Apg - Hiper Hipo Tireoidismo
Apg - Hiper Hipo Tireoidismo
Apg - Hiper Hipo Tireoidismo
TIREOIDE
HIPOTIREOIDISMO
É a redução do nível dos hormônios tireoidianos ou a redução da função hormonal (posso ter
produção adequada dos hormônios tireoidiano mas ele não funcionar corretamente, por uma
resistência periférica).
ETIOLOGIAS:
Qualquer lugar no eixo que aconteça um defeito, uma lesão, uma doença, pode ter um
hipotireoidismo.
HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO:
Mais comum.
Na própria tireoide.
99% dos casos.
O mais prevalente no Brasil é a tireoidite de Hashimoto: é quando o próprio organismo
reconhece a tireoide como estranha, ele produz anticorpos contra a tireoide, e vao atacando
até diminuir a função.
Não é porque tem tireoidite de Hashimoto e que vai ter hipotireoidismo. 10% da população tem
anticorpos contra a tireoide, e não é por isso que eles vão desenvolver hipotireoidismo.
Anticorpos:
Antitireoperoxidade (antiTPO): é o principal. Se tenho um anticorpo que ataca TPO, a
pessoa pode desenvolver hipo.
Antitireoglobulina (antiTG)
Anti-trab bloqueador: não confundir com hiper. Pois no hiper tem o anti-trab, que estimula
a tireoide estimular mais, nesse caso ele bloqueia a tireoide e evita que ela funcione.
Tem alguns pacientes que não tem anticorpo nenhum mas mesmo assim pode ter
tireoidite de Hashimoto. Pacientes que ficam muito tempo com anticorpo positivo, muito
tempo com uma doença, com passar do tempo os anticorpos vão diminuindo, apesar da
tireoide já ter tido lesão e ela não vai recuperar. Os anticorpos vao caindo e so fica os
sinais da tireoide que ele já teve. Nesse caso o ultrassom fica com parênquima
heterogêneo.
Existem outras ETIOLOGIAS importantes:
Medicamentos tóxicos para a tireoide: como lítio, interferon, que atacam e destroem
diretamente a tireoide.
Defeitos enzimáticos congênitos: diagnosticado no teste de pezinho.
Deficiência de iodo na dieta: principal causa no mundo.
Medicamentos ricos em iodo: isso acontece porque se eu tenho uma tireoide que já
tem uma tireoidite de Hashimoto, que já ta atacando ali, se eu do uma sobrecarga de
iodo, ela não aguenta e para, diz que ela fica off, efeito Wolf-chaikoff.
Mas se eu do iodo para uma tireoide que está bem, que não tem problema nenhum, a tireoide
funciona mais, dá hipertireoidismo, a gente diz que a tireoide cumpre seu JOB, efeito Jod
Basedow.
HIPOTIREOIDISMO SECUNDÁRIA/TERCIÁRIA
Hipofisária (secundária).
Hipotalâmica (terciária).
São doenças raras, mas graves:
Tumoral
Infecciosa
Inflamatória
Medicamentosa (corticoide tomado em altas doses e por muito tempo, inibe o TSH,
então se o paciente fica usando corticoide de longa data pode desenvolver hipo
central).
SINTOMAS:
Temos receptores em todo nosso corpo, então os sintomas são sistêmicos.
Além da redução do metabolismo, o hipo faz retenção hídrica e retenção dos
glicosaminoglicanos, pode ter um edema periférico até mais endurecido. Esse edema
endurecido pelo acúmulo dos glicosaminoglicano, pode ter retro orbitário, paciente pode
ter exoftalmia.
Nos casos primários pode ter bócio também.
Hipo causa um ganho de peso muito pequeno. Então ela não causa grandes ganhos de
peso.
QUADRO LABORATORIAL:
Dislipidemia: as custas do aumento do LDL.
Redução da glicemia: hipoglicemia. Ele reduz porque diminui o metabolismo, inclusive na
adrenal, que produz cortisol (hormônio hiperglicemiante), se eu reduzo cortisol, tem
hipoglicemia, em casos graves.
Hiponatremia: sódio baixo. Aumento secreção de ADH, que estimula secreção de sódio no
rim.
Aumenta creatinina e ácido úrico: vai diminuir o clearence da creatinina e ácido úrico, então
eles vao ficar mais acumulado no organismo, vai ter mais retenção de Co2. Paciente fica tao
lento, que ele respira lento, retem mais Co2.
Aumento das enzimas musculares: por mecanismos não muito esclarecido, pode dar lesão
muscular, inclusive com aumento de CPK, aumento de aldolase.
DIANGÓSTICO:
TRATAMENTO:
Repõe T4, por causa da farmacocinética da levotiroxina (T4). T3 tem uma meia vida curta, eu
precisaria dar mais de 3 vezes por dia, além disso ele faz um pico muito rápido (vai sentir
taquicardia, mal-estar, para tomar outro comprimido).
T4 a meia vida é mais de uma semana, então eu do todos os dias para manter o nível
adequado e não fazer todos os dias, pro paciente não sentir desconforto.
A deiodinase 1, converte o T4 em T3 (que você está tomando), então não tem prejuízo
nenhum.
Jejum, com água. Pois precisa de acidez para ser absorvido.
Pacientes idosos, com DCV não pode repor a dose inteira. Paciente está com metabolismo
mais baixo, se você dá esse hormônio, eleva o metabolismo muito rápido, paciente pode dar
AVC.
Subclínico: (quando o aumento de TSH consegue compensar a lesão tireoidiana e a tireoide
acaba produzindo quase que normalmente o hormônio).
A gente trata subclínico:
HIPERTIREOIDISMO
QUADRO CLÍNICO:
Sintomas da cabeça aos pés.
DIAGNÓSTICO SINDRÔMICO:
O problema se dá quando se tem um hipertireoidismo primário, quando a tireoide começa a
funcionar mais sem o estímulo da hipófise. Então aumenta T3 e T4 que vai diminuir o TSH.
TSH tá baixo no subclínico e no clínico.
A diferença de sub para clínico são as alterações laboratoriais. Pode ter paciente com
subclínico cheio de sintomas, e um clínico assintomático.
ETIOLOGIA:
HIPERTIREOIDISMO PRIMÁRIO:
Alteração da própria tireoide. Alterações que levam o excesso da função.
Doenças:
Doença de Graves:
Bócio multinodular tóxico:
Adenoma tóxico:
Tireoitropinoma:
Tumores trofoblasticos (tumores do útero, produz muito HCG):
Struma ovarii:
Metástases:
Hipertireoidismo induzido por iodo:
Etiologias sem hipertireoidismo, aquelas etiologias que vão la na tireoide e fazem com que ela
libere o conteúdo pré-formado:
Tireoidite subaguda:
Tireoidite induzida por drogas (amiodarona e lítio):
Tireotoxicose factícia:
Diferenciamos as etiologias sem e com hipertireoidismo, através do exame cintilografia. Da
iodo marcado para o paciente, se ele tem uma tireoide hiperfuncionante, ela capta tudo e fica
bem marcada (preta). A sem hipertireoidismo fica bem branca.
DOENÇA DE GRAVES:
O corpo do paciente produz anticorpo, que vai atuar no receptor de TSH, mimetizando o TSH
e faz com que a tireoide funcione demais, a tireoide produz muito hormônio e cresce.
Autoanticorpos estimuladores do receptor de hormônio tireoestimulante (TRAb estimulante).
95% dos pacientes com hiper por doença de graves tem esse anticorpo, mas nem todo mundo
que tem essa anticorpo tem doença de graves.
TRAb vai no receptor da tireoide e estimula a tireoide produzir muito hormônio.
So dosa o TRAb depois que o paciente tem uma tireotoxicose.
DG tem relação genética.
Manifestações autoimunes: alem da tireotoxicose, tem o trab, e ele se liga no olho, pele, unha.
Oftalmopatia: TRAb se liga nos fibroblastos dos músculos oculares e inflamam eles. Musculo
incha e o olho sai para fora.
HIPERTIREOIDISMO
Fisiopatologia:
As ações celulares do hormônio tireoidiano são mediadas pela triiodotironina (T3), sua forma ativa. A T3
se liga a dois receptores nucleares específicos (receptor de hormônio tireoidiano α e β) que regulam a
expressão de muitos genes. As ações não genômicas do hormônio tireoidiano incluem a regulação de
numerosas funções fisiológicas importantes.
O hormônio tireoidiano influencia quase todos os tecidos e sistemas orgânicos, aumenta a termogênese
tecidual e a taxa metabólica basal e reduz os níveis séricos de colesterol e a resistência vascular
sistêmica.
Alguns dos efeitos mais profundos do aumento dos níveis dos hormônios tireoidianos ocorrem no sistema
cardiovascular.
Causas:
• Adenoma tóxico;
• Struma ovarii;
• Tireoidite subaguda;
• Tireoidite silenciosa;
Apresentação clinica:
• Intolerância ao calor;
• Fâneros: Pele quente e úmida, hiperpigmentação, prurido e urticária, unhas quebradiças e
onicólise, queda de cabelos;
• Sinais oculares: Retração palpebral, olhar fixo, sinal de lid lag (independentes da causa da
tireotoxicose), hiperemia conjuntival e palpebral, edema palpebral, quemose, paralisia de músculos
extraoculares ou exoftalmia (característicos da doença de Graves);
A doença de Graves especificamente é caracterizada pela tríade composta por bócio difuso, oftalmopatia
(exoftalmia) e dermopatia (mixedema pré-tibial).
Em pacientes idosos, predominam os sintomas cardiopulmonares, como taquicardia (ou fibrilação atrial),
dispneia e edema. O termo "tireotoxicose apática" se aplica a pacientes idosos que não apresentam
sintomas, à exceção de fraqueza e astenia.
• Fatores de risco:
• Exposição ao iodo (realização de exames com contraste iodado ou uso de compostos com
alto teor de iodo);
• Gestação recente.
• Achados na tireotoxicose:
HIPOTIREOIDISMO
Definição: Produção deficiente do hormônio tireoidiano pela glândula tireoide. O hipotireoidismo autoimune
crônico (tireoidite de Hashimoto) é a causa mais comum de hipotireoidismo primário em áreas suficientes
em iodo. As duas principais formas do distúrbio são o bócio por tireoidite autoimune e a tiroidite autoimune
atrófica. Apresentam como característica patológica comum a infiltração linfocítica, e como característica
sorológica comum a presença de anticorpos contra tireoperoxidase (TPO) e tireoglobulina.
Fisiopatologia
Hipotireoidismo primário: A redução da secreção de tiroxina (T4) e tri-iodotironina (T3) leva a uma redução
nas concentrações séricas dos dois hormônios, o que resulta em um aumento compensatório da secreção
do hormônio estimulador da tireoide (TSH). Assim, a combinação de T4 sérico baixo e TSH elevado
confirma o diagnóstico de hipotireoidismo, indicando que a disfunção está na tireoide.
Hipotireoidismo secundário (central): Caracterizado por uma baixa concentração sérica de T4 e uma
concentração sérica de TSH que não está adequadamente elevada.
Causas
Pode ser resultado de um defeito em qualquer parte do eixo hipotálamo-hipófise-tireoide. Na maioria dos
casos, a redução da secreção do hormônio tireoidiano é causada por fatores que afetam a própria tireoide
(hipotireoidismo primário).
A diminuição da secreção do hormônio tireoidiano também pode ser causada pela estimulação insuficiente
da tireoide pelo hormônio tireoestimulante (TSH), devido a fatores que afetam diretamente a liberação do
TSH pela hipófise (hipotireoidismo secundário) ou indiretamente a liberação do TRH pelo hipotálamo
(hipotireoidismo terciário). Hipotireoidismo secundário e terciário são difíceis de diferenciar na prática
clínica, sendo referidos como hipotireoidismo central.
Apresentação Clínica
Quadro clínico: O hipotireoidismo pode se apresentar em vários graus. Em casos muito leves, apesar da
presença de anormalidades bioquímicas, o indivíduo quase não percebe sintomas da deficiência do
hormônio. Já em casos muito graves, existe o risco de desenvolver coma mixedematoso, com risco de
óbito.
Pode haver redução generalizada dos processos metabólicos e sintomas como fadiga, ganho de peso
(modesto devido à redução da taxa metabólica e ao acúmulo de líquido rico em glicosaminoglicanos),
lentificação de movimentos e fala, intolerância ao frio, constipação, bócio, relaxamento tardio dos reflexos
tendinosos profundos, bradicardia e distúrbios reprodutivos.
Pele: Fica fria devido à diminuição do metabolismo e à vasoconstrição cutânea. Também fica ressecada e
áspera devido à redução da secreção das glândulas sudoríparas e sebáceas.
Queda capilar e unhas quebradiças são queixas frequentes. Vitiligo e alopécia podem estar presentes em
pacientes que evoluíram com hipotireoidismo após tratamento de Doença de Graves.
Sistema cardiovascular: Contratilidade miocárdica reduzida, baixo débito cardíaco, resistência vascular
periférica aumentada, hipertensão arterial sistêmica, permeabilidade capilar aumentada, dispneia, derrame
pericárdico, edema periférico, hipercolesterolemia, hiper-homocisteinemia.
Sistema respiratório: Derrame pleural, apneia do sono, dispneia aos esforços, depressão do impulso
ventilatório.
Sistema gastrointestinal: Constipação, anorexia, distensão abdominal gasosa, doença hepática gordurosa
não alcoólica, ascite (raro). Pode haver associação de outras doenças autoimunes e suas manifestações
(ex.: doença celíaca, anemia perniciosa).
Sistema musculoesquelético: Câimbras, fraqueza, mialgia, artralgia, rigidez articular, derrame articular.
Função renal, água e eletrólitos: ↓ taxa de filtração glomerular, ↓ fluxo plasmático renal, ↓ reabsorção de
sódio, ↓ capacidade renal de diluir a urina, ↑ da creatinina sérica, hiponatremia, hiperuricemia.