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Equilíbrio ácido-base
Ácidos e bases: uma breve revisão
• Arrhenius: os ácidos aumentam a [H+] e as bases aumentam a [OH-] em solução.
• Arrhenius: ácido + base → sal + água.
• Problema: a definição nos limita à solução aquosa.
O íon H+ em água
• O íon H+(aq) é simplesmente um próton sem elétrons. (O átomo de Hidrogênio tem um próton, um
elétron e nenhum nêutron.)
• Em água, o H+(aq) forma aglomerados.
• O aglomerado mais simples é o H3O+(aq).
• Geralmente usamos H+(aq) e H3O+(aq) de maneira equivalente.
A água, considerada um eletrólito fraco, apresenta uma fraca tendência de se auto ionizar e estabelecer
o seguinte equilíbrio:
H2O + H2O H3O+ + OH- ou, simplesmente, H2O H+ + OH- (equação de autoionização da água)
Essa ionização reversível determina aspectos importantes nas suas propriedades e, embora ocorra em pequeno
grau, os produtos H+ e OH- têm influência marcante sobre as reações bioquímicas sendo, por isso, necessário
expressarmos a ionização da água em termos quantitativos.
É importante observar que os termos próton, íon hidrogênio, bem como o símbolo H + são usados como
uma simplificação, já que não existem na água prótons isolados; esses, assim como outros íons, estão sempre
hidratados. A forma hidratada do íon hidrogênio é designada por íon hidroxônio, H3O+.
Uma solução neutra é a que contém concentrações iguais de íons hidrogênio (H +) e íons hidroxila (OH-).
A água pura é uma solução neutra e aplicando a lei de ação das massas à equação de autoionização da água
apresentada acima, tem-se que a constante de equilíbrio dessa reação pode ser calculada pela expressão:
A constante Kw é chamada de produto iônico da água, que tem o valor de 1 x 10 -14 a 25°C. Em água
pura, para cada H+ liberado pela autoionização, obrigatoriamente um OH- é liberado simultaneamente. Assim,
através do valor de Kw, temos que a 25°C:
[H+] = [OH-] = 1,0 x 10-7 mol/L
A concentração de H+ é geralmente expressa como seu logaritmo negativo e indicada pelo termo pH:
Devido a essa reciprocidade definida, a escala de pH é universalmente adotada, tanto para medir acidez
como a alcalinidade das soluções.
pH e solução tampão
A escala de pH
Exemplo:
1) Calcular o pH e o pOH de uma solução de HCℓ 0,1 mol/L, cujo grau de ionização é de 83%
2) Calcular a concentração de íons hidrogênio e de íons hidroxila de uma solução cujo pH é 4,72.
pH = - log[H+] = 4,72
[H+] = 10-pH = 10-4,72 = 1,9 x 10-5 mol/L
Medindo o pH
• O método mais preciso de medir o pH é usar um medidor de pH.
• Entretanto, alguns corantes mudam de cor quando o pH varia. Esses são indicadores.
• Os indicadores são menos precisos que os medidores de pH.
• Muitos indicadores não têm uma mudança acentuada como uma função do pH.
pH e solução tampão
Ácidos e bases fortes
Ácidos fortes
• Os ácidos comuns mais fortes são HCℓ, HBr, HI, HNO3, HCℓO3, HCℓO4, e H2SO4.
• Ácidos fortes são eletrólitos fortes.
• Todos os ácidos fortes ionizam completamente em solução:
HNO3(aq) + H2O(ℓ) → H3O+(aq) + NO3-(aq)
• Uma vez que H+ e H3O+ são usados de maneira intercambiável, escrevemos:
HNO3(aq) → H+(aq) + NO3-(aq)
• Em soluções, o ácido forte é geralmente a única fonte de H +. (Se a concentração em quantidade de
matéria do ácido é menor do que 10-6 mol/L, a auto-ionização da água precisa ser considerada.)
• Assim, o pH da solução é a concentração em quantidade de matéria inicial do ácido.
Bases fortes
• A maioria dos hidróxidos iônicos são bases fortes (por exemplo, NaOH, KOH, e Ca(OH) 2).
• As bases fortes são eletrólitos fortes e dissociam-se completamente em solução.
• O pOH (e, consequentemente, o pH) de uma base forte é dado pela concentração em quantidade de
matéria inicial da base. Tenha cuidado com a estequiometria.
• Para um hidróxido ser uma base, ele deve ser solúvel.
• As bases não têm que conter o íon OH-:
O2-(aq) + H2O(ℓ) → 2OH-(aq)
H-(aq) + H2O(ℓ) → H2(g) + OH-(aq)
N3-(aq) + 3H2O(ℓ) → NH3(aq) + 3OH-(aq)
Pela teoria de Brønsted-Lowry os ácidos são doadores de prótons e bases são receptoras de prótons.
Cada ácido possui uma tendência característica de doar seu íon hidrogênio em solução aquosa.
Os ácidos e bases fortes estão completamente ionizados em soluções aquosas diluídas, enquanto os
ácidos e bases fracos não se ionizam completamente em solução aquosa. Os ácidos e bases fracos são apenas
parcialmente ionizados em solução. Portanto, em solução de ácidos e bases fracos existe uma mistura de íons e
ácido ou base não-ionizado em solução. Consequentemente, os ácidos e bases fracos estão em equilíbrio com
seus íons.
O equilíbrio de ionização de um ácido fraco pode ser representado pela equação:
A ação tamponante de uma solução é definida como a sua capacidade de resistir à variação de pH,
quando da adição de pequenas quantidades de ácido ou base fortes.
Os sistemas reguladores de pH ou tampões são de dois tipos: constituídos de um ácido fraco e seu sal,
ou de uma base fraca e seu sal. Vejamos com mais detalhes como as soluções tampão atuam quando é adicionada
ao meio uma pequena quantidade de ácido ou base fortes:
Para a formação dessa solução tampão, mistura-se o ácido fraco com um sal com o mesmo ânion desse
ácido. Por exemplo, considere uma solução-tampão constituída de ácido acético (H3C-COOH(aq)) e acetato de
sódio (H3CCOONa(s)). Veja que ambos possuem o ânion acetato: (H3CCOO-(aq)). A concentração desses íons
se deve praticamente à dissociação do sal, que é um eletrólito forte. A ionização do ácido é pequena, pois o
ácido acético é um ácido fraco.
O par ácido acético/ acetato, em quantidades aproximadamente iguais, funciona como um sistema
tampão, capaz de reagir reversivelmente com o H+ e OH-, conforme o esquema abaixo:
H+
H3C-COOH H3C-COO-
(Ácido acético) (acetato)
OH- H2O
Com isso, o pH do meio praticamente não sofre alteração. No entanto, se for adicionado cada vez mais
ácido forte chegará o momento em que todo o ânion acetato será consumido e o efeito tampão cessará.
Esse tipo de solução-tampão é constituído de uma base fraca e um sal solução que contenham o mesmo
cátion da base. Por exemplo, considere uma solução-tampão formada por hidróxido de magnésio, Mg(OH)2(aq)
(base fraca) e cloreto de magnésio, MgCℓ2(s) (sal). Ambos contêm o cátion magnésio (Mg 2+(aq)). Os íons
magnésio presentes no meio são praticamente todos provenientes da dissociação do sal, pois a dissociação da
base é fraca:
Portanto, o aumento dos íons OH- é compensada pelo aumento proporcional de Mg(OH)2(aq). Com isso
o pH não sofre grandes alterações. Esse efeito acaba quando todo cátion magnésio tiver sido consumido.
A velocidade de formação de H2CO3 a partir de CO2 e H2O, que normalmente é lenta, é muito aumentada pela
enzima anidrase carbônica, encontrada nas hemácias. O íon bicarbonato, HCO3-, está em equilíbrio com o
CO2 e H2CO3. O ácido carbônico é um ácido fraco com pKa = 3,77. Quando o pH do meio está acima do seu
pKa, como é o caso do sangue, cujo pH é de aproximadamente 7,4, o ácido carbônico se decompõe em H+ +
HCO3-.
A capacidade de tamponamento (ou "poder tampão") é uma propriedade importante em sistemas
biológicos, para os quais uma alteração rápida de pH pode ter consequências desastrosas.
O tampão bicarbonato/ácido carbônico (pKa = 6,1) mantém o pH do sangue numa "faixa segura"
compreendida entre 7,35 e 7,45, resistindo às variações de pH para cima ou para baixo desses valores.
De forma geral, quando um indivíduo tem o pH sanguíneo abaixo de 7,35, diz-se que ele está com
acidose. Quando o pH sanguíneo for superior a 7,45 , diz-se que o indivíduo está com alcalose.
Quando a alcalose ou acidose são obtidas por alteração da frequência respiratória, diz-se que são de
origem respiratória.
Acidose respiratória:
Alcalose respiratória:
Acidose metabólica:
Três mecanismos distintos funcionam em conjunto para controlar a concentração dos íons hidrogênio
no sangue:
a) Tampões químicos
b) Regulação respiratória
c) Regulação renal – todos os túbulos renais têm a capacidade de secretar os íons hidrogênio, e a
intensidade dessa secreção aumenta na proporção direta da concentração sanguínea dos íons hidrogênio, o que
permite a eliminação de qualquer excesso desses íons.
Alcalose metabólica: