Big urse

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Sair com alguém era a última coisa absoluta que Jericho queria fazer

agora.
Fazendo uma careta, ele ajustou os botões em sua camisa vermelha
escura. Emerson, seu segundo no comando, havia informado que o
vermelho era a cor favorita de Ravena e tinha insistido que ele deveria
usá-la a fim de impressionar a ursa. Ele olhou para o espelho de corpo
inteiro em seu quarto e fez uma careta, ele parecia algum tipo de cara
querendo ser igual ao Casanova, com seu cabelo castanho cortado
curto, e a camisa vermelha enfiada dentro de um par de calças que
eram um pouco mais apertadas do que as que normalmente usava.
Tudo que falta agora é uma flor de lapela, e eu vou parecer um idiota
completo.
Ele se virou para encontrar um paletó combinando que estava sobre as
costas de uma cadeira próxima, esperando por ele para colocá-lo – e,
como previsto, uma flor de lapela posta sobre uma mesa próxima, à
espera de ser presa.
Claro.
Este definitivamente não era seu estilo, tanto no tipo de roupa, como
em sua escolha de roupa para impressionar uma mulher com o que ele
estava vestindo. Ele já é impressionante o suficiente por conta própria.
Ele era jovem, bem-sucedido e o alfa de um clã próspero. O que mais
poderia a ursa possivelmente querer?
─ Jericho? Você está pronto? Você vai se atrasar...
Jericho reprimiu um grunhido ao som da voz de Emerson. Ele tinha
jogado seu segundo no comando para fora do quarto, a fim de se
preparar, mas sabia que o urso estava esperando do lado de fora da
porta, ansioso para levá-lo para o exterior, e um passo mais perto de
ser acasalado a uma mulher do clã que achava que seria uma
combinação perfeita.
E par perfeito, simplesmente significavam que são descendentes de
uma linhagem real. Não tinha nada a ver com a química, a atração, ou
o interesse entre ele e essa mulher. Ele sabia que era sua
responsabilidade acasalar com alguém que o clã ficasse confortável, se
ele gostasse dela ou não, mas porra, ele esperava que eles, pelo menos,
poderiam aprender a gostar um do outro.
─ Dê-me um minuto.
Jericho saiu pegando o paletó da cadeira e encolhendo-o sobre os
ombros. Abotoando-o, ele murmurou maldições sob sua respiração,
perguntando-se por que diabos tinha permitido que Emerson
escolhesse a roupa em primeiro lugar. Pelo amor de Deus, ele era o alfa
do clã – certamente estava autorizado a decidir o que vestir em
qualquer ocasião, mesmo numa tão importante quanto esta? Ele
deveria tirar a roupa toda e escolher um conjunto mais sensato entre os
milhares de ternos e camisas que revestem seu armário amplo.
Com um suspiro, ele pegou a flor de lapela e prendeu-a no lugar,
sabendo que ele não poderia fazer isso com Emerson. O que ele usava,
e como ele agiria esta noite não apenas representaria o que Emerson
quer, mas os melhores interesses do clã como um todo. Ele precisava
acasalar com uma ursa forte a fim de solidificar a posição do clã, e já
tinha passado um bom tempo desde que isso aconteceu. Emerson
estava simplesmente tentando garantir que o flerte fosse tão bom
quanto possível, e ele não poderia culpar seu amigo por cuidar do clã e
dele mesmo.
Ainda assim, a ideia de acasalar com uma ursa ruim fez sua pele
arrepiar.
Ah, qual é, uma voz de esperança disse encorajadoramente em sua
cabeça. Talvez você realmente goste dela.
Jericho riu de si mesmo. Ele não estava exatamente mantendo sua
esperança nisso. Ele tinha observado Ravena um punhado de vezes
durante a negociação com o clã Kamchatka, e ela lhe pareceu fria e tão
astuta quanto seu pai, o alfa Sergei Hastings.
Tudo poderia ser um fingimento. Você sabe, manter as aparências na
frente do clã. Talvez ela seja muito quente, e de coração mole por baixo
daquele exterior duro.
─ Jericho! Nós realmente temos que ir.
Rosnando, Jericho caminhou até as portas duplas cinza e atirou-as
abertas, deixando Emerson na sala. ─ Ficou bom assim para você? - Ele
disse firmemente, atirando os braços como se ele estivesse esperando
ganhar um tapinha.
Arqueando uma sobrancelha loira, Emerson o digitalizou da cabeça aos
pés com um olhar crítico. ─ Não é ruim - admitiu com um sorriso, seus
olhos verdes pálidos brilhando em aprovação. Ele avançou para ajustar
a flor de lapela, e então franziu a testa enquanto olhava seu dedo.
─ Onde está seu anel de família?
─ Eu não quero.
Emerson levantou uma sobrancelha, e cruzou os braços musculosos
sobre o peito. Ele estava vestido com um terno escuro e gravata
simples, muito parecido com o tipo de coisa que Jericho teria preferido
vestir, mas o terno não fez nada para esconder a enorme força e poder
em seu corpo. Ele parecia muito mais como um guarda-costas do que
um motorista, o papel que ele tinha a intenção de interpretar esta
noite. E Jericho não tinha dúvida de que, se fosse qualquer outra
pessoa que o alfa, Emerson estaria usando os músculos para colocar o
anel da família no seu dedo.
─ Tudo bem. - Maldição. Jericho caminhou até seu armário. Ligando a
luz, ele se moveu para a parte de trás do armário e, depois de
vasculhar, pegou a caixa de veludo preto onde o anel de sinete de ouro
pesado estava. O único símbolo era um rubi em forma de dente de urso
situado num círculo de ouro – símbolo do clã Moon Bay, fundado por
seu bisavô, há mais de cem anos atrás na Itália.
O anel tinha então sido passado a ele por seu pai, e era um lembrete
constante da morte de seu pai. Ele evitou a todo o custo, não porque ele
perdeu seu pai, mas porque ele trouxe de volta milhares de lembranças
de noites sem dormir quando foi acordado ao som de seus pais
discutindo, seu pai sempre parecendo estar com raiva de uma coisa ou
outra. Talvez fosse o estresse de ser alpha que o levou a se voltar contra
a sua família, mas Jericho não podia esquecer, nem podia perdoar,
mesmo após sua morte.
Resistindo à vontade de atirar o anel contra a parede, ele
relutantemente deslizou-o em seu dedo anelar, em seguida, voltou para
Emerson e estendeu-o.
Emerson concordou com a cabeça, tristemente.
─ Sim, eu sei. - Seus olhos brilhavam com a aprovação e respeito, o que
disse a Jericho que Emerson sabia o sacrifício emocional que ele estava
fazendo, e era grato.
─ Agora vamos sair antes que realmente estejamos atrasados.

Jericho respirou fundo com Emerson parado ao lado de três andares de


tijolos vermelhos na mansão Lake View, como era chamada a casa dos
Hastings. Ele nunca tinha visto a residência de Sergei antes, e ficou
surpreendido que o homem havia escolhido uma tão calorosa habitação
para chamar de lar. O brilho quente de lâmpadas derramado para fora
dos caixilhos das janelas, destacando os tijolos marrom-avermelhados
que compunham a estrutura, chamando a atenção para as duas
chaminés que corriam até a fachada da casa em ambos os lados, que se
projeta além da ardósia. Era a casa de um homem de família, não a de
um chefe implacável com um gosto por sangue.
Mas então, ele supôs que Sergei poderia pensar em si mesmo como um
homem de família. Afinal, ele tinha uma companheira e várias
crianças. Um fato que provavelmente fez o alpha achar que estava
acima de Jericho.
Cerrando os dentes, Jericho abriu a porta do lado do passageiro.
─ Não se esqueça das flores.
Emerson riu baixinho, e Jericho rosnou em resposta, quando ele
chegou pra trás para apanhar o buquê de rosas vermelho-sangue,
aparentemente, outro favorito de Ravena, antes de sair do veículo.
Uma vez na rua, e à vista de quem poderia estar assistindo das janelas,
ele tirou a ira da sua expressão e se aproximou da porta, deixando
Emerson esperar ao lado do carro.
Segurando as flores como uma espécie de escudo na frente dele, ele
apertou a campainha, seus ouvidos sensíveis captando a campainha
como 'ding dong' que reverberou em todo o interior da casa – um som
que ele achou bastante pomposo.
A porta se abriu para revelar um dos ursos de Sergei, um homem
musculoso de cabelos castanhos vestindo um uniforme de mordomo.
Seus olhos azuis estavam gelados, mas os lábios finos se curvaram em
um sorriso educado enquanto ele avaliava Jericho. ─ Bem-vindo à
família Hastings, Sr. Knight. Por favor, entre e permita-me chamar
Ravena para recebê-lo. - A sugestão de um sotaque russo fluiu através
de suas palavras.
─ Obrigado. - Reprimindo um suspiro, Jericho entrou no foyer, já
cansado da pompa e circunstância. Ele apostaria dinheiro que Ravena
era bastante consciente de sua presença, mas ela permitiu que o
mordomo fizesse o dever de atender. Enquanto esperava, ele examinou
o hall de entrada, mais uma vez maravilhado com a decoração do velho
mundo que Sergei tinha escolhido.
Um belo lustre pendurado no teto, iluminando a madeira escura dos
painéis nas paredes lançando uma sombra sobre os ricos, esmeralda no
tapete verde sob seus pés. A mesa de mogno grande que apoiou um
arranjo floral ornamentado, claramente destinado a chamar a atenção,
e desencorajar alguém de olhar além, dominava o centro do foyer. A
chapeleira estava à sua esquerda, e uma mesa de mogno reluzente à
sua direita, sem dúvida, onde os hóspedes podem deixar suas bolsas e
sacolas, e outros pertences durante encontros sociais.
Ele se perguntou que tipo de encontros sociais um homem como Sergei
pode ser o anfitrião. Então, novamente, provavelmente, era apemas
Ravena que entretia esse tipo de pessoas – a socialite.

O rangido de passos no topo das escadas chamou sua atenção, seguido


pelo cheiro fraco de algum tipo de perfume francês caro, misturado
com o próprio perfume feminino de Ravena. Imaginou que a
combinação fosse profundamente sedutora para a maioria dos homens,
e sentiu o cheiro agitar seu corpo.
Afinal, ele era um homem. Ou pelo menos parte dele.
O primeiro vislumbre de Ravena foi de longas e torneadas pernas com
um brilhante salto vermelho, que por um momento, o fez se perguntar
o quão curto o vestido era. Mas quando ela deu mais um passo, uma
faixa de seda vermelha apareceu, cobrindo brevemente a perna até que
ela deu mais um passo, e ele percebeu que não era simplesmente uma
fenda no vestido.
Ela deslizou descendo as escadas com graça deliberada revelando o
resto do seu corpo de uma forma longa que fez seu animal se agitar por
dentro. Aos poucos, o corpete em forma de coração do vestido de cetim
vermelho apareceu, expondo uma quantidade generosa de pele,
seguido por um pescoço de cisne envolto por uma gargantilha de rubi.
Os ossos elegantes do seu rosto finalmente apareceram num rosto que
a maioria consideraria impressionante, mas que era apenas um pouco
afiado para o seu gosto.
─ Jericho - ela ronronou com uma familiaridade que o inquietou
quando ela desceu as escadas, o mordomo de perto. Ela inclinou a
cabeça, e a massa de cachos loiros empilhados em cima de sua cabeça
em um elaborado penteado brilhou na luz lançada pelo lustre.
─ Senhorita Hastings - ele disse suavemente, inclinando a cabeça
respeitosamente.
─ Por favor - ela riu, um tilintar que soou como copos de cristal tinindo
juntos. ─ Chame-me de Ravena.
─ Entendido, Ravena ... - Ele disse, como se estivesse provando o nome
dela nos lábios, e estava prestes a oferecer-lhe o braço para que ele
pudesse conduzi-la para fora, quando se lembrou das rosas nas mãos.
─ Para você - disse ele, forçando um sorriso enquanto as entregou. ─
Então, eu ouvi que você ama rosas?
─ Oh, sim, são encantadoras. Que menina não adora? - Seus olhos
brilhavam, não exatamente com prazer, mas sim com uma espécie de
triunfo, como se ela tivesse ganhado algum tipo de pequena vitória.
Suas costas endureceram, e ele se obrigou a relaxar enquanto a
observava enterrar seu nariz perfeitamente reto nas flores. ─ Muito
obrigada. Ela as entregou ao mordomo para que ele pudesse colocá-las
em um vaso de água.
─ Você está pronta para ir? - Jericho perguntou com paciência medida.
─ Eu estou - respondeu Ravena, com um brilho nos olhos enquanto o
observava da cabeça aos pés. Ele ajudou Ravena com seu casaco, então,
ofereceu-lhe o braço e levou-a a descer as escadas para o carro à
espera. Emerson a cumprimentou, segurando a porta aberta quando
eles fizeram o seu caminho para dentro do veículo antes de voltar para
o banco do motorista.
Enquanto foram embora, Jericho viu o sedan nada descritivo que tinha
sido estacionado a alguns carros de distância, deslizar facilmente no
tráfego atrás dele – os guarda-costas de Ravena. E, quando Ravena
começou a se aproximar dele nos confins do carro, ele sabia que isso ia
ser uma longa noite.
─ Então, como foi? - Emerson perguntou ansiosamente a Jericho
quando ele deslizou para o banco traseiro.
Do mesmo jeito que as coisas vão quando um carro é atingido por um
trem de carga, ele pensou consigo mesmo. Sentia-se como um
náufrago, todo torcido por dentro, e ele imaginou que ia levar algumas
horas para voltar ao normal.
Ah, se o álcool afetasse a sua espécie. Então, ele poderia realmente ser
capaz de afogar sua agonia mental das últimas horas em alguns litros
de licor.
─ Como esperado - disse ele, fazendo o seu melhor para manter a
tensão fora de sua voz.
─ Bem, parecia que vocês estavam aquecendo um pouco. - Emerson
disse, hesitante, olhando para Jericho no espelho retrovisor. Jericho
sabia que Emerson sentiu a discórdia em seu coração, afinal Emerson
era seu primo, bem como o seu segundo no comando, e conhecia
Jericho melhor do que ninguém. ─ Quero dizer, ela deixou beijá-la na
sua porta, e tudo mais.
─ Isso é verdade.
Jericho disse, mordendo de volta um bufo. A ideia de que Ravena
tinha deixado ele fazer isso foi um pouco errada, afinal a ursa se jogou
nele, e praticamente empurrou sua língua na garganta dele.
Um arrepio o percorreu quando recordou o beijo. Embora ele não
tivesse sido capaz de ajudar a faísca de fogo que iluminou em seu
corpo, enquanto ela passou a língua pela sua boca, e pressionou seu
corpo jovem, disposto contra o dele, ele sabia que o beijo não tinha sido
paixão, ou mesmo desejo. Tinha sido uma tentativa de reivindicá-lo,
marcá-lo como seu, e ele não apreciou o gesto em tudo.
─ Jericho, se você não quer...
─ Eu nunca disse isso. - Jericho interrompeu. ─ Eu só ... Não vou
tomar uma decisão ainda.
─ Ok. - Emerson soltou um suspiro aliviado. Seu aperto de morte no
volante, que Jericho não tinha notado até agora, relaxou. ─ É só que ...
Você já rejeitou as outras duas possibilidades, e se você não se
contentar com Ravena nós vamos ter que começar a procurar fora do
estado.
─ Eu sei - Jericho disse gentilmente. E ele também sabia que a procura
por companheiras seria complicada uma vez que ele cruzar as linhas do
estado, porque ursos eram avessos a desistir de suas filhas para um
companheiro que não estavam familiarizados. Eles são extremamente
territoriais e protetores com suas famílias... Como eles tinham o direito
ser.
Como Jericho seria uma vez que ele tenha suas próprias filhas e filhos.
Reprimindo um suspiro, Jericho fechou os olhos e encostou-se no
assento, tentando acalmar a dor de cabeça latejante nas têmporas. A
verdade era que ele queria filhos e por isso tinha procurado por algum
tempo. Era só que ele também queria uma companheira ao seu lado.
Seus próprios pais tinham casado por dever, em vez de amor, lutas
todas as noites eram o que foi seu casamento e isso marcou Jericho ao
longo de seus anos de infância. Ele não queria que seus filhotes tenham
que viver com essa dor de cabeça a que ele foi forçado estar perto e ver
como duas pessoas que amava rasgar uma a outra.
Às vezes, ele se perguntou se era a luta que havia roubado de sua mãe a
força e vontade de viver, e por que, durante a guerra, ela se permitiu
ser pega no fogo cruzado e se matou.
─ Nós estamos aqui, Jericho.
Jericho abriu os olhos, e olhou pela janela para a moderna residência
da Lincoln Park de calcário e vidro que ele chamava de lar em Chicago,
durante os últimos vinte anos.
─ Boa noite, Emerson - ele disse a seu amigo antes de fechar a porta do
carro e ir para casa.

a
Uma vez dentro das paredes de pedra de calcário, ele mudou
rapidamente para uma camiseta e jeans, em seguida, foi para a
segurança de seu escritório. Sentado atrás de sua mesa com um copo
de Bourbon, ele começou a mergulhar na pilha de papéis imobiliários e
anúncios que constantemente exigiam sua atenção.
E então de repente percebeu o que tinha o incomodado muito esta
noite.

Não tinha sido apenas os toques possessivos, os beijos que reivindicam,


o tagarelar de paquera que continha pouco ou nenhum significado.
Nem era a absoluta falta de honestidade, o alto brilho de subterfúgios,
todos feitos para seduzir e atraí-lo de bom grado em sua cama. Ele
sabia que Ravena era uma sedutora, e esperava todas essas coisas. Ele
também havia se preparado para isso.
Mas o que ele não esperava era que fosse se sentir tão entediado
durante a coisa toda.
Enquanto ele virou metade de uma orelha em direção à tagarelice,
fingindo estar interessado em qualquer tentativa de conversa
espirituosa que ela estava tentando envolvê-lo, sua mente tinha ido
constantemente em direção ao seu negócio. Seu cérebro
consistentemente produzindo potenciais cenários de negócios e ofertas
que ele estava tentando fechar, de todas as reuniões que ele tinha
marcado para os negócios que já tinha sobre a mesa, para todos os
funcionários que ele tinha que administrar e cultivar, muitos dos quais
eram do clã, outros que não eram.

A maioria dos homens teria fantasiado sobre uma mulher que


realmente queria para passar um tempo, ou pelo menos a fantasia de
uma. E muitos deles teriam, pelo menos, considerado tentar encontrar
um caminho por baixo da saia de Ravena, sem ter que desistir de suas
almas.
Mas ele só estava preocupado com o negócio.
O que aconteceu comigo? Perguntou-se, inclinando-se para trás na
cadeira, e passando a mão pelo cabelo, despenteando as mechas
castanhas. Olhando para o teto rebaixado, ele apoiou os pés em um
canto da mesa, e sinceramente ponderou a questão. Ele não tinha sido
sempre tão viciado em trabalho, lembrou do dia, antes da guerra do clã
ter começado, e ele se rebelou contra sua mãe e os desejos do pai em
retaliação por sua luta constante, ele viveu a vida bem diferente,
dirigindo carros velozes e mulheres selvagens, aventuras
despreocupadas com Emerson e seus amigos sempre que eles
poderiam conseguir a chance, e deleitando-se em algumas das mais
quentes boates em Chicago.
Naturalmente, as coisas eram um pouco diferentes naquela época –
tanto mais perigosas e menos restritivas de uma série de maneiras.
Mas ainda assim, ele não encontrava mais emoção nesse tipo de coisa.
Ele sabia a razão do por que tinha evitado a vida e se jogado no
trabalho como líder e empreendedor como tinha sido seu pai. O
homem tinha morrido logo após a guerra, seus ferimentos grandes
demais para sobreviver por muito tempo, deixando-lhe o que restava
de seu negócio imobiliário e quebrado, o coração partido e um clã que
tinha perdido muitos dos seus irmãos. Embora Jericho fosse mal
preparado para o papel, ele tinha visto o clã como sua
responsabilidade, e de acordo com sua promessa de não tratar a sua
família da mesma maneira que seus próprios pais o haviam tratado,
tinha se jogado de todo o coração tanto no clã como no negócio. Ele
tinha dado ao clã um lugar necessário e força, e tinha transformado o
negócio do pai em um império de bilhões de dólares que daria a si
mesmo, e ao clã, a segurança financeira para o resto de suas vidas.
Mas, aparentemente, isso não foi o suficiente, porque agora ele estava
sendo forçado a casar com uma ursa que era a antítese de tudo o que
queria em uma companheira. Embora ele reconhecesse que o clã estava
bem no seu direito de insistir nisso, ele já tinha passado da idade de ter
uma família, e quanto mais tempo ele esperar, maiores eram as
chances de que ele seria morto sem produzir qualquer herdeiro e ele
ainda se irrita com a ideia de ser forçado a fazer algo que ele não queria
fazer.
A maioria das pessoas olhava para ele e simplesmente viu a riqueza e o
poder que ele tinha. Raramente eles olhavam para baixo para observar
as correntes que o prendiam a essa riqueza e poder, negando-lhe o
conforto de uma vida simples
Oh, pare de ser tão melodramático, a voz em sua cabeça argumentou.
Isso não é você.
Não, não era dele chafurdar na auto piedade. Se o fizer, nunca
conseguiria muita coisa, exceto um desejo feroz de afogar as mágoas de
qualquer maneira que podia e uma vez que a única maneira disponível
era trabalho, sempre foi com o que ele se virou.
Mas talvez, apenas talvez, ele poderia permitir-se uma distração de
outro tipo. Um retrocesso aos dias de diversão e caos onde ele não
precisava ter cuidado e ser sufocado. Certamente, se ele teria que casar
com Ravena, era permitido um pouco de uma onda selvagem antes,
não era?

As rodas em sua cabeça começaram a girar, mandando a dor de cabeça


para fora com um verdadeiro sorriso iluminando seu rosto pela
primeira vez naquele dia.
a
─ Desculpa, mas você está indo para onde? - Emerson estalou.
─ Paris.
Jericho se recostou na cadeira e colocou os pés em cima do canto da
mesa para que ele pudesse obter um melhor olhar para Emerson. Seu
segundo estava em pé em frente ao banco de janelas que se alinhava ao
seu escritório, vestindo uma camisa branca de botão e calça cinza, e
uma expressão que só poderia ser descrita como choque total e
absoluto. Atrás dele, o sol nascente pairava sobre o horizonte de
Chicago, uma vista espetacular que, sendo o chefe, ele via a cada dia
com uma boa xícara de café da janela de seu escritório.

Com alguma sorte, ele estaria perdendo esse ponto de vista, pelo
menos, por um par de dias. E ele não podia esperar.

─ Tem que haver algum tipo de erro aqui - disse Emerson, sacando o
seu telefone para verificar o calendário. ─ Eu não me lembro de marcar
para você quaisquer reuniões em Paris amanhã.
─ Emerson - Jericho disse gentilmente, tentando não parecer muito
divertido com o comportamento confuso de seu primo. Aqui no
escritório, Emerson é seu parceiro e, portanto, sabia sobre quaisquer
reuniões ou viagens de negócios que haviam planejado. ─ Isso não é
algo que você sabia. Eu apenas decidi fazer uma pausa de tudo por
alguns dias.
Uma carranca se formou nas sobrancelhas loiro escuro de Emerson, e
ele cruzou os braços, transformando-se instantaneamente de parceiro
confuso para um irritado segundo no comando. ─ Você? Umas férias?
Você não tira férias em anos e a última vez foi apenas porque você teve
que participar de uma cerimônia de acasalamento fora do estado.
Jericho reprimiu um estremecimento. Ele realmente era um viciado em
trabalho. ─ Sim, bem, eu percebi que era hora de uma mudança. Eu
tenho trabalhado tão duro por tanto tempo que eu esqueci o que
significa diversão. Eu acho que vou dar à minha bunda um tempo de
tudo isso, e quanto ao clã acho que posso me dar ao luxo de tirar um
tempo para mim, não é?
Emerson olhou para Jericho como se tivesse crescido uma segunda
cabeça, em seguida, surpreendeu Jericho quando um enorme sorriso
apareceu em seu rosto.
─ Eu nunca pensei que eu iria ouvir essas palavras! - Exclamou,
batendo em Jericho cordialmente no ombro. ─ Cara, Ravena tem uma
grande influência sobre você.
O humor de Jericho instantaneamente acabou com a menção do nome
da ursa. ─ Certo, se você diz Emerson. - Ele disse levemente.
Se Emerson notou a queda no humor de Jericho, ele optou por ignorá-
la. ─ Bom para você, amigo. - Ele pegou o telefone. ─ Eu vou ter que ir
em algumas de suas reuniões. Eu vou em frente e organizar tudo, mas
você precisa de mim para reservar o seu voo ou de alguma outra coisa?
Jericho levantou uma mão. ─ Não - disse ele, de repente sentindo
impaciência. ─ Eu tenho tudo sob controle.

Emerson fez uma careta. ─ Ok, mas...


─ Tenho tudo pronto, obrigado - Jericho disse com firmeza, arqueando
uma sobrancelha.
Emerson agarrou com a boca fechada. ─ Claro - respondeu ele, um
sorriso se espalhando pelo rosto. ─ Isso vai fazer maravilhas para você
Jericho. Você será um novo homem quando voltar.
Jericho não podia deixar de sorrir de volta. ─ Eu estou contando com
isso.
─ Senhoras e senhores, neste momento, solicitamos que todos os
dispositivos eletrônicos sejam desligados. Vamos notificá-los quando
for seguro usar tais dispositivos.
Jericho suspirou quando desligou seu telefone, grato pelo anúncio do
comissário de bordo. Tinha passado apenas três minutos antes de ele
sacar seu telefone para verificar seu e-mail, que rapidamente se
transformou em responder e-mails, que por sua vez tiveram vantagem
em pesquisar relatórios de mercado, que tinha então se transformado
em...
Pare com isso, ele repreendeu a si mesmo quando ele começou a tirar
seu telefone novamente. Para acabar com a tentação, ele pegou o
aparelho do bolso, e guardou em sua bagagem de mão no
compartimento de bagagem, em cima. Lá, ele pensou consigo mesmo
enquanto ele voltava ao seu lugar, ignorando a carranca do assistente
de voo – ele deveria estar com o cinto de segurança a esta altura. Agora
eu não posso fazer qualquer trabalho durante todo o voo.

Descansando a cabeça contra o assento, fechou os olhos e esperou o


avião decolar. Seus ouvidos foram preenchidos com o som de estrondo
do outro lado da pista, das turbinas rugindo quando elas foram ligadas,
e os gritos do vento quando as asas do avião cortou o ar, e então eles
foram para cima, subindo, subindo, subindo para o céu.
Dirigindo-se para Paris.
Seus olhos se abriram, e ele olhou para fora da janela, observando
como Chicago lentamente começou sumir de vista. Ele tinha feito isso.
Ele estava a caminho de Paris. Excitação encheu-o com o pensamento
de passar alguns dias sozinho, sem qualquer responsabilidade sobre
seus ombros. O que rapidamente foi expulso por uma dose de medo,
por sua empresa e seu clã. Eles seriam capazes de funcionar sem ele? E
se eles fossem atacados na sua ausência?
Não seja ridículo, ele zombou de si mesmo. Nenhum dos clãs estavam
em guerra uns com os outros agora, então não havia necessidade de se
preocupar com isso. Emerson era tão amigável e descontraído quanto
eles vinham, então não havia nenhuma maneira de que eles fossem
fazer qualquer coisa para seu clã e causar um conflito enquanto ele
estivesse ausente.
Coisas estranhas têm acontecido... Uma voz lembrou-lhe
maliciosamente.
Jericho apertou a mandíbula. Era hora dele parar de se preocupar com
suas responsabilidades e descansar, relaxar.
Olhando ao redor, ele notou que vários passageiros já estavam
retirando livros e leitores digitais. Ah, ler. Uma excelente ideia. Ele
estava prestes a enfiar a mão no bolso para pegar seu telefone, e depois
xingou em voz alta quando se lembrou que ele o guardou longe para
que ele não fosse capaz de trabalhar durante o voo.
─ Você está bem, querido? - A mulher idosa ao lado dele virou-se
lentamente, seus olhos azuis leitosos piscaram lentamente quando ela
o olhou através de enormes óculos.
Jericho se encolheu quando ele percebeu que tinha chamado atenção
para si mesmo. ─ Não, eu estou bem - garantiu apressadamente. ─
Peço desculpas por perturbá-la.
A velha senhora sorriu docemente para ele. ─ Não é um problema. Por
que você não me diz o que o deixou tão agitado?
─ Não é nada, realmente - Jericho respondeu, mas ele cedeu sob o
olhar da mulher. ─ Eu só esqueci de pegar um livro antes de eu entrar
no voo.

─ Oh, entendo. - A mulher acenou com a cabeça sabiamente, em


seguida, estendeu a mão e pegou o que parecia ser um pacote de fios de
malha, tecidos e fios multicoloridos. ─ Bem, sorte sua eu sempre trazer
um par de diferentes livros comigo em um voo. Por que não emprestar
um para você?
─ Eu não... – assustado, ele pegou o livro em suas mãos, e sua boca
abriu com a visão da capa de um livro de romance enfeitado com um
guerreiro corpulento, com o peito nu e segurando uma mulher seminua
em seus braços. ─ Eu não posso aceitar...
─ Oh, por favor, eu insisto. - A velha deu um tapinha tranquilizador no
seu joelho. ─ Não se preocupe, eu confio que você vai mantê-lo seguro
durante o voo.
─ Obrigado. - ele respondeu, não querendo desprezar o presente dela,
dizendo-lhe que ele nunca em um milhão de anos havia lido um
romance como este. Sem saber o que fazer, ele abriu o livro e olhou
para as páginas sem realmente ler as palavras, tentando pensar no que
fazer. Ele supôs que ele poderia pedir a aeromoça por fones de ouvido e
assistir TV.

"Ele deslizou a mão sob o corpete do vestido, e gentilmente segurou


sua pesada mama, redonda, provocando uma respiração afiada
nela.”
Espera. O que?
Jericho piscou quando a frase saltou para ele a partir da página, e antes
que ele percebesse, ele estava lendo mais.
"Seu polegar jogou para trás e para frente através de seu mamilo, que
virou um broto dolorido e tenso, e ele sorriu quando sentiu os joelhos
dela oscilar. Não demorou muito antes de suas pernas ameaçarem
dobrar, e quando isso aconteceu, ele a pegou em seus braços e levou-a
para a cama.”
Jericho riu. Que tipo de livro era esse?
"Ele a colocou delicadamente em cima do colchão de penas, tomando
um momento para admirar a forma como seus cabelos castanhos
avermelhados brilhavam a luz do fogo, derramados entre os
travesseiros, à forma em que seus olhos de uísque brilharam com o
desejo, a maneira como seus lábios rosados brilhavam inchados com
seus beijos. Ajoelhado sobre a cama, ele lentamente empurrou a saia
para cima de suas pernas, puxando-a passando seus quadris para
expor”

Santo Deus! Jericho tirou seus olhos para fora da página antes de ler
mais, rapidamente olhando em volta para a mulher idosa com o canto
do olho. Qual era o problema com ela? Ela estava tentando torturá-lo,
fazendo-o sofrer com um furioso tesão pelo resto do voo? Com esse
tipo de leitura, como na terra ela se senta aqui lendo isso sem se
exaltar?
Não vá até lá, pensou, um tremor passando por ele com a própria
ideia. Mas, ainda assim, as mulheres de todas as idades,
aparentemente lê essas coisas. Tinha visto muitas delas lendo livros de
romance de bolso em pontos de ônibus e estações de trem, e sim,
certamente durante os voos, mas ele nunca chegou a abrir um livro
como este.
Suspirando, ele verificou a hora em seu relógio. Seriam mais quatro
horas antes de desembarcar em Paris. Resignado à sua sorte, ele se
acomodou em sua cadeira para ler sobre contos luxuriosos de bárbaros
e donzelas, e pediu a Deus que ele, eventualmente, caia no sono e passe
o resto do voo em um estado de inconsciência feliz.
Becca Donaldson soprou em toda a superfície do copo de isopor de café
barato que segurava em suas mãos, e tentou imaginar que era um
delicioso cappuccino em vez disso, e que em vez de sentar em sua mesa
no Tour de Paris, a agência de turismo em que ela trabalha, ela estava
sentada em um café na Itália, com um estrangeiro belo, alto e moreno
conversando – de preferência um que já tivesse comprado o
cappuccino para ela.
─ Está fantasiando de novo? - Crystal, sua supervisora e uma das suas
melhores amigas, brincou de sua própria mesa. Becca olhou para onde
sua amiga estava sentada, com uma montanha de papéis em sua mesa,
e teve que admitir que ela tinha sorte de não ter que lidar com essa
besteira.
─ Apenas saboreando o meu café enquanto espero o meu cliente - disse
ela levemente, em seguida, fechou os olhos enquanto ela tomava um
gole do café. A cafeína rapidamente fez seu efeito através de seu sangue
como fogo, aumentando a sua energia. Rapaz, ela amava isso. Ela não
entendia como alguém vivia sem ele.
─ Isso é tudo? - Crystal perguntou e levantou as sobrancelhas
brincando. Uma explosão de cabelo loiro enrolado em volta do rosto
quadrado, deliberadamente feito por grandes quantidades de produto
de cabelo. ─ Você não estava, digamos, pensando em um novo amante,
talvez?
Becca soltou um suspiro tempestuoso. ─ Nem pensar. - Ela murmurou.
Ela não tinha saído com alguém em meses, e não tinha visto ninguém a
sério desde que ela tinha rompido com seu ex, Ethan.
A expressão lúdica de Crystal se transformou em uma carranca. ─
Querida, você tem que sair mais frequentemente - ela advertiu. ─ Há
uma abundância de homens bonitos por aí que adoraria varrer uma
menina bonita como você fora de seus pés. Divirta-se enquanto você é
jovem!
─ Claro - Becca disse sem entusiasmo, girando uma mecha de seu
cabelo castanho avermelhado em torno de um dedo quando ela desviou
o olhar. Uma vez, ela teria concordado plenamente com a ideia, mas
agora, depois que Ethan teve tão descuidadamente descartado-a pelo
afeto de outra, ela não estava tão certa de que lhe faria bem. Ele tinha
sido o cara alto e bonito que a tinha varrido fora de seus pés, e
apanhada no turbilhão do seu romance, ela não se preocupou em olhar
para fora, as bandeiras vermelhas e sinais de alerta.
E agora que ela teve seu coração arrancado de seu peito por alguém que
ela amava e confiava, sentia ansiedade sempre que ela olhava para um
amante em potencial.
─ Não deixe que esse imbecil do Ethan assuste fora os homens - Crystal
avisou, praticamente lendo a mente de Becca. ─ Só porque ele era um
bastardo, não significa que todos os homens são. Você merece um
homem muito melhor do que ele, e não tenho dúvida de que você vai
encontrá-lo.
─ Obrigada. - Becca tentou dar a Crystal um sorriso verdadeiro,
sabendo que sua amiga iria continuar a atormentá-la. ─ Eu apenas não
estou pronta para tentar novamente.
Um sorriso malicioso voltou aos lábios de Crystal. ─ Você poderia
reconsiderar, por que eu posso ver o seu próximo cliente, ele é um
inferno de um homem lindo.
─ Hum - Becca balançou a cabeça em descrença quando Crystal virou a
tela para ela. ─ Você sabe que eu não saio com clientes, Crys. – os
relacionamentos de uma noite e os relacionamentos de longa distância
não eram seu negócio, e desde que essas eram as únicas coisas que
poderiam vir de sair com os clientes, ela se absteve, não importa quão
bonitos eles fossem. ─ Não faça isso comigo.
─ Qual é o problema em olhar, meu amor? Ele vai estar aqui a qualquer
minuto, certo? Pode muito bem dar uma boa olhada nele antes, para
sua mandíbula não cair quando ele chegar aqui.
Conforme a sugestão, um sino tilintou, o que significa que a porta da
frente se abriu, e elas congelaram ao som de um sotaque americano
que soou profundo, áspero, e sexy como pecado. ─ Desculpe-me, mas
eu estou aqui para encontrar meu guia?
Becca e Crystal se encararam silenciosamente. Suas mesas um nível
abaixo da área de recepção, e não podiam ver quem estava lá em cima,
mas se ele olhasse por cima da parede ao lado da área da recepção, elas
com certeza gostariam de vê-lo. ─ Fecha essa tela! - Becca sibilou,
acenando com a mão freneticamente enquanto Crystal limpou a tela.

─ Certo! Posso ter o seu nome completo, por favor? - A recepcionista


perguntou o homem.
─ Jericho Knight.
─ Oh meu Deus - Crystal meio que gritou, meio que sussurrou. ─ Esse é
ele!
Becca respirou fundo, em seguida, pegou o café, e tomou outro gole
antes de a recepcionista chamá-la para notificar que um cliente estava
esperando.
Ela levantou sentindo os tremores nervosos, ela pegou sua bolsa e
rapidamente subiu as escadas para a área de recepção, determinada a
não exagerar. Mas essa resolução voou direto para fora da janela
quando ela o avistou encostado ao balcão, esperando por ela.
Não foi o fato de que ele era pelo menos muito mais alto e construído
como um linebacker1 que fez seu coração acelerar. Não era o rosto
lindo que parecia que tinha sido esculpido por anjos, ou a massa de
cabelo escuro bonito que foi cortado perfeitamente para enquadrar o
rosto masculino. Não foi até que os seus olhos azuis penetrantes, que
pareciam olhar através dela, e em sua própria alma. Nem eram as
covinhas sensuais em seu rosto esculpido que apareceram quando ele
sorriu para ela, ou a forma como os seus olhos percorreram seu corpo
em aprovação quando ela deu um passo em direção a ele.

Não, não era nenhuma dessas coisas que fez seu pulso acelerar, ou seu
coração bater descontroladamente em seu peito.
Foi o fato de que o lindo estranho na frente dela era um shifter urso.
a
A respiração de Jericho engatou quando ele avistou a mulher pairando
no topo da escada. Ela era exatamente como a mulher que ele havia
lido a respeito no romance que ele estivera relutantemente absorvido
no avião – cabelo ondulado castanho avermelhado, os olhos de uísque,
e curvas para fazer qualquer homem selvagem. Ao contrário da heroína
romance, ela estava vestida com um par sensato de jeans e uma
camiseta confortável com o logotipo da agência de turismo escrito
sobre os seios, em vez de um vestido medieval, mas a roupa moderna
enfatizou só o corpo maravilhosamente curvo.
Esta mulher era absolutamente impressionante.
Seus olhos se arregalaram de medo enquanto ela o avistou, e um
segundo depois, ele percebeu o porque quando o cheiro dela fez o seu
caminho para suas narinas. Era uma mistura de canela e amêndoas e
urso.
Não, corrigiu-se um segundo depois. Metade urso. O que explica por
que o sangue tinha drenado de seu rosto, e ela parecia que estava
lutando com o desejo de fazer uma corrida. Ele sabia que tinha que
acalmá-la rapidamente, ou ele perderia uma guia turística, e ela
possivelmente perderia o emprego.
Eu não vou prejudicá-la, disse ele, enviando-lhe uma mensagem
telepática e esperando que ela pudesse entendê-la.
Shifters tinham a capacidade de se comunicar telepaticamente, uma
característica útil, pois eles não podiam falar palavras humanas
enquanto na forma animal, mas mestiço era um grupo bastante
imprevisível, e não necessariamente herdava todas as mesmas
características como shifters nascidos. Eu não vou fazer nada contra
você.
Aparentemente, ela o ouviu, porque ela relaxou, embora seus dedos
ainda torciam nervosamente, e ele franziu a testa. Será que ela não
acreditou em sua palavra? Ela não sabia que shifters não podia
mentir telepaticamente?
─ Sr. Knight, esta é a sua guia de turismo, Rebecca Donaldson. - A
recepcionista os apresentou com um sorriso alegre, completamente
alheia à troca tensa que havia acabado de ocorrer. ─ Ela vai lhe mostrar
a nossa bela cidade de Paris por toda sua estadia.
─ Prazer em conhecê-lo. - Rebecca com relutância ofereceu uma mão,
forçando claramente o sorriso que esticou em seus lábios trêmulos.
─ Igualmente. - Jericho aceitou a mão dela, e ambos respiraram afiado
quando a sensação de choque elétrico se arqueou entre eles com o
toque. Um rubor acendeu imediatamente no rosto de Rebecca,
viajando para baixo para os dedos dos pés, iluminando os olhos e
deixando-a sem fôlego.
Ficou claro para Jericho que ela também estava sentindo a conexão
entre eles, quando ele estudou seu rosto com cuidado, um olhar de
confusão escura queimou em seus olhos, seu coração batendo
descontroladamente em seu peito.
Que porra é essa?
Levou alguns momentos para ele sintonizar de volta para o que a
recepcionista estava dizendo, e ser capaz de dar sentido a tudo. Nos
poucos momentos de tocar em Rebecca, tudo tinha desaparecido e tudo
o que ele podia ver era ela.

─ Senhor? Nós apenas precisamos que assine este formulário, e você já


poderá sair.
─ Sim, Claro. - Jericho tentou sacudir o domínio que tinha tomado o
controle sobre seu corpo, e rapidamente assinou os papéis. Quando ele
olhou para trás, Becca já estava na porta, esperando impacientemente.
A partir do olhar em seus olhos, ela não está totalmente feliz em ser sua
guia, e ele imaginou que ela teria algumas palavras bem escolhidas
para ele, uma vez que saírem.
Eles caminharam para a garagem por baixo do edifício antes dela
respirar fundo e virar, o fogo em seus olhos. ─ Isto não é o que eu
estava esperando. - Ela começou, as faces coradas, quando ela olhou
para ele. Ela era alta para uma mulher, mas ele ainda se elevava sobre
ela.
─ Sim, bem, eu não estava exatamente com a expectativa de correr para
um mestiço - disse ele secamente. Frustração estalou através dele
enquanto ela endureceu, o medo em seus olhos mais uma vez, e ele
cerrou os dentes. ─ Eu não quero nenhum problema - insistiu ele,
apertando sua mandíbula enquanto olhou para ela. ─ Mas se você acha
que não pode colocar as suas reservas de lado por tempo suficiente
para ser minha guia, talvez eu deva voltar para dentro e pedir outro.
Becca sentiu como se tivesse levado um tapa. Calor correu pelo seu
rosto, e não de excitação desta vez, mas vergonha e raiva. ─ Não. -Ela
disse rigidamente, levantando o queixo, ─ Está bem. Eu fico feliz em
lhe mostrar. - Seu tom não era convincente, mas ele não pôde deixar de
sorrir para ela. Ela é certamente um furacão, e ele se viu ainda se
recuperando das sensações que tinham aflorado dele quando a tinha
tocado. Ele nunca tinha sentido nada parecido antes.
Droga, Becca pensou consigo mesma. Eu deveria simplesmente ir
embora.
Enquanto, por um lado, seria mais fácil para ela se ela lhe visse como
um cliente, ela não estava prestes a se humilhar, permitindo-lhe entrar,
e solicitar outro guia. A equipe do escritório poderia pensar que ela
tinha feito algo para aborrecê-lo, o que refletiria negativamente sobre
ela, custando-lhe qualquer alteração de um aumento.
E para não mencionar o fato de que Crystal gostaria de dar a ela merda
por perder um cliente tão interessante, muito menos um tão sexy como
ele era. Não que qualquer coisa disso deveria importar um pouco, ela
pensou consigo mesma. Mas de alguma forma, fez.
─ Tudo bem, então. - os ombros dele relaxaram, as mãos caindo
levemente para os lados, mas ele estreitou os olhos para ela com
desconfiança. ─ Estamos de acordo em não tentar esfaquear um ao
outro nas costas, enquanto o outro não estiver olhando?
Uma risada ameaçou escapar fora com o brilho que entrou em seus
magníficos olhos azuis. Seu charme e senso de humor a jogou fora de
equilíbrio, fez ela querer baixar sua guarda – algo que ela
definitivamente não deve fazer com um homem que poderia inflamá-la
com tal desejo perverso com apenas um único toque. ─ Você realmente
não tem uma coisa contra mestiços?
Jericho deu de ombros. ─ Eu nunca fui de julgar as pessoas com base
nas circunstâncias do seu nascimento. Você não teve nada a ver com
isso.
A verdade que tocou em suas palavras, juntamente com uma completa
e total falta de desgosto que ela tinha esperado do shifter de sangue
puro, finalmente, a ajudou a relaxar.

─ Tudo bem então - disse ela, permitindo que um sorriso curvasse em


seus lábios. ─ Temos um acordo. Sem traição.
Ela ofereceu a mão sem pensar nisso e, quando ele a apertou, provocou
uma fome em sua barriga, mais uma vez. Ela prendeu a respiração
quando viu a chama do desejo refletido nos olhos azuis de Jericho, e
sabia que o sentimento era inteiramente mútuo – algo que a assustou
terrivelmente.
─ Meu carro está logo ali. - Ela baixou a mão como um tijolo quente, e
se dirigiu para o seu DS3 vermelho-cereja, estacionado ordenadamente
entre o elevador, e um MINI na seção compacto da garagem.
Jericho olhou para o carro em dúvida. ─ Você não pode esperar
seriamente que eu caiba dentro dessa coisa.
Becca olhou para o amplo corpo de Jericho, em seguida, olhou para seu
pequeno carro. ─ Eu provavelmente deveria sair primeiro.
─ Eu sinto como se tivesse sido imprensado como uma sardinha podre.
- Jericho resmungou quando Becca trabalhou seu caminho até Avenue
de l'Opera. ─ Não se vendem carros maiores em Paris? Como, por
exemplo, aquele ali, apontou para um SUV do lado direito da estrada
algo que havia assustado a merda fora dele, inicialmente, até se
lembrar que as pessoas dirigiam no lado errado da estrada na Europa.
Becca arqueou uma sobrancelha enquanto ela habilmente teceu pelo
tráfego. ─ Claro, se você quiser pagar a maior parte do seu salário em
gasolina - disse ela. ─ O preço médio de um galão de gasolina por aqui
é algo como seis dólares ou mais.
─ Seis dólares? - Jericho engasgou. ─ Isso é um roubo.
Becca riu, e, em seguida, olhou para ele com o canto do olho, diversão e
curiosidade brilhando nas profundezas café-marrom.
─ Você sabe - disse ela de maneira suspeita. ─ Você fala de modo
diferente para um americano da sua idade. Qual é a sua idade
exatamente?

Jericho hesitou antes de responder. Ele não queria revelar muito sobre
si mesmo, pelo menos não inicialmente, conforme ele não queria que
ela o tratasse de forma diferente. E ainda assim ele não tinha certeza de
que ela não seria capaz de sentir uma mentira. ─ Eu nasci na década de
1890 - ele finalmente respondeu.
A mandíbula de Becca caiu quando ela virou a cabeça embasbacada
com ele. ─ Você... Você é... Isso significa que você tem que ter pelo
menos cem anos de idade.
Os lábios de Jericho se curvaram em um sorriso irônico. ─ Eu desejo
que eu ainda fosse tão jovem - ele admitiu. ─ Não,está mais para perto
de duzentos. - Ele franziu a testa para o olhar de choque total nos olhos
de Becca. ─ Você parece surpresa.
─ Eu... Eu não tinha ideia de que shifters vivessem tanto tempo. - Ela
voltou seu olhar para a estrada, os nós dos dedos visivelmente mais
brancos, enquanto ela agarrou o volante.
Em causa, Jericho se esticou e tocou seu antebraço, com a intenção de
oferecer-lhe conforto. Desta vez não houve o desejo elétrico entre eles,
apenas o fluxo quente de compaixão de mão dele para o braço dela. ─
Eu estou supondo que você não foi levada para um clã - ele disse
calmamente. ─ Não te ensinaram sobre a história dos shifters? Como
nossa vida funciona?
Mordendo o lábio, Becca sacudiu a cabeça. ─ Não, não realmente - ela
admitiu. ─ Eu fui criada pela minha mãe humana. Ela realmente não
sabia muito sobre shifters.
Jericho queria perguntar mais, mas sua expressão sombria impediu.
Dentro de minutos, Becca abruptamente desviou o carro em direção a
uma vaga de estacionamento ao lado da estrada, e ele resistiu à
tentação de fechar os olhos quando ela apertou seu caminho para o
local incrivelmente apertado, mas poupando a pintura do carro.
─ Agora eu sei por que você escolheu um carro menor - disse ele, uma
vez que ela bateu a alavanca do câmbio em ponto morto, e acionou o
freio de estacionamento.
─ Sim. Muito mais fácil de encontrar estacionamento. – Ela lhe lançou
um sorriso, em seguida, saiu do veículo. Instintivamente entendeu seu
desejo de evitar falar sobre sua vida, e não querendo empurrá-la, ele a
seguiu para fora do carro, dando um passo para a calçada para se ver
de frente a uma grande obra de arte arquitetônica que pareceu ser
construído de pedra. A fachada branca sombria foi esculpida, com uma
infinidade de pinturas que descrevem músicos e figuras simbólicas, e o
telhado do edifício foi agraciado por estátuas douradas de anjos em
ambos os lados e uma enorme cúpula, verde-cobre no centro.
─ Que lugar é este? - Ele perguntou, ainda olhando para o prédio. Ele
realmente não tinha tido tempo para explorar o itinerário do passeio
desde que ele tinha reservado no prazo tão curto, então ele não sabia
exatamente o que esperar ao longo do caminho.
Becca não poderia deixar de sorrir para a maravilha quase infantil que
encheu o rosto de Jericho. ─ Estamos no Palais Garnier2, ela disse a
ele, indo pesado sobre o sotaque francês quando ela pronunciou o
nome. ─ A mais famosa Casa de Opera no mundo.
─ É lindo. - Ele se virou para ela, um sorriso se espalhando em seus
lábios. ─ Não podermos entrar?
Becca deu um sorriso de resposta. ─ Com certeza sim.
Ela levou alguns momentos para explicar a arquitetura da fachada
quando eles atravessaram o pátio em direção ao prédio, apontando
todos os diferentes artistas esculpidos na frente do edifício e dizendo-
lhe seus nomes. Eles então subiram as escadas para o Grand Foyer, um
enorme salão de 16 metros de altura, pisos brilhantes iluminados por
candelabros ornamentados pendurados e um teto que ostentava um
mural lindo. Jericho se surpreendeu ao insistir em passar pelo menos
dez minutos estudando a obra de arte, que mostrava vários momentos
da história musical, e questionou-a longamente sobre cada uma das
cenas.
─ Você realmente sabe sobre seu trabalho - ele disse a ela quando eles
entraram em um dos salões que ladeiam ambos os lados do Foyer, seus
olhos azuis brilhando com admiração.
Becca não conseguia evitar a onda de orgulho em seu peito. ─ Eu venho
fazendo isso por um tempo agora - ela disse provocando. ─ Eu tive
algum tempo para fazer minha lição de casa sobre os diferentes
patrimônios históricos.
─ Tenho certeza que você teve - ele murmurou, olhando para ela. ─
Você me parece uma mulher muito inteligente, Rebecca Donaldson.
─ É apenas Becca - ela disse, tentando não trair a emoção que açoitou
através dela na maneira como ele disse o nome dela com aquela voz
escura e sexy dele. Mas ela não podia deixar de sentir a mudança no ar
entre eles, engrossando com calor intenso e emoção. Borboletas
flutuavam em seu estômago, a respiração presa na garganta enquanto
seus lindos olhos azuis tomaram conta dela novamente. Ela teve que
admitir que a ideia de que este pedaço montanhoso de homem a deseja
deu ao seu ego maltratado um inferno de um impulso, ela não tinha
perdido os olhares de paquera das várias mulheres que os viram
passarem até agora, ou o fato de que ele mal lhes deu uma segunda
olhada, muito preso na arte e arquitetura do lugar, e aparentemente em
Becca.
Mas, recordou-se com firmeza, nada disso importava. Ela não se
envolvia com clientes, e especialmente não com shifters, mesmo aquele
que tivesse jurado não a machucar. Mesmo aquele robustamente
bonito como ele era.
─ Acho melhor andarmos - disse ela, virando-se para que ela pudesse
levá-lo para frente. ─ Nós temos muito para ver aqui antes que chegue
a hora da nossa próxima parada.
a
─ Eu gostei da refeição - Jericho respondeu, quando Becca puxou para
o tráfego novamente. ─ Tanto que eu estou espantado por ainda caber
neste veículo.
Becca riu quando ela se moveu em terceira marcha, com os olhos
cintilantes concentrados na estrada à sua frente. ─ Você embalou
comida suficiente para um pequeno exército - disse ela. ─ Estou
surpresa que você ainda caiba em seus jeans.
Ele sorriu, acariciando um pouco sua barriga. ─ O que posso dizer? Um
urso pode comer.
Becca riu. ─ Sim, eu soube. - Ela respondeu, mas Jericho sentiu a
mudança em seu tom em sua referência à sua herança. O assunto
claramente a fez sentir-se desconfortável, assim como a atração entre
eles. Ele pensou sobre o modo que ela reagiu à conexão deles quando
eles se tocaram pela primeira vez, e depois novamente na casa de
ópera. Não havia dúvida de que ela o queria, e ainda assim ela está
determinada a evitá-lo. Mas por quê? Porque ele era um shifter?
E por que ele se importa, de qualquer maneira? Não era como se ele
pudesse agir sobre isso, de qualquer maneira. Ele está infelizmente
prometido à outra, mesmo se nenhum acordo formal foi feito, então
nada além de possível desgosto poderia vir de qualquer coisa entre eles.
Ela tinha razão em mantê-lo longe... E ele ainda sentia uma dor
incomum no peito com o pensamento de que ela poderia facilmente
fugir da intensidade que parecia puxá-los juntos.

─Nós estamos aqui - Ela anunciou, estacionando seu pequeno carro em


outro local ao lado da rua. Jericho saiu do carro, e um sorriso iluminou
seu rosto, varrendo os pensamentos preocupantes de mais cedo
quando ele avistou o vidro da pirâmide multifacetada projetando-se do
pátio e esticando-se para fora do museu.
─ Eu sei qual é este - disse ele com uma risada. ─ Este é o Louvre3!
─ É isso mesmo - disse Becca, o riso provocando as bordas de seu tom.
─ E já que este é um tour privado, você começa pulando essa fila lá fora
- disse ela, apontando para a longa fila de pessoas que serpenteavam
através da entrada da frente, e para o pátio.
Jericho levantou uma sobrancelha enquanto ela o levou além da fila,
mostrando algum tipo de identificação para a recepção que lhes
permitiram ignorar a fila, e caminhar para o museu. ─ Eu acho que eu
realmente estou recebendo o valor do meu dinheiro.
─ Pode apostar seu doce traseiro que você está - Becca respondeu
alegremente enquanto o guiava para o museu. ─ Eu nunca tive uma
crítica negativa de um cliente - e eu não estou prestes a começar agora.
─ Meu doce traseiro? Jericho repetiu, um sorriso diabólico se
espalhando pelo rosto. ─ Becca, obrigado por perceber.
Seu passo parou por um breve momento, e então ela o chocou
espetando o seu dedo médio no ar. Uma risada irrompeu de seu peito
antes que pudesse sequer pensar em ser insultado, e ele se apressou
atrás dela antes que ela passeasse no museu sem ele, mas não foi tão
rápido, assim não perdeu uma bela vista do próprio doce traseiro e
curvas dela, envolto por um par de jeans apertados que poderiam
facilmente deixar um homem insano.
a
O resto do dia passou em um turbilhão de atividade que não deixou
muito espaço para momentos difíceis entre eles. Depois de apresentá-
lo a uma variedade de exposições no Museu do Louvre, apresentando
tudo, desde a arte egípcia antiga a pedaços do Renascimento italiano,
ao passeio por meio de uma rota cênica ao longo do rio Sena para a Ile
de La Cite, uma ilha localizada no centro de Paris, no meio do Sena. Lá,
ela o levou em outra série de excursões privadas, desta vez para a Notre
Dame de Paris, com suas vigilantes gárgulas de pedra, e a
impressionante exibição de órgãos, o Chapelle Sainte4 com os seus
vitrais de tirar o fôlego, a Conciergerie5, com suas torres enormes e o
palácio de câmaras que dava nas celas de prisão, e em seguida um
passeio a pé pelo bairro de Marais.
Depois, eles fizeram uma rápida caminhada através do resto da cidade,
Becca apontou outros destinos turísticos famosos, como a Torre Eiffel,
o Arco do Triunfo6, Luxemboug Gardens7, e em outros lugares.
Eles poderiam visitar com mais detalhes no fim de semana. Como ela
deu visões gerais breves, mas persuasivas de cada destino, Jericho não
podia deixar de notar o brilho rosado nas bochechas, e a maneira como
seus olhos brilhavam de excitação quando ela discutia monumentos e
sítios históricos que ela tinha, provavelmente, visitado centenas de
vezes até agora.
─ Você realmente ama esta cidade, não é? - Ele comentou, quando ela
se virou para deixá-lo em seu hotel. O sol pairava baixo no céu por trás
deles, dourando a paisagem quando ele chegou mais perto e mais perto
de mergulhar abaixo do horizonte.
─ Eu gosto - disse ela, sorrindo melancolicamente. ─ Houve um tempo
em que eu não gostava, é claro, quando me mudei para cá com a minha
mãe quando era uma criança. Naquela época era tudo uma mistura
confusa de imagens e sons, um mundo barulhento cheio de pessoas que
falavam uma língua estranha, e zombarias condescendentes.
Jericho bufou uma risada. ─ Então, o estereótipo é verdade, sobre os
franceses serem um grupo arrogante?”
Becca deu de ombros. ─ Nem todos eles, e não depois que você começa
a conhecê-los e assimilar sua cultura um pouco mais. Eles não são
simplesmente muito amigáveis para pessoas de fora que pensam que
podem desfrutar de seu país sem aprender a língua deles. - Ela sorriu
novamente, mas desta vez a expressão foi um pouco mais melancólica.
─ Eu não posso dizer que eu não gosto da América, ou que eu não fico
impressionada com o desejo de viajar e agora e de novo. Mas na maior
parte, eu estou feliz aqui.
Ela parou na frente do Shangri-La, o lindo, hotel à direita ao longo da
água onde ele tinha reservado a sua suíte. ─ Bem, você está aqui - disse
ela, mas sua voz não tinha a finalidade que ele teria esperado, e uma
espécie de anseio brilhou em seus olhos quando ela olhou para a
estrutura de pedra e vidro, o creme de leite sem fim das paredes
exteriores quebrados com toldos verde-esmeralda que forneceram um
bom toque de cor. ─ Vou pegar você as nove em ponto, então é melhor
você começar o seu sono da beleza.
─ Jante comigo antes de ir. - Era uma afirmação, não uma pergunta.
Os olhos dela se arregalaram quando ela olhou de volta para o hotel,
em seguida, para ele novamente. ─ Eu não sei se isso é uma boa ideia -
respondeu ela, mas ele podia ver o olhar de dúvida em seus olhos.
─ Por favor. - Ele colocou uma mão em seu braço e apertou
encorajadoramente, ignorando o seu melhor pensamento sobre o
assunto. ─ Eu poderia gostar de uma boa companhia, além disso... É o
mínimo que posso fazer depois do passeio maravilhoso ao qual você me
levou hoje.
A determinação em seus olhos brilhou e depois morreu com um
pequeno suspiro. ─ Ok... Eu gostaria que... Se você está certo.
─ Eu nunca estive mais certo sobre qualquer coisa em toda a minha
vida - ele respondeu, seus lábios se curvando em um sorriso. ─ Vamos.
Becca pensou que jantar com ele significaria jantar em um dos
restaurantes cinco estrelas que, sem dúvida, estava localizado em um
luxuoso hotel como este, um pensamento bastante embaraçoso,
considerando que ela não estava nem de perto vestida para um lugar
assim, mas ela estava disposta a negociar isso em prol de gastar mais
algumas horas com Jericho.

Por que ela estava tão ansiosa para passar mais tempo com ele
quando ela teria que passar o dia todo com ele amanhã? Aquela era
uma pergunta que ela não queria responder agora. Ela não conseguia
esconder o olhar de surpresa quando, em vez de ir a um restaurante,
ele a levou para o elevador privado, e até o oitavo andar.
─ O que estamos fazendo aqui? - Ela perguntou quando ele tirou seu
cartão-chave, tentando soar indiferente, mesmo enquanto seu coração
começou uma corrida. Certamente ele não estava realmente
planejando passar a noite com ela em seu quarto?

A luz do leitor de cartão piscou verde, e ele abriu a porta, e então se


afastou para permitir que ela entrasse pela primeiro. ─ O serviço de
quarto nos trará uma refeição fantástica em breve - explicou. ─ Você
vai amar.

─ Oh, eu não sei se isso é uma boa ideia - começou ela, hesitando na
porta, mas ele balançou a cabeça.
─ É uma ótima ideia. - Seu belo rosto estava envolto em sombras, mas
ela podia ver o sorriso de gato Cheshire em seu rosto que lhe disse que
sim, isso realmente era uma ideia incrível e ela seria uma tola de se
afastar de um homem como este. Ela se encontrou tremendo, não com
medo, mas com desejo. ─ Entre... por favor. - Ele desmentiu o
comando com um sorriso caloroso e gentil que era difícil de resistir, e
antes que ela percebesse, ela passou por cima do limiar, e entrou em
seu quarto.

Não, não era apenas um quarto, corrigiu quando ela olhou ao redor,
uma suíte incrivelmente luxuosa. O local foi decorado com creme e
dourado, com toques de mogno nas cadeiras e mesas, e o corrimão
alinhando uma escadaria que, sem dúvida, levaria para o quarto ou
quartos acima. Abaixo, onde ela estava, era uma espaçosa sala de estar,
e além disso, uma mesa de jantar de mogno já preparada com bandejas
de prata cobertas. Atrás da mesa, espreitando para fora, além de uma
parede, era o que parecia ser uma cozinha totalmente equipada.

─ Isto é praticamente como um apartamento - ela murmurou. ─ É


fabuloso.

─ É bastante confortável. - Jericho foi subitamente parar ao lado dela.


Ele pegou a mão dela e levou-a a uma das longas janelas, retangulares.
─ Mas eu escolhi este quarto pela vista, mais do que qualquer outra
coisa.

Ele puxou a cortina pesada, e ela sorriu ao ver a Torre Eiffel, ouro
ardente no céu noturno. O sol já tinha desaparecido abaixo do
horizonte, mas alguns raios dispersos de ouro e rosa pareciam fundir-
se com a luminescência da torre, como se derivasse da luz do próprio
Deus Sol.

─ Uau - disse ela depois de um longo momento. ─ Esta é uma vista


maravilhosa da torre.

Sentiu-o mover-se atrás dela, e antes que ela percebesse, seu calor
masculino tinha aquecido sua pele, enviando uma onda de intensa
energia elétrica através de seu corpo.

─ Eu quero que você me leve lá amanhã - ele murmurou baixinho em


seu ouvido, seus lábios quase tocando o lóbulo sensível. ─ Para que
possamos ficar no topo, e ver o sol poente. - Ele não adicionou a
palavra "juntos", mas a palavra unificadora pendurou entre eles e
ambos sabiam disso. Um tremor de desejo percorreu-a, e ela olhou
para baixo por um minuto para se recompor, sabendo que ele podia
sentir seus sentimentos, e o impacto que ele tinha sobre ela.

─ Nós vamos certamente fazer isso acontecer - disse ela, olhando para
cima com um sorriso, e, em seguida, virou-se para a mesa antes que ela
pudesse ser pega no feitiço de seus olhos azuis sedutores. ─ Agora diga-
me, o que tem para o jantar? Estou faminta!

Descobriu que Jericho, não tinha muita experiência com a culinária


francesa, tinha pedido praticamente tudo sob o sol, a lua e as estrelas
do que o restaurante tinha para oferecer. Houve pombo assado, pato
foie gras, lagosta, cozido a bouillabaisse e scampi mexido – e não
estava nem mesmo incluindo os aperitivos, ou a sobremesa.
─ Eu acho que seus olhos podem ter sido realmente maiores do que o
seu estômago, desta vez - ela gemeu, sentada em sua cadeira. Ela
colocou a mão sobre a barriga e olhou para os restos da refeição.
Jericho tinha adotado uma pose semelhante, de olhos fechados quando
ele inclinou a cabeça para trás, e o fato de que ele estava ignorando
completamente o pão doce meio comido ainda sobre a mesa disse que
ela estava certa.

─ Pedi-lhes para enviarem todos os seus pratos mais populares - disse


ele depois de um longo momento, levantando a cabeça com o que
parecia um grande esforço. ─ Eu acho que eles interpretaram que isso
significava 'todos os seus pratos'. - Ele conseguiu levantar para fora de
sua cadeira, e depois estendeu a mão para ela. ─ Por que nós não
vamos para a sala de estar. Eu imagino que será muito mais confortável
lá.

Balançando a cabeça, ela tomou sua mão e lhe permitiu levá-la a um


dos sofás amarelo-limão. Sentando-se entre as almofadas de pelúcia,
ela soltou um suspiro de satisfação, e fechou os olhos. ─ Aquilo foi tão
bom. Obrigada, Jericho. Eu não tive uma refeição como está em um
longo tempo.

─ Você é bem-vinda. - Ela sentiu, mais do que ouviu Jericho colocar


seu grande corpo na extremidade oposta do sofá, e se perguntou como
um homem tão grande podia se mover tão graciosamente.
Reconhecendo que, era por ser um shifter urso, ela levou sua mente
para longe do tema, seu cérebro de repente mudou da sensação de
satisfação de uma incrível refeição para a realização do quanto tudo
deve ter custado. ─ Essa refeição - disse ela, e então olhou ao redor da
sala, ─ E esta suíte deve ter custado uma fortuna.

─ Como o tour que eu reservei. - Ele riu, e Becca se distraiu com o


sorriso, mas desapareceu tão rapidamente quando se tocou do que fez.

Ela silenciosamente se repreendeu por ser tão rude. Por que diabos ela
apenas disse isso?

─ Não se preocupe, Becca, eu posso arcar. O negócio da família paga


bem.

─ É mesmo? - Becca arrancou uma das almofadas amarelas e marrons


e abraçou-a em seu peito enquanto ela o olhou com curiosidade. ─ E o
negócio é o que, exatamente?

─ Imóveis. - Jericho esmagou a cintilação de culpa que se manifestava


em seu peito. O que havia para sentir culpa? Só porque ele não estava
dizendo a ela que ele realmente é dono da empresa não quer dizer que
ele estava mentindo para ela. ─ Nós compramos e vendemos um monte
de propriedades comerciais, geralmente para grandes corporações.

─ Ah, eu entendo. - Becca se atrapalhou com o travesseiro um pouco,


de repente sentindo-se fora de lugar. O homem não era apenas um
shifter urso, ele também era aparentemente algo de uma grande
corporação, e embora ela tenha guiado muitos desse tipo, ela nunca
teve um jantar com qualquer um deles. Quem ela pensava que era para
estar sentada aqui nesta sala elegante de hotel, recheada com um jantar
caro, e segurando o que seria provavelmente um travesseiro de
trezentos dólares em sua mão?
Jericho suspirou, seu rosto de repente escurecendo. ─ E agora eu te
deixei desconfortável.
O coração de Becca torceu um pouco com a visão da expressão infeliz
no rosto dele. ─ Eu sou tão fácil ler?
Ele só encolheu os ombros, em seguida, pegou um dos copos de vinho
sobre a mesa de café, e girou a haste de vidro entre os dedos. ─ Não é a
primeira vez que uma mulher muda de ideia sobre mim uma vez que
ela descobre mais sobre quem eu sou.
A torção em seu coração se transformou em uma facada total de culpa.
─ Eu não invejo você por causa do seu dinheiro - ela explicou
rapidamente. ─ Nem quero isso de você. É só que... Eu tenho certeza
que você já teve muitas mulheres mais bonitas em seu quarto de hotel
antes, durante suas muitas viagens.

Jericho soltou uma risada surpresa, seu belo rosto torcido em uma
expressão cínica. ─ Alguma vez, eu poderia ter vivido esse tipo de estilo
de vida, mas eu passei a maior parte da última década enterrado no
trabalho. Eu mal conseguia me lembrar o que era ser apenas
espontâneo e livre. Esta é a primeira férias que eu tenho tido em anos,
porque, finalmente, ocorreu-me que eu não estava vivendo minha vida.

Becca instintivamente pegou a mão dele, querendo confortá-lo. ─ Eu


acho que posso entender o que você quer dizer... - ela disse lentamente,
─ E se o que você está tentando dizer é que você gostaria de ser tratado
como um cara normal, eu posso fazer isso.
A expressão cínica derreteu em uma risada suave. ─ Você realmente
acha que pode lidar com isso? - Ele perguntou provocativamente.

Becca riu. ─ Sim... Eu certamente posso.

─ Bom. - Ele acariciou a ponta do polegar sobre o dorso da mão dela, e


uma sensação de formigamento varreu o braço dela, roubando
brevemente a respiração. ─ E só para que saiba, nenhuma das outras
mulheres, chegou perto de segurar uma vela para você.

─ Isso soa como uma coisa boa? - Ela respondeu, com um sorriso.

─ Será, realmente? - Ele respondeu, sua voz de repente assumiu um


rosnado baixo que deixou os mamilos dela eretos. ─ Porque eu nunca
tive qualquer desejo de dizer isso a alguém antes.

Ele soltou a mão dela e, no espaço de tempo ela ficou lá escancarada


para ele, debatendo-se sobre dizer alguma coisa, ele pegou a garrafa de
Cabernet da mesa, juntamente com o saca-rolha de prata brilhante que
estava ao lado dele. ─ Gostaria de um pouco de vinho? - perguntou ele,
com uma piscadela.

Ela se levantou. ─ Você vai beber também?

Ele olhou para a garrafa em dúvida por um momento, depois deu de


ombros. ─ É um desperdício em mim, mas vou acompanhar. - Ele tirou
a rolha, depois encheu ambas as taças sobre a mesa, e entregou uma
para ela.

Becca viu quando ele tomou um gole do seu, então ela provou seu
próprio copo. Era seco, com apenas um toque de cereja, e ela gostou
imediatamente. ─ O que quer dizer, que é um desperdício em você? -
ela perguntou.

Jericho ergueu as sobrancelhas em surpresa, e depois riu. ─ Eu


continuo esquecendo que você não sabe muito sobre shifters - disse ele,
balançando a cabeça. ─ Puros sangues têm metabolismos
incrivelmente rápidos, o que torna muito difícil para nós reter qualquer
tipo de droga ou álcool em nossa corrente sanguínea. Portanto, não
podemos realmente ficar bêbados ou drogados.

Becca olhou-o incrédula. ─ Sério?

Ele levantou o copo para ela. ─ Sério. - Em seguida, tomou outro gole.
─ Nem um pouco tonto.

Ele sorriu para ela e encheu um pouco mais de sua taça, que estava
quase vazia. ─ Podemos ficar com um pouco de zumbindo, mas ele
desaparece muito rapidamente, a menos que continue a beber.

Becca olhou desconfiada para sua bebida novamente. Ela não sabia
como ela se sentia sobre ficar embriagada na frente de um homem que,
aparentemente, não era afetado pelo álcool. Isso iria fazê-la vulnerável,
mas ela não tinha certeza se queria parar. Mas ao vê-lo ali sentado,
vestido com uma camiseta e jeans, bebendo vinho como se ele não
tivesse nenhuma preocupação no mundo, ela percebeu que ela se sentia
completamente segura com ele. Algo dentro dela lhe dizia que este
homem nunca iria forçá-la a fazer algo que ela não estava pronta para
fazer, não importa em que tipo de estado estivesse.

Levantando a taça para ele, ela drenou o conteúdo e, em seguida,


entregou a ele para encher.

Ele levantou uma sobrancelha. ─ Eu não sabia que isso era uma
competição - ele disse quando encheu novamente.

Ela sorriu. ─ Não é. Eu só queria seguir o impulso. - O vinho aqueceu,


e ela relaxou um pouco mais nos travesseiros franzindo a testa
pensativa. ─ Você sabe, eu sempre fui capaz de segurar minha bebida
muito melhor do que qualquer um dos meus amigos. Eu sempre me
perguntei se isso era um subproduto da minha herança. - Ela encolheu
os ombros. ─ Eu acho que agora eu sei.

Jericho olhou com curiosidade para ela, sentindo que ela estava se
abrindo um pouco mais. ─ Eu imagino que você pode ter... outras...
perguntas, sobre a sua herança?

Becca olhou com cautela. ─ Eu tenho. Você está se oferecendo para


respondê-las?

Jericho inclinou a cabeça. ─ Absolutamente... você pode me perguntar


qualquer coisa.
Becca parou por um momento enquanto considerava. ─ Eu acho que
realmente nunca tive a oportunidade de perguntar a alguém sobre
shifters antes - ela admitiu com uma risada. ─ Tudo o que eu sei, eu
consegui a partir da Internet e em livros que eu poderia encontrar, e de
alguns seres sobrenaturais que eu encontrei nesta cidade e que não tem
qualquer interesse em me matar e eles não dão informação de forma
gratuita. - Ela torceu o nariz.

Jericho levantou uma sobrancelha. ─ Uma bruxa? Ou mago?

Becca franziu a testa. “Vidente, sim. A maioria deles são falsos, mas...
eu senti algo diferente sobre um deles, e pensei que ela poderia ser
capaz de me ajudar.

Jericho assentiu. ─ Embora tenhamos alguns talentos mágicos nós


mesmos, somos capazes de sentir a magia em outros. Você sempre será
capaz de detectar as fraudes do verdadeiro talento mágico. - Ele se
moveu um pouco para que se inclinasse para frente. ─ Se você não se
importar em me dizer... o que exatamente você conseguiu aprender
sobre shifters até agora?

─ Bem, pelo que eu sei que os lobisomens passam por uma mudança
obrigatória com a luz da lua cheia, mas por alguma razão, para os
shifters ursos é com a luz da meia-lua. - Ela olhou para fora através das
janelas para a crescente lua pairando no céu noturno. ─ Pena que não
podemos testar essa hipótese no momento.
Jericho sorriu ironicamente. ─ Acredite em mim, a última coisa que eu
quero é ter que mudar durante as férias. Isso seria uma bela confusão
para ter que explicar para os funcionários do hotel.

Becca riu. ─ Bom ponto. - Ela fez uma pausa. ─ Você pode mudar
quando não é meia-lua?

─ Sim, eu posso, no entanto, leva mais tempo, e é bastante doloroso


sem a suficiente força da lua. - Ele olhou para a lua crescente. ─ Quanto
mais cheia a lua é, mais fácil a mudança é para nós.
Becca considerou por um momento. ─ Isso significa que, mesmo após a
meia-lua passando, ainda é mais fácil para você mudar ao longo do
resto do mês até a lua diminuir de novo?

─ Sim. Essa é uma vantagem que temos sobre nossos irmãos shifters.

Becca riu do sorriso de satisfação no rosto de Jericho. ─ Você é muito


bonito, às vezes, você sabe. - Surpresa a sacudiu quando as palavras
escaparam, espelhada nos olhos de cobalto de Jericho, mas depois ele
jogou a cabeça para trás e riu gostosamente antes que ela tivesse tempo
para lamentar o deslize.
─ Eu não acho que eu posso recordar a última vez que alguém já me
chamou de 'bonito' - disse ele quando sua risada havia diminuído. ─ Na
verdade, eu duvido que alguém tenha dito além de minha mãe, quando
eu ainda era um filhote. - Sua alegria se desvaneceu um pouco quando
seus olhos se tingiram com tristeza.
─ A sua mãe ainda está viva? - Ela perguntou, então estremeceu com a
intromissão da pergunta.

Uma nuvem sombria pareceu passar sobre o rosto de Jericho, e ele


desviou o olhar. ─ Não - ele disse calmamente. ─ Ela morreu quando
eu ainda era muito jovem.

─ Eu sinto muito. - Becca pegou a mão dele entre as suas desta vez e
apertou seus dedos, querendo confortá-lo. Podia sentir sua dor
intensamente como se fosse sua própria por que... Bem... Ela tinha
uma tragédia semelhante à sua. ─ Minha mãe morreu antes de seu
tempo também.

Os olhos de Jericho cheios de compaixão e compreensão de sua própria


dor quando ele encontrou o olhar dela. ─ Então nós temos algo em
comum aí também - ele murmurou, colocando a mão livre sobre a dela
e apertando em troca.

Calor correu através dela, afastando a tristeza persistente, e ela se


aproximava quando o mesmo desejo acendeu nos olhos de Jericho,
atraída como uma mariposa para a sua chama azul-cobalto. O ar entre
eles engrossando com calor e desejo, da mesma forma que na casa de
ópera, mas desta vez ela parecia impotente para fugir. Não havia nada
aqui para distrair, não há obras de arte ou maravilhas arquitetônicas
para chamar a atenção para longe da necessidade que parecia queimar
ferozmente entre eles.

─ Alguém já te disse o quão bonita você é? - Jericho sussurrou,


afastando um cacho de cabelo do rosto dela. O calor de sua mão fluiu
através do corpo dela, e dos olhos dela quando ela não lutou ao
balançar para ele. Foi difícil, embora o calor do corpo dele saía em
ondas para dentro dela, tão atraente quanto a chama de seus olhos.

Ela encontrou aqueles olhos agora, deleitando-se nas profundezas do


desejo que ela viu dentro deles – desejo por ela. ─ Já disseram - ela
disse, respirando superficialmente, ─ Mas nunca soou assim quando
você diz com essa voz profunda, sexy que você tem.

Os olhos dele pareciam queimar e ainda mais brilhantes com o


reconhecimento de que ela notou, de fato, achando-o atraente. ─ A pele
de pêssegos com creme em um rosto cuidadosamente esculpido pelo
próprio Deus - ele sussurrou, ─ E os olhos escuros com a promessa de
segredos deliciosos.

As bochechas pêssegos com creme de Becca floresceram num louvor


florido. ─ Você não está tentando compor um soneto para mim, não é?

Jericho riu com tristeza. ─ Não, eu receio que não - disse ele com um
suspiro, seus olhos perdendo um pouco de sua intensidade, embora ele
não deixou cair sua mão. ─ Eu roubei essas linhas de um livro que
estava lendo em um avião.

─ Ah, é mesmo? - Becca arqueou uma sobrancelha, rindo. ─ E que tipo


de livro você estaria lendo com tais... prosas brilhantes? -Perguntou
ela, tomando emprestado um termo que ela tinha ouvido um amigo
escritor usar, uma vez que sugere escrita caracterizada pelo uso
excessivo de adjetivos, advérbios e metáfora para elaborar vistosas e
ornamentadas prosas.
Jericho riu. ─ Eu tinha esquecido de trazer um livro para o avião, e
uma mulher idosa sentada ao meu lado decidiu ter pena de mim e
emprestar um de seus romances históricos. - Ele prontamente
procurou pelo gênero, uma vez que ele tinha saído do avião e seu
telefone estava na mão de novo, querendo saber quantos desses
romances foram escritos e se muitas mulheres compram. E, tinha
encontrado ambos os números surpreendentemente altos. ─ Não tinha
nada melhor para fazer, então o li. - Sua expressão se suavizou quando
ele olhou para ela novamente. ─ Eu tenho que dizer, a única coisa que
está me jogando em um laço desde que a vi é que você parece igual
como eu imaginava a heroína no livro.

─ Eu? - Becca deu uma risada assustada que morreu quando notou
seus olhos pegando fogo novamente. Limpando a garganta seca de
repente, ela endireitou os ombros e ergueu o queixo. ─ Eu faço justiça à
sua imagem mental dela?

─ Oh, ela não tem nada de você - ele disse, esfregando círculos lentos e
preguiçosos em todo o dorso da mão dela com o polegar novamente. ─
Você é de tirar o fôlego.

Becca sabia que seria melhor puxar as mãos da dele, e acabar com essa
conversa de paquera pela raiz antes que ele fosse longe demais. Mas a
emoção de tudo isso foi correndo por suas veias, e ela não conseguia
conter-se. ─ O que ela gosta, a sua heroína da ficção?

─ Obstinada e atrevida, com uma enorme faixa de independência -


Jericho disse, os lábios se curvando em um sorriso. ─ Como alguém
que eu conheço. - Ele acariciou as costas dos seus dedos ao longo da
curva da bochecha dela.

─ Humm - ela disse, lutando contra o impulso de inclinar-se para a


mão e ronronar como um gatinho pequeno e sem vergonha. Se os
dedos dele fizeram-na sentir tão bem em sua bochecha, como seria
com eles percorrendo outros lugares? Um pingo de calor acariciou
contra seu ventre com esse pensamento, e ela estremeceu um pouco. ─
E o que fez o herói em sua história, depois que ele falou essas palavras
fortes à atrevida heroína?
─ Só isso.
Jericho apertou a boca contra a dela, e ela engasgou. Seus lábios
estavam quentes e suaves e gentilmente exigentes quando eles se
moviam sobre os dela, persuadindo a cintilação de calor na sua barriga
em uma bola de fogo com apenas aquele simples toque. Olhos piscaram
fechados, ela balançou em seus braços, e ele a pegou, pressionando-a
suavemente contra seu peito enquanto continuou a beijá-la. Os
músculos sob a camisa eram maravilhosamente quentes e duros, e ela
colocou os braços em volta do pescoço dele para que pudesse
pressionar-se mais firmemente contra ele, e mergulhou em seu calor,
bem como o aroma masculino picante que a envolvia.

Jericho rosnou quando ela o beijou de volta. Tinha sido uma jogada
ousada, tendo a abertura que ela tão bem apresentou, e ele não tinha
estado inteiramente certo do porque ela ofereceu seus lábios a ele. Mas
aqui estava ela, esmagando seus seios contra seu peito enquanto ela o
envolvia com esse viciante aroma de baunilha e canela, e uma fome
feroz apoderou-se dele, uma fome que exigia prová-la, possuí-la
totalmente.
O urso dentro dele se agitou, o grunhido primitivo e surdo em seu peito
com o incentivo. O fato de que ambas as suas metades estavam de
acordo em tomar Becca só a fez muito mais desejável para ele. Ravena
e o clã podiam ir para o raio que o parta, não havia nenhuma maneira
que ele não a estivesse tendo pelo menos uma vez antes de voltar para
casa.

Mesmo se isso significasse que ele tinha que deixar uma parte de si
mesmo para trás com ela quando ele voltar.

Ele deslizou seus dedos pelos cachos de seda dela para que ele pudesse
segurar a parte de trás do pescoço, então inclinou a cabeça para que ele
pudesse deslizar a língua dentro de sua boca e aprofundar o beijo. Ela
não ofereceu resistência, a boca abrindo em um gemido que ele
estimulou, e ele levou tudo o que ela tinha para dar, saqueando sua
boca com abandono imprudente.
Becca se agarrou a Jericho pela sua vida enquanto ele a devorava com
um beijo tão intensamente apaixonado, ela sentiu como se ele estivesse
reivindicando sua alma. Uma faísca de medo tentou acender no peito,
mas foi arrastada no turbilhão de desejo e paixão rasgando através
dela, afastando todo pensamento racional e dúvida, e não deixando
nada para trás, exceto uma necessidade crua e dolorida por mais. Ela
não sabia o quão longe ela estava preparada para ir com isso, mas ela
sabia que não havia nada na terra que poderia fazê-la parar, não agora,
não com a língua dele em sua boca e as mãos dele em seu cabelo.

Ela inclinou a cabeça um pouco para trás, confiando o peso de sua


cabeça à mão firme que ainda suportava, quando Jericho beliscou o
lábio e começou a traçar um caminho pelo seu pescoço com a língua.
Ela gemeu, quando a língua dele quente e molhada encontrou um
ponto doce perto de sua garganta, e ele parou. Por um momento não
houve qualquer movimento, e, em seguida, ele mordeu e sugou no local
sensível, arrancando um grito de seus lábios.

─ Jericho!

Oh, Deus, pensou Jericho. Ele tinha feito quase nada ainda e ela já
estava gritando seu nome. Se ela continuasse, não demoraria muito
para que ele rasgasse suas calças de brim e a reclamasse como sua. Seu
pau estava pulsando tão forte que mal podia se conter.

Ele lambeu gentilmente a contusão que ele tinha feito em sua pele cor
de pêssego, e, em seguida, levantou a bainha de sua camisa para que
pudesse mordiscar a pele macia de seu abdômen. Ela se contorceu sob
seus lábios, murmurando incoerentemente, engasgou quando ele
mergulhou sua língua em seu umbigo, então acalmou quando ele
estendeu a mão para o fecho frontal em seu sutiã.

Jericho levantou a cabeça para olhar em seus olhos de pálpebras


pesadas. Seu rosto estava corado, os lábios inchados de seus beijos, e
ainda... ─ Há algo errado?

O coração de Becca batia tão alto em seu peito que era uma maravilha
que ela pudesse ouvir a voz de Jericho. ─ Eu... - ela lutou para afastar a
sensação de peso no peito e dizer palavras. ─ É só que eu fiz uma
promessa, evitar relações de uma noite por toda a minha vida. Porque
eu não quero acabar como minha mãe.
Os olhos de Jericho escureceram com compreensão e raiva. ─ Seu pai...
ele abandonou você?

Becca balançou a cabeça, olhando para longe. Era estranho ter essa
conversa, enquanto eles estavam em uma posição tão íntima... E ainda
assim precisava ser dito. ─ Eu duvido que ele já saiba que eu existia.
Foi apenas uma noite tola, durante um dos episódios mais selvagens de
minha mãe. E ela não tinha ideia de que ele era outra coisa senão
humano até a primeira vez que mudei, quando eu tinha apenas seis
semanas de idade. - Becca riu fracamente. ─ Segundo ela, um momento
eu estava apenas mamando como um bebê em seu seio, e no seguinte
eu era um pacote de peles e minúsculas garras. Assustando-a pra
caralho.

Jericho sacudiu a cabeça. ─ Eu não posso imaginar como deve ter sido
para ela - disse ele, em seguida, afastou-se dela, para dar-lhe espaço.
Ela sentiu decepção por um momento com a ausência de seu corpo
duro e quente, uma decepção que ela sabia que ela não devia sentir,
desde que ela tinha, essencialmente, pedido para ele parar, e, em
seguida, ele a surpreendeu, reunindo-a em seu colo, e embalando-a
contra seu peito. Ela ainda podia sentir o pau dele rígido debaixo dela,
mas diferente da singular expressão de seu desejo, ele parecia contente
em apenas sentar lá com ela.

─ Eu gostaria que você tivesse o seu pai, ou pelo menos alguém que
pudesse ensinar-lhe as maneiras de ser um shifter - ele murmurou em
seu cabelo. ─ Eu imagino que a sua vida poderia ter sido um pouco
mais fácil, então.
Ela levantou a cabeça e olhou-o nos olhos, surpresa com a sinceridade
ardente em suas profundezas cobalto. ─ É incrível um shifter sequer
pensar em dizer tais coisas para mim - ela murmurou, escovando a
parte de trás da sua mão ao longo de mandíbula mal barbeada dele. Ela
gostava da textura áspera contra sua pele.

Ele lhe deu um sorriso torto que simplesmente derreteu seu coração. ─
Sim, bem, eu não sou um shifter comum.
Ela o beijou de novo, incapaz de ajudar a si mesma de querer sentir os
lábios macios, esculpidos contra os dela. Ele respondeu
imediatamente, com os braços mais firmes em torno dela, e ela se
perdeu nas sensações engolindo-a, o delicioso calor derramando fora
dele e dentro dela, o inebriante perfume, viciante que encheu seus
seios, a corrente de energia que parecia correr como um fio vivo sob a
pele que cobre seus músculos maravilhosamente duros.

Jericho gemeu em voz alta quando Becca se moveu em seu colo, suas
coxas se separando, e trazendo seu núcleo aquecido em contato direto
com a protuberância lutando contra o zíper dele. Cristo, ele a queria, e
ele poderia dizer que ela o queria pelo aroma inebriante de excitação
flutuando dela. Mas só porque seu corpo estava gritando para ele não
queria dizer que sua mente estava pronta.

E, além disso, ela era sábia de se preocupar com a gravidez. Seria uma
catástrofe total para ele voltar para casa e acasalar com Ravena, apenas
para descobrir que Becca estava grávida. No entanto, mesmo com o
pensamento terrível, não foi suficiente para purgar o desejo ardente de
seu corpo. Tinha que haver uma maneira...
─ Por favor, deixe-me agradá-la - ele raspou com a voz rouca contra
sua boca.

As palavras roucas de Jericho mal penetraram a nuvem de luxúria


embaçando a mente de Becca. ─ Huh? - Ela disse inexpressivamente.

─ Nós não temos que percorrer todo o caminho. - Ele mordeu o lábio
inferior. ─ Deixe-me tocá-la. Eu só quero sentir você, provar você na
minha língua.

Ele traçou a borda inferior do lábio dela com a referida língua,


enviando outro arrepio quente de desejo por ela. Em resposta, ela
simplesmente beijou-o ferozmente, moendo seu núcleo dolorido contra
a protuberância de aço nas calças. Ele grunhiu em resposta,
envolvendo as pernas dela firmemente em torno de sua cintura quando
ele se levantou do sofá e a levou pelas escadas.

Vagamente ela se deu conta de pisar em um quarto escuro, em seguida,


com um movimento da mão dele, uma luz acesa, iluminando os
arredores. No segundo seguinte, ela estava sendo baixada sobre um
colchão como nuvens macias coberta com uma colcha de cetim,
vermelha, que estava fria contra sua pele aquecida. Ela observou com
olhos famintos quando Jericho fez uma pausa para tirar a camisa,
jogando-a em uma cadeira próxima.

Meu Deus, ele é magnífico, ela pensou. Toda a pele reluzente e


avermelhada se derramando sobre músculos que pareciam ter sido
esculpidos em mármore liso por um mestre escultor, cada mergulho,
corte e vale tão exato e preciso, como se fossem afinados com o fio da
lâmina.

Você é lindo, pensou ela, levantando para que ela pudesse puxá-lo em
sua direção. Avidamente, ela passou as mãos sobre os músculos
poderosos no peito e no abdômen, revelando a pele quente, suave, e a
maneira como os músculos dele se contraíam sob seu toque.

Jericho mal podia respirar quando Becca passou as mãos sobre seu
corpo. Seu olhar escuro, com fome parecia devorá-lo quando ela
deslizou as mãos através de sua pele, parecendo saborear a sensação de
seu corpo sob os dedos dela. Arrepios surgiram ao longo de sua carne,
mas foi um calor escaldante que ela deixou em seu rastro, em vez de
um frio, um calor que ameaçava desfazê-lo completamente.

─ Minha vez - ele murmurou, agarrando ambos os pulsos dela em uma


mão e puxando-os sobre a cabeça dela. Ele pressionou o comprimento
do seu corpo contra o dela e beijou-a profundamente, até que ela ficou
perdida na paixão de seu abraço mais uma vez. Só então ele se
aventurou ao sul, levantando a camisa dela e descartando, então tirou
fora o fecho do sutiã antes dela ter a chance de mudar de ideia.

Seus seios ficaram livres de sua prisão e diretamente em suas mãos,


enchendo-as perfeitamente. Ele quase gemeu quando ele os pesou em
suas mãos, apertando suavemente e acariciando. Eles tinham uma
forma perfeita, alta, redonda e cheia, com mamilos franzidos e rosados
apenas implorando por uma prova.
─ Aperte-os - ela pediu, com os olhos meio fechados, e uma onda
incandescente o varreu quando ela demonstrou, levantando os dedos
longos e elegantes para seu seio direito. Seus lábios se separaram em
um suspiro ofegante quando ela rolou o mamilo entre o polegar e o
indicador, e ela estendeu com a outra mão para dar ao seu seio
esquerdo o mesmo tratamento.

Jericho tirou as mãos dela, apoiando-se e sacudiu a língua pela ponta


do mamilo esquerdo. Um som estrangulado escapou dos lábios de
Becca, transformando-se em um gemido completo quando ele colocou
o mamilo em sua boca e chupou suavemente. As mãos dela deslizaram
no cabelo dele, unhas levemente arranhando o couro cabeludo quando
ela o segurou contra o peito, fazendo guturais "Hummm" ruídos na
parte de trás da garganta dela que eram sexy como o inferno. Querendo
sentir como ela estava molhada, ele deslizou a mão livre sob o cós de
sua calça jeans, e segurou-a através de suas calcinhas úmidas.

Os quadris de Becca ergueram para fora da cama quando Jericho


segurou sua buceta com a plenitude da mão, o envio de mais ondas de
calor através de seu núcleo. Os dedos dela apertados contra o couro
cabeludo dele, ele começou a massagear gentilmente através da
calcinha úmida, apertando a sensação no ventre e fazendo-a ainda mais
molhada.

─ Mais - ela pediu, estendendo a mão para o botão superior de seus


jeans. ─ Eu preciso sentir suas mãos em mim.

Jericho lhe deu um sorriso diabólico enquanto empurrava os jeans fora


dos quadris dela, e os chutou para o chão. ─ Alguém está impaciente. -
Ele cutucou os joelhos dela afastados para que ele pudesse se
estabelecer entre as coxas, e depois tirou a calcinha usando apenas os
dentes, lentamente, arrastando o pedaço de tecido para baixo das
pernas dela até que pensou que ela iria gritar de tanta expectativa.

─ Humm. - Jericho tirou a calcinha de Becca em torno do tornozelo,


em seguida, levantou o tecido molhado para o nariz e inalou a
fragrância potente de sua excitação. ─ Você tem um cheiro tão bom. -
Seu olhar faminto transferiu de volta para o espaço entre suas pernas,
onde as dobras rosas, brilhavam úmidas debaixo de cachos
encaracolados castanhos avermelhados. ─ E você parece boa o
suficiente para comer.

Becca tremia quando ele se moveu para baixo entre as pernas, o rosto
pairando tão perto de sua buceta, ela podia sentir seu hálito quente
contra seu clitóris. Ela assistiu com a respiração suspensa enquanto ele
deslizava dois dedos entre os lábios, abrindo-a, ao mesmo tempo sem
tirar os olhos dela, um fogo perverso queimando em seus incríveis
olhos azuis. Ela jurou que ela nunca tinha visto nada tão erótico em sua
vida, e isso só a fez queimar mais por ele.

─ Por favor - disse ela, levantando seus quadris para ele. ─ Lamba-me.

Jericho rosnou em resposta, então deslizou as mãos sob o traseiro dela,


e trouxe a buceta ao rosto.

─ Oh, eu pretendo - ele murmurou. Becca abriu a boca,


momentaneamente parecendo como se estivesse indo protestar, e
depois engasgou quando ele deslizou a língua molhada dentro dela. A
respiração dele parou quando sentiu as paredes do aperto da buceta ao
redor dele, tentando atraí-lo, e por um terrivelmente longo momento
ele lutava contra o instinto de arrancar a calça jeans e enterrar-se
dentro dela para que ele pudesse sentir sua buceta apertar ao redor do
pau dele.
Não, recordou-se ferozmente. Você prometeu. Esta noite é toda para
ela.

Becca gemeu baixo em sua garganta quando Jericho levantou a boca,


só para deslizar os dedos dentro dela, massageando seu ponto G. Uma
sensação de fogo em espiral através de seu núcleo, apertando seus
músculos internos para que eles pulsassem e pulsassem com
necessidade. Parte dela queria inclinar-se para trás e fechar os olhos,
mas não conseguia desviar o olhar da expressão perversamente quente
no rosto de Jericho enquanto o dedo entrava nela.

─ Você gosta dessa maneira? - Ele perguntou suavemente, uma rajada


de respiração quente contra o clitóris inchado.
─ Sim - ela gemeu, arqueando seus quadris para mais perto dele
enquanto ela pôs as mãos nos lençóis.
─ Você quer mais? - Ele pressionou o polegar contra o clitóris e ela
gritou, estremecendo.

─ Sim! Por favor, sim - ela ofegava, e depois resistiu


descontroladamente debaixo dele quando ele abaixou a boca para sua
buceta mais uma vez. Ele lambeu e chupou suavemente sobre o clitóris,
que vibrava em sua língua aveludada sobre o broto doce, enviando
ondas de prazer através de seu corpo, durante todo o tempo
bombeando seus dedos dentro e fora de sua buceta. A combinação a
levou ao limite, e ela cavou seus dedos no cabelo dele enquanto ela
gritava seu nome, afogando-se em seu próprio desejo.
Jericho não tinha percebido, também apanhado no furor do clímax
dela. Ele observou os olhos de café marrom nublados quando eles
abriram com prazer, observou a sensível queda de boca aberta
enquanto ela gritava seu nome, seu belo corpo tremendo debaixo dele.
─ Oh meu Deus - ela respirou, seu aperto na cabeça dele relaxou
quando ela afundou-se na cama. ─ Isso foi... incrível.
─ Você foi incrível. - Ele se deitou ao lado dela e puxou o corpo flexível
dela, saciado ao lado dele. ─ E você tem um sabor incrível.

Becca riu, enrolando-se contra seu peito. Sentia-se tão confortável, tão
certa, aninhou-se contra ele.
Um pouco demais, uma voz em sua cabeça avisando, e ela parou. Só o
que ela estava fazendo aqui, exatamente, de qualquer maneira?
─ Becca? - Jericho elevou o queixo de modo que ela estava olhando em
seus olhos. Seus olhos cobalto e azuis brilhavam com preocupação por
ela. ─ Você está bem? Eu não... te machuquei de alguma maneira, não
é?

─ Não, claro que não. - A ideia de que qualquer coisa que ele tinha feito
com ela esta noite pudesse ter sido interpretada como dor era risível.
Mas o fato de que a preocupação em seus olhos ameaçou derreter o
coração dela a preocupava profundamente, e ela empurrou. ─ Eu tenho
que ir, no entanto.

Jericho se sentou, franzindo a testa enquanto a observava recuperar


sua roupa. ─ Você não vai passar a noite? - Um profundo sentimento
de perda o encheu – tinha estado ansioso por se enrolar em torno do
corpo nu dela, abraçando-a. De saboreá-la mais e ouvir seu nome em
seus lábios de novo e de novo.

A culpa queimou um buraco no peito de Becca com a mágoa na voz de


Jericho, e ela se recusou a olhar para ele, não querendo olhar em seus
olhos lindos, porque ela sabia que eles iriam desfazê-la. ─ Eu tenho um
gato em casa que precisa de comida - explicou ela enquanto empurrava
as pernas em seu jeans, ─ E eu não tenho uma muda de roupa. Eu
realmente deveria ir para casa agora.

─ Tudo bem. - Jericho se sentou e pegou o telefone celular ainda


enfiado nas calças de brim. Decepção ainda chiando em seu peito, mas
ele entendeu a sua posição e sabia que, se ele empurrasse só iria
distanciá-la. ─ Deixe-me chamar um táxi, pelo menos.

Becca puxou sua camisa em cima da cabeça, em seguida, lançou lhe um


sorriso rápido. ─ Não há necessidade - disse ela, empurrando os pés
nos sapatos. ─ Confie em mim. Vejo-o amanhã de manhã, ok? Vamos
nos encontrar no saguão. - E então ela desapareceu, seus pés
tamborilando leves e rápidos para baixo na escada atapetada, e no
segundo seguinte a porta ao lado do apartamento se fechou.
Ela se foi.
Jericho virou para olhar o despertador na mesa de cabeceira, e depois
gemeu. 03:00 no relógio digital piscou desagradavelmente para ele, e
ele se jogou de costas, olhando para o teto, perguntando-se se o sono
jamais viria esta noite.

Toda vez que ele fechava os olhos, tudo o que podia pensar era em
Becca. A maneira como seu cabelo castanho-avermelhado ondulava
dignamente em torno de seu rosto, a maneira como seus olhos
brilhavam cor uísque quando ela falou sobre monumentos históricos e
peças de arte inestimáveis. O aroma de baunilha e canela permanecia
em suas narinas, e ele ainda podia sentir apenas uma pitada do gosto
da boceta dela a cada vez que ele engolia.

Ela foi incorporada em seu sistema, tão firmemente como qualquer um


dos filamentos de DNA codificados em sua composição genética, e a
ideia o aterrorizava.

Como diabos isso tinha acontecido? Ele só tinha a intenção de saciar a


luxúria dela, e talvez um pouco da sua própria, e agora ele não podia
tirar a mulher da sua cabeça. Seu pau queimou e latejou, cada vez que
roçou os lençóis, e ele cerrou os dentes, tentando lutar contra um caso
grave de bolas azuis.
Pense em Ravena esperando por você de volta em casa, ele pensou.
Isso deve matar sua ereção.
Ele tentou evocar a imagem da ursa certinha, e, lentamente, uma
imagem de sua beleza elegante formou em sua mente. Mas, quando ele
olhou para ela, as linhas nítidas do rosto suavizaram na forma de um
coração, e sua nuvem de cabelo louro em cascata em cachos castanhos
avermelhados que brilhavam à luz.

Becca.

Ele gemeu quando sua mão involuntariamente roçou seu pau, e antes
que ele percebesse, ele tinha envolto seus dedos ao redor do
comprimento turgido. Chutou para sair dos lençóis, abriu as pernas e
segurou suas bolas com uma mão, massageando seu pau com a outra,
quando ele fechou os olhos e pensou na mulher que se contorcia nua
em sua cama sob suas mãos e boca, e gritou o seu nome para o céu.

Seu pau explodiu, jorrando sêmem branco e quente por todo o lado, e
ele gemeu quando seu corpo estremeceu com a força de seu clímax.

Não havia nenhum ponto em negá-lo, ele pensou quando ele caiu de
volta contra o colchão, seu corpo saciado e ainda vibrando com a
energia sexual. Ele queria Becca ferozmente, então qual era o ponto de
negar a si mesmo? Ele não está oficialmente prometido a Ravena, ou a
qualquer outra pessoa, no entanto, portanto, não foi como se estivesse
traindo alguém por ter um caso com ela.
Eles iriam estabelecer limites, disse a si mesmo enquanto se limpava, e
puxou os lençóis para trás sobre seu corpo novamente. Ele não queria
qualquer um deles sofrendo quando ele tivesse que voltar para a
América, algo que iria acontecer muito em breve. Mas ele também se
recusou a deixar o desejo deles insatisfeito, enquanto houvesse a
oportunidade para saciar isso, eles aproveitariam.

Sorrindo, ele caiu no sono, um plano já meio formado em sua cabeça


sobre como ele iria superar as objeções de Becca, e levá-los para um
lugar de prazer que ela nunca teria imaginado.

Becca lutou contra a vontade de cruzar os braços e bater o pé com


impaciência enquanto esperava no lobby Jericho descer. Ele tinha
assegurado que ele iria em ‘apenas um segundo’, quando ela pediu à
recepção para chamá-lo, e que foi há mais de 10 minutos atrás.

Claro, ela sempre poderia subir e tocar em sua porta, mas tinha a
sensação de que era exatamente isso o que ele queria, e é uma má ideia.
Não havia nenhuma maneira que ela estivesse sendo capaz de pôr o pé
em seu quarto de hotel novamente sem ser bombardeada com as
memórias de sua vida amorosa na noite passada.

Inferno, mal conseguia pensar mesmo em Jericho sem vê-lo deitado


entre suas pernas, dando-lhe o prazer mais incrível de sua vida.
Becca cerrou os dentes quando o calor inundou seu corpo. Sério? Ela
teve que obter um controle de si mesma antes dele descer as escadas,
porque o cheiro de sua excitação só iria deixá-lo saber exatamente o
que ele a fazia sentir, e qual o controle que ele realmente tinha sobre
ela. Não importa quão boa a noite passada foi, ela não podia permitir
que isso aconteça novamente. Não havia nenhuma maneira que ela
estivesse se abrindo, há algo que poderia facilmente deixá-la com o
coração partido novamente. Tinha sido duro o suficiente sair ontem à
noite, e ela não tinha certeza se seria capaz de conseguir uma segunda
vez.

Não, era melhor eles fazerem o passeio que ele contratou, e


simplesmente deixar as coisas como estão.

Ela sentiu o cheiro picante de masculinidade que estava se tornando


muito familiar, e se virou para vê-lo sair do elevador de ouro com um
saco de papel marrom estampado com o logotipo do hotel agarrado na
mão e um copo de isopor na outra. Ele usava óculos de sol e uma
jaqueta de couro preta sobre sua camisa e calças jeans de hoje, e a
roupa adicionou uma vantagem extra de perigo e mistério a ele, que era
muito atraente, se as cabeças girando das fêmeas em torno dele eram
alguma indicação.

Não que ela se importasse.

─ Bom dia. - Ele deslizou os óculos de sol ao longo do seu cabelo


escuro, revelando os olhos azuis brilhantes que o fazia parecer
ridiculamente lindo enquanto ele sorriu para ela. Ele parecia bem
descansado e cheio de energia.
─ Bom dia - ela voltou, tentando não parecer irritada, mas era difícil
desde que ela tinha se virado a maior parte da noite. Se não fosse a
dose tripla de café expresso que ela pegou esta manhã, ela
provavelmente teria passado os últimos dez minutos cochilando em
uma das cadeiras do lobby do hotel. ─ Parece que você dormiu bem.

Jericho sorriu um pouco triste. ─ Uma das vantagens em ter um


excelente metabolismo, estou com medo - disse ele, em seguida, baixou
a voz, uma centelha de intensidade em chamas nos seus olhos. ─ Eu
estava realmente acordado a noite toda. Eu não conseguia parar de
pensar em você.

A respiração dela ficou presa pela maneira bruta na voz dele, roubando
dela todas as decisões anteriores, e o que ela estava prestes a fazer. Ele
tinha pensado nela também? O conhecimento impregnou nela com
carinho e satisfação, que ela muito bem sabia que não deveria estar
sentindo, mas ela não conseguia evitar.

─ Desculpe-me por ter me atrasado - disse ele, sua voz e os olhos


iluminando-se novamente. ─ Eu queria trazer-lhe o café da manhã,
mas o serviço de quarto levou mais tempo do que eu esperava. - Ele
estendeu o copo de isopor e o saco de papel. ─ Para você.

─ Oh. - Emocionada, ela os pegou sem pensar nisso. ─ Obrigada. - O


cheiro de café flutuava do copo de isopor quente, juntamente com uma
pitada de creme de leite e açúcar. Incapaz de resistir, ela abriu o topo
do saco. ─ Ó meu Deus. Croissants.
Ele sorriu. ─ Estando na França.
Uma risada escapou dos lábios dela. ─ Você é um patife - ela
repreendeu, em seguida, virou-se e dirigiu-se para a saída.

Ele a seguiu, um sorriso brincando em seus lábios pecaminosos


enquanto se dirigiam para o carro dela. ─ Eu não sei do que você está
falando.

─ Eu sei que você está tentando me encantar - ela disse quando ela
deslizou para o banco do motorista e entraram. ─ E isso não vai
funcionar. - Quando ela ligou o motor, ela cavou um dos croissants fora
do saco e deu uma grande mordida, então gemeu quando o
amanteigado pão escamoso afundou em sua língua.

─ Você tem certeza disso? - Ele levantou uma sobrancelha desafiadora,


e as bochechas dela coraram um pouco.
─ Só porque eu não planejo ceder à sua sedução não significa que eu
não desfrutarei de seus esforços ao longo do caminho. - Ela ergueu o
queixo e puxou para o tráfego, terminando oficialmente a conversa.
Mas não, ela sabia, a batalha tinha apenas começado.
Os 45 minutos de carro do Castelo de Versalhes foi o passeio mais
doloroso de sua vida. Não por causa do tráfego, ou o calor, ou os
intermináveis comerciais de rádio que tiraram o inferno sempre vivo
fora dela.

Não, era o fato de que Jericho parecia ocupar cada centímetro de


espaço nos confins compactos do seu veículo, não só com o corpo, mas
com a presença dele. Seu picante perfume masculino encheu o ar junto
com a energia masculina que sempre parecia sair dele em ondas
quentes, tornando-se difícil traçar uma única respiração que não
estivesse cheia de desejo. Ele estava usando algum tipo doce de água de
colônia com aroma de sândalo, hoje, o que só fez seu cheiro muito mais
viciante, como ele sem dúvida já sabia.

Maldito seja ele.

Ela deu um suspiro de alívio quando finalmente estacionou o carro no


estacionamento designado para passeios, em seguida, ergueu a bolsa
por cima do ombro enquanto ela esperava por Jericho espremer-se
para fora do lado do passageiro.

─ Uau. - Os olhos de Jericho brilhavam enquanto inspecionava o


castelo, sentado no coração de uma ampla área ajardinada que se
vangloriava das fontes e estátuas e uma deslumbrante variedade de
árvores, flores e plantas que se estendia até onde a vista alcançava. ─
Rei Louis deve ter tido um grande tempo aqui.

─ Qual deles? - Becca disse levemente, liderando o caminho.


Atravessaram uma grande fonte com uma série de esculturas de bronze
surgindo do centro da água, e começaram a caminhar para baixo em
um dos caminhos de ambos os lados do trecho de gramado que corria
todo o caminho até a entrada do castelo.

Jericho franziu o nariz enquanto pensava sobre isso, e ela lutou contra
uma risadinha. ─ O décimo?

Becca sacudiu um dedo. ─ Alguém precisa relembrar a história - disse


ela. ─ Foi Louis XIV quem construiu este castelo. Ele começou como
um simples pavilhão de caça de seu pai antes que ele se transformasse
no que é hoje.

Ela continuou falando história do castelo a Jericho, a confiança em seu


papel como um guia de turismo acalmando seus nervos e a distraiu do
sex appeal cru dele. Eles tinham ido direto para o Hall of Mirrors, e por
um tempo, mesmo Jericho parecia muito preso com a opulência de
seus arredores para lembrar que ele deveria seduzi-la.

Ou assim ela pensou.


Jericho lhe permitiu o conforto que ela tirou de seu papel como guia
turístico, fingindo ser inteiramente absorvido pelo castelo – que na
verdade não foi muito difícil quando ele encontrou peças fascinantes da
história, arte e arquitetura em todos os lugares que parecia. Ouro,
pedras preciosas e cristal escorriam de tudo, desde o mobiliário até a
arte até a decoração em si, a enorme quantidade de riqueza e opulência
cambaleando até mesmo para um homem de meios como ele.

Mas não tão impressionante que ele não tivesse um olho em sua mal-
humorada guia em todos os momentos.

Ela provavelmente pensou que ele não percebeu que ela tinha se
vestido para ele, pensou. Mais do que a simples blusa da empresa e
calças jeans, que ela usava ontem, ela vestia um top branco rendado
que descobriu a pele em sua clavícula e seus braços e agarrou-se a suas
curvas como uma segunda pele. Seus jeans estavam dobrados em botas
de cano alto de camurça marrom com fivelas de prata que me
captavam a luz a cada passo que dava. É totalmente possível à escolha
ser subconsciente, e que, se pressionada ela iria simplesmente dizer-lhe
que era isso que ela normalmente usava quando ela saía de uniforme...
Mas, se ela realmente não queria que ele fizesse avanços, ela está
fazendo tudo errado no que diz respeito ao seu guarda-roupa, porque
ele não conseguia parar de traçar a curva de seus seios com os olhos ou
olhar para a forma como os jeans moldavam a bunda dela toda vez que
ela se virou para apontar outro detalhe fascinante sobre o palácio.

Ele começou a fechar a distância entre eles, pouco a pouco, tocando o


cotovelo dela enquanto a ajudava a descer um lance de escadas,
colocando a palma da mão contra a curva das costas encontrando
pequeno traseiro perfeito enquanto atravessavam uma porta. Ela
endureceu com os toques no início, ela aqueceu o corpo em resposta
sob sua mão cada vez que ele a colocou contra ela, mas eventualmente
ela relaxou, aclimatando-se com o toque dele, sem dúvida, porque ela
acreditava que não iriam mais longe.

E eles não iriam, por agora.

Becca respirou fundo quando eles saíram do castelo e entraram no


Jardim Du Château de Versailles. ─ Estes jardins levaram mais de
quarenta anos para planejar e criar - disse ela, estendendo as mãos
para indicar a vastidão das terras. ─ Um lembrete para a extravagância
da realeza francesa... bem como o seu olho para a verdadeira beleza.

─ Estamos indo explorar a coisa toda? - Perguntou Jericho, com os


olhos digitalizando o vasto terreno. ─ Não que eu seja contra a ideia...
mas eu imagino que poderia nos levar algum tempo.

Becca sacudiu a cabeça. ─ Não temos tempo para isso, infelizmente.


Mas, se você estiver interessado... Eu vou levá-lo para o meu lugar
favorito nos jardins - disse ela com um sorriso tímido.

Jericho inclinou a cabeça, intrigado. ─ Lidere o caminho.

Ela o levou passando por vários canteiro – jardins formais


estabelecidos em padrões simétricos sobre uma superfície plana, fontes
e esculturas, apontando-os ao longo do caminho e dando-lhe uma
breve história de cada um, permanecendo firme em seu papel de guia
de turismo. Exceto em algum lugar ao longo da rota, quando ele tinha
tomado um passo em falso, ela o tinha segurado pelo antebraço, a fim
de puxá-lo para que ela não tenha que se preocupar com ele se
perdendo. Ele sorriu com a visão dos dedos longos e elegantes dela
envolvidos em torno de sua luva de couro escuro, era um sinal de que
ela estava ficando cada vez mais confortável com ele.

─ Aqui estamos nós - ela disse quando eles surgiram em outro bosque
de árvores que formam padrões geométricos em torno de uma fonte
que era idêntica a muitas fontes espalhados em Versailles. Jericho
franziu o cenho enquanto olhava ao redor, perguntando o que havia de
tão especial sobre o lugar, e então ele percebeu as caixas em torno de
cada uma das árvores. Acima na folhagem, viu aglomerados de flores
pequenas, brancas penduradas nos galhos, e a compreensão ficou clara
para ele.

─ Este é um laranjal.

─ O Versailles Orangerie - Becca confirmou. Um sorriso sonhador


flutuava em seu rosto enquanto seus olhos escuros percorreram seus
arredores. ─ A parte mais antiga dos jardins, construído bem antes
mesmo de o castelo ter realmente iniciado a sua reconstrução.

Ela levou Jericho a um banco de pedra branca perto da fonte, e ele a


chamou para sentar ao lado dele para que eles pudessem desfrutar da
Orangerie juntos. ─ Eu sempre tento trazer os meus clientes aqui se
houver tempo suficiente durante o dia - disse ela, olhando para o chão.
─ Pode não ser tão chique como alguns dos outros lugares em
Versalhes, mas há algo tão calmo sobre isso... e eu amo o perfume das
flores de laranjeira.
─ Humm... sim, eu entendo o que você quer dizer. - Ele fechou os olhos
e inalou a doce fragrância, que deixava apenas uma sugestão da fruta
que um dia elas poderiam ser. O nariz foi rapidamente distraído pelo
próprio perfume viciante de Becca, porém, e ele instintivamente se
aproximou, querendo mais dela. ─ Você é uma guia turística
impressionante, senhorita Donaldson - ele disse calmamente, puxando
o cabelo dela fora de seu ombro para expor a nuca cremosa do pescoço.
─ Eu posso sentir a sua paixão e amor por esta bela cidade.

Becca estremeceu quando Jericho se inclinou e esfregou o lado de seu


pescoço, inalando profundamente. Ela sentiu um estremecimento
através de seu próprio corpo, e a ideia de que algo tão simples como o
seu próprio perfume poder afetar tanto ele só a fez desejar-lhe mais.

─ Jericho... - o nome dele saiu como um pedido, embora se era para ele
parar ou continuar, ela realmente não sabia.

─ Não - ele rosnou, seus lábios traçando as palavras contra a carne


sensível do lóbulo da orelha dela. ─ Eu sei que não deveria te querer,
que seria mais fácil para nós dois, se apenas mantivéssemos no âmbito
profissional... mas eu não posso evitar e, francamente, eu não quero
parar.

─ Eu... eu quero você também, Jericho - Becca sussurrou, juntando as


mãos no colo para não tocá-lo. O perfume inebriante dele foi para sua
mente, tão perto, tornando-se difícil manter o pensamento racional
que ela tão desesperadamente precisava. ─ Eu só... Eu não sei se eu
serei capaz de tirá-lo da minha cabeça depois.
─ Por isso, não - Jericho respondeu, dando um beijo no local logo
abaixo da orelha. Uma gota de calor deslizou através da pele dela e
para baixo em suas terminações nervosas, fazendo-a formigar. ─ Basta
dar uma chance - ele sussurrou, ─ Pare de perder tempo e apenas
deixe-me tê-la. Você sabe que não pode resistir a mim por muito mais
tempo de qualquer maneira.

Becca se virou para ele, arqueando uma sobrancelha enquanto um


sorriso cobriu o rosto. ─ Se você acha que com esse tipo de besteira vai
conseguir o que você quer, você está muito enganado.

Jericho sorriu, em seguida, pegou a mão dela e a puxou do banco. ─


Veremos isso.
Eles entraram na suíte de hotel com os seus lábios já colados, e as mãos
de Jericho deslizando para cima debaixo da blusa dela, para os seios.

Jericho rosnou com o desejo, beliscando o lábio quando ele chutou a


porta atrás de si. Levando-a em seus braços, ele atacou seu pescoço
com os dentes enquanto se dirigia para as escadas. ─ O que você estava
dizendo sobre eu não conseguir o que eu quero? - Ele rosnou entre
mordidas. ─ Você deve saber querida ... Eu sempre consigo o que
quero.

Becca conseguiu sorrir para ele. ─ Então pegue. - Ela gemeu quando de
repente ele apertou sua bunda antes de a jogar sem cerimônia sobre a
cama. Ele sorriu maldosamente quando ela olhou para ele. ─ Você quer
isso tanto quanto eu - ele respondeu com naturalidade, quando ele
tirou a jaqueta e a colocou na parte de trás da cadeira no canto da sala.
Travando os olhos com ela, ele agarrou a bainha de sua camisa e
lentamente enrolou-a, expondo centímetro a centímetro decadente de
pele morena e músculos esculpidos. Ela ficou com água na boca
quando o abdômen dele entrou em vista, o tanquinho
maravilhosamente formado, levemente polvilhado com um punhado de
pelos. Quando ele puxou a camisa sobre a cabeça, ela viu os músculos
em ondulação de volta no espelho de corpo inteiro atrás dele, e ela
lambeu os lábios.
Jericho levantou uma sobrancelha com o gesto. ─ Vê algo que você
gosta?

Becca conseguiu um olhar altivo. ─ Certo, pelo menos o suficiente para


me manter entretida. - Suas bochechas explodiram em chamas quando
ele estendeu a mão para o botão de cima na calça jeans, e ela teve que
se esforçar para não se abanar quando ele lentamente puxou o zíper
para baixo. Sua boca se abriu quando o pau dele bateu fora da calça
jeans. ─ Você comanda.

Ele deu um sorriso sensual. ─ Eu não gosto de roupas íntimas. Deixam-


me com calor, especialmente em dias mais quentes. - Seus olhos
deslizaram para o meio mastro quando ele passou os dedos em todo o
comprimento longo e duro sobressaindo orgulhosamente de sua calça
jeans, e a garganta dela ficou seca quando ela assistiu uma gota de
umidade deslizar para fora da ponta.

─ Eu fiz isso ontem à noite, quando eu estava pensando em você - ele


murmurou, deslizando a mão para cima e para baixo em seu pau. Becca
queria dizer a ele que ele não tinha terminado, que as calças e sapatos
ainda precisavam sair, mas ela estava presa pela visão de Jericho se
tocando. Todo esse comprimento, duro, lindo e quente na mão... E logo
ele ia estar dentro dela, do jeito que ela queria.
─ Venha aqui - ela pediu, sentando-se. Quando ele não se moveu, ela
estendeu a mão e enganchou um dedo através de uma das presilhas,
em seguida, puxou-o para frente de modo que ele estava parado entre
as suas pernas agora. De perto, o pau dele parecia ainda mais
magnífico, a ponta em formato de cogumelo brilhando com a umidade,
as veias se destacando enquanto corriam para cima e para baixo de seu
comprimento poderoso.
Lambendo os lábios novamente, ela o tomou em sua mão, e depois
fechou os olhos enquanto ela deslizou seus dedos ao longo do
comprimento. ─ Você é tão bom de tocar - ela sussurrou.

Jericho quase gozou logo em seguida, ali. A visão de sua boca pairando
a um mera centímetro de seu pau enquanto ela deslizava os dedos para
cima e para baixo, era incrivelmente erótico, e ele sentiu suas bolas
apertando, em preparação para o clímax. Mas, tão tentador como gozar
agora é, ele não queria que ele não fosse tão cedo, então ele mordeu o
interior da bochecha para se distrair com a dor.

Dor que prontamente foi esquecida quando ela deslizou o


comprimento dele na boca.
Um grunhido retumbou no peito de Jericho, e ele agarrou Becca pelos
cabelos e puxou-a para mais perto, forçando mais de si mesmo em sua
boca. Apoiando as mãos contra os quadris para alavancar, ela o chupou
com força, e dentro de instantes ele explodiu em sua boca, um rugido
primitivo de satisfação ecoando de seus pulmões. Ela engoliu cada gota
de sua semente quente, então se inclinou para trás e permitiu ele entrar
em colapso contra ela.
Gemendo, ele enterrou o rosto em seu pescoço. ─ Aquilo foi muito
rápido.
─ Foi incrível - ela corrigiu com um sorriso, passando as mãos para
cima e para baixo nos músculos tensos de suas costas. ─ Você tem um
pau lindo.

Jericho riu. ─ Lindo? Essa é uma forma interessante de descrever. -


Seu olhar ficou sério. ─ Mas, ei, eu deveria ter durado mais tempo.
─ Não se preocupe com isso. - Ela respondeu com um sorriso, e depois
virou a cabeça para que ela pudesse beliscar o lóbulo da orelha dele,
antes de passar seus lábios ao longo do pescoço, respirando seu
perfume masculino. ─ Só mostra o quão quente você fica por mim.
Tomei isso como um elogio... E como vão as as coisas, você estará
pronto para a segunda rodada em breve. - Ela deslizou os dedos até a
parte inferior do seu comprimento crescendo e foi recompensada com
um tremor de corpo inteiro dele.

─ Você é incorrigível - ele rosnou de brincadeira, um brilho em seus


olhos quando ele levantou a cabeça para olhar para ela. Ele totalmente
esperava que ela o ridicularizasse, como qualquer ursa faria, por sua
aparente falta de resistência, mas em vez disso ela transformou em
uma coisa positiva, que fez seu coração amolecer ainda mais em
direção a ela.

Sentando de volta, ele a despiu com cuidado, descobrindo cada


delicioso centímetro do corpo nu, curvilíneo e bonito, em seguida, a
pegou em seus braços. ─ Você está um pouco tensa - ele murmurou,
dando um beijo em sua testa. ─Vamos ver o que podemos fazer para
ajudá-la a relaxar.

Becca enrolou em seu peito, o calor se espalhando através dela quando


entrou em um enorme banheiro de vidro, mármore e cristal. Ele a
colocou sentada no vaso sanitário, e abaixou-se ao lado da banheira de
hidromassagem e acionou os jatos, em seguida, pegou uma garrafa de
sabonete líquido no balcão e esguichou na banheira.
Ela riu quando ele chegou em um armário acima e tirou duas taças e
uma garrafa. ─ Tenho certeza que está puxando todos os truques esta
noite.

Sorrindo, ele lhe entregou uma taça e derramou o líquido claro


amarelado nela. Ela tomou um gole. ─ Eu pensei que champanhe iria
ajudar a melhorar o humor.

─ Você planejou isso? - Ela arqueou uma sobrancelha, perguntando-se


se deveria estar indignada. Mas ela sabia o tempo todo que ele tinha a
intenção de seduzi-la hoje, e a verdade é que a quantidade de esforço
que ele tinha colocado é incrivelmente lisonjeiro.

─ Planejei. - A sombra de dúvida brilhou nos olhos dele. ─ Está tudo


bem para você?

─ Sim... sim, está. - Levantando-se, colocou o copo sobre a borda da


banheira e colocou os braços ao redor dele, beijando-o profundamente.
Ele gemeu em sua boca, pressionando seu comprimento duro em sua
barriga, e, em seguida, levantou-a e levou-a para dentro da banheira
com ele.

─ Você sabia onde esta noite estava indo, não é? Você tinha de saber o
quanto eu queria você, como eu não podia esperar para estar dentro de
você. Não finja que você não sábia.

Colocando-a entre suas pernas sentada em seu colo, pegou espuma e


ensaboou sobre os seios, apertando-os, cobrindo os picos de seus
mamilos e massageando-os. Ela soltou um suspiro de prazer quando
ela descansou as costas contra a borda da banheira, deixando suas
grandes mãos vaguearem sobre seu corpo cheio de curvas,
massageando, apertando e esfregando cada centímetro dela. O calor a
atravessou quando ele possessivamente apertou suas coxas e depois
segurou a sua buceta na mão, e sua cabeça caiu para trás enquanto um
gemido escapou de seus lábios.

─ Você é tão incrivelmente bela - ele murmurou, movendo-se para


cobrir-lhe a boca com a dele. Ele a beijou profundamente enquanto
massageava seu clitóris, deslizando os dedos para cima e para baixo,
para cima e para baixo sobre a pequena saliência dura, e, em seguida,
rolando-o entre os dedos. Quando ele o beliscou firmemente ela gritou,
seu corpo endurecendo com seu primeiro clímax rolando através dela.

─ Essa é minha garota - disse ele, seus gritos incitando-o. ─ Tão


apertada... e tão molhada.

Ele continuou massageando-a, empurrando-a ao limite novamente, em


seguida, mais uma vez, até que ela ficou solta, flexível e pronta para ele,
e só então ele finalmente deslizou seu pau dentro dela.

─ Oh Deus - Becca chorou quando ele a encheu. Ele estava tão quente,
grosso e duro dentro dela, e ela agradeceu ao Céu que estava no
controle de natalidade, porque teria sido uma vergonha não ser capaz
de senti-lo diretamente contra ela. Ela enganchou suas pernas ao redor
dos quadris dele, puxando-o ainda mais profundo quando ela o puxou
para outro beijo.
─ Sim, sim, sim - ela entoou contra sua boca enquanto ele se movia
ritmicamente dentro dela, o som musical de sua voz incitando-o. Ele
adorava a sensação de suas unhas marcando suas costas enquanto ele
impulsionava dentro dela, de sentir seus seios úmidos contra o peito
dele, de sua pulsante buceta ao redor do seu pau. Querendo senti-la
gozar ao seu redor, ele estendeu a mão e acariciou seu clitóris entre
eles, travando os olhos com ela para que ele pudesse vê-los ficarem
cegos novamente.

─ Olhe para mim - disse ele quando os olhos dela começaram a fechar.
─ Eu quero que você olhe para mim quando eu a fizer gozar.

Uma onda de calor e tensão apertando, apertando, apertando o ventre


de Becca até que explodiu em um clímax que roubou sua respiração e
foi melhor do que qualquer coisa que ela já tinha experimentado em
sua vida. Agarrada a ele com força, ela gritou seu nome enquanto ele a
fodia mais duro, mais rápido, deixando-a ainda mais quente, até que
finalmente ele gritou o seu nome quando gozou dentro dela.

E quando ela finalmente voltou a si, ele a puxou para fora da água e a
levou para a cama para a segunda rodada.
Becca gemeu quando Jericho apertou suas costas contra o azulejo
molhado da parede do chuveiro. Inclinando seu pescoço para o lado,
ele chupou no ponto sensível perto de sua garganta que sempre a
deixava selvagem, provocando um mamilo suavemente com a mão,
enquanto a umidade que não tinha nada a ver com o jato quente
jorrando acima deles, reuniu entre as coxas.

─ Você é o único que é incorrigível - ela gemeu quando ele levantou sua
perna e deslizou dentro dela com um movimento suave. Eles deviam
ter feito amor, pelo menos cinco, se não, seis vezes na última noite
antes de ela finalmente ficar fora de pura exaustão, apenas para ser
acordada às oito da manhã com seu pau deslizando dentro dela de
novo, por trás.

Ela estava toda dolorida e em lugares que ela nem sabia que existiam.
Com todas as atividades seu corpo deveria estar clamando por uma
pausa. Mas cada vez que ele a tocava, beijava, falava o nome dela dessa
forma profunda, sedutora, seu corpo ficava mole e suas coxas se
abriram, prontas para recebê-lo.

Ela estava errada quando disse a si mesma, antes, que dar para ele iria
levar ao vício. Era mais como escravidão, ela estava ligada à vontade de
seu próprio desejo, tanto quanto o dele. E ela adorou cada minuto
disso.
Depois que ele fez amor com ela no chuveiro, ela se sentou na cama
com uma toalha enrolada em volta dela e observou-o se vestir. ─ Eu
vou ter que ir para casa pegar uma muda de roupa - disse ela.

Ele balançou a cabeça, então foi até o armário e tirou uma caixa. ─ Não
há necessidade. Eu lhe comprei algo para vestir hoje.

Borboletas se agitaram no peito de Becca quando ela pegou a caixa dele


cautelosamente. ─ É melhor que isso não seja algum tipo de roupa de
piranha - ela advertiu. ─ Eu seria despedida imediatamente se alguém
do meu trabalho me pegar fazendo uma excursão em algo assim.

Jericho zombou. ─ Dê-me um pouco de crédito. Abra a caixa.

Ela fez o que ele pediu, e seus olhos se arregalaram quando ela tirou
um vestido linha A com decote escavado feito com um tecido fino, de
cor âmbar. Abaixo dele tinha um conjunto de brincos de ouro e um
colar combinando. ─ Isso é lindo.

─ Eu achei que a cor combina com seus olhos - ele murmurou, pegando
suas mãos e puxando-a para seus pés. A toalha escorregou de seu corpo
para se reunir em torno de seus tornozelos, e a fome deflagrou nos
olhos dele novamente, mas ele se absteve de ceder, em vez disso,
tomou o vestido de suas mãos. ─ Vamos colocar isso em você.
Ela ficou na frente do espelho poucos momentos depois, ajustando
seus brincos, e depois deu um passo atrás para admirar-se. O vestido
foi um ajuste perfeito, e lisonjeiro em seu corpo, e o pingente de ouro
que descansava em seu decote era um conjunto perfeito. Ele até
comprou-lhe sapatos dourados com palmilhas que eram confortáveis e
feitas para andar.

─ Olhe para si mesma. - Jericho envolveu seus braços por trás dela e
descansou o queixo no topo de sua cabeça para que pudesse olhar o
reflexo com ela. ─ Você está absolutamente deslumbrante. - E assim,
tão perfeita para mim, pensou tristemente, olhando para a imagem
que os dois fizeram no espelho. Ela se encaixava tão perfeitamente nos
seus braços de uma maneira que ele sabia que ninguém jamais iria... E
ainda assim ele ia ter que deixá-la muito, muito em breve.
─ Você realmente não tem que fazer isso, Jericho. - Ela se virou para
ele, e enrolou os braços em volta de seu pescoço, puxando-o para um
beijo suave. ─ Eu teria ficado feliz em vestir minhas roupas de ontem,
se você não quer que eu vá para casa.

Ele a puxou sob o queixo, resistindo à vontade de aprofundar o beijo


para que eles não deixassem o quarto de hotel pelo resto do dia. ─ Não
seja tola - ele repreendeu. ─ Eu jamais iria fazer isso com você. - Ele
deu um passo para trás, em seguida, pegou sua mão e puxou-a para
baixo. ─ Agora, vamos aproveitar ao máximo o nosso último dia juntos.

a
Passaram o dia em um passeio histórico por Paris, visitando vários
locais importantes da França do século XVIII, como o Panteão, Palais
Du Luxembourg e da Place de La Concorde. A expedição levou a maior
parte do dia, e depois descansaram seus pés doloridos por alguns
momentos enquanto desfrutavam de um agradável jantar em um bistrô
ao ar livre.

Mais tarde, quando o sol estava começando a descer em direção ao


horizonte, eles fizeram o seu caminho para a Torre Eiffel, para que
pudessem ver o pôr do sol do topo da torre. Jericho deu uma olhada
para a longa fila para o elevador e fez uma corrida direto para as
escadas. ─ Nós não vamos perder o pôr do sol! - Ele chamou, sua voz
ecoando na escada, enquanto ela o perseguiu até o segundo andar.

Eles foram direto ao topo num tempo relativamente bom, ajudados


pelo fato de que ela usou seu passe de guia de excursão para ignorar a
longa fila de pessoas à espera de sua chance de ter uma vista do alto. ─
Esta imagem nunca fica velha - comentou ela enquanto olhava para a
cidade espumante, seus olhos treinados facilmente escolhendo todo os
marcos. ─ Não importa quantas vezes eu venha aqui.

─ Aposto que não. - Jericho sorriu e a puxou contra ele, permitindo que
ela apontasse os marcos do seu ponto de vista e muita conversa sobre
eles, enquanto ele olhava para o sol mergulhando abaixo do horizonte.
Quando a bola de fogo laranja tinha desaparecido quase
completamente, ele a tomou gentilmente pelos ombros e virou para
encará-lo.
─ Venha comigo para Chicago.

─ O quê? - O cérebro de Becca congelou, voltou atrás, rapidamente


novamente. Ela estava tagarelando sobre monumentos históricos, a fim
de distrair-se do fato de que ele estava indo embora, e ali estava ele,
golpeando-a no rosto com isso. ─ Você está louco?

─ Só por alguns dias - Jericho implorou, seus olhos cobalto suplicantes.


─ Você pode passar alguns dias na América, assim como você sempre
quis, e você também pode aprender mais sobre sua herança de urso
também.

Becca recuou. ─ Você quer dizer passar um tempo com o seu clã? -
Medo pulsou através dela no próprio pensamento. ─ Não, de jeito
nenhum estou fazendo isso. Um deles pode decidir que eu olhei para
eles do jeito errado e tentar me rasgar.

Os olhos de Jericho brilharam na cor laranja, seus lábios abrindo para


expor presas. ─ Eles não ousariam - ele rosnou, e Becca se encolheu
ainda mais até que os trilhos de metal estavam cavando em suas costas.
Ele pareceu perceber que ele estava pirando, então, e levou um
momento para parar a mudança. ─ Desculpe - ele murmurou. ─ Eu
acho que eu fiquei um pouco territorial.

─ Tudo bem - ela disse, um pouco trêmula, mas ela se adiantou, no


entanto, e colocou uma mão reconfortante em seu antebraço. Este é
Jericho, lembrou-se. Ele nunca iria machucá-la. ─ Mas, eu não sei se
você será capaz de garantir a minha segurança entre o seu clã.
─ Eu posso - ele disse, confiante, levantando o queixo.

Becca inclinou a cabeça. ─ E como exatamente?

─ Você poderia dizer que eu sou da alta hierarquia.

─ Sério? Quão alto?

Jericho lhe lançou um sorriso encantador, um pouco arrogante que lhe


disse que ele sabia que ela acabaria por ceder. ─ Você vai descobrir... se
vier comigo.

Quando Becca desviou o olhar, ele soltou um suspiro tempestuoso. ─


Olha, você não tem que ver o meu clã em tudo se você não quiser. Nós
podemos apenas passar mais alguns dias juntos, você e eu, ver os
pontos turísticos em Chicago. Por favor. Você passou tanto tempo me
mostrando a sua casa, e eu quero a oportunidade de mostrar a minha.

Becca se virou para encará-lo, tristeza e saudade em seu olhar. ─ E


quanto tempo até que os dias se transformem em uma semana, e
depois duas semanas, ou talvez até mais? - Ela balançou a cabeça. ─ Eu
não estou pronta para esse tipo de compromisso, e, francamente nem
você. - Ela riu asperamente. ─ A última coisa que eu preciso é estar
presa em um país estrangeiro sem meios próprios, sem maneira de
voltar.
─ Foi isso que aconteceu com sua mãe? - Jericho tomou a mão dela,
adivinhando a fonte da dor amarga em sua voz. Quando ela assentiu,
ele pressionou os dedos à boca e beijou-os suavemente. ─ Você sabe
que eu nunca faria isso com você, certo? - Disse. ─ Se você quiser ir
embora, tudo o que você precisa fazer é dizer a palavra e eu a terei em
um avião. Eu nunca iria forçá-la a ficar contra a sua vontade.

Becca sacudiu a cabeça novamente, em seguida, puxou a mão da dele e


voltou-se para o pôr do sol. Mas é disso que eu tenho mais medo, ela
queria dizer em voz alta, mas não se atreveu. Tenho medo de que se eu
for para casa com você, eu nunca mais vou querer voltar, e eu não
posso lidar com isso agora.
─ Para onde vamos agora? - Jericho perguntou quando Becca saiu
para fora do estacionamento perto da torre Eiffel e foi em direção ao
tráfego.

─ Voltar para o seu quarto de hotel. - Becca o olhou de soslaio. ─ A


menos que você precise fazer uma parada em algum lugar ao longo do
caminho?

Jericho vacilou, perguntando-se se ele estava empurrando muito duro.


Dane-se, pensou ele, tomou a decisão de tentar. Esta era sua última
noite juntos, então ele podia muito bem ir tão longe com isto o quanto
desse. ─ Podemos ir para a sua casa?

Choque passou pelos olhos escuros de Becca. ─ Por quê?

─ Porque. - Ele colocou a mão na coxa dela e pressionou suavemente. ─


Eu quero conhecer um pouco mais de você antes de eu ir para casa.

Becca se afastou do caminho que levava para o Sena e, em vez disso,


conduziu-os para o coração da cidade. Seu apartamento estava
localizado no 6 º andar de um complexo ao lado da Rue Francaise em
uma área movimentada onde ela poderia sempre sentir o zumbido e a
energia vibrante da cidade.
─ Uau! - Jericho disse quando ela o deixou entrar em seu apartamento.
Era um espaço muito aberto e arejado com vigas de madeira
penduradas no teto e piso de bétula que brilharam suavemente à luz da
noite. O mobiliário em cores claras – algodão doce azul, lilás, cinza – e
embora simples, de bom gosto. Através de uma porta aberta ele avistou
uma cozinha feita em telha vermelha, carvalho e granito, e do outro
lado da sala havia um par de portas de vidro que levavam para um
pátio traseiro.

Ele enrijeceu de repente quando a brisa que flutuava de uma janela


rachada subitamente mudou, trazendo-lhe o perfume desconhecido de
um macho humano. ─ Quem diabos é esse?
Becca sentiu o cheiro ao mesmo tempo e deixou cair sua bolsa sobre
uma mesa de madeira perto da entrada com uma maldição. ─ Ethan -
ela murmurou. ─ Meu ex-namorado.

O som de uma descarga no banheiro chegou aos seus ouvidos, e alguns


segundos depois, um loiro alto, musculoso, vestido com jeans e uma
camisa de uma banda de Black metal passeou na sala de estar, um
sorriso preguiçoso no rosto. ─ Ei - ele cumprimentou Becca, suas
palavras fluindo sem problemas com seu sotaque francês, e, em
seguida, seus olhos azuis se estreitaram em Jericho. ─ Quem é este?

─ O seu convite para sair. - Jericho entrou na frente de Becca,


invadindo o espaço pessoal do intruso. ─ Agora.

Ethan bufou. ─ Eu não recebo ordens de você, monsieur. - ele zombou.


─ Jericho, espere. – Becca se empurrou entre os dois homens antes de
Jericho rasgar a garganta de Ethan. Ela não podia culpar Jericho por
sua raiva – ele estava zangada também – mas ela não queria ter que
explicar o que o corpo morto do seu ex estava fazendo em seu
apartamento. ─ Deixa eu cuidar disso.

Jericho cerrou os dentes, mas recuou. ─ Ethan, eu não sei o que diabos
você está pensando, mas você precisa sair. Agora.
Os olhos de Ethan se estreitaram, e ele cruzou os braços com
descaramento. ─ Não, na verdade, eu acredito que seu amigo aqui é
aquele que precisa sair. Meu nome é aquele que ainda está no contrato
de arrendamento daqui, então tecnicamente eu estou apenas voltando
para casa após um longo dia.
Becca bufou, desejando poder acertar seu punho no rosto dele –
melhor ainda, mudar, assim ela poderia pregar um susto daqueles nele.
Mas se fizesse isso, ele iria espalhar sobre isso em torno da cidade que
ela era um monstro, e sua vida estariam arruinada. ─ Se você não sair
agora, vou chamar a polícia. Eu quero dizer isso.
Ethan imediatamente tomou outro rumo, estendendo as mãos como se
tentasse implorá-la. ─ Vamos, cherie - suplicou. ─ Por que você me
trata assim? Eu só quero começar de novo com você. Você é o amor da
minha vida.
─ Se isso fosse verdade, então por que ainda posso sentir o cheiro do
perfume de outra mulher em você? - Cuspiu Becca, completamente
impassível. Ela não podia acreditar que ela tinha se dado a este traste
em algum momento, mesmo que ele tivesse um rosto bonito.
Ethan só deu de ombros. ─ Eu esbarro com muitas mulheres em Paris
como um modelo. Isso não significa que eu estava realmente com uma
delas. - Ele passou um braço em volta da cintura dela e inclinou a
cabeça para cima. ─ Venha, beije-me, e você vai se lembrar de como as
coisas são entre nós.
A próxima coisa que Becca soube, é que foi arrancada do alcance de
Ethan e Jericho estava pendurando seu ex-namorado no ar pela
garganta usando apenas uma mão. ─ Toque nela dessa maneira
novamente - ele disse com um rosnado enquanto seus olhos brilhavam
em laranja. ─ E eu vou te rasgar em pedaços.
Ele lançou Ethan, que caiu no chão como um saco de batatas, pulando
e sufocando. Levou alguns momentos antes que ele pudesse levantar, e
quando o fez, ele pegou um vaso de uma mesa próxima e o quebrou,
em seguida, tomou uma das peças afiada na mão. ─ Eu não tenho
medo de você - ele zombou. ─ Tente vir para mim novamente e verá o
que acontece.

Jericho rugiu, um som completamente desumano, e ele debruçou


quando a mudança ondulou sobre ele. Pelos começaram a brotar de
seus braços, rosto e parte de trás do seu pescoço, seus músculos se
estendendo até sua camisa começar a rasgar as costuras. Terror
percorreu Becca, enquanto observava o pelo castanho escuro começar a
solidificar, e perguntou-se se ela estava prestes a assistir um humano
ser devorado por um urso pela primeira vez.

─ Oh, meu Deus! - Ethan gritou como uma criança assustada, deixando
cair o pedaço de cerâmica da mão. Ele correu para a porta, mas Becca
deu um passo diretamente em seu caminho antes que ele pudesse ir.

─ Dê-me a chave reserva primeiro.


─ Sua vadia louca! - Ele procurou a chave do bolso e jogou para ela, e,
em seguida, correu porta aora, sem nenhuma vez olhar para trás.

Por trás dela, ouviu Jericho cair no chão com um gemido alto. Medo
brotou em sua corrente sanguínea, ela rapidamente fechou a porta, e
então correu para ele. ─ Você está bem? - Ela perguntou, observando
como a pele recuou e seus músculos se encolheram para as proporções
normais. ─ Jericho? Fale comigo!

─ Eu estou bem - respondeu ele, com a voz quase um sussurro. ─ Só...


um pouco sem fôlego. Vou levar alguns minutos para recuperar o
fôlego, isso é tudo.

Balançando a cabeça, Becca se levantou e foi para a cozinha. Ela voltou


um minuto depois com uma tigela cheia de carne vermelha cortada em
pedaços médios e um garfo. ─ Aqui - disse ela. ─ Coma isso.

Jericho pegou a tigela de sua mão com gratidão, em seguida, enfiou a


carne em sua boca. ─ Você sabe sobre isso? - Ele perguntou,
devolvendo a tigela vazia. ─ Como?
Ela pegou dele com um sorriso triste. ─ Eu descobri sozinha, há muito
tempo, que eu me recuperava mais rapidamente de uma mudança
depois que eu comesse carne fresca.

Jericho sorriu, e, em seguida, levantou-se. Ele esperou até que ela


voltasse da cozinha, em seguida, tomou-a nos braços e beijou-a. ─
Desculpe-me se eu te assustei - disse ele suavemente. ─ Eu
simplesmente não podia ficar assistindo o bastardo maltratar você
assim.

Ela sorriu para ele. ─ Eu teria lidado com ele eu mesma se você não
tivesse interferido - ela disse, ─ Mas obrigada. Foi bastante divertido
assistir você assustá-lo até a morte.

Jericho riu, em seguida, beijou-a novamente. ─ Então o que vamos


fazer agora, agora que a emoção acabou?

Becca deu de ombros. ─ Você quer assistir a um filme? Eu não tenho tv


a cabo, mas há Netflix.

─ Netflix e aconchego? - Ele perguntou, seus lábios se curvando em um


sorriso sexy.

─ Parece bom para mim. - Becca respondeu, rindo.

Eles se aninharam no sofá e assistiram When Harry Met Sally8, uma


comédia romântica que Jericho nunca tinha visto na vida,
precisamente porque era uma comédia romântica, mas que Becca o
tinha convencido a ver, insistindo que ele iria adorar. Ele tinha acabado
rindo ruidosamente durante a maior parte do filme, o que Becca tinha
prazer em ver porque mesmo que ele sorrisse muito, ela realmente não
o ouviu rir tão livremente e sinceramente até hoje à noite.
─ Oh, cara - ele disse quando o filme acabou, ─ A cena do orgasmo
falso foi incrível.

Becca bufou. ─ Lembranças voltam à sua mente?. - Ela o cutucou no


peito.

Ele sorriu, e então suas sobrancelhas se uniram em uma carranca falsa.


─ Você não está tramando para mim, logo você, mulher? - Ele rosnou.

Becca riu. ─ Talvez. - Ela ergueu o queixo. ─ Por que você não tenta e
vê se você pode dizer a diferença?

Sem hesitar, ele a puxou em seus braços e beijou-a, e ela esqueceu


completamente qualquer chance de simular qualquer coisa quando a
língua dele deslizou em sua boca, e ele uniu os braços sobre ela com
força. O pau dele inchou debaixo dela, pressionando contra seu osso do
ilíaco, e que fez uma onda de excitação percorrer suas veias enquanto
ela enredou os dedos no cabelo sedoso dele.

─ Você pode ser capaz de falsificar um gemido aqui ou ali - ele rosnou
em seu ouvido, deslizando uma mão na sua saia. ─ Mas não há
nenhuma maneira que você tenha de fingir um orgasmo comigo. Além
disso, sei o quão quente eu a deixo... Eu posso sentir o desejo em você -
Ele deslizou dois dedos dentro dela, e ela gemeu em voz alta – ela não
tinha tido nenhuma calcinha para trocar, então estava totalmente
exposta ao toque.
Jericho assobiou com a sensação dela, sua buceta apertada, molhada e
quente em torno de seus dedos. ─ Você é tão apertada. - Ele se inclinou
e baixou os lábios em seu pescoço, beijando-a possessivamente, seus
dentes passando sobre a pele sensível. ─ Venha para a cama comigo -
ele chamou, puxando-a para o seu colo. ─ Eu preciso de você.

Becca se agarrou a Jericho enquanto ele a levava para o quarto. Ele a


colocou na cama, e ela se aninhou no edredom felpudo branco. Seu
quarto tinha pouca semelhança com o esplendor da suíte de hotel dele,
com o simples mobiliário de cores suaves. O quarto todo coberto com
bugigangas e recordações adquiridas de suas aventuras no turismo.
Mas Jericho parecia não se importar em tudo ou mesmo notar, ele
simplesmente tirou seu vestido, em seguida, arrancou as próprias
roupas, e juntou-se a ela na cama, com as chamas do desejo dançando
nos olhos, e ela estremeceu com a imagem da fome crua que se
estendia por seu rosto esculpido, sabendo exatamente o que ele estava
prestes a fazer com ela.

─ Em suas mãos e joelhos para mim - ele ordenou bruscamente, dentes


mordendo o lábio inferior como se fosse ajudar a conter a intensa
necessidade que sentia de estar dentro dela. ─ Eu quero tomá-la por
trás... Eu quero ver esse seu lindo rabo.

Ela fez o que ele pediu, agachando em frente à janela, que foi separada
por uma cortina branca transparente de modo que ela ainda podia ver
do lado de fora enquanto esta oferecia alguma privacidade. As luzes
cintilantes de Paris borradas diante de seus olhos quando ele abriu
suas pernas. Sentiu-o deslocar para baixo e de repente sua língua
quente e molhada estava lambendo sua buceta, a boca chupando seu
clitóris, deixando-a mais molhada do que nunca. Ela soltou um gemido
alto antes de enterrar o rosto no travesseiro. Ele era implacável em sua
habilidade de fazê-la gozar tão rapidamente, e em poucos minutos com
ele chupando seu clitóris estava prestes a gozar num intenso orgasmo...
Um verdadeiro orgasmo, aquele que iria deixá-la atordoada e sem
fôlego conforme ela colocava as mãos nos lençóis, emaranhados numa
teia de cobertores, e prazer.

Jericho sabia o que estava fazendo. Ele deliberadamente esperou até


ela estar a ponto de explodir antes de afastar os joelhos dela e
ferozmente empurrar profundamente em sua buceta, enchendo cada
centímetro de sua buceta com seu pau gloriosamente duro. Ela era o
sonho molhado de qualquer homem, sua bunda redonda e cor creme,
elevada no ar enquanto ele a fodia duramente, reclamando-a mais uma
vez, fazendo-a sua. Ela gritou o nome dele, sua necessidade por ele
saindo com palavras quebradas, sua mente cheia de prazer delirante,
incapaz de se concentrar em nada, mas o fogo ímpio que rasgou através
de seu corpo, deixando-a saber que este homem era um que ela nunca
iria esquecer... E o que ela sempre desejou.
Jericho rosnou seu desejo com cada impulso de seus quadris, as mãos
apertando a bunda dela, agarrando-a com força, os seus movimentos
em um ritmo perfeito, movendo-se juntos em uma dança
deliciosamente perversa, ligando-os de uma forma que nunca tinha
sentido antes.
Seus cachos derramados sobre suas costas, contrastando
maravilhosamente contra a pele pálida, e ele pegou um punhado em
seu punho e puxou, puxando-a de volta com mais firmeza contra ele.
Ela gozou de repente, gritando seu nome quando ela estremeceu
descontroladamente debaixo dele, sua buceta latejante estimulando-o.
Ele soltou seu cabelo para que pudesse agarrar seus quadris mais forte,
empurrando dentro dela, tanto quanto podia, e quando ela estremeceu
debaixo dele em outro orgasmo, ele finalmente deixou-se ir.
Becca virou e estendeu a mão para o lado direito da cama, procurando
por um corpo quente, e duro que prometia noites intermináveis de
paixão. Como de costume, seus dedos encontraram nada além de
lençóis frios, e ela suspirou, o sentimento de perda rolando através dela
mais pungente do que tinha sido no dia anterior, e no dia antes deste.

Fazia dois dias desde que ela acordou e descobriu que Jericho se foi
não deixando nada de si mesmo para trás, apenas o picante perfume
masculino dele sobre os lençóis da cama para garantir-lhe que ele
tinha, de fato, sido real. Se não fosse o belo pequeno bônus que tinha
recebido do trabalho, aparentemente, fazendo um trabalho tão
excelente que ele deu a ela uma avaliação de cinco estrelas, ela teria
começado a se perguntar se os últimos dias tinham sido um sonho.

Um sonho erótico, mas mesmo assim, um produto de sua imaginação


selvagem.

Suspirando com raiva, ela saiu da cama e foi para o chuveiro,


perguntando-se o que fazer com o seu dia. Hoje tinha o dia de folga,
mas desde que tudo o que ela realmente queria fazer era passar o
tempo com um homem que não estava aqui, todas as outras opções lá
fora, apenas não valiam a pena sair de casa.
Ela deveria ter folgado ontem, mas ela decidiu trabalhar de qualquer
maneira, esperando que o trabalho lhe desse algo mais para se
concentrar. Tinha sido um erro. O tour que ela tinha dado a um novo
cliente só tinha lembrado-a do tempo que passara com Jericho, a cada
passo do caminho invocando uma nova memória de seu tempo juntos.
No momento em que ela bateu no travesseiro naquela noite, ela estava
doendo de necessidade e perda, chorando antes de dormir.

Deus, por que ela decidiu dormir com ele? De resto, por que ela não
tinha se virado no momento em que ela o tinha visto e exigido que
Crystalle lhe atribuísse outro guia turístico? Isso a teria salvado de um
monte de mágoa.

Ela estava fora do chuveiro e envolvendo um toalha em torno de seu


corpo úmido quando a campainha tocou. Franzindo a testa, ela olhou
pelo olho mágico, imaginando quem poderia ser, e curiosidade acendeu
em seu peito quando ela avistou um homem da entrega.

─ Bonjour - ela cumprimentou o homem em francês. ─ O que posso


fazer por você?

O homem sorriu. ─ Você tem uma entrega muito especial hoje - ele
disse a ela, entregando-lhe um arranjo de rosas alaranjadas com
pequenos ramos que carregam flores brancas entre elas. Ela engasgou,
calor inundando-a por dentro quando ela as reconheceu como flores de
laranjeira, e imediatamente soube de onde elas vieram.

─ Obrigada - ela disse rapidamente, dando ao homem de entrega um


sorriso quando ela pegou as flores. Ela inclinou e, em seguida,
praticamente fechou a porta em seu rosto quando ela colocou o arranjo
na mesa da sala de estar para que ela pudesse tirar o envelope que
estava aninhado entre as flores.

Afundando-se no sofá, que ainda cheirava levemente a Jericho, ela


abriu o envelope com os dedos trêmulos e abriu a carta. Dois bilhetes
de avião caíram do envelope, e ela os agarrou, seus olhos arregalando
quando ela leu os detalhes sobre eles.

Um bilhete de ida e volta para Chicago. Este fim de semana.

Engolindo em seco, ela voltou sua atenção ao texto.

Querida Becca,
Por mais que tentasse, eu fui incapaz de pensar em outra coisa que
não seja o seu belo rosto e maravilhoso corpo desde que os meus pés
deixaram o solo parisiense.
Eu não tinha percebido o quanto você me aqueceu com a sua
coragem, atrevimento e fogo durante o nosso tempo juntos, e agora
que você se foi, eu sinto como se tivesse sido tomado por um frio que
não vai deixar meus ossos. Eu voltei para o meu trabalho para tentar
escapar disso, um hábito horrível que eu estava tentando quebrar,
indo em uma viagem para Paris. Infelizmente, velhos hábitos custam
a morrer.

Eu sei que eu não tenho direito de pedir isso a você, mas eu sou um
homem egoísta com desejos egoístas, e eu quero você com uma
necessidade ardente que desafia toda a lógica. Por favor, venha
passar o fim de semana comigo em Chicago. Venha me agraciar com
o som de sua voz, com a doçura de seus beijos, com tudo o que há em
você que eu sou incapaz de encontrar em qualquer outro lugar.
Seu, Jericho
PS. Se você decidir vir, por favor, ligue-me e deixe-me saber. Eu
odiaria que você se perdesse em Chicago tentando me encontrar.

Jericho olhou da tela do computador para o telefone vibrando em sua


mesa, esperança pulou em seu coração de que fosse Becca entrando em
contato com ele, dizendo-lhe que ela estava fazendo as malas agora e
estaria em seus braços em apenas poucos dias. Mas foi só uma ligação
de Ravena, seu número da residência piscando na tela pela terceira vez
hoje.

Fazendo uma careta, ele bateu ignorar, em seguida, voltou sua atenção
para a planilha exibida em seu monitor de modo que ele pudesse
terminar a revisão da análise que um de seus assistentes tinha feito
para ele. Mas ao invés de assimilar as informações, os números
borrados em sua tela, então convergiram em um sorriso de um rosto,
em forma de coração com os olhos cor de uísque e um sorriso petulante
que acenou e prometeu todos os tipos de coisas pecaminosas.

Uma batida na porta sacudiu-o fora da visão, e ele olhou para cima
para ver Emerson, do outro lado do vidro.

─ Entre - ele chamou, afastando a irritação dos limites de sua mente.


Emerson entrou, carregando um arquivo debaixo do braço musculoso.
─ Ei, chefe. Trouxe o arquivo que você pediu.

─ Obrigado - Jericho disse distraidamente, empurrando a mão pelo


cabelo. ─ Basta deixa-lo ali mesmo. - Ele apontou para a pasta sobre a
mesa.

─ Claro que sim. - Emerson colocou o arquivo para baixo, e, em


seguida, esperou por Jericho dizer outra coisa. Quando seu chefe
continuou a olhar para a tela, ele se aventurou, ─ Dia difícil?

Jericho sacudiu a cabeça. ─ Mais como uma noite difícil. Não dormi
muito.

Emerson concordou. Quando Jericho não entrou em detalhes, ele sabia


que deveria ir embora, e ainda assim ele hesitou.

─ É a híbrida que você conheceu, não é - disse ele em voz baixa.

Jericho rosnou baixo em sua garganta, seus olhos piscando na cor


laranja. ─ Ela tem um nome.

─ Becca. Certo. - Emerson limpou a garganta. ─ Sinto muito, é só que


eu nunca a conheci antes. - Ele olhou para o chefe com cuidado, não
sabendo o que dizer a ele. Ele nunca tinha visto Jericho em um estado
de letargia em sua vida, e isso o fez se sentir estranhamente impotente.
Um Jericho com raiva ou chateado, ele poderia lidar. Mas um drenado,
era um... Que estava completamente fora do seu âmbito e que ele
nunca viu.

Parte dele queria caçar a fêmea que tinha reduzido o seu primo a tal
estado, e rasgar sua garganta fora. Mas ele tinha a vaga ideia de que
Jericho não apreciaria muito isso, e que provavelmente resultaria na
morte de Emerson. E, além disso, não era muita culpa da ursa que
Jericho estivesse definhando por ela.

Perguntou-se se seu primo tinha a noção de que ele estava cabeça


virada, apaixonado por ela.

─ Você enviou a carta para ela, não é? - Perguntou Jericho, seus olhos
esfriando para o habitual azul quando ele encontrou o olhar de
Emerson.

Emerson assentiu. ─ Certifiquei-me de que foi entregue com o arranjo


de flores, assim como você pediu. - Ele inclinou a cabeça para o lado. ─
Sabe, você poderia voltar para ela. Agarrá-la, em seguida, colocá-la em
um jato privado e trazê-la para Chicago. Ela não saberia o que a
atingiu.

Os olhos de Jericho escureceram. ─ Não - disse ele. ─ Ela não é esse


tipo de mulher. - Um sorriso brincou em seus lábios ao pensar nela, e o
quão irritada ela poderia ser. ─ Eu duvido que ela apreciaria uma
tentativa de sequestro minha. Ela deve vir a mim por vontade própria.
Emerson suspirou, olhando seu relógio. ─ Sim, bem, o voo deve estar
saindo amanhã e ela não se incomodou em ligar ou enviar mensagens
de texto para você. Então eu diria que o livre arbítrio não está te
levando muito longe. - Ele levantou as mãos quando Jericho mostrou
suas presas. ─ Só explicando como é, Chefe.

─ Se você não tem nada de útil para dizer, então saia daqui - Jericho
grunhiu.

Emerson bufou. ─ Eu também te amo. - Ele bateu em retirada,


fechando a porta firmemente atrás dele, até mesmo percebeu que tinha
atingido um nervo, e era melhor não provocar um urso privado de sono
e sentindo falta da sua companheira.

De volta ao escritório, o telefone de Jericho voltou a tocar. Ele o


agarrou, preparando-se para jogar contra uma parede se o código de
área não fosse parisiense, mas ele congelou quando reconheceu a
identificação da chamada.

Era o pai de Ravena, Sergei.

─ Olá?

─ Sr. Knight. - O sotaque russo de Sergei era mais grosso do que de


suas filhas, mas seu tom era tão refinado e elegante como o próprio
discurso de Ravena. ─ Você está bem de saúde?
─ Sim, eu estou - Jericho disse, franzindo a testa.

─ Você não está doente? - Sergei pressionou. ─ Ou talvez ferido?

─ Não - Jericho atirou o "o" em um tom interrogativo, realmente


intrigado. ─ Existe uma razão específica do por que você está
perguntando sobre minha saúde, Sr. Hastings?

─ É embaraçoso para mim ter que fazer essas perguntas a você - disse
Sergei, ─ Quando normalmente não seria da minha conta. Mas veja,
Ravena me pediu para ligar em seu nome, como ela está muito
preocupada com você. Ela diz que não retornou suas ligações, e ela só
pôde supor que você deve ter ficado incapacitado de alguma forma, e
está incapaz de responder.

Jericho cerrou os dentes. Maldita. ─ Por favor, transmita minhas mais


sinceras desculpas a sua filha - ele disse educadamente, embora o que
ele realmente queria dizer fosse muito menos amável. ─ Eu tenho
estado incrivelmente ocupado com a empresa, e...

─ Eu entendo que você é um homem ocupado, Sr. Knight - Sergei falou


lentamente, interrompendo-o. ─ Como um homem de negócios e um
clã para comandar, posso simpatizar com a sua situação. A gestão do
tempo pode ser uma coisa complicada... quando o peso de tanta
responsabilidade está em seus ombros, você não concorda?

─ Eu concordo - Jericho disse cuidadosamente, sem saber onde Sergei


estava indo, mas duvidando que ele ia gostar do destino.
─ No entanto, como um companheiro e pai, eu aprendi a importância
de reservar um tempo para a família. Minha esposa e as crianças
podem ser... Exigentes, e justamente por isso que eles precisam de
cuidados e atenção, a fim de florescer. - A voz de Sergei escureceu
quase imperceptivelmente. ─ Minha filha vai continuar a precisando de
cuidado e atenção, uma vez que ela sair da minha casa.

─ Entendi. - Jericho engoliu, odiando que o suor estava realmente


saindo pela testa. Sergei estava dizendo a ele, sem indicar diretamente,
que, se ele não fizesse tentativas para atrair Ravena corretamente, ele
iria retirar o seu apoio da união, o que significava que Ravena estaria
fora da mesa como uma companheira. E praticamente sem outras
perspectivas sobre a mesa, ele não podia se dar ao luxo de deixar que
isso acontecesse. ─ Eu vou ligar para ela esta noite.

─ Veja o que você faz. - Sergei parou. ─ Talvez você possa levá-la em
uma viagem agradável para algum lugar. Como talvez para Paris. Eu
ouvi que o tempo é excelente por lá nesta época do ano.

Ele cortou a chamada antes do telefone quebrar na mão de Jericho.

a
─ É isso!

Becca ficou ereta na cadeira quando Crystalle bateu a mão na mesa. O


café quente espirrou sobre a borda do copo de isopor de Becca,
derramando, e ela gritou, puxando alguns guardanapos de sua mesa e
limpando a bagunça, soprando então sobre a pele queimada para
resfriá-la.

─ O quê? - Perguntou Becca, alarmada pelo brilho zangado nos olhos


de Crystalle. ─ O que eu fiz? Será que eu cometi um erro no relatório de
despesas de novo?

─ Não - Crystalle respondeu abanando um dedo. ─ Você foi


completamente perfeita, no relatório. Um pouco além de perfeita. Toda
a luz e alegria saíram de você, e hoje você parece que está prestes a cair
diretamente na porta da morte. Quero saber por quê.

Becca suspirou e afastou uma mecha de cabelo do rosto. ─ Por favor,


Crys - ela disse, mas saiu mais como se estivesse implorando do que
tentando parecer confiante. ─ Estou apenas tendo um mau dia. Não há
necessidade disso.
─ Os maus dias geralmente resultam naquele olhar sombrio em seus
olhos, mas essas olheiras que estão fazendo você parecer um guaxinim.
- Crystalle cruzou os braços sobre seu peito amplo. ─ Não creio. Acho
melhor você me dizer o que está acontecendo agora. - Seu rosto
amoleceu em simpatia, ela se inclinou para frente. ─ É Ethan
novamente? Esse garoto está te dando problemas?
─ Não. - Um pequeno sorriso curvou os cantos dos lábios de Becca.
Jericho tinha cuidado bem do seu problema com Ethan, ela não tinha
visto ou ouvido, pele e nem cabelo de seu ex desde a noite em que
Jericho o tinha assustado até a morte. Mas o sorriso desapareceu
rapidamente. ─ É... é outra pessoa.
─ Alguém está lhe dando um tempo difícil? - Indignada, Crystalle
endireitou-se na cadeira. ─ Quem?

Rindo um pouco da raia protetora de sua amiga, ela balançou a cabeça.


─ Ninguém está me dando um tempo difícil. Apenas eu conheci
alguém, e ele se foi e agora... eu estou tendo um pouco de dificuldade
com isso.

A boca de Crystalle formou um pouco 'o'. ─ Você conheceu alguém? -


Seus olhos se estreitaram com desconfiança. ─ Quem? Quando? Eu não
vejo quando você poderia ter encontrado tempo...

─ Foi esse cliente que você estava babando no último fim de semana -
Becca interrompeu. ─ Você sabe, aquele que você disse que eu deveria
ir logo para a cama. Jericho Knight.

─ Oh! - Excitação acendeu os olhos de Crystalle. ─ Então você pulou na


cama com ele, assim como eu disse que você devia! Oh, eu sabia que
você tinha isso em você! - Ela bateu palmas e praticamente gritou, e
depois parou, um pouco da excitação morrendo. ─ A não ser que ele
quebrou seu coração, não é? - Seus olhos escureceram. ─ O que ele fez
para você, Becca?

Becca suspirou. ─ Nada. Tivemos um grande momento. Mas então ele


teve que voltar para casa ... e eu ainda estou aqui. Tendo que esquecê-
lo... tendo que fingir que nada aconteceu entre nós.
─ Oh. - Entendimento suavizou os olhos de Crystalle. ─ Sinto muito,
querida. Isso deve ser terrivelmente difícil.

Becca mordeu o lábio. ─ Ele me mandou flores no outro dia. E um


bilhete de ida e volta para Chicago, para passar o fim de semana com
ele.

A mandíbula de Crystalle caiu. ─ E você não me pediu para ter um


tempo livre?

Becca desviou o olhar. ─ Eu não tinha decidido ir. - Puxando os


bilhetes de sua bolsa, ela olhou para eles novamente pela enésima vez.
Ela tinha a intenção de rasgá-los e jogar fora, mas cada vez que olhava
para eles não conseguia fazer. ─ Eu não tenho certeza se é uma boa
ideia.

Crystalle pulou da cadeira e se movimentava em torno de sua mesa. ─


Oh meu Deus - ela respirou. ─ Você não estava brincando. - Ela olhou
para os bilhetes, e, em seguida, bateu Becca no ombro. ─ O que você
ainda está fazendo aqui? O voo é em seis horas!

Becca ficou boquiaberta para ela, confusa. ─ Você está dizendo que eu
deveria ir?

Crystalle fez uma careta para ela. ─ Claro que você deve ir! O que há de
errado com você?
Becca olhou para os bilhetes, em seguida, de volta para sua chefa. ─
Mas o fim de semana é o nosso tempo mais movimentado.

─ Sério? Quem se importa com isso? Além disso, você não tirou umas
férias em mais de um ano, e você já passou muito tempo sem ter um
tempo bom, fora daqui. - Crystalle levou Becca pelo braço e puxou-a
para fora de sua cadeira. ─ Você vai pegar aquele avião e mostrar
àquele pedaço glorioso de homem o quanto ele está fazendo falta. No
momento em que ele vir que você foi feita para ele, ele vai implorar
para entrar em um avião e voltar para casa com você. Isso é quão
especial você é. E não se esqueça disso.

O sorriso de Becca aumentou. ─ Você realmente acha que isso pode dar
certo?
Crystalle deu de ombros. ─ Eu realmente não posso dizer. Mas você
nunca saberá se você não der uma chance. Agora vá!
Jericho cerrou os dentes quando o telefone no bolso tocou. Verificando
as horas, sua pressão de sangue cravou um pouco quando ele percebeu
que ele estava cinco minutos atrasado para pegar Ravena.

Por isso, provavelmente, é porque ela está ligando, ele reclamou para
si mesmo enquanto ele pescava seu telefone do bolso enquanto navega
simultaneamente pelas ruas atoladas de Chicago durante a hora do
rush. Tráfego maldito. Ele deveria ter saído pelo menos meia-hora
mais cedo – mas sem Emerson, que tivera planos para a noite, ele tinha
perdido a noção da hora.

Claro, seu atraso também pode ter tido algo a ver com o fato de que ele
realmente não quer ver Ravena.

Passando para a tela, que esperava ver uma chamada perdida, mas em
vez disso, houve uma mensagem de texto de um número desconhecido.
Um número internacional.

Uma buzina soou, e ele olhou para cima da tela, e em seguida, pisou no
freio quando percebeu que ele cruzou para o meio do cruzamento em
um sinal fechado. Colocou o carro em marcha ré, e rapidamente andou
para trás e para fora do caminho de um SUV ocupado por uma dona de
casa um tanto irritada que o saudou com um dedo.

Sim, tudo bem. Então, eu merecia isso.


Recusando-se a provocar um acidente, ele colocou o telefone virado
para baixo no assento do passageiro e esperou até que pudesse
encostar em um local seguro antes de olhá-lo. Estacionou o carro em
um local proibido, desligou o motor, pegou o telefone de novo e puxou
a mensagem de texto.

“Recebi suas flores. Estou no aeroporto agora. Busque-me no


Terminal 7? :)’’

Pura emoção soprou através da lama de miséria que havia entupido seu
peito nos últimos dias. Um sorriso largo, de quilômetros espalhou-se
pelo seu rosto, iluminando seus olhos quando ele percebeu que seu
desejo se tornou realidade. ─ Puta merda. Ela está aqui. Em Chicago.

Ravena está esperando por você.

Xingando, ele pegou seu telefone e enviou a Ravena um texto rápido.

“Desculpe, não posso fazer isso esta noite. Surgiu uma coisa.”

Sabia, que Ravena ficaria furiosa que ele estava cancelando, não
importa que ele estivesse fazendo isso para passar o tempo com outra
ursa – mas ele realmente não se importava. Ele bateu no botão enviar,
em seguida, formou outro texto para Becca.

“Aguarde aí. Estou a caminho.”


Levou uma hora de luta com o tráfego, rosnando até chegar ao
aeroporto, mas a visão de Becca de pé no meio-fio, com uma mão em
uma mala de viagem vermelha brilhante, enquanto examinava as
linhas de carros, trouxe alivio à sua cabeça latejante e um sorriso ao
seu rosto. Ela usava um vestido de verão de cor dente-de-leão amarelo,
o cabelo castanho avermelhado solto em volta do rosto em forma de
coração, e parecia deliciosamente fresca para uma mulher que tinha
acabado de sair de um voo transcontinental e viajou mais de seis mil
quilômetros para vê-lo.

Seus olhos uísque se iluminaram quando ela o viu no meio da


multidão, e ela ergueu uma mão elegante para acenar para ele. Jericho
pensou que seu coração fosse explodir de felicidade, ele mal tinha o
carro estacionado antes de pular para fora e a puxar em seus braços.

─ Becca. Eu senti tanto sua falta. - Seu doce aroma de baunilha e canela
o envolveu, como se recebendo-o em casa, e incapaz de esperar mais,
ele esmagou sua boca contra a dela e beijou-a como se fosse a primeira
e última vez que ele o faria.

O feixe de nervos crus que incomodavam no peito de Becca evaporou


instantaneamente quando Jericho a tomou em seus braços, e beijou-a
com toda a paixão que ele já mostrou a ela durante seu tempo juntos
em Paris. A pura emoção que fluía pelo corpo dele, e o dela, erradicou
todas as dúvidas e medos que ela tinha tido de que ele não iria
aparecer, ou que a faísca entre eles poderia ter desvanecido. A paixão
dele queimando brilhante como sempre, tão brilhante que ela ficou
surpreendida que a sua roupa não incinerou no local, logo que ele
tocou os lábios nos dela.

Teria sido um espetáculo, pensou, seus lábios curvando-se contra os


dele.

Ele se afastou e traçou os dedos ao longo das linhas de sua boca. ─


Você está sorrindo - ele disse, seus lindos olhos azuis dançando.

Ela sorriu para ele. ─ Estou tão feliz em vê-lo. Eu estava preocupada
que você me deixaria encalhada no aeroporto.

Ele rosnou, seus olhos se iluminaram pela emoção dela estar


finalmente aqui de pé, em frente a ele. ─ Eu nunca faria isso com você.
- Ele levantou sua mala e, em seguida, caminhou ao redor do carro para
que ele pudesse colocá-la no porta-malas. ─ Vá em frente e entre no
carro - ele disse. ─ Eu vou estar à direita.

Balançando a cabeça, ela se aproximou do elegante Audi R8 com uma


espécie de reverência, mesmo passando a mão em todo o exterior
prateado antes de deslizar para dentro do carro. Ela até verificou seu
vestido para se certificar de que não havia nada sobre ele que
arranhasse a pele vermelha do estofado, e depois afundou-se no banco
com um suspiro.

Quando Jericho entrou no veículo, ela estava completamente


encostada no banco, os olhos fechados e uma expressão de pura
felicidade no rosto. Ele arqueou uma sobrancelha quando ela
realmente gemeu, deslocando-se um pouco no banco.

─ Apreciando o recurso de massagem? - Ele perguntou, incapaz de


resistir a provocá-la um pouco.

Ela abriu um olho preguiçoso. ─ É genial. Eu nem sequer pensei que


carros tinham isso.

Jericho sorriu maliciosamente para ela. ─ Não é um recurso padrão no


Audi R8... mas eles tiveram a amabilidade de personalizá-lo para mim.

Becca considerou quando Jericho colocou o carro em marcha e


calmamente fez seu caminho para o tráfego do aeroporto. Ela sabia que
Jericho não recebia exatamente tostões ou qualquer coisa, mas agora
ela estava tendo a ideia de que ele não estava apenas puxando um bom
salário, mas que ele pode realmente ser muito rico. Ela apertou os
lábios quando olhou para o terno caro que ele estava vestindo. Parecia
Armani, e definitivamente não é algo que tirou de seu armário apenas
para qualquer ocasião.

─ Então, você queria apenas vesti-lo para me pegar no aeroporto, ou o


quê? - Disse, arrancando os botões de madrepérola dos punhos dele.
Uma expressão desconfortável ondulou no rosto de Jericho. ─ Eu
estava no meu caminho para um... noivado, antes de receber sua
mensagem.
─ Oh. - Seu estômago se agitou inquieto quando ela se contraiu com a
culpa. Não lhe ocorreu que ele poderia ter feito outros planos depois
que ele não ouviu notícias dela. ─ Desculpe-me, eu estraguei sua noite.

Um sorriso floresceu no rosto dele, e ele pegou a mão dela para dar-lhe
um aperto suave. ─ Você não estragou nada - ele disse, uma espécie de
alegria tranquila em sua voz. ─ Se qualquer coisa, você fez esta noite
dez vezes melhor para mim. Eu nunca tive uma melhor desculpa para
pular fora de uma noite chata.

Ela riu um pouco. ─ Bem, então eu estou feliz por ser útil - ela disse, e
recostou-se na cadeira de couro confortável, seu estômago se
acalmando novamente. ─ Onde exatamente estamos indo?

Jericho olhou de lado para ela. ─ Eu pensei que nós podíamos pegar
algo para comer. Você está com fome, não está?

Becca assentiu. ─ Faminta. Eles nos serviram o almoço, mas isso foi há
horas.

─ Excelente. - Jericho apertou a mão dela novamente. ─ Isso significa


que podemos utilizar este seu apetite.

Becca pensou que eles estavam indo a um take-out9 ou talvez um


pequeno restaurante a caminho do apartamento de Jericho, por isso,
quando ele estacionou na garagem subterrânea de aço maciço de um
arranha-céus de vidro, ela estava confusa. A confusão aumentou
quando eles entraram em um elevador exclusivo e Jericho apertou um
botão que foi direto para o andar a cobertura.

─ O que você está fazendo aqui?”

─ Comida - Jericho explicou, em seguida, empurrou-a contra a parede.


─ Embora, já que temos alguns minutos, podemos muito bem usá-los
com sabedoria.

Ele a beijou apaixonadamente, sua língua fazendo um tango perigoso


com a dela, e seu batimento cardíaco bateu descontroladamente
enquanto sua ereção pressionava o quadril dela. Ela sentiu muito a
falta dele, e a sensação de ter seu corpo pressionando contra o dela, seu
perfume masculino em si envolvendo-a em um casulo de desejo,
deixava fraco os seus joelhos. Ela não conseguia o suficiente dele, com
as mãos agarradas a seus ombros, quando ele baixou o rosto para a
curva de seu pescoço e ela estremeceu quando seus dentes roçaram sua
pele e ele mordeu levemente. Ela sentiu sua respiração ao lado de seu
pescoço, logo abaixo do queixo, enquanto ele sussurrava palavras para
ela do quanto sentia falta dela, e como ele estava feliz que ela estava
aqui.

─ Não passou um dia em que você não estava em minha mente... Eu


não conseguia parar de pensar em você, e isso - ele a beijou com força,
sua língua invadindo seus lábios, enquanto as mãos agarravam a bunda
dela, puxando-a firmemente. ─ Este belo corpo, e como eu o sinto em
minhas mãos.
A umidade se reuniu entre as pernas dela enquanto ela pulsava, toda a
frustração sexual reprimida dos últimos dias passou direto através
dela, fazendo-a tremer com sua necessidade por ele.

Quando as portas do elevador se abriram novamente, seu rosto estava


corado, e suas mãos voaram para seu cabelo despenteado para tentar
colocá-lo em alguma aparência arrumada quando Jericho a puxou para
o lobby do que parecia um inferno de um restaurante sofisticado . Um
restaurante ultrassofisticado.

─ Deixe-o - Jericho murmurou enquanto a encaixava na curva de seu


braço. ─ Eu acho que parece sexy... especialmente desde que eu sou o
único que bagunçou tudo. - Ele se aproximou do maître, que estava
vestido de branco e de pé atrás de uma espécie de pódio, com um livro
sobre ele. ─ Minha mesa de sempre, por favor.
─ Sr. Knight. - Os olhos do homem idoso se iluminaram com o
reconhecimento e calor. ─ Como é maravilhoso vê-lo novamente. - Ele
sorriu para Becca, e se ele pensou que ela estava um pouco mal vestida
para jantar no restaurante, ele não deu nenhuma indicação. ─ Por aqui.

Ele os levou por um labirinto de mesas e cadeiras, muitos delas já


ocupadas, e até uma escada para um segundo andar. Becca se forçou a
não esticar o pescoço enquanto olhava ao redor, o lugar estava
pingando em cristal, ouro e platina, com preto, azul e branco nas
toalhas de mesa e cadeiras e correspondentes arranjos de flores, e uma
cúpula de vidro grande que arqueou sobre tudo, oferecendo-lhes uma
vista panorâmica do céu.
O maître os assentou em uma mesa ao lado do vidro o que lhes deu
uma vista deslumbrante do litoral de Chicago. O olhar de Becca
permanecia no horizonte muito tempo depois que o garçom veio e
levou seu pedido para bebidas, os olhos roçando as raias da cor do sol
pintando tudo como céu e água.

─ Isso é incrível - ela finalmente disse quando o garçom entregou as


suas bebidas e eles tinham pedido a comida. Ela levantou a Bellini
pêssego à boca e tomou um gole, que depois se transformou em um
longo gole.

─ O que, a vista ou a sua bebida? - Ele brincou, com os olhos brilhando.

─ Ambos. - Ela baixou a bebida, em seguida, estendeu a mão sobre a


mesa e agarrou a mão dele. ─ Jericho - ela fez uma pausa, e ele podia
ver a incerteza em seus olhos, ─ Eu sinto que você não está sendo
totalmente honesto comigo.

Jericho não tirou os olhos de seu rosto quando ele abaixou a própria
bebida, um copo de Red10, sobre a mesa. ─ Eu não tenho certeza de que
entendi - disse ele, mas algo como culpa brilhou em seus olhos, e ela
sabia que ela tinha entendido.

─ Eu acho que sim. - Becca ergueu uma sobrancelha e olhou em torno.


─ Você me enviou passagens de primeira classe, pegou-me em um
carro muito caro, e trouxe-me para um restaurante que serve carnes de
cem dólares. Tenho a ideia de que talvez você não é apenas um lacaio
de alto escalão pago por uma empresa.
Jericho suspirou, arrastando a mão pelo cabelo. ─ Ah, isso. - Ele sorriu
para ela, mas ela podia ver que alívio parecia queimar nas profundezas
de seus olhos, e ele a confundiu. ─ Eu só não quero que você pense em
mim de forma diferente - ele começou.

Becca apertou sua mão. ─ Você prometeu que iria explicar tudo se eu
viesse ver você - ela lembrou.

─ Eu disse. - Jericho respirou fundo, como se preparasse para alguma


coisa. ─ Eu não apenas trabalho na empresa da família, Becca. Eu
possuo o negócio da família.

Becca assentiu enquanto ele confirmou o que ela já suspeitava. ─ É


realmente um negócio imobiliário?

─ Um dos maiores em Chicago. - Jericho tomou outro gole de vinho. ─


Meu pai o começou, e ele estava indo bem até que estávamos
envolvidos em uma longa guerra com um clã rival, que eventualmente,
o matou. Eu herdei o que restava do negócio e o transformei no que é
hoje.

Ele falou sem rodeios, como se ele estivesse simplesmente recitando


fatos, mas Becca viu a dor que brilhou no fundo dos olhos dele, no
entanto brevemente, e fez seu coração doer. ─ Sinto muito por sua
perda - ela murmurou, pegando sua mão e pressionando um beijo em
suas juntas. ─ Deve ter sido incrivelmente difícil.
Jericho fechou os olhos, saboreando seu toque. ─ Foi - disse ele, sua
voz áspera. ─ Mas eu fiz o melhor de uma situação difícil. - Seus olhos
se abriram. ─ Eu não apenas herdei o negócio quando meu pai morreu,
Becca. Eu herdei o clã inteiro.

─ Você o quê? - A boca de Becca caiu aberta, mas antes que pudesse
dizer mais alguma coisa o garçom chegou com seus pratos. Ela esperou
até que Jericho o dispensou antes de continuar, nem mesmo tocou o
camarão que chamava sedutoramente sob seu nariz. ─ Você... você é
um chefe de um clã?

Jericho inclinou a cabeça, florescendo a mão em direção a ela como se


estivesse fazendo um arco. ─ Alpha do Moon Bay Clan, ao seu serviço.

Puta merda. Becca unicamente olhou para Jericho, incapaz de contrair


um único músculo. Ela estava completamente congelada, em estado de
choque. E pelo que ela poderia supor, seu pai tinha sido bastante
comum, fazendo-a bem comum também. ─ O que está fazendo aqui
comigo?

Jericho arqueou uma sobrancelha. ─ Eu pensei que iríamos jantar -


disse ele, indicando a sua comida intocada com o garfo.

Becca nem sequer se preocupou em revirar os olhos em sua


irreverência. ─ Você é um líder de clã - ela disse novamente, mais
definitivamente. ─ Você poderia ter qualquer ursa que quiser, e na
verdade você tem o dever de acasalar com a fêmea mais forte possível,
a fim de fortalecer o seu clã. Então, por que você teria algo a ver
comigo, uma mestiça?
Jericho fez uma careta. ─ Primeiro de tudo, você sabe muito bem que
eu não ligo, e não me importa que você seja uma mestiça - disse ele. ─
Só porque você não é uma ursa completa, não significa que você não é
uma mulher forte. E em segundo lugar - ele disse em voz baixa, ─ Você
é a ursa que eu quero.

Becca engoliu em seco contra o nó na garganta. ─ Eu não sei se posso


lidar com... - ela começou, mas Jericho a interrompeu, pressionando
um dedo em seu lábio.

─ Shh. Você não tem que tomar uma decisão agora. - Ele estendeu a
mão e girou alguns fettuccine em seu garfo, em seguida, levou-os aos
lábios. ─ Não se preocupe com nada disso agora. Coma alguma coisa.
Vai ajudar a acalmar seus nervos.

Becca abriu a boca e permitiu Jericho deslizar o garfo em sua boca. Ela
gemeu um pouco quando o macarrão cremoso tocou a língua, em
seguida, fechou os olhos e mastigou. Divino.

─ Isso mesmo - ele incentivou quando ela pegava mais um bocado. ─


Você está já está parecendo melhor. Mais cor em suas bochechas. - Ele
pegou o seu próprio garfo e faca e começou a cortar o bife médio em
seu prato, e durante vários minutos eles comeram em completo
silêncio.

─ Deus - ela respirou, sentada em sua cadeira quando o prato estava


vazio. ─ Posso ter mais? - Ela perguntou.
Jericho riu. ─ Eles sabem que devem manter várias porções prontas
quando eu chego - disse ele, sinalizando para o garçom. O homem se
materializou instantaneamente ao seu lado. ─ Estamos prontos para o
próximo prato.

Mais comida foi trazida, e Becca e Jericho caíram dentro, embora


tomaram mais tempo para saborear a comida agora que a sua fome
acalmou. ─ Agora que tivemos a chance de colocar um pouco de
comida em nossas barrigas - disse Becca, ─ Eu vou fazer a minha
próxima pergunta, e você tem que prometer respondê-la
honestamente.

─ Pergunte.

─ Aonde você estava indo hoje à noite, antes de eu te enviar uma


mensagem de texto e pedir para você me pegar no aeroporto?

Jericho realmente estremeceu com a pergunta. ─ Você promete não


jogar aquele prato na minha cara e sair daqui tempestuosamente?

Becca levantou uma sobrancelha, seu coração afundando um pouco. ─


A situação é tão ruim assim?
─ Eu estava indo a um encontro. Com uma ursa.

Seu coração caiu todo o caminho até as solas dos seus sapatos. ─ Oh. -
Ela piscou as lágrimas em seus olhos, que direito ela tinha de ficar
chateada? Tanto quanto ele estava preocupado, ela o rejeitou e ele teve
que seguir em frente. E ainda…

─ Você tem todo o direito de me pedir para levantar e a levar de volta


ao aeroporto agora - Jericho disse a ela. Sinceridade brilhou em seu
olhar azulado quando ele agarrou sua mão e apertou. ─ Mas saiba que
eu não estava indo em um encontro porque eu queria substituí-la, mas
sim porque meu clã exige que eu escolha uma parceira, e logo. - Ele
suspirou. ─ Antes de eu ir para a França e conhecer você, eu estava de
prometido a outra.

Becca engoliu. ─ Entendo. - Ela levou um minuto para falar após o nó


na garganta antes de falar novamente. ─ E essa mulher... ela era
alguém que amava?

Ele balançou a cabeça, uma carranca franzindo a testa. ─ Não, de modo


algum. É preciso toda a paciência do mundo só para ficar no mesmo
espaço com ela. - Ele olhou para Becca, e o fogo em seus olhos lhe disse
que ele estava dizendo a verdade. ─ Nunca houve ninguém que sequer
chegou perto de roubar meu coração. Não até você.

O mesmo medo de antes apertou o estômago dela, mas era temperado


por uma espécie de calor que subia através dela com a ideia de que ele
a tinha escolhido sobre as solteiras mais elegíveis disponíveis. ─ O que
você está dizendo?

Jericho suspirou. ─ Eu não sei exatamente - ele admitiu. ─ Eu sei que é


errado da minha parte pedir-lhe para considerar deixar sua vida, a fim
de satisfazer os meus desejos egoístas, mas eu não posso deixar de
querer você ao meu lado a cada segundo do dia. Meu coração está
doendo sem você - murmurou ele, esfregando as costas da mão dela
contra sua bochecha, ─ Eu pensei que fosse ficar louco se não me
afogasse no trabalho novamente.

Ele voltou seu olhar em direção à costa de Chicago, onde o sol


desapareceu abaixo do horizonte, deixando um crepúsculo azul
obscuro para trás. ─ Tudo o que peço é que você fique para o fim de
semana. Deixe-me mostrar-lhe a minha cidade, apresentá-la ao meu
clã. E se, quando a segunda feira chegar, você não puder suportar me
olhar por mais um segundo, eu vou lhe mandar de volta para casa.

Becca sorriu tristemente. ─ Parte do problema é que eu estou com


medo de que eu nunca vá ficar cansada de ver você - disse ela
calmamente. ─ Mas isso não significa que ficar com você e me tornar
sua companheira é a melhor coisa para mim.

─ Talvez não - Jericho concordou, esfregando a mão dela de uma


maneira que era ao mesmo tempo adorável e sexy, ─ Mas pelo menos
eu vou ter sido capaz de passar mais alguns dias com você. E se isso é
tudo o que você pode me dar, eu vou valorizá-lo como o dom precioso
que é.
Embora o resto do jantar foi agradável, no momento em que Becca
voltou para o carro com Jericho, seu estômago estava pesado como
uma massa de nervos empacotados que a fez querer se arrastar para
fora de sua pele. Enquanto dirigia pelas ruas de Chicago, a barriga
cheia com uma ridícula, deliciosa e incrivelmente cara refeição, indo
para a casa de Jericho, ela se perguntou o quão fora de alcance estava
se metendo agora, e se ela não ia cair do poleiro alto que Jericho a
colocou, e se quebraria a cara no chão.

Não havia nenhuma maneira dela ser digna de ser companheira de um


chefe de clã. De jeito nenhum em tudo.

─ Você está tremendo. - Jericho pegou a mão dela, e gentilmente


correu o polegar sobre os nós dos dedos, tentando acalmá-la. Ela
respirou fundo, em seguida, soltou lentamente, tentando aliviar o óbvio
nervosismo que ela não tinha sequer percebido que estava criando. ─ O
que está errado?

─ Eu ... eu estou apenas nervosa. - Ela engoliu em seco, tentando


ignorar a dor da vergonha em suas bochechas. ─ Eu nunca fiz nada
assim antes na minha vida, Jericho. E, especialmente, não com um
homem como você.
Ele se virou para ela, em seguida, uma expressão de dor no rosto
bonito. ─ Eu gostaria que você parasse de pensar em mim dessa
maneira.

Becca deu-lhe uma expressão intrigada. ─ De que maneira?

─ Como se eu fosse mais do que apenas um homem comum. - Ele


franziu a testa antes de virar os olhos de volta para a estrada. ─ Você
não me tratava dessa maneira quando estávamos em Paris.

─ Isso é porque eu não sabia quem você era.

─ Eu sou exatamente a mesma pessoa que eu era quando me encontrou


em Paris. - A exasperação tingiu sua voz, apertando os cantos de sua
boca e olhos. ─ Apenas porque eu tenho um título e riqueza não
significa que eu sou diferente. Uma das razões que eu gosto tanto de
você é porque você me trata como uma pessoa normal, em vez de
alguém a ser temido ou admirado. Todos os outros, mesmo os meus
amigos mais próximos e familiares, ainda olham para mim através do
filtro do meu título, eu cansei disso depois de algum tempo. Eu estava
esperando que você fosse diferente - disse ele, e então suspirou
novamente, seus ombros caindo um pouco.

Culpa picou no coração de Becca, rubor nas bochechas de vergonha ao


perceber quão hipócrita ela estava sendo. Ela também lidou com um
estigma semelhante – como uma mestiço nenhum shifter de puro
sangue jamais olharia para ela e apenas veria a pessoa que ela era; para
eles, ela era um vira-lata, algo a ser evitado e odiado. Claro, talvez a ser
temido e admirado fossem melhores opções do que o que ela tinha de
lidar, mas pelo menos ela não tem que estar em torno de outros
shifters. Para Jericho, ele estava constantemente no centro das
atenções, o manto de poder e responsabilidade um fardo constante que
não poderia ser descartado por qualquer período de tempo
significativo.

─ Sinto muito - disse ela calmamente. ─ Eu realmente não penso dessa


maneira, mas você está certo. - Foi sua vez de tomar a mão dela, e
levou-a aos seus lábios para que ela pudesse pressionar beijos contra a
pele áspera. ─ Só porque agora eu sei que você é um líder não significa
que você é diferente do homem que conheci. - Ela fez uma pausa,
tomando um momento para descobrir a melhor forma de dizer a
próxima parte. ─ Mas isso significa que há uma certa quantidade de
bagagem que você carrega e que eu não sabia sobre antes.

─ Como um clã e um negócio de bilhões de dólares? – ele perguntou


ironicamente, e ela riu.
─ Isso, e o obrigação de tomar uma companheira e procriar.

Ele respirou fundo com isso. ─ Você... você não quer ter filhos? - Houve
hesitação em seu tom de voz que lhe disse que ele estava preocupado
que ela não quisesse.

Becca sorriu um pouco. ─ Eu quero... mas nenhum dos filhotes que


teríamos juntos seria de raça pura, o que pode revelar-se um problema,
especialmente com o seu clã.
Jericho zombou. ─ Eu, pessoalmente, não tenho problema com meus
filhotes tendo um pouco de sangue humano neles - disse ele. ─ Afinal,
nossa composição original inclui um pouco de DNA humano, de
qualquer maneira. Então, eu realmente não vejo qual é a diferença se
nossos filhos forem um terço humano.

Becca arqueou uma sobrancelha. ─ Parece que você teve um monte de


tempo para pensar sobre isso.

─ Eu tive. - Ele apertou a mão dela. ─ E não importa o que pensem, não
há nenhuma razão para pensar que você não é a companheira perfeita
para mim.

Calor impregnou nela com o elogio, e ela se virou para que ele não visse
suas bochechas corarem, bem na hora que ele entrou na garagem de
pedra calcária na casa de três andares de vidro. Tendo como referência
uma mansão ornamentada esperada ou uma moderna monstruosidade
de vidro e aço, ela ficou agradavelmente surpresa com o quão
confortável e charmoso o sobrado parecia, com os seus toldos verdes
empoleirados sobre as janelas de vidro e o jardim florescendo com
flores que corriam ao redor da frente da casa.

Talvez isso não seja tão ruim depois de tudo, ela pensou no caminho
até a garagem.
a

Jericho tentou não me pensar sobre o peso em seu coração enquanto


ele parava na entrada de sua casa na Lincoln Park, mas foi
coondenadamente difícil não o fazer com o clima sombrio que se
instalara entre eles. Ele esperava recuperar um pouco da atmosfera
alegre, despreocupada que os tinha cercado durante a sua viagem a
Paris, mas a verdade era que, agora que ele a tinha trazido para sua
casa só tinha agitado a gravidade do que estava entre eles mais perto da
superfície.

Afinal de contas, ele não estava apenas pedindo a ela para passar mais
tempo com ele. Ele estava pedindo que ela fosse sua companheira.

Deus, por que eu não pensei nisso antes de eu lhe enviar esses
bilhetes? Pelo menos ele poderia ter levado algum tempo para chegar a
um plano melhor. Em vez disso, ele vomitou uma espécie de arrogância
sentida que a fez olhar para ele com piedade. Como se estivesse
desesperado, ou algo assim. E ele odiava parecer necessitado na frente
de qualquer um.

Encare isso. Toda a razão pela qual agiu de forma tão impulsiva é
porque quando se trata dela, você está necessitado. Você precisa dela
como uma fogueira precisa acender para manter sua chama.

─ Esta é a sua casa?” A voz encantadora de Becca o afastou de sua


abnegação enquanto entrava na entrada de sua casa.

─ Sim. Em vez de abrir a garagem imediatamente, ele permanecia na


entrada, permitindo que ela tivesse um momento para admirar a
fachada. ─ O que acha?
Seus olhos foram sobre o calcário e vidro, demorando-se nos elegantes
toques de ferro nas janelas e bordas, em forma de padrões artísticos
que tinha encantado seu olhar, bem como quando ele olhou pela
primeira vez a propriedade. ─ É encantador - ela finalmente disse. ─
Eu gostaria de ver mais.
Jericho sorriu. ─ E então você vai. - Ele apertou o botão no clicker
preso ao para-sol, e a porta da garagem rolou lentamente para cima.
Quando Jericho estacionou o carro dentro, os olhos dela foram para a
motocicleta verde-besouro estacionada à direita, detendo-se sobre as
linhas elegantes e curvas.

─ Eu não sabia que você pilotava. ”

─ Não tinha uma moto para circular em Paris - explicou ele, em


seguida, atirou-lhe um sorriso maroto. ─ Talvez eu vá levá-la a um
passeio, enquanto você está aqui.

Becca sorriu de volta. ─ Por que eu não o levo para um passeio?”

As sobrancelhas de Jericho levantaram. ─ Você pode pilotar? - ele


perguntou quando eles saíram do Audi.

Becca inclinou a cabeça quando ela estudou a moto. ─ Realmente não


parece de alguma forma diferente dos modelos europeus que eu já
montei, então sim, eu aposto que eu poderia lidar com este bebê sem
problemas.
Jericho riu. ─ Tudo bem, Evel Knievel11”, disse ele, tomando-a pelo
braço. ─ Vamos entrar logo.

Ele lhe deu um tour da casa, que era muito maior no interior do que
parecia do lado de fora, contou onze quartos no total, entre a sala de
estar, cozinha, três quartos e banheiros, e então os dois quartos que
Jericho passou mais tempo, seu escritório e academia.

Ou então ela supôs pelo fato de que seu cheiro era mais forte em ambos
os locais.

─ Você gasta muito do tempo trabalhando, ou malhando. - ela pensou,


passando a mão ao longo do comprimento de um saco de pancadas
suspenso em um canto da academia. Paredes espelhadas estavam em
todo o comprimento da sala, que ostentava um variado leque de
equipamentos de alta tecnologia que rivalizam com qualquer academia
profissional.

Jericho encolheu um pouco. ─ Eu faço um trabalho nada físico - ele


disse a ela. ─ Então eu tenho que trabalhar um pouco mais aqui, para
ficar em forma. Se eu não sou o mais forte de nosso clã, então eu não
mereço o direito de liderá-lo ou defendê-lo.

─ Bem, você certamente parece forte o suficiente para mim - Becca


ronronou, passando a mão para baixo no comprimento do braço dele.
Seus dedos elegantes habilmente encontrando as ondas e fendas dos
músculos, mesmo através da camisa que ele usava, e seu pulso saltou
quando sua mente instantaneamente conjurou ideias para outros
lugares em seu corpo que ela poderia estar passando suas mãos.
─ Becca... - Jericho murmurou enquanto ela o empurrava gentilmente
contra uma das paredes espelhadas. Um arrepio quente percorreu-o
quando os dedos dela trabalharam seu caminho até a linha de botões
que fechavam a camisa, abrindo um por um. Ele ansiava por ela desde
o momento em que ela desceu do avião, mas ele queria que sua
primeira vez em Chicago fosse ser um pouco mais memorável do que
apenas levá-la no chão de sua academia. Mas quando ela estendeu a
mão e levemente mordeu seu ombro, o pensamento racional fugiu de
sua mente com um gemido.

─ Shh. - Becca pressionou seu corpo contra o dele. ─ Tem sido um


tempo muito longo e eu quero você bem aqui. Agora. - Ela o beijou
ferozmente, e ele foi imediatamente perdido pela tempestade de sua
paixão, amarrado em um turbilhão de desejo que o deixou quente e
dolorido e sentindo que ambos tinham roupas de mais. Antes que ele
tivesse tempo para pensar sobre isso, ele arrancou a camisa e, em
seguida, usou suas garras para cortar uma linha na parte de trás do
vestido de Becca.

─ Ei! – Becca se puxou em seus braços enquanto ele protestou, e o


vestido deslizou por seu corpo, revelando seu corpo nu por baixo – que
era do jeito que ele gostava.

─ Eu vou comprar outro - ele rosnou, pegando-a em seus braços para


que ele pudesse sentir sua pele na dele. Seus mamilos rasparam contra
o peito dele, duro, enrugados e prontos para seu toque.
Ele a deitou em um dos bancos de peso, abrindo as pernas para que
pendessem para o lado, depois recuou um momento para que ele
pudesse beber dela, ─ Você é tão linda - ele murmurou, seu olhar
cuidadosamente traçando as curvas de seu corpo até descansar em sua
buceta, que estava rosa e já brilhando para ele.

Sorrindo, ela ergueu os braços para cima, estendendo a mão para ele. ─
Venha para mim.

Ele foi, mas não antes de tirar o resto de suas roupas. Ajoelhado na
beira do banco de peso, ele a puxou para mais perto dele para que
pudesse enterrar seu rosto entre suas pernas e saboreá-la. Ela gritou,
empurrando-se em uma posição sentada enquanto sua língua lambia
suas dobras, provocando seu clitóris com movimentos preguiçosos e
lentos. Seus dedos enrolandos em seu couro cabeludo eram como o
céu, massageando-o e pedindo-lhe para ir mais rápido, pressionando
com mais força, para dar-lhe mais. E quando ele chupava seu clitóris,
ela explodiu em sua boca, seus sucos fluindo livres quando ela
estremeceu e gemeu seu nome longamente e baixo na parte traseira de
sua garganta.

No momento em que ela gozou, seu pau estava duro, dolorido e pronto
para estourar também. ─ Monte-me - ele resmungou, levantando-a
pela cintura e invertendo suas posições, ele se deitou no banco e ela
estava escancarando suas pernas. Ele sabia que a esmagaria se suas
posições fossem revertidas e, além disso, ele adorava a maneira de
como os seus seios pareciam por esse ângulo, tão cheios, redondos e
perfeitos quando eles balançavam acima dele.

Ele estendeu a mão em copo para ambos os seios enquanto ela se


abaixava em seu pau, e ambos gemeram em uníssono quando ele a
encheu até o limite. Ele gentilmente massageou seus seios enquanto ela
o montava lentamente, esfregando seus mamilos sob seus polegares ao
mesmo tempo de suas investidas, e se divertia com o jeito que ela olhou
para ele, com os olhos brilhando, o rosto corado e os lábios inchados de
seus beijos.

Eu te amo com cada batida do meu coração, ele queria dizer, mas ele
não queria assustá-la, colocando ainda mais pressão sobre ela, então
ele simplesmente agarrou seus quadris e segurou firme enquanto ela
aumentou o ritmo, aproveitou o momento quando ela os empurrou
cada vez mais perto, até o limite. E quando ela jogou a cabeça para trás,
ondas rolaram pelas costas quando ela gritou seu prazer, ele se juntou
a ela ali, naquele lugar feliz.
─ Meu Deus. Eu não posso acreditar que eu estou fazendo isso.

Becca colocou o rosto em suas mãos, enquanto se sentava, não, se


encolheu na verdade, no assento do vaso do banheiro de Jericho,
escondendo-se da verdadeira multidão de ursos no andar de baixo. Ela
tinha acordado esta manhã com uma xícara de café fumegante e o rosto
sorridente de Jericho pensando que ia ser um grande dia, apenas para
ser informada que ele tinha convidado todo o clã para conhecê-la e que
eles estavam chegando em vinte minutos.

Vinte minutos, é claro, o que significa agora.

Ela havia se escondido no banheiro há dez minutos para que ela


pudesse ‘refrescar-se e mudar de roupa’, e embora ela estivesse tão
pronta quanto ela fosse ficar, ela simplesmente não conseguia se fazer
passar por aquela porta do banheiro. Ela podia ouvir o burburinho de
conversas no andar de baixo, e o cheiro de todos aqueles ursos puro
sangue, todos amontoados em uma sala, isso estava dando a ela um
caso grave de arrepios.

Lição de mestiço número um: Nunca se misture em um antro cheio de


ursos puro sangue que odeiam o seu tipo.
Ok, talvez não houvesse especificamente uma regra que foi redigida
exatamente dessa forma. Mas essa definitivamente deve ser a primeira.
O que Jericho estava lhe pedindo para fazer ia contra tudo o que ela já
tinha sido ensinada sobre como sobreviver como uma mestiça. Se fosse
qualquer outra pessoa, e qualquer outro clã, ela já teria fugido para o
aeroporto mais próximo agora. O que ele estava pedindo era quase
suicídio certo.

─ Becca? - A voz preocupada de Jericho flutuou pela porta. ─ Você está


bem aí?

─ Eu estou bem - Becca respondeu de volta através da porta, embora


sua voz fosse mais abafada desde que seu rosto ainda estava
firmemente enterrado em suas mãos.

Evidentemente Jericho não estava acredtitando. ─ Posso entrar?

─ Claro - disse ela com um suspiro de derrota, sabendo que ele não iria
deixá-la sozinha de qualquer maneira, até que ela mostrasse seu rosto.

Ele abriu a porta com cautela e entrou no enorme banheiro de


mármore preto e branco, vestia uma casual e linda camisa social azul
com botões que combinava com seus olhos, era a perfeição e um par de
jeans.

─ Hey querida. - Ele sorriu, mas o olhar de preocupação em seus olhos


lhe disse que ele sabia o que estava acontecendo. ─ O que está
acontecendo?
Becca piscou, percebendo que ela levantou a cabeça para olhar para ele,
mesmo sem perceber, em seguida, gemendo interiormente, esperando
que ela não tivesse manchado o rímel ou qualquer coisa. Oh, bem,
tarde demais para voltar atrás agora.

─ Eu estou nervosa - admitiu, envolvendo os braços em torno de seu


torso e abraçando-se. Olhando para baixo para a blusa branca rendada
e a calça jeans que ela usava, ela se perguntava se ela estava vestida
demais, ou se ela precisava usar algo um pouco mais formal para este
primeira "encontro". ─ Eu não sei como eles vão reagir a mim. Eles
podem me dar um olhar e atacar-me como se eu fosse um cervo recém-
morto ou algo assim.

Jericho riu, em seguida, estendeu a mão e puxou-a para seus pés. ─


Não seja ridícula. Eu já lhes ordenei para lhe tratar com o maior
respeito. Eles não ousariam colocar a mão em você enquanto você está
sob minha proteção.” Ele a beijou profundamente, abraçando-a com
força, e o nó de tensão na barriga afrouxou um pouco. ─ Você sabe que
eu nunca iria deixar nada de ruim acontecer com você, certo?

─ Eu sei. - Ela inclinou a cabeça em seu ombro, querendo tanto ser


capaz de simplesmente derreter na segurança de seus braços e confiar
na sua força. Mas a coisa era, ela sabia melhor do que apenas
simplesmente chegar de olhos fechados e acreditar que ela poderia
estar segura em torno de seu clã. Só porque foram obrigados a tratar
alguém com respeito não significa que você realmente o respeite, e
enquanto ela estava razoavelmente certa de que ninguém iria tentar
machucá-la enquanto estava com Jericho, isso não significava que um
deles não iria tentar enquanto ela estivesse longe dele.
Eu acho que eu ia ficar melhor perto dele para o resto do fim de
semana, pensou com tristeza, já odiando a ideia. Se ela ia ficar por
aqui, então ela ia ter que ganhar o respeito do clã de Jericho, algo que a
aterrorizava até os ossos em seus dedos do pé.

Esse é o ponto de todo este primeiro encontro, não é? Becca pensava.


Apresentar-me e tentar entender como funciona. Se todos eles
decidirem que me odeiam, então eu vou direto para o aeroporto.
Nenhum dano, nenhuma falta.

Mas, claro, parte dela realmente queria que eles gostassem dela,
porque uma grande parte dela queria ficar. Então ela sabia que a
rejeição iria feri-la profundamente.

─ Eu acho que é melhor ir andando - disse ela com um suspiro, saindo


dos braços de Jericho para que pudessem sair do banheiro. ─ Vamos
acabar com isto.

Jericho pegou a mão dela e apertou com um sorriso. ─ Não se


preocupe. Vai ficar tudo bem. Eu prometo.

Quando Jericho levou Becca e começaram a descer as escadas para


onde seu clã esperava, ele admitiu em particular para si mesmo que ele
estava um pouco nervoso sobre este encontro, também. Embora ele
fosse o líder do clã, seu governo não era necessariamente uma
ditadura, a força do clã dependia dos membros individuais que
trabalham em harmonia com os outros. Um clã infeliz era um clã
fraturado, e era sua responsabilidade assegurar que seu povo
permanecesse unido.

Se o clã decidisse que não podia aceitar Becca como companheira de


seu chefe, Jericho teria que escolher entre ela e seu clã, porque ele não
seria capaz de manter seu governo por muito tempo antes de ser
deposto por outra pessoa. E, embora ele mesmo não ficou emocionado
em assumir o papel no momento da morte de seu pai, que era seu
agora, ele estava relutante em deixar seu posto.

É difícil abrir mão de certo modo de vida quando era tudo o que você
conhece.

Ele sentiu Becca endurecer ao lado dele enquanto se aproximavam da


parte inferior da escada e as vozes ficaram mais altas, e ele apertou a
mão dela para tranquilizá-la novamente. Não havia nenhuma maneira
que ele poderia mostrar-lhe como ele estava nervoso quando ela
parecia que estiva prestes a entrar em parafuso, se o fizesse não havia
nenhuma maneira que ela fosse encarar seu clã. Então ele
simplesmente fez o seu melhor para fluir força e conforto através de
seu toque nela, e foi recompensado quando ela endireitou os ombros e
ergueu o queixo.

Ela era uma verdadeira guerreira, embora ela ainda não soubesse.
Ele a puxou para a sala, onde os membros do clã Moon Bay esperavam
por ele, aperitivos de canapés que apressadamente foram entregues do
restaurante mais próximo. Ele teve Emerson durante todo dia falando
que queria todos em sua casa para uma reunião rápida, porque havia
alguém especial que ele queria que eles encontrassem.

Apenas o próprio Emerson, que estava de pé ao lado parecendo


esperançoso e ansioso ao mesmo tempo, sabia que ele estava prestes a
apresentar a sua futura companheira.

─ Olá a todos - ele cumprimentou, e em seguida, delicadamente


chamou Becca para frente de modo que ela ficou diretamente em sua
linha de visão. ─ Sinto muito em tirá-los cedo da cama em uma manhã
de sábado e em tão pouco tempo, mas eu queria que vocês soubessem
que nós temos uma convidada especial conosco. O nome dela é Becca
Donaldson, e durante a sua estadia neste fim de semana ela está sob
minha proteção, e, portanto, sob a proteção de vocês. Entendido?
Silêncio absoluto o cumprimentou por alguns momentos, quando o clã
os estudou, e Jericho prendeu a respiração, preocupado que Becca iria
quebrar sob a pressão. Mas ela se manteve firme, encontrando seus
olhares com seu próprio olhar firme, mostrando a força sem postura ou
assumindo uma postura ameaçadora. Orgulho encheu seu peito – ela
parecia saber instintivamente o que fazer sem qualquer treinamento.

Finalmente, alguém da parte de trás, Alex, observou ele, um dos


membros mais agressivos do clã, falou alto. ─ Ela cheira como um
mestiço.
Murmúrios percorreu a multidão, em seguida, mas antes que Jericho
pudesse responder, Becca deu um passo adiante. ─ Sim, eu sou uma
mestiça - ela disse a eles. ─ Criada por uma mãe humana por toda a
minha vida. A verdade é essa, eu sei muito pouco sobre meu lado urso
porque o meu pai não estava presente na minha vida. - Ela ergueu o
queixo. ─ Seu chefe teve a gentileza de me convidar para cá, e eu sou
grata por ser reconectada com a minha herança, e talvez aprender com
todos vocês. Eu entendo se vocês estiverem desconfortáveis em me ter
aqui, e se esse for o caso, vou deixá-los

Alguns dos ursos se mexeram inquietos, e outros desviaram o olhar,


como se estivessem envergonhados. Alguns deles continuaram olhando
obstinadamente para ela, mas Jericho percebeu que mais deles a
olhavam com admiração e esperança começou a subir em seu peito.

─Não tenho a intenção de causar qualquer dano.

─ Você não pertence aqui - Alex murmurou, mas ele se encolheu


quando Jericho olhou para ele. Mesmo assim, não parecia que
ninguém queria compartilhar o sentimento de Alex, pelo menos não
abertamente – ninguém sequer olhou para ele.

Uma das ursas, uma ruiva alta chamada Jessie, adiantou-se para olhar
Becca diretamente. ─ Você pode mudar?

Becca piscou. ─ Oi?


Os olhos de Jessie se estreitaram, e ela cruzou os braços. ─ Eu estou
perguntando se você realmente tem um lado animal que você quer se
conectar. Eu acho que aqueles de nós que detêm mais ressentimento
contra mestiços será capaz de aceitá-la melhor se você puder, pelo
menos, caminhar entre nós como um urso.

Becca franziu a testa, mas ela balançou a cabeça. ─ Eu posso mudar.

─ Bom. Então, pode mostrar-nos.

Jericho se esticou e colocou seu braço em volta da cintura de Becca,


deixando-a saber que ela não estava sozinha. ─ Você não tem que fazer
isso - ele sussurrou para ela, mas ela estava irredutível, feroz e
inabalável em seu desejo de se conectar com o clã.
─ Eu quero - ela respondeu com um sorriso.

Medo e excitação bateram nas veias de Jericho enquanto observava


Becca tomar uma respiração profunda, então, acertar sua rotação e
inclinar a cabeça para o teto. Levou alguns momentos, mas,
eventualmente, sua pele começou a ondular, sua forma mudando com
presas, pelos, garras e a massa muscular tomou forma onde não havia
nenhuma antes. Um longo gemido, baixo, desumano ecoou de seus
lábios enquanto seu corpo esticado, alongando e alargando, e a
respiração de Jericho acelerou quando ela finalmente tomou sua forma
verdadeira.

─ Oh, meu! - a voz chocada de Emerson ecoou na cabeça de Jericho. ─


Ela é uma Kamchatka.
Não havia dúvida disso, quando Becca se levantou sobre as patas
traseiras mais alta que todos eles. Ela tinha mais de dois metros e
meio, as orelhas arredondadas empoleiradas em cima de sua cabeça
roçando o teto. Ela abriu a boca em um bocejo, exibindo dentes
enormes, então se agitou, sua pele ao invés de marrom era meio violeta
– a marca da Kamchatka, ondulando ao sol da manhã através das
janelas.

─ Uau - disse Jessie quando ela encontrou sua voz novamente. ─ Você
é linda!

Becca encantada, e meio irritada, abaixou-se para as quatro patas e


começou o laborioso processo de mudança de volta à forma humana.
Jericho observou com preocupação que o rosto dela estava pálido
depois que ela mudou de volta, mas ele parou de estender a mão e
puxá-la contra ele para o apoio que ela precisava para fic ar em pé
sozinha na frente do clã.

─Tudo bem - disse Becca, levantando o queixo mais uma vez. ─


Alguém tem alguma dúvida? Ou podemos ir em frente? Estou faminta.
─ Você foi incrível lá atrás, querida. Eu estou tão orgulhoso de você.
Becca sorriu quando Jericho a puxou para outro beijo. O clã tinha
desaparecido há muito tempo, tendo ficado por pelo menos uma hora
para conversar com seu chefe e ter a oportunidade de falar com ela – o
que naturalmente significava mais perguntas. No geral, a maioria dos
ursos pareciam gostar dela, e ela poderia perdoar suas perguntas desde
que ela suspeitava que seu comportamento questionador nasceu de sua
proteção com o líder do clã.
Jericho podia não saber, mas o seu povo se sentia tão responsável por
ele como ele se sentia por eles.
─ Realmente não foi tão ruim quanto eu pensei que ia ser, além de ter
que mudar na frente de uma multidão. - Seu estômago roncou alto, e
ela franziu a testa. ─ E agora eu estou realmente com fome.
Ele riu e puxou-a para perto para outro abraço. ─ Vamos lá então,
vamos conseguir alguma comida. Depois disso, eu vou lhe mostrar
Chicago.
Eles pegaram a moto de Jericho desta vez, indo a uma delicatessen
local no Navy Píer. Caminharam ao longo do calçadão enquanto
mastigavam sanduíches de peru, e Becca levantou o rosto para a brisa e
o sol, apreciando o vento salgado em seu rosto, e o cheiro do oceano.
─ É tão estranho andar ao longo do calçadão e de mãos dadas com você
- Jericho refletiu enquanto olhava ao longo do horizonte.
─ Oh? - Becca levantou uma sobrancelha, e, em seguida, olhou para
suas mãos unidas. Elas pareciam perfeitamente normais para ela. ─ O
que é tão estranho nisso?
Rindo um pouco, ele trouxe suas mãos unidas até seu rosto e beijou os
nós dos dedos, um por um. ─ Não há nada de estranho com você - disse
ele, acariciando sua pele antes de deixar cair às mãos de volta para o
seu lado. ─ É só que eu realmente nunca fiz isso com alguém antes.
─ Você não pode me dizer que você nunca trouxe uma menina em um
encontro aqui antes.
Jericho deu de ombros. ─ Eu acho que sim, talvez uma ou duas vezes,
mas nunca foi assim. - Ele suspirou um pouco. ─ Eu passei muitas
noites a pé ao longo do cais, observando outros casais de mãos dadas, o
sorriso e um beijo, mas eu nunca pensei que eu iria fazê-lo com alguém
que eu realmente me importo.
Por alguma razão, o conhecimento fez Becca se sentir tanto lisonjeada e
sentimental, então ela o puxou à uma parada perto de uma das docas.
─ Bem, nós demos as mãos e sorrimos - ela disse, alcançando o seu
rosto. ─ Agora vamos para a parte onde nos beijamos.
Ela o beijou muito e devagar, saboreando a maneira como sua boca
parecia se encaixar perfeitamente na dela, a maneira como seus braços
a rodeavam pela cintura para puxá-la para perto como se eles sempre
estivessem ali. Ela amava a forma como ele a segurava, a forma como
sua força parecia fluir para ela como seu aperto moldava nas curvas de
seu corpo, gentil e poderoso ao mesmo tempo.

E quando ela se afastou, ela sorriu ante o olhar faminto em seus olhos.
─ Isso foi um beijo - ele disse, então estreitou os olhos brincando. ─
Você tem sorte de não estarmos sozinhos agora, ou eu já a teria
possuído.
Becca riu. ─ Vamos guardar essa parte para mais tarde, não é?

Eles compartilhavam varas de algodão-doce e montavam a gigantesca


roda-gigante como se fossem adolescentes, se apalpando quando a
roda os elevava o suficiente para que não pudessem ser vistos. Em
seguida, Jericho a levou em um dos cruzeiros turísticos que viajaram
ao longo do rio Chicago, onde o guia apontou diferentes marcos
arquitetônicos do barco e explicou sua história. Ela bebeu tudo,
maravilhando-se com a mudança de ritmo de ser uma vez a turista, em
vez de uma guia turística.

Talvez eu deva sair de férias mais vezes.

Depois, eles pegaram um filme de ação no cinema do Píer e, em


seguida, Jericho a levou para o 360 Chicago, um enorme edifício alto
que também funcionava como um observatório, dando-lhes uma visão
incomparável não apenas de Chicago, mas os quatro Estados vizinhos
em torno de Illinois.
─ Eles dizem que podemos ver até oitenta e oito quilômetros em toda a
volta - Jericho disse a ela quando eles estavam perto do vidro, de mãos
dadas enquanto olhavam o sol desaparecer abaixo do litoral de
Chicago.

─ Faz-me lembrar o quão grande esse país realmente é - Becca refletiu,


ainda admirada com a vista. ─ Faz a França parecer um lugar pequeno.
No momento em que eles voltaram para a casa de Jericho, a noite tinha
caído e as estrelas estavam brilhando alegremente no céu. ─ Estou
exausta - disse Becca com um bocejo enquanto ela desmontou da moto.
─ Oh sim - Jericho meditou quando ele a ajudou a entrar na casa. ─ Eu
esqueci que você ainda está no horário da França. Jet lag12 realmente é
uma porcaria. - Ele fez uma careta. ─ Acho que seria melhor irmos aos
poucos no início .”
Mas, apesar de Becca tentar se enrolar com Jericho e adormecer, não
demorou muito antes que algo começou cutucar insistentemente
contra a sua bunda, algo muito duro, e muito familiar.
─ Pare com isso - ela murmurou, golpeando seu pau de brincadeira
quando ele o esfregou contra a sua bunda. ─ Eu estou tentando dormir
aqui.
─ Desculpe... você acabou de me excitar pra caramba. - Ele se acalmou,
e Becca começou a se acalmar novamente. Mas alguns momentos
depois, ela sentiu ele se mover novamente, seu pau deslizando entre
suas nádegas desta vez a passar pelas dobras de sua vagina.
Imediatamente ela ficou quente e dolorida, arqueando as costas contra
ele para deslizar mais firmemente contra ela.
─ Você gosta disso? - Ele sussurrou em seu ouvido, estendendo a mão
para tomar um dos seios dela.
─ Eu deveria estar dormindo agora - ela gemeu quando ele apertou seu
mamilo.
─ Humm, eu sei, mas eu simplesmente não consigo me segurar. - Ele
deslizou dentro dela em um movimento elegante, rápido, e ela gritou
de prazer. ─ Você é tão sexy.
Ele balançou contra ela por trás, empurrando-se dentro e fora dela
enquanto ele murmurava palavras de amor e desejo em seu ouvido, e
Becca esqueceu tudo sobre o sono. Havia apenas a sensação de que ele
a enchia profundamente, espalhando o prazer através de seu corpo até
que ele irradiava de seu núcleo para a ponta dos dedos dos pés. O
orgasmo a balançou até que ela gritou seu nome, e então ele a trouxe
para outro, sua mão procurando entre suas pernas para acariciar seu
clitóris ao mesmo tempo que seus impulsos.
─ Por favor, sim, por favor, mais - ela implorou, e então ele a empurrou
sobre ao limite uma última vez, e ele a seguiu, gemendo o nome dela na
escuridão. E quando eles estavam quentes, saciados e enrolados nos
braços um do outro, eles caíram em um sono sem sonhos.

Jericho ficou acordado no escuro, horas depois de Becca cair no sono,


olhando para o teto enquanto os pensamentos que o acordavam
rolavam na cabeça. Ele estava muito satisfeito com a maneira que as
coisas tinham ido, mas sua mente continuou voltando para quando
Becca tinha mudado e revelou-se ser um urso Kamchatka.
Só porque ela é uma Kamchatka não significa que ela esteja
relacionada com o clã de Ravena, uma voz lembrou-lhe. Havia mais de
um clã Kamchatka, e era perfeitamente possível que seu pai tivesse
vindo de outro clã, ou mais provável que ele não pertencesse a nenhum
clã, e por isso ele havia deixado sua mãe grávida. Os membros do clã
não costumavam ir atrás de mulheres humanas.
O fato de que ela era meio Kamchatka, é claro, levou sua mente de volta
para o problema do clã de Ravena. Sergei não ficaria feliz que ele estava
tomando outra companheira que não fosse sua filha, e eles poderiam
ficar especialmente furiosos se descobrissem que ela era um mestiço.
Ele se perguntou se o fato de Becca ser Kamchatka os apaziguaria, já
que isso significava que ela era um de seus parentes, mesmo que não
fosse do clã deles.
Sim, como se isso fosse acontecer, pensou para si mesmo
amargamente. Mesmo se Sergei deixá-lo ir, Ravena ainda estará
furiosa e provavelmente irá causar-lhes um mundo de problemas.
Embora honestamente, isso não deveria importar para ele. De qualquer
maneira, o que ele queria, já que ela não seria a sucessora de Sergei?
Podia estar com tanta raiva quanto queria; Isso não mudaria o fato de
que ele não a amava e nunca a amaria.
Fechando os olhos, ele respirou fundo e se forçou a esvaziar sua mente
de pensamentos para que pudesse adormecer. Assim que ele estava se
desligando, a campainha tocou, o zumbido insistente ecoando pelos
corredores. Franzindo o cenho, sentou-se, perguntando-se quem
diabos o incomodaria a essa hora da noite.
─ Humph? - Becca perguntou, e então rolou para que ela não estivesse
falando no travesseiro. ─ O que está acontecendo?”
─Shhh. - Jericho gentilmente acariciou suas costas. ─ Você fica aqui
enquanto eu vou ver quem é. Provavelmente não é nada. - Mas ele
sabia que não podia ser verdade, não a essa hora da noite, e a
preocupação começou a incomodar sua mente quando ele encolheu os
ombros e desceu as escadas. Tinha acontecido alguma coisa com
alguém do seu povo?

Enquanto se apressava a descer as escadas e se aproximava da porta,


sentiu o cheiro do visitante, e toda a preocupação voou fora da cabeça
para ser substituída por um extremo aborrecimento. ─ Ravena - ele
disse enquanto abria a porta. ─ O que você está fazendo aqui a esta
hora da noite?
Com certeza, ali estava ela na porta de sua casa, vestida com um casaco
preto até os calcanhares, seus cachos louros flutuando em torno de seu
rosto. ─ Eu vim verificá-lo, é claro - ela ronronou, aproximando-se
dele, e ele teve que voltar atrás antes dela tocá-lo, inadvertidamente
dando a sua entrada para a casa. ─ Depois que você não me pegou na
noite passada, e nem ouvi falar de você sobre o que aconteceu, presumi
que algo terrível aconteceu com você. - Ela fechou a porta atrás dela
com um pontapé no calcanhar.
─ Sim, bem como você pode ver eu estou muito bem - Jericho disse a
ela, tentando manter o aborrecimento fora de seu tom e expressão, ele
não estava pronto para lidar com Ravena ainda. ─ Eu estive realmente
ocupado.
─ Oh, eu posso imaginar. – o nariz de Ravena se contraiu, os olhos
gelados piscando enquanto ela cheirava o ar. ─ Ter uma ursa em casa,
sem dúvida, iria mantê-lo ocupado.
Merda. Ele deveria saber que Ravena iria pegar o cheiro de Becca
instantaneamente. ─ Ravena.
─ Não se preocupe - ela zombou, interrompendo-o. ─ Eu já sei que
você tem outra ursa aqui. Passei só para ver por quem foi que você me
pôs de lado. Onde ela está?
─ Saia... - começou Jericho, mas passos na escada o pararam, e ele se
virou para a escada, determinado a afastar Becca. Mas ela já estava no
fundo da escada, vestida com uma de suas camisas, seus olhos
sonolentos e se alargando quando viu Ravena.
─ Quem é?
Jericho rosnou, mas sabia que tinha que explicar. ─ Becca, esta é
Ravena Hastings, filha do Chefe do Clã Kamchatka de Chicago.
O rosto de Ravena ficou vermelho quando ela olhou para Becca. ─ Você
... você é uma mestiça imunda! - Ela gritou, seus olhos piscando na cor
laranja. Presas e garras estendidas, ela se lançou para Becca, que gritou
e pulou para fora do caminho.
Jericho agarrou Ravena pela gola do casaco e puxou-a para trás. ─ Ela
está sob minha proteção - ele rosnou, colocando o rosto colado ao de
Ravena para que ela pudesse ver a fúria em seus próprios olhos
laranja-dourados. ─ Ataque-a de novo e você enfrentará as
consequências de me desobedecer.
─ Você não se atreveria a me prejudicar - Ravena zombou, libertando-
se do aperto de Jericho. Jogando sua ondulada crina de ouro, ela se
virou para encarar Becca. ─ Eu desafio você, mestiça.
Os olhos de Becca se estreitaram. ─ O que exatamente isso significa?
─ Isso significa que amanhã à meia-noite, você e eu vamos lutar pelo
direito de ser companheira de Jericho - ela sibilou. ─ A vencedora
começa a reclamar seu coração, e a perdedora é forçada a voltar para
casa e nunca mais ver Jericho novamente... se você sobreviver - ela
acrescentou com um sorriso afetado. ─ Você aceita meus termos.
─ Absolutamente não - Jericho disse, tentando passar entre elas. ─ Eu
não vou permitir que você...
─ O que acontece se eu me recusar a aceitar? - Becca perguntou.
─ Então eu ganho por omissão, e você pode ir para casa com a cauda
enfiada entre as pernas. – A boca de Ravena se alargou com um
sorriso. ─ Por favor, recuse. Eu odiaria quebrar uma unha por você.
─ Becca, não - interrompeu Jericho, com os olhos ardendo de raiva. ─
Você não fará isso... você não precisa. Eu vou abandonar o clã se isso
significa manter você segura.
Becca ergueu o queixo, o lábio inferior curvado em zombaria. ─ Eu
nunca vou deixar você fazer isso. Seu clã precisa de você... Eu preciso
de você. - Ela se virou para Ravena, seus olhos brilhando de raiva, sua
mandíbula firmemente apertada. ─ Eu aceito o seu desafio - ela
rosnou, e a finalidade das palavras bateu Jericho tão duro, era como ter
uma bigorna caída sobre o peito.
─ Muito bem. - Ravena entregou um endereço. ─ Aproveite sua última
noite com Jericho, mestiça. Porque depois de amanhã tudo acabará.
─ Você é tão corajosa por aceitar o desafio de Ravena - Jessie disse
enquanto terminava de guiar Becca por uma série de aquecimento. ─
Alguns podem considerá-la muito estúpida também.
─ Não me lembre - Becca gemeu, curvando-se para trás em um trecho
de volta. ─ Jericho está furioso comigo, mas eu não vi outro caminho.
De acordo com a lei do clã, se outro urso desafia o papel de
companheira, eu aceito o desafio ou arrisco a harmonia do clã. Eu não
sabia o que mais fazer.
─ Você poderia simplesmente ir embora, Becca. - A voz de Jessie ficou
macia e ela estendeu a mão para apertar o braço de Becca. ─ Você não
faz parte do clã. Você realmente não tem que seguir as nossas leis.
─ Mas então Jericho será forçado a escolher entre libertar-se de seu clã
ou libertar-se de mim ... e eu não posso fazer isso com ele. Eu prefiro
morrer.”
─ Uau - Jessie respondeu. ─ Você realmente o ama, não é? Mas você
nunca lutou em forma de urso em toda a sua existência!
Becca estremeceu. Ela não precisava ser lembrada disso. Sua decisão
estava começando a soar mais e mais tola a cada minuto.
─ Ravena não pertence a Jericho. Eu, sim.
Jessie bufou. ─ Isso é se você sobreviver - ela apontou. ─ As regras de
engajamento não impedem Ravena de matar você, e conhecendo ela,
eu não iria dar essa chance para ela tentar fazer exatamente isso.
O próprio coração de Becca ficou frio com a verdade que Jessie a
obrigou a enfrentar, algo que Jericho já mencionara repetidamente
durante seu discurso, que ela poderia realmente morrer hoje à noite. ─
Sim, bem, é para isso que estamos treinando, não é? Para que pelo
menos eu possa sobreviver a essa coisa?
Jessie assentiu sombriamente. ─ E nós não temos muito tempo, então
vamos mudar já.
Respirando fundo para se acalmar, Becca fechou os olhos e fez o que
normalmente tentava fazer. Ela deixou a besta assumir.
***
As entranhas de Jericho pareciam como se estivessem torcidas em nós
enquanto observava Becca e Jessie treinarem pela janela do andar de
cima, com vista para o quintal. Becca tinha melhorado na última hora
ou algo assim, mas em nenhuma maneira perto o suficiente para
vencer Ravena. Como uma filha de Sergei, Ravena tinha certeza de ser
uma boa lutadora, independentemente de sua maneira elegante e
astúcias femininas, Becca estaria em verdadeiro perigo de perder a
vida. Estava furioso.
Rangendo os dentes, ele viu como Jessie bateu sua testa na parte de
baixo de Becca, batendo-a de volta em uma das paredes.
Não importasse o que acontecesse esta noite, Becca não poderia
perder a vida. Ele não pensaria duas vezes em pisar dentro da luta, e
terminar a batalha.
Uma batida na porta com gratidão o distraiu de seus pensamentos. ─
Entre - ele chamou, já sabendo quem era.
Emerson entrou no quarto, com uma expressão solene no rosto
normalmente travesso. ─ Como ela está? - Ele perguntou quando ele
cautelosamente atravessou a sala de estar ao lado de Jericho.
─ Tão bem quanto se podia esperar - Reprimindo um suspiro, Jericho
se virou para seu primo, a única família que lhe restava, e a pessoa que
ele mais amava além si mesmo e de Becca. ─ Eu te chamei aqui para
pedir um favor - disse ele calmamente.
Emerson inclinou a cabeça. ─ Qualquer coisa, chefe - disse ele. ─ O que
eu puder fazer para tornar isso mais fácil para você, eu vou fazer.
─ Eu preciso que você seja meu sucessor.
A cabeça de Emerson estalou em um flash. ─ O que?
Jericho olhou pela janela de novo. Jessie e Becca estavam trancadas
num abraço de urso, lutando pelo domínio. ─ Tanto quanto eu espero
que Becca ganhe a luta esta noite, as chances são de que Ravena vai
dominá-la. Ela odeia mestiças, e tenho certeza que ela vai tentar matar
Becca se ela puder. Preciso estar pronto para intervir, se for preciso.
Emerson franziu o cenho. ─ Intervir? Você não pode se intrometer
numa luta de sangue. Se você fizer você terá que....
─ Renunciar ao meu título de chefe de clã. - Jericho terminou por ele, e
os olhos de Emerson brilharam quando ele percebeu exatamente o que
Jericho estava tentando dizer a ele. ─ E se eu fizer isso, eu preciso ser
capaz de passar o meu título para alguém que vai cuidar bem do clã.
Não consigo pensar em ninguém melhor do que você.
Os olhos verdes pálidos de Emerson brilharam brevemente com
lágrimas antes que ele piscasse para trás. ─ Você me traz uma grande
honra - disse ele bruscamente, e então seus olhos se inclinaram para a
janela para olhar para as duas ursas fechadas em combate lá fora. ─
Mas eu desejo que você não tenha que fazer. Prefiro tê-lo aqui conosco.

Jericho colocou uma mão reconfortante no ombro largo de seu primo.


─ Se eu pudesse ficar, eu o faria, primo. Mas eu prometi a ela minha
proteção enquanto ela está aqui, e eu não poderia falhar sobre isso
mesmo se eu não a amasse. Eu tenho que fazer isso.
Emerson concordou. ─ Só me responda isso... será que vale a pena?
Jericho sorriu. ─ Ah, sim. Ela vale tudo. - Mas as palavras foram ditas
com o coração pesado, que parecia pesar um pouco mais a cada minuto
o relógio marcava mais perto da meia-noite.

Becca estava assustada quando Jericho estacionou fora do armazém


coberto de grafite que deveria ser o campo de batalha para a luta de
sangue entre ela e Ravena. Não parecia muito do lado de fora, com
concreto desintegrado, manchado e asfalto rachado, mas as luzes
brilharam do interior e ela não tinha dúvida que haveria um público
esperando por ela.
Afinal de contas, o clã inteiro de Jericho havia ido por ela, por isso era
justo que o de Ravena estivesse lá também.
─ Por favor, não faça isso. - Jericho apertou sua mão enquanto
desligava o motor. ─ Por favor, Becca.
─ Eu tenho que fazer - ela respondeu, sua voz surpreendentemente
calma. ─ Por minha honra, no mínimo.
Ele se assustou com o ardor nos olhos dela, e o olhar determinado em
seu rosto. Ela era uma verdadeira guerreira, e embora ele soubesse que
ela ainda não iria reconhecê-lo, ela era uma verdadeira shifter urso.
Ele a puxou contra ele para um beijo profundo e amoroso que trouxe
lágrimas aos seus olhos e ele fez o seu melhor para esconder a emoção
que rodopiava em seu peito. Ela estava determinada a fazer isso e
estava errado ele fazer a situação mais difícil para ela, implorando para
que ela não o fizesse. Ele estava tão zangado consigo mesmo por trazê-
la para Chicago sem ter pensado nas coisas. Ele conhecia a lei do clã;
Ele deveria ter esperado que isso acontecesse. Ele deveria tê-la
protegido do ciúme de Ravena. Tinha estado muito apanhado em seu
próprio desejo egoísta para pensar além de tê-la de volta em seus
braços. Ele tinha sido tolo ao pensar que Ravena teria apenas o deixado
ir, e se voltado para outro chefe.
Suspirando profundamente, ele se preparou para o que estava por vir
enquanto relutantemente andou com Becca para o armazém. Os outros
ursos de seu clã se espalharam ao redor deles, formando uma sólida
barreira de proteção não só para Jericho, mas também para ela. Se ao
menos pudesse trazê-los para a arena com ela, pensou secamente.
Então ela poderia ter uma chance de lutar.
Ainda assim, o brilho nos olhos deles enquanto olhavam para ela lhe
dizia que ela ganhara o respeito por estar disposta a enfrentar Ravena,
mesmo que ela esteja terrivelmente em desvantagem como estava. Se
de alguma forma conseguisse vencer, sabia que a aceitariam como
companheira do chefe sem dúvida.
Ótimo. Agora você só tem que sobreviver esta noite.
A mandíbula de Becca quase caiu quando entrou no armazém. O
interior parecia algo como uma arena de luta profissional, com quatro
conjuntos de arquibancadas de aço dispostos para formar um enorme
retângulo em torno de um anel bem iluminado. Ravena já estava ali
esperando por ela, vestida de pele apertada, enquanto se preparava
para o seu público sob os holofotes brilhando do teto. Mesmo daqui,
Becca percebeu o brilho zombador em seus olhos azuis enquanto
olhava para eles.
─ Ah, então você realmente apareceu. - Ravena cacarejou, então olhou
para baixo para examinar suas unhas pintadas de vermelho. ─ Eu acho
que eu poderia ter que quebrar uma unha depois de tudo. Tão triste.
─ Eu me preocuparia mais com seu cabelo do que com suas unhas esta
noite - Becca disse com indiferença, recusando-se a ceder ao sangue
fervente que tinha instantaneamente inflamado. Oh, bem, pelo menos
ele afugentou todo o medo, certo? ─ Antes que a noite termine, eu
pretendo arrancar cada pequena onda da sua cabeça.
O rosto de Ravena se tornou vermelho, mas antes que pudesse atacar
Becca, Jericho se colocou entre elas. ─ Pare - ele rosnou. ─ A luta ainda
não começou. Você conhece as regras, Ravena. - Ele virou as costas
para ela e puxou Becca em seus braços para um beijo profundo. Vais e
sibilos saíram das arquibancadas de Kamtchatka, enquanto os gritos do
clã Moon Bay estavam sentados atrás dele.
─ Tem certeza de que quer fazer isso? - Ele sussurrou em seu ouvido. ─
Eu posso levá-la daqui. Basta dizer a palavra.
Becca não conseguiu evitar o inchaço em seu peito, uma mistura de
ansiedade e orgulho. Ela sabia que não havia jeito de voltar atrás com
Ravena, não agora, nem nunca.

─ Não - ela respondeu, olhando profundamente nos olhos de Jericho. ─


Eu realmente preciso fazer isso, Jericho. Não se preocupe comigo. Eu
resolvo isto.
Ele largou o queixo dela de leve, sorrindo. ─ Eu sei que sim - ele disse.
─ Sua luta está prestes a começar.
Becca se virou enquanto Jericho se dirigia para as arquibancadas, não
querendo se concentrar no fato de que ele a estava deixando sozinha,
apesar de ter insistido em lutar. Em vez disso, seus olhos examinaram
as arquibancadas de Kamchatka, olhando para os rostos do clã oposto.
Seus olhos pousaram em uma ursa com os mesmos olhos gelados de
Ravena e cabeleira cacheada que tinha de ser a mãe da cadela,
aconchegada contra um homem gigante de cabelos castanhos bem
fechados e olhos castanhos escuros.
Para surpresa dela, os olhos se arregalaram quando ela se encontrou
com eles, e o rosto do homem ficou subitamente pálido. Ele deu um
passo em frente, mas um assobio agudo explodiu, e ela se virou para
enfrentar Ravena.
No centro do anel estava um dos ursos de Kamchatka, vestindo, pelo
amor de Deus, a camisa de árbitro. ─ A luta de sangue vai começar
agora - ele chamou. ─ Ravena Hastings desafiou Rebecca Donaldson
pela mão do Chefe Jericho Knight! - A multidão gritou, e ele fez uma
pausa para permitir que as vaias e os aplausos diminuíssem antes de
continuar. ─ A luta é decidida quando uma pessoa não é mais capaz de
lutar devido lesão ou morte. Vocês entendem essas regras?
Ravena e Becca assentiram, Becca notando que o rosto de Ravena tinha
ficado sério agora, não mais de escárnio ou zombação. Ela era toda
negócios, e um calafrio de terror passou no peito de Becca na fria
determinação nos olhos do oponente. Ela não tinha nenhuma dúvida
de que Ravena a mataria, se ela tivesse chance, a fim de ganhar esta
luta.
Vamos, Becca, pensou consigo mesma. Você pode fazer isso.
─ Tudo bem, comecem!
Ravena imediatamente se agachou em uma tentativa de se transformar
em forma de urso, e não se surpreendeu. Jessie tinha avisado Becca
que era esperado durante uma partida de sangue, embora não seja
necessário. Becca se agachou também, posando como se também fosse
mudar, então saltou para Ravena, atacando-a no chão e enterrando
uma adaga em seu estômago que ela tinha enfiado debaixo da cintura
de sua calça jeans.
Uivos de indignação ecoaram das arquibancadas de Kamchatka
quando Becca saltou para trás, apressadamente colocando alguma
distância entre ela e a ursa enfurecida. Ela atirou a faca em direção às
arquibancadas, e então se agachou e empurrou-se para a mudança
mais rápida que ela já tinha feito em sua vida, com Ravena revoltada,
chutando, perfurando e mordendo ela. Becca resistiu à tempestade
enquanto ela se esticava, se alargava e crescia e, vendo que não tinha
escolha, Ravena recuou e começou sua própria mudança.
O coração de Becca afundou quando ela se levantou de quatro para ver
que Ravena tinha quase terminado a transformação. Ao atacá-la
rapidamente, Becca esperava evitar que Ravena se movesse, mas ela
aproveitou o pouco tempo que tinha agora e apressou a ursa.
Suspiros de choque surgiram das arquibancadas de Kamchatka,
embora Becca não soubesse o que havia acontecido para provocar tal
resposta, e ela tentou ficar focada enquanto rolava no chão com
Ravena, arranhando e mordendo e tentando obter uma boa mordida na
jugular da ursa. Mas, embora Ravena estivesse sangrando e
enfraquecida, ela ainda era mais forte, e desde que ela se curou tão
rápido, Becca precisaria se segurar na garganta e segurar até que ela
realmente sangrasse para fora, algo que acabou de se mover para o
reino da impossibilidade quando Ravena bateu as patas traseiras no
estômago de Becca, empurrando-a do corpo de Ravena.
Becca bateu no chão e derrapou vários metros, quase caindo nas
arquibancadas antes que ela se detivesse. Ela se virou e tentou se pôr
de pé, mas Ravena estava sobre ela, a mandíbula batendo, os olhos
brilhando ferozmente quando ela foi para a garganta de Becca.
Evadindo, Becca lutou com ela, lutando pela mão superior, e elas
rolaram através do chão do armazém.
Ravena bateu seu crânio, e quando Becca bateu a parte de trás de sua
cabeça contra o concreto, ela sentiu sua força começar a desaparecer.
Ela rugiu quando as presas de Ravena perfuraram a carne cobrindo sua
garganta, e lutou enquanto o sangue quente se infiltrava em seu pelo,
sabendo que se ela não saísse desse lugar ela morreria. Mas não
adiantava... Este era o fim...
─ NÃO! - Jericho rugiu, e Becca virou a cabeça para ver Jericho
correndo para ela, seus olhos selvagens com fúria e medo. Não, ela
tentou gritar... Fique longe, você não pode interferir...
─ PAREM A LUTA!
Ravena congelou quando uma voz masculina russa ecoou em todo o
armazém. Jericho também parou em seu caminho e, quando ele olhou
para as arquibancadas, Becca seguiu seu olhar para Sergei, que se
levantou, com os punhos cerrados ao lado do corpo, o rosto pálido e de
olhos arregalados. Sua companheira o agarrou pelo braço com raiva,
tentando puxá-lo de volta para baixo, mas ele não quis ouvi-la.
─ Qual é o significado disto, Sergei? - Ela rosnou, seus olhos azuis
gelados crepitando com ira. ─ Nossa filha está prestes a ganhar a luta!
─ Eu não posso deixá-la matar aquela outra ursa - Sergei disse
surdamente, apontando para Becca com uma mão trêmula. ─ Eu não
tinha certeza quando a vi no início, mas agora que ela está
transformada, tenho certeza disso.
─ Certeza de quê? - Sua companheira gritou, mas quando Becca
encontrou os olhos castanhos escuros de Sergei, idêntico em cor e
forma ao seu próprio, ela sabia.
─ Ela é minha filha.
Jericho não poderia ter ficado mais chocado. Becca era filha do
Chefe Kamchatka?
Ravena instantaneamente soltou Becca, saltando para seus pés
enquanto ela mudou de volta para humana em uma corrida. ─ Que
diabos é que isso quer dizer? - Ela gritou no início da mudança, de
uma forma muito semelhante à sua mãe. ─ Esta mestiça e eu
estamos relacionadas? Isso é impossível! Nós não somos
absolutamente nada parecidas!
Mas, quando Jericho correu para o lado de Becca, que já estava
mudando de volta, viu que Ravena estava errada. Becca tinha olhos
de Sergei, bem como a curva de sua boca. Por que ele não tinha
notado isso antes? Mesmo quando ele soube que ela era uma ursa
Kamchatka e se perguntava se ela estava ou não relacionada a um
membro do clã de Sergei, ele não tinha considerado se ela estava ou
não relacionada com Sergei em si.
─ Sinto muito que você teve que descobrir dessa maneira, mas é
verdade. - Sergei havia se mudado da arquibancada e estava
tomando as mãos de sua filha nas suas agora. Seus olhos indo em
direção a Becca, cujos olhos estavam fechados, sua respiração dura
quando ela se forçou pelo resto da mudança pela quarta vez hoje. Ela
deve estar esgotada, pensou Jericho, acariciando-lhe a testa com
ternura. ─ Ela deve ser produto da minha juventude, quando eu
estava interessado em mulheres humanas. - Ele olhou culpado em
direção à sua companheira, que olhou friamente para ele. ─ Foi
antes de te conhecer.
─ Ela não é um produto - Jericho rosnou, sua necessidade de
permanecer ao lado de Becca era a única coisa que o impedia de se
lançar em Sergei. ─ Ela é sua filha, e minha futura companheira.
Mostre-lhe algum respeito.
─ Mas isso não pode ser! - Ravena lamentou como uma criança
mimada. ─ Eu não posso ter uma irmã meio-humana. Eu só... Não
posso!
─ Silêncio! - Sergei trovejou, e Ravena fechou a boca
instantaneamente, arregalando os olhos por seu pai ter gritado com
ela, provavelmente, pela primeira vez em sua vida.
─ É a verdade, e como seu pai devo-lhe a minha lealdade e eu sou
obrigado a assumir a responsabilidade por ela.
─ Se isso é... a lei... - Becca disse enquanto ela lutava por uma
posição sentada, olhando para Sergei. ─ Então por que é que você
não o fez antes?
Sergei estremeceu. ─ Eu nunca soube de você antes - ele disse. ─ Sua
mãe não me contou. - Seus olhos se suavizaram quando ele tomou o
rosto de Becca. ─ Mas eu me lembro bem dela. Ela era uma boa
mulher, e você parece ter se tornado uma boa moça.
Jericho se esticou enquanto Sergei se agachava ao lado de Becca,
confuso demais para rosnar para ele ou agarrá-lo para se afastar
dela. Ele nunca tinha visto o chefe impiedoso e sedento de sangue
agir dessa maneira em toda a sua vida, e isso o perturbou. ─ Peço
desculpas por abandoná-la, embora sem saber que eu fiz isso.
Mestiça ou não, você é minha família e devo-lhe meu amor e
cuidado.
Becca relaxou um pouco, parecendo um tanto aliviada pe la recepção
de Sergei com ela. ─Se isso é verdade, você vai me permitir acasalar
com Jericho, e vai nos dar seu total apoio.
Sergei hesitou por um breve instante. ─ Como quiser.
─ Mas pai! - Ravena começou a gritar, mas Sergei cortou outro olhar
para ela.
─ Você prefere que Becca venha morar conosco? - Ele perguntou
com uma voz de aço, soando muito mais como o Sergei que Jericho
conhecia. ─ Porque isso é exatamente o que aconteceria de outra
forma.
Becca abriu a boca, provavelmente protestando, mas Jericho apertou
sua mão e balançou a cabeça. ─ Absolutamente não - Ravena disse,
aparafusando seu rosto em desgosto. Ela acenou desdenhosamente
uma mão elegante. ─ Você pode ter a mestiça - disse ela com
extrema altivez a Jericho. ─ Neste momento eu decidi que há
companheiros muito mais adequados lá fora para mim do que você.
─ Você nunca o mereceu, em primeiro lugar - Becca rosnou quando
Ravena se aproximou de sua mãe, que ainda estava olhando para
Sergei.
─Pare - Jericho disse, rindo um pouco. ─ Não há nenhum ponto em
jogar o jogo dela, não quando nós temos exatamente o que
queremos.
─ Ah, é? - Becca arqueou uma sobrancelha. ─ E o que é exatamente?
Jericho sorriu. ─ Você sabe muito bem, exatamente. A menos que
você planeje voltar a Paris e...
Becca o interrompeu com um beijo feroz que acendeu seu sangue e
fez esquecer sobre tudo e todos ao seu redor. Vaias ecoaram em todo
o armazém quando ele passou os braços em volta dela, e beijou-a de
volta, absorvendo a sensação de sua linda e futura companheira em
seus braços. Ela cheirava a ambrosia e parecia-se como céu, e o
gosto... Foi o suficiente para deixá-lo selvagem.
─ Você e eu vamos ficar juntos - ela resmungou quando ela se
afastou dele. ─ Não há dúvida sobre isso.
─ Bom, e por muito tempo. - Rindo, ele gentilmente pegou-a em seus
braços e se dirigiu para a saída, sem sequer olhar para trás. ─ Levou
tempo suficiente para chegar à conclusão de que nunca haveria um
homem melhor para você.
─ Ei, agora - ela respondeu com um sorriso. ─ Todas as coisas boas
valem a pena esperar.
─ Isso é verdade - Jericho respondeu com uma risada. ─ Mas estou
bastante ansioso para continuar com a cerimônia de acasalamento.
Eu tenho certeza que você entende.
─ Eu entendo - Becca respondeu. ─ Então me leve para casa, marido.
Becca aconchegou-se contra seu peito, e quando o resto do seu clã
seguiu atrás, cercando-os com seu amor e proteção, Jericho não
podia deixar de admitir, esta mulher era exatamente o que ele estava
procurando por toda a sua vida. Agora que ele a tinha, ele planejava
fazer todo o possível para ter certeza que ela fosse a mais amada
shifter urso da terra.

1 Linebacker – nome da posição dos membros do time da defesa de uma


equipe do futebol americano. Eles são conhecidos por terem uma estrutura
física bastante avantajada em altura e músculos.

2 A Ópera Garnier ou Palais Garnier é uma casa de ópera


localizada no IX arrondissement de Paris, França. O edifício é considerado
uma das obras-primas da arquitetura de seu tempo.

3 O Museu do Louvre, instalado no Palácio do Louvre, em Paris,


é um dos maiores e mais famosos museus do mundo.

4 A Sainte-Chapelle é uma capela gótica situada na Île de la


Cité em Paris, construída no século XIII por Luís IX. Foi projectada em 1241,
iniciada em 1246 e concluída muito rapidamente, sendo consagrada em Abril
de 1248.
5 Conciergerie é o vestígio principal do antigo Palácio da Cidade,
que foi residência e sede do poder real francês do século X ao século XIV e que
se estendia sobre o local em que hoje está o Palácio de Justiça de Paris.

6 O Arco do Triunfo é um monumento, localizado na cidade de Paris,


construído em comemoração às vitórias militares do Napoleão Bonaparte, o
qual ordenou a sua construção em 1806.
7 O Jardim do Luxemburgo ou Jardin du Luxembourg é o maior parque
público da cidade de Paris com mais de 224 mil m², localizado no 6º
arrondissement.
8 When Harry met Sally, no Brasil ficou sob o título Harry e Sally – Feitos um

para o outro. Filme lançado em 1989 e estrelado por Meg Ryan e Billy
Crystal
9 Take-out é um estabelecimento comercial, do gênero restaurante, destinado

a preparo e comercio de refeições que são levadas e consumidas em outro


local. Os restaurantes deste tipo podem providenciar serviço de mesa ou não.
10 (Acho que ela se refere ao whisky)
11 Ícone internacional, o norte-americano ficou muito famoso por seus

truques automobilísticos entre os anos 60 e 80. Em sua carreira, ele fez mais
de 75 saltos de motocicleta, rampa para rampa, entre 1965 e 1980, entre eles
um salto malsucedido no cânion do rio Snake, a bordo do Skycycle X-1, um
foguete movido a vapor em 1974. Os mais de 433 ossos quebrados que ele
sofreu durante sua carreira lhe valeram uma entrada para o Livro Guinness
de Recordes Mundiais como o homem vivo com "mais ossos quebrados".
12 Alteração do ritmo biológico de 24 horas consecutivas, que ocorre após

mudanças do fuso horário em longas viagens de avião, caracterizada por


problemas físicos e psíquicos, esp. do ciclo do sono, devido a distúrbio dos
níveis hormonais de hidrocortisona.

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