Livro Tamareira
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All content following this page was uploaded by Bruno Adelino de Melo on 02 December 2022.
1ª Edição
CENTRO INTERDISCIPLINAR DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO E DIREITO
CONSELHO EDITORIAL
1ª Edição
2023
©Copyright 2023 by
Organização do Livro
VICENTE DE PAULA QUEIROGA, JOSIVANDA PALMEIRA GOMES, NOUGLAS VELOSO
BARBOSA MENDES, DENISE DE CASTRO LIMA, ALEXANDRE JOSÉ DE MELO QUEIROZ,
BRUNO ADELINO DE MELO, ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE
Arte da Capa
ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE
Editoração
ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE
Diagramação
ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE
ISBN 978-65-87070-27-8
CDU 634.2
Ficha Catalográfica Elaborada pela Direção Geral da Revista Eletrônica A Barriguda - AREPB
Todos os direitos desta edição reservados à Associação da Revista Eletrônica A Barriguda – AREPB.
Foi feito o depósito legal.
O Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Educação e Direito – CIPED,
responsável pela Revista Jurídica e Cultural “A Barriguda”, foi criado na cidade de
Campina Grande-PB, com o objetivo de ser um locus de propagação de uma nova maneira
de se enxergar a Pesquisa, o Ensino e a Extensão na área do Direito.
A ideia de criar uma revista eletrônica surgiu a partir de intensos debates em torno
da Ciência Jurídica, com o objetivo de resgatar o estudo do Direito enquanto Ciência, de
maneira inter e transdisciplinar unido sempre à cultura. Resgatando, dessa maneira,
posturas metodológicas que se voltem a postura ética dos futuros profissionais.
Pereiro, CE (Brasil)
Denise de Castro Lima (Drª)
Doutora em Ciência do Solo
Autores
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................298
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CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
Os gregos e romanos usavam esta árvore como símbolo de triunfo, e para as culturas
hebraica e cristã era vista como símbolo de paz. Etimologicamente, o nome “Fênix”
(Phoenix) é derivado dos fenícios que estiveram entre os primeiros a descrever esta planta
em suas viagens. Dactylifera é derivado de dactylus para “data” (tâmara em inglês) da
palavra grega dactylos, e fero para “árvore portadora de tâmaras”
(https://www.unce.unr.edu/publications/files/ho/2002/sp0212.pdf).
A tamareira é uma árvore dióica: basta um caroço de uma tâmara caída para crescer uma
planta com um novo genótipo, na maioria das vezes diferente da planta mãe. Foi assim
que, ao longo dos séculos, vários milhares de genótipos foram criados. Existem mais de
3000 variedades de tâmaras em todo o mundo. Quase 400 variedades foram contadas no
Irã, 370 no Iraque e 250 na Tunísia. Quanto ao palmeiral marroquino, é rico em mais de
400 variedades de tâmaras inventariadas e milhares de khalts (híbridos não selecionados
de semi-naturais aos quais às vezes nenhum nome foi atribuído). Além disso, em
comparação com outros órgãos da tamareira, as características da tâmara são as mais
importantes para o reconhecimento das variedades. Assim, muitas vezes as cultivares são
identificadas apenas por seus frutos e a maioria das classificações estabelecidas são
baseadas nas características das tâmaras. No entanto, elas são, em certa medida,
influenciadas pelo ambiente e pela condição das árvores (HARRAK; BOUJNAH, 2012).
A padronização da qualidade das tâmaras também contribui para a avaliação dos produtos
de tâmaras. Assim, a norma UNECE DDP-08, relativa à comercialização e controle de
qualidade comercial das tâmaras publicada pela ONU em 2010, contém disposições
relativas: às qualidades que as tâmaras devem ter no estágio de controle na exportação,
após acondicionamento e embalagem, calibragem, tolerâncias, apresentação e marcação
(ONU, 2010).
A fruta de tâmara líder mais famosa é a Medjool, sendo um tanto rara no mercado
marroquino e é produzida principalmente no vale de Tafilalet (região de Errachidia)
(NIXON, 1951); é conhecida pelos preços altos durante todo o ano (o preço médio no
varejo de 1 kg de tâmaras Medjool no Marrocos é de 120 DH (US $ 15) em comparação
com muitas outras variedades híbridas que são vendidas por menos de 15 DH / kg (US $
2). Atualmente, um novo mercado é o Marrocos, embora seja considerado um antigo líder
na indústria de tâmaras, está lentamente, mas gradualmente se tornando um dos
produtores de melhor qualidade. O foco principal no futuro é que o Marrocos sirva
internacionalmente como uma fonte de plantio derivado de cultura de tecidos e material
da fase de iniciação da cultura de tecidos. Destaca-se a cultivar mais elogiada e
amplamente distribuída, Medjool que é originada deste país.
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
Vários produtos podem ser obtidos a partir de tâmaras (BARREVELD, 1993; AL-ABID
et al., 2007a,b). As tâmaras são comercializadas inteiras, sem caroço, cortadas em
pedacinhos ou maceradas (moídas ou picadas) e podem ser utilizadas em pastelaria.
Tâmaras inteiras com caroço ou sem caroço podem ser comercializadas soltas ou
prensadas (comprimidas em camadas por meio de força mecânica). Os produtos de
tâmaras incluem suco concentrado Tamar (dibis), açúcar líquido, produção de álcool e
bebidas alcoólicas, vinagre e produção de proteína unicelular (SIDHU, 2006; Figura 1).
A farinha de tâmaras pode ser obtida a partir de tâmaras secas ou secadas. A calda pode
ser produzida a partir de tâmaras muito moles (escorridas) ou de tâmaras de baixa
qualidade após hidratação e maceração. O xarope obtido é concentrado a 30/35 ◦Brix e
depois filtrado para atingir uma cor marrom clara. O açúcar é extraído das tâmaras, e o
vinagre, o álcool e o fermento também podem ser produzidos a partir das tâmaras
(MUNIER, 1965). As tâmaras do estágio Kimri (verde) podem ser usadas para picles
(fermentar naturalmente um vegetal através de suas próprias bactérias) e chutney (tipo de
molho agridoce). As tâmaras do estágio Khalal podem ser usadas para geleia ou tâmaras
em calda (dibis). As tâmaras do estágio Rutab podem ser usadas para geléia, manteiga,
barras de tâmaras e pasta de tâmaras. As tâmaras do estágio Tamar podem ser
processadas em barras de tâmaras, pasta de tâmaras ou xarope de tâmaras. Subprodutos
do processamento de tâmaras e tâmaras de baixa qualidade podem ser usados para
extração de açúcar ou produção de álcoois de açúcar, ácido cítrico, etanol, vinagre ou
fermento de padeiro. Para remover a adstringência, as tâmaras podem ser mergulhadas
em uma solução de 3-4% de ácido acético ou em vinagre, ou fumigadas com vapor de
ácido acético em um recipiente aquecido. As tâmaras imaturas também podem ser imersas
em água quente por alguns minutos ou incubadas a 32–38 ◦C por alguns dias, onde a fruta
amolece, fica translúcida e o sabor melhora (AIT-OUBAHOU; YAHIA, 1999).
Além disso, a riqueza nutricional das tâmaras está bem documentada e também foi usada
para os procedimentos medicinais ao longo da história humana. Rahmani et al. (2014)
relataram as valiosas vitaminas e minerais, bem como fibras presentes em frutas de
tâmara. Os nutrientes prontamente disponíveis são óleos, cálcio, ferro, cobre, manganês,
magnésio, potássio e fósforo, encontrados relativamente presentes. As tâmaras são
diferentes da maioria das frutas como fontes de nutrientes por causa de seus principais
efeitos na saúde do cérebro, devido a quantidades razoáveis de níveis de vitamina B6 que
foram associados ao melhor desempenho e pontuação dos estudantes (BALK et al., 2007).
Al-Farsi et al. (2005b) relataram que os teores médios de fenólicos totais em tâmaras
frescas e secas foram 193,7 e 239,5 mg/100 g, respectivamente. Pelo menos oito ácidos
fenólicos estavam presentes em tâmaras secas de Omã e da Tunísia (AL-FARSI et al.,
2005b; REGNAULT-ROGER et al., 1987). Cinco ácidos fenólicos consistiam em
derivados hidroxilados do ácido benzóico (ácido gálico, ácido protochatécuico, ácido p-
hidroxibenzóico, ácido vanílico e ácido siríngico) e três eram derivados do ácido cinâmico
(ácido cafeico, ácido p-cumárico e ácido ferúlico). A contribuição dos fenólicos totais
para a atividade antioxidante em tâmaras é maior do que a do ácido ascórbico
(SHIVASHANKARA et al., 2004).
-São tâmaras classificadas de acordo com a consistência da polpa como semi-mole com
coloração marrom mais clara na parte superior. A forma dos frutos jovens é assimétrica.
A forma da tâmara madura é alongada.
-O epicarpo da tâmara caracteriza-se pela sua aderência mais ou menos completo para a
polpa na maturidade o que leva, dependendo do caso, à formação de grandes bolhas ou
pequenas rugas regulares.
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A polinização artificial é praticada para garantir uma boa colheita. Vai de março até o
final de abril nas condições de Marrocos. O período de receptividade é de 3 dias. A
operação é repetida 3 a 4 vezes para garantir uma boa polinização. Isso deve ser feito em
clima seco e quente.
As tâmaras são colhidas assim que os sinais do início da maturação aparecem no fruto
(estágio Nakkar). Começa no final de agosto e dura até o final de outubro em Marrocos.
A técnica utilizada é a coleta seletiva da fruta no cacho. Uma vez colhidas, as tâmaras são
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espalhadas em lonas ao sol por 4 a 5 dias para terminar sua maturação, depois são
espalhadas à sombra por 20 dias a 2 meses para manter sua cor antes de serem embaladas.
Em seguida, as tâmaras colhidas são classificadas em diferentes categorias de maturidade
idêntica e em lotes homogêneos (Figura 4).
ORIGEM E HISTÓRIA
Essa palmeira (Phoenix dactylifera L.) ou 'Khajoor' na língua urdu, é apelidada de 'árvore
da providência divina' por muitas pessoas que dependem dela em suas vidas. A tamareira
oferece muitos benefícios às comunidades nos oásis do deserto e nas áreas rurais. Por
milhares de anos, as pessoas que viajam pelo deserto carregam tâmaras como alimento
de alta energia. A madeira da árvore foi usada para construir casas, para fazer artefatos e
queimada como combustível. Durante o Ramadã, os muçulmanos quebram o jejum todos
os dias comendo tâmaras. As folhas de palmeira são usadas pelos cristãos na celebração
do Domingo de Ramos e pelos judeus na celebração da Festa dos Tabernáculos (Barracas)
(CENTER FOR INVASIVE SPECIES RESEARCH, 2010)
Os frutos da tamareira são bagas contendo uma única semente envolta por pergaminho
fibroso como o endocarpo, o mesocarpo carnoso e a casca do fruto (pericarpo). Diferentes
regiões dão tâmaras diferentes que variam em forma, tamanho e peso. Além disso, podem
variar em suas características organolépticas, físicas e químicas (Al-QARAWI et al.,
2004; BARGHINI et al., 2007). É de forma oblonga, embora certas variedades possam
chegar perto da forma esférica. A tamareira começa a frutificar com uma idade média de
5 anos com uma produção média de 400-600 kg/árvore/ano e continua a produzir por até
60 anos. Egito, Irã, Argélia, Arábia Saudita, Iraque, Paquistão, Sudão, Omã, Emirados
Árabes Unidos (UAE) e Tunísia são os dez principais países produtores de tâmaras
(Figura 5). Mais de 100 milhões de tamareiras espalhadas pelo Continente Americano,
sendo 1,3 milhões de hectares em todo o mundo (FAO, http://www.fao.org). A maior área
de contribuição é o continente asiático, incluindo países do Oriente Médio (833.351
hectares), seguido pela África com 416.695 ha, dos quais 392.200 hectares somente no
norte da África (AL-SHAHIB; MARSHALL, 2013)
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Figura 5. Mapa mundial dos dez principais países produtores de frutas de tâmaras em
2014. Fonte: Al-Alawi et al., 2017.
Assim sendo, a tamareira (Phoenix dactylifera L.) é considerada uma das frutíferas mais
valiosas e importantes em sua principal área de distribuição no Oriente Médio e Norte da
África. Esta espécie está entre as poucas plantas que podem prosperar em ambientes
áridos e podem fornecer recursos significativos para as populações locais (CHAO;
KRUEGER, 2007). Mais recentemente, pelas características das frutas apreciadas em
todo o mundo, foi introduzida em novas áreas como América, Austrália, Namíbia, etc.
(GARBATI PEGNA, 2008). Nas últimas décadas, a produção de tâmaras cresceu
extraordinariamente e espera-se que continue aumentando (CHAO; KRUEGER, 2007).
Em todo o mundo aumentou de 6.440.583 t em 2000 para 8.460.443 t em 2016, enquanto
a área colhida aumentou de 1.051.482 ha em 2000 para 1.353.159 ha em 2016 (Figura 6)
(FAOSTAT, 2018).
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Outro importante centro de produção de tamareiras está em Israel e nos Estados Unidos
(Califórnia e Arizona). A quantidade média (toneladas totais) é muito menor, mas a
qualidade é alta e comanda uma vantagem de preço para exportação, especialmente para
a variedade Medjool (CHAO; KRUEGER, 2007).
O Brasil não produz tâmaras, mas é um grande importador deste produto. A tamareira foi
introduzida no Brasil há muitos anos, porém poucos foram os estudos sistemáticos
realizados com esta cultura (QUEIROZ et al., 1995). O primeiro registro de introdução
da tamareira no Brasil, segundo Gomes (1975), data de 1928 quando materiais foram
introduzidos em São Paulo e alguns estudos foram realizados na Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz, onde foram originadas algumas variedades (OLIVEIRA;
ASSIS, 1999).
Semiárido brasileiro. O Nordeste tem tudo para se tornar exportador de tâmaras, mas
ainda não começou a investir nesse nicho de mercado. "A planta tem um valor econômico
muito bom. E o único país latino que faz a aclimatação da tâmara é o México, de onde o
Brasil importa a maior parte da tâmara que consome hoje", segundo o professor egípcio,
Magdi Ahmed Ibrahim Aloufa, que desenvolveu, no laboratório de biotecnologia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), para produção de mudas de
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O cultivo de tamareira tem por objetivo maior ocupar regiões degradas e solos do
semiárido brasileiro, pois se trata de uma planta do Oriente Médio, produzida em todos
os países árabes, que se desenvolve no deserto. Além da questão econômica, que é o que
mais interessa hoje, há também a questão ambiental, que está na ordem do dia. As
palmeiras de tâmara fertilizam o solo, suavizando a temperatura e interrompendo a
progressão das zonas em processo de desertificação.
e Espécie (P. dactylifera). À medida que a árvore adulta brota do solo, cria um meristema
sólido dominante, que raramente forma galhos, exceto por ramificações na base das folhas
anteriores acima do solo. Normalmente, todas as cultivares de tamareiras produzirão
ramificações como uma forma de auto-multiplicação especializada. No entanto, em
ambientes comerciais onde a tâmara é a cultura específica, estes são evitados, pois
limitam o potencial da capacidade da planta-mãe de produzir um produto de boa
qualidade.
Além da tamareira, cinco dessas espécies produzem frutos comestíveis (Phoenix atlantica
chev., Phoenix reclinata Jacq., Phoenix farinifera Roxb., Phoenix humilis Royle. e
Phoenix acaulis Roxb.). Portanto, a maioria das 12 espécies de Phoenix são conhecidas
como ornamentais, sendo a mais valorizada a Phoenix canariensis Chabeaud, comumente
chamada de palmeira das Ilhas Canárias. Phoenix sylvestris Roxb. é amplamente utilizado
na Índia como fonte de açúcar. Phoenix dactylifera L. se distingue das duas espécies
anteriores por várias características que podem ser resumidas da seguinte forma:
-Aspecto Morfológico
A partir da Figura 3.1, fica claro que o sistema radicular da tamareira é dividido em quatro
zonas (OIHABI, 1991):
- Zona II: Chamada zona nutricional: é uma zona grande e contém a maior proporção de
raízes primárias e secundárias. Poderia conter 1000 raízes por m² e mais de 1,60 g de
raízes/100 g de solo (OIHABI, 1991). Desenvolvem-se entre 0,90 e 1,50 m de
profundidade e podem ser encontrados lateralmente fora da projeção da copa da árvore.
No caso da variedade Deglet Nour, as raízes laterais foram encontradas até 10,5 m do
tronco (BLISS, 1944). Os rebentos recentemente plantados desenvolvem as suas raízes
na zona II e depois na zona III. Com um ano de idade, podem atingir 1 m, enquanto 3 m
de profundidade são facilmente alcançados no segundo ano.
- Zona III: Denominada zona absorvente: A importância desta zona depende do tipo de
cultura e da profundidade das águas subterrâneas. Geralmente é encontrado a uma
profundidade de 1,5 a 1,8 m. Principalmente raízes primárias com uma densidade
decrescente de cima para baixo são encontradas aqui. A densidade desta zona é menor do
que na zona II - apenas cerca de 200 raízes são encontradas por m².
- Zona IV: A maior parte desta zona é dependente de água subterrânea. Em uma
profundidade menor, torna-se difícil distinguir entre a Zona III e a Zona IV, pois ambos
os tipos de raízes são encontrados aqui. Quando a água subterrânea é profunda, as raízes
desta zona podem atingir uma profundidade maior. Geralmente apresentam-se como
radículas com geotropismo positivo.
Sendo uma monocotiledônea, a tamareira não tem raiz principal. Ou seja, seu sistema
radicular é fasciculado e as raízes são fibrosas. As raízes secundárias aparecem na raiz
primária que se desenvolvem diretamente da semente. Essas raízes secundárias produzem
raízes laterais (raízes terciárias e assim por diante) do mesmo tipo com aproximadamente
o mesmo diâmetro em todo o seu comprimento (Figura 3.2). As raízes também podem
crescer a partir do tronco na superfície do solo (AL-KHAFAJI, 2013). Essas raízes são
denominadas aéreas e podem enfraquecer o tronco para que as rachaduras que produzem
saiam da axila da fronde básica (Figura 10). Neste caso à parte nua do tronco deve ser
coberta com terra para evitar este problema e enterrar as raízes aéreas (Al-Khafaji, 2013).
Todas as raízes da tamareira apresentam pneumática, que são órgãos respiratórios (ZAID;
DE WET, 2002a). As raízes são encontradas até 25 m da palmeira e a profundidades
superiores a 6 m, mas 85% das raízes estão distribuídas na zona de 2 m de profundidade
e 2 m em ambos os lados laterais em solo argiloso profundo (MUNIER 1973; ZAID; DE
WET, 2002a).
Figura 13. Folha de tamareira (esquerda) e desenho esquemático (direita). Fotos: Zaid e
de Wet, 2002a; Mirmehdi, 2014.
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Por se tratar de uma espécie dióica; flores masculinas e femininas são encontradas em
tamareiras separadas (UHL; DRANSFIELD, 1987) e somente as palmeiras femininas
podem dar frutos após fertilização natural ou artificial. As flores masculinas e femininas
são pequenas, brancas e dispostas em espiquetas que se prendem a uma raque formando
uma inflorescência chamada espádice ou espiga, que consiste em uma haste central
chamado raque e vários filamentos ou espiguetas (geralmente 50 a 150 ramificações
laterais). Cada espigueta carrega um grande número de pequenas flores, de 8.000 a 10.000
nas fêmeas e mais na inflorescência masculina. A inflorescência masculina é aglomerada
no final da raque, enquanto as ramificações da inflorescência do grupo feminino são
menos densamente aglomerados no final da raque (UHL; DRANSFIELD, 1987, ZAID;
DE WET, 2002).
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A flor masculina é perfumada e normalmente tem seis estames, cercados por pétalas e
sépalas semelhantes a escamas cerosas (três cada). Cada estame é composto por dois
pequenos sacos polínicos amarelados. A flor feminina tem cerca de 3 a 4 mm de diâmetro
e possui estames rudimentares e três carpelos bem colados e o ovário é súpero (hipógino).
As três sépalas e três pétalas são unidas de modo que apenas as pontas divergem. Ao abrir
as flores femininas apresentam coloração mais amarelada, enquanto as masculinas
apresentam pó de cor branca, produzido pela agitação (Figura 18). Os sacos polínicos
geralmente abrem dentro de uma ou duas horas após o rompimento da espata. Apenas um
dos três ovários é capaz de se desenvolver em uma baga (AL-YAHYAI; KHARUSI,
2012, ZAID; DE WET, 2002). A polinização da palmeira é muitas vezes feita pelo vento
e a polinização artificial também é uma prática comum para obter maior rendimento.
O cálice, ou a parte externa estreita do perianto (também chamado de cúpula), não faz
parte morfologicamente do fruto, mas está sempre ligado a ele antes da maturidade.
Muitas vezes, é um recurso característico associado a formas. O tamanho e a forma deste
cálice são úteis para observar. Em algumas variedades, o cálice é achatado ou achatado
contra a corola, ou parte interna. Em outras variedades, pode subir acima de 2 ou 3 mm.
O cálice é descrito como achatado ou levemente proeminente quando está no mesmo
plano da corola ou se eleva menos de 1 mm acima da corola, moderadamente proeminente
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Figura 19. Flores masculinas (esquerda) e femininas (direita) da tamareira. Foto: Arquivo
do USDA.
Figura 20. Cinco estágios de crescimento de um fruto de tâmara por dias pós-polinização
(DPP). Foto: Al-Mssallem et al. (2013).
Fruto – A tâmara é uma baga que contém uma única semente, comumente chamada de
caroço (Figura 21). Possui uma cobertura celulósica, pele ou epicarpo. Este último é
descrito como fino, médio-fino ou grosso. Às vezes é descrito como macio ou duro.
Caracteriza-se também pela sua adesão mais ou menos completa na maturidade o que
leva, dependendo do caso, à formação de grandes bolhas ou pequenas rugas regulares.
Uma vez que essas diferenças aparentes são afetadas pela estação climática, manejo e
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outros fatores, elas são de pequeno valor na diferenciação entre variedades. O mesocarpo
da tâmara é mais ou menos carnoso e de consistência variável, apresentando uma zona
periférica de cor mais intensa e textura compacta, e uma zona interna de cor mais clara e
textura fibrosa. O endocarpo é reduzido a uma membrana de pergaminho que envolve o
caroço ou semente (Figura 22). O epicarpo, o mesocarpo e o endocarpo são geralmente
confundidos com o nome de carnoso ou polpa (HARRAK; BOUJNAH, 2012).
- Tâmaras moles, de polpa muito aquosa quando frescas, requerem tratamento para
reduzir o teor de água para uma boa conservação, como as variedades Boufeggous
(Marrocos), Rhars (Argélia) e Barhi (Iraque);
-Tâmaras secas, cuja polpa é naturalmente seca, como Ademou (Marrocos), Degla-Beïda
(Argélia) e Kentichi (Tunísia).
As tâmaras também diferem na parte interna da polpa que delimita a cavidade que contém
o caroço, chamada de “rag” pelos autores americanos, que pode ser mais ou menos fibrosa
dependendo da variedade (Figura 23). O peso das tâmaras pode variar de 2 a 60 g; as
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Figura 23. Anatomia do fruto da tamareira (Phoenix dactylifera L., cv. Confitera) nos
estádios tardios de Tamar (A) e de Rutab (B). Foto: Fernández-López et al. (2022).
e 90% de polpa em peso (Figura 24). Esses caracteres, que devem ser observados apenas
na maturidade, são, em certa medida, influenciados pela xênia (efeito do pólen no embrião
e endosperma ou cruzamento), pelo número de frutos por cacho ou por palmeira (desbaste
manual de frutos em cada fio do cacho), por fatores ecológicos e condições ambientais.
Figura 25. Tâmaras da mundialmente famosa variedade Medjool. Foto: Hasnaâ Harrak.
tamanho, a variedade Boufeggous (15,30 cm3) mantém sua classificação após a variedade
Medjool. As variedades com tâmaras de pequenos volumes são Bousthammi branco (5,47
cm3), Bousthammi preto (5,06 cm3), Bouittob (5,02 cm3) e Bouslikhène (5,00 cm3).
-Oblongo: refere-se a um perfil, ou forma, duas ou três vezes mais longo do que largo
com uma diminuição muito pequena no diâmetro do meio para uma das duas
extremidades.
-Oval: é o mesmo que uma forma elíptica larga, ou elíptica com a largura maior que a
metade do comprimento.
-Ovado: é comparável a um ovo com a ponta grossa presa a haste. Exemplo da variedade
Medjool.
-Obovado: é inversamente oval, ou oval com a extremidade estreita está ligado a haste.
tâmara verde, mas à medida que o teor de açúcar aumenta, o teor de fibra diminui. Eles
são parcialmente hidrolisados por várias enzimas que tornam a fruta mais macia. Uma
tâmara macia quando totalmente madura não contém mais do que cerca de 2% de fibra
bruta ou celulose. No entanto, a proporção de celulose varia entre variedades; diminui em
variedades de alta qualidade (tâmaras finas) como Deglet-Nour. Algumas variedades
comuns de menor qualidade utilizadas para fins industriais, particularmente fibrosas,
podem conter mais de 10% de celulose. Para 14 variedades de tâmaras do Iraque, Irã,
Egito e Arábia Saudita, o teor de fibra foi avaliado entre 6,4 e 11,5%.
Por outro lado, um baixo teor de fibra pode ser correlacionado com alta qualidade
comercial (tâmaras finas) (especialmente no caso das variedades Medjool e Boufeggous).
Para tâmaras moles, a polpa dentro da tâmara geralmente não é muito fibrosa (caso da
variedade Bousthammi preto) (HARRAK; BOUJNAH, 2012).
Por outro lado, as plantas fornecedoras de sementes devem ter as melhores características
da espécie ou variedade em questão, tais como: alta produtividade, boas propriedades dos
frutos (bom sabor e tamanho), precocidade e sanidade (isenta de pragas e doenças). No
que diz respeito ao caroço, a sua cor, forma e dimensões são de menor importância na
identificação das variedades. O pólen tendo assegurado a fecundação (xênia) tem um
efeito marcante nas dimensões do caroço e em pequena medida na sua forma e cor. No
entanto, essas variações permanecem pequenas em comparação com as diferenças
varietais. A forma do caroço, quantificada pela razão entre o comprimento e o maior
diâmetro, geralmente varia na mesma direção da forma do fruto; mas a forma geral
tomada na direção dos contornos pode ser diferente. A posição do poro germinativo às
vezes é útil na identificação, especialmente se estiver próximo à base ou ao topo. Esta
posição também pode ser no meio do comprimento. A ranhura dorsa pode ser fechada ou
aberta. Se aberto, pode variar em largura e profundidade. A cor do caroço pode variar de
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- Aspecto fisiológico
Germinação – A primeira etapa para plantar tâmaras é escolher bem as sementes. Para
isso, pegue frutos maduros, remova as sementes e limpe-as bem em água corrente. Elas
devem ser submetidas à limpeza para eliminar os resíduos de polpa (Figura 30a). Para
facilitar o processo de quebra de dormência, basta submergir as sementes de tâmara, em
água quente (50º C), por 24 horas e, depois, em água fria por 48 horas. É importante que
a água seja trocada várias vezes (a cada 12 horas) para evitar o surgimento de mofo. As
sementes que flutuarem devem ser descartadas. O próximo passo é umedecer as três
folhas de papel-germitest (Figura 30b). Essas sementes embrulhadas no papel-germitest
umedecido devem ser acondicionadas, em um saco plástico fechado, a ser armazenado,
em local escuro, sob temperatura de aproximadamente 25°C, por até oito semanas.
No ensaio conduzido por Alasasfa (2020), as sementes coletadas foram lavadas com água
doce três vezes para remover os pedaços de frutos restantes. As sementes foram secas por
6 a 8 dias em área arejada e sombreada. Em seguida, as sementes foram mantidas em
local seco por dez dias para reduzir a umidade após a coleta. Apenas sementes secas
sadias foram utilizadas para o experimento. Com base no estudo sobre o efeito da
estratificação e tratamentos de escarificação ácida (quebra de dormência) em sementes de
Medjool, tamareira selvagem (Phoenix dactylifera) e Washingtonia robusta, os resultados
mostraram que a maior porcentagem de germinação foi obtida a partir do genótipo de
tamareira silvestre (79,56 a 86,65%). Com relação às ‘sementes de Medjool’, a
porcentagem de germinação foi de 59,29% e 65,62% após 20 e 30 dias do plantio. Os
resultados também mostraram que o maior comprimento de plúmula foi obtido da
semente de Washingtonia robusta após 30 dias do plantio. Além disso, o estudo mostrou
que o emprego de diferentes tratamentos de pré-semeadura induziu aumento significativo
na porcentagem de germinação, comprimento da radícula e comprimento da plúmula das
sementes após 20 e 30 dias do plantio. A maior porcentagem de germinação foi relatada
C a p í t u l o I | 58
quando as sementes foram imersas em água fria (8°C) por 12 horas seguida de água
quente (80°C) por 8 horas. Além disso, verificou-se que o tipo de fonte de água durante
o processo de germinação (se torneira ou água destilada) não teve efeito significativo na
porcentagem de germinação ou comprimentos de radícula e plúmula.
Cada estágio de maturação da tâmara foi identificado por nome, o que permite
acompanhar a evolução do fruto durante o seu desenvolvimento. A Tabela 1 apresenta os
estágios de desenvolvimento e os nomes usados no Norte da África e no Iraque
(HARRAK; BOUJNAH, 2012).
O estágio Kimri (Figuras 34 e 35) refere-se a pequenas tâmaras e duras de nove a quatorze
semanas. Caracteriza-se pela ampliação das tâmaras (rápido aumento de peso e volume).
A tâmara geralmente se alonga para atingir seu tamanho final no final deste estágio.
Também atinge seu peso máximo de 5 a 12 g. Caracteriza-se também por uma elevada
taxa de umidade, uma acumulação de açúcares redutores, uma acidez muito elevada, uma
concentração de taninos e amido e um ligeiro aumento dos açúcares totais e da matéria
seca. O desenvolvimento da tâmara no estágio Kimri pode ser dividido em duas fases. O
primeiro é caracterizado por um rápido aumento de peso e tamanho, um rápido acúmulo
de açúcares redutores, um aumento lento, mas crescente, de açúcares totais
(especialmente sacarose), uma acidez muito alta e um alto teor de água. A segunda fase
é caracterizada por um aumento mais lento de peso e dimensões, uma queda significativa
na taxa de acumulação de açúcares redutores, um abrandamento considerável da já baixa
formação de açúcares totais, uma ligeira diminuição da acidez e um teor de água
ligeiramente superior em comparação à primeira fase. Durante este estágio, a fruta tem
uma cor verde. Este estágio continua até que as tâmaras comecem a mudar da cor verde
para a cor característica do próximo estágio (Khalal). Neste estágio, o caroço está
fisiologicamente maduro e pronto para germinar. Portanto, pode-se considerar este
estágio como o de maturação fisiológica.
Figura 35. Estágio Khimri de desenvolvimento da tâmara. Foto: Kader, A.A.; Hussein,
Awad. 2009.
O estágio Khalal (Figura 36) dura de três a cinco semanas. O aumento de peso e
dimensões é cada vez mais lento (no final, o peso pode até diminuir um pouco), o acúmulo
de açúcares invertidos é baixo, mas a proporção de sacarose, açúcares totais e sólidos
aumenta rapidamente. Acidez, teor de água e teor de amido (transformação em açúcares)
diminuem. Durante este estágio, a cor da tâmara muda de verde para amarelo claro, depois
fica amarela, rosa ou vermelha, dependendo da variedade; a tonalidade ou combinação
exata de amarelo e vermelho é característica da variedade neste estágio. As tâmaras no
estágio Khalal podem ser amarelas, rosa, vermelhas, escarlates ou amarelas salpicadas
de vermelho (muitas vezes mais de um lado do que do outro), dependendo da variedade.
Deve-se notar que neste estágio, as tâmaras, tanto com a sacarose quanto com os açúcares
redutores, acumulam a quantidade máxima de açúcar na forma de sacarose.
Figura 37. Estágio Khalal de desenvolvimento dos frutos da tamareira. Fotos: Kader,
A.A.; Hussein, Awad. 2009 e Kader, A. A.
O estágio Routab (Figuras 38 e 39) é o estágio que abrange o período desde que a fruta
começa a amolecer na extremidade (o topo) até ficar madura. Dura de duas a quatro
semanas. O fruto perde sua turgescência com a diminuição do teor de água, mas não o
suficiente para se autoconservar. Também perde sua adstringência (os taninos migram
para as células localizadas na periferia do mesocarpo e se instalam de forma insolúvel).
Nenhum ou poucos açúcares são acumulados durante este estágio. No entanto, verifica-
se à transformação do amido em açúcares e ao aumento do teor de monossacarídeos que
conferem um sabor adocicado à fruta. Para tâmaras com açúcares redutores, toda a
sacarose acumulada no estágio anterior (Khalal) é invertida. Durante este estágio, a
tâmara torna-se mais ou menos translúcida, sua cor amarela ou vermelha do estágio
Khalal muda para escuro ou preto; algumas variedades ficam esverdeadas como a
variedade marroquina Bouskri. Este estágio é muitas vezes referido como o estágio de
amadurecimento e a tâmara é considerada madura quando completamente macia. No
entanto, a noção de maturidade é relativa, alguns consumidores a aplicam ao estágio
Khalal, outros ao estágio seguinte chamado Tamar. Com efeito, durante os estágios de
Khalal e Routab, as chamadas tâmaras Blah, embora incompletamente maduras e de
sabor áspero devido aos taninos ainda encontrados em forma solúvel na polpa, são
consumidas e comercializadas em alguns países produtores de tâmara (“phœnicicoles”),
C a p í t u l o I | 63
Figura 39. Amostras de frutos de tâmaras de Barhi em estágios imaturos e três maduros
(Khalal, Rutab e Tamar). Fotos: Hamdi Taher Altaheri (2019). Obervação: * O estágio
Rutab começa com o aparecimento da cor escura na ponta da tâmara e depois se espalha
gradualmente por toda a tâmara.
C a p í t u l o I | 64
O estágio Tamar (Figura 40) corresponde ao estágio final de maturação dos frutos. Neste
estágio, o desenvolvimento do fruto está completo e ocorre cerca de 200 dias após a
polinização. A tâmara perde então uma quantidade significativa de água, o que confere
uma elevada relação açúcar/água para evitar a fermentação e garantir a conservação do
fruto. A tâmara também perde toda a adstringência ligada à precipitação dos taninos em
forma insolúvel. Também diminui gradualmente em peso na maturidade total. Neste
estágio, a tâmara apresenta características físico-químicas diferentes consoante a
variedade. Da mesma forma, a cor da tâmara varia de acordo com a variedade (amarelo
mais ou menos claro, amarelo âmbar translúcido, marrom mais ou menos pronunciado,
vermelho ou preto; Figura 41). Este é o estágio de maturação comercial (HARRAK;
BOUJNAH, 2012).
Figura 40. Estágio Tamar (Tamr) de desenvolvimento da tâmara. Fotos: Kader, A. A.;
Hussein, Awad. (2009) e Munier (1973).
C a p í t u l o I | 65
Figure 41. Frutos de Medjool em diferentes estágios: Khalal, Rutab e Tamar. Foto:
Francesco Bonechi (2018).
POLINIZAÇÃO
A polinização natural pelo vento, abelhas e insetos é fundamentada para produzir uma
boa frutificação em várias áreas dos países de cultivo de tâmaras (Marrakech/Marrocos;
Elche/Espanha; San Ignacio, Baixo/México; Ica/Peru, por exemplo). Todas essas regiões
são caracterizadas por sua composição 100% de plântulas (mudas) com cerca de 50% de
machos. Na ausência de tal polinização natural, as flores femininas não são fertilizadas.
Isso leva ao desenvolvimento de carpelos e, consequentemente, são obtidos frutos
partenocárpicos sem valor comercial. Os produtores de tâmaras dessas áreas estão cientes
das técnicas de polinização artificial, mas devido aos incentivos de pressão econômica
insuficiente, tais técnicas não são aplicadas.
A produção comercial de tâmaras requer polinização artificial que garante uma boa
fertilização e supera as desvantagens da dicogamia e também reduz o número de
palmeiras masculinas. A razão macho/fêmea em uma plantação moderna é de 1/50 (2%).
A polinização artificial pode ser realizada de acordo com um método tradicional ou
usando um dispositivo mecanizado (ENAIMI; JAFAR, 1980).
C a p í t u l o I | 67
Técnicas de polinização
Dependendo do tipo de pólen disponível, uma das três técnicas a seguir é usada:
contendo grãos de pólen, sacarose, boro, glicerina e GA3 não corresponderam aos
resultados da polinização manual (HUSSAIN et al., 1984).
Figura 45. Processo de polinização por abanador para polinizar a inflorescência fêmea.
Foto: Ben Salah, M. 2019.
Polinização com pólen em suspensão líquida. Este método de polinização está sendo
amplamente divulgado devido aos bons resultados obtidos. Pode ser feito com
pulverizador manual (Figura 46A) ou por mecanismo com suspensão de água
pressurizada (Figura 46B). É comumente uma mistura de água com pólen da tamareira
em proporções de 0,5 a 4 g de pólen por L de água. Aproximadamente 100 mL são
pulverizados em cada inflorescência com um pulverizador manual (Figura 46C) (AWAD,
2010; ABU-ZAHRA; SHATNAWI, 2019). A suspensão líquida às vezes é misturada com
elementos adicionais, como 10% de sacarose e 20 ppm de GA3, que contribuem para uma
melhor porcentagem de frutificação (IQBAL et al., 2012).
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Figura 46. Métodos de polinização de tamareiras usando pólen líquido e seco. (A)
Polinização manual com suspensão líquida. (B) Polinização com suspensão líquida
C a p í t u l o I | 71
Este aparelho é usado como um pulverizador pressurizado do solo. Seu tubo telescópico,
com até 10 m de comprimento, pode transportar pólen até a copa da palmeira, facilitando
a polinização de inflorescências femininas selecionadas sem subir na palmeira. Há
também uma versão com espanador manual, que inclui uma pequena bomba de pistão
conectada a um reservatório e montada em um conjunto de tubos de alumínio, enquanto
a versão com espanador motorizado inclui um pequeno compressor, acionado por motor
a gasolina (Figura 46G) (EL-MARDI et al., 1995). Este equipamento é portátil, pode ser
operado por um homem e é semelhante a um pulverizador costal, e um trabalhador pode
polinizar de 150 a 200 palmeiras por dia (ULLAH et al., 2018).
3. Polinização Mecânica com Pólen Seco. Esta técnica de polinização é mais econômica
e permite o uso adequado do pólen, bem como o controle adequado do momento da
polinização. O pólen seco pode se originar da última estação, de machos de maturação
precoce da mesma estação, ou de flores masculinas com poucos dias de idade. Existem
várias técnicas para aplicar pólen seco:
(ii) Pulverização de toda a copa feminina logo acima das espatas abertas.
A primeira técnica é a mais precisa, mas exige que o agricultor tenha um bom
conhecimento de sua plantação, bem como uma boa manutenção de registros para garantir
a polinização de todas as espatas. A segunda técnica é economicamente viável e
economiza tempo. No entanto, uma alta taxa de frutos abortados pode ocorrer quando
esta técnica é utilizada.
Uma espata masculina que está pronta para se dividir assume uma cor marrom e uma
textura macia. Imediatamente após a quebra da espata, a inflorescência masculina atinge
sua maturidade e os cachos de flores masculinas devem ser cortados nesta fase. Para evitar
que o vento ou as abelhas causem perda de pólen, recomenda-se que a espata recém-
aberta seja cortada no início da manhã.
Figura 48. Secagem das espatas masculinas em área sombreada e sem umidade. Foto: Zaid; De
Wet (2002).
C a p í t u l o I | 76
A prática comum de cortar a espata masculina um ou dois dias antes de sua abertura
natural como praticada no Oriente Médio e Norte da África não é recomendada porque
requer um alto nível de experiência e familiaridade com as palmeiras masculinas
(NIXON; CARPENTER, 1978). A técnica consiste em pressionar a parte média ou
inferior da espata masculina entre o polegar e o indicador. Se um ruído crepitante for
ouvido, é um sinal de maturidade das flores. Nesse caso, a espata pode ser cortada e as
flores levadas para a sala de armazenamento para secagem.
levemente a inflorescência para liberar mais pólen. (G) Máquina de extração de pólen,
artesanal. (H,I) Equipamento industrial e automatizado para extração de pólen. Fonte:
Imagens A, B e C (Fotos: Ricardo Salomón-Torres). Fonte: Imagens D, E, F e G (Fotos:
School of Palm and Date Lovers. 2020.; YouTube, 2009). Fonte: Imagens H, I (Fotos:
Agrom Agricultural Machinery, LTD).
ar e a luz solar devem ser evitados para proteger a viabilidade do pólen. Existem várias
maneiras e técnicas para armazenar o pólen, dependendo da quantidade a ser armazenada,
das condições de armazenamento e da duração do armazenamento.
Temperaturas moderadas em uma sala seca serão satisfatórias o suficiente para armazenar
pólen por 2 a 3 meses, consequentemente cobrindo as necessidades durante a estação de
polinização. O armazenamento de pólen de um ano para o outro requer condições mais
controladas e um sistema de secagem adequado. Uma vez que o pólen esteja bem seco e
armazenado a frio em um recipiente hermético, ele pode ser reutilizado com segurança
durante a próxima estação com muito pouca perda de viabilidade. Nebel (1939) descobriu
que uma umidade relativa de 50% e uma temperatura de 2 a 8°C eram as condições ideais
em árvores de folha caduca para armazenamento de pólen por mais de quatro anos.
Figura 50. Dessecador usado para armazenamento de pólen em longo prazo. Foto: Zaid;
De Wet (2002).
De acordo com Hamood e Bhalash (1987), para se obter uma boa frutificação
(vingamento) é recomendado que o pólen armazenado seja primeiramente testado quanto
à sua viabilidade; uma vez comprovado o pólen deve ser misturado com um enchimento
(por exemplo, flor de trigo; talco industrializado não perfumado; etc.) na proporção de
C a p í t u l o I | 82
O armazenamento em câmara fria pode ser no refrigerador comum (4° a 5°C) ou freezer
(-4 a -18°C) mostrou-se satisfatório (Figura 51). Segundo Nixon e Carpenter (1978),
temperaturas mais baixas em condições sujeitas a menor flutuação são mais seguras.
Como mencionado anteriormente, a avaliação da viabilidade do pólen, fresco ou
armazenado, é importante antes da operação de polinização. A utilização de pólen
selecionado com alto grau de viabilidade garantirá uma melhor frutificação e,
consequentemente, uma produtividade aceitável. O pólen pode ser seco por liofilização
usando temperaturas de congelamento (freezer) entre -60 e -80°C. A água é eliminada
por sublimação entre 50 e 250 mm Hg (DJERBI, 1994).
¹ O tempo de armazenamento do nitrogênio líquido para essas amostras varia de 24 h (milho) a seis meses.
4. Eficiência da polinização
Fonte e quantidade de pólen. Estudos conduzidos por Nasr et al. (1986) revelaram que
os machos das plântulas (seminais) são altamente variáveis em seu vigor de crescimento,
características da espata e qualidade do pólen. Além disso, a quantidade de grãos de pólen
produzidos pela espata variou muito de um macho para outro (0,02 - 82,29 g/espata). O
tamanho do grão de pólen também varia entre os machos (ASIF et al., 1987); O diâmetro
médio do pólen variou de 16 a 30 mícrons.
Metaxenia. Sabe-se que o pólen não afeta apenas o tamanho do fruto e da semente (mais
afetado pelo raleio do fruto), mas também o tempo de maturação (SWINGLE, 1928). A
metaxenia não deve ser confundida com a Xenia, que é o efeito do pólen no endosperma
(embrião e albúmen). O efeito metaxenia foi verificado por várias investigações nos EUA
(NIXON; CARPENTER, 1978), em Israel (COMELLY, 1960), no Paquistão (AHMED;
ALI, 1960) e em Marrocos (PEREAU-LEROY, 1958). O efeito do pólen no tempo de
amadurecimento dos frutos provou ser benéfico e atualmente é considerado como a
aplicação prática mais importante da metaxenia. Produzir e comercializar frutos de tâmara
a preços elevados no início da safra, juntamente com o objetivo de ter um período de
maturação mais uniforme e curto (evitando uma colheita prolongada) são os dois
principais objetivos da utilização de um pólen selecionado de alto efeito metaxênico. Uma
terceira aplicação útil da metaxenia é onde o período de desenvolvimento da planta é
caracterizado por uma soma total insuficiente de calor para o amadurecimento dos frutos
das variedades tardias.
Vale ressaltar que o efeito metaxenia também pode ser usado com sucesso para acelerar
a maturação dos frutos e, consequentemente, escapar dos danos causados pela chuva que
C a p í t u l o I | 86
A aplicação de pólen suficiente não garante uma boa frutificação, a menos que o pólen
utilizado seja viável com uma alta porcentagem de germinação. Como mencionado
anteriormente, a avaliação da viabilidade do pólen, seja fresco ou armazenado, é essencial
antes da operação de polinização. A utilização de pólen selecionado com alto grau de
C a p í t u l o I | 87
O pólen das inflorescências masculinas mais tardias e mais precoces foi encontrado
inferior ao de outras na mesma palmeira (MONCIERO, 1954). A baixa frutificação
resultante do uso das inflorescências masculinas mais precoces ou mais tardias pode ser
explicada pela não maturação do pólen, geralmente causada pela baixa soma de calor.
Assim, condições ambientais como alta temperatura, baixa umidade, acúmulo de
salinidade e radiação UV podem influenciar a viabilidade do pólen.
A germinação in vitro permite a medição das aptidões intrínsecas do pólen para germinar
fora de qualquer interação entre o pólen e o estigma. Além disso, a capacidade do pólen
de fertilizar o óvulo e frutificar é considerada como uma estimativa das aptidões
intrínsecas naturais. Assim, a germinação in vitro é considerada o teste mais valioso da
viabilidade do pólen (BOUGHEDIRI; BOUNAGA, 1987). Existem várias técnicas
rápidas e confiáveis que garantem excelente e rápida germinação, crescimento normal do
tubo polínico e quase nenhuma explosão dos grãos de pólen. A seguir, um detalhamento
de duas técnicas de germinação desenvolvida por Albert (1930) e Monciero (1954):
Antes de discutir a receptividade das flores femininas, vale ressaltar que o período de
floração feminina está relacionado à variedade e à temperatura e não excede 30 dias (AL-
BEKR, 1972). Segundo Munier (1973), esse período está entre 30 a 50 dias, podendo até
ser maior quando a temperatura média diária é baixa. No Hemisfério Norte, está
localizado durante fevereiro, março e abril, enquanto no Hemisfério Sul é de julho até o
início de outubro.
A duração do período de receptividade das flores pistiladas pode, em geral, variar até 8
ou 10 dias dependendo da variedade (ALBERT, 1930; PEREAU-LEROY, 1958).
Segundo Djerbi (1994), o período de receptividade das cultivares norte-africanas varia de
uma variedade para outra (30 dias para Bousthami Noire, 7 para Deglet Nour, 8 dias para
Jihel e Ghars e apenas 3 dias para Medjool, Boufeggous e Iklane). Além desses limites, a
porcentagem de frutos partenocárpicos é superior a 40%. No Iraque, a receptividade da
variedade "Ashrasi" foi considerada ótima antes da abertura natural da espata feminina,
enquanto outra variedade (Barban) até aproximadamente 20 dias após a abertura da espata
(DOWSON, 1982).
De acordo com Ream e Furr (1969), as flores femininas da variedade Deglet Nour não se
tornam receptivas por possivelmente 7 dias ou mais após a rachadura da espata. Um atraso
adicional para 13 dias causou uma redução moderada na frutificação e atrasos superiores
a 13 dias reduziram bastante a frutificação.
atrasa a secagem dos estigmas e permite o progresso normal do tubo polínico no óvulo
mesmo em temperaturas relativamente baixas.
Em conclusão, os produtores de tâmaras devem assumir que a chuva pode causar todos
os efeitos acima, e qualquer operação de polinização imediatamente seguida de chuva
deve ser repetida no tempo. Após experimentos de polinização conduzidos na estação de
pesquisa do USDA em Indio, Califórnia (DOWSON, 1982) e também de acordo com
C a p í t u l o I | 91
Efeito do vento. Na maioria das áreas de cultivo de tâmaras, a última parte da estação de
polinização é geralmente caracterizada por ventos quentes e secos severos que secam os
estigmas das flores femininas. Ventos frios perturbam a germinação do pólen. Parece,
portanto, que as tempestades de vento seco levam a uma secagem mais rápida dos
estigmas antes que o tubo polínico atinja o óvulo (REUVENI et al., 1986). A velocidade
do vento também pode afetar a eficiência da polinização; vento fraco é benéfico e
favorece a polinização, enquanto ventos de alta velocidade levam grande parte do pólen,
especialmente para as palmeiras encontradas nas bordas da plantação. Em alguns casos,
ventos fortes também podem quebrar a haste do fruto da inflorescência (raques),
bloqueando o movimento dos nutrientes elaborados nas folhas (fotossíntese) e,
finalmente, causando a morte do cacho.
Tempestades de poeira que deixam depósitos de poeira nas flores durante a estação de
polinização nas partes do Sul de Israel e na Califórnia são às vezes consideradas a causa
da má frutificação.
Figura 52. Fruto partenocárpico na tamareira. (A) Frutos de tâmaras resultantes de boa
polinização. (B,C) Frutos de tâmara partenocárpica resultantes de inflorescências
naturalmente polinizadas, baixa compatibilidade entre as palmeiras masculinas e
femininas ou polinização fora do tempo receptivo da inflorescência feminina. (D) Fruto
abortado com frutos partenocárpicos tripletos. (E,F) Tâmaras maduras sem sementes,
devido à partenocarpia. Fonte: Imagens A, F. Fotos: Ricardo Salomón-Torres e Fonte:
Imagens B–E. Fotos: School of Palm and Date Lovers (2020).
FENOLOGIA
O trabalho conduzido por Gammoudi et al. (2016) foi iniciado com a identificação das
características de rendimento da tamareira. As flores unissexuadas nascem em árvore
separada e na sua filotaxia utilizam os espirais 8 e 5. Localiza-se o espiral (a primeira
folha estendida) considerado nº 1, numerando essas folhas desde a base até a copa, sendo
que cada inflorescência tomou a posição na axila da folha (Figura 53).
MELHORAMENTO
Líbia, Iêmen). Isso tem levado a perdas de germoplasma e variações nas populações, o
que é necessário para preservar e proteger a grande diversidade das espécies.
Como ornamentais, as espécies de Phoenix se saem muito bem, pois sua seleção se limita
principalmente à apreciação visual e não envolve as características dos frutos comerciais.
Numerosos Phoenix spp. são considerados valiosos, embora aqueles que são amplamente
distribuídos, como P. canariensis, P. roebelenii e P. loureiroi, sejam considerados bem
preservados, assim como P. sylvestris, P. reclina e P. paludosa. Como a conservação tem
sido focada principalmente em espécies ou culturas de lucro monetário, o status de P.
acuaulis, P. atalantica, P. caespitosa e P. pusilla, para citar alguns, juntamente com a
maioria das populações selvagens de Phoenix ainda são desconhecidos (JOHNSON,
1996).
Descrição da planta
Palmeira: As folhas são curtas a médias (3,5-3,8m), cerca de 1 m mais curtas que as
variedades Deglet Nour e Barhee com uma ligeira curvatura. A folha é de cor verde escuro
em tenra idade, depois muda para amarelo com tiras marrons no meio.
Bases das folhas: de tamanho médio com descamação leve e discreta nas bordas.
Folíolo: Reto, mas pode ser encontrada a curvada ao meio; um folíolo mais alto (70 a 80
cm x 2,5 a 4 cm); largura (36 cm a 54 cm × 4,5 cm a 5,0 cm). No lado exterior central da
folha estão abertos a 160° - 180°, e no lado interior a 50° a 90°. No final da folha, os
folíolos estão a 45° nos lados interno e externo. Na base da folha, os folíolos começam a
50° abrindo a 90°. Ao longo do comprimento da folha, os folíolos se projetam em vários
ângulos (45° a 180°), em uma formação única, específica do Medjool (Figura 54).
C a p í t u l o I | 99
Figure 54. As partes das folhas da tamareira. Foto: الریاض، et al. (2008).
Inflorescência: base curta laranja com um grande número de espiguetas cada uma com
50 a 60 flores.
Frutos: De cor amarelo-alaranjada; tamanho curto a médio, mas grosso; uma cobertura
de cera é geralmente encontrada em sua metade inferior. O pedúnculo com seu
comprimento curto, se não for bem apoiado, pode quebrar ao carregar muito.
Fruto: Muito grande (20 a 40 gramas) e alongado - oval amplamente oblongo a algo
ovalado (5 cm de comprimento por 3,2 cm de diâmetro). Irregularidades na forma são
comuns e estão associadas a sulcos na semente. A cor amarelo-laranja com tiras
vermelhas escuras claras no estágio Khalal. Cor âmbar em Rutab e marrom escuro
transparente a preto no estágio Tamar (maduro). A cor dos frutos maduros está
relacionada com o clima e as condições de cultivo. Coberto com uma estrutura cerosa.
Semente: Nogueira - Cor marrom brilhante mais escura no final, 1,5 grama. A saída da
plântula está fechada aproximadamente 50% do diâmetro da semente com pequenas
rugas. Em cada lado da semente há uma saliência formando em "forma de asa" que é
típica de Medjool e diferente de todas as outras variedades.
Defeitos nos frutos: Dois defeitos não patogênicos principais são típicos do Medjool:
a) Pele solta: Durante a secagem, na palmeira e após a colheita, à medida que a polpa
perde água, a pele tende a se separar da polpa. A pele solta é principalmente o resultado
das condições de crescimento e habitat. Não é muito afetado pelo processo de secagem
natural ou artificial. A pele solta é um defeito estético e não um defeito de sabor e frutas
com mais de 20 a 25% de pele solta são classificadas como Classe II.
Pragas e fungos: Durante a secagem, muitos frutos caem do cacho sem o cálice, deixando
um buraco na base do fruto antes que a secagem seja concluída. Através deste orifício,
besouros e fungos fermentadores entram na fruta e isso faz com que a fruta azede. Um
processo de secagem lento resulta em um maior nível de deterioração da fruta.
Tamanho da fruta. Para atingir tamanhos grandes e jumbo, o número de frutos por
espigueta e cacho e a produtividade por palmeira devem ser monitorados pelo produtor.
Dependendo das condições gerais de crescimento, sugere-se o seguinte:
3. Desbaste manual. Os melhores resultados ainda são o desbaste manual quando a fruta
tem de 1 a 1,5 cm de tamanho.
Comentários
- Estima-se que, em 1996, 100.000 palmeiras Medjool, metade nos EUA e metade em
Israel, abasteceram o mercado mundial com 1.000 toneladas de frutas Medjool.
- Todas as palmeiras Medjool do mundo são originárias de uma palmeira em Bou Denib
(Marrocos).
- Embora classificado como uma tâmara suave, o Medjool é mais firme do que variedades
como Barhee e Khadrawy.
- Muito pouco dano da chuva. A qualidade dos frutos, no entanto, é muito sensível à
temperatura e umidade. Ambos os extremos baixos e altos não são adequados para obter
frutos de alta qualidade.
- O desbaste extrapesado é necessário para obter uma fruta comercial de alto valor.
Outras variedades
Variedade Deglet Nour. É uma variedade caracterizada pela sua pele brilhante (tâmara
da luz em árabe), tom âmbar e sabor delicioso de nozes. Essas tâmaras semi-secas são
doces e delicadas, ligeiramente enrugadas e sua cor varia de castanho dourado claro a
escuro. A origem do Deglet Nour é a Tunísia do Norte da África. Seu tamanho é 9-12 g
de médio a grande, e sua forma é alongada (Figura 56). A Tunísia e a Argélia são
responsáveis por 90% das exportações mundiais dessa fruta, embora os EUA e Israel
também tenham lugares importantes no mercado. Essa variedade é a favorita tradicional
da Europa.
C a p í t u l o I | 103
Variedade Hallawi. É uma tâmara seca, doce, macia, rica em fibras e sabor caramelado.
A origem do Hallawi é da Mesopotâmia (Iraque). Seu tamanho é 7-12 g (fruta pequena a
média), sua forma é alongada e fina, e de cor marron-dourada (Figura 57), cuja polpa é
delicada e pálida.
b) Teor de açúcar. A tâmara contém três açúcares principais: sacarose, glicose e frutose.
Isso não exclui a presença de outros açúcares como galactose, xilose e arabinose.
Algumas tâmaras são totalmente desprovidas de sacarose; por outro lado, outros contêm
uma proporção elevada. Portanto, o teor de açúcar das tâmaras pode ser usado como um
marcador da caracterização varietal da tamareira. De fato, as diferentes variedades podem
ser diferenciadas pelo teor de sacarose de seus frutos. O amadurecimento das tâmaras é
caracterizado por um aumento no teor de açúcares totais, independentemente da qualidade
do fruto. Os açúcares redutores geralmente estão presentes em uma solução equimolar de
glicose e frutose resultante da hidrólise da sacarose.
C a p í t u l o I | 106
contém uma elevada percentagem de sacarose. Com tâmaras com açúcares redutores, esse
cuidado durante o processamento não é necessário.
classificação de tâmaras que são então qualificadas como suaves para uma relação “r”
inferior a 2, semi-moles para “r” entre 2 e 3,5 e secas para “r” superior a 3,5.
De fato, uma tâmara muito úmida fermentará. É por isso que é necessário deixar as
tâmaras frescas e macias suar (transpirar) para diminuir o nível de umidade e garantir sua
preservação. As tâmaras frescas semi-moles podem por vezes apresentar um ligeiro
excesso de umidade, em certos anos, nas regiões produtoras de tâmaras onde a umidade
do ar é relativamente elevada ou na sequência de chuvas intempestivas. É por isso
essencial conhecer o índice de qualidade “r”, para o acondicionamento das tâmaras e para
poder garantir a sua estabilidade.
Em termos de consistência, a tâmara mole é um fruto pastoso e viscoso cuja polpa não
tem consistência. A tâmara semi-suave tem uma textura elástica e viscosa. A tâmara seca,
por outro lado, tem uma consistência sólida e dura. Também é identificada outra categoria
de tâmaras intermediárias entre semi-moles e secas. São tâmaras semi-secas cuja textura
é elástica e não viscosa. Para o consumidor marroquino, a maciez, aliada à suavidade e
polpa suculenta são qualidades desejadas.
Os índices de qualidade “r”, variando entre 1,5 e 6,3, permitiram classificar 20 variedades
marroquinas nas três categorias de consistência: macia, semi-mole e seca. A variedade
Boufeggous, considerada macia (r= 1,5), está sujeita a deterioração e, caso se planeja seu
armazenamento, deve ser estabilizada por secagem. Na categoria de tâmaras semi-suave,
encontram-se, entre outras variedades, Bouskri, Jihel e Medjool. Estas tâmaras têm boa
consistência e boa capacidade de armazenamento. As tâmaras moles e semi-moles,
especialmente aquelas com baixo desempenho físico como Iklane e Bousthammi preto,
podem ser usadas, por exemplo, para a produção de suco, massa ou geléia. Tâmaras que
podem ser consideradas secas geralmente são adequadas para um bom armazenamento.
Aquelas com uma consistência relativamente dura devem ser umedecidas para tornar sua
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consistência aceitável. Além disso, devido ao seu baixo teor de água, as tâmaras secas e
as que secam facilmente após a colheita, como Bouskri, Jihel e Bourhare, podem ser
usadas para preparar farinha (HARRAK; BOUJNAH, 2012).
Do ponto de vista da acidez total titulável, as variedades com maior acidez total titulável
e também com menor pH são Bouijjou e Outoukdim. Por outro lado, as variedades menos
ácidas são Bouskri, Mah-Elbaid, Bousthammi branco e Bousthammi preto. Quanto ao
pH, as variedades com pH mais alto são Medjool (6,7), Bouskri (6,6) e Bouzeggar (6,5).
Tais valores de pH das tâmaras (tendendo à neutralidade) podem ser um indicador de
qualidade comercial. A maioria das outras variedades tem pH entre 5,3 e 6,3,
característico de tâmaras de qualidade média (HARRAK; BOUJNAH, 2012).
Para algumas variedades, a tâmara verde não é adstringente. É o caso de Chirâni de Basra,
Doueiki do Egito, Tâliss de Fezzan e Arsébabo de Tibesti (Chade). Da mesma forma, o
estágio Khalal imaturo de algumas variedades, como Barhee e Braim, contém tão pouco
tanino que são leves e não muito adstringentes.
Quanto aos polifenóis em formas simples, eles estão presentes em baixas concentrações
na maioria das variedades de tâmaras. Existem essencialmente ácidos fenolcarboxílicos
na origem das vias de síntese de muitas substâncias (lignina, por exemplo) e cumarinas.
A outra família de compostos fenólicos presentes na tâmara é a dos flavonóides, incluindo
flavonas, flavonóis, chalconas e antocianinas. A análise da composição de flavonóides da
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Em geral, as tâmaras não são muito aromáticas, e seu aroma, mais ou menos pronunciado,
é formado principalmente por álcoois, aldeídos e cetonas. O aroma frutado e doce das
tâmaras é, portanto, o resultado de uma complexa mistura de compostos.
Os teores de potássio, fósforo e ferro das tâmaras são significativamente maiores do que
em outras frutas. Essas taxas são 3 a 5 vezes maiores do que as de uvas, maçãs, laranjas
e bananas. Dependendo da variedade, em 100 g de polpa de tâmara seca, o teor desses
minerais pode variar de 107,4 a 916 mg de potássio, de 13 a 63 mg de fósforo e de 0,3 a
10,4 mg de ferro. Devido o seu rico teor de ferro, as tâmaras são recomendadas para
indivíduos anêmicos. Outros minerais estão presentes em quantidades variadas, como
cálcio (9,5 a 207 mg), cobalto (0,8 a 1 mg), cobre (0,1 a 2,9 mg), manganês (0,3 a 5,9
mg) e zinco (0,1 a 1,8 mg).
C a p í t u l o I | 113
As tâmaras também contêm flúor (0,1 a 0,2 mg) que previne o aparecimento de cáries
dentárias e selénio (0,1 a 0,3 mg) que desempenha um papel na prevenção do cancro e na
manutenção do sistema imunológico
No entanto, o teor de sal mineral não parece ser um bom marcador varietal de tamareira.
Por outro lado, pode contribuir para a caracterização de uma determinada origem
geográfica.
e) Lipídios. A polpa de tâmara contém uma pequena quantidade de lipídios (cerca de 0,13
a 1,9% do peso fresco). Os lipídios concentram-se principalmente no epicarpo (2,52 a
7,42%) na forma de uma camada de ceras onde desempenhariam um papel fisiológico na
proteção contra a evaporação do fruto. Além disso, a quantidade de lipídios na pele das
tâmaras moles pode estar inversamente relacionada à suscetibilidade à alteração pela
umidade. As tâmaras da variedade Deglet-Nour, por outro lado, são ricas em lipídios
brutos e são muito propensas à deterioração pela umidade.
k) Amido. Uma pequena quantidade de amido aparece em tâmaras jovens logo após a
polinização, mas logo depois desaparece na maioria das variedades. A variedade Samaani
dos Emirados Árabes Unidos contém 12,8% do amido (baseado na matéria seca) no
estágio Kimri e 3,1% no estágio Routab. Esta substância é gradualmente substituída por
açúcares no estágio Khalal e, com algumas exceções, as tâmaras maduras não contêm
nenhum.
fruta atinge o tamanho máximo, mas as pectinas solúveis aumentam lentamente até o
início do amadurecimento. De fato, algumas substâncias pécticas insolúveis são
convertidas em pectinas solúveis durante a maturação e a quantidade de substâncias
pécticas totais diminui. Portanto, do estágio de Kimri ao estágio de Routab, a proporção
de pectina solúvel vai de aproximadamente 2% a 1%, a de protopectina de 4,5% a cerca
de 1% e a de substâncias totais de pectina de 6,5% a 2%.
Durante o estágio final de Routab até o estágio Tamar, quando as tâmaras perdem grande
parte de sua estrutura de parede celular e conteúdo de água, a atividade da invertase
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n.1) Invertase. A invertase é a enzima mais estudada devido à facilidade com que sua
atividade é monitorada. Supõe-se que as condições que favorecem sua atividade também
podem favorecer a atividade de outras enzimas. Sua principal atividade é converter
sacarose em glicose e frutose. Nas variedades moles esta conversão é quase completa,
mas na maioria das variedades semi-secas e secas apenas uma parte da sacarose é
hidrolisada. Sua atividade é influenciada pelo alto teor de água e temperatura.
atividade da invertase foi quase 250 vezes maior para a variedade Khadrawi do que para
Deglet-Nour. A velocidade e extensão da hidrólise e outras reações enzimáticas
aumentam com o aumento do teor de água. Em frutos onde a atividade da invertase é alta,
portanto, um alto teor de água é retido no fruto, o que parece permitir que outras enzimas
responsáveis pelo amolecimento e escurecimento do fruto atuem nas melhores condições.
Assim, a invertase é uma enzima chave que controla os açúcares redutores e o teor de
água nas tâmaras. Parece afetar as reações enzimáticas e não enzimáticas responsáveis
pelas mudanças na textura, cor e sabor das tâmaras que amadurecem naturalmente na
palmeira.
n.5) Peroxidase. A peroxidase é encontrada em tâmaras, mas sua função não é conhecida.
Não está envolvido em reações relacionadas ao escurecimento. O pH ideal é 4,7. É mais
tolerante ao calor do que a invertase e a polifenolase. Altas concentrações de sacarose
inibem marcadamente a atividade, mas a dextrose tem pouco ou nenhum efeito
(HARRAK; BOUJNAH, 2012).
PROPAGAÇÃO
Três métodos principais são praticados atualmente para propagar a tamareira (EL
HADRAMI et al., 2011a). Historicamente, o método mais comum dependia do
transplante de mudas trocadas ou comercializadas entre produtores e pomares. Em
condições normais, os rebentos transplantados começam a dar frutos dentro de 5 a 8 anos,
com plena maturidade por volta dos 30 anos. O segundo método de propagação é por
sementes. Embora seja o mais fácil, as mudas seminais de palmeiras podem levar até 10
anos para começar a florescer e dar frutos. Finalmente, o uso de micropropagação e vários
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Propagação vegetativa. Mais uma vez, o método mais comum é a propagação vegetativa
de rebentos, que garante a identidade genética das variedades maternas. Os rebentos se
desenvolvem a partir de gemas axilares no tronco perto da superfície do solo durante o
estágio juvenil da tamareira. Os rebentos, após 3 a 5 anos de fixação à palmeira parental,
produzem raízes e podem ser removidos e plantados. Esta é aproximadamente a idade em
que os rebentos começarão a produzir flores e, nas linhas femininas, frutos.
Meio de cultura. O meio de cultura mais comum usado para micropropagação via
embriogênese somática é o MS (MURASHIGE; SKOOG, 1962). Raramente o meio B5
foi usado. Vários grupos modificaram a composição do meio adicionando vitaminas,
sulfato de adenina, tiamina, glicina, glutamina, mio-inositol e carvão ativado (FKI et al.,
2003; AL-KHYARI, 2005). Entre os reguladores de crescimento de plantas, 2,4-D (10-
100 mg/L) é comumente adicionado sozinho ou em combinação com citocinina (cinetina,
2-isopentil fosfato) no meio de cultura. Em alguns casos, 2,4-D é substituído por NAA.
C a p í t u l o I | 120
O papel das vitaminas na embriogênese somática da tamareira não está bem definido,
exceto pela influência positiva da tiamina e da biotina no crescimento do calo e na
produção de embriões somáticos. A sacarose, 20-30g/L, é geralmente usada como a
principal fonte de carbono e energia em meios de cultura de tecidos. Muitas vezes em
combinação com a sacarose, outros açúcares como manitol, maltose e sorbitol foram
adicionados ao meio de cultura para aumentar a embriogênese somática. Além de ser uma
importante fonte de carbono, o sorbitol e o manitol atuam como agentes osmóticos para
alterar o potencial osmótico do meio. O estresse osmótico induzido por sorbitol acelerou
a indução da embriogênese somática. A adição de polietilglicol (PEG 8000) no meio de
cultura melhorou a maturação e germinação dos embriões somáticos. A adição de nitrato
de prata, inibidor de etileno, também teve influência estimuladora na embriogênese
somática, e a resposta a ele foi genotípica dependente.
Explantes usados. Vários explantes têm sido usados para iniciar culturas in vitro de
tamareiras, e sua resposta a vários reguladores de crescimento de plantas tem sido
estudadas. Os explantes utilizados foram: embriões zigóticos maduros e imaturos,
segmentos foliares excisados de plântulas e rebentos jovens, tecidos foliares e
merismáticos excisados de plantas in vitro e tecido de inflorescência. Os explantes mais
utilizados são as pontas dos brotos apicais e as gemas laterais, pois têm sido os mais
responsivos ao cultivo in vitro.
C a p í t u l o I | 122
Com relação a tamareiras e outras palmeiras, a iniciação de calos e indução embrióide foi
observada pela primeira vez por Rabéchault (1962) trabalhando com embriões de
dendezeiros. Reuveni (1979) relatou que calos e raízes se desenvolveram a partir do
tecido da bainha cotiledonar do embrião da tamareira em meio contendo ácido naftaleno
acético (NAA). Este calo continuou a proliferar e a diferenciar raízes quando subcultivado
se um pedaço da bainha cotiledonar estivesse presente. Ammar e Benbadis (1977)
estabeleceram calos organogênicos da bainha cotiledonar da tamareira de embrião
zigótico germinado in vitro.
Frutos de plantas derivadas de cultura de tecidos, cultivar Barhi, eram indistinguíveis dos
frutos de plantas que se originaram de rebentos (ramificações). Esses resultados
justificam o aumento comercial de procedimentos de micropropagação usando
embriogênese somática para fornecer um meio rápido e econômico de obter material de
plantio de tamareira de elite. Recentemente, no Centro de Pesquisa de Palmeiras de
Tâmara (DPRC) da Universidade de Basrah, no Iraque, cientistas desenvolveram sistemas
de clonagem in vitro para variedades de tamareiras iraquianas. Essa tecnologia
possibilitará a produção de até 60.000 clones de um genitor que pode atingir a maturidade
de frutificação em quatro anos, comparado a 8-10 anos pelos métodos tradicionais. Antes
da guerra, o Iraque abrigava 40 milhões de árvores de cerca de 624 variedades. Agora, o
número diminuiu para 10 milhões, e este novo sistema de propagação clonal ajudará a
substituir as tamareiras destruídas em cerca de uma década.
Propagação de rebentos
(ii) A planta secundária dará frutos 2 a 3 anos antes das mudas seminais ou cultura de
tecidos. A vida da tamareira é dividida em duas fases distintas de desenvolvimento:
vegetativa, na qual os botões que se formam nas axilas das folhas se desenvolvem em
ramificações ou rebentos; e generativa, em que os botões formam inflorescências e os
rebentos cessam. A partir do momento em que a gema axilar de uma folha se diferencia
em rebento até o momento em que cresce para fora, leva até três anos (18 a 36 meses),
com mais três a quatro anos até atingir o tamanho desejado para sua separação e plantio
(HILGEMAN, 1954).
em um ano e ainda devem ficar no viveiro por 1 a 2 anos antes do plantio no campo. As
variedades Zahidi, Berim e Hayani são conhecidas por produzirem um grande número de
rebentos, enquanto as variedades Mektoum e Barhee produzem um número relativamente
baixo de rebentos.
As ramificações são reconhecidas por sua forma curva, enquanto as mudas seminais ou
cultura de tecidos têm uma forma reta. Outra maneira de diferenciar os dois é que as
mudas de cultura de tecidos têm raízes em toda a sua base sem ponto de conexão com a
palmeira, enquanto uma ramificação não tem raízes no lado em que foi conectada à
planta-mãe. Além disso, um rebento ou ramificação sempre tem uma marca em um lado
que é resultado do desprendimento de sua palma mãe.
Seleção de rebentos. O rebento selecionado para remoção deve estar livre de doenças e
pragas e ter no mínimo três a cinco anos de idade, com diâmetro de base entre 20 e 35 cm
(Tabela 5), com peso superior a 10 kg, mas não superior a 25 kg devido às dificuldades
de manejo. Os sinais de rebentos maduros são a disponibilidade de suas próprias raízes,
a primeira frutificação e a produção de uma segunda geração de rebentos (NIXON;
CARPENTER, 1978).
Os pequenos rebentos com peso igual ou inferior a 5 kg, se necessário, também podem
ser utilizados, mas o seu potencial de sobrevivência será muito inferior ao de rebentos
maiores. Devem inicialmente ter cuidados, por pelo menos dois anos, em viveiro, ou leito
de neblina em casa de vegetação ou estrutura de sombrite (REUVENI et al., 1972). Os
fungos geralmente são um problema sério em um leito de névoa, e as ramificações
(rebentos) devem ser tratadas duas vezes por mês com um fungicida de grande espectro.
C a p í t u l o I | 126
Embora sejam aproveitadas, no plantio, rebentos ainda muito pequenos, quando ainda
não pesam mais de 5 quilos, os melhores são os mais desenvolvidos, isto é, quando pesam
mais de 10 a 15 kg e têm acima de 10 cm de diâmetro. Os rebentos grandes e suculentos
são sempre mais difíceis de enraizarem.
Cuidado e habilidade, adquiridos apenas pela experiência, são importantes para cortar e
remover adequadamente um rebento de sua palmeira mãe. A operação, geralmente
realizada por dois trabalhadores qualificados, começa com irrigação vários dias antes do
corte. O solo é então escavado do(s) rebento(s) usando um tipo machado com cabo afiado
de lâmina reta (uma bola de terra, de 5 a 8 cm de espessura, deve ser deixada presa às
raízes do rebento, com a conexão exposta em cada lado). As raízes nunca devem ser
cortadas mais perto do que o necessário, uma vez que a maioria das raízes cortadas morre
e as novas raízes que estão surgindo são suscetíveis a lesões (NIXON; CARPENTER,
1978).
61), pois a tamareira é dotada de folhas e acúleos muito agressivos, tornando difícil a
aproximação na primeira idade, quando a planta não ostenta alto e acessível estipe, idade
na qual os rebentos são abundantes. Pode-se empregar também o formão, que consiste
numa peça de aço com 10 cm de largura e 15 cm de comprimento, um lado reto, outro
enviesado, com uma cortante de cada lado de 5 cm e com o cabo de 1,20 m de
comprimento e 3 cm de espessura, para, ao fazer, o corte, receber pancadas com marreta
(GOMES, 1975).
Figura 61. Machado de aço deve ter um cabo longo redonda lisa para receber as pancadas
da marreta.
Figura 62. Rebentos de tamareira cobertos na base com terra para enraizar antes de sua
separação da planta-mãe. Foto: Nunes et al. (1989).
As folhas inferiores devem ser cortadas e as restantes amarradas para facilitar o manuseio.
Uma vez que a fibra solta e as bases das folhas velhas são cortadas e a conexão entre o
rebento e a palmeira mãe é feita, o primeiro corte é feito na lateral da base do rebento
próxima ao tronco principal. O lado plano do machado é colocado em direção ao ponto
fraco do rebento e o lado chanfrado em direção à palma mãe (Figura 63). As lesões devem
ser evitadas em todos os momentos, o bulbo sensível do rebento nunca deve ser danificado
e a operação de corte deve ser apenas de um lado para obter uma superfície de corte lisa.
C a p í t u l o I | 129
Figura 65. Plantio de rebentos removidos da planta-mãe em balde ou saco plástico com
substrato orgânico + solo por até dois anos. Fotos: www.medjool-date-palms.com.
É aconselhável que um rebento radicular nunca seja plantado no campo diretamente após
a remoção da planta mãe. Um período de enraizamento de um a dois anos em um viveiro
é essencial para garantir uma ótima taxa de sobrevivência e evitar o desenvolvimento
desigual da plantação.
C a p í t u l o I | 132
Proceder o plantio dos rebentos com o solo úmido e temperatura amena (dia nublado),
tendo-se o cuidado de dispor as raízes o mais natural possível, para evitar danos no
sistema radicular. Fechar as covas com terra, comprimindo-se bem para dar maior firmeza
à planta, e irrigá-las após o plantio.
A base da folha do rebento deve estar claramente acima do nível do solo. É importante
plantar o rebento na profundidade do seu maior diâmetro para evitar o apodrecimento da
base (se for muito baixo) e para evitar que a água atinja a fibra solta perto do botão que
provoca a sua dessecação (se for muito alto). A bacia d’água da planta, de 1,5 a 1,8 m de
diâmetro e 20 a 30 cm de profundidade, deve ser preparada no entorno do rebento (Figura
66).
C a p í t u l o I | 133
Figura 66. a) Bacia d’água em torno de uma tamareira jovem (1,5 a 1,8 m de diâmetro e
20 a 30 cm de profundidade) preenchida com palha como cobertura morta e b) Bacia em
redor da planta adulta (demarcada pelo círculo vermelho). Foto: A. Zaid and P. F. de Wet
(2002).
O solo próximo aos rebentos recém-plantados deve ser mantido sempre úmido por
irrigação leve e frequente. A frequência de irrigação depende do tipo de solo. Solos muito
arenosos requerem irrigação diária durante o primeiro verão. Solos pesados requerem
irrigação apenas uma vez por semana; enquanto na maioria dos solos a irrigação é
necessária a cada dois ou três dias. Durante as primeiras seis semanas (ou até o
aparecimento de um novo crescimento), o produtor de tâmaras deve sempre inspecionar
seus rebentos plantados para garantir que o solo da superfície não seque e enfraqueça o
rebento. Uma cobertura de palha ao redor do rebento aumentará a contenção de umidade,
controle de ervas daninhas e, finalmente, melhorará o húmus na bacia.
Figura 67. Uso de envoltório de juta no rebento e palha em sua volta no plantio definitivo
de rebentos, b - Cobertura de proteção feita de folhas de tâmara. Fotos: Zaid and P. F. de
Wet (2002) e Rashid Al-Yahyai (2018).
Nas condições da Namíbia (Hemisfério Sul), existem dois períodos apropriados para o
plantio: fevereiro/março e setembro/outubro. O primeiro período é preferível, pois
permite mais tempo para que o rebento se estabeleça antes da chegada das temperaturas
quentes do verão seguinte, embora passe pelos meses frios do inverno (junho, julho e
agosto), enquanto a planta ainda está em sua fase inicial de estabelecimento. O segundo
período (setembro/outubro) evita as temperaturas frias e depois recebe temperaturas
quentes que permitem um crescimento ativo seguido do verão quente (dezembro, janeiro).
C a p í t u l o I | 135
Para resumir, a propagação de rebentos vegetativos é fiel ao tipo, mas não é muito prática
do ponto de vista da propagação em massa e, consequentemente, não satisfaz as grandes
necessidades de material vegetal. As seguintes razões ilustram esta desvantagem:
- Durante esta curta fase, apenas um número limitado de rebentos é produzido (20 a 30
rebentos, no máximo, dependendo da variedade);
- Algumas variedades produzem mais que outras (algumas não produzem rebentos);
- Um espécime maduro sem rebentos será perdido se não for propagado por outra técnica;
- Dependendo dos cuidados dispensados, frequentemente se obtém baixa taxa de
sobrevivência de plantio quando se utilizam rebentos;
- O uso de rebentos aumentará a disseminação de doenças e pragas da tamareira;
- A propagação de rebentos é difícil, trabalhosa e, portanto, cara.
Em comparação com a técnica de propagação por sementes, os rebentos que são gemas
vegetativas axilares, oferecerão as seguintes duas vantagens:
- Os frutos produzidos terão a mesma qualidade da palmeira mãe e garantirão a
uniformidade do produto (fiel ao tipo).
- O rebento radicular dará frutos mais cedo que as mudas seminais ou cultura de tecidos
(por 2-3 anos).
CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS
Condições climáticas:
O maior dano causado pela chuva ocorre quando a chuva é precoce ou as tâmaras estão
atrasadas no amadurecimento. De fato, a chuva não danifica seriamente as tâmaras
quando ainda estão no estágio inicial de Khalal, mas tem um efeito benéfico ao lavar
todas as partículas de poeira e areia das frutas. A chuva pode, no entanto, causar severas
lesões e rachaduras nos estágios Kimri e Khalal tardio. Em algumas áreas da Califórnia
(EUA), onde os danos causados pela chuva são frequentes, os produtores de tâmaras
costumam usar papel artesanal para proteger os cachos de frutas. Os estágios Rutab e
Tamar são os mais sensíveis, pois a chuva e a umidade associada causam danos graves,
incluindo apodrecimento e queda do fruto. Chuva ou clima frio que ocorre perto da
colheita também tende a atrasar o amadurecimento.
As chances de chuvas danosas (em agosto, setembro e outubro para o Hemisfério Norte
e janeiro, fevereiro e março para o Hemisfério Sul) em qualquer estação do ano são mais
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importantes do ponto de vista prático. Assim, uma estação pode ser considerada: Boa à
média, se menos de 50 mm de chuva caíram em cada um dos três meses; média a ruim,
se mais de 50 mm de chuva em um dos três meses, ruim, se mais de 50 mm de chuva em
dois dos três meses; e muito ruim, se mais de 50 mm de chuva caíram em cada um dos
três meses (ZAID; DE WET, 2002).
O crescimento da tamareira é bom em regiões de clima úmido, mas sua colheita pode ser
consideravelmente reduzida e, além disso, os frutos são de baixa qualidade, pois a
tamareira é uma planta heliófila, ou seja, desenvolve-se melhor com grande iluminação.
Na presença de alta umidade do ar, algumas doenças foliares, como a mancha foliar de
Graphiola (Graphiola phoenicis Moug. Poit.), estão se tornando mais prevalentes,
enquanto outras, como o ácaro-da-tâmara (Bou-Faroua), tornam-se raras ou ausentes. Por
outro lado, quando a umidade do ar é baixa, as doenças fúngicas estão ausentes, enquanto
os ataques de pragas e ácaros são dominantes.
A maioria das plantações comerciais de tâmaras nos EUA e em Israel não é consorciada
com outras plantas/espécies de árvores frutíferas (cítricos, luzerna, etc.), devido ao efeito
crescente destas no nível de umidade da plantação de tâmaras.
4- Luz. De acordo com Mason (1925), o crescimento de uma tamareira é inibido por raios
de luz na extremidade violeta e amarela do espectro, mas intensificado por raios na outra
extremidade do espectro, ou seja, a luz vermelha. Esses últimos raios são mais ativos na
promoção da fotossíntese.
As nuvens podem reduzir a intensidade da luz, mas, infelizmente, o céu não está nublado
nos países de cultivo de tâmaras durante o período de maturação (julho a outubro no
Hemisfério Norte e fevereiro a maio no Hemisfério Sul).
5-Vento. Em comparação com outras espécies de plantas, a tamareira não apresenta danos
em condições de vento. De fato, a tamareira resiste ao vento forte, quente e poeirento do
verão e, consequentemente, protege as demais culturas, quebrando a força do vento e
abrigando a vegetação mais suscetível (DOWSON, 1982).
O vento é, no entanto, um portador de poeira e areia que adere aos frutos da tâmara em
seu estágio macio (Rutab e Tamar). Quando os frutos estão em seu estágio inicial de
desenvolvimento (verde/Habakouk), manchas endurecidas quase pretas às vezes são
vistas nos frutos por causa do vento batendo os frutos tenros contra as folhas duras.
Entretanto, pequenos rebentos recentemente plantados podem, no entanto, ser facilmente
arrancados por ventos fortes.
flores femininas. Ventos frios perturbam a germinação do pólen. Parece, portanto, que as
tempestades de vento seco levam a uma secagem mais rápida dos estiletes, o que diminui
o tempo para o pólen atingir o óvulo (REUVENI et al., 1986). A velocidade do vento
também pode afetar a eficiência da polinização; ventos fracos são benéficos e favorecem
a polinização, enquanto ventos de alta velocidade sopram grande parte do pólen,
especialmente nas palmeiras encontradas nas bordas da plantação. Em alguns casos, o
vento forte também pode quebrar o pedúnculo do fruto da inflorescência (rachis),
bloqueando o movimento dos nutrientes e, finalmente, causando a morte do cacho.
Também foi sugerido que os ácaros são transportados de palma em palma pelo vento.
A queda de uma tamareira velha pode ser causada por vento forte, mas apenas nos
seguintes casos:
- Se a palmeira for muito alta com uma copa grande e crescer em solo raso;
O estado de Baja California Sur é altamente suscetível a furacões e chuvas contínuas nas
épocas de maturação e colheita, causando a queda das palmeiras adultas, e a alta umidade
remanescente favorece o ataque de fungos e a fermentação dos frutos. Além disso, os
furacões às vezes causam intrusão de água salgada em estuários de água doce perto da
costa. Embora as tamareiras e as palmeiras Washingtonia sejam relativamente tolerantes
ao sal, essas intrusões de água salgada podem resultar em níveis de sal no solo altos o
suficiente para enfraquecer ou matar as palmeiras que crescem perto da costa. Este é
principalmente um problema nas culturas dos oásis, particularmente Mulegé. Nos vales
de Mexicali e San Luis Rio Colorado, as chuvas são muito escassas nas épocas de
amadurecimento e colheita da fruta e por isso não apresentam problemas.
Além disso, devido à natureza da tamareira, seu crescimento não é tão fácil quanto
algumas outras espécies de plantas e atenção devem ser dadas às seguintes características:
- A tamareira não pode ser classificada como arenosa, nem aquática. Embora
frequentemente encontrada crescendo na areia, suas raízes são caracterizadas por espaços
aéreos semelhantes aos das raízes da bananeira, mas também cresce bem onde a água do
subsolo está próxima à superfície.
- Não é xerófita; embora tenha cutícula cerosa espessa, folíolos com as duas metades de
suas faces superiores voltadas para o sol, superfície foliar reduzida, isolamento eficiente
do ponto de crescimento e dos feixes vasculares de seu tronco; requer um abastecimento
abundante de água.
Condições edáficas:
A tamareira prospera em quase todos os tipos de solo, mas os francos arenosos bem
drenados se dão especialmente bem. Os solos arenosos, os solos aluvionais profundos são
os mais indicados para tal cultura (LEPIDI, 1950; SIMÃO, 1971), principalmente para a
região do semiárido brasileiro (NUNES et al., 1989). Também apresenta grande
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resistência à seca e máxima resistência à salinidade. Não tolera bem as geadas, por isso é
cultivada principalmente em áreas costeiras. Mas para evitar possíveis geadas, uma
contribuição de sulfato de potássio e/ou sulfato de magnésio será feita no solo no outono
para obter um endurecimento das plantas.
Muitas áreas de cultivo de tamareiras são cada vez mais afetadas por solos salinos
(PITMAN; LÄUCHLI, 2004; MALASH et al., 2008; HAJ-AMOR et al., 2016), seca
(ELSHIBLI et al., 2016), redução dos lençóis freáticos (AL-MUAINI et al., 2019a) e
aumento da salinidade das águas subterrâneas (ALFARRAH; WALRAEVENS, 2018).
Esses fatores tiveram efeitos significativos no cultivo de tamareiras. Por exemplo, nos
Emirados Árabes Unidos (EAU), a salinidade do solo é alta em muitas áreas devido à
irrigação excessiva com água cada vez mais salina, de modo que uma grande porcentagem
de propriedades tem salinidades do solo na faixa de 16–20 dS m–1 (DAKHEEL, 2003).
Isso resultou no declínio da produtividade em áreas afetadas pelo sal e no abandono de
propriedades e quebra de safra em casos graves (DAKHEEL, 2003). Além das
preocupações regionais sobre a produtividade da tamareira, os altos requisitos de uso de
água da tamareira (ou seja, até 210 L por dia por árvore no verão e aproximadamente 1/3
C a p í t u l o I | 143
do uso total de água subterrânea nos Emirados Árabes Unidos; AL-MUAINI et al., 2019a)
estão pressionando as autoridades regionais para moderar as práticas de irrigação e avaliar
o impacto da irrigação de tamareiras com água cada vez mais salina (AL-MUAINI et al.,
2019a, b). Essas preocupações motivam a expansão da pesquisa sobre estresse abiótico
em tamareiras e estabelece as bases para o melhoramento das culturas.
ESCOLHA DA ÁREA
- Seleção de campo;
- Planejamento de drenagem;
- Abertura de covas;
- Requisitos financeiros e
- Cronograma do tempo.
a. Disponibilidade de água: Embora nem sempre seja realizada, a tamareira requer uma
quantidade bastante grande de água para um crescimento sustentável. Os fatores críticos
em relação à água para fins de irrigação são:
C a p í t u l o I | 144
b Profundidade do solo: Com o tempo, as tamareiras adultas vão ficar muito altas e
tornam-se pesadas, especialmente durante o estágio de frutificação. Elas, portanto,
precisam de espaço suficiente para o desenvolvimento adequado das raízes para apoiar as
tamareiras. Além da importância do desenvolvimento radicular, a profundidade do solo
também influencia as possibilidades de drenagem e lixiviação. Quaisquer camadas
obstrutivas devem ser avaliadas para determinar se influenciarão o desenvolvimento
radicular e se podem ser corrigidas.
(ii) o teor de nutrientes para determinar as medidas corretivas necessárias para a melhoria
do solo.
Solos salinos e alcalinos são comuns em plantações de tâmaras e são caracterizados por
uma alta concentração de sais solúveis e sódio trocável, respectivamente. Os sais solúveis
presentes nestes solos pertencem aos cátions: sódio, cálcio e magnésio e aos ânions
cloreto e sulfato.
C a p í t u l o I | 145
Solos salinos têm uma condutividade elétrica (CE) de seu extrato saturado maior que 4
mmhos/cm a 25°C, com uma taxa de absorção de sódio menor que 15 e um pH geralmente
menor que 8,5. Solos salinos podem ser reconhecidos pela presença de uma camada
branca na superfície do solo resultante da alta concentração de sal que pode prejudicar o
crescimento e desenvolvimento da tamareira.
Os solos alcalinos são caracterizados por uma EC do seu extrato saturado inferior a 4
mmhos/cm a 25°C com uma taxa de absorção de sódio superior a 15 e um pH superior a
8,5. Solos alcalinos contêm quantidades prejudiciais de álcalis com o grupo hidroxila -
OH, especialmente NaOH. Estes tipos de solo são geralmente difíceis de corrigir aliados
a uma baixa produção resultante do baixo teor de cálcio e nitrogênio. No entanto,
recomenda-se eliminar o excesso de sódio pela adição de agentes acidificantes (gesso,
sulfato de ferro ou enxofre).
(i) aumento do nível do subsolo causado por situações de seca excessiva (elevada
evaporação);
Onde a tamareira cresce em climas de pouca chuva, mas grande calor e muita evaporação,
a água de irrigação ou inundação evapora rapidamente, e seus sais ficam na superfície do
solo.
Segundo Arar (1975), a tamareira é mais tolerante ao sal do que qualquer outra frutífera.
Sobreviverá em solos contendo 3% de sais solúveis; quando esse teor for superior a 6%,
a tamareira não crescerá. Este autor também estudou a tolerância das culturas e os
requisitos de lixiviação de algumas culturas importantes, incluindo tamareiras. A partir
C a p í t u l o I | 146
desses resultados, fica claro que é possível irrigar as tamareiras com água de salinidade
de até 3,5 mmhos/cm sem redução no rendimento, desde que seja previsto um requisito
de lixiviação de 7%. Uma redução de dez (10) % no rendimento é obtida quando a água
de irrigação tem um teor de sal de 5,3 mmhos/cm e com uma necessidade de lixiviação
de 11%.
PREPARO DO SOLO
Ao estabelecer uma nova plantação de tâmaras, certas ações precisam ser implementadas
para garantir o sucesso da plantação a longo prazo. Uma dessas ações envolve o preparo
inicial da terra que deve ser feito antes do transplante do material vegetal (rebentos ou
plantas derivadas da cultura de tecidos).
O objetivo do preparo do terreno é fornecer as condições de solo necessárias que
melhorem o estabelecimento bem-sucedido dos rebentos jovens ou das plantas de cultura
de tecidos recebidas do viveiro. Considerando a natureza da tamareira, não se pode
“economizar” nessa operação e esperar a sustentabilidade da plantação em longo prazo.
O objetivo é permitir que o produtor de tâmaras planeje e estruture com antecedência o
processo de implantação, garantindo o sucesso do estabelecimento da plantação de
tâmaras. O planejamento faz parte da preparação inicial e ajudará a limitar paradas
desnecessárias durante a fase de implementação.
Preparo do solo: Uma vez selecionada uma área adequada para o estabelecimento da
plantação e finalizada a operação de planejamento, a preparação propriamente dita pode
ser ativada. Essas atividades são divididas para estruturar e dinamizar o processo de
implantação, a fim de estar pronto para o plantio no momento mais adequado, de acordo
com as condições climáticas regionais específicas.
a- Preparação mecânica do campo: A preparação mecânica ou preparo do solo diz
respeito principalmente à preparação de um campo para uma operação mais detalhada,
como instalação do sistema de irrigação, abertura de covas, etc. As ações, se aplicáveis à
área, incluem:
(i) destocamento de arbustos e limpeza do terreno de plantas daninhas;
(ii) remoção de pedras e rochas;
(iii) preparo do solo; e
(iv) nivelamento do solo.
C a p í t u l o I | 147
Por este motivo, é necessário avaliar sua viabilidade econômica em função de três tipos
de situações: sem preparo, preparo mínimo e preparo total do campo.
Sem preparo. O plantio da área de tamareira poderá ser realizado no início do inverno
com rebentos ou mudas derivadas de cultura de tecidos de 2 anos, as quais são preparadas
no viveiro e, para garantir sua sobrevivência as condições adversas. Altas taxas de matéria
orgânica no solo são recomendadas, e as práticas normalmente seguem as recomendações
para outras culturas. A matéria orgânica pode ser incorporada nos locais de plantio 2-3
meses antes do plantio.
Preparo mínimo. O preparo mínimo do solo para o plantio de rebentos de tamareira (ou
plantas derivadas de cultura de tecidos) poderá ser realizado apenas nas linhas de plantio
com aração mecânica. Se houver necessidade de acesso a equipamentos, uma nova
limpeza de terreno pode ser feita usando um trator para remover plantas grandes junto
com suas raízes. O uso de uma escavadeira pode causar compactação do solo e a aração
profunda subsequente precisa ser realizada após a limpeza do terreno. Sob condições
C a p í t u l o I | 148
médias do solo, uma passada de aração de disco (ou escarificação profunda) seguida de
gradagem é suficiente para atingir a preparação do solo desejada (OSMAN; MILAN,
2006).
Preparo do solo em toda área. A aração e gradagem com o trator podem ser feitas em
toda área a ser cultivada com a tamareira no início da estação úmida, mas tal
procedimento só é viável quando se pretende aproveitar os espaços livres para o plantio
consociado com outras espécies (exemplo da bananeira).
A própria escavação da cova é uma das últimas ações antes do plantio, mas deve-se
enfatizar que esta não é a preparação final para a operação de plantio em si. Este é o ponto
em que os insumos necessários, como gesso e materiais orgânicos, são inseridos no solo
e é iniciado o programa de lixiviação. A razão pela qual a lixiviação só é aplicada nesta
fase é por causa da área relativamente pequena que é ocupada pela tamareira. Se a área
total tivesse que ser lixiviada, isso se tornaria muito caro com pouco ou nenhum benefício
a longo prazo.
Figura 70. Terreno sem preparo do solo: a) Cova de plantio de m³; observe que os solos
1/3 superior e 2/3 inferiores são separados e b) Um quadrado de madeira (1 m x 1 m + 1
m de profundidade) para que os trabalhadores respeitem o volume de 1 m³ exigido. Fotos:
P. Klein e A. Zaid (2002).
Marcação e coveamento. Faz-se a marcação com piquetes de madeira, para que possam
ser abertas as covas e realizar o plantio. O espaçamento mais utilizado é o de 10 m x 10
m, totalizando 100 plantas por ha. As covas devem ser abertas com a dimensão de 1 m
em todos os sentidos (comprimento, largura e altura). Estas devem ser enchidas da
seguinte maneira: Uma parte da terra da superfície passa para baixo da cova, coloca-se
10 kg de esterco no meio da cova, misturando com o barro retirado dela (Figura 71). Após
o enchimento da cova, que deve ser feito com antecedência de 15 dias, fazer a adubação
fosfatada e potássica, colocando os adubos na cavidade que irá conter a muda (GUERRA,
1939; SIMÃO, 1971).
C a p í t u l o I | 150
Figura 71. Esquema ilustrativo do preparo da cova. Foto: Nunes et al., 1989.
Nesta fase, uma vez preparado e fechado à cova, procede-se à rega e implementação de
um programa de lixiviação. O abastecimento de água aumentará então a lixiviação de sais
excessivos e contribuirá para o processo de fermentação do material orgânico. A irrigação
subsequente, várias vezes (2 a 3) antes do plantio, também permitirá que o solo misturado
se instale na cova (1 m x 1 m).
Na maioria dos solos, o crescimento precoce e rápido da tâmara é melhor quando as covas
são preparadas um a dois meses antes do plantio. O estrume bem curtido também pode
ser usado em covas preparadas e irrigadas pouco antes da plantação, mas deve-se tomar
muito cuidado para colocar o estrume (e fertilizantes) suficientemente profundo para
permitir que uma camada de solo de pelo menos 15 a 20 cm de espessura seja colocada
entre o estrume e as raízes da planta de tâmara.
C a p í t u l o I | 151
OPERAÇÃO DE PLANTIO
Anteriormente, a suposição geral para uma plantação comercial de tâmaras era usar um
espaçamento entre plantas de 10 m × 10 m (100 palmeiras/ha). No entanto, mudou ao
longo do tempo e um espaçamento entre plantas de 9 m × 9 m (121 palmeiras/ha; Israel)
ou 10 m × 8 m (125 palmeiras/ha; Namíbia), é usado em plantações modernas.
Em áreas sem verões extremamente secos, quentes e com forte geada durante o inverno,
recomenda-se plantar em agosto/setembro ou em época segura da ocorrência de geadas.
O plantio é provavelmente a área onde a maioria dos produtores comete o erro vital de
plantar a planta muito profundamente. A profundidade de plantio é fundamental porque
o "bulbo" da planta nunca deve ser coberto com água. Uma vez que a planta é coberta
com água, o ponto de crescimento apodrece e a planta morre. Se uma planta de tâmara
for plantada muito rasa, suas raízes secarão e morrerão.
A regra de ouro é garantir que o maior diâmetro do bulbo da planta esteja no mesmo nível
da superfície do solo após o transplante e garantir que a água não ultrapasse o topo da
planta de tâmara.
Figura 73. Formação de bacia em redor das mudas plantadas. Observa-se que parte do
bulbo da plântula está acima da superfície do solo e não é coberto por água.
IRRIGAÇÃO
A tamareira (Phoenix dactylifera L.) é uma cultura importante na maioria das regiões
áridas e semiáridas do mundo (ABD-ELGAWAD et al., 2019). Essas regiões são
geralmente caracterizadas pela escassez de recursos hídricos (SHADEED, 2013). Apesar
da escassez hídrica em tais regiões, o uso ineficiente da água ainda prevalece e pode ser
comumente notado nas propriedades que cultivam as tamareiras, os quais são
responsabilizados pelo esgotamento das preciosas fontes de água subterrânea (BAIG et
al., 2020). Em regiões de escassez hídrica, o uso da água de irrigação para a produção
agrícola requer uma adequada transferência de tecnologias e pesquisas inovadoras
(PEREIRA et al., 2002). A produtividade da água deve estar conduzindo a política de
C a p í t u l o I | 156
As tamareiras são consideradas uma das árvores frutíferas mais importantes do Reino da
Arábia Saudita. O número de árvores é superior a 23 milhões e está aumentando a cada
ano. A produção aumentou para atingir um milhão de toneladas no ano de 2007, pois são
cultivadas em uma área superior a 156.000 ha (MINISTRY OF AGRICULTURE AND
WATER, 2008). A tamareira é resistente à seca e pode suportar salinidade de até 4 dS/m
sem qualquer redução na produtividade (AYERS; WESCOT, 1985). Embora a
profundidade da zona radicular varie entre 1,5 a 2,5 m (DOORENBOS; PRUITT, 1977),
a árvore pode absorver de 65 a 80% de água dentro de uma profundidade da zona radicular
C a p í t u l o I | 157
não superior a 1,2 m (YAACOB, 1996). As tamareiras são geralmente irrigadas por um
sistema de irrigação por bacia que utiliza uma quantidade abundante de água; a
quantidade é geralmente decidida com base na experiência do agricultor. A necessidade
de água da cultura para uma tamareira adulta varia entre 115 e 306 m 3, ou seja, 1,15 a
3,06 m3/ha (ALBAKER, 1972). Se a expansão da agricultura de tamareiras continuar no
mesmo ritmo atual na Arábia Saudita, espera-se que uma grande quantidade de água seja
necessária para irrigar as tamareiras. No entanto, devido aos recursos hídricos limitados
no Reino da Arábia Saudita, é vital usar alguns métodos de economia de água, como os
sistemas de irrigação recentes (irrigação por gotejamento). Portanto, estudos visando
avaliar a necessidade hídrica da tamareira são essenciais e levarão à aplicação precisa da
água de irrigação sem uso excessivo.
Por outro lado, a comercialização de tâmaras requer medidas e arranjos de qualidade para
atender às exigências dos clientes (consumidores). Essas disposições variam de acordo
com vários fatores e condições, em particular a variedade e as técnicas de produção das
tâmaras, das quais a irrigação é a técnica fundamental para o manejo das plantações de
tamareiras (AL-YAHYAI; AL-KHARUSI, 2012; AL-YAHYAI;
MANICKAVASAGAN, 2013).
Os estudos que analisaram os efeitos da irrigação na qualidade são muito limitados. Nesse
sentido, Al-Yahyai; Al-Kharusi (2012) e Al-Yahyai; Manickavasagan (2013) relataram
que o regime hídrico afetou significativamente a qualidade das tâmaras. Por outro lado,
Alihouri e Torahi (2013) mostraram, por meio de um experimento realizado no Irã, que a
frequência de irrigação não influenciou a composição química das tâmaras da variedade
Barhee. Este último resultado também foi citado por Ismail et al. (2014) na Arábia Saudita
na variedade Nabbout-Saifail.
Mesmo assim, a qualidade da tâmara Medjool diz muito sobre o bom manejo cultural da
tamareira. A fim de avaliar o efeito do regime hídrico na qualidade e quantidade de
tâmaras no estágio de Tamar, Sabri et al. (2017) realizaram um ensaio experimental por
dois anos consecutivos (março de 2012 a fevereiro de 2014). Foram aplicados sete
regimes hídricos localizados: regime do agricultor (T0), 100% (T1); 80% (T2); 60% (T3);
80-100-60% (T4); 150% (T5) e 60-100-80% (T6) ETM (Evapotranspiração máxima). As
medições dizem respeito à medição do peso fresco e seco dos frutos, do teor de água, do
rendimento total e da classificação das tâmaras de acordo com as normas gerais de
comercialização da tâmara marroquina. Os resultados mostraram que o regime hídrico
C a p í t u l o I | 158
Reino da Arábia Saudita. A tamareira representa cerca de 74% da área total cultivada
com frutos em todo o Reino da Arábia Saudita (KASSEM, 2007). As tamareiras são
geralmente irrigadas pelo sistema de irrigação por inundação que utiliza uma quantidade
abundante de água. No entanto, a quantidade de água aplicada nas propriedades pelos
agricultores geralmente é baseada em sua experiência (AL-AMOUD, 2010). As
aplicações de métodos tradicionais de irrigação, como a irrigação por inundação, não só
estão colocando mais pressão sobre os já escassos recursos hídricos, mas também são um
desperdício (FAURES et al., 2001; DARFAOUI; AL-ASSIRI, 2010). A adoção de
técnicas modernas de irrigação deve ser enfatizada para aumentar a eficiência do uso da
água. A irrigação por gotejamento e os sistemas de irrigação por gotejamento subterrâneo
são as formas mais eficazes de transportar diretamente água e nutrientes para as plantas e
não apenas economizar água, mas também aumentar o rendimento das culturas.
que as perdas por evaporação e percolação profunda são reduzidas ao mínimo e, portanto,
a tamareira pode aproveitar quase toda a água fornecida.
Conforme Al-Omran et al. (2018) é importante desenvolver uma pesquisa que forneça
informações para determinar as necessidades mensais e anuais de água por tamareira em
oito regiões diferentes da Arábia Saudita, visando especificamente melhorar a gestão da
água de irrigação. As áreas selecionadas para este estudo estão localizadas nas regiões da
Medina (Al Ula), Tabuk (Teimaa), Makkah (Al Jumum), Al Jouf (Sakakah), Riyadh
(Sodos), Qassim (Riyad Al Khabra), Hail (AL Kaedh) e Região Leste (Al Ahsa). As
necessidades de água para irrigação (m 3/ha) após levar em conta a proporção da área
cultivada de tamareira para cada ano foram 9.495,24, 7.340,18, 7.298,93, 8.913,59,
8.614,96, 8.568,68, 7.996,99, 8.510,72 m3/ha, respectivamente, por 100 tamareiras/ha. As
necessidades totais anuais de água de irrigação (m 3/árvore) nestas regiões são 95, 73,4,
73, 89, 86, 85,7, 80, 85 m3, respectivamente, considerando o raio da área sombreada por
árvore é de 3,5 m. A diminuição da necessidade de água da cultura (CRW) em todos os
locais de estudo para cerca de 8.000 m3/ha tem sido relatado por muitos pesquisadores
que é sobretudo atribuída à porcentagem de área sombreada de tamareira. Portanto,
recomenda-se que de uma distância entre árvores de 10 m × 10 m seja alterada na prática
para 7 m × 7 m, a fim de reduzir a estimativa de CRW de tamareiras.
Figura 74. Frutos em tamareiras adultas em Coachella, início de agosto de 2019. Foto:
Aliasghar Montazar (2019).
C a p í t u l o I | 161
Sistemas de irrigação
Sistema de irrigação por inundação. As tamareiras são geralmente irrigadas por sistema
de irrigação superficial que utiliza muita água de acordo com a FAO (2008). A quantidade
é normalmente decidida pela experiência do agricultor. A necessidade de água da cultura
para tamareiras adultas varia entre 115 m 3 e 306 m3, que é igual a 1,15 a 3,06 m3 h-1 (AL-
AMOUD, 2010). Os antigos pomares de tamareiras em KSA (Reino da Arábia Saudita)
eram irrigados a partir de poços usando métodos de irrigação de superfície, especialmente
bacias e geralmente eram irrigados uma vez por semana no verão e a cada três semanas
no inverno (CARR, 2013). O censo agrícola de 2004-2005 mostra que 96% das palmeiras
são irrigadas usando o sistema de irrigação por inundação (FAO, 2008; Figura 75). Os
valores sugeridos de necessidades de irrigação para tamareiras plantadas em diferentes
partes do Reino da Arábia Saudita variaram entre 39.585 e 72.270 m3/h/ano para irrigação
C a p í t u l o I | 162
por inundação e entre 28.275 e 51.621 m3 h-1/ano para irrigação por aspersão (AL-
AMOUD et al., 2012).
Figura 75. Tamareira adulta irrigada por sistema de inundação em Thermal. Região
desértica da baixa Califórnia, USA. Foto: Aliasghar Montazar (2019).
Embora as tamareiras possam suportar longos períodos de seca sob altas temperaturas,
são necessárias grandes quantidades de água para um crescimento vigoroso, alto
rendimento e frutos de alta qualidade. Sob condições de produção típicas na Califórnia, o
consumo anual de água foi de 1,3 m (FURR; ARMSTRONG, 1956). A maior parte foi
dos 2 m superiores do solo, o que coincidiu com a distribuição das raízes. Ressalta-se que
este estudo foi realizado com ‘Khadrawy’, uma cultivar de pequena estatura que
provavelmente teria menor consumo de água do que cultivares de maior porte. Em
condições semelhantes, a aplicação de excesso de água não aumentou a taxa de
crescimento das tamareiras nem a produção de frutos; no entanto, a retenção de água
durante os meses de verão diminuiu a taxa de crescimento das árvores e diminuiu o teor
de umidade do fruto (REUTHER; CRAWFORD, 1946). A irrigação por inundação é a
C a p í t u l o I | 163
por aspersão (IBRAHIM et al., 2019). A vantagem dos borbulhadores sobre a irrigação
por bacia está em fornecer à cultura uma necessidade hídrica satisfatória. Esses resultados
estão compatíveis com os obtidos por Bhardwaj et al., 1995; AL-Amoud et al., 2000;
Amiri et al., 2007. O sistema de irrigação borbulhador foi satisfatório para o que foi
projetado em termos de uniformidade de distribuição, pois a uniformidade de distribuição
variou em 92,6% para as laterais e 93,9% para todo o sistema e os resultados indicaram
que cerca de 30,94% de água foi economizada no método de irrigação borbulhador
quando afrontado com o método de irrigação por bacia (SOOTHAR et al., 2015).
Figura 76. Irrigação da tamareira por sistema de gotejamento pelo método borbulhador.
Foto: FAO.
mão de obra, variação na oferta, redução do risco de doenças. Além disso, pode ser
operado em pressão mais baixa do que outros tipos de irrigação pressurizada, o que
resultou na redução dos custos de energia (SIVANAPPAN, 1998).
De acordo com Al-Amoud et al. (2000), a comparação da eficiência do uso da água entre
diferentes métodos de irrigação da tamareira (gotejamento, inundação e microjato)
mostrou que o sistema de irrigação por gotejamento é o mais eficiente, seguido pelo
sistema de irrigação por inundação e microjato. Por outro lado, a irrigação por
gotejamento subsuperficial representa a recente melhoria da irrigação, pois evita, ou na
maioria dos casos, reduz significativamente as perdas por evaporação direta, escoamento
superficial e percolação profunda (HANSON; MAY, 2007; SAFI et al., 2007). Assim, a
irrigação por gotejamento subsuperficial é considerada a maneira mais eficaz de fornecer
água e nutrientes diretamente às plantas e aumentar a produtividade das culturas
(TIWARI et al., 1998; THOMPSON et al., 2002; THOMPSON et al., 2003; DOUH;
BOUJELBEN, 2010).
É importante destacar que o estresse das plantas devido à irrigação atrasada e limitada
geralmente leva a perdas econômicas de rendimento. Em muitos países produtores de
tamareiras, a irrigação por inundação ainda é popular, apesar de sua baixa eficiência para
conservar a água, particularmente em solos arenosos (ZAID; ARIAS-JIMENEZ, 2002;
AL-AMOUD, 2010). A produtividade e qualidade de frutos de tamareiras de 17 anos
submetidas a diversos sistemas de irrigação revelaram diferenças substanciais entre essas
C a p í t u l o I | 171
Figura 81. Tanque classe “A” (a), poço tranquilizador e parafuso micrométrico (b),
utilizados na medição da evaporação. Foto: Francisco José de Seixas Santos.
C a p í t u l o I | 173
Para medir a evaporação, coloca-se uma régua graduada (começando do zero) dentro do
tanque alternativo e efetua-se a leitura. O volume evaporado é obtido por meio da
subtração entre os valores da leitura do dia anterior e do dia da medida. Os valores
registrados podem ser anotados em uma tabela, possibilitando a obtenção de valores da
evaporação diária, mensal e anual e valores médios.
e Kc é o coeficiente da cultura.
A Tabela 7 mostra com mais detalhes os cálculos feitos para prever as necessidades
hídricas das palmeiras para os 12 meses do ano e usando diferentes métodos de irrigação
para Naute- Namíbia. (Observe que isso é para o período de colheita do Hemisfério Sul,
de março a abril).
C a p í t u l o I | 174
Tabela 7. Necessidades de água para tamareiras em Naute, Namíbia (Tanque Classe A).
A Eto pode ser determinada tanto a partir de dados meteorológicos, como de medidas de
tanques de evaporação. A taxa de evaporação a partir de tanques é facilmente obtida, e a
evaporação do tanque classe A (EV) é relacionada com Eto por meio do coeficiente do
tanque (Kp)
Eto = Kp. EV (2)
Onde, EV é a evaporação obtida no tanque classe A (mm dia-1);
e Kp é o coeficiente do tanque.
Usando-se as equações (1) e (2) pode-se definir:
Ki = Kc. Kp (3)
Etc = Ki . EV (4)
Onde, Ki é o coeficiente de irrigação.
Todo o Oriente Médio enfrenta diversos desafios hídricos, mas para o próprio GCC
(Conselho de Cooperação do Golfo), a ameaça número um é a escassez. A água nos
Estados Árabes não é renovável. A natureza arenosa da maioria dos solos aliada à alta
drenagem aumenta as perdas por lixiviação e reduz a capacidade de abastecimento de
água dos solos. A fonte de água difere de país para país. Alguns, como o Egito e o Iraque,
dependem principalmente das águas superficiais de grandes rios universais. Outros, como
o Iêmen e os Estados Árabes dos países do Conselho de Cooperação do Golfo, dependem
quase de águas subterrâneas e dessalinizadas, enquanto outros usam uma combinação de
águas superficiais e subterrâneas.
No entanto, esta afirmação empirica não pode ser aceita como base porque estudos
indicam que as perdas de crescimento e produtividade da tamareira começam a ocorrer
na condutividade elétrica (EC) da água de 4-6 dS m-1 dependendo do potencial varietal,
textura do solo, drenagem e fatores climáticos. Os valores de EC da água para perdas de
rendimento de 10, 25 e 50 % foram relatados como 4,5, 7,3 e 12,2 dS m -1, enquanto EC
do solo para a mesma magnitude de perdas foram 6,8, 11,0 e 18,0 dS m -1. Os estudos de
avaliação de qualidade indicaram que a maior parte das águas subterrâneas é salina e que
há perigo oculto de efeitos negativos no crescimento e produtividade das tamareiras
(HUSSAIN, 2010).
as irrigadas pelos outros dois métodos em alguns anos, mas não em todos (geralmente em
cerca de 20%).
Figura 82. Plantações de tamareiras não irrigadas no Baluchistão que dependem de águas
subterrâneas rasas. Foto Adel A. Abul-Soad (2010).
CONSORCIAÇÃO
Além disso, a suspeita de que intervalos curtos com irrigação frequente e encharcamentos
podem ser uma das razões que causam a doença do declínio da tamareira em Khairpur no
Paquistão, onde o cultivo consorciado é uma prática comum. A água persistente pode
aumentar o patógeno do solo de Fusarium solani, consequentemente irá infectar as
árvores. O consórcio com culturas frutíferas, como banana, citrinos, etc., é preferível em
relação às culturas anuais, tais como: cereais e milho, que requerem suplementação
frequente de água.
ADUBAÇÃO
Mesmo que a tamareira seja uma planta forte e bem adaptada, capaz de crescer em solos
que contenham mais álcalis ou sais do que muitas outras plantas poderão tolerar, alguma
ajuda por fertilização deve ser necessária. Dentre os diversos esquemas de adubação,
interessante é o proposto pela FAO (KLEIN; ZAID, 2002) que sugere programas de
C a p í t u l o I | 180
adubação de acordo com a quantidade perdida de nutrientes por ano, supondo 121
palmeiras por hectare (Tabelas 8 e 9).
O estrume tem sido tradicionalmente usado na produção de tâmaras, mas em muitos casos
são usados fertilizantes inorgânicos. Muitos produtores, mesmo na produção
industrializada, consideram o esterco superior ao fertilizante inorgânico (CHAO;
KRUEGER, 2007).
O estrume tem sido tradicionalmente usado na produção de tâmaras, mas em muitos casos
são usados fertilizantes inorgânicos. Muitos produtores, mesmo na produção
industrializada, consideram o esterco superior ao fertilizante inorgânico. As culturas de
cobertura também são frequentemente utilizadas na produção de tâmaras (ABDUL-BAKI
et al., 2002). Em regiões áridas, as tamareiras podem fornecer sombra para o cultivo de
outras culturas. O consórcio de tâmaras com frutas, hortaliças e pastagens é comum em
áreas tradicionais de produção de tâmaras.
O fertilizante orgânico deve ser tratado termicamente para garantir sua segurança contra
larvas e ovos da praga. Recomenda-se adicionar 5-10 kg/árvore anualmente. Essa
quantidade pode variar dependendo da fertilidade do solo (EL BEKR, 1972; KLEIN;
ZAID, 2002).
Recomendação geral:
O sulfato de amônia e cloreto de potássio pode ser misturado na superfície do solo junto
com o restante dos produtos ou pode ser aplicado através do sistema de irrigação após o
C a p í t u l o I | 182
Método manual. Este método é usado ao aplicar fertilizantes em uma plantação onde o
fertilizante não pode ser fornecido pelo sistema de irrigação. Os fertilizantes são então
medidos em pequenas quantidades e aplicados manualmente nas tamareiras. O cuidado
mais importante ao aplicar por esse método é garantir uma distribuição uniforme dos
fertilizantes dentro da área de gotejamento da palmeira e não muito próximo à base da
palmeira (Figura 85). No entanto, as desvantagens são:
- demorado;
- trabalho intensivo;
As tamareiras são sensíveis à concorrência de plantas daninhas por água, luz e nutrientes,
o que prejudica seu bom desenvolvimento, daí a grande necessidade de se fazer capinas
e escarificações relativamente frequentes, tantas quantas forem necessárias. As plantas
daninhas se mostram mais prejudiciais no início do desenvolvimento das tamareiras,
quando a concorrência se estabelece mais intensivamente (MUNIER, 1973).
O controle de plantas daninhas pode ser feito através de capinas (manuais, roçadas,
escarificações, mecânica, gradagem), mulching e com uso de herbicidas. Em qualquer
método utilizado para combater as plantas daninhas, devem ser evitados danos às plantas
durante a operação de limpeza.
Mulching. As ervas daninhas podem ser controladas por cobertura morta usada apenas
no coroamento sob a planta (Figura 86). A importância da cobertura morta não é apenas
pelo seu efeito na melhoria do rendimento e qualidade das tâmaras, mas também pelo seu
efeito de resfriamento que aumenta a atividade das raízes, economizando uma quantidade
considerável de água, reduzindo a evaporação e o controle de ervas daninhas.
Desvantagens:
-Pode abrigar pragas, doenças, roedores e outros animais nocivos
Figura 87. Enrelvamento com gramínea entre as fileiras de tamareiras. Foto: Rashid Al-
Yahyai (2018).
Figura 88. Controle de plantas daninhas em pomares de tamareira com o pastoreio ovino.
Foto: Marianna Merritt (2021).
DOENÇAS E PRAGAS
1. Doenças.
É uma doença que, embora geralmente não cause danos graves, em certas situações pode
até causar a morte da planta.
Controle.
-Em plantas adultas recomenda-se remover as folhas velhas por meio de uma poda
sanitária que favoreça a aeração da copa.
-O manejo cuidadoso das plantas é recomendado para reduzir as feridas que favorecem a
infecção deste fungo.
-Elimine os restos de plantas infectadas, pois nelas se formam facilmente conídios que
podem disseminar a doença.
-O combate químico centra-se em tratamentos para a parte aérea à base de: Benomyl,
Carbendazime ou Propiconazol.
Doença de Bayoud. O nome bayoud vem da palavra árabe, "abiadh", que significa
branco, que se refere ao branqueamento das folhas das palmeiras doentes (Figura 89).
Esta doença foi relatada pela primeira vez em 1870 em Zagora-Marrocos. Em 1940, já
havia afetado várias plantações de tâmaras e, após um século, a doença afetou
praticamente todos os palmeirais marroquinos, bem como os do Saara argelino ocidental
e central (KILLIAN; MAIRE, 1930; TOUTAIN, 1967).
C a p í t u l o I | 188
Figura 89. a) Os sintomas de Bayoud aparecem em uma ou mais folhas da copa do meio
e b) Os sintomas de Bayoud avançam para a copa central. Fotos: A. Zaid et al. (2002).
A doença de Bayoud causa danos consideráveis que às vezes podem assumir proporções
espetaculares quando a doença apresenta seu aspecto epidêmico violento. Bayoud
destruiu em um século mais de doze milhões de palmeiras no Marrocos e três milhões na
Argélia. Bayoud destruiu as variedades mais conhecidas do mundo que são suscetíveis à
doença e particularmente aquelas que produzem frutas de alta qualidade e quantidade
(Medjool, Deglet Nour, BouFegouss). Também acelerou o fenômeno da desertificação.
O resultado é um influxo de agricultores que abandonaram suas terras e se mudaram para
grandes centros urbanos.
Após um lado ter sido afetado, o clareamento começa no outro lado, progredindo desta
vez na direção oposta do topo da folha para a base.
Uma mancha marrom aparece longitudinalmente na face dorsal da raque e avança da base
até a ponta da folhagem, correspondendo à passagem do micélio nos feixes vasculares da
raque. Depois, a folhagem apresenta um arco característico, semelhante a uma pena
molhada e pende ao longo do tronco. Este processo de branqueamento e morte dos
folíolos pode levar de alguns dias a várias semanas.
A mesma sucessão de sintomas começa então a aparecer nas folhas adjacentes. A doença
avança inelutavelmente e a palmeira morre quando o broto terminal é afetado. A palma
pode morrer a qualquer momento de várias semanas a vários meses após o aparecimento
dos primeiros sintomas. A rápida evolução dos sintomas depende principalmente das
condições de plantio e da variedade.
Sintomas internos: Uns pequenos números de raízes infectadas pela doença, de cor
avermelhada, são revelados quando uma palmeira afetada é arrancada. As manchas são
grandes e numerosas em direção à base do estipe. À medida que avançam em direção às
partes superiores da palma, os feixes condutores coloridos se separam e seu caminho
complicado dentro dos tecidos saudáveis pode ser seguido.
As folhas das palmeiras que manifestam sintomas externos exibem uma cor marrom
avermelhada quando cortadas, mostrando os feixes condutores altamente coloridos. Há,
portanto, uma continuidade de sintomas vasculares que vão desde as raízes da palmeira
até as pontas das folhas da palmeira. A observação dos sintomas é necessária para
reconhecer o bayoud, mas para identificar esta doença com certeza, as amostras das
frondes afetadas devem ser analisadas por um laboratório especializado.
Controle químico. O tratamento do solo desse tipo de doença está destinado, a priori, ao
fracasso e, portanto, deve ser evitado. O controle químico pode, no entanto, ser viável no
caso da descoberta de fontes primárias de infecção em uma área saudável. Neste caso, as
técnicas de erradicação devem ser usadas: as palmeiras são desenraizadas e incineradas
no local. O solo é então tratado com brometo de metila ou cloropicrina e a área fechada
com replantio proibido até novo aviso.
Controle cultural. Como os fatores que favorecem o alto rendimento das tamareiras
(irrigação, fertilização, etc.) são os mesmos que favorecem o crescimento do fungo, as
técnicas culturais não são aconselhadas. No entanto, uma redução significativa na
quantidade de irrigação pode retardar o avanço da infecção, ou seja, interrompendo a
irrigação entre os meses de maio e outubro, durante a estação quente no Hemisfério Norte
(PEREAU-LEROY, 1958).
escuras a pretas, duras, carbonáceas e, como massa, conferem aos pecíolos, ramos e talos
de frutos uma aparência chamuscada, semelhante a carvão (Figura 90a, b)
A deterioração é mais grave quando ataca o botão terminal e o bulbo levando à morte da
palmeira. Algumas palmeiras se recuperam, provavelmente pelo desenvolvimento de um
broto lateral das porções não lesadas do tecido meristemático. Essas palmas mostram uma
curva característica na região da infecção. É por isso que é chamado de Medjnoon. Eles
atrasaram o crescimento normal em vários anos. As variedades Medjool e Barhee também
são suscetíveis à doença.
sulfato de cobre, diclona, tiram ou qualquer novo fungicida à base de cobre. Sob um
ataque severo, as palmas afetadas devem ser removidas e queimadas.
Mancha de folha marrom. A mancha foliar marrom, assim como outras doenças comuns
da tamareira, também foi observada no Norte da África e no Oriente Médio (RIEUF,
1968). As lesões escuras são claramente delimitadas nas folhas verdes, e nas folhas mortas
a margem da lesão permanece avermelhada/marrom à medida que o centro fica pálido.
As lesões também ocorrem na raque, folíolo e espinhos (Figuras 91a, b, c). A mancha
marrom da folha é causada por Mycosphaerella tassiana (De Not) Johns.
Figura 91. Mancha marrom causada por Mycosphaerella tassiana (De Note) John em
três diferentes estágios de ataque: cedo, médio e tardio. Fotos: A. Zaid et al. (2002).
Doença de diplodia. A doença de Diplodia, causada por Diplodia phoenicum (Sacc), foi
registrada em 20 variedades de tâmaras em todo o mundo, embora pareça ser mais comum
em Deglet Nour. Os sintomas são graves nos rebentos radiculares e são caracterizados
pela morte, enquanto ainda estão presos à palmeira mãe ou depois de serem removidos e
plantados. O fungo pode infectar as folhas externas e finalmente matar as folhas mais
jovens e o broto terminal; ou a copa central pode ser infectada e morrer antes das folhas
C a p í t u l o I | 193
Figura 92. Fungo Diplodia phoencium associado a folhas de tamareira. Foto: El-Gariani
et al. (2007).
Nas folhas de palmeiras mais velhas, a porção média ventral dos caules é comumente
afetada, apresentando estrias marrom-amareladas, de 15 cm a mais de um metro de
comprimento, estendendo-se ao longo da base da folha e da raque. A parte superior das
folhas, no entanto, ainda pode parecer verde e não afetada.
Como o fungo geralmente entra na palma através de feridas feitas durante a poda ou corte
ao retirar os rebentos, uma precaução é desinfetar todas as ferramentas e superfícies de
corte. Mergulhar ou pulverizar os rebentos com vários produtos químicos (benomil,
mistura de calda bordalesa, metiltiofanato, tiram e outros fungicidas à base de cobre)
mostrou-se eficaz contra a doença.
C a p í t u l o I | 194
Figura 93. Fungo Graphiola phoenicis associado a folhas de tamareira. Foto: El-Gariani
et al. (2007).
A vida normal de 6 a 8 anos das folhas das tamareiras será reduzida para 3 anos pela
doença de Graphiola e as folhas fortemente infectadas morrem prematuramente, o que
consequentemente reduz o rendimento da palmeira.
Doença de Khamedj. Khamedj ou Kerot inflorescência é uma doença grave que afeta a
maioria das áreas de cultivo de tâmaras do velho mundo. Causa danos em inflorescências
em palmeirais negligenciadas em regiões quentes e úmidas, ou em áreas com períodos
prolongados de chuva forte, 2 a 3 meses antes da emergência das espatas. A doença pode
reaparecer a cada ano na mesma palmeira com a mesma intensidade e estima-se que, em
casos graves, sejam perdidos de 30 a 40 kg de frutos anualmente (CHABROLIN, 1928).
A doença é causada pela Mauginiella scattae Cav., que é sempre encontrada em estado
puro nos tecidos afetados (Figura 94). No entanto, Fusarium moniliforme e Thielaviopsis
paradoxa raramente podem causar apodrecimento da inflorescência.
C a p í t u l o I | 196
O primeiro sintoma visível da doença aparece na superfície externa das espatas fechadas
e apresenta-se na forma de uma área acastanhada ou cor de ferrugem. É mais aparente na
face interna da espata, onde o fungo já começou a infectar a inflorescência. Quando as
espatas infectadas se dividem, elas revelam a destruição parcial ou completa das flores e
dos fios. Espatas severamente danificadas podem permanecer fechadas e seu conteúdo
interno pode ser completamente infectado. As inflorescências tornam-se secas e cobertas
de frutificação pulverulenta do fungo.
A transmissão da doença de uma palma para outra ocorre pela contaminação das
inflorescências masculinas durante o período de polinização. A infecção da inflorescência
jovem ocorre precocemente e acontece quando a espata ainda está escondida nas bases
das folhas. O fungo penetra diretamente na espata e depois atinge as inflorescências onde
o fungo esporula abundantemente.
C a p í t u l o I | 197
Duas espécies de Omphalia (O. tralucida Bliss e O. pigmentata Bliss) causam a doença
e são amplamente disseminadas em plantações de tâmaras de Coachella Valley, CA-EUA
e em Kankossa (Mauritânia) (DJERBI, 1983).
Doença de Belaat. A doença de Belâat foi relatada por vários autores e de vários países
do Norte da África (Argélia, Marrocos, Tunísia, etc.) (MAIRE, 1935; MONCIERO,
1947; CALCAT, 1959; TOUTAIN, 1967). Todo o aglomerado de frondes jovens vão
C a p í t u l o I | 198
clarear e morrer como resultado do ataque, seguido pela infecção e morte do broto
terminal (Figura 95). Acompanhada por organismos secundários, a infecção irá progredir
para baixo no tronco como uma forma cônica de coração úmido, liberando um odor de
fermentação acética e butírica.
Figura 95. Uma tamareira adulta com o ápice terminal totalmente morto destruído pela
doença de Belaat. Foto: A. Zaid et al. (2002).
2. Pragas
Figura 96. Traça de amêndoa [Ephestia cautella (Walker)]. Foto: Russell IPM.
casulo de seda. Os adultos são ativos durante o início da noite e permanecem em áreas
protegidas sombreadas durante o dia (CARPENTER; ELMER, 1978). A presença de
larvas em frutos caídos auxilia no desenvolvimento da praga durante todo o ano sem a
necessidade de hospedeiros alternativos. A fêmea põe cerca de 100–200 ovos na
superfície das tâmaras, que incubam em 3–4 dias a 30 ◦C; o período larval e pupal é de
51 a 61 dias. Frutos maduros são atacados tanto no solo quanto em cachos nas palmeiras.
As perdas por esta praga podem chegar a 50%. As larvas podem ser encontradas o ano
todo na plantação de tâmaras, em frutos caídos e em decomposição; enquanto que frutos
em cachos são atacados somente após o amadurecimento (KEHAT et al., 1969).
Figura 98. Besouros de seiva, também conhecidos como Nitidulidae, são uma família
de besouros. Foto: Wikipedia.
Traça da farinha indiana [Plodia interpunctella (Hubn)]. A traça da farinha é uma das
pragas mais importantes de tâmaras armazenadas em todo o mundo. O inseto adulto tem
cerca de 1 cm de comprimento, a metade externa da asa anterior é marrom avermelhada
com manchas escuras e a parte interna é cinza com uma faixa cor de cobre separando as
duas áreas (Figura 99). Os ovos são depositados na pele das tâmaras; a fêmea põe uma
média de 170 ovos, que eclodem em 4 a 20 dias, o período larval é de 3 a 4 semanas e o
período de pupa é de 2 a 3 semanas (HUSSAIN, 1974). A larva totalmente crescida pode
atingir 13 mm e empupar entre tâmaras em cachos; a pupa tem cerca de 9 mm de
comprimento. As larvas entram no fruto da tâmara através de qualquer lesão na superfície,
ou na extremidade do cálice do fruto, ou perfuram o fruto intacto. Preferem os frutos
maduros e mais secos e inclusive atacam as tâmaras duras ou sementes (CARPENTER;
ELMER, 1978). O ciclo de vida varia de 36 dias no verão a 5 meses no inverno.
C a p í t u l o I | 202
Figura 99. Traça da farinha indiana adulta (Plodia interpunctella (Hubn). Foto: John
Obermeyer
Figura 101. Besouro de grão serrado ([Oryzaephilus surinamensis (L.)]. Foto: John
Obermeyer.
Esta praga está localizada na base das folhas tenras e adultas, sempre em áreas profundas
e abrigadas da luz. Também se localizam na base da folha que, ao ser cortada, permanece
no tronco, na área úmida. Não causa a morte da planta, embora possa enfraquecê-la ou
secar algumas de suas folhas.
Controle.
Escama branca. A escama branca, causada por Parlatoria blanchardii Targ., está
amplamente presente na maioria das áreas de cultivo de tamareiras do mundo, exceto nos
EUA, onde foi erradicada em 1936, e em alguns países do Hemisfério Sul (Namíbia e
RSA). É considerada uma praga séria na Argélia, Kuwait, Líbia, Mauritânia, Marrocos e
Tunísia. Iraque, Omã, Arábia Saudita e Sudão consideram esta praga moderada, enquanto
Egito, Jordânia, Emirados Árabes Unidos e Iêmen a consideram uma praga de pouca
importância.
O dano por escama branca é muito grave em palmeiras jovens entre dois e oito anos de
idade, mas mesmo sob ataques severos, a palmeira e seus ramos não morrem. Ninfas e
adultos sugam a seiva do folíolo, nervura central e das tâmaras. Sob cada escama, uma
C a p í t u l o I | 206
área descolorida aparece no folíolo. A forte infestação faz com que os folíolos fiquem
amarelos e contribua para a morte prematura das folhas (Figura 104).
Figura 104. Cobertura total da folha da palmeira e raque pela Escama branca (Parlatoria
blanchardi Target). Foto: A. Zaid et al. (2002).
Controle.
Os sintomas se manifestam com torção das folhas mais externas do nervo central que
adquirem uma cor palha ou caem.
Controle.
-Efetuar o monitoramento do voo dos adultos e confirmar sua presença por meio de
armadilhas com atrativos sintéticos (feromônios de agregação e sinergistas vegetais ou
cairomônios).
Controle.
Controle.
Desses insetos, as brocas do milho causam os maiores danos. Eles atacam os frutos
maduros tanto na palmeira antes da colheita quanto durante o armazenamento em
mercadorias expostas a venda ou armazéns. O desenvolvimento de insetos durante o
armazenamento é favorecido por uma alta taxa inicial de infestação antes do
armazenamento (ovos), alta temperatura e umidade do ar de armazenamento e alto nível
de umidade das tâmaras. As tâmaras, portanto, sofrem danos muito significativos das
lagartas. A estimativa de danos aos campos na maturidade antes da colheita está entre 1
e 4%, mas o dano real aos locais de armazenamento é 10 vezes maior (de 30% a 40% de
perdas entre as culturas de tâmaras no Marrocos). O dano da tâmara é o resultado da
alimentação das larvas em desenvolvimento dentro da fruta, deixando um resíduo de
“frass” (fezes) e teias.
frutose são os principais açúcares. O açucaramento, se não muito severo, pode ser
reduzido pelo aquecimento suave das tâmaras afetadas (RYGG, 1975; YAHIA 2004).
A deterioração microbiana pode ser causada por leveduras (mais importante em tâmaras),
fungos e bactérias. Espécies de leveduras de Zygosaccharomyces são mais tolerantes ao
alto teor de açúcar do que outras encontradas em tâmaras. As tâmaras infectadas com
leveduras fermentam e desenvolvem um odor alcoólico. As bactérias Acetobacter podem
converter o álcool em ácido acético (vinagre) resultando em azedamento de tâmaras
(devido ao acúmulo de etanol e/ou ácido acético) com teor de umidade acima de 25%
quando mantidas em temperaturas acima de 20 ◦C e sua gravidade aumenta com a duração
e temperatura de armazenamento. O armazenamento a baixas temperaturas reduz a
incidência e a gravidade do azedamento. Os fungos (Aspergillus, Alternaria e Penicillium
spp.) podem crescer em tâmaras de alta umidade, especialmente quando colhidos após
chuva ou período de alta umidade. O crescimento de Aspergillus flavus em tâmaras pode
resultar em contaminação por aflatoxinas, o que as torna inseguras para consumo humano
e não comercializáveis (TAFTI; FOOLADI, 2005; YAHIA, 2004; YAHIA; KADER,
2011).
REMOÇÃO DE CACHOS
Uma prática regular é a remoção de cachos inteiros quando seu número por palma é muito
alto (Figura 109). Uma tamareira adulta pode produzir 20 ou mais cachos de frutos. De
fato, se o número de cachos de frutos por palmeira não for reduzido a um nível adequado,
a produção do próximo ano será baixa e, consequentemente, um fenômeno de alternância
se estabelece.
C a p í t u l o I | 212
Figura 109. Remoção de cachos inteiros quando seu número por palma é elevado. Foto:
Rashid Al-Yahyai (2018).
O número de cachos de frutos para uma palmeira transportar com segurança depende de
sua idade, tamanho, vigor, variedade e do número de folhas verdes boas que ela carrega:
Nenhuma produção de frutos nos primeiros três anos (nessa idade, o crescimento é mais
importante que a produção de frutos até que a palma esteja bem estabelecida); um ou dois
cachos por planta no quarto ano, três ou quatro cachos no quinto ano e assim por diante.
Uma palmeira Deglet Nour adulta, podada de 100 a 120 folhas, é capaz de carregar
anualmente de 12 a 15 cachos de frutos moderadamente desbastados sem qualquer
fenômeno de alternância; a relação folha-cacho é de 8 a 9 folhas para cada cacho de fruto
(NIXON; CARPENTER, 1978). Resultados semelhantes foram obtidos com a cultivar
Zahdi no Iraque (HUSSAIN et al., 1984). Um produtor é aconselhado a levar em
consideração a variedade, o estado de suas palmeiras e as condições culturais existentes
antes de determinar qual proporção de cachos-folhas adotar.
Vale ressaltar que é uma operação complicada, pois o valor da folha para a palmeira
diminui com a idade e não há duas folhas com a mesma idade. Além disso, as folhas com
4 anos de idade são apenas cerca de 65 por cento tão eficientes na fotossíntese por unidade
de área, quanto as folhas com 1 ano de idade (NIXON; WEDDING, 1956). Em boas
condições culturais, uma folha pode sustentar a produção de 1 a 1,5 kg de tâmaras.
Independentemente da relação folha-cacho, vários fatores podem afetar a produção de
frutos: ou seja, falta de adubação e irrigação insuficiente, o que pode reduzir o número de
cachos de flores e limitar a capacidade de suporte da palmeira.
dessas colunas e multiplicar por 13. Segundo Nixon e Carpenter (1978) e para permitir
sequenciar as podas irregulares na base, as contagens poderiam ser feitas em lados
opostos e divididas por dois (Figura 110).
O número de folhas de cada palmeira foi contado para avaliar a densidade das folhas. Este
foi um indicador muito importante, pois uma grande quantidade de folhas pode
representar um obstáculo para alcançar os cachos em diferentes posições e alturas. Por
isso, foram definidas três classes de densidade principais:
C a p í t u l o I | 215
-120 folhas: Alta densidade da fronde. Os cachos estão completamente cobertos pela
folhagem e é difícil alcançá-los (Figura 111.a).
-100 folhas: Densidade média da folhagem. Os cachos ainda estão dentro da fronde, mas
é muito mais fácil alcançá-los (Figura 111.b).
-90 folhas: Baixa densidade da folhagem. Poucos cachos estão completamente fora da
fronde e todos eles são facilmente alcançáveis (Figura 111.c).
Figura 111.a.b.c. Densidade da folhagem 120 folhas (esquerda), 100 folhas (centro) e 90
folhas (direita).
A amarração pode ser feita com folíolos torcidos da palmeira, com corda ou com barbante
(Figura 112). Também previne danos causados por cicatrizes e quebra dos frutos durante
ventos fortes, e diminui o risco posterior de quebra do pedúnculo, sustentando o cacho à
medida que o peso aumenta (NIXON; CARPENTER, 1978).
C a p í t u l o I | 216
Figura 112. Suporte de cachos com barbante. Foto: Klein e De Wet (2002).
Após a estação de polinização, alguns dos cachos menores e posteriores nem sempre têm
idade suficiente para serem amarrados quando os cachos anteriores e maiores estão
prontos para tal operação, e podem ser amarrados 3 a 4 semanas depois. Em geral, o
pedúnculo cresce rapidamente durante as primeiras semanas após a polinização e mostra
flexibilidade e alta capacidade de flexão. Quando o alongamento cessa, é de se esperar a
quebra e a perda óbvia do pedúnculo (Figura 113). Normalmente, o cacho não precisa de
suporte até que o fruto atinja cerca de 3/4 do seu tamanho total. Quando o cacho de frutos
amadurece, pode facilmente atingir um peso de 35 kg ou mais. Vale ressaltar que o
manejo do cacho das variedades de tâmaras moles deve receber mais atenção do que o
das variedades de tâmaras secas.
C a p í t u l o I | 217
Figura 113. Quebra do pedúnculo do cacho quando não tem usado suporte do cacho.
Foto: Klein e De Wet (2002).
Com as palmeiras jovens, os cachos são mantidos fora do solo, prendendo o talo da fruta
em uma extremidade de uma estaca de madeira (em forma de garfo, chamada de poste)
(Figura 114).
Figure 114. Suporte de cachos em uma tamareira jovem usando uma estaca de madeira
em forma de garfo. Foto: Klein e De Wet (2002).
C a p í t u l o I | 218
PODA DE FOLHAS
Figure 115. Ferramenta pneumática utilizada para poda de folhas e colheita de cachos de
frutos. Foto: Klein e De Wet (2002).
A poda é desejável para melhorar a qualidade dos frutos da tâmara e também aumentar a
capacidade de suporte. De fato, quando muitas folhas (até 180 folhas/palmeira não
podadas por 5 a 6 anos) são retidas e atingem abaixo do nível dos cachos de frutos, uma
alta porcentagem de frutos afetados com lesão e ponta preta e de frutos nos graus secos é
obtida. A lesão, que ocorre durante o meio do verão, é aumentada pela alta umidade
relativa causada pelas folhas mais baixas. Além disso, essas bases de folhas inferiores
provavelmente competem com os frutos e criam locais favoráveis para doenças e pragas
C a p í t u l o I | 219
(Figura 116). A remoção das folhas até o ponto em que as extremidades inferiores da
maioria dos cachos de frutas estão expostas é altamente recomendada para palmeiras
adultas em plena produção.
Figura 116. a) Poda não adequada do tronco de tamareira coberto com bases lenhosas e
extensas de folhagens (frondes) pode servir de abrigo de pragas e doenças; e b) Poda
correta do tronco de tamareira coberto com cicatrizes da bainha das folhas. Fotos: S.
Jedraszek, Universidade de Gdansk; M. Z. Paszke.
A poda é praticada principalmente após a colheita dos frutos. A poda também pode ser
realizada em qualquer momento conveniente entre a colheita e a floração (recomenda-se
o período de desbaste) e devido à maior facilidade no corte, é desejável retirá-los antes
que as bases fiquem duras e secas. As folhas secas, velhas penduradas e murchas ou
doentes são cortadas junto com os rebentos supérfluos ou caulinares. A poda das folhas
também pode ser sincronizada com a amarração dos cachos ou com o ensacamento.
Recomenda-se que as folhas ainda verdes não sejam podadas para aproveitar ao máximo
C a p í t u l o I | 220
Durante a operação de poda, os ramos indesejados também devem ser removidos para
promover o crescimento daqueles que são retidos na palmeira para propagação, para
facilitar o acesso à palmeira e promover o crescimento e o porte da palmeira-mãe. No
crescimento de ramificações muito densas, algumas das plantas pequenas podem ser
ventosas (ramos ladrões) em vez de rebentos verdadeiras e devem ser descartadas.
COBERTURAS DE CACHO
Proteção contra alta umidade e chuva. Em várias áreas de cultivo de tâmaras (EUA,
Argélia, Tunísia, etc. no Hemisfério Norte; e na Namíbia, RSA no Hemisfério Sul), a
chuva pode coincidir com a estação de amadurecimento e, consequentemente, causar
severa perda de frutos. Um papel artesanal resistente marrom claro é usado nos EUA para
cobrir e fornecer boa proteção ao cacho durante a estação de amadurecimento (Figura
117).
C a p í t u l o I | 221
Figura 117. Unidade de proteção feita de papel craft para evitar danos causados pela
chuva nos cachos de frutas (EUA).
A proteção é aplicada aos cachos no estágio final do Kimri. As capas de papel, enroladas
ao redor do cacho e amarradas ao cacho, podem ser usadas em combinação com um
programa de pesticidas, porque a parte inferior do cacho não é coberta. Cobrir os cachos
muito cedo pode levar à queimadura solar dos frutos jovens externos, uma vez que a
cobertura é removida.
Nas variedades como Khadrawy e Hallawy, as quais têm uma copa relativamente aberta,
descobriu-se que as capas de papel branco causam menos queimaduras solares do que as
capas de papel marrom. Os cachos de Medjool são geralmente protegidos com um saco
leve de algodão branco, cuja parte superior é à prova d'água. Os sacos de plástico devem
ser evitados por causa de queimaduras solares e danos causados pelo calor à fruta, bem
como acúmulo de umidade.
O clima úmido resultante da umidade muito alta e/ou da chuva produzirá vários níveis de
danos, dependendo do estágio de amadurecimento do fruto:
C a p í t u l o I | 222
Na cor Khalal (amarelo a vermelho), quando não ocorre a lesão, a água produzirá quebras
ou rachaduras mais profundas e mais longas (fenômeno de divisão) na pele e na polpa
abaixo. Além disso, o clima úmido durante o estágio Khalal também favorece o ataque
de vários fungos, causando séria deterioração por podridão.
No estágio de Rutab, a umidade não causa mais ruptura da casca, mas a fruta absorve a
umidade e fica pegajosa, menos atraente e mais difícil de manusear. O alto teor de
umidade da fruta resultará em fermentação e azedamento que muitas vezes resulta em
grandes perdas.
No estágio de Tamar, a alta umidade e chuva causam poucos danos ao fruto, exceto
quando é negligenciado. O momento da proteção do cacho da chuva geralmente é quando
a fruta começa a adquirir sua cor Khalal. Uma cobertura precoce aumentará a lesão e a
ponta preta, porque reduz a ventilação dentro do cacho. Embora os frutos escapem de
danos por molhamento real, porém os danos por umidade excessiva aumentam.
Proteção contra pássaros. Aves de várias espécies causam danos severos comendo o
fruto durante o estágio de Rutab (Figura 118). Quando houver perigo de danos graves de
aves, os sacos de papel, que evolvem os cachos, também devem ser protegidos por baixo
com uma boa qualidade de pano poroso ou rede que exclua pássaros e insetos, mas ao
mesmo tempo não interfira seriamente na ventilação da fruta.
C a p í t u l o I | 223
Figura 118. Um cacho de frutas não protegido mostrando os danos causados pelas aves.
Foto: Klein e De Wet (2002).
Proteção contra insetos. Os sacos retêm os frutos e fornecem alguma proteção contra
pássaros, mas não impedem os insetos que infestam os frutos (CARPENTER, 1981). A
menos que apenas a fruta Khalal seja colhida, os insetos podem danificar mais de 50%
da fruta no estágio Rutab. As tâmaras armazenadas dessas palmeiras mostrarão grande
infestação por insetos vivos e mortos.
A exclusão física da maioria dos insetos pelo uso de sacos de tela é uma medida prática
usada em várias localidades do Oriente Médio (CARPENTER, 1975). Mariposas e outros
insetos maiores que besouros frutíferos (Nitidulidae) são excluídos. Os sacos são de tela
flexível de malha 18 × 20 ou rede de sombreamento (recomenda-se 80%) e têm 1,0 a 1,5
m2, dependendo do tamanho do cacho a ser coberto (Figura 119). Está intimamente ligado
ao pedúnculo para garantir que a água da chuva não entre e também para evitar que seja
levada pelo vento. O melhor momento de sua colocação é o estágio Kimri do meio para
o final.
Figura 119. Sacos de rede de sombra usados para proteger os frutos de tâmaras do ataque
de pássaros e insetos (Direita: 60% e esquerda 80%). Foto: Klein e De Wet (2002).
C a p í t u l o I | 225
Além disso, as sacolas eliminam a necessidade de agrotóxicos nas frutas e, assim, mantêm
o controle biológico da cochonilha Parlatoria e de outros insetos.
Embora aumente o tamanho e a qualidade dos frutos, o raleio de cachos e frutos não é
comumente praticado, exceto em raros casos em que a palmeira tem mais de 20 cachos.
(AIT-OUBAHOU; YAHIA, 1999). É essencial garantir uma floração adequada no ano
seguinte, reduzir ou prevenir o fenômeno de produção alternada, melhorar a qualidade
dos frutos, promover o amadurecimento dos frutos e reduzir a compactação dos cachos
de frutos. O desbaste pode ser feito manualmente ou com o uso de reguladores de
crescimento. O desbaste manual é mais comum e envolve a retirada de alguns cachos e/ou
alguns filamentos de cada cacho e/ou encurtamento do comprimento dos fios. No entanto,
a retirada de alguns frutos de cada filamento ou espigueta é o melhor método de raleio de
frutos, embora muito caro. O método mais fácil de desbaste de frutos é remover várias
espatas ou inflorescências e equilibrar o número de cachos com o número de folhas verdes
na árvore (RYGG, 1975). Vários reguladores de crescimento têm sido usados como
agentes raleantes na tamareira, como as auxinas (ácido naftaleno acético (NAA), ácido
2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D) e o composto liberador de etileno, ethefon, mas com
resultados variáveis, e, portanto, o raleio manual de frutas ainda é a prática amplamente
utilizada (RYGG, 1975; NIXON; CARPENTER, 1978).
(ii) redução do número de fios por cacho (principalmente da parte central do cacho); e
(iii) redução do número de frutos por fio (desbaste do cacho; retirada de uma proporção
de cada cacho).
(ii) quanto mais cedo for feito o desbaste, mais eficaz será no aumento do tamanho;
(iii) cachos grandes combinados com clima úmido resultarão em podridão e azedamento
dos frutos;
(iv) seja qual for a técnica adaptada, todos os cachos devem ser desbastados
uniformemente para obter tamanho e qualidade uniformes.
Segundo Nixon (1966), o raleio dos frutos nos cachos da variedade Deglet Nour e outras
variedades de filamentos longos é praticado de forma diferente, dependendo da natureza
dos cachos de cada variedade.
Figura 120. Raleio com remoção do terço inferior do cacho. Foto: Zaid; De Wet (2002)
2-.Remoção de fios centrais inteiros para reduzir o número de fios no cacho de um terço
para cerca de metade em cachos muito grandes (Figura 121). O número total de fios deve
ser contado para determinar quantos devem ser cortados do centro. Os fios externos
inteiros nunca devem ser removidos porque o talo da fruta pode morrer.
C a p í t u l o I | 230
Figura 121. Raleio com remoção de fios centrais inteiros. Foto: Zaid; De Wet (2002).
Em geral, o raleio dos cachos não é inferior à metade e não é superior a três quartos do
número total de frutos. Para a maioria das variedades, geralmente é desejável reduzir o
número de fios por cacho e o número de frutos por fio. No entanto, qualquer método de
redução do número de frutos por cacho aumentará o tamanho e o peso e, até certo ponto
(5 a 10 %) melhorará a qualidade; além disso, não há correlação positiva entre os pesos
dos frutos e sementes entre todos os experimentos de raleio, indicando que o aumento do
peso é devido ao aumento do peso da polpa, mas o desbaste pesado aumentará a
suscetibilidade à lesão, o que reduzirá o teor.
Essas variedades têm fios mais curtos, mas são mais numerosos que o Deglet Nour.
Consequentemente, seu desbaste deve se concentrar na remoção de fios centrais inteiros
e menos deve ser cortado das pontas dos fios. A remoção de um décimo a um sexto das
pontas dos fios, juntamente com o corte de cerca de metade do número total de fios do
centro do cacho, deu resultados muito satisfatórios. De acordo com Russel (1931), o
número de fios nas variedades Hallaway e Khadrawy deve ser restrito a 40 a 60 de 80 a
100 fios removendo os internos, e o comprimento dos fios deve ser de 35 a 45 cm de
comprimento cortando as extremidades 7-10 cm. Cada fio carregará 20 frutas (800 –
1.200 frutas em cada cacho).
por cacho com peso médio de 20 g por fruto. Uma palmeira adulta com 10 a 12 cachos
produzirá 60 a 72 kg de tâmaras Medjool de alta qualidade.
Figura 122. Dez frutos de tâmara por espigueta da variedade Medjool no estágio
Kimri.
C a p í t u l o I | 233
PRODUTIVIDADE
De acordo com Barreveld (1993) e Nixon; Carpenter (1978), a tamareira produz cerca de
40 kg de frutos anualmente, com rendimentos de mais de 100 kg possíveis com manejo
intensivo. Quando cultivadas com baixos níveis de insumos e má gestão ou manejo, as
palmeiras podem produzir 20 kg ou menos de frutos anualmente. As plantas fêmeas
começam a produzir tâmaras aos 4 a 6 anos de idade e atingem a produção total dentro de
15 a 20 anos. A vida econômica média de um pomar de tâmaras é de 40 a 50 anos, mas
alguns são produtivos até 150 anos.
Também as Palmeiras Medjool são muito populares para paisagismo por causa de sua
aparência real e dossel completo. As tamareiras Medjool têm um dossel maior e mais
denso quando comparado ao Deglet Noor, que possui um dossel mais esparso e aberto
com menos folhas. As palmeiras Medjool e Zahidi são as mais semelhantes na aparência
com bela folhagem verde prateada.
A tâmara é polinizada pelo vento de forma natural, mas a polinização por insetos também
é possível. Comercialmente, poucas árvores masculinas são cultivadas em pomares de
tâmaras, e o pólen é coletado para a polinização artificial que é fundamental para o
sucesso da produção. A polinização artificial tem sido praticada no Norte da África e no
Oriente Médio há milhares de anos. A polinização de 60% a 80% das flores femininas
resulta em frutificação eficiente. As cultivares diferem muito em sua porcentagem de
frutificação. A incompatibilidade ou incompatibilidade parcial entre diferentes cultivares
femininas e masculinas é comum, mas não é bem compreendida. Apenas um óvulo por
flor é fertilizado, produzindo um único fruto (NIXON; CARPENTER, 1978; ZAID; DE
WET, 2002c).
Diferentes fontes de pólen podem influenciar o tamanho e a forma das sementes (efeito
‘‘xenia’’). O pólen também pode ter um efeito “metaxenia”, influenciando o tecido fora
do embrião e endosperma (NIXON, 1934, 1936; REUVENI, 1986). Como exemplo de
efeitos metaxênicos em tamareiras, Nixon (1934) relatou que 'Fard No. 4' produzia
consistentemente frutas mais precoce, porém menores do que a média de todas as fontes
de pólen estudadas, enquanto 'Mesquita' produzia consistentemente frutas maiores,
C a p í t u l o I | 237
todavia mais tardias do que a média. A polinização com pólen de diferentes espécies de
Phoenix também exibiu efeitos metaxênicos (NIXON, 1936). Embora efeitos
semelhantes tenham sido relatados em vários outros países, em alguns casos nenhum
efeito observável foi relatado de polinizações com pólen de diferentes machos testados.
Isso tem sido atribuído ao fato de que os efeitos metaxênicos são menos pronunciados
quando as condições climáticas são favoráveis (ou seja, unidades de calor mais altas) ou
a possibilidade de que os machos específicos testados não produzam efeitos metaxênicos
(REUVENI et al., 1986).
Após a polinização, os cachos são frequentemente amarrados aos pedúnculos das folhas
para suportar o peso do fruto. O desbaste de frutas às vezes é praticado no cultivo de
tâmaras. O desbaste de frutos é usado para diminuir a produção alternada ou rolamento,
aumentar o tamanho dos frutos, melhorar a qualidade dos frutos, antecipar o
amadurecimento dos frutos e facilitar o manejo do cacho. O raleio de frutos pode ser
realizado de três maneiras: remoção de cachos inteiros, redução do número de fios por
cacho e redução do número de frutos por fio. Cultivar, clima e práticas culturais
influenciam os níveis apropriados de raleio (desbaste) dos frutos. Os cachos de tâmaras
são geralmente cobertos (ensacados) nos Estados Unidos com papel Kraft de cor parda
(tonalidade de madeira), papel branco ou sacos de malha de algodão ou nylon. O
ensacamento pode proteger os cachos de frutas da alta umidade e da chuva, minimizar os
danos causados pelas queimaduras solares e diminuir as perdas das aves (NIXON;
CARPENTER, 1978; ZAID; DE WET, 2002c).
Clone comercial. A Palmeira Medjool é uma palmeira fêmea e pode iniciar a produção
de tâmaras mais cedo do que as mudas seminais ou cultura de tecidos, cerca de 7 anos
dependendo da idade da Palmeira Medjool transplantada. Mesmo que a Palmeira Medjool
seja uma planta do deserto, ela pode sobreviver a um ambiente muito variado. Em um dos
maiores pomares de palmeiras Medjool na Califórnia, nos arredores de Yuma, AZ., os
trabalhadores usam escadas altas para subir nas palmeiras durante a colheita para colher
as tâmaras. As tâmaras Medjool dessa operação comercial de palmeiras são famosas pelo
delicioso sabor da tâmara Medjool, vendida por catálogos de correspondência no Natal.
A Palmeira Medjool é um pouco sensível a temperaturas frias, mas pode sobreviver a
geadas leves e congelamentos.
C a p í t u l o I I | 238
Capítulo II
PRÉ-COLHEITA
Após a polinização, o primeiro estágio Hababouk apresenta uma duração entre 1-6
semanas. O segundo estágio chamado Kimri, o fruto vai atingir entre às 6-16 semanas da
DP (data de polinização). Quando colhidas neste ponto, as tâmaras são pequenas, verdes,
com textura dura e não comestíveis. Além disso, elas não podem ser amadurecidas
artificialmente além de um estágio Khalal de baixa qualidade. No estágio Kimri, há um
rápido aumento no tamanho, peso e açúcares redutores; é o período de maior atividade
ácida, umidade (80%) e teor de taninos (SAWAYA et al., 1982; MYHARA et al., 1999).
O terceiro estágio, Khalal (Bisir), ocorre aproximadamente ente 17-20 semanas após a
polinização. A cor da tâmara é amarela ou vermelha da variedade Medjool, o teor de
sacarose aumenta, o teor de umidade diminui (60%), e os taninos começam a precipitar e
perder a adstringência; embora alguns consumidores os considerem ainda adstringentes
(Tabela 5.2).
No estágio Rutab (21-24 semanas após a polinização), a ponta do fruto começa a ficar
marrom, o peso diminui devido à perda de umidade (cerca de 35%), a sacarose é
parcialmente convertida em açúcar invertido (frutose e glicose), os taninos precipitam, a
pele fica marrom e os tecidos amolecem (AHMED et. al., 1995; IMAD; ABDUL
WAHAB, 1995).
tâmaras desde o estágio Kimri (6,2%) passando pelos estágios Khalal (26,6%) e Rutab
(45,2%), até o estágio Tamar (50,8%) e é dependente da variedade de tâmaras (AHMED;
AHMED, 1995). A glicose e a frutose também aumentam de 4,9 e 2,8%, respectivamente,
no estágio Kimri, para 13,1 e 11,8% no estágio Khalal, 21,4 e 19,4% no estágio Rutab
e 29,7 e 27,6% no estágio Tamar. O aumento da concentração de açúcares do estágio
Kimri para o estágio Tamar está relacionado à diminuição do teor de água das tâmaras
durante esses estágios. Os teores de proteína, gordura e cinzas diminuem durante o
amadurecimento de 5,6 a 2,3%, de 0,5 a 0,2% e de 3,7 a 1,7%, respectivamente (AL-
HOOTI et al., 1995). Além disso, a variação mineral não ocorre apenas entre espécies e
estágios de maturidade, mas também dentro de uma mesma variedade cultivada sob
diferentes condições agroclimáticas.
Figura 130. Ilustração representando a séries de mudanças metabólicas que ocorrem nas
tâmaras durante o processo de maturação. Fonte: Adaptado de El-Hadrami e Al-Khayr
(2012).
As tâmaras não são climatéricas com taxa de respiração relativamente baixa: <25 ml/kg/h
para tâmaras de estágio Khalal e <5ml CO2/kg/h para tâmaras de estágio Rutab e Tamar
mantidas a 20 ◦C. As taxas de respiração aumentam com maior teor de umidade e
temperaturas. A taxa de produção de etileno das tâmaras também é muito baixa a 20 ◦C,
ou seja, <0,5 -L/kg/h para o estágio Khalal e <0,1 -L/kg/h para as tâmaras Rutab e
Tamar (YAHIA, 2004).
C a p í t u l o I I | 246
Em relação à resposta ao etileno, foi relatado que não houve efeito da exposição das
tâmaras Barhee amarelas do estágio Khalal a 100 ppm de etileno por até 48 horas a 20
◦
C e 85–90% de umidade relativa. No entanto, as tâmaras do estágio Khalal podem
responder à ação do etileno em temperaturas mais altas (30–35 ◦C), as quais são mais
apropriadas para seu amadurecimento. As tâmaras de estágio Rutab e Tamar não são
influenciadas pela exposição ao etileno, mas podem absorver facilmente o aroma de
outros produtos. Assim, as tâmaras não devem ser armazenadas com alho, cebola, batata
ou outros produtos com odor forte (KADER; HUSSEIN, 2009).
Wad Khatib' e 'Mishrigi Wad Lagi' cultivadas em Cartum, Sudão, foi 2-3 vezes maior
pela injeção de 2 ml de ethrel (480 g /l a.v.) em uma fenda (orifício) feita no pedúnculo
em comparação com 1000 ppm de ethrel pulverizando sobre a fruta. No entanto,
especialmente em regiões quentes e áridas, a eficácia da pulverização de ethefon foi muito
baixa, mais variável e deu resultados imprevisíveis mesmo quando aplicados em alta
concentração (1000 ppm) (EL-HAMADY et al., 1993; AL-JUBURI et al., 2001). Além
disso, Rouhani e Bassiri (1977) descobriram com tâmaras Bisir ‘Shahani’ cultivadas no
Irã que um tratamento pós-colheita de imersão em etefon aumentou a taxa de respiração
e a acidez, mas afetou apenas ligeiramente o amadurecimento dos frutos, sugerindo que
outros fatores endógenos também controlam o amadurecimento. Aplicação pós-colheita
de vários compostos, por exemplo, NaCl, NaOH e ácido acético, também foram relatados
para acelerar o amadurecimento das tâmaras; no entanto, o sabor e a cor dos frutos eram
geralmente inferiores aos amadurecidos naturalmente na árvore (KALRA; JAWANDA,
1974; SHAMSHIRI; RAHEMI, 1999; Figura 131).
COLHEITA
Ou seja, a maioria das tâmaras são colhidas nos estádios Rutab (marrom-claro e macio)
e Tamar (marrom-escuro e macio, semi-seco ou seco) totalmente maduros, quando
apresentam altos teores de açúcares, menores teores de umidade e taninos
(desaparecimento de adstringência), e são mais suaves do que as tâmaras do estágio
Khalal (Figura 133).
Figura 133. Tâmaras da variedade Barhee colhidas no estágio Khalal (acima) e tâmaras
da variedade Deglet Noor colhidas no estágio Tamar (Tamr). Fonte: E.M. Yahia e A.A.
Kader (2011).
Uma série de mudanças físicas e químicas foram avaliadas como índices de maturidade
e colheita (YAHIA; KADER, 2011), incluindo o aumento de açúcares totais, sólidos
totais, mudanças de cor de verde para amarelo ou vermelho ou laranja ou roxo de acordo
com a cultivar, a rápida queda da firmeza dos frutos, a diminuição acentuada do teor de
umidade, o aumento dos açúcares redutores e a diminuição da sacarose, bem como a
diminuição da acidez e perda de taninos. A possibilidade de usar o aumento na produção
de etileno como um indicador fisiológico de maturidade em tâmaras de Hillawi também
foi avaliada, e os resultados mostraram que o aumento na produção de etileno começou
em 7-10 dias (dependendo do tipo de pólen parental usado na polinização às flores
femininas) antes do amadurecimento dos frutos (IBRAHIM, 1996).
1.Métodos de colheita
Na colheita manual, geralmente o acesso à copa da árvore é feito por meio de escalada ou
elevadores mecânicos. À medida que a palmeira cresce, a colheita das tâmaras torna-se
mais difícil, perigosa e mais cara. A colheita manual de tâmaras envolve o uso de escadas
de alumínio para palmeiras baixas e plataformas de colheita para palmeiras mais altas. As
escadas podem ser apoiadas na palmeira para facilitar a colheita ou vários tipos de
subidas, como escalada de árvore com cinto e plataforma elevatória autopropelida, são
usados para alçar os trabalhadores colhedores, visando facilitar a colheita. As frutas são
colocadas dentro de um balde e abaixadas até o solo, e então acondicionadas em caixotes
a granel e enviadas para o “packinghouse”.
-COLHEITA MANUAL
Figura 134. Colheita manual: as tâmaras maduras individuais são colhidas diretamente
dos cachos para o balde de plástico. Foto: Hamdi Taher Altaheri (2019).
C a p í t u l o I I | 252
As tâmaras colhidas também podem ser recolhidas num cesto adequado ligado ao
apanhador por uma corda que lhe permite descer suavemente com o cesto cheio apenas
auxiliado por um apanhador que escala a palmeira (Figura 135) ou através de uma grande
escada de alumínio (Figura 136).
Figura 135. Apanhador escalador recolhendo as tâmaras num cesto. Foto: Ahmed
Nourani e Francesco Garbati Pegna (2022).
b. Usando uma bolsa com manga. É uma bolsa de lona forte mantido aberta por uma
armação de metal estendida por uma manga comprida, transportada por um garfo de metal
com ganchos colocados em sua extremidade. O cacho é envolvido pela bolsa. Um
movimento de vai-e-vem transmitido ao garfo sacode o cacho e destaca as tâmaras
maduras. Estes últimos, recolhidos pela bolsa, são conduzidos pela manga comprida para
dentro de uma caixa (Figura 137). Este modo de colheita seletiva oferece vantagens, mas
só pode ser utilizado para cultivares com cachos suspensos (Figura 138). De qualquer
forma, a colheita da tâmara pode ser feita com alguns cuidados simples que podem trazer
bons resultados.
Figura 137. Bolsa coletora de manga comprida feito de tela de nylon instalada em cada
cacho durante a colheita para acumulação de frutos de tâmara, evitando seu contato com
o chão. Fotos: DESERT magazine (2017) Mona de Crinis
C a p í t u l o I I | 254
Figura 138. Colheita seletiva de tâmaras: Descida dos cachos em cesto e corda. Fonte:
Chabana & Al-Chariki (2000).
- Para variedades com maturação simultânea, os cachos devem ser cortados quando
totalmente maduros.
-Para tâmaras de qualidade média, os cachos devem ser cortados quando 75% dos frutos
atingirem a maturidade.
tâmaras mais macias podem ser danificadas pela colheita inadequada. A frequência da
colheita depende de vários fatores, como tipo de tâmara (mole, seco ou semi-seco),
condições climáticas, demandas do mercado, métodos de manuseio, custo do manuseio e
disponibilidade e custo com os catadores.
Para tâmaras de boa qualidade como Medjool e Boufeggous, o cacho pode ser ensacado
antes de ser cortado e depois enviado por corda para o chão abaixo da árvore coberto com
uma lona.
Figura 139. Colheita manual de tâmaras na Arábia Saudita (acima) e Egito (abaixo).
Fotos: Atef Elansari e Awad Hussein.
Mesmo que seja um encargo monetário adicional (essas práticas culturais aumentam os
custos de mão de obra), o ensacamento dos cachos com sacos de vários tipos (papel
especial, plástico, redes, etc.), tem efeitos benéficos na qualidade das tâmaras. Cachos de
C a p í t u l o I I | 256
tâmaras geralmente são cobertos (embalados) com papel kraft marrom, papel branco ou
sacos de malha de algodão ou nylon. Awad (2007) constatou que o uso de sacos de
polietileno preto e azul aumentou a taxa de amadurecimento dos frutos e elevou o
rendimento de Rutab por cacho. O ensacamento pode proteger os cachos de frutas da alta
umidade e chuva, minimizar os danos causados pelas queimaduras solares e diminuir as
perdas causadas pelas aves (NIXON E CARPENTER, 1978; ZAID; DE WET, 2002).
O ensacamento dos cachos também evita qualquer clima "sujo" para as tâmaras, tais
como: chuva e vento quente, seco e forte, o que pode evitar a fermentação das tâmaras, a
queda das tâmaras, os arranhões da pele, a quebra dos cachos, etc. Também promove o
crescimento de frutos jovens e permite várias vantagens no momento da maturação
(aparência homogénea, maturação agrupada, etc.) (Figuras 140 e 141).
Figura 140. Método tradicional de colheita de tâmaras. Fonte: Noé Ortiz-Uribe et al.
(2019).
C a p í t u l o I I | 257
Figura 141. Empacotamento de frutas ('cobertura de cacho') auxiliado por uma grua.
Além disso, o ensacamento de cachos de tâmaras com sacos de rede de malha muito fina
oferece um meio seguro de defesa contra pássaros e particularmente pardais, pois ambos
são as pragas de tâmaras durante este período. É muito justificado para variedades de
tâmaras de boa qualidade (Figura 142).
C a p í t u l o I I | 258
Figura 143. Corte do cacho de tâmaras com instrumento cortante (tipo foice pequena),
adaptado por um protetor no cabo da foice contra espinhos.
C a p í t u l o I I | 259
e) Coleta de tâmaras. Para a coleta de tâmaras, a extensão das lonas no solo diretamente
sob as palmeiras é uma melhoria trazida ao processo de colheita. As tâmaras bem maduras
que sempre caem dos cachos durante a operação (durante o corte e a descida do cacho)
caem sobre essas lonas. Estas lonas evitam a mancha das tâmaras em contacto com o solo.
São lonas especiais, feitas de lona resistente, dotadas de uma rebaixa para a locação da
caixa de coleta e equipadas nos cantos com alças de corda para facilitar o manuseio.
Figura 144. Caixa plástica para coleta, manuseio e transporte de tâmaras. Fonte: Chabana
& Al-Chariki (2000).
-COLHEITA MECÂNICA
Há uma tendência positiva que está forçando o cultivo de tâmaras a desenvolver novas
soluções para enfrentar os desafios da produção moderna: a pontualidade das práticas
agrícolas, o aumento dos custos da mão-de-obra, a escassez de mão-de-obra qualificada,
a fadiga e os riscos inerentes a este trabalho fazem parte das principais questões a abordar.
De fato, o cultivo da tamareira é caracterizado por várias operações realizadas no nível
da fronde (agrupamento de folhas), que muitas vezes está a mais de 6 m acima do solo e
C a p í t u l o I I | 260
pode atingir até 20 m em plantações antigas. Na maioria das plantações o acesso ao nível
da folhagem ainda é feito de forma tradicional, onde os trabalhadores têm que subir no
tronco com a ajuda de cintos ou correias ou longas escadas ou de outras pessoas
empilhadas nos ombros uns dos outros (OPARA; EL-MARDI, 2003; GARBATI
PEGNA, 2008, NOURANI, 2016). Isso faz com que essas operações, entre as quais a
colheita é obviamente a mais importante, sejam muito difíceis e arriscadas,
principalmente quando a altura das tamareiras é superior a 6-8 m, causando muitas
vítimas anualmente ou o abandono das palmeiras mais altas (GARBATI PEGNA, 2008).
Uma grande mudança que ocorreu no cultivo de tâmaras nos Estados Unidos foi à
mecanização de algumas práticas de cultivo e, em particular, a época e o método de
colheita (BARREVELD, 1993; AKYURT, 2002). Durante as décadas de 1940 e 1950,
sob o impacto do aumento dos custos trabalhistas e da altura cada vez maior das
palmeiras, alguns produtores nos EUA construíram grandes torres de colheita puxadas
por trator, para evitar a necessidade de escadas (AKYURT, 2002); a partir de 1960,
experimentou-se o uso de máquinas de posicionamento de homem tipo guindaste
hidráulico montado em caminhão, a fim de mover trabalhadores de palma em palma
(AKYURT, 2002). Mesmo que nenhuma dessas tentativas tenha proporcionado um
aumento significativo na produtividade dos trabalhadores, a escassez de mão de obra era
tal que em 1966, 80% da safra de tâmaras nos EUA estavam sendo colhidas com o uso
desses dispositivos mecânicos (BROWN, 1983; AKYURT, 2002). Hoje em dia foram
desenvolvidas outras máquinas, que podem colher tâmaras sacudindo a planta ou que por
um mecanismo deslizante e uma força de pressão no caule podem subir o operador até a
folhagem, foram desenvolvidas, mas esses dispositivos não são adequados para a maioria
das variedades de tâmaras e ainda precisa de muitas melhorias (SHAMSI, 1998). Um dos
passos mais importantes na mecanização do acesso dos operadores às folhas, flores e
frutos das tamareiras tem sido uma grande plataforma aérea em forma de “U”, mantida
por uma lança telescópica movida hidraulicamente ou empilhadeira montada em um
transportador off-road, que pode fornecer suporte e espaço para vários trabalhadores
permitindo que eles trabalhem em uma palmeira ao mesmo tempo. Este sistema, que
oferece bons níveis de eficiência e segurança para os trabalhadores e permite um
reembolso mais rápido do investimento, é amplamente utilizado em grandes plantações
especializadas onde são cultivadas variedades valiosas. No entanto, os altos custos de
aquisição e manutenção deste equipamento o tornam inviável para as médias e pequenas
C a p í t u l o I I | 261
propriedades (GARBATI PEGNA, 2008; SHAMSI, 1998). Limites adicionais podem ser
identificados em dificuldades de manobra em espaços apertados causados por sistemas
de irrigação, disposição irregular de palmeiras, espaçamento insuficiente de árvores e
consórcio (SHAMSI, 1998). Em alguns destes casos, ou onde são utilizados
equipamentos diferentes, os operadores têm que saltar da plataforma para alcançar os
frutos se os cachos estiverem escondidos pelas frondes (agrupamento de folhas), anulando
assim o aspecto de segurança. Dispositivos de elevação menores também foram propostos
por vários fabricantes (GARBATI PEGNA et al., 2012), mas nenhum conseguiu
conquistar a confiança dos agricultores.
Figura 145. Equipamento Xiraffe desenvolvido por empresas italianas, que é uma
plataforma aérea leve off-road auto-movível para cultivo de tamareiras. Foto: Empresas
italianas ERREPPI e CO.ME.T.
Este estudo analisa o desempenho da plataforma Xiraffe com foco nas operações de
colheita; a investigação é baseada em dados coletados em 2017, durante testes de campo
em plantações de Medjool no Vale do Jordão (H.K. da Jordânia); estes ensaios, realizados
em palmeiras de diferentes alturas e características, visavam comparar a colheita
mecanizada e manual tradicional, que ainda é o método mais comum na região do
presente estudo.
Nos USA, a colheita manual pode atingir até 45% dos custos operacionais e, portanto,
esforços foram feitos para desenvolver métodos de colheita mecânica para realizar a
colheita de forma mais conveniente e rápida do que o método tradicional (manual) (AL-
SUHAIBANI et al., 1991; IBRAHIM et al., 2007). Alguns ensaios foram realizados com
tâmaras Deglet Nour no Coachella Valley, Califórnia, usando plataformas construídas em
torres extensíveis, permitindo que o colhedor se movesse de uma tamareira para outra
(BROWN, 1982). Uma vez no topo da palmeira, a colheita é feita manualmente, usado o
mesmo procedimento de colheita manual. Mais tarde, desenvolveu-se o conceito de
colheita mecânica de cachos de frutos maduros, em que os cachos inteiros eram cortados
C a p í t u l o I I | 265
Figura 148. Guindaste hidráulico construído sobre um caminhão utilizado pelo catador
para chegar ao topo da palmeira. Fotos: Davis Karp e Afron Machinery.
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Figura 150. Presença de várias máquinas na época de colheita de tâmaras. Foto: AL-
OMRAN et al. (2018).
C a p í t u l o I I | 268
Figura 152. Mecanismo de colheita de tâmaras. (a) Escadas anexadas às tamareiras (b)
Grua mecânica com a plataforma em forma de U no nível de racemo. Fotos: Hamdi Taher
Altaheri (2019).
Algumas cultivares de tâmaras, como Barhi (Barhee, Berhi), Hayani, Samany e Zaghlol,
são colhidas no estágio Khalal (parcialmente maduras) quando são amarelas ou
vermelhas (dependendo da cultivar), mas muitos consumidores as consideram
adstringentes (devido ao alto teor de tanino). O amadurecimento das tâmaras do estágio
Khalal pode ser acelerado ensacando os cachos durante o crescimento dos frutos. Após
a colheita, essas tâmaras podem ser amadurecidas até o estágio Rutab por congelamento
rápido e manutenção a -18 ◦C ou temperaturas mais baixas por pelo menos 24 horas e
descongelamento, ou por exposição a vapores de acetaldeído ou etanol. A maioria das
tâmaras são colhidas nos estádios Rutab (marrom claro e macio) e Tamar (marrom
escuro e macio, semi-seco ou seco) totalmente maduros, quando apresentam teores bem
C a p í t u l o I I | 270
A taxa de maturação das tâmaras do estágio Khalal pode ser aumentada pela aplicação
de ethrel em pré-colheita, seja em pulverizaçao ou injetando no pedúnculo do cacho.
Além disso, a imersão pós-colheita de frutas no estágio Khalal em ethrel e ácido abscísico
ou vapor de etanol mostrou acelerar o amadurecimento da tâmara (AWAD, 2007).
As tâmaras nos estágios Rutab e Tamar são colhidas como cachos inteiros quando a
maioria das tâmaras estão maduras, os quais são rebaixados ao nível do solo e agitados
em uma caixa ou cachos colhidos são agitados para remover as tâmaras maduras (Figura
154). Alternativamente, tâmaras maduras individuais são colhidas em cachos e, em
média, são necessárias três colheitas durante vários dias. Os apanhadores usam diferentes
tipos de recipientes e auxiliares de colheita para baixar as tâmaras ao nível do solo.
Tâmaras caídas no solo, que estão sujeitas a maiores danos mecânicos, nunca devem ser
coletadas e vendidas para consumo humano devido às maiores chances de contaminação
microbiana e incorporação do solo no mesocarpo (polpa) quando as tâmaras tocam o solo
(KADER; HUSSEIN 2009).
Figura 154. As tâmaras da cultivar Deglet Nour no estágio de Tamar após a colheita em
cachos são agitadas em caixotes para remover os frutos maduros. Foto: Davis Karp.
C a p í t u l o I I | 272
-Após a colheita, podar as árvores: limpar as árvores eliminando os restos das espatas, os
pedúnculos dos cachos, as folhagens secas ainda presas ao tronco, principalmente as
atacadas pela cochonilha e destruí-las pelo fogo.
-As tâmaras que caem no chão ou as que ficam na árvore devem ser recolhidas o mais
rápido possível.
TRANSPORTE
TRIAGEM
Para uma triagem higiênica e eficiente, é melhor prever áreas ou galpões especiais,
abertos, com telhado de zinco. As mesas de classificação permitem que os operários
trabalhem mais rápido, estejam eles sentados ou em pé. As mesas podem ser cobertas
com uma folha de polietileno, que é fácil de limpar e barata. A iluminação deve ser boa.
Os classificadores dispõem de caixas nas quais depositam as tâmaras por categoria. As
mesas de triagem podem ser providas de calhas metálicas ou plásticas, que conduzem às
caixas para facilitar o trabalho dos classificadores. Para refrescar o interior do galpão, o
telhado pode ser pintado de branco e irrigado (Figura 155).
Figura 155. Operação de triagem na empresa de tâmara nos Estados Unidos da América.
Foto: Hasnaa Harrak.
C a p í t u l o I I | 274
Limpeza
As tâmaras são frequentemente sujas por partículas de solo, grãos de areia, poeira, restos
de plantas, produtos de tratamento, parasitas, cochonilhas e ácaros em particular, apesar
das precauções tomadas durante o trabalho de colheita. Essas manchas aderem fortemente
à pele quando as tâmaras estão totalmente maduras e um pouco xaroposas.
Por este motivo, as tâmaras são normalmente lavadas em uma lavadora circular (tipo
tambor) por pulverização com jatos finos de água (aspersores) e são curadas e secas
usando um sistema de soprador de ar quente em um ambiente higiênico (SBI, 2010). Os
processadores de tâmaras geralmente contam com desinfetantes de água de lavagem para
reduzir as contagens microbianas para manter a qualidade e prolongar a vida útil do
produto final (GIL et al., 2009). A lavagem com desinfetantes é importante para remover
C a p í t u l o I I | 275
o solo e detritos e para a desinfecção da água para evitar a contaminação cruzada entre os
lotes de produção
Os pincéis devem ser macios para não danificar a pele das tâmaras; eles entopem
rapidamente. É preferível realizar a operação com rolos forrados com tecidos que possam
ser facilmente limpos durante a operação.
b. Lavagem
- Por pulverização: As tâmaras passam sob uma série de jatos finos. Este processo
também só é eficaz para a remoção de partículas leves, mas não remove os grãos de areia
embutidos (grudados) na pele.
- Por agitação: Os lavadores utilizados são geralmente do tipo tambor; as grades são
forradas internamente com tecido macio para evitar o efeito abrasivo das chapas
metálicas. Este método de lavagem é eficaz e dá excelentes resultados, desde que se
utilize água adoçada com açúcar ou xarope de tâmaras para evitar a difusão de açúcares
na água de lavagem; dependendo de sua qualidade, essa água adoçada pode ser reutilizada
após a decantação. A lavagem deve ser seguida de secagem ao ar livre (as tâmaras são
colocadas em prateleiras) ou em túnel de vento (Figura 157).
A lavagem pode diminuir a adequação das tâmaras destinadas para armazenamento. Para
isso, é preferível colher as tâmaras de acordo com os métodos corretos sem que sejam
muito sujas para limitar o tempo de lavagem. As variedades secas podem ser lavadas por
um longo tempo ou até mesmo embebidas em água para lavar e hidratar ao mesmo tempo.
Para tâmaras colhidas antes da maturidade, é preferível não as lavar para evitar sua rápida
fermentação. A lavagem com agitação não pode ser usada para variedades macias, mas
os jatos de pulverização dão bons resultados.
A máquina de lavar tâmaras deve ser lavada de tempos em tempos para evitar o
desenvolvimento de mofo em suas diferentes partes. A lavagem é realizada com a ajuda
de uma forte corrente de água quente que atinge todas as partes da máquina.
PADRÕES DE CLASSIFICAÇÃO
O padrão CODEX para tâmaras inclui três tamanhos com base no número de tâmaras por
500 g: pequeno (> 110 tâmaras sem sementes ou > 90 tâmaras com sementes), médio (90-
110 tâmaras sem sementes ou 80-90 tâmaras com sementes) e grande (<90 tâmaras sem
sementes ou <80 tâmaras com sementes).
Nos Padrões dos EUA para classificação de tâmaras, o índice de qualidade inclui 20
pontos para cor, 10 pontos para uniformidade de tamanho, 30 pontos para ausência de
C a p í t u l o I I | 277
defeitos e 40 pontos para caráter (bem desenvolvido, bem encorpado e macio). US classe
A ou US Longa são dados a tâmaras inteiras ou sem caroço de uma cultivar que atingem
uma pontuação de 90 ou superior. As notas menores incluem a Classe B dos EUA ou a
Seleção dos EUA e a Classe C dos EUA ou o padrão dos EUA. Defeitos que reduzem sua
pontuação incluem descoloração, pele quebrada, deformidade, deterioração, inchaço,
cicatrizes, queimaduras solares, lesão por insetos, hidratação inadequada, lesão mecânica,
falta de polinização, odor ruim, mancha lateral, escaldadura preta, amadurecimento
inadequado, azedamento, mofo, sujeira, e infestação de insetos.
Tabela 10. Padrão de classificação adaptado nos USA para a tâmara cultivar Medjool.
Classificação Tâmaras por quilograma Descrição
Jumbo 35-42 Sem manchas, separação da
pele ou ressecamento.
Grande 44-51 Sem manchas, separação da
pele ou ressecamento.
Extra longa 44-53 Pequenos defeitos, embalados
todos os tamanhos juntos.
Longa 44-57 Alguma secura e separação da
pele, embalado todos os
tamanhos juntos.
Fonte: Adel A. Kader e Awad M. Hussein (2009).
EMBALAGEM
- Projetar especificações para embalagens adequadas com base no que cada variedade
exige para sua conservação e atratividade.
As tâmaras são embaladas em três formas: tâmaras ao longo da haste (pedicelo) do cacho,
tâmaras soltas com caroços e tâmaras soltas sem caroços. Elas são embaladas em unidades
de pesos diferentes, na maioria das vezes variando de 250 g a 10 kg. Vários tipos de
embalagens são recomendados e geralmente são realizados no nível da unidade de
embalagem. Estas embalagens garantem uma boa apresentação das tâmaras e protegem-
nas contra determinados efeitos do ambiente externo. Em todos os casos, a embalagem
escolhida deve ter a melhor relação custo/benefício e corresponder à demanda do
mercado.
O teor de umidade das tâmaras naturais varia devido a vários fatores, incluindo estágios
de maturidade e de variedades. As tâmaras frescas podem conter naturalmente os níveis
de umidade desejados após a colheita ou geralmente são secas para preservar a fruta por
longos períodos sem refrigeração. A secagem ou desidratação de tâmaras frescas com teor
de umidade de cerca de 20% ou menos pode inibir processos microbianos, como
fermentação e azedamento e deterioração microbiana, bem como a cristalização do açúcar
(ZAID, 2002). As taxas de respiração também diminuem com a diminuição do teor de
umidade.
C a p í t u l o I I | 279
Figura 158. Embalagem de varejo de tâmaras em caixas de papelão: (a) como embalagem
secundária com tâmaras em saco plástico de alta barreira à umidade como embalagem
primária; (b) tâmaras em embalagem tipo concha/rígida e caixa com janela; e (c) tâmaras
embaladas individualmente em caixas com janela selada. Fonte: Chonhenchob et al.
(2014).
C a p í t u l o I I | 280
O estilo de bandeja tipo concha (Figura 159) é o estilo mais comum usado recentemente,
pois fornece recursos de intertravamento para base e tampa para garantir o fechamento e
o empilhamento. Alguns designs podem fornecer dobradiças para unir a base e a tampa
para facilitar o manuseio, bem como abas para facilitar a abertura.
- Bandejas: São caixinhas com tampa com capacidade de 200 a 250 g feitas de papelão,
madeira e papelão ou plástico, nas quais as tâmaras são armazenadas ao longo dos
pedicelos do cacho.
Figura 160. Embalador de tâmaras em cartonagem (250 a 1000 g). Foto: Nazhat for
Industry.
Para evitar o risco de danos às tâmaras por cortes, esmagamentos, choques e vibrações,
recomendam-se a utilização das embalagens forradas com papel e folhas, embalagens
rígidas, embalagens rasas (caso de variedades moles) e embalagens adequadas para fácil
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ARMAZENAMENTO
As tâmaras são:
Além disso, é preferível escolher um local fresco e seco, pois a deterioração microbiana,
principalmente por mofo, é consideravelmente acelerada pelo calor e pela umidade.
Algumas tâmaras moles com alto teor de água deterioram-se rapidamente, apesar do
armazenamento em baixas temperaturas em torno de 0°C. Para isso, requerem
temperaturas abaixo de 0°C. Outras tâmaras são caracterizadas pela formação de manchas
de açúcar (após a solidificação de certas substâncias açucaradas na polpa de tâmara abaixo
do epicarpo) ou manchas de mofo (que se desenvolvem abaixo do epicarpo); estas tâmaras
devem ser conservadas entre -17 e -23°C.
As tâmaras armazenadas com outros produtos aromáticos podem absorver o aroma desses
produtos. Portanto, é importante que o ar nas salas de armazenamento não contenha
aromas estranhos. Os sabores de maçã, cebola e batata podem ser detectados em tâmaras
armazenadas com esses produtos em temperaturas normais de refrigeração. O aroma da
carne bovina pode ser muito marcante em tâmaras congeladas na mesma câmara onde se
encontra a carne.
Em todos os casos, deve-se tomar cuidado para garantir que as instalações cumpram os
requisitos de armazenamento de alimentos e que os métodos de armazenamento sejam
compatíveis com os requisitos de tâmaras.
TRATAMENTOS COMPLEMENTARES
1-Secagem e umedecimento
2-Maturação adicional
3-Polimento
4-Revestimento (brilho).
1) Secagem e reumedecimento.
tâmara são os que mais interessam ao embalador. O teor de água provavelmente parece
mais importante para o embalador porque o teor total de açúcar é invariável quando a
fruta chega até ele. O teor de água, por outro lado, pode ser modificado à vontade por
desidratação (ressecada) ou hidratação (reumedecimento). O índice de qualidade (relação
teor de açúcar e teor de água) deve ser próximo de 2. A exportação de tâmaras da
variedade Deglet-Nour, por exemplo, só é autorizada quando contiverem o dobro de
açúcares do que a água.
A quantidade de água a ser retirada ou a ser absorvida até a tâmara pode ser calculada
pelas seguintes fórmulas:
Água de secagem: Q = H * c - (S * c / a)
Água de reumidificação: Q = (S * c / a) - H * c
Onde,
Q: é a quantidade de água a evaporar ou absorver;
H: é a umidade da polpa;
S: é o teor de açúcar da polpa;
c: é a proporção de celulose na tâmara;
a: sendo a relação açúcares/umidade final.
produto final pode ser controlada. Frutas desidratadas, como as tâmaras, são utilizadas
como produtos alimentícios ou como ingredientes industriais no processamento de
diversos alimentos, como produtos de panificação e pós instantâneos de frutas (HUSSIN,
1995; MOHAMED et al., 2005).
Este método requer uma grande área de exposição com solo estabilizado e protegido dos
ventos que carregam poeira. Requer ter o pessoal necessário para abrigar as tâmaras em
caso de chuva e tempestades de areia.
Figura 162. Estufa envidraçada para secagem de tâmaras. Fonte: Chabana & Al-Chariki,
2000.
A secagem pode ser realizada a (60 a 66 °C) por (3 a 4 horas) com uma umidade relativa
de (30 a 35%). Também pode ser realizado a uma temperatura de 54°C e umidade de 50%
para tâmaras semi-moles e para tâmaras suaves ou escuras, é preferível utilizar uma
temperatura de 60 °C.
Dependendo do teor de água das tâmaras, existe uma temperatura de secagem e umidade
relativa óptimas que não devem ser ultrapassadas e que dão bons resultados.
-Tratamento com vapor após vácuo preliminar. Esse processo, adotado nos Estados
Unidos e em outros países produtores de tâmara, consiste na injeção de vapor d'água após
submissão de vácuo no recinto de tratamento. Este processo tem a vantagem de permitir
uma reumidificação rápida a baixa temperatura. É de fácil manutenção e proporciona uma
C a p í t u l o I I | 287
2) Maturação complementar
As tâmaras devem ser colhidas quando estiverem totalmente maduras (estágio Tamar).
Às vezes, as tâmaras são colhidas com maturação incompleta:
a. Tratamento com ácido acético. Este ácido atua sobre os taninos tornando-os
insolúveis. O tratamento pode ser feito por imersão em solução de ácido diluído a 3 ou
4% ou em vinagre de álcool comum. Após a imersão, as tâmaras são deixadas a escorrer
em estrado de telado e depois de marinar em recipiente fechado durante 20 a 24 horas.
Também pode proceder por fumigação com vapor de ácido acético em um recinto
aquecido. Após o tratamento, as tâmaras devem ser colocadas em prateleiras, no ar, para
perder o cheiro de vinagre. O tratamento com vapor de ácido acético tem um efeito
notável no amadurecimento das tâmaras. Outro método é aspergir as tâmaras em pé
(cacho) com vinagre.
C a p í t u l o I I | 288
c) Secagem ao sol. É realizado expondo as tâmaras ao sol, mas a operação é longa e cara;
é tanto mais longo quanto o estado de maturação dos frutos é menos avançado. Esse
processo faz com que as tâmaras fiquem marrons. A maturação também pode ser obtida
em salas quentes. Esses processos são adequados apenas para tâmaras quase maduras.
Não permitem obter tâmaras de qualidade, completamente maduras. Observa-se, de fato,
que apenas a parte externa das tâmaras tratadas amadureceu, mas não a parte central ao
redor do caroço. As salas quentes devem estar equipadas com dispositivos para a
circulação do ar uniformemente em todas as partes da sala e para a introdução de ar fresco
conforme necessário. A temperatura e a umidade devem ser controladas (Figura 163).
Figura 163. Amadurecimento adicional das tâmaras por exposição ao sol. Fonte:
ORMVA de Tafilalet.
C a p í t u l o I I | 289
3) Polimento
É um tratamento de alta temperatura por um curto período de tempo com uma forte
corrente de ar. Isso permite a dissolução da camada de ceras na superfície das tâmaras.
Após o resfriamento, tem uma aparência brilhante e atraente.
A exposição das tâmaras ao calor (130 °C durante 5 minutos) espalha a cera da fruta na
superfície e dá-lhe um aspecto brilhante. O tratamento a vapor por 10 minutos também
dá bons resultados.
4) Revestimento (brilho)
TRATAMENTOS DE CONSERVAÇÃO
Alguns insetos que parasitam as tâmaras põem ovos na superfície ou dentro das tâmaras.
Esses ovos dão origem a larvas vulgarmente chamadas de vermes, que organizam
cavidades dentro da polpa que consomem, que contaminam com seus excrementos; então
eles se estabelecem em casulos. A presença dessas larvas, excrementos e casulos, deprecia
fortemente as tâmaras.
Esses insetos atacam as tâmaras nos cachos e põem ovos no palmeiral, durante as
operações de colheita e transporte, durante seu armazenamento antes de serem
processados e embalados. Nem sempre é possível lutar contra insetos adultos no
palmeiral, mas é possível se proteger contra seus ataques nas oficinas tomando as
precauções necessárias: disposição dos armazéns de armazenamento, tratamento das
instalações e colheita a granel, etc.
C a p í t u l o I I | 291
Métodos de controle
Fumigação por brometo de metila ou fosfina, radiação ionizante, baixas e/ou altas
temperaturas e atmosferas modificadas podem ser usadas para controlar insetos em
tâmaras (PAULL; ARMSTRONG, 1994; YAHIA, 1998, 2009; YAHIA; KADER, 2011).
O produto fumigante é injetado sob a lona e deve permanecer em contato com as tâmaras
a serem tratadas pelo tempo necessário. O brometo de metila (CH3Br) a 30 g/m3 (30
ppm) por 12–24 horas em temperaturas acima de 16 °C é muito eficaz para desinfestação
de insetos (YAHIA; KADER, 2011). No entanto, embora o brometo de metila seja muito
eficaz no controle de insetos de produtos armazenados, suas emissões têm um efeito
deletério na atmosfera e é um tremendo perigo para a saúde humana; o Protocolo de
Montreal decidiu eliminar sua produção e uso até o final de 2015 em todo o mundo.
A desinsetização mais rigorosa com fumigantes mais tóxicos só pode ser realizada em
unidades de fumigação equipadas com equipamentos adequados e operadas por pessoal
qualificado. Os gases utilizados são tóxicos e cancerígenos:
-Metil Brometo (BrCH2): Usado para processamento rápido e para uma grande
quantidade de armazenamento.
-Fósforo de hidrogênio (Phostoxyn): Usado quando o fator tempo não é muito importante
e para uma pequena quantidade de armazenamento.
A fumigação é um método muito eficaz, mas seu uso está sujeito a regulamentações muito
rígidas e até a proibição do brometo de metila em 2015. Entre as desvantagens da
fumigação estão também seu alto custo e o aparecimento de novas gerações de insetos
resistentes a produtos químicos. Isso tornou necessário buscar outros processos
alternativos tão eficazes quanto os fumigantes.
Portanto, o frio pode parar ou retardar reações biológicas e bioquímicas. Isso depende de:
3) Desinsetização por calor. A alternativa, que poderia ser o tratamento térmico como
meio de desinfestação, à fumigação com brometo de metila, poderia atender a demanda
do setor de tâmaras. A este problema de infestação de tâmaras, acrescenta-se o das
alterações enzimáticas e microbianas encontradas para tâmaras com alto teor de água.
Estas tâmaras devem ser estabilizadas por secagem para trazer o teor de água a um nível
que permita a conservação.
Para a secagem por convecção, foi demonstrado que uma temperatura “alta”, em torno de
74°C, modifica as características físico-químicas das tâmaras e reduz seu valor de
mercado.
Figura 165. Forno Gonet usado para processamento de tâmaras em Marrocos. Fonte:
Harrak & Chetto (2001).
-60°C por uma hora para as variedades Jihel, Najda, Bouskri e Bouittob.
Outros estudos mostraram que a uma temperatura de 60°C, a mortalidade dos ovos de
Ephestia cautella Walker é completa após 20 minutos.
Deve-se observar que a imersão em água fervente é uma técnica reservada para tâmaras
de qualidade seca ou secundária. Não é adequado para frutas destinadas à exportação.
O tratamento térmico das tâmaras a 60-70 ◦C por 2 horas matou 100% tanto da traça-da-
figueira quanto do besouro, mas resultou em uma aparência brilhante ou vitrificação da
fruta (HUSSAIN, 1974). A exposição de tâmaras a temperaturas de 65–80 ◦C por 30 min
a 4 horas em alta umidade controla insetos (YAHIA, 2004); no entanto, esta estrategia
nem sempre é muito eficiente para o controle de insetos em tâmaras com alto teor de
umidade, pois altas temperaturas por períodos prolongados podem causar escurecimento
e aparecimento de cor opaca e perda de sabor. Rafaeli et al. (2006) descreveram um
método eficaz, de curta duração e barato usando recipiente de aquecimento pós-colheita.
C a p í t u l o I I | 295
Eles descobriram que o regime de temperatura ideal para o escape máximo de besouros
da fruta foi de 55 ◦C por 2,5 horas, atingido a uma taxa de 1,8 ◦C/min.
Ar aquecido a 50-55 ◦C por 2-4 horas (a partir do momento em que a temperatura da fruta
atinge 50 ◦C ou mais) é eficaz para desinfestação de insetos (NAVARRO, 2006), mas o
uso de temperaturas mais altas não é recomendado porque torna a cor das tâmras mais
escura. O ar quente forçado é recomendado para obter um aquecimento mais rápido e
uniforme das tâmaras. O resfriamento das tâmaras até a temperatura de armazenamento
desejada (0 ◦C) logo após a conclusão do tratamento térmico reduz a intensidade do
escurecimento da cor. Hussein et al. (1989) relataram que a água fervente é mais eficiente
no controle da infestação de insetos de tâmaras do que a exposição ao ar quente a 70 ◦C.
No entanto, a água muito quente também aumenta a perda de açúcar que pode chegar a
20%.
A radiação ionizante em doses abaixo de 1 kGy (um nível atualmente aprovado para uso
em frutas e vegetais) tem potencial para desinfestação efetiva de insetos sem efeitos
negativos na qualidade das tâmaras (AHMED 1981; AL-TAWEEL et al., 1993). Ahmed
et al. (1982) verificaram que uma dose de 0,86 kGy foi adequada para a desinfestação de
pequenas embalagens de tâmaras envoltas em polietileno, causando completa inibição da
C a p í t u l o I I | 296
Niakousari et al. (2010) expuseram tâmaras contaminadas com todas as fases de vida
(adultos, larvas e ovos) da traça da farinha indiana (Plodia interpunctella) e do besouro
dente-de-serra (Oryzaephilus surinamensis) ao ozônio gasoso (600, 1200, 2000 e 4000
ppm) por 1-2 horas. A exposição de amostras a concentrações de ozônio >2000 ppm por
2 horas resultou na mortalidade completa de larvas e adultos. A ozonização a 4000 ppm
causou 80% de mortalidade dos ovos, mas a exposição ao CO 2 antes da ozonização não
aumentou a mortalidade.
5) Microondas. Wahbah (2003) relatou que a radiação de microondas em 2540 MHz por
19 a 22 segundos foi suficiente para causar 50% de mortalidade das duas espécies
Oryzaephilus surinamensis e Tribolium castaneum, respectivamente, enquanto Al-Azab
(2007) indica que 20 segundos em 2450 MHz foram necessários para produzir 100% de
mortalidade para todos os estágios de Ephestia cautella; com sensibilidade sendo
pupas>adultos>ovos>larvas.
descobriu que uma exposição por 24 horas a 34 ◦C e 65% de umidade relativa causa 100%
de mortalidade contra os adultos de Ephestia cautela. El-Mohandes (2009) descobriu que
100% de mortalidade foram alcançadas após 36 horas de exposição a concentrações de
CO2 de 75% a 25 ◦C e 55% de umidade relativa para os adultos de Oryzaephilus
surinamensis e Tribolium confusum. Além disso, a aplicação de CO2 em concentrações
de 75% com meia dose de PH3 a 28 ± 2 ◦C e 60 ± 5% de umidade relativa causou 100%
de mortalidade, de ambos os insetos testados, após 6 horas de exposição.
C a p í t u l o I I | 298
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