LDLBII Julieta Gabriel
LDLBII Julieta Gabriel
LDLBII Julieta Gabriel
JULIETA GABRIEL
Beira
2021
JULIETA GABRIEL
Beira
2021
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................3
1.1. Objectivos...............................................................................................................3
1.2. Metodologia............................................................................................................3
2. A Locativização na Língua Cisena............................................................................4
2.1. Aspectos gerais sobre a morfologia nominal do Cisena.........................................4
2.1.1. Semântica das classes nominais..........................................................................4
2.1.2. Função primária & função secundária dos prefixos nominais............................5
2.2. Conceitos................................................................................................................5
2.3. Tipos de Locativização...........................................................................................7
3. Conclusão...................................................................................................................9
4. Bibliografia..............................................................................................................10
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1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho, da cadeira de Linguística Descritiva das Línguas Bantu II, tem
como objecto de estudo a Locativização na língua Sena, dentro do qual procuraremos
trazer os elementos envolvidos no processo e quais as estratégias para que tal ocorra.
Importa aqui salientar que a Locativização nas línguas Bantu é realizada através de
prefixos locativos (pa-, ku-, mu-), podendo estes prefixos variarem de língua para
língua.
1.1. Objectivos
Geral: Estudar o processo de Locativização na língua Sena;
Específicos:
Apontar as regras que regem a Locativização na língua Sena;
Descrever o processo de Locativização na língua Sena;
Exemplificar a Locativização na língua Sena.
1.2. Metodologia
Desta forma, foi de suma importância o conhecimento das obras em questão, bem como
as características teóricas aplicadas para defender o tema pretendido.
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Morfologia pode ser definida como o estudo dos morfemas, das regras que regem a sua
combinação na formação das palavras, e na sua função no sintagma e na frase. Ou
ainda, pode-se definir a morfologia como sendo o estudo a respeito da estrutura,
formação e classificação das palavras.
O nome é definido como uma palavra variável que se usa para designar seres, coisas,
eventos, estados pessoas. O nome é composto pela raiz e prefixo nominal que indica a
classe gramatical do nome.
Em relação à morfologia do nome, Ngunga (2004) defende que este obedece a uma
estrutura constituída por afixos que transportam as marcas de (singular/plural) e tema
nominal que expressa informação semântica.
De acordo com Ngunga e Simbine (2012) quando um nome tem um certo prefixo
nominal de entre os que se apresentam na referida tabela, quer dizer que pertence àquela
classe e não há mais nenhuma informação que possa estar a ser transmitida, a este
fenómeno dá-se o nome de função primária dos prefixos nominais.
Ademais, importa salientar que os nomes se distribuem por classes não só de acordo
com os prefixos tal como se disse anteriormente, mas de acordo com a sua categoria
semântica. se os nomes se agrupassem em classes com base nesta organização
semântica muitos ficariam fora. Por conta disso, diversos elementos devem ser tidos em
consideração quando se for trabalhar com os nomes, como o caso da locativização, que
é o cerne do presente trabalho.
Nas línguas bantu, a concordância é feita através de prefixos que permitem que os
adjectivos, os pronomes, os numerais, os possessivos, demostrativos e verbos
mantenham uma relação de dependência sintáctica (na mesma frase) com o nome a que
se referem (Ngunga, 2002; Ngunga, 2004).
2.2. Conceitos
Nas línguas bantu, para além do uso dos advérbios, existem formas particulares para
indicar circunstância de lugar, de tempo, de direcção, etc. Estas formas consistem em
agregar, por meio da prefixação ou sufixação, pequenas partículas (morfemas) a nomes
de qualquer classe, surgindo, desta forma, uma nova palavra. (NHANTUMBO E
CHINAVANE, 2019).
Ngunga e Simbine (2012) defendem que Locativos são palavras que indicam
localização de evento no tempo e no espaço. Geralmente, tais palavras incluem
partículas chamadas locativas que podem ajudar a indicar o objecto ou o evento em
termos de localização a superfície, no interior, próximo, distante, etc.
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De acordo com os mesmos autores, como estas partículas não indicam tudo senão
apenas sugerir o tipo de locativização de algo, faz sentido que elas sejam escritas
ligadas às palavras que são “portadoras” de tal lugar marcado pelo prefixo.
Como se pode ver acima, os prefixos por si só não trazem toda informação necessária
para que a palavra se possa compreender, por conta disso, esta deve estar sempre ligas
as palavras que são responsáveis pela transmissão do significado.
Os afixos locativos mudam a classe do nome a que se afixam. Como tal, na escrita,
tanto os prefixos como os sufixos têm de estar ligados aos tais nomes que indicam os
locais.
Ainda sobre o processo de locativização, Ngunga (2004) destaca que: “os prefixos
locativos são basicamente secundários, e ajudam a introduzir aquilo que em línguas
como o Português fariam parte do grupo de palavras designadas por advérbios, pois eles
indicam a locativização do nome a que se afixam no tempo ou no espaço.”
Em relação aos processos de locativização nas línguas bantu, Ngunga defende que, a
prefixação não é a única forma morfológica de expressão dos processos de
locativização, pois algumas línguas exprimem a locativização através de afixação não
de prefixos, mas de sufixos aos nomes, ou ainda através de afixação simultânea de
prefixos e sufixos.
O locativo situacional exprime a locativização situacional geral (em/por cima, em/ por
baixo, área).
Exemplos:
Os exemplos acima mostram o morfema locativo pa- (cl.16), que é prefixado aos nomes
em Cisena, para formar o locativo situacional geral, que pode indicar situacionalidade,
proximidade, temporal ou área aberta dependendo do contexto comunicacional.
Exemplos:
Como se pode ver nos exemplos acima, o morfema ku- indica o locativo direccional e
ocorre com um verbo de movimento (ir e vir).
c) Locativo de interioridade
Exemplos:
Baba ayikha pionsene m’cifuwa mwace ‘O pai guardou tudo dentro de seu coração’
3. Conclusão
Ademais, importa salientar que pudemos fazer a distinção entre as funções primárias e
secundarias dos afixos, onde vimos que as funções primárias não eram suficientes para
o enquadramento de todos os nomes nas classes nominais, por conta disso devia-se
recorrer aos critérios secundários, como o caso da locativização.
4. Bibliografia
MACHOBANE, M.M. (1996). The Sesotho locative alternation verbs. SAJAL. UNISA.
Vol. 16. Nº 1: Pretória.