Psico 01
Psico 01
Psico 01
Introdução
Embora seja uma ciência recente, a psicologia é constituída de uma história bastante extensa,
uma vez que a investigação de aspectos pertinentes ao homem, objecto de estudo desta
ciência, dá-se de longa data. Assim, ao considerar a psicologia como uma ciência
independente faz-se necessário, primeiramente, avaliar a história das práticas e dos
conhecimentos produzidos a partir da busca de compreensão do homem e de suas relações
entre si e com o ambiente que o cerca. Um ponto a ser considerado nesse resgate histórico é o
conhecimento filosófico, uma vez que não se pode compreender a psicologia, sem a análise
das indagações filosóficas sobre o homem e o mundo.
A influência destes homens sobre as gerações posteriores foi bem grande e não é demais que
se deva abordar a questão de definir a psicologia moderna pela menção de suas opiniões e
descobertas. (KELLER, 1974, p. 3) Os pensamentos acerca do que Keller chama de “assuntos
que hoje seriam chamados psicológicos” são encontrados na análise detalhada das discussões
tanto dos filósofos antigos, quanto dos contemporâneos.
1.1. Objectivos
1.2. Geral:
Estudar a psicologia e a comunicação
1.3. Específicos:
Conhecer as origens e objectos da psicologia e da comunicação
Indicar as principais escolas e os percursores que contribuíram para a evolução
da psicologia
Descrever os elementos da comunicação
Revisão bibliográfica
Filósofos Antigos
Platão acreditava que o homem era formado por um corpo mortal, mas também por uma
alma que não morre e de onde provém todo conhecimento. Define o mundo das ideias e
instaura a preocupação com a localização da alma no corpo do homem, estabelecendo esse
lugar como sendo a cabeça. Para Platão, a medula era o componente de ligação da alma com
o corpo.
Fica claro nessa breve análise acerca dos filósofos antigos, o início de um pensamento
psicológico. Sócrates, Platão e Aristóteles, ainda que evidentemente influenciados por
questões de sua época, apresentam em seus pensamentos a preocupação com o homem e com
sua psyché, quer estabelecendo a imortalidade da alma, quer postulando a mortalidade da
mesma e sua relação activa com o corpo.
São Tomás de Aquino (1225-1274), pensador Patrístico anterior a Santo Agostinho, tem
como influenciadores o próprio Santo Agostinho, mas também Platão, Aristóteles e Alberto
Magno, esse último seu professor; além da própria Escritura Sagrada. O período em que
Aquino viveu anuncia a ruptura da Igreja Católica pelo aparecimento do protestantismo, o
que provoca questionamento acerca do conhecimento proferido pela igreja. Aquino defende a
posição da Igreja ao postular um sistema coerente e conciso, considerando que o governo é de
origem divina e, portanto o homem deve se submeter a esse. Para Aquino: a legislação do
Estado é para o bem do povo e que o governo deve submeter-se à Igreja. Santo Tomás de
Aquino defende uma postura de passividade e obediência da sociedade frente à situação
vigente. (RUBANO e MOROZ (B), 1988, p. 140) Aquino também endossa que a Igreja é a
verdadeira produtora de conhecimento acerca do psiquismo. Ele separa fé e razão, ou ainda
Filosofia e Teologia, afirmando que a primeira deve cuidar das coisas da natureza e a
segunda, do sobrenatural. E, ao estudar o sobrenatural e a fé divina, São Tomás de Aquino,
afirma que alguns conhecimentos só podem ser obtidos pela revelação divina e que o homem,
a mais perfeita criação de Deus, distinta dos outros seres, uma vez que esse é racional, só
pode alcançar a perfeição por meio da busca em Deus. Num período conturbado por
questionamentos à Igreja Católica, Aquino busca a ordem pública, com o objectivo de
estabelecer a convivência pacífica entre os homens. O fim do período Patrístico fica marcado
quando a soberania da Igreja na busca de compreensão da existência humana dá lugar a novas
formas de pensamento, a partir do crescente questionamento de seus dogmas, advindos da
Reforma Protestante. A partir da segunda metade do século XV e durante todo o século XVI
e XVII ocorrem marcantes mudanças religiosas, políticas, económicas, sociais e culturais,
provocando outras formas de concepção da ciência e do homem, dando início a um novo
período do pensamento filosófico, o período da chamada ciência moderna. Ciência Moderna
ou Contemporânea Nesse período, a razão, a preocupação com elementos precisos e a
experiência, contrapõem-se à fé. Transferindo as preocupações das relações Deus e homem,
para as preocupações da natureza e homem. Pesquisas, experimentações e formulações
marcam esse período.
Para Alvin Toffler (1980) a Revolução Industrial, a qual ele designa a Segunda Onda,
resultou em mudanças em todas as esferas, desde a constituição familiar que passa a ser
nuclear, à produção cultural, que se torna produção em massa, passando pela própria
educação, que segue o modelo das fábricas. Os estudos acerca do homem também são
influenciados por essas mudanças no sistema sócioeconômico-cultural. Eram necessários
métodos mais rigorosos, medidas, instrumentos de controle, todos buscando mais precisão no
estudo do funcionamento da mente.
A Psicologia e a Ciência
Estruturalismo
Funcionalismo
Associacionismo
Behaviorismo
O Behaviorismo, que tem forte influência das ideias de Thorndike e da visão funcionalista,
nasce com John Watson (1878-1958). Watson, a partir dos estudos de Ivan Petrovich Pavlov
(1849-1936) acerca de estímulo-reflexo, estabelece o objeto de estudo da Psicologia enquanto
ciência: o comportamento (behavior em inglês), um objeto de estudo mais concreto,
mensurável. Watson traz como grande contribuição a análise do Comportamento
Respondente. Iniciado com Watson, o Behaviorismo tem como principal teórico Burrhus
Frederic Skinner (1904-1990), o qual formula a compreensão do Comportamento Operante,
das noções de reforçamento e do controle dos estímulos.
Psicanálise
A Psicanálise nasce com Sigmund Freud (1856- 1939), o qual a partir de sua prática médica
postula o inconsciente como objeto de estudo da ciência. Freud e a Psicanálise, ao contrário
do Behaviorismo, se detém a investigar processos obscuros do psiquismo, analisando sonhos,
fantasias e esquecimentos. Freud, influenciado por suas observações em atendimentos
médicos, bem como por outros médicos da época, cria teorias e métodos de pesquisa, sendo o
mais conhecido: o método catártico.
Com a descoberta do inconsciente, Freud postula sua Primeira Tópica, composta por três
instâncias do aparelho psíquico: Inconsciente, Consciente e Préconsciente. A primeira tópica
é reformulada e substituída posteriormente pela Segunda Tópica Freudiana, formada a partir
da noção de ID, Ego e Superego.
Gestalt
A Gestalt, Psicologia da Forma, como é chamada por alguns ou simplesmente Gestalt, como
é mais conhecida, é a escola mais ligada à filosofia, uma vez, que tem como objecto de
estudo os processos perceptivos, envolvendo sensação e percepção. Tem como principais
teóricos Mas Wetheimer (1880-1943), Wolfgang Köhker (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-
1940). Para os gestaltistas o comportamento humano deve ser estudado considerando os
aspectos globais que cercam o homem, pois suas ações, mediante aos estímulos do ambiente,
são influenciadas pela forma como o comportamento percebe esses estímulos. E, essa
percepção é por sua vez influenciada por aspectos sócioculturais. Outra importante teoria da
Psicologia atual, que merece destaque, é a Cognitiva de Jean Piaget.
Teoria Cognitiva
Objecto da psicologia
- Comportamentos automáticos:
Comunicação
A comunicação é um dispositivo que possibilita as relações sociais ao longo da existência
humana, fluindo, segundo a exigência de cada época. Sua evolução, demanda, às pessoas,
comunicarem bem a fim de enfrentar as mais variadas situações, seja qual for sua
especificidade. A comunicação é um movimento circular que envolve no mínimo três actores:
Emissor, mensagem e receptor, isto sugere, que comunicar não é tão-somente um movimento
de verbalização do pensamento, seja falado ou escrito. É antes, uma relação de partilhas
reciprocas entre pessoas, cujo sentido converter-se-á em mensagem significada. Do contrário,
toda significância ao não conseguir significasse, faz do significante um mero objecto de
palavras enunciadas. A literatura pesquisada, sinaliza que a escola tem priorizado pouco o
uso e a importância da comunicação em sala de aula. Acreditando, que pelo fato das crianças
já irem à escola falando, a oralidade “é aprendida espontaneamente e que, portanto, não
necessita ser ensinada na escola; por outro lado, há a concepção de que as pessoas falam bem,
ou não, porque são naturalmente aptas, ou não, a falar e que não é possível ensinar alguém a
ser um “bom falante” (LEAL E GOIS 2012, P. 7).
Desde sua génese, o conceito de comunicação implica numa dimensão bem mais alargada, do
que simplesmente o acto enunciativo da fala. Deste modo, na oralidade “tanto o transmissor
quanto o receptor da mensagem deveriam estar no mesmo contexto para partilhar saber”
(SANTOS, 2011, P. 3). Que no avanço das actividades de produção e consumo, tem exigido
uma evolução periódica da comunicação. Num primeiro momento, temos a comunicação
falada como único instrumento de negociação e estabelecimentos de relações, nos mais
variados sentidos. Posteriormente, na era da escrita, a comunicação passou a ser usufruída
dentro de um conjunto de regras manipuladas no tempo e no espaço Santos (2011).
Hoje na era digital de comunicação, o autor sublinha que, com “a ampliação das
possibilidades da internet, o hipertexto possibilita a quebra da linearidade, tornado cada um
de nós também autores de nosso processo” (SANTOS, 2011, P. 3). A despeito desta evolução
Gontijo (2004) diz que: A história das comunicações evolui no mesmo trilho da história da
humanidade. Pelo simples fato de que a última só existe porque de alguma forma foi relatada
de pai para filho, de tribo para tribo, de cidade para cidade, de país para país por meio de
indivíduos e de tecnologias que expandiram os recursos do corpo humano.
Os meios de comunicação são extensões de nosso corpo, e suas mensagens, de nossos sentir e
pensar. (GONTIJO, 2004, p. 11). Assim, amplia-se a noção de comunicação de acto
enunciativo, para o do significativo. Deste modo, comunicação passa ser um dispositivo
ideológico e simbólico estruturante na sociedade, que se configura como um processo
circular, onde o enunciador assume duas posturas ao mesmo tempo, ele é “o indicador que
domina as situações por meio de acções imputáveis; ao mesmo tempo, ele é também o
produto das tradições, nas quais se ancora, dos grupos solidários aos quais pertence e dos
processos de socialização nos quais se cria (HABERMAS APUD ZIM E PESCE, 2010, P.
128).
A cerca disto Vilalba (2006), sublinha que o comunicador responde a estímulos para poder
interagir com o mundo exterior. Ou seja, a comunicação não é o processo de emissões de
sons, é sim, um processo de (re) significação de significantes. Neste caso, o comunicador, se
beneficia de instrumentos linguísticos e extralinguísticos para tornar significado sua intenção.
Para tal, torna-se imperioso o uso dos meios disponíveis para comunicação, falada e escrita.
Nesta mesmo sentido, Sousa (2006) assume o conceito de comunicação como processo
evolutivo e interactivo. Onde num tempo remoto, da mais primitiva existência humana, a
comunicação resulta da necessidade de associar os sons à objectos, dando-lhes, portanto,
significado ao signo. “Assim nasceram os signos, isto é, qualquer coisa que faz referência a
outra coisa ou ideia, e a significação, que consiste no uso social dos signos” Bordenave
(1982, p.24), dando origem a linguagem.
Elementos da Comunicação
Para que uma comunicação aconteça, são necessários seis elementos: o emissor, o receptor,
a mensagem, o canal, o contexto e o código. Sem eles, não existe comunicação!
Em todo ato comunicativo, há um emissor, é ele o responsável por elaborar o texto. O
emissor é quem comunica, solicita, expressa seu sentimento, desejo, opinião, enfim, é
quem produz a Se há alguém que elabora, é necessário também alguém para receber tal
mensagem. Todo texto é destinado a um público específico, chamado de receptor.
O que está sendo transmitido e recebido? Uma mensagem, que consiste no próprio texto
(verbal ou não) que se transmite.
Essa mensagem é transmitida por um canal, isto é, o canal é responsável por veicular a
mensagem. São exemplos de canal os suportes que difundem inúmeros gêneros textuais,
como: rádio, TV, Internet, jornal, dentre outros.
Por fim, essa mensagem precisa ser expressa por um código, constituído por elementos e
regras comuns tanto ao emissor quanto ao receptor. O código usado para redigir esta
mensagem é a língua portuguesa. Assim, quando falamos ou escrevemos, usamos o código
verbal e, quando usamos a arte, a imaginação e a criatividade, é comum o uso do código não-
verbal (pintura, gestos etc.).
Objecto da comunicação
Constatações
Referências
ANDERY, Maria Amália Pie Abid; MICHELETTO, Nilza; e SÉRIO, Tereza Maria de
Azevedo Pires. O pensamento exige método, o conhecimento depende dele. Em: ANDERY,
Maria Amália Pie Abid et. al. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. 4º ed.
Rio de Janeiro: Espaço e tempo, 1988.
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; e TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi.
Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13º ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
LEAL, Telam Ferraz, et al. A oralidade como objeto de ensino na escola: o que sugerem os
livros didáticos. In: __ A oralidade na escola: a investigação do trabalho docente como foco
de reflexão/ Telma Ferraz Leal, Siane Gois (organizadora) – Belo Horizonte: Autêntica
Editora, 2012. (Coleção Língua Portuguesa na Escola).
LEAL, Telma Ferraz & SEAL, Ana Gabriela de Sousa. Entrevistas: Propostas de ensino em
livros didáticos. In: __ A oralidade na escola: a investigação do trabalho docente como foco
de reflexão/ Telma Ferraz Leal, Siane Gois (organizadora) – Belo Horizonte: Autêntica
Editora, 2012. (Coleção Língua Portuguesa na Escola).
RUBANO, Denize Rosana e MOROZ, Melania. Razão como apoio à verdade de fé: Santo
Tomás de Aquino. Em: ANDERY, Maria Amália Pie Abid et. al. Para compreender a ciência:
uma perspectiva histórica. 4º ed. Rio de Janeiro: Espaço e tempo, 1988. TOFFLER, Alvin. A
terceira onda. Tradução brasileira de João Távora. Rio de Janeiro: Record, 1980.