1 Conceituando Políticas Educacionais

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CONCEITUANDO POLÍTICAS EDUCACIONAISi

Denise Silva Araújoii

Maria Zeneide C. M. de Almeidaiii

Resumo: Neste texto, assume-se como objetivo conceituar políticas educacionais, a partir

de sua compreensão como política pública. Busca-se estabelecer suas relações com os

movimentos da sociedade civil, a fim de contribuir para uma compreensão da realidade

educacional enquanto um campo singular e contraditório de disputa. O texto divide-se em

duas partes: Conceituando política como atividade constituidora da condição humana e

Políticas educacionais no contexto das políticas públicas.

Palavras-chave: Políticas educacionais, políticas públicas, Estado, educação.

Introdução

As ações e orientações do Estado interferem no cotidiano de cada instituição

educativa e dos sujeitos que a constroem. Desde a quantidade de dias letivos ao

conteúdo e à metodologia trabalhada no interior de cada sala de aula sofrem as

determinações das políticas públicas para a educação. Compreender estas

determinações e como elas se constroem, nas relações sociais, é fundamental para

que o professor possa se posicionar criticamente diante delas e participar

efetivamente na construção de políticas educacionais que sirvam para contribuir na

superação das injustiças e da exclusão social a que está submetida grande parte da

população brasileira.

Esta postura exige, porém, que se compreenda como se constituem as

políticas educacionais, pois, como dizia Paulo Freire (1980) ninguém transforma

aquilo que não conhece. É com esse objetivo que se propôs, neste texto, abordar a
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educação, enquanto política pública, inserida nas contradições da sociedade mais

ampla na qual está inserida.

Neste texto, resultante de uma pesquisa de cunho teórico-descritivo-

bibliográfico, assume-se como objetivo situar o aluno dos cursos de formação de

professores, em nível de Graduação e Pós-Graduação, no campo de conhecimento

de Políticas educacionais. Para empreender esta análise, torna-se necessário

discutir inicialmente os conceitos de política e de Estado, segundo distintas vertentes

analíticas. Busca-se, para esta tarefa, o apoio teórico de clássicos como Aristóteles,

Rousseau, Locke, Hobbes, Marx e Engels. Em seguida, de posse destes conceitos,

analisa-se a educação como política pública. Para tanto, recorreu-se a autoras como

Arendt, Azevedo e Brzezinski.

O texto divide-se em duas partes: Conceituando política como atividade

constituidora da condição humana e Políticas educacionais no contexto das políticas

públicas.

Conceituando política como atividade constituidora da condição humana

Antes de tudo é importante refletir sobre o que é política. Para muitas

pessoas, essa palavra evoca imagens de campanhas eleitorais, partidos,

propagandas, poluição visual às vésperas de eleição. Outros podem lembrar-se da

atuação de políticos profissionais, na maioria das vezes, maus políticos. Isto faz com

que várias pessoas tomem aversão a tudo o que diz respeito à política. Mas será

que política é isso mesmo? Ou melhor, será que política é só isso?

Este é um tema muito complexo para ser tratado com rapidez, pois seu uso

corrente está permeado por uma multiplicidade de significados que foram

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construídos na história da humanidade e por diferentes sentidos adquiridos na

experiência de vida de cada pessoa. Por isso, vamos voltar um pouco na história,

para refletir sobre o significado deste termo tão polêmico.

Em sua definição clássica, o termo política emana do adjetivo politikós,

originado de polisiv, que se refere a tudo que se relaciona com a cidade, portanto ao

urbano, público, civil.

A obra de Aristóteles, A política, é considerada a primeira obra sobre este

tema, pois introduz a discussão sobre Estado e sobre as formas de governo.

A obra seminal de Aristóteles (2008) consiste em um marco divisor para as

idéias de liberdade de agir e de pensar, do convencimento pelo diálogo e pela

persuasão, que repercutirá daí em diante, naquilo que pensarão os homens sobre o

sentido e a utilidade da política no cotidiano da polis e da vida em sociedade,

conforme lembra Brzezinski:

Como os atenienses orgulhavam-se de conduzir seus assuntos


políticos pela fala e sem uso de violência, distinguindo-se nisso dos
bárbaros, eles acreditavam que a arte mais alta e verdadeiramente
política era retórica, a arte de persuasão. (ARENDT, apud
BRZEZINSKI, 2009, p.2).

Como analisa Brzezinski (2009, p.2): [...] Persuadir (peithein) era a forma de falar

em Atenas. Ter habilidade para usar a palavra (logos), efetivar a comunicação, portanto

persuadir, transforma o homem em ser político.

Com o decorrer do tempo, o significado grego da política como a arte do bom

convívio entre os diferentes na polis passa a ser, cada vez mais, compreendido

como um ideal inatingível nas sociedades modernas e contemporâneas. Política

passou a designar [...] um campo dedicado ao estudo da esfera de atividades humanas

articulada às coisas do Estado (SHIROMA, MORAES e EVANGELISTA, 2002, p. 7).

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Neste sentido, refere-se, hoje, principalmente ao conjunto de atividades, que,

de alguma maneira são atribuídas ao Estado moderno, ou que dele emanam. Vale à

pena, neste momento, nos perguntarmos, então, sobre o que é Estado? Qual sua

função? Como surgiu? A resposta a estas perguntas não é muito simples. Podemos

agrupar as várias formas de responder a esta pergunta em dois grandes grupos de

teorias:

• Teorias com enfoque liberal: baseam-se numa interpretação feita pela burguesia

nos diferentes momentos da história do capitalismo. Consideram que o Estado é

neutro e está acima dos interesses das classes sociais, pois tem como objetivo a

realização do bem comum e o aperfeiçoamento do organismo social no seu

conjunto.

• Teorias com enfoque marxista: fundamentam-se em uma concepção de

sociedade dividida em classes antagônicas, com interesses divergentes, o que

inviabiliza a idéia de um Estado neutro, voltado para o bem comum. Segundo

esse enfoque, o Estado é uma instituição política que representa os interesses

de uma classe social dominante, que prevalece sobre o conjunto da sociedade.

Apenas no nível aparente, estes interesses apresentam-se como interesses

universais, de todo o corpo social. Esse enfoque constituí-se, deste modo, uma

crítica ao enfoque liberal de Estado.

Três teóricos europeus são considerados os fundadores do pensamento

político e podem nos ajudar a compreender melhor a construção do conceito

burguês de Estado moderno: Thomas Hobbes (1588-1651), John Locke (1632-1704)

e Jean-Jacques Rousseau (1712-1778).

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Para Hobbes (1983), teórico político e filósofo inglês, o Estado soberano

significava a realização máxima de uma sociedade civilizada e racional. Ele

defendeu que, em estado natural, sem o jugo político do Estado, os homens

viveriam em liberdade e igualdade segundo seus instintos. Somente o Estado, um

poder acima das individualidades, garantiria segurança a todos, pois o egoísmo, a

crueldade,a ambição, naturais dos indivíduos, gerariam uma luta sem tréguas,

levando-os à ruína. Para evitar este fim e promover o bem comum, os homens

selariam um pacto, um contrato, que evita a sua destruição. Hobbes atribui a este

contrato social a origem do Estado, de poder absoluto, justificando, assim seu

surgimento e sua necessidade:

[...] O fim último, causa final e desígno dos homens (que amam
naturalmente a liberdade e o domínio sobre os outros), ao introduzir
aquela restrição sobre si mesmos sob a qual temos que viver nos
Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida
mais satisfeita. Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição
de guerra que é a consequência necessária (conforme se mostrou)
das paixões dos homens, quando não há um poder visível capaz de
os manter em respeito, forçando-os, por medo do castigo, ao
cumprimento de seus pactos e respeito àquelas leis da natureza [...]
(HOBBES, 1983, p. 103)

John Locke, filósofo predecessor do Iluminismov, tinha como noção de

governo o consentimento dos governados diante da autoridade constituída, defendia

a idéia de que o homem seria livre no seu estado natural. Para evitar que um

homem pudesse subjulgar o outro a seu poder absoluto, os homens, por meio de um

contrato social, delegaram poderes ao Estado, que deveria ter o papel de assegurar

seus direitos naturais, assim como, a sua propriedade, que ele explica da seguinte

forma:

Se o homem no estado da natureza é tão livre, conforme dissemos,


se é senhor da sua própria pessoa e posses, igual ao maior e a

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ninguém sujeito, por que abrirá mão ele dessa liberdade, por que
abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de
qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora ao
estado da natureza tenha tal direito, a fruição do mesmo é muito
incerta e está constantemente exposta à invasão de terceiros porque,
sendo todos reis tanto quanto ele, todo homem igual a ele, e na
maior parte pouco observadores da equidade e da justiça, a fruição
da propriedade que possui neste estado é muito insegura, muito
arriscada. Estas circunstâncias obrigam-no a abandonar uma
condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos
constantes; e não é sem razão que procura de boa vontade juntar-se
em sociedade com outros que já estão unidos, ou pretendem unir-se,
para mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que
chamo de “propriedade”. (LOCKE, 1978, p. 82)

Vale destacar que, enquanto, para Hobbes (1983), o contrato social resulta

num Estado Absoluto, para Locke (1978), o Estado poderia ser feito e desfeito, como

qualquer contrato, caso o Estado ou o Governo não o respeitarem.

O ideário do liberalismo clássico, formulado a partir do Século XVII, foi

sofrendo adaptações e modificações à medida que o capitalismo avançava e

delineva com maior clareza a estrutura de classes, que tornou-se elemento central

na economia e na política. O Estado Liberal Burguês, gradualmente, incorporou o

aumento dos direitos políticos do cidadão, como garantia de sua legitimidade e

forma de assegurar a participação no poder e seu controle, duas dimensões

fudamentais na organização da democracia (Azevedo, 2004).

Para Jean-Jacques Rousseau, fundador da concepção democrática-

burguesa, a sociedade civil também nasceria por meio de um contrato social. Para

ele, porém, diferente de Hobbes, os homens são naturalmente bons, sendo a

sociabilização a culpada pela sua "degeneração". O Contrato Social para Rousseau

(1983) é um acordo entre indivíduos para se criar uma Sociedade, e, só então, um

Estado. Isto quer dizer que o Contrato é um pacto de associação, não de submissão,

pois, segundo Rousseau,

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[...] só a vontade geral pode dirigir as forças do Estado de acordo
com a finalidade de sua instituição, que é o bem, comum, porque se
a oposição dos interesses particulares tornou necessário o
estabelecimento das sociedades, foi o acrodo destes mesmos
interesses que o possibilitou. O que existe de comum nesses vários
interesses forma o liame social e, se não houvesse um ponto em que
todos os interesses concordassem, nenhuma sociedade poderia
existir. Ora, somente com base nesse interesse comum é que a
sociedade deve ser governada. (ROUSSEAU, 1983, p. 44)

Para o filósofo genebrino, porém, os homens não podem renunciar aos

princípios da liberdade e igualdade, pois ao povo pertence a soberania. Em suas

próprias palavras: [...] Afirmo, pois que a soberania não sendo senão o exercício da

vontade geral, jamais pode alienar-se, e que o soberano, que nada é senão um ser coletivo,

só pode ser representado por si mesmo. O poder pode transmitir-se; não, porém, a vontade.

(ROUSSEAU, 1983, P. 44-45)

Ele enfatizava que não há liberdade onde não existe igualdade. Ao contrário

de Locke (1978), Rousseau (1983) percebia no surgimento da propriedade a origem

de todos os males da humanidadevi.

A teoria política desenvolvida por Karl Marx (1818-1883) consiste em uma

crítica categórica à concepção burguesa de Estado, que o compreende como agente

da "sociedade como um todo". A teoria marxista rejeita a possibilidade da existência

de um "interesse nacional", pois, para Marx, a base da sociedade, da sua formação,

das instituições e regras de funcionamento, das idéias e dos valores são as

condições materiais, ou seja, as relações sociais de produção.

Neste enfoque, o Estado é compreendido como uma estrutura de poder que

aglutina, sintetiza e coloca em movimento a força política da classe dominante. Para

ele, o Estado moderno é apenas um comitê para administrar os assuntos comuns da

burguesia, o que o torna um mecanismo destinado a reprimir a classe oprimida e

explorada.
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No pensamento marxista, o Estado consiste numa organização burocrática,

isto é, um conjunto de instituições e organismos, ramos e sub-ramos, com suas

respectivas burocracias, que exerce a dominação das classes exploradas, por meio

do jogo institucional de seus aparelhos. Deste modo, em condições historicamente

determinadas, o Estado desempenha a função de reprodutor das relações

econômicas e políticas de classe e de moldar aquilo que os liberais chamam de

sociedade.

Visto que não existe organização social sem Estado, pelo menos após a

divisão da sociedade em classes antagônicas, esse Estado é sempre aquele que

traduz o pensamento dos dominantes, ou seja, aquele que constrói as condições

para o máximo desenvolvimento daquelas classes (Marx e Engels, 2004)vii.

Para Antonio Gramsciviii (1891-1937), político comunista e anti-fascista

italiano, filósofo e cientista político marxista, é impossível, exceto nas ditaduras, a

existência do domínio bruto de uma classe social sobre a outra, por meio, apenas,

do Estado-coerção. Uma classe dominante, para assegurar-se como dirigente, deve

construir um conjunto de alianças e obter o consenso passivo das classes e

camadas dirigidas. A classe dominante, muitas vezes, sacrifica parte dos seus

interesses imediatos e supera o horizonte corporativo, na busca de articular alianças

e construir uma hegemoniaix ética e política.

O Estado moderno, na concepção gramsciana, não poderia constituir-se,

somente, como instrumento de coerção a serviço da classe dominante, pois para

poder manter-se, a força deve revestir-se de consenso, isto é, combinar coerção e

hegemonia. Ao analisar os mecanismos de construção desta hegemonia, Gramsci

elabora um conceito de Estado ampliado, que compreende o Estado composto por

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dois segmentos distintos, a sociedade política e a sociedade civil. Esta distinção é

tão sutil quanto complexa (GRAMSCI, 1978; MACCIOCCHI, 1980).

Sociedade política consiste no Estado-coerção, formado pelos mecanismos

que asseguram o monopólio da força pela classe dominante, como a burocracia

executiva e policial-militar. Sociedade civil é composta pelo conjunto das

organizações responsáveis pela elaboração e difusão das ideologias: o sistema

escolar, a Igreja, os sindicatos, os partidos políticos, as organizações profissionais,

as organizações culturais e os meios de comunicação e de massa. Ambos atuam,

porém, com a mesma finalidade: manter e reproduzir a dominação da classe

hegemônica. A sociedade civil corresponde à função de “hegemonia” que o grupo

dirigente exerce sobre o conjunto do corpo social e a sociedade política, à

“dominação direta” ou comando, que se expressa por meio do Estado e do poder

“jurídico” (GRAMSCI, 1978; MACCIOCCHI, 1980).

Resumindo, o Estado seria a sociedade política gramsciana. A sociedade civil

representa a nova determinação apresentada por Gramsci, que no começo do

Século XX, assume crescente grandeza com os partidos de massa, sindicatos de

trabalhadores e outras formas de organizações sociais. É após sua evolução

histórica, que a sociedade civil pôde ser capturada teoricamente. Antes disso, o

Estado-coerção era muito superior em sua base material para se permitir tal

percepção.

Para a discussão do que é política e Estado, não se pode prescindir das

contribuições da pensadora Hannah Arendt (1906-1975) x, uma cidadã inteiramente

do século XX. Embora tenha se inspirado nos exemplos e ensinamentos dos antigos

e, principalmente dos clássicos gregos como Platão e Aristóteles, produziu suas

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análises sobre os grandes conflitos contemporâneos, como o nazismo e outras

formas de totalitarismo estatal. Suas obras privilegiam a crítica contundente às

formas coercitivas de governo e busca evidenciar a fragilidade dos modelos

opressivos que recorrem à dominação pela força, pela exclusão social e suspensão

da liberdade. Sua principal obra, A Condição Humana (1958), trata de experiências

políticas fundadoras da vida dos homens na sociedade, no mundo. Suas obras

priorizam as reflexões sobre a política tomada como sua referência fundante para

compreender a crise da modernidade, em suas diferentes esferas tanto no espaço

do público como do espaço privado. Nesse estudo, tomamos como referência suas

obras e ensaios sobre Política e seus diferentes sentidos.

Para a autora: “a política trata da convivência entre os diferentes” e surge das

necessidades humanas de “organização para certas coisas comuns” a todos, por

isso, tem como seu principal pilar a pluralidade dos homens e o agir “entre-os-

homens.” (ARENDT, 1998, p.21-23).

Esse ensinamento buscado na inspiração socrática aponta para a importância

que tinha para os gregos, a convivência na pólis, ou seja, da garantia do respeito às

leis e regras de comportamento e compreensão do papel que cada homem deveria

exercer para o bom funcionamento tanto do espaço privado como do público.

Para Arendt (2008, p.82), tanto na compreensão do seu sentido no senso

comum como no pensamento cristão ocidental,

[...] Política e governo, ou exercício do poder, foram confundidos e


passaram a ser considerados, ambos, como reflexos da
corruptibilidade da natureza humana, da mesma forma como registro
dos feitos e sofrimentos dos homens passou a ser visto como reflexo
da sua pecaminosidade.

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As críticas apresentadas nas obras de Arendt sobre o autoritarismo e os

regimes totalitários, como já mencionamos anteriormente, demonstram a crise da

capacidade de persuasão no governo e no agir “entre-homens,” nos tempos

modernos. Para a autora, os pressupostos da filosofia política baseada nos

princípios da ética e da pluralidade entre os homens deveriam orientar o governo

das “coisas comuns” a todos e pautar as ações e políticas do interesse de todos. Por

outro lado, os caminhos percorridos pelos pós-socráticos, passando pelos

iluministas e contemporâneos forjaram abismos entre os discursos e as práticas dos

políticos e governantes na sociedade moderna.

Políticas educacionais no contexto das políticas públicas

O conceito gramsciano de sociedade civil e sociedade política é fundamental

para compreendermos o que vem a ser políticas educacionais e para situá-las

interior das políticas públicas.

De acordo com a teoria gramsciana, nas sociedades de tipo ocidental, como a

brasileira, a hegemonia (que se realiza nas diversas instâncias da sociedade civil)

não pode ser negligenciada pelos grupos sociais dominados, que pretendem

modificar sua condição e a assumir o comando do conjunto da sociedade. É

importante para as classes subalternas construir uma contra hegemonia,

articulando-se para interferir nos sindicatos, partidos políticos, meios de

comunicação, escolas e demais instituições que constroem a hegemonia ética e

política. É neste processo que as políticas educacionais são produzidas.

As políticas educacionais situam-se no âmbito das políticas públicasxi de

caráter social e representam [...] a materialidade da intervenção do Estado, ou o “Estado

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em ação”. [...] Sendo assim, quando se enfoca as políticas públicas em um plano mais geral

e, portanto, mais abstrato isto significa ter presente as estruturas de poder e de dominação,

os conflitos sociais infiltrados por todo o tecido social e que tem no Estado o lócus de sua

condensação [...] (Azevedo, 2004, p. 05).

As políticas educacionais, nesta perspectiva, não são estáticas, mas

dinâmicas, ou seja, estão em constante transformação. Para compreendê-las, é

necessário entender o projeto político do Estado, em seu conjunto, e as contradições

do momento histórico em questão.

Se compreendermos a política como a arte de administrar o bem público, toda

política deveria ser considerada pública ou social. Entretanto, nas sociedades em

que os meios de produção são apropriados por uma determinada classe social, o

Estado acaba por ser apropriado, também, por esta classe, a fim de gerir seus

interesse econômicos.

Deste modo, na sociedade capitalista, o Estado assume a função de

impulsionar a política econômica, tendo em vista a consolidação e a expansão do

capital, favorecendo, assim, interesses privados, em detrimento dos interesses da

coletividade, o que carateriza a política econômica pelo seu carater anti-social

(Saviani, 2007).

Os efeitos gerados por esta polítca econômica concentradora de riqueza,

contraditoriamente, ameçam a continuidade do sitema econômico capitalista. Para

contrabalancear estes efeitos, o Estado precisa promover políticas públicas ou

políticas sociais, nas áreas de saúde, habitação, assitência e previdência social,

cultura e educação.

Azevedo (2004, p. 58), analisa as políticas educacionais no âmbito das

políticas sociais e da ação do Estado que deve ser compreendida [...] para além de
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uma concepção abstrata dos “requerimentos da cumulação”, que pouco auxilia na

apreensão do fenômeno em sua concretude e complexidade.

Nas sociedades capitalistas, embora o Estado esteja submetido aos

interesses gerais do capital na organização e na administração do público, as

políticas públicas, especialmente, as de cunho social, são produto das lutas,

pressões e conflitos entre os grupos e classes que constituem a sociedade. Em

síntese, as políticas públicas são o resultado de barganhas e conflitos, consensos e

embates entre os diferentes grupos ou classes que compõem determinada

sociedade.

A autora adverte que isto não significa que não se deve considerar a

dimensão econômica intrínseca às políticas públicas, mas indica a possibilidade de

se analisar o grau de importância das diferentes áreas e setores de atividade na sua

relação com o projeto de sociedade dominante, buscando compreender a dialética

entre a intervenção estatal e a estrutura da organização social. Deste modo,

pretende salientar [...] a amplitude do espaço “político” das “políticas públicas”,

prefigurando-o na dialética da relação entre a reprodução global das sociedades e a

reprodução de cada setor específico para o qual se concebe e se implementa determinada

política (AZEVEDO, 2004, p. 59).

As políticas educacionais emanadas do Estado, como qualquer outra política

pública, implicam em escolhas e decisões, que envolvem indivíduos, grupos e

instituições e, portanto, não são fruto de iniciativas abstratas, mas constroem-se na

correlação entre as forças sociais, que se articulam para defender seus interesses.

Deste modo, para entender como se elaboram as políticas públicas, em uma

determinada sociedade, é preciso analisar seus significados históricos.

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Ao longo da História do Brasil, a educação redefiniu seu perfil, ao mesmo

tempo reprodutor e inovador da estrutura social, ou seja, ela consiste em uma das

maneiras que a sociedade estabelece para produzir e reproduzir suas formas de

organização do trabalho e da vida. A educação modela aptidões, comportamentos,

atitudes, valores, conceitos e preconceitos, que são necessários a cada forma de

organização social e a escola é um dos locais privilegiados para sua realização. Por

isso, o Estado brasileiro, à medida que foi, gradualmente, se organizando e se

fortalecendo, tomou para si a tarefa de instituir as bases da educação escolar

nacional.

É, portanto, nas relações sociais e históricas que devem ser compreendidas

as políticas educacionais. Elas são reflexo das relações de dominação e poder que

se estabelecem na sociedade, mas também, espaço de embates e contradições, de

lutas pela hegemonia do controle da vida política.

[...] não se pode esquecer que a escola e principalmente a sala de


aula são espaços em que se concretizam as definições sobre política
e o planejamento que as sociedades estabelecem para si próprias
como projeto ou modelo educativo que se tenta por em ação. O
cotidiano escolar, portanto, representa o elo final de uma complexa
cadeia que se monta para dar continuidade a uma política – a uma
policy - entendida aqui como programa de ação (AZEVEDO, 2004, p.
59).

Algumas considerações finais

Retomando as contribuições de Hannah Arendt, em seu ensaio sobre a “Crise

da Educação,” no qual ela analisa o desencanto da sociedade norte-americana com

os desacertos do seu sistema educacional, lembra a autora que, entretanto, essa

crise educacional revela [...] as questões principais do nosso século [séc.XX] e não podem

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ser analisadas como “um fenômeno local” de um país ou região, mas como um dos maiores

desafios que a sociedade contemporânea apresenta para os governos em geral.

Se compreendemos que as políticas educacionais são construídas nos

embates da sociedade civil, concluímos que é impossível o professor se manter

neutro diante das lutas das entidades nas quais seus pares se articulam a fim de

conquistar melhores condições para a educação nacional, pois quem não se

posiciona a favor das forças de mudanças está contribuindo para a permanência da

situação de injustiça e de desigualdade social, que marca a nossa sociedade e

nossa educação. Como já dissemos, ninguém é capaz de transformar o que não

conhece. Deste modo, torna-se fundamental o estudo das políticas educacionais,

nos cursos de formação de professores, que pretendem contribuir na preparação de

profissionais críticos, capazes de se posicionar diante das exigências da realidade

social e educacional.

A importância deste campo de conhecimento deve-se ao fato de contribuir

para a compreensão da vida educacional alicerçada nas dinâmicas sociais, políticas

e legais. Contempla temas como globalização, Estado, sociedade e educação;

legislação educacional, estrutura e funcionamento do ensino; políticas de

inclusão/exclusão; financiamento da educação; formação e profissionalização

docente; expansão e qualidade do ensino, dentre outros que afetam a vida cotidiana

das instituições educativas escolares e não escolares. O conhecimento das políticas

educacionais é essencial, portanto, para a formação de um professor que saiba

refletir e agir de forma coerente com suas opções éticas, teóricas e políticas.

Maria Helena Souza Patto recorre às contribuições de José Maria Azanha

acerca da formação docente, que critica a ênfase nos conhecimentos e

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aprendizagens de cunho metodológico a que, segundo ambos os autores estão

submetidos os cursos de Licenciaturas no Brasil. Para eles, estes cursos [...] nada

mais visam do que à transmissão de tecnologias mal fundamentadas e inaplicáveis às

condições efetivas de ensino [...] (AZANHA, apud PATTO, 2004, p.63).

Nesse sentido, Patto (2004, p. 66) cita as teses de Azanha, que rejeitam de

um lado, “o discurso das secretarias de Educação que atribuem a má qualidade da

educação a defeitos morais dos professores” ou sua formação acadêmico-teórica

precária; e de outro, “aos diagnósticos psicológicos que responsabilizam alunos por

dificuldades de escolarização.”

A autora recorre, ainda, a crítica às teses sobre Feuerbach, de Karl Max, que

reafirma que a concepção transformadora da sociedade [...] só pode ser concebida [...]

como práxis [...] como uma ação sobre o real. (PATTO, 2004, p. 66)

Hanna Arendt destaca a importância e o papel da educação como uma das

atividades essenciais na sociedade humana, uma vez que tem como tarefa a

renovação do mundo, [...] que jamais permanece tal e qual é, porém renova-se

continuamente através do nascimento e da vinda de novos seres humanos [...] que nele

chegam. Assim, a pensadora indaga, porque as políticas públicas têm falhado nesse

sentido:

Quais foram os aspectos do mundo moderno e de sua crise que


efetivamente se revelaram na crise educacional, isto é, quais são os
motivos reais para que, durante décadas, se pudessem dizer e fazer
coisas em contradição tão flagrante com o bom senso? [...] O que
podemos aprender dessa crise acerca da essência da educação [...]?
Ou seja, sobre a obrigação que a existência de crianças impõe a
toda sociedade humana? (ARENDT, 1992, p.234).

Para Arendt, é por amor ao mundo, que os adultos precisam educar suas

crianças – novos seres “chegantes” ao mundo. Essa é uma tarefa para a família,

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para o professor e para os governos. A crise da educação nos tempos modernos

aponta para um problema político com o qual as autoridades educacionais foram

incapazes de lidar a tempo. Superar essa grande distância entre o passado e as

necessidades do presente tem sido o maior desafio das políticas educacionais

contemporâneas. É preciso salvar nossas crianças do mundo que já está posto e

proteger o mundo do que elas se tornarão no futuro, se não forem educadas hoje.

i
Texto elaborado, inicialmente, para compor o Material Didático do Curso de Licenciatura
em Física a Distância do Consórcio Setentrional - UCG, UFG, UEG (ARAÚJO, 2008).
Revisto e ampliado para a publicação na Revista Educativa.
ii
Pedagoga (UCG), doutora em educação (UFG). Professora da da UFG, desde 2010 e da
PUC Goiás, desde 1986. Nesta Instituição, assumiu, de maio de 2000 a março de 2008, a
coordenação do Colegiado das Licenciaturas da UCG. Atualmente, ministra a disciplina
Políticas Educacionais, nos cursos de Licenciatura; Tópicos de Currículo, no Programa de
Mestrado e Doutorado de Educação da PUC Goiás, onde atua na linha "Estado, Instituições
Políticas Educacionais" e exerce a função de Vice-coordenadora. Pesquisadora do Núcleo
de Pesquisa e Educação (NUPPE), sua produção está direcionada principalmente para as
áreas de políticas educacionais, formação de professores, educação profissional, educação
infantil, infância e família. E-mail: deniseucg@gmail.com
iii
Pedagoga (UCG); mestre em História e Filosofia da Educação (UNICAMP); Doutora em
História (UNB). Professora na PUCGOIÁS. Atua no curso de mestrado em Educação do
PPGE, vinculada à linha de pesquisa: Estado e Políticas e Instituições Educacionais. Integra
rede goiana de pesquisadores que leva a mesma denominação. Tem livros e artigos
publicados na área de História da Educação, Gestão e Políticas Educacionais, em revistas e
anais de eventos nacionais e internacionais. E-mail: zeneide7@bol.com.br
iv
Polis - Termo grego que se refere à cidade, compreendida como a comunidade
organizada, formada pelos cidadãos, isto é, pelos homens nascidos no solo da Cidade,
livres e iguais. Fonte: CHAUÍ, Marilena. Convite a Filosofia, Editora Ática, 2003.
v
Iluminismo ou Esclarecimento (em alemão Aufklärung, em inglês Enlightenment, em
italiano Illuminismo, em francês Siècle des Lumières, em espanhol Ilustración) designam
uma época da história intelectual ocidental. Iluminismo é um conceito que sintetiza diversas
tradições filosóficas, correntes intelectuais e atitudes religiosas. O uso do termo Iluminismo
na forma singular justifica-se, contudo, dadas certas tendências gerais comuns a todos os
iluminismos, nomeadamente, a ênfase nas idéias de progresso e perfectibilidade humana,
assim como a defesa do conhecimento racional como meio para a superação de
preconceitos e ideologias tradicionais. O Iluminismo é, para sintetizar, uma atitude geral de
pensamento e de ação. Os iluministas admitiam que os seres humanos estão em condição
de tornar este mundo um mundo melhor - mediante introspecção, livre exercício das
capacidades humanas e do engajamento político-social.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Iluminismo Acesso em 26/06/2008.

17
vi
Do Contrato social - obra prima do suíço Jean-Jacques Rousseau, em que ele expõe a
sua noção de homem, de Estado e de sociedade. Para obtê-la na Internet, acesse:
http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/contrato.pdf
vii
Para compreender a concepção marxista de Estado, vale a pena ler o Manifesto do
Partido Comunista, disponível, no site: http://ateus.net/ebooks/geral/marx_manifesto_comunista.pdf
viii
Antonio Gramsci - Político, filósofo e cientista político, comunista e anti-fascista italiano,
nascido em Ales, 22 de janeiro de 1891 e falecido em Roma, 27 de abril de 1937. A
influência de Gramsci encontra-se associada, principalmente, aos mais de trinta cadernos
de análise histórica e filosófica que escreveu durante o período em que esteve na prisão,
conhecidos como Cadernos do Cárcere, que contêm o pensamento maduro de Gramsci
sobre a História da Itália e o nacionalismo, bem como idéias sobre teoria crítica e
educacional que são freqüentemente associadas com o seu nome.
ix
Em política, o conceito de hegemonia foi formulado por Antonio Gramsci para descrever o
tipo de dominação ideológica de uma classe social sobre outra, particularmente, da
burguesia sobre o proletariado e outras classes de trabalhadores.
x
Johanna Arendt nasceu em Hannover (Alemanha) em 14 de outubro de 1906, numa
família de origem judia. Estudou e doutorou-se pela Universidade de Heidelberg, sob a
orientação de Martin Heidegger e Karl Jaspers. Foi perseguida pelo nazi-facismo.
Aproximou-se dos frankfurtianos, como Walter Benjamin. Tornaram-se amigos nos tempos
de refugiados alemães judeus e comunistas. Exilou-se em Paris e faleceu em Nova York em
1975. Sua principal obra, A Condição Humana (1958), trata de experiências políticas
fundadoras da vida dos homens na sociedade, no mundo. Suas obras priorizam as reflexões
sobre a política tomada como sua referência fundante para compreender a crise da
modernidade, em suas diferentes esferas tanto no espaço do público como do espaço
privado. Nesse estudo, tomamos como referência suas obras e ensaios sobre Política e
seus diferentes sentidos. (c.f.citações e referências).
xi
Políticas públicas - Este é um conceito que comporta várias significações. Para alguns,
pode parecer uma redundância, visto que toda política, pela prórpia natureza etmológica da
palavra é essencialmente pública. Este termo pode referir-se a diferentes áreas ou campos
de atuação governamental, por exemplo política econômica, políticas sociais, ou ainda,
ambientais. Pode remeter aos processos próprios da ação política, no que diz respeito aos
instrumentos, regras e organização das forças que se enfrentam ou se articulam no espaço
dos embates. Pode significar, ainda, as instituições políticas, como o Estado e suas normas,
regras e marcos jurídicos.

Referências bibliográficas

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21

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