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Autódromo de Jacarepaguá

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Autódromo Internacional Nelson Piquet
Autódromo de Jacarepaguá
Autódromo de Jacarepaguá
Mapa do circuito original entre 1978 e 1995.
Autódromo de Jacarepaguá
Mapa do circuito oval usado entre 1996 e 2005.
Informação geral
Localização Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Fuso horário UTC−3
Coordenadas 22° 58' 25" S 43° 23' 41" O
Abertura 1977
Fechamento Novembro de 2012
Arquiteto Ayrton Lolô Cornelsen
Eventos principais Fórmula 1
GP do Brasil
(1978, 1981–1989)

CART
(1996–2000)

MotoGP
GP do Rio de Janeiro
(1995–2004)

Stock Car Brasil
(1979–2012)

Fórmula 3 Sul-Americana
(até 2012)

Circuito Grande Prêmio (1978–1994)
Superfície Asfalto
Comprimento do circuito 5 031 km (3 126 mi)
Curvas 11
Volta mais rápida 1:32.507 (Riccardo Patrese, Williams-Renault, 1989, Fórmula 1)
Circuito Grande Prêmio (1995–2005)
Superfície Asfalto
Comprimento do circuito 4 933 km (3 065 mi)
Curvas 13
Circuito curto (1995–2005),
Circuito Grande Prêmio (2006–2012)
Superfície Asfalto
Comprimento do circuito 3 336 km (2 073 mi)
Curvas 7
Emerson Fittipaldi Speedway (1996–2005)
Superfície Asfalto
Comprimento do circuito 3 km (1 864 mi)
Curvas 4
Volta mais rápida 38.565 (Christian Fittipaldi, Newman-Haas, 1999, CART)
Vista do autódromo em imagem aérea da Lagoa de Jacarepaguá.

O Autódromo Internacional Nelson Piquet, mais conhecido como Autódromo de Jacarepaguá, por estar localizado às margens da lagoa homônima, em Jacarepaguá, foi um autódromo brasileiro da cidade do Rio de Janeiro, desativado e demolido em 2012 para as obras dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016.[1] Recebeu o Grande Prêmio do Brasil da Fórmula 1 nas décadas de 1970 e 1980, além da MotoGP entre 1995 e 2004.

Início (1966-1977)

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O autódromo, originalmente, havia sido construído em 1966, sendo nomeado como Autódromo da Nova Caledônia. O autódromo, com sua pista original, durou até 1970, quando uma reforma foi necessária, reforma essa, que terminou em 1977, com o lançamento do Autódromo de Jacarepaguá.[2]

Fórmula 1 (1978, 1981-1989)

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O autódromo sediou o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 a partir de 1978 até 1989, exceto em 1979 e 1980. Para 1990, a presença de Jacarepaguá no calendário estava incerta, muito por conta da falta de segurança do circuito, entretanto, um acidente durante testes da equipe AGS acabou deixando o ex-piloto Philippe Streiff tetraplégico por conta do mau atendimento do local,[3] comprometendo qualquer chance do Rio de Janeiro sediar uma corrida de Fórmula 1 no autódromo. Com isso, a corrida foi transferida para o Interlagos, em São Paulo.

MotoGP (1995-1997, 1999-2004)

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De 1995 a 2004, com exceção de 1998, o circuito sediou o Grande Prêmio do Rio de Janeiro de Motovelocidade da MotoGP. A primeira etapa foi vencida pelo italiano Luca Cadalora.[4]

CART (1996-2000)

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Em 1996, foi construído um circuito oval em formato de trapézio chamado de "Emerson Fittipaldi Speedway" com 3 km (1.8 mi) de extensão, na qual recebeu corridas da CART entre os anos de 1996 até 2000. O primeiro vencedor da etapa foi o brasileiro André Ribeiro.[5]

Decadência, últimos anos e demolição (2005-2012)

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Após a MotoGP em 2004, o circuito recebeu apenas competições nacionais e de menor expressão, apesar de terem havido conversas para novas corridas da maior categoria de motocicletas do mundo.[6]

Parque olímpico construído onde era o autódromo.

Para os Jogos Pan-Americanos de 2007, o autódromo passou por intervenções para dar lugar ao Complexo Esportivo Cidade dos Esportes, e, portanto, teve sua pista reduzida, deixando de ter a curva Norte, uma das mais desafiadoras do circuito, mas mantendo o circuito "oval". Em 2008, foi anunciada oficialmente a demolição do autódromo, com o objetivo de abrigar instalações para os Jogos Olímpicos de 2016.[7][8]

O autódromo continuou recebendo apenas competições nacionais, como as etapas da Stock Car Brasil, Fórmula Truck e o Brasileiro de Motovelocidade, até o encerramento de suas atividades em 2012. Em agosto desse mesmo ano, parte do autódromo que não estava sendo utilizado começou a ser demolido.[9][10] Em 28 de outubro de 2012, ocorreu a última corrida no autódromo, uma etapa do Campeonato Estadual de Marcas do Rio de Janeiro,[11] sendo completamente destruído em novembro daquele ano, caracterizando o fechamento do autódromo após mais de 35 anos de existência.

Com isso, posteriormente foi criado e aprovado o projeto para a construção do novo autódromo do Rio de Janeiro que ficaria localizado no bairro de Deodoro, seguindo os padrões da FIA. Entretanto, os planos não foram concretizados.[12]

No circuito usado na Fórmula 1, possuía 11 curvas, distribuídas entre setores técnicos e rápidos.

  • Molykote: É a primeira curva do autódromo. Seu nome era uma referência a uma marca de lubrificantes automotivos.
  • Carlos Pace: Era uma curva de baixa/média velocidade feita para a esquerda, que fazia os pilotos abusarem dos freios e terem uma certeira redução para a terceira marcha na sua primeira parte. Nesse setor, um dos maiores desafios dos pilotos eram os balanços que os carros faziam ao contorná-la.
  • Suspiro: Uma das mais desafiadoras curvas de todo o traçado. Um setor veloz para a esquerda, com diversas ondulações e a uma área de escape minúscula. Foi nesta curva que o piloto francês Philippe Streiff sofreu o acidente que encerrou sua carreira.
  • Nonato: Outra curva que possuía um elevado grau de dificuldade na sua execução. Sua entrada era praticamente cega e obrigava que a velocidade dos carros fosse cuidadosamente controlada pelos pilotos, e terminava em uma forte freada para curva Norte.
  • Norte: Considerada a curva mais difícil do circuito, tratava-se de um inclinado hairpin fechado e de baixa velocidade tangenciado para a esquerda, tudo isso combinado com os balanços dos carros. Também era dos melhores pontos de ultrapassagem do autódromo.
  • Sul: Era uma curva de raio bem longo e feita em alta velocidade.
  • Girão e Morette: Duas curvas seguidas de 90 graus que eram contornadas em média velocidade, sendo Girão feita para a direita, e Morette conduzida para a esquerda.
  • Lagoa: Era uma curva fechada para a esquerda, feita em baixa velocidade que necessitava de exatidão no uso dos freios por parte dos pilotos. Era outro ponto de ultrapassagem da pista.
  • Box: Penúltima curva do traçado, era de 90º assim como Girão e Morette. Entretanto, possuía uma angulação mais fechada, sendo contornada em baixa velocidade.
  • Curva da Vitória: Ultima curva do circuito, consistia em um gancho contornado em baixa velocidade. Tinha esse nome pelo fato de algumas corridas disputadas no circuito terem sido decididas nessa curva.
Ano Piloto Construtor Resumo
1978 Argentina Carlos Reutemann Ferrari Detalhes
Não houve em 1979 e 1980
1981 Argentina Carlos Reutemann Williams-Ford Detalhes
1982 França Alain Prost Renault Detalhes
1983 Brasil Nelson Piquet Brabham-BMW Detalhes
1984 França Alain Prost McLaren-TAG/Porsche Detalhes
1985 França Alain Prost McLaren-TAG/Porsche Detalhes
1986 Brasil Nelson Piquet Williams-Honda Detalhes
1987 França Alain Prost McLaren-TAG/Porsche Detalhes
1988 França Alain Prost McLaren-Honda Detalhes
1989 Reino Unido Nigel Mansell Ferrari Detalhes
Ano 125 cc 250 cc MotoGP
2004 Espanha Héctor Barberá (Aprilia) San Marino Manuel Poggiali (Aprilia) Japão Makoto Tamada (Honda)
2003 Espanha Jorge Lorenzo (Derbi) Itália Valentino Rossi (Honda)
2002 Japão Masao Azuma (Honda) Argentina Sebastian Porto (Yamaha)
Ano 125 cc 250 cc 500 cc
2001 Japão Youichi Ui (Derbi) Japão Daijiro Kato (Honda) Itália Valentino Rossi (Honda)
2000 Itália Simone Sanna (Aprilia)
1999 Japão Noboru Ueda (Honda) Itália Valentino Rossi (Aprilia) Japão Norifumi Abe (Yamaha)
1997 Itália Valentino Rossi (Aprilia) França Olivier Jacque (Honda) Austrália Michael Doohan (Honda)
1996 Japão Haruchika Aoki (Honda)
1995 Japão Masaki Tokudome (Aprilia) Itália Doriano Romboni (Honda) Itália Luca Cadalora (Yamaha)
Temporada Data Nome da corrida Piloto vencedor Chassis Motor Equipe
2000 30 de abril Rio 200 México Adrian Fernández Reynard Ford Cosworth Patrick Racing
1999 15 de maio GP Telemar Rio 200 Colômbia Juan Pablo Montoya Reynard Honda Chip Ganassi Racing
1998 10 de maio Rio 400k Canadá Greg Moore Reynard Mercedes-Benz Forsythe Racing
1997 10 de maio Hollywood Rio 400k Canadá Paul Tracy Penske Mercedes-Benz Penske Racing
1996 17 de março Rio 400 Brasil André Ribeiro Lola Honda Tasman Motorsports

Referências

  1. Tipton, Neil. «Jacarepagua in Racing Circuits». https://www.racingcircuits.info (em inglês). Racing Circuits. Consultado em 10 de dezembro de 2023 
  2. Sabino, Fred (29 de janeiro de 2021). «Circuitos clássicos #12: por dez vezes, Jacarepaguá recebeu GP do Brasil de Fórmula 1». https://ge.globo.com. ge. Consultado em 26 de novembro de 2023 
  3. Shimosakai, Ricardo (22 de fevereiro de 2014). «Philippe Streiff: Tetraplégico desde 1989, fala sobre sua trajetória e acidente na Fórmula 1». https://ricardoshimosakai.com.br. Ricardo Shimosakai. Consultado em 10 de dezembro de 2023 
  4. «1995 Brazilian MotoGP». https://www.motorsportmagazine.com (em inglês). Motorsport Magazine. Consultado em 10 de dezembro de 2023 
  5. «1996 Rio do Janeiro Champ Cars». https://www.motorsportmagazine.com (em inglês). Motorsport Magazine. Consultado em 10 de dezembro de 2023 
  6. D. Berto, Victor (26 de janeiro de 2005). «Autódromo de Jacarepaguá será inspecionado dia 28». https://www.f1mania.net. F1 Mania. Consultado em 10 de dezembro de 2023 
  7. «Demolerán el autódromo brasileño de Jacarepaguá». https://www.clarin.com (em espanhol). Clarín. 9 de janeiro de 2008. Consultado em 10 de dezembro de 2023 
  8. LOUSADA, Bruno (8 de janeiro de 2008). «Autódromo de Jacarepaguá dará lugar a centro olímpico». Estadão 
  9. Pazzi Jr., Milton (7 de agosto de 2012). «Trecho desativado de Jacarepaguá começa a ser demolido». Folha de S. Paulo. Consultado em 11 de agosto de 2012 
  10. Felipe Siqueira, Rafael Lopes e Alexander Grünwald (7 de agosto de 2012). «Parte antiga do Autódromo do Rio de Janeiro começa a ter asfalto retirado». https://ge.globo.com. ge. Consultado em 10 de dezembro de 2023 
  11. Konchinski, Vinicius (28 de outubro de 2012). «Autódromo de Jacarepaguá recebe última corrida e fecha por obras da Olimpíada de 2016». https://www.uol.com.br. UOL. Consultado em 10 de dezembro de 2023 
  12. «Em Deodoro, floresta vira unidade de conservação e impede novo autódromo no Rio». https://www.correiobraziliense.com.br. Correio Braziliense. 16 de novembro de 2021. Consultado em 10 de dezembro de 2023 
  13. «História dos Circuitos da Fórmula 1 – Jacarepaguá». https://f1templo.com. F1 Templo. 11 de março de 2019. Consultado em 10 de dezembro de 2023 

Ligações externas

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