Livro
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Livro
Empresarial
Indaial – 2023
2a Edição
Elaboração:
Prof.º Marina Rozin
174p.
ISBN 978-65-5646-636-1
ISBN Digital 978-65-5646-630-9
“Graduação - EaD”.
1. Orçamento 2. Empresarial 3. Administração
CDD 658.15
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Neste livro didático, apresentaremos os conceitos essenciais da Administração
Orçamentária. Em um contexto em que as organizações precisam constantemente
inovar e enfrentar desafios para atender às demandas do público consumidor, é
necessário conhecimento sobre planejamento e orçamento empresarial. De donos de
seu próprio negócio a integrantes do quadro de colaboradores das empresas, a todos
é imprescindível compreender como o orçamento é constituído, quais os requisitos
para sua implementação e os benefícios que podem trazer para a organização.
Além disso, é necessário estar ciente de que a tecnologia é uma grande aliada nos
processos de controle e monitoramento de processos, oferecendo ferramentas de
gestão, controle e auxílio na geração de resultados da organização. Para conhecermos
mais sobre esses e outros aspectos da administração orçamentária, nosso conteúdo
será apresentado em três unidades.
Bons Estudos!
GIO
Olá, eu sou a Gio!
QR CODE
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
ELEMENTOS DO
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tema de aprendizagem desta unidade, você encontrará autoatividades com o
objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
O QUE É O ORÇAMENTO EMPRESARIAL?
1 INTRODUÇÃO
3
pode ser considerado uma forte ferramenta de planejamento e gestão empresarial em
uma organização. Segundo Brookson (2000 apud LUNKES, 2003, p. 39):
4
Dessa forma, é possível associarmos o orçamento às funções administrativas,
abrangendo o planejamento, execução, controle, avaliação, motivação e
coordenação. Sendo assim, o objetivo principal é atingir com maior eficiência as
diferentes atividades empresariais.
5
Em relação ao controle, ele é importante pois permite que os objetivos
organizacionais sejam atingidos com base no acompanhamento dos resultados
planejados. Assim como no ambiente familiar, as empresas podem passar por
dificuldades caso não utilizem de forma adequada o orçamento.
DICA
Agora que você já tem conhecimento sobre o que é o orçamento
empresarial e sua importância, que tal assistir a uma aula
para aprofundar seus conhecimentos e obter dicas práticas e
exemplos sobre sua aplicação? Sugerimos uma aula ministrada
pelo professor tutor Arílio. Você poderá assistir clicando no link:
https://www.youtube.com/watch?v=rEHmZ1TOtU4.
6
Será que o fato de 80% dos insumos utilizados nas atividades desenvolvidas
pela empresa serem importados faz que algum aspecto do orçamento deveria ter mais
atenção? Esse seria o único aspecto a ser um destaque na elaboração do orçamento?
A cotação do dólar, ou seja, a relação da quantidade de R$ (reais) para se comprar U$ 1
(um dólar) pode ter variações radicais em um único dia. Imagine em um ano. Isso pode
determinar que alguns gatilhos fiquem ativos em relação à elaboração do orçamento,
visando situações em que essa relação entre R$ e U$ se torne elevada ou não prevista.
Faça o mesmo agora com o que você vai ter que pagar (energia elétrica, conta
de celular, internet, telefone fixo, conta de água, impostos, gás, combustível para o carro,
supermercado, saúde, educação, seguros, pet shop, lazer, assinatura de conteúdos
digitais etc.). Depois de passar o mês, compare os valores que fez a previsão de receber
com os de fato recebidos. E também os que fez a previsão de pagar com o que de
fato pagou. Certamente você vai notar algumas características interessantes e muito
parecidas quando se fala desse tipo de orçamento, também chamado de orçamento
pessoal:
7
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tema de aprendizagem, você aprendeu:
8
AUTOATIVIDADE
1 O orçamento empresarial possui diversas definições, mas, em linhas gerais, pode
ser entendido como um plano que demonstrará os objetivos a serem atingidos pela
empresa em determinado período. Esse plano elucida os recursos necessários para
alcançar os objetivos propostos, bem como sua forma de utilização. Sobre os recursos
empresariais, assinale a alternativa CORRETA:
I- O planejamento faz parte das funções administrativas básicas e tem como foco
prever os recursos necessários para que a organização opere suas atividades em
determinado período de tempo.
II- Após o planejamento, deve-se deixar as atividades fluírem de acordo com a
capacidade de execução do time e suas percepções sobre como realizá-las.
III- A motivação dos colaboradores é função essencial para garantir o compromisso com
os objetivos propostos, e as lideranças devem estar atentas constantemente atentas
aos níveis de motivação de suas equipes.
9
3 Sabendo que o orçamento se trata de um plano que esmiúça os recursos necessários
para as operações, é importante atentarmos também às suas características básicas.
Isso significa compreender quais são os parâmetros que definem de fato a atuação
do orçamento e se ele realmente cumpre com seu objetivo. Sobre as características
básicas de um orçamento descritas por diversos autores no decorrer da Unidade 1,
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 O orçamento pode ser entendido tanto como uma ferramenta de planejamento como
de controle no comportamento das organizações. Para as organizações e para as
pessoas, pode ser de grande valia, já que é capaz de estabelecer limites em relação
aos gastos para que os objetivos e metas estabelecidos sejam atingidos. Disserte
sobre como o orçamento pode oferecer esses benefícios para a organização de
forma prática.
5 O ambiente externo e interno das empresas está em constante mudança, por isso
é exigido das empresas que respondam às mudanças da melhor forma possível.
Sem dúvidas, agir de forma planejada permite a redução das incertezas por parte da
organização e seus interessados, permitindo melhores oportunidades de negócio.
Nesse contexto, disserte sobre como o orçamento empresarial pode ser um aliado
para melhor desempenho das organizações.
10
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
CARACTERÍSTICAS E PREMISSAS DO
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
1 INTRODUÇÃO
Sabendo que o orçamento é um elemento importante para as organizações,
precisamos conhecer melhor suas características. Não basta relatar os recursos
necessários para sua elaboração, é necessário que o orçamento cumpra com critérios
básicos para ser considerado eficaz. Esses fatores irão elucidar as principais funções de
um orçamento e quais as expectativas devem ser atendidas para garantir que cumpra
com o seu papel.
Veremos que o orçamento não é uma ferramenta isolada, mas sim um sistema
que envolve atividades operacionais, táticas e estratégicas. Isso significa que, como
aliado do planejamento, o orçamento contempla todas as áreas da organização e oferece
um panorama completo sobre os recursos e ações necessárias para sua elaboração,
implementação e controle. O sistema orçamentário possui também características
específicas, que serão apresentadas no decorrer desta unidade.
11
c) Participação direta dos responsáveis – todos os níveis da empresa deverão participar
do processo e comprometer-se com a execução.
d) Global – todas as unidades e atividades da empresa deverão participar.
e) Prático – a elaboração do orçamento deverá ser em tempo hábil, para que a sua
execução possa ocorrer no momento certo.
f) Critérios uniformes – é necessária a definição de princípios e padrões para ser possível
a avaliação do orçamento.
g) Quantificação – expressa em valores físicos e monetários.
h) Economicidade – deverá revelar, em termos econômicos, o que se terá de fazer e o
que se pretende fazer na empresa no período orçamentário.
INTERESSANTE
O orçamento empresarial é amplamente estudado por cientistas como ferramenta de controle
das organizações. Pesquisas demonstram que o orçamento é extremamente útil para garantir
o bom desempenho da organização. O orçamento está diretamente ligado às funções de
planejamento, apesar disso, existem vertentes que indicam que o orçamento deveria ser cada
vez mais valorizado pelas empresas e que suas capacidades devem ultrapassar o papel de
auxiliar do planejamento, pois favorece melhoria nos processos de gestão e permite melhores
tomadas de decisões e por isso, possui caráter multifuncional. Vamos aprofundar nosso
conhecimento nas potencialidades do orçamento? Leia o artigo O campo de discussão
do orçamento empresarial: uma análise das publicações no Brasil, publicado no
XXVII Congresso Brasileiro de Custos. Disponível em: https://anaiscbc.emnuvens.
com.br/anais/article/download/4784/4805/4922. Acesso em: 28 mar. 2023.
12
3 SISTEMA ORÇAMENTÁRIO
O orçamento empresarial é parte integrante do planejamento estratégico,
elaborado a partir do planejamento operacional, tendo nesta fase a influência de todos
os setores e departamentos de uma empresa. O objetivo principal do Orçamento
Empresarial, a nível de resultado final, é possibilitar a previsão dos fluxos de caixa, dos
resultados e da situação patrimonial de uma organização para um determinado período.
Entretanto, o controle dos itens que formam o orçamento é fundamental para que esse
propósito seja atingido.
13
• Flexibilidade.
• Comprometimento.
• Completude.
• Oportunidade.
• Uniformidade.
• Controle.
4 PREMISSAS DO ORÇAMENTO
Premissas são orientações básicas, ou pressupostos (suposições antecipadas),
para dar início ao processo de elaboração do orçamento empresarial, que será em
conformidade com o planejamento estratégico da empresa. As premissas orçamentárias
são definidas após a definição das estratégias, políticas internas e metas que vão vigorar
durante o período orçado. As premissas iniciam a elaboração do orçamento empresarial.
14
Para a correta projeção de valores em um cenário futuro, é recomendado utilizar-
se de índices econômicos como poupança, Selic (taxa básica de juros da economia), CDI
(Certificado de Depósito Interbancário, é uma taxa de juros utilizada nos empréstimos
entre os bancos), dólar (moeda americana), IGPM (Indicador Geral de Preços do Mercado
bastante importante para entender a economia do país) etc. Estes devem ser considerados
no cadastro orçamentário para que possam corrigir desvios de mensuração de valor
observados durante o período orçado. Segundo Frezatti (2007), as premissas podem ser
divididas em:
2. Estruturais, como:
3. Econômico-financeiras, a citar:
• Inflação.
• Juros.
• Variação nos preços dos insumos.
• Variação cambial.
INTERESSANTE
Para saber mais como avaliar fatores macroeconômicos
brasileiros que afetam as organizações, é possível consultar
o site do IPEA. Trimestralmente são elaborados relatórios
denominados "Cartas de Conjunturas", que abordam as
tendências econômicas do período. Essas informações são
valiosas e podem ser utilizadas de forma confiável para
avaliação de fatores externos das organizações. Para saber
mais, acesse o site do IPEA, busque por Carta Conjuntura e
acesse a carta do período: www.ipea.gov.br.
15
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tema de aprendizagem, você aprendeu:
16
AUTOATIVIDADE
1 As premissas são orientações básicas, ou pressupostos (suposições antecipadas),
para dar início ao processo de elaboração do orçamento empresarial, que será em
conformidade com o planejamento estratégico da empresa. As premissas podem ser
divididas em operacionais, estruturais e econômico-financeiras. Sobre as premissas
econômico-financeiras, assinale a alternativa CORRETA:
17
3 Para elaborar e implementar um orçamento, é necessário conhecer suas
características e quais os parâmetros necessários para que ele cumpra sua finalidade.
Esses parâmetros são denominados premissas. As premissas irão estabelecer os
limites de um bom orçamento, sendo indispensável atender a seus critérios para
torná-lo efetivo. Sobre as premissas do orçamento, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) V – V – F.
d) ( ) F – F – V.
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UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
METAS, IMPLEMENTAÇÃO E CONTROLE
ORÇAMENTÁRIO
1 INTRODUÇÃO
2 METAS ORÇAMENTÁRIAS
Observadas em todas as grandes empresas, e talvez temidas pela maioria dos
executivos, as metas orçamentárias têm o propósito de quantificar os objetivos do
planejamento estratégico. E nesse momento, as premissas certamente se manifestaram,
influenciando as metas.
19
• Aumento do giro dos ativos.
• Aumento ou redução do nível de capital de giro.
• Redução do índice de devolução de vendas.
• Redução do índice de inadimplência dos clientes.
• Redução do custo com mão de obra por meio de produtividade.
• Redução ou aumento do endividamento da empresa.
• Redução do nível de imobilização do patrimônio líquido.
• Redução ou aumento do nível de estoques.
20
3 CONDIÇÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO DO ORÇAMENTO
Assim como uma planta que precisa de certas condições ao seu redor
(temperatura, água, nutrientes, oxigênio etc.) para germinar, crescer e se
desenvolver, o orçamento também precisa de algumas condições ao seu redor para
ser implementado. Ou seja, para a implantação de um processo de orçamento em
uma empresa, exigem-se as mínimas condições, que, a seguir, são descritas por
Zdanowicz (2000):
A organização também tem que fazer uma análise dos fatores macroeconômicos,
tais como a situação da economia, a evolução do setor em que a empresa atua,
evolução da taxa de inflação, tendências dos preços dos produtos e as taxas de juros. A
estrutura organizacional deve estar definida, os níveis hierárquicos existentes têm que
ser explícitos, deve existir interdependência dos órgãos subordinados, possuir linhas de
comunicação ascendentes e descendentes e também ter delegação de autoridade e
cobranças de responsabilidade.
21
Figura 1 – Condições para implantação do orçamento
Abrangência, oportunidades e
Fatores Imprescindíveis
características do sistema orçamentário
Apoio da alta direção.
Envolvimento da alta direção, dos
demais executivos e funcionários. Empenho integral e participativo de cada integrante
do quadro de funcionários da empresa.
Adequação da estrutura organizacional.
22
Antes do momento de decisão.
Clara definição dos objetivos e dos
padrões de desempenho.
Padrões comparáveis com resultados.
Responsabilidades e objetivos.
Comunicação integral.
Todos os níveis da estrutura organizacional.
Evitar conservadorismo exagerado.
23
n) Falta de definição do processo de elaboração do orçamento.
o) Falta de flexibilidade na reformulação das estimativas.
p) Pesquisa de mercado malfeita.
q) Falta de decisões globais sobre as políticas de preços, salários, despesas etc.
4 CONTROLE DO ORÇAMENTO
O controle também faz parte de uma das funções administrativas, conforme já
vimos anteriormente. Sua principal função é assegurar que os resultados planejados,
organizados e dirigidos se ajustem aos objetivos estabelecidos, ou seja, verifica se está
ou não atingindo os objetivos desejados. Sua presença no dia a dia da empresa é de
vital importância, pois, sem ele, não ocorrerá o que foi planejado e não haverá como o
administrador ter êxito na organização e direção da empresa.
24
Conforme Frezatti (2000, p. 37): “controle orçamentário é a forma de realimentar
o sistema de planejamento, dependendo do seu grau de sofisticação deste último, ele
pode ser estruturado de maneira flexível ou rígida, complexa ou simplificada, centralizada
ou participativa”.
Cada unidade deve ser responsável pelo controle das suas receitas e de suas
despesas, os relatórios de acompanhamento devem conter os itens que o administrador
do centro pode decidir. Os principais objetivos do relatório de acompanhamento do
controle são:
25
3. Principais indicadores de preços.
4. Número de estabelecimentos para cada ramo de atividade.
c) Em nível interno:
1. Nível de vendas de produtos e serviços nos mercados local, regional, estadual, nacional
e internacional.
2. Nível de compras de matéria-prima no mercado interno e externo.
3. Política de preços de venda e de compra.
4. Níveis de estoques.
5. Políticas salariais.
6. Indicadores econômico-financeiros e patrimoniais da empresa e do setor a que
pertence.
26
Nos últimos anos, as organizações vêm utilizando, cada vez mais, painéis de
inteligência de negócios, muito conhecidos por sua nomenclatura em inglês, business
intelligence dashboards, para efetuar o acompanhamento e o andamento do alcance
de seus objetivos, sendo o acompanhamento do orçamento um dos seus principais
usos. Pode-se dizer que um painel de BI é uma ferramenta voltada ao apelo visual
dos indicadores mais importantes que foram definidos pelo planejamento em nível
estratégico e traduzidos pelas esferas táticas e operacionais em programas, planos e
objetivos a serem alcançados em um determinado período.
Os usuários podem, apenas clicando nas áreas dos gráficos, gerar filtros,
aprofundar as informações a ponto de poder gerar as tabelas que possibilitaram o
gráfico e exportar para o Excel.
27
Sutner (2020) também relata que os painéis podem representar desafios para
equipes de BI e usuários de negócios. As desvantagens potenciais dos painéis de BI
não resultam necessariamente do design do software, mas sim de como os painéis são
usados e do custo de sua criação, implementação e manutenção. Em muitas empresas,
os profissionais de BI e TI ainda projetam e atualizam painéis para usuários e também
são responsáveis por documentar painéis e rastrear seu uso. Outros desafios que as
organizações enfrentam na construção de painéis eficazes incluem:
2. Painéis do cliente
3. Painéis financeiros
Este tipo de painel exibe dados sobre indicadores financeiros para os executivos,
gerentes de negócios e equipes do departamento financeiro. As métricas em um
painel financeiro variam de receita, despesas operacionais e lucros a liquidez, ativos e
28
passivos, capital de giro, margens de lucro, valores de impostos e tributos e muito mais,
como quando recebe, quando paga, tudo para ajudar uma organização a monitorar o
desempenho dos negócios e fazer planejamento e análise das finanças da organização.
4. Painéis de pessoas
5. Painéis de operações
6. Painéis de TI
29
esteja organizado. Para se ter uma noção desse mercado de geração de painéis de BI,
vou relatar a seguir os principais fornecedores que vendem por meio de licença de uso os
painéis, ferramentas de design e análise de indicadores de negócio: Tableau, Microsoft,
Qlik, IBM, MicroStrategy, Oracle, SAP, SAS, Sisense, Tibco e Salesforce. Perceba que são
gigantes da TI que estão nesse mercado. E os tipos de licença e banco de dados são
muito diversificados. Desde aplicações que funcionam gratuitamente, claro com muitas
limitações, até as que podem ser publicadas na internet ou intranet da organização com
configurações por quantidade de usuários e privilégio de informações. As variações e
permissões de uso são tão diversificadas nos tipos de licença de um único fornecedor
citado e entre os fornecedores que um capítulo deste livro não seria suficiente para
demonstrar todas elas.
NOVAS DESCOBERTAS
Se você digitar no YouTube o termo dashboard, ou,
ainda, Power BI (nome da ferramenta de painel de BI
da Microsoft), você vai ter uma noção do quanto esse
mercado e intensificação desse tipo de ferramenta
tem aumentado. Nesse exemplo, um especialista no
Power BI (Microsoft) dá uma dimensão do uso da
ferramenta por meio de um negócio de vendas no
varejo, particularmente um supermercado. Vale a
pena dar uma conferida. O objetivo desse podcast é
levantar alguns pontos importantes sobre a dimensão
e diversidade das organizações e sua relação com o
planejamento das atividades que desenvolvem no
mercado, seja indústria, comércio ou a prestação de
serviços. Traz alguns aspectos relacionados ao foco do
orçamento, boas práticas para sua implementação e
controle. Apresenta, também, algumas reflexões sobre
o tempo do orçamento e a relação entre planejamento
de curto prazo e de longo prazo.
30
LEITURA
COMPLEMENTAR
ELABORANDO O ORÇAMENTO EMPRESARIAL
Juliana Spitaliare
Mas existem vários caminhos para alcançar esse propósito, que podem passar
pela redução de custos em determinadas áreas, investimentos em tecnologias e
pessoas, novas estratégias de vendas, entre outras possibilidades. Por isso é importante
elaborar um orçamento em detalhes e estimar quais serão as receitas e despesas da
empresa no próximo ano, semestre ou trimestre, por exemplo. Com esse instrumento
de gestão em mãos, você terá as finanças mais organizadas e conseguirá definir metas
com base nas projeções, além de acompanhar de perto a evolução da empresa.
Assim, você terá uma referência confiável para acompanhar a evolução financeira
da empresa e colocar seus planos em prática. Por exemplo, você pode se basear no
orçamento para estimar os custos do lançamento de um novo produto ou serviço,
31
planejar novas contratações, buscar soluções para reduzir despesas administrativas,
pensar em estratégias de captação de investimentos, e várias outras ações.
Se preferir criar sua própria planilha, saiba que é possível fazer isso sem ter
conhecimentos avançados em Excel. Basicamente, a planilha deve ser dividida entre
entradas e saídas (ou receitas e despesas). Cada área deve trazer todos os itens que a
compõem (um a cada linha), além de uma célula específica para o saldo. Assim, você
pode elaborar uma planilha anual, dividida por meses: basta inserir uma previsão de
valores para cada receita e despesa a cada mês.
O mais útil desse tipo de planilha é que os cálculos podem ser feitos de maneira
automática por meio de fórmulas, dispensando o trabalho de soma manual. Seu único
trabalho será criar uma linha final, separada das anteriores, onde será calculado o saldo
final (a real previsão orçamentária mês a mês). A fórmula é simples: clique sobre a célula
na qual terá o resultado do mês de janeiro, insira o símbolo de igual (=), clique na célula
que corresponde ao total de receitas, insira o símbolo de subtração (-) e, por fim, clique
na célula com o total de despesas.
Ao fazer isso, o Excel irá subtrair despesas de receitas e calcular a sua previsão
para o mês de janeiro. Para usar a fórmula nos outros meses, basta clicar sobre a célula
onde ela foi inserida e arrastá-la para aplicar o recurso em outras células.
Para organizar melhor o arquivo, ainda é possível dividir os registros por cores
(por entradas e saídas ou categorias de receitas e despesas, por exemplo).
32
enviado ao cliente como proposta comercial, com todos os detalhes da venda de um
produto ou serviço (preço, quantidade, forma de pagamento, etc.).
33
calcular o volume médio de vendas para cada item e canal, estimando quanto a
empresa deve vender no próximo ano (ou qualquer outro período desejado) com base
no histórico atual.
Além de projetar quanto você deve receber pelas vendas, é importante incluir
qualquer outra receita esperada para o período. Naturalmente, a maior parte da receita
da empresa vem da venda de produtos e serviços (sua atividade fim), mas ela também
pode receber dinheiro de aplicações financeiras, locações, cobranças de direitos autorais
e de imagem, entre outros ganhos extras.
Depois de ter uma boa projeção das receitas, é hora de listar todos os custos e
despesas esperados no orçamento empresarial. Como sempre reforçamos aqui no blog,
existem quatro principais tipos de gastos em uma empresa:
• Custos fixos: gastos recorrentes que não se alteram de acordo com o volume de
produção, como o aluguel do escritório e folha de pagamento.
• Custos variáveis: gastos que variam conforme o volume de produção, como a matéria-
prima para fabricação de produtos e impostos pagos na comercialização.
• Despesas fixas: despesas administrativas que não variam de acordo com as vendas
e distribuição, como o IPTU do escritório, prestações de empréstimos e serviços de
limpeza e manutenção.
• Despesas variáveis: despesas administrativas que aumentam ou diminuem na
mesma proporção das vendas, como a comissão de vendedores.
Nessa etapa, é essencial que você contabilize todos esses gastos e faça uma
estimativa para o próximo ano. Se estiver fazendo o orçamento geral do planejamento
estratégico, você pode dividir os custos por área da empresa para facilitar a organização.
Lembrando que esse é um bom momento para planejar o corte ou redução de custos
e mudar esse cenário para melhor, se você enxergar essa oportunidade durante a
elaboração do orçamento.
34
• Ativos tangíveis: são ativos palpáveis, ou seja, bens físicos como mobília,
equipamentos, imóveis, máquinas, ferramentas, etc.
• Ativos Intangíveis: são propriedades abstratas, que não podem ser tocadas, como
direitos de ordem jurídica, financeira ou econômica. Alguns exemplos de ativos
intangíveis são a marca da empresa, patentes de produtos e tecnologias, direitos
autorais e títulos financeiros como ações e contratos.
7. Planeje os investimentos
Nesse caso, há duas alternativas: buscar crédito junto aos bancos e instituições
financeiras, assumindo uma dívida, ou buscar investidores interessados em se tornar
acionistas da empresa. A vantagem do empréstimo é que você não precisa dividir os
resultados com outros acionistas se a empresa tiver um bom desempenho futuro. Por
outro lado, você estará se endividando (ainda que positivamente, já que se trata de um
investimento) e pagando juros a uma instituição. Então, cabe a você decidir o que vale
mais a pena e incluir os investimentos necessários no orçamento, definindo de onde virá
o dinheiro para aplicar nos projetos de ampliação do negócio.
35
Assim, você se mantém fiel aos objetivos financeiros determinados pela
empresa, mas ainda tem a flexibilidade necessária para se adaptar aos novos cenários
e traçar novas estratégias. O importante é enxergar o orçamento como um instrumento
dinâmico, que acompanha a realidade da empresa e se adequa às suas necessidades
sem deixar para trás seus propósitos.
Fonte: SPITALIARE, J. Orçamento empresarial: guia para elaborar o seu em 8 passos. Blog Conta
Azul, 2021. Disponível em: https://blog.contaazul.com/orcamento-empresarial#modelode. Acesso em: 16
de janeiro de 2023.
36
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tema de aprendizagem, você aprendeu:
• Que não basta realizar a implementação, mas também controlar o processo como
um todo, já que durante a implementação podem acontecer eventos que afetam o
andamento das atividades e desempenho das metas. Por isso, é importante monitorar
de perto o andamento das atividades e, se necessário, realizar "ajustes nas velas"
para garantir que tudo ocorra conforme o planejado.
37
AUTOATIVIDADE
1 É possível realizar o acompanhamento do orçamento de forma eficaz, utilizando
metas e indicadores de desempenho. Esse processo é capaz de medir a situação real
e serve para avaliar os valores realizados em relação aos projetados. Sobre os níveis
relacionados às características relacionadas dos indicadores, assinale a alternativa
CORRETA:
38
3 O processo de monitoramento, avaliação e melhoria do desempenho operacional
da empresa é chamado de controle organizacional. O controle reúne um conjunto
de métodos e ferramentas que os colaboradores da empresa dispõem para manter
o foco nos objetivos organizacionais. É a partir dele que podemos verificar se as
atividades estão ou não alcançando os objetivos a que se destinam. Sobre as fases
do controle, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) V – F – F - V.
b) ( ) V – F – V - F.
c) ( ) F – V – F - V.
d) ( ) V – V – V - F.
39
REFERÊNCIAS
ANTHONY, R. N.; GOVINDARAJAN, V. Sistemas de Controle Gerencial. São Paulo,
Atlas, 2002.
SHIM, J. K.; SIEGEL, J. G. Budgeting Basics and Beyond. 2. ed. New Jersey: John
Wiley & Sons. Inc. Hoboken, 2005.
40
SUTNER, S. Business Intelligence Dashboard. Newton, MA: TechTarget, 2020.
TUNG, N. H. Orçamento empresarial e custo padrão. 4. ed. São Paulo: Edições Uni-
versidade – Empresa, 1994.
41
42
UNIDADE 2 —
TIPOS DE ORÇAMENTOS,
PEÇAS ORÇAMENTÁRIAS E
PLANEJAMENTO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tema de aprendizagem desta unidade, você encontrará autoatividades com o
objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
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CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
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UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
TIPOS DE ORÇAMENTO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tema de Aprendizagem 1, abordaremos novos conceitos,
técnicas, metodologias para melhorar e flexibilizar o orçamento tradicional para
atender as demandas das organizações. Para isso, serão apresentados alguns tipos
de orçamentos: Orçamento Estático, Orçamento Contínuo, Orçamento Base Zero,
Orçamento Flexível, o Orçamento por Atividades e, por fim, o Beyond Budgeting.
2 ORÇAMENTO ESTÁTICO
É o nome dado ao próprio orçamento empresarial tradicional. Elaboram-se todos
os orçamentos da empresa a partir da definição de determinados níveis de produção
ou vendas, ou seja, basicamente do nível de atividade da empresa. A definição desse
nível de atividade, consequentemente, determinará o volume das demais atividades e
setores da empresa. O orçamento pode ser chamado de estático desde que a gestão
do sistema não tolere alterações nas peças orçamentárias. Ou seja, mesmo que o
volume de vendas que o período concretizou mude significativamente em relação ao
que foi orçado/projetado, os valores desse tipo de orçamento não são alterados. E,
logicamente, se o volume de vendas aumentar, os custos e despesas variáveis também
vão aumentar, devido ao maior consumo de matéria-prima, impostos, comissões de
venda. Mas isso não é ruim. Na verdade, é excelente, o objetivo é que os volumes de
venda sempre sejam maiores.
45
Para que você entenda melhor essa questão de variação, vamos praticamente
fazer um parêntese durante a explicação desse tipo de orçamento. E isso será
extremamente importante na hora de entender a proposta de abordagem desse e
dos outros tipos de orçamentos que vamos apresentar mais adiante, principalmente
em relação ao orçamento flexível. Muito bem, em relação aos gastos, existe uma
classificação quanto ao seu comportamento financeiro pertinente ao volume de
atividades, os quais podem ser fixos ou variáveis. Ou seja, existem gastos que sofrem
variação correlacionados diretamente ao nível de atividade.
CUSTOS FIXOS/ALUGUEL
46
Tabela 2 – Custos Variáveis – Matéria Prima
É fácil perceber que o custo tem variação direta com o nível de atividade, bem
como que o custo com a matéria-prima é de R$ 10,00 por unidade. Agora que você
já sabe que existem recursos que se comportam diferentemente em relação ao nível
de atividade do empreendimento, vamos continuar a tratar do orçamento estático.
Agora, imagine uma situação em que o departamento de vendas consegue vender mais
que o orçado. Certamente será avaliado positivamente, afinal, vender mais é sempre
interessante e quase sempre o principal objetivo de um empreendimento.
47
Ou seja, esse tipo de orçamento estático é mais útil quando uma empresa tem
vendas e despesas altamente previsíveis que não devem mudar muito durante o período
orçamentário. Um outro uso para o orçamento estático ocorre em organizações sem
fins lucrativos, educacionais e governamentais porque essas instituições normalmente
recebem uma quantia específica de dinheiro.
3 ORÇAMENTO FLEXÍVEL
O orçamento flexível denota a condição de variabilidade que é inerente
ao processo orçamentário, o que exige a flexibilidade para acompanhamento do
orçamento, sendo este um fator marcante. Nesse contexto, Padoveze (2011) afirma
que o orçamento flexível tem como objetivo suavizar a inflexibilidade imposta pelo
orçamento estático. E ele parte do princípio de que o orçamento de vendas pode
sofrer variações e, consequentemente, todas as demais peças orçamentárias que
estão diretamente ligadas ao orçamento de vendas e que possuem gastos variáveis
também sofrem variações.
De acordo com esse mesmo autor, o ponto central do orçamento flexível está
no comportamento dos recursos entre fixos e variáveis. Ou seja, enquanto os recursos
das vendas e seus respectivos gastos provenientes da produção, impostos e despesas
podem variar, os gastos fixos recebem tratamento tradicional, ou seja, como se
estivessem sendo tratados no orçamento estático. Por meio da Tabela 3 a seguir, isso
pode ser mais bem compreendido.
48
Tabela 3 – Variação do nível de atividade e gastos relacionados
Dados do mês de
Previsto Variação Realizado
Março
Quantidade
de Unidades
10.0000 20% 12.000
Produzidas e
Vendidas.
Gastos variáveis. R$ 40.000,00 20% R$ 48.000,00
Gastos fixos. R$ 100.000,00 0% R$ 100.000,00
Gastos totais. R$ 140.000,00 6% R$ 148.000,00
Gasto por
unidade vendida R$ 14,000 12% R$ 12,33
no mês.
Fonte: o autor
49
Olha que bacana! Uma variação de 20% no volume de produção e vendas
produziu um aumento de 53% no lucro. Esse é um princípio chamado de alavancagem
operacional. E certamente isso quebra alguns paradigmas, demonstrando que a variação
no volume de vendas não é a mesma do resultado (lucro ou prejuízo).
INTERESSANTE
O grau de alavancagem operacional é a forma de medir em
que proporção o resultado da empresa é afetado quando o
volume de suas atividades de produção e vendas tem variações.
Isso ocorre face ao comportamento dos gastos. A composição
dos gastos dos empreendimentos, independentemente do
ramo de atividade, se divide em fixos e variáveis, isso faz com
que o resultado não reaja na mesma proporção das variações
do nível de atividade. Esse aspecto se dá pelo fato de os
gastos fixos permanecerem inalterados, enquanto os gastos
variáveis oscilam proporcionalmente a essa alteração. E cada
empreendimento, dependendo dessa proporção entre gastos
fixos e variáveis, tem um grau de alavancagem diferente. E em
um mesmo empreendimento, isso muda toda vez que houver
alguma alteração entre essa proporção, o que ao longo do tempo
certamente irá ocorrer.
Entre tais elementos, o orçamento flexível considera que a empresa deve estar
atenta ao nível de atividade e suas possíveis variações. E o que mais interfere e varia nas
atividades é a questão do custo. Não há como fixar R$ 1,00 de custo para cada unidade
fabricada. O nível de atividade faz variar as estimativas de custos, pois temos os custos
fixos e variáveis. Por isso, é necessária uma análise dos custos nas categorias variável e
fixa, para prever os gastos em diferentes níveis de atividades.
E como o orçamento flexível prevê variações, ele tem como uma de suas
finalidades identificar de onde vêm as diferenças e quais foram as suas causas: variações
e discrepâncias, em que as primeiras referem-se a diferenças nos planos, como volumes
de vendas maiores ou menores que o orçado, e as últimas estão relacionadas ao controle
individual do gestor ou departamento. Essa capacidade de alterar o orçamento também
torna mais fácil identificar responsabilidades e os motivos caso uma receita ou meta de
50
custo seja arruinada. Certamente, a adoção do orçamento flexível é mais complicada,
requer um conhecimento sólido das despesas fixas e variáveis da empresa. No entanto,
isso permite maior controle sobre as mudanças que ocorrem ao longo do período
orçado, geralmente anual. A seguir, elencamos algumas características do orçamento
flexível citadas por Lunkes (2003):
• Não limita a projeção a um nível de atividades, mas para uma gama de atividades.
• Os custos incorridos são comparados com os necessários para determinado nível de
atividade.
• É ajustado de acordo com as mudanças no nível de atividade real, ou receita e
medidas de custo reais.
• No planejamento, mostra quanto serão os custos em vários níveis de atividade.
• Possibilita o exame dos resultados financeiros esperados para um número de cenários
possíveis.
• Admite-se uma faixa de nível de atividades, tendenciando os volumes de produção
ou venda.
• Necessita de um profundo conhecimento dos padrões de comportamento dos
custos de fabricação, especialmente os custos indiretos, que se tornaram muito
representativos nos últimos anos.
• Depura melhor os insumos, separando-os em custos variáveis ou fixos.
• Exige o conhecimento do que cada empregado, metro quadrado, máquina ou
computador produz.
De forma geral, como as mudanças sociais têm ocorrido cada vez mais
rapidamente, em que previsões de longo prazo se tornam cada vez mais duvidosas, o
orçamento flexível pode ser uma abordagem interessante para os empreendimentos
terem uma ferramenta de suporte para o planejamento e controle de suas atividades.
4 ORÇAMENTO CONTÍNUO
Como observamos em todo o estudo até o momento, existe uma tendência nas
organizações em elaborar orçamentos em ciclos anuais. Entretanto, alguns segmentos
de negócio têm dificuldade com orçamentos desse prazo, alguns por entender que
um ano é muito tempo, e outros por entender que um ano é um período muito curto.
Por exemplo, apesar das rápidas mudanças em nível mundial, é mais recorrente
para empresas do ramo de tecnologia problemas com o planejamento para períodos
anualizados, em virtude das velozes evoluções do setor.
51
Assim, surge a necessidade do orçamento contínuo, que tem como objetivo
central analisar o orçamento periodicamente, acrescentando ao fim de cada ciclo um
novo período. Ele geralmente cobre um período de 12 meses, o que mantém os gestores
e colaboradores envolvidos continuamente no processo orçamentário, incorporando
condições variáveis em momentos oportunos.
Fonte: o autor
Fonte: o autor
52
Figura 3 – Orçamento contínuo – multiperíodos
Fonte: o autor
De acordo com Lunkes (2003), esse tipo de orçamento deve possuir algumas
características importantes, como as relacionadas a seguir:
53
Lunkes (2003) também apresenta uma lista de vantagens que são proporcionadas
pela utilização do Orçamento Contínuo:
Além disso, o orçamento contínuo pode ser adequado com outros métodos
orçamentários, seja o tradicional, base zero, flexível etc. Isso porque o seu princípio é
fazer revisões e adaptações nas previsões no decorrer do período. E isso não inviabiliza
a combinação com outros tipos de orçamentos. As desvantagens são de ordem
operacional, pois fazer orçamentos mensais sempre exige que quase todo o processo
orçamentário seja despertado, o que toma tempo de toda a organização.
De acordo com Lunkes (2003), o ponto de partida desse orçamento não é o ano
anterior, como ocorre na maioria das abordagens. Isso faz com que todas as atividades
sejam obrigadas a justificar sua existência para que se possa obter aprovação de
recursos pela alta administração. Esse procedimento rejeita completamente a ideia
intrínseca no orçamento tradicional de incrementar números e percentuais àquilo que
foi feito em período passado.
A pergunta básica que esse modelo se propõe a provocar é: quem garante que
o valor gasto no passado não está muito além do que deveria ser gasto? Essa forma
de conceito de orçamento age como um modelo de planejamento, no qual cada custo
e despesa (gastos) são analisados, revistos e avaliados constantemente. Esse tipo de
orçamento evita desperdícios e faz com que as equipes se esmerem sistematicamente
em reduzir gastos, identificando possíveis excessos (ou carências). Isso vale desde a
compra de insumos até a aquisição de material de escritório, ao contrário do que se
rege a tradicional lógica das empresas em inspirar-se no orçamento do ano anterior e
aplicar-lhe índices de redução para montar o do ano corrente, sem saber se o valor de
cada gasto corresponde à realidade.
54
Com o orçamento OBZ, o ponto de partida para cada gasto é zero, o que apesar
de lógico também é controverso por algumas outras abordagens sobre o orçamento.
É interessante também relatar que esse tipo de orçamento não é tão recente como,
talvez, muitos possam pensar, por isso, apresentamos em curto cronograma o registro
da utilização desta forma de orçamento, conforme apresentado por Santos et al. (2008):
Como já dito, essa forma de orçamento exige que os gestores estimem as vendas,
produção e demais itens do orçamento como se as operações estivessem começando
do ponto zero. Isso faz com que todas as solicitações de recursos orçamentários sejam
plenamente justificadas ponderando análise de custos, propósitos, cursos alternativos
de ação, medida de realizações, benefícios pretendidos e consequências que poderão
advir caso a verba não seja concedida.
55
Nem tudo, porém, são flores no OBZ. Santos et al. (2008) observam que, em setores
industriais, o OBZ se aplica em algumas divisões como a área administrativa, técnica e
comercial. Já em relação ao setor fabril, não há uma adaptação direta, visto que este está
associado às operações de produção, como material direto e mão de obra direta (exceto
os gastos indiretos de fabricação, na sua parcialidade), sendo quase impossível aplicar
uma análise de custo/benefício para decidir sobre aumento ou redução de despesas.
Nesse caso, não é recomendado um planejamento a partir do zero.
NOVAS DESCOBERTAS
Orçamento Base Zero x Orçamento Base Histórico – como
podemos observar, ambas as técnicas têm suas vantagens e
desvantagens, e a questão de qual técnica utilizar vai depender
muito do momento da empresa. Caso se esteja querendo
reestruturar a empresa ou alguma área, o Orçamento Base
Zero pode ser o mais indicado. Do contrário, o Orçamento Base
Histórico proporciona ganhos de velocidade em sua elaboração,
além do aprendizado que traz acumulado. Uma estratégia que
se pode adotar é utilizar o Orçamento Base Zero a cada três
ou quatro anos, e nos demais anos utilizar o orçamento base
histórico para ir medindo a evolução do resultado da empresa.
Outra estratégia interessante é partir para um modelo híbrido,
ou seja, caso o objetivo seja reestruturar somente uma área
da empresa, aplicar o Orçamento Base Zero para esta área e o
Orçamento Base Histórico para o restante da empresa.
56
6 ORÇAMENTO POR ATIVIDADES
Ainda pouco utilizado pelas empresas, o Orçamento por Atividades é oriundo de
uma nova técnica de custeio denominada de Custeio Baseado em Atividades ou Custeio
ABC (Activity Based Costing), em que, na forma de orçamento, inverte-se o histórico
pelo previsto, e é chamado pela sigla em inglês ABB – Activity Based Budgeting.
Dentre as vantagens que o orçamento por atividade contribui, citados por Lukes
(2003), estão:
57
• Elimina atividades supérfluas.
• Reduz o tempo ou os recursos empenhados no cumprimento das atividades.
• Seleciona as atividades em um custo mais baixo.
• Multiplica a utilização de atividades.
• Desenvolve uma descrição de caso.
• Define prioridades.
• Oferece justificativa de custo.
• Monitora os benefícios.
• Avalia o desempenho para melhoria contínua.
Pode ser verdade que existam justificativas para que o BB seja levado em
consideração. Os processos orçamentários tradicionais podem apresentar uma série de
imperfeições, como, por exemplo:
58
constante mudança em um ambiente extremamente competitivo. Hoje em dia,
empresas em diferentes setores implementam ativamente técnicas ágeis para cumprir
megatendências exigentes, como digitalização, globalização e mobilidade.
O Beyond Budgeting Institute (2016) é uma organização sem fins lucrativos que
desenvolve e promove o BB e afirma que sua estrutura é baseada em 12 princípios.
No entanto, de acordo com o instituto, os princípios não são uma receita nem uma
checklist para a gestão. Os princípios servem apenas como um guia para empresas e
gerentes que desejam adotar a estrutura. Os respectivos princípios estão dispostos no
Quadro 1 a seguir:
Quadro 1 – 12 princípios do BB
59
A abolição completa dos processos orçamentários tradicionais requer a
implementação de novas técnicas que irão substituí-los. A estrutura do BB não
especifica as técnicas exatas aplicáveis a todas as empresas. No entanto, existem
algumas técnicas que podem ser eficazes:
60
Entre tais elementos, nossa intenção foi demonstrar a você que existem
perspectivas da administração, tanto acadêmica quanto prática de mercado, que
são frutos da necessidade e da experiência de cada empresa, ou setor, forma de
comprar, produzir, vender, remunerar etc. Não existe uma receita certa, mesmo para
empreendimentos que são quase idênticos, tanto em produtos, forma de comercialização
e tamanho, abrangência de atuação, dentre outras características.
61
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tema de aprendizagem, você aprendeu:
• Que o orçamento empresarial evoluiu com o passar do tempo para atender às demandas
das organizações. Algumas fases marcaram a aplicação e o desenvolvimento da
prática orçamentária, que passou a ser utilizado, com mais abrangência e por uma
quantidade de empreendimentos maior, em um conjunto de atividades que não
apenas aquelas tradicionais com características de fabricação de produtos.
• Cada uma das fases pelo qual o orçamento se desenvolveu. Na primeira fase,
predominou com ênfase na projeção dos resultados e o posterior controle, sendo
um projetado para atender a um nível de atividade do próximo período. A segunda
fase privilegiou o orçamento contínuo, que tem como ênfase a revisão contínua,
removendo-se os dados do mês recém-concluído e acrescentando-se dados
orçados para o mesmo mês do ano seguinte. O passo seguinte foi o surgimento do
orçamento de base zero, com a projeção dos dados como se as operações estivessem
começando da estaca zero e tivessem necessidade de justificar os gastos. Na quarta
etapa, é apresentado o orçamento flexível como destaque com a projeção dos
dados das peças orçamentárias em vários níveis de atividade. O orçamento flexível é
projetado para cobrir uma gama de atividades; portanto, pode ser usado para estimar
custos em qualquer nível de atividade. E, por fim, surgiu o orçamento por atividades
como uma extensão do custeio baseado em atividades, com projeção dos recursos
nas atividades e o uso de direcionadores para estimar e controlar os resultados.
62
AUTOATIVIDADE
1 O orçamento flexível denota a condição de variabilidade que é inerente ao processo
orçamentário, o que exige a flexibilidade para acompanhamento do orçamento,
sendo este um fator marcante. Tem como objetivo suavizar a inflexibilidade imposta
pelo orçamento estático, partindo do princípio de que o orçamento de vendas pode
sofrer variações e, consequentemente, todas as demais peças orçamentárias que
estão diretamente ligadas ao orçamento de vendas e que possuem gastos variáveis
também sofrem variações. Sobre as variações que ocorrem em um processo de
realização do orçamento flexível, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Variação nos gastos reais; variação nos volumes de produção; variação nos
volumes de vendas.
b) ( ) Variação nos aspectos econômicos; variação das finanças organizacionais;
variação de tributos.
c) ( ) Variação nas operações empresariais; variação nos processos da produção;
variação nos processos de fabricação.
d) ( ) Variação nas operações logísticas; variação nas decisões estratégicas da
organização; variação na legislação trabalhista.
2 Os diversos tipos de orçamento devem ser analisados para que seja escolhido o
que melhor se encaixa na realidade do empreendimento. Uma escolha acertada
permite que a empresa tenha mais eficiência na gestão dos negócios. Com base nos
conhecimentos a respeito dos tipos de orçamento, analise as sentenças a seguir:
63
3 O orçamento por atividades identifica os recursos necessários para cada atividade
e como estas estão contribuindo para maximizar as oportunidades da organização
e seus interessados. A atividade demonstra como a empresa utiliza o seu tempo e
seus recursos para atingir objetivos organizacionais. Sobre algumas vantagens da
utilização do orçamento por atividades, classifique V para as sentenças verdadeiras e
F para as falsas:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – V – F.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
64
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
PEÇAS ORÇAMENTÁRIAS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tema de Aprendizagem 2, abordaremos as principais peças
orçamentárias cuja consolidação nos possibilitará ter as Demonstrações Financeiras
Projetadas. Você verá que cada uma dessas peças está diretamente ligada à peça
anterior ou sucessora. Vamos aprender sobre a elaboração e consolidação do orçamento:
orçamento de vendas, orçamento de marketing, orçamento de produção/fabricação,
orçamento de despesas operacionais, orçamento de investimentos e orçamento de
financiamentos/caixa.
Certamente, durante sua vida, até esse momento, lendo essas palavras, você
teve contato com um jogo chamado quebra-cabeça. Lembrando, trata-se basicamente
de um jogo em que, ao juntar as peças, geralmente de papelão, forma-se uma imagem
(foto, desenho, pintura, personagem etc.). Você já imaginou que o orçamento possui
essa mesma característica de ter peças que, ao se formarem, tornam-se algo “completo”
e compreensível? É isso mesmo, um orçamento completo é como um quebra-cabeça
montado, em que o panorama geral é unicamente percebido com todas as peças nos
seus devidos lugares!
2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL
Como já aprendemos na Unidade 1, o orçamento empresarial pode ser entendido
como um plano que demonstra os recursos necessários e a sua forma de utilização.
Podem ser considerados recursos: pessoal, técnicas específicas, equipamentos, espaço
de trabalho e dinheiro. O orçamento irá especificar os objetivos e as prioridades para o
ano, o conteúdo dos demonstrativos e resultados financeiros da empresa, como receita
e custos, bem como os demais elementos organizacionais da empresa.
65
Esse orçamento é composto por várias peças, assim como em jogos de quebra-
cabeças. Cada organização possuirá a quantidade de peças orçamentárias que estejam
de melhor acordo com sua realidade. Continuando nossa analogia com os jogos de
quebra-cabeça, isso significa que assim como haverá quebra-cabeças com mais e
menos peças, haverá também orçamentos com mais e menos peças.
DICA
O orçamento empresarial pode auxiliar as empresas a evitarem crises!
Até aqui, falamos bastante sobre o que é o orçamento empresarial e
suas características. No decorrer deste tema de aprendizagem, você
saberá mais sobre seus principais componentes. Mas você sabia
que o orçamento pode também ser uma excelente ferramenta para
auxiliar as empresas a evitarem ou superarem crises? Isso mesmo!
Por se tratar de um plano, é possível prever necessidades de ajustes e
controlar os lucros e gastos da empresa por meio do orçamento. Saiba
mais assistindo ao vídeo do especialista em finanças Gustavo Cerbasi,
disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=j8QHbkSWXGc.
3 ORÇAMENTO DE VENDAS
A elaboração das peças orçamentárias e do orçamento como um todo, como
um produto do planejamento, vai ocorrer alguns meses antes do início do ano orçado
para que haja tempo suficiente para a conclusão do processo orçamentário que
envolverá análise, discussão, aprovação e distribuição entre as pessoas das várias áreas
envolvidas. E independentemente da área de atuação da organização, o orçamento de
vendas sempre será a peça central e o pontapé inicial para começar a construção das
66
demais peças orçamentárias. E quando todas as peças estiverem prontas e juntas, igual
a um quebra-cabeça, formarão o orçamento do período, geralmente de curto prazo.
Comumente, o orçamento atende o período de um ano, sendo detalhado em meses e
trimestres, conforme a necessidade e o nível de informação desejado.
Fonte: o autor
67
• Preço de venda unitário que será praticado em cada região ou unidade de negócio.
• Modalidades de vendas e suas políticas, no caso de vendas a prazo: cartão de crédito,
cheques pré-datados, boletos, e os seus prazos de vencimentos.
• Formas de distribuição e vendas: venda direta, atacado, varejo, representantes,
internet etc.
68
• Gestão e finanças: estrutura administrativa, competência e habilidades, cultura
e valores, custo e disponibilidade de capital, sistema de planejamento e controle,
liderança, estratégias, entre outros.
69
3.1 MÉTODOS DE ESTIMAÇÃO DE VENDAS
Na elaboração do orçamento de vendas, sua base deve se centrar no
crescimento histórico e crescimento esperado da empresa, assim como o crescimento
esperado para o setor e a economia como um todo. Segundo Sanvicente e Santos
(2000), existem diversos métodos de previsão, e embora nenhum deles seja
absolutamente superior aos demais, a escolha de um ou mais de um deles se faz em
função das características da empresa.
70
c) Método baseado no que se fez:
Para empresas que trabalham com produtos sazonais e têm grande parte de seu
faturamento concentrado em um curto período de tempo, como de um ano, Sanvicente
e Santos (2000) mostram algumas alternativas:
1. Produzir proximamente aos picos de vendas, o que resulta em uma grande capacidade
de produção ociosa durante o ano.
2. Manter seu ritmo de produção constante, o que requer, inversamente proporcional
ao item anterior, menor capacidade produtiva, porém um maior investimento em
estoques durante todo o ano.
3. Diversificar a linha de produtos tentando produzir artigos que possuam procura
sazonal inversa, aproveitando, evidentemente, as mesmas instalações fabris.
4 ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO/FABRICAÇÃO
O orçamento de fabricação para Sanvicente e Santos (2000) consiste
basicamente em um plano de produção para o período considerado, visando atender
às vendas orçadas e aos estoques preestabelecidos, ou seja, as métricas que foram
definidas no orçamento de vendas. Apresenta, por períodos de tempo, em consonância
com o orçamento de vendas, as quantidades de cada produto a serem fabricadas,
quantidades a serem mantidas em estoques e seus respectivos custos.
71
Figura 6 – Orçamento de produção
Orçamento
Empresarial
Orçamento de
Vendas
Produção
Níveis de Custos de
estoques produção
de produtos e
mercadorias
Custos indiretos
Mão de obra
direta
Matéria-prima
Fonte: o autor
72
Essa peça orçamentária deve abranger itens como as quantidades a serem
produzidas com base no volume de vendas, política de estoques, capacidade operacional
e financeira, sazonalidade das vendas, compras de insumos e capacidade de estocagem.
Nesse prisma, Santos et al. (2008) conceituam o orçamento de produção como a
estimativa de quantidade e valor financeiro da produção de produtos da empresa em
determinado período, a partir do orçamento de vendas e do nível de estoque desejado
pela empresa.
a) plano de vendas.
b) características relativas à armazenagem dos materiais.
c) escala econômica de fabricação.
d) capacidade máxima de fabricação.
e) duração e etapas do processo industrial.
f) lotes econômicos de fabricação.
g) utilização de mão de obra direta.
73
Ao elaborar o plano de produção, os executivos de fabricação defrontam-se com
a necessidade de equilibrar as vendas, os estoques e a produção para que seja alcançado
o mais baixo nível de custos possível. O orçamento de produção é a base principal do
planejamento de necessidades de matérias-primas, mão de obra, investimento em
imobilizado, caixa e custos de operação de fábrica. Portanto, o plano de produção é o
elemento fundamental da preparação geral de orçamentos para a fábrica.
74
Figura 7 – Movimentação de Estoques
Fonte: o autor
75
Já em uma empresa que compra mercadorias e as revende, sem passar por
processos de modificação, esse caminho é bem menor. Veja a Figura 8 a seguir:
Fonte: o autor
76
Figura 9 – Determinantes dos níveis de estoques
Fonte: o autor
Fonte: o autor
77
Figura 11 – Elementos formadores do custo do produto
Fonte: o autor
78
um produto. Geralmente, o levantamento se inicia com a pergunta: quais os materiais
necessários para se produzir uma unidade do produto X, Y, Z e assim por diante?
79
Segundo Lunkes (2003), o orçamento de mão de obra direta é de responsabilidade
dos gerentes dos departamentos que compõem a fase de fabricação. São determinadas
as horas-padrão necessárias para atender a produção estimada. Existem diferentes
níveis de complexidade de mão de obra, estes devem ser especificados separadamente
no momento da elaboração do orçamento. A elaboração do orçamento de mão de obra
direta é fundamental para a maioria das empresas, pois absorve uma considerável
parcela dos custos totais de produção.
Os cálculos que envolvem a apuração do custo da mão de obra direta são baseados
na força de trabalho necessária para a produção do portfólio previsto no orçamento de vendas.
Os custos da mão de obra direta são computados pela multiplicação da força de trabalho
e pela projeção dos níveis salariais que serão praticados durante o período orçamentário.
No entanto, não é apenas o salário, todos os gastos relativos ao consumo de recursos com
pessoal fazem parte do cômputo dos custos com a mão de obra. Por meio da Figura 12 a
seguir, os gastos que compõem os custos com mão de obra podem ser observados.
80
Figura 12 – Elementos de custos com mão de obra
Fonte: o autor
81
4.5 ORÇAMENTOS DOS CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO
– CIF.
Sanvicente e Santos (2000) relatam que os custos indiretos de fabricação
abrangem todos os gastos de fabricação que não podem ser classificados como mão
de obra direta e matéria-prima, e são incorridos em cada departamento ou em toda a
fábrica. São custos como mão de obra indireta, depreciação, material de escritório e
assim por diante. Podemos considerar também como custos indiretos de fabricação:
seguros, aluguéis, serviços de terceiros, energia elétrica, água, dentre outros. Imagine
uma fábrica de equipamentos de informática que atua com quatro produtos, mas
compartilham colaboradores, infraestrutura, equipamentos, dentre outros gastos,
conforme se observa na Figura 13 a seguir.
Fonte: o autor
Perceba que os gastos não podem ser identificados diretamente nos produtos
ou departamentos, por isso o próprio nome, indiretos. E dependendo da atividade
da organização, eles podem ser significativos e não podem ser ignorados. Os custos
indiretos de fabricação correspondem a estruturas da organização que são utilizadas
simultaneamente ou não por mais de um departamento, setor ou produtos. Por
exemplo, a depreciação de máquinas, equipamentos e prédios que são utilizados de
forma compartilhada.
82
5 ORÇAMENTO DE DESPESAS OPERACIONAIS E
ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO
As despesas operacionais são gastos relacionados, principalmente, aos setores
de venda e administrativos, mas envolvem também as despesas de ordem tributárias e
financeiras. Chegou o momento de entendermos a diferença entre custos e despesas.
Enquanto os gastos da organização que ocorrem no setor produtivo são considerados
custos, os gastos da administração e do setor de vendas são despesas. Logo, podemos
afirmar que os gastos podem ser custos ou despesas.
Figura 14 – Macrodepartamentalização
Fonte: o autor
83
Figura 15 – Composição do Orçamento de Despesas Operacionais
Fonte: o autor
84
a) Gastos com a remuneração da equipe de vendas.
b) Comissões e bonificações para equipe de vendas.
c) Impostos sobre a venda.
d) Aluguel do ponto de venda.
e) Fretes para entrega dos produtos.
f) Perdas com devedores duvidosos.
g) Cobrança.
a) Controladoria.
b) Secretaria.
c) Diretoria.
d) Portaria.
e) Contabilidade.
f) Pessoal.
g) Sistemas de Gestão.
h) Limpeza e Vigilância.
i) Seguros.
j) Aluguel.
k) Material de expediente.
l) Comunicação.
m) Despesas judiciais e legais.
n) Depreciação de bens da administração.
85
5.3 ORÇAMENTO DE DESPESAS TRIBUTÁRIAS
O orçamento de despesas tributárias é o instrumento que procurará relacionar, em
sua projeção, todos os tributos que a empresa deverá recolher em nível federal, estadual
e municipal. A elaboração do orçamento de despesas tributárias geralmente não é tão
simples, considerando o elevado número de tributos que ela terá de considerar e desenvolver
no período orçamentário. Nesse sentido, e devido ao sistema tributário brasileiro ser
demasiadamente intrincado, onde cada estado da federação, município, grupo de produtos,
ramo de atividade (indústria, comércio, serviço), tamanho do empreendimento, composição
societária, dentre outros aspectos, influencia quais impostos devem ser recolhidos.
86
a) Taxas de licenças junto a exatorias, prefeituras e órgãos públicos.
b) Taxa de água e esgoto.
• Apuração pelo Lucro Real: em que os tributos sobre o faturamento são não cumulativos
e o IRPJ e CSLL são calculados sobre o resultado efetivo.
• Apuração pelo Lucro Presumido: em que os tributos sobre o faturamento são
cumulativos (exceto o IPI e ICMS) e o IRPJ e CSLL são calculados sobre uma presunção
de resultado pelo faturamento.
• Simples Nacional: em que todos os tributos incidentes sobre faturamento, resultado
e folha de salários são centralizados em uma única alíquota que é aplicada sobre o
faturamento (conforme tabelas da legislação em vigor).
87
• Necessidade de abordagem sistemática em investimentos.
• Integração entre as abordagens estratégica e operacional.
• Escassez de recursos e poucas e caras fontes de financiamento.
• Investimentos cada vez mais dispendiosos e de risco.
88
projetar suas necessidades de caixa em curto prazo. Com o orçamento de caixa, o
administrador tem uma visão clara do período em que ocorrerão as entradas e saídas
previstas durante um determinado tempo. Esse orçamento consiste na elaboração do
planejamento do fluxo de caixa (entradas e saídas) mediante informações obtidas pelos
demais orçamentos, nas quais podem ser visualizadas a sobra ou a falta de caixa, que
devem ser solucionadas para que seja viável a execução dos demais planos.
Fonte: o autor
89
Nesse exemplo hipotético de um empreendimento, fica evidente que ele precisa
pagar os fornecedores com 40 dias. No entanto, vai receber com 160 dias depois de
efetuada a compra. Ou seja, nesse exemplo, é indiscutível que existe um desencaixe
financeiro, pois paga-se antes de receber dos clientes em 80 dias.
Um dos grandes erros que ocorrem por parte dos gestores é utilizar recursos
de capital de giro, que geralmente são mais onerosos, ou seja, mais caros para financiar
investimentos. Isso pode gerar um colapso nas atividades operacionais, ou seja, do dia
a dia do empreendimento, fazendo que os compromissos não sejam efetuados nas
datas previstas, gerando estresse com fornecedores, bancos, impostos e até com o
pagamento dos colaboradores.
90
6.3 ORÇAMENTO DE DESPESAS FINANCEIRAS
Para Zdanowicz (2000), o orçamento de despesas financeiras é o instrumento
que irá relacionar futuros desembolsos destinados à manutenção do capital de giro
ou do capital fixo necessários à ampliação, expansão, modernização, diversificação e
relocalização da empresa no período projetado. Esse orçamento prevê os gastos com
juros, descontos financeiros concedidos, variação monetária passiva, tarifas bancárias
diversas, imposto sobre operações financeiras (IOF), cobrança bancária etc.
91
Por exemplo, o consumidor da internet é diferente do consumidor convencional.
Peruzzo (2015) aponta que o consumidor da internet é exigente, não aprecia demora,
seja para visualizar uma página ou para receber um produto e, quando decide reclamar,
não poupa palavras, pesquisa muito antes de comprar, enfim, é um consumidor
extremamente atento aos seus direitos. Portanto, para estabelecer um relacionamento
que atenda às especificidades do perfil desse tipo de consumidor, dois tipos de
investimentos são fundamentais: o primeiro diz respeito a conhecer e satisfazer suas
necessidades; o segundo investimento deve buscar a conquista de sua confiança
(HART; JOHNSON, 1999). Neste sentido, de acordo com Gordon (1998), a organização
pode aprimorar o favorecimento com o qual o cliente vê sua marca ao dar à organização:
92
Tabela 1 – Gastos com Marketing
93
• Pessoal (salários, encargos, benefícios e
treinamento).
• Materiais de consumo, móveis, equipamentos e
Marketing
softwares.
• Viagens, deslocamentos.
• Rateio por uso de infraestrutura da organização.
Fonte: adaptado de Sarquis e Ikeda (2003)
DICA
Para saber mais e aprofundar seus conhecimentos a respeito das peças
orçamentárias e como elas resultam em informações a respeito do resultado
esperado, bem como relevância do controle do orçamento, indicamos a leitura
do livro Orçamento Empresarial Integrado – Metodologia, Elaboração, Controle e
Acompanhamento de Pedro Schubert, publicado pela editora Freitas Bastos.
O livro apresenta a elaboração orçamentária de forma diferente das obras
até aqui publicadas. Sua concepção sistêmica tem como objetivo a obtenção
da demonstração do resultado do exercício, do fluxo de caixa, da geração
de caixa e do balanço patrimonial. O texto é objetivo e o exemplo numérico
claro; as transferências dos valores de uma peça para outra são indicadas em
cada quadro e a sequência de encerramento do orçamento é bem definida.
94
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tema de aprendizagem, você aprendeu:
• Como cada uma dessas peças se conecta à peça anterior ou sucessora na elaboração
e consolidação do orçamento empresarial. Cada um dos componentes orçamentários
tem a mesma conotação de uma peça de um quebra-cabeça, em que a reunião
organizada de todas essas peças faz sentido.
95
AUTOATIVIDADE
1 O objetivo do orçamento de vendas é permitir à empresa ter consciência de seu
potencial de atuação dentro do mercado consumidor. O primeiro passo para
estabelecer o orçamento de vendas é definir os fatores limitadores ou restrições por
meio de um diagnóstico do seu ambiente interno e externo, permitindo identificar
fatores que podem afetar as previsões de vendas da empresa. Sobre os fatores
internos a serem considerados na elaboração do orçamento de vendas, assinale a
alternativa CORRETA:
96
3 A área de marketing tem ganhado destaque dentro do orçamento empresarial,
tornando-se, em muitos empreendimentos, mais uma peça orçamentária
independente do orçamento de vendas. O marketing será responsável por estabelecer
um relacionamento que atenda às necessidades dos consumidores, satisfazendo
suas necessidades e conquistando sua confiança. Considerando como a organização
pode fazer para aprimorar a percepção do cliente a respeito de sua marca, classifique
V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 Existem diversos métodos de previsão que podem ser utilizados para elaboração
de um orçamento de vendas. Os gestores devem considerar a experiência, e a
intuição dos administradores da área é fundamental para se assegurar previsões
acertadas. Disserte sobre quais os possíveis métodos que podem ser utilizados pelas
organizações para estimar vendas.
97
98
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
O QUE É O PLANEJAMENTO EMPRESARIAL?
1 INTRODUÇÃO
De forma geral, sem ter tido alguma influência do meio que vive, ou motivadores
para tomar essa decisão, assim, do nada, isso seria algo considerado excessivamente
estranho ao comportamento humano esperado. A decisão a respeito de construir uma
casa é bem diferente de comprar ou não um sorvete. É quase como aquela anedota
popular “você vai casar ou comprar uma bicicleta?” Primeiramente, uma residência
dentro de padrões normais para uma família de quatro pessoas e um sorvete que
não seja apenas gelo com algum aromatizante saborizante, custam muitos milhões
de unidades monetárias diferentes. O montante de recursos financeiros empregados
em uma casa seguramente corresponderia a mais de uma centena de milhares de
unidades de sorvete.
Instalar a fiação elétrica sem antes os condutores para os fios terem sido
acomodados. E muitos outros processos que requerem a dependência de estruturas
anteriores concluídas. Para a compra do sorvete, talvez possamos imaginar que existe
99
também uma ordem natural, porém, quase nada. Com base no exemplo da casa e do
sorvete, podemos dizer que, entre propor uma ação e concluí-la, existe um planejamento
envolvido. Pode ser que você acorde de manhã e pense “vou comprar sorvete!” Tudo
bem, parece algo insignificante no contexto do dia a dia. Contudo, para que isso se
concretize, sua mente vai te levar a ações para que isso ocorra. E para construir uma
casa também. No entanto, esse planejamento é mais alongado, e muito possivelmente
passou por algumas fases, tais como: Por que? Quais os benefícios esperados? Como?
Com quem? Quais os recursos necessários? Qual o tempo previsto? Dentre outros.
Agora, chegou a sua vez. Se você julgasse que chegou o momento de construir
uma casa para você morar, quais seriam os motivadores para essa decisão? Quais os
primeiros passos que consideraria? Que informações imagina necessárias? Em quanto
tempo pretende realizar esse projeto? Pense sobre isso. Perceba que esse desafio é algo
interessante para despertar algumas abstrações e lhe trazer alguns aspectos que não
estava imaginando antes, como, por exemplo, em que bairro vou construir a residência?
Qual o tamanho do terreno? Quais os motivadores para escolher esse bairro? Existe
alguma regulamentação sobre a construção de casas para esse local específico? Será
totalmente térrea ou de andar? Ou seja, você pode, a partir do mapeamento das etapas
do processo, identificar riscos e oportunidades, olhar para o que já existe de consolidado
no mercado, propor coisas novas e conhecer detalhes que antes não tinha percebido.
E quando se fala em organizações, esse ambiente se amplia ainda mais, face a ser um
ambiente mais intrincado, dinâmico e multifacetado.
100
Para Chiavenato (2015), o planejamento envolve a determinação dos objetivos
pessoais ou organizacionais, a formação de programas e rotas de ação para sua
realização, o desenvolvimento de cronogramas e cronogramas de ação e a atribuição de
responsabilidades para sua implementação. O planejamento, portanto, precede todos
os esforços e ações, pois são os planos e programas que determinam o tipo de decisões
e atividades necessárias para o alcance dos objetivos desejados.
101
ESTUDOS FUTUROS
Antes de começar o planejamento estratégico é comum surgirem
algumas dúvidas de como ele pode ser elaborado, o que levar
em consideração e como garantir sua aplicabilidade. No decorrer
desta unidade e da Unidade 3, você aprenderá mais a respeito.
Mas como dica, vamos falar de alguns pontos essenciais que
podem ser utilizados. Em primeiro lugar, é preciso ter clareza
sobre o que se deseja para a empresa no próximo período
(geralmente no próximo ano), quais objetivos deseja alcançar.
Você também precisará conhecer mais sobre o produto ou
serviço que deseja ofertar e quais seus principais benefícios para
os clientes. Conhecer os clientes e ter uma proposta de valor clara
também é fundamental para garantir a confecção de um bom
planejamento que terá resultados eficazes. Por fim, antes de iniciar
seu planejamento, é necessário realizar uma análise estratégica
do seu negócio. Para isso, podem ser utilizadas ferramentas como
a análise SWOT. Para saber mais como utilizar, basta acessar o
link e baixar o PDF gratuito do Sebrae: https://www.sebrae.com.
br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/ME_Analise-Swot.PDF.
102
Diante desses itens listados, pode-se perceber, ainda que de forma introdutória,
os motivos para se utilizar o planejamento nas organizações. Vamos, em seguida, nos
aprofundar nos possíveis motivos para utilização do planejamento.
103
INTERESSANTE
O planejamento estratégico é muito utilizado para definir
os rumos e próximos passos da organização. Por se tratar
de um processo com certas especificidades, muitas vezes
os pequenos e médios empresários acreditam que o
planejamento estratégico é feito somente para grandes
empresas. Essa concepção pode ser considerada um mito,
pois o planejamento é essencial para que negócios de
qualquer porte deem certo. Diversas pesquisas apontam
sobre a necessidade de garantir a sobrevivência para
pequenos e médios negócios, especialmente nos primeiros
anos, já que estão se inserindo no mercado e começando a
se posicionar. Por oferecer um direcionamento, necessitar
de conhecimentos aprofundados sobre o negócio e
seu ambiente interno e externo, bem como estabelecer
indicadores que podem ser acompanhados pelo gestores
da organização, o planejamento se torna essencial para
garantir o sucesso de pequenos e médios negócios.
104
LEITURA
COMPLEMENTAR
CONHEÇA O PASSO A PASSO PARA O PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
Sebrae
Primeiros passos
Você precisa conhecer bem os seus clientes para entender o que eles precisam,
seus problemas e como pode oferecer os melhores produtos e serviços, bem como
quanto estão dispostos a pagar. Confira quatro dicas para o seu planejamento
105
2. Estabeleça e garanta os recursos necessários
3. Estabeleça prazos
Procure definir o começo, o meio e o fim para as suas metas, detalhando o prazo
em que cada etapa deve ser concluída. Assim, a sua empresa terá um panorama da
proximidade para alcançá-las.
4. Defina um responsável
Nessa fase, utilize ferramentas que vão ajudar a fortalecer a planejar melhor
as suas vendas e definir os melhores preços dos seus produtos e serviços, bem como
os melhores canais para alcançar o seu consumidor. Inspire-se em outros parceiros ou
até mesmo analise a possibilidade de aproveitar oportunidades de negócios que eles
oferecem para a venda dos seus produtos e serviços.
Tenha certeza de que, com planejamento, a sua empresa vai estar no caminho
do sucesso. Transforme suas ideias em bons negócios e prepare-se para os lucros!
Fonte: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/conheca-o-passo-a-passo-para-o-planeja-
mento-empresarial,a774119c93d82810VgnVCM100000d701210aRCRD#:~:text=O%20planejamen-
to%20empresarial%20%C3%A9%20um,para%20alcan%C3%A7ar%20as%20suas%20metas. Acesso em:
6 fev. 2023.
106
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tema de aprendizagem, você aprendeu:
107
AUTOATIVIDADE
1 O planejamento antecede todas as funções gerenciais e é função de todo gestor
realizá-lo, independentemente do nível em que opera na organização, a amplitude de
suas responsabilidades e o escopo possam variar de acordo com o nível da hierarquia.
Sobre as funções gerenciais projetadas para atingir os objetivos organizacionais de
acordo com Chiavenato (2015), assinale a alternativa CORRETA:
108
3 O planejamento encontra-se na base de todas as outras funções gerenciais
da organização. Sem planejamento, não é possível decidir quais atividades são
necessárias, como devem ser combinadas em funções e departamentos ou quem
será responsável por que tipo de decisões e coordenação das atividades. Sobre os
motivos para realizar um planejamento, classifique V para as sentenças verdadeiras e
F para as falsas:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
109
REFERÊNCIAS
BEYOND BUDGETING INSTITUTE. The Beyond Budgeting principles. London, mar.
2016. Disponível em: https://bbrt.org/the-beyond-budgeting-principles. Acesso em: 4
mar. 2022.
110
PADOVEZE, C. L. Orçamento Empresarial. São Paulo: Prentice Hall, 2011.
111
112
UNIDADE 3 —
PLANEJAMENTO E
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tema de aprendizagem desta unidade, você encontrará autoatividades com o
objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
113
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
Acesse o
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114
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
TIPOS DE PLANEJAMENTO E RELAÇÃO
COM O TEMPO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tema de Aprendizagem 1, aprenderemos os tipos de planejamento
existentes e sua relação com a passagem do tempo. Você conhecerá os três principais
tipos de planejamento que devem ser realizados pelas organizações, bem como a
existência de um quarto modelo de planejamento utilizado para que as organizações
garantam um plano B para garantir o resultado esperado.
Por fim, falaremos mais sobre a relação do planejamento com o passar do tempo.
É necessário compreender que, para cada período considerado no decorrer do tempo
de vida da organização, será necessário desdobrar um planejamento. Isso significa
estabelecer objetivos que considerem o curto, médio e longo prazo para aquilo que a
empresa espera de resultados. Você saberá como considerar cada um desses períodos no
momento de estruturar o planejamento de uma organização empresarial.
2 TIPOS DE PLANEJAMENTO
115
2.1.1 Planejamento Estratégico
Tudo começa no nível mais alto com a definição de uma missão e o lançamento
de uma visão. O planejamento estratégico inclui uma visão geral de alto nível de todo o
negócio. Esse planejamento pode ser considerado o planejamento base para as decisões
de longo prazo. Isso significa que ele contemplará um período que pode compreender até
10 anos. Nessa etapa, é fundamental definir a visão, missão e valores da empresa.
116
possíveis e respostas apropriadas para questões que variam desde o planejamento de
pessoal até a preparação avançada para ocorrências externas que podem impactar
negativamente os negócios. As empresas podem ter planos de contingência para coisas
como responder a um desastre natural, software com defeito ou a saída repentina de um
executivo de um ou outro nível na organização.
NOTA
Os planejamentos precisam convergir e serem integrados para garantir a
boa gestão dentro das empresas. É possível realizar essas convergências
utilizando modelos de gestão atuais, colaborativos e alinhados com
os objetivos e momento da organização. Uma das metodologias mais
utilizadas na atualidade é a gestão ágil, que proporciona comunicação
transparente e entregas de atividades contínuas de forma interativa
durante a gestão de projetos. Outras duas metodologias que também
podem ser utilizadas são os OKRs (Objectives and Key Results) para
construção coletiva de objetivos e o Balanced Scorecard, utilizado para
processos internos e aprendizagem organizacional.
117
de longo prazo seria necessário para garantir que suas atividades diárias o ajudassem
a alcançar o resultado desejado. Você poderia simplesmente ter se matriculado em uma
Instituição de Ensino Superior e feito poucas aulas, tido poucos conteúdos e realizado
provas que não o desafiassem a desenvolver habilidades e competências. Mas, então,
onde você estaria em dois ou quatro anos? Provavelmente, você não teria tido acesso
a conteúdos, metodologias e avaliações para se qualificar para o emprego ou para a
atuação que deseja. Uma organização, especialmente uma empresa, não é tão diferente.
Também precisa de um plano de longo prazo para garantir que as atividades diárias de
seus funcionários contribuam para a missão e as declarações de valor da organização.
Um plano de longo prazo é crucial para o sucesso final da organização. Ele, para
muitas empresas, como construção, hotelaria ou manufatura, geralmente, se estende de
quatro a cinco anos no futuro. Para outros setores de mudança mais rápida, especialmente
empresas de tecnologia, um plano pode olhar apenas dois ou três anos no futuro. Depois
disso, torna-se muito difícil prever o futuro com algum grau de certeza.
Objetivos de longo prazo são aqueles que, por sua própria natureza, influenciam
a direção geral da empresa. Geralmente, a capacidade de atingir metas de longo prazo é
um reflexo genuíno de quão bem os funcionários de nível sênior estão em conformidade
com a missão da empresa. Metas de longo prazo são muito estratégicas. Elas procuram
remediar os problemas de forma permanente para garantir que a empresa possa atingir
seu potencial máximo. Há muito planejamento envolvido no alcance das metas de longo
prazo, pois leva em consideração todos os aspectos da empresa, incluindo fatores sociais,
econômicos e políticos.
118
3.1.3 Integrando os tempos
Os planos de longo prazo são divididos em vários planos de curto prazo
para facilitar a implementação. No entanto, eles precisam ser integrados de forma
eficaz para alcançar a realização de ambos. Em um processo de planejamento bem-
sucedido, os planos de curto prazo são feitos com referência aos planos de longo
prazo, porque os planos de curto prazo contribuem para os planos de longo prazo.
Como tal, há necessidade de coordenação entre esses dois planos. Ao preparar os
planos de curto prazo, os gestores devem considerar que desejam contribuir para os
objetivos de longo prazo.
Alguns dos planos de curto prazo que você implementou para atingir esse
objetivo não terão efeitos tão duradouros. Na verdade, alguns deles podem ter
efeitos negativos, mas é por isso que os planos de curto prazo não são gravados em
pedra. Você pode se livrar deles a qualquer momento e substituí-los por planos mais
adequados que o ajudem a alcançar seus objetivos de longo prazo de forma mais
eficaz e eficiente.
119
3.1.4 Existe planejamento de médio prazo?
De forma geral, os planejamentos costumam ser considerados como de
longo e curto prazo. No entanto, Markgraf (2019) apresenta argumentos que podem
permitir a contemplação do planejamento de médio prazo. De acordo com a autora, o
planejamento de médio prazo permite solucionar questões além das possíveis de serem
contempladas no curto prazo.
DICA
Você sabia que pode utilizar algumas ferramentas para realizar seu
planejamento empresarial de forma que eles estejam de acordo
com a gestão estratégica da empresa? Alguma das ferramentas mais
conhecidas são:
Para saber mais, você poderá pesquisar a respeito no blog RunRunit, que
disponibiliza essas e outras informações pertinentes sobre a gestão das empresas.
Disponível no link: https://blog.runrun.it/.
120
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tema de aprendizagem, você aprendeu:
121
AUTOATIVIDADE
1 O planejamento empresarial possui níveis de abrangência que consideram as
responsabilidades das organizações. Esses níveis vão desde as decisões estratégicas
primordiais até as atividades operacionais rotineiras, passando pelas funções da
média gerência. Todas as empresas devem considerar cada um desses níveis para
elaborar seu planejamento, bem como possuir um planejamento adicional que
ofereça uma opção no caso de situações adversas. Sobre os tipos de planejamentos
existentes, assinale a alternativa CORRETA:
I- Um plano de longo prazo é crucial para o sucesso final da organização. Ele para
muitas empresas, como construção, hotelaria ou manufatura, geralmente se estende
de quatro a cinco anos no futuro.
II- O planejamento de longo prazo geralmente considera um período de um ano.
Geralmente, é considerado esse período em função da necessidade de uma projeção
mais longa para os objetivos da empresa.
III- Metas de longo prazo são muito estratégicas. Elas procuram remediar os problemas
de forma permanente para garantir que a empresa possa atingir seu potencial
máximo.
122
3 O planejamento tático apoia o planejamento estratégico e desenvolve táticas que a
organização planeja para alcançar os objetivos estratégicos. O planejamento tático
se diferencia do planejamento operacional ser capaz de contemplar questões que
permitem o cumprimento de metas estratégicas. Sobre o planejamento tático,
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
5 Muitos especialistas afirmam que estamos vivendo uma nova era global, que impacta
diretamente os cenários externos das organizações. Esse ambiente é denominado
ambiente VUCA, e é caracterizado pela volatilidade, incerteza, complexidade e
ambiguidade. Para lidar com as realidades que emergem desse ambiente, é necessário
que a empresa possua flexibilidade e se planeje para os fatores que podem afetar a
rota previamente estabelecida. Nesse contexto, disserte sobre como o planejamento
de contingência pode auxiliar a organização a superar possíveis situações adversas
oriundas de mudanças.
123
124
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
ETAPAS E ASPECTOS DO PLANEJAMENTO
ORGANIZACIONAL
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tema de Aprendizagem 2, abordaremos as etapas e aspectos
fundamentais que você deverá conhecer para implementar o planejamento organizacional.
Você conhecerá quais são as cinco fases básicas que devem ser percorridas sempre que
for necessário elaborar e implementar o planejamento dentro de uma empresa, obtendo
um passo a passo e dicas práticas para torná-lo viável.
As etapas nessa fase inicial incluem: revise sua missão, visão e valores. Reúna
dados sobre sua empresa, como indicadores de desempenho de métricas de seu
departamento de vendas. Faça um balanço dos pontos fortes, fracos, oportunidades
e ameaças da organização.
125
2. Traduzir o plano estratégico em etapas táticas
Nesse ponto, é hora de criar planos táticos. Traga os gestores de nível médio para
ajudar a fazer o seguinte:
a) Definir metas de curto prazo – metas trimestrais são comuns – que dão suporte ao
plano estratégico de cada departamento, como definir uma cota para a equipe de
vendas para que a empresa possa cumprir sua meta estratégica de receita.
b) Desenvolva processos para revisar o cumprimento das metas para garantir que as
metas estratégicas e táticas estejam sendo cumpridas, como executar um relatório
a cada trimestre e enviá-lo ao Diretor de Vendas para verificar se o departamento
comercial está atingindo sua cota.
c) Desenvolva planos de contingência, como o que fazer em caso de mau funcionamento
dos sistemas integrados da equipe de vendas ou violação de dados confidenciais.
4. Execute os planos
126
Um exemplo que pode ser dado é no caso de gestores de vendas que necessitam
elaborar relatórios de análises de vendas, de forma a garantir que os processos ajudam
sua equipe a bater as cotas definidas. Enquanto isso, as equipes de suporte, como o caso
da equipe de marketing, podem analisar se seus esforços para otimizar a publicidade
estão oferecendo a quantidade adequada de potenciais clientes (leads ou prospects) para
o departamento de vendas. Os resultados das análises irão oferecer dados e informações
para a tomada de decisão, que podem exigir ajustes nos planejamentos da empresa nos
mais diversos níveis.
INTERESSANTE
O Benchmarking é um processo de estudo de
concorrência, podendo ser uma análise profunda
das melhores práticas usadas por empresas de um
mesmo setor que o seu e que podem ser replicadas
no seu empreendimento. De acordo com a equipe
dos Resultados Digitais, entre seus benefícios, estão
a redução de custos, aumento na produtividade e
ampliação na margem de lucro. Para saber mais, acesse
o link: https://resultadosdigitais.com.br/marketing/
benchmarking/#:~:text=Benchmarking%20%C3%A9%20
um%20processo%20de,amplia%C3%A7%C3%A3o%20
na%20margem%20de%20lucro.
NOTA
O que é o pipeline? Podemos defini-lo como uma espécie
de “mapa” de todas as etapas que compreendem
o ciclo de vendas de uma empresa. Alguns negócios
possuem ciclos de vendas mais curtos, portanto o
pipeline de vendas também será mais enxuto. No
pipeline de vendas atual, é necessário administrar os
leads e seu percurso dentro do funil de vendas. Os
leads são pessoas interessadas em seus produtos e
serviços e que podem se tornar potenciais clientes,
desde que sejam devidamente tratados pela equipe de
vendas da empresa.
127
Um panorama geral sintético dessas cinco etapas descritas pode ser visualizado
por meio da Figura 1 a seguir:
128
1. Falta de informações precisas
2. Resistência à Mudança
3. Inflexibilidade
4. Planejamento inadequado
129
5. Fatores de tempo e custo
6. Filosofia Organizacional
4 MISSÃO E VISÃO
Foi notório que muito do que foi apresentado até o momento dizia que todo o
processo de planejamento organizacional se dava no nível estratégico. Tudo se iniciava
com a missão e visão organizacional. Nesse sentido, vamos explorar e entender um pouco
mais da relevância desses elementos para a organização.
De acordo com Rodrigues (1984), uma pesquisa realizada constatou que o sucesso
de grandes empresas, como Bradesco, IBM Brasil, Ultrafértil, Rede Globo, HP do Brasil, foi
obter a adesão dos funcionários aos princípios, crenças e valores, este é um desafio para
130
o administrador e uma garantia de bom desempenho para a empresa. Esses princípios,
valores e crenças são expressos por meio da definição da visão e missão da empresa. Para
um melhor entendimento, conceituaremos essas duas perspectivas.
4.1 VISÃO
Compreende a ideologia da empresa e sua perspectiva de futuro. A visão orienta
a organização em uma meta de longo prazo, criando um compromisso consigo próprio no
intento de atingir o propósito declarado. Líderes que oferecem uma visão clara, coerente e
sustentada têm elevada base de poder para conduzirem os destinos da empresa. Segundo
Frezatti (2015), a visão corresponde à formalização de uma reflexão com grau razoável de
abstração, em que se expressa o propósito básico da entidade. A visão organizacional,
de forma geral, não estratifica o portfólio de produtos e serviços, ou, ainda, não tem a
intenção de apresentar fins quantitativos. Ela tem um caráter de personalidade, identidade
e remete ao sentimento que as pessoas têm quando se menciona o nome da empresa.
E, nesse sentido, ela trabalha com a percepção que espera ter ao ser lembrada pelas
pessoas. A visão organizacional tem como objetivo criar uma filosofia que serve como
guia para a empresa, uma aspiração e inspiração. Ela é um acumulado de convicções que
norteiam a rota que a empresa vai seguir.
131
1. Quais os produtos/serviços estariam disponibilizando no mercado?
2. Que atividades a organização se propõe a desenvolver no ambiente?
3. Quem é o seu cliente?
4. Em que mercado atua?
5. Qual o benefício auferido pelo acionista?
132
Sicoob é o maior sistema
financeiro cooperativo
do país. É composto
por cooperativas
financeiras e empresas
de apoio, que em Gerar soluções Ser reconhecido
conjunto oferecem aos financeiras como a principal
associados serviços adequadas e instituição
bancários em geral. sustentáveis, financeira
SICOOB
Ou seja, tem todos os por meio do propulsora do
serviços bancários, mas cooperativismo, desenvolvimento
não é um banco. É uma aos associados e às econômico e social
cooperativa financeira, suas comunidades. dos associados.
onde os clientes são
donos e por isso os
resultados financeiros
são divididos entre os
cooperados.
Fonte: o autor
Fonte: o autor
133
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tema de aprendizagem, você aprendeu:
134
AUTOATIVIDADE
1 Alguns fatores da organização, em especial os relacionados ao comportamento
e comprometimento dos colaboradores, pode afetar de forma direta ou indireta a
elaboração e o planejamento da organização, interferindo em seu desempenho.
Sobre os fatores que podem comprometer o planejamento empresarial, assinale a
alternativa CORRETA:
135
3 O processo de planejamento empresarial deve ser cumprido de forma disciplinada a
fim de garantir o bom desempenho da organização em seus resultados esperados. O
processo de planejamento é realizado em cinco etapas. A respeito da fase de tradução
do plano estratégico em etapas táticas, classifique V para as sentenças verdadeiras e
F para as falsas:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – V – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
136
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO
1 INTRODUÇÃO
2 PLANEJAMENTO E O ORÇAMENTO
Tudo bem! Você deve estar se perguntando: se esse livro é de administração
orçamentária, qual o motivo de estarmos tratando em uma unidade toda sobre
planejamento? Vamos voltar na decisão de construir uma casa. Depois que você passa
pelo processo do planejamento, apresentando motivadores da decisão, detalhes
de como deve ser executado, os detalhes, dimensões, ou seja, tudo que imaginou
executável, isso gera um ou mais projetos (projeto arquitetônico, hidráulico, elétrico,
lógico/automação etc.). E tudo isso, consequentemente, vai gerar uma pergunta:
quanto vai custar? Aí entra o orçamento.
137
para compra do terreno, mão de obra do pessoal, parte elétrica, hidráulica, lógica/rede/
comunicação, janelas e portas, acabamento e pintura. Seriam suborçamentos que
juntos globalizam toda a execução do projeto.
• What / O que: nesse tópico, deve ser descrito o problema, o propósito do projeto e
possíveis objetivos de melhoria a serem alcançados pela organização.
• Who / Quem: nesse tópico, é definida a equipe de responsáveis pela resolução do
problema e oportunidade de melhoria.
• Where / Onde: nessa etapa, são registradas as informações sobre o ambiente
do problema e seu contexto, isso significa delinear em qual setor específico da
organização ou na organização como um todo.
138
• Why / Porquê: nessa etapa, é importante definir o motivo pelo qual o problema deve
ser resolvido e como alcançar o objetivo proposto, considerando fatores como o
aspecto financeiro e outros.
• When / Quando: nessa etapa, é definido o tempo no qual o problema ocorreu e também
seu prazo para resolução. Pode ser definida uma data de entrega e um cronograma
para garantir que os prazos e objetivos sejam cumpridos.
• How / Como: basicamente, são definidos como o processo funciona, o processo pelo
qual o problema está envolvido é a questão a ser respondida.
• How much / Quanto: nessa etapa, as informações podem dizer respeito aos custos ou
gastos do problema. Também pode ser descrito quanto investimento será necessário
para resolvê-lo.
Ok, agora que você já sabe o que é 5W2H, está na hora de lembrar daquela
casa em que alguém acordou e a primeira autodeliberação cognitiva que teve é: “vou
construir uma casa”. Está na hora de você praticar, desenvolvendo de forma imersiva as
habilidades e competências que podem se apresentar nesta unidade. Se você já possui
uma casa, pense em uma maior, mais bem localizada, dos seus sonhos, e coloque isso
no papel preenchendo o quadro a seguir. Não tem resposta certa ou errada.
Fonte: o autor
139
4 ESTUDO DE CASO
Por meio da observação de uma empresa fictícia, já mencionada neste livro,
a Medical Aspen, vamos propor algo que não seja complexo e procure trabalhar com
vários itens abordados nas unidades anteriores, como orçamento de vendas, produção,
despesas operacionais, marketing, investimento, caixa e a projeção demonstrativo de
resultados e o fluxo de caixa, dentre outros. Por uma questão de preservação estética
do próprio material didático, diferentemente de uma planilha ou um software específico
de orçamento que pode ser visualizado em telas de computadores, procuramos trazer
um conteúdo para ser observado de forma impressa. Por isso, vamos trabalhar com uma
projeção de três meses.
Fonte: o autor
140
Figura 5 – Orçamento de quantidades vendidas
Fonte: o autor
141
Figura 6 – Orçamento do preço de venda
Fonte: o autor
142
Figura 7 – Orçamento de Receitas – meses 1 e 2
Fonte: o autor
143
Figura 8 – Orçamento de Receitas – mês 3
Fonte: o autor
Fonte: o autor
144
levando em consideração que não tinha faturamento anterior e nos ater aos três meses
de planejamento. A Figura 10 apresenta essa projeção, ou seja, de quanto vendeu, de
quanto vai receber à vista, depois em 30 dias e em 60 dias. Quando se fala à vista, como
estamos atuando com períodos mensais, significa dentro do próprio mês.
Fonte: o autor
Veja que a Figura 10, apesar de estarmos falando de três meses, apresenta
informações até o mês cinco, face aos recebimentos de 30 e 60 dias, em que o valor
a receber é finalmente zerado, ou seja, levando em consideração que não houve
ainda a projeção de faturamento a partir do mês 4. Por isso que a coluna do mês 4
na linha de “Aumento/redução com clientes a receber” passa a ficar negativa. Tendo
finalizado a parte de projeção de vendas, em quantidade e posteriormente em valores
de faturamento, por família, produto, região e prazo de recebimento, o próximo passo
será de projetar os gastos.
145
fabricação e políticas dos estoques. Tem que se pensar, ainda, nas quantidades mínimas
de estoques a serem mantidas, sazonalidade de algum período se houver, tempos de
produção, investimentos a serem efetuados. Ou seja, para chegar ao orçamento de
produção, de fato, muitas outras etapas ocorrem. Vamos, nesse estudo de caso, fazer
os processos com uma lógica que facilite a sua compreensão.
a) Políticas de estoques
Fonte: o autor
Fonte: o autor
146
Figura 13 – Quantidades a serem produzidas
147
Fonte: o autor
b) Orçamento de matérias-primas
É comum que essa lista de consumo de cada unidade produzida seja chamada
de ficha técnica do produto. Como estamos atuando com seis produtos, para não
termos uma quantidade mais que necessária de quadros, vamos efetuar um resumo da
quantidade de componentes para cada produto fabricado, conforme Figura 14 a seguir.
148
Figura 14 – Quantidade de componentes por unidade
Fonte: o autor
149
Figura 15 Custo dos componentes por unidade
Fonte: o autor
Perceba que, neste momento, não precisamos relacionar ainda com a quantidade
a ser utilizada em cada unidade. Contudo, esse é o próximo passo, ou seja, agora que
temos a quantidade de componentes para cada unidade produzida e o valor unitário dos
componentes, já podemos identificar multiplicando a quantidade de componentes com
seus custos e, assim, identificar qual o custo com matérias-primas para produzir uma
unidade de cada produto, conforme se observa na Figura 16 a seguir.
150
Figura 16 – Custo das matérias-primas por unidade produzida
Fonte: o autor
151
No entanto, saber o quanto vai ser o custo com as matérias-primas/componentes
de cada unidade não é suficiente. É necessário saber o valor projetado que será gasto
ao levar em consideração as quantidades produzidas em cada mês, ou seja, vamos
relacionar as quantidades apresentadas nas figuras anteriores. Ou seja, multiplicando o
custo unitário com matéria-prima e a quantidade projetada, temos o resultado a seguir
na Figura 17.
Fonte: o autor
Dessa forma, sabemos quanto será gasto com matéria-prima em cada um dos
produtos, meses e total do período. Isso poderia, ainda, ser mais estratificado, detalhando
um total por região, família e vendas à vista ou a prazo. No entanto, acreditamos que
essa informação já é suficiente para concluir o orçamento com matérias-primas/
componentes. O próximo passo é gerar o orçamento com a mão de obra direta.
152
Figura 18 – Cálculo dos Custos de Mão de Obra Direta
Fonte: o autor
153
Figura 19 – Distribuição de mão de obra direta por produto
Fonte: o autor
E como temos o custo com cada um dos técnicos (Quadro 14), os técnicos
A R$ 4.750,00, técnicos B R$ 4.300,00 e técnicos C 3.700,00, basta multiplicar pela
quantidade de colaboradores do Quadro 15 para saber qual será o custo com mão
de obra para cada produto mensalmente. Isso vai proporcionar identificar o custo de
cada produto mais adiante. O resultado dessa multiplicação, ou seja, a quantidade de
colaboradores pelo custo com cada um, pode ser observado na Figura 20 a seguir:
Fonte: o autor
154
Assim encerramos o orçamento com a mão de obra direta. O próximo passo
é atuar nas demais informações/orçamentos para, enfim, consolidar o orçamento de
produção.
Consideremos que são pagos, no mesmo mês em que ocorrem (observando que
não há desembolso de depreciação), os valores previstos descritos a seguir na Figura 21:
Fonte: o autor
Lembrando que os custos indiretos são aqueles que são utilizados de forma
compartilhada pelos departamentos/famílias de produtos e os próprios produtos. Uma
observação importante: tendo em vista que não temos de que forma esses custos
indiretos seriam distribuídos entre as famílias dos produtos, vamos alocar eles sem
esse rateio/divisão.
155
e) Consolidação do Orçamento de produção
156
Fonte: o autor
Veja que ele apresenta um resumo dos quadros anteriores em relação aos custos
de produção e a quantidade produzida. Isso proporciona, inclusive, o conhecimento
sobre o custo direto por unidade produzida. Perceba, como comentado anteriormente,
que os custos indiretos não possuem distribuição/divisão/rateio por produto, tendo
em vista que atendem a todos os produtos e não sabemos quais critérios de divisão, o
que não é relevante nesse momento. Contudo, esse rateio poderia ser em uma parcela
igual para cada um dos seis produtos, pela quantidade, custo com mão de obra ou
matéria-prima.
157
Figura 23 – Orçamento de despesas administrativas
Fonte: o autor
Fonte: o autor
158
4.5 ORÇAMENTO DE MARKETING
Não podemos nos esquecer de incluir as despesas de marketing em nossos
cálculos. A seguir, na Figura 25, você verá o quadro de projeção das despesas com o
orçamento de marketing de nossa empresa para o período.
Fonte: o autor
Cabe lembrar que, às vezes, esse orçamento é incluído no orçamento de
vendas, mas no caso da Medical Aspen, ela tem esse orçamento à parte. A seguir, vamos
apresentar outras peças orçamentárias também importantes.
159
Fonte: o autor
Automaticamente, ele acaba gerando o valor das parcelas em que uma parte é o
principal, ou seja, o valor de aquisição parcelada, e outra dos juros. Nesses casos, o valor
da parcela que corresponde a R$ 17.925 é desembolsável, ou seja, pago, sai da conta do
banco, mas apenas o valor dos juros R$ 1.425, que é uma despesa.
Fonte: o autor
160
4.8 POLÍTICAS DE PAGAMENTOS
Praticamente finalizamos a construção dos quadros das peças orçamentárias.
Lembra-se de que no orçamento de vendas tinha uma política de recebimentos? Se
não, volte um pouco no material para resgatar essa informação. Bom, temos também as
políticas para os gastos (custos e despesas), sobre os quais efetuamos um resumo por
meio da Figura 28 a seguir.
Fonte: o autor
161
Figura 29 – Cronograma dos pagamentos das matérias-primas
Fonte: o autor
Com base nas informações obtidas até então, podemos iniciar a projeção dos
demonstrativos contábeis e do fluxo de caixa orçado. Com relação ao demonstrativo
contábil, vamos elaborar o Demonstrativo do Resultado do Exercício. Entenda que
exercício é o termo utilizado na contabilidade para representar o período.
162
Figura 30 – Fluxo de caixa projetado
Fonte: o autor
Uma observação: perceba que a Medical Aspen inicia o primeiro mês com um
saldo de caixa de R$ 500 mil e termina com um saldo de R$ 365 mil. Ou seja, isso ocorre
face aos recebimentos a prazo e apenas a matéria-prima ser adquirida com prazo. Os
demais gastos são todos pagos dentro do mês.
163
4.10 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO PROJETADO
A demonstração do resultado projetado permite a análise da formação do
resultado econômico da empresa, ou seja, o confronto da previsão das vendas e as
respectivas deduções como os impostos, custos e despesas. É composta pelos mesmos
itens que constam na demonstração tradicional, normatizada pelos organismos
contábeis. Sua importância nas tomadas de decisão se deve ao seu caráter econômico
e seus reflexos financeiros e patrimoniais.
Cabe destacar que esta demonstração não se atém ao fato de ter recebido as
receitas ou pago os seus custos/despesas/impostos, mas, sim, ao fato gerador que
motivou os direitos e obrigações assumidas nesses compromissos. Entradas e saídas
de dinheiro estão registradas no Fluxo de Caixa.
164
Figura 31 – Demonstrativo do resultado projetado
165
Fonte: o autor
166
NOTA
Um “player de mercado” é como os executivos chamam o empreendimento
de grande porte, de forma a serem capazes de mudar perspectivas e aspectos
do próprio ramo em que atuam, tanto em pequena quanto em grande escala
territorial. Ou seja, causam grandes impactos em outros empreendimentos
direta e indiretamente relacionados e em atividades que resolvam investir.
INTERESSANTE
O fluxo de caixa, apesar de não representar de fato o quanto o
empreendimento está gerando de riquezas, é muito importante.
Principalmente em relação à sua capacidade para não gerar
atrasos no pagamento. Isso pode ser muito prejudicial ao
empreendimento, gerando multas, condições menos favoráveis
com fornecedores e colaboradores.
167
LEITURA
COMPLEMENTAR
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E ORÇAMENTO EMPRESARIAL: COMO FAZER?
Elizeu Salmuleski
168
que podem ser utilizados, como o orçamento incremental, o orçamento base zero, o
orçamento matricial, o orçamento estático (budget), o orçamento ajustado (forecast)
e o orçamento flexível, sendo que cada empresa deve utilizar o(s) tipo(s) que melhor
atendam às suas necessidades.
Não existe um padrão único de quais relatórios devem ser projetados, cada
empresa deve decidir quais vai utilizar para atender às suas necessidades da melhor
forma possível, isso acontece porque cada empresa é única, com a sua cultura de
gestão, seu modelo de negócio, segmento, etc.
Conclusão
169
estratégico e o orçamento empresarial é o orçamento base zero combinado com
o orçamento matricial, porque faz uma projeção detalhada das receitas, custos e
despesas, conseguindo refletir exatamente os planos de ações. Caso a sua empresa
não consiga fazer esse alinhamento, uma consultoria especializada pode ajudar nesse
processo.
Fonte: https://xrorcamentos.com.br/artigo/68/planejamento-estrategico-orcamento-empresarial#:~:text=-
Como%20controlar%20o%20or%C3%A7amento%20empresarial,exatamente%20o%20que%20foi%20
planejado. Acesso em: 14 fev. 2023.
170
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tema de aprendizagem, você aprendeu:
171
AUTOATIVIDADE
1 O orçamento de produção tem como base o orçamento de vendas e reúne uma grande
quantidade de informações. Nesse orçamento, é necessário pensar nas quantidades
de estoques a serem mantidas, sazonalidade de algum período se houver, tempos
de produção, investimentos a serem efetuados, de acordo com os orçamentos
secundários. Sobre os orçamentos secundários que compõem o orçamento de
produção, assinale a alternativa CORRETA:
172
3 De forma análoga ao orçamento de produção, o orçamento das despesas operacionais
é composto por outros orçamentos, como de despesas administrativas, de vendas,
financeiras, entre outros. De acordo com a estrutura básica do orçamento de despesas
operacionais e suas especificidades, classifique V para as sentenças verdadeiras e F
para as falsas:
a) ( ) V – V – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
5 Para colocar em prática o planejamento, é possível que os gestores utilizem uma série
de ferramentas que apoiem a implementação e acompanhamento do orçamento.
Uma das mais comumente utilizadas é a 5W2H. Disserte sobre o funcionamento da
ferramenta no processo de planejamento.
173
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, I. Administração: teoria, processo e prática. 5. ed. Barueri: Manole,
2015.
RODRIGUES, F. Cultura, passaporte para o sucesso. Exame, São Paulo, n. 308, p. 44-
45, ago. 1984.
174