5 Mitos Populares A Respeito Da Teologia Da Última Geração
5 Mitos Populares A Respeito Da Teologia Da Última Geração
5 Mitos Populares A Respeito Da Teologia Da Última Geração
Escrito por Kevin Paulson (21 de maio de 2017) – traduzido por Marcell Dalle
Carbonare
"Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em
santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de
Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão?
Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados
imaculados e irrepreensíveis em paz." (II Pedro 3:11-12, 14)
"Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos
de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque
haveremos de vê-lo como ele é. E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta
esperança, assim como ele é puro." (I João 3:2-3)
As duas últimas passagens são especialmente claras em notar que a total remoção do
pecado da vida cristã deve ocorrer antes da segunda vinda, e não quando esta
acontecer. É por isso que Pedro exorta o cristão a “apressar” a vinda de Jesus ao
descrever a santidade prática (II Pedro 3:12), e é por esse motivo que ele exorta os
crentes a serem “achados por Ele em paz, sem mancha, e inculpáveis (verso 14).
Perceba como é necessário ser “achado” nessa condição quando Jesus vier, o que
significa que essa preparação deve ser completada antes que Ele apareça.
"E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de
Deus." (Apocalipse 14:5)
"Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus,
enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o
pecado na carne; Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos
segundo a carne, mas segundo o Espírito." (Romanos 8:3-4)
"Quem é injusto, seja injusto ainda; e quem é sujo, seja sujo ainda; e quem é justo,
seja justificado ainda; e quem é santo, seja santificado ainda." (Apocalipse 22:11)
Ellen White, ecoando essa passagem, descreve a condição espiritual do povo de Deus
que passará por esse período:
"Vi também que muitos não compreendem o que devem ser a fim de viverem à
vista do Senhor sem um sumo sacerdote no santuário, durante o tempo de
angústia. Os que hão de receber o selo do Deus vivo, e ser protegidos, no tempo de
angústia, devem refletir completamente a imagem de Jesus... Vi que ninguém
poderia participar do “refrigério” a menos que obtivesse a vitória sobre toda
tentação, orgulho, egoísmo, amor ao mundo, e sobre toda má palavra e ação."²
"Estamos buscando Sua plenitude, chegando cada vez mais alto, procurando
atingir a perfeição de Seu caráter? Quando os servos de Deus chegarem a esse
ponto, eles serão selados em suas frontes. O anjo relator declarará:" “Feito está!”³
"Os que estiverem vivendo sobre a Terra quando a intercessão de Cristo cessar no
santuário celestial, deverão, sem mediador, estar em pé na presença do Deus
santo. Suas vestes devem estar imaculadas, o caráter liberto de pecado, pelo
sangue da aspersão. Mediante a graça de Deus e seu próprio esforço diligente,
devem eles ser vencedores na batalha contra o mal. Enquanto o juízo investigativo
prosseguir no Céu, enquanto os pecados dos crentes arrependidos estão sendo
removidos do santuário, deve haver uma obra especial de purificação, ou de
afastamento de pecado, entre o povo de Deus na Terra." 4
Mas permanecer sem um mediador não é a mesma coisa que permanecer sem o
poder divino. O trabalho de um mediador é resolver diferenças. Quando a Chrysler e
a United Auto Workers se dão bem, nenhum mediador do governo é acionado. As
diferenças entre Deus e a humanidade são chamadas de pecados. Em outras
palavras, se não há pecado cometido não há necessidade de Mediador. Mas Ellen
White é clara em dizer que “nossa santificação é obra do Pai, do Filho e do Espírito
Santo”.5 Não existe competição entre os membros da Divindade no que concerne à
salvação. Todos estão envolvidos em cada etapa do processo. O crente perfeitamente
vitorioso necessita de Cristo tanto quanto aquele que cai em pecado. A única
diferença é que aquele que está caindo em pecado necessita tanto de perdão quanto
de justiça capacitadora, enquanto aquele que obteve a vitória necessita apenas da
justiça capacitadora. Mas de um jeito ou de outro, tudo depende da justiça de Cristo.
Nunca é nossa própria justiça.
"E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe
confiou, muito mais se lhe pedirá." (Lucas 12:48)
Ellen White é clara em dizer, obviamente, que a condição de vida eterna em todas as
eras tem sido a mesma que no princípio no Éden – perfeita obediência à Lei de
Deus.6 Mas, como nosso Deus amoroso não leva em conta os tempos de ignorância
(Atos 17:30), e diz que “aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete
pecado” (Tiago 4:17), devemos concluir que a perfeita obediência que Deus requer é
proporcional ao volume de luz e verdade revelada. É por isso que Ellen White fala da
intercessão de Cristo no santuário celestial como incluindo a mediação pelos
pecados de ignorância:
"A mente de todos os que abraçam esta mensagem, é dirigida ao lugar santíssimo,
onde Jesus está em pé diante da arca, fazendo Sua intercessão final por todos
aqueles por quem a misericórdia ainda espera, e pelos que ignorantemente têm
violado a lei de Deus. Esta expiação é feita tanto pelos justos mortos como pelos
justos vivos. Inclui todos os que morreram confiando em Cristo, mas que, não
tendo recebido a luz sobre os mandamentos de Deus, têm, por ignorância, pecado,
transgredindo seus preceitos."7
Ellen White também é clara em dizer que as diferentes gerações através da história
foram responsabilizadas por diferentes níveis de luz e verdade, em contraste com a
última geração:
"Somos responsáveis pelos privilégios que desfrutamos, e pela luz que incide em
nosso caminho. Os que viveram nas gerações passadas foram responsáveis pela
luz que lhes foi concedida. Sua mente foi despertada acerca de vários pontos da
Escritura que lhes serviram de prova. Não compreenderam, porém, as verdades
que hoje entendemos. Não foram responsáveis pela luz que não tiveram. Tinham a
Bíblia, como nós; mas o tempo para ser esclarecida a verdade especial quanto às
cenas finais da história terrestre, é o das últimas gerações que vivem na Terra.
Verdades especiais foram adaptadas às condições das gerações à medida que
existiram. A verdade presente, que é uma prova para o povo desta geração, não
era prova aos das gerações que longe ficaram... Somos responsáveis somente pela
luz que incide sobre nós."8
A última geração da história, que passará pelo grande tempo de angústia após o
fechamento da porta da graça, terá uma experiência única. “Naquele tempo os justos
devem viver à vista de um Deus santo sem intercessor”. 9 Totalmente cientes de todo
conselho de Deus – ou pelos menos daquilo que é essencial para a total conquista
sobre o pecado – por Sua graça eles viverão de acordo. Antes daquele período, todo
pecado de ignorância em suas vidas terá sido revelado e conquistado, pois o
Mediador não mais estará disponível para realizar expiação pelo pecado, seja de
ignorância ou qualquer outro. Por esse motivo, Ellen White declara que na segunda
vinda “o Refinador não Se ocupará com o processo de purificação, para remover-lhes
os pecados e a corrupção. Tudo isso deve ser realizado durante o tempo da graça.” 10
Em épocas passadas Deus pôde usar alguém como Martinho Lutero, um bebedor de
cerveja, antissemita, cujo ódio pelos judeus seria mais tarde celebrado pelos
nazistas.11 Mas nos momentos finais da controvérsia com o mal, Deus busca uma
maior conquista daqueles que o servem. Poucos no atual debate discordariam com
relação a isso. (Alguns de nossos membros mais mundanos podem não ver problema
algum em beber cerveja, mas duvido que até eles iriam querer um antissemita
ensinando em um de nossos colégios ou universidades!)
Na verdade aquilo que em tempos recentes veio a ser conhecida por Teologia da
Última Geração é um tema profundamente embutido no DNA teológico do
adventismo do sétimo dia clássico, estendendo-se até a origem de nossa
denominação. Os primeiros luminares adventistas, como Joseph Bates14, Thiago
White15, Stephen Haskell16, D. T. Bordeau17 e W. W. Prescott18, apresentaram
aspectos-chave dessa teologia em seus escritos e em suas pregações. Muito disso foi
documentado por Herbert Douglass em seu livro “Why Jesus Waits”. 19 Uma lista
ainda maior de adventistas notáveis por seu suporte a essa teologia é documentada
por Douglass em seu último livro, “A Fork In The Road”. 20
"A última geração do povo de Deus deve revelar o caráter de Jesus ao mundo. Eles
vencerão assim como Ele venceu. Eles serão vitoriosos, representantes vivos de Seu
Mestre. O poder que capacita a viver essa vida, a alcançar esse caráter, vem de
Jesus. Apenas através de Sua justiça imputada e comunicada podemos
prevalecer."28
"A crença de que os cristãos não podem apressar ou adiar a segunda vinda é um
engano."30
Mais tarde, no Concílio Anual de 2014, Wilson mais uma vez enfatizou um tema-
chave da Teologia da Última Geração ao destacar a necessidade de confessar e
abandonar o pecado em preparação para permanecer sem um Mediador após o
fechamento da porta da graça.31 No ano seguinte, em um encontro da Sociedade
Teológica Adventista, Wilson foi perguntado: “O que você acha da Teologia da
Última Geração?”32 Ao formular sua resposta para evitar que esse termo seja
definido por outros, além de evitar que qualquer noção de perfeição seja alcançada
pelas próprias forças33, Wilson respondeu com clareza inconfundível:
Se Cristo tivesse uma vantagem injusta, como esperar que indivíduos sigam Seu
exemplo em viver uma vida perfeita? O problema era particularmente agudo, uma
vez que a perfeição havia sido sugerida por Ellen White como o objetivo do povo
adventista: “Enquanto nosso grande Sumo Sacerdote está fazendo expiação por
nós, devemos procurar tornar-nos perfeitos em Cristo”. O chamado dela à
perfeição era urgente: “Jesus não muda o caráter em Sua vinda. A obra de
transformação deve ser realizada agora...”. Antes de Heppenstall, nenhum autor
adventista importante negou a possibilidade de perfeição. Ellen White havia sido
inequívoca: “Assim como o Filho do Homem foi perfeito em Sua esfera, assim os
Seus seguidores devem ser perfeitos em suas vidas”.37
Mas como nosso estudo demonstrou, os fatos dizem outra coisa. Seja qual for a
objeção de alguém para com a Teologia da Última Geração, esse ensinamento não
pode ser descartado como sendo produto de uma ala marginalizada no que diz
respeito ao pensamento e história adventistas. Pelo contrário, seus princípios
fundamentais – e o apoio substancial que eles encontram nas Escrituras e nos
escritos do Espírito de Profecia – fizeram parte do consenso adventista pela maior
parte da experiência corporativa da igreja.
Referências