Ebook Da Unidade - Psicometria
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PÓS-GRADUAÇÃO
Autoria
JÉSSICA DE ASSIS SILVA
COMPETÊNCIAS
NDIDO, REFORÇO
3. Aprender sobre os conceitos psicométricos e as
teorias que fundamentam as suas bases.
O DO
COMPETÊNCIAS
REFERÊNCIAS
CAPÍTU LO 1
Caracterização e
História da Psicometria
OBJETIVO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que
é a psicometria, como ela surgiu e quais foram os principais profissionais
que fundamentaram a sua base. Além disso, você compreenderá quais são
os principais testes psicológicos, como eles são feitos e as suas aplicações.
E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá.
Avante!
Todos esses critérios são importantes para garantir que os testes sejam
justos, precisos e confiáveis na avaliação psicológica.
Outro importante contribuinte para a psicometria foi Louis Thurstone. Ele foi
um psicólogo americano que fez importantes contribuições para a
psicometria. Ele nasceu em 1887 em Chicago e obteve seu doutorado em
psicologia pela Universidade de Chicago em 1917. Thurstone foi um dos
principais críticos da teoria da inteligência geral de Charles Spearman e
desenvolveu sua própria teoria da inteligência, que se concentrou em
fatores primários de habilidade mental.
A psicometria tem uma longa história que remonta a séculos atrás, com os
primeiros exemplos de testes de inteligência e outras medidas de
habilidade em contextos educacionais e militares. A psicometria evoluiu
ao longo do tempo com o desenvolvimento de novas técnicas estatísticas
e modelos teóricos, como a teoria clássica dos testes, a teoria da resposta
ao item e a análise fatorial.
• Testes de Inteligência
Os testes de inteligência são talvez os testes psicológicos mais conhecidos
e amplamente utilizados. Esses testes foram originalmente desenvolvidos
para avaliar a capacidade cognitiva geral de um indivíduo, conhecida
como inteligência geral ou fator g. No entanto, os testes de inteligência
modernos são mais complexos e avaliam uma variedade de habilidades
cognitivas, incluindo raciocínio lógico, compreensão verbal, memória de
trabalho, processamento visual e espacial, entre outras.
• Testes de Personalidade
Os testes de personalidade são usados para avaliar os traços de
personalidade de um indivíduo, incluindo suas características emocionais,
motivacionais e comportamentais. Esses testes podem ser usados em
uma variedade de contextos, como clínicas, empresas e escolas, para
ajudar a identificar características de personalidade que podem
influenciar o comportamento de um indivíduo.
Qual a sua impressão acerca do que foi discutido neste capítulo? Você
conseguiu absorver as informações aqui explicitadas e aumentar os seus
conhecimentos a respeito dos temas abordados? Para revisarmos o tema
de estudo deste capítulo, vamos resumir o que foi discutido. A psicometria
é uma área da psicologia que se dedica à medição e avaliação de
fenômenos psicológicos, utilizando técnicas estatísticas e matemáticas
para desenvolver testes psicométricos que permitem medir habilidades,
traços de personalidade e outras características psicológicas. Desde seus
primórdios com os primeiros testes de inteligência de Binet e Simon até os
avanços recentes na teoria da resposta ao item e análise fatorial, a
psicometria evoluiu significativamente e se tornou uma ferramenta
essencial para a avaliação em uma ampla variedade de contextos, como
educação, negócios, clínica e governo. Ao longo da história, a psicometria
tem sido influenciada por teorias e pensadores de várias áreas, incluindo a
filosofia, a estatística e a psicologia. Desde a teoria da inteligência geral de
Spearman, que propôs a existência de uma capacidade cognitiva única
subjacente a todas as habilidades intelectuais. Apesar dos desafios
enfrentados pela psicometria, a área continua a ser um campo de
pesquisa e prática importante para a psicologia e outras disciplinas
relacionadas. Os avanços tecnológicos e metodológicos têm
impulsionado a evolução e melhoria dos testes psicométricos,
tornando-os mais precisos e confiáveis. A psicometria continuará a
desempenhar um papel vital na avaliação psicológica e no avanço da
compreensão das habilidades e características humanas. Esperamos que
você esteja contente com tudo o que aprendeu, no capítulo seguinte
estão presentes mais conceitos e discussões importantes acerca da
Psicometria.
CAPÍTU LO 2
Teorias da Medida
OBJETIVO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender as
teorias da medida, os conceitos básicos de conjunto, conjunto disjunto,
convergência e limite. Além disso, você compreenderá quais são os
principais axiomas que fundamentam a base das teorias da medida. E
então? Vamos lá? Avante!
A função, por sua vez, é uma regra que associa cada elemento de um
conjunto de partida (conhecido como domínio) a um único elemento de
um conjunto de chegada (conhecido como contradomínio). As funções
são usadas para descrever relações entre grandezas ou variáveis, e são
representadas por meio de uma fórmula matemática ou de um gráfico.
• Sequência de números:
Uma sequência de números é uma lista infinita de números, geralmente
organizada em uma ordem específica. Cada número na sequência é
chamado de termo, e a posição na lista é chamada de índice. Por exemplo,
a sequência de números {1, 2, 3, 4, 5, ...} é uma sequência infinita de
números naturais, em que cada termo é o número seguinte ao termo
anterior.
• Conjunto:
Em matemática, um conjunto é uma coleção bem definida e não
ordenada de objetos, chamados de elementos. Esses objetos podem ser
números, letras, símbolos, outros conjuntos, entre outros. A ideia
fundamental por trás do conceito de conjunto é agrupar objetos com
características semelhantes em uma única entidade matemática.
Existem várias operações que podem ser realizadas com conjuntos, como
união, interseção, diferença, complemento, entre outras.
• Conjunto disjunto:
Dois conjuntos A e B são disjuntos quando não têm elementos em comum.
Matematicamente, isso significa que a interseção entre A e B é um
conjunto vazio, ou seja, A ∩ B =
• Limite:
O conceito de limite é fundamental em matemática e é usado em vários
ramos, como análise matemática, cálculo diferencial e integral, teoria da
probabilidade, entre outros. O limite é uma noção que permite descrever o
comportamento de uma função à medida que sua variável independente
se aproxima de um determinado valor. Intuitivamente, podemos pensar no
limite como o valor para o qual uma função se "aproxima" à medida que
sua variável independente se aproxima de um determinado ponto.
• Convergência:
Convergência é um conceito importante em matemática que se refere ao
comportamento de uma sequência de números à medida que seus
termos se aproximam cada vez mais de um determinado valor, chamado
limite. Em outras palavras, uma sequência converge se seus termos se
aproximam de um valor específico à medida que o índice dos termos
aumenta indefinidamente.
Formalmente, uma sequência {an} converge para um limite L se, para
qualquer valor positivo ɛ, existe um número natural N tal que, para todo n
maior que N, a diferença entre an e L é menor do que ɛ. Esse conceito pode
ser expresso matematicamente da seguinte forma:
para todo ɛ > 0, existe um número natural N tal que, para todo n > N, |an - L|
< ɛ.
• Primeiro axioma:
O primeiro axioma da medida estabelece que a medida de um conjunto A
deve ser um número real não negativo. Isso significa que a medida de A
não pode ser menor que zero e só pode assumir valores iguais ou maiores
que zero. Em termos matemáticos, o axioma é expresso como m(A) >= 0.
Além disso, a medida deve ser sempre consistente com a intuição de que
um conjunto não pode ter uma "medida negativa". Por exemplo, a medida
de um conjunto que representa a população de uma cidade não pode ser
negativa, pois isso não faria sentido do ponto de vista da realidade.
Por fim, é importante notar que o primeiro axioma não estabelece que a
medida de um conjunto deve ser necessariamente positiva, apenas não
negativa. Isso significa que a medida de um conjunto pode ser igual a zero,
o que acontece quando um conjunto não contém elementos. Essa
possibilidade é importante, pois permite a consideração de conjuntos
vazios na teoria da medida.
• Segundo axioma:
O segundo axioma da medida estabelece que se A e B são conjuntos
disjuntos, ou seja, que não possuem elementos em comum, então a
medida da união de A e B é igual à soma das medidas de A e B. Em termos
matemáticos, o axioma é expresso como m(A B) = m(A) + m(B), onde A e
∩
Esse axioma é importante porque fornece uma regra simples para calcular
a medida de conjuntos disjuntos. Ele também estabelece que a medida de
um conjunto é aditiva, ou seja, que a medida da união de dois conjuntos
disjuntos é igual à soma das medidas desses conjuntos. Essa propriedade
de aditividade é essencial para o desenvolvimento da teoria da medida.
• Terceiro axioma:
O terceiro axioma da medida é conhecido como o axioma da
continuidade e estabelece uma propriedade importante sobre a medida
de conjuntos. Ele afirma que se uma sequência de conjuntos A1, A2, A3, ..., é
uma sequência crescente de conjuntos (ou seja, A1 está contido em A2,
que está contido em A3, e assim por diante), então a medida da união
desses conjuntos é igual ao limite da medida de cada conjunto na
sequência. Em termos matemáticos, o axioma é expresso como m( Ai) =
∩
lim m(Ai), onde i tende a infinito.
são conjuntos quaisquer, então m(A1 U A2 U ... U An) ≤ m(A1) + m(A2) + ... +
m(An).
RESUMO DO CAPÍTULO
O que você achou do que foi discutido neste capítulo? Para recapitular
tudo que foi discutido, vamos fazer um resumo dos assuntos abordados. O
tópico central deste capítulo foram as teorias da medida, que são parte
importante da matemática e da estatística. Elas se preocupam em medir
a magnitude ou o tamanho de um conjunto de elementos ou eventos. As
teorias da medida fornecem as ferramentas matemáticas para
quantificar e comparar informações em várias áreas, como física,
economia, psicologia, entre outras. Foi discutido sobre a escolha da
unidade de medida e como ela é importante na teoria da medida, pois a
medida pode ser expressa em várias unidades diferentes. Além disso, foi
destacada a importância de entender o conceito de atribuição de um
valor numérico, que permite a medição de quantidades usando números.
Também foram discutidos os conceitos de conjuntos, os quais são muito
importantes para a aplicação das teorias da medida. Destacou-se a
importância do conceito do conjunto disjunto, que se refere a conjuntos
que não possuem elementos em comum. A noção de sequência de
números também é importante, pois ela é usada para descrever
conjuntos ordenados de números. Os conceitos de convergência e limite
também foram elucidados, visto que são fundamentais nas teorias da
medida, pois eles permitem descrever o comportamento de uma função
à medida que sua variável independente se aproxima de um determinado
valor. Por fim, foi destacado que base das teorias é formada por três
axiomas fundamentais, que estabelecem as regras para a medição de
conjuntos: o primeiro axioma estabelece que a medida de um conjunto
deve ser um número real não negativo; o segundo axioma afirma que a
medida de conjuntos disjuntos é igual à soma das medidas individuais de
cada conjunto; e o terceiro axioma, conhecido como o axioma da
continuidade, estabelece que se um conjunto é uma união crescente de
conjuntos cada vez menores, então a medida desse conjunto é igual ao
limite das medidas dos subconjuntos. A teoria da medida é uma
ferramenta fundamental para a quantificação de informações em várias
áreas e é uma parte importante da matemática e da estatística. Vamos
adiante? Teremos novos conceitos e aprendizados no próximo capítulo.
CAPÍTU LO 3
Caracterização e
História da Psicometria
OBJETIVO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que
são modelos psicométricos e quais são as bases dos modelos existentes.
Além disso, você aprenderá os conceitos das teorias, bem como as suas
diferenças. As teorias destacadas neste capítulo são a teoria clássica dos
testes, a teoria de resposta ao item e a análise fatorial. E então? Vamos lá?
Avante!
A teoria clássica dos testes psicométricos tem uma longa história e foi
desenvolvida ao longo do século XX por psicólogos como Charles
Spearman, Louis Thurstone e Raymond Cattell. O modelo de Spearman
propõe que a inteligência é composta por um único fator geral, enquanto
Thurstone argumentou que a inteligência é composta por sete fatores
distintos.
Por exemplo, imagine que um teste tem um total de 50 questões e que cada
questão vale um ponto. Um indivíduo que acerta 40 questões terá um escore
bruto de 40 pontos. No entanto, se outro indivíduo acerta apenas 20
questões, seu escore bruto será de 20 pontos. Embora esses escores brutos
possam indicar diferenças significativas no desempenho dos indivíduos,
eles ainda não podem ser comparados diretamente entre si, pois não levam
em conta fatores como a dificuldade das questões do teste.
• Escores padronizados:
Em psicometria, os escores padronizados são uma forma de pontuação
utilizada para comparar o desempenho dos indivíduos em um teste com um
grupo de referência. Esses escores são derivados da transformação dos
escores brutos em uma escala com média de 100 e desvio padrão de 15,
conhecida como escala de desvio padrão.
Uma das vantagens dos escores padronizados é que eles fornecem uma
pontuação que é fácil de interpretar. Por exemplo, um escore padronizado
de 120 em um teste significa que o indivíduo teve um desempenho acima
da média da amostra de referência. Da mesma forma, um escore
padronizado de 80 indica um desempenho abaixo da média da amostra
de referência.
• Desvio padrão:
O desvio padrão é uma medida de dispersão que indica o quão distante
os valores de uma distribuição estão da média. Em outras palavras, ele
indica o quanto os valores de uma variável se afastam da média em uma
distribuição. É amplamente utilizado em estatística e em testes
psicométricos para avaliar a variabilidade dos dados.
Além disso, a teoria clássica dos testes não fornece uma explicação clara
sobre como os itens dos testes são elaborados, o que pode levar a
problemas de validade dos testes. Esses problemas podem ser minimizados
com o uso de técnicas mais avançadas, como a teoria de resposta ao item.
A TRI surgiu como uma alternativa à Teoria Clássica dos Testes, que é
baseada em pressupostos diferentes e tem limitações em sua aplicação em
diversos contextos. A TRI tem como objetivo principal superar essas
limitações, fornecendo modelos mais precisos e flexíveis para a avaliação
de indivíduos.
• IRF:
O conceito de IRF (Item Response Function) é um elemento central na Teoria
de Resposta ao Item (TRI) dos testes psicométricos. Ele se refere à relação
entre a probabilidade de um indivíduo com determinado nível de habilidade
de responder corretamente a um item específico de um teste.
• TIF:
O TIF (Test Information Function) é um conceito central da Teoria de Resposta
ao Item (TRI) que descreve a capacidade de um item de avaliar as
habilidades dos indivíduos em um determinado traço latente, como a
inteligência, a habilidade matemática, a criatividade, entre outros.
O TIF também é útil para avaliar a qualidade global de um teste, pois a soma
dos TIFs dos itens de um teste é conhecida como Test Information Function
(TIF) do teste. O TIF do teste indica a capacidade do teste de avaliar com
precisão a habilidade latente dos indivíduos em uma determinada faixa de
habilidade. Quanto mais íngreme e ampla for a curva do TIF do teste, maior
será a capacidade do teste de avaliar com precisão a habilidade dos
indivíduos.
A análise fatorial é uma técnica não descritiva, que não se limita a descrever
os dados, mas busca identificar padrões subjacentes e reduzir a
complexidade do conjunto de dados. Essa técnica se baseia na ideia de
que as variáveis medidas são afetadas por um número menor de variáveis
subjacentes, chamadas fatores. A análise fatorial é utilizada para
identificar esses fatores subjacentes e, em seguida, reduzir a dimensão do
conjunto de dados, agrupando as variáveis relacionadas em um único
fator. A análise fatorial pode ser exploratória ou confirmatória.
Após a rotação dos fatores, é feita a interpretação dos fatores e dos itens
associados a cada fator. A interpretação dos fatores pode ser realizada de
diferentes formas, dependendo do objetivo da análise fatorial. Em geral, os
fatores são interpretados com base na natureza dos itens associados a
cada fator e na teoria ou hipótese que norteou a análise.
RESUMO DO CAPÍTULO
Quais as suas impressões sobre o que foi discutido neste capítulo? Você
gostou dos conhecimentos adquiridos aqui? Para recapitular tudo que foi
discutido, vamos fazer um breve resumo. Neste capítulo foram discutidos
os modelos psicométricos. Modelos psicométricos são estruturas
matemáticas que ajudam a descrever e entender a relação entre
variáveis em medidas psicológicas. Eles são usados para modelar o
comportamento de indivíduos em testes e para avaliar a validade e a
confiabilidade dos resultados dos testes. Existem vários tipos de modelos
psicométricos, como a Teoria Clássica dos Testes, a Teoria de Resposta ao
Item (TRI) e a Análise Fatorial. A Teoria Clássica dos Testes é uma
abordagem mais antiga que as outras teorias. Ela considera que a
pontuação obtida em um teste é a soma da capacidade real do indivíduo
e do erro de medida. Já a Teoria de Resposta ao Item é uma abordagem
mais avançada e precisa. Ela considera que a capacidade do indivíduo é
medida por meio da probabilidade de ele responder corretamente a um
determinado item do teste, levando em consideração a dificuldade do
item e a habilidade do indivíduo. A Análise Fatorial é usada para identificar
a presença de fatores subjacentes a um conjunto de variáveis e reduzir a
complexidade do conjunto de dados. Ela permite a construção de escalas
compostas a partir de itens individuais e a validação de construtos.
Existem dois tipos de análise fatorial: exploratória e confirmatória. A
exploratória é usada para identificar fatores subjacentes a um conjunto de
variáveis, enquanto a confirmatória é usada para testar uma estrutura
fatorial pré-definida. Os modelos psicométricos são importantes para
garantir que os resultados dos testes sejam válidos e confiáveis. Eles
ajudam a entender como as variáveis medidas se relacionam e a
identificar a presença de vieses ou erros nos testes. Além disso, eles
permitem a construção de testes mais precisos e eficientes, o que é
essencial para a avaliação de habilidades e atributos dos indivíduos em
diversas áreas, como educação, saúde e recursos humanos.
CAPÍTU LO 4
Validade, Fidedignidade
e Normatização
OBJETIVO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender os
conceitos de validade, fidedignidade e normatização na psicometria. Você
estudará sobre os principais tipos de validade e os seus métodos de
avaliação. Além disso, serão discutidos os métodos de avaliação de
fidedignidade e algumas normas de normatização E então? Vamos lá?
Avante!
4.1 Validade
• Conceito de Validade
O conceito de validade em psicometria pode ser entendido como a
extensão em que um teste mede aquilo que se propõe a medir. É importante
destacar que a validade não é uma característica inerente ao teste, mas sim
uma propriedade do uso do teste em determinadas situações. Por exemplo,
um teste de QI pode ser válido para avaliar o desempenho acadêmico de
crianças, mas pode não ser válido para avaliar a inteligência de pessoas
com deficiência intelectual.
• Tipos de Validade
Existem diferentes tipos de validade que podem ser avaliados em um teste
psicológico. Os principais tipos de validade são:
Por fim, é importante lembrar que a avaliação da validade deve ser vista
como um processo contínuo e iterativo. À medida que novas informações
são obtidas e novas interpretações são feitas, a avaliação da validade pode
ser revista e atualizada. Dessa forma, é possível garantir que os resultados
dos testes sejam usados de maneira adequada e que as decisões tomadas
com base nesses resultados sejam confiáveis e justas.
4.2 Fidedignidade
A fidedignidade é um conceito importante na psicometria, pois se refere à
consistência ou confiabilidade dos resultados de um teste ao longo do
tempo e em diferentes condições. A fidedignidade é uma das principais
características de um teste válido e útil. Se um teste não for fidedigno, os
resultados obtidos podem ser aleatórios ou instáveis, o que pode levar a
decisões equivocadas em áreas como avaliação educacional, clínica ou
seleção de pessoal. Neste texto, serão abordados os principais conceitos e
métodos de avaliação da fidedignidade em psicometria.
• Conceitos Básicos
A fidedignidade é um conceito amplo que se refere à consistência ou
estabilidade dos resultados de um teste ao longo do tempo e em diferentes
condições. A fidedignidade pode ser vista como uma medida da precisão
ou confiabilidade de um teste. Um teste fidedigno é aquele que produz
resultados consistentes e precisos, independentemente das condições em
que é aplicado.
Por fim, a fidedignidade de um teste pode ser afetada pela presença de viés
do examinador. Isso pode ocorrer quando o examinador tem expectativas
prévias ou preconceitos em relação ao participante, o que pode afetar sua
avaliação das respostas e, consequentemente, a pontuação final. Para
minimizar esse efeito, é importante garantir que os examinadores sejam
treinados para aplicar o teste de forma imparcial e consistente.
4.3 Normatização
• O que é Normatização
Normatização é o processo de estabelecimento de normas e padrões de
desempenho para um teste ou medida. Essas normas podem ser
estabelecidas com base em uma amostra representativa da
população-alvo ou de uma subpopulação específica. A normatização é
importante porque permite que os resultados dos testes sejam interpretados
de forma precisa e significativa, tornando possível comparar o desempenho
dos indivíduos em relação a uma amostra de referência.
A normatização pode incluir a definição de diferentes tipos de normas,
dependendo do objetivo do teste e do público-alvo. Algumas das normas
mais comuns incluem:
◦ Normas percentis: essas normas indicam a porcentagem de pessoas que
obtiveram um determinado escore em relação à amostra de referência.
Por exemplo, se um indivíduo obteve um escore de 80 em um teste
normatizado com base em uma amostra de referência de 100 pessoas, e
o percentil correspondente é 90, isso significa que 90% da amostra obteve
um escore igual ou inferior a 80.
◦ Normas de desvio padrão: essas normas indicam o desvio padrão dos
escores da amostra de referência em relação à média. Por exemplo, se a
média da amostra de referência é 100 e o desvio padrão é 15, um escore
de 115 indica que o indivíduo está a um desvio padrão acima da média da
amostra.
◦ Normas de idade: essas normas comparam o desempenho dos
indivíduos em relação a outras pessoas da mesma idade. Por exemplo,
um teste normatizado para crianças de 7 anos de idade pode ter normas
específicas para essa faixa etária.
• Importância da Normatização
A normatização é importante por diversas razões. Em primeiro lugar, ela
permite que os resultados dos testes sejam interpretados de forma precisa e
significativa. Sem a normatização, não seria possível comparar o
desempenho de diferentes indivíduos ou grupos em um mesmo teste,
tornando difícil a avaliação de seus pontos fortes e fracos em relação à
amostra de referência.
RESUMO DO CAPÍTULO
Quais as suas impressões sobre o que foi discutido neste capítulo? Neste
capítulo foram discutidos três novos conceitos da psicometria. Vamos
fazer uma revisão do que foi abordado no capítulo. Três conceitos
fundamentais na psicometria são validade, fidedignidade e normatização.
A validade é a medida em que um teste mede o que se propõe a medir. A
validade pode ser avaliada por meio de diferentes métodos, como a
validade de conteúdo, a validade de critério e a validade de construto. É
importante avaliar a validade de um teste antes de utilizá-lo para tomar
decisões importantes, como seleção de pessoal ou diagnóstico clínico. A
fidedignidade é a consistência dos resultados obtidos por meio de um
teste. Existem diferentes métodos para avaliar a fidedignidade, como a
estabilidade temporal, a equivalência de formas paralelas e a
consistência interna. É importante que um teste seja fidedigno para
garantir que os resultados obtidos sejam confiáveis e possam ser
utilizados para tomada de decisões. A normatização é o processo de
estabelecimento de normas ou padrões de referência para interpretação
dos resultados de um teste. A normatização é importante para permitir a
comparação entre indivíduos e grupos em relação ao desempenho em
testes padronizados. A escolha do método de normatização e das
pontuações padronizadas deve ser feita com cuidado, levando em conta
a representatividade da amostra, a clareza das instruções e a consistência
na aplicação e correção dos testes.
Referências Bibliográficas
PASQUALI, LUIZ. Psicometria. Revista Esc. Enferm. USP. São Paulo: São Paulo,
2019.