Informativo_stf_1159 - STF

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Edição 1159/2024

27 DE NOVEMBRO DE 2024
Secretaria-Geral da Presidência
Aline Rezende Peres Osorio

Gabinete da Presidência
Fernanda Silva de Paula

Diretoria-Geral
Eduardo Silva Toledo

Secretaria de Altos Estudos, Pesquisas e Gestão da Informação


Patrícia Perrone Campos Mello

Coordenadoria de Difusão da Informação


Renata Helena Souza Batista de Azevedo Rudolf

Equipe Técnica
Renan Arakawa Pamplona
Anna Daniela de Araújo M. dos Santos
Daniela Damasceno Neves Pinheiro
João de Souza Nascimento Neto
Luiz Carlos Gomes de Freitas Júnior
Mariana Bontempo Bastos
Pedro Augusto Dantas Barbosa
Ricardo Henriques Pontes
Tays Renata Lemos Nogueira

Capa e projeto gráfico


Flávia Carvalho Coelho Arlant

Diagramação
Leonardo Ramsés Cunha Oliveira

INFORMAÇÕES
ADICIONAIS

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Supremo Tribunal Federal — Biblioteca Ministro Victor Nunes Leal)

Informativo STF [recurso eletrônico] / Supremo Tribunal Federal. N. 1, (1995) – . Brasília : STF, 1995 – .
Semanal.
O Informativo STF, periódico semanal do Supremo Tribunal Federal, apresenta, de forma objetiva e concisa, resumos das teses e
conclusões dos principais julgamentos realizados pelos órgãos colegiados – Plenário e Turmas –, em ambiente presencial e virtual.
http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?servico=informativoSTF
ISSN: 2675-8210.
1. Tribunal supremo, jurisprudência, Brasil. 2. Tribunal supremo, periódico, Brasil. I. Brasil. Supremo Tribunal Federal (STF). Secretaria de
Altos Estudos, Pesquisas e Gestão da Informação.
CDDir 340.6

Permite-se a reprodução desta publicação, no todo ou em parte, sem alteração do conteúdo, desde que citada a fonte.

ISSN: 2675-8210

INFORMATIVO STF. Brasília: Supremo Tribunal Federal, Secretaria de Altos Estudos, Pesquisas e Gestão da Informação, n. 1159/2024.
Disponível em: http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?servico=informativoSTF. Data de divulgação: 27 de novembro de 2024.
INFORMATIVO STF 27 de novembro de 2024 | 1159/2024

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

MINISTRO
LUÍS ROBERTO BARROSO
Presidente [26.06.2013]

MINISTRO
LUIZ EDSON FACHIN
Vice-presidente [16.06.2015]

MINISTRO
GILMAR FERREIRA MENDES
Decano [20.06.2002]

MINISTRA
CÁRMEN LÚCIA ANTUNES ROCHA
[21.06.2006]

MINISTRO
JOSÉ ANTONIO DIAS TOFFOLI
[23.10.2009]

MINISTRO
LUIZ FUX
[03.03.2011]

MINISTRO
ALEXANDRE DE MORAES
[22.03.2017]

MINISTRO
KASSIO NUNES MARQUES
[05.11.2020]

MINISTRO
ANDRÉ LUIZ DE ALMEIDA MENDONÇA
[16.12.2021]

MINISTRO
CRISTIANO ZANIN MARTINS
[04.08.2023]

MINISTRO
FLÁVIO DINO DE CASTRO E COSTA
[22.02.2024]
INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1159/2024 |

SUMÁRIO

1 INFORMATIVO

1.1 PLENÁRIO

DIREITO CONSTITUCIONAL

» Funções Essenciais à Justiça; Ministério Público; Ministério Público do


Distrito Federal e Territórios; Nomeação do Procurador-Geral; Prerrogativa
do Presidente da República

• MPDFT: nomeação de seu chefe pelo Presidente da República - ADI 6.247/DF

» Poder Legislativo; Assembleia Legislativa; Eleição da Mesa Diretora;


Contemporaneidade

• Eleições para a Mesa Diretora de Assembleia Legislativa: segundo biênio da


legislatura e contemporaneidade - ADI 7.733/DF

» Repartição de Competências; Direito Processual

• Programa estadual de parcelamento de débitos tributários: fixação do


percentual devido a título de honorários de sucumbência titularizados pelos
procuradores do estado - ADI 7.341/SE

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

» Servidor Público Civil; Benefícios em Espécie; Aposentadoria; Pagamento;


Termo Inicial

• Termo inicial de pagamento dos benefícios de aposentadoria do regime


próprio de previdência do estado - ADI 6.849/PR

SUMÁRIO
4
INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1159/2024 |

2 PLENÁRIO VIRTUAL EM EVIDÊNCIA

» Imposto de Importação: responsabilidade solidária do representante do


transportador estrangeiro - ADI 5.431/DF

» Transferência das funções do extinto Tribunal de Contas dos Municípios


para o Tribunal de Contas do Estado e poder de emendas parlamentares
a projeto de lei de iniciativa privativa - ADI 6.067/CE

» Tribunal de Contas estadual e emissão do parecer prévio: apreciação das


contas anuais do chefe do Poder Executivo após o exaurimento do prazo
constitucional - ADPF 366/AL

» Criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios: mora


legislativa do Congresso Nacional para edição de lei complementar - ADO
70/PA

» Política pública de combate à alienação parental no âmbito municipal -


ARE 1.495.711/SP

» Tribunal de Justiça estadual: destinação de nova vaga para o quinto


constitucional - ADI 7.667/PI

» Agência Nacional de Energia Elétrica: definição da destinação de tributos


indevidos - ADI 7.324/DF

» Efeitos jurídicos da ocupação da presidência de convenção partidária


por pessoa com direitos políticos suspensos - ADPF 824/DF

» Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs) e vendas de mercadorias


ou serviços ao mercado interno - ADI 7.174/DF

SUMÁRIO
5
INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1159/2024 |

1 INFORMATIVO

PLENÁRIO

DIREITO CONSTITUCIONAL – FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA; MINISTÉRIO


PÚBLICO; MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS;
NOMEAÇÃO DO PROCURADOR-GERAL; PRERROGATIVA DO PRESIDENTE
DA REPÚBLICA

MPDFT: nomeação de seu chefe pelo Presidente da


República - ADI 6.247/DF

ÁUDIO
DO TEXTO

RESUMO:

É constitucional — à luz da peculiar natureza jurídica do Distrito Federal e da


estrutura orgânica do Ministério Público da União (MPU) — norma que autoriza o
Presidente da República a nomear o procurador-geral do Ministério Público do
Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

O Distrito Federal, embora possua autonomia, não é equiparado aos estados-membros.


Ele apresenta competências e restrições específicas que o caracterizam como um ente
singular (1), de modo que, por expressa determinação constitucional, não pode instituir
ou manter o seu próprio Poder Judiciário ou Ministério Público.

No âmbito distrital, a organização e a manutenção da polícia civil, da polícia penal,


da polícia militar e do corpo de bombeiros militar são de responsabilidade da União,
motivo pelo qual a utilização dessas instituições pelo Governo do Distrito Federal deve
observar o disposto em lei federal (CF/1988, art. 32, § 4º).

Nesse contexto, a Constituição Federal de 1988 incluiu o MPDFT na estrutura do MPU,


conferindo-lhe natureza federal (2), circunstância que afasta qualquer paralelismo entre
a sistemática de nomeação dos chefes dos Ministérios Públicos estaduais e o do MPDFT.
Ademais, dada a autonomia e a independência do Ministério Público em relação aos
demais Poderes (CF/1988, art. 127), a nomeação do procurador-geral de justiça pelo
Presidente da República não implica subordinação ao Poder Executivo federal.

SUMÁRIO
6
INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1159/2024 |

Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedente a


ação para assentar a constitucionalidade do art. 156, caput, da Lei Complementar nº
75/1993 (3).

(1) Precedente citado: ADI 3.756.

(2) CF/1988: “Art. 21. Compete à União: (...) XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do
Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; (...) Art. 22. Compete privativamente à
União legislar sobre: (...) XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios
e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes; (...) Art. 128. O Ministério
Público abrange: I - o Ministério Público da União, que compreende: a) o Ministério Público Federal; b) o Ministério
Público do Trabalho; c) o Ministério Público Militar; d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;”

(3) Lei Complementar nº 75/1993: “Art. 156. O Procurador-Geral de Justiça será nomeado pelo Presidente da
República dentre integrantes de lista tríplice elaborada pelo Colégio de Procuradores e Promotores de Justiça,
para mandato de dois anos, permitida uma recondução, precedida de nova lista tríplice.”

ADI 6.247/DF, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 18.11.2024 (segunda-
feira), às 23:59

DIREITO CONSTITUCIONAL – PODER LEGISLATIVO; ASSEMBLEIA


LEGISLATIVA; ELEIÇÃO DA MESA DIRETORA; CONTEMPORANEIDADE

Eleições para a Mesa Diretora de Assembleia Legislativa:


segundo biênio da legislatura e contemporaneidade
- ADI 7.733/DF

ÁUDIO
DO TEXTO

RESUMO:

As eleições dos integrantes da Mesa Diretora do Poder Legislativo para o segundo


biênio da legislatura devem ser realizadas a partir do mês de outubro do ano
anterior ao início do mandato pertinente, em respeito à legitimidade do processo
legislativo e à expressão política da atual composição da Casa Legislativa.

A antecipação desarrazoada das referidas eleições tende a favorecer os grupos políticos


majoritários e influentes no momento da votação, que não refletirá, necessariamente, o
anseio predominante ao início do novo biênio, em clara violação aos princípios repu-
blicano e democrático. A periodicidade eleitoral permite que se avalie o desempenho
dos ocupantes atuais dos cargos antes da realização do novo pleito.

SUMÁRIO
7
INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1159/2024 |

Conforme jurisprudência desta Corte, a realização de eleições, para os órgãos de dire-


ção do Poder Legislativo, próximas ao início do respectivo mandato configura não só
uma ferramenta democrática, mas também um mecanismo de concretização do prin-
cípio representativo, da periodicidade do pleito e da contemporaneidade (1).

Ademais, as disposições acerca das eleições diretas para os cargos de prefeito, gover-
nador e presidente da República, sempre fazem referência ao mês de outubro do ano
anterior ao término do mandato (CF/1988, art. 77, caput). Nesse contexto, depreende-se
de uma leitura sistemática da Constituição Federal, que as eleições previstas na norma
impugnada devam ser realizadas a partir do mês de outubro do ano precedente ao
biênio relativo ao pleito.

Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, converteu o exame de


medida cautelar em análise de mérito e julgou procedente a ação para declarar a incons-
titucionalidade, sem redução de texto, do art. 11 do Regimento Interno da Assembleia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte (2), com a finalidade de excluir qualquer
interpretação que permita a realização de eleições, para composição da Mesa Diretora
para o segundo biênio da legislatura, antes do mês de outubro que antecede o início
do referido biênio. Além disso, igualmente por votação unânime, o Tribunal (i) modulou
os efeitos da presente decisão para preservar a validade dos atos já praticados até
a data de publicação da ata do presente julgado, à exceção das eleições já realiza-
das, em 01.02.2023, para o biênio 2025-2026; e (ii) determinou a realização de nova
eleição para composição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado do
Rio Grande do Norte para o biênio 2025-2026.

(1) Precedente citado: ADI 7.350.

(2) Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte: “Art. 11. Até o terceiro
ano de cada legislatura, em data e hora previamente designadas pelo Presidente, antes de inaugurada a
sessão legislativa e sob a direção da Mesa da sessão anterior, realizar-se-á a eleição do Presidente e dos
demais membros da Mesa.”

ADI 7.733/DF, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 18.11.2024 (segunda-
feira), às 23:59

SUMÁRIO
8
INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1159/2024 |

DIREITO CONSTITUCIONAL – REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS; DIREITO


PROCESSUAL

DIREITO PROCESSUAL CIVIL – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE


SUCUMBÊNCIA; PROCURADOR DO ESTADO

Programa estadual de parcelamento de débitos


tributários: fixação do percentual devido a título
de honorários de sucumbência titularizados pelos
procuradores do estado - ADI 7.341/SE

ÁUDIO
DO TEXTO

RESUMO:

É inconstitucional — por violar a competência privativa da União para legislar sobre


direito processual (CF/1988, art. 22, I) — norma estadual que fixa o percentual
dos honorários de sucumbência devidos aos procuradores estaduais em razão
do parcelamento realizado pelos contribuintes nas ações tributárias e execuções
fiscais ajuizadas.

O texto constitucional atribui à União a competência privativa para legislar sobre direito
processual, com a finalidade de garantir a uniformidade do tratamento da matéria em
âmbito nacional e, consequentemente, a regulamentação dos honorários sucumben-
ciais, no que diz respeito à preservação da sua natureza remuneratória (1).

Conforme jurisprudência desta Corte (2), incorre em vício de inconstitucionalidade formal


a legislação estadual que — embora estabeleça um programa de incentivo à quitação
dos débitos tributários por meio do parcelamento — modifique os critérios de fixação
dos honorários sucumbenciais previstos na legislação federal e institua uma redução
no percentual da verba honorária devida aos advogados públicos.

Na espécie, a norma estadual impugnada, com o intuito de estimular a regularização


da situação fiscal de contribuintes inadimplentes com o erário estadual, a partir do
parcelamento de débitos relativos ao ICMS, estabeleceu o escalonamento de honorá-
rios sucumbenciais devidos aos procuradores do estado de acordo com a extensão
do parcelamento do crédito tributário acordado.

SUMÁRIO
9
INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1159/2024 |

Com base nesses e em outros entendimentos, o Plenário, por maioria, julgou proce-
dente a ação para declarar a inconstitucionalidade do art. 8º, caput, e incisos I a III,
da Lei nº 9.137/2023 do Estado de Sergipe (3).

(1) Precedentes citados: ADI 2.699, ADI 4.981, ADI 5.908, ADI 1.807 e ADI 2.736.

(2) Precedente citado: ADI 7.014.

(3) Lei nº 9.167/2023 do Estado de Sergipe: “Art. 8º. Devem ser devidos pelo contribuinte honorários advocatícios
de sucumbência fixados nos percentuais a seguir indicados, calculados sobre o valor do crédito tributário
executado apurado com as reduções previstas nesta Lei, observados o mesmo número de parcelas e datas
de vencimento: I - 1% (um por cento) para pagamento à vista; II - 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por
cento) para pagamento em até 12 (doze) parcelas; III - 10% (dez por cento) mediante parcelamento superior
a 12 (doze) parcelas.”

ADI 7.341/SE, relator Ministro Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 18.11.2024 (segunda-
feira), às 23:59

DIREITO PREVIDENCIÁRIO – SERVIDOR PÚBLICO CIVIL; BENEFÍCIOS EM


ESPÉCIE; APOSENTADORIA; PAGAMENTO; TERMO INICIAL

Termo inicial de pagamento dos benefícios de


aposentadoria do regime próprio de previdência do
estado - ADI 6.849/PR

ÁUDIO
DO TEXTO

TESE FIXADA:

“É constitucional lei estadual que fixe o mês subsequente ao da publicação do ato


concessivo de aposentadoria como o termo inicial para o pagamento do respec-
tivo benefício do regime próprio de previdência.”

RESUMO:

Não viola a Constituição Federal norma estadual que estabelece o termo ini-
cial para o pagamento dos benefícios de aposentadoria do Regime Próprio de
Previdência Social local a partir do mês seguinte ao da publicação do ato conces-
sivo de aposentadoria.

SUMÁRIO
10
INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1159/2024 |

A competência legislativa acerca da previdência social é concorrente, cabendo à União


editar as diretrizes normativas gerais e aos estados e ao Distrito Federal legislar de
forma suplementar (CF/1988, art. 24, XII, e parágrafos) (1).

Nesse contexto, tanto o art. 40 da CF/1988 quanto as disposições da Lei nº 9.717/1998


— que tratam dos princípios e normas gerais aplicáveis aos Regimes Próprios de
Previdência Social dos servidores públicos de todos os entes federativos — não esta-
belecem o termo inicial de pagamento dos benefícios de aposentadoria. Inexistindo
norma geral sobre essa questão, não há óbice para que cada unidade federada fixe
a data de pagamento da aposentadoria, pois representa medida que decorre do legí-
timo exercício da competência legislativa suplementar.

Na espécie, a norma estadual impugnada não viola o direito adquirido (CF/1988, art.
5º, XXXVI), pois não altera os requisitos para a concessão de aposentadoria, nem o
princípio da isonomia (CF/1988, art. 5º, caput), porque a matéria padece de uniformi-
dade nacional. Também não há se falar em estímulo a comportamento moroso da uni-
dade gestora do sistema previdenciário, diante das particularidades fáticas de cada
ente federativo.

Ademais, até o efetivo pagamento do provento de aposentadoria ao beneficiário, o


servidor público continua recebendo seus vencimentos da ativa, motivo pelo qual o
pagamento dos proventos desde a data da entrega do requerimento representa deso-
bediência à vedação, como regra, da percepção simultânea de proventos de apo-
sentadoria decorrentes do regime próprio com a remuneração do cargo, emprego ou
função pública (CF/1988, art. 37, § 10).

Com base nesses e em outros entendimentos, o Plenário, por unanimidade, conheceu


em parte da ação e, nessa extensão, a julgou improcedente para assentar a constitu-
cionalidade do art. 48 da Lei Complementar nº 233/2021 do Estado do Paraná, com a
fixação da tese anteriormente citada.

(1) Precedentes citados: ADI 7.198 e ACO 830.

(2) Lei Complementar nº 233/2021 do Estado do Paraná: “Art. 48. As aposentadorias por idade e pelas regras
de transição serão devidas a partir do mês subsequente ao da publicação do ato concessivo.”

ADI 6.849/PR, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 18.11.2024 (segunda-
feira), às 23:59

SUMÁRIO
11
INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1159/2024 |

2 PLENÁRIO VIRTUAL EM EVIDÊNCIA

JULGAMENTO VIRTUAL: 22.11 a 29.11.2024


ÁUDIO
DO TEXTO

ADI 5.431/DF
Relator: Ministro GILMAR MENDES   

Imposto de Importação: responsabilidade solidária do representante do


transportador estrangeiro

Análise constitucional — à luz da exigência de lei complementar para dispor sobre


normas gerais em matéria de legislação tributária (CF/1988, art. 146, III) e dos
princípios constitucionais da vedação ao confisco, da capacidade contributiva e da
livre iniciativa (CF/1988, arts. 5º, XIII; 145, § 1º; 150, IV; e 170) — de norma que estabelece
a responsabilidade solidária, pelo recolhimento do Imposto de Importação, de
representante de transportador estrangeiro no Brasil.

ADI 6.067/CE
Relator: Ministro GILMAR MENDES   

Transferência das funções do extinto Tribunal de Contas dos Municípios


para o Tribunal de Contas do Estado e poder de emendas parlamentares
a projeto de lei de iniciativa privativa

Verificação da constitucionalidade — à luz do princípio da pertinência temática das


emendas parlamentares em projeto de lei de iniciativa privativa — de dispositivos da
lei cearense que adapta a redação da Lei nº 12.509/1995 (Lei Orgânica do Tribunal
de Contas do Estado do Ceará) à transferência das funções do extinto Tribunal de
Contas dos Municípios para o Tribunal de Contas do Estado, promovida pela EC
estadual nº 92/2017.

SUMÁRIO
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INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1159/2024 |

ADPF 366/AL
Relator: Ministro GILMAR MENDES   

Tribunal de Contas estadual e emissão do parecer prévio: apreciação das


contas anuais do chefe do Poder Executivo após o exaurimento do prazo
constitucional

Controvérsia constitucional — à luz do art. 71, I, da CF/1988 — a respeito da possibilidade


de o Poder Legislativo proceder à apreciação das contas anuais do chefe do Poder
Executivo estadual após o exaurimento do prazo constitucional para emissão do
parecer prévio pelo Tribunal de Contas estadual.

ADO 70/PA
Relator: Ministro DIAS TOFFOLI   

Criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios: mora


legislativa do Congresso Nacional para edição de lei complementar

Discussão quanto à suposta omissão do Congresso Nacional em editar a lei


complementar federal prevista no art. 18, § 4º, da CF/1988, a qual deverá determinar
o período em que o legislador estadual disporá sobre a criação, a incorporação, a
fusão e o desmembramento de municípios.

ARE 1.495.711/SP LEITURAS


EM PAUTA
Relator: Ministro FLÁVIO DINO

Política pública de combate à alienação parental no âmbito municipal

Averiguação — à luz da reserva de iniciativa do chefe do Poder Executivo e das


competências da União e do Ministério Público — da constitucionalidade de dispositivos
da Lei nº 10.509/2022 do Município de Santo André/SP, que instituiu políticas públicas
voltadas ao combate à alienação parental.

SUMÁRIO
13
INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1159/2024 |

ADI 7.667/PI
Relator: Ministro DIAS TOFOLLI   

Tribunal de Justiça estadual: destinação de nova vaga para o quinto


constitucional

Exame da constitucionalidade de dispositivo da Lei Complementar piauiense nº


266/2022 (Lei de Organização Judiciária do Estado do Piauí), com a redação dada
pela Lei Complementar piauiense nº 294/2024, que prevê que a nova vaga do quinto
constitucional, criada com a ampliação do número de membros do Tribunal de
Justiça local, será preenchida por membro proveniente da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB).

ADI 7.324/DF
Relator: Ministro ALEXANDRE DE MORAES   

Agência Nacional de Energia Elétrica: definição da destinação de tributos


indevidos

Debate sobre a constitucionalidade da Lei nº 14.385/2022, que dispõe sobre a


atribuição conferida à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para destinar,
em proveito dos usuários do respectivo serviço público, valores objeto de repetição
de indébito tributário praticado pelas empresas distribuidoras de energia elétrica.

SUMÁRIO
14
INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1159/2024 |

ADPF 824/DF
Relator: Ministro NUNES MARQUES   

Efeitos jurídicos da ocupação da presidência de convenção partidária por


pessoa com direitos políticos suspensos

Debate sobre a constitucionalidade de decisões proferidas pelo Tribunal Superior


Eleitoral (TSE) nas quais firmado entendimento jurisprudencial no sentido de que, se
uma convenção partidária for presidida por pessoa com direitos políticos suspensos
devido à condenação por improbidade administrativa, essa condição não tem força
suficiente para tornar nulo o evento e gerar o indeferimento de todas as candidaturas
que dele resultam.

ADI 7.174/DF
Relator: Ministro NUNES MARQUES   

Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs) e vendas de mercadorias


ou serviços ao mercado interno

Análise constitucional, à luz dos princípios da isonomia tributária e da livre concorrência,


acerca da Lei nº 14.184/2021, que alterou a Lei nº 11.508/2007, a qual autorizou a
comercialização, no mercado interno, de toda a produção de empresas situadas
nas Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs).

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SUMÁRIO
15

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