Super-Heróis Da Ebal
Super-Heróis Da Ebal
Super-Heróis Da Ebal
SUPER-HERÓIS DA EBAL
A publicação nacional dos personagens dos ‘comic books’ dos
EUA pela Editora Brasil-América (EBAL), décadas de 1960 e 70
Orientação
Profª Drª Dulcília Helena
Schroeder Buitoni
SUPER-HERÓIS DA EBAL
A publicação nacional dos personagens dos ‘comic books’ dos
EUA pela Editora Brasil-América (EBAL), décadas de 1960 e 70
Banca Examinadora
Profª Drª Dulcília Helena Schroeder Buitoni
Profª Drª Sonia Bibe Luyten
Prof Dr Waldomiro Vergueiro
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS: ESTUDOS E PESQUISA.........pág.24
CAPÍTULO 2
IMPRENSA, ‘COMIC BOOKS’ E O MUNDO DO SÉCULO 20......pág.38
CAPÍTULO 3
SUPER-HERÓIS DA EBAL, ANOS 60 E 70 ..................pág.98
CAPÍTULO 4
ICONOGRAFIA E IMAGINÁRIO: PUBLICAÇÕES E LEITORES.....pág.160
RESUMO
Estudo sobre a publicação nacional dos super-heróis dos comic
books dos EUA pela Editora Brasil-América (EBAL) entre meados
dos anos 60 e 70. Para tanto, será traçado um panorama
histórico, acrescido das coordenadas teóricas que norteiam a
análise da iconografia dessas revistas. Houve uma extensa
pesquisa iconográfica focalizada nas edições da EBAL, além de
levantamento de histórias em quadrinhos de outras editoras e
épocas. Mesmo sendo um produto típico da indústria cultural
do século 20, as histórias em quadrinhos apresentam inflexões
que permitem relacionar arte, cultura, sociedade e
imaginário. O estudo inclui ainda entrevistas com leitores da
EBAL.
ABSTRACT
Study on the publication in Brazil of American comic books
superheroes by Editora Brasil-America (EBAL) from the mid-
60's to the mid-70's. With such an aim, work traces an
historical panorama to which shall be added the theoretical
coordinates guiding the analysis of these magazines
iconography. Extensive iconographic research focused in
EBAL’s publications has been made, besides a survey of comics
from other publishing houses and from other decades as well.
Even being a typical product of 20th century cultural
industry, comics show contradictions allowing to establish
relations between art, culture, society and the imaginary.
Study also includes interviews with frequent readers of EBAL
publications.
PALAVRAS-CHAVE
Histórias em quadrinhos (HQs), Imprensa, Comic, Super-herói,
Mídia, Linguagem, Indústria Cultural, Comunicação,EBAL.
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“Realmente,
aconteceu alguma coisa com
os heróis e os super-heróis
de dez anos para cá.
Eles passaram a refletir,
através do mais contundente
meio de comunicação impresso,
as angústias, o medo, as dúvidas,
os desvarios do homem”
Ampliação de quadros de “O Ferrão do Escorpião”, aventura protagonizada pelo Capitão América, na qual o
super-herói – um ex-combatente da Segunda Guerra “revivido” nos anos 60 – mostra-se incapaz de compreender
o mundo da época, tanto em sua fala quanto por meio de sua representação gráfica.
História de Stan Lee. Arte de Gene Colan e Joe Sinnott.
INTRODUÇÃO
SUPER-HERÓIS DA EBAL
ETAPAS DA PESQUISA
CAPÍTULO 1
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS:
ESTUDOS E PESQUISA
Umberto Eco – um dos principais autores de estudos sobre a comunicação na sociedade contemporânea
– é leitura de personagem de uma história de super-heróis dos anos 2000.
X-Force ( Revista X-Men Extra 16, p. 56, abril de 2003. Editora Panini Brasil). ►
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Nos Estados Unidos dos anos 50, assim como no Brasil da época,
os quadrinhos eram atacados por grupos sociais conservadores,
educadores, políticos e religiosos, os quais diziam que as HQs
constituíam uma influência negativa para os mais novos,
capazes de levar à “preguiça mental” e “incitar a violência”.
ESTUDOS ACADÊMICOS
CAPÍTULO 2
Leitura de Superman por um hippie em meio a festival de rock nos Estados Unidos na virada dos anos 60
para os 70 - indústria cultural, inflexões e contradições.
(Comics, Comix and Graphic Novels: a history of comic art, 1996. p. 74). ►
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O Bloco (1983). Nova York, década de 1930: “Em seus últimos anos de vida, Jack kirby
evocou o universo do cotidiano das multidões de imigrantes nas quais ele – e os comic
books – emergiram. Pelo traço de Kirby um normal dia de comércio na pobre região do
Lower East Side ganha contornos de dimensão super-heróica”. (JONES, Gerard e JACOBS,
Will. 1997, p. 5. Tradução livre).
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SUPERMAN E BATMAN
Para empreender sua tarefa, usa de sua fortuna (seus pais eram
milionários), treina artes marciais, estuda ciências e se
prepara como “nenhum outro mortal jamais havia feito para
enfrentar o crime”.
Superman, lançado em 1938: um ser de outro planeta que adota a Terra como sua casa, engajando-se
na “luta do bem contra o mal”, um alento durante a recuperação econômica nos EUA da década de
1930. Em suas primeiras aventuras (páginas seguintes), enfrenta políticos corruptos, que colocam em
risco a estabilidade da nação .
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Origem “científica” de Superman apresentada em Action Comics n° 1. (Edição Fac Símile Editora Abril).
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Batman (acima e a seguir) em suas primeiras narrativas, em 1939, por Bob Kane: tramas policiais,
suspense e expressionismo. (Edição Fac Símile Editora Abril).
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Capitão América: um supersoldado dos Estados Unidos eleva o ânimo contra a ameaça
nazista.A seguir, Namor, o Príncipe Submarino: Atlântida une-se aos Aliados contra o Eixo.
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Nos anos 50, a Guerra Fria cria nos Estados Unidos a chamada
caça às bruxas do macarthismo (expressão que evoca o senador
norte-americano Joseph Macarthy), que levou à perseguição de
intelectuais e artistas considerados “subversivos” pelo
governo.
Na virada dos anos 40 para os 50, a maioria dos títulos de super-heróis é cancelada. Histórias de
horror e com insinuações eróticas (página a seguir) são sucesso entre os jovens leitores. Os títulos
provocam polêmica e condenação por seu conteúdo depravado de acordo com setores
conservadores dos EUA.
Acima, The Haunt of Fear 19. Junho 1953
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Superman em 1957: censura e regras de mercado impõem “bom comportamento” aos super-heróis.
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Seu autor, Jim Steranko, termina a história com uma cena que
mostra Fury e sua namorada, abraçados apaixonadamente (nada
explícito, mas com evidente alusão sexual). O quadrinho foi
censurado. Steranko então substituiu o desenho original do
último quadro pela imagem de um revólver enfiado no coldre.
Como disse depois o artista ao documentário Comic Book Super
Heroes Unmasked, “jamais uma metáfora foi tão explícita”.
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Showcase Presents The Flash 4, outubro de 1956.: início da renovação formal das narrativas de super-heróis ,
que se tornou conhecida como a “Era de Prata” das histórias em quadrinhos. Página seguinte: desenho de
Carmine Infantino em que o autor se utiliza do efeito cinemascope, recurso cinematográfico comum ao final dos
anos 50.
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Estréia de Fantastic Four (Quarteto Fantástico), de Lee e Kirby, novembro de 1961: marco da “Era Marvel” dos
comic books.
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Hulk, por Jack Kirby e Stan Lee, início dos 60. Guerra Fria e medo do holocausto nuclear representados nos comics de
super-heróis.
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The Spider-Man 68, janeiro de 1969: protestos na universidade entram no cotidiano do personagem. Arte da
capa: John Romita.
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Página final de aventura do agente Nick Fury, desenhada por Jim Steranko. A tira final da aventura,
insinuando a paixão entre os personagens, foi vetada. A última tira mostra a solução gráfica encontrada pelo
artista para refazer a seqüência vetada (tira anterior):uma arma no coldre. “Jamais uma metáfora foi tão
explícita”, disse Jim Steranko.
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Acima e a seguir: Lanterna Verde e Arqueiro Verde renovados ao final da década de 1960 pela dupla de
autores O’Neil e Adams. Suas narrativas introduzem temas sociais e políticos de maneira até então jamais vista
na editora de Superman e Batman. (Editora Opera Graphica)
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Fascículo da obra Historia de Los Comics (organizada pelo espanhol Javier Coma): edição discute as
transformações ocorridas nas representações dos super-heróis entre os 60 e 70: “Superheroes Traumatizados”
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CAPÍTULO 3
Capa da aventura em que o Homem-Aranha depara-se com o fracasso: super-herói não impede morte da
namorada pelo vilão. História de Gerry Conway. Arte de Gil Kane e John Romita. Episódio, para diversos
leitores, considerado como o fim da “inocência nos quadrinhos de super-heróis”.
(Revista O Homem-Aranha n° 55, 1ª série, outubro de 1973, EBAL). ►
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CHAMADA GERAL
Propaganda da Shell sobre o lançamento dos super-heróis Marvel no Brasil pela EBAL:
identidade com o público jovem.
Página seguinte: anúncio da EBAL destacando “os heróis na fossa”: Namor e Hulk.
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O Quarteto Fantástico 13 Estréia, página 25, janeiro 1971 (EBAL): super-heróis como “celebridades”
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Experiência gráfica de Jack Kirby: Quarteto em O Homem-Aranha 65, página 58, agosto 1974 (EBAL).
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Homem-Aranha enfrenta Homem Areia em aventura marcada pelo humor. (Página seguinte): O herói (e fotojornalista),
ao perceber que não registrou as imagens da luta, não sente receio em simular a realidade, fotografando uma
montagem feita pelo próprio do recente combate (transformado em notícia). A imagem jornalística como manipulação
da realidade. História de Stan Lee. Arte de Steve Ditko.
Revista O Homem-Aranha n° 58, janeiro de 1974, páginas 61 e 62 (EBAL).
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O Homem Aranha 45,dezembro 1972, página 40: drogas surgem nos quadrinhos de super-
heróis.
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Antes, como soldado, sua única missão era lutar por seu país.
Mas no final dos anos 60, ele já não sabe mais qual é a sua
tarefa. Os mais jovens debocham da sua figura ao se depararem
com cartazes de antigos ídolos do cinema ao lado da imagem do
Capitão América. A rebeldia toma o lugar da certeza da guerra,
e o soldado não sabe mais lidar com isso.
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Capitão América Cores 2, julho 1970 (EBAL): “super-herói dinossauro” (acima e a seguir)
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Acima e seguir: Thor em “Aproxima-se Ragnarok!”: quadrinhos épicos e mitologia no mundo dos super-heróis.
História de Stan Lee. Desenhos de Jack Kirby. Arte-final de Vince Coletta. Revista A Maior, 1ª série, n° 20, p. 47 e
54. Junho e Julho de 1972 ( EBAL).
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NOTÍCIAS EM QUADRINHOS
CAPÍTULO 4
ICONOGRAFIA E IMAGINÁRIO:
LEITORES E COMENTÁRIOS
Super-homem: personagem, mito e representação. Capa de Superman 19(EBAL, 4ª Série, março, 1974). ►
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Páginas seguintes: Batman em Cores, 1ª série, n° 56, junho de 1976 (EBAL), trechos da história de capa da
edição. Arte: Jim Aparo. ►
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Seqüência da história “O Fim do Duende”, na qual o Homem-Aranha depara-se com o fracasso: super-
herói não impede morte da namorada pelo vilão. Revista O Homem-Aranha n° 55, 1ª série (1974, EBAL).
História de Gerry Conway. Arte de Gil Kane e John Romita. ►
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(A seguir) Adolfo Aizen conversa com o leitor da EBAL por meio de sua seção de correspondência, uma das
características que mais identificavam a editora com seu público. Página posterior, capa da revista especial
Chamada Geral, lançada em comemoração aos 25 anos da EBAL, em 1970. ►
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A seguir: capas da EBAL que destacam o conteúdo da trama da história principal da revista. ►
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“Quando garoto, vim para São Paulo, nos anos 50, e descobri
os quadrinhos. Mas não podia comprar todas as revistas que
queria. Tomava emprestado, fazia trocas, lia dos amigos. E os
melhores gibis eram os da editora de Aizen. Todos gostavam da
EBAL e sabiam quem era Adolfo Aizen. Muitos anos depois,
quando os negócios melhoraram, comecei a publicar anúncios em
jornais procurando gibis antigos. Não parei mais de
colecionar, procurando tudo aquilo com que sonhava e não
tinha como comprar. E a maior parte da minha coleção é
formada agora pelas revistas da EBAL e as publicações
anteriores de Aizen.”
Páginas iniciais de “O Ferrão do Escorpião”. História de Stan Lee. Desenhos de Gene Colan e Joe Sinnott.
(Revista A Maior n° 5, outubro de 1970, p. 3, 4 e 5. EBAL). ►
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Rosto de Adolfo Aizen desenhado sobre prancha de o Príncipe Valente, de Harold Foster, personagem do tempo
do Rei Arthur considerado um dos preferidos do editor. A homenagem é do artista Eugênio Colonnese.
Reprodução de O Pasquim 21 ( “O Rei dos Quadrinhos”, de Sérgio Augusto. 2002). ►
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARTIGOS DE PERIÓDICOS
ENTREVISTADOS