Angola Nutrition
Angola Nutrition
Angola Nutrition
Maro 2012
Christine McDonald
Ziauddin Hyder
Humberto Albino Cossa
Maro 2012
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World Bank's Human Development Network (HDN). The papers in this series aim to
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1818 H Street, NW Washington, DC 20433
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ii
iii
Lista de Acrnimos
ADF
BM
CNAC
DAG
DH
DVA
ENSAN
HAZ
IAN
IDH
IFA
IRA
LBW
MA
MHSS
MICS
MINARS
MIS
MS
ODM
OMS
ONG
PAM
PIB
PNAN
PNS
PSC
RNB
SAM
SNS
SRO
SUN
TMI
TMM
U5MR
UNICEF
WAZ
WHZ
iv
NDI C E
C A P T UL O 1: I NT R ODU O .................................................................................................. 3
Fundamentao ........................................................................................................................................ 3
mbito e Metodologia .............................................................................................................................. 7
Angola: Contexto do Pas .......................................................................................................................... 8
Geografia........................................................................................................................................... 8
Diversidade tnica e Cultural .......................................................................................................... 10
Economia e Infra-estruturas ........................................................................................................... 10
Situao da Sade ........................................................................................................................... 11
C A P T UL O 4: POL T I C A S E PR O G R A M A S R E L A T I V OS NUT R I O E M
A NG OL A ..................................................................................................................................... 40
Contexto das Polticas ............................................................................................................................. 40
Sistema de Sade e Poltica Nacional de Sade de Angola ............................................................ 40
Conselho Nacional da Criana e os 11 Compromissos com as Crianas ......................................... 43
Estratgia Nacional de Segurana Alimentar e Nutricional ............................................................ 44
Poltica Nacional Alimentar e Nutricional e Polticas Especficas sobre o Tema Apoiadas pelo
Ministrio da Sade ........................................................................................................................ 46
Programas em Curso ............................................................................................................................... 46
C A P T UL O 5: PR X I M OS PA SSOS E C A M I NH O A SE G UI R ......................................... 49
Incorporar a recolha de dados abrangentes sobre nutrio em inquritos de rotina planeados.. 49
Concluir a Poltica Nacional de Nutrio e conduzir uma anlise rigorosa das lacunas no sentido
de se identificarem intervenes de nutrio prioritrias e um plano especfico nacional para
melhorar a nutrio ........................................................................................................................ 49
Aumentar os Esforos para Criao de Capacidade e Oportunidades de Formao no Campo da
Nutrio .......................................................................................................................................... 52
Aumentar a Vigilncia e as Actividades de Rastreio da Nutrio ................................................... 53
Incorporar a Nutrio noutras Actividades de Base Comunitria .................................................. 53
R E F E R NC I A S .......................................................................................................................... 54
vi
Sumrio:
Apesar do notvel crescimento econmico da ltima dcada, a desnutrio continua a ser
um srio problema de sade pblica em Angola. As elevadas taxas de raquitismo e de
deficincias em micro nutrientes esto a contribuir para uma taxa de mortalidade das crianas
com menos de cinco anos de 161 mortes por 1 000 nados-vivos, limitando o crescimento e o
desenvolvimento infantil, prejudicando a produtividade e impedindo o pas de alcanar os
Objectivos de Desenvolvimento do Milnio um e quatro.
Em resposta a esta situao, os objectivos deste relatrio so: a) sintetizar as informaes
disponveis sobre a situao da nutrio em Angola; b) discutir as trs grandes determinantes da
desnutrio utilizando o quadro conceptual da UNICEF; c) resumir as polticas e programas de
alimentao e nutrio do pas; e d) propor as medidas a adoptar em seguida. Com vista a
alcanar estes objectivos, utilizaram-se dados do Inqurito Alimentar Nacional 2007, do
Inqurito de Indicadores Mltiplos 2001 (MICS), do Inqurito dos Indicadores da Malria 20062007, do MICS/Inqurito aos Oramentos Familiares 2008 e da Organizao das Naes Unidas
para a Alimentao e a Agricultura a par de uma srie de entrevistas com representantes locais da
rea de nutrio e sade.
De acordo com as ltimas estimativas do Inqurito Alimentar Nacional (IAN), cerca de
30 porcento das crianas com menos de cinco anos tm atraso de crescimento, mais de 8
porcento esto debilitadas e 15,6 porcento tm insuficincia ponderal. As deficincias em
micronutrientes so tambm generalizadas: 30 porcento das crianas em idade pr-escolar e mais
de metade das mulheres grvidas, so anmicas, quase dois teros das crianas em idade prescolar tm deficincia de vitamina A 20 porcento das crianas de tenra idade esto em risco de
desenvolverem perturbaes causadas pela deficincia de iodo e quase metade da populao est
em risco de consumo inadequado de zinco. Acresce que as prticas alimentares de lactentes e de
crianas de tenra idade so deficientes, com menos de um tero de lactentes a serem
exclusivamente amamentados at aos seis meses. Se bem que a prevalncia de subnutrio entre
a populao tenha baixado na ltima dcada, o raquitismo infantil continua alto, em cerca de 30
porcento, e mais de 50 porcento da populao consome menos de trs refeies por dia.
O plano da poltica de nutrio est a ganhar mpeto no pas. A Estratgia Nacional de
Segurana Alimentar e Nutrio, lanada em 2009, inclui aces de nutrio para Crianas com
Menos de cinco Anos. A Poltica Nacional de Nutrio est prestes a ficar concluda. Entre os
problemas de alta prioridade incluem-se a falta de informaes abrangentes, fiveis e
actualizadas sobre o estado da nutrio no pas, a grave escassez de nutricionistas preparados e a
excluso da nutrio das actividades de sade comunitria.
Propem-se as recomendaes seguintes como os prximos passos a dar: 1) incorporar a
recolha de dados sobre nutrio nos inquritos de rotina planeados; 2) completar a Poltica
Nacional de Nutrio, conduzir uma anlise rigorosa das deficincias e desenvolver um plano de
implementao com os respectivos custos destinado a incrementar eficazmente as actividades
nutricionais no pas; 3) intensificar os esforos de criao de capacidade na rea da nutrio; 4)
1
CAPTULO 1: INTRODUO
Fundamentao
1.
Esta avaliao visa fornecer uma base inicial para o futuro apoio do Banco Mundial (BM)
destinado a escalar as actividades de nutrio (SUN) em Angola. Mais especificamente, tem por
objectivo: a) sintetizar a informao existente sobre a situao da nutrio em Angola; b) discutir
as trs principais determinantes da desnutrio, utilizando o enquadramento conceptual da
UNICEF; c) resumir as polticas e programas de nutrio existentes no pas; e d) recomendar as
aces a tomar em seguida.
2.
Angola depara-se com vrios problemas graves de nutrio que esto a ter resultados
adversos no desenvolvimento humano (DH), incluindo na sade, e a prejudicar o crescimento
econmico. Embora o Governo de Angola (GA) esteja empenhado em melhorar a sade da sua
populao e, neste sentido, invista cerca de 5 porcento do PIB no sector da sade (1), a rea da
nutrio tem recebido pouca ateno ao longo dos anos. Angola tem uma das taxas de
mortalidade de menores de cinco anos (U5MR) mais altas do mundo, de 161 por 1 000 nadosvivos (2); e bem sabido que a subnutrio materna e infantil contribui para mais de um tero
das mortes infantis5 (Figura 1).
Figura 1. Causas de mortalidade nas crianas com menos de cinco anos (3)
Outras 13 porcento
Other 13 porcento
VIH/SIDA 2 porcento
HIV/AIDS 2 porcento
Ferimentos 4 porcento
Injuries 4 porcento
Sarampo 4 porcento
Measles 4 porcento
Malria 7 porcento
Malaria 7 porcento
Diarreia 16 porcento
Diarrhoea 16 porcento
Neonatal 37 porcento
Neonatal 37 porcento
Desafio
Malnutrio
Comrcio
Malnutrio
Doenas
Malnutrio
Malnutrio e
Educao
Educao
Mulheres
Malnutrio
Mulheres
4.
Uma srie de esforos recentes, incluindo Lancet Series on Maternal and Child
Undernutrition (7, 8) e a publicao do Banco Mundial Repositioning Nutrition as Central to
Development (5) sintetizaram evidncias cientficas importantes e propuseram um conjunto de
intervenes eficazes em funo do custo direccionadas para a crucial janela de oportunidade,
que decorre entre a concepo e os dois primeiros anos de vida, altura em que pode ser evitada a
subnutrio crnica e o dano irreversvel no crescimento e no desenvolvimento cognitivo
(Figura 2). At mesmo mais recentemente, foi elaborado um documento intitulado Scaling Up
Nutrition: A Framework for Action (9) para servir de guio ao enquadramento emergente de
consideraes, princpios e aces prioritrias essenciais destinados a enderear a subnutrio.
Esta orientao ser inestimvel para se avanar com a agenda de nutrio em Angola. Contudo,
como primeiro passo, preciso fazer uma avaliao mais minuciosa do cenrio da nutrio em
Angola para melhor se entender o contexto actual e identificar prioridades-chave no incremento
de actividades no sentido de melhorar o estado nutricional da populao. Esta avaliao destinase a servir esse propsito.
frica
Africa
sia
Asia
Idade (meses)
Age (months)
mbito e Metodologia
5.
Perante as considerveis limitaes oramentais e de tempo, a avaliao abrangeu as
actividades seguintes:
1) Uma anlise de toda a literatura disponvel, incluindo o Inqurito Alimentar Nacional
2007 (IAN) (10), Inqurito de Indicadores Mltiplos 2001/02 (MICS-2)(11), Inqurito de
Indicadores da Malria 2006/07 (MIS)(12), Inqurito de Indicadores Mltiplos 2008/09-3
(MICS-3)/Inqurito Combinado aos Oramentos Familiares (13), base de dados sobre
segurana alimentar (14) da FAO, Nota de Estratgia Intercalar do BM, documentao
pertencente ao Projecto do Banco Mundial de Reforo dos Servios Municipais de Sade
(MHSS)(15), assim como outros relatrios de programas e documentos de poltica
nacional.
2) Realizaram-se duas misses de uma semana a Angola, em Fevereiro de 2011 e Junho de
2011, para encontros com os funcionrios no pas do BM, representantes do GA
(particularmente no Ministrio da Sade (MS) com a Direco Nacional da Sade
Pblica, Unidade de Nutrio e no Ministrio do Planeamento); agncias das Naes
Unidas (UN) e Organizaes No Governamentais (ONG) pertinentes a trabalhar na rea
da nutrio. Efectuaram-se entrevistas para se conhecer melhor as actividades existentes
relacionadas com a nutrio, a situao da agenda da poltica de nutrio, capacidade
corrente, reas de interveno prioritrias e eventuais barreiras.
6.
A falta de dados recentes sobre nutrio, segurana alimentar e situao da sade em
Angola merece meno especial uma vez que limitou o mbito desta anlise. Adicionalmente, h
uma srie de factores que desafiam a fiabilidade e a generalizabilidade dos dados existentes: (i) o
ltimo censo foi conduzido no fim da dcada de 70, pelo que no existem denominadores
exactos para muitos dos indicadores; (ii) registaram-se grandes movimentos de entrada de
populao proveniente da Zmbia e do Congo, mas tambm dentro do pas, de Luanda para
capitais provinciais e de capitais provinciais para reas circundantes, o que torna difcil fazer
comparaes com base nos dados do inqurito; (iii) os indicadores de nvel nacional tambm
encobrem variaes significativas por quintil de rendimento.
7.
Os dados mais recentes de nvel nacional sobre nutrio provm do IAN 2007, que neste
momento j tem quatro anos. Dever ter-se igualmente presente que existem diferenas
metodolgicas entre o IAN 2207 e o MICS-2 2001, incluindo a representatividade geogrfica,
perguntas colocadas e padres antropomtricos, o que torna difcil fazer uma comparao directa
dos resultados ao longo do tempo. Alm do mais, praticamente no existem dados recentes e
fiveis sobre segurana alimentar, despesas alimentares ou consumo alimentar em Angola. Estas
limitaes dos dados prejudicam a abrangncia deste relatrio e realam a necessidade de um
estudo da segurana alimentar e dos meios de subsistncia para se dar resposta a esta carncia.
7
Rep. do Congo
Rep. of Congo
Cabinda
Cabinda
Zaire
Zaire
Uge
Ulge
Luanda
Luanda
Bengo
Bengo
Kwanza Norte
Kwanza Norte
Malanje
Malanje
9
Luanda Norte
Luanda Norte
Luanda Sul
Luanda Sul
Kwanza Sul
Kwanza Sul
Oceano Atlntico
Atlantic Ocean
Angola
Angola
Benguela
Benguela
Huambo
Huambo
Namibe
Namibe
Kunene
Kunene
Huila
Huila
Bi
Bi
Moxico
Moxico
Kuando Kubango
Kuando Kubango
Zambia
Zambia
Namibia
Namibia
Economia e Infra-estruturas
10.
Angola rica em vrios recursos naturais, incluindo petrleo, diamantes, ferro e outros
minerais. Em 2008, Angola tornou-se no maior exportador de petrleo de frica, tendo a sua
produo de petrleo e actividades de apoio contribudo para cerca de metade do PIB do pas e
10
Acesso a uma fonte de gua melhorada define-se como a existncia de pelo menos 20 litros dirios por pessoa
proveniente de ligao domstica, chafariz pblico, furo, nascente ou poo protegido.
11
a elevada taxa de mortalidade materna (TMM) de 610 por 100 000 nados-vivos (21). H uma
grande incidncia de doenas infecciosas na populao. Embora a prevalncia de VIH/SIDA seja
relativamente baixa, 2 porcento (21), malria, infeces respiratrias agudas (IRA), doena
diarreica, tuberculose e tripanossomase so responsveis por 70 porcento de todas as mortes
(10). A malria permanece a principal causa de morte e representa 35 porcento da procura de
servios curativos, 20 porcento das hospitalizaes, 40 porcento da mortalidade perinatal e 25
porcento da mortalidade materna (10). Convm referir que, medida que as taxas de urbanizao
continuam a aumentar, os hbitos alimentares e os estilos de vida iro provavelmente tornar-se
mais ocidentalizados, o que poderia aumentar o risco de doena crnica.
12
13
Altura para a idade 2 que seja pelo menos dois desvios-padro abaixo da mediana da
referncia internacional reflecte desnutrio crnica ou raquitismo. Esta condio
resultado de uma subnutrio duradoura e de falta de sade.
Peso para a altura 3 que seja pelo menos dois desvios-padro abaixo da mediana da
referncia internacional reflecte uma malnutrio aguda ou debilitao, o que descreve
um processo severo, recente ou corrente, conduzindo a uma significativa perda de peso,
normalmente uma consequncia de fome aguda ou doena grave.
Peso para a idade que seja pelo menos dois desvios-padro abaixo da mediana da
referncia internacional reflecte insuficincia ponderal, o que pode implicar raquitismo,
emaciao ou ambos e um indicador de desnutrio mais geral, se bem que menos til.
19.
A OMS estabeleceu um sistema para classificar o grau de importncia para a sade
pblica do raquitismo, emaciao e insuficincia ponderal nas crianas menores de cinco anos.
Estes valores limites esto indicados, paralelamente s taxas nacionais do IAN 2007, no Quadro
2. Segundo o sistema de classificao da OMS, raquitismo, emaciao e insuficincia ponderal
so todos considerados como tendo importncia mdia para a sade pblica.
Quadro 2: Importncia para a Sade Pblica da Subnutrio em Angola (22)
Prevalncia ( porcento)
Forma de subnutrio
Baixa
Mdia
Alta
Classificao OMS
<20
20-29
30-39
Raquitismo
<5
5-9
10-14
Emaciao
<10
10-19
20-29
Insuficincia ponderal
IAN Angola 2007
29.2
Raquitismo
8.2
Emaciao
15.6
Insuficincia ponderal
Muito Alta
40
15
30
Raquitismo
20.
O raquitismo infantil um grave problema de sade pblica em Angola. Depois dos dois
anos de idade, os dfices no crescimento linear so grandemente irreversveis e podem ter
consequncias perniciosas mais tarde na vida. O raquitismo est associado a atrasos no
desenvolvimento motor e cognitivo e pode produzir uma reduo no QI de 5 a 11 pontos (5).
Estas insuficincias podem ter um impacto negativo na produtividade adulta. Na realidade, uma
perda de 1 porcento na altura adulta, como resultado de raquitismo infantil, est associada com
uma perda de produtividade de 1,4 porcento (5). Acresce que as adolescentes ou mulheres que
2
3
14
35
Prevalence (%)
30
33.7
31.3
29.2
28.8
27.5
28.6
25
15.6
15
10
20.4
19.8
20
15.6
16.6
13.1
11.2
8.2
16.5
17.1
10.2
10.3
6.7
7.7
North
Northeast
7.3
7.2
7.1
West
South
Central
South
5
0
National
Average
East
Region
15
Capital
Prevalncia ( porcento)
Mdia Nacional
Norte
Nordeste
Leste
Oeste
Sul
Centro Sul
Capital
Regio
Raquitismo (HAZ<-2)
Emaciao (ZHW<-2)
Insuficincia ponderal (WAZ<-2)
Prevalence ( porcento)
Natioal Average
North
Northeast
East
West
South
Central South
Capital
Region
Stunting (HAZ<-2)
Wasting (ZHW<-2)
Underweight (WAZ<-2)
33
30.1
30
Prevalence (%)
25
20
19.6
18
15
10
14.1
12.9
10.3
8.1
6.9
5
0
Luanda
Stunting (HAZ <-2)
Other Urban
Wasting (WHZ <-2)
Prevalncia ( porcento)
Luanda
Other urban
Rural
Raquitismo (HAZ<-2)
Emaciao (ZHW<-2)
Insuficincia ponderal (WAZ<-2)
Rural
Underweight (WAZ <-2)
Prevalence ( porcento)
Luanda
Other urban
Rural
Stunting (HAZ<-2)
Wasting (ZHW<-2)
Underweight (WAZ<-2)
22.
O IAN 2007 tambm revelou que as taxas de raquitismo eram mais altas entre rapazes
(32,4 porcento) do que nas raparigas (26,1 porcento), o que pode reflectir uma maior resilincia
biolgica desnutrio crnica por parte das raparigas. A Figura 6 mostra que mesmo entre o
16
grupo etrio dos 6-11 meses, mais de um quinto das crianas sofriam de raquitismo. Este facto
reala a importncia crtica de prticas alimentares complementares apropriadas, preveno de
doenas e cuidados da maior qualidade nos primeiros anos de vida. Tambm est patente na
Figura 6 a tendncia de um aumento das taxas de raquitismo com o acumular dos dfices
nutricionais ao longo da idade.
Figura 6. Prevalncia de Raquitismo (HAZ<-2) por Grupo de Idade
35
30
Prevalence (%)
25
31.3
30
29.7
30.1
21.7
19.7
20
15
13.7
13.4
12.3
11.4
10
7.8
5.3
5
0
6-11
12-23
24-35
36-47
48-59
Age (months)
Stunting (HAZ <-2)
Prevalncia ( porcento)
Idade (Meses)
Raquitismo (HAZ<-2)
Emaciao (ZHW<-2)
Insuficincia ponderal (WAZ<-2)
Prevalence ( percent)
Age (Months)
Stunting (HAZ<-2)
Wasting (ZHW<-2)
Underweight (WAZ<-2)
Insuficincia Ponderal
23.
Como o peso para a idade no leva em conta o comprimento/altura da criana, no
possvel determinar se a insuficincia ponderal de uma criana se deve a deficincias nutricionais
agudas ou crnicas. Embora este indicador no seja to til como a altura para a idade ou o peso
para a altura , no entanto, utilizado vulgarmente em configuraes programticas. Alm do
mais, a prevalncia de insuficincia ponderal infantil utilizada para detectar o progresso no
ODM1c. Em 2007, o IAN reportava que a prevalncia nacional de insuficincia ponderal infantil
era de 15,6 porcento. A publicao da UNICEF intitulada Tracking Progress on Child and
Maternal Undernutrition (3) refere que a reduo mdia anual da insuficincia ponderal infantil
entre 1990 e 2008 em Angola se situava em 7,6 porcento. Se o progresso se mantiver a este
17
ritmo, Angola estar no caminho certo para alcanar a meta do ODM1, que consiste em reduzir a
metade a insuficincia ponderal infantil, entre 1990 e 2015.
24.
Figura 4 indica que, como acontece com o raquitismo, as taxas de insuficincia ponderal
estavam acima da mdia ponderal na regio Oeste, Sul e Centro Sul, para alm da regio Leste.
Da mesma forma, as taxas de insuficincia ponderal eram mais altas nas zonas rurais do que nas
urbanas (Figura 5). A prevalncia de insuficincia ponderal era ligeiramente mais alta nos
rapazes (16.6 porcento) do que nas raparigas (14.6 porcento), embora a diferena no fosse to
acentuada como no caso de raquitismo.
Emaciao
25.
A desnutrio aguda, ou emaciao, reflecte uma recente perda de peso resultante de um
consumo inadequado de alimentos, muitas vezes acompanhado de doenas recorrentes ou
persistentes. Se as crianas com desnutrio aguda moderada (i.e. WHZ entre -2 e -3) no forem
identificadas precocemente, a condio ir evoluir para uma desnutrio aguda grave (SAM) (i.e.
WHZ <-3), o que requer uma reabilitao nutricional especializada e acarreta um risco de
mortalidade que mais do que nove vezes superior ao das crianas com um WHZ >-1 (7).
26.
A prevalncia de desnutrio aguda global (DAG) ou de emaciao global (i.e. WHZ <2) em 2007 era de 8,2 porcento e, mais de metade das crianas com desnutrio aguda na
verdade sofria de SAM. Em 2001, a taxa declarada de DAG era de 6 porcento: contudo, esta taxa
no pode ser directamente comparada com os nveis de 2007, uma vez que os inquritos foram
realizados em reas diferentes e as taxas foram calculadas utilizando padres antropomtricos
diferentes. O inqurito de 2007 conseguiu cobrir uma rea geogrfica maior e mais
representativo da totalidade do pas.
27.
A observao das Figuras 4 e 5, que aponta para taxas de emaciao em 2007
particularmente elevadas na capital de Luanda, tambm algo peculiar, mas pode reflectir
padres de migrao das zonas rurais para urbanas, acesso reduzido a agricultura de subsistncia
nos meios urbanos e presena de infeces, como por exemplo o VIH. As taxas no variaram
consideravelmente de acordo com o sexo (rapazes: 8.2 porcento, raparigas: 8.1 porcento). No
entanto, na Figura 4 existe um pico notvel nas taxas de emaciao entre crianas com 12-23
meses de idade. Como a emaciao causada pela ingesto inadequada de alimentos e/ou
infeces concorrentes, tais como o VIH, malria e infeces parasitrias, esta concluso pode
reflectir prticas de alimentao complementar deficientes e consumo de alimentos pobres em
nutrientes.
18
20
Figura 7. Prevalncia de anemia grave (hemoglobina <8.0 g/dL) por grupo de idade
6
Prevalncia (%)
5.4
5
3.9
4
3
2.3
1.9
2
1
0
6-11
12-23
24-35
Idade (Meses)
36-47
48-59
34.
Esta teoria tambm apoiada pelos dados na Figura 8, que ilustra que as taxas de anemia
grave entre crianas esto inversamente relacionadas com a riqueza. Esta concluso intuitiva
pois as famlias mais ricas tm mais facilidade em adquirir alimentao complementar mais cara
que mais rica em ferro heme, com uma biodisponibilidade trs a quatro vezes superior do
ferro no-heme de base vegetal. No entanto, esta hiptese parece no se confirmar durante a
gravidez, pois as taxas de anemia grave afiguram-se mais elevadas entre as mulheres mais ricas.
21
Prevalence (%)
Figura 8. Prevalncia de anemia grave (hemoglobina < 8.0 g/dL) por quintil de riqueza
(12)
7
6
5
4
3
2
1
0
6.2
4.5
4.8
4.2
3.2
1.7
2.2
2.5
1.4
Lowest
3.5
1.4
1.7
1.8
0.6
Second
Middle
Fourth
Wealth Quintile
Pregnant women
Highest
Non-Pregnant Women
Prevalence ( porcento)
Lowest
Second
Middle
Fourth
Highest
Children 6-59 months
Pregnant Women
Non pregnant Women
Wealth quintile
35.
A Figura 9 indica tambm uma anomalia idntica: a prevalncia de anemia grave durante
a gravidez maior entre mulheres que vivem em zonas urbanas do que em zonas rurais. Com
base nestas concluses, pode haver a tentao de se assumir que o acesso a suplementos IFA
maior nas zonas rurais do que nas urbanas. Contudo, as concluses do IAN 2007 no apoiam este
pressuposto. De uma forma geral, cerca de 83,2 porcento das mulheres tomaram suplementos
IFA durante a ltima gravidez. Quando se analisou por rea de residncia, as taxas eram de 96
porcento em Luanda, 88,8 porcento noutras reas urbanas e 72 porcento em reas rurais.
Contudo, os dados do IAN no fornecem dados que permitam atestar a durao do consumo de
suplementos e a adeso global tambm no clara. H necessidade de pesquisa adicional para
compreender melhor esta concluso.
22
Figura 9. Prevalncia de anemia grave (hemoglobina < 8.0 g/dL) em zonas urbanas vs.
zonas rurais (12)
5
4.5
4.5
Prevalence (%)
3.5
3.5
3
2.7
2.6
2.5
2
1.6
1.5
0.9
1
0.5
0
Rural
Urban
Children 6-59 months
Prevalncia ( porcento)
Urbana
Rural
Crianas entre 6-59 meses
Mulheres grvidas
Mulheres no grvidas
Pregnant women
Non-Pregnant Women
Prevalence ( porcento)
Urban
Rural
Children 6-59 months
Pregnant Women
Non pregnant Women
Deficincia em Vitamina A
36.
A vitamina A tem uma srie de funes no corpo humano. As mais importantes so os
seus papis na funo imunitria e no sistema visual. Globalmente, a deficincia em vitamina A
(DVA) a principal causa de cegueira evitvel e pode aumentar a susceptibilidade a vrias
doenas. A suplementao com vitamina A, duas vezes ao ano, de crianas entre os 6 e 59 meses
de idade provou reduzir a mortalidade infantil em 23 porcento e a cegueira infantil em 70
porcento (8).
37.
Segundo a publicao da OMS Global Prevalence of Vitamin A Deficiency in
Populations at Risk: 1995-2005 (24), em 1999 a prevalncia de DVA, definida como um retinol
srico < 0.7 umol/L, entre crianas em idade pr-escolar e mulheres grvidas, era de 64,3
porcento e 15,0 porcento, respectivamente. Adicionalmente, 1,4 porcento e 10,9 porcento das
respectivas crianas e grvidas inquiridas exibiam sinais de cegueira nocturna, o nvel
classificado pela OMS como um problema de sade pblica.
23
38.
Se bem que a poltica recomendada inclua uma distribuio semestral de suplementos de
vitamina A a todas as crianas entre os 6 e 59 meses de idade, tanto o Inqurito aos Oramentos
Familiares Combinado de 2008-2009/MICS-3 e o IAN 2007 avaliaram a proporo de crianas
que receberam um suplemento de vitamina A nos seis meses anteriores ao inqurito. H uma
discrepncia significativa entre as concluses dos dois inquritos. Segundo os dados de 20082009, apenas 16,7 porcento das crianas angolanas entre os 6 e 59 meses receberam pelo menos
uma dose de vitamina A nos seis meses anteriores ao inqurito (13). As taxas de cobertura em
reas urbanas e rurais foram de 14,5 porcento e 19,3 porcento, respectivamente (13). O IAN
2007 reporta uma taxa nacional de cobertura muito superior, de 67,8 porcento (10). Acresce que,
segundo o IAN 2007, em Luanda, a capital, outras cidades urbanas e reas rurais, 82,2 porcento,
77,2 porcento e 53,3 porcento das crianas receberam pelo menos um suplemento de Vitamina A
nos ltimos seis meses, respectivamente8. A Figura 10 examina mais de perto as diferenas
geogrficas nos dados sobre suplementao de vitamina A do IAN 2007, apresentando taxas de
cobertura por regio. Nas regies de Este, Sul e Centro Sul, as taxas de cobertura esto todas
abaixo da mdia nacional. As diferenas acentuadas entre os resultados dos dois inquritos so
provavelmente fruto de diferenas metodolgicas, pois parece altamente improvvel que as taxas
de cobertura reais tenham sofrido alteraes to profundas no espao de apenas um a dois anos.
Figura 10. Percentagem de crianas que receberam suplementao de vitamina A nos
ltimos 6 meses, por regio
90
Prevalence (%)
70
81
78.4
80
67.8
60
65.3
58.7
56.9
49
47
50
40
30
20
10
0
National
average
North Northeast
East
West
Region
24
South
Central
South
Capital
Prevalncia ( porcento)
Mdia nacional
Norte
Nordeste
Leste
Oeste
Sul
Centro Sul
Capital
Regio
Prevalence ( percent)
National average
North
Northeast
East
West
South
Central South
Capital
Region
Deficincia em Iodo
39.
A deficincia em iodo a principal causo de atraso mental no mundo (7). Este nutriente
absolutamente crtico para o desenvolvimento perfeito do crebro. O estado nutricional
materno em iodo particularmente importante durante a gravidez. Enquanto uma grave
deficincia pode causar uma condio irreversvel, chamada cretinismo, uma deficincia
subclnica em iodo, mesmo leve, nas mes durante a gravidez pode prejudicar o desenvolvimento
motor e cognitivo do feto. As populaes com uma deficincia crnica em iodo tm uma reduo
de 13,5 pontos no QI (5).
40.
Utilizam-se particularmente duas estratgias principais para impedir a deficincia em
iodo: iodizao do sal e administrao de cpsulas de leo iodado a mulheres grvidas. Aps 14
anos a defender esta iniciativa, a Assembleia Nacional de Angola promulgou uma lei em
Setembro de 2010 que declarava que todas as pessoas deviam consumir uma quantidade
adequada de sal iodado. Foi uma enorme conquista poltica; no entanto, uma grande quantidade
do sal no mercado ainda no devidamente iodado. No existem sistemas de monitorizao e
avaliao e a aplicao das polticas de iodizao de sal por parte dos produtores continua a ser
um desafio.
41.
O IAN 2007 reportava que 44,7 porcento dos agregados familiares tinham um consumo
adequado de sal iodado (iodado a > 15 ppm) (10). Com base nestes dados, cerca de 20 porcento
das crianas angolanas correm grave risco de contrair doenas por deficincia de iodo (DDI). A
taxa de cobertura 2007 reflecte um aumento em relao taxa 2001 de 35 porcento reportada
pelo MICS-2 (11); contudo, necessrio um progresso considervel para se alcanar a meta de
iodizao de sal universal. O IAN 2007 revelou que 35,5 porcento dos agregados familiares
consumiam parcialmente sal iodado mas quase 20 porcento utilizavam sal que no continha
qualquer vestgio de iodo (10). Estas taxas revelam a importncia de, no apenas se aumentar o
acesso ao sal iodado, mas tambm de se garantir que os padres de iodizao sejam
rigorosamente observados.
25
42.
A Figura 11 ilustra diferenas regionais acentuadas nas taxas de cobertura. Em geral, as
pessoas que vivem em Luanda consomem mais sal devidamente iodado, comparativamente a
outras reas urbanas e rurais. As regies Norte e Nordeste exibem taxas de consumo
particularmente baixas de 16,8 porcento e 19,8 porcento, respectivamente (10). De salientar a
provncia do Zaire onde apenas 0,3 porcento das famlias consomem sal iodado adequadamente.
Esta observao pode ser suportada por provas empricas pois as provncias do norte recebem sal
no iodado, mais barato, que contrabandeado da RDC.
Figura 11. Proporo de agregados familiares que consomem sal iodado de forma
adequada (>15 ppm), por regio
60
55.7
51.6
50
44.7
54.6
51.4
42.5
Rate (%)
40
30
20
16.8
19.8
10
0
National
average
North
Northeast
East
West
South
Central
South
Region
Rate ( porcento)
Mdia nacional
Norte
Nordeste
Leste
Oeste
Sul
Centro Sul
Capital
Regio
Rate ( porcento)
National average
North
Northeast
East
West
South
Central South
Capital
Region
26
Capital
Deficincia em Zinco
43.
O zinco um micronutriente importante para a sade das crianas porque aumenta a
imunidade, intensifica a resistncia a infeces e promove o crescimento e o desenvolvimento do
sistema nervoso. A srie Lancet forneceu provas de que a deficincia em zinco aumenta o risco
de pneumonia, malria e diarreia (8). A OMS recomenda que sejam administrados suplementos
de zinco durante 10-14 dias em conjunto com solues de reidratao oral (SRO) como
tratamento para a diarreia pois comprovou reduzir a incidncia de diarreia infantil em 27
porcento (25). Os suplementos de zinco tambm podem reduzir em 15 porcento a incidncia de
infeces do tracto respiratrio inferior e aumentar a resistncia a episdios recorrentes de
diarreia (8).
44.
Angola ainda no aprovou uma poltica de suplementao de zinco para o tratamento da
diarreia em crianas dos 6 aos 59 meses de idade e o IAN 2007 no incluiu uma avaliao da
deficincia em zinco. Contudo, a Iniciativa de Micronutrientes estima que 46 porcento da
populao corra o risco de no possuir zinco em quantidade adequada (25).
27
28
Malnutrio/Morte
Consumo alimentar inadequado
Doena
Alimentos Insuficientes na Famlia
Cuidados Maternos/Infantis
Inadequados
Servios de Sade
Insuficientes/Ambiente no Salutar
Recursos e Controlo: Humano,
Econmico e Organizacional
Supra-estrutura Poltica e Ideolgica
Estrutura Econmica
Recursos Potenciais
Manifestaes
Causas Imediatas
Causas Subjacente
Causas Bsicas
Malnutrition/Death
Inadequate Dietary Intake
Disease
Insufficient Household Food
Inadequate Maternal/Child Care
Insufficient Health Services/Unhealthy
Environment
Resources and Control: Human,
Economic and Organizational
Political and Ideological Superstructure
Economic Structure
Potential Resources
Manifestations
Immediate Causes
Underlying Causes
Basic Causes
29
Condies macroeconmicas
47.
Como se referiu atrs, a crescente produo de petrleo e a alta dos preos mundiais de
petrleo foram a base para o imenso crescimento econmico de Angola a partir do fim da guerra
civil, em 2002. Como indicado na Figura 13, a tendncia no crescimento do PIB reflectiu a alta
de preos do petrleo, o que no surpreende pelo facto de as exportaes de petrleo
representarem mais de 50 porcento do PIB do pas. No entanto, as despesas pblicas e o aumento
do crdito subiram rapidamente em linha com as receitas petrolferas, o que colocou o pas numa
situao precria quando os preos do petrleo baixaram em 2009. O FMI reportava que a
economia de Angola tinha abrandado drasticamente e que a posio fiscal e externa passara de
fortemente excedentria para deficitria (28). Embora o governo tenha aplicado polticas
monetrias e fiscais mais restritivas em resposta a estes desequilbrios macroeconmicos, a
medida no restaurou a confiana do mercado nas polticas econmicas, tenho aumentado a
distncia entre a taxa de cmbio oficial e paralela. No fim de Novembro de 2009, o FMI aprovou
30
4500
80
4000
70
3500
60
3000
50
2500
40
2000
30
1500
20
1000
10
500
5000
100
0
2000
2002
2005
2007
USD
Preo Cabaz OPEC
AOD lquida recebida per capita
Despesa de sade per capita
PIB per capita
PIB per capita (USD)
2008
2009
2010
US$
OPEC basket price
Net ODA received per capita
Health expenditure per capita
GDP per capita
GDP per capita (US$)
Pode pensar-se que esta nova riqueza de Angola podia propagar-se populao em geral,
reduzindo as taxas de pobreza e aumentando potencialmente o acesso econmico aos alimentos.
Infelizmente, no existem dados cronolgicos para avaliar se as taxas de pobreza ou de
desigualdade do rendimento mudaram nos ltimos anos e a base de dados da FAO no
disponibiliza informaes sobre os preos dos alimentos em Angola.
Produo e Disponibilidade de Alimentos
48.
Embora a produo petrolfera e actividades relacionadas sejam o principal contributo
para a economia de Angola, estima-se que o sector da agricultura empregue 63 porcento da fora
31
de trabalho. A grande estao entre Setembro e Dezembro, embora alguns vegetais sejam
cultivados nas reas hmidas, entre Maio e Agosto. A maioria das actividades agrcolas so
efectuadas por famlias individualmente e as pequenas propriedades agrcolas dominam 97
porcento de toda a superfcie cultivada. A principal colheita alimentar o milho, seguida do
paino e sorgo. Entre 2006 e 2010 a produo anual de milho situou-se, em mdia, em 838 000
toneladas (30). Em 2010 verificou-se uma colheita abundante com uma produo de 1,32
milhes de toneladas; mas as projeces para 2011 limitaram-se a 591 000 toneladas em virtude
das cheias e perdas de colheitas localizadas. Este montante satisfaz apenas 32 porcento das
necessidades nacionais, o que significa que as importaes de cereais vo aumentar.
49.
De acordo com os dados de State of Food Insecurity in the World (SOFI) da FAO (14), a
prevalncia de desnutrio na populao 4 caiu de 52 porcento em 2000-2002 para 41 porcento
em 2006-2008. difcil atribuir causas especficas na base deste declnio. Se bem que a
prosperidade econmica associada com o petrleo seja provavelmente um factor contributivo, a
Figura 14 mostra que as taxas de desnutrio parecem ter estado a baixar progressivamente de
um valor de 67 porcento em 1990-92, mesmo durante a guerra civil. Alm do mais, no mesmo
perodo de tempo, o dfice calrico mdio da populao subnutrida baixou de 420
kcal/pessoa/dia para 320 kcal/pessoa/dia.
Figura 14. Prevalncia de subnutrio na populao de Angola
80
70
67
61
Prevalncia (%)
60
52
50
41
40
30
20
10
0
1990-1992
1995-1997
2000-2002
2006-2008
A FAO define subnutrio como a condio das pessoas cujo consumo diettico de energia est continuamente
abaixo da necessidade mnima de energia diettica para poder manter uma vida saudvel e fazer uma actividade
fsica ligeira com um peso corporal aceitvel para a altura atingida.
32
Consumo de alimentos
50.
A Figura 15 mostra que o consumo mdio estimado no pas tambm tem aumentado e,
presentemente, ultrapassa a necessidade diettica mnima estimada de 1750 kcal/pessoa/dia em
Angola. Se bem que este progresso seja encorajador, o consumo estimado ainda est abaixo da
mdia regional na frica Subsariana (Figura 15).
Figura 15. Necessidades energticas e consumo estimado em Angola vs. frica Subsariana
2500
kcal/person/day
2000
1500
1000
500
0
1990-1992
1995-1997
Angola's consumption
Sub-Saharan Africa's consumption
Kcal/pessoa/dia
Consumo de Angola
Necessidade diettica mnima em
Angola
Consumo da frica Subsariana
2000-2002
2006-2008
Angola's minimum dietary requirement
Kcal/person/day
Angola Conumption
Angolas minimum dietary requirement
Sub-Saharan Africas consumption
51.
O relatrio SOFI da FAO tambm publica dados sobre padres de consumo alimentar
que so igualmente estimados a partir de balanos alimentares, no caso de Angola. Uma anlise
dos dados mais recentes de 2006-2008 indica que o consumo de mandioca, milho e trigo
representa 19 porcento, 17 porcento e 13 porcento do consumo global, respectivamente. Embora
o consumo de mandioca tenha declinado ligeiramente entre 1990-92, estes trs alimentos tm
continuamente representado cerca de 50 porcento do consumo energtico, a partir de 1990-92.
De referir ainda que a contribuio dos produtos animais para o consumo energtico permaneceu
no valor reduzido de 8 porcento a partir de 1995-97.
33
70
60
50
40
40.2
36.6
30
20
10
0
Luanda
34
Rural Areas
53.
Em 2004, o Programa Alimentar Mundial (PAM) efectuou uma avaliao rpida nas
zonas rurais que revelou que o Planalto Central, incluindo as provncias de Huambo, Huila e
partes de Bi eram as reas do pas mais vulnerveis insegurana alimentar, sobretudo por
causa da grande densidade de populao, acesso limitado terra (em parte devido situao de
minas terrestres) e solos sem nutrientes. Em 2004-2005, o PAM e o MA conduziram um
inqurito sobre segurana alimentar nestas mesmas reas, que revelou que 19 porcento da
populao era afectada pela insegurana alimentar e 30 porcento era muito vulnervel
insegurana alimentar. Em 2008, o MA conduziu um estudo separado na provncia de Benguela,
aps um perodo de seca (31). Este estudo mediu o ndice de dfice alimentar, que foi definido
de acordo com o acesso aos alimentos e diversidade diettica e revelou que 50 porcento das
famlias tinham um dfice alimentar elevado e 10 porcento das famlias tinham um dfice
alimentar muito alto.
Polticas de Segurana Alimentar e Redes de Segurana
54.
Conforme mencionado anteriormente, a assistncia internacional passou de um enfoque
na assistncia humanitria para uma incidncia na assistncia ao desenvolvimento. Em 2006, o
PAM encerrou as suas operaes no pas, aps 30 anos de envolvimento directo. Contudo, em
Maio de 2010, declarou os seus planos de apoiar o Plano de Segurana Alimentar do GA, um
programa integrado de assistncia explorao familiar. O programa fornecer ferramentas
agrcolas tcnicas e facilitar o acesso a mercados com o propsito de aumentar a produo e o
consumo de alimentos ricos em nutrientes. Simultaneamente, foram afectados USD 350 milhes
a Angola na forma de emprstimos para a estao de colheitas de 2010, com vista a apoiar a
produo de pequenos e mdios agricultores e pescadores.
55.
Em Maio de 2009, o GA aprovou a Estratgia Nacional de Segurana Alimentar e
Nutricional (ENSAN) que tem por objectivo central garantir a segurana alimentar de todos os
Angolanos. Esta estratgia engloba o plano alargado de desenvolvimento estratgico de longo
prazo 2005 e o plano de desenvolvimento de mdio prazo (2009-2013) definido pelo GA, assim
como a Estratgia Nacional de Reduo da Pobreza. Reconhece as caractersticas transversais da
segurana alimentar e reala a participao necessria dos vrios actores estatais, tais como os
Ministrios da Agricultura, Segurana Social, Sade, Educao, Trabalho, Famlia e Promoo
da Mulher, entre outros, mas tambm sublinha a necessidade de uma parceria activa com o sector
privado, incluindo o sector com fins lucrativos e ONG. Todos os processos pertencentes
ENSAN so coordenados atravs do Conselho Nacional de Segurana Alimentar e Nutricional,
35
Sade Infantil
56.
Existe uma relao cclica ntima entre infeco e subnutrio, em que a infeco
aumenta o risco de desnutrio e a desnutrio aumenta o risco e a severidade de certas
infeces. Face a esta associao, as intervenes destinadas a evitar e tratar doenas infantis so
vitais para se promover uma situao nutricional ptima. Alm do mais, importante que se
tenha em conta os elos entre sade infantil e nutrio quando se concebem e aplicam as
intervenes. Felizmente, o IAN 2007 reconheceu esta importncia e pesquisou a frequncia de
vrias morbidades entre as crianas includas no inqurito. Estes dados so resumidos por regio
na Figura 17. evidente que as doenas esto generalizadas, com mais de metade das crianas
a terem experimentado algum tipo de doena nas ltimas duas semanas. Aps uma anlise mais
profunda, a febre a mais vulgarmente reportada, seguida de diarreia e de doena respiratria
aguda. Esta tendncia geral consistente entre as regies; contudo, a taxa de cada sintoma varia
consideravelmente. Por exemplo, embora a regio Centro Sul parea ter a menor prevalncia de
qualquer doena, situada em 50,8 porcento, as taxas individuais de diarreia e de IRA esto
entre as mais elevadas, com valores de 35 porcento e 13,1 porcento, respectivamente.
Figura 17. Prevalncia de vrias doenas/sintomas nas 2 semanas antes do inqurito, por
regio
80
70
Prevalence (%)
60
50
40
30
20
10
0
National
Average
North
Northeast
East
West
South
Region
Any Illness
Fever
Diarrhea
36
ARI
South
Central
Capital
Prevalncia ( porcento)
Mdia nacional
Norte
Nordeste
Leste
Oeste
Sul
Centro Sul
Capital
Regio
Qualquer doena
Febre
ARI
Prevalence ( porcento)
National average
North
Northeast
East
West
South
South Central
Capital
Region
Any illness
Fever
ARI
57.
O IAN 2007 tambm examinou a cobertura e utilizao de servios de sade para
doenas infantis. Das crianas que experimentaram uma doena nas duas semanas anteriores ao
inqurito, 80,2 porcento receberam tratamento. Relativamente ao tipo de cuidados de sade,
constatou-se que 35,4 porcento de tratamento de casos era prestado em hospitais e 30,7 porcento
em centros de sade. Foi algo surpreendente o facto de a proporo de crianas que receberam
tratamento ser idntica em Luanda e nas reas rurais, 75,7 porcento e 76,6 porcento,
respectivamente; contudo, nas reas urbanas fora de Luanda, a taxa aumentou para 86,8
porcento. Acresce que a proporo de casos a serem tratados em hospital era maior nas zonas
rurais e reas urbanas fora de Luanda (37,9) comparativamente a 24,5 porcento em Luanda. Esta
diferena por ser explicada, em parte, por uma maior utilizao de servios privados de sade em
Luanda.
58.
A administrao de solues orais de reidratao (SOR) vital para a gesto da diarreia.
O IAN 2007 investigou o uso de SOR e concluiu que apenas dois teros das crianas que tiveram
diarreia nas duas semanas anteriores ao inqurito receberam SOR. tambm importante
mencionar que a gesto da diarreia deveria tambm compreender uma suplementao em zinco a
par de uma administrao de SOR. Embora a OMS e a UNICEF tenham emitido esta
recomendao em 2004, o MS de Angola ainda no a adoptou como parte da sua poltica
nacional de sade e no foi avaliada no IAN 2007.
37
Comecem a ser amamentados aps uma hora de vida e lhes seja administrado colostro;
Sejam exclusivamente amamentados durante os primeiros seis meses de vida;
Recebam alimentos localmente disponveis, apropriados para a idade e ricos em
nutrientes, a partir dos seis meses de idade; e
Continuem a ser amamentados para alm dos 12 meses de idade.
A OMS publicou recentemente um conjunto de quinze indicadores para se fazer uma avaliao
abrangente das prticas de IYCF. Infelizmente, ainda no existiam na altura do IAN 2007 de
Angola. Mas o IAN avaliou a proporo de lactentes que eram amamentados, o momento em que
se iniciava a amamentao e a proporo de lactentes que eram exclusivamente amamentados at
aos seis meses de idade. Os resultados indicam que 90 porcento dos lactentes de Angola so
amamentados em determinada altura; contudo, apenas 54,9 porcento dos lactentes comeam a ser
amamentados logo a seguir ao nascimento. As taxas esto abaixo da mdia nacional nas regies
do Nordeste, Centro Sul e da Capital, onde respectivamente apenas 41 porcento, 30,8 porcento e
50,9 porcento dos bebs comeam a ser amamentados imediatamente a seguir ao nascimento.
60.
Quando se toma o pas como um todo, 31,1 porcento dos lactentes em Angola so
exclusivamente amamentados nos recomendados primeiros seis meses de vida. A Figura 18
destaca as diferenas regionais: na regio Oriental, a taxa cai para 11,4 porcento e na regio
Ocidental a taxa aumenta para 43.1 porcento. Em geral, a taxa maior nas reas urbanas
comparativamente s zonas rurais, o que pode reflectir um melhor acesso s informaes sobre
IYCF que so promovidas pela Iniciativa Hospitais Amigos da Criana.
38
Figura 18. Proporo de bebs que so exclusivamente amamentados durante seis meses,
por regio
50
45
43.1
40
Rate (%)
35
35.0
31.1
34.4
31.8
30
26.9
23.8
25
20
15
11.4
10
5
0
National
Average
North
Northeast
East
West
South
Region
Taxa ( porcento)
Mdia nacional
Norte
Nordeste
Leste
Oeste
Sul
Centro Sul
Capital
Regio
Rate ( porcento)
National average
North
Northeast
East
West
South
Central South
Capital
Region
39
Central
South
Capital
64.
Um dos grandes constrangimentos ao desenvolvimento e implementao de actividades
de nutrio no pas a escassez de nutricionistas bem preparados. Existem menos de cinco
nutricionistas com diploma universitrio e no h nutricionistas de nvel mdio a trabalhar no
sector pblico. Embora parea haver 40 nutricionistas inscritos na Associao de Nutricionistas
de Angola, todos trabalham no sector privado em Luanda. Enfermeiros ou enfermeiros auxiliares
so tradicionalmente responsveis por efectuar as actividades relacionadas com a nutrio, tais
como a gesto da malnutrio aguda, para o que existe alguns estgios de formao antes da
entrada ao servio. Existe, porm, a necessidade de se aumentar as competncias destes
profissionais atravs de uma formao contnua no trabalho. Tanto mais que o pas no possui
nenhum programa formal de nutrio a nvel universitrio ou de ensino mdio e todos os
nutricionistas foram formados no estrangeiro.
65.
O Quadro 4 esboa os principais pontos fortes, debilidades, oportunidades e ameaas do
sistema de sade conforme apresentado na PNS.
Quadro 4. Pontos Fortes, Debilidades, Oportunidades e Ameaas do Sistema de Sade (32)
Pontos Fortes
Cuidados de sade universais
Existncia de uma massa crtica de recursos humanos
Grandes investimentos na sade
Proporo progressivamente crescente do oramento a ser gasto no
sector da sade
Maior disponibilidade de ferramentas e mecanismos de gesto
Liderana Forte
Debilidades
Dificuldade em coordenar as intervenes de sade e actuar nos
principais factores determinantes da sade
Fraca capacidade de planeamento e gesto a todos os nveis
Descentralizao sem autonomia financeira a favor dos organismos
locais de sade
M gesto dos recursos disponveis, em todos os nveis
Alguns investimentos pouco consistentes com as prioridades da sade
Falta de transparncia em algumas decises de gesto
Baixa cobertura dos servios de sade
Distribuio desigual e recrutamento inadequado de profissionais
qualificados da sade
Oportunidades limitadas de formao na sade
Salrios pouco atraentes e fraco desempenho dos funcionrios
Sistemas deficientes de informao da sade e de comunicaes
Superviso e avaliao incompletas
Oportunidades
Crescimento econmico
Estabilidade econmica para apoiar o investimento
41
Ameaas
4. Poltica administrativa e
financeira, sustentabilidade
dos resultados
5. Educao Primria
6. Justia Juvenil
69.
A formao do CNAC e a aprovao dos 11 Compromissos para as Crianas
representam um importante passo frente, quando as polticas nacionais transitam de uma
funo de alvio para uma funo de desenvolvimento. Ao incluir a representao de dezasseis
ministrios, o CNAC reconhece a natureza multissectorial da sobrevivncia, desenvolvimento e
proteco das crianas e a necessidade de se trabalhar colaborativamente. Uma das actividades
principais do CNAC a organizao anual de um Frum Nacional das Crianas que rene
autoridades nacionais, provinciais e municipais para discutir prioridades nacionais e aces em
prol das crianas. Foi divulgada a Poltica Nacional para Crianas Menores de Cinco Anos no
Frum mais recente, em Junho de 2011, que inclui uma estratgia de nutrio para as crianas de
tenra idade. O objectivo genrico desta estratgia assegurar uma boa situao nutricional, o
crescimento e desenvolvimento das crianas, em particular nos dois primeiros anos de vida. Os
objectivos especficos so os seguintes:
Para as mulheres e mes:
Aumentar a percentagem de mes que amamentam logo a seguir ao parto
Aumentar a percentagem de mes que exclusivamente amamentam os seus bebs nos
primeiros seis meses
Aumentar a percentagem de grvidas que recebem suplementao IFA
Para as crianas:
Comear a implementar, em todos os 164 municpios, o programa de suplementao
Aumentar a cobertura de suplementao de vitamina A s crianas entre os 6 e 59
meses de idade
Reduzir as taxas de emaciao, raquitismo e insuficincia ponderal nas crianas
menores de cinco anos
Para o sistema de sade:
Assegurar que 50 porcento das instalaes de sade com salas de parto sejam
instalaes de sade amigas do beb
Aumentar a cobertura e o uso de sal iodado
Expandir a gesto integrada da malnutrio aos nveis de comunidade e de instalao
de sade
Poltica Nacional Alimentar e Nutricional e Polticas Especficas sobre o Tema Apoiadas pelo
Ministrio da Sade
72.
Haver uma Poltica Nacional Alimentar e Nutricional (PNAN) independentemente da
ENSAN. Esta poltica est a ser conduzida pela Unidade de Nutrio na Direco Nacional de
Sade Pblica do MS em colaborao com o MA, Ministrios dos Servios Sociais, UNICEF,
OMS, FAO, parceiros industriais e comerciais e outros intervenientes. A Unidade de Nutrio
est actualmente a trabalhar com as partes interessadas no sentido de finalizar a PNAN e prev
que esta seja concluda e divulgada no primeiro trimestre de 2012. Entretanto, e com vista a
assegurar que as actividades de nutrio comecem a ser implementadas, a Unidade de Nutrio
do MS, com o apoio da UNICEF e OMS, concebeu a Estratgia Nacional de Nutrio que foi
descrita acima e que orientar as actividades programticas relacionadas com a nutrio,
enquanto se prepara a poltica nacional.
73.
A PNAN ser uma iniciativa fundamental para acelerar a agenda nacional de nutrio.
Contudo, o MS j tem polticas especficas para temas nutricionais especficos. Por exemplo, a
Iniciativa Hospitais Amigos da Criana e o Cdigo para Comercializao de Substitutos de Leite
Materno j esto em marcha, sendo que ambos realam a importncia de prticas adequadas de
aleitamento, entre outros. O MS tambm publicou as Normas para a Gesto de Malnutrio
Aguda pela Comunidade (CMAM) que foram utilizadas recentemente em workshops de
formao em Julho de 2011, assim como as Normas Nacionais para Alimentao de Bebs no
Contexto do VIH. O MS tambm colaborou recentemente com a UNICEF no lanamento da
Iniciativa Escolas Amigas das Crianas, que visa a sade e nutrio das crianas nas escolas.
Programas em Curso
74.
A partir do fim da guerra, tm sido feitos esforos no sentido de redireccionar as
actividades relacionadas com a nutrio de um enfoque em operaes de emergncia, para uma
vertente mais orientada para o desenvolvimento. Esta transio tem sido acompanhada de uma
retirada de vrias ONG que proporcionavam intervenes de nutrio de emergncia durante a
guerra e a necessidade de o GA (especificamente o MS, MA e Ministrio da Assistncia Social e
Reintegrao) assumir uma maior responsabilidade na coordenao de actividades de nutrio e
de segurana alimentar. A UNICEF e a OMS tm sido parceiros com um papel crucial no
fornecimento de financiamento, assistncia tcnica e apoio implementao. O Quadro 6
resume os programas mais importantes da nutrio que esto presentemente em curso em
Angola. Convm, no entanto, ter presente que era limitada a informao detalhada para cada um
46
necessrias discusses adicionais para determinar a melhor forma de integrar estas actividades no
papel actual dos PSC; desenvolver polticas, normas e materiais de formao racionalizados; e
determinar a melhor maneira de compensar os PSC pelo desempenho destas actividades.
48
Interveno
Potenciais Plataformas de
Entrega de Servios
Benefcio Estimado:
reduo de custos ou
eficcia em funo do
custo
Poupana de USD 53153 por DALY por
comportamento
Poupana de USD 73
por DALY
3. Micronutrientes mltiplos
Programas comunitrios de
nutrio
Dias da sade da criana
Sistema de cuidados
primrios de sade
Dias da sade da criana
Campanhas de Vitamina A
Sistema de cuidados
primrios de sade
Cuidados pr-natais
Programas comunitrios de
nutrio
Programas de extenso de
cuidados pr-natais e de
maternidade segura
Dias da sade da criana
Transferncias condicionais
de dinheiro
Sistemas de entrega baseados
no mercado
Comercializao social
Sistemas de entrega baseados
no mercado
Cuidados pr-natais
Programas comunitrios de
nutrio
30:1
rcio
benefcio
No disponvel
custo
Poupana de USD 41
per DALY pela gesto
comunitria da
malnutrio aguda
79.
Enquanto se finaliza a PNN, seria tambm importante conduzir uma anlise rigorosa das
lacunas na situao da nutrio no pas para melhor se compreender que intervenes esto j a
ser implementadas: por quem, em que escala e qual o nvel de efectividade. A recolha desses
dados ir identificar as lacunas e as oportunidades para um incremento das intervenes de
nutrio e ir orientar a identificao de quais as intervenes que devero receber prioridade em
cada sector.
80.
Para alm de descrever polticas e intervenes, a PNN dever definir objectivos
especficos, populaes alvo relevantes e actividades fundamentais. Dever tambm prestar-se
apoio ao desenvolvimento de um plano de implementao com os respectivos custos para
acompanhar a PNN para que os objectivos da PNN possam ser realizados. O Plano dever
tambm definir o papel dos diferentes intervenientes do sector pblico e privado, incluindo as
organizaes com e sem fins lucrativos da sociedade angolana.
81.
Deveria tambm elaborar-se um plano de defesa da poltica nacional de nutrio para
acompanhar as concluses da anlise das lacunas proposta e da PNN concluda. O plano de
advocacia dever sublinhar os resultados chave, identificar prioridades da nutrio, destacar a
importncia de investir na nutrio e apresentar um plano para incrementar, criar capacidade e
congregar compromisso poltico.
52
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