Processo de Insolvencia - Mcms
Processo de Insolvencia - Mcms
Processo de Insolvencia - Mcms
1. Vamos ver se estamos perante uma situação de insolvência, ou não; art. 3 CIRE
o Se estivermos, especificar a finalidade do processo de insolvência – art. 1 CIRE.
o Critério do fluxo de caixa/ da tesouraria (CASHFLOW)– artigo 3/1 – o devedor
é insolvente assim que se torna incapaz de pagar as suas dívidas quando estas
se vencem, por falta de liquidez. Neste caso, é irrelevante que o ativo seja
superior ao passivo, pois que a insolvência se verifica assim que se verifica a
impossibilidade de pagar as dívidas existentes;
- da pessoa singular; TEM MESMO DE NÃO PAGAR, NÃO BASTA O ATRASO;;
o Critério do balanço – artigo 3/2 - a insolvência resulta do facto de os bens do
devedor serem insuficientes para o cumprimento integral das suas obrigações.
Aqui, apenas é insolvente aquele cujo conjunto dos bens não chega para fazer
face às respetivas responsabilidades. Este critério tem a dificuldade de exigir
que se analisem com a devida atenção os bens do devedor.
GRANDE DISCREPÂNCIA ENTRE ATIVO E PASSIVO – PESSOAS COLETIVAS.
2. Depois, verificamos se o sujeito em questão pode ser declarado insolvente (âmbito
subjetivo da insolvência) – art. 2 CIRE
3. Neste ponto, vamos verificar quem tem legitimidade de apresentar o pedido de
insolvência - arts. 18, 19 e 20 CIRE
o A apresentação do pedido de insolvência compete, quando o devedor não seja
uma pessoa singular capaz, compete ao órgão social da administração, ou, não
sendo o caso, a qualquer um dos administradores – art. 19 CIRE
o Ou pode esta declaração de insolvência ser pedida por outros legitimados – art.
20 CIRE:
▪ Pessoa legalmente responsável pelas dívidas do devedor – cf. artigo
6.º, n.º 2, do CIRE: são considerados responsáveis legais as pessoas
que, nos termos da lei, respondam pessoal e ilimitadamente pela
generalidade das dívidas do insolvente, ainda que a título subsidiário.
Não basta, assim, que esteja em causa um garante de uma dívida do
devedor, devendo ser uma pessoa responsável pela generalidade das
dívidas e sem qualquer limitação de responsabilidade, ainda que esta
possa ser subsidiária.
▪ Qualquer credor, ainda que condicional e qualquer que seja a
natureza do seu crédito (o credor deve provar a existência do seu
crédito para demonstrar a sua legitimidade). Os créditos não
subordinados do credor que apresenta o pedido de declaração de
insolvência passam a beneficiar de privilégio crédito geral (crédito
privilegiado), graduado em último lugar, sobre todos os bens móveis
integrantes da massa insolvente, relativamente a um quarto do seu
montante, no máximo correspondente a 500 UC (500 x € 102 = €
51.000) (cf. artigo 98.º, n.º 1, do CIRE).
• O titular de um crédito litigioso (isto é, um crédito que tiver sido
contestado em juízo contencioso, ainda que arbitral, por
qualquer interessado – cf. artigo 579.º, n.º 3, do CC) tem
legitimidade? A jurisprudência, incluindo o STJ, tem entendido
que sim, nomeadamente, porque é reconhecida legitimidade a
um credor titular de um crédito sob condição, pelo que se deve
admitir legitimidade a um credor titular de um crédito litigioso.
De referir, ainda: a reclamação de créditos, pelos credores e nos termos do art. 128 CIRE; a
relação de créditos reconhecidos e não reconhecidos (o administrador apresenta uma lista do
que conhece e do que não conhece do que é apresentado), nos termos do art. 129 CIRE.
Há uma segunda sentença em sede de incidente processual (ação enxertada noutra ação)
que pode ser prolatada, que qualifica a insolvência. Decide se for culposa ou não culposa.
Se for culposa, há sanções para os responsáveis.
1. Créditos garantidos: aqueles que beneficiam de garantias reais sobre bens integrantes e
específicos da massa insolvente, incluindo os privilégios creditórios especiais. Por garantia real
entende-se a faculdade que a lei confere ao credor garantido de ser pago preferencialmente em
relação a quaisquer outros credores da insolvência, pelo produto resultante dos
bens/rendimentos do devedor ou de terceiro;
2. Créditos privilegiados: créditos que beneficiam de privilégios creditórios gerais mobiliários
ou imobiliários, que por não incidirem sobre coisa determinada, não constituem garantias reais.
Os privilégios creditórios podem ser mobiliários ou imobiliários (Art.º 735, n.º 1 do CC),
consoante digam respeito a bens móveis ou bens imóveis, e aqueles, por sua vez, podem ser
gerais ou especiais. São gerais quando incidem sobre o valor de uma universalidade de bens
existentes no património do devedor à data da penhora ou de ato equivalente, e especiais
quando incidem sobre o valor de um bem específico (Art.º 735, n.º 2 do CC).
3. Créditos subordinados: todos os créditos enumerados no Art.º 48 do CIRE, exceto quando
beneficiem de privilégios creditórios, gerais ou especiais, ou de hipotecas legais que não se
extingam por efeito da declaração de insolvência;
4. Créditos comuns: os créditos que não integram nenhuma das restantes categorias, ou seja,
que não beneficiam nem de garantia real, nem de privilégio creditório, nem são subordinados.