Praticas Eletronica Av1
Praticas Eletronica Av1
Praticas Eletronica Av1
PRATICAS EM ELETRONICA
ENGENHARIA ELÉTRICA
RESUMO
Os transistores são dispositivos eletrônicos, que possuem a capacidade de operar como chaves
eletrônicas ou como amplificadores de sinais. Este componente está presente na maioria dos
circuitos eletrônicos atuais. Como chave eletrônica, o transistor é a base da construção de
microprocessadores, chips e até conversores de potência para energia renovável e acionamento
de máquinas. Já como amplificador de sinal, os transistores constroem sensores
industriais, amplificadores de som, transmissores, etc.
2
PRATICAS EM ELETRONICA
ENGENHARIA ELÉTRICA
O QUE É UM TRANSISTOR?
Como mencionado, um transistor é um dispositivo eletrônico que opera de duas maneiras:
como chave ou como amplificador. Normalmente, os transistores possuem três terminais, e
dependendo da polarização desses terminais, ou seja, do nível de tensão e/ou corrente
aplicado, eles operam em uma de três regiões:
Região de corte – Onde não há corrente elétrica circulando pelo dispositivo. Nesta região, o
transistor é uma chave aberta;
Região ativa – Nesta região, que pode ter nome diferente, dependendo do tipo de transistor, o
dispositivo opera como uma fonte de corrente controlada. Com isso, podemos construir
amplificadores de sinais para diversas aplicações analógicas;
Região de Saturação – Nesta região (que também tem nome diferente, dependendo do tipo
de componente), a corrente do dispositivo é levada ao limite máximo que o circuito externo ao
transistor consegue entregar. Com isso, o dispositivo consegue conduzir uma corrente
máxima, mas apresenta uma tensão de saída baixa. Portanto, ele é uma chave fechada.
Podemos ver que, combinando as regiões de corte e saturação, temos uma chave eletrônica. Já
operando na região ativa, temos um amplificador. Contudo, a polarização dos terminais do
transistor para definir em qual região operar, depende principalmente do tipo de transistor.
Existem basicamente três tipos de transistores atualmente:
Os dois tipos de transistores tem diferenças construtivas muito grandes entre si. Assim,
enquanto o acionamento de um transistor demanda uma corrente de entrada, o outro requer
uma tensão de entrada. Enquanto um trabalha bem em alta frequência, outro trabalha bem em
alta potência. Portanto, conhecer bem os tipos de transistor é importante para selecionar o
dispositivo mais adequado para o seu projeto.
está na direção da seta do terminal de emissor, que aponta para o sentido do diodo da junção
base-emissor (JBE).
FUNCIONAMENTO DO TBJ
O funcionamento do TBJ vai depender da polarização dos dois diodos de junção, de modo
que:
O princípio de funcionamento de um TBJ, seja ele NPN ou PNP é igual. Contudo, há uma
inversão de polaridade nas tensões e correntes de um transistor para outro. A figura a seguir
mostra as polarizações e sentidos de corrente nos terminais do TBJ, tanto para dispositivos
NPN, quanto para PNP.
4
PRATICAS EM ELETRONICA
ENGENHARIA ELÉTRICA
TRANSISTORES JFET
Os transistores JFET (Junction FET) possuem uma construção bem diferente dos MOSFETs.
Como ilustra a figura a seguir, o JFET também pode ser do tipo Canal N e Canal P, porém,
não existe um Gate isolado como nos MOSFETs. Ao contrário, um JFET canal N, por
exemplo, possui um corpo de material tipo N com duas “ilhas” do tipo P, onde o ligamos o
terminal do Gate. Essas ilhas acabam deixando um canal entre elas, por onde os elétrons (ou
lacunas) irão circular. Note que o terminal de Drain e o de Source estão ligados no mesmo
material, sendo que, em um primeiro momento, o que limita a corrente quando existe uma
tensão VDS aplicada é a resistência de corpo do material tipo N.
FUNCIONAMENTO DO JFET
Diferentemente do MOSFET, onde a estrutura MOS funciona como um capacitor, no caso do
JFET, existe uma junção PN, ou seja, um diodo, entre Gate e Source. Como não queremos que
esse diodo conduza, a tensão VGS deve ser negativa, no JFET canal N, e positiva, no JFET
5
PRATICAS EM ELETRONICA
ENGENHARIA ELÉTRICA
canal P. Além disso, a tensão VDS deve ser positiva no JFET canal N e negativa no JFET
canal P, o que também evita a condução entre o corpo do dispositivo e o Gate.
Pensando num JFET canal N, quando VGS = 0, o canal entre as ilhas de Gate tem sua maior
largura. Assim, nesta condição o JFET conduz sua maior corrente. Se VGS agora ficar
negativo, o campo elétrico entre Gate e Source vai expulsar elétrons do canal, criando uma
camada de depleção e reduzindo ID. Para um determinado valor de VGS, chamado de VGS
de corte, a camada de depleção cobre todo canal e o JFET entra no modo de corte (ID=0).
Os outros dois modos de operação do JFET dependem da tensão VDS. Supondo que o JFET
tenha uma VGS fixa: quando VDS é pequena, o canal tem uma largura também fixa e o JFET
vai se comportar como uma resistência (região de triodo). Agora, quando VDS começa a
crescer, o campo elétrico entre o corpo do JFET e o Gate, no extremo mais próximo do Drain,
também cresce. Assim, a camada de depleção deixa de ser uniforme ao longo do canal e se
torna mais estreita próximo do Drain. Assim, como ocorre com o MOSFET, isso faz com que
a sensibilidade da corrente de Drain com a tensão VDS reduza. A partir de um ponto,
chamado de Tensão de Pinchoff (Vp), a corrente ID fica constante, que é a região de
Saturação do JFET.
MODELO EQUIVALENTE
O modelo DC, em geral utilizado para polarização de transistores, não consegue representar
adequadamente as pequenas variações CA. Em BJT, existem 4 parâmetros de interesse:
– i B, i C, vBE,Vce
vBE como função de i B e vCE
6
PRATICAS EM ELETRONICA
ENGENHARIA ELÉTRICA
Considere os parâmetros IB, IC, VBE, VCE do transistor operando no ponto Q (ponto de
operação)
– iB = IB+∆iB
– vCE = VCE+∆vCE
As mudanças ∆iB e ∆vCE resultam nas mudanças CA de vBE e ic que podem ser encontradas
pela série de Taylor na região vizinha ao ponto Q, ou seja:
Onde:
hie - resistor de entrada do rasistor, dado em Ohms (Ω)
hre - sem unidade
hfe - sem unidade (ganho)
hoe – condutância de saída, dado em mhos (Siemens)
A resposta do transistor para pequenos sinais CA é dado por:
freqüências.
Como na prática geralmente os fabricantes fornecem as características dos transistores
através de parâmetros h, no Apêndice I são apresentados o modelo baseado em parâmetros
h e sua equivalência com o p-híbrido.
O circuito equivalente p-híbrido para um transistor em configuração emissor comum.
No modelo incremental valem apenas as correntes incrementais ie, ib, ic. As correntes IE,
IB, e IC estão implícitas nos parâmetros deste modelo, tendo servido de base para o
cálculo do valor de cada um dos parâmetros deste modelo. Em relação ao modelo p-
híbrido a que estamos mais acostumados podemos ver duas modificações: a inclusão das
resistências rBB’ e rm, e o uso da denominação vb’e ao invés de vp, sendo que ambas
representam a mesma tensão (queda sobre rp). Essas inclusões modelam efeitos de
segunda ordem que normalmente não são tratados em livros-texto introdutórios. Assim,
temos:
rBB’ resistência entre o contato externo da base e a região interna do transistor que
funciona como base; na prática constata-se que esta resistência é de cerca de 50 a
1000 W dependendo do transistor.
rp resistência equivalente enxergada pela corrente iB entre a base efetiva e o
emissor. Assim, devemos ter:
a sua expansão em série nos permite identificar o termo linear (de primeira ordem)
como sendo aquele que representa a corrente incremental de emissor:
No circuito equivalente apresenta o modelo p-híbrido completo. Entretanto, este modelo pode
ser bastante simplificado dependendo da faixa de freqüências utilizada. Assim, em freqüências
baixas e médias podemos utilizar um circuito onde o efeito dos capacitores é desprezado.
10
PRATICAS EM ELETRONICA
ENGENHARIA ELÉTRICA
Este modelo é válido enquanto pudermos desprezar C0, Cp e Cm, ou seja, enquanto a
impedância das capacitâncias na freqüência considerada for muito maior que a da resistência
paralela a ela:
Para freqüências muito altas, podemos também fazer algumas simplificações. Nesta situação,
há uma reversão na ordem de grandeza relativa entre a as capacitâncias e resistências, mais
fortemente para as junções base-emissor e base-coletor. As expressões acima deixam então de
ser válidas.
onde
O cálculo desta expressão é feito usando o teorema de Miller. A expressão acima demonstra
que em altas freqüências o amplificador se comporta como um circuito de pólo simples.
11
PRATICAS EM ELETRONICA
ENGENHARIA ELÉTRICA
Observe, como mostrado acima, que o ganho de corrente varia com a freqüência, e que
portanto podemos calcular a freqüência fT para a qual o ganho de corrente do transistor em
montagem emissor comum com o emissor e coletor curto-circuitados (em corrente alternada)
tem valor unitário:
Esta expressão tem um importante significado: o produto da banda (faixa de freqüência até
atingir o corte superior) de um amplificador pelo valor de seu ganho nesta mesma faixa é
constante, e igual à freqüência de ganho unitário. Portanto há um compromisso entre banda e
ganho: ao se aumentar um deles o outro será reduzido, pois são inversamente proporcionais.
Finalmente:
O parâmetro fT, como mostra a fig. 6, é altamente dependente da corrente de coletor IC.
Quando o transistor está trabalhando em regime linear (nem saturado, nem cortado) numa
aproximação de primeira ordem, o valor de Cp também varia proporcionalmente com a
corrente. Desta forma, a variação de gm é compensada pela de Cp, mantendo assim fT
praticamente constante. Esta é a região de interesse para a construção dos amplificadores.
Conclusão
Os transistores são componentes eletrônicos indispensáveis na construção de qualquer
equipamento atualmente, servindo com igual importância a sistemas analógicos, digitais e de
potência.
12
PRATICAS EM ELETRONICA
ENGENHARIA ELÉTRICA
Referencias