Sistema Processual Penal
Sistema Processual Penal
Sistema Processual Penal
RESUMO: é sabido que o sistema processual penal passou por diversas fases
durante o processo de evolução da sociedade, sendo este, resultado dos anseios e
lutas contra as injustiças e desigualdades oriundas da ausência de prestação
jurisdicional adequada a proporcionar segurança, integridade e a paz social.
1. INTRODUÇÃO
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No entanto, tratava-se de vultuosa evolução, que deixava para
traz o uso da força física para utilizar-se de acordos entre os envolvidos no conflito.
Embora de forma melhorada, ainda assim, o mais forte se prevalecia do mais fraco,
sendo que, este cedia mais, o que nas palavras de Tourinho Filho (2007, p.4):
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examinando as pretensões e resolvendo os conflitos através da jurisdição, como se
apresenta:
Essa nova fase, iniciada no século III dC, é por isso mesmo,
conhecida por período da cognitio extra ordinem. Com ela
completou-se o ciclo histórico da evolução da chamada justiça
privada para a justiça pública [...] (CINTRA; GRINOVER;
DINAMARCO, 2013, p. 31)
3.1 Definição
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basicamente, com um “arbitro” entre duas partes que se enfrentam:
acusador e acusado;
b) quanto a quem inicia o processo: o processo somente tem início
se o acusador o requerer e, além disso, a decisão do tribunal está
limitada ao caso e às circunstâncias apresentadas pelo acusador.[...]
c) quanto à separação das figuras do acusador, do juiz e do
defensor: vimos que as funções de acusar, julgar e defender eram
atribuídas a pessoas diferentes;
d) quanto ao acusado ser sujeito de direitos: o acusado é sujeito de
direitos, em posição de igualdade com o acusador;
e) quanto ao procedimento: o procedimento consiste, basicamente,
num debate (às vezes num combate) público, oral, contínuo e
contraditório. O órgão jurisdicional decide de acordo com o que foi
alegado e provado pelas partes
f) quanto à valoração das provas: prevalece o sistema da íntima
convicção, no qual o órgão jurisdicional não exterioriza os
fundamentos de sua decisão.
g) quanto aos recursos: como tribunais populares exerciam
diretamente a soberania (assembléia populares) ou por intermédio de
representantes do povo soberano (jurado), a sentença, em geral,
fazia coisa julgada e não havia recursos. [...]
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O sistema acusatório surgiu tão logo a reação a uma ofensa grave da
ordem jurídica deixou de ser exercício do arbítrio do príncipe ou da
vingança privada do ofendido ou de sua tribo. Dominou durante toda
a antiguidade (na Grécia e Roma) e foi até a Idade Média (século
XIII), quando foi substituído pela inquisição. O sistema acusatório
com acusação popular foi criado pelos gregos, desenvolvido pela
república romana e conservado, até hoje, na Inglaterra. (PACHECO,
2005, p. 56)
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Contudo, era perceptível a multifunção exercida pelo Estado-juiz,
que concentrava em si as atribuições de acusar e julgar o transgressor do
ordenamento jurídico vigente, de modo que, aglutinava em uma só pessoa todos os
aspectos do poder soberano, como bem relata Capez (2011, p. 83):
É sigiloso, sempre por escrito, não é contraditório e reúne na mesma
pessoa as funções de acusar, defender e julgar. O réu é visto como
mero objeto da persecução, motivo pelo qual praticas como a tortura
eram frequentemente admitidas como meio para se obter a prova
mãe: a confissão.
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condições para se terem as prova plenas, mas para as semiplenas,
que permitiam a tortura como meio de para se obter a prova máxima:
a confissão.
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Era a instituição de um processo penal justo independente da
vontade e dos interesses das partes privadas. O Estado continuava
assim co a titularidade do ius persequendi in iudicio, porém, nas
mãos de um novo órgão criado para tal mister: o Ministério Público.
Agora, a acusação continuava sendo feita pelo Estado, porém por
um órgão distinto do que iria julgar, restabelecendo-se, assim, o
actum trium personarum.
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A característica principal do sistema acusatório repousa na divisão
das funções inerentes à persecução penal entre os diversos órgãos
que nela atuam: autor, juiz e réu. No processo penal, o autor, de
regra, é o Ministério Público, que exerce a persecutio criminis in
judicio. O réu, através de sua defesa técnica, exerce resistência à
pretensão do autor com direito a ampla defesa e todos os meios a
ela inerentes. O juiz, sujeito imparcial que é, mantendo-se distante do
conflito de interesses, presta a devida tutela jurisdicional, dando a
cada um aquilo que é seu.
[...] O procedimento é regido pelo princípio da publicidade dos atos
processuais [...]
[...] O sistema de provas adotado é o livre convencimento, ou seja, o
juiz está livre na sua valoração, porém, dentro das provas que se
constam do processo, não podendo delas se afastar, sob pena de
invalidar sua decisão. (RANGEL, 2099, P. 189,190)
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Além do mais, este sistema poderia ser considerado um salto se
comparado ao sistema inquisitivo, rumo a um processo mais justo, apesar de ainda
contar com o juiz na produção das provas durante a fase preliminar da ação.
Logo, não há como negar que o encontro dos dois lados da moeda
(Constituição e CPP) resultou no hibridismo que temos hoje. Sem
dúvida que se trata de um sistema complicado, pois é resultado de
um Código de forte alma inquisitiva, iluminado por uma Constituição
Federal imantada pelos princípios democráticos do sistema
acusatório.
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cotidiano forense, diante uma reforma processual que a muito se deseja, porém, não
supera os entraves dos interesses políticos e particulares de quem deveria de fato
se preocupar com o bem estar social e para tanto foram de forma democrática
eleitos, vejamos:
6. Referencias Bibliográficas:
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TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. 34. ed. São Paulo:
Saraiva, 2012.
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 18 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
MIRABETE, Julio Fabrini. Processo Penal. 18. ed. São Paulo: Atlas S.A., 2006.
MUCCIO, Hidejalma. Curso de Processo Penal. 1. ed. São Paulo: Edipro, 2000.
NAGIMA, Irving Marc Shikasho. Sistemas Processuais Penais. Disponível em: <
http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/6193/Sistemas-Processuais-Penais >
Acesso em: 16 de abril de 2013.
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