NR 19 Atualizada 2022
NR 19 Atualizada 2022
NR 19 Atualizada 2022
Publicação D.O.U.
Portaria MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78
Alterações/Atualizações D.O.U.
Portaria SSMT n.º 02, de 02 de fevereiro de 1979 08/02/79
Portaria SIT n.º 07, de 30 de março de 2007 02/04/07
Portaria SIT n.º 228, de 24 de maio de 2011 27/05/11
Portaria MTP n.º 424, de 07 de outubro de 2021 08/10/21
Portaria MTP n.º 4.219, de 20 de dezembro de 2022 22/12/22
19.1 Objetivo
19.2.1 Esta norma aplica-se a todas as atividades relacionadas com a fabricação, manuseio,
armazenamento e transporte de explosivos.
19.3.1 Para fins desta Norma, considera-se explosivo material ou substância que, quando iniciada,
sofre decomposição muito rápida em produtos mais estáveis, com grande liberação de calor e
desenvolvimento súbito de pressão.
19.3.4.1 As distâncias constantes do Anexo II desta norma poderão ser reduzidas à metade no caso de
depósitos barricados.
19.3.5 O Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR das organizações que fabricam, armazenam e
transportam explosivos deve contemplar além do previsto na NR-1, os fatores de riscos de incêndio e
explosão e a implementação das respectivas medidas de prevenção.
19.4.2 As áreas perigosas de fábricas de explosivos, definidas pelo responsável técnico da organização
ou de profissional legalmente habilitado em segurança do trabalho, deverão ter monitoramento
eletrônico permanente de acordo com o disposto no normativo de explosivos da Diretoria de
Fiscalização de Produtos Controlados do Exército Brasileiro.
19.4.3 O terreno em que se achar instalado o conjunto de edificações das organizações que fabricam
explosivos deve ser provido de cerca adequada e de separação entre os locais de fabricação,
armazenagem e administração.
19.4.6 Nos locais de manuseio de explosivos, as matérias primas que ofereçam risco de explosão
devem permanecer nas quantidades mínimas possíveis, admitindo-se, no máximo, material para o
trabalho de quatro horas.
19.5.1.1 No caso de paióis ou depósitos permanentes, as paredes devem ser duplas, em alvenaria ou
concreto, com intervalos vazios entre elas de, no mínimo, 0,50 m (cinquenta centímetros).
19.5.3 Os depósitos de explosivos deverão ter permanente monitoramento eletrônico de acordo com
o disposto no normativo de explosivos da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados do
Exército Brasileiro
19.5.4 As distâncias mínimas a serem observadas com relação a edifícios habitados, ferrovias,
rodovias e a outros depósitos, para fixação das quantidades de explosivos e acessórios que poderão
ser armazenadas num depósito de explosivos, constam das Tabelas de Quantidades-Distâncias (Anexo
II).
19.5.5 O produto número de ordem 3.2.0120 - pólvoras químicas de qualquer tipo, conforme critérios
da Organização das Nações Unidas - ONU e do Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e
Rotulagem de Produtos Químicos - GHS, deve ser enquadrado como sólido inflamável quando:
I - armazenado em quantidade de até 20 kg (vinte quilos), inclusive;
II - acondicionado em recipiente fabricado com material de baixa resistência (vidro, plástico, cerâmica
etc); e
III - a altura da coluna no interior desses recipientes for inferior a trinta centímetros.
19.5.5.1 Atendidas as condições descritas nos incisos I a III, fica dispensada a aplicação das Tabelas de
Quantidades-Distâncias (Anexo II).
19.5.8 Os acessórios explosivos podem ser armazenados com explosivos no mesmo depósito de
explosivos, desde que estejam isolados e atendam as quantidades máximas previstas nas Tabelas do
Anexo II desta norma.
19.5.10 Na armazenagem de explosivos em caixas, o empilhamento deve estar afastado das paredes e
do teto e sobre material incombustível.
19.5.11 As instalações elétricas dos depósitos de explosivos devem ser específicas para áreas
classificadas.
19.5.12 Explosivos de diferentes organizações podem ser armazenados num mesmo depósito de
explosivo, desde que:
I - os produtos estejam visivelmente separados e identificados;
II - as movimentações de entrada e saída sejam individualizadas; e
III - atendam as regras de segurança de armazenagem previstas nesta norma.
19.5.13 Para efeito da aplicação das Tabelas de Quantidades-Distâncias (Anexo II), serão
considerados:
19.5.13.2 Caso os depósitos de explosivos sejam de materiais incompatíveis, a Tabela a ser adotada
deverá ser a mais restritiva.
19.6.1 O transporte de explosivos deve atender as prescrições gerais de acordo com o meio de
transporte a ser utilizado:
I - transporte rodoviário: normas da Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT;
II - transporte por via marítima, fluvial ou lacustre: normas da Agência Nacional de Transportes
Aquaviários - ANTAQ; e
III - transporte por via aérea: normas da Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC.
19.6.2 Para o transporte de explosivos devem ser observadas as seguintes prescrições gerais:
a) o material a ser transportado deve estar devidamente acondicionado em embalagem
regulamentar;
b) os serviços de embarque e desembarque devem ser supervisionados por um trabalhador que tenha
sido capacitado, nos termos da NR-1, sob responsabilidade do responsável técnico da organização
fabricante ou de profissional legalmente habilitado em segurança do trabalho;
c) todos os equipamentos empregados nos serviços de carga, transporte e descarga devem ser
verificados quanto às condições de segurança;
d) sinalizações de explosivo devem ser afixadas em lugares visíveis do veículo de transporte;
e) o material deve ser disposto e fixado no veículo de modo a prover segurança e facilitar a inspeção;
f) munições, pólvoras, explosivos, acessórios iniciadores, artifícios pirotécnicos e outros artefatos
pirotécnicos devem ser transportados separadamente;
g) o material deve ser protegido contra a umidade e incidência direta dos raios solares;
h) é proibido bater, arrastar, rolar ou jogar os recipientes de explosivos;
i) antes de descarregar os materiais, o local previsto para armazená-los deve ser examinado;
j) é proibida a utilização de sistemas de iluminação que não sejam específicos para áreas classificadas,
fósforos, isqueiros, dispositivos e ferramentas capazes de produzir chama ou centelha nos locais de
embarque, desembarque e no transporte;
k) salvo casos especiais, de acordo com a análise de riscos da operação, os serviços de carga e
descarga de explosivos devem ser feitos durante o dia e com tempo sem ocorrência de intempéries; e
19.6.3 O transporte de explosivos no território nacional deverá ser realizado em veículo de carroceria
fechada tipo baú ou em equipamento tipo container, ressalvados os transportes associados a
operações de canhoneio.
19.6.4 Explosivos podem ser transportados com acessórios iniciadores, desde que os acessórios
iniciadores estejam em compartimento ou uma caixa de segurança, isolados dos demais produtos
transportados; e em embalagens que evitem o risco de atrito ou choque mecânico.
19.6.4.3 A caixa de segurança deve ser colocada na carroceria do veículo em local de fácil acesso; ter
a sua inviolabilidade preservada; e ter a sua parte superior livre de empilhamentos de embalagens.
19.6.4.4 No caso de Unidade Móvel de Bombeamento - UMB os produtos devem ser transportados
em compartimentos ou caixas de segurança diferentes e em lados opostos na carroceria, que
permitam seu isolamento.
ANEXO I da NR-19
SEGURANÇA E SAÚDE NA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE FOGOS DE ARTIFÍCIO E OUTROS ARTEFATOS
PIROTÉCNICOS
SUMÁRIO
1. Objetivo
1.1 Este anexo tem o objetivo de estabelecer os requisitos e as medidas de prevenção para garantir as
condições de segurança e saúde dos trabalhadores em todas as etapas da fabricação,
armazenamento, transporte e comercialização de fogos de artifícios e outros artefatos pirotécnicos.
2. Campo de Aplicação
2.2 Incluem-se no campo de aplicação deste anexo as unidades de produção de pólvora negra,
alumínio para pirotecnia e produtos intermediários destinados à fabricação de fogos de artifício e
outros artefatos pirotécnicos.
3. Disposições Gerais
3.2 A observância deste anexo não desobriga as organizações do cumprimento de outras disposições
legais e regulamentares com relação à matéria, inclusive as oriundas de convenções e acordos
coletivos de trabalho.
4. Instalações
4.2 As cercas em torno dos estabelecimentos devem possuir no mínimo os seguintes requisitos
técnicos:
a) ser aterradas;
b) ter sinalização de advertência em intervalos máximos de 100 m (cem metros);
c) ter altura de no mínimo 2,20 m (dois metros e vinte centímetros); e
d) delimitar os setores administrativo, de depósitos e de fabricação.
4.4 Deve ser mantida uma faixa de terreno livre de vegetação rasteira, com 20 m (vinte metros) de
largura mínima, em torno de todos os depósitos e pavilhões de trabalho.
4.6 Na entrada dos pavilhões de trabalho deve haver aviso de segurança em caracteres indeléveis
facilmente visualizáveis, contendo as seguintes informações:
a) identificação do pavilhão e da atividade desenvolvida;
4.7.1 O pavilhão de manipulação de pólvora branca e similares deve ser dotado de:
a) piso e paredes impermeáveis;
b) teto lavável;
c) bancada lisa, constituída de material ou provida de sistema que não permita o acúmulo de energia
estática e de baixa resistência a impacto;
d) lâmina d’água de 0,10 m (dez centímetros) sobre o piso; e
e) cocho de alvenaria com 1 m (um metro) de largura à frente da entrada, também dotado de lâmina
d’água de 0,10 m (dez centímetros).
4.7.1.1 Toda a água deve ser substituída periodicamente, por meio de filtragem adequada, com
sistema de limpeza do filtro, conforme projeto elaborado por profissional legalmente habilitado.
4.9 As máquinas e os equipamentos que utilizarem ou gerarem energia elétrica devem ser aterrados
eletricamente, em conformidade com a NR-12.
4.10 Todo projeto de instalação, reforma ou mudança da organização, após sua autorização pelo
Exército, deve ser comunicado antes do início da sua execução à unidade descentralizada da Inspeção
do Trabalho por escrito, preferencialmente por meio eletrônico.
5.2 O PGR deve ser elaborado e implementado, preferencialmente, por equipe multidisciplinar em
conjunto com profissional legalmente habilitado em segurança do trabalho, e pelo responsável
técnico da organização e pelos seus responsáveis legais.
5.4 O inventário de riscos ocupacionais deve ser mantido atualizado, com previsão de revisões, no
mínimo anuais, ou a serem realizadas sempre que houver necessidade de alteração de suas
informações.
5.4.1 o inventário de riscos deve ser assinado conjuntamente por profissional qualificado em
Segurança no Trabalho e pelo Responsável Técnico da organização.
5.5 As organizações devem manter à disposição dos órgãos de fiscalização um inventário de todos os
produtos por elas utilizados ou fabricados, inclusive misturas pirotécnicas intermediárias e resíduos
gerados, elaborado pelo Responsável Técnico, contendo, pelo menos:
a) nome do produto e respectivos sinônimos ou códigos pelos quais são conhecidos ou referidos na
organização;
b) categoria de produto (matéria-prima, produto intermediário, produto final ou resíduo);
c) composição química qualitativa do produto, em particular dos ingredientes que contribuem para o
perigo;
d) local de armazenamento;
5.6 Outros procedimentos ou planos específicos devem ser elaborados em função da complexidade
do processo produtivo e porte da organização, devendo ser incluídos, no mínimo:
a) Plano de Emergência e Combate a Incêndio e Explosão;
b) plano de manutenção preventiva das máquinas e equipamentos do setor produtivo, em
conformidade com a NR-12 e plano de manutenção preventiva para veículos utilizados para o
transporte de substâncias químicas; e
c) procedimentos operacionais para fabricação, armazenamento e manipulação de produtos ou
misturas explosivas, com as devidas informações de segurança.
5.6.1 O Plano de Emergência e Combate a Incêndio e Explosão, além do previsto na NR-1, deve
conter:
a) informações sobre a organização:
I. nome da organização;
II. detalhamento das edificações de forma isolada;
III. população fixa e flutuante;
IV. quartel de bombeiros mais próximo;
V. croqui dos equipamentos de segurança contra incêndio instalados;
b) medidas de prevenção:
I. constituição e atribuições da brigada de incêndio;
II. registros de treinamentos e exercícios simulados anuais envolvendo os trabalhadores e a brigada
de incêndio;
III. previsão de sistema de comunicação com o corpo de bombeiros e autoridades competentes;
IV. descrição dos equipamentos de segurança contra incêndio;
V. cronograma de inspeção e manutenção periódica dos equipamentos de segurança contra incêndio;
c) ações de combate a incêndio e procedimentos em caso de explosão:
I. acionamento do sistema de alerta e alarme;
II. procedimento de abandono e previsão de rotas de fuga;
III. comunicação com o corpo de bombeiros e autoridades competentes;
IV. acionamento da brigada de incêndio;
5.6.1.1 As ações do Plano de Emergência e Combate a Incêndio e Explosão devem ser implantadas
segundo cronograma detalhado contendo prazos para execução de todas as etapas, inclusive
treinamento teórico e prático, devendo ser simulado e revisado anualmente, com a participação da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA e de todos os trabalhadores. (redação vigente até 19
de março de 2023)
5.6.1.1 As ações do Plano de Emergência e Combate a Incêndio e Explosão devem ser implantadas
segundo cronograma detalhado contendo prazos para execução de todas as etapas, inclusive
treinamento teórico e prático, devendo ser simulado e revisado anualmente, com a participação da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA e de todos os trabalhadores. (Portaria MTP nº 4.219,
de 20 de dezembro de 2022 - redação que entra em vigor no dia 20 de março de 2023)
5.6.1.2 Uma cópia do Plano de Emergência e Combate a Incêndio e Explosão deve ser encaminhada à
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil e ao Corpo de Bombeiros local.
5.6.1.3 O trabalhador que exerce atividades de ronda deve ter conhecimento do Plano de Emergência
e Combate a Incêndio e Explosão e dispor de todo o material e mecanismos necessários para acioná-
lo.
6. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA (redação vigente até 19 de março de 2023)
6.1 A CIPA, organizada conforme o disposto na Norma Regulamentadora nº 5 (NR-5), deve realizar
inspeções em todos os postos de trabalho com periodicidade mínima mensal, visando à identificação
de situações que representem riscos à saúde e segurança dos trabalhadores, com a participação do
Responsável Técnico e de profissionais de Segurança e Saúde no Trabalho.
6.2 Os relatórios das inspeções com as respectivas conclusões devem ser registrados em documentos
próprios, submetidos à ciência do empregador e mantidos à disposição da Inspeção do Trabalho.
6.3 As organizações desobrigadas de manter CIPA devem indicar comissão para realizar as inspeções,
que deve incluir, obrigatoriamente, pelo menos um trabalhador do setor de produção e o
Responsável Técnico.
7 Responsabilidade técnica
7.1 Todas as organizações devem manter Responsável Técnico a seu serviço, legalmente habilitado,
cujo nome deverá figurar em todos os rótulos e anúncios.
7.2 Cabe ao Responsável Técnico zelar pela qualidade e segurança dos produtos fabricados, inclusive
no que diz respeito à segurança e saúde dos trabalhadores.
7.4 O Responsável Técnico deve ter horário de trabalho expressamente estabelecido em seu contrato
com a organização, devendo ser mantido registro de seu cumprimento.
8. Locais de trabalho
8.1 As organizações devem manter todos os locais de trabalho sempre em perfeito estado de
organização e limpeza, contendo exclusivamente o material necessário à atividade laboral.
8.2 Devem ser criados procedimentos eficazes para a limpeza dos calçados na entrada dos pavilhões
de trabalho.
8.4 Deve ser observada a quantidade máxima de material explosivo e o número máximo de
trabalhadores permitidos em cada pavilhão de trabalho, conforme definido pelo Responsável Técnico
e observando-se os dispositivos legais referentes ao tema.
8.5 É vedada a permanência de fontes de ignição, assim como de materiais ou utensílios estranhos à
atividade, no interior dos pavilhões de trabalho com explosivos.
8.5.1 As ferramentas utilizadas no manuseio de materiais explosivos devem ser de aço inoxidável ou
outro material que dificulte a geração de faíscas.
8.6 Durante a jornada laboral as portas dos pavilhões de trabalho devem ser mantidas totalmente
abertas para fora, por meio de dispositivo adequado para sua fixação nessa posição, constituído de
material que não gere centelhas por atrito, devendo permanecer desobstruídas.
8.7.1 Todos os assentos nos postos de trabalho devem atender ao disposto na Norma
Regulamentadora n.º 17 (NR-17).
8.7.2 Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé e nos casos em que a posição
sentada implique risco de acidente, devem ser disponibilizados assentos para descanso próximos aos
postos de trabalho, instituindo-se, pelo menos, uma pausa de 15 (quinze) minutos a cada 2 (duas)
horas de trabalho.
8.8 Todos os estabelecimentos devem dispor de reservas suficientes de água, localizadas de modo a
permitir sua utilização imediata, inclusive para limpeza diária e umedecimento dos locais de trabalho.
8.9 Os depósitos de pólvora negra, de produtos acabados e de bombas devem ser dotados de
instrumentos para aferição de temperatura e umidade do ar, mantendo-se à disposição dos órgãos de
fiscalização o registro escrito das medições, que devem ser realizadas diariamente.
9. Transporte interno
9.1 O transporte interno de produtos inflamáveis ou explosivos deve obedecer a regras especificadas
pelo Responsável Técnico, que deve definir os meios de transporte, os trajetos e os recipientes a
serem utilizados, assim como as quantidades máximas a serem transportadas de cada vez.
9.1.1 Os meios de transporte de explosivos devem ser adequados, conforme a NR-17, e conter
mecanismos de redução de impactos e risco de quedas, assim como dispositivos para evitar
centelhamento.
9.2 Os trabalhadores responsáveis pelo transporte interno de produtos acabados ou outros materiais
devem conhecer todos os riscos inerentes a esta atividade e receber treinamento sobre levantamento
e transporte manual de peso.
10.1 Todos os trabalhadores do setor de explosivos devem utilizar vestimenta de trabalho completa
em algodão ou tecido antiestático similar, fornecidos gratuitamente pelo empregador, sem quaisquer
detalhes que possam acumular poeira ou resíduos de produtos químicos.
10.1.1 A manutenção e a reposição das vestimentas devem ser realizadas pela organização, sem ônus
para os trabalhadores.
10.1.2 As vestimentas dos trabalhadores que manipulam pólvora negra, pólvora branca e cores
devem ser lavadas semanalmente pela organização.
10.2.1.1 Nos locais de trabalho dotados de piso com lâmina d’água, devem ser utilizados calçados
impermeáveis, não sendo obrigatória a propriedade antiestática.
11.1 Os estabelecimentos devem manter serviço permanente de portaria, com trabalhador com
conhecimento sobre os riscos existentes nos locais de trabalho e treinado na prevenção de acidentes
com explosivos, especialmente no que concerne ao Plano de Emergência e Combate a Incêndio e
Explosão, cabendo-lhe impedir a entrada de pessoas, veículos e materiais que não atendam às
exigências de segurança estabelecidas pelas normas internas da organização.
11.2.1 As organizações devem exercer controle para que o cano de descarga dos veículos não seja
posicionado na direção do pavilhão e esteja dotado de dispositivo quebra-chamas.
12.1 As organizações devem implantar sistema de coleta seletiva do lixo em todos os pavilhões de
trabalho e adotar procedimentos seguros de descarte de materiais e produtos impróprios para
utilização.
12.2 Os resíduos de matérias-primas perigosas e/ou produtos explosivos, coletados de forma seletiva,
devem ser adequadamente armazenados em recipientes apropriados e em locais seguros, distantes
dos pavilhões de trabalho, até serem encaminhados para destinação adequada.
12.3.1 Todos os trabalhadores envolvidos nas atividades de coleta e destruição de resíduos devem
receber treinamento específico.
13.1 As organizações devem manter instalações sanitárias para uso de seus trabalhadores, separadas
por sexo, adequadamente conservadas e permanentemente limpas, em quantidade suficiente ao
número daqueles, de acordo com o dimensionamento previsto na Norma Regulamentadora nº 24
13.2 Os estabelecimentos devem ser dotados de vestiários com chuveiros e armários individuais, em
quantidade suficiente ao número de trabalhadores, de acordo com o dimensionamento previsto na
NR-24, localizados estrategicamente de forma a permitir que todos ingressem na área perigosa
portando somente as vestimentas e calçados adequados e de modo a propiciar a higienização antes
do acesso ao local de refeições.
13.3 Deve ser fornecida água potável a todos os trabalhadores em recipientes térmicos ou
bebedouros não metálicos instalados em todos os locais de trabalho, sendo proibido o uso de copos
metálicos e coletivos.
13.3.1 Nos locais onde se manuseie explosivos, os bebedouros devem ser instalados do lado de fora
dos pavilhões, protegidos da luz solar.
13.5 Nos casos em que o transporte de trabalhadores seja fornecido pela organização, deve ser
utilizado veículo em boas condições de conforto e manutenção e devidamente licenciado pelas
autoridades competentes, com assentos e local separado para guarda de equipamentos e materiais
de trabalho, quando necessário.
14.1 As organizações devem promover o treinamento permanente dos seus trabalhadores, conforme
programa e cronograma específico, elaborado pelo Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, quando houver, e ministrando-lhes todas as
informações sobre:
a) os riscos decorrentes das suas atividades produtivas e as medidas de prevenção;
b) o PGR, especialmente no que diz respeito à prevenção de acidentes com explosivos;
c) o Plano de Emergência e Combate a Incêndio e Explosão;
d) Procedimentos Operacionais; e
e) a correta utilização e manutenção dos equipamentos de proteção individual, bem como as suas
limitações.
14.1.2 O treinamento periódico deve ser ministrado, no mínimo, a cada ano a todos os trabalhadores.
14.1.3 O treinamento eventual deve ser realizado sempre que houver troca de função que envolva
novos riscos, mudança nos procedimentos, equipamentos, processos ou nos materiais de trabalho.
14.1.4 Ao término dos treinamentos inicial, periódico ou eventual, é obrigatório o registro de seu
conteúdo, carga horária e frequência, em conformidade com a NR-1.
15.1 Todos os acidentes de trabalho envolvendo materiais explosivos devem ser comunicados aos
sindicatos das categorias profissional e econômica e à unidade descentralizada da Inspeção do
Trabalho, observado o prazo legal, e os incidentes envolvendo materiais explosivos, a estas entidades,
em até dois dias úteis.
15.2 Todos os acidentes e incidentes envolvendo materiais explosivos devem ser objeto de registro
escrito e análise por comissão constituída, no mínimo, pelo Responsável Técnico, pela CIPA ou
representante dos empregados e pelo SESMT da organização, quando houver, com discriminação:
a) da descrição pormenorizada do acidente ou incidente e suas consequências;
b) dos fatores causais diretos e indiretos;
c) das medidas a serem tomadas para a prevenção de eventos similares; e
d) do cronograma para implantação dessas medidas.
16.1 As organizações devem dispor de documentos que atestem a qualidade das matérias-primas
utilizadas.
16.1.1 Os documentos mencionados no item 16.1 devem ser arquivados em meio físico ou eletrônico
por um período mínimo de 2 (dois) anos e mantidos à disposição da Inspeção do Trabalho.
17. Comercialização
17.3 Nos depósitos e locais de comercialização de fogos de artifício ou outros artifícios pirotécnicos
são expressamente vedadas as atividades de fabricação, testes, montagem e desmontagem de fogos
de artifício ou outros artifícios pirotécnicos.
17.6 Todo local de comercialização deve possuir sistema de proteção contra incêndio, de acordo com
a Norma Regulamentadora n.º 23 (NR-23) e normas pertinentes do estado ou município.
17.8 Os fogos de artifício ou outros artifícios pirotécnicos à venda devem ser dispostos em locais
distintos dos de líquidos inflamáveis, substâncias oxidantes, corrosivas e outras de riscos similares,
sendo vedada a sua disposição em móveis fechados.
17.9 Os fogos de artifícios ou outros artifícios pirotécnicos devem ser mantidos em suas embalagens
originais, com rótulos em português e atender ao disposto no normativo de explosivos da Diretoria de
Fiscalização de Produto Controlado do Exército Brasileiro.
18.2 É vedada a fabricação de fogos de artifícios ou outros artifícios pirotécnicos com as matérias-
18.3 É vedada a contratação de serviços externos que envolvam o manuseio de materiais ou misturas
de explosivos, exceto de organização ou prestador de serviço que atenda o disposto nesta norma.
18.4 As organizações não utilizarão mão-de-obra de menores de 18 (dezoito) anos para a fabricação
de fogos de artifício ou outros artifícios pirotécnicos e nem para o transporte, processamento,
armazenamento, manuseio ou carregamento de suas matérias-primas.
18.7 O teste de novos materiais ou novos produtos somente poderá ser realizado sob a supervisão
direta de Responsável Técnico.
ANEXO II da NR-19
TABELAS DE QUANTIDADES-DISTÂNCIAS
SUMÁRIO
1. Considerações iniciais
2. Tabelas
1. Considerações iniciais
1.1 Na organização das tabelas apresentadas, explosivos e acessórios cujo comércio é permitido,
foram agrupados em classes, de modo que os que apresentem riscos semelhantes pertençam à
mesma classificação.
1.2 A distribuição em classes não implica em armazenar, em conjunto, os elementos de uma mesma
classe. Deve-se observar a compatibilidade dos mesmos.
1.3 A distribuição em classes não visa, apenas, estabelecer as distâncias mínimas permitidas entre
depósitos ou entre depósito, edifícios habitados, rodovias e ferrovias.
1.4. As distâncias e quantidades previstas nas tabelas buscam assegurar a proteção pessoal e material
nas vizinhanças dos depósitos e mitigar os danos causados por um possível acidente.
1.5 As distâncias previstas nas tabelas não só decorrem da quantidade total do material armazenado,
como também do alcance dos estilhaços.
2. Tabelas
2.4. Produtos químicos usados como insumos ou intermediários no fabrico de misturas explosivas.
Fazem parte desta categoria o clorato de potássio, dinitrotolueno, emulsão base ou pré-emulsão,
nitrato de amônio, perclorato de amônio, perclorato de potássio e outros que só detonam em
condições especiais:
a) quando os produtos armazenados apresentarem apenas o risco de fogo, as distâncias constantes
da Tabela 1 devem ser aplicadas; e
TABELA 1
Peso Líquido Distâncias mínimas (m)
Entre
(kg) Edifícios Depósitos
Ferrovias Rodovias
De Até habitados ou
oficinas
0 450 25 25 25 15
451 2.250 35 35 35 25
2.251 4.500 45 45 45 30
4.501 9.000 60 60 60 40
9.001 18.100 70 70 70 50
18.001 31.750 80 80 80 55
31.751 45.350 90 90 90 60
45.351 90.700 115 115 115 75
90.701 136.000 110 110 110 75
136.001 181.400 150 150 150 100
181.401 226.800 180 180 180 120
Observações:
1) a quantidade de 226.800 kg é a máxima permitida em um mesmo local;
2) a quantidade máxima permitida, em um mesmo local, de nitrato de amônio, grau agrícola,
destinado à fabricação de fertilizantes, e as condições de armazenamento serão estabelecidas em
legislação complementar.
TABELA 2
Peso Líquido Distâncias mínimas (m)
Entre
(kg) Edifícios
Ferrovias Rodovias Depósitos
habitados
De Até ou oficinas
0 20 75 45 22 20
21 100 140 90 43 30
101 200 220 135 70 45
TABELA 3
Peso Líquido do
Distâncias (m)
Material
Entre
(kg) Edifícios depósitos
Rodovias Ferrovias
Habitados ou
De Até oficinas
0 20 90 15 30 20
21 50 120 25 45 30
51 90 145 35 70 30
91 140 170 50 100 30
141 170 180 60 115 40
171 230 200 70 135 40
231 270 210 75 145 40
271 320 220 80 160 40
321 360 230 85 165 40
361 410 240 90 180 44
411 460 250 95 185 50
461 680 285 100 195 60
681 910 310 110 220 60
911 1.350 355 120 235 70
1.351 1.720 385 130 255 70
1.721 2.270 420 135 270 80
2.271 2.720 445 145 285 80
2.721 3.180 470 150 295 90
3.181 3.630 490 150 300 90
3.631 4.090 510 155 310 100
4.091 4.540 530 160 315 100
4.541 6.810 545 160 325 110
6.811 9.080 595 175 355 120
9.081 11.350 610 190 385 130
11.351 13.620 610 205 410 140
13.621 15.890 610 220 435 150-
15.891 18.160 610 230 460 160
18.161 20.430 610 240 485 160
20.431 22.700 610 255 505 170
TABELA 4
Peso Líquido do Distâncias (m)
Material
(kg) Entre
Edifícios
Ferrovias Rodovias Depósitos
De Até Habitados
ou Oficinas
0 180 61 61 31 21
181 270 64 61 31 21
271 360 77 61 31 21
361 450 89 61 31 21
451 900 140 71 36 24
901 1.360 181 91 46 30
1.361 1.810 215 108 54 36
1.811 2.260 244 122 61 41
2.261 2.720 269 135 66 45
2.721 3.620 311 156 78 82
3.621 4.530 345 173 87 58
4.531 6.800 407 204 102 68
6.801 9.070 455 228 114 76
9.071 13.600 526 264 132 88
13.601 18.140 581 291 146 97
18.141 22.670 628 314 157 105
22.671 27.210 668 334 167 111
27.211 36.280 735 368 184 123
36.281 45.350 793 397 198 132
45.351 68.020 907 454 227 151
Observação:
GLOSSÁRIO
Acessório explosivo: engenho não muito sensível, de elevada energia de ativação, que tem por
finalidade fornecer energia suficiente à continuidade de um trem explosivo e que necessita de um
acessório iniciador para ser ativado.
Acessório iniciador: engenho sensível, de pequena energia de ativação, que tem por finalidade
fornecer energia suficiente à iniciação de um trem explosivo de forma confiável, no tempo
especificado e na sequência correta.
Análise de Risco: avaliação dos riscos potenciais, suas causas, consequências e medidas de
prevenção.
ANFO: são misturas de nitrato de amônio e óleos combustíveis.
Barricada: é uma barreira intermediária de uso aprovado, natural ou artificial, de tipo, dimensões e
construção de forma a limitar, de maneira efetiva, os efeitos de uma explosão eventual nas áreas
adjacentes.
Cargas moldadas: são explosivos com formato fixo, pré-definido, de acordo com um molde inicial; o
tipo mais comum possui um orifício cônico em seu corpo destinado a concentrar a energia da
explosão em uma direção específica; o funcionamento desses dispositivos é baseado no efeito
Monroe ou “carga oca”, é muito utilizado em munições para perfuração de blindagens.
Cordel detonante: tubo flexível preenchido com nitropenta, RDX ou HMX, destinado a transmitir a
detonação do ponto de iniciação até a carga explosiva; seu tipo mais comum é o NP 10, ou seja,
aquele que possui 10 g (dez gramas) de nitropenta/RDX por metro linear. Para fins de
armazenamento, a unidade a ser utilizada é o metro.
Depósitos: são construções destinadas ao armazenamento de explosivos e seus acessórios, munições
ou outros produtos controlados pelo Exército. Podem ser permanentes ou temporários.
Depósitos permanentes ou paióis: visam ao armazenamento prolongado do material. São
construídos em alvenaria ou concreto, com paredes duplas e ventilação natural ou artificial,
geralmente usados em fábricas, entrepostos e para grande quantidade de material.
Depósitos temporários: visam ao armazenamento do produto por breve período de tempo,
geralmente para atendimento de prestação de serviço de detonação. Podem ser fixos ou móveis.
Depósitos temporários fixos: são os depósitos que não podem ser deslocados. São de construção
simples, constituídos, em princípio, de um cômodo. Paredes de pouca resistência ao choque.
Cobertura de laje de concreto simples ou de telhas sobrepostas a um gradeado fixo nas paredes.
Dispõem de ventilação natural, geralmente obtida por meio de aberturas enteladas nas partes altas
das paredes. Piso cimentado ou asfaltado. É muito usado para armazenamento de explosivos
utilizados em demolições industriais, em pedreiras, mineradoras e desmontes de rocha.
Depósitos temporários móveis: são construções especiais, geralmente galpões fechados, de material
leve, com as laterais reforçadas e o teto de pouca resistência. Podem ser desmontáveis ou não, a fim
de permitir o seu deslocamento de um ponto a outro do terreno, acompanhando a mudança de local
dos trabalhos.