PRAGAS-SUGADORAS-ALGODOEIRO

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e-ISSN 2966-0343

Outubro/2023
DOCUMENTOS
291

Pragas sugadoras na cultura do algodoeiro


e-ISSN 2966-0343
Outubro/2023

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária


Embrapa Algodão
Ministério da Agricultura e Pecuária

DOCUMENTOS 291

Pragas sugadoras na cultura do algodoeiro

José Ednilson Miranda


Sandra Maria Morais Rodrigues
Bruna Mendes Diniz Tripode
Valéria de Lima Jardim
Gyovanna de Paula Silva

Embrapa Algodão
Campina Grande, PB
2023
Embrapa Algodão Comitê Local de Publicações
Rua Osvaldo Cruz, 1143, Centenário
58428-095, Campina Grande, PB Presidente
Fone: (83) 3182 4300 Daniel da Silva Ferreira
www.embrapa.br/algodao
www.embrapa.br/fale-conosco/sac Secretária-Executiva
Magna Maria Macedo Nunes Costa

Membros
Francisco José Correia Farias, Geraldo Fernandes
de Sousa Filho, Luiz Paulo de Carvalho, Nair
Helena Castro Arriel, Rita de Cássia Cunha
Saboya

Supervisão editorial
Geraldo Fernandes de Sousa Filho

Revisão de texto
Marcela Bravo Esteves

Normalização bibliográfica
Enyomara Lourenço Silva

Projeto gráfico da coleção


Carlos Eduardo Felice Barbeiro

Editoração eletrônica
Geraldo Fernandes de Sousa Filho

Fotos da capa
Valéria L. Jardim e Gyovanna de Paula

1ª edição

Publicação digital (2023): PDF

Todos os direitos reservados.


A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte,
constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610).
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Embrapa Algodão

Miranda, José Ednilson.


Pragas sugadoras na cultura do algodoeiro / José Ednilson Miranda, Sandra Maria Morais
Rodrigues, Bruna Mendes Diniz Tripode, Valéria de Lima Jardim, Gyovanna de Paula Silva. –
Campina Grande : Embrapa Algodão, 2023.
PDF (40 p.) : il. color. – (Documentos / Embrapa Algodão, e-ISSN 2966-0343 ; 291)

1. Algodão. 2. Inseto. 3. Mosca branca. 4. Pulgão. 5. Cochonilha. 6. Manejo integrado. 7.


Entomologia. I. Rodrigues, Sandra Maria Morais. II. Tripode, Bruna Mendes Diniz. III. Lima,
Valéria de. IV. Silva, Gyovanna de Paula. V. Embrapa Algodão. VI. Título. VII. Série.

CDD 632.7

Enyomara Lourenço Silva (CRB - 4/1569) ©


Embrapa, 2023
Autores
José Ednilson Miranda
Engenheiro-agrônomo, doutor em Entomologia Agrícola,
pesquisador da Embrapa Algodão, Campina Grande, PB

Sandra Maria Morais Rodrigues


Engenheiro-agrônomo, doutora em Agronomia, pesquisador da
Embrapa Agroindústria Tropical

Bruna Mendes Diniz Tripode


Bióloga, M.Sc. em Botânica, Analista da Embrapa Algodão,
Campina Grande, PB

Valéria de Lima Jardim


Bióloga, doutora em Saneamento e Ambiente, consultora da
Embrapa Algodão, Campina Grande, PB

Gyovanna de Paula Silva


Graduanda em Engenharia Agronômica pela Universidade
Federal de Goiás. Estágio CNPq na Embrapa Algodão,
Campina Grande, PB
Apresentação
Pragas sugadoras compõem um grupo que ocasiona perdas expressivas na
produção e na qualidade da pluma de algodão. O custo de controle de suga-
dores só é menor do que o custo de controle do bicudo.

Conhecer a biologia dessas pragas, seus inimigos naturais, métodos alterna-


tivos e complementares de controle, são chaves para o sucesso do manejo
de sugadores na cultura.

Na fase inicial estes sugadores comprometem o desenvolvimento da planta,


na fase final comprometem a qualidade da pluma. O produtor menos atento
ao mercado acaba se preocupando mais com o aspecto sanitário da planta
na fase inicial. Isso de fato é importante, mas o manejo dos sugadores deve
ser feito até a fase da colheita. Isso por que, atualmente, há um desejo, quase
uma exigência, por parte dos compradores de algodão, de que a fibra não
contenha nem traços de pegajosidade. Em consequência, há uma pressão
crescente do mercado comprador sobre os produtores de algodão, no sen-
tido de que a fibra seja entregue sem pegajosidade. Isto implica, principal-
mente, que pragas sugadoras não ocorram em alta densidade no período
pré-colheita.

Portanto, no algodoeiro, pragas sugadoras devem ser manejadas durante


todo o período de cultivo. Para auxiliar diretamente técnicos e produtores no
processo de tomada de decisão ao longo do cultivo do algodoeiro, esta publi-
cação procurou compilar informações acerca das espécies sugadoras mais
importantes na cultura do algodão, com informações da biologia e recomen-
dações de manejo dessas pragas.
Esta é mais uma contribuição para o setor cotonícola que a Embrapa Algodão
disponibiliza, sempre preocupada em suportar a produção sustentável de al-
godão do Brasil. Esperamos que os leitores apreciem!

Nair Helena Castro Arriel


Chefe-Geral da Embrapa Algodão
Sumário
Introdução....................................................................................................... 9

Diversidade, biologia e ecologia...................................................................... 9

Mosca-branca, Bemisia tabaci biótipo B (Hemiptera: Aleyrodidae).............. 11

Manejo da mosca-branca......................................................................... 12

Pulgão-do-algodoeiro, Aphis gossypii (Hemiptera: Aphididae)....................... 14

Manejo de pulgões................................................................................... 16

Tripes, Frankliniella schultzei (Thysanoptera: Thripidae).............................. 18

Manejo de tripes....................................................................................... 19

Cochonilha-do-algodoeiro, Phenacoccus solenopsis (Hemiptera:


Pseudococcidae)........................................................................................... 21

Manejo de cochonilhas............................................................................. 23

Percevejo-castanho, Scaptocoris castanea (Hemiptera: Cydnidae)............. 24

Manejo de percevejos-castanhos............................................................. 25

Percevejo-marrom, Euschistus heros (Hemiptera: Pentatomidae)............... 28

Manejo de percevejos.............................................................................. 30

Considerações finais..................................................................................... 32

Referências................................................................................................... 33
Pragas sugadoras na cultura do algodoeiro 9

Introdução
Desde a introdução da cultura do algodoeiro no sistema de produção agrícola
do Cerrado, o algodão se tornou uma das principais commodities do Brasil,
que passou de importador para exportador de pluma.

Há cerca de 15 anos, o Brasil tem se mantido entre os cinco maiores pro-


dutores mundiais de algodão, ao lado de China, Índia, Estados Unidos e
Paquistão (Abrapa, 2018). Internamente, o cenário também é promissor, pois
o país está entre os maiores consumidores mundiais de pluma. Numa área
cultivada de 1.658.500 hectares durante a safra 2022/2023, o Brasil produziu
3.030 toneladas de pluma, alcançando a produtividade média de 1.495 kg/ha
(Abrapa, 2023).

Apesar de uma alta rentabilidade potencial — que pode chegar a US$2 mil
por hectare —, a atividade da cotonicultura apresenta custo elevado e sérios
riscos de comprometimento da produção. Um desses riscos está relacionado
à ocorrência de pragas na cultura.

Com custo de produção de algodão superior a US$3 mil/ha, cerca de US$ 830
(28%) são destinados ao controle fitossanitário (IMEA, 2022). Destes, em torno
de US$ 700 se referem ao custo de controle de pragas, sendo que aproximada-
mente 40% das pulverizações contêm inseticidas para controle de sugadores
na cultura do algodão (Bélot et al., 2016).

Diversidade, biologia e ecologia


Entre os insetos sugadores que causam danos à cultura do algodão, os prin-
cipais são mosca-branca (Bemisia tabaci biótipo B), pulgão-do-algodoeiro
(Aphis gossypii), tripes (Frankliniella schultzei), cochonilha-do-algodoeiro
(Phenacoccus solenopsis), percevejo-castanho-da-raiz (Scaptocoris casta-
nea) e percevejo-marrom (Euschistus heros).

Pulgões, moscas-brancas e cochonilhas têm em comum o processo de ex-


creção de mela como produto da alimentação contínua. Adultos e ninfas su-
gam grandes volumes de seiva do floema, rica em sacarose, mas com baixas
concentrações de aminoácidos (Terra; Ferreira, 2009). Para concentrar os
aminoácidos ingeridos, o excesso de água é eliminado pela câmara-filtro de
10 DOCUMENTOS 291

seu sistema digestivo e excretado junto com açúcares, na forma de mela, a


qual se deposita nas folhas e/ou fibras do algodoeiro (Gallo et al., 2002).

A mela acumulada nas folhas serve de substrato para fungos saprófitas do


gênero Capnodium, que formam a fumagina. Além de comprometer a ativida-
de fotossintética da planta, a fumagina e a mela contaminam a fibra, compro-
metendo sua qualidade (Rodrigues; Silva, 2018).

Na entressafra, restos culturais do algodoeiro podem servir de substrato de


alimentação e sobrevivência para insetos sugadores (Almeida et al., 2019;
Almeida, 2020a). Silva et al. (2018) avaliaram a composição faunística asso-
ciada a resíduos da cultura do algodão na entressafra dessa cultura e verifi-
caram que os insetos sugadores mais frequentes foram B. tabaci biótipo B,
A. gossypiie F. schultzei.

Nos últimos oito anos, em regiões produtoras de algodão do Cerrado, o ma-


nejo de sugadores dependeu de 11 a 15 pulverizações de inseticidas especí-
ficas em cada safra (Figura 1).

Figura 1. Número de pulverizações de inseticidas utilizadas por safra em cultivos de


algodoeiro para o controle das principais pragas da cultura, entre 2014 e 2021, no
Cerrado brasileiro.
Fonte: Miranda et al. (2023).
Pragas sugadoras na cultura do algodoeiro 11

Mosca-branca, Bemisia tabaci biótipo B


(Hemiptera: Aleyrodidae)
A mosca-branca é um inseto polífago que ocorre na sequência soja-algodão,
sistema de produção bastante utilizado no Cerrado brasileiro. Altas densida-
des populacionais desse sugador podem comprometer a produção de plu-
mas, seja pela sucção da seiva das plantas, seja pela excreção da mela, que
contamina as fibras, ou ainda pela transmissão de agentes causadores de
doenças (Panizzi et al., 2012). Além disso, por ser polífaga, essa praga se uti-
liza do algodoeiro como ponte biológica para a infestação de outras culturas
presentes no cenário agrícola da região.

Ninfas da mosca-branca apresentam quatro ínstares, sendo o primeiro mó-


vel (para procura do melhor local de alimentação) e os seguintes, fixos. No
segundo ínstar, ao se fixarem, as ninfas inserem seus dois pares de estiletes
nos tecidos vegetais e succionam a seiva elaborada da planta (Almeida et al.,
2019; Almeida, 2020a). No quarto ínstar, fase também chamada de “pupa”, as
ninfas da mosca-branca não se alimentam (Rodrigues; Silva, 2018). A forma
adulta apresenta um milímetro de comprimento e é coberta uniformemente
por uma camada de cera branca (Figura 2A).

Fotos: Gyovanna de Paula (A), Sandra M. M. Rodrigues (B)


A B

Figura 2. Mosca-branca, Bemisia tabaci biótipo B. Close do inseto adulto (A); Colônia
de indivíduos adultos em folhas de algodoeiro (B).
12 DOCUMENTOS 291

Durante o processo de alimentação nas folhas do algodoeiro (Figura 2B), o


inseto injeta saliva contendo toxinas nos tecidos foliares, que podem produzir
distintas alterações na planta, como deformação de folhas, ramos e flores,
paralisação do crescimento e diminuição da capacidade de produção de es-
truturas reprodutivas (Araújo et al., 2000; Soares et al., 2008).

O ataque desse hemíptero promove o aparecimento de pequenas pontua-


ções brancas e amareladas na face inferior das folhas; na face superior, sur-
gem manchas cloróticas com aspecto brilhante, decorrente da deposição da
mela (Soares et al., 2008).

Como vetora de doenças no algodoeiro, a mosca-branca transmite o vírus-


do-mosaico-comum. Plantas infectadas com esse vírus apresentam engros-
samento das nervuras das folhas, internódios curtos, mosaico e redução da
área foliar (Rodrigues; Vivan, 2007).

Presença de plantas hospedeiras — restos culturais de algodoeiro, outras


culturas agrícolas e plantas espontâneas —, déficit hídrico no solo e tempe-
raturas elevadas são fatores que favorecem a ocorrência de surtos popula-
cionais de mosca-branca (Miranda et al., 2015a; Sofiatti et al., 2015; Almeida,
2020a). O período crítico de infestação pelo inseto vai da emergência das
plantas até o aparecimento dos primeiros capulhos (Soria; Degrande, 2012).

Manejo da mosca-branca

Como medida de controle cultural, a destruição de plantas soqueiras após a


colheita e de plantas daninhas hospedeiras auxilia decisivamente na supres-
são de infestações de mosca-branca.

Produtos à base de fungos entomopatogênicos, registrados para o controle


da mosca-branca, já estão disponíveis no mercado brasileiro. Duas cepas
de Beauveria bassiana (Esalq PL63 e IBCB 66) são usadas em 13 produtos
comerciais visando ao controle dessa praga (Mascarin et al., 2019).

Estudos recentes mostraram que isolados de Cordyceps sp. controlam de


64% a 88% das ninfas e 60% a 99% de adultos da mosca-branca (Boaventura
et al., 2021). Esses resultados indicam que a mosca-branca é suscetível a
Cordyceps sp. e que esses fungos são promissores como ativos em bioinsu-
mos para controle dessa praga (Boaventura et al., 2021).
Pragas sugadoras na cultura do algodoeiro 13

Moscas-brancas são comumente atacadas por parasitoides do gênero


Encarsia e por predadores como Orius insidiosus, Geocoris sp., crisopídeos
e joaninhas (Soares et al., 2008). Logo, é preciso ficar atento ao uso de inse-
ticidas não seletivos para o controle de outras pragas, pois esses inseticidas
podem reduzir a população desses agentes biológicos, resultando no aumen-
to populacional da mosca-branca (Soares et al., 2011; Quintela et al., 2016).
Uma opção agroecológica é o uso de produtos à base de azadiractina, cuja
eficiência contra mosca-branca foi comprovada por Santos et al. (2019).

O levantamento populacional de ninfas é tarefa importante para a tomada


de decisão de controle (Silva et al., 2013). Uma vez que a colonização do
algodoeiro por moscas-brancas ocorre pela migração do inseto entre culturas
vizinhas, o controle químico localizado na bordadura da lavoura de algodoei-
ro pode ser necessário quando há culturas adjacentes com alta infestação do
inseto na fase de senescência (Netto et al., 2020).

A utilização de barreiras protetoras com sorgo ou milho também é indicada.


Essa medida evita a disseminação da praga no interior da lavoura de algodão
(Netto et al., 2020).

Inseticidas reguladores de crescimento, como buprofezina e pyriproxifeno,


são seletivos a inimigos naturais e letais para a forma jovem de mosca-bran-
ca (Marchi; Smith, 2021). Inseticidas do grupo dos neonicotinoides, como
imidacloprido e tiametoxam, também apresentam boa eficiência de controle
desse inseto (Smith et al., 2016). Entretanto, esse grupo químico tem sido
alvo de revisão por parte das autoridades fitossanitárias e pode estar sujeito
a restrição de uso em breve (Rangel et al., 2014).

A lista completa de produtos inseticidas sintéticos recomendados para o con-


trole da praga está disponibilizada pelo Ministério da Agricultura na internet
(Brasil, 2023).

Outra tática recomendada é o uso de desfolhantes após a abertura de 60%


dos capulhos (Silva et al., 2013). A desfolha química reduz a fonte de alimen-
to da praga, suprimindo suas populações, ao mesmo tempo que preserva
a qualidade da fibra ao evitar sua contaminação pela deposição de mela e
formação de fumagina.
14 DOCUMENTOS 291

Pulgão-do-algodoeiro, Aphis gossypii (Hemiptera:


Aphididae)
O pulgão-do-algodoeiro é uma das primeiras pragas que ocorrem na cultura,
podendo ser detectado logo após a germinação das plantas. Esse inseto po-
lífago se mantém em várias espécies de plantas, inclusive plantas silvestres,
das quais migra para plantas de algodoeiro em estágio inicial de desenvolvi-
mento vegetativo (Fernandes et al., 2012).

O pulgão adulto mede de 1 mm a 1,5 mm de comprimento, possui formato de


pera e coloração variável do verde-escuro ao amarelo (Figura 3A). Apresenta
antenas mais curtas que o tamanho do corpo, olhos avermelhados, sifúnculos
escuros, que são pequenos tubos na parte posterior do abdômen (Fernandes
et al., 2012; Almeida et al., 2019). Adultos e ninfas vivem sob as folhas e bro-
tos novos das plantas, sugando continuamente sua seiva (Figura 3B).

Assim como a mosca-branca, o pulgão-do-algodoeiro causa danos diretos


pela sucção da seiva. Esse hábito alimentar deixa as folhas dos ponteiros
enrugadas, encarquilhadas e os brotos deformados. O desenvolvimento da
planta é, portanto, prejudicado (Gabriel, 2009).

A
Fotos: Valéria L. Jardim (A), Bruna D. M. Tripode (B)

Figura 3. Pulgão-do-algodoeiro, Aphis gossypii. Indivíduo sobre folha de algodoeiro


(A); Colônia de pulgões em folha de algodoeiro (B).
Pragas sugadoras na cultura do algodoeiro 15

Nas folhas inferiores, pode ser notada uma mancha brilhante (mela) formada
de material adocicado. A mela atrai diversas formigas que vivem em simbiose
com os pulgões, protegendo-os do ataque de inimigos naturais, como joa-
ninhas (Fernandes et al., 2018). Além disso, a mela favorece o desenvolvi-
mento de fumagina, a qual dificulta a absorção da radiação solar pelas folhas
da planta. No final do ciclo da cultura, a excreção da mela causa o chamado
“algodão doce” ou o “algodão caramelizado”, fazendo com que a pluma fique
manchada e perca a qualidade (Pereira et al., 2020).

Entre os danos indiretos causados

Fotos: Nelson D. Suassuna (A), Eleusio Curvelo Freire (B)


A
pelo pulgão-do-algodoeiro está a
transmissão de agentes infecciosos
causadores de doenças. No algo-
doeiro, a principal doença trans-
mitida pelo pulgão é o mosaico-
-das-nervuras, também chamada
de doença-azul (Chitarra, 2014). A
doença se manifesta nas plantas
infectadas por meio de rugosida-
de na lâmina e encurvamento para
baixo das bordas das folhas jovens,
clareamento das nervuras com for-
mação de mosaico, escurecimento
(azulão) das folhas mais velhas,
encurtamento dos internódios e
redução do crescimento das plan-
tas (Figuras 4A e 4B). As plantas B
afetadas têm sua produção de plu-
ma comprometida (Miranda et al.,
2008).

Nas populações de pulgões, ocor-


rem formas ápteras e aladas. À
medida que a população começa
Figura 4. Sintomas da doença azul
a crescer, os integrantes da colô-
transmitida por pulgões. Planta sadia à
nia percebem que o alimento está esquerda e planta doente à esquerda; (A)
ficando escasso e que poderá faltar. Sintomas característicos da doença em
reboleira (B).
16 DOCUMENTOS 291

A partir de então, uma cascata de alterações fisiológicas acontece no corpo


do pulgão, resultando no desenvolvimento de asas. O objetivo dos indivíduos
alados é voar para outras plantas, encontrar suprimento alimentar adequado
e iniciar o desenvolvimento de novas colônias em ambientes menos compe-
titivos (Braendle et al., 2006).

A capacidade de reprodução desses insetos é enorme, pois ocorre por parteno-


gênese telítoca, isto é, fêmeas são produzidas a partir de óvulos não fecunda-
dos, excluindo-se a necessidade de machos para acasalar (Guimarães, 2013).

Outros fatores que favorecem as infestações do pulgão-do-algodoeiro são o


clima (tempo nublado, quente e úmido), culturas vizinhas ou consorciadas e a
ausência de inimigos naturais devido à utilização de produtos inseticidas não
seletivos (Soares et al., 2011; Fernandes et al., 2018). Por sua vez, chuvas
fortes reduzem o nível populacional pelo controle físico das gotas sobre os
pulgões (Benevenute et al., 2012). O período crítico de ocorrência dos inse-
tos vai da emergência das plantas ao aparecimento dos primeiros capulhos
(Soria; Degrande, 2012).

Manejo de pulgões

Método de controle alternativo no manejo integrado de sugadores, o uso de


variedades resistentes preserva as populações de inimigos naturais presen-
tes na lavoura (Almeida et al., 2019). Isso ocorre porque os níveis de con-
trole adotados podem ser menos rigorosos nas variedades resistentes que
nas suscetíveis, possibilitando uma ação concomitante dos inimigos naturais
que predam ou parasitam os pulgões e outras pragas da cultura (Silva et al.,
2013; Almeida, 2020a).

Como descrito anteriormente, o pulgão-do-algodoeiro transmite o vírus-do-


mosaico-das-nervuras, que causa a doença-azul. Variedades de algodoei-
ro resistentes ao vírus, mesmo se infectadas, não desenvolvem a doença.
Enquanto em cultivares suscetíveis à virose da nervura, o nível de controle
recomendado não deve ultrapassar 10% de plantas com colônias de pulgões,
cultivares resistentes ao vírus podem tolerar até 70% de plantas com os inse-
tos (Netto et al., 2020).
Pragas sugadoras na cultura do algodoeiro 17

Inúmeras espécies de predadores e parasitoides atuam no campo, reduzin-


do sua população. Vespas parasitoides Lisyphlebus testaceipes (Figura 5A)
comumente estão presentes durante as infestações de pulgões. Outra espé-
cie, Aphelinus gossypii (Figura 5B), embora menos abundante, também para-
sita pulgões. Ao parasitarem os afídeos, estes adquirem aspecto mumificado
(Bastos et al., 2007a; Soares et al., 2008).

B A

Fotos: Reinaldo S. de O. Canuto


Figura 5. Parasitóides de pulgões. Microvespa Lisyphlebus testaceips e microvespa
Aphelinus gossypii (B).

Entre os predadores, formas adultas e larvais de joaninhas Cycloneda san-


guinea (Figura 6A) e Scimnus sp., larvas de crisopídeo Chrysoperla ex-
terna, larvas da mosca sirfídeo Toxomerus sp. (Figura 6B), assim como
ninfas e adultos de percevejos Orius sp. e Zellus sp. também colonizam e
suprimem infestações de afídeos (Bastos et al., 2007a; Oliveira et al., 2008;
Fernandes et al., 2018; Almeida, 2020b).

Em caso de ataques que causem danos econômicos, o uso de inseticidas


sistêmicos pode ser necessário. Uma vez que os pulgões colonizam a face
abaxial das folhas, o controle com inseticidas não sistêmicos fica comprome-
tido. O uso de inseticidas de largo espectro para controlar outras pragas pode
debilitar e suprimir populações de inimigos naturais de afídeos e aumentar a
probabilidade de surtos populacionais (Silvie et al., 2007).

De forma geral, o uso de inseticidas deve ser restringido tanto quanto possível
a fim de preservar os inimigos naturais (Silva et al., 2013). Alternativamente, o
Fotos: Cherre S. B. da Silva (A), José E. 18 DOCUMENTOS 291
Miranda (B)

A B

Figura 6. Predadores de pragas sugadoras do algodoeiro. Joaninha adulta Cycloneda


sanguinea (A) e larva de mosca Toxomerus sp. (B).

inseticida botânico Azamax, à base de azadiractina, mostrou-se eficiente no


controle dessa praga (Santos et al., 2019). A lista completa de produtos inse-
ticidas sintéticos recomendados para o controle da praga está disponibilizada
pelo Ministério da Agricultura na internet (Brasil, 2023).

Tripes, Frankliniella schultzei (Thysanoptera:


Thripidae)
Altas infestações de tripes eram comuns em cultivos de algodoeiro na década
de 1990. Após um período sem expressão, nos últimos cinco anos a praga
voltou a causar danos expressivos em cultivos do Centro-Oeste do Brasil
(Carvalho et al., 2021).

Tripes é inseto-praga de várias culturas agrícolas, como soja, feijão, algodão,


tomate e fumo. Medindo entre 1 mm a 3 mm de comprimento, de coloração
variável, os adultos apresentam asas franjadas e corpo afilado (Figura 7A).

A espécie tem reprodução sexuada, sendo os ovos colocados nas folhas. As


formas jovens se distinguem das adultas pela coloração mais clara e por não
possuírem asas (Almeida et al., 2019). O aparelho bucal é do tipo picador-
sugador, formado por três estiletes (Miranda, 2010).

A fase ninfal é dividida em quatro ínstares, sendo o inseto ativo nos dois
primeiros e inativo nos dois últimos ínstares. Esse tipo de desenvolvimento
é denominado remetabolia. O ciclo de vida do tripes dura em média 13 dias
(Sosa-Gómez et al., 2010).
Pragas sugadoras na cultura do algodoeiro 19

As infestações são verificadas no início do cultivo do algodoeiro, logo após a


emergência ou, mais raramente, após o início da fase reprodutiva das plan-
tas. Ocorrem em condições de baixa umidade (secas ou veranicos) e tempe-
raturas medianas (Miranda et al., 2015a).

Esses insetos vivem nas folhas, causando ataques que promovem a altera-
ção da consistência das folhas, que ficam coriáceas e quebradiças; atacam
também as brotações e plantas jovens, provocando o encarquilhamento e es-
pessamento das folhas do ponteiro, que adquirem coloração verde-brilhante
e manchas prateadas (Figura 7B). O crescimento é prejudicado em plantas
novas, com dois a quatro pares de folhas, ocasionando, também, o super-
brotamento devido à quebra da dominância apical (morte da gema apical).
Adultos e ninfas de tripes têm preferência por folhas novas, mas podem se
alimentar também de pólen ou sugar pétalas de flores (Carvalho et al., 2021).

O período crítico de ataque vai do início da emissão do primeiro par de folhas


verdadeiras até 30 dias após a emergência (Saran; Santos, 2007).

Fotos: Bruna M. D. Tripode (A), José E. Miranda (B)


A B

Figura 7. Tripes, Frankliniella schultzei. Adulto em folha de algodoeiro (A); Plantas de


algodoeiro sintomáticas de ataque de tripes (B).

Manejo de tripes

Lavouras manejadas com critério, baseadas em amostragens frequentes


para determinar os níveis populacionais de pragas e que utilizam medidas de
controle químico somente quando os níveis de controle são atingidos, com
20 DOCUMENTOS 291

A o emprego de inseticidas seletivos,


Fotos: Gyovanna de Paula (A), José Francisco Arruda e Silva (B)

apresentam um ambiente mais


equilibrado, que favorece a manu-
tenção de inimigos naturais (Soares
et al., 2011).

Os mais eficientes inimigos naturais


de tripes são os percevejos preda-
dores Orius insidiosus (Figura 8A) e
Geocoris sp. (Figura 8B). Aumentos
populacionais de tripes podem esti-
mular o incremento de populações
desses percevejos, que se alimen-
tam também de outras espécies-
pragas, como os ácaros (Soares et
B
al., 2008).

O controle químico deve ser pre-


ventivo e localizado, por meio do
tratamento de sementes com inse-
ticidas sistêmicos (Carvalho et al.,
2021). Esse tratamento protege as
plântulas de algodoeiro por até 30
dias após sua germinação. Por ser
localizado nas sementes, preserva
inimigos naturais.
Figura 8. Percevejos predadores de
pragas sugadoras do algodoeiro. Orius Caso o ataque ocorra após o final
insidiosus (A); Geocoris sp. (B). do período residual do tratamento
de sementes, o uso de inseticidas
sistêmicos, via pulverização aérea, será indicado quando o nível de controle
for atingido, propiciando um período residual de até três semanas. Inseticidas
do grupo das espinosinas também são indicados, por sua eficiência e seleti-
vidade (Torres; Bueno, 2018). Inseticidas não sistêmicos matam os estágios
ativos, agindo por menos de uma semana; após esse período as plantas po-
dem vir a ser recolonizadas por adultos que emergem do solo, ninfas neona-
tas ou por indivíduos migrantes de outras áreas. A lista completa de produtos
inseticidas sintéticos recomendados para o controle da praga está disponibi-
lizada pelo Ministério da Agricultura na internet (Brasil, 2023).
Pragas sugadoras na cultura do algodoeiro 21

Cochonilha-do-algodoeiro, Phenacoccus
solenopsis (Hemiptera: Pseudococcidae)
A cochonilha-do-algodoeiro é originaria da América Central. Essa espécie
possui ampla distribuição geográfica e é extremamente polífaga, sendo cita-
da como praga de mais de 150 plantas. Além de P. solenopsis, várias espé-
cies de cochonilhas, como Planococcus minor e Ferrisia virgata, são citadas
na cultura do algodoeiro em diversas partes do mundo. P. solenopsis tem sido
descrita como praga-chave do algodoeiro na Índia, no Paquistão e na China
(Hodgson et al., 2008; Wang et al., 2009).

No Brasil, até pouco tempo essa praga era considerada secundária na cultu-
ra do algodoeiro. Contudo, cada vez mais essa espécie tem preocupado os
cotonicultores devido aos surtos populacionais, que vêm ocorrendo nos últi-
mos anos em áreas de cultivo de algodoeiro em Goiás, Mato Grosso, Ceará,
Paraíba e Pernambuco (Bastos et al., 2007b; Silva, 2012; Silva-Torres et al.,
2013).

Deficiência hídrica e altas temperaturas ocorridas nos últimos anos podem


estar entre os fatores que favoreceram os surtos populacionais da praga nas
lavouras brasileiras de algodão (Silva, 2012).

Ninfas e adultos são morfologicamente semelhantes. Têm coloração amare-


lada ou rósea, com o corpo revestido por camada branca cerosa, podendo
ser notadas duas listras escuras sobre o corpo (Almeida et al., 2019). Embora
difícil de serem visualizados a olho nu, dois filamentos caudais são presentes
(Figura 9A).

O período embrionário dura de 3 dias a 9 dias, dependendo das condições


climáticas. A fase imatura da cochonilha compreende quatro ínstares ninfais.
O ciclo de ovo a adulto da cochonilha-do-algodoeiro dura em média 14 dias
para as fêmeas e 18 dias para os machos (Waqas et al., 2021).

A espécie se reproduz por ovoviviparidade o ovo se desenvolve no interior do


corpo da mãe. Cada fêmea dá origem a cerca de 330 descendentes. Os ma-
chos sobrevivem apenas um a dois dias, o suficiente para ocorrer a cópula.
As fêmeas têm longevidade de cerca de 40 dias (Vennila et al., 2010).
22 DOCUMENTOS 291

A espécie de cochonilha P. solenopsis causa injúrias às plantas de algodão


ao se instalar e se alimentar por sucção da seiva das plantas. No início da
infestação, ela se concentra nos locais onde o metabolismo vegetal é acele-
rado (ponteiro das plantas, base de botões e de flores) e, com o passar do
tempo, passa a infestar todas as partes das plantas de maneira generalizada,
principalmente quando não há disponibilidade de outros hospedeiros alterna-
tivos (Figura 9B). Elevados níveis populacionais podem ocasionar a morte de
plantas (Santa-Cecília et al., 2002; Martinez; Suris, 2008).

O inseto é capaz de infestar as plantas mesmo quando os capulhos já se en-


contram abertos (Bastos et al., 2007b), depreciando o produto final devido à
excreção açucarada liberada, causando aparecimento de fumagina, tal como
mosca-branca e pulgão-do-algodoeiro.

Outro fator preocupante é a dificuldade de controle da cochonilha devido à


cerosidade que recobre o corpo do inseto, o que acaba dificultando a ação
dos inseticidas (Santos, 2011). É comum que essa praga estabeleça intera-
ções simbióticas com formigas, que protegem as cochonilhas de predadores
e parasitoides em troca da substância açucarada (mela) excretada por adul-
tos e ninfas (Waqas et al., 2021).

Os períodos críticos de ataque de cochonilhas ocorrem por ocasião do flores-


cimento da cultura e no final do ciclo da cultura, coincidindo com momentos
de ocorrência de estresse hídrico (Soria; Degrande, 2012).
Fotos: José E. Miranda (A), Valéria L. Jardim (B)

A B

Figura 9. Cochonilha-do-algodoeiro, Phenacoccus solenopsis. Insetos nos primórdios


foliares de algodoeiro (A); Detalhe da Cochonilha (B).
Pragas sugadoras na cultura do algodoeiro 23

Manejo de cochonilhas

Devido à recente constatação dessa espécie como causadora de injúria sig-


nificativa ao algodoeiro, medidas para convívio e controle da praga ainda são
pouco difundidas.

A cochonilha pode ser observada com maior incidência em períodos secos,


e quando há disponibilidade de sistema de irrigação, este deve ser acionado
para irrigação complementar nesses períodos, o que reduz as infestações
(Silva et al., 2013).

Caulim, um minério composto de silicatos hidratados de alumínio, tem sido


utilizado para proteger o algodão de pragas como o bicudo, lagartas e pulgões
em cultivos agroecológicos e pequenas propriedades do Nordeste (Almeida
et al., 2019). A ação do caulim se dá pela promoção do rompimento da estru-
tura cuticular do corpo dos insetos e pela modificação da coloração e textura
da camada de cera dos tecidos vegetais, prejudicando o processo de loca-
lização e aceitação da planta hospedeira (Silva, 2020). Entretanto, quando
o produto foi testado no controle populacional da cochonilha-do-algodoeiro,
verificou-se que o ciclo de vida do inseto foi reduzido com consequente cres-
cimento populacional da praga (Guedes et al., 2020).

Parece haver uma influência direta da camada de caulim na proteção dos ovos
do inseto contra choques térmicos, pela redução da umidade no microclima
da região das plantas onde a cochonilha se desenvolve, aumentando assim
sua viabilidade. Dessa forma, os autores recomendam cautela com o uso do
caulim em áreas com histórico de ocorrência de cochonilhas-do-algodoeiro.

O conhecimento da eficiência de moléculas sintéticas e naturais no controle


de P. solenopsis constitui-se em informação fundamental para o convívio com
a praga, necessitando-se selecionar moléculas e concentrações que possam
causar mortalidade significativa da praga. Atualmente não existe registro de ne-
nhum produto sintético no Ministério da Agricultura para o controle dessa praga.

Miranda et al. (2011) testaram vários inseticidas contra a cochonilha-do-algo-


doeiro. Os inseticidas que apresentaram maior eficiência de controle foram
paration metílico (96%), acetamiprido (83,5%) e tiametoxam (68%). Estudos
realizados por Mamoon-ur-Rashid et al. (2011) mostraram que, após 48 horas
de exposição a tiametoxam, a mortalidade de P. solenopsis atingiu 91,5%.
24 DOCUMENTOS 291

Entre as opções de controle agroecológico, destacam-se produtos à base de


azadiractina, como Azamax, cuja aplicação promoveu redução significativa
da população da cochonilha-do-algodoeiro, sem, no entanto, afetar a popu-
lação de aranhas Misumenoides sp. e joaninhas Hipodammia convergens
(Santos et al., 2019).

Um estudo em andamento feito pela Embrapa Algodão e pelo Instituto


Nacional do Semiárido (Insa) visa desenvolver um inseticida à base de
extrato de sisal (Agave sisalana) para controle de cochonilhas (Santos,
2022). A obtenção de compostos vegetais inseticidas é estratégia interes-
sante, de baixo impacto ambiental e, possivelmente, seletiva a inimigos
naturais.

Percevejo-castanho, Scaptocoris castanea


(Hemiptera: Cydnidae)
Inseto de hábito subterrâneo, o percevejo-castanho suga as raízes das plan-
tas, causando acentuado atraso no desenvolvimento delas e prejudicando a
produção. Nas épocas mais secas, aprofundam-se no solo e procuram as re-
giões mais úmidas e, durante as chuvas, retornam à superfície (Nascimento
et al., 2014).

Formas jovens são de coloração branca e adultas são de coloração marrom-


claro (Figura 10A). Ambas as formas têm hábito subterrâneo e sugam a seiva
das raízes do algodoeiro (Figura 10B).

Essas espécies são polífagas, podendo atacar várias culturas, como soja,
milho, sorgo e pastagens e são facilmente identificadas no momento da aber-
tura dos sulcos de plantio, pelo cheiro desagradável que exalam (Miranda et
al., 2015b).

Adultos e ninfas ficam protegidos por uma câmara ovalada no interior do solo.
As ninfas passam por cinco ínstares, sendo a duração total do período ninfal
de aproximadamente 150 dias (Oliveira et al., 2000).

Com o ataque do percevejo da raiz, observam-se no campo plantas amare-


ladas, raquíticas, murchamento e posteriormente a morte da planta. Esses
sintomas podem ser confundidos com deficiência nutricional, mas são facil-
Pragas sugadoras na cultura do algodoeiro 25

A B

Fotos: Lúcia M. Vivan


Figura 10. Percevejo-castanho, Scaptocoris castanea. Adultos no solo (A); Indivíduos
na raiz do algodoeiro (B).

mente diferenciados quando as plantas são arrancadas do solo, pois exalam


um odor típico de maria-fedida, oriundo das glândulas odoríferas dos perce-
vejos (Vivan et al., 2013).

A sucção contínua da seiva por ninfas e adultos leva a planta ao definhamen-


to, seca e morte. Quando o ataque é intenso, há a necessidade de replantio.
As plantas que sobrevivem ao ataque têm seu desenvolvimento comprome-
tido, notando-se nítida diferença no porte e na capacidade de produção de
estruturas florais entre áreas atacadas e não atacadas (Miranda et al., 2016).

O período crítico de ataque, quando os prejuízos são maiores, situa-se no


período de estabelecimento da cultura, entre a emergência e os 40 dias após
a emergência das plantas (Oliveira et al., 2000; Miranda, 2010).

Manejo de percevejos-castanhos

Em áreas onde há histórico de infestação dessa praga, cerca de 20 dias an-


tes da semeadura o produtor deve realizar amostragens no solo com o auxílio
de trado ou pás a fim de detectar o problema. Caso seja detectada a presen-
ça dos insetos, a área infestada deverá ser evitada para cultivo do algodoeiro
(Miranda et al., 2015b).

A subsolagem de áreas infestadas após a colheita da cultura anterior e a


aração seguida de duas gradagens são medidas culturais que suprimem a
população dos insetos pela ação mecânica dos implementos e pela exposi-
ção de ninfas e adultos ao sol e aos inimigos naturais (Miranda et al., 2015b).
26 DOCUMENTOS 291

O enraizamento das plantas de algodoeiro deve ser estimulado através da


aplicação de nitrogênio no solo na forma de sulfato de amônio antes da se-
meadura. Da mesma forma, adubações de cobertura contendo sulfato de
amônio aceleram o desenvolvimento da planta e potencializam sua capacida-
de de suportar o ataque da praga (Nascimento et al., 2014).

A rotação de cultura, utilizando cultivos menos suscetíveis como o girassol e


a mamona, é estratégia usada em áreas com histórico de infestação (Ferreira
et al., 2016).

O controle químico do percevejo-castanho nem sempre tem se mostrado efi-


ciente, mas depende de boas condições de umidade do solo durante as apli-
cações. Apenas um produto comercial (Terbufós 150G) está registrado para
o controle de percevejo-castanho (Brasil, 2023).

O controle do percevejo-castanho por inoculação de nematoides entomopa-


togênicos dos gêneros Steinernema e Heterorhabidits pode ser uma alterna-
tiva para o controle eficaz e duradouro. Bioinsumos à base de nematoides
S. feltiae e Heterorhabditis sp., desenvolvidos pelo Instituto Biológico de São
Paulo, já são comercializados por empresas parceiras para o controle do
percevejo-castanho e de outras pragas de solo (Miranda; Tripode, 2022).

Por serem suscetíveis à deficiência hídrica, os nematoides parasitas de inse-


tos são mais efetivos em condições de alta umidade do solo. Altamente sen-
síveis também a raios ultravioleta, a utilização desses organismos em áreas
de plantio direto é opção interessante, uma vez que não há revolvimento do
solo e exposição ao sol.

A correção do perfil do solo visa aumentar a fertilidade do solo por meio de


aplicação de corretivos como o calcário e o gesso. Ao permitir uma melhor
condição nutricional para as plantas, esses corretivos podem influir positiva-
mente no controle populacional de pragas de solo. Esse tipo de manejo al-
ternativo foi sugerido por Nascimento et al. (2014), usando fontes de enxofre
para reduzir as perdas promovidas por população de percevejos-castanhos.
O estudo concluiu que o uso de fontes de enxofre (sulfato de cálcio e sulfato
de amônio) promove a tolerância do algodoeiro ao ataque dos insetos.

O controle cultural também é uma alternativa para o controle de percevejo-


castanho, destacando-se medidas de rotação de culturas e uso de plantas de
cobertura (Ferreira et al., 2012; Ferreira et al., 2016).
Pragas sugadoras na cultura do algodoeiro 27

Na avaliação de cultivos de algodoeiro em áreas manejadas no sistema de


plantio direto, com inserção de plantas de cobertura no esquema de rota-
ção das culturas, Miranda et al. (2022) identificaram plantas de cobertura
que prejudicam as populações de percevejos-castanhos, com destaque para
Crotalaria sp., feijão-guandu, gergelim e girassol (Figura 11). Por outro lado,
os autores recomendam fortemente evitar o uso de Urochloa ruziziensis como
planta de cobertura em áreas infestadas, visto que essas espécies permiti-
ram a permanência das populações de percevejos-castanhos na área onde o
algodoeiro foi posteriormente cultivado.

Figura 11. Efeito da sucessão de plantas de cobertura-algodão na infestação ninfas e


adultos de percevejos-castanhos (Scaptocoris castanea). Os tratamentos se referem
às plantas de cobertura antecedentes ao algodoeiro. Os dados foram coletados na
fase inicial do cultivo do algodoeiro.
Fonte: Miranda et al. (2022).
28 DOCUMENTOS 291

Percevejo-marrom, Euschistus heros


(Hemiptera: Pentatomidae)
Percevejos fitófagos ocorrem em várias culturas de importância agrícola,
como soja, feijão, milho, algodão, girassol, trigo, etc. Podem se alimentar da
parte aérea ou de raízes das plantas e são facilmente identificadas pelo chei-
ro desagradável que exalam (Garbelotto; Campos, 2014).

Percevejos fitófagos da parte aérea do algodoeiro, devido ao seu hábito ali-


mentar, ocorrem durante o período reprodutivo da planta, surgindo no apare-
cimento dos botões florais e indo até a fase de formação de capulhos (Silvie
et al., 2007; Miranda et al., 2015a). Esses insetos podem viver mais de 300
dias quando as condições são favoráveis, nas quais há ocorrência de tempe-
raturas elevadas (Bélot; Vilela, 2019).

Na cultura do algodão ocorrem tanto os percevejos fitófagos como os pre-


dadores. Morfologicamente, percevejos fitófagos se diferem dos predadores
pelo aparelho bucal: enquanto os fitófagos apresentam um rostro (bico) fino e
comprido, prolongando-se até o segundo par de pernas, os predadores apre-
sentam o rostro curvo e curto, que não ultrapassa o primeiro par de pernas
(Panizzi et al., 2012).

A espécie mais importante na cultura do algodão e que tem ocorrido com


frequência na maioria das áreas produtoras provenientes da cultura da soja é
o percevejo-marrom, Euschistus heros (Figura 12A).

As fêmeas do percevejo-marrom ovipositam entre 5 e 10 ovos de coloração


amarelada sobre folhas ou frutos das plantas hospedeiras (Figura 12B). A
fase ninfal tem coloração amarronzada no início, podendo surgir formas ver-
des, castanhas ou acinzentadas. Na fase adulta, apresenta coloração mar-
rom- escuro e possui expansões laterais em forma de espinhos pontiagudos
no pronoto (dorso) (Sosa-Gómez et al., 2010).

Nos botões florais, as injúrias provocadas por esses insetos são deforma-
ções, atrofiamento e abscisão. As maçãs têm o desenvolvimento compro-
metido, verificando-se pontuações internas e deformações que adquirem for-
mato característico denominado “maçãs bico-de-papagaio”, as quais não se
abrem normalmente (Miranda et al., 2015a).
Pragas sugadoras na cultura do algodoeiro 29

Fotos: Edson Hirose


B

Figura 12. Percevejo-marrom, Euschistus heros. Adulto (A); Postura contendo 10


ovos sobre vagem de soja (B).
30 DOCUMENTOS 291

Capulhos apresentam-se defeituosos, com manchas nas fibras causadas pe-


las dejeções e podridões e devido ao aparecimento de fungos e bactérias
oportunistas. Em situações de ataque severo, ocorre um crescimento exa-
gerado de ramos com os entrenós alongados e, assim, as plantas crescem
demais (Silvie et al., 2007).

A presença de cultivos de soja nas proximidades da lavoura do algodão pro-


picia o ataque de percevejos ao cultivo do algodoeiro. Após a senescência e
colheita da leguminosa, os insetos tendem a migrar para áreas com algodoei-
ro (Miranda, 2010; Netto et al., 2020).

Ocorrências mais frequentes do percevejo-marrom são verificadas após pe-


ríodos chuvosos e com temperaturas elevadas. O período crítico de ataque
se dá a partir do florescimento e vai até a fase final da cultura, estando rela-
cionado à senescência de culturas de soja vizinhas ao cultivo do algodoeiro
(Netto et al., 2020).

Manejo de percevejos

Várias espécies de inimigos naturais são encontradas nas lavouras, re-


duzindo as populações dos percevejos e mantendo-as abaixo do nível de
dano econômico. Os parasitoides de ovos das espécies Trissolcus basalis e
Telenomus podisi são os mais importantes (Bastos; Torres, 2005; Soares et
al., 2008; Almeida, 2020a).

A preservação dessas duas espécies de micro-himenópteros configura-se


em importante estratégia de controle biológico natural. Esses parasitoides
atacam ovos de várias espécies de percevejos e esse hábito de polifagia
favorece o controle de percevejos da cultura do algodoeiro, na qual essas
espécies podem ocorrer simultaneamente (Bastos; Torres, 2005).

Os parasitoides são capazes de ovipositar logo após a emergência, embo-


ra o pico de oviposição ocorra no segundo dia após a emergência (Soares
et al., 2008).

O controle biológico com a utilização de fungos entomopatógenos é outra


estratégia interessante no controle de percevejos (Almeida, 2020a).
Pragas sugadoras na cultura do algodoeiro 31

Como forma de superar a barreira química representada pela camada epicuti-


cular de algumas espécies de pragas, a combinação de doses subletais de in-
seticidas químicos com entomopatógenos fúngicos tem sido estudada. Quintela
et al. (2013) relataram uma mistura de conídios de Metarhizium anisopliae com
dose subletal de tiametoxam aumentando significativamente a mortalidade de
percevejos. Essa estratégia para melhorar a atividade de micoinseticidas tam-
bém pode ser aplicada para retardar ou prevenir a resistência a inseticidas e
reduzir a dependência dessa ferramenta no manejo.

Quanto ao controle químico de percevejo-marrom, inseticidas na metade da


dose usual são indicados em mistura com cloreto de sódio (sal de cozinha)
a 0,5% da calda. No uso de equipamentos aéreos, a concentração do sal é
alterada para 0,75% (Corso, 1990). O sal apresenta efeito arrestante para
picadas de prova dos percevejos, aumentando o tempo de permanência do
inseto sobre o alimento e a sua exposição aos inseticidas. Esse método fa-
vorece a eficiência e a seletividade dos inseticidas a organismos não alvos.

A lista completa de produtos inseticidas sintéticos recomendados para o con-


trole da praga está disponibilizada pelo Ministério da Agricultura na internet
(Brasil, 2023).

No início do ataque, o controle químico nas proximidades do cultivo de soja


tende a ser suficiente. Tem sido observado que, em geral, a eliminação da
população inicial nessas áreas é suficiente para manter a cultura com po-
pulações reduzidas de percevejos nos períodos críticos de ataque (Silvie;
Thomazoni, 2007).

Aplicações localizadas para pragas do algodoeiro e efetuadas logo no início


da detecção das infestações podem dispensar aplicações em área total. Isso
representa uma economia de 10 a 12 aplicações de inseticidas em área total
por safra. Como exemplo, um estudo mostrou que o manejo localizado uti-
lizando mapas de distribuição especial por aplicativo específico e aplicação
de parasitoides Telenomus podisi para controle do percevejo-marrom reduziu
em 50% a demanda de pulverização para controle dessa praga (Rogia et al.,
2021).
32 DOCUMENTOS 291

Considerações finais
O rápido crescimento populacional de pragas sugadoras exige levantamen-
tos frequentes. Muitas vezes a detecção tardia encontra as populações de
sugadores em níveis já elevados, exigindo estratégias de controle químico
em área total e, mesmo assim, ocorrendo perdas de produção ou compro-
metimento da qualidade da pluma do algodão. Além disso extensas áreas de
cultivo dificultam a detecção dessas pragas, quando a amostragem é visual.

As novas tecnologias de agricultura digital que estão sendo desenvolvidas


— como aplicativos, drones e sensores automatizados — devem melhorar
a eficiência das amostragens, reduzir o tempo necessário para a tomada de
decisão e assegurar o controle precoce das pragas sugadoras.

Os agentes de controle biológico estão cada vez mais em pauta, demandas


crescentes e conscientização de sua importância no manejo de pragas estão
fomentando a produção comercial de diversas cepas de fungos e bactérias
entomopatogênicas e de parasitoides eficientes no controle de sugadores
(Almeida et al., 2019). Esse método de controle tende a ser mais utilizado nas
lavouras de algodão do Brasil e seu uso vai reduzir o impacto de inseticidas
na cultura e aumentar a sustentabilidade da lavoura.

A fim de potencializar o uso do controle biológico, o controle químico utilizado


com parcimônia e com o emprego de inseticidas seletivos é técnica racio-
nal que contribui para o equilíbrio das populações de insetos no ambiente
agrícola.

O controle cultural com a rotação de culturas incluindo espécies de plantas


de cobertura que desfavorecem populações de sugadores também tem sido
cada vez mais implementado nas lavouras de algodão. Até porque o siste-
ma plantio direto, que utiliza esses preceitos, traz diversas outras vantagens
agronômicas já conhecidas pelo produtor.

Essas técnicas combinadas e utilizadas com base em monitoramento eficien-


te e em tempo hábil são importantes fatores no sucesso do manejo de pragas
sugadoras na cultura do algodoeiro.
Pragas sugadoras na cultura do algodoeiro 33

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