Universidade Alberto Chipande (ISCTAC) : Nome: Hermínio Alberto Lucas
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Docente:
Aspectos gerais
A regulamentação da concorrência tendo surgido num contexto económico bastante
específico, sec. XIX com as Leis Anti-trust dos EUA, é nos dias de hoje uma temática
central para os Estados na prossecução das suas políticas económicas. A sua não
regulamentação nos dias que correm é tida como um mal que pode enfermar o mercado
e até a economia numa perspectiva global. Isto significa que a protecção e defesa da
concorrência é uma opção fundamental do Estado e, como tal, deve estar plasmada na
Constituição entendida como a “mater legis”, “Lex fundamentalis” da organização do
Estado. Pois da sua desprotecção podem resultar graves violações dos direitos
fundamentais dos cidadãos, colocando assim em causa o Estado de Direito democrático
que assenta no reconhecimento e valorização daqueles e demais princípios ou valores
fundamentais.
CONCLUSÕES
A não protecção da concorrência é hoje tida como um mal que pode enfermar o
mercado e até a economia numa perspectiva global. Quer isto dizer que a defesa da
concorrência é uma opção fundamental do Estado e, como tal, deve estar plasmada a
nível da constituição já que da sua desprotecção podem resultar graves violações dos
direitos fundamentais dos cidadãos. É com a constituição económica que o Estado vai
definir e assegurar uma equilibrada concorrência entre os agentes económicos, cabendo
ulteriormente ao legislador ordinário concretizar e estabelecer a garantia desse direito.
Feita a resenha histórica, notabilizou-se que nem sempre o Estado moçambicano
protegeu a concorrência nas suas constituições. A CRPM de 1975, caracterizou-se pela
consagração do modelo económico socialista, onde o Estado detinha monopólio sobre
quase todos sectores da economia e a propriedade privada era limitadamente
reconhecida. Estes monopólios são contrários à ideia da liberdade da concorrência. É
com o PRE que foram lançadas as sementes que possibilitaram o despontar da
concorrência empresarial em Moçambique. Configurou-se como primeira evidência,
ainda que precária, o desenvolvimento do mercado comercial moçambicano. As
constituições de 1990 e 2004 vêm reforçar a abertura do mercado, solidificando uma
economia livre e de mercado em que os agentes económicos são incentivados e
respeitados nas suas iniciativas. Portanto, podemos afirmar que a concorrência em
Moçambique foi primordialmente consagrada ano nível constitucional, cumprindo ao
nosso legislador ordinário regular sobre todas as práticas consideradas anti-
concorrenciais que são bastantes nefasta para uma concorrência sã, leal e justa. É
imprescindível defender a concorrência, não somente por razões económicas, mas
também por razões políticas e sociológicas, ou seja, a concorrência é indispensável
numa sociedade que se pretende democrática, onde haja uma liberdade de escolha dos
consumidores e que a mesma não seja viciada pela pressão de empresas e, onde o
Estado exerce o seu poder de fiscalizador imparcial da economia
BIBLIOGRAFIA
ALFREDO, Benjamim, Noções Gerais do Direito Económico, Maputo, 2010;
AMATO Giuliano, Antitrust and the Bounds of Power, Oxford: hart publishing
1997,