Manual de Métodos
Manual de Métodos
Manual de Métodos
DESPORTIVO
ÍNDICE
Página
CAPÍTULO 1
PRINCÍPIOS BÁSICOS DE TREINAMENTO DESPORTIVO
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
ARTIGO II
PRINCÍPIOS BÁSICOS
QUADRO 1-1
QUADRO 1-2
A mulher apresenta flexibilidade que o homem, fato este que pode ser
constatado numa prova de solo de ginástica olímpica.
Concluímos que a assimilação do treinamento será sempre variável para
cada elemento. Desta forma o treinador deve procurar tornar o treinamento o mais
individual possível, já que um indivíduo pode ter capacidade de adaptação a uma carga
diferentemente de outro.
a. Homeostase
É o equilíbrio instável mantido pelo organismo entre seus sistemas
componentes e entre este e o meio ambiente.
Um estímulo produzirá uma imediata reação das células, órgãos e tecidos do
organismo que procurarão o restabelecimento do equilíbrio do meio interno, advindo
consequentemente, uma resposta a este estímulo. É a famosa sigla S.O.R., da
Psicologia.
A homeostase pode ser rompida por fatores internos (oriundos do córtex
cerebral) e externos (calor, frio, altitude, dor, exercício físico).
b. Teoria do Stress
Denomina-se “STRESS” (agressão, tensão) aos estímulos capazes de
provocar reações no organismo. As intensidades dos estímulos e seus efeitos no
organismo estão relacionadas no quadro abaixo:
Carga Efeitos
1 Débeis Não produzem conseqüencias
2 Média intensidade Causam excitação
3 Intensidade média para forte Ocasionam adaptações
4 Muito intensos Provocam danos
QUADRO 1-3
1) Fase da excitação
Que provoca a reação de alarme
2) Fase da adaptação
Que origina uma resistência por parte do organismo
3) Fase de exaustão
Que é o limite da capacidade fisiológica do organismo, acima do qual poderá advir
desconforto, dor, colapso ou mesmo a morte.
Dos vários agentes estressores, o que nos interessa é o esforço físico, no
qual o treinador deverá ter o cuidado de aplicar estímulos adequados de forma a
propiciar uma zona de adaptação ao organismo.
O treinador deverá adequar o trabalho físico de maneira que a carga esteja
dentro de uma faixa que provoque o efeito de adaptação (QUADRO 1-4). Se ele deseja
resultados mais rápidos ou mais elevados procurará manter o nível de carga próximo ao
limite superior desta faixa. É importante lembrar que esse procedimento aumenta o risco
do treinador pois com uma carga um pouco mais elevada pode-se atingir a fase de
exaustão. Por outro lado, se o treinamento for muito fraco haverá simplesmente
excitação e não ocorrerá uma melhoria no rendimento.
Cargas Faixas
Fortes Exaustão
Médias
P/ Fortes Adaptação
físico
Esfor
ço
Fracas Excitação
QUADRO 1-4
c. Recuperação Metabólica
É o intervalo de tempo que deverá ser respeitado entre o fim de uma
atividade e o início de qualquer outra, com a finalidade de propiciar ao organismo uma
recuperação energética e um equilíbrio do sistema ácido-base, do sistema
neuromuscular e do cardiorespiratório através da alimentação e do repouso.
Em função da digestibilidade dos alimentos, do retorno a níveis normais do
ácido láctico, da recuperação do sistema nervoso e da reposição dos substratos
energéticos podemos estabelecer as seguintes leis da recuperação metabólica:
1) Lei da 1 (uma) hora
Intervalo de tempo mínimo que deverá ocorrer após o término de um
treinamento ou prova, para que o atleta realize uma refeição substancialmente rica, a
fim de que o ácido lático retorne a níveis normais.
Depois de um esforço torna-se necessário que o sistema neuromuscular se
recupere e a acidose se reduza com o objetivo de permitir ao atleta apreciar e consumir a
alimentação necessária que suprirá o desgaste verificado.
Quando a quantidade diária de trabalho é superior a seis horas, pode-se
prever 30 minutos de recuperação entre o término da tarefa e a alimentação.
Normalmente, procura-se programar cinco horas diárias de treinamento, divididas em
duas/três horas.
2) Lei das 2 (duas) horas
Intervalo mínimo que deve ocorrer entre o término de uma refeição copiosa
e o início do horário de prova ou treinamento.
A digestão dos alimentos consumidos acontece entre duas a três horas e, em
conseqüência, somente após este prazo é que o atleta deverá efetuar um esforço.
Também evita-se o período de sonolência que muitos sentem após uma refeição.
Esta lei é aplicada nos casos do almoço e jantar, já que entre o término do
desjejum e o início de uma atividade qualquer pode ser guardado o intervalo de uma
hora, desde que os alimentos não seja de difícil digestão.
3) Lei das 8 (oito) horas
Espaço de tempo necessário para que o alimento, depois de múltiplas
transformações, seja utilizado convenientemente pelo organismo.
Uma aplicação importante desta lei é no intervalo de tempo mínimo que
deverá ser guardado entre o horário do término de uma eliminatória ou semifinal e a
prova.
É fato notório que o metabolismo se processa convenientemente oito horas
após ter sido ingerida qualquer alimentação. Consequentemente, o reequilíbrio
energético e de todo o organismo somente ocorrerá após este prazo. Eis a razão pela
qual o intervalo entre a semifinal ou eliminatória realizada pela manhã e a prova a ser
disputada na segunda parte da jornada seja ditado por este prazo. Este fato é bastante
observado nos jogos olímpicos, principalmente no que tange ao desporto natação.
Quadro 1-5
-------- Aplicação de cargas de intensidade crescentes
_____ Período de recuperação
........... Período de restauração ampliada Assimilação
(ou supercomprensação) Compensatória
_._._._._ Nível de capacidade física
Quadro 1-6
-------- Aplicação
_____ Período de recuperação
........... Supercompensação
a. A Interrupção Controlada
Nenhum ser humano é capaz de treinar continuamente por mais de algumas
horas. Por esta razão uma interrupção controlada no treinamento é benéfica e até
necessária para o sucesso.
Considera-se que após 48 horas do último treinamento o organismo já sofre
uma queda no seu condicionamento. Se o nosso objetivo for o desporto de alto nível
esta queda poderá significar a derrota. Lembrando sempre da individualidade, pode-se
dizer que a freqüência de treinamentos semanais pode variar de três até doze sessões
dependendo do nível do atleta e de seus objetivos.
b. A Interrupção Prolongada
Um aspecto bastante importante no treinamento é que seus efeitos são
transitórios e reversíveis. Muitos ex-atletas que param suas atividades físicas por
acharem ter adquirido um seguro de vida, hoje tem uma condição física pior que a de
um sedentário que joga futebol três vezes na semana. Em geral essa regressão acontece
mais lentamente do que a aquisição. Se o indivíduo atingiu um nível elevado, o efeito de
treinamento persistirá por mais tempo. Na figura abaixo, dois indivíduos efetuam
treinamentos diferentes.
QUADRO 1-8
a. Carga de Treinamento
Carga é a dosagem de volume e intensidade de trabalho aplicada a qualquer
atividade de exercícios físicos. A quantidade, também chamada de volume, é o número
de esforços, repetições, quilometragem e exercícios que se realizam num período de
tempo que pode ser momentâneo, diário, semanal, mensal ou anual.
A qualidade, também denominada intensidade, é a especificação de trabalho
num período de tempo determinado.
A quantidade de trabalho deverá sobrepujar a qualidade no início do
treinamento, daí se fazer avultada na fase de preparação geral. Quanto mais avançamos
no programa de preparação física, mais se tornará necessário aumentar a intensidade das
tarefas da fase específica e de competição. Com isso, a qualidade física observada no
fim do treinamento deverá ser distinta daquela do seu início. Consequentemente, em
função dos dois elementos constitutivos da carga, podemos especificar as valências
como nos mostra o quadro 1-9, onde se nota a duração dividida em curta, média e longa
e a intensidade em fraca, média e forte.
QUADRO 1-9
Não se pode esquecer que o limite da carga aplicada deve ser estabelecido
de acordo com as possibilidades do organismo. O que importa é coadunar o método de
treinamento ao atleta e não este às diversas cargas de trabalho. a individualidade
biológica deve ser respeitada.
A carga é determinada através de uma avaliação aproximada dos estímulos a
serem ministrados a cada atleta e, isso se fará, na prática, pela aplicação de testes
físicos, médicos e laboratoriais.
O controle geral da carga se processará pela periodicidade dos exames
médicos e pelos mesmos testes físicos e laboratoriais aplicados no início do
treinamento.
O controle diário da carga de treinamento é exercido através de uma
observação constante da reação do organismo. Os principais elementos de controle
imediato da carga são a freqüência cardíaca (basal, esforço e recuperação), a pressão
arterial, o peso corporal e a temperatura corporal.
O binômio freqüência cardíaca e pressão arterial se fará presente quando se
tratar da aplicação de métodos de treinamento de preparação cardiopulmonar. Na prática
somente é usado o controle de batimentos cardíacos por ser mais simples e de fácil
verificação. Quando se aplicam métodos de treinamento de preparação neuromuscular, a
freqüência cardíaca é um parâmetro inexpressivo em face do efeito insignificante sobre
o sistema cardiopulmonar. Já o controle do peso corporal deverá ser constante.
Qualquer que seja a modalidade desportiva, mesmo em se tratando da
musculação, torna-se necessário e praticamente constitui-se numa regra, o registro da
freqüência cardíaca basal (tomada antes do atleta se levantar). A regressão progressiva
desta freqüência permitirá constatar que o atleta está paulatinamente melhorando sua
condição física.
b. Relação Volume-Intensidade
Se um indivíduo deseja correr 5 Km com certeza ele não conseguirá manter
sua velocidade máxima. Da mesma forma se ele for levantar o maior peso possível só
conseguirá uma ou duas repetições. Os componentes da carga estão intimadamente
relacionados e qualquer modificação profunda em um deles irá provocar uma alteração
no outro. O quadro 1-10 ilustra bem essa idéia.
Intensidade
volume
Quadro 1-10
1) Qualidades Físicas
A característica de determinada qualidade física indicará qual componente
de carga deve ser enfatizado. O quadro 1-11 nos dá uma idéia a este respeito.
INTENSIDADE
VOLUME
Adaptado de Dantas (1985)
QUADRO 1-11
2) Período de Treinamento
De acordo com a teoria aceita atualmente o treinamento deve iniciar-se com
uma ênfase no volume e aumenta a intensidade na fase específica. O Quadro 1-12
mostra como deve ser feita a evolução do volume e da intensidade em um período de
treinamento.
QUADRO 1-12
CAPÍTULO 2
QUALIDADES FÍSICAS
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
2.1 – GENERALIDADES
2.3 – GRUPOS
QUADRO 2-1
ARTIGO II
VALÊNCIAS FÍSICAS
a. Resistência Aeróbica
Qualidade que permite manter pelo maior tempo possível, um exercício com
predominância do sistema aeróbica, utilizando uma grande massa muscular.
c. Potência Aeróbica
Qualidade que permite gerar a maior quantidade possível de energia, pelo
sistema aeróbico, numa unidade de tempo.
d. Princípios de Aplicação
O equilíbrio a ser mantido na respiração refere-se ao fato de que o exercício
deve ser caracteristicamente aeróbico. O estado de equilíbrio ou “steady-state” só
acontecerá se a cadência imprimida, durante o esforço, permitir que o coração e os
pulmões sejam exigidos de forma controlada e harmônica, possibilitando que os tecidos
e particularmente os músculos sejam irrigados pelo sangue arterial em quantidade
suficiente.
e. Efeitos do Treinamento
O aumento das cavidades do coração e a melhoria do metabolismo aeróbico
são os efeitos fisiológicos mais significantes que se obtém quando se aplicam exercícios
aeróbicos visando as qualidades resistência e potência aeróbica. No entanto, quando se
aplicam exercícios neuromuscular visando a Res Aer Loc, não se observam efeitos no
coração.
f. Dosificação
O trabalho físico objetivando o desenvolvimento da Res Aer deve obedecer
a certos princípios de aplicação funcional de acordo com o método aplicado, como se
observa no quadro 2-2.
Resistência
Aeróbica < 40% da carga máxima Localizadas
Localizada
QUADRO 2-2
g. Métodos de Treinamento
A corrida contínua de longa duração é a forma de trabalho mais
representativa da resistência da potência aeróbica e se encontra inserida nos métodos
“Fartlek”, “Cerutty-Training”, “Marathon-Training”, “Altitude-Training” e “Cross-
Promenade”.
A resistência aeróbica localizada sobressairá quando se realiza ginástica de
efeitos localizados, valendo-se da carga do próprio corpo ou implemento de pouco peso,
e no treinamento de musculação.
No treinamento intervalado, os métodos “Interval-Training”, “Tempo-
Training” e Interval-Tempo-Trainig” proporcionam o desenvolvimento da resistência e
da potência aeróbica embora de forma secundária.
h. Atividades Físicas
A resistência e a potência aeróbica se fazem presentes em qualquer prova ou
desporto com duração maior do que 5 minutos e se farão notar em todas as atividades
físicas, principalmente na fase de treinamento com o objetivo de melhorar a condição
física de base.
Na fase de preparação física os exercícios aeróbicos deverão comportar uma
duração nunca inferior a 30 minutos. Para elementos sedentários e não atletas, sua
duração não deve ser inferir a 15 minutos.
A resistência e a potência sobressaem na maratona, marcha atlética, 5000 e
10000 m, voleibol, futebol, remo, ciclismo, orientação, etc.
2.5 – RESISTÊNCIA
a. Resistência Anaeróbica
Qualidade que permite manter pelo maior tempo possível um esforço com
predominância do sistema anaeróbico lático, utilizando grande massa muscular.
Também denominada resistência anaeróbica orgânica.
b. Resistência
Qualidade que permite manter um grupo muscular em ação, pelo maior
tempo possível, com predominância do sistema anaeróbico lático.
c. Resistência de “Sprint”
Qualidade que permite manter um esforço de velocidade máxima, num
maior espaço de tempo possível, com predominância do sistema ATP-PC.
d. Resistência de Força
Qualidade que permite a um atleta executa exercícios de força, no maior
espaço de tempo possível, com predominância do sistema ATP-PC.
Esta qualidade se observa na ação imprimida pelo atleta ao tentar manter
diversos tipos de Força (de Sprint, Explosiva, Estática, de Arremesso).
e. Resistência de Aplicação
A resistência caracteriza-se pela realização de exercícios ao máximo da
duração do sistema energético. Dependendo do tipo poderá ser aeróbica (resistência
aeróbica), anaeróbica lática (resistência anaeróbica) ou anaeróbica alática (resistência de
força ou de velocidade).
Para desenvolvimento dessas qualidades é fundamental a aplicação da
sobrecarga na quantidade de trabalho.
f. Efeitos do Treinamento
A hipertrofia do miocárdio e a melhoria do metabolismo energético
específico são os efeitos fisiológicos mais significativos que se obtém nos sistemas
cardiopulmonar e metabólico, quando se aplicam exercícios anaeróbicos onde
sobressaem a resistência anaeróbica. No sistema neuromuscular, o principal efeito é a
hipertrofia muscular.
g. Dosificação
A aplicação de cargas visando o desenvolvimento da qualidade resistência,
deve seguir as prescrições do Quadro 2-3.
QUADRO 2-3
h. Método de Treinamento
Após o atleta haver desenvolvido pela ordem, a resistência aeróbica e
anaeróbica através da aplicação dos métodos de cargas contínuas e mistas, “Fartlek”,
“Cerutty”, “Marathon-Training”, “Altitude-Training” e “Cross-Promade”, deverá ser
introduzida nos métodos de cargas intervaladas a fim de aperfeiçoar a resistência
anaeróbica e aprimorar as resistências de força de sprint.
A resistência anaeróbica localizada, sucessora natural da resistência
aeróbica localizada em um programa de treinamento, é melhor desenvolvida através dos
métodos de cargas localizadas.
O Quadro 2-4 apresenta uma sinopse dos métodos que favorecem o
desenvolvimento dos diversos tipos de resistência.
QUADRO 2-4
i. Atividades Físicas
Exercícios anaeróbicos são aqueles realizados sem a presença substancial
de oxigênio e num tempo inferior a 3 minutos, cujo esforço se caracterizará por uma
intensidade moderada para forte.
Deverão ser ministrados na fase de preparação específica e somente para
indivíduos atletas. Estes, mesmo que sua prova seja de cunho aeróbico, deverão ser
treinados em trabalhos anaeróbicos, para melhorar sua chegada, velocidade e ritmo.
Observa-se o predomínio da anaerobiose nas provas de 800m, jodô, natação,
ciclismo, boxe e esgrima. Ressalta-se que apresentam ora a predominância da
resistência aeróbica, ora da anaeróbica, o basquetebol, polo aquático, futebol, 1500m,
etc.
2.7 – VELOCIDADE
a. Velocidade de Deslocamento
Qualidade que permite executar um deslocamento numa velocidade que não
seja a máxima.
Esta valência, depende do tipo de velocidade própria de cada modalidade.
Os desportos de movimentos cíclicos notabilizaram-se pela uniformidade de freqüência
e amplitude dos movimentos. Neste caso a velocidade é cíclica, ritmada e observa-se
uma regularidade na movimentação. Nos desportos de movimentos acíclicos, nota-se
uma grande oscilação na freqüência e amplitude dos movimentos como ocorre no
futebol e basquete, por exemplo.
Os elementos mais significativos da velocidade de deslocamento são a
freqüência e a amplitude dos movimentos. Enquanto a freqüência se relaciona com o
sistema nervoso, a amplitude se relaciona com o sistema muscular e articular.
b. Velocidade de “Sprint”
Qualidade que permite realizar um deslocamento curto no menor tempo
possível.
Esta qualidade se observa de maneira inconteste nas provas de 100 e 200
metros rasos. O atleta, para vencer a inércia na partida, estará usando a força “Sprint”. A
velocidade de “Sprint” para atletas de alto nível só aparecerá a partir dos 40 a 50
metros.
Segundo Dr. Hill um atleta pode correr na máxima velocidade, em déficit de
O2, até 43 segundos. Pressupondo que esta afirmativa esteja correta, no futuro as provas
de 400 m rasos no atletismo e 100 m na natação serão realizadas neste tempo.
c. Velocidade de Reação
Qualidade que permite iniciar um movimento no menor tempo possível, em
decorrência de um estímulo externo.
Este tipo de qualidade não é desenvolvida e sim ajustada muscularmente e
depende da capacidade motora de colocar em ação os grupos musculares de cada
movimento.
Aparece em todos os desportos notadamente nos de movimentos acíclicos
como a esgrima, esportes de luta, tênis e nas ações efetuadas pelos goleiros de futegol e
handabol.
Para maior ilustração apresentamos a seguir, no quadro 2-5, um exemplo da
prova dos 100 metros rasos que caracterizará este parâmetro juntamente com outros,
pois isoladamente é de difícil identificação.
QUADRO 2-5
d. Velocidade de Decisão
Qualidade que permite apresentar uma resposta rápida por meio de uma
ação coerente, equilibrada e controlada no menor espaço de tempo possível, em
decorrência de um estímulo.
O goleiro de futebol, se somente rebater uma bola, estará apresentando a
velocidade de reação, porém, se ao partir para a bola com o intuito de agarra-la e sendo
pressionado decide colocá-la para escanteio, terá caracterizado a velocidade de decisão,
pois naquele breve momento raciocinou e concluiu qual seria a melhor opção.
e. Velocidade de Contração
Qualidade que permite determinado músculo realizar uma contração no
menor espaço de tempo. Ela é notada a partir do momento em que se inicia o
movimento até o término do mesmo.
f. Princípios de Aplicação
Dos cinco tipos de velocidade, a de deslocamento e de “Sprint” são mais
fáceis de aperfeiçoar. A de reação, contração e de decisão tornam-se mais difíceis pelas
suas peculiaridades de fundamento nato e dependerá das repetições necessárias ao
automatismo do gesto específico inerente à modalidade.
A velocidade de “Sprint” se baseia na realização de trabalhos anaeróbios
aláticos com a finalidade de aperfeiçoar a velocidade pela própria velocidade. Já a
velocidade de deslocamento também usufrue de esquemas de trabalho sedimentados em
g. Efeitos de Treinamento
O trabalho físico que desenvolve a qualidade física velocidade acarreta
como conseqüência fisiológicas mais significativas a melhoria do metabolismo
anaeróbico lático e alático e a melhoria da reação nervosa.
h. Dosificação
A velocidade é o último estágio do treinamento, após se ter desenvolvido a
resistência aeróbica e anaeróbica. Consequentemente, a velocidade máxima, de
“Sprint”, somente deve ser aperfeiçoada na fase específica e no período de competição,
enquanto na fase de preparação geral a velocidade de intensidade forte é a preconizada,
notadamente a de deslocamento.
A aplicação de cargas visando o desenvolvimento da velocidade, deve
seguir as prescrições do Quadro 2-6.
QUADRO 2-6
i. Métodos de Treinamento
Algumas importantes formas de trabalho que deverão ser executadas em
uma intensidade de forte para máxima, são citadas a seguir:
- “Sprint-Training”
- “Interval-Training”
- “Hipoxy-Training ”
- “Broken-Training”
- “Treinamento Intervalado”
- “Repetições dos Gestos Específicos”
- “Treinamento de Aceleração”
- “Saltitamento com uma só Perna”
j. Atividades Físicas
Como vimos, a velocidade de deslocamento estará sempre presente em
qualquer tipo de desporto mais dinâmico, porém, a velocidade pura, a de “Sprint”, é
observada nas provas de velocidade intensa (100, 200 e 400m) e na velocidade
prolongada (800m). esta última será intimamente conjuminada à resistência anaeróbica,
embora as outras, secundariamente, também estejam.
As velocidades de reação e de contração estarão vivas em praticamente
todos os desportos e a de decisão nos desportos de movimentos acíclicos notadamente
nos de combate.
2.8 – FORÇA
QUADRO 2-7
a. Formas de Trabalho
A grande dúvida paira quanto à maneira de trabalhar cada uma das forças.
Neste caso, podemos desenvolver a força dinâmica, na prática, de forma lenta, rápida ou
explosiva. A estática, somente de forma lenta ou estática. O quadro 2-8, que se segue,
nos mostra esta funcionalidade.
QUADRO 2-8
c. Força Estática
É a qualidade que permite aos músculos, ao se contraírem, inalterarem suas
inserções. É executada através de uma contração isométrica.
A força estática gera calor e funcionalmente só pode ser desenvolvida
através de aplicação da própria força máxima executada de forma lenta, ou através de
contrações isométricas.
d. Força Dinâmica
Qualidade que permite aos músculos, ao se contraírem, alterarem suas
inserções e, consequentemente, o comprimento das suas fibras durante os movimentos.
É executada através de uma contração dinâmica.
Em face da grande variabilidade de movimentos observados nos mais
distintos desportos apresenta várias denominações, como vistas no quadro 2-7.
Apresentaremos adiante estas denominações.
e. Princípios de Aplicação
O desenvolvimento da força como acontece com a qualidade velocidade se
dá através da própria força e seu aprimoramento dependerá de fatores como o sistema
nervoso, a massa muscular, o sexo, a raça, tipos de fibras musculares e da freqüência de
trabalho imprimida.
f. Efeitos do Treinamento
Os principais efeitos fisiológicos obtidos ao se aplicar cargas com a
finalidade de desenvolver o parâmetro força são: aumento da seção transversal do
músculo, aumento de fibras atuantes e melhoria da coordenação muscular.
g. Dosificação
A dosagem do trabalho físico objetivando o desenvolvimento das forças
estáticas e dinâmica fundamenta-se na forma de aplicação, o que ocorre através das
forças funcionais lenta, rápida ou explosiva, em função da carga máxima associada a
forma de execução.
Podemos associar ao parâmetro força outras três qualidades ligadas a
capacidade de resistir a fadiga, a resistência aeróbica localizada, a resistência anaeróbica
localizada e a resistência de força que representam, respectivamente, 10 a 40%, 40 a
60% e 60 a 95% da carga máxima.
O quadro 2-9 nos apresenta a dosagem percentílica mais apropriada para os
três tipos funcionais de força correlacionados às qualidades principais.
QUADRO 2-9
h. Métodos de Treinamento
Existem vários métodos para desenvolver a força dinâmica e somente um
para a estática. O quadro 2-10 apresenta os principais.
QUADRO 2-10
i. Atividades Físicas
Todas as atividades físicas utilizam a força dinâmica onde estarão sempre as
qualidades velocidade e força, cujos percentuais variarão de acordo com a modalidade.
A natação é o único esporte que realmente apresenta, no efeito da tração do
corpo na água, um movimento uniforme que se assemelha a força isocinética.
A força estática é principalmente observada no Iatismo, assim como na
Ginástica Olímpica. É também muito utilizada na medicina de reabilitação e pelos
astronautas em sus vôos espaciais.
2.9 – FLEXIBLIDADE
b. Flexibilidade Estática
é a amplitude angular de uma articulação com uma movimentação muito
lenta ou de forma estática.
c. Princípios de Aplicação
Os exercícios de flexibilidade devem objetivar um estiramento muscular
cuja extensão deve ser a maior possível entre as inserções do músculo. Os movimentos
podem ser lentos ou rápidos quer seja posta em prática a flexibilidade dinâmica (ativa)
ou estática (passiva).
Ao final de qualquer atividade física deve-se realizar exercícios de
alongamento valendo-se, da insistência passiva.
Em toda atividade que haja o predomínio das qualidades força e velocidade
torna-se necessário que se aplique obrigatoriamente exercícios de alongamento.
d. Efeitos do Treinamento
Os principais efeitos fisiológicos que o treinamento de flexibilidade
apresenta são: a melhoria da extensibilidade muscular, da mobilidade articular e
extensibilidade dos tendões e ligamentos.
2.10 – COORDENAÇÃO
a. Princípios de Aplicação
Sua aplicação sedimenta-se nos movimentos sucessivos de relaxamento e
repetição do exercício com a finalidade de aprimorar o gesto específico. Atualmente
existem aparelhos que proporcionam o aperfeiçoamento desta qualidade. Com eles
pode-se imitar quase todos os movimentos da técnica dos vários desportos.
b. Efeitos do Treinamento
- Melhoria da Técnica
- Menor gasto energético para a mesma atividade
- Melhoria da performance em 15%, aproximadamente, pelo
aperfeiçoamento técnico.
- Maior eficiência
- Melhor recuperação durante os períodos de repouso
- Atenua as perturbações psíquicas provocadas pelos agentes extressores.
2.12 – AGILIDADE
2.13 – EQUILÍBRIO
ARTIGO III
CONCLUSÃO
MÉTODOS DE TREINAMENTO
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
3.1 – GENERALIDADES
QUADRO 3-1
ARTIGO II
3.3 – GENERALIDADES
3.5 – MUSCULAÇÃO
3.6 – POWER-TRAINING
3.8 – ISOMETRIA
ARTIGO III
3.9 – GENERALIDADES
3.11 – FARTLEK
Método de treinamento que visa o desenvolvimento das resistências
aeróbica e anaeróbica, do ritmo e da velocidade, alternando-se a cadência e a distância
através de corridas de longas distâncias executadas, de preferência, em terreno variado.
ARTIGO IV
3.12 – GENERALIDADES
3.13 – INTERVAL-TRAINING
3.14 – TEMPO-TRAINING
3.16 – SPRINT-TRAINING
3.17 – INTERVAL-SPRINT-TRAINING
3.19- BROKEN-TRAINING
ARTIGO V
3.20 – GENERALIDADES
3.21 – CROSS-PROMENADE
3.22 – ALTITUDE-TRAINING
3.23 – CERUTTY-TRAINING
3.24 – MARATHON-TRAINING
ARTIGO VI
QUADRO 3-2
QUADRO 3-3
ARTIGO VII
CONCLUSÃO
FIGURA 3-1
F – FORÇA
V – VELOCIDADE
R – RESISTÊNCIA ANAERÓBICA
A – RESISTÊNCIA AERÓBICA
QUADRO 3-5
CAPÍTULO 4
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
ARTIGO II
TESTES DESPORTIVOS
4.6 – CLASSIFICAÇÃO
a. Força Pura
As provas objetivam determinar a carga máxima e sua verificação é
imprescindível quando programamos treinamento com pesos. Como torna-se difícil
fixar a quilagem máxima, o preparador físico terá que valer-se do processo das
tentativas, procurando dar um intervalo de recuperação após cada execução. A força
máxima ficará estabelecida quando o atleta executar uma repetição corretamente com o
maior peso possível.
Os exercícios mais utilizados são oriundos do halterofilismo. Citamos
alguns, de acordo com o grupo muscular:
Braços – roscas diretas e inversas.
Espáduas – desenvolvimento e puxadas.
Tórax – remadas, supino e crucifixo.
Pernas – agachamento e elevação na ponta dos pés.
Nota-se que a avaliação é relativa e melhor seria a utilização de
instrumentos de medida de força, encontrados em laboratórios, como os dinamômetros e
tensiômetros. Tais instrumentos são bem mais precisos, porém não se prestam para
avaliar certos tipos de movimentos articulares.
e. Força de Sprint
É uma qualidade inerente aos atletas de 100, 200 e 400 metros rasos e sua
avaliação ocorre quando o executante sai do bloco de partida e percorre uma distância
determinada pelo verificador, que não deve ultrapassar a marca dos 40 metros. Serve
para verificar as condições de partida do atleta e avaliar a velocidade de reação, que é
muito difícil de se constatar, pela subjetividade que lhe é caracterizada.
A avaliação constará na determinação do melhor tempo registrado em três
tentativas. Para se obter uma precisão maior seria interessante que se acoplasse uma
pistola ou revólver ao bloco de partida e o circuito se fecharia em duas células
fotoelétricas distanciadas da partida.
f. Velocidade
As características deste teste baseiam-se em movimentos rápidos de
intensidade máxima e de duração muito curta e, dos tipos de velocidade que
conhecemos a que mais nos interessa é a avaliação da velocidade de Sprint.
(1) Velocidade de Sprint
Para avaliação desta velocidade utilizam-se tiros curtos, com saídas em
movimento (lançado), executado nos percursos de 40 a 60 m para provas atléticas e 25
m para as provas aquáticas com saídas de dentro de piscina. A medição se caracteriza
pelo tempo registrado pelo atleta. Este teste avalia de forma indireta a capacidade
energética alática.
(2) Velocidade de Reação e Decisão
Quanto às velocidades de reação e de decisão, estas são testadas por
aparelhagem especial, utilizando um cronômetro de grande precisão (centésimos e
milésimos de segundo), associado a um sistema elétrico que emite um sinal luminoso ou
sonoro quando acionado. Deve-se medir estas duas velocidades fazendo 20 registros, e
desprezando os cinco melhores e piores tempos cronometrados, computando somente a
média dos outros 10 intermediários.
Pode-se improvisar uma aparelhagem especial de tal forma que se possa
cronometrar o tempo gasto entre o acender de uma luz e a execução do movimento
previsto ou então usar luzes de cores distintas.
g. Resistência de Sprint
A forma para avaliar a resistência de Sprint do atleta é o teste de 200 m.
comparando o tempo total com a passagem nos 100 m, pode-se avaliar a capacidade do
indivíduo em suportar um esforço anaeróbica alático.
O teste consiste em fazer com que o atleta partindo da posição parada e de
pé, percorra 200 metros numa pista de atletismo em uma cadência máxima.
Esta verificação nos permite ainda registrar os tempos de passagem dos 50,
100 e 150 metros que servirão de orientação no futuro e notadamente na aplicação dos
trabalhos intervalados nessas distâncias.
15000
I = ------------------
P1 + P2 + P3
b. Variante Clarke-Harvard
O teste apresenta uma variante aplicável ao indivíduo que não conseguir
terminar a prova, cujo novo índice será:
HOMENS
MULHERES
São testes que não permitem uma avaliação tão apurada como a feita nos
anteriores pelo fato de necessitarem alto grau de coordenação motora. Com isto o
percentual de subjetividade é muito grande. Eles dependem muito da criatividade do
aplicador, pois apresentam uma variabilidade muito grande de acordo com o desporto.
Podemos até planejar um pequeno circuito com tarefas inerentes a modalidade
desportiva. Apresentamos a seguir, alguns testes utilizados.
a. Burpee Test
Objetiva a avaliação da coordenação e, em plano secundário, a agilidade e a
própria resistência anaeróbica.
Sua medição está calcada no tempo despendido pelo executante ao realizar
um número estipulado de movimentos completos ou na quantidade de movimentos
realizados dentro de um tempo estipulado pelo aplicador da prova.
A mecânica consta das seguintes etapas:
(1) Apoio sobre o solo com as pernas estendidas para trás;
(2) Flexão das pernas;
(3) De pé, braços na vertical;
(4) Apoio no solo, flexão das pernas;
(5) Extensão das pernas para trás.
Este exercício e conhecido como meio-sugado e ao final deve ser registrada
a freqüência cardíaca.
b. Corrida Sinuosa
Visa avaliar a coordenação, equilíbrio, velocidade de deslocamento e
agilidade.
Sua execução consiste em percorrer um trajeto sinuoso, marcado por cinco
obstáculos dispostos irregularmente. O executante deverá registrar o menor tempo
possível, efetuando o percurso.
c. Shuttle-run
É um teste que avalia a coordenação, agilidade, velocidade de sprint e
equilíbrio.
ARTIGO III
TESTES DE LABORATÓRIO
a. Banco
Com uma precisão menor que de outros ergômetros, pode ser uma opção
tendo em vista o baixo custo. Tem a desvantagem de produzir fadiga muscular precoce.
b. Bicicleta Ergométrica
Bastante difundida, tem o inconveniente de limitar o rendimento do
indivíduo não acostumado a este tipo de exercício.
c. Esteira Rolante
É o ergômetro de maior aceitação, já que a corrida é o exercício mais
natural. A sua limitação é o elevado preço de custo e de manutenção
O quadro abaixo faz uma comparação entre os ergômetros:
P – PIOR
I – INTERMEDIÁRIO
M – MELHOR Fonte: FREITAS & VIVACQUA
a. Quanto à Carga
1) Carga Única
É utilizada uma única carga em uma só etapa de trabalho. os exemplos são
os protocolos submáximos de Astrand e Fox.
2) Cargas Mútiplas
São os mais utilizados e de melhor aceitação hoje em dia. Consistem na
aplicação de cargas progressivas a intervalos de tempo determinado.
c. Quanto à Intensidade
1) Máximos
São interrompidos no máximo do desempenho do indivíduo.
2) Submáximos
São interrompidos antes de ser atingido o VO 2 max. Baseia-se na relação
linear existente da FCsubmáxima com o VOsubmáximo
d. Quanto à Forma
1) Medida Direta do VO2
Quando é utilizado um aparelho para medir-se diretamente a quantidade de
O2 consumida durante o teste.
2) Medição Indireta do VO2
Quando é utilizada a relação existente entre o consumo de O 2 e o trabalho
realizado, que é medido através do ergômetro.
Altura do
0,0 4,5 9,0 13,5 18,0 22,5 27,0 31,5 36,0 40,5 45
banco (cm)
Consumo
energético 3,0 3,8 4,8 5,8 6,7 7,6 8,5 9,6 10,4 11,2 12,2
(Met)
Protocolos de Fox
É um teste de carga única de 150w para um tempo de 5 min, após um
aquecimento. O cálculo do VO2 (para homens) é feito através da fórmula:
b. Protocolos Máximos
São contínuos e os mais usados são:
- Protocolo de Astrand
- Protocolo de Balke
- Protocolo de Mellerowicz
- Protocolo de Jones
Protocolo de Balke
Consiste na aplicação de cargas progressivas de 25 watts a cada 2 min até o
esforço máximo. Sugere-se iniciar com 50 watts para homens e 25 watts para mulheres.
O consumo de oxigênio pode ser estimado pela fórmula do ACSM. (American College
of Sports Medicine).
W = P. % inc. V
W = potência em Kgm/min
P = peso do indivíduo em Kg
% inc = percentual de inclinação da esteira em décimos
V = Velocidade em metros/min
ARTIGO IV
TESTES BIOMECÂNICOS
ARTIGO V
CONCLUSÃO
CAPÍTULO 5
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
QUADRO 5-1
FLEXIBILIDADE E ALONGAMENTO
Podemos dizer que o atleta realiza uma contração e logo a seguir uma
extensão, sendo que, nesta etapa, a duração do estiramento dura de 10 a 30 segundos.
Esta forma de trabalho foi idealizada por Laurence Holt, que em 1967
denominou-a de “3-S”, sigla representativa de “Scientific Stretching for Sports”.
É considerada a forma mais eficiente de trabalhar a flexibilidade.
Alguns autores, recomendam que não se utilizem exercícios de flexibilidade
que impliquem em estiramentos musculares fortes, logo após o trabalho de força na
musculação pois podem provocar lesões nas fibras musculares. Após o trabalho intenso
de velocidade também deve-se evitar o trabalho de flexibilidade.
5.12 – ALONGAMENTO
CONCLUSÃO
Antes de uma atividade física deve-se realizar exercícios preliminares os
quais recebem o nome de aquecimento. Há muitas razões fisiológicas para isto. Por
exemplo, o aumento da temperatura corporal e muscular favorece o incremento: (a) das
atividades enzimáticas e, portanto, das reações metabólicas dos sistemas de energia; (b)
do fluxo sangüíneo e da disponibilidade de oxigênio; (c) da contração e velocidade dos
reflexos. Além disso, exercícios repentinos e exaustivos podem associar um fluxo
sangüíneo inadequado ao coração. O aquecimento previne este perigo.
No aquecimento, cada modalidade apresenta suas peculiaridades. Por isso,
uma das suas fases deverá comportar exercícios inerentes a modalidade desportiva.
Porém, uma das etapas do processo de predisposição para a atividade fim deve também
comportar exercícios de alongamento e eventualmente poderão ser executadas
contrações isométicas.
Os músculos da face posterior da coxa são os que mais apresentam casos de
distensão. Consequentemente, o aquecimento proporcionará uma maior proteção a essa
musculatura, ainda mais ao sabermos que a maioria das modalidades exigem muito
desta região.
O alongamento deverá ser parte integrante do aquecimento pois:
(1) mobiliza o jogo articular, facilitando o desempenho da destreza;
(2) é uma media de precaução contra distensões e dores musculares;
(3) é uma segurança contra desenvolvimento de tensão da musculatura
lombar e dos ombros, como também da região do pescoço. Constitui-se ainda na
principal tarefa física da recuperação ou da volta à calma, com objetivo de relaxar a
musculatura e facilitar a remoção dos produtos do catabolismo. O alongamento não tem
por objetivo desenvolver a flexibilidade muscular.
Os exercícios de flexibilidade, através de estiramentos comandados dos
músculos, dependem da mobilidade articular e podem ser de três tipos: insistência ativa,
insistência passiva e contração dos antagônicos, sendo que as duas últimas se revestem
de maiores vantagens.
CAPÍTULO 6
CORRIDA CONTÍNUA
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
6.2 – CLASSIFICAÇÃO
Os métodos de longa duração compreendem os métodos de cargas mistas e
os de cargas contínuas, sendo que este também são chamados de métodos de longas
distâncias.
O treinamento-duração evoluiu tanto em relação ao que era efetuado anos
atrás que atualmente os corredores de fundo chegam a percorrer 100 a 250 Km por
semana. Com isto mais um elemento veio somar-se ao estudo e aplicação dos métodos
de longas distâncias, o fator psicológico. No quadro 6-1 apresentamos a classificação
dos métodos de cargas contínuas em função deste fator.
QUADRO 6-1
ARTIGO II
CORRIDA CONTÍNUA
6.3 – GENERALIDADES
6.4 – CONCEITUAÇÃO
a. Intensidade
Até certo limite podemos dizer que quanto maior a intensidade maiores
serão as vantagens da corrida.
Isso é válido dentro de uma faixa. Corridas muito lentas podem ser
insuficientes para provocar adaptação, assim como um pique na velocidade máxima
estará usando muito pouco a energia aeróbica.
É preciso então, que a corrida esteja acima de um valor mínimo, abaixo do
qual o organismo não irá atingir os efeitos de treinamento, e também não seja tão
intensa que não possa ter uma duração mínima para desenvolver a resistência aeróbica.
Já que queremos determinar qual a faixa de treinamento é preciso medir a
intensidade. Mas como fazê-lo ? A resposta seria simples, basta verificar a velocidade
de corrida. Realmente, a velocidade é um fato para se medir a intensidade de uma
corrida. Porém se formos treinar indivíduos diferentes, determinado ritmo teria efeitos
diversos em cada um deles, na razão inversa de sua capacidade aeróbica. Um indivíduo
bem treinado, por exemplo, realizaria a corrida com uma freqüência cardíaca de 130
bpm, já o destreinado poderia atingir 170 bpm corrido na mesma velocidade. O efeito de
treinamento de uma mesma corrida seria diferente para cada um deles. Desta forma,
sugere-se atualmente que a intensidade de corrida seja medida em função do percentual
da capacidade máxima do indivíduo. Para isso usamos os seguintes processos:
- Consumo máximo de oxigênio (VO2 max_;
- Freqüência cardíaca máxima;
- Reserva de freqüência cardíaca máxima;
- Limiar anaeróbico (nível de lactato).
- Calculo da velocidade
VO2 = VO2 hor + VO2 vert
50 = (V x 0,2 + 3,5) (V + 0,04 x 1,8)
50 = 0,2V + 3,5 + 0,072V
50 = 0,272V + 3,5
0,272V = 50 - 3,5 = 46,5
V = 46,5 = 170,95
0,272
V 171 m/min
- Cálculo do tempo
t= d t = 10000 = 58,48 min t = 58 min 29 seg
v 171
Exemplo:
Calcular a intensidade para a corrida contínua de um indivíduo de 40 anos,
através do % FCmax.
1.º Passo
Calcular a FCmax.
FCmax = 20 – 40 = 180 bpm
2.º Passo
Calcular os limites
Linf = 0,7 x 180 = 126 bpm
Linf = 0,9 x 180 = 162 bpm
O indivíduo deve correr com a FC esforço entre 126 e 162 bpm.
Para controlar a intensidade ele deve, durante a corrida de tempo em tempo
(a cada 5 min, por exemplo) diminuir seu ritmo e tomar a FC. Se estiver fora da faixa
ele procura aumentar ou diminuir seu ritmo a fim de poder atingí-la.
O treinador se desejar um controle mais rígido pode indicar uma faixa mais
restrita, dentro da zona-alvo, dependendo de seus objetivos. Por exemplo, se o
treinamento é para o emagrecimento o indivíduo pode correr ou andar com a FCEsf
entre 70 e 75% da máxima.
Em função do controle da freqüência cardíaca pode ser feita uma
classificação da corrida contínua em lenta e rápida, que ficaria entre os seguintes
parâmetros, segundo DANTAS (1985):
Problema
Compare os limites inferior e superior pelos dois métodos que utilizam a
FCmax para um indivíduo de 32 anos e tem FCbasal de 50 bpm.
b. Duração
A duração da corrida tem tanta influência no desenvolvimento da
capacidade aeróbica quanto a intensidade, contanto que o trabalho total seja o mesmo. O
cálculo do trabalho pode ser feito multiplicando a potência desenvolvida pelo tempo de
duração do esforço. Esta seria uma forma de qualificar o total do trabalho realizado. A
figura 6-1 mostra o ganho no VO2 max de acordo com a duração da sessão.
FIGURA 6-1
FIGURA 6-2
QUADRO 6-1
Parece que os benefícios aeróbicos são maiores nas primeiras quatro a oito
semanas. A figura 6-4 mostra os ganhos no VO 2 max e na performance dos 800 m e
3200 m para dois grupos, treinados por 8 semanas.
Fox & Mathews recomendam 12 a 16 semanas ou mais de treinamento
aeróbico para o treinamento de atletas.
c. Freqüência
A freqüência semanal é o fator que juntamente com a duração da sessão irá
determinar o volume da carga de treinamento aeróbico. Ainda não está totalmente
comprovada a influência da freqüência semanal na melhora do condicionamento
aeróbico, se for mantido o mesmo volume de trabalho.
Considerando o mesmo volume semanal parece que as modificações na
distribuição das sessões não produzem diferenças na melhora do VO2 max. Existem
porém outros fatores que devem ser considerados nestes casos. A execução de três
sessões consecutivas seguidas de quatro dias de repouso provavelmente terá mais
desvantagens do que se intercalassem os dias de repouso. A distribuição ideal deve ser
individual pois depende da capacidade de recuperação do indivíduo.
A maioria dos autores sugere três dias por semana como a freqüência ideal
para não-atletas. Dois dias na semana seria o mínimo para se conseguir algum efeito
(Pollock 1973). Cinco vezes ou mais poderia aumentar o risco de lesões.
Fox recomenda para atletas em geral o treinamento aeróbico de 3 a 5 dias
por semana. Para velocistas ele recomenda 5 (cinco) vezes. Para meio-fundistas e
fundistas é preciso o treinamento de 6 a 7 vezes na semana, segundo o mesmo autor.
Maratonistas, que percorrem uma grande quilometragem semanal, preferem
dividir a distância em duas ou três sessões no mesmo dia.
6.6 – APLICAÇÃO
6.9 – CONTROLE
a. Controle Imediato
O controle imediato da CC é feito basicamente através do registro da FC. Os
dados importantes são:
1) FCesforço – para o controle da intensidade do treinamento.
2) FCrecuperação – tomada em 1 a 5 minutos para verificar o tempo de volta à
calma. É um bom índice para indicar uma melhora do sistema cardiopulmonar.
Periodicamente deve ser verificada a curva de recuperação cardíaca. Esta
consiste no gráfico onde é indicado o valor da FCE e a FCrec a cada 30 segundos durante
5 minutos. A comparação periódica da curva de recuperação fornece buas indicações da
melhora da função cardíaca, conforme verifica-se no quadro 6-2.
O treinador deve estar sempre observando as reações do seu atleta. Uma
diminuição anormal do rendimento pode ser sintoma de uma infecção ou um indício de
supertreinamento. Para detertar isto é importante que o treinador conheça o
comportamento habitual do seu atleta.
b. Controle Tardio
O controle tardio é feito através dos seguintes parâmetros:
- FCbasal – sua diminuição indica um melhor desempenho cardíaco. O
aumento pode ser um sintoma de supertreinamento. Uma alteração não persistente
(causada por uma noite de insônia, por exemplo) deve ser desprezada.
- Peso e gordura corporal – o controle do peso do corpo e do percentual de
gordura podem fornecer boas indicações de diminuição da gordura também para evitar-
se o supertreinamento.
- exames médicos e laboratoriais – permite o controle da saúde do atleta e
fornece algumas indicações de melhora aeróbica.
- testes físicos – indicam a melhora no desempenho e o efeito do
treinamento.
a. Modificações Metabólicas
As modificações metabólicas estão relacionadas com o sistema aeróbico de
produção de energia. São elas:
- aumento da mioglobina
- aumento da capacidade de oxidação de carbiodratos, devido ao:
- aumento do número e tamanho das mitocôndrias
- aumento da atividade de concentração enzimática
- aumento da capacidade de oxidação de gorduras (economia de glicogênio
muscular).
b. Modificações Cardiovasculares
O exercício aeróbico é aquele que promove maiores benefícios para o
sistema cardiovascular. Observa-se as seguintes alterações:
- aumento das cavidades cardíacsa (principalmente do ventrículo esquerdo)
- maior densidade capilar
- aumento do volume de ejeção de repouso
- diminuição da freqüência cardíaca de repouso
- aumento da hemoglobina total
- redução da pressão arterial
c. Modificações Respiratórias
- aumento da ventilação-minuto máxima
- redução do equivalente respiratório (ER = VM )
VO2
- aumento do VO2 max
d. Outras Modificações
- diminuição do percentual de gordura (quando acompanhado de controle
alimentar).
- redução do nível de triglicerídios e do colesterol total
- aumento do colesterol (HDL
Obs: Estas alterações acima permitem uma maior proteção contra doenças
cardíacas.
- capacidade de dissipação do calor mais rápida
- diminuição da susceptibilidade à osteoporose. Isto é importante
principalmente para mulheres idosas.
- melhoria no desempenho em esforços aeróbicos. O maior consumo de
oxigênio é o fator principal que permite uma melhor performance. A elevação do nível
de potência em que o indivíduo atinge o limiar anaeróbico também favorece um melhor
desempenho.
c. Respiração
O ajustamento ventilatório acontece, durante o exercício, de forma
inconsciente. Qualquer tentativa de modificação do ritmo ventilatório, tentando forçar
uma maior profundidade, por exemplo, não traz nenhum benefício. Uma observação
importante porém, é que o ar deve entrar e sair pela boca e pelo nariz evitando-se uma
restrição no fluxo de ar.
VANTAGENS DESVANTAGENS
- Contato com a natureza - Difícil controle fisiológicos
- Variação do piso
- Quebra a monotonia - rendimento mais demorado
- efeitos fisiológicos mais duradouros
- Estâmina
QUADRO 6-3
ARTIGO III
CONCLUSÃO
CAPÍTULO 7
FARTLEK
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
7.2 – CONCEITUAÇÃO
ARTIGO II
FARTLEK NA CORRIDA
QUADRO 7-1
QUADRO 7-2.
7.6 – APLICAÇÃO
ARTIGO III
FARTLEK NA NATAÇÃO
QUADRO 7-3
ARTIGO IV
CONCLUSÃO
CAPÍTULO 8
“CROSS-PROMENADE”
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
8.1 - GENERALIDADES
8.2 – CONCEITOS
É um método de preparação física de cargas mistas que consiste na
execução de corridas fortes e fracas intercalando também exercícios de efeitos
localizados.
ARTIGO II
PRINCÍPIOS DE EXECUÇÃO
Uma sessão de treinamento está dividida em 4 fases e entre cada uma delas
o atleta realiza uma corrida contínua, em terreno variado, com efeito recuperador e
descongestionante. Esta corrida deve ter uma duração entre 3 e 10 minutos. As fases do
método são:
- 1.ª fase – Aquecimento e exercícios de flexibilidade.
- 2.ª fase – Exercícios de desenvolvimento muscular.
- 3.ª fase – Trabalho de velocidade.
- 4.ª fase – Treinamento intervalado.
c. Trabalhos de Velocidade
Esta etapa que tem duração de 10 a 20 minutos, encontra-se dividida em
quatro subfases que compreendem exercícios de aceleração, exercícios técnicos e
educativos da corrida, exercícios de saltos e exercícios em aclives.
d. Treinamento Intervalado
Com uma duração de 30 a 50 minutos, esta fase objetiva o desenvolvimento
da resistência da potência aeróbica, da resistência e potência anaeróbica e do ritmo.
Compreende dois tipos de trabalhos intervalados. O primeiro semelhante ao
IT da Escola de Freiburg e, o segundo consiste em um trabalho semelhante ao “Tempo-
Training”. No entanto, Mollet denominou o primeiro de Treinamento Intervalado de
Intervalo Curto e o segundo de Intervalo Longo. Em ambos, os princípios de execução
adotados são os mesmos apresentados nos processos de cargas intervaladas.
No Quadro 8-1 e apresentamos um exemplo das duas formas de treinamento
intervalado aplicadas na última fase da sessão que, dependendo da modalidade
esportiva, poderá ser de intervalo longo ou curto.
Intervalo D T R I A
100 16” a 17” 8 a 18 45’ a 90” Recuperação
CURTO
200 35” a 40” 6 a 15 60’ a 90” Parcial
100 14” a 16” 4a8 4’ a 5’
200 29” a 32” 3a6 3’ a 5’ Recuperação
LONGO
600 1’30” a 2’ 2a4 8’ Total
1000 3’20” a 3’30” 1a3 8’ a 10’
QUADRO 8-1
Se o treinador desejar dar mais ênfase à resistência aeróbica, esta fase pode
ser suprimida e substituída pela corrida contínua.
Após a última repetição do trabalho intervalado, o atleta realizará a volta à
calma fazendo uma corrida bem relaxado.
8.7 – DURAÇÃO
8.8 – INTERVALO
8.9 – APLICAÇÃO
ARTIGO III
CONCLUSÃO
CAPÍTULO 9
MÉTODO CERUTTY
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
9.2 – CONCEITO
ARTIGO II
PRINCÍPIOS DE EXECUÇÃO
a. Fortalecimento Geral
Nesta fase, o atleta percorre cerca de 150 km semanais. São empreendidas
corridas em dunas, efetuando subidas e descidas. Os atleta chegam a cumprir 50
repetições em uma duna de 30 metros de altura em cadência máxima.
Ainda nesta primeira etapa Cerutty prevê trabalhos com pesos com o
objetivo de fortalecer os músculos do tronco e dos braços.
Esta fase se caracteriza pelo trabalho de duração, onde não há preocupação
alguma em se registrar tempo.
c. Treinamento de Ritmo
Utiliza-se, nesta fase, o treinamento fracionado para aquisição do ritmo e
obtenção do sentimento da prova. Compreende um trabalho intervalado com o ritmo
que melhor se ajuste às possibilidades do corredor na prova que disputa, justamente para
automatizar a cadência que será por ele desenvolvida na competição.
ARTIGO III
CONCLUSÃO
CAPÍTULO 10
MARATHON-TRAINING
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
10.2 – CONCEITO
ARTIGO II
PRINCÍPIOS DE EXECUÇÃO
a. “Cross-Country”
Nesta fase, o atleta começa a correr diariamente iniciando com 20 km
semanais até alcançar 100 km previsto para esta fase.
O objetivo é utilizar-se dos mais diferentes pisos e já procurando fortalecer
a musculatura das pernas e principalmente começar a preparar o sistema
cardiopulmonar para as fases mais intensas.
No Brasil, como há uma carência de parques e bosques que dificultam
copiar este trabalho, esta etapa foi substituída por corrida de rua, notadamente nas
grandes cidades e consequentemente, acoplaram-se as etaspas de “Cross-Country” e
Longas Distâncias.
Como a própria fase do “Cross-Country” prevê 12 semanas de treinamento,
é de se antever que os primeiros efeitos fisiológicos do método só ocorram após três
meses de atividade física, muito embora LYDIARD afirme que para se alcançar a
estâmina, ou seja, a resistência aeróbica no mais alto grau, sejam necessários seis meses
de trabalho efetuando-se trabalhos de longa duração, o que só será alcançado após o
término da fase de corridas de longas distâncias.
b. Longas Distâncias
Nesta etapa, objetiva-se o acúmulo de quilometragem que proporcionará ao
atleta um lastro fisiológico, que uma vez alcançado supõe-se jamais perderá. É o
aumento pleno das aurículas e ventrículos do coração.
É uma etapa que requer 14 semanas de trabalho utilizando-se os mais
variados pisos e o atleta, nesta etapa, deve cumprir no mínimo 160 km semanais,
correndo por dia em princípio de 20 a 30 km.
O quadro 10-1 apresenta um exemplo de trabalho semanal concebido pelo
idealizador do método para esta fase, que também é cognominada de treinamento de
maratona. Observa-se a inclusão do “Fartlek”, de corridas em terrenos com aclive e
declive, já preparando o atleta para as fases subsequentes.
2.ª Feira 3.ª Feira 4.ª Feira 5.ª Feira 6.ª Feira Sábado Domingo
16 km 24 km 19 km 29 km 16 km 32 a 42 km 24 km
Terreno Terreno Fartlek Terreno Terreno Terreno Trote ou
Variado Plano Plano Variado Plano Jogging
1h 1 h 30 1 h 30 2h 1h 3h 2h
QUADRO 10-1
c. Subidas e Descidas
Esta fase é também denominada de corrida de contra-resistência. As subidas
deverão ser efetuadas, dando ênfase à elevação dos joelhos, movimentos de braços e
extensão acentuada da perna de apoio. Nas descidas, se buscará a maior soltura possível
e procurando executá-las de forma bem relaxada a fim de não afetar os calcanhares e os
tendões.
Nestas sessões o atleta deverá percorrer 20 km, efetuando-as três a quatro
vezes por semana, deixando os outros dias para proceder às corridas de longas
distâncias de tal forma que 160 km sejam percorridos durante a semana.
TRABALHO QUILOMETRAGEM
Corrida até o morro 1,5 km
2 subidas e 2 descidas 6 km
Corrida no plano 3 km
2 subidas e 2 descidas 6 km
Corrida no plano 1,5 km
QUADRO 10-2
É bom destacar que além das valências físicas acima citadas, a resistência e
a potência anaeróbica também se farão presentes. Esta fase deve ter uma duração de 8
semanas. Como este tipo de treinamento exige um local adequado, muitos treinadores
na impossibilidade de tê-lo substituem esta tarefa pelo treinamento intervalado em
aclive.
d. “Fartlek” em Rodovias Asfaltadas
Nesta fase, que tem a duração de quatro semanas, Ludiard estabelece um
plano fixo de trabalho, que inclui de 2 a 15 km diários, com a finalidade de preparar o
corredor para a fase da pista de atletismo, já procurando a intensidade dentro da
qualidade.
A velocidade e a resistência de “Sprint” são desenvolvidas quando o
treinador prescreve, dentro da sessão, séries intervaladas de 50 a 100 metros onde os
atletas cumprem de 4 a 10 repetições.
Nesta fase, há um acoplamento das valências físicas resistência e potência
aeróbica e velocidade de Sprint e, principalmente, da resistência e potência anaeróbica.
2.ª Feira 3.ª Feira 4.ª Feira 5.ª Feira 6.ª Feira Sábado Domingo
5 km 1500 6 x 400 5 km 3 x 200 3 x 200
com 75% 75% 75% 75% 75% 5 km
piques 50 Trote ou
m Corridas contínuas como complementação jogging
(“Fartlek”)
QUADRO 10-3
QUADRO 10-4
f. Competição e Pós-competição
No período de competição está incluído o próprio “peak”, cuja duração e em
torno de 15 dias, permanecendo a fase seguinte destinada à etapa de transição, entre a
última e mais importante competição do ano e o reinício do treinamento para a
temporada seguinte.
Cerca de 10 a 15 dias antes da prova, realiza-se o último apronto. A seguir,
o atleta entra na fase de manutenção, quando são programadas sessões de ginástica
desintoxicante, trote e uma ou duas sessões de treinamento intervalado por semana.
Quando se aproxima a competição, o problema do “peak” é encarado da seguinte forma:
ARTIGO III
CONCLUSÃO
O ESQUEMA AMERICANO
Os americanos passaram a aplicar o método aos seus corredores de fundo e
meio fundo preconizando um período de treinamento de 36 semanas ao invés das 52
semanas previstas por LYDIARD.
QUADRO 10-5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O “Marathon-Training” é um método de carga mista de superação
psicológica que se constitui num verdadeiro esquema de treinamento.
Amplamente aplicado no atletismo, tanto o método Lydiard como o Cerutty
reformularam completamente os conceitos até então existentes sobre o trabalho com
cargas contínuas, imprimindo uma grande quantidade de trabalho (treinamento-
duração).
A doutrina de Lydiard e a de Cerutty focalizam o importante problema da
atitude mental, num trabalho considerado como verdadeira lavagem cerebral, a fim de
fazer seus atletas superarem a barreira da inibição do esforço. É a própria superação
psicológica.
CAPÍTULO 11
ALTITUDE-TRAINING
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
11.2 – CONCEITO
ARTIGO II
PRINCÍPIOS DE EXECUÇÃO
11.3 – CARGA DE TREINAMENTO
2.ª Feira 3.ª Feira 4.ª Feira 5.ª Feira 6.ª Feira Sábado Domingo
Interval Corrida Interval
Fartlek FARTLEK
Training Tempo contínua Training Tempo
Trabalho Training Trabalho Training
40 km 40 km
Com pesos 40 km Com pesos
QUADRO 11-1
A subida deve ser executada com alternância da velocidade, maior nas retas
e menor nas curvas, saindo o atleta de 500 m e chegando 1500 m de altitude.
A descida deve ser procedida numa cadência suave e, não deve ser aplicada
nas primeiras sessões, a fim de eliminar os efeitos negativos nas articulações dos joelhos
e nos tendões.
O treinamento intervalado consiste na aplicação do “Interval-Training” e do
“Tempo-Training”, com o objetivo de desenvolver a resistência e a potência anaeróbica,
além de aperfeiçoar a velocidade e o ritmo. Nota-se pelo Quadro 11-1 que o método
consiste numa associação do treinamento duração com o treinamento tempo, ou seja, o
trabalho quantidade e qualidade se aglutinam.
Já o Quadro 11-2 apresenta os parâmetros, inerentes aos métodos “Interval-
Training” e “Tempo-Training”, inseridos e utilizados no “Altitude-Training”, com o
objetivo de contrair um forte déficit de O2, e adaptar o atleta a níveis elevados de
acidose.
MÉTODO D T R I A
Interval 200 m 28” a 30” 30 a 40 45” a 90” Recuperação
Training 400 m 60” a 70” 15 a 20 1’ a 2’ Parcial
85% a 90%
Tempo do melhor Recuperação
1000 m 8 a 10 1’ a 3’
Training tempo na Parcial
distância
QUADRO 11-2
a. Temperatura
Em princípio, quanto mais alto o local, menor a temperatura. No Brasil
segundo DELGADO, há um decréscimo de 0,53 a 0,58.º C por cada 100 m de altitude.
Estes valores são maiores no inverno.
b. Umidade
A umidade também diminui com a altitude. A relação de declínio é a
seguinte:
0 m – 100%
1000 m – 70%
2000 m – 49%
Como é sabido o efeito conjunto da temperatura e umidade elevadas
desgastam sobremaneira o atleta. O treinamento em locais mais elevados reduzirá os
índices desfavoráveis.
c. Poluição
o conteúdo de impurezas do ar reduz com a altitude.
d. Vento
A velocidade do vento aumenta com a altitude. Deve ser considerado
também que no lado da montanha oposto àquele atingido pelo vento, há uma corrente de
ar ascendente mais quente. Sabendo-se disso será mais fácil conhecer o lado mais fresco
da montanha.
e. Vegetação
A vegetação oferece condições favoráveis ao treinamento. São elas:
1) O contato com a natureza é, para a maioria das pessoas, bastante
agradável;
2) As florestas neutralizam os ruídos e tem efeitos tranquilizantes pela
predominância da cor verde;
3) Absorvendo a radiação solar as florestas apresentam uma temperatura
mais baixa;
4) A existência de “aerossóis florestais” (partículas microscópicas) de
substâncias resinosas), que tem influência sobre os sistema nervoso e cardiopulmonar.
ARTIGO III
CONCLUSÃO
MÉTODO DE COOPER
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
12.1 – GENERALIDADES
12.2 – CONCEITUAÇÃO
ARTIGO II
PRINCÍPIOS DE EXECUÇÃO
Cooper dedica um capítulo de seu livro ao exame médico. Segundo ele três
fatores influenciam na freqüência da realização do exame médico:
- antecedentes pessoais;
- forma física;
- idade.
Se o indivíduo é sadio é recomendada a seguinte periodicidade para a
realização de exames médicos:
a. menor de 30 anos – a cada 2 ou 3 anos.
b. dos 30 aos 35 anos – a cada 2 anos. Deve-se fazer um eletrocardiograma
(ECG) em repouso para comparação no futuro.
c. dos 35 aos 40 anos – a cada 18 meses. Deve-se fazer um ECG em repouso
e um teste máximo na esteira rolante.
d. dos 40 aos 50 anos - a cada 12 a 18 meses. Deve-se fazer um exame
médico completo, com teste máximo na esteira.
e. acima dos 50 anos – a cada 12 meses. Deve incluir um ECG de repouso e
de esforço.
(MULHERES)
I – Muito Fraca < 1,61 < 1,55 < 1,51 < 1,42 < 1,35 < 1,26
II – Fraca 1,61 – 1,90 1,55 – 1,79 1,51 – 1,69 1,42 – 1,58 1,35 – 1,50 1,26 – 1,39
III – Média 1,91 – 2,08 1,80 – 1,97 1,70 – 1,96 1,59 – 1,79 1,51 – 1,69 1,40 – 1,59
IV – Boa 2,09 – 2,30 1,98 – 2,16 1,97 – 2,08 1,80 – 2,00 1,70 – 1,90 1,60 – 1,75
V – Excelente 2,31 – 2,43 2,17 – 2,33 2,09 – 2,24 2,01 – 2,16 1,91 – 2,09 1,76 – 1,90
VI – Superior > 2,43 > 2,33 > 2,24 > 2,16 > 2,09 > 1,90
QUADRO 12-1 < Significa “menos que” > significa “maior que”
COOPER em sua pesquisa também determinou a deterioração da
capacidade aeróbica do teste de 12 minutos quando realizado em altitude. Comprovou
que até a altitude de 1600 metros o teste original não sofre qualquer alteração. O quadro
12-1 apresenta a distância que uma pessoa deixa de cumprir num teste realizado em
várias altitudes, comparativamente com aquela determinada ao nível do mar.
QUADRO 12-2
(MULHERES)
I – Muito Fraca > 18:31 > 19:01 > 19:31 > 20:01 > 20:01 > 21:01
II – Fraca 16:55 – 18:30 18:31 – 19:00 19:01 – 19:30 19:31 – 20:01 20:01 – 20:30 21:00 – 21:31
III – Média 14:31 – 16:54 15:55 – 18:30 16:31 – 19:00 16:31 – 19:30 19:01 – 20:00 19:31 – 20:30
IV – Boa 12:30 – 14:30 13:31 – 15:54 14:31 – 16:30 15:56 – 17:30 16:31 – 19:00 17:31 – 19:30
V – Excelente 11:50 – 12:29 12:30 – 13:30 13:00 – 13:30 13:45 – 15:55 14:30 – 16:30 16:30 – 17:30
VI – Superior < 11:51 < 12:30 < 13:00 < 13:45 < 14:30 < 16:30
QUADRO 12-3 < Significa “menos que” > significa “maior que”
TESTE NADAR 12 MINUTOS Distância (em metros)
Idade (anos)
(HOMENS)
Categoria de Capacidade Aeróbica 13-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60+
I – Muito Fraca < 457 < 366 < 320 < 274 < 229 < 229
II – Fraca 457-548 366-456 320-411 274-365 229-319 229-273
III – Média 549-639 467-548 412-502 366-456 320-411 274-365
IV – Boa 640-731 549-639 503-593 457-548 412-502 366-456
V – Excelente > 731 > 639 > 593 > 548 > 502 > 456
< Significa “menos que” > significa “maior que”
QUADRO 12-4
(HOMENS)
Categoria de Capacidade Aeróbica 13-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60+
I – Muito Fraca < 4,42 < 4,02 < 3,62 < 3,22 < 2,82 < 2,82
II – Fraca 4,02 – 5,62 4,02 – 5,62 3,62 – 5,21 3,22 – 4,81 2,82 – 4,01 2,82 – 3,60
III – Média 6,03 – 7,63 5,63 – 7,22 5,22 – 6,82 4,82 – 6,42 4,02 – 5,62 3,61 – 4,81
IV – Boa 7,64 – 9,24 7,23 – 8,83 6,83 – 8,43 6,43 – 8,03 5,63 – 7,22 4,82 – 6,42
V – Excelente > 9,24 > 8,83 > 8,43 > 8,03 > 7,22 > 6,42
QUADRO 12-5
12.6 – OS PROGRAMAS DE CONDICIONAMENTO FÍSICO
a. Sistema de Pontos
O número de pontos a ser realizado semanalmente é indicado pela sua
categoria de capacidade aeróbica. O quadro 12-6 indica a média de pontos a ser seguida.
QUADRO 12-6
QUADRO 12-7
b. Exercícios do Programa
Existem tabelas de pontos para as seguintes atividades físicas: andar, correr,
ciclismo, natação, handebol / squash / basquete / futebol / hoquei, corrida estacionária,
ciclismo estacionário, subir escadas, pular corda, golfe e outras 17 atividades.
Além disso ele apresenta programas para pós-safenados, cardíacos
moderados e graves e para pessoas já condicionadas. Apresenta ainda equações
aeróbicas, onde os indivíduos já condicionados podem calcular o seu número de pontos.
c. Aplicação Semanal
A experiência tem revelado que o ideal é que as pessoas pratiquem
exercícios seis vezes por semana. Logo, deverão folgar somente um dia o que permitirá
a marcação de 5 pontos diários.
O autor do método recomenda que o praticante não passe mais de 48 horas
sem realizar exercícios para que não perca os efeitos do treinamento.
Uma preocupação mais recente do autor é aos problemas musculares e
articulares causados pelo excesso de treinamento. Segundo ele, para o indivíduo que
deseja correr com a finalidade de adquirir saúde é desnecessário fazer mais de 24 km
semanais.
12.8 – FUMO
O método enfatiza a proibição do fumo, pois um fumante inveterado,
inalando monóxido de carbono (fumaça), pode reduzir em 7% sua taxa de hemoglobina
disponível para o transporte de O2.
ARTIGO III
CONCLUSÃO
CAPÍTULO 13
INTERVAL-TRAINING
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
13.1 – ORIGEM
13.2 – OBJETIVOS
ARTIGO II
FISIOLOGIA DO MÉTODO
c. Efeitos neuromusculares
Em decorrência do maior recrutamento de unidades motoras nas contrações
musculares efetuadas, nota-se num plano fisiológico inferior uma melhoria do sistema
neuromuscular que se vê beneficiado pela hipertrofia das suas fibras (hipertrofia
muscular).
Esta hipertrofia deve ser desenvolvida de forma mais acurada num estágio
avançado do programa de treinamento, após o atleta ter efetuado, de preferência, as 21
sessões preconizadas para atingir os objetivos fisiológicos promulgados pelo método.
Neste caso, as repetições das distâncias de 100, 200 e 300 metros já deverão
estar sendo efetuadas numa cadência forte, podendo a de 400 metros ocorrer na
cadência moderada. Gerschler e Reindell afirmaram que se Um abraço, no período
básico de treinamento realizar cerca de 20 repetições numa cadência moderada para
uma distância de 200 metros, estará hipertrofiando secundariamente as fibras
musculares.
d. Índices hemodinâmicos
Quanto à freqüência cardíaca, esta deve situar-se preferencialmente entre
170 e 180 bpm, alcançando os limites mínimos de 140 a 120 bpm, quando o débito
sistólico será maior, o que ocorrerá a partir dos 30 segundos após ter-se iniciado o
intervalo, acompanhado a recuperação do atleta.
Esta recuperação é externada em valores numéricos pela faixa de 40 bpm
(freqüência cardíaca de esforço menos freqüência de respiração), que proporcionará ao
técnico mais um elemento valioso de controle. O atleta que registrar, por exemplo, 176
bpm imediatamente após o término do esforço deverá estar em condições satisfatória de
reiniciar a 136 bpm.
Quanto à pressão arterial, esta sofre uma elevação durante o esforço,
apresentando um significativo decréscimo durante o intervalo, paralelamente ao que
ocorre com o batimento cardíaco.
e. Conclusão
Conclui-se perfeitamente que o intervalo vem a se constituir na pedra
angular do método, pois é durante o contra esforço que o coração tem oportunidade de
efetuar seu trabalho de adaptação e para que isso ocorra, o tempo de repouso ideal
deverá estar compreendido entre 30 a 90 segundos.
Para praticantes com idade inferior a 16 anos, que não sejam atletas e foram
introduzidos nesta atividade fracionada, o tempo de intervalo deve-se situar entre dois e
três minutos. A freqüência cardíaca de esforço dos jovens é bem mais elevada do que de
um indivíduo adulto, muito embora se eqüivalham na de recuperação.
ARTIGO III
PRINCÍPIOS DE EXECUÇÃO
- Fatores de treinamento
- Controle fisiológicos
- Determinação da carga
- Princípio de sobrecarga
Dos cinco fatores, dois são constantes: distância e ação durante o intervalo;
três são variáveis: tempo, intervalo e repetição, os quais se modificam de acordo com o
reajuste de carga ou com o princípio da sobrecarga.
Atualmente os fatores de treinamento sofreram uma simplificação em
termos de nomenclatura. A distância para alguns treinadores é designada como estímulo
e a ação durante o intervalo, por se constituir numa constante, foi desrelacionada. Daí
considerar-se as principais variáveis expressas pela fórmula “DTRI”, “ETRI” ou
simplesmente “TRI”.
a. Distância
Os estímulos ou distâncias mais usadas são as de 100, 200, 300 e 400
metros, sendo que cada uma apresenta característica próprias.
A distância de 100 metros objetiva o aprimoramento da potência anaeróbica
alática, assim como o desenvolvimento do sistema neuromuscular, particularmente da
potência muscular. Em face da curta duração do esforço esta distância não apresenta
benefício cardiovascular tão significativo como a distância de 200 metros. Há uma
influência mais acentuada do sistema nervoso central e a fonte de energia que sobressai
é a anaeróbica alática.
A distância de 200 metros é considerada a “distância-síntese”, onde se
observam as maiores modificações cardiovasculares. Pelo tempo de duração do
estímulo (aproximadamente 30 segundos) desenvolve tanto o sistema alático como o
lático. É a mais aconselhável para utilização.
Na distância de 300 metros já começa a preponderar o sistema lático,
provocando uma acidose precoce, dificultando as modificações cardíacas equilibradas.
A distância de 400 metros se coloca num plano inferior às anteriores para o
desenvolvimento cardíaco. Os estímulos anaeróbicos láticos elevam a taxa de lactato
sangüíneo, a qual dificulta o prosseguimento dos esforços, além de ser de demorada
remoção. Por esta razão, essa distância é mais aplicada em fases mais avançadas do
treinamento, em atletas com maior embasamento fisiológico.
Ressalta-se que, para atletas de alto nível, a distância de 100 metros não é
nada representativa. Para esses atletas, o estímulo praticamente seria realizado na
cadência máxima de modo que alcançasse a faixa de freqüência cardíaca prevista. Isto é,
não se coaduna às pretensões nitidamente fisiológicas do método. A solução seria
aplicar estímulos de 200 e/ou 300 metros para esse atleta.
b. Tempo
O tempo é, juntamente com o intervalo, o parâmetros mais importante, o
qual está traduzido pela intensidade do esforço despendido.
O esforço a ser empreendido pelo atleta deve ser tal que se situe um pouco
acima do estado de equilíbrio (“steady-state”), de tal forma que o praticante contraia um
déficit de 02, que vem a se constituir no elemento estimulador do método.
Face ao exposto, após anos de estudo, Gerschler e Reindell estabeleceram
tempos (intensidades) moderados e submáximos, permitindo aos atletas determinar
individualmente sua faixa de cadência, através de tabelas, atribuindo-se valores
inferiores e superiores para atletas principiantes e confirmados respectivamente.
Apresentamos a seguir as tabelas dos tempos propostos pelos idealizadores
do método, quadro 13-1.
MEIO-FUNDO FUNDO
Distância Tempo (Seg) Tempo (Seg)
100 16-15 15-14 16-15 15-14
200 33-32 32-31 31-30 30-29 33-32 32-31 31-30
300 69-68 68-67 67-66 66-65 65-64 74-73 73-72 72-71 71-70
70-69 69-68
QUADRO 13-1
c. Repetições
No início do treinamento as repetições devem ser poucas com a finalidade
de adaptação, aumentando-se progressivamente seu número, segundo o princípio da
sobrecarga.
Segundo alguns treinadores, a quantidade não deverá ultrapassar o previsto
no quadro 13-2, partindo-se da premissa que o atleta realiza paralelamente, durante a
semana, trabalho de corrida contínua.
QUADRO 13-2
Não obstante, corredores de alto nível fogem ao estabelecimento e como
exemplo citamos Emil Zatopek que no seu treinamento para os jogos Olímpicos de
Lodres, 1948, chegou a realizar 60 x 400 metros.
O treinador de Zatopek apresentava características distintas dos
preconizados por Gerschler e Reindell, tanto é que ambos evoluíram certos aspectos
doutrinários influenciados pela contribuição que aquele atleta apresentou.
Zatopek valeu-se de um processo de trabalho alternado, mais de fundamento
competitivo do que fisiológico, ainda mais que, uma vez desenvolvido os objetivos
fisiológicos em uma temporada, na seguinte o tipo de trabalho deveria ser
indubitavelmente diferente em termos de intensidade e quantidade. Deve-se buscar o
rendimento ótimo. Se mantivesse os mesmos parâmetros anteriores alcançaria somente
um rendimento bom. Isto é possível acontecer graças ao lastro fisiológico que o atleta
adquiriu.
Como ilustração mostramos no quadro 13-3 uma sinopse do plano de
treinamento de Zatopek, quando estabeleceu o recorde mundial, para os 10.000 metros
em 1953 com 29’01” 2/10.
QUADRO 13-3
QUADRO 13-4
d. Intervalo
Considerando o aspecto cardíaco, o intervalo é a pedra angular do método,
pois é durante o mesmo que o coração tem oportunidade de desenvolver o aumento de
cavidades. Obviamente, a duração desta recuperação, também denominada contra-
esforço ou repouso ativo, é importantíssima.
A duração do intervalo será tal que, ao seu término, a freqüência cardíaca
terá baixado até 14-120 batimentos por minuto (freqüência de recuperação).
A figura 13-1 nos dá uma idéia das constatações de Gerschler e Reindell
sobre a recuperação do sistema cardiovascular durante o intervalo para atletas
confirmados.
A – Limite do esforço
B – Término das pausas e dos efeitos de adaptação do coração
C – Término dos efeitos sobre os vasos sangüíneos.
Fisiologistas relatam que três a quatro minutos após o esforço os capilares
se fecham por não haver fluxo sangüíneo em grande quantidade e menor débito
sistólico, pois a partir de 1 min e 30 seg o bombeamento de sangue para o organismo vai
paulatinamente se reequilibrando e, consequentemente a pressão nos vasos sangüíneos
vai-se tornando menor. Assim sendo, a freqüência de recuperação deve chegar a faixa
de 140 a 120 bat./min. Se a freqüência baixar desta faixa limite, a volta à calma terá
atingido cerca de 70%, tornando-se necessário reiniciar um novo esforço, não
permitindo que ao capilares se cerrem.
Como não se deve deixar o atleta ultrapassar o tempo de recuperação
previsto, pois já pagou parcialmente o débito de oxigênio e ingressou em estado de
equilíbrio (“Steady-state”), os intervalos mais convenientes variam de 30 a 90 segundos.
Portanto, se o intervalo for longo (maior que 90 segundos) as adaptações fisiológicas
não se farão sentir convenientemente.
Existe uma faixa de valores ideais para o intervalo, faixa entre 30 e 90
segundos, de modo que o novo estímulo se inicie antes que cessem inteiramente os
efeitos do estimulo anterior e que haja um pagamento parcial do débito de oxigênio
contraído.
De acordo com as distâncias a serem trabalhadas os intervalos mais usados
são os apresentados no quadro 13-5.
QUADRO 13-5
e. Ação no intervalo
Durante o intervalo o atleta não fica parado, mas realiza atividades suaves a
fim de evitar vertigens, síncopes, desmaios, além de manter o ritmo circulatório e o
calor corporal.
Dentro do conceito da escola de Freiburg o trote lento é a forma mais
indicada, proporcionando melhor adaptação do atleta ao novo esforço. Paradas bruscas e
repouso muito prolongado não permitem uma adaptação fisiológica progressiva. O
atleta sentado ou deitado prejudicará o efeito da massagem que o músculo necessita, ao
passo que de pé, trotando ajudará a neutralizar o ácido lático como também auxilia a
circulação de retorno.
Depreende-se que a recuperação é mais importante que o próprio esforço
empreendido. É em função da rápida recuperação que se nota o estado físico do atleta
proporcionando de forma proeminente os efeitos fisiológicos propostos.
No limiar do treinamento, deparando-se com o mau condicionamento físico
do atleta, externado pelo esforço empreendido e principalmente pela sua precária
recuperação, será mais interessante introduzi-lo em qualquer método de cargas
contínuas, notadamente para os iniciantes.
Os métodos de longas distâncias propiciam melhor aumento das cavidades
do coração que o próprio “Interval-Training” de Gerschler e Reindell. Este seria um
segundo patamar a ser galgado num esquema metódico e racional.
Porém até hoje fisiologistas e treinadores se incompatibilizaram na defesa
do treinamento-duração (cargas contínuas) e do treinamento intervalado.
Os defensores da Escola de Freiburg afirmam que o sistema cardiopulmonar
é ativado de uma maneira mais rápida e científica e com isto é possível chegar-se a uma
condição boa num tempo bastante curto de treinamento. A corrente contrária não abole
o “Interval-Training”, porém afirma que o treinamento de cargas contínuas deve
antecedê-lo de forma proeminente, de modo a se obter uma boa forma atlética sem o
que o atleta permanecerá pouco tempo no cenário desportivo de alto nível.
QUADRO 13-6
24 seg 100%
31,2 seg 130%
ou
24 seg 100%
7,2 seg 30%
D T R I A %
200 m 31/32” 20 45 a 90 Trote 70
28/29” 80
26/27” 90
QUADRO 13-7
D T R I A
200 m 30/31” 12 60 seg Trote
freqüência cardíaca após repetição
Após esforço Após intervalo
Atleta A 174 144
Atleta B 184 146
Solução do treinamento a partir da 7.ª repetição
Atleta A Aumentar o intervalo para 75 seg
Atleta B Diminuir a intensidade para 32/33 seg
QUADRO 13-8
D T R I A
200 m 29/30” 16 70 TROTE
QUADRO 13-9
FREQÜÊNCIA ALTERAÇÃO
ATLETA
ESFORÇO RECUPERAÇÃO PREVISTAS
A 188 144 32/33 seg
B 184 136 31/32 seg
C 176 148 90 seg
D 176 136 MANTER
E 176 104 60 seg
F 162 104 28/29 seg
QUADRO 13-10
QUADRO 13-11
13.11 – APLICAÇÃO
D T R I A
100 Repouso
ou 60% 6 a 15 2 a 3 min Relativo
200 ou Total
QUADRO 13-12
a. Vantagens
- Maior exigência do sistema cardiopulmonar
- Oferece condições mais precisas de avaliação da carga aplicada com
respeito a individualidade biológica
- Melhor controle, evitando o supertreinamento
- Proporciona melhor coordenação neuromuscular
- Melhor controle de defesa ao stress
- Rendimentos fisiológicos auferidos mais rapidamente
b. Desvantagens
- Possibilidade de alcançar a fadiga mental e fisiológica mais rapidamente
- Não favorece a estâmina
- As curtas distâncias ficam a desejar para as provas de longas distâncias
- Proporciona monotonia ao treinamento
CAPÍTULO 14
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
ARTIGO II
PRINCÍPIOS DE EXECUÇÃO
QUADRO 14-1
Qualidade Física % D T R I A
Resistência Aeróbica 80% N
50 m 30” 30 30”
Resistência Anaeróbica 20% A
Resistência Aeróbica 50% D
50 m 30” 20 10” O
Resistência Anaeróbica 50%
Resistência Aeróbica 20% L
Resistência Anaeróbica 80% E
Velocidade 50 m 25” 10 90” N
T
O
QUADRO 14-2
a. Distância
Para nadadores novos e iniciantes, pode ser aplicado um processo
intervalado mais parecido com o de Gerschler e Reindell. Neste caso, o trabalho mais se
assemelha ao “Fartlek”, ou seja, nada forte e logo a seguir fraco. Se por exemplo, o
atleta nadar 50 metros num tempo estipulado, que corresponde a 60 e 70% de sua carga
máxima, no interval nadará 25 metros suavemente.
As distâncias mais utilizadas são as de 25 a 100 metros, obtidas dividindo-se
as distâncias do IT original por quatro.
b. Tempo
Permanece com a mesma intensidade do IT de Gerschler e Reindell, ou seja,
60 a 70% da carga máxima.
c. Repetição
Variam de 10 a 30 em função da distância a ser percorrida e da intensidade
do esforço.
d. Intervalo
Terá uma duração menor do que no “Interval-Training” em função do
retorno mais rápido da freqüência cardíaca de recuperação para um nível mais baixo.
Varia de 30 a 60 segundos.
e. Ação no Intervalo
Durante o intervalo o atleta pode executar duas formas distintas de ação.
Nadar lentamente durante o mesmo, normalmente realiza 25 metros, ou se ainda não
apresenta uma boa habilidade natatória, poderá realizar um exercício ativo na borda.
14.5 – RESUMO
QUADRO 14-3
CAPÍTULO 15
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
ARTIGO II
15.2 – GENERALIDADES
D T R I A
2.ª feira 200 30/31”
300 46/47” 30
10 Repouso
4.ª feira 100 14/15” a
a
200 30/31” 90
25 Relativo
6.ª feira 200 30/31” seg
400 64/65”
QUADRO 15-2
10 x 300
46 / 47”
5 x 200 4 x 200
30 / 31” 30 / 31”
5 x 100 4 x 100
14 / 15” 12/13”
QUADRO 15-3
ARTIGO V
22.20 – CONCEITUAÇÃO
22.21 – APLICAÇÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
4 – MATHEWS, Donald & FOX, Edward. Bases fisiológicas da educação física e dos
desportos. 3 ed., Rio de Janeiro, Interamericana. 1983.
5 – MATVEIEV, Lev P. Fundamentos do treino desportivo. Lisboa, Livros Horizonte,
1984.
A PREPARAÇÃO TÉCNICA
TÁTICA E FÍSICA
1. A PREPARAÇÃO FÍSICA
a. FORÇA
Força geral – na Fase de Preparação Geral.
Força especial – na Fase de Preparação Especial.
Deve ser antecipada de um trabalho de RML.
b. VELOCIDADE
c. RESISTÊNCIA
Aeróbica– na Fase de Preparação Geral.
Especial – na Fase de Preparação Especial.
d. FLEXIBILIDADE
Sempre.
2. A PREPARAÇÃO TÉCNICA
a. DEFINIÇÃO
b. FASES
Fase de Base
Fase de Aperfeiçoamento e Domínio
3 . A PREPARAÇÃO TÁTICA
a. DEFINIÇÃO
PREPARAÇÃO
TÁTICA
PREPARAÇÃO
TÉCNICA
PREPARAÇÃO
FÍSICA
PREPARAÇÃO PSICOLÓGICA
A ESTRUTURA DO TREINO
COMO BASE DA SUA ORDENAÇÃO
a. FASE DA AQUISIÇÃO
b. FASE DA CONSERVAÇÃO
- O Calendário das Provas tem efeito bem determinado nos prazos dos
períodos do treino:
® influencia a estrutura do período competitivo,
® limita, em parte, a duração dos outros períodos do treino.
As condições externas, que se modificam conforme a época do ano,
exercem um efeito bem determinado nos prazos dos períodos do treino e na seleção dos
meios de treino.
a. PERÍODO PREPARATÓRIO
b. PERÍODO DE COMPETIÇÃO
1) FASE DE PRÉ-COMPETIÇÃO
O resultado final de todo o trabalho de treino de vários anos depende
diretamente desta fase que, normalmente, dura uma mesociclo.
“Na Olimpíada de Los Angeles somente 7% dos atletas conseguiram
obter seus melhores resultados. Quatro anos de treinamento foram em vão por
causa da má distribuição da proporcionalidade da carga do treino na rase pré-
copetitiva”.
A modelização, no processo de preparação direta para as provas mais
importantes, pressupõe a reprodução integral de:
- exercícios competitivos
- regime competitivo
- condições externas
São utilizados nesta fase microciclos competitivos modelos (reproduz a
ordem de distribuição das provas, a alternância das cargas e do repouso nos dias das
eliminatórias e finais, regime competitivo) e microciclos de treino principalmente.
2) FASE DE COMPETIÇÃO
“Atualmente vem sendo utilizado o “princípio do pêndulo”, que foi
testado em mais de 20 esportes, inclusive o futebol, e em todos os casos os
resultados obtidos foram excelentes”.
c. PERÍODO DE TRANSIÇÃO
a. TIPOS DE MESOCICLOS
- mesociclo de envolvimento
- mesociclo de base:
- de desenvolvimento
- de estabilização
- mesociclo de verificação-preparação
- mesociclo pré-competitivo
- mesociclo competitivo
- mesociclo recuperativo:
- de preparação (intermediário)
- de manutenção
1) MESOCICLOS DE ENVOLVIMENTO
2) MESOCICLO DE BASE
4) MESOCICLO PRÉ-COMPETITIVO
5) MESOCICLO COMPETITIVO
a. TIPOS DE MICROCICLOS
- microciclos de treino
- preparatórios gerais
ordinários ou de choque
- preparatórios especiais
- microciclos introdutórios
- microciclos de competição
- microciclos de recuperação
1) MICROCICLO ORDINÁRIO
2) MICROCICLO DE CHOQUE
3) MICROCICLO INTRODUTÓRIO
4) MICROCICLO DE COMPETIÇÃO
PERÍODO DE COMPETIÇÃO
FASE DE PRÉ-COMPETIÇÃO E
FASE DE COMPETIÇÃO
PERÍODO DE TRANSIÇÃO
1 MATVEIEV, Rio de Janeiro, 1988.
2 MATVEIEV, Rio de Janeiro, 1988.
3 MATVEIEV, Rio de Janeiro, 1988.
4 MATVEIEV, Rio de Janeiro, 1988.
5 MATVEIEV, Rio de Janeiro, 1988.
6 MATVEIEV, Rio de Janeiro, 1988.
7 MATVEIEV, Rio de Janeiro, 1988.