Monographs by Jonatas Ferreira
Monografia de Conclusão de Curso (Letras Português-Hebraico), FL-UFRJ, 2023
Com esta monografia pretende-se explorar o olhar de Tácito, renomado historiador romano, para com... more Com esta monografia pretende-se explorar o olhar de Tácito, renomado historiador romano, para com os judeus de sua época. É normal que, em nossos dias, isso seja pouco considerado pelo leitor não especialista, uma vez que os textos judaicos sobre si mesmos, sua história e sua comunidade são best-sellers amplamente divulgados em diversas línguas. Mas, imaginemos que, assim como o caso de muitos povos do passado, os judeus fossem um povo cuja produção antiga se perdeu, ou ainda não foi encontrada, ou, cuja língua escrita ainda não foi decifrada. No caso, há mais de dois mil anos, num mundo greco-latino, cenário em que os textos judaítas não eram praticamente conhecidos do mundo intelectual e letrado da época, que imagem das coisas judaicas um autor renomado como Tácito deixaria como legado para a posteridade? Ou seja, o que nós leríamos hoje sobre esse “povo da Judeia”, cuja produção textual “se perdeu” no tempo? Assim, este trabalho monográfico apresentará e comentará a digressão etnográfica produzida por Tácito em suas Histórias, no seu Livro V, capítulos 1 a 13. Para atingir esse objetivo maior, a monografia terá como base teórica conceitos como identidade, alteridade, romanização, imperialismo e evergetismo. Esse intento maior é sustentado aqui pelo interesse da História do Conceitos (Begriffsgeschichte), que dá particular importância ao estudo de palavras ou palavras-conceito (palavras-chave) que aprofunda uma realidade já estudada por outras perspectivas teóricas e metodológicas – assim, um estudo comparado das palavras “judeu”, “Jerusalém” e “Judeia” será feito dentro da perspectiva greco-latina de Tácito e igualmente da etimologia das línguas afro-asiáticas (semíticas).
Dissertação de Mestrado (Letras Clássicas), PPGLC-UFRJ, 2019
As the title itself shows, we do not aim to complete a study that seeks for evidence to promote a... more As the title itself shows, we do not aim to complete a study that seeks for evidence to promote an atheistic identity in Antiquity, whether Classical or not. Here, we will discuss the possibility of the study of Atheism as a theme, by finding theoretical and methodological resources that we will analyze, and proposing several questions around this theme, with studies on Etymology, Ancient Egypt, Mesopotamia and Israel, as well as a hypothetical bridge to the Greek world. We will work with Portuguese words like ateu and deus, their etymology, and with theories about ancient beliefs, with mythology, cosmogony, translation issues, resulting in knowledge that will help us to dialogue with our research proposals, e.g. the universe of artistic activity, as well as skepticism and pessimism. Whatever may be the suggested theoretical resource, we will consider the interdisciplinary dialogue between Antiquity and nowadays.
Monografia de Conclusão de Curso (História), DEHIS-UFRN, 2013
A fonte mais conhecida e estudada sobre a Primeira Guerra entre judeus e romanos, certamente é Be... more A fonte mais conhecida e estudada sobre a Primeira Guerra entre judeus e romanos, certamente é Bellum Iudaicum de Flávio Josefo. Esta se trata da obra mais consultada quando queremos estudar as relações estabelecidas entre os judeus e os romanos no século I E.C., principalmente, quando objetivamos lidar com Identidades e Alteridades no Mundo Antigo. No entanto, outro autor dedicou um espaço em uma de suas coletâneas de livros. Falamos de Tácito. Este autor viveu entre 55-120 E.C., mas só passou a produzir obras a partir de 98 E.C., com sua Germânia e Vida de Agrícola. Mas foi em sua obra Histórias (105 E.C.), no seu quinto livro, que encontramos a narrativa desse conflito, cujas devidas atenções daremos nesta produção monográfica. Para o esclarecimento dessas relações judaico-romanas, segundo a ótica de um autor necessariamente romano, optamos por discutir temos como Imperialismo, Romanização e Identidade na Roma Antiga. Além destes, buscamos situar os romanos (os gregos) e os judeus no contexto que precedeu essa primeira guerra em 70 E.C., isto é, como se deram as negociações entre esses grupos humanos nesse período. As culturas judaica, romana e a de alguns outros povos, terão espaço célebre neste trabalho. Isto seria importante para buscarmos entender os alicerces por trás da eventualidade do conflito. Apresentaremos e analisaremos a fonte (o Livro V), em seus treze primeiros capítulos, incluindo uma tradução em língua portuguesa, objetivando o acesso dos falantes desta, à leitura na íntegra dessa fonte latina.
Relatório Final de Estágio Supervisionado de Formação de Professores (História), DPEC-UFRN, 2012
No decorrer do século XX diversos movimentos historiográficos propuseram reformulações no metiér ... more No decorrer do século XX diversos movimentos historiográficos propuseram reformulações no metiér do historiador. Entre esses, os que mais influenciaram na renovação da escrita da história foi o movimento dos Annales na França, idealizado por Lucien Febvre e Marc Bloch, e o que se convencionou chamar de Escola Social Inglesa, que tem na figura dos historiadores Eric Hobsbawm e Edward P. Thompson seus principais representantes. Na historiografia brasileira esses movimentos tiveram ecos. Reapropriando-se das metodologias e teorias desenvolvidas e utilizadas por esses movimentos, os historiadores brasileiros passaram a estudar e interpretar as realidades pretéritas brasileiras, promovendo também uma renovação de temas-fontes-métodos. Contudo, o objetivo do presente estudo não é discutir uma “história da historiografia” que levou a esse estreitamento das reapropriações brasileiras às proposições desses movimentos, mas elas terminam servindo como “pano de fundo” para essa nossa proposta: refletir em que medida uma prática docente que prioriza a problematização da História na educação básica contribui para a formação cidadã dos estudantes, proposta pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e os destinados ao ensino médio (PCN+). Tal proposta surgiu a partir das experiências nos estágios supervisionados de formação de professores, em que pudemos observar que, mesmo com essas novas discussões no campo da historiografia, o mais comum na prática dos professores de História na educação básica das escolas campo de estágio observadas, foi a perpetuação do estudo dos conhecimentos históricos a partir dos paradigmas da Escola Metódica e de correntes ortodoxas do marxismo. Neste sentido, os estudantes terminam construindo um conceito de História em que ideias não mais trabalhadas pela historiografia permeiam todas as aulas. Cenário este já apresentado por Josep Fontana, em Introdução ao estudo da Historia Geral, para delinear essas realidades: em que os professores das escolas de ensino básico buscam uma simplificação teórica e dos conteúdos ao ponto de subestimar a capacidade dos estudantes em aprender e se integrarem às discussões propostas atualmente, simplificando ao ponto de se perder importantíssimos elementos das temáticas estudadas; limitando-os a aprender, de forma simplista e caquética, flashes da história econômica e/ou política. Fontana defende, pelo contrário, que os profissionais de história que atuam na educação básica devem apresentar os problemas norteadores da historiografia atual aos seus estudantes, partindo de questionamentos complexos e conduzindo-os a uma tentativa de criticar, analisar e perceber como esses conhecimentos podem ser utilizados em suas vivências sociais. Nessa perspectiva, mesmo que tardia, a inserção da História problema se faz necessária para que os estudantes possam ser melhor preparados para as realidades vivenciadas dentro e fora dos muros da escola, ou seja, por defendermos que essa História viabiliza uma formação cidadã aos estudante, é que ela deve se fazer presente na realidade da educação básica – não de maneira provisória ou em curtos planos de ensino propostos por professores-estagiários, mas como práticas habituais dos professores efetivos que assumam as turmas desse nível de ensino, inclusive, se for o caso, regimentado nos projetos políticos pedagógicos das escolas. Como já mencionado, o presente estudo é o resultado das reflexões feitas durante os quatro estágios de formação de professores de História, cursados entre os anos de 2010 e 2012. Durante este período tivemos a oportunidade de estagiar em duas escolas da rede pública de ensino do Estado do Rio Grande do Norte: E. E. Des. Floriano Cavalcanti e E. E. Prof. Anísio Teixeira. Sendo os três primeiros estágios vivenciados apenas nessa primeira escola, em que realizamos a observação da prática docente em uma turma da 1ª série do ensino médio, a intervenção na escola e o estágio supervisionado no ensino fundamental em uma turma de 9º ano. No estágio supervisionado de formação de professores para o ensino médio é que inserimos a segunda escola como campo de reflexão para a problemática estudada.
Trabalho Técnico Final (Técnico em Controle Ambiental), DAREN-CEFET/RN (IFRN), 2007
Esta pesquisa foi realizada visando apresentar o típico abandono das entidades governamentais com... more Esta pesquisa foi realizada visando apresentar o típico abandono das entidades governamentais com relação aos municípios interioranos (observando que elas expõem em suas campanhas políticas que vão melhorar a qualidade de vida em “todo” o Estado e não só na capital). Objetivamos diagnosticar os principais problemas ambientais de nosso objeto de estudo, utilizando vários métodos de pesquisa de campo como, mapeamento da área em estudo através de GPS (Sistema de Posicionamento Global) e entrevistas com a comunidade da área estudada. Teorizamos alguns conteúdos que estão relacionados e encontrados em nosso trabalho tais como, a questão da devastação dos mangues e do pau-brasil. Além dos depoimentos da comunidade local, buscamos assuntos e orientações para o desenvolvimento do projeto em livros, sites, professores, apostilas e outros. Através das bases teóricas, comentamos os principais impactos vistos na área e finalmente apresentamos nossas considerações perante o que foi mostrado no decorrer do diagnóstico.
Jewish Studies by Jonatas Ferreira
Literatura Hebraica IV (LEO470), FL-UFRJ, 2022
O objeto maior de investigação aqui será o conto literário de Isaac Bashevis Singer (1903-1991), ... more O objeto maior de investigação aqui será o conto literário de Isaac Bashevis Singer (1903-1991), intitulado Yentl, o menino da Yeshivá (1962). Bashevis (ou Icek Hersz Zynger) nasceu na Polônia, em comunidade judaica, filho de líder comunitário (rabino) de grupo judaico Hassídico. Em 1935, se mudou para os Estados Unidos, onde fez sua carreira como escritor e literato. Em 1978, foi premiado com o Nobel de Literatura. Por sua vez, Yentl, o menino da Yeshivá, é um conto que tem por cenário a vida em comunidades judaicas asquenazitas do leste europeu (Polônia, Lituânia, Rússia, Ucrânia etc.), por volta do século XIX, quiçá início do XX. Um ambiente de gente simples onde se prezava pela rigidez das normas e tradições segundo a interpretação da comunidade hassídica. A personagem Yentl se trata de uma jovem judia (virgem e solteira) que ficara sem o pai, um rabino.
Literatura Hebraica III (LEO374), FL-UFRJ, 2021
Para esta atividade, consultamos duas obras. Uma de Norman Strickman , intitulada Abraham Ibn Ezr... more Para esta atividade, consultamos duas obras. Uma de Norman Strickman , intitulada Abraham Ibn Ezra’s Commentary On The First Book of Psalms: chapter 1-41, de 2009, e a outra de Shlomo Sela , nomeada Abraham Ibn Ezra on Elections, Interrogations, and Medical Astrology, de 2011. Por meio da obra de Strickman e de Sela, vamos apresentar um breve histórico de Abraham ibn Ezra e, através da obra de Sela, vamos apresentar a primeira parte do capítulo 1 do Sēfer haMe’ōrōt (Livro dos Corpos Luminosos), que trata da “luz”.
XXVII Ciclo de Debates em História Antiga: Etnicidades, UFRJ, 2017
A etnicidade, um termo de nossos tempos, e esse interesse do historiador pelos povos, suas cultur... more A etnicidade, um termo de nossos tempos, e esse interesse do historiador pelos povos, suas culturas, simbologias, crenças serão tomados nesta comunicação, sendo a própria etnicidade uma problemática do presente, com a finalidade de adentrarmos nas Histórias do historiador romano Cornélio Tácito (55-120 E.C.), obra do início do segundo século, especificamente no quinto livro (1-13), espaço dedicado pelo autor para o desenvolvimento de uma digressão a respeito de Jerusalém, do povo que nela habita, suas origens, leis, costumes, política e geografia.
XXXVI Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural, UFRJ, 2016
O objetivo desta atividade será introduzir o ouvinte nas questões de retórica da alteridade de Ha... more O objetivo desta atividade será introduzir o ouvinte nas questões de retórica da alteridade de Hartog e caracterizar a presença judaica na literatura clássica latina. Para esse fim, tomaremos a obra Histórias, escrita pelo historiador e etnógrafo romano Cornélio Tácito (55-120) que narrou os incidentes ocorridos em Roma e em algumas províncias, inicialmente, no ano de 68, logo após a morte de Nero. Esses incidentes tiveram seu clímax no ano de 69, quando Roma foi governada por quatro generais de províncias – Galba (3 A.E.C. - 69 E.C.), Oto (32-69 E.C.), Vitélio (15-69 E.C.) e Vespasiano (9-79 E.C.). Desses, Vespasiano foi o vitorioso e sua memória, suas ações e carreira militar foram celebradas por Tácito nessa obra. De 70 a 96 durou a dinastia de Vespasiano (os flavianos). No entanto, mais especificamente, iremos destacar o quinto livro dos cinco que compõem atualmente essa obra de Tácito. Nosso interesse está em ressaltar a opinião de Tácito sobre os judeus, o motivo dessa necessidade e as suas prováveis fontes, sendo que, o judeu-romano Flávio Josefo, em seu Contra Ápio, já apresentara, no final do século I E.C., uma lista de possibilidades de autores que mencionaram sobre os judeus no mundo clássico. Tácito, nesse quinto livro, deu destaque à conquista de Jerusalém (na Judeia) pelo general Tito, filho de Vespasiano, e suas legiões, narrando sobre a origem e costumes de seus habitantes, narrativa esta, sobre o conflito e origem de seu próprio povo, também escrita por Josefo no século I em sua Guerra dos Judeus.
XI Encontro de Letras Orientais e Eslavas: Olhares Plurais, UFRJ, 2016
Quantas informações textuais temos sobre os judeus? Quantas dessas informações são de autores gre... more Quantas informações textuais temos sobre os judeus? Quantas dessas informações são de autores gregos ou latinos? Dentre esses autores que a nós sobreviveram, temos Tácito, historiador e etnógrafo romano do século Ie II da nossa era. O objetivo desta atividade será, brevemente, introduzir o ouvinte nas questões de retórica da alteridade de Hartog e ligeiramente caracterizar esses judeus da obra de Tácito.
Cultura e Civilização Hebraica II (LEO243), FL-UFRJ, 2016
Este trabalho buscará apresentar o calendário judaico moderno além de caracterizá-lo. Trataremos ... more Este trabalho buscará apresentar o calendário judaico moderno além de caracterizá-lo. Trataremos de questões acerca do uso do calendário, do seu lugar social e da sua crítica. Explicaremos particularidades do calendário dito lunissolar além do uso de comparações baseadas numa tabela elaborada para questões didáticas. Trabalharemos com problematizações sobre linhas temporais, datações, etc., destacando duas cronologias em particular: The Jewish Time Line Encyclopedia de Mattis Kantor e a cronologia acadêmica apresentada pela coleção The Cambridge History of Judaism. Com isso, pretendemos não só lidar com o calendário judaico em si, mas também perseguir superficialmente as pretensões de Kantor ao usar como base de sua enciclopédia de linha temporal, o calendário judaico.
Teoria Literária I (LEL100), FL-UFRJ, 2015
Nosso interesse está em saber a opinião de Tácito sobre os judeus, sendo que, confessamos, ser es... more Nosso interesse está em saber a opinião de Tácito sobre os judeus, sendo que, confessamos, ser essa uma rara opinião que permaneceu até nossos dias. Contudo, deixemos claro que daremos apenas foco ao capítulo 2 de suas Histórias, no quinto livro.
III Colóquio Nacional de História Cultural e Sensibilidades, UFRN, 2013
Os judeus ficaram conhecidos como o “povo do livro”. Eis um atributo de fato para um grupo social... more Os judeus ficaram conhecidos como o “povo do livro”. Eis um atributo de fato para um grupo social que fundamentou sua moral e sua ética sob vastas coletâneas de escrituras como a Torah e o Talmud. Agora imaginemos os judeus como um povo que não nos deixou seus escritos, ou mesmo, como uma sociedade cuja estrutura comunitária não existe mais – costumes, ritos, etc. Este trabalho buscará analisar a visão do outro sobre os judeus, mais especificamente, a visão do historiador latino Tácito (55-120 E.C.) que dedicou esse rico relato, porém breve, acerca dos judeus, seus ritos e sua origem. Essas informações nos chegam através de sua famosa obra Histórias, no quinto livro, entre os capítulos II e V. O objetivo deste trabalho é contribuir para as discussões acerca das leituras sobre o “outro” no mundo antigo, neste caso, do romano para com o judaico.
IV Encontro Estadual de História, UFRN, 2010
O referente trabalho aborda a questão judaica no medievo. O objetivo será identificar as incidênc... more O referente trabalho aborda a questão judaica no medievo. O objetivo será identificar as incidências de antissemitismo proporcionado pela Igreja Católica durante a Idade Média; observar como esses cristãos construíam a imagem deturpada desses judeus e o que os levavam a fazer isso; que abordagem são feitas pela historiografia quanto ao assunto? O trabalho enfocará a construção da imagem do judeu forjada para o medievo e seus possíveis elementos de continuidade na contemporaneidade, através dessas relações de "Longa Duração".
Israeli Studies by Jonatas Ferreira
Literatura Hebraica V (LEO474), FL-UFRJ, 2022
Neste trabalho sobre A Caixa Preta (1987), premiado romance epistolar do israelense Amós Oz, toma... more Neste trabalho sobre A Caixa Preta (1987), premiado romance epistolar do israelense Amós Oz, tomamos para comentar o seu enigmático título e a primeira correspondência, realizada entre Ilana e Alexander, um casal divorciado, com um filho sob a guarda dela e de seu marido atual, Michel. Aqui exploramos a importância atemporal do romance para a sobrevivência de outros gêneros literários, como a carta, através de Bakhtin (1993). Todavia centramos nossos comentários e argumentos sobre a primeira correspondência e seus personagens, a partir da teoria do romance de Lukács (2000), particularmente sobre a teoria do indivíduo “problemático” e “não problemático” e da jornada do “problemático” na sua busca por “autoconhecimento” e sua conflitante fuga da realidade.
Ancient Atheism Studies by Jonatas Ferreira
ANAIS DO LERR - Laboratório de Estudos sobre Religiões e Religiosidades, 2024
O trabalho com o tema do ateísmo no âmbito da História Antiga está em crescente desenvolvimento n... more O trabalho com o tema do ateísmo no âmbito da História Antiga está em crescente desenvolvimento nessas duas primeiras décadas do século XXI. A maioria desses trabalhos, publicados em monografias, artigos e capítulos de livros, se debruça sobre o contexto grego e romano. Esse interesse ocorre principalmente porque a palavra "ateu" chega às línguas modernas através da grega "átheos" (ἄθεος) e da latina atheos. Com isso, é possível verificar a relação desses povos com a palavra e suas implicações sociais e políticas em contexto. Contudo, este artigo traz o tema para fora do mundo grego e romano. Esse trabalho foi realizado em nossa dissertação defendida em 2019, junto ao PPG em Letras Clássicas da UFRJ. Para esta atividade traremos o Papiro Harris 500 do British Museum nº EA10060. O Papiro Harris 500 comporta uma coletânea de textos egípcios em hierático da 18ª Dinastia (séculos XVI-XIII A.E.C.) dos quais daremos destaque ao chamado "Harpist's Song" (VI, 2-VII, 3), cujo estilo remete ao Reino Médio e ao rei Intef (ou Antef), século XXII A.E.C., na 11ª Dinastia. Para extrair desse recorte textual potenciais contribuições ao estudo do tema do Ateísmo, recorremos à História dos Conceitos, de Koselleck, e aos estudos de etimologia e onomasiologia a partir de léxico especializado em grego, latim e hieróglifo. Assim, apresentaremos as soluções encontradas que tornam esse texto em uma potencial documentação literária capaz de contribuir para o estudo geral do ateísmo na Antiguidade.
Cuadernos Judaicos, Aug 2023
Entre las muchas posibilidades de estudio sobre el ateísmo como lo realizado por el historiador f... more Entre las muchas posibilidades de estudio sobre el ateísmo como lo realizado por el historiador francés Georges Minois en su obra Histoire de l’athéisme (Historia del Ateísmo) de 1998, el asunto más importante en este trabajo será la caracterización de un ateo en la Antigüedad Clásica (Atenas del siglo V-IV a.C. y Roma del siglo I a.C.-II d.C.), principalmente acerca de la acusación del ateísmo a los judíos que fue registrada por Flavio Josefo en su Contra Apión, obra del siglo I d.C. Para eso, entraremos en las percepciones del filólogo dinamarqués Anders Drachmann (1860-1935) por su obra Atheism in Pagan Antiquity de 1922 y utilizar como documentación principal la obra Historias, V, 1-13 de Tácito. Por esa pesquisa clásica sobre los ateos, podremos comprender un poco más el tema en la Antigüedad, como también acerca de la acusación del ateísmo a los judíos según Josefo en su obra.
Anais do I Colóquio Nacional de História e Literatura - XV Semana de História de Picos: escritas de si, ficção e subjetividades, UFPI, 2023
Este trabalho tem por tema o estudo do Ateísmo em recortes da Antiguidade. Esse interesse só tem ... more Este trabalho tem por tema o estudo do Ateísmo em recortes da Antiguidade. Esse interesse só tem crescido nos últimos 100 anos, desde, por exemplo, a clássica obra de Anders Bjørn Drachmann, Atheism in Pagan Antiquity, de 1922. Desde essa obra, outros autores se debruçaram sobre o tema, todavia, ainda timidamente, em comparação com os estudos sobre ritual, magia e religião na Antiguidade. No Brasil, esse interesse surge efetivamente no século XXI, ainda em seus passos iniciais. O objetivo maior deste artigo é apresentar os desafios desse estudo no âmbito nacional, nesse recorte que traz para Antiguidade o tema do Ateísmo. Para tanto, se apresentará os principais autores e obras que fundamentam as bases iniciais de uma pesquisa nesse recorte e tema, e as principais fontes e recortes do passado mais referidos.
XXI Jornada do Programa de Pós-Graduação em Letras Clássicas, UFRJ, 2023
Marek Winiarczyk (1947-) é um historiador e filólogo polonês que, por mais de 40 anos, entre as d... more Marek Winiarczyk (1947-) é um historiador e filólogo polonês que, por mais de 40 anos, entre as décadas de 1980 e essas primeiras décadas do século XXI, dedicou seus estudos a formas de empreender pesquisas sobre o ateísmo como tema no mundo antigo, principalmente grego, além de produzir obras nesse interesse e recorte (artigos, livros). O objetivo desta comunicação é apresentar cinco pontos que o autor destaca em seu artigo “Methodisches zum antiken Atheismus”, de 1990. Esses cinco pontos, para o historiador, representam as principais dificuldades de se trabalhar com o tema nesse recorte. Dentre esses cinco pontos estão, por exemplo, a escassez de trabalhos em perspectiva da linguística voltados para o tema, e, igualmente, um trato mais conceitual, tanto em caráter sincrônico quanto diacrônico, na literatura grega da antiguidade, a respeito dos usos das palavras ἄθεος, ἀθεότης e ἀσεβής, ἀσέβεια, ἀσέβημα e ἀσεβεῖν. Esta comunicação faz parte de pesquisa maior sobre “ἄθεος” e o tema do ateísmo vinculada ao doutorado na Linha Interdisciplinar junto ao PPGLC, iniciada em 2022.
40ª Semana de Estudos Clássicos: alteridade & empatia, UFRJ, 2022
Este trabalho faz parte de nossa pesquisa de doutoramento sobre átheos (ἄθεος) e ateologia no mun... more Este trabalho faz parte de nossa pesquisa de doutoramento sobre átheos (ἄθεος) e ateologia no mundo grego antigo (entre os séculos VIII-III A.E.C.) – levando-se em consideração nela questões linguísticas, conceituais e históricas. Aqui, em particular, será observado de forma hipotética sob preocupação teórica da Morfologia Distribuída (MD) e sob condições atípicas, a reanálise do prefixo alfa privativo, com o objetivo de tentar perceber pelo contexto sintático e semântico de uso textual se havia de fato certa intuição e consciência na percepção da existência desse prefixo na palavra. Essa condição atípica, ou seja, que envolve uma língua ou dialeto sem falante nativo no tempo corrente, impõe aqui uma atividade refém do uso de dicionários especializados. Por isso este trabalho é especulativo e, em certo nível, parte desse julgamento também é do lexicógrafo, do tradutor e nosso. Vamos verificar a problemática dessa teoria levando-se em conta as palavras átheos (ἄθεος), asebés (ἀσεβής) e atheeí (ἀθεεί). Como não há falantes nativos, observaremos algumas passagens textuais seletas em que tais palavras se encontram. Com dicionários, veremos as opções de tradução, para notar se a opção pela clara distinção entre prefixo e raiz é possível ou não, e apontar se há relação de significado entre a palavra com prefixo e a sem prefixo.
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Ancient Atheism Studies by Jonatas Ferreira
A Europa vivia uma ascensão e reestruturação de sua economia, filosofia, arquitetura, ciências, etc., mediante os prejuízos causados pela Peste Negra. Mas um outro abalo estava por vir: o bloqueio das trocas comerciais pelos turcos via mar Mediterrâneo. Quando os turcos assumiram o controle do mar Mediterrâneo, consequentemente cortaram a principal via de trocas de especiarias, sejam com os pólos europeus Genova e Veneza, bem como com os do extremo oriente Índia e China.
Desde suas primeiras palavras, Sontag afirma que, a humanidade moderna, como um todo, vive em uma “caverna de Platão”. Parece que, para ela, ainda vivemos acreditando em imagens projetadas na parede de uma caverna. Não nos punimos por isso. Achamos isso bom, afinal, segundo ela, fomos educados assim e nos regozijamos com isso. Vivemos, então, como ela menciona, num mundo que lida com fotografias desde meados do século XIX. Diferente dos acorrentados de Platão, na verdade, e a autora deixa isso claro, nossa aconchegante caverna é o mundo.
O flâneur. Trata da literatura panorâmica. Uma literatura muito popular nas ruas das principais cidades europeias do século XIX, sendo como uma leitura de bolso. Essa literatura inseria os novos elementos das modernas cidades, destacando de pequenos burgueses, como os camelôs, aos ricos que frequentavam óperas. No entanto esse gênero literário enfraqueceu após 1841. O interesse por tipos “fisiológicos”, dos homens, das cidades, dos povos, dos animais, foi decaindo nessa literatura, até sofrer de fato com medidas de censura em 1836. Tal literatura não era necessariamente caracterizada como suspeita, mas, cheia de boemia.
Dentre todos os sentidos, os filósofos privilegiaram o sentido da visão. Por quê? Tais filósofos relacionavam a visão com o saber. Será observada essa relação: visão e conhecimento, entre Descartes e Platão. Descartes aproxima o sentido da visão com uma ideia reformulada de intuição (retomando o sentido latino de intueri). Não se trata de uma intuição comum, mas de uma intuição intelectual, que observa atentamente, de forma concentrada um objeto simples.
A narrativa remonta aos tempos em que o artista em ascensão, numa França em princípios do século XVII, buscava o apogeu de sua técnica representativa, figurativa. As pretensões de impressionar o espectador com a beleza nos traços da arte, marcavam o desejo profissional e possivelmente espiritual do jovem Poussin. O rapaz buscava mestres de sua época que fossem acessíveis. Pensava no mundo das possibilidades de pigmentos: quais os mais indicados? Quais as melhores combinações? Qual o tom indicado para toda pose e elementos do quadro? Como fazer efeitos de luz e sombra convincentes? Mas essas deveriam ser as preocupações primordiais do artista?
O referido conto de Valêncio Xavier contém quatro imagens. A primeira ilustra uma pessoa idosa deitada num colchão, coberta por um lençol e com a cabeça em uma almofada. Aparentemente um homem de feição cansada. Logo de cara não sabemos onde essa pessoa se encontra, qual seu estado de saúde e, por ser uma imagem que destaca apenas traços escuros e claros da foto, também não sabemos a sua cor de pele, pelos ou olhos com exatidão. Essa imagem é a segunda informação do texto, pois, a primeira é o título: AÍ VEM O FEBRÔNIO. O que é um “FEBRÔNIO”? um assunto? uma gíria para o estado de alguém que se encontra com muita febre? A pessoa idosa está “febrônia”? o título do texto totalmente em caixa alta (letras maiúsculas), não nos permite identificar mais informações. Para sabermos o que é um febrônio e porque isso vem aí, devemos continuar lendo o conto do autor.
Mais uma vez, como em muitas cenas do romance, o jovem Werther está escrevendo ao seu amigo Wilhelm. A cena do cotidiano é bastante simples. O que pretendemos observar, óbvio, são os seus pensamentos (a sua subjetividade) transcrita na carta. São esses, aqueles que marcam boa parte da narrativa desse romance. Neles, notamos seus ideais, suas crenças, suas opiniões e leituras de mundo, um pouco da complexidade do ser humano diante de seus desejos, dores, sentimentos – que mimetiza, de certa forma, a crise existencial da burguesia do período; a estética romântica.
A poética da tragédia. A questão da poética da tragédia, menciona Peter Szondi, inicia com um embate conceitual entre dois autores de épocas e interesses distintos: Aristóteles e Schelling. Aristóteles lida com uma poética da tragédia, esta, de caráter mais empírico, observa os efeitos da tragédia (como a catarse), a arte trágica, mas não a ideia de tragédia. Sua influência transcendeu sua época e região, sendo piamente importante para o classicismo francês e para a Alemanha do século XVIII, com destaque para Schelling, sua filosofia do trágico e, ao período idealista, tanto quanto ao pós-idealista. Assim, para essa questão da poética da tragédia, destacam-se, para épocas e perspectivas diferentes: Aristóteles, Corneille e Lessing.
Simplesmente essa “cientologia” não trouxe nada de novo, a princípio. Igreja? Suspeito, pois foi idealizado nos EUA. ET’s? Talvez uma saída para a sua sobrevivência. Séculos atrás um certo “gnosticismo” já falava em “conhecer” para se “salvar”, e esse salvar no contexto cristão. O que me chamou mesmo a atenção foi a palavra “dianética”.
Como sabemos, as terras que os europeus encontraram não se chamavam América, pois foram os próprios europeus que a chamaram desta forma. Hoje, não sabemos bem como essas terras eram chamadas, pois os documentos da época foram quase todos destruídos pelos espanhóis. Por que foram destruídos?
A principal proposta do trabalho de Mário Perini já está explicitada em seu título: uma nova gramática do português. Para tal, o autor pretende priorizar as fundamentações teóricas que pouco são levadas em consideração no quesito “ensino gramatical”. A preocupação do autor está relacionada à recorrente falta de espírito crítico quanto ao ensino da gramática no Brasil, o que leva os estudantes a uma defasagem no âmbito do desenvolvimento da argumentação, raciocínio e crescimento intelectual. O livro claramente não se destina aos estudantes do ensino básico, mas, sim, aos professores em formação nas universidades brasileiras. O autor convida professores e acadêmicos ao questionamento da tradição gramatical, apresentando uma proposta que não é nova, mas muito tímida.
Edward Wadie Said nasceu em Jerusalém na Palestina (na época, província britânica) em 1935. De família árabe cristã rica, viveu também no Cairo em 1947 e depois foi estudar nos Estados Unidos em 1951 na cidade Massachusetts. Estudou na Universidade de Princeton e terminou doutorado em Harvard. Critico literário e ativista da causa palestina, Said lecionou na Universidade de Columbia em Nova Yorque (1963), ministrando por 40 anos Inglês e Literatura Comparada. Também lecionou em Harvard, Johns, Hopkins e Yale. Orientalismo é um corpo de saberes literários, eruditos e científicos sobre o Oriente, não apenas sendo visto como um espaço geográfico, mas como uma geografia imaginativa, construída/representada pelo Ocidente, mas precisamente por franceses, ingleses e estadunidenses. Sendo caracterizado por uma visão que representa o oriental como sendo o exótico, o inferior, o misterioso, o outro que precisa ser dominado. Esse conceito pode ser usado em três situações diferentes, mas que terminam por se complementarem: os escritos sobre o Oriente, o estilo de pensamento baseado numa distinção entre o Ocidente e o Oriente, e as instituições “autorizadas” a lidar com o Oriente.
Nesta atividade, vamos tentar trabalhar com elementos teóricos de simulacro e associá-los ao filme Blowup de 1966, Reino Unido, dirigido pelo cineasta italiano Michelangelo Antonioni. Não pretendemos promover uma crítica aos atores e suas atuações ou remeter a fama que o filme conquistou, mas tomá-lo em si como um possível exemplo para dialogar com os teóricos Antoine Compagnon e Jean Baudrillard. A teoria da mimese é uma das mais antigas questões ocidentais, desde os antigos gregos com seus poetas, artistas e filósofos. Qual o limite da arte? Quando é ficção? O que é real? Essas fronteiras ainda são muito estudadas nas universidades. Quanto mais aderimos ao mundo virtual, atualmente, certamente geramos um estreitamento entre essas fronteiras do fictício e do real. Por que estar no virtual, não seria isso o real para tanta gente hoje? O que é ficção em um filme? Quais os elementos ficcionais da realidade?
Em meados do século IX, Ragnar, rei dos Suecos e Dinamarqueses, invade a Inglaterra, mata o rei, violenta sua esposa e tem um filho com ela (filme: “The vikings” de 1958). Muito se discute sobre os famosos Vikings (ou viquingues), chamados assim por serem “aventureiros e desbravadores” dos mares. Todos os povos do norte europeu são chamados assim, mais precisamente os ditos “escandinavos”. São os Dinamarqueses, os Götar, os Suecos e os povos que habitavam uma região posteriormente chamada Noruega. Os Germanos simplesmente os chamavam de “homens do Norte” e os Ingleses os chamavam todos de Dinamarqueses, que segundo Bloch, eram os povos de mais contato. Para a Igreja, são os “pagãos do Norte” bem como chamados de “normandos”.