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Cós (Grécia)

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Cós / Kos (Κως)
Geografia física
País  Grécia
Localização Mar Egeu
Arquipélago Dodecaneso
Ponto culminante 700 m
Área 287,2  km²
Geografia humana
População 30 947 (2001)
Densidade 108 hab./km²

O porto da cidade de Kos

Cós[1] ou Kos (em grego: Κως; em turco: İstanköy; em italiano: Coo — formalmente Stanchio) é uma ilha grega do Dodecaneso, próxima ao golfo de Cós. Mede 40 km por 8 km, e está a apenas 4 km da costa de Bodrum, Turquia. A ilha possui planícies férteis e planaltos inférteis, e conta com uma população de cerca de 30 500 habitantes.

Quando Leto foi banida da terra e procurava uma ilha onde pudesse dar à luz seus filhos,[2] ela chegou à primitiva Cós, ilha de Mérope, mas Apolo, ainda no ventre da sua mãe, a avisou para evitar esta ilha, não por ter nada contra ela, mas porque as Moiras haviam destinado a ilha como o local de nascimento de outro deus, da linhagem dos Salvadores.[2][Nota 1]

A ilha foi palco de uma das aventuras de Héracles: voltando do saque de Troia [3] (nesta guerra morreu o rei Laomedonte, sendo sucedido por Príamo[4]) Héracles passou por Cós, mas seu grupo foi confundido com piratas, tendo sido recebido por uma chuva de pedras.[3] Héracles capturou a cidade à noite a matou o seu rei, Eurípilo de Cós, filho de Posidão e Astipaleia.[3] Héracles foi ferido nesta batalha por Chalcedon, mas Zeus o abduziu, e ele não sofreu outros danos.[3] Após haver devastado Cós, Héracles foi levado por Atena até Phlegra, onde se uniu aos deuses na luta contra os gigantes.[3]

Eurípilo foi o pai de Calcíope, Calcíope e Héracles os pais de Tétalo,[5] (ou Téssalo) e este o pai de Antifo e Feidipo, que lideraram as forças de Cós no assédio dos gregos contra Troia, levando trinta navios.[6]

Ruínas de uma ágora na cidade de Cós

A ilha foi colonizada originalmente pelos carianos. Os dóricos invadiram-na no século XI a.C. e formou a Liga de Delos, expulsando os persas duas vezes.

Em 366 a.C. ter-se-á iniciado a construção da cidade de Cós.

Em 310 ou 309 a.C.,[7][Nota 2] nasceu, na ilha, Ptolemeu II Filadelfo,[2][8] filho de Ptolemeu I Sóter [2][9] e Berenice,[9][8] sua concubina.[9]

Algum tempo depois a ilha tornou-se parte do império romano e do império bizantino.

A ilha foi mais tarde conquistada pelos venezianos, que então venderam-na aos hospitalários de Rodes. Dois séculos depois encararam a ameaça de uma invasão turca e abandonaram a ilha. O império otomano governou Cós durante 400 anos até transferi-la para a Itália em 1912. Na Segunda Guerra Mundial, a ilha foi tomada pela Alemanha Nazi até 1945, quando se tornou num protetorado do Reino Unido, e foi finalmente cedida à Grécia em 1947.

A ilha é parte de uma cordilheira da qual se separou após sismos e subsidências que ocorreram em tempos remotos. Essa cordilheira inclui Calímnos e Kappari que se separaram por um rift submarino de 70 m, bem como o vulcão de Nísiros e as ilhas próximas. Há uma ampla variedade de rochas em Cós que é relacionada com a sua génese geológica.

Vista do porto de Cós

Pensa-se que o médico antigo Hipócrates tenha nascido em Kos, e no centro da cidade é a Árvore Plana de Hipócrates, um templo dos sonhos, onde o médico tradicionalmente deveria ter ensinado. Os membros da árvore agora idosa são apoiados por andaimes. A pequena cidade também abriga o Instituto Hipocrático Internacional e o Museu Hipocrático dedicado a ele. Perto do Instituto estão as ruínas de Asklepieion, onde Heródico ensinou medicina a Hipócrates.

O principal porto e centro populacional da ilha, também chamada Cós, é também o centro cultural e turístico.

O plátano de Hipócrates

Notas e referências

Notas

  1. Calímaco se referia a Ptolemeu II Filadelfo, filho de Ptolemeu I Sóter (salvador).
  2. E. R. Bevan, citando Ernst Meyer, Untersuchungen z. Chronol. d. Erst. Ptol. (1925), p65., propõe a data de Fevereiro de 308 para o nascimento de Ptolemeu II Filadelfo.

Referências

  1. Gonçalves, Rebelo (1947). Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa. Coimbra: Atlântida - Livraria Editora. p. 72 
  2. a b c d Calímaco, Hino IV: a Delos, 55-105 [em linha]
  3. a b c d e Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 2.7.1 [em linha]
  4. Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 2.6.4
  5. Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 2.7.8
  6. Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, Epítome, 3.13 [em linha]
  7. Marmor Parium (Athen. Mitth. xxii. [1897])
  8. a b Teócrito, Idílio XVII, O Panegírico de Ptolemeu (Filadelfo) 58-76 {{en}} {{ael}}
  9. a b c Pausânias, Descrição da Grécia, 1.6.8

Ligações externas

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