç ó n i c a s e m
P o r t u g a l , as q u a i s f o r a m u m d o s p r i m e i r o s g r u p o s d i f e r e n c i a d o s a e s t a b e l e c e -
rem-se n o c a m p o religioso português.
A i n c l u s ã o das lojas m a ç ó n i c a s n a análise d o f e n ó m e n o r e l i g i o s o c o n t e m - < 3 O s pastores metodistas
p o r â n e o , tal c o m o d e a l g u n s m o v i m e n t o s p o l í t i c o s e s p e c u l a t i v o s o u v o l u n t a - Albert Aspey e Francisco
Abel Lopes dirigem u m
ristas, resulta d o f a c t o d e se c o n s i d e r a r tratar-se d e r e d e s o u g r u p o s ( q u a n d o
serviço religioso em
n ã o d e a u t ê n t i c a s igrejas) q u e , i n d e p e n d e n t e m e n t e d o s e u d i s c u r s o s o b r e o Valdozende (Gerês) em 1971.
r e l i g i o s o o u u m D e u s p e s s o a l ( q u e n ã o é sine qua non da a t i t u d e r e l i g i o s a ) , N o seguimento de um
p o d e m ser i n t e r p r e t a d o s à l u z d o m o d e l o c o n c e p t u a l a d o p t a d o , p o r q u e g e - conflito c o m o pároco local,
r e m u m p l a n o d e e x p e c t a t i v a s ( q u e são s e m p r e «sobrenaturais») e se e x p r i - a cuja resolução o arcebispo
m e m n u m a l i n g u a g e m de símbolos (que p o d e ou não chegar a materializar-se de Braga não acedeu, a
comunidade decidiu passar-se
e m ritos). P a r a b o a p a r t e d o s m e m b r o s das lojas m a ç ó n i c a s , a a d e s ã o n ã o s i g -
«de armas e bagagens» para a
nificava u m a ruptura c o m a situação religiosa anterior ( c o m u n h ã o c o m a Igreja Metodista, onde ainda
Igreja estabelecida) mas u m a f o r m a típica de c o m p e n s a ç ã o ; p o r é m , a necessi- hoje se mantém; apesar de
d a d e s e n t i d a p o r esses h o m e n s d e i n v e s t i r e m nessa f o r m a d e c o m p e n s a ç ã o é raro, tratou-se de um caso
s i n t o m á t i c a d e u m a i n s a t i s f a ç ã o ( p o r m a i s p a r c i a l q u e fosse) c o m a r e s p o s t a da que pôs a nu a plasticidade
v i v ê n c i a r e l i g i o s a d o m i n a n t e às suas e x p e c t a t i v a s . E , a o c r i a r e m g r u p o s b e m e as possibilidades de
recomposição da fidelidade
s u c e d i d o s d e s o c i a b i l i d a d e f o r a da e s t r u t u r a eclesiástica, as lojas m a ç ó n i c a s f o -
religiosa numa sociedade
r a m u m i m p o r t a n t e e l e m e n t o i n i c i a d o r d o p r o c e s s o d e secularização d o c a m p o
crescentemente plural.
religioso português.
A s e c u l a r i z a ç ã o era u m a c o n s e q u ê n c i a n e c e s s á r i a d o a c e s s o c r e s c e n t e , d u -
r a n t e t o d a a é p o c a m o d e r n a , d e c e r t o s l e i g o s (não c l é r i g o s ) das s o c i e d a d e s e u -
r o p e i a s à c u l t u r a l e t r a d a e da sua i n s a t i s f a ç ã o c o m a p r o e m i n ê n c i a c u l t u r a l e a
a u t o r i d a d e d o c e n t e d o c l e r o : n ã o se tratava, p o r é m , d e u m a e v o l u ç ã o « a n t i -
- r e l i g i o s a » m a s d e u m a r e f o r m u l a ç ã o , da p a r t e d e c e r t o s «leigos», da sua r e l a -
ç ã o c o m o r e l i g i o s o , q u e se t r a d u z i a n u m a c o n t e s t a ç ã o o u c o n c o r r ê n c i a c o m
as f u n ç õ e s c u l t u r a i s e d o c e n t e s d o c l e r o . O r a , n a é p o c a c o n t e m p o r â n e a , a
M a ç o n a r i a t e v e u m papel m u i t o i m p o r t a n t e na e v o l u ç ã o d o processo d e se-
c u l a r i z a ç ã o q u e a c o m p a n h o u o e s t a b e l e c i m e n t o da o r d e m j u r í d i c a l i b e r a l e
d o crescimento posterior de u m m o v i m e n t o favorável à laicização.

A INSTALAÇÃO DA PRIMEIRA LOJA MAÇÓNICA e m P o r t u g a l , p o r v o l t a d e Contexto histórico


1 7 2 7 , o c o r r e u n o início d o p e r í o d o setecentista de f e r m e n t a ç ã o intelectual e
d e i n t e n s i f i c a ç ã o da p r o c u r a e v e n d a d e l i v r o s n o país, e x p l i c á v e l p e l a d i s s e -
m i n a ç ã o da v o n t a d e d e a c e s s o à c u l t u r a l e t r a d a o p e r a d a p e l a r e l a t i v a p r o s p e r i -
d a d e e c o n ó m i c a e a s c e n s ã o d e a l g u n s estratos sociais p o r ela f a v o r e c i d o s .
U m a f o n t e c o m o a Gazeta de Lisboa, n o s seus p r i m e i r o s a n o s d e p u b l i c a -
ç ã o ( d e s d e 1 7 1 5 ) , dá c o n t a da i n e q u í v o c a e x i s t ê n c i a d e u m m e r c a d o l i v r e i r o ,

419
PLURALIDADE RELIGIOSA

Fachada do Arco da R u a no qual, a par de obras «técnicas» de medicina ou armas de fogo, se nota a
Augusta, Lisboa. A lenta preponderância de obras espirituais de clérigos, sobretudo portugueses e espa-
construção de uma autoridade
administrativa e centralizada
nhóis. A fundação da Academia Real da História (1720), onde figuravam lei-
do Estado foi permitindo a gos eminentes, é ainda demonstrativa do enorme peso do clero na cultura le-
secundarização do papel social trada de então e foi uma primeira tentativa de enquadramento e subsídio
e unificador da Igreja económico do poder político sobre essa cultura letrada em expansão (as aca-
estabelecida, nessas condições, demias tinham vindo a surgir em Portugal desde finais do século xvn com o
a secularização de
patrocínio de alguns nobres e clérigos, continuando algumas a existir no sé-
determinadas elites foi sendo
tolerada desde o século x v n i culo xvni).
ao sabor das conveniências do As reformas pombalinas da universidade e do ensino das chamadas «es-
Estado, e consolidou-se colas menores» (sobretudo de mestres de «ler, escrever e contar») — cuja
durante o século x i x . procura também crescia nas várias localidades do país — podem ser entendi-
FOTO: JORGE BARROS/ARQUIVO das como um esforço de enquadramento desta expansão da cultura letrada
C Í R C U L O DE LEITORES. pelo aparelho estatal, que optimizava então o funcionamento integrado das
suas várias componentes institucionais (nas quais se incluíam importantes ór-
gãos eclesiásticos, como a Inquisição, que a Coroa pretendia tutelar). A ex-
pulsão da Companhia de Jesus pelo Marquês em 1759, bem como a extinção
da Universidade de Évora (mantida pelos Jesuítas desde o século xvi) e a re-
forma que se quis então impor ao ensino superior (combatendo a influência
do «abominável» Aristóteles), foram sinais evidentes da forma como o pom-
balismo foi, em boa medida, uma tentativa de submeter as elites, desta vez
rigidamente, ao paradigma da uniformidade. A filosofia aristotélico-escolás-

420
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

tica que fora sempre a dominante em Portugal e que os Conimbricenses (je-


suítas) haviam cimentado, convivia já no século xvni com a influência cres-
cente da corrente da chamada «filosofia moderna» assente no escotismo e no
nominalismo, e aberta às ciências experimentais tal como teorizadas por
Descartes e Newton; esta segunda corrente é a que virá a inspirar as refor-
mas políticas, jurídicas e pedagógicas do marquês de Pombal, impondo-se à
primeira, e da qual derivarão também os teóricos nacionais do despotismo
esclarecido.
Criada pelo marquês de Pombal em 1768, a Real Mesa Censória introdu-
ziu, por seu lado, um controlo mais sistemático do mercado cultural letrado
português, velando em nome da Coroa pelo padrão de exigência quanto ao
conteúdo das obras impressas, previamente examinado: a própria instalação
de impressoras e a venda de livros estava sujeita a autorizações casuísticas da
Coroa. O crescimento deste mercado, no século xvni, foi acompanhado pelo
paralelo esforço regulador do Estado, de modo que esta evolução não pusesse
em causa uma ordem social que tinha fundamento na uniformidade religiosa
e confessional do reino. Estas tendências mantiveram-se nas décadas finais do
Antigo Regime, com as academias fundadas no reinado de D. Maria I (como
a Real Academia das Ciências em 1779) e abriram a cultura letrada a novos
campos de estudo, não especificamente cronísticos ou teológicos, nos quais
vários autores leigos se destacaram (o que está patente, nomeadamente, nos
volumes das Memórias económicas e das Memórias de literatura portuguesa da Aca-
demia).
Foi neste contexto que as lojas maçónicas conseguiram conquistar adep-
tos em Portugal depois de um mação escocês estabelecido em Lisboa, de ape-
lido Gordon, ter fundado a primeira loja: nessa fase inicial, dado todo o peso
da comunhão confessional na sociedade portuguesa, católicos romanos e pro-
testantes estavam separados, cada grupo juntando-se numa loja distinta.
Esta Maçonaria designa-se normalmente «especulativa», para se distinguir
das suas origens nas sociedades secretas, originadas nas antigas corporações
profissionais medievais, que nalguns pontos da Europa pretendiam manter se-
gredos de construção (daí o termo Maçonaria, que se tornou simbólico na fase Alto Grau da Maçonaria
Negra (à esquerda). Soberano
«especulativa» posterior, originada pela criação da Grande Loja de Inglaterra Grande Inspector-Geral,
em 1717); com a obra The Constitutions of the Free-Masons (1723) do pastor Grau 33 (ao centro) e Aprendiz,
presbiteriano e mação James Anderson (1684-1739), encomendada pelo grão- Mação de Grau 1.
-mestre da Grande Loja de Londres dois anos antes, a moderna Maçonaria FOTOS: ARQUIVO C Í R C U L O
«especulativa» passou a proclamar os ideais da tolerância religiosa e política DE LEITORES.

421
PLURALIDADE RELIGIOSA

(claramente contra o ideal de uniformidade confessional mantido pelos esta-


dos europeus), da entreajuda dos seus adeptos e da sua iluminação individual
por estes ideais — tal expressão ideológica podia basear-se em atitudes na li-
nha evangélica da Carta sobre a tolerância (1689) de J o h n L o c k e mas também
assumir a forma de um elogio da racionalidade (ou da razão, c o m o outros
preferiram) contraposta ao domínio dos «preconceitos» (o que gerava uma
antropologia de diferenciação e de aperfeiçoamento dos iluminados ou inicia-
dos). Esta característica não-confessional da Maçonaria, patente na expressão
usada para nomear Deus («Supremo Arquitecto do Universo»), chocou c o m
a confessionalidade da generalidade dos estados europeus da época e evoluiu
posteriormente para uma diferenciação entre a chamada Maçonaria regular (de
origem anglo-saxónica, que, mantendo o princípio não-confessional, requer
a necessidade da crença num Deus único à maneira das religiões monoteístas)
e a chamada irregular (de origem continental, que abrange deístas, teístas, pan-
teístas e ateus) — a ideia de regularidade, e portanto de uma norma baseada
numa tradição única, foi e é motivo de discórdia no campo maçónico 1 . Para-
lelamente, a Maçonaria «especulativa» desenvolveu e manteve toda uma série
coerente de ritos (uma liturgia) em que pretendeu substanciar a experiência
espiritual e integradora que facultava aos seus membros e era o conteúdo da
sua expressão religiosa própria — de tal liturgia faziam parte ritos de recepção
de adeptos e passagem destes a novos graus «de sabedoria», banquetes c o m
brindes rituais, etc., c o m o o demonstram as compilações litúrgicas para o
Grande Oriente Lusitano U n i d o do Irmão Matos Ferreira do mício do sé-
culo x x 2 .

As «nações» estrangeiras E M PORTUGAL, ENQUANTO GRUPOS DIFERENCIADOS da I g r e j a hegemóni-


ca, estas lojas começaram por ser f e n ó m e n o s próprios e internos das «na-
ções» estrangeiras sedeadas no reino, isto é, grupos de estrangeiros que se
reuniam enquanto tal e não sujeitos à disciplina religiosa a que estavam
obrigados os súbditos portugueses (a presença destas «nações», reconhecidas
pela C o r o a , era relevante sobretudo nas principais praças comerciais, Lisboa
e Porto — a C o r o a autorizou também, nos últimos reinados do A n t i g o
R e g i m e , que estas «nações» mantivessem capelanias próprias, mesmo que
não fossem católicas romanas, c o m o a anglicana, a presbiteriana escocesa ou
a luterana alemã).
A adesão de alguns súbditos portugueses às lojas assim j á constituídas p e -
los «hereges mercadores» (como lhes chamou então a Inquisição), facilitada
normalmente pelas relações de sociabilidade c o m esses estrangeiros radicados
ou em trânsito, permitiu percursos pessoais de diferenciação religiosa que de
outro m o d o teriam sido muito mais arriscados — e provavelmente nem che-
gariam a desenvolver-se. U m inquérito levado a cabo pela Inquisição, em J u -
lho de 1738, revelou ser a loja maçónica «católica» constituída por indivíduos
de origem irlandesa e ter actividades «recreativas e instrutivas», tendo a maio-
ria j á então tomado a iniciativa de a dissolver depois de conhecida a interdi-
ção pontifical sobre pertença a lojas maçónicas — uma parte destes, porém,
passou a integrar a loja «protestante». A esta última, aparentemente, era ape-
nas exigido pelas autoridades que não aceitasse membros portugueses — o
que ela terá acatado, tendo em conta o caso conhecido de D . Manuel de
Sousa, senhor do Calhariz e capitão da guarda real, que pretendia aí ser aceite
e ao qual a loja, para o dissuadir desse intento, exigiu autorização explícita do
rei e uma quantia e m dinheiro 3 .

Consolidação maçónica ESTES DADOS EVIDENCIAM que os primeiros maçãos em Portugal, além da
sua origem estrangeira, estavam menos interessados em fazer prosélitos e mais
preocupados em não criar conflitos c o m o poder político. Apesar disto, em
1744, em dois autos-de-fé, foram condenados à prisão e às galés quatro m a -
çãos, dos quais um abjurou e os restantes foram resgatados pelas autoridades
britânicas.
Sob o governo do marquês de Pombal não se verificaram processos c o n -
tra maçãos na Inquisição e na Intendência de Polícia. Neste período p o m b a -

422
A TRANSFORMAÇÃO D O C A M P O RELIGIOSO P O R T U G U Ê S

lino, a presença do conde Wilhelm zu Schaumburg-Lippe em Portugal


(1762-1764) como reformador do Exército real deu um novo ímpeto à Maço-
naria, uma vez que a introduziu numa das mais importantes elites que então
se estruturava, a militar — mas outras franjas importantes da sociedade parti-
cularmente expostas aos contactos com estrangeiros (nobres, diplomatas e co-
merciantes) aderiram às lojas maçónicas, aproveitando a tolerância do mar-
quês; uma excepção, a da perseguição levada a cabo pelo capitão-geral da
Madeira em 1770 contra os maçãos locais, parece ter-se devido a razões pes-
soais. O reinado de D. José I terá sido o período que marcou a adesão irre-
versível de um sector das elites portuguesas à Maçonaria e mesmo o acesso ao
trono de D. Maria 1 (com a acção antimaçónica do intendente Pina Ma-
nique) não alterou muito a situação: uma nova perseguição no Funchal,
em 1792, levou o poder central a pedir moderação ao bispo e às autoridades
locais.
Em 1801 existiam já em Lisboa cinco lojas (13 em 1810) e em 1804 foi fun-
dado o Grande Oriente Lusitano, o primeiro esforço de unidade orgânica e
de autonomia da Maçonaria em Portugal. A origem deste Oriente esteve li- E m b l e m a do G r a n d e O r i e n t e
gada à loja Regeneração, fundada em 1797, e deu-se depois de ter sido sere- Lusitano U n i d o , in Portugal
nada, em casa do general Gomes Freire de Andrade e em reunião presidida Misterioso, 1998. O r a unida,

pelo abade Monteiro, a desavença de 1801 entre lojas do Porto e Lisboa: nes- ora separada, na M a ç o n a r i a se
fez e desfez a teia de
se ano de 1801, perante uma perseguição movida por Pina Manique, várias compromissos em que
personalidades ligadas à Maçonaria portuguesa (Hipólito José da Costa Furta- assentou a M o n a r q u i a
do de Mendonça e os abades Monteiro e José Ferrão de Mendonça e Sousa) C o n s t i t u c i o n a l , burguesa e
pediram ao então ministro da fazenda D. Rodrigo de Sousa Coutinho que n o m i n a l m e n t e católica.
interviesse; este, curiosamente, afirmou então não ser a Maçonaria contrária D u r a n t e o século x i x , as lojas

ao trono e conseguiu moderar as limitações postas à sua liberdade, embora maçónicas f o r a m o mais
importante instrumento de
aconselhasse prudência. sociabilidade das elites
O primeiro grão-mestre da Maçonaria portuguesa, tornada autónoma portuguesas, p e r m i t i n d o - l h e s ,
desde 1804, foi Sebastião José de Sampaio (que tinha o nome simbólico de s o b r e t u d o nos m o m e n t o s de
Egas Moniz) mas essa autonomização, feita a coberto da londrina Grande Lo- crise, agir c o m a u t o n o m i a

ja dos Antigos e através do duque de Sussex, não chegou nunca a obter a face ao Estado e à Igreja.

regularização formal pela Grande Loja de Londres, que para isso exigia o pré-
vio reconhecimento do governo português; assim, a regularização da Maço-
naria portuguesa nunca chegou a dar-se . 4

Algumas décadas antes e pretendendo evitar o avanço da secularizaçâo da


sociedade por acção destas novas formas de sociabilidade que escapavam à es-
trutura eclesiástica e à tutela clerical, os papas Clemente XIII e Í3ento XIV,
em 1738 e 1751, haviam proibido aos crentes a participação em reuniões ma-
çónicas. A capacidade de sobrevivência — e de tolerância pela Coroa — da
Maçonaria portuguesa durante o Antigo Regime só é explicável quer pela
sua ligação à imunidade de que gozavam as «nações» estrangeiras (sobretudo a
britânica) quer pela pertença às lojas de figuras de grande influência política
junto do poder, como por exemplo o conde da Barca, António de Araújo de
Azevedo, que integrava o ministério que antecedeu a partida da corte para o
Brasil em 1807. A carta de lei de 17 de Dezembro de 1794, já sob a pressão da
situação internacional posterior à revolução em França, mostra entretanto
que a Coroa se mantinha firme na repressão de ideias e indivíduos que amea-
çassem quer a legitimidade do poder estabelecido quer a uniformidade con-
fessional do reino, exigindo da Maçonaria um papel discreto e sendo óbvio
que algumas personalidades importantes da corte aceitavam as lojas, acredita-
vam na sua fidelidade à Coroa e estavam mesmo prontas a protegê-las. Ao
mesmo tempo, as medidas repressivas não impediam a circulação de obras es-
trangeiras proibidas, já que, segundo o então intendente Pina Manique, eram
«alguns dos ministros do corpo diplomático [...] quem tem a facilidade de es-
palhar no público estes livros ímpios e sediciosos» — tal constatação permite
5

ver nas relações de alguns súbditos portugueses com as «nações» estrangeiras,


fortalecidas pela sociabilidade maçónica, um forte elemento de resistência à
acção da censura estatal e à uniformidade confessional pretendida, sobretudo
no seio dos grupos sociais mais activos e influentes, as elites aristocrática, ad-
ministrativa, militar e comercial.

423
PLURALIDADE RELIGIOSA

A Maçonaria estava, assim, no centro dos j o g o s políticos da corte no final


do Antigo R e g i m e , tendo inimigos e aliados j u n t o do poder. N ã o admira
que os receios causados pelo ambiente de instabilidade europeia, c o n t e m p o -
rânea das guerras da R e v o l u ç ã o e do Império, fossem explorados no sentido
de levantar dúvidas sobre a fidelidade dos membros das lojas à dinastia e à
hierarquia eclesiástica; no entanto, tudo leva a crer que tais dúvidas não tives-
sem fundamento.
As lojas maçónicas permitiam aos seus membros tecer outras relações so-
ciais, nas quais o debate e a especulação filosófica — procurados por si c o m o
meios de expressão e satisfação das suas expectativas pessoais — funcionavam
c o m o elemento agregador destas redes de contactos pessoais e cumplicidade
que, ao integrarem-se ou darem origem a uma loja, se tornavam grupos dife-
renciados. Mas tal diferenciação, no período anterior às Invasões Francesas,
não ia aparentemente ao ponto de desenvolver uma relação de tensão c o m a
ordem político-religiosa estabelecida, até porque as lojas recrutavam boa par-
te dos seus membros entre as elites próximas dos centros de poder, incluindo
clérigos.
N a fase da história portuguesa que mediou entre o colapso do Estado
absoluto em face das Invasões Francesas (1807) e a «restauração» de 1820, as
lojas maçónicas assumiram uma importante função política, dado o facto de
serem uma forma alternativa de organização em grupos das elites num cená-
rio de desmoronamento da autoridade da C o r o a ; tal c o m o outras entidades
(o patriarca de Lisboa, por exemplo), a Maçonaria rendeu homenagens a J u -
not e uma parte dos seus elementos considerou inclusivamente a possibili-
dade de negociar c o m o invasor novas formas de autoridade e legitimidade
políticas que passavam pela substituição da dinastia de Bragança 6 . Mas a fide-
lidade do Grande Oriente Lusitano ao rei de Portugal ficou clara na sua re-
cusa de conceder a J u n o t o lugar de grão-mestre, o que levou o invasor a
perseguir as lojas portuguesas — e a fazê-las juntarem-se à resistência contra
os Franceses. Esta encontrou nas lojas u m meio para se organizar entre as eli-
tes, não desdenhando recorrer a algumas crenças político-religiosas tradicio-
nais c o m o a da teofania fundadora de Ourique ou do sebastianismo, mobili-
zadas para a causa da dinastia de Bragança, c o m o j á acontecera em 1640 (daí
que o padre José Agostinho de M a c e d o relacionasse então «sebastianistas» e
«pedreiros-livres») — tais crenças, em que se apoiaram também os m o v i m e n -
tos populares antifranceses, foram um meio importantíssimo para dar coesão
social e religiosa à resistência.

Reacções MAS A INFLUÊNCIA EM PORTUGAL da «teoria da conspiração» do abade


Barruel (que atribuía à Maçonaria a propagação das ideias da R e v o l u ç ã o
Francesa de 1789) durante a tentativa de restauração da legitimidade dinástica
e da ordem política, a partir de 1809, conduziu à perseguição de indivíduos
ligados a lojas maçónicas e ao Grande Oriente Lusitano (as diligências da M a -
çonaria britânica permitiram a ida para a Grã-Bretanha de alguns conhecidos
maçãos c o m o José Sebastião de Saldanha ou J á c o m e R a t t o n , inequivocamen-
te resistentes) — este caso, a chamada Setembrizada, criticado por Welling-
ton, era demonstrativo dos excessos potenciais de uma mobilização social ali-
cerçada em crenças de teor maniqueísta.
A partir de 1814, com o fim da Guerra Peninsular e dada a pressão da
emigração em torno de jornais c o m o Correio Brasiliense e Investigador Português
cm Inglaterra, a C o r o a regularizou a situação destas personalidades 7 . Mas não
há dúvida que, na segunda década do século x i x , os maçãos surgem ligados
a tentativas de sublevação contra a regência (mas não necessariamente contra
o rei ausente), c o m o na revolta falhada de 1817, liderada pelo general G o m e s
Freire de Andrade (eleito grão-mestre do Grande Oriente Lusitano no ano
anterior). Este acontecimento conduziu à interdição das sociedades secretas
em 1818, o que não impediu a constituição do chamado Sinédrio (constituído
por figuras na sua maioria ligadas à Maçonaria), que preparou e conseguiu fa-
zer triunfar a «revolução» de 24 de Agosto de 1820 e a fundação de um regi-
me político parlamentar.

424
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

A partir de então, a M a ç o n a r i a passa a ser parte integrante da v i d a política


d o país: u m p a n f l e t o de 1822 (Causa dos monges e dos franco-mações no tribunal
da prudência) apresentava os m a ç ã o s c o m o «verdadeiros amigos» da pátria, da
religião e d o rei mas os apoiantes da restauração da m o n a r q u i a absoluta c o n t i -
n u a r a m a v e r na M a ç o n a r i a u m a instituição perigosa e u m a l v o a abater: a
razão disto era o facto de as lojas m a ç ó n i c a s f u n c i o n a r e m c o m o inevitáveis
instrumentos estruturadores da n o v a sociabilidade política d o r e g i m e parla-
mentar, p e l o q u e a sua l i q u i d a ç ã o levaria à impossibilidade prática de articula-
ção dos g r u p o s q u e a n i m a v a m o n o v o r e g i m e político.
A c a m p a n h a a n t i m a ç ó n i c a de absolutistas c o m o F o r t u n a t o de S ã o B o a -
v e n t u r a ou J o s é A g o s t i n h o de M a c e d o , q u e apresentava as lojas c o m o c o n t r á -
rias à Igreja C a t ó l i c a R o m a n a , n ã o d e v e fazer e s q u e c e r q u e , apesar dos c o n s -
tituintes de 1822 — na sua grande parte maçãos — h a v e r e m c o n s a g r a d o na
n o v a C o n s t i t u i ç ã o escrita a confessionalidade d o Estado e a pertença j u r í d i c a
de todos os cidadãos à Igreja estabelecida, a n o v a o r d e m política lutava c o m
d i f i c u l d a d e pela i m p o s i ç ã o da sua legitimidade. T r a t a v a - s e mais de u m m e d i r
de forças q u e de u m e m b a t e entre m u n d i v i d ê n c i a s : de f a c t o , entre 1 8 2 0 e
1823, «o n o v o p o d e r e s f o r ç o u - s e p o r garantir a transferência d o c o n t r o l o q u e
o d e s p o t i s m o i l u m i n a d o detinha sobre a o r g a n i z a ç ã o eclesiástica para as r e -
c é m - c r i a d a s estruturas políticas» 8 e o desafio lançado p e l o patriarca D . C a r l o s
da C u n h a (recusando j u r a r as bases da C o n s t i t u i ç ã o ) c o m p r e e n d e - s e n u m
c o n t e x t o de fragilidade e r e c o m p o s i ç ã o d o p o d e r político, patente na necessi-
dade q u e este tinha de controlar a estrutura eclesiástica.
O j u r a m e n t o da C o n s t i t u i ç ã o p o r D . J o ã o V I , b e m c o m o a posterior
r e o r d e n a ç ã o d o r e g i m e representativo pela C a r t a C o n s t i t u c i o n a l de A b r i l de
1826, serenaram estas tensões, só v o l t a n d o a situação a alterar-se c o m o g o l p e
de E s t a d o de D . M i g u e l e o estado de guerra civil até 1834 — mas é e x t r e m a -
m e n t e d u v i d o s o q u e se possam considerar o c h a m a d o «partido absolutista»
(antimaçónico) e o c a m p o «liberal» e m q u e se i n c l u í a m os m a ç ã o s , c o m o
m u n i d o s de c o n c e p ç õ e s essencialmente diferentes d o catolicismo e da Igreja
estabelecida (inclusivamente na sua relação c o m o Estado). A m b o s c o m u n g a -
v a m , mutatis mutandis, as referências prevalecentes na v i v ê n c i a religiosa católi-
ca r o m a n a e a cultura eclesiástica regalista herdada d o passado, o que era a
c o n d i ç ã o de se p o d e r ser s i m u l t a n e a m e n t e « b o m católico» e « b o m p o r t u -
guês». A c o n c o r r ê n c i a dos g r u p o s políticos p e l o c o n t r o l o d o Estado é q u e
p a r e c e ter c o n d u z i d o à m a n i p u l a ç ã o , nos j o r n a i s e opúsculos e m circulação,
de teorias conspiratórias, de d e m o n i z a ç ã o d o adversário e à teatralização de
incompatibilidades ideológicas (que muitas vezes são d e s c o n c e r t a n t e m e n t e al-
teradas q u a n d o as circunstâncias q u e as m o t i v a r a m t a m b é m se alteram); ora,
os clérigos, pelas suas f u n ç õ e s sociais e f o r m a ç ã o letrada, n ã o v i v i a m à parte
desta c o n c o r r ê n c i a entre g r u p o s políticos p e l o c o n t r o l o d o Estado — e r a m
parte integrante dela. D a í as o p ç õ e s q u e t o m a v a m , de se alinharem o u n ã o
c o m u m a das correntes o u de e n c o n t r a r e m f o r m a s de a c o m o d a ç ã o dentro d o
r e g i m e p o l í t i c o v i g e n t e , de que d e p e n d i a m s e m p r e para subsistir. A ascensão
e q u e d a d o m i g u e l i s m o e m P o r t u g a l e a sua luta contra u m c a m p o «liberal»
aliás d i v i d i d o t e m sido lida c o m o u m a luta p u r a m e n t e i d e o l ó g i c a ; p o r é m , es-
tava aí e m causa, acima de t u d o , u m c o m b a t e entre diferentes p r o t a g o n i s m o s
sociais, políticos e religiosos.
O q u e a n i m a v a a c h a m a d a « c o n t r a - r e v o l u ç ã o » miguelista (ou absolutista)
era u m a resistência à f o r m a ç ã o de n o v o s g r u p o s actuantes na sociedade p o r -
tuguesa, que h a v i a m c o n q u i s t a d o u m a capacidade de a u t o n o m i a r e l a t i v a m e n -
te à estrutura clerical e à corte e de participação nas decisões políticas e na r e -
partição da renda fiscal d o Estado; esses n o v o s g r u p o s actuantes estavam e m
g r a n d e m e d i d a alicerçados na sociabilidade m a ç ó n i c a (e daí a obsessão anti-
m a ç ó n i c a dos seus adversários), e m b o r a divididos entre os q u e o p t a v a m p o r
u m c o m p r o m i s s o c o m os antigos g r u p o s privilegiados (os liberais « m o d e r a -
dos» q u e participaram na Vilafrancada e m 1823 e depois a c o l h e r a m a C a r t a de
1826 c o m o u m a solução de c o m p r o m i s s o político) e os q u e p r e f e r i a m afastar
os antigos g r u p o s , reservando para si o p r o t a g o n i s m o p o l í t i c o (os radicais,
t a m b é m c h a m a d o s vintistas). A tomada d o p o d e r pelos absolutistas, e m 1828,

425
PLURALIDADE RELIGIOSA

foi, assim, u m revés para os grupos que aspiravam à preservação do protago-


nismo alcançado oito anos antes — e as lojas maçónicas continuaram a estru-
turar a sociabilidade destes grupos mesmo no exílio: os emigrados portugue-
ses no estrangeiro possuíam já dois grão-mestres; os emigrados em Inglaterra,
fiéis à Carta, consideravam como seu grão-mestre José da Silva Carvalho
(eleito pelo Grande Oriente Lusitano em 1 8 2 3 ) , enquanto que os emigrados
em França, mais imbuídos do espírito radical, haviam eleito João Carlos de
Saldanha .
9

Maçonaria e liberalismo FOI ESTA DIVISÃO QUE ORIGINOU, após a vitória liberal em 1 8 3 4 e durante
algumas décadas, os dois Orientes e os dois grão-mestres que subsistiram na
Maçonaria portuguesa e que explicam a permanente divisão, em dois bandos,
da classe política na primeira metade de Oitocentos — poucas dúvidas po-
dem haver que eram os dois Orientes que articulavam o funcionamento e so-
lidariedade interna de cada uma das duas correntes políticas. É curioso que os
próprios miguelistas, pretendendo organizar-se como u m partido de oposição
após a vitória liberal em 1834, tenham constituído uma sociedade secreta de
moldes maçónicos, a Ordem de São Miguel da Ala (cujo grão-mestre era o
próprio D. Miguel); esta ainda estava activa em meados do século xix e de-
monstra bem a dependência das estruturas partidárias de então do tipo de so-
ciabilidade operacionalizado pela Maçonaria.
Até 1869, quando se dá a fusão dos Orientes rivais no Grande Oriente
Lusitano Unido sob o grão-mestre conde de Paraty, as lojas funcionaram co-
mo autênticos clubes liderados pelos chefes de fila dos principais bandos polí-
ticos; a inflexão iniciada nesse ano, no sentido da unidade da Maçonaria por-
tuguesa, além de coincidir com a pacificação política do regime (ou, na
verdade, de a permitir), esteve ligada a uma diminuição do vigor maçónico
em Portugal.
Nas últimas três décadas do século xix, a implantação (pelo menos em
número de lojas) parece ter inequivocamente diminuído e quase resumir-se a
Lisboa e Porto ", o que poderá explicar a opção da unidade como forma de
1

maximizar a sua capacidade de influência e de recompensa das expectativas


dos aderentes — de facto, observa-se que, neste período, todas as cisões sofri-
das pelo Grande Oriente Lusitano Unido foram breves e, portanto, malsuce-
didas (o que tornava patente a conveniência da unidade, mesmo sentida pela
menos politizada das obediências, a Grande Loja Provincial do Oriente Irlan-
dês, que aderiu ao Grande Oriente em 1 8 7 2 ) . Esta desmobilização não é facil-
mente explicável mas poder-se-á avançar a hipótese de as expectativas geridas
pela Maçonaria terem sido preteridas por alguns indivíduos, a partir de mea-
dos de Oitocentos, quando uma relativa segurança e acalmia se instalaram na
sociedade portuguesa (ou essa nova situação social poderá ter esgotado as ex-
pectativas que nela enfim se realizavam); aliás, essa tendência de desmobilização
inverteu-se nos últimos anos do século xix e duas primeiras décadas do sécu-
lo xx, n u m cenário de crise económica e crescente intranquilidade política.
A militância maçónica parece, assim, recrudescer em situações de tensão e
incerteza, funcionando para o indivíduo como uma rede de apoio e sociabili-
dade que lhe fornece uma compensação na gestão das suas expectativas.
A paz POR OUTRO LADO, ENTRE AS ELITES secularizadas portuguesas, a influência
com a Igreja Católica
tanto do jusracionalismo utilitarista e sensista como, depois, do jusnaturalismo
krausista parece ter enquadrado uma certa harmonia entre essas elites e a
11

vivência religiosa da Igreja estabelecida, materializada aliás no estatuto consti-


tucional do clero na nova ordem jurídica (párocos funcionários públicos e
bispos com lugar na câmara alta das cortes); estas correntes filosóficas, em que
as elites liberais tinham fundado a sua posição anticongreganista desde a pri-
meira metade do século xix, haviam definido uma relação com a Igreja esta-
belecida em que era defendida a supressão ou limitação do clero regular em
Portugal (alcançada pela legislação de Joaquim António de Aguiar em 1834)
mas simultaneamente preservado, na sua intenção de secularizar a sociedade,
um papel espiritual e cultural fundamental para o clero secular.

426
A TRANSFORMAÇÃO D O C A M P O RELIGIOSO P O R T U G U Ê S

E s t a r e l a t i v a p a z das elites s e c u l a r i z a d a s l i b e r a i s c o m a I g r e j a r a d i c a v a n o
e q u i l í b r i o d e f o r ç a s s o c i a i s e r e l i g i o s a s q u e se f o r a e s t r u t u r a n d o n a p r i m e i r a
m e t a d e do século x i x . O a l i n h a m e n t o de grande parte do clero c o m o regi-
m e m i g u e l i s t a ( 1 8 2 8 - 1 8 3 4 ) e r a e x p l i c á v e l q u e r p o r este b a r r a r a a s c e n s ã o d e
n o v o s p r o t a g o n i s m o s na sociedade p o r t u g u e s a (concorrentes c o m o d o clero)
q u e r p e l a d e p e n d ê n c i a da I g r e j a i n s t i t u c i o n a l r e l a t i v a m e n t e a o E s t a d o — e o As eleições municipais de 1908,
r e g i m e m i g u e l i s t a , e m 1 8 2 8 , p a r e c e r i a c e r t a m e n t e ir d u r a r . D o l a d o d a S a n t a por V e l o s o Salgado, 1913
(Lisboa, M u s e u da Cidade).
S é , « e m c o n f o r m i d a d e c o m a C o n s t i t u i ç ã o v a t i c a n a d e 1831», p e l a q u a l o p a p a
A sedutora R e p ú b l i c a
d e c i d i r a , e m c a s o das « v i c i s s i t u d e s d o s E s t a d o s » — a s s i m se e x p r i m i a — , e n - fraternal, «científica» e
trar e m r e l a ç õ e s c o m os « g o v e r n o s d e f a c t o » , G r e g ó r i o X V I t i n h a r e a t a d o r e - triunfante. As correntes
l a ç õ e s d i p l o m á t i c a s c o m D . M i g u e l , p o r e n t e n d e r q u e o c l e r o p o r t u g u ê s «lhe republicanas e socialistas,
era f a v o r á v e l » 1 2 . U m p o n t o d e v i r a g e m i m p o r t a n t e , q u e v e r d a d e i r a m e n t e a d v o g a n d o a ruptura c o m a
q u e b r o u a capacidade de a Igreja estabelecida desafiar o n o v o p o d e r político, mundividência religiosa
tradicional e c o m a solução
f o i a d e s o r g a n i z a ç ã o da sua e s t r u t u r a h i e r á r q u i c a d u r a n t e a g u e r r a c i v i l ( 1 8 3 2 -
de compromisso da
- 1 8 3 4 ) e o «cisma» c r i a d o p e l a p o l í t i c a e c l e s i á s t i c a d e D . P e d r o I V , o q u a l , à
monarquia constitucional,
m e d i d a q u e ia t o m a n d o o c o n t r o l o d o r e i n o p a r a a c a u s a d a C a r t a C o n s t i t u - veicularam desde finais do
c i o n a l , f o i e x p u l s a n d o os b i s p o s a l i n h a d o s c o m D . M i g u e l e p r o v e n d o as d i o - século x i x u m ideal de
ceses d e g o v e r n o s p o r si n o m e a d o s . E s t e e s t a d o d e c o i s a s c r i o u o b v i a m e n t e sociabilidade laica que
u m conflito c o m R o m a que, no entanto, c o l o c o u o Estado português e m transportava a sua própria
carga mitológica e simbólica.
c o n d i ç õ e s de n e g o c i a r c o m a Santa S é a sujeição d o clero à n o v a o r d e m j u r í -
d i c a ; esta s i t u a ç ã o c i s m á t i c a , aliada a o d e s m a n t e l a m e n t o das o r d e n s r e l i g i o s a s FOTO: ANTÓNIO
e à v e n d a das suas p r o p r i e d a d e s a p a r t i r d e 1 8 3 4 , l e v o u até a l g u n s l i b e r a i s a
RAFAEL/ARQUIVO CIRCULO
DE LEITORES.

427
PLURALIDADE RELIGIOSA

conceberem reformas do sacerdócio (por exemplo, admissão do casamento


dos sacerdotes, j á teorizada em 1822 por J o s é Manuel da Veiga e m Memória
sobre o celibato clerical, publicado em C o i m b r a pela Imprensa da Universidade)
ou a autonomização da «Igreja Lusitana» da sujeição a R o m a (teorizada j á p e -
lo padre oratoriano, depois secularizado, António Pereira de Figueiredo e m
1766 na famosa Tentativa teológica, continuou visível em obras c o m o Elementos
de direito eclesiástico português de Bernardino J o a q u i m da Silva Carneiro, edita-
do em 1863). Mas tais inovações impossibilitariam qualquer compromisso
com R o m a , arrastando o «cisma», e o Estado, c o m o foi referido anterior-
mente, precisava de uma estrutura eclesiástica pacificada e funcional; por esta
razão, a solução tomou forma no restabelecimento de relações c o m a Santa
Sé em 1840 (que abriu caminho para a Concordata de 1848), estando o n o v o
equilíbrio daí decorrente j á patente nas palavras da rainha D. Maria II 110
Discurso da C o r o a de 1842: « C o m plena satisfação minha vi chegar a esta
corte o internúncio de Sua Santidade. As muitas virtudes e luzes do S u m o
Pontífice são mui seguro penhor de concórdia, e de que a Igreja Lusitana,
sem quebra das prerrogativas da C o r o a , q u e o m e u g o v e r n o há-de sempre
manter, gozará a paz de que tanto carece para a conservação da o r d e m p ú -
blica e tranquilidade das consciências.» 1 3 E r a m assim repostas a legitimidade
e regularidade apostólicas nas dioceses portuguesas, conservadas a unidade
doutrinal e a c o m u n h ã o c o m R o m a , e mantida a necessária dose de rega-
lismo.
O posterior combate «anticlerical» de liberais c o m o Vieira de Castro,
Alexandre Herculano ou Vicente Ferrer N e t o Paiva resumiu-se a preservar o
banimento das ordens religiosas (como n o caso das Irmãs de Caridade em
1857-1862) e as prerrogativas regalistas do Estado português sobre a Igreja na-
cional, c o m o o beneplácito régio sobre a nomeação de bispos e a publicação
no reino de documentos pontifícios — o caso do «cisma de Goa», em torno
do R e a l Padroado Português do Oriente, integrou-se inteiramente nesta de-
fesa de prerrogativas regalistas. Tratava-se de um conflito entre a C o r o a por-
tuguesa e a cúria romana que remontava a 1834 devido à política missionária
e formação do clero no Oriente (até então feitas pelo rei de Portugal em n o -
me do Papa) que a Santa Sé entendeu j á não responder às necessidades do
seu esforço missionário naquela zona do globo; deste m o d o , Gregório X V I
retirou da jurisdição do padroado português os vicariatos das índias, levando
a repetidos protestos do governo de Lisboa, que pretendeu até 1886 manter
os seus antigos privilégios (em 1857, um primeiro acordo c o m a Santa Sé não
chegou a ter aplicação devido à pressão regalista interna da opinião pública li-
beral). Quanto às ordens religiosas, o seu banimento foi sendo depois assunto
de crescente polémica na segunda metade de Oitocentos (até à lei de Hintze
R i b e i r o de 1901, que reconheceu as ordens religiosas ensinantes), o que in-
compatibilizou alguns destes liberais c o m a hierarquia católica romana e fez
recrudescer neles a desconfiança de uma excessiva influência de R o m a e de
clérigos regulares estrangeiros na Igreja estabelecida portuguesa (influência a
que era dado o n o m e de ultramontanismó).

A guerra dos intelectuais A ESTA CRESCENTE DESCONFIANÇA, e m parte também motivada pelos es-
forços do papado de manter a sua influência sobre a multinacional malha
eclesial católica romana, juntou-se uma mudança de enorme significado nas
elites secularizadas, com a emergência, a partir da década de 1860, de uma
mundividência nutrida das crenças hegelianas e positivistas — estas criavam
expectativas n u m conhecimento científico total e objectivo, substitutivo das
outras formas de percepção e entendimento da realidade, que serviu a muitos
indivíduos c o m o «uma certeza sobre o significado da história, e seu próprio
lugar na história, que de outro m o d o jamais teriam» 14 .
Estas novas tendências intelectuais romperam a tensa e periclitante paz
entre as elites secularizadas e a Igreja estabelecida. O sinal desta mudança foi a
estranheza que causou à autodenominada «geração nova» a resposta de H e r -
culano ao encerramento das Conferências do Casino de Lisboa e m 1871 (que
pretendiam divulgar as novas crenças positivistas e hegelianas); as C o n f e r ê n -

428
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

cias haviam sido proibidas pelo governo em nome da defesa da «religião do


Estado» e, enquanto para Herculano o problema religioso continuava a ser o
conflito entre regalismo e ultramontanismo, para a «geração nova» (Antero de
Quental, Teófilo Braga, Oliveira Martins, Eça de Queirós) a grande questão
religiosa era a superação do cristianismo e a criação revolucionária de uma
humanidade nova. Outra carta de Herculano, datada da mesma época e diri-
gida a Oliveira Martins, é ainda mais reveladora do exacto ponto de fractura
entre a sua geração e a «nova»: Martins escrevera-lhe para saber se ele con-
cordava que, da sucessão de factos históricos, se podia induzir uma «lógica da
história». Este não era um debate português, era um debate civilizacional,
que encontrou aqui um eco em Portugal; Herculano respondeu-lhe que a
lógica dizia respeito à linguagem, ao discurso sobre a realidade, e não à pró-
pria realidade: «Que, aplicando-se aos factos históricos, a lógica nos possa ou
deva levar a tais ou tais conclusões ou ilações, entende-se. E o mesmo que
sucede aplicando-se a outra qualquer província do saber humano. Lógica
engendrada pelos factos da vida das nações ainda não havia no meu tempo.
E descobrimento mais moderno.» Herculano revela aqui o fundo aristotéli-
15

co da sua formação intelectual, a mesma de Silvestre Pinheiro Ferreira, por si


reconhecido como a autoridade filosófica em Portugal, e cujo magistério foi
uma constante afirmação de que a ciência é um discurso que dá sentido aos
dados empíricos e não uma forma de extrair desses dados qualquer suposto
sentido intrínseco. O grande problema para Herculano era que muitos dos
escritos dos «modernos» hegelianos e positivistas estavam construídos sobre fi-
guras de estilo (metáforas, analogias) quando o deveriam estar sobre concei-
tos, sobre termos rigorosamente definidos. E importante ter-se em considera-
ção que, na tradição aristotélica, a ciência é uma actividade de definição de
áreas de ignorância do homem sobre a realidade e uma relação metódica, pro-
blematizada e racionalizada (através de um discurso cuidado) com essa igno-
rância; a ideia da ciência como conhecimento da realidade é uma ruptura com
essa tradição da filosofia clássica e está mais ligada à tradição das gnoses espe-
culativas, que acreditavam poder aceder a um conhecimento das coisas-em-si
e, a partir destas, a um conhecimento total e absoluto (de todas as coisas).
O grande crescimento, desde o século xvii, da investigação empírica, com a
correlativa acumulação de dados e tentativas de os sistematizar, contribuiu de
algum modo para secundarizar a tradição aristotélica e sobrevalorizar a impor-
tância desses corpora empíricos como conjuntos parcelares de conhecimentos — e
é dessa atitude «supersticiosa» perante os dados (ou «factos») acumulados que
derivou o positivismo. Este depreendia, tal como o hegelianismo no campo
das ideias, que se os dados eram conhecimento, o conjunto dos dados era co-
nhecimento do todo; deste modo, o objectivismo que um emprestava aos
dados e outro às ideias resolvia-se num entendimento absolutista ou «colecti-
vista» das possibilidades cognitivas do homem . 16

Essa influência do positivismo e do hegelianismo, que rompiam com a


concepção aristotélica da ciência, a favor de uma sua concepção como gnose,
esteve intimamente relacionada com o aparecimento em Portugal, com a
«geração nova», da figura do intelectual munido de uma «ideologia total» e que
se reclamava de uma verdade já não revelada mas pretensamente científica e
orientada para a transformação deliberada da realidade . Estes intelectuais vão
17

introduzir progressivamente, na Maçonaria e noutros espaços, o combate pe-


lo laicismo como processo de modificação integral da sociedade; às crenças
do positivismo e do hegelianismo era dada por estes indivíduos uma orienta-
ção propriamente religiosa, capaz de transformar a consciência e a acção do
homem, regenerando-as e aperfeiçoando-as, o que lograria a emergência de
uma sociedade também regenerada e mais perfeita. Esta passagem da espe-
culação intelectual ao activismo social e político, podendo ser explicada pela
crença na posse de uma verdade, traduziu-se em formas de vulgarização das
doutrinas através da imprensa mas também na constituição de redes e grupos
em torno de jornais, clubes e tipografias — as relações pessoais tecidas num
espaço como o meio estudantil da Universidade de Coimbra tiveram grande
importância para gerar essas formas de associação. O próprio discurso elabo-

429
PLURALIDADE RELIGIOSA

rado por estas novas expressões não iludia muitas vezes o conteúdo religioso
do seu activismo, como o demonstra um relato paradigmático de Anselmo
Lorenzo sobre a reunião secreta de fundação, em 1871, da secção portuguesa
da Internacional: «Ali, como em visão profética, assistimos à dissolução dos
Estados [...], ao desaparecimento dessas categorias antagónicas denominadas
capitalistas e operários [...] e, por último, ao regresso da humanidade àquele
paraíso da fábula genesíaca (...) de onde, se foi expulsa pelo pecado da igno-
rância e a violência de um criador irritado, regressava regenerada pela virtude
da ciência e o poder da revolução.» 18 Ora, a campanha laicista que se iniciou
com a nova geração de intelectuais, marcada pelo positivismo e pelo hegelia-
nismo, pretendia já erradicar as funções desempenhadas pelo clero secular e
delas desligar o Estado e a educação dos cidadãos.

O laicismo O LAICISMO APRESENTAVA-SE, ASSIM, como meio de substituir a cultura


dominante no universo religioso português e a sua estrutura institucional de
enquadramento por uma «instrução científica» e por uma sociabilidade de di-
fícil definição e que foi requerendo o recurso a toda uma série de símbolos e
ritos de substituição. Esses símbolos foram tomando forma numa reconstrução
da memória histórica a partir de uma ideia orgânica de nação e projectaram-
-se num ideal de sociabilidade cívica e laica (a República), em nome do qual
um conjunto de novos autores declarou guerra ao clero secular e às manifes-
tações daquilo que era considerada a sua influência perniciosa: celibato, con-
fissão auricular, administração de sacramentos 19 .
A personalidade de Joaquim Teófilo Braga (1843-1923) é provavelmente a
mais representativa desta utilização da doutrina positivista para a recomposi-
ção deliberada da memória cultural portuguesa: numa série de estudos literá-
rios, este autor criou um fantasioso passado de independência geográfica, cul-
tural e rácica da sociedade portuguesa, que a redenção republicana viria
retomar. Simultaneamente, Teófilo foi o mais sistemático proponente do co-
memorativismo e do culto dos «grandes homens» como meios de criar laços
de unidade entre os cidadãos e de materializar a sua solidariedade com a Pá-
tria e a Humanidade — entidades que substituíam Deus em consciências que,
segundo a vulgata positivista teofiliana, teriam abandonado os estádios teoló-
gico e metafísico com o concurso da iluminação da ciência positiva (veja-se
também a importância de outras tentativas de estabelecimento de novos cul-
tos, como o da árvore, entre os laicistas).
Por outro lado, o laicismo republicano ou socialista não deixou de imple-
mentar escolas, colectividades e periódicos, da mesma forma que o fizeram
desde o século xix outros grupos religiosos apostados em divulgar e operacio-
nalizar as propostas da sua expressão particular. Embora alguns autores tam-
bém influenciados pelo positivismo e pelo hegelianismo desdenhassem deste
desiderato de fundo religioso e de substituição — casos de Antero de Quental
(1842-1891) e Joaquim Pedro de Oliveira Martins (1845-1894), que chegou a
considerar o positivismo como a continuidade dos hábitos intelectuais lega-
dos pela escolástica tardia dos Jesuítas 20 — , o facto é que estas ideias, pela
forma como potenciavam uma mobilização dos indivíduos e implementa-
vam a vulgarização das novas doutrinas, se foram impondo entre as fileiras
laicistas.
A chamada «militância laica» desenvolveu-se depois como grupo de pres-
são para a laicização do ensino estatal e a introdução de todo um sistema de
formalidades públicas que substituísse os ritos de integração e passagem incor-
porados no enquadramento eclesiástico da vida social (nascimentos, casamen-
tos, óbitos): é neste contexto que se compreende a fundação de grupos como
a Associação Promotora do Registo Civil (1876), a Associação dos Livres
Pensadores (1880) ou a Associação Propagadora do Registo Civil (1885), que
tornarão, no princípio do século xx, esta militância num fenómeno de mas-
sas, pelo menos na capital. Já em 1895 se realizara em Lisboa um «Congresso
Anticlerical» que juntou uma série de intelectuais positivistas, personalidades
republicanas, socialistas e maçónicas, e no qual o escritor Gomes Leal lançou
precisamente a ideia de uma «missionação laica» que popularizasse o laicismo;

430
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

esse apelo justificou o surgimento dos chamados círios civis por iniciativa do
socialista Azedo Gneco, e que foram «estruturas marcadamente populares»
com «um papel fundamental na luta anticlerical até 1910, perdendo significa-
do a partir de então» 21 .

O PAPEL DA MAÇONARIA, numa altura em que se vinham desenvolvendo, Radicalização maçónica


desde a década de 1870, clubes e agremiações republicanas e socialistas que
exploravam estas mesmas ideias 22 , continuou central: não só as principais fi-
guras republicanas eram maçãos (casos de José Elias Garcia e Sebastião de
Magalhães Lima, grão-mestres do Grande Oriente Lusitano Unido, respecti-
vamente, entre 1884-1888 e 1907-1928), mas também as socialistas como J o ã o
Bonança, José Fontana ou Nobre França 23 . A influência do laicismo republi-
cano e socialista na Maçonaria tornou-se clara na última década de Oitocen-
tos com a adesão de estudantes e «homens do povo» que muito contribuíram
então para a radicalização das lojas e se tornaram uma força decisiva no seu
interior (Borges Grainha considera que a eleição de Magalhães Lima para o
grão-mestrado do Grande Oriente em 1907 resultara da pressão destes ele-
mentos) 24 : foi igualmente destes elementos que saiu a Carbonária, que sem-
pre preservou relações dúbias com o Grande Oriente (do qual as lojas de
carbonários nunca se chegaram a separar).
Esta radicalização da Maçonaria coincidiu com o auge das campanhas lai-
cistas do princípio do século xx, chegando-se então a realizar mobilizações
como a da «semana laica» de conferências, alternativa à Semana Santa (Março
de 1910), ou a de 2 de Agosto de 1909, em que se reivindicaram quase todas
as medidas que viriam a ser implementadas em 1910-1911 pelo governo provi-
sório, depois da proclamação da República: expulsão de jesuítas e encerra-
mento de todos os conventos (11 de Outubro de 1910), abolição das tormas
confessionais de juramento público (18 de Outubro), extinção do ensino con-
fessional nas escolas estatais (22 de Outubro), anulação das matrículas na Fa-
culdade de Teologia (23 de Outubro), abolição dos feriados católicos roma-
nos (26 de Outubro), proibição da participação das Forças Armadas em actos
litúrgicos da Igreja Católica (18 de Novembro), supressão da cadeira de Direi-
to Eclesiástico na Faculdade de Direito (14 de Novembro), supressão do culto
a Nossa Senhora da Conceição na capela da Universidade de Coimbra (23 de
Outubro e 21 de Janeiro de 1911), Leis da Família (3 de Novembro e 25
de Dezembro de 1911) e Código do Registo Civil (18 de Fevereiro de 1911).
Este conjunto de medidas enquadrava-se num «projecto de transformação
fundamental da humanidade que não era um simples devaneio dos seus parti-
dários mais excêntricos» e que pretendia «a produção de uma "cultura portu-
guesa", que é, em grande medida, uma "sacralização" das actividades dos
Portugueses, através de um conceito, "cultura", que, dotado de valor absolu-
to, rituais, devoções, funciona como "religião"» 2 3 .

M A S O REPUBLICANISMO NUNCA CONSEGUIU DOTAR-SE d e u m a u n i d a d e or- O «ocaso» republicano


gânica que viabilizasse os seus intuitos mobilizadores, apresentando-se mais
como uma constelação de personalidades e um movimento dc opinião que ce-
do revelou fissuras, agravadas pelas dificuldades causadas pela resistência de
outros sectores da sociedade.
A importante cisão ocorrida no Grande Oriente Lusitano Unido quando,
em 1914, uma parte do Supremo Conselho do Grau 33 recusou a nova cons-
tituição maçónica (levando à formação de uma segunda obediência, o G r é -
mio Luso-Escocês), foi o mais sintomático acontecimento da incapacidade
mobilizadora do republicanismo, cuja articulação continuava a assentar na so-
ciabilidade maçónica; o resultado foi uma queda imparável (e sem regresso)
da militância maçónica: de 1913 para 1914, as lojas filiadas no Grande Oriente
diminuíram de 198 para 147. Porém, «a diminuição não foi toda devida ao
cisma, mas é possível dizer que cerca de 1500 obreiros seguiram desde logo a
dissidência, agrupados em cerca de meia centena de lojas e triângulos» e, por
volta de 1922, o número de membros estava «abaixo daquilo que fora em
1914, já depois da cisão, com 105 lojas e triângulos apenas»26. O esforço de

431
PLURALIDADE RELIGIOSA

unidade, de que resultou, em 1925, o fim da cisão, só é explicável como ten-


tativa (similar à de 1869) de maximizar a capacidade de influência de um gru-
po em declínio; de facto, em finais de 1926, esta Maçonaria reunida de novo
no Grande Oriente somava apenas 115 lojas e triângulos.
O triunfo do republicanismo em 1910 e o incumprimento da sua «aurora
redentora» conduziram a um progressivo desencantamento e à procura de
novas compensações, que outras redes e grupos se apressaram a fornecer: é
neste contexto que se compreendem alguns percursos pessoais de individuali-
dades que, como Guerra Junqueiro, Leonardo Coimbra ou Gomes Leal, se
reaproximaram da Igreja Católica R o m a n a (cujo desestabelecimento só aumen-
tou o seu prestígio); por seu lado, o saudosismo de Teixeira de Pascoaes
(1877-1952), cuja intenção era fundar uma «religião portuguesa» a partir do
sentimento da saudade) e o Integralismo Lusitano (defensor de uma monar-
quia corporativa e assente num historicismo «tradicionalista») foram constru-
ções intelectuais que visavam precisamente criar novas crenças de substituição
e cuja voga torna patente os vazios que vieram preencher entre os desiludi-
dos. Toda a inquietação que, desde 1912, se sentiu na «república das letras»,
com o cortejo de uma acirrada competição de novas propostas de «filosofias»
e «regenerações» (em que se incluem as redes formadas em torno de revistas
como Renascença Portuguesa, Seara Nova ou as publicações «futuristas»), evi-
denciam a amplitude da desilusão provocada pela República e a demanda de
alternativas que se seguiu 27 .
U m a importante e mobilizadora proposta simbólica de então foi o esfor-
ço tendente a restaurar o culto ao condestável dos séculos xiv e x v , D. N u n o
Alvares Pereira, e a conseguir a sua beatificação, obtida em 1918 com a ratifi-
cação do papa Bento X V — na difusão do culto empenhou-se não só o clero
católico romano (o cardeal-patriarca aprovou em 1921 a piedosa jaculatória
«Beato N u n o de Santa Maria, rogai a Deus por Portugal») mas também um
grande número de leigos que constituíram organizações como a Cruzada N a -
cional N u n o Álvares Pereira, cuja presidência honorária foi aceite por dois
presidentes da República (António José de Almeida e Manuel Teixeira G o -
mes). Os festejos de 14 de Agosto de 1921 (a «Festa da Pátria» em torno da fi-
gura do beato e herói militar da independência nacional) tiveram a adesão de
personalidades republicanas, mais e menos laicistas, como Sebastião de Maga-
lhães Lima ou Leonardo Coimbra, e evidenciam o desenvolvimento de uma
mais ampla plataforma simbólica nacionalista, integrando já o elemento cató-
lico romano; apesar da suspensão do feriado de 14 de Agosto em 1922 (pelos
laicistas do Partido Democrático), a comemoração de N u n o Alvares recobra-
rá fôlego após a queda da I República em 1926, permitindo à ditadura militar
então instaurada explorar a plataforma simbólica nela substanciada (foi o que
aconteceu na imponente celebração do V Centenário da Morte do Condestá-
vel, em 1931). As possibilidades deste autêntico culto nacionalista estavam pa-
tentes nas palavras do cónego José Dias de Andrade, proferidas em 1920: «Ele
[Nuno Álvares] é de todos, e a todos excede, porque é um resumo de Portu-
gal. Foi herói, foi santo e salvou a Pátria. É , pois, em volta desta grande figura
que hoje pode realizar-se, como tão necessário é, o milagre da reconciliação
nacional»28 — e interpretações similares foram feitas por republicanos «históri-
cos» como Guerra Junqueiro e Basílio Teles.
O investimento religioso num tal culto, por parte de uma massa tão hete-
rogénea de pessoas, era mais um sinal do desencanto reinante e que só teve
então paralelo na exaltação idolátrica do «presidente-rei» Sidónio Pais, assassi-
nado em N o v e m b r o de 1918 29 ; tal como no passado com o sebastianismo, o
investimento nestas compensações tinha como pano de fundo uma identifica-
ção das expectativas de muitas pessoas com a entidade colectiva da nação.
E esta identificação é o que fazia da gestão de tais expectativas um exercício
em que o «religioso» e o «político» não se diferenciam de todo.

O novo nacionalismo M A S UMA OUTRA E INESPERADA CONSEQUÊNCIA d a R e p ú b l i c a e da sua Lei


de Separação (que, realmente, era uma tentativa de controlo administrativo
de todas as actividades eclesiásticas, com a manutenção do mecanismo regalis-

432.
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

ta do beneplácito), foi a possibilidade que deu ao episcopado e aos sectores


mais empenhados da Igreja de agirem como um corpo, cada vez mais disci-
plinado e «martirizado» pelo novo poder — ou seja, aquilo que a «Igreja
constitucional», submetida e financiada pelo Estado, nunca pudera ser sob a
monarquia.
A partir de 1911, com o clima de confrontação entre o Estado e a Igreja, o
episcopado foi obtendo algo que nem sempre fora claro antes: a fidelidade do
clero paroquial, que tendera previamente a entender-se sobretudo como fun-
cionário público mas nos primeiros anos da I República foi forçado a repen-
sar a sua missão (o que esteve patente no caso da recusa generalizada das pen-
sões que lhe foram oferecidas pelo governo republicano). Isto equivalia
efectivamente a um histórico rompimento do clero com a tradição regalista e Exposição do Mundo
à aceitação da obediência aos bispos; só assim se criaram condições para a Português, 1940, Lisboa.
Igreja Católica Romana introduzir em Portugal a sua doutrina social, deli- O nacionalismo como
neada na encíclica Rerum novarum (1891), e iniciar a organização da mobiliza- «teologia civil» do Estado
ção do seu «povo», que veio a tomar forma na Acção Católica (instituída em e da sociedade. Agregando
1933 mas antecipada desde o Concílio Plenário Português de 1926, que pusera a «tradição católica do povo
português» à mundividência
já a tónica na «disciplina dos leigos»). nacionalista já veiculada pelo
Uma tal capacidade de mobilização, não de toda a sociedade mas de republicanismo, o Estado
uma sua parte considerável, só estava então ao alcance da Igreja hegemónica Novo forjou um sistema
e não admira que o projecto nacionalista lançado e acarinhado pelas várias simbólico muito mais
gerações de intelectuais desde a década de 1860 só viesse a encontrar uma consensual, eficiente e
mobilizador que o almejado
viabilidade política estabilizada e durável no compromisso que se foi defi- pelos laicistas.
nindo, entre 1926 e 1940: um Estado assente numa mundividência naciona-
F O T O : DIVISÃO DE
lista — sob a forma jurídica republicana e laica — e pacificado com a antiga DOCUMENTAÇÃO
Igreja estabelecida, através de uma concordata que dava autonomia à estru- FOTOGRÁFICA/INSTITUTO
tura eclesiástica mas preservava o essencial do beneplácito e recebia dela a PORTUGUÊS DE MUSEUS/ALVÃO.

433
PLURALIDADE RELIGIOSA

cooperação na actividade «civilizadora» e «nacionalizadora» nos territórios


ultramarinos.
A evolução em direcção a este compromisso pode ser observada, u m tan-
to ao acaso, nas obras de u m oficial da Armada, António Alves Pereira de
Matos: em O problema naval português (1908-1910), influenciado pela cultura
positivista dominante nas elites secularizadas, este autor relaciona os males na-
cionais c o m uma teoria psicológica segundo a qual o país estaria paralisado
por uma «grande tara de fadiga que nos v e m do passado» mas também c o m o
analfabetismo e o «obscurantismo» cultural, pretensos resultados da secular in-
fluência do «jesuitismo» (clericalismo na linguagem da época); e concluía pela
necessidade de substituir a cultura influenciada pelo catolicismo, porque este
(ultrapassado pela ciência positiva) j á não oferecia à sociedade u m paradigma
moral válido. Ora, anos depois, por muito que o seu entendimento positivis-
ta da ciência e da religião tradicional se mantivessem no essencial, o mesmo
autor, nas Palestras sociais (1916) que proferiu na Liga Naval, julgava j á que o
princípio da separação aumentara o prestígio da Igreja e deveria ser harmoni-
zado c o m o registo civil e o divórcio n u m regime concordatário que reco-
nhecesse a «moral tradicional» (católica) c o m o merecedora de favores do E s -
tado e direito de representação em cerimónias públicas por ser «a religião da
quase totalidade dos Portugueses». Pereira de Matos apenas antecipava aquilo
que, durante as décadas seguintes, se tornou a forma de relacionamento do
Estado c o m a Igreja hegemónica; esta, ao contrário do que apressadamente os
republicanos haviam inicialmente julgado, era uma força presente c o m a qual
a R e p ú b l i c a teria de equacionar o seu futuro.
A l é m disto, muitas pessoas nas elites secularizadas, convencidas j á da difi-
culdade de desmantelar a Igreja e reduzir repentinamente a influência clerical,
mostrar-se-iam até seduzidas pelo seu aparato dogmático, institucional e hie-
rárquico, capaz de fornecer à sociedade uma superestrutura de valores e, a
partir destes, uma uniformidade cultural muitas vezes contraposta, em termos
de paradigma, à «desordem» (uma fobia b e m enraizada no positivismo desde
Auguste Comte). Esta atitude perante a Igreja não era nova entre uma parte
das elites: em Verdades amargas sobre questões sociais (1888), uma inteligente des-
montagem das simplificações históricas e da intolerância latente do chamado
«antijesuitismo», outro oficial da Armada, Carlos Testa, defendera a Igreja
Católica de uma forma em que a mostrava já c o m o uma garantia da ordem e
da segurança.
A nova devoção surgida, desde 1917, em torno da Senhora de Fátima, v i -
nha integrar-se muito bem na estratégia mobilizadora do «povo católico» e
compreende-se que tenha acabado por ser aceite pelas autoridades eclesiásti-
cas, que souberam transformá-la na primeira devoção mariana de escala real-
mente nacional 30 ; de facto, n o ambiente da religiosidade tradicional, a S e -
nhora de Fátima tornou-se n u m elo agregador tão importante quanto, no
ambiente das elites secularizadas, os cultos nacionalistas de N u n o Álvares e do
infante D . Henrique (o qual foi transformado na mesma espécie de herói cas-
to e patrono da aspiração imperialista do nacionalismo português, dado o seu
papel histórico nas navegações do século x v , tornadas em acto fundador do
império colonial).
A personalidade de António de Oliveira Salazar (1889-1970), simultanea-
mente militante católico e académico imbuído da cultura científica positivista
de Coimbra, era ideal para se tornar no eixo político de compromisso da n o -
va plataforma simbólica nacionalista em formação.

A nova uniformidade A II REPÚBLICA (OU ESTADO NOVO), O regime político autoritário inau-
gurado em 1933, conseguiu depois forjar u m equilíbrio interno e montar u m
sistema repressivo de eficácia sem precedentes na história do país (polícia p o -
lítica, censura prévia generalizada), que em muito aumentou, para os indiví-
duos enquanto agentes religiosos, os custos de informação e oportunidade de
acesso às redes e grupos sob suspeita do Estado, sobretudo dos mais orienta-
dos para a contestação política. Assim se protegia da concorrência a platafor-
ma simbólica nacionalista patrocinada pelo Estado; este m o n t o u então, para

434
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

esse efeito, um mecanismo oficial de inculcação de valores, de que faziam


parte o Secretariado da Propaganda Nacional com a sua «política do espírito»,
e a Mocidade Portuguesa, organização juvenil compulsiva e universal.
Depois da proibição dos partidos políticos já iniciada na ditadura militar,
a interdição das sociedades secretas, em 1935, conduziu o Grande Oriente Lu-
sitano Unido à clandestinidade e, nessa nova situação, não lhe estava já reser-
vado o protagonismo do passado, conservando-se como um grupo desfalcado
e desmobilizado. Neste cenário, seria necessário um grupo fornecer uma
mensagem que criasse ou satisfizesse num grau tão alto as expectativas do
crente, que recebesse uma adesão militante e durável — foi o que conseguiu
o P C P , um dos herdeiros do positivismo e do hegelianismo, na sua síntese
marxista, filtrada pela experiência orientadora do modelo soviético, mas não
a sua rival anarquista C G T ou o nacional-sindicalismo de inspiração fascista.
O fracasso destes dois grupos esteve ligado precisamente à incapacidade que
ambos demonstraram de montar uma estrutura orgânica hierarquizada e dis-
ciplinada capaz de suportar uma luta na clandestinidade; este foi o principal
problema do anarco-sindicalismo, pouco vocacionado para uma tal organici-
dade, requerida pela repressão do Estado. N o caso do nacional-sindicalismo
(como também no do Integralismo Lusitano), a concorrência da proposta
simbólica do Estado N o v o — próxima da do nacional-sindicalismo pela via
do modelo nacionalista autoritário — diminuía substancialmente as vantagens
comparativas das expectativas por si geridas: a cisão de 1934 de uma parte do
movimento, que aderiu ao salazarismo, fora já um sintoma dessa desvanta-
gem, agravada pela mobilização ideológica «fascizante» do regime durante a
guerra civil espanhola (1936-1939), que conduziu à fundação da Mocidade
Portuguesa e da Legião Portuguesa; estas organizações, onde apareceram as fi-
guras dissidentes do nacional-sindicalismo que já haviam reclamado a Salazar
a sua criação 3 1 , iniciaram na órbita do regime uma gestão relativamente efi-
ciente das expectativas simbólicas dos fascistas portugueses. O anarquismo e o
fascismo foram, assim, inviabilizados enquanto grupos actuantes, revertendo a
sua presença para formas menos orgânicas: a revista Tempo Presente (1959-1961)
é um exemplo da sobrevivência de pequenas redes inspiradas pelo fascismo.

DE QUALQUER MODO, A INFLUÊNCIA DO POSITIVISMO e do hegelianismo Penetração do marxismo


entre as elites secularizadas — e mesmo de um sector que continuou sempre
a afirmar o seu laicismo, nomeadamente o grupo da revista Seara Nova, com
António Sérgio à cabeça — manteve-se bem marcante: nos anos 30 e 40,
a mudança de regime político não afectara o modo como a universidade e a
maior parte da intelligentzia continuavam firmemente ligadas a essas correntes
de pensamento, mesmo que o seu único representante de certo mérito fosse a
figura do médico e professor Abel Salazar (1889-1946).
Este ambiente intelectual criou condições para a recepção do marxismo
como proposta simbólica sedutora e, muito sintomaticamente, foi nos meios
em que imperava o positivismo laicista que se deu a implantação da doutrina
marxista e da militância comunista a partir da admiração desencadeada pela
propaganda soviética; de facto, os militantes e simpatizantes do P C P 110 meio
estudantil vinham do republicanismo radical e conservaram-se ligados à M a -
çonaria, pelo menos até meados da década de 30 32 . O marxismo mantinha as
concepções científicas do positivismo e o modelo soviético dotava-as de uma
eficiente operacionalização simbólica e organizativa (a disciplina doutrinal e
orgânica que faltara ao republicanismo, ou que ele nunca quis ter); através de
filmes como A mãe, Tempestade na Asia e Linha geral, a admiração pela União
Soviética tomou conta de muitas consciências, fazendo dela uma verdadeira
referência messiânica. A polémica de 1930 entre José Rodrigues Miguéis
(1901-1980) e os seareiros António Sérgio e Castelo Branco Chaves pode já
ser vista como o irromper do marxismo sovietófilo entre os intelectuais por-
tugueses: Miguéis, que aderirá ao P C P , considerará a sua ruptura com a Seara
Nova como uma «dissidência sovietófila», mostrando-se entusiasmado com a
«grande experiência russa»33. O matemático e professor catedrático Bento de
Jesus Caraça (1901-1948) foi outra personalidade que aderiu ao partido, mos-

435
PLURALIDADE RELIGIOSA

trando, nas suas próprias palavras, em escritos e conferências, uma «crença na


perfectibilidade humana» e na missão revolucionária do ensino para preparar
«científica e moralmente a classe proletária para o desempenho da missão f u -
tura que lhe incumbe».
Nesses anos, o P C P tornou-se o veículo dessa proposta simbólica lançada
pela III Internacional e instrumentalizada pelo governo soviético através do
Komintern (depois Kominform), para a propagação do seu modelo societá-
rio. A diferenciação doutrinal e orgânica em que investiram os dirigentes do
partido, relativamente a outros grupos e redes que não controlavam (como
a Maçonaria), foi de par com a criação deliberada de uma tensão sectária
que dava aos aderentes um firme sentido de pertença ao grupo e ao destino
que lhe traçavam as suas expectativas; é o que mostra o testemunho de Pedro
R o c h a , um militante de então: «A nossa verdade era marmórea e intocável
[...]. Impregnados de férreo espírito sectário [...], contávamos com certezas
inabaláveis, "científicas", a longo prazo; os percalços não contavam. A vitória
seria nossa. Porque éramos comunistas, porque éramos jovens.» 3 4 N o s
anos 40, a canalização deste espírito para um activismo político cada vez mais
disciplinado e hierarquizado requereu, sob a égide do jdanovismo, a submis-
são aos ditames de Moscovo e a adopção de um controlo interno das opi-
niões expressas — esta orientação, operada pela liderança de Álvaro Cunhal
(n. 1913) desde 1942 (consolidada em 1961), deu ao P C P uma forte dinâmica
orgânica e foi capaz de o impor e preservar como um dos poucos grupos em
tensão com a ordem simbólica instalada capazes de sobreviver e de servir de
referência diferenciadora aos meios da cultura letrada portuguesa.
O desenvolvimento do neo-realismo na literatura fez-se sob a influência
do universo simbólico marxista gerido por redes afectas ao P C P e teve uma
enorme influência entre esses meios letrados; por muito que o partido não
conseguisse transformar todos os autores em «intelectuais orgânicos» (discipli-
nados de acordo com as orientações da cúpula), o neo-realismo literário
(Soeiro Pereira Gomes, Alves R e d o l , Manuel da Fonseca. Fernando N a m o -
ra) tornou-se num meio muito eficaz de expandir uma imagética e uma
mundividência que, melhor que a propaganda política explícita, passava os
filtros da censura oficial.
Apesar dos abalos na sedução exercida entre os marxistas pelo modelo so-
viético (que conduziu ao aparecimento, na década de 60, de grupos maoistas
e trotskistas), a proposta simbólica gerida pelo P C P chegou aos meados dos
anos 70 com uma grande capacidade de manter adesões totais e servir de for-
te compensação para as expectativas de muitos indivíduos à procura de uma
modificação da sua situação pessoal.

O fim de um ciclo E N T R E AS E L I T E S , D E P O I S D E S T E L O N G O P R O C E S S O d a s u a s e c u l a r i z a ç ã o des-


de o século XVIII, a diferenciação teve, assim, de acomodar-se a uma discreta
organização em redes (como as relações entre intelectuais) ou arriscar a for-
mação de grupos, sujeitos aos mecanismos de controlo do aparelho repressivo
do Estado. O «ciclo da diferenciação» das elites iniciado 110 final do Antigo
R e g i m e era agora interrompido com o advento do Estado autoritário e "da
nova uniformidade ideológica por si patrocinada: a acção «reguladora»
da censura e de outros mecanismos repressivos pretendeu, de facto, eliminar
uma parte da diferenciação (a que estava em «alta tensão» com o Estado N o -
vo) e conter e controlar a outra parte (a que estivesse em «baixa tensão» com
o regime). Esta realidade vai continuar a explicar a ausência de uma verda-
deira pluralidade religiosa, e a dificuldade de a diferenciação existente se re-
solver numa estruturação em grupos numerosos. Tais limites da diferenciação
e da concorrência de concepções e bens religiosos podem, por seu lado, e x -
plicar a qualidade das reflexões e do discurso sobre a temática religiosa entre
as elites durante toda a época contemporânea.

Outras tendências P A R A LÁ DO Q U E E R A M OS C Â N O N E S D O D I S C U R S O e s t r i t a m e n t e positivista


sobre esta temática, os escritores e intelectuais não deixaram de referir-se de
outros modos ao universo religioso, nomeadamente às suas formas e símbolos

436
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

tradicionais — interesse que ficou patente, por exemplo, nos estudos de José <1 Jornal clandestino Avante!
(década de 1 9 4 0 ) . A «teologia
Teixeira Rego (1881-1934) e na obra de Aarão de Lacerda (1890-1947), O fenó- civil» de oposição. Graças a
meno religioso e a simbólica (1924), ambos já longe da mera prospecção arqueo- uma apelativa simbologia
lógica de uma típica obra positivista como Religiões da Lusitânia (1897-1913) de messiânica para certos sectores
José Leite de Vasconcelos (1858-1941). das elites e das massas
Como sensibilidade muito marcante no universo intelectual é importante populares, o Partido
referir-se a visão humanista, social e desdivinizada de Jesus Cristo que se en- Comunista foi, durante várias
décadas do século xx, o mais
contra em muitos autores, presente já na Geração de 70 3 5 , e que é uma ten- organizado e actuante dos
dência para um vago espiritualismo descristianizado ou, quando se valorizava grupos que contestavam o
a figura de Jesus Cristo, para um género de cristofilia adocicada e imanentiza- Estado Novo.
da; com ligações muito prováveis à influência do franciscanismo no universo F O T O : ARQUIVO C Í R C U L O
devocional português, esta tendência podia ainda aparecer, como no caso do DE LEITORES.
padre egresso João Bonança (1836-1924), associada a uma moral social e eco-
nómica igualitarista.
Tanto este tipo de espiritualismo ambíguo como o interesse pelos temas
teodiceicos desenvolvidos na especulação filosófica portuguesa podem ser ex-
plicáveis como procura de compensações, pela inquietação religiosa de indi-
víduos de cultura letrada, que não encontram no ambiente religiosamente
pouco diferenciado propostas simbólicas que os satisfaçam. Por esta razão, e
embora o positivismo viesse a desenvolver-se sob novas formas com autores
como Vieira de Almeida (1888-1962), Edmundo Curvelo (1913-1955) Mário e

Sottomayor Cardia (n. 1941) e o pensamento dialéctico noutros autores den-


tro e fora do marxismo, manteve-se, entre as elites secularizadas em Portugal,
desde o século xix, uma tradição de especulação filosófica que quase sempre
andou ao arrepio da tendência dominante do positivismo e do hegelianismo
e na qual se manifestou outra forma de diálogo com a experiência religiosa;
assim, nessa tradição, como diz António Braz Teixeira, «a ideia cristã de Deus,
ainda bem viva no pensamento de Silvestre Pinheiro Ferreira (1769-1846), é,
sucessivamente, posta em causa no deísmo de Amorim Viana (1822-1901), no
pantiteísmo de Cunha Seixas (1836-95), no panteísmo de Domingos Tarroso
(1860-1933), Antero de Quental e Guerra Junqueiro (1850-1923) e no messia-
nismo heterodoxo de Sampaio Bruno (1857-1915), para ser, por fim, radical-
mente negada no ateísmo de Basílio Teles (1856-1923)»36.
A partir desta linha desenvolveram-se, por um lado, o «ateísmo mitigado»
de Raul Proença (1884-1941) e «a ideia de um Deus imanente [...] à inteligên-
cia e consciência» de António Sérgio — de certo modo continuados nos
37

existencialismos agnóstico do historiador da literatura Fidelino de Figueiredo


(1889-1967) e ateu do romancista Vergílio Ferreira (1916-1996) — e, por ou-
tro, o pensamento criacionista e de «retorno ao religioso» de Leonardo
Coimbra (1883-1936) e o dos seus numerosos discípulos, como Delfim Santos
(1907-1966), José Marinho (1904-1975), Álvaro Ribeiro (1905-1981), Sant'Ana
Dionísio (1902-1991), Agostinho da Silva (1906-1994), António Quadros
(1923-1993), Orlando Vitorino (n. 1922) e Pinharanda Gomes (n. 1939). De
certa forma, uma tentativa de superação das divergências destes dois desen-
volvimentos da tradição filosófica portuguesa pode encontrar-se no pensa-
mento de Eduardo Lourenço (n. 1923), que definiu a sua posição como nem
«o contrário de ortodoxia, nem de niilismo, mas o movimento constante de
os pensar a ambos» .38

No próprio catolicismo romano, a presença de elites secularizadas (poten-


ciada sobretudo pela dinâmica da Acção Católica) foi-se acentuando e, con-
tribuindo para a sua diferenciação interna, explica o posterior aparecimento
de redes de indivíduos abertos a novas atitudes e concepções eclesiológicas ,39

bem como uma progressiva diversificação das posições políticas dos católicos
romanos — o que, na transição de 1974-1975, amorteceu o embate da inte-
gração da Igreja no regime democrático.
Mas importa agora ver que outras realidades religiosas se tinham vindo a
desenvolver em Portugal, desde princípios do século xix até às últimas déca-
das do século xx, e que estavam também a introduzir importantes alterações
no universo religioso português, mesmo tendo menor influência junto das
elites.

437
PLURALIDADE RELIGIOSA

O DILEMA DA ESTABILIDADE RELIGIOSA


NO JUDAÍSMO
Os criptojudeus A PERMANÊNCIA DOS CHAMADOS «CRIPTOJUDEUS» e m Portugal, desde fi-
nais do século x v até à época contemporânea, pode aqui ser tomada c o m o
um dos mais significativos exemplos do embate do esforço de uniformização
confessional da época moderna sobre u m grupo religioso previamente dife-
renciado.
A conversão forçada dos judeus portugueses e m 1496-1497 pôs fim à plu-
ralidade rígida e m que as sociedades peninsulares medievais haviam enqua-
drado as minorias judia e muçulmana, mas conduziu quase imperceptivel-
mente à permanência de grupos de famílias que mantinham cerimónias
tradicionais, guardavam o sábado, observavam determinadas prescrições (Pás-
coa judaica, proibições alimentares, formas de luto, j e j u m no dia de Kippur)
e guardavam o hábito de recitar orações antigas, quando não de circuncidar
os filhos. Esta vivência religiosa, que foi forçada a perder a sua organicidade
(em termos de relações sociais e princípios de fé, assentes nas hierarquias pró-
prias ou nos locais de culto), teve de se adaptar ao funcionamento e m p e q u e -
nos grupos locais e sob a forma da clandestinidade — os criptojudeus adopta-
vam simultaneamente, no entanto, aquilo que lhes era exigido, a adesão
exterior à vivência religiosa patrocinada pela autoridade política, sobretudo
no seu aspecto litúrgico.
Embora localizada sobretudo em Trás-os-Montes e na Beira Interior (al-
guns locais de oração, ou esnogas, foram descobertos na C o v i l h ã e em B r a -
gança), esta persistência de práticas religiosas judaicas também ficou ligada a
episódios c o m o o da esnoga secreta de C o i m b r a , desmantelada pela Inquisi-
ção e m 1619, na qual participavam médicos, advogados, cónegos e um lente.
O estabelecimento da Inquisição acentuou a tendência de saída do reino de
muitas das famílias sefarditas (judeus ibéricos) de origem portuguesa mas m u i -
tas outras permaneceram e sem outra alternativa senão a aceitação da c o n v e r -
são; foram, pois, por força das circunstâncias, u m caso muito importante de
adesão parcial a duas vivências religiosas. Este f e n ó m e n o religioso chega en-
tretanto à época contemporânea bastante marcado pelo abandono da sua o r -
ganicidade (e, não menos importante, do recurso a fontes escritas, que foram
desaparecendo), mostrando uma «utilização de fragmentos isolados e desco-
nexos do judaísmo» 40 , que tendeu a persistir m e s m o depois de abolidas a dis-
tinção entre cristãos-velhos e cristâos-novos e as leis da «pureza do sangue»
pelo marquês de Pombal em meados do século x v n i — desde essa época, não
h o u v e mais condenações por práticas judaicas ocultas.
O testemunho de Israel Salomon (f 1890), j u d e u inglês que viveu e m
Portugal na década de 20 do século xix, dá conta da persistência do criptoju-
daísmo numa altura e m que a tolerância fora já instaurada, enquanto outro
testemunho posterior, do pároco de C a r ç ã o (Vimioso) em 1852, dá já conta
da maior liberdade então sentida pelos criptojudeus locais de não ocultarem
as suas crenças — é curioso que este pároco considere o ano de 1834 (do de-
finitivo triunfo da ordem jurídica liberal) c o m o o ano a que alegadamente re-
montava esta mudança de atitude.
Mas a sensação de diminuição dos riscos pela parte destes grupos, sinto-
maticamente, não conduziu a u m regresso à sua dinâmica orgânica perdida
três séculos antes c o m a dispersão e isolamento local: a desmontagem do sis-
tema repressivo não modificou muito a vivência religiosa das famílias cripto-
judias, as quais haviam encontrado no secretismo das suas práticas locais uma
nova forma estabilizada de vivência religiosa. Esta aportuguesara-se e privati-
zara-se c o m o abandono do hebraico, desenvolvera orações e celebrações
próprias, uma curiosa observância sobretudo feminina bastante eficiente para
a sua transmissão a novas gerações, b e m c o m o uma nova forma de sociabili-
dade e m família que fana as alternativas parecerem custosas aos crentes e os
seus benefícios p o u c o evidentes (por exemplo, em termos de relações sociais
alargadas, fora do círculo familiar). Este facto explica a quase invisibilidade

438
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

social e histórica destas famílias em Portugal e o insucesso de tentativas poste-


riores de as fazer regressar a novas formas de organicidade que superassem as
relações dentro do círculo local e que lhes eram (são) estranhas há três ou
quatro séculos.
Os criptojudeus portugueses são, deste m o d o , não só uma prova viva da
criatividade religiosa para suportar o embate da adversidade, mas também
da capacidade dos grupos encontrarem formas desconcertantes de equilíbrio
entre as expectativas e os bens religiosos disponíveis. Este equilíbrio orienta-
do para a reprodução secreta e endogâmica da vivência religiosa não assegura
normalmente o crescimento do grupo e este pode mesmo tender a desapare-
cer — é o que hoje parece estar a acontecer ao criptojudaísmo, já quase só
circunscrito a Belmonte.

D A Í QUE, COMO NOTOU SAMUEL S C H W A R Z 4 1 , O r e a p a r e c i m e n t o d o j u d a í s - O «segundo» judaísmo


m o em Portugal na época contemporânea esteja ligado a famílias vindas de
Gibraltar e do^Norte de África desde os finais do século x v i n , reconhecendo
as novas condições de tolerância desde Pombal.
Estabelecidas em Lisboa, estas famílias obtiveram em 1801 uma parcela do
cemitério inglês da cidade, o que foi u m sinal óbvio do início do seu enraiza-
mento (a primeira sepultura, de 1804, pertence a José Amzalak) — só em
1865, j á numa época de estabilização da ordem jurídica liberal, surgiu o cemi-
tério j u d e u da Calçada das Lajes. A liberdade de boa parte destas famílias de-
corria, antes de 1834, do facto de residirem na capital enquanto súbditos bri-
tânicos — casos de Aarão Cardoso ou Simão C o h e n ou dos proprietários de
firmas c o m o Moses Levy Aboab & C . a ou Manuel Cardoso & C. a . Segundo
Schwarz, em 1810 existiam j á três centros de oração em Lisboa, aos quais
compareciam também vários cristãos-novos, ocorrendo em 1813 a abertura da
primeira sinagoga (Shaar Hashamaim ou Pórtico do Céu), dirigida pelo rabi-
no Abraham Dabella (f 1853) — uma outra, fundada em 1826 por Samuel
M ó r José, apareceu depois mas tinha carácter privado. A sinagoga Shaar Has-
hamaim fora autorizada por D . J o ã o V I (quando ainda príncipe regente) antes
da adopção de um regime geral de tolerância no país, regressando assini esse
soberano à velha tradição da monarquia de defesa da liberdade de consciência
dos judeus, j á propugnada no século x v por D . Duarte no seu livro Leal con-
selheiro42.
A partir de 1834, os judeus de Lisboa deixaram de sofrer as contrariedades
do passado, iniciando-se enfim o regime definitivo de tolerância, mas a sua
organização c o m o grupo religioso diferenciado foi demorada: em 1853, a
morte de Dabella não levou à dispersão dos fiéis, que passaram a ser dirigidos
por Leão Amzalak, Levy Bensabat, Abraham C o h e n e outros, que fundaram
então a C o m u n i d a d e Israelita de Lisboa. As desinteligências entre os m e m -
bros conduziram, logo em 1860, a uma cisão que levou a maioria dos fiéis
para a congregação em que passou a oficiar o reverendo J a c o b Toledano
(f 1899), oriundo de Tânger, e em 1880 outra cisão deu origem à sinagoga da
família Draí. Só em 1894 os esforços de Isaac A . Levy e Simão Anahory c o n -
seguiram dar início ao processo de reunião das sinagogas: em D e z e m b r o des-
se ano realizou-se uma reunião das famílias judias da capital para a unificação
dos serviços de shehitá (para aprovisionamento da carne segundo o ritual) e
em M a r ç o de 1897 uma nova reunião decidiu a construção da nova sinagoga
de Lisboa — foi então eleito o primeiro comité da C o m u n i d a d e Israelita de
Lisboa, que teve c o m o presidente honorário o comerciante, empresário
de navegação e destacado membro da Associação Comercial de Lisboa Abra-
ham Bensaúde e, c o m o presidente efectivo, Simão Anahory. Este fora o fun-
dador, em 1865, da associação de beneficência Somej N o f l i m , destinada a aju-
dar a subsistência e a educação dos membros mais necessitados da comunidade:
a sua sobrevivência até aos nossos dias evidencia a capacidade do grupo j u d e u
da capital de estruturar laços de sociabilidade para além da manutenção do
culto (em 1892, foi fundada por Moses e Elias Anahory a Guimelut-Hassidim,
uma irmandade de socorros espirituais na hora extrema e funerais).
A tentativa de dotar o pequeno grupo j u d e u da capital de uma melhor

439
PLURALIDADE RELIGIOSA

Interior da Sinagoga Shaaré administração de espaços e bens necessários à sua vivência religiosa, do ante-
Tikvá, 1904, Lisboa. cedente multiplicados e localizados em apartamentos alugados de prédios da
Integrados, mas recatados,
a reconstituição de uma cidade, incentivou a unidade orgânica do grupo. Assim, em Agosto de 1900,
comunidade de judeus os estatutos da Comunidade Israelita de Lisboa foram aprovados pelas famílias
praticantes em Lisboa no da capital (embora não ratificados pelos poderes públicos) e em Maio de 1904
século xx, consolidada pelas foi inaugurada em Lisboa, na R u a Alexandre Herculano, a primeira sinagoga
liberdades civis garantidas pelo de raiz da época contemporânea (Shaaré Tikvá ou Portas da Esperança) — o
Liberalismo, foi mais
resultante de um fluxo terreno era propriedade de particulares e o edifício fora construído sem forma
migratório de famílias exterior de templo, como estipulava o artigo 6.° da Carta Constitucional. Fo-
sefarditas do Norte de África ram, desde então e até 1959, segundo Schwarz, seus ministros oficiantes os re-
que de um «renascimento» do verendos Levy Bensimou de Jafa, Issac Jacob Wolfinson de Odessa, o rabino
judaísmo peninsular anterior Jacob Rodolfo Levy de Florença, o reverendo Menahem Mendel Diesen-
ao século xv.
druck e o reverendo Abraham Assor de Tânger.
A comunidade só conseguiu a aprovação oficial dos seus estatutos em J u -
nho de 1912, já depois do desestabelecimento da Igreja Católica Romana e da
adopção da nova constituição laica em 1911 — a dificuldade da sua aprovação

440
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

antes desta data, apesar da tolerância já assegurada desde 1834, prendia-se ao


preceito da Carta Constitucional (artigo 6.°) que fazia de cada súbdito por-
tuguês ipso facto um membro da Igreja estabelecida, com liberdade de cons-
ciência religiosa mas sem direito de se organizar em termos religiosos — is-
to é, de constituir grupos — fora dessa Igreja. Deste modo, tal como
aconteceu com os protestantes da época, como se verá adiante, estes portu-
gueses podiam participar em grupos religiosos formalmente estrangeiros ou
mesmo organizar-se em grupos, mas estes não podiam ser reconhecidos e
legalizados pelos poderes públicos — por muito organizados que esses gru-
pos estivessem, a lei só os podia considerar redes inorgânicas de cidadãos
que, como tal, não podiam ser pessoa jurídica nem possuir colectivamente
propriedade móvel ou imóvel; por esta razão, os templos ou os jornais des-
tes grupos tinham de estar registados como propriedade de indivíduos ou
de firmas para o efeito constituídas. O mesmo se passava com os cemitérios:
os membros destes grupos adquiriam, como no caso dos judeus em 1865,
um terreno que era propriedade individual ou de uma firma ou então fa-
ziam-se enterrar nos cemitérios das capelanias estrangeiras reconhecidas pela
Coroa. E m 1911, a passagem da gestão dos cemitérios para o Estado, a uni-
versalização do registo civil e a abolição do preceito constitucional referido
pôs fim a estes problemas e permitiu a transformação destes grupos religio-
sos em pessoas jurídicas.

A TENTATIVA FALHADA DE I N S T I T U I Ç Ã O de uma escola judaica em Lisboa A estabilidade do grupo


é, entretanto, reveladora dos limites do crescimento e desenvolvimento da
comunidade enquanto grupo religioso estruturador de laços de sociabilidade:
em 1929, o Prof. Adolfo Benarus (1863-1950) fundou uma escola primária
(pouco depois também secundária) com cerca de 25 alunos onde eram asso-
ciados ao currículo oficial os estudos hebraicos — mas o investimento feito
nesta instituição cedo se revelou sobredimensionado para o pequeno número
de estudantes da comunidade e a escola teve de associar-se a outra instituição
para sobreviver, descaracterizando-se, o que levou as famílias judias a deixa-
rem de ter incentivos para a preferirem às outras escolas (o seu encerramento
deu-se em 1943).
A Comunidade Israelita de Lisboa, dirigida desde 1922 pelo economista e
professor catedrático da Universidade Técnica de Lisboa Moses Bensabat
Amzalak (1892-1978), tornou-se um grupo discreto e estabilizado, praticamen-
te fechado às pessoas que não pertencessem às famílias judias da capital e co-
mo tal reconhecidas pela própria comunidade. Assim, a raiz ortodoxa, com a
manutenção do ritual sefardi em hebraico (usado pelos judeus portugueses
antes da conversão forçada), conjuga-se com uma atitude «liberal» e de inte-
gração nos padrões culturais dominantes na sociedade circundante, o que tem
passado por recusar a disputa de membros com outros grupos religiosos e pe-
la delimitação social e familiar do grupo.
Os núcleos que, no século xix, chegaram a estabelecer-se nos Açores e
no Algarve foram pouco numerosos e apenas temporários: em meados de
Oitocentos, na ilha de São Miguel (Ponta Delgada e Vila Franca do Campo)
existiam sinagogas que serviam mais de duas centenas de famílias originárias
sobretudo de Marrocos, na Terceira e no Faial algumas dezenas de famílias
mantinham sinagogas particulares, em Faro foi fundado um cemitério e uma
sinagoga — mas estes grupos desapareceram quando, em finais do século,
mudaram as condições económicas locais que os haviam levado a estabelecer-
-se, extinguindo-se até a Comunidade Judaica de Ponta Delgada, que deixou
uma rica sinagoga depois adquirida e mantida como património pela família
Bensaúde.
O caso da recusa de admissão na comunidade lisboeta do mais famoso con-
vertido português ao judaísmo no século xx, Artur Carlos de Barros Basto Moses Bensabat Amzalak
(1887-1961), foi bem demonstrativo da natureza rotineira e autocentrada do (1892-1978). Lisboa,
grupo, avesso (pela própria definição histórica, étnica e nacional, do judaísmo) Comunidade Ismaelita.
a qualquer forma de proselitismo e cioso da manutenção deliberada de um F O T O : ARQUIVO C Í R C U L O
low profile que assegurasse o mínimo de tensão com a sociedade lisboeta e DE LEITORES.

441
PLURALIDADE RELIGIOSA

portuguesa. Ao pretender trazer ao judaísmo ortodoxo reconstituído em Por-


tugal as dispersas famílias «marranas» (criptojudias), a aventura religiosa de
Barros Basto só podia, assim, ser percepcionada como perturbadora desta op-
ção e foi, na verdade, a única manifestação de algum vigor (ou investimento)
religioso judaico no Portugal contemporâneo; até então, ao grupo de Lisboa
se resumiu o judaísmo português.

Barros Basto A PERSONALIDADE DO OFICIAL DO EXERCITO (e membro condecorado do


Corpo Expedicionário Português durante a I Guerra Mundial) Barros Basto
foi, desde a mais tenra juventude, dominada por uma profunda inquietação
religiosa; tendo sabido das suas raízes criptojudias no convívio com seu avô
materno e visto gorar-se a sua tentativa de adesão à comunidade israelita de
Lisboa em 1907, concebeu ele próprio, em 1910, um sistema religioso deno-
minado oryamismo (ou «luz do Ocidente», do hebraico or, luz, e yam, ociden-
te), particularmente marcado pela teosofia. Nesse ano publicou um texto
fundador da sua proposta religiosa, o Shahcir («alvor»), dividido em seis ketabs
e estes em versículos; a sua experiência de guerra na Flandres conduziu-o a
aprofundar as suas ideias e a escrever outros textos sobre o oryamismo. Este
pretendia ser uma conciliação da ciência positiva com uma ética estóica e fra-
terna: «O Oryam é religião porque acredita num Deus único, espiritual ou
panteísta; o Oryam toma como culto a esse Deus a educação intelectual, m o -
ral e física do próprio indivíduo; o Oryam impõe-lhe a obrigação de impri-
mir uma educação integral à sociedade; impõe-lhe a obrigação de ajudar, se-
gundo as suas posses, os Oryamitas que disso necessitam; o Oryam não é
político: todos os políticos sinceramente liberais podem lá caber porque não
sendo o Oryam político é, todavia, pelo seu fim educativo, base de toda a
política superiormente dirigida num ideal progressivo.» 43 Neste texto, Barros
Basto revela-se um criador de linguagem simbólica, tentando esboçar uma
expressão religiosa que pretende responder às suas expectativas, mas também
se revela um «empreendedor religioso» nato, definindo as formas e os actos
capazes de tornar essa expressão numa vivência: a solidariedade material entre
os crentes oryamitas (que criaria um laço de sociabilidade) e a prossecução
por cada indivíduo da sua própria educação intelectual, a qual se tornaria o
verdadeiro culto e a verdadeira liturgia do oryamita. Este é um dos mais cu-
riosos exemplos surgidos em Portugal da criatividade religiosa e da sua am-
plíssima capacidade de reformular, por vezes de forma radical, a expressão
dessa atitude e o seu equacionamento como vivência — de uma forma que
pode não ter quase nada de parecido com as expressões religiosas estabeleci-
das ou como tal reconhecidas.
A propensão criativa de Barros Basto ficara já patente num seu outro em-
preendimento: o aduarismo, fundado por si no Porto em 1914, pretendera ser
uma adaptação portuguesa do Scouting de Baden-Powell, «atendendo-se aos
caracteres étnicos da raça, às belas tradições dum passado brilhantíssimo, e à
necessidade de preparação militar da mocidade, em face da índole da organi-
zação do exército (tendência para a Nação Armada)» 44 . Mostrando a sua co-
munhão com o universo simbólico positivista e nacionalista dos republicanos
(fora, aliás, um dos homens do 5 de Outubro no Porto), Barros Basto não
deixava de conceber a sua organização juvenil no contexto de uma sociabili-
dade cívica militarizada, de facto veiculada pelo republicanismo português.
Em 1918, no Porto, existiam nove grupos adueiros (em Lisboa vieram a cons-
tituir-se uma meia dúzia) e o movimento foi oficialmente reconhecido em
finais de 1919, vindo depois a ser dissolvido nos primeiros anos do Estado
Novo; é curioso notar que o aduarismo estivera aparentemente ligado a uma
tentativa feita por Barros Basto, numas férias de Verão em 1905, de fundar
com outros rapazes um «grupo de monteses adoradores dum Deus Altíssimo
e Único, segundo as doutrinas da Bíblia (Velho Testamento)» 45 .
Mas Barros Basto mantinha um permanente interesse pelo judaísmo, sen-
tindo-se cada vez mais insatisfeito com as concepções teosóficas; por volta de
1920, deu-se uma inflexão na sua vida, quando decidiu assumir e valorizar,
com todas as consequências, a sua ascendência judaica. E de enorme signifi-

442
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

cado o facto de, desconhecendo a sua genealogia verdadeira, ter decidido es- Interior da Sinagoga do
crever uma simbólica (Linhagem de Ben-Rosh, 1920), na qual traçava as suas Porto.
origens desde um tal Barak Ben Avinoam da tribo de Naftali que fora esco- F O T O : N U N O CALVET/ARQUIVO
C Í R C U L O DE LEITORES.
lhido para chefe (Rosh) no século xn a. C.; e encontrava ainda um significado
para o seu nome: o patronímico Barros viria de Bar-Rosh («filhos do chefe») e
o de Basto dos bens da família em Terras de Basto. Tratava-se de um autênti-
co exercício simbólico de ligação ao universo sagrado judaico (as tribos do
povo escolhido), no qual Barros Basto fundava a atitude religiosa que daí em
diante iria orientar a sua vida. E m 1920, já noivo de uma judia, não deixou
que a recusa da comunidade judaica de Lisboa de aceitar a sua conversão o
impedisse de o conseguir e, «se em Lisboa não havia rabinos que se pudessem
constituir em tribunal para o receberem de regresso ao seu povo, ele foi pro-
curá-los a Tânger» 46 , de onde regressou com o seu certificado de judeu e o
nome de Abraham Israel B e n - R o s h .

ESTABELECENDO-SE N O P O R T O APÓS O SEU CASAMENTO, começou a orga- A «Obra do Resgate»


nizar os poucos judeus (asquenazis) da cidade, com os quais fundou, em J u -
nho de 1923, a Comunidade Israelita do Porto, legalizada dois meses depois;
começa então a conceber a sua «Obra do Resgate», de trazer à comunhão
com o judaísmo ortodoxo que se organizava no Porto as inúmeras famílias
criptojudias dispersas pelo Norte de Portugal.
Os criptojudeus portugueses da Beira Interior haviam sido descobertos
por Samuel Schwarz (1880-1953) em 1917; este engenheiro de minas judeu as-
quenazi de origem polaca localizara, a partir de Belmonte, variadíssimas famí-
lias que observavam «vestígios de práticas judaicas» e revelou as suas desco-
bertas e pesquisas em Os cristãos-novos em Portugal no século xx (1925),
despertando enorme interesse junto dos meios judaicos internacionais. Simul-
taneamente, Francisco Manuel Alves, abade de Baçal, no volume v (1925) das
suas Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança, fazia revelações simi-
lares para a região de Trás-os-Montes; provava-se assim o que até então ape-

443
PLURALIDADE RELIGIOSA

nas fora suposto por uns e negado por outros: que muitos descendentes de
cristãos-novos mantinham ainda, secretamente, vestígios de crenças e ritos j u -
daicos.
A comunidade judaica de Lisboa chegou a consultar o grão-rabino da co-
munidade sefardita da Palestina sobre a conveniência da conversão destes
criptojudeus ao judaísmo ortodoxo, mas o próprio Adolfo Benarus, redactor
da carta, levantava dúvidas sobre se «se deve introduzir no Judaísmo pessoas
que se encontram em condições muito especiais, vivendo em aldeias afasta-
das de toda a cultura judaica; pessoas destinadas talvez a abandonar, mais
tarde, por indiferença ou por interesse, os preceitos da nossa religião» 47 ; o
grão-rabino pronunciou-se favoravelmente a um esforço 110 sentido da in-
tegração mas a comunidade lisboeta não tomou nenhuma iniciativa para es-
se efeito.
E m 1926, a Anglo Jewish Association enviou a Portugal um emissário,
Lucien Wolí, e este, acreditando na possibilidade de aproximar os criptoju-
deus do judaísmo ortodoxo, apoiou a ideia de tornar o Porto no centro de
um esforço missionário e destacou o papel que Barros Basto poderia desem-
penhar para esse efeito; conseguiu, deste modo, a constituição de um Portu-
guese Marranos Committee, apoiado pelo meio judaico de Londres, no qual
se encontravam muitos descendentes de judeus portugueses e figuras ligadas
ao movimento sionista, como o historiador Paul Goodman. E m Abril de
1927, o Committee lançou um apelo internacional para ajuda financeira à
Comunidade Israelita do Porto, a qual pôde, nesse ano, consagrar a sua pri-
meira sinagoga (Mekor-Haim) e registar a adesão dos primeiros criptojudeus;
a ajuda financeira permitiu também a Barros Basto iniciar as suas viagens pelo
interior do país ao encontro das famílias criptojudias e fundar o primeiro pe-
riódico judaico português, o Ha-Lapid ( O Facho), de que era director e prin-
cipal redactor. Publicaram-se 156 números até 1958, nos quais, além de notí-
cias ou de pequenos trabalhos literários ou históricos, surgiram traduções de
textos litúrgicos do rito sefardi, destinados a influenciar a prática do judaísmo
nos centros criptojudaicos que se iam organizando; o jornal assumia-se assim
como um foco de cultura judaica em Portugal e como laço de unidade entre
os vários grupos locais. N o mesmo ano de 1927, Barros Basto iniciara um
curso elementar de Língua Hebraica, que veio a ser o embrião do Instituto
Teológico Rosh Pinah em 1929, o qual se propunha formar uma pequena
elite capaz de ligar os meios criptojudaicos ao judaísmo ortodoxo: para tanto,
conseguiu-se formar um grupo de alunos com rapazes de famílias criptojudias
que eram instruídos gratuitamente no Porto.

Entusiasmo e dificuldades ENQUANTO NO PORTO o JUDAÍSMO era integrado s o b r e t u d o p o r famílias


asquenazis imigradas e originais do Centro e Leste europeus, nas outras locali-
dades do Norte e do Centro do país eram os velhos criptojudeus o alvo do
esforço missionário da Comunidade Israelita do Porto; fora desta cidade, a
primeira comunidade local constituiu-se, em 1927, em Bragança, em torno
do director da agência local do Banco de Portugal, José Furtado Montanha.
Este e outras personalidades locais, que se fizeram então circuncidar, estavam
convictamente empenhados em regressar à fé dos seus antepassados; o relato
de uma cura de surdez em 1928 entre membros da comunidade brigantina é
sintomática do ambiente de grandes expectativas que chegou então a ser vivi-
do: «Ficando só, Borges colocou a lâmpada e cheio de fé, dirigiu-se ao Se-
nhor nestes termos: — Adonai, meu Deus e grande Deus de Israel, se esta
obra que andamos fazendo, é do teu agrado, dá-nos um sinal [...]. T e m
compaixão do pobre Sá Pereira, cura-o, Senhor! [...]. Terminada a sua ora-
ção, Borges regressou a sua casa, onde pelas 16 horas entrou correndo, mui-
to emocionado, Sá Pereira, exclamando: — O grande Deus de Israel o u -
v i u - m e [...]. Sabes! Já tenho ouvido.» 48 Na Covilhã, em J u n h o de 1929, foi
reconhecida pelo governo civil outra comunidade então constituída e na
qual Samuel Schwarz foi uma figura destacada; tanto nesta localidade como
em Bragança e em Pinhel ficaram a funcionar comunidades c o m as respec-
tivas sinagogas, enquanto noutras Barros Basto organizou pequenas juntas

444
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

que se deveriam tornar no embrião de futuras comunidades (Belmonte, Vila <] Artur Carlos de Barros
R e a l , Escalhão). Basto (Abraham Israel Ben
Mas estes pequenos progressos eram ensombrados por dificuldades finan- Rosh) in Elvira de Azevedo
ceiras e missionárias: apesar da curiosidade internacional perante a «Obra do
Mea e Inácio Steinhardt, Ben
Rosh: biografia cio capitão Barros
Resgate», apenas chegavam a Portugal os apoios (limitados) do Portuguese Basto, o apóstolo dos marranos,
Marranos Committee que auxiliava as comunidades do Porto e Bragança; por 1997, Porto. De fundador
outro lado, a adesão das famílias criptojudias ficava muitas vezes aquém do es- do aduarismo e da religião
perado. Leo d'Almeida, num artigo do Ha-Lapid em 1929, fazia-se eco do mis- oryamita a «Apóstolo dos
to de receio e indiferença que pautava a atitude de algumas dessas famílias: «se Marranos». Autêntico
self-madc man religioso, Barros
conservais ainda a vossa fé bastante fortalecida [...] porque tanto receio em vos
Basto veio a ser uma vítima
declarardes seus fiéis adeptos?» 49 . A razão de ser dessa reserva poderia radicar no da sua dessintonia com um
facto de o criptojudaísmo ter criado a sua própria gestão de expectativas reli- meio pouco receptivo aos
giosas e, tal c o m o não evoluíra para outra realidade com o regime de tole- seus projectos arrojados.
rância religiosa a partir de 1834, também no princípio dos anos 30 do século
seguinte não encontrava nem grandes afinidades c o m o judaísmo ortodoxo
nem grandes vantagens em modificar-se; é provável que as mulheres que o
mantinham v i v o nas suas famílias não vissem com bons olhos a intromissão
destes judeus urbanos, da sua cultura letrada e da nova autoridade intelectual
e hierárquica que com eles chegava. O judaísmo ortodoxo pôde entusiasmar
ou interessar alguns dos criptojudeus mais instruídos, sobretudo homens adul-
tos ou j o v e n s candidatos aos estudos no Porto — que podiam integrar-se
num grupo de forte identidade religiosa e dominado pelo sexo masculino — ,
mas interessaria menos às mulheres e àqueles homens que teriam u m lugar de
segundo plano nas comunidades ortodoxas lideradas pelos mais familiarizados
c o m a cultura letrada, os estudos hebraicos e a teologia. Isto não quer dizer
que se tenha desenvolvido qualquer animosidade dos criptojudeus relativa-
mente ao esforço missionário da C o m u n i d a d e Israelita do Porto mas sim que
estes factores explicam, primeiro, a fraca adesão a esse esforço e, segundo, o
seu esboroamento após as contrariedades que dificultaram a empresa do
«Resgate» conduzida por Barros Basto.

O capitão, c o m o é típico dos grandes empreendedores religiosos, atinha-


-se menos ao que eram as aparentes possibilidades do presente e guiava-se
mais pelo que acreditava serem as possibilidades a criar para o futuro: deste
m o d o , não fez esperar o projecto de edificação no Porto de uma autêntica
«catedral judaica», uma sinagoga monumental que fosse o símbolo materiali-
zado do sonhado renascimento judaico português do século x x . L o g o em
1928, ainda sem recursos, Barros Basto comprou o terreno para a construção
de raiz da sinagoga (um apelo a contribuições foi depois feito no Ha-Lapid),
cuja primeira pedra foi lançada em 1929; mas, nos anos seguintes, a obra pa-
rou devido à falta de fundos, vindo apenas a ser concluída em 1938, graças a
uma avultada doação da família judaica Kadoorie, de Xangai (a sinagoga cha-
mou-se, por essa razão, Kadoorie M e k o r Haim). Nessa altura, porém, j á B a r -
ros Basto estava enredado numa teia que destruiu a sua liderança e carisma:
acusado em 1934, por membros da comunidade do Porto, de actos imorais, e
apesar de tais alegações terem sido dadas c o m o não provadas pela Polícia
e pelo Conselho Superior de Disciplina do Exército, foi expulso da institui-
ção militar em J u n h o de 1937 após u m processo bastante duvidoso. Apesar de
não ter nunca perdido a confiança do Portuguese Marranos C o m m i t t e e , que
investigou toda a delação contra o capitão, esta minou a sua missão em Por-
tugal, abalou a unidade da comunidade portuense de que fora fundador e
contribuiu para u m ainda maior afastamento da comunidade lisboeta de uma
empresa religiosa a que nunca realmente aderira; depois, o eclodir da S e g u n -
da Guerra Mundial, em 1939, foi o golpe de misericórdia na «Obra do R e s -
gate», fazendo secar os fundos disponibilizados pelos meios judaicos interna-
cionais, a partir de então absorvidos por outras e mais prementes prioridades.
E curioso referir que chegou a constituir-se em Portugal, em 1934, uma
sociedade missionária protestante (animada, entre outros, por Eduardo M o -
reira e pelo futuro bispo lusitano Luís Pereira) vocacionada para a conversão
dos criptojudeus, a qual, embora não tenha passado do papel, foi então mais
uma preocupação para Barros Basto 5 0 ; a inconsequência desta iniciativa, que

445
PLURALIDADE RELIGIOSA

contava c o m apoios internacionais, está m u i t o p r o v a v e l m e n t e relacionada


c o m a observação das dificuldades enfrentadas nessa tarefa pelos próprios j u -
deus o r t o d o x o s — e que, p r e s u m i v e l m e n t e , seriam maiores n o caso do p r o -
selitismo protestante.

O anti-semitismo O EFEITO DO ANTI-SEMITISMO DOMÉSTICO e m t o d o s estes a c o n t e c i m e n t o s


não é tão linear c o m o p a r e c e m sugerir algumas leituras; não há dúvida q u e
toi do m e i o j u d a i c o do Porto q u e partiram as acusações contra o capitão e
p o d e considerar-se q u e as autoridades militares (numa altura e m q u e o E x é r -
cito se estava definitivamente a submeter a Salazar) tiveram alguma pressa e m
aproveitar o caso para destruírem o laço à instituição de u m a figura excêntri-
ca c o m o era Barros Basto. P o r o u t r o lado, os j u d e u s (sobretudo os de Lis-
boa), ciosos da sua integração na sociedade portuguesa, não q u e r i a m explorar
tontes de conflito c o m o p o d e r estabelecido: n o m e s m o ano e m q u e o capi-
tão foi afastado do Exército, os j u d e u s de Lisboa realizaram ofícios religiosos
de acção de graças pela sobrevivência de Salazar ao atentado de q u e foi então
vítima.
A animosidade de certa opinião pública contra a «Obra d o Resgate» n ã o
era toda inspirada p o r u m anti-semitismo b e m articulado n e m parece ter
c o n t a d o c o m a colaboração directa do p o d e r político que, aliás, prestava e n -
tão auxílio a refugiados j u d e u s q u e acorriam a Portugal; m u i t o simplesmente
desconfiavam da sinceridade da conversão do capitão ao j u d a í s m o (dada a sua
aventura oryamita anterior) o u da sua qualidade de mação. N ã o p o d e m , n o
entanto, ser esquecidas as dificuldades intrínsecas d o «Resgate» na conversão
dos criptojudeus, os conflitos de p r o t a g o n i s m o do capitão c o m personalidades
judias c o m o Samuel Schwarz (admirador de Barros Basto nos anos 20, já cri-
ticava o seu proselitismo e m 1938 e lhe negava a qualidade de j u d e u ) e a des-
confiança da C o m u n i d a d e Israelita de Lisboa perante a atitude proselitista d o
capitão; tal desconfiança, além de aconselhada pela prudência na circunstância
histórica dos primeiros anos d o Estado N o v o , era e é u m traço marcante d o
judaísmo ortodoxo.
O anti-semitismo, tal c o m o apareceu na obra A invasão dos judeus (1925)
de M á r i o Saa, p o d e ter c o n t r i b u í d o para a circunspecção da c o m u n i d a d e de
Lisboa mas não mais. T a m b é m a insólita resposta de A n t ó n i o Cabreira a esse
livro 5 1 , do m e s m o ano, p r e o c u p a d o em refutar a sua ascendência judaica su-
gerida p o r Mário Saa, indicia u m a presença p r o f u n d a de anti-semitismo, aliás
assente e m crenças b e m positivistas sobre a verificabilidade «científica» de t o -
dos os «factos». N o entanto, tais atitudes anti-semitas (que, c o m o se vê, n ã o
esperavam o fascismo para existir) n u n c a assumiram grande relevo n e m i m -
portância j u n t o d o p o d e r político.

Dcsenlace paradigmático EM 1946, BARROS BASTO PROCUROU MANTER as s u a s visitas m i s s i o n á r i a s a o


interior do país mas, isolado e sem recursos, não conseguiu evitar nos 15 anos
seguintes a regressão dos laços que tinha criado e das obras q u e iniciara: a
própria c o m u n i d a d e p o r t u e n s e quase se extinguiu ( c o m a sua e n o r m e sinago-
ga fechada), desapareceu o Instituto R o s h Pinah (pelo qual chegaram a passar
algumas dezenas de alunos q u e nunca se t o r n a r a m na elite sonhada pelo capi-
tão) e apenas a c o m u n i d a d e de Bragança, c o m grandes dificuldades e graças às
suas diligências, conseguiu m a n t e r a sua p e q u e n a sinagoga até princípios da
década de 60.
O criptojudaísmo manteve-se c o m o realidade religiosa distinta e e m vias
de extinção, à excepção de B e l m o n t e , o n d e r e c e n t e m e n t e f o r a m feitas novas
tentativas de aproximação e conversão pelos j u d e u s ortodoxos 5 2 . O j u d a í s m o
p o r t u g u ê s acabou, assim, quase limitado de n o v o a Lisboa, única c o m u n i d a d e
relevante n o país, c o m o se a aventura de Barros Basto n u n c a tivesse existido;
o a m b i e n t e tanto do j u d a í s m o o r t o d o x o c o m o d o criptojudaísmo, c o m as
suas culturas religiosas e x t r e m a m e n t e estáveis, não eram c a m p o fácil n e m f é r -
til para u m espírito criador e organizador c o m o o de Barros Basto.
A sua tarefa, p o r é m , foi ainda mais entravada pelas características gerais
do c a m p o religioso português, de difícil diferenciação e escassíssimo e m r e -

446
A TRANSFORMAÇÃO DO C A M P O R E L I G I O S O PORTUGUÊS

cursos disponíveis para arrojadas empresas; em face disto, o que surpreende


não é o insucesso da «Obra do Resgate», mas sim que Barros Basto, pela sua
persistência tão testada, tenha chegado a conseguir realizar os laços entre pes-
soas e as obras literárias e arquitectónicas que via c o m o a realização de algo
maior, das suas expectativas. Perante a adversidade, agarrou-se a uma frase
que várias vezes repetiu e lembra pertencer-lhe u m dos mais espantosos teste-
munhos de fé do século x x português: Adonai Dayan Emeth, o Senhor é o
verdadeiro juiz.

A «CISSIPARIDADE FRAGMENTÁRIA»
DA MINORIA PROTESTANTE
ALGUNS AUTORES PROTESTANTES TÊM RECLAMADO, c o m o i n t r o d u t o r e s d e Problemática das origens
um cristianismo reformado em Portugal, as figuras de Gil Vicente (c. 1465-
-c. 1536), padre Frei Valentim da Luz (1524-1562), Damião de Góis (1502-1574)
ou Francisco X a v i e r de Oliveira (1702-1783); porém, por muito que estas per-
sonalidades transportassem experiências religiosas próprias, estas não tiveram
o condão de se transfigurarem em expressões religiosas e muito menos em
vivências social ou historicamente relevantes, estruturando redes ou grupos.
Apenas Oliveira se converteu a outra Igreja cristã (anglicana), estando refu-
giado em Inglaterra, onde escreveu o Discours pathétique au sujet des calamités
presentes arrivées en Portugal (1756), em que interpreta o terramoto de então
c o m o j u í z o de Deus contra a idolatria dominante em Portugal. C o m o pôde,
j á no século x v i , dizer J e r ó n i m o de Azambuja (f 1563) no Concílio de T r e n -
to, «graças à providência divina e aos cuidados do nosso rei mui cristão, não
se vislumbram em Portugal quaisquer sinais da heresia luterana que enche o
mundo» 5 3 ; esta ausência de influência de ideias luteranas e reformadas explica
que a literatura religiosa destinada a combatê-las seja em Portugal escassa
e pobre, ao contrário daquela que pretendia chegar a judeus, muçulmanos e
cristãos-novos e integrá-los na uniformidade confessional que se construía.

S ó JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA (1628-1691) p o d e ser c o n s i d e r a d o u m v e r - João Ferreira de Almeida


dadeiro pioneiro protestante, embora de um m o d o peculiar, j á que desenvol-
veu a sua acção literária e catequética longe de Portugal. O pouco que se sa-
be da sua vida até ao início da actividade missionária em Batávia (actual
Jacarta), na ilha de Java, é que terá emigrado para Amesterdão, embarcando
depois para as índias Orientais, onde abraçou o calvinismo e se fez ministro
do Evangelho — desde 1642, pregou entre as comunidades luso-cristãs de J a -
va, Ceilão e costa do Malabar e a refugiados huguenotes procedentes da E u -
ropa. U m a igreja protestante de língua portuguesa (falada pelas populações da
região) existiu em Batávia entre 1633 e 1809 e J o ã o Ferreira de Almeida foi o
seu principal pregador, redigindo em 1644-1645 a primeira tradução completa
em português do N o v o Testamento — posteriormente, iniciou a tradução
do A n t i g o Testamento (que realizou até Ezequiel, 48: 21) e assinou a primeira
tradução portuguesa de um texto doutrinal protestante, a Diferença da cristan-
dade da Igreja Reformada e Romana (1668), revista e aumentada em 1673 5 4 .
A obra de Almeida, o qual se correspondeu c o m algumas personalidades por-
tuguesas, foi conhecida e comentada em G o a e mais tarde em Portugal 3 3 , n o -
meadamente pelo padre António R i b e i r o dos Santos nas Memórias de literatura
portuguesa (1806) — mas, embora não tenha influenciado no imediato o uni-
verso religioso português, Almeida deixou uma tradução das Escrituras que
veio a tornar-se uma referência para o reavivamento cristão português que,
no século x i x , originou vivências e grupos separados da Igreja Católica R o -
mana.

A s NECESSIDADES DA EVANGELIZAÇÃO PROTESTANTE 110 E x t r e m o Oriente Primeiras manifestações


continuaram a motivar o interesse por traduções portuguesas da Bíblia, pelo
que, entre 1806 e 1812, u m tal Henry Martin defendeu j u n t o da Sociedade

447
PLURALIDADE RELIGIOSA

Bíblica de Londres a impressão de mais exemplares; circulou ainda nessas pa-


ragens, onde competiam missionários britânicos, holandeses e dinamarqueses,
uma versão portuguesa dos Salmos, a Salmodia evangélica, com y.3 edição de
I8ZI56.
As primeiras presenças permanentes de protestantes em Portugal foram as
já referidas capelanias das «nações» estrangeiras e respectivos cemitérios: o ce-
mitério alemão em Lisboa foi permitido em 1761 (com a respectiva capelania
luterana, a Igreja Evangélica Alemã de Lisboa) e o britânico em 1725 (em 1843
foram solenemente consagrados a capela e o cemitério britânicos na capital).
Muitos protestantes passaram por Portugal até ao século xix, tanto por moti-
vos comerciais e diplomáticos, como contratados pela Coroa para ocupar al-
tos cargos 37 , e alguns destes chegaram a converter-se à Igreja estabelecida para
efeitos de naturalização. É de referir o caso curioso do alemão naturalizado
J o ã o Guilherme Cristiano Muller (f 1814), que chegara a Lisboa em 1773 co-
mo pastor luterano da «nação» alemã e veio a ser eleito sócio da Academia
das Ciências e designado membro da R e a l Mesa Censória, para tanto conver-
tendo-se ao catolicismo romano; foi ainda oficial às ordens do comandante
supremo do Exército real em 1797-1798 (príncipe Christian von Waldeck) e
camareiro do duque de Sussex no seu «exílio» em Portugal até 1802 (o duque
era o chefe de fila da ala anglófila da Maçonaria portuguesa, ala essa em que
se filiaria a facção moderada do liberalismo português na primeira metade de
Oitocentos). A sua provável ligação à Maçonaria explicará que, em 1794, tal
Autorização de residência ao como o padre oratoriano (e cismontano) António Pereira de Figueiredo,
primeiro capelão anglicano no Muller fosse considerado suspeito de ideias sediciosas por Pina Manique; o
Porto (1681), passada pelo facto de a sua esposa e restante família terem permanecido membros da cape-
bispo da cidade. A autorização
lania luterana levanta fundadas dúvidas sobre a sinceridade da sua conversão 38 .
fora requerida pela «nação»
inglesa do Porto e, após Mas estes contactos ocasionais, sobretudo das elites, com personalidades
consulta ao núncio, concedida protestantes não deixaram indícios de actividades de proselitismo protestante
pela C o r o a (Porto, Arquivo
em Portugal (Anton Herman R o e d e r , n. 1828, professor liceal e fundador do
Histórico Municipal).
Colégio Alemão de Lisboa em 1848, foi outra importante personalidade lute-
FOTO: HELENA CRUZ.
rana, vindo a ser professor e íntimo de membros da família real); só com a
Guerra Peninsular e a chegada de grande número de militares britânicos se
produziram os primeiros efeitos duráveis. E foram os Britânicos, mesmo a
partir das suas capelanias em Portugal, quem desenvolveu formas de proseli-
tismo, ao contrário da comunidade luterana alemã, que sempre manteve uma
atitude de não interferência; essa abstenção definiu-se no período em que
Cristiano Eduardo Daehnardt (1835-1907) dirigiu os destinos dessa comunida-
de. Logo em 1806, deu-se um fenómeno inédito e sintomático: junto ao na-
vio Hibernia, que trouxera a Lisboa uma legação britânica, reuniram-se várias
vezes milhares de portugueses de todas as condições sociais, para assistir ao
culto anglicano, num misto de interesse religioso e curiosidade 39 .

A disseminação de Bíblias As A C T I V I D A D E S D A S S O C I E D A D E S B Í B L I C A S no reino remontam também a


este período: a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira (SBBE), fundada em
1804 numa base não-confessional, bem como a Sociedade Trinitária (sua rival
fundada depois por protestantes a quem desagradava a colaboração na primei-
ra de certos grupos, provavelmente unitaristas), aproveitaram a presença de
crentes protestantes nas fileiras do exército comandado por Wellington para
iniciarem a disseminação em Portugal de exemplares da Bíblia em língua
portuguesa. E m 1808, a S B B E publicou a sua primeira edição popular e cor-
rigida da versão de Almeida do N o v o Testamento e em 1809, na ilha da M a -
deira (ocupada então pelos Britânicos), o agente local da sociedade fez a pri-
meira distribuição de 20 000 exemplares dessa edição; o agente, entusiasmado
pela recepção até de sacerdotes da Igreja estabelecida (muitos dos quais só en-
tão acederam a uma versão em vernáculo dos Evangelhos), escreveu à socie-
dade: «O bem proporcionado à nova geração pode, com a bênção de Deus,
ser grande; mas isto não é tudo, pois os pais destas crianças, que são analfabe-
tos (os contemplados com a oferta), escutam com gosto a leitura, como te-
nho verificado. São muito numerosas as pessoas desta categoria, aqui na ilha,
pois só há muito pouco tempo a Rainha de Portugal mandou abrir estas es-

448
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

colas.»60 Este relato dá a entender que o agente teria distribuído exemplares


junto das aulas dos mestres de «ler, escrever e contar» de então na ilha, sendo
provável que fossem algumas das pessoas assim familiarizadas com o N o v o
Testamento que, anos depois, se interessassem por escutar Kalley, missionário
das décadas de 30 e 40. Alguns exemplares terão chegado a ser distribuídos
também no território continental do reino, apesar de datar só de 1835 a P r i~
meira passagem confirmada de um agente da sociedade por Lisboa, George
Borrow (1803-1881), que confiou a representação da S B B E ao comerciante
John Wilby; até à nomeação do primeiro agente em Lisboa, em 1864, alguns
exemplares chegariam às mãos de portugueses, criando, num número de pes-
soas ainda muito limitado, um interesse pelo estudo bíblico e uma aproxima-
ção às capelanias anglicana e presbiteriana escocesa. Daí nasceriam os primei-
ros grupos de crentes cristãos diferenciados da vivência da Igreja estabelecida.

MAS FOI NA MADEIRA QUE O PRIMEIRO desses grupos apareceu, por acção
do médico e filantropo presbiteriano escocês Robert R e i d Kalley (1809-1888);
este era um filho espiritual do ímpeto missionário do revival que conduzira
um grupo de presbiterianos entusiastas a romper com a Igreja estabelecida da
Escócia e a constituir a autónoma Igreja Livre da Escócia. Kalley e a sua pri-
meira esposa (Margaret Crawford) estabeleceram-se no Funchal em 1838,
onde fundaram um hospital e escolas primárias para crianças e adultos; mas,
a essa actividade, o médico juntou a pregação e o ensino da Bíblia, forman-
do um numeroso grupo de fiéis, muitos por si alfabetizados, o que não tar-
dou a despertar a oposição das autoridades civis e eclesiásticas. Kalley escre-
veu que, para as gentes simples da ilha, «suas ideias de Deus eram pouco
mais do que a que lhes davam as imagens perante as quais estavam acostu-
mados a inclinar-se» e que «a situação entre os mais ricos não é também
muito melhor [...] o cepticismo religioso entre esses ocupa o lugar da su-
perstição que há entre as classes pobres» 61 ; daí que a sua grande preocupação
fosse divulgar a leitura e estudo da Bíblia, o que requeria a alfabetização de
boa parte da população.
E m Kalley encontra-se já o tipo de apelo religioso que caracteriza a acti-
vidade de todas as correntes do protestantismo clássico no campo religioso
português desde o século xix: uma expressão extremamente marcada pela lei-
tura e reflexão da Bíblia, pretendendo originar uma vivência que privilegia a
transformação interior do crente nessa relação com o Texto e a conduta pes-
soal; deste modo, Kalley introduziu uma proposta religiosa que, relativamen-
te à vivência dominante, substituía as expectativas e os investimentos religio-
sos tradicionais dos crentes (estes abandonavam a vivência devocional e
sacramental reproduzida cultural e socialmente 110 quadro da Igreja Católica
Romana a favor de uma vivência textual e reflectida da fé que, pela sua novi- Frontispício de edição princeps
dade, estaria muito dependente de experiências pessoais marcantes para os in- d e O Novo Testamento...,
divíduos envolvidos). traduzido por João Fereira de
Almeida, 1681 (Lisboa,
A capacidade de Kalley transformar a sua experiência pessoal numa ex- Biblioteca Nacional).
pressão religiosa perceptível por uma parte da população da ilha ficou patente O primeiro protestante
nas adesões que conseguiu cimentar, ao ponto de grande parte dessas pessoas português, natural de Torre de
vir a preferir exilar-se a negar a vivência a que aderira — Kalley constituiu, Tavares (Mangualde),
assim, a primeira rede cristã fora da Igreja Católica Romana no Portugal con- encontrava-se já aos 14 anos de
temporâneo. A novidade deste fenómeno foi lida pelas autoridades civis e idade nas índias Orientais,
onde se tornou pouco depois
eclesiásticas em termos de desafio à ordem jurídica, o que é importante para missionário calvinista e tradutor
se compreender o modo como continuava a ser entendida, em meados do da Bíblia na língua de
século xix, a vivência religiosa dominante enquadrada institucionalmente pela Camões. Para os protestantes
Igreja estabelecida — como a substância de uma uniformidade cultural, de portugueses, que valorizaram o
mundividência e vivência, que se pretendia preservar. literalismo da palavra bíblica
sobre o ritualismo tradicional e
O bispo do Funchal alegou ter recebido de Lisboa instruções para que as devocional, João Ferreira de
autoridades civis pusessem fim à obra missionária de Kalley; este, que chegara Almeida permanece como um
a ser louvado pela Câmara Municipal do Funchal em Maio de 1841, logo a heróico pai fundador de um
seguir foi instado a desistir do seu proselitismo sob ameaça de prisão. Mas cristianismo português
Kalley recusou e conseguiu mesmo aumentar o número daqueles que assis- reformado.
tiam às suas sessões de leitura e comentário das Escrituras, algumas das quais FOTO: LAURA GUERREIRO.

449
PLURALIDADE RELIGIOSA

realizadas ao ar livre com mais de um milhar de participantes; a distribuição


de edições do N o v o Testamento e a composição e divulgação de hinos em
português complementavam essas prédicas e cimentavam as adesões. Perante
o primeiro fenómeno tão relevante e cm massa, de diferenciação religiosa em
Portugal, as autoridades consideraram não conseguir evitar tais manifestações,
embora insistissem na necessidade de cumprir as ordens do governo central;
em Janeiro de 1843, as autoridades e o clero da Igreja estabelecida iniciaram
um autêntico contra-ataque na imprensa e no púlpito — o bispo fez publicar
mais tarde o conjunto de acusações contra as actividades de Kalley (Revista
histórica do proselitismo anti-católico exercido na ilha da Madeira, 1845), a que este
respondeu numa Exposição dc factos (1843), também editada no Funchal.
A esta polémica seguiu-se a prisão de Kalley, em nome da lei de 1603
contra as heresias, e foram presas mais de três dezenas de pessoas (chegando a
haver um degredado para Angola e uma condenada à morte, sentença esta
comutada para alguns meses de prisão pela Relação de Lisboa). Posto em li-
berdade em finais de 1843, Kalley continuou a realizar reuniões em sua casa,
às quais assistiam ainda cerca de 600 pessoas, e, projectando reorganizar o seu
trabalho missionário na Madeira, viajou a Lisboa para se encontrar com o re-
verendo William H. Hewitson (que estudava o português com a intenção de
secundá-lo na sua actividade missionária); em Agosto de 1844, realizou-se no
Funchal a primeira celebração da Sagrada Comunhão em língua portuguesa
pelo rito presbiteriano. Kalley chegou ainda, em Maio de 1845, a dar os pri-
meiros passos para a transformação da rede de crentes em grupo organizado
(como primeira congregação protestante portuguesa, designando-a Igreja
Presbiteriana Portuguesa); mas, em Agosto de 1846, as autoridades voltaram a
mostrar a sua determinação e excomungaram publicamente Nicolau Tolenti-
no Vieira e Francisco Pires Soares, dois portugueses da congregação. Este
acontecimento despoletou uma violenta acção popular contra Kalley e os
seus seguidores (que as autoridades não conseguiram ou não quiseram con-
trolar), acabando o médico por fugir para a Escócia e depois reclamar do go-
verno português uma indemnização; a maior parte dos seus seguidores, que
tiveram de pôr-se ao abrigo da violência e recusaram abjurar, foram embar-
cando em navios britânicos (houve três levas de refugiados, a primeira com
200 pessoas, a segunda com 500, e a terceira com 300).

A semente lançada O G R U P O D I S P E R S O U - S E E N T R E A ILHA DE T R I N D A D E , os Estados Unidos


(Jacksonville e Springfield, Illinois) e o Brasil, onde Kalley se instalou depois
de 1853 com a sua segunda esposa, a grande autora de hinos evangélicos em
língua portuguesa Sarah Poulton Kalley (1825-1907) — no R i o de Janeiro, o
médico e missionário foi o fundador da importante Igreja Evangélica Flumi-
nense (congregacionalista), autor da Breve exposição das doutrinas fundamentais
do cristianismo (1876), que «ainda hoje constitui o padrão de doutrinas das
Igrejas Congregacionais do Brasil e de Portugal» 62 , e organizador da primeira
colectânea da hinódia protestante em língua portuguesa, Salmos e hinos (i.a
edição de 1861), de longa vida entre protestantes portugueses e brasileiros e
várias vezes reeditada e actualizada até aos nossos dias. João Fernandes Daga-
ma, um dos refugiados em Trindade e depois em Springfield, autor de Perse-
guição dos calvinistas da Madeira (1896), veio a ser, a partir de 1870, ministro da
Igreja Presbiteriana do Brasil; é um dos vários casos demonstrativos do suces-
so que Kalley teve, apesar da perseguição, em lançar inúmeras sementes de
evangelização no mundo de língua portuguesa. Na Madeira, pennaneceu en-
tretanto um pequeno grupo de fiéis protestantes, apoiados na capelania presbi-
teriana escocesa local — impedidos de constituírem uma congregação legal-
mente reconhecida, estes fiéis tinham de se juntar a um grupo formalmente
estrangeiro (e, por isso, tolerado) para preservarem a sua vivência religiosa num
ambiente então agreste.
A perseguição a Kalley, nas proporções que tomou, só é explicável pelo
período de instabilidade que ainda vivia o regime liberal (o país ainda passou
por uma guerra civil e uma intervenção militar estrangeira em 1846-1847), só
consolidado a partir de 1851 com o movimento político-militar da Regenera-

450
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

ção; essa instabilidade repercutia-se ainda mais nas regiões periféricas do rei-
no, c o m o a Madeira, de mais difícil controlo administrativo e militar. Tal di-
ficuldade de controlo terá conduzido as autoridades, de m o d o desastrado, a
quererem pôr fim imediato a um f e n ó m e n o que percepcionavam c o m o p o -
tencial f o c o de tensão (a inacção das autoridades britânicas é também explicá-
vel por esta razão e, provavelmente, pelo facto de Kalley pertencer a uma
Igreja dissidente do presbiterianismo oficial escocês); por outro lado, a tole-
rância da capela lisboeta de G ó m e z y T o g a r (que será referida a seguir), na
mesma época, parece confirmar o que aqui se diz, revelando-se as autorida-
des capazes de aceitar u m grupo diferenciado numa área mais sujeita ao seu
controlo c o m o era a da capital.
O proselitismo protestante foi, assim, impedido de se desenvolver, j á que
as autoridades consideraram então que essas acções extravasavam a tolerância
e a liberdade de consciência previstas na Carta — era-se livre de ser protes-
tante mas não de advogar publicamente o protestantismo. Esta situação expli-
ca a importância que os grupos bíblicos domésticos e de oração e a actividade
da S B B E tiveram na preservação da vivência religiosa protestante e na capaci-
dade que esta demonstrou de ir atraindo mais fiéis n u m ambiente em que se
pretendia paralisar ou desencorajar todas as formas ostensivas de proselitismo.
Os grupos bíblicos e de oração possibilitavam a formação de redes religiosas
em torno de encontros para leitura e comentário da Bíblia, realizados em ca-
sas particulares c o m um número reduzido de pessoas. C o m existência, mes-
m o que muito limitada, na Madeira, em Lisboa e na zona da foz do D o u r o ,
estas redes permitiram a reprodução de uma vivência baseada na relação tex-
tual e reflectida c o m a expressão religiosa cristã, contornando as limitações j u r í -
dicas existentes sem violarem a legalidade.

I S T O , P O R É M , N Ã O I M P E D I U que algumas destas redes de crentes tentassem Os primeiros grupos


organizar-se; assim, na altura em que Kalley iniciara o seu trabalho missioná-
rio na Madeira, abriu em Lisboa, a 10 de N o v e m b r o de 1839, a Capela da
Promulgação do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, na qual ofi-
ciava um refugiado espanhol, o cónego egresso da Catedral de Málaga, Vicente
G ó m e z y Togar. Este estivera em Gibraltar, onde fora recebido na comunhão
anglicana, e fez lavrar u m auto (assinado por 31 pessoas) que testemunha a
existência da primeira congregação protestante no território continental; f u n -
cionando até 1870, a capela de G ó m e z y T o g a r foi sendo tolerada pelas auto-
ridades e passava certidões (de baptismos e casamentos) cuja validade parece
ter sido reconhecida. Entre os membros da congregação vieram a estar o c o -
merciante portuense Guilherme Pimentel e o advogado lisboeta Dr. J o ã o J o -
sé da Graça (1838-1893), o qual organizou u m hinário (1867) e escreveu o
opúsculo Da existência de Deus (1877); estes dois nomes indiciam ligações c o m
as referidas redes formadas a partir dos encontros bíblicos em casas particula-
res, sabendo-se que, após o encerramento da capela, alguns membros disper-
sos mantiveram cultos domésticos em Lisboa, Porto, Viana do Castelo, Setú-
bal e Açores 6 3 . E m 1849, apareceu uma tradução portuguesa de Eduardo de
M o s e r da liturgia anglicana do Book of Common Prayer, que se destinaria a ser- A Frontispício de O livro de
vir a este primeiro grupo de crentes; existiam, desde o século x v u , outras oração commum (Vila Nova
edições portuguesas feitas para serviço na índia mas a nova edição era j á re- de Gaia, Centro Diocesano
— Igreja Lusitana).
sultado de u m esforço missionário orientado para Portugal (neste caso da an-
glicana Society for the Promotion o f Christian K n o w l e d g e ) . Alexander Dal- FOTO: EDUARDO CUNHA.
las (1791-1869), ministro anglicano que estivera em Portugal durante a Guerra
Peninsular, conseguiu interessar a Igreja da Irlanda pela missionação nos paí- <] Capa de Injuriados e
ses ibéricos, criando-se em 1843 uma Sociedade de Missões para esse efeito; perseguidos, de Michael
c o m o secretário dessa sociedade nos 21 anos seguintes, Dallas visitou Lisboa e P. Testa. Tradicionalmente, os
protestantes leram a sua
deverá ter estabelecido contacto com G ó m e z y Togar, apoiando a congrega- história à luz da própria
ção. O reverendo Eduardo Moreira 6 4 refere o caso de uma senhora de Lisboa «vitimização», mas essa visão
que perdera u m filho e a quem Dallas acudira uma tarde, lendo-lhe o Salmo 27 do passado nunca pôde
e fazendo uma oração que a levou a entender de outro m o d o o desgosto que explicar o crescimento
sofrera; agradecida, esta senhora tornou-se colaboradora da Sociedade de posterior de outros grupos
Missões e o seu exemplo mostra de que m o d o os crentes se juntavam às redes religiosos em situações tão ou
mais adversas.

451
PLURALIDADE RELIGIOSA

e grupos diferenciados: através de contactos pessoais, acediam a experiências


religiosas (uma leitura, uma conversa, uma oração) que modificavam a m a -
neira c o m o concebiam e entendiam a sua circunstância.

Divcrsidadc interna A IMPORTÂNCIA DOS GRUPOS BÍBLICOS e de oração está patente nos casos
de Helena R o u g h t o n (1802-1883) em Lisboa e D i o g o Casseis (1844-1923) e m
Vila N o v a de Gaia, que iniciarão duas importantes redes protestantes nessas
zonas urbanas do país. R o u g h t o n , numa carta de 1867 dirigida a Kalley, dá
conta da existência daquilo a que chama «a nossa Casa de Oração» com 22
membros 6 5 . Esses membros, que incluíam portugueses c o m o J o ã o de Freitas
(seguidor de Kalley que se refugiara em Lisboa), estavam interessados nas
ideias dos chamados Irmãos de Plymouth (protestantes seguidores da doutrina
de J o h n Darby, também chamados darbistas, que recusavam qualquer ritualis-
m o na vivência da fé, a ordenação de ministros e uma sujeição das congrega-
ções locais a uma organização eclesiástica hierárquica), pelo que não estavam
satisfeitos nem c o m os anglicanos G ó m e z y T o g a r e A n g e l Herreros de M o r a
(f 1876), então chegado a Lisboa, nem c o m o capelão presbiteriano escocês
na capital desde 1866, R o b e r t Stewart (n. 1828).
Esta carta é bem demonstrativa da tendência precoce do pequeno sector
protestante português para a diferenciação interna e, neste caso, para a f o r m a -
ção de u m grupo e m Lisboa já distinto quer do episcopalismo anglicano quer
do presbiterianismo escocês oficial. Kalley, que pertencera no tempo da sua
missão madeirense a uma Igreja dissidente desse presbiterianismo oficial, e v o -
luíra no Brasil para o espírito autonomista e anti-hierárquico do congregacio-
nalismo mas não até ao ponto defendido pelos darbistas; na Carta aos membros
da Igreja Evangélica Fluminense (1879), escrita em Edimburgo, Kalley pretendeu
mais tarde contestar as ideias desta corrente, respondendo a u m folheto publi-
cado 110 R i o de Janeiro por R i c h a r d Holden (1828-1886), antigo presbítero
anglicano e agente da S B B E 110 R i o que estivera intimamente associado a
Kalley e à Igreja Fluminense até se ter tornado darbista. Ora, as pessoas reu-
nidas e m torno de Helena R o u g h t o n eram uma rede de crentes em Lisboa a
partir da qual vão presumivelmente constituir-se mais tarde os grupos c o n -
gregacionalista e dos Irmãos; estes grupos, sobretudo pelas suas doutrinas
eclesiológicas fortemente anti-hierárquicas, distinguir-se-ão de outros grupos
c o m o os episcopalianos (anglicanos), os presbiterianos e os metodistas, que
originarão as chamadas igrejas «sinodais» (isto é, governadas, c o m algum cen-
tralismo, por u m sínodo).
D e facto, a primeira fase da história do protestantismo português vai ca-
racterizar-se em boa medida pela existência destas duas correntes, a sinodal e
a anti-hierárquica, já presentes na década de 60 do século x i x na capital do
Colportor José Alexandre a país: da primeira faziam parte os episcopalianos próximos da capelania angli-
cavalo (i. a década do cana, de G ó m e z y T o g a r e de Angel Herreros de M o r a (outro espanhol r e f u -
século xx). O cavaleiro giado que fundou em 1867 a capela denominada «Igreja Evangélica Espanho-
andante do Evangelho
la»), e o pequeno grupo de crentes que começava a juntar-se num grupo
percorrendo o país ao serviço
da Sociedade Bíblica. Os bíblico e de oração do capelão presbiteriano escocês e agente da S B B E em
colportores distribuíam e Lisboa, R o b e r t Stewart; a segunda corrente, ainda também muito reduzida,
vendiam as Escrituras, era o grupo de R o u g h t o n . P o r seu lado, nesta época em Vila N o v a de Gaia,
pregavam nas feiras e espaços D i o g o Casseis iniciara mais u m grupo da corrente sinodal: fundando e m
públicos e, ocasionalmente, 1868, pelos seus próprios meios, uma congregação a partir de u m grupo bíbli-
fugiam da polícia e de
co e de oração, este industrial de Gaia tomou depois a iniciativa de a ligar
multidões intolerantes.
à Sociedade Missionária Metodista de Londres, a qual lhe enviou em 1871 o
ministro e missionário R o b e r t H a w k e y M o r e t o n (1844-1917). N o Porto, tam-
bém desde 1868, Frederica Smith mantinha em sua casa um grupo bíblico e
de oração que foi importante para criar, na segunda cidade do país, uma rede
que depois alimentaria a implantação de umas poucas congregações metodis-
tas e episcopalianas.

A Igreja Lusitana NESSE PRINCÍPIO DA DÉCADA DE 7 0 d o século x i x , sob o e f e i t o das r e s o l u -


ções do Concílio Vaticano I (1869-1870) — que proclamou o dogma da infa-
libilidade papal — , uma dezena de presbíteros católicos romanos abandonou

452
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

a Igreja estabelecida, juntando-se uma parte destes a Angel Herreros de M o -


ra, que os acolheu e transformou em seus ajudantes; estes presbíteros terão
inclusivamente chegado a eleger Mora como seu bispo antes da morte deste
em 1876. Nesta ocasião, enquanto os presbíteros António Ribeiro de Melo e
Henrique Ribeiro Ferreira de Albuquerque ficaram a pastorear a congregação
de Mora, três outros (João Joaquim da Costa Almeida, Manuel António Pe-
reira Júnior e José Nunes Chaves) constituíram mais três pequenas congrega-
ções episcopalianas com o apoio do capelão anglicano em Lisboa desde 1864,
o cónego Thomas Godfrey Pembroke Pope (1837-1902). Os episcopalianos
vieram a ser o primeiro grupo a conseguir agrupar várias pequenas congrega-
ções numa denominação com unidade institucional; esse feito, impulsionado
por Pope e pelos apoios que garantiu da anglicana Igreja da Irlanda a que
pertencia, seguiu-se à lei de 1878 que instituiu o registo civil para súbditos
portugueses que não fossem membros da Igreja estabelecida. A Igreja Episco-
pal Reformada Portuguesa, fundada ainda em 1878, realizou em 8 de Março
de 1880 o seu primeiro sínodo, adoptando o nome de Igreja Lusitana Católi-
ca Apostólica Evangélica (ILCAE); os seus presbíteros e representantes leigos
das três congregações deixaram então registada, numa carta ao episcopado
anglicano irlandês, a esperança de que «o termos nós o Episcopado nos dará
uma posição muito mais vantajosa na luta em que estamos empenhados con-
tra a Igreja Romana, e há-de atrair ao nosso grémio muitas pessoas, que, pos-
to que reconheçam as corrupções de R o m a , sentem grande repugnância de
unir-se a uma Igreja que não seja episcopal»66.

O R A , APESAR DE ALGUM CRESCIMENTO DO NUMERO DE CONGREGAÇÕES e Difhil ímpeto missionário


de fiéis, a Igreja Lusitana não conseguira, no final de Oitocentos, ultrapassar
as quatro centenas de comungantes e algumas centenas mais de pessoas afecta-
das pelas suas actividades pastorais; as expectativas dos seus fundadores, de que
ela pudesse ser a Igreja episcopal e nacional, independente de R o m a tal como
chegara a ser sonhado por alguns católicos regalistas, goraram-se. A I L C A E
conseguiu a adesão da antiga Igreja Evangélica Espanhola de Lisboa e de mais
duas congregações de Vila Nova de Gaia inicialmente metodistas e mantidas
pelos dois irmãos industriais de ascendência britânica, Diogo e André Casseis
(1846-1931); conseguiria ainda inaugurar outras congregações, no Porto e em
Setúbal, com algumas dezenas de membros, até chegar às 17 congregações
que tinha em 1995.
A Igreja Lusitana tornou-se mesmo, desde finais do século xix, num gé-
nero de elite do protestantismo português, com jornais prestigiados como
O Evangelista (1892-1900), a adesão de figuras de perfil intelectual como o
major Guilherme Luís Santos Ferreira (1849-1931) ou os reverendos Guilher-

453
PLURALIDADE RELIGIOSA

me Dias da Cunha (1844-1907) e Eduardo Henriques Moreira (1886-1980), e a


projecção pública dos seus primeiros bispos consagrados, como o médico
D. Luís Rodrigues Pereira (1908-1984, grande cultor do ecumenismo, nomea-
damente com a Igreja Romana, e inspirador da adesão formal à Comunhão
Anglicana em 1980) ou o advogado D. Daniel de Pina Cabral, bispo dos Li-
bombos na província anglicana da África do Sul (numa altura em que a Igreja
Lusitana e o governo português, nos anos 60, convergiram na importância a
dar à missionação anglicana no Norte de Moçambique); da Igreja Lusitana
partiram, por isso, as principais iniciativas (ainda que falhadas) tendentes a
construir formas de unidade da minoria protestante e que a pudessem repre-
sentar junto das autoridades: a Associação Protestante Portuguesa em 1909, a
Aliança Evangélica Portuguesa na primeira fase da sua existência (cujo pri-
meiro presidente foi o bispo-eleito lusitano Joaquim dos Santos Figueiredo) e
a Juventude Evangélica Portuguesa, que funcionava no edifício do antigo
convento dos Marianos às Janelas Verdes (Lisboa), comprado em 1898 pela
Igreja Lusitana com apoio anglicano. Esta primeira Igreja sinodal portuguesa
dotou-se enfim, nos seus primeiros anos, de uma única liturgia, original e re-
sultante da fusão dos antigos ritos peninsulares com o anglicano (Livro de ora-
ção comum, 1884), bem como de um corpo de regras canónicas que instituíram
um ministério regular e ordenado juntamente com uma gestão das paróquias
controlada e participada pelos leigos (que elegem também representantes seus
ao sínodo).
Mas, apesar de bem organizada, com um número considerável de con-
gregações e implantada em duas zonas importantes do país, a Igreja Lusitana
não conseguiu gerar uma dinâmica missionária — aparentou sempre ser uma
cabeça a que faltava o corpo. A razão desta incapacidade de crescimento de-
ve-se ao facto de a leitura e conhecimento da Bíblia terem sido o eixo da
missionação para estas correntes do protestantismo «histórico» desde o sécu-
lo xrx, o que limitava o proselitismo à pequena minoria alfabetizada (onde
concorria com outras crenças sofisticadas) ou o fazia necessitar de um prévio
e caro trabalho de aproximação (alfabetização, aulas bíblicas); deste modo, a
missionação requeria investimentos que os pequenos grupos protestantes pio-
neiros não tinham possibilidades de fazer senão em pequena ou pequeníssima
escala, até porque estiveram patentemente dependentes de apoios de socieda-
des missionárias ou de beneméritos (Roughton, Casseis, Robinson) para abrir
e manter as suas poucas congregações 67 .

O ensino e o escutismo A L É M D I S T O , O I N V E S T I M E N T O FEITO NA E D U C A Ç Ã O , a t r a v é s d a instalação


de escolas primárias que contribuíssem para uma alfabetização necessária à
evangelização, não garantia a eficácia de toda essa custosa estratégia missio-
nária — em 1911, no boletim da congregação de Diogo Casseis, um arti-
culista referia isso mesmo, com certo desânimo: «Quantas crianças que têm
entrado nas escolas evangélicas, daí feito os seus exames públicos, são hoje
adeptos da religião evangélica? Se os há, são raros, a não ser aqueles que
sendo filhos de pais evangélicos, no seio da família ganharam a convicção
religiosa.» 68
O mesmo se poderia dizer das outras escolas mantidas por denomina-
ções protestantes: as dificuldades legais de licenciamento de estabelecimen-
tos de ensino ostensivamente confessionais tornavam estas escolas meios ba-
ratos de acesso à instrução para muitas famílias de baixos rendimentos sem
que, simultaneamente, funcionassem como meio de enraizamento e expan-
são de uma doutrina confessional (essas dificuldades de licenciamento, man-
tidas pela I República, foram minoradas pela II República, graças ao regime
concordatário de 1940, apenas para a Igreja Católica Romana). Outras insti-
tuições, como as Associações Cristãs da Mocidade (cuja insígnia é o famoso
«triângulo vermelho»), fundadas pelo metodista Robert Moreton (no Porto
em 1894 e em Lisboa em 1898) e orientadas para o desenvolvimento cultu-
ral, artístico e desportivo dos jovens, revelaram uma evolução similar: nas-
cidas de um esforço dos grupos protestantes «históricos», rapidamente se vi-
ram afectadas não só por problemas financeiros mas pela desvantagem que

454
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

advinha da sua confessionalidade, como se depreende da história do movi- Grupo da Associação dos
mento escutista. Escoteiros de Portugal.
Surgido na Associação Cristã da Mocidade de Lisboa em 1912, com duas
patrulhas de Bcy Scouts, o escutismo português esteve 110 seu começo ligado a
personalidades protestantes como Moreton, Rodolfo Horner e Eduardo M o -
reira, mas rapidamente, no seu processo de crescimento, teve de extravasar
esse meio: ainda em 1912, o grupo n.° 3, constituído no Liceu Pedro Nunes,
se apresentava como muito ecléctico, com «rapazes católicos, protestantes,
neutros [...] e até um israelita» e, curiosamente, o grupo n.° 2 fez, no Natal
desse ano, a sua apresentação pública numa festa promovida pela loja maçó-
nica Madrugada 69 . Esta descaracterização ficou patente nas traduções adopta-
das da Promessa de Baden-Powell: enquanto o grupo n.° 1 da Associação
Cristã da Mocidade adoptou a fórmula «cumprir os meus deveres para com
Deus e a Pátria» em substituição do original «para com Deus e o Rei» (esta-
va-se já em plena I República), a fórmula adoptada por volta de 1916 depois
da federação dos grupos na Associação dos Escoteiros de Portugal (fundada
em Setembro de 1913), veio a ser simplesmente «cumprir o meu dever para
com a Pátria» — em 1917, já os grupos n.° 1 e n.° 7, ligados à Associação
Cristã da Mocidade de Lisboa, estavam em rota de colisão com a direcção da
associação que, em nome do regulamento aprovado pelo governo, os impe-
dia de manter o compromisso de «lealdade a Deus» e um uniforme próprio.
Os dirigentes e rapazes destes dois grupos intervieram com grande espírito de
serviço em várias ocasiões sangrentas da conturbada vida lisboeta durante a
I República 70 ; mas, apesar do prestígio conseguido nessas acções, o escutis-
mo, em geral e enquanto realidade confessional, foi muito prejudicado pela
forma como o Estado (na I e na II Repúblicas) o condicionou. Também o
Corpo Nacional de Escutas, formado em 1925 na órbita da Igreja Católica,
teve de se apresentar como estrutura não-confessional para obter o licencia-
mento oficial. A mudança de regime, com a queda da I República, mante-
ve uma pesada «regulação» oficial sobre o movimento escutista: em Julho de
1932, a associação e o corpo foram levados a constituir uma Organização
Escutista de Portugal sob a égide do Estado (os adueiros, que nela não se
integraram, vieram a ser dissolvidos em Abril de 1934) e, nos anos seguintes,
sofreram grandes pressões para se integrarem na Mocidade Portuguesa, so-

455
PLURALIDADE RELIGIOSA

lução que não teve seguimento graças à oposição da Igreja Católica e do


g o v e r n o britânico 7 1 e foi abandonada após 1942 quando Marcello C a e t a n o
(um ex-escuteiro) passou a dirigir a M o c i d a d e Portuguesa. Esta, no entanto,
através do seu comissário nacional, tutelou até 1974 todas as organizações
juvenis, situação que muito contribuiu para a fraqueza estrutural do escutis-
m o português.
Após 1974, na área do escutismo protestante, desenvolveram-se c o m
maior pujança os «Desbravadores» adventistas. Por seu lado, as Associações
Cristãs da Mocidade debateram-se com incontornáveis dificuldades financei-
ras; Eduardo Moreira escrevia em 1935 que a Associação Cristã da M o c i d a d e
do Porto era a única que, mantendo o seu cunho evangélico, tinha feito
«obra digna de registo» e que, juntamente com a de Lisboa e a estudantil de
C o i m b r a , não ia além dos 1 0 0 0 sócios 72 .

O «choque cultural» OUTRAS VIAS DE MISSIONAÇÃO, que evitassem tais dificuldades, foram pouco
exploradas pelo protestantismo «histórico». A via ensaiada por D i o g o Casseis de
um proselitismo apoiado num ritualismo mais elaborado e sedutor, capaz de se
aproximar da cultura religiosa dominante, não teve outros seguidores: os pro-
testantes «históricos», em geral pendendo para uma atitude iconoclasta e intra-
sigente, preferiam métodos de conversão em qualidade a formas de conversão
em quantidade, recusando concessões c o m o a decoração dos templos c o m
imagens ou situações em que os crentes dessem mostras de continuarem a in-
vestir em compensações. Este aspecto é importante porque, desde o sé-
culo x i x , o protestantismo introduziu em Portugal uma vivência religiosa em
que a fé cristã era vivida em termos de «adesão total», combatendo a lógica
do compromisso sincrético; e isto era uma novidade quase absoluta no
universo religioso português, contribuindo para o proselitismo protestante
funcionar c o m o u m verdadeiro choque cultural. Tal choque explica, parado-
xalmente, quer as dificuldades da sua difusão (nunca automática, mas traba-
lhada), quer a experiência profundamente desconcertante que transmitia a
muitos daqueles c o m quem contactava, os quais sentiam estar a deixar toda
uma herança cultural ancestral e a entrar num m u n d o novo.

«Cissiparidade» O C R E S C I M E N T O DO P R O T E S T A N T I S M O P O R T U G U Ê S f a r - s e - á p e l a «cissipari-
dade fragmentária» 73 , isto é, por u m processo através do qual só aumenta o
seu número de fiéis desmultiplicando-se numa série cada vez maior de gru-
pos autónomos (denominações). Este processo não resulta tanto da sua subdi-
visão interna mas da implantação progressiva de novos grupos n o campo reli-
gioso; estes conquistam um segmento que nunca cresce muito e ao lado do
qual se v ê m a estabelecer outros grupos (é certo que tentando também cres-
cer à custa dos j á instalados). A o longo de várias décadas foram assim apare-
cendo novas denominações (sempre apoiadas financeiramente no exterior)
que se iam acrescentando às anteriores, resultando a configuração da minoria
protestante numa realidade muito diversa mas muito pequena.

Presbiterianos, metodistas DENTRO DA C O R R E N T E S I N O D A L , OS p r e s b i t e r i a n o s e os metodistas parti-


lharam as dificuldades de crescimento da Igreja Lusitana; os primeiros instala-
ram-se no Centro, no Sul e nas ilhas, e os segundos 110 Norte. Mais tarde,
chegaram a partilhar o território nacional de m o d o a não sobreporem as res-
pectivas zonas de missionação; mas, mesmo assim, só em meados do século x x
vieram a organizar-se, c o m poucas dezenas de congregações, c o m o igrejas
nacionais e autónomas das sociedades missionárias estrangeiras de que depen-
diam. Os presbiterianos, inicialmente ligados às capelanias escocesas em Lis-
boa e n o Funchal, ficaram após 1913 muito ligados ao presbiterianismo brasi-
leiro e, após 1945, receberam u m apoio norte-americano decisivo para a sua
unidade denominacional na Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal que,
fundada em 1947, realizou o seu primeiro sínodo nacional em 1952. Os m e t o -
distas, sempre ligados à Conferência Metodista britânica, tiveram um período
mais estável de progressiva construção da sua autonomia sob a superintendên-
cia de Alfredo Henrique da Silva (1872-1950), o qual ainda pôde dirigir, em

456
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

1948, o primeiro sínodo da então constituída Igreja Evangélica Metodista


Portuguesa. Estas três igrejas da corrente sinodal não esgotaram a capacidade
de crescimento do protestantismo; de facto, várias denominações da corrente
anti-hierárquica também se organizaram, revelando-se até capazes de consti-
tuir grupos maiores.

Os I R M Ã O S D A R B I S T A S , Q U E C R E S C E R A M a partir da rede constituída por Irmãos Darbistas


Helena R o u g h t o n , tiveram no engenheiro inglês G e o r g e M a c k r o w (que
esteve em Portugal na década de 1870) e no casal R i c h a r d e C a t h r y n H o l -
den os primeiros organizadores de uma congregação explicitamente darbis-
ta, em 1877; c o m outros missionários c o m o Stewart M e n a i r e G e o r g e
O w e n s conseguiram depois implantar-se nas zonas limítrofes de C o i m b r a e A Tabernáculo Baptista do
A v e i r o . Esta crescente pluralidade de congregações (independentes) foi Porto. Logo nas primeiras
continuada nas primeiras décadas do século x x ainda c o m outra geração de décadas do século xx, à
missionários britânicos, em que se destacaram Charles S w a n (1861-1934) e medida das suas possibilidades,
esposa e R o b e r t M c G r e g o r ; S w a n , que fora missionário em A n g o l a desde os grupos religiosos
diferenciados investiram na
1886, estabeleceu-se em Lisboa e m 1904 c o m a família, depois de percorrer construção de edifícios
«os pontos da terra portuguesa que lhe pareciam mais estratégicos para a originais como forma de
propagação do E v a n g e l h o Salvador» e aí «recebeu a ajuda e cooperação dos afirmação.
irmãos J o s é A u g u s t o Santos e Silva, H e n r i q u e Hall, R o b e r t M o r e t o n (pai), FOTO: N U N O CALVET/ARQUIVO
H e n r i q u e M . W r i g h t e outros», c o m o M c G r e g o r , que se lhe j u n t o u no C Í R C U L O DE L E I T O R E S .
ano seguinte 7 4 . S w a n realizava reuniões de leitura bíblica e oração em sua
casa e distribuía opúsculos e folhetos, iniciando e m 1 9 0 7 as reuniões de <] Igreja metodista do
pregação do E v a n g e l h o na Travessa de Santa Catarina (Lisboa), que dirigiu Mirante, Porto. Uma bela
durante 25 anos. Dada a sua experiência missionária africana, este prestigia- cabeça quase sem corpo: o
do irmão e n v o l v e u - s e (com a Sociedade de Protecção aos Indígenas e al- protestantismo mais antigo,
organizado nas chamadas
guns roceiros ingleses de São T o m é e Príncipe) na denúncia da persistência
«igrejas sinodais» (lusitanos
velada nas colónias ocidentais portuguesas de formas de escravatura (de n o - episcopalistas, presbiterianos e
va v i a g e m a Africa em 1908 resultou o seu livro The Slavery Today, aparen- metodistas), nunca conseguiu
temente c o m p o u c o s resultados e m Portugal); c o m o m e m b r o da Soldiers' gerar uma verdadeira dinâmica
Christian Association, S w a n quis também ser o primeiro capelão militar missionária dentro do país,
protestante e m Portugal e m 1917, c o n s e g u i n d o - o apenas b r e v e m e n t e j u n t o tendo de conformar-se com a
das tropas do C o r p o E x p e d i c i o n á r i o Português enquanto recebiam treino gestão dos pequenos
conjuntos de congregações
e m Inglaterra antes de partirem para a frente (o general N o r t o n de Matos, que chegou a constituir.

457
PLURALIDADE RELIGIOSA

então ministro da Guerra, não o autorizara a acompanhar os soldados por


ser estrangeiro).
O enraizamento do grupo denominacional dos Irmãos fez surgir, a partir
da década de 1920, evangelizadores portugueses como Viriato Sobral, Luís
Paiva e sobretudo Guido Waldemar de Oliveira e José Ilídio Freire, que pra-
ticaram uma pregação itinerante que lhes permitiu estabelecer noutros pontos
do país novas congregações. Os Irmãos, que na década de 1990 reuniam mais
de uma centena de congregações, mostraram assim algum vigor missionário,
resultante da mobilidade e da independência com que alguns dos seus obrei-
ros (como Menair, Owens, Oliveira e Freire) puderam desenvolver as suas
qualidades evangelizadoras sem estarem sujeitos a uma disciplina hierárquica
ou estratégica; durante esse processo de missionação, as congregações dos Ir-
mãos foram evoluindo do modelo de comunhão fechada (pouco receptivo
aos não «comungantes») trazido pelos primeiros missionários ingleses para um
modelo de comunhão aberta, que terá facilitado a dinâmica de captação de
novos fiéis.

Congregaáonalistas Os CONGREGACIONALISTAS ESTIVERAM TAMBÉM LIGADOS inicialmente a um


tipo de pregação móvel que originou vários focos missionários mas, tendo-se
desenvolvido a partir de uma estrutura menos plural e mais dependente de
um foco director, sofreram mais pesadamente sempre que este enfrentava di-
ficuldades: o seu pioneiro foi Manuel dos Santos Carvalho ("j" 1916), que co-
meçou por estar ligado aos metodistas e depois aos presbiterianos, e veio a
fundar a partir de 1879 várias pequenas congregações em diferentes pontos de
Lisboa. Carvalho desvalorizava as etiquetas denominacionais e pretendeu diri-
gir de forma independente as suas congregações (juntou-as sob o nome de
Igreja Evangélica Portuguesa), sem se ligar a nenhuma sociedade missionária
estrangeira. Muito sintomaticamente, essa pretensão de independência não
pôde durar muito: «os crentes, poucos e na sua maioria de parcos recursos,
não conseguem oferecer ao esforçado trabalhador do Evangelho, outrora
operário caldeireiro e habituado a grandes provações, um mínimo para res-
ponder às necessidades da família» 75 . Em 1890, Carvalho teve de aceitar a f u -
são com a então formada Missão Evangelizadora do Brasil e Portugal, através
da qual a Igreja Evangélica Fluminense e alguns dos seus membros descen-
dentes dos convertidos madeirenses de Kalley estavam empenhados em ajudar
o embrionário congregacionalismo português; a partir de então, já integrado
num projecto missionário dirigido do R i o de Janeiro, Carvalho fez aprovar
como informal confissão de fé normalizadora a Breve exposição de Kalley e pô-
de garantir a continuidade da sua empresa, sucedendo-lhe José Augusto San-
tos Silva ("j" 1940, que estivera ligado ao darbista Swan). Quando, durante a
Segunda Guerra Mundial, os apoios vindos do Brasil deixaram de chegar, os
grupos congregacionalistas voltaram a passar grandes dificuldades, que expli-
cam a adesão da sua maior parte à Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal
em 1947; desde então, permanece no espírito original do congregacionalismo,
como comunidades locais independentes, um pequeno número de congrega-
ções sempre dependentes de apoios externos.

Implantação dos baptistas SEGUINDO UM PROCESSO EVOLUTIVO SIMILAR ao dos Irmãos, surgiu tam-
bém ainda no século xix outra família denominacional que (com os Irmãos e
os congregacionalistas) integra a corrente aqui designada anti-hierárquica: os
baptistas. Estes têm a sua origem mais remota em Portugal com Joseph Char-
les Jones (1848-1928), filho de um comerciante baptista inglês radicado no
Porto (e um dos fundadores em 1834 e primeiros directores da associação co-
mercial dessa cidade); Jones foi baptizado por imersão em Londres em 1875,
aderindo à tradição baptista da sua família, mas dado não haver nenhum gru-
po baptista em Portugal, decidiu colaborar com os metodistas corno professor
de uma escola dominical no Porto entre 1872 e 1888 "'. A sua colaboração
com os metodistas e os episcopalianos não o impediu nem de se manter bap-
tista nem de comungar com outros grupos cristãos como os Irmãos (o que
era já uma prática baptista de «comunhão aberta»), Jones rompeu com os me-

458
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

todistas e m 1888 e nesse mesmo ano terá realizado os cinco primeiros baptis-
mos por imersão de que há notícia em Portugal, organizando uma nova c o n -
gregação no Porto — a primeira denominação baptista. A congregação,
apesar de ameaças iniciais do pároco local e do bispo (que se repetiram e m
1903), manteve-se nos anos seguintes, dotando-se de uma escola bíblica d o -
minical e de uma escola primária; ligado à exportação de vinhos do Porto da
Casa Sandeman, J o n e s tinha os recursos que lhe possibilitaram financiar o seu
próprio trabalho missionário independente (nunca foi ordenado n e m esteve
na dependência do Tabernáculo de Londres), construir um templo de raiz e
chegar a juntar na sua congregação cerca de 400 pessoas no princípio de N o -
vecentos.
O u t r o missionário baptista p i o n e i r o foi R o b e r t R e g i n a l d Y o u n g
(1867-1923), chegado a Portugal em 1906, que implantou uma nova e bem
sucedida congregação baptista no Porto (de «comunhão restricta», embora
chegasse a haver ocasiões de confraternização com a congregação de Jones).
Mas, na ausência de Y o u n g , a congregação passou por várias crises de lideran-
ça, vindo um dos seus membros, Jerónimo Teixeira de Sousa (i868?-i928?),
a fundar com os dissidentes uma nova congregação independente; Sousa, que
emigrara ainda criança para o Brasil, esteve depois nos Estados Unidos e re-
gressou ao Brasil, c o m o missionário, logo após a ordenação. A sua presença
em Portugal no início do século x x devia-se j á a um esforço missionário dos
baptistas brasileiros (a Junta de Missões da C o n v e n ç ã o Baptista Brasileira), à
qual estava também ligado Zacarias Clay Taylor (1851-1919), missionário nor- Capa de Declaração de fé
te-americano sulista da Junta de R i c h m o n d , que fora um dos fundadores da baptista. Os grupos
protestantes foram quase
referida convenção; Taylor foi enviado a Portugal em 1908 para organizar o
sempre marcados pela
trabalho missionário já existente e fundou uma outra congregação no Porto, intransigência doutrinal e por
que absorveu a congregação de J e r ó n i m o Teixeira de Sousa e se constituiu uma certa crispação que
c o m o a primeira Igreja baptista «regular» segundo os moldes das igrejas bap- resultava em grande parte de
tistas da convenção brasileira. Depois da partida de Taylor, Sousa ficou à uma sensação de «cerco
frente do grupo, lançando em Janeiro de 1910 o jornal Estandarte Baptista (em cultural»; esta derivava menos
de uma situação de
1914 seria fundado outro periódico, O Cristão Baptista, e em 1926 António
perseguição do que da imensa
Maurício lançaria O Semeador Baptista), mas enfrentou graves dificuldades de ignorância que a respeito do
manutenção da obra (as ajudas escasseavam) que o farão embarcar para o B r a - protestantismo tinha a grande
sil. E m 1911, Sousa foi substituído por um casal de missionários enviado pela maioria da sociedade.
convenção brasileira, J o ã o J o r g e de Oliveira (1883-1958) e Prelediana Frias de
Oliveira. O seu trabalho reanimou a congregação, conseguindo uni-la à Igre-
ja pioneira de J o n e s em Setembro de 1912, graças às diligências de Arduíno
A d o l f o Correia (1865-1943), um famoso colportor da S B B E baptizado por J o -
nes em 1888 e cuja história pessoal de conversão e dedicação missionária é
b e m representativa da de dezenas de obreiros protestantes 77 ; a inauguração no
Porto, em 1916, do edifício do Tabernáculo Baptista, c o m a escola primária
anexa, foi o sinal desta consolidação da nova denominação. E m 1914, iniciou-
-se a instalação de congregações baptistas em Viseu e Tondela, trabalho em
que aparece a vocação pastoral de António Maurício (1893-1980) mas o grupo
revelou logo claras dificuldades para conseguir suportar uma dinâmica missio-
nária.

E m N o v e m b r o de 1920, foi fundada a C o n v e n ç ã o Baptista Portuguesa


( C B P ) , que reunia os quatro grupos locais existentes, e em 1922 iniciou-se a
cooperação missionária da norte-americana Junta Baptista do Texas e da c o n -
venção brasileira, c o m a chegada de Albert W a r d Luper (1891-1977) e sua es-
posa e organizam-se então em Viseu, sob a direcção de Luper, a casa publica-
dora baptista e o seminário para a formação de pastores. N o mesmo ano, os
baptistas conseguem finalmente alargar a sua obra a Lisboa c o m a adesão à
C B P de Paulo Irwin Torres (1890-1966), o qual era filho de u m pastor epis-
copaliano (Augusto Ferreira Torres) e passara a colaborar c o m os congrega-
cionalistas, para mais tarde dirigir duas congregações independentes em Lis-
boa por si organizadas sob a denominação de Igreja Evangélica Nacional;
depois de várias vezes sondado por J o ã o J o r g e Oliveira, Torres aceitou final-
mente abandonar o seu apego ao baptismo por aspersão e juntar esforços c o m
os baptistas, fazendo-se baptizar por imersão, em Agosto de 1922, a si e à

459
PLURALIDADE RELIGIOSA

t> 8.J C o n f e r ê n c i a da grande maioria dos seus fiéis (na praia de Pedrouços, j u n t o à torre de B e l é m ,
C o n v e n ç ã o das Assembleias c o m uma assistência de cerca de 500 pessoas). A Grande Depressão, entretan-
de D e u s e m Portugal, 1997, to, afectou a continuação do trabalho missionário. E m 1937, o número de
Lisboa, in Novas de Alegria,
membros comungantes nas 13 igrejas baptistas não ultrapassava os 516 e os
LV, n.° 662, M a r ç o / 9 8 .
A maioria da minoria: o baptistas dividiam-se em três frentes quase independentes: em Lisboa c o m
pentecostalismo, s o b r e t u d o o Torres, e m Leiria c o m Maurício e no Porto c o m Cerqueira.
ligado às Assembleias de Só após 1945, quando João Jorge Oliveira regressa a Portugal c o m o forte
D e u s , c o m a sua cultura apoio financeiro da norte-americana Conservative Baptist Foreign Mission
religiosa cristã de p e n d o r
Society ( C B F M S ) , o campo baptista se reúne c o m o entendimento entre
carismático, t e m tido u m
sucesso substancial na resposta
Oliveira e Maurício em Setembro de 1947. E então que, c o m os dois grandes
às expectativas espirituais de missionários portugueses reconciliados na C B P e u m forte apoio norte-
amplos sectores e m e r g e n t e s da -americano, se abrem novas congregações e se instala u m espaçoso seminário
p o p u l a ç ã o urbana. em Leiria dirigido pelo missionário da C B F M S Samuel Douglas Faircloth,
que começa a funcionar em 1950. A entrada no terreno missionário portu-
guês da N o r t h American Baptist Association ( N A B A ) em 1954 levou as qua-
tro igrejas que aceitaram a sua ajuda a fundarem a Associação de Igrejas B a p -
tistas Portuguesas (AIBP), que conseguirão algum crescimento, enquanto e m
1956, na 21.a assembleia geral da C B P , se reúnem 15 igrejas da metrópole e o i -
to do ultramar. A partir do início da década de 60, a Junta de R i c h m o n d
passou a cooperar directamente c o m a C B P , que continuou igualmente liga-
da à C B F M S , criando-se condições para o segundo fôlego de expansão mis-
sionária dos baptistas em Portugal: deu-se a recepção de número considerável
de pastores norte-americanos (por exemplo, Lester Carl Bell em 1968, que di-
rigiu a instalação e m Q u e l u z e m 1969 do actual Seminário T e o l ó g i c o Baptis-
ta), que ajudaram na supervisão da formação de pastores portugueses e na
grande expansão de locais de culto que depois se constituíam c o m o igrejas
independentes mas cooperando na C B P ; as juntas norte-americanas desen-
volveram a partir de então, dentro da convenção portuguesa, uma m e t o d o l o -
gia de financiamento apenas dos serviços e meios em que as igrejas nativas
não podiam auxiliar-se umas às outras por seus próprios meios, incentivando
a evolução daquelas para o sustento próprio.
A descentralização interna da denominação baptista permitiu também for-
mas de cooperação livre das igrejas locais c o m as juntas missionárias estran-
geiras (que se multiplicaram sobretudo após 1974) e c o m organismos de c o o -
peração portugueses que começaram a surgir, c o m o sinal evidente de algum
vigor já alcançado (de que são também sintomáticos alguns lares e creches
fundados por pastores ou igrejas); em 1989, o anúncio da redução da c o o p e -
ração financeira da Junta de R i c h m o n d deu-se numa altura e m que a d e n o -
minação reunia já cerca de 5000 membros dispersos por 130 igrejas e missões
(a grande parte ligada à C B P ) mas em que também «a maioria das igrejas
continua sem sustento próprio e integral, devido ao baixo número dos seus
membros e fracos recursos financeiros» e a «grande maioria dos obreiros re-
corre a u m trabalho secular, sendo que alguns deles, possuindo uma licencia-
tura, leccionam numa escola pública» 78 .

Especificidade pentecostal A HISTÓRIA DA MINORIA PROTESTANTE NO SÉCULO x x ficaria marcada pela


emergência de u m outro grupo denominacional, especialmente caracterizado
pela dinâmica missionária e pela capacidade de expansão: os pentecostais. C o -
m u n g a n d o c o m os baptistas a crença no baptismo só de adultos e por imersão
e p o n d o renovada ênfase na crença na «Segunda Vinda premilenial de Cristo»
(o que caracterizara particularmente as novas denominações saídas do «movi-
mento adventista» do século x i x nos Estados Unidos), os pentecostais surgi-
ram no início do século x x e diferenciaram-se destes outros movimentos pro-
testantes pela relevância dada a outras crenças particulares.
A primeira dessas crenças é o «baptismo 110 Espírito Santo» (tal c o m o
aconteceu aos apóstolos no Pentecostes, daí a designação «pentecostal»), isto
é, u m n o v o baptismo espiritual e tornado inicialmente evidente na capacida-
de de o crente falar espontaneamente em outras línguas (glossolália); a outra
crença é a chamada «cura divina», isto é, a cura de males físicos ou psíquicos
pelo Espírito Santo. Ambas as crenças resultam da vontade destes cristãos

460
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

proclamarem a actualidade dos dons (ou «carismas») que, segundo os relatos


do Novo Testamento, acompanhavam a primeira geração de cristãos — daí
considerar-se «carismática» o tipo de vivência religiosa proposta pelos pente-
costais.
A nova denominação chegou a Portugal muito mais rapidamente que
qualquer uma das suas predecessoras: o tempo que separou a emergência dos
primeiros pentecostais nos Estados Unidos (em 1901) e as primeiras manifesta-
ções em Portugal foi de pouco mais de uma escassa década, o que é bem de-
monstrativo quer da abertura relativa do campo religioso português no início
do século xx (preparada pelas décadas anteriores de progressiva «conquista da
tolerância»), quer da forma como os meios protestantes portugueses foram te-
cendo durante a época contemporânea uma teia missionária atlântica que os
aproximava da América do Norte e do Brasil, sobretudo através dos circuitos
de mobilidade e comunicação criados pela forte emigração das últimas déca-
das do século xix e primeiras do século xx.
J O S É P L Á C I D O DA C O S T A ( 1 8 6 9 - 1 9 6 5 ) , emigrante em Belém do Pará (Bra- As Assembleias de Deus
sil) e membro de uma Igreja baptista local, veio a ser em 1911, através de dois
missionários suecos (Gunnar Vingren e Daniel Berg), o primeiro português a
aderir ao pentecostalismo e tornar-se seu missionário. Logo em Abril de 1913,
Plácido da Costa embarcou com a família para Portugal e no mesmo ano ini-
ciou um pequeno trabalho missionário na sua terra natal, Valezim (Seia), on-
de conseguiu algumas conversões . Depois, iniciou uma colaboração com os
79

baptistas do Porto entre 1914 e 1920, regressando a Valezim e posteriormente


ao Brasil, o que indicia ter alcançado poucos resultados. Mais tarde, foi cha-
mado por Daniel Berg ( 1 8 9 4 - 1 9 6 3 ) para colaborar na primeira Assembleia de
Deus no Porto, que este missionário sueco fundou durante a sua esporádica
passagem por Portugal em 1 9 3 O . Porém, só com o envio em 1 9 2 1 do pri-
8 0

meiro missionário da Assembleia de Deus de Belém do Pará se iniciou de


facto a evangelização pentecostal de forma duradoura e frutífera: o missioná-
rio era Manuel José de Matos Caravela ( 1 8 8 7 - 1 9 5 8 ) , outro emigrante converti-
do no Brasil ( 1 9 1 6 ) e casado com uma sobrinha de Plácido da Costa. Já com

461
PLURALIDADE RELIGIOSA

experiência missionária adquirida no Brasil, Caravela começou por fazer col-


portagem nas Beiras, fundou em Portimão em 1923 a primeira Assembleia de
Deus em Portugal e revelou-se capaz de, sozinho, instalar e manter outros
pólos de fé pentecostal no Barlavento algarvio, estando mais tarde também
na origem das igrejas de Santarém (lugar da Ribeira), Alcanhões e R i o
Maior. A deslocação de alguns fiéis para outros pontos do país, a partir do
Porto e do Algarve, permitiu o aparecimento de novas congregações em
Évora e Agueda (Junho de 1932): num caso e noutro foram casais de con-
vertidos entusiastas (respectivamente Manuel e Isabel Guerreiro e António
e Maria Ferreira Baptista) os fundadores nestas localidades de novas Assem-
bleias de Deus.
Posteriormente, a vinda para Portugal de vários missionários suecos per-
mitiu a multiplicação dos locais de culto, e nomeadamente a sua implantação
em Lisboa: em 1933, Jack Hardstedt realizou, «com fiéis de outras comunida-
des do País» 81 , as primeiras reuniões pentecostais na capital, inaugurando em
Janeiro de 1934 a primeira sede lisboeta. A Hardstedt, na condução da missão
lisboeta, sucederam Samuel Nystron entre 1936 e 1938 e sobretudo Jarl Tage
H. Stahlberg (1902-1980), entre 1938 e 1976. Encontrando já «cerca de setenta
membros, com um bom número de jovens entusiastas pela evangelização»,
Stahlberg lançou outros importantes alicerces^ como a primeira escola bíblica
pentecostal e o periódico Novas de Alegria («Órgão das Assembleias de Deus
em Portugal») em Janeiro de 1943, organizando igualmente a primeira C o n -
venção Nacional de Obreiros em 1939 82 Durante várias décadas, este mis-
sionário e a sua esposa, Ingrid Stahlberg, foram a principal base de apoio das
Assembleias de Deus tanto na região de Lisboa (em Cascais, por exemplo)
como noutras localidades, estando também associados a uma relevante activi-
dade literária, à fundação de obras sociais como a Casa de Repouso de Al-
meirim ou de ensino e formação de obreiros como o Instituto Bíblico de
Portugal (fundado em 1966).
Foi em torno de Stahlberg (e dos apoios financeiros por si reunidos so-
bretudo na Suécia) que as Assembleias de Deus desenvolveram formas de
cooperação com os missionários que iam, em zonas diversas e de forma in-
dependente, iniciando congregações — assim, a uma estratégia missionária
bastante descentralizada, juntava-se alguma capacidade efectiva de apoio fi-
nanceiro, logístico e humano (formação de obreiros). Aos grupos locais já
existentes juntaram-se os resultantes da acção missionária do casal de médicos
britânicos Colin Monypenn B o w k e r (n. 1912) e sua esposa Margaret (a prin-
cípio financiados por um fundo missionário do seu país): chegados a Portugal
na década de 40, com a intenção de aprenderem o idioma português e evan-
gelizarem em Moçambique, acabaram por pastorear uma congregação na
Amadora e depois fixar residência na Covilhã, onde em princípios de 1955
apoiaram os primeiros cultos pentecostais nessa região, já iniciados por
crentes vindos de outros pontos do país — a partir daí, o esforço missioná-
rio espalhou-se a Castelo Branco, Fundão e outras localidades da Beira In-
terior.
Nos Açores, a acção de vários crentes entusiastas, que trabalhavam de for-
ma independente, mostra mais uma vez até que ponto a expansão das Assem-
bleias de Deus resultou sobretudo do fervor religioso que alimentava a acção
missionária de indivíduos dedicados e com pouquíssimos recursos; a capaci-
dade que demonstraram, apesar dessas limitações, de fundar congregações que
lhes sobreviveram, sugere que eram relativamente bem sucedidos na trans-
missão da sua vivência carismática da fé cristã junto de populações pouco fa-
miliarizadas com ela. Na ilha de São Jorge, foi um emigrado nos Estados
Unidos lá convertido, Manuel Sequeira, quem fez os primeiros prosélitos na
década de 30 e, em 1942 na ilha de São Miguel, o primeiro-cabo enfermeiro
José Lopes Quedas fundou a primeira Assembleia de Deus no arquipélago
(a partir de 1954 começou a contar com o apoio do Fundo de Missão da
Assembleia de Deus de Lisboa, que auxiliou depois as missões nas ilhas Ter-
ceira, do Pico e do Faial durante toda a década de 50). Através da emigração
para a América do Norte, as congregações açorianas levaram ainda à consti-

462
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

tuição de importantes núcleos de crentes pentecostais junto das comunidades


de emigrantes portugueses existentes sobretudo na costa leste dos Estados
Unidos da América 8 3 . N a Madeira, a presença das Assembleias de Deus foi
mais tardia e mais fraca, organizando-se só na década de 70 a partir de emis-
sões radiofónicas e do envio de casais de missionários também apoiados pelos
crentes da zona de Lisboa.
N a década de 1990, as Assembleias de Deus, agrupadas em vários grupos
denominacionais de cooperação (o principal dos quais a C o n v e n ç ã o das As-
sembleias de Deus em Portugal), contavam mais de 500 congregações distri-
buídas por todos os distritos do território continental e pelas duas regiões in-
sulares do país; dada a grande autonomia das congregações locais, tradição
que o pentecostalismo partilha c o m as outras denominações anti-hierárquicas,
as cisões não são raras nesses grupos e explicam a sua multiplicidade. O vigor
desta denominação está também patente na capacidade de manter iniciativas
evangelizadoras junto dos núcleos da diáspora portuguesa, existindo vários
obreiros portugueses à frente de congregações de emigrantes (algumas c o m
templos próprios) na Africa do Sul, Canadá e Estados Unidos, e vários países
da União Europeia 84 .

A RÁPIDA DIFUSÃO D O P E N T E C O S T A L I S M O , q u e m o d i f i c o u substancialmente O «apport» pentecostal


a vivência religiosa veiculada pela minoria protestante até às primeiras déca-
das do século xx, ficou a dever-se em grande medida à sua liturgia muito vi-
va e participativa, que concede amplo espaço à expressão corporal, aos gritos
de júbilo, aos testemunhos pessoais perante a congregação e aos serviços de
«curas divinas». Perante o recato do culto da Igreja Católica R o m a n a e das
denominações «históricas» dentro do protestantismo, as congregações pente-
costais apresentaram aos crentes uma imagem e uma linguagem religiosas
muito mais dinâmicas e, sob o ponto de vista da integração do indivíduo na
congregação, também muito mais eficiente (porque inequivocamente visível
e «festiva»).
Mas as próprias relações entre os membros das congregações parecem ser
também consideravelmente distintas, uma vez que a vivência carismática da
fé e do culto desvaloriza os elementos tradicionais de diferenciação dentro do
grupo local, tais c o m o o acesso e o domínio de uma cultura bíblica letrada
(muito valorizada nos grupos protestantes mais tradicionais); dentro da vivên-
cia carismática, nutrida do aspecto emocional, desenvolve-se assim uma lin-
guagem religiosa mais «igualitária», que torna menos visíveis e condicionantes
as diferenças sociais e culturais entre os crentes e os une menos pela prédica e
a exortação e mais pelo cultivo dos carismas. Por esta razão, além das Assem-
bleias de Deus, outros grupos pentecostais conseguiram crescer em Portugal,
sobretudo após 1974 e muitas vezes c o m apoios de organismos missionários
estrangeiros; um dos grupos participantes desse vigor pentecostal, penetrando
c o m sucesso no universo religioso de uma comunidade c o m forte identidade
étnico-cultural e gerando dentro dela um «novo compromisso cultural», foi a
Igreja Evangélica (Cigana) de Filadélfia 85 .
Nesse período posterior ao 25 de Abril verificou-se igualmente o cresci-
mento do chamado neopentecostalismo, cujas manifestações mais relevantes
serão referidas adiante.

A EVOLUÇÃO DOS BAPTISTAS E DOS PENTECOSTAIS n o s ú l t i m o s c e m anos Estratégias missionárias


torna clara a existência de u m padrão que pode considerar-se aplicável à
evolução de toda a minoria protestante portuguesa: início das denomina-
ções ligado ao proselitismo de estrangeiros radicados no país, primeira es-
truturação do grupo dependente de financiamentos externos à pequena c o -
m u n i d a d e dos crentes (disponibilizados por organismos missionários
estrangeiros ou por beneméritos), modestos impulsos de expansão missioná-
ria inteiramente dependentes do crescimento dessas ajudas «externas» e tan-
to melhor aproveitadas quanto a estrutura da denominação não centralize e
não abafe demasiado as dinâmicas locais das congregações e as vocações dos
seus líderes.

463
PLURALIDADE RELIGIOSA

Assim, a fórmula em que parecem radicar as maiores potencialidades é a


de uma estrutura descentralizada c o m acesso directo das suas componentes
a ajudas de capital,humano e financeiro, sem a interposição de uma estratégia
ou distribuição de fundos centralizadas; este foi o modelo experimentado p e -
los baptistas e pelos pentecostais nos últimos 30 anos e aquele que mais se
aproxima do que os Irmãos conheceram desde finais do século x i x (embora
c o m menos apoios externos), não admirando que estas denominações perten-
centes ao que aqui se designou c o m o corrente anti-hierárquica viessem a ser
das mais numerosas dentro da minoria protestante. A maior das denomina-
ções, as Testemunhas de J e o v á (com uma estratégia missionária centralizada),
deveu o seu crescimento a outras características próprias do grupo, c o m o se
verá adiante.
As denominações da corrente sinodal, por seu lado — sem disponibilida-
de de recursos e suficientemente centralizadas para não poderem emergir n o
seu seio iniciativas missionárias locais e espontâneas — , pararam muito mais
cedo o seu vigor missionário e foi uma substancial ajuda externa reunida n o
pós-guerra que permitiu aos presbiterianos ultrapassar em número de congre-
gações os metodistas e os episcopalianos.
Estes factores, mais do que a barreira nebulosa da «intolerância» — que
afectou até mais as denominações com maior capacidade de crescimento — ,
são o que explica a diferença de evolução das duas correntes «históricas» (com
presença desde o século xix) da minoria protestante portuguesa.

Polémicas episódicas D E Q U A L Q U E R M O D O , O D E S E N V O L V I M E N T O destas correntes no campo re-


ligioso português colocou o problema da tolerância religiosa em Portugal em
termos novos, obrigando as autoridades públicas e a Igreja hegemónica a
definirem atitudes e modos de actuação perante os problemas práticos da
convivência religiosa que irrompiam no país sempre que, n u m bairro ou
numa localidade, surgia 11111 grupo de pessoas c o m uma vivência religiosa
visivelmente diferenciada e organizada.
O desenvolvimento do proselitismo protestante oitocentista no N o r t e
levara a reacções nas dioceses do Porto e Braga e a uma polémica que t o -
m o u a sua primeira forma na Instrução pastoral sobre o protestantismo (1878) do
bispo do Porto D . A m é r i c o , que atribuía «aos protestantes a supressão de li-
vros, passagens e textos da Bíblia, por contrários às suas opiniões, traduzin-
do-os a seu modo» 8 6 ; respondeu-lhe u m ex-presbítero católico romano que
se juntara aos metodistas de Casseis e M o r e t o n , G u i l h e r m e Dias da C u n h a ,
com o livro Resposta que à instrução pastoral do Exc.mo bispo do Porto D. Amé-
rico dá o padre Guilherme Dias (1878), no qual repudiava as acusações do bis-
po e detendia a base bíblica da doutrina protestante dos sacramentos e da
Salvação. G u i l h e r m e Dias, orador e escritor muito apreciado (escreveu os
opúsculos polémicos Ecos de Roma, Vozes da história, O que é a missa? e
O que c a confissão auricular?), fundara no Porto em 1877 o primeiro periódi-
co protestante português, A Reforma; em 1879, o lazarista padre Sena Frei-
tas, que se revelou um intrépido opositor do protestantismo, deu-lhe a tré-
O Baptismo de uma crente plica em Crítica à crítica.
pelo pastor adventista H. W.
Lowe (década de 1920), Para lá das desinteligências doutrinais — que diziam sobretudo respeito a
in Revista Adventista, ano LV, j á antigas divergências no campo eclesiológico e ao peso da «Tradição» em
11.0568, Set./94. face da autoridade da Bíblia — , radicavam as acusações quanto às edições
A diversificação protestantes das Escrituras 110 facto de aquelas não aceitarem c o m o inspirados
denominacional. Desde as
os livros deuterocanónicos do Antigo Testamento, não os incluindo nalgu-
primeiras décadas do século xx
e sobretudo após 1945, a mas das edições (mesmo na versão de António Pereira de Figueiredo, que
minoria protestante conheceu originalmente os incluía) e de dispensarem comentários em notas de rodapé;
um afluxo de novas correntes este facto levava os católicos romanos a considerarem «mutiladas e truncadas»
(adventistas, novos grupos as edições protestantes, embora estas de m o d o nenhum alterassem o texto b í -
pentecostais, Testemunhas de blico original, c o m o chegou a ser sugerido várias vezes.
Jeová), nem sempre bem
vistas pelas anteriores, mas Estas formas de reacção católica ao protestantismo mantiveram-se até às
que vieram a revelar primeiras décadas do século x x e ficaram patentes em obras c o m o a Instrução
capacidade de implantação pastoral contra o protestantismo (1931) do bispo-conde D . Manuel Luís C o e l h o
e crescimento. da Silva, ou A Igreja e o protestantismo (Funchal, 1940) do cónego G o m e s J a r -

464
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

dim — uma constante nestes escritos, típica do nacionalismo católico de en-


tão, era a acusação feita aos protestantes de serem um elemento «desnaciona-
lizador»87.

A OPOSIÇÃO CATÓLICA ROMANA AO PROTESTANTISMO, que não deixava A conquista de espaço


também de se escudar em aspectos jurídicos, não encontrou toda a opinião
pública pronta a apoiar medidas intolerantes; de facto, os protestantes vão
aparecer sintomaticamente ligados, através de personalidades como Guilher-
me Dias e o metodista Alfredo Henrique da Silva, aos sectores políticos (dos
partidos constitucionais e do republicanismo) que apoiavam a consolidação
dos espaços de sociabilidade secularizada. A pertença destes últimos a lojas
maçónicas — tal como acontecia com Thomas Pope, um dos membros da
Grande Loja Provincial do Oriente Irlandês — era uma forma de manter
laços de solidariedade com as elites secularizadas, que contribuíam para dimi-
nuir o isolamento dos protestantes no país; mas esses laços, apesar de conferi-
rem alguma segurança, não dispensaram o esforço que os próprios protestan-
tes tiveram de fazer para forçar as autoridades a adoptar um modus vivendi
tolerante.
Diogo Casseis foi um dos protestantes que teve de conquistar o terreno
religioso para a tolerância; isto porque a primeira atitude das autoridades e do
clero católico romano fora de Lisboa relativamente aos protestantes era a ten-
tativa de dissuadir o proselitismo através das ameaças físicas e das denúncias às
autoridades. O proselitismo, lembre-se, era teoricamente proibido por lei —
o Código Penal de 1852, tal como o seu sucessor de 1886, previa disposições
específicas para o crime de proselitismo (só anuladas por outras disposições,
que o permitiam, nas constituições republicanas de 1911, 1933 e 1976). Mas,
depois de os grupos darem sinais de resistência a estas pressões e conseguirem
despoletar um processo judicial, o que acontecia sistematicamente durante a
monarquia constitucional era que, se chegavam a ser formalmente acusados
e julgados, acabavam quase sempre absolvidos, porque os juízes não levavam
à letra a intolerância consagrada nas leis; isto mesmo sucedeu a Casseis, preso
em 1868 e absolvido em 1869, ano em que reconstituiu a sua congregação,
não mais voltando a ser importunado nas suas actividades de proselitismo ca-
da vez mais visíveis.
Este tipo de acontecimentos continuou a dar-se sempre que os protestan-
tes se estabeleciam pela primeira vez nalguma localidade, intervindo invariavel-
mente as autoridades contra os actos violentos dos exaltados locais; a perma-
nência dos protestantes, conquistando uma parte da comunidade local,
acabava por fazer serenar os ânimos. U m caso sintomático era o das escolas
primárias que desde muito cedo os protestantes começaram a fundar e que as
autoridades nunca pretenderam combater; logo em 1868, a escola bíblica
mantida por Helena Roughton em Lisboa (que fornecia também os primei-
ros tratamentos homeopáticos em Portugal) fora denunciada mas, no ano se-
guinte, foi-lhe feita uma sindicância da qual saiu aprovada. Diogo Casseis e o
seu irmão André Casseis também fundaram, em Vila Nova de Gaia (Torne e
Prado), duas bem sucedidas instituições de ensino que ainda hoje existem;
em Portalegre, em 1877, o industrial George Robinson fundou uma missão
anexa à sua propriedade que, em 1889, se instalou num teatro da cidade onde
se passou a reunir um número maior de fiéis e a funcionar uma escola com
residência para os professores.
Deste modo, os protestantes foram conseguindo que se estabelecesse uma
prática de tolerância cujos aspectos, como no caso do ensino, eram muito pa-
recidos com a situação das ordens religiosas católicas romanas, formalmente
proibidas, mas presentes através de congregações e instituições que só não ti-
nham a forma exterior daquilo que eram. Não admira, assim, a impressão
que Stephen N . Haskell, missionário adventista que em 1889 passou por Por-
tugal, deixou registada num artigo de jornal dessa época: «Os Portugueses são
notados pela sua polidez. E concedida a todos a maior liberdade, de todas as
partes, para expressarem os seus sentimentos nos jornais e em discursos públi-
cos, tanto sobre assuntos políticos como sobre temas religiosos»; o mesmo di-

465
PLURALIDADE RELIGIOSA

Primeira página de A Reforma,


1877 (Lisboa, Biblioteca
Nacional).
F O T O : LAURA G U E R R E I R O .

[> Capa de O Evangelista,


n.° 30, ano 11, 1894 (Lisboa,
Biblioteca Nacional).
FOTO: LAURA G U E R R E I R O .

V R o b e r t H a w k e y Moreton,
Julho, 1863, iti Alberto Aspey,
Por este caminho. Porto, 1971.

rá, num relatório de 1909, o primeiro missionário adventista em Portugal,


Clarence E. Rentfro: «Desfrutamos completa liberdade em Portugal, e apro-
veitaremos esse privilégio para espalhar a verdade.» 88

Protestantes e laicistas A QUESTÃO DO ULTIMATO BRITÂNICO de Janeiro de 1 8 9 0 , com todo o des-


file de reacções antibritânicas que se seguiram, levou alguns clérigos e leigos
católicos romanos a tentarem apresentar o protestantismo português como
um elemento desnacionalizador manobrado pelos Britânicos, tanto no reino
como no ultramar — não há, no entanto, indícios claros de que tal tentativa
89

de orientar o sentimento antibritânico contra o protestantismo tenha resulta-


do, até por causas que podem radicar nos laços de personalidades protestantes
com os meios das elites secularizadas. Este facto explica que republicanos e
protestantes, antes e depois de 1910, tivessem relações cordatas, embora devi-
das em boa medida à forma como os primeiros entendiam os segundos, quase
só à luz da sua firme oposição à Igreja Romana.
Os protestantes seguiam em boa medida as tendências literárias do anti-
clericalismo laicista nas críticas ã confissão auricular, ao celibato eclesiástico
ou à infalibilidade papal , mas eram sobretudo os padres católicos egressos
90

que se haviam tornado ministros episcopalianos que exploravam essa via: não
por acaso, essa convergência com o anticlericalismo estava presente em figu-
ras como a dos ex-padres Guilherme Dias da Cunha ou Joaquim dos Santos
Figueiredo. Este último, chegando mesmo a declarar-se republicano, intitu-
lou o opúsculo de 1892 em que justifica o seu abandono do sacerdócio Cris-
tianismo e ultramontanismo: protesto patriótico contra Roma, e n q u a n t o u m missio-
nário como o metodista Robert Moreton, já em 1877, se mostrava mais
crítico da confusão entre a animosidade contra Roma e a questão para si ver-
dadeiramente importante da procura da Salvação . 91

O entusiasmo que chegou a viver-se no meio afecto à Igreja Lusitana em


1910 (Diogo Casseis, duas vezes homenageado por governos da I República,
dirigiu felicitações a Teófilo Braga e a Bernardino Machado em Outubro
desse ano) era já então filtrado, no campo protestante, por atitudes de maior
sobriedade como a representada num dos primeiros escritos do reverendo
Eduardo Moreira, precisamente publicado na altura da proclamação da R e -
pública (A crise nacional e a solução protestante, 1 9 1 0 ) ; este texto é uma das mais
lúcidas análises da situação portuguesa do início do século xx, vendo-a como
uma encruzilhada de crenças de intuitos mobilizadores e de cuja luta deveria
sair um novo equilíbrio de natureza ainda então incerta. O autor, depois de
considerar as fraquezas do regime monárquico, e visando as tendências inte-

466
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

lectuais das elites secularizadas, critica explicitamente o positivismo de Comte


e a filosofia alemã «como substitutos dos dogmas católicos romanos», afasta a
solução erastiana de uma «Igreja nacional» (ideia acarinhada por figuras da
Igreja Lusitana e avançada por Sampaio Bruno em 1907, no livro A questão
religiosa) e, aludindo às posições dos laicistas perante a liberdade religiosa (de
católicos e não-católicos), declara a necessidade de pôr fim a todas as peias à
livre propaganda religiosa das várias confissões. Moreira percebia claramente
que o modelo laicista da I República trazia uma mera modificação jurídica
que permitiria a legalização dos vários grupos religiosos diferenciados mas
continuava a não assegurar a supressão do «controlo administrativo» do mer-
cado religioso (o que a Lei da Separação, com o seu apertado controlo das
actividades da Igreja Católica Romana — e que poderia ser estendido a ou-
tras confissões — , amplamente confirmou); olhando para o espectáculo da
verdadeira luta de sistemas de crença por que passava o país, e para o modo
como desses acontecimentos não se via sair nenhuma segurança para uma
ampla liberdade religiosa ou para o avanço do protestantismo, Moreira escre-
veu: «E não nos digam que a República ateia resolve a questão [...]. O fundo
religioso (ainda que sensual) do povo português manifesta-se, por exemplo,
no facto de se substituírem os registos dos antigos santos populares por outros
iguais com os retratos dos vultos prestigiados da Democracia, ou no costume,
ora inaugurado, de ir em piedosa romagem juncar de flores os túmulos dos
que contribuíram para a libertação do povo»; e concluía: «E necessário apear
dos altares os ídolos, quer sejam a Imaculada Conceição, a Razão deificada
ou Clotilde de Vaux.» 92
O que este texto de Eduardo Moreira mostra é uma consciência pouco
vulgar de que, apesar de algumas convergências pontuais, o protestantismo e
as crenças dominantes entre as elites secularizadas eram, na essência e nas suas
consequências últimas, incompatíveis e concorrentes — tão incompatíveis e
concorrentes como com o catolicismo, o que não impedirá posteriormente
alguns protestantes de abrirem um diálogo ecuménico com os católicos ro-
manos, descobrindo com estes outras convergências mais ou menos pontuais.
D o mesmo modo, Moreira parece não ter muitas ilusões, em 1910, quanto a
uma modificação positiva e substancial do clima de tolerância já conquistado
durante o liberalismo monárquico; o que escreveu, quase 50 anos depois, so-
bre o primeiro grande encontro nacional dos protestantes em 1909 (o 3.°
Congresso das Associações Cristãs da Mocidade na Sala Portugal da Socieda-
de de Geografia), parece até indicar que a passagem de algumas décadas ha-
viam confirmado no seu espírito esse juízo.

A Ú N I C A T E N T A T I V A D E C O N T R A R I A R esta prática de tolerância conquistada Triunfo do «modus


no período liberal ocorreu em Lisboa em 1900, durante um período de re- vivendi»
gência da rainha D. Amélia, depois de o bispo do Algarve se ter insurgido, na
Câmara dos Pares, contra os inúmeros locais de culto protestantes na capital;
este prelado e o padre Sena Freitas conseguiram então da justiça uma ordem Reverendo Guilherme Dias
(em cima), desenho à pena, in
de encerramento desses espaços, que teve efeitos contraproducentes (Fernan-
Alberto Aspey, Por este
do Mouzinho de Albuquerque e o conde de Sobral em 1861, tal como Carlos caminho, Porto, 1971.
Testa em 1868, já haviam feito interpelações parlamentares sobre este assun- Pregador, escritor e jornalista
to — uma outra tendência, minoritária entre os católicos, manifestara-se com protestante de grandes dotes
o bispo de Viseu que, em 1872, viu ser rejeitado pelas Cortes o seu projecto literários, é uma figura
de lei que incluía a liberdade de cultos). E m vez de ficarem atemorizados, os representativa de muitos
crentes reagiram com um «entusiástico afervoramento da fé» e o rei D. Car- actores religiosos dos dois
últimos séculos que
los, em Londres, informado do sucedido por Lorde Salisbury, reagiu de ime- continuam praticamente
diato de modo a garantir que, nas suas palavras, «a infeliz diligência não tives- ausentes de uma memória
se prosseguimento» 93 . histórica excessivamente
Depois destes acontecimentos, como defende o próprio Eduardo Morei- marcada pelo binómio
ra, os protestantes estavam já em vias de uma plena integração na sociedade catolicismo vs. laicismo.
portuguesa; em 1902, a Sociedade Bíblica ofereceu ao soberano um exemplar
Alfredo Henrique da Silva,
de luxo da Bíblia e, em Maio de 1909, realizou-se em Lisboa o primeiro 1898 (em baixo), in Alberto
grande encontro nacional dos protestantes (3.0 Congresso das Associações Aspey, Por este caminho,
Cristãs da Mocidade), com cerca de 1500 pessoas presentes, incluindo convi- Porto, 1971.

467
PLURALIDADE RELIGIOSA

dados estrangeiros: «Foi decerto o momento mais alto do evangelismo portu-


guês. Preparado por um (Alfredo Henrique da Silva), secundado por todos.
O último dos Braganças (D. Manuel II), no trono, não desmerecia da tradi-
cional tolerância. Quinze anos da futura República Parlamentar não nos con-
cederiam tanto.»94

Os colportores Os C O L P O R T O R E S DA S O C I E D A D E BÍBLICA, vendedores de Bíblias a preços


simbólicos e autênticos «cavaleiros andantes» do Evangelho que chegavam até
às aldeias mais recônditas do interior, eram também pregadores itinerantes e
foram os alvos mais frequentes destas paixões persecutórias: Manuel Vieira de
Sousa, que estivera na congregação fluminense de Kalley, foi um dos «vetera-
nos» desta série de aguerridos protestantes e, denunciado pelo próprio arce-
bispo de Braga, foi preso em 1863 e ainda condenado a dois anos de prisão,
vindo a sofrer novas perseguições em 1866 e 1872. O mesmo aconteceria ao
célebre José Alexandre: preso em Novembro de 1904 e solto em Julho de
1905, foi pronunciado em Julho de 1907 por sentença do arcebispo de Évora
(ao abrigo do artigo 130. 0 do Código Penal) e mais tarde despronunciado pela
Relação de Lisboa (Janeiro de 1908); este caso terá motivado o acórdão da
mesma relação, de 1907, estabelecendo ser inequivocamente legal e livre a
impressão, venda ou distribuição de Bíblias por súbditos que não pertences-
sem à Igreja estabelecida.

Pontos de fricção A A N I M O S I D A D E Q U E E N T R E CATÓLICOS romanos e protestantes se manteve


nas décadas seguintes, como demonstram ainda artigos de 1948 na Brotéria so-
bre uma pretensa conjura anticatólica de capitais americanos, maçãos. comu-
nistas e protestantes95, era um diálogo que tendeu a sectorializar-se, sobretu-
do depois de 1945. Ouviam-se já outras vozes, como a do padre Joaquim
Alves Correia — que teorizou pela primeira vez uma teologia da tolerância
no seu livro Largueza do Reino de Deus ou como a intolerância e o despotismo são
apenas variações do Anticristo proteiforme (1931) — , enquanto, do lado protestan-
te, o reverendo Eduardo Moreira foi uma personalidade comparável, apre-
sentando já uma leitura compreensiva mas crítica da predisposição polémica e
anticatólica do protestantismo desde o século xix.
Mas problemas como os ocorridos em Folgosinho (concelho de G o u -
veia), no início dos anos 40, mostram que o terreno estava ainda longe de es-
tar todo conquistado para a tolerância em meados do século xx; mas aqui de-
ve distinguir-se o que acontecia a nível local, sobretudo nas zonas rurais do
Centro e Norte do país, e o que eram as atitudes das autoridades, sobretudo a
nível distrital (governos civis) e central. A campanha de intimidação que po-
pulares e personalidades locais (presidente da junta, professor primário, páro-
co) ergueram contra um grupo de crentes baptistas que se reuniram na al-
deia96 é bem demonstrativa das formas de «dissuasão» que, desde o século xix,
os protestantes tinham de enfrentar sempre que se estabeleciam num lugar:
uma vulgar exibição de força, gritaria de impropérios, chuvas de pedras,
tensão permanente na relação com os habitantes locais e outras formas de
atemorização; a estes procedimentos, reconhecidos como ilegais, quando
avisadas, as autoridades do concelho (e sobretudo do distrito) procuravam
responder, nomeadamente enviando um corpo da força armada. Simples-
mente, logo que essa força se retirava, por não poder aí permanecer indefini-
damente, as pressões podiam continuar, mesmo quando alguns dos responsá-
veis políticos locais envolvidos nos desacatos eram substituídos, como no caso
de Folgosinho em 1940. Vários casos semelhantes ocorreram com os pente-
costais em meados da década de 50 em várias localidades perto da Covilhã e
do Fundão 97 .
Neste ambiente nas zonas mais periféricas do país, em que as próprias au-
toridades administrativas e policiais por vezes se consideravam impotentes
para prevenir 011 punir acções colectivas, se o grupo protestante não conquis-
tava rapidamente uma parte considerável da comunidade local ou não se re-
metia a uma quase clandestinidade, poderia passar por dificuldades durante
muito tempo. Por outro lado, enquanto as autoridades civis mantinham al-

468
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

g u m esforço tendente ao cumprimento das normas de tolerância estabeleci-


das, já o clero católico romano tentou muitas vezes tirar partido, m e s m o nes-
te quadro jurídico, da situação hegemónica da sua confissão: assim, a Pastoral
Colectiva dos Bispos de 20 de Abril de 1940, publicada a propósito das c o -
memorações do D u p l o Centenário da Independência (1139) e da Restauração
(1640), dizia: «Não se persiga ninguém, mas fechem-se os ouvidos às propa-
gandas dissolventes e não se permitam ataques ao que é sagrado. A o s semea-
dores de cizania, se são portugueses, mostremos-lhes o opróbio da sua obra
desnacionalizadora e c o n v i d e m o - l o s a guardarem para si esse erro, ou antes,
trabalhemos caridosamente para os trazer a b o m caminho. Se são estrangei-
ros façamos-lhes ver c o m brio e dignidade, que u m país que nasceu e m b a -
lado pela fé católica e se cobriu de glória espalhando-a pelo M u n d o , não
precisa agora, ao cabo de oito séculos de vida honrosa e benemérita, que
lhe v e n h a m ensinar uma doutrina que insulta essa fé e semeia a divisão e
c o m ela a morte.» 9 8
Este texto veicula ainda, muito claramente, u m grande investimento na
concepção da uniformidade confessional, pretendendo-a aqui tornar paralela
do forte investimento ideológico da II R e p ú b l i c a na independência e unida-
de nacionais; uma tal mensagem não encorajaria certamente os párocos a m u -
darem a sua atitude de confrontação relativamente aos grupos religiosamente
diferenciados c o m base na ideia de estes serem elementos estranhos, ilegíti-
mos, «desnacionalizadores».

UMA EXTENSÃO D U R A D O U R A DESTA FRICÇÃO a n t i p r o t e s t a n t e em Portu- A questão ultramarina


gal — e não só da parte de católicos romanos — era a questão das missões
no ultramar. (3 esforço de defesa da soberania portuguesa nas províncias u l -
tramarinas de África foi, desde o século x i x , u m dos cavalos de batalha do
sentimento nacionalista português. E, nessas paragens, os missionários p r o -
testantes — oriundos de outros países europeus ou da A m é r i c a do N o r t e —
eram vistos c o m o concorrentes da influência portuguesa e do controlo dos
nativos almejado pelas administrações coloniais (aquando do Ultimato britâ-
n i c o de 1890, por e x e m p l o , católicos e laicistas eram unânimes na defesa da
intensificação de uma presença missionária católica e portuguesa que fizesse
frente ao avanço missionário protestante e estrangeiro e m A n g o l a e M o ç a m b i -
que).
Este ambiente de desconfiança foi reforçado pelas denúncias feitas por
missionários protestantes quanto ao tratamento dos nativos nos territórios sob
soberania portuguesa e em que se envolveram igualmente personalidades do
m e i o protestante da metrópole, c o m o o já referido Charles Swan. A uma
opinião pública dificilmente capaz de distinguir entre os protestantes já enrai-
zados da metrópole e as missões protestantes africanas, muitas vezes de outras
proveniências e e m geral sem relação c o m os primeiros, era fácil apresentar o
«protestantismo» c o m o uma realidade una e nebulosa, contrária aos «interesses
nacionais» e «estrangeira» (não eram muitos dos grupos da metrópole ostensi-
vamente ajudados por estrangeiros?).
Mas, ao l o n g o do século x x , a incapacidade tanto do Estado c o m o do ca-
tolicismo português de gerarem u m m o v i m e n t o missionário forte (as missões
católicas facilitadas pelo A c o r d o Missionário de 1940, c o m grande presença
de católicos estrangeiros, não foram elementos tão «nacionalizadores» c o m o
esperado) não conseguiram impedir uma expansão muito considerável das
missões protestantes na África lusófona, as quais, de facto, viriam a ser impor-
tantes instrumentos estruturadores de novas relações sociais e m que assenta-
ram novas expectativas políticas de autonomia das populações nativas 99 . As
autoridades coloniais portuguesas, depois de se terem gorado as suas tentativas
de dificultar as missões protestantes lideradas por estrangeiros, favoreceram a
«indigenização» destas através de lideranças locais mas, ao contrário do espe-
rado, parece evidente que a «africanização» do protestantismo em Angola e
M o ç a m b i q u e até acelerou a maturação dos movimentos independentistas.
P o r é m , a participação dos protestantes portugueses da metrópole nas mis-
sões protestantes no ultramar foi ténue, até porque existiam óbvias insuficiên-

469
PLURALIDADE RELIGIOSA

cias que impossibilitavam quer uma iniciativa missionária própria quer o


aproveitamento de recursos dos grupos e igrejas nacionais por iniciativas es-
trangeiras. As únicas excepções foram os adventistas, os baptistas e as Assem-
bleias de Deus, que auxiliaram os esforços de evangelização animados por
grupos estrangeiros das suas denominações (necessitados de missionários que
falassem o português).
Desde as décadas de 20 e 30, os adventistas portugueses participaram nal-
gumas iniciativas missionárias em Cabo Verde, São T o m é e Príncipe e, so-
bretudo, em Angola e Moçambique, onde «apesar da mensagem adventista
ter penetrado vinda de outros lados, a União Portuguesa teve uma influência
extraordinária, tanto no envio de missionários como no de colportores» 100 :
em Angola, a partir de 1951 (e até à independência), os Portugueses assumi-
ram mesmo a direcção do campo missionário.
Os baptistas portugueses, tanto em Angola (desde 1929) como em M o -
çambique (desde 1949), cooperaram em iniciativas missionárias, o que permi-
tiu uma considerável implantação, patente na constituição de uma C o n v e n -
ção Baptista de Angola em 1940 e de outra de Moçambique em 1957" 1 1 .
Quanto às Assembleias de Deus, após 1945 iniciaram a colaboração
em iniciativas evangelizadoras em Moçambique e Angola, com o envio
de vários obreiros portugueses, o que veio a ocorrer mais tarde (na década de
60) também em Timor e São T o m é e Príncipe 1 0 2 .
Estas missões, dependentes de apoios anglo-americanos, encontraram difi-
culdades após os conturbados processos de independência em 1975 (sobretudo
em Angola), embora a presença protestante tenha permanecido e as lideran-
ças dos campos missionários em geral se tenham autonomizado — em todo o
caso, a descolonização teve um importante efeito de ricochete nestas deno-
minações portuguesas, trazendo, em meados da década de 70, um número
considerável de antigos residentes de origem europeia e africana que nas pro-
víncias ultramarinas haviam sido evangelizados e em Portugal revigoraram a
presença protestante sobretudo nas áreas urbanas.

O ecumenismo cristão N o s ANOS 60, DEPOIS DO COMEÇO d o II C o n c í l i o d o V a t i c a n o (1962-


-1965), novas tendências de espiritualidade e entendimento da inserção da
Igreja no mundo começaram a ter reflexos no catolicismo português e afec-
taram a sua relação com os outros grupos cristãos existentes em Portugal,
sendo precisamente esta a época em que se iniciou um diálogo ecuménico
entre a Igreja Católica R o m a n a e as três igrejas sinodais portuguesas, lusita-

470
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

na, metodista e presbiteriana 1 " 3 ; c o m o se viu antes, havia j á algumas décadas <3 Serviço religioso metodista
(á esquerda) e serviço religioso
que determinadas personalidades, de ambos os lados, haviam c o m e ç a d o a presbiteriano.
substituir o discurso crispado por u m maior sentido de autocrítica e abertu- A informalidade e a
ra ao outro. participação dos crentes é
Essa senda pôde, então, ser prosseguida por alguns sectores católicos que uma característica dos serviços
viam nesse diálogo uma das formas de operacionalizar o aggiornamento pro- religiosos protestantes que
ainda hoje contrasta com
m o v i d o pelo concílio, enquanto para os protestantes das igrejas sinodais se o culto católico, mas essa
tratava de uma ocasião histórica de saída de u m isolamento já secular dentro diferença era muito mais
do país (agravado, no seu caso, por uma falta de vigor missionário que as es- notória no século xix.
vaziava de u m propósito claro na sociedade portuguesa). Os contactos manti-
veram-se até à actualidade mas o carácter ultraminoritário das igrejas sinodais
é u m importante obstáculo à transformação do ecumenismo n u m esforço
consequente e c o m visibilidade social, permanecendo as denominações da
corrente anti-hierárquica refractárias a essa aproximação; esta diferença de ati-
tudes explicará, em boa medida, a «arrumação» de vários grupos protestantes
em duas grandes organizações federativas a partir de 1971: o Conselho Portu-
guês de Igrejas Cristãs ( C O P I C ) , constituído pelas igrejas sinodais, e a Alian-
ça Evangélica Portuguesa (AEP), refundada em 1974 e agrupando os grupos
da corrente anti-hierárquica (Irmãos, baptistas, pentecostais).
Só mais recentemente, desde 1994, a A E P se c o m e ç o u a fazer representar
em encontros desta natureza, embora estes se venham designando de «inter-
confessionais» e não «ecuménicos» 1 0 4 : a sua realização e as primeiras tentativas
de articulação de u m discurso c o m u m sobre a relação entre o mistério e
mensagem de Jesus e «os grandes problemas da sociedade portuguesa» são
indícios de uma aproximação que, se não mobiliza todos os protestantes, de-
monstra já noutros determinados efeitos das novas formas de convivência
desenvolvidas pela descompressão social facilitada pela nova ordem constitu-
cional inaugurada em 1976. D e qualquer m o d o , o ecumenismo estará sempre
condicionado pela relação que parece existir entre o vigor missionário (com
uma atitude de «concorrência» e disputa de fiéis) e a indiferença ou recusa do
seu aprofundamento; é que o ecumenismo assenta em geral numa atitude de
«convivência» que passa pela abstenção mais ou menos explícita de proselitis-
m o , o que é claramente contra natura para a generalidade das denominações
anti-hierárquicas que, tendo esse vigor missionário, dificilmente concebem o
seu abandono ou que, não o tendo, v i v e m em muitos casos — em termos de
mundividência e concepção da sua missão — como se o tivessem. Neste senti-
do, o início da abertura de algumas denominações da A E P à atitude e c u m é -
nica pode indiciar u m latente arrefecimento do seu vigor missionário e uma
progressiva desaceleração da sua capacidade de crescimento (que explicaria
igualmente a reivindicação recente de extensão aos seus pastores e congrega-
ções de alguns dos privilégios jurídicos e fiscais garantidos à Igreja Católica
pelo regime concordatário 1 0 5 .
Mas o aprofundamento da cultura religiosa ecuménica é ainda mais difi-
cultado pelo substancial crescimento que teve uma «terceira via» de outros
grupos e igrejas protestantes, cujas originalidades doutrinais e forte autonomia
organizativa as afasta do mainstream das denominações das áreas do C O P I C e
da A E P ; esses grupos e igrejas (Adventistas do. Sétimo Dia, Testemunhas de
J e o v á , Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, neopentecostais)
são no entanto bastante diferentes entre si e de longevidade muito desigual
no campo religioso português.

Os A D V E N T I S T A S D O S É T I M O D I A , doutrinalmente muito próximos do Igreja Adventista


mainstreamdo protestantismo histórico — apesar de guardarem o sábado c o - do Sétimo Dia
m o dia santo (e não o domingo), da originalidade das regras de saúde física e
psíquica que seguem c o m o suporte da vivência espiritual 106 e da ênfase que,
na sua teologia, colocam na iminente Segunda Vinda de Cristo — , têm uma
presença contínua em Portugal desde 1904.
O norte-americano Clarence Emerson R e n t f r o (1877-1951) foi o inicia-
dor, em Lisboa, da obra adventista, vindo a juntar-se-lhe entre 1906 e 1909
u m outro missionário, c o m experiência adquirida no Brasil, Ernesto S c h w a n -

471
PLURALIDADE RELIGIOSA

tes — que estabeleceu, no Porto (1906), a primeira congregação adventista


do Norte. N o s anos de 1906 e 1907, realizaram-se, nas praias de Carcavelos e
de Espinho, os baptismos (por imersão) dos primeiros crentes e a Ilustração
Portuguesa (15.4.1907) chegou a fazer uma reportagem sobre R e n t f r o e a sua
«dúzia incompleta de adeptos». E m 1917, o suíço Paul M e y e r (1886-1944), que
já cooperava em Portugal desde 1910, sucedeu a R e n t f r o na direcção da obra
adventista (até 1924) e foi nesse período que — numa iniciativa então p o u c o
vulgar entre grupos minoritários — se decidiu a construção, de raiz, do tem-
plo da R u a J o a q u i m Bonifácio em Lisboa, projectado pelo arquitecto Pardal
Monteiro. Jules César Guenin (em 1924-1925), H. W . L o w e (em 1925-1928),
Alberto F. R a p o s o (1928-1930) e H. F. N e u m a n n (1930-1935) foram os suces-
sores de M e y e r , que viria anos depois a sucumbir ao tifo no campo de c o n -
centração de Dachau (fora detido em França por hospedar refugiados judeus).
Foi durante a direcção de L o w e que se constituiu, em 1927, a União Ibérica,
da qual passou a depender a missão portuguesa, que só em 1935 se transfor-
mou em conferência autónoma, c o m estatutos então reconhecidos pelo Esta-
do português (em 1939, foi criada a U n i ã o Portuguesa dos Adventistas do S é -
timo Dia, que incluía a conferência portuguesa e as missões da Madeira,
Açores, C a b o Verde e São T o m é , onde os adventistas já haviam iniciado f o -
cos de evangelização). Seguiu-se o longo período de 1935 a 1979, em que
foram várias vezes presidentes da união os pastores António Dias G o m e s
(1901-1994) e Ernesto Ferreira (n. 1913) — entrecortado pelas presidências de
A. J . Girou (em 1939-1941), A . J . S. Casaca (1959-1968) e A . J . S. Baião (1974-
_I
977) — e se consolidou a obra adventista, que passou de duas congregações
em 1914 para 16 em 1944, 34 em 1974 e 104 em 1996 1 0 7 .
C o m o se pode verificar, depois de várias décadas de consolidação da sua
presença, os adventistas tiveram um considerável crescimento no período
Baptismo de desbravador
posterior a 1974 (entre esse ano e 1996, passaram de 4149 para 8004 m e m -
adventista. Para u m n ú m e r o bros); dispondo de ajuda financeira externa e de missionários b e m prepara-
crescente de j o v e n s nascidos dos, a U n i ã o Portuguesa não pôde desenvolver plenamente as suas iniciativas
e m grupos religiosos durante a vigência do Estado N o v o . O apoio externo devia-se ao facto de os
m i n o r i t á r i o s , ser p o r t u g u ê s adventistas portugueses estarem incluídos numa entidade eclesial internacio-
é algo cada v e z m e n o s
nal de raiz oitocentista e norte-americana (dirigida por uma conferência geral
s i n ó n i m o de «católico» o u de
que superintende uniões — em geral nacionais — e conferências locais), c o m
p a r t e na v e l h a r i v a l i d a d e e n t r e
as c u l t u r a s «clerical» e certo grau de descentralização, e que, de há longa data, se dotou de excelente
«anticlerical». organização, privilegiando aliás o investimento na saúde e na educação (mes-
m o a nível superior, em que se destaca, entre outras, a Universidade de L o m a
Linda, na Califórnia). Ora, a partir da década de 1930 foi tentada a imple-
mentação de um programa educativo que incluísse os níveis primário, secun-
dário e de ensino teológico para futuros pastores (em 1936 foi fundada uma
primeira escola primária em Lisboa), mas as necessárias autorizações adminis-
trativas para o funcionamento de estabelecimentos em Lisboa, Setúbal e Pêro
N e g r o foram sistematicamente negadas pelas autoridades. U m seminário che-
gou a funcionar a partir de
1944 e l l i Setúbal, sendo forçado a encerrar em
0 N ú m e r o de A Torre de 1949 depois de nova legislação ter limitado o licenciamento de instituições de
Vigia, século x x , anos 20. ensino religioso e secundário simultâneo à confissão católica romana (os se-
minários não-católicos só eram autorizados se, c o m o no caso das instituições
t > C a p a d e A Sentinela. Para baptistas então existentes, ministrassem apenas cursos de formação de pastores
católicos e protestantes a adultos); por esta razão, só depois de 1974 se pôde desenvolver a pequena
«ortodoxos», o crescimento rede escolar adventista actualmente existente (Coimbra, Funchal, Lisboa, O l i -
das T e s t e m u n h a s d e J e o v á veira do D o u r o , Santarém, Setúbal).
sempre foi m o t i v o de c i ú m e
Outros empreendimentos reveladores da capacidade de realização da
e de explicações mais o u
m e n o s paternalistas, mas n o
Igreja e importantes para a criação de fortes laços de sociabilidade entre os
fim d o s é c u l o x x , as seus membros também se desenvolveram: é o caso dos Clubes de Desbrava-
Testemunhas eram já dores (escutismo) ou das actividades da Agência Social Adventista, ramo da
inequivocamente u m grupo Adventist Development and R e l i e f A g e n c y (campanhas de temperança, assis-
de «terceira geração» e n o
tência social). Apesar de, no âmbito internacional, os adventistas terem ad-
qual c o n v i v e m pessoas de
diferentes m e i o s sociais e
quirido o estatuto de observadores no C o n s e l h o Mundial de Igrejas, têm-se
graus de instrução. mantido cépticos relativamente aos objectivos do m o v i m e n t o ecuménico,
entendendo que a adesão «poderia, psicologicamente, causar u m efeito redu-

472
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

tor, a pretexto de " b o a vizinhança", no vigor da evangelização e no zelo do


testemunho missionário» 1 0 8 . Esta preocupação c o m a preservação da sua au-
tonomia e identidade c o m o Igreja profética, não negando uma genuína c o n -
vicção de que noutras denominações se encontrem verdadeiros cristãos,
inclui a reafirmação de uma vocação missionária — mesmo entre cristãos n o -
minais — que dificilmente se encontraria e m grupos mais apostados no m o -
vimento e c u m é n i c o e no seu propósito de remediar o chamado «escândalo
da divisão dos cristãos».

O U T R O RELEVANTE GRUPO PROTESTANTE que se coloca fora do ecumenis- As Testemunhas de Jeová


m o — e de forma até mais radical — é o das Testemunhas de J e o v á , doutri-
nalmente distinto dos adventistas mas também mais numeroso; embora parti-
lhem c o m estes (e c o m muitos outros grupos saídos da «grande decepção» de
1844) a ênfase dada à tradição milenarista e apocalíptica cristã por W i l l i a m
Miller, as Testemunhas de J e o v á — nos seus moldes actuais — têm organiza-
ção mais recente e estão (doutrinalmente) em maior tensão c o m a maioria
das denominações protestantes por rejeitarem a concepção trinitária de Deus.
Aliás, este facto leva as próprias Testemunhas de J e o v á a demarcarem-se do
protestantismo, preferindo traçar as suas raízes até ao cristianismo primitivo
sem se identificarem c o m nenhuma outra denominação histórica" 1 9 ; porém,
este grupo é aqui incluído dentro do protestantismo tanto por comodidade
c o m o pelo facto de ser historicamente uma experiência de diferenciação ori-
ginada n u m ambiente religioso claramente protestante dos Estados Unidos de
meados do século x i x (o m e s m o pode ser dito da Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias, apesar das suas características doutrinais próprias).
E m Portugal, remonta a 1925 a presença dos primeiros missionários dos
Estudantes da Bíblia (fundados nos Estados U n i d o s por Charles T a z e Russell
e m torno do jornal Watch Tower de 1879 e da Sociedade T o r r e de Vigia de
Bíblias e Tratados criada e m 1884), reorganizados e m 1931 c o m o Testemunhas
de J e o v á durante a presidência de Joseph F. R u t h e r f o r d (que foi substituído
após a sua morte, e m 1 9 4 2 , por u m g o v e r n o colegial que superintende as fi-
liais, normalmente nacionais — divididas e m distritos circuitos
e e subdividi-

473
PLURALIDADE RELIGIOSA

O Cristologia mórmon. das e m congregações locais, cada uma c o m o seu «Salão do R e i n o » ) , A publi-
A compreensão da cação da revista mensal A Torre dc Vigia e de numerosos folhetos e tratados,
especificidade doutrinal de um bem c o m o a realização de algumas conferências, iniciou-se e m Portugal lo-
grupo como a Igreja de Jesus go e m 1925, pelo que o início da implantação do n o v o grupo remonta a es-
Cristo dos Santos dos Últimos
Dias é dificultada pelo se a n o " 0 .
divórcio crescente entre O esforço missionário c o m e ç o u a dar maiores frutos após a Segunda
grande parte das novas Guerra Mundial e encontrou dificuldades muito semelhantes às sofridas p e -
gerações e os conceitos lo m o v i m e n t o e m muitos outros países, sobretudo devido às posições in-
básicos do próprio transigentes das Testemunhas de J e o v á na recusa, não só de algumas tradi-
cristianismo «ortodoxo».
ções culturais que j u l g a m incompatíveis c o m os ensinamentos da Bíblia,
mas também do nacionalismo e do serviço militar. A abstenção política do
m o v i m e n t o foi compreendida pelas autoridades, que no entanto continua-
ram a dificultar as reuniões: c o m o era recordado por um m e m b r o em 1977,
«a polícia política acabou p o r reconhecer que não havia perigo político nas
Testemunhas de J e o v á . E então c o m e ç o u a mandar esses assuntos para a P o -
lícia de Segurança Pública (PSP). E a P S P acabou também p o r reconhecer
que não fazíamos mal a ninguém, que só estudávamos a Bíblia, só quería-
mos reunir-nos l i v r e m e n t e » 1 1 1 . Apesar disto, a recusa de incorporação nas
Forças Armadas e da prestação de serviço militar conduziu muitos crentes a
detenções pela Polícia, seguidas de interrogatórios e processos e m tribunal;
estes incidentes, frequentes, levantavam às autoridades a suspeita p e r m a n e n -
te em relação ao grupo, acusado algumas vezes de actuar «contra a seguran-
ça do Estado».
T a m b é m firmemente ligados à recusa de todas as formas de violência, e
mesmo do serviço militar, os Adventistas do Sétimo Dia definiram uma atitu-
de de maior flexibilidade que evitou estes choques frontais c o m as normas e a
prática republicana da «nação em armas»: dando aos crentes liberdade de
consciência, os adventistas em geral não recusavam a incorporação nas Forças
Armadas e a própria recruta, mas viram-se confrontados c o m maiores proble-
mas quando deflagraram os conflitos armados no ultramar a partir de 1961.
P o r é m , dada a sua postura menos intransigente, contaram quase sempre c o m
a compreensão das chefias militares, conseguindo evitar a participação em
acções violentas; esta diferença de atitude pode ajudar a esclarecer por que
razão os adventistas mantiveram o r e c o n h e c i m e n t o oficial desde 1935, en-
quanto as Testemunhas de J e o v á tiveram de esperar pelo ano de 1974 para a
legalização da filial portuguesa da Sociedade T o r r e de Vigia de Bíblias e
Tratados. Estes problemas foram entretanto ultrapassados c o m a nova o r -
dem constitucional de 1976, que reconheceu o direito à objecção de cons-
ciência (art.° 276, § 4).
Por outro lado, as formas peculiares de evangelização adoptadas pelas
Testemunhas de J e o v á — que se transformam voluntariamente numa espécie
de agentes de colportagem porta a porta — tendiam a reforçar a propensão
do Estado para a desconfiança e a intervenção das autoridades locais, mais
alerta relativamente à mobilidade de agentes de qualquer tipo de propaganda
de ideias que às reuniões de culto de pessoas previamente identificadas ou
conhecidas. M e s m o assim, as reuniões de culto foram inúmeras vezes proibi-
das e os domicílios de alguns crentes foram objecto de rusgas policiais, o c o r -
rendo a confiscação de literatura e até a prisão de crentes; o caso de maior
impacte foi o da prisão, n u m local de culto em Almada, de 49 crentes em J u -
nho de 1965, aos quais foi negado habeas corpus e vindo a ser sentenciados u m
ano depois a penas de prisão de vários meses c o m o «autores materiais do cri-
me contra a segurança do Estado» 1 1 2 .
A intransigência c o m alguns hábitos culturais estabelecidos, c o m u m e m
vários grupos protestantes desde o século x i x (desde o repúdio de todo o ri-
tualismo ou das formas devocionais c o m o as procissões, às restrições alimen-
tares dos adventistas ou ao hábito de fumar cigarros), é claramente mais pro-
nunciada entre as Testemunhas de J e o v á , que recusam também hábitos mais
enraizados na mundividência e m o d o de vida contemporâneo (festejos consi-
derados «profanos» c o m o o Natal e os aniversários, transfusões de sangue);
cria-se assim uma relação de maior tensão com o meio cultural e religioso

474
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

envolvente, que dá também aos crentes uma sensação mais sólida de pertença
ao grupo e de diferenciação relativamente à realidade mundana.
O grande número e mobilidade dos agentes de evangelização das Teste-
munhas de Jeová aumentou e aumenta igualmente em muito as probabilida-
des de chegar às pessoas mais receptivas à sua mensagem: de facto, o sistema
de colportagem porta a porta (que, ao contrário, das formas de divulgação
pelos media, permite um encontro humano e testemunhal imediato) reduz os
custos de informação religiosa e de oportunidade de investimento em novos
bens religiosos do crente potencial, enquanto o grupo religioso maximiza o
rendimento dos seus recursos de evangelização. A grande expansão consegui-
da pelas Testemunhas de Jeová, relativamente a qualquer outro grupo protes-
tante ou não, parece estar precisamente ligada ao fervor missionário próprio
do grupo; de facto, as Testemunhas de Jeová são talvez o grupo religioso
mais mobilizado (até ao nível dos crentes comuns) para a missionação, o que,
sobretudo após 1974, lhes tem trazido os correspondentes resultados em nú-
mero de adeptos.
As Testemunhas de Jeová chegaram a tentar a sua legalização em 1952 e
1960, conseguindo inclusivamente, em 1965, os bons ofícios do Departamen-
to de Estado norte-americano para esclarecerem a sua posição junto do então
ministro dos Negócios Estrangeiros, Dr. Franco Nogueira; baldados esses es-
forços, nova tentativa foi feita em 1972 em conformidade com a lei de liber-
dade religiosa de Agosto de 1971, mas o Ministério da Justiça arquivou o pe-
dido de legalização, que só foi reconhecido e aprovado em finais de 1 9 7 4 " \
E m 1977 o número de membros portugueses «activos» era de 20 335 114 e em
1996 de 44 65o 1 1 5 , o que parece demonstrar que a liberdade de actuação obti-
da depois de 1974 foi bastante favorável à expansão da mensagem das Teste-
munhas de Jeová e à sua transformação no maior dos grupos religiosos mino-
ritários em Portugal.

A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS, um dos mais A Igreja de Jesus, Cristo
importantes grupos cristãos com origem nos Estados Unidos de meados do dos Santos dos Últimos
século xix, instalou-se em Portugal após 1974; a principal originalidade desta
Igreja é a recusa da ideia de que a Bíblia canónica encerre toda a Revelação, Dias
pelo que, além do Antigo e N o v o Testamentos, aceita também como inspi-
rados outros livros (como o Livro de Mórmon, que relata o estabelecimento de
uma outra Aliança entre Deus e um povo escolhido que teria habitado a
América em tempos remotos). O interesse que a Igreja desenvolveu pelo es-
tudo das genealogias de todos os grupos humanos, investigando e registando
os dados recolhidos em todo o mundo — no propósito também de dar um
baptismo post mortem a todos os que sem ele morreram — impediu ou difi-
cultou o seu estabelecimento em países onde os respectivos governos enca-
ram com suspeição tal actividade (como em Portugal antes de 1974). Legaliza-
da em 1976, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Utimos Dias tem estado,
desde então, presente no país com as suas equipas de missionários, fazendo
também prosélitos entre os Portugueses.

U M A DAS MAIS ORIGINAIS CORRENTES DE ORIGEM PROTESTANTE, a Ciên- A Ciência Cristã


cia Cristã, implantou-se também em Portugal nas últimas décadas. Fundada
nos Estados Unidos em 1879 por Mary Baker Eddy (1821-1910), a Igreja de
Cristo Cientista recusa a pretensa origem divina do mal e do sofrimento,
afirmando a Bíblia e o exemplo de Jesus como guias para um crescimento
espiritual que conduzem ao bem e à saúde física e moral. Os seus adeptos
portugueses reúnem-se hoje em três congregações nas zonas de Lisboa e da
Foz do Douro.

A P A R T I R D A D É C A D A D E 1980 surgiram em Portugal grupos resultantes de O neopentecostalismo


um desenvolvimento dentro do pentecostalismo, o chamado neopentecosta-
lismo; este alia às características gerais dos pentecostais a denominada «teolo-
gia da prosperidade», uma nova atitude de libertação e triunfalismo perante
problemas como a pobreza e a doença, incutindo, com espectacularidade e

475
PLURALIDADE RELIGIOSA

optimismo, a compreensão da fé c o m o remédio eficiente para o sofrimento in-


dividual.
O primeiro grupo neopentecostal a implantar-se foi a Igreja Cristã Maná,
fundada em 1984 pelo pastor Jorge T a d e u , que se convertera e recebera a sua
formação na Africa do Sul; a Igreja Maná foi a primeira grande denominação
protestante de origem inteiramente portuguesa, r o m p e n d o c o m o padrão his-
tórico de implantação representado pela generalidade dos restantes grupos
evangélicos (resultantes de u m esforço missionário de igrejas ou sociedades de
evangelização estrangeiras). O seu aparecimento marca o início do cresci-
m e n t o de uma nova sensibilidade dentro da vivência secularizada do cristia-
nismo, introduzida em Portugal pelas correntes protestantes, trazendo, c o m o
optimismo da sua «teologia da prosperidade», uma gestão diferente das expec-
tativas do crente perante os problemas da vida quotidiana: «O dinheiro e m si
não tem mal n e n h u m . O dinheiro é apenas u m processo de trocarmos bens e
as riquezas materiais. [...] Deus não é contra você ter dinheiro, propriedades,
bens materiais... Deus é contra o dinheiro tê-lo a si. (...) Deus quer aben-
çoar-nos e fazer-nos prosperar e m todas as áreas da vida.»" 6 A eficácia desta
mensagem ficou bem patente no facto de a Igreja Maná (a primeira a in-
troduzir uma assumida gestão «empresarial» do seu projecto evangelizador)
conseguir, numa década, u m crescimento substancial, contando no final dos
anos 90 mais de 50 locais de culto e m 17 dos distritos continentais e na M a -
deira. A Igreja Maná revelou-se ainda capaz de expandir as suas actividades
pastorais aos países africanos de expressão portuguesa e aos meios da diáspora
portuguesa na Europa e no Canadá, reclamando u m total de cerca de 180 c o n -
gregações locais 117 .
E m 1989, c o m e ç o u a sua actividade missionária no país uma outra d e n o -
minação neopentecostal, de origem brasileira, a Igreja Universal do R e i n o de
Deus ( I U R D ) ; esta surgiu e m 1977 a partir de uma cisão na denominação
pentecostal N o v a Vida, fundada por u m pastor canadiano das Assembleias
de Deus que pretendia penetrar em estratos sociais superiores no Brasil.
A I U R D , c o m o os neopentecostais em geral, desenvolveu u m a sacramentali-
dade m u i t o densa que vai ao encontro da religiosidade tradicional enquadra-
da pelo catolicismo, espectacularizando as curas e as práticas de exorcismo
para combater o espiritismo ou os efeitos das práticas mágicas (em cuja efi-
ciência uma grande parte dos católicos nominais acredita), mas sem rupturas
c o m a mundividência dos crentes; simultaneamente, e a despeito das suspei-
ções sugeridas pelos seus adversários relativamente ao pagamento do dízimo
pelos crentes e à sua administração financeira, a Igreja desenvolveu e desen-
volve igualmente actividades de assistência social. O dinamismo missionário
desta Igreja (e a compra e transformação e m locais de culto de alguns antigos
teatros e cinemas abandonados) suscitou, na década de 1990, reacções intole-
rantes de determinados sectores da opinião pública, mas, no final da década, a
I U R D mantinha o seu vigor, passando, de princípios de 1998 a princípios de
1999, de 63 para 95 locais de culto de norte a sul d o território continental e
na Madeira 1 1 8 , m a n t e n d o ainda duas estações de radiodifusão.

O ESPIRITISMO E OS LIMITES CULTURAIS


DA DIFERENCIAÇÃO
Implantação do espiritismo A P E S A R DE MODERNAMENTE SURGIDO nos Estados Unidos e m 1 8 4 7 e m
torno dos alegados fenómenos paranormais envolvendo as irmãs Fox e m H y -
desville (Nova Iorque), o espiritismo veio a apresentar-se c o m o doutrina c o -
dificada a partir de meados da década de 1850 c o m as obras de Allan Kardec
(1804-1869), p s e u d ó n i m o de Hypollite Léon Denizard Rivail, u m francês de
ascendência católica romana; a sua obra principal, Le Livre des Esprits (1857),
c o n t é m doutrinas relativas às «causas primárias», ao d e n o m i n a d o «mundo dos
espíritos», a leis morais e a «esperanças e consolações». Para Kardec, c o m o
para os participantes nas actividades mediumínicas que se multiplicaram nos

476
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

Estados Unidos e Inglaterra em meados do século xix, os seres humanos são


compostos por duas naturezas distintas, a física (mortal) e a espiritual (imor-
tal) — as actividades de mediuminidade, permitindo a comunicação dos seres
humanos ainda encarnados com os espíritos desencarnados, possibilitaria que
estes últimos (enquanto seres superiores) ajudassem ao aperfeiçoamento espi-
ritual dos primeiros. O espiritismo desenvolveu, assim, uma vertente prática,
de «trabalhos» de convocação, materialização e comunicação com os espíritos
através da mediação de pessoas consideradas particularmente dotadas para es-
sas funções (os médiuns); e esta sua vertente foi a que lhe assegurou maior
capacidade de responder às expectativas de muitas pessoas que procuram
manter laços de afectividade e proximidade com os mortos.
O espiritismo, tal como codificado por Kardec — denominado por isso
de kardecista — , incluiu ainda a crença na reencarnação como processo de
contínuo crescimento espiritual: naître, mourir, renaître encore et progresser sans
cesse, telle est la loi, é a frase que está inscrita no túmulo de Kardec no cemi-
tério de Père Lachaise em Paris e que resume o credo espírita na imortalidade
da alma (ou do espírito) e na existência de um mundo superior (ou sobrena-
tural) de espíritos a que aspiram todos os seres humanos. Esta concepção de
alma como substância radicalmente espiritual e ligada às crenças na sua
imortalidade e transmigração é historicamente muito antiga e distinta das
concepções judaicas do Antigo Testamento sobre a morte, transmitidas ao
cristianismo — embora neste a doutrina da sobrevivência imediata de uma Capa de O Psychismo, revista
natureza espiritual da pessoa («imortalidade da alma») se tenha imposto na espírita portuguesa, n.° 1,
tradição católica romana (aceite por Calvino) mas contestada por reforma- Jan./i889 (Lisboa, Biblioteca
dores como Lutero ou Tyndale, que reafirmaram a concepção judaica da Nacional).
morte como «sono» ou estado insensível só interrompido pela ressurreição FOTO: LAURA GUERREIRO.
(em carne e espírito) aquando da esperada Segunda Vinda de Cristo («imor-
talidade condicional»). Assim se compreende que no universo cristão existis- <1 Folheto da IURD. Toda a
se alguma base de crenças que permitisse uma ponte com o espiritismo tal religião organizada envolve
como ele se veio a desenvolver no século xix; simultaneamente, o espiritis- uma relação de dar e receber
entre o crente e o grupo,
mo tem de ser entendido como uma forma de resistência às concepções ra- mas a forma directa como
dicalmente materialistas a que conduziu a enorme influência contemporânea algumas igrejas abordam os
do positivismo e do hegelianismo, mas encontrando formulações simbólicas crentes deu involuntariamente
distintas das do discurso religioso cristão — buscando para isso alguma inspi- ampla margem de manobra a
ração (tal como a teosofia) em crenças ancestrais já então amplamente redes- adversários que gostam de
cobertas no Ocidente, como a reencarnação, que persistiam nas principais re- explorar os preconceitos do
público em relação às
ligiões da índia e do Extremo Oriente. Mas, recusando uma atitude de minorias religiosas.
ruptura com a moderna cultura científica, os espíritas têm apresentado as
suas doutrinas, desde Kardec e outros, como algo que não é especificamen-
te «religioso» mas reclama também um rigor «científico»: em grande medi- <] Capa da revista Maná. Uma
das consequências da
da, tanto o espiritismo kardecista como a teosofia (preservadas as distâncias «desregulação» do mercado
e diferenças entre ambos), são propostas de reunião das tradições sapienciais religioso é a multiplicação das
das velhas religiões históricas com a tradição de pesquisa científica consoli- formas de linguagem religiosa,
dada na Europa setecentista — e é essa sua natureza total que tem intelec- e tal diversidade,
tualmente seduzido os seus adeptos. independentemente de agradar
a uns e desagradar a outros,
Em Portugal, o espiritismo apareceu em alguns periódicos oitocentistas conduz a uma maior
que demonstram o interesse despertado pelas suas doutrinas: A Aurora adequação entre a linguagem
e as concepções de crentes e
d'Além-Túmulo (Ponta Delgada, 1879), 0 Espiritismo (Lisboa, 1887), Revista líderes religiosos.
Espírita do Porto (1896, órgão de um centro espírita da cidade dirigido por
Claudino Netto) e a revista Psychismo (1899). Mas esta primeira presença espí-
rita não frutificou, restringindo-se provavelmente a pequenos grupos de cu-
riosos que a entenderiam como pouco mais que uma compensação; só os
contactos com o espiritismo internacional em vias de organização institucio-
nal criariam condições (e disponibilizariam recursos necessários) para a ampla
difusão das doutrinas e o estabelecimento dos primeiros grupos permanentes.
Aparentemente na sequência do I Congresso Espírita Universal (Bruxelas,
Outubro de 1910), surgiram em Lisboa e no Porto os dois primeiros centros
espíritas de actividades conhecidas (1911), denominados centros n.° 1 e n.° 2
do Universala Scienca Instituto, dirigido por Gilberto S. Marques, que fora
nomeado delegado em Portugal do Bureau International du Spiritisme sedea-

477
PLURALIDADE RELIGIOSA

d o e m L i è g e e saído d o r e f e r i d o congresso. P o r essa altura, o estado d o espi-


ritismo e m Portugal era descrito p e l o b o l e t i m d o B u r e a u c o m o «deplorável»,
r e d u z i d o a «alguns p e q u e n o s g r u p o s familiares q u e c u i d a d o s a m e n t e se f u r t a m
à curiosidade dos v i z i n h o s e q u e n ã o t ê m entre si relações de espécie a l g u -
m a » 1 1 9 ; as p u b l i c a ç õ e s a n t e r i o r m e n t e surgidas j á h a v i a m desaparecido e é c u -
rioso notar-se u m a predisposição anticlerical nestes p r i m e i r o s espíritas, q u e se
manterá nas décadas seguintes.
E m J a n e i r o de 1 9 1 2 é fundada a Aliança N e o - E s p i r i t u a l i s t a P o r t u g u e s a p o r
G i l b e r t o M a r q u e s c o m o a p o i o d o B u r e a u , o q u e lhe p e r m i t e t a m b é m lançar
u m q u i n z e n á r i o (Novos Horizontes, 1913) e criar u m Instituto P o r t u g u ê s de
Psicologia — n o m e s m o a n o , o s u r g i m e n t o de n o v o s centros espíritas e m L a -
gos e B r a g a dão i n í c i o ao c r e s c i m e n t o de g r u p o s e p e r i ó d i c o s q u e marcará
t o d o o p e r í o d o da I R e p ú b l i c a . O s distritos de L i s b o a , P o r t o e Faro f o r a m
aqueles e m que esse c r e s c i m e n t o foi m a i o r mas, na década de 1 9 2 0 , existiam
centros espíritas e m 16 distritos d o c o n t i n e n t e e ilhas: o espiritismo estava j á
então presente e m cerca de meia centena de localidades e c o n t a v a duas d e z e -
nas de periódicos, publicados n o B a r r e i r o , B e j a , B r a g a , É v o r a , F u n c h a l , Lei-
ria, Lisboa, P o r t i m ã o , P o r t o e T o m a r 1 2 0 . A realização d o I C o n g r e s s o Espírita
P o r t u g u ê s (Lisboa, M a i o de 1925) f o i claramente demonstrativa de c o m o o
espiritismo, para a l é m de u m a certa adesão «popular» que t a m b é m tinha, f i z e -
ra adeptos n o m e i o da cultura letrada e das elites, n o m e a d a m e n t e entre m é d i -
cos e militares; f o r a m s o b r e t u d o essas personalidades e cerca de 12 centros l o -
Capa da Revista de Espiritismo, cais os i m p u l s i o n a d o r e s da F e d e r a ç ã o Espírita P o r t u g u e s a ( F E P ) , constituída
década de 1930 (Lisboa, o f i c i a l m e n t e e m M a i o de 1926. N o s seus estatutos, a F E P declarava ser seu
Biblioteca Nacional). o b j e c t i v o a integração «na g r a n d e c o r r e n t e neo-espiritualista d o p e n s a m e n t o
O espírito como realidade c i e n t í f i c o c o n t e m p o r â n e o » de todos os g r u p o s e centros espíritas d o p a í s 1 2 1 ;
«cientificamente» comprovável. para isso, tentou implantar mais centros p o r t o d o o território (surgiram e m
A o ligar crenças muito antigas
1 9 2 6 o C e n t r o Espírita A m o r e C a r i d a d e e m V i s e u , e m 1 9 2 7 a S o c i e d a d e
na imortalidade e
transmigração das almas a P o r t u e n s e de Investigações Psíquicas e e m 1928-1929 mais seis centros) e l a n -
uma pretensão de «cultura ç o u duas revistas bimestrais de p u b l i c a ç ã o alternada, a Revista de Espiritismo e
científica», o espiritismo o Mensageiro Espírita.
kardecista tem funcionado
como um atractivo substituto M a s a expansão d o espiritismo p a r o u durante o p e r í o d o da S e g u n d a
ou uma poderosa G u e r r a M u n d i a l e, apesar da i n a u g u r a ç ã o de sedes próprias e m Lisboa e P o r -
compensação religiosa para to, b e m c o m o d o a p a r e c i m e n t o de n o v a s revistas (Estudos Psíquicos, 1939; Re-
muitos católicos romanos. vista de Metapsicologia, 1949, dirigida p e l o c o r o n e l F a u r e da R o s a ) , o n ú m e r o
FOTO: LAURA GUERREIRO. de centros espíritas n o início da década de 50 descera para cerca de 30. A s s i m ,
durante a década de 40, o espiritismo institucional p a r e c e ter a l c a n ç a d o o seu
limite de expansão, s o f r e n d o m e s m o a l g u m r e c u o .

A «ruptura» cultural PARALELAMENTE AOS CENTROS RECONHECIDOS e federados na F E P , e x i s -


tiam outros g r u p o s de natureza mais p r ó x i m a da religiosidade popular e q u e ,
apesar de p o r vezes r e c o r r e r e m à d o u t r i n a espírita, p o u c o se distinguiam de
f e n ó m e n o s ligados a crenças e práticas tradicionais m u i t o arreigadas; os m e i o s
ligados à F E P n ã o d e i x a v a m , p o r é m , de d e n u n c i a r a existência destas a c t i v i -
dades q u e c o n s i d e r a v a m i n c o m p a t í v e i s c o m o espiritismo e das quais se q u e -
riam demarcar. E m 1949, p o d i a ler-se na Revista de Metapsicologia q u e « c a m -
peia i n f r e n e nos centros p o p u l a c i o n a i s deste nosso país a i g n ó b i l e x p l o r a ç ã o
da credulidade pública realizada, quase l i v r e m e n t e , pelas chamadas mulheres de
virtude q u e , para mais f a c i l m e n t e atraírem os incautos, estabelecem à sua volta
u m c e n á r i o de falso aspecto m e d i ú n i c o » 1 2 2 ; mas, para u m a g r a n d e parte d o
p ú b l i c o e para as autoridades, esta distinção era d e m a s i a d o subtil, s e n d o claro
q u e a F E P n ã o conseguira, nas vésperas da sua ilegalização, conquistar para o
espiritismo o a l m e j a d o estatuto c i e n t í f i c o p o r si r e c l a m a d o .
D e facto, o espiritismo debatia-se, nas suas franjas de adesão mais « p o p u -
lar», c o m a c o n c o r r ê n c i a destes f e n ó m e n o s , e n q u a n t o , j u n t o da sua audiência
de cultura letrada, c o n t i n u a v a a lutar p e l o r e c o n h e c i m e n t o da sua seriedade
«científica», c o m o u m a série de p u b l i c a ç õ e s das décadas de 30 a 50 o m o s t r a m
a m p l a m e n t e (por e x e m p l o , e m 1 9 3 0 Dez conferências a universitários de V a l é r i o
A l e i r e o C o r d e i r o , e m 1946 Em defesa do espiritismo de J . A . F a u r e da R o s a o u
e m 1 9 5 0 Da fraude no espiritismo experimental de A n t ó n i o J o a q u i m Freire); n e s -

478
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

sa tentativa de afirmação «científica», o espiritismo encontrava pela frente a


resistência da cultura científica dominante na universidade e na intelligentzia,
pouco predisposta a cedências «espiritualistas» devido à sua marca positivista.
Simultaneamente, a forma como Kardec e a doutrina espírita reinterpretaram
o Evangelho, fazendo de Jesus um ser espiritual bem diferente do da cristolo-
gia ortodoxa, fazia dos espíritas um género de cristãos heterodoxos, que in-
dispunham a Igreja Católica e os protestantes; na realidade, a grande parte
dos espíritas diziam-se e dizem-se cristãos, vendo o kardecismo de forma
compatível com o cristianismo 123 .
E m 1953, entendendo-se abrangida por nova legislação entretanto surgida
e relativa a entidades de carácter pedagógico ou científico, a F E P submeteu
ao Ministério da Educação Nacional a aprovação dos seus estatutos; este pas-
so veio a revelar-se um grave erro de cálculo, por quanto em vez de obter o
reconhecimento oficial das suas actividades, a federação foi suspensa por um
despacho do governo que não a reconhecia como entidade científica e peda-
gógica (pouco depois, em Dezembro do mesmo ano, a sede da F E P em Lis-
boa foi encerrada e selada e, em 1962, outro despacho ordenou que os seus
bens fossem arrolados e vendidos). Este estranho processo de extinção do ór-
gão federativo teve efeitos devastadores no espiritismo português, já então em
crise: após 1953, a generalidade dos centros espíritas foi considerada ilegal (à
excepção de cinco, dois em Lisboa e outros no Porto, Lagos e Leça da Pal-
meira), embora se continuassem a realizar conferências de temática espírita
por todo o país e a actividade editorial prosseguisse com a revista Estudos Psí-
quicos de Isidoro Duarte Santos, a que se juntou em 1963 a revista Fraternida-
de, dirigida por Eduardo Matos Fernandes. O Estado, ao qual a legislação em
vigor (nomeadamente o decreto-lei n.° 37 545 de 8 de Setembro de 1949)
conferia a prerrogativa de zelar pelos padrões científicos e pedagógicos de
todo o ensino, público e particular, ministrado no país, deu deste modo o
golpe de misericórdia não só à unidade institucional do espiritismo mas so-
bretudo à sua empresa «científica» de publicações e institutos experimenta-
listas.
Mas a vertente religiosa do espiritismo não foi menos visada: em 1971, a
nova lei de liberdade religiosa incluiu (no ponto 2 da sua Base viu) uma
menção específica a não serem «consideradas religiosas as actividades relacio-
nadas com os fenómenos metapsíquicos ou parapsíquicos» (disposição que,
curiosamente, era mantida numa proposta de revisão da lei apresentada, mais
de 20 anos depois, pela Aliança Evangélica Portuguesa). A o espiritismo era,
pois, recusada existência jurídica quer no campo científico quer no religioso,
vindo a F E P a reconstituir-se só depois de Setembro de 1974 (sem conseguir

A n ú n c i o de «astróloga
espírita».

479
PLURALIDADE RELIGIOSA

Anúncio de «astróloga reaver o seu espólio). Desde então, o espiritismo conheceu um processo de
parapsicóloga». Apesar de reorganização e reimplantação, atingindo em finais da década de 90 o nível
surgido em meios de alguma da década de 20 em termos de número de centros espíritas; a realização do
distinção social, o espiritismo
viu-se sempre «assaltado» pela II Congresso Espírita Português, em Novembro de 1994, marcou precisa-
curiosidade de um público mente a consolidação desta segunda fase da sua história. Neste novo período,
propenso ao sincretismo e além dos grupos kardecistas (na sua maioria federados na FEP), instalou-se
capaz de o confundir com em Portugal um outro ramo espírita, de origem brasileira, denominado R a -
realidades distintas, como a cionalismo Cristão 124 .
astrologia ou os serviços
tradicionais das chamadas A história do espiritismo em Portugal demonstra que a tolerância da dife-
«mulheres de virtude». renciação religiosa está muito limitada pela forma como as concepções cultu-
rais predominantes rotulam e «arrumam» as diferentes expressões e vivências;
neste caso, a originalidade das crenças e práticas espíritas encontraram consi-
derável dificuldade em serem reconhecidas como integrantes do religioso (e,
de acordo com a reivindicação dos próprios espíritas, também do científico).
O «limbo cultural» para onde esta situação acabou por remeter o espiritismo
foi a principal causa da incapacidade que este veio a ter, em condições adver-
sas aproveitadas pelos seus adversários, de se dotar de um estatuto jurídico —
e esse «limbo cultural» fora evitado, por exemplo, por grupos que, apesar de
ilegalizados antes de 1974, eram facilmente situados pelas concepções culturais
predominantes noutros campos, como a política ou a cultura intelectual.

A RECENTE «PULVERIZAÇÃO» DO CAMPO


RELIGIOSO
Comunidades e indivíduos A FRACA TENDÊNCIA DO UNIVERSO RELIGIOSO PORTUGUÊS para a constitui-
ção de grupos e igrejas vigorosos — fazendo grande parte da diferenciação
tomar meramente forma em compensações ou organizar-se em redes — , de-
vendo-se a causas históricas já analisadas anteriormente, não deixa também de
estar relacionada com um fenómeno mais recente de ultrafragmentação do
campo religioso (quase até ao nível do indivíduo) que se observa sobretudo
nas sociedades afluentes e democráticas após 1945.
A formação e consolidação, nessas sociedades, de um modelo social e po-
lítico-jurídico que favorece em todos os campos a liberdade individual — em
grande medida sob a influência da pax americana e do seu way of life indivi-
dualista — teve como consequência a progressiva transformação do universo

480
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

e do campo religiosos num espaço regido por relações «de mercado» nas V Primeiro número da revista
quais o indivíduo, cada vez mais, é aquilo que escolhe ser (de entre as alter- Biosofia. A sociabilidade
nativas disponíveis ou que ele próprio é capaz de criar). N u m tal ambiente, religiosa tece-se hoje c o m o
uma grande parte dos indivíduos — ou mesmo a sua maioria — prefere gerir auxílio dos meios mais
diversos. Entre os cultores do
as suas expectativas e bens religiosos sem tecer compromissos c o m grupos ou,
esoterismo, a imprensa e a
pelo menos, reduzindo esses compromissos a um mínimo: esta tendência está literatura, os cursos e
patente no surgimento de grupos ou redes, c o m o por exemplo os ligados a conferências tenderam a
doutrinas esotéricas (caso da Sociedade Teosófica), que fornecem ao indiví- tornar-se as próprias formas
duo bens religiosos sem exigir em troca uma fidelidade exclusiva ou um pa- de expressão do religioso.
drão de comportamento rígido. Esta evolução, j á em parte iniciada pela pro-
gressiva diferenciação que se pôde ir formando à sombra de uma tradição de
direitos civis inaugurada pelo liberalismo (e não completamente aniquilada
pelo Estado N o v o ) , consolidou-se c o m as mudanças político-jurídicas de
meados da década de 1970, que permitiram uma maior e crescente permeabi-
lidade da sociedade portuguesa ao padrão cultural cosmopolita e individualis-
ta ocidental.
A par desta multiplicação de indivíduos autónomos e de redes, a perma-
nência no campo religioso de grupos mais exigentes e de igrejas deve-se, en-
tretanto, a dois factores: a força (e a atracção para os indivíduos) que conti-
nuam a ter as identidades e fidelidades tradicionais (que podem, muitas vezes,
ser geridas c o m compensações, c o m o acontece com muitos católicos roma-
nos nominais) e a preferência de um número substancial de indivíduos pela
adesão e participação em grupos (e igrejas) mais integradores.
Foi assim que em Portugal, grosso modo na segunda metade do século x x ,
se acelerou e intensificou a diferenciação religiosa, com a importação de qua-
se todas as expressões religiosas relevantes no m u n d o actual — vindo esta
mudança quantitativa e qualitativa a ser reforçada por correntes de imigração
(nomeadamente as desencadeadas pela descolonização) que conduziram à
«transplantação» e enraizamento recente no campo religioso português de c o -
munidades étnico-culturais de forte identidade religiosa até então dele ausen-
tes (à excepção da comunidade judaica, que passou por esse processo cerca de
século e meio antes).

O ESOTERISMO FOI, NO O C I D E N T E CRISTÃO e d e h á l o n g a d a t a , u m a das A Soàedade Teosófica


formas mais b e m sucedidas de compensação encontrada por expectativas reli-
giosas que não se satisfaziam inteiramente nas expressões ortodoxas do cristia-
nismo: foi nessa senda que se desenvolveram, sobretudo nos séculos XVII e
x v i i i , correntes c o m o o rosa-cruzismo, a Maçonaria ou o sebastianismo por-
tuguês. N a época contemporânea, a sua influência foi sempre tanto ou mais
popular que a do espiritismo embora, ao contrário deste, consista mais num
culto do estudo de doutrinas do que em qualquer tipo de práticas c o m o os
«trabalhos» dos espíritas — daí que o esoterismo não conduza à constituição
de muitos grupos mais ou menos numerosos. T a m b é m c o m o o espiritismo, o
esoterismo encontrou no século x i x , em torno de determinadas personalida-
des, fórmulas de «codificação» de experiências religiosas muito antigas que,
mesmo sob a pressão do cristianismo, nunca abandonaram inteiramente o
campo religioso — e, nesta área, a teosofia veio a ser uma das propostas mais
duradouras.
A sua fundadora foi a russa Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891), que es-
b o ç o u e delimitou uma doutrina segundo a qual todas as grandes religiões
históricas são variações exteriores (exotéricas) de uma mesma verdade pro-
funda e oculta (esotérica) em todas encerrada; muito apelativas para u m tipo
de consciência e erudição modernas que recusam a verdade revelada e exclu-
sivista da tradição judaico-cristã-islâmica, estas ideias buscaram alguma inspi-
ração nas atitudes de maior sincretismo do hinduísmo e do budismo e vieram
a originar uma organização vocacionada para o seu estudo e propagação, a
Sociedade T e o s ó f i c a , organizada em Inglaterra por H e n r y Steel Olcott
(1832-1907). Interessada em concepções c o m o a reencarnação ou o ioga, a
teosofia pode funcionar c o m o uma compensação para crentes de religiões
particulares ou ela mesma assumir uma resposta integral às expectativas do

481
PLURALIDADE RELIGIOSA

agente religioso; simultaneamente, dado o seu carácter orientado para a eru-


dição e a simbologia 125 , a teosofia interessou e interessa sobretudo um meio
de cultura letrada insatisfeito quer com os grupos religiosos tradicionais quer
com a cultura positivista do século xix.
E m Portugal, o primeiro reflexo da teosofia foi o livro Estudos esotéricos:
submundo, mundo e supramundo (Porto, 1889) do diplomata português visconde
de Figanière (1827-1908), vindo mais tarde, desde 1915, o Dr. João Antunes
(1885-1956) a dirigir uma Colecção Teosófica e Esotérica da Livraria Clássica
Editora, de Lisboa, que deu ampla divulgação às concepções teosóficas — al-
guns dos títulos da colecção, como A voz do silêncio de H. P. Blavatsky, fo-
ram traduzidos pelo poeta Fernando Pessoa (1888-1935). J ° ã o Antunes foi
igualmente o fundador do primeiro ramo teosófico português (Isis), filiado na
Sociedade Teosófica de França em 1920 e director da Revista de questões teosó-
ficas e de sciências espiritualistas Isis, a qual se publicou até 1928 e onde colabo-
raram personalidades pouco sintonizadas com as ideias dominantes entre as
elites secularizadas de então como Leonardo Coimbra e Teixeira R e g o 1 2 6 —
este facto parece demonstrar que a teosofia veio preencher ou orientar as re-
sistências de uma parte da elite intelectual portuguesa à influência avassalado-
ra do positivismo e do hegelianismo desde as últimas décadas do século x i x e
de uma forma alternativa ao discurso simbólico da cultura clerical e das outras
correntes cristãs.
Estando já constituído em Lisboa um primeiro círculo de teósofos por-
tugueses — que incluía também os sucessores de Antunes entre 1924 e 1931
na direcção da futura Sociedade Teosófica de Portugal ,(STP), engenheiro
António Rodrigues da Silva Júnior (1868-1937) e coronel Oscar Garção (1869-
-1935) — pôde instalar-se (com 99 membros) a S T P , que recebeu em Setem-
bro de 1921 de Annie Besant (então presidente mundial da Sociedade Teosó-
fica) a respectiva carta patente, e se constituiu formalmente em Novembro
desse ano. Organizada em ramos e grupos de estudo, a S T P é uma realidade
predominantemente lisboeta, embora se tenha conseguido estabelecer tam-
bém noutras cidades: entre 1925 e 1926 surgiram grupos efémeros em Canas
de Senhorim, Oliveira de Azeméis, Ponte de Lima, Espinho, Porto, Braga e
Coimbra; entre 1930 e 1978 existiu em Matosinhos o ramo Alcione e entre
1930 e 1979 funcionou em Ponte de Lima o ramo Krishnamurti (cujos
membros remanescentes se tornaram membros correspondentes do ramo
portuense Dharma entretanto surgido em 1953) v enquanto em 1927 e 1956
foram fundados, respectivamente em Lagos e Évora, ramos activos até à
actualidade — o de Lagos, nascido em 1925 em torno do capitão José dos
Reis Lázaro (n. 1884), foi particularmente activo depois de revitalizado em
1935 e reorganizado em 1962 127 .
Os boletins oficiais — Osíris entre 1933 e 1980 e Portugal Teosófico desde
1981 — foram os elos de ligação dos vários ramos, mantendo a sociedade um
contacto permanente com as suas muitas congéneres estrangeiras durante os
mandatos seguintes dos seus presidentes: João Salvador Marques da Silva
(1866-1938) em 1931-1932, Jeanne Sylvie Lefèvre (1880-1972) em 1932-1944 e
1950-1953, o escritor Félix Bermudes (1874-1960) em 1944-1947 e 1953-1960,
Prof. Délio Nobre Santos (1912-1977) em 1947-1950 e 1960-1974 e, mais re-
centemente, Maria Guilhermina Nobre Santos. A S T P nunca veio a ter mais
de umas poucas centenas de membros: 158 em 1922, 302 em 1926, 187 em
1946, 230 em 1950, 296 em 1982 e 228 em 1994 128 ; mas as suas actividades de-
ram origem a várias instituições inspiradas nos seus princípios, como a Liga
de Protecção a Crianças, a Liga Nacional de Defesa dos Animais e a Liga de
Fraternidade de Socorro a Desvalidos — indiciadoras da capacidade da S T P
de gerar laços de sociabilidade entre os seus membros e simpatizantes, estas
instituições vieram no entanto a tornar-se «pesados encargos» para a socie-
dade (dispersando recursos e dedicação de um pequeno número de mem-
bros activos), vindo por isso a autonomizar-se desta ou a ser integrados nos
serviços estatais de assistência social. Outros laços de sociabilidade são pa-
tentes também no facto de os teósofos se chamarem entre si «irmãos», de
observarem algumas festividades durante o ano e de, apesar das resoluções

482
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

internacionais do conselho geral de 1924 (estabelecendo que a sociedade


não tem doutrina oficial, regendo-se pelos princípios da liberdade de pensa-
mento e da fraternidade) e de 1950 (demarcando a sociedade de qualquer
identificação com outras organizações), terem um esboço de uma ética pró-
pria 1 2 9 .
As ideias representadas pela Sociedade Teosófica, com a sua propensão
para uma forma reflectida e intelectualizada de sincretismo, são muito mais
marcantes na sociedade contemporânea do que o deixa adivinhar o número
restrito dos seus membros — mesmo entre cristãos nominais tem hoje grande
eco uma sensibilidade religiosa que se revê mal no exclusivismo que recla-
mam dos crentes as grandes religiões monoteístas e que é bem visível num
recente comentário de um teósofo português a um livro do papa João Pau-
lo II: «Neste último livro papal, S. S. insiste no carácter único de Cristo co-
mo Filho Unigénito de Deus, para O distanciar e superiorizar a todos os outros
Filhos de Deus — Pitágoras, Budha, Sankaracharya, etc. Esta concepção par-
tidária de Cristo é inaceitável e geradora de conflitos insanáveis.» 130
A L É M DA TEOSOFIA, OUTRAS C O R R E N T E S e tradições esotéricas estão pre- Outras correntes esotéricas
sentes em Portugal, desde a Maçonaria — sobretudo a regular recentemente
organizada com renovada atenção aos aspectos simbólicos da ordem maçóni-
ca — ao rosa-cruzismo.
A Maçonaria portuguesa, muito isolada internacionalmente durante o Es-
tado N o v o (as obediências inglesa e americanas recusaram reconhecê-la em
1941), esteve ligada à luta política contra o regime de Salazar e conheceu um
novo fôlego depois de 1974: de facto, o Grande Oriente Lusitano Unido, ile-
galizado pelo decreto n.° 1901 de 21 de Maio de 1935 que proibia as socieda-
des secretas (e a tradicional possibilidade de uma articulação autónoma de al-
gumas elites face ao Estado e à Igreja por elas operacionalizado), recuperou a
legalidade com o decreto n.° 594 de 7 de Novembro de 1974. Desde então,
veio a ocorrer em 1983 uma cisão no seu seio protagonizada por elementos
que pretendiam aproximar-se da regularidade maçónica das obediências tradi-
cionalistas; daqui se originou a Grande Loja Regular de Portugal (designada
também de Legal após uma cisão sofrida em 1996), autonomizada em 1991 da
Grande Loja Nacional Francesa, a que se unira depois da sua legalização em
1985. Outras lojas, ligadas a obediências estrangeiras, haviam surgido durante a
década de 1980: a Grande Loja Feminina de Portugal, fundada em 1997 e ori-
ginada de uma congénere francesa, e algumas lojas ligadas à Ordem Maçónica
Mista Internacional (que admite homens e mulheres). As novas obediências
maçónicas surgidas em Portugal evidenciaram um renovado interesse pela
restauração de ritos maçónicos antigos tradicionalmente descurados pelo ca-
rácter politizado do Grande Oriente Lusitano Unido: assim surgiram, em li-
gação à Grande Loja Regular de Portugal e transmitidos por potências regu-
lares norte-americanas, em 1993 o Supremo Conselho para Portugal dos
Soberanos Grandes Inspectores-Gerais do 33.0 e Ultimo Grau do R i t o Esco-
cês Antigo e Aceite, em 1995 o Grande Priorado Independente da Lusitânia,
ligado a linhagens iniciáticas maçónico-templárias, e em 1996 o Supremo
Grande Capítulo do Arco R e a l de Portugal do R i t o de Iorque 1 3 1 .
Desde que, na década de 1920, o capitão Francisco de Medeiros fundou
um Centro de Estudos Rosacrucianos autorizado pela Rosicrucian Fellowship
(fundada por M a x Heindel em Seattle em 1907) que estão implantados em
Portugal alguns centros com ligações às duas principais entidades que cultivam
as doutrinas rosa-cruzistas, a Fraternidade Rosacruciana (ligada à Fellowship) e
dois capítulos ligados à A M O R C (Antiquus Mysticusque Ordo Rosae Crucis,
também sedeada nos Estados Unidos e fundada em 1909 por Harvey Spencer
Lewis); a tradição rosa-cruzista é uma escola ocultista que, ao contrário da So-
ciedade Teosófica, não teve influência de doutrinas orientais e deriva do cha-
mado «iluminismo rosa-cruzista» de princípios do século xvn, então particular-
mente influente na Alemanha.
Outra importante modalidade do esoterismo português tem sido a elabo-
ração de explicações ocultistas da história de Portugal, alternativa ao discurso

483
PLURALIDADE RELIGIOSA

O Exterior da Mesquita de das correntes historiográficas académicas e mantida por uma série de autores
Lisboa. Inaugurado em 1984, que a cultivam c o m o favor do público — essa tendência para a «história
este local de culto dos oculta» nutre-se da renovação do sebastianismo e das especulações sobre o
muçulmanos situou-se, de
forma bem visível, numa zona Quinto Império e pode considerar-se representada numa obra c o m o a Histó-
central da capital. Apesar de ria secreta de Portugal (1977) de António T e l m o , que aí propõe a ideia de que
dificuldades de licenciamento «houve entre nós, senão connosco, uma organização esotérica que, de uma
que alguns grupos religiosos maneira perfeitamente consciente e intencional, procurou a partir desta pá-
continuam a enfrentar para tria, a que deu existência, redimir o m u n d o do mal e da divisão» 1 3 2 .
construírem templos de raiz
em várias cidades e vilas, as Há ainda grupos, nem sempre de grande duração, que cultivam outras
limitações legais do passado tradições ocultistas, nomeadamente o da Sociedade Gnóstica Internacional ou
quanto à visibilidade dos os ligados à mística templária, c o m o a O r d e m Suprema Militar dos T e m p l á -
locais de culto e ao uso dos rios e a O r d o N o v u s 1 3 3 .
cemitérios são hoje um Apesar de muitos cultores de tradições ocultistas preferirem um caminho
problema ultrapassado. individual que não chega a passar pela adesão a redes ou grupos, o campo
FOTO: JOSÉ M A N U E L fértil do estudo das doutrinas vai gerando novas formas de associação entre
OLIVEIRA/ARQUIVO CÍRCULO algumas dessas pessoas: um dos casos recentes mais significativo é o do C e n -
DE LEITORES.
tro Lusitano de Unificação Cultural ( C L U C ) , fundado em 1988 a partir de
um pequeno grupo de membros activos e que mantém, em forma de rede,
uma relação c o m u m número bem maior de adeptos e simpatizantes — ten-
do um interesse muito amplo por várias das tradições ocultistas mas também
pelos saberes convencionais, o C L U C organiza-se c o m o um centro de estu-
dos, convívio e conferências c o m uma actividade editorial própria cuja divul-
gação tem conduzido à constituição, mesmo na Europa e na América Latina,
de núcleos a si ligados. Sem possuir uma doutrina própria nem exigir sequer
uma adesão formal, o C L U C é um caso original de criação de novas formas
de sociabilidade religiosa — com algumas semelhanças com a Sociedade
Teosófica (a que alguns dos seus membros pertencem ou pertenceram) — ,
constituído em grande parte por pessoas de formação académica. A necessi-
dade sentida dentro deste grupo de representar alguns elementos simbólicos
conduziu à criação de um ritual anual (Lua Cheia de Junho), «visando a eleva-
ção da Terra em geral e da Humanidade em particular, de acordo com os
princípios do A m o r , da Paz, da Fraternidade e da Manifestação da Luz, b e m
c o m o de Síntese das tradições oriental e ocidental» 1 3 4 ; este ritual, satisfazendo
a sensibilidade estética dos participantes e fortalecendo os laços afectivos entre
os membros e simpatizantes do centro, é bem demonstrativo da propensão de
todas as expressões religiosas, mesmo as menos «convencionais», para a elabo-
ração de ritos.

As igrejas ortodoxas T A L C O M O os P R O T E S T A N T E S M A N T Ê M desde o século x v i n algumas cape-


lanias em Portugal, que prestam serviço pastoral a diplomatas e comerciantes,
também os católicos ortodoxos começaram por ter uma presença deste géne-
ro a partir de uma representação mantida pela Igreja O r t o d o x a Grega, hoje
denominada Igreja Ortodoxa Grega de Portugal, dependente do metropolita
de França e exarca para Espanha e Portugal, o qual representa o patriarca
ecuménico de Constantinopla. O número de fiéis da Igreja, sendo reduzido,
cresceu a partir de 1974, c o m a vinda de antigos residentes em M o ç a m b i q u e
(sobretudo na Beira e Lourenço Marques); o pequeno número de converti-
dos é em geral resultado de casamentos mistos.
Mas o catolicismo ortodoxo está igualmente ligado em Portugal a outras
realidades eclesiásticas que resultaram já de um f e n ó m e n o de conversão de
portugueses que, deixando de se identificar c o m a Igreja R o m a n a , pretende-
ram (ao contrário dos convertidos ao protestantismo) manter uma vivência
religiosa de forte pendor liturgista e clerical, inclusivamente c o m alguns as-
pectos devocionais, nomeadamente marianos, próximos da piedade e imagé-
tica católicas romanas tradicionais: foi assim que em 1975 surgiu a Igreja C a -
tólica Ortodoxa de Portugal ( I C O P ) , que pretendeu garantir a legitimidade
apostólica do seu episcopado com o patrocínio, primeiro, da Igreja Grega
Velha Calendarista (não-canónica) e, depois, da Igreja Ortodoxa da Polónia
(embora esta situação ainda não tenha obtido o reconhecimento do patriarca-
do ecuménico). A I C O P encontrou adeptos entre antigos clérigos e leigos

484
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

católicos romanos, para os quais determinados aspectos teológicos e litúrgicos


mais tradicionais do catolicismo ortodoxo eram particularmente apelativos na
conjuntura de renovação que atravessava a Igreja Católica Romana a seguir
ao II Concílio do Vaticano; de facto, a sua implantação e crescimento deveu-
-se tanto à adesão de pessoas dos extractos sociais de cultura letrada (incluin-
do, nos primeiros tempos, algumas figuras da intelectualidade), como à de
pessoas mais ligadas à religiosidade popular e tradicional, como o demons-
tram particularmente os devotos da Santa da Ladeira (Torres Novas).
A I C O P constituiu ainda um corpo ministerial próprio de bispos, presbíteros
e diáconos e conta uma dúzia de congregações distribuídas de norte a sul do
país, além de uma pequena ordem regular instalada em Beja (Ordem Basilia-
na dos Servos de Deus) com ramo masculino e feminino; em 1991, uma dissi-
dência originou a Igreja Apostólica Católica Ortodoxa, com sede em Lisboa
no chamado Santuário de Nossa Senhora das Lágrimas.
Existe ainda, desde os anos 80, uma pequena comunidade de russos com
ligação à Igreja Russa fora das Fronteiras, embora não esteja dotada de cléri-
gos residentes.

Os MUÇULMANOS, CUJA PRESENÇA HISTORICAMENTE REMOTA em Portugal Muçulmanos


não deixou vestígios comparáveis aos do criptojudaísmo, eram ainda muito
poucos no início do século xx; mas, devido ao seu número considerável nas
antigas províncias ultramarinas, alguns possuíam cidadania portuguesa e vie-
ram a radicar-se no país nas décadas seguintes (sobretudo após a descoloniza-
ção), em número suficiente para a constituição de algumas comunidades lo-
cais.
Em 1968, graças aos esforços de Suleiman Vali Mamede (f 1996), consti-
tuiu-se e foi oficialmente reconhecida a Comunidade Islâmica de Lisboa (su-
nita); após 1974, juntaram-se-lhe crentes vindos de Moçambique (na sua
grande maioria de ascendência asiática) e, em menor número, da Guiné (en-
tre os quais se contam a grande maioria dos crentes de ascendência africana
negra). Actualmente, existem três mesquitas lisboetas ligadas a esta comunida-

^mè^Má

485
PLURALIDADE RELIGIOSA

de (junto à Praça de Espanha, Odivelas e Laranjeiras) e outros locais de culto


na zona de Lisboa, no Porto, em Coimbra e no Algarve; alguns xiitas, sobre-
tudo vindos do Irão, mantêm locais de culto em Almada (onde têm um espa-
ço permanente que designam de «mesquita») e na linha do Estoril.
Já na década de 1990, constituiu-se — também a partir de famílias vindas
de Moçambique desde os anos 70 — uma comunidade ismaelita (organizada
como «centro cultural»), com sede em Lisboa e núcleos noutras zonas do país
(além da Grande Lisboa, no Porto, Figueira da Foz, Setúbal e Algarve).
Os muçulmanos em Portugal, de acordo com os dados oficiais dos cen-
sos, eram em 1981 cerca de 4300 e, em 1991, cerca de 9000.

Hindus Os HINDUS ESTÃO PRESENTES NO PAIS em número substancial só após


1974, sendo originários sobretudo de Moçambique (onde uma grande parte
se estabelecera a partir do antigo estado português da índia, mais propria-
mente de Diu). A Comunidade Hindu de Portugal organizou-se a partir de
1982 (legalizada em 1987) e conta actualmente com cinco locais de culto
(quatro na Grande Lisboa e um no Porto) e cerca de 9000 membros. O tem-
plo central, em Lisboa, foi inaugurado em 1998 e integra um importante
complexo social e cultural que lembra a forte identidade étnico-cultural deste
grupo religioso.

Baha'is O FINAL DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL permitiu um extraordinário élan


missionário na metade do planeta que ficou à sombra da pax americana; esse
esforço de inúmeros grupos religiosos, em geral partindo dos Estados Unidos,
teve efeitos bem visíveis em Portugal — foi o caso das sociedades missioná-
rias baptistas mas também de grupos que conheceram maiores dificuldades,
como as Testemunhas de Jeová (por razões já examinadas) e os bahá'ís, por
razões que se prendiam com a originalidade — e as consequências políti-
cas — da sua mensagem.
A Fé Bahá'í havia surgido no meio do profetismo milenarista islâmico do
Irão no século xix em torno da figura de Bahá'u'lláh (1817-1892), o qual afir-
mou ser um novo mensageiro de Deus, na linha de outros anteriores
(Abraão, Krishna, Moisés, Zoroastro, Buda, Jesus e Maomé), com a missão

486
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

de anunciar uma nova religião monoteísta mundial que sintetizasse e supe- <] Centro Ismaili, Lisboa.
rasse todas as religiões históricas; o seu filho 'Abdu'1-Bahá ( 1 8 4 4 - 1 9 2 1 ) e o Local de reunião e actividades
neto deste, Shoghi Effendi ( 1 8 9 7 - 1 9 5 7 ) , como legítimos sucessores e intér- culturais, é também a base,
pretes dos seus escritos e profecias, implantaram depois a nova fé no Oci- em Portugal, de várias
dente (sobretudo nos Estados Unidos) e apresentaram-na, com amplo suces- instituições internacionais
votadas ao desenvolvimento.
so, como a concretização das esperanças messiânicas das grandes religiões e
como a via para «a unificação da humanidade, a união das diferentes religiões
do mundo, a reconciliação entre a religião e a ciência, o estabelecimento da
Paz Universal, do arbitramento internacional, de uma Casa Internacional de
Justiça, de uma língua internacional, a emancipação da mulher, a educação
universal [e] a abolição da escravidão industrial» 135 . Os bahá'ís dotaram-se
ainda de uma organização universal e inter-racial que, a partir de estruturas
locais eleitas, converge na sua Casa Universal de Justiça (desde 1 9 8 2 no monte
Carmelo, Israel) e pretende ser a concretização prévia de um futuro governo
mundial — esta pronunciada propensão mundialista e antinacionalista dos ba-
há'ís é o que explica a suspeição que suscitavam junto das autoridades portu-
guesas antes de 1 9 7 4 .
D e facto, desde que o European Teaching Plan, lançado em finais de
1 9 4 7 , trouxe a Portugal equipas de «pioneiros» (missionários) e realizou as
primeiras adesões entre portugueses, as actividades dos bahá'ís foram constan-
temente perseguidas: desde rusgas e interrupções de reuniões em casas parti-
culares (com a apreensão de literatura e documentação) até à expulsão de
«pioneiros», as autoridades tentaram sistematicamente prejudicar a implanta-
ção da Fé Bahá'í que, no entanto, foi contínua ao longo dessas décadas. Aus-
cultados informalmente aquando da preparação da lei de liberdade religiosa
em 1 9 7 1 , os bahá'ís só viriam a obter personalidade jurídica em 1 9 7 5 , ano a
partir do qual conheceram uma considerável expansão — no final da década
de 1 9 9 0 contavam cerca de 3 0 0 0 adeptos activos no país, distribuídos por
mais de 1 0 0 grupos locais.

No P E R Í O D O P O S T E R I O R AO 25 DE A B R I L penetraram no campo religioso


português alguns grupos cuja implantação é resultado de um interesse muito
As «escolas orientais»
generalizado na Europa e na América por doutrinas de escolas espirituais
«orientais», geralmente de origem indiana ou sino-japonesa. Vários exemplos
demonstram que esse interesse é também já visível em Portugal.
Assim, desde 1 9 7 5 que está em Portugal a Associação Internacional para a
Consciência Krishna, fundada por Abhay Charan D e Bhaktivedanta Swami
a partir de uma seita hindu que se opunha ao sistema de castas e proclamava a D> Humkara Dzong, templo
budista perto de Lagos,
possibilidade de qualquer pessoa obter aperfeiçoamento espiritual através da
Algarve. Actualmente, poucos
entoação do cântico Harc Krishna. grupos apostam num
E m 1 9 7 8 , foi fundada a Associação Portuguesa para o Avanço da Ciência proselitismo ostensivo,
da Inteligência Criativa, ramo do movimento do guru Maharishi Mayesh tendendo a ter poucos
Y o g i (conhecido por «Meditação Transcendental»). membros activos e a
funcionar como uma de
Por seu lado, os primeiros ensinamentos e cerimónias budistas em Por- muitas referências religiosas
tugal datam de 1 9 7 6 , formando-se a partir de então um grupo vinculado à para a generalidade dos
ética budista e à prática religiosa específica da tradição tibetana Nyingma (o indivíduos, que preferem
O g y e n Kunzang Chõling), plenamente implantado desde 1 9 7 9 e actualmen- envolver-se pouco ou
te com uma centena de membros activos. Posteriormente, surgiram outros indirectamente.
grupos budistas (com um pequeno número de adeptos), sobretudo da tradi-
ção zen, que, com o primeiro, constituíram recentemente a União Budista O Literatura dos devotos de
Portuguesa. Krishna. Na sociedade plural
Podem ainda ser referidos, como grupos religiosos de influência oriental da actualidade, os grupos
religiosos sobrevivem
implantados em Portugal, a Sekai Kusei K y o ou Igreja Messiânica Mundial sobretudo como referências
(com cinco centros locais), o Ananda Marga Pracaraka Samga, a Associação simbólicas ou espirituais; daí
Sukio Mahikari e o Templo Shiva 1 3 6 . o investimento que muitos
Nos principais centros urbanos têm vindo a instalar-se também vários fazem na manutenção da sua
centros de ioga, igualmente resultantes do interesse crescente pelas técnicas visibilidade social, por
exemplo, através da
de meditação «orientais», embora nem sempre os seus praticantes lhe reco-
distribuição gratuita de
nheçam um conteúdo «religioso». literatura e outros bens
A actual abertura do campo religioso português ao exterior sugere que religiosos.

487
PLURALIDADE RELIGIOSA

outros grupos se virão a instalar no país, como é o caso recente de Perfeita


Liberdade, um grupo de origem japonesa e inspirado no budismo, resultante
da enorme explosão religiosa que afectou o Japão após a «desregulação» do
seu campo religioso em 1945; organizada numa estrutura internacional que
interiorizou a lógica proselitista das igrejas cristãs e dotada de doutrina e ceri-
mónias próprias (que em grande medida depuraram a espritualidade budista
de aspectos culturais locais e a apresentam numa linguagem simbólica e ritual
mais universal), Perfeita Liberdade instalou-se em Lisboa depois do fluxo mi-
gratório de finais da década de 1980 e princípios de 1990 que trouxe ao país
muitos brasileiros.

O «new age» caleidoscópico ASSOCIADO A ESTE FLUXO MIGRATÓRIO está igualmente a presença em Por-
tugal de grupos ligados à religiosidade afro-brasileira, nomeadamente o can-
domblé, através do Centro Afro-Brasileiro de Estudos Religiosos no Monte
da Caparica, e o umbanda, com o Terreiro Umbanda Ogum Megê em Ben-
fica (Lisboa); outros grupos também existentes, de origem africana, são a
Igreja Kinbangista e o tocoísmo, com a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo
no Mundo Tocoísta 137 .
De uma natureza religiosa e origem geográfica completamente diferente
(os Estados Unidos), é de assinalar — a partir do mesmo período — a pre-
sença da cientologia, através da Igreja Portuguesa de Cientologia desde 1988.
Há ainda uma série de fenómenos muito diversos e dispersos, mais difí-
ceis de classificar, mas que integram inequivocamente a vida religiosa con-
temporânea e são importantes protagonistas da recente «pulverização» do
campo religioso português. O universo normalmente designado new age é ac-
tualmente, à escala planetária e em Portugal, uma das parcelas mais signifi-
cativas do campo religioso, onde se cruzam uma infinidade de bens religiosos
ancestrais e recentes, por vezes incompatíveis (do mais variado ocultismo e
gnoses mágico-vulgares à percepção extra-sensorial, técnicas «orientais» de
meditação, crenças ecológico-apocalípticas, ficção científica, etc.), com a
procura e gestão religiosa individual ou em rede de muitos indivíduos que
raramente pertencem a grupos religiosos organizados. Na maior parte das ve-

488
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

zes, os adeptos e consumidores do new age desenvolvem contactos meramente Fernando Pessoa (1888-1935).
circunstanciais ou temporários com esses bens, os quais também aparecem Seduzido por várias propostas
sob a forma de «serviços», como as consultas de cartomancia ou astrologia 138 ; religiosas «heterodoxas»,
os bens religiosos new age permitem aos agentes religiosos uma gestão profun- Pessoa chegou a traduzir
damente individualizada e variada das suas expectativas, com um mínimo de obras teosóficas, a fazer cartas
astrológicas e a teorizar sobre
contrapartidas ou exigência de exclusividade. N o entanto, este tipo de reli- sebastianismo. O seu caso
giosidade resultou, em grande medida, da difusão social e em larga escala de ilustra bem a longevidade de
uma atitude e gestão religiosa já praticadas há muito tempo por determinados tendências que, sob a
indivíduos e sectores sociais mais restritos; um certo e precoce diletantismo designação de new age, passam
new age pode encontrar-se na figura de Fernando Pessoa e no modo como hoje por recentes.
cultivou sucessiva, simultânea ou alternadamente o espiritismo, a astrologia, o FOTO: ARQUIVO CÍRCULO
«neopaganismo», a teosofia e o rosa-cruzismo 139 . DE LEITORES.
Dentro do new age, uma das vertentes onde se tem desenvolvido uma re-
ligiosidade sui generis e de contornos de difícil definição é o da ovnilogia; <1 Boletim Nonsiamosoli da
associação Não Estamos Sós.
neste campo, muitas são as expectativas e as formas de relação dos curiosos Os cultores da ovnilogia são
com o chamado «fenómeno óvni» (objecto voador não identificado), desde muito diferentes entre si,
um interesse que se confunde (ou quer confundir) com a «investigação cien- podendo ir de simples
tífica» até à adesão a teorias segundo as quais a história e a situação actual da aficcionados da ficção
humanidade são explicadas através de contactos ocultos com seres alienígenas científica a crentes em
(é o caso de grupos como a associação Não Estamos Sós). O fascínio exerci- fenómenos alegadamente
«paranormais», por vezes com
do por esta temática pode resultar de uma transposição para o desconhecido raízes óbvias na religiosidade
espaço sideral dos seres fantásticos com que a imaginação religiosa antes po- popular.
voava a noite, os bosques ou os mares; mas parece estar também ligada, em
muitos casos, a um género de fascínio religioso pela tecnologia, bem patente
na forma como são em geral representados os alienígenas e a sua realidade
«sobrenatural». Apesar de alguns autores tentarem explorar, com moldes de
pesquisa científica, a «hipótese ovni» em determinados casos concretos 140 ,
uma grande parte das pessoas relaciona-se com este universo em termos de
crença — «acredita» ou «não acredita» em ovnis 1 4 1 .

489
PLURALIDADE RELIGIOSA

NOTAS

1 MARQUES - Regularidade. In Dicionário de Maçonaria, vol. 2, c. 1213-15.


2 FERREIRA - A liturgia maçónica.
3 GRAINHA - Histoire de la franc-maçonnerie, p. 33 ss.
4 D I A S - Os primórdios, p. 474-477.
5
Cit. SERRÃO - História, vol. 6, p. 434.
6
Cf. a petição a j u n o t do «juiz do povo» José Abreu de Campos na sessão da Junta dos Três
Estados a 23 de Maio de 1808.
A R A Ú J O - As invasões, p. 41-42.
7

8 FARIA — A hierarquia, p. 326.


9 G R A I N H A - Histoire de la franc-maçonnerie, p. 107.
1 0 C A T R O G A - As Maçonarias, p. 210.
1 1 T E I X E I R A - O pensamento, p. 59-110.
1 2 M O R E I R A — Vidas convergentes, p. 143.
13
Cit. M O R E I R A - Vidas convergentes, p. 182.
1 4 V O E G E L I N — A nova ciência, p. 94.
15
Cit. SARAIVA - A tertúlia, p. 36.
1 6 H A Y E K - Comte and Hegel.
17 R A M O S - A formação.
18
Cit. SARAIVA - A tertúlia, p. 53.
1 9 C A T R O G A - O laicismo, p. 218-35.
2 0 SARAIVA - A tertúlia, p. 70.
2 1 V E N T U R A - A contestação, p. 383.
2 2 C A T R O G A - O republicanismo; M Ó N I C A - O movimento.
2 3 G R A I N H A — Historie de la franc-maçonnerie, p. 170-71.
24
Cf. Ibidem., p. 134 ss.
R A M O S — A segunda fundação, p. 433.
2 6M A R Q U E S - Grande Oriente. In Dicionário de Maçonaria, vol. 1, c. 678-679.
27
Sobre esse período e as suas correntes intelectuais, ver R A M O S - A formação, p. 529-561.
28
Cit. L E A L - António Ferro, p. 88.
29
Veja-se M E D I N A - Morte, p. 15-79.
3 0R E I S — Fátima: aparições.
31 p I N x o _ Os camisas azuis, p. 290-291.
3 2 M A D E I R A - Os engenheiros, p. 80.
33
Ibidem, p. 89.
34
Cit. Ibidem, p. 81.
3 5 FERREIRA - Religião.
3 6 TEIXEIRA - A ideia, p. 16.
3 7 TEIXEIRA - A filosofia, p. 14-5.
3 8 LOURENÇO - Heterodoxia, p. 8.
3 9 ESTÊVÃO - O Tempo e o Modo.
4 0 C A N E L O - O resgate, p. 31.
41
História da moderna comunidade israelita de Lisboa, p. 9.
4 2 M O R E I R A - Vidas convergentes, p. 83.
43
Cit. M E A ; S T E I N H A R D T - Ben-Roslt, p. 262.
44
Cit. R I B E I R O - História, p. 66.
45
Notas manuscritas do capitão, cit. M E A ; S T E I N H A R D T - Ben-Rosh, p. 263.
4 6 M E A ; S T E I N H A R D T - Ben-Rosh, p. 22.
47
Cit. Ibidem, p. 60.
48
Cit. C A N E L O - O resgate, p. m .
49
Cit. Ibidem, p. 115.
5 0 MEA; STEINHARDT - Ben-Rosh, p. 157-8.
5 1 CABREIRA - A voz.
52
Ver G A R C I A - Os judeus.
53
Cit. M A T T O S O - Portugal, c. 1958.
5 4F E R R E I R A - A Bíblia, p. 16-23.
5 5B A R A T A - João Ferreira.
5" M O R E I R A - Vidas convergentes, p. 80-81.
57
Ver Ibidem, cap. I e p. 127-33.
58
Ibidem p. 48-56.
59
Relato cit. Ibidem, p. 76-77.
60
Cit. Ibidem, p. 99-100.
61
Carta de 1.2.1839 cit. T E S T A - O apóstolo, p. 128-9.
6 2 T E S T A - O apóstolo, n. 183, p. 154.
6 3 MOREIRA - Vidas convergentes, p. 146.
64
Ibidem, p. 104-106.
M O R E I R A - Vidas convergentes, p. 191.
6 5

66
Acta do sinodo geral, 5.4.1880.
" S A N T O S - A primeira geração, p. 339-346.
7

68
Cit. SILVA - A Igreja, p. 750.
" R I B E I R O - História, p. 32-35.
9

711
Ibidem, p. 57-62.
71
Ibidem, p. 163-72.

490
A TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO RELIGIOSO PORTUGUÊS

7 2 MOREIRA - A situação, p. 17.


73
Termo usado por M O R E I R A — Vidas convergentes, p. 289.
74
Eben-Ezer!, p. 21.
7 5 CARDOSO - Por vilas, p. 56.
7 6 FELIZARDO - História, p. 10.
7 7 ANÇÃ - O pioneiro.
7 8 FELIZARDO - História, p. 145.
7 9 BARATA — Comemoração, p. 3-4.
8 0 BRANCO; SILVA - Panorama, p. 6-7.
81
Ibidem, p. 13.
82
Ibidem, p. 16.
83
Sobre esta realidade, ver A L M E I D A - A outra face.
8 4 BRANCO; SILVA - Panorama, p. 24.
8 5 RODRIGUES - Ser cigano.
8 6 MARQUES - Reacção, n. 20, p. 163.
87
Para uma resposta protestante coeva, ver M O R E I R A — Portugal e o protestantimo.
88
Cit. F E R R E I R A - A primeira visita, p. 5; F E R R E I R A - 75 anos, p. 16.
M A R Q U E S - Reacção, n. 22, p. 163, refere a argumentação usada pelo jornal A Palavra.
8 9

90
Vejam-se as convergências em S I L V A - A Igreja, p. 747-51.
9 1A S P E Y - Por este caminho, p. 189-90.
9 2 MOREIRA - A crise, p. 29.
9 3 M O R E I R A - Vidas convergentes, p. 380.
94
Ibidem, p. 390.
9 5 M A R Q U E S - Reacção, p. 165-6.
9 6 GUERRA — A perseguição.
9 7 BRANCO; SILVA - Panorama, p. 18.
98
Cit. G U E R R A - A perseguição, p. 19-20.
99
Este assunto está extensivamente tratado por vários autores em G U I C H A R D — Des protestan-
tismes.
1 0 0 MORGADO - Vós sois, p. 17.
1 0 1 F E L I Z A R D O - História, p. 163-8.
1 0 2 BRANCO; SILVA - Panorama, p. 20-23.
1 0 3 MARQUES - Reacção, n. 34, p. 166; CARDOSO - A Fundação, p. 115.
1 0 4 HORTA - A sociedade.
105 Y A L I A N Ç A E V A N G É L I C A - Reflexões e propostas, p. 60, art.° 9; p. 69, art." 6-8; p. 73-74,
E R

art.° 15 e 16.
106 p E R R E I R A _ o ministério.
F E R R E I R A - 75 anos, p. 20; F E R R E I R A - A Igreja Adventista, p. 6.
1 0 7

1 0 8 DIAS, «A Igreja».
109
TESTEMUNHAS, p. 26-41; O HOMEM, p. 306-328.
110
As TESTEMUNHAS, p. 2-3.
1 1 1 CINQUENTA mil, p. 29.
112
As TESTEMUNHAS, p . 5.
113
As TESTEMUNHAS, p. 5-6.
1 1 4 CINQUENTA mil, p. 29.
1 1 5 BLANDRE - Les Témoins, p. 38.
1 1 6 T A D E U - A vontade de Deus, p. 3 e 4.
1 1 7 TADEU - Nascidos, p. 44.
118
Tribuna Universal, n." 178, 7.1.1998, p. 12 e n.° 209, 3.2.1999, p. 4.
1 1 9 BRITO — O espiritismo, p. 128.
1 2 0 M A R Q U E S — Portugal, p. 515-7.
121
Cit. BRITO - O espiritismo, p. 127.
1 2 2 M A G A L H Ã E S - Álbum portuense, p. 105.
123
Para uma discussão da natureza de Jesus, ver R O S A — Dúvidas.
124
125
Ver SANTOS — O emblema.
Ver MATTOS - Racionalismo.
1 2 6 S A N T O S - O novo boletim.
1 2 7 S A N T O S - Para a história.
1 2 8 S A N T O S , art. cit. e Portugal Teosófico n.os 11 e 58.
129
Ver, por exemplo, B L A V A T S K Y - Conselhos.
1 3 0 COSTA - Meditações, p. 7.
1 3 1 M A T O S - A Maçonaria, p. 33-35.
1 3 2 TELMO - História, p. 24.
1 3 3 CAPELO - Projetismo, p. 45.
1 3 4 E S S L E M O N T - Bahá'u lláh, p. 183.
135
Carta circular de 20.5.1999.
1 3 6 L A G E S — Minority religious, p. 17.
137
Ibidem, p. 17.
1 3 8 B A I N B R I D G E - The Sociology, p. 363-91.
1 3 9 COSTA; ANES - Os mistérios.
140
Um exemplo é o de ARMADA; FERNANDES - As aparições.
141
Ver FERNANDES - Ovnis.

491
A dinâmica do universo religioso portuguê
Luís Aguiar Santos

DIFERENCIAÇÃO RELIGIOSA (1813-1999):


QUANTIFICÀÇÀO E QUALIFICAÇÃO
A ADOPÇÃO DE UMA NOÇÃO ABRANGENTE do religioso permitiu incluir nesse A quantificação dos dados
universo uma grande variedade de realidades que, embora com linguagens e
discursos diferentes entre si, foram conduzindo ao crescimento de mundivi-
dências distintas da veiculada pela vivência religiosa hegemónica católica r o -
mana. O crescimento dessa diferenciação, por seu lado, foi-se tornando visí-
vel histórica e socialmente numa série de redes, grupos e igrejas que foram
surgindo e criando lentamente uma pluralidade religiosa em Portugal ao lon-
go dos séculos x i x e x x . A amplitude deste processo pode tornar-se mais clara
se se tentar quantificá-lo. Para esse efeito, os dados dos censos oficiais 1 apre-
sentam problemas, nomeadamente a ausência de valores desagregados por
grupos e o facto de dependerem de uma massa de respostas cujas motivações
e efeitos estatísticos são ambivalentes.
U m método alternativo é a quantificação, para diferentes anos, de grupos
locais organizados; neste caso, os dados informam sobre o número de núcleos
de vivência religiosa diferenciada e não exactamente sobre o número de fiéis
de cada uma delas, mas ganha-se muito em pormenorização da informação.
Havendo o risco de esses dados não representarem a totalidade dos f e n ó m e -
nos de diferenciação religiosa (sobretudo 110 caso dos indivíduos isolados e
das redes), é no entanto possível, a partir deles, fazer uma estimativa do nú-
mero de fiéis activos. Os dados obtidos por este método, pretendendo-se
meramente aproximativos, permitem também definir os contornos das alter-
nativas religiosas na sociedade e os focos mais relevantes da sua «sedimenta-
ção» em estruturas de sociabilidade. Assim, o que se tenta aqui fazer c o m este
método é uma amostragem do processo de diferenciação religiosa, com re-
curso ao conjunto de dados relativos às minorias religiosas em Portugal e c o -
ligidos para três momentos dos dois últimos séculos (1813, 1906 e 1999), espa-
çados em períodos de 93 anos; nesta amostragem, torna-se patente uma
progressiva evolução para a fragmentação do campo religioso (ver Quadro).
E m 1813, o ano em que é autorizado o estabelecimento da primeira c o -
munidade religiosa não-cristã 110 país desde o século x v (a sinagoga Shaar
Hashamaim), a sociedade portuguesa tem uma organização religiosa p r o f u n -
damente uniforme, tolerando uma meia dúzia de grupos diferenciados (pro-
testantes e judeus) só permitidos a estrangeiros e comportando cerca de duas
dezenas de outros grupos, extremamente elitistas e de estatuto legal mal defi-
nido (as lojas maçónicas). N o v e n t a e três anos depois, em 1906, mercê de
algumas décadas de vigência de 11111 regime de liberdades civis, alguns dos
primeiros grupos diferenciados referidos (os protestantes) puderam j á desen-
volver actividades de proselitismo entre portugueses e formar várias dezenas
de congregações toleradas; simultaneamente, as lojas maçónicas puderam
também aproveitar as novas condições político-jurídicas para se multiplica-
rem e transformarem 110 maior grupo diferenciado da Igreja estabelecida — <1 Cartaz do X I I I Encontro
e, dada a permanência do seu recrutamento elitista (e a assunção de u m pro- Internacional Homens e
j e c t o activista e mobilizador), serem u m importantíssimo concorrente dessa Religiões «Oceanos de Paz
Igreja. A presença de alguns grupos espíritas é já então u m sinal da procura Religiões e Culturas em
de novos bens religiosos, que prepara o aparecimento (sobretudo a partir da Diálogo», Lisboa, 24 a
26.9.00.
década de 1920) de novas realidades religiosas, c o m o as correntes ocultistas,
c o m u m recrutamento também orientado para as elites. FONTE: COMUNIDADE DE
SANT'EGÍDIO.

493
PLURALIDADE RELIGIOSA

Legenda: (i) Estes números dizem respeito a Maio de 1998 e foram amavelmente coligidos pelo Dr. Wilson Brígido; alguns dos grupos locais aqui contabili-
zados têm muito poucos membros. (2) Inclui os «pós-budistas» da Perfeita Liberdade. (3) Apesar de não existirem grupos locais, o censo de 1 9 0 0 dá conta da
existência de 6 cristãos ortodoxos em Lisboa. (4) Número aproximativo incluindo grupos rosa-cruzistas e outros referidos na parte intitulada «A recente "pulveri-
zação" do campo religioso», excepto os maçónicos. (5) Números de 1 9 0 6 baseados na existência de periódicos espíritas em Lisboa, Porto e Ponta Delgada. (6)
Não inclui lojas maçónicas especificamente estrangeiras. (7) Apesar de não existirem grupos locais, o censo de 1 9 0 0 dá conta da existência de 34 muçulmanos em
Lisboa. (8) Não inclui capelanias estrangeiras, que eram 4 em 1813. (9) Em 1999, inclui pentecostais como Congregação Cristã em Portugal e Igreja Evangélica
Maranata e neopentecostais como Igreja Cristã Maná e IURD. (10) Em 1 9 0 6 , 2 igrejas «independentes» em Lisboa, sendo as restantes congregacionalistas; em
1999, Igreja do Nazareno, congregacionalistas, Acção Bíblica, Exército de Salvação, Igreja Evangélica Luterana, Igreja Cristã Presbiteriana e TEAM. (11) Em
1999, inclui uma congregação dissidente de Lisboa. (12) Existe uma União Nacional de Ioga de Portugal que, por recusar qualquer conotação religiosa, não dispo-
nibilizou dados sobre o número de centros por si representados. (13) Os números dizem respeito aos anos de 1826, 1 9 0 4 - 1 9 0 5 e 1995.
Fontes: Investigação do autor (incluindo respostas a um inquérito); ALMEIDA — Prontuário evangélico, p. 189-231; ANUÁRIO CATÓLICO, p. 41; BRITO — O espiri-
tismo em Portugal, p. 134; CAPELO — Profetismo, p. 43; COELHO — Manual político, p. 397-398; LAGES — Minority religious, p. 17; The Christian Science Journal.
119: 6 ( 2 0 0 1 ) , p. 9 4 ; MARQUES — Portugal, pp. 435, 4 7 9 e 517 (n. 184); M A T O S — A Maçonaria, p. 34-5; SANTOS — O novo boletim; Tribuna Universal, ano 5,
n.° 209 (3.2.1999), p. 4; SILVEIRA — Território, p. 45.

494
A DINÂMICA DO UNIVERSO RELIGIOSO PORTUGUÊS

Passados outros 93 anos, em 1999, o campo religioso apresenta uma gran-


de multiplicação de grupos, que o fragmenta, e em que alguns deles (sobre-
tudo na área protestante) conquistaram já uma representação social conside-
rável — enquanto a Maçonaria, dada a permanência da sua natureza elitista,
não sofreu esta «massificação» enquanto grupo diferenciado. A comparação
destes três anos aqui considerados permite perceber uma grande diferença
entre, por um lado, os anos de 1813 e 1906 e, por outro, o ano de 1999: nos
dois primeiros anos, a diferenciação é um fenómeno predominantemente das
elites ou de outros meios sociais reduzidos a elas ligados (são os casos da Ma-
çonaria e dos protestantes), enquanto em 1999 ela é um fenómeno que alas-
trou já a uma parte muito considerável da sociedade, mesmo em termos
geográficos. Pode, assim, dizer-se que o período entre 1813 e 1906 foi aquele
em que a diferenciação religiosa se consolidou entre as elites; por seu lado, o
período entre 1906 e 1999 foi aquele em que essa diferenciação alastrou das
elites a sectores mais vastos da sociedade, sobretudo do litoral e da parte sul
do país.
Os dados aqui apresentados conduzem à questão da permanência numé-
rica da hegemonia católica romana e do que ela significa, realmente, na so-
ciedade portuguesa no fmal do século xx; apesar de os censos atribuírem ain-
da à Igreja Católica Romana uma maioria expressiva de fiéis 2 — dos 93,1 %
de 1940 ou 97,9 % de 1960 para os 81,1 % de 1981 e 77,9 % de 1991 — , a aná-
lise do quadro e o declínio da mobilização para o culto dos chamados «ca-
tólicos praticantes» levantam dúvidas sobre a consistência religiosa dessa he-
gemonia. Para grande parte das pessoas que continuam (estatisticamente) a
identificar-se com o catolicismo, este pouco mais parece ser que uma refe-
rência cultural cada vez mais longínqua — e esse distanciamento aumenta de
geração para geração numa população crescentemente divorciada da prática
cultual e de uma educação ou socialização religiosa que a familiarize, mesmo
que superficialmente, com o discurso simbólico dessa religião. Tendo em
conta este factor de distanciamento e o número hoje muito reduzido dos
«católicos praticantes», os dados do quadro podem exprimir uma realidade
mais fragmentada e plural do que em geral se concebe (ou os censos deixam
adivinhar); de facto, muitas das paróquias católicas não têm hoje certamente
mais fiéis «praticantes» do que os grupos locais de outras expressões religio-
sas. E, sendo certo que uma grande maioria da população já não tem uma
pertença formal a nenhuma expressão religiosa organizada (continuando a
grande parte, por razões culturais, a dizer-se católica), o que esta situação
implica, a longo prazo e no actual cenário de «desregulação» do campo reli-
gioso, é que as várias expressões estão hoje numa situação bastante mais pari-
tária que no passado em termos de capacidade de influenciar o mercado dos
bens religiosos.

A P E S A R D E T A N T O A C O N S O L I D A Ç Ã O da diferenciação entre as elites como A qualificação dos dados


o alastramento dessa diferenciação à restante sociedade terem sido impelidas,
na maior parte, do exterior (facto visível não só nas várias denominações pro-
testantes, como no caso dos grupos religiosos de forte componente étnico-
-cultural, ou até em grupos como os espíritas), deve ter-se em conta que o
período de robustecimento da diferenciação religiosa (1906-1999) coincidiu
com o de maior dinamismo da Igreja Católica Romana (sujeita, no período
anterior, ao regalismo anticongreganista e a um generalizado anticlericalis-
mo); de facto, o avanço da diferenciação não está historicamente ligado a
uma crise de recursos e capacidade de mobilização da Igreja hegemónica mas,
pelo contrário, ocorreu nas décadas em que essa Igreja ganhou maior autono-
mia em relação ao Estado e até maior liberdade de actuação, ao mesmo tem-
po que se ia instalando no país um número crescente de novos grupos seus
concorrentes (sobretudo após 1945).
Este facto sugere que no período entre 1906 e 1999 se deu um cresci-
mento da procura e oferta de bens religiosos e uma expansão do mercado
religioso que alimentou o dinamismo simultâneo da Igreja hegemónica e dos
grupos diferenciados. Por muito contraditório que isto possa parecer, até

495
PLURALIDADE RELIGIOSA

O Presidente da República, por cerca de metade desse período ser ocupado pela vigência de um regime
Dr. Jorge Sampaio (ao centro), autoritário, não há dúvida que o Estado N o v o permitiu a continuação da
no I Encontro Nacional
diferenciação religiosa que vinha ocorrendo do antecedente (excepto no ca-
Evangélico, 1998. As minorias
religiosas têm revelado graus
so dos grupos que investiam no activismo político ou tinham pontos de fric-
diferentes de necessidade de ção com o Estado) e deu à Igreja Católica Romana a possibilidade de se
reconhecimento público e reorganizar; e após 1974 os grupos religiosos diferenciados puderam conquis-
oficial, mas o seu crescimento tar uma situação jurídica mais definida e igualitária que lhes permitiu explo-
incentiva os responsáveis rar mais livremente as suas potencialidades de crescimento. Isto confirma, no
políticos a cortejarem esses caso português, a ideia de que a «desregulação» do mercado religioso, na
sectores emergentes da
sociedade.
proporção em que for feita, expande o «mercado» e leva a ganhos simultâ-
neos dos vários grupos religiosos mais eficientes, os quais passam a ter maior
capacidade de preencher as partes do campo religioso receptivas à sua men-
[> Mural maoista,
sagem 3 . Mas, ao mesmo tempo, essa «desregulação» dificulta a permanência
São Domingos de Benfica,
1983, Lisboa. «O marxismo é da posição hegemónica adquirida por um grupo como a Igreja Católica R o -
uma doutrina sempre j o v e m mana num tempo histórico muito longo de monopólio ou favorecimento
e científica». As modernas político — embora a adesão mais limitada por ela preservada se possa consi-
democracias liberais são um derar mais consciente e genuína. Assim, enquanto o grupo hegemónico per-
mercado religioso
de uma grande parte dos seus fiéis, outros grupos concorrentes conseguem
crescentemente
desregulamentado onde
mais facilmente atrair maior número de adeptos, mas uma grande parte do
concorrem as mais diversas campo religioso fica numa situação distante tanto da antiga referência reli-
crenças. Após o esmorecer da giosa hegemónica como das novas referências surgidas (sendo natural que,
mobilização revolucionária de solicitado a identificar-se em termos religiosos, recorra mais depressa à me-
1974-1975, outras propostas mória da antiga referência religiosa hegemónica do que às outras que tam-
simbólicas disputaram as
consciências e ocuparam o
bém conhece mal).
terreno. Estes factores podem explicar a compatibilidade da permanência estatística
FOTO: PAIXÃO ESTEVES/LISBOA, da hegemonia católica romana nos censos com a leitura sugerida pelos dados
M U S E U REPÚBLICA E relativos à «sedimentação» em núcleos de sociabilidade das diferentes propos-
RESISTÊNCIA. tas e identidades religiosas; porém, a importância numérica de uma vivência
ou de um grupo religioso não é necessariamente proporcional à sua visibili-
dade e influência social. Desde logo, nem todos os grupos revelam o mesmo
interesse ou capacidade em «massificar-se»: no caso da Maçonaria ou das cor-
rentes ocultistas organizadas isso resulta de uma opção deliberada mas noutros
grupos (vocacionados para essa «massificação»), como algumas igrejas protes-
tantes, resulta de uma incapacidade sua de atrair fiéis. Porém, o peso social de
um grupo decorre também da estratégia por si adoptada relativamente ao
meio social, pelo que os grupos activistas tendem a adquirir maior visibilida-
de e influência nas decisões colectivas (casos da Maçonaria 011 de correntes
assumidamente «políticas») do que os grupos que adoptam uma atitude de low
prcfile 011 preterem crescer através de um proselitismo «cara a cara» (as Teste-

496
A DINÂMICA DO UNIVERSO RELIGIOSO PORTUGUÊS

munhas de Jeová, por exemplo). A Maçonaria é o caso típico de um grupo


que compensa a sua fraca representatividade com a visibilidade e influência
social do seu recrutamento elitista, estrategicamente situado em termos so-
ciais; mas a «sobrerrepresentação» entre as elites acontece igualmente com
grupos bem maiores, como a Igreja Católica — no seu caso, dada a presença
secular entre os sectores letrados e dirigentes da sociedade ou já também dada
a adopção de estratégias de recrutamento entre as elites (por exemplo, através
da Opus Dei).
Daí que, mesmo com a consolidação da diferenciação religiosa em Portu-
gal ao longo do século xx, o catolicismo e o laicismo tenham persistido co-
mo as referências mais visíveis e influentes no campo religioso.

CONCLUSÃO: OS LAÇOS CULTURAIS


E A AGITAÇÃO D O ESPÍRITO
A RELIGIÃO, NA SUA INFIDÁVEL DIVERSIDADE, tem uma natureza ambiva- Entusiasmo e liturgia
lente quanto ao modo como tece as expectativas, crenças e relações humanas
que vêm a sedimentar na contextura cultural e social da existência histórica
dos homens. Ela garante as formas de estabilidade da sociedade, ao criar laços
de sociabilidade entre as pessoas a partir da partilha de crenças e ritos (liturgia)
mas, simultaneamente, desestabiliza-a, ao criar e recriar nos indivíduos ex-
pectativas que rompem essas formas estabelecidas de partilha (entusiasmo). As-
sim, enquanto liturgia, a religião tende a ser um factor de reprodução dos pa-
drões culturais e das relações sociais geralmente aceites; mas enquanto
entusiasmo, tende a ser um factor de tensão criadora que desestabiliza esses pa-
drões e relações.
A generalidade dos arranjos sociais ou político-jurídicos comportam mal
o embate do entusiasmo porque este é gerador de inquietação e conflitos, fe-
nómenos custosos para as sociedades e grupos constituídos; mas o máximo
que esses arranjos podem fazer é controlar ou limitar esses conflitos, nunca
aboli-los (embora a abolição dos conflitos tenha sido ao longo da história
uma das mais poderosas expectativas religiosas, desde a visão profética do leão
e do cordeiro de Isaías até às utopias políticas de Thomas More e Karl Marx).
Daqui resulta uma permanente concorrência de expressões e vivências reli-
giosas que transportará sempre uma conflituosidade latente — e o problema
da tolerância, tal como tratado por John Locke em 1689, dizia respeito apenas
ao encontro de um arranjo político-jurídico que permitisse que essa concor-

497
PLURALIDADE RELIGIOSA

rência se processasse pacificamente, sem mortos nem feridos. O que Locke


(aliás a partir da sua leitura do N o v o Testamento) e a tradição liberal oci-
dental desde ele descobriram foi que isso seria tanto mais fácil quanto fosse
dado aos indivíduos o direito de escolha religiosa e, assim, que a religião
fosse um mercado livre e não um monopólio ou um cartel; 300 anos passa-
dos, esta é uma ideia que tem feito progressos mas que continua a encontrar
fortes resistências, até porque muitas expectativas e expressões religiosas ali-
mentam vias alternativas.
Em Portugal, o problema da diferenciação e convivência religiosas passou
por vários enquadramentos e soluções políticas mas parece haver poucas dú-
vidas de que o avanço da pluralidade de grupos organizados e socialmente re-
levantes foi forçando a formas de tolerância mútua, que se aprofundaram tan-
to mais quanto se aprofundava a pluralidade religiosa — esta realidade
confirma um padrão histórico que liga pluralidade a tolerância e uniformi-
dade ao seu oposto, até porque a tolerância é uma questão de sobrevivência
para sociedades já de facto plurais, como eram aquelas que se tornaram as pio-
neiras da liberdade religiosa (alguns impérios da Antiguidade nas suas fases de
apogeu e os Países Baixos, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos nos séculos
XVII e XVIII).
Mas a permanência da conflituosidade (tendencialmente pacífica) nas so-
ciedades liberais é evidente em atritos como os surgidos entre diferentes ex-
pressões e vivências — ou mesmo dentro delas. U m caso sintomático é a
fricção causada pelos grupos que geram vivências comunitárias separadas da
sociedade civil, como por exemplo o norte-americano Children of God
(«Meninos de Deus») nas décadas de 1970 e 1980, cujos adeptos eram jovens
que optavam por viver numa comuna religiosa e cujo regresso as famílias
biológicas reclamavam (apelando à intervenção das autoridades), acusando o
grupo de exploração e manipulação dos jovens — um conflito de curiosas se-
melhanças com o famoso «caso Calmon» do princípio do século x x em Por-
tugal, despoletado pela tentativa de entrada de uma rapariga numa ordem
religiosa feminina contra a vontade da família, e que serviu para crispar a po-
larização da opinião pública entre clericais e anticlericais.
Dentro dos grupos religiosos — porque compostos de indivíduos e, por-
tanto, de uma pluralidade latente — existe igualmente uma conflituosidade
que decorre da tensão entre liturgia e entusiasmo, que pode ser controlada mas
não suprimida. Essa tensão e conflituosidade explica a constante transforma-
ção do campo religioso, gerando as diferenças de objectivos e organização de
redes e grupos que surgem, se transformam e dividem conforme definem as
suas expressões religiosas próprias; tal tendência é tanto mais pronunciada
quanto mais «desregulado» for o campo religioso e pode ser ilustrada com o
caso paradigmático do cristianismo. Neste, a matriz protestante vê na prega-
ção e na leitura e comentário da Bíblia o principal serviço da Igreja cristã,
enquanto a matriz católica romana e ortodoxa centra esse serviço na vivência
litúrgica e, em particular, na Eucaristia; deste modo, o protestantismo é mais
dado ao entusiasmo resultante deste livre «intimismo» do crente com a R e v e -
lação, enquanto a matriz católica e ortodoxa se baseia mais na participação do
crente num sistema de ritos que funciona como controlo colectivo. Mas os
grupos protestantes, à medida que se vão enraizando e passando o seu teste-
munho a novas gerações, conhecem uma enorme pressão para a acomodação
cultural e o «arrefecimento» do vigor missionário inicial, o que em termos
eclesiológicos se traduz por uma tendência para a ritualização da vivência re-
ligiosa e a hierarquização de funções dentro do grupo — até porque, em ge-
ral, esses são processos necessários à «catequização» das crianças nascidas de
membros do grupo e que este não quer alienar4. Nalguns casos, esta meta-
morfose pode revestir-se de uma consciente opção doutrinal de alguns mem-
bros do grupo, que chegam a influenciar a sua evolução histórica: este parece
ser o caso de Diogo Casseis, o qual, vendo «a vivência da adoração a Deus no
contexto da liturgia tradicional da Igreja Cristã de todos os tempos»5, preten-
dia aproximar a Igreja Lusitana dessa matriz liturgista ou ritualista (e do meio
velho-católico) e afastá-la da sua origem protestante; e é curioso que, nas úl-

498
A DINÂMICA DO UNIVERSO RELIGIOSO PORTUGUÊS

timas décadas do século xx, a Igreja Lusitana se veio a aproximar dessa ma-
triz, ganhando uma identidade perfeitamente sui generis dentro da minoria
protestante, mesmo da corrente «sinodal» (cujo modelo eclesial relativamente
centralizado é já intermédio do congregacionalismo protestante e da matriz
romana e ortodoxa).
Os grupos que conhecem este tipo de pressão e evolução — mesmo que
não tão pronunciado — sujeitam-se em geral a fenómenos de separação de
uma parte dos seus membros, que pretendem manter o entusiasmo original.
Por outro lado, parece haver uma clara relação entre entusiasmo e vigor mis-
sionário, enquanto o peso da liturgia convida os grupos a voltarem-se para
dentro e assumirem meramente a sua própria reprodução (o que é particular-
mente evidente em grupos de forte identidade étnico-cultural como as co-
munidades islâmicas, judaica e hindu em Portugal). O esforço missionário
(virado para fora) introduz um forte incentivo à centralização interna nos
grupos — a qual, se não pode apoiar-se na hierarquização de que dispõem as
vivências religiosas baseadas na liturgia (caso da Igreja Católica Romana), en-
contra uma solução em esquemas centralizados de gestão de recursos e defi-
nição de estratégias (caso de grupos como as Testemunhas de Jeová ou a
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias) ou em lideranças carismá-
ticas, como é patente nos grupos pentecostais mais «mobilizados» (incluindo
os neopentecostais).
N u m campo religioso «desregulado», em que os indivíduos gozam de au-
tonomia, a concorrência entre os grupos é amenizada pela preferência de
muitos desses indivíduos por soluções de pouco ou nenhum compromisso
com grupos e identidades religiosas particulares (caso dos adeptos e consumi-
dores do new age) — o que evita que o conjunto dos grupos faça o pleno do
campo religioso e que o universo das crenças e expectativas a eles se reduza.

U M D O S M A I O R E S E Q U Í V O C O S da cultura positivista do século xix — por «O futuro


atribuir à pesquisa científica a função de encontrar e definir a verdade — foi a Deus pertence...
considerar que a ciência, enquanto actividade intelectual, destruiria as crenças
e substituiria as práticas religiosas. Ora, o que tem acontecido historicamente
é que as crenças e práticas religiosas são substituídas por outras crenças e práti-
cas religiosas e raramente desaparecem completamente. Mas isto não significa
que a actividade reflexiva e crítica da ciência (ou da filosofia) não influa no
universo religioso, contribuindo para disponibilizar informação que pode ser
tida em conta pelos indivíduos na forma como se relacionam com as expres-
sões e vivências religiosas existentes.
A forma como Sócrates foi condenado sob a acusação de atentar contra
os deuses (ou as crenças) de Atenas mostra como essa actividade intelectual
pode entrar em conflito com o universo religioso — aliás, a existência de
um espaço de sobrevivência para a livre pesquisa científica ou filosófica é
uma garantia que poucas sociedades estiveram dispostas a conceder e cuja
conquista não deve iludir a sua permanente situação de «cerco» pelas cren-
ças sinceras e de conveniência com que os seres humanos respiram e se re-
lacionam.
O problema do positivismo foi partir de uma motivação religiosa («gnós-
tica», chamou-lhe Voegelin) que se ignorava, desfigurando a própria tradição
científica, ao dar-lhe propósitos (de verdade objectiva e sociabilidade) que ela
não comporta. Por seu lado, a experiência de relacionamento do cristianismo
(e episodicamente do Islão) com a tradição de pesquisa intelectual da filosofia
clássica mostra que as próprias expressões religiosas podem encontrar, com a
ajuda da metodologia e conceptualização científica, fórmulas originais de au-
to-reflexão sobre o seu discurso simbólico, depurando-o, aprofundando-o e
tornando-o mais exigente — embora tal processo dificilmente tenha a adesão
de grande parte dos crentes, pouco dispostos a investir nele por terem outras
expectativas relativamente aos símbolos da sua religião. Mas a disposição de
suportar em parte a acção corrosiva da reflexão sobre o discurso simbólico
pode flexibilizar a expressão religiosa em causa e robustecer a sua capacidade
de lidar com uma realidade em constante mudança, adaptando-se-lhe em

499
PLURALIDADE RELIGIOSA

500
A DINÂMICA DO UNIVERSO RELIGIOSO PORTUGUÊS

parte no seu pathos e na sua praxis; e dessa capacidade de adaptação sem disso- < 3 Criança em São Miguel,
Açores, 1991. «Libertámos
lução pode depender a sua sobrevivência.
assim os homens do domínio
Este problema da sobrevivência de um discurso simbólico que inspira que exercem uns sobre os
uma mundividência (e uma sociabilidade) coloca-se também no caso da me- outros em matéria de religião.
mória histórica das nações, que vive paredes-meias com o trabalho do historia- Q u e devem agora fazer?» in
dor e é reproduzido e revisto a cada geração — também aqui o conflito entre John Locke, Carta sobre a
símbolos ou discursos simbólicos e a crítica científica está omnipresente, co- tolerância, 1689. A liberdade,
tornando a fé e as crenças
mo lembra a célebre polémica sobre o «milagre de Ourique», autêntica teofa-
num assunto privado e de
nia fundadora do reino e da nacionalidade aceite por grande parte da cultura associação voluntária, coloca
letrada portuguesa até às primeiras décadas do século xix. Alexandre Hercula- mais radicalmente cada
no, na sua História dc Portugal, sem sequer analisar esse símbolo, simplesmente indivíduo numa encruzilhada
o ignorara ao articular outro discurso sobre a fundação do reino; dos seus de solicitações culturais e
oponentes que criticaram esse procedimento, uns acreditavam no milagre, problemas de consciência.
outros julgavam-no útil como crença legitimadora da independência e da FOTO: INÊS GONÇALVES.
existência histórica de Portugal. Mas, se Herculano representava a crítica
científica em face de um discurso simbólico, também se poderia dizer que, na
sua narrativa, propunha outra memória histórica, fundamentada noutras crenças
religiosas e políticas — se bem que mais abertas à auto-reflexão e, por isso
também, de maior agilidade intelectual e eficácia polémica.
Outro caso da corrosão a que estão sujeitas estas memórias históricas — so-
bretudo quando rápida e deliberadamente construídas e propagandeadas — é
o da plataforma simbólica nacionalista do Estado N o v o , assente numa visão
do passado nacional (materializada na Exposição do Mundo Português de
1940) que pretendia legitimar as grandes opções políticas do regime mas que
enfrentava já, 20 anos depois, uma atitude crítica de estudiosos e historiadores
que lhe retirava boa parte da sua eficiência, como ficou patente nas comemo-
rações do V Centenário Henriquino de 196o 6 . O mesmo deve dizer-se da vi-
são do passado nacional construída pelos marxistas portugueses, igualmente
corroída pela crítica da historiografia mais recente e cada vez menos capaz de
mobilizar as consciências para o activismo político; e essa crítica está hoje
contribuindo — involuntariamente — para a definição de novas memórias his-
tóricas.
Porém, nenhuma crítica historiográfica alguma vez substituiu a necessida-
de e a adesão das pessoas a memórias históricas, de que precisam para se situa-
rem no presente e que não são, em si mesmas, puramente «científicas» mas,
na melhor das hipóteses, aquilo a que se pode chamar de mitistória, isto é, um
misto de verdade contida nos dados e de discurso mítico feito de crenças e
expectativas projectadas no passado — e que funciona como mito público que
fornece à sociedade uma auto-interpretação e um sentido de propósito colec-
tivo 7 .
A forma como a sociedade, 110 seu conjunto, elabora uma visão de si
mesma e do seu devir, participa da forma (religiosa) como os indivíduos se
entendem e gerem as suas expectativas através de crenças e símbolos; e é por
isso que a religião tem consigo o futuro ou, como diz o ditado, «o futuro a
Deus pertence».

NOTAS
' J á analisados da perspectiva da diferenciação religiosa por V I L A Ç A - Notas de pesquisa.
2 V I L A Ç A - Notas de pesquisa, p 41-
3 FINKE - The consequences.
4 BAINBRIDGE - The Sociology, p. 78.
5 HORTA - Pensamento, p. 92.
'' MATOS - O V Centenário.
7 M C N E I L L - The care and repair.

501
Conclusão geral
António Matos Ferreira
Manuel Clemente
O conhecimento proposto pela história religiosa, enquanto âmbito espe-
cífico da elaboração do discurso historiográfico, não diagnostica nem assegura
a validade das experiências religiosas e a perenidade das suas formas. C o m o
instância de memória, e no seu distanciamento crítico, procura compreender
a mútua modelação da religião e da sociedade como interacção das várias
percepções sobre a condição humana, através da capacidade destas em se or-
ganizarem e, através dos seus mais variados agentes, integrarem e sustentarem
o viver colectivo, em comunidade política e cultural mais ampla.
Nesta História Religiosa de Portugal, a contemporaneidade portuguesa foi,
assim, apreciada a partir de um universo multifacetado, quer considerando a
predominância hegemónica da tradição do catolicismo, quer nas múltiplas
configurações que essa mesma tradição foi comportando e na diversificação
religiosa ocorrida com a pluralidade confessional verificada nestes dois últi-
mos séculos. Procurou-se atender à vitalidade destas componentes, pela cons-
tatação das profundas alterações verificadas nas práticas e mentalidades, assina-
lando os contornos de uma recomposição religiosa, que também o é do
ponto de vista do conjunto da sociedade portuguesa.
Neste período, realizaram-se profundas alterações quanto ao estatuto e ao
desempenho do religioso no país, ao nível jurídico e comportamental. A so-
ciedade liberal formulou-se inicialmente como Estado confessional, onde
prevaleceu a concepção de funcionarização da religião, não só pelos acordos
concordatários com a Santa Sé, mas pela persistência de uma política e ecle-
siologia regalistas, como também por uma legitimidade pública do catolicis-
mo em detrimento de outras práticas religiosas. Deste ponto de vista, a Igreja
Católica R o m a n a , procurando a sua autonomia e liberdade, sempre teve um
entendimento da sua existência como dimensão pública, vendo no Estado
uma mediação para a sua acção e reivindicando-se como herança determi-
nante do existir colectivo.
Este modo confessional de compreender a realidade foi, contudo, perma-
nentemente questionado. D e diferentes maneiras, esta confessionalidade con-
frontou-se com o estabelecimento da separação entre o Estado e a Igreja, as-
sociado ao desenvolvimento da secularização, com momentos expressivos na
afirmação de uma laicidade muitas vezes formulada de forma redutora, como
controlo da influência eclesiástica e combate anticlerical e anti-religioso. Este
regime de separação, vigente a partir do início da Primeira República, não
obteve a diminuição da influência do catolicismo; pelo contrário, reforçou-o
internamente, transferindo para a sociedade civil uma forte determinação de
unidade religiosa enquanto garante da própria sobrevivência nacional.
Assim, a percepção de um país moralmente unido numa fé surgia como
formulário ideológico de uma restauração política e religiosa, onde a pacifica-
ção sociopolítica correspondia à tentativa de unificação, e mesmo uniformi-
zação, nacional; e a sobrevivência colectiva se compreendia como manuten-
ção de um império, expressão de um destino glorioso em contraponto à
depressão e decadência nacionais.
Existindo sintomas evidentes de níveis de desafectação em relação à Igreja
Católica R o m a n a , desde a Primeira República que se manifestava, simulta-
neamente e de forma continuada, um constante reconhecimento de que o
catolicismo persistia como a principal e determinante referência religiosa e
moral da sociedade. Esta situação, afirmada pela própria autoridade eclesiásti- <] Os dias, pintura de Pedro
ca, é também sustentada pela compreensão generalizada dos agentes do Esta- Sobreiro, 1998 (colecção
do e por muitos mentores socioculturais. Apesar do processo de secularização particular).

503
C O N C L U S Ã O GERAL

e da vivência laicizada de sectores significativos da sociedade portuguesa, o


catolicismo tem persistido como a referência hegemónica do viver quotidia-
no, sobretudo ao nível das práticas de sociabilidade como o nascimento, o
casamento ou a morte.
O regime concordatário, estabelecido a partir de 1940, não alterando juri-
dicamente a situação de separação, na prática espelhou, e assim foi encarado,
esta predominância hegemónica. Esta situação, complexa e contraditória a
muitos níveis, permite discernir o significado das expectativas sobre a actuação
da hierarquia e dos católicos em geral, sempre manifestadas pelos vários qua-
drantes sociopolíticos. Nas dinâmicas de reforço da ordem ou de reforma so-
ciais sempre se encontram personalidades, eclesiásticos ou leigos, que assumi-
ram atitudes e promoveram iniciativas — diversamente apreciadas — nos mais
variados sectores da sociedade portuguesa. Donde dificilmente se pode separar
a história do país daquela em que os católicos participaram e participam.
Neste contexto, as situações de confronto e de perseguição, reais ou sim-
bólicas, em relação à Igreja Católica e a alguns dos seus protagonistas, fazem
parte de um ternário apologético que acompanha a emergência da autonomia
e liberdade do campo religioso e do espaço civil, da autocompreensão que a
Igreja faz da sua identidade e finalidade, como também do modo como a so-
ciedade se revê naquilo que considera os limites colocados pela legitimidade
do político e do social distinto desse religioso.
Em contraposição ao protestantismo, a outras crenças ou a determinadas
formas de pensamento filosófico ou ideológico, o catolicismo interiorizou
e sustentou um nacionalismo que, de certo modo, lhe dificultou uma ligação
e interlocução com sensibilidades mais universais de compreensão da realida-
de e com as alterações contemporâneas da sociedade e da religião. A activida-
de missionária é certamente paradigmática na medida em que, expressando
um forte empenhamento da Igreja Católica e constituindo significativo vec-
tor da vitalidade do catolicismo português, nem sempre conseguiu distanciar-
-se desse nacionalismo limitador da sua própria acção.
Contudo, quer no âmbito missionário, quer no seu agir social, as várias
confissões religiosas introduziram também elementos que — pressionando o
regime autoritário, conservador e policial, que o Estado N o v o foi — contri-
buíram para o processo de democratização e de descolonização, para a inte-
gração social de populações oriundas das ex-colónias e de imigrantes atraídos
pelo surto de desenvolvimento resultante da adesão europeia, aspectos mar-
cantes da sociedade portuguesa nas últimas décadas do século xx.
A democratização do país patenteia também um processo de autonomia
entre o político e o religioso. A religião, continuando a ser um factor rele-
vante para a decisão do voto — como expressão de participação democráti-
ca — , sobretudo sempre que estão envolvidas questões de princípios, perdeu
a sua influência em extensão, pelo menor número de votantes com relações
às instituições religiosas, e em intensidade, pela sua menor incidência sobre os
votantes, decorrente da existência de debate plural; isto é, verifica-se uma
maior autonomia entre a consciência individual e a pertença confessional. Es-
tudos sociológicos recentes constatam que os eleitorados dos diferentes partidos
se diferenciam naturalmente em função da sua religiosidade, mas a clivagem
confessional enfraqueceu. C o m a progressiva democratização da sociedade
têm-se manifestado mutações no ambiente religioso do país, que, procurando
evitar conflitos, se caracteriza por um crescente pluralismo nas distribuições
ideológicas e preferências partidárias dos grupos religiosos.
Estas mudanças inscrevem-se num movimento mais amplo e complexo
que é o da secularização, com o reconhecimento paulatino por parte da hie-
rarquia eclesiástica — no caso do catolicismo — do valor da laicidade; e com
a afirmação do princípio da liberdade religiosa, que — para outras confissões
religiosas — constituiu a sua referência de reconhecimento e afirmação social.
Este processo tornou-se significativo com a integração da dimensão ecuménica
e interconfessional enquanto património de várias correntes religiosas, sendo
este modo de estar, fruto da evolução mais global do religioso ao nível inter-
nacional, integrado 110 debate sobre a paz e a subsidariedade entre os povos.

504
C O N C L U S Ã O GERAL

De difícil avaliação neste momento, mas mais profundo do que a recom-


posição do catolicismo em face da sociedade liberal — patenteada a muitos
níveis pela sua evolução interna e como dinâmica de adaptação e integração
da secularização — , apresenta-se tudo aquilo que resulta das virtualidades do
I I Concílio do Vaticano. Pelo reconhecimento da liberdade religiosa, pela
reforma eclesiológica no seu sentido mais amplo, pela valorização do sacer-
dócio comum dos fiéis e da teologia dos ministérios — elementos inaugu-
radores de novas dinâmicas internas e com consequências nas formas de so-
cialização e de sociabilidade — , o catolicismo tem transportado e integrado
também na sociedade dinâmicas de mutação, resultantes da sua dimensão
mais vasta do que a realidade nacional.
Assim, a própria sociedade portuguesa transforma-se e participa numa in-
ternacionalidade que lhe é proporcionada, entre outros, pelos diversos uni-
versos religiosos. Mais do que uma expressão identitária ou uma característica
étnica, a religião implica hoje dimensões transversais que acompanham as
possibilidades de escolha individual e de liberdade de consciência. Esta acele-
rada transformação, a muitos níveis dificilmente reversível, não tem deixado
de suscitar diferenciadas reacções, quer por parte da hierarquia católica, quer
por certos sectores da sociedade e da opinião pública.
Apesar de se terem atenuado as confrontações de tipo ideológico na so-
ciedade, mantêm-se presentes diversos debates envolvendo directamente a
problemática religiosa, nomeadamente sobre: o lugar da religião no ensino,
considerada a pluralidade religiosa existente, ou a presença das confissões e
das várias denominações religiosas nos meios de comunicação social; afinal,
em todos aqueles níveis em que a diversidade religiosa se torna pública e en-
volve a sua transmissão, como a sua interacção com a dinâmica da reprodu-
ção social.
Depois de muito se ter referido — no debate cultural contemporâneo — a
ultrapassagem do religioso e do próprio cristianismo, importa perceber que as
diferentes correntes religiosas se encontram todas elas confrontadas, não só com
um pluralismo interno e com uma concorrência entre elas, mas com a sua im-
possibilidade de totalizar em si mesmas a realidade. Tem-se estabelecido, assim
como que uma necessidade constante de compreender e integrar as mudanças,
as quais se impõem, em muitas circunstância, às Igrejas e ao próprio Estado.
Considerando a problemática da descristianização, também se pode afir-
mar existir na sociedade — a que resulta da herança demo-liberal — uma
«descidadanização»; isto é, uma rarefacção da participação política e uma de-
safectacção em relação aos enquadramentos tradicionais, desde a estrutura fa-

Desfile público no
encerramento do
X I I I Encontro Internacional
Homens e Religiões,
organizado em Lisboa de 24
a 26 de Setembro de 2000.
Entre os vários líderes
religiosos vê-se D . J o s é da
C r u z Policarpo, patriarca de
Lisboa, co-organizador da
iniciativa.
FOTO: PAULO A I D O / VOZ DA
VERDADE.

505
C O N C L U S Ã O GERAL

miliar aos mais diversos níveis de associativismo, por se verificarem desloca-


ções significativas dos núcleos de poder e soberania, e, sobretudo, por se
verificar também a recomposição de modelos de vida em sociedade, ao nível
público e privado.
Presentemente, se se manifestam traços de desconfessionalização e de práti-
ca religiosa pontual por parte de muitos dos portugueses, importa sublinhar
que as novas gerações e a sociedade se encontram marcadas pela dinâmica de
circulação, onde a mobilidade surge como paradigma de vida — o provisório e
o frágil constituem, simultaneamente, limitações e potencialidades. Assiste-se,
assim, ao cruzamento de correntes religiosas e espirituais, antigas ou recentes,
o que corresponde a níveis de procura e de identificação interna, tomando o
âmbito da espiritualidade em instância de questionamento e de escolha.
Assim, o universo do religioso como que se apresenta em aberto, perma-
necendo como factor importante de integração da vida das pessoas em socie-
dade. Contudo, os campos do espiritual e do ético, mesmo quando mediados
pelas instituições religiosas, não se esgotam nestas.
Exemplos podem ser referidos para explicitar a deslocação do religioso e
da sacralidade próprios da secularização. Os locais de culto ou de encontros
religiosos podem encontrar-se, muitas vezes, em centros comerciais, ocupar
antigas salas de espectáculo, realizar-se em recintos desportivos e estádios de
futebol. Nas últimas décadas, muita da iconografia religiosa proposta pelas di-
versas famílias religiosas tomou imagens despidas da natureza para sublinhar a
transcendência e suscitar a adesão do indivíduo. Hoje, o universo publicitário,
em muitos momentos, apela a um imaginário tradicional do religioso para sus-
citar a apetência de consumo. Contudo, em qualquer localidade do país, nu-
m
, a serra ou numa planície, persistem traços de vivências religiosas que lem-
Plamcie alentejana. bram e reactualizam um passado, interrogando sempre o presente — afinal,
FOTO: A N T Ó N I O C U N H A polaridades na tarefa de construção da linguagem colectiva de memória.

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ÍNDICE GERAL
A Afonso, infante de Portugal, cardeal, bispo da Guarda, de Viseu,
Abbeville, João de, cardeal-legado, I, 317 arcebispo de Lisboa, II, 2 1 , 103, 135, 144, 148, 149, 150, 196,
Abdelaziz, 1, 93 2 1 3 , 230, 2 3 1 , 235, 383, 492
Abderramão I, califa de Córdova, I. 97 Afonso, Luís, 1, 406
Abderramão II, califa de Córdova, I, 100 Afonso, Maria, I, 470
Abdu'1-Bahá, III, 487 Afonso Maria de Liguori, santo, II, 647; III, 145
Abelardo, II, 538 Afonso, Pedro, I, 70, 72.
Abelly, Louis, bispo de Rodez, II, 440-441 Atonso, príncipe real. I, 502. 504
Abet, Moisés Ben, I, 75 Afonso I, rei das Astúrias, I, 95, 103
Aboazar Lovesendes, I, 441 Afonso III, rei das Astúrias e Leão, I, 94, 95, 103, 104, 158, 304
Aboim, João Peres de, mordomo-mor, I, 1 9 1 , 322, 467-468 Afonso VI, rei das Astúrias, Leão e Castela/imperador da Espanha,
Aboim, Maria, I, 467-468 I, 100, 103, 104, 106, 107, 109, 129, 209, 210, 225, 304, 309,
Aborto, III, 247, 295, 301, 3 1 2 334, 356, 357, 434, 439
Abravanel, Isaac, 1, 63, 86 Afonso VII, rei das Astúrias, Leão e Castela/imperador da Espanha,
Abreu, António, II, 454 I, 2 1 3 , 307
Abreu, João Manuel de, II, 91 Afonso IX, rei das Astúrias e Leão, I, 187, 455
Absentismo, I, 2(14. 239, 247, 248-249, 284, 290; II, 1 1 , 25, 27. Afonso X, rei das Astúrias, Leão e Castela. 1, 41, 58. 9«. 104, 117,
195, 224, 234, 253, 378, 379. 518 119, 124, 192, 3 1 9
Absolutismo (ver Tradicionalismo) Afonso I. rei do Congo, II. 271
Abu 'Abd-Allâh (Al-Yâburi), I, 125 Afonso I (Henriques), rei de Portugal, I, 98. 102, 106, 107, 109,
Academias, II, 40, 91, 379-380, 463, 498, 629; III, 420, 421, 148, 167, 170, 179, 185, 210, 2 1 3 , 224, 225, 226, 228, 234,
448 235, 241, 305, 306, 307-308, 309, 3 1 1 , 3 1 2 , 344, 379. 433,
Acção Católica Portuguesa (ver também Associativismo e militância 445-452, 508; II, 489, 629
católica), III, 1 3 1 , 132, 135, 136, 142, 150, 155, 157, 163, 174, Afonso II, rei de Portugal, 1. 4, 36, 41, 56, 68, 69, 106, 1 1 5 ,
176, 1 7 7 - 1 8 1 , 184-188, 189, 191, 192, 194, 195, 196, 197, 198, 126, 146, 174, 183, 193, 216, 232, 235, 264, 269, 306, 307, .
199-200, 202, 214, 216, 218, 220, 221-222, 225, 227, 228, 3 1 1 , 3 1 2 , 3 1 4 - 3 1 5 , 324, 462
229-231, 231-238, 238-239, 240, 244, 246, 254-255, 260, 267. Afonso III, rei de Portugal, I, 8, 53, 56, 58, 60, 106, 114, 146,
270, 272-273, 288-289, 291, 298, 302-307, 309-310, 380, 148, 164, 166, 168, 170, 176, 177, 183, 187, 191, 193-194,
381-382, 383, 385, 392, 413-414, 437 2 3 1 , 235, 236, 243, 270, 306, 307, 31í>, 317-320, 322, 355,
Acciaiuolli, Filippo, núncio apostólico, cardeal, II, 172-173, 175 402, 406, 462, 463, 467
Accoramboni, Octávio, colector apostólico, II, 157, 648 Afonso IV. rei de Portugal, I, 59, 60, 68, 108, 1 1 2 , 146, 233,
Açores (ver também Angra), II, 103, 119, 325, 504, 654, 655; III, 324-326, 327, 4 1 1 , 463, 464, 468, 480, 485, 489, 624, 660
30, 92, 1 5 1 , 257, 264, 441, 451, 462-463 Afonso V, rei de Portugal, I, 41, 45, 54, 62, 63, 67, 68, 69, 75,
Aculturação e inculturação, II, 10, 39, 258, 259, 270, 271, 272, 77, 104, 107, 108-109, 1 1 0 , 1 1 1 , 1 1 2 , 1 1 5 , 1 1 6 , 233, 333, 495,
277-278, 278-279, 281, 290, 293, 294, 298-302, 305, 307-308, 496, 499; II, 16, 49, 153, 263, 266, 407, 433, 449, 451, 558,
309, 3 1 0 - 3 1 1 , 386-387, 459, 460, 506-507, 582, 594, 615, 630, 606, 608, 648, 659
641, 650, 653; III, 368, 384, 390-392 Afonso VI, rei de Portugal, II, 81. 87, 163, 182, 466, 557, 644
Adriano, imperador romano, I, 53 Afonso Sanches, infante de Portugal, 1, 160, 2 3 1 , 472
Adriano I, papa, 1, 34 Afonso Sanches, fidalgo, I, 463
Adriano V, papa, I. 321 Africa (ver também Colonização e colonialismo, Missionação), II,
Adriano VI, papa, II, 148 II, 46, 103, 119, 261, 265-267, 272, 276, 280, 289, 293, 303,
Adriano, santo, 427 307, 504, 510, 585, 644; III, 55, 86, 166, 182, 214, 249, 268,
Aduarismo (ver Escutismo) 269, 270-271, 305, 353, 358, 370, 383-384, 387-388, 392, 457,
Adventismo, III, 456, 460, 465-466, 470, 471-472, 474 469-470, 476, 488, 494
Advento, I, 29 Agden, Febádio de, I, 25
Aetemi Patris, encíclica papal, 111, 124 Aggiomamento (ver Vaticano II)
Afonso, Álvaro, 11. 490 Agnosticismo, II, 44; III, 12, 43, 46, 96, 174, 197, 370, 437
Afonso Betotes, conde, I, 304 Agnus Dei, II, 362, 367
Afonso, bispo da Guarda, I, 4 1 2 Agostinhas, I, 498; II, 557, 603
Afonso, bispo de Falência, e de Lamego, I, 175 Agostinho, santo, bispo de Hipona, I, 2 1 , 30, 32, 34, 222, 224,
Afonso, conde de Ourém, I, 398 261, 346, 348, 362, 416, 445; II, 33, 364, 391, 538, 587, 637,
Afonso, duque de Bragança, II, 16 659, 662
Afonso, Gaspar, II, 363 Agostinhos, I, 185, 192, 222, 228, 373, 412; II, 19, 23, 24, 42,

539
INDICE GERAI.

74, 77, 176, 202. 203, 206, 215. 276. 291. 360, 387, 401, 422, Aljubarrota, I. 45
433, 576, 603, 606-607, 648 Alie, médico, I. 108, 1 1 4
Agreda, Maria de Jesus, II, 636 Almada, II. 603; 111, 296, 474
Agricultura e mundo rural, I, 214, 262, 263, 264, 275, 280, 283, Almada, Francisco de Sousa e. II, 453
462, 467; II. 317, 354-355, 371, 485. 528-529, 566. 628, (,42. Almansur, Yaqub. I, 94, 99. 434
650; 111. 17, 23, 26, 30, 3 1 , 42, 44-45. 76. 80, 83, 85, 91, 95, Almeida, II, 90
100, 146. 148, 182. 198. 208, 2 1 0 - 2 1 1 . 216, 232-233, 300, Almeida, António, II. 455
301, 307, 309, 364, 368, 372, 389, 407, 4 1 1 , 445, 468 Almeida, António de, III, 1 1 3 , 121
Aguiar, Américo Monteiro de (padre Américo), III. 133, 191 Almeida, António José de, presidente da República, III, 432
Aguiar. Joaquim António de, III, 3 1 , 137, 369, 426 Almeida, Apolinar de, II, 288
Aguilar, Francisco de Azeredo Teixeira de (Samodães, 2." conde Almeida, Carlos Ferreira de. II. 627
de), III. 49, 103, 110, I 15, 1 2 1 - 1 2 2 Almeida, Cristóvão de, II, 572, 630, 634, 635, 649
Aires, Francisco, II, 421 Almeida, Fortunato de, I, 2, 144. 145-146, 147. 307; II, 287, 430,
Aiuti. André, núncio apostólico, 111. 90-91, 92, 94, 100 655; III. 12, 47
Aix-en-Chapelle, 1, 244 Almeida, Francisco de, II, 502, 649
Ajuda da Fé, I. 70, 80-86 Almeida Garret, 1." visconde de. III, 25. 7 1 , 88, 1 2 1 - 1 2 2 , 353
Alandroal, 1. 122 Almeida, Gustavo de. Ill, 217
Alão de Lille, I, 381 Almeida, Jerónimo de, bispo de Angra e Açores, II, 654
Alarcão, Jorge, I, 13, 15 Almeida, João de, III. 222
Albani, Nicola, II, 357-358 Almeida, João Ferreira de, III, 281-282, 447, 448
Alberto de Áustria, arquiduque, cardeal, inquisidor-geral e vice-rei Almeida, João J. da Costa, 111, 453
de Portugal. 11, 110, 1 1 1 , 350, 381-382, 576 Almeida, Jorge de, bispo-conde de Coimbra, arcebispo de Lisboa,
Alberto (Maglio), santo, II, 375, 577 inquisidor-geral, regente. I. 382; 11, 2 1 , 110. 136, 42,S, 450,
Albuquerque, Afonso de, vice-rei da índia, II, 268, 269, 362, 386 475, 494
Albuquerque, Fernando. Ill, 467 Almeida, Leo de, III. 445
Albuquerque, Henrique Ribeiro Ferreira de. 111. 453 Almeida, Manuel Nunes de, 111. 222
Albuquerque, Jorge de, II, 268 Almeida, Teodoro de, II, 40, 41, 42, 44, 205, 392, 398, 402,
Albuquerque, Mouzinho de, 111, 363 423-424, 442, 612, 615, 621, 630
Alcácer do Sal, I, 104, 179, 183, 185, 235-236, 277, 456; III, 255 Almeida, Tomás de, bispo de Lamego, do Porto, e
Alcobaça. I, 70. 75, 100, 145, 169, 183, 190, 1 9 1 , 214. 216, 217, cardeal-patriarca de Lisboa, II. 166, 536, 550, 565
235, 280, 282, 350-351. 370, 381. 384. 385, 396, 410, 413, Almeida, Tomás Gomes de, bispo de Angola e Congo, e da
416, 417; II. 202-203, 205, 208, 324, 367. 356, 418, 449, 495 Guarda, III, 46, 359, 363
Alcobaça, João de. I, 39, 70, 75. 77 Almeida, Vieira de, III. 437
Alcorão, L 91, 95, 12'): II. 66, 407 Almeirim, II, 451
Aldeias e aldeãos (ver também Agricultura), I. 8-10, 44-45, Almendra, Júlia de, III, 224
139-140, 141, 203, 205, 206, 2 1 3 - 2 1 4 , 249. 267, 277-283, 360; Almóadas, I, 99, 192. 447, 456-457
II, II, 78, 79, 1 2 1 , 204, 2 1 3 , 223, 239, 241, 250, 3 2 1 , 394, Alniorávidas, I, 99, 103, 436
401, 414-415, 452, 466, 485, 51 1, 552, 570, 571, 577, Al-Mutamid, Abbad bin Muhanimad, rei de Sevilha, I, 434
607-608, 628, 642; 111, 17, 23, 26, 30, 3 1 . 42, 44-45, 76, 80, Alprão, Afonso de, inquisidor, I, 41, 393
83, 85, 91, 95, 100, 146, 148, 182, 198, 208, 2 1 0 - 2 1 1 , 216, Alquimia, 11, 374, 375
232-233, 300, 301, 307. 309, 364, 368, 372, 389, 407, 4 1 1 . Alumbrados (Iluminados), II, 75-77, 107, 570, 581, 605
445, 468 Alva, Julião de, bispo de Portalegre e de Miranda, II, 227, 240,
Alden, Dauril, III. 388 494
Alegria, José Augusto, II. 492 Álvares, Afonso, II. 67, 452, 453
Alejandre, Juan Antonio, II, 549-550 Álvares, João, I. 384-385; II, 16, 383
Alemanha I, 28, 34; II, 51, 58, 97; 111. 55, 80, 100, 108, 214. Alvares, Luís, bispo de Portalegre, II, 433
222, 227, 358, 448, 483 Alvares, Luís, padre jesuíta, 11, 455, 630
Alenquer, I, 2 3 1 , 455, 499-501, 502; 11. 332, 348, 652, 653, 655 Álvaro, conde, 1, 496
Alexandre, José, III, 468 Alvaro, duque de Viseu, 1, 63
Alexandre II. papa, I, 116 Álvaro, Paulo, I, 101
Alexandre III. papa, I, 3 1 1 Alves, António Durão, III. 166
Alexandre IV. papa, I. 176, 179, 455-456 Alves, Francisco Manuel (abade de Baçal), III. 443
Alexandre V, papa, I. 328 Alves, João, bispo de Coimbra, 111, 251, 281
Alexandre VI, papa, II, 17, 432, 468, 608, 659 Alves, |oão Carlos, III, 187
Alexandre VII. papa. II. 97, 163 Alves, José da Felicidade, 111, 271, 273, 274
Alexandria, I, 34 Alves, Sebastião José, III, 377
Alexandrino, Silvério, II, 453 Alvito. I, 60, 462
Alfaias litúrgicas, I, 246, 267, 271-273, 347, 352, 37(1. 391, 431, Amadeu (ou Amador) da Silva de Meneses, beato, I, 339, 362,
432, 474! 475, 476-477, 484, 488; II, 195, 253, 254, 348, 357, 374, 505; II. 648
480-484, 522-523, 562, 568, 569-570, 606, 608; III, 257 Amaral, Francisco de, II, 630
Alfaqueque, I, 106 Amaral, João Bosco Mota, III, 267
Alfarde, Pedro, I, 447 Amaral, Luís, I. 145
Algarve, I. 186; 11, 50, 65, 99, 103, 129, 202; III, 441. 462, 482 Amaral, Pedro, II. 247
Algarve (diocese do), 1, 144, 180, 192, 193, 194. 41(1; II. 122, Amaral, Sebastião do. II, 604
145, 191, 192, 2 1 2 , 390, 415, 523, 525, 630; III, 206, 207. Amarante, Carlos da Cruz, II, 580, 664
281. 467 Amélia de Orléans, rainha de Portugal, 111, 467
Aliaga, Luís de, II, 1 1 1 América, II, 270. 272, 276, 274, 277, 280, 290-291, 296-297,
Aliança Evangélica Portuguesa (AEP), III, 471, 479 301, 303, 302, 307. 506-507, 510, 628; 111. 272, 310, 450, 463,
Aliança Neo-Espiritualista Portuguesa (ver Espiritismo) 469

540
INDICE GERAI.

Américo, bispo de Coimbra, I, 392 486, 488-491, 507; II. 1 1 . 12, 38, 49, 52, 56-62, 68, 78-79.
Américo, padre (ver Aguiar, Américo Monteiro de) 85-86, 87, 88, 125-128, 153, 235, 252, 257-258, 262, 299-302,
Ameríndios (ver América) 307, 3 1 1 , 317-322, 325-326, 327-328, 339, 345, 361-362, 365,
Amorim, Ana de Jesus Faria de, III, 173 369-375, 379, 385, 424. 451, 452-462, 474, 475, 484-486, 510,
Amzalak, José, III. 439 521, 522-523, 529-557, 572-573, 582, 583. 591, 594, 612-614,
Amzalak, 'Leão, III, 439 618, 622, 625, 627, 628, 633, 634, 641, 650, 652-657, 661,
Amzalak, Moisés, III, 441 675; 111. 9, 1 1 , 28, 70-71, 86, 87, 91, 94. 105, 136, 148,
Anahory, Simão, III. 439 1 5 1 - 1 5 2 , 173, 257, 258-259, 262-266, 401-406, 406-411, 414,
Anaia, João, bispo de Coimbra, I, 167, 241 437, 438, 443, 476, 477, 478. 497-499, 503-506
Ananda Marga Pracaraka Samga, III, 487 Antunes, Francisco, III, 368
Anarquismo, III, 18, 38, 49, 50, 101, 435 Antunes, João, II, 580
Ancel, Alfred, bispo aux. de Lyon, III, 29(1 Antunes, João, III, 482
Anchieta, José de, 11. 458, 459; III. 395 Antunes, João Lobo, III. 345
Andaluz, Luísa, III, 172 Antunes, José. 111, 285
Andeiro, João Fernandes, conde, I, 65, 328 Antunes, José Maria, padre espiritano, III, 368, 371
Anderson, James, III, 421 Antunes, Manuel Luís Marinho, III. 264
Andrade, António de, 11. 289 Antunes, Manuel, padre jesuíta, III, 279
Andrade, António de Feliciano de. II. 631 Anunciação, Francisco da, II. 413, 422, 603
Andrade, António do Espírito Santo, II. 630 Anunciação (Povolide), Miguel da, bispo-conde de Coimbra, II.
Andrade, Diogo de Paiva de, II, 402, 424, 433, 434, 630 39, 40. 141. 172, 173, 174, 176, 214. 228, 235, 254, 255, 381.
Andrade, Filomena, I, 145 384, 388, 389, 397, 525-526, 550, 619, 672
Andrade, Gomes Freire, grâo-mestre do Grande Oriente Lusitano, Aparições, II, 355, 577, 619, 625, 630, 631, 637; III. 153, 158,
II, 93; 111, 423, 424 238, 243, 403
Andrade, José Dias de, III, 432 Apologética, I. 4. 2 1 , 39, 43-44, 69-86, 1 1 6 . 127-129, 229, 232,
Andrade, Lucas de, II, 251 377^ 453. 457; II. 43, 56, 63, 65-66, 70, 346, 382, 398-399,
Andrade, Luís Álvares de, II. 580, 594, 595, 661 400, 407, 420, 432-442, 574, 625, 646, 647, 648, 651; III. 41.
Andrade, Manuel Tavares, II, 349 42. 44, 45, 46, 53, 70, 72-73, 75, 83, 84, 89, 91, 92, 93, 98,
Andrade, Matias de, II, 423 99-100, 1 1 3 , 120-122, 123, 124, 139, 155, 174-175, 186, 262,
Andresen, Sopliia de Mello Breyner, III, 288 288, 447. 450, 451, 464-465, 468, 504
Anes, Estêvão, chanceler-mor, I, 1 9 1 , 322, 402, 462, 463, 467 Apostolado da Oração, III. 58, 105, 106, 1 1 4 - 1 1 5 , 144, 150, 159,
Ângela de Foligno, santa, 11, 571 166, 178. 226, 288
Anglicanismo, II, 74; III, 38, 44. 428, 445-446, 447, 448, 449, Apostolado dos Leigos (ver Laicado)
451-454, 470 Aposlolicam actuositatem, declaração conciliar, I I I , 225, 302
Angola, II, 97, 1 2 1 , 189. 193, 267, 268, 270, 276, 282, 286, Apóstolos do Coração Imaculado de Maria, 111. 226
385-386; III, 223, 243, 250-251, 308, 355, 362, 364, 366, Apresentação, Egído da, II. 629
367-368, 369, 374, 394, 456, 457, 466, 469, 498-499 Apresentação, Luís da, II, 63
Angra e ilhas dos Açores (diocese de), II, 380-381, 559, 561. Apríngio, bispo de Beja, I, 240, 349
654-655; III. 138 Aquitânia, I, 30, 3 1 , 34
Animais, II, 541 Árabes, I, 4, 92. 1 1 7 - 1 1 8 , 1 2 1 - 1 2 2
Animismo (ver Paganismo) Aracoeli, Francisco de, II, 42, 572, 649
Anjos, II, 621-625 Aragão. I. 4
Anjos, Luís dos, II. 37, 361, 424, 643 Aranda, Mateus, II, 492
Anjos, Manuel dos, II, 649 Aranha, Brito, II. 383
Anselmo, José, II, 619 Aranha, João Afonso, vedor da Fazenda, bispo de Salim, e do
Ansur, I. 432 Porto, I, 327
Ansures, Pedro, I, 436 Aranha, Tomás, II, 596, 649
Antão, santo, I. 360 Araújo, Ana Cristina, II, 318, 591, 592-593
Anticlericalismo, I. 472; II. 10, 177, 268, 621: III, 1 1 , 17, 23, 3 1 , Araújo, António, II, 387
38-40, 41. 46, 47, 52-54, 55, 59, 70, 74, 86, 91, 94-95, 95-96, Araújo, Francisco Salgado, II, 181
98-99, 105, 106, I I I . 1 2 0 - 1 2 1 , 122, 137, 139-142, 144, 148, Araújo, José, II, 438
153-154, 162, 167-168, 178, 197, 199, 209, 326, 355, 363, Arcanjos, António dos, II, 630, 649
369-370, 412, 426, 428-436, 466, 467, 495, 498, 503 Arganil, I. 179
Anticristianisnio, I, 86-87 Argote, Jerónimo Contador, II, 572
Anticristo, 1. 37 Arianismo, I, 25-29, 48, 33, 240, 303
Antijudaísmo, I. 43, 55, 56, 58-59, 60, 61, 63-69, 69-86, 382; II. Arias. Juan, III, 289
9," 49-51, 52-54, 63-64, 65, 2 1 3 , 220-221, 3 3 1 , 374, 382, 407; Aries, Philippe, II, 621
III, 446 Aristóteles, III, 402, 420, 429
Antioquia, I, 284 Aries, I. 25
Antoine-Fréderic Ozanam, beato, III, 1 1 2 Arouca, I, 145, 175, 208, 219, 233, 455, 460
Antonino, bispo de Mérida, I, 33 Arquitectura (ver também Arte sacra), I, 37, 122-123, 274, 286,
Antonino de Florença, santo, II, 642 368-370, 388, 389, 390, 466; II, 277. 326, 346, 355-356,
António de Lisboa, santo, I, 37, 339, 360, 374, 457, 472; II. 87, 466-473, 482, 580, 605, 607, 608, 609, 664; III, 7 1 , 124, 158,
324, 641-642; 111. 55, 146, 160-161 220-224, 257
António, infante de Portugal, II. 144-145 Arquivos e bibliotecas, I, 145, 215, 240, 267, 271, 345-348,
António, Lauro, III, 209 350-351, 366, 367, 381, 384, 388, 392-393, 397, 407, 412,
António, mestre, I, 70, 77, 80-86 413-417, 432, 445, 460; 11, 24, 30, 33, 35, 59, 60, 102,
António, pnor do Crato, II, 80, 81, 1 1 1 , 136-137, 156, 420, 606 124-125, 195, 199, 235, 251, 254, 256, 256, 347, 357, 375,
Antropologia (ver também Festas, Sociologia), 1, 13-14, 44, 391, 418, 426, 434, 449, 472, 510, 5 3 1 , 532, 606, 629
423-424, 430-431, 442, 445-452, 457-458, 461, 465, 479-480, Arrábida, II, 18, 24

541
INDICE GERAI.

Arrais, Amador, bispo de Portalegre, esmoler-mor, II, 382, 420, Avila e Bolama, 1." marquês e 1." duque de, primeiro-ministro,
421, 433, 467. 494, 542, 553, 573, 589-590 III, 41
Arroteia, Fernando de, I. 377 Avito. I, 34
Ars, santo cura de (ver Jean-Marie Vianney) Avril. J.. I, 248
Arte sacra (ver também Arquitectura), I, 271-273, 379, 380, Azambuja, Jerónimo de, 11, 124, 433; III. 447
391-392; II, 277, 281. 359, 462-486, 563, 574; III, 71-72, Azambuja, João Esteves Afonso de, chanceler-mor, bispo do
74-75, 100, 110, 136, 161, 182, 220-225, 257, 385, 390 Algarve, do Porto, Coimbra e arcebispo de Lisboa, cardeal, I,
Artes decorativas (ver Escultura e artes decorativas. Indústria, 1 1 1 , 252
artesanato e operariado) Azevedo, António de Araújo de, conde da Barca, III. 423
Artur, rei dos bretãos, II, 88 Azevedo, Carlos Moreira. III, 161, 280
Ascenção, Marceliano da, II, 43 Azevedo, Egídio Pereira de Oliveira e, III. 356-357
Ascensio, Eugénio, II, 66 Azevedo, Francisco de. II. 416
Asclico, santo, I. 427 Azevedo, João Lúcio de, II, 171
Ásia (ver também Padroado régio), II, II, 66, 68, 1 1 9 , 142, 154, Azevedo, Joaquim. Ill, 1 1 6
161, 170, 188, 193, 261, 274, 276-277, 282. 292, 293, 303-305, Azevedo, José Pegado da Silva, II. 438. 440
307, 308, 646; III, 55, 86, 166, 182, 305, 358, 364, 370, 428, Azevedo, Nicolau da Maia, II, 634
447-448, 477, 487. 494 Azevedo, visconde de, III, 122, 123, 124
Assembleias de Deus, III. 461-463 Azpicuelta Navarro. Martin, II. 23, 214. 380. 498. 545. 546, 638
Assistência, I. 238, 262, 359, 365, 366, 374. 423, 428, 460-470,
478, 485, 491; II. I I . 22, 36, 59, 174. 179, 214, 234. 244, 251. B
326, 329-331, 334, 347, 356, 357, 393, 394, 420, 456, 460, Babo. Francisco, III, 148
521, 563, 589, 609, 634, 646, 647, 648, 654. 655, 656, 659, Baçal, abade de (ver Alves, Francisco Manuel)
664, 673, 674; III, 37, 38, 43, 44, 46, 47, 49, 50, 92, 93, 96, Bacon, Francis, II, 317
98, 110, 114, 1 3 1 , 1 3 2 - 1 3 3 , 137, 144, 160. 161, 163, 164, 168, Baden-Powell, III. 442, 455
172. 186. 194, 195, 198, 212, 252, 264. 266, 364. 366, 373, Baha'i, III. 415. 486-487, 494
439, 442. 449, 460, 462, 472. 476, 482 BahâVllâh, III. 486
Associação Sukio Mahikari, III. 487 Baião, A. J. S„ III, 472
Associativismo e militância católica (ver também Acção Católica Baião, Francisco (o Gaijo), II. 67
Portuguesa). III, 34, 38, 40, 44-45, 46, 47, 48, 49. 50, 54, 57, Baião, José Pereira, II, 42
58, 59, 91, 92-93, 94, 97, 98, 99-101, 102, 103, 104, 106, 108. Balbi, Íl, 202
I l l , 1 1 2 - 1 1 3 , 1 1 6 - 1 1 9 , 1 1 9 - 1 2 1 , 122-123, 125, 130, 1 3 1 - 1 3 3 , Baldino, Justo, bispo de Ceuta, I. 377
137-138, 144, 146-147, 154. 158, 159, 167-168, 169, 174-177, Balthasar, Urs von, III. 288
1 7 7 - 1 8 1 , 182, 184-188, 192, 195, 202, 2 1 3 , 225-238, 244. 246, Banda, 1, 13
256, 260-261, 262, 266-269, 270, 271-277, 278-279, 291, Bandarra, Gonçalo Anes, II, 82-83, 84, 85, 86; III, 410
293-294, 299-300, 302-313, 321-322, 364, 365-367, 380-381, Banha, João Rodrigues, II. 136
386, 413-414, 433, 495, 496, 505 Baptista, António Alçada, III, 204, 278, 290
Assor, Abraham, III, 440 Baptista, António F., III. 462
Assunção, Diogo da, II. 62 Baptista, João, II, 40, 205
Assunção, José da, II. 418, 431-432 Baptista, Júlio César, I, 185, 307, 328
Assunção, José Reis da, III, 176 Baptista, Manuel, II, 387
Assunção, Lino da. II. 621 Baptista. Maria F„ III, 462
Assunção, Manuel da, 11. 387 Baptistas, 111. 458-460, 461, 463, 464, 468, 470. 471
Assunção, Rafael da, prelado de Moçambique, bispo de Cabo Baquiário, I. 203
Verde, 111. 371 Barata-Feyo, 111. 222
Astorga, I, 6, 32-33, 149, 237 Barbaro, Ludovino, 11. 420
Astrologia, II. 80, 370, 3 7 1 . 374-375, 489 Barberini, cardeal, II. 160
Ataíde, António de, vedor da Fazenda, conde da Castanheira, 11. Barbosa, Francisco, II. 374
227 Barbosa, Jerónimo Soares. II. 621
Ataíde. João de, I. 494-495, 497, 502-504, 505 Barbosa, João Morais. I. 37
Ataíde, João de. bispo de Viseu, II, 227 Barbosa, Joaquim, II. 453
Ataíde, Jorge de, bispo de Viseu, II. 1 1 2 , 156, 227 Barbosa, José, II, 630, 649
Ataíde, Luís de, vice-rei da índia, II, 459 Barbosa, José F. Amorim. 111. 408
Atanásio, santo, patriarca de Alexandria, 1, 354 Barbosa, José Francisco de A. Freire, II. 630
Ateísmo (ver também Agnosticismo, Descrença), II, 44, 58; 111, 1 1 , Barbosa, Pedro, I, 145
12, 88. 157, 168, 174, 193, 243, 422, 437. 467 Barcelos, I, 252; II. 4 1 5 . 510; III. 56, 373
Atouguia, I, 494-495 Barradas, Sebastião, II, 433
Augusto, imperador romano, I, 137 Barreiro, III, 223
Au milieu des sollicitudes, encíclica papal (1892). 111. 43, 56 Barreiros, Gaspar, II, 359
Aurora, conde de, III. 373, 382 Barreto, Francisco, bispo do Algarve, II, 214
Áustria, II, 174; III, 1 1 2 Barreto, José, III, 338
Ayala, Josefa de (|osefâ d'Ôbidos), II, 574, 576 Barreto, Manuel Agostinho, bispo do Funchal, 111, 54, 138
Avili, II, 317 Barreto, Melchior Nunes, II, 386
Aveiro. I, 252, 498; II, 350 Barroco, II, II. 38, 235, 246, 343, 359, 365, 401. 413, 414, 421,
Aveiro (diocese de), I, 252; II, 193, 210; III, 68, 134, 169, 198, 434-435, 437-441, 470-472, 495, 498, 500, 502, 5 1 1 . 555, 565,
207, 253, 254, 281 576, 579, 622, 630, 641; III. 71
Aveiro. Pantaleão de, II, 357 Barros, Ana, I, 145
Avelar, Francisco Gomes de, arcebispo-bispo do Algarve, III, 75 Barros, Brás de, II, 546
Avicena, I, 123 Barros, Henrique de Gama, I. 1 1 4
Ávila, I. 18 Barros, João de, II, 63, 86, 383, 386, 424, 494

54 2
INDICE GERAI.

Barros, Manuel de, II, 457 247, 248-252, 286, 290-291, 308-309, 3 2 1 , 328, 400, 407, 408,
Barros, Maria Filomena Lopes de, I, 108 409, 499; I I , 54, 109, 138, 142, 144-146, 148, 149, 150, 1 5 1 ,
Barroso, António José de Sousa, prelado de Moçambique, bispo de 157-158, 159. 161-162, 165, 167, 176, 177. 195. 197, 212, 219.
São Tomé de Meliapor e bispo do Porto, 111. 54, 56, 139, 140, 220, 221, 222-224. 378, 379, 488, 519; I I I , 26, 29, 3 1 , 33, 40,
362, 368, 378 67. 88, 91, 93, 103, 104. 1 1 1 , 141, 370, 433
Barroso, Pêro, II. 650 Beneplácito régio, I. 327: 11, 167-168, 174-175, 176. 177, 178,
Barruel, abade, 111, 424 181, 390, 672; 111, 68, 139-140, 141, 142, 360, 414. 428
Bartolomeu, santo, I, 465 Benevides, Gregório, II. 524
Bartolomeu dos Mártires, beato, arcebispo de Braga, II, 19, 22, Bensabat, Levy, III, 439
25-26, 137, 146, 2 1 3 , 2 1 4 - 2 1 5 , 227, 234, 253, 255, 336, 359, Bensaúde, Abraham, III, 439
361, 379, 380, 384, 385, 387, 391, 394-395, 397, 398, Bensimou, Levy. III. 440
400-401, 408. 414, 415, 420, 428. 430, 433, 443. 493, 517, Bento de Núrsia, santo, I, 205, 207, 208, 209, 346, 356, 357-360,
518, 520, 521, 522, 523, 524, 525, 526, 534, 546, 548, 553, 367
554, 559, 570, 612, 638-639, 640, 646 Bento XII, papa, 1, 228
Basílio de Cesareia, santo, I. 205; II. 659 Bento XIII, papa, 1, 75, 228; II, 388, 6 1 3
Basilissa, mártir, I, 427 Bento XIV, papa, II, 40, 88, 163, 169, 301-302, 388, 427, 482,
Basto, Artur Carlos Barros (Abraham Israel Ben Rosli). 111. 441-447 549, 565, 593, 613, 643, 662-663, 664; I I I , 423
Basto, Domingos, 111. 176 Bento X V , papa, I I I , 130, 161
Basto, José António de Sousa, visconde da Trindade, 11. 664 Berberes, 1, 4. 92, 93, 101
Basto, Maria do Rosário, I, 145 Berdiaeff, Nicolas, III, 177
Batalha, I, 377, 378; II. 355 Berg, Daniel, 111, 461
Baxete, Clemente, II, 357, 358 Bergier, II, 44
Beato de Liebana, I, 122, 346, 349-350, 3 5 1 , 416 Bermudes, Félix, 111, 482
Beatriz (ou Brites) da Silva de Meneses, beata, I, 339, 375, 498, Bermudo Ordonhes, príncipe, 1, 423
501, 648 Bernardes, António de Oliveira, I I , 577
Beatriz, duquesa de Viseu e de Beja, I. 496 Bernardes, Diogo, I I . 434, 453
Beatriz, rainha de Portugal, I. 319-320; II. 451 Bernardes, Manuel, II. 29, 33, 208, 388, 416, 419. 421. 595, 603,
Becket, Thomas (ver Thomas Becket) 605, 614, 622, 630, 636, 641. 649
Beckford, II. 503 Bernardino de Sena, santo, I. 374; II, 618
Beckford, William, II, 673 Bernardo, arcebispo de Toledo, I. 209, 210, 225, 242, 309, 356,
Beda, santo, II, 317 436. 438
Beirante, Ângela, 1, 192 Bernardo, bispo de Coimbra, I, 166-167, 225, 226, 356
Beirão, Raimundo dos Anjos, III. 114 Bernardo, bispo de Siguenza e arcebispo de Compostela, I. 209
Beja. I. 16, 56, 67, 106-107, 125, 250. 472; II. 197, 202, 485 Bernardo, cronista, I, 444
Beja (diocese de), I, 185; II. 193, 206, 210, 220; III. 53, 160, Bernardo de Claraval, santo. I, 37, 212, 2 1 3 , 380, 387-388, 460;
172, 206, 207, 216 II, 23, 24. 33. 406, 419, 576, 620, 622
Beja, António de, 11. 375 Bérulle, Pierre, cardeal, II. 631
Belchior, Maria de Lourdes, 111. 299 Besant, Annie, I I I , 482
Belém, Jerónimo de, II, 42, 508, 619, 621 Bethencourt, Francisco, II, 369-370
Bélgica, II, 58, 563-564, 573, 621; III. 83, 100. 121. 135, 140, Bezerra, João, II, 62
170-171, 179, 180, 183, 477-478 Bezerra, Lima, 11. 334
Bell, Aubrey, II. 433-434 Bíblia e exegese bíblica, I, 29, 32, 36, 43, 48, 54, 72-74, 75, 86,
Bell, Lester Carl, III, 460 91, 129, 261, 263, 341, 346, 347, 348-349, 350-351, 362, 367,
Bellannino, Roberto (ver Roberto Bellannino) 370, 384, 387, 392, 393, 398, 401, 450; II, 38, 82, 84, 88,
Bellet, Maurice, III, 290 214. 218, 235, 258, 279, 299, 334, 377, 382, 383, 391, 392,
Belmonte, 111, 439, 443, 445, 446 397, 398-399, 409, 4I7, 4I8, 426, 427, 432, 433, 434, 437.
Belo, António Mendes, bispo do Algarve e cardeal-patriarca de 451. 453, 454. 456, 457, 459, 460, 469, 478, 479, 480, 517,
Lisboa. 111, 46, 59, 140, 142, 144, 162, 166, 167 574, 576. 577, 580, 581, 621, 622, 623, 625, 632, 634, 650,
Belo, Fernando, III. 279-280 660, 662; III, 28, 46, 78, 80, 83, 1 1 1 , 118, 1 5 1 , 169, 189, 214,
Belo, João, III, 372, 377 218, 260, 266, 271-272, 276, 279-280, 287, 304, 402, 447.
Belo, Ruy, 111, 288 448-449. 451, 452, 454, 457, 459, 461, 462, 463, 464, 467,
Beltrão, João, II, 428 474, 477, 478, 497, 498
Bem, António Caetano de, II, 43 Bichi, Vincenzo, núncio apostólico e cardeal, I I , 160, 165, 166,
Bem Público, O, III, 46 168, 171
Benadife, Isaac, 1, 62 Bidarra, Manuel, 111. 238
Benarus, Adolfo, III. 441, 444 Bigote, J. Quelhas, II, 610
Benedita, ermita, 1, 221 Birmânia, II. 276
Beneditinas, I. 170, 175, 183. 291, 292, 357; II, 460 Bishko, Charles, I, 206
Beneditinos, 1, 7, 148, 159, 165, 172, 179, 2 1 0 - 2 1 1 , 215, 216, Bispos, I, 18, 20-21, 3 1 , 32, 33, 34, 41, 54-55, 129, 139, 146,
217, 219, 228, 345, 353, 357, 370, 385, 386, 393, 431; II, 17, 203, 204, 205, 215, 222, 227, 233, 237-244, 245, 246, 248,
152, 202, 203, 204, 205, 359, 422, 460-461, 495, 576, 629; III, 249. 250, 252, 255, 262, 274, 284-286, 287, 288, 289, 303,
26, 75, 1 1 4 , 170-171, 224, 252, 322 304, 306, 3 1 2 . 317, 318, 319, 320, 3 2 1 , 322-326, 328, 329,
— Cistercienses, I, 9, 100, 143, 145, 160, 170, 172. 175. 176, 183, 332-333, 352, 354. 356, 357, 366, 3 7 1 , 375, 387-397, 398,
188, 190, 194, 212-214, 216, 217, 219. 221, 227, 228, 233, 235, 399, 407, 408, 4 1 1 , 423, 431, 472; II. 9, 1 1 , 2 1 . 25-26, 27, 63.
256, 279, 280, 281-282, 357, 367-370, 378, 379, 420, 454-455, 91, 99, 103, 105, 110, 1 1 2 . 135, 136, 137, 138, 140, 143, 146,
471; II, 17, 202-203, 208, 377, 421, 429, 494-495, 576 149, 151. 156, 157, 158, 159, 160, 161-164, 165, 169, 170,
— Cluniacenses, I, 9, 100, 209-210, 2 1 1 - 2 1 2 , 2 1 3 , 345, 356-360, 172, 174, 175, 179, 181, 189, 194, 198, 212-220, 222, 225-235,
424, 431, 432, 442, 444, 453: II. 660 237, 242, 243, 249, 250, 251-255, 262, 279, 288, 289,
Benefícios (ver também Padroado régio), 1, 7-8, 146, 244, 245, 293-294, 296-297, 299, 308, 325, 336, 337, 345, 346, 359,

543
INDICE GERAI.

379, 382-385, 386-387, 388-389, 393, 404, 463, 468, 487, 488, Braga, João de, provincial dos Dominicanos, II, 19
517-518, 564, 570, 584, 614, 642, 646, 674; III, 21, 22, 25, Braga, Joaquim Teófilo, presidente da República, II. 452, 655; III.
26-27. 28, 29, 30, 32, 34, 38, 46-47, 48, 53, 54, 67-68, 68-69, 53, 429, 430, 466
74. 75, 77, 78, 80, 82, 88, 89, 90, 91, 92, 97, 103, 104, 105, Bragança, I, 59-60, 376; II, 355, 573; III. 438
112, 1 2 1 . 123, 138-142, 142-144. 152, 154, 155, 157, 162, Bragança e Miranda (diocese de), I, 156-158; II, 191, 192, 198,
164-169, 172, 173-174, 176, 178, 179, 180. 182, 185, 192, 195, 209-210, 2 1 3 , 214, 215, 225, 325, 404, 534, 535, 543, 545,
198, 207, 210, 2 1 4 - 2 1 5 , 216, 217, 226, 227, 229, 233-234, 549, 592, 609; 111, 173, 222, 444, 445, 446
235-236, 238, 240, 241, 242, 247, 248, 249, 250-251, 253, Bragança (casa ducal e real de), 1, 63, 379, 494, 505; II, 145, 210,
256, 258-259, 260, 261, 265-266, 270, 273, 274, 275, 278, 230, 500
284, 290, 291, 292, 293, 296, 297, 302, 304, 305-306, 308, Bragança. Alexandre de, arcebispo de Évora, mquisidor-geral, II,
309, 310, 328, 359, 362, 373, 374. 377, 388-389, 4 1 1 , 423. 110, 112, 145, 230
424, 428, 433. 449, 456, 459, 468, 504 Bragança, Gaspar de, arcebispo de Braga, II, 164, 230, 235, 367,
Bizantinos (Império Bizantino), I. 141; II, 660 391, 397-398. 428, 499, 529
Bladio, João, II. 429 Bragança, João de, bispo de Viseu. II, 27, 145, 230
Blasfémia e sacrilégio, I, 41, 87; II, 68. 78, 102, 1 17, 255, 407, Bragança, Joaquim, 1, 355, 366
470, 518-525, 566, 569-570, 615 Bragança, José de, inquisidor-geral, arcebispo de Braga, II, 110,
Blavatsky, Helena P.. 111. 481, 482 112, 135, 172, 173, 219-220, 23(1. 242, 388-389, 390, 417, 499,
lilois, Louis de, II, 24, 420 620, 641
Bluteau, Rafael, II, 374 Bragança, Nuno de. III, 288
Boaventura, santo, I. 230, 373, 374; II, 23, 24, 33. 72, 419, 576 Bragança, Teodósio de, arcebispo de Évora, II. 145, 196, I98,
Boavida, António José, III, 361, 362, 363, 378 210, 219, 230, 253, 387, 421, 467
Bobadilla, Francisco de, II, 580 Branca, infanta de Portugal, I, 231
Bolano, Afonso de, II, 266 Branco, José Oliveira, III, 347
Boléo, José Paiva, III. 260-261 Brandão, Caetano, bispo de Belém do Pará e arcebispo de Braga,
Boletim de Informação Pastoral, 111, 216, 218, 224-225. 254, 261, 11, 176, 216, 230, 392-393, 398, 428, 499, 507, 529, 657; 111.
314, 392 ' 75
Bombarda, Miguel, III, 53, 124 Brandão, Francisco, II. 620, 621
Bombarral, III' 360 Brandão, Hilarião, II. 420-421. 571
Bomtempo, João Domingos, II, 503 Brandão, Luis. II, 421
Bona, Henrique de, I. 447 Brandão, Pedro, bispo de Cabo Verde, II, 433
Bonald, III. 84 Brandão, Raul, III. 74, 88, 93
Bonança, João, III, 431. 437 Brás, Camilo, II, 621
Bonifacio VIII. papa, I, 388 Brás. Joaquim Alves, 111. 191
Bonifácio IX, papa, I, 192, 235; II. 16 Brasil, II. 10, II. 54, 55, 58, 59, 63, 66, 85. 92, 93, 102, 103,
Bordalo, José, II. 453 104. 119. 121. 129, 1 3 1 , 152. 165, 166, 168, 172, 188-189,
Borges, António A., II, 159 191, 193, 194, 233, 261, 265, 270, 274, 275. 276, 281, 285,
Borges, Ferreira, II, 93 286, 289-291, 293, 302, 303-304, 308, 309, 339, 387, 393,
Borges. Gomes, I, 484 412, 434, 458-459, 462, 468, 476. 505, 506-507, 5 1 1 , 553,
Borges, José Primeiro, III, 386 560, 564, 580, 585, 628, 629-630, 644, 657-658, 673; 111, 2 1 .
Bórgia, Rodrigo, cardeal, I. 408 22, 23-24, 27, 55, 91, 92, 108, 242, 249, 278, 388, 423, 450,
Borgonha, João de, II, 428 452, 456. 458, 459, 461-462, 468, 471, 476. 480. 488
Borja, João de, II, 359 Brásio, António, III, 255, 381, 387-388, 390
Borrow, George. III, 449 Braudel, Fernand, II. 69-70
Bosco Deleitoso, I. 384; II, 420 Brazão, Eduardo, III, 159, 168
Bosch, David, II, 273-274 Brígida, santa, II, 631
Bossuet, Jean, II, 675 Brihuega, Bernardo de, 1, 384, 477
Bota, Isabel Roiz, I, 484 Bringel, José de. II. 621
Botafogo, Diogo Gonçalves, I, 408 Bríson, Olivier, II, 74
Botão, Fátima, I. 145 Brito, Bernardo de, II. 346, 362
Botelho, Damião, II. 436 Brito, Estevão de, II, 500
Boulard, Fernand, III, 216 Brito, José de, II, 664
Bourdon, Léon, III, 388 Brochardo, Estevão Anes, chanceler-mor, bispo de Coimbra, I, 324
Boyajjian, James. II. 58 Brotéria, III, 287, 288, 386, 393, 468
Bowker, Colin Monypenn, III, 462 Bruno, Giordano, II, 375
Bowker, Margaret, III. 462 Bruno, Sampaio, III. 53, 1 1 1 , 149, 437, 467
Braga, I, 24, 33. 139, 140. 195, 238, 267, 277, 283, 286, 326, Bruslé, Jean-Thomas, II, 90
333, 344, 3 7 1 , 388, 406; II, 241, 356, 360-361, 361, 379, 407, Bruxaria (ver Magia)
466, 492-494, 503, 517, 558, 565, 568, 579-580; III, 45, 58, Bucério, André, II, 457
92, 104, 108, 1 1 5 , 124, 134, 170, 190, I94, 253, 285 Buchanan, George, II, 73, 75, 603, 638
Braga (diocese de), I, 6, 103, 144-145. 146, 148-161, 163, 169, Budismo, II, 306, 308, 310; III. 402, 405, 488, 494
179, 193, 194, 210, 230, 240, 241, 242, 245, 246, 264, 265, Budomel, chefe africano, II, 264
277, 286, 305, 309-310, 317, 324, 326, 340, 355, 357, 370, Buescu, Ana Isabel, III, 66
388, 391, 394, 399, 406, 407; II. 22, 25-26, 135, 141, 158, Bula da Cruzada, II. 142, 148, 158, 162, 174; III, 69, 90, 138
189, 191, 196, 198, 210, 2 1 2 , 2 1 3 , 214, 215, 216, 224, 225, Bulhões, António da Madre de Deus, II, 630
240, 250, 356, 364, 393, 400, 401, 402, 404, 405, 408, 409, Bulhões, Miguel de, II, 657
426, 429, 430, 443, 449-450, 461, 487-488, 509, 519-520, 521, Bulhões, Valentim de, II, 39
522, 523-524, 526-527, 561-562, 563, 568, 578, 580-581, 591, Burdino, Maurício (antipapa Gregório VIII), bispo de Coimbra e
6 1 0 - 6 1 1 , 612, 637-638, 660; III, 53, 135, 151, 152. 173, 198, arcebispo de Braga, 1. 209, 21(), 2 1 1 , 225, 307, 340, 356, 407,
206, 2 1 1 , 254, 258, 294-295, 464 439

544
INDICE GERAI.

Burgos, I, 209, 357, 436 Cantigas de Santa Maria, I, 119, 126


Burgos, Paulo de, I, 75 Canto, Jácome Carvalho do, II, 3 1 , 571
Burguesia, I, 167, 219, 241, 247, 252, 3 1 2 , 3 5 1 , 362, 366, 410, Capaccini, Francisco, internúncio, 111, 34, 68
433, 439, 450, 453, 461-470, 470-474, 484, 494; II. 57, 90, 93, Capela, José Manuel Martins, III, 123, 124, 159
130, 1 3 1 , 207, 208, 284, 3 2 1 , 606-607, 664; III, 82, 86, 147, Capelães militares, III, 214, 245, 270, 457
165, 185, 204, 212, 419 Capelas e oratórios (ver também Santuários), I, 456-457, 459,
Burocracia, I, 142, 180, 225, 227, 289, 322, 323, 324, 327, 340, 460-465, 475, 476, 478, 480-492, 496, 498; II, 10, 1 5 1 , 162,
393-397, 399, 401, 410, 462-470, 484, 499; II, 15, 53-54, 56, 166, 189, 198, 221, 232, 251, 267-268, 338, 346, 401, 409,
59, 60, 91-92, 95, 97, 100-102, 103-125, 126, 127, 1 3 8 - 1 4 1 , 41 l. 414, 430, 442, 451, 456, 467, 468, 476, 482-483,
1 5 1 , 153, 156, 157, 176, 177, 194-199, 2 1 2 , 227, 232, 233, 488-490, 491, 492, 494, 497, 499-503, 507, 508, 509, 510,
262, 284, 286, 369, 411 519, 525, 557, 564, 567-568, 569, 573-574, 576, 577, 580-581,
593, 594, 596, 605-611, 618, 624, 631, 636, 656; III, 85, 422,
c 441, 448, 449, 450, 451, 452, 453, 456, 463, 484
Capelo, Rui, II, 375
Cabeça-de-Vaca, João, bispo de Coimbra, I, 332
Cabido, I, 145, 146, 166-167, 175, 215, 222, 227, 243, 244-248, Capítulos, I, 350, 365, 367; II, 18, 495
250, 270, 274, 286-287, 288-290, 3 1 2 , 3 5 1 , 362, 392, 396, Capodiferro, Jerónimo, núncio apostólico, II, 150
406, 407-409, 413, 438-440, 447, 465; II, 135-136, 137, 143, Capuchinhos, III, 2 1 3 - 2 1 4 , 287
158, 161. 173, 175, 176, 191, 195, 198, 212, 219, 2 2 1 , 222, Caraça, Bento de Jesus, III, 435-436
224, 227, 234, 324, 355, 359, 430, 487, 572, 657 CaratTa, Décio, cardeal, II. 646
Cabo Verde, II, I93, 276, 281, 286, 504; III. 375 Caravantes, José, II. 417
Cabral, Amílcar, III, 214, 2 1 5 Caravela, Manuel José de Matos, III, 461-462
Cabral, Daniel de Pina, bispo anglicano dos Limbombos, 111, 454 Carbonária, III, 57, 431
Cabral, Luís Gonzaga, III, 73 Carbone, II, 140
Cabral, Pedro Álvares, II, 265, 505 Cardan, J „ II, 375
Cabre i Pairet, M „ I, 430 Cardeira, Luís, II. 504
Cabreira, António. III. 446 Cardia, Mário de Sottomayor. 111, 437
Caça, I, 382; II, 524 Cardijn, Joseph, III. 180, 230
Caciz, Caide, I, 1 1 4 Cardim, Fernão. II, 458, 506
Cadamosto, II, 264 Cardonnel, Jean, III, 289
Cadernos GEDOC (ver GEDOC) Cardoso, Aarão, III, 439
Caetano, cardeal, 11. 526 Cardoso, Abílio Tavares, III, 273, 280-281
Caetano, José. II. 438 Cardoso, Amadeu de Sousa, III, 164
Caetano, Marcelo, III, 256, 267, 2 7 1 , 274, 292, 390, 456 Cardoso, António Dias, II, 1 1 9
Caetano, santo, II, 646 Cardoso, Jorge, II. 19, 35, 36, 37-38, 360, 361. 424, 591-592,
Calaicos, I, 1 3 594, 595, 642
Calatyud, Pedro, II, 242, 244, 390, 417, 620 Cardoso, Manuel, II, 492, 496-497, 500
Calçada, Gonçalo da, I, 377 Cardoso, Paulo (ver Guilherme, Manuel)
Caldas da Rainha, II, 452 Cardoso, Pinto, III, 89
Caldeira, António Velez, II, 182 Cargaleiro, Manuel, III, 222
Calendário, I, 44, 283, 290, 354, 355, 358, 359, 365, 367, 375, Cariati, José, II, 229
378, 384, 391, 398, 400, 427-428, 442, 465, 488; II, 59, 242, Caritas, III, 133
244, 253, 260, 317-322, 323, 325, 337, 346, 3 5 1 , 352, 372, Carlos 1 (Magno), imperador do Sacro Impéno, I, 34
377, 384, 393-394, 389, 393-394, 395, 398, 401-402, 403-404, Carlos V, imperador do Sacro Império e (I) rei de Espanha, I.
405-406, 415, 417-418, 425, 426, 427, 430, 449-450, 454, 455, 497; II. 19, 97, 146, 147, 270
456, 457, 458, 472, 486-487, 496, 508-509, 517-521, 522, 525, Carlos II, rei de Espanha, II, 128
526, 527, 537, 539, 558-559, 560, 564, 565, 566, 572, 580, Carlos 1, rei de Portugal, III, 467
582, 584, 591, 592, 613, 614, 615, 620, 627, 637, 642, 646, Carlos Borromeo, santo, arcebispo de Milão, II, 234, 401, 432,
650, 653, 657, 659, 660; III, 62, 66, 85-86, 108-109, 1 1 5 , 135, 548, 564, 582, 646
137, 1 5 1 , 161, 198, 263, 264, 407, 431, 432, 438, 471, 482 Carmelitas, I, 228, 373, 412; II, 34-35, 152, 207, 276, 291, 355,
Caleppi, Lorenzo, núncio apostólico, II, 177 422, 467, 473, 496-497, 564-565, 578, 580, 621, 628, 631,
Calisto II. papa, I, 161 632, 633-634, 647, 648; III, 162, 163, 173, 174, 323
Calisto III, papa, II, 99 Camio, Francisco, III, 217
Calmon, Rosa, III, 53, 57, 91, 98, 498 Carmo, Irene do, III, 180, 327
Calouste Gulbenkian, Fundação, III, 222 Carmona, Oscar Fragoso, presidente da República, III, 155
Calvino, João, II, 632; III, 477 Carneiro, António, II. 495
Calvo, Pedro, II, 4 1 1 , 434 Carneiro, Bernardino Joaquim da Silva. III. 428
Câmara, Helder, arcebispo do Recife e Olinda, III, 278 Carneiro, Carlos de Vale, II, 418
Câmara, Luís Gonçalves da, II. 240 Carneiro, Francisco Sá, III, 266, 416
Camdomblé e Umbunda, 111, 488 Carneiro, Manuel, II, 497
Camelo, António Moreira, II, 28, 214 Carneiro, Maria Picão, III, 173
Caminha, Pero Vaz de, II. 265 Carranza, cardeal, II, 581
Caminho espiritual, II, 30 Carrazeda de Ansiães, III, 86
Camões, Luís Vaz de, II, 86, 51 Carreira, António, 11. 500
Campanhonense, Jerónimo, II, 360 Carrilho, Diogo Vaz, II, 33, 420
Campesinato (ver Agricultura) Carrilho, Manuel Álvares, II, 159
Cândido, Jacinto, III, 50, 57, 92 Carta do Rabi Samuel, I. 80
Canais, José Barbosa, III, 1 2 0 - 1 2 1 , 122, 123 Cartas a um Abade, III, 1 0 1 - 1 0 6
Cano, Francisco, bispo do Algarve, II, 382 Cartagineses, I, 14
Cantanhede, João de, I, 4 1 3 Cartuxos, I, 373; III, 322

545
INDICE GERAI.

Carvalhais, José Guedes, III, 220 Catarina de Áustria, rainha e regente de Portugal, II. 16, 24, 53,
Carvalho, Alberto Teixeira de, III, 382 55, 100, 140, 141, 143, 147,'149, 152, 227, 229, 232, 360,
Carvalho, António Mendes de, bispo de Elvas, II, 494 362, 433, 451, 461, 564, 622
Carvalho, Cristina, I, 145 Catarina de Bragança, rainha da Grã-Bretanha, II. 229, 557, 569
Carvalho, Guilherme Henriques de, bispo de Leiria, Catarina de Génova, santa, II, 419
cardeal-patriarca de Lisboa, III, 68, 75 Catarina de Sena, santa, II, 23, 419
Carvalho, Henrique de, III, 367 Catarina, duquesa da Bragança, II, 455, 606
Carvalho, Jerónima de, 11, 606 Cátaros, I. 36
Carvalho, Jerónimo Ribeiro de, II, 585, 630, 649, 650 Catequese e catecismos, I, 249, 354, 376, 384, 400, 481; II, II,
Carvalho, João de Sousa, II, 503 16-17, 19, 22, 26, 28, 29, 30, 32, 35, 39, 40, 190, 214, 225,
Carvalho, Joaquim Ramos de, II, 252 234, 239, 244, 246-247, 249, 251, 268, 321, 339, 345,
Carvalho, Jorge de, II, 596 377-393, 394, 396-397, 397-398, 401, 406, 414, 420, 443, 455,
Carvalho, José da Silva, III, 426 456, 457, 476, 486, 507, 518, 521, 522. 523, 525, 526, 535,
Carvalho, Manuel dos Santos, 111, 458 537, 538-543, 545, 548, 549, 552, 553-554, 555, 559, 563,
Carvalho, Nicolau de, II, 428, 430 572, 574, 581, 594, 6 1 1 - 6 1 3 , 617, 622, 627, 640, 646, 647,
Carvalho, Silva, II, 93 662; III. 68, 109, 124-125, 130, 131, 139, 150-151, 166,
Carvalho, Tristão Barbosa de, II, 421 169-170, 171, 172, 186, 198, 210, 213, 214-215, 240, 276, 411
Casa dos Catecúmenos, II, 381-382 Catolicismo cm Portugal, O, III, 94-101
Casal, Gaspar do, bispo-conde de Coimbra, II, 227 Católico, O, III, 68-69
Casaca, A. J. S„ III. 472 Catroga, Fernando, 111, 66, 91, 331
Casale, Ubertino do. II, 571 Cavalaria, Vidal Ben Benveniste de, I, 75
Casamento (ver Matrimónio, Família) Cavalieri, Caetano Orsini, núncio apostólico, II, 171
Casares, II, 74 Ceilão, II, 276, 289, 306, 386; III, 359, 360, 447
Cascais, III, 163 Ceita, João de, II, 402, 4 1 1 , 434, 630
Casini, II, 438 Celanova, Afonso de, conde, 1, 221
Casinigo, Francisco, II. 145 Celanova, Nuno de, I, 221
Casseis, André, III, 453, 464 Celas, I, 219
Casseis, Diogo, III, 452, 453, 456, 464, 465, 466, 498 Celestino III, papa, I, 161, 226
Castanheira, António, II, 624 Cemitérios (ver Morte)
Castela, Afonso de, II, 179 Censuais (ver Património eclesiástico)
Castelo Branco (diocese de), II, 193; III, 68, 308 Censura, II, 24, 63, 71. 83, 102, 105, 114, 117, 1 2 1 - 1 2 5 . 156,
Castelo Branco, Afonso, bispo do Algarve, bispo-conde de 156, 158, 173, 175, 176, 195, 407-409, 452, 455-456, 474-475,
Coimbra, vice-rei de Portugal, II, 139, 141, 198, 231, 433, 494 633, 641, 662, 673; 111, 25, 43, 66, 175, 220, 245, 247, 268,
Castelo Branco, Agostinho, II, 375 271, 409, 420, 423, 436, 448
Castelo Branco, Camilo, II, 365 Centro Académico de Democracia Cristã (CADC), III, 48, 91,
Castelo de Vide. I, 69 108, 125, 146, 1 5 1 , 159, 163, 178, 189, 193, 220, 226, 233,
Castilho, Diogo de, II, 1 1 1 269, 288, 381. 390
Castilho, José Feliciano de, III. 42, 71 Centro Católico Português (ver Partidos políticos e religião)
Castilho, Pedro de, inquisidor-geral, vice-rei de Portugal, II, 110, Centro de Cultura Católica, III, 285
1 1 1 . 136, 139, 234, 318, 475 Centro de Cultura Operária, III, 275
Castro, Agostinho de, arcebispo de Braga, II, 228, 234 Centro de Informação e Documentação Anti-Colomal (CIDAC),
Castro, Alvaro Pires de, marquês de Cascais, II, 585 III. 271
Castro. André de Melo e, II. 168 Centro de Reflexão Cristã, III, 262, 291-292
Castro, Aníbal Pinto de. II, 432, 436, 438 Cerejeira, Manuel Gonçalves, cardeal-patriarca de Lisboa, III, 144,
Castro, António Tomás da Silva L. e, bispo de Angola e Congo, 163, 174, 176, 180, 181, 189, 190, 193, 195, 214, 231,
III, 361 233-234, 238, 242-244, 250, 256, 272-273, 281, 283, 284, 285,
Castro, Baptista de, II. 353 302, 373, 382, 389-390
Castro, Dinis de Melo e, bispo de Leiria, II, 228 Cernache do Bonjardim, III, 360-362, 369, 370, 371, 377, 389
Castro, Diogo de, II. 55 Cerone, Domênico Pietro, II, 510
Castro, Euclides Pinto Rios de, III. 336 Cerqueira, Luís, bispo de Funai, 11, 277, 288, 3 1 1
Castro, Francisco, inquisidor-mor e bispo da Guarda, II, 32, 108, Certeau, Michel de, I. 492-494
110-111, 112, 162, 222, 228 Ccrtiorcs facti (1561), bula papal, II. 143
Castro, Gabriel Pereira de, II. 156, 181, 182 Cervantes Saavedra, Miguel de, II. 124
Castro, Izaque de, II, 62 Ceuta (diocese de). I, 147, 148, 179
Castro, João de, II, 85, 87; III. 410 Chacon, Pedro, II, 317
Castro, João de, vice-rei da índia, I I , 110 Chagas, António das, II, 35, 206, 240, 244, 249, 414, 415, 417,
Castro, João Baptista de, I. 144; II, 202, 438 422, 572, 580, 582, 604
Castro, Júlia, I, 145 Chagas, Filipe das, II, 571
Castro, Luís de, II, 55 Chagas, Manuel das, II, 634
Castro, Manuel de, II, 30 Châmoa Rodrigues, I, 432
Castro, Martinho de Melo e, II, 42, 166, 176 Champeaux, Jacqueline, 1, 16
Castro, Mateus de, II, 294-296 Chancinho, João Gonçalves, I, 392
Castro, Miguel de, bispo de Viseu, arcebispo de Lisboa, Chardin, Teilhard de, III, 288
governador do reino, II, 35, 135, 136, 156, 228, 548 Chatellier, Louis, II, 240
Castro, Teotónio Vieira de, bispo de Meliapor, arcebispo de Goa, Chateaubriand, René, III, 1 1 2
III, 155, 377 Chaves, II, 249, 415
Castro, Vicente da Soledade e, arcebispo da Baía e presidente das Chaves, Antão Martins de, bispo do Porto. I. 398, 249
Cortes Constituintes, III, 27, 66 Chaves, Castelo Branco, III, 435
Castro, Vieira de, III, 428 Chaves, João de, 11. 379, 380

546
INDICE GERAI.

Chaves, José Nunes, III, 453 Clemente XIII, papa, II, 39, 565; III, 423
Chaves, Luís, II, 653 Clemente XIV, papa, II, 175, 565
Chaves, Margarida de, II, 36, 362 Clenardo, Nicolau, I, 123; II, 214
Chenu, Henri, III, 289 Clero, I, 6-9, 36, 44, 138, 141. 142, 210, 237, 238, 261-262,
Chica, Gabriel da la, II, 414 264-265, 269, 318, 320, 322, 327, 354, 339-417, 430, 436,
Chichorro, Martini Afonso, I, 107 438-440, 498, 499; II, 2 1 , 22, 26-28, 3 1 , 36, 42, 54, 7 1 , 75,
Children of God (Meninos de Deus), III, 498 78, 96, 99, 1 1 3 , 139, 1 4 1 , 1 5 1 , 153-154, 156, 157-158, 159,
Cicouro, Manuel J. Fernandes, vigário-geral da diocese de Évora, 1 6 1 - 1 6 2 - 1 6 3 , 168-169, 174, 175, 177, 179, 180, 198, 251, 253,
III, 67 255, 256, 267, 268, 270, 271-272, 275, 276, 277, 288, 289,
Chiffoleau, Jacques, 1, 291; II, 587 3 0 8 - 3 1 1 , 334, 335, 338, 352, 369, 374, 377-378, 393, 394-417,
China e Macau, II, 39, 168, 170, 188, 194, 262, 270, 271, 272, 452, 503, 522, 523, 537, 539, 540, 549-550; III, 22-23, 25,
275, 276, 281, 284, 288, 289, 292-293, 294, 297, 298, 26-27, 27-28, 30, 3 1 , 34, 38, 40, 44, 45, 49, 54, 67, 68-70,
299-302, 306, 387, 505-506, 619, 624-625; III, 353, 354, 358, 74, 75-76, 77-78, 79, 82, 84-85, 86, 87-88, 89-91, 92-94,
361, 373, 377, 445 96-97, 99, 1 0 1 , 102, 103, 105, 116, 119, 1 2 0 - 1 2 1 , 122,
Chiquito, padre (ver Silva, Francisco Nunes da) 123-124, 129, 135, 139, 142, 143, 144. 148, 154, 157, 163,
Christian, William, II, 627 166, 167-168, 1 7 1 , 173, 179, 180, 1 8 1 , 182, 184-185, 205-214,
Christus dominus, decreto conciliar, III, 250 217, 222, 249, 251, 253, 254-255, 256, 266, 270-271, 273-274.
Chrodegang de Metz, I, 222 275-276, 277, 279, 280-281, 291, 293, 294-295, 297, 302, 307,
Cibeles, I, 16 3 1 5 , 318, 319-320, 356-357, 358, 360-366, 378-379, 380, 381,
Cícero, II, 432 407, 408-409, 4 1 0 - 4 1 1 , 419, 420, 424, 425, 427, 428, 430,
Cidade, Hernâni, II, 407 432, 448, 449-450, 465, 484, 485
Cidade Rodrigo, I, 169, 175 — Regular (ver também Congreganismo, Mosteiros e
Cidades e citadinos, I, 9-10, 36, 39, 45, 137, 138, 139, 140, 142, monaquismo), 1, 6-7, 9, 72, 80, 100, 244, 278, 291-293, 423,
194, 203, 222, 230, 232, 238, 241, 249, 264, 275, 277, 283, 442-460, 460-480, 481; II, 1 1 , 16-20, 25, 42, 73, 1 1 3 , 1 1 4 ,
289^ 326, 360, 363, 366, 373, 377-378, 381, 388-391, 427, 124, 135, 201-208, 217-218, 221, 228-229, 234, 338, 347, 450,
452, 460, 461, 467; II, 1 1 , 78, 1 2 1 , 204-205, 2 1 1 , 212, 241, 456, 558, 606, 630, 644, 673; III, 98, 104, 109-110. 1 1 2 ,
270, 277, 291, 303, 317, 318, 3 2 1 , 323, 334. 377, 400, 402, 1 1 3 - 1 1 4 , 363-364, 426, 468, 469
415, 432, 466, 472, 485, 497, 5 3 1 , 541, 577, 629; III. 17, 23, — Secular, I. 7-8, 222, 224, 228, 230, 2 3 1 , 233, 237-252,
45, 51, 76, 85, 87, 95, 98, 108, 134, 142, 146, 148, 149-150, 262-263, 269-270,, 278, 283-284, 286-291; II, 20-22, 25, 26,
164, 173, 182, 195, 197, 198, 204-205, 208, 2 1 3 - 2 1 4 , 246, 249, 27-28, 32, 1 1 3 , 135, 208-225, 228-229, 240, 243, 249, 254,
255, 257, 260, 293, 296, 300, 307, 308, 3 1 3 , 317, 318, 320, 297, 338, 378, 385, 388, 453, 518, 521, 531-534, 544, 558,
445, 452, 487 562-563, 594, 612, 630, 632, 673-674, 675; 111, 53, 88, 100,
Ciência e religião, I, 1 1 9 , 124, 393; II, 39, 41, 43-44, 72, 85, 104, 1 1 0 - 1 1 1 , 141, 361-362, 426, 433, 438, 452-453, 459
205, 216, 217, 218, 235, 292-293, 317, 365, 369, 391, 392, Cocheril, Maur, 1, 145, 148, 179
413, 424, 425, 441, 442, 464, 568, 662, 664; III, 37, 4 1 , 42, Coelho, Adolfo, II, 614; III. 41
47, 49, 53, 66, 84, 89, 90, 91, 94, 95, 106-108, 122, 124, 139, Coelho, António Borges, I, 102, 130
148, 1 5 1 , 188, 356, 362, 402-403, 421, 422, 429, 430, 475, Coelho, Domingos Pinto, III, 49, 356
477, 478-480, 487, 489, 499-501 Coelho, João, II, 587
Cientologia, III, 488, 494 Coelho, João Baptista Ribeiro, III, 331
Cieslik, Hubert, II, 256 Coelho, Jorge, II, 104
Cimballi, Gabriel, 11, 166 Coelho, Jorge de Albuquerque, II, 362, 363
Cinatti, Ruy, III, 288 Coelho, Luís Pinto, III. 187
Cinema, III. 176-177, 205, 209, 219-220, 277, 435, 476, 506 Coelho, Maria Helena da Cruz, I, 145, 218-219
Cintra, Lindley, I, 450 Coelho, Mateus, I, 411
Cipriano, santo, bispo de Cartago, I, 20, 137, 237, 427 Coelho, Simão, II, 433
Círculo Católico de Operários, III, 45, 48, 49-50, 91, 99, 100, Cogominho, Fernão Gonçalves, I, 485
1 0 1 , 137, 146, 193 Cohen. Abraham, III, 439
Cismas, I, 147, 228, 235. 327-333, 396, 398; II, 160, 162-163, Cohen, Simeão, 111, 439
170; III, 30, 33, 67, 103, 1 1 1 , 1 1 2 , 142, 427-428, 431-432 Cohen, Yosef Ha, 1, 53
Cismontanismo (ver Ultramontanismo) Coiança, I, 7, 53, 208-209, 287, 352-353, 356
Cisneros, cardeal, II, 648 Coimbra, I, 37, 70, 94, 100, 102, 104, 116, 122, 143, 210, 219,
Cissiparidade, III, 452, 456 224, 225, 227, 2 3 1 , 241, 282, 292, 319, 344, 348, 3 5 1 , 360,
Clara, santa, I. 256, 375 363, 374, 377, 389-390, 396-397, 407-410, 4 1 1 , 412-413, 416,
Claraval, 1, 100 433-440, 450, 455, 470-480, 507; II, 19, 20, 30, 39, 73, 80-81,
Clarissas, 1, 160, 170, 184, 219, 2 3 1 , 233, 470-480; II, 17-18, 152, 81-82, 90, 91, 92, 103, 124, 129, 140, 141, 144, 204-205, 241,
202, 203, 205, 206, 208, 256, 291, 422, 497-498; III. 323 3 1 8 - 3 2 1 , 345, 3 5 1 , 361, 401, 417, 422, 454, 492, 494, 551,
Claro, João, 1. 386-387; II, 16 559, 560, 564, 653, 656; III. 47, 90, 92. 106, 124, 188, 193,
Cláudio, dux da Lusitania, I, 29 232, 233, 285, 355, 364, 421, 431, 434, 438, 456
Clavius, II, 317 Coimbra (diocese de), I, 139, 144, 146, 161, 163. 166-170, 172,
Clemente, Cipriano, I, 407 176-177, 193, 194, 2 1 1 , 227, 240, 242, 245, 246, 247, 250,
Clemente III, antipapa, I, 309, 334 277, 286, 345, 355, 357, 389-390, 394, 395, 396-397, 399,
Clemente, Manuel, III, 1 7 1 , 365 407-409, 412, 413, 436-440, 456; II, 22, 136, 143, 189, 197,
Clemente IV, papa, 1, 243, 320, 321 198, 210, 2 1 1 , 2 1 3 , 214, 218, 220, 222, 223, 224, 225, 254,
Clemente V, papa. 1. 175, 234, 262 339-340, 404-405, 429, 449, 450, 459, 525, 5 3 1 , 534, 561,
Clemente VII. papa, I, 328, 329, 332; II, 54, 96, 147, 188 568, 640, 641; III, 66, 88, 1 5 1 , 198, 253
Clemente VIII, papa, II, 194, 274, 564, 582, 595, 662 Coimbra, Henrique de, II, 505
Clemente X, papa, 11. 158, 163, 297, 621, 622, 629 Coimbra, Leonardo, III, 149, 164, 288, 432, 482
Clemente XI, papa, II, 144, 301, 536, 565 Coimbra, Paio de, I, 339, 472
Clemente XII, papa. II, 88, 171 Colares, Nicolau Fernandes, II, 440, 650, 658

547
INDICE GERAI.

Colbert, Jean, bispo de Montpellier, II, 390 263-264, 279, 284, 285, 286, 287, 303, 304, 352, 356, 357,
Colegiadas, I, 39, 145, 155, 193, 195, 249, 250-252, 270, 274, 436, 520
284, 289, 340, 379, 407, 4 1 1 , 452; II, 166, 176, 212, 222, 234, — Provinciais, I. 24. I, 33, 139, 141. 237, 249, 284; II, 280, 379,
378, 404, 405, 487, 497, 510, 518, 572 401, 402, 409; III, 129, 142, 147, 159, 164-170, 171, 173, 174.
Colégio Português (em Roma), III, 89-90, 135, 2 1 0 251, 257-258, 414, 433
Colégios (ver Ensino) Conciliam, III, 278, 290
Colombo, Cristóvão, II, 265, 273, 282 Concordatas, I, 243, 322-324, 333, 4 1 1 ; II, 153, 158, 169, 176,
Colonização e colonialismo (ver também Missionação), II, 270, 180; III, 54, 69, 78, 129, 181, 192, 201, 203, 206, 234, 236,
290-291, 299, 3 1 1 ; III, 12, 21, 27, 30, 40, 44, 53, 54-55, 57. 244, 270, 294, 295, 300-301, 325, 354-355, 358-360, 373-375,
1 8 1 - 1 8 2 , 183, 218, 223, 236, 245, 246, 248, 250-251, 251-252, 379, 415, 428, 432-433, 434, 469, 471, 503, 504
267, 268, 269, 270-271, 273, 274, 276, 292, 296, 304, 305, Conde, Sílvio, I. 145
308, 3 1 3 . 353-396, 466, 469-470, 474, 481, 485, 503, 504 Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, I, 6, 70, 148, 159, 165,
Colonna, Agapito, bispo de Lisboa e cardeal, I. 392 183, 194, 212, 222-228, 244, 291, 362-366, 370; II, 203, 205,
Colportores (ver também Protestantismo), III, 459, 462, 468, 470, 377, 472, 495-496, 637, 651
474, 475 Cónegos Regrantes de Santo Antão, 1, 179, 195
Combonianos (Missionários Combonianos do Coração de Jesus), Cónegos Regulares de Santa Cruz (Crúzios), I, 167, 168, 169,
III. 386 170, 179, 221, 224-225, 250, 255, 270, 277, 292, 360, 363-366,
Comemorativismo, 111, 146, 383, 385, 388-389, 432, 433, 469, 374, 377, 389, 391, 397, 399, 407, 410, 433, 445-460,
501 470-474; II. 17, 144, 152, 187, 422, 429. 449, 452, 568-569;
Comendas. I, 292, 293, 370, 383-384; II, 144-145, 1 5 1 , 222 III, 322
Comércio, I, 36, 56, 58, 60, 63-65, 86, 114. 262, 264, 266, 269, Conimbricense, O, III, 355, 359
282, 400, 413, 428, 460, 462, 464, 465, 467; II, 49, 54-55, 58, Confalonieri, Giovanni Battista, II, 357
59, 62, 63, 67, 74, 102, 1 2 1 - 1 2 4 , 129, 1 3 0 - 1 3 1 , 1 5 1 , 172, 173, Conferência de Berlim (1885), III, 358, 370
263, 267, 275-276, 281, 282, 284, 286, 287-288, 294, 304, Conferência Episcopal Portuguesa, III, 247, 250-251, 253, 254,
333, 334, 347, 350, 360, 364, 370, 449, 458, 474-475, 517, 259, 260, 262, 263, 266, 267, 269-270, 275-276, 292, 295,
526-527, 528, 642. 648, 674; III. 356, 368, 416, 422, 439, 441, 296, 300, 301. 306, 310, 3 1 5 , 327, 328-330
449, 458, 459, 506 Conferências do Casino, III, 41, 82, 428-429
Comestor, Pedro, I, 384 Conferências Vicentinas (Sociedade de São Vicente de Paulo), III,
Comissão Democrática Eleitoral (CDE), III, 268
46, 146, 172, 308-309
Comissões «Justiça e Paz», III, 269-270
Confissão e direcção de consciência (ver também Penitência e
Compromissos, II, 327-328, 332
culpa), I, 374, 381, 382, 386; 11. 21-24, 25, 28-29, 30-31,
Comte, Auguste, III, 434, 467
33-34, 68-69, 73, 74, 75, 77, 106, 118, 128, 144, 195,
Comunas (de judeus), I. 53-54; II, 407
214-217, 244, 251, 281, 329, 349, 374, 378, 379, 384, 388,
Comunhão e Libertação, III, 3 1 0
390, 394, 409, 416, 418, 422, 424, 425. 458, 530, 539,
Comunidade Interdiocesana para o Diálogo e Acção do Clero 542-543, 544-552, 554, 556, 558, 560, 605, 606, 6 1 1 , 627,
(CIDAC), III, 274 634, 637, 647; III, 27, 53, 59, 98, 103, 1 1 1 , 144, 150, 154,
Comunidade Islâmica de Lisboa (ver Islão, Muçulmanos) 213, 4 1 1 , 430
Comunidade Israelita de Lisboa (ver Judaísmo, Judeus) Confrarias e irmandades (ver também Misericórdias), I, 184, 194,
Comunidades Neocatecumenais, III, 308 241, 377, 378, 384, 386, 407, 460, 465; 11, 42, 62, 64, 127,
Comunismo, III, 157, 180, 199, 204, 227, 229, 242, 243, 275, 187, 199, 222, 240, 247, 323-334, 338, 346, 350, 352, 367,
289, 305. 415, 430, 435, 437, 468, 497, 501 377, 466, 470, 473, 496, 503, 508, 564, 568-570, 572, 574,
Conceição, Amador da, II, 596 577, 580. 582-584, 589-591, 592, 593, 594, 608, 609, 618,
Conceição, António da, II, 557 619-620, 625, 627, 629, 631, 636, 648, 652, 653-654, 655-656,
Conceição, Domingos da, II, 496 660, 674, 675; III, 80, 98, 1 1 5 , 1 5 1 . 160, 163, 166, 173. 197,
Conceição, Filipe da, II, 649 252, 264
Conceição, Gabriel, II, 534 Confucionismo, II, 300
Conceição, Manuel da. II. 436, 572 Congar, Yves, III. 225, 289
Conceição, Sebastião da, II, 422 Congo (ver Angola)
Concepcionistas, II, 291; III. 323 Congregação da Doutrina Cristã, III, 151
Concílio Plenário Português (ver Concílios Provinciais) Congregação das Criaditas dos Pobres, III, 172
Concílios Congregação das Franciscanas Hospitaleiras, III, 364
— Ecuménicos, I, 24, 25, 26, 27, 33, 116, 195, 222, 229, 232, Congregação das Franciscanas Missionárias de Maria, III, 189, 2 1 2 ,
237, 238, 242-243, 244, 246, 249, 264, 284, 308, 310, 3 1 7 , ' 223, 364, 379
321, 328, 386, 397-399, 400, 406, 407; II, 10, 15, 21, 22, 23, Congregação das Franciscanas de Nossa Senhora da Vitória, III,
24, 25-26, 3 1 , 32, 36, 37, 38, 39, 42, 7 1 , 97, 136, 146, 147, 379
153, 181. 194, 196, 206, 2 1 1 , 2 1 3 , 214, 220, 222, 223, 224, Congregação das Religiosas Reparadoras de Nossa Senhora de
228, 230, 2 3 1 , 233-234, 235, 250, 251, 252, 253, 260,'272,' Fátima. 111, 172
275, 317, 332, 336, 359, 377, 382, 388, 392, 394, 397, 399, Congregação (de Nossa Senhora da Caridade) do Bom Pastor, III.
400, 404, 406, 418, 424, 426, 428, 429, 430, 432, 461, 114
462-463, 467, 470, 474, 482, 486, 493, 518, 529, 530-531, Congregação dos Pobres de Jesus Cristo, I, 222, 362; II, 496
532, 537, 538, 539, 543, 544, 552, 553, 554, 559, 563, 603, Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, III, 171
625, 629, 632, 633, 638, 640, 641, 646, 662, 674; 111, 19, Congregacionalismo, III, 450, 452, 458, 459
27-28, 40, 41, 43, 63, 78, 82, 124, 125, 129, 1 3 1 , 135, 136, Congreganismo e congregações religiosas, I. 352, 370, 431; II, 10,
170, 182, 197, 205, 209, 218, 223, 225, 228, 229, 237, 245, 1 1 , 38. 41-42, 152, 207-208, 239, 240, 242, 297, 415, 425,
248, 249-257, 259, 260, 265, 266, 272, 274, 277,' 283, 284, 467, 495, 498-499, 564, 589, 631, 634, 645, 646-649, 671; III,
288, 292, 294, 295, 296, 302, 304, 305, 306, 307-308, 310, 12, 25. 26, 30, 3 1 , 34, 38-40, 4 1 , 52, 53, 54, 55, 57, 67,
323, 325, 368, 391, 392-393, 410, 447, 452-453, 470, 485, 505 74-75, 77, 79-80, 81, 85, 91, 96, 97, 98, 103, 104, 108,
— Peninsulares, I, 2 0 - 2 1 , 29, 23, 27, 33, 97, 1 3 7 , 138-139, 109-110, 1 1 3 - 1 1 4 , 132, 137, 146, 169, 171. 172-173, 203, 206,
203, 204, 208-209, 220, 237, 238, 239, 240, 257, 262, 2 1 1 - 2 1 4 , 223, 225-226, 227, 251-252, 282-284, 286, 287, 288,

548
INDICE GERAI.

289, 308, 310, 3 1 1 - 3 1 2 , 322-324, 355-356, 357, 363-365, 371, 494, 499-503, 509, 510, 536, 567-568, 569, 596, 606, 607,
372, 373, 378-379, 383-384, 414-415, 426, 428, 431, 495 608, 624; III, 424, 425, 448
Congressos católicos, III, 43, 45, 49, 57, 58, 84-85, 91, 113, 116, Corte Real, Diogo de Mendonça, secretário de Estado, II, 337
121, 122, 123, 133, 135, 137-138, 146, 147, 1 5 1 , 170, 187, Corte Real, Jerónimo, II, 453, 588
191, 191-195, 198, 200, 203, 214, 215, 216, 217-218, 222, 224, Cortes (ver também Parlamento), I, 56-63, 66, 106-107, 110, 116,
225, 229-231, 232-233, 237, 238, 241-243, 248, 252-253, 321, 327, 494; II, 53, 63, 80, 102, 1 1 3 , 135, 137, 140, 153,
256-257, 262, 278, 283, 294, 302, 305, 324, 327-328, 330, 156, 159, 162, 170, 179, 196, 334, 393, 427, 629; III, 410, 412
373, 381-383, 394, 395 Cortesão, Jaime, II, 616, 652, 655, 656; IH, 149
Consciência, Manuel, II, 43, 424, 615, 620-621 Corvo, Andrade, III. 360, 363
Conselho Português de Igrejas Cristãs (COPIC), III, 471 Costa, Afonso, III, 47, 49, 137, 140, 142, 144
Conselhos presbiterais, III, 253-254, 294, 295 Costa, Aires da, II, 430
Conselhos laicais, III, 305 Costa, António da, II, 450; III. 56, 1 1 3
Consolatinos (Instituto Missionário da Consolata), III, 3 1 1 , 386 Costa, Avelino de Jesus da, I, 144, 145, 148, 150, 247, 264, 307,
Constança, I. 328, 397 309, 348, 434; II, 426, 309
Constança, rainha de Astúrias, Leão e Castela, imperatriz da Costa, Bartolomeu da, II, 36
Espanha, I, 210, 436 Costa Cabral, 1.° conde e 1." marquês de, primeiro-ministro, 111.
Constança da Sicília, rainha de Aragão, II, 651 32, 1 1 6
Constantino, imperador romano, I, 17, 22, 267; II, 526 Costa, Catarina da, II, 36
Constantinopla, I, 25 Costa, Diogo da, bispo do Porto, II, 235
Constituições políticas, III, 23, 24, 28, 37, 56, 66, 68, 82, 87, Costa, Estevão de Jesus Maria da, bispo de Angra, e de Meliapor,
1 1 1 , 373, 376, 392, 406, 4 1 1 , 425, 426, 440, 441, 465 III, 67
Constituições diocesanas, 1. 249, 264, 399-400; II, 21, 25, 28-29, Costa, Francisco M. Couceiro da, III, 370
31, 36, 158, 195, 196, 213-214, 219, 223-224, 225, 234, 235, Costa, Hipólito José da, II, 92, 93
251, 318, 325, 336, 339-340, 356, 364, 377-379, 380-381, 382, Costa, João da. II, 24, 73, 638
385, 394, 395, 398, 399, 402, 403, 404, 405, 406, 407, 408, Costa, João Bénard da, III, 290, 345
409, 427, 428-429, 430, 449-450, 452, 456, 461, 464, 467-468, Costa, Jorge da, arcebispo de Braga, II, 235, 428
474-475, 486, 487-488, 494, 517, 518, 519-520, 521, 522, Costa, Jorge da, bispo do Algarve, bispo de Évora, arcebispo de
523-524, 525, 526-527, 528-529, 530, 531-532, 533-534, 535, Lisboa, cardeal (Alpedrinha), II. 148, 149, 150, 235, 378, 379,
537-538, 539-540, 542, 543, 545, 548, 549, 554, 557, 558, 426, 487, 6 1 1 - 6 1 2
559, 560, 561-562, 563, 564, 566-567, 583-584, 588, 589, 591, Costa, José M. Cardoso, III, 347
592, 593, 6 1 1 , 614, 618, 637-638, 640, 654, 662 Costa, José Plácido da, III, 461
Constituições e regras de vida consagrada, 1, 100, 230, 234, 351, Costa, Magalhães, III, 176
352, 356, 357-360, 362-363, 364, 365, 367, 385, 416, 420, Costa. Manuel Gonçalves da, I, 172, 175
428, 431, 478, 498; II, 36, 205, 206, 425, 498, 499, 615 Costa, Manuel José da, vigário-geral da diocese de Viseu, III, 68
Conti, Inocenzo, núncio apostólico, II, 175-176 Costa, Martinho da, arcebispo de Lisboa, II, 235
Contra-Reforma, II, 10, 15-38, 177-178, 208, 272-274, 275, 322, Costa, Mécia da, II, 374
324-325, 326, 327, 454, 462-463, 474, 498, 510, 539, 548, Costa, Paula, 1, 145
562, 573, 580, 583, 589, 615, 616, 627, 634, 644, 645, 664, Costa, Pedro da, bispo do Porto, II, 235
675-677; III. 410 Costa, Tomás da, II. 433
Corbiaco, Pedro de, 1. 411 Costa, Uriel da, II, 58
Corbin, Solange. II. 449 Coste, René, III. 289
Córdova, I, 95, 101, 427 Couceiro, Henrique M. de Paiva, III, 367
Cordeiro, Aleireo, III, 478 Couros, Mateus de, II. 3 1 1
Cordeiro, Luciano, III, 356, 367 Courtois, Victor, III, 368
Cordovil, António da Costa, 11, 630 Coutinho, Fernando, bispo do Algarve, I. 128
Cornélio, I, 237 Coutinho, Francisco, II, 606
Coroa, Guilherme, II, 74 Coutinho, Francisco de Lemos Faria, bispo-conde de Coimbra, II,
Corporativismo, III, 45, 179, 180-181, 187, 189, 193. 195, 303 232
Corpus dc Würzburg, I, 30 Coutinho, Francisco de Sousa, representante de Portugal junto da
Correa, Pedro, II, 630 Santa Sé, II, 160, 161, 162
Correia, Afonso, I, 332 Coutinho, Francisco José, II, 501
Correia, Amador, II, 459 Coutinho, Guiomar, I, 494
Correia, António. II, 649 Coutinho, João, bispo do Algarve, de Lamego, e arcebispo de
Correia, Arduíno Afonso, III, 459 Évora, II, 179, 222
Correia, Francisco, II, 418 Coutinho, João Ramos de Azevedo, II, 174
Correia, Joaquim Alves, III. 189-190, 3 1 1 , 382, 468 Coutinho, José de Moura, bispo de Lamego, III, 68
Correia, José Manuel Pinto, III, 267 Coutinho, Manuel, bispo de Lamego, II, 224, 388
Correia, Manuel. II, 500 Coutinho, Manuel Tavares, II, 145
Correia, Paio Peres, mestre da Ordem de Santiago, I, 190, 236 Coutinho, Luís, bispo de Viseu, de Coimbra, e arcebispo de
Correio Nacional, III, 100 Lisboa, I, 391
Corte, I, 180, 183, 209, 210, 213, 214, 216, 217, 218, 224, 227, Coutinho, Luísa de, condessa do Sabugal, II, 35
232, 235, 243, 251, 303, 323, 327, 333, 366, 370, 377, 384, Coutinho, Rodrigo de Sousa, III, 422
408, 423, 432, 434, 453-455, 462-470, 474, 476, 477, 478, Couto, Gustavo do, III, 382
488, 495, 496, 497, 499-501, 502-505; II, 10, 17, 18, 20, 40, Couto, Manuel do, II. 459; III, 72
49, 50-51, 52, 55, 63, 75, 81, 83, 85, 87-88, 97-102, 103, 109, Couto, Manuel José G. do, II, 241, 417
112, 1 1 3 , 138-139, 140, 144-145, 148, 149, 151-154, 159, 162, Coutos, I. 153, 190, 213, 267, 277, 281, 283, 333, 444, 462
166, 170, 172, 176, 179, 189, 198, 227-228, 229-230, 232, 234, Coutos, John, II, 90
251, 273, 329, 338, 345, 352, 357, 358, 359, 385, 409, 4 1 1 , Covilhã, I. 104, 169; III, 187, 214, 438, 444, 462, 468
414, 420. 430, 442, 449, 451-452, 470, 471-472, 488-490, 492, Crawford, Margaret, III. 449

549
INDICE GERAI.

Crawley-Boevey, Matéo, III, 145, 171 Curado, Diogo, II, 409, 630
Crato, I. 69, 143, 191; II, 119, 187; III, 68, 361 Cúria diocesana (ver também Burocracia), I, 289, 393-397, 398,
Crescónio de Tui, bispo de Coimbra. I. 100, 166, 227, 242, 356, 399, 401; II. 187, 194-199, 212, 220, 222, 233; III. 169
407, 438-439 Curcilhos de Cristandade, III, 227, 308
Criptojudaísmo (ver Judaísmo) Curto, Diogo Ramada, II, 124
Cristão Integral, O, III, 187 Curvelo, Edmundo, III, 437
Cristâos-novos (ver também Inquisição), I. 43; II, 9, 52-64, 74,
75, 84, 85, 1 2 1 , 1 3 1 , 141, 158, 162, 169, 213, 2 2 1 , 284, 3 3 1 ,
374, 382, 470, 496, 672, 673, 438-439, 442-447 Dabella, Abraham, III, 439
Crispino, Gilberto, I, 70 Dade, Martini, I, 322
Cristiano, Paulo, I, 72 Dagama, João Fernandes, III, 450
Cristina, santa, I, 427 Deanhardt, Cristiano Eduardo, III, 448
Cristo, Francisco de, II, 496 Dallas, Alexander, III, 451-452
Cristo, João de, II, 495 Dalmácio, arcebispo de Compostela, I. 356
Cristo, Luís de, II, 497 Daniélou, Jean, III, 288
Cristo Rei, Juventude de, III. 343 Darby. John, III, 452
Cristóvão, Fernando, III, 299 Dardra, Diogo, II. 453
Cristóvão, João, I, 43 Daun, João Carlos de Saldanha de Oliveira, primeiro-ministro,
Cristóvão, mártir, 1. 427 marechal (1." duque de Saldanha), III, 103, 110, 1 1 3 , 1 1 5 , 355,
Cromberger, Jacob, II, 429 426
Cruz, Afonso da, II, 421 David, Pierre, I, 139-140, 141, 144, 307, 436
Cruz, Agostinho da, II, 495-496 David, rei de Israel, II, 490
Cruz, Fernando da, II, 571 Decadência e crise, III, 54, 83, 11o, 137, 155, 177, 228, 235, 245,
Cruz, Francisco Rodrigues da (padre Cruz), III, 144-145 251, 254, 256, 268, 277, 280, 302-303, 422, 426, 432, 503
Cruz, Hilário da, II, 496 Décio, imperador romano, 1, 20
Cruz, Jacinto António Crespo da, III, 68 De Confessione Verae Fidei, I, 25-26
Cruz, Joana da, II, 87 Dehergne, Joseph, II, 256
Cruz, Luís da, II. 454 Dehonianos (Sacerdotes do Coração de Jesus), III, 3 1 1 , 386
Cruz, Maria da, II, 498 Dei vcrbum, constituição dogmática (1965), III, 257
Cruz, Guilherme Braga da, 111, 203 Delgado, Cosme, II, 492
Cruz, Manuel Braga da, III, 91, 1 1 6 , 138, 143, 194, 233, 245, Delgado, Humberto, III, 269
292, 296 Della Rovere, Marco, núncio apostólico, II, 135, 150, 179
Cruz, Manuel Lopes da. III. 175, 176, 219, 220 Dellon, Charles, II, 90
Cruz, Pedro da, 1, 339 Delumeau, Jean, II, 244, 359, 361, 538, 540, 541, 542, 553, 563,
Cruzada, 1. 36, 102-108, 116, 129, 142, 236, 445, 450, 456, 497, 622; III, 262
499, 505; II. 66-67, 68, 85, 144, 146, 148, 166, 262, 263-264, Democracia e direitos humanos, I, 360; III, 18-19, 43, 59, 63,
268, 270, 489, 527, 624, 648, 655; III, 187, 432 129, 188, 195, 229, 245, 246, 247, 249. 253, 254, 255, 266,
Cruzada Nacional D. Nuno Alvares Pereira, III, 1 6 1 - 1 6 2 278, 289, 291, 292-302, 304, 305, 306, 3 1 3 , 324, 325, 330,
Crúzios (ver Cónegos Regulares de Santa Cruz) 416, 437, 465, 471, 475, 479-480, 483, 487, 496, 504
Cucufate, santo, I, 344 Democracia Cristã (ver Doutrina social da Igreja; Partidos políticos
Cueva, cardeal, II, 161 e religião)
Cultuais, associações, III, 141, 142 Demografia (ver também Sociologia), I, 68, 217, 218-219; II, 25,
Ciiin ad itiliil magis (1536), bula papal, II, 103, 150 60-62, 65, 66, 77, 93, 1 1 4 - 1 1 7 , 129-130, 190, 195, 201-203,
Cum dilecti (1674), bula papal, II, 169 208-212, 217, 219, 220, 224, 225, 226, 244, 252, 277, 283,
Cnm sicut praefectus rex (1501), bula papal, II, 17 287, 291, 292, 293, 298, 302, 306, 323-324, 350, 355, 401,
Cunha, Ana Cannas da, II, 62 415, 497, 504, 518, 531-534, 562, 572, 591, 634; III, (»7, 70,
Cunha, António da, II, 572 83, 98, 104, 1 1 3 , 114, 1 1 5 , 139, 1 4 1 , 155, 1 7 1 , 180, 187, 197,
Cunha, cardeal (ver Meneses, Carlos da Cunha e) 198, 201-202, 203, 206-209, 210, 2 1 1 , 215, 216, 235, 238,
Cunha, Cristina, I, 145 245, 264, 277, 281, 284, 286, 287, 305, 314-324, 361, 364,
Cunha, Guilherme Dias da, III. 454, 464, 466 379-380, 394, 395, 423, 431, 450, 453, 456, 458, 459, 460,
Cunha, João Cosme da, arcebispo de Évora, inquisidor-geral, 463, 464, 467, 472, 475, 476, 480, 482, 486, 487, 493-495
cardeal, governador de justiças do Reino, II, 40-41, 110, I I I , Demóstenes, II. 432
193, 391 De potcstate regia, II, 173
Cunha, José Anastácio da, II, 91 De regno Portugaüiae (1275), bula papal, I, 322
Cunha. Luís, III, 223 Dereine, Charles, I, 222
Cunha, Luís da, diplomata, 11, 57, 64, 201 Desamortização (ver também Extinção das ordens religiosas.
Cunha, Luís da, secretário dos Negócios Estrangeiros, II, 173 Património), I, 265-266, 269-271, 324, 333; II, 143, 1 5 1 , 157,
Cunha, Manuel Baptista da, arcebispo de Braga, III, 58 175, 178, 179-180, 333, 673
Cunha, Mário, I, 145 Descartes, René, III, 421
Cunha, Nuno da, inquisidor-geral, cardeal, primeiro-ministro do Descobrimentos e Império (ver também Colonização e
Despacho, II, 110, 1 1 1 , 166, 550 colonialismo, Missões), I, 124, 333; II, 10, 49, 54, 58, 66-67,
Cunha, Nuno da, representante de Portugal junto da Santa Sé, II. 8(1, 85, 86-87, 97, 99, 104, 119, 142, 147-148, 149, 162, 188,
160 190, 193, 195, 196, 225, 226, 228-229, 230-231, 233, 239,
Cunha, Rodrigo da, inquisidor-geral, bispo de Portalegre, e do 273, 375, 381-382, 385, 456-459, 468, 475, 488, 497, 499,
Porto, arcebispo de Braga, e de Lisboa II, 137, 226, 234, 428, 503-508, 510, 5 1 1 , 534, 564, 567, 6 1 1 , 621, 624, 627, 628,
474, 557, 609, 652-653 629, 652, 671
Cunha, Simão da, II, 624-625 Descrença (ver também Ateísmo, Agnosticismo) I, x; II, 77-78,
Cunha, Tristão da. II, 147-148, 358 78-79, 106, 568; III, 1 1 , 23, 71,^83, 94-96, 104, 105, 106-108,
Cupientesfidemcatholicam, II. 103 1 1 1 , 196, 197, 199, 2 1 5 - 2 1 6 , 413. 449

550
INDICE GERAI.

Descristianização (ver Secularização) 111, 25, 1 2 1 , 152, 166, 170, 172, 173, 202, 225, 250, 310,
Desengano de perdidos, II, 66, 72 3 1 1 - 3 1 2 , 454
Desporto, III, 100 Direito civil (ver também Constituições políticas), 1, 43, 53-59, 95,
Desterro, António do, bispo de Angola e Congo, e do Rio de 106,107,108, 264, 265, 267, 268-271, 327, 409, 410, 4 1 1 , 499;
Janeiro, II, 228 II, 9, 25, 49-50, 64, 93, 102, 103, 1 1 3 , 141, 157, 173-174, 175,
D'Étaples, Letèvre. II, 419 181-182, 2 1 1 , 317, 332, 333, 334, 337, 344, 373, 391, 526,
Deus, João de, III, 125 529, 534, 558, 593, 608, 613, 624, 655; 111, 17, 25-26, 39-40,
Deus, João de, frei, II, 546, 649 49-50, 53, 55, 56, 88, 96, 1 1 1 , 136-137, 138, 139, 140-142,
Deus, João de, mestre, I, 339, 381 160, 164, 168, 189, 194, 266, 298, 362-363, 364-365, 369-370,
Deus, Manuel de, II, 249, 422, 525-526, 605, 612 371-372, 372-373, 376-377, 406, 4 1 1 , 415, 416, 426, 428,
Deus, Rodrigo de, II. 27, 3 1 , 421. 571 432-433, 441, 450, 465, 468, 474, 475, 479, 493, 503-504
Deza, Diego, II, 1 1 1 Direitos humanos (ver Democracia)
Diabo, I, 43; II, 12, 102, 249, 281, 370, 3 7 1 , 372, 373, 374, 379, Diversidade religiosa, III, 1 2 - 1 3 , 19, 31-32, 38, 44, 76, 87, 91,
437, 438, 526, 554, 606, 612, 613, 622, 644 104, 1 3 1 , 137, 168, 245, 249, 253, 257, 291, 303, 305, 306,
Dias, André, I, 386; II, 508 307, 3 1 1 , 3 1 3 , 314. 322, 323, 327, 401-501
Dias, Baltazar, II, 453 Divinis illitis magistri, encíclica papal (1929), III, 194, 201, 203
Dias, Gaspar, II, 510 Divórcio (ver Família, Matrimónio)
Dias, Guilherme, III, 124, 465 Dízima, 1, 54-55, 107, 144, 262, 263-265, 282, 286, 314, 320,
Dias, Jaime Lopes, II, 655 366, 382; II, 99, 136, 142, 190, 195, 255, 392; 111, 26, 30, 68,
Dias, José do Patrocínio, bispo de Beja, III, 155, 160, 172-173 103, 476
Dias, José Sebastião da Silva, II, 72, 73, 77, 90, 174, 420, Doctrina vcritatis ecdcsiac, II. 174
675-676; III, 195, 204 Documentação católica, III, 291
Dias, Maria, II, 80-81 Doder, Gerhard, II, 502
Dias, Mor, I, 2 3 1 , 470-474, 477 Doença (ver Epidemias, Medicina)
Dias, Nicolau, II, 420, 571, 582, 584, 587 Dolto, Françoise, III, 290
Diaz de Bivar, Rodrigo, cl Cid, I. 439 Domingo (ver também Festas, Tempo), I, 144, 354; 11, 318, 3 2 1 ,
Diaz Martinez, Pablo, I, 206 377, 381, 388, 389, 392, 394, 395, 397, 401, 409, 486,
Diaz y Diaz, M. C „ 1, 137, 138, 220, 347, 348 5 1 7 - 5 2 1 , 525-529, 609, 612, 650, 653; III, 97-98, 103, 144,
Diesendruck, Menahem M., III, 440 197, 216, 247, 3 1 3 - 3 1 4 , 314-322, 330, 495
Dignidades e hierarquia, I, 235, 237, 245-246, 289, 290, 396, 406, Domingos, Bento, III, 291
4 1 1 , 424; II, 100, 108-110, 1 1 1 , 1 1 2 , 1 1 3 , 114, 126, 135-136, Domingos, bispo de Coimbra, I, 392
143, 165, 166, 197, 198, 222-223, 233, 326, 327, 329, Domingos de Gusmão, santo, 1, 229, 231-232, 339, 581
3 3 1 - 3 3 2 , 336-337, 337-338, 340, 345, 3 5 1 , 487, 489, 493, 500, Domingues, Ernesto, 111, 386
502, 509, 524-525, 608 Domingues, Francisco, chanceler-mor, I, 252, 324
Dinis, Joaquim Dias, II, 255 Domingues, Geraldo, bispo de Évora, 1, 324
Dinis I, rei de Portugal, I, 41, 55, 58, 60, 107-108, 1 1 4 , 117, Domingues, Rui, I, 396
146, 148, 149, 150, 154, 158, 164, 173, 175, 176, 177, 180, Dominicanas, I, 184, 498; II, 80, 623; III. 1 1 3 , 1 1 4
183, 187, 192, 194, 217, 234, 235, 243, 269, 270, 3 1 3 , 320, Dominicanos, I, 36, 41, 72, 166, 170, 184, 192, 194-195,
3 2 1 , 322-323, 410, 463, 464, 467, 468, 470, 478, 485; II. 153, 228-233, 263, 291, 317, 339, 345, 373, 377-378, 379, 381, 382,
489, 652, 660 386, 393, 398, 412, 452, 452, 456, 460, 461, 468, 469, 472,
Dioceses (ver também Bispos), I, 5, 18-20, 96-97, 137-194, 478, 492, 501; II, 15, 18-19, 23-24, 52, 97, 109, 114, 152,
195-201, 204, 212, 225, 227, 230, 237-248, 265, 277, 279, 154, 202, 204, 205, 207, 218, 240, 242, 262, 265, 270, 276,
284-286, 287, 309, 310, 320-321, 343, 355, 388, 398, 399, 284, 299, 300, 301, 362, 377, 378, 399, 400, 422, 423, 424,
410, 452, 453; II, 10, 72, 99. 100, 104, 135-136, 138, 141, 541, 560, 571, 580, 581, 582-584, 628, 629, 637, 642, 648,
142, 1 5 1 . 152, 159, 165, 168, 169, 170, 175, 179, 180, 650, 664; III, 1 1 3 , 173, 174, 283, 287, 291, 322
187-199, 233, 241, 262-263, 271, 278, 281-284, 287, 288, 289, Dominus ac Redemptor (1773), bula papal, II, 175
291, 293-294, 296-297, 373, 377, 427, 468, 550, 562, 675; 111. Dondeyne, A., III, 278
30, 3 1 , 39, 67-68, 69, 76, 1 1 1 . 124, 130, 134-135, 166, 169, Doroteias, 111, 2 1 2
175, 179, 216, 217, 222, 224, 240-241, 253-254, 283, 286, 287, Doutrina social da Igreja (Católica), III, 43, 44-50, 55, 58-59, 7 1 ,
295, 299, 307, 316-317, 3 1 8 - 3 2 1 , 323, 324, 374 85, 86, 91, 93-94, 101, 102, 104, 106, 1 1 2 , 116, 130, 1 3 2 - 1 3 3 ,
Diocleciano, imperador romano, 1, 5, 18, 137 137-138, 139, 142-143, 146, 172, 177, 178, 180. 182, 187,
Diogo Gonçalves, conde, I, 423 188-191, 191-195, 196, 199, 227, 229, 231, 232-233, 242, 246,
Diogo, rei do Congo, II, 386 247, 252, 255, 256, 266-277, 278, 289, 301, 304, 328, 330, 433
Dionísio (o Areopagila), pseudo-, 11, 72 Duarte, Francisco, II, 438
Dionísio, Sant'Ana, III, 437 Duarte, Inácio, II, 417
Diplomacia (ver também Santa Sé), I, 303, 307, 327, 397-398, Duarte, infante de Portugal, comendário de Tarouca, I, 144, 230;
408; II, 49-50, 90, 95-97, 138, 144-146, 146-182, 194, 198, II, 646
226, 232, 260, 268, 290, 301, 3 1 1 , 386, 489, 499, 585; III, Duarte I, rei de Portugal, I, 43, 50, 54, 61, 67, 77, 104, 116,
416, 423, 448, 450, 452, 453, 463 480, 485, 494, 496, 498, 499; II, 418, 488-489; III, 439
Direito canónico (ver também Constituições diocesanas), I, 47, 49, Duarte, Urbano. Ill, 262
141, 142, 144, 220, 228, 237, 238, 239, 242-243, 246, 247, Duby, George, I. 36, 2 1 5
262, 264, 267, 268, 281, 284-285, 286, 308, 339, 342, 346, Duquoc, Christian, III, 289
347, 352-353, 380, 381, 387-388, 391, 392, 393, 397, 398, Dupanloup, bispo de Orleães, III, 77
399, 400, 401, 406, 407, 409, 410, 4 1 1 , 412, 499; II, 15, 16, Durão, Paulo, III, 204
22, 25-26, 27, 28, 29, 3 1 , 38, 59-60, 95-96, 102, 103, Durkheim, Émile, II, 369
104-108, 109, 1 1 3 , 1 2 1 , 157, 158, 176-177, 181-182, 196, 198,
214, 216, 217, 222, 224, 228, 230, 2 3 1 , 233, 252, 317, 332,
336, 373, 391, 427, 456, 462-463, 474, 493, 5 1 8 - 5 2 1 , 530,
E
Eanes, Gil, II, 273, 282
532, 537, 539, 548, 550, 552, 553, 559, 614, 625, 643, 662; Eanes, Soeiro, bispo de Lisboa, I, 395

551
INDICE GERAI.

Ebrard, Aymerico, bispo de Coimbra, I, 166 Epigrafia, I, 53, 203, 483, 488
Eça, Pedro Barbosa de, II. 137 Epistola Episcoporum Franciae, I, 34
Echkart, mestre, II, 420 Equipas de Nossa Senhora, 111, 203
Economia (ver também Dizima, Benefícios, Património Era Nova, III. 189
eclesiástico), I, 60-62, 129, 165, 169, 175, 182, 183, 217, Erasmismo, I, 387; II, 16, 2 1 , 66, 7 1 , 73, 74, 75, 124, 214, 396,
218-219, 246, 247, 248, 249, 261-301, 3 1 3 , 390, 391, 396-397, 407, 452, 519, 631, 637, 638, 639
400, 407, 408, 409, 4 1 1 , 412, 413, 424, 428-429, 431-432, Erasmo, 11. 75, 380, 419, 641
440, 453, 455, 461, 462, 464-465, 467, 470. 474, 478, 487; II, Erdmann, Carl, I, 306-307, 450
56, 67, 96, 100, 102, 103, 1 0 9 - 1 1 0 , 114, 119, 126, 129, Eremitismo, I, 160, 175, 192, 214, 220-222, 224, 227, 230, 339,
1 3 0 - 1 3 1 , 135-136, 138, 140, 142, 143-144, 144-145, 148, 346, 360-362, 367, 374, 428, 452, 453, 494, 498, 501, 504; II,
153-154, 157-158, 160, 165, 166, 168-169, 176, 177, 180, 190, 19, 451. 496, 582
191, 195, 198, 208, 212, 2 1 5 - 2 1 6 , 221, 223, 235, 242, 253, Enuígio, I, 448
257, 279, 284-286, 307, 317, 3 2 1 , 326, 328-329, 330, 3 3 1 , Escatologia, I, 348-351, 360, 362, 453, 458, 498, 502; II, 38, 74,
332-334, 340, 346-347, 348-349, 351, 360, 392, 393-394, 398, 80, 81-88, 272, 370-371, 379, 421, 468-469, 475, 643, 644,
404-405, 450, 460, 461. 462, 468, 470, 474-475, 476, 482, 650-652, 653, 655, 658; III, 410, 437, 460, 471, 486-487, 497
485, 489, 491, 496, 517, 519-520, 523, 524, 527-528, 533, 557, Escolar, Maria Anes, 1, 494
558, 587, 592-593, 594, 636, 673-674; 111, 2 1 , 23, 26, 3 1 , 34, Escolas (ver Ensino)
45, 47, 49, 68-69, 93, 117, 118, 130, 132, 134, 141. 182, 194, Escolástica (ver também Neotomismo), 1, 339, 362; II, 218, 235,
203, 216, 226, 238, 245, 256, 266, 267-268, 304, 305, 3 1 5 , 538; Ili, 102, 420-421, 429. 430
327, 358, 365, 372, 373, 376, 380, 381, 404, 412-413, 414, Escoto, Tomás, I. 37, 412
416, 419, 425, 434-435, 436, 438, 439, 441, 445, 456, 458, Escravatura, I. 104, 130, 206, 279-280; II, 50, 66-67, 136, 270,
460, 462, 463, 464, 470, 472, 473-474, 475-476, 480-481, 280-281, 286, 433, 503, 510, 534, 552, 585, 648, 658; III, 106,
488-489, 495-496, 498 457
Ecumenismo e irenismo, II, 78, 88, 91, 469; III, 190, 218, 237, Escultura e artes decorativas, I, 370, 378. 390, 459, 475, 483, 487,
257, 289, 324, 454, 467, 470-471, 473, 504-505 488, 490, 492; II, 326, 367, 391. 469, 473, 474, 476, 478, 480,
Eddy, Marv Baker, III, 475 542, 568, 580, 594, 607, 608, 616, 621, 624, 630, 632, 641.
Editoras (ver Imprensa) 660-661, 664
Educação (ver Infância e juventude, Ensino, Universidades) Escutismo, III, 1 3 1 , 147, 162. 190-191, 227, 277, 298, 309, 337,
Emerenciana, santa, I, 427 442, 455-456, 472
Encarnação (Santa Cruz), Gaspar da, ministro de Estado, II, 140, Esmeraldo de Situ Orbis, II, 652
227, 228, 672 Esoterismo (ver também Magia, Superstições), III. 409, 442, 477,
Enes, António, III, 124, 363, 368 481-484, 494, 496
Episcopado (ver Bispos, Conferência Episcopal Portuguesa, Espanha, I, 5, 15-35, 53, 69, 72, 93, 103, 137, 147, 175, 179,
Pastorais) 207, 209, 210, 2 1 3 , 214, 222, 314, 320, 328, 329, 339, 357,
Escada, José, III, 222 388, 408, 410, 427, 455, 477, 478, 484, 499, 502, 505; II. 17,
Escardo, II, 4 1 3 19, 23, 32, 37, 49-50, 51. 53, 54, 58, 64-65, 66, 77, 80, 83,
Escobar, André Dias de, I, 339 84, 87, 96, 97, 99, 104, 105, 109, 110, 1 1 1 - 1 1 2 , 1 1 3 , 118,
Escobar, Pedro de, II, 494 119, 125, 128, 130, 136-137, 145. 149, 154, 156, 159, 160,
Ésquio, Nicolau, II. 24, 420. 422 161, 162, 163, 172, 174, 194, 262-263, 265, 266, 270, 272,
Efrém, santo, I. 347 273, 274, 282, 284, 286, 293, 294, 296, 302, 308, 347, 355,
Egas, bispo de Viseu e de Coimbra, I, 242, 320, 324 358-359, 390, 410, 419, 423, 428, 429, 437, 451, 489, 494,
Egas, João, arcebispo de Braga, I. 3 1 9 510, 549, 567, 576, 585, 6 1 1 , 617, 629, 641, 643, 647-648,
Egipto. I, 29 671, 675; III, 70, 135, 148, 178, 227, 258, 280
Elias, profeta, II, 88 Esperança, Francisco da, II, 509-510
Elipando, bispo de Toledo, I, 34 Esperança, Manuel da, II, 497, 642, 653
Elvas, I, 60, 66, 67, 110, 1 1 5 , 203; II, 494; III, 173 Esperanças de Portugal, II, 81-85
Elvas (diocese de), I, 179, 162, 191, 618; III, 68 Espiritanos (Congregação do Espirito Santo), III, 114, 226, 284,
Elvira, I, 20-21, 29, 137, 138, 203, 237, 262; II. 520 308, 3 1 1 . 355-356. 363, 364, 367, 368. 369, 3 7 1 , 372, 378,
Enoc, profeta. II. 88 381, 386
Ensino (ver também Seminários, Universidade), I, 9, 32, 37. 225, Espiritismo (ver também Esoterismo), III, 415. 476-477, 493, 494,
227, 229, 238, 240, 246, 248, 340, 359, 365-366, 374, 377, 495
391, 392, 393, 398, 400-413, 420, 438, 445, 481; II, II, 19-20, Espirito Santo (culto do), I, 354, 325-326; II, 409, 456, 482,
22, 27, 28, 39, 69, 85, 140, 152, 175, 205, 2 1 3 - 2 1 5 , 222, 232, 650-658; III, 1 5 1 , 265
235, 240, 241, 246, 250, 270, 272, 294, 324, 334, 377, 378, Espírito Santo, Arnaldo, I, 204
380-382, 383, 384, 388, 391-392, 393, 394, 397, 399-400, 401, Espírito Santo, João do, II, 422
403, 417, 418, 454, 455, 457, 458, 459, 460, 487, 488, 489, Espírito Santo, José do, II, 630, 634, 649-650
492, 493, 494, 496, 498, 500, 502, 503, 505, 544, 559, 560, Espiritualidade e devoções (ver também Hagiografia e santidade;
565, 572, 609, 621-622, 632, 637, 638, 644, 646, 647, 648, Mosteiros e monaquismo), 1, 8-10, 44-45, 170, 2 1 5 , 268,
655, 656-657, 658, 664, 671; III, 17, 32, 34, 37, 38, 39, 41, 339-387, 423-505; II. I I , 15-44, 69-70, 7 1 - 7 2 , 74-77, 235,
46, 48, 53, 56, 62, 75-76. 89-90-91, 92, 96, 98, 100, 101, 105, 244, 246, 247, 249, 250, 251, 306-308, 317-322, 323, 324,
1 1 3 , 114, 119, 125, 132, 135, 137, 142, 143, 147, 163, 326-327, 330, 332, 345, 346-359, 359-365, 377, 400, 401,
167-168, 172, 174, 182, 188-189, 191, 194, 198, 200-211, 2 1 2 , 406, 407, 4 1 2 - 4 1 4 , 416, 418-425, 434. 466, 467, 468, 473,
220, 224, 234, 247, 251, 252, 266, 276, 277, 278, 296, 301, 476, 478-480, 482, 497, 522, 525-526. 549, 552, 555,
310, 326, 364, 373, 376, 409, 414, 431, 439, 441, 448, 449, 558-596, 603-664; III, 12, 27-28, 40, 42, 43, 65, 70-73, 74,
454, 458, 459, 460, 465, 472, 478, 495, 505 78, 79-80, 83, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 94, 100, 104, 106,
Entroncamento, III, 273-274 108-109, 110, 1 1 1 , 1 1 4 - 1 1 5 , 1 1 6 , 130, 1 3 1 , 136. 139, 144,
Epidemias, 1, 68, 271; II, 52, 350, 369, 401, 454, 566, 574, 615, 145, 147, 148, 149, 1 5 1 - 1 5 2 , 1 5 3 - 1 5 9 , 159-164, 170, 171,
647, 653, 654. 655; III, 79 173, 177, 182, 183, 185, 186, 189, 190, 199, 202, 2 1 2 , 2 1 3 ,
Epifania, Manuel da. II. 416, 440 226-227, 229, 239, 240, 242-243, 244. 245, 2 5 1 , 255, 258,

552
INDICE GERAI.

263, 290, 308, 310, 3 1 3 , 324-325, 407-408, 4 1 0 - 4 1 1 , 413, Évora (diocese de), I, 144, 149, 169, 177, 179, 180, 185-192, 193,
437, 449, 474, 505 235, 241, 245, 246, 247, 250, 270, 289, 290, 355, 390, 410; II,
Esprit, III, 204, 229, 278 22, 144, 161, 188, 1 9 1 . 196-197, 198, 210, 2 1 1 , 2 1 3 - 2 1 4 , 217,
Estado Novo (II República), III, 18, 63, 129, 173, 180, 181, 183, 223, 224, 240, 390, 427, 428-429, 450, 454, 6 1 1 , 624, 640,
188, 189. 191, 192, 193, 195, 203, 229-231, 233-239, 243-244, 654; III, 97-98, 173, 254, 255, 294
245-247, 255, 256, 259, 267-275, 280, 282, 288, 292-294, 296, Évora, Eusébio de, II, 415
372-377, 415, 416, 433-435, 442, 454, 455-456, 465, 468-469, Évora, José Maria da Fonseca e, bispo do Porto, II, 228
472, 474. 475, 479, 483, 487. 496, 501, 504 Évora, Paio de, I, 252
Estados Unidos da América (EUA), II. 58; III. 108, 190, 227, 450, Exame de Consciência, II, 30
456, 459, 460, 461, 462, 468, 470, 472, 473, 475. 476, Exegese bíblica (ver Bíblia e exegese bíblica)
480-481, 483, 486, 488, 498 Exército Azul de Nossa Senhora de Fátima, III. 227
Estanislau Kostka, santo, II. 644 Eximinis, Francisco, II. 23
Este, João Baptista de, II, 63 Exorcismo, II, 249
Estella, Diogo de, II, 401 Expectação, Manuel da, II. 422
Estevão, arcebispo de Braga. I, 395 Extinção das ordens religiosas, II, 10, 38, 179, 507, 673; III, 12,
Estevão, arcebispo de Toledo, I, 304 25, 26, 30, 3 1 , 34, 55, 67, 72, 74-75, 76, 90, 102, 103, 109,
Estevão, bispo de Liége, II. 659 1 1 2 , 116, 137, 160, 172, 353, 369, 426, 427, 431
Estevão da Guarda, I, 60 Ex-votos. II. 348, 361, 484-486, 654; III, 1 5 1 , 264
Estevão, José, III. 72
Estevão, mestre, I, 447 F
Estevão, santo, I, 69 Facundo, santo, I, 427
Estevão, Tomás, II, 386 Fafes, Egas, bispo de Coimbra, 1, 3 1 9
Esteves, Fernando, I, 351 Faircloth, Samuel Douglas, III, 460
Esteves, Gonçalo. I, 494 Falcão, Manuel Franco da Costa de Oliveira, bispo de Beja, III,
Esteves, João, II, 502 216, 3 1 5 , 326, 392
Esteves, Mana, I. 468, 469-470 Faleiro, Manuel. II. 496
Estrabão, I, 1 3 Família, I, 205, 206, 207-208, 214, 2 1 5 - 2 1 6 , 217, 218, 219, 220,
Estrada, José Possidónio, II, 593 236, 238, 241, 247, 250, 252, 267, 268-269, 280, 304, 345,
Estremoz, I, 67; II, 630 382, 392, 398, 401-402, 408, 423-424, 428, 430, 431, 440-441,
Etéria (ou Egéria), I, 203 462, 464, 470, 471. 472, 474, 478, 479, 481-492, 495,
Etiópia, II, 1 5 1 . 263, 272, 282, 288, 456-457, 504 498-499, 501, 502, 507; II, 36, 50, 58, 60-62, 80, 88, 1 1 3 ,
Etnografia (ver Antropologia religiosa) 128, 110, 138, 143, 144-145, 148, 149, 176, 221, 225, 230,
Elsi sucepti (1443), bula papal, II, 265 231-232, 235, 308, 329, 333, 344, 420, 476, 530, 533, 537,
Eucaristia e liturgia, I. 9, 33, 36, 99-100, 166, 207, 209, 210, 212, 552-553, 563, 581, 616, 625, 634, 636, 648; III, 26, 46, 91,
224, 225, 246^ 247, 249, 262, 264, 265, 2 7 1 , 286, 290, 98, 100, 109, 110, 1 1 1 , 1 1 2 - 1 1 3 , 1 3 1 , 137, 146, 168, 172, 174,
344-348, 352, 354-355, 356, 357, 358, 361, 366, 367, 375, 191, 194, 200, 201-202, 212, 216, 234, 240, 242, 246, 247,
377, 381, 391-392, 400, 407-408, 413-414, 427-428, 431, 432, 262, 266, 276-277, 301, 305, 3 1 4 - 3 1 5 , 406, 431, 438-440, 441,
433, 436-440, 464, 476, 484, 490, 491, 502; II. 1 1 , 19, 28, 442, 443, 445, 451, 478
3 1 - 3 2 , 38, 42, 56, 68-69, 74, 75, 78, 106, 118, 127, 194, 2 1 3 , Faria, Adão Salgado Vaz de, III, 173
220, 251, 255, 279, 317, 323, 327, 329-330, 332, 334, 338-344, Faria, António, II, 505
349-350, 377, 378, 379, 380, 385, 393-394, 391, 393-394, Fana, Baltazar de, representante de Portugal junto da Santa Sé, II,
398-399, 403, 405-406, 409, 418, 420, 421, 426-432, 434, 449, 143, 198
451, 452. 456, 458, 469, 470, 476, 480-484, 486-510, 517-522, Faria, Francisco, II, 388
522-526, 543, 545, 552, 558-563, 564-568, 568-70, 587-588, Faria, Francisco Leite de, III, 388
589, 592-593, 594, 606, 607, 608, 612, 620, 624, 627, 631, Faria, João de, representante de Portugal junto da Santa Sé, II,
634, 637, 658-664, 646, 650, 652, 657, 658, 659, 660; III, 4(1, 144
43, 71-72, 85, 97-98. 103-104, 109, 1 1 0 , 1 1 1 . 114, 1 1 5 , 130, Faria, José Freire de, II, 657
136, 142, 145, 150, 154, 155, 159-160, 163, 166, 170-171, 182, Faria. Manuel, II, 510
183, I85, 194, 198, 210, 2 1 3 , 217, 219, 221, 223, 224, 226, Fana, Manuel, III, 224
238, 239, 240, 247, 252-253, 274-275, 277, 283, 294, 308, Faria, Manuel Severim de, II, 214, 434
3 1 3 - 3 1 4 , 314-322, 391, 410, 422, 451, 454, 456, 463, 485, Faria, Tomé de. II. 433, 649
495, 498-499 Farinha, Afonso Peres, prior do Hospital, I, 235, 322
Eudistas, II, 647 Farinha, António Lourenço, 111, 388
Eugénio IV, papa, II, 265, 608 Faro, I, 17, 98, 108-109, 137; II, 630
Eulália, santa, I. 18, 23, 238-239, 427 Faro, André de, II, 504
Eulógio, santo, I, 1 0 1 , 427 Fascismo. III. 193, 203, 435
Europa, 111, 247, 249, 278, 292, 298, 301, 3 1 3 , 324, 327, 408, Fátima, II. 625; III, 130, 1 3 3 - 1 3 4 , 145, 152-159, 162, 163, 172,
409, 463 176, 182, 185, 187, 206, 216, 219, 223, 224, 227, 230, 232,
Eusébio de Cesareia, santo, 1. 346 238-245, 257, 259-262, 273, 287, 340, 394, 395
Eutrópio, santo, 1, 240 Fátima e a redenção dc Portugal, III, 157
Eymeric, Nicolau, I. 328 Febronius, Justinus, II, 173, 174
Evmgelii mmtiandi, encíclica papal (1975), III. 136, 265, 309 Feitiçaria (ver Magia)
Evangelista, João, II, 621 Félix, bispo de Urgel, I, 34
Evangelização (ver Missões do interior, Missionação) Félix, José Maria, III, 157
Evangelização: anúncio de liberdade, III, 299 Félix, santo, I, 427; II, 659, 664
Évora, I. 17, 18, 37, 46, 53, 67, 102, 104-106, 109, 125, Fenícios, I, 14
122-123, 137, 252, 345, 390, 396; II, 99, 100, 102, 103, 124, Feio, António, II, 402, 4 1 1 , 434
129, 204, 241, 340, 350, 359, 403, 454, 467, 492, 494, 501, Fermo, José da, II, 403
539, 551, 559, 624; III, 286, 287-288, 420, 462 Fermo, Serafino da, 11, 23, 419, 603

553
INDICE GERAI.

Fernandes, Álvaro. 11, 489 641, 642, 646, 647. 648, 650, 652-654, 655-657, 659, 660,
Fernandes, André, bispo de Funai (Japão), II, 82, 83, 455, 504 675; 111. 1 1 , 70-71, 87, 98-99, 105, 1 5 1 , 152, 157-158, 159,
Fernandes, António, II. 492 161, 166, 173, 1 8 1 , 187, 239, 242, 257, 258-259, 262-264, 385,
Fernandes, António Mendes, II, 203 414, 463, 474
Fernandes, António Teixeira, III, 338-339 Feudalismo (ver Senhorialismo)
Fernandes, Domingos da Apresentação, bispo de Aveiro, III, 195, Fiães, I. 100
197, 199 Fialho, José, bispo de Olinda, da Baía, e da Guarda, II, 228
Fernandes, Duarte, II, 450 Fidei donum, encíclica papal (1957), III, 379, 392
Fernandes, Eduardo Mata, III. 479 Fidel, I, 238
Fernandes, Francisco, II. 450 Figanière, visconde de, III, 482
Fernandes, Garcia, II, 624, 662 Figueira, Baltasar Gomes, II, 574, 576
Fernandes, Godinho, arcebispo de Braga, I, 150 Figueiredo, Antero de, III, 164
Fernandes, Isabel. II, 24, 77, 559, 603 Figueiredo, António Pereira de, II, 39, 40. 41. 140, 174, 175, 182,
Fernandes, João, II, 67 614-615, 616, 672; III, 80, 428, 448, 464
Fernandes, José Manuel, III, 221, 222 Figueiredo, Cristóvão de, II, 573, 658, 662
Fernandes, Lopo, II, 491 Figueiredo, Fernão Homem de, II, 585
Fernandes, Manuel, II, 388, 397, 421, 622, 659 Figueiredo, Fidelino de, III, 437
Fernandes, Manuel António, III, 187 Figueiredo, Joaquim dos Santos, bispo eleito da Igreja Lusitana, III,
Fernandes, Maria de Lourdes Correia, II. 424, 544, 552 454, 466
Fernandes, Pedro, II, 140 Figueiredo, Manuel de, II, 440
Fernandes, Vasco (Grão-Vasco), I, 398; II. 573 Figueiredo, Mateus Castanho de, II, 634
Fernandez, Melicia, II, 34, 36 Figueiredo, Pais de, 111, 175
Fernando, I, 448 Figueiredo, Vítor, 111, 223
Fernando (o Infante Santo), beato, infante de Portugal, governador Filipa de Lencastre, rainha de Portugal, II, 631
da Ordem de Avis, I. 63, 235, 413; II, 36 Filipe, António, 1, 123
Fernando, duque de Bragança, I, 496 Filipe de Néri, santo, II, 43, 564, 647
Fernando, frei, II, 77 Filipe II, rei de Espanha (I de Portugal), II. 49, 80, 100-102, 109,
Fernando, infante de Portugal. I, 314, 335 110, 136-137, 141, 154, 156, 167.' 192, 227-228, 279, 280,
Fernando, infante de Portugal, II, 357 286, 330, 344-345, 358, 359, 381-382, 467, 509, 534, 576
Fernando, marquês de Vila Real, I, 497 Filipe III, rei de Espanha (II de Portugal), II. 63, 102, 1 1 2 , 130,
Fernando (o Católico), rei de Aragão, II, 266 154, 157, 167, 178, 192, 227-228, 284, 287, 466, 468, 629
Fernando I (o Magno), rei das Astúrias e de Leão, I, 94. 166, 209, Filipe IV, rei de Espanha (III de Portugal). II, 63, 102, 119, 137,
433, 434 154, 158, 159, 161, 167, 178. 192, 227-228, 293, 410
Fernando II, rei das Astúrias e de Leão. I, 185 Filipe II (Augusto), rei de França, I, 308
Fernando III, rei das Astúrias e de Leão e Castela, I. 187 Filipinas. II, 154
Fernando IV, rei das Astúrias e de Leão e Castela, I, 149, 175 Filosofia, I, 127, 132, 339, 386-387; II, 43-44, 180, 181-182,
Fernando I, rei de Portugal. I, 39, 54, 55, 60, 328-332, 4 1 1 , 488, 214-216, 218, 374, 423; III, 91, 108, 1 1 2 , 125, 149, 174, 196,
494; II, 49, 656 260, 279, 287, 288, 428, 432. 437, 499, 504
Fernando II, rei de Portugal, III, 68 Finanças (ver Comércio)
Ferno, Pintaguida da, II, 564 Fiore, Giochino di. I. 41; II, 650-651
Ferraz, João. II. 427 Firrao, Giuseppe, núncio apostólico, II, 171
Ferreira, António, II, 412 Fiúza, Cláudio, II, 417
Ferreira, António Alves, III, 138 Flâmula Ansures, I, 347
Ferreira, António José, III. 224 Flávio Josefo, I, 384
Ferreira, António Matos, III, 91, 143, 173-174, 238, 255, 422 Füchte, Augustin, 1, 423
Ferreira, Augusto, 11, 426 Florença, I, 397-398; II, 632
Ferreira, Ernesto, III, 472 Focolares, III, 308
Ferreira, Francisco Leitão, II, 438 Fóios, Cristóvão de, II, 572, 649
Ferreira, Gonçalo, I, 370 Folieto, Hugo de. I. 416
Ferreira, Guilherme L. Santos, III. 453 Foligno, Tomasuccio di, I. 39
Ferreira, J. Augusto, II, 159 Fonseca, Afonso, II, 433
Ferreira, Januário Torgal, bispo castrense, III, 344 Fonseca, António da, II, 406, 421
Ferreira, João Gomes, III. 362 Fonseca, Caetano da, II, 621
Ferreira, José Maria Cabral, III, 323-324 Fonseca, Cristóvão da, II, 499
Ferreira, José Dias, III. 68 Fonseca, Fernando Taveira da, II, 202
Ferreira, Manuel, II, 404, 455 Fonseca, João da, II, 421, 560
Ferreira, Paulo da Trindade, 111, 136 Fonseca, Joaquim Diniz da, III. 175
Ferreira, Silvestre Pinheiro, III, 429, 437 Fonseca, Manuel, III, 436
Ferrão, Martens, III, 356, 358, 360 Fonseca, Manuel Frutuoso da, III, 48, 49, 91
Ferreira, Medeiros, III, 293, 301 Fonseca, Maria da. I, 498
Ferreira, Nuno Estevão, 111, 217, 278-279 Fonseca, Miguel da, II, 492
Ferreira, Virgílio, III, 209, 437 Fonseca, Tomás da, 111, 162
Ferro, António, 111, 178 Fontaine, Bernardo, abade de Claraval, I, 2 1 2
Festas e romarias, I, 44, 69, 290, 355, 374, 377-378, 378, 379, Fontaine, J.. I, 30
381, 484; II, 12, 272, 277, 279, 318, 3 2 1 , 322, 323, 325, 326, Fontana, José, III, 431
327-329, 334-335, 339-340, 345, 349-350, 351-352, 355, 359, Fontanes, Simon, II, 503
379, 401-402, 436, 449-450, 454, 455, 457, 458, 461. 486, Fontes, Paulo, III, 381
499, 503, 508-509, 510, 519, 520, 521, 535-536, 552, 557, Forais (ver Municípios)
563-564, 565, 568, 584, 585-58, 615, 619, 620, 625, 627, 634, Foreiro, Francisco, II, 388, 396, 429, 433

554
INDICE GERAI.

Formigão, Manuel Nunes, 111, 154, 172 G


Foulque, bispo de Toulouse, I, 229 Gabriel, Manuel Nunes, arcebispo de Luanda, III, 380, 388
Fox, Gastão de, bispo de Évora, II, 407 Gaia. II, 324, 609; III, 378, 451, 452, 453, 465
França (ver também Invasões Francesas), I, 70, 102, 203, 209, 212, Galassi, António, II, 499
213, 224, 225, 239, 241-242, 284, 308-309, 314, 318, 328, Galécia, I, 5, 13, 15, 16, 21, 27, 29, 30, 32, 33, 34, 46
340, 345, 355, 377, 410, 413, 416, 436, 438-439, 444, 477, Galiza, 111, 148
478; 11, 10, 1 1 , 42, 51, 58, 73, 74, 75, 80, 87, 92, 137, 146, Galharde, Germâo. II, 383, 429
147, 159, 160, 161, 162, 170, 173, 174, 235, 254, 274, Galharde, Simão, II, 429
296-297, 301, 397, 401, 418, 428, 438-442, 521, 553, 607, Galhoz, Maria Alice, II, 613
619, 631, 644, 648, 655, 660, 675; III, 39, 45, 71, 75, 76-77, Galvão, Duarte, II, 86
79, 80, 81, 86, 92, 97, 100, 104, 106, 109, 1 1 2 , 114, 1 1 5 , 116, Galvão, Francisco Fernandes, 11, 414, 434
124, 135, 140, 141, 147, 148, 1 5 1 - 1 5 2 , 158, 161, 163, 183, Gália, I 34
198, 203, 206, 217, 224, 225, 229, 255, 262, 272, 278, Gama, Francisco Saldanha da, cardeal, II, 145, 164, 172
279-280, 291, 308, 324, 355, 423, 476-477, 482, 483, 484 Gama, João da, II, bispo de Miranda, II, 227, 232
França, Luís de, III, 294, 318-320 Gama, Simão da, arcebispo de Évora, II, 455, 630
França, Nobre, III, 431 Gama, Vasco da, vice-rei da índia e 1." conde da Vidigueira, 11,
Francês, Manuel da Silva, II, 198 305, 348, 468, 569
Francisca Romana, santa, II, 622, 648 Gamboa, Pêro de, II, 493
Franciscanos, I, 39, 41, 160, 166, 170, 179, 184, 192, 194-195, Gamboa, Tomás de, III, 175
228-233, 263, 317, 339, 345, 373-378, 379, 381, 382, 393, 399, Garção, Óscar. III, 482
412, 416, 452-460, 461, 469, 470-480, 492, 494-496, 497, Garcia, José Sebastião Elias, 111, 431
499-505; II, 15, 17, 18, 27, 62, 77, 97, 152, 154, 204, Garcia, Mana Luísa Ressano, III, 191
205-206, 207, 218, 240, 241, 242, 244, 246, 249, 250, 262, Garcia, Manuel, II, 494
265-266, 270, 276, 276, 284, 291, 294, 299, 300, 377, 378, Garcia, Miguel, II, 281
387, 390, 404, 419, 421, 422, 472, 496, 499, 503, 505, 506, Garcia, Paio, I, 416
541, 564, 565, 570, 571, 572, 574, 576, 617, 619, 628, 637, Garcia, rei da Galiza, I, 434
650-651, 656; III, 38, 58, 75, 87, 101, 112, 1 1 3 - 1 1 4 , 149, 160, Garcia Rodriguez, Carmen, 1. 427
173, 174, 190, 283, 287, 325, 361, 364, 369, 371, 372, Gardiner, Robert, II, 569
378-379, 386, 437 Gardiner, William, II, 74
Francisco de Assis, santo, I, 229, 230, 373, 374, 375, 386, 452, Garra, Francisco, II, 500
453 Garrett, Almeida (ver Almeida Garret, 1." visconde de)
Francisco de Boija, santo, geral dos Jesuítas, II. 164, 359, 619, 644 Garrone, monsenhor. III. 289
Francisco de Sales, santo, II, 422, 619, 631, 644-645, 646 Garvão, I, 14
Francisco, João, II, 619 Gaspar, Rodrigues, III. 371, 377
Francisco Marto, beato, III, 154, 158 Gatta, Francisco da, I, 497
Francisco I, rei de França, II, 146 Gáudio, I, 43
Francisco Xavier, santo, II, 19, 247, 274, 275, 279, 386, 412, 433, Gavião, Pedro Vaz, bispo da Guarda, II, 235, 393, 488, 517-518
505; III, 145, 166, 385, 395 GEDOC. III, 271-273
Franco, António, II, 239-240, 403 Gelmírez, Diego, arcebispo de Santiago de Compostela, I, 161,
Franco, António de Sousa, III, 254 242, 344, 355, 388
Franco, João, II, 402, 423 Genealogia (ver Historiografia)
Franco, José Eduardo, III, 288 Geografia, I, 137-194, 248, 279, 309, 310, 351-352, 344 — 345,
Franco, Marcelino António Maria, bispo do Algarve, III, 155 357, 362, 363, 367, 377, 378-379, 388, 390, 393, 406-407,
Frascella, António, II, 296 408, 410, 4 1 1 , 427, 440, 453, 455, 460, 488, 494, 495, 496; II,
Fraternidade Cristã dos Doentes e Deficientes, III, 308 12, 69-70, 103-104, 1 1 5 - 1 1 7 , 1 1 8 - 1 1 9 , 126-127, 152, 168, 175,
Frederico II, imperador do Sacro Império, I, 308, 318, 397 187-194, 203-205, 208-212, 215, 240, 241, 261, 277, 290-291,
Frederico III, imperador do Sacro Império, 11, 449 292, 303, 323-324, 335, 346, 350, 351, 352-353, 354, 355,
Freire, António, II, 421, 587 356, 357-359, 360, 370, 372, 380, 401, 417, 426, 466, 468,
Freire, António Joaquim, III, 478 476, 485, 486, 495, 496, 497, 500, 502, 503, 506, 562, 565,
Freire, Francisco José (pseud. Cândido Lusitano), 11, 440 568, 569, 573, 578, 579, 580, 582, 584-585, 587, 588-589,
Freire, José Ilídio, III, 458 590, 591, 594-595, 609, 610, 6 1 1 , 619, 625, 627, 628, 632,
Freire, Melo, II, 672 633-634, 652, 655-656, 660-661, 675; III, 17, 45, 48, 49, 58,
Freire, Pedro Lupina, II, 55 69, 86, 95, 97-98, 103, 124, 133-135, 141, 146, 157, 159-160,
Freixo de Espada à Cinta, I, 104 169, 171, 172-173, 205, 206, 207, 209, 215, 222, 223, 238,
Freitas, José Joaquim de Sena, III. 46, 49, 73, 74, 85, 91, 92-94, 262, 286, 300, 308, 313-322, 323, 324, 378, 383, 407, 426,
96, 105, 124, 464 438, 439, 441, 444-445, 450, 451, 456, 462, 463, 470, 472,
Freitas, Rodrigo de, 111, 51 475, 476, 478, 482, 486, 495
Fróis, Luis de, II, 281 George, Frederico. III. 222
Frutuoso, santo, arcebispo de Braga e bispo de Dume, I. 23, 100, Georgi, Giovanni, II, 499
204, 205, 206, 215, 221, 238, 239, 240, 280, 344, 345, 346, Geraldes, António, II, 415
431 Geraldes, Martinho, arcebispo de Braga, 1, 320
Frutuoso, Domingos Maria, bispo de Portalegre, III, 199 Geraldo (Sem-Pavor), I, 185
Funchal, I. 486; II, 90, 92, 99, 205, 215, 216, 503; III, 308, 449, Geraldo, bispo de Lamego, I. 485
456 Geraldo, santo, arcebispo de Braga, I. 148, 209, 210, 305, 307,
Funchal (diocese do), II, 99, 188, 193, 195, 281, 561; III, 206, 340, 354, 355, 356, 357, 392, 444
449-450 Gerôncio, santo, I, 239
Fundão, II, 323, 324 Gerson, Jean, II, 24, 39, 41, 420, 614-615, 616, 636
Furstenberg, Maximiliano de, núncio apostólico, III, 283 Gertrudes de Helfta, santa, II, 23, 622
Fuseiro, Lopo Ruiz, I, 484 Geusau, Leo Alting von, III, 278

555
INDICE GERAI.

Gherlinc, João, 11, 428 Goody, Jack, I. 142


Giglio, Luigi, II, 317 Gorjão, Rafael, III, 368
Gil, bispo auxiliar de Braga, II, 377 Gouveia, 111. 468
Gil de Santarém, santo, I, 123, 232. 377, 472 Gouveia, André de, II, 73
Gil, Fernando, 11, 82 Gouveia, António, II, 404
Gil, frei, II, 4 % Gouveia, António Aires de, bispo tit. de Betszaida e arcebispo tit.
Gil, Martinho, bispo do Algarve, de Évora, e do Porto, I, 246 de Calcedónia, III, 38, 73, 138, 139
Girão, Amorim, III, 187, 193 Gouveia, Cristóvão de, II, 459
Girou, A. J „ III, 472 Gouveia, Francisco Velasco de, 11, 181
Glória, Brites. II, 498 Gouveia, Manuel, II, 572, 630
Gnechi-Soldo, Organtino, II, 3 1 1 Gouveia, Marcial de. II. 24, 73
Gneco, Azevedo, III, 43(1 Gouveia (Sénior), Diogo de, II, 73
Gnosticismo (origenismo), I, 30, 33-34 Gouveia, Teodósio Clemente de, arcebispo de Lourenço Marques
Goa (ver índia) e cardeal, III, 384, 390, 392
Godin, Henri, III, 202 Gower, John, I, 384
Godinho, diácono. I. 347 Graal, 1. 39
Godinho, Manuel, II, 414, 457 Graal, movimento. III. 132, 227, 290
Godinho, prior de São Vicente de Fora, I, 228 Grã-Bretanha, I, 309, 328; II, 58, 73, 74, 80, 90, 92, 93, 130,
Godinho, Silvestre, arcebispo de Braga, I. 242, 314. 3 1 5 , 317 1 3 1 , 286, 287, 490, 569, 576, 631; 111, 2 1 . 22, 23, 51. 86, 100,
Goetz, Carlos Cudell, II. 663 108, 358, 370, 421-422, 423, 424, 426, 439, 444, 445.
Góis, Damião de, I, 128; II, 24. 50-51, 63, 357, 375, 468. 447-448. 448-453, 455, 457, 462, 466, 470. 481, 498
491-492; III, 447 Graça, João José da, III, 451
Gomes, António de Azevedo, III, 370 Graça, Simão da, II, 649
Gomes, António Dias, III. 472 Graciano, João, I. 3 8 1 . 387-388, 3 9 1 , 406
Gomes, António Ferreira, bispo de Portalegre, e do Porto, III, Graciano, imperador romano, I, 32
198, 232-233, 235-236, 244, 250, 269, 270, 292 Grainha, Borges. III. 431
Gomes, António Marques, II. 418 Granada, Luís de. II. 19, 21, 23-24, 32, 33-34, 80, 214, 361-362,
Gomes (pai), António de Sousa, 111, 190 38(1, 385, 395, 396-397, 400, 401, 420, 421, 432, 436, 443,
Gomes (tilho). António de Sousa, III, 267 546, 559, 580, 582, 603
Gomes, Bernardo, II, 402 Grande Oriente Lusitano (ver Maçonaria)
Gomes, Carolina Sousa, III, 172 Grandi non imnierito, bula papal, I, 316-317, 319
Gomes, Cornélio, II, 386 Graves de commiini, encíclica papal (1901), III. 43
Gomes, Fernão, II. 494, 574 Gravissinmm clirisii ealcsiamm, bula papal (1881), III, 68
Gomes, Francisco, II. 455, 560 Grécia, I. 14; III. 484, 499
Gomes, Francisco de Sousa, III. 151 Green, Graham, III. 205
Gomes, Francisco Luís, III, 356 Gregório I (Magno), papa, I, 346, 348, 3 5 1 , 362, 384, 387; II.
Gomes, Henrique de Barros, III, 49. 56, 57, 110, 122, 358, 367 538, 587-588
Gomes, Henrique de Santa ('Iara, III, 306 Gregório V, papa, II, 154
Gomes, João, I, 351 Gregório VIL papa, I, 224, 243, 308, 391. 438; III. 76
Gomes, João, III, 299 Gregório IX, papa, I, 56, 75, 108, 230, 317, 318, 388
Gomes, João, bispo do Porto, I, 324 Gregório X, papa, I, 3 2 1 , 322
Gomes, J . Pinharanda, I, 177; III. 91, 116, 163-164, 218, 309, Gregório XI, papa, II, 16, 652
382, 383, 437 Gregório XIII, papa, II, 317, 429, 584
Gomes, Manuel, II, 565 Gregório XV. papa, II, 154, 549, 634
Gomes, Manuel António (padre «Himalaia»), III, 88 Gregório XVI, papa, III, 29-30, 43, 70, 353, 427, 428
Gomes, Manuel Teixeira, presidente da República, III, 432 Griffe, I, 32
Gomes, Rita Costa, I. 327 Grijó, I, 227, 292
Gomes, Saul, I. 145 Groote, Geraldo, II. 420
Gomes, Soeiro. I. 36-37, 232 Guálter, I. 228, 375
Gomes, Soeiro Pereira, III, 435 Guarda, I, 56, 322; II. 350
Gomes, Teresa Santa Clara, III. 268 Guarda (diocese da), I. 139, 144, 146, 170, 176, 180, 185,
Gómez y Togar, Vicente, III. 451, 452 186-187, 193, 245, 399, 407; II, 193, 2 1 3 , 356, 390, 393, 429,
Gonçalo, bispo de Coimbra, I, 440, 448 456, 520, 525, 588, 592, 604, 610; III, 152, 159, 191, 206,
Gonçalo Dias de Amarante, beato, I, 377 241, 254, 281-282, 295
Gonçalo Hispano, I. 339 Guedelha, rabi-nior, I. 55, 60
Gonçalo Moniz, conde de Coimbra, I, 434 Guedelha Palaçano, I, 63
Gonçalo, Pêro, II, 428 Guenin, Jules C „ III. 472
Gonçalves, A. Nogueira, I. 475 Guerra (ver também Cruzada, Invasões germânicas, Invasões
Gonçalves, Avelino de Jesus. III, 175, 180, 184-185, 187 Francesas, Reconquista), I, 45, 137, 294, 307, 3 1 1 , 3 1 3 ,
Gonçalves, Flávio, II, 618, 623, 633, 640, 662-664 3 1 7 - 3 1 8 , 319, 324, 328, 378, 370, 389, 398, 439, 450, 478,
Gonçalves, Gaspar, bispo de Portalegre, II, 433, 450 484, 491, 492, 492, 499, 502, 504; II, 49, 66-67, 74, 80, 86,
Gonçalves, Gonçalo, I, 392 90, 93, 97, 102, I I I , 119, 141. 142, 146, 147, 157, 163. 181,
Gonçalves, Iria, I, 145 2 1 1 . 249, 259, 260, 262, 267-268, 269-270, 282, 286, 287,
Gonçalves, Agostinho Jardim, 111, 302 289, 290, 296, 302, 348, 350, 369, 401. 4 1 0 - 4 1 1 , 417, 420,
Gonçalves, Jorge Jardim, III, 254 458, 467, 468, 470, 485, 489. 490, 500, 524, 528, 561, 566,
Gonçalves, Nuno, II, 652 568, 574, 606, 624-625, 634; III, 18, 28-31, 56, 66-67, 7 1 , 79,
Gondomar, III, 223 90, 103, 119, 1 2 1 . 135-136, 137, 147, 153, 156, 157, 161, 162,
Gonzaga, Luís, II, 649 164, 167, 177, 178, 180, 183, 187, 190, 193, 195, 214, 229,
Goodman, Paul, III, 444 236, 240. 242, 243, 245, 246, 247, 266, 267, 268-269,

556
INDICE GERAI.

270-271, 273, 274, 275, 276, 292, 304, 305, 308, 360, 392, 395-396, 415, 420, 421, 428, 429, 430, 450, 454, 492, 494,
393, 424, 425-426, 442, 445, 448, 450, 451, 457-458, 474, 497 495, 522, 559, 568, 571, 647
Guerra, Fernando, chanceler-mor, bispo do Algarve, Porto e Henrique I, rei de Castela, I, 214, 455
arcebispo de Braga, I, 160, 163, 246, 264, 406, 413; II, 16, 2 1 , Henrique VIII, rei de Inglaterra, II, 147
377, 378, 379-380. 490, 492, 558 Henriques, Aleixo de Miranda de, bispo de Miranda, e do Porto,
Guerra, João Pedro Miller, III, 266, 267 11, 225
Guerreiro, Bartolomeu, II, 409 Henriques, Amador, II, 19
Guerreiro, Isabel, III, 462 Henriques, Francisco, 11, 588, 658
Guerreiro, Manuel, III, 462 Henriques, Henrique, II, 386
Guichard, P„ 1. 93 Henriques, Lagoa, 111, 222
Guido de Vico, cardeal-legado, 1, 307 Heráldica. I, 390, 396, 483, 488, 489; II, 480, 570, 624
Guilherme I, o Conquistador, rei de Inglaterra, I, 309 Herculano, Alexandre, 1. 102, 434; II, 57, 96; III, 39, 40, 67, 7 1 ,
Guilherme, Manuel (pseud. Paulo Cardoso), II, 388, 422, 424, 560 74, 75-76, 77-82, 102, 1 1 2 , 118, 120, 355, 428, 501
Guimarães, I. 39, 97, 155, 195, 207, 208, 230, 249, 251, 252, Heresia (ver Heterodoxia/heresia)
289, 294, 344, 345-347, 350, 3 5 1 , 376, 4 1 1 . 423-432, 442, Hermann, Jacqueline, II. 87
444, 452; II. 355, 378, 404, 405, 497, 615, 642, 653-654; III. Hermenegildo (ou Mendo) Gonçalves, conde de Portucale, I, 423,
45, 173, 252 428
Guimarães, Francisco Vaz de, II. 452 Hermenegildo Guterres, conde de Coimbra, I, 304, 345
Guimarães, João Francisco, II, 664 Hermes Trismegistus. II. 375
Guiomar, condessa. I, 61 Herp (ou Hárfio), Henrique, II, 24, 66, 72, 420, 422
Guiomar, condessa de Atouguia, 1, 502 Heterodoxia/heresia (ver também Sebastianismo), I, 4, 17, 2 1 , 23,
Guiomar Ferreira, condessa de Barcelos, I, 492 24, 25-45, 48-51, 228, 229, 294, 303, 398, 412, 477, 498; II,
Guitton, Jean, III, 289 12. 24, 32, 33, 58, 68-69, 77-81, 87, 95, 99, 102, 1 2 1 , I53,
Gundemiro, abade de Santo Tirso, I, 440 162, 170, 173, 272, 279-280, 288, 338, 349, 379, 398, 400,
Guiné, III, 374-375, 485 407, 408, 463, 475, 5 1 3 , 521, 522-523, 613-614, 632, 638,
Gusmão, Alexandre de, II, 35, 42, 421 644, 662-664, 673; III, 44, 94-95, 175. 192, 410, 413, 423,
Gusmão, Domingos de, bispo de Leiria, arcebispo de Évora, II, 437, 447, 450, 479
229 Hewitson, William H „ III. 450
Gusmão, Luísa de, rainha e regente de Portugal, II, 81, 83, 85, Higino, bispo de Córdova, I, 29, 30-31
162, 229, 352, 557, 615 Hilário de Poitiers. 1, 25
Guterres, Paio, 1, 416 Hinduísmo, II, 85-86, 268, 272-273, 279, 281, 302, 305, 306,
308; III, 405, 416, 486, 494, 499
Historiografia, I, 1 - 1 0 , 95, 96, 102, 103, 1 1 4 , 118, 123-124,
Haeften, II, 576 144-146, 237, 238, 240, 241, 303, 305-307, 374, 375, 384,
Haering, Bernard, III, 289 406, 410, 423, 430, 433, 436, 441, 442-444, 445-452, 453,
Hagiografia e santidade, I, 18, 2 1 , 44, 46, 97-99, 130, 238, 239, 456, 477, 480, 481, 499, 508; II, 9-12, 15, 19, 22, 24, 26,
268, 343-344, 346, 360, 362, 373, 374-375, 377, 384, 392, 37-38, 50-52, 57, 58, 59, 69-70, 73, 80, 86, 233, 235, 240,
424-428, 430-431, 432, 445, 447, 453, 456-457, 459, 465, 243, 244, 250-251, 254, 255-256, 264, 268, 273, 286, 289,
470-471, 472, 474-480, 481, 497, 498, 501-505; II, 12, 22, 23, 303-308, 310, 3 1 1 , 318, 334, 346, 383, 402-403, 414, 430-431,
25, 32-33, 35, 36, 37-38, 42, 70, 79-80, 87-88, 164, 234, 247, 432, 437, 454, 456, 458, 462, 468, 471-472, 489, 492, 494,
249, 250, 308, 322, 324, 328, 345, 346, 353-359, 359-365, 497, 498, 499, 501-502, 504, 508, 528, 529-530, 536, 538,
391, 399, 406, 420, 424, 426, 449, 450, 451, 452, 453, 454, 540, 541, 542, 543, 549-550, 552, 587, 608, 610, 621, 622,
455, 456, 458, 459, 460, 463, 480, 484-486, 499, 503. 509, 642-643, 644, 645, 652-653, 662, 671-676; III. 9 - 1 3 , 17, 23,
510, 541-542, 557, 576, 582, 588-589, 606, 607, 609, 610, 41-42, 45, 62-63, 65, 66, 75, 77, 82, 83, 88, 91, 1 1 5 - 1 1 6 , 1 2 1 ,
614, 615-616, 619, 627, 634-636, 636-650, 662; III, 7 1 , 77, 123, 135-136, 137. 161, 218, 257, 262-264, 387-388, 401-406,
145, 1 5 1 . 158, 160-164, 257, 263, 268, 395, 407-408, 414, 429, 503
432, 467 Holanda (Países Baixos), II, 55, 58, 59, 74, 88, 129, 286, 287,
Hall, Henrique, 111, 457 289, 290, 296, 304, 475, 573, 621; III, 227, 272, 447, 498
Harding, Estevão, abade de Claraval, I, 212, 367 Holanda, Francisco de, II, 357
Hardstedt, Jack, 111, 462 Holden. Catherine, III, 457
Hare Khrishna (ver também Hinduísmo), III, 487, 494 Holden, Richard, III, 452
Hárfio, Henrique (ver Herp. Henrique) Homem, António, II, 62
Harmel, Léon, III, 45 Homem, Armando Carvalho, I, 307, 327
Haskell, Stephen N., III, 465 Homem, Fernando Soares, II, 400
Hastings, Gilberto de, bispo de Lisboa, II, 179, 228, 394 Honório II, papa, I, 224
Heffernan, Thomas, I, 447 Honório III, papa, I, 229, 3 1 4 - 3 1 5
Heindel, Max, III, 483 Horner, Rudolfo, III, 455
Heinzelmann, M., I, 238 Horologium Fidei, I, 339
Hemerico, rei suevo, I, 303 Horta', II, 92
Henrique, bispo do Congo, II, 271 Horta, Correia da, III, 25
Henrique, conde de Portucale, I, 103, 142, 148, 161, 210, 2 1 1 . Horto do Esposo, I, 384
305, 439-440, 444 Hospitaleiros de São João de Deus, III, 62, 114, 3 1 1
Henrique, infante de Portugal, governador da Ordem de Cristo, Hugo, bispo do Porto, I. 161, 242, 340, 355
duque de Viseu. I, 233, 235,^379, 4 1 1 , 480; II. 99, 148, Hugo de São Vítor, II, 538
263-264, 468, 652 Hugo Ripelino, I. 350
Henrique I, arcebispo de Évora, cardeal, inquisidor-geral e rei de Hugo, santo, abade de Cluny, I, 209, 2 1 0
Portugal, II, 18, 2 1 , 22, 24, 25, 72-73, 75, 96, 100, 102-105, Humanae vitae, encíclica papal (1968), III, 246, 306
107, Í10. 112, 1 2 1 , 136, 139, 141, 144, 148, 149, 150, 1 5 1 , Humanismo, I, 497; II, 9, 24, 71, 214, 239, 272, 374, 399-400,
152, 153, 188, 191, 193, 210, 2 1 3 , 214, 217, 230, 232, 382, 419, 420, 429, 459, 462, 470, 484, 490, 495, 541, 643-644

557
INDICE GERAI.

Hungria, II, 70, 147; III, 233 índia, II, 10, 49, 53, 55, 58, 62, 66, 67-68, 72, 80, 90, 100, 102,
Hurtado, Juan, II, 19 103, 104, 1 1 3 , 122, 129-130, 1 3 1 , 140, 148, 1 5 1 , 152, 158,
Huss, Jan, I, 41-43 169, 188, 193, 194, 233, 262, 268, 269-270, 272-273, 275,
Hyde, Douglas, III, 242 276, 279-280, 281, 284, 285, 286, 289, 291-292, 294-296, 297,
298, 302, 305-306, 307, 3 1 1 , 357, 363, 375, 386-387, 412,
I 449, 456, 457-458, 459-460, 468, 476, 488, 500, 504, 505,
Ibn Bassani, 1, 436 572, 585, 587, 628, 630, 646; III, 86, 135, 236, 238, 269, 2 7 1 ,
Ibn Vega, 11, 52 353, 354, 358, 369, 370, 373, 376-377, 384, 387, 388, 447,
Iconografia, I, 368, 376, 380, 390; 11, 12, 23, 25, 70, 127, 128, 451
164, 247, 249, 327, 346, 356, 391, 468-469, 474, 482, Indiferentismo (ver Descrença)
541-542, 555, 556-557, 562, 568, 573, 574-577, 587-589, 594, Indochina, II, 292, 296, 302, 306
595, 616-618, 618-620, 621, 622-623, 624, 625, 627, 629, Indústria, artesanato e operariado, I, 65, 262. 264, 275, 280,
631-633, 634, 636, 637-638, 639, 640, 641, 646, 648, 651-652, 281-282; II, 53, 54, 1 3 1 , 346, 377, 382, 401, 452, 526,
655, 658, 660-664; III, 152, 156-157, 158, 161, 163, 240, 506 572-573, 582, 636, 673; III, 43, 44-45, 46-47, 48, 49, 50, 51,
Idácio, bispo de Chaves, I, 25, 28, 33, 34, 238, 303, 406 85, 91, 92, 100, 155, 178, 180, 182, 187, 188, 197, 199, 212,
Idácio, bispo de Merida, I, 30-31, 32 216, 227, 231, 240, 255, 256, 275, 297, 301, 302, 309, 317,
Idanha-a-Velha (diocese de) (ver Guarda, diocese da) 318, 324, 356, 368, 487
Ideologias, III, 12, 17, 18, 21-22, 22-23, 24-25, 37, 38, 44-45, In eminentissime dignitatis, bula papal (1393), I, 192
46, 53, 55-56, 57, 81, 85-86, 146. 193, 241, 246, 267, 402, Inês, santa, I. 427
403-404, 412-413, 425, 504, 505 Infância e juventude (ver também Catequese, Ensino, Família,
Idrisi, I, 97 Universidades), III, 48, 53, 57, 1 3 1 , 132, 133, 135, 147, 150,
Igaeditanos, I, 13 156-157, 160, 162, 163, 164, 177, 179, 187, 190-191, 194, 199,
Igreja da ( ientologia (ver Cientologia) 201, 203, 204-205, 215, 216, 220, 228, 230-231, 233, 239,
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (ver Mórmons) 251, 255, 268, 270, 271, 277, 304, 306, 307, 308, 3 1 1 , 317,
Igreja e Estado (ver Religiões e Estado) 324, 343, 382, 395, 429, 431, 435. 455-456, 482, 498
Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal (ver Presbiterianismo) Inferno (ver Paraíso)
Igreja Evangélica (Cigana) de Fidadélfia, III, 463 Informations Catholiques Internationales, III, 207, 259
Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica (ver Anglicanismo) «Inglesinhos», padres, III, 85, 86, 87
Igreja Maná (ver Pentecostalismo e neopentecostalismo) Inocêncio, bibliógrafo português, II. 435
Igreja Messiânica Mundial, 111, 487 Inocêncio, bispo de Mérida, I, 237
Igreja Universal do Reino de Deus (ver Pentecostalismo e Inocêncio II, papa. I, 226, 307, 308
neopentecostalismo) Inocêncio III, papa, I, 228, 229, 230, 243, 308, 310, 3 1 1 , 3 1 3 ,
Ildefonso, santo, I, 406 399
llduara, condessa, I, 432 Inocêncio IV, papa, I. 75, 161. 177, 247, 316-317, 3 1 7 - 3 1 8
Ilharco, João, III, 262 Inocêncio V, papa, I, 3 2 1 , 322
llli Gonçalves, I, 379 Inocêncio VIII, papa, I, 43
Iluminismo, II, II, 38-44, 64, 201, 202, 216, 217, 225, 235, 334, Inocêncio IX, papa, II, 1 1 1
390-393, 398, 422, 424, 425, 442, 464, 473, 568, 672, 675; III, Inocêncio X, papa, II, 159
483 Inocêncio XI, papa, II, 560
Iluminura, II, 418, 629 Inocêncio XII, papa, II, 301
Imitação de Cristo, II, 420, 434, 453 Inocêncio XIII, papa, II, 565
Imola, João de, 1, 4 1 3 Inocêncio XV, papa, II, 582
Imprensa e editoras (ver também Censura, Literatura, Livro Inquisição, I, 36, 41, 43, 128-129, 393, 494; II. 9-10, 12, 24,
religioso). I, 382, 386; II, 22-24, 25, 26-33, 51, 63, 66, 70-71, 29-30, 33, 49, 50, 52, 55-58, 59, 60-62, 63-64, 66, 67, 70,
83, 90, 102, 117, 124-125, 127, 158, 196, 241, 242, 280-281, 72-74, 77, 80, 81-88, 89-92, 9 5 - 1 3 1 , 136, 1 4 1 , 149, 1 5 0 - 1 5 1 ,
3 1 1 , 3 1 7 - 3 1 8 , 345, 346, 357, 372, 375, 382-385, 385-387. 390, 152-153, 162, 169-170, 172, 173, 176, 195, 2 1 2 , 221, 222, 232,
392, 394, 396, 400, 407, 410, 417, 418, 421, 424, 426, 427, 233, 240, 242, 246, 249, 250, 2 5 1 , 278-279, 284, 297, 334,
428, 429, 451, 452, 453, 461, 497, 522, 544-545, 558, 572, 360, 372-374, 375, 381, 396, 407, 419, 422, 452, 455-456,
587-588, 595, 615-616, 618, 621, 630, 636, 663; III, 94, 122, 5 1 1 , 519, 541, 550, 551-552, 558, 585, 632, 638, 639, 644,
124-125, 133, 163, 164, 172, 183, 201, 202, 2 1 3 , 220, 227, 645, 672-673; III, 25, 41-42, 410, 420, 422, 438
228-229, 278, 287, 288-290, 384, 389, 419-420, 421, 423, 450, Instituições particulares de solidariedade social (ver Assistência)
464, 478, 482 Instituto Regnuni Dei, III, 255-256
Imprensa periódica, rádio e televisão (ver também Censura), II, Instituto Superior de Estudos Teológicos (ISET), 111, 280, 281,
674; III, 39, 40, 42, 44, 45-46, 47, 48, 50, 53, 56, 58, 68-69, 282-283, 291
73, 85, 91, 1 0 0 - 1 0 1 , 103, 1 1 3 , 1 1 4 - 1 1 5 , 1 1 6 - 1 1 7 , 118, 119, Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), 287
122, 123, 125, 133, 135, 140, 144, 153, 154, 156. 158, 160, Instituto São Tomás de Aquino, III, 287
162, 171, 174, 175-176, 182, 186, 189, 190, 194, 195, 205, ínsua, André da. II, 362
207, 210, 214, 216, 218-219-220, 222, 224-225, 228-229, 236, Insulíndia, II, 275, 306; III, 447
238, 245, 246, 252, 254, 260-261, 266, 269, 271-272, 277, Inter Coetera (1456). bula papal, II, 99, 265
278, 282, 284, 287, 288, 290-291, 294, 296, 297, 299, 301, Integralismo Lusitano, III, 164, 432
305, 306, 325, 354, 355, 359, 362, 363, 365, 366, 367, 368, Interregno (1383-1385), I, 1, 147, 2 7 1 , 280, 281, 289, 332-333,
370, 3 7 1 , 385-387, 392, 419-420, 424, 429, 432, 435, 444, 488
450, 453. 459, 462, 463, 464, 465-466, 473, 474, 476, 477, Invasões germânicas, I. 2 1 , 203, 303
478, 482, 489, 505 Invasões Francesas, II, 93, 1 3 1 , 254, 334, 356, 407, 4 1 0 - 4 1 1 , 625;
Inácio de Azevedo, beato, II, 644; III, 395 III, 2 1 - 2 3 , 424, 448, 451
Inácio de Loyola, santo, II, 33, 421, 558, 616 Ioga, III, 487, 494
Inculturação (ver Aculturação) Irão, III, 486
Index dos livros proibidos, II, 24, 7 1 , 73, 105, 124-125, 156, I76, Ireneu, santo, I, 17
452, 453, 475 Irlanda, I, 203; 11, 90; III, 422, 426, 451, 453

558
INDICE GERAI.

Irmandades (ver Confrarias) Jerónimos, I, 221-222, 382, 413, 496, 498; II, 16-17, 205, 415,
Irmãos de São João de Deus (ver Hospitaleiros de São João de 420, 468
Deus) Jerusalém, 1, 53, 86, 370-371, 389, 445, 505; II, 85, 87, 272, 346,
Irmãos de Plymouth (Irmãos Darbistas), III, 452, 457-458, 464, 357, 469, 577, 578, 579, 650
471 Jesuítas, II, 1 1 , 16, 19-20, 22, 28, 33, 35, 36, 40, 42, 63, 73, 80,
Irmãs de São José de Cluny, III, 114, 364, 379 85, 87, 107-108, 114, 124, 136, 140, 145, 152, 164, 172-173,
Irmãs de São Vicente de Paulo (Filhas da Caridade de São Vicente 175, 176, 202, 2 1 4 - 2 1 5 , 216, 217, 239-240, 241, 242, 242,
de Paulo), II, 631; III, 39, 79, 80, 81, 98 243-244, 246-247, 249, 261, 272, 274, 275, 276, 277, 284,
Irmãs Missionárias de São Pedro de Claver, III. 386 288, 289, 290, 291, 292-293, 299-302, 302-303, 308, 359, 363,
Irmãs Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus, III, 382, 383, 384, 385-386, 388, 390, 398, 399-400, 403, 415, 417,
214 421. 432, 436, 454-455, 456-460, 473, 498-499, 504, 505-506,
Irmãzinhas dos Pobres, III, 1 1 4 5 1 1 , 557, 559-560, 565, 568, 572, 580, 603, 615, 616, 617,
Isabel de Aragão (ou de Portugal), santa, rainha de Portugal, 1. 619, 621, 622, 625, 644, 646, 656, 657-658, 671-672, 675,
77, 128, 2 3 1 , 233, 339, 375*. 464, 465, 470-471, 472, 676; III, 17, 38, 42, 53, 58, 77, 80, 104, 105, 1 1 1 , 1 1 2 , 1 1 3 ,
474-480, 497; II. 166, 648, 651, 652, 653, 655, 656, 660; 111, 1 1 4 - 1 1 5 , 118, 132, 137, 144, 159, 162, 166, 173, 174, 178,
163 204, 212, 220, 226-227, 279, 285, 287-288, 308, 318, 353,
Isabel, santa, rainha da Hungria, I, 375, 472, 477, 478 355, 361, 363, 364, 368, 369, 378, 379, 380, 388, 410, 420,
Isabel de Leão, Castela e Aragão, rainha de Portugal, II. 49, 50 430, 431. 434
Isabel de Portugal, imperatriz do Sacro Império e rainha de Jesus, Agostinho de, arcebispo de Braga, II, 360, 401, 430, 461,
Espanha. I, 497 493-494, 495, 578, 581
Isabel de Urgel, duquesa de Coimbra, I. 385. 494 Jesus, Gabriel de, II, 495
Isabel (u Católica), rainha de Castela, II, 494 Jesus, Guiomar de, II, 571
Isabel, rainha de Portugal, II, 16 Jesus, João de, II, 638
Isentos, I, 143, 167, 168, 181. 185, 2 1 1 , 212, 226-227, 228, 2 3 1 , Jesus, Luzia de, II, 87
235, 250, 264, 391, 394, 395, 399, 439, 444; II. 187, 253; 111, Jesus Maria, Inácio de, II, 388
68, 361 Jesus, Miguel de, II, 459
Isidoro, bispo de Beja, I, 406 Jesus, Quirino Avelino de, III, 57, 58, 366
Isidoro, santo, arcebispo de Sevilha, I. 29, 70, 205, 208, 220, 280, Jesus, Ruperto de, II, 650
346, 349; II. 65 Jesus, Tomé de, II, 19, 32, 33, 419, 420, 433-434, 571, 619
ísis, I, 16 loana, beata, infanta de Portugal (Santa Joana Princesa), I, 339,
Islão, I. 34, 36, 39, 43, 91-129, 436, 438; II, 9, lo, 49, 64-68, 465, 501-502, 504; II, 36, 606, 617
70, 75, 79, 102, 103, 117, 259, 262, 263, 273, 285, 288, 296, Joana, duquesa de Bragança, I, 497
305, 407, 646, 659; III, 405, 416, 485-486, 494, 499 Joana-Francisca Frémiot de Chantal, santa, II, 647
Isolanis, Isidoro, II, 636 Joana, infanta de Portugal, II, 557
Israel, 111, 487 Joanes, Bartolomeu, I, 464-467, 491
Itácio, bispo de Faro, I, 3 1 , 32 João Baptista, santo, II, 407
Itália, I, 26, 27, 93, 203, 221, 410, 413, 427, 457, 477, 478; 11. João Bemoim, rei africano, II, 267
37, 58, 59. 75, 104, 1 1 3 , 125. 129, 166, 174, 240, 309-310, João Berchmans, santo, II, 644
3 1 1 . 418, 475, 483, 500, 502, 503, 508, 510, 5 1 1 , 564, 616, João, bispo do Porto, I, 333
621, 648; III, 43, 45, 48, 76-77, 78, 80, 90, 104, 106, 179, João, bispo de Safim, II. 487
183, 222, 227, 308, 3 1 0 João Capistrano, santo, I, 374
Iuna, I, 1 3 João Cassiano, santo, I, 204, 205, 346, 384
Ivo, Manuel Tibério P. B „ II. 174 João Clímaco, santo, II, 33
João, confessor régio, I. 217
J João Crisóstomo, santo, II, 413, 607-608
João Damasceno, santo, II, 33
Jacobini, Domênico, núncio apostólico, e cardeal-secretário de
Estado, III, 47-48, 91, 104, 358 João da Cruz, santo, II, 422, 423, 647
Jacinta Marto, beata, III, 154, 158 João da Mata, santo. II. 659, 664
Jacinto, santo, II. 648 João de Avila, santo, II, 19
Jácome, António Fagundes, II, 571 João de Brito, santo, II, 291, 644; III, 384, 395
Jaime, duque de Bragança, 1. 496, 497, 504-505; II. 18 João de Colónia, I, 385
Jaime I. rei de Aragão, I, 72, 77, 458, 478; 11. 88 João de Deus, santo, II, 616
Jaime II, rei de Aragão, I, 77 João de Santarém, bispo de Biclara, I, 406
Jamdudum in Lusitauia (1911), encíclica papal, III, 140 João, duque de Bragança, II, 455
Jansenismo, II. 38, 40, 42, 107, 164. 171, 174, 177, 218, 390-392, João Eudes, santo, II, 631, 647
397-398, 422, 521, 532, 621, 672, 675; III, 114 João, infante de Portugal, governador da Ordem de Santiago, I. 69
Japão, II, 188, 194, 270, 272, 275, 276, 277-278, 281, 282, 284, João X X I , papa, I, 3 2 1 , 322, 340
286, 287-288, 289, 292, 294, 296, 306, 307, 309, 310, 387, |oão XXII, papa, I, 146, 234, 3 1 3 , 324, 388, 399, 564, 588, 631,
460; III. 353, 388, 488 659
Jardim, Gomes, III. 464-465 João XXIII, papa, 111. 218, 228, 245, 267, 268
Jardo, Domingos Anes, chanceler-mor, bispo de Évora e Lisboa, I. João I, rei das Astúrias, Leão e Castela, I, 329
243, 412, 470 João I, rei de Portugal, I, 39-41. 45, 54, 61, 65, 66, 67, 68, 69,
Jean-Marie Vianney, santo cura d'Ars, III, 145 75, 77, 106, 1 1 0 , 1 1 1 , 114. 116, 142, 217, 222, 235, 266, 269,
jejuns e práticas ascéticas (ver também Eremitismo), I. 32, 36, 39, 294, 326, 332-333, 494, 495, 505; II, 49, 417-418, 489, 631,
49, 362, 363, 365, 381. 400; II, 36, 38, 44, 59-60, 68, 73, 78, 652
318, 3 2 1 , 406, 418, 419, 421, 422, 425, 474, 526-527, João II, rei de Portugal, I, 41, 62, 63, 69, 70, 80, 81, 1 1 2 , 118,
527-528, 603, 643, 644, 647, 672 127, 379, 382, 495, 502, 504; II, 17, 49, 50, 167, 263,
Jericot, Pauline, III, 117, 365 266-267, 271, 272, 348, 352, 359, 385, 434, 475, 536, 606,
Jerónimo, santo, I, 29, 34, 205, 221, 346, 348 608, 656, 659

559
ÍNDICE GERAI.

João 111. rei de Portugal, I. 8(1, 86; II, 10. 16, 18, 19, 55, 73, 95, K
99-100, 102, 103, 1 1 0 , 135, 138, 139, 141. 144, 147, 148, Kadoorie, família, III, 445
1 5 0 - 1 5 1 , 152, 167, 168, 178, 188, 190, 191, 192, 193, 198, Kagan, Richard, II, 57
227, 229, 234, 242, 268, 270, 272-273, 275, 281. 284-285, Kalley, Robert Reid, III. 449-450, 452, 458, 468
357, 358, 380, 383, 412, 424, 432, 433, 434, 451, 453, 468, Kalley, Sarah Poulton, III, 450
475, 492, 546, 568, 569, 606, 643; 111, 92 Kangxi, imperador chinês, II, 293, 301
João IV, rei de Portugal, II, 63, 81, 82, 85, 86, 102, 1 1 1 , 137, Kaplan. Yosef, II, 57, 59
140, 1 4 1 , 142, 158-163, 167, 178, 182, 1 9 1 , 192, 194, 219, Kardec, Allan, III, 476-477
226, 229, 301, 338, 345, 352, 410, 496, 497, 500, 508, 510, Raspar, Walter, 111, 289
528, 557, 567-568, 615, 624, 629, 634. 671 Kempis, Tomás de, I, 384; II, 23, 420
João V, rei de Portugal, II, 63, 1 1 1 , 140, 142, 164, 165, 166, Koseba, Ben, I. 53
1 6 7 - 1 7 1 , 173, 178,' 182, 189, 190, 194, 227, 228, 230, 254, Kung, Hans, III, 278
302, 337, 352, 388, 455, 461, 467, 471-472, 482, 499, 500,
501-503, 507, 510, 564, 593, 608, 609, 629, 631, 634-635, L
652, 672 Laborde, padre, III, 163
João VI, príncipe regente e rei de Portugal, II, 172, 177, 217, 352, Lacerda, Aarâo de. III, 437
629; III. 21, 23, 28. 110, 425, 439 Lacerda, Fernando Correia de, bispo do Porto, II, 653
João (Evangelista), santo, II, 88 Lacerda, José Pereira de, cardeal e bispo do Algarve, II, 166; III.
João Paulo II, papa, III, 130, 133. 136, 163, 247, 248, 260, 262, 118
309, 326, 394-395, 483 Lacerda, Manuel de, II, 372
Joaquim, António, II, 424 Lacordaire, Henri D., III, 7 1 , 1 1 2
Joboatão, frei, II, 506 Lages, Mário, III, 314
Jommeli, II. 503 Laicado (ver também Acção Católica, Associativismo Católico,
Jones, Joseph Charles, III, 458-459 Laicidade), I, 7, 9, 3 1 , 36, 44, 1 4 1 , 208, 216, 2 2 1 , 237, 238,
Jorge, bispo de Angra e Açores, II, 654 264-265, 278, 348, 3 5 1 , 354, 362, 374, 384, 390, 423-505; II,
Jorge, duque de Aveiro e governador da Ordem de Santiago, II. 2 1 , 22-24. 27, 30-31. 32, 33, 34, 36, 72, 77, 109, 143, 152,
358 175, I79, 210, 220, 223, 240, 242, 256, 264-265, 335, 338,
Jorge, Marcos, II, 22, 243, 383, 386 397, 417-418, 419, 420, 424-425, 496, 523, 539, 549, 559, 560,
Jorge, santo, I. 427 571, 572, 584, 603-605, 605-611, 631, 673; III, 42, 45, 48, 49,
José, Samuel Mor, III, 439 58-59, 74, 75, 90, 94-106, 1 1 9 - 1 2 3 , 125, 129, 130, 135, 146,
José, príncipe da Beira, II, 620 173, 177-181, 184-188, 192, 193, 194, 195, 199, 214, 218, 221,
José I. rei de Portugal (ver também Pombalismo), II, 90, 172, 176, 224-238, 248, 249, 251, 253, 254, 257, 266, 271-273, 274,
302, 345, 391, 472, 503, 569, 620; 111, 423 275, 276, 278, 284, 285, 286, 287, 289, 291, 292-294, 297,
José, santo, II, 634-636 298, 299-300, 302-313, 321-322, 327-328, 379-382, 388, 395,
João da Cruz (ou de Ávila), santo, II, 395-396, 420 414
Jubileu (anos jubilares), II, 356, 358, 559-560, 565; III, 135 Laicidade e laicização (ver também Secularização), I. 424, 492-494;
Juda, rabi-mor, I, 55 II, 128, 202, 674; III. 10, 13, 34, 41-42, 46, 49, 62-63, 65, 66,
Judaísmo e criptojudaísmo, I, 20, 43, 53-87, 261, 354, 412; II, 9, 77, 1 1 9 - 1 2 0 , 12'). 136, 140, 142, 143, 147. 152, 164, 196, 200,
49, 55, 57, 58, 59, 60, 62, 63, 68, 79, 84, 96, 102, 106, 117, 252, 290, 307, 3 1 3 , 326-327, 366, 370, 406, 412, 419, 430,
1 2 1 , 129, 279, 382, 407, 551, 653; III, 405, 412, 416, 438-447, 433, 503-504
455, 472, 481, 493, 494, 499 Laicismo (ver Anticlericalismo)
Judeus (ver também Cristàos-novos), I, 4-5, 19, 37, 39, 53-87, 93, Lajes, Mendes, 111, 49
109, 116, 127-129, 130, 238, 264; II, 9, 49-52, 57, 84, 99, Lama, Eduardo, III, 382
380, 452, 523, 526, 527, 534, 536, 569, 613, 650, 651; III, Lambekowen, Godofredo, bispo de Nanquim, II, 229
410, 438-447 Lambruschini, cardeal, III, 68
Judiarias, I, 53-59, 66-69; II, 9, 56 Lambert, Pedro de la Motte, II, 296
Julião, bispo do Porto. I, 319 Lamego, I, 94, 104; II, 103, 404, 466, 498; III, 227
Julião, governador visigodo de Ceuta, I, 93 Lamego (diocese de), I, 139, 144, 1 6 1 , 167, 170, 172-175, 179,
Julião, mestre, deão de Coimbra, I, 3 1 5 180, 193, 194, 240, 246, 265; II, 30, 33, 193, 195, 214, 2 1 5 ,
Julião, Pedro, médico, I, 123 223-224, 332, 355, 402, 405-406, 450, 522, 527, 609; 111, 258
Julião, santo, 1, 406, 427 Lammenais, Hugues F. R . de, III, 42, 7 1 , 1 1 2
Júlio César, político romano, I, 406 Lampreia, Lourenço, I, 377
Júlio II. papa, II, 17, 144, 266, 606 Lapa, José, III. 308
Junot, general francês, II, 93, 1 3 1 ; III, 22, 424 Lapa, Rodrigues, 1, 126
Junqueiro, Guerra, III, 124, 148, 149, 164, 432, 437 La Puebla, Juan de, 1, 505
Junta do Exame do Estado Actual e Melhoramento Temporal das Laredo, Bernardino de, II, 33
Ordens Religiosas, II, 42 Las Casas, Bartolomeu de, bispo de Chiapas, II, 280
Junta Geral das Missões (ver Missionação) Latam, Moisés, I, 63
Júpiter, I, 15 Latim, I, 340, 374, 393-394, 401; II, 378, 418, 451, 454, 508,
Jurisdição eclesiástica, 1, 3 1 3 , 3 1 5 , 318, 322, 327, 406-407; II, 25, 612
95-96, 99, 102, 135, 136, 138, 143. 150, 1 5 1 , 153, 157, 158, Latrão (ver Roma)
167, 1 7 1 , 172, 174, 176, 177, 178, 179, 181, 189, 193, 195, La Vissãga, conde, II, 387
210, 234, 242, 297, 336, 379, 548, 608, 632, 674; 111, 78-81. Lazaristas (ver Vicentinos)
84, 88, 1 1 1 . 1 1 9 - 1 2 0 , 304, 355, 371-372, 373 Lázaro, José dos Reis, III. 482
Justa, santa, I, 427 Leach, E„ I, 27
Justiniano, Diogo da Anunciação, II, 572 Leal Conselheiro, 1. 43, 59, 77, 127; II, 488; III, 439
Justiniano, imperador romano, I, 406 Leal, António de Freitas, III, 222
Justo, santo, I, 427 Leal, Gomes, III, 85. 125, 430, 432
Juventude (ver Infância e juventude) Leal, Joana Mendes, III, 341

560
INDICE GERAI.

Leandro, santo, arcebispo de Sevilha, I, 240, 347 Leovigildo, rei visigodo, I, 27, 28, 139, 303
Leão, I, 20, 237 Lernia, duque de, II, 1 1 2
Leão, Francisco de, II, 360 Levy, Isaac A „ III, 439
Leão, Duarte Nunes de, I, 507 Levy, Jacob Rudolfo, III, 440
Leão, Gaspar de, arcebispo de Goa, I, 24, 66, 72-73, 419, 421 Lewis, Harvey Spencer, III, 483
Leão I, papa, I, 33 Lião, I, 228, 397, 398; II, 632
Leão IX, papa, I, 2 1 1 Liberalismo, II, 10, 38, 42, 91, 92-93, 1 3 1 , 177, 182, 193, 225,
Leão X, papa, II, 18, 145, 148, 149, 534, 582, 608, 624 235, 253, 254, 407, 4 1 1 , 442, 492, 5 1 1 , 580, 625, 672, 673,
Leão XII, papa, 11, 88; III, 29 674-675, 676; III, 17-19, 21-44, 49, 50-51, 52, 55-56, 57, 63,
Leão XIII, papa, I, 161; III, 43, 45, 47, 55, 56, 68, 89, 91, 93, 65-66, 68, 70, 71-72, 76-82, 85, 87, 91, 94-95, 97, 100,
104, 106, 108, 1 1 5 , 124, 138, 232, 358, 358, 363 102-104, 105, 106, 1 0 9 - 1 1 1 , 1 1 2 , 1 1 3 , 117, 1 2 1 - 1 2 2 , 124, 130,
Lebret, padre, III, 272 139, 146, 185, 193, 198, 200, 269, 274, 325, 353-368, 3 7 1 ,
Lebrigand, Yvette, I, 224 406, 414, 422, 424-426, 438, 439-440, 445-451, 465-467, 493,
Le Bras, Gabriel, III, 216, 217 497-498
Le Brun, Jacques, II, 318 Libério, Papa, I, 26
Leça da Palmeira, II, 491 Lichnowsky, Félix, príncipe, III, 70-71
Leconte, Ernest, III, 368 Lima, Campos, III, 49
Ledesma, Martinho de, II, 546 Lima, Catarina de, II, 622
Legados pios e testamentos, I. 216, 217, 262, 265-267, 268, 269, Lima, José António Godinho, III, 285
294-298, 3 1 3 , 340-341-342, 345, 347, 348, 366, 378, 379, 381, Lima, Lourenço de, II, 177
392, 393, 397, 401-402, 406, 416, 423, 428, 431, 433-434, Lima, Manuel de, II, 424, 630, 649
442, 456, 458-460, 462-465, 467-468, 470, 474, 475, 476, 484, Lima, José da Silva, III, 259
487-488, 488-489, 490, 491, 501; II. 100, 125, 136, 151, 157, Lima, Sebastião de Magalhães, grào-mestre do Grande Oriente
174, 195, 2 1 1 , 329, 333, 334, 346, 348-349, 401, 487, 491, Lusitano, III, 430, 432
519-520, 521, 584, 588, 590, 591, 592-593, 608, 622, 624, Limpo, Baltazar, bispo do Porto e arcebispo de Braga, II, 2 1 , 105,
636, 660, 674-675 136, 140, 232, 354, 428, 433, 531-532
Legião de Maria, III, 227 Limpo, Manuel Espírito Santo, II, 91
Lefèvre, Jeanne S„ III, 482 Linaje Conde, A., I. 203, 205, 206
Le Goff, Jacques, II, 587 Linguística, I, 203, 240, 340, 379; II, 273, 279, 300, 374, 380,
Leigos (ver Laicado) 386-387, 399, 457, 458, 459, 460, 507, 518, 607, 627-628,
Leigos para o Desenvolvimento, III, 3 1 2 658; III, 357, 447, 460
Leiria, I, 66, 69, 108, 143, 168, 169, 170, 194, 227, 250, 376, Linhares, Loba de, I, 375
391, 452; II. 187. 355, 356, 449; III, 460 Lino, António, III, 222
Leiria-Fátima (diocese de), II, 189, 191, 212, 318, 475; III, 68, Lino, José, bispo de Angola e Congo, III, 366
134, 169, 206, 207, 224, 254 Lippe, Wilhelm, conde de, II, 90; III, 423
Leiria, Gil de. II. 234 Lippomano, Luiggi, núncio apostólico, II, 1 5 0 - 1 5 1 , 152
Leiria, Vasco de, I, 382-383 Lira, Nicolau deVl, 77-78; II, 65
Leis, Gil das, I, 468 Lira, Sérgio, I, 145
Leis, João das, I, 484 Lisboa, I, 17, 18, 45, 53, 59, 60, 61, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 104,
Leis, Pedro das, I. 468, 469, 470 107, 108-109, 129, 167, 170, 222, 227-228, 344-345, 362, 374,
Leitão, Álvaro, II, 572, 649 378, 386, 396, 4 1 1 , 463-464-470, 472, 502; II, 9, 23-24, 32,
Leitão, António Vieira, bispo de Angra e Açores, II, 655 52, 67, 68, 72, 77, 90, 92, 93, 102, 103, 1 1 3 , 124, 128, 129,
Leitão, Manuel Rodrigues, II. 182 137, 204, 2 1 1 , 241, 255, 326, 330, 337, 338, 346, 350, 355,
Leite, José Pedro Pinto, III, 267 361, 379, 381, 384. 412, 414, 451, 454, 462, 467, 468, 470,
Leite, Serafim II, 255-256, 387, 458; III, 382, 386, 388 473, 474-475, 476, 482-484, 489, 495, 499, 501, 508, 532,
Leite, Teresa Pinto, II, 130 536, 551, 559, 564, 565, 569-570, 572, 580, 582, 584, 591,
Leitoa, Brites, I, 501 592, 603, 620, 629, 631, 642, 646, 648, 652, 655; III, 45, 48,
Lemos, Francisco de, bispo-conde de Coimbra, II. 173, 389 50, 57, 58, 70-71, 73, 79, 84-86, 97, 100, 104, 114, 1 2 1 , 139,
Lemos, João, III, 1 1 2 , 125 163, 164, 1 7 1 , 188, 190, 192, 216, 221, 223, 224, 256, 273,
Lemos, Jorge de, bispo do Funchal, II. 141 285, 364, 403, 422, 423, 439-442, 443, 445, 446, 448, 451,
Lemos, Luís de. II, 409-410 454, 456, 457, 459, 460, 462, 465, 471, 472, 477, 482,
Lemos, Luís de Figueiredo e, bispo do Funchal, II, 195 485-486
Lencastre, Jaime de, bispo de Ceuta, II, 230 Lisboa (diocese de), I, 25-27, 37, 56, 96, 98, 144, 145, 169,
Lencastre, João de, duque de Lamego, II, 18, 230, 232 179-185, 193, 194, 228, 241, 245, 246, 255, 317, 392, 407,
Lencastre, José de, bispo de Miranda, de Leiria, inquisidor-geral, II, 410, 447; II, 22, 99, 135, 149, 158, 161, 188, 189, 193, 196,
110, 230 323, 327, 3 3 1 , 352, 353, 363, 364, 374, 394, 396, 401-402,
Lencastre, Pedro de, duque de Aveiro, bispo de Elvas, 403, 404, 406, 429, 452, 461, 474-475, 487, 518-519, 5 3 1 ,
inquisidor-geral, cardeal, II. 108, 110, 230 533-534, 537, 562, 566-567, 6 1 1 , 617, 620, 631, 647; III,
Lencastre, Veríssimo de, arcebispo de Braga, inquisidor-geral, II, 124-125, 162, 198, 206, 222-223, 252-253, 254, 255, 280-281,
110, 1 1 1 , 215, 230 294, 295, 308, 3 1 5 , 324
Lennon, John, III, 402 Lisboa, Cristóvão de. II, 434, 567, 624, 649
Leocádia, santa, I, 427 Lisboa, Francisco de, II, 18
Leonardo de Porto Maurício, santo, II. 581 Lisboa, Gomes de, I, 339
Leonor de Aragão, rainha e regente de Portugal, I, 498, 499 Lisboa, Marcos, bispo do Porto, II, 28-29, 640
Leonor de Portugal, imperatriz do Sacro Império, II, 449 Lisboa, Vicente de, inquisidor, I, 41, 377, 393
Leonor, infanta de Portugal, I, 496 Literatura (ver também Teatro, Oratória sacra), I, 347, 384-387,
Leonor, rainha de Portugal, I, 496, 504; II, 16, 17, 352, 359, 385, 433, 462, 504; II, 124, 408-409, 418, 434, 441, 574, 613, 628;
418, 452, 606 III, 7 1 , 72-73, 75, 81, 87-88, 125, 148-149, 164, 204, 288,
Leonor de Castela e Aragão, rainha de Portugal, II, 420 290, 408, 430, 435

561
INDICE GERAI.

Liturgia (ver Eucaristia) Luz c Calor, 11. 605, 636


Livro da Coric Imperial. I. 70, 77-80, 127, 384: II, 65-66 Luz, Filipe da, II. 434
Livro religioso (ver também Arquivos e bibliotecas), 1, 45, 53, 70, Luz, Valentim da, II, 24, 74-75, 394, 638, 639-640; III. 447
77-80, 127, 267, 271-273, 345-347, 355, 374, 381-386, 392,
401-402, 413, 431, 432, 460, 474, 476-477; II, 1 1 , 21-24, 25, M
26, 27-38, 39-41, 42-44, 63, 214, 234, 240-241, 242, 243, 249, Macário, santo, I. 346
251, 334, 356, 357, 361, 372, 374, 375, 382-385, 385-387, Macedo, António de Sousa de, II, 87, 182, 424, 643
390, 392, 394, 396, 400, 401, 416, 417-442, 449-462, 505, 508, Macedo, Francisco, 11, 414
522, 525-526, 540-541, 541-542, 544-546, 549, 553, 558-559, Macedo, João Campelo de, II, 430
560, 564, 568, 570-571, 576, 584, 587, 595, 595, 604-605, Macedo, Jorge Borges de, II, 302
606, 615, 617, 619, 620-621, 622, 629, 634, 638, 644, 657, Macedo, José Agostinho de, 111, 27, 66, 70, 424, 425
660, 662; III, 42, 72-73, 124-125, 149-151, 157, 162-164, 287, Macedo, Mana de, II. 87-88
289-291, 428, 450, 451, 452, 459, 464, 466, 468, 482, 484 Machado, Bernardino, presidente da República, III, 142, 466
Lobo, Álvaro, ll, 37, 459 Machado, Diogo Barbosa, II, 435, 493, 615, 661
Lobo, Duarte, 11, 492 Machado. Francisco, II, 63
Lobo, Fernão Lopes, I, 484 Maciel. João Roberto Pereira, III, 48
Lobo, Francisco Alexandre, bispo de Viseu, II, 432; 111, 68 Mackrow, George, 111, 457
Lobo, Francisco Rodrigues, II, 437, 453 Maçonaria (ver também Carbonária, Esoterismo), II. 1 1 , 88-93,
Lobo, Vasco, III, 223 ' 407, 4 1 1 ; III, 30, 32, 39, 56, 71. 108, 1 1 1 . 199, 204, 412, 415,
Lobo, Vasco José, bispo tit. Olba e deão da Capela Real, III, 24 419, 429, 430, 431-432, 435, 446, 448, 455, 465, 468, 483,
Lobo, Venceslau, II, 573 493, 494, 495, 496, 497
Locke, John, III, 422, 497-498, 501 Madalena, João da, II, 649
Lóios, I, 175, 412, 496, 498; II. 16-17, 205, 377, 403, 497, 570, Madeira, 11. 103, 119, 1 2 1 , 141; III. 423, 448-451, 463
628 Madeira, António, I, 27
Lombardi, Riccardo, 111. 227 Madre de Deus, Gonçalo da, 11, 649
Lopes, Diogo, 11. 450 Madre de Deus, João da, II, 571
Lopes. Estevão, II, 500 Madre de Deus, Miguel, bispo de São Paulo, e arcebispo de
Lopes, Fernando Félix, I, 472; II. 255; III, 388 Braga, 111, 66
Lopes, Fernão, I, 39-41 Madrigal el Tostado, Alònso de, 11, 66
Lopes, Francisco, II, 453 Madureira, Bernardo Augusto, III, 124
Lopes, Gregório. II, 588 Mafalda, rainha de Portugal, I, 448-449
Lopes, Toribio, bispo de Miranda, II, 227, 234, 360 Mafalda, beata, infanta de Portugal e rainha de Castela, I, 214.
Lopez Altuna, Pedro, II. 437 219, 233, 339, 454, 455-456, 460
Lorscheider, Aloísio, arcebispo do Rio de Janeiro, III, 278 Mafra, II, 471-472, 499, 519, 520, 522-523. 524. 527; III, 114
Lorvão, I, 5, 101, 122, 170. 204, 208, 219, 233, 347, 350, 351, Mafra, Luís de Azevedo, 111. 280
416-417, 432, 454, 455, 458 Magalhães, António de. Ill, 204
Lorenzo, Anselmo, III, 430 Magalhães, Filipe, II, 500
Los Velez, marquês de, II, 159 Magalhães, Isabel de, II, 498
Loureiro, Manuel Pires de Azevedo, bispo de Beja, 111, 67 Magalhães, Rodrigo da Fonseca, III. 353, 354
Lourenço, abade de Alcobaça, I, 382-384 Magalhães, Romero, II, 103
Lourenço, bispo de Lamego, I. 333 Magano, Fernando, III, 187
Lourenço, Eduardo, III. 437 Magia, I, 29, 41. 43-45, 51, 382, 400, 424, 428, 458, 459, 465,
Lourenço, Pedro, bispo de Viseu, I, 332 491; II, 68, 102, 117, 255, 367, 369-375, 379, 594, 614: III,
Lourenço, Vasco, bispo do Algarve, I, 392 86, 94, 168, 407, 413, 476, 488
Lourosa, I, 122 Mahabaratra, II, 87
Lourosa, João de, 1, 402 Maia, Gonçalo, I. 443
Lowe, H. W „ III, 472 Maia, Mendo, I, 443
Lubac, Henri de, III, 288 Maia, Soeiro Mendes da, 1, 443-444
Lucena, João de, II, 433 Mal, II, 371, 372, 451, 452; 111, 204
Lúcio II, papa, I, 226, 307-308 Malaca, II, 193, 281, 284, 289, 505; III, 353, 354, 358
Ludolfe da Saxonia, 1, 385; II, 385 Malados (MuladVs) (ver Muçulmanos)
Lugo, 1, 139, 148 Malagrida, Manuel, II, 672
Lugo, Bernardo Dias de, II, 214 Malatesta, Perfetto, legado pontifício, I, 328
Luis Beltrão, santo, 11, 647 Mâle, Emile, II, 542
Luis de Gonzaga, santo, II, 644 Malhão, Francisco Rafael Silveira. III, 72, 73, 86
Luis, infante de Portugal. II. 357, 358 Mamede, Vali, III. 485
Luis, Manuel, III, 224 Manfredo, capelão papal, I, 319
Luís VII, rei de França, I. 308 Mangancha, Diogo Afonso, I, 398, 412
Luis XIII, rei de França, II, 159 Manhã Submersa, III. 209
Luís I, rei de Portugal, III, 88, 358 Mani, I, 29
Lull, Ramon, I, 43, 70, 73, 127; II, 65, 375, 651 Manifestis probatum (1179), bula papal, I, 3 1 1 - 3 1 2
Lumen, III, 175-176 Manique, Pina, intendente-geral de Polícia. II, 91, 398, 673, 423,
Lumen gentium, constituição dogmática (1964), III, 302 448
Luper, Albert Ward, III, 459 Maniqueismo. I, 30, 33
Lusitânia, I, 13, 15, 16, 18, 21, 27, 29, 3 1 , 33 Manrique, Alonso, inquisidor-geral espanhol, II. 77
Luteranismo, II, 71, 73, 74, 75, 146, 147, 407, 418, 631, 637, Manuéis, Arias, I, 221
639; III, 447 Manual de eloquência sagrada, III. 72
Lutero, Martinho, II, 75, 380, 532, 533, 538, 632; III, 477 Manuel, infante de Portugal, II, I44
Luz, Aires da, II, 549 Manuel, João, bispo de Viseu, de Coimbra, e de Lisboa, II, 234

562
INDICE GERAI.

Manuel, José da Silva, 11, 5 % Marti, Raimundo, I, 70, 72-73, 75, 80


Manuel, Manuel de Moura, bispo de Miranda, II, 2 1 5 Martin, Henry, III, 447-448
Manuel, Nicolau J. Torel da Cunha, bispo de Lamego, II, 233 Martin, Victor, I, 423
Manuel I, rei de Portugal, I, 4, 5, 63, 69, 1 1 2 , 122, 123, Martinho, bispo de Évora, 1, 190, 320, 332
127-129, 235, 464, 496, 504; II, 9, 16, 17, 18, 49-50, 55, 63, Martinho, bispo de Lisboa, 1, 179
64, 74, 99, 103, 138, 141. 144, 145, 148, 149, 150, 1 5 1 , 152, Martinho de Soure, santo, I, 221, 365, 448
167, 168, 179, 180, 187, 190, 193, 229, 230, 263, 268, 271, Martinho de Tours, santo, I, 23; II, 607
272, 337, 344, 346, 353, 357, 358, 375, 383, 385, 386, 418, Martinho V, papa, I, 328
449, 451, 468-469, 475, 482, 492, 499-500, 504, 505, 509, Martinho, santo, bispo de Dume e arcebispo de Braga, I, 22-23,
534, 608, 624, 641, 656, 658; III, 92, 413, 438 24, 44, 203-204, 215, 240, 344, 380; II, 353, 414-415, 526
Manuel II, rei de Portugal, III, 413, 468 Martins, Afonso, abade do Pombeiro, 1, 217
Maomé, I. 37, 91 Martins, Aires, I, 468, 470
Map, Walter, 1, 445 Martins, Anilando, I, 292
Maquiavel, Nicolau, II, 58 Martins, Gil, I, 234
Marcelino, António Baltazar, bispo de Aveiro, III, 259, 386-387 Martins, Inácio, II, 384, 386, 433, 455, 572
Marciano Capela, I, 406 Martins, João, pregador dominicano, I, 377
Marcilla, Vicente de, 11, 560 Martins, João, chantre de Évora, 1, 318, 324
Marco de Mênfis, I, 29 Martins, Joaquim Pedro de Oliveira, II, 673; III, 74, 82-84, 91,
Marcocci, padre, III, 1 1 5 94, 95, 105, 108, 429, 430
Margalho, Pedro, pregador régio, I, 80, 86 Martins, José, II, 416
Margarida Maria Alacoque, santa, II, 42, 423, 619 Martins, José António Alves, bispo de Viseu, II, 38, 167, 467
Marginalidade, I, 37, 39, 380, 381, 382, 400; II, 254-255, Martins, José de Sousa, III, 163, 401, 408
264-265, 393, 542, 552, 646, 660; III, 133, 144, 412, 463, 468, Martins, Mário, I, 70; II, 418, 426, 449, 5 1 1 , 571
471, 474-475, 480 Martins, Martini, I, 382, 383-384
Maria Francisca de Sabóia, rainha de Portugal, II, 166, 352, 557 Martins, Nuno, meirinho-nior, I, 322
Maria, imperatriz do Sacro Império, II, 359 Martins, Pedro, I, 351
Maria, infanta de Portugal. II, 346, 470 Martins, Rogério, III, 267
Maria Madalena, santa, II, 541-542 Martins, Rui C „ I, 145, 2 1 8 - 2 1 9
Maria Magdalena dei Pazzi, santa, II, 648 Martins, Salvado, I, 477
Maria, princesa de Parma, II, 606, 646 Martins, Vasco, bispo do Porto, 1, 221, 324, 392, 4 1 3
Maria, rainha de Portugal, II, 451 Martins, Vasco, I, 392
Mana I, rainha de Portugal. II. 42, 90-92, 172, 173, 176, 352, Mártires, António dos, II, 630
398, 473, 503, 529, 565, 620, 629, 672, 673; III. 23, 33, 110, Mártires, Bartolomeu dos (ver Bartolomeu dos Mártires)
421, 423 Maruchili, Jerónimo, II, 363
Maria II, rainha de Portugal, III, 28, 67, 68, 428 Marx. Karl, III, 497
Mariana (de Áustria), rainha de Portugal, II, 455, 501, 634 Marxismo (ver Comunismo)
Marianos (Clérigos Marianos da Imaculada Conceição da Beatíssima Mascarenhas, Francisco de, marquês de Fronteira, II, 536
Virgem Maria), III, 53, 331 Mascarenhas, Inácio, II, 410
Marinho, Gonçalo, I, 494 Mascarenhas, Pedro de, representante de Portugal junto da Santa
Marinho, José, III, 437 Sé, II, 138
Mariologia (ver também Fátima), I, 2 1 , 37, 41, 268, 343, 345, Massona, bispo de Mérida, I. 28-29, 238
347, 354, 375, 378-380, 388, 392. 424, 458, 460, 465; II. 12, Mata, Joel, I, 145
42, 68, 78, 87, 218, 244, 247, 324. 325, 337, 345, 346, 3 5 1 , Mater et Magistra, encíclica papal (1961), III, 232, 256, 268
352, 353, 355, 383, 389, 398, 418, 420, 423, 451, 453, 458, Materialismo, II, 79, 82
459, 463, 468, 478, 479, 480, 482-484, 510, 5 1 1 , 526, 554, Mateus, Alves, III, 73
581-587, 588, 589, 592, 594, 595, 606, 607, 609, 6 1 0 - 6 1 1 , Mateus, bispo de Lisboa, I, 320
613, 615, 616, 625-634, 636, 637, 641, 662; III, 40, 41, 43, Mateus, bispo de Viseu, I, 320
104-105, 109, 1 1 5 - 1 1 6 , 130, 1 5 1 - 1 5 2 , 163, 185, 203, 226, 257, Matilde, condessa de Bologne, I, 319, 320
258, 271, 403, 404, 407, 408 Matos, António Alves P. de, III, 434
Mariz, António, II, 429, 548 Matos, Cristóvão de, II, 388
Maritain, Jacques, III. 177-178, 190 Matos, Francisco de, II, 43, 649
Marques, A. H. de Oliveira, I, 1. 147, 332; II, 90; III, 137, 331 Matos, Francisco Salgado, III, 250
Marques, Francisco, II, 504 Matos, João de, II. 160
Marques, Gilberto, III, 477-478 Matos, João Xavier de, II, 453
Marques, Inês, I, 145 Matos, José Alves de, arcebispo tit. de Mitilene, III, 138
Marques, João Francisco, II, 557; III, 290, 336 Matos, José Norton de, III, 370, 457-458
Marques, José, 1, 149, 152, 163, 230, 307, 333, 370 Matos, Lourenço de, III, 53
Marques, José Veira, III. 220 Matos, Luís Salgado, III, 300
Marques, Manuel, II, 621 Matos, Manuel, II, 495
Marques, Maria Alegria Fernandes, I, 145, 146, 150, 2 1 1 , 214. Matos, Manuel Vieira de, arcebispo de Braga, II, 428; III, 142,
307, 320 1 5 1 , 155, 166, 167. 17o
Marques, Simão, II, 649 Matos, Sara, III, 98
Marrocos, I, 375, 379, 454, 455, 456-458, 472, 478, 499, 505; II. Matos, Vicente da Costa, II, 63
19, 49, 50, 55, 58, 65, 66-67, 80, 85, 86, 100, 102, 144, 148, Matosinhos, I, 379, 416; II, 355
262, 264, 272, 420, 489, 490, 503, 606 Matrimónio (ver também Família, Sacramentos), I, 257, 308,
Marta, santa, I, 344 3 1 2 , 319-320, 428, 430, 478, 502; II, 25, 49-50, 54, 55, 68,
Martel, Luís, II, 429 78, 102, 117, 173, 175, 195, 279, 3 3 1 , 334, 370, 424-425,
Martens, José Maria Ferreira de C., bispo de Bragança, e de 427, 532, 537, 538, 552-553, 572-573, 656, 673; III. 38, 55,
Portalegre, III, 361 62, 66, 1 3 1 , 137, 140, 142, 168, 201-202, 234, 2 5 1 , 273,

563
INDICE GERAI.

274, 289, 290, 295, 3 1 2 , 3 1 3 - 3 1 4 , 3 1 8 - 3 1 9 , 322, 406, 430, Mendonça, André Furtado de, 11, 404
443, 504 Mendonça, António de, 11, 557
Mattoso, José, 1, 1, 23, 30, 140, 144, 148, 158, 170, 206, 210, Mendonça, cardeal, 11. 612
216, 227, 230, 236, 307, 346, 347, 3 5 1 , 352, 356-357, 362, Mendonça, Elvira, II, 34, 36
393, 423, 431, 432, 439, 442-443. 445, 446, 447, 450, 452, Mendonça, Eugênia de, 11, 145
462; III, 3 1 5 Mendonça, Francisco de, 11, 437, 595-596
Mattoso, José Alves, bispo da Guarda, III, 152, 241 Mendonça, Francisco de Almeida, representante de Portugal junto
Mauriac, François, 111, 205 da Santa Sé, II, 176
Maurício, António, III, 459, 460 Mendonça, Hipólito José da Costa F. de, III, 423
Maurício, Fernando, III, 255 Mendonça, João de, bispo da Guarda, II, 234
Mauro, Frédéric, II, 286 Mendonça, José de, cardeal-patriarca de Lisboa, 11. 40, 124
Maurras, Charles, III, 178, 190 Mendonça, Nuno de, II, 158
Mayne, José, II, 44 Mendonça, Teresa de, II, 497
Maximiliano I, imperador do Sacro Império, II, 359 Mendonza y Sandoval, Baltazar de, III, 1 1 1
Maximiliano II, imperador do Sacro Império, II, 1 1 0 Menendez Pidal, Rámon, 1, 434
Mazel, Bertrand du, colector papal, I, 392 Meneres, Clara, III, 222
McGregor, Robert, III, 457 Meneses, Aires Teles de, I, 504
Mea, Elvira, II, 1 0 9 - 1 1 0 Meneses, Aleixo de, arcebispo de Goa e de Braga, vice-rei da
Medeiros, Francisco de, III, 483 índia, II, 35, 139, 433
Medicina (ver também Epidemias), I, 377, 459, 462, 468; II. 329, Meneses, Carlos da Cunha e, cardeal-patriarca de Lisboa, III, 24,
345, 347-349, 354, 361-365, 370-371, 374, 455, 485, 487, 496, 25, 27, 66, 425
503, 535, 537, 562-563, 589-590, 614, 627, 636, 640, 642, Meneses, Catarina de, II, 35
646, 653, 654; III, 144, 147. 194, 2 1 2 , 226, 252, 312, 356. Meneses, Fernando de, arcebispo de Lisboa, II, 191
357, 449, 474, 475-476 Meneses, Francisco Xavier de, 4." conde da Ericeira, II, 536
Médicis, Cosme de, II, 357 Meneses, João de, I. 465
Medina, João, I, I Meneses, João Afonso de, arcebispo de Braga, II, 2 3 1 , 493
Meditação Transcendental, III, 487 Meneses, Leonor de, I, 465-466, 488, 490-492
Meireles, António Augusto de Castro, bispo de Angra, e do Porto, Meneses, Manuel de. bispo de Lamego, e de Coimbra, II, 232
III, 155 Meneses, Pedro de, 1, 488-492; 11, 399
Melanchtón, Philip, 11. 75 Meneses, Rodrigo Anes de Sá Almeida e, 3." marquês de Fontes,
Melo, António Barbosa de, III. 233 II, 170
Melo, António Ribeiro de, III, 453 Meneses, Sebastião César de, bispo eleito do Porto,
Melo, Evaldo Cabral de, II, 59 inquisidor-geral, II, 82, 108, 1 6 1 , 181
Melo, Fernando de Castro, II, 596 Menino Jesus, Inês do, II, 497
Melo, Fernão Alvares de, II, 62 Menir, Juda Aben. I, 60, 61, 63
Melo, Francisco, II, 145 Mensageiro do Sagrado Coração de Jesus. III, 58, 114-115, 159
Melo, Francisco Manuel de, II, 3 1 , 163, 206, 425, 437, 592 Mentone, João Agostinho de, II, 621
Melo, Henrique de, I, 496 Mercado, Tomás de, II, 280-281
Melo, João de, bispo do Algarve, bispo de Coimbra, e arcebispo Mercedários, II, 291, 648
de Évora, II, 21, 103, 105, 1 1 2 , 139, 154, 157, 196, 388, Mérida, I, 16, 17, 18, 2(1, 28-29, 137, 139, 237, 238-239, 241
428-429, 450. 492, 579, 640, 654 Meróbriga, I, 14
Melo, Jorge de, bispo da Guarda, II, 234, 235 Mértola,' I, 130, 203
Melo, Jorge de, bispo de Miranda e de Coimbra, II, 215, 230 Mértola, Luís de, II. 34, 35
Melo, Jorge de, capitão-mor de Cananor, II, 268, 269 Merton, Thomas, 111, 288
Melo, José António Gonçalves de, II, 59 Mesa da Consciência e Ordens, II, 1 1 0 - 1 1 1 . 139, 149, 1 5 1 , 152,
Melo, José Maria de, II, 42 158, 176, 222, 232, 381, 606
Melo, Luís da Cunha de Abreu e, bispo de Beja, II, 27 Mesquita, Luís de, II, 3 1 1
Melo, Martini Afonso de, bispo de Lamego, II. 230 Meslin. M „ I, 23, 26-27
Melo, Nuno Álvares Pereira de, bispo de Lamego, II. 397 Messianismo (ver Escatologia, Sebastianismo)
Melo, Nuno Álvares Pereira de, duque do Cadaval, II, 536 Metanoia, III, 190, 3 1 1
Melo, Pedro Paulo de Figueiredo da Cunha e, arcebispo de Braga, Metodismo (ver também Protestantismo), III, 412, 452, 453, 454,
cardeal, III, 67 456-457, 458-459, 464, 466, 471
Melo, Sebastião José de Carvalho e, marquês de Pombal (ver Metsys, Quentin de, II, 606
também Pombalismo), III, 1 1 3 Meyer, Paul, III, 472
Melo, Tomás de, II, 663 Mexia, Libânia Galvão, III, 1 1 4
Menair, Stuart, III, 457, 458 Mexia, Martini Afonso, bispo de Lamego, de Viseu, e de Leiria,
Mendes, Afonso, patriarca da Abissínia, II, 288, 454 II, 179
Mendes, Alves, III, 73 Migécio, 1, 34
Mendes, Gonçalo, I, 441 Migrações, II, 50, 58-59, 63, 64-65, 67, 122, 130, 380, 629; III,
Mendes, Gonçalo, inquisidor, I, 41, 393 1 2 - 1 3 , 17, 44-45, 46, 132, 1 5 1 , 182, 245, 248-249, 256, 259,
Mendes, Manuel, II, 492, 494 262, 264, 266, 267, 304, 3 1 2 , 3 1 5 , 327, 390, 416, 422, 423,
Mendes, Paio, arcebispo de Braga, I, 241 426, 461, 462-463, 463, 470, 481, 485-486, 488, 504
Mendes, Soeiro, I, 441, 444 Miguéis, João. I, 448
Mendo, bispo de Lamego, I, 395 Miguéis, José Rodrigues, III, 435
Mendonça, Afonso Furtado Castro do Rio, governador-geral do Miguel I, pretendente ao trono de Portugal, II, 352, 4 1 1 ; III. 28,
Brasil, II, 59, 215, 570 29-30, 67, 103, 360, 403, 425, 426, 427
Mendonça, Afonso Furtado de, bispo da Guarda, e de Coimbra, e Miguelismo (ver Tradicionalismo)
arcebispo de Braga, e de Lisboa, II, 135, 226 Milagres, II, 346, 347-349, 354, 356, 360-365, 379, 407, 451,
Mendonça, Alfredo Zuzarte de, III, 162, 176 458, 484-486, 582, 615, 630, 634, 635, 639-640, 641, 642,

564
INDICE GERAI.

643, 644; III, 66, 80, 148, 1 6 1 , 409, 444, 460, 463, 476, Monteiro, abade, III, 423
501 Monteiro, Diogo, II, 33, 421, 571
Milan, Luís, II, 508 Monteiro. Inácio, II. 243
Milão, I, 2 1 , 25 Monteiro. Jerónimo, II, 638
Milenarismo, I, 36, 39, 349-351, 361 Monteiro, Manuel, II. 438
Milheiro, António. II, 430 Monteiro, Nicolau, II. 159, 163, 181
Miller, William, III, 473 Monteiro, Pardal, III. 472
Mina, Fernão Gomes da, I, 63 Monteiro, Teresa Líbano, 111, 292
Minho, I 103; 111, 86 Montemor, Afonso Geraldes de, I, 49
Miranda, Aleixo de, bispo de Miranda, II, 609 Montemor-o-Velho, I, 455
Miranda do Douro, II, 360, 609 Montemorency-Laval, Francisco de, II. 296-297
Miranda, Gil Lourenço de, I, 485 Montesquieu, II, 675
Miranda, Isabel de, II. 23, 36 Montijo, I. 60
Miranda, Sá de, II. 412 Montoia, Luís de, II. 19, 419, 420, 606
Mirandela, II, 609-610 Montúfar, Alonso de, arcebispo do México, II. 280
Mirare vos, encíclica papal (1832), III, 43 Monzo, Júlio, 111. 50
Misericórdias (ver também Assistência, Confrarias e irmandades), I, Mora, Angel Herreros de, III, 452, 453
379, 384, 460; II, 53, 64, 174, 277. 358, 412, 458, 5 1 1 , 539, Morago, Estevão Lopes, II, 494
572, 574, 589, 591. 608-609, 632, 662, 674-675; III, 252 Morais, António J. Lopes de, vigário-geral da diocese de Coimbra,
Missão abreviada, II, 240-241. 417; III, 72 III, 67
Missionação, I, 2, 4-5, 7. 18-19, 17-34, 43. 138, 237, 239, Morais, João da Silva, II. 501
261-262, 423; II, 10, 12, 25, 66, 68, 70, 86, 97, 99, 129-130, Moral (ver também Confissão. Penitência e culpa), I, 249,
135, 142, 147, 152, 154-156, 170, 190, 228, 2 3 1 , 239, 2 5 5 - 3 1 1 , 362-363, 364-365, 380-387, 398, 399, 400, 428, 430, 431, 432,
385-387, 456-459, 468, 469, 503-508, 534, 612, 644, 646, 647, 448, 449-450, 451, 467, 468, 492-494, 504; II, 10, 1 1 , 2 1 , 23,
657-658, 671-672; II. 12, 13, 3 1 , 32, 38, 54-55, 57, 77, 78, 25, 27-36, 41, 44, 77-78, 102, 117, 128, 141, 197-198, 205,
85, 114, 1 1 7 - 1 1 8 , 1 1 9 , 136, 162-163, 1 7 1 , 172, 173, 181-182, 206, 214-216, 220-221, 225, 2 3 1 , 234, 235, 239, 242, 243-246,
218, 226, 232, 256-257, 265, 299, 3 1 3 , 324, 353-396, 428, 249-250, 251, 252, 253, 254-255, 268, 269, 272, 291, 307,
454, 457, 462, 469-470, 498 3 2 1 , 337, 339-340, 345, 372, 377, 379, 380, 383, 384, 390,
Missões do interior, II, II, 25, 239-250, 251, 390, 414-417, 422, 392, 397, 398, 399, 400, 406, 408, 409, 4 1 1 - 4 1 2 , 416, 417,
423, 440, 442, 508, 5 1 1 , 553, 580, 582, 604, 614, 620, 646, 418, 420, 422, 423, 425, 434, 437, 450, 451, 454, 455-456,
647, 675; III, 12, 80, 97, 108, 110, 1 1 3 , 114, 1 1 5 , 1 1 6 - 1 1 7 , 457, 458, 459, 460-462, 463, 464, 475, 480, 523, 524, 530,
119, 129, 210, 2 1 3 - 2 1 4 , 217, 255, 257, 299, 3 1 3 , 381 531, 539, 541, 544, 550, 551-552, 553, 561, 564, 614, 627,
Mística, I, 362, 373, 380, 382; II, 23, 44, 77, 79-80, 87, 406, 637, 640, 641, 643, 644, 646, 672, 673; III. 25, 26, 27, 43,
418, 419, 420, 421, 422, 424, 437, 576, 603, 614. 616, 617, 46-47, 5 1 . 53, 54, 59, 73, 75, 77, 79, 83, 84, 86, 91, 92, 93,
622, 631, 636, 640, 643, 644, 648, 652; III, 163, 484 95, 96, 100, 1 1 0 - 1 1 1 , 1 2 1 , 125. 144. 145, 152, 157-158. 162,
Mitraísmo, I, 15, 16 167, 168, 173, 177, 178, 182, 194, 196, 199, 204, 205,
Mobili, Vincenzo, 11, 162 209-210, 239, 242, 246, 247, 266, 289, 304, 305-306, 3 1 5 ,
Moçambique, II, 188, 193-194, 276, 285, 286, 287, 305, 585; 111, 360, 365, 390, 4 1 1 , 434, 437, 445, 483, 503, 505
223, 250-251, 292, 362, 364, 369, 3 7 1 , 374. 394, 454, 462, Morales, pintor, 11, 573
469, 485, 486 Moreira, Adriano, III, 390
Moçárabes, I. 4-5, 34, 46, 92-102, 104, 120-122, 130, 166, 209, Moreira, António Montes, I, 25, 26; III, 325-327
225, 240, 264, 345, 433-440, 441; II. 407, 426 Moreira, Domingos A., I. 161, 163, 164, 165
Moisés, profeta hebreu, I. 37, 91 Moreira, Eduardo, III, 445, 451, 454, 455, 456, 466-467, 468
Moita, Luís, III, 271 Moreira, Gaspar, II, 249
Moita, Nóbrega, II, 268 Moreira, Hipólito, II, 620, 649
Molesmes, Roberto de, I, 367 Moreira, Luís. Ill, 223
Molina, António de, II, 27-28, 31 Moreira, Rafael, II. 580
Molina, Juan de, II, 33 Moreton, Robert Hawkey, III, 452, 454, 455, 457, 464, 466
Molinismo, II, 44, 107, 532, 605, 644 Mórnions, III, 475, 499
Molinos, Miguel de, II, 644 Morte, I, 46. 53, 167, 183, 195, 203, 214, 216, 239, 240,
Monaquismo (ver Mosteiros) 265-267, 269, 3 1 2 - 3 1 3 , 322, 348-351, 354, 366, 367-368, 370,
Monarquismo (ver também Liberalismo, Tradicionalismo), III, 162, 376, 384, 390, 423, 424, 428, 430, 442, 452, 453, 460, 462,
189, 267, 422, 424 467, 468, 478, 480-492, 502, 504; II, 60, 68, 78-79, 128, 177,
Monzon, Francisco, II, 546 300, 301, 322, 324, 329, 332, 334, 3 7 1 , 373, 377, 394, 401,
Mondonhedo (diocese de), I. 6 404, 406, 413, 416, 468, 485, 510, 521, 532, 553-557, 558,
Mongóis. II. 262 564, 567, 577, 583-584, 587-596, 613, 622, 631-634, 636, 642,
Moniz. António Bernardo da Fonseca, bispo do Algarve, e do 674-675; 111. 66, 82, 140, 145, 148, 263, 412, 439, 441, 448,
Porto, III, 67 467, 504
Moniz, Júlio Botelho, III, 244 Morujão, Maria do Rosário, 1, 145
Moniz, Egas, I, 442, 450; III, 423 Moser, conde de, III, 124
Moniz, Henrique, II, 87 Moser, Eduardo de, III, 451
Moniz, Martini, I, 439 Mosteiros e monaquismo, I, 5, 6-7, 53, 70, 75, 97, 100, 1 0 1 , 122,
Moniz, Mendo, I, 442 130, 140, 144, 145, 146, 1 4 8 - 1 6 1 , 165-166, 167, 168, 169-170,
Monofisitas, II. 272, 288 183, 190-192, 193, 194, 203-220, 230, 239-240, 250, 267, 268,
Monsaraz, João de, 11, 621 270, 271-273, 273-274, 275, 277, 279, 280, 283-284, 285, 286,
Montalembert, conde de, III, 7 1 , 77, 83, 105, 121 291-292, 293, 304, 340, 343, 345-348, 350, 351-354, 356-360,
Montanha, José Furtado, III, 444 362, 378, 379-380, 389, 390, 391, 393-394, 395, 396, 401,
Montano, bispo de Toledo, I, 33 402-406, 407, 4 1 0 - 4 1 1 , 413, 416, 423-432, 433, 440-452, 460,
Montecorvino, João de, arcebispo de Pequim, II, 262 465, 467-468, 483, 488-492; II, 32, 36, 62, 141, 143, 144, 195,

565
INDICE GERAI.

201-202, 206-207, 222, 317, 324, 359, 402, 424, 432, 451, II, 216, 336, 338, 339, 340, 344, 350, 362-363, 372, 378, 379,
460-461, 466, 468-469, 487, 491, 495, 509, 518, 642, 643, 379, 426, 427, 449, 450, 451, 452, 454, 457, 460, 461, 462,
657; III, 81 486-511, 553, 564, 572, 581, 582, 584, 608, 615, 620, 650,
Mota, Agostinho, III, 46 653, 654, 655, 656, 657, 658, 672; III, 7 1 , 73, 86, 224-226,
Mota, Joaquim Magalhães, III, 267 253, 258, 269, 274-275, 277, 391, 402, 450
Mota, Paulo, II, 634 Myslici Corporis, encíclica papal (1943), III. 170, 177, 185, 225
Mounier, Emmanuel, III, 190, 204, 229
Moura, II, 34 N
Moura, Agostinho Lopes e, bispo de Portalegre e Castelo Branco, Nabo, António, II, 430, 522
III, 216, 218 Nação, A, III, 46, 56, 73, 76, 100, 103, 111, 112, 123
Moura, Cristóvão de, vice-rei de Portugal, II. 347 Nacionalismo. I, 1, 451, 484; II, 80, 81, 86-87, 136-137, 154,
Moura, Francisco Pereira de, III, 237, 267 156, 157, 162, 1 7 1 , 179, 228, 229, 284, 308, 334, 407,
Moura, Helena Cidade, III, 268 4 1 0 - 4 1 1 , 434, 438, 455, 567-568, 582, 585, 606, 623-625,
Moura, Horácio de, III, 227 629-630, 634-636, 643, 671, 675; III, 12-13, 27, 39, 40, 41,
Moura, Isabel de, II, 347-348 44, 55, 56, 57-59, 66, 73, 76-82, 85, 92, 93, 104, 110, 1 1 1 ,
Moura, Manuel Vale de, II, 372 1 1 2 , 1 1 7 - 1 1 8 , 135-136, 147, 148, 149, 157, 158, 159, 1 6 1 - 1 6 2 ,
Mourarias (aljamas), I, 5 180, 181, 192, 240, 243-244, 245, 246, 268, 326, 353, 355,
Mourisca, Francisco da Mata, bispo de Camiona-São Salvador 356, 357, 362, 363, 365, 367, 368, 373, 376, 388-393. 430,
(Uije), III, 2 1 3 432, 433-435, 442, 465, 466, 469, 503, 504
Mouton, Alexandre, II, 90 Nacional-Sindicalismo (ver Fascismo)
Movimento Apostólico de Schoenstatt, III, 227 Nahaman, Moisés Ben, rabi, I, 72, 75-76
Movimento Católico (ver Acção Católica, Associativismo Católico, Nanctus, abade, I, 220
Laicado) Napoleão I, imperador dos Franceses, II, 93, 177, 625; III, 77
Movimento Casais de Santa Maria, III, 203 Napoleão 111 (Luís Napoleão), imperador dos Franceses, 111, 76
Movimento de Renovação da Arte Religiosa, III, 220-222, 271 Nascimento, Aires. I. 447, 448
Movimento de Unidade Democrático (MUD), III, 189 Nascimento, Brites do, II, 498
Movimento de Resistência Cristã, III, 344 Nascimento, José do, II, 630
Movimento do Apostolado das Crianças, III, 308 Nasoni, Nicolau, II, 473
Movimento Esperança e Vida, III, 227 Natal e Advento, I, 374, 465; II, 242, 317, 3 2 1 , 415, 449, 451,
Movimento Fons Vitae, III, 308 452, 454, 457, 491, 495, 509; 111, 186, 263, 455
Movimento Mariano de Oração e Reparação, III, 3 1 0 - 3 1 1 Natália, mártir, I, 427
Movimento Oásis, III, 227 Natividade, António da, II, 595
Movimento por Um Lar Cristão, III, 203 Natividade, Francisco da, 11, 41, 674; III, 361
Movimento por Um Mundo Melhor, III, 227, 277 Natividade, José da, II, 422
Movimento Shalom, III, 308 Navarro, Judas, I, 60
Muchagato, Jorge, II, 468 Navarro, Moisés, I, rabi-mor, I, 60
Muçulmanos (ver também Islão), 1, 4, 53, 91-129, 1 3 0 - 1 3 1 , 141, Nazaré, II. 329, 333, 334, 346-347, 347-349, 350, 351, 352, 353,
148, 192, 206, 232, 240, 241, 279, 280, 285, 304, 310, 343, 355, 461-462, 466, 628; III, 72. 1 1 5 , 152
427-428, 430, 431, 432, 434-436, 440, 448, 453; II, 9, 49, 51, Nazismo, III, 193, 203
64-68, 87, 130, 263-264, 272, 380, 407, 510, 526, 613, 651; NeefFs, Jacobus, II, 576
III, 410, 438, 485-486 Negro, I, 62, 63
Mulher, I, 9, 44-45, 5 1 , 170, 184, 188, 190, 203, 206. 208, 214, Negro, Abraão, rabi-mor, I, 54
215, 218-220, 2 3 1 , 233, 236, 256, 291, 292, 352-354, 357, Negro, David, I, 60, 61
380, 423, 424, 427, 428-432, 453-456, 459-460, 463. 467-470, Nemésio, Vitorino, III, 261-262
470-480, 498, 501-502; II, 17-18, 23, 33, 34-35, 77, 130, 136, Neotomismo, III, 104, 108, 124, 159, 174, 178
141, 202-203, 204, 208, 242, 249, 330, 331, 335-336, 338, Nery, Rui Vieira, II, 498, 500, 501-502, 510
340, 344, 347, 362, 370, 3 7 1 , 389, 413, 450, 454, 458, 460, Nestorianismo, II, 272, 279-280
497-498, 525, 541-542, 550, 555, 563, 573, 588, 603, 605, Neto, Alberto, III, 274-275
606-607, 614, 616, 643, 644, 648, 649, 655; III, 39-40, 43. 53, Neto, António Lino, III. 382
80, 83, 85, 91, 97, 1 1 4 , 124, 1 3 2 - 1 3 3 , 147, 152, 172-173, 187, Neto, Francisco Lino, III, 236
194, 197, 203, 212, 215, 216, 224, 227, 240, 268, 276, 286, Neto, José Sebastião, bispo de Angola e Congo e cardeal-patriarca
288, 289, 290, 295, 298, 304, 305, 306, 309, 317, 320, de Lisboa, III, 54, 74, 89, 138, 144
322-324, 364, 366, 438, 445, 478, 483, 487 Neto, Pedro, II, 505
Muller. João Guilherme Cristiano, 111, 448 Neto, Vítor, III, 91
Multa pracclara, breve papal (1838), III. 353 Nettesheim, Henrich Cornelius Agrippa von, II. 375
Mumadona Dias, condessa de Guimarães, I, 207, 345, 346, Neumann, H. F., III, 472
423-432, 442, 460 Neves, Gregório, III, 214
Mun, Albert, conde de, III, 45, 142, 143 Neves, Maria das, II, 36
Munia Dias, I, 432 Neves, Moreira das, III, 74, 175, 260
Municípios e comunidades locais, I, 45, 53-54, 56, 58-59, 60, 61, New Age, III, 488-489, 499
62, 63, 106-107, 1 1 2 , 114, 1 1 5 , 116, 130, 167, 193, 322, 391, Newton, Isaac, III, 421
462, 468-469; II, 53, 54, 59, 64, 92, 102, 193, 242, 323, 327, Niccoli, Ottavia. II, 644
337, 340, 350, 450, 461, 564, 584, 624, 629, 653-654, 656; III, Niceia, I, 26, 27, 33, 237
160, 252, 317, 406, 412, 449 Nicolau Hispano, legado papal, I. 322
Munis, I, 13 Nicolau III, papa, I, 321
Miinster, Jerónimo, II, 271, 357 Nicolau IV, papa, I, 322, 411
Muraton, II, 44, 438 Nicolau V, papa, I, 413; II, 99
Murteira, Mário, III, 267 Nicolau Tolentino, santo. II, 364, 484, 648
Música e dança, I, 246, 346, 347, 352, 380, 386, 400, 401, 432; Nicotra, Sebastião, núncio apostólico, III, 155, 167

566
INDICE GERAI.

Nithard, Juan Everardo, II, 1 1 1 Octonis, Guilherme, 1, 411


Niza, marquês de, representante de Portugal em França, II, 16(1 Oairril Nostrae Considerationis (1289), bula papal, I, 322
Niza, Paulo Dias, II, 627 Odilão, abade de Cluny, 1, 2 1 1
Nobili, Roberto di, II, 291, 305, 309, 3 1 1 Odoário, conde, I, 304
Nobili, Vincenzo, núncio apostólico, 11, 161 Oeiras, I, 60; III, 1 1 5 , 152
Nóbrega, Manuel da, II, 274, 310, 458; III, 395 Oikos-Cooperaçào e Desenvolvimento, III, 3 1 2
Nobreza, I, 7, 8-9, 63, 144, 167, 193, 204, 206, 207-208, 210, Olcott, Henry S., III, 481
212, 213. 215-216, 219, 232-233, 236, 238, 241, 247, 250, Olivares, conde-duque de, II, 154
267, 269, 270, 292-293, 303, 304, 307, 3 1 5 - 3 1 6 , 317, 318, 319, Oliveira, António, II, 158
322, 327, 344, 362, 366, 390, 392, 401, 410, 423, 424, 427, Oliveira, cavaleiro de (ver Oliveira, Francisco Xavier de)
430, 431-432. 431, 432, 434, 439, 440-443, 444, 446, 450-452, Oliveira, Ernesto Sena de, arcebispo de Mitilene e bispo-conde de
453-460, 471, 474. 475. 478, 481-492, 494, 496, 501-505; II. Coimbra, 111, 180, 192, 285
16, 17-18, 19, 35, 54-55, 64, 74, 90, 99, 109, 1 1 3 , 130, 1 3 1 , Oliveira, Fernão de, II, 74, 75, 280, 519, 639
145-146, 149, 206-207, 208, 2 1 3 , 222, 227-228, 229-232, 235, Oliveira, Filipe de, II, 649
242, 255, 270, 281, 338, 345, 350, 352, 374, 412, 414, 420, Oliveira, Francisco, bispo de Viseu, 11, 228
470, 499, 536, 557, 569, 606, 607, 608, 648, 654, 659; III, 85, Oliveira, Francisco Xavier de Oliveira (cavaleiro de Oliveira), II,
86, 146, 165, 420 57; III, 447
Nogueira, Afonso, arcebispo de Lisboa, 11, 379 Oliveira, Guido Waldemar de, III, 458
Nogueira, Alberto G. Franco, 111. 238, 475 Oliveira, João Dionísio de, III, 386
Nogueira, Alexandra. 1, 145 Oliveira, João Jorge, III, 459, 460
Nogueira, Bernardo Sá. I, 145, 462 Oliveira, Prelediana Frias de, 111, 459
Nogueira, Francisco, capitão de Calicut, II, 272 Oliveira, José de, II, 572
Nogueira, Vicente, II, 375 Oliveira, José Bacelar de, III, 286
Norberto, santo, I, 224, 362 Oliveira, Manuel de, II, 452
Noronha. André de, II, 156 Oliveira, Mário de, III, 270-271
Noronha, António Matos de, bispo de Elvas, inquisidor-geral, II, Oliveira, Martini Garcia de. I, 485
1 1 1 - 1 1 2 , 136, 228 Oliveira, Martinho Pires de, arcebispo de Braga, I, 160, 243
Noronha, Constança de, II, 642 Oliveira, Mem Peres de, I, 392-393, 402
Noronha, Leão de, II, 36 Oliveira, Miguel de, I, 2, 144; III. 12, 73, 124, 175
Noronha, Manuel de, bispo de Lamego, II. 195, 215, 242, 355, Oliveira, Nicolau, II, 402
415, 522 Oliveira, Rodrigo de, bispo de Lamego, 1, 392
Noronha, Mariana de, duquesa de Aveiro e Torres Novas, 11, 361 Oliveira, Zacarias de, III, 204-205
Noronha, Nuno de, bispo de Viseu, II, 228 Olivença, I, 87; II, 90
Noronha, Sebastião Matos de, bispo de Elvas, e arcebispo de Oliver, Bernardo, bispo de Tortosa, I, 73-74, 75
Braga, II. 119, 137, 158, 228, 384, 402, 430 Onega Mendes, I, 428-432
Noronha, Tomás de, bispo de Olmda. III, 116, 365 Opus Dei, revista litúrgica, 111, 224
Nossa Senhora, António de. II, 587 Opus Dei, Prelatura da Santa Cruz e, 111, 132, 220, 227, 289,
Nossa Senhora da Boa Morte, Angelo da, bispo de Elvas, 111, 67 298, 497
Nossa Senhora da Nazaré, Joaquim de, prelado de Moçambique, Orações (ver também Catequese e catecismos), I, 340, 346, 352,
bispo do Maranhão e bispo-conde de Coimbra, II, 389; III, 67 354, 355, 358, 360, 365, 367, 3 7 1 , 379-380, 381, 382, 460,
Nossa Senhora, Feliciano de, bispo de Lamego, II. 389, 604 465, 468, 478, 491; II. 19, 23-24, 32, 33, 36, 38, 42, 60, 68,
Novais, Sebastião de, 11, 650 2 1 3 , 249, 3 2 1 , 340, 367, 370, 372, 378, 380, 385, 386, 390,
Noviciado, II, 205; 111, 26 394, 398, 409, 417, 420, 426-427, 449, 505, 507, 5 1 1 , 521,
Novidades, III, 135, 175, 195, 221, 238, 260, 268, 272, 293, 305 525-526, 561, 563, 564, 568, 570, 573, 580, 581-587, 591,
Novinsky, Anita, II, 59 592, 594, 603-616, 617, 619, 622, (.27, 631, 632, 643, 644; III,
Nunes, Adérito Sedas, III, 188, 230 110, 161, 163, 240. 365, 410, 439, 452, 457
Nunes, Augusto Eduardo, arcebispo de Évora, 111, 73, 106, 124, Oraison, Marc, III, 205
138, 139 Oratória sacra (ver também Apologética), I. 9, 195, 229, 233, 249,
Nunes, Duarte, II, 269, 270 366, 374-375, 377, 391, 398, 400, 457; II. 1 1 , 12, 19, 23, 25,
Nunes, Filipe, II, 587 30, 32, 35, 42, 44, 56-57, 82, 83, 84, 85, 127, 156, 179, 234,
Nunes, Manuel, II, 532 239, 243, 244-246, 2 5 1 , 310, 378, 380, 383, 385, 390, 393-417,
Nunes, Tomás Pedro Barbosa da Silva, bispo tit. de Elvas e aux. 420, 423, 432-442, 456, 460, 488, 498, 509, 525, 527,
de Lisboa, 111, 291 541-542, 553, 554-555, 556-557, 560, 564, 567, 571, 572, 574,
Nuno de Santa Maria, beato, (Nuno Alvares Pereira, condestável 580, 581, 585-587, 595-596, 608, 615, 619, 620, 621, 622,
do reino), I, 379, 361; 111, 83, 147, 1 6 1 , 388-389, 432 624, 625, 627, 630, 646, 647, 648-650, 657-658; 111, 27, 28,
Nuno Mendes, conde de Portucale, I, 434 50, 7 1 , 72-73, 75, 80, 85, 92, 93, 98, 99, 110, 1 1 2 , 1 1 5 , 144,
Nykil, 1. 126 2 7 1 , 274, 362, 449, 450, 457, 463, 498
Nystron, Samuel, III, 462 Oratonanos, II, 39-40, 42, 173, 176, 202, 203, 205, 208, 2 1 5 ,
240-250, 291, 421, 423-424, 467, 5 1 1 , 564, 603, 614-615, 628,
647; III, 75, 428, 448
Óbidos, I, 87, 145; II, 462, 466, 487, 520, 523, 6 1 1 - 6 1 2 , 638 Ordens militares, I, 6. 8, 43, 63, 75, 145, 157, 160-161. 165-166,
Gbidos, Josefa d' (ver Ayala, Josefa d') 169, 170, 172, 175, 176, 177, 178-179, 183, 184-185, 187-188,
Obra da Entronização, III, 171 190-191, 192, 194, 233-237, 252, 257, 277-278, 292-293, 394,
Obra da Rua, III, 191 397, 460, 467; II, 53, 55, 63, 64, 99, 136, 138, 144, 149,
Obra de Protecção às Raparigas (depois ACISJF), III, 132, 147, 1 5 1 - 1 5 2 , 162, 187, 212, 229, 234, 253, 266, 402, 421, 468,
191 469, 495, 534, 537, 618, 619, 629, 645, 672
Obra de São Francisco de Sales, III, 151 Ordens religiosas (ver também Congreganismo, Mosteiros e
Obra dos Soldado, III, 147 monaquismo), I, 148, 1 5 8 - 1 6 1 , 165-166, 160-170, 175, 176.
Ochoa de Isaga, II, 509 178-179, 183-185, 192, 230, 236, 250, 356-378, 379, 452-460,

567
INDICE GERAI.

470-480, 494-497; II, 15, 16-20, 38. 41-42, 53, 64, 72, 87, 99, Pais, Álvaro, bispo do Algarve, I, 37-39, 49, 77, 1 1 6 , 326, 340,
1 1 3 , 127, 136, 1 5 1 , 152, 157, 168, 187. 217-218, 228, 229, 399, 4 1 2
230, 232, 233, 234. 266, 291, 355, 402-403, 4 1 1 , 415, 467, Pais, Baltazar, II, 437
494-495, 496-498, 503-505, 564, 589, 628, 637, 641, 646-649, Pais, Durão (ou Durando), bispo de Évora, I. 243, 320, 322. 390
672; 111. 58, 98, 110, 114, 146, 160, I73, 308, 3 1 1 Pais, Geraldo, I, 392
Ordens terceiras, II, 77, 87, 218, 4 1 1 , 425, 572, 609, 633, 644, Pais, Gualdim, mestre dos Templários, I. 236
660, 664, 675; III, 58, 98, 110, 114, 146, 160, 173, 308, 3 1 1 Pais, Pedro, I, 340-341
Ordonho I. rei das Astúrias, 1, 103, 104 Pais, Sidónio, presidente da República, 111, 153, 432
Ordonho II, rei das Astúrias, I. 102, 104. 130 Pais, Sidónio de Freitas Branco, 111. 237, 254, 305, 306
Orense, I, 6, 148, 149, 317 Paiva, António Luis de. Ill, 222
Organização das Nações Unidas (ONU), III. 268, 269, 302 Paiva, Gonçalo Pais de, bispo de Coimbra, I, 100, 225, 241
Orígenes, I, 34 Paiva, Heliodoro de. II. 495
Orlandis, José, I, 303 Paiva, Luís, III, 458
Orneias, Alvaro de, I, 485 Paiva, Miguel da, II, 574
Orneias, João de, abade de Alcobaça, I, 370 Paiva, Vicente Ferrer Neto de, III, 355, 428
Orôncio, arcebispo de Mérida, I, 304 Paixão, Diogo da, 11, 534
Orósio (P.). 1, 2 1 , 28, 33, 34, 346, 406 Palacio. Paulo de, II, 2 1 , 544
Ortigão, Ramalho, III, 74, 84-86, 94 Palavra, A, III, 46, 48, 56, 100
Ortiz Villegas, Diogo, bispo de Ceuta, de Tânger, de São Tomé, Palència, I, 33
e de Viseu, II, 383, 571, 612 Paleografia e diplomática, I. 340, 348, 394-397, 433, 434, 439,
Ortodoxia, I, 25-26, 30, 33, 34, 361, 391; II, 9, 10, 1 1 , 12, 32, 456; II. 418, 449
33, 35, 38, 56, 71-72, 73, 96, 117, 118, 153, 162, 171, 174, Pallu, Francisco, II, 296, 297
194, 220-221, 239, 240, 242, 249-250, 251, 252, 272-273, 278, Palmeiro, João, I. 324
279-281, 307, 322, 323, 327, 336, 339, 350, 381, 383, 384, Palmela, I." duque de, 111, 1 1 8
388, 390, 391, 394, 415, 416, 419, 420, 432, 437. 441, 456, Palomo, Frederico, II, 240, 243, 246
468. 474. 475, 484, 498, 508-509, 510, 513, 529, 530, 531, Pamfili, cardeal, II. 160
535, 539, 545, 550, 552, 584, 603, 606, 615, 625, 631, 632, Pamplona, Manuel António. II. 621
633, 637, 641. 658-659, 662-663, 671; III, 25-26, 43, 44, 66, Paracelso, II, 375
94, 100, 205, 409-410, 4 1 1 , 414, 441, 445 Parada, António Carvalho de, 11, 36, 181
Ortodoxos, I, 398; II, 70, 259, 301; III, 404, 484-485, 494 Paraíso, Purgatório e Inferno, I, 368-370, 371; II. 68, 239, 249,
Oryamismo, III, 442 250, 377,' 397, 409, 458, 539, 553. 555, 558, 584, 587-596,
Oseredo Trutesindo, I, 347 605, 622, 627, 631-634, 641, 658, 662, 674; III, 148, 156, 402
Osio de Córdova, 1, 26 Parampali, Alexandre, II, 296
Osório, Jerónimo, bispo do Algarve, I. 128; II, 51-52, 74. 137, Paraty, conde de. grâo-mestre do Grande Oriente Lusitano Unido,
140, 433 III, 426
Ossa (serra de), 1. 192, 195, 221, 362, 496, 498, 501 Paredes, Pedro Álvares de, II, 105
Osuna, Francisco de, II. 24, 419, 603 Parenética (ver Oratória sacra)
Ourém, I, 122 Paris, II, 433
Ourivesaria (ver Alfaias litúrgicas) Parisse, Michel, I, 221
Ovnilogia, III, 489 Parlamento (sécs. xix e xx), II, 38, 1 3 1 , 674; III, 23-24. 25,
Owens, George, III, 457. 458 26-27, 38, 56-57, 66, 68, 75, 78, 88, 89, 91, 92, 104, 110.
Ozanam (ver Antoine-Fréderic Ozanam) 189, 203, 355-356, 359-360, 362, 370, 372, 373, 412, 425,
426, 467
P Paróquias, 1, 5-6, 1 3 9 - 1 4 1 , 142, 144, 147-148, 150-58, 163-165,
Paçanha, João, II. 571 168-169, 170-172, 176, 177, 180-183, 187-190, 192, 193,
Pacca, Bartolomeu, núncio apostólico, II, 177 195-201, 248-252, 248, 264, 267, 273, 274, 284-286, 290-291.
Pacem in tcrris, encíclica papal (1963), 111, 228, 237, 247, 268, 292, 365, 366, 377-378, 390, 391, 407, 4 1 1 , 469, 481; II, 25, 26,
343 27, 99, 128, 138, 187, 189, 195, 199, 212, 214, 222, 224, 242,
Pacheco, Carneiro, III. 374 243, 249. 254. 323, 324. 325, 326, 3 3 1 , 351-352. 378,
Pacheco, Duarte, II, 652 380-381, 382, 388, 389, 401, 402, 404, 405, 406, 429, 462,
Pacheco, Pantaleão Rodrigues, bispo de Elvas, e capelâo-mor do 476, 517, 518-520, 522, 523, 525, 548, 552, 558, 562, 591,
reino, II, 163 594, 608, 615, 627, 641, 655; III, 26, 30, 3 1 , 67, 68, 80, 82,
Paço de Sousa, I, 440, 442 85, 88, 95, 96, 100, 109, 1 1 5 , 116. 124, 130, 133, 141, 146,
Pacómio, santo, 1, 205, 346 149-150, 169, 171, 173, 175, 179, 186-187, 196, 197-198, 199,
Padilha, Jerónimo, II, 19 2 1 3 , 215, 221, 228, 252, 262, 264, 276-277, 280, 295,
Padrinhos e madrinhas, II, 534-537, 537-538, 553, 612, 628 319-320, 324, 368, 4 1 1 , 412, 454, 459, 494, 495
Padroado régio, I. 145, 146, 148, 150, 154, 155, 156, 158, 164, Partidos políticos e religião, 111. 49-50, 55-58, 91-92, 101, 102,
166, 168, 169, 170, 172-173, 174, 175, 176, 177, 180, 182, 187, 103, 104, 105, 122, 123, 138, 143, 145, 177, 180, 187-188,
188, 189, 191, 192, 193-194, 250, 333, 4 1 1 , 494; II, 99, 108, 229, 246, 247, 275-276, 278, 289, 293, 297, 298, 301, 330,
138, 142, 144, 148, 149, 150, 154, 158, 161, 163, 169, 170, 426, 504
194, 222, 225, 255, 256, 260, 266, 275-278, 284, 286-287, Pascal, Blaise, II. 538
289, 293-299, 302, 308, 608, 672; 111. 27, 32, 55, 76, 78, 1 1 2 , Páscoa, Quaresma e Paixão, 1, 69, 87, 370-371, 465; II. 3 1 , 50,
166, 353-356, 358-360, 364, 370, 373, 376-377, 387, 428 60, 73. 242, 272, 317, 321-322, 389, 403, 414, 415, 449, 451.
Paganismo, I, 13-17, 20-25, 29, 46, 65, 70, 79, 262, 266, 272, 452, 454, 457, 497, 501, 525, 543, 545, 554, 558, 565, 566,
278-279, 303, 336, 3 7 1 , 373, 380, 381-382, 504, 538, 582, 567-568, 572-577, 577-581, 591, 603, 605, 613, 616, 618-621,
594, 614, 615, 637, 641, 650, 653, 655, 662; III. 1 1 , 94, 95, 624; III, 54, 73, 85, 86, 103, 139, 159, 173, 186, 224. 263,
148, 193, 257, 408-409 431
Paio, mestre, I, 315, 377; II, 407 Pascoaes, Teixeira de, III, 149, 432
Paio, santo, 1, 232, 344, 427 Pascoal Bailâo, santo. II. 647-648

568
INDICE GERAI.

Pascoal II, papa, I, 265, 440 Pedro, ermita, I, 221


Pasio, Francisco, II, 3 1 1 Pedro Gonçalves Telmo, santo, I, 377
Passionistas (Congregação dos Missionários Passionistas), 111. 3 1 1 Pedro, Hispano, judeu converso, I, 70
Pastor, santo, I, 427 Pedro I (e IV), imperador do Brasil (e rei de Portugal). III. 28,
Pastoral, 1. 352, 373, 387; II, 10, 12. 15-44, 66, 227, 235, 244, 29-30, 67, 103, 427
2 5 1 , 382, 385, 401, 408, 434, 467-468, 488, 498, 517, 519, Pedro, infante de Portugal, I, 314, 335
625; III. 49, 94, 99-101, 104, 105, 129, 130, 136, 152, Pedro, infante de Portugal, II, 166
166-167, 182, 196-200, 205, 208, 210, 212, 214-218, 221. 232, Pedro, infante e regente de Portugal, duque de Coimbra, I, 61,
243, 246, 247, 248, 251, 252-253, 255, 258-259, 259-260, 233, 406, 412, 494, 499; II, 16, 263
265-266, 273, 283, 280, 295, 296, 302, 307, 309, 310, 3 1 1 , Pedro, mestre-escola, I, 406
314, 319, 3 2 1 , 328-330, 386 Pedro Nolasco, santo, II. 648
Pastorais e documentos colectivos do episcopado, III, 139-140, Pedro, pasteleiro, II, 74
1 4 1 , 142-144, 245, 247, 248, 249, 253, 264-266, 267, 285, Pedro III, rei de Aragão, II, 651
292, 296, 297, 301, 304, 309, 320, 327, 328-330, 388-389, 469 Pedro I, rei de Portugal, I, 60, 66, 67, 110, 1 1 1 , 1 1 2 , 1 1 5 , 183,
Paterno, bispo de Tortosa, e de Coimbra, I, 100, 407, 433, 327, 480
436-438; II, 407 Pedro II. rei de Portugal, II, 63, 1 1 3 , 140, 143, 144, 158,
Pato, M. Vaz, III, 318 163-164, 165, 168,'178, 189, 190, 194, 201, 219, 226, 227,
Patriarcado (ver também Lisboa (diocese de)), II, 163, 166, 168, 229, 232, 294, 301. 421, 467, 498, 499, 528, 557, 570, 622,
189, 279-280, 501; 111, 72, 270 629, 634
Património eclesiástico, I. 145. 150, 163, 166, 169, 187, 190, 212, Pedro III. rei de Portugal, II. 536, 620
215, 217, 220, 222, 224, 225, 227, 234, 235, 244, 245, Pedro IV, rei de Portugal, III. 354
2 6 1 - 3 0 1 , 304, 3 1 3 - 3 1 4 , 3 1 5 , 317, 318, 320, 322, 323, 324, 345, Pedro Lombardo, 11, 218, 538
347, 352, 359-360, 366, 388, 390, 391, 396, 398, 400, 412, Pedro Sanches, infante de Portugal e senhor de Maiorca, I, 314,
423-424, 428-429, 430, 431-432, 438, 455, 461, 464, 467, 454, 456-457
469-470, 472, 481-483, 501; II, 50, 57, 59, 63, 96, 100, 104, Pedroso, Fernando, III, 356, 366, 367
1 1 3 , 114, 138, 142, 143, 153-154. 157-158. 168, 177, 179. 195, Pelagianismo, I, 33
221, 233, 253, 254, 326, 333, 346-347, 370, 469, 491, 589, Pelágio, rei das Astúrias. I. 93
590, 673; III. 1 1 , 26, 30, 3 1 , 110, 137, 141, 355 Pena, Peixoto da, II, 496
Patrologia, I, 342-345, 346, 348, 349, 360, 367; II, 23, 33, 383. Penafiel (diocese de). II, 192, 6 1 5
434, 436, 437, 622, 659; III, 75-76, 214, 266 Penamacor, II, 625; III, 222
Patronos leigos e eclesiásticos, I, 140, 141, 143-144, 150, 165, Pendorada, I, 208, 217
169-170, 182, 183, 1 9 0 - 1 9 1 , 193, 194, 206, 207-208, 212, 214, Penela, II, 351
216, 217, 249-250, 285, 290, 345, 357, 370, 398, 430. 431-432, Penha, Luís de la, II, 374
440-442, 444, 455, 472; II, 143, 153, 195, 222, 254, 394 Penitência e culpa (ver também Confissão, Moral), I, 380-387,
Patruino, bispo de Mérida, I. 33 460, 464-465, 494, 497, 499-501, 502, 504; II, 19, 2 1 , 28-29,
Paulistas (Instituto Missionário-Pia Sociedade de São Paulo), III. 30-31, 36, 38, 78, 124-128, 148, 239, 244, 246, 250, 2 5 1 , 252,
289 321-322, 349, 356, 380, 391, 394, 406, 408, 409, 414, 416,
Paulo, clérigo mestre, I, 75-76; II, 407 419, 423, 424, 451, 510, 534, 538-543, 544-552, 553, 554,
Paulo, bispo de Mérida, I, 238 555, 560, 570, 572, 580, 583, 591, 592, 614, 618, 622, 627;
Paulo III, papa, II, 96, 145, 147, 1 5 0 - 1 5 1 , 179, 188, 191, 565, III, 1 5 1 , 155, 157, 159, 164, 168, 171, 202, 204, 239, 240,
568, 582 243, 253, 294, 296, 3 1 0
Paulo IV, papa, II. 97 Penteado, Pedro, II. 585
Paulo V, papa, 1 1 . 154, 427-428, 430, 532, 621, 634 Pentecostalismo e neopentecostalismo, III, 460-461, 463, 464, 468,
Paulo VI, papa, III. 135, 136. 187, 194, 238, 245, 261, 262, 265, 471, 475-476, 499
267, 268, 268, 269, 271, 289, 294, 302, 305, 309 Perardi, III, 151
Paulo, santo, I. 18; II, 393, 415, 434 Peregrinações (ver também Fátima), 1, 98, 238, 239, 262, 345,
Paulo da Cruz, santo, II, 647 357, 359, 370-371, 378, 379, 389-390, 400, 445, 462, 476,
Pax Christi, III. 3 1 0 478; II. 187, 3 2 1 , 322, 328, 336, 346-359, 379, 391, 407,
Pecador convertido ao caminho da verdade, II, 605, 607 461-462, 466, 508, 510, 544, 577, 6 1 1 , 614, 615, 618, 625,
Pecuária (ver Agricultura) 627, 628, 636, 641, 642, 656-657; III, 43, 97, 104-105, 106,
Peculiar, João, bispo do Porto e arcebispo de Braga, 1, 150, 155. 108, 1 1 5 , 130, 135, 1 5 1 - 1 5 2 , 153-159. 162, 163, 184, 187,
163, 179, 225, 226, 227, 241, 245, 307, 309, 406, 407, 445 233, 262, 263-264
Pedagogia (ver também Catequese e catecismo, Ensino), I. 359, Pereira, Fernando G., II, 664
368, 394, 401; II, 244, 246-247, 249, 250, 380, 381, 382, 384, Pereira, Gonçalo Gonçalves, bispo de Lisboa, arcebispo de Braga,
385, 386, 388, 392-393, 397, 401, 406, 416, 438, 451, 457, I, 243, 326
458, 460, 476, 498, 505, 506, 507, 5 1 1 . 522, 541, 548, 577, Pereira, Isaías da Rosa, I, 392; II, 426
612, 637, 640, 662; III, 92, 94, 105, 1 1 3 , 191, 203, 204. Pereira, José Carlos, III, 222
209-210, 212, 214, 216, 224, 252, 277, 280, 281, 282, 283, Pereira. José Fernandes, II, 470
304, 309, 310, 377-378, 478 Pereira, José Veloso, II, 649
Pedro, abade de Cluny, I, 357 Pereira Júnior, Manuel António, III, 453
Pedro, arcebispo de Braga, I, 148, 245, 305, 309, 334, 355, 388 Pereira, Manuel, bispo de Lamego, II, 525
Pedro, bispo de Coimbra, I, 395, 436 Pereira, Manuel, pintor, II, 587
Pedro, bispo de Osma, I, 209 Pereira, Nuno Alvares, condestável do reino (ver Nuno de Santa
Pedro, bispo do Algarve, I, 332 Mana, beato)
Pedro Canísio, santo, II, 619 Pereira, Nuno Alvares, bispo de Angra e Açores, e bispo de
Pedro Claver, santo, II, 648 Lamego, 11, 223-224
Pedro, condestável de Aragão, I, 480 Pereira, Luís César Rodrigues, bispo da Igreja Lusitana, III, 445,
Pedro de Alcântara, santo, II, 647 454
Pedro de Rates, santo, II, 354 Pereira, Luís Teotónio, III, 271

569
INDICE GERAI.

Pereira, Nuno Teotónio, III, 222. 223, 271 Pinto, Fernão Mendes, 11, 387, 505-506
Pereira, Pedro Teotónio, III, 271 Pinto, Heitor, II. 16, 229, 420, 433, 542
Pereira, Paulo, II, 469 Pinto, José Augusto Vaz, III, 187
Pereira, Sebastião José, III, 362 Pinto, Manuel, III, 262
Pereira, Tomás, II, 506 Pinto, Manuel Vieira, bispo de Nampula, III, 269
Peres, Abril, I. 392 Pinto, Mário, III, 270
Peres, Domingas, I, 471 Pinto, Oliveira, III, 356
Peres, Domingos, I. 340-341 Pinto, Tomás, II, 362
Peres, Fernando, I, 279 Pintura, I, 376; II, 326, 348, 463-464, 473-480, 542, 573,
Peres, João, I, 401 574-577, 580, 587, 588-589, 594, 606, 616, 617, 619, 622-623,
Peres, Lourenço, 1, 470 631, 632, 641, 652, 658, 661-664
Peres, Paio, I, 441 Pio II, papa, II, 16, 265, 266
Perestrello, Francisco, III, 2 1 9 Pio IV, papa, 11, 549, 559, 564, 646
Perez, David, II, 503 Pio V, papa, II, 28, 97, 191, 387-388, 398, 429-430, 548, 563,
Perez de Chichón, Bernardo, II, 66 584, 621, 646
Pérez, Martini, I, 44, 381-382, 4 1 3 Pio VI, papa, II, 565, 620, 675; III, 77
Perez Moya, Juan, II. 643 Pio VII, papa, II. 88, 177, 621; III. 77
Pcifcctac caritatis, decreto conciliar, III, 323 Pio VIII, papa, II, 88; III, 29
1'ener, Bertolomeu, I, 402 Pio IX, papa, II, 631; 111, 40, 43, 45, 76-77, 87, 88, 108, 1 1 2 ,
Perier, Reymondo, I, 402 1 2 1 , 354, 355
Perier, Vasco, I, 402 Pio X, papa, III, 125, 140, 144, 150, 1 5 1 , 167
Perilongue, Manuel José, II, 202 Pio XI, papa, III, 155, 162, 164, 166, 170. 178, 180, 201, 225,
Per grata nobis (1886), encíclica pontifícia, III. 47, 55, 91 378
Perseguições e mártires, 1. 18-20, 232, 238-239, 343, 375, Pio XII, papa, III, 130, 156, 161, 162, 170, 182, 185, 187, 219.
427-428, 448, 454, 456-458, 472, 478; II. 42, 258, 277, 279, 225, 238, 240, 241, 268, 373-374, 379, 383-385, 389, 392
288, 3 0 1 , 307, 345, 426, 454, 458-459. 637, 640, 644 Pires, Álvaro, II, 560
Pérsia, II, 262, 288 Pires, Bartolomeu, II, 506
Pesca, salinas e navegação, I, 275, 282; II, 66, 67, 1 2 1 - 1 2 4 , 156, Pires, Benjamim Videira. III, 388
229, 258-259, 261-262, 263, 273, 362-363, 375, 456, 468, 485, Pires. Diogo, II, 624
488, 505, 528-529, 563, 574, 585, 628-629, 636, 641, 652; 111, Pires, Francisco, prior-mor de Santa Cruz, I, 228
407 Pires, Luis, bispo do Algarve, do Porto, e arcebispo de Évora, e
Pessoa, Fernando, 111, 482, 489 de Braga, I, 400; II, 3 1 , 377-378, 393, 404, 449-450, 487, 492,
Pessoa, João Crisóstomo de Amorim, arcebispo de Goa. Ill, 355, 509, 526, 612, 637
358, 359 Pires, Martinho, bispo de Évora, I, 323
Petardo, O, 111. 53 Pires, Martinho, bispo do Porto e arcebispo de Braga, I, 245, 323,
Petrarca, I. 384 324, 362
Picard, Christophe, I, 98 Pires, Tomé, II, 272
Piedade, António da, II, 650 Pires, Vasco, II, 494
Pietro, Camilo de, internúncio e cardeal, III, 353, 354 Pires, Videira, III. 305
Piloto, Guilherme, I, 392 Planto, II, 412
Pimentel, Alberto, III, 1 1 5 - 1 1 6 Pobreza (ver também Assistência, Doutrina social da Igreja), 1. 36,
Pimentel, António Filipe, II, 472 39, 222, 224, 228, 230, 233, 261, 291, 354, 3 6 1 , 363, 373,
Pimentel, António J. de Mesquita, II, 393 374, 386, 423, 432, 453, 460, 462, 463, 464, 465, 466-470,
Pimentel, Guilherme, 111. 451 472, 475, 477, 478, 491, 492, 497, 501. 504; II, 36, 205, 208,
Pimentel, Jerónimo, III. 49, 56 214, 223, 240, 3 3 1 , 369, 420, 563, 654; III, 233, 276, 366, 475
Pimentel, José Maria P. B. do Amaral, bispo de Angra e Açores, Poder (ver também Religiões e Estado), I, 208, 2 1 5 , 216, 218,
III, 361 219, 230, 237, 238, 241, 250-251, 267, 274, 303, 304, 308,
Pina, Fernão de, II, 74 314. 3 1 5 , 318, 319, 333, 360, 367, 373, 377, 378, 386, 387,
Pina. Luis de, III. 205, 220 388, 390, 391-393, 399, 428, 431-432, 438-439, 442, 444,
Pina, Manuel Correia Baptista de Basto, bispo-conde de Coimbra, 445-446, 452, 453, 455. 461, 475, 476, 477, 478, 479, 480,
III, 56, 88, 89-90, 104, 124, 138 491, 497, 499, 504; II, 9, II, 12, 15, 16, 49-50, 5 1 , 52-54, 56,
Pina, Rui de, I, 118, 480, 499 59, 62, 64, 69-70, 72, 75, 77, 81, 82, 87, 90-91, 93, 96-97,
Pinamonte, Pedro, II, 620 108, 1 1 1 , 124, 128, 1 3 0 - 1 3 1 , 135. 136, 138, 140, 143, 144,
Pinheiro, António, bispo de Portalegre, II, 433 149, 1 5 1 , 152, 153-154, 156, 160, 161. 163-164, 165, 170, 171.
Pinheiro, António, mestre-de-capela, II, 500 172, 175, 176, 177, 179, 180, 181, 187, 1 9 0 - 1 9 1 , 195, 212,
Pinheiro, Diogo, bispo do Funchal, II. 231 219-220, 226, 233, 234, 239, 242, 249, 251, 257, 261, 266,
Pinheiro, Margarida, I, 501 306, 307, 317, 323, 324-325, 326, 327, 3 3 1 - 3 3 2 , 334-335,
Pinheiro, Rodrigo, bispo de Angra e Açores, e do Porto, II, 2 3 1 . 336-337, 340, 345, 359, 360, 369, 370, 374, 379, 391, 393,
234, 383 394, 399, 407, 409, 452, 462, 468, 469, 470, 471, 472-473,
Pinheiro, Rui Gomes, bispo de Angra e Açores e governador da 475-476, 480, 483, 484, 539, 542, 545, 548, 549, 550-551,
Casa do Civel, II, 105 553, 569, 614, 637, 642, 646, 651; III, 404, 409, 416, 425
Pinhel, III. 160, 444 Policarpo, João Francisco de Almeida, III, 91
Pinhel (diocese de), II. 193; III, 68 Policarpo, José da C-ruz, cardeal-patriarca de Lisboa, III, 250, 2 5 1 ,
Pinho, Ambrósio de, II, 494 273, 299, 328, 505
Pinho, Custódio, II, 296 Polónia, II, 70, 262, 648; III, 233, 484
Pintado, Valentim Xavier, III. 237, 267 Pombal, 1, 250
Pintasilgo, Maria de Lourdes, III, 230, 268, 301 Pombalismo, II, 1 1 , 39-40, 64, 87, 90, 107-108, 128, 1 3 1 , 140,
Pinto, Albano Vaz, III, 217 141, 145, 164, 168, 169, 171-176. 178, 179, 189, 190, 191-192,
Pinto, Baltazar Correia, II, 572 202, 2 1 1 , 214, 216, 226, 228, 230, 2 3 1 , 232-233, 240, 261,

570
I N D I C E GERAI.

302-303, 323, 333, 345, 390-392, 398, 473, 593, 660, 671-673, Primícias, 1, 263-264
676; III, 17, 34, 80, 137, 353, 369, 410, 420, 421, 422-423. Primitivo, santo, I, 427
438, 439 Principio de divino amor, II, 32-33
Pombeiro, I, 217, 357; II, 136, 629 Priscilianismo, I, 29-33, 48-49, 205, 238, 303
Ponce de la Fuente, Constantino, II, 396 Prisciliano, bispo de Avila, I, 29
Ponte de Lima, II, 326, 641 Prisões (ver Tribunais e sistemas penais)
Pontes, Francisco da Madre de Deus, II, 630 Problemas sociais à luz da fé, Os, III. 187
Pope, Tomás Godofredo, III, 453, 465 Procissões, 1, 69, 238-239, 377-378, 458; II, 74, 125, 127, 243,
Populorum progressif, encíclica papal (1967), III. 269, 301 244, 246, 278, 3 2 1 , 325, 327, 334-345, 350, 359, 413, 427,
Porcíúncula, Francisco de, II, 77, 571-572, 603, 649 449, 450, 452, 461, 473, 480, 482, 488, 490, 508, 510, 5 1 1 ,
Porres, João de, IL 428 522, 554, 563-564, 572, 580, 584, 593-594, 620, 624, 625,
Porta, Giambattista, II, 375 636, 641, 647, 650, 652, 653-654, 655, 656-657; III, 97, 98,
Portalegre, I, 169-170; II. 494; III, 465 104, 1 5 1 , 152, 159-160, 173, 2 1 3 , 258
Portalegre (diocese de), II, 119, 191, 198, 240, 467-468, 474, 475, Proença-a-Nova, III, 296
542; III, 68 Proença, Raul. III, 437
Portas, Nuno, III, 223 Profetismo (ver Escatologia)
Porto, I, 195, 219, 277, 3 1 2 , 317, 324, 326, 333, 456, 460; II, Profuturo, arcebispo de Braga, I, 33
16-17, 40, 92, 93, 103, 122-124, 241, 327, 328, 3 3 1 , 340-343, Propaganda Fide, congregação romana (ver também Santa Sé), II,
415, 461, 473, 560, 565, 569, 591, 592, 619-620, 664; III, 45, 154-156, 260, 274, 292, 293-299; III, 78, 353, 355, 358, 359
48, 5 1 , 54, 57, 58, 7 1 . 92. 114, 1 1 5 , 1 2 1 , 187, 193, 221, 256, Prósperi, padre, III, 1 1 5
285, 286, 290, 412, 422, 423, 443, 445, 451, 453, 456, 458. Protestantismo (ver também Diversidade religiosa), 1, 387; II, 1 1 ,
459, 461, 477 15, 2 1 , 24, 68-75, 68-75, 88, 90, 96-97,' 102, 107, 117, 137,
Porto (diocese do), I, 6, 67, 96, 144-145, 146, 161-166, 167, 169, 256, 260, 268, 272, 288, 293, 317, 359, 360, 374, 382, 400,
193, 194, 216, 230, 242, 245, 246, 264, 265, 3 1 2 , 317, 319, 456, 498, 510, 532, 533, 569, 632, 644, 646, 648; III, 23, 32,
324, 326, 340, 355, 357, 365, 391, 399, 406-407, 452; II, 38, 40, 44, 50, 54, 108, 124, 1 3 1 , 1 5 1 , 168, 192, 199, 243,
28-29, 157-158, 172, 189-190, 208, 212, 2 1 3 , 240, 325, 395, 368, 404, 410, 412, 416-417, 422, 441, 445, 447-476, 477, 479,
403, 406, 408, 409, 488, 522, 528, 5 3 1 , 534, 539-540, 593, 484, 493, 494, 495, 496, 498-499, 504
6 1 1 , 612, 637-638, 640, 660; III, 161, 162, 173, 198, 206, Providencialismo, I. 445, 450; II, 86, 623, 652, 672: III, 23,
253-254, 269, 294, 308, 464 135-136. 1 5 2 - 1 5 3 , 156, 241, 243, 447
Porto, João, III, 194 Províncias eclesiásticas, IV, 137, 138, 143, 179-180. 192, 193, 204,
Porto, Rodrigo do, II. 545 241, 304, 310. 355, 388, 398; II, 138, 152, 187, 188-189, 196.
Porto, Vitorino do, bispo de Cabo Verde, II, 504 233, 281, 294, 427, 430; III, 138, 166
Portocarreiro, João Viegas de, arcebispo de Braga, I. 317, 318 Psicologia, I, 453, 457, 498; II, 257, 406, 5 1 1 , 672; III. 205, 287,
Portocarreiro, Maria, condessa de Viana, 1, 492 290, 478
Porto, Pedro do, II, 494 Puente, Luís de la, II, 36, 560
Portugal, Afonso de, arcebispo de Évora, I, 339; II, 227, 231 Pugio Fidei Adversas Maurus, I, 72-73, 8o
Portugal, Alvaro de, duque de Aveiro e Torres Novas, II, 361 Punição, sistema de, I. 8, 286, 304, 3 1 5 , 317, 319, 320, 3 2 1 , 322,
Portugal, Diogo de, 1, 339 354, 360. 381, 391, 398, 399, 430; II. 73, 77, 87, 88, 91. 96,
Portugal em África, III, 363, 386 117, 124-128, 1 5 1 , 156, 157, 1 6 1 , 174, 176, 235, 2 5 1 , 252,
Portugal, Francisco de. conde de Vimioso, II, 227 340, 379, 399, 427, 428, 430, 452, 520, 521, 523, 524, 527,
Portugal, João de, bispo da Guarda, e de Viseu, II, 137, 156, 227 532, 542, 558, 614; III, 56
Portugal, Manuel de, II, 420 Purgatório (ver Paraíso)
Portugal, Marcos, II. 503 Purificação, Estevão da, II, 34-35, 433, 595
Portugal, Martinho de, arcebispo do Funchal, II, 147, 227, 2 3 1 , Purificação, Gabriel da, II, 630, 649
234 Purificação, João da, II, 649
Portugal, Miguel de, bispo de Lamego, II, 159, 384, 450 Purificação, José da, II, 649, 658
Portugal, Vasco de, I, 39
Portugal Vellw, O, III, 119, 121 Q
Positivismo. III, 37, 41, 49, 51, 108. 139, 402, 428, 429, 430, Quadros, António, III, 437
434, 435, 436-437, 442, 446, 477, 482 Quanta cura, encíclica papal (1864), e Sylllabus erronim, III, 40, 77
Potâmio, bispo de Lisboa, I, 25-27, 48, 240 Quaresma, Pêro, II, 505
Pouget, II, 390 Quedas, José Lopes, III, 462
Poulat, Émile, III, 3 1 1 Queimado, II, 433
Póvoa do Varzim, II, 636; III, 151 Queirós, Eça de. II, 365; III, 74, 86-87, 87-88, 91, 94, 96, 429
Pradalié, Gerard, I, 210. 433, 439 Quental, Antero de, III, 41-42, 82, 84, 429, 430, 437
Prado, André do, I, 339 Quental, Bartolomeu do, II, 421, 571
Prado, Domingos Lourenço, II, 574 Queriol, Nuno de Freitas, III, 367
Prado, José do, II, 431 Quietação, José da, II, 649
Prado, Juan do, II, 58 Quod apostolici muneris, encíclica papal (1878), III, 43
P R A G M A , cooperativa, III, 237-238, 271, 272 Quoist, Michel, III, 205
Prazeres, Afonso dos, visconde de Barbacena, II, 422
Pregação (ver Oratória sacra) R
Premonstratense, I, 166, 175, 224, 228, 362 Rabaldes, Pedro, bispo do Porto, I. 241
Presbiterianismo, III, 421, 449-450, 452, 456-457, 471 Racionalismo (ver Ciência)
Presépio, I, 374; II, 510, 617, 618 Rademaker, João Carlos, III, 1 1 3
Preste João, II, 263, 418 Rádio (ver Imprensa periódica)
Prestes, António, II. 453 Rahner, Karl, III, 289
Preto, Marcos Pinto Soares Vaz, III, 31 Raimundes, Maria, II, 606-607
Primado das Espanhas, I, 309-310, 406 Raimundo, conde borguinhão, I, 103, 210, 304, 438, 439

571
INDICE GERAI.

Raimundo de Penaforte, santo, I, 72, 339; II, 648 193-194, 207, 209-210, 213, 216, 217, 218, 219, 224-225, 232,
Ralliemcnl (aproximação), III, 38, 56, 58, 102, 104, 129, 138, 143, 233. 235, 238. 243-244, 265-266, 267, 269-270, 277, 27S,
168, 234 303-333. 339, 354, 356, 378, 379, 387, 389, 390, 391,
Ramière, padre, III, 1 1 4 398-399, 4 1 0 - 4 1 1 , 412, 432, 446, 448-451, 464, 492. 494.
Ramires, Fernando, bispo do Porto, de Jaén e de Badajoz, I, 323 495-496, 499; 11. 9, 10, 16, 18-19, 25, 39, 53-54, 63-64, 74,
Ramiro II. rei das Astúrias e Leão. 1, 423 90-91, 102-103, 104, 107-108, 1 1 0 - 1 1 2 , 1 1 2 - 1 1 3 , 114, 118,
Ramon, Pedro, II, 456 124, 126-127, 128, 1 3 1 , 135-182, 195, 198, 225, 226-228, 232,
Ramos, António de Jesus, III, 138, 141 233, 234, 239, 242, 253-254, 261-262, 265, 266, 267-270, 272,
Ramos, Cláudia, I, 145 275, 277, 278, 279, 280, 284-285, 287-288, 289, 290-291,
Ramos, José, III, 1 1 6 292-293, 293-294, 296, 297, 299, 301, 302-303, 303-305. 306,
Ramos, Luís Mana da Silva, III. 72-73, 124 307. 308, 3 1 1 , 326. 327, 329-330, 330-331, 332, 334, 336-337,
Randulfo, abade de Leça, I, 352 344-345. 357, 372, 373, 381-382. 384, 385, 393, 407, 409-412,
Rangel, Miguel (ou Miguel Homem de Coimbra), bispo de 461, 464, 468, 470. 471-473, 475-476, 482-483, 488-490, 495,
Cochim, e do Congo, II, 229 499-503, 510, 526, 534, 536, 549, 550, 564, 567-568, 569,
Raposo, Alfredo F.. Ill, 472 570, 629-630, 631, 634, 652, 656, 659, 672-675, 676; 111, 1 1 .
Rates, Estevão Pires de, I. 322 12, 13, 17-18, 21, 23-25, 26-27, 28-30, 32-34, 37, 38, 39-40,
Rattazi, Maria, princesa, III, 87 41, 43, 46, 50-51, 53, 54-57, 58-59, 65. 66-69, 73, 76-78, 81.
Ratton, Jácome, III, 424 82-84, 85, 87 88-89, 91, 93, 96, 97, 104, 105-106, 108-109,
Rau, Virgínia, II. 642 1 0 9 - 1 1 1 , 1 2 1 , 123, 125, 129, 136-137, 138-143, 155, 165, 166,
Raul, ermita, 1. 221 168, 173, 174, 177, 181, 183, 187-188, 189-190, 1 9 1 , 192. 195,
Ravizza, Francisco, núncio apostólico, II, 163 201, 203, 218, 229-231, 233-239, 243-244, 249, 267-268,
Rebelo, António da Silva, bispo de Bragança, III, 67 271-272, 273, 274, 275-276. 280. 282, 289, 292-298, 300-302,
Rebelo, Jerónimo da Costa, bispo do Porto, III, 68 305, 307, 314, 325-327, 328, 330, 353-360, 361, 362-363,
Rebelo, João, II, 247, 500, 587 364-365, 366, 368, 369-377, 385, 387, 392-394, 404, 406,
Rebelo, Francisco de São Luís, II. 621 409-410, 4 1 1 - 4 1 2 , 414-416, 420-428, 429, 430-435, 438, 439,
Rebelo, Manuel Moreira. II. 525 440-441, 444, 446, 449-451, 454, 455-456, 465-468, 474, 475,
Rebelo, Rodrigo, capitão de Cananor, II, 272 47'). 483, 485, 487, 493, 495, 496, 498, 499, 503-505
Reboredo, Amaro, II. 388 Religiosidade popular (ver Antropologia religiosa)
Recaredo, rei visigodo, I. 27. 303 Relíquias, I, 5. 239, 265, 343-344, 360, 3 7 1 , 382, 398, 428, 447,
Recemundo, I, 347 456, 458, 459, 475. 491; II, 25, 80, 187, 249, 334, 338, 346,
Recesvindo, rei visigodo, I, 304 354, 367, 359, 379, 391, 463, 482, 50'). 607. 617, 631, 636,
Recio, Rivera, I, 34 637, 642
Recolhimentos, I, 236, 455, 463, 468-470; II. 17 Rema, Henrique Pinto, II, 256; III, 388
Reconquista e repovoamento (ver também Cruzada), I. 4, 6, 93, Renascença, estação de rádio, III, 135, 176, 204, 214, 218-219, 246,
94, 102-08, 116, 130, 1 3 1 . 139, 1 4 1 - 1 4 2 , 148, 161, 166, 167. 277, 296, 297, 325
169, 170, 172, 179, 183, 185, I86, 187, 206, 227, 232, Renascimento (ver Humanismo)
233-237, 240, 241, 243, 244, 248, 270, 279, 281, 285-286, Rendeiro, Francisco Fernandes, bispo do Algarve, e de Coimbra,
286-287, 304-305, 309, 310, 378, 433, 434-436, 445, 447, 448, III. 250
450, 456, 462, 505; II, 68. 262, 272, 282, 627, 642, 655, 659 Renovamento Carismático Católico, III, 308
Redenção de cativos (ver Trinitários), I, 104-06, 462, 463; II, 66, Renovato, arcebispo de Merida. I, 240
348, 532, 646, 648, 659-660 Rentfro, Clarence, III. 466, 471, 472
Redentoristas, II, 647; III, 289, 3 1 1 Republicanismo e 1 República, II, 93; 111, 18, 37, 41, 47, 49,
Redol, Alves, III, 436 50-54, 57, 58-59, 63, 66, 76, 91, 101, 102, 105, 108, 1 1 2 , 122.
Reforma Católica (ver Contra-Reforma) 123, 129, 136-144, 147, 148, 152, 153-154, 160, 162, 164,
Regalismo, I, 327, 333; II. 39-40, 91, 1 3 1 , 153-154, 156-157, 168, I78, 183, 204, 236, 267, 297, 355, 369-372, 406, 4I5,
162, 164, 166-167, 171-177, 179, 1 8 1 - 1 8 2 , 235, 390-394, 501, 416. 429-435, 440-441, 442, 454, 455, 465, 466-467, 47S, 503
672; III, 1 1 , 26, 27, 28, 34, 40, 67, 68, 70, 73. 76, 77. 83-84, Resende, André de, II, 428, 429
88, 89, 105, 1 1 0 , 1 1 1 , 138, 141, 360, 425, 427-42'). 432-433, Resende, Garcia de, cronista-mor do reino, I, 81, 118, 382; II.
453, 495, 501 2 1 , 383, 418, 536, 546, 608, 613
Régio, José, II, 573; III. 164, 290 Resende, Sebastião Soares de, bispo da Beira, III, 250, 269
Registo civil (ver também Republicanismo). III, 412, 430, 431, Ressurreição, António da, 11, 496
453 Restauração católica, III, 63, 102, 125, 129, 136, 143, 1 5 1 ,
Registos paroquiais, II. 531-534, 537-538, 542-543, 552, 558 158-159, 166. 167-168, 171, 172, 173, 177-178, 181-184, 187,
Rego, António da Silva, II, 255; III, 366, 379, 387, 390-391 192, 195-196, 204, 234, 241. 303, 3 1 3 , 314, 414
Rego, Carlos Martins do, III, 162 Reubeni (ou Rubeni), David, II, 74, 99
Rego, José Teixeira, 111. 437. 482 Rerum novarum, encíclica papal (1891), III, 43, 46-47, 91, 187, 433
Regra de Sacerdotes, 1, 27 Reva, divindade autóctone, I, 13
Regras, João das, I, 39 Révah, Israel, II, 57
Reinei, Alexandre, II, 62 Revoluções e revoltas (ver também Interregno), II, 52-53, 99, 67;
Reinhard, Wolfgang, II. 530 III, 18, 21, 23-32, 34, 37, 38, 42, 43, 45, 46-47, 49, 51, 53,
Reinoso, André, II, 574 54, 56, 57, 59, 65, 66-67, 71. 76. 77. 84, 85, 105, 106, 1 1 2 ,
Reis, Ângelo dos, II, 649 129, 135, 136, 138, 143, 148, 152, 159, 245, 246, 247, 267,
Reis, António, II, 388 271-272, 284, 292-302, 304, 423, 424, 429, 437, 450, 455
Reis, Gaspar dos, II, 634 Rezola, Mana Inácia, III, 293, 301
Reis, Jacinto, II, 610 Riario, Alexandre, II, 156
Reis, Manuel dos, II, 630 Riba de Vizela, Gil Martins de, I, 462
Reis, Pereira dos, III, 149-150, I71 Riba de Vizela, Martini Fernandes de, I. 3 1 5
Religiões e Estado (ver também Padroado régio), I, 8, 32, 53-55, Ribeira, Maria Pais, I, 187
60-62, 137, 1 4 1 - 1 4 2 , 143, 144, 146, 149, 167, 16'). 175, Ribeiro, Agostinho, bispo de Lamego, II, 232

572
INDICE GERAI.

Ribeiro, Álvaro, III, 437 Romanos (Império Romano) I, 1, 5, 14-18, 20, 2 1 , 137-138, 1S5,
Ribeiro, António Manuel Pereira, bispo do Funchal, III, 155 203, 237, 238, 241, 261-262, 267, 303, 349, 378, 427, 428; II.
Ribeiro, António, cardeal-patriarca de Lisboa, III, 237, 238, 247, 3 7 1 , 412, 432, 451, 480, 526, 615
251, 253, 292, 302 Romantismo, III. 71-72, 80, 1 1 2 , 159, 164
Ribeiro, Aquilino, II, 672 Romanus Pontifex (1455), bula papal, II, 99, 265
Ribeiro, Artur de Almeida, 111, 370 Romanus Pontifex (1681), bula papal, 11, 170
Ribeiro, Catarina, II, 77, 581, 603, 605 Romarias (ver Festas e romarias)
Ribeiro, Daniel, 11, 58 Rooney, Cristóvão José, III, 364
Ribeiro, Diogo, II, 386-387 Rops, Daniel, III. 288
Ribeiro, Hintze, primeiro-ministro, III, 53, 57, 91, 137, 415, 428 Roquete, padre, III, 72, 73
Ribeiro, José Maria do Casal, III, 42, 49, 56, 122 Rosa-Cruz (ver Esoterismo)
Ribeiro, Lourenço, II. 493, 649 Rosa de Lima, santa, II, 616, 648
Ribeiro, Luís, II, 453, 455 Rosa, Honorato, III, 279
Ribeiro, Manuel, III, 145, 163, 164 Rosa, J. A. Faure da, III, 478
Ribeiro, Maria Manuela Tavares, III, 71 Rosa, Maria de Lurdes, III. 162
Ribeiro, Maria Raquel, III, 268 Rosário, 581-587, 6 1 1 , 615; III, I5S, 2 1 3 , 243
Ribeiro, Mário Sampaio, II, 490, 510 Rosário, Diogo do, II. 22, 622, 643
Ribeiro, Orlando, III, 3 1 5 Rosário, Luís do, II, 649
Ribeiro, Tomás, III, 359-360 Rosas, Fernando, III, 345
Ribera, Pedro de, II, 548 Rosendo, santo, bispo de Mondonhedo, I. 7, 207, 208, 3 5 1 . 423,
Ricard, Robert, II, 570, 672. 675; 111, 388 428, 430, 431; II. 354
Ricardo de São Vítor, legado papal, I, 209, 436 Roubão, Álvaro de Escobar, II, 650
Ricci, Giovanni, núncio apostólico, II, 1 5 1 , 301 Roughton, Helena, 111, 452, 457, 465
Ricci, Mateo, II, 299-300, 309, 3 1 1 Roupinho, Fuas, II, 346
Ricci, Scipione, bispo de Pistóia, II, 621 Rousseau, Jean-Jacques, II, 675
Richard, Jean-Baptiste, II, 90 Roverto, João, I, 456
Rilvas, condessa de, III, 189 Ruão, Jerónimo de, II, 346
Rio Maior, III. 223, 462 Rudolfo, imperador do Sacro Império, II. 359
Rio Maior, marquês de, III, 360 Rutina, santa, I, 427
Ritual (ver Antropologia religiosa) Rufo Festo, I, 406
Rivail, Hypollite L. D. (ver Kardec, Allan) Russel. Charles T „ III, 473
Roberto, ermita, I, 221 Russel, Ricardo, bispo de Portalegre e de Viseu, II, 229
Roberto Bellarmino, cardeal, santo. II, 30, 388 Rússia. Ill, 156, 227, 435-436, 481, 485
Robinson, George, III, 465 Rutherford, Joseph, III, 473
Robles, Melchior da Graça Brito, II, 182
Rocha, Alano da, II. 581
Rocha, Francisco Xavier da, II, 630 Sá, António de, II, 572, 630, 649, 658
Rocha, João, II, 454 Sá, Artur Basílio de, III, 387
Rocha, Manuel da, II, 630 Sá, Diogo de, II, 63
Roche, Jean, III, 326 Saa, Mário, III, 446
Rodes, Alexandre de, II, 296 Sabelianismo, I, 34
Rodrigo, bispo da Guarda, I, 319, 320 Sabran, Dauphine, I, 478
Rodrigo, frei, I, 436 Sabran, Elzéar, 1. 478
Rodrigo, rei visigodo, I, 93 Sacramento, Pantaleão do, II, 649
Rodrigues, Ana, «beata», II, 80-81 Sacramento, Valério do, bispo de Angra e Açores, II, 228
Rodrigues, Ana Maria, I, 145 Sacramentos (ver também Eucaristia), I, 33, 138, 144, 249, 262,
Rodrigues, António dos Reis, bispo tit. de Madarsuma e aux. de 269, 308, 340, 346, 354, 355, 361, 366, 370, 381, 385, 398,
Lisboa, III, 270, 344, 345 400. 448; II, 25, 27-28, 36, 52, 60, 68, 69, 73, 78, 99, 195,
Rodrigues, Francisco, II, 403, 499, 387 199, 220, 223, 225, 234, 244, 247, 2 5 1 , 252, 253, 254, 258,
Rodrigues, José, III, 161 323, 324, 325, 329, 377, 378, 380, 385, 409, 416, 426, 427,
Rodrigues, Lourenço, bispo da Guarda, Coimbra, e de Lisboa, I, 428, 430, 450, 478, 486, 521, 529-557, 612, 646; III, 67, 96,
392 97, 103-104, 130, 140, 147, 150, 159, 170, 173, 186-187, 196,
Rodrigues, Luís, II, 383, 42') 198, 199, 308, 3 1 3 - 3 1 4 , 318, 356-357, 389. 43o. 449
Rodrigues, Manuel Bento, bispo-conde de Coimbra Sacro Império Romano-Germânico (ver também Alemanha, Áustria
e cardeal-patriarca de Lisboa, III, 124 e Itália), 1, 308; II, 91, 146
Rodrigues, Maria João, II, 483 Sá da Bandeira, marquês de, 111, 361, 366
Rodrigues, Martinho, bispo do Porto, I, 3 1 1 , 3 1 2 - 3 1 3 Saeculo exeunte octavo, encíclica papal (1940), III, 383, 392
Rodrigues, Samuel, III, 66 Sagrada Família, Alexandre da, bispo de Angra e Açores, II, 41,
Rodrigues, Simão, II, 19, 75, 588 235
Rodrigues. Teresa de Jesus, I, 145 Sagrado/profano, I, 390, 424, 430, 448, 453, 465, 505; 11, I I , 39,
Roeder, Anton Herman, III, 448 126-127, 187, 249, 2 5 1 , 318, 3 2 1 , 326, 335, 337, 339, 345,
Rogério, frei, II, 504 346, 369, 407, 408-409, 450, 452, 455, 460, 461, 462, 463,
Rolo, Raul Almeida, II, 443 471, 475, 485, 498, 508-509, 564, 594-595, 614, 618, 630,
Roma, I, 34, 56, 68, 1 1 0 , 1 1 1 , 3 7 1 , 388, 397, 398, 406, 407; II. 640, 642; III, 1 1 , 62, 63, 66, 7 1 , 1 5 1 , 152, 405, 414
18, 40, 85, 97, 147, 159, 166, 2 3 1 , 346, 356-357, 388, 399, Salazar, Abel, III. 435
427, 434, 470, 482, 487, 539, 543, 553, 568, 675; III, 106, Salazar, António de Oliveira, primeiro-ministro, III, 155, 189, 190,
1 1 2 , 1 2 1 , 162, 225, 233, 271, 280, 302, 305, 385 235-236, 238, 271, 274, 373, 390, 434, 435, 446
Romão, santo, I, 427 Saldanha, 1 d u q u e de (ver Daun, João Carlos de Saldanha de
Román, Jerónimo, II. 19 Oliveira)

573
INDICE GERAI.

Saldanha, José Sebastião de, III, 424 69, 74, 76-82, 84, 85, 88, 89-90, 91, 92, 103, 104, 105, 106,
Saldanha, Teresa de, III, 1 1 3 , 114 10S. 109, 1 1 1 , 1 1 5 , 117, 122, 124, 125, 130, 133, 135, 138,
Salesianos, III, 114, 2 1 2 , 226, 3 1 1 , 364, 369 139, 154, 161. 162, 166, 169, 170, 173-174. 176, 1 9 1 - 1 9 2 , 201,
Salgado, Pêro, tesoureiro-mor, I, 463, 466 218, 219, 225, 228, 233, 239, 241, 245, 250, 257, 260, 262,
Salgueiro, João, III, 233, 267 266, 268, 269, 273, 282, 286, 288, 295, 300-301, 302, 305,
Salgueiro, Manuel Trindade, arcebispo de Mitilene, e de Évora, 353, 354-355, 357, 358-360, 373-375, 377, 381, 383, 384-386,
111. 187, 193, 241-242 394-395, 427-428, 452-453, 456, 466, 503
Salinas, Juan de, provincial dos Dominicanos, II, 240, 415 Santa Teresa, Inácio de, arcebispo da Goa, e bispo do Algarve, II,
Salla, duque, I, 238 228, 550, 672
Saló. Mettia Bellintani da, II, 564 Santa Teresa, João de, II, 422
Salomão, Miguel Pais, bispo de Coimbra, I, 167, 227, 255, 389 Santa Teresa, Lourenço de, II, 630
Salomão, rei de Israel, II, 469 Santarém, I, 28, 37, 53, 56, 67, 94, 106, 1 1 9 , 1 1 5 , 122, 145, 219,
Salomon, H. P., II. 59 2 3 1 , 249, 251, 252, 270, 321, 345, 4 1 1 . 487, 491, 393, 642;
Salomon, Israel, III, 438 III, 92, 462
Salta, Manuel de São Plácido, II, 630 Santarém (diocese de), III, 134
Salvado, Pedro, I, 407 Santiago de Compostela, I, 6, 18, 143, 148, 180, 241, 265,
Salvador de Ganfei, santo, II, 354 307-309, 310, 345, 3 7 1 , 388, 406, 407, 444, 476, 478; II, 346,
Salvador, José Gonçalves, II, 59 357, 358, 641
Salvador, Luis de, II, 268 Santiago do Cacém, II, 654
Salvadores, Pedro, bispo do Porto, I, 242, 317 Santiago, Francisco de, II, 510
Salzedas, I, 216 Santiago, Jorge de, bispo de Angra e dos Açores, II, 21
Sameiro (ver Santuários) Santo André, Isabel de, II, 362
Samodães, 2." conde de (ver Aguilar, Francisco de Azeredo Santo Angelo, António de, II, 422
Teixeira de) Santo Angelo, Gregório de, cardeal, legado papal, I. 161
Sampaio, Adrião Pereira Forjaz de. III, 124 Santo António, Brízida de, II, 557
Sampaio, Alberto, I, 139 Santo António, Sebastião de, II, 437-438, 440, 630
Sampaio, Sebastião José de, grão-niestre do Grande Oriente Santo António, Urbano de, II, 630
Lusitano, II, 93; III, 422 " Santo Elias, Antão de, II, 501
Sanipiro, I, 406 Santo Eliseu, António de, II, 630, 649
Sancha, beata, infanta de Portugal, I, 170, 214, 233, 314, 3 1 5 , Santo Tirso, I, 216, 217, 440-444; III, 204
339, 454, 456, 45X Santos. António Ferreira dos, III, 224
Sanches, Ribeiro, II. 64 Santos, António Ribeiro dos, II, 44, 174, 383-384, 392, 672; III,
Sánchez Albornoz, Cláudio, I, 93, 102 447
Sánchez de Vercial, Clemente, I, 382; II, 382 Santos, Artur Gomes dos, III, 74, 94-101, 102, 105, 1 1 3 . 123,
Sancho I, rei de Portugal, 1, 56, 216, 219, 231, 233, 235, 306, 125, 1 5 1
3 1 1 , 3 1 2 - 3 1 3 , 314, 447, 454, 659 Santos, Cândido dos, I, 163; II. 434
Sancho II, rei de Portugal, I. 56, 187, 191, 192, 2 3 1 . 232. 236, Santos, Delfim, III, 437
269, 306, 308, 314, 3 1 5 - 3 1 9 , 335. 397 Santos, Délio Nobre, III, 482
Santana, Manuel Fernandes de, III, 49, 91, 124 Santos, Domingos Maurício Gomes dos, III, 382
Santa Ana, Amador de, II, 387 Santos, Eugénio dos, II, 240
Santa Ana, António de, II, 630 Santos, Francisco Inácio Pereira dos, III, 180, 195
Santa Ana, João de, II, 411 Santos, Isidro Duarte, III, 479
Santa Ana, José Pereira de, II, 42, 453 Santos, João Duarte dos, II, 430
Santa Catarina, Lucas de, II, 343-344 Santos. Lúcia de Jesus, III, 145, 154, 156
Santa Catanna, Luis de, II, 649 Santos, Luciano dos, II, 610
Santa Cecília, Valeriano da, II, 496 Santos. Luís dos Reis, II, 588
Santa Clara, Joaquim de, II, 41, 620, 621 Santos, Manuel dos, II, 501
Santa Fé, Jerónimo de, 1, 74, 75 Santos, Manuel Mendes da Conceição, bispo de Portalegre,
Santa Mana, Agostinho de, II, 42, 422, 610, 629 arcebispo de Évora, III, 155, 163, 171, 173, 193, 199, 242
Santa Maria, António de, II, 596 Santos, Maria G. Nobre, 111, 482
Santa Maria, Francisco de, II. 496, 630 Santos, Maria José Azevedo, I, 145
Santa Maria, Gabriel de, II, 4 1 3 Santos, Miguel dos, II, 433
Santa Maria, José de, II, 460 Santuários, I, 5, 8. 13, 14, 15, 21, 24, 29, 96, 97, 238, 248, 262.
Santa Mana, Nicolau de, I, 228; II, 431 267, 273, 274, 275-276, 284, 285, 378-379, 389-390, 496; II.
Santa Maria, Pedro de, II, 16-17, 383, 420, 570 49, 187. 278, 326, 367, 346-359, 391, 407, 449, 461-462, 466,
Santa Sé, I, 26, 142, 145-146, 161, 175, 176-177, 179, 192, 216, 467, 486, 519, 544, 562, 577-581, 6 1 1 , 614, 615, 618, 625,
222, 224, 226, 227, 228, 230, 2 3 1 , 233, 243, 249, 250, 256, 627, 628, 631, 636, 642, 654, 664; III, 1 1 5 , 1 3 3 - 1 3 4 , 1 5 1 , 152,
265, 269, 286, 306, 307-313, 314-322, 328-333, 342, 375, 377, 153-159, 264
386, 387, 391, 394, 397, 398, 399, 400, 406, 408, 410, 412, São Bernardino, Domingos de, II, 387
436-438, 440, 451, 455-456, 470, 499-501; II, 9, 16, 17, IH, São Bernardino, Francisco de, II, 629
26, 39, 40, 42, 44, 53, 54. 55, 56, 63, 68, 74, 78, 80, 83-84, São Boaventura, Alvaro de, bispo da Guarda, e de Coimbra, II,
87, 88, 89, 90, 95-97, 99, 102, 108, 1 1 3 , 135, 138, 141, 143, 234
144-146, 146-182, 188, 189, 190, 191, 193, 194-195, 198, São Boaventura, Fortunato de, arcebispo de Évora, II, 4 1 1 , 418;
226-227, 228, 229, 235, 237, 253, 254, 260, 262-263, 265-266, III, 66, 67, 70. 425
274, 275, 278, 280, 284, 293-302, 317, 349, 367, 377, 382, São Boaventura, João de, II, 411
387-388, 397, 427-428, 429-432, 464, 476, 489, 501, 520, 525, São Boaventura, Juliano de, II, 617
549, 559, 560, 563, 565, 568, 582, 584, 593, 621, 625, 629, São Boaventura, Miguel de, II, 488
631, 632, 633, 634, 642, 643, 651, 662, 671; III, 22, 27, São Caetano, Inácio de, bispo de Penafiel, inquisidor-geral,
28-30, 3 1 , 32-34, 40, 41, 42-44, 47-48, 54, 58, 62, 63, 67-68, ministro do Despacho, II, 42, 192, 230

574
INDICE GERAI.

São Carlos, Manuel de, 11, 572, 630 Seixas, Cunha, III, 437
São Domingos, Inês de, II, 362 Seixas, Joaquim de, II, 177
São Félix, João de, II. 501 Seixas, José da Natividade, II, 572
São Francisco, Carlos de, II, 572 Semanas de Estudo (ver Congressos Católicos)
São Francisco, João de, II, 572, 650 Semanas Sociais (ver Congressos Católicos)
São Francisco, Luis de, II, 572, 587, 630 Semide, I, 2 1 9
São Gualdino, Manuel de, arcebispo de Goa, II. 604 Seminários (ver também Ensino, Pedagogia). 11, 22, 25, 27,
São Jario, Guilherme de, 1, 402 214-217, 297, 301, 398, 401, 467, 493, 505, 506; 111, 34, 38,
São Januário, visconde de, 111, 356 68-70, 76, 90-91, 92, 93-94, 96, 103, 104, 105, 1 1 0 , 1 1 2 , 119,
São Jerónimo, Miguel de. II. 557 124, 129, 1 3 1 , 144, 166, 168, 171, 173, 182, 198, 2 0 5 - 2 1 1 ,
São João, Gabriel de, II, 495 214, 217-218, 220, 224, 247, 261, 265, 2 7 1 , 273, 278, 279,
São Jorge da Mina, fortaleza, II, 267-268, 270 280-282, 283, 286, 296, 360-362, 366, 369, 370, 377-378, 414,
São José, Francisco de, II, 44 459, 460
São José, Luís de, II, 630 Séneca. II. 412
São José, Martinho de, II, 42 Senhorialismo (ver também Coutos), I, 36, 39, 141, 143-144, 193,
São Matias, João de, II, 387 264, 270, 275, 277-284, 314, 317, 319, 324, 370, 452, 462,
São Miguel da Ala, Ordem de, III, 426 467, 478, 480-492, 498; II, 307, 608
São Miguel da Mota, I, 14 Senhorinha, santa, II, 353-354
São Miguel, Diogo de, II, 498 Sequeira, Bento, II. 625
São Miguel, Gaspar de, II, 387 Sequeira, Gustavo de Matos, II, 618
São Miguel. Jacinto de, 11. 441 Sequeira, Manuel, III. 462
São Fedro, Acúrsio de, II, 625 Serafins, Catarina dos, II, 498
São Fedro, António de, II, 571 Sérgio, António, III, 190, 435, 437
São Tomás, Bento de, II, 650 Serpa, Maria de, II, 603
São Tomás, Domingos de, 11. 649 Serra, José Francisco Correia da, II, 91
São Tomás, Fedro de, II, 634 Serra, Veríssimo Monteiro da, bispo eleito de Pequim, III,
São Tomé, cristãos de, II, 272, 279-280, 282, 457 360-361
São Tomé e Príncipe, II, 276, 281; III. 362 Serrano, Pedro, I, 370
São Vicente, cabo de (Sagres) I, 97-99, 130 Serrão, Domingos Vieira, II. 573
Sãozinha (ver Teixeira, Maria da Conceição de Pimentel) Serrão, Joel, I. 1
Sáraga, Salomão, III, 41 Serrão, Vítor, II, 513, 576
Saragoça, I, 3 1 - 3 2 , 203 Servas de Nossa Senhora de Fátima (Congregação das), 111, 154,
Saraiva, António José, I, 450; II, 57, 60, 116 172
Saraiva, Francisco de São Luís, bispo-conde de Coimbra, Sés (ver também Dioceses), I, 274, 275, 340, 366, 3 7 1 , 378,
cardeal-patriarca de Lisboa, II, 202, 392; III, 23, 26. 66, 68, 70, 388-390, 398; II. 468, 476, 487, 489, 492-494, 500, 501, 503,
74, 75, 1 1 9 - 1 2 0 509-510, 518, 568, 608, 630, 655, 656
Sarmento, Francisco de Jesus Maria, II, 392, 431, 595 Sesmarias, Lei das, I, 39
Saturnino, santo. I, 427 Sesnando, conde de Coimbra, 1, 166
Savonarola, Gerolamo, I, 387: II, 452 Setúbal, I. 69, 277; 11, 17, 92, 3 3 1 , 5 1 1 ; 111. 48, 451, 453
Scarlatti, Domenico, II, 502 Setúbal (diocese de), III, 134, 254, 3 1 5
Schall, Adam. II. 293 Severac, João de, II, 262
Schwantes, Ernesto, III, 471-472 Séverin, Gérard, III, 290
Schwarz, Samuel, III. 439-440, 443, 444, 446 Sevilha, 1, 143, 180. 192, 239, 434; II, 220, 221
Schillibeckx, E.. III, 278, 289 Shoghi, Effendi, 111, 487
Schoepper, Jacop, II, 396 Sículo, Catuldo, I, 504
Schurhammer, Georg, II, 256; III, 388 Sigilismo ejacobeia, II, 39, 40, 173, 228, 391, 397, 407, 413,
Schütte, Josef Franz, II, 256; III, 388 422, 504, 549-550, 603, 672
Schwarz, I, 53 Sigilografia, I, 394-396. 406
Scriptoria, I, 227, 340, 350, 357, 359, 364, 366, 367, 370, 407, Silva, Agostinho da, 111, 437
413-417, 446; II, 418 Silva, Alberto de São Gonçalo da, II, 649
Scmlinium Scriplurarum, I, 75 Silva, Alfredo Henrique da, III, 456-457, 465, 468
Seabra, Mein Gomes de, I, 496 Silva, Abúndio da (ver Silva, Manuel Isaías Abúndio da)
Sebastianismo, II, 81-88, 582, 634-636; III, 83, 405, 410, 413, Silva, Américo Ferreira dos Santos, cardeal, bispo do Porto, III,
424, 432, 437, 483 47, 124, 464
Sebastião I, rei de Portugal, 11, 25, 55, 80, 85, 86, 87-88, 100, Silva, António da, III, 386, 388, 393
102, 139, 140, 148, 150, 153, 156, 286, 352, 358, 362, 429, Silva, António de Santo Ilídio da Fonseca e Silva, III, 67
454, 509, 619, 622, 659 Silva Júnior, António Rodrigues da, III. 482
Sebastião, santo, I, 427; II, 324 Silva, Augusto da, III, 318
Seco, Diogo, II, 455 Silva, Augusto Vieira da, I, 144
Secularização (ver também Laicidade), I, 424, 492-494; II, 128, Silva, Carlos, I, 145
1 3 1 , 202, 233, 589, 672, 673-674, 675; III, 10-13, 17, 27, 38, Silva, Diogo da, bispo de Ceuta, e inquisidor-geral, II, 95, 102,
41-42, 46, 49, 62-63, 65, 84, 108, 136, 182, 196, 197, 198, 112
200, 217, 252, 253, 255, 264, 307, 314, 3 1 5 , 317, 318, Silva, Duarte da, II, 63
328-330, 381, 406, 414, 419-438, 499, 503-506 Silva, Estevão Soares, arcebispo de Braga, I. 232, 314, 3 1 5
SEDES, III. 267-268 Silva, Florentino de Andrade e, administrador apostólico da diocese
Segnen, II. 438 do Porto, e bispo do Algarve, III, 339
Ségur, monsenhor, III, 1 1 5 Silva, Francisco Mana da, arcebispo de Braga, III, 258, 295
Seia, I, 94, 104 Silva, Francisco Nunes da, padre «Chiquito», III, 44
Seixas, Carlos, II, 502 Silva, Francisco Peixoto de Oliveira e, III, 370

575
INDICE GERAI.

Silva, Helena Vaz da, III, 278 Soares, Franquelim Neiva, II, 524, 528
Silva, Jerónimo Peixoto da, II, 572 Soares, João, bispo-conde de Coimbra, 11, 2 1 , 66; II, 140-141,
Silva, João da, 11, 571 235, 383, 386, 433
Silva, João da Mota e, cardeal, II, 166 Soares, João, III. 371
Silva, João Salvador Marques da, III, 482 Soares, Manuel Lourenço, II. 214, 572
Silva, Jorge da, II, 32, 420, 570 Soares, Pedro, bispo de Coimbra, 1, 232, 246, 3 1 1 , 3 1 3 , 3 1 4
Silva, José Alves Correia da, bispo de Leiria, III, 154 Soares, Pêro Roiz, II, 86
Silva, José Augusto Santos e, III, 457 Soares, Rui, I, 324
Silva, José de Avé Maria Leite Costa e, II, 620 Soares, Torquato de Sousa, I, 307
Silva, José de Seabra da, II, 174, 672 Sobral, conde do, III, 467
Silva, José Pedro, bispo de Viseu, III, 254 Sobral, Viriato, III, 458
Silva, Luís da, bispo de Lamego, da Guarda, e arcebispo de Évora, Sobrinho, João, II, 433
II, 232, 234, 455 Socialismo, III. 18, 37, 38, 41, 42, 43, 47, 49, 50, 130, 159, 180,
Silva, Manuel Isaías Abúndio da. III, 49, 74, 1 0 1 - 1 0 6 , 331 193, 267, 299, 430
Silva, Manuel Luís Coelho da, governador da diocese do Porto, Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, III, 448-449, 451, 452,
bispo-conde de Coimbra, III, 140, 172, 464 459, 467
Silva, Manuel Pires da, III, 380 Sociedade de Geografia, III, 357, 367-368
Silva, Manuela Santos, I. 145 Sociedade de Missões (ver Anglicanismo)
Silva, Manuel da, II, 402, 572, 596, 649 Sociedade de São Vicente de Paulo (ver Conferência Vicentina)
Silva, Manuel de Matos, III, 377 Sociedade Portuguesa das Missões Católicas Ultramarinas (Sociedade
Silva, Maria Manuela, 111, 233, 268, 275 Missionária da Boa Nova), III, 378, 383. 385-386, 389, 393-394
Silva, Miguel da, bispo de Viseu, cardeal, II. 2 1 , 99, 144, 147, Sociologia (ver também Antropologia, Demografia, Geografia). I.
148-149, 150 2 1 5 - 2 1 6 , 219, 221, 235, 236, 247, 249, 251, 252, 261, 289,
Silva, Pedro da, bispo de Cochim, II, 229 290-291, 292-293, 318, 323, 375, 381, 388, 391, 392, 408,
Silva, Pedro da Mota, cardeal, II. 140 410, 4 1 1 . 428, 431, 433, 442, 443, 445-452, 453-454, 460-470,
Silva, Pedro Vieira da, bispo de Leiria, II. 163 471, 472-474, 507; II. 10, 20-21, 32, 35, 36, 49, 52, 54, 55,
Silva, Sílvia Cardoso Ferreira da, III, 164 56-62, 64-65, 66, 75, 77-78, 80, 88-89, 90, 92, 93, 102,
Silva, Simão da, II, 268 106-107, 109, 110, 1 1 1 - 1 1 3 , 114, 1 1 5 - 1 1 7 . 130, 135-136, 137,
Silveira, Bento Coelho da, II, 576, 580, 587, 589, 662 143-145, 148, 1 5 1 - 1 5 4 , 169-170, 190, 197, 206-208, 210,
Silveira, Gonçalo da, I, 498-501, 502 2 1 2 - 2 1 3 , 222-223, 227-232, 239, 242, 249, 2 5 1 , 252, 255, 257,
Silveira, João Álvares da, II, 105 291, 297, 303, 305, 308, 3 1 1 , 323-334, 335, 336-337, 345,
Silveira, Manuel da, II, 630 350-351, 352, 370, 372, 373, 374, 377, 385, 401. 404-405,
Silveira, Nuno Martins da, 1. 485, 486, 498-501 406, 408, 4 1 1 . 412, 414, 435, 436-437, 452, 462, 475, 482,
Silveira, Pedro, II, 206 485, 508-510, 517, 527, 533, 535-536, 537, 539, 549, 550, 557,
Silveira, Vasco da, I. 499 564, 569-570, 581-582, 585, 591, 592, 603, 604-605, 608, 609,
Silves, I, 87, 186, 192, 392; II, 630; III, 187 6 1 0 - 6 1 1 , 625, 632, 636, 637, 646, 656-657, 660, 675; III,
Silvestre, mestre, I, 339 1 0 - 1 1 , 12-13, 17, 18, 19, 21-22, 26, 43, 49, 62, 65-66, 76, 82,
Silvestre, santo, I, 344 85-86, 91, 130, 1 3 1 , 132, 183, 188, 189, 197, 198, 200, 204,
Simão Stock, santo, II, 631 2 0 5 - 2 1 1 , 213, 215, 216-217. 218, 232, 252, 255, 260-261,
Simões, Martinho, bispo eleito de Coimbra, I, 438-439 262-264, 288, 296, 3 1 1 , 313-325, 353-354, 423, 429, 431, 436,
Simplício, papa, I. 284 438, 441-442, 444, 445, 449, 451, 452, 453, 456, 405-406,
Sincretismo, I. 1 4 - 1 5 410. 416, 463-464, 465, 468, 474-475, 476, 477, 478, 480-481,
Sindicalismo, III. 133, 189, 194, 247, 275, 296, 297, 298, 301 482-483, 484, 487, 488-489, 493-497, 503-506
Sinédrio, III. 424 Sócrates, III, 499
Sinfósio, arcebispo de Braga, I, 32, 303 Soeiro, Fernando, II, 649
Sinibaldi, Giacomo (Tiago), III, 90, 91, 94, 124 Soledade, Fernando da, II, 496, 572, 596
Sínodos, I, 249, 286, 352, 398, 399-400, 407; II. 2 1 , 170, 234, Soledade, Vicente da (ver Castro, Vicente da Soledade)
377, 378, 382, 390, 393, 403, 404, 405, 406, 407, 408, 449, Solozano, Diogo, II, 495
461, 474, 487, 509, 517, 519, 521, 522, 523-524, 526, 534, Soto, Domingos, II, 280
538, 558, 562, 6 1 1 . 612, 629, 637, 654; III. 1 5 1 . 152, 170, Soto Rábanos, José Maria, I, 70
269, 298, 299, 328, 452, 453, 456-457, 464, 470
Sousa, Agostinho de Jesus e, bispo de Lamego e do Porto, III, 166
Síntese, 111. 290-291
Sousa, António de, II, 1 1 9
Sintra, I. 59, 122; II, 519, 656; III, 364 Sousa, António Caetano de, 1, 77; II, 37
Sintra, Rodrigo de, inquisidor, I, 4 1 , 393 Sousa, António Freire Gameiro de. bispo de Aveiro, II, 210
Sirmium, I, 25 Sousa, António de Vasconcelos e, bispo de Lamego, e bispo-conde
Sisnando, conde de Coimbra, I. 100, 433-438 de Coimbra, II, 227, 234, 254. 255
Sisnando de Beja, santo, I, 101, 427 Sousa, António Luís de, marquês das Minas, II. 536
Sisnando, rei visigodo, I, 204 Sousa, Benevenuto de, III, 48. 49, 53, 144
Sistemas penais (ver Tribunais) Sousa, Borges de, III, 224
Sisto IV, papa, II. 266, 377, 582 Sousa, Caetano de, II, 422
Sisto V, papa. II. 97, 154, 2 1 3 , 274, 5 1 1 , 624 Sousa, Catarina de, II, 617
Smith, Frederica, III, 452 Sousa, Diogo de, bispo de Miranda, do Porto, e arcebispo de
Soalhães, João Martins de, bispo de Lisboa e arcebispo de Braga. I. Braga, I, 264; II, 214, 215, 2 3 1 , 382, 428, 488, 492, 497, 517,
243. 323, 324 518, 534, 546-547, 6 1 1 , 612, 637
Soares, André, II. 579 Sousa, Diogo de, bispo de Miranda, e arcebispo de Évora, II, 231
Soares, Brás, II, 23 Sousa, Faria e, II, 281
Soares, Cipriano, II, 400, 401 Sousa, Francisco de, II, 30
Soares, Estefânia, I, 3 1 5 Sousa, Francisco de, conde do Prado, representante de Portugal
Soares, Francisco Pires, III, 450 junto da Santa Sé, II. 163, 165, 201, 388, 416

576
I N D I C E GERAL

Sousa, Francisco Saraiva de, II, 29 Tavares, Ambrósio da Silva, II, 499
Sousa, Gaspar de, II, 80 Tavares, António. II, 649
Sousa, Jerónimo Teixeira de, 111, 459 Tavares, Francisco de Sousa, II, 24, 419, 420, 603
Sousa, João de, bispo do Porto, e arcebispo de Lisboa, II, 198, Tavares, José Félix, II. 499
232, 384 Tavares, Pedro, II, 385-386, 645
Sousa, José de, II, 630 Tavira, Gil de, provincial dos Dominicanos, I, 398
Sousa, José Ferrão de Mendonça e, III, 423 Távora, António de, bispo do Porto, II. 230
Sousa, José Xavier de Cerveira e Sousa, bispo do Funchal, Beja e Távora, Fernando, III. 223
Viseu, III, 67-68 Távora, João Cosme de, bispo de Leiria, II, 230
Sousa, Luís de, representante de Portugal junto da Santa Sc. II, 19 Távora, João Mendes de, bispo-conde de Coimbra, II, 143, 181,
Sousa, Luís de, cronista, II, 145-146, 165, 167-168, 170, 385, 406, 230
418, 433, 584, 642 Távora, Lourenço Pires de, representante de Portugal junto da
Sousa, Luís de, bispo do Porto, e arcebispo de Braga, II, 21 Santa Sé, II. 145, 146, 152
Sousa, Manuel Abrunhosa e, III, 314 Távora, Maria de, II, 347-348
Sousa, Manuel Caetano de, II, 526, 649 Távora. Miguel de, arcebispo de Évora, II. 228, 230, 235, 550,
Sousa, Manuel de. II, 428, 430 672
Sousa, Manuel de, capitão da Guarda Real, III, 422 Távora, Rui Pires de, II, 87, 145-146
Sousa, Manuel de, capelão do Santuário de Fátima, III, 154 Tçuzu, João Rodrigues, II, 31 1
Sousa, Manuel Rocha e, III. 180 Teatinos, II, 422, 467, 646
Sousa, Manuel Vieira de, III. 468 Teatro e espectáculos, I, 378; II, 246, 336, 339, 340, 350,
Sousa, Pedro, I, 408 412-414, 418, 434, 437, 449-462, 498, 501-503, 508, 509, 510,
Sousa, Sebastião da Mata e, II, 649 565, 573, 578-580. 592, 608, 614, 622, 647, 656, 657; 111, 7o.
Sousa, Teixeira de, primeiro-ministro, III, 53 73, 100, 465, 476, 506
Sousa, Tomás de, 11, 434 Tedeschini, Frederico, cardeal, III, 242, 385
Sousa, Vasco de, II, 649 Teive, Diogo de, II, 24, 73, 75, 454, 638
Souto, Inácio Ferreira do, II, 39-40 Teixeira, António, II, 375, 502
Souto, José Inácio Ferreira, II, 173 Teixeira, António Braz, II, 437
Spalding, cardeal, III, 92 Teixeira, Jerónimo, bispo de Angra e Açores, II, 655
Spínola, Antonio Ardizone, II, 414, 567, 630, 634, 635, 649 Teixeira, Manuel, II, 256; III, 388
Spínola, Carlos, II, 3 1 1 Teixeira, Manuel de Santa Marta, II, 440
Spinoza, Baruch, II. 58 Teixeira, Marcos, II, 1 1 9
Spirago, III, 151 Teixeira, Maria da Conceição de Pimentel («Sãozinha»), III, 164
Sprenger, Tiago, II, 582-583 Teixeira, Tomás. II, 596
Stahlberg, Ingrid, III, 462 Teles, Afonso, I, 187
Stahlberg, Jarl, III, 462 Teles, Baltazar, II, 22. 383, 455, 504, 565
Stevenson, Robert, II, 494 Teles, Basílio, III. 432, 437
Stewart, Robert, III, 452 Teles, Fernão, I, 488
Stilwell, Peter, III, 274-275, 346 Teles, José Manuel Galvão, III, 272-273
Suarez, Francisco, II, 1 8 1 , 622 Teles, Leonor. 1, 39, 61; II, 656
Suécia, III, 461, 462 Teles, Luís da Silva, II, 384
Suevos, I, 21, 27, 102, 139. 141, 144, 203-205, 220, 303 Teles, Rodrigo de Moura, arcebispo de Braga, II, 356, 384, 428,
Suicídio, III, 85 528, 565
Sulpício Severo, 1 29. 32, 346 Televisão (ver Imprensa periódica)
Summa de Officio Inquisitions, 1, 43 Telmo, António, III, 484
Sunna, arcebispo de Merida, I, 28-29, 303 Telo, arcebispo de Braga, I, 400; II, 37S, 579-580
Sunnila, bispo de Viseu, I, 240 Telo, João Afonso, conde de Barcelos, I. 61, 492
Super Iltius Spécula, I, 43 Telo, prior-mor de Santa Cruz, I, 167, 225, 226-227, 365, 407,
Superstições, I, 22-23, 41, 47; II, 38, 102, 117, 225, 239, 250, 445. 447, 448
301, 364, 3 7 1 , 372, 374, 379, 380, 538, 614, 615, 615, 627, Tempi, Lucas, núncio apostólico, II, 164, 168
637, 638, 639, 654; III, 94, 148, 152, 168, 257. 373, 402-403, Templo Shiva, III. 487
422, 429, 449 Tempo c o Modo, O, III, 228-229, 261, 269, 278, 290
Susana, santa, I, 344 Tentúgal, I, 433, 488-492
Suso, Henrique. II, 420, 422 Teodomiro. conde godo, I, 129
Sussex, duque de, III, 423, 448 Teodósio I, duque de Bragança, II, 508
Sylllabus errorum (ver Quanta cura) Teodósio II, duque de Bragança, II, 500, 634
Swami, Abhay, III, 487 Teodósio, príncipe real, II, 557
Swan, Charles, III, 457, 469 Teologia, I, x, 72,73, 74, 77, 78, 84, 87, 240, 261, 339-387, 398,
399, 401, 410. 4 1 1 , 424, 433, 460; II, 9, 15, 16-17, 27-29, 39,
68-69. 71, 72-73, 83, 114, 124, 163, 176, 177, 180, 181, 194.
Tadeu, Jorge, III, 476 214-217, 217-218, 230-231, 239, 257-258, 300, 307, 3 2 1 , 369,
Tailândia, II, 297 372, 378, 380, 385, 388, 401, 406, 420, 421, 423, 429, 434,
Taio de Saragoça, I, 347 454, 476, 498, 532-533, 534, 535, 538, 539-540, 541-542, 544,
Talmude, I, 72, 75, 80 550, 555-556, 559, 560, 562, 563, 621, 622, 625, 631, 632,
Tarnen, Pedro, III. 288 637, 638-640, 650, 658-659, 662; Hl. 9, 1 1 , 13, 28, 41, 43, 70,
Tarique, 1, 4 73, 75-76, 84, 86, 94, 100, 102, 108, 120, 122, 123, 124, 125,
Tarouca, I. 100, 216, 277; 11. 144 130, 1 3 1 , 135. 136. 145, 147, 148, 157. 169, 170-171, 174,
Tarroso, Domingos, III, 437 177, 178, 182, 185, 193, 196, 200, 201, 202, 203, 212, 214,
Tauler, II. 24, 603 216, 217-218, 225, 229, 239-240, 242, 243, 248. 250, 252-253,
Taylor, Zacarias Clay, III, 459 255, 256-257, 258-259, 260, 261, 263, 265, 266, 268, 269,

5 77
INDICE GERAI.

271-272, 277, 278-292. 299, 302, 304, 306, 310, 3 1 1 , 3 1 3 , Torres Novas, I, 375; III, 485
325, 357, 386, 392-393, 409, 420, 444, 447, 450, 451, 452, Torres Vedras, I. 60, 250, 252
460, 463, 464, 466, 471, 473, 475-476, 477, 485, 505 Torres. Veiga, II, 1 1 4 - 1 1 6
Teosofia (ver Esoterismo) Tortosa, I. 74-75
Teotónio, santo, prior de Santa Cruz, I, 102, 227, 365, 407, 416, Tortura, II, 88, 105, 107, 121
445, 447, 448-449; II, 359 Toscano, António, 11, 224, 419
Terceira, 1." duque da, 111, 118 Toscano, Sebastião, II, 19, 433
Terêncio, II, 412 Tourada, II, 206, 462
Teresa, beata, infanta de Portugal e rainha das Astúrias e Leão, I, Tournon, Maillard de, patriarca de Antioquia. II, 301
170, 214, 2 3 1 , 233, 314, 3 1 5 , 339, 454, 455 Toyotomi Hideyoshi, II, 288, 294
Teresa, condessa de Portucale e rainha, 1, 103, 142. 210, 212, 226, Trabalhador, O, III, 187, 189, 194
305, 307, 357, 379, 448-449 Trabalho, I, 360, 367; II, 517-521, 526-529; III, 26, 110, 1 1 1 ,
Teresa de Jesus (ou de Ávila), santa, II, 23, 33, 421, 576, 622, 187. 194, 298, 308, 368
634, 647 Tradicionalismo (ver também Ultramontanismo), II, 4 1 1 ; III, 25.
Teresa do Menino Jesus, santa («Santa Teresinha»), III, 145, 26, 27, 28-30, 3 1 , 32, 40, 42-43, 45, 50, 53, 55, 56, 66-69,
162-164 7 0 . 77, 80, 82, 83, 91, 100, 101. 102-104, 118. 119, 1 2 1 . 365,
Teresa Sanches, I, 187 403, 425-426, 427, 432
Teresianos, III, 308 Tradução, 1. 370, 374, 375. 384, 385, 387; II, 2 1 , 22, 25, 26, 33.
Terramotos e catástrofes naturais, II, 164, 169, 322, 334, 345, 473, 38, 40-41, 49. 174. 242, 386-387, 390, 396, 417, 420, 440, 544
565, 574, 636, 653, 672; III, 447 Tramali, Lorenzo, colector apostólico, II, 157
Tertuliano, I, 17, 18; II, 526 Tranoy, Alan, I, 46
Tesauro, Manuel, II. 438 Trento, concílio de, I. 248, 397; II. 10. 15, 2 1 , 22, 23, 24.
Testa, Carlos, III, 434, 467 25-26, 3 1 , 32, 36, 37, 38, 39, 42, 7 1 , 97, 136, 146. 147, 153,
Testamentos (ver Legados pios) 181, 194, 196. 206, 2 1 1 , 2 1 3 , 214, 220. 222, 223, 224, 228,
Testemunhas de Jeová, III. 415, 464, 473-475, 496-497, 499 230. 2 3 1 , 233-234, 235, 250, 2 5 1 , 252, 253, 260, 272, 275,
Thomas Becket, santo, II. chanceler-mor da Inglaterra, arcebispo 317. 332, 336, 359, 382, 392, 394, 397, 399, 400, 404, 406,
de Cantuária, I, 309/459 418. 424. 426. 428, 429, 430, 432, 436. 456, 461, 462-463,
Thomas, Hugh, II, 28o 467, 468, 470, 474, 482, 486, 493, 518. 529-531, 532, 534,
Thomaz, Luís Filipe, II, 256, 272, 281 535, 537, 538. 544, 548, 552, 554, 559, 563, 603, 625, 629,
Tiago, santo (ver também Santiago de Compostela), I, 18, 46-47 632, 633, 638, 640, 641, 642, 646, 662, 674; III. 27-28, 41-42,
Tibães, I, 217 76, 150, 250, 410, 447
Tibete, II. 276, 289 Trèves. I, 32
Tibúrcio, bispo de Coimbra, I, 319 Tribunais e sistemas penais (ver também Inquisição), I, 233,
Timor, II, 276, 286, 289; III. 362, 370, 374, 377, 470 264-265, 267, 2 7 1 . 391, 393, 396; II. 40, 75, 81, 85, 135. 136,
Tinhorão, Ramos, 11, 506 137, 139, 140. 1 4 1 , 144, 153, 157-158, 168. 176, 195, 196-197.
Tirso, santo, I. 427 212, 220, 232. 242, 244, 252, 373, 393, 398, 558, 609; III,
Tocoísmo, III, 488 190. 410, 4 1 1 . 414, 415, 423, 434, 450, 467, 468, 474, 487
Tokugawa Ieyasu, xógum, II. 292 Trindade, Bento da, II, 621
Toledo, I. 27, 33, 100, 103, 139, 141, 203, 220, 238, 240. 279, Trindade, Manuel, III. 386, 392, 393
286, 305, 309, 310, 319, 407, 436; II. 149, 359 Trindade, Manuel de Almeida, bispo de Aveiro, III, 250, 251, 266
I oledano, Isaac, I, 62 Trindade, Paulo da, II, 505
Toledano, Jacob, III, 439 Trinitários, 1, 184, 191, 195, 462; II, 152, 659-660, 664
Toledano, Juda, I. 63 TrufFet, monsenhor, III, 366
Toledano, Rodrigo, I, 436 Tuccio, Stefano, II, 455
Tomar, I, 143, 252, 264; II, 80, 103, 187, 325, 3 3 1 , 469, 636, Tudeíldo, abade de Leça, I, 207, 352
655; III. 68, 377 Tui, I. 6, 146-148, 194, 265
Tomás de Aquino, santo, I, 70, 381; II, 218, 372, 409, 648 Tunísia, I, 497
Tomás, Manuel Fernandes, II, 93 Turcos (Império Otomano), II, 58, 85, 87. 146, 166, 259, 584,
Tomás Moro, santo, I. 387; II, 88; III, 497 646
Tomás, Pedro, II, 584 Tyndale, III, 477
Tomé, mestre, I, 322
Tomé, santo, 11, 500 u
Tommasucio da Foligtio, I, 221 Ulfias, bispo ariano, I, 25
Tondela, III, 459 Ulrich, Maria, III, 203
Tonti, Giulio, núncio apostólico, cardeal, III, 92 Ultimato (1890), III, 37, 51, 53-55, 57-58, 161, 358, 466, 469
Torgal, Luís Reis, II, 156, 181; III. 91 Ultramontanismo e Cismontanismo. 111, 17, 27, 34, 38, 40, 43,
Toribio, bispo de Astorga, I. 33-34 44, 75. 76-82, 84, 92, 104, 106, 1 1 1 , 1 1 2 . 122, 141, 353, 355,
Tornar, Robert, II, 500 428-429. 448, 466
Torneiro, Francisco Cardoso do, II, 119 Unamuno, Miguei de, III, 148
Torquato, santo. I, 343-344 União Católica dos Industriais e Dirigentes do Trabalho, III, 227
Torreies, Raimundo, 1. 454 União Noelista Portuguesa, III, 132, 147, 191, 214, 221-222
Torres, Alberto Pinheiro, III, 382 União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (ver Rússia)
Torres, Álvaro de, II, 420 Unisco Godinhes, I, 347, 441
Torres, António Pinheiro, III, 56 Universidades (ver também Ensino), 1, 37, 233, 242, 339, 340,
Torres, Augusto Ferreira, III, 459 391. 407, 408, 410-413, 470, 499; II, 20, 22, 39, 40, 64, 72,
Torres, Cláudio, I, 102, 130 103, 1 1 3 , 124. 140. 163, 170, 171, 176-177. 1 8 1 , 204, 217-219,
Torres, José Veiga, II, 551 220, 230, 2 3 1 , 232. 233, 301, 3 1 8 - 3 2 1 , 380, 398, 422, 428,
l orres, Manuel, II, 417 429. 432, 473, 492, 629, 638. 671; III, 47, 70, 72, 85. 90, 100,
Torres, Paulo Irwin, III, 459-460 102, 124, 132, 135, 1 5 1 , 159. 174. 187, 1 9 1 , 192, 194, 195,

578
INDICE GERAI.

199, 221-222, 229, 231, 233, 240, 250, 252, 255, 256, 264, Vaz, Euclides, III, 222
265, 269, 277, 278, 279, 280, 281, 283-285, 285-286, 288, Vaz, Francisco, II, 453, 458
290, 299, 308, 310, 3 1 2 , 324. 355, 388, 392, 420-421, 429, Vaz, Jorge, II, 494
431, 434 Vega, Lopo de, II, 124
Urbanismo (ver Cidades) Veiga, Tomás da, II, 434
Urbano II, papa, I, 3 1 0 Velez, Francisco, II, 492
Urbano IV, papa, II, 564 Velho, Domingos, II, 32, 34-35, 37
Urbano VI, papa, I, 328, 329, 332-333 Veloso, Francisco, III, 189
Urbano VII, papa, II, 97 Veloso, José, II, 596
Urbano VIII, papa, II, 159, 160, 349, 582, 643 Veloso. Teresa, I, 307
Urros, I. 104 Venegas, Francisco, II, 662
Ursino, Virgilio, cardeal protector de Portugal, II, 160 Venegas, Miguel, II, 454, 455, 459
Ursulinos, II. 577 Ventura, Leontina, I, 3 1 5 - 3 1 6 , 319, 447, 462
Utopia, II, 88 Ventura, Maria de Lurdes Garcez, I, 307, 3 1 3
Verba. João da, I, 377
V Verbiest, Ferdinand, II. 293
Vacariça, I. 5, 53, 97,101, 204, 208, 347 Verney, Luís António, II, 436, 438, 440, 672
Vadre, Guilherme de, II, 649 Vestes sacras, I, 352, 365; II, 223-224, 299, 449, 475, 480, 483,
Valada, marquês da, 111. 118, 366 522, 535, 618, 631, 632, 674
Valdenses, I, 36 Viana do Castelo. 124, 330, 359, 450, 609; III, 114, 163, 451
Val dos Prazeres, Joaquim de, II, 423 Viana do Castelo (diocese de), III, 135
Valdês, Fernando, II, 1 1 1 Viana, Amorim, III, 437
Valença do Minho, I, 147-148, 179; 11, 90, 91 Viana, Martinho de, II, 432
Valença, Manuel de, II, 496 Vianney, Jean-Marie (ver Jean-Marie Vianney)
Valência, Martinho de, 11, 4 1 3 Vicente, António Balcão, I, 145
Valente, António Sebastião, arcebispo de Goa, III, 355 Vicente, bispo do Porto, I, 320, 395
Valente, Cristóvão, II, 507 Vicente de Paulo, santo, II, 647; III, 145
Valente, Diogo, II, bispo de Funai, II, 288 Vicente Ferrer, santo, I, 75, 415, 623-624
Valente, Vasco Pulido, 111, 137, 140 Vicente, Gil, II, 449, 450, 451-452, 508, 592, 614, 622; 111, 447
Valeriano, I, 427 Vicente Hispano, chanceler-mor e bispo da Guarda, I, 177, 187,
Valério, Agostinho, II, 432 246, 3 1 4 - 3 1 5 , 339
Valério de Bierzo, I, 205, 221 Vicente, Lourenço, vedor da Fazenda e arcebispo de Braga, I, 327,
Valignano, Alexandre II, 277, 309, 3 1 0 - 3 1 1 334
Valladolid, Afonso de, 1, 74 Vicente, Luís, II. 452
Vallone, Bartolomeu, II, 456 Vicente, mestre, deão de Lisboa, I, 3 1 5
Valtanás, Domingo de, II, 31 Vicente, santo, I, 130, 447
Vaniba, rei visigodo, 1, 304 Vicentinos (Congregação da Missão), II, 176, 240, 242, 244, 246,
Vampirismo, II, 371 301, 647; III, 79, SO, 85, 86, 87, 1 1 2 , 3 1 1
Vandelli, Domingos, II, 91 Vidal, João Evangelista de Lima, bispo de Angola e Congo,
Vantivelli, Luigi, II, 482 arcebispo-bispo de Vila Real e de Aveiro, III, 197, 198, 377,
Vannutteli, Vicente, núncio apostólico, III, 358 378
Varandas, José, 1. 145 Vidigueira, II, 34
Varela, Sebastião Pacheco, 11, 649, 650 Vidigueira, conde da, representante de Portugal junto da França,
Varzim, Abel, III, 180, 187, 189, 193, 194 II, 159
Vasconcelos, A. G. Ribeiro de, 1, 472; 111, 106-107, 170 Viegas, Gonçalo, 1, 236
Vasconcelos, António de, II, 421, 622, 656 Viegas, Soeiro, bispo de Lisboa, I, 314; II, 659
Vasconcelos, Carolina Michãelis de, II, 650 Vieira, António, II, 55, 57, 81-86, 140, 169, 1 9 1 , 339, 399, 402,
Vasconcelos, Evaristo de, III, 220 406, 407, 409, 4 1 1 - 4 1 2 , 413, 414, 421, 434, 435, 436, 437,
Vasconcelos, Fernando de Meneses, arcebispo de Lisboa, II. 231 438, 440, 504, 541, 556-557, 572, 585, 608, 630, 634, 649,
Vasconcelos, Francisco Mendes de. I, 504 657-658; 111. 395, 410
Vasconcelos, João de, II, 585 Vieira, Maria Pilar, 111, 172
Vasconcelos, Joaquim de, II, 502, 503 Vieira, Nicolau Tolentino, 111, 450
Vasconcelos, Joaquim Leite de, II, 451 Vieira, Simão, II, 454
Vasconcelos, Jorge Ferreira de, II, 403-404, 412, 4 1 3 Vieira, Siza, III, 326
Vasconcelos, José Leite de, III, 437 Vienne, I. 116, 397, 398
Vasconcelos, Manuel Góis de, II, 30, 3 1 , 546 Vilaça, Francisco, II, 415
Vasconcelos, Miguel de, II, 137 Vila do Conde, I, 472; II, 18
Vasconcelos, Sebastião Leite de, bispo de Beja, III, 53, 138, 139 Vilafranca, Francisco de, II, 19
Vasques, Aires, bispo de Lisboa, I, 179, 317, 320 Vila, Francisco de, II, 163
Vasques, Martinho (ou Martini), inquisidor-mor, 1, 41, 393 Vila-Lobos, Vasco Queimado, 1, 494
Vataça Láscaris, I, 470-471, 474, 476-477 Vilanova, Arnaldo de, II, 651
Vaticano, I Concilio do, III, 40, 41, 43, 78, 82, 124, 125, Vila Real, II, 210, 220, 390; III, 170, 445
452-453 Vila Real (diocese de), III, 135, 1 5 1 , 169, 258
Vaticano, II Concilio do, III, 19, 63, 129, 1 3 1 , 135, 136, 170, Vila Real, Manuel Fernandes. II, 62, 63
182, 197, 205, 209, 214, 218-219, 223, 225, 228, 229, 246, Vilar, Hermínia, I, 145
248-257, 259, 260, 265, 266, 269, 272, 273, 274-275, 276, Vilar, Irene, III, 161
277, 278-279, 280, 283, 284, 288, 292, 293, 294, 295, 296, Vilas Boas, Baltazar de Faria, bispo de Elvas, II, 550
302, 304, 305, 306, 307-308, 310, 314, 323, 325, 368, 391, Vilas Boas, conde de, III, 382
392-393, 470-471, 485, 505 Vilas Boas, Manuel do Cenáculo, bispo de Beja e arcebispo de

579
INDICE GERAI.

Évora, II, 41-42, 176, 210, 218, 230, 235, 382, 383, 392, 93, 96, 173, 207, 208, 216, 247. 251, 257, 280, 281, 314, 323,
398, 403, 412, 4 1 3 , 414, 416, 432, 434, 435-436, 441, 675; 384, 387
III, 2 1 , 75 Voegelin, III, 499
Vila Viçosa, I, 222, 496, 497, 504; II, 500, 572, 631; 111, 241 Volovitch. Marie Christine, III. 91
Vilela, Francisco, II, 418 Voltaire, II, 675; III, 70
Vilela, Gaspar, II. 3 1 0 Volumus et presentium (1273), bula papal, I. 321
Vilela, Sebastião da Madre de Deus, II, 650 Votos de Santiago, I, 265
Vilhena, Beatriz de, condessa do Vimioso, II. 603 Votos religiosos, 1, 291
Vilhena, Maria de, 1, 486, 487-488 Voz de Fátima, A, 111, 154
Villae, I. 16, 2 1 , 138, 139-140 Voz de Santo Amónio, A, III, 58, 101, 138, 175
Villacastín, Tomás de, II. 33
Vímara Feres, conde de Portucale, I. 304
Vimioso, 111, 438
w
Waldeck, Christian von, príncipe, III, 448
Vio, Tomás de, II, 2 1 , 22, 544
Wellington, Arthur Wellsley, 1." duque de, III, 424, 448
Virgílio, papa, I, 33
Weyden, Roger Van, II. 574
Virgílio, poeta romano, 1, 347
Wicki, José, II, 256; III, 388
Viseu, 1, 94, 104; II, 494, 509-510; III, 286, 459
Wilby, John, III, 449
Viseu (diocese de), I, 6, 139, 144, 161, 167, 170-172, 177, 179,
Willeke, Venâncio, II. 506
193, 194, 277, 355; II, 193, 197-198, 210, 216, 223, 250, 381.
Wilmart, 1. 25
394, 398, 399, 408, 464, 475, 554; III, 207
Witte, Charles-Martial de, III, 388
Visigodos, I, 2 1 , 27-29, 92-94, 102, 137-139, 141, 142, 185,
Wiznitzer, Arnold, II, 59
203-206, 220, 238-240, 241, 262-264, 267, 279, 280-281,
Wolfinson, Isaac J „ III, 440
303-304, 352, 378, 427, 431
Visitação, Maria da, II, 32, 80 Wolf, Lucien, III, 444
Wright, Henrique M „ III, 457
Visitações, I. 212, 239, 271, 365, 367, 370; II, 1 1 , 19, 22, 25, 27, Wyclif, J „ I. 41-43
59, 103, 105, 106, 1 1 8 - 1 2 1 , 1 2 1 - 1 2 5 , 136, 141, 172, 190, 195,
197, 223, 224, 225, 234, 235, 243, 250-255, 277, 301, 325,
328, 332, 348, 364, 377, 378, 379, 380, 401, 426, 460, Yahia, Juda Ben, I, 77
461-462, 475, 486, 487, 507, 518-519, 520, 522-523, 523, 524, Yerushalmi, II. 53
527-528, 532, 537, 549, 584-585, 588, 590, 6 1 1 - 6 1 2 , 638, 641, Yongzheng, imperador chinês, II, 301
662, 664; III, 144 Young, Robert Reginald, 111, 459
Visitações ad limina, 11, 179, 2 1 1 Yudisthira, II. 87
Visitandinas, II, 42, 619, 621, 647; 111, 323
Vital, Domingos Fezas, III, 187, 192. 193
Viterbo, Joaquim de Santa Rosa de, II, 614
z
Zagalo, António, II, 411
Vitiza, rei visigodo, I, 93
Zamora, Afonso de, converso judeu, I, 75
Vítor Emanuel II, rei de Itália, III, 77
Zamora, Martinho, bispo de Lisboa, I, 332
Vitória, santa, 1. 427
Zelada, Francisco Saverio, secretário de Estado da Santa Sé, II, 40
Vitorino, Orlando, III. 437
Zenha, Francisco Salgado. Ill, 300
Vives, Juan Luis, II. 419
Zénon, bispo de Mérida, I. 238
Vocações, I, 362, 365, 370; II, 377, 379, 645, 675; III, 3 1 , 67, Zurara, Gomes Eanes de, II, 264, 489

580
ÍNDICE de AUTORES
A Z E V E D O , Carlos A. Moreira Organização eclesiástica do espaço. Do Império Romano ao
Introdução geral, I, ix-xxvii reino asturiano-leonês, I, 137-142
B E T H E N C O U R T , Francisco A vida monástica na Hispânia durante a Antiguidade Tardia,
Rejeições c polémicas, II, 49-93 I, 203-206
A Inquisição, II, 95-131 O episcopado. A) Das origens á Alta Idade Média,
C L E M E N T E , Manuel 1, 2 3 7 - 2 4 1
A vitalidade religiosa do catolicismo português: do Liberalismo
J O R G E , Ana Maria C . M.; V I L A R , Hermínia Vasconcelos
à República, III', 65-127 A vida eremitica, I, 220-222
C L E M E N T E , Manuel; F E R R E I R A , António Matos Monarquia e Igreja: convergências e oposições: Da «Igreja
Introdução geral, III, 9-13 constantiniana» ao reino asturiano-leonês, I, 303-305
Conclusão geral, III, 503-506 J O R G E , Ana Maria C . M.; R O D R I G U E S , Ana Mana S. A.
C L E M E N T E , Manuel; F O N T E S , Paulo F. de Oliveira Introdução, I, 1-10
Vitalidade do catolicismo português nos séculos xis c xx. L A V A J O , Joaquim Chorão
Introdução, III, 62-63 Islão e cristianismo: entre a tolerância c a guerra santa,
C O S T A , João Paulo Oliveira e I, 9 1 - 1 3 3
A diáspora missionária, II, 255-313 M A R Q U E S , João Francisco
F E R N A N D E S , Maria de Lurdes Correia Introdução, II, 9-12
Da reforma da Igreja à reforma dos cristãos: reformas, pastoral Os itinerários da santidade: milagres, relíquias e devoções,
e espiritualidade, II, 15-38 II, 359-367
F E R R E I R A , António Matos A palavra c o livro, II, 377-447
Religião c sociedade na época contemporânea, III, 15-59 A música religiosa e litúrgica: a longa persistência da polifonia,
F E R R E I R A , António Matos; C L E M E N T E , Manuel II, 4 8 6 - 5 1 5
Introdução geral, III, 9-13 O teatro religioso e litúrgico, II, 449-462
Conclusão geral, III, 503-506 Preceito dominical, II, 517-521
F O N T E S , Paulo F. de Oliveira A celebração do sacrifício da missa, II, 522-525
O catolicismo português no século xx: da separação à O culto vespertino, II, 525-529
democracia, III, 129-351 A renovação das práticas devocionais, II, 558-601
F O N T E S , Paulo F. de Oliveira; C L E M E N T E , Manuel Oração e devoções, II, 603-670
Vitalidade do catolicismo português nos séculos xix c xx. A concluir, II, 671-676
Introdução, III, 62-63 N O G U E I R A , Bernardo de Sá
G O M E S , Saul António O espaço eclesiástico cm território português (1096-1415),
.4 religião dos clérigos: vivências espirituais, elaboração I. 142-201
doutrinal c transmissão cultural, I, 339-421 P A I V A , José Pedro
G O N Ç A L V E S , Nuno da Silva A Igreja c o poder, II, 135-185
A dimensão missionária do catolicismo português, Dioceses c organização eclesiástica, II, 187-199
III, 3 5 3 - 3 9 7 Os mentores,' U, 201-237
G O U V E I A , António Camões As missões internas, II, 239-250
Sensibilidades e representações religiosas: O controlo do tempo, As visitas pastorais, II, 250-255
II, 3 1 7 - 3 2 2 .4 magia e a bruxaria, II, 369-375
Procissões, II. 334-345 P E N T E A D O , Pedro
As artes c o sagrado, II, 462-486 Confrarias, II, 323-334
A sacramentalização dosritosde passagem, II. 529-557 Peregrinações c santuários, II, 346-358
J O R G E , Ana Maria C . M. R O D R I G U E S , Ana Maria S. A.
O sincretismo religioso hispânico e a penetração do O surgimento das correntes milenaristas c da questão da
cristianismo, I, 13-2(1 pobreza voluntária, I, 35-43
Do combate contra o paganismo ao controlo das «superstições», A permanência das «superstições» c a diabolização da
I, 20-25 feitiçaria, I, 43-51
O eclodir da dissidência; a querela arianista, I. 25-29 Patrimónios, direitos e rendimentos eclesiásticos. I, 261-301
O repto do priscilianismo c a emergência dc «novas» correntes
R O D R I G U E S , Ana Maria S, A,; J O R G E , Ana Mana C. M.
heterodoxas, I, 29-34 Introdução. I, 1-10

583
INDICE DE A U T O R E S

R O S A , Maria de Lurdes O episcopado. B) Da restauração diocesana ao século xv,


A religião no século: vivências e devoções, I, 423-510 I, 2 4 1 - 2 4 4
S A N T O S , Luis Aguiar O clero catedralício, I, 244-248
Pluralidade religiosa: correntes cristãs c não-cristãs no universo O clero paroquial, I, 248-259
religioso português, III, 399-501 Monarquia e Igreja: convergências c oposições. De Afonso
S A N T O S . Zulmira C . Henriques a Sancho II: uma difícil delimitação de poderes
Luzes e espiritualidades: itinerários do século xvm, II, 38-47 (1128-1245), I, 305-318
T A V A R E S , Maria José Ferro O rei e a Igreja — o estabelecimento das concórdias
O difícil diálogo entre judaísmo e cristianismo, I 53-89 (1245-1383), I, 318-327
V I L A R , Hermínia Vasconcelos O Cisma do Ocidente e a Igreja portuguesa no dealbar do
A procura da perfeição longe do mundo: da reforma beneditina século xv, I, 328-336
à influência cluniacense, I 206-212 V I L A R , Hermínia Vasconcelos; J O R G E , Ana Maria C. M.;
A mensagem de Cister: o êxito de uma ordem, I, 212-214 A vida eremítica, I, 220-222
A procura social de uma vivência alheia ao mundo. I, 214-220 Monarquia c Igreja: convergências e oposições:
A vivência de uma regra entre o mosteiro e o século, I, Da «Igreja constantiniana» ao reino asturiano-leoncs,
222-237 I, 303-305

582
CORRIGENDA e ADENDA

1.° VOLUME
• p. V , linha 1 , onde se lê «Apresentação» deve ler-se «Introdução geral»
• p. VI, linha 3 2 , onde se lê «De Afonso Henriques a Sancho II: uma difícil delimitação de poderes
( 1 1 2 8 - 1 2 4 5 ) 307» deve ler-se «De Afonso Henriques a Sancho II: uma difícil delimitação de poderes
( 1 1 2 8 - 1 2 4 5 ) 305»
• p. VI, linha 3 3 , onde se lê «Dos poderes em presença 304» deve ler-se «Dos poderes em presença 307»
• p. X I I I , linha 6, onde se lê «cultual» deve ler-se «cultural»
• p. X V , linha 3 1 , onde se lê «faz-se» deve ler-se «fez-se»
• p. X V I , linha 3 3 , onde se lê «1951» deve ler-se « 1 8 5 1 »
• p. 6, linha 19, onde se lê «laicos» deve ler-se «leigos»
• p. 28, linha 3 1 , onde se lê «Vitae» deve ler-se «[Liber] Vitas»
• p. 48 (notas 1 2 6 , 129, 130); p. 254 (nota 96); p. 2 5 7 (notas 242, 247, 257, 259, 2 6 1 , 268, 2 7 1 ) ; p. 258
(nota 276); p. 3 3 4 (notas 4, 8, 9); p. 5 1 4 , onde se lê « V I T A E sanctorum patrum emeritensium» deve ler-
-se «(LU3ER] vitas sanctorum patrum emeritensium»
• p. 104, na legenda da ilustração, onde se lê «baixo-relevo da Igreja Matriz de Santiago do Cacém (século
xiv)» deve ler-se «Retábulo da Vida e da Ordem de Santiago, pintura a óleo sobre madeira, século xvi,
Museu Nacional de Arte Antiga»
• p. 1 3 7 , linha 14, onde se lê «O traçado das três vias romanas teria também contribuído também para»
deve ler-se «O traçado das três vias romanas teria contribuído também para»
• p. 203, na legenda da ilustração, onde se lê «Igreja de Santa Clara» deve ler-se «Igreja da Graça»
• p. 204, na legenda da planta da Igreja, onde se lê «Montélios, Real, Braga» deve ler-se «Montélios, Bra-
ga»
• p. 234, na legenda da ilustração deve ler-se «Cristo jacente, séculos xiv-xv; proveniente do Mosteiro de
Santa Clara-a-Velha (Coimbra, Museu Nacional Machado de Castro)»
• p. 238, linha 34, onde se lê «a origem étnica pode ser conhecida para o século VIII» deve ler-se «a ori-
gem étnica pode ser conhecida para o século vn»
• p. 2 5 3 (nota 2 e 3), onde se lê «Idem» deve ler-se «Ibidem»
• p. 254 (nota 89), onde se lê « I S I D O R O — De ecclesiasticum officium» deve ler-se « I S I D O R O — D e
ecclesiasticis officiis»
• p. 294 (nota 46), onde se lê «p. 2 6 0 - 2 6 1 » deve ler-se «p. 268-269»
• p. 295 (nota 55), onde se lê «de meados a finais do século xiv» deve ler-se «de meados do século x i v a
finais do século xv»
• p. 295 (nota 68 e 73), onde se lê « V E L O S O E M A R Q U E S » deve ler-se « V E L O S O ; M A R Q U E S »
• p. 298 (nota 155), onde se lê «no capítulo 4 desta 2:' parte» deve ler-se «no próximo capítulo»
• p. 300 (nota 2 3 1 ) , onde se lê «ver 2. 3 Parte, cap. I» deve ler-se «ver capítulo intitulado «Organização
eclesiástica do espaço»»
• p. 3 0 1 (nota 255), onde se lê «veja-se a Parte 2. a , cap. 2» deve ler-se «veja-se o capítulo intitulado «As
instituições e o elemento humano»»
• p. 3 2 1 , na legenda da ilustração deve ler-se «Jacente de D. Durão Pais, bispo de Évora; proveniente da
Sé de Évora (Évora, Museu de Évora)»
• p. 330, na legenda da ilustração deve ler-se «Tríptico da Colegiada de Santa Maria da Oliveira, século x v
(Guimarães, Museu de Albérto Sampaio)»
• p. 446, na legenda da ilustração deve ler-se «Jacente de D. Afonso Henriques, 1 5 1 8 - 1 5 2 2 / 1 5 3 5 (Coim-
bra, Igreja de Santa Cruz)»
• p. 479, na legenda da ilustração, onde se lê «Sintra, Palácio da Pena» deve ler-se «Sintra, Palácio da Vila»

583
CORRIGENDA E ADENDA

• p. 483, na legenda da ilustração, onde se lê «Évora, Casa Cadaval» deve ler-se «Évora, Igreja dos Lóios,
Casa Cadaval»
• p. 5 0 1 , na legenda da ilustração, onde se lê «Aveiro, Museu Municipal» deve ler-se «Aveiro, Museu de
Aveiro»
• p. 5 1 4 , linha 72, onde se lê «VITA Sancti Theotoni. In PM» deve ler-se «VITA Sancti Theotoni. In
PMH»
• p. 5 1 9 , linha 60, onde se lê « C H E V A L I E R , R . [...] Aufstieg und Niedergang der Rõmanischen Well» deve
ler-se « C H E V A L I E R , R . [...] Aufstieg uiid Niedergang der Rõmischen Welt»

2.° VOLUME
• p. 49, linha 20, onde se lê «O diploma régio de 1496 contra judeus e muçulanos» devi ler-se «O diplo-
ma régio de 1496 contra judeus e muçulmanos»
• p. 4 5 1 , na legenda da ilustração, onde se lê «Frontispício do Auto da barca da Glória, 1 5 1 9 , de Gil Vi-
cente» deve ler-se «Frontispício do Auto da barca do Purgatório, 1 5 1 7 , de Gil Vicente»
• p. 4 2 1 , linha 20, onde se lê «D. Teodósio de Bragança» deve ler-se «D.Teotónio de Bragança»

584

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