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ENTRE TEORIA E PRÁTICA: EXPERIÊNCIAS DE OBSERVAÇÃO E REGÊNCIA

EM UMA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL DE PARNAÍBA POR MEIO DO


ESTÁGIO SUPERVISIONADO1

William Melo Araujo2

Resumo: Este relato de experiência é fruto das vivências formativas de um professor em


formação na área de Língua Inglesa. No decorrer da disciplina Estágio Supervisionado I
(2023.2) do curso de Letras Inglês da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), campus
Parnaíba, o graduando participou de atividades de observação e regência em sala de aula,
ministrando aulas para turmas do ensino fundamental em uma escola pública, CAIC, situada
em Parnaíba-PI. Com base nessa descrição preliminar, este relato tem como objetivo abordar
a seguinte questão: quais aprendizagens foram obtidas a partir das experiências do Estágio
Supervisionado I do curso de Letras Inglês, realizado em turmas do ensino fundamental em
uma escola pública? Para abordar essa questão principal, definimos o objetivo geral de
analisar os conhecimentos obtidos a partir das vivências no Estágio Supervisionado I do curso
de Letras Inglês, realizado em turmas dos anos finais do ensino fundamental em uma escola
pública. Com o intuito de atingir tal propósito, conduzimos uma investigação de cunho
descritivo, adotando uma abordagem qualitativa, fundamentada nos estudos de Jose Carlo
Libâneo (2017), Ilma Passos Alencastro Veiga (2008) e Miguel A. Zabalza (2015). Os
resultados adquiridos apresentam que o graduando motivou os alunos a desenvolverem senso
crítico, além de que se sintam capazes de estudar de forma ativa e prazerosa, se empenhem no
processo ensino aprendizagem e observem a importância do estudo de Língua Inglesa no dia a
dia.
Palavras-chave: Letras Inglês; Estágio supervisionado; Experiências formativas; Relato de
Experiência.

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Estar em contato novamente em sala de aula do ensino fundamental após anos, é de


fato uma experiência nostálgica e que releva muitas nuances no processo. Por meio da
disciplina de Estágio Supervisionado I, podemos com maturidade, utilizar a nossa visão agora
como professor, e não mais como um aluno, para aplicar as técnicas e teorias aprendidas na
Universidade Estadual do Piauí. Tais ferramentas disponibilizadas para a aplicação efetiva,
carece de pensamento, reflexão e planejamento para alavancar o processo de aprendizado a
níveis satisfatórios e reais. O estágio assim, é uma forma de potencializar o que até agora a
academia traz como teoria para aplicação prática, e assim como Zabalza (2015, p. 5) afirma,
“seja qual for a estrutura e propósitos formativos do estágio, este tem sempre uma dimensão
1
Relato de experiência apresentado à disciplina Estágio Supervisionado I (2023.2), ministrada pelo Prof. Dr.
Leonardo Davi Gomes de Castro Oliveira, como requisito para obtenção de nota.
2
Acadêmico do 7° período de Licenciatura em Letras Inglês na Universidade Estadual do Piauí (UESPI),
campus Parnaíba. E-mail: williamaraujo@aluno.uespi.br
pessoal que ultrapassa amplamente os objetivos acadêmicos”. Desse modo, a meta é a
formação holística do estudante, e não apenas transformá-lo em um indivíduo passivo, que
não raciocina sobre o que aprende.
Inicialmente, observamos aulas de inglês na escola CAIC – Escola Municipal
Albertina Furtado Castelo Branco, nas turmas de ensino fundamental pelo turno matutino,
localizada na cidade de Parnaíba – Piauí. O relato de experiência em questão, é apresentado
por um graduando do sétimo período de Letras Inglês da Universidade Estadual do Piauí,
turno noturno, em que em primeiro momento, foram observadas aulas da disciplina
supracitada, e em seguida, aplicação da regência, aulas elaboradas com planejamento
adequado visando sanar as dificuldades das turmas no projeto. A experiência do estágio é
necessária para refletirmos na nossa própria prática de ensino, o que isso significa para nós e
como estamos compartilhando esse processo com a nova geração que está se formando.
Levando em consideração o que foi apresentado, este relato de experiência pretende
responder a seguinte questão: quais aprendizagens foram obtidas a partir das experiências do
Estágio Supervisionado I do curso de Letras Inglês, realizado em turmas do ensino
fundamental em uma escola pública? Para responder adequadamente esta pergunta, foi
estipulado como objetivo geral: analisar quais aprendizagens foram obtidas a partir das
experiências do Estágio Supervisionado I do curso de Letras Inglês, realizado em turmas do
ensino fundamental em uma escola pública. Para atingir este objetivo realizamos uma
pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa, fundamentada em autores, como por
exemplo, Jose Carlo Libâneo (2017), Ilma Passos Alencastro Veiga (2008) e Miguel A.
Zabalza (2015).
A respeito da estrutura, o relato de experiência em questão está devidamente dividido
em quatro seções. Na primeira seção, apresentamos a pergunta norteadora, os objetivos e a
forma metodológica para este relatório. Seguidamente, na parte dois, mostramos a
importância do Estágio Supervisionado I, após isso, descrevemos o período de observações, e
de que maneira ocorreu a prática em sala de aula. Para finalizar, as considerações finais
apresentam as visões adquiridas e como essa experiência impactou em nosso aprendizado.

2 IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Primeiramente, o estágio supervisionado é relevante na formação dos graduandos em


Letras Inglês porque proporciona a chance de aplicação das técnicas e conhecimentos teóricos
em situações reais, além de ser disciplina obrigatória para receber o diploma. Nesse período
de prática, o aspirante a docência pode ter um contato realístico com a sala de aula, assim
como orientado na universidade, conhecer a escola, a professora que ministra aos alunos do
ensino fundamental, e a Proposta Pedagógica Curricular (PPC), sendo de requerimento para
maior aprofundamento no conhecimento do sistema educacional.
Diante disso, o período de observação é de suma importância para analisar como está
o andamento das turmas, e conhecer mais de perto a metodologia do professor titular, bem
como atentar para como são os alunos, de que forma eles se comportam em sala de aula para
ter em mente o que planejar para a regência. É nesse ponto que o graduando pontuará as
dificuldades, quais assuntos merecem uma revisão mais profunda, e qual metodologia pode
ser aplicada a fim de facilitar o aprendizado de toda a turma. Assim, logo em seguida, se
preparar para a regência, a aplicação de aulas com o intuito de promover o que viemos
discutindo ao longo deste relato de experiência, com a orientação dos professores de
supervisão de estágio e o professor da escola em evidência.
Dessa maneira, Libâneo (2017) afirma que o trabalho do professor é uma troca
incessante entre as tarefas disponibilizadas por ele e o atual nível de estudo e preparo dos
alunos empenhados a resolver as atividades. Por esse motivo, o estagiário está inserido
naquele contexto como um facilitador do aprendizado, e entrando em conjunto como uma
equipe com o professor da sala, para juntos atingir as metas estabelecidas nos planos de aula e
de ensino. No estágio então, segundo Veiga (2008), que o graduando poderá ver como a aula
se apresenta como algo intersubjetivo e interativo, assim, sendo exigido uma gama de
aprimoramento contínuo visando o aprendizado mútuo.
Nessa perspectiva, Zabalza (2015, p. 8) reitera que “na verdade, a importância dos
fatores pessoais não se refere apenas à aprendizagem experiencial, mas afeta, de modo
relevante, todas as modalidades de aprendizagem”. Dito isso, o graduando tem que levar em
consideração que ele é uma peça da grande engrenagem que é o ensino, e haverá de
compreender que cada aluno tem suas características próprias, uns vieram com uma base
educacional bem estabelecida, enquanto outros não tiveram muitas oportunidades e carecem
de atenção especial. Portanto, entender que cada aluno veio de uma família diferente e possui
seus próprios meios de ver o inglês em sala de aula, é algo a se considerar para o processo de
aprendizado.

3 EXPERIÊNCIAS PRÁTICAS NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO I


No período de 06 de Março a 16 de Maio de 2024, primeiramente, o autor deste relato
de experiência foi ministrado na universidade pelas fundamentações teóricas do Estágio
Supervisionado I no curso de Licenciatura em Letras Inglês na Universidade Estadual do
Piauí – UESPI em Parnaíba. Para o procedimento prático, ou seja, quando iríamos de fato
adentrar a sala de aula, escolhemos uma escola municipal que tinha como turmas de ensino
fundamental, a instituição CAIC. Na primeira parte, apenas observaríamos o andamento das
aulas de inglês, como o professor atual lecionava e como resolvia os exercícios, e na segunda
parte do estágio, o estagiário ministraria aulas, adentrando no período de regência para
cumprimento dos propósitos da disciplina e carga horárias necessárias.

3.1 ANÁLISE DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NAS AULAS DE INGLÊS

Em um primeiro contato com a escola, notamos um ambiente bem estruturado,


adequado a diversas práticas escolares, como esportes e afins, além de ter salas de aulas
espaçosas, arejadas e boa iluminação. O diretor foi muito solícito ao assinar os papéis
requeridos para o estágio, a professora de inglês nos recebeu mostrando as salas, e como
funcionava as turmas e os assuntos até então ministrados. A escola possui as turmas de ensino
fundamental de 6° ao 9° ano sendo favorável para a nossa proposta de estágio.
No dia 06 de Março, iniciamos a observação na turma 9° B, percebendo que era uma
turma grande. Apesar de seu tamanho, a professora conseguiu ministrar a aula em um tom
agradável, e algumas vezes aumentava a voz. Embora fosse um assunto interessante, os
alunos ao fundo da sala conversavam muito e não prestavam atenção. Ficamos ao fundo da
sala para ter uma visão ampla, notar quais alunos estariam mais comportados e interessados, e
quais seriam mais desafiadores. A professora disponibilizou uma folha com tirinhas em inglês
do Charlie Brow, para em seguida apresentar o conteúdo Modal Verbs. Depois disso, questões
foram resolvidas em sala de aula, com alguns alunos se empenhando mais que outros para a
resolução dos exercícios.
Quando observamos a aula no 6° F, sentamo-nos na parte do fundo como de costume
para fazer anotações e observar a sala como um todo, pontuamos ainda que nas observações,
ficávamos em completo silêncio simplesmente observando o andamento da aula. A professora
chamou de um em um em sua mesa para corrigir um exercício da semana passada. Logo após
isso, a docente pediu a atenção de todos para ensinar o assunto das letras em inglês e números,
assunto primordial para a turma do 6° ano. Esta sala parecia bem mais comportada que as
outras, pois quando a professora pedia atenção, eles não tinham muita dificuldade em
silenciar. A aula foi dada sem muitas interrupções, já que a professora pedia participação dos
alunos, fazia algumas piadas para entretê-los, e depois das risadas, facilitava a compreensão
do assunto.
Na turma seguinte, 8° D, sentamo-nos como combinado ao final da sala, e alguns
alunos perguntavam quem nós éramos, e respondíamos que éramos estagiários. A professora
começou pedindo que abrissem os cadernos, o que levou alguns minutos, pois alguns alunos
aproveitaram o alvoroço para conversarem, depois de um tempo, começaram a copiar a
explicação que a docente escrevia no quadro branco. A atenção dos alunos variava, uns
acompanhavam atentamente, fazendo anotações, enquanto outros pareciam distraídos,
trocando bilhetes ou sussurrando entre si. A professora na hora da resolução do exercício no
quadro, pediu que os estudantes lessem em voz alta em inglês, alguns, destacavam-se pela
fluência e confiança ao falar, enquanto outros, mostravam-se mais tímidos e hesitantes,
preferindo passar sua vez.
Quando fomos observar o 7° B, notamos que a turma, composta por aproximadamente
35 alunos, exibia um misto de ansiedade e descontração típica da adolescência. A professora
iniciou a aula com uma dinâmica de aquecimento, convidando os alunos a compartilharem
brevemente suas formas de se divertir fora da escola. A participação foi variada: alguns alunos
mostraram-se entusiasmados e falaram animadamente sobre suas atividades, enquanto outros
permaneceram mais reservados. Depois disso, na atividade principal, a professora dividiu a
turma em duplas para uma discussão sobre um texto em inglês sobre viagens. Alguns grupos
demonstraram uma colaboração eficaz, trabalhando juntos para analisar o texto e compartilhar
ideias, enquanto outros pareciam dispersos.
No entanto, notamos que o ritmo da aula parecia um tanto acelerado para alguns
alunos, especialmente aqueles com dificuldades por não conhecer várias palavras em inglês.
Em determinados momentos, houve sinais de frustração entre alguns estudantes, indicando a
necessidade de um suporte adicional por parte da professora. Apesar desses desafios, foi
evidente o esforço da docente em criar um ambiente acolhedor e estimulante, incentivando a
participação de todos. Ao final da aula, saímos com uma mistura de impressões, admiramos o
empenho da professora em envolver os alunos na atividade do texto, mas também
reconhecemos a importância de adaptar o ritmo e a complexidade das atividades para atender
às necessidades individuais dos alunos. Foi uma experiência enriquecedora que nos permitiu
refletir sobre as diferentes estratégias pedagógicas e suas implicações para nosso momento de
regência.
3.2 IMPLEMENTAÇÃO PRÁTICA: EXPERIÊNCIAS DE REGÊNCIA NAS AULAS DE
INGLÊS

Após este período de observações, planejamos como seria as nossas aulas, que fossem
de maneira descontraída, mas pudesse atingir os objetivos propostos pela professora.
Iniciamos no 9° B, estávamos acostumados com a turma, e ela também devido ao nosso
tempo de observação, por isso, a sala não teve dificuldade em cooperar quando começamos a
aula, exceto por uns alunos ao fundo que conversavam a mais que outros. Abrimos a
ministração, com o graduando desenhando três figuras grandes no quadro, um jogador de
hockey, uma bailarina, e um jogador de basquete, para servir de Warm Up, e conversamos se
eles conheciam esses esportes, se já jogaram, atentando para o fato de destacar quais
habilidades aqueles atletas conseguiriam fazer. Esta incitação seria importante para o assunto
Modal Verb Can, que era o que a professora ensinava naquele momento. A turma participou
em sua maioria, embora alguns alunos se destacassem por participarem mais, notamos que a
sala se empenhou nesta primeira parte.
Em seguida, escrevemos no quadro as formas afirmativa, negativa e interrogativa,
deixando explícito o emprego do Can, e explicamos para eles o uso deste verbo, as
características, fazendo uma conexão com o que foi visto no início, sobre as habilidades dos
atletas. Assim, notamos que o assunto ficou mais tangível para eles, que responderam a
explicação quando questionados, e por fim perguntávamos exemplos específicos para alguns
alunos, por exemplo, “você sabe nadar?/ Can you swim?” e respondiam corretamente, quando
não conseguiam, pedíamos ajuda a turma para todos participarem. Embora a experiência
tenha sido boa, alguns alunos mais tímidos não quiseram participar, mesmo incentivando toda
a sala, era um desafio em como engajar todos por igual.
As imagens mostradas a seguir nesse relato de experiência, exemplificam alguns
momentos variados das aulas e das atividades realizadas em sala de aula. Como a nossa
primeira regência, estávamos um pouco nervosos no início, por ser uma turma relativamente
grande, mas a professora antes de começar a aula, conversou com os alunos para que eles
vissem os estagiários como se fosse a própria docente. Dessa maneira, os estudantes mudaram
a forma de se comportar para melhor, notamos que aqueles alunos que pensavam que seria a
hora de conversar no nosso momento, mudaram de ideia, vendo que seria uma aula
importante para eles.

Figuras 1: Aula sobre o verbo Can.

Fonte: Acervo pessoal.

Como finalização da aula, pensamos em praticar com eles uma revisão, com o objetivo
de analisar se o conteúdo tinha sido compreendido eficazmente. Para isso, solicitamos alunos
voluntários para participar de um minijogo, em que o aluno viria no quadro e com o pincel,
desembaralharia palavras aleatórias para formar sentenças corretas usando o Can. Por
exemplo, “they-play-basketball-can?” estaria no quadro, e a partir disso, acertar a frase.
Alguns estudantes vieram, e notamos eles tentando se lembrar da explicação dada, uns
estavam experts no assunto acertando rapidamente, enquanto outros demoravam mais, por
questão de dificuldade no vocabulário, quando isso acontecia, pedíamos ajuda para a turma e
assim a tarefa se concretizava. Essa experiência foi ímpar, devido percebermos que a turma
toda ficou focada em acertar as frases, e quem não participou por timidez, ficava atento
olhando e torcendo para os colegas.
Figuras 2: Atividade no quadro de desembaralhar.

Fonte: Acervo pessoal.

Na regência do 6° ano F, o assunto era os números em inglês de zero a cem.


Primeiramente perguntamos o quão estavam familiarizados com os números em inglês, alguns
disseram que não sabiam muito, outros que sabiam contar apenas até dez, e outros restantes
sabiam contar além de dez. Assim, começamos colocando os números no quadro e anotando
sua escrita ao lado, mantendo um diálogo constante com a turma para engajá-los para a
atividade posterior. Após um exercício que pedimos para anotarem no caderno, em que teriam
que preencher as lacunas das letras que estavam faltando, notamos que conseguiram acertar os
números baixos, mas encontraram dificuldades em números maiores. Depois disso, o
graduando pediu para a turma repetir em voz alta após ele todos os números escritos no
quadro, e assim, toda a sala repetiu em coral a pronúncia correta. Isso foi importante para a
atividade final que seria um bingo.

Figuras 3: Aula dos números e bingo.

Fonte: Acervo pessoal.

Para a atividade final, distribuímos fichas de bingo com os números dados na


explicação, falando para a turma que eles ficariam em duplas para se ajudarem, o graduando
falaria um número por vez em voz alta, e cada dupla deveria prestar atenção no que ouviria
para marcar corretamente o número na sua tabela de bingo. A atividade ocorreu bem, a sala
ficou em absoluto silêncio esperando ouvir os números, e notamos que alguns deixavam o
caderno aberto para relembrar quais foram explicados no início da aula. Conforme os
números eram ditos, os alunos marcavam com “X” o número que ouviam, às vezes pediam
para nós repetirmos, e outras vezes eles repetiam após ouvir a palavra, fixando assim a
pronúncia em seu vocabulário. A atividade ocorreu de maneira completa, com algumas duplas
ganhando o bingo ao final, mas o que foi proveitoso foi saber que muitos deles que até então
não conheciam diversos números, puderam aprender, e com essa atividade, internalizar que o
aprendizado não precisa ser monótono, reiteramos isso por causa do feedback de vários
estudantes.
Antes de sairmos, alguns garotos perguntavam quando iríamos voltar, enquanto outras
garotas comentavam que a aula foi muito legal. Ouvir isso foi reconfortante por saber que
servimos para aproximar aqueles estudantes a uma paixão pelo inglês, além de ser um meio
para que possam mudar a forma com que veem o aprendizado.
Na nossa aula prática no 7° B, a professora solicitou que pudéssemos ler e responder
uma atividade do livro sobre os substantivos e verbos. A atividade continha um pequeno texto
e uma tirinha na qual lemos com a turma pontuando as palavras cognatas, explicando que
procurassem elas, e resolvemos o exercício. Na segunda parte da aula, o assunto proposto era
as letras do alfabeto em inglês. Depois de anotar todas as letras do alfabeto, lemos em voz alta
com a sala, e todos foram repetindo na sequência, neste momento percebemos um alvoroço
porque alguns alunos do fundão desfocaram para fazer piadas, mas conseguimos contornar
isso, avisando que a atividade final seria importante ter esse conhecimento em mente, além de
perguntarmos para eles qual a pronúncia de certas letras.

Figuras 4: explicação da atividade do livro.

Fonte: Acervo pessoal.

Ao final da aula, propomos uma atividade para fixar o conteúdo, cada aluno primeiro,
treinaria com o colega ao lado a pronúncia de cada letra do seu nome para depois ir a frente
soletrar diante da turma. Nesse momento, muitos começaram a treinar, outros aproveitaram
para conversar, e quando notávamos isso, íamos até eles para ajudar a voltar o foco, e ver
como estavam soletrando. Depois de um tempo, chamamos um aluno por vez, escrevemos o
nome em letras grandes no quadro para a turma visualizar, e quem acertasse ganharia um
pirulito.

Figura 5: Atividade de soletrar o nome.

Fonte: Acervo pessoal.

A atividade aconteceu de maneira divertida, com cada aluno querendo participar para
ganhar o pirulito. Podemos perceber que eles estavam empenhados em participar e acertar, e
enquanto atentavam se o colega acertaria o próprio nome, eles revisavam a pronúncia e
treinavam até serem chamados. Muitos acertavam o nome completo de primeira, outros ainda
tinham receio de falar por não lembrar todas as letras, e nesses casos, os graduandos ajudavam
com algumas letras. Ao final, a maioria participou, e o que foi mais proveitoso foi que eles de
fato, puderam expandir tanto a forma de interpretar o exercício do livro, como a pronúncia das
letras do alfabeto em inglês corretamente. Soletrar o nome pode parecer algo simples, mas foi
um grande passo porque notamos a motivação e o empenho da sala para participar, e ao final
comentários de que o pirulito estava bom e perguntas de quando iríamos retornar.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em síntese, este relato de experiência pretendeu responder a seguinte pergunta: quais


aprendizagens foram obtidas a partir das experiências do Estágio Supervisionado I do curso
de Letras Inglês, realizado em turmas do ensino fundamental em uma escola pública? Essa
questão evidencia desde as observações realizadas na escola, e o período de regência, em que
praticamos aulas práticas com os estudantes do ensino fundamental, com a relevância de
preparar o graduando para a futura profissão de docente.
Portanto, por meio dessa experiência em alguns meses, pudermos ter um pouco mais
de conhecimento da realidade em nossas escolas da rede pública. Tiramos como lição, que
observar não é apenas um trabalho passivo, mas que exige certa capacidade técnica, pois a
partir dessa atividade, o trabalho pode ser alavancado de forma exponencial, já que nessa fase,
os pequenos problemas que passam muitas vezes imperceptíveis, podem ser solucionados de
antemão no planejamento. Adiante, que tenhamos como foco o aprendizado e consideração
pela diversidade de alunos que entram no sistema educacional, por que cada aluno tem sua
forma de aprender, seus gostos e afinidades, e nós como futuros docentes desejamos facilitar a
paixão de muitos deles pela Língua Inglesa, percebendo que muitos terão contato pela
primeira vez com essa língua na escola.
Outro apontamento, seria o da percepção que tivemos das aulas. Ao nosso ponto de
vista, as aulas deveriam ser dinâmicas nessa fase de ensino fundamental, já que muitos são
crianças passando para a adolescência. Nesse período de emoções, algo estático e pragmático
demais, enfadonha os garotos facilmente, por esse motivo, o professor deve traçar metas para
diversificar a forma como ele apresenta o conteúdo, seja qual for. Diante disso, ressaltamos a
importância da ministração do conteúdo gramatical, já que as provas o cobram assim, porém,
destacamos em como esse conteúdo será explanado, e quais técnicas serão aplicadas.
Percebemos que formação de duplas, ou mesmo quando estiveram individualmente, as
brincadeiras e minijogos capturaram a atenção da maior parte da turma, o que exigiu que os
estudantes realmente se lembrassem da gramática para acertarem e vencerem os jogos, depois
da explicação na primeira parte da aula. Constatamos que os dois aspectos do aprendizado
podem ser mesclados, visando um resultado positivo e proveitoso tanto para a escola,
professor, pais e alunos. Ainda, desenvolver o senso crítico dos estudantes é essencial.
Percebemos que ter estudantes proativos potencializa e transforma o ensino-aprendizagem de
forma exponencial, além de prepará-los para o futuro próximo que exigirá que falem para o
público, se comuniquem e possivelmente façam viagens para fora do país, e por essa razão,
pelo pouco tempo que ficamos na escola, tivemos a oportunidade de mostrar o caminho para
que eles possam seguir e descobrir suas paixões nessa jornada.
Por fim, concluímos que o contato do nosso professor da disciplina de Estágio
Supervisionado I foi de auxílio essencial, desde os primeiros momentos na universidade com
as discussões pertinentes, as rodas de conversas instigantes, os textos trazidos para debate no
ambiente acadêmico e apresentações, puderam ampliar a visão do graduando para notar
situações nunca pensadas. Portanto, foi de suma importância esses momentos de
problematização e conhecimento teórico, o que mais tarde serviria imprescindivelmente para
a parte prática. Outro fator, é que também aprendemos que estamos em conjunto com o
professor da escola pública, para somar forças e não para disputas irrelevantes. Dito isso, a
cooperação e a nossa humildade cooperaram para deixar um ambiente acolhedor e de respeito
mútuo, visando a expansão da educação e a transformação completa dos alunos da rede
pública.
Sumariamente, a experiência do estágio foi revolucionária, juntando teoria e prática,
universidade e escola, mudou totalmente a forma de perceber pela experiência real, o ensino e
como dar aulas. Os ensinamentos aprendidos terão profunda relevância para o futuro, como
referência e a busca sempre de melhorias, bem como desejamos que cada aluno atue não
apenas como coadjuvante, mas como protagonista de sua aprendizagem.

REFERÊNCIAS

LIBÂNEO, José Carlos. Didática [livro eletrônico]. São Paulo: Cortez, 2017.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Aula: Gênese, dimensões, princípios e práticas. (org.). –
Campinas, SP: Papirus, 2008

ZABALZA, Miguel A. O estágio e as práticas em contextos profissionais na formação


universitária [livro eletrônico] – 1. ed. – São Paulo: Cortez, 2015.

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