Receitas Do Paraiso
Receitas Do Paraiso
Receitas Do Paraiso
CRUlinária Frugal
Receitas do Paraiso
Rio de Janeiro
1ª edição | 2011
Editor responsável Eduardo Corassa
Capa e projeto gráfico Carol Patitucci
Fotos Túlio de Paula Vidal
Revisão Luiz Philippe
Indigestão 15
Tabela de alimentos 24
Legendas 29
Capítulo 3 – Receitas
Vitaminas (Smoothies) 30
Leites vegetais 39
Drinques 41
Saladas 57
Salpicão vegetal 62
6
Receitas étnicas (Salsas, Gaspachos e Guacamoles) 67
Sopas 71
Macarronada crudívora 75
Doces e sobremesas 76
Saladas de frutas 84
7
8
Introdução
Escrevemos este livro para compartilharmos com o maior
número de pessoas informações úteis sobre a prática de
uma dieta higienista. Essa dieta possui três aspectos a
sabermos: é crudívora, por constituir-se, exclusivamente, de
alimentos crus; vegana, por rejeitar alimentos que, direta ou
indiretamente, possuam origem animal e hipo-lipídica, por
seu baixo teor de gordura.
Quisemos também demonstrar que a prática do
higienismo pode ser divertida e atraente. Para tanto,
incentivamos os leitores a incorporarem, em seu cotidiano,
maiores quantidades de alimentos realmente saudáveis e a
compreenderem quão mais fácil e saboroso é comer uma
dieta crua, composta, primariamente, de frutas e vegetais.
Assim, não somente obteremos mais saúde, mas
perderemos menos tempo na cozinha, além de produzirmos
pratos extremamente atrativos aos olhos, já que todas as
receitas de frutas e vegetais são um arco-íris de cores. Cada
alimento contém uma textura e sabor único, em contraste à
pastosa, insossa e incolor comida cozida, geralmente apenas
em tons escuros. Frutas e vegetais são saborosos, saudáveis
e suculentos, as principais características que buscamos em
nossos alimentos.
Adão e Eva não tinham fogão no paraíso. Também
a humanidade, durante quase oito milhões de anos de
existência, não contava com fogões, fornos, micro-ondas,
churrasqueiras, panelas e demais apetrechos para queimar
sua comida, tornando possível a digestão. Por isso, se
possuíssemos receitas por aquela época, com certeza, elas
se assemelhariam às aqui descritas.
Felizmente, nas páginas a seguir, apresentamos a
verdadeira crulinária saudável, porque cozimento saudável
realmente não existe. Ao ficarmos cientes dos danos à saúde,
9
cientificamente comprovados, causados pelo cozimento, a
sugestão de que qualquer tipo de culinária cozida venha
a dar-se em prol da saúde não passa de um oximoro
engraçado.
Jamais poderemos associar à saúde o ato de queimar, de
fritar, de degradar e de temperar com substâncias nocivas
os alimentos. Mas ao envelhecimento precoce e acelerado
de nossas células, à diminuição de nossa qualidade de vida
e à promoção, a médio e longo prazo, de todo o tipo de
patologia abominosa.
10
Prefácio
As receitas apresentadas no presente livro são rápidas
e fáceis de preparar. Os ingredientes são encontrados em
qualquer supermercado, feira ou hortifruti. São baratos e
considerados por todos, de leigos a médicos e cientistas
nutricionais, os verdadeiros alimentos saudáveis. Como não
bastasse, visamos sempre à praticidade. Por isso, focamos
aquelas receitas frugívoras do dia a dia, declinando das
mais complicadas e geralmente eventuais: as tortas, crepes,
crackers, brigadeirinhos ou outras do gênero. Essas exigem
algumas horas de preparo e sofisticados aparelhos, longe
do que almejávamos.
Como veremos, esse livro se baseia exclusivamente em
alimentos crus, já que é cientificamente comprovado que
alimentos cozidos são inferiores em termos nutricionais
e prejudiciais à saúde humana. As receitas aqui expostas
são todas compostas nos parâmetros da dieta crudívoro-
higienista, a dieta natural, para a qual são os seres humanos
biologicamente adaptados, isto é: frutas, vegetais, sementes
e nozes, frescos e crus.
O livro foi feito de modo a permitir-nos a prática da dieta
crua, sem que nos seja exigido algum tipo de especialização
ou curso, sem nada caro, dispendioso ou laborioso. Basta
adquirirmos frutas e vegetais, prepará-los em casa com
pouquíssimos utensílios, sem desperdiçarmos horas e horas
na cozinha ou, o que é comum na culinária convencional,
obrigarmo-nos a iniciar o preparo dos alimentos com um ou
mais dias de antecedência. Nada disso.
Apesar de exigirem pouco tempo em seu preparo e serem
feitas sem maior dificuldade, não são menos atrativas à
vista ou ao paladar que as refeições cozidas Podem ser
tão fascinantes e complexas como muitas destas ou até
mesmo imitar várias das receitas tradicionais. As admiráveis
criações da culinária crua atraem até mesmo o gosto e
11
olhar de pessoas não acostumadas com uma dieta natural,
com alimentos crus ou frutas e vegetais.
Sabemos que, ao cozinharmos alimentos, perdemos
nutrientes e produzimos, em nosso organismo, toxinas
indesejáveis. Mas, ainda assim, os cozinhamos, a fim de
tornar aceitáveis ao nosso paladar alimentos que, crus,
naturalmente repeliríamos, porque incompatíveis com nossa
fisiologia. Entretanto, os mais gostosos, puros e sadios
sabores estão nos alimentos naturais e ideais à raça humana:
frutas, vegetais, sementes e nozes. Utilizando as receitas cá
descritas, descobriremos que as frutas são as verdadeiras
sobremesas da natureza!
Aquilo que é a dieta higienista, nos três aspectos aqui
superficialmente abordados: dieta crudívora, vegana e hipo-
lipídica, pode ser aprofundadamente estudado em nosso
livro “Saúde Frugal – O guia ao crudivorismo e a Higiene
Natural”, o qual, com vistas ao melhor entendimento, desde
já a todos recomendamos.
12
Capítulo 1
Combinação Alimentar
“Não cozinhe, nem misture muitos alimentos, a menos que você queira
que seus intestinos transformem-se em um pântano”.
Edmund Szekeley, tradutor do “Evangelho Essênio da Paz.”
13
em nossos corpos, se nós os ingerimos de tal forma que corrompemos
e sobrecarregamos o processo digestivo? Assim, comprometemos a
digestão, porque falhamos em extrair os nutrientes do que comemos.”
T.C Fry, higienista.
14
O sabor de um alimento não é fonte apenas de prazer, mas
importante elemento no processo de digestão. O organismo produz
diferentes secreções gástricas em dependência daquilo que ingerimos.
Ao colocarmos um alimento na boca, nosso cérebro reconhece a sua
natureza logo assim que começamos a mastigá-lo. Indica ao intestino
quais os sucos gástricos que ele deve secretar para digerir aquele
alimento. Em suma, o cérebro humano, sensível ao sabor, percebe se o
alimento é um carboidrato simples (fruta), complexo (amido) ou proteína,
executando o processo específico para digeri-lo.
Porém, ao misturarmos diversos alimentos em uma mesma refeição,
contrariando a natureza de nossa fisiologia digestiva - nenhum animal
faz um sanduíche -, a digestão é comprometida por promovermos a
mescla simultânea de sucos gástricos incompatíveis. Isso leva o alimento
a permanecer por longo período no trato intestinal, ocasião em que
bactérias fermentativas e putrefativas decompõem o alimento, prejudicando
a absorção de nutrientes. Essa combinação nunca ocorreria em nosso
habitat natural, repudiada que seria por nossa fisiologia digestiva.
A simplicidade em cada refeição proposta pelos higienistas é
facilmente observada na natureza. Ainda que a grande maioria dos
animais comam ampla variedade de alimentos, eles o fazem, comendo
um apenas por refeição, até estarem saciados. Mesmo os animais
onívoros, que se alimentam literalmente de tudo, jamais misturam os
que pertencem a diferentes grupos na mesma refeição. As disparatadas
recomendações dietéticas atuais contrastam com os hábitos naturais. No
entanto, podemos comprovar que mesmo inúmeras civilizações primitivas
ou rurais se alimentam ainda de forma bem simples, reduzindo-se as
suas refeições ao máximo de três ou quatro ingredientes.
Não somos o que comemos, mas o que digerimos e assimilamos, ou
seja: aquilo de que nos nutrimos. Gases e indigestão são claros sintomas
de que não estaríamos retirando todos os benefícios (nutrientes) que os
alimentos contêm e podem fornecer.
Indigestão
“Os subprodutos da putrefação são altamente nocivos. Eles incluem
metano, sulfeto de hidrogênio e mercaptanos (os quais fornecem o
15
odor de ovo podre, quando excretados com o gás metano), cadaverina,
putrescina, amônia, indol, escatol e vários outros gases e substâncias
tóxicas e cancerígenas. Assim como o sulfeto de hidrogênio decompõe
canos de esgoto de concreto, metal e aço, ele irritará e destruirá a
carne dentro dos seus intestinos e cólon.” Dr. Dave Klein, higienista.
16