Carburador
Carburador
Carburador
Começamos por compará-lo ao sistema de autoclismo que tem o seu principal funcionamento
na boia. Quando o nível da agua desce, a boia também desce e abre a válvula da torneira que
faz encher de novo o autoclismo até a boia subir ao nível máximo.
É exatamente assim que a cuba do carburador funciona, o motor consome a gasolina da cuba,
a boia desce e abre a entrada da gasolina do tanque e volta a fechar quando a boia atinge o
nível máximo.
Imaginem que estamos parados na mota e vamos arrancar. O motor está ao relanti (marcha
lenta), ao seja existe um mínimo de consumo de mistura suficiente para o motor se manter a
trabalhar. Assim, temos o punho completamente fechado, sendo o motor apenas alimentado
pelo parafuso de marcha lenta (normalmente com uma mola) e, portanto, este sistema
(marcha lenta/relanti) é independente. Para isso, o carburador tem uns canais pro onde passar
o ar que é alimentado pelo gigler de lenta e que pulveriza uma mínima quantidade de mistura,
mesmo com o êmbolo quase fechado.
Ao acelerar para arrancar, o êmbolo sobe e com ele a agulha. Para atingir a velocidade
máxima, rodamos totalmente o punho do acelerador, consequentemente o êmbolo e a
agulha deixando passar o ar e a gasolina flui pelo gigler principal (gigler de altas).
É assim que atua o sistema de aceleração e marcha lenta de um carburador. São três sistemas
que se sobrepõem, ou seja, na marcha lenta (relanti) apenas funciona o circuito de lenta. Ao
acelerar o segundo sistema entra em funcionamento, que é constituído pelo êmbolo e a
agulha.
O primeiro que atua de 0 a 1/8 do curso do acelerador e é composto pelo “circuito” de lenta
onde atua gigler de baixas e o parafuso que regula o ar.
O segundo que atua de 1/8 a ¾ do curso do acelerador e é composto pelo êmbolo e pela
agulha acoplada a ele, e também pelo tubo difusor, por onde passa a agulha.
O terceiro é o circuito de alta onde atua o gigler principal e o tubo do corpo do acelerador.
Para cada uma destas fases de aceleração deverá haver uma regulagem que pode
ser feita ora substituindo uma peça, como por exemplo um gigler, ora modificando
a sua atuação por meio de outras ações.
Temos de perceber que numa motorizada em pleno uso, a vela vai indicar a média
da atuação dos três sistemas que falamos anteriormente, então para afinar o
carburador através de uma técnica que ajuda a identificar qual a mistura em cada
posição do acelerador.
Vamos começar por ajustar a marcha lenta. Normalmente é o que esta sempre
desregulado, seja porque é fácil de mexer, seja porque alguns mecânicos deixam
desregulado, em excesso de gasolina para facilitar o arranque a frio. No entanto
isto é errado, porque aumenta o consumo e porque o motor quando atinge a
temperatura normal de funcionamento começa a falhar.
Afinação do relanti:
Antes de ligar o motor vamos apertar totalmente o parafuso do ar, para depois
soltá-lo dando apenas 2 voltas completa.
Depois, vamos ligar o motor e deixar aquecer bem. Se o relanti não assentar,
viramos o parafuso que regula o relanti até que a rotação fique plena.
Agora, vamos ajustar o parafuso do ar, virando para a esquerda (mais rica) ou
para a direita (mais pobre) de forma a conseguir aumentar a rotação do motor.
Para o segundo sistema, que é composto pelo êmbolo e a agulha, temos que
verificar a cor da vela.
Instalamos uma vela nova com a especificação de fábrica e vamos andar com a
mota, mas, mantendo apenas o acelerador até ¾ do total.
Sempre que vamos “ler a vela”, paramos a mota sem desacelerar (desligar na
chave) tiramos a vela e vamos analisar a sua cor.
Na figura:
Por exemplo, se a posição da agulha apresenta sempre uma vela com coloração
“pobre”, mesmo na posição mais baixa da agulha (mais rica), aumentamos um
ponto no gigler de alta e voltamos o clip da agulha a posição do meio para
reiniciar as medições, sempre com uma vela nova.