Leitura Texto e Ensino Apostila
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Leitura Texto e Ensino Apostila
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
Coordenação Pedagógica – IBRA
DISCIPLINA
LEITURA, TEXTO E
ENSINO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................03
INTRODUÇÃO
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1 A HISTÓRIA DA LEITURA
Do final do século XI até o século XIV, tem-se uma nova era da história da
leitura. Renascem as cidades e com as cidades as escolas, que são lugares do livro.
A alfabetização se desenvolve, a escrita progride em todos os níveis, os usos do
livro se diversificam. Práticas de escrita e práticas de leitura, de algum modo
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separadas na Alta Idade Média, aproximam-se, tornam-se função uma da outra. Lê-
se para escrever. E escreve-se para leitores (CAVALLO; CHARTIER, 1998, p. 22).
Seja qual for sua origem, a oposição entre leitura necessariamente oralizada
e leitura possivelmente silenciosa marca uma divisão capital. Sua nova maneira de
considerar e de manejar o escrito não deve, pois, ser imputada muito
apressadamente apenas à inovação técnica (a invenção da imprensa). Com isso,
observa-se que:
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Segundo Zilberman (1988), o ato de ler prevê que todo indivíduo está
capacitado a ele através de estímulos socialmente transmitidos e que,
preferencialmente acontecem por intermédio de um código (alfabeto).
De acordo com Rocco (1994), não se deve dizer que o estudante não lê e ou
que não gosta de ler. Para ela, é preciso que o professor o estimule, incentivando,
sobretudo, que o ensine a ler.
De acordo com Possenti (1994), em seu livro que fala sobre as pragas
provocadas pela leitura, há um falso conceito de improdutividade e de perigo
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atribuídos aos que se dedicam à leitura; a dissociação das ideias - leitura e trabalho;
a marca de diferente aos leitores em razão da vida interior que a leitura provoca e
supõe. Para o mesmo autor, há algumas pragas que afetam a prática da leitura,
afastando os leitores dos textos e muitas vezes estabelecendo uma relação tortuosa,
como:
Com efeito, a instituição escolar não se apresenta como o único espaço para
manifestar tal atividade, mas é um lugar privilegiado e delegado pela sociedade para
realizar a difícil tarefa de formar sujeitos leitores e produtores.
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Do ponto de vista crítico, não é possível pensar sequer a educação sem que
se pense a questão do poder; se não é possível compreender a educação
como uma prática autônoma ou neutra, isto não significa, de modo algum,
que a educação sistemática seja uma pura reprodutora da ideologia,
dominante. As relações entre a educação enquanto subsistema e o sistema
maior são relações dinâmicas, contraditórias, e não mecânicas (FREIRE,
1987, p. 28).
É preciso que assuma uma postura que busque a democracia, bem como
seja coerente com ela na prática diária. Desta forma, é importante rever a história,
pois se poderá constatar os efeitos de uma política que manipula o saber e que
repercutem ainda hoje no ato de ler e de escrever.
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Deste modo, aprende-se que, muito antes das crianças lerem a palavra
escrita, os alunos já mantêm uma relação ativa com as letras e palavras, embora
eles próprios não admitam que já leem dando destaque aos saberes já construídos
pelo contato com os vários objetos portadores de texto, tais como as propagandas,
rótulos de produtos, receitas, convites e leituras informais. Seria o que Paulo Freire
(1997) chama de leitura de mundo
Pode salientar que, cabe então ao profissional docente alfabetizar mais pelo
lado crítico e social, esse tipo de alfabetização trata-se da realização do letramento
de seus alunos, isto é, habilitá-los a exercer amplamente a condição que decorre do
fato de terem-se apropriado da leitura.
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De acordo com Fiorin (2007) ao primeiro contato com um texto qualquer, por
mais simples que ele pareça, normalmente o leitor se defronta com a dificuldade de
encontrar unidade por trás de tantos significados que ocorrem na sua superfície.
De acordo com Martins (1994), há três níveis básicos de leitura que são:
Sensorial;
Emocional;
Racional.
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É importante salientar que esses níveis não constituem uma estrutura rígida,
mas existe uma tendência para que a leitura se desenvolva nessa sequência.
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2 COMPREENDENDO O TEXTO
De acordo com Infante (1991), o termo ―texto‖ vem do latim textum, que
significa tecido, entrelaçamento. Diante disso, pode-se dizer que o texto resulta de
um trabalho de tecer, de entrelaçar várias partes menores a fim de se obter um todo
inter-relacionado. É por essa razão que se pode dizer textura ou tessitura de um
texto. Considera-se ainda que o texto, segundo o mesmo autor, que trata-se de uma
rede de relações que garantem sua coesão, sua unidade.
De acordo com Fiorin (2007), a palavra texto é comum para qualquer tipo de
pessoa que esteja ligada às práticas escolares. É constante o uso dessa palavra no
cotidiano, seja na escola ou fora de seus limites.
Quem escreve;
Para quem escreve;
Sobre o que escreve;
Com que objetivos;
Como escreve;
Em que meios permanecerá o texto produzido;
Que respostas pode obter.
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Reconhecer que cada assunto, cada gênero literário, requer uma situação
própria de leitura.
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2.1 Contexto
O texto mais amplo dentro do qual se encaixa uma passagem menor pode
vir implícito: os elementos da situação em que se produzir o texto podem dispensar
maiores esclarecimentos e dar como pressuposto o contexto em que ele se situa
(FIORIN, 2007).
Para Fiorin (2007), quase sempre um texto retoma passagens de outro texto.
Para este autor, quando um texto de cunho científico cita outros textos, a citação
ocupa um espaço mais claro, objetivo e explícito. O texto citado, normalmente vem
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entre aspas, com a indicação do autor e a informação de onde o livro foi encontrado,
bem como sua citação.
Por trás disso, está implícito que o autor pressupõe que o leitor compartilhe
com ele um mesmo conjunto de informações a respeito das obras que compõem um
determinado universo cultural. Os dados a respeito dos textos literários, mitológicos,
históricos são necessários, muitas vezes, para compreensão global de um texto.
(FIORIN, 2007).
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A LIÇÃO DE VIOLÃO
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3 MODALIDADES DE TEXTO
3.1 Descrição
Quem faz uma descrição literária procura visualizar para o leitor o objeto
descrito, despertando as mesmas emoções que tem o autor a redigir, pois ele quer
transmitir uma imagem viva, real, como ele a sente.
disposição para distinguir o que mais nos está impressionando. Depois, pela
memória, valorizamos mais alguns aspectos que outros, temos condições de dar
realce ao que mais nos sensibilizou.
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Pode-se descrever uma pessoa como tipo e não como personagem. Então,
é a apresentada como um modelo que tem as características essenciais de todas as
pessoas da mesma espécie — um mendigo, um político falador e vazio, por
exemplo. Por vezes, o tipo é apresentado de maneira caricatural, ao haver exagero
dos aspectos ridículos.
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Exemplos:
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O Pavão
3.2 Dissertação
A linguagem deve ser clara, exata; o plano equilibrado, dando relevância aos
argumentos de maior peso. É modalidade difícil: depende da capacidade de
raciocínio, leitura de textos argumentativos e muita cultura. Noções de Lógica
auxiliam a desenvolver a capacidade de reflexão. Faça leitura lenta, refletida, de
autores como Padre Antônio Vieira, Machado de Assis, Graciliano Ramos, artigos de
jornais e de revistas.
Exemplos
Todo ponto de vista é a vista de um ponto
Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E
interpreta a partir de onde os pés pisam.
Todo ponto de vista é um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber
como são seus olhos e qual é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura.
A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial
conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que
experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e
da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação.
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3.2 Narração
Pode-se dizer ainda que o narrador em primeira pessoa, nesse caso, ele
está presente na narrativa. Pode ser o personagem principal ou um personagem
secundário como foi mencionado anteriormente:
Deve haver um centro de interesse que dará unidade ao texto. Pode ser um
problema moral, econômico, político, a ação de uma personagem, um objeto. As
ideias, os pormenores, os fatos irão relacionar-se com este centro de interesse
determinado pelo autor.
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Esse esquema não aparece nas narrativas com essa simplicidade que
acabamos de expor: é possível que uma dessas fases fique pressuposta ou que,
num texto narrativo, ocorra o encadeamento de várias sequências, como a exposta
acima.
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conforme os padrões impostos pelo grupo social e sempre se castiga o que agiu
contra (FIORIN, 2007).
Com base nesses dados, vamos deixar assentado que aquilo que foi escrito
ou dito por alguém chamaremos enunciado; o produtor de enunciado, responsável
pela organização do texto, chamaremos narrador.
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FIORIN, José Luiz. Para entender o texto: leitura e redação. São Paulo: Ática,
2008.
KATO, Mary. O aprendizado da leitura. São Paulo: Livraria Martins Fontes Editora
Ltda. 1985.
KLEIMAN, Angela. Leitura: Ensino e Pesquisa. São Paulo: Pontes Editores, 1999.
POSSENTI, Sírio. Pragas da Leitura. Série Ideias n.13. São Paulo: FDE, 1994.
p.27-33.
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TREVIZAN, Zizi. O leitor e o diálogo dos signos. São Paulo: Cliper Editora, 2000.
VIÉGAS, Karla Vignoli. Ler para gostar de ler. Revista do Professor. (s.l), n. 52.
p.13-14, dezembro/97.