Índice 2
Índice 2
Índice 2
1.Introdução .................................................................................................................................... 3
4.Conclusão................................................................................................................................... 17
5.Bibliografia ................................................................................................................................ 18
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1.Introdução
Por outro lado, as teorias psicanalíticas propõem uma abordagem mais profunda, sugerindo que a
escolha de carreira é influenciada por elementos inconscientes e emocionais. Essas teorias
exploram as complexas interacções entre o ego, o id e o superego na decisão de carreira,
lançando luz sobre como factores subconscientes podem moldar nossas escolhas profissionais.
Além disso, abordaremos a visão inovadora de Bohoslavsky, que vai além do mero
aconselhamento e considera a orientação vocacional como um espaço de reflexão e
autoconhecimento. Ele enfatiza a importância de explorar a fundo a identidade e os desejos
pessoais ao escolher uma carreira, o que pode levar a decisões mais alinhadas com o verdadeiro
eu de cada indivíduo.
Nossa investigação foi guiada pelos objectivos traçados para este trabalho, que incluem o
conhecimento aprofundado das teorias psicológicas da orientação vocacional, a descrição
detalhada dessas teorias, a compreensão dos conceitos-chave das teorias decisionais e a
exploração dos princípios fundamentais da abordagem de Bohoslavsky. Vamos agora mergulhar
nesse intrigante mundo das teorias psicológicas da orientação vocacional, explorando como elas
moldam as escolhas de carreira das pessoas.
2.1.Teorias decisionais
As teorias decisionais são um conjunto de abordagens psicológicas que buscam entender como
as pessoas tomam decisões relacionadas à escolha de carreira ou orientação vocacional. Essas
teorias examinam os processos cognitivos, emocionais e sociais envolvidos na tomada de decisão
de carreira.
Teorias decisionais visam a racionalidade das escolhas, a decisão deve ser fruto de análise
minuciosa dos elementos que intervêm no processo. A racionalidade propõe três etapas:
2.2.Tipos de decisão
2.3.Escolha intertemporal
A escolha intertemporal se preocupa com o tipo de escolha em que diferentes acções levam a
resultados que são realizados em diferentes estágios ao longo do tempo. Também é descrito
como tomada de decisão de custo-benefício, pois envolve a escolha entre recompensas que
variam de acordo com a magnitude e o tempo de chegada. Se alguém recebesse um lucro
inesperado de vários milhares de dólares, poderia gastá-lo em umas férias caras, dando-lhe
prazer imediato, ou poderia investi-lo em um plano de aposentadoria, dando-lhe uma renda em
algum momento no futuro. Qual é a melhor coisa a fazer? A resposta depende parcialmente de
factores como as taxas de juros e inflação esperadas, a expectativa de vida da pessoa e sua
confiança no sector de previdência. No entanto, mesmo com todos esses factores levados em
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Algumas decisões são difíceis devido à necessidade de levar em consideração como outras
pessoas na situação responderão à decisão tomada. A análise de tais decisões sociais é mais
frequentemente tratada sob o rótulo de teoria dos jogos, em vez de teoria da decisão, embora
envolva os mesmos métodos matemáticos. Do ponto de vista da teoria dos jogos, a maioria dos
problemas tratados na teoria da decisão são jogos de um só jogador (ou o jogador solo é visto
como jogando contra uma situação de fundo impessoal). No campo emergente da engenharia
sociocognitiva, a investigação está especialmente focada nos diferentes tipos de tomada de
decisão distribuída nas organizações humanas, em situações normais e anormais / de emergência
/ crise.
2.5.Decisões complexas
Outras áreas da teoria da decisão estão preocupadas com decisões que são difíceis simplesmente
por causa de sua complexidade ou da complexidade da organização que deve tomá-las. Os
indivíduos que tomam decisões são limitados em recursos (isto é, tempo e inteligência) e,
portanto, são extremamente racionais; a questão é, portanto, mais do que o desvio entre o
comportamento real e o óptimo, a dificuldade de determinar o comportamento óptimo em
primeiro lugar. Um exemplo é o modelo de crescimento económico e uso de recursos
desenvolvido pelo Clube de Roma para ajudar os políticos a tomar decisões na vida real em
situações complexas. As decisões também são afectadas pelo fato de as opções serem
enquadradas em conjunto ou separadamente; isso é conhecido como viés de distinção.
1.Teoria da Escolha Racional: Esta teoria assume que os indivíduos tomam decisões de carreira
com base em uma análise objectiva de suas opções, pesando os prós e contras de cada
alternativa. Ela enfatiza a colecta de informações, avaliação das alternativas e selecção da opção
que maximiza a utilidade.
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3.Teoria da Escolha Vocacional de Tiedeman e O'Hara: Esta teoria enfatiza a interacção entre
a pessoa e o ambiente. Os indivíduos são vistos como activos na busca de oportunidades de
carreira que se ajustem às suas necessidades, interesses e valores. A tomada de decisão é
considerada um processo contínuo, influenciado pelas mudanças na pessoa e no ambiente.
4.Teoria do Ciclo de Vida de Super: John D. Super propôs uma teoria que descreve como as
escolhas vocacionais são moldadas pelas fases da vida de uma pessoa. Ela identifica estágios de
crescimento, exploração, estabelecimento, manutenção e declínio. As pessoas passam por esses
estágios ao longo de suas vidas, cada um com diferentes preocupações e objectivos de carreira.
6. Teoria da Carreira com Base nos Valores de Holland: John L. Holland desenvolveu uma
teoria que relaciona personalidades e preferências vocacionais. Ele identificou seis tipos
vocacionais: Realista, Investigativo, Artístico, Social, Empreendedor e Convencional (RIASEC).
A teoria postula que as pessoas são atraídas por carreiras que correspondem às suas
características pessoais.
Essas teorias decisionais oferecem perspectivas diferentes sobre como os indivíduos abordam a
tomada de decisão de carreira. No entanto, é importante notar que os processos de orientação
vocacional são complexos e podem ser influenciados por uma combinação de factores, incluindo
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Dentro de mais essa gama de conceitos, podemos citar quatro autores que se destacam: Gellat
(1962), Thomas Hilton (1962), Hemerson e Roth (1966).
Segundo Levenfus (Rosane, 1997), Gellat considera que em qualquer tomada de decisão sempre
há um indivíduo que irá escolher entre várias opções, baseando-se sempre nas informações que
possui. Para o autor, uma decisão pode ser tanto definitiva quanto exploratória, sendo que esta,
tem o poder de modificar a primeira.
Propõe que o indivíduo adopta um sistema racional para poder decidir. A partir do momento em
que o indivíduo define o problema a ser enfrentado, passa por um momento preditivo. Neste
momento, irá avaliar as possibilidades, tentar prever as consequências das possíveis tomadas de
decisão e a probabilidade da concretização de cada uma dessas consequências. Logo em seguida,
passa a um momento de avaliação no qual pesa o desejo dessas consequências, avaliando suas
preferências dentre os distintos resultados. Finalmente, utiliza um critério pessoal de decisão,
avaliando e fixando cada uma de suas escolhas, a priori definitivas, que poderão ou não sofrer
mudanças ao longo do caminho.
Thomas Hilton relaciona o processo de tomada de decisão com uma teoria geral do
comportamento na escolha ocupacional: “uma tentativa de redução do nível de dissonância
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cognitiva, elevado a níveis intoleráveis por estímulo ambiental” (Apud Ferretti, 1974 45p.).
Trata-se de um modelo complexo, baseado nas teorias do processamento da informação.
Podemos dividi-la em três elementos chave:
A teoria de Hilton se constrói no fato de que a observação dos estímulos ambientais pode
interferir, o que é uma ideia comum a mais de uma das teorias de desenvolvimento vocacional já
abordadas anteriormente. Segundo Hilton, observa se de que forma os estímulos ambientais
podem interferir, alterando e distorcendo as premissas e planos do sujeito.
2.7.Teorias psicanalíticas
1.Teoria da Escolha Vocacional de Anna Freud: Anna Freud, filha de Sigmund Freud, propôs
que as escolhas de carreira são influenciadas por processos psicodinâmicos, como a busca por
expressar desejos e evitar conflitos inconscientes. Ela acreditava que as escolhas vocacionais
poderiam reflectir a resolução de conflitos não resolvidos da infância.
psicanalíticos em suas teorias. Ele sugeriu que as escolhas de carreira podem ser influenciadas
por desejos inconscientes, complexos de Édipo e outros factores emocionais.
É importante observar que as teorias psicanalíticas da orientação vocacional podem ser mais
especulativas e difíceis de validar empiricamente em comparação com abordagens mais
cognitivas ou desenvolvimentais. A psicologia da orientação vocacional é um campo amplo e
multidisciplinar, e diferentes teorias podem oferecer insights valiosos sobre as complexidades
envolvidas na escolha de carreira das pessoas.
Em 1960, ele lança o livro “Orientação Vocacional: uma estratégia clínica”, que traz os
fundamentos da sua abordagem. Nesta obra, “propõe a compreensão do indivíduo como sujeito
de escolhas, numa crítica à modalidade psicométrica em Orientação Vocacional que tomava o
indivíduo como objecto de sua intervenção”. De nítidas bases psicanalíticas, ele preconizava que:
“o vocacional seria uma resposta do sujeito a quem ele é, não ao que ele faz, da ordem do
ocupacional” (Ibid., p. 120).
3.1.Princípios e funções
destaca a importância de um conhecimento sólido para os orientadores, destacando que isso leva
a uma condução mais segura e ao aumento do sucesso no processo de orientação.
Percebe-se que tal tarefa carrega em si grande complexidade, desse modo, exigindo-se do
orientador, um conhecimento profundo na área, isso pressupõe também uma contínua formação a
fim de levar a cabo tal tarefa. Pois sua prática, que atende a uma imperiosa necessidade actual,
requer não só a explicitação de técnicas e recursos para uma análise exaustiva dos mesmos, como
também a formulação de esquemas conceituais pertinentes à sua temática específica”
(Bohoslavsky, 2015, p. 2).
A abordagem proposta por Bohoslavsky, segundo Moura (2014, pp. 26-27), “considera
fundamental que o orientando chegue a uma decisão autónoma a partir da elaboração dos
conflitos e ansiedades que experiencia em relação ao futuro; que o orientando seja capaz de
conhecer seus interesses e os motivos que os sustentam”; observa ainda que: “o orientando
aprenda a escolher e desenvolva maturidade para enfrentar obstáculos futuros através da
elaboração dos seus conflitos”. Isso se deve porque, segundo essa abordagem, “as profissões são
dinâmicas e as potencialidades para exercê-las são variáveis”. Nessa visão, não é função do
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Bohoslavsky (2015, p. 28) coloca que “para um adolescente, definir o futuro não é somente
definir o que fazer, mas, fundamentalmente, definir quem ser e, ao mesmo tempo, definir quem
não ser. Ainda, segundo o autor, se o adolescente se preocupar “somente com o que fazer, o
psicólogo deve restituir-lhe a parte da realidade que esteja escamoteada”, desse modo, “terá que
lhe mostrar que forma deve ser escolhe ou quer escolher. E quando se preocupa somente com
que coisa ser, terá que lhe mostrar que relação tem a ocupação com (sic) concreta com esse modo
de ser que se propõe a assumir”. Assim, o psicólogo orientador, estará à disposição do
orientando, no sentido de guiá-lo à Auto percepção, que se faz tão necessária no processo de
tomada de decisão.
4.Conclusão
É claro que as escolhas de carreira não podem ser reduzidas a um único factor, mas sim a uma
interacção complexa entre múltiplas variáveis. O papel do desenvolvimento pessoal ao longo da
vida, a influência de figuras significativas e a busca por congruência entre o self interno e as
oportunidades externas são temas recorrentes nas teorias psicológicas da orientação vocacional.
Essas teorias não apenas nos ajudam a entender como as escolhas de carreira são feitas, mas
também ressaltam a importância de uma abordagem individualizada, considerando a
singularidade de cada pessoa.
5.Bibliografia
BOHOSLAVSKY, R.(2015) Orientação Vocacional: a estratégia clínica. 12. ed.. Trad. José
Maria Valeije Bojart. São Paulo: Martins Fontes.
Holland, J. L. (1997). Making vocational choices: A theory of vocational personalities and work
environments. Psychological Assessment Resources.