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Hipoclorito de sódio

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Hipoclorito de sódio
Alerta sobre risco à saúde
Outros nomes Clorato de sódio (I)
Identificadores
Número CAS 7681-52-9
Propriedades
Fórmula molecular NaClO
Massa molar 74.44 g/mol
Aparência pó branco
Densidade 1.07-1.14 g/cm^3 (líquido)
Ponto de fusão

18°C pentahidrato

Ponto de ebulição

101°C decompõe-se

Solubilidade em água Solúvel
Riscos associados
Classificação UE Corrosivo (C)
Oxidante (O)
Perigoso para o meio ambiente (N)
NFPA 704
0
2
1
OX
Frases R R31, R34, R50
Frases S S1/2, S28, S45,
S50, S61
Compostos relacionados
Outros aniões/ânions cloreto de sódio
clorito de sódio
clorato de sódio
perclorato de sódio
Outros catiões/cátions hipoclorito de lítio
hipoclorito de cálcio
Compostos relacionados ácido hipocloroso
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

Hipoclorito de sódio é um composto químico com fórmula NaClO. Solução de hipoclorito de sódio é usada frequentemente como desinfetante e como agente alvejante.

O composto anidro é instável e pode decompor-se explosivamente.[1][2] Porém, ele pode ser cristalizado na forma do pentahidrato NaOCl·5 H2O, um sólido branco com cor levemente verde-amarelada, que não é explosivo e é estável enquanto mantido sob refrigeração.[3][4] O composto, em solução, facilmente decompõe-se, liberando cloro, que é o príncipio ativo de tais produtos. Apesar do hipoclorito de sódio ser o mais antigo branqueador à base de cloro, continua sendo o mais utilizado.[5][6]

Ao passo que o hipoclorito de sódio não é propriamente tóxico por si só, sua disponibilidade comum, suas propriedades corrosivas, e os produtos de reações podem torná-lo um risco significativo à segurança. Particularmente, misturar água sanitária líquida com outros produtos de limpeza, como ácidos ou amônia, pode liberar gases tóxicos.[7]

O hipoclorito de sódio pode ser preparado pela absorção do gás cloro em solução de hidróxido de sódio mantida em resfriamento (abaixo dos 40 °C):

O hidróxido de sódio e o cloro não são produzidos comercialmente pelo processo cloro-álcali e, em tal processo, não há necessidade de isolá-los para a preparação do hipoclorito de sódio. Portanto, o NaClO é produzido industrialmente pela eletrólise de uma solução de cloreto de sódio sem nenhuma separação entre o cátodo e o ânodo.

A solução deve ser mantida abaixo dos 40 °C por serpentinas de resfriamento, para prevenir a formação de clorato de sódio.

As soluções comerciais de hipoclorito de sódio sempre contêm quantias significantes de cloreto de sódio como o principal subproduto, como pode-se ver na equação acima.

Embalagem e venda

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O branqueador para uso doméstico que é vendido no mercado sob a designação de "lixívia" é uma solução de 2,0 a 2,5% de hipoclorito de sódio no momento da fabricação. A concentração varia de uma formulação a outra e diminui gradualmente com o tempo de prateleira.

Soluções entre 10 à 12% de hipoclorito de sódio são bastante usadas em cisternas e em abastecimento de água para clorar a água. Existem produtos para a cloração de piscinas que contêm aproximadamente 30% de hipoclorito de sódio. O sal cristalino também é vendido para o mesmo uso; tal sal contém menos de 50% de hipoclorito de sódio. Porém, o nível de "cloro ativo" pode ser bem mais alto.

No branqueador de uso doméstico, o hipoclorito de sódio é usado para a remoção de manchas de roupas sujas. É particularmente eficaz em fibras de algodão, que se mancham facilmente mas também se branqueiam com facilidade. Um volume de 50 a 250 mL de branqueador por carga de roupas é geralmente recomendado para uma lavadora de roupas de tamanho padrão. A água quente aumenta a atividade do branqueador, devido à decomposição térmica do hipoclorito, que em último caso forma cloratos, ambientalmente indesejados.

Uma solução fraca de 1% de branqueador doméstico em água quente é usada para sanitizar superfícies antes da fermentação da cerveja ou do vinho. As superfícies devem ser bem enxaguadas em seguida para evitar dar aromas estranhos ao mosto; além disso, os subprodutos clorados das superfícies sanitizadas são perigosos à saúde.

Uma diluição de 1:5 de lixívia doméstica em água (1 parte de lixívia para 4 de água) é eficaz contra diversas bactérias e alguns vírus, e é frequentemente o desinfetante de preferência para limpar superfícies em hospitais. A solução é corrosiva e, após seu uso, precisa de ser completamente removida, de forma que é algumas vezes seguida de uma desinfecção por etanol.

Para fazer uma cloração de impacto em poços ou sistemas de água para desinfecção, é usada uma solução 2% de lixívia doméstica. Para sistemas maiores, podem-se usar produtos mais concentrados, em menores quantidades. A alcalinidade da solução de hipoclorito de sódio também causa a precipitação de minerais presentes na água, como o carbonato de cálcio (calcário), de forma que a cloração de impacto é geralmente seguida de entupimento do sistema. A precipitação dos minerais também preserva bactérias, o que faz desta prática, de alguma forma, pouco eficaz na desinfecção para a qual ela é proposta.

O hipoclorito de sódio tem sido usado na desinfecção de água potável na concentração de 1 L de lixívia doméstica para cada 4000 L de água. A quantidade exata necessária depende da química da água, da temperatura, do tempo de contato e da presença ou ausência de sedimentos. Para desinfecções de emergência, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), órgão americano responsável pela qualidade da água naquele país, recomenda o uso de 2 gotas de lixívia doméstica com 5% de hipoclorito de sódio por litro de água. Se a água assim tratada não tiver cheiro de lixívia, devem-se adicionar mais 2 gotas.

O uso de desinfetantes baseados em cloro na água doméstica, embora esteja disseminado, tem levado a controvérsias devidas à formação de pequenas quantidades de subprodutos tóxicos, como clorofórmio.

O hipoclorito também é usado na Odontologia, durante o tratamento de canal, para desinfetar o canal e dissolver qualquer resto de tecido da polpa do dente.

É usada uma solução alcalina (pH 11,0) de hipoclorito de sódio para tratar água efluente da indústria da galvanoplastia contendo diluições de cianeto (< 1 g/L). Soluções mais concentradas de cianeto são bem mais difíceis de serem dispostas.

Também é usado na produção de placas PCB, onde sua propriedade corrosiva demarca o trilhamento de cada camada da placa.

O hipoclorito de sódio é um oxidante forte, e os produtos da oxidação são corrosivos e podem queimar a pele e causar lesões nos olhos, especialmente quando usado nas suas formas concentradas. O hipoclorito não deve ser misturado com materiais orgânicos (por exemplo, sujeiras), porque podem reagir, dando substâncias carcinogênicas (trialometanos).

A lixívia doméstica nunca deve ser misturada com outros produtos domésticos de limpeza, especialmente aqueles que contenham amónia, nem ser utilizado para limpar respingos de urina (que se decompõe em amónia e dióxido de carbono) porque se podem formar gases tóxicos, como cloramina e tricloreto de nitrogênio, que se decompõe violentamente em gás cloro e gás nitrogênio. A lixívia doméstica também reage muito violentamente com o peróxido de hidrogênio.

Estima-se que cerca de 3.300 acidentes com necessidade de tratamento hospitalar são causados anualmente por causa do hipoclorito de sódio nos lares britânicos (RoSPA, 2002).

Referências

  1. Peter Urben, editor (2006), Bretherick's Handbook of Reactive Chemical Hazards. 4th edition, p. 984; 7th Edition; vol. 1, pg 1433. ISBN 9780123725639, 9780080523408
  2. Arihiro Hamano (1997): "The formation and decomposition of sodium hypochlorite anhydrous salt and its pentahydrate". Science and Technology of Energetic Materials, volume 58, issue 4, pages 152-155.
  3. Malcolm Percival Applebey (1919): "Sodium hypochlorite". Journal of the Chemical Society, Transactions, volume 115, article XCVI, pages 1106-1109. doi:10.1039/CT9191501106
  4. Masayuki Kirihara, Tomohide Okada, Yukihiro Sugiyama, Miyako Akiyoshi, Takehiro Matsunaga, and Yoshikazu Kimura (2017): "Sodium Hypochlorite Pentahydrate Crystals (NaOCl·5H2O): A Convenient and Environmentally Benign Oxidant for Organic Synthesis". Organochemistry Process Research and Develpment, volume 21, pages 1925–1937. doi:10.1021/acs.oprd.7b00288
  5. «OxyChem Sodium Hypochlorite Handbook» (PDF). oxy.com. OxyChem 
  6. «Pamphlet 96, The Sodium Hypochorite Manual». www.chlorineinstitute.org. The Chlorine Institute 
  7. (2013): "Sodium Hypochlorite" Stanford Linear Accelerator Laboratory Safe Handling Guideline, chapter 53, product 202. Accessed on 2018-06-12
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