Resumo de Direito Ambiental

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RESUMO DE DIREITO AMBIENTAL

Ramo do Direito que se ocupa de regular a relação das pessoas com o entorno, com o
ecossistema em que vivem, de modo a lhes garantir, tanto quanto possível, a devida
QUALIDADE DE VIDA.

Espécies de Condutas: Permitidas, Desejáveis e Proibidas.


Destinatários: O COLETIVO (Tanto pessoas físicas como jurídicas)

Diplomas principais: • Constituição Federal • Constituições Estaduais • Lei nº 6.938/81


(Política Nacional do Meio Ambiente) • Lei nº 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais) •
Declarações Internacionais (Estocolmo/72, Rio/92 – Agenda 21 e Joanesburgo/02, Rio/12) •
Legislação setorizada: • Leis • Resolução do CONAMA

PRINCÍPIOS:
Princípio do Desenvolvimento Sustentado
(ECONOMIA – MEIO AMBIENTE – BEM-ESTAR SOCIAL)
“O desenvolvimento econômico e social é indispensável para assegurar ao homem um
ambiente de vida e trabalho favorável e criar, na Terra, as condições necessárias à melhoria da
qualidade de vida”.
Princípio 18 da Declaração de Estocolmo sobre Meio Ambiente: “Como parte de sua
contribuição ao desenvolvimento econômico e social, devem ser utilizadas a ciência e a
tecnologia para descobrir, evitar e combater os riscos que ameaçam o meio ambiente para
solucionar os problemas ambientais e para o bem comum da humanidade”.

Princípio 3 da Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento: “O


desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas equitativamente as
necessidades de gerações presentes e futuras”.

Princípio da Precaução e da Prevenção


Prevenção: danos conhecidos pela ciência
PrecAução: danos desconhecidos pela ciência (Ausência da ciência)
“Para proteger o meio ambiente medidas de precaução devem ser largamente aplicadas pelos
Estados segundo suas capacidades. Em caso de risco de danos graves ou irreversíveis, a
ausência de certeza científica absoluta não deve servir de pretexto para procrastinar a adoção
de medidas efetivas visando a prevenir a degradação do meio ambiente”.
Princípio da Educação Ambiental
Artigo 225, § 1º, VI, CF: “... incumbe ao Poder Público: promover a educação ambiental em
todos os níveis de ensino e conscientização pública para a preservação do meio ambiente”.
Lei nº 9.795/99: institui a Política Nacional de Educação Ambiental
Lei nº 13.816/15: institui a Política de Educação para o Consumo Sustentável.
Art. 1º, parágrafo único: Entende-se por consumo sustentável o uso dos recursos naturais de
forma a proporcionar qualidade de vida para a geração presente sem comprometer as
necessidades das gerações futuras.

Princípio do poluidor-pagador
“As pessoas naturais ou jurídicas, sejam regidas pelo direito público ou privado, devem pagar
os custos das medidas que sejam necessárias para eliminar a contaminação ou para reduzi-la
ao limite fixado pelos padrões ou medidas equivalentes que assegurem a qualidade de vida,
inclusive os fixados pelo Poder Público competente”.
• Princípio 16 da Declaração da Rio/92: “As autoridades nacionais devem esforçar-se para
promover a internalização dos custos de proteção do meio ambiente e o uso de instrumentos
econômicos, levando-se em conta o conceito de que o poluidor deve, em princípio, assumir o
custo da poluição, tendo em vista o interesse público, sem desvirtuar o comércio e os
investimentos internacionais”

Princípio da ubiquidade (Celso Fiorillo)


Proteção ambiental deve ser levada em consideração sempre que uma política, atuação
legislação sobre qualquer tema, atividade, obra etc. tiver que ser criada e desenvolvida • Pensar
em sentido “global” e agir em âmbito local (combater causas e não sintomas dos danos
ambientais)

Princípio do acesso equitativo:


Usufruir o meio ambiente de forma igualitária, e os recursos não renováveis devem ser
explorados sem que haja exaurimento.

Princípio do usuário-pagador:
O uso do recurso ambiental escasso deve ser autorizado e pago

Princípio do provedor-recebedor:
Lei nº 14.119 de 13 de janeiro de 2021 – Instituiu a Política Nacional de Pagamento por
Serviços Ambientais (PNPSA)
Os responsáveis por um serviço ecossistêmico, preenchidos os critérios de elegibilidade e
mediante transação de natureza voluntária, são contemplados com algum tipo de benefício por
colaborar com toda a coletividade para um meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Princípio da participação:
A coletividade deve respeitar as normas ambientais e lutar contra a degradação ambiental (ex.
audiências públicas – EIA/RIMA) 6.10.

Princípio da cooperação:
Os Estados soberanos e os organismos internacionais devem unir esforços para lutar pela
proteção ambiental.

DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E POLUIÇÃO: (ESCUTAR O AÚDIO)


Degradação: “alteração adversa das características do meio ambiente” (art. 3º, II, Lei nº
6.938/81).
Poluição: “degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou
indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matéria ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos” (art. 3º,
III, Lei nº 6.938/81).

Poluidor: é a “PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA, de direito público ou privado, responsável


direta ou indiretamente por atividade causadora de degradação ambiental” (art. 3º, IV, Lei nº
6.938/81).
Consequência: Toda poluição é uma forma de degradação ambiental, mas nem toda
degradação ambiental é poluição

RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
Artigo 225, § 3º da CF: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos”.

RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL:

É o instituto jurídico destinado a impor ao causador de um dano a um bem jurídico protegido


o dever de repará-lo. É uma das medidas adotadas pelo Direito para a reparação de danos
ambientais.
- A responsabilidade civil é OBJETIVA, para a sua caracterização basta a existência do
dano e do nexo causal.
Artigo 14, § 1º da Lei nº 6.938/81: “Sem obstar a aplicação das
penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado,
independentemente da existência de culpa, a indenizar ou
reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros,
afetados por sua atividade”.

Nexo de causalidade e nexo de condicionalidade:


AGENTE – NEXO – DANO
No direito ambiental não há excludentes do dever de indenizar: Teoria do Risco Integral
- Irrelevância da licitude da atividade

Solidariedade: “... se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente


pela reparação” (art. 942, CC)

Art.942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do


direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e,
se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão
solidariamente pela reparação.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os
autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932.

Solidariedade do Poder Público: - art. 225, caput, CF: fiscalização - omissão:


Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade
o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras
gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder
Público:

jurisprudência dominante – subsidiária e subjetiva

Quando se configura a responsabilidade civil ambiental?

O direito ambiental brasileiro obriga o responsável à reparação do dano na sua forma objetiva,
baseada na teoria do risco integral. Essa teoria é fundada na ideia de que o causador (direta
ou indiretamente) do dano se obriga a repará-lo, bastando a prova da ação ou omissão,
do dano e do nexo de causalidade.
Na responsabilidade civil ambiental não se admitem as excludentes de responsabilidades civis
do fato de terceiro, culpa concorrente da vítima, caso fortuito ou força maior. Portanto,
ocorrendo o dano no curso da atividade potencialmente poluidora, obriga-se o responsável a
reparar eventuais danos.

Obrigação propter rem

Outro ponto de extrema atenção é que a responsabilidade civil ambiental acompanha o bem, é
a obrigação propter rem. Ou seja, quem adquire o bem, mesmo sem ter cometido o dano
ambiental, assume a obrigação de repará-lo.

Nesse sentido, colhe-se do § 2° do art. 2° da Lei 12.651/12 (Código Florestal Brasileiro):


§ 2º As obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e são
transmitidas ao sucessor, de qualquer natureza, no caso de
transferência de domínio ou posse do imóvel rural.”

Diante disso, ao adquirir imóveis, seja rural ou urbano, o comprador assume o risco de passivos
ambientais que, como já se viu, pode ser responsabilizado a qualquer tempo. Isso porque a
reparação civil por dano ambiental é imprescritível, cabendo ao Ministério Público a
escolha contra quem ingressar com possíveis demandas.

A obrigação com imóveis


No ponto específico em relação a imóveis, é importante destacar que o Código Florestal traz
proteção especial à reserva legal (RL) e áreas de preservação permanente (APP), assim
definidas pela Lei, no art. 3°:
II – Área de Preservação Permanente – APP: área protegida,
coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de
preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e
flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações
humanas;
III – Reserva Legal: área localizada no interior de uma
propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com
a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos
recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a
reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação
da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna
silvestre e da flora nativa.”

RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL:

Artigo 70, Lei nº 9.605/98: “Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou
omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio
ambiente”.

“§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é obrigada a


promover a sua apuração imediata, mediante processo administrativo próprio, sob pena de co-
responsabilidade”.

Decreto nº 6.514/08: infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, processo


administrativo federal para apuração das infrações

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