Ensaio Sobre A Encíclica Laudato Sí

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Ensaio sobre a encíclica Laudato Sí’ e Ecologia Integral1

Anderson Suhre2
José Manfroi3

Resumo: O presente artigo tem como objetivo apresentar um ensaio sobre a carta encíclica
Laudato SI’, bem como destacar alguns aspectos filosóficos e, sobre Ecologia Integral muito
empregada pelo Papa Francisco. Como referencial teórico, adotamos as contribuições de
FRANCISCO (2015) BUGALLO (2014), BOFF (2015), BEUCHOT (2016). A metodologia foi
a pesquisa Bibliográfica e Documental. Os estudos apontam que para Francisco é necessário a
construção de um novo horizonte para a relação entre o homem e o Planeta, de modo que a
convivência se dê de modo consciente e harmônica. Para tanto, o primeiro passo é alargar a ideia
do que é ‘ecologia integral’. Segundo ele, quando se fala em ‘ecologia’ vem a ideia somente o
meio ambiente, a fauna e a flora. Contudo, aponta que é preciso abrir o pensamento para uma
concepção de ecologia que abranja todas as dimensões da realidade: a ecologia integral. Para ele,
dado que a ecologia estuda as relações entre os organismos vivos e o meio ambiente onde se
desenvolvem. Portanto é necessário “discutir acerca das condições de vida e de sobrevivência
duma sociedade, além disso é preciso discutir com honestidade o uso dos recursos naturais e a
sua conservação.
Palavras-chave: Ecofilosofia. Ecologia. Ecologia integral. Laudato Si’. Recursos naturais.

Resumen: El presente artículo tiene como objetivo presentar un ensayo sobre la encíclica
"Laudato SI", así como destacar algunos aspectos filosóficos y, sobre la Ecología Integral muy
empleada por el Papa Francisco. Como referencia teórica, adoptamos las contribuciones de
FRANCISCO (2015) BUGALLO (2014), BOFF (2015), BEUCHOT (2016). La metodología fue
la investigación Bibliográfica y Documental. Los estudios indican que para Francisco es necesario
construir un nuevo horizonte para la relación entre el hombre y el Planeta, para que la coexistencia
se produzca de forma consciente y armoniosa. Para ello, el primer paso es ampliar la idea de lo
que es la "ecología integral". Según él, cuando se habla de "ecología" la idea proviene sólo del
medio ambiente, la fauna y la flora. Sin embargo, señala que es necesario abrir el pensamiento a
una concepción de la ecología que abarque todas las dimensiones de la realidad: la ecología
integral. Para él, ya que la ecología estudia las relaciones entre los organismos vivos y el medio
ambiente donde se desarrollan. Por lo tanto, es necesario "discutir las condiciones de vida y
supervivencia de una sociedad, y también discutir con honestidad el uso de los recursos naturales
y su conservación".4
Palabras clave: Ecofilosofía, Ecología, Ecología integral. Laudato Si’. Recursos naturales.

1
Este artigo é resultado de trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Católica Dom Bosco,
sob a orientação metodológica e temática do Prof. Dr. José Manfroi, como requisito parcial para obtenção
de grau de bacharel em Filosofia da Universidade Católica Dom Bosco.
2
Graduando do 6º semestre do curso de Filosofia na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). E-mail:
suhreanderson@gmail.com.
3
Graduado em Filosofia. Mestre em Educação pela UFMS. Doutor em Educação pela UNESP Campus de
Marília/SP. Professor pesquisador e orientador nos programas de pós-graduação stricto sensu e lato sensu
da Universidade Católica Dom Bosco e Professor no Curso de Direito da Universidade Católica Dom
Bosco; Pesquisador e orientador no PIBIC/UCDB/CNPQ. E-mail: jmanfroi@terra.com.br.
4
T.D.A
2

1 INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, a necessidade de se pensar no termo ecologia tem acelerado


esta questão. Esta é uma das principais preocupações apontadas pelo Papa Francisco na
sua carta Encíclica Laudato Si’.

Beuchot indica que: “Esta tiene como objeto la defensa de la ecología, porque
nuestra casa común, que es la tierra, está corriendo peligro de agotarse o, por lo menos,
de sufrir serios daños.” (2016, p. 181)5 A terra vem sofrendo sérios e inúmeros danos, o
que tem colocado a humanidade bem como a natureza em perigo. Além do mais, é preciso
incutir uma nova concepção de ecologia, quebrar o paradigma no qual “ecologia” trate
apenas sobre fauna e flora; no tocante ao tema, vai muito além.

Esta encíclica, o Santo Padre não a destina apenas para católicos, mas para a
comunidade global, a cada pessoa que habita o planeta. Aponta toda a problemática
ambiental vivida nos dias atuais; sua encíclica possui uma riqueza de conteúdo como
diálogos e reflexões de várias pessoas e organizações, católicas ou não.

Ao destacar que: “Alentados por esta perspectiva amplia e integradora, nos


proponemos resaltar algunos aspectos comunes entre el mensaje de Laudato Si’ y
diversas expresiones de la filosofía ambiental.” (BUGALLO, 2015, p. 111)6 a autora traz
a tona uma série de problemas ambientais, sociais, os quais revelam uma crise que, está
arraigada a atitudes culturais, relação de valores e metas que o ser humano atual tem
enfrentado.

As últimas décadas têm aberto espaço para que a reflexão ente a economia
política, a justiça social, gestão de território e a educação incrementem a intencionalidade
da crítica comum. Para esta mudança, encontra-se uma ecofilosofia que tem transformado
este paradigma cultural junto aos modelos tecnocráticos e economicistas hegemônicos.

A dupla matriz desta encíclica – filosófica e religiosa – tem aumentado a


autorreflexão e o autoconhecimento, que têm, ressignificado o lugar do ser humano no
mundo. A filosofia ambiental já tem apresentado resultados de um problema
socioambiental controvérsia e, nesta encíclica são apontados saídas pelo pontífice.

5
O objetivo disto é defender a ecologia, porque a nossa casa comum, que é a terra, corre o risco de se
esgotar ou, pelo menos, de ser gravemente danificada. (T.D.A.)
6
Encorajados por esta perspectiva ampla e integradora, propomos destacar alguns aspectos comuns entre a
mensagem de Laudato Si e várias expressões da filosofia ambiental. (T.D.A)
3

2 LAUDATO SI’: ELEMENTOS FILOSÓFICOS.

Para dar início, destaca-se alguns aspectos filosóficos contidos na encíclica do


Papa. Partindo de um ponto de vista geral ante a obra, pode-se destacar elementos
fenomenológicos, os quais o Pontífice utiliza para os fenômenos que ocorrem no planeta,
onde se pode notar na ênfase feita por Beuchot: “Así, con una actitud fenomenológica, la
encíclica hace una descripción de los males que se están causando al planeta. El
calentamiento global, el mal uso del agua, de los minerales, del clima, de los alimentos,
etc.” (2016, p. 182)7. Este mau uso dos bens naturais no planeta é provocado em partes.
Uma parte corresponde a uma cultura nociva em um todo geral, que é a cultura do
descarte; outra parte são os interesses, busca de maior lucro e menores gastos. E a própria
sobrevivência, quando por sua vez, não é feito o uso correto e adequado dos recursos
naturais.

Por todo o lugar, onde há a presença humana, é possível avistar toda a sua
produção – de qualquer espécie, e em contrapartida avista-se, inclusive, o rastro de
destruição, desperdício e danos causados pelo ser humano em nome da sua produção.

Beuchot afirma que o Papa tem utilizado elementos da filosofia continental de


correntes atuais como: fenomenologia e hermenêutica, estas podem ser notadas quando o
Pontífice cita à Paul Ricouer e a Romano Guardini. A respeito de Guardini:

“... Alfonso López Quintás, llama a la postura de Guardini <<


fenomenologia arraigada en lo real, en el plano de lo vivente-
concreto>>, y dice que << su teoria de la polaridad está más cercana
a la armonía jerárquica de la analogia entis que a la abrupta
desarmonía de la llamada teología dialéctica.>>” (BEUCHOT, 2016,
p. 191)8.
Francisco traz como foco na encíclica os aspectos da vida social do ser humano,
que são: a ética, a moral, a política, o direito e a economia; aspectos estes correspondentes
a antropologia filosófica. Todos estes elemento filosóficos compõem a chamada
“ecologia integral” proposta pelo mesmo, o que pode ser notado no destaque feito por
Beuchot: “Pero, además, tiene una perspectiva analógica, es decir, mediadora de
proporción o equilibrio proporcional, no por nada el Papa llamó a su propuesta una

7
Assim, com uma atitude fenomenológica, a encíclica faz uma descrição dos males que estão a ser causados
ao planeta. O aquecimento global, o mau uso da água, minerais, clima, alimentos, etc. (T.D.A)
8
“... Alfonso López Quintás, chama a posição de Guardini << fenomenologia enraizada no real, no plano
do concreto vivo>>, e diz que << a sua teoria de polaridade está mais próxima da harmonia hierárquica da
entis analogia do que da abrupta desarmonia da chamada teologia dialética.>>. (T.D.A)
4

<<ecología integral.>>” (2016, p. 192)9. Esta ecologia integral, utiliza-se da


hermenêutica baseada na antropologia filosófica para si, o homem é responsável pela
criação e da criação pois enquanto criatura ele é co-criador. Esta encíclica do Papa
Francisco deixa claro e evidente o emprego por parte do Pontífice de uma fenomenologia
e hermenêutica de cunho humanista, além de traços de existencialismo citados pelo
mesmo.

2.1 Contribuições da Ecofilosofia

Um dos intuitos da ecofilosofia é incentivar o exercício de uma atitude crítica que


pense a sociedade, a diversidade biocultural, o cuidado e o sustento. Bugallo pondera que:
“La filosofia ambiental o ecofilosofia pretende ir más allá de una primera alfabetización
ecológica provista por la incorporación de conocimientos sobre como funciona el medio
en el que vivimos.” (2015, p. 112)10 , e todo este pensamento precisa estar voltado a longo
prazo, para que possam ser vistos os resultados e avanços.

Estes avanços e estudos a longo prazo não se reduzem apenas a produção


acadêmica, mas tem ajudado a ação prática. Estas novidades vão além da ecofilosofia,
abrangem áreas como antropologia, ética, epistemologia e ontologia. Este ambientalismo
precisa ser diferenciado, pois não se trata de um ambientalismo reformista, mas sim, de
um pensamento mais profundo que busque sanar os danos causados à natureza ao longo
dos tempos.

“La conciencia ambiental emergente, en las últimas décadas del siglo


pasado, extendió su influencia a Europa y al resto del mundo,
consolidándose en movimientos de participación cívica y social no-
gubernamentales, anhelantes de crear una nueva cultura integrada y
en armonía con la Naturaleza. (Skolimowski, 1981) También se
promovió el protagonismo de todo aquello que la sociedad moderna
había mantenido marginado, como la pobreza, lo femenino, la
homosexualidad, la naturaliza misma.11 Se acentuó entonces una visión
ecológica donde nada debía quedar aislado de su contexto natural y
social. En el mundo contemporáneo, muchos problemas graves como
la degradación del entorno, la amenaza de guerra nuclear, la
persistencia del hambre junto al pretendido desarrollo, son cuestiones

9
Mas também tem uma perspectiva analógica, ou seja, medeia a proporção ou o equilíbrio proporcional,
não por acaso o Papa chamou à sua proposta uma 'ecologia integral'. (T.D.A.)
10
A filosofia ambiental ou ecofilosofia visa ir além de uma alfabetização ecológica inicial proporcionada
pela incorporação de conhecimentos sobre como funciona o ambiente em que vivemos. (T.D.A.)
11
A autora distingue os termos de ecólogo e ecologista como: especialista cientifico em ciência ecológica
e ambientalista ou ecologista como simpatizante ou militante de movimentos a favor da causa ambiental.
Esta distinção é de suma importância, para poder distinguir os papeis de cada indivíduo dentro da causa
ambiental. Os ecologistas nem sempre são ecólogos, mas na maioria das vezes os ecólogos são ecologistas.
5

que ya no pueden tratarse aisladamente. (Bugallo, 1995).”


(BUGALLO, 2015, p. 113)12
Vale notar que todos os aspectos filosóficos estão em profunda consonância com
a herança cultural deixada e que se quer deixar para a humanidade. O contexto de
ecofilosofia ou de uma ecologia integral ultrapassa os limites da natureza – fauna e flora.
Este paradigma é bastante enfatizado, uma vez que trata, não apenas do futuro do planeta,
mas também o futuro das próximas gerações. Não há como tratar de um todo se as lutas
e discussões forem voltadas apenas para a sua área de militância; é necessário unir todos
os problemas e soluções para poder ter uma solução integral e sólida para os problemas
que assolam e atormentam a humanidade. Toda esta luta se traduz ao destaque de Bugallo:
“No se trataba de una simple extensión de la ética tradicional; suponía sobre todo un
cambio de rol del Homo sapiens, de conquistador del mundo a miembro pleno y
conciudadano en la comunidad de todos los seres vivos.” (2015, p. 114)13. O ser humano
precisa, não só conquistar, mas cuidar e preservar o planeta para poder garantir sua
sobrevivência.

3 ECOLOGIA INTEGRAL

Para poder chegar a uma nova ecologia integral é preciso compreender a forma de
pensar do Papa e transpor as barreiras do pensamento e todas as predefinições já
existentes sobre o assunto. É preciso avançar além dos limites da fauna e da flora; olhar
o todo: economia, sociedade, meio ambiente, cultura, religião, enfim tudo o que envolve
a humanidade e o planeta. Esta nova visão de ecologia integral torna-se meio para garantir
uma qualidade de vida justa para todos. O que se pode notar no destaque feito por Alves:

A ecologia integral reconhece que a humanidade enfrenta uma crise


estrutural em múltiplas dimensões: um grande contingente de pessoas
vivendo na pobreza, disparidades extremas de renda, o aumento da
competição por recursos(incluindo energia, terra e água), ecossistemas
severamente degradados, Estados-nação falidos e mudanças climáticas

12
A consciência ambiental emergente, nas últimas décadas do século passado, estendeu a sua influência à
Europa e ao resto do mundo, consolidando-se em movimentos de participação cívica e social não
governamental, ansiosa por criar uma nova cultura integrada em harmonia com a Natureza. (Skolimowski,
1981) Promoveu também o protagonismo de tudo o que a sociedade moderna tinha mantido marginalizado,
como a pobreza, a feminilidade, a homossexualidade, e a própria naturalização. Uma visão ecológica foi
então acentuada onde nada deveria ser isolado do seu contexto natural e social. No mundo contemporâneo,
muitos problemas graves como a degradação do ambiente, a ameaça de guerra nuclear, a persistência da
fome juntamente com o alegado desenvolvimento, são questões que já não podem ser tratadas isoladamente.
(Bugallo, 1995). (T.D.A.)
13
Isto não foi simplesmente uma extensão da ética tradicional; foi acima de tudo uma mudança no papel
do Homo sapiens, de conquistador do mundo para cidadão pleno e concidadão na comunidade de todos os
seres vivos. (T.D.A.)
6

cada vez mais fora de controle: “Não há duas crises separadas: uma
ambiental e outra social; mas uma única e complexa crise
socioambiental. As diretrizes para a solução requerem uma abordagem
integral para combater a pobreza, devolver a dignidade aos excluídos e,
simultaneamente, cuidar da natureza” (ALVES, 2015, p. 1329)
Conclui-se, segundo o autor que: não há duas crises, mas apenas uma complexa,
a socioambiental; ao passo que a “ecologia integral” é capaz de olhar o todo, buscando
assim uma solução integral que seja capaz de abranger todos os problemas.

Acompanhando a evolução dos tempos e da humanidade, a tecnologia precisa


trabalhar a favor da natureza e de sua preservação, não contra, como aponta Beuchot:

“Se ve una preocupación por la tecnocracia, es decir,por el mal uso de


la técnica, ya que las tecnociencias están sirviendo para dañar a la
naturaleza. Nos hace recordar la idea de Aristóteles, de que la técnica
(techné) tiene que promover a la naturaleza en la misma línea de la
naturaleza. Esto es, no oponiéndose a ella, pues la echaría a perder.”
(BEUCHOT, 2016, p. 183)14
Embora a tecnologia possua a qualidade da criatividade, de igual maneira possui
o problema do poder. O ser humano enquanto “criador junto com Deus” precisa pensar
formas de preservar e melhorar a ecologia integral, garantindo assim a preservação de
suas espécies e de toda a criação. Todos estes aspectos, a partir desta nova visão são
capazes de produzir uma ecologia integral.

O que impede esta visão integral do mundo são as relações de poder e a ganância
humana. Querer sempre mais faz parte constitutiva do ser humano, mas o objeto desta
ganância é o que causa preocupação; o relativismo e o hedonismo têm causado sérios
problemas ante as funções do ser humano em relação a sua realidade.

3.1 Ecologia Integral: uma nova antropologia

Ao afirmar que não há ecologia sem uma adequada antropologia, o Papa aponta
um exagero no humanismo e antropocentrismo, inclusive cristão; o humanismo traz um
falso juízo sobre a relação do ser humano com toda a criação, onde esta visão afirma que
o ser humano deve dispor arbitrariamente sobre todo o criado. Toda esta problemática
pode ser notada no destaque feito por Beuchot:

“Si el ser humano se coloca en el centro del universo, entonces él es la


medida de todas las cosas. Estamos en uma cultura relativista y es la

14
Há uma preocupação com a tecnocracia, ou seja, o uso indevido da técnica, uma vez que as tecnociências
estão a servir para prejudicar a natureza. Lembra-nos a ideia de Aristóteles de que a técnica (techné) tem
de promover a natureza da mesma forma que a natureza. Isto é, não se lhe opondo, pois iria estragá-lo.
(T.D.A.)
7

que permite que un ser humano se aproveche de otro. Deja que el


hombre manipule al hombre y a la larga permite que manipule la vida,
la creación misma.” (BEUCHOT, 2016, p. 184)15
Note-se que o autor o ser humano no centro deste relativismo, relativismo este que
tem se tornado pratico, apenas para o próprio aproveitamento. É necessário que esta
realidade se transforme com esta nova ideia de ecologia integral.

Para a mudança desta realidade pode ser feita a partir de uma revalorização da
pessoa humana, o que se pode notar:

“La encíclica prevé como remedio un nuevo tipo de ser humano. Es lo


que he señalado como la necesidad de un nuevo humanismo. Sobre todo
por el saneamiento de la relación entre las personas. Y eso implica
también el fortalecer la relación con la divina, con ese Tú que nos ha
puesto en este mundo. Es una revalorización de la persona humana, a
la luz de la divina.” (BEUCHOT, 2016, p. 184)16
Ao partir da revalorização da pessoa humana percorrendo um caminho que
abranja a relação com a pessoa Divina, é que pode mudar este cenário relativista. Um
novo humanismo, que não exclua Deus e a sua relação com o ser humano. Em tal
contexto, Francisco destaca a relação entre os seres humanos, que necessita partir de uma
nova relação com a Pessoa Divina:

“A crítica do antropocentrismo desordenado não deveria deixar em


segundo plano também o valor das relações entre as pessoas. Se a crise
ecológica é uma expressão ou uma manifestação externa da crise ética,
cultural e espiritual da modernidade, não podemos iludir-nos de sanar a
nossa relação com a natureza e o meio ambiente, sem curar todas as
relações humanas fundamentais. Quando o pensamento cristão
reivindica, para o ser humano, um valor peculiar acima das outras
criaturas, suscita a valorização de cada pessoa humana e, assim,
estimula o reconhecimento do outro. A abertura a um «tu » capaz de
conhecer, amar e dialogar continua a ser a grande nobreza da pessoa
humana. Por isso, para uma relação adequada com o mundo criado, não
é necessário diminuir a dimensão social do ser humano nem a sua
dimensão transcendente, a sua abertura ao «Tu » divino. Com efeito,
não se pode propor uma relação com o ambiente, prescindindo da
relação com as outras pessoas e com Deus. Seria um individualismo
romântico disfarçado de beleza ecológica e um confinamento asfixiante
na imanência.” (FRANCISCO, 2015, p. 75)

15
Se o ser humano é colocado no centro do universo, então ele é a medida de todas as coisas. Estamos
numa cultura relativista e é uma cultura que permite a um ser humano tirar partido de outro. Permite ao
homem manipular o homem e, a longo prazo, permite-lhe manipular a vida, a própria criação. (T.D.A.)
16
A encíclica prevê como remédio um novo tipo de ser humano. Isto é o que tenho apontado como a
necessidade de um novo humanismo. Acima de tudo para a cura da relação entre as pessoas. E isso implica
também o fortalecimento da relação com o divino, com aquele Vós que nos colocastes neste mundo. É uma
revalorização da pessoa humana, à luz do divino. (T.D.A.)
8

Francisco aponta uma saída para os problemas acima citados. A necessidade de


uma revalorização da pessoa humana torna-se necessária para a construção de um
pensamento integral ante as suas realidades. É de suma importância que esta revalorização
se dê a partir da Pessoa Divina, para posteriormente, poder construir uma ecologia
integral.

Vale notar que todo este caminho precisa ser percorrido após uma nova
reconsideração do antropocentrismo, partindo do antropocentrismo cristão, para que o ser
humano deixe de ser o “senhor” da criação e torne-se um “administrador responsável”,
como aponta Bugallo:

En este sentido, Francisco recuerda que una presentación inadecuada


de la antropología cristiana pudo llegar a respaldar una concepción
equivocada sobe la relación del ser humano con el mundo. En cambio,
la forma correcta de interpretar el concepto del ser humano como
‘señor’ implica entenderlo como administrador responsable (LS 116).
(BUGALLO, 2015, p. 119)17
Uma nova antropologia e relações interpessoais serão capazes de contribuir para
uma ecologia integral, fundada no todo, na sua preservação e preocupação. O respeito
mútuo, assim como o cuidado mútuo, aparecerão após esta mudança de pensamento, após
a reconsideração de toda a antropologia e dos conceitos atuais.

Por meio de uma ecologia integral é possível combater ao univocismo18 aplicado


pelos positivistas da filosofia analítica, bem como ao equivocismo19 da pós-modernidade
que tem provocado um forte hedonismo20. Esta equivalência dá-se para poder chegar por
meio da prudência e da moderação, ao cuidado do bem comum da humanidade, pois

17
Neste sentido, Francisco lembra-nos que uma apresentação inadequada da antropologia cristã poderia
apoiar uma concepção errada da relação do ser humano com o mundo. Por outro lado, a forma correta de
interpretar o conceito de ser humano como "senhor" implica compreendê-lo como um administrador
responsável. (T.D.A.)
18 Que admite somente uma interpretação ou significado; sem teor ambíguo. Uniforme; que apresenta
uniformidade; que é homogêneo. [Lógica] Característica do conceito que, aplicado a coisas distintas, se
mantém com o mesmo significado. (Disponível em: https://www.dicio.com.br/univoco/, acessado em: 27
de outubro de 2020.)
19 Equivocas vem do verbo equivocar. O mesmo que: enganas, confundes, erras. Significado de equivocar
Levar alguém a se enganar; induzir em erro. Interpretar erroneamente alguma coisa: equivocou capitalismo
com comunismo; equivocou-se com opiniões parecidas. Confundir coisas; fazer algum engano; enganar-
se: equivoca-se com facilidade. (Disponível em: https://www.dicio.com.br/univoco/, acessado em: 27 de
outubro de 2020.)
20 Busca incessante pelo prazer como bem supremo. [Por Extensão] Excessiva busca pelo prazer como
modo de vida. [Filosofia] Doutrina caracterizada pela busca excessiva pelo prazer como propósito mais
significante da vida moral. (Disponível em: https://www.dicio.com.br/univoco/, acessado em: 27 de
outubro de 2020.)
9

esgotando os recursos para a sobrevivência humana, extingue-se de igual maneira esta


forma de vida na terra.

Essência fundamental do homem, a práxis, sempre marcante na história da


humanidade, o trabalho possui valores agregados e este mesmo é considerado um valor
agregado ao ser humano. Ao afirmar Beuchot que: “El hombre siempre iba a desarrollar
uma práxis, talvez no tanto de producción, en los talleres y en las fabricas, pero sí una
práxis material abocada a las ciências y las artes.” (2016, p. 186)21. Os marxistas, ao
afirmar que esta práxis material é de forma espiritual e que será assumida pelo homem a
medida em que a tecnologia for ocupando o seu lugar na produção fabril.

3.2 A construção de uma Ecologia integral

A construção de uma ecologia integral precisa abranger uma mescla de aspectos


e dimensões do ser humano. O fato de o ser humano ser um organismo vivente e a
ecologia estudar estes e o ambiente onde vivem, torna necessário estudar todos os fatores
e aspectos ligados ao ser humano – o que inclui neste estudo economia, politica,
sociologia, cultura e outros.

Ter em consideração as necessidades especificas do ser humano em relação aos


recursos naturais necessários para sua sobrevivência, cria uma ecologia econômica na
vida e sociedade humana. O caminho para esta ecologia econômica é por meio da política
e do direito, com leis adequadas e que estabeleçam a relação entre as pessoas e o planeta,
por meio de uma vida austera em relação ao uso dos recursos naturais. Uma outra proposta
apresentada pelo Pontífice é a de uma ecologia cultural, que conserve toda a criação.

Este novo olhar cultural deve aprimorar o cuidado a partir da educação; Beuchot
emprega forte oposição ao consumismo, o que busca impedir a degradação terrestre, e
mais:

“Hay que frenar la homogenización, pues así como se está


disminuyendo la biodiversidade, así también se está perdiendo la
diversidade de las culturas, porque el tiempo actual las iguala a todas,
por la mimesis que se dá a nível mundial con la globalización.”
(BEUCHOT, 2016, p. 189)22

21
O homem ia sempre desenvolver uma prática, talvez não tanto de produção, nas oficinas e fábricas, mas
uma prática material dedicada à ciência e às artes. (T.D.A.)
22
A homogeneização deve ser travada, porque tal como a biodiversidade está a diminuir, também a
diversidade de culturas se perde, porque o tempo presente as torna todas iguais, devido à mimese que é
dada ao nível mundial com a globalização. (T.D.A.)
10

Ao afirmar Beuchot que: “Por eso habla de una ecologia de la vida cotidiana, en
el sentido de animar un modus vivendi en el que se tenga calidad de vida, pero integral,
a saber, no solamente en el aspecto material, sino también en el espiritual.” (2016, p.
189)23 busca ele, estabilizar esta relação entre a necessidade e o desejo. Esta estabilização
tem mudado o rumo e os recursos do planeta; esta mudança tem possibilitado o aumento
e a durabilidade dos recursos naturais. Para controlar as necessidades e o uso desenfreado
dos recursos naturais, é preciso dar condições de qualidade de vida digna a todos. Outro
ponto de relação entre Francisco e Beuchot são edifícios funcionais e austeros e transporte
público de qualidade, contribuem para a redução do consumo de recursos naturais que
precisam ser gastos.

4. RECURSOS NATURAIS: A HERANÇA DAS FUTURAS GERAÇÕES

Pensando em um futuro para as próximas gerações, é necessário ter em vista as


leis, a moral, e a consciência pela busca de um bem comum preservando e conservando
os recursos naturais. Esta ideia de bem comum vai além da preservação dos bens naturais,
está inteiramente ligado a direitos fundamentais que todo ser humano possui; trata-se de
justiça, mas justiça esta entre gerações, da geração presente para com a futura.
Complementa Beuchot: “Lo que hagamos con la ecologia, con la economia y con la
sociedade va a repercutir en las generaciones veninderas y tenemos un compromiso
moral con ellas.” (2016, p. 190)24 e reforça o compromisso da geração atual em garantir
o futuro para as próximas gerações.

Combater a pós-modernidade e o individualismo é garantir um futuro às próximas


gerações. A falta de cuidado com o mundo e o esgotamento dos recursos naturais têm
sido a herança que muitos têm deixado às futuras gerações.

O Papa Francisco, em sua encíclica não aponta apenas os problemas, mas


apresenta algumas soluções. Francisco destaca que as nações precisam estabelecer
diálogo e politicas ecológicas que promovam a plenitude humana. Ao valer-se do que São
Francisco havia dito sobre a irmã terra, o Pontífice fala sobre a transformação da educação

23
É por isso que fala de uma ecologia da vida quotidiana, no sentido de encorajar um modus vivendi no
qual se tem uma qualidade de vida, mas que é integral, nomeadamente, não só no aspecto material, mas
também no aspecto espiritual. (T.D.A.)
24
O que fazemos com a ecologia, com a economia e com a sociedade terá repercussões nas gerações
vindouras e temos um compromisso moral com elas. (T.D.A.)
11

e mudanças de atitudes, que são necessárias à mudança ecológica. O diálogo entre as


religiões e entre a ciência precisa fomentar a ideia de fraternidade mundial.

“Se termina con un llamado a una espiritualidad ecológica, la cual se


mostrará en la educacion que se dé a los que vienen o que ya están
aquí. Se trata de promover otro estilo de vida para estrechar la alianza
entre la humanidad y el médio ambiente en que vive.” (BEUCHOT,
2016, p. 191)25
Conclui Beuchot, com um comentário sobre uma das saídas apresentadas pelo
pontífice em sua Carta Encíclica. Todo este aparato de mudanças apontado pelo Santo
Padre é para que aconteça uma verdadeira conversão ecológica.

Ao falar dos recursos naturais e herança para as futuras gerações, agregado a


urgente necessidade da preocupação e prevenção do planeta, faz com que a obra analisada
tenha um certo tom apocalíptico. Existem biodiversidades que foram extintas e não há a
possibilidade de recuperá-las. Possui pontos preocupantes e de gravidade, por colocarem
em risco a vida humana presente e futura.

Outros indicadores da situação atual têm a ver com o esgotamento dos


recursos naturais. É bem conhecida a impossibilidade de sustentar o
nível atual de consumo dos países mais desenvolvidos e dos sectores
mais ricos da sociedade, onde o hábito de desperdiçar e jogar fora atinge
níveis inauditos. Já se ultrapassaram certos limites máximos de
exploração do planeta, sem termos resolvido o problema da pobreza.
(FRANCISCO, 2015, p. 24)
Pensar na herança que será deixada às gerações futuras, deve partir dos países
mais desenvolvidos e ricos, os quais possuem melhores condições evitando assim o
deterioramento do planeta. E os menos desenvolvidos precisam, com humildade, solicitar
ajuda para preservar os seus recursos naturais.

As reservas naturais são um fator importante que necessitam especial atenção. O


Pontífice ao declarar que: “...desequilíbrios comerciais com consequências no âmbito
ecológico e com o uso desproporcionado dos recursos naturais...” (FRANCISCO, 2015,
p. 35) afirma que as grandes empresas e países ricos compram os recursos naturais dos
países pobres, uma vez que, estes países necessitam do dinheiro desta venda para
complementar suas finanças. Haja visto que os países ricos possuem seus recursos e
reservas naturais, os quais não querem usá-los, provocando assim a escassez destes
recursos em regiões do planeta que também necessitam deles para sua sobrevivência.

25
Termina com um apelo a uma espiritualidade ecológica, que será mostrada na educação dada àqueles que
vierem ou que já cá estiverem. Trata-se de promover outro modo de vida a fim de reforçar a aliança entre
a humanidade e o ambiente em que ela vive. (T.D.A.)
12

Para concluir, Francisco aponta que: “Os esforços para um uso sustentável dos
recursos naturais não são gasto inútil, mas um investimento que poderá proporcionar
outros benefícios econômicos a médio prazo.” (2015, p. 112) Todavia, vale ressaltar que
todo investimento tem a sua rentabilidade e que, sem recursos naturais, não há mercado
para futuras negociações.

5 O AVANÇO DAS TECNOLOGIAS

Beuchot ao apontar: “Cuando el Papa habla de la ciência y la técnica, anima a la


creatividad, como si se trata de las artes, pues fomenta la innovación, incluso la biológica
y que sea produto de la investigación, pero siempre dentro de los limites del bien común.”
(2016, p. 186)26 afirma o avanço que a ciência e a tecnologia faz para o desenvolvimento
de todos, e acrescenta que este bem deve ter sempre por limite o bem comum.

A tecnologia, por transcender a filosofia, onde passa de uma filosofia da ciência


para uma filosofia técnica, não possui nesta evolução a percepção de seus fins e seus
meios. Por este motivo, é abordado no documento Papal de várias maneiras, ao que se
destaca:

“A tecnociência, bem orientada, pode produzir coisas realmente


valiosas para melhorar a qualidade de vida do ser humano, desde os
objetos de uso doméstico até aos grandes meios de transporte, pontes,
edifícios, espaços públicos. É capaz também de produzir coisas belas e
fazer o ser humano, imerso no mundo material, dar o « salto » para o
âmbito da beleza. Poder-se-á negar a beleza de um avião ou de alguns
arranha-céus? Há obras pictóricas e musicais de valor, obtidas com o
recurso aos novos instrumentos técnicos. Assim, no desejo de beleza do
artífice e em quem contempla esta beleza dá-se o salto para uma certa
plenitude propriamente humana.” (FRANCISCO, 2015, p. 66)
Não com um aspecto condenatório, mas analítico. Ao comentar sobre a
tecnocracia, Francisco reconhece seus benefícios e condena o domínio da natureza, uma
vez que não é utilizada para cultivá-la e preservá-la; bem como o domínio do ser humano,
o que complementa:

“A verdade é que ‘o homem moderno não foi educado para o reto uso
do poder’, porque o imenso crescimento tecnológico não foi
acompanhado por um desenvolvimento do ser humano quanto à
responsabilidade, aos valores, à consciência. Cada época tende a
desenvolver uma reduzida autoconsciência dos próprios limites. Por
isso, é possível que hoje a humanidade não se dê conta da seriedade dos

26
Quando o Papa fala de ciência e tecnologia, encoraja a criatividade, como se fossem as artes, porque
promove a inovação, incluindo a inovação biológica, e que esta seja o resultado da investigação, mas sempre
dentro dos limites do bem comum. (T.D.A.)
13

desafios que se lhe apresentam, e ‘cresce continuamente a possibilidade


de o homem fazer mau uso do seu poder’ quando ‘não existem normas
de liberdade, mas apenas pretensas necessidades de utilidade e
segurança’. O ser humano não é plenamente autónomo.”
(FRANCISCO, 2015, p. 67)
Por tudo estar ligado a economia e a política, ou melhor, a uma economia política,
destaca as revoluções tecnológicas e não as restringe apenas nas máquinas, mas amplia
seu olhar para as revoluções ligadas a sociologia, medicina... Esta ligação a economia
política e ao poder é reprovada por Francisco.

Com o alto crescimento da tecnologia, ao contrapasso do humanismo que não


acompanha este mesmo ritmo; pode-se ressaltar os grandes avanços tecnológicos em
favor da humanidade, especialmente na área da medicina. Veemente criticado pelo
Pontífice, o alto gasto em armas e bombas nucleares, valores estes que poderiam ser
convertidos em habitação, comida e qualidade de vida.

Um grave problema encontrado na encíclica e que Beuchot aponta é o do


progresso indefinido, onde ressalta que: “Parece que no ha habido consciencia de que el
mito del progresso indefinido que reinó en el siglo pasado es falso y que ya las mentes
lúcidas no creen en él.” (2016, p. 187)27. Como solução para este problema, mostra uma
saída proposta na Encíclica: reorientar a tecnologia, direcionando seus trabalhos a favor
do ser humano e não contra ele. A tecnologia e a ciência têm avançado a todo custo sem
orientação, é preciso colocar como norte deste avanço o ser humano. O hedonismo e o
progresso indefinido são apenas de momento, tratam apenas do presente e não se
preocupam com o futuro. Para mudar este cenário é preciso transformar a ideia de ser
humano nos tempos atuais.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os pontos apresentados neste artigo trazem a reflexão, não apenas para a


comunidade acadêmica, mas para todos em geral. A necessidade da construção de uma
ecologia integral, voltada para o cuidado do bem comum, da preservação dos recursos
naturais e no seu uso consciente, bem como um adequado uso da tecnologia para uma
melhor evolução do ser humano tendo o bem comum como limite.

27
Parece não ter havido consciência de que o mito da progressão indefinida que reinou no século passado
é falso e de que as mentes lúcidas já não acreditam nele. (T.D.A.)
14

Os elementos filosóficos apontam de forma mais direta a comunidade acadêmica,


auxiliando a uma reflexão mais profunda sobre ecologia integral e ecofilosofia. Destacam
argumentos filosóficos utilizados pelo Papa Francisco como, antropologia, hermenêutica
e fenomenologia; mostram inclusive as contribuições feitas pela ecofilosofia e a
construção de uma ecologia integral.

A ecologia integral da qual o Sumo Pontífice tanto insiste, é construída passo a


passo, por todos os habitantes do planeta, e que, necessita ser levado em conta todos os
aspectos da vida humana. Aspectos políticos, econômicos, sociais, de sobrevivência,
qualidade de vida, enfim toda a política social, inclusive a garantia à vida futura.

A garantia de vida para as próximas gerações é, um compromisso e uma obrigação


da geração atual, pois os recursos naturais estão sendo gastos sem nem um cuidado; o
desperdício e a falta de controle de preservação comprometem a garantia de recursos
naturais, não só para o ser humano, mas para toda espécie de vida do planeta. O mundo
pede socorro, o seu clamor precisa ser ouvido.

Um elemento fundamental que pode contribuir muito com o gerenciamento dos


recursos naturais é a tecnologia. Não só para o gerenciamento, mas também com a
melhoria das técnicas e formas de preservação e aumento dos recursos naturais. A
tecnologia não pode buscar apenas o seu melhor desenvolvimento e recursos, uma vez
que, sem recursos naturais para a sobrevivência humana, a própria tecnologia deixaria de
existir e ser útil para o ser humano.

A busca pelo poder e a maior dominação têm prejudicado a construção de uma


ecologia integral, o ser humano precisa buscar o melhor para si e seus semelhantes; a sede
pelo poder e ganância tem feito com que o próprio ser humano deixe os semelhantes à
mercê do seu poder, em relação a sua sobrevivência. É de suma importância que o ser
humano trabalhe em favor de toda a humanidade, não apenas a favor de seus interesses.

Para concluir, o pensamento de Ecologia integral deve ser aplicado por todos, um
investimento a longo prazo, uma construção lenta, que necessita de mudança de
pensamento, modo de vida e interesses. Aceitar que todos os aspectos que estão
relacionados a vida humana não pertencem a este novo conceito de ecologia integral,
precisa ser visto dentro do conjunto. Os aspectos não podem mais serem discutidos de
forma isolada. Pensar na vida no todo, e em todos. Buscar uma ecologia integral, para ter
uma vida futura integral.
15

REFERÊNCIAS

ALVES, J. E. (2015). A encíclica Laudato Si': ecologia integral, genero e ecologia


profunda. Horizonte, 1315-1344.
BEUCHOT, Mauricio. La filosofia em Laudato Si’ [en línea], Sapientia, 72, 239 (2016).
Disponível em: http://bibliotecadigital.uca.edu.ar/repositorio/revistas/filosofia-en-
laudato-si.pdf (consultado em: 20/10/2020)
BOFF, L. (2015). Quatro Ecologias. Disponível em:
ttps://www.youtube.com/watch?v=P8Hf0T qvAJE. Acessado em 20/10/2020
BUGALLO, A. I. (2015). Laudato Si' y filosofía ambiental. Puntos de contacto y desafíos
comunes. 28.
CARTA de la Tierra. (2000) La Haya.
FRANCISCO, P. (2015). Laudato Si' Louvado sejas. São Paulo: Paulus.
MARQUES, Heitor Romero. Et all. Metodologia da Pesquisa e do Trabalho Cientifico.
5. ed. rev. e atual. Campo Grande. UCDB, 2017

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