Pregacao Indutiva - Ralph L. Lewis
Pregacao Indutiva - Ralph L. Lewis
Pregacao Indutiva - Ralph L. Lewis
Índice
Folha de rosto
direito autoral
Conteú do
Introduçã o
Um: Necessidade
Dois: uma soluçã o promissora
Trê s: Partes Velhas e Nova Esperança
Quatro: A Histó ria da Induçã o
Cinco: O Caminho de Deus?
Seis: Modelo Mestre
Sete: Web e Fluxo
Oito: Mais Web e Fluxo
Nove: Combinaçã o Imbatı́vel
Dez: No Estudo
Onze: Atrá s do pú lpito
Doze: Fim dos Nossos Meios
Conclusã o
Apê ndice Um: Pregaçã o Indutiva - Dois Exemplos
Apê ndice Dois: Lista de Veri icaçã o de Caracterı́sticas Indutivas
Apê ndice Trê s: 96 Pregadores Indutivos de 20 Sé culos
Apê ndice Quatro: Uma Estraté gia para Tornar Indutivas as Estruturas
Tradicionais do Sermã o
Indice
Contracapa
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PREGAÇÃO INDUTIVA
Ajudar as pessoas a ouvir
PG 18 17 16 15 14 13 12 11 10 09
27 26 25 24 23 22 21 20 19 18 17 16
Para
Uma bela
família de fazendeiros
agora mais velha, crescida
ou morta: Mãe,
Pai e
Irmãos
Três
Conteúdo
Introduçã o
Um: Necessidade
Dois: uma soluçã o promissora
Trê s: Partes Velhas e Nova Esperança
Quatro: A Histó ria da Induçã o
Cinco: O Caminho de Deus?
Seis: Modelo Mestre
Sete: Web e Fluxo
Oito: Mais Web e Fluxo
Nove: Combinaçã o Imbatı́vel
Dez: No Estudo
Onze: Atrá s do pú lpito
Doze: Fim dos Nossos Meios
Conclusã o
Apê ndice Um: Pregaçã o Indutiva - Dois Exemplos
Apê ndice Dois: Lista de Veri icaçã o de Caracterı́sticas Indutivas
Apê ndice Trê s: 96 Pregadores Indutivos de 20 Sé culos
Apê ndice Quatro: Uma Estraté gia para Tornar Indutivas as Estruturas
Tradicionais do Sermã o
Indice
Introdução
Como podemos ajudar?
Por que mais pessoas nã o ouvem quando pregamos?
Que implicaçõ es nossa era eletrô nica tem para a pregaçã o? A nova
disciplina da ciê ncia cognitiva com suas descobertas mais recentes
sobre a funçã o cerebral pode nos ajudar a comunicar melhor a Palavra
de Deus?
Os estudantes modernos do cé rebro descobriram uma distinçã o
clara em funçã o e capacidades entre os hemisfé rios direito e esquerdo
do cé rebro humano. Pensamento crı́tico, leitura e ló gica linear parecem
centrar-se no lado esquerdo do cé rebro. Criatividade, memó ria visual,
sentimentos e imaginaçã o sã o funçõ es da metade direita do nosso
cé rebro.
Mas o que isso tem a ver com um sermã o de domingo de manhã ?
Há quase 500 anos, a imprensa revolucionou o mundo. Alterou a
base da comunicaçã o humana e, assim, afetou o padrã o do pensamento
humano popular. Gutenberg isgou a humanidade na palavra impressa e
encurralou grande parte de nossa vida cerebral em um padrã o de ló gica
linear do lado esquerdo do cé rebro. E por cinco sé culos a maior parte
de nosso ensino e pregaçã o foi construı́da sobre esse fundamento.
Hoje as reverberaçõ es de uma nova revoluçã o estã o abalando a velha
fundaçã o. A imprensa nã o é mais o principal meio de coletar ou
comunicar o pensamento humano. A maior parte do conhecimento está
agora armazenada em micro ilme ou em bancos de memó ria de
computador e comunicada por blips em uma tela ou impressõ es
fotoeletrô nicas. E se os pensadores da comunicaçã o estã o certos
quando dizem que os meios de uma cultura para comunicar e
armazenar seu conjunto bá sico de informaçõ es e conhecimento podem
ser o determinante mais crucial do cará ter dessa civilizaçã o, entã o o
mundo das telecomunicaçõ es promete mudanças pelo menos tã o
dramá ticas quanto os mó veis de Gutenberg. tipo.
Já cruzamos o limiar para uma nova era - a era daalfabetizaçã o visual.
Se nã o podemos ver, devemos ter os olhos fechados. Os graduados do
ensino mé dio deste ano passaram mais tempo na frente de seus
aparelhos de televisã o do que em uma sala de aula durante doze anos
de escolaridade. O paroquiano que passa cinquenta horas por ano em
nossos bancos (talvez 100 horas se vier no domingo à noite) tem o tubo
ligado em sua casa mais de 2.000 horas por ano. Nosso mundo nã o está
apenas mudando; já mudou.
Como tudo isso impacta em nossa pregaçã o?
A aná lise do cé rebro dividido da ciê ncia cognitiva classi icaria os
sermõ es tradicionais, tanto a pregaçã o deles quanto a sua escuta, como
atividades do cé rebro esquerdo. A homilé tica se apó ia fortemente na
aná lise, na ló gica e na linguagem. Os sermõ es muitas vezes enfatizam
conceitos intelectuais mais do que ingredientes imaginativos ou
inventivos, uma visã o seqü encial em vez de holı́stica, fatos sobre
sentimentos, orientaçõ es racionais em vez de relacionais.
No entanto, a revoluçã o da comunicaçã o cultural está direcionando
as pessoas para outra direçã o. As comunicaçõ es visuais de hoje estã o
reeducando nossas mentes. Pela primeira vez em meio milê nio, o lado
direito do cé rebro clama por proeminê ncia e insiste no envolvimento
na vida e no aprendizado.
Nossos ouvintes nã o estã o mais viciados em palavras impressas e
ló gica linear. Eles sã o viciados no sentido de açã o e envolvimento do
lado direito do cé rebro. E a TV é o principal impulsionador, sua
principal conexã o se quisermos esticar a metá fora.
A TV oferece envolvimento barato. Observadores descem das
arquibancadas e entram em açã o. O microfone coloca o ouvido no
centro dos sons. A câ mera leva os olhos dos espectadores para o meio
da briga, do futebol, da diversã o. O que antes era remoto, imaginá rio e
irreal torna-se instantaneamente vital, vı́vido e crı́vel atravé s da
alquimia da televisã o.
Assim como a era espacial estende a perna por voo, nossa era
eletrô nica estende o cé rebro por computador e processador de texto, o
ouvido por microfone e o olho por câ mera. O envolvimento torna-se um
modo de vida, e a descoberta sensorial torna-se uma forma primá ria de
aprendizagem.
Se nos apegarmos demais a quinhentos anos de tradiçã o homilé tica,
logo encontraremos um abismo intransponı́vel entre o envolvimento
diá rio, a descoberta e a criatividade que nossos ouvintes experimentam
durante a semana e a rotina comparativamente monó tona e monó tona
dos decretos sermô nicos de domingo. Se nã o tomarmos medidas
drá sticas para mudar as coisas com nossa pregaçã o, logo
descobriremos que para nossos ouvintes a dimensã o interior da vida
parecerá cada vez mais remota, a realidade espiritual parecerá
imaginá ria e o que deveria ser a vı́vida verdade da A palavra pode se
tornar uma né voa meramente subjetiva. Muitos dos jovens, os
espiritualmente nã o iniciados e os a iados empreendedores seculares
de nossa sociedade empı́rica já se sentem ignorados ou patrocinados
pela tradiçã o institucionalquando nossos sermõ es dependem mais de
decreto dedutivo do que de descoberta, quando nossa ê nfase é
exortaçã o sem preocupaçã o com exploraçã o ou experiê ncia.
Por que as pessoas nã o ouvem? Como podemos pregar para envolvê -
los?
O que a Bı́blia tem a dizer? Como Jesus e outros grandes pregadores
da Bı́blia envolveram seus ouvintes? Poderia a experiê ncia deles no
passado pré -Gutenberg ser a chave para nossa pregaçã o no presente e
no futuro pó s-impressã o?
Jesus, os profetas e apó stolos pregaram com um acento indutivo. Mas
quem nunca percebe? Quem presta atençã o a Jesus como pregador? Por
que os textos homilé ticos ignoram seu exemplo? Quem se lembra que
as pessoas comuns ouviam Jesus com alegria quando ele pregava
indutivamente, começando por onde eles estavam?
Quem segue o exemplo de Jesus, recusando-se a falar sem uma
pará bola, uma histó ria, uma comparaçã o? Quem analisa o Sermã o da
Montanha como um sermã o de dezoito minutos com dezenas de
exemplos, imagens visuais, dezenas de comparaçõ es e dispositivos de
captura de interesse tã o diversos quanto enigmas, apelo sexual e
experiê ncia cotidiana?
Jesus pode nos ensinar alguma coisa sobre pregaçã o? Poderiam
outros pregadores e icazes dos sé culos intermediá rios revelar algum
padrã o simples para ajudar nossa pregaçã o? Os ouvintes sã o apenas
incidentais à pregaçã o? Ou as pessoas podem se envolver em nossos
sermõ es? Nossa pregaçã o pode ganhar sua atençã o e seu
envolvimento? Nossos sermõ es podem cruzar para usar as duas
metades do cé rebro?
As perguntas sã o muitas, mas respostas emocionantes nos cercam.
Vejamos a pregaçã o atravé s de uma nova lente. Jesus e pregadores de
sucesso desde seu tempo nos mostram uma abordagem simples.
Podemos facilmente ver seus segredos se pesquisarmos seus sermõ es.
Eles prometem remé dio para os sermõ es fracos e fú teis tã o comuns
hoje em dia. Eles també m demonstram vá rios mé todos de alcançar a
resposta leiga à nossa pregaçã o.
Este livro nã o é um estudo de iloso ia, metafı́sica ou epistemologia.
Aqui estudamos a vida. Estudamos experiê ncia. Estudamos a Palavra de
Deus. E estudamos bom senso e pesquisa.
O objetivo? Mantenha-o simples — simples, mas nã o estú pido. Aqui
nos esforçamos para parecer profundamente simples - tã o simples
quanto o bom senso. Tã o comum quanto a experiê ncia. Tã o comum que
as pessoas ouvem. Eles até ouvem. E eles se envolvem.
1 Necessidade
Quando Sam Smith entra no estacionamento da igreja com seu Ford de
trê s anos, ele vê todos os novos Chevies, Buicks e Toyotas. Ele se lembra
que seu trigé simo sexto pagamento vence amanhã e o carro será dele
— bem a tempo de comprar outro — um menor.
No caminho para a igreja, Susan, sua esposa, disse que precisa de
mais dinheiro para a creche de Suzette, de quatro anos, para os custos
crescentes do supermercado e o novo guarda-roupa de primavera que
ela precisa para a convençã o de Nova York que seu chefe quer que ela
participe. Ela deve ter roupas novas para poder ganhar mais dinheiro
para comprar roupas para poder trabalhar para ter dinheiro para
comprar alguns vestidos para poder... Sam morde a lı́ngua e engole seu
comentá rio brincalhã o sobre a liberdade feminina.
Ele observa melancolicamente enquanto Susan se junta a um
pequeno grupo que entra pela porta lateral onde se reú ne a Classe de
Jovens Empresá rias. Ele se lembra da de iniçã o de compatibilidade da
Reader's Digest como "o casal que tem dores de cabeça ao mesmo tempo".
Orgulhosamente, ele assiste Steve, de dezesseis anos, se juntar à
gangue de adolescentes refazendo o jogo de sexta-feira à noite. Ele quer
que seu ilho mais velho vá para a faculdade para que ele possa ter uma
chance melhor na vida. Talvez lucrar com apó lices de seguro cubra
alguns dos custos crescentes da universidade, mas Steve parece estar
mais interessado em um carro usado do que na faculdade no momento.
Sally, sua ilha de quatorze anos, passa conscientemente pelo grupo
de garotos do ensino mé dio para se misturar com as garotas um minuto
antes do inı́cio da escola dominical. Ela deve ter seus dentes
endireitados e alguma cirurgia dentá ria durante as fé rias de Natal.
Sam se pergunta se deveria conversar com algué m sobre as pressõ es
— ele o faria se algué m parecesse entender ou se importar. Seu gerente
ameaçou demiti-lo se a empresa nã o aparecercom “mais um ano de um
milhã o de dó lares”. As vendas caı́ram e os magnatas estã o caçando
cabeças. O plano de sucesso de cinco anos de Sam nã o parece muito
realista para ele agora.
Alguns minutos depois, Sam está sentado no canto da Escola
Dominical Masculina, sua mente entrando e saindo da discussã o.
Principalmente fora. Ele analisa as opçõ es para o dinheiro adicional que
sua famı́lia precisa. Ele poderia pedir emprestado o seguro, mas nã o
poderia usar isso para ajudar a pagar a faculdade de Steve. Ele poderia
vender o trailer de viagem, mas nã o podia esperar chegar nem perto de
seu valor. A ideia de uma segunda hipoteca traz seus pensamentos de
volta à sala da escola dominical.
Ele sente uma pontada de culpa por nã o prestar mais atençã o ao
professor. Mas ele se lembra de que ele nã o quer estar na igreja de
qualquer maneira. Susan o pressiona para isso. E ela deveria estar feliz
por eu ter vindo, ele diz a si mesmo. A culpa passa, e seus pensamentos
novamente começam a vagar.
O sinal inal eventualmente sinaliza o im da aula. Sam sai da sala,
atravessa a ala educacional e entra no ná rtex para esperar Susan.
Quando ela o encontra, eles entram juntos no santuá rio e tomam seu
lugar de sempre, na metade do caminho, do lado direito do corredor.
O canto de hinos familiares ocupa a mente de Sam. E por um tempo,
pelo menos, os sons estridentes do mercado de Sam desaparecem na
memó ria sem sentido. A mú sica suave do santuá rio parece mais
calmante, mas estranhamente diferente da batida ousada dos alto-
falantes do rá dio que ele ouviu ao longo da semana. Sam absorve
lentamente um espı́rito sagrado sutil; a osmose umedece as memó rias
em um clima de solidã o, meditaçã o e adoraçã o. O limbo penetra no talo
enquanto os porteiros passam as placas de oferendas hipnó ticas para
frente e para trá s, para trá s e para frente, para trá s e…
No entanto, Secular Sam traz toda a sua bagagem cultural com ele em
sua viagem de seu continente durante a semana chamado Vida para a
ilha de domingo chamada Igreja. E sua mente se recusa a ser
abandonada. Suas perguntas, seus con litos, sua consternaçã o voltam
gradualmente à sua consciê ncia. Sam logo está de volta lutando contra
suas guerras internas de inanças familiares e sobrevivê ncia na carreira.
Quando o pastor se levanta para ler as Escrituras da manhã , Sam
veri ica o boletim para o tó pico do sermã o, “A Verdade Total para o
Mundo Total de Hoje” – uma ê nfase especial de missõ es, de acordo com
a ordem de adoraçã o.
Enquanto o pastor lê , Sam muda para sua pró pria agenda. Ele ouviu
tantos sermõ es na ú ltima dé cada, que torna um desa io semanal
construir seu pró prio esboço. Hoje ele decide apostar em sete pontos
— aliterativos, é claro.
Ele o intitula “Roaming the Seven C's”. Sam reprime um sorriso. O
dinheiro tem que ser seu ponto nú mero um. Entã o Carro. Roupas.
Compatibilidade.Carreira. Faculdade. E Crise Atual. Sam está traçando
sua rota pelos sete C's pela segunda vez quando o sermã o das crianças
interrompe sua jornada.
“Quando eu era menino”, começa o pastor e Sam se inclina para
frente para observar aquelas crianças nos bancos da frente e ouvir o
pastor falar brevemente com elas.
Quando o “sermã o normal” começa, Sam observa as pessoas
inquietas se contorcendo em seus assentos. Eles mudam seu peso para
encontrar a postura menos dolorosa e se acomodam para pensar em
algo ou nada.
Depois de um dé bil esforço para reorganizar seus pensamentos em
torno de seu pró prio contorno, Sam lentamente os libera para vagar
aleatoriamente. Memó ria, imaginaçã o e devaneio tocam apenas
ocasionalmente com os acontecimentos no santuá rio. Ele abandona
completamente o ministro, e seus pensamentos voam para a vida
continental. Ele pondera seu retorno ao mundo louco da manhã de
segunda-feira. O que vou dizer ao chefe? Quais são minhas opções? Vale a
pena o incômodo?
Susan se inclina um pouco na direçã o dele e se aconchega sob seu
braço protetor. Ele se lembra: Tem sido uma vida boa. Tivemos nossos
altos e baixos. Mas nos damos muito bem – geralmente. Tivemos ótimos
momentos, e depois há as crianças. Algumas coisas desaceleraram um
pouco, mas a vida é muito boa. Claro que precisa de mais dinheiro. Vamos
ver - isso é dinheiro - número um no meu esboço.
Sam começa a planejar sua saı́da cerca de quinze minutos antes do
té rmino do sermã o. O que há para o jantar de domingo? ele se pergunta.
Susan disse frango? Ou era arroz espanhol? Algo rápido, espero! O jogo
vem no tubo às 12:30!
Sam olha para a saı́da e planeja sua fuga durante o hino inal. Na
ú ltima nota do acorde “Amé m”, ele faz seu movimento. A rota direta o
leva desconfortavelmente perto do pastor na porta dos fundos. As vezes
ele pode escapar sem interrupçã o, mas hoje o pastor Jones olha para ele
e pisca.
Sam é pego. O que ele pode dizer? "Gostei da sua conversa", ele deixa
escapar enquanto sua mente tateia por uma palavra mais honesta. Ele
aperta desajeitadamente a mã o que o pastor lhe estende. Entã o Sam
corre no meio da multidã o e sai para o estacionamento, onde se agacha
em seu carro e liga o rá dio para ouvir o noticiá rio do meio-dia — uma
voz do mundo real.
Susan e as crianças logo se in iltram no carro. "O frango deve estar
pronto", diz Susan enquanto todos se dirigem para casa.
O Orador ou Pregador
Qualquer esperança de envolvimento deve começar com a atitude do
pregador. Ele ou ela tem que querer envolvimento. Mas esse desejo
deve brotar diretamente do cuidado sentido pelas pessoas. Ningué m se
importa com o quanto sabemos até que saiba o quanto nos
importamos.
No inı́cio do meu ministé rio, conheci um pastor rural que icou cada
vez mais desencorajado pela falta de resposta de seu povo. Certo
domingo, ele icou tã o frustrado que chamou sua congregaçã o de
fazendeiros holandeses-americanos de “um bando de holandeses de
cabeça chata”, saiu pela porta lateral da igreja e foi até o presbité rio
para acalmar-se. Ele certamente mostrou a eles que se importava; mas
a expressã o desse cuidado frustrado acabou com qualquer esperança
de um ministé rio e icaz naquela paró quia.
Pastor Jones e Randy sã o melhores exemplos para nó s. Eles sentiram
algumas das mesmas frustraçõ es. Mas a compaixã o e preocupaçã o do
pastor Jones por seu povo o impediram de condená -los em uma oraçã o
inal. A preocupaçã o de Randy com seu povo o ajudou a conter o desejo
de atirar naquelas vacas e o fez procurar qualquer ajuda que pudesse
obter de seu professor de pregaçã o. Ao contrá rio do ministro que
explodiu em sua congregaçã o, eles estavam prontos para aceitar
alguma responsabilidade pelo problema de envolvimento.
Essa é a fonte de qualquer esperança de envolvimento em nossa
pregaçã o.O ministé rio começa na mente e no coraçã o do ministro. Paulo
especi icou parte desse requisito quando disse: “Haja em vó s o mesmo
sentimento que houve també m em Cristo Jesus, o qual... tomou sobre si
a forma de servo... e se fez obediente até a morte e morte de cruz. ”
Jesus acrescentou mais diretrizes para o ministé rio quando disse: “A
menos que o grã o de trigo caia na terra e morra, ica ele só ; mas se
morrer, dará muito fruto.... Porque o Filho do homem nã o veio para ser
servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate por muitos....
Quem quiser salvar a sua vida, perdê -la-á , mas quem perder a sua vida
por minha causa e do evangelho, o mesmo a salvará ”.
Mas como isso afeta a pregaçã o para o envolvimento?
Signi ica que, se queremos envolvimento, temos que estar dispostos
a nos envolver. O verdadeiro coraçã o de pastor se preocupa o su iciente
para se identi icar com as pessoas, assim como o Bom Pastor dá sua
vida por suas ovelhas.
O ministé rio exige sacrifı́cio, e o sacrifı́cio é arriscado.
A pregaçã o e icaz pode signi icar correr o risco da experimentaçã o.
Como Randy, talvez precisemos perguntar: “Como posso ser mais
e icaz? O que posso mudar em meus sermõ es para envolver meus
ouvintes?” Tal mudança é arriscada.
Mas um ministé rio signi icativo requer mais do que arriscar nossos
sermõ es. Signi ica arriscar a nó s mesmos. Signi ica nos colocar no
banco com nosso povo, admitir nossa humanidade para nó s mesmos e
para eles, e pregar com a convicçã o de que todos somos “colaboradores
de Deus”.
Esse risco pessoal é o preço do envolvimento; o pregador torna-se
vulnerá vel. Amor e ministé rio sempre extraem esse preço.
Conforto, complacê ncia e indiferença nã o podem identi icar o
pregador envolvido. Ele tem que dizer, como o Mestre: “Para isso nasci,
e para isso vim ao mundo, a im de dar testemunho da verdade” (Joã o
18:37).
No entanto, embora a esperança de envolvimento em nossa pregaçã o
tenha que começar com a atitude na mente e no coraçã o do pregador,
ela nã o pode parar por aı́. Essas atitudes de servidã o devem ser
re letidas em seu cará ter.
Ao discutir a e icá cia da pregaçã o, geralmente aceitamos o bom
cará ter do pregador como um dado adquirido. Mas nã o podemos nos
dar ao luxo de minimizar sua importâ ncia.
Demó stenes coloca o apelo pessoal do orador acima de todas as
outras provas; o bom orador é o bom homem falando bem. O ethos ou o
apelo do orador como pessoa combina-se com outras discussõ es nos
ensinamentos de Aristó teles; ele enfatiza a importâ ncia da inteligê ncia,
cará ter e boa vontade do orador.
Tanto a Bı́blia quanto a tradiçã o cristã ampliam o papel do orador
aoacentuando sua integridade, sinceridade e atitudes desejá veis,
juntamente com moral e comportamento pessoal. Praticar o que
pregamos envolve muito mais do que meramente ensaiar nosso
sermã o.
O pensamento cristã o atravé s dos sé culos explorou o que signi ica
ser um homem bom. As atitudes, relacionamentos, crenças e
comportamento do ministro devem sustentar suas palavras faladas.
Nenhum assunto é mencionado com mais frequê ncia nas palestras de
Yale sobre pregaçã o do que o cará ter pessoal do pregador.
Hoje, muitos de nossos ouvintes anseiam por um pregador atento,
atencioso e em crescimento que se relacione com as pessoas. A maioria
das congregaçõ es prefere ver um sermã o a ouvi-lo em qualquer dia da
semana.
Se quisermos envolvimento em nossa pregaçã o, faremos bem em
lembrar o quarto princı́pio de comunicaçã o de Kierkegaard: “Somente
aquele que é transformado pelo cristianismo pode ensinar o
cristianismo”. 1
Na Review of Religious Research de setembro de 1980 , o pastor
luterano William O. Avery e o professor de Gettysburg, Pensilvâ nia A.
Roger Gobbel relataram duas pesquisas sobre as atitudes de escuta
entre os luteranos nas congregaçõ es do centro-sul da Pensilvâ nia.
No artigo “As Palavras de Deus e as Palavras do Pregador”, eles
disseram: “A credibilidade que um remetente tem… depende do
relacionamento entre o remetente e o destinatá rio”. Quase 83 por cento
dos entrevistados julgaram calor, amizade e bondade no sermã o de um
ministro tã o ou mais importantes do que a perı́cia teoló gica ou a solidez
intelectual.
“Os leigos nã o exigem perfeiçã o moral de seu clero, mas procuram
uma tentativa de consistê ncia entre palavras e açõ es... Eles sã o
sensı́veis e in luenciados pelas relaçõ es pessoais que tê m com o pastor.
“Quando os leigos percebem bondade e compreensã o em seu
ministro, e que o ministro se preocupa com eles expressando abertura,
calor e empatia, eles consideram seriamente interpretaçõ es do
evangelho que podem estar em desacordo com seus pró prios
entendimentos. Quando essa relaçã o é positiva, os leigos sã o mais
propensos a a irmar … que a Palavra de Deus foi falada…”
Esta pesquisa respalda as Escrituras e a experiê ncia. O envolvimento
deve começar com a atitude do pregador – uma atitude enraizada na
mente e no coraçã o e evidenciada em seu cará ter, vida e pregaçã o.
Mas a atitude adequada nã o é su iciente para garantir o
envolvimentonossa pregaçã o. O pregador é apenas uma parte do
processo de comunicaçã o.
A audiência
O envolvimento que começa com o orador só pode progredir com a
compreensã o do pú blico. As pessoas sã o a única razã o para pregar.
Muitos livros de pregaçã o e sermõ es parecem ter perdido esse foco. A
homilé tica muitas vezes ignorou o pú blico, a segunda preocupaçã o de
Aristó teles, como se uma mensagem pudesse e devesse caber a todos os
ouvintes em todas as condiçõ es e situaçõ es.
A ciê ncia da pesquisa de mercado transformou as indú strias de
publicidade, vendas e comunicaçã o de nossos dias. Se realmente
desejamos uma pregaçã o e icaz, talvez devê ssemos ouvir um pouco
mais o que os pesquisadores dizem sobre demogra ia, psicogra ia e
necessidades sentidas.
Se vamos ter que entender as pessoas para envolvê -las, há uma sé rie
de perguntas relevantes que devemos fazer. Quem sã o esses corpos
quentes de domingo de manhã - esses Sams Seculares, esses
observadores de vacas? O que os preocupa? O que os move a
responder? Como eles aprendem? Precisamos perguntar e responder a
todas essas perguntas.
Quem são essas pessoas? Em nossos dias, nã o sã o apenas os iló sofos
que nã o podem entrar duas vezes no mesmo rio. Servir a muitos
pastorados suburbanos pode ser como pregar para uma procissã o. Os
rostos vê m e vã o rapidamente. Mesmo aqueles que icam pertencem a
pessoas que sã o moldadas e mudadas a cada semana por suas
experiê ncias enquanto sã o arrastadas pela poderosa corrente da
sociedade contemporâ nea.
Quem sã o eles? Eles sã o o composto de muitos fatores que
interagem, mas principalmente sã o criaturas de nossa cultura.
Considere essa cultura por alguns momentos. E uma cultura em que
quase metade dos casamentos termina em divó rcio. E uma cultura onde
dois milhõ es de americanos vivem juntos como casais sem a bê nçã o de
nenhum rito de casamento. Onde os adolescentes ganham e gastam
alguns bilhõ es de dó lares por ano. Onde mais pessoas ganham mais
dinheiro e tê m mais tempo de lazer para gastá -lo do que nunca na
histó ria do mundo. Onde 60 por cento das mulheres trabalham fora de
casa. Onde o transporte nos levou à lua e alé m. E uma cultura onde
meio milhã o de americanos sã o sacri icados como resgate à revoluçã o
automobilı́stica a cada dé cada. Onde a televisã o invade as salas de estar
para exigir quarenta e oito horas por semana da famı́lia americana
mé dia. Onde o desemprego lentamente devora as economias e a auto-
estima de milhõ es a cada ano. Onde milhõ es dependem do bem-estar.
Onde os melhores atletas ganham um milhã o de dó lares por ano. Onde
temos mais polı́cia do que nunca e, no entanto, nossas casas e vidas
estã o cada vez mais ameaçadas por crimes violentos. Onde um terço do
dinheiro gasto em comida enche as caixas das redes de fast-food.
A mensagem
Ao longo dos sé culos, pregadores e professores de pregadores
concentraram a maior parte de seu pensamento e esforço neste ú ltimo
segmento do processo de comunicaçã o. A homilé tica concentrou-se e à s
vezes discursou sobre o conteú do, o arranjo e a ló gica do pró prio
sermã o. No entanto, apesar de toda a atençã o dada à mensagem,
poucos ousaram experimentar a estrutura bá sica do sermã o. Essa
estrutura bá sica é dedutiva.
Na maioria dos sermõ es dedutivos, declaramos nosso ponto
principal no inı́cio, declarando para onde iremos no restante do
sermã o. Muitos ouvintes, especialmente aqueles cé ticos em relaçã o à
nossa mensagem, podem interpretar nosso pará grafo de abertura desta
forma: “Aqui está minha conclusã o, pessoal, e durante o sermã o vou
provar que estou certo”.
Esse tipo de começo, quer queiramos ou nã o, certamente nã o
encoraja a resposta cooperativa ou a participaçã o do grupo. A
esperança de envolvimento diminui ainda mais quando a tese parece
remota, egocê ntrica, defensiva ou irrelevante para nossos ouvintes.
Houve lampejos de esperança ao longo da histó ria da pregaçã o e em
alguns sermõ es. Um vislumbre introdutó rio da vida – um go-go dancer,
um exemplo, narraçã o, uma analogia ou um estudo de caso –
ocasionalmente ilumina a varanda da estrutura dedutiva de nossos
sermõ es. Mas muitas vezes a tese do pregador no inı́cio dá um tapa na
cara da congregaçã o, e o duelo entre o pastor e o povo é de inido para a
duraçã o do sermã o.
A princı́pio, isso pode parecer um exagero. Mas considere como a
deduçã odesa ia tanto do que dissemos que devemos entender sobre
nossos ouvintes. No mercado eles veem, trabalham e lutam com os
fatos; na famı́lia sentem os fatos; eles aprendem principalmente com a
experiê ncia e os relacionamentos à medida que sã o golpeados em todos
os lugares pelos problemas e pelo realismo da vida.
Nossa pregaçã o dedutiva e proposicional, por outro lado, muitas
vezes tenta levá -los para longe das margens da vida cotidiana no que é
mais adequado para ser uma viagem solo do que uma expediçã o em
grupo. As vezes, a descoberta termina, a exploraçã o é concluı́da quando
o pastor digita suas anotaçõ es no sá bado à noite. Quando ele fecha a
porta do escritó rio a caminho do pú lpito, ele pode excluir todas as
chances de aventura mú tua. E quando ele começa seu discurso
dedutivo, pode ser como se estivesse dizendo: “Este é o meu decreto.
Meu iat está pronto. O processo está inalizado. Aqui está a minha
palavra. Desconsidere meu complexo de Jeová !”
Antes de considerarmos isso um exagero grosseiro, talvez
precisemos nos fazer algumas perguntas honestas. Nossa prá tica de
longa data do mé todo dedutivo poderia ser parte de nosso problema
em ganhar envolvimento em nossa pregaçã o hoje? Poderia a deduçã o
contribuir para o sentimento que muitos leigos tê m de que os sermõ es
tendem a se arrastar ao longo de um vô o acima da realidade, a uma
milha do paı́s da vida comum? Poderia repensar a estrutura do nosso
sermã o fornecer alguma ajuda ou esperança?
Existe alguma outra estrutura que, por sua pró pria natureza, possa
re letir a atitude do pregador de serviço atencioso e declarar à s pessoas
que somos todos “colaboradores”? Existe uma abordagem para
sermõ es que possa falar com a experiê ncia cultural, necessidades
emocionais e preocupaçõ es da vida real, enquanto capitaliza os há bitos
de aprendizado de nossos ouvintes e utiliza mais o potencial da incrı́vel
mente humana?
A pregaçã o indutiva pode fazer essas coisas. Entã o, por que
ignoramos o potencial da estrutura e ló gica indutivas em nossos
sermõ es?
A induçã o começa com os detalhes da experiê ncia de vida e aponta
para princı́pios, conceitos, conclusõ es. O curso indutivo pode surgir das
necessidades do ouvinte e nã o da incerteza do pregador. O pregador
procura liderar em vez de empurrar. Ele explora com as pessoas antes
de explicar o que elas encontram. A pregaçã o indutiva é uma busca pela
descoberta. Pode desarmar, interessar e envolver as pessoas na
exploraçã o e capitalizar o processo psicoló gico de aprender com a
experiê ncia.
A pregaçã o indutiva nã o pode prometer ser um substituto total para
nossos sermõ es existentes; pode servir melhor como um complemento
para os pontos fortes e habilidades existentes. Mas uma infusã o de
induçã o pode prometer chamar a atençã o e envolver nossos ouvintes
em um processo natural, normal e ú til. Ao fazê -lo, a induçã o pode
prometer transformar nossa pregaçã o de domingo de manhã de um
esporte para espectadores em um perı́odo de participaçã o de
crescimento, discernimento e cooperaçã o. A induçã o pode impedir os
pregadoresde deixar o grupo de turismo reunido no terminal enquanto
eles levam um ou dois santos queridos em um voo à s 11h para “as
costas celestiais e as regiõ es alé m”.
Mas a induçã o pode fazer isso sem destruir o pró prio fundamento da
pregaçã o? A induçã o exige que joguemos fora tudo o que já conhecemos
ou izemos em nossa pregaçã o? A pregaçã o indutiva pode manter a
autoridade bı́blica? Por onde começamos se decidirmos incorporar a
induçã o à pregaçã o? Existe alguma ajuda prá tica para preparar ou
entregar sermõ es indutivos? A induçã o é realmente uma resposta ao
problema do envolvimento na pregaçã o hoje?
Abordaremos essas e outras questõ es à medida que continuamos
nossa busca pela chave para o envolvimento na pregaçã o.
1Os princı́pios de comunicaçã o de Soren Kierkegaard podem ser resumidos: (1) O
comunicador deve se esforçar para descobrir o nı́vel do aprendiz e começar nesse
ponto. (2) As personalidades do professor e do aluno devem ser mantidas
distintamente separadas. (3) A forma de comunicaçã o deve ser artı́stica e
proporcionar envolvimento e auto-atividade por parte do educando. (4) O professor
deve ser o que ensina.
3 Partes Velhas e Nova Esperança
Depois de um seminá rio sobre pregaçã o, um dos participantes, um
o icial do Exé rcito da Salvaçã o, veio falar comigo. Ele disse que durante
nove anos conduziu cultos ao longo do famoso calçadã o de Atlantic City.
“Mas nunca ouvi falar de 'pregaçã o indutiva' até hoje. 'Sequê ncia
indutiva' e 'estrutura indutiva' sã o termos totalmente novos para mim”,
ele me disse. “Mas vou lhe dizer uma coisa: eu nunca teria feito
ningué m parar para ouvir se eu nã o tivesse usado esse mé todo que
você descreveu como 'pregaçã o indutiva!' ”
Já é difı́cil conseguir o envolvimento dos rostos amigá veis sentados
nos bancos de domingo de manhã , quando estamos apenas competindo
com vacas ou re letindo sobre preocupaçõ es cotidianas. Como você
gostaria de ter que parar um pú blico indiferente ou mesmo hostil em
uma calçada movimentada e conduzi-los para sua igreja antes que
houvesse uma chance de pregar para eles? Como você gostaria de
tentar passar sua mensagem para uma platé ia marchando em procissã o
contı́nua pelo seu santuá rio? Como você gostaria do desa io de ganhar
ou perder todo o seu pú blico a cada trinta segundos?
Essa era a tarefa que este o icial do Exé rcito da Salvaçã o
frequentemente enfrentava com sua pregaçã o. E ele credita qualquer
sucesso que teve à pregaçã o indutiva – um mé todo que ele encontrou e
adaptou pela experiê ncia prá tica no curso de seu ministé rio.
Por que a teoria homilé tica tradicional força tantos pregadores
cansados e desencorajados a vagar por um deserto tã o amplo, apenas
ocasionalmente para acontecer por induçã o por acidente ou tentativa e
erro? Por que os poucos que se tornam pregadores e icazes geralmente
descobrem a induçã o depois de suportar a frustraçã o e o fracasso da
homilé tica dedutiva?
Alguns evangelistas com sua sé rie de histó rias e vida ou morte
vı́vidascenas como estudos de caso involuntariamente foram pioneiros
em uma á rea de induçã o. Por exemplo, DL Moody coletou histó rias
vagamente em torno de um tema ao direcionar sua mensagem simples
e bá sica para as pessoas comuns. Ele sentiu que havia grande
necessidade de um ministé rio para aqueles que nada sabiam da Palavra
de Deus e se importavam ainda menos com ela. Entã o ele reuniu
experiê ncias e histó rias cotidianas em envelopes e embaralhou esses
itens em vá rias ordens enquanto pregava de cidade em cidade em
campanhas evangelı́sticas. Ele alcançou os nã o iniciados começando
com as experiê ncias da vida e guiando seus ouvintes a conclusõ es
diretas.
Os teó logos liberais com seus sermõ es de resoluçã o de problemas de
meados do sé culo XX exploraram outra avenida de sotaque indutivo.
Eles misturaram ingredientes bı́blicos e nã o bı́blicos na tentativa de
atender à s necessidades humanas. As vezes, as a irmaçõ es eram
atrasadas ou totalmente omitidas. A nota incerta de conclusõ es
provisó rias terminou alguns sermõ es sem autoridade “Assim disse o
Senhor”.
Muitos pregadores fundamentalistas fazem um esforço indiferente
na pregaçã o indutiva quando cortam seus sermõ es ao meio. Metade
lida com o “entã o e lá ” e a segunda metade salta para o “aqui e agora”.
Infelizmente, os ouvintes muitas vezes podiam dizer: “E nunca os dois
se encontrarã o”.
Pregadores e icazes de todo o espectro teoló gico descobriram
algumas té cnicas indutivas. Consideraremos os ingredientes indutivos
nos sermõ es de muitos dos maiores pregadores da histó ria no Apê ndice
3 . No entanto, apesar dos diletantes, dos exploradores de tentativa e
erro e daqueles outros que descobriram a e icá cia da induçã o por
acaso, a homilé tica tradicional continua a ignorar o poder e o potencial
da pregaçã o indutiva. Adotamos traços de induçã o sem reconhecer ou
utilizar todo o potencial do mé todo. Por quê ?
Os iló sofos encontraram apenas duas estruturas bá sicas — indutiva
e dedutiva — para todos os padrõ es de pensamento humano. Por que a
pregaçã o se concentrou em um e ignorou o outro? Esperamos que
nossos ouvintes desliguem metade de seus cé rebros no domingo de
manhã ? Nã o podemos aproveitar a capacidade dada por Deus ao nosso
ouvinte de pensar por si mesmo, de chegar a conclusõ es por si mesmo -
e usar essa capacidade para envolver nosso ouvinte na mensagem que
queremos comunicar? Por que nã o?
Talvez a maior razã o pela qual a pregaçã o tenha negligenciado a
e icá cia da induçã o é que a maioria dos pregadores nã o a entende.
Poucos sequer sabem o que é .
Ao pesquisar este livro durante um perı́odo sabá tico recente, visitei
vá rias bibliotecas de escolas teoló gicas. Repetidamente, quando
expliquei meus propó sitos, recebi olhares vazios dos bibliotecá rios.
“Pregaçã o indutiva?” Eles nunca tinham ouvido falar. Quanto mais eu
procurava material, menos surpreso icava com a resposta desses
pro issionaispesquisadores. A certa altura, uma pesquisa de
computador de um milhã o e meio de tı́tulos em um pool entre
bibliotecas resultou em apenas uma dissertaçã o sobre o assunto.
Mas o que foi ainda mais surpreendente para mim do que a escassez
de escritos sobre induçã o foi a resposta dos professores de pregaçã o do
seminá rio que visitei e contatei. Algumas das respostas que obtive deles
foram tã o incertas quanto as que encontrei entre os funcioná rios da
biblioteca. A maioria estava interessada na ideia de pregaçã o indutiva,
mas icou claro enquanto conversá vamos que poucos haviam pensado
muito sobre induçã o.
Nã o é realmente surpreendente, entã o, que a maioria dos pregadores
nã o pratique ou entenda a pregaçã o indutiva. Nã o há conexã o entre o
mé todo indutivo e a pregaçã o na maioria dos seminá rios ou nos textos
homilé ticos. Assim, a induçã o é vista como uma teoria suspeita,
complicada e abstrata, sem relaçã o com o alto chamado de se dirigir a
uma congregaçã o de domingo de manhã .
Isso é um grande e trá gico mal-entendido. Otimo porque a força da
pregaçã o indutiva é que ela é prá tica, nã o teó rica. E trá gico porque o
resultado de uma abordagem indutiva é o mesmo que o objetivo muitas
vezes nã o realizado de todo pregador que prega um sermã o – o
envolvimento do ouvinte.
Continuo voltando à palavra envolvimento porque é a chave para
explicar e entender a pregaçã o indutiva. Deu-me a minha melhor
resposta a todos os olhares vazios que os bibliotecá rios teoló gicos me
deram. “A pregaçã o indutiva é o meio de envolver os ouvintes no
sermã o”, eu dizia.
Essa explicaçã o simplista geralmente era respondida por um aceno
de cabeça ou sorriso compreensivo e alguma observaçã o reveladora,
como: “Agora esse é um objetivo digno” ou “Meu ministro com certeza
precisa de alguma ajuda lá ”. A necessidade de envolvimento é algo que
todos podemos entender e apreciar.
Mas como esse envolvimento é alcançado? Como o processo indutivo
se aplica aos sermõ es para garantir o envolvimento? O que é pregaçã o
indutiva?
Talvez o primeiro passo para entender a pregaçã o indutiva seja
considerar uma amostra de ingredientes comuns. Mesmo para aqueles
para quem a pregaçã o indutiva é um termo novo e estranho, alguns
desses ingredientes devem ser surpreendentemente familiares.
Narrativa. Eu conheci um pregador extravagante que pulou no
pú lpito e andou como um camelo por 800 milhas para encontrar uma
noiva para Isaac. “Whumpf! Whumpf! Whumpf!” Ele saltou para cima e
para baixo sobre as dunas do deserto, imitando Eleazer em busca de
Rebekah. Outros subiram nas cadeiras estofadas de veludo do pú lpito
para mostrar como o gigante Golias se elevava sobre o menino Davi.
Mas a narrativa nã o precisa de tais dramas para manter o interesse
do ouvinte. O teatro pode causar impressõ es memorá veis, mas
imaginativo, realistaformato de histó ria nã o exige fogos de artifı́cio e
melodrama para ganhar atençã o.
Todo o mundo adora uma histó ria. E ao longo dos sé culos, bons
narradores geralmente pregaram para multidõ es acima da mé dia. A
narrativa convida ao envolvimento. Capta o interesse e adia a conclusã o
até que orador e ouvinte cheguem à conclusã o juntos. Assim, uma
histó ria pode indutivamente levar o ouvinte a uma conclusã o
cooperativa sem ter que proteger defensivamente ou provar a
proposiçã o do falante. Em vez disso, a atençã o reside inerentemente na
narraçã o à medida que os ouvintes ouvem e aceitam a mensagem
expressa em forma de histó ria.
Você já notou o que acontece quando uma histó ria é inserida em um
sermã o? Quase sempre há uma mudança perceptı́vel na congregaçã o.
Os olhos focam, os ouvidos estã o a inados, as paradas inquietas.
Histó rias quase sempre envolvem pessoas. No entanto, quã o pouco do
elemento da histó ria pode ser encontrado na maioria dos sermõ es.
Talvez uma enxurrada recente de livros sobre “a histó ria” na
pregaçã o seja um bom pressá gio para a redescoberta generalizada da
narrativa. A declaraçã o de que “a histó ria é o sermã o” se enquadra com
muita evidê ncia nas Escrituras, como veremos no Capı́tulo Cinco .
Eugene L. Lowry, em seu excelente livrinho, The Homiletical Plot: The
Sermon as Narrative Art Form (Atlanta: John Knox Press, 1980) dá uma
dú zia de dicas ú teis em seu capı́tulo sobre a pregaçã o narrativa bı́blica.
1. Preste atençã o a cada linha “insigni icante”.
2. Olhe nas entrelinhas.
3. Pegue cada encontro e imagine a cena.
4. Traga dados de sua pró pria experiê ncia e imaginaçã o.
5. Afaste-se do comportamento para encontrar motivos mistos.
6. Mude os fatos para a dinâ mica anterior.
7. Utilize os sentidos.
8. Mude a identi icaçã o com a agonia e a dor incluı́da.
9. Utilize a gramá tica ativa com substantivos fortes e verbos ativos.
10. Passe para a primeira e segunda pessoa do singular. Mostre; nã o diga isso.
11. Passe do subjetivo para o objetivo, do particular para o geral — e vice-versa.
12. Prepare o cená rio prenunciando grandes eventos.
Questões. Mais de um pastor retoricamente fez uma pergunta: “Quem
fez …?” apenas para ouvir uma vozinha de criança encher o santuá rio
com uma resposta: “Nã o sei, mas nã o fui eu”.
Perguntas retó ricas tê m sido sugeridas há muito tempo para chamar
a atençã o nos sermõ es. Algumas mensagens se apoiam fortemente
nesse dispositivo para confrontar e envolver os ouvintes. “A pergunta
ensurdecedora”, disse o padre Regis Duffy em Liturgia (maio de 1974),
só pode ser respondida pelo ouvinte; entã oo silê ncio segue
apropriadamente esse tipo de sonda pelo pregador atencioso. O uso
ousado dessa té cnica, diz Duffy, exige “do pregador a aceitaçã o e o
respeito profundo e incondicional de cada um de seus ouvintes”, bem
como a luta pessoal com as respostas.
Quer as perguntas sejam diretas, exigindo uma resposta verbal, ou
meramente retó ricas, elas se submetem ao ouvinte, permitindo-lhe um
lugar para entrar e participar do sermã o. As perguntas envolvem as
pessoas.
Infelizmente, alguns pregadores parecem nunca ter dú vidas sobre
nada. E assim eles falham em capitalizar um elemento indutivo efetivo
em sua pregaçã o.
Parábolas. Estes sã o sempre indutivos por sua pró pria natureza. As
pará bolas representam uma mensagem em e atravé s de um cená rio. Os
ouvintes descobrem o ponto e suas implicaçõ es para si mesmos à
medida que a pará bola é contada.
Muitas vezes, quando pensamos em “pará bolas”, pensamos apenas
em exemplos bı́blicos, histó rias de Jesus e outras como a pará bola da
ovelha de Natã , que ele contou para prender o rei Davi. Mas “pará bola”
é um termo muito mais amplo. Pode ser um relato ictı́cio que
representa um signi icado mais profundo (as Crônicas de Nárnia de CS
Lewis sã o pará bolas estendidas). Instâ ncias humanas histó ricas e até
experiê ncias contemporâ neas podem ser usadas parabolicamente.
O que distingue uma pará bola, de acordo com Donald Capps em
Pastoral Counseling and Preaching (Philadelphia: Westminster Press,
1980) sã o as seguintes caracterı́sticas: (1) relacionamentos alterados —
algo acontece na histó ria para mudar permanentemente o
relacionamento entre dois ou mais personagens; (2) detalhes da
história comunicam signi icado — a mensagem de uma pará bola é
tecida nas descriçõ es e eventos da pró pria histó ria; (3) aberto — uma
pará bola simboliza a ambiguidade da vida e permite ao ouvinte tirar
pelo menos algumas conclusõ es por conta pró pria; (4) enfatiza o insight
— as vidas sã o mudadas à medida que os personagens da histó ria e os
ouvintes ganham insights sobre si mesmos, Deus e o mundo; (5)
transforma a percepção— uma pará bola procura ajudar o ouvinte a ver
com outros olhos e reestruturar seu ponto de vista.
Assim, mesmo um estudo de caso ou o simples relato de uma
atividade cotidiana pode adquirir signi icado parabó lico se incorporar
algumas dessas caracterı́sticas.
Analogia. Todo pregador sabe que ambos os Testamentos incluem
muitos exemplos de analogia. A Bı́blia explica muitos conceitos
teoló gicos com imagens como á rvore, noiva, edifı́cio, pedra angular,
ovelha, pastor e á gua. O raciocı́nio por analogia é muito comum em
qualquer tipo de comunicaçã o, argumentaçã o e investigaçã o em que
ideias desconhecidas devem ser esclarecidas. E uma té cnica indutiva no
sentido de queexplica o desconhecido pelo mais conhecido e permite
extrair as implicaçõ es gerais da ideia especı́ ica.
Um aviso é necessá rio embora. A analogia correu mal por sé culos,
atormentando a igreja cristã com excessos selvagens. A analogia
legı́tima da Bı́blia deslizou para profundidades absurdas quando os
pregadores permitiram que sua imaginaçã o corresse sem restriçã o,
razã o ou responsabilidade.
Esses perigos de uso indevido sã o reconhecidos há muito tempo. Nos
primeiros dias do cristianismo, Clemente e Orı́genes tentaram construir
câ nones cientı́ icos para governar a analogia e a alegoria, mas nã o
conseguiram criar uma metodologia viá vel. Até mesmo Agostinho errou
quando alegorizou o Jardim do Eden, acrescentando lora, fauna e açã o
imaginadas que, por sua vez, se tornaram a base de uma doutrina
questioná vel.
Tais excessos levaram ao princı́pio exegé tico bá sico da Reforma,
insistindo que cada passagem da Escritura tem apenas um signi icado.
Joã o Calvino defendeu a causa contra alegorias. Lutero també m disse:
“As alegorias de Orı́genes nã o valem tanta sujeira”.
O con lito na igreja persiste com um grupo sustentando que a
essê ncia do cristianismo é encontrada (e con inada) em suas estruturas
verbais originais, enquanto outros sentem que a pregaçã o é inferior, a
menos que a “espiritualizaçã o” expansiva ornamente as Escrituras, a
interpretaçã o e os sermõ es.
E verdade que a liberdade para expandir o signi icado muitas vezes
se tornou uma licença para distorcer a verdade com fantasias ilusó rias,
icçã o e invençõ es. No entanto, os modelos bı́blicos sugerem que deve
haver um uso legı́timo da analogia. Embora o registro ministerial
justi ique cautela com essa té cnica, a analogia pode ser outro
ingrediente indutivo e icaz nos sermõ es.
Diálogo. Um de meus amigos pastores iniciou um programa regular
de diá logo com seu povo. Uma vez por mê s, ele agendava uma discussã o
no culto matinal para encorajar o envolvimento.
Ele havia acabado de ler as Escrituras em um domingo quando um
homem se levantou rapidamente e disse: “Pastor, muitas vezes tenho
pensado sobre a questã o que esses versı́culos levantam. O que você
acha que Jesus quis dizer, e como isso se aplica a nó s hoje? Eu
certamente gostaria de ouvir o que as pessoas tê m a dizer sobre…”
Uma discussã o animada preencheu os pró ximos trinta minutos. Em
seguida, o serviço foi concluı́do com a bê nçã o e poslú dio do ó rgã o.
O ministro cumprimentou sua congregaçã o na porta quando viu o
rosto nublado do homem cuja pergunta havia desencadeado a
discussã o da manhã . “Oh, pastor”, o paroquiano perturbado deixou
escapar, “sinto muito e envergonhado. Acabei de perceber que este nã o
era o domingo em que deverı́amos ter uma discussã o. E o sermã o que
você planejou para hoje?”
O pastor sorriu e tentou tranquilizar o homem. “Se a mensagem que
eutinha planejado compartilhar hoje nã o vai icar até o pró ximo
domingo, nã o deve ter sido muito importante, John. Tivemos uma boa
sessã o hoje. Entã o, faça o que izer, por favor, nã o se preocupe com
isso.”
Obviamente, o diá logo pode envolver as pessoas. Mas nã o é apenas
mais um termo para discussã o? Como o diá logo se encaixa em um
sermã o real?
As vezes, o sermã o dialó gico tem sido um diá logo contı́nuo entre o
pú lpito e algum representante no banco. Em outras ocasiõ es, dois
pregadores tiveram uma conversa que a congregaçã o pô de ouvir. Mas
ambos os mé todos tendem a ser enfadonhos e arti iciais, a menos que
precauçõ es especiais garantam uma sensaçã o realista.
Alguns pregadores e icazes durante os sé culos criaram um efeito
dialó gico com toda a congregaçã o. Muitos dos profetas barganhavam e
brincavam com seus ouvintes. Os evangelistas de esquina muitas vezes
aprendem a misturar conversa e discurso direto em resposta à s
provocaçõ es de suas multidõ es.
Mas como podemos fazer o diá logo funcionar para nó s em nossos
dias de congregaçõ es sé rias e silenciosas? Como podemos entã o evitar
que o culto de adoraçã o se torne outra hora de discussã o da escola
dominical?
Uma maneira pode ser reservar um tempo pró ximo ao inal do
sermã o para os ouvintes adicionarem seus comentá rios. Ou um pastor
pode pedir exemplos da congregaçã o para levar a um tó pico. Por
exemplo, em um sermã o sobre a vontade de Deus, o pregador pode
pedir dois ou trê s voluntá rios para dar um exemplo da direçã o do
Senhor em suas vidas, e talvez até mesmo fazer algumas perguntas de
acompanhamento para esclarecer seus comentá rios antes de
prosseguir. com um sermã o sobre o assunto.
As vezes, o diá logo nã o precisa ser real; até mesmo uma atitude
dialó gica pode ajudar a envolver os ouvintes. O que aconteceria se todo
pregador pregasse como se estivesse conversando com seu povo? O
diá logo imaginado que faz e responde a perguntas hipoté ticas que a
congregaçã o possa ter é outra té cnica promissora.
O verdadeiro diá logo, real ou atitudinal, pode parecer arriscado à
primeira vista. Mas pode ser um sinal de amor cristã o genuı́no porque
indica um desejo real e ó bvio de incluir ouvintes. Ele se esforça para
ouvir atravé s de seus ouvidos e ver atravé s de seus olhos. E embora os
resultados à s vezes possam ser um pouco imprevisı́veis, como foi o caso
de meu amigo cujo sermã o inteiro foi antecipado, muitos de nossos
sermõ es contemporâ neos tı́picos nã o deixam nada a ser dito.
Experiência. Os sermõ es modernos muitas vezes afetam a vida de
nossos ouvintes apenas no nı́vel craniano da doutrina, crença e
pensamento. Podemos falar em termos ortodoxos como “regeneraçã o”
ou “santi icaçã o”. Podemos até fazer o chamado para “nascer de novo”
todos os domingos e ainda assim nunca ver a vida de nossos ouvintes
mudada se nossa doutrina continuar sendo uma ideia abstrata.
Para que a fé que pregamos faça alguma diferença, crer e agir tê m
que se unir na vida comum. A cabeça e o coraçã o tê m que se unir na
experiê ncia de vida. E nossos sermõ es precisam mostrar como isso
acontece; nossa teologia deve vincular-se à vida cotidiana.
A resposta mais tı́pica a esta necessidade tem sido o sermã o em duas
partes, onde as ideias, a doutrina, a teologia sã o discutidas desde o
inı́cio. Entã o a conclusã o tenta relacionar tudo com a vida da
congregaçã o.
“E nesta semana, quando enfrentarmos as provaçõ es e tentaçõ es do
mercado, precisamos lembrar o que temos dito sobre a admoestaçã o de
Paulo aos corı́ntios…”
“Se pensarmos nas implicaçõ es da mensagem desta manhã , se
considerarmos cuidadosamente as palavras de Jesus, nossas relaçõ es
familiares e de trabalho serã o transformadas…”
Embora tais referê ncias à experiê ncia de nossos ouvintes sejam
muito melhores no inal do sermã o do que nunca, o salto repentino do
sermã o exige um salto quâ ntico de nossos ouvintes - se eles ainda
estiverem ouvindo. Eles podem nã o ser.
Como Fred B. Craddock escreve em Como Um Sem Autoridade (The
Phillips University Press, 1974): “O fato é que estamos procurando nos
comunicar com pessoas cujas experiê ncias sã o concretas. Todo mundo
vive indutivamente, nã o dedutivamente. Nenhum agricultor lida com o
problema do bezerro, apenas com o bezerro. A mulher na cozinha nã o
está ocupada com as artes culiná rias em geral, mas com um
determinado assado ou bolo. O artesã o da madeira di icilmente é capaz
de discutir com inteligê ncia o tema da 'cadeira', mas ele é um mestre
com uma cadeira” ( pá gina 60 ).
Nossos ouvintes vivem todos os dias no reino da experiê ncia. A
experiê ncia determina sua visã o da realidade. Eles julgam
pragmaticamente cada nova ideia que enfrentam perguntando: “Será
que vai funcionar? Combina com a experiê ncia?”
Entã o, se vamos manter ouvintes centrados na experiê ncia conosco
até a conclusã o de nossos sermõ es, devemos manter todas as partes da
mensagem intimamente ligadas à experiê ncia deles. Mas como?
Em vez de começar com abstraçõ es como “a humanidade é mortal”,
podemos começar com uma experiê ncia concreta e dizer: “Deacon
Adams morreu de câ ncer no mê s passado”. Podemos dar ilustraçõ es da
vida familiar ou pro issional de nossa congregaçã o. Podemos usar
experiê ncias comuns como nascer, comer, caminhar, pescar para
ilustrar pontos ou fazer analogias.
A experiê ncia humana nã o se torna a base de nossa mensagem, mas
pode validar o que estamos dizendo; pode pontuar a Palavra de uma
maneira que nosso povo entenderá prontamente. Tais referê ncias à
vida comumtornam-se mais do que pontos de aplicaçã o no inal do
sermã o; eles servem como guias ao longo do caminho, todos apontando
para a verdade no inal da estrada.
Falaremos mais sobre como isso afeta a estrutura do sermã o em um
capı́tulo posterior. Mas a referê ncia à experiê ncia merece mençã o
inicial aqui como um dos elementos mais fundamentais da pregaçã o
indutiva.
Outros elementos potenciais de induçã o poderiam ser enumerados,
mas este é um lugar ló gico para partir de uma lista resumida porque
“experiê ncia” é mais do que apenas um elemento de induçã o. A
experiê ncia é a pró pria base da induçã o. E entender isso é tã o crucial
para entender a pregaçã o indutiva quanto conhecer os elementos que
podem compor um sermã o indutivo.
A induçã o pode ser simplesmente descrita como o processo de
raciocı́nio pelo qual instâ ncias particulares da experiê ncia levam à
formaçã o de conceitos gerais. Por exemplo, com base em experiê ncias
anteriores especı́ icas, digamos com apontadores de lá pis, telefones ou
má quinas de venda automá tica, tiramos conclusõ es gerais sobre esses
itens e determinamos como responder e operar outros – à s vezes muito
diferentes – apontadores de lá pis, telefones e má quinas de venda
automá tica.
As má quinas nã o sã o as ú nicas coisas que aprendemos pela
experiê ncia indutiva. També m usamos a induçã o com pessoas e ideias.
Nossas experiê ncias anteriores especı́ icas com mé dicos in luenciam
nossa atitude em relaçã o a qualquer mé dico que encontramos e
determinam grandemente nossa opiniã o geral sobre a pro issã o mé dica
ou mesmo sobre a ciê ncia da medicina.
Nossas experiê ncias pessoais anteriores com matemá tica, digamos
em uma aula de geometria do ensino mé dio ou no equilı́brio de um
talã o de cheques frustrantemente confuso, afetam muito nossa atitude
em relaçã o a todo um corpo de conhecimento.
Tal induçã o é um há bito humano. Nó s o usamos casualmente na vida
cotidiana toda vez que respondemos a uma situaçã o ou resolvemos um
problema comparando-o com situaçõ es ou problemas anteriores que
encontramos. A induçã o é o processo pelo qual a vida nos ensina. Todos
aprendemos muito com a vida.
Claro que sabemos que aprender com a vida nã o é infalı́vel. A
experiê ncia nã o pode prometer previsibilidade perfeita. Por essa razã o,
os iló sofos podem insistir que nossa crença quase inata na inferê ncia
indutiva baseada na experiê ncia nã o tem base na realidade. Eles podem
escrever livros sobre o abismo entre experiê ncia e previsã o, entre
ontem e amanhã . Eles podem insistir que a vida nã o oferece nenhuma
inferê ncia absolutamente previsı́vel e, portanto, a induçã o nã o é
verdadeiramente ló gica.
No entanto, a induçã o persiste como um há bito humano
profundamente arraigado.
O processo indutivo contribui para toda a vida contemporâ nea.
Sendo mais do que tentativa e erro, a induçã o serve tanto à tecnologia
quanto à s ciê ncias naturais e sociais. Ele també m serve a todos nó s
diretamente em uma base diá ria. Pois mesmo em meio à nossa
tecnologia moderna so isticada, as pessoas hoje dependem em grande
parte da experiê ncia (experiê ncia mais so isticadado que no passado,
com certeza, mas experiê ncia, no entanto) e bom senso.
Apostamos nossas vidas na experiê ncia indutiva toda vez que
con iamos nos freios de nosso carro para nos impedir de bater na
traseira de um semi parado ou passar por um sinal verde sem veri icar
se o trá fego cruzado vai parar. Das montanhas de minú cias da vida
buscamos constantemente padrõ es, princı́pios, generalizaçõ es,
verdades que nos permitirã o decidir com con iança a açã o presente,
prever o futuro e construir uma vida melhor. Assim, a induçã o constitui
a pró pria base de nossa vida diá ria. Serve como o principal meio de
chegar ao conhecimento necessá rio para a sobrevivê ncia humana.
Nã o é de admirar, entã o, que a induçã o seja um há bito humano.
Passamos a acreditar na induçã o por causa de nossa experiê ncia
indutiva com ela. Sabemos que funciona bem para nó s na vida
cotidiana.
Mesmo que os iló sofos possam zombar da induçã o como iló gica,
acreditamos nela como acreditamos em nossa experiê ncia. Na vida real,
a experiê ncia concreta ofusca nossa ló gica abstrata. Nossa induçã o
supera nossa deduçã o. Assim, preferimos um sermã o razoá vel a um
com ló gica abstrata e hermé tica. A induçã o razoá vel da experiê ncia
carrega mais in luê ncia para os ouvintes contemporâ neos do que as
proposiçõ es à prova de falhas de uma mente de torre de mar im. A inal,
a induçã o é uma velha e con iá vel amiga.
No entanto, a maioria dos pregadores depende totalmente de
abordagens dedutivas. Isso é tudo que eles sabem, tudo que eles
aprendem. As alternativas indutivas sã o apenas traços tê nues gravados
na areia.
Como, entã o, esse processo indutivo de raciocı́nio de particulares a
conclusõ es gerais pode ser aplicado à pregaçã o de sermõ es?
Mais uma vez, a chave é o envolvimento.
Um sermã o indutivo é aquele que começa onde as pessoas estã o, com
elementos particulares – a narrativa, o diá logo, a analogia, as perguntas,
as pará bolas, as experiê ncias concretas – e entã o leva a conclusõ es
gerais. Na verdade, o que distingue a pregaçã o indutiva nã o sã o tanto os
ingredientes, mas o uso desses ingredientes.
A pregaçã o dedutiva começa com uma declaraçã o de intençã o e
prossegue para provar que a validade do que o pregador diz já está
determinado como verdade. A pregaçã o indutiva, por outro lado,
apresenta as evidê ncias, os exemplos, as ilustraçõ es e adia as
declaraçõ es e a irmaçõ es até que os ouvintes tenham a chance de pesar
as evidê ncias, pensar nas implicaçõ es e entã o chegar a uma conclusã o
com o pregador no momento. inal do sermã o.
Tal processo envolve os ouvintes, dando-lhes uma parte no processo
do sermã o. Isso os capacita a pensar junto ou mesmo à frente do
pregador. Isso os envolve. Assim, o pró prio sermã o torna-se parte de
sua experiê ncia, parte de seu familiar estilo de aprendizado indutivo.
oconclusõ es alcançadas, as a irmaçõ es feitas no inal do sermã o trazem
a marca da convicçã o pessoal, alcançada e testada pelo pensamento e
experiê ncia pessoais. As conclusõ es alcançadas sã o pessoais; assim, as
implicaçõ es para a vida do ouvinte sã o claras, de fato inescapá veis.
Obviamente, qualquer processo de comunicaçã o que permita que as
pessoas trabalhem e aceitem a verdade por si mesmas tem vantagens
reais sobre apenas dizer a elas no que acreditar. E melhor permitir que
a verdade se torne pessoal – o objetivo inal de todos nó s que pregamos
as Boas Novas de Deus.
Um benefı́cio adicional da induçã o é que ela representa um
movimento agressivo da mente. O intelecto passivo é convertido pela
investigaçã o indutiva na razã o ativa quando ver se torna olhar. A mente
é estimulada pela mera receptividade e se torna inquisitiva, orante e
persistente. Na induçã o, o ouvinte junta-se ao processo de indagar, de
se aventurar, de correr riscos, de contemplar o desconhecido, de
sintetizar, de testar.
A induçã o como ló gica da descoberta permite que a humanidade se
torne como criancinhas questionadoras em vez de escravas do passado.
A excitaçã o da exploraçã o substitui o trabalho á rduo de fazer o que a
tradiçã o dita. Assim, embora a experiê ncia, a maté ria-prima da induçã o,
tenha a ver com o passado, ela faz mais do que meramente nos ligar à
tradiçã o. A investigaçã o indutiva avança progressivamente para uma
nova verdade - para um novo conhecimento da verdade. Ela se move em
direçã o ao crescimento, do conhecido ao desconhecido.
Basicamente, a induçã o é a mera descoberta pela utilizaçã o, nã o pela
invençã o de fatos. A submissã o aos fatos é a gló ria do mé todo indutivo.
E é por isso que as conclusõ es indutivas soam tã o verossı́meis. Eles se
enquadram nos fatos e na realidade da experiê ncia humana.
Mas entender a pregaçã o indutiva exige mais do que um
conhecimento de elementos indutivos, uma compreensã o bá sica do
processo indutivo ou uma apreciaçã o dos benefı́cios da induçã o. Nã o
podemos entender completamente a pregaçã o indutiva até que
reconheçamos e aceitemos a atitude inerente à pregaçã o indutiva.
Falamos brevemente sobre o pregador e sua atitude no Capı́tulo Dois
, mas o papel da atitude na pregaçã o indutiva precisa ser reenfatizado
aqui. Um pregador nã o pode pregar um sermã o indutivo sem uma
atitude de tolerâ ncia, caridade, respeito, con iança, cooperaçã o e
paciê ncia para com os ouvintes. Todas essas coisas brilham quando um
pregador permite que o ouvinte se envolva no processo do sermã o,
quando o pregador prega com con iança com a crença: “Quando você
vir, você acreditará e fará ”.
Usando uma abordagem indutiva, o ministro diz: “Venha, ande
comigo. Juntos, encontraremos conceitos e conclusõ es generalizados ao
examinarmos alguns exemplos vitais e representativos. Vamos começar
por ondetu es. Usaremos evidê ncias comuns à nossa experiê ncia
cotidiana. Iremos ao seu ritmo e seguiremos seus interesses,
enfrentaremos seus problemas. E, inalmente, encontraremos as
respostas para suas necessidades na Palavra de Deus”.
A estatura e o cará ter do pregador — sua compaixã o, humildade, seu
coraçã o servil — permitem que ele adie suas a irmaçõ es, adie seus
conselhos, adie qualquer declaraçã o até que ele e seus ouvintes
cheguem a um consenso. Ele nã o se apega a nenhuma posiçã o elevada
de autoridade, mas pela atitude evidente no processo indutivo ele desce
para se tornar um entre seus ouvintes. Ele põ e de lado o orgulho de ser
um trabalhador junto com seus ouvintes. Ele serve como um jogador-
treinador, nã o como uma voz alta admoestando de uma plataforma
acima do campo. Ele nã o se senta como um monarca soberano, ou
mesmo como representante do rei olhando para um vasto domı́nio, mas
sim esculpe um nicho comum, um lugar para icar entre o povo.
A atitude indutiva abrange uma gama tã o ampla de atitudes que só
há espaço para uma lista de amostra aqui. Mas para que o pregador ou
o sermã o sejam verdadeiramente indutivos, ambos devem ser:
Atitudes Indutivas
aceitar ………………………………… nã o aprovar acomodar ……………………
nã o concordar ou abordar pedir …………………………………… nã o exigir
aceno ……… ……………… nã o atormentar ou mostrar compaixã o
…………………………… nã o comprometer cooperar …………………………………
nã o coagir corajoso ……………………… ………… nã o con litante dialogando
…………………………………… nã o ditando direçã o ……………………………………
nã o dirigindo incentivando ………………………… ………… nã o insultar
envolvente …………………………………… nã o se opor humilde
……………………………………… nã o é difı́cil perguntar ………………………
............... …………… nã o “pregando em”
respeitando …………………………………… nã o renunciando
O tı́tulo do livro de Fred Craddock sobre induçã o, As One Without
Authority, tende a alarmar os evangé licos, mas resume a atitude
indutiva. O pregador indutivo torna-se o lı́der do grupo de um grupo de
exploraçã o. Ele nã o professa saber tudo ou nada saber do territó rio ou
dos problemas tribais que os ouvintes enfrentam na vida cotidiana. Ele
apenas procura guiá -los de onde estã o para onde precisam estar sem
nenhuma grande demonstraçã o de autoridade ou coerçã o.
Nã o cito Craddock nem Soren Kierkegaard, cujo terceiro princı́piode
comunicaçã o sustenta que um verdadeiro professor ensina sem
autoridade, para defender o abandono de toda e qualquer autoridade.
(Na verdade, discutiremos o papel da autoridade na induçã o no
Capı́tulo Nove .) Mas a abdicaçã o do dogmatismo e a resultante atitude
“eu estou com você ” do pregador é um requisito indutivo.
O meio cultural de nossos dias clama por tal atitude dos pregadores.
Nossos ouvintes exigem uma parte da açã o, uma parte do processo. O
ouvinte de hoje nã o é mais propenso a deixar algué m mastigar e
descrever seu jantar de domingo para ele do que a permitir que o
pregador pense por ele no sermã o dominical e depois calmamente
engula os pronunciamentos pastorais.
O pregador de hoje precisa entender o signi icado e as implicaçõ es
da pregaçã o indutiva porque os ouvintes de hoje exigem estar
envolvidos. E o envolvimento é a promessa de induçã o.
4 A História da Indução
Por que Secular Sam se senta em seu banco de domingo e se preocupa
com suas di iculdades inanceiras em vez de seguir o sermã o do pastor?
Por que a congregaçã o rural de Randy contemplou o gado e ignorou
suas palavras? Por que um o icial do Exé rcito da Salvaçã o tem que lutar
para chamar a atençã o dos passantes de Atlantic City? Por que nenhum
ouvinte pode simplesmente tomar a palavra do pregador como a lei dos
medos e dos persas? Por que a mente se desvia da palavra falada?
A resposta simples é que as pessoas querem e precisam estar
envolvidas. Mas como chegamos a este ponto? Como a humanidade
icou tã o viciada na induçã o? Como surgiu o há bito?
O Jardim do Eden começou a luta contra a autoridade. Desde entã o, a
humanidade tornou-se cada vez mais descontente, relutante em aceitar
a uniformidade e o anonimato da linha de montagem. Ao longo da
histó ria, a natureza humana protestou: “Sou diferente. Respeita-me.
Minhas opiniõ es contam. Eu tenho que fazer minhas pró prias coisas.”
A obstinaçã o humana começa a surgir antes que uma criança possa
dizer a palavra “nã o”. Muito antes de as crianças atingirem a
adolescê ncia rebelde, elas se irritam com a autoridade arbitrá ria. E
parece que nunca superamos esse desejo de autodeterminaçã o. Hoje, a
descendê ncia independente de Adam em todo o mundo protesta contra
ser varrida para uma pilha de poeira inerte por qualquer uma das
grandes vassouras autoritá rias do mundo. Em nossa humanidade
continuamos a exercer nossa independê ncia nã o apenas contra os pais,
instituiçõ es e poderes terrenos, mas ostentamos nossa independê ncia
diante de Deus.
Entã o, é apenas a perversidade humana que nos empurra
orgulhosamente para o envolvimento e a induçã o?
Nã o.
A induçã o faz parte da nossa natureza. “Feito à imagem de Deus” tem
quesigni icam mais do que um comportamento dó cil, semelhante a
ovelhas, de seguir o lı́der. Nosso Criador pretendia que a vida fosse mais
do que um des ile de circo idiota e circular de elefantes agarrados ao
pró ximo rabo em uma ila interminá vel e impensada.
De que outra forma você pode explicar a incrı́vel complexidade da
mente humana? No Capı́tulo Dois a irmamos que o nú mero de padrõ es
mentais possı́veis no cé rebro humano mé dio é quase incontá veis vezes
maior do que o nú mero de á tomos no universo.
O potencial para a criatividade insondá vel existe na mente humana
desde a criaçã o. E parte da marca divina estampada em Adã o. E a
induçã o é uma das duas maneiras pelas quais o incrı́vel cé rebro
humano funciona.
O padrã o indutivo de pensamento aparentemente foi identi icado
pela primeira vez por Platã o em sua busca por respostas. O método
parece ser sua cunhagem; ela aparece pela primeira vez em seu Fedro,
onde Só crates está defendendo uma arte ou té cnica de retó rica em
oposiçã o aos artifı́cios dos so istas. A palavra método sugere um
“caminho” ou “rota”, sendo derivada de meta e odos, indicando um
movimento de acordo com uma estrada.
Para pensar ou argumentar com clareza e e icá cia é necessá rio
compreender o caminho pelo qual nossos pensamentos progridem.
Aquele que tem tal rota, tal direçã o, possui mé todo.
A ló gica do raciocı́nio dedutivo tem sido sistematicamente estudada
por 2.000 anos. A ló gica da inferê ncia indutiva ou empı́rica també m tem
sido uma grande preocupaçã o da iloso ia por sé culos.
Ló gica e mé todo nã o sã o a mesma coisa. A ló gica é , naturalmente,
indispensá vel ao mé todo. A ló gica é a maquinaria interna que nos
conduz ao longo do caminho; ele nos fornece as tá ticas que usamos.
Aristó teles dedica mais atençã o à ló gica dedutiva em seus escritos do
que ao mé todo indutivo de aná lise. Mas em sua Física ele diz sobre o
aprendizado humano que é claro que “devemos seguir esse caminho
[indutivo]”.
Deus certamente usa o caminho indutivo em sua comunicaçã o com o
homem. Veremos nos capı́tulos subsequentes quantos elementos do
processo indutivo sã o encontrados na Bı́blia e como Jesus enfatiza a
induçã o, incluindo muitos dos elementos e té cnicas mencionados no
Capı́tulo Trê s .
Em contraste com os novos sotaques e prá ticas de Jesus, os escribas e
fariseus reverenciavam dedutivamente as tradiçõ es dos anciã os e as
declaravam como regras rı́gidas. Os primeiros cristã os lutaram com
esse sotaque judaico herdado no legalismo e no desenvolvimento de
crescentes preocupaçõ es doutriná rias. Eles construı́ram um corpus de
dogma regulador para proteger a fé jovem.
Por 600 anos, a Idade das Trevas preservou nos mosteiros o resı́duo
latino dessas crenças bá sicas. A escolá stica durante a Idade Mé dia
misturou o sotaque dedutivo de Aristó teles com os ensinamentos da
Igreja Romana. Esses longos sé culos careceram das condiçõ es
queexigem uma abordagem indutiva para aprender com a experiê ncia
ao invé s de um decreto dogmá tico. A autoridade era respeitada, a
tradiçã o reverenciada, as deduçõ es totalmente aceitas. Assim, por
centenas de anos, nã o aconteceu muita coisa para estimular o
desenvolvimento dos acentos indutivos da histó ria do Antigo
Testamento, conforme praticado por Jesus. Suas ê nfases em aprender
com a experiê ncia, liberdade da tradiçã o, a importâ ncia do indivı́duo e
outras lexibilidades foram amplamente obscurecidas pela rigidez do
legalismo e da teologia.
O meio indutivo de nossos dias nã o surgiu no vá cuo. Muitas pressõ es
histó ricas moldaram nossas atitudes, ditaram nossas necessidades,
afetaram nossa tolerâ ncia a decretos, decidiram quanta in luê ncia
autocrá tica nos restringirá e determinaram quã o abertos estamos para
aprender com nossa experiê ncia.
O progresso errá tico em experimentos indutivos lentamente afastou
a cultura da dependê ncia total do passado, à medida que vá rios
inovadores corajosos acrescentaram seus insights ao reservató rio do
conhecimento humano. No sé culo XIII, a Obra Maior de Roger Bacon
(Opus Majus) rompeu com a tradiçã o ao enfatizar a experiê ncia como
mais importante do que o raciocı́nio para chegar ao “conhecimento
ú til”. O trabalho deste fundador da ciê ncia moderna levou à sua prisã o
quando as autoridades descobriram “inovaçõ es suspeitas” em seus
escritos sobre anatomia, ó ptica, ilologia e alquimia. Ele pode ser
chamado de pioneiro do mé todo cientı́ ico moderno.
Mais tarde, o papel autonomeado de Francis Bacon foi enfatizar a
experiê ncia e o experimento indutivo. Insistia em coletar fatos e depois
extrair deles teorias. Embora nã o seja um grande cientista, seus escritos
ajudaram o progresso cientı́ ico. Ele adoeceu e morreu enquanto fazia
um experimento sobre o uso da neve como conservante de alimentos.
Mas a induçã o é mais do que experimentos imprudentes com
eletricidade, raios, pó lvora, vô o humano, magnetismo, açú car, papel,
germes e neve.
Na iloso ia, Kant acreditava que a mente está ativamente envolvida
nos objetos que experimenta e organiza a experiê ncia em padrõ es
de inidos; mas ele se recusou a reivindicar conhecimento absoluto. Sua
volta à experiê ncia interior levou muitos iló sofos e teó logos a discutir
intuiçã o e experiê ncias religiosas.
No entanto, a experiê ncia indutiva é mais do que as experiê ncias
religiosas escorregadias e de curta duraçã o chamadas ao banco das
testemunhas para veri icar a existê ncia de Deus.
Milhares de pá ginas de registros da civilizaçã o luem de centenas de
anos de estudo; ainda nã o produziram uma histó ria geral satisfató ria de
mé todos indutivos. Portanto, seria ú til traçar o desenvolvimento
progressivo da induçã o na histó ria das idé ias.
Educação
A educaçã o popular nas escolas e academias acabou por crescer a
partir do despertar do interesse e da ê nfase do Renascimento no
conhecimento e na aprendizagem. A educaçã o nã o era mais o bastiã o
solitá rio do clero. Os leigos queriam aprender. As universidades
europé ias iniciadas durante a Idade Mé dia tornaram-se centros
populares de aprendizado. O sistema universitá rio americano que
cresceu a partir do modelo do velho mundo começou a crescer com
uma mudança da educaçã o estritamente tradicional e clá ssica para
incluir o aprendizado prá tico. E a educaçã o universal logo se tornou um
direito acarinhado da democracia, universalizando a necessidade, a
demanda e a oportunidade de envolvimento individual e sotaque
indutivo.
Mas nã o foi apenas a popularidade da educaçã o que causou tanto
impacto. Os mé todos de aprendizagem també m contribuı́ram muito
para a ê nfase indutiva. A vida educacional americana no inventivo
sé culo XIX começou a assumir um sabor distintamente empı́rico-
indutivo. A abordagem do mé todo de caso para a educaçã o jurı́dica foi
introduzida na dé cada de 1870 na Harvard's School of Law. Derivou
princı́pios jurı́dicos do estudo de casos passados. A Harvard School of
Business mais tarde adotou o mé todo de estudo de caso quando um
graduado da Faculdade de Direito se tornou professor lá . Desde entã o,
as té cnicas de estudo de caso encontraram popularidade em quase
todas as á reas da educaçã o, incluindo cursos de seminá rio.
A teoria educacional progressiva, especialmente no sé culo XX,
começou a desa iar a tradiçã o, ameaçando o desconhecido e clamando
por respostas completas. Estresse em maior liberdade, atividade,a
informalidade, a aprendizagem em grupo e em projetos, juntamente
com a individualidade, trouxeram novas oportunidades de experiê ncias
diversi icadas, passadas e presentes. E a induçã o deu outro passo
irresistı́vel à frente.
Humanismo
O humanismo mudou de seu foco inicial na literatura clá ssica da Gré cia
e Roma para uma ê nfase primá ria na humanidade como o centro do
universo. O chamado do cristianismo para uma vida centrada em Deus
aqui e no futuro foi muitas vezes silenciado pelo som da sereia do grito
primordial da raça no alvorecer de um novo dia. A luxú ria e o brilho da
nova liberdade ainda hoje fazem muitos esquecerem a fonte, o sustento
e a missã o da vida.
Cenas culturais, religiosas e polı́ticas geraram uma sensaçã o de
poder e valor pessoal. Flexionando os mú sculos recé m-descobertos, a
reaçã o contra a autoridade se expandiu para incluir reivindicaçõ es de
independê ncia da cultura tradicional, linguagem clá ssica, religiã o
cató lica, igreja e instituiçõ es. Nesta nova era a humanidade estava no
meio de toda pesquisa, toda produçã o e toda verdade.
A nova humanidade assumiu o papel de medida de todas as coisas. A
induçã o tornou-se um modo de vida comum. Deixe a experiê ncia e a
experiê ncia reinar!
O acento de luxo e re luxo na histó ria humana ondula desde a idı́lica
Gré cia antiga até uma ê nfase da Idade Mé dia no pecado e no
sofrimento. O foco muda para a alegria de viver, para o mundo fı́sico e
de volta aos aspectos prá ticos da vida humana. Ultimamente o
movimento chegou ao humanismo cientı́ ico buscando resolver todos
os problemas humanos. Derivaçõ es da era espacial també m aumentam
o nı́vel de vida em outras á reas. Os humanos agora acreditam que
podem resolver todos os problemas humanos, atender a todas as
necessidades humanas. A induçã o atingiu a maioridade.
Televisão
Poucos argumentarã o que a televisã o nã o transformou nossa cultura.
Seu impacto é ó bvio na vida familiar, no lazer, na padronizaçã o do
discurso americano e em muitas outras á reas de nossas vidas. Mas sua
relevâ ncia para uma discussã o sobre induçã o é mais sutil.
O conteú do da televisã o dá aos espectadores uma falsa impressã o de
envolvimento pessoal em uma gama incrivelmente ampla de situaçõ es e
experiê ncias, fortalecendo o desejo de açã o e envolvimento na vida real.
Alé m disso, o ato fı́sico de assistir TV torna-se, em certo sentido, um
processo indutivo. Isso ocorre porque uma “imagem” de televisã o nada
mais é do que uma sé rie de pontos que piscam eletronicamente. A tela
nunca mostra uma imagem completa. Para “ver” uma imagem em uma
tela de televisã o, o olho humano deve receber o estı́mulo de alguns
pontos de luz a cada milissegundo. O olho transmite esses impulsos ao
cé rebro, que deve registrá -los, recordar os impulsos anteriorese prever
impulsos futuros para que a mente visualize a imagem. O cé rebro
precisa preencher ou recuperar 99,999% da imagem a qualquer
momento. Em essê ncia, o cé rebro está processando detalhes e
procedendo à s suas pró prias conclusõ es generalizadas. Assim, milhares
de horas assistindo TV todos os anos treinam nossos cé rebros no
processo indutivo, quer percebamos ou nã o.
ESBOÇO DO ECLESIASTES
Veja vaidade e loucura.
Onde está o signi icado?
nã o em sabedoria nã o em retirada nã o em choro nã o em vinho nã o em vento (14
vezes) nã o em obras nã o em palavras nã o em adoraçã o sem obediê ncia nã o em
maldade nã o em armas de guerra nã o por escrito.
Mas caminhe na vertical.
Conclusã o (12.13, 14): Tema a Deus.
Mantenha seus comandos.
Todo o dever do homem Deus julgará – nada oculto.
O Livro de Malaquias, um sermã o de doze a quinze minutos de 1.782
palavras, é um modelo de pregador que busca a participaçã o indutiva
de seus ouvintes. “O mensageiro” os envolve com diá logos, discursos
diretos e mais de vinte e cinco perguntas para confrontar os ouvintes.
Ele faz repetidas referê ncias à histó ria como experiê ncia, estudos de
caso, vida pessoal e familiar, relacionamentos bá sicos,
responsabilidades contı́nuas, atividade corporativa e individual, fala e
açã o, crença e comportamento.
Amor inegá vel: o amor de Deus por Israel—1:1-5
Sacrifı́c ios inaceitá veis: ofertas corruptas de sacerdotes corruptos—1:6-14
Obrigaçõ es nã o cumpridas: a negligê ncia dos sacerdotes com a Aliança – 2:1-9
Maridos falsos: repreensã o por idolatria e divó rcio — 2:10-16
Julgamento inesperado: a vinda do Senhor—2:17—3:6
Bê nçã o imensurá vel: a promessa de Deus se os dı́zimos chegarem – 3:7-12
A irmaçõ es injusti icadas: cumprimento certo da justiça—3:13—4:3
Despedida inesquecı́vel: uma advertê ncia, uma promessa, uma ameaça – 4:4-6
Consideraremos os exemplos de Jesus nos pró ximos capı́tulos, mas
muitos outros sermõ es famosos na Bı́blia també m podem servir como
modelos indutivos. O sermã o de Estê vã o a seus carrascos é uma obra-
prima deinduçã o. O discurso de Paulo em Mars Hill e seu testemunho
perante os judeus em Atos 22 e o rei Agripa no capı́tulo 26 també m
mostram o uso há bil do processo indutivo.
A abordagem indutiva da pregaçã o pode ser verdadeiramente
bı́blica?
Os pregadores da Bı́blia e a pró pria estrutura da Bı́blia e seus livros
dizem que sim. De fato, cada um dos 2.930 personagens diferentes nas
Escrituras grita uma mensagem. Cada um é um monumento a uma ideia
principal: podemos aprender com a experiê ncia.
A histó ria divina vem envolta na histó ria humana. Até a Encarnaçã o é
indutiva. A Palavra se torna carne e habita entre nó s (Joã o 1:14), para
que possamos ver, para que possamos ouvir, para que possamos
conhecer.
Parece que o processo indutivo é o principal mé todo de instruçã o de
Deus. Ele parece estar dizendo em sua Palavra: “Pare, olhe, ouça e viva.
Entã o você pode ouvir a Palavra do Senhor.”
Quando Deus quis entregar uma mensagem, ele nã o deixou cair das
nuvens um conjunto de vinte e quatro volumes de obras teoló gicas. Ele
contou uma histó ria. Talvez devê ssemos aprender algo sobre nossa
pregaçã o com o estilo de comunicaçã o de Deus.
A pregaçã o indutiva pode ser verdadeiramente bı́blica?
Se quisermos ser verdadeiramente bı́blicos, talvez nã o haja maneira
melhor.
6 Modelo Mestre
Certo dia, um amigo pastor e eu discutimos sobre uma abordagem
indutiva para a pregaçã o. Compartilhei alguns dos conceitos bá sicos
que planejei incluir neste livro. Depois que conversamos, sem que eu
soubesse, ele decidiu tentar um sermã o indutivo em sua congregaçã o
rural.
No meio de uma sé rie de sermõ es sobre o Evangelho de Mateus, ele
mudou para uma abordagem indutiva em uma manhã de domingo sem
dizer nada a ningué m sobre seu experimento. Porque ele queria dar
uma chance justa ao teste, e porque ele també m é um purista, ele
pregou um sermã o que era, em suas palavras, “pura induçã o sem liga,
sem mistura ou interrupçã o do começo ao im”.
Na vez seguinte em que conversamos, ele me relatou os resultados
com uma mistura de excitaçã o e consternaçã o. “Isso quase arruinou
meu dia”, disse ele. “As luzes começaram a se acender em toda a
congregaçã o. Você podia ver o interesse e o envolvimento crescerem à
medida que os agricultores começaram a obter insights - uma nova
compreensã o, uma nova consciê ncia. Eles começaram a se inclinar para
frente, e você quase podia ouvir as reaçõ es mostrando em seus rostos
normalmente estó icos. — Entã o foi isso que Jesus quis dizer. 'Ah, sim,
isso tem a ver com...' 'Eu sempre me perguntei sobre isso...'
“Foi como se os espectadores tivessem saı́do das arquibancadas e
entrado na arena”, relatou o pastor. “Mas iquei tã o intrigado com a
reaçã o deles que simplesmente nã o consegui me concentrar no meu
sermã o.”
No domingo seguinte, ele voltou à sua abordagem dedutiva familiar
para que pudesse se concentrar em ensinar seu povo. “Há tanta coisa
sobre a Bı́blia que eles nã o sabem”, ele raciocinou.
Conto esta histó ria aqui porque é um exemplo do que acho que
poderia acontecer em milhares de congregaçõ es se os ministros
experimentassem sermõ es de estilo indutivo. Mas també m conto essa
experiê ncia por causa do raciocı́nio de meu amigo para manter seu
velho há bito dedutivo.
“Há tanta coisa sobre a Bı́blia que eles nã o sabem” é uma
preocupaçã o que mais ministros fariam bem em abraçar. A Palavra de
Deus conté m a resposta para todos os problemas que nosso povo está
enfrentando em nosso tumultuado mundo do sé culo XX. E muito
poucos pregadores hoje con iam na força dessa Palavra para enriquecer
seus ministé rios e capacitar sua pregaçã o.
E, no entanto, estou convencido de que a Bı́blia també m oferece
soluçõ es para os problemas da pregaçã o do sé culo XX, bem como para
os problemas cotidianos de nosso povo. E quando insistimos no estilo
evangé lico tradicional de deduçã o como nosso principal canal de
transmissã o da Palavra de Deus para nosso povo que nã o a conhece,
acho que nó s, pregadores, mostramos que há muito sobre a Bı́blia que
també m nã o sabemos.
Por que os pregadores sã o tã o lentos para veri icar as fontes
primá rias em busca de exemplos do ofı́cio? No ú ltimo capı́tulo izemos
uma rá pida visã o geral do estilo de comunicaçã o de Deus na Bı́blia. Que
dizer do exemplo de seu Filho? Por que Jesus é tã o raramente listado no
ı́ndice dos livros de pregaçã o? Por que usamos a vida e as palavras de
Cristo como tijolos e argamassa para construir nossa teologia, nossos
sistemas de é tica, nossas teorias de iloso ia e depois negligenciamos o
estudo de seu mé todo e conceitos de pregaçã o? Provavelmente porque
Jesus nã o se encaixa em nosso molde homilé tico tradicional.
No entanto, visto que as palavras de Jesus compreendem
aproximadamente 20 por cento de todo o Novo Testamento (36.450 do
total de 181.253 palavras), devemos ser capazes de aprender algo
sobre seu estilo de falar examinando atentamente suas palavras
registradas. E visto que o Filho de Deus é o exemplo supremo de tudo
que é cristã o, parece razoá vel que seu exemplo tenha um certo impacto
na pregaçã o cristã hoje.
A Mensagem de Jesus Vamos começar com os sermõ es de Jesus. O que
ele fala?
Vez apó s vez, Jesus tropeça nos bancos de memó ria de seus ouvintes.
Ele desperta interesse e envolvimento com apelos constantes aos
desejos, necessidades e experiê ncias humanas universais. Seus sermõ es
nã o sã o exercı́cios acadê micos de arregimentaçã o intelectual nem
meros conselhos é ticos. Ele mergulha na vida. Ele extravasa
sentimentos. Ele sonda os relacionamentos mais profundos de seus
ouvintes. A vida e a experiê ncia — a vida e a experiê ncia normais,
saudá veis, comuns — parecem dominar suas conversas com o povo.
Observe a amplitude e relevâ ncia nesta lista parcial de seus assuntos.
Apenas ler esta lista de assuntos de nossos pú lpitos, sem dú vida,
criaria um alvoroço em nossos santuá rios no pró ximo domingo. Uma
sé rie de sermõ es baseados em uma amostra de tó picos da lista de alvos
de Jesus provavelmente faria mais do que trê s xı́caras de café da hora
da comunhã o para manter nossos diá conos cochilando acordados e
ouvindo. Mas nã o é apenas o tratamento de Jesus a tó picos relevantes
que manté m as multidõ es voltando para mais.
Podemos chamar Jesus de Mestre Contador de Histó rias. Ele nã o
pregaria sem uma histó ria, e a maioria delas eram parábolas. O Novo
Testamento registra de trinta e trê s a setenta e sete pará bolas de Jesus,
dependendo da sua de iniçã o. Ele nã o os usa meramente como
provocaçõ es, apresentaçõ es leves para fazer seus ouvintes ouvirem o
que ele realmente quer dizer. Eles sã o muitas vezes a expressã o
primá ria de sua mensagem.
As pequenas histó rias de Jesus estã o ligadas a ideias muito grandes.
A histó ria do bom samaritano forma um sermã o sobre compaixã o. O
ilho pró digo ensina o perdã o. A pará bola dos talentos nos instrui sobre
a responsabilidade pessoal. Quando Jesus pregava, a narrativa
carregava muito do peso de sua mensagem.
A analogia é outra té cnica favorita na fala de Jesus. Ele fala sobre luz
e sal, casas sobre pedra e areia, pastores e ovelhas, jugos e fardos, á gua
viva, chefes e servos, patrõ es e empregados, vinhas, vinhas, ramos e
portas. E dentro dessas e muitas outras analogias Jesus compara e
contrasta imagens familiares: construtores sá bios e insensatos e
virgens, ovelhas e cabras, luz e trevas, largos e estreitos, ricos e pobres,
jovens e anciã os.
Jesus repetidamente retorna seus ouvintes a experiê ncias comuns
por suas referê ncias: quarenta e nove vezes para ovelhas, vinte e sete
vezes para semear, vinte e duas vezes para colher e colher e dez vezes
para imagens de á gua. Todos sã o partes cotidianas e cruciais da cultura
agrá ria em que ele viveu.
Termos familiares e concretos sã o os veı́culos de Jesus para
transmitir conceitos abstratos. Ele usa o lı́rio comum como uma liçã o
objetiva de con iança. Uma viga e uma lasca simbolizam falhas grandes
e pequenas. O conceito de serviço é representado por um copo de á gua.
As Escrituras registram 153 perguntas que Jesus faz a seus ouvintes.
E ele está em constante diá logo com as pessoas que se reú nem para
ouvi-lo. De fato, todos os ingredientes indutivos mencionados no
capı́tulo trê s — narrativa, pará bolas, analogia, diá logo, perguntas e
referê ncia à experiê ncia comum — sã o ingredientes comuns e
constantes na pregaçã o de Jesus.
Seu Sermã o da Montanha, de 2.320 palavras, serve como modelo
ideal para estudar o estilo de pregaçã o de Jesus. Neste sermã o, que
poderia ser pregado em cerca de vinte minutos e poderia ser intitulado
“A pessoa feliz e satisfeita”, Jesus sonda uma forte necessidade sentida
por seus ouvintes: “Como pode uma pessoa ser feliz ou satisfeita?” Ele
anda por aı́pergunta universal, extraindo exemplos como bem-
aventuranças e analogias – alguns sutis, outros abrangentes, mas todos
simples, comuns e poderosos em seu impacto.
A tradiçã o tende a ignorar o uso de elementos indutivos por Jesus no
Sermã o da Montanha. Muitas vezes lemos as bem-aventuranças como
decretos, decretos e pronunciamentos de autoridade. Um olhar mais
atento indicaria que Jesus nã o os libertou dessa maneira.
Em vez disso, ele faz dezenove perguntas neste sermã o, dando-lhe
uma sensaçã o geral de diá logo e envolvimento por parte do povo. E
todo o sermã o está repleto de analogias e referê ncias a experiê ncias
com as quais as pessoas podem se identi icar facilmente. Dividido e
analisado, o sermã o mostra isso:
I Analogias—5:3-16
Pobres, enlutados, mansos, misericordiosos, puros, paci icadores,
perseguidos, sal, luz na experiê ncia humana.
II Atitudes - 5:17-48
Justiça pró pria, ó dio, luxú ria, respeito, honestidade, vingança, amor,
doaçã o, oraçã o, jejum, ganâ ncia, ansiedade, julgamento, fé , escolha.
III Açõ es—6:1—7:23
Dê , ore, jejue, trabalhe, sirva, nã o se preocupe.
IV Alternativas—7:24-29
Portõ es, frutas, á rvores, fundaçõ es.
Palavras ………………………… 2.320 (18-20 minutos) Imagens, iguras, exemplos,
ilustraçõ es 348 ou 1/6⅔ palavras (Lobos, ovelhas, frutas, luz, rocha, areia,
tempestade, construçã o, etc. ) Comparaçõ es …………………… 142 ou 1/16 palavras
Verbos para energia, açã o ………… 404 ou 1/6 palavras Pronomes para esclarecer e
relacionar ……… 320 ou 1/7¼ palavras Pronome de segunda pessoa para franqueza
… 221 ou 1/10 palavras Tempo presente—relevâ ncia, realismo …… 65%
aproximadamente Tempo futuro …………………… 30% aproximadamente Tempo
passado ……………………… 5% (149 palavras KJV— não tradiçã o não autoridade)
Pontos de vista variados ……………… 42 aspectos diferentes da felicidade
Jesus nã o começa o Sermã o da Montanha com uma declaraçã o da
importâ ncia de ouvir suas palavras ou com uma ameaça para quem nã o
ouve. Ele nã o começa com sua conclusã o declarada, mas conduz seus
ouvintes com a razoabilidade de suas bem-aventuranças e analogias,
suas comparaçõ es e contrastes a um lugar de escolha. No inal do
sermã o, ele oferece a eles uma decisã o: prestar atençã o e ser sá bio ou
ignorar suas palavras e ser tolo. E uma vez que esse ponto de decisã o é
alcançado, Jesus permite que as pessoas tirem suas pró prias
conclusõ es.
multidões, público
3. Da vida - pará bola, experiê ncia, histó ria,
analogia, exemplos, Bı́blia 3. Da Escritura,
texto, base bíblica
4. Com base na experiência, a vida 4. Baseado na fé
bíblica
5. Relaciona-se principalmente 5. Relaciona-se
com ouvintes principalmente
com a verdade
6. Leva à fé, Bíblia, Deus 6. Baseia-se na fé
na Bíblia e em
Deus
7. Leva à crença e ao ensino 7. Prepara o crente
para pregar
indutivamente
8. Acentua os elementos 8. Elemento
narrativos
didático de
acentos
9. Os exemplos precedem o 9. Os exemplos
argumento
seguem o
argumento
10. Exemplos anteriores à fé 10. Exemplos
seguem
a irmações,
suposições
11. Precisa de vários exemplos 11. Um exemplo
pode ser su iciente
12. Pontos para probabilidade; razoá vel
12. Assume
acordo, fé, crença
13. Apoia-se no bom senso e na 13. Apoia-se na
vida
sequência lógica
formal
14. Começa com as perguntas dos ouvintes
14. Começa com
respostas,
soluções
15. Começa com o interesse dos ouvintes, 15. Começa com as conclusõ es do
depois leva a conclusõ es mú tuas orador, depois avança para a aplicaçã o
delas
16. Pode assumir a atençã o, interesse
16. Clamo por dos ouvintes
atenção e interesse
17. Busca um 17. Assume relacionamento e
fé comum
terreno comum e
relacionamento
18. Procura ganhar 18. Assume respeito e
respeito, autoridade autoridade
19. Leva à base de fé 19. Leva ao serviço e mais
pregação
e ensino
20. Principalmente 20. Principalmente educacional
evangelístico
21. Principalmente 21. Principalmente para os iéis
para os incrédulos,
jovens
22. Começa onde o 22. Começa onde o orador está - com fé
INDUTIVO DEDUTIVO
Ilustraçã o I. Introduçã o
Estatisticas II. Ideia central
Cabeça principal A Cabeça principal A
Corpo Ilustraçã o Estatisticas Corpo
Instâ ncia Ilustraçã o
Instâ ncia Cabeça principal B
Cabeça principal B Instâ ncia
cotaçã o Instâ ncia
Instâ ncia Ilustraçã o
Subtı́tulo 1 Cabeça principal C
Ilustraçã o Subtı́tulo 1
Subtı́tulo 2 Ilustraçã o
Cabeça principal C Subtı́tulo 2
Ideia central III. Conclusã o
Como você pode ver, a diferença mais ó bvia entre esses contornos é a
ordem das ilustraçõ es em relaçã o à s principais cabeças que suportam.
Mas há mais diferenças també m.
Uma introduçã o separada do sermã o muitas vezes é desnecessá ria
quando a estrutura indutiva começa com material ilustrativo concreto.
A instâ ncia inicial cumpre as funçõ es de introduçã o e també m reforça a
evidê ncia cumulativa no processo indutivo.
Uma conclusã o separada geralmente nã o é necessá ria se o arranjo
indutivo levar a uma ideia central ou ponto bá sico do sermã o. Por
exemplo, o movimento indutivo simples consiste em ilustraçõ es que
levam ao ponto central ou ideia conclusiva desta maneira:
Ilustraçã o A Ilustraçã o B
Ilustraçã o C
Portanto: Ideia Central e Conclusã o
As partes tradicionais do sermã o, portanto, tendem a se fundir em
uma unidade holı́stica em qualquer arranjo indutivo. Um sermã o que se
move indutivamente manté m o interesse e envolve o ouvinte, mas pode
nã o ter pontos mais do que uma narrativa, uma histó ria, uma pará bola
ou mesmo uma piada tem pontos. Isso nã o signi ica que o pregador
prega sem um ponto, no entanto. (Temo que já haja pregaçõ es inú teis
su icientes; nã o é isso que estamos defendendo aqui.) Todo sermã o
indutivo precisa de um ponto; é a disciplina dessa idé ia, esse ponto que
dá foco à preparaçã o de um sermã o, sua entrega e sua esperada
recepçã o. O objetivo de um sermã o indutivo é o lugar que queremos
que nossos ouvintes cheguem na conclusã o de nosso sermã o.
Durante anos, ao tentar explicar essas ideias sobre induçã o aos meus
alunos, usei a imagem de um redemoinho para tentar atravessar oidé ia
de um sermã o atraindo ouvintes para nossa conclusã o. Muitas vezes,
quando discutimos esse ponto em aula, desenho uma ilustraçã o simples
para retratar a ideia visualmente.
Biogra ia nº 3
uma. Trapaceiro
b. Trapaceando
c. Desa iado
d. Enganado ∴ IV Conclusã o
e. Mudado
III Jacó
Cada um dos trê s casos biográ icos poderia formar um padrã o de
redemoinho distinto e separado que poderia ser mostrado em nosso
diagrama bá sico de redemoinho. Mas para mostrar como as trê s partes
se encaixam em um sermã o, talvez seja melhor diagrama-las de uma
perspectiva tridimensional diferente.
Uma analogia como a que meu aluno usou poderia ser apenas um
meio de apresentar um ú nico ponto em um sermã o, ou a analogia
poderia ser o quinto dos oito arranjos indutivos bá sicos e formar a
estrutura de um sermã o inteiro.
5. Analogia. Podemos, examinando as Escrituras, descobrir que Deus
faz uso de quatro tipos de analogia: relacional (pai- ilho, noivo, pastor-
ovelha); comparativo (cã es, suı́nos, lobos, tesouro); espacial (mais alto,
mais profundo); e funcional (fruta, paredes, corpo, cabeça, porta, raı́zes,
sal, luz).
Mas como a analogia poderia ser usada na estrutura de um sermã o
inteiro?
Uma resposta pode ser vista no exemplo de um sermã o expositivo
baseado no Salmo 1 – um sermã o que expande a analogia das
Escrituras de que a vida justa é como uma á rvore. Você pode começar o
sermã o rapidamente com a pergunta em sua mente (ou falar para a
congregaçã o, se desejar): Como é realmente uma vida cristã ? Isso
poderia estabelecer o terreno comum para o sermã o.
Você pode contar uma anedota sobre algum cristã o forte que se
afastou de sua comunhã o regular de apoio e viu sua vida espiritual dar
uma guinada. No inal da ilustraçã o, você pode chegar à conclusã o
provisó ria de que a vida cristã requer nutriçã o.
Você pode prosseguir com uma sé rie de ilustraçõ es adicionais
(anedotas, citaçõ es, fatos, exemplos bı́blicos, Escrituras ou qualquer
outra coisa) para levar a conclusõ es provisó rias adicionais. A vida cristã
é como uma á rvore: o crescimento deve ser contı́nuo; como uma á rvore
dá oxigê nio, a vida cristã també m deve resultar em um processo de
doaçã o; torna-se cada vez mais está vel à medida que cresce; recebe
constantemente; oferece abrigo e conforto aos que o cercam; ele se
reproduz. As possı́veis conclusõ es provisó rias sã o muitas. Mas cada um
precisa ser ilustrado antes de ser declarado se o sermã o vai manter seu
movimento indutivo.
Apó s uma sé rie de conclusõ es provisó rias terem sido feitas, o sermã o
pode concluir juntando todas as conclusõ es provisó rias e respondendo
à pergunta: Como é a vida cristã ? A vida cristã é como uma á rvore. E as
comparaçõ es podem ser enfatizadas novamente para fechar.
Esse mesmo tipo de movimento indutivo pode ser usado para muitas
das analogias bá sicas que Deus usa em toda a Escritura. Como Deus é
como a luz? O que signi ica para nó s sermos o corpo de Cristo? Como os
cristã os sã o como o sal? De que maneira Deus é como um pastor ou um
pai? olista poderia continuar e continuar. Diagramados, todos eles
podem se parecer com isso:
Sermã o de Analogia
Conforme observado na discussã o da analogia no Capı́tulo Trê s , há
perigos em levar as analogias longe demais. Lembre-se do julgamento
de Lutero de que “as alegorias de Orı́genes nã o valem tanta sujeira”. Por
essa razã o, quando as analogias sã o usadas como a mensagem principal
do sermã o, podemos estar mais seguros em nos limitar à s analogias
que Deus usa nas Escrituras. Há mais do que su iciente para escolher.
Mas há outra maneira de usar a analogia como a estrutura bá sica de
um sermã o sem fazer dessa analogia a mensagem principal – apenas
usá -la para transmitir a mensagem. Por exemplo, sermõ es sobre “As
Sete Chaves para o Reino”, “O Fundamento de Quatro Faces de nossa Fé ”
e similares usam analogia para tornar sua mensagem mais concreta.
Esses sermõ es podem ser muito indutivos se utilizarem ingredientes
indutivos e adiarem as a irmaçõ es até depois de seu material
ilustrativo.
Sermã o Efeito-Causa
Para que este tipo de sermã o seja verdadeiramente indutivo, uma
verdadeira busca, a introduçã o das causas provisó rias deve ser mais
ilustrativa do que declarada. Essa é a razã o dos pontos de interrogaçã o
apó s as “causas” no diagrama. Você pode querer tirar conclusõ es
provisó rias ou parciais depois de examinar cada causa potencial, mas
qualquer a irmaçã o dogmá tica sobre a causa inal deve ser adiada até a
conclusã o. A busca pela causa deve continuar até perto do im.
Para melhor compreensã o dessa abordagem “efeito-causa” da
relaçã o causal, deve icar claro que o efeito com o qual você começa nã o
precisa ser a vida de uma pessoa. Pode ser um conceito como “a vida
cristã madura” apresentado de uma maneira relacionada à vida. Entã o
você poderia prosseguir com uma pergunta e uma busca pelas causas,
assim como você faria com o exemplo do sermã o fú nebre.
A segunda abordagem bá sica da relaçã o causal em um sermã o
começaria com as causas e perguntaria: Qual seria o efeito? Essa
abordagem se presta melhor a sermõ es de natureza preditiva ou
profé tica.
Etapas combinadas
O sermã o indutivo de ó rbita completa pode ser dividido nesses doze
passos. Os nove primeiros re letem a concentraçã o indutiva deste livro
até agora. Mas as trê s ú ltimas etapas, que sã o igualmente importantes,
normalmente exigiriam desenvolvimento dedutivo.
chave
4. Despertando a atenção
5. Acumulando instâncias representativas
6. Determinação de
suposições
7. Avaliação de a irmações
8. Alcançar autoridade
9. Aceitando conclusões
12. Defendendo,
a irmando,
recomendando
Mas uma variaçã o valiosa na estrutura combinada pode ser usar uma
abordagem de ampulheta mú ltipla dentro do mesmo sermã o para
descobrir e entã o aplicar uma sé rie de pontos. Isso pode ser
especialmente e icaz para transmitir uma dose pesada de ensino
dedutivo, dividindo o sermã o em uma sé rie bem ritmada de doses
menores. Tal sermã o poderia ser mapeado assim:
Pode haver momentos em que você pensa que seu pú blico estaria tã o
relutante ou despreparado para abraçar sua premissa principal ou
quando você sente que as implicaçõ es da verdade descoberta
indutivamente sã o tã o claras que você pode parar o sermã o no meio do
sermã o e permitir que o Espı́rito Santo tome o ouvintes alé m disso.
Mas, via de regra, a pregaçã o indutiva de ó rbita completa precisa
incorporar també m a deduçã o.
Quando isso acontece, todas as preocupaçõ es sobre a induçã o
levantadas no inı́cio deste capı́tulo podem ser facilmente apagadas. Pois
é na “metade” dedutiva do sermã o completo que o pregador pode ser
contundente. E aqui que ele pode enfatizar novamente a autoridade da
Palavra de Deus como a base da mensagem. E aqui que o pregador pode
incluir melhor a exegese e qualquer exposiçã o versı́culo por versı́culo.
Aqui está um exemplo de esboço de sermã o que pode se encaixar na
estrutura bá sica combinada esquematizada acima: Vale a pena orar?
UMA. Exemplos Todos esses suportes indutivos servem de
contemporâ neos: evidê ncia para conduzir ao conceito e ao texto.
uma. Respostas recentes Eles sã o abordados brevemente, alguns em apenas
especı́ icas à oraçã o na uma frase ou duas. (10-15 minutos)
vida pessoal, familiar
ou da igreja local.
b. Respostas recentes
especı́ icas à oraçã o na
igreja nacional,
denominacional e
mundial.
B. Exemplos do Novo
Testamento:
uma. Paul orou na
tempestade —
tripulaçã o, passageiros
resgatados.
b. Peter libertado da
prisã o — reuniã o
surpresa.
c. Jesus orou — Lá zaro
ressuscitou, 5.000
alimentados, et al.
C. Exemplos do Antigo
Testamento:
uma. Daniel na cova dos
leõ es.
b. Ana orou por um ilho.
c. Moisé s orou — pragas,
Exodo.
d. Abraã o – no Monte
Moriá , em vida.
Eu Razõ es para Orar Pode incluir subpontos, mais exemplos e quaisquer outros
II Requisitos para ingredientes comuns aos sermõ es dedutivos tı́picos. (10-15
rezar minutos)
III Resultados da
oraçã o
Conclusã o:
Aplicaçã o e Desa io
para Orar
1Dr.Glen Stassen, professor do Seminá rio Batista do Sul em Louisville, conta como
os Metodistas salvaram os Batistas. Ele diz que nos dias de George White ield a
pregaçã o batista era dedutiva, seca, monó tona e doutriná ria. O nú mero de
convertidos e membros diminuiu. A pregaçã o de reavivamento de Wesley estimulou
os pregadores batistas a acentuar a experiê ncia em seus sermõ es, e a ruı́na dos
batistas em declı́nio foi evitada pela pregaçã o tanto da experiê ncia quanto da
doutrina.
10 No Estudo
Ainda me lembro vividamente de assistir a uma grande reuniã o
ministerial como um jovem pastor estudante. Durante um intervalo
entre as sessõ es, iz uma viagem a um banheiro masculino lotado, onde
por acaso ouvi uma conversa entre um pregador conhecido
nacionalmente e outro homem. O famoso pregador estava se gabando
de vender todos os seus livros porque ele tinha sermõ es su icientes
para durar o resto de seu ministé rio (ele estava na casa dos quarenta na
é poca).
Um pouco desiludido com a revelaçã o, mas possuı́do do idealismo e
do atrevimento da juventude, nã o pude deixar de reagir. Quando
terminei de secar as mã os, olhei para cima e disse, alto o su iciente para
que todos no banheiro ouvissem: “Parece que algué m já está morto lá
em cima”. Entã o me virei e saı́.
Quase quarenta anos se passaram, entã o espero ter amadurecido um
pouco. Mas muitas das atitudes que vi e ouvi expressas sobre a
preparaçã o do sermã o desde aquela é poca ainda me incomodam.
Conheci um jovem pastor no inı́cio do meu ministé rio que me disse
que icava acordado a noite toda todo sá bado à noite. As vezes ele
dormia no sofá por uma hora ao amanhecer. Ele lamentou seu há bito de
preparaçã o da noite passada. Ele confessou que era uma praga em sua
vida familiar. “Mas eu só tenho que ter essa pressã o. Nã o consigo
preparar meus sermõ es de outra maneira”.
Recentemente, apó s uma o icina de pregaçã o, um pastor veio até
mim e compartilhou sua luta contı́nua para encontrar tempo para a
preparaçã o do sermã o. Ele havia acabado de se mudar para uma nova
paró quia com uma ampla variedade de programas comunitá rios e de
alcance que ele deveria supervisionar. As tarefas administrativas o
mantinham tã o ocupado que ele simplesmente nã o conseguia preparar
seus sermõ es como achava que deveria. Quando ele expressou sua
frustraçã o a alguns colegas ministeriais em sua denominaçã o, eles o
ignoraram.Um deles realmente lhe disse: “Preparar-se nã o é nenhum
problema. Apenas desligue a TV à s 10 da noite de sá bado e passe uma
hora antes de ir para a cama descrevendo seu sermã o. Isto é o que eu
faço."
Infelizmente, esse tipo de atitude é muito prevalente. Na verdade,
uma grande editora evangé lica lançou um livro há alguns anos com o
tı́tulo bastante inteligente, Saturday Night Specials. O livro era uma
compilaçã o de mais de 200 ideias de sermõ es sobre uma ampla
variedade de textos e tó picos – esboços que supostamente poderiam
ser transformados em sermõ es e icazes na noite anterior à sua
pregaçã o.
E entã o havia o pastor de uma igreja da cidade grande, um pregador
conhecido em toda a sua denominaçã o principal como um reformador,
uma voz profé tica para a igreja e um evangé lico raivoso. Dirigindo para
a igreja com sua esposa nas manhã s de domingo, ele costumava dizer:
“Acho que vou pregar sobre perdã o (ou graça, pecado, regeneraçã o ou
qualquer outra coisa) esta manhã , querido. Você poderia me encontrar
um texto?” Sua esposa folheava as Escrituras ali no carro e ele já tinha
seu texto no momento em que paravam no estacionamento da igreja.
Preparaçã o. Quã o crucial é para a nossa pregaçã o?
Uma pesquisa recente revelou que os pastores que gastam vinte
horas ou mais em seus sermõ es de domingo pregam para centenas a
mais a cada semana do que aqueles que passam cinco horas ou menos
em preparaçã o. Você pode discutir sobre qual é a causa e qual é o efeito,
mas a correlaçã o entre o tempo de estudo e o tamanho da congregaçã o
deve dizer algo a todos nó s.
Um famoso pregador ganhou habilidade no pú lpito gastando uma
hora de preparaçã o para cada cem palavras que escrevia em seu
sermã o. Outro que trabalhou sessenta horas em cada sermã o pregou
por cinquenta e dois anos em uma igreja pró spera. No entanto, muito
tempo de preparaçã o cria outros problemas na famı́lia do pregador,
bem como na congregaçã o. Jonathan Edwards tantas vezes se
enclausurava em seu escritó rio que seu povo se queixava de nunca vê -
lo. Apesar de sua pregaçã o e icaz, ele foi convidado a deixar a Igreja de
Northampton depois de quase um quarto de sé culo de ministé rio -
apenas 23 dos mais de duzentos membros do sexo masculino votaram
para mantê -lo.
Dois sé culos se passaram desde entã o. Mas o con lito permanece. A
pregaçã o e icaz requer preparaçã o extensiva. Mas outras demandas –
familiares, pessoais e pastorais – corroem nosso tempo de estudo.
O con lito é frequentemente re letido quando um leigo diz: “Nosso
ministro é um bom pastor, mas nã o é um grande pregador”. Ou o outro
lado da moeda: “Seus sermõ es sã o ó timos todos os domingos; só
desejamos que ele estivesse mais disponı́vel durante a semana.” Muitas
vezes ouvi pessoas analisarem seus ministros em duas partes – como
pastor e como pregador. Com a mesma frequê ncia, conversei com
ministros que tentam lidar com o que parecem ser expectativas
impossı́veis de seu povo, decidindo se concentrarsuas energias em uma
metade do trabalho ou na outra. Eles dizem: “Eu vejo meu papel como
pregador, entã o deixo o trabalho pastoral para outros da minha equipe”.
Ou: “Eu sou um pastor antes de tudo. Acho que quando faço isso bem,
as pessoas nã o precisam ou esperam tanto na minha pregaçã o.”
A especializaçã o é uma das maiores tendê ncias da nossa era. E em
igrejas com vá rios funcioná rios, à s vezes pode ser a resposta para o
problema do tempo de pregaçã o/pastoramento. Mas o que acontece
quando você se sente forçado a fazer uma escolha? Qual é mais
importante? Minha experiê ncia e 2.000 anos de histó ria da igreja me
dizem que uma congregaçã o precisa de ambos.
Entã o, como equilibramos as demandas do pú lpito e da paró quia?
Em nosso mundo acelerado com pessoas - problemas tã o complicados e
trá gicos que nos desesperamos com nossa pró pria inadequaçã o para
ajudar. Como encontramos tempo e energia para pastorear e pregar ao
nosso povo?
Suspeito que este seja um con lito do qual nunca escaparemos. Nã o
há respostas fá ceis.
Mas talvez pudé ssemos aliviar um pouco a pressã o se tentá ssemos
alterar nossas atitudes em relaçã o à s duas metades de nosso trabalho
como ministros. E se olharmos para nossos deveres pastorais nã o como
uma interferê ncia no tempo de preparaçã o do sermã o, mas como uma
parte essencial dessa preparaçã o?
Por que tantos pastores sã o capazes de ajudar pessoas em crise
durante toda a semana e parecem tã o impotentes no pú lpito? Como
podem ser tã o engenhosos e vivos de segunda a sá bado e tã o mortos
nas manhã s de domingo?
Parte do problema é essa dicotomia arti icial que criamos em nossos
trabalhos entre nossos deveres pastorais e de pregaçã o. E se
pudé ssemos fazer de cada dever pastoral – cada sessã o de
aconselhamento, cada chamada pastoral, cada visita ao hospital, cada
contato com paroquianos – uma parte integral de nossa preparaçã o
para o sermã o?
Nó s podemos fazer isso. De fato, se queremos pregar indutivamente
e envolver as pessoas em nossa pregaçã o, temos que fazê -lo.
Dissemos anteriormente neste livro que um dos fundamentos da
abordagem indutiva é começar o sermã o onde as pessoas estã o. Mas
como sabemos onde é isso?
Craddock menciona uma chave para icar em sintonia com a vida
quando diz: “A batalha pode ser travada com algum sucesso
simplesmente permanecendo vivo. Isso signi ica que o pregador nã o se
permite tornar-se apenas um comerciante daquelas mercadorias que
permitem aos outros viver; ele mesmo vive. Ele nã o apenas anuncia os
hinos, ele canta; ele nã o apenas lidera em oraçã o, ele ora. Se as imagens
de seus sermõ es devem ser reais, ele deve ver a vida como real – nã o
como uma ilustraçã o sob o Ponto Dois.”
Alé m de utilizar e referir-se à nossa pró pria vida e à s nossas pró prias
experiê ncias na preparaçã o e pregaçã o ao nosso povo, um meio
igualmente necessá rio de nos mantermos em sintonia com a vida real é
aprender e usar a experiê ncia de vida das pessoas a quem servimos. O
contato pastoral pode sero ilã o principal do qual extraı́mos recursos
inestimá veis para envolver nosso povo em nossos sermõ es.
Mas como vamos da maté ria-prima da experiê ncia de vida ao
produto inal de um sermã o indutivo completo? Esta é a pergunta que
tentaremos responder enquanto o restante deste capı́tulo detalha os
está gios progressivos da preparaçã o do sermã o indutivo.
Antes de começarmos, quero reconhecer que a maior parte do que é
dito sobre preparaçã o aqui se concentra no primeiro lado, a porçã o
indutiva, da estrutura combinada do sermã o apresentada no Capı́tulo
Oito . A preparaçã o da fase dedutiva de um sermã o – a exposiçã o
bı́blica, exegese e hermenê utica – foi analisada e ampliada em mil livros
sobre pregaçã o. Portanto, o foco necessá rio aqui é na preparaçã o do
processo indutivo que envolverá as pessoas no sermã o antes da porçã o
dedutiva do esforço total.
Você pode até querer centralizar algumas de suas ideias secundá rias
em folhas separadas e fazer um brainstorming a partir delas.
Assim como nas listas de brainstorming, você deve anotar tudo o que
vem à mente. Mas há pelo menos duas vantagens nessa té cnica mais
recente. Primeiro, o layout visual ajuda seu pensamento a seguir em
vá rias direçõ es. E segundo, as ideias relacionadas podem ser facilmente
agrupadas à medida que você avança, nã o importa a ordem que você
pensa delas. A organizaçã o em um esboço mais linear pode ser feita
facilmente mais tarde.
A maioria das coisas que anoto em minhas sessõ es pessoais de
brainstorming nunca sairã o do meu estudo. Talvez apenas um dé cimo
ou menos chegue ao sermã o.
Eu sei que terei que ter cuidado para nã o apenas me entregar a uma
viagem chata pela minha pró pria memó ria. Eventualmente, terei que
analisar os exemplos, experiê ncias, ilustraçõ es e ingredientes que meus
ouvintes entenderã o melhor e com os quais se relacionarã o. Mas esse
processo de seleçã o vem mais tarde na preparaçã o. Nesta fase, quero
quantidade e qualidade.
Mesmo aqueles pensamentos e anedotas que eventualmente acabam
na lixeira do estudo servem a um propó sito, porque o brainstorming
intensivo faz mais do que fornecer material utilizá vel. Por exemplo,
como professor de seminá rio, iquei isolado de alguns aspectos do
mercado de trabalho por mais de vinte anos. Tive emprego
permanente, estabilidade e segurança aparente. Mas o brainstorming
desse tó pico desencadeou processos de pensamento e aumentou a
sensibilidade necessá ria para pregar um sermã o que oferecerá mais do
que pronunciamentos do tipo Pollyanna a uma congregaçã o que pode
incluir membros que sofrem a agonia do desemprego. Brainstorming
prepara as bombas de nossos coraçõ es, mentes e espı́ritos.
Examinando as Escrituras. A reuniã o nã o para com nosso pequeno
exercı́cio de livre associaçã o com papel e lá pis. Em seguida, precisamos
olhar novamente para a Palavra.
Nos Capı́tulos Sete e Oito falamos sobre o uso de material bı́blico
como parte do lado indutivo do processo de pregaçã o de ó rbita
completa. Este é o ponto do processo de preparaçã o em que
procuramos esse material bı́blico – anedotas bı́blicas, personagens e
analogias. Provavelmente deverı́amos começar com aqueles que vieram
à mente durante o processo de brainstorming. As vezes, podemos
querer fazer algum estudo expositivo ou exegé tico neste está gio, mas a
maior parte disso ocorrerá em outros está gios. Aqui estamos mais
preocupados em reunir um corpo de material bı́blico ú til. Assim,
podemos muito bem conduzir um estudo tó pico e buscar informaçõ es
bı́blicas adicionais relevantes para o nosso tó pico. Podemos até querer
fazer uma lista de palavras relacionadas e ver onde uma concordâ ncia
nos levará .
Eu percebo que esta ú ltima sugestã o é abominá vel para muitos
homilé ticos,mas uma concordâ ncia tó pica é uma ferramenta muito ú til
na preparaçã o. Certamente nã o substitui a exegese só lida. No entanto,
se formos cuidadosos em nã o tirar passagens fora do contexto, nã o há
razã o para temer levar uma necessidade ou um problema à Escritura
para tentar descobrir o que Deus tem a nos dizer. para dizer que as
sugestõ es de preparaçã o expostas até agora neste capı́tulo podem
exigir uma pequena adaptaçã o se você estiver pregando um livro da
Bı́blia ou se estiver preparando uma sé rie de sermõ es sobre uma
passagem das Escrituras, como o Oraçã o do Senhor.
Isso porque a maneira mais fá cil de ser verdadeiramente indutivo em
nossa pregaçã o é começar com uma necessidade de nosso povo e levar
essa necessidade à s Escrituras para a ajuda e resposta de Deus. As
estruturas indutivas sobre as quais falamos começam naturalmente
com as particularidades, os problemas e as questõ es que levam à s
conclusõ es bı́blicas e sua aplicaçã o.
E mais difı́cil pregar com um espı́rito indutivo de exploraçã o mú tua
quando toda a congregaçã o sabe que seu sermã o vai continuar com o
capı́tulo ou versı́culo de onde você parou na semana passada. Mas isto
pode ser feito.
A maneira mais simples de fazer isso começaria com seu estudo
cuidadoso da passagem. Entã o você precisa se perguntar: “Que
problema meu povo enfrenta, que necessidade eles tê m, que problema
eles lutam, que pergunta eles fazem que esta passagem trata?” Você
precisa con iar muito na orientaçã o de Deus para obter discernimento
aqui, bem como quando izer uma segunda pergunta: “Qual é a verdade
que Deus tem nesta passagem para ajudar meu povo com seu
problema, necessidade, questã o ou pergunta?” A resposta a esta
segunda pergunta pode se tornar a conclusã o, o conceito corporativo
que você quer que as pessoas alcancem com você no inal da parte
indutiva do sermã o completo. Esta é a verdade que você constró i e
aplica no lado dedutivo do sermã o. A resposta para a primeira pergunta
– o problema, a necessidade,
Depois de fazer essas perguntas sobre uma passagem, você está
pronto para pensar nas exposiçõ es que teve e reunir material para o
sermã o da mesma maneira que já sugerimos. Até mesmo o
levantamento das Escrituras é um bom processo; embora você já
conheça seu texto, você obterá um quadro bı́blico mais amplo e talvez
encontre material de apoio indutivo adicional para aumentar o
conteú do bı́blico do sermã o.
Estou convencido de que é possı́vel pregar um sermã o indutivo
completo sobre qualquer passagem, qualquer verdade ou ensino
bı́blico, qualquer doutrina bı́blica que você queira ou precise pregar. O
que é necessá rio sã o indutivosingredientes e uma estrutura indutiva
com a irmaçõ es e exemplos atrasados que precedem todos os
argumentos e declaraçõ es.
Escaneando o Campo. Uma vez que tenhamos feito nosso
brainstorming e pesquisado as Escrituras em busca de material
potencial para incluir em nosso sermã o, há mais um passo no está gio
de preparaçã o da reuniã o. E aqui que levamos nossa preparaçã o alé m
de nossa pró pria experiê ncia e pensamento. Examinamos o passado e o
presente em busca de material relacionado. O que foi feito e dito? O que
está sendo feito e dito agora sobre o assunto sobre o qual estamos
pregando?
Karl Barth, o fundamentalista homilé tico, costumava dizer que
preparava seus sermõ es com uma Bı́blia em um joelho e um jornal no
outro. Esse é um modelo que precisamos lembrar enquanto nos
preparamos. Um jornal deveria ser uma necessidade para nó s, mas nã o
é su iciente. Escanear o campo poderia signi icar passar meio dia na
biblioteca pú blica veri icando guias perió dicos e catá logos de ichas. Ou
pode ser necessá rio vasculhar nossa biblioteca pastoral para ver o que
outros pregadores pregaram, o que escritores cristã os escreveram. Há
uma explosã o de informaçõ es acontecendo agora em um computador
de campo que as pessoas chamam de inteligê ncia arti icial. Bancos de
dados eletrô nicos podem em breve oferecer um potencial incrı́vel para
ilustraçõ es de sermõ es. Hoje, por uma taxa de US$ 2,75 a US$ 15 por
hora (dependendo da hora do dia), a Source Telecomputing Corp. of
McLean, Virgı́nia se conectará ao noticiá rio da UPI e classi icará as
notı́cias por meio de palavras-chave. Haverá muitos outros serviços
desse tipo em um futuro pró ximo.
Recentemente, ouvi um especialista em homilé tica dizer a um grupo
de ministros: “Você nã o pode pregar efetivamente hoje sem assistir TV”.
Quando você percebe que a televisã o está ligada cerca de cinquenta
horas por semana em uma casa comum, você tem que pensar que ele
pode estar certo. Tornou-se uma parte tã o grande da vida americana
que nã o podemos mais ignorar o que está dizendo ao nosso povo
enquanto preparamos nossas contra-mensagens para o domingo de
manhã .
Mas nem toda a varredura de campo deve ser feita pela mı́dia de
massa. Barth també m fez uma prá tica regular de pregar em prisõ es
locais para se lembrar das reais necessidades das pessoas. Talvez
precisemos visitar o escritó rio de desemprego ou conversar com um
agente de cré dito em nosso banco em preparaçã o para nosso sermã o
sobre pressõ es inanceiras. Experiê ncias em primeira mã o ou
entrevistas pessoais podem adicionar profundidade e interesse reais
aos sermõ es sobre muitos tó picos. Precisamos apenas pensar nas
oportunidades criativas.
Outro meio de ampliar a contribuiçã o para nossos sermõ es seria
criar o há bito de conversar com alguns de nossa congregaçã o com
antecedê ncia sobre suas experiê ncias. Ouvi falar de um ministro que
tentava todas as semanas incorporar um exemplo, anedota ou
ilustraçã o sugerida a ele por um membro de sua congregaçã o e dar
cré dito a esse membro.
Estilo
Clareza: Energia: Interesse:
Ideias palavras concretas imagens sensoriais
palavras palavras especı́ icas iguras
frases palavras grá icas variedade
exemplos equilı́brio da frase con lito/suspense
seqü ê ncia repetiçã o ritmo
transiçõ es discurso direto vitalidade
franqueza pronomes pessoais nitidez
verbos comparaçã o/contraste
Este segundo grá ico mostra as diferenças entre o estilo oral e o
escrito citando o uso comparativo desses subfatores que compõ em a
essê ncia do estilo.
Estilo oral
mais ilustraçõ es mais ritmo
mais suspense mais perguntas
mais pronomes pessoais mais energia
mais franqueza mais â nsia
mais comparaçã o/contraste mais movimento
discurso mais direto mais referê ncias pessoais
mais termos anglo-saxõ es menos termos latinos
mais vivacidade mais suavidade
mais clı́max mais direto
voz mais ativa voz menos passiva
mais repetiçã o mais variedade
mais contraçõ es mais conectivos
mais verbos mais simplicidade
ordem climá tica
Falamos ao longo deste livro sobre a importâ ncia da experiê ncia
como um dos elementos de uma abordagem indutiva; explicamos como
é a base sobre a qual construı́mos o envolvimento indutivo. A
experiê ncia també m é um objetivo de nossa pregaçã o; queremos que
nosso povo nã o apenas experimente o evangelho que pregamos, mas
experimente o processo indutivo conosco enquanto pregamos.
Portanto, o falante que pode reconstruir vividamente a experiê ncia
pode se comunicar melhor com as pessoas. A tarefa de um pregador,
portanto, especialmente um pregador indutivo, é esclarecer e
intensi icar a experiê ncia – torná -la grá ica. E uma das ferramentas
mais fortes para a tarefa é o estilo oral.
Olhe novamente para o ú ltimo grá ico. Considere uma amostra dos
fatores listados e como eles podem ser incorporados em seu pró ximo
sermã o.
Comparação . A clareza e a intensidade de uma experiê ncia podem
ser aumentadas comparando-a com outra experiê ncia. Pode haver
umsemelhança de atributo – “brilhante como uma moeda nova”;
semelhança de um traço ou comportamento – “feroz como um urso
ferido”; ou semelhança de funçã o – “a poça piscava como um olho toda
vez que uma gota de chuva a atingia”.
Concretude. Uma experiê ncia pode se tornar mais grá ica pela
concretude se a experiê ncia for narrada e descrita com abundantes
detalhes concretos. Existem nı́veis de concretude tanto nos verbos
quanto nos substantivos. Por exemplo, o verbo to go pode ser empinar ,
slink, bounce, lumber , etc.
A formaçã o e a experiê ncia dos ouvintes determinarã o o grau de
concretude que o falante usa. Por exemplo, uma vaca é uma vaca e uma
chave inglesa é uma chave inglesa para a maioria dos ouvintes, mas
falar com os fazendeiros uma vaca pode ser muito mais concreto –
Angus, preto, magro, de seis anos, fresco, manco, doente, oscilante. ou
ao falar com encanadores, uma chave pode ser uma chave de cano,
Stillson , 24 polegadas, dobrada, enferrujada, solta, gasta, velha,
descartada, etc.
A clareza e a intensidade de uma experiê ncia aumentam ainda mais
quando narradas e descritas em palavras e termos familiares. Observe
as palavras com apenas uma sı́laba no Sermã o da Montanha. Embora as
palavras mais curtas nem sempre sejam as mais potentes, é de bom
senso usar palavras tã o claras na mente dos ouvintes que nã o exigem
traduçã o. Em nosso idioma inglê s, as palavras anglo-saxô nicas
geralmente atendem melhor a esses requisitos.
Se você duvidar da su iciê ncia de palavras curtas, considere as
descobertas de um analista de literatura. Em seu texto Creative Writing
for Advanced College Classes, George C. Williams relata que 70-78 por
cento das palavras usadas por muitos autores sã o de uma sı́laba. Ele
lista Somerset Maugham, Sinclair Lewis, Robert Louis Stevenson,
Charles Dickens e outros. Se escritores dessa estatura podem se limitar
à simplicidade, nã o devemos temer censurar algumas de nossas
palavrõ es polissı́labos de nossos sermõ es a cada semana. O que
podemos perder em so isticaçã o intelectual, mais do que compensamos
em signi icado e impacto.
A natureza grá ica de uma experiê ncia també m pode ser
intensi icada quando essa experiê ncia é narrada e descrita em palavras
multissensoriais. Por exemplo, verbos como “jorrar”, “soluçar” e
“cortar” despertam fortes sensaçõ es de visã o, som e movimento.
Adjetivos como “arrependido”, “nevado”, “chumbo”, “cru”, “ardente”
evocam pelo menos duas sensaçõ es cada. “Pitchy” sugere a sensaçã o de
viscosidade e a cor preta; a palavra “fogo” cria a imagem visual de
chamas e a sensaçã o tá til de calor etc. Ao apelar para uma orquestraçã o
de sentidos, tais palavras envolvem os ouvintes de vá rias maneiras.
Para um exemplo de sermã o de estilo oral contemporâ neo que tenta
incorporar comparaçõ es, concretude, simplicidade e
multissensorialpalavras (assim como muitos outros subfatores no
grá ico de estilo oral), vá para o Apê ndice 1 e o sermã o “Jesus chora
atravé s de nó s?” Para um exemplo bı́blico de sermõ es que incorporam
numerosos subfatores de estilo oral, podemos olhar para Jesus.
Primeiro, vamos reconsiderar o Sermã o da Montanha. Já
mencionamos o uso de Jesus de discurso direto (221 vezes “você ” ou
“seu”) e perguntas (dezenove) neste sermã o de dezoito minutos e suas
palavras simples de uma sı́laba. Mas Jesus també m usa 404 verbos para
energia nesta mensagem de 2.320 palavras. Ele inclui 320 pronomes.
Ele cita vinte contrastes claros e muitas outras comparaçõ es e
ilustraçõ es. Ele faz uso extensivo de palavras conectivas: “isso”
(cinquenta e uma vezes); “para” (vinte e quatro vezes); “portanto”
(treze vezes); “mas” (oito vezes); “dentro” (cinquenta e nove vezes);
“nã o”, “nã o”, “nem”, “nem” (setenta vezes). A repetiçã o é outra de suas
té cnicas ó bvias: “cé u” (dezoito vezes); “pai” (dezessete vezes); “mas eu
digo” (quatorze vezes); “reino” (oito vezes); “você ouviu” (seis vezes).
O estilo oral de Jesus é evidente em todos os registros dos
Evangelhos. O relato de Marcos da pará bola do solo mostra:
106 palavras 6 frases 18 palavras por frase 25 verbos 20 substantivos
21 advé rbios 16 conjunçõ es 12 pronomes
3 preposições
4 adjetivos.
A pará bola dos solos pode ser condensada em doze palavras simples
– seis substantivos e seis verbos:
o semeador semeou, a semente caiu, os pá ssaros devoraram, o sol
queimou, os espinhos sufocaram, o solo rendeu.
Uma comparaçã o de trinta pará bolas, quinze em Mateus e quinze em
Lucas, mostra que os relatos de Mateus tê m um pouco mais de força
verbal. Mas ambos os registros mostram sentenças com uma mé dia de
dezoito palavras e meia de comprimento; dois substantivos e meio por
frase (13,5%); trê s e meio ou quatro verbos por frase (19,2 e 21,4 por
cento). Isso signi ica que cerca de uma em cada cinco palavras de Jesus
é um verbo. Seus adjetivos sã o em mé dia menos de um por frase ou
cerca de 5% do total de palavras em suas pará bolas. Em Lucas, sua
pará bola do vizinho egoı́sta emprega surpreendentes quarenta e dois
pronomes em nove versı́culos.
Para encerrar, pode ser bom rea irmar um ponto que já tentei
enfatizar muitas vezes, de muitas maneiras neste livro. E o coraçã o e a
alma do que eu acredito e ensino sobre pregaçã o: um sermã o pode ser
factualmente correto, homileticamente correto, biblicamente correto,
doutrinariamente ortodoxo e ainda assim nã o alcançar nada porque
nã o envolve os ouvintes. Envolvimento é a chave. E o envolvimento do
ouvinte é a força do processo indutivo na pregaçã o.
A Bı́blia, os modelos de grandes pregadores ao longo da histó ria e a
experiê ncia contemporâ nea se combinam para apontar para o grande
potencial da pregaçã o indutiva. Entã o eu nã o diria que a induçã o é algo
novo e revolucioná rio. No entanto, estou convencido de que isso
poderia revolucionar sua pregaçã o.
Você nã o precisa aceitar minhas opiniõ es ou as a irmaçõ es deste
livro. Simplesmente tente a pregaçã o indutiva. Entã o julgue por si
mesmo.
Você gostaria de aplicações inovadoras e ajuda adicional na aplicação
desses conceitos indutivos para a pregação bíblica? Para uso individual e
em sala de aula, você pode solicitar um Guia Criativo para Pregaçã o
Indutiva: Ajudando as Pessoas a Ouvir. Este guia contém grá icos,
exercícios, experimentos indutivos, bibliogra ia e projetos práticos que
atrairão o lado imaginativo do cérebro. Está disponível por $ 3,95 (mais $
1 postagem e manuseio). Escreva: Guia de Pregaçã o Indutiva Asbury
Theological Seminary Wilmore, KY 40390
Apêndice 1
Pregação Indutiva - Dois Exemplos
Para melhor ilustrar a ideia de sermõ es indutivos, duas das mensagens
do pró prio autor estã o incluı́das aqui.
“Livra-nos?”
Este primeiro exemplo de sermã o indutivo surgiu de um longo estudo
pessoal da Oraçã o do Senhor. O autor pregou o sermã o na Igreja
Metodista Unida Wilmore em Wilmore, Kentucky, para uma
congregaçã o que incluı́a muitos estudantes de seminá rio e
universitá rios.
O movimento de redemoinho indutivo do sermã o segue um formato
de pergunta-resposta. O texto do sermã o e as notas que o acompanham,
destacando suas caracterı́sticas indutivas, seguirã o este breve esboço e
diagrama do sermã o.
Esboço: “Livra-nos?”
Pergunta-chave nã o declarada, mas implı́cita: Esta parte da Oraçã o do
Senhor é realmente relevante para nó s hoje?
I. Algué m precisa de libertaçã o?
Fatos, anedotas, lembretes da vida real.
Conclusã o provisó ria: A necessidade está ao nosso redor.
II. Algué m sendo entregue em nossos dias?
Numerosas anedotas da experiê ncia contemporâ nea.
Conclusã o provisó ria: Muitos estã o sendo entregues.
III. Algué m foi entregue no passado?
Exemplos da histó ria e das Escrituras.
Conclusã o provisó ria: Deus libertou muitas pessoas de muitas maneiras
diferentes.
4. Algué m quer ser entregue agora?
Prova contemporâ nea, pessoal e bı́blica da a irmaçã o dedutivaque
todos nó s precisamos orar “livra-nos”, para que Deus honre esta
petiçã o, e os ouvintes precisam apenas pedir. Conclusã o: a oraçã o nã o é
apenas relevante, mas essencial.
“Livra-nos?”
A pergunta implícita aqui no início: esta parte da Oração do Senhor ainda é relevante?
ajuda a estabelecer uma base comum de questionamento.
Texto do Sermão: “Livra-nos?”
“Pai nosso que está s nos cé us, santi icado seja o teu nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade assim na terra como no cé u. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje. E perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido. Nã o nos deixes cair em
tentaçã o. Mas livrai-nos…”
Livrai-nos…
Livra-nos?
4. Quarta pergunta.
A maior pergunta é : “Algué m quer ser liberto agora?”
O acento de Deus está sempre na libertaçã o. Deus quer um povo
livre. Deixe meu povo ir, é o refrã o de Deus.
Deus quer responder a esta oraçã o? Ele quer conceder este Pai Nosso
que Jesus nos ensinou, para nos livrar do mal? Solte-o e deixe-o ir! Ele
está dizendo o que Jesus disse quando pegou a menina pela mã o e a
levantou. Acordem, você s que dormem, e levantem-se dentre os mortos,
e Cristo lhes dará luz, vida e liberdade.
Aqui está a conclusão básica do sermão baseada em evidências anteriores.
Deus está no negó cio de libertaçã o. Ele enviou Emanuel para nos
libertar. Deus conosco para nos livrar.
Jesus diz em Lucas 4 que sua grande tarefa é libertar os cativos. Este
é o desejo e o padrã o de Deus em sua vida e na minha. Livra-nos.
Qual é a conclusã o? Há uma necessidade universal de orarmos:
“Livra-nos”.
Agora vem a aplicação e a implicação. Daqui até o inal do sermão é mais dedutivo.
Em um momento eu gostaria de fazer uma pergunta a todos você s.
Quantos de você s poderiam levantar suas mã os e dizer: “Fui liberto”?
Vamos ver as mã os daqueles que podem dizer: “De uma forma ou de
outra fui liberto”. Olhe para todas aquelas mã os. Claro que Deus
entrega.
Alguns pensam em ser entregues pelo novo nascimento. Alguns por
meio da graça. Alguns pelo Espı́rito Santo em tempos de novo
compromisso.
Agora eu gostaria de lhe fazer uma pergunta ainda mais importante.
Alguns de você s foram libertados mais de uma vez – de maneira
espetacular – de algumas maneiras grandiosas, e Deus ainda está no
processo de libertá -los e libertá -los.
Asserções previamente provadas são reenfatizadas.
Centenas de você s levantam as mã os para dizer que Deus liberta. Ele
te entrega. Suas vidas dã o testemunho. Você foi entregue. Mas algué m
quer ser entregue agora?
Todo tipo de escravidã o. Todo tipo de necessidade. A histó ria mostra
um longo registro de libertaçã o. Deus é capaz de libertar.
Esse é o sotaque de ambos os Testamentos. Parafraseando, o Salmo
34 diz: “Busquei ao Senhor, e ele me respondeu e me livrou de todos os
meus temores. Este pobre homem chorou, e o Senhor o ouviu e o livrou
de todas as suas tribulaçõ es. O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos
que o temem e os livra. Quando os justos clamam por socorro, o Senhor
os ouve e os livrafora de todos os seus problemas. O Senhor está perto
dos quebrantados de coraçã o e salva os de espı́rito abatido. Muitas sã o
as a liçõ es do justo, mas o Senhor livra de todas. Sim, a libertaçã o
pertence ao Senhor.”
Mais a irmações baseadas em evidências anteriores.
O Senhor é capaz de encerrar suas circunstâ ncias. Deus é capaz de
encerrar sua vida. Deus é capaz de embrulhar sua necessidade. Deus é
capaz de cercá -lo, envolvê -lo e libertá -lo. Abaixo estã o os braços
eternos. A libertaçã o pertence ao Senhor.
Quem invocar o nome do Senhor será salvo - será libertado. Quem o
Filho liberta é livre de fato. Onde está o Espı́rito do Senhor, há
liberdade.
Quatrocentas vezes ou mais na Bı́blia há libertaçã o. Um milhã o de
vezes na vida - há libertaçã o. Deus entrega.
Paulo pergunta em Romanos capı́tulo sete , quando fala sobre aquele
tumulto interior de carnalidade e angú stia de espı́rito: “Quem nos
livrará do corpo desta morte?” Entã o ele volta com a resposta: “Dou
graças a Deus por nosso Senhor Jesus Cristo”. Este é o padrã o de Deus
para que a vida nos liberte—liberte você e me liberte.
Ele entrega hoje. Do mal. Agora. Ele entrega amanhã da mortalidade.
Durante o hino de encerramento haverá oportunidade de vir e orar
aqui no altar se você sentir a necessidade da libertaçã o de Deus hoje.
Livrai-nos…
Em resumo: O esboço básico de quatro perguntas, 138 perguntas no texto e os muitos
exemplos bíblicos e relacionados à vida conduzem indutivamente ao longo deste sermão.
Frases diretas e diretas têm uma média de oito a dez palavras cada.
Livrai-nos do mal. Pois teu é o reino. E o poder. O poder de entregar. E
tua é a gló ria para todo o sempre. Um homem.
(Hino de Encerramento)
Venha, Todo-Poderoso para libertar, Deixe-nos toda a tua vida receber; De repente
volta e nunca mais, nunca mais os teus templos vã o embora.
Termina, entã o, tua nova criaçã o; Sejamos puros e imaculados.
Deixe-nos ver a tua grande salvaçã o Perfeitamente restaurada em ti.
—Charles Wesley
Jesus chora através de nós?
O sermã o indutivo a seguir é uma versã o ligeiramente adaptada de uma
mensagem entregue pelo autor em uma sessã o regular da capela no
Seminá rio Teoló gico Asbury, Wilmore, Kentucky. Ele foi selecionado
para inclusã o aqui porque é um exemplo claro de uma estrutura de
sermã o indutiva complexa. Nã o apenas o esboço geral é indutivo, mas
cada um de seus segmentos principais se desenvolve por meios
indutivos adicionais. Com base na analogia estrutural usada nos
capı́tulos Sete – Nove , este sermã o conté m redemoinhos dentro do
redemoinho.
Incluı́do abaixo está um texto do sermã o com notas de margem
apontando elementos indutivos. O esboço e os diagramas devem
contribuir para a compreensã o do leitor sobre a induçã o como é usada
neste sermã o.
Uso de perguntas.
Ele é nosso padrã o de doaçã o na compaixã o cristã ? Ele nã o é nosso
exemplo de sensibilidade ao pecado e ao sofrimento? Ele é nosso
exemplo de servir de maneira fı́sica e pessoal? Ele nã o é nosso exemplo
de salvar indivı́duos e vidas, bem como almas? Ele é o Filho do Homem
quando mostra que sua humanidade é ideal e real? Ele é a divindade se
abaixando – ele é a humanidade na ponta dos pé s. Acima de tudo, ele é
sensı́vel — ele é tã o sensı́vel quanto um nervo exposto.
Nosso Senhor é o Filho do Homem e ama as pessoas. Ele é a
compaixã o cristã em pessoa. Saber, sentir, agir — ele é o amor cristã o.
O amor nã o é uma mera teoria para ele. O amor nã o é uma frase
extravagante.
Formato de pergunta/resposta indutivo.
Podemos ver o amor de nosso Senhor em suas palavras? Nunca um
homem falou como ele — gentil, reconfortante, pessoal. Ouça-o: a
Escritura não é usada aqui como a irmação, mas como evidência.
“Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados.” “Eu
vou te dar descanso.” “Nem eu te condeno – vá e nã o peques mais.” “Nã o
temas, pequeno rebanho, é do agrado do Pai dar-te o Reino.” “Nã o se
turbe o vosso coraçã o.” “Vou preparar-vos lugar para que, onde eu
estiver, vó s també m estejais.” "Eu sou a ressureiçã o e a vida." "Eu sou o
bom pastor; o Bom Pastor dá a vida pelas ovelhas”. “Eu sou a Porta, sou
a Videira, sou o Pã o, sou a Agua da Vida.” “Eu sou o Caminho, a Verdade,
a Vida.” “Eu orei por você .” "Eu tenho amado você ."
Ele fala a linguagem do coraçã o humano. Ele mostra amor em suas
palavras.
Resposta da questão.
Podemos ver seu amor em suas atitudes? Ele perdoa os pecadores.
Ele tem compaixã o de multidõ es famintas. Ele acolhe criancinhas. Ele é
gentil com mulheres, meninos e meninas. Ele aceita pá rias. Ele procura
samaritanos segregados e ica em sua aldeia. Ele os torna heró is de suas
histó rias. Ele é gentil, altruı́sta, atencioso. Ele honra e respeita o
indivı́duo. Ele defende a causa dos oprimidos. Ele é paciente com seus
discı́pulos. Ele é amigo dos publicanos e pecadores. Até suas
repreensõ es surgem do profundo amor.
Resposta da questão.
Podemos ver seu amor em suas açõ es? Amar na palavra e na atitude
nã o é su iciente para o Filho do Homem. Ele diz: “Nem todo aquele que
clama, Senhor, Senhor, entrará – mas aquele que o faz!” O amor deve
entrar em nossa ação –aconteceu com nosso Senhor. O texto de seu
primeiro sermã o era de Isaı́as: “O Espı́rito do Senhor me ungiu para
fazer seis coisas: Pregar aos pobres; curar os quebrantados de coraçã o;
pregar libertaçã o aos cativos; recuperaçã o da visã o aos cegos; libertou
os feridos; pregai o ano aceitá vel do Senhor”.
Mas nosso Senhor nã o fez muito mais do que pregar? Ele icou pobre.
Ele morreu de coraçã o partido - seu grã o de trigo caiu no chã o para
morrer muito antes de ele chegar ao Calvá rio! Ele libertou cativos. Deu
vista aos cegos. Ele libertou os machucados, quebrados e sangrando.
Nosso Senhor “andou fazendo o bem”. Vejamos esta frase: “Ele andou
fazendo o bem”. “Ele” – isso era serviço direto. “Ele andou” – ele criou
oportunidade; procurou um lugar para servir. Multidõ es vieram ao
compassivo Filho do Homem. Ele nã o estava contente – “Ele foi por toda
a Galilé ia, curando a todos”. “Ele andou fazendo” – veja o esforço e
esforço pessoal aqui. Isso nã o é uma inundaçã o passiva, preguiçosa, de
sentimentos; nã o meros bem-querer.
Nã o! John Henry Newman nã o poderia estar falando do Filho do
Homem quando escreveu: “Mas aquele que deixa seu sentimento
correr/ Em um luxo suave e luxuoso,/ Encolhe onde o serviço duro
deve ser feito/ E desmaia a cada a liçã o”.
Nã o! Nosso Senhor é o Filho do Homem que mostra seu amor em
suas açõ es: você o vê ? Ele chora no tú mulo de Lá zaro. Ele chora sobre a
cidade de Jerusalé m. Ele come com publicanos e pecadores. Ele
alimenta as multidõ es famintas. Ele toca leprosos — os intocá veis! Ele
toca os cegos com seus olhos velozes e purulentos. Ele ressuscita os
mortos.
Os surdos ouvem, os mudos falam, os coxos saltam, param de correr,
os cegos vê em, com sede bebem, com fome comem. Seu amor entra em
suas açõ es.
Ele viveu e morreu apaixonado — sua vida foi um luxo constante de
amor. Nosso Senhor em nosso mundo era amoroso e compassivo.
Conclusão provisória. Resumo das evidências examinadas na Fase Dois.
Os leprosos solitá rios e os mendigos cegos correram para casa
chorando de espanto diante de sua terna compaixã o: “Ele me tocou!”
"Ele me tocou!" "Ele me tocou." "Ele me ama." "Ele me ama." "Ele me
ama."
Billy Graham cresceu de seus sermõ es quase sem forma com poucas
ilustraçõ es em seu ministé rio inicial para um movimento mais indutivo,
misturando em cada sermã o a Bı́blia e exemplos de vida para reforçar
os fatos centrais da histó ria do evangelho. Ele pode bater na palma da
mã o e gritar: “A Bı́blia diz”, mas ele cita muito mais a experiê ncia, usa
narraçã o, perguntas e outros elementos de induçã o. Muitos de seus
sermõ es sã o mensagens de um ponto com uma sé rie de vá rias
ilustraçõ es de seu tema, encontradas em diferentes á reas da
experiê ncia humana.
Em suas introduçõ es, ele se afastou constantemente de listar pontos
de sermã o numerados. Ele muitas vezes desperta o interesse do pú blico
em um problema da situaçã o humana e apresenta as Escrituras apenas
quando está no corpo do sermã o. Geralmente suas mensagens de
cruzada sã o carregadas de ilustraçõ es. Ele usa até sete ilustraçõ es
seguidas, um total de 191 ilustraçõ es completas em onze sermõ es.
Embora ele insista em uma açã o imediata positiva, ele permite que o
indivı́duo decida a resposta pessoal com base em sua mensagem, sem
bajular ou implorar durante o convite. Os primeiros quatro sermõ es de
amostra usam uma mé dia de trinta e sete perguntas e dezenas de
referê ncias à experiê ncia com surpreendente formato indutivo em
algumas das mensagens.
Martin Luther King combina suas imagens vı́vidas com conteú do
imaginativo e habilidades verbais inas. Ele desenha ilustraçõ es de uma
ampla gama, sua organizaçã o é simples, mas ló gica, e ele segue um
plano coeso para desenvolver seu tema. Enquanto a maioria de seus
ouvintes lhe daria uma postura de autoridade, ele busca indutivamente
ganhar o direito de fazer suas declaraçõ es. Ele usa perguntas,
experiê ncia, narrativa e abordagem psicoló gica para levar os ouvintes a
aceitar suas conclusõ es consideradas.
Conclusão
Assim, vemos que todos os noventa e seis pregadores da sé rie Vinte
Séculos de Grande Pregação mostram pelo menos algum uso de induçã o.
Alguns fazem apenas referê ncias mı́nimas à experiê ncia, mas outros
con iam fortemente em instâ ncias humanas e deixam exemplos,
narrativas e a irmaçõ es tardias levarem o sermã o até a conclusã o antes
de anunciar suas proposiçõ es.
A maioria dos que entendem os princı́pios indutivos usa o processo
para conquistar o envolvimento do ouvinte, depois vã o alé m dos
conceitos estabelecidos para proclamar dedutivamente sua fé vital.
Nã o, essa pregaçã o indutiva nã o é uma ideia nova, nenhuma inovaçã o
dos ú ltimos dias. Desde o primeiro pregador, a induçã o se misturou
com a criatividade humana para ajudar os outros a aprender com a
experiê ncia.
Os pregadores mais e icazes combinam o formato indutivo-dedutivo.
Eles primeiro alcançam autoridade por narrativa, analogia, pará bola,
biogra ia, estudo de caso ou instâ ncias humanas. Então eles declaram
as riquezas insondá veis de Cristo com con iança, compaixã o e coragem.
Bacon, Francisco, 49 , 50
Bacon, Roger, 49
Baird, John E., 81
Barth, Karl, 131 , 211
Beecher, Henry Ward, 135 , 149 , 158 , 205
Berger, Pedro, 105
Bı́blia, induçã o em, Capı́tulos 5 , 6
Biogra ia, 87 - 89
Bourdaloue, 139 , 202
Cé rebro, pesquisa do cé rebro, 9 , 10 , 11 , 30 , 160
Brainstorming, 126 - 129
Educaçã o, 52
Eliminaçã o, 100 , 101
Emoçõ es, 22 , 157 - 160
Enumeraçã o, 84
Ethos, 23
Evans, Louis Hadley, Sr., 118
Pesquisa Gallup, 19
Reunindo, 126
Graham, Billy, 117 , 217
Kant, Emanuel, 49
Kesler, Jay, 117
Kierkegaard, Soren, 24 , 45 , 159
Aprendizagem, 10 , 28 , 29 - 31 , 48 , 52 , 72
Luı́s, CS, 38
Ouvindo, 24
Lowry, Eugene, 37
Lucas, 63 , 147
Lutero, Martinho, 39 , 51 , 127 , 201
McCarthy, Berenice, 29
Leitura do manuscrito, 148 - 153
Marcos, 63 , 74 , 147
Mateus, 62 , 75 , 147
Memó ria, 68 , 126
Mensagem, 22 , 31
Moody, DL, 35 , 117 , 207
Processo de motivaçã o, 31 , 156 - 161
Narrativa, 31 , 36 , 37 , 58 , 60 , 69 , 89 - 92 , 153
Reforma, o, 39 , 50 , 51 , 54
Renascimento, o, 50 , 52
Revisã o, 136
Revoluçã o, 51 , 52
Sagan, Carl, 26
Exé rcito da Salvaçã o, 34 , 47
Ensino, 75 - 77
Tecnologia, 9 , 51
Televisã o, 10 , 25 , 53 , 54 , 80 , 131 , 139 , 160
Tof ler, Alvin, 26
Sermã o de passeio, 85 - 87
Weatherhead, Leslie, 118 , 213
Welch, Clemente, 118
Wesley, Carlos, 139 , 150
Wesley, John, 118 , 141 , 150 , 202
Sermã o Whirlpool, 113 , 114 , Capı́tulos 7 , 8 , 9
White ield, George, 118 , 150 , 203