Apostila Autores Da Educação

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@conteudos.

pedagogicos

Autores da
educação
RESUMOS
Mapas
menta
is

Teóricos da
educação

Produzido por
Prof. Cláudia Macêdo
Olá, concurseiro(a)!
Me chamo Cláudia Macedo, sou professora, pedagoga,
pós-graduada em alfabetização e letramento, estudante do
curso de letras - língua portuguesa e concurseira. Criei o
perfil no Instagram @conteudos.pedagogicos em 2019 com
o objetivo de compartilhar conhecimentos com aqueles
que assim como eu almejam um cargo efetivo nas áreas
educacionais.
Esse material foi elaborado com muito carinho e
cuidado, em cima de muito estudo, pensando tudo que os
concurseiros precisam saber sobre os autores da educação
e no que pode vir a cair nas provas dos concursos que você
irá fazer. Trata-se de um e-book de resumos e mapas
mentais sobre as principais teorias dos autores mais
famosos, nessa lista estão mais de 60 nomes importantes
para a história e desenvolvimento da educação.
Se você está lendo essa mensagem, significa que
confiou no meu trabalho, fico muito grata por isso e espero
que esse material faça a diferença na sua preparação

Bons estudos!

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O conteúdo desse e-book servirá como um norte a você
na hora de estudar, para ter uma visão geral dos
conteúdos ou para utilizar como revisão e relembrar o
que você já estudou.
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Sumário
1. Sócrates 7
2. Platão 9
3. Aristóteles 11
4. Comenius 14
5. John Locke 17
6. Rousseau 19
7. Pestalozzi 21
8. Friedrich Hegel 24
9. Auguste Comte 25
10. Karl Marx 27
11. Émile Durkhein 29
12. John Dewey 31
13. Max Weber 34
14. Decroly 36
15. Makarenko 38
16. Antonio Gramsci 40
17. Anísio Teixeira 43
18. Paulo Freire 46
19. Darcy Ribeiro 49
20. Talcot Parsons 50
21. Theodor W. Adorno 52
22. Louis Althusser 54
23. Pierre Bourdieu 56
24. Philippe Perrenoud 58
25. Miguel A. Zabalza 62
26. Miguel González Arroyo 64
Sumário
27. Célestin Freinet 66
28. Ivan Pavlov 68
29. J. B. Watson 69
30. Burrhus Skinner 71
31. Sigmund Freud 74
32. Jean Piaget 77
33. Lev Vygotsky 81
34. Henry Wallom 85
35. Carl Rogers 89
36. Robert Gagné 91
37. David Ausubel 93
38. Howard Gardner 95
39. Maria Montessori 96
40. Froebel 99
41. Donald Winnicot 101
42. Kishimoto 102
43. Celso Antunes 105
44. Peter Mittler 107
45. Maria Tereza Mantoan 109
46. Emília Ferreiro 112
47. Délia Lerner 115
48. Magda Soares 117
49. Vitor H. Paro 121
50. Moacir Gadotti 123
51. Tomaz Tadeu da Silva 125
Sumário
52. Antoni Zabala 127
53. Sacristán 129
54. Ilma P. Veiga 131
55. Jerome Bruner 135
56. Danilo Gandin 137
57. Celso Vasconcelos 139
58. José Carlos Libâneo 141
59. Demerval Saviani 146
60. Cipriano Luckesi 149
61. Jussara Hoffman 151
Referências bibliográficas 153

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@conteudos.pedagogicos - Prof. Cláudia Macêdo

Sócrates
Fundador da filosofia ocidental, Sócrates foi um filósofo ateniense do
período clássico da Grécia Antiga. "Foi o homem que morreu em função do
seu ideal de educar jovens e estabelecer uma moralização do ambiente grego
ateniense .
Naquela época o ideal humano era o homem belo e de valor, uma pessoa
de estirpe, com nobreza, físico de atleta e excelente em tudo. Como educador
se preocupava em despertar e estimular o impulso para a busca pessoal e a
verdade , o pensamento próprio e escutar a voz interior. Sócrates é a figura
central quando se trata da evolução do pensamento pedagógico.

É o início do caminho para o


Autoconhecimento verdadeiro saber.

Defendia o uso do conhecimento


Intelectualismo moral como interesse comum - filosofia
se transforma na pedagogia.

A concepção de educação de Sócrates envolvia a questão de como


educar ou preparar as pessoas para viver na cidade. Por meio do
conhecimento as pessoas chegariam a sabedoria e à prática do bem, a
educação deveria formar o homem por inteiro, e para isso, é necessário uma
reflexão sobre a vida e a qualidade de vida. Por considerar o contato direto
com os interlocutores muito importante, Sócrates era defensor do diálogo
como método de educação.
"Pelo diálogo, ele as tira do seu sossego, da
sua tranquilidade, da sua paz podre e fétida.
Quanto a Sócrates contenta-se em dialogar,
em dialogar daquela maneira, em alvoroçar,
em inquietar e em esperar que, a seu tempo,
esse diálogo produza os resultados
esperados: uma revolução no homem que já
é velho por causa de uma simples história e
por causa de certo tipo de diálogo que esse
homem inventa." (FONSECA, 1996, p.7)

7
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Objetivo
Levar o aluno para uma verdadeira
aprendizagem, indo além de
qualquer conteúdo, fazer o aluno
pensar e refletir sobre os conceitos
que ele afirma conhecer.

Fundamentos
Partir da experiência do aluno para que
este busque respostas, despertar o
pensamento crítico dando ênfase ao
processo de raciocínio do estudantes e
finalmente o aluno chegará a verdade e
aprenderá a pensar corretamente.

Método
dialético
Papel do professor
Ajudar o discípulo a caminhar nesse
sentido, despertando cooperação
para que ele consiga por si próprio
iluminar sua inteligência e sua
consciência.

Papel do aluno
Questionar valores instituídos,
desalojando "certezas" por meio da
problematização e busca de
soluções em conjuto.

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Platão
Um dos grandes pensadores da Grécia Antiga (427-347 a.C.) , as teorias de
Platão trouxeram contribuições para a educação, a ética e a política. Foi ele
que fundou a primeira instituição de ensino superior do mundo ocidental,
concebeu um sistema educacional para o seu tempo ao lado de Sócrates - de
quem foi discípulo - e de Aristóteles, de quem foi professor.

Pilares básicos para a formação integral

Educação Política Ética

Platão acreditava que era preciso qualificar os indivíduos como meio para
uma sociedade política e eticamente justa, composta por homem virtuosos
capazes de dominar suas paixões e serem cidadãos ativos com capacidade
de argumentação e retórica.
As ideias de Platão trazem para a sociedade de hoje uma base muito
presente no sistema educacional do Brasil, suas contribuições trazem a
importância de a educação provocar o estudante para que ele mesmo
construa seu conhecimento.
"A direção na qual a educação começa um homem, determinará seu futuro
na vida. Por meio das obras se formula a tarefa central de toda a educação, a
transcrição do mundo aparente para luz do verdadeiro ser, da percepção dos
sentidos, para a realidade oura. A educação só existirá com o cumprimento
dessa tarefa.

Idealismo

Política Conceitos

Educação Dialética

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É a chave para a construção de uma


sociedade melhor.

Tem papel fundamental na


sociedade.

Educação é a única coisa coisa que o


homem pode levar para a eternidade.

Responsabilidade estatal

Educação Segundo Platão

A educação deveria tornar-se


algo público, os mestres
deveriam ser escolhidos pela
cidade e controlados por
magistrados especiais. Deveria ser igual para
rapazes e moças, até os 6
anos, a partir dessa idade
teriam mestres e classes
diferentes.

Não é desfavorável
transmitir conhecimentos
aos alunos, mas antes,
levá-los a procurar
respostas eles mesmos.

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Aristóteles
Filósofo e polímata da Grécia antiga (384 - 322 a.C.), Aristóteles era
discípulo de Platão, foi o filósofo que mais influenciou a civilização ocidental.
Foi o fundador da ciência e da Lógica e até hoje o modo de pensar e produzir
conhecimento se deve muito a ele.

3 Fatores determinantes para o


desenvolvimento espiritual do homem:

Disposição Hábito Ensino

Dentro dessa fisiologia, a educação entra como aquela capaz de


desenvolver as condições necessárias para a segurança do regime e para a
saúde do Estado. É um caminho para a vida pública, buscar a virtude e essa
virtude é uma prática. Cabe a educação a formação de caráter do aluno,
buscar a virtude significa buscar o "justo meio".

O Estado é o responsável pela educação

Segundo Aristóteles, os cidadãos devem ser formados à maneira do


governo. As escolas devem estar sob o controle estatal pois ele entendia que
só era possível haver Estado se os cidadãos aprendessem a obedecer as leis.
Só aquele capaz de legislar deve contribuir para a educação, ou seja, a
educação não pode ser negligenciada, sendo deixada a cargo do cidadão.

Esse tipo de educação visava uma cidade perfeita


com cidadãos felizes. O filósofo acreditava que
educar para a virtude era um modo de educar para
viver.
A mais importante das ciências é a política, pois
tem por objeto o bem-estar comum. Para atingir o
objetivo da "sociedade perfeita" seria necessário
que a educação fosse promovida através de
atividades pedagógicas coordenadas.

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Funções do legislador:

Leis que promovam


Guiar os cidadãos
Educação dos a educação baseada Educação como
à prática das
jovens na moral e ligada a assunto público.
virtudes.
política.

Períodos de instrução
Educação Família
Promoverão

Educação familiar e
privada/pública

Segundo os períodos de instrução:

2. Nutrição (1 ano), peq.


1.Procriação e período de infância (2 a 5 anos),
pré-natal (cuidado com a primeira infância (5 a 7
alimentação das anos). Deve criar o hábito
gestantes). de se movimentar e fazer
lições

3.Educação (7 a 14 anos),
4. Maioridade (serviço
Adolescência (14 aos 21
militar obrigatório até os
anos) . Deve ter base na
35 anos).
literatura e na ciência.

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Através da educação o homem


irá desenvolver a política.

Visa a virtude, excelência moral.

Deve ocupar a vida do cidadão


desde o nascimento.

Não pode ser negligenciada.

Educação Segundo Aristóteles

Capaz de desenvolver as
condições necessárias Política é a mais importante das
para segurança do regime ciências.
e para saúde do Estado.

Prepara o homem para viver em


sociedade.
Responsabilidade do legislador.

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Comenius
Jan Amos Comenius, popularmente conhecido como Comênio, era
cientista, escritor e filósofo tcheco que combateu o sistema medieval,
defendeu o ensino de "tudo para todos e foi o primeiro teórico a respeitar a
inteligência e os sentimentos da criança. Esse autor é considerado também o
primeiro grande nome da história da educação moderna.
O pensador era cristão protestante, bispo dos morávios. Embora fosse
profundamente religioso, Comenius propôs uma ruptura radical com o
modelo de escola até então praticado pela igreja católica, aquele voltado
apenas para a elite e dedicado primordialmente aos estudos abstratos.
Comenius foi o principal teórico do modelo de escola que deveria
ensinar "tudo a todos", aí estavam incluídos pessoas com deficiência e
meninas, que na época eram alijados da educação, defendendo o acesso
restrito à escrita, à leitura e ao cálculo.
A obra mais importante do autor é a Didática Magna, que marca o início
da sistematização da pedagogia e da didática no ocidente. A obra leva esse
nome pois ele não queria uma obra restrita, localizada. Para Comenius a
prática escolar deveria imitar os processos da natureza. Adotou o método
empírico de explorar o mundo indo em contraposição ao que era imposto no
seu tempo.

Principais teorias

Didática progressiva Didática Magna Desenv. Espontâneo

Principais obras:
O labirinto do mundo (1623)
Didática Tcheca (1627)
Porta aberta das Línguas (1631)
Didática Magna (1631)
Novíssimo método das línguas (1647)
O mundo ilustrado (1651)
Opera didática Omnia Ab Anno (1627)

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Pedagogia do desenvolvimento espontâneo:


Educação gradual;
Princípios: virtude, sabedoria e piedade;
Ensino: responsabilidade do Estado.

"Ensinar tudo a todos"


Elementos do método:

1. Apresentar o objeto ou ideia diretamente, fazendo demonstração,


pois o aluno aprende através dos sentidos, principalmente vendo
e tocando.
2. Mostrar a utilidade específica do conhecimento transmitido e a
sua aplicação na vida diária.
3. Fazer referência à natureza e origem dos fenômenos estudados,
isto é, às suas causas.
4. Explicar primeiramente os princípios gerais e depois só os
detalhes.
5. Passar para o assunto ou tópico seguinte do conteúdo apenas
quando o aluno tiver compreendido o anterior.
(HAYDT, 2011, P.16)

Didática Magna
Resumo da teoria

"Falta de método gera dificuldades de aprendizagem.


Método de ensino simultâneo (universal), 1 professor para vários
alunos, 1 aluno por vez gera bagunça e o ensino se torna
individualizado.
Currículo comum: série de aprendizagens que precisam ser
ensinadas a todos. Deve ser simples, sem excessos para não
distrair a criança e os princípios serem consolidados.
Adequação do conhecimento às crianças, entender as suas
particularidades e adaptar os materiais de ensino à essas
crianças.
Aplicação dos conhecimentos devendo ser útil para o estudante.
Padronização dos métodos (todos os professores devem seguir
a mesma linha.

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O que é didática?
Pode ser definida como a prática de educar e também enquanto ofício de
ensinar.

Fundamentos da didática

Entendimento Conservação Práxis

Por meio desses fundamentos é que o indivíduo atinge 3 qualidades:

Conhecimento Virtude Religiosidade

O saber verdadeiro deveria O aprendizado deve ser


incorporar a filosofia iniciado pelos sentidos
orientada pela razão, a para perceber os
ciência com suas estímulos exteriores. As
inclinações empíricas e a crianças tendo acesso ao
religião. conhecimento desde cedo.

Educação Segundo Comenius

O homem deveria
A mente racional busca
ser educado para a
diante do cosmos uma
vida eterna, ir além
portura inquiridora e
dos desejos e ideias
inclusiva de todas as
materiais.
esferas do conhecimento.

Ensino conforme a idade


e o nível de preparação
anterior, conduzindo
gradualmente ao
crescimento.

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John Locke
Conhecido por ser um dos filósofos mais influentes da modernidade, John
Locke propôs uma teoria de conhecimento que defendia o empirismo.
Nascido em 1632 em Somerset, Inglaterra. É o primogênito de John e
Agnes, puritanos alinhados às tendências parlamentaristas e as ideias
calvinistas com o poder monárquico absolutista instituído na época,
influenciou a educação desse teórico.
Por ser um defensor do conhecimento através da experiência (empirismo),
criticou a possibilidade de os seres humanos terem ideias inatas (que
nascem com o indivíduo). O filósofo propõe que as ideias sejam adquiridas
com a experiência, tendo origem na sensação, na reflexão, ou por uma
operação conjunta de ambas, para Locke "Somos uma folha em branco ao
nascer, uma tábula rasa".
As investigações sobre como a mente adquire conhecimento resultaram
nno estabelecimento de limites para o papel da razão e estiveram
relacionadas com as teorias científicas da época.

O conhecimento se divide em 3 graus

Intuitivo Demonstrativo Sensitivo

Percepção imediata Depende de outras Indica o que há no


ideias para completar mundo exterior.
o raciocínio.

Ao enfatizar a importância da memória na


explicação do conhecimento, John afirma que o
conhecimento atual é a percepção que se faz
presentemente e o conhecimento habitual
depende da memória.
A educação para Locke, deveria ser tanto da
mente quanto do corpo, o aprendizado exige
dedicação. O ensino não pode ser maçante. Por
essa razão o papel do professor é não
se resumir a ensinar conteúdos, mas
motivar o gosot pelo estudo.

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Educação ideal Segundo John Locke

Promove a formação integral do homem.


Se inspira nas ideias do liberalismo.
Considera o aspecto físico e o psíquico do ser humano.
Tornar o gentil-homem um ser virtuoso.
Aprendizagem por meio de atividades.
É promovida em casa, por um preceptor.

Ideias obtidas através da experiência, a partir


disso o conhecimento aumenta gradativamente.

A partir das ideias simples que são O homem é uma


adquiridas, são formadas as ideias "tábula rasa", folha
complexas: frutos da consciência e em branco que vai
das relações mentais, ou seja, o ato sendo aos poucos
de imaginar aquilo que não existem preenchida.
ou que não se pode ver , sentir ou
tocar.

Empirismo
Resumo do livro "Ensaio sobre o
entendimento do homem"

Empirísta é aquele O fato da criança não ter


que considera a passado por experiências,
experiência como é a prova de que o
base fundamental de conhecimento se adquire
todo o conhecimento. de forma empírica.

Valoriza a realidade concreta


e a atividade do indivíduo. Todo o conhecimento que
o homem tem é baseado
no "assentimento geral",
Crianças não tem ideias inatas
ou seja, acordos
nem a razão universal em si.
universias.

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Rousseau
Jean-Jaques Rousseau (1722-1778), foi um filósofo e escritor, nascido em
Genebra na Suíça que trouxe grandes contribuições a cerca da filosofia da
educação, principalmente a partir do seu livro "Emílio ou da educação", este
que era um tratado de total novidade naquela época, revolucionou a
pedagogia e foi o ponto de partida para muitos teóricos da educação.
Esta obra se trata de um romance pedagógico que traz a história da
educação de um orfão chamado Emílio que era nobre e rico, desde seu
nascimento até o seu casamento. O menino era isolado de outras crianças, a
partir de sua história Rousseau buscou instruir a família de como se deve
criar os filhos "seguindo a natureza", sendo fiel ao seu princípio de o homem
nasce naturalmente bom.

Princípios básicos da pedagogia de Rousseau:

Natureza benigna do homem Liberdade

Rousseau buscou provar através de sua obra que tudo sai das mãos do
criador da natureza e tudo degenera nas mãos do homem. Por essa razão, ele
estima que é preciso partir dos instintos naturais da criança para desenvolvê-
los. A instrução não poderia ser verbal, nem por meio de livros, mas a prática
e o exemplo, e o ambiente onde essa aprendizagem deve ocorrer é no seio da
família, não na escola com os estímulos naturais da solidariedade e o amor.
Sobre a importância dessa primeira
educação, Rousseau afirma: "Nascemos
fracos, precisamos de força, nascemos
desprovidos de tudo; temos necessidade de
assistência; nascemos estúpidos; precisamos
de juízo. Tudo o que não temos ao nascer, e
de que precisamos adultos, é-nos dado pela
educação." (Rousseau, 1995, p.10)
A educação deve fomentar na criança o prazer
de amar as ciências e seus métodos. E aos
mestres cabe incitar esses sentimentos.
Rousseau pensava numa educação guiada
pela razão.

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Educação negativa Substitui Educação positiva

Onde o papel do Forma a inteligência


professor é preservar de forma prematura e
a criança. impensada.

O modelo de educação de Rousseau buscava substituir o modo


tradicional que impõe que os homens desenvolviam na criança a formação
somente do intelecto no lugar da formação física, o caráter moral e a própria
natureza dos indivíduos. Essa proposta do filósofo passava por 4 períodos:
1. 0 a 5 anos - Fortalecimento do corpo, período espontâneo;
2. 5 a 12 anos - Contato com as realidades naturais;
3. 12 a 15 anos - Experiência com a geografia e a física
4. 15 a 20 anos - Vida moral, religiosa e social;

Dar possibilidade de desenvolvimento


A função do professor é instruir. livre e espontâneo.

Interação e liberdade.
Preparação da criança
para o futuro.

A pedagogia
de Rousseau
Contrária a educação precoce.

A criança é a própria fonte


da educação.

Deve partir dos instintos


naturais para desenvolvê-los

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Pestalozzi
Johann Heinrich Pestalozzi nasceu em 1746, em Zurique, Suíça. Exerceu
grande influência no pensamento educacional e é considerado o reformador
ou promotor da escola popular. Democratizou a educação propondo ser o
direito absoluto de toda criança, defendendo a ideia de que a escola precisa
simplificar os conteúdos dados a evitar a famosa "decoreba".
Segundo o teórico a educação fundamenta-se no respeito e no amor, não
à toa é conhecido como o teórico que incorporou afeto a sala de aula, como
forma de reconhecer, manter e promover em cada ser a dignidade da pessoa.
A escola idealizada por Pestalozzi deveria não só ser um extensão do lar
como inspirar-se no ambiente familiar. O objetivo do ensino é o
desenvolvimento da pessia e não a transmissão de conhecimentos, levar as
crianças a desenvolver habilidades naturais e inatas.

Aspectos característicos do processo:

Começar com as Prosseguir por meio da


experiências da criança, instrução oral,
pela observação, para cuidadosamente, para o
haver ideias claras. conhecimento
sistematizado e organizado.

Pestalozzi foi o primeiro a tentar fundamentar a


educação no desenvolvimento orgânico, mais
que transmissão de ideias. Sempre valorizou o
ideal do educador, ou seja, a educação poderia
mudar a terrível condição de vida do povo.
O mais notável é seu método de educação
intelectual, seu sistema de instrução e sua
didática que se resume na doutrina da "intuição"
dos objetos de número, forma e linguagem.
As práticas pedagógicas deveriam estar
norteadas no Método Intuitivo, que em tese
reduzia o processo de aprendizagem intelectual
da criança pequena a seus elementos mais
simples, com o que, usando este método daria
lugar a alguns resultados necessariamente
satisfatórios.

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Método intuitivo Características

Inicia-se através das percepções sensoriais, incluindo olhar, tocar, ouvir,


comparar e analisar.
Por meio da observação e investigação, estimulam-se os processos
cognitivos e a mobilização dos recursos mentais do educando na busca
de compreensão do fenômeno observado integralmente.
Processo de aprendizagem "das coisas para as palavras", o professor
explicando diretamente os conteúdos a fim de estimular muito mais a
memória dos alunos.
Estimula o desenvolvimento dos recursos mentais do aluno e não
somente a absorção de conteúdos transmitido pelo professor, o qe
permite a autonomia do educando.
Objetivo final do aprendizado: Formação intelectual, física e moral.

Ideias
educativo-didáticas

Baseia a disciplina na Estudo reduzido a


boa vontade três elementos:
recíproca entre o Som
aluno e o professor. Forma
Número

Educação fundamentada no
desenvolvimento orgânico. Cada forma de
instrução deve
progredir de modo
Meio supremo para aperfeiço-
lento e gradadivo.
amento individual e social

Processo educativo
Possui 3 dimensões

Intelectual Física Moral

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"O amor é o eterno fundamento


da educação"
Pestalozzi

Ir do fácil e simples para o


O desenvolvimento das
difícil e complexo, do
habilidades e valores
conhecido para o novo, do
sendo mais importante
concreto para o abstrato,
que os conteúdos.
"aprender fazendo".

Inspirar-se no
ambiente familiar.

Papel da escola
e do professor
Afeto como
plenitude da
O professor deve educação.
respeitar os estágios de
desenvolvimento pelos
quais a criança passa.

O desenvolvimento
da criança acontece
de dentro para fora.

Na escola não podia


haver notas ou provas,
castigos nem
recompensas.

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Friedrich hegel
Georg Wilhelm Friedrich Hegel é um dos pensadores mais complexos da
filosofia ocidental, no séc. 19 o filósofo alemão formulou uma síntese da
filosofia que não tinha sido produzida até então. Ele introduziu a dimensão da
historicidade no debate filosófico fazendo notável reflexão já que desde os
grego era dominante a ideia de que havia uma realidade estável, imutável e
permanente.
Hegel não escreveu especificamente sobre a educação, porém, tinha uma
preocupação com a formação do homem, sua pedagogia tinha como
característica o humanismo geral. Segundo ele o indivíduo alcança o saber,
que é a compreensão científica do espírito.
Tudo de transforma, vai se modificando, não havendo uma ideia fixa de
homem, ele evolui e muda constantemente. Para que haja a eficiente
transmissão dos valores e formação do caráter a escola deve cultivar o hábito
de fazer as coisas bem feitas, promovendo a reflexão e a leitura de grandes
clássicos e valorizar o exemplo do professor.
O currículo da escola, segundo Hegel, deveria ser pequeno mas profundo,
formado por conhecimentos a serem transmitidos para as novas gerações,
não somente para conservar a herança, e sim, ampliá-la.

Educação na concepção de Hegel


Recusava extremismos pedagógicos;
Acreditava que o mais importante que o professor poderia oferecer era
sua vocação genuína para o ato de ensinar;
Formação ética é tão importante quanto a formação intelectual;
Sem ordem e disciplina é impossível aprender;
Para o estudo dar frutos os alunos não deveriam se
limitar a uma simples recepção;
Somente a reflexão da compreensão e a capacidade de
utilizar o conhecimento novamente é que fariam do aluno
o proprietário do conhecimento;

"A educação é a arte de


tornar o homem ético"
Friedrich Hegel

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Auguste Comte
Nascido em 1798, em Montpellier na França, Auguste Comte foi um
filósofo que ficou conhecido por ter sido o primeiro a sintetizar a necessidade
de uma ciência da sociedade e por ter fundamentado a teoria positivista.
O positivismo era a observação e o entendimento da natureza com base
no trabalho científico, ou seja, para ele uma teoria só tem valia se for
comprovada pelo método científico. O pensamento pedagógico positivista
consolidou a concepção burguesa da educação, apenas uma doutrina
positiva deve servir de base da formação da sociedade.
A fim de explicar a teoria positivista, o filósofo estabeleceu a lei dos 3
estado, que descrevia os 3 estágios do desenvolvimento da humanidade.

3 estágios de desenvolvimento da humanidade:

Teológico Metafísico Positivo

O ser humano, em seus Consiste no início da Seria o estágio mais


primórdios, necessitava filosofia. O ser humano desenvolvido da
encontrar explicações por não se contentar humanidade, onde o
para os fenômenos com as explicações ser humano entendeu
naturais, essas religiosas passou a que, para encontrar
explicações vinham por formular teorias respostas sobre a
meio de narrativas racionais para natureza, deveria
mitológicas e religiosas. conjecturar as causas procurar explicações na
dos efeitos observados própria natureza. Esse
na natureza. Nesse estágio é marcado pela
estágio ainda há física, biologia e a
prevalência do busca incessante do
raciocínio. progresso.

A lei dos 3 estágios deduziu o sistema educacional.


Em cada pessoa as fases da humanidade se
reproduzem do seguinte modo:
Fase da infância: Aprendizagem sem caráter
formal.
Fase da juventude: Estudo sistemática das
ciências.
Fase do homem maduro: Transição do estado
metafísico para o positivo.

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A ciência deve basear-se


apenas em observações
cuidadas feitas a partir
da experimentação
sensorial.
O conhecimento
verdadeiro só pode ser
obtido por meio da
experimentação e pelo
aferimento científico.
Pensamento e espírito humano
passam por 3 estágios:
teológico (ponto de partida)
Metafísico (transição)
Positivo (Maturidade
racional)

Positivismo
Experimentação era a
Os problemas sociais e as
única forma de propiciar
sociedades em geral
um conhecimento
deveriam ser estudadas com
verdadeiro sobre a
o mesmo rigor científico que
sociedade.
as demais ciências tratavam
seus objetos de estudo.

Principal fonte de
Criado em meio a argumentação era que o
revolução industrial e conhecimento produzido pela
o iluminismo com o ciência era o melhor para
objetivo de alcançar a identificar problemas sociais, a
ordem e o progresso. economia, política e sociedade.

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Karl Marx
Karl Marx foi filósofo, teórico político e revolucionário socialista alemão.,
Apoiado por Friedrich Engels, inspirou a teoria Marxista, que podemos definir
como um conjunto de ideias filosóficas, econômicas, políticas e sociais
elaborado a partir dos escritos de Marx e Engels.
Para Marx a educação é um elemento de manutenção da hierarquia
social, de dominação da burguesia sobre o proletariado, ou seja, a educação
era parte da superestrutura de controle usada pelas classes dominantes.
Assim, ele afirmava uma educação que devia ser socializada e igualitária para
todos.

A educação deve comportar 3 aspectos:

Corporal Intelectual Tecnológico

Os pressupostos Marxistas iam contra o sistema capitalista, a educação


oferecida pelo Estado-nação burguês não era vista com bons olhos pois o
filósofo desacreditava do currículo que ela traria e na forma como seria
ensinado. A educação deveria ser técnica e industrial sem distinção de
classes.
Segundo o filósofo, a educação propicia manutenção da hierarquia
social, contribui para o controle de classes dominadoras sobre as
dominadas, isso pressupões que os estabelecimentos das regras são feitos
por meio da burguesia.
O marxismo define como método de revolução, a educação
pública de todas as crianças, reivindicando a educação,
enquanto direito pela classe operária, institucionalizada como
modelo social.

"Não é a consciência do
homem que lhe determina
o ser, mas, ao contrário,
o seu ser social que lhe
determina a consciência"
Karl Marx

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A educação do futuro
A educação serve deveria nascer do sistema
para a libertação das fabril, associando-se ao
classes populares e trabalho produtivo com a
transformação dos escolaridade e a ginástica.
meios de produção.

"Se a escola continua a


serviço da classe
A transformação burguesa o sistema
educativa deve capitalista também
ocorrer paralelamente continua."
à revolução social.

Educação
revolucionária de Karl Marx

Escolas:
Objetivo:
São gestadas as visões
que legitimam sistemas Mudança na sociedade
na exploração, alienação capitalista
e dominação. Transformação e
superação a outras
práticas educacionais.

Papel do professor:
Conduz os alunos a um esclarecimento contestador de sua
situação social, não deve fornecer verdades prontas, mas
instigar o aluno a desenvolver suas próprias concepções.
Deve sempre fazer uma avaliação crítica do seu trabalho.

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Émile Durkheim
Conhecido por ser o fundador das ciências sociais ou "O pai da
sociologia", Émile Durkheim nasceu em 1858 na França e lá viveu até sua
morte em 1917. Dedicou sua vida a elaborar uma ciências que possibilitasse
um entendimento dos comportamentos coletivos.
Na França ele fundou a escola sociológica francesa, onde a sociologia
começou a ganhar valor como ciência. No período da revolução francesa foi
onde o autor tirou suas conclusões sobre a sociedade.
Para Durkheim, a sociedade define o indivíduo, as regras e os valores
morais que são considerados externos ao indivíduo, produzidos pela
sociedade, ou seja, já estavam na sociedade antes mesmo do indivíduo estar.
Dessa forma ele fundamenta o importante conceito: "Fato social". As regras
possuem um valor muito grande pois são necessárias para a organização da
sociedade e a medida que essas regras são obedecidas, a organização social
leva ao bem estar da população.

Como isso está ligado à educação?


Segundo Durkheim, a escola tem papel importante na sociedade pois é
ela que repassa as regras e valores para o indivíduo, formando cidadãos
integrados e disciplinados na sociedade.
A função da escola é formar o cidadão que fará parte da sociedade,
minimizando o desenvolvimento individual e dando importância a sociedade.
"A educação tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança estados
físicos e morais que são requeridos pela sociedade política no seu conjunto."
A escola tem por obrigação passar todo o conteúdo histórico da
sociedade: regras, normas e valores morais com a finalidade de que o sujeito
viva e interaja respeitando regras. Assim, a sociedade como um todo será
valorizada e as características individuais do sujeito são
deixadas de lado.
Nessa perspectiva o professor é um ser de autoridade, o
aluno deve obediência e deve aceitar suas palavras e
ensinamentos. O aluno só tem voz e autonomia com o
consentimento do professor. Para entender ainda melhor a
relação entre educação e sociedade na visão de Durkeim
veja a seguinte frase:

"O homem, mais do que formador


da sociedade, é um produto dela."
Émile Durkheim

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Finalidade do método educativo:

Fazer com que o sujeito viva e interaja


respeitando as regras para viver em sociedade.

Função da escola:

Ensinar todo o
Relação professor x aluno: contexto histórico
Professor: Autoridade; das regras e valores
Aluno: Obediente; morais.

Educação e
sociedade
Educação:
A sociedade define
Adapta o
o indivíduo e existe
indivíduo a
independentemente
regras, normas
dele.
e valores. A sociedade é
determinante e as
regras são necessárias
Tem o objetivo de para sua organização.
formar cidadãos Indivíduo:
integrados e
Simples
disciplinados.
receptor de
regras sociais.

Desenvolvimento
Fundamenta-se no
individual
funcionalismo
minimizado.

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John Dewey
O filósofo norte-americano John Dewey, nascido em 1859, foi um
defensor da democracia e a liberdade de pensamento como instrumentos
para a maturação emocional e intelectual das crianças.
Para o teórico, a criança deve ser cuidada ou ensinada levando em
consideração sua singularidade mas sem perder de vista que ela pertence a
um grupo social maior. No Brasil, Dewey inspirou o movimento da Escola
Nova. liderado por Anísio Teixeira, ele é visto como o pensador que pôs a
prática em foco e coloca a prática e a democracia como fundamentais para a
educação.

O pensamentos de Dewey se destacam por:


Refletir sobre os efeitos da revolução industrial e da sociedade de massas
no modelo escolar;
Trazer o conceito de democracia para o centro do pensar e do fazer
pedagógico;
Apresentar o conceito de experiência como o agir mediado tanto pela
razão como pela emoção;

Para Dewey, o conhecimento é construído de consensos, que resultam


em discussões coletivas. "O aprendizado se dá quando compartilhamos
experiências, e isso, só é possível num ambiente democrático, onde não haja
barreiras ao intercâmbio de pensamento." As escolas devem promover
práticas conjuntas e promover situações de cooperação, ao invés de lidar
com as crianças de forma isolada.
O sucesso do processo educativo aconteceria basicamente com um
grupo de pessoas se comunicando e trocando ideias, sentimentos e
experiências sobre as práticas do dia-a-dia.

Papel da escola:
Ser um espaço onde as pessoas se encontram
para educar e serem educadas.
Reproduzir a comunidade em miniatura ,
apresentar o mundo de um modo simplificado
e organizado e, aos poucos, conduzir as
crianças ao sentido e à compreensão das
coisas mais complexas.

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Papel do professor:
Dar liberdade ao aluno para elaborar suas próprias certezas, os próprios
conhecimentos, as próprias regras morais.
Apresentar os conteúdos escolares na forma de questões ou problemas.
Não dar respostas de antemão ou soluções prontas.
Usar procedimentos que façam o aluno raciocinar e elaborar os próprios
conceitos para depois confrontar com o conhecimento sistematizado.
Ser um educar reflexivo, ou seja, estar sempre questionando sua prática.

O modelo de educação de Dewey


possui 3 fundamentos:
Pragmatismo Democracia Experiências

Circunstâncias Buscar imprimir Iteração do ser


práticas da vida do formas de vida humano com o
ser humano que associadas e que ambiente vivido
possibilitam a compartilhem gerando um
existência de ideias, experiências. aprendizado
valores e experiencial, onde
instituições. crescimento físico,
intelectual e
emocional estão
ligados.

Escola Tradicional Escola Nova


Imposição de Singularidade do
conteúdos; aluno;
Disciplina externa; Atividade livre;
Livros e professores; Experiência;

"Educação é uma constante reconstrução da


experiência, de forma a dar-lhe cada vez
mais sentido e a habilitar as novas gerações
a responder os desafios da sociedade."
John Dewey

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"Educação não é a preparação


para a vida, é a própria vida."
John Dewey

Tem o objetivo de
Compromisso com o
gerar mudança nos
aprofundamento da
termos educacionais
democracia através
para suscitar reforma
da escolarização.
social.

Visão
humanista da
educação.

Educação
progressiva
"Educação
Valorização da
para todos.
liberdade para
assegurar que cada
um possa pensar por
si mesmo.

Modelo de
educação oposta
ao ensino
Relação entre os tradicional.
processos da
experiência atual
e a educação.

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Max Weber
Maximilian Karl Emil Weber, era um alemão intelectual, jurista e
economista considerado um dos fundadores da sociologia. O pensamento
dele rompe com o determinismo positivista lançando o indivíduo como
elemento essencial na formação das estruturas sociológicas, buscando
analisar o sentido das ações humanas tendo como objeto de estudo central, a
ação social.
Sociedade: Não é apenas uma "coisa" exterior e coercitiva que determina
o comportamento dos indivíduos, mas o resultado de várias interações
individuais.
A relação de Weber com a educação surgiu no conceito de racionalização
e burocratização, ele entendia que a burocratização e a autoridade racional
eram necessárias para a sociedade e a forma de atingir esse objetivo seria
por meio das escolas, a educação deveria ser racionalizada e o homem ser
um ser obediente.
Sendo assim, para Weber o papel da educação é criar um corpo
burocrático treinado para gerir os interesses do Estado partindo da lógica
pautada na dominação tradicional e legal-burocrática, nesse sentido, a
educação é vista como uma forma de seleção natural, é um instrumento
necessário para a preparação para o exercício das atividades funcionais
adequadas às mudanças geradas pela racionalização do homem.

Finalidades da educação:

Despertar Pedagogia Pedagogia do


o carisma do cultivo treinamento

Educados Preparar o Transmitir o


para adquirir aluno para conhecimento
uma nova uma conduta especializado
alma, de vida. (formar o
"renascer". especialista
que o capital
precisa).

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Esses tipos de
educação contribuíram
para que os indivíduos
desempenhassem
papéis sociais
diferenciados..

3 tipos de educação: Educação é a


Educação para o mais legítima
cultivo do saber; forma de
Racional para a dominação.
burocracia;
Carismática;

Educação
Segundo Max Weber

Dependendo da
época um tipo de A educação influencia
educação era mais diretamente no modo
valorizado. de vida das pessoas.

Elemento essencial para a


formação dos indivíduos,
principalmente nos
aspectos religiosos,
familiares e a educação
política especializada.

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Ovide Decroly
Jean Ovide Decroly foi um médico, psicólogo, professor e pedagogista
belga , diretor da escola "École d'ermitage" cujo o ensino era direcionado aos
meninos considerados de infância irregular e que se tornou famosa como
sendo um exemplo de Escola Nova.
O autor acreditava que o meio e a saúde física levavam à evolução
intelectual, ou seja, não só a palavra é um meio de comunicação, mas
também, o corpo, o desenho, a construção e a arte. Dedicou-se
apaixonadamente a experimentar uma escola centrada no aluno, que
preparasse as crianças para viver em sociedade, em vez de simplesmente
fornecer a elas conhecimentos para a formação profissional. Conciliava
medidas psicológicas e educativas na prática educacional com as crianças. O
trabalho dos alunos não podia ser uma simples cópia, deve ser realmente a
expressão do seu pensamento.
A proposta era que a educação voltada para os interesses das crianças
pudesse satisfazer suas curiosidades naturais, que fossem estimuladas a
pensar, sendo colocadas em contato com a realidade física e social.

Necessidade Gera Interesse Busca por conhecimento


A partir disso, Decroly criou o Método Globalizado de centro de interesse.
Esse método se baseava na ideia de que as crianças aprendem o mundo com
base em uma visão do todo, que posterior mente pode se organizar em
partes, indo do caos à ordem.
Este método deve lidar com o conhecimento, a partir dos interesses das
crianças em suas várias faixas etárias, de forma globalizante, permitindo que
as crianças tenham uma visão geral do objeto de conhecimento para depois
chegar às particularidades e abstrações, devendo lidar ainda com a
organização dos conhecimentos selecionados nas disciplinas e proposta de
atividades que vão do empirismo ao abstrato.

Semelhante a uma oficina de laboratório


onde a prática está presente. Aulas em
Escola toda parte: Cozinha, pátio, praça, etc.
Deve ser um local de portas abertas
onde há liberdade iniciativa.

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Princípios do Método Globalizado


Princípio da liberdade: O máximo de autonomia é dada a criança
para satisfazer seus gostos e
necessidades.

Princípio da Individualidade: Atividades pessoais diferenciadas mas


sem perder o referencial.

Princípio da atividade: Deve trabalhar a tendência dominante na


criança da inquietude e do movimento.

Princípio da Intuição: Observação e exploração das coisas,


empregando sentidos.

Princípio da Intuição: Desenvolvimento da inteligência através


da ludicidade.

Escola centrada no
O trabalho dos
aluno, formação
alunos deve
para viver em
expressar seus
sociedade.
pensamentos.

Meio e saúde física levam a


evolução intelectual.

Desenvolvimento
da educação
O interesse das
Professor como agente
crianças é levado
da aprendizagem.
em consideração.

Atividades que vão do


empirismo ao abstrato.
Princípios pedagógicos:
Escola semelhante a um Liberdade,
laboratório. Individualidade, atividade,
intuição e globalização

Aulas ocorrem em todas


as partes da escola.

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Makarenko
Anton Semionovitch Makarenko foi um pedagogo ucraniano, nascido em
1988 em Belopole, Sumy, Ucrânia. Foi o criador de um modelo de escola que
promovia a educação por meio de grupos, do coletivo. O seu paradigma de
escola dava ênfase ao trabalho e se alicerçava na forte disciplina.

Modelo de escola:

Vida em grupo Autogestão Trabalho Disciplina

Esse modelo de escola era voltado principalmente para a recuperação de


jovens abandonados marcados por atitudes delituosas, se interessando por
esses jovens buscando a mudança de comportamentos infratores para
comportamentos "corretos". Sua teoria era de que através do trabalho em
grupo poderia criar uma concepção de:

Sociedade Fraternidade Coletividade

O método era considerado novidade por organizar a escola como


coletividade e levava em conta os sentimentos dos alunos na busca pela
felicidade, esse conceito só teria sentido se fosse para todos. Makarenko
buscava criar pessoas conscientes do papel político, cultas, sadias e
trabalhadores preocupados com o bem-estar coletivo.
Na ideia de instrução em massa, Makarenko para
contrapô-la criou a ideia da coletividade na educação,
para os indivíduos aprenderem com seus pares e adquirir
a concepção de convivência em sociedade, destacando
também a importância da participação da família na
educação de seus membros, independente de serem
infratores ou não. O objetivo na pedagogia socialista é a
formação de pessoas cultas, conscientes de seu papel
na política e preocupados com o bem-estar
coletivo, e para isso, era preciso ter o contato
direto com a sociedade e a natureza.

"É preciso mostrar aos alunos


que o trabalho e a vida deles
são parte do trabalho e a vida
do país."
Anton Makarenko

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Centralidade da Por meio da psicologia e


ação pedagógica filosofia que fortalecia a
planejada, pedagogia
fortalecida.
A formação
Organizada de acordo
cultural deve
com os princípios da
iniciar antes da
instrução geral e do
etapa de leitura.
trabalho produtivo.

Educação de
jovens
infratores..

Pedagogia
socialista
"A felicidade só
Baseava-se fortemente
tem sentido se
na concepção da
for para todos."
escola-reformatório-
prisão como espaço de
coletividade.

Afetividade/disciplina,
pilares da convivência
coletiva.
Valorização da
família na vida
escolar.

"A disciplina não é um método, um procedimento


de educação, mas sim um resultado."
Anton Makarenko

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Antonio Gramsci
Antonio Sebastiano Francesco Gramsci (1891 - 1937) nasceu em Ales,
Sardenha, Itália. Foi um ativista político, jornalista e intelectual e também
fundador do partido comunista na Itália. Gramsci foi uma referência do
pensamento esquerdista no século XX, era comprometido com um projeto
político que deveria culminar em uma revolução proletária, porém, se
diferenciava dos demais por acreditar que a tomada de poder deve ser
precedida por mudanças de mentalidade e o instrumento para moldar a
mente das pessoas seria justamente a escola, por isso, o autor é conhecido
como o "emancipador das massas".
Foi Gramsci que trouxe a tona o conceito de cidadania para a discussão
pedagógica, a conquista dessa cidadania deveria ser orientada para a
"elevação cultural das massas", livrando-as de uma visão de mundo com
pensamentos conservadores.
As ideias de educação do autor surgem da sua interpretação do pensamento
de Karl Marx (o qual ele chamava de filosofia da práxis) e no papel da cultural
e dos intelectuais nos processos de transformação da sociedade. Foi na
educação que ele viu a saída para disseminar sua preocupação a fim de lutar
por uma sociedade, que na visão dele, deveria ser justa e com igualdade
social.
Para que suas ideias se concretizassem Gramsci criou em 1919 as "Escolas
da cultura", uma escola modelo que se baseava na ideia de educação não
formal, a metodologia usada seria a seguinte:
Apertados uns com os outros, em bancos
incômodos, espaços apertados, aqueles alunos
desacostumados, a maior parte já maduros, fora
da idade quando aprender é coisa simples e
natural, todos cansados por uma jornada de
trabalho, seguindo com maior atenção o
desenvolver da lição e esforçando-se para anotar
no caderno. (JESUS, 2005, p.90)
Ele queria que os jovens operários fossem
preparados para uma vida cultural, política e
social, levando através das escolas, a cultura de
massa.
A escola devia ser espontaneista, onde o
estudante aprende por meio de suas vivências
se baseando: "[...] não apenas na cultura e
na

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produção em geral, mas também escola e produção em particular são


inseparáveis em uma perspectiva técnico-política ou uma perspectiva do
novo humanismo". (MANACORDA, 1987, s.p.)
Gramsci criou também a "escola por correspondência", tendo em vista a
distância entre mestre e aluno que era complicada, foi criada essa forma de
os alunos recorrerem às cartas para esclarecer dúvidas e pedir conselhos.

Papel da escola:
Deveria ser única, mantida pelo Estado;
Oferecer educação de qualidade idêntica a que era oferecida em escolas
particulares;
O objetivo deveria ser a promoção e conquista da cidadania e "elevação
cultural da massa";
Instrumento para elaborar os intelectuais de diversos níveis;
Educação não formal;

Gramsci dividiu os intelectuais em duas classes:

Intelectual Intelectual
orgânico tradicional

Aquele que provém de Aquele que se vincula a


sua classe social de um determinado grupo
origem e a ela vinculado social, instituição ou
ao atuar como porta-voz corporação e que
da ideologia e interesse expressa os interesses
da classe. Ele pode vir particulares compartilha-
tanto do proletariado dos pelos seus membros.
como da burguesia.

"A tendência democrática de escola não pode


consistir apenas em que um operário manual se
torne qualificado, mas em que cada cidadão
possa se tornar governante."
Antonio Gramsci

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A educação deve
O homem é um visar a formação
filósofo porque integral do homem.
possui condições
de pensar.

Desenvolvimento da
Escola como meio de formação técnica e
libertação para formar intelectual ao
pessoas para serem mesmo tempo
dirigente de uma nova
sociedade.

Conceitos
Gramscianos
Acesso ao
Emancipação
conhecimento não
humana e aquisição
deve ser privilégio
de maturidade
da elite.
intelectual.

Preparação da
sociedade para um
modelo socialista.
Hegemonia está
ligada diretamente
à pedagogia.

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Anísio Teixeira
Anísio Spínola Teixeira foi um Brasileiro nascido em 1900 em Caetité-BA
e morreu em 1971. Estudou direito no Rio de Janeiro, passou por cargos na
área de educação na Bahia e Rio de Janeiro, foi diretor do INEP e um dos
responsáveis pelo Plano Educacional da Nova Capital - Brasília. Viajou para
pesquisar sobre sistemas educacionais pela Europa e Estados Unidos, onde
conheceu as ideias do filósofo John Dewey que influenciou seu pensamento.
Em 1932, participou do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. No
final dos anos 50, participou dos debates para a implantação da Lei Nacional
de Diretrizes e Bases da Educação. Ao lado de Darcy Ribeiro foi um dos
fundadores de Universidade de Brasília - UNB.
O educador propôs e executou medidas para democratizar o ensino
Brasileiro e defendeu a experiência do aluno como base do aprendizado,
acreditava que a educação era o único meio para democratizar a sociedade e
a escola deveria atender a todos, não apenas a elite.

O pensamento e atuação de Anísio de destaca por:


Articular a construção do sistema público de educação no Brasil;
Fundamentar a prática escolar a partir das contribuições das ciências da
educação;
Criar cursos de formação de professores em nível superior;
Educação pública, laica e obrigatória;

Para Anísio Teixeira, "só existirá a democracia no


Brasil no dia em que se montar no país a máquina em que
se prepara democracias, essa máquina é a da escola
pública. Educar é crescer, crescer é viver, educação é
assim, a vida no sentido mais autêntico da palavra".
De 1920 a 1930 ele acabou sendo a principal voz para
que a Escola Nova fosse colocada no país, pois a
educação não era oferecida para todos e por conta disso,
ele acreditava que o país não iria se desenvolver.
A educação deveria preparar o intelectual e os alunos
não deveriam ser meros reprodutores. O ensino deve fazer
a pessoa refletir sobre estar na sociedade.

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@conteudos.pedagogicos - Prof. Cláudia Macêdo

O autor atua em momentos importantes da história do Brasil, em


períodos em que a democracia é colocada em questão, onde passa por
arranjos de decomposição e mudança e nesse sentido, sua ideia de
ampliar as oportunidades educacionais para toda a população leva com
que ele crie as escola técnicas secundárias ampliando a "população
escolar".
Criou também as escolas experimentais onde métodos inovadores
de ensino são experimentados. O desenvolvimento do ensino por
projetos ganhou espaço na organização dessas escolas.

A ideia de experiência e
Matérias escolares trabalhadas a de democracia são
dentro de uma atividade escolhida centrais para pensar a
e projetada pelos alunos. organização escolar.

É preciso construir
uma escola por uma Escola Nova voltada
sociedade em para a mudança.
permanente mudança.

Educação
progressiva/integral
Fornecer aos alunos
formas de desenvolver
Estudo é o esforço sua personalidade no
para desenvolver um meio em que vivem.
problema ou executar
um projeto.

Ensinar é guiar o aluno


em uma atividade .
Escola responsável pela
promoção da cidadania
e saúde.

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Vinculação de recursos
para a educação parte da
receita de impostos
destinado para
Municipalização
manutenção das escolas.
do ensino.

Criar um sistema Movimento de


nacional de educação renovação do ensino.
que fosse da ed. infantil
ao ens. superior.

Manifesto dos pioneiros


da Escola Nova
Educação sem
Defendia a
distinção de
universalização da
gênero, raça ou
escola pública.
classe social.

Educação obrigatória
e gratuita.

Base curricular que garantisse a


qualidade e a participação de todos
os segmentos da população.
Calcado no método
científico e na
pesquisa.

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Paulo Freire
Nascido em Recife-PE, professor de português de 1941 a 1947, sem
formação nenhuma na área da educação, Paulo Freire cursou direito, no
entanto, não seguiu carreira. Recebeu o título de Patrono da Educação
brasileira em 2012, além de muitas premiações durante sua vida.
De 1947 a 1956 foi assistente e posteriormente diretor do departamento
de educação e cultura do SESI-PE onde desenvolveu suas primeiras
experiências na educação de trabalhadores.
Um de seus feitos mais conhecido foi a aplicação de seu método próprio
de alfabetização na cidade de Angicos no Rio Grande do Norte, onde
conseguiu, com sucesso, alfabetizar 300 adultos em um período de 45 dias
partindo do conhecimento prévio que essas pessoas já possuiam.
O autor acreditava em uma educação como ferramenta de transformação
social e como forma de reconhecer e reinvidicar direitos, procurando
transformar o estudante em aprendiz ativo. O pensamento pedagógico de
Paulo Freire é assumidamente político, influenciado pela linha teórica
Marxista influenciando a pedagogia crítica e defendendo ideias progressistas
e uma educação problematizadora onde a ação dialógica exclui o
autoritarismo.
Essa metodologia consiste em uma maneira de educar que esteja
conectada ao cotidiano dos estudantes e às experiências que eles têm, por
isso, ligado a política. Por desenvolver seu pensamento ligado a política, deu
o nome de pedagogia libertadora, sendo representante da tendência que leva
o mesmo nome em que defendia a libertação dos "oprimidos",
transformação social, temas geradores, a criticidade, o diálogo e o estímulo
à reflexão.
Pedagogia libertadora
Educação como Currículo Aprendizage Prática
ato político político m dialética libertadora

Etapas da conscientização:
Interação entre professor e conhecimentos
prévios do aluno;
Exploração de temas geradores (discussão);
Partir do abstrato para o concreto;
Consciência intransitiva para a transitiva;

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Educação problematizadora:

Desvelamento Diálogo como um


Reflexão Libertação
da realidade ato cognoscente

Articulação dos saberes prévios


com os que irão ser adquiridos.

Ao se basear no diálogo entre professor e aluno,


Paulo Freire criticava os métodos de ensino em que o
professor era tido como detentor do saber e o aluno era
apenas um "depositório", o que ele nomeou de
Educação bancária.

Educação bancária:
Professor como figura central;
Aluno receptor/passivo;
Ato educativo entendido como depósito bancário (professor deposita
conhecimento no aluno);
Metodologia: narrar, dissertar, encher os educandos, memorização
mecânica;
Reprodução do saber, uso de vigilância, punição e exames;

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"Se a educação sozinha não transforma a


sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."
Paulo Freire

Currículos devem incorporar saberes formais e


informais, para que o aluno seja autônomo no
seu processo de aprendizagem.

Diálogo entre
professor e aluno
(falar e escutar).
Aluno - Aprendiz ativo

Método
Paulo Freire
Resignificar os
Etapas: conhecimentos
Temas geradores: do aluno.

Estratégias para o
Investigação processo de
conscientização da
Buscar temas
realidade do aluno.
significativos
para a vida do Substitui os
aluno. conteúdos
tradicionais.

Tematização Problematização
Consciência de Professor desafia
mundo, análise de e inspira o aluno a
significados ser crítico e adotar
sociais dos temas. essa postura.

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Darcy Ribeiro
Antropólogo, historiador e sociólogo escritor e político brasileiro, Darcy
Ribeiro foi também ministro da educação durante o governo do presidente
João Goulart. Não é à toa que a lei de diretrizes e bases da educação 9.394/96
é popularmente conhecida por Lei Darcy Ribeiro, pois foi ele um dos
principais formuladores desta lei.
Darcy preocupou-se em identificar uma cultura nacional do povo brasileiro
que não anulasse nenhuma das culturas presentes em nosso território e nem
separasse, como em "caixas" de classificação, cada uma dessas culturas.
Para ele, "As elites brasileiras são cruéis, elas asfixiam as massas mantendo-
as na escuridão da ignorância. As escolas não cumprem com o papel de
educar e preparar os meninos do Brasil. Só vamos acabar com a violência
quando resolvermos a questão da educação".
Junto a Anísio Teixeira, Darcy lutou por um ensino público de qualidade
no Brasil, foi pioneiro na implantação fo Ensino Integral acreditando que o
país iria crescer se investisse na criação de escolas de qualidade. Sua visão
de educação foi profundamente influenciada pelo movimento da Escola Nova,
procurando renovar a educação e se opondo aos métodos tradicionais.

Pontos importantes sobre Darcy Ribeiro e suas teorias:


Dedicou-se ao estudo das comunidades indígenas;
Defensor da escola pública, democrática e de ensino gratuito de
qualidade;
Criou os centros Integrados de Ed. Pública (CIEP's), escola de tempo
integral;
Os CIEP's ofereciam educação em tempo integral e gratuita para crianças
e adolescente de baixa renda;
Nas escola de tempo integral os alunos tinham aulas
das disciplinas regulares de manhã e no contraturno
recebiam reforço escolar, formação técnica, educação
artística e iniciação esportiva;
"Os problemas da nossa sociedade só serão
resolvidos através da educação, que expande os
horizontes e favorece as transformações
positivas";
"Se os governadores não construírem escolas,
em 20 anos, faltará dinheiro para construir
presídios";

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Talcot Parsons
Talcot Edgar Frederick Parsons foi um dos principais sociólogos
estadunidenses do século XX. Ele foi um dos representantes do
funcionalismo e divulgava as obras de Durkhein.

Teoria Funcionalista:
Defende que a sociedade é um todo organizado por meio de funções que
os indivíduos, instituições e grupos sociais desempenham.

Sociedade Complexo dividido em partes

Cada parte desempenha


um papel individual
O funcionalismo é estrutural e busca entender a sociedade como um
sistema que busca o equilíbrio. Portanto, os elementos da sociedade são
estruturados para manter uma autorregulação do todo que esteja mantendo
o equilíbrio das relações sociais, criando um sistema social.

Sistema social:
A educação tem papel crucial na formação desse sistema, que nada mais
é do que um conjunto de ações de indivíduos ou de grupos. É composto por
subsistemas menores:
Conjunto de símbolos,
1. Cultural normas e crenças (Guia de
conduta do ser).

Pode ser de caráter


2. Personalidade biológico, orgânico ou
social.

Interação entre indivíduos nas


3. Social relações existentes entre os
seres do cotidiano.

Aspectos relacionados ao
4. Organismo
comportamento.

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"A família é a máquina que produz


personalidades humanas."
Talcot Parsons

As personalidades
individuais, na sala de aula, É prioritário a
devem ser preparadas socialização
tecnicamente para o desempenhada pela
desempenho de papéis escola do início até o fim
adultos. da educação do aluno.

Resulta da troca
entre indivíduo
e sociedade.

Modelo de educação
de Parsons Educação = Socialização

Educação não é agente de Seguia a


transformação, mas um lógica da
elemento de conservação meritocracia.
do funcionamento do
sistema social.

Contribui para a
formação, integração
e manutenção dos
Capitalismo gera sistemas sociais.
igualdade de
oportunidades entre os
competidores desde o
início da escolarização.

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Theodor Adorno
Theodor Ludwig Wiesengrund-Adorno foi um filósofo, sociólogo,
musicólogo e compositor alemão, viveu entre 1903 e 1969. Nasceu na
alemanha e morreu na Suíça. Ele foi um dos quatro representantes da Escola
de Frankfurt, uma escola que se fundamentava na ideologia Marxista.
Adorno acreditava que a cultura da sociedade capitalista impõe um
mecanismo de construção da heteronimia (a sujeição do indivíduo à vontade
de terceiros), fazendo o homem ser igual ao coletivo e perder, assim, sua
individualidade. Ele defendia uma formação humanística, capaz de criar a
consciência crítica.
A educação deveria ter o objetivo de buscar a emancipação humana,
para evitar a barbárie o qual o conjunto de leis e normas deveriam estar
associados a justiça. Concepção democrática, onde o individuo deveria agir e
pensar por conta própria pois devido a sua concepção sobre o capitalismo.
Além disso, outro objetivo da educação seria através da emancipação, criar
condições para que cada um possa viver livremente, e assim ser capaz de
desenvolver todas as suas potencialidade.
A escola de Frankfurt e a teoria crítica surgiram no início do século XX,
no final da 1º Guerra Mundial, quando havia acontecido a revolução russa e
as discussões sobre a implementação de regimes socialistas ganhavam
força. Essa escola buscava promover intensos debates que visavam entender
a fundo o surgimento do capitalismo e as consequentes alterações sociais,
políticas e econômicas que aconteceram com a implantação desse sistema,
as transformações nas relações de trabalho e o surgimento da cultura e da
indústria de massa . O programa desenvolvido nessa escola ganhou o nome
de Teoria Crítica.
Teoria Crítica:
Busca afastar-se do Partia da incorporação de
modelo tradicional pensamentos clássicos com
unindo teoria e as tensões socioculturais
prática. surgidas no período pós-
revolução russa.

Objetivos:

Emancipação Evitar a
humana barbárie

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Escola de Frankfurt
Fundamentada no Marxismo;
Intuito de combater qualquer forma de governo totalitário;
Contemplava a importância da diversidade, racial, étnica, de gênero, ou
nos mais diferentes âmbitos da sociedade;
Foi onde surgiu os conceitos de indústria cultural e cultura de massa;
Democracia foi um dos elementos debatidos na escola;
Buscava a emancipação humana;

Principais obras
Dialética do Esclarecimento (1947)
Filosofia da Nova Música (1949)
Teoria Estética (1970)
A Indústria Cultural - o Iluminismo como Mistificação das Massas (1947)
Crítica Cultural e Sociedade (1949)
Tempo Livre (1969)
Minima Moralia (1951)
A personalidade autoritária (1950)
Teoria estética (1970)
Educação e emancipação (1950)

"A competição é um princípio,


no fundo, contrário a uma
educação humana"
Theodor Adorno

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Louis Althusser
Louis Althusser foi um filósofo, político e professor que se inspirou
fortemente nas teorias Marxistas sendo um dos mais importantes pensadores
do final da década de 60. A partir dele e de outros nomes foram criadas as
"teorias crítico-reprodutivistas" que simbolizaram um importante momento
de ruptura com as tradicionais teorias educacionais.
Os teóricos da corrente crítico-reprodutivista denunciavam a natureza
imparcial da escola capitalista, que se dedica à reprodução dos ideais de
classes dominantes , ou seja, a escola é vista como um instrumento puro e
simples de reprodução social. Para Althusser, a escola apresenta-se como
principal meio de transformação e reprodução da sociedade capitalista, o que
ele criticava pois pensava que a escola não apenas "ensina saberes práticos
e promove a sujeição à ideologia dominante" (Althusser, 1984, p.22) a escola
ensina também saberes que formem críticos, que auxiliem os sujeitos nos
questionamentos dessa ideologia dominante. A educação devia se qualificar
tanto a inserir o indivíduo na sociedade como quanto dar-lhes ferramentas
para que participe da luta de classes.
O sistema de ensino seria responsável para preparar mão de obra para
indústrias, caracterizando a ideologia da alta burguesia que está no domínio
econômico e político.

Formar um aluno crítico através de saberes


que o façam questionar as ideologias
dominantes.
Papel da escola:
Preparar mão de obra para a indústria.

A charge a seguir faz uma crítica ao tipo de escola que


Althusser criticou, a de natureza imparcial que reproduzia as
ideologias das classes dominantes.

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Para melhor compreender a educação segundo o referencial


Althusseriano, deve-se pensar a concepção de Estado e ideologia do
autor.

Princípios teóricos de
Althusser
Uma classe revolucionária que
queira se efetivar como tal precisa
deslocar a velha classe dominante
A dominação burguesa só se do poder do estado.
estabiliza pela autonomia dos
aparelhos (de produção e
reprodução) isolados.

Reflete a luta
de classes da
sociedade
Aparelhos ideológicos do Estado.

Exemplos:

Um sistema, dentre os vários que


Igrejas, escolas, política,
compõem o Estado, com o objetivo
sindicatos, meios de
de reproduzir relações de
informação, núcleo
produção e dominação na
familiar e culturais.
sociedade capitalista que são,
portanto, relações de exploração.

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Pierre Bourdieu
O francês Pierre Félix Bourdieu era um sociólogo e filósofo que
desenvolveu diversos trabalhos abordando a questão da dominação e
contribuiu para a teoria crítico reprodutivista da educação. O mundo social
deve ser compreendido à luz de 3 conceitos fundamentais: Campo, Habitus e
Capital.
"Ensinar não é uma atividade como as outras. Poucas profissões serão
causa de riscos tão graves como os que os maus professores fazem correr
aos alunos que lhes são confiados. Poucas profissões supõem tantas
virtudes, dedicação e, acima de tudo, talvez entusiasmo e desinteresse".
Bourdieu considerava a função docente como algo de alta complexidade,
onde as consequências podem ser extremamente favoráveis ou
extremamente desastrosas para a vida e o futuro dos educandos.
A educação, aos olhos do autor, perde o papel que lhe foi atribuído de
instância transformadora e democratizadora das sociedades e passa a ser
vista como uma das principais instituições por meio da qual se mantém e se
legitimam os privilégios sociais. Bourdieu tinha uma visão pessimista e crítica
do modelo de educação vigente.
As teorias crítico reprodutivistas, foram influenciadas pelo Marxismo,
agregam a visão pessimista do modelo tradicional de educação e são
criticadas pelo fato de apontarem problemas e não trazerem soluções. Essas
teorias surgiram nos anos 70 trazendo pensamentos de vários autores, entre
eles, Bourdieu.
Reprodução da
cultura
Preenche (2) funções
Sistema estratégicas para a
educacional sociedade capitalista: Reprodução da
estrutura de classes.

Para que a ótica de reprodução e legitimação de


desigualdades sociais seja quebrada é necessário
uma desconfiguração do sistema capitalista de
produção. Pierre Bourdieu se juntou a Jean-Claude
Passeron e criaram a teoria da Violência simbólica.
Através dessa teoria os autores denunciavam a
escola como sendo um espaço de reprodução
cultural através de símbolos. Por exemplo, a cultura
de classes dominante que era estudada nas escolas
levando a reprodução dos indivíduos.

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Ação pedagógica
Agir em conformidade Manifestação Meio pela qual as
com as noções integral da violência escolas subjugam o
preestabelecidas pelo simbólica. sujeito e a sua
pensamento ou individualidade.
cultura dominante.

A violência simbólica era usada de forma sutil para legitimar crenças,


comportamentos e tradições, os dominados reproduzem de forma
inconsciente por pensar que são inevitáveis ou naturais. Nesse caso o
professor é um agente que passa as informações que seus prórpios mestres
executaram.

"Aquilo que foi criado para se


tornar instrumento de
democracia direta não deve ser
convertida em mecanismo de
opressão direta."
Pierre Bourdieu

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Perrenoud
Philippe Perrenoud é um sociólogo suiço, professor em uma universidade
de Genebra que se dedica ao trabalho com alunos, às práticas pedagógicas e
ao currículo dos estabelecimentos de ensino deste local.
Segundo o autor, os seres humanos não vivem todos, as mesmas
situações, eles desenvolvem competências adaptadas a seu mundo. "Se o
objetivo é dar a todos as chances de aprender, quaisquer que sejam suas
origens sociais e seus recursos culturais, então, uma pedagogia diferenciada
é uma pedagogia racional. Diferenciar é, pois, lutar para que as desigualdades
diante da escola atenuem-se e, simultaneamente, para que o nível de ensino
se eleve."

Igualdade de tratamento na aula

Desigualdade nas aprendizagens


A organização escolar produz o insucesso dos alunos
e provoca a separação entre escola e sociedade.

Para ressignificar as práticas pedagógicas é preciso potencializar a


formação de professores e consequentemente as competências dos alunos.
O professor precisa primeiro potencializar a si mesmo, rever suas práticas
para atingir uma formação educacional, pois, segundo o autor, "Toda
situação didática proposta ou imposta de forma uniforme a um grupo de
alunos é inadequada para uma parcela deles". Sendo assim podemos
destacar 3 pontos.
É imprescindível educar os alunos de acordo com
suas experiências pessoais, saberes prévios e
levar em consideração sua realidade;
Fazer com que cada aprendiz vivencie situações
fecundas de aprendizagem.
Não descuidar da especificidade das diferenças e
pluralidades.

Perrenoud é precurssor no que diz respeito ao


ensino por competências e habilidades, para ele isso
significa mobilizar recursos cognitivos para
solucionar uma série de situações.

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É um articulador entre a sociedade e a


escola, fazendo da instituição escolar um
Papel do local de pluralismo cultural, de referências e
professor identidades legitimadas, de caminhos e
procedimentos de aprendizagem dos alunos.

Avaliação escolar

Ajudar o aluno a aprender, levando em conta suas


Para quê? diferenças culturais e pessoais.

Ciclos de 3 anos, ao invés de 1 ano a criança tem 3


Como deve ser? para desenvolver as competências daquela faixa
etária.

Aplicada de que modo? Processual e coletiva.

"Na avaliação da aprendizagem o professor


não deve permitir que os resultados das
provas periódicas, geralmente de caráter
classificatório, sejam super valorizados em
detrimento de suas observações diárias, de
caráter diagnóstico. A avaliação é um
processo que deve estar a serviço das
individualizações da aprendizagem."
(Perrenoud, 1999, p.54)

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Prioriza o processo de ensino e


aprendizagem, centrado no sujeito, através
do desenvolvimento de metodologias e
estratégias desafiadoras, para resolução de
problemas e projetos.

Docente como
mediador do
processo de ensino
A aprendizagem se dá a
e aprendizagem.
partir da reestruturação
do sistema de
compreensão do mundo.

Educação por
competências
Alunos devem desenvolver;

Criatividade Reflexão

Autonomia Planejamento

Proatividade Transformação

"O trabalho de um professor não se detém


a fronteira da sala de aula, vai além do
tempo e espaço de uma escola."
Philippe Perrenoud

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Prática docente
10 competências que o professor
deve ter para exercer a docência

1. Organizar e dirigir situações de aprendizagem;


2. Administrar a progressão das aprendizagens;
3. Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação;
4. Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho;
5. Trabalhar em equipe;
6. Participar da administração da escola;
7. Informar e envolver os pais;
8. Utilizar novas tecnologias;
9. Enfrentar deveres e os dilemas éticos da profissão;
10. Administrar sua prórpia formação contínua.

"O referencial escolhido acentua as competências julgadas prioritárias por


serem coerentes com o novo papel dos professores, com a evolução da
formação contínua, com as reformas da formação inicial, com as ambições
das políticas educativas. Ele é compatível com os eixos de renovação da
escola: individualizar e diversificar os percursos de formação, introduzir
ciclos de aprendizagem, diferenciar a pedagogia, direcionar-se para uma
avaliação mais formativa do que normativa, conduzir projetos de
estabelecimento, desenvolver o trabalho em equipe docente e
responsabilizar-se coletivamente pelos alunos, colocar as crianças no centro
ação pedagógica, recorrer aos métodos ativos, aos procedimentos de projeto,
ao trabalho por problemas abertos e por situações-problema, desenvolver as
competências e a transferência de conhecimentos, educar para a cidadania."
(PERRENOUD,2000, p.17)

Sugestão de leitura:
"Este livro privilegia as práticas inovadoras e, portanto, as
competências emergentes, aquelas que deveriam orientar
as formações iniciais e continuas, aquelas que contribuem
para a luta contra o fracasso escolar e desenvolvem a
cidadania, aquelas que recorrem à pesquisa e enfatizam a
prática reflexiva."

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Miguel Zabalza
Miguel Angel Zabalza é professor catedrático de didática e organização
escolar da faculdade de ciências da educação na Universidade de
Compostela. É graduado em psicologia, pedagogo e Doutor pela
Universidade de Madrid.
Zabalza é um dos autores espanhóis influentes na educação brasileira.
Seus principais focos de teorias são na didática geral,, Educação infantil e
Universitária e também no campo do currículo escolar com reflexões
relevantes sobre diversas etapas da educação.
O autor enfatiza a qualidade da educação infantil, pois isso leva em
conta que a Educação Infantil não se trata de iniciativas ricas mas de
oportunizar iniciativas que enriquecem. Falar de educação infantil é pensar no
contexto educacional que enriquece a criança e implica a orientação da
família que paralelamente deve ser fortalecida para apoiar e estimular os
filhos e acompanhá-los ao longo dos anos em seu desempenho escolar.

Visão profissional que implica em visão

Qualidade política que ao conhecer as diretrizes


busca que se tornem realidade no
cotidiano escolar infantil.

Aspectos relevantes para elevar a qualidade da educação :


Quebrar paradigmas;
Entender as diretrizes das políticas sobre a
infância;
Desenvolver critérios, evoluir ideias;
Ensino deve potencializar e avançar;
As competências das crianças se revelam durante
seu crescimento;
Elevar as expectativas sobre o que se projeta.

Valores a serem desenvolvidos


na infância:
Éticos;
Sensibilidade da inclusão;
Amorosidade;
Diversidade.

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Criança Energia vital

Necessita executar atividades, adquirir


segurança e desenvolver competências.
(Para Zabalza, é necessário pensar em todos esses aspectos para então a
educação infantil evoluir.)

Brincar é importante mas


Educadores devem
deve se pensar no
se sentir livres para
conceito de trabalho a ser
atender alunos de
desenvolvido na infância.
realidades diferentes.

Ganhos qualitativos
Deve ter caráter ocorrem quando
coletivo houver organização.

Qualidade na
educação infantil
O método pedagógico será O professor tem
o trabalho por projetos, grande importância
motivação desafiadora, ao contexto
trabalho em grupo e referencial.
distribuição de tarefas.

O papel da escola
O ciclo de aprendizagem começa com o não é só fazer mas
experimentar e depois incorpora novos também falar e
conhecimentos, depois domina a escrever.
técnica e por fim desfruta o resultado

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Miguel Arroyo
Grande defensor da educação integral, Miguel Arroyo é sociólogo e
educador espanhol, foi professor da UFMG e atualmente acompanha
propostas educativas por todo o país. Suas ideias estão relacionadas à
educação popular, Cultural escolar, gestão escolar, ed. básica e currículos.
Inspirado por Paulo Freire, ele afirma que "Defender a educação é defender a
vida".
A pluralidade é uma condição para a educação integral, para que ela se
efetive a pedagogia praticada deve estar em diálogo constante com o
território e a realidade das crianças e jovens. A escola tem um papel de
grande importância: resgatar a "humanização negada a estes sujeitos que
chegam ao espaço escolar, muitas vezes, brutalizados".
Para que isso aconteça, educadores e escola devem atuar de forma a
recuperar a dignidade dos alunos, articulando a pluralidade de forças e
instituições presentes de forma a garantir a integração de todos.

Estado Escola pública

Educar cidadãos nos valores da cidadania

Pluralidade de Educação
forças integral

"Educação não se faz do gabinete. Lá


não estão os professores e os alunos.
A educação está na relação dialógica
entre educadores e educadores,
estudantes e estudantes e
educadores e estudantes."
Miguel Arroyo

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Educação integral
Para que se efetive a educação integral, a pedagogia praticada deve estar
em diálogo constante com o território e a realidade de crianças e jovens;
Humanização da educação;
Foco na formação plena dos educandos em situação de vulnerabilidade;
Pluralidade;
Articulação entre família, escola e sociedade;
O papel da escola é resgatar a humanização negada as pessoas que
chegam no espaço escolar brutalizadas;
O papel do professor é recuperar a dignidade dos alunos.

Formação plena dos educandos

Deve ser a preocupação principal das


escolas, sobretudo a aqueles indivíduos que
a sociedade trata de maneira tão injusta.

Formação continuada aliada à


prática docente

"O trabalho do professor é um princípio educativo. O educador em contato


com crianças e adolescentes é obrigado a se repensar [...] e é função da
educação continuada criar espaços para que eles repensem sua formação e
confrontá-los com a realidade que estão vivendo." (ARROYO, 2018)

"Ser educador é um modo de ser, é um dever


ser. Ele deve cuidar de seu percurso de vida,
ser pedagogo de si mesmo. Manter uma
conversa permanente consigo sobre sua
formação. A valorização social depende,
antes de tudo, da auto avaliação."
Miguel Arroyo

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Freinet
Célestin Freinet , educador francês que buscava criar um sistema
democrático de educação, sem contradições sociais. "A democracia de
amanhã se prepara na democracia da escola". Para o autor, a escola deve
favorecer a descoberta, ao interesse e ao prazer da criança.

Eixos da teoria de Freinet

Cooperação Comunicação Afetividade Documentação

Instrumentos e métodos de ensino de Freinet


Ateliês; Correspondência escolar;
Imprensa escolar; Livro da vida;
Jornal de parede; Tempo livre;
Aula passeio; Quadro/Assembleia

Freinet acreditava que a sala de aula era qualquer espaço onde o


exercício do pensamento e da criatividade esteja presente e a serviço da
sociedade. O ensino deveria ir de acordo com os interesses e necessidades
do aluno.
A escola é pra ser um ambiente vivo, ativo, dinâmico, aberto para o
encontro com a vida, onde tivesse a participação da família e comunidade. O
educador era crítico da definição de materiais, de locais e de condições
especiais para a realização do trabalho pedagógico. As técnicas utilizadas
devem ter base na experimentação e documentação, que dão à criança meios
de expandir seu saber.
Sobre isso Freinet orienta: "Suprima o pedestal, de
repente você estará ao nível das crianças. Você as verá não
com olhos de pedagogos e chefes, mas com olhos de
homens e crianças, e com este ato você reduzirá
seguidamente a perigosa separação entre aluno e
professor que existe na escola tradicional."

"Se não encontrarmos respostas


adequadas a todas as questões sobre
educação, continuaremos a forjar almas
de escravos em nossos filhos."
Célestin Freinet

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Sala de aula
Não é um casulo hermético;
Oficina de trabalho;
Local de produção e criação do saber;
Onde o aluno se revela;
Lugar de criar, experimentar, inventar;
Onde o exercício do pensamento e da
criatividade esteja presente.

Função do educador
Criar uma atmosfera laboriosa na
escola, de modo a estimular as
crianças a fazer experiências;
Colaborar ao máximo para o êxito de
todos os alunos;
O aluno deve procurar respostas pa
suas necessidades e inquietações,
ajudando e sendo ajudado pelos
colegas e buscar no professor alguém
que organize o trabalho.

Método de ensino
democrático
Baseado na liberdade de expressão do aluno;
Educação laica que prepara crianças e adolescentes de hoje para
pensar e agir no mundo amanhã;
Ensino natural: tentativa e erro;
Ritmo de aprendizagem individualizado;
Autonomia;
Organização cooperativa da sala de aula;
criança no centro do processo educacional;
Escola democrática;
Habilidades do aluno são desenvolvidas no seu prórpio ritmo;

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Ivan Pavlov
Ivan Petrovich Pavlov era um russo, fisiologista, conhecido pela sua
teoria do condicionamento clássico. O teórico seguia uma linha de
pensamento que depois foi nomeada de comportamentalista (Behaviorismo).
Para Pavlov, tudo que aprendemos é explicado através do modo em que
os estímulos (ambientais e internos) produzem as respostas. (SOARES,
2013). Ele tinha convicção que a aprendizagem só podia acontecer se
houvesse o processo de repetição um certo número de vezes suficientes,
assim o reforço era necessário.
Uma das 3 questões centrais que Pavlov trabalhou foi o estudo dos
reflexos condicionados, por esse estudo ele concluiu que o reforço remete a
ideia equivocada, onde o foco é apenas na formação de mão-de-obra para o
mercado de trabalho.
O condicionamento clássico diz respeito às relações entre estímulos e
resposta, explica o comportamento involuntário e reações emocionais
condicionadas. Para Pavlov, o condicionamento é um processo básico da
aprendizagem. Um exemplo dessa teoria é que uma criança em sua casa,
apresenta o reflexo de salivar ao sentir cheiro de alimentos. Ao ouvir o
barulho das panelas na cozinha, passa a salivar, condicionado.
São condições anteriores que alteram as reações comportamentais. é
uma reação a um estímulo casual. Podemos concluir que a teoria deste autor
tem relação com a tendência pedagógica tecnicista, veja:

Objetivo: Preparar o indivíduo para o mercado de trabalho;


Professores; Instrutores;
Aluno: Cumpridor de tarefas;
Método: Repetição

Teoria dos reflexos


condicionados

Reflexos Reflexos
condicionados incondicionados

Adquiridos Inatos
condicionados
à experiências
passadas.

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J. B. Watson
John Watson é conhecido como o pai do Behaviorismo clássico, publicou
o chamado "Manifesto Behaviorista" que se chamava "a psicologia com um
comportamentalista vê".
Nesse manifesto Watson defende que a psicologia não deveria estudar
processos internos da mente, mas sim o comportamento, pois este é visível e
também passível de observação por uma ciência positivista. Ele acreditava
que é possível prever e controlar toda a conduta humana.

Distanciou-se Usou o método Transformou a


do método experimental psicologia em
empírico. na psicologia. uma ciência.

No Behaviorismo (comportamentalismo) o meio ambiente é determinante


para que ocorra a aprendizagem. O comportamento do indivíduo deve ser
moldado e ajustado, capaz de fazer com que uma criança tivesse determinada
formação de caráter ou exercesse qualquer profissão que lhe indicassem.
Nessa teoria, todos os comportamentos são resultados da experiência e
condicionamentos, ela despreza a hereditariedade como a responsável pelos
diversos tipos de personalidade.
O professor tem como função promover o maior número de vezes
possível a associação de uma resposta desejada a um estímulo para que o
aluno possa adquirir conhecimento.

"Dá-me uma dúzia de bebês


saudáveis, bem formados e meu
próprio mundo especificado para
trazê-los e eu vou garantir a qualquer
um Aleatoriamente e treiná-lo para se
tornar qualquer tipo de especialista
que eu possa selecionar - médico,
advogado, artista, mercantil-chefe e,
sim, até mesmo mendigo e ladrão,
independentemente de seus talentos,
inclinações, tendências, habilidades,
vocações e raça. de seus ancestrais."
J. B. Watson

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Empirismo -
Comportamento determinismo
compõe-se ambiental (Ambiente
inteiramente de como variável).
impulsos fisiológicos.

Refuta as
Aquisição ou mudança emoções,
de comportamentos inteligência e
através da relação maturação.
estímulo-resposta.

Behaviorismo
metodológico
Os processos
cognitivos não são Professor deve repetir
passíveis de o conteúdo até o aluno
observação aprender por meio do
método de ensino
tecnicista.
Estímulo do treinamento
e disciplinamento por
meio do controle das
situações de
aprendizagem.
"Tentativa de construir uma ciência livre de noções e
métodos subjetivos, uma ciência tão objetiva quanto
a física." (SCHULTZ e SCHULTZ, 2012)

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Skinner
Burrhus Frederic Skinner foi um psicólogo, inventor e filósofo, etólogo,
autobiógrafo e professor universitário. Sua abordagem representa a
sistematização do posicionamento Behaviorista/Comportamentalista. Por
meio de seus estudos sobre o condicionamento operante, aborda a questão
do estímulo, da resposta e do reforço, através da concepção de que o
organismo emite um determinado comportamento.
Para o autor, a aprendizagem concentra-se na capacidade de estimular
ou reprimir comportamentos, desejáveis ou indesejáveis. Na sala de aula, a
repetição mecânica deve ser incentivada, pois leva à memorização e assim ao
aprendizado.

Crédito da imagem: Psicologia online

Exemplo de condicionamento operante

Se um aluno tiver boas Se a criança faz birra


notas recebe um elogio leva uma repreensão
(estímulo agradável (consequência
após comportamento desagradável depois do
desejado). mau comportamento).

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Aprendizagem
Concentra-se na aquisição de novos
comportamentos. Ocorre através de
estímulos e reforços de modo que se torna
mecanizada.

Behaviorismo / Comportamentalismo

Restringe seu estudo ao O princípio dessa teoria é


comportamento, tomado que só é possível teorizar e
como um conjunto de agir sobre o que é
reações dos organismo cientificamente possível.
aos estímulos externos. Baseia-se na ideia de que o
aprendizado ocorre em
função de mudança no
comportamento manifesto.

No Behaviorismo as mudanças no comportamento são o resultado de


uma resposta individual e eventos (estímulos) que ocorrem no meio. Assim,
uma resposta produz uma consequência.
Quando um padrão particular Estímulo-resposta é reforçado, o indivíduo
é condicionado a reagir . O reforço é o elemento chave na teoria de Skinner, é
qualquer coisa que fortaleça a resposta desejada. Pode ser um elogio verbal,
uma boa note ou um sentimento de realização ou satisfação crescente.

Comportamento humano
Ocorre através de:

Estímulos Condicionamento
operante

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Modelagem
O comportamento Os reforços geram
A repetição leva
é repetido quando mudanças no
ao reforço.
recompensado. comportamento.

Destaques da teoria:
Ênfase nos comportamentos observáveis e controláveis: respostas aos
estímulos externos;
O comportamento é controlado por suas consequências;
Não há hipóteses sobre as atividades mentais que ocorrem o estímulo e a
resposta.

Relação com a tendência pedagógica tecnicista


A teoria comportamentalista está inserida na tendência pedagógica
tecnicista, suas características são:
Objetivo: Preparar o aluno para o mercado de trabalho;
Professor: É instrutor
Aluno: Cumpridor de tarefas;
Estratégia de ensino: Uso de livros didáticos como se fosse um manual
de instruções e uso da repetição.

Método de ensino baseado


no behaviorismo
Ocorre por meio de estímulos e comportamentos;
O professor deve estimular o aluno a aprender o que está programado,
criando e modificando comportamentos. É um programador de
contingencias;
O aluno cumpre as tarefas impostas pelo professor;
A educação tem por finalidade modelar o comportamento humano para a
integração do indivíduo nas necessidades do capitalismo;
Aprendizagem ocorre por meio do reforço.

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Sigmund Freud
Freud viveu entre 1856 a 1939, era um médico neurologista e psiquiatra
conhecido até os dias de hoje como o criador da psicanálise. Suas teorias
buscavam compreender o processo de pensamento que conduz a ação dos
indivíduos.

O que é psicanálise?

Prática Técnica Teoria

de tratamento dos de investigação que aglutina


distúrbios mentais dos processos da concepções
e psicológicos. mente humana. obtidas a partir da
prática e técnica
psicanalíticas.

Dimensões
indissociáveis

Teoria da transferência
É um processo de ordem inconsciente que consiste em
reeditar estados psíquicos anteriores e revivê-los, não como
no passado , mas nas relações atuais.
"Na relação professor-aluno, a transferência se produz
quando o desejo de saber do aluno se aferra a um elemento
particular, que é a pessoa do professor." (Kupfer, 1992, p.90-91)
O aluno se dirige ao professor movido pela
transferência, o que quer que o professor diga ou faça
será interpretado a partir do lugar em que foi
colocado na mente.

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Para Freud, educar é uma das três tarefas impossíveis, junto a governar
e psicanalisar, não por achá-las irrealizáveis, mas por admitir que delas
sempre haverá um resto. Então, não é possível educar completamente pois
não tem como calcular os efeitos de uma ação pedagógica, estes são
imprevisíveis porque envolvem processos inconscientes de alunos,
professores, pais e demais envolvidos no ato educativo.

Teoria da consciência
Os pensamentos humanos se desenvolvem por meio de processos
diferenciados, trazendo a ideia de que o nosso cérebro trabalha
essencialmente no campo da semântica. Freud afirma que nossa mente não
possui somente a parte consciente, ele opera uma divisão topográfica da
mente, onde delimita 3 níveis mentais ou instâncias mentais.

3 Instâncias mentais / níveis da consciência

Consciente Pré-consciente Inconsciente

Mente atenta, o Conteúdos não Não acessível aos


lado racional e a estão conscientes, consciente, possui
ação no mundo mas podem ser linguagem própria
externo a nós. trazidos à e pode vir à tona
consciência. de maneira
indireta ou
simbólica.

"Meu inconsciente cria fantasmas que


minha mente sã nunca ousaria imaginar."
Sigmund Freud

"A voz do inconsciente é sutil, mas ela não


descansa até ser ouvida."
Sigmund Freud

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3 instâncias psíquicas
A mesma linha da psicanálise que divide os níveis da consciência,
identifica outra distinção da mente humana. Nesta segunda divisão Freud
separa como ID, EGO e SUPEREGO.

ID Ego Superego

Elemento Elemento principal; É consciente e


psicológico da Funciona a nível inconsciente;
nossa mente; consciente; Se desenvolve
Guiado pelo Guiado pelo ainda na infância;
princípio do prazer; princípio da É a censura, a culpa
Nível inconsciente realidade; e o medo da
do cérebro ; Mediação entre as punição;
Não reconhece exigências do ID e Instância
elementos sociais; as limitações do reguladora;
Ambiente dos Superego e a A moral, a ética, a
impulsos sexuais; sociedade. noção de certo e
Não aceita ser errado e todas a
frustrado. imposições sociais
se internalizam no
superego.

Freud e a educação
Compete ao educador trabalhar com mais empenho na questão da
sexualidade.
A educação tem papel principal no processo de sublimação;
O amor é o motor da educação, o professor deve conquistar esse amor.

"O caráter do homem é formado pelas


pessoas que ele escolheu conviver."
Sigmund Freud

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Jean Piaget
Jean Willian Fritz Piaget, nasceu em uma cidade suíça chamada
Neuchâtel, durante sua vida desenvolveu uma vasta investigação no campo
da epistemologia e dos processos de desenvolvimento infantil.
Sua abordagem teórica recebeu o nome de Epistemologia genética.
Para analisar as relações entre conhecimento e vida orgânica, recorreu a
psicologia para explicar como o ser humano chega ao conhecimento, ou seja,
se organizar, estruturar e explicar o mundo em que vive.
Segundo Piaget (1991), a evolução do conhecimento e da inteligência
é um processo contínuo, construído a partir da interação ativa do sujeito com
o meio (físico e social) , e não um processo inato.

Processo de construção do conhecimento


Interações do indivíduo com seu ambiente físico e social;
Interação entre o sujeito e o mundo externo;
Conhecimento se modifica a medida que o sistema cognitivo se
desenvolve;
Quando o conhecedor muda, o conhecimento muda também;
Por meio das interações com o meio o sujeito constrói esquemas
mentais: a partir do contato físico e social os objetos tornam-se parte das
representações mentais a cada interação se transforma.

Para Piaget, a inteligência é a forma de equilíbrio para a qual tendem


todas as formas de adaptação, desde o desenvolvimento sensório-motor,
cumprindo-lhes a função de estruturar o universo.

Inteligência
Fator de motivação para a aprendizagem:
Situação-problema;
É algo que vai se construindo gradualmente pela
estimulação e desafio;
O professor deve propor situações que ative o
mecanismo de aprendizagem e deve prestar
atenção às diferenças individuais dos alunos e
acompanhar de forma individualizada.

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Responsáveis pelas alterações


no desenvolvimento cognitivo

Assimilação Acomodação Equilibração

Veja os conceitos:
Assimilação: Incorporação de elementos do meio externo, quando o
indivíduo adquire uma nova informação que antes não tinha. Construção
do saber, novas experiências.
Acomodação: Quando ocorre a modificação de um esquema ou strutura
em função das particularidades do objeto a ser assimilado. O sujeito pega
a nova informação e guarda como um novo conhecimento ou
junta/modifica a um conhecimento que já possuía.
Equilibração: É o processo que resulta do balanço entre a assimilação e a
acomodação de esquemas. É quando o crescimento intelectual acontece
em partes que evoluem para a equilibração.

Primeiro se assimila algo novo, depois você acomoda em seu repertório


o que foi aprendido, para então ocorrer a equilibração.

Veja no esquema como ocorre:

Assimilação Acomodação

Se
adaptam

Ocorre a

Equilibração

Equilíbrio entre a assimilação


e a acomodação.

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Estágios do desenvolvimento
A sequência na construção da inteligência é representada por processos
graduais do conhecimento, sendo que, necessariamente, a criança deverá
passar por uma fase para depois atingir a outra e assim, sucessivamente,
dentro desta sequência.
São 4 estágios, desde o nascimento até o início da adolescência quando
a capacidade plena de raciocínio é atingida, veja:

Sensório- Pré- Operatório Operatório


motor operatório concreto formal
(0 a 2 anos) (2 a 7 anos) (7 a 11 anos) (12 anos ou +)

O bebê começa É quando É nessa fase Nessa fase já


a construir conseguimos onde o se observa o
esquemas de dominar a pensamento é raciocínio
ação para linguagem oral reversível, ou hipotético
assimilação e a seja, admite a dedutivo, ou
mental do representação, possibilidade seja, a
meio. temos como do inverso. formulação de
Transição entre destaque a É nesse hipóteses.
o orgânico e o função momento que a A partir dos 12
intelectual. simbólica, a criança anos a criança
Meios de imitação consegue fazer começa a
experimentaçã retardada, jogo essa ligação, pensar
o: ver, pegar e simbólico. do contrário. logicamente.
levar à boca. Surgimento da Habilidades de A
O corpo da linguagem. classificar, personalidade
criança reflete Apresentação seriar, agrupar é consolidada.
o mundo e de objetos em Independência
ainda não se comportament uma classe e do real.
diferencia dele. o egocêntrico. relacionar Libertação do
Distinção entre Pensamento objetos em pensamento.
o eu e o intuitivo. uma ordem ou
mundo. Julgamento série.
baseado na Raciocínio vai
percepção. do concreto ao
fase dos abstrato.
"porquês".

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No construtivismo o aluno é o centro e o protagonista do


processo de aprendizagem. O nível de amadurecimento
de cada estudante é respeitado e o ensino é um processo
dinâmico, cada novo conhecimento é aprendido a partir
de conceitos anteriores.

O ser humano ao nascer é


um indivíduo biológico, a
potencialidade cognitiva
depende da etapa de
desenvolvimento em que
ele se encontra.

Conceitos importantes
das teorias de Piaget

O professor tem como função


desequilibrar os esquemas dos Sensório-motor (0 a 2 anos,
alunos, de seus conhecimentos Pré-operacional (2 a 7
prévios. É um facilitador, um anos), Operatório concreto
mediador e orientador durante a (7 a 11 anos) e Operatório
aprendizagem. formal (12 anos ou mais).

Primeiro a criança se desenvolve


e depois aprende. A
aprendizagem subordina-se ao
desenvolvimento e tem pouco
impacto sobre ele. O
conhecimento é fruto das teorias
entre o organismo e o meio.

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Vygotsky
Lev Semionovitch Vygotsky foi um psicólogo nascido na Bielorússia,
pioneiro no conceito do desenvolvimento intelectual das crianças. Para o
autor, o desenvolvimento ocorre "em função das interações sociais e
condições de vida".

Desenvolvimento do indivíduo

Resulta de: Por meio de:

Processo Processo
sócio-histórico interativo

Sua teoria ganhou o nome de socioconstrutivismo ou sociointeracionismo


pois o autor entende o homem e seu desenvolvimento numa perspectiva
sociocultural, ou seja, o homem se constitui na interação com o meio em que
está inserido.
As funções psicológicas superiores do homem, como a percepção, memória,
pensamento, atenção desenvolvidas na relação com o meio sociocultural tem
essa relação mediada por signos: esquemas, mapas, desenhos, símbolos,
linguagem, entre outros.
O desenvolvimento cognitivo dar-se-á pelo processo de internalização da
interação social com materiais fornecidos pela culturalidade. Através da
interação social o sujeito entrará em contato com elementos mediadores e
fará uso deles, surgindo os processos mentais.

Elementos mediadores
Instrumentos e
signos

Possibilidade de Qualquer objeto e


transformação através forma ou fenômeno.
dos instrumentos.

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A linguagem
Constitui o momento mais significativo no desenvolvimento cognitivo.
Para Vygotsky, a linguagem possui duas funções básicas, veja:

Funções básicas da linguagem

Intercâmbio Pensamento
social generalizante

Visível em bebês, pois Pode ser exemplificado


conseguem por meio de por quando falamos,
gestos, expressões e por exemplo: a palavra
sons demonstrar seus "tigre" independente de
sentimentos. ter visto ou não de
perto, nosso
pensamento classifica
como sendo o nome de
um animal.
A linguagem representa um salto de qualidade nas funções superiores,
compreende várias formas de expressão: oral, gestual, escrita, artística,
musical e matemática. É o principal mediador na formação e no
desenvolvimento das funções psicológicas superiores.

Internalização: Mecanismo que intervém no desenvolvimento das funções


psicológicas complexas, fundada nas ações, nas interações sociais e na
linguagem. O que nós internalizamos são os modos históricos e
culturalmente organizados de operar com as informações do meio.
Mediação: É o processo de intervenção de um elemento intermediário
numa relação. Os elementos usados na mediação são os instrumentos e
signos, como especificado anteriormente.

"É pela mediação que o indivíduo se relaciona com o ambiente, pois,


enquanto sujeito do conhecimento, ele não tem acesso direto aos objetos,
mas, apenas, a sistemas simbólicos que representam a realidade. É por meio
dos signos , da palavra, dos instrumentos, que ocorre o contato com a
cultura." (Rego, 1998)

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Zonas de
desenvolvimento Infantil
Vygotsky afirma que sempre que há um tipo de troca, existe aprendizagem. O
processo de aprendizagem é analisado com base nas aquisições
consolidadas e na sua potencialidade para realização de tarefas. Identificou a
existência de níveis distintos de desenvolvimento: Real e Potencial e a
Mediação é a protagonista do processo.

Zona de desenvolvimento Real - ZDR: Atividades que a criança realiza de


forma autônoma. Desconsidera as potencialidades.
Zona de desenvolvimento Potencial - ZDP: Capacidade de realizar tarefas
com mediação de outrem mais experiente. Revela a sua potencialidade.
Zona de desenvolvimento Proximal: É a distância entre a ZDR e a ZDP, um
aspecto essencial do aprendizado, é o fato de ele criar a zona de
desenvolvimento próximo, a mediação.

Zona de Zona de desenvolvimento


desenvolvimento Real Potencial

Distância
entre

Zona de desenvolvimento
Proximal

"O saber que não vem da


experiência não é
realmente um saber." Lev Vygotsky

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Conceitos importantes
das teorias de Vygotsky
Vygotsky defende que as pessoas aprendem por meio da exploração do
ambiente e criam mecanismos próprios de aprendizagem muito antes de
frequentarem a escola. Primeiramente na família se estabelece as primeiras
relações com a linguagem na interação com os outros.

Estratégias pedagógicas: O socioconstrutivismo é a linha pedagógica que


estimula a aprendizagem através da interação social.
Ensino-aprendizagem: (PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL) primeiro
se aprende e depois de desenvolve. O desenvolvimento ocorre por meio
da interação entre o indivíduo e aspectos do meio e o conhecimento
surge dessa interação.
Papel do professor: O aluno aprende a partir do já sabe, então, o
professor deve propor avaliações qualitativas dos processos
psicológicos superiores e situações de interação, precisa ter abertura e
disponibilidade para desempenhar o papel de mediador.

"Ao brincar, a criança assume papéis


e aceita as regras próprias da
brincadeira, executando,
imaginariamente, tarefas para as
quais ainda não está apta ou não
sente como agradáveis na realidade."
Lev Vygotsky

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Henri Wallom
Henri Paul Hyacinthe Wallom era um francês, médico, filósofo, psicólogo
e político que foi precursor da teoria socioafetiva, dava importância aos
aspectos sociais e aos afetivos dentro do processo de aprendizagem.
Para Wallom, a vida de uma pessoa não é formada apenas pelos aspectos
cognoscitivos, mas depende dos aspectos biológicos e sociais. Sua teoria é
um instrumento que pode ampliar a compreensão do professor sobre as
possibilidades do aluno no processo de ensino-aprendizagem e fornecer
elementos para reflexão do educador.
O meio social da criança codetermina a sua existência e favorece o
primeiro meio de satisfação das suas necessidades. O teórico achava que as
aptidões se desenvolviam e se cultivavam em contato com a cultura, o ser
humano é geneticamente social, sua estrutura orgânica supões a intervenção
da cultura para se atualizar.

O eixo principal no processo de desenvolvimento é


a integração em dois sentidos:

Integração Integração
organismo- cognitiva-
meio afetiva-motora

Na criança, opõem-se e implicam-se Cognitiva: Conjuntos de funções


mutuamente fatores de origem que permite a aquisição e a
biológica e social. O meio é um manutenção do conhecimento por
complemento indispensável ao ser meio de imagens, noções, ideias e
vivo. Ele deverá corresponder a suas representações, registrar e revisar o
necessidades e suas aptidões passado e projetar futuros possíveis
sensório-motoras e depois as e imaginários.
psicomotoras. Afetividade: Oferece as funções
responsáveis pelas emoções,
sentimentos e paixões.
Motricidade: Oferece a possibilidade
de deslocamento do corpo no
tempo e no espaço, reações
posturais que garantem o equilíbrio
postural e o tônico para emoções e
sentimentos se expressarem.

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A importância da afetividade
Refere-se a capacidade, à disposição do ser humano de ser afetado pelo
mundo externo/interno por sensações agradáveis/desagradáveis.

Afetividade

Emoção Sentimento Paixão


(fisiologia) (representação) (autocontrole)

Revela o aparecimento
Expressa atitudes Opõe-se a emoção
do autocontrole
(alegria, medo, cólera) (impondo limites,
(tenta silenciar as
controles e obstáculos)
emoções, ciúmes,
exigências,
exclusividade.

O ser humano desde o seu nascimento é envolvido pela afetividade e


este desempenha um papel extremamente importante no seu
desenvolvimento e no estabelecimento de boas relações sociais. Por essa
razão, no processo de ensino a escola e os professores devem considerar a
história do aluno, as demandas atuais e as perspectivas de futuro, já o aluno,
deve ser ativo, questionador, coautor e participar de sua aprendizagem.

"A afetividade ocorre anterior à


inteligência e está diretamente ligada
às emoções e a construção de um ser
humano sadio. Podemos considerar que
a afetividade é um conjunto que afeta
positiva ou negativamente às sensações
internas como também externas."
Henri Wallom

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Estágios do desenvolvimento
Em seus estudos. o autor, estabeleceu que a criança passa por 5 estágios
de desenvolvimento, ligadas tanto pelo cognitivo como pelo afetivo, levando
em consideração o biológico e o social e ajudando o indivíduo a se formar
integralmente. Cada estágio é um sistema completo em si. Veja:

Impulsivo emocional (0 a 1 ano):


A criança expressa sua afetividade através de movimentos
descoordenados;
A aprendizagem requer respostas corporais ligadas ao seu
cuidador;
Desenvolvimento da consciência corporal;
Indiferenciação com o meio e com o outro;
Predominância da afetividade e motricidade.
Sensório-motor e projetivo (1 a 3 anos):
Predominância do conjunto funcional cognitivo;
Desenvolvimento da marcha e da linguagem;
Desenvolvimento da função simbólica;
Diferenciação do meio e dos outros indivíduos;
Nessa fase a criança já possui coordenação motora para
manipular objetos;
Personalismo (3 a 6 anos):
Predominância do conjunto funcional afetivo (emoção,
sentimentos e paixão);
Diferenciação entre o eu e o outro;
Aparecimento de ciúmes e paixões;
Desenvolvimento da consciência de existência independente do
outro;
Nessa fase há o enriquecimento do eu e da construção da
personalidade;
Pensamento Categorial (6 a 11 anos):
Predomina o conjunto funcional cognitivo;
Descoberta do mundo: semelhanças e diferenças entre objetos,
ideias e representações;
Imperícia como parte do processo de desenvolvimento;
Nessa fase a criança já tem condições de realizar atividades de
agrupamento para compreender melhor a si mesmo;
Puberdade e adolescência (11 anos em diante):
Predominância do conjunto funcional afetivo;
Fortalecimento do pensamento categorial e alteração do esquema
corporal;
Questionamento de valores do outro e ambivalência de
sentimentos;
Busca pela entidade autônoma;
Questionamento e apoio em oposição ao mundo adulto;

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Conceitos importantes das


teorias de Henri Wallom
Wallom fundamenta suas ideias em 4 elementos básicos: Afetividade,
Movimento, Inteligência e a Formação do eu como pessoa. O sujeito é
determinado fisiologicamente e socialmente.

Estratégias pedagógicas: A eficácia da ação educativa se fundamenta no


conhecimento da natureza da criança, de suas capacidades,
necessidades, ou seja, no estudo psicológico da criança. A escola não se
limita à instrução.
Ensino-aprendizagem: (SÍNTESE DA PESSOA COMPLETA) é por meio da
emoção que a criança tem seu desenvolvimento pleno. A aprendizagem
se dá nas interações com o meio naturalmente. Aspectos sociais e
afetivos dentro do processo de aprendizagem.
Papel do professor: Considerar a história do aluno, as demandas atuais e
perspectivas de futuro. Estimular o pensamento do aluno através de
problematização dos conteúdos e estar atento as reações posturais na
busca pelo equilíbrio corporal.

"O ambiente social da criança


codetermina a sua existência e fornece
o primeiro meio de satisfação das
suas necessidades."
Henri Wallom

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Carl Rogers
Rogers foi um dos mais eminentes psicólogos americanos de sua
geração. Sua natureza humana era pouco comum, a partir da qual elaborou
uma psicoterapia original, que lhe proporcionou uma visão muito própria da
educação.
Sua teoria Humanista da abordagem centrada na pessoa tem como
característica um extenso repertório de expressões próprias. Ficou conhecida
como humanista pois , em acentuado contraste com a teoria Freudiana, ela
se baseia numa visão otimista do homem.

Pessoas só aprendem aquilo de que


Aprendizagem necessitam ou que querem aprender.

Impregnada de confiança e destituída


Relação de noções de hierarquia. Professor
professor - como facilitador da aprendizagem e

aluno especialista em relações humanas.

Instituições de recompensa e punição


Avaliação estão completamente excluídas,
escolar exceto na forma de autoavaliação.

Para Rogers, o indivíduo é o centro dos processos, um arquiteto de si mesmo


(se autoconstrói). O importante é aprender a aprender. Não é o conhecimento
em si que será de utilidade e sim uma atitude de busca constante do
conhecimento.

Pedagogia liberal
(Renovada não-diretiva)
Preocupa-se mais com problemas
psicológicos do que pedagógicos.
Ênfase no desenvolvimento das relações
humanas;
Autorrealização e autoavaliação;

89
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Carl Rogers era


representante da
Preocupação psicologia
com o aluno humanista.
como pessoa.

Relação
Crença de que a pessoa interpessoal
é capaz de promover o entre o facilitador
seu próprio e o aprendiz.
conhecimento.

Resumo das
teorias de Rogers
O importante é
O objetivo do
aprender a
ensino deve ser a
aprender.
facilitação da
mudança

O educador deve
concentrar a atenção não
em ensinar, mas criar
condições que promovam
a aprendizagem.
Uma aprendizagem significante é mais do
que a acumulação de fatos, deve modificar
o indivíduo.

90
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Robert Gangné
Psicólogo educacional estadunidense, Gagné, foi pioneiro na ciência da
instrução durante a Segunda Guerra Mundial quando trabalhou com pilotos
do exército. Ele desenvolveu uma série de estudos e trabalhos que
simplificaram e explicaram o que ele acreditava ser "boas instruções".
O autor compartilha enfoques Behavioristas e cognitivistas em sua
teoria, ou seja, as fases de aprendizagem se apresentam associadas aos
processos internos que podem ser influenciados por processos externos.

Aprendizagem
Para Gagné, a aprendizagem é um processo de mudança nas capacidades
do indivíduo , no qual se produz estados persistentes e é diferente da
maturação ou desenvolvimento orgânico. A aprendizagem se produz pela
interação do indivíduo com o meio(físico, social e psicológico). Portanto,
trata-se de uma mudança interior que se manifesta por meio da mudança de
comportamento e na persistência dessa mudança.

5 categorias de Papel do
aprendizado: professor:
Informação verbal; Promover a aprendizagem
Habilidades intelectuais; por meio da instrução,
Estratégias cognitivas; planejando , administrando e
Habilidades motoras; avaliando a eficácia por meio de
Atitudes. avaliação de aprendizagem do
estudante.

"A educação deve ser


instrutiva que consiste em um
conjunto de eventos externos
planejados com o propósito de
iniciar, ativar e manter a
aprendizagem do aluno."
Robert Gagné

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Hierarquia de tarefas para habilidades


intelectuais, de acordo com a complexidade:
Reconhecimento de estímulo;
Geração de resposta;
Seguir procedimentos; As hierarquias
Uso de terminologia; fornecem uma base
Discriminações; para a sequência de
Formação de conceito; instrução.
Aplicação de regras;
Resolução de problemas.

Enfoques Behavioristas e Processos internos


cognitivistas: estímulos e influenciados por
respostas. processos externos.

Teoria da instrução
Há a necessidade de
A aprendizagem
prestar atenção nas
ocorre por uma série
diferenças
de estímulos
individuais do aluno.
proveniente do
ambiente do indivíduo.

Aprendizagem por
Eventos de instrução: motivação, meio da instrução.
apreensão, aquisição, retenção,
rememoração, generalização,
desempenho e retroalimentação.

92
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David Ausubel
David Paul Ausubel, foi um psicólogo da educação estadunidense que
acreditava no cognitivismo e é famoso por ter proposto o conceito da
Aprendizagem Significativa.
O autor se baseia na premissa de que existe uma estrutura na qual
organização e integração se aprendizagem se processam, dizia que: "Quanto
mais sabemos, mais aprendemos". O fator isolado mais importante que
influencia o aprendizado é aquilo que o aprendiz já conhece.
A sua concepção de ensino e aprendizagem é oposta ao Behaviorismo,
para ele, aprender significativamente é ampliar e reconfigurar ideias já
existententes na estrutura mental e com isso ser capaz de relacionar e
acessar novos conteúdos. Essa teoria leva em conta a história do sujeito e
ressalta o papel dos docentes na proposição de situações que favorecem a
aprendizagem.

Condições para que ocorra uma


aprendizagem significativa:
O conteúdo a ser ensinado deve ser potencialmente revelador;
O estudante precisa estar disposto a relacionar o material de maneira
consistente e não arbitrária.
A informação deverá ser interiorizada e compreendida, não devendo
existir apenas uma memorização mecânica;

"O fator isolado mais


importante que influencia
a aprendizagem é aquilo
que o aprendiz já conhece.
Descubra o que ele sabe e
baseie nisso os seus
ensinamentos."
David Ausubel

93
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Aprendizagem Aprendizagem
significativa mecânica

Quando uma ideia ou informação Quando novas ideias não se


nova se relaciona com conteúdos relacionam com as ideias já
já assimilados. existentes.

A nova informação adquire A aprendizagem é sem atribuição


significados para o aprendiz de significados pessoais, sem
através de uma espécie de relação com o conhecimento
ancoragem. preexistente.

O conhecimento é armazenado de O conhecimento é armazenado de


forma não arbitrária. forma arbitrária.

Aprendizagem
significativa
Implica
Estrutura Material ou
cognitiva prévia conteúdo de
Inclusão obliteradora
do aluno. aprendizagem.
(é o processo de
interação entre o material
de aprendizagem e os
conceitos inclusores)

Processo de
modificação
mútua

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Howard Gardner
Gardner é um psicólogo cognitivo e educacional professor na
Universidade de Haward. É autor do livro "estruturas da mente" e a teoria das
inteligências multiplicas, teoria essa que causou forte impacto na área
educacional pois questiona a visão predominante de inteligência centrada
nas habilidades. "Ficou claro que a manifestação da genialidade humana é
bem mais específica que generalista, uma vez que bem poucos gênios o são
em todas as áreas.

Inteligências:
Cada indivíduo possui diversos tipos de inteligência ou dom, que também
são produtos de processos mentais;
São inatas ou adquiridas;
Não é uma característica única do ser;
Existem talentos diferenciados para atividades específicas;
A inteligência não pode ser medida nem padronizada.

"A educação precisa justificar-se realçando o entendimento humano". "Todos


os indivíduos têm potencial para ser criativo, mas só serão se quiserem."

Veja os tipos de
inteligência na
imagem a seguir:

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Maria Montessori
Primeira mulher a se tornar médica na Itália, Maria Montessori era
também pedagoga. Ao observar como eram tratadas as crianças, passou a
dedicar-se à educação, em busca de melhor compreender as crianças e seu
desenvolvimento.
Dedicou-se inicialmente às crianças deficientes, obtendo tento sucesso
no resultado da aprendizagem que chegou a conclusão de que os métodos
similares aplicados em crianças ditas "normais" iriam desenvolver ou libertar
a personalidade delas de uma maneira surpreendente.

Filosofia de Maria Montessori


Adulto consciente + Ambiente preparado = Criança equilibrada

Toda criança tem uma natureza perfeita,


equilibrada, que lhe permite a autoaprendizagem.

Criança equilibrada: Curiosidade natural de explorar o mundo,


socialização saudável e obediência consciente.
Adulto Consciente: Papéis principais, oberservar as necessidades da
criança e não obstaculizar seu desenvolvimento.
Ambiente preparado: Simples, belo, ordenado, com coisas interessantes
para a criança em todos os cômodos.

A autora propunha despertar a atividade infantil através do estímulo e


promover a autoeducação da criança, colocando meios adequados de
trabalho à sua disposição.

"A curiosidade é um
impulso para
aprender." Maria Montessori

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@conteudos.pedagogicos - Prof. Cláudia Macêdo

Centro da aprendizagem. Atenção é o


foco da
Materiais lúdicos aprendizagem.
devem estar ao
alcance na sala
de aula. Criança Educadora da sua
personalidade.

Nunca a ajude em uma tarefa que


consegue realizar sozinha.

"A pessoa que é servida ao invés de ser ajudada


está sendo impedida de desenvolver a sua própria
independência."

Método Montessori
O método Montessori defende que cada criança é um ser único, com
suas particularidades, então, há diferenças no momento de aprendizagem,
partindo do interesse de cada criança. É de extrema importância a liberdade,
a atividade e o estímulo para o desenvolvimento físico e mental.

Características

Parte do concreto para o abstrato;


Baseado na observação de que meninos e meninas aprendem melhor
pela experiência direta de procura e descoberta;
Aprender fazendo;
Sensorial;
Toda ação docente de intervenção pode interferir no processo de ensino
e aprendizagem.

97
@conteudos.pedagogicos - Prof. Cláudia Macêdo

Relação com a tendência liberal


(renovada progressivista)
Aluno com centro da aprendizagem;
Aprender a aprender através de resolução de problemas;
Influência em Jean Piaget

Professor montessoriano
"A tarefa do professor é preparar motivações para atividades culturais,
num ambiente previamente organizado e depois se abster de interferir." Ou
seja, o professor deve ser um guia, conselheiro, não ditar nada nem impor.

Escola montessoriana
A escola deve ser um ambiente composto por materiais didáticos,
utensílios da vida cotidiana (fins didáticos). Deve dar ênfase na aprendizagem
ativa e no desenvolvimento social ao invés de memorização e regras.

"A inteligência da criança observa amando e


não com indiferença - isso é o que faz ver o
invisível. As pessoas educam para a competição
e esse é o princípio de qualquer guerra. Quando
educarmos para cooperarmos e sermos
solidários uns com os outros, nesse dia
estaremos a educar para a paz."
Maria Montessori

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Froebel
Friedrich Wihelm August Froebel foi um pedagogo com raízes na escola
de Pestalozzi e fundador do primeiro Jardim de Infância. Froebel foi um dos
primeiros educadores a considerar o início da infância como uma fase de
importância decisiva na formação humana.
O autor considerava que o desenvolvimento da criança dependia de uma
atividade espontânea (jogo), "por meio da educação a criança vai se
reconhecer como membro vivo do todo". O autor defendia o ensino sem
obrigações porque os aprendizados dependem dos interesses de cada um e
se faz por meio da prática dependendo do interesse. Também valorizava a
expressão corporal, o gesto, o desenho, o brinquedo, o cento e a linguagem.
A educação ocorre segundo os seguintes princípios nos jardins de infância:

Treino de Aprender Educação


habilidades brincando espontânea

Levando a:

Autoeducação
Para Froebel, a educação infantil é indispensável para
a formação da criança. Ele desenvolveu um método de
aprendizado que combina a consciência da fisiologia
humana e a percepção de que somos, em nossa
essência, seres criativos. Daí surgiu o ponto de partida
para criação de ferramentas de ensino inovadoras a
serem usadas na Educação Infantil.
As crianças eram vistas pelo autor como seres
pensantes, suas individualidades precisam ser
respeitadas, com cuidado e proteção, seja no âmbito
físico ou mental. Nessa etapa da vida os adultos que
convivem coma criança devem incentivar a auto
expressão do pequenos e promover seu avanço
emocional.

99
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Estágios do aprendizado

Primeira Idade
Infância
infância escolar

Cultiva aspectos
Exige cuidado, é o Época em que o homem
particulares da
primeiro período da vida deve ser considerado
personalidade, dirige-o
humana. como unidade, é o
às coisas concretas e
tempo da educação.
fomenta as atitudes
naturais.

Uso de materiais Trabalhos


apropriados para práticos e
a faixa etária. ambiente lúdico.

Estimulação de
criatividade e
brincadeiras.

Jardim de
Infância
Autonomia
Criança aprende
deve ser
brincando e
estimulada.
interagindo com o
mundo externo.

Deve ser para


Brincadeiras que menores de 8
fomentem a partilha, anos.
cooperação e
competição.

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Winnicott
Donald Woods Winnicott foi um pediatra influente no campo das teorias das
relações objetais e do desenvolvimento psicológico. Desenvolveu seu
trabalho terapêutico voltado, sobretudo, para crianças.
Ao tratar de crianças que haviam sido separadas do restante da família
devido a Segunda Guerra Mundial o pediatra valorizou a importância do
brincar no desenvolvimento do indivíduo em seus primeiros anos de vida e
de como esse ato é decisivo na formação da personalidade individual. Tais
conclusões são ferramentas utilizadas por educadores ao redor do mundo.
Parte dos conceitos de Winnicott se refere ao "desenvolvimento emocional
primitivo", cujos efeitos, são de importância crucial para o indivíduo por se
estender para além da infância. Muitos problemas da fase adulta estariam
vinculados a disfunções ocorridas entre a criança e o "ambiente".
O ambiente familiar promove a construção do "eu" no jovem, o mesmo se
mostra de suma importância pois ajuda a integrar as condições de que a
criança precisa para crescer.
A família carrega a peça chave para que a criança possa crescer de forma
adequada. Assim, quando ela é responsável por criar um ambiente saudável,
fica mais fácil o jovem crescer de maneira adequada.

O brincar para Winnicott


A escola deve respeitar o direito da criança de devanear, imaginar e
brincar;
"Se o ambiente escolar não for aberto a brincadeira, os recreios serão
tanto mais selvagens quanto as aulas forem mais opressoras e
supostamente sérias";
Possibilita quebrar barreiras da realidade, viver uma experiência,
é uma forma de viver, transitando, entre o subjetivo e o objetivo;
É essencial, pois é onde se manifesta a criatividade;
O brincar é uma forma básica de viver, universal, e própria da
expressão de saúde;
Facilita e conduz ao crescimento e a relacionamentos grupais.

"É no brincar, e talvez apenas no


brincar, que a criança ou o adulto
fruem na sua liberdade de criação"
Donald Winnicott

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Kishimoto
Tizuko Morchida Kishimoto é uma Brasileira, pedagoga e doutora pela
USP. É uma grande referência na formação de professores da educação
infantil e também no uso da brincadeira como recurso para o
desenvolvimento das crianças.
"A brincadeira, na sua teoria, é a expressão de sentimentos, necessidades
e interesses da criança e por isso tem um fim em si mesma." (KISHIMOYO,
1992, p.61) A prática de unir jogo aos primeiros estudos justifica o nome
ludus atribuído às escolas de instrução elementar, semelhante aos locais
destinados à prática de exercícios de fortalecimento do corpo e do espírito
nessa época.

2 funções do uso do jogo na educação

Função Função
lúdica educativa
Sua vivência propicia a A prática do jogo leva o
diversão, o prazer, quando sujeito a desenvolver seus
escolhido voluntariamente saberes, seus conhecimentos
pela criança. e sua apreensão de mundo.

Brincar livre Brincar direcionado

O equilíbrio entre as duas


funções seria o objetivo
do jogo educativo.

"O brincar é uma ação livre, que


surge a qualquer hora, iniciada e
conduzida pela criança; dá prazer,
não exige como condição um
produto final; relaxa, envolve,
ensina regras, linguagens,
desenvolve habilidades e introduz a
criança no mundo imaginário."
Tisuko Kishimoto

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O jogo é um instrumento pedagógico muito significativo. É uma atividade


livre, alegre, que engloba uma significação. É de grande valor social, oferece
várias possibilidades educacionais, pois favorece o desenvolvimento
corporal, estimula a vida psíquica e a inteligência, contribui para a adaptação
ao grupo, prepara a criança para viver em sociedade, participando e
questionando os pressupostos das relações sociais tais como estão postos.
(KISHIMOTO, 2008)
Para a autora, o lúdico é um instrumento de desenvolvimento da
linguagem e do imaginário, vinculado aos tempos atuais como "um meio de
expressão de qualidades espontâneas ou naturais da criança, um momento
adequado para observar esse indivíduo". Para formar seres criativos é
necessário enriquecer o cotidiano infantil inserindo contos, lendas,
brinquedos e brincadeiras.

Saiba diferenciar...

Jogo Brinquedo Brincadeira

A característica É entendido como um Atividade espontânea


marcante é a existência objeto, suporte da da criança, sozinha ou
de regras, tem sua brincadeira ou do jogo. em grupo. Leva a
realização em um tempo criança a imitação de
e espaço definidos e diversos personagens
possui uma sequência. do universo infantil.

"Utilizar o jogo na educação infantil


significa transportar para o campo de
ensino-aprendizagem condições para
maximizar a construção do conhecimento,
introduzindo as propriedades do lúdico,
do prazer da capacidade de iniciação e
ação ativa e motivadora."
Tisuko Kishimoto

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Tipos de brincadeiras lúdicas

Educativas Tradicionais Faz de conta Construção

Aborda a Manifestação livre Representação de Enriquece a


integração das e espontânea da papéis que tem experiência
áreas de cultura popular e como condição a sensorial,
desenvolvimento estimula presença de estimula a
e aprendizagem. diferentes formas situação criatividade e
de relações imaginária. desenvolvimento
sociais. das habilidades
da criança.

A concepção do brincar como forma de desenvolver a autonomia e a


criatividade das crianças requer um uso livre de brinquedo e materiais que
permita a expressão dos projetos criados pelas crianças.
Todo o período da educação infantil é importante para introduzir as
brincadeiras pela diversidade de formas de conceber o brincar. Para a criança
essa é a atividade principal do seu dia-a-dia, isso é importante pois dá a ela o
poder de tomar decisões, expressar sentimentos e interagir com os outros.
Para educar a criança aluna da creche é necessário integrar não apenas
a educação ao cuidado mas a educação ao cuidado e a brincadeira.

"A criança expressa no brinquedo o


mundo real, com seus valores,
modos de pensar e agir e o
imaginário do criador do objeto."
Tisuko Kishimoto

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Celso Antunes
Educador Brasileiro, Celso Antunes é especialista em inteligência e
cognição já produziu mais de 180 livros, aos quais já foram traduzidos para
vários países.
"Todo professor, antes de ser um especialista no domínio dos conteúdos
que busca ensinar, necessita ser um estimulador de aprendizagens e um
verdadeiro jardineiro de memórias, despertando em seus alunos as
estratégias para seu uso coerente."
Em seu livro "Professor e professauros", Celso traz a reflexão sobre as
práticas pedagógicas. São considerados PROFESSORES aqueles que veem
o ano letivo que se inicia como uma oportunidade ímpar de aprender e
crescer, um momento de reunião crítica e decisões corajosas, e nos alunos a
alegria de percebê-los mais sabidos e curiosos e a vontade de fazê-los
protagonistas das aulas que ministrarão. Já os PROFESSAUROS enxergam
um novo ano letivo como um angustiante retorno a uma rotina odiosa, o
eterno repetir amanhã tudo quanto de certo e de errado se fez ontem, os
alunos são considerados chatíssimos clientes que transformados em
espectadores pensarão sempre mais na indisciplina do que na aprendizagem,
as aulas são uma repetitividade de informações que estão nos livros e
apostilas, a vida é a rotina de se trabalhar por imposição.
Por muito tempo o professor foi visto como o centro do processo de
aprendizagem e o aluno apenas um receptor que só se sentia apto depois de
memorizar as lições. Essa visão sobreviveu por muito tempo até entrar no
séc. XX. Um excelente professor era quem mais sabia e não quem ensinava,
isso foi mudando a partir do período em que surgiu a Escola Nova que
pregava o aluno como eixo do processo de aprendizagem.
O verdadeiro mestre usa a sala de aula, mas sabe
que seus alunos aprendem dentro e fora dela. Uma aula
de verdade não se confina à sala de aula e os saberes
representam desafios para que os alunos
contextualizem na vida que vivem.

"O verdadeiro professor


jamais ensina, desafia o
aluno a buscar respostas e
transferi-las para a vida.."
Celso Antunes

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A importância do jogo na educação infantil


Em seu livro "O jogo na educação infantil: falar e dizer/olhar e ver/escutar
e ouvir", Celso Antunes define os jogos infantis como instrumentos que
visam estimular o crescimento e aprendizagens e representam relação
interpessoal entre dois ou mais sujeitos realizada dentro de determinadas
regras, diferente da visão de muitas pessoas que só veem o jogo como uma
competição.

Diferença entre jogo e brinquedo:


Jogo Brinquedo

Inclui intenções lúdicas, Na relação com a criança,


estimula a alegria e flexibilidade supões a indeterminação quanto
do pensamento mas mantém um a seu uso, sem regras fixas.
controle entre os jogadores e
uma relação interpessoal dentro
de determinadas regras.

Papel do professor no uso de jogos


como recurso didático:
O importante não é apenas conhecer jogos e aplicá-los, mas
essencialmente refletir sobre suas regras e ao explicitá-las, delas fazer
ferramenta de afeto, instrumento de ternura, processo de realização do eu
pela efetiva descoberta do outro. O educador deve ver as regras do jogo
como lições de ética e moral, que se forem bem trabalhadas ensinarão o
aluno a viver, transformarão e consequentemente educarão.

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Peter Mittler
Mundialmente reconhecido como um dos maiores especialistas na área
da Educação Inclusiva, Peter é mestre na mesma área e professor emérito de
necessidades educativas especiais.
Para o autor, a inclusão, na verdade, "é baseada em um sistema de
VALORES que faz com que todos se sintam bem-vindos e celebra a
DIVERSIDADE que tem como base o gênero, a nacionalidade, a raça, a
linguagem de origem, o nível de aquisição educacional ou a deficiência".
(Mittler, 2003) A inclusão não é apenas para pessoas com deficiência, ela
deve envolver a todos.
Dois aspectos atuam como forças de exclusão educacional: A pobreza
e as desvantagens sociais. Assim como a raça e a classe social, o não acesso
à educação exclui da mesma forma.
Uma atitude que precisa ser revista e que é o obstáculo principal para a
inclusão é ela consistir em crenças e atitudes e não na ausência da prontidão
das escolas e dos professores. É necessário realizar uma boa avaliação
prévia de cada caso e montar um plano de estudo destinado para aquele
aluno, reestruturar o currículo, métodos de ensino e de avaliação, deve haver
um desenvolvimento contínuo do corpo docente.

A inclusão é um processo que deve compreender


características distintas, entre elas:
Escolas que oferecem suporte planejado mas discreto, para alunos e
professores;
Professores que aceitam a responsabilidade de ensinar todas as crianças,
com apoio da gestão.
Escolas sem casos de evasão escolar;
Agrupamento de alunos, garantindo acesso e sucesso a todo tipo de
crianças da comunidade.

"A inclusão não se trata de


colocar as pessoas em escolas
regulares, mas mudar as
escolas para torná-las mais
sensíveis e dispostas a
responder às necessidades de
todas as criaturas."
Peter Mittler

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4 Vertentes do movimento
rumo à inclusão:
Alunos a serem incluídos;
Organização da escola como um todo, para oferecer acesso bem-
sucedido à aprendizagem;
Sistemas de suporte disponíveis para professores e demais membros da
comunidade escolar;
A pedagogia da sala de aula (metodologias).

A inclusão é um trabalho de todos, não há como o professor sozinho


conseguir promovê-la, isso requer mudanças sistemáticas na maneira como
as escolas de organizam e são administradas, dependendo do contexto
cultural, valores e expectativas, e a liderança da escola.
Há um desafio na formação de professores, é o de definir e ajustar os
elementos essenciais a serem incluídos na formação profissional e no
desenvolvimento continuado de todos os professores, visando ir em direção
às práticas inclusivas. Uma mudança bem-sucedida vem de uma GESTÃO
que dá APOIO e que é COMUNICATIVA com o corpo docente.

Currículo escolar inclusivo:


Avaliação acessível a todos os alunos;
Gestão comprometida com a abordagem inclusiva;
Apoio governamental;
Capacitação de professores.

Características de uma escola inclusiva:


Não se trata de apenas matricular no ensino regular, deve haver
mudanças na escola;
Escolas sensíveis, dispostas a responder às necessidades dos alunos;
Deve se basear em um sistema de valores e celebrar a diversidade;
Tem como base: o gênero, a raça, a linguagem e o nível de aquisição
educacional, não somente pessoas com deficiência;

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Maria Tereza Mantoan


A autora em questão é uma das maiores defensoras da educação
inclusiva no Brasil e crítica convicta das escolas especiais. "Estar junto é se
aglomerar com pessoas que não conhecemos. Inclusão é estar com, é
interagir com o outro". Coincidentemente, Mantoan iniciou sua carreira como
professora de educação especial e assim como muitos professores,
acreditava que não era possível educar os alunos com deficiência em uma
turma regular. O que a fez mudar de ideia foi uma visita a uma escola em
Portugal, onde ela viu uma "inclusão bem-sucedida".
Para Mantoan, as escolas brasileiras em sua maioria ainda são baseadas
em moldes conservadores, que selecionam os alunos e trabalha apenas com
os que atendem suas expectativas.

Maiores desafios em escolas/sociedades


que não avançaram na inclusão:

Repensar Mudar Considerar as


suas próprias práticas diferenças de
regras. excludentes. todos.

Atendimento educacional
especializado - AEE
Não substitui o papel da escola;
Deve ser em parceria com as escolas para suprir
atendimento clínico quando necessário.

"Inclusão é sair da escola dos


diferentes e promover a
escola das diferenças."
Maria Tereza Égler Mantoan

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Como o movimento inclusivo acontece?

Implica na Mudança no atual Acolher a todos na


transformação da paradigma educacional. diferença.
sociedade.

"Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças". Para Mantoan,


respeito é o primeiro passo na construção de uma sociedade mais justa.
Em seu livro "Inclusão escolar: O que é? porquê? como fazer?" a autora
afirma que a EXCLUSÃO ESCOLAR manifesta-se das mais diversas e
perversas maneiras, e o que está em jogo é a ignorância o aluno diante dos
padrões de cientificidade do saber escolar. A escola exclui os que ignoram os
conhecimentos que ela valoriza e assim entende que a democratização é
massificação do ensino e não cria a possibilidade de diálogo entre diferentes
lugares epistemológicos.

Pensamento escolar Barreira para quem


subdividido em áreas pretende inovar na
especificas escola.

O ensino curricular organizado em disciplinas isola, separa os


conhecimentos em vez de reconhecer suas inter-relações. O pensamento de
dividir os alunos normais e os deficientes recorta a realidade e é a partir deste
pensamento que os sistemas escolares são montados.
A inclusão é uma oportunidade que temos para reverter a situação da
maioria de nossas escolas, as quais atribuem aos alunos as deficiências que
são do próprio ensino ministrado por elas.
Incluir é necessário, primordialmente para melhorar as condições da
escola, de modo que nela se possam formar gerações mais preparadas para
viver a vida na sua plenitude, livremente, sem preconceitos, sem barreiras.
(Mantoan, 2003, pág. 29)

"Para viver a inclusão temos que


sair de nós e nos colocar no lugar
do outro. Assim aprendemos a
conviver no mundo."
Maria Tereza Égler Mantoan

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Benefícios?

A inclusão na escola acolhe a todos, sem exceção. Esse


lugar tem que ser o reflexo da vida do lado de fora, pois
possibilita para as pessoas que forram discriminadas de
alguma forma, que ocupem seu espaço na sociedade.

O que é?
É nossa capacidade de Papel do professor
entender e reconhecer o outro, Regente de classe, que não
e assim ter o privilégio de recua diante dos desafios e
conviver e compartilhar com que está sempre buscando
pessoas diferentes de nós. novos aprendizados.

Inclusão
escolar
O que fazer para ser
uma escola inclusiva?
Um bom projeto pedagógico,
Há necessidade de adaptar
a escola para a inclusão?
discutir os motivos de
repetência e indisciplina e Além de adaptações físicas,
rever práticas pedagógicas. a escola precisa oferecer o
AEE paralelamente as aulas
regulares a fim de ajudar na
integração dos alunos dentro
e fora da escola.

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Emília Ferreiro
Emília Beatriz Ferreiro Schavi é uma psicóloga e pedagoga, Doutora pela
Universidade de Genebra, sob a orientação de Jean Piaget e promoveu a
continuidade do trabalho de Piaget sobre a epistemologia genética.
A pesquisadora propôs uma teoria do conhecimento centrada no
desenvolvimento natural da criança, estudando a parte que Piaget não
explorou, a escrita. Emília desvendou os mecanismos pelos quais as crianças
aprendem a ler e a escrever, levando os educadores a rever seus métodos. A
construção do conhecimento da leitura e da escrita tem uma lógica individual,
embora aberta à interações sociais, na escola e fora dela.
A proposta de Emília Ferreiro critica a alfabetização tradicional, as crianças
devem ter um papel ativo do aprendizado e o tempo necessário para cada
aluno transpor cada etapa é muito variável. A questão da alfabetização gira
em torno da representação que a criança faz do mundo. A partir dessa
representação, da compreensão pelos professores sobre a forma que a
criança lê o mundo, é que se pode compreender a forma como cada um
evolui.

Processo educativo:
Papel do professor: Mediador, orientador, criador de conflitos, transfere o
conteúdo para o aluno e auxilia no processo;
Papel do aluno: Constrói o próprio conhecimento, é ativo, o centro do
processo educativo;
Aprendizagem: Ocorre por meio do estímulo, o aluno aprende a aprender
sozinho, pois a intervenção pedagógica pode dificultar a aprendizagem.
Não pode reduzir a um conjunto de técnicas perceptomotoras, nem à von-
tade ou à motivação, mas deveria se tratar de uma aquisição
conceitual;
Aquisição conceitual: É a aquisição de conhecimentos
baseada na atividade do sujeito em interação com o objeto do
conhecimento - estudo da criança confrontada com esse
objeto cultural que constitui a escrita.

"A escrita da criança não resulta


de simples cópia de um modelo
externo, mas é um processo de
construção pessoal."
Emília Ferreiro

112
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Alfabetização Letramento
É o aprendizado inicial da Representa o uso e as
leitura e escrita, da natureza e competências do uso da
do funcionamento do sistema língua escrita;
da escrita; Processo de inserção em
É a ação de alfabetizar, levar práticas sociais de leitura e
o aluno a adquirir a escrita;
tecnologia (escrever), É a consequência de ter se
codificar a língua escrita (ler) apropriado da escrita, de
e decodificar a língua do ler e fazer uso frequente e
escrever. competente da leitura e
escrita.

Psicogênese da língua escrita


Junto com Ana Teberosky, Emília Ferreiro criou a Teoria da psicogênese
da língua escrita, uma obra que apresenta os processos de aprendizado das
crianças.

Contribuições dos estudos psicogenéticos


Um novo olhar para a compreensão do processo de aquisição da leitura e
da escrita pela criança;
"O desenvolvimento da alfabetização ocorre, sem dúvida, em um
ambiente social. Mas as práticas sociais não são recebidas passivamente
pelas crianças."
O professor deve ter conhecimento da psicogênese da língua escrita para
entender a forma e o processo pelos quais a criança aprende a ler e
escrever;
A escrita é um objeto de conhecimento, por isso, para poder ensiná-la se
deve levar em consideração as particularidades de cada aluno;
O sujeito está em constante movimento de aprendizado, é capaz de
organizar e reorganizar seus esquemas assimiladores;

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Níveis da evolução da
aprendizagem
Pré-silábico: Não consegue relacionar as letras com os sons da língua
falada. Demonstra intenção de escrever através de traçado linear com
formas diferentes. Supõe que: coisas grandes = nomes grande / coisas
pequenas = nomes pequenos. A criança pensa que é possível ler nomes
diferentes com grafias iguais e suas reproduções geralmente são feitas
através de rebiscos e desenhos.

Exemplo: Gelatina = SRIOB, Belo = SRIOB, Cocada = SRIOB.

Silábico: Interpreta a letra da sua maneira, atribuindo valor de sílaba a


cada uma. Escrita representando parte sonoras da fala / cada letra
corresponde por uma sílaba. A sílaba representando a própria palavra /
admite uma letra para cada sílaba.

Exemplo: Jacaré = FRA (silábico restrito) a escrita está restrita a letras de sua
experiência. Jacaré = JKRJCE, AKE, AAE (silábico evoluído) a escrita contém
correspondência sonora de vogais ou consoantes.

Silábico-alfabético: Mistura a lógica da fase anterior com a identificação


de algumas sílabas. É a transição da hipótese silábica para a hipótese
alfabética. Reconhece a exigência mínima de caracteres/o valor fonético
para diferentes letras.

Exemplo: Pato = PTU, Macaco = MCACO.

Alfabético: Domina, enfim, o valor das letras e sílabas. Compreende a


escrita como função social e faz associações entre grafemas e fonemas,
ainda que com erros ortográficos. É o nível final do processo de
alfabetização onde o modo de construção do código da escrita foi
compreendido pelo aluno.

Exemplo: Cachorro = CAXORO, Gorila = GURILA.

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Délia Lerner
Délia Lerner é uma educadora argentina que é destaque no que diz
respeito a atuação abrangente e intensa em termos científicos e práticos.
Segundo ela, o conhecimento acumulado desde os anos 70 permite ao
professor reformular conceitos e práticas para formar leitores de verdade.
Apesar de todos os conhecimentos desenvolvidos nos últimos anos, as
escolas ainda insistem num foco equivocado: ensina a língua e não as
práticas sociais vinculadas a ela, ou seja, não consegue dar sentido ao ato de
ler e escrever, gerando interesse no estudante, cobra nas avaliações o que
não foi transmitido em sala de aula. Para a autora a dificuldade em formar
estudantes com autonomia para leitura e escrita está em dois problemas
diferentes: O próprio ensino e se nas avaliações aplicadas para verificar
leitura e escrita estão realmente avaliando. Não há evidencia que se deve ter
confiança nos resultados dessas avaliações porque a leitura e escrita são
processos que se desenvolvem com o tempo, o importante é que os alunos
avancem como leitores e escritores.
Para mudar essa cultura é preciso ler muito para os seus alunos, e as
obras devem ser de qualidade. A leitura para crianças é uma das medidas
mais fáceis de serem inseridas no sistema escolar com resultado, o ler e o
escrever não se resume só a isso, mas é também a comunicação da pessoa
com o outro.

Papel da escola
O papel da escola é mostrar situações nas quais se possa trabalhar
escrita e leitura com propósitos tão interessantes quanto os que são
oferecidos fora da escola. Organizar situações didáticas nas quais crianças
possam intervir, desafios para resolver usando
conhecimentos prévios, essas são atitudes que os
aproximam da aprendizagem.

Em entrevista a comunidade educativa-CEDAC, em


Buenos Aires, Délia Lerner comentou sobre o processo
de alfabetização e letramento. Veja o resumo a seguir:

115
@conteudos.pedagogicos - Prof. Cláudia Macêdo

Diferença entre alfabetização e letramento


A ALFABETIZAÇÃO se reduz a compreensão do princípio alfabético que
rege o sistema da escrita, ou seja, "apropriação do sistema da escrita".
LETRAMENTO, inclui tudo o que nós entendemos como formação mais geral
do leitor, como participar nas práticas sociais de leitura e escrita.

Analfabetismo Funcional
Situação em que as pessoas saem da escola aparentemente alfabetizadas
no sentido de saber ler e escrever convencionalmente e depois perdem o
manejo da leitura e escrita por falta de uso ou falta de oportunidade social de
usá-lo.

Leitura e escrita como


prática social
A escola deve ensinar as práticas sociais vinculadas a língua portuguesa;
Problemas na formação de leitores: O ensino e a forma como o aluno é
avaliado;
A formação de leitores deve começar antes mesmo de concluída a
aprendizagem própria da escrita;
Ler e escrever são palavras familiares para todos os educadores, marcam
a função da escolaridade obrigatória, esse é um desafio que transcende a
alfabetização no sentido restrito;
A escola deve ser uma comunidade de leitores que recorrem aos textos
buscando respostas para os problemas que precisam resolver, e
argumentos para defender sua posição;
Leitura e escrita devem ser vistas como práticas vivas e vitais, onde ler e
escrever sejam instrumentos poderosos que fazem repensar o mundo;
O principal desafio dos sistemas educacionais é formar praticantes da
leitura e da escrita e não apenas sujeitos que possam decifrar o sistema
de escrita, é conseguir que os alunos cheguem a ser produtores de língua
escrita, conscientes da importância de emitir a mensagem de acordo com
a situação social.

116
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Magda Soares
Magda Becker Soares é uma professora brasileira que é referência no
que diz respeito a alfabetização infantil, ela foi pesquisadora do Centro de
alfabetização, leitura e escrita. A autora se destacou principalmente por ser
umas das difusoras do conceito de LETRAMENTO, termo esse que diz
respeito ao desenvolvimento das habilidades que permitem ler e escrever de
maneira adequada e eficiente, essa ideia ampeia o conceito de alfabetização.
A alfabetização consiste em um processo básico de ensinar as crianças
a lerem e a escreverem. "É o domínio da técnica grafar, reconhecer letras,
usar papel, entender a direcionalidade da escrita, pegar no lápis, codificar,
estabelecer relações entre sons e letras, fonemas e grafemas, perceber
unidades menores que compõem o sistema de escrita (palavras, sílabas,
letras). (MAGDA SOARES, 2003)

A aprendizagem da língua escrita


ocorre em 3 camadas:

Esse processo não acontece


de forma sequencial, tem que ser Contextos culturais e
aprendido simultaneamente para sociais de uso da escrita
responder as demandas sociais do
uso da escrita e, para isso, Ler e escrever textos:
aprender a tecnologia da escrita. uso da escrita

Aprender o
sistema de
escrita
alfabética

"As camadas populares têm que lutar


muito contra a discriminação e a
injustiça. Alfabetização e letramento
têm esse objetivo: dar às pessoas o
domínio da língua como instrumento
de inserção na sociedade e de luta por
direitos fundamentais."
Magda Soares

117
@conteudos.pedagogicos - Prof. Cláudia Macêdo

Alfabetização Letramento
Processo de apropriação da Capacidade de uso da escrita
escrita; para inserir-se nas práticas
São um conjunto de técnicas, sociais e pessoais que
procedimentos e habilidades envolvem a língua escrita;
necessárias para a prática da Implica várias habilidades
leitura e escrita: Domínio do como: a capacidade de ler ou
sistema de representação escrever para atingir
que é a escrita alfabética e objetivos, saber interpretar
das normas ortográficas; ou compreender o que está
O indivíduo alfabetizado é o lendo ou escrevendo, para
sujeito que sabe ler e informar ou interagir com
escrever. outras pessoas. É orientar-se
pelas convenções da leitura.

Como esses termos estão ligados?

"São processos cognitivos e linguísticos distintos, portanto, a


aprendizagem e o ensino de um e de outro é de natureza diferente, porém,
são processos simultâneos e interdependentes. A alfabetização não é pré-
requisito para o letramento, a criança aprende a ler e escrever envolvendo-se
em atividades de letramento, isto é, de leitura e produção de textos reais, de
práticas sociais de leitura e escrita." (Magda Soares, 2020, p. 27)

Sugestão de leitura:

Referência:
SOARES, Magda. Alfaletrar: toda criança
pode aprender a ler e a escrever. São
Paulo: Contexto, 2020. 352 p.

118
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Processos de
desenvolvimento da escrita
Desde muito cedo as crianças desenham supondo que estão
"escrevendo" entendem que escrever é representar aquilo que se fala. A
medida que vão vivenciando o uso da escrita nos contextos familiar, cultural
e escolar, vão notando que a escrita não se trata de desenho, então passam a
"escrever" usando formas arbitrárias. Veja os estágios:

Rabiscos, Desenhos, Escrita com letras:


garatujas:
Geralmente acontece a partir dos 4 Geralmente ocorre também na
anos de idade, quando a criança Educação Infantil até os 5 anos, a
encontra-se na Educação Infantil. criança usa letras mas ainda de
forma aleatória tomando a largura
da folha.

Essas duas primeiras fases do desenvolvimento da criança são


fases em que ela, tendo já compreendido que a escrita se faz com
letras, ainda não percebeu a relação entre escrita e oralidade.

Escrita silábica sem valor sonoro:


Essa fase a criança se torna capaz de
segmentar a cadeia sonora da palavra
em sílabas e, em escrita inventada,
representar cada sílaba por uma letra.

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Escrita silábica com valor sonoro:


Nessa fase a criança escreve
silabicamente, uma letra para cada
sílaba da palavra, escolhendo uma letra
que corresponda ao som, em geral o
da vogal, considerada o núcleo da
sílaba.

Escrita silábica-alfabética:
Aqui a criança já percebe a
possibilidade de segmentação de
algumas sílabas em unidades sonoras
menores e já usa mais de uma letra
para representá-las.

Escrita Alfabética:
Nessa fase, pressupõe-se que a
criança compreende o sistema de
escrita alfabética plenamente, e assim
se completa a alfabetização, o foco não
deve ser o ensino (o método), mas a
aprendizagem, o COMO a criança
aprende.

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Vitor Henrique Paro


Vitor Paro é um educador Brasileiro e professor de educação da
Universidade de São Paulo, onde se dedica a docência e a pesquisa. Atua na
área de educação com ênfase nas políticas educacionais e administrativas,
como: Gestão democrática escolar, reprovação escolar, críticas a estrutura
das escolas, entre outros.
Para o autor, a ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR é a utilização racional de
recursos para atingir determinados fins, é uma mediação e nela não estão
apenas os diretores, mas todos da comunidade escolar. "A gestão
democrática favorece a participação da comunidade e essa não deve se
restringir à eleição de diretores, mas ao acompanhamento efetivo de todas as
ações pedagógicas." (PARO, 2006).
As escolas tem autonomia em deliberar sobre os processos de ensino
e aprendizagem e essa autonomia, segundo o autor, deve ser entendida
como a "[...] liberdade que a escola tem para escolher os conteúdos e os
métodos de ensino, sem a qual fica comprometido o caráter pedagógico de
sua intervenção escolar." (PARO, 2001, p.113)
A importância das interações no ambiente de aprendizagem e a presença
da comunidade na escola favorece o desenvolvimento dos estudantes e da
própria comunidade. Nessa perspectiva, como bem diz o autor: "A escola por
sua maior aproximação às famílias constitui-se a instituição social importante
na busca de mecanismos que favoreça um trabalho avançado em favor de
uma atuação que mobilize os integrantes tanto da escola, quanto da família,
em direção a uma maior capacidade de dar respostas aos desafios que impõe
a essa sociedade." (PARO, 1997, p.30)
A administração mas importante da escola só é bem sucedida se ela
atinge seu fim tudo que é feito, se não estiver articulado a aquilo que se
realiza no processo pedagógico, não servirá para nada.
Se o objetivo é ser uma escola transformadora,
é preciso mudar a escola que se tem, e essa
transformação passa necessariamente por sua
apropriação por parte das camadas trabalhadoras.
A motivação para aprender deve ser intríseca,
por exemplo, uma criança de 7 anos não precisa que
ninguém explique que jogar bola é bom, você dá a
bola e ela já sai brincando por aí.

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Na educação se vai atrás de motivações extrínsecas, fora da educação,


muitas vezes ou é um prêmio ou um castigo (reprovação), é feito uma
chantagem para o aluno querer aprender, não o faz estudar por prazer, isso
vem sendo feito a séculos nas escolas. O segredo seria fazer um ensino que
fosse de tal forma prazeroso e que o professor fosse visto como um
mediador, não como um instrutor autoritário, para isso é preciso entender
que a educação é interdisciplinar, onde vários tipos de profissionais
trabalham em conjunto para atingir a melhor forma de desenvolver os alunos.
Os mecanismos que devem ser adotados na escola fundamental são
desde que a criança nasce até por volta dos 10 anos de idade, em toda essa
fase de desenvolvimento o ensino tem que ser predominantemente lúdico
com jogos, brincadeiras, entre outros. Para o autor os educadores devem
perder o vício na forma antiga e tradicional de ensinar, a didática evolui a
cada dia e a escola não pode estagnar suas metodologias.

Características da escola que segue


os princípios da gestão democrática:

Administração escolar = Mediação;


Na gestão democrática = todos da comunidade devem estar envolvidos;
Escolas tem autonomia sobre processo de ensino;
Comunidade escolar deve acompanhar efetivamente todas as ações
pedagógicas;
Escolas devem aproximar-se da família;
Administração está atrelada a ação pedagógica;
O aluno deve ter prazer em aprender;
Os métodos de ensino devem utilizar meios lúdicos, como jogos e
brincadeiras.

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Moacir Gadotti
Gadotti é um educador brasileiro, professor titular da Faculdade de
Educação da USP desde 1991 e diretor do Instituto Paulo Freire. Aluno e
parceiro de Paulo Freire, defende que o educador precisar de reinventar
constantemente, "A função da escola não é instruir, é descobrir".
Para o autor, o papel do professor é se reinventar diante de múltiplas
metamorfoses provocadas pelo advento das novas tecnologias da
informação e do mundo digital, aprender é bom mas exige esforço, por isso, a
escola deve despertar o desejo de aprender o que lhe é ensinado. O
importante não é o que é preciso SABER para ensinar, mas o que precisa
SER para ensinar, o aluno tem que ser autor, rebelde e criador. A escola do
futuro deve causar, ter coragem e formar para a autonomia, para o sonho e a
liberdade, ser eficaz , perguntar-se mais, despertar novas perguntas que
ninguém fez. Nota-se que o autor tem como principal inspiração, além de
Paulo Freire, Karl Marx.

Característica de um bom professor:


Um bom professor, segundo Gadotti, é aquele que é
problematizador do futuro e não facilitador do presente, um
repassador de conteúdos. É um ser revolucionário que
transforma os seres humanos em cidadãos críticos,
participativos e capazes de sonhar.

Para o professor atingir os objetivos educacionais é preciso que haja a


formação continuada para que fique em constante atualização e não se
distancie da realidade de seus alunos, acompanhando as constantes
mudanças tecnológicas e comportamentais.
A interação de aprendizados deve ocorrer entre professor e
aluno, onde ambos aprendem e ensinam. O autor destaca que
deve haver um compromisso dos educandos com a humanidade,
para formar seres humanos comprometidos em combater
desigualdades sociais, sendo críticos, participativos, reflexivos,
intelectuais e atuantes e politicamente ativos.

“Educar é o ato de
disseminar amor”
Moacir Gadotti

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Interação de
aprendizagens
Compromisso com entre aluno e
a humanidade. professor.

Formação
continuada para o Objetivo da educação:
professor se manter Formar pessoas
atualizado. críticas, participativas e
militantes.

Educação Segundo Moacir Gadotti

Função da escola:
O professor deve
Descobrir
estar sempre se
reinventando.

As escolas do
futuro devem ser
Professor deve ser
ousadas.
problematizador.

"Educação é algo permanete, sua


permanência se constitui em quatro pilares:
Aprender a aprender, aprender a conviver,
aprender a fazer, aprender a ser e que são
aspectos de âmbito fenomenológico."

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Tomaz Tadeu da Silva


O referido teórico é Ph.D. pela Universidade de Stanford e atualmente
é professor do programa de pós-graduação da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Atua na área da educação com ênfase em teoria do currículo.
A concepção de currículo segundo o autor é que "O currículo é sempre
resultado de uma seleção: de um universo mais amplo de conhecimentos e
saberes onde seleciona-se aquela parte que vai constituir, precisamente o
currículo." (Silva, 2005, p.15). Currículo não é uma listagem de conteúdos,
mas um processo constituído por um encontro cultural, saberes,
conhecimentos escolares na prática da sala de aula, locais de interação entre
professor e aluno. É preciso levar em consideração as questões de
IDENTIDADE e PODER, pois está estreitamente ligado às estruturas
econômicas e sociais mais amplas.
As TEORIAS DO CURRÍCULO produzem nas propostas curriculares e
como interferem em nossa prática como professores. Os conceitos de uma
teorias organizam e estruturam nossa forma de ver a realidade. O autor divide
as teorias do currículo em 3 vertentes:

Teorias tradicionais:
Se baseiam em modelos tradicionais em que a discussão não visa
problematizar as instituições de ensino, está centralizado em questões
técnicas se baseando em uma perspectiva fabril, de monitoramento e
controle dos envolvidos. Colocam o currículo em moldes capitalistas.

Teorias Críticas:
Essas teorias surgiram em meados dos anos 60 a partir de movimentos
sociais, são abordagens baseadas na reprodução do modelos fabril,
monitoramento e controle rigoroso dos processos de ensino e aprendizagem
com base em um currículo hegemônico. Essas teorias surgiram
como uma forma de crítica a concepção tecnicista do tecnicista do
currículo e se constituíram a partir da insatisfação com o
modelo de ensino vigente na época.

Teorias Pós-críticas:
Essas teorias se configuram como um avanço das teorias
críticas, aprofundando-se na discussão sobre currículo e as
desigualdades sociais, feminismos, gêneros, etc.
Então, problematizam o "progresso" cultural e a
hegemonia de determinados grupos étnicos e
econômicos. As teorias pós-críticas surgiram com a
pauta de defesa do reconhecimento da pluralidade
cultural e diversidade humana, trazendo a tona a
necessidade da formação humana integral.

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Currículo educacional
Processo constituído por um encontro cultural, saberes e conhecimentos
escolares;
Artefato social e histórico, sujeito a mudanças e flutuações;
Resultado de um contínuo aperfeiçoamento em direção a formas
melhores e mais adequadas.

Teorias do currículo
Palavras-chave

Tradicionais Críticas Pós-críticas

Ensino Ideologia Identidade


Aprendizagem Reprodução Alteridade
Avaliação cultural social Diferença
Metodologia Poder Subjetividade
Didática Classe social Significação de
Organização Relações sociais discurso
Planejamento de produção Saber-poder
Eficiência Conscientização Representação
Objetivos Emancipação e cultural
Capitalismo libertação Gênero
Currículo oculto Raça
Resistência Sexualidade
Multiculturalismo

"Currículo é lugar, espaço, território. O


currículo é relação de poder. O currículo é
trajetória, viajem, percurso. O currículo é
autobiografia, curriculum vitae: no
currículo se forja a nossa identidade. O
currículo é texto, discurso, documento. O
currículo é documento de identidade."
(Tomaz Tadeu da Silva, 2004)

126
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Antoni Zabala
Antoni Zabala I Vidiella é formado em Filosofia e Ciências da Educação
e vive na Espanha, é referência em pedagogia e educação e pesquisador do
construtivismo escolar.
O autor defende a concepção de construtivismo como sendo a que
permite compreender a complexidade dos processos de
ensino/aprendizagem. Aprendizado consiste em reproduzir informação,
relacionar-se em classe, todos se ajudando e sendo agentes educadores.
Os ALUNOS devem estar dispostos na sala de aula de modo que um
esteja observando o outro e aprendendo, o que sabe mais ajudando o que
sabe menos. O PROFESSOR não é transmissor do conhecimento, deve
ajudar a todos, avaliando quem realiza e quem apresenta dificuldades. O
ENFOQUE PEDAGÓGICO deve ser centrado na diversidade, e nos
conhecimentos prévios dos alunos. "Está claro que devemos ir de um
modelo seletivo para um modelo orientador, centrado no que o aluno sabe e
não naquilo que ele não sabe; na sua capacidade e potencialidade." (Zabala,
2010)

Ensino por meio de competências


Zabala define competência como uma consequência da necessidade de
superar um ensino que, na maioria dos casos, foi reduzido a uma
aprendizagem memorizadora de conhecimentos, e isso implica dificuldade
para que esses conhecimentos possam ser aplicados na vida real. A
competência no ambiente escolar vai identificar o que qualquer pessoa
necessita para responder aos problemas aos quais será exposta ao longo da
vida.

Currículo baseado em competências


Formação em aprendizagens que tem como característica
fundamental a capacidade de serem aplicadas em contextos
reais;
A escola deve formar em todos as competências imprescindíveis
para o desenvolvimento pessoal, interpessoal, social e
profissional, superando a função propedêutica e seletiva de um
ensino tradicional.
O ensino deve ser para todos, independente de suas
possibilidades profissionais. Deve cumprir a função
orientadora que facilite a cada um dos alunos, acesso aos
meios para que venha a se desenvolver.

127
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"Ensinar por meio de competências é


formar os alunos com as aprendizagens
imprescindíveis para o desenvolvimento
pessoal, interpessoal, social e
profissional."
(Zabala, 2014, p.27)

Processo educativo:
como deve ocorrer

"Escola deve formar para a vida."


A escola é um espaço interativo em que o aluno aprende de forma
saudável, o que está relacionado aos conteúdos programáticos.
"Educar quer dizer formar cidadãos que não estão parcelados em
compartimentos estanques, em capacidades isoladas."
Função social do ensino: Desenvolver habilidades cognitivas e motoras
mais sua autonomia, sua inserção e atuação social.
Professor não transmite conhecimento, é apenas um facilitador.
Diversidade é o centro do enfoque pedagógico.
Educação construtivista.

"O maior problema da educação não é


regional, é mundial. Hoje, o que urge, tanto
no Brasil quanto no mundo, é a mudança
de um sistema educacional de elite para
um sistema de educação para todos."
Antoni Zabala

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Sacristán
José Gimeno Sacristán foi professor em Universidades espanholas e
estrangeiras. É autor de diversas obras, em destaque temos os livros: Plano
do currículo, plano do ensino: O papel dos professores/as (1998) e O
currículo: Uma reflexão sobre a prática (2000).
Para Sacristán (1999), o currículo é a ligação entre a cultura e a
sociedade exterior à escola e à educação; entre o conhecimento e cultura
herdados e a aprendizagem dos alunos; entre a teoria (ideias, suposições e
aspirações) e a prática possível, dadas determinadas condições. O currículo
deixa de ser um plano proposto quando é interpretado e adotado pelos
professores.
O planejamento do currículo escolar para que venha a se desenvolver
em práticas pedagógicas concretas, exige ordenar seus componentes para
serem aprendidos pelos estudantes, e também prever as próprias condições
do ensino no contexto escolar ou fora dele. "A relação de determinação
sociedade-cultura-currículo-prática explica que a atualidade do currículo se
veja estimulada nos momentos de mudanças nos sistemas educativos, como
reflexo da pressão que a instituição escolar sofre desde diversas frentes, para
que adapte seus conteúdos à própria evolução cultural e econômica da
sociedade." (Sacristán, 2000, p.20) O que Sacristán quis dizer é que da
mesma maneira que o mundo do trabalho modifica a educação, esta também
tem o poder de modificá-lo.

O que é currículo?
"É um âmbito de interação no qual entrecruzam processos, agentes e
âmbitos diversos que, num verdadeiro e complexo processo social, dão
significado prático e real ao mesmo [...] (Sacristán; Gomez, 2000, p. 129)

"O currículo ajuda a concretizar


qual é a "função da escola",
pontuando que "o currículo é a
expressão da função
socializadora da escola."
Sacristán

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Seleciona o que vai


ser ensinado, faz
Poder regulador:
recorte, território
classe/grau
demarcado e regrado.

Determina
competências e Função dupla:
responsabilidades Organizadora e
unificadora do ensino e
aprendizagem.

Currículo
escolar
Implica controle
Se divide em 3:

Currículo Prescrito Currículo Real Currículo Oculto

Ocorre na sala de Ninguém vê, é o


É o currículo oficial
aula, vai de acordo que se aprende
que a rede de
com a prática do implicitamente ou
ensino determina.
professor. indiretamente.

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Ilma P. Veiga
Uma das maiores referências no que se trata de Projeto Político
Pedagógico, Ilma Passos Alencastro Veiga é pedagoga, mestre em Currículo,
doutora e pós-doutora pela Unicamp, foi professora da Universidade de
Brasília (UnB), além de ser autora de diversas obras com relevantes
contribuições para a educação brasileira.

Projeto Político Organização do trabalho pedagógico


Pedagógico- PPP da escola como um todo.

Lugar de concepção, realização e


avaliação de seu projeto educativo,
Escola necessita organizar seu trabalho
com base em seus alunos. Deve
assumir responsabilidade.

Escolas Sistemas de ensino

O que é o PPP?
Na etimologia. projeto vem do latim projectu, participio passado do verbo
projicere, significa lançar para diante. Vai além de um simples agrupamento
de planos de ensino e atividades diversas, deve ser construído e vivenciado
em todos os momentos e por todos os envolvidos no processo educativo.
Ação intencional com um sentido explícito;
Compromisso definido coletivamente;
Deve estar articulado ao compromisso sócio-político;
Possui uma significação indissociável.

"O PPP serve para definir ações


educativas e as características
necessárias às escolas de
cumprirem seus propósitos e
sua intencionalidade."
(Veiga, 2006, p.09)

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Projeto Político Pedagógico

Busca um Compromisso Efetivação da


ruma, uma com a intencionalidade
direção. formação do da escola.
cidadão.

Para formar um cidadão participativo, responsável,


compromissado, crítico e criativo.

Ao se constituir um processo democrático de decisões, o PPP deve


se preocupar em instaurar uma forma de organização do trabalho pedagógico
de forma GLOBAL. Para que essa construção seja possível é preciso
convencer os profissionais da educação a trabalhar mais, mobilizá-los
espontaneamente e propor situações para refletir sobre o fazer pedagógico
com coerência.

5 Princípios do PPP
Gestão
Igualdade Qualidade democrática
Para acesso e Qualidade Abrangendo as
permanência formal e dimensões
na escola. política. pedagógica,
administrativa e
financeira.

Valorização Liberdade
do magistério
Princípio
Princípio central constitucional
na discussão do associado à ideia
PPP. de autonomia.

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Elementos para a
concretização do PPP
1. Finalidade;
2. Estrutura organizacional;
3. Currículo;
4. Tempo escolar;
5. Processo de decisão;
6. Relações de trabalho;
7. Avaliação.

Formação continuada

Levantamento de demandas de Elaboração de formações


formação para os professores. fortalecendo seu papel na
concepção, na execução e
avaliação.

O reforço à valorização dos profissionais


da educação, garantindo-lhes o direito ao
aperfeiçoamento profissional permanente,
significa "valorizar a experiência e o
conhecimento que os professores tem a
partir de sua prática pedagógica"
(Veiga e Carvalho 1994, p. S1)

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Currículo escolar
Importante elemento constitutivo da organização escolar;
Implica na interação entre sujeitos;
É uma construção social do conhecimento;
Pressupões a sistematização dos meios para que a sua construção se
efetive;
Não é um instrumento neutro;
Não pode ser separado do contexto social;
Expressa cultura;
É historicamente situado e culturalmente determinado;
Visa reduzir o isolamento entre as diferentes disciplinas curriculares;
Controle social.

Didática
O processo didático tem o objetivo de dar resposta a uma necessidade;
Implica na interação entre sujeitos ou entre sujeitos e objetos;
Ensino: Modo peculiar de orientar a aprendizagem.

- Mais do que uma tarefa, é um modo de trabalho


que reúne elementos articulados.
- Se torna compreensivo quando a prática é flexível.
- Ato intencional.
- Significa interagir, compartilhar.
- Exprime afetividade.

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Jerome Bruner
O psicólogo e pedagogo estadunidense desenvolveu nos anos 60 uma
teoria da aprendizagem de índole construtivista que é conhecida como
APRENDIZAGEM POR DESCOBERTA, cujo ponto central é promover que o
aluno adquira conhecimentos POR ELE MESMO.
O papel do professor nesse sentido, não é explicar conteúdos terminados
com princípio e final claros, mas sim, proporcionar o material certo que
estimule o aluno através da observação, comparação, a análise de
semelhanças e diferenças. Segundo o autor "O ambiente ou conteúdos de
ensino devem ser percebidos pelo aprendiz em termos de problemas,
relações e lacunas que ele deve preencher, só assim a aprendizagem será
significante ou relevante" (Bruner, 1999)

Currículo em espiral
O aprendiz deve ter oportunidade de ver o mesmo assunto mais de uma
vez, em diferentes níveis de profundidade e de várias formas de
representação;
O ponto mais relevante em uma matéria de ensino é a sua estrutura, suas
ideias e relações fundamentais;
O principal caminho para uma transferência adequada da aprendizagem é
a compreensão de princípios e conceitos fundamentais.

Bruner destaca que a percepção humana faz parte de um processo


ativo, não apenas receptivo, e por isso, a "educação não deve se concentrar
apenas na memorização de fatos".A educação deve levar em consideração as
etapas de desenvolvimento do indivíduo, o que para Piaget se chamava
estágios, para Bruner se chamava as fases internas de desenvolvimento.
O teórico concebeu o processo de aprendizagem como
"captar as relações entre os fatos", dessa forma se adquire
novas informações , transforma-as e transfere-as para novas
situações, de onde surgiu a sua teoria de ensino.
Como dito anteriormente, o professor não pode se
preocupar só com a extensão de uma matéria, mas
principalmente com a sua estrutura.

"⁠A educação deve não só transmitir


cultura, mas também fornecer visões
alternativas do mundo e encorajar a
vontade de explorá-las."
Jerome Bruner

135
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Estrutura da matéria/disciplina

Desenvolvimento de Deve estruturar o Deve partir dos


uma atitude de conteúdo a partir dos conceitos gerais para os
investigação. conceitos mais gerais e particulares,
essenciais da matéria e, aumentando
a partir disso, gradativamente a
desenvolvê-lo como complexidade das
uma espiral. informações.

"Qualquer assunto pode ser ensinado com eficiência, de alguma forma


intelectualmente honesta, a qualquer criança, em qualquer estágio do
desenvolvimento." (Bruner, 1999, p.31)

O planejamento
O erro deve leva em conta o
ser instrutivo. desenvolvimento
Ensinar é esforço do aluno.
para auxiliar ou
moldar o
desenvolvimento.

Método da
descoberta
O ensino facilita a
A estrutura dos transferência ou
conteúdos deve ir do recupera as
mais fácil para o informações.
complexo
gradativamente.
O aprendiz tem
condições de
O professor percorrer o caminho
reconstitui junto ao da descoberta
aprendiz o caminho científica.
de seu raciocínio.

136
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Danilo Gandin
Danilo Gandin é brasileiro, natural de Nova Trento (SC), educador,
mestre em planejamento participativo e conferencista. Para Gandin, planejar
"é de fato definir o que queremos alcançar; verificar a que distância, na
prática, estamos do ideal e decidir o que se vai fazer para encurtar essa
distância." (Gandin, 2011, p.27)

É através de um planejamento participativo que


se é possível pensar uma nova realidade escolar.

O planejamento participativo foi desenvolvido para instituições, grupos


e movimentos que não tem como primeira tarefa ou missão aumentar o lucro,
competir e sobreviver, mas contribuir para a construção da realidade social.
Esse tipo de planejamento visa o equilíbrio entre meios e fins, entre recursos
e objetivos, propondo-se ao melhor funcionamento das escolas.

Participação envolve 3 níveis

Colaboração Decisão Construção

As pessoas são Tem aparência de Ocorre quando de


chamadas a democrático, mas fato o poder está
participar, colaborar, não contempla um com as pessoas,
sem poder olhar sobre todos os independente
decisório, de modo processos, apenas dessas diferenças
em que não há alguns. As escolhas menores, pois se
espaço para uma se realizam diante baseia na igualdade
relação horizontal e de alternativas já entre as pessoas.
transformadora. traçadas.
Planejamento participativo constitui-se uma estratégia
de trabalho que se caracteriza pela integração de todos os
setores da atividade humana social, num processo global,
solucionando problemas comuns.

"⁠O planejamento trará a transparência


e a inteligência global de nossa ação ou
será burrice, safadeza e opressão."
Gandin

137
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Gandin (2001) afirma que construir um processo de planejamento em


que todos, a partir da consciência , seu próprio saber, adesão específica,
organizam seus problemas , suas ideias, conhecimentos da realidade, suas
propostas e suas ações. Todos crescem juntos, transformando a realidade e
criando coisas novas para proveito de todos com um trabalho coordenado.
Tudo isso parte de uma leitura do nosso mundo onde é imprescindível
a ideia de que nossa realidade é injusta e de que essa injustiça se deve à falta
de participação em todos os níveis e aspectos da atividade humana.
O PPP (Projeto Político Pedagógico), a gestão democrática e o
planejamento participativo devem estar articulados entre si. A reflexão
pedagógica muda a cultura escolar e permite a entrada e permanência de
sujeitos na escola.

Etapas do planejamento participativo


1. Preparação;
2. Elaboração do plano global de médio prazo (marco referencial,
diagnóstico, programação, revisão geral);
3. Elaboração de planos globais de curto prazo;
4. Elaboração de planos setoriais.

Características do planejamento
participativo
Conjunto orgânico de ações, proposto para aproximar uma realidade a
um ideal;
Propõe realizar um diagnóstico da realidade, tendo como parâmetro onde
se quer chegar;
3 níveis: Colaboração, Decisão e Construção em conjunto;
Ferramenta que dá mais eficácia à ação humana;
Significa atacar um problema com um corpo de ideias claras, examinar a
realidade e a prática para ver a distância entre elas e este conjunto de
ideias e propor ações, regras, rotinas e atitudes para mudar a realidade e
a prática;
Ajuda a alcançar a eficiência, elaboram-se planos, implantam-se um
processo de plano a fim de que seja bem feito aquilo que se faz dentro
dos limites previstos.

138
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Celso Vasconcellos
Celso dos Santos Vasconcellos, doutor em educação pela USP e Mestre
em história e filosofia da educação pela PUC-SP traz grandes contribuições
para a educação brasileira sobre vários temas, em especial o planejamento e
o Projeto Político Pedagógico.
Vasconcellos (2000) afirma que o ato de planejar se caracteriza por
antecipar mentalmente uma ação oi um conjunto de ações a serem realizadas
e agir de acordo como o previsto. Este não é apenas algo que se faz antes de
agir, mas é também agir em função daquilo que se pensa. Deve ser
estruturado e articulado através de 3 níveis:

Planejamento de Plano de ensino Plano de


escola ou curricular aula
É o plano integral Referencial com os Deve estar em
da instituição fundamentos de coerência com o
composto pelos cada disciplina. plano da escola e o
referenciais que Deve constar nele plano de ensino.
dizem respeito aos as expectativas de Constitui-se na
objetivos e metas aprendizagem, organização
estabelecidas para conteúdos didática do
cada uma das previstos e as processo de ensino,
dimensões de propostas de o plano de aula leva
gestão da escola. avaliação da escola. em consideração as
defasagens e
conhecimentos
prévios dos alunos.

Planejar o processo educativo significa, organizar,


racionalizar, coordenar a ação docente visando a
articulação entre programas curriculares, a prática na sala
de aula e as problemáticas inerentes ao contexto social e
cultural onde cada instituição está inserida.
(Vasconcellos,2000)

"⁠Montar um planejamento
compromissado com o projeto
pedagógico e a proposta curricular é o
caminho para dar sentido às aulas."
Vasconcellos

139
@conteudos.pedagogicos - Prof. Cláudia Macêdo

Projeto Político Pedagógico


O PPP norteia todo o trabalho desenvolvido e dá autonomia às
instituições de ensino direcionando o seu funcionamento. Serve para
encaminhar todas as atividades desenvolvidas e ter como objetivo principal
atender aos interesses dos educandos e da comunidade escolar como um
todo, buscando conhecimentos que os levem a melhorar a condição de vida.
Por isso, é um documento que deve sempre estar passando por atualizações.
Segundo o autor, "O processo de elaboração, implementação e
reelaboração do PPP é fundamental porque envolve as pessoas que atuam
na escola, dá a elas a sensação de pertencimento, de envolvimento com a
instituição escolar". (Vasconcellos, 2010)

O PPP está estruturado em 3 marcos:

Marco Marco Marco


situacional conceitual operacional

Realidade global Realidade global Realidade


existente. desejada e desejada em
compreendida processo de
como a ideal. planejamento e
aprimoramento.

"⁠Planejar é antecipar ações para atingir certos


objetivos, que vêm de necessidades criadas
por uma determinada realidade, e, sobretudo,
agir de acordo com as ideias antecipadas."
Vasconcellos

140
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Libâneo
Doutor em educação escolar brasileira, José Carlos Libãneo é um
intelectual, educador e escritor brasileiro, que acredita que a educação
transforma a sociedade. É criador do termo Pedagogia Crítico Social dos
Conteúdos.

4 pilares básicos para a preparação


da criança para a cidadania:

Formação para a Formação para Formação para Formação para


tomada de tornar a criança tornar a criança que a criança
decisão. criativa. crítica. tenha ética.

Em seu livro por nome "Didática", Libâneo afirma que os professores


são parte integrante do processo educativo, sendo peça fundamental para a
formação das gerações e os padrões de sociedade que buscamos. A
educação é um fenômeno social universal, que se divide em 2 tipos:
Não-intencional: São as influências do contexto social e do meio
ambiente sobre os indivíduos.
Intencional: É aquela que tem objetivos definidos.

A educação pode acontecer também de 2 modos:


Formal: Acontece nas escolas, agências de instrução e educação.
Não-formal: Realizada fora dos sistemas educacionais convencionais.

Escola democrática
Além do preparo para as exigências sociais, o indivíduo
necessita da educação escolar e da formação das suas capacidades,
habilidades e atitudes, por isso, o papel das escolas públicas é:
1. Escola gratuita pelos primeiros 8 anos de escolarização.
2. Transmissão e assimilação de conhecimentos e habilidades.
3. Desenvolvimento do pensamento crítico e independente.
4. Gestão escolar democrática com participação de todos
da comunidade escolar.

"⁠O gestor é, acima de tudo, um educador. Um


educador em todos os sentidos do termo."
Libâneo

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O papel do professor
na didática
1. Assegurar ao aluno domínio duradouro e seguro dos conhecimentos;
2. Criar condições para o desenvolvimento de capacidades e habilidades
visando a autonomia na aprendizagem e independência de pensamento
dos alunos;
3. Orientar as tarefas do ensino para formação da personalidade.

A aprendizagem é um processo, por isso requer um planejamento que


seja uma atividade de reflexão a cerca das opções e ações pois se não pensar
didaticamente sobre o rumo do trabalho, ficamos sujeitos ao que a sociedade
impõe.

3 níveis do planejamento

Plano de Plano de Plano de


escola ensino aula

Documento Prevê objetivos e Previsão do


global, tarefas do desenvolvimento
orientações que trabalho docente do conteúdo para
sintetizam as para o ano ou uma aula ou aulas.
ligações da escola semestre.
com o sistema
escolar amplo.

O planejamento deve conter:


Compreensão da relação entre educação escolar e objetivo sócio-
políticos;
Domínio do conteúdo e sua relação com a vida prática;
Capacidade de dividir a matéria com módulos ou unidades;
Conhecer as características sócio-culturais e individuais dos alunos;
Domínio dos métodos de ensino;
Conhecimento dos programas oficiais;
Estar atualizado.

142
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"A prática escolar consiste na concretização das condições que


assegura, a realização do trabalho docente. Tais condições não se reduzem
ao estritamente pedagógico, já que a escola cumpre funções que lhe são
dadas pela sociedade concreta que por sua vez, apresenta-se como
constituída por classes sociais com interesses antagônicos. A prática escolar
assim, tem atrás de si condicionantes sócio-políticos que configuram
diferentes concepções de homem e de sociedade e, consequentemente,
diferentes pressupostos sobre o papel da escola, aprendizagem, relações
professor-aluno, técnicas pedagógicas, etc. Fica claro que o modo como os
professores realizam seu trabalho, selecionam, organizam o conteúdo das
matérias, ou escolhem técnicas de ensino e avaliação tem a ver com os
pressupostos teóricos-metodológicos, explícita ou implicitamente." (Libâneo,
1984)
Libâneo classifica as tendências pedagógicas em dois grandes grupos,
as de cunho liberal e as de cunho progressista, veja:

Tendências liberais
“A pedagogia liberal defende a proposta de que a escola tem por
função preparar os educandos para o desempenho de papéis sociais,
atendendo às suas aptidões individuais. Para que isto ocorra, os indivíduos
precisam aprender a adaptar-se aos valores e às normas que normatizam a
sociedade de classes, através do desenvolvimento da cultura individual.”
(LIBÂNEO, 1986).
Apesar de passar a impressão de algo livre, não tem nada a ver com
isso. A pedagogia liberal sustenta a ideia de que o aluno deve ser preparado
para viver em harmonia com as normas do tipo de sociedade que Libâneo
destacou no parágrafo acima. As tendências liberais são:

Tradicional:
Questão pedagógica: Eixo no intelecto, no aspecto lógico, nos conteúdos
cognitivos, no esforço individual, disciplina, diretivismo e quantidade.
Papel da escola: Transmissão de conhecimentos acumulados,
preparação intelectual e moral dos alunos, compromisso com a cultura
universal.
Visão do aluno: Recebe informações, deve apenas aprender, não interage
e realiza disciplinarmente os exercícios propostos.

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Papel do professor: Transmitir conteúdos, impor disciplina de estudo e de


comportamento e apresentar domínio razoável da estrutura lógica de sua
matéria.

Renovada progressivista:
Questão pedagógica: Eixo no sentimento racionalizado, no aspecto
cognitivo-psicológico, no não diretivismo do conteúdo e do professor e
na qualidade.
Papel da escola: Oportunizar experiências que permitam o aluno ser ativo,
vivência democrática, espaço com clima harmonioso.
Visão do aluno: Deve aprender fazendo, ser participante, integrado
através do grupo pela sociedade em conjunto.
Papel do professor: Estimular o desenvolvimento livre da criança, sua
intervenção tem o objetivo de dar forma ao raciocínio dela.

Renovada não diretiva:


Questão pedagógica: Eixo na emoção, na valorização do eu, no exercício
de autoconhecimento, no não diretivismo e no aspecto motivacional.
Papel da escola: Formação de atitudes, da personalidade do aluno
através de experiências significativas que permitem o desenvolvimento.
Visão do aluno: Deve aprender modificando suas próprias percepções, o
que estiver relacionado a elas.
Papel do professor: Facilitador da aprendizagem, ajuda o aluno a se
organizar, a partir da exposição livre de sentimentos.

Tecnicista:
Questão pedagógica: Eixo na organização racional dos meios como
forma de minimizar o subjetivo interferindo na eficiência, irrelevância da
afetividade.
Papel da escola: Modeladora de comportamento humano, organização no
processo de aquisição de habilidades, atitudes e conhecimentos
específicos.
Visão do aluno: Deve ser eficiente, produtivo, capaz de contribuir para a
produtividade na sociedade, aprender e fixar informações.
Papel do professor: Executar um processo planejado, modelar respostas
apropriadas aos objetivos instrucionais, transmissor da matéria.

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Tendências progressistas
O termo "progressista" é usado para designar as tendências que,
partindo de uma análise crítica das realidades sociais, sustentam
implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação. (Libâneo, 1986). A
pedagogia progressista se divide em três tendências. Veja como
caracterizam-se:

Libertadora:
Questão pedagógica: Eixo no queationamento da realidade das relações
do homem, transformação social, educação não-formal e
problematizadora.
Papel da escola: Desenvolvimento do nível de consciência da realidade
das relações do homem, promover a autolibertação.
Visão do aluno: Deve conduzir o processo, como parte integrante de um
grupo definindo os temas geradores, é ativo no processo de
conhecimento.
Papel do professor: Caminha junto ao aluno intervindo o mínimo
indispensável, adaptando-se às suas características e no
desenvolvimentos do grupo.

Libertária:
Questão pedagógica: Eixo no processo auto-questionário como forma de
desenvolvimento do indivíduo no coletivo, na autonomia do grupo.
Papel da escola: Transformação da personalidade dos alunos num
sentido libertário e auto-gestionário. Desenvolvimento do indivíduo como
parte do coletivo.
Visão do aluno: Deve buscar as bases mais satisfatórias de seu prórpio
espaço institucional, deve agir segundo as suas necessidades.
Papel do professor: Orientador, facilitador e parceiro, misturando-se no
grupo, para uma reflexão comum.

Crítico social dos conteúdos ou histórico-crítica:


Questão pedagógica: Voltado para a relação conteúdo/realidade social, na
articulação entre política e o pedagógico.
Papel da escola: Difusão de conteúdos concretos, vivos e de acordo com
a realidade dos alunos.
Visão do aluno: Deve elaborar seu conhecimento por meio dos
conteúdos, pela mediação do professor, ultrapassando sua experiência.
Papel do professor: Propor conteúdos sistematizados.

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Demerval Saviani
Demerval Saviani é um professor brasileiro, pedagogo e filósofo,
idealizador da teoria denominada por ele de Pedagogia Histórico-crítica. Essa
teoria de contrapõe ao modelo conteudista de ensino, defendendo o acesso
ao conhecimento sistematizado e sua compreensão por parte do estudante
como um instrumento que transforma a sociedade.
Saviani traz para a educação brasileira uma consolidação do período
democrático que vivemos hoje em dia, que acompanha as transformações
que ocorrem na sociedade. A teoria de Saviani possibilita a transformação
dos sujeitos. O indivíduo vai do saber sincrético para um saber sintético, para
isso, a escola deve possibilitar o acesso aos conhecimentos previamente
produzidos e sistematizados.
"A pedagogia histórico-crítica não é outra coisa senão aquela pedagogia
empenhada decididamente em colocar a educação a serviço da referida
transformação das relações de produção". Para Saviani, os professores
precisam saber discernir entre os conhecimentos que precisam ser
transmitidos e os que não precisam para que os currículos não fiquem
sobrecarregados de conteúdos irrelevantes impedindo os alunos de se
empenharem na aprendizagem. Fazendo essa distinção, o professor ganha
condições de produzir seus próprios conhecimentos e, assim, o seu ensino
deixa de ser uma mera transmissão.

Pedagogia histórico-crítica:
Visa a transmissão de conhecimentos significativos que contribuam para
a formação de indivíduos críticos e emancipados, assegurando a inclusão
social dos educandos;
Se preocupa com as demandas educacionais;
Defende o acesso ao conhecimento sistematizado e sua
compreensão por parte do estudante;
Surgiu da emergência de um movimento pedagógico que
responda a necessidade de encontrar alternativas à pedagogia
dominante;
Concepção dialética da vertente Marxista;
Educação como instrumento de transformação social.

“Para a Pedagogia Histórico-Crítica, a


educação é o ato de produzir, direta e
intencionalmente, em cada indivíduo singular,
a humanidade que é produzida histórica e
coletivamente pelo conjunto dos homens”
Demerval Saviani

146
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A marginalidade
O autor usa o materialismo histórico-dialético como base das suas
teorias. No livro "Escola e Democracia" ele apresenta teorias educacionais à
respeito da marginalidade.
"A marginalidade é, pois, um fenômeno acidental que afeta
individualmente a um número maior ou menor de seus membros o que, no
entanto, constitui um desvio, uma distorção que não só pode como deve ser
corrigida" (Saviani, 2012). Na classificação das teorias (Tendências
Pedagógicas), o autor leva em consideração o fenômeno em que os alunos
estão em condição inferior no processo de escolarização.
"No que diz respeito à questão da marginalidade as teorias educacionais
podem ser classificadas em dois grupos. No primeiro, temos aquelas teorias
que entendem ser a educação um instrumento de equalização social,
portanto, de superação da marginalidade. No segundo, estão as teorias que
entendem ser a educação um instrumento de discriminação social, logo, um
favor de marginalização" (Saviani, 2012, p.03). Veja o esquema a seguir:

Tendências
não-críticas
Educação como movimento para equilibrar o sistema.
Marginalidade é pontual podendo ser resolvida com a
inserção das pessoas na educação.

Se divide em:

Tradicional Escola nova Tecnicista

Tida como Marginalidade Educação


benefícios aos deixa de ser operacional.
ignorantes. vista sob o Foco na ação
A figura central ângulo da trabalhista.
é o professor. ignorância. Prepara os
Aulas Crítica a alunos p/ o
expositivas. pedagogia capitalismo.
Aluno receptor. tradicional.
Pregava a
educação para
todos.

147
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Tendências
crítico-reprodutivistas
Explicam o fracasso escolar sob a ótica da escola.
Não traz propostas pedagógicas.
Relação entre escola e sociedade.

Se divide em:

Violência simbólica Aparelho ideológico Escola dualista


do estado

Dominação Reprodução Ideologia e


cultural. massiva. trabalho.
Força abstrata de Capitalista. Escola não
opressão. Transmite unitária.
Reproduz a interesses da Proletariado
cultura burguesia. contra a
dominante. Escola burguesia.
Escola reproduz reprodutivista.
desigualdades.

Tendências críticas
Reflexão da ação prática da sociedade
visando sua transformação.

Se divide em:

Libertária Libertadora Histórico-crítica

Não- Educação Não


diretividade. popular. reprodutivista.
Professor é Prática Aprender para
catalisador da libertadora do libertar.
aprendizagem. ambiente Garantir um
Educação para escolar. bom ensino.
a liberdade. Autonomia Vinculação
pedagógica. entre teoria e
Educação formal. prática.

148
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Cipriano Luckesi
O brasileiro popularmente conhecido pelos educadores como Luckesi, é
filósofo, teólogo, mestre em ciências humanas e doutor em educação. Quando
falamos em Luckesi já pensamos em AVALIAÇÃO, o autor é referência quando
se trata desse assunto.
"A avaliação da aprendizagem que opera sobre o processo de ensinar e
aprender tem por função investigar, segundo determinado critério, a qualidade
do que está sendo aprendido, revelando tanto o que foi aprendido, como o que
ainda falta aprender. Identificar o que ainda falta aprender conduz às atividades
de intervenção, caso se tenha o desejo de obter um resultado mais satisfatório"
(Luckesi, 2011, p.423)
A avaliação, etimologicamente, tem a ver com qualidade, do ponto de
vista do autor esse processo percorre 3 passos:

1º passo 2º passo 3º passo

Conhecer o nível Comparar, Tomar decisões


de desempenho constatação da que possibilitem
do aluno em forma realidade, com atingir os
de constatação da aquilo que é resultados
realidade. considerado esperados.
importante no
processo educativo.

Para avaliar é necessário ter clareza dos objetivos a serem alcançados


para que, a avaliação possa desempenhar sua finalidade de revelar a eficiência
da ação pedagógica, por isso, a avaliação é processual e dinâmica.
A avaliação tem como função investigar a qualidade dos resultados
da ação do educador, então deve subsidiar o professor a tomar decisões
visando os resultados desejados. Essa ferramenta adquire sentido
na medida que se articula com um projeto político pedagógico e com
seu consequente projeto de ensino. Não possui uma
finalidade em si; ela subsidia um curso de ação que visa
construir um resultado previamente definido. (Luckesi,
2013, p.40)

“O ato de avaliar é um meio de tornar


os atos de ensinar e aprender
produtivos e satisfatórios.”
Cipriano Luckesi

149
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Permite
verificarmos se os
É diagnóstica, inclusiva objetivos estão
e socializante. sendo atingidos.

Só faz sentido Deve ser estabelecida de


quando leva ao forma processual durante
desenvolvimento do todo o processo
educando. educativo, não só no final,
mas buscando resultados
provisórios.

Avaliação da
aprendizagem
Direciona as O Papel do educador é
futuras decisões. rejeitar a pedagogia do
exame (classificatória e
seletiva) e evitar o
aprovar/reprovar.
O ato de avaliar
não pode ser
confundido com
examinar. Deve ser pontual e
contínua.

“A prática da avaliação da aprendizagem, para


manifestar-se como tal, deve apontar para a
busca do melhor de todos os educandos, por
isso é diagnóstica, e, não voltada para a seleção
de uns poucos. Por si, a avaliação é inclusiva é,
por isso, mesmo democrática.”
Cipriano Luckesi

150
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Jussara Hoffman
Reconhecida por suas contribuições à melhoria da educação no país,
Jussara Hoffman é uma das maiores referências em avaliação da
aprendizagem, destacando-se principalmente sobre a teoria da avaliação
mediadora.
A autora defende uma nova compreensão de avaliação que exige do
professor uma "[...] concepção de criança, de jovem e de adulto como sujeitos
do seu desenvolvimento, inseridos no contexto de sua realidade social e
política" (Hoffman, 2014). Nessa dimensão educativa, os erros e dúvidas dos
estudantes são considerados como momentos significativos e impulsionados
da ação educativa.
Este tipo de avaliação se opõe ao paradigma classificatório e quantitativo.
Corrigir não é avaliar, interpretar é que é, análise quantitativa possui uma
arbitrariedade que confere poder ao professor. Não que isso seja ruim, mas na
concepção de Hoffman, números não falam das pessoas nem do que elas estão
aprendendo.
A avaliação mediadora acontece no cotidiano do fazer pedagógico. É na
observação-reflexão-ação-energia constante que faz pulsar o planejamento, a
proposta pedagógica e a relação entre todos os elementos da ação educativa.

Princípios da avaliação mediadora

Investigação Provisoriedade Complementaridade


precoce

Provocações Não se faz juízo Complementa


intelectuais do aluno (Não velhas respostas a
significativas feitas tem o objetivo de um novo
pelo professor. atribuir notas). entendimento.

Como essa avaliação ocorre?


"Ocorre a partir de uma análise qualitativa das
aprendizagens, sustentada na reflexão teórica que lhe dá
sentido" (Hoffman, 2014, p.51)

151
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Avaliar implica numa ação provocativa do professor, desafiando o


educando a refletir sobre as situações vividas, a formular e reformular
hipóteses, encaminhando-se a um saber enriquecido. A ação avaliativa
quando é MEDIADORA ajuda a superar posicionamentos radicais de poder
no ambiente escolar.

Professor e aluno
Reorganização coordenam seus
do saber. pontos de vista.
Se opõe ao
paradigma
sentencioso e
classificatório.

Avaliação
mediadora
O saber é
Os registros devem ser construído a
transformas em partir de uma
anotações significativas reflexão.
sobre o acompanhamento
do aluno.
É uma ação
provocativa que
Visa salientar a fortalece a troca de
importância do papel ideias.
do professor no
sentido de observar o
aluno para mediar.

"A avaliação escolar hoje só


faz sentido, se tiver o intuito de
buscar caminhos, para
melhorar a aprendizagem."
Jussara Hoffman

152
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Referências
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Pedagógica e Universitária, 1990.
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Marcondes, Pedro Marcondes, Ciriello Mazzetto; organização: João Luis
Gasparin, Martha Aparecida Santana Marcondes. – Recife: Fundação
Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010.
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Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010.
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Petrópolis: Vozes, 2002.
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45. OLIVEIRA, M. Vygotsky – aprendizado e desenvolvimento. Um processo
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3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
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Guilhon. Metáforas da desordem. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1978.
54. GARDNER, H. Inteligências Múltiplas: A teoria na Prática. Porto Alegre:
Artmed, 2000.

155
"O estudo amplia
as possibilidades
e o conhecimento
te dá asas para
voar mais alto!"

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