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PDI

2024-2029
Plano de
Desenvolvimento Institucional da
Universidade Federal de Minas Gerais
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

PLANO DE DESENVOLVIMENTO
INSTITUCIONAL
2024 - 2029

Aprovado pelo Conselho Universitário em 18/06/2024

Belo Horizonte
Junho de 2024
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Reitora
Sandra Regina Goulart Almeida
Vice-reitor
Alessandro Fernandes Moreira

Chefe de Gabinete Subchefe de Gabinete


Rui Rothe-Neves Camila Lopes Malveira Catão

Assessora Especial da Reitora Assessor Especial da Reitora


Benigna Maria de Oliveira Carlos Magno Camargos Mendonça

Pró-reitor de Administração Pró-reitor de Pesquisa


Ivan José da Silva Lopes Fernando Marcos dos Reis
Pró-reitora Adjunta de Administração Pró-reitora Adjunta de Pesquisa
Eliane Aparecida Ferreira Jacqueline Aparecida Takahashi

Pró-reitora de Pró-reitor de
Assuntos Estudantis Planejamento e Desenvolvimento
Licínia Maria Correa Maurício Freire Garcia
Pró-reitora Adjunta de Pró-reitora Adjunta de
Assuntos Estudantis Planejamento e Desenvolvimento
Shirley Aparecida Miranda Macilene Gonçalves de Lima

Pró-reitor de Cultura Pró-reitora de Pós-Graduação


Fernando Antônio Mencarelli Isabela Almeida Pordeus
Pró-reitora Adjunta de Cultura Pró-reitor Adjunto de Pós-Graduação
Mônica Medeiros Ribeiro Eduardo Soares Neves Silva

Pró-reitora de Extensão Pró-reitora de Recursos Humanos


Cláudia Andréa Mayorga Borges Maria Márcia Magela Machado
Pró-reitora Adjunta de Extensão Pró-reitora Adjunta de Recursos Humanos
Janice Henriques da Silva Amaral Leonor Gonçalves

Pró-reitor de Graduação
Bruno Otávio Soares Teixeira
Pró-reitora Adjunta de Graduação
Maria José Batista Pinto Flores
Diretor de Relações Internacionais Auditora-Geral
Aziz Tuffi Saliba Terezinha Vitória de Freitas
Diretora-Adjunta
Coordenadora de Assuntos Comunitários
Bárbara Malveira Orfanò
Cássia Juliana de Souza Monteiro
Diretora de Cooperação Institucional
Coordenador da Secretaria dos Órgãos de
Zélia Inês Portela Lobato
Deliberação Superior
Diretor da Coordenadoria de Transferência Adalberto Hott Raminho
e Inovação Tecnológica
Diretora da Imprensa Universitária
Gilberto Medeiros Ribeiro
Maria de Lourdes Moreira Braga
Diretora do Centro de Comunicação
Diretora do Instituto de Estudos Avançados
Fábia Pereira Lima
Transdisciplinares
Vice-diretor Patricia Maria Kauark Leite
Flávio de Almeida
Coordenadora da Coordenadoria de Prevenção,
Diretor de Tecnologia da Informação Mediação de Conflitos e de Correição
Dorgival Guedes Marcella Furtado de Magalhães Gomes
Diretor-Adjunto
Carlos Alfeu Furtado da Fonseca Presidente da Comissão Permanente de
Pessoal Docente
Diretora de Avaliação Institucional Ana Lydia Reis de Castro e Silva
Viviane Santos Birchal Vice-Presidente
Diretora-Adjunta Adalgisa Peixoto Ribeiro
Micheline Sanches de Souza
Presidente da Fundação de
Diretora do Núcleo de Acessibilidade e Desenvolvimento da Pesquisa
Inclusão Jaime Arturo Ramírez
Regina Céli Fonseca Ribeiro
Diretora-Adjunta Presidente da Fundação Universitária
Daniela Virgínia Vaz Mendes Pimentel
Tereza Cristina da Silva Kurimoto
Diretora de Educação a Distância e
Educação Digital Presidente Comissão Permanente do
Vilma Lúcia Macagnan Carvalho Vestibular
Diretora-Adjunta Gilberto do Vale Rodrigues
Ana Carolina Correia Almeida

Diretora de Governança Informacional


Joana Ziller de Araújo Josephson

Diretor de Arquivos Institucionais


José Francisco Guelfi Campos
Vice-Diretora
Maria Juliana Nunes da Silva

Diretor do Escritório de Governança de


Dados Institucionais
Dawisson Belém Lopes
ÓRGÃOS SUPLEMENTARES

Biblioteca Universitária - Sistema de Museu de História Natural e Jardim


Bibliotecas da UFMG Botânico
Diretora Diretor
Kátia Lúcia Pacheco João Renato Stehmann,
Vice-diretora Vice-Diretora
Sindier Antônia Alves Fernanda Antunes Carvalho

Centro Esportivo Universitário Centro de Microscopia da UFMG


Diretor Diretor
Luciano Pereira da Silva Gregory Kitten
Vice-Diretora Vice-diretor
Ana Cláudia Porfírio Couto Wagner Nunes Rodrigues

Editora UFMG Laboratório Multiusuário de Computação


Diretora Científica da UFMG
Carla Viana Coscarelli Diretor
Vice-Diretora José Miguel Ortega
Camila Augusta Pires de Figueiredo
UNIDADES ACADÊMICAS

Escola de Arquitetura Escola de Enfermagem


Maurício José Laguardia Campomori (Diretor) Sônia Maria Soares (Diretora)
Rita de Cássia Lucena Velloso (Vice-Diretora) Simone Cardoso Lisboa Pereira (Vice-Diretora)

Escola de Belas-Artes Escola de Engenharia


Cristiano Gurgel Bickel (Diretor) Cícero Murta Diniz Starling (Diretor)
Adolfo Enrique Cifuentes Porras (Vice-Diretor) Henrique Resende Martins (Vice-Diretor)

Instituto de Ciências Agrárias Faculdade de Farmácia


Helder dos Anjos Augusto (Diretor) Leiliane Coelho André (Diretora)
Alcinei Mistico Azevedo (Vice-Diretor) Micheline Rosa Silveira (Vice-Diretora)

Instituto de Ciências Biológicas Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas


Ricardo Gonçalves (Diretor) Thais Porlan de Oliveira (Diretora)
Élida Mara Leite Rabelo (Vice-Diretora) Rogério Duarte do Pateo (Vice-Diretor)

Faculdade de Ciências Econômicas Instituto de Geociências


Kely César Martins de Paiva (Diretora) Carlos Fernando Ferreira Lobo (Diretor)
Anderson Tadeu Marques Cavalcante (Vice- Tiago Amâncio Novo (Vice-Diretor)
Diretor)
Faculdade de Letras
Instituto de Ciências Exatas Sueli Maria Coelho (Diretora)
Francisco Dutenhefner (Diretor) Georg Otte (Vice-Diretor)
Renato Antônio Celso Ferreira (Vice-Diretor)
Faculdade de Medicina
Escola de Ciência da Informação Alamanda Kfoury Pereira (Diretora)
Eduardo Valadares da Silva (Diretor) Cristina Gonçalves Alvim (Vice-Diretora)
Jezulino Lúcio Mendes Braga (Vice-Diretor)
Escola de Música
Faculdade de Direito Renato Tocantins Sampaio (Diretor)
Hermes Vilchez Guerrero (Diretor) Carlos Aleixo dos Reis (Vice-Diretor)
Mônica Sette Lopes (Vice-Diretora)
Faculdade de Odontologia
Faculdade de Educação João Batista Novaes Júnior (Diretor)
Andrea Moreno (Diretora) Patrícia Valente Araújo (Vice-Diretora)
Vanessa Ferraz Almeida Neves (Vice-Diretora)
Escola de Veterinária
Escola de Educação Física, Fisioterapia e Afonso de Liguori Oliveira (Diretor)
Terapia Ocupacional Eliane Gonçalves de Melo (Vice-Diretora)
Gustavo Pereira Côrtes (Diretor)
Tânia Lucia Hirochi (Vice-Diretora)

UNIDADES ESPECIAIS

Unidade Especial de Educação Básica e Hospital das Clínicas


Profissional Alexandre Rodrigues Ferreira (Diretor-Geral)
Kátia Pedroso Silveira (Diretora-Geral) Vandack Alencar Nobre Júnior (Vice-Diretor)
Tânia Aretuza Ambrizi Gebara (Vice-
Diretora-Geral)
COMISSÃO RESPONSÁVEL POR SISTEMATIZAR E APRESENTAR O PLANO DE
DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL DA UFMG 2024-2029

Portaria № 8214, 12 de setembro de 2023

Benigna Maria de Oliveira (Presidente) Raquel Conceição Ferreira


Faculdade de Medicina, atualmente no Faculdade de Odontologia, Representante
exercício do cargo de Assessora Especial da Câmara de Pesquisa do Cepe.
da Reitora.
Marília de Abreu Martins de Paiva
Viviane Santos Birchal Escola de Ciência da Informação,
Escola de Engenharia, atualmente no Representante da Câmara de Extensão
exercício do cargo de Diretora de do Cepe.
Avaliação Institucional.
Hugo Eduardo Araujo da Gama
Micheline Sanches de Souza Cerqueira
Diretoria de Avaliação Institucional Faculdade de Ciências Econômicas.
(DAI), atualmente no exercício do cargo
de Diretora Adjunta de Avaliação Carlos Magno Camargos Mendonça
Institucional. Faculdade de Filosofia e Ciências
Humanas, atualmente no exercício do
Daniele Cláudia Matta Fagundes Zárate cargo de Assessor Especial da Reitora.
Coordenadoria de Sistema Acadêmico,
Membro da Comissão Própria de Ana Maria da Silva Souza
Avaliação (CPA). Curso de Química.

Cristiano dos Santos Rodrigues Sara Soares de Barcelos


Faculdade de Filosofia e Ciências Curso de Relações Econômicas
Humanas, Representante da Câmara de Internacionais.
Graduação do Conselho de Ensino,
Pesquisa e Extensão (Cepe).

Leidivan de Almeida Frazão


Instituto de Ciências Agrárias,
Representante da Câmara de Pós-
Graduação do Cepe.

FICHA TÉCNICA
Planejamento de comunicação e coordenação de campanha de comunicação: Bruma Melo
Direção de Criação: Marcelo Lustosa
Projeto gráfico: Giovana Carraro e Gabriel Coutinho
Editoração e diagramação: Thaissa Lages
MENSAGEM DA REITORA

Este Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Universidade Federal de


Minas Gerais (UFMG) foi elaborado com o propósito de nos debruçarmos sobre o
planejamento que queremos para a nossa Universidade para o quinquênio 2024-2029. É
importante ressaltar que este PDI alcançará o Centenário da UFMG, a ser celebrando em
2027. Comemoramos, desde já, tão importante data reforçando nossa posição de
instituição pública que realiza com empenho e compromisso a respeitável missão de
atender às diversas demandas da sociedade no campo do ensino, da pesquisa e da
extensão. O PDI do Centenário indica, pois, os caminhos para construirmos a UFMG que
queremos para os anos vindouros, bem como nos guia rumo à reflexão sobre nossos
primeiros cem anos e ao futuro que almejamos.
Criada em 7 de setembro de 1927, a UFMG, a universidade mais antiga do estado de
Minas Gerais, nasceu de uma utopia. Sua concepção materializou, de forma tardia, o sonho
acalentado pelos Inconfidentes Mineiros de instalar uma universidade no Brasil. Qualquer
projeto de nação soberana está condicionado à existência de universidades fortes,
autônomas e geradoras de conhecimento de ponta. Liderados pelo nosso primeiro Reitor,
Francisco Mendes Pimentel, nossos pioneiros escolheram a data de 7 de setembro de 1927
para inaugurar a então Universidade de Minas Gerais (UMG), 105 anos depois da
independência do Brasil. Definiram aquele dia – 7 de setembro – para demarcar a
convergência e a justaposição de dois projetos simbióticos: o de um Brasil livre e soberano e
o de uma universidade autônoma e relevante, em sintonia com as demandas do novo país.
Ao nos aproximarmos dessa importante efeméride, temos a responsabilidade de
pensar e planejar o futuro da Universidade, o que implica responder à altura das
incitações de nosso tempo. A historicidade da UFMG assevera uma Instituição que se
orgulha do seu passado, é atenta ao seu presente e, por isso, prepara com esperança o
seu futuro. Assim, a UFMG deve continuar expandindo sua abrangência, excelência e
relevância, aprofundando a reflexão sobre os temas centrais que se anunciam neste
século, para que possamos, como sociedade e como país, nos antecipar aos desafios que
nos aguardam. Nesse sentido, o novo PDI da UFMG é um documento que afirma o
compromisso da comunidade universitária com o desenvolvimento e a construção
contínua da Instituição.
É preciso reconhecer a relevância de um PDI que, além de ser uma exigência
legal, é um importante instrumento de planejamento institucional que tem por objetivo
analisar e gerir mudanças, traçar vias de desenvolvimento coerente, aperfeiçoar os
processos e melhorar os resultados, formular mecanismos de integração entre áreas e
unidades, e servir de instrumento de aprendizagem institucional e de análise global dos
caminhos trilhados pela Instituição. Estruturado dessa forma, o PDI deve alinhar
planejamento e avaliação, sinalizando a direção a ser seguida e registrando o caminho
percorrido em diferentes momentos da Instituição.
A elaboração deste PDI resultou de um trabalho colaborativo, nos termos
estabelecidos pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), que contou com
sugestões das unidades acadêmicas, pró-reitorias, diretorias e outros órgãos da
Administração Central, bem como das contribuições da comunidade acadêmica, de
forma individual ou por meio de Audiências Públicas que tiveram o objetivo de
debater as bases conceituais subjacentes ao texto. Questões que surgem de maneira
destacada neste documento como saúde, educação, ciência e tecnologia,
acessibilidade e inclusão, ações afirmativas e inclusão, políticas de permanência,
saúde mental, saneamento, meio ambiente e sustentabilidade, geração e
distribuição de renda, trabalho, direito à moradia, acesso à cultura, inclusão digital,
vida nas cidades, diversidade, segurança, democracia e liberdade, entre outras,
requerem, cada vez mais, esforços coordenados de articulação e mobilização de
todas as instâncias e áreas do conhecimento.
A fim de abrigar os novos desafios institucionais, que emergiram entre o PDI
2018-2023 e este que aqui se apresenta, outros capítulos e seções foram criados neste
documento, que incluem reflexões sobre formação de professores para a educação
básica; educação digital; saúde, educação e ciência; políticas de permanência de
estudantes; cidadania e direitos humanos; saúde mental; ações afirmativas e inclusão
social; acessibilidade e inclusão; ambiente e sustentabilidade; comunicação e
informação; repositórios e arquivos institucionais; governança de dados, entre outras.
Esse escopo temário se estendeu ainda para a discussão de políticas de enfrentamento
ao assédio, de permanência e acolhimento da população LGBTQIA+, de educação à
distância e educação digital, de esporte e lazer, de acompanhamento de egressos, além
de diretrizes para o uso da inteligência artificial (IA) nas atividades acadêmicas.
A experiência de implementação dos três PDIs anteriores sugere que o Plano de
Desenvolvimento Institucional pode ter grande eficácia, tanto enquanto elemento
organizador da evolução institucional quanto como ferramenta de apoio à avaliação
institucional, devendo ser objeto de constante acompanhamento em permanente
diálogo com a comunidade acadêmica, com os gestores e com a sociedade. Se por um
lado o fato de a comunidade universitária referenciar constantemente a um PDI aponta
para o reconhecimento do dispositivo como uma adequada tradução dos anseios, dos
valores e dos compromissos da Instituição, por outro lado tal reexame contínuo do PDI,
à luz dos acontecimentos futuros, constitui-se importante mecanismo de registro de
conhecimento institucional, como este PDI pretende ser.
Este é, pois, o PDI do Centenário sobre o qual convergem todos os tempos e suas
conjugações de forças: os ensinamentos do passado, os desafios do presente, os
avanços em direção ao futuro. Para além de suas linearidades do passado, presente e
futuro, o tempo deste PDI é também a exterioridade da reflexão crítica, advinda do
intenso investimento no ensino, na pesquisa e na extensão. O tempo nos permite
conhecer o mundo e seus fenômenos, nos oferecendo a oportunidade de rever percursos
e planejar novos caminhos.
Dessa forma, a UFMG completará seu primeiro centenário fazendo justiça ao seu
histórico de excelência e de Instituição viva, dinâmica, inquieta, inclusiva, plural e
democrática.

Belo Horizonte, julho de 2024.

Sandra Regina Goulart Almeida


Reitora da UFMG
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figuras

Figura 1 – Mapa conceitual sobre configuração curricular dos cursos de Graduação


da UFMG ......................................................................................................................... 74
Figura 2 – Número de vagas iniciais ofertadas anualmente por meio de cursos de
Graduação presenciais e em alternância ................................................................. 80
Figura 3 – Número de vagas iniciais ofertadas anualmente por meio de cursos de
Graduação presenciais no turno noturno ............................................................... 80
Figura 4 – Total de concluintes dos cursos presenciais de Graduação da UFMG, de
2003 a 2022 .................................................................................................................... 86
Figura 5 – Distribuição de trabalhos da UFMG indexados na base SCOPUS em
diferentes áreas........................................................................................................... 142
Figura 6 – Linha do tempo: Gestão do Hospital Risoleta Tolentino Neves ...................... 301
Figura 7 – Número de instituições parceiras por país ............................................................ 315
Figura 8 – Número de parcerias que incluem intercâmbio de Graduação, por país ........ 316
Figura 9 – Organograma da Biblioteca Universitária ............................................................ 419
Figura 10 – Periódicos científicos eletrônicos (ou replicados eletronicamente)
editados na UFMG – organizados por local de hospedagem,
pertencimento, atualidade na publicação e adesão à Política de Periódicos 423
Figura 11 – Processo de Autoavaliação de Cursos de Graduação da UFMG ....................... 467
Figura 12 – Organização do trabalho da CPA – Relatórios do NDE ..................................... 468

Gráficos

Gráfico 1 – Evolução do número de teses de Doutorado defendidas na UFMG entre


2000 e 2022 ................................................................................................................... 114
Gráfico 2 – Evolução do número de dissertações de Mestrado defendidas na UFMG entre
2000 e 2022 .................................................................................................................... 114
Gráfico 3 – Evolução do número de estudantes matriculados em cursos de Mestrado
e de Doutorado na UFMG entre 2000 e 2022 ......................................................... 114
Gráfico 4 – Evolução do número total de docentes com credenciamento permanente
nos programas de Pós-Graduação stricto sensu da UFMG, de 2010 a 2022 .... 116
Gráfico 5 – Quantitativo de modalidades implementadas no PrInt-UFMG, de 2019 a
2023, e previstas para serem implementadas em 2024 .................................... 124
Gráfico 6 – Evolução do percentual de docentes por colégios................................................ 133
Gráfico 7 – Evolução da média de idade dos docentes da UFMG ........................................... 133
Gráfico 8 – Quantitativo de docentes ativos permanentes da UFMG por idade ................ 134
Gráfico 9 – Quantitativo de docentes ativos permanentes por tempo da UFMG .............. 134
Gráfico 10 – Produção bibliográfica histórica da UFMG ............................................................ 135
Gráfico 11 – Evolução da Produção bibliográfica da UFMG de acordo com o tipo.............. 136
Gráfico 12 – Produção média de livros e capítulos de livros por docentes da UFMG,
entre os anos de 2001 a 2022 ................................................................................... 136
Gráfico 13 – Porcentagem de produção de livros e capítulo de livros por Colégio
Científico na UFMG, entre os anos de 2001 a 2022 .............................................. 137
Gráfico 14 – Evolução da razão de artigos publicados por docente da UFMG ..................... 138
Gráfico 15 – Histograma comparativo de produção bibliográfica dos Departamentos da
UFMG e da Faculdade de Letras e do Instituto de Ciência Agrárias nos períodos
compreendidos entre 2007-2017 e 2012 -2022. A produção média da UFMG
está normalizada em 1,0 em cada período ................................................................ 139
Gráfico 16 – Evolução da produção bibliográfica da UFMG na base de dados SCOPUS ..... 140
Gráfico 17 – Evolução da produção bibliográfica da UFMG na base de dados Web of
Science...................................................................................................................................... 141
Gráfico 18 – Impacto da produção da UFMG em diferentes áreas ......................................... 142
Gráfico 19 – Citação média normalizada dos artigos da UFMG por áreas ............................ 143
Gráfico 20 – Evolução da produção da UFMG com alto impacto TOP 1% na base de
dados SCOPUS.............................................................................................................. 144
Gráfico 21 – Evolução da produção da UFMG em periódicos TOP 1% na base de dados
SCOPUS ......................................................................................................................... 144
Gráfico 22 – Distribuição de áreas entre as produções mais citadas da UFMG nas bases
SCOPUS e Web of Science e Google Scholar .......................................................... 145
Gráfico 23 – Distribuição por tipo de documento entre as produções mais citadas da
UFMG nas bases SCOPUS e Web of Science e Google Scholar ........................... 145
Gráfico 24 – Comparação dos índices H médios para cada uma das 8 grandes áreas do
conhecimento da Capes dos docentes da UFMG em diferentes bases............ 146
Gráfico 25 – Evolução do percentual de bolsistas de produtividade da UFMG em
relação ao número total de bolsistas do Brasil e de docentes da UFMG ........ 147
Gráfico 26 – Distribuição de bolsistas de produtividade da UFMG por Grande Área do
conhecimento .............................................................................................................. 148
Gráfico 27 – Distribuição de bolsistas de produtividade da UFMG por nível de bolsa ....... 148
Gráfico 28 – Evolução no número de bolsistas de produtividade da UFMG comparado
com o total de bolsas disponibilizadas pelo CNPq .............................................. 149
Gráfico 29 – Distribuição de grupos de pesquisa da UFMG por área de conhecimento..... 149
Gráfico 30 – Evolução do número de grupos de pesquisa da UFMG ...................................... 150
Gráfico 31 – Citação média anual dos trabalhos da UFMG produzidos com e sem
coautoria internacional na base SCOPUS .............................................................. 152
Gráfico 32 – Países de formação ou de treinamento internacional dos docentes da UFMG... 153
Gráfico 33 – Percentual de formação acadêmica (doutorado pleno e sanduíche) e
treinamento internacional (pós-doutorado) dos docentes da UFMG.
Departamentos envolvidos com cursos e Pós-Graduação com conceito 7
da Capes são destacados ........................................................................................... 154
Gráfico 34 – Evolução do número de bolsas de produtividade concedidas a mulheres
docentes da UFMG por nível entre 2010 e em 2022 ............................................ 155
Gráfico 35 – Evolução do crescimento de liderança feminina em grupos de pesquisa
cadastrados no CNPq ................................................................................................... 156
Gráfico 36 – Participação de docentes do sexo feminino na autoria dos 100 trabalhos
mais citados da UFMG na SCOPUS .......................................................................... 156
Gráfico 37 – Distribuição por unidades acadêmicas de docentes do sexo feminino na
autoria dos 100 trabalhos mais citados da UFMG na SCOPUS ........................... 157
Gráfico 38 – Evolução de valores de recursos captados pela UFMG os setores
públicos e privados ............................................................................................ 158
Gráfico 39 – Projetos contratados UFMG – Finep, período 2012-2022. Destaque para
Encomendas contratadas. Participação da UFMG em editais institucionais
Finep /CT INFRA ........................................................................................................... 160
Gráfico 40 – Quantitativo das atividades de extensão desenvolvidas na UFMG, entre
2018 e 2022 ................................................................................................................... 185
Gráfico 41 – Atividades de extensão desenvolvidas na UFMG por área temática no ano
de 2022 .......................................................................................................................... 185
Gráfico 42 – Composição das equipes nas atividades de extensão desenvolvidas na
UFMG no ano de 2022 ................................................................................................ 186
Gráfico 43 – Participação dos discentes nas atividades de extensão desenvolvidas na
UFMG entre, 2018 e 2022 .......................................................................................... 187
Gráfico 44 – Participação da comunidade externa nas atividades de extensão
desenvolvidas na UFMG, entre 2018 e 2022 ......................................................... 187
Gráfico 45 – Produção das atividades de extensão relacionadas às publicações, entre
2018 e 2022 ................................................................................................................... 188
Gráfico 46 – Produção das atividades de extensão relacionadas ao ensino, entre
2018 e 2022................................................................................................................... 188
Gráfico 47 – Produção artística, audiovisual e de tecnologias sociais das atividades de
extensão, entre 2018 e 2022 ..................................................................................... 189
Gráfico 48 – Número de concluintes dos cursos presenciais de Licenciatura, de
2003 a 2022 .................................................................................................................. 212
Gráfico 49 – Distribuição entre sexo feminino e masculino de estudantes ingressantes
por área do conhecimento, na UFMG, no período de 2003 a 2022................... 231
Gráfico 50 – Resposta dos estudantes ingressantes à pergunta “Onde você nasceu?”,
2003-2022 ............................................................................................................... 231
Gráfico 51 – Resposta dos estudantes à pergunta “Qual é a sua cor ou raça?”, 2003 a 2022 . 232
Gráfico 52 – Resposta dos estudantes à pergunta “Em que tipo de escola você
cursou o ensino médio?”, 2008-2022 ................................................................ 234
Gráfico 53 – Resposta dos estudantes à pergunta “Qual é a renda mensal de seu grupo
familiar?”, 2003-2022 .............................................................................................. 236
Gráfico 54 – Número de pedidos de patentes por ano, de 1992 a 2022: ................................ 259
Gráfico 55 – Número de estudantes da Graduação em atividade no HC por ano* ............. 296
Gráfico 56 – Pesquisas acadêmicas aprovadas para desenvolvimento no HC por ano ..... 298
Gráfico 57 – Pesquisas Clínicas desenvolvidas no Centro de Pesquisa Clínica
HC/UFMG-Ebserh ................................................................................................. 298
Gráfico 58 – Distribuição do corpo docente do magistério superior da UFMG de acordo
com o regime de trabalho, segundo registros do SIAPE, 2018-2022 ............. 338
Gráfico 59 – Distribuição do corpo docente Ensino Básico Técnico e Tecnólogico da
UFMG de acordo com o regime de trabalho, segundo registros do SIAPE,
2018-2022 .................................................................................................................... 339
Gráfico 60 – Distribuição do corpo docente do magistério superior da UFMG de acordo
com o regime de trabalho em percentual, segundo registros SIAPE
2018-2022 .................................................................................................................... 339
Gráfico 61 – Distribuição do corpo docente do magistério federal da UFMG de acordo
com o grau de formação, segundo o Censo da Educação Superior,
2018-2022 .................................................................................................................... 340

Gráfico 62 – Distribuição do corpo docente da UFMG no magistério do ensino básico,


técnico e tecnológico, de acordo com a titulação, segundo registros do
SIAPE 2022 ................................................................................................................... 341

Gráfico 63 – Distribuição do Servidores TAE da UFMG de acordo com o Grau de


Formação, segundo o Censo Educação Superior 2018-2022............................ 350

Gráfico 64 – Avaliação do Desempenho Didático dos Docentes da Escola de


Engenharia, realizada pelos estudantes, 2023 .................................................... 472

Gráfico 65 – Conceito Preliminar de Cursos (CPC) na UFMG – média atual (2022) por
área do conhecimento ............................................................................................... 478

Gráfico 66 – Indicadores da UFMG – Enade 2019, 2021 e 2022 ............................................. 479

Gráfico 67 – Desempenho médio atual dos cursos de Graduação da UFMG quanto ao


Conceito de Curso (CC) ............................................................................................ 484

Quadros

Quadro 1 – Programas de fomento da PRPq entre 2000 e 2023 ........................................... 164

Quadro 2 – Estrutura física e especialidades do Hospital das Clínicas .............................. 294

Quadro 3 – Infraestrutura Física do Campus Pampulha – Unidades Acadêmicas ............ 398

Quadro 4 – Infraestrutura Física do Campus Pampulha – Demais Instalações de


Ensino, Pesquisa e Extensão .................................................................................... 399

Quadro 5 – Campus Pampulha – Instalações Administrativas e de Apoio ......................... 399

Quadro 6 – Órgãos situados no Campus Saúde ......................................................................... 400

Quadro 7 – Outras Instalações em Belo Horizonte .................................................................. 401

Quadro 8 – Campus Regional de Montes Claros ....................................................................... 401

Quadro 9 – Outras Instalações em Minas Gerais ...................................................................... 401

Quadro 10 – Comparação entre as repostas obtidas nas questões sobre a pandemia


no questionário de estudantes (Enade 2021) e o resultado do
acompanhamento do ERE/EHE (UFMG) ........................................................ 481
Tabelas

Tabela 1 – Servidores docentes e técnico-administrativos, 2013-2022 ................................ 37


Tabela 2 – Discentes e oferta de vagas nos cursos de Graduação da UFMG, 2013-2022 .... 39
Tabela 3 – Número de novos cursos ou turnos de funcionamento por período de
1892 a 2012 ........................................................................................................................ 79
Tabela 4 – Distribuição das vagas iniciais ofertadas em 2024 por meio de cursos de
Graduação presenciais e em alternância de acordo com turno de oferta,
grau acadêmico e processo seletivo de ingresso ...................................................... 83
Tabela 5 – Evolução do indicador de IGC contínuo da UFMG ................................................... 85
Tabela 6 – Evolução do número e do percentual de programas de Pós-Graduação
stricto sensu da UFMG, por nota, de 2007 a 2021 ..................................................... 113
Tabela 7 – Evolução dos números de vagas e de matrículas nos programas de Pós-
Graduação stricto sensu da UFMG, por nota, de 2004 a 2022................................ 113
Tabela 8 – Evolução do número total de docentes com credenciamento permanente
nos programas de Pós-Graduação stricto sensu da UFMG, de 2010 a 2018 ....... 116
Tabela 9 – Evolução do Mestrado Profissional na UFMG, por nota, de 2010 a 2021........... 117
Tabela 10 – Pós-Graduação lato sensu na UFMG: 2007-2022 ................................................... 118
Tabela 11 – Processos de Reconhecimento de Título de Doutor por Notório Saber:
solicitações, aprovações pelo Cepe, outorgas dos diplomas: 2020-2022......... 119
Tabela 12 – Número de bolsas de Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado concedidas à
UFMG por agências governamentais de fomento: 2014-2022 ............................ 119
Tabela 13 – Distribuição da produção bibliográfica histórica da UFMG nos colégios de
Vida, Humanidades e Exatas e Tecnologia ............................................................... 141
Tabela 14 – Docentes com perfis em diferentes bases de dados .............................................. 146
Tabela 15 – Valores captados pela UFMG para obras e equipamentos – Finep e Capes ...... 161
Tabela 16 – Número de estudantes público-alvo da educação especial por
especificidade no Centro Pedagógico, 2023 ........................................................... 206
Tabela 17 – Número de egressos dos cursos de Graduação a distância, de oferta
pontual, de 2011 a 2022 ................................................................................................ 222
Tabela 18 – Características dos processos seletivos para admissão na UFMG ..................... 230
Tabela 19 – Estudantes posicionados de 2013 a 2022, conforme avaliação
socioeconômica ............................................................................................................. 243
Tabela 20 – Número de estudantes ingressantes com deficiência, de 2017 a 2022, em
cursos de Graduação e Pós-Graduação .................................................................... 282
Tabela 21 – Percentual de estudantes com deficiências, por área do conhecimento dos
cursos, até 2022 ............................................................................................................. 282
Tabela 22 – Cursos de Graduação da área da Saúde – Número de vagas anuais .................. 288
Tabela 23 – Hospital das Clínicas da UFMG em números .......................................................... 295
Tabela 24 – Distribuição dos servidores docentes e TAE, de acordo com tempo na
UFMG, comparação entre 2018 e 2022 ..................................................................... 335
Tabela 25 – Quantitativo de servidores que aderiram ao Programa de Avaliação de
Desempenho 2018-2022 ............................................................................................. 348
Tabela 26 – Área territorial da UFMG ............................................................................................. 402
Tabela 27 – Sistema BU em números.............................................................................................. 421
Tabela 28 – Periódicos UFMG de acordo com Qualis Capes dos quadriênios 2013-2016 e
2017-2020 ....................................................................................................................... 424
Tabela 29 – Periódicos UFMG de acordo com classificação Qualis Capes no quadriênio
2017-2020 em relação ao quadriênio 2013-2016 .................................................. 425
Tabela 30 – Resultados em Série Histórica do Índice Geral de Cursos - IGC - da UFMG
(2007-2022) .................................................................................................................. 476
Tabela 31 – Indicadores de Qualidade das 10 Universidades Públicas mais bem
avaliadas de acordo com o IGC contínuo (2022) .................................................... 477
Tabela 32 – Opções de ingresso em cursos de Graduação em 2023 ........................................ 490
Tabela 33 – Número de vagas oferecidas nos cursos presenciais da UFMG no período de
2000-2024 ..................................................................................................................... 494
Tabela 34 – Número de Estudantes de Graduação em Intercâmbio no período de
2012-2022 ....................................................................................................................... 501
Tabela 35 – Número de estudantes de Graduação de outras instituições em intercâmbio
na UFMG no período de 2007 a 2022 ....................................................................... 506
Tabela 36 – Número de concluintes dos cursos de Graduação presenciais de 2000-2022 . 510
Tabela 37 – Número de concluintes dos cursos de Graduação noturnos no período de
2000-2022 ...................................................................................................................... 515
Tabela 38 – Número de concluintes dos cursos presenciais de licenciatura no período
de 2000-2022 .................................................................................................................. 517
Tabela 39 – Resultados do Enade dos cursos de Graduação da UFMG no período de
2014-2022 ....................................................................................................................... 518
Tabela 40 – Indicadores Exame Nacional de Desempenho de Estudantes - Enade ............. 529
Tabela 41 – Resultados de Processos de Reconhecimento e Renovação de
Reconhecimento de Cursos de Graduação ............................................................... 532
Tabela 42 – Número de teses de Doutorado defendidas de 2000 a 2022 ................................ 534
Tabela 43 – Número de dissertações de Mestrado defendidas de 2000 a 2022 .................... 538
Tabela 44 – Número de egressos da Especialização, de 2000 a 2022 ...................................... 543
Tabela 45 – Número de matrículas em cursos de Mestrado, de 2000 a 2022........................ 552
Tabela 46 – Número de matrículas em cursos de Doutorado, de 2000 a 2022 ..................... 557
Tabela 47 – Número de docentes com credenciamento permanente, de 2010 a 2022 ........ 561
Tabela 48 – Programas de Residência Médica do Hospital das Clínicas com entrada
direta, número de vagas oferecidas por ano e tempo de duração ..................... 566
Tabela 49 – Programas de residência médica do Hospital das Clínicas com entrada com
pré-requisito, número de vagas oferecidas por ano e tempo de duração........ 567
Tabela 50 – Programas de residência médica do Hospital das Clínicas de ano opcional,
número de vagas, pré-requisito da área básica e duração ................................. 568
Tabela 51 – Programas de residência multiprofissional do Hospital das Clínicas
classificados por área profissional e número de vagas ....................................... 569
Tabela 52 – Programa de residência uniprofissional do Hospital das Clínicas - Área
profissional e número de vagas ................................................................................ 569
Tabela 53 – Programas de residência médica do Hospital Risoleta Tolentino Neves,
número de vagas oferecidas por ano e tempo de duração .................................. 569
Tabela 54 – Programa de residência multiprofissional do Hospital Risoleta Tolentino
Neves, número de vagas oferecidas por ano e tempo de duração ...................... 570
Tabela 55 – Programa de residência uniprofissional do Hospital Risoleta Tolentino
Neves, número de vagas oferecidas por ano e tempo de duração ...................... 570
Tabela 56 – Curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica (modalidade
residência) da Escola de Enfermagem da UFMG - Área profissional e
número de vagas............................................................................................................ 570
Tabela 57 – Programa de Residência Integrada em Medicina Veterinária do Hospital
Veterinário - Área de Concentração (todas com duração de dois anos) e
número de vagas............................................................................................................. 571
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AAC Atividade Acadêmica Curricular


ABI Área Básica de Ingresso
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
Acnur Agência da ONU para Refugiados
AGU Advocacia Geral da União
AIF Atividades Integradas de Formação
AIPq Infraestruturas de Apoio Institucional à Pesquisa
Andifes Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino
Superior
AUF Agence Universitaire de la Francophonie
AUGM Asociación de Universidades Grupo Montevideo
AULP Associação das Universidades de Língua Portuguesa
AVA Ambiente Virtual de Aprendizagem
AVCBs Autos de Vistoria do Corpo de Bombeiros
BH-TEC Parque Tecnológico de Belo Horizonte
BITEC GEM Programa Institucional de Bolsas de iniciação Tecnológica e Inovação
Graduação & Ensino Médio
BU Biblioteca Universitária
CAAD Centro de Atividades Acadêmicas e Administrativas
CAC Coordenadoria de Ação Comunitária
CADs Centros de Atividades Didáticas
CADV Centro de Apoio ao Deficiente Visual
CAED Centro de Apoio à Educação a Distância da UFMG
CALAS Centro Maria Sibylla Merian de Estudios Latinoamericanos Avanzados
Capes Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Capes-PrInt Programa Institucional de Internacionalização
CASEU Centro de Apoio, Seleção e Encaminhamento do Usuário
CBMMG Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
CC Conceito de Curso
CCT Centro de Coleções Taxonômicas
Cecor Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais
Cedecom Centro de Comunicação
CEL Centro de Estudos Literários
Cenex Centros de Extensão
Cepe Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão
Cetea Comitê de Ética em Experimentação Animal
CEU Centro Esportivo Universitário
CFMV Conselho Federal de Medicina Veterinária
CG Câmara de Graduação
CGD Comitê de Governança Digital
CGE Comitê Gestor de Egressos
CGRC Comitê de Governança, Riscos e Controles
CGU Controladoria Geral da União
CI Conceito Institucional
CIM Congresso de Inovação e Metodologias
CIPq Centros Institucionais de Pesquisa
CIS-PCCTAE Comissão Interna de Supervisão do Plano de Carreira dos Cargos
Técnico-Administrativos em Educação
CISSP Comissão Interna de Saúde do Servidor Público
CMEC Coordenadoria de Prevenção, Mediação de Conflitos e de Correição
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CNRM Resoluções do Conselho Nacional de Residência Médica
CNRMS Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde
CNV Centro Nacional de Vacinas
Coej/UFMG Comitê de Empresas Juniores
Cogecom Colégio de Gestores de Comunicação
COGEPPE Comitê Gestor do Portal de Periódicos
Collicen Colegiado Especial de Licenciaturas
Coltec Colégio Técnico
Comam Conselho Municipal de Meio Ambiente
Comdec Coordenadoria Municipal de Defesa Civil
COMDICI Comitê para Discussão e Monitoramento da Política de Divulgação
Científica
Comfic/UFMG Comissão para Discussão e Elaboração das Políticas de Formação Inicial
e Continuada
Conaes Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior
Conare Comitê Nacional para Refugiados
Copeve Comissão Permanente de Vestibular
Copi Diretoria de Relações Institucionais
Coreme Coordenação de Residência Médica e Estágios
CP Centro Pedagógico
CPA Comissão Própria de Avaliação
CPAAI Comissão Permanente de Ações Afirmativas e Inclusão
CPAPNE Comissão Permanente de Apoio ao Portador de Necessidades Especiais
CPC Conceito Preliminar de Curso
CPC - HC Centro de Pesquisa Clínica
CPCA Centro de Pesquisas de Ciências Agrárias
CPG Câmara de Pós-Graduação
CPPD Comissão Permanente de Pessoal Docente
CPSM Comissão Permanente de Saúde Mental
CRC-MG Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais
CRIDH Centro de Referência e Informação em Direitos Humanos
CT Centros Institucionais de Tecnologia e Inovação
CT&I Ciência, Tecnologia e Inovação
CTE Centro de Treinamento Esportivo
CTIT Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica
CTNano Centro de Tecnologia em Nanomateriais e Grafeno
CT-Vacinas Centro Nacional de Vacinas
DAA Departamento de Apoio Administrativo
DAI Diretoria de Avaliação Institucional
DAP Departamento de Administração de Pessoal
Dast Departamento de Atenção à Saúde do Trabalhador
DAV Divisão de Áreas Verdes
DCE Diretório Central dos Estudantes
DCN Diretrizes Curriculares Nacionais
DE Dedicação Exclusiva
DEFE Divisão de Eficiência Energética
Demai Departamento de Manutenção e Operação da Infraestrutura
DGA Departamento de Gestão Ambiental
DGI Diretoria de Governança Informacional
DGR Divisões de Gestão de Resíduos
Diarq Diretoria de Arquivos Institucionais
Dinter Doutorado Interinstitucional
DISA Divisão de Infraestrutura Sanitária
DLO Departamento de Logística de Suprimentos e de Serviços Operacionais
Dmeb Diretoria de Mobilidade, Estágios e Bolsas
DO Departamento de Obras
DOI Digital Object Identifier
DPOC Departamento de Planejamento, Orçamento e Controle
DPP Departamento de Planejamento e Projetos
DRCA Departamento de Registro e Controle Acadêmico
DRH Departamento de Desenvolvimento de Recursos Humanos
DRI Diretoria de Relações Internacionais
DTI Diretoria de Tecnologia da Informação
EA Escola de Arquitetura
EAAUFMG Espaço Acervo Artístico da Universidade Federal de Minas Gerais
EaD Educação a Distância
EBA Escola de Belas Artes
Ebap Educação Básica e Profissional
Ebserh Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
EBTT Ensino Básico, Técnico e Tecnológico
ECI Escola de Ciência da Informação
ED Educação Digital
EE Escola de Engenharia
EECO-UFMG Estação Ecológica da UFMG
EEFFTO Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional
EGDI Escritório de Governança de Dados Institucionais
EHE Ensino Híbrido Emergencial
EIP Educação Interprofissional
EIP-AB Educação Interprofissional na Atenção Básica
EJA Educação Básica de Jovens e Adultos
EM Escola de Música
Embrapii Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial
Emei Escola Municipal de Educação Infantil
EMI Meio de Instrução
Enade Exame Nacional de Desempenho de Estudantes
Enem Exame Nacional do Ensino Médio
ERE Ensino Remoto Emergencial
EV Escola de Veterinária
Face Faculdade de Ciências Econômicas
FaE Faculdade de Educação
Fafar Faculdade de Farmácia
Fafich Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Fale Faculdade de Letras
Fapemig Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
FCO Fundação Christiano Ottoni
FEHAN Fazenda Experimental Professor Hamilton de Abreu Navarro
Fepe Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão
FEPHB Fazenda Experimental Professor Hélio Barbosa
FEU Formação em Extensão Universitária
Fhemig Fundação Hospitalar de Minas Gerais
Fiei Formação Intercultural de Educadores Indígenas
Fiemg Federação das Indústrias de Minas Gerais
Finep Financiadora de Estudos e Projetos
Fiocruz-Minas Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz
FIP Fundo de Investimentos e Participações
FO Faculdade de Odontologia
Fobreav Fórum Brasileiro de Estudos Avançados
Foripes Fórum das Instituições Públicas de Ensino Superior do Estado de Minas
Gerais
Fortec Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia
FRMFA Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade
FTEI Formação Transversal em Estudos Internacionais
Fump Fundação Mendes Pimentel
Fundep Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa/Fundação de Apoio da UFMG
Fundepar Fundep Participações S.A
GCUB Grupo de Cooperação Internacional de Universidades Brasileiras
Gifes Gestão de Instituições Federais de Educação Superior
Giz Diretoria de Inovação de Metodologias de Ensino
GT Grupos de Trabalho
HC-UFMG Hospital das Clínicas
HRTN Hospital Universitário Risoleta Tolentino Neves
HUST Huazhong University of Science and Technology
HV Hospital Veterinário
IA Inteligência Artificial
IAU International Association of Universities
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICA Instituto de Ciências Agrárias
ICB Instituto de Ciências Biológicas
ICEx Instituto de Ciências Exatas
ICQ Incentivo à Qualificação
ICTs Institutos de Ciência e Tecnologia
IDD Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado
IDR Índice de Disparidade Racial
IEAS Institutos de Estudos Avançados
IEAT Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares
IEPCD Índice de Exclusão de Pessoas com Deficiência
IES Instituições de Ensino Superior
Ifes Instituições Federais de Ensino Superior
IGC Índice Geral de Cursos, Instituto de Geociências
INCTs Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia
Inep Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
INPC Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Ipead Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e
Contábeis de Minas Gerais
IsF Idiomas sem Fronteiras
LabDocências Laboratório de Formação em Docências do Ensino Superior
Ladire Laboratório de Estudos da Dor, Inflamação, Reabilitação e
Envelhecimento
LAM Laboratório de Análise do Movimento
Lancopre Laboratório de Conservação Preventiva
LaPPEEI Laboratório de Políticas e Práticas em Educação Especial e Inclusão
LDB Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional
Lecampo Licenciatura em Educação do Campo
LGBTQIAPN+ Lésbicas, Gays, Bi, Trans, Queer/Questionando, Intersexo,
Assexuais/Arromânticas/Agênero, Pan/Pôli, Não-binárias e mais
LGPq Laboratórios de Grupos e/ou Núcleos de Pesquisa
LI Licença de Implantação
LIPq Laboratórios Institucionais de Pesquisa
LO Licença de Operação
LOA Lei Orçamentária Anual, Licença de Operação na modalidade Adequação
Marq/UFMG Museu da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais
MCPT Museu Casa Padre Toledo integra o Campus Cultural
MCTI Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações
MCTIC Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
MEC Ministério da Educação
Mercosul Mercado Comum do Sul
MHNJB Museu de História Natural e Jardim Botânico
Minter Mestrado Interinstitucional
MPE Mapa de Perfis de Estudantes
MPF Ministério Público Federal
MPMG Ministério Público do Estado de Minas Gerais
MRE Ministério das Relações Exteriores
MS Ministério da Saúde
NAI Núcleo de Acessibilidade e Inclusão
Naipe Núcleo de Atendimento e Integração Pedagógica
NCA Núcleo de Ciências Agrárias
NCSM Núcleo Central de Saúde Mental da UFMG
NDE Núcleo Docente Estruturante
Nescon Núcleo de Educação em Saúde Coletiva
NGG Normas Gerais de Graduação
NIT Núcleo de Inovação Tecnológica
NTCA Núcleo de Tecnologia em Ciências Agrárias
Nupad Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico
OCC Outros Custeios e Capital
ODM Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
ODS Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
OJS Open Journal System
OLEI Licenciamento de Empreendimento de Impacto
OMS Organização Mundial da Saúde
ONU Organização das Nações Unidas
Paie Programa de Apoio Integrado a Eventos
Paiub Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras
Paleg Programa de Apoio a Projetos Estruturantes de Laboratórios para o
Ensino de Graduação
Papia Programa Acadêmico de Promoção da Inclusão e Acessibilidade
Paramec Projeto de Extensão do Departamento de Engenharia Mecânica da UFMG
PASS Política de Atenção à Saúde e Segurança do Servidor Público Federal
PASSo Programa de Apoio ao Servidor na Socialização Organizacional
Pbext Bolsas para Programas, Projetos e Cursos de Extensão
PBH Prefeitura de Belo Horizonte
PCCTAE Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação
PCD Pessoas com Deficiência
PCIP Projetos de Prevenção e Combate a Incêndios e Pânico
PCP Progressões por Capacitação
PDA Plano de Dados Abertos
Pdeg Programa Para o Desenvolvimento do Ensino de Graduação
PDI Plano de Desenvolvimento Institucional
PDP Plano de Desenvolvimento de Pessoas
PDSE Programa de Doutorado-sanduíche no Exterior
PDTIC Plano Diretor de TI e Comunicação
PEA Educação para a Aposentadoria
PEC-G Programa de Estudantes-Convênio de Graduação
PET Programa de Educação Tutorial
PET-Saúde Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde
PGD Programa de Gestão e Desempenho
PGRSE Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Especiais
Pibic Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica
Pibic-AF Programa Institucional de Iniciação Científica nas Ações Afirmativas
Pibid Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência
Pibiti Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento
Tecnológico e Inovação
PID Programa de Bolsas de Imersão à Docência
Pime Programa de Inovação e Metodologias de Ensino
Pipa Programa de Incentivo a Inclusão e Promoção da Acessibilidade
PLA Português como Língua Adicional
PLS Plano de Logística Sustentável
PLU Parecer de Licenciamento Urbanístico
PMA Programa de Mobilidade Acadêmica
Pmet Programa de Monitoria do Ensino Técnico
PMG Programa de Monitoria de Graduação
Pnaes Plano Nacional de Assistência Estudantil
PNDP Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoas
PNE Plano Nacional de Educação
PNED Política Nacional de Educação Digital
PNPD/Capes Programa Nacional de Pós Doutorado/Capes
PPC Projeto Pedagógico de Curso
PPG Programas de Pós-Graduação
PRA Pró-Reitoria de Administração
Prae Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis
Procult Pró-Reitoria de Cultura
Proef Mestrado Profissional em Educação Física
Proex Pró-Reitoria de Extensão
Proext Programa de Apoio à Extensão Universitária
Profartes Mestrado Profissional em Artes
Profbio Mestrado Profissional em Biologia
Profiap Mestrado Profissional em Administração Pública em Rede Nacional
Profletras Mestrado Profissional em Letras
Prograd Pró-Reitoria de Graduação
Proplan Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento
PRORH Pró-Reitoria de Recursos Humanos
PRP Programa Residência Pedagógica
PRPG Pró-Reitoria de Pós-Graduação
PRPq Pró-Reitoria de Pesquisa
PTI Plano de Trabalho Individual
QRSTA Quadro de Referência de Servidores Técnico-Administrativos em
Educação
Raep Regime Acadêmico Especial para Permanência
Rana Rede de Agências Nacionais de Acreditação
RDA Resource Description and Access
RDC-Arq Repositório Arquivístico Digital Confiável
RDES Revista Docência do Ensino Superior
ReCAD Relatório Consolidado Acadêmico Departamental
Redecomep Rede Comunitária de Educação e Pesquisa
ReDoc Relatório Anual Individual de Atividades dos Docentes
Reuni Reestruturação e Expansão das Universidades Federais
RI Repositório Institucional
RJU Regime Jurídico Único
RNP Rede Nacional de Pesquisa
RP Residência Pedagógica
RSM Rede de Saúde Mental
RUE Ranking de Universidades Empreendedoras
Saeme Sistema de Acreditação de Escolas Médicas
SB Sistema de Bibliotecas
Sebrae/MG Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas
Gerais
SEEJ Secretaria de Estado de Esporte e da Juventude
SEI Sistema Eletrônico de Informação
SESu Secretaria de Educação Superior
SGTES Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde
Siads Sistema Integrado de Administração de Serviços
SIAPE Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos
SIASS Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor
SIC-UFMG Sistema de Informação ao Cidadão
Siex/UFMG Sistema de Informação da Extensão da UFMG
Siga Sistema de Gestão Acadêmica
Sinaes Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
Sindifes Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino
SIORG Sistema de Informações Organizacionais do Governo Federal
SiSU Sistema de Seleção Unificada
SMMA Secretacria Municipal de Meio Ambiente
SNCTI Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação
SNI Sistema Nacional de Inovação
SPU Secretaria do Patrimônio da União
STF Supremo Tribunal Federal
SUAS Sistema Único de Assistência Social
Sudecap Superintendência de Desenvolvimento da Capital
SUS Sistema Único de Saúde
TAE Técnico-Administrativo em Educação
TCU Tribunal de Contas da União
TDIC Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação
TI Tecnologia de Informação
TIC Tecnologia da Informação e Comunicação
TILS Tradutores e Intérpretes de Língua Brasileira de Sinais
TU Teatro Universitário
UA-5 Unidade Administrativa 5
UAB Universidade Aberta do Brasil, Universidade Aberta do Brasil
UBIAS University-Based Institutes for Advanced Study
UDH Universidade dos Direitos Humanos
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
UMG Universidade de Minas Gerais
Undime União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação de Minas Gerais
UPAG Unidade Pagadora
USEC Unidade Seccional de Correição
UTI Unidade de Tratamento Intensivo
WFME World Federation for Medical Education
WUN Worldwide Universities Network
SUMÁRIO

1 PERFIL INSTITUCIONAL ............................................................................32

1.1 Objetivos da Instituição ............................................................................. 32


1.2 Missão ............................................................................................................ 32
1.3 Breve Histórico ............................................................................................ 32
1.4 Princípios Institucionais ........................................................................... 45
1.5 Áreas de Atuação.......................................................................................... 46
1.6 Organização Administrativa ..................................................................... 47
1.7 Inserção Regional, Nacional e Internacional ......................................... 51
1.8 Controle Social ............................................................................................. 56
1.9 Governança ................................................................................................... 59

2 PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL ................................................ 64

3 POLÍTICAS ACADÊMICAS ...........................................................................73

3.1 Ensino de Graduação .................................................................................. 73


3.2 Ensino de Pós-Graduação ....................................................................... 105
3.3 Pesquisa ....................................................................................................... 129
3.4 Extensão ...................................................................................................... 174
3.5 Cultura ......................................................................................................... 195
3.6 Educação Básica e Profissional na UFMG ............................................ 203
3.7 Formação de Professores para a Educação Básica ............................. 210
3.8 Educação Digital e Educação a Distância ............................................. 220
3.9 Políticas de Permanência de Estudantes da UFMG ............................ 229
3.10 Esporte e Lazer........................................................................................... 247
3.11 Inovação e Empreendedorismo ............................................................. 252
4 DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL .................................................. 264

4.1 Cidadania .....................................................................................................264


4.1.1 Direitos Humanos ................................................................................... 266
4.1.2 Ações Afirmativas e Inclusão Social ..................................................... 273
4.1.3 Saúde Mental............................................................................................. 275
4.1.4 Acessibilidade e Inclusão ........................................................................ 279
4.2 Saúde, Educação e Ciência: Direito Essencial .....................................286
4.2.1 Estruturas de Apoio na Área da Saúde ................................................. 293
4.2.1.1 Hospital das Clínicas ........................................................................... 293
4.2.1.2 Hospital Risoleta Tolentino Neves .................................................. 300
4.2.1.3 Hospital Veterinário ............................................................................ 302
4.3 Ambiente e Sustentabilidade .................................................................. 306
4.4 Internacionalização ................................................................................... 312
4.5 Autonomia e Relações Institucionais ................................................... 325

5 POLÍTICAS DE GESTÃO ............................................................................. 331

5.1 Gestão de Pessoas ....................................................................................... 331


5.2 Gestão Administrativa ............................................................................. 357
5.3 Planejamento, Orçamento e Sustentabilidade Financeira ............... 372
5.4 Comunicação e Informação .....................................................................381

6 INFRAESTRUTURA .................................................................................. 398

6.1 Infraestrutura Física ................................................................................. 398


6.2 Serviços de Apoio....................................................................................... 418
6.2.1 Sistema de Bibliotecas ............................................................................ 418
6.2.2 Repositório Institucional ...................................................................... 429
6.2.3 Diretoria de Arquivos Institucionais .................................................... 433
6.2.4 Imprensa Universitária ...........................................................................436
6.2.5 Editora UFMG............................................................................................436
6.3 Fundações de Apoio .................................................................................. 442
6.4 Outras Estruturas de Apoio ..................................................................... 445
6.4.1 Instituto Casa da Glória ......................................................................... 446
6.4.2 Fazenda Modelo de Pedro Leopoldo .................................................... 448
6.4.3 Fazenda Experimental Professor Hélio Barbosa ............................... 451
6.4.4 Fazenda Experimental Professor Hamilton de Abreu Navarro ...... 453
6.4.5 Fazenda Pequi-Porteirinha ................................................................... 455
6.4.6 Campus Cultural UFMG em Tiradentes ............................................... 455
6.4.7 Museus, Patrimônio e Acervo ............................................................... 456

7 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL .................................................................. 462

APÊNDICE ...................................................................................................... 489

Apêndice A– Graduação ................................................................................... 490


Apêndice B – Pós-Graduação .......................................................................... 534
Apêndice C – Residências em Saúde ............................................................. 566
32

1 PERFIL INSTITUCIONAL

1.1 Objetivos da Instituição

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), nos termos do seu Estatuto,


tem por finalidades precípuas a geração, o desenvolvimento, a transmissão e a
aplicação de conhecimentos por meio do ensino, da pesquisa e da extensão,
compreendidos de forma indissociada e integrados na educação e na formação
científica e técnico-profissional de cidadãos imbuídos de responsabilidades sociais,
bem como na difusão da cultura e na criação filosófica, artística e tecnológica.
No cumprimento dos seus objetivos, a UFMG mantém cooperação acadêmica,
científica, tecnológica e cultural com instituições nacionais, estrangeiras e
internacionais e constitui-se em veículo de desenvolvimento regional, nacional e
mundial, almejando consolidar-se como universidade de excelência e relevância,
mundialmente reconhecida.

1.2 Missão

Visando ao cumprimento integral das suas finalidades e de seu compromisso com


os interesses sociais, a UFMG assume como missão gerar, compartilhar e difundir
conhecimentos científicos, tecnológicos e culturais, destacando-se como Instituição de
referência na formação de indivíduos críticos e éticos, dotados de sólida base científica e
humanística e comprometidos com intervenções transformadoras na sociedade, com
vistas à promoção do desenvolvimento econômico, da diminuição de desigualdades
sociais, da redução das assimetrias regionais, bem como do desenvolvimento sustentável.

1.3 Breve Histórico

No século XVIII, a criação de uma universidade em Minas Gerais integrava o


projeto político dos Inconfidentes. A proposta, entretanto, só veio a se concretizar na
terceira década do século XX, no bojo de intensa mobilização intelectual e política que
teve no então Presidente do Estado, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, sua principal
expressão. Nesse contexto, pela Lei Estadual № 956, de 7 de setembro de 1927, foi
fundada a Universidade de Minas Gerais (UMG), pela reunião das quatro instituições de
33

ensino superior existentes, à época, em Belo Horizonte: a Faculdade de Direito,


criada em 1892, em Ouro Preto; a Faculdade de Medicina, criada em 1911; a Escola de
Engenharia, criada em 1911, e a Escola de Odontologia e Farmácia, cujos cursos
foram criados em, respectivamente, 1907 e 1911. O primeiro Reitor da UMG,
nomeado em 10 de novembro do mesmo ano, foi Francisco Mendes Pimentel, Diretor
da Faculdade de Direito, que foi sede da primeira Reitoria.
Um ano depois, os planos do governo estadual para a UMG voltaram-se à
necessidade da construção de um complexo universitário, já então denominado Cidade
Universitária. Como resultado de uma parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte
(PBH), foram colocados à disposição da UMG 35 quarteirões, com área equivalente a
500.000 m², nos bairros de Lourdes e Santo Agostinho. Com o tempo, a área destinada
para a futura edificação da Cidade Universitária foi se alterando, em decorrência de
sua localização central e de seu valor econômico: em 1937, para as imediações do
Parque Municipal e, no início da década de 1940, para a região da Pampulha, onde
viria a se instalar. O Plano Diretor para a Cidade Universitária, que definia o sistema
viário e o zoneamento das atividades por áreas de conhecimento e serviços, foi
concluído em 1957, quando foram iniciadas as respectivas obras de infraestrutura e de
apoio. Em seguida, foram projetadas e construídas as primeiras edificações, entre as
quais, o prédio da Reitoria, inaugurado em 1962.
Na segunda metade dos anos 1940, a UMG ampliou-se consideravelmente, no
plano acadêmico, com a incorporação de diversas escolas livres criadas em Belo
Horizonte, posteriormente à fundação da Universidade: a de Arquitetura, em 1946, e as
Escolas Livres de Filosofia, Ciências e Letras e de Ciências Econômicas e
Administrativas, em 1948. Em 1949, houve a federalização da UMG, mas seu nome e sua
sigla permaneceram inalterados, por mais de uma década. Em 1950, ocorreu a
incorporação da Escola de Enfermagem, originalmente subordinada à Secretaria de
Educação e Saúde Pública do Estado de Minas Gerais e incorporada à UMG por ter sido
anexada à Faculdade de Medicina.
Nos anos de 1960, a UMG sofreria profundas transformações. Na primeira
metade da década, devido a um expressivo programa de expansão, com a
incorporação da Escola de Veterinária, em 1961, do Conservatório Mineiro de Música
– que daria origem à Escola de Música –, em 1962, da Escola de Biblioteconomia – a
atual Escola de Ciência da Informação –, em 1963, e, no mesmo ano, a criação da
Escola de Belas Artes. Em 1965, o nome e a sigla da UMG foram alterados, de forma a
34

incorporar sua vinculação à estrutura administrativa federal, passando a denominar-


se Universidade Federal de Minas Gerais, com a sigla UFMG.
Na segunda metade da década de 1960, a estrutura e a vida universitária seriam
alteradas em decorrência da Reforma Universitária de 1968, que modernizou a
universidade brasileira, mas também em virtude de circunstâncias políticas mais
gerais. A reforma universitária acarretou o desmembramento da antiga Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras, dando origem, em um primeiro momento aos assim
chamados Institutos Básicos – o Instituto de Ciências Biológicas (ICB), o Instituto de
Ciências Exatas (ICEx) e o Instituto de Geociências (IGC) – e, logo a seguir, à Faculdade
de Educação (FaE) e à Faculdade de Letras (Fale). Em decorrência dessas
transformações, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras teve seu nome alterado para
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich). Decorreu também da reforma
universitária a institucionalização da atividade de pesquisa, o estabelecimento de
padrões mais bem definidos para a regulação dos cursos de Pós-Graduação, a
formalização da atividade de extensão como parte da missão da Universidade e a
criação do regime de trabalho de Dedicação Exclusiva para os docentes dedicados aos
trabalhos de investigação acadêmica. Ainda nesse período, em 1969, a UFMG
incorporaria em sua estrutura a Escola de Educação Física – hoje, Escola de Educação
Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO).
A vida da UFMG seria também bastante alterada, nos anos de 1960 e
subsequentes, em decorrência do pronunciamento militar que interrompeu a
normalidade democrática no país em 1964. Em consequência desse pronunciamento,
agravado em 1968 com a edição do Ato Institucional 5, a UFMG teve um de seus reitores
afastados temporariamente de suas funções, o Reitor Aluísio Pimenta, outro cassado, o
Professor Gérson Brito de Melo Boson, e diversos professores e funcionários cassados e
presos, estudantes expulsos, presos e assassinados. A Instituição reagiu com altivez a
esse tempo sombrio, tendo seus reitores e seu Conselho Universitário manifestado, com
firmeza, sua condenação à arbitrariedade e à violência da repressão política, bem como,
recusado, sempre que possível, a implantação de medidas e procedimentos que
consideraram academicamente inconvenientes e inadequados.
O adensamento das construções do Campus Pampulha, a Cidade Universitária, se
deu em períodos distintos, sendo mais intenso nos anos 1970, na primeira metade da
década de 1990 e na primeira década deste século. Atualmente, das dezenove Unidades
Acadêmicas sediadas em Belo Horizonte, quinze têm suas instalações integralmente
35

situadas no Campus Pampulha. Na área central da cidade, encontram-se o Campus Saúde,


constituído pela Faculdade de Medicina, pela Escola de Enfermagem e pelo complexo do
Hospital das Clínicas – atualmente administrado pela Empresa Brasileira de Serviços
Hospitalares (Ebserh) –, bem como a Faculdade de Direito e a Escola de Arquitetura, estas
duas localizadas em prédios isolados e com perspectivas de, no futuro, terem suas
instalações transferidas para o Campus Pampulha. Além das Unidades Acadêmicas,
encontra-se também no Campus Pampulha a Unidade Especial de Educação Básica e
Profissional (Ebap), integrada por três escolas – o Centro Pedagógico (CP), responsável
pelo ensino fundamental, o Colégio Técnico (Coltec) e o Teatro Universitário (TU).
Fora da Capital, a UFMG possui um terceiro Campus universitário, situado em
Montes Claros, município do norte de Minas Gerais. O Campus Regional de Montes
Claros oferece cursos de Graduação e Pós-Graduação vinculados ao Instituto de
Ciências Agrárias (ICA), a vigésima Unidade Acadêmica da Universidade. Em
Diamantina, estão instalados o Instituto Casa da Glória e a Casa Silvério Lessa, ambos
vinculados ao Instituto de Geociências. Em Tiradentes, a UFMG mantém o Campus
Cultural UFMG, complexo cultural que integra três espaços físicos: o Museu Casa Padre
Toledo, o Centro de Estudos e Biblioteca e o Quatro Cantos Espaço Cultural, também
sede da administração local. Criado em 2011, a partir de um Termo de Cooperação entre
a UFMG e a Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade (FRMFA), o projeto é vinculado
à Pró-Reitoria de Cultura da UFMG (Procult). Merecem ainda uma menção destacada,
por sua importância no projeto acadêmico da UFMG, o Hospital Veterinário, as fazendas
de Montes Claros, Igarapé e Pedro Leopoldo, a Biblioteca Universitária, o Centro
Cultural, o Espaço do Conhecimento, o Centro de Microscopia, o Conservatório, a
Editora, o Museu de História Natural e Jardim Botânico (MHNJB) e o Centro de
Treinamento Esportivo (CTE). E, como espaço primordialmente voltado à prática de
esporte e lazer da Comunidade Universitária, o Centro Esportivo Universitário (CEU).
Ao lado de uma política de expansão que perpassa sua trajetória desde a
fundação, a UFMG tem-se pautado por parâmetros de mérito e qualidade acadêmicos e
de relevância social em todas as suas áreas de atuação. Seus docentes têm participação
expressiva em comitês de assessoramento de órgãos de fomento à pesquisa, em
comitês editoriais de revistas científicas e em diversas comissões de normas técnicas.
Nas últimas décadas, ganhou força o debate sobre políticas de inclusão e
democratização do acesso e da permanência no sistema de ensino superior, começando
pela ampliação das vagas e criação de novos cursos no período noturno, passando pela
36

experiência da política de bônus, seguidas pela política de reserva de vagas para


candidatos egressos de escolas públicas (complementadas por critérios relativos à
renda familiar, critérios étnico-raciais e a reserva de vagas para pessoas com
deficiência), em consonância a Lei № 12.711/2012 (Lei de cotas). Além disso, pode ser
observada a ampliação dos recursos destinados à assistência estudantil e a promoção de
políticas voltadas para a afirmação da cidadania, da diversidade, da equidade e da
inclusão e o combate às diferentes formas de intolerância, discriminação e violação de
direitos humanos. Em decorrência da adesão ao Sistema de Seleção Unificada (SiSU) e
desse trabalho articulado e consistente que vem contribuindo para a democratização do
acesso ao ensino superior, a atual composição do corpo discente da UFMG é mais
representativa da população do Brasil. De acordo com relatórios elaborados pela
Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) sobre o perfil dos estudantes que ingressaram na
UFMG na última década, observa-se um aumento significativo no percentual de
estudantes autodeclarados pretos ou pardos, daqueles pertencentes ao grupo com
renda familiar mensal entre um e dois salários mínimos e dos que cursaram
integralmente o ensino médio na rede pública. A UFMG também se tornou mais
diversificada geograficamente com a ampliação do número de estudantes provenientes
de outros estados brasileiros. Em 2017, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão
(Cepe) aprovou resolução que dispõe sobre a Política de Ações Afirmativas para inclusão
de pessoas negras, indígenas e com deficiência na Pós-Graduação stricto sensu.
Considerando a recente publicação da Lei № 14.723, de 13 de novembro de 2023,
que altera a Lei № 12.711/2012, reformulando e ampliando o sistema de reserva de vagas
no ensino federal, a UFMG deverá se preparar para implementação das modificações
previstas. A nova Lei, que já será aplicada no SiSU de 2024, traz modificações em
relação à legislação anterior, como a inclusão dos quilombolas nas reservas de vagas, o
estabelecimento de prioridade para os cotistas no recebimento de auxílio estudantil e a
exigência de um salário mínimo como renda per capita familiar máxima do estudante
candidato ao ingresso pela reserva de vagas nessa modalidade. Chama atenção o fato de
que alguns dos aprimoramentos propostos pela nova legislação já vêm sendo aplicados
pela UFMG, nos últimos anos, em seus processos seletivos para a Graduação e o ensino
técnico, assim como na lista de espera do SiSU. O primeiro desses aprimoramentos
determina que as vagas de ampla concorrência devem ser preenchidas pela classificação
decrescente de todos os candidatos, incluindo aqueles que se inscreveram em uma das
oito modalidades de reserva de vagas. O segundo define que vagas não preenchidas de
37

uma dada modalidade de cota devem ser transferidas para outra, priorizando aquela
caracterizada pela maior condição de vulnerabilidade. Por fim, a indicação de extensão
das políticas afirmativas para a Pós-Graduação, que também já vêm sendo
implementadas na UFMG.
Em 2022, a UFMG deu início à implantação de uma política centralizada de
reserva de vagas na docência em concursos do magistério superior para pessoas
negras e para pessoas com deficiência (PCD), com o objetivo de estabelecer uma
maior efetividade na aplicação dos percentuais estabelecidos pela legislação – 20%
para pessoas negras e, no mínimo, 5% para pessoas com deficiência –, além de
constituir uma política institucional de longo prazo para maior inclusão em todas as
áreas de conhecimento.
Conforme demonstrado na Tabela 1, após um período de crescimento, observou-
se, no período de 2020 a 2022, uma redução no corpo docente da Universidade. Este fato
pode ser atribuído às dificuldades para realização de concursos durante o período da
Pandemia de covid-19, bem como aos cortes orçamentários sofridos nos últimos anos,
que impediram novas contratações. Por sua vez, houve crescimento no percentual de
docentes que trabalham em tempo integral (90%) e daqueles que são doutores (93%).
Em relação ao corpo Técnico-Administrativo em Educação (TAE) também foi observado
um decréscimo no número de servidores nos últimos três anos. Além dos motivos
citados para a redução do corpo docente, contribuiu também a extinção de diversos
cargos da carreira dos Técnico-Administrativos em Educação. Cabe destacar o aumento
expressivo de TAEs com formação em nível de Pós-Graduação, correspondendo,
atualmente, a quase 70% do corpo técnico-administrativo em educação.

Tabela 1 – Servidores docentes e técnico-administrativos, 2013-2022

Série História de Docentes e TAEs - UFMG

Comparativo Anual 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Tempo
2936 2878 2817 3139 3056 3038 3116 2960 3000 2932
Integral
Total de
Docentes por
Tempo Parcial 283 391 297 326 411 512 384 332 320 301
Regime de
Trabalho
Horista 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0

Docentes em Exercício 3219 3269 3114 3465 3467 3550 3500 3292 3321 3233

Docentes Afastados 8 23 36 8 40 43 61 16 1 0

(continua)
38

(conclusão)

Série História de Docentes e TAEs - UFMG

Comparativo Anual 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Sem Graduação 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Com
41 3 39 32 35 35 32 22 35 17
Graduação
Total de
Docentes Com
64 180 83 64 56 59 36 24 24 17
por grau de Especialização
Formação
Com Mestrado 424 409 377 397 331 346 297 216 207 163

Com
2698 2700 2651 2980 3085 3153 3196 3046 3056 3036
Doutorado
Fundamental
150 205 173 142 97 85 24 53 49 40
Incompleto
Fundamental
136 177 149 99 104 80 90 58 49 43
Completo

Ensino Médio 1344 1347 1140 963 887 727 670 560 483 438
Total de
Técnicos por Ensino
806 1307 1339 1169 969 1003 924 1319 774 732
grau de Superior
formação
Especialização 1486 1251 1241 1464 1696 1780 1837 1398 1952 1936

Mestrado 309 316 325 436 514 541 581 618 644 675

Doutorado 82 72 75 93 126 151 168 199 225 238

Fonte: Censo Educação Superior, 2013-2022.

Quanto ao corpo discente, o total de estudantes matriculados em cursos de


Graduação, ao longo do período de 2013 a 2022, situou-se entre 31 e 33 mil, com média
anual de aproximadamente 7900 ingressantes e 4473 concluintes, para um total de
6740 vagas novas ofertadas anualmente nos cursos com oferta regular, conforme
mostrado na Tabela 2. É importante ressaltar que em 2020 e 2021 foi observado um
decréscimo no número de concluintes nos cursos de Graduação. Essas variações
coincidem com o período de implementação do Ensino Remoto Emergencial (ERE) e do
Ensino Híbrido Emergencial (EHE), em função da pandemia de covid-19, que colocou a
Universidade diante do desafio de organizar o processo de ensino-aprendizagem sem a
interação física entre os docentes e os estudantes, recorrendo ao uso intensivo das
tecnologias de informação e comunicação. No mesmo período, também houve aumento
no número de trancamentos de matrícula realizados pelos estudantes de Graduação
(Tabela 2). No entanto, foi verificado decréscimo no número médio de desligamentos
por indicadores de desempenho insuficientes e, por determinação do Cepe, não houve
39

desligamentos por infrequência e nem por exceder ao tempo máximo de integralização.


Deve ser ressaltado, ainda, o aumento significativo no total de estudantes que
desenvolvem atividades extracurriculares, especialmente nos últimos três anos,
mesmo com as limitações para atividades presenciais no período pandêmico. Diante do
exposto e com especial atenção às diversas dificuldades impostas pela pandemia,
avalia-se que o esforço coletivo para implantação do ERE e do EHE contribuiu para
mitigar os efeitos na integralização dos cursos.

Tabela 2 – Discentes e oferta de vagas nos cursos de Graduação da UFMG, 2013-2022

ANO 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Total de vagas oferecidas -


9593 7309 8028 8327 8739 8679 11475 11191 10265 11285
Graduação

Presencial 6740 6740 6740 6740 6740 6740 6770 6740 6740 6740
Vagas novas
oferecidas
EaD 0 141 0 0 0 280 0 0 0 0

Vagas Presencial 2242 288 1288 1587 1999 1659 4693 4437 3525 4545
remanescentes
oferecidas EaD 611 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Total de ingressantes -
8866 8445 7461 7469 7523 7920 7790 8433 7686 7876
Graduação

Presencial 7935 8108 6740 6594 6686 6651 6449 6256 6321 6478
Ingressantes por
vagas novas
EaD 0 137 0 0 0 247 0 0 0 0

Ingressantes por Presencial 919 128 647 822 788 965 1250 2032 1339 1321
vagas
remanescentes EaD 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Presencial 12 18 25 25 15 25 25 24 3 17
Ingressantes por
convênio PEC-G
EaD 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Ingressantes por Presencial - 19 20 11 18 9 9 157 6 4


transferência
ex-ofício EaD - 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Presencial - 35 29 17 16 23 57 18 4 36
Ingressantes por
decisão judicial
EaD - 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Ingressantes por Presencial - - - - - - - - 13 23


programa
especial EaD - - - - - - - - - -

Total de matrículas - Graduação 33304 33016 32389 32144 31613 31595 31414 30824 31655 32816

Presencial 32207 32103 31854 31746 31529 31342 31306 30756 31596 32765

EaD 1097 913 535 398 84 253 108 68 59 51

Total de concluintes - Graduação 4017 4458 4654 4993 4870 5147 4494 3945 3998 4161

Presencial 3960 4238 4587 4695 4842 5128 4481 3942 3997 4157

EaD 57 220 67 298 28 19 11 3 1 4

(continua)
40

(conclusão)

ANO 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Total de matrículas trancadas -


1411 1579 1630 1871 1918 1926 1368 2555 3288 2602
Graduação

Presencial 1387 1557 1620 1863 1913 1902 1358 2548 3281 2599

EaD 24 22 10 8 5 24 10 7 7 3

Total de desvinculados -
3871 4076 3875 2847 3141 2986 3092 2439 1885 3142
Graduação

Presencial 3366 3756 3659 2765 3102 2983 2949 2405 1879 3131

EaD 505 320 216 82 39 33 143 34 6 11

Total de estudantes com apoio


13857 14337 16481 16881 9891 9904 9608 8292 7950 8716
social
Total de estudantes em atividade
5302 8710 8202 2885 8593 5739 7323 9206 10667 12383
extracurricular

Fonte: Censo da Educação Superior, 2013-2022.

Nota explicativa:
1. EaD: Educação a Distância
2. Foram verificadas algumas pequenas inconsistências nos dados de ingressantes do Censo (2020,
2021 e 2022), que podem ser decorrentes da mudança do sistema Censo em 2020 (durante a
pandemia).
3. O número de vagas novas oferecidas pela UFMG em 2019 foi igual a 6.770, em função da criação do
curso de Letras-Libras. Nos anos seguintes, as vagas para esse curso foram incluídas dentro do total
de 6.740 vagas oferecidas. Os números de vagas novas, ofertadas informados no censo em 2019
(6.782 vagas) e 2020 (6.752 vagas), foram superiores ao número de vagas efetivamente oferecidas
pela UFMG e que foram devidamente informadas nesta tabela.
4. A partir de 2019, a UFMG passou a adotar nova fórmula de apuração e nova metodologia de
provimento das vagas remanescentes. Desde então, ao longo do ano, são realizadas seis chamadas
para preenchimento de vagas remanescentes por meio de diversas modalidades. Para cada
chamada, uma nova apuração é feita. Assim, caso uma vaga não seja preenchida na primeira
chamada, ela é apurada novamente na chamada seguinte, de forma que uma mesma "vaga
remanescente" é contada repetidamente até que ela seja preenchida, gerando um valor
superestimado de vagas remanescentes. A metodologia de contabilização das vagas será modificada
para evitar que a mesma vaga seja computada repetidas vezes.
5. O total de Estudantes com Apoio Social corresponde ao número de estudantes assistidos pelo Plano
Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), conforme dados informados pela Fundação Mendes
Pimentel (Fump). Os dados que constam no Censo de 2020 (6855 estudantes), 2021 (2948
estudantes) e 2022 (66 estudantes) são inferiores aos valores efetivos, informados nesta tabela,
devido a uma inconsistência na base de dados utilizada para o censo nesses três anos.

Com a criação do curso de Letras-Libras, em 2018, a UFMG passou a ofertar


regularmente 91 cursos de Graduação. Naquele ano, houve também a oferta pontual
de dois cursos a distância, sendo ambos licenciaturas (ver a relação completa dos
cursos de Graduação no Apêndice A). Em outubro de 2023, o Conselho Universitário
aprovou a criação de três novos cursos de Graduação presenciais para oferta a partir
de 2024: Arqueologia, Engenharia de Materiais e Ciência de Dados. Assim, a UFMG
passará a ofertar 94 cursos de Graduação: 75 bacharelados, 18 licenciaturas e
41

1 superior de tecnologia1, resultando em acréscimo no número de vagas novas ofertadas


anualmente pela Instituição, que passará a oferecer 6.763 vagas novas.
Observa-se no período recente uma tendência geral de melhoria nos
indicadores de qualidade da Pós-Graduação, da Pesquisa e da Extensão na UFMG.
Até 2010, o sistema de Pós-Graduação stricto sensu da UFMG estava constituído por
70 programas que contavam com pouco mais de 1.500 orientadores credenciados e
pouco mais de 6500 estudantes. Em 2022, a UFMG contou com aproximadamente
2670 docentes credenciados, para atender mais de 11500 estudantes, em 90
Programas de Pós-Graduação (PPG) na modalidade stricto sensu, distribuídos da
seguinte forma: 71 cursos de Doutorado e 90 cursos de Mestrado, sendo 11 cursos de
Mestrado Profissional. O processo de melhoria da qualidade da Pós-Graduação
stricto sensu na UFMG é atestado pelas avaliações quadrienais realizadas pela
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). De acordo
com essas avaliações, a UFMG passou de um percentual de 36% de programas que
alcançaram conceitos 6 e 7 em 2010, para um percentual de 43% de programas
nesses níveis em 2017. Esses conceitos são conferidos a cursos com padrão de
excelência internacional. No mesmo período, a UFMG passou de um percentual de
63% para um percentual de 68% de cursos com conceitos 5, 6 ou 7. Ao final do ano
de 2022, foram tornados públicos os resultados da Avaliação Quadrienal da Capes
referente aos anos 2017-2020. A avaliação recebida pela UFMG foi muito positiva
tendo em vista o alto viés de excelência: 22 PPGs, configurando 25% do total de
PPGs avaliados na Instituição, obtiveram nota 7; 18 (20%) obtiveram nota 6; e 21
(23%) obtiveram nota 5. Juntos, os PPGs com notas 5, 6 e 7, presentes em todas as
grandes áreas do conhecimento na UFMG, somam 68% do total de PPGs avaliados
na Instituição. São números que situam a Universidade em posição de destaque
entre as instituições brasileiras de ensino superior, estando a UFMG acima da
média nacional.
Alguns indicadores para acompanhamento da produção intelectual
(orientações concluídas, patentes registradas e produção bibliográfica) da UFMG
estão disponíveis para consulta pública por meio do sistema Somos UFMG
(http://somos.ufmg.br/indicadores). Entre 2012 e 2022, a produção científica

1
Neste cômputo, adotou-se a definição de curso estabelecida pelo Ministério da Educação por meio da
Portaria n° 21, de 21 de dezembro de 2017, que prevê que os cursos de Graduação presenciais devem ser
definidos por nome, grau (Bacharelado, Licenciatura ou Superior de Tecnologia) e cidade de oferta, e os
cursos à distância por nome e grau.
42

manteve-se em patamar elevado, em torno de 5900 artigos por ano 2. Quanto à


qualidade dessas publicações, ela pode ser avaliada por alguns indicadores. É
importante ressaltar que a UFMG tem demonstrado um considerável aumento no
número de documentos indexados nas principais bases de dados internacionais. No
período de 2005 a 2022, a produção bibliográfica da UFMG, segundo dados das bases
Scopus e Web of Science, cresceu, em média, 8,3% ao ano e representou cerca de 5%
da produção brasileira. Outro aspecto importante a ser salientado é que a UFMG
ampliou o número de artigos indexados na base Scopus publicados em periódicos que
compõem o 1% dos periódicos com maior fator de impacto, passando de 43 para 87 do
total de trabalhos publicados entre 2010 e 2022. Esses resultados indicam a melhoria
da qualidade da produção e colocam a produção da UFMG em posição de destaque em
relação às demais instituições de ensino superior do país.
Além disso, deve-se mencionar que a UFMG sedia 17 Institutos Nacionais de
Ciência e Tecnologia (INCTs)3. De acordo com dados apresentados no Plano de
Desenvolvimento Institucional (PDI) 2018-2023, a UFMG apresentava 746 bolsistas de
produtividade em pesquisa e 24 bolsistas de produtividade em desenvolvimento
tecnológico e extensão inovadora, o que conferia à UFMG a quarta posição entre as
instituições com o maior número de bolsas de produtividade concedidas no Brasil (4,9%
do total de bolsas) e a primeira no estado de Minas Gerais (44,4% do total de bolsas).
Atualmente, a UFMG conta com 729 Bolsistas de Produtividade em Pesquisa e 22 Bolsistas
de Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora, o que confere
à UFMG a terceira posição entre as instituições com o maior número de bolsas de
produtividade concedidas no Brasil (4,4% do total de bolsas do Brasil em 2023),
mantendo-se como a primeira no estado de Minas Gerais (40,7% do total de bolsas).
Nos últimos anos foi observada ampliação e consolidação das ações de extensão
desenvolvidas pela Universidade. O Sistema de Informação da Extensão da UFMG
(Siex/UFMG) registrava, em 2022, 258 programas, 1941 projetos, 562 cursos, 653
eventos e 685 prestações de serviço, totalizando 4099 ações de extensão, com o
envolvimento de 2505 docentes, 701 servidores TAEs e 7058 estudantes de Graduação e

2
Como as informações empregadas pelo Somos UFMG provém dos currículos Lattes dos professores, que
são atualizadas periodicamente, os valores podem se alterar com o tempo.
3
O programa de INCTs é um programa nacional, promovido em parceria pelo CNPq e as agências estaduais
de fomento à pesquisa, que visa apoiar os grupos de maior destaque e com reconhecido papel de liderança
em suas áreas de atuação. Através da articulação de suas redes de atuação, procura mobilizar os melhores
grupos de pesquisa do país, para o desenvolvimento das fronteiras da ciência e das áreas estratégicas para o
desenvolvimento sustentável do País.
43

2422 estudantes de Pós-Graduação, totalizando a participação de 9480 estudantes.


Todos esses números são superiores aos observados em 2017, quando havia registro de
2390 ações, com participação de 1872 docentes, 476 TAEs e quase 4000 estudantes.
Ações de extensão são hoje desenvolvidas em todas as Unidades Acadêmicas da UFMG,
englobando as oito áreas temáticas (saúde, educação, trabalho, meio ambiente,
comunicação, direitos humanos e justiça, tecnologia de produção e cultura), resultando
em produção diversificada, sendo a maioria trabalhos apresentados em eventos
acadêmicos-científicos e produtos audiovisuais.
É fundamental destacar que o desempenho positivo da Universidade, detalhado
nas páginas deste documento, foi mantido mesmo nos períodos em que UFMG, assim
como as demais Instituições Federais de Ensino Superior, sofreu com redução e
contingenciamentos orçamentários, além de reduções de verbas para pesquisa
provenientes das agências de fomento, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de Minas Gerais (Fapemig), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) e Capes. As universidades públicas são responsáveis por 95% das
pesquisas realizadas no país e tiveram uma atuação exemplar no combate à pandemia.
No entanto, não contaram com investimentos compatíveis em educação, ciência e
tecnologia para fazer frente à sua missão, especialmente no período de 2015 a 2022.
Em 11 de março de 2020, a covid-19 foi caracterizada pela Organização Mundial
da Saúde (OMS) como uma pandemia, tornando-se a maior crise sanitária desde a gripe
espanhola de 1918. O estado de Emergência de Saúde Pública de Importância
Internacional, declarado em 30 de janeiro de 2020, permaneceu até 5 de maio de 2023.
Muitos dos seus efeitos na saúde pública, na economia, no mundo do trabalho, nas
relações sociais e interpessoais, ainda permanecem.
Imediatamente após a declaração de pandemia pela OMS, a UFMG instituiu o seu
Comitê Permanente de Enfrentamento do Novo Coronavírus, de caráter técnico-
científico e consultivo. Durante o período pandêmico, a universidade nunca parou:
manteve as atividades acadêmicas e administrativas necessárias ao seu funcionamento,
assim como aquelas não adaptadas ao modo remoto, que continuaram a ser
desenvolvidas na forma presencial, observando-se os protocolos de biossegurança e as
recomendações das autoridades sanitárias.
Diversas ações e projetos foram realizados pela comunidade universitária, nas
mais distintas áreas de conhecimento e atuação acadêmica, no intuito de desenvolver
pesquisas e de fornecer subsídios para políticas públicas de enfrentamento à pandemia
44

nos campos da pesquisa científica, tornando-se referência nacional nos estudos


genômicos e vacinais, no atendimento hospitalar por suas unidades assistenciais de
saúde – o Hospital das Clínicas, o Hospital Risoleta Tolentino Neves e a Unidade de
Pronto Atendimento (UPA) Centro-Sul –, na assistência estudantil e no apoio aos
grupos mais vulneráveis por meio dos projetos de extensão. Desenvolveu mais de 200
pesquisas dedicadas ao enfrentamento da crise sanitária e também contribuiu
ativamente com as campanhas de imunização e testagem da população, coordenadas
pela Prefeitura de Belo Horizonte, cedendo instalações e suporte de pessoal nos campi
Pampulha e Saúde. Entre os grandes avanços registrados no campo da pesquisa, estão
os estudos da SpiN-TEC, vacina contra a covid-19, desenvolvida pelo Centro Nacional
de Vacinas (CT-Vacinas) e pela Fiocruz Minas, contando com o apoio de vários
parceiros: o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o Governo de Minas
Gerais, a Prefeitura de Belo Horizonte e parlamentares da Assembleia Legislativa e da
bancada mineira no Congresso Nacional. O domínio de toda a cadeia de produção de
vacinas é condição fundamental para o exercício da soberania nacional, principalmente
em tempos de pandemia. Por isso, o CT Vacinas, sede dos estudos da SpiN-TEC, será
transformado em um Centro Nacional de Vacinas (CNV), conforme prevê convênio
assinado pela UFMG, MCTI e Governo de Minas. A missão do CNV será aprimorar o
ecossistema de produção de imunizantes no país, reduzindo as lacunas existentes no
processo produtivo.
Com as atividades presenciais suspensas a partir da terceira semana de março de
2020, tornou-se necessária uma complexa mobilização institucional para viabilizar a
continuidade das atividades de ensino durante todo o período em que fosse necessário o
distanciamento social. Tal esforço envolveu a migração de todos os cursos da UFMG,
incluindo os cursos de graduação, de pós-graduação e de educação básica, para o
formato do ERE. O Programa Integração Docente foi instituído em abril de 2020 com o
objetivo de apresentar as principais ferramentas e metodologias utilizadas pelo ensino
a distância à comunidade acadêmica e responder à demanda de formação dos docentes,
discentes e servidores TAEs da UFMG para atuação no ERE. Diversas instâncias da
Universidade reuniram as suas competências para oferecer, aos professores, fóruns,
oficinas, cursos, webinars e outras ações virtuais de apoio ao uso de tecnologias digitais
no ensino. No contexto do ERE, foi possível observar uma ampla apropriação de
recursos tecnológicos no ensino e de novas práticas pedagógicas pela comunidade
acadêmica. Nesse sentido, o Programa Integração Docente consolidou-se como um
45

espaço de formação, diálogo e troca de experiências. Em 2021, em função da ampliação


da retomada de atividades presenciais, o Cepe publicou a resolução que regulamentou a
implantação de um regime de ensino híbrido na Graduação da UFMG, o EHE, que
mesclou, em caráter temporário e emergencial, atividades remotas e presenciais em
substituição ao ERE. O ano de 2022 marcou o retorno integral às atividades presenciais
na UFMG. Esse retorno foi lastreado por um rigoroso planejamento e com ampla
discussão com a comunidade acadêmica. O primeiro período letivo de 2022 teve início
em 26 de março, com a retomada da totalidade das atividades acadêmicas presenciais e
com a regularização do calendário escolar.
Diversas das iniciativas desenvolvidas em decorrência da pandemia de covid-19
revelaram-se experiências valiosas e apontaram a importância de sua continuidade.
Entre elas, cabe destacar o uso intensivo de tecnologias de trabalho remoto nas
atividades acadêmicas e administrativas, gerando expressivas mudanças nas
interações de ensino-aprendizagem e nas relações de trabalho. Nos próximos anos,
caberá à Universidade refletir sobre estas experiências, tomando-as como objeto de
estudo e apropriação crítica, e regulamentando o seu aproveitamento com vistas a um
contínuo aprimoramento.
Outros aspectos mais detalhados do desenvolvimento institucional na UFMG
serão destacados nos capítulos seguintes deste PDI.

1.4 Princípios Institucionais

Dado seu caráter estratégico no conjunto do patrimônio acadêmico, científico e


cultural brasileiro, a gestão responsável de uma instituição de ensino superior pública
como a UFMG deve, primeiramente, preservar os patamares de solidez e de qualidade
atingidos ao longo de décadas de investimentos de toda ordem. A Universidade tem
atuado, sempre, no sentido de defender esse patrimônio de maneira lúcida e
transparente, em nome do interesse público e do futuro do país. Para tanto,
continuamente, deve orientar-se pelos seguintes princípios:
a) Defesa de um Sistema de Educação Superior sólido, diversificado, dotado
de padrões crescentes de qualidade, atendidos os requisitos de
infraestrutura e recursos humanos adequados a esse propósito;
b) estabelecimento de políticas de Ensino, Pesquisa e Extensão que
assegurem níveis crescentes de legitimidade institucional;
46

c) gratuidade do ensino, entendida como a inexistência de anuidade ou


mensalidade nos cursos regulares de Educação Básica e Profissional, de
Graduação, de Mestrado e de Doutorado;
d) afirmação do caráter público e da identidade acadêmica da Instituição;
e) defesa permanente da autonomia universitária;
f) interação continuada com a sociedade;
g) integração, articulação e compromisso com os demais níveis e graus de
ensino;
h) consolidação crescente de programas voltados à inserção nacional e
internacional;
i) apoio ao desenvolvimento de políticas públicas direcionadas à busca de
sociedades não discriminatórias, mais igualitárias e mais justas;
j) gestão racional, transparente e democrática do orçamento e do cotidiano
da Instituição, com base em evidências;
k) aperfeiçoamento de um modelo de gestão descentralizada, que priorize a
estrutura colegiada e o permanente diálogo com todas as instâncias
constitutivas da Comunidade Universitária;
l) respeito à diversidade que constitui a Instituição, fonte de sua maior
riqueza, em que se incluem tanto os segmentos docente, discente e de
servidores TAEs, quanto os diferentes perfis de atuação individual e de
campos disciplinares.

1.5 Áreas de Atuação

A UFMG desenvolve programas e projetos de ensino – nos níveis de Graduação e


de Pós-Graduação –, Pesquisa e Extensão, sob a forma de atividades presenciais e a
distância, em todas as áreas do conhecimento. Ocupa-se, também, da oferta de cursos
de Educação Básica e Profissional – na Ebap, no Campus Pampulha. No que diz respeito
aos sistemas de Educação Básica e Profissional da UFMG, além de se constituírem em
campo para a formação de professores para a Educação Básica e Profissional compõem
um locus de produção teórica e metodológica sobre questões referentes a esses níveis de
ensino, promovendo práticas de inovação pedagógica e tecnológica, inclusive com
propostas de integração entre os diferentes níveis de ensino.
47

1.6 Organização Administrativa

Compõem a UFMG os seguintes órgãos, distribuídos de acordo com suas


respectivas esferas de competência:
I. Órgãos de deliberação superior: Conselho Universitário e Conselho de
Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe).
II. Órgão de fiscalização econômico-financeira: Conselho de Curadores.
III. Órgãos de administração superior: Reitoria, Pró-Reitorias, Órgãos
Assessores e Auxiliares e Conselho de Diretores.
IV. Órgãos de Ensino, Pesquisa e Extensão: as Unidades Acadêmicas e
Especiais e os Órgãos Complementares e Suplementares.

Ao Conselho Universitário incumbe formular a política geral da Instituição nos


planos acadêmico, administrativo, financeiro, patrimonial e disciplinar. É integrado
pelo Reitor, como Presidente, pelo Vice-Reitor, pelos Diretores das Unidades
Acadêmicas, pelos Diretores-Gerais das Unidades Especiais não vinculadas a Unidades
Acadêmicas, por representantes docentes, discentes e servidores TAEs, nos termos do
Estatuto da UFMG.
Ao Cepe – órgão técnico de supervisão e deliberação em matéria de Ensino,
Pesquisa e Extensão – compete exercer, entre outras, as seguintes funções: estabelecer
as diretrizes do ensino, da pesquisa e da extensão na Universidade; submeter ao
Conselho Universitário proposta de criação de câmaras acadêmicas; manifestar-se
sobre criação, desmembramento, fusão e extinção, pelo Conselho Universitário, de
Unidades Acadêmicas, Unidades Especiais, departamentos ou estruturas equivalentes;
estabelecer as condições para criação e atribuição de atividades acadêmicas
curriculares; fixar número de vagas; aprovar o currículo, o projeto de funcionamento e
o regulamento de cursos de Graduação, Mestrado e Doutorado, bem como de cursos
sequenciais que conduzam a diploma e outros; e determinar a localização dos
colegiados de curso, por proposta das respectivas câmaras, observado o disposto no
Estatuto da UFMG. Esse Conselho é integrado pelo Reitor, como Presidente, pelo Vice-
Reitor, pelos Pró-Reitores que presidem as câmaras acadêmicas – de Graduação, de
Pós-Graduação, de Pesquisa e de Extensão – e por representantes docentes e discentes
nos termos do Estatuto da UFMG.
48

Ao Conselho de Curadores, cabe, entre outras atribuições, apreciar a proposta


orçamentária e o orçamento-programa e pronunciar-se conclusivamente sobre os
balanços e a prestação de contas do Reitor e, quando for o caso, sobre as contas da
gestão dos Diretores de Unidades, de Órgãos Suplementares e do Diretório Central dos
Estudantes (DCE). Sua composição prevê membros eleitos pela Comunidade
Universitária, bem como representantes indicados pelo Conselho Regional de
Contabilidade de Minas Gerais (CRC-MG) e pelo Ministério da Educação.
A administração do ensino, da pesquisa e da extensão na UFMG é regulamentada
por normas estatutárias e regimentais, bem como por resoluções aprovadas pelos
órgãos competentes.
A Reitoria, órgão de Administração Central, supervisiona e controla a execução das
atividades administrativas da Universidade e, para esse fim, compete-lhe estabelecer as
medidas regulamentares cabíveis. É integrada pelo Reitor, pelo Vice-Reitor, pelas Pró-
Reitorias, pela Procuradoria Federal, por Assessorias e pelos Órgãos Auxiliares. A UFMG
conta com nove Pró-Reitorias: de Administração (PRA), de Assuntos Estudantis (Prae), de
Graduação (Prograd), de Extensão (Proex), de Pesquisa (PRPq), de Planejamento e
Desenvolvimento (Proplan), de Pós-Graduação (PRPG), de Recursos Humanos (PRORH) e
a mais recente, Pró-Reitoria de Cultura (Procult), criada em 2022.
Nos termos do Estatuto da UFMG, o Reitor e o Vice-Reitor, com mandato de
quatro anos, são nomeados pelo Presidente da República, que os escolhe em lista
tríplice de docentes, organizada em reunião conjunta do Conselho Universitário, do
Cepe e do Conselho Curador. O processo de consulta à Comunidade Universitária para
escolha do Reitor e do Vice-Reitor, que precede a elaboração dessa lista tríplice, é
estatutário e regulamentado pelo Conselho Universitário. Podem concorrer à lista
tríplice os docentes da UFMG, desde que membros da carreira de magistério superior e
em efetivo exercício, respeitada a legislação vigente. Os Pró-Reitores e os Assessores
são de livre escolha do Reitor.
Entre as atribuições do Reitor, incluem-se: representar a UFMG em juízo e fora
dele; administrar, superintender e fiscalizar as atividades da Instituição; presidir
reuniões de Órgãos Colegiados dessa Universidade; nomear os Diretores e Vice-
Diretores das Unidades Acadêmicas, empossando-os em sessão pública; nomear e
empossar os dirigentes de órgãos e repartições da área administrativa e de órgãos
suplementares; praticar, por proposta fundamentada pelos órgãos competentes, os
atos relativos a admissão, vida funcional e exoneração ou demissão dos servidores
49

docentes e TAEs da Instituição; apresentar, anualmente, ao Conselho Universitário, nos


termos do Estatuto e do Regimento Geral da UFMG, o plano de trabalho, o orçamento, o
relatório e a prestação de contas de sua gestão; conferir graus, diplomas, certificados
acadêmicos e títulos honoríficos.
O Conselho de Diretores é órgão de assessoria executiva da administração
superior da UFMG, competindo-lhe traçar normas operacionais para matérias
aprovadas pelo Conselho Universitário, decidir daquelas que lhe forem delegadas por
esse órgão e assessorar nas de competência do Reitor. Integram esse Conselho o Reitor,
o Vice-Reitor, os Pró-Reitores, os Diretores das Unidades Acadêmicas, os Diretores-
Gerais das Unidades Especiais e representantes do corpo discente e do corpo TAE.
As Unidades Acadêmicas, estabelecimentos de ensino que possuem sede e
estruturas administrativas próprias, realizam atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão
e oferecem cursos superiores que resultam na concessão de diplomas de Graduação e de
Pós-Graduação. As Unidades Acadêmicas podem se organizar de forma a contemplar
estruturas de nível hierárquico a elas inferior, sendo a estrutura departamental uma das
suas formas possíveis de organização. Essas unidades são administradas pela
Congregação e pela Diretoria. A Congregação, cuja competência é supervisionar a política
de Ensino, Pesquisa e Extensão no âmbito da Unidade Acadêmica, é integrada pelo
Diretor, pelo Vice-Diretor e por representantes dos segmentos docente, discente e TAE.
Ao Diretor compete atuar como principal autoridade administrativa da Unidade
Acadêmica, supervisionando as atividades didático-científicas e dirigindo os serviços
administrativos – incluindo pessoal, finanças e patrimônio.
As Unidades Acadêmicas são sedes dos cursos de Graduação e Pós-Graduação
da UFMG, que são coordenados pelos Colegiados de curso. Aos Colegiados de curso
incumbe a coordenação didática de cada curso de Graduação e de Pós-Graduação.
Compete-lhes, entre outras funções: orientar e coordenar as atividades do curso e
propor ao departamento, ou estrutura equivalente, a indicação ou substituição de
docentes; elaborar o currículo do curso, com indicação de ementas, créditos e pré-
requisitos das atividades acadêmicas curriculares que o compõem; referendar os
programas das atividades acadêmicas curriculares que compõem o curso; decidir das
questões referentes à matrícula, reopção, dispensa e inclusão de atividades
acadêmicas curriculares, transferência, continuidade de estudos, obtenção de novo
título e outras formas de ingresso, bem como das representações e recursos contra
matéria didática, obedecidas as normas pertinentes; coordenar e executar os
50

procedimentos de avaliação do curso. A composição do Colegiado de curso é


estabelecida no respectivo regulamento, aprovado pelo Cepe. A juízo desse Conselho,
poderão ser criados Colegiados Especiais, sujeitos à aprovação pelo Conselho
Universitário, com atribuições específicas.
O Estatuto da UFMG permite formas diversificadas de organização das Unidades
Acadêmicas, mas a estrutura departamental é adotada em todas as Unidades Acadêmicas,
salvo na Fale e no ICA. Às câmaras departamentais cabe, sob a presidência dos
respectivos chefes, entre outras atribuições, planejar e supervisionar a execução das
atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão dos departamentos, bem como avaliar os
planos de trabalho dos docentes a eles vinculados e atribuir-lhes encargos; estabelecer os
programas das atividades acadêmicas curriculares do Departamento e propor aos
Colegiados de curso os créditos correspondentes; propor a admissão e a dispensa de
docentes, bem como modificações do regime de trabalho desses; manifestar-se sobre o
desempenho de docentes e de servidores TAEs, para fins de acompanhamento,
aprovação de relatórios, estágio probatório e progressão. No âmbito dos departamentos,
atuam, ainda, as Assembleias Departamentais, às quais compete a eleição do Chefe de
Departamento e o exercício de funções consultivas em relação às Câmaras Departamentais.
As Unidades Especiais possuem sede e estrutura administrativa próprias,
podendo realizar atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão, mas não oferecem cursos
que resultem na concessão de diplomas de Graduação. A UFMG conta com duas
Unidades Especiais, a Ebap e o Hospital das Clínicas.
Na Ebap – integrada pelo CP, pelo Coltec e pelo TU – são desenvolvidas
atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão relacionadas ao ensino fundamental, ao
ensino médio e à educação profissional e tecnológica. O Hospital das Clínicas da UFMG,
por sua vez, é um hospital universitário, público e geral, totalmente inserido no
Sistema Único de Saúde (SUS) e, atualmente, administrado pela Ebserh. Atende a uma
clientela universalizada e realiza atividades de assistência, integradas ao ensino, à
pesquisa e à extensão, sendo referência no sistema municipal e estadual de saúde no
atendimento aos pacientes com doenças de média e alta complexidades.
Com vistas ao cumprimento de sua missão institucional, por meio de convênio
firmado inicialmente entre a Secretaria de Estado de Saúde, a UFMG e a Fundação de
Desenvolvimento da Pesquisa/Fundação de Apoio da UFMG (Fundep), e posterior
descentralização para a gestão do Município de Belo Horizonte, a gestão do Hospital
Universitário Risoleta Tolentino Neves (HRTN), que é 100% SUS, possibilitou à UFMG
51

construir um novo polo educacional na área da saúde, desenvolvendo papel assistencial


fundamental para sua região de abrangência, associado a atividades de ensino e
produção de conhecimento.
As duas instituições hospitalares, juntamente com ações desenvolvidas no
âmbito das diferentes profissões de saúde abrigadas nas Unidades Acadêmicas,
fundamentam e asseguram a capacidade inequívoca da UFMG de estar intimamente
ligada às demandas e necessidades da sociedade, particularmente por intermédio de
uma ativa e proeminente inserção no SUS.
A Universidade dispõe, ainda, de Órgãos Suplementares, vinculados à Reitoria, e
de Órgãos Complementares, vinculados às Unidades Acadêmicas. Sem lotação própria
de pessoal docente, os órgãos suplementares e complementares colaboram para o
desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão. Seu funcionamento é
disciplinado por regimentos próprios, aprovados, respectivamente, pelo Conselho
Universitário e pelas congregações das respectivas Unidades Acadêmicas.

1.7 Inserção Regional, Nacional e Internacional

A UFMG é uma instituição de ensino superior pública historicamente


comprometida com o desenvolvimento do estado de Minas Gerais e do país. Para
consolidar tal missão, esta Universidade procura disseminar suas formas de atuação em
áreas geograficamente diversificadas, investindo permanentemente nas dimensões
quantitativa e qualitativa dos projetos acadêmicos, científicos, tecnológicos e culturais
em andamento ou em fase de planejamento.
Partindo da compreensão de que a educação superior cumpre uma função
estratégica no desenvolvimento econômico, social e cultural das nações, a UFMG
constrói formas efetivas de cooperação institucional nos contextos regional, nacional e
internacional. Uma das prioridades institucionais consiste na integração entre os
diversos níveis e modalidades de Ensino, Pesquisa e Extensão, em que se busca
privilegiar os projetos e programas de maior impacto acadêmico e social, com
repercussões de caráter local, regional, nacional e internacional. Essa política advém da
compreensão, pela Comunidade Universitária, de que a expansão da educação superior
pública, gratuita e de qualidade constitui um instrumento indispensável para atenuar e,
mesmo, superar situações de desigualdade social que se verificam tanto intrarregional
e inter-regionalmente, quanto em cenários internacionais.
52

A inserção da UFMG no estado e no país operacionaliza-se de forma variada.


Em primeiro lugar, pela formação de profissionais de nível superior para atuar nas
mais diferentes regiões, bem como pela participação na titulação e qualificação de
docentes de outras Instituições de Ensino Superior públicas, comunitárias e
privadas, em atendimento a demandas individuais ou com vistas ao
desenvolvimento de parcerias interinstitucionais. Além desses projetos, merecem
destaque os diversos programas de mobilidade discente em vigor na Universidade,
sejam programas que proporcionam aos estudantes da UFMG uma experiência
acadêmica internacional ou em outras cidades do País, sejam aqueles que fomentam
a vinda de estudantes de outras instituições, brasileiras e estrangeiras, para a UFMG.
Nesse contexto, deve ser ressaltado o crescimento da presença de estudantes vindos
de outras regiões do país no corpo discente da Universidade. Embora a maior parte
dos candidatos aprovados na UFMG ainda resida em Minas Gerais, o percentual de
ingressantes residentes em outros estados aumentou significativamente desde a adoção
do SiSU: de 4,5%, em 2013, para 14,4% em 2022, chegando a atingir o percentual de
19,3% em 2021.
Em segundo lugar, pela proposição de projetos de cooperação, que não se
esgotam nessas finalidades, mas se estendem, em muitos casos, à formação de núcleos
de Ensino, Pesquisa e Extensão voltados ao avanço do conhecimento e comprometidos
com a qualidade e a relevância social das produções acadêmico-científicas,
tecnológicas e culturais.
Em terceiro lugar, pelo desenvolvimento de projetos especiais voltados à
integração de seus docentes e estudantes, mediante programas de extensão e pesquisa
promovidos em instituições da rede pública e em organizações não-governamentais,
sediadas no país e no exterior. Um desses projetos de maior impacto social e regional
compreende um conjunto de atividades que se realizam, sob a responsabilidade desta
Universidade, no Hospital das Clínicas e no HRTN, unidades hospitalares integrantes do
SUS, que oferecem assistência ambulatorial, clínica e cirúrgica à população em geral,
nos diversos níveis de atenção à saúde e variadas especialidades.
Ainda na área da saúde, é preciso ressaltar a contribuição da UFMG para o
processo de consolidação do SUS no país – sobretudo por meio da qualificação de
profissionais da rede, desenvolvimento de pesquisa aplicada, bem como diversas ações
de extensão. Destacam-se como exemplos a atuação do Núcleo de Educação em Saúde
Coletiva (Nescon), que desenvolve projetos multidisciplinares para induzir avanços na
53

atenção primária, e o Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad) que


realiza o Programa de Triagem Neonatal em Minas Gerais. Na mesma linha, a Unidade
e-Saúde do Hospital das Clínicas da UFMG, parceria que envolve a UFMG e outras
universidades, tem como objetivo desenvolver e utilizar ferramentas tecnológicas para
reduzir barreiras geográficas, econômicas e culturais de acesso da população a serviços
de saúde de qualidade, por meio de suporte aos profissionais de saúde, especialmente
em regiões remotas e pouco assistidas. Para cumprir tal objetivo, o e-Saúde realiza
pesquisas e atividades de teleassistência e tele-educação e, ainda, desenvolve sistemas
de suporte à decisão e outras tecnologias que contribuem para o aprimoramento da
qualidade do cuidado. Entre essas atividades destaca-se o telediagnóstico em
eletrocardiografia, o sistema de teleconsultorias em outras 26 especialidades médicas e
em odontologia, que tem grande impacto na Atenção Primária à Saúde, sendo essencial
para a resolutividade do Programa de Saúde da Família. Destaca-se ainda o “internato
rural”, em que estudantes da etapa final dos cursos de Enfermagem, Medicina,
Nutrição e Odontologia, sob orientação de professores e supervisão de profissionais dos
serviços de saúde, desenvolvem atividades curriculares em regiões periféricas do
interior de Minas Gerais.
No âmbito da extensão universitária estão cadastradas aproximadamente 4000
ações desenvolvidas prioritariamente no estado de Minas Gerais, mas que também
abrangem municípios de outros estados. As áreas temáticas às quais essas ações estão
vinculadas são saúde (33%), educação (22%), tecnologia e produção (16%), meio
ambiente (9%), direitos humanos e justiça (6%), comunicação (4%) e trabalho (2%).
As equipes responsáveis são integradas por servidores e estudantes da UFMG e por
parceiros de diferentes setores da sociedade como órgãos governamentais e não
governamentais, instituições privadas, associações de moradores e movimentos
sociais. Diversas dessas ações integram as Redes Interdisciplinares que buscam reunir e
articular grupos, laboratórios e núcleos de extensão, ensino e pesquisa da UFMG em
torno de temas emergenciais das sociedades contemporâneas. De caráter
interdisciplinar, propõem a construção de uma agenda de trocas, interlocução e
cooperação continuada entre os membros da Rede em diálogo com outros atores da
sociedade (políticas públicas, movimentos sociais, organizações sociais). Atualmente
encontram-se em funcionamento as seguintes Redes: Rede Saúde Mental; Rede de
Divulgação Científica; Rede Direitos Humanos; Rede de Cursos Preparatórios
Comunitários e Populares; Programa Participa UFMG Mariana/Brumadinho – com
54

participação de programas e projetos de extensão da UFMG, Universidade Federal de


Ouro Preto (UFOP) e Universidade Federal do Espírito Santo (UFES); Projeto
Brumadinho; Programa com Povos Yanomami e Y´ekwana.
Outra prioridade da UFMG consiste na interiorização das suas atividades, o que
se dá tanto pelo fortalecimento dos seus espaços de atuação situados no interior do
Estado – o Campus Regional de Montes Claros; o Instituto Casa da Glória, em
Diamantina; o Campus Cultural UFMG, em Tiradentes –, quanto pela proposição de
programas e projetos de extensão universitária ou de ação cultural.
Nessa perspectiva de interiorização, merece atenção especial o Campus Regional
de Montes Claros. Situado em uma região de transição geográfica, econômica e
sociocultural, considerando-se o contexto nacional, esse Campus Regional identifica
como sua missão primordial realizar Ensino, Pesquisa e Extensão de qualidade,
formando recursos humanos capazes de exercer a cidadania e de promover o
desenvolvimento sustentável do semiárido brasileiro. Ali, o antigo Núcleo de Ciências
Agrárias foi transformado na vigésima Unidade Acadêmica da UFMG, denominada
Instituto de Ciências Agrárias (ICA), ampliando sua inserção tanto no ensino de
Graduação, quanto no de Pós-Graduação.
Outro instrumento importante, nesse processo de interiorização, está sendo a
consolidação e a ampliação das atividades da UFMG no campo da Educação a Distância
(EaD). A Universidade tem investido, de maneira constante, em programas de
formação de recursos humanos através da EaD, notadamente na formação de
licenciados, em cursos de Especialização e de extensão, no desenvolvimento de
estudos e pesquisas sobre EaD, capacitando profissionais de diversas áreas. Atuando
hoje em 15 polos, a UFMG tem possibilitado a formação de recursos humanos em
diferentes regiões do estado.
A UFMG tem ainda fomentado, seja na constituição de redes colaborativas, seja
na realização de projetos de ensino e pesquisa bilaterais ou consorciados, um diálogo
produtivo e desenvolvido projetos de impacto no cenário nacional.
A par dessa inserção regional e nacional, a UFMG tem tido presença marcante em
importantes redes e consórcios internacionais interuniversitários. A cooperação
acadêmica e científica multilateral é necessária não somente para o estabelecimento de
parcerias de qualidade geradoras de conhecimento e na formação de grupos temáticos,
que envolvem vários países e continentes, mas também como força política na defesa
da educação como bem público e na luta contra uma globalização predatória e geradora
55

de crescentes desigualdades. Entre os consórcios de que a UFMG tem participado


ativamente, destacam-se a Asociación de Universidades Grupo Montevideo (AUGM),
que tem como foco central o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e engloba instituições
do Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile; o Grupo Tordesilhas, de que
participam Instituições da Espanha, Portugal e Brasil; a Associação das Universidades
de Língua Portuguesa (AULP); a Worldwide Universities Network (WUN); entre outras.
Muitas das atividades desses consórcios têm produzido excelentes resultados, criando
condições para novas formas de cooperação, como no caso da AUGM, que impulsiona
a parceria com os países da América do Sul, mediante ações e pesquisas conjuntas,
que se realizam no interior de Núcleos Disciplinares e Comitês Acadêmicos, e por
meio de intercâmbios concretizados no âmbito do Programa Escala, de mobilidade
docente e discente. Cabe destacar que a Professora Sandra Regina Goulart Almeida,
Reitora da UFMG, assumiu no período de 2021 a 2023 a presidência da AUGM e, de
2022 a 2024, a presidência da WUN.
Em período mais recente, a UFMG deu um importante passo em suas atividades
de cooperação internacional, com a criação de seis centros de estudos voltados para a
investigação científica e o intercâmbio docente, discente e de servidores TAEs. São eles:
o Centro de Estudos Africanos, o Centro de Estudos da Ásia Oriental, o Centro de
Estudos Europeus, o Centro de Estudos Indianos, o Centro de Estudos Latino-
americanos e o Centro de Estudos Norte-Americanos, criado em 2018. Além deles, a
Universidade, em parceria com o Hanban e com a prestigiosa Huazhong University of
Science and Technology (HUST), abriga o Instituto Confúcio para a promoção do ensino
da língua chinesa e da comunicação nos níveis acadêmicos e culturais entre UFMG,
HUST e outras instituições chinesas de ensino superior. Outras parcerias relevantes
incluem aquelas estabelecidas com a Comissão Fulbright (EUA) e a Embaixada da
França, resultando, respectivamente, nas cátedras Fulbright e Franco-brasileiras. A
UFMG preconiza, assim, a diversificação geo-acadêmica de suas cooperações. Na
atualidade, a UFMG possui mais de 500 acordos de cooperação internacionais,
envolvendo instituições diversas localizadas nos cinco continentes.
Voltada, precipuamente, à formação de qualidade dos seus estudantes, em todos
os níveis, a UFMG atua de forma comprometida com o desenvolvimento científico,
tecnológico, cultural, econômico e social do estado, da região e do país. Agregada a essa
missão acadêmica, esta Universidade assume as responsabilidades de: i) desenhar
soluções para os problemas socioeconômicos de Minas Gerais, do Brasil e de países
56

cooperantes e ii) qualificar e oferecer educação permanente aos indivíduos e às


comunidades das diferentes localidades que abrigam os inúmeros projetos e programas
extramurais. Essas ações interinstitucionais possibilitam à UFMG manter-se de portas
abertas para a sociedade, numa enriquecedora troca de experiências, construindo uma
rede de ações e intervenções transformadoras em áreas temáticas distintas, definidas
segundo prioridades sociais regionais e nacionais.

1.8 Controle Social

O controle social é uma prática que, gradativamente, vem sendo adotada pela
sociedade brasileira, em todos os setores, sobretudo a partir da promulgação da
Constituição Federal de 1988. Por controle social entende-se a participação da
sociedade no acompanhamento e verificação das ações da gestão pública na execução
das políticas públicas, avaliando os objetivos, processos e resultados. Essa prática,
desenvolvida em vários níveis – por exemplo, o orçamento participativo ou os
conselhos municipais de saúde e educação –, procura fortalecer, de modo geral, a
participação do cidadão em todas as áreas sob a tutela do Estado.
Algumas áreas de atuação da UFMG têm experimentado, com sucesso, a
participação da sociedade, de maneira efetiva, com possibilidade de contar não somente
com a opinião da população, mas também com interferências positivas desta em suas
ações. Podem-se citar, como exemplos, o Conselho de Saúde do Hospital das Clínicas e
o Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG. Ambos iniciaram essa experiência por força de
lei – mais precisamente, da Lei № 8.142, de 28 de dezembro de 1990, e da Resolução №
196/96, do Conselho Nacional de Saúde – e, atualmente, é impossível prescindir de tal
participação. Em outras áreas, essa presença tem ocorrido por determinação da própria
UFMG, quando se faz necessário avaliar a população diretamente beneficiada, o que
ocorre no caso de atividades desenvolvidas em comunidades – entre outras, o Internato
Rural e ações de extensão. Recentemente, a UFMG instituiu o Conselho de
Comunicação, órgão consultivo do Centro de Comunicação (Cedecom UFMG), que conta
com representante externo, sem vínculo com a UFMG, oriundo da área de relações
públicas, de jornalismo ou de publicidade e propaganda.
A UFMG entende que um primeiro passo para a prática do controle social em
uma instituição pública consiste em possibilitar à sociedade conhecer as atividades que
realiza, seu nível de abrangência e de relevância e os resultados obtidos. Entende-se,
57

portanto, a visibilidade pública como fundamental na prática do controle social. O


pressuposto considerado pela Instituição é o de que tudo aquilo que se passa
intramuros é de interesse da sociedade e, por isso, deve ser compartilhado socialmente,
para dar sentido à missão e aos valores por ela defendidos.
Nesse sentido, a UFMG tem intensificado ações visando a dar transparência à sua
atuação. Assim, em 2017, a Universidade lançou um novo portal, importante interface
da Universidade com o mundo digital, que registrou um número médio superior a 10
milhões de acessos anuais, no período de 2018-2022. O portal destaca-se pela facilidade
de busca sobre informações gerais da UFMG, de seus cursos, pesquisas, documentos e
pessoas. O sistema também conta com calendário de eventos e serviços de newsletter e
alertas para notícias, calendário acadêmico e eventos. O mesmo portal ainda
disponibiliza demonstrativos detalhados, na página da Proplan, de toda a
movimentação financeira realizada com recursos orçamentários da UFMG e os
relatórios de gestão, produzidos anualmente. Na mesma direção, a UFMG promove o
conhecimento de suas atividades por meio de sua presença crescente nas redes sociais,
pela programação de qualidade produzida pela TV UFMG e pela rádio UFMG Educativa,
104.5 FM, pelo aplicativo SigaUFMG, disponível para aparelhos com sistema Android ou
IOS, e pelo site Viver UFMG, ambos com funcionalidades e informações sobre a vida
acadêmica direcionadas aos estudantes, assim como pelo portal Somos UFMG,
desenvolvido para facilitar o mapeamento das competências da UFMG e incrementar a
interação da Universidade com instituições públicas e privadas.
Ainda no que concerne ao controle social, a Auditoria Geral, órgão integrante do
sistema de controle social e governança da UFMG, foi instituída em 1972 como serviço
vinculado ao Conselho Universitário, por disposição do art. 20, inciso b do Estatuto da
UFMG, tendo sido implantada definitivamente em julho de 1974. O referido órgão
permanece estatutariamente vinculado ao órgão máximo de deliberação da Instituição,
tendo tido o seu primeiro Regimento Interno aprovado em 14 de junho de 1985,
mediante a Resolução № 8, do Conselho Universitário da UFMG, e o Regimento vigente
aprovado pela Resolução № 1, de 25 de fevereiro de 2021. De acordo com o mais recente
Regimento da Auditoria Geral-UFMG, sua finalidade precípua é o assessoramento da
Universidade, mediante abordagem sistemática e disciplinada, com o objetivo de
assegurar, entre outros, a regularidade da administração orçamentária, financeira e
patrimonial da UFMG e a racionalização dos seus procedimentos administrativos,
contábeis, financeiros e patrimoniais.
58

A UFMG conta também com a Diretoria de Governança Informacional (DGI) que


inclui a Ouvidoria e o Sistema de Informação ao Cidadão (SIC-UFMG). A DGI é um órgão
consultivo e auxiliar, vinculado à Administração Central da Universidade, que se dedica
a ações e parcerias orientadas a assuntos que envolvam diferentes iniciativas e políticas
institucionais relacionadas à promoção da governança informacional na UFMG. Está
envolvida na elaboração da Carta de Serviços da UFMG, do Plano de Dados Abertos da
Instituição e na discussão sobre a Política de Documentos Sigilosos.
A Ouvidoria, implantada em 2009, é um órgão mediador com o papel
institucional de zelar pelo direito à manifestação e à informação do cidadão. Suas ações
têm por objetivo aprimorar os serviços prestados, ampliar os canais de participação
social na avaliação institucional, incentivar o exercício dos direitos do cidadão e
contribuir para a formulação de políticas públicas. Em 2017, a Ouvidoria da UFMG
aderiu ao Sistema de Ouvidorias do Poder Executivo Federal para receber elogios,
sugestões, reclamações e denúncias por meio do site e-Ouv, sistema que atende à
Portaria 3681/2016, da Ouvidoria Geral da União.
O SIC-UFMG foi implantado em 2014 e atende à Lei № 12.527, de 18 de novembro
de 2011, Lei de Acesso à Informação, se constituindo em um canal de comunicação com
o cidadão, para acesso às informações públicas produzidas ou sob guarda da
Universidade. A UFMG reconhece que a informação por ela produzida ou sob sua guarda
é um bem público e incentiva a Cultura do Acesso.
Outra iniciativa que complementa e, ao mesmo tempo, fortalece os procedimentos
e mecanismos de controle social, transparência e governança da UFMG diz respeito à
Comissão de Ética. O Decreto № 1.171, de 22 de junho de 1994, dispõe sobre o Código de
Ética do servidor público civil do Poder Executivo Federal e tem como objetivo estipular as
normas que devem reger a conduta ética dos servidores. O referido decreto determina que
todos os órgãos, entidades da administração pública federal direta, indireta, autárquica e
fundacional criem suas próprias comissões de ética. Por sua vez, o Decreto № 6.029, de
1º fevereiro de 2007, instituiu o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal,
com a finalidade de promover atividades sobre a conduta ética do servidor e
regulamentou o Decreto № 1.171/94 e a Resolução № 10, de 29 de setembro de 2008,
estabeleceu as normas de funcionamento e ritos processuais para as comissões de ética.
A Comissão de Ética da UFMG foi instituída em 11 de setembro de 2006 e, desde
então, funciona em consonância com a legislação vigente. Trata-se de instância
consultiva que tem por função orientar e aconselhar o servidor sobre a ética
59

profissional no tratamento com as pessoas, com o patrimônio público, atuar na


apuração de desvios éticos, competindo-lhe ainda conhecer concretamente os
procedimentos suscetíveis de censura. Tem ainda a função de tratar as situações que
possam configurar conflito de interesses privados e públicos. O objetivo da Comissão de
Ética da UFMG é atuar no sentido de prevalecer o exercício de sua função pedagógica,
em detrimento do caráter repressor, privilegiando as ações educativas, de informação e
de conscientização da comunidade. Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica
de direito privado, associação ou entidade de classe poderá provocar a atuação da
Comissão de Ética, visando à apuração de infração ética imputada a agente público,
órgão ou setor específico de ente estatal.
Em sintonia com a tendência de que a conciliação e a mediação de conflitos são
estratégias que vêm sendo adotadas pelo judiciário brasileiro, em razão da agilidade e
da eficiência para dirimir questões de menor potencial ofensivo, previstas pela própria
legislação processual civil, a UFMG criou, por meio da Portaria 9.260, de 11 de outubro
de 2023, a Coordenadoria de Prevenção, Mediação de Conflitos e de Correição (CMEC).
Com a criação da CMEC, fica extinta a Unidade Seccional de Correição (USEC), e o novo
órgão assume a competência para executar atividades de prevenção, conciliação e
mediação de conflitos, bem como as de apuração e correição de irregularidades
praticadas por servidores públicos da UFMG, permanentes ou temporários, no exercício
de suas atribuições, ou que tenham relação com as atribuições do cargo ou função em
que se encontram investidos. Com a nova conformação, a UFMG investe na valorização
do diálogo e na construção de um ambiente humanizado, propício à solução consensual
das controvérsias.

1.9 Governança

De acordo com a Instrução Normativa Conjunta MP/CGU № 01/2016, considera-


se governança a combinação de processos e estruturas implantadas pela alta
administração de um órgão para informar, dirigir, administrar e monitorar as
atividades da organização, com o intuito de alcançar os seus objetivos. Especificamente
no setor público, essa prática compreende os mecanismos de liderança, estratégia e
controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a atuação da gestão de
um determinado órgão, com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de
serviços de interesse da sociedade.
60

Na UFMG, a estrutura orgânica de controle que garante a prática da governança


está definida em seu Estatuto, aprovado por meio da Resolução № 04/99, de 4 de março
de 1999, que descreve como órgãos da UFMG:
I. De Deliberação Superior: o Conselho Universitário e o Cepe.
II. De Fiscalização Econômico-Financeira: o Conselho de Curadores.
III. De Administração Superior: a Reitoria, as Pró-Reitorias, os Órgãos
Assessores e Auxiliares e o Conselho de Diretores.
IV. De Ensino, Pesquisa e Extensão: as Unidades Acadêmicas, os Órgãos
Suplementares e os Órgãos Complementares.
V. De consulta: o Conselho de Integração Comunitária.

Ao Conselho Universitário, órgão máximo de deliberação, incumbe formular a


política geral da Universidade nos planos acadêmico, administrativo, financeiro,
patrimonial e disciplinar. O Cepe é órgão técnico de supervisão e deliberação em
matéria de Ensino, Pesquisa e Extensão.
A composição do Conselho Universitário inclui as Comissões Permanentes,
eleitas dentre os membros desse órgão, para estudo de matérias submetidas a seu
exame, por iniciativa da Presidência ou por deliberação do Plenário. As Comissões
Permanentes, inclusive a de Orçamento e Contas, funcionam de acordo com normas
estabelecidas pelo Plenário do Conselho Universitário.
Além dessas, há também as Comissões Especiais, instituídas para estudo de
matérias específicas, constituídas por iniciativa da Presidência do Conselho
Universitário, ou por deliberação do Plenário. Estão previstas também as comissões
instituídas para estudo e assessoramento ao Reitor.
Como órgão de fiscalização econômico-financeira está constituído o Conselho de
Curadores, responsável pela aprovação das contas do Reitor entre outras atribuições.
A Reitoria, como órgão de administração superior, supervisiona e controla a
execução das atividades administrativas da Universidade, competindo-lhe, para esse
fim, estabelecer as medidas regulamentares cabíveis. É integrada pelo Reitor, pelo
Vice-Reitor, pelas Pró-Reitorias e Órgãos Assessores.
O Conselho de Diretores, por sua vez, é o órgão de assessoria executiva da
administração superior da Universidade, competindo-lhe traçar normas operacionais
para matérias aprovadas pelo Conselho Universitário, decidir sobre aquelas que lhe
forem delegadas por este órgão e assessorar nas de competência do Reitor.
61

As Unidades Acadêmicas são administradas pela Congregação e pela Diretoria. A


Congregação, analogamente ao Conselho Universitário, é o órgão de deliberação
superior da Unidade Acadêmica, competindo-lhe supervisionar a política de Ensino,
Pesquisa e Extensão no âmbito desta. São integradas pelo Diretor da Unidade
Acadêmica, como Presidente, com voto de qualidade, além do voto comum; pelo Vice-
Diretor; por membros docentes, definidos conforme proposta da Unidade Acadêmica
aprovada pelo Conselho Universitário; por integrantes do corpo técnico e
administrativo, eleitos por seus pares, nos termos do art. 84 do Estatuto, com mandato
de 2 (dois) anos, permitida a recondução; e por integrantes do corpo discente da
Unidade Acadêmica, nos termos do art. 78 do Estatuto.
Os departamentos e os cursos de Graduação e de Pós-Graduação são
subordinados às Unidades Acadêmicas. Cada curso é administrado por um Colegiado,
cuja autoridade máxima é o Coordenador. Os estudantes são diretamente vinculados ao
Colegiado de Curso, que se constitui na primeira instância à qual o discente recorre para
dirimir dúvidas e solucionar eventuais problemas.
Os departamentos compreendem a Câmara e a Assembleia, sendo a Câmara
Departamental, presidida pelo Chefe de Departamento, constituída pelo subchefe do
Departamento; por professores eleitos pelo corpo docente do Departamento; por
integrantes do corpo TAE, em exercício no Departamento, eleitos por seus pares; por
integrantes do corpo discente.
Dentre outras atribuições previstas no Estatuto da UFMG, os departamentos
exercem o controle ao planejar e supervisionar a execução das atividades de Ensino,
Pesquisa e Extensão do Departamento, bem como avaliar os planos de trabalho
individuais dos docentes a ele vinculados e atribuir-lhes encargos; manifestar-se sobre
o desempenho de docentes e de servidores TAEs, para fins de acompanhamento,
aprovação de relatórios, estágio probatório e progressão; elaborar a proposta
orçamentária e o plano de aplicação de verbas do Departamento; manifestar-se
previamente sobre contratos, acordos e convênios, bem como sobre projetos de
prestação de serviços a serem executados, e assegurar que sua execução se dê em
observância às normas pertinentes.
Problemas apresentados por quaisquer das instâncias citadas recebem análise
das propostas para regularização e normatização das falhas e, na eventualidade de
impropriedades serem apontadas, essas são encaminhadas para o Órgão de Correição e
caso necessário implantação de novos procedimentos de controle.
62

Os Órgãos Suplementares, vinculados à Reitoria, e Órgãos Complementares,


vinculados às Unidades Acadêmicas, funcionam sem lotação própria de pessoal docente
para colaborar no ensino, na pesquisa e na extensão, sendo seu funcionamento
disciplinado em regimentos próprios, aprovados, no primeiro caso, pelo Conselho
Universitário e, no segundo, pelas respectivas congregações.
A estrutura da Administração Central da Universidade abrange Pró-Reitorias,
Diretorias, Coordenadorias e demais instâncias administrativas que se ocupam de
promover ações e políticas estratégicas e dar consequência às decisões do Conselho
Universitário e do Cepe.
A UFMG é regida pela legislação federal pertinente, por seu Estatuto, por seu
Regimento Geral, por Resoluções de seus Órgãos Colegiados de Deliberação Superior
e por regimentos específicos, elaborados em consonância com os textos legais
referidos nos itens anteriores que contribuem para a manutenção da governança no
âmbito da Universidade.
A Universidade conta ainda com uma unidade de auditoria interna denominada
Auditoria-Geral, cuja responsabilidade reside na prestação de apoio técnico no exame,
orientação, acompanhamento e avaliação dos atos praticados pelos gestores da UFMG
com o objetivo de assegurar a regularidade da administração orçamentária, financeira e
patrimonial da Universidade.
A Política Institucional de Governança administrativa vem sendo aprimorada e
registrada desde a aprovação de um dos seus primeiros estatutos, por meio do Decreto
167 de 16 de maio de 1935. Em maio de 2017, a UFMG instituiu o Comitê de Governança,
Riscos e Controles (CGRC). Em 5 de dezembro de 2018, as atribuições desse Comitê
foram atualizadas por meio da Portaria № 263/2018, dando continuidade aos trabalhos
iniciados na gestão anterior. O Comitê, de caráter deliberativo, é presidido pela Reitora
e composto pelo Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento, pelo Pró-Reitor de
Administração e pelo Pró-Reitor de Recursos Humanos e tem competência para
aprovação e monitoramento de políticas, diretrizes, metodologias e mecanismos para
comunicação e institucionalização da governança, da gestão de riscos e dos controles
internos no âmbito da Universidade.
Em 06 de março de 2020, por meio da Portaria № 1519, foi instituída a Política
de Gestão de Riscos da UFMG, alinhada ao seu Plano de Desenvolvimento Institucional.
As metodologias e procedimentos, estabelecidos nesta Política, aplicam-se a todos os
63

órgãos, instâncias e agentes da Instituição. Cabe ao CGRC a aprovação do modelo para


implementação da gestão de riscos.
Nesse sentido, a Instituição tem envidado esforços para melhoria na qualidade
de sua governança e os riscos e controles internos são geridos de forma integrada e
transparente, por meio de ações que tenham características eminentemente
preventivas e que visem ao cumprimento pleno da missão de Ensino, Pesquisa e
Extensão de uma universidade pública e de qualidade.
Por fim, com vistas a intensificar a eficácia dos sistemas de controle
institucionais voltados à prevenção, detecção, punição e reversão de atos de fraude e
de corrupção, a Reitoria da UFMG instituiu, por meio da Portaria № 160, de 04 de
julho de 2018, a Unidade de Gestão da Integridade, responsável pela coordenação da
estruturação, execução e monitoramento de seu Programa de Integridade, nos
termos da Portaria № 1.089, de 25 de abril de 2018, do Ministério da Transparência,
Fiscalização e Controladoria-Geral da União. A responsabilidade pelas atividades de
desenvolvimento do Programa de Integridade foi atribuída à Chefia de Gabinete da
Reitora. Assim, à Unidade de Gestão da Integridade da UFMG cabe a função de
coordenar ações, levantar dados e informações, promover ações de capacitação de
servidores e, sobretudo, identificar se as exigências impostas pelo modelo de gestão
pautado na cultura de integridade estão satisfatoriamente implementadas nos
procedimentos estratégicos, já instituídos pela Universidade, para prevenção,
combate e punição de atos de fraude e corrupção. Frente à complexidade da
estrutura administrativa da UFMG, optou-se pelo envolvimento de órgãos,
departamentos e comissões cujas áreas de atuação guardassem relação direta com
os temas atinentes à integridade. Dessa forma, a elaboração do Programa de
Integridade é fruto de um trabalho colaborativo entre as Pró-Reitorias de
Administração (PRA), de Planejamento e Desenvolvimento (Proplan-UFMG), de
Recursos Humanos (PRORH), das Diretorias de Governança Informacional (DGI), de
Tecnologia da Informação (DTI), o Comitê de Governança, Riscos e Controle, além
de outras Unidades e Comissões responsáveis pelo tratamento e desenvolvimento de
matérias relacionadas à promoção da ética, prevalência dos interesses públicos,
transparência, dentre outros princípios.
64

2 PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL

Universidades são instituições desenvolvidas e organizadas em função do


conhecimento. O saber é componente essencial à vida do ser humano. É o conhecimento
que lhe permite delinear para si, para seus contemporâneos e para as gerações futuras
uma vida maior, de melhor qualidade e mais prazerosa. Uma universidade mantida com
recursos públicos necessita aliar o seu compromisso com o conhecimento ao seu
compromisso social como meio imprescindível para a construção de uma sociedade
mais democrática, ética e justa. Uma universidade pública federal busca sempre se
posicionar no tempo e espaço que habita, vislumbrando soluções e construindo projetos
inovadores. Ciente de seu indispensável papel na produção e disseminação de
conhecimento de qualidade e excelência para o estado e o país, a UFMG deve
permanecer comprometida com essa função primordial de uma instituição
universitária. Na diversidade de áreas, de abordagens, de saberes, na multiplicidade de
atores sociais nela presentes, na atenção à realidade social, no compromisso com a
transformação da sociedade é que a universidade traduz sua relevância, se afirmando
como um bem reconhecido pelas cidades e pelo país que a abrigam. A UFMG se constrói
pela interação permanente entre essas diferentes faces de seu ethos institucional.
Com vista a essa meta de natureza ética que devem ser pensadas as instâncias
formativas com que conta a Universidade. Ensino, Pesquisa e Extensão, ao lado da
dinâmica interna a cada uma dessas dimensões, devem, de forma concertada,
proporcionar a formação consistente, seja do ponto de vista acadêmico, seja do ponto
de vista social, que cumpre esperar de uma instituição pública de ensino superior.
Essa tem sido a trajetória da UFMG ao longo de sua história, de seus quase 100
anos de existência. Ela foi trilhada de forma determinada e consistente, de tal sorte que,
hoje, a UFMG desfruta de reconhecimento acadêmico, nacional e internacional, e de
grande respeitabilidade social, por suas raízes solidamente estabelecidas em Minas
Gerais e no Brasil.
Esses são os princípios a partir dos quais deve ser conduzida a ação pedagógica
na UFMG. No âmbito da Graduação, cada um dos seus cursos ancora-se numa proposta
conceitual que indica seu histórico, sua contextualização e o perfil profissional que é
visado para o formando. Cada currículo, devidamente discutido nas instâncias
pertinentes e nos conselhos superiores da Universidade, deve conter uma dimensão
65

mais universal ou básica e o componente mais propriamente profissionalizante.


Entretanto, sem a criação de recursos e mecanismos que promovam atividades inter e
transdisciplinares, tão demandadas pelas profissões típicas de sociedades complexas,
os currículos sofreriam um rápido processo de defasagem. É tendo isso em vista que
esses currículos devem ser compostos a partir de política curricular institucional
consubstanciada no princípio da flexibilização curricular, primeiramente expresso na
Manifestação do Cepe, de 19 de abril de 2001, e posteriormente detalhado nas Normas
Gerais de Graduação, em 2018. É cada vez mais evidente, e isso vem sendo demonstrado
reiteradamente no mundo contemporâneo, que a competência específica, não importa
em qual área, ficará limitada aos aspectos mais rotineiros de uma profissão se a
formação se restringe ao que ortodoxamente pertence à área em vista. Serão formados
melhores profissionais, em qualquer campo do conhecimento, se, além dos
conhecimentos inerentes à formação profissionalizante mais específica,
acrescentarmos aqueles provenientes de áreas complementares, suscetíveis de uma
permanente revisão, além da discussão de temas gerais necessária à compreensão e à
interpretação de tendências no âmbito das ciências, das tecnologias e da sociedade.
Assim oxigenados, os currículos serão capazes de abrigar as mudanças exigidas pelo
campo de formação do estudante, e os egressos da UFMG estarão preparados para
assumir um protagonismo frente a tais mudanças.
A essa preocupação com uma formação sempre mais abrangente e qualificada
academicamente, soma-se a de criação das condições que permitam ao estudante
uma crescente interação com os processos sociais de uma forma mais geral. Essa
dupla orientação na formação se desdobra na construção de conteúdos, habilidades,
competências e atitudes, por meio de uma diversidade de recursos pedagógicos que
podem incluir a aula teórica, o seminário, a aula prática no laboratório ou no campo, o
estágio, o desenvolvimento de projetos, a monografia, além de toda uma diversidade
de situações geradoras de créditos, como a participação em atividades
complementares de ensino, de pesquisa e de extensão e a frequência a eventos
acadêmico-científicos. Merece atenção a crescente participação dos estudantes em
programas especiais de formação que lhes permitam uma interação muito próxima,
seja com o processo de construção do conhecimento na área de seu curso, seja com
uma prática profissional efetiva, seja ainda no contato direto com realidades sociais
cuja abordagem mobiliza e ressignifica o conhecimento acadêmico, sempre sob
orientação e acompanhamento de professores. A atribuição de bolsas acadêmicas a
66

várias dessas atividades contribui para que elas possam ser adequadamente
configuradas, ganhando um contexto que, de fato, se aproxima da atividade que o
graduando terá no futuro, seja em ambiente acadêmico ou similar, seja no exercício
profissional. Por compreender ações intencionais de formação e a construção,
organização e realização das atividades de todos os envolvidos, o Projeto Pedagógico
deve extrapolar a perspectiva curricular, incorporando as dimensões acadêmicas, de
política institucional e da sociedade no seu conjunto.
Destaca-se a particular importância de que a UFMG estabeleça e consolide
parcerias de longo prazo e longo alcance com órgãos e entidades de determinadas
naturezas: as redes públicas de educação básica, os serviços públicos de saúde, além de
outros órgãos de Estado que desenvolvam programas públicos diversos de assistência
social e de promoção da cidadania. Nesses casos, para muito além da dimensão da
parceria com um campo de estágio, trata-se do estabelecimento de cooperações
duradouras, articuladoras de ações integradas de Ensino, Pesquisa e Extensão. Assim,
ao mesmo tempo em que se formam egressos capazes de compreender os contextos da
atenção às necessidades da população e de neles atuar, estabelecem-se condições para
que a Universidade colabore para uma melhor estruturação desses serviços,
potencializando o impacto da geração e da disseminação do conhecimento acadêmico.
Ainda no contexto do ensino de Graduação, parece fundamental, no mundo atual,
em que as tecnologias de informação e comunicação encurtam sensivelmente distâncias
e contribuem fortemente para a aproximação dos povos e das nações, que se busque
agregar à formação de nossos estudantes um componente de internacionalização. A
convivência de nossos estudantes com outras culturas; expressando-se, por escrito e
oralmente, em idioma que não o seu; convivendo em ambientes acadêmicos diferentes
daquele que habitualmente frequentam, com regras de convivência próprias; imersos em
uma sociedade diversa da sua, certamente constitui um notável enriquecimento
curricular. Enriquecimento similar advém da presença habitual, na UFMG, de estudantes
oriundos das mais diferentes culturas e países ou mesmo de outras regiões do Brasil. É
por essas razões que a UFMG, já há vários anos, tem estabelecido, como uma de suas
prioridades, os programas de mobilidade acadêmica na Graduação, que se espera sejam
ainda mais habituais nos próximos anos.
Complementarmente, a UFMG tem consolidado políticas internas de promoção
linguística que atentam para o letramento acadêmico e para a diversidade das línguas
na Universidade. Em relação ao letramento acadêmico, são promovidas ações que
67

aproximam os estudantes de práticas sociais de leitura e escrita que estimulam a


produção, a divulgação e a publicação de conhecimentos em gêneros textuais variados e
tipicamente esperados no contexto universitário. Essas práticas ocorrem mediadas por
diferentes estratégias de linguagem, o que inclui reflexões intencionais sobre o uso das
línguas na sua diversidade de modalidades e registros. Ao caracterizar a UFMG como
um espaço social constituído pela multiplicidade de culturas e de línguas, a discussão
permanente sobre suas políticas linguísticas é relevante para que a Instituição construa
um ambiente cada vez mais democrático, plural, ético e justo, favorecendo processos de
inclusão de grupos tradicionalmente excluídos desses espaços.
No domínio dos programas de Pós-Graduação, devem estar presentes os
mesmos valores que indissociam a formação acadêmica da atenção à relevância social.
Graduações qualificadas – essa é a dinâmica do conhecimento – resultam
necessariamente em programas de Pós-Graduação igualmente qualificados. Esses
mesmos programas, robustecidos, retornam sobre a Graduação, gerando um círculo
virtuoso. Na medida em que estão mais próximos da linha móvel que assinala a
fronteira do conhecimento, os programas de Pós-Graduação acham-se diante do
desafio de formar pesquisadores e profissionais com alta competência na área
específica e com sensibilidade para a detecção das aproximações que o objeto de
investigação demanda. Assim, também na Pós-Graduação, pretende-se que os
programas, habitualmente com nítidos recortes disciplinares, sejam enriquecidos com
atividades que apontem para a inter e a transdisciplinaridade. Por outro lado, deve-se
desenvolver, a propósito da formação do pós-graduando, não importa em qual área,
uma atitude de escuta atenta ao que, de um ponto de vista mais tradicional, estaria fora
do seu campo de interesse. Nos diversos programas, respeitada a especificidade de cada
um, a Universidade busca estabelecer mecanismos de aproximação crítica com a agenda
social, entendida de forma ampla.
Os programas de Pós-Graduação exigem ainda ações muito bem articuladas
direcionadas à internacionalização. Os docentes dos programas de Pós-Graduação
devem, com regularidade, visitar programas congêneres das melhores universidades do
mundo na área, inclusive para a realização de estágios como professor visitante. Por
outro lado, a presença na Universidade de professores visitantes estrangeiros deve ser
francamente incentivada, sobretudo para estágios de longa duração. É ainda desejável,
especialmente no nível de Doutorado, que parcelas expressivas dos discentes possam
ter parte de sua formação em instituições parceiras no exterior, assim diversificando o
68

campo temático e as abordagens desenvolvidas em suas teses, bem como ampliando as


redes de interação acadêmica nas quais se inserem. Como contraparte a esse
movimento, deve-se estabelecer a UFMG como destino de um número crescente de
doutorandos provenientes de instituições parceiras do exterior que aqui venham
complementar sua formação. Por fim, no campo das ações de internacionalização na
Pós-Graduação, deve-se enfrentar o desafio de contribuir para que o Brasil aprofunde
seus laços de cooperação acadêmica na América Latina, tornando-se um local habitual
de formação de mestres e doutores para os nossos vizinhos da América do Sul.
A dimensão da pesquisa, condição inseparável da qualificação de uma
universidade é, de forma muito evidente, presença nuclear na Pós-Graduação. Na
Graduação essa presença se manifesta principalmente por meio dos programas de
iniciação científica, entendidos na dupla via da inclusão do graduando numa pesquisa
mais específica ou como recurso na formação mais geral do estudante. Esses programas
estão disponíveis desde os períodos iniciais da Graduação e constituem instâncias de
integralização de créditos. Também se prevê a integração entre os níveis de ensino de
Graduação e de Pós-Graduação, abrindo possibilidades para que graduandos optem por
trajetórias de formação que incluam atividades acadêmicas curriculares integrantes da
Pós-Graduação, bem como os estudantes de Pós-Graduação incluam em seus percursos
atividades acadêmicas curriculares integrantes da Graduação, permitindo a
constituição de perfis de egressos orientados à pesquisa e à geração de conhecimento.
Tanto na Pós-Graduação como na Graduação, os laços que atam a Universidade
com a sociedade devem estar presentes na formação. As ações de extensão, indicações
da relevância social presente na formação dos estudantes, devem converter-se em
objetos de pesquisa e em temas disciplinares que sejam trabalhados em sala de aula,
seja na Graduação, seja na Pós-Graduação. O componente da extensão é parte
inseparável da formação do estudante. Entendida como produção efetiva de
conhecimento e como intervenção mais imediata na realidade que cerca a Universidade,
as atividades de extensão indicam o tipo de interação com a sociedade que a UFMG
acredita ser apropriada a uma instituição pública de ensino superior. Seja no que diz
respeito às políticas públicas, seja na construção de um espaço privilegiado de
interdisciplinaridade, seja na aproximação do ensino com os desafios postos por
problemas mais complexos de intervenção social a partir de recursos de conhecimento,
a extensão se constitui em um instrumento singular e insubstituível na formação do
estudante da UFMG.
69

A atuação de cada uma dessas instâncias, que, juntas, integram e conferem


identidade ao Projeto Pedagógico da UFMG, deve ser objeto de constantes avaliações.
À cultura da avaliação, já em curso há bastante tempo na Universidade, busca-se
atribuir crescente importância, atestada, de forma inequívoca, em cada PDI.
A UFMG considera que a formação qualificada e responsável de pessoal,
professores, pesquisadores e profissionais nas mais diversas áreas e instâncias – no ensino
de Graduação e de Pós-Graduação, na educação profissional e nos programas especiais de
formação – constitui uma tarefa intransferível da universidade pública brasileira e
condição da viabilidade de uma sociedade justa e inclusiva. Adicionalmente, a atuação da
UFMG também na educação básica se faz necessária como requisito para articular os seus
diversos cursos de formação de professores – permitindo a constituição de projetos
pedagógicos para esses cursos que sejam orientados à transformação da realidade
educacional brasileira. É importante salientar que a relação da Universidade com a
educação básica não está vinculada apenas aos cursos de Licenciatura, mas também ocorre
por meio de diversas ações desenvolvidas no âmbito do ensino, da pesquisa e da extensão.
Nesse sentido, a UFMG estabelece os princípios norteadores dos projetos
pedagógicos, para todos os cursos da Instituição, conforme listados a seguir:
I. A elaboração e implementação de propostas curriculares comprometidas
com a inserção regional e nacional dos egressos.
II. A flexibilidade curricular, embasada na ampliação do conceito de
atividade acadêmica e no entendimento do conceito de percurso para fins
de integralização curricular.
III. A consistência e qualidade dos projetos acadêmicos, propiciando aos
estudantes liberdade de acesso ao conhecimento, autonomia intelectual,
capacidade de aprendizagem continuada, atuação ética e formação
cidadã, em sintonia com as necessidades regionais e nacionais.
IV. A revitalização permanente dos currículos acadêmicos, ancorados em
avanços conceituais e metodológicos e em sintonia com as fronteiras do
conhecimento em cada campo.
V. A construção de ambiente acadêmico orientado à constituição da
cidadania cultural dos discentes, por meio de uma ampla oferta de
atividades acadêmicas curriculares que objetivem a constituição de
repertório de ferramentas de análise e de matrizes de interpretação dos
fenômenos da sociedade e da cultura.
70

VI. O permanente esforço de inovação metodológica no ensino, visando à


elevação da qualidade dos cursos.
VII. A inserção internacional de estudantes de Graduação e Pós-Graduação,
em especial em programas de mobilidade discente regidos pelo princípio
da reciprocidade.
VIII. O estímulo para que estudantes estrangeiros, sobretudo os residentes na
América do Sul, bem como aqueles oriundos dos países de língua
portuguesa realizem etapas de sua formação pós-graduada, Mestrado e
Doutorado, na UFMG.
IX. O estímulo ao desenvolvimento de projetos e programas inter e
transdisciplinares, com particular ênfase na disponibilização de
percursos curriculares com esse desenho tanto na Graduação quanto na
Pós-Graduação.
X. A integração permanente e efetiva entre os níveis de Graduação e de Pós-
Graduação, com a construção de percursos articulados que atravessem
esses níveis, e com a expansão de atividades que promovam a interação
entre estudantes dos dois níveis.
XI. A integração efetiva das atividades de pesquisa e extensão e dessas com as
atividades de ensino de Graduação e de Pós-Graduação, inclusive com a
criação de estruturas curriculares que visem ao incremento do
transbordamento destas para o ensino.
XII. A condução de processos avaliativos realimentadores do projeto
acadêmico institucional, como vetor indispensável à consecução de
níveis crescentemente qualificados de funcionamento dos cursos e
programas, bem como à prestação de contas à sociedade por parte da
Instituição.
XIII. O compromisso com o avanço qualitativo dos projetos pedagógicos da
educação básica e profissional, em particular com o aprofundamento das
questões conceituais e da experimentação didática.
XIV. A consolidação de programas em educação a distância como instrumento
de disseminação do acesso à formação superior qualificada.
XV. A promoção da educação digital, em sintonia com as transformações
digitais da sociedade contemporânea, contribuindo para o aprimoramento
dos processos de ensino-aprendizagem e novos perfis de egressos.
71

XVI. A expansão do número de programas de Mestrado Profissional, visando


conferir uma preparação em nível de Pós-Graduação orientada à
formação para o exercício profissional no contexto de uma sociedade em
que um crescente número de profissões requer uma maior intensidade de
conhecimento para o exercício de tarefas de maior complexidade.
XVII. A estruturação dos cursos de formação inicial e continuada de professores
para a educação básica com a previsão de ampla integração entre os
diferentes níveis de ensino, incluindo o planejamento e implementação
de programa abrangente de atividades formativas para os graduandos na
Unidade Especial de Educação Básica e Profissional da UFMG, bem como o
estabelecimento de parcerias de longo prazo com escolas das redes
públicas de educação básica, que envolvam as dimensões do ensino, da
pesquisa e da extensão.
XVIII. A construção de uma política de acesso, permanência e oportunidades,
baseada no princípio da equidade, bem como a construção de um
ambiente acadêmico inclusivo, capaz de acolher pessoas das mais
diversificadas origens socioculturais.
XIX. A promoção de políticas que deem especial atenção para prover os meios
acadêmicos necessários para viabilizar a formação de pessoas com
deficiências.
XX. A constituição de um ambiente universitário em que tenha primazia a
noção de solidariedade como elemento estruturante das relações entre
indivíduos.
XXI. O estabelecimento de políticas de combate a todas as manifestações de
opressão, preconceito e exclusão, assim como de mecanismos de apoio
para pessoas expostas a situações de sofrimento mental ou de violações
de direitos humanos.

Tais diretrizes buscam traduzir no cotidiano da Instituição o seu ideário


fundamental. Certamente que se trata de um processo sempre em vias de construção,
seja em virtude dos possíveis obstáculos que possam surgir, seja em virtude das
eventuais divergências entre as forças constitutivas da vida acadêmica num cenário,
como é o desta Universidade, caracterizado pela aposta permanente na liberdade de
expressão e no debate democratizado e academicamente qualificado. Não obstante, a
72

UFMG tem constituído, ao longo das décadas, um Projeto Pedagógico que lhe é
peculiar no cenário nacional e internacional, e que vem sendo bem-sucedido na
tarefa de formação de pessoas aptas a liderar processos de transformação em
diversos contextos da sociedade. Como continuidade dessa determinação
institucional, mantém-se o compromisso com a permanente experimentação de
novas fórmulas acadêmicas, sempre ancoradas no avanço do conhecimento e no
compartilhamento de saberes plurais, sempre visando ao aumento da relevância de
sua presença na sociedade.
Este Capítulo apresentou as linhas gerais do Projeto Pedagógico Institucional da
UFMG. Detalhes mais específicos são apresentados no Capítulo 3 – Políticas Acadêmicas
– que deve ser considerado parte integrante deste Projeto Pedagógico Institucional.
73

3 POLÍTICAS ACADÊMICAS

3.1 Ensino de Graduação

Bases Conceituais

O ensino de Graduação na UFMG visa conferir ao egresso uma formação


acadêmico-profissional com sólida fundamentação científica, tecnológica, artística e
humanística, que lhe proporcione autonomia intelectual, capacidade crítica e de
aprendizagem continuada, fornecendo-lhe a base para que desenvolva uma atuação
ética, em acordo com as necessidades da sociedade.
O aparato normativo interno à UFMG referente ao ensino de Graduação
encontra-se consolidado nas Normas Gerais de Graduação (NGG), aprovadas por meio
da Resolução Complementar Cepe № 01/2018, de 20 de fevereiro de 2018. De acordo
com essas normas, o ensino de Graduação será pautado por:
a) Articulação com a investigação científica, tecnológica, artística e cultural;
b) interação permanente com a realidade social, econômica, cultural e
ambiental do país e do mundo;
c) esforço permanente de atualização das áreas de conhecimento;
d) flexibilidade curricular que atenda tanto aos requisitos da formação específica,
quanto à necessidade de diversificação na aquisição do conhecimento;
e) integração entre os diversos cursos de Graduação, inclusive com a
constituição de estruturas formativas compartilhadas entre cursos ou
comuns a toda a Graduação na Instituição; e
f) integração com o ensino de Pós-Graduação.

Os cursos de Graduação da UFMG podem ser ofertados de acordo com os


seguintes formatos pedagógicos:
I. Ensino presencial, formato pedagógico no qual as atividades acadêmicas
curriculares são desenvolvidas predominantemente por encontros
presenciais dos estudantes com os professores responsáveis, em horários
e locais preestabelecidos.
II. Ensino a distância, formato pedagógico no qual a mediação didático-
pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre
74

predominantemente com a utilização de meios e tecnologias de informação


que conectam estudantes e professores geograficamente dispersos.
III. Ensino em alternância, formato pedagógico no qual as atividades
acadêmicas curriculares são desenvolvidas alternando períodos nos quais
as turmas encontram-se reunidas em um só local e a carga horária é
desenvolvida de forma concentrada e períodos nos quais as turmas das
atividades acadêmicas curriculares encontram-se geograficamente
dispersas junto a comunidades ou locais de trabalho externos à UFMG.

Cada curso de Graduação tem como referência um projeto pedagógico, que


articula seus fundamentos conceituais, estrutura curricular, regulamento e gestão,
descrição dos recursos necessários para funcionamento do curso. A Figura 1 mostra um
mapa conceitual, no qual são ilustradas as relações entre os diversos conceitos
relacionados à estrutura do ensino de Graduação na UFMG.

Figura 1 – Mapa conceitual sobre configuração curricular dos cursos de Graduação da UFMG

Fonte: Normas Gerais de Graduação, Prograd UFMG.


75

Em adição aos cursos ditos regulares, que preveem a seleção anual de novos
ingressantes, são também previstos os chamados cursos de oferta pontual, para os
quais cada oferta de vagas iniciais deve ser especificamente aprovada pelas instâncias
colegiadas. Esses cursos destinam-se a atender a demandas temporárias, podendo
também abrigar cursos de caráter experimental.
A Atividade Acadêmica Curricular (AAC) é o elemento básico constituinte dos
currículos dos cursos, pode ser dos seguintes tipos: i) disciplina; ii) projeto;
iii) programa; iv) estágio e v) evento. É prevista ainda a existência de estruturas
formativas, que são constituídas de um conjunto de AACs articuladas segundo um
projeto. Há dois tipos de estruturas formativas: tronco comum e formação
complementar. No primeiro caso, essas estruturas formativas são articuladas em
torno de eixos temáticos comuns a cursos de determinado campo do
conhecimento, que objetivam propiciar ambientes compartilhados de formação de
estudantes. Uma regulamentação complementar para esse tipo de estrutura
formativa foi aprovada por meio da Resolução Cepe № 06/2022, de 23 de
novembro de 2022. O segundo caso trata de estruturas disponíveis para estudantes
de cursos diversos, articuladas em torno de eixos temáticos, que propiciem a
aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes que caracterizem a
constituição de um campo de competências que extrapole o domínio tradi cional de
cada curso.
Os cursos de Graduação devem ter estrutura curricular constituída dos
seguintes núcleos:
I. núcleo específico, constituído pelos saberes característicos do curso,
contemplando a aquisição dos conhecimentos, habilidades e atitudes
necessários para o desenvolvimento das competências esperadas na área
de atuação do egresso;
II. núcleo complementar, constituído por conjuntos articulados de AACs que
propiciem ao estudante a aquisição de conhecimentos, habilidades e
atitudes em campos do conhecimento diferentes daqueles que são
característicos de seu curso;
III. núcleo geral, composto por AACs que abordem temas de amplo interesse,
orientadas para a formação intelectual, crítica e cidadã, em um sentido
amplo, e
76

IV. núcleo avançado, constituído por um conjunto de disciplinas integrantes de


currículos de cursos de Pós-Graduação às quais tenham acesso estudantes
do curso de Graduação, favorecendo a uma maior inserção dos graduandos
em atividades de pesquisa. Uma regulamentação complementar para
estabelecimento de diretrizes gerais para elaboração da estrutura curricular
dos cursos de Graduação foi aprovada por meio da Resolução Câmara de
Graduação do Cepe (CG) № 02/2019, de 03 de dezembro de 2019.

Deve-se mencionar que a integralização do núcleo complementar pode ocorrer


por meio da realização de uma estrutura formativa de formação complementar. Um
exemplo de estrutura formativa de formação complementar é a chamada formação
transversal, que consiste em um currículo de caráter transdisciplinar, tipicamente
abordando temas emergentes, disponibilizado para estudantes de todos os cursos de
Graduação. A regulamentação das formações transversais foi atualizada por meio da
Resolução Complementar Cepe № 01/2020, de 08 de outubro de 2020. De 2015 a 2024,
foram criadas 10 formações transversais: Saberes Tradicionais, Divulgação Científica,
Direitos Humanos, Relações Étnico-Raciais: História da África e Cultura Afro-Brasileira,
Culturas em Movimento e Processos Criativos, Direitos Humanos, Empreendedorismo e
Inovação, Gênero e Sexualidade: Perspectivas LGBTQIA+, Acessibilidade e Inclusão,
Estudos Internacionais, e Agricultura Familiar e Agroecologia, a mais recente delas, que
será ofertada pela primeira vez em 2024. Também é prevista a possibilidade da
formação complementar aberta, em que o próprio estudante, sob supervisão docente,
propõe a definição de um elenco de atividades acadêmicas curriculares, dentre aquelas
regularmente oferecidas na universidade, para compor uma formação que atenda a
objetivos específicos propostos pelo estudante.
É importante destacar que, em 2019, em atendimento à meta 12.7 do Plano
Nacional de Educação aprovado pela Lei № 13.005/2014, foi regulamentada a
Formação em Extensão Universitária (FEU), por meio da Resolução Cepe № 10/2019,
de 10 de outubro de 2019, a fim de garantir a oferta de um conjunto de AACs que
permitam a integralização de carga horária nos percursos curriculares dos cursos de
Graduação por meio da participação dos estudantes em atividades de extensão
universitária. A articulação do ensino de Graduação com a extensão visa promover o
diálogo e a troca de saberes entre sociedade e universidade e qualificar a formação dos
estudantes de Graduação.
77

O conceito de percurso curricular é outro elemento estruturante dos cursos de


Graduação na UFMG. Por percurso curricular entende-se uma possibilidade de formação,
prevista na estrutura curricular de um curso, propiciadora de diferentes trajetórias de
formação de estudantes e dotada de especificidade temática caracterizada por
determinados conhecimentos, habilidades e atitudes próprios ao perfil do egresso. Esse
conceito implica uma grande diversidade de possibilidades de formação que podem ser
acessadas pelos estudantes, incluindo a opção de cursar ou não uma formação
complementar, um núcleo de formação avançada ou de formação geral, sendo que cada
uma dessas opções se encontra disponível segundo diferentes recortes temáticos.
Com essa configuração, no ano de 2020, em decorrência da pandemia da covid-19, o
ensino de Graduação passou pelo maior desafio histórico em relação à garantia de sua
oferta. Mediante esse fenômeno que atingiu a população mundial, impedindo a interação
física, adotaram-se medidas emergenciais com a suspensão das atividades acadêmicas
presenciais e a distância por 5 meses. Nesse contexto, as aulas foram retomadas em agosto
de 2020 por meio de ensino mediado por tecnologias sob regime de ensino remoto
emergencial (ERE), seguido do ensino híbrido emergencial (EHE), quando
aproximadamente 70% dos 91 cursos de Graduação da UFMG ofertaram, em diferentes
proporções, atividades utilizando o formato integralmente presencial ou o formato que
integrava atividades remotas e presenciais. A partir de 2022, tais medidas emergenciais
foram revogadas e o calendário escolar voltou a ser concluído dentro dos limites do ano civil.
É importante mencionar ainda o Regime Acadêmico Especial para Permanência
(Raep) de estudantes de Graduação, dispositivo previsto nas NGG e cuja regulamentação
foi aprovada por meio da Resolução Cepe № 01/2023, de 20 de abril de 2023, que pode
ser concedido ao estudante que se encontrar em uma ou mais das seguintes condições,
permanentes ou transitórias, que comprometam, significativamente, a sua capacidade
de dar prosseguimento aos seus estudos no ritmo padrão previsto na proposta formativa
do curso de vínculo e manter a sua permanência qualificada na universidade:
deficiências, sofrimento mental, doença crônica ou prolongada, gestantes, guarda e
companhia de filhos menores de quatro anos, responsabilidade legal por cuidados a
pessoas doentes ou com deficiência, ou casos análogos. O Raep é um instrumento
acadêmico inédito entre as universidades brasileiras e se insere no conjunto de políticas
institucionais adotadas visando reafirmar seu compromisso com a excelência acadêmica
e também com a inclusão e a permanência de grupos mais vulneráveis ou que precisam
de suporte em razão de condições específicas.
78

3.1.1 Histórico

O ensino de Graduação da UFMG tem passado por significativas mudanças ao


longo do século XXI, balizadas por diretrizes que buscaram promover a sua expansão
em simultâneo com outros objetivos destinados a assegurar a inclusão de estratos
sociais mais amplos, a melhoria continuada das práticas acadêmicas e a maior
mobilidade nacional e internacional dos estudantes. Esse conjunto combinado de
iniciativas e orientações vem reconfigurando a universidade e, ao mesmo tempo,
fixando perspectivas renovadas de transformações, coerentemente com as exigências,
demandas e expectativas de desenvolvimento da sociedade brasileira.
As alterações mais evidentes dizem respeito à ampliação de vagas e de cursos
que conduziram a UFMG de um total de 52 opções de entrada em cursos,
correspondendo a 4167 vagas iniciais anuais, em 2000, para um total de 101 opções de
ingresso, com 6740 vagas para ingressantes em 2023. Alguns cursos de Graduação têm
oferta nos turnos diurno e noturno, ao passo que outros têm ingresso comum por meio
de Área Básica de Ingresso (ABI) no processo seletivo. A Tabela 33 do Apêndice A mostra
a evolução do número de vagas nos cursos nesse período, ao passo que a Tabela 3, deste
capítulo, ilustra a evolução histórica da expansão da Graduação na UFMG desde a
criação do curso de Direito em 1892. Desde 2019, o ensino de Graduação é constituído
por 91 cursos de Graduação, incluindo 6430 vagas em 83 cursos presenciais oferecidos
em Belo Horizonte, 240 vagas em 6 cursos oferecidos em Montes Claros, e mais 70
vagas em cursos oferecidos em 2 cursos no formato de alternância.
Embora o processo de criação de cursos e de vagas tenha operado
continuamente ao longo da maior parte desse período, deve-se destacar o momento
da implementação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão
das Universidades Federais (Reuni), instituído pelo governo federal por intermédio
do Decreto № 6.096, de 24 de abril de 2007, que subsidiou a criação de 31 novas
opções de ingresso em cursos e um aumento de 44% na oferta de vagas iniciais
entre 2008 e 2012. A partir de 2019, a UFMG passou a ofertar o curso de Licenciatura

em Letras-Libras. A Figura 2 mostra a evolução do número de vagas oferecidas


anualmente nos cursos de Graduação presenciais e em alternância, de 2000 a 2024.
Em outubro de 2023, o Conselho Universitário aprovou a criação de três novos
cursos de Graduação para oferta a partir de 2024: Arqueologia, Engenharia de
Materiais e Ciência de Dados, sendo os dois primeiros articulados, por meio de
estrutura formativa de tronco comum com ingresso único no processo seletivo,
79

com os cursos de Antropologia e Engenharia Metalúrgica respectivamente. Assim, a


UFMG passará a ofertar regularmente 94 cursos de Graduação: 75 bacharelados, 18
licenciaturas e 1 superior de tecnologia. A criação desses 3 cursos resultou em
acréscimo no número de vagas novas ofertadas anualmente pela Instituição, que
passará a oferecer 6.763 vagas novas, a partir de 2024. É importante destacar que os
94 cursos de Graduação são computados de acordo com definição estabelecida pela
Portaria MEC № 21/2017, 21 de dezembro de 2017, que estabelece que cada curso
presencial de uma instituição de ensino é caracterizado por: i) nome ou
denominação do curso; ii) grau concedido (Bacharelado, Licenciatura ou Superior
de Tecnologia), e iii) cidade da oferta.
Até 1998, todos os cursos de Graduação da UFMG eram ofertados na cidade de
Belo Horizonte. A partir de 1999, o curso de Agronomia passou a ser o primeiro curso
regular de Graduação ofertado fora de Belo Horizonte. A expansão do ensino de
Graduação na cidade de Montes Claros continuou com o início das atividades do curso
de Zootecnia em 2005, e a partir de 2009, no âmbito do Reuni, outros quatro cursos de
Graduação iniciaram a oferta, totalizando, desde então, as 240 vagas iniciais
ofertadas no Instituto de Ciências Agrárias (campus Montes Claros), com ingresso no
primeiro semestre de cada ano.

Tabela 3 – Número de novos cursos ou turnos de funcionamento por período de 1892 a 2012

Total de cursos ou turnos de


Referência Período
funcionamento criados no período

Antes da reforma universitária 1892-1966 33

Expansão na década de 1970 1971-1980 7

Abertura de cursos de Licenciatura


1990-1994 6
no turno noturno na década de 1990

Expansão após Plano real 1998-2006 17

Expansão pelo Reuni 2008-2012 31

Expansão pós-Reuni 2019-2023 4

Fonte: Pró-Reitoria de Graduação da UFMG.


80

Figura 2 – Número de vagas iniciais ofertadas anualmente por meio de cursos de Graduação
presenciais e em alternância

Fonte: Pró-Reitoria de Graduação da UFMG.

A expansão estrutural da capacidade de atendimento da Graduação da UFMG não


negligenciou aspectos inclusivos e abarcadores, sendo pautada por parâmetros e
objetivos destinados a incorporar estratos sociais historicamente marginalizados e que
por razões socioeconômicas se defrontam com maiores dificuldades de acesso e de
permanência no ensino superior. Assim, diversas iniciativas vieram a ser implementadas
com a finalidade de democratizar e tornar a Universidade cada vez mais abrangente e
aberta aos diferentes segmentos da sociedade. Um procedimento adotado foi o de
fundamentar o crescimento prioritariamente na abertura de cursos noturnos, que até o
início da década passada eram pouco expressivos e tinham pequena participação no total
de vagas existentes na UFMG. Das 2.101 vagas pactuadas no bojo do Reuni, 1.455 (69% do
total) foram originadas em cursos noturnos. É possível inferir, a partir das Figuras 2 e 3
que, aproximadamente, 1 de cada 3 ingressantes é estudante do noturno.

Figura 3 – Número de vagas iniciais ofertadas anualmente por meio de cursos de Graduação
presenciais no turno noturno

Fonte: Pró-Reitoria de Graduação da UFMG.


81

Uma estratégia inclusiva mais incisiva foi adotada pela Universidade em 2009,
com a implementação do sistema de bônus nos processos seletivos, pelo qual eram
acrescidos 10% na pontuação final dos candidatos que tivessem cursado pelo menos três
anos do ensino médio e os últimos quatro anos do ensino fundamental em escola pública.
Para os candidatos desse mesmo grupo que se autodeclaravam pretos ou pardos, era
somado mais um percentual de 5%, perfazendo um bônus total de 15%. Durante a
vigência desse programa autônomo de bonificação inclusiva, o perfil do corpo discente
veio se alterando, com uma participação crescente de estudantes egressos da rede pública

de ensino, de menor renda e de cor preta ou parda. Em 20084, por exemplo, pouco mais
de um terço dos candidatos aprovados (33,6%) cursou o ensino médico em escola
pública, ao passo que no vestibular de 2012, esse percentual já havia atingido 48,9%.
Ainda em 2008, 26,7% dos ingressantes se declaravam pretos ou pardos, tendo essa
proporção passada para 46,9% em 2012. No que diz respeito à renda familiar, em 2008,
um total de 29,8% dos ingressantes eram oriundos de famílias com renda familiar até
cinco salários mínimos, enquanto em 2012 tal proporção atingia 48,5% dos ingressantes.
A partir de 2013, entrou em vigor a Lei № 12.711, de 29 de agosto de 2012,
conhecida como Lei de Cotas, que passou a, gradualmente, garantir a reserva de 50%
das matrículas por curso e por turno nas universidades federais e institutos federais
de educação a estudantes oriundos integralmente do ensino médio público. As vagas
reservadas inicialmente se distribuíam da seguinte forma: i) 50% para estudantes de
escolas públicas com renda familiar bruta igual ou inferior a 1,5 salário mínimo per capita,
e ii) 50% para estudantes de escolas públicas, sem restrição quanto à renda familiar.
Em ambos os casos, é levado em conta percentual mínimo correspondente à soma de
pretos, pardos e indígenas no estado, de acordo com o recenseamento demográfico
mais recente efetuado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A
implantação do novo sistema ocorreu de forma progressiva: no ano letivo de 2013, a
UFMG reservou 13,67% das vagas disponíveis, fração que cresceu até alcançar, a partir
de 2015, metade das vagas totais ofertadas anualmente pela UFMG. Em 2017, a Lei de
Cotas foi alterada passando a prever que, a partir de 2018, cada uma das quatro
modalidades de cotas seria ainda subdividida de maneira a prever vagas reservadas
para pessoas com deficiência, na proporção desse grupo na população do estado,
ampliando de quatro para oito o número de modalidades de reserva de vagas. A partir
da aplicação da Lei de Cotas, observam-se as seguintes mudanças no perfil dos

4
https://www.ufmg.br/prograd/relatorios-sobre-o-perfil-dos-estudantes-de-graduacao-da-ufmg/
82

ingressantes de 2012 a 2022: a proporção de pessoas com renda familiar mensal até
cinco salários mínimos subiu de 48,5% para 58%; a proporção de ingressantes que
cursaram o ensino médio integralmente em escolas públicas subiu de 47,1% para
56,33%. A proporção de pessoas que se declaravam pretas ou pardas manteve-se
essencialmente constante até 2018, variando de 46,9% dos ingressantes em 2012 para
47,3% dos ingressantes em 2018. No entanto, no período de 2019 a 2022, ao mesmo
tempo em que se observou o decréscimo na proporção de autodeclarados pardos e
daqueles que não desejaram declarar sua cor ou raça, acompanhou-se um aumento na
proporção de ingressantes brancos. Por sua vez, o percentual de autodeclarados
pretos apresentou elevação em 2019, chegando a aproximadamente 11% dos
ingressantes, mantendo-se estável desde então. Somados os pretos e pardos, no ano
de 2022, o percentual de autodeclarados negros foi de 39,69%, percentual 13%
superior ao observado em 2008, ou seja, antes do início das políticas com recorte
racial na UFMG. Cabe destacar que em 2018 e 2019 houve a implementação de
mecanismos de controle e acompanhamento das políticas de ações afirmativas,
especialmente as cartas consubstanciadas e as bancas de heteroidentificação.
Tendo em vista a implementação da reserva de vagas para pessoas com
deficiência, também foi observado, nos últimos 5 anos, um aumento significativo no
número de ingressantes com deficiência. De acordo com dados informados pelo Núcleo
de Acessibilidade e Inclusão da UFMG (NAI), em 2017, ingressaram na UFMG 50
estudantes com deficiência. Em 2022, esse número chegou a 128 ingressantes. No
entanto, esses dados podem subestimar a população real de estudantes com deficiência
na universidade, considerando que a obtenção da informação depende da autodeclaração.
Deve-se notar que, embora a Lei de Cotas preveja a reserva de vagas para
pessoas autodeclaradas pretos, pardos ou indígenas, a proporção de indígenas
aprovados, após a vigência dessa lei até decaiu, tendo passado de 0,28% em 2008 para
0,06% em 2018 e 0,03% em 2022, excluindo-se dessa análise o efeito da criação do
curso de Formação Intercultural de Educadores Indígenas (Fiei) e do programa de vagas
adicionais para estudantes indígenas. A observação da dificuldade do acesso dos povos
indígenas à educação superior motivou a UFMG a adotar, a partir de 2009, uma política
específica de criação de vagas adicionais para indígenas em alguns cursos de Graduação
de maior interesse para esses povos. Nesses cursos, passou a haver o ingresso de um ou
dois estudantes indígenas por ano, selecionados por meio de processo seletivo
específico, inicialmente em caráter experimental. Esse programa de vagas adicionais
83

para indígenas foi transformado em programa permanente a partir de 2017. A partir de


2020, o número de vagas anuais desse programa foi ampliado para 20. É importante
ainda mencionar outros dois programas institucionais de vagas adicionais da UFMG.
Primeiramente, tem-se o Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G),
como um instrumento de cooperação educacional, científica e tecnológica entre o
governo brasileiro e outros países e que é regido pelo Decreto № 7.948/2013 e
coordenado pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) e pelo Ministério da
Educação (MEC). Além disso, a Resolução Cepe № 07/2019, de 11 de junho de 2019,
regulamenta o provimento de, no mínimo, uma vaga adicional, em cada curso de
Graduação, para refugiados, asilados políticos, apátridas, portadores de visto
temporário de acolhida humanitária, portadores de autorização de residência para fins
de acolhida humanitária e outros imigrantes beneficiários de políticas humanitárias do
governo brasileiro.
Em 2023, a Lei de Cotas foi revisada, prevendo, dentre outros aprimoramentos, a
reserva de vagas para quilombolas e a redução de um e meio para um salário mínimo
como renda bruta per capita máxima para as modalidades de cotas sociais.

Tabela 4 – Distribuição das vagas iniciais ofertadas em 2024 por meio de cursos de Graduação
presenciais e em alternância de acordo com turno de oferta, grau acadêmico e processo seletivo
de ingresso

Total de Opções de
Vagas Percentual
cursos ingresso

Total Vagas iniciais na Graduação por ano 6763 - 94 120

Vagas no Noturno 2365 35,0% 40 -


Turno de
oferta
Vagas no Diurno 4398 65,0% 73 -

Vagas em Bacharelado 5448 80,6% 75 -


Grau
Vagas em Licenciatura 1235 18,3% 18 -
acadêmico
Vagas em Superior de Tecnologia 80 1,2% 1 -

SiSU 6332 93,6% 82 92

Processo Vestibular Habilidades 331 4,9% 9 25


seletivo de
vagas iniciais Processos seletivos específicos para
3 cursos de Licenciatura (Lecampo, 100 1,6% 3 3
Fiei e Letras-Libras)

Fonte: Pró-Reitoria de Graduação da UFMG.


84

Até 1969, as diferentes unidades acadêmicas da UFMG preparavam seus


próprios processos seletivos para ingresso nos cursos de Graduação. Em 1970, a
administração central da UFMG assumiu a responsabilidade de organizar a seleção
de todos os seus ingressantes por meio do vestibular. Inicialmente, tratava-se de um
processo constituído de oito provas, sendo os candidatos classificados pelo número
total de pontos, obtidos nestas provas. A partir de 1978 e até 2010, o vestibular
passou a se organizar em duas etapas. A primeira com questões de múltipla escolha
cobrando os conhecimentos fundamentais dos candidatos a todos os cursos e a
segunda etapa, para a qual apenas uma parcela dos candidatos era classificada, era
constituída de questões dissertativas mais avançadas, segundo disciplinas
específicas indicadas por curso. Nesta organização, havia ainda uma prova de
redação obrigatória para todos os candidatos e que consistia na produção de textos
de vários tipos: narrativos, dissertativos, descritivos. Em 2011, 2012 e 2013 a
primeira etapa foi substituída pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A
partir de 2014, um ano após a entrada em vigor da Lei de Cotas, a UFMG substituiu
seu vestibular pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU), do Ministério da Educação,
para oferta de 93,6% das vagas iniciais, conforme indica a Tabela 4. As notas dos
estudantes na redação e nas quatro provas do Enem - Matemática, Linguagens,
Ciências Humanas e Ciências da Natureza - são somadas, obtendo-se o escore geral,
que é usado para a ordenação dos estudantes. Com exceção de nove cursos da área de
Artes, que fazem uso de um vestibular próprio com provas de habilidades
específicas, e dos cursos de Licenciatura em Educação do Campo (Lecampo), de
Formação Intercultural de Educadores Indígenas (Fiei) e de Licenciatura em Letras-
Libras, que contam com processos seletivos próprios, os demais cursos de
Graduação da UFMG têm o SiSU como única forma de acesso, conforme detalhado na
Tabela 4. Em junho de 2023, o Cepe aprovou um cronograma e diretrizes para
discussão de uma proposta de implantação de um processo seletivo seriado para
ingresso na Graduação da UFMG como uma forma alternativa de seleção, que
conviva com a modalidade que utiliza o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o
Sistema de Seleção Unificada (SiSU)5.
As medidas inclusivas adotadas e a expansão do ensino de Graduação têm sido
acompanhadas pelo concomitante aprimoramento contínuo das práticas acadêmicas

5
https://ufmg.br/comunicacao/noticias/ufmg-abre-discussoes-de-avaliacao-dos-processos-seletivos-
para-a-graduacao
85

aplicadas pela Universidade, como atesta o desempenho obtido nas sucessivas

avaliações realizadas sob a ótica do Índice Geral de Cursos (IGC) e do Conceito


Preliminar de Curso (CPC), que abrangem, entre outros elementos, as notas
auferidas no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). Desde 2007,
quando o indicador IGC foi criado, a UFMG atinge o valor máximo, 5, dentre os
valores de 1 a 5 possíveis. Em 2020 e 2021, a UFMG atingiu o maior valor de IGC
contínuo dentre todas as universidades federais do país. A Tabela 5 mostra a
evolução desse indicador da UFMG nos últimos 11 anos, que indica uma tendência de
elevação ao longo dos anos.

Tabela 5 – Evolução do indicador de IGC contínuo da UFMG

Ano 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

IGC 4,141 4,100 4,137 4,190 4,208 4,226 4,228 4,250 4,302 - 4,368 4,417

Fonte: Inep/MEC.

Nota Explicativa:
Em 2020, não houve edição do Enade, em decorrência da pandemia, e, consequentemente, o IGC não foi
divulgado.

O efetivo resultado do esforço institucional empenhado no ensino de


Graduação só se concretiza com a conclusão do curso pelos estudantes. O número de
concluintes dos cursos presenciais de Graduação, de 2000 a 2022, por curso, é
apresentado na Tabela 36 (Apêndice A). A evolução do total de concluintes dos cursos

presenciais da UFMG nesse período é mostrada na Figura 4. O número de egressos


teve incremento ano a ano, entre 2003 e 2009, e sofreu uma queda entre 2010 e 2013.
De 2014 a 2018, o total de egressos voltou a crescer em função das novas vagas
criadas a partir da expansão do Reuni. Em 2018, a proporção do número de
formandos em relação ao número de ingressantes atingiu 76% o que, ainda que
represente índice significativamente superior à média nacional, aponta para a
necessidade de esforços para o crescimento de tal proporção nos próximos anos. Em
2019 e 2020, observa-se diminuição significativa no número de concluintes. Vale
destacar que, em 2014 e 2015, a UFMG participou das duas edições anuais do SiSU e
cerca de 18% dos ingressantes desses dois anos evadiram de seus cursos ainda no
primeiro ano, contribuindo para redução no número de concluintes em 2019 e 2020.
De 2020 a 2022, com atenção especial para 2020, deve ser considerado ainda o
impacto da pandemia de covid-19.
86

Figura 4 – Total de concluintes dos cursos presenciais de Graduação da UFMG, de 2003 a 2022

5500
5000
4500
4000
3500
3000 Noturno
2500
Diurno
2000
1500 TOTAL
1000
500
0

2020
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019

2021
2022
Fonte: Pró-Reitoria de Graduação da UFMG.

Examinando o número de concluintes apenas nos cursos noturnos, nota-se


um padrão um pouco diferente, conforme pode ser observado na Figura 4. Também
se verifica um aumento contínuo do número de egressos, com um decrescimento
desse número apenas em 2011 e, depois, a partir de 2019. No entanto, a taxa de
crescimento do número de egressos no turno noturno é significativamente maior:
deve-se notar que o turno noturno responde pela quase totalidade do crescimento
total do número de egressos. O detalhamento do número de egressos dos cursos
noturnos entre 2000 e 2022, por curso, é apresentado na Tabela 37 (Apêndice A).
Finalmente, é importante destacar que, para além dos instrumentos de
avaliação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes),
coordenados e supervisionados pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação
Superior (Conaes) e acompanhados internamente pela Diretoria de Avaliação
Institucional (DAI), o ensino de Graduação da UFMG conta, desde 2014, com o
Setor de Estatística da Prograd que, anualmente, produz relatórios estatísticos
sobre o perfil socioeconômico e desempenho no processo seletivo dos
ingressantes, o desempenho acadêmico dos estudantes, por curso de Graduação, a
retenção e a evasão nos cursos de Graduação, e o acompanhamento dos programas
de ações afirmativas da instituição. Essas análises têm orientado decisões
estratégicas na expansão do ensino de Graduação e na reformulação dos projetos
pedagógicos dos cursos.
87

3.1.2 Programas Acadêmicos para Ensino de Graduação

3.1.2.1 Programas de Bolsas Acadêmicas

A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) conduz programas de bolsas acadêmicas


destinadas a estudantes de Graduação, com a participação de estudantes da Pós-
Graduação por meio da criação de equipes didáticas, que têm contemplado, a cada ano,
cerca de 1000 bolsistas, o que corresponde a cerca de 3% do alunato de Graduação da
UFMG. Estes programas institucionais articulam ações tanto no ensino de Graduação
quanto no ensino básico e técnico de nível médio.
Durante os anos de 2018 e 2019, esses programas de bolsas passaram por um
processo minucioso de avaliação, com o objetivo de qualificá-los e instrumentalizá-los
para atender às constantes e dinâmicas mudanças da realidade dos cursos de
Graduação. Esta avaliação contou com a participação de diversos docentes e discentes
da universidade que utilizaram um método misto, quantitativo e qualitativo, para
proceder com essa análise. Os docentes passaram por um processo de formação
oferecido pela Diretoria de Inovação e Metodologias de Ensino (Giz) e acompanhado
pela Diretoria de Mobilidade, Estágios e Bolsas (Dmeb), momento oportunizado para o
aprofundamento na técnica de desenvolvimento de um projeto de ensino de forma
crítica e construtiva.
Em 2020 foi instituído, pela Resolução CG № 6/2020, de 25 de setembro de
2020, o Comitê Assessor da Câmara de Graduação (Comitê 21), composto por
representantes das 20 Unidades Acadêmicas e pela Unidade Especial de Educação
Básica e Profissional (Ebap) da UFMG. Tal comitê presta assessoria à Câmara de
Graduação na formulação de políticas de ensino de Graduação e avalia e qualifica as
ações da Prograd, incluindo os programas de bolsas acadêmicas. Nesse processo,
pretende-se aumentar o estímulo ao desenvolvimento de projetos inovadores e
contextualizados, e assegurar a publicação de editais integrados à política de ações
afirmativas da UFMG. Para atingir esses objetivos, em 2021, a Câmara de Graduação
aprovou as Diretrizes para Projetos de Ensino-Aprendizagem nos Cursos de
Graduação na UFMG.
Os programas de bolsas da Prograd são regidos pelas Normas e Procedimentos
Gerais de Bolsas, as quais estão em processo de revisão a ser consolidado no ano de
2024. Os programas atuais têm distribuição de bolsas por meio de editais e são
constituídos pelas seguintes modalidades:
88

• Programa de Monitoria de Graduação (PMG) – tem por finalidade iniciar


o estudante de Graduação nas atividades de docência no ensino superior,
com a participação de estudantes de Pós-Graduação, envolvendo-o nos
processos de elaboração e desenvolvimento de planos de ensinos, bem
como apoiar os professores em seus planejamentos didáticos. Foi criado
ainda em 1959 e foi reformulado em 2020.

• Programa Para o Desenvolvimento do Ensino de Graduação (Pdeg) –


busca promover a qualidade e a inovação do processo de ensino-
aprendizagem-avaliação nos projetos pedagógicos dos cursos de
Graduação da UFMG por meio da utilização de estratégias pedagógicas e
ou ações para a redução da retenção e da evasão e para implementação do
regime acadêmico especial para permanência. Trata-se de um programa
implementado em 2020, durante a pandemia da covid-19, como uma das
respostas da instituição à necessidade de qualificar o Ensino Remoto
Emergencial (ERE). Em função dos resultados positivos, permaneceu
entre os programas de fomento da Prograd.

• Programa de Imersão à Docência na Escola Básica (PID) – oferece


bolsas acadêmicas especificamente destinadas a estudantes de cursos
de Licenciatura, que prevê atividades para esses estudantes na escola
de ensino fundamental da UFMG, o Centro Pedagógico. Tem por
objetivo promover uma iniciação dos estudantes à docência na
educação básica, ao mesmo tempo em que esses apoiam as atividades
dos docentes nesta escola.

• Programa de Monitoria do Ensino Técnico (Pmet) - é um programa


conduzido no Colégio Técnico da UFMG (Coltec) cujo objetivo é o
desenvolvimento de tecnologias e metodologias ativas de ensino para a
melhoria das disciplinas oferecidas pela instituição.

É importante destacar o Programa de Inovação e Metodologias de Ensino


(Pime), desenvolvido pela Diretoria de Inovação de Metodologias de Ensino (Giz),
que atua na formação de estudantes de Graduação e Pós-Graduação no contexto de
ações institucionais voltadas para docência do ensino superior. Os estudantes
vinculados participam de processo formativo, indissociável da organização do
trabalho, com o objetivo de desenvolver uma rede de práticas educativas, flexíveis e
89

personalizadas, de diferentes áreas do conhecimento e comprometidas com a


melhoria do ensino de Graduação.
Deve-se mencionar ainda que existem outras modalidades de bolsas
relacionadas a atividades de ensino de Graduação que contemplam expressivo número
de estudantes da UFMG cujo financiamento é feito diretamente por órgãos
governamentais e a gestão é realizada pela Prograd:

• Programa de Educação Tutorial (PET), da Secretaria de Educação Superior


do Ministério da Educação;

• Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e


Residência Pedagógica (RP), ambos da Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (Capes);

• Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde, da


Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) do
Ministério da Saúde.

3.1.2.2 Estágio Curricular

O estágio curricular, obrigatório ou não, configura-se como vivência


profissional complementar que se deve realizar sob a responsabilidade de um
profissional supervisor no campo de estágio e um professor orientador da UFMG. Para
sua realização, é necessária a celebração de instrumentos jurídicos específicos,
devidamente regulamentados em portarias do reitor, assim como a aprovação de um
plano de trabalho pelo orientador e pelo supervisor, o qual deve constar no sistema de

registro de atividades acadêmicas da UFMG. A Dmeb é a diretoria responsável pela


celebração de convênios que preveem a realização de estágios por estudantes de cursos
sediados em distintas Unidades Acadêmicas da UFMG. Por ano, em média, são
celebrados até trinta convênios.
O início da atividade de estágio é precedido de termo de compromisso, assinado
entre o estudante e o campo de estágio, com a interveniência da UFMG, de modo a se
configurar a inexistência de vínculo empregatício entre as partes. Ao final do estágio,
o estudante deve entregar um relatório final avaliado, pelo supervisor no campo de
estágio e pelo professor orientador. As atividades de estágio devem constar da
proposta pedagógica do curso em que se insere, com a respectiva especificação da
carga horária e da instância responsável pelo seu acompanhamento, e implicar uma
jornada semanal compatível com seu projeto curricular.
90

Embora bem estabelecida, observa-se a necessidade da revisão da


regulamentação interna de estágio, a fim de incorporar as modificações que
ocorreram no mundo do trabalho, sobretudo depois do contexto pandêmico,
favorecendo a qualidade e adequação do processo de aprendizagem em meio a estas
transformações. Além disso, fazem-se necessários o levantamento de dados referente
ao perfil dos campos de estágios e dos estudantes que fazem estágio curricular não
obrigatório e a sistematização geral de dados relativos aos estágios realizados por
nossos estudantes.
Em termos de campos para a realização de estágio obrigatório, destacam-se as
ações junto à Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, à Fundação Hospitalar
de Minas Gerais (Fhemig), ao Hospital das Clínicas da UFMG e ao Hospital Risoleta
Tolentino Neves, de forma a fortalecer as parcerias, a integração ensino-serviço e o
compromisso didático pedagógico a que se propõem os estágios da área das Ciências
da Saúde para a formação profissional. Objetiva-se ainda o fortalecimento de
parcerias com as secretarias estadual e municipais, especialmente das cidades da
região metropolitana de Belo Horizonte e de Montes Claros, para realização de
atividades de estágio, pelos estudantes dos cursos de Licenciatura, nas escolas
públicas da educação básica.

3.1.2.3 Mobilidade Acadêmica

A UFMG oferece aos estudantes de Graduação a possibilidade de realização de


estudos tanto em instituições estrangeiras, por meio de convênios celebrados por
meio da Diretoria de Relações Internacionais (DRI), quanto em outras instituições
federais de ensino superior no Brasil, por meio do Programa da Associação Nacional
dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) de Mobilidade
Acadêmica (PMA), o qual é gerido pela Dmeb. Além disso, também é realizado o
programa de mobilidade intercampi que oferece subsídios para os estudantes
matriculados em cursos dos campi de Belo Horizonte desenvolverem atividades
acadêmicas curriculares ofertadas no campus Montes Claros e vice-versa.
A UFMG tem programas de auxílio financeiro, regulamentados por meio de
edital, para estudantes de Graduação que desejam participar de atividades de
mobilidade acadêmica, nacional ou internacional.
91

3.1.2.4 Apoio a Laboratórios de Ensino de Graduação

Em 2018, a Prograd publicou a primeira chamada do Programa de Apoio a

Projetos Estruturantes de Laboratórios para o Ensino de Graduação (Paleg), com o


objetivo selecionar propostas com potencial para gerar inovações no ensino e com
capacidade para atender estudantes de vários cursos. O Paleg integra uma política
orientada pelo princípio da flexibilização curricular, pelo respeito à diversidade das
áreas, buscando a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade. Após apoiar mais de
vinte propostas na primeira edição, a Prograd lançou uma segunda chamada em 2021,
quando foram selecionadas outras treze propostas.
Ao longo de 2021, a Prograd realizou um levantamento junto aos Departamentos
Acadêmicos da estrutura de laboratórios de ensino de Graduação da instituição. O
levantamento reúne informações de 74 dos 96 departamentos da UFMG e agrega 330
laboratórios de ensino da Graduação na UFMG, nos quais são ofertadas 814 atividades
acadêmicas curriculares. Desse total, 51% são da área de Ciências da Vida, 27%, de
Humanidades, e 23%, de Ciências da Natureza. As cinco unidades acadêmicas (de total
de 20) que informaram reunir o maior número de laboratórios – 60% do total – são a
Escola de Engenharia, o Instituto de Ciências Agrárias, a Escola de Belas Artes, o
Instituto de Ciências Biológicas e a Faculdade de Farmácia.
Em 2023, uma nova chamada foi publicada, a partir da qual dezesseis propostas
foram selecionadas, considerando, no julgamento, a proporção de laboratórios de
ensino de Graduação, por Unidade Acadêmica, registrados por meio da consulta
realizada pela Prograd em 2021. Assim, mais que atender a uma necessidade de
atualização da infraestrutura dos laboratórios de ensino, o Paleg tem se concretizado
como uma política institucional relevante para inovação no ensino de Graduação.

3.1.2.5 Formação e Assessorias Pedagógicos para o Ensino na Educação Superior

A Diretoria de Inovação e Metodologias de Ensino (Giz) foi criada em 2008, no


contexto do programa Reuni, com o objetivo de aprimorar as práticas de ensino na
Graduação. No início, apoiou a implantação dos cursos criados no âmbito daquele
programa, com o assessoramento para a elaboração das novas propostas
curriculares. Desde então, em seus 15 anos de existência, a diretoria passou por
diversas mudanças e reorientação de equipe e de ações e, atualmente tem como meta
ser uma instância articuladora de formação continuada para os docentes da UFMG
92

de modo a favorecer a melhoria da qualidade do ensino e o reconhecimento da


diversidade presente na universidade.
O Giz tem se caracterizado como um espaço de formação pedagógica da
comunidade acadêmica da UFMG constituído por uma equipe multidisciplinar:
estudantes da Graduação e da Pós-Graduação, técnicos em assuntos educacionais,
professores e membros do coletivo universitário em geral. Essa equipe atua na
construção e colaboração das seguintes ações estruturantes: as assessorias
pedagógicas; o Laboratório de Formação em Docências do Ensino Superior
(LabDocências) para formação continuada de professores para o magistério superior; a
Revista Docência do Ensino Superior (RDES); além das ações interinstitucionais e
integrativas como o Congresso de Inovação e Metodologias (CIM) e os Seminários
Integração Docente. Propõe, portanto, constituir uma rede de práticas educativas,
flexíveis e personalizadas de diferentes áreas do conhecimento.

No âmbito das ações estruturantes, as assessorias pedagógicas que o Giz oferece


são voltadas para grupos de professores efetivos da UFMG e coordenações de
Colegiados de cursos de Graduação. O propósito das assessorias é oferecer apoio
pedagógico contextualizado e situado para questões relacionadas aos cursos de
Graduação, tais como: reformulação de projetos pedagógicos; apoio na elaboração de
recursos educacionais (materiais didáticos, vídeos, objetos de aprendizagem, roteiros, e
materiais para ambiente virtual); apoio e acompanhamento na elaboração de
instrumentos de avaliação de disciplinas, projetos pedagógicos de cursos, e propostas
transversais; apoio na montagem de ambientes virtuais de aprendizagem voltados para
promoção de educação convergente (presencial e a distância); apoio na oferta de cursos
de formação de professores nas Unidades.
Por meio do LabDocências, estruturado de 2019 a 2021, a partir da experiência com
os Percursos Formativos em Docência do Ensino Superior, ação desenvolvida pelo Giz
desde 2010, tem-se por objetivo oferecer apoio acadêmico para o desenvolvimento
político-pedagógico de processos que compreendam a concepção, o planejamento, a
implementação, a avaliação e a reformulação de percursos formativos docentes e
discentes, com vistas a ampliar as estratégias de mediação da aprendizagem e a colaborar
para a constituição de uma rede de compartilhamento de experiências educacionais no
âmbito da universidade. Com essa finalidade, o LabDocências busca promover uma
práxis pedagógica institucional, mediante ações formativas e assessoria pedagógica
universitária, que abrange as seguintes temáticas: planejamento educacional,
93

metodologias e projetos de ensino-aprendizagem setoriais e intersetoriais, educação e


tecnologia, avaliação, acessibilidade e inclusão. Trata-se de um laboratório que visa
potencializar a ação docente por meio de “bons encontros”, favorecendo a experimentação
didático-metodológica, discussões teórico-analíticas e o compartilhamento de saberes
relacionados aos processos de ensino-aprendizagem na criação e promoção de
experiências educativas contextualizadas e socialmente referenciadas.
Ainda, como ação estruturante, a Revista Docência do Ensino Superior, editada
pelo Giz, é um periódico científico online de acesso aberto, na modalidade de publicação
contínua em que são publicados textos originais, com resultados de pesquisa, ensaios
ou relatos de experiência sobre as atividades docentes de ensino superior, nas
diferentes áreas do conhecimento. Também são aceitos resumos de teses e
dissertações, entrevistas e resenhas. Na avaliação 2017-2020 do Qualis Periódicos da
Capes, a revista foi classificada no estrato A4.
Lançado oficialmente em junho de 2020, no contexto de pandemia da covid, o
programa Integração Docente passou a fazer parte da agenda da UFMG como espaço
para o fortalecimento e discussão sobre as práticas de ensino, indo além do Ensino
Remoto Emergencial. O objetivo é que sejam instituídos, em cada período letivo,
momentos para fortalecermos a cultura de autoavaliação, planejamento e trabalho
coletivo no cotidiano das unidades, articulando professores, estudantes e técnicos-
administrativos em educação nas estruturas já existentes – Departamento, Colegiado,
Núcleo Docente Estruturante (NDE) e outros setores – ou criando outras organizações
que sejam potenciais para o aprimoramento do ensino de Graduação. A expectativa é
que essa iniciativa permaneça nos calendários dos próximos anos, constituindo-se em
um espaço-tempo marcado para o ensino. Essa agenda demarca uma força coletiva e
simbólica de valorização dos sujeitos e práticas que se fazem presentes todos os dias
nas relações de ensino-aprendizagem da universidade e desenvolvem conhecimentos
socialmente relevantes. Desde 2022, os seminários ocorrem duas vezes por ano, na
primeira semana de cada período letivo.
O Congresso de Inovação e Metodologias no Ensino Superior e Tecnológico
(CIM) é um evento acadêmico interinstitucional voltado para a produção e socialização
de conhecimentos derivados das experiências e pesquisas sobre ensino superior. Ele é
organizado em torno de apresentação de trabalhos no formato de grupos de
colaboração, conferências, debates, oficinas e minicursos. De 2015 a 2019, tratou-se de
um evento local, mas a partir de 2020, devido a capacidade de articulação da UFMG,
94

tornou-se um evento regional, interinstitucional e bianual congregando diversas


universidades e institutos mineiros. O evento visa envolver a comunidade acadêmica
nas reflexões sobre o ensino de Graduação, além de proporcionar a socialização de
práticas pedagógicas inovadoras no ensino de Graduação e discussões em torno da
flexibilização curricular dos cursos de Graduação. Com isso, o evento visa promover
discussões sobre a formação em docência no ensino superior e propiciar
questionamentos sobre os diferentes papéis dos sujeitos envolvidos no processo de
ensino-aprendizagem, fomentando o protagonismo dos estudantes e assim,
contribuindo para a integração entre Ensino, Pesquisa e Extensão.

3.1.3 Articulação com a Educação Básica

A UFMG conta com um complexo sistema de formação voltado para a educação


básica que inclui, no nível de Graduação, cursos de Licenciatura para formação de
professores para a educação básica, além de um diversificado conjunto de cursos de
formação continuada de docentes: cursos de extensão e de Pós-Graduação lato sensu e
stricto sensu (mestrado e doutorado).
No âmbito da Graduação, como diretriz geral, os cursos de Licenciatura visam à
formação de docentes com um conjunto de saberes que os qualificam para exercer a
profissão, quer no âmbito do ensino, da gestão educacional, da coordenação pedagógica
ou dos processos de produção e difusão do conhecimento. Tais saberes são constituídos
por conhecimentos teórico-conceituais – gerais, específicos e pedagógicos – e por
habilidades práticas, articulados entre si, e indissociavelmente comprometidos com a
inclusão, a democratização da escola e do acesso ao conhecimento e a promoção dos
direitos humanos.
A configuração atual da oferta regular é composta por 18 cursos de
Licenciatura, sendo que dois cursos são ofertados no formato de alternância,
dezesseis no formato presencial. No âmbito da Prograd, vem sendo crescentemente
reconhecida a necessidade de se realizar a formação dos futuros professores, tanto em
conteúdos específicos de cada campo do conhecimento quanto nos conteúdos
pedagógicos, em estreito diálogo com as redes de ensino por meio das práticas de
ensino, do estágio, da extensão e da pesquisa. Reafirma-se, assim, uma maior
integração entre a UFMG e as escolas de educação básica, além de uma inserção mais
orgânica do Centro Pedagógico, do Coltec e do Teatro Universitário nos processos
formativos das Licenciaturas.
95

A intenção de integrar todas essas instâncias de formação e de geração de


conhecimento com o intuito de coordenar as ações em todos os níveis deu forma a
implementação da Comissão para Discussão e Elaboração das Políticas de Formação
Inicial e Continuada de Professores da Educação Básica da UFMG (Comfic) a partir de
2019. Portanto, na gestão dos processos formativos no âmbito das licenciaturas, a
Instituição conta com a Comfic como órgão assessor da Administração Central, além
dos Colegiados dos cursos de Licenciatura, o Colegiado Especial de Licenciaturas
(Collicen) que articula todos os Colegiados desses cursos, e dos Colegiados dos cursos
de Pós-Graduação lato sensu e stricto sensu diretamente ligados à temática da educação.
É importante explicitar que, para além dos cursos de formação inicial e continuada de
professores, a Comfic tem atuado junto às redes de educação básica, articulando um
conjunto de ações orgânicas que integrem educação básica e ensino superior.

3.1.3.1 Mostra Sua UFMG

Realizada desde 2004, a Mostra Sua UFMG – anteriormente denominada das


Mostra das Profissões – é um evento anual de apresentação dos cursos de Graduação
da Universidade para estudantes e egressos do ensino médio e comunidades escolares.
A Mostra tem entre seus objetivos auxiliar os futuros universitários em suas escolhas
profissionais; apresentar as diversas oportunidades oferecidas pela Universidade aos
seus estudantes no âmbito do ensino, da pesquisa, da extensão, da cultura e do
esporte; apresentar as políticas de assistência estudantil e acessibilidade e inclusão; e
despertar desejo de pertencimento à UFMG. É um dos principais eventos destinados à
interação da Universidade com as escolas da Educação Básica e recebe anualmente um
público de aproximadamente 30 mil pessoas no campus Pampulha, na maioria jovens
estudantes do ensino médio.
Até 2019, a Mostra foi realizada em formato presencial. Em razão da
pandemia de covid-19, o evento não foi realizado em 2020 e, em 2021 e 2022,
ocorreu em formato virtual. Em 2023, adotou um formato híbrido, em que o evento
presencial é precedido de interações por meio do site da Mostra Sua UFMG e das
redes sociais. Esses canais exibem vídeos, videocasts, motion graphics e passeios
aéreos sobre os campi da Universidade e oferecem informações sobre as
oportunidades abertas pela UFMG. O material produzido permanece disponível para
acesso livre, de forma que possa ser consultado a qualquer momento pelo público
interessado. As atividades presenciais incluem salas interativas e palestras com
96

participação de professores e estudantes da Universidade, além de atividades


artísticas e culturais. Em 2023, 279 escolas de ensino médio se inscreveram para
participar da Mostra, sendo 165 do interior de Minas e 72 da região metropolitana de
Belo Horizonte. Das escolas inscritas, 61% eram públicas. A partir de 2024, planeja -
se realizar uma edição da Mostra no campus da UFMG em Montes Claros, além do
evento no campus Pampulha.
Essa atividade de extensão é coordenada pela Prograd e desenvolvida em
parceria com outros órgãos da UFMG, além dos colegiados de cursos de Graduação.

3.1.4 Metas e Ações para o Ensino de Graduação em 2024-2029

A seguir, são apresentados o objetivo geral do presente PDI para o ensino de


Graduação, as metas para o próximo quinquênio e as ações propostas para atingir tais
metas. É importante explicitar que tal planejamento contou com as contribuições de
três Grupos de Trabalho (GT), instituídos pela Câmara de Graduação por meio da
Resolução CG № 07/2022, de 05 de setembro de 2022, para desenvolvimento de estudos
e subsídios para a gestão do ensino de Graduação nas seguintes temáticas:

• GT Graduação plural: para avaliar as transformações resultantes e


demandas relacionadas à aplicação a) da política de bônus, b) da Lei №
12.711/2012, de 29 de agosto de 2012, e c) de outras políticas de ações
afirmativas para inclusão e permanência qualificada nos cursos de
Graduação da UFMG;

• GT Tecnologias digitais no ensino de Graduação: para tratar a) da


apropriação de tecnologias digitais de informação e comunicação para o
desenvolvimento de processos híbridos de ensino-aprendizagem e b) da
política de educação a distância da UFMG para a Graduação;

• GT Autoavaliação da Graduação: para a) avaliar os indicadores de


retenção, evasão, conclusão e ocorrências de trancamento de matrícula
nos cursos de Graduação da UFMG e a inserção profissional de seus
concluintes, especialmente, no contexto do Programa de Apoio a Planos
de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) , e, de
acordo com tais indicadores, b) propor diretrizes para abordagens
pedagógicas e organização curricular dos cursos a partir do previsto nas
Normas Gerais de Graduação.
97

Além disso, a partir das discussões da Câmara de Graduação sobre autoavaliação


dos processos seletivos de vagas iniciais da Graduação e do cronograma e diretrizes
aprovados pelo Cepe para discussão ampla da matéria junto à comunidade, foram
instituídas pela reitora, em agosto de 2023, dois outros grupos de trabalho:

• GT Processo seletivo seriado para produzir um estudo comparativo sobre


possibilidades de processos seletivos de avaliação seriada e proposta de
diretrizes para possível implementação de um processo seriado na UFMG;

• GT Habilidades para produzir relatório sobre avaliação do Vestibular


Habilidades e proposta de aprimoramentos ou mudanças para o mesmo.

Objetivo Geral

Aperfeiçoar a formação dos estudantes de Graduação, com ênfase na relação


contextualizada entre professor-estudante-conhecimento e na associação da
adequada aquisição de conteúdos ao desenvolvimento de atitudes, habilidades e
competências, promovendo a autonomia intelectual, a capacidade de aprendizagem
continuada e independente, o pensamento crítico, a formação cidadã, a conduta ética e
a responsabilidade social.

Objetivos específicos (Metas)

• Consolidar o projeto de flexibilização curricular, conforme disposto nas


Normas Gerais de Graduação e o princípio da indissociabilidade do
Ensino, Pesquisa e Extensão, estimulando:
a) a adoção de uma organização curricular diversificada e convergente
por meio das estruturas formativas de tronco comum,
b) a ampliação da oferta e alcance das formações transversais,
c) ampliação do número de atividades acadêmicas curriculares que
possibilitam a integralização do núcleo geral,
d) a integração qualificada de atividades acadêmicas curriculares e
atividades de extensão universitária para implantação e
aprimoramento das propostas de formação em extensão
universitária dos cursos de Graduação,
e) bem como a maior integração entre os projetos curriculares da
Graduação e Pós-Graduação.
• Intensificar a experimentação pedagógica no ensino, com o incremento
do uso de metodologias participativas no processo de ensino-
aprendizagem, e fomentar o desenvolvimento de práticas pedagógicas
voltadas para permanência qualificada dos estudantes na Graduação.
98

Objetivos específicos (Metas)

• Promover ações para a valorização da docência por meio da ampliação dos


processos de formação didático-pedagógica, fortalecimento e ampliação
das políticas de fomento para projetos de ensino-aprendizagem.
• Aprimorar o acompanhamento do processo de ensino-aprendizagem
realizado no âmbito dos cursos de Graduação.
• Consolidar a avaliação de indicadores de retenção e evasão e formular
políticas para promover:
a) a permanência qualificada dos estudantes,
b) a organização curricular mais integrada dos cursos de Graduação,
c) o aumento da proporção de concluintes dos cursos e
d) a ocupação mais efetiva das vagas iniciais e remanescentes ofertadas.
• Promover a autoavaliação global e específica de todos os cursos de
Graduação, por todos os níveis de órgãos colegiados na instituição,
considerando demandas de infraestrutura e recursos humanos e
adequação da oferta dos cursos às demandas da sociedade.
• Avaliar e implementar aprimoramentos nos processos seletivos de vagas
iniciais dos cursos de Graduação da UFMG.
• Consolidar a infraestrutura disponível para o funcionamento dos cursos
de Graduação, considerando as especificidades dos cursos em
alternância e a distância e garantindo a disponibilidade de espaços de
aprendizagem devidamente equipados e em boas condições, com
especial atenção aos laboratórios de ensino de Graduação.
• Promover a educação digital de professores e estudantes da Graduação
mediante as transformações digitais da sociedade contemporânea e
ampliar a proporção de atividades acadêmicas curriculares que façam
uso de tecnologias digitais de informação e comunicação.
• Discutir, elaborar e implementar, em conjunto com outras instâncias
institucionais, a política de educação a distância para o ensino de
Graduação.
• Consolidar a avaliação e atualização dos programas acadêmicos de
ensino de Graduação, com destaque ao aprimoramento da política de
ações afirmativas e integração com estudantes de Pós-Graduação por
meio da criação de equipes didáticas.
• Intensificar os programas de mobilidade acadêmica de estudantes, na
Graduação e na Pós-Graduação, nacional e internacional, com especial
atenção para aqueles que se orientem pelo princípio da reciprocidade.
• Avaliar e aprimorar a política e os processos administrativos de estágio
supervisionado e ampliar as oportunidades de integração ensino-serviço
por meio de convênios com setores público e privado.
99

Objetivos específicos (Metas)

• Garantir o acesso dos estudantes de cursos presenciais noturnos, a


distância e em alternância às diversas oportunidades acadêmicas oferecidas
pela Universidade: disciplinas de Pós-Graduação, acesso a formações
complementares, participação em atividades de extensão e de pesquisa.
• Envidar esforços para intensificar a diversidade sociocultural do corpo
discente, em conexão com a ampliação do acesso para grupos
historicamente excluídos do ensino superior.
• Aprimorar a qualificação das políticas de indução, fomento, gestão e
acompanhamento da formação inicial e continuada de professores da
educação básica e demais profissionais da educação básica no âmbito da
universidade, e em parceria com as redes de educação básica.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5

1. Concluir a implantação das Normas Gerais de Graduação,


assegurando a infraestrutura administrativa e de sistemas
informatizados necessária, especialmente, por meio da adequação
do Sistema Acadêmico da Graduação e do Diário de Classe.

2. Realizar reformas curriculares nos cursos de Graduação visando


adequar à proposta de flexibilização curricular da UFMG, à
formação em extensão universitária, e às Diretrizes
Curriculares Nacionais de referência, e considerando o perfil do
egresso de acordo com demandas da sociedade, os indicadores
de retenção e evasão dos cursos e as transformações digitais e
seus possíveis efeitos nos processos de ensino-aprendizagem.

3. Criar novos cursos de Graduação em atendimento a demandas


da sociedade e à expansão das áreas do conhecimento,
preferencialmente, por meio de estruturas formativas de tronco
comum.

4. Incentivar as convergências e organização curricular dos cursos


por meio da estrutura formativa de tronco comum, considerando
as três possibilidades: a) nos períodos curriculares iniciais com
ingresso único no processo seletivo, b) sem configurar ingresso
único e c) nos últimos períodos curriculares de um ou mais
percursos curriculares dos cursos, a fim de propiciar a formação
interprofissional e articulação de conhecimentos, habilidades e
atitudes de estudantes de dois ou mais cursos de Graduação.
100

Ações/Ano 1 2 3 4 5

5. Aprimorar a oferta de atividades de formação em extensão


universitária, visando expandir a participação de estudantes de
todos os cursos de Graduação da UFMG em ações com
relevância acadêmica e social que contribuam para sua
formação.

6. Ampliar a oferta de formações transversais, de forma a que essas


passem a abranger um maior conjunto de temas emergentes e de
potencial transdisciplinar, incluindo as temáticas relacionadas
aos objetivos para desenvolvimento sustentável e às
transformações tecnológicas, e permitam a integralização dos
núcleos complementar e geral dos cursos de Graduação.

7. Apoiar a criação de estruturas formativas de formação


complementar e de tronco comum direcionadas para os cursos
de Licenciatura, com o objetivo de diversificar as opções de
formação dos estudantes e de formar um repertório de
competências dos egressos que seja capaz de atender, de
maneira estratégica, a demandas da sociedade.

8. Criar mecanismos para facilitar o acesso, pelos estudantes de


Graduação, a atividades acadêmicas curriculares integrantes de
cursos de Pós-Graduação.

9. Avaliar, propor e implementar aprimoramentos nos


processos seletivos de vagas iniciais, visando: a) fortalecer a
articulação e aumentar as parcerias com as escolas de
Educação Básica, b) contribuir com uma formação integral e
cidadã dos jovens, c) diversificar as possibilidades de acesso
pelos candidatos, d) contribuir para preenchimento efetivo
das vagas, e) contribuir com a melhoria contínua do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem).

10. Avaliar, propor e implementar aprimoramentos no Vestibular


Habilidades e outros processos seletivos de vagas iniciais que
fazem uso de provas específicas, a fim de favorecer o acesso
democrático, o preenchimento das vagas e a permanência
qualificada dos ingressantes nos cursos de Graduação.

11. Realizar, com apoio da Diretoria da Inovação e Metodologias de


Ensino (Giz), assessorias pedagógicas universitárias para
atender as demandas dos Colegiados, Núcleos Docentes
Estruturantes (NDE) e equipes didáticas, na reformulação de
Projetos Pedagógicos dos cursos em consonância com as
políticas institucionais.

12. Aprimorar e acompanhar a avaliação anual dos cursos de


Graduação a ser conduzida pelos NDEs dos cursos, em atuação
conjunta da Comissão Própria de Avaliação (CPA) e Câmara de
Graduação.
101

Ações/Ano 1 2 3 4 5

13. Fortalecer a atuação dos Colegiados de curso em relação ao


acompanhamento discente e articulação intersetorial com os
núcleos de escuta e acolhimento aos estudantes de Graduação.

14. Implementar o Regime Acadêmico Especial para Permanência


(Raep) e estabelecer ações de acompanhamento e
aprimoramento desse processo pelos Colegiados, núcleos de
escuta e acolhimento das Unidades Acadêmicas e setores da
Administração Central.

15. Articular políticas institucionais de ações afirmativas com


políticas de promoção da inserção acadêmica dos públicos
dessas ações, assim potencializando o efeito das políticas para
permanência qualificada.

16. Dar continuidade aos esforços para que os cursos noturnos


tenham condições de funcionamento adequado, com especial
atenção aos seguintes aspectos:
a) aprimorar o funcionamento noturno das estruturas
administrativas necessárias aos cursos noturnos, tais como
colegiados, bibliotecas, setores de suporte ao ensino e outros;
b) avaliar e aprimorar a oferta das atividades acadêmicas
complementares no turno noturno;
c) ampliar a oferta de atividades acadêmicas curriculares de
natureza optativa e dos núcleos complementar e geral.

17. Ajustar o quadro de horários dos cursos de Graduação, visando


favorecer a frequência às aulas presenciais, o planejamento do
tempo de estudo, e a realização das tarefas exigidas pelas
atividades acadêmicas curriculares, pelos estudantes, dentro e
fora dos espaços da Universidade.

18. Discutir e implementar uma política institucional para


acompanhamento dos programas de vagas adicionais –
dentre os quais, são incluídos, atualmente, o Programa de
Vagas Suplementares para Estudantes Indígenas, o
Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), e
o processo seletivo para refugiados, asilados políticos,
apátridas, portadores de visto temporário de acolhida
humanitária, portadores de autorização de residência para
fins de acolhida humanitária e outros imigrantes
beneficiários de políticas humanitárias do Governo
Brasileiro - a fim de favorecer o acesso e a permanência
qualificada desses estudantes na UFMG.
102

Ações/Ano 1 2 3 4 5

19. Envidar esforços para a constituição de metodologias


pedagógicas projetadas para dar suporte a pessoas com
deficiências, em parceria com o Núcleo de Acessibilidade e
Inclusão (NAI), considerando a especificidade de cada tipo de
deficiência, e abrangendo desde a adaptação de material
didático e a adequação dos procedimentos desenvolvidos
durante a execução das atividades acadêmicas curriculares,
indo até a formulação de metodologias para a adaptação de
percursos curriculares às necessidades individuais de cada
estudante em tal situação.

20. Impulsionar projetos pedagógicos inovadores a partir da


experimentação de novas metodologias, incluindo o uso de
tecnologias digitais e a produção de material pedagógico de
qualidade.

21. Incorporar, nos currículos, conjuntos de atividades acadêmicas


curriculares que visem estimular o protagonismo discente,
potencializando o desenvolvimento de atitudes tais como: a
responsabilidade social e ambiental, o foco na inovação, a
atuação em equipes interdisciplinares.

22. Incentivar a diversificação das atividades acadêmicas


curriculares disponíveis para os cursos de Graduação, com o
uso de tecnologias como ferramenta para tal ampliação, a
exemplo de: oferta de disciplinas a distância, realização de
seminários por videoconferência, organização de atividades
colaborativas por meio de tecnologias digitais de informação
e comunicação envolvendo estudantes da UFMG e de outras
instituições, e outras.

23. Estimular a criação de espaços alternativos e que façam uso de


tecnologias digitais que propiciem atividades de ensino e
aprendizagem mais interativas e colaborativas, incluindo
parcerias intercampi e interinstitucionais.

24. Avaliar os usos e estimular a produção e aquisição de livros


didáticos em formato digital para ampliar as ações de ensino e
aprendizagem.

25. Dar continuidade aos investimentos na modernização da


estrutura dos laboratórios de ensino de Graduação.

26. Assegurar que as atividades acadêmicas complementares de


Ensino, Pesquisa e Extensão, assim como as atividades
culturais e esportivas, sejam incorporadas como atividades
integralizadoras de créditos nos projetos pedagógicos.
103

Ações/Ano 1 2 3 4 5

27. Criar espaços para o protagonismo estudantil, seja com


experimentação de metodologias inovadoras nos diversos
ambientes de aprendizagem, seja na escolha de percursos
curriculares diversificados, interdisciplinares e interculturais.

28. Garantir que os projetos curriculares sejam compatíveis com o


desenvolvimento, pelo estudante, de atividades formativas de
naturezas diversificadas que estimulem o protagonismo e a
reflexão, incluindo trabalhos extraclasse, projetos, atividades
práticas, além de tempo para estudo, não se limitando a prever
atividades de “sala de aula”.

29. Ampliar a oferta de atividades acadêmicas curriculares optativas


em línguas estrangeiras.

30. Construir políticas de fomento para apoiar a articulação entre


Graduação, Pós-Graduação, pesquisa e extensão.

31. Acompanhar e aprimorar os programas de bolsas acadêmicas


mantidos pela Prograd para atendimento aos cursos de Graduação
de oferta regular, ofertados em todos os formatos pedagógicos, de
forma a assegurar que eles resultem na melhoria da qualidade do
ensino de Graduação e na articulação com o ensino de Pós-
Graduação por meio da formação de equipes didáticas.

32. Realizar de forma sistêmica a formação em projetos de ensino


aprendizagem de modo a consolidar a política aprovada, pela
Câmara de Graduação, nas diretrizes para projetos de ensino-
aprendizagem.

33. Incorporar os programas governamentais de bolsas


acadêmicas, que fomentam o ensino de Graduação, incluindo
Pibid, RP, PET e PET-Saúde, aos mecanismos de gestão
aplicados aos programas institucionais de fomento.

34. Fomentar, por meio de editais destinados a professores da


UFMG, projetos de ensino voltados para melhoria da qualidade
do ensino de Graduação.

35. Estimular, qualificar e fomentar os programas de estágio em


docência, em que estudantes de Pós-Graduação participam da
preparação, organização e realização de atividades acadêmicas
curriculares para a Graduação, sob a supervisão de docente.

36. Incentivar a constituição de equipe de referência em inovação


pedagógica e formação continuada nas Unidades, vinculados à
Diretoria de Inovação e Metodologias de Ensino (Giz), a fim de
dar suporte às inovações pedagógicas e curriculares nas
práticas educativas da Graduação e ampliar o acesso dos
discentes de cursos de Mestrado e de Doutorado a tal formação.
104

Ações/Ano 1 2 3 4 5

37. Propor formação específica em docência do ensino superior


voltada para o letramento digital de docentes da Graduação.

38. Consolidar a rede de práticas educativas interinstitucionais com


o aprimoramento da organização interinstitucional do
Congresso de Inovação e Metodologias (CIM) no ensino
superior e tecnológico.

39. Sistematizar indicadores de qualidade do ensino de Graduação


que induzam o desenvolvimento profissional docente em
relação ao aprimoramento didático-pedagógico e que
impactem na política de alocação de vagas docentes, na carreira
docente e na busca por desenvolvimento profissional.

40. Incentivar práticas investigativas sobre o ensino nas diferentes


áreas do conhecimento, fomentando formação em processos
editoriais, registro e divulgação científica de gêneros
acadêmicos relativos ao ensino como objeto de estudo.

41. Atuar institucionalmente, em conjunto com os Colegiados dos


cursos das áreas das Ciências da Saúde e afins, na organização
gestão das atividades desenvolvidas em cenários de prática da
rede pública de saúde.

42. Buscar soluções para a estruturação de espaços de


aprendizagem de clínica-escola ou farmácia-escola para os
cursos para os quais tais estruturas sejam imprescindíveis para
a formação profissional.

43. Envidar esforços para garantir a infraestrutura necessária para


realização de atividades de internato rural e de trabalho de
campo, especialmente, para os cursos para os quais tais
atividades sejam imprescindíveis para a formação profissional.

44. Criar uma diretoria voltada para o tema da relação entre


universidade e escola básica, vinculada à Prograd e articulada
com as demais pró-reitorias acadêmicas, com foco na formação
inicial e continuada de professores da Educação Básica da UFMG
em articulação com as demandas das redes.

45. Fortalecer e qualificar o Programa Imersão Docente e


estruturar outros programas de atividades a serem
desenvolvidas por estudantes dos cursos de Licenciatura no
Centro Pedagógico, disponibilizando tais programas para
eventual inclusão nos currículos dos cursos de Licenciatura, de
forma a consolidar o papel dessa escola na formação de
docentes para a educação básica.
105

Ações/Ano 1 2 3 4 5

46. Atuar institucionalmente, em conjunto com a Comfic, o


Colegiado Especial de Licenciatura e os Colegiados dos cursos
de Licenciatura e afins, na organização das atividades
acadêmicas curriculares desenvolvidas nas escolas da rede
pública de ensino em diferentes contextos socioterritoriais.

47. Acompanhar e avaliar os programas governamentais de bolsas


acadêmicas voltado para a formação inicial e continuada de
professores para Educação Básica, de forma a assegurar que tais
programas resultem em melhorias na relação com as escolas de
educação básica.

48. Aprimorar a Mostra Sua UFMG e ampliar a sua abrangência,


buscando formatos inovadores de comunicação com o público
da educação básica e estendendo suas atividades para o Campus
Montes Claros.

3.2 Ensino de Pós-Graduação

Bases Conceituais

Os programas de Pós-Graduação da UFMG, abertos a candidatos diplomados em


cursos de Graduação, investem na qualificação de pessoal para o exercício de atividades
de ensino e pesquisa, bem como para o mercado de trabalho. Os cursos de Pós-Graduação
são oferecidos nos níveis de Doutorado e Mestrado Acadêmico e Profissional – que
conferem graus e expedem diplomas de, respectivamente, Doutor e Mestre e são
referenciados como cursos da modalidade stricto sensu – e de Especialização – que
expedem certificados de especialista, sendo referenciados como da modalidade lato sensu.
Os principais elementos normativos internos relativos à Pós-Graduação
encontram-se compilados nas Normas Gerais de Pós-Graduação, cuja versão atual foi
aprovada pelo Cepe em 4 de julho de 2017. Além dos aspectos formais que norteiam os
cursos de Pós-Graduação na UFMG, as Normas Gerais, em seu art. 2º, definem o perfil
do egresso a ser formado, a saber:
I. A Especialização tem por objetivo aprofundar a qualificação profissional em
campo específico ou interdisciplinar do conhecimento, podendo ser
ofertada nas modalidades presencial, parcialmente à distância
(semipresencial) ou à distância.
106

II. O Mestrado tem por objetivos aprofundar o conhecimento acadêmico e


profissional, bem como aprimorar a capacidade de realizar pesquisas em
área específica ou interdisciplinar do conhecimento.
III. O Doutorado tem por objetivo desenvolver a capacidade de propor e
conduzir, de forma autônoma, pesquisas originais em área específica ou
interdisciplinar do conhecimento.

Segundo as Normas Gerais da Pós-Graduação, o ensino da Pós-Graduação na


UFMG é pautado por:
a) Qualidade das atividades de ensino, de investigação e de produção
científica, tecnológica e artística;
b) atualização contínua nas áreas do conhecimento contempladas na
proposta do curso;
c) flexibilidade curricular;
d) interdisciplinaridade;
e) internacionalização;
f) integração com as atividades de Graduação pertinentes;
g) intercâmbio com instituições acadêmicas e culturais, bem como com a
sociedade em geral;
h) para os cursos de Doutorado e Mestrado Acadêmico e Profissional,
divulgação do resultado das atividades de pesquisa, sob forma
reconhecida pelas respectivas áreas do conhecimento e modalidade
acadêmica ou profissional.

Como diretriz fundamental, a Pós-Graduação da UFMG estabelece uma


integração entre as atividades de pesquisa nela desenvolvidas e as de extensão como
uma maneira de aumentar o vínculo com a realidade social e impacto na sociedade.
Também é fundamental a integração da Pós-Graduação com o ensino da Graduação
sendo estimulada a inserção de atividades acadêmicas curriculares da Pós-Graduação
nos currículos de Graduação, bem como o acesso de estudantes de Pós-Graduação a
toda a diversidade das atividades curriculares ofertadas em cursos de Graduação. A Pós-
Graduação da UFMG também tem atuado fortemente para fomentar a formação
continuada de professores para a educação básica.
107

3.2.1 Pós-Graduação Stricto Sensu

A organização didática dos cursos de Doutorado e de Mestrado Acadêmico e


Profissional dá-se em torno das áreas de concentração e das linhas de pesquisa.
Entende-se por área de concentração o campo específico do conhecimento que
constitui o objeto de estudo dos cursos. Já a linha de pesquisa aponta para a diretriz de
investigação dotada de identidade própria e coerente com a proposta acadêmica do
respectivo curso. Ambas, contudo, devem estar apoiadas por atividades acadêmicas
consideradas necessárias à formação de doutor e de mestre acadêmico e profissional.
Essas atividades acadêmicas, classificadas como obrigatórias ou optativas, podem ser
oferecidas nas modalidades presencial, parcialmente a distância (semipresencial) ou a
distância, respeitando a especificidade de cada área do conhecimento e as
particularidades de cada curso.
As estruturas curriculares, bem como o número de horas/créditos necessários
para a integralização de cada uma delas, variam de acordo com a proposta didático-
pedagógica definida no regulamento de cada Programa, atendidos os termos do
Regimento Geral e das Normas Gerais de Pós-Graduação da UFMG. Na perspectiva de
uma flexibilização curricular, 50% dos créditos necessários para a integralização
podem ser obtidos por outras atividades acadêmicas que não disciplinas. Além do
cumprimento de todos os requisitos regimentais, normativos e regulamentares, para a
obtenção dos diplomas de doutor, de mestre acadêmico ou profissional, o estudante
deve elaborar trabalho final, respectivamente de tese ou dissertação, conforme o nível,
a ser aprovado por banca examinadora.
Para atuarem nos cursos, todos os docentes, sejam eles permanentes,
colaboradores ou visitantes, devem possuir o grau de doutor ou título equivalente e
passarem por processo de credenciamento ou recredenciamento aprovado pelo
Colegiado do Curso e pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG). Os docentes
vinculados aos cursos de Mestrado Profissional podem, excepcionalmente, não ser
doutores. Para o processo de credenciamento ou recredenciamento, os docentes devem
comprovar produção intelectual relevante de acordo com os critérios estabelecidos
pelos cursos e devidamente aprovados pela PRPG.
No ano de 2017, um importante passo foi dado pela UFMG no intuito de
reduzir a seletividade social de acesso a vagas em seus cursos. Foi aprovada pelo
Cepe, em 4 de abril, a Resolução № 02/2017 que dispõe sobre a Política de Ações
Afirmativas para inclusão de pessoas negras (pretas e pardas), indígenas e com
108

deficiência na Pós-Graduação stricto sensu. O acesso dá-se por meio de processo


seletivo regular ou suplementar. Para as pessoas negras, esta inserção ocorre por
processo seletivo regular, dentro do qual os cursos stricto sensu devem reservar de 20%
a 50% de suas vagas disponibilizadas anualmente para aqueles candidatos que se
autodeclararem nesta condição. Já para os candidatos indígenas ou com deficiência, sua
entrada ocorre por meio de processo seletivo suplementar, ou seja, específico para estes
grupos. Além disso, a UFMG tem promovido ações específicas para esses grupos de tal
forma que sua inserção possa ocorrer em sua plenitude. Nesse sentido, em 16 de
novembro de 2023, foi aprovada a Resolução № 8/2023, do Cepe, que estabelece as
diretrizes institucionais para a distribuição de bolsas de mestrado, doutorado e pós-
doutorado na UFMG. A decisão do Cepe leva em consideração uma série de normativas,
entre elas a Política de Ações Afirmativas para inclusão de pessoas negras, indígenas e
com deficiência na Pós-Graduação stricto sensu na UFMG.

3.2.2 Pós-Graduação Lato Sensu

A estrutura dos cursos de Especialização pode estar definida por área de


concentração e deve se encontrar apoiada por atividades acadêmicas consideradas
necessárias à formação do especialista. Essas atividades podem ser realizadas nas
modalidades presencial, parcialmente a distância (semipresencial) e a distância. Para
obter o certificado de especialista, além da integralização de, no mínimo, 24 créditos, o
estudante deve comprovar, nos termos do regulamento de cada curso, aprovação em
trabalho final.
Um dos pontos essenciais para o oferecimento dos cursos de Especialização é a
qualificação e a experiência do corpo docente, por meio de suas realizações no campo de
atuação da Especialização proposta. O corpo docente dos cursos de Especialização é
constituído por docentes com o título de Especialista, Mestre ou Doutor, conforme a
legislação vigente. Excepcionalmente, podem ser admitidos docentes sem título de
Pós-Graduação, mas que comprovem reconhecida capacidade técnico-profissional.
A UFMG, entendendo seu compromisso com a formação qualificada de
profissionais inseridos em serviços, tem acolhido propostas de cursos de Especialização
voltadas para a capacitação de professores inseridos na rede pública de ensino, bem
como de servidores públicos inseridos na gestão. Importante destacar, contudo, que
esses são apenas exemplos de seu compromisso com a capacitação de profissionais
atuantes em diferentes atividades de relevância para a comunidade.
109

3.2.3 Residência em Saúde

A Residência em Saúde constitui modalidade de ensino de Pós-Graduação,


destinada a profissionais de saúde, caracterizada por treinamento em serviço.
Embora já existisse de modos distintos em muitos hospitais de ensino, apenas em
1977 a Residência Médica foi instituída como modalidade de ensino de Pós-
Graduação lato sensu destinada a médicos, por meio de um ato do Ministério da
Educação/MEC, o Decreto № 80.281, de 5 de setembro de 1977. Em 2009, o Ministério
da Educação abriu oportunidade para que todos os hospitais de ensino do país
apresentassem proposta para a implantação da Residência Integrada Multiprofissional
em Saúde.
Os Programas de Residência Médica da UFMG foram criados ainda na década de
1960 com os primeiros grupos vinculados à Faculdade de Medicina. A partir de 1976, o
Hospital das Clínicas se tornou órgão suplementar da Universidade e, no final daquele
ano, foi criada a Coordenação de Residência Médica e Estágios (Coreme), órgão
responsável pela coordenação dos Programas de Residência Médica, desde então.
Atualmente, a UFMG oferece, no Hospital das Clínicas, 62 Programas de
Residência Médica, além dos Programas da Residência Integrada Multiprofissional em
Saúde e do Programa de Residência em Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial. No
Hospital Risoleta Tolentino Neves são ofertados seis programas de Residência Médica e
o Programa de Residência Multiprofissional em Saúde. Todos os Programas de
Residência são credenciados pelo Ministério da Educação (MEC) e obedecem à
legislação vigente e às Resoluções do Conselho Nacional de Residência Médica (CNRM)
e da Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde (CNRMS).
Os Programas de Residência em Saúde estão em fase de regulamentação pela
PRPG, conforme previsto no artigo 36 do Regimento Geral da UFMG. Para tal, a
Pró-Reitoria instituiu, em 2022, uma comissão que apresentará proposta de
regulamentação para avaliação pelo Cepe.

3.2.4 Reconhecimento de Título de Doutor por Notório Saber

A concessão do título de Doutor por Notório Saber a pessoas com alta


qualificação, cuja contribuição seja reconhecidamente significativa e socialmente
relevante, foi regulamentada pelo Conselho Universitário da UFMG, por meio da
Resolução Complementar № 01/2020, de 28 de maio de 2020.
110

O título de Doutor por Notório Saber somente pode ser conferido nas áreas de
conhecimento ou áreas afins nas quais a UFMG mantém curso de doutorado
devidamente reconhecido. Sendo assim, podem ser reconhecidos saberes acadêmicos,
científicos, artísticos e culturais já presentes da Universidade, e de outras tradições
científicos e artísticos e culturais, tais como indígenas, afro-brasileiros, quilombolas,
das culturas populares e demais tradições.

3.2.5 Avaliação da Pós-Graduação

Faz parte da essência da UFMG um comprometimento com a crescente


qualificação de sua atividade. Assim, apesar da existência de um consolidado
sistema nacional de avaliação da Pós-Graduação stricto sensu, a UFMG tem tomado a
iniciativa de periodicamente promover processos internos de avaliação de seus
cursos. As primeiras autoavaliações dos programas de Pós-Graduação na UFMG
ocorreram em 1981/82 e em 1984, quando havia 32 e 35 programas em andamento,
respectivamente. No ano de 1989 foi realizada uma aprofundada avaliação dos
programas de Pós-Graduação, envolvendo avaliadores “ad hoc”, referente aos anos
1987-89. A quarta avaliação institucional ocorreu duas décadas após, sendo
publicada em 2006 e referindo-se aos anos 2005-06. Nessas duas últimas
avaliações, todos os cursos foram visitados por uma comissão de docentes da
própria UFMG que, baseados em documentos existentes e na visita realizada,
desenvolveram um diagnóstico institucional e estabeleceram metas e diretrizes de
fortalecimento para cada um dos cursos. A quinta avaliação diagnóstica da Pós-
Graduação foi realizada entre os anos de 2019 e 2021, e publicada em 2022. O projeto
de autoavaliação foi pautado, inicialmente, por parâmetros similares àqueles
adotados no processo de avaliação diagnóstica externa, considerando como pontos
focais a estrutura dos Programas de Pós-Graduação (PPGs), o corpo docente, o
corpo discente e as formas de inserção dos 90 PPGs. Porém, de forma distinta ao que
ocorre nos processos avaliativos externos, voltados para indicadores e métricas de
impacto, foi adotada como premissa básica um processo de escuta da comunidade
universitária, realizado por meio de questionários voltados para seis segmentos:
coordenadores e subcoordenadores de Programas de Pós-Graduação que atuaram
nos últimos oito anos; docentes da UFMG credenciados na Pós-Graduação; discentes
de mestrado e doutorado matriculados na Pós-Graduação da UFMG; residentes pós-
doutorais; servidores técnico-administrativos em educação com atuação nos PPGs e
111

docentes da UFMG que não estão credenciados para atuar na Pós-Graduação. O


resultado desta avaliação foi apresentado para a Comunidade Universitária em
março de 2023, tendo seu mérito reconhecido pela Capes. Essa sistemática de
reflexão interna tem permitido o sólido avanço da Pós-Graduação stricto sensu da
UFMG, que assume destaque no cenário nacional.
No que diz respeito aos cursos de Especialização, não existe hoje uma
sistemática nacional de avaliação como a que se consolidou para a Pós-Graduação
stricto sensu. Dessa forma, coloca-se como desafio para a UFMG a organização de um
processo avaliativo abrangente para seus cursos desse nível. Nesse sentido, em 2022, a
Câmara de Pós-Graduação (CPG) designou uma Comissão de Avaliação dos Cursos de
Especialização da UFMG.

3.2.6 Configuração Atual

O sistema de Pós-Graduação stricto sensu da UFMG, constituído atualmente de


90 programas, que envolvem 71 cursos de Doutorado e 90 de Mestrado, dos quais 11 são
mestrados profissionais, abrangendo as nove áreas do conhecimento, mantém-se de
forma consolidada no cenário nacional. Os oito programas que oferecem
exclusivamente Mestrado são cursos criados recentemente, que se encontram em fase
de consolidação.
Para atender à matrícula que, em 2022, superou 11.500 estudantes, esses
programas contam com o envolvimento de um corpo docente que compreende,
aproximadamente, 2.670 docentes orientadores. Na Avaliação Quadrienal 2017-2020
realizada pela Capes, a UFMG se destacou no cenário nacional, dado que 22 programas
alcançaram nota 7, 18, nota 6, 21, nota 5, 20, nota 4 e 9, nota 3. Considerando que as
notas de excelência (Notas 6 e 7) podem ser conferidas somente àqueles cursos que
possuem o nível de Doutorado, tem-se que 56%, dos cursos de Doutorado foram
avaliados como tal. Nas tabelas 6, 7 e 8 encontram-se informações sobre os cursos,
contendo a nota obtida na Avaliação Quadrienal 2021/Capes, número de estudantes por
curso no primeiro semestre de 2022, número de orientadores por curso no primeiro
semestre de 2022, enquanto nos gráficos 1 e 2 pode ser observada a evolução no número
de teses e dissertações defendidas nos últimos 5 anos.
Considerando o compromisso da UFMG com a formação de professores para a
educação básica, merece destaque o fato da UFMG sediar o Mestrado Profissional para
Professores da Educação Básica na área de Ensino de Biologia (Profbio), em rede
112

nacional, envolvendo 18 instituições de ensino superior de todas as regiões brasileiras,


bem como sua participação em três cursos de Mestrado Profissional para Professores da
Educação Básica, em rede nacional, com sede em outras instituições (Profartes,
Profletras, Proef).
A UFMG ofertou, em 2022, 53 cursos de Especialização que, abrangendo todas as
áreas do conhecimento, atenderam a mais de 2800 estudantes. Entre os anos de 2018 e
2022 ocorreram em torno de 4700 conclusões. Importante salientar que a oferta dos
cursos de Especialização não é regular uma vez que os cursos não oferecem vagas
anualmente, levando a uma flutuação nos números ao longo do tempo.
Um aspecto relevante sobre essa oferta referente ao ano de 2022 é que 14 cursos
foram ofertados à comunidade gratuitamente ou com financiamento público. Neste
mesmo ano, a oferta de cursos de Especialização a distância também deve ser
destacada, dado que 11 foram ofertados nessa modalidade e se voltaram para a
formação de profissionais para a área da Saúde ou de professores para a Educação
Básica, com total de 904 estudantes matriculados.

3.2.7 Histórico: Pós-Graduação na Modalidade Stricto Sensu

Nos anos iniciais deste século, a Pós-Graduação na UFMG caracterizou-se por


substancial crescimento do número de programas mais bem conceituados na avaliação
conduzida pela Capes, conjugado com também expressivo aumento do número de vagas
e de matrículas em todos os seus programas. A Tabela 6 e a Tabela 7 evidenciam tal
processo. Os dados nela apresentados revelam que, ao longo do período dos últimos 15
anos, a UFMG: i) triplicou o número de programas com notas 6 ou 7; ii) aumentou, em 7
vezes, o número de vagas e de matrículas; sendo que iii) o acréscimo de vagas e de
matrículas foi bem mais pronunciado nos cursos 6 ou 7 que, conjuntamente,
aumentaram em 8 vezes o número de vagas e de matrículas.
Outra observação importante, que diz respeito ao processo de criação de
novos programas de Pós-Graduação, que se acentuou nos anos mais recentes, e que
em parte explica a persistência de um número ainda significativo de cursos com
notas 3 e 4 na Instituição, uma vez que essas são as notas usualmente atribuídas aos
cursos quando de sua criação.
O Gráfico 1 e o Gráfico 2 mostram a evolução do número de defesas de teses de
Doutorado e de dissertações de Mestrado na UFMG, de 2000 a 2022. O Gráfico 3 e a Tabela
7 mostram a evolução do número de matrículas nos cursos de Mestrado e de Doutorado.
113

Tabela 6 – Evolução do número e do percentual de programas de Pós-Graduação stricto sensu da


UFMG, por nota, de 2007 a 2021

Nota 2007 2010 2013 2017 2021

7 4 (6%) 9 (13%) 13 (19%) 16 (20%) 22 (25%)

6 9 (14%) 16 (23%) 18 (26%) 18 (22%) 18 (20%)

5 27 (41%) 19 (27%) 21 (30%) 21 (26%) 21 (23%)

4 16 (24%) 20 (29%) 13 (19%) 18 (23%) 20 (22%)

3 10 (15%) 6 (9%) 5 (7%) 7 (9%) 9 (10%)

Total 66 70 70 80 90

Fonte: Assessoria Acadêmica/PRPG.

Nota: Os dados de 2007 referem-se ao período 2004-2006, os de 2010 referem-se a 2007-2009, os de 2013
referem-se a 2010-2012, os de 2017 referem-se a 2013-2016 e os de 2021 referem-se a 2017-2020.

Tabela 7 – Evolução dos números de vagas e de matrículas nos programas de Pós-Graduação


stricto sensu da UFMG, por nota, de 2004 a 2022

2004-2006 2007-2009 2010-2012 2013-2017 2018-2022

Nota Vagas Matrícula Vagas Matrícula Vagas Matrícula Vagas Matrícula Vagas Matrícula

7 360 1000 710 1720 2029 5208 10483 10483 8272 17081

6 230 660 910 2320 2989 7390 3889 9616 5755 14499

5 1020 2800 780 1740 2408 5754 3531 8707 4161 11444

4 530 1500 570 1320 1885 4274 1888 4120 3614 8409

3 150 340 90 200 376 743 684 1708 756 1680

Total 2300 6300 3060 7300 9687 23369 13855 34634 22588 53113

Fonte: Assessoria Acadêmica/PRPG.


114

Gráfico 1 – Evolução do número de teses de Doutorado defendidas na UFMG entre 2000 e 2022

1100
1000
Teses de Doutorado
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
20002001200220032004200520062007200820092010201120122013201420152016201720182019202020212022

Fonte: Assessoria Acadêmica/PRPG.

Gráfico 2 – Evolução do número de dissertações de Mestrado defendidas na UFMG entre 2000 e 2022

2000
Dissertações de Mestrado (Acadêmico e Profissional)

1500

1000

500

0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Fonte: Assessoria Acadêmica/PRPG.

Gráfico 3 – Evolução do número de estudantes matriculados em cursos de Mestrado e de


Doutorado na UFMG entre 2000 e 2022

7000 Número de matrículas - Mestrado (Acadêmcio e Porifssional) e


6000 Doutorado
5000

4000

3000

2000

1000

0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Doutorado Mestrado

Fonte: Assessoria Acadêmica/PRPG.


115

No que diz respeito ao número de estudantes matriculados, tanto o número de


matrículas no Doutorado quanto no Mestrado apresentou crescimento contínuo no
período considerado, sem a verificação de mudanças expressivas nessa tendência ao
longo dos 22 anos examinados. O crescimento do número de matrículas no
Doutorado, ao longo de todo o período, foi mais rápido que o crescimento no número
de matrículas no Mestrado, o que levou a que, a partir de 2011, o número de
estudantes de Doutorado se tornasse maior que o número de estudantes de Mestrado.
No ano de 2018, o número de estudantes de Mestrado voltou a ser maior do que de
Doutorado, sendo provavelmente um reflexo dos novos cursos implementados na
UFMG. O total de estudantes de Pós-Graduação stricto sensu passou de 3884 no ano
2000 para 11589 em 2022.
Examinando as conclusões de trabalhos, tanto no caso do número de defesas de
teses de Doutorado quanto de dissertações de Mestrado, a maior parte do período de
2000 a 2013 foi caracterizado por um crescimento aproximadamente contínuo, que no
caso do Mestrado levou o número de conclusões de 800 por ano para um patamar de
cerca de 1400 por ano, e no caso do Doutorado levou o número de defesas de 200 por
ano para um patamar de cerca de 600 por ano. Em ambas as séries, ocorre uma
descontinuidade precisamente de 2013 para 2014: nesse momento, o número de
dissertações por ano passa de 1400 para um patamar de cerca de 1600 por ano, e o
número de teses por ano passa de cerca de 600 para um patamar de cerca de 900. A
partir de 2015, ambos os patamares se mantêm estabilizados. Embora não pareça
simples explicar a causa do aumento, simultâneo e expressivo, do patamar das duas
séries, ocorrido em 2014, seguido de uma inédita estabilização também em ambas as
séries a partir de então, parece plausível buscar elementos para tal explicação na
adesão da UFMG ao programa de expansão das universidades federais, o Programa de
Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que
teve como efeitos um expressivo aumento do corpo docente da UFMG e um
igualmente expressivo aumento do número de bolsas de Pós-Graduação disponíveis a
partir de 2010.
Um outro aspecto importante a ser observado no crescimento da Pós-
Graduação stricto sensu na UFMG diz respeito à parcela do corpo docente que
participa dos programas de Pós-Graduação. O Gráfico 4 mostra a evolução do
número de docentes com credenciamento permanente nesses programas, no
período de 2010 a 2022.
116

Gráfico 4 – Evolução do número total de docentes com credenciamento permanente nos


programas de Pós-Graduação stricto sensu da UFMG, de 2010 a 2022

3000 Docentes Permanentes

2500

2000

1500

1000

500

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Fonte: Assessoria Acadêmica/PRPG.

Tabela 8 – Evolução do número total de docentes com credenciamento permanente nos


programas de Pós-Graduação stricto sensu da UFMG, de 2010 a 2018

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

1545 1539 1636 1707 1837 1869 1918 2056 2445 2536 2531 2582 2680

Fonte: Assessoria Acadêmica/PRPG.

Deve-se notar, da análise do Gráfico 4 e da Tabela 8, a tendência de aumento


pronunciado no número de docentes com credenciamento permanente nos programas
de Pós-Graduação da UFMG. Embora haja docentes com credenciamento em dois
programas diferentes, o que causa sua dupla contagem nessa tabela, deve-se observar
que esses números não incluem os docentes cuja atuação ocorre na categoria de
colaborador. Considerando esses dois efeitos, a Tabela 8 apresenta números que se
encontram ainda subestimados no que diz respeito ao total de docentes da UFMG que
atuam na Pós-Graduação stricto sensu. A observação conjunta das informações contidas
nas Tabelas 6 e 8 compara o processo de ampliação da proporção de docentes com
atuação no nível de Pós-Graduação que é concomitante com a elevação do patamar
qualitativo dos programas de Pós-Graduação.
Examinando agora especificamente os programas de Mestrado Profissional, a
Tabela 9 mostra a evolução do número de programas, com suas respectivas notas.
Deve-se observar que esses programas têm história muito recente na UFMG.
117

Tabela 9 – Evolução do Mestrado Profissional na UFMG, por nota, de 2010 a 2021

Nota 2010 2013 2017 2021

5 1 1 1 4

4 0 0 4 3

3 0 1 2 4

Total 1 2 7 11

Fonte: Pró-Reitoria de Pós-Graduação

O primeiro Mestrado Profissional da UFMG, Inovação Tecnológica e Propriedade


Intelectual, iniciou suas atividades em 2009. A seguir, em 2011, foi implantado o
Mestrado Profissional em Promoção da Saúde e Prevenção da Violência para, em 2014,
serem iniciados outros três Mestrados Profissionais: Microbiologia Aplicada, Educação
e Docência e Odontologia em Saúde Pública. Em 2017 foram abertos o Mestrado
Profissional em Engenharia Metalúrgica, de Materiais e de Minas e o Profbio – Ensino
de Biologia em Rede Nacional e, em 2018, o Mestrado em Gestão de Serviços da Saúde.
Como mencionado anteriormente, o Profbio é um curso em rede que envolve 18
instituições de ensino superior de todas as regiões brasileiras sendo sua sede na UFMG.
Em se tratando de cursos em rede, a UFMG tem participação efetiva nessa modalidade e
um dos cursos é o Mestrado Acadêmico em Sociedade, Ambiente e Território, sediado na
UFMG, campus Montes Claros. Desse conjunto de cursos em rede, quatro são mestrados
profissionais: Profbio (Ensino de Biologia), Profartes (Artes), Proef (Educação Física), e
Profletras (Letras). Essa associação a outras Instituições de Ensino Superior (IES) pode
envolver parceria com uma outra única instituição ou com várias outras. Deve-se ainda
ressaltar a atividade desenvolvida pelos programas de Pós-Graduação da UFMG visando
apoiar a consolidação de outras instituições, por meio de programas como o Mestrado
Interinstitucional (Minter) e Doutorado Interinstitucional (Dinter).
As tabelas disponíveis no Apêndice B apresentam um detalhamento dos dados
que foram apresentados de maneira sintética nesta seção.

3.2.8 Histórico: Pós-Graduação na Modalidade Lato Sensu

No segundo semestre de 1986, os cursos de Especialização passaram a ser


acompanhados pela PRPG. Ao longo desses anos, mesmo considerando seu papel na
qualificação de profissionais inseridos nos diferentes setores públicos e privados, tem
se observado uma flutuação com tendência de queda nessa modalidade de curso.
118

A Tabela 10, referente aos anos 2007 a 2022, demonstra essa tendência. Esse aspecto
aponta para uma migração de esforços para a expansão e a consolidação da Pós-
Graduação stricto sensu.

Tabela 10 – Pós-Graduação lato sensu na UFMG: 2007-2022

Ano 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Número de
73 83 81 80 79 77 68 66 67 61 59 65 62 59 56 53
cursos

Número de
3088 5671 3670 4768 3444 4364 3106 5058 2850 3409 3386 2649 2752 2886 2379 2969
vagas

Número de
estudantes 2358 4490 2735 3436 2258 3161 2339 3799 1439 1284 2730 1516 1445 929 1082 890
novos

Número
total de 6248 7365 6656 7060 6015 6157 4013 7036 6400 4644 4995 5169 4872 3489 3173 2843
estudantes

Número de
1862 1867 2099 2132 2080 1937 1859 1578 2226 1424 975 782 1568 1058 697 569
conclusões

Fonte: Assessoria Acadêmica/PRPG.

Importante destacar que, no ano de 2014, houve a inserção de um maior número


de estudantes novos nos cursos ofertados na Pós-Graduação lato sensu. Isso ocorreu por
conta do oferecimento de 2472 vagas de cursos à distância, muitos com financiamento
do Ministério da Educação ou da Saúde, que utilizavam polos da Universidade Aberta do
Brasil (UAB). Em 2017 houve também um considerável número de estudantes de ensino
a distância, sendo um total de 2001. Na Tabela 10 encontram-se informações
detalhadas dos cursos de Especialização oferecidos desde o ano de 2007. Entre os anos
de 2020 e 2022 houve um decréscimo na oferta de cursos, número de vagas ofertadas,
número total de estudantes e conclusões, e esse resultado parece ser reflexo da
pandemia de covid-19.
Um aspecto essencial para a UFMG é o fato já destacado de que, para os cursos de
Pós-Graduação lato sensu, não há um sistema nacional de avaliação. Quando de sua
abertura ou reoferta, esses cursos passam por uma criteriosa avaliação realizada pela
Assessoria Acadêmica da PRPG para, em seguida, serem analisados pela Câmara de
Pós-Graduação. Contudo, ainda não está implementada uma metodologia de
autoavaliação das ações desenvolvidas e dos resultados obtidos. Nesse sentido, uma
comissão, designada pela Câmara de Pós-Graduação no ano de 2022, vem trabalhando
no mapeamento e análise de dados, visando a estruturação de um sistema de avaliação
interna dos cursos de Pós-Graduação lato sensu da UFMG.
119

3.2.9 Histórico: Reconhecimento de Título de Doutor por Notório Saber

Embora o reconhecimento de título de doutor por notório saber tenha sido


implementado recentemente, desde 2020 tramitaram processos relacionados a vários
Programas de Pós-Graduação da UFMG. Conforme pode ser visualizado na Tabela 11,
entre os anos de 2020 e 2022 tramitaram 32 processos, sendo que, até 2022, 16 deles
foram aprovados pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). Em outubro de
2022, durante a Semana do Conhecimento da UFMG, ocorreu a entrega dos Diplomas de
Doutor, por Notório Saber, a 15 pessoas cujos processos tramitaram entre 2020 e 2021.

Tabela 11 – Processos de Reconhecimento de Título de Doutor por Notório Saber: solicitações,


aprovações pelo Cepe, outorgas dos diplomas: 2020-2022

Ano Solicitações Aprovações Cepe Outorgas

2020 08 - -

2021 16 08 -

2022 08 08 15

Total 32 16 15

Fonte: Pró-Reitoria de Pós-Graduação

3.2.10 Programas de Bolsas de Pós-Graduação

A disponibilidade de bolsas que permitam a dedicação integral dos estudantes às


atividades acadêmicas é um fator essencial para a constituição de um ambiente propício à
Pós-Graduação de excelência. A Tabela 12 sumariza os dados referentes às bolsas de
Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado atribuídas por agências governamentais de
fomento a estudantes da UFMG, entre 2014 e 2022. Deve-se notar que há bolsas concedidas
no âmbito de convênios com o setor privado e que não são contabilizadas nessa tabela.

Tabela 12 – Número de bolsas de Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado concedidas à UFMG


por agências governamentais de fomento: 2014-2022

Capes

Demanda CNPq4 Fapemig


Proex2 PNPD3
Social1

Ano M D M D Pós-Doc M D Pós-Doc M D

2014 679 486 440 548 68 387 445 111 255 268

2015 693 698 616 891 96 382 453 117 246 231

2016 549 563 597 930 143 375 468 100 246 230

(continua)
120

(conclusão)

Capes

Demanda CNPq4 Fapemig


Proex2 PNPD3
Social1

Ano M D M D Pós-Doc M D Pós-Doc M D

2017 538 612 (*) (*) 162 373 472 86 260 245

2018 475 528 622 1043 170 367 469 90 260 245

2019 378 453 715 1185 157 361 468 63 258 237

2020 293 345 707 1013 153 346 448 40 210 196

2021 308 387 734 1011 122 247 382 36 264 245

2022 368 455 755 999 86 188 338 50 341 378

Fonte: Pró-Reitoria de Pós-Graduação

M= Mestrado; D= Doutorado; Pós-Doc= Pós-Doutorado; (*) Dados não disponíveis;


1
Bolsas Capes Demanda Social são destinadas aos PPGs com Notas 3, 4 e 5
2
Bolsas Capes Proex são destinadas aos PPGs com Notas 6 e 7
3
Bolsas Capes PNPD pertencentes ao Programa Nacional de Pós-Doutorado
4
As informações referentes ao período entre 2019 e 2022 foram retirados da base de dados do CNPq,
disponível em: http://bi.cnpq.br/painel/fomento-cti/index.html

Os dados apresentados na Tabela 12 revelam que houve uma certa estabilidade


do número de bolsas institucionais de Mestrado e de Doutorado fornecidas pela
Fapemig, com expressivo aumento no ano de 2022, tendo em vista a decisão dessa
Agência em incrementar uma bolsa por PPG com a possibilidade de recebimento de
outra bolsa de doutorado, caso fosse alocada a estudante estrangeiro. As bolsas
institucionais da Fapemig são gerenciadas pelo Setor de Bolsas da PRPG.
As bolsas fornecidas pelo CNPq são gerenciadas diretamente pelas coordenações
dos PPGs por meio da Plataforma Carlos Chagas/CNPq. Diante disso, os números
apresentados entre os anos de 2019 e 2022 foram extraídos da base de dados do CNPq.
Nesse período observou-se um declínio do número de bolsas, que pode estar relacionado às
decisões internas da Agência no que diz respeito à metodologia de distribuição de bolsas,
por meio de Chamadas Públicas, envolvendo as coordenações de todos os PPGs brasileiros.
No que tange às bolsas de pós-doutorado concedidas pelo CNPq, é relevante
destacar que estas são alocadas por meio de Chamadas Públicas nacionais, quando
pesquisadores apresentam suas propostas diretamente à Agência. É fundamental
contextualizar o declínio de aporte financeiro à ciência brasileira nos últimos cinco anos,
refletindo no declínio expressivo dessa modalidade de bolsas concedidas pelo CNPq.
121

No caso de bolsas fornecidas pela Capes, cabe destacar que as bolsas vinculadas à
modalidade Demanda Social são destinadas aos PPGs com notas 3, 4 e 5. Já as bolsas
Capes da modalidade Programas de Excelência (Proex) destinam-se aos PPGs de notas 6
e 7. Deste modo, observa-se ao longo da série histórica apresentada na Tabela 12 um
declínio das bolsas Demanda Social e o incremento das bolsas Capes Proex. Essa
mudança é consequência da maior qualificação dos PPGs da UFMG, com um incremento
no número de programas de excelência (Notas 6 e 7) e a consequente diminuição no
número de PPGs com notas 3, 4 e 5. Ressalta-se aqui, novamente, que a maioria dos
PPGs com Notas 3 e 4 são jovens programas com tendência de ascensão.
É importante observar, ainda, o crescente número de bolsas de Pós-Doutorado
vinculadas ao Programa Nacional de Pós-Doutorado da Capes concedidas à UFMG até o
ano de 2018. Embora esse número esteja aquém da demanda instalada na UFMG, seu
aumento relativo traduz um processo de amadurecimento dos programas de Pós-
Graduação envolvidos, uma vez que a pesquisa associada a projetos de Pós-Doutorado
tende a corresponder a empreitadas científicas de maior complexidade. A partir de
2020, o Programa Nacional de Pós-doutorado/Capes (PNPD/Capes) foi suspenso,
mantendo-se apenas as bolsas vigentes sem possibilidade de realocação. Assim, é
nítida a diminuição progressiva dessa modalidade de bolsas. Neste momento, está
ocorrendo uma reestruturação desse Programa por meio de Chamadas Públicas
nacionais direcionadas a demandas específicas de bolsas, voltadas para a inovação
tecnológica ou desenvolvimento regional. As bolsas concedidas nessas Chamadas
Públicas passam a ser gerenciadas pelas coordenações dos PPGs ou por pesquisadores
contemplados nas Chamadas. Nesse sentido, deve ser destacado que os números
mencionados na Tabela 12 referem-se às bolsas que se encontram sob a gestão do Setor
de Bolsas da PRPG.
Em sessão realizada no dia 16 de novembro de 2023, por meio da Resolução
№ 8/2023, o Cepe estabeleceu diretrizes institucionais para distribuição de bolsas de
mestrado, doutorado e pós-doutorado na UFMG. O órgão também normatizou o
acúmulo de bolsas com atividades remuneradas ou outros rendimentos. A decisão do
Cepe levou em consideração uma série de normativas, como o princípio da autonomia
universitária, consagrado na Constituição de 1988, portaria da Capes que trata do
acúmulo de bolsas e a política de ações afirmativas para inclusão de pessoas negras,
indígenas e com deficiência na Pós-Graduação. Portanto, os impactos dessa nova
normativa deverão ser acompanhados e avaliados nos próximos anos.
122

3.2.11 Internacionalização da Pós-Graduação

Frente aos desafios mundiais, a Pós-Graduação da UFMG tem consolidado suas


ações de internacionalização. As Normas Gerais de Pós-Graduação, aprovadas em 2017,
consideram a internacionalização como um componente essencial da política de Pós-
Graduação da Instituição.
Com o intuito de incrementar essa internacionalização, além da forte parceria
existente com a Diretoria de Relações Internacionais (DRI), a PRPG, desde 2015,
estabeleceu a Assessoria de Apoio à Internacionalização com as seguintes atribuições:
a) Apoiar ações que favoreçam a internacionalização da Pós-Graduação
da UFMG;
b) assessorar os Colegiados dos Programas de Pós-Graduação sobre o
atendimento a estudantes estrangeiros;
c) orientar os estudantes estrangeiros sobre os procedimentos acadêmicos
necessários para sua matrícula e permanência na Universidade;
d) providenciar os trâmites relativos a editais de alcance internacional.

Essa ação se soma ao tradicional processo de envio de estudantes para realizar


estágio doutoral no exterior, além do acolhimento de estudantes oriundos de outros
países exteriores. E, da mesma maneira, a mobilidade docente é considerada relevante.
A participação de docentes da UFMG em atividades no exterior tem sido, ao longo dos
anos, maior que o acolhimento de pesquisadores estrangeiros visitantes, mas é
observada ainda certa endogenia entre os membros mais jovens do corpo docente da
Instituição que necessita capacitação e experiência profissional no exterior.
Uma das principais evidências dos bons resultados dessas ações de
internacionalização é o incremento no número de PPGs de excelência (Notas 6 e 7)
observado ao longo dos anos.

3.2.12 Programa Institucional de Internacionalização – Capes-PrInt

Uma oportunidade para o incremento do processo de internacionalização da


Pós-Graduação na UFMG foi identificada com a publicação do Edital 041/2017 da Capes
– Programa Institucional de Internacionalização Capes-PrInt. No início de 2018 a PRPG
da UFMG criou um Grupo de Trabalho, denominado GT PrInt/UFMG, encarregado de
formular uma proposta da UFMG para fins de submissão ao referido Edital.
123

Esse grupo de trabalho nomeou quatro temas para os quais a Instituição tem
expertise consolidada e capacidade instalada para responder a desafios
contemporâneos, socialmente relevantes, alinhados aos oito Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio (ODM) e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS) das Nações Unidas. Esses quatro temas são:
I. Sustentabilidade, Manejo de Risco e Governança;
II. Novas Tecnologias e Fronteiras da Ciência;
III. Saúde e Bem-estar;
IV. Direitos Humanos.

Dando continuidade à construção de uma proposta com ampla capilaridade


interna, 57 Programas de Pós-Graduação manifestaram interesse em aderir à proposta.
Com base na demanda recebida, organizou-se um conjunto de 28 projetos,
relacionados aos quatro temas, eixos norteadores do Projeto Institucional de
Internacionalização da UFMG. O caráter inédito e inovador da proposta se configura por
meio da construção de uma matriz com quatro temas horizontais e 28 projetos verticais,
observando-se diversos pontos de interseção entre temas e projetos. Tal procedimento
resultou em uma proposta institucional de caráter transversal e transdisciplinar que
conseguiu agrupar em torno de quatro grandes eixos temáticos propostas convergentes
de 57 Programas de Pós-Graduação de diferentes áreas do conhecimento.
A proposta do Projeto Institucional de Internacionalização da UFMG foi
aprovada pela Capes em setembro de 2018 e as missões para o exterior tiveram início no
ano de 2019. Foram direcionados recursos para apoiar bolsas de Doutorado com estágio
no exterior do Programa de Doutorado-sanduíche no Exterior (PDSE), sendo enfatizado
o apoio à mobilidade para o exterior de doutorandos que desenvolvam suas teses em
regime de cotutela. Em segundo lugar, foram priorizadas propostas para a captação de
jovens talentos e pós-doutorandos com experiência no exterior, considerando-se o
aspecto estratégico da internacionalização em casa devido ao seu alto potencial de
capilaridade interna.
O terceiro eixo de investimento foi referente a capacitação de professores
visitantes júnior no exterior. Esta ação tem por objetivo buscar solucionar a endogenia
observada entre os membros mais jovens do corpo docente da Instituição que necessita
capacitação e experiência profissional no exterior. O quarto eixo de fomento incidiu
sobre a organização de workshops temáticos na UFMG com vistas a aumentar a
124

interação entre grupos de pesquisa da UFMG e grupos de pesquisa de reconhecida


excelência nas instituições parceiras no exterior. Por fim, em escala decrescente, foram
apoiadas a capacitação de professores visitantes sênior no exterior e a vinda de
professores visitantes estrangeiros à UFMG.
Cumpre ressaltar que o objetivo central do Projeto Institucional de
Internacionalização da UFMG é criar uma cultura de internacionalização da Pós-
Graduação por meio de um enfoque transversal que permita a grupos de Programas de
Pós-Graduação envidar esforços conjuntos para alavancar iniciativas entre programas
com notas diferenciadas, trabalhando em temas estratégicos de caráter interdisciplinar.
A médio prazo, os grupos de pesquisa da UFMG, em conjunto com as instituições
estrangeiras que se tornarem parceiras do Projeto Institucional da Internacionalização
da UFMG, irão formar agrupamentos internacionais de excelência com impacto na
produção de conhecimento e na visibilidade da UFMG como uma Universidade
reconhecida internacionalmente.
No Gráfico 5 é possível verificar que, no período de 2019 a 2023, foram
implementadas 663 bolsas e estão previstas 123 mobilidades para o ano de 2024,
considerando as seguintes modalidades: doutorado-sanduíche no exterior, professor
visitante sênior no exterior, professor visitante júnior no exterior, professor visitante no
Brasil, pós-doutorado e jovem talento. Entre os anos de 2020 e 2022 houve um decréscimo
no número de mobilidades previstas, sendo que no ano de 2021 não houve editais de
seleção, devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19, culminando no aumento
de demandas e mobilidades previstas para os anos subsequentes, principalmente em 2023.

Gráfico 5 – Quantitativo de modalidades implementadas no PrInt-UFMG, de 2019 a 2023, e


previstas para serem implementadas em 2024

200
19
160 20
35
35 31 12
120 27 11
24 10 43 18
19 12
80 22 13 20 13
18
27
40 71 72 81
45 60
0 0
2019 2020 2021 2022 2023 2024
Pós-Doutorado

Fonte: Pró-Reitoria de Pós-Graduação da UFMG.


125

Em relação às áreas temáticas, o percentual de bolsas implementadas foi de 12% na


área de Sustentabilidade, Manejo de Risco e Governança, 25% na área de Saúde e Bem-
Estar, 26% na área de Diretos Humanos e 37% na área de Novas Tecnologias e Fronteiras
da Ciência. Os principais resultados obtidos a partir da implementação do Capes-PrInt
foram o aumento na parceria em pesquisas e publicação de artigos científicos,
estreitamento dos vínculos entre os departamentos da UFMG, produção de material inter e
transdisciplinar, ampliação da rede de contatos e trocas de experiências, além de grande
adesão dos discentes aos eventos e cursos com participação dos pesquisadores convidados.
O Programa Capes/PrInt-UFMG será encerrado em outubro de 2024. É
fundamental ressaltar a decisão estratégica da UFMG ao criar, em 2015, a Assessoria de
Assuntos Internacionais da PRPG, tendo em vista que todo o processo para implantação
e execução do Programa foi gerenciado por esse setor da Pró-Reitoria.

PÓS-GRADUAÇÃO

Objetivo Geral

Aprimorar a qualidade e a excelência da Pós-Graduação da UFMG, nas modalidades


stricto e lato sensu.

Objetivos específicos (Metas)

• Estimular a abertura epistêmica na Pós-Graduação, passo necessário


para uma universidade plural, inclusiva e de qualidade.
• Consolidar os indicadores de inserção internacional dos programas de
Pós-Graduação da UFMG, mantendo a parceria com a DRI/UFMG.
• Incrementar as relações com os países do sul global visando mobilidade
acadêmica e ingresso de estudantes no corpo discente da Pós-Graduação
da UFMG.
• Estimular a produção intelectual qualificada do conjunto do corpo
docente da UFMG, de forma a ampliar a proporção de docentes
credenciados como orientadores em programas de Pós-Graduação.
• Incentivar a consolidação acadêmico-científica dos grupos de pesquisa
emergentes de forma a viabilizar o estabelecimento de pós-graduações
stricto sensu, incluindo os níveis de Mestrado e de Doutorado, que
abranjam a totalidade das áreas de conhecimento abrigadas na UFMG.
• Investir na permanência qualificada do corpo discente da Pós-
Graduação, com ênfase na Pós-Graduação stricto sensu.
126

Objetivos específicos (Metas)

• Intensificar a diversidade sociocultural do corpo discente, em conexão


com a ampliação do acesso para grupos historicamente excluídos do
ensino superior, com especial atenção às pessoas com deficiências, aos
indígenas, aos negros, aos quilombolas e aos refugiados.
• Fortalecer a colaboração entre o Ensino Superior e a Educação Básica,
por meio de ações estratégicas na Pós-Graduação voltadas à formação de
professores, como os Mestrados Profissionais.
• Ampliar a integração dos programas de Pós-Graduação stricto sensu com
os cursos de Graduação.
• Promover maior articulação entre o ensino de Graduação e o de Pós-
Graduação, pela realização integrada de atividades de pesquisa e de extensão.
• Intensificar os programas de mobilidade acadêmica na Pós-Graduação,
com especial atenção para aqueles programas que se orientem pelo
princípio da reciprocidade.
• Intensificar as ações de solidariedade institucional, apoiando a
consolidação de grupos de pesquisa e cursos de Pós-Graduação em
outras instituições brasileiras.
• Consolidar a infraestrutura disponível para o funcionamento dos cursos
de Pós-Graduação, garantindo a disponibilidade de espaços de
aprendizado devidamente equipados, com especial atenção na
preparação de condições para o atendimento a pessoas com deficiência.
• Reorganizar a estrutura administrativa do Sistema de Pós-Graduação da
UFMG, stricto e lato sensu, com ênfase na institucionalização das
Residências em Saúde.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5
1. Promover ações para apoiar os programas de Pós-Graduação
consolidados para que atinjam patamares crescentes de
qualidade e ampliem sua atuação internacional e ações
específicas para a melhoria dos programas com conceitos ainda
não consolidados.

2. Articular ações estratégicas por meio de editais específicos para


o fortalecimento dos programas recém-criados e daqueles em
fase de consolidação, reconhecendo a diversidade e
heterogeneidade das áreas.
127

Ações/Ano 1 2 3 4 5

3. Institucionalizar a autoavaliação da Pós-Graduação stricto sensu


na UFMG.

4. Realizar a autoavaliação da Pós-Graduação com seminários


para a reflexão crítica do resultado da Avaliação Quadrienal
2025, com a participação de convidados estrangeiros e de
outras instituições brasileiras, para fornecer subsídios ao
estabelecimento de metas de crescimento.

5. Estimular a criação de mestrados profissionais em todas as


áreas, ampliando a abrangência da UFMG e a possibilidade de
formação de recursos humanos para a sociedade.

6. Estimular o estágio de docentes como professor visitante no


exterior, visando parcerias que fortaleçam a cooperação
internacional, seja pela realização de projetos interinstitucionais,
seja pelos programas de mobilidade acadêmica docente e discente.

7. Incrementar o número de docentes/pesquisadores estrangeiros


visitantes participando de atividades nos Programas de Pós-
Graduação stricto sensu.

8. Estimular a inserção de residentes pós-doutorais nos


Programas de Pós-Graduação stricto sensu.

9. Ampliar a participação de estudantes de Graduação na Pós-


Graduação por meio de disciplinas de formação avançada.

10. Fomentar os programas de estágio-docência, em que


estudantes de Pós-Graduação participam da preparação,
organização e realização de atividades acadêmicas curriculares
para a Graduação e Extensão, sob a supervisão de docente,
assim se preparando para a docência no ensino superior.

11. Adotar as medidas necessárias para o incremento das relações


com os países do sul global visando mobilidade acadêmica e
ingresso de estudantes no corpo discente da Pós-Graduação da
UFMG.

12. Acompanhar as ações afirmativas introduzidas na Pós-


Graduação stricto sensu, garantindo sua efetiva implementação.

13. Desenvolver programas de permanência para grupos


historicamente excluídos do ensino superior, com especial
atenção às pessoas com deficiências, aos indígenas, aos negros,
aos quilombolas e aos refugiados.

14. Apoiar a criação e consolidação de programas de Pós-


Graduação em outras instituições, por meio de programas como
o Minter e Dinter.
128

Ações/Ano 1 2 3 4 5

15. Ofertar, com periodicidade adequada, os cursos de Especialização


que apresentam demanda relevante, demonstrem potencial para
gerar impacto social e revelem indicadores positivos de
qualidade. Incentivar a criação de novos cursos com tais
características.

16. Realizar uma avaliação institucional dos cursos de Pós-Graduação


lato sensu.

17. Atuar para ampliar as formas de divulgação das pesquisas


realizadas e dos resultados obtidos pelos vários pesquisadores,
grupos de pesquisa e programas de Pós-Graduação da UFMG.

18. Ampliar a divulgação no âmbito nacional dos processos


seletivos para os programas de Pós-Graduação da UFMG.

19. Envidar esforços para integrar o sistema de matrícula da Pós-


Graduação com o sistema da Graduação.

20. Incentivar a participação de estudantes de Mestrado e de


Doutorado em bancas de defesas de trabalhos de conclusão de
cursos no âmbito dos cursos de Graduação da UFMG.

21. Envidar esforços para a instalação de facilidades nas Unidades


Acadêmicas que permitam a realização mais intensiva e
qualificada de atividades por videoconferência.

22. Apoiar a elaboração e manutenção de páginas bilíngues dos


programas de Pós-Graduação.

23. Promover ciclo de seminários com relatos de “boas práticas”


institucionais na Pós-Graduação.

24. Propiciar condições para articulações transversais de programas


de Pós-Graduação, que possibilitem a aproximação de
competências já instaladas e a execução de projetos de impacto.

25. Estimular a oferta de grupos de atividades acadêmicas comuns


que atendam diversos programas de Pós-Graduação e
diferentes Unidades Acadêmicas, em moldes semelhantes aos
das Formações Transversais já implementadas na Graduação.

26. Estimular novos formatos de programas de Pós-Graduação que


contemplem demandas da sociedade, sejam tecnológicas,
culturais ou sociais.

27. Institucionalizar a gestão dos programas de Residência em


Saúde, mantendo-os sob a gestão da PRPG e dos hospitais
envolvidos.
129

3.3 Pesquisa

Bases Conceituais

O conceito de research university, expressão que pode ser traduzida como


universidade intensamente atuante em pesquisa, aplica-se perfeitamente à UFMG
nos últimos 40 anos, como demonstram todos os indicadores de formação do corpo
docente, infraestrutura, recursos captados, projetos executados e produtos gerados,
além da posição de destaque que a UFMG ocupa nos rankings internacionais –
reiteradamente classificada entre as 10 research universities mais relevantes da
América Latina 6.
O Estatuto da UFMG prevê a indissociabilidade entre as atividades de Ensino,
Pesquisa e Extensão. Na UFMG, essa integração há várias décadas, inclui o
envolvimento de estudantes de Graduação em projetos de pesquisa, principalmente
por meio dos programas de iniciação científica. Essa participação passou a ser
incorporada aos currículos dos cursos de Graduação a partir de 1998, quando uma
resolução do Cepe permitiu que as atividades de iniciação científica gerassem créditos
acadêmicos. No caso da Pós-Graduação stricto sensu, desde o seu início na UFMG, foi
estabelecido como fundamental o treinamento e a prática em pesquisa. A extensão,
desde seus primórdios, também desempenha um papel importante, fornecendo
questões significativas para projetos de pesquisa. Além disso, laboratórios e grupos de
pesquisa de ponta oferecem serviços altamente qualificados à comunidade externa,
empresas, organizações sociais e governos. Nos últimos anos, essa interação entre
pesquisa e extensão tem se intensificado, com grupos atuando dessa forma em
diversas áreas do conhecimento.
A geração de conhecimento e a inovação são atividades humanas constantes
em todos os tempos e lugares. No entanto, a consolidação das universidades
dedicadas à pesquisa desempenhou papel crucial na expansão e aprofundamento do
conhecimento sistematizado disponível. A construção do que hoje se entende como
áreas de conhecimento científico ocorreu, em grande medida, apoiada em uma rede
de interações nas quais as universidades têm posição de centralidade. À medida que
o conhecimento científico se expandia e se tornava disponível, este passou a
impactar profundamente a sociedade, que modificou gradualmente os modos de

6
Balán, J. Research Universities in Latin America: The Challenges of Growth and Institutional Diversity.
Social Research 2012; 79:741-770.
130

articulação das condições materiais de sua existência. Ao mesmo tempo, também


mudavam os quadros interpretativos dos próprios fenômenos sociais. Assim, o
processo de geração do conhecimento por meio da pesquisa científica vai além de
seu papel de elemento definidor da instituição universitária e se torna um insumo
essencial de que faz uso a sociedade como condição para a busca do bem-estar.
Expandindo sua compreensão sobre a natureza e paralelamente adquirindo
conhecimento sobre si própria, a humanidade vai conquistando, nesse processo, a
possibilidade de fazer escolhas.
Um elemento-chave que pode definir o papel das universidades no Brasil é a
compreensão da nossa condição como país em desenvolvimento, juntamente com a
formulação de uma estratégia sólida para superar esta condição. É notável a
aceleração do ritmo de diversas transformações que afetam os modos de vida das
pessoas e as formas de organização da sociedade neste início de milênio. Entre seus
traços mais marcantes, ressalta, com nitidez, o reconhecimento do papel
representado pelo conhecimento no cenário globalizado das sociedades
contemporâneas. Certamente, a nova riqueza das nações está – como sempre esteve
– associada à capacidade de cada uma delas de produzir, assimilar e utilizar
conhecimento. Essa é uma das razões por que se deve insistir na posse produtiva de
conhecimento como requisito indispensável de cidadania – tanto em um sentido
clássico, referente aos indivíduos, como em um sentido mais amplo, por referência
às nações – nas sociedades contemporâneas. As figuras da dominação entre povos
diversos, que ainda teimem em marcar a história moderna, estão fortemente
associadas, hoje, ao domínio do conhecimento. A soberania e o desenvolvimento
nacional exigem políticas públicas dedicadas ao avanço nas áreas de ciência,
tecnologia e cultura. Sem essas políticas, a soberania e o desenvolvimento nacional
estarão em risco.
Diante de tal cenário, a UFMG acha-se diante de desafios complexos. De um
lado, possui um corpo respeitável de pesquisadores, um parque universitário
robusto e uma capacidade instalada de pesquisa relativamente bem consolidada.
Como demonstram vários indicadores, além de abrigar uma parte expressiva das
pesquisas produzidas no estado de Minas Gerais e no País, a UFMG é corresponsável
pela formação da competência científico-tecnológica instalada no Brasil, com seus
programas de iniciação científica e Pós-Graduação altamente qualificados e seu
ambiente promotor de inovação tecnológica. De outro lado, esta Universidade vem
131

sendo pressionada pela retração substantiva do financiamento à pesquisa e


desafiada pela necessidade de reequipar sua infraestrutura, substituir os
pesquisadores altamente qualificados que se aposentam e incorporar novos
talentos para assegurar crescentes níveis de excelência, de forma a responder às
novas demandas da sociedade. Tudo isso é necessário para manter os níveis de
excelência e atender às dinâmicas demandas da sociedade e requer esforços
excepcionais e contínuos, por parte de todos os segmentos da universidade, na
gestão e na definição de uma agenda estratégica para o seu desenvolvimento
científico e tecnológico.
Comprometida com a construção dessa perspectiva de produzir um
reposicionamento do país em tal quadro histórico, a UFMG estrutura sua atuação na
atividade de pesquisa na busca de uma expansão sempre crescente, na
diversificação e qualificação da produção científica desenvolvida na Instituição,
bem como na atenção à especificidade da pesquisa conduzida como componente de
um sistema de inovação.

3.3.1 Panorama da Pesquisa na UFMG

O panorama da pesquisa na UFMG foi retratado com base na compilação e


organização de dados atualmente depositados em diversas bases de dados da
instituição e de órgãos governamentais e privados. As informações obtidas foram
detalhadamente analisadas e, tanto quando possível, cuidadosamente depuradas,
possibilitando, por um lado, a criação de repositórios consistentes e, por outro, a
definição de processos que venham a possibilitar a automatização sistemática e
dinâmica de obtenção e disponibilização desses dados.

3.3.1.1 Produção Intelectual

Entre 1968 e 2012, a produção científica da UFMG foi compilada em


Relatórios de Atividades e em Catálogos de Produção Científica. A partir de 2012, o
levantamento de informação relativa à produção científica da UFMG tem sido
realizado pela extração de dados diretamente da Plataforma Lattes do CNPq.
O acesso à plataforma foi disponibilizado pelo CNPq no final da década de 1990.
Portanto, os registros de publicações de docentes da UFMG se referem às publicações de
docentes vinculados à UFMG desde aquele momento, o que significa que o número de
132

publicações com datas anteriores pode estar subestimado. Entre 2012 e 2020, parte
desses dados passou a ser disponibilizado através do portal SOMOS. Embora o portal
SOMOS tenha sido um grande avanço, ele mantinha algumas limitações
importantes no levantamento e disponibilização de dados necessários para
produção de relatórios institucionais. Tais limitações levaram a Diretoria de
Produção Científica da PRPq a desenvolver um mecanismo estruturado de coleta de
informações que respeitasse as peculiaridades e necessidades da UFMG sobre
produção científica. Esse novo formato permite a coleta de informações de
produção intelectual (artística, bibliográfica e técnica) provenientes das
Plataformas Lattes, de Bolsistas de Produtividade, do CNPq e das bases indexadoras
SCOPUS, SciVal, PlumX, Capes Sucupira, Google Scholar e sistemas internos da
UFMG de servidores docentes, técnicos-administrativos e estudantes.
Além de facilitar a elaboração dos relatórios de produtividade científica dos
docentes da UFMG, este novo formato de coleta de dados também permite (i) mapear
competências da Universidade; (ii) obter estatísticas sobre a produção científica por
docentes agrupados por unidade acadêmica e departamento; (iii) encontrar potenciais
orientadores e (iv) dar visibilidade ao banco de patentes da UFMG.

3.3.1.1.1 Perfil dos Docentes da UFMG

A UFMG contava, no momento de preparação destas análises, com 3.008


docentes ativos permanentes. Para ser considerado ativo permanente no ano X, um
docente tem que ter desenvolvido atividades por pelo menos 2 meses do referido ano
na UFMG - mesmo critério usado pela Comissão Permanente de Pessoal Docente
(CPPD) para avaliar desempenho em pesquisa dos Departamentos. Desses, 2858
possuíam doutorado, 3004 possuíam currículos cadastrados na Plataforma Lattes,
1653 docentes eram do sexo masculino (55%) e 1355 docentes do sexo feminino
(45%). A evolução do total de docentes da UFMG por colégio é apresentada no Gráfico
6. Os dados foram adquiridos em 03/07/2023 a partir de Relatórios de Atividades
disponíveis no site da Pró-Reitoria de Planejamento da UFMG 7 e de Catálogos de
Produção Científica disponíveis fisicamente na Pró-Reitoria de Pesquisa e/ou na
Biblioteca Central da UFMG.

7
https://www.ufmg.br/proplan/gestao-da-informacao/relatorio-de-atividades/
133

Gráfico 6 – Evolução do percentual de docentes por colégios

Fonte: Planilha de docentes da PRORH.

A média de idade dos docentes da UFMG tem crescido desde o início dos anos
2000 conforme mostrado no Gráfico 7, passando de 45 anos em 2002 para 50 anos em
2022. A maior parte dos docentes possuíam 41 anos de idade ou mais, correspondendo a
18% o percentual daqueles com até 40 anos de idade (Gráfico 8) e 64% deles menos de
15 anos de docência (Gráfico 9). Considerando esses dados e o sistema de aposentadoria
vigente atualmente no Brasil, deve-se continuar observando um aumento da média de
idade dos docentes da UFMG nos próximos anos.

Gráfico 7 – Evolução da média de idade dos docentes da UFMG

Fonte: Planilha de docentes da PRORH.


134

Gráfico 8 – Quantitativo de docentes ativos permanentes da UFMG por idade

Fonte: Planilha de docentes da PRORH.

Gráfico 9 – Quantitativo de docentes ativos permanentes por tempo da UFMG

Fonte: Planilha de docentes da PRORH.

3.3.1.2 Volume e Perfil da Produção Bibliográfica dos Docentes da UFMG


Listada no Lattes

De acordo com os dados extraídos da plataforma Lattes, os atuais docentes ativos


permanentes da UFMG contribuíram para a produção de cerca de 286.904 documentos
(artigos, livros, capítulos de livros, resumos em eventos). Desses, aproximadamente
152.601 (53,2%) foram trabalhos em eventos e 102.678 (35,7%) artigos publicados em
periódicos científicos, conforme demonstrado no Gráfico 10.
135

Gráfico 10 – Produção bibliográfica histórica da UFMG

Fonte: Plataforma Lattes; dados adquiridos em 17/07/2023.

O Gráfico 11 mostra que a produção bibliográfica dos docentes ativos


permanentes da UFMG cresce desde 1990, atingindo um patamar com certa
estabilidade entre 2008 e 2012, para então começar a decair a partir de 2012, sendo
que 14.305 documentos foram produzidos em 2012 e 12.150 em 2022. A redução da
produtividade entre 2012 e 2022 se deveu principalmente à redução do total de
trabalhos publicados em eventos registrados nos currículo Lattes (7.820 em 2012 e
3.775 em 2022). De fato, ao longo da primeira década do século, o número de
trabalhos publicados em eventos gradualmente perdeu sua importância enquanto
indicador de “produtividade científica”, tanto no cenário nacional quanto
internamente à UFMG. Talvez não seja coincidência o fato de que o pico do número
de publicações em eventos tenha ocorrido precisamente em 2008 (7.259), ano em
que a UFMG mudou substancialmente a metodologia adotada para mensurar
desempenho em pesquisa em seus departamentos – até então, um trabalho
publicado em evento era valorado da mesma forma que um artigo em periódico
indexado ou um livro.
136

Gráfico 11 – Evolução da Produção bibliográfica da UFMG de acordo com o tipo

Fonte: Sistema Somos UFMG

Analisando-se o Gráfico 12, a qual demonstra a produção de livros e capítulos de


livros dos docentes, pode-se observar na série histórica, um crescimento expressivo no
número médio de livros e capítulos publicado por docentes da UFMG, passando de 0,1
em 2001 para 0,6 em 2022, tendo atingido um pico de 0,7 em 2021. O Gráfico 13
demonstra que a Humanidades é o colégio científico que mantém a maior porcentagem
da produção média de livros e capítulos de livros por docentes da UFMG.

Gráfico 12 – Produção média de livros e capítulos de livros por docentes da UFMG, entre os
anos de 2001 a 2022

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.


137

Gráfico 13 – Porcentagem de produção de livros e capítulo de livros por Colégio Científico na


UFMG, entre os anos de 2001 a 2022

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

Entre 1990 e 2012, houve um considerável aumento no número de artigos


produzidos pelos docentes ativos permanentes da UFMG. A partir de 2012, esse valor
se manteve estável e próximo a 5.900 documentos por ano. Importante enfatizar que
o conjunto de docentes analisados é diferente a cada ano devido a contratações,
aposentadorias e desligamentos. Quando se normaliza a produção de artigos pelo
total de docentes ativos permanentes em cada ano, observa-se um aumento da média
anual de artigos publicados que passou de 0,5 para 1,5 por docente entre 2001-2022
(Gráfico 14). Em 2020, no primeiro ano da pandemia de covid-19, a produção da
UFMG atingiu um pico de 1,8 artigos por docente. Em 2021, pela primeira vez desde
2001, observa-se uma queda no indicador de produção média de artigos por docente
UFMG, queda que se manteve em 2022, quando esse índice retornou a valor próximo
aos observados em 2018 e 2019. Deve-se notar que para a maioria das áreas do
conhecimento, a publicação de artigos em periódicos corresponde ao tipo de produção
de maior relevância e que requer maior investimento de tempo para sua elaboração.
A pequena variação tanto da produção de livros e capítulos de livros quanto da
produção de artigos em periódicos sugere ou uma estagnação ou o alcance de um
limite de capacidade de produção científica na UFMG a partir do início da década de
2010, aproximadamente. Como será discutido posteriormente, é possível que esteja
138

em curso um movimento de qualificação da produção, com a concentração de esforços


na elevação do impacto e da relevância das publicações e com menor ênfase no
aspecto quantitativo.

Gráfico 14 – Evolução da razão de artigos publicados por docente da UFMG

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

O Gráfico 15 apresenta um histograma comparativo da produção bibliográfica


dos docentes agrupados por departamentos da UFMG, da Faculdade de Letras e do
Instituto de Ciência Agrárias, considerando que essas duas unidades não adotam o
modelo departamental de organização, nos períodos compreendidos entre 2007-2017
e entre 2012-2022. Diferentemente das médias mostradas nos parágrafos anteriores,
nessa análise, um trabalho feito em coautoria é contado para cada um dos autores. O
histograma foi ordenado pela produção entre 2012-2022, período que engloba o
último ciclo de avaliação institucional. Nesse histograma, o valor 1 corresponde à
produção média dos docentes de todos os departamentos da UFMG. A produção
bibliográfica média por departamento e a mediana da distribuição foram
respectivamente 59 e 52 documentos entre 2007 e 2017. Isso equivale a uma produção
bibliográfica de, aproximadamente, 5,9 documentos por professor por ano entre 2007
e 2017. Já no período entre 2012 e 2022, a produção bibliográfica média nos
departamentos e a mediana da distribuição foram 62 e 57 trabalhos, respectivamente.
Isso equivale a uma produção bibliográfica de aproximadamente 6,2 trabalhos por
docente por ano.
139

Gráfico 15 – Histograma comparativo de produção bibliográfica dos Departamentos da UFMG e da


Faculdade de Letras e do Instituto de Ciência Agrárias nos períodos compreendidos entre 2007-2017 e
2012 -2022. A produção média da UFMG está normalizada em 1,0 em cada período

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.


140

3.3.1.2.1 Volume, Citação, Impacto e Relevância da Produção Bibliográfica da


UFMG Indexada

A avaliação do número, impacto e relevância da produção bibliográfica8,


produzido pelos docentes da UFMG pode ser realizada a partir de consultas às bases de
dados privadas SCOPUS9 (Elsevier) e Web of Science10 (Clarivate Analytics) e Google
Scholar. É importante ressaltar que a UFMG tem demonstrado um crescente e
considerável aumento no número de documentos indexados nas principais bases de
dados internacionais, ou seja, publicados em periódicos que passaram por um rigoroso
processo seletivo em relação à cobertura/conteúdo, e que permitem a recuperação dos
mesmos. No período de 2005 a 2022, a produção bibliográfica da UFMG, segundo dados
das bases SCOPUS e Web of Science, cresceu em média 8,3% ao ano e representou cerca
de 5% da produção brasileira. Tal crescimento segue a mesma tendência de toda a
comunidade científica brasileira, conforme demonstrado nos Gráficos 16 e 17. Como já
observado na produção listada no Lattes (Gráfico 14), o número total de trabalhos da
UFMG indexados em bases internacionais em 2022 reduziu pela primeira vez desde
2001 (5292 trabalhos foram indexados na SCOPUS em 2021 e 4969 em 2022,
significando redução média aproximada de 6,0% em ambas as bases).

Gráfico 16 – Evolução da produção bibliográfica da UFMG na base de dados SCOPUS

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

8
Article, Conference Paper, Review, Book Chapter, Letter, Editorial, Note, Erratum, Short Survey, Book,
Data Paper.
9
https://www.elsevier.com/pt-br/solutions/scopus
10
https://clarivate.com/products/web-of-science/
141

Gráfico 17 – Evolução da produção bibliográfica da UFMG na base de dados Web of Science

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

A Tabela 13 mostra a distribuição da produção bibliográfica da UFMG nos três grandes


colégios: Vida, Humanidades e Exatas & Tecnologia nas bases SCOPUS e Web of Science. A
produção bibliográfica dos docentes do colégio de Humanidades da UFMG é menos divulgada
nos periódicos indexados, conforme evidenciado pela discrepância do percentual total da
produção aferida no Lattes (26%) e nas bases SCOPUS (8%) e Web of Science (7%).

Tabela 13 – Distribuição da produção bibliográfica histórica da UFMG nos colégios de Vida,


Humanidades e Exatas e Tecnologia

Total Vida (%) Humanidades (%) Exatas (%)

Docentes 3008 40 39 21

Produção bibliográfica - Coleta


estruturada pela Diretoria de
Produção Científica da PRPq - 291495 54 26 20
UFMG, englobando diversas
plataformas e bases de dados

Produção bibliográfica - SCOPUS 70084 56 8 36

Produção bibliográfica -
62567 58 7 35
Web of Science

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

A UFMG possui 41668 trabalhos com autores indexados na base da SCOPUS, entre
2012-2023. Esse valor corresponde a 5% da produção brasileira indexada no mesmo
período. Conforme mostrado esquematicamente na Figura 5, 59% da produção da UFMG
está concentrada nas áreas de Ciências da Vida e Medicina, 24% em Engenharia e
142

Tecnologia, 22% em Ciências Naturais, 14% em Ciências Sociais e Gestão e, apenas, 3%


nas áreas de Artes e Humanidades. Apesar da pequena visibilidade de certas áreas, a
análise dos dados das bases SCOPUS permite medir a qualidade da pesquisa institucional
usando a métrica de citações por trabalhos. Para tanto, basta computar o número total de
citações recebidas por todos os trabalhos listados nas bases em um período de tempo.
Os trabalhos da UFMG indexados na base da SCOPUS, entre 2012-2023, receberam 15,6
citações por publicação, enquanto a média brasileira de citação por artigo foi 12.

Figura 5 – Distribuição de trabalhos da UFMG indexados na base SCOPUS em diferentes áreas

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

O impacto da produção da UFMG indexada na base SCOPUS entre 2013-2022 em


diferentes áreas pode ser aferido pela relação entre volume e citação, conforme mostrado
no Gráfico 18. Os trabalhos da UFMG na área de Ciências da Vida e Medicina apresentaram
maior número de citações por publicação do que aqueles das demais áreas.

Gráfico 18 – Impacto da produção da UFMG em diferentes áreas

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.


143

Quando analisadas por áreas, as publicações da UFMG, em sete das 27 áreas da


base de dados SCOPUS, receberam número maior ou igual de citações em comparação à
média de citações das demais instituições presentes na base (1=média do restante). Esse
indicador revela áreas nas quais a UFMG possui pesquisa de maior impacto. É
importante destacar que as áreas mostradas no Gráfico 19 são as áreas temáticas
listadas no escopo das revistas da base SCOPUS e não possuem nenhuma relação com os
nomes ou atributos dos institutos, escolas ou departamentos da UFMG, não devendo,
portanto, ser diretamente relacionadas a nenhum desses órgãos.

Gráfico 19 – Citação média normalizada dos artigos da UFMG por áreas11

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

Outro aspecto importante a ser salientado é que a UFMG estava apresentando, até
2021, não somente um crescimento do volume de trabalhos indexados, mas
principalmente de qualidade. A UFMG vem ampliando o número de seus artigos indexados
na base SCOPUS, que figuram entre os TOP 1% mais impactantes (=mais citados) entre
2010 e 2022 (Gráfico 20). A UFMG também ampliou o número de artigos indexados na base
SCOPUS publicados nos TOP 1% dos periódicos mais impactantes da base, passando de 43
para 87 do total de trabalhos publicados entre 2010 e 2022 (Gráfico 21). Esses resultados
indicam a melhoria absoluta da qualidade da produção e coloca a produção da UFMG em
posição de destaque em relação às demais instituições de ensino superior do país.

11
As áreas temáticas listadas no escopo das revistas da base SCOPUS não possuem relação com os nomes ou
atributos dos institutos, escolas ou departamentos da UFMG, não devendo, portanto, ser diretamente
relacionadas a nenhuma desses órgãos.
144

Gráfico 20 – Evolução da produção da UFMG com alto impacto TOP 1% na base de dados SCOPUS

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

Gráfico 21 – Evolução da produção da UFMG em periódicos TOP 1% na base de dados SCOPUS

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

Foram avaliadas algumas características das 100 publicações da UFMG que, na


data do levantamento, apresentavam mais citações em cada uma das bases SCOPUS e
Web of Science12 e Google Scholar. Ao todo foram analisados 300 documentos que
contavam com autoria de 270 docentes da UFMG. Analisando a distribuição destes
artigos por grandes áreas do conhecimento, verificou-se que a maioria deles contava
com a participação de docentes da área de Saúde (140 documentos - 46,7%), seguidos

12
Os levantamentos foram realizados no mês de julho, em dias diferentes para cada base: dia 06 na Scopus,
20 no Google Scholar e 21 na Web of Science. No referido mês, havia cerca de 70.000 documentos com
autores da UFMG indexados na Scopus e 62.500 na Web of Science; no Google Scholar, a quantidade de
trabalhos indexados não pode ser mensurada.
145

por aqueles cujos autores da UFMG eram das áreas de Exatas e da Terra (75-25%) e de
Biológicas (72-24%), ficando as áreas de Agrárias, de Sociais Aplicadas, de Engenharias
e de Humanas, juntas, representando pouco mais de 4% (13 documentos), conforme
mostrado, separadamente por base, no Gráfico 22. Quanto à tipologia, predominaram
artigos originais, com média próxima a três quartos no conjunto das bases, e logo
depois, quase um quinto de artigos de revisão (Gráfico 23). Chama a atenção a presença
de onze livros no Google Scholar, tendo em vista que as outras bases não listam
nenhum livro produzido por autores da UFMG como impactantes.

Gráfico 22 – Distribuição de áreas entre as produções mais citadas da UFMG nas bases SCOPUS
e Web of Science e Google Scholar

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

Gráfico 23 – Distribuição por tipo de documento entre as produções mais citadas da UFMG nas
bases SCOPUS e Web of Science e Google Scholar

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.


146

Em levantamento semelhante, foi realizada uma análise comparativa da


visibilidade da produção listada na base SCOPUS com aquela observada na base Google
Scholar. Nesse levantamento, foi analisado o Índice-H médio e máximo por grande área
de conhecimento da Capes e por unidade acadêmica dos docentes ativos permanentes
da UFMG. Deve ser ressaltado que diferentemente da base SCOPUS, que é uma
ferramenta de acesso restrito, o Google Scholar é uma base aberta. A Tabela 14 resume o
total de docentes cadastrados nessas bases em julho de 2023.

Tabela 14 – Docentes com perfis em diferentes bases de dados13

Docentes da UFMG 3.008

Docentes da UFMG com perfil no Google Scholar 1.973

Docentes da UFMG com perfil no SCOPUS 2.529

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

No Gráfico 24, é apresentada a comparação dos Índices-H das diferentes bases


por grandes áreas da Capes. Apenas docentes cadastrados nas duas bases foram
avaliados, para se evitar distorção das médias. Nela é evidenciado que a base Google
Scholar confere Índices-H mais altos para os docentes da UFMG em todas as grandes
áreas do conhecimento.

Gráfico 24 – Comparação dos índices H médios para cada uma das 8 grandes áreas do
conhecimento da Capes dos docentes da UFMG em diferentes bases

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

13
Dados obtidos em julho de 2023.
147

3.3.1.3 Bolsa de Produtividade do CNPq

O quantitativo de bolsistas de produtividade do CNPq é um indicador importante


da relevância e qualidade da pesquisa realizada na UFMG. Os dados utilizados estão
disponíveis na base de dados do CNPq e são disponibilizados anualmente no site da
PRPq14 por nível da bolsa, unidade e área.
O percentual de bolsistas de produtividade da UFMG do CNPq, em relação ao
total de bolsistas, está em ligeira queda desde 2001, passando de 5,2% em 2001 para
4,4% em 2023, conforme mostrado no Gráfico 25. A UFMG tem, atualmente, 729
Bolsistas de Produtividade em Pesquisa e 22 Bolsistas de Produtividade em
Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora, o que confere à UFMG a terceira
posição entre as instituições com o maior número de bolsas de produtividade
concedidas no Brasil (4,4% do total de bolsas do Brasil em 2023) e a primeira no estado
de Minas Gerais (40,7% do total de bolsas). Em relação ao total de docentes da UFMG, o
percentual de bolsistas de produtividade evoluiu entre 2001 e 2009 de 16,1% para 23,7%
e está estacionário perto de 23,4% desde então.

Gráfico 25 - Evolução do percentual de bolsistas de produtividade da UFMG em relação ao


número total de bolsistas do Brasil e de docentes da UFMG

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

A distribuição de bolsistas de produtividade da UFMG, por grande área e por


nível, é apresentada no Gráfico 26 e no Gráfico 27, respectivamente. As áreas de
Ciências Biológicas, Engenharias e Ciências Exatas e da Terra são aquelas com maior
número de bolsistas. Dos bolsistas de produtividade da UFMG, 54% são nível 2. Para
ser enquadrado no nível 2 da maioria dos comitês de avaliação do CNPq, o pesquisador
deve possuir mais de 3 (três) anos de doutorado e produção científica regular nos

14
https://www.ufmg.br/prpq/bolsistas-de-produtividade-do-cnpq/
148

últimos 5 (cinco) anos, deve demonstrar formação de recursos humanos por meio da
orientação de projetos de iniciação científica e de Pós-Graduação. Um pesquisador do
nível 2 também deve participar da coordenação de projetos, demonstrando atuação
proativa e independente na captação de recursos para a nucleação e manutenção de
infraestrutura de pesquisa. Em todos os comitês de avaliação do CNPq, além de
requisitos de produtividade em pesquisa, pesquisadores do nível 1 devem ter atuado
como orientador principal de tese de doutorado.

Gráfico 26 – Distribuição de bolsistas de produtividade da UFMG por Grande Área do


conhecimento

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

Gráfico 27 – Distribuição de bolsistas de produtividade da UFMG por nível de bolsa

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

A evolução histórica do número de bolsistas de produtividade em pesquisa da


UFMG entre 2009 e 2023 é mostrada no Gráfico 28. Com exceção dos anos de 2010 e
2022, a evolução do número de bolsistas da UFMG segue a tendência de aumento do
número de bolsas concedidas pelo CNPq. Em 2009 a UFMG contava com 564 bolsistas, e
em 2023 passou a contar com 751 bolsistas de produtividade.
149

Gráfico 28 - Evolução no número de bolsistas de produtividade da UFMG comparado com o


total de bolsas disponibilizadas pelo CNPq

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

3.3.1.4 Grupos de Pesquisa

Segundo os dados do Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq, a UFMG conta


atualmente com 750 Grupos de Pesquisa15, certificados no Diretório de Grupos de
Pesquisa do CNPq, distribuídos pelos três grandes colégios: 35% em Ciências da Vida,
51% em Humanidades e 14% em Exatas & Tecnologia. Os grupos sediados na UFMG
totalizam 6.787 pesquisadores, dos quais 5358 (79% do total) são Doutores16. Além disso,
são desenvolvidos projetos em 2897 linhas de pesquisa. Os grupos de pesquisa estão
distribuídos em todas as áreas do conhecimento, conforme detalhado no Gráfico 29.

Gráfico 29 – Distribuição de grupos de pesquisa da UFMG por área de conhecimento

Fonte: Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq.

15
Dados acessados em 03/07/2023.
16
Um mesmo pesquisador pode participar de mais de um grupo de pesquisa.
150

De acordo com levantamento realizado no próprio diretório, houve um aumento


de 88% do total de grupos de pesquisa da UFMG em relação ao total observado em 2000
(Gráfico 30).

Gráfico 30 – Evolução do número de grupos de pesquisa da UFMG

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

3.3.1.5 Internacionalização

A ciência é cada vez mais uma busca global, com mais e mais colaborações
abrangendo as fronteiras nacionais e continentais. Grupos de pesquisa de destaque
compartilham ideias, recursos e resultados. Os trabalhos em coautoria internacional
tendem a ser mais citados porque os pesquisadores envolvidos tipicamente realizam
pesquisas de alta qualidade e impacto. As universidades nacionais intensivas em
pesquisa, nas quais atuam grupos de pesquisa de destaque, efetivamente lideram as
colaborações internacionais. O surgimento de colaborações científicas
internacionais tem sido chamado de “quarta era da pesquisa” 17, e está alterando
práticas científicas tradicionalmente insulares e trazendo mais países para a
comunidade científica global.
O número de citações que o conjunto de publicações de um país recebe é
impulsionado, principalmente, por dois fatores: reputação dos periódicos e
receptividade das publicações. A reputação de um periódico, ou a qualidade do

17
Adams J (2013) Collaborations: The fourth age of research. Nature 497: 557– 560. <DOI>
151

periódico no qual um artigo é publicado, influencia a visibilidade dos trabalhos


produzidos: artigos em determinados periódicos, como aqueles com fatores de
impacto mais altos, muitas vezes ganham maior publicidade e são capazes de atrair
muitas citações. Em geral, documentos com autores de mais de um país atraem mais
citações proporcionalmente ao total de artigos publicados. Os documentos
internacionais são mais bem percebidos e têm maior probabilidade de aparecer em
periódicos de prestígio que os puramente domésticos em todos as áreas 18. Existem
diferenças na magnitude do efeito por áreas do conhecimento, mas observa-se que a
coautoria com pesquisadores de vários países é, frequentemente, melhor para impacto
de uma publicação.
As atuais políticas brasileiras de estímulo à produção científica foram
desenhadas no início dos anos 1990 e visavam o aumento da produtividade científica
brasileira – e foram bem-sucedidas nessa empreitada já que o Brasil é hoje 14º maior
produtor de artigos científicos do planeta19. O processo de avaliação de diferentes
agências de fomento, quer seja para a concessão de bolsas e recursos para projetos de
pesquisa, ou para aplicação e divulgação de atividades científicas, ainda está baseado
nessa política que, de forma geral, beneficia cientistas produtivos. Apenas
recentemente, indicadores de qualidade têm sido discutidos como fator de ponderação
na concessão de recursos. Embora não haja unanimidade na forma de usá-los, existe
um consenso de que são necessários para que a produção científica brasileira ganhe
relevância: artigos brasileiros indexados na base de dados SCOPUS20 entre 1996-2022
recebem 13,1 citações em média, o que coloca o Brasil na 34a posição entre os 50 países
que mais produzem ciência no planeta.
Entre 2013 e 2022, a UFMG acumulou, aproximadamente, 426 mil documentos
na base de dados SCOPUS. Destes, cerca de 13 mil com coautoria internacional
(aproximadamente 32%). Esse percentual cresceu de 28% em 2013 para 31% em 2018 e
para 35% em 2022. A citação média por ano dos documentos produzidos apenas com
coautores brasileiros, entre 2013-2022, nessa base foi 1,5, enquanto a citação média
daqueles com coautoria internacional foi 3,4 citações por ano (Gráfico 31). Ou seja, na
média, um artigo produzido por docentes da UFMG com autores internacionais, recebe
2,2 vezes mais citações que um artigo sem autores internacionais.

18
M. J. Smith, et al. The Scientific Impact of Nations: Journal Placement and Citation Performance. PLOS
ONE, volume 9, 10, e109195 <DOI>
19
https://www.scimagojr.com/countryrank.php?order=it&ord=desc (acessado em 22 04/0805/20231)
20
https://www.scimagojr.com/countryrank.php
152

Gráfico 31 – Citação média anual dos trabalhos da UFMG produzidos com e sem coautoria
internacional na base SCOPUS

Fonte: SciVal.
153

Dos 2824 docentes da UFMG que possuem registro de doutorado e pós-doutorado


em seu Currículo Lattes, em torno de 1511 (aproximadamente 54% do total) não realizaram
sua formação (doutorado) tampouco treinamento e/ou aperfeiçoamento (pós-doutorado)
no exterior, e, portanto, não possuem experiência internacional. Entre os professores com
formação nacional, 870 docentes (aproximadamente 31% do total) foram formados na
própria UFMG e entre os docentes com formação no exterior, 1437 docentes possuem
experiência internacional em sua formação acadêmica de doutorado, 759 docentes
(aproximadamente 27% do total) realizaram pós-doutorado no exterior, 346 docentes
(aproximadamente 12% do total) fizeram doutorado e pós-doutorado no exterior.
Quando é analisado o país de formação ou treinamento dos docentes da UFMG
que tiveram alguma experiência internacional no doutorado ou no pós-doutorado,
verifica-se 33 países diferentes. Dentre os países escolhidos para formação e/ou
treinamento, destaca-se que 62% dos docentes obtiveram formação internacional nos
Estados Unidos, França e Reino Unido (Gráfico 32).

Gráfico 32 – Países de formação ou de treinamento internacional dos docentes da UFMG

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

O Gráfico 33 mostra o percentual do total de docentes de cada departamento da


UFMG que realizaram formação acadêmica e/ou treinamento no exterior (chamado de
taxa de internacionalização). Departamentos indicados com 7 em frente ao nome estão
associados a programas de Pós-Graduação que possuem conceito 7 na Capes. Destaca-
se que a maioria deles possui taxa de internacionalização superior a 40%.
154

Gráfico 33 – Percentual de formação acadêmica (doutorado pleno e sanduíche) e treinamento


internacional (pós-doutorado) dos docentes da UFMG. Departamentos envolvidos com cursos
e Pós-Graduação com conceito 7 da Capes são destacados

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.


155

3.3.1.6 Produção Científica e Gênero

A análise da distribuição de bolsas de produtividade em pesquisa do CNPq


concedidas a docentes da UFMG no período compreendido entre 2010-2022 por gênero,
mostra uma proporção relativamente estável de, aproximadamente, 62% de bolsas
para homens e 38% das bolsas para mulheres, sendo que nos últimos dois anos houve
um aumento de 2% no número de bolsas para as mulheres. Em relação aos níveis das
bolsas, o número de mulheres bolsistas de produtividade aumentou nos níveis 1 - com
destaque para o aumento no nível 1A, mantendo-se estáveis nos níveis 2 e sênior
(Gráfico 34).

Gráfico 34 – Evolução do número de bolsas de produtividade concedidas a mulheres docentes


da UFMG por nível entre 2010 e em 2022

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

Outro levantamento realizado refere-se ao número de mulheres que possuem


papel de liderança nos Grupos de Pesquisa da UFMG cadastrados no Diretório de Grupos
de Pesquisa do CNPq. Ao comparar os anos de 2007 e 2023, nota-se um aumento
expressivo no número de mulheres em posição de liderança. Em 2007,
aproximadamente 38% do total de lideranças desses grupos eram lideranças femininas,
passando para 50% em 2023. Analisando-se o crescimento absoluto do número de
lideranças femininas, percebe-se que houve um acréscimo de 119 líderes (255 em 2007
para 374 em 2023), o que representa um crescimento aproximado de 47%. O Gráfico 35
mostra a evolução do crescimento da liderança feminina nos Grupos de Pesquisa da
UFMG cadastrados no CNPq por Grande Área do Conhecimento.
156

Gráfico 35 – Evolução do crescimento de liderança feminina em grupos de pesquisa


cadastrados no CNPq

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

Em levantamento realizado para auferir a contribuição por gênero nos cem


trabalhos mais citados de pesquisadores filiados à UFMG na base de dados SCOPUS
(julho de 2023), observou-se a ausência de contribuição nos trabalhos mais citados da
UFMG produzidos entre 1993 e 2002, porém foram constatadas 66 autorias femininas21
ou seja, 36% de participação de mulheres nos principais trabalhos elaborados pela
UFMG entre 2003 e 2022 (Gráfico 36).

Gráfico 36 – Participação de docentes do sexo feminino na autoria dos 100 trabalhos mais
citados da UFMG na SCOPUS

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

21
Computou-se uma mesma pesquisadora em documentos diferentes.
157

Quanto à distribuição por áreas do conhecimento, observou-se maior concentração


de autoras nas áreas Biológicas e da Saúde (mais da metade são da Faculdade de Medicina e
da Escola de Enfermagem – Gráfico 37).

Gráfico 37 – Distribuição por unidades acadêmicas de docentes do sexo feminino na autoria


dos 100 trabalhos mais citados da UFMG na SCOPUS

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

3.3.1.7 Captação de Recursos

O financiamento das atividades de pesquisa das universidades brasileiras se faz,


em grande proporção, com recursos extraorçamentários. Parte significativa desses
recursos advém dos próprios cofres públicos, federal ou estadual, mas alocados a
programas determinados, que requerem a apresentação de projetos específicos e
envolvem concorrência, definida por exame de mérito científico, ao qual pode se
acoplar alguns requisitos de políticas de governos. Assim torna-se essencial que tanto
os pesquisadores da UFMG, quanto a PRPq, se articulem e se organizem, para obter
parcela considerável desses recursos.
Considerando os últimos 15 anos, a UFMG ocupa o 5º lugar na captação de
recursos junto ao CNPq, com participação de aproximadamente 3,5% no total do
fomento. Em relação à Fapemig, cerca de 20% do total de recursos disponibilizados por
esta Fundação são direcionados à UFMG. Além disso, tem ocorrido de forma crescente o
reinvestimento de recursos obtidos pela universidade com licenciamentos de tecnologias
e de royalties em ações de pesquisa e inovação. A UFMG sedia 17 dos INCTs que tiveram
sua renovação/implementação recomendada na última chamada lançada pelo governo
federal e Fundações de Apoio à Pesquisa dos estados.
158

Entre 2012 e 2021, a UFMG captou cerca de 3,4 bilhões de reais oriundos de
fontes públicas para fomento à pesquisa. Deste total, cerca de 50% são recursos
repassados pela Capes para custeio e financiamento de programas de Pós-Graduação,
cerca de 25% foram obtidos de programas/editais do CNPq. Destacam-se também os
recursos recebidos da Fapemig e os recursos advindos de editais e chamadas da
Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que possibilitaram a implantação e
modernização de infraestruturas multiusuárias e na aquisição e manutenção
equipamentos indispensáveis à atividade de pesquisa de diversas áreas.
Embora a UFMG seja uma das instituições brasileiras líderes em captação de
recursos públicos, nota-se que, entre os anos de 2017 e 2020, houve uma redução
substancial nos valores aportados à Universidade. Por outro lado, no ano de 2021,
segundo ano da pandemia de covid-19, observou-se um recorde na captação de
recursos: tanto públicos quanto privados, conforme demonstrado no Gráfico 38.

Gráfico 38 – Evolução de valores de recursos captados pela UFMG os setores públicos e privados

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

Desde 2012, o total de recursos investidos na UFMG em pesquisas,


provenientes de fontes privadas, tem sofrido variações significativas (Gráfico 38).
Esses recursos custeiam pesquisas em todas as áreas do conhecimento, com
destaque para Engenharias e Tecnologia e Ciências da Vida. Os anos de 2018, 2019 e
159

2021 foram aqueles nos quais as pesquisas puderam contar com o maior volume de
recursos privados dentro do período estudado, sinalizando que os docentes da
UFMG possuem competência e expertise para realizar parcerias com o setor
produtivo. Nesse sentido, a UFMG tem organizado sua infraestrutura de pesquisa,
investindo na consolidação de laboratórios institucionais de pesquisa, que
garantam análises, ensaios e insumos tanto para a comunidade interna quanto
externa à UFMG. A interação entre esse tipo de infraestrutura e o setor privado tem
como base a Resolução № 04/2018, de 06 de março de 2018 que define os critérios
para o compartilhamento e permissão de uso da infraestrutura e de capital
intelectual da UFMG.
Em relação à infraestrutura para pesquisa, os editais Finep constituem
instrumentos fundamentais, estruturantes e indispensáveis da política de
desenvolvimento institucional em pesquisa e Pós-Graduação. A Finep opera seus
programas por meio de apoio financeiro reembolsável e não reembolsável. Vale
destacar que o instrumento de apoio de recursos não reembolsáveis é voltado para
projetos de infraestrutura de pesquisa e de pesquisa básica e aplicada, sem previsão de
devolução de recursos à financiadora. Os recursos são direcionados a instituições de
pesquisa, tais como universidades e Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs).
Na UFMG, a formulação de propostas para a Finep é atualmente precedida por
chamadas internas nas quais propostas de projetos são apresentadas pelos grupos de
pesquisa e discutidas de forma a buscar uma composição integrada e multidisciplinar que
inclua a cooperação entre os vários grupos. As propostas são encaminhadas à Pró-
Reitoria de Pesquisa em resposta a uma Chamada Interna, sendo analisadas e priorizadas
pelas Câmaras de Pesquisa, de Pós-Graduação e pelo Cepe. Esta metodologia assegura o
caráter institucional da proposta, que é elaborada em consonância com as diretrizes do
PDI da UFMG, e permite a implantação de instalações e equipamentos impactantes para a
instituição, otimização dos recursos públicos e atendimento à diversidade das áreas do
conhecimento, na busca da excelência no ensino e pesquisa.
De acordo com dados disponíveis no Portal da Transparência da Finep (acessado
em 17/02/2023), no período compreendido entre de 2002-2022 a UFMG contratou
R$ 335.699.462,74 para aquisição de equipamentos de médio e grande porte, para
obras, para manutenção corretiva de equipamentos, para bolsas, e outros (valores
relativos a “Apoio a eventos” não foram contabilizados), em diversos editais Finep,
inclusive Encomendas. Encomendas são instrumentos destinados a ações específicas de
160

execução de políticas públicas, tendo como requisitos a criticidade ou a especificidade


do tema, a singularidade da instituição ou a existência de competência restrita,
podendo ter, entre outras características, a vinculação a prioridades de programas de
governo, a programas estratégicos da área de ciência, tecnologia e inovação ou a
urgência no seu desenvolvimento.
Do total de R$ 79.080.228,77 em contratos UFMG-Finep em 2020,
R$ 73.945.001,55 foram destinados a Encomendas Transversais – covid-19. Em todas
essas encomendas, a UFMG atuou como executora do convênio e há casos em que há
co-executoras externas (exemplo: “Projeto Institucional em Rede: Laboratórios para
testes de diagnóstico da covid-19” convênio 01.20.0026.03 em parceria com outras 13
ICTs). Já em 2021, o total contratado UFMG - Finep foi de R$ 54.065.147,53. Nesse
montante está incluída a Encomenda- Ação CT-INFRA 2021 - relacionada à construção
do CT-Vacinas no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC). Só o contrato
relativo a essa encomenda totaliza R$ 50.000.000,00. Em 2022, por sua vez, foram
contratados UFMG - Finep R$ 39.362.560,96 em recursos Não Reembolsáveis às ICTs.
Desses, da mesma forma que em 2020, R$ 24.435.640,00 foram direcionados para três
Encomendas nas quais a UFMG era a executora. Todas elas voltadas para a área de saúde
(Encomendas CT-Saúde) (Gráfico 39).

Gráfico 39 – Projetos contratados UFMG – Finep, período 2012-2022. Destaque para Encomendas
contratadas. Participação da UFMG em editais institucionais Finep/CT INFRA

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.


161

Verifica-se que os recursos não reembolsáveis a ICTs concedidos à UFMG nos


projetos Finep tiveram impacto significativo, permitindo um aumento do volume e
da qualidade da produção intelectual realizada na Universidade e, por
consequência, um aumento da qualidade dos seus cursos de Pós-Graduação
auferida pela evolução da nota Capes. Esses recursos impactaram também no
ensino de Graduação, com a ampliação significativa de alunos em programas de
iniciação científica com e sem bolsas.
No período 2009-2016, a UFMG captou aproximadamente R$ 48,1 milhões para
aquisição de equipamentos de médio e grande porte, e R$ 12,9 milhões para obras, nas
chamadas públicas MCTI/Finep/CT-INFRA – PROINFRA, e Laboratórios Multiusuários
e nos editais Pró-equipamentos (Tabela 15). Tais projetos permitem a aquisição de
equipamentos de grande porte, que são alocados preferencialmente em laboratórios
multidisciplinares. O valor total captado apresentou forte crescimento (aumento de
58% comparando os anos de 2009 e 2013), interrompido pela descontinuidade do
programa CT-Infra (sem editais nos anos de 2012 e 2014, e com uma chamada para
recursos complementares para obras em 2014).

Tabela 15 – Valores captados pela UFMG para obras e equipamentos – Finep e Capes

Valor Finep Pró- Total


Ano
Captado Obras Equipamentos Equipamentos Equipamentos

2009 7.024.808 873.731 3.974.392 2.176.685 6.151.077

2010 7.313.684 1.268.920 4.083.294 1.961.470 6.044.764

2011 12.275.094 6.061.142 3.447.369 2.766.583 6.213.952

2012 2.800.000 - - 2.800.000 2.800.000

2013 1.1096.191 - 7.940.667 3.155.521 11.096.188

2014 7.830.191 4.662.576 - 3.167.615 3.167.615

2016 1.2658.245 - 12.658.245 - 12.658.245

Total 60.998.213 12.866.369 32.103.967 16.027.874 48.131.841

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.


162

3.3.1.8 Infraestrutura Institucional de Pesquisa

Em 2018, a UFMG instituiu uma política de classificação e organização da sua


infraestrutura de pesquisa, entendida como instalações físicas e condições materiais de
apoio a pesquisadores (equipamentos, recursos e serviços) para realização de
atividades de pesquisa artística, científica e tecnológica. Assim, sua Infraestrutura de
Pesquisa está categorizada, de acordo com as Resoluções 01/2018 e 02/2021 da Câmara
de Pesquisa/ PRPq em:
I. Centros Institucionais de Pesquisa (CIPq) - são centros voltados para
o desenvolvimento de pesquisa artística, científica e/ou tecnológica
que se caracterizam por possuir natureza multiusuária e
multidisciplinar; com gestão e regimento definidos, aprovados pelo
Conselho Universitário da UFMG ou Congregação da Unidade; equipe
técnico-científica especializada disponibilizada ou financiada pela
Administração Central, diretamente, ou via Unidade/Departamento;
equipamentos e/ou serviços altamente especializados de média e
grande complexidade, que sejam tecnicamente compatíveis com
padrões internacionais de excelência; política definida de
disponibilização de sua infraestrutura e serviços para usuários
internos e externos.
II. Laboratórios Institucionais de Pesquisa (LIPq) – são infraestruturas de
pesquisa artística, científica e/ou tecnológica compartilhadas por duas
ou mais Unidades Acadêmicas da UFMG, credenciadas pela Pró-Reitoria
de Pesquisa (PRPq), que seguem normas específicas de gestão definidas
pela PRPq em resolução específica.
III. Infraestruturas de Apoio Institucional à Pesquisa (AIPq) - são
infraestruturas de apoio à pesquisa artística, científica e/ou
tecnológica que fornecem materiais e serviços importantes para o
desenvolvimento da pesquisa. São classificadas em: Gerais, que
atendem a quaisquer áreas do conhecimento (bibliotecas, centrais
criogênicas, oficinas mecânicas e de prototipagem, centrais de
distribuição de informação ou utilidades, dentre outras) e Temáticas,
que atendem a áreas específicas do conhecimento (biotérios, acervos,
coleções, ambientes de exposição artística ou cultural, museus,
dentre outras).
163

IV. Laboratórios de Grupos e/ou Núcleos de Pesquisa (LGPq) - são


infraestruturas de pesquisa artística, científica e/ou tecnológica que
contenham instrumentos de pesquisa de qualquer natureza, porte e
número, ou que disponibilizem técnicas de qualquer natureza, ou que
sejam locais de reuniões e discussões temáticas, coordenados por um ou
por conjunto de docentes, podendo ou não apresentar servidores do corpo
técnico da UFMG.
V. Centros Institucionais de Tecnologia e Inovação (CT) – são ambientes
promotores de inovação que agregam capital intelectual e infraestrutura
em áreas tecnológicas da UFMG, e tem como missão realizar atividades de
pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação visando a
transferência dos resultados para a sociedade, em consonância com a
Política de Inovação, aos demais princípios e normas estatutárias e
regimentais da UFMG e aos parâmetros da legislação federal pertinente.

Atualmente, a UFMG possui 09 CIPqs, 11 LIPqs, 02 AIPqs, 750 LGPqs e 06 CTs


credenciados atuando nas diversas áreas do conhecimento. Informações detalhadas
sobre a infraestrutura de pesquisa da UFMG credenciada pela Pró-Reitoria de Pesquisa
estão disponíveis em https://www.ufmg.br/prpq/i2pq/.
Entre os CIPqs, deve ser mencionado o Centro de Microscopia, órgão
suplementar da UFMG, vinculado à Reitoria. O Centro de Microscopia foi concebido
como centro de caráter multiusuário e interdisciplinar, com infraestrutura em
microscopia eletrônica, iônica e por sonda com padrão de excelência internacional,
para realização de atividades de pesquisa e de base tecnológica. Suas instalações
foram inauguradas em 2006 e, em 2016, tornou-se Centro Nacional Multiusuário,
financiado pelo MCTI/ Finep/FNDCT. Em 2023, foi reavaliado e considerado o melhor
centro do país. Destaca-se que o Centro de Microscopia da UFMG coordena a
BioImaging Network of Minas Gerais (BioIMG Net), um novo ramo da Rede de
Microscopia e Microanálise em Minas Gerais. A BioIMG Net é uma iniciativa pioneira
de apoio a pesquisa biomédica com missão de fortalecer a colaboração entre
laboratórios de microscopia no estado de Minas Gerais e, em seguida, expandir esse
esforço para outras regiões do Brasil e da América Latina. Com relação ao
atendimento a usuários, o CM encerrou o ano de 2023 com uma base de quase 1300
usuários, sendo 43% da UFMG, 44% de outras ICTs e 13% de empresas.
164

3.3.1.9 Programas de Fomento

A PRPq mantém ativos diversos programas de fomento, conforme mostrado na


Quadro 1.

Quadro 1 – Programas de fomento da PRPq entre 2000 e 2023

Editais de Fomento/PRPq 2020 2021 2022 2023

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica em


Interface com a Extensão para a Rede de Museus e Espaços de
Ciências e Cultura da UFMG.

Programa Institucional de Auxílio à Pesquisa de Docentes Recém-


Doutores Recém-Contratados.

Programa de Iniciação Científica Voluntária.

Programa Institucional de Pagamento de Taxa de Publicação em


Periódicos Indexados.

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica


(Pibic/CNPq) e Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação Científica nas Ações Afirmativas (Pibic-AF/CNPq).

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em


Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti/CNPq).

Programa Institucional de Iniciação Científica Júnior – Pibic


Ensino Médio/CNPq.

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica


(PROBIC/Fapemig).

Programa Institucional de Iniciação Científica Júnior – PROBIC


Ensino Médio/Fapemig.

Programa de Melhoria Qualitativa da Produção Científica.

Programa Institucional de Bolsas de iniciação Tecnológica e


Inovação Graduação & Ensino Médio (BITEC GEM).

Programa Institucional de cadastro de Bolsistas de Iniciação


Científica – bolsa Balcão.

Programa Institucional de pagamento de taxa de inscrição em


congresso científico internacional.

Programa institucional de Atribuição de Digital Object Identifier


(DOI) a Periódicos Científicos da UFMG.

Programa institucional de bolsas de iniciação científica do


Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares – IEAT.
165

Há quase três décadas a UFMG vem publicando anualmente editais para


concessão de auxílio à pesquisa para docentes recém-contratados, utilizando recursos
próprios. Tal auxílio tem por objetivo viabilizar a rápida inserção dos novos contratados
na atividade de pesquisa, assim estimulando também a atividade de orientação de
estudantes de iniciação científica e de Pós-Graduação. Nesse sentido, cabe destacar a
retomada, em 2022, do Fundo de Apoio Acadêmico na UFMG (Fundo Fundep). Esse
Fundo foi criado em 1986 e teve seu regulamento aprovado, em 1997, pelo Conselho
Curador da Fundação de Apoio da UFMG - Fundep. Em 2022, o Fundo aportou
R$984.858,43 a ações acadêmicas da Instituição. A retomada do fundo, que esteve
suspenso desde 2009, foi decidida pela gestão da UFMG e do Conselho Curador da
Fundep, com aprovação do Cepe. Este recurso foi destinado ao financiamento de 60
projetos que articulam ensino (Graduação e Pós-Graduação), pesquisa e extensão,
coordenados por docentes recém-contratados, que ingressaram na UFMG entre 2020 e
2022. O edital elaborado para o aporte do Fundo Fundep 2022 foi inovador na medida
em que estimula os professores recém-chegados a priorizar, desde o início de sua
carreira, a integração de Ensino, Pesquisa e Extensão e dá a eles a oportunidade de ter
um aporte financeiro para fomentar seus trabalhos acadêmicos. Essa iniciativa integra
uma série de ações desenvolvidas pelas pró-reitorias acadêmicas para acolhimento e
apoio aos novos docentes.
Como pode ser visualizado, o fomento da PRPq tem sido cada vez mais
abrangente e tem evoluído de acordo com a demanda e as necessidades institucionais e
os desafios apresentados pela sociedade.

Objetivo Geral

Incrementar a atividade de pesquisa na UFMG para fortalecer e consolidar sua atuação


como referência nacional e buscar ampliação do seu reconhecimento internacional em
todas as áreas do conhecimento.

Objetivos específicos (Metas)

• Fortalecer a participação da UFMG na discussão das políticas nacionais e


estaduais para a pesquisa científica e tecnológica.
• Estimular a criação e/ou qualificação de grupos de pesquisa
referenciados pelas respectivas comunidades científicas internacionais,
em áreas do conhecimento pouco ou ainda não exploradas pela UFMG.
166

Objetivos específicos (Metas)

• Disseminar, entre os grupos de pesquisa consolidados da UFMG, a prática


do estabelecimento de metas de impacto, visando abordar as questões
científicas fundamentais do atual estado do conhecimento humano e
expandir de maneira significativa as fronteiras desse conhecimento.
• Estimular a inserção dos docentes da UFMG, independente da fase da
carreira, em parcerias nas diferentes áreas do conhecimento, com ênfase
no estabelecimento de vínculos geograficamente diversificados,
envolvendo tanto instituições brasileiras quanto instituições do exterior.
• Estimular a qualificação da produção científica e artística da UFMG,
incluindo publicações em veículos de alto impacto, levando em
consideração as especificidades das diferentes áreas do conhecimento.
• Aumentar a visibilidade da produção científica e artística pelo estímulo à
comunicação da ciência em veículos de maior circulação e influência em
suas respectivas áreas do conhecimento e fomentar ações de divulgação
científica.
• Estimular a pesquisa transdisciplinar, aumentando a rede de
colaborações entre docentes de diferentes áreas do conhecimento na
própria Instituição.
• Dar continuidade às ações da Política de Infraestruturas de Pesquisa da
UFMG visando à instalação e o aprimoramento das infraestruturas
laboratoriais de elevada complexidade e padrões de excelência para uso
por grupos de pesquisa internos, externos e/ou empresas públicas e
privadas, de forma a tornar a UFMG uma referência nacional no
desenvolvimento e suporte às ações de ciência, tecnologia & inovação,
ampliando a transferência de resultados para a sociedade.
• Consolidar a Política de Periódicos Científicos da UFMG de forma a
promover a melhoria contínua, a visibilidade, o armazenamento e a
segurança dos dados, bem como a preservação digital e recuperação da
informação relacionada aos periódicos científicos editados e/ou
produzidos pela comunidade UFMG.
• Ampliar a participação de alunos de Graduação em projetos de pesquisa e
a inserção de estudantes do ensino básico em atividades de pesquisa e
inovação nas diversas áreas do conhecimento, em integração com o
ensino de Graduação.
• Ampliar parcerias da UFMG com os vários setores da sociedade para o
desenvolvimento e captação de recursos públicos e privados para as ações
de ciência, tecnologia e inovação, com geração de conhecimento, produtos
e processos, no enfrentamento dos desafios regionais e nacionais.
• Empreender ações visando reduzir disparidades étnico-raciais, de gênero
ou entre pessoas com deficiência na produção científica da UFMG.
167

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5
1. Estimular a inserção dos docentes da UFMG em comitês de
assessoramento das fundações de amparo à pesquisa, Capes e
CNPq.

2. Articular com as demais instâncias da universidade


mecanismos para atrair e manter pesquisadores de alto nível no
corpo docente, por meio de políticas departamentais que
favoreçam a dedicação à pesquisa e a produtividade científica.

3. Estimular a aproximação de grupos de pesquisa com demais


setores da sociedade promovendo o desenvolvimento de
processos e produtos de base científica e tecnológica e de
projetos de instrumentação científica.

4. Estimular grupos de pesquisas consolidados a desenvolverem,


implementarem e divulgarem indicadores de impacto social,
econômico, científico e/ou político do conhecimento produzido
na UFMG.

5. Fortalecer as ações de internacionalização da pesquisa por meio


do apoio à organização e à participação em eventos
internacionais, mobilidade de pesquisadores e parcerias em
projetos e financiamentos de pesquisa.

6. Promover ações de apoio à pesquisa que atendam às diferentes


áreas do conhecimento e as diferentes fases da carreira docente,
abrangendo desde o apoio a recém-contratados e recém-
doutores até a articulação de redes temáticas de excelência.

7. Incentivar a realização de estágio de professor visitante para a


atuação de docentes da UFMG em instituições internacionais de
referência, assim como promover a vinda de docentes
estrangeiros renomados à UFMG, visando ao estabelecimento
de vínculos e parcerias.

8. Fomentar o aumento da produção científica da UFMG com a


participação de pesquisadores estrangeiros.

9. Revisar as métricas de avaliação, que ponderem critérios de


produção bibliográfica, quantitativos e qualitativos, nas
diversas áreas do conhecimento, valorizando indicadores
objetivos e reproduzíveis, mas não deixando de considerar a
diversidade de produção científica e seu impacto nas
diferentes áreas, bem como levando em consideração o
período de licença parental.
168

Ações/Ano 1 2 3 4 5
10. Estimular um maior engajamento dos pesquisadores da UFMG
em atividades de produção, divulgação, avaliação e editoração
científica.

11. Estimular o fortalecimento de infraestruturas e grupos de


pesquisa no campo das artes.

12. Estimular programas e ações de pesquisas visando fomentar e


valorizar a produção artística.

13. Apoiar programas do IEAT na indução, disseminação e


consolidação de abordagens transdisciplinares em ações de
pesquisa da UFMG.

14. Dar continuidade à implantação e à avaliação de Laboratórios


Institucionais de Pesquisa (LIPq) e de Infraestruturas de Apoio
à Pesquisa (AIPq) de uso multiusuário em diferentes Unidades
Acadêmicas da UFMG.

15. Intensificar a política de implantação de laboratórios e núcleos


de pesquisa de caráter multiusuário, que deem suporte ao
ensino e pesquisa de padrão internacional.

16. Incentivar a articulação entre grupos de pesquisa com


afinidades temáticas, visando tanto o uso compartilhado de
infraestruturas laboratoriais quanto o estabelecimento de
cooperações científicas.

17. Modernizar a infraestrutura de pesquisa da UFMG, visando à


abrangência de acesso intramuros e extramuros e o fomento à
interdisciplinaridade.

18. Estudar a viabilidade de criação de um fundo patrimonial para


manutenção e atualização/modernização da infraestrutura em
pesquisa.

19. Dar continuidade às políticas institucionais de editoração de


periódicos científicos da UFMG.

20. Fomentar a interação entre pesquisa e o ensino de Graduação e


de Educação Básica.

21. Manter o diálogo com representantes dos órgãos de fomento


nacionais e internacionais e apresentar às agências de fomento
propostas de novas modalidades de financiamento que
busquem enfrentar desafios regionais e nacionais.

22. Buscar investimentos do setor privado para o desenvolvimento


de pesquisas e para ampliação da infraestrutura da UFMG.

23. Viabilizar recursos para investimento continuado e sustentável


em novas tecnologias.
169

Ações/Ano 1 2 3 4 5
24. Incentivar a articulação entre grupos de pesquisa com
afinidades temáticas, visando tanto o uso compartilhado de
infraestruturas laboratoriais quanto o estabelecimento de
cooperações científicas.

25. Incentivar uma maior interação entre empresas e a


Universidade na realização de pesquisas tecnológicas e
aplicadas e na geração de inovação.

26. Protagonizar a integração do desenvolvimento científico e


tecnológico com o ecossistema de inovação (empresas
incubadas, startups, aceleradoras).

27. Fortalecer ações de inovação científica e tecnológica em todas


as áreas do conhecimento e fomentar iniciativas voltadas para
desenvolvimento de projetos de inovação em resposta aos
desafios apresentados pela sociedade.

28. Ampliar o escopo das ações afirmativas nos editais de fomento da


PRPq para os diferentes segmentos da comunidade acadêmica.

3.3.2 Pesquisas Transdisciplinares Avançadas

Nas três últimas décadas, para além da produção científica associada a campos
disciplinares bem estabelecidos, vêm se desenvolvendo as abordagens de pesquisas que
escapam desses limites e se constituem em propostas multi, inter ou transdisciplinares.
Nesse período, foi criado, estruturado e desenvolveu-se o IEAT da UFMG. O IEAT foi
criado, em caráter experimental, em 1999, como um órgão vinculado ao Gabinete do
Reitor. Sua institucionalização foi realizada pela Resolução do Conselho Universitário
№ 03/2005, de 12 de maio de 2005, e seu novo regimento foi aprovado pelo Conselho
Universitário em 1º de setembro de 2022, por meio da Resolução № 09/2022.
O IEAT tem por objetivo promover a geração de um ambiente propício à
realização de estudos transdisciplinares na UFMG, com características de excelência, de
inovação e de indução, abrangendo as diversas áreas do conhecimento mediante a
aproximação, a articulação e o transpassamento dos campos disciplinares e áreas do
conhecimento tradicionais.
O IEAT, assim como outros Institutos de Estudos Avançados (IEAS), atua como
centro de pesquisa onde acadêmicos de diversas áreas podem colaborar e conduzir
pesquisas de alto nível, com a perspectiva de que soluções para problemas complexos
muitas vezes requerem uma abordagem que transcenda as fronteiras tradicionais das
170

disciplinas acadêmicas. Os IEAs buscam, assim, fomentar a criatividade intelectual,


fornecendo um espaço onde acadêmicos de diversas áreas possam se reunir,
compartilhar ideias e trabalhar em projetos inovadores. Tal fomento pode levar a
avanços significativos em campos como ciências naturais, tecnologia, humanidades e
ciências sociais. As pesquisas realizadas pelos institutos de estudos avançados
frequentemente têm impactos significativos na sociedade, abordando questões críticas
e contribuindo para o desenvolvimento de novas tecnologias, políticas públicas e
práticas culturais. Além disso, muitos IEAs também têm um compromisso com a
disseminação do conhecimento, por meio de conferências, palestras e publicações.
Nesse sentido, atualmente, o IEAT desenvolve cinco programas, descritos a seguir.

1. Programa de cátedras de curta duração e professores visitantes


O IEAT conta com dois programas de cátedras de curta duração: o Cátedras
Fundep/IEAT e o Cátedras CALAS/IEAT. Ambos os programas visam favorecer o
intercâmbio, em temas transdisciplinares considerados de ponta, em âmbito
internacional, entre os catedráticos selecionados por editais específicos (pesquisadores
de renome mundial) e grupos de pesquisadores da UFMG. A Cátedra CALAS-IEAT/UFMG
resulta de uma parceria do IEAT com o Centro Maria Sibylla Merian de Estudios
Latinoamericanos Avanzados (CALAS), de Guadalajara (México), com financiamento
do governo alemão, para a promoção de estudos sobre a América Latina e o Caribe
com foco em problemas da atualidade e perspectivas de enfrentamento destes.

2. Programa de residência interna


O Programa Professor Residente do IEAT/UFMG tem por objetivo servir como
instrumento para o desenvolvimento de projetos de pesquisas avançadas e
transdisciplinares e se destinam a acolher docentes internos à UFMG (no máximo
seis) por um período de um ano.

3. Grupos de pesquisa
O Programa Grupos de Pesquisa do IEAT/UFMG tem por objetivo acolher grupos de
pesquisadores internos e externos à UFMG que participem de projetos e atividades
comuns e afins aos objetivos deste Instituto e promover pesquisas avançadas e
transdisciplinares. Atualmente o IEAT conta com sete grupos de pesquisa nos
seguintes temas: cosmologias e cidades; acessibilidade e mobilidade urbana; futuro
sustentável; o elo entre história, medicina, tecnologia e arte; infâncias,
adolescências e juventudes; práticas sociais no espaço urbano; e avaliação em saúde.
171

4. Encontros transdisciplinares
O Programa Encontros Transdisciplinares do IEAT constitui-se de ciclos de
conferências, palestras, mesas-redondas e debates promovidos pelo Instituto. Os
temas dos encontros giram em torno de questões de caráter avançado e/ou
transdisciplinar desenvolvidas por pesquisadores, cientistas, intelectuais e artistas,
vinculados ou não à UFMG.

5. Revista da UFMG
A Revista da UFMG é uma publicação quadrimestral da Universidade Federal de Minas
Gerais e tem como objetivo principal abordar temáticas específicas, numa perspectiva
interdisciplinar, podendo divulgar também resultados de pesquisas e de produções
teóricas e artísticas diversas. Desde 2020, a revista passou a ser vinculada ao IEAT.

O IEAT/UFMG participa atualmente de três redes de cooperação: a rede CALAS, o


Fórum Brasileiro de Estudos Avançados (Fobreav) e a rede UBIAS (University-Based
Institutes for Advanced Study). O CALAS, do qual o IEAT é parceiro, envolve um
consórcio de universidades latino-americanas e alemãs. O Fobreav foi criado em agosto
de 2015 por dirigentes dos institutos e centros de estudos avançados de universidades
brasileiras e visa ser um espaço de ação e reflexão crítica criativa sobre os desafios
estratégicos na implementação de estudos e pesquisas prospectivas de caráter
interdisciplinar. A rede UBIAS, iniciada em 2010, congrega atualmente mais de 50
institutos de estudos avançados ao redor do mundo, e tem a proposta de promover um
ambiente para a troca de experiências entre pesquisadores de diversas áreas, culturas e
formações, um espaço produtivo para pesquisa inovadora.
Considerando o amplo potencial de crescimento do IEAT em uma instituição de
ensino, extensão e pesquisa do porte da UFMG, para os próximos cinco anos o Instituto
apresenta um plano estratégico que inclui a criação de cátedras de longa duração. Tais
cátedras têm objetivos de pesquisa mais abrangentes e aprofundados, podem se
estender por vários semestres e oferecem aos acadêmicos uma oportunidade de
estabelecer uma presença mais duradoura na instituição anfitriã. Devido à duração mais
longa, essas cátedras têm maior potencial para promover a colaboração inter e
transdisciplinar. Seus titulares têm mais tempo para se envolver em vários projetos e
colaborações. Por essa razão, as cátedras de longa duração têm um impacto mais
gradual e sustentado. Elas contribuem para o desenvolvimento a longo prazo de
pesquisas temáticas e para o crescimento e a internacionalização da instituição anfitriã.
172

O ineditismo das cátedras de longa duração na UFMG significa uma oportunidade


para promover pesquisas aprofundadas e colaborações em áreas específicas de importância
regional, nacional e global. A implementação de cátedras temáticas de longa duração é um
passo significativo para aprimorar a pesquisa, a inovação e o desenvolvimento de estudos
e investigações em uma variedade de campos, atendendo às necessidades da comunidade
acadêmica e da sociedade em geral e promovendo, em conjunção com os vários
programas existentes, a excelência em estudos inter e transdisciplinares, a colaboração
acadêmica e a internacionalização da pesquisa avançada produzida na UFMG.
Com o objetivo de ampliar a visibilidade das pesquisas conduzidas por essas
cátedras, planeja-se conectar a produção científica delas a uma nova plataforma que
será criada pelo IEAT, a qual mapeará pesquisas transdisciplinares de ponta na UFMG.
Essa plataforma, denominada Transiscópio, funcionará como um diretório pesquisável
de projetos científicos transdisciplinares, permitindo aos usuários explorar esses
projetos para identificar quem está envolvido em quais áreas e em que unidades
acadêmicas. O registro dos projetos transdisciplinares no Transiscópio tem como
objetivo contribuir para uma iniciativa coletiva de inteligência científica.
As ações planejadas pelo IEAT para o período de 2024 a 2029, tendo como
referência a criação das cátedras de longa duração, pretendem prioritariamente
promover estratégias para o enfrentamento de dificuldades identificadas quanto ao
desenvolvimento da pesquisa transdisciplinar na UFMG, bem como fortalecer o IEAT
como uma unidade de destaque no cenário acadêmico nacional e internacional,
incentivando a inovação e a colaboração entre pesquisadores de diversas disciplinas e
moldando o futuro da pesquisa e da educação superior.

Objetivo Geral

Promover a geração de um ambiente propício à realização de estudos transdisciplinares


na UFMG, com características de excelência, de inovação e de indução, abrangendo as
diversas áreas do conhecimento mediante a aproximação, a articulação e a interseção
dos campos disciplinares e áreas do conhecimento tradicionais.

Objetivos específicos (Metas)

• Promover a diversidade acadêmica e enriquecer a pesquisa e o ensino,


estimulando a inovação e a criatividade.
• Estabelecer redes globais de cooperação.
173

Objetivos específicos (Metas)

• Ampliar o reconhecimento internacional da UFMG.


• Promover o desenvolvimento de talentos, ajudando a desenvolver o
talento acadêmico e a próxima geração de líderes em suas áreas de
estudo por meio do envolvimento dos acadêmicos em cátedras
internacionais no treinamento de estudantes e pesquisadores locais.
• Promover a pesquisa de ponta inter e transdisciplinar.
• Dar visibilidade à pesquisa transdisciplinar de ponta produzida tanto em
torno das cátedras do IEAT quanto pelos diversos grupos de pesquisa na
UFMG.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5

1. Implantar cátedras de longa duração, financiadas por diversas


fontes, tais como iniciativa privada, agências de fomento,
emendas parlamentares e recursos próprios da UFMG, atraindo
pesquisadores de renome internacional.

2. Identificar e explorar parcerias institucionais com vistas à


implantação das cátedras de longa duração.

3. Estabelecer convênios com Universidades e Institutos de


Estudos Avançados do exterior, principalmente com as
instituições que já participam da rede UBIAS, fortalecendo a
presença do IEAT em redes de cooperação globais.

4. Promover a interação entre o catedrático internacional visitante


e os grupos de pesquisa consolidados da UFMG com vistas à
participação conjunta em conferências e fóruns acadêmicos
internacionais, publicações conjuntas, orientações de
estudantes e jovens pesquisadores.

5. Envolver os catedráticos em disciplinas de Pós-Graduação e em


co-orientações de estudantes.

6. Ampliar numericamente a colaboração entre diferentes áreas


disciplinares, seja por meio de participação em conferências e
fóruns acadêmicos internacionais, publicações conjuntas, projetos
de pesquisa interdisciplinares, ou programas educacionais
abrangentes vinculados às cátedras de longa duração.
174

Ações/Ano 1 2 3 4 5

7. Promover pesquisas aprofundadas e colaborações significativas


em áreas de importância regional, nacional e global, com
impactos profundos no enfrentamento de grandes problemas
da sociedade em geral.

8. Investir na ampliação do número de publicações inter e


transdisciplinares de trabalhados de divulgação vinculados às
cátedras do IEAT.

9. Contribuir para a ampliação do número de eventos acadêmicos


inter e transdisciplinares na UFMG.

10. Criação de uma plataforma de visualização dos projetos


interdisciplinares/transdisciplinares na UFMG – Transiscópio.

11. Promover a consolidação da Revista da UFMG como instrumento


potencializador das atividades dos grupos de pesquisa, cátedras e
residentes do IEAT e da UFMG.

3.4 Extensão

Conceito, Diretrizes e Gestão

A Extensão, processo interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político


que promove a interação dialógica e transformadora entre universidade e outros
setores da sociedade, por meio da produção e da aplicação do conhecimento,
organiza-se a partir do princípio constitucional da indissociabilidade entre Ensino,
Pesquisa e Extensão (CNE/CES № 07/2018). Consiste numa ação acadêmica e
política, cujo compromisso deliberado é o estreitamento de vínculos com a
sociedade para que a Universidade cumpra sua função pública e sustente sua
relevância social. Essa forma de atuar tem por finalidade aprofundar as ações de
democratização dos saberes científico, cultural, artístico, tecnológico, bem como os
saberes tradicionais de relevância social e coletiva, a fim de produzir novos
conhecimentos e práticas que vão ao encontro dos anseios e interesses da sociedade
e que, ao mesmo tempo, qualificam a formação discente. Assume papel de
importância destacada no enfrentamento às diferentes facetas das desigualdades
presentes na sociedade, colaborando, dessa forma, com a efetivação dos direitos
humanos e sociais.
175

A extensão cumpre papel de destaque na consolidação de um dos princípios


institucionais da UFMG, especificamente, o de interação continuada com a sociedade.
O Estatuto da UFMG situa a extensão universitária, juntamente com a pesquisa e o
ensino, como instância formativa essencial, orientada para o favorecimento das
condições de produção do conhecimento e a formação de profissionais capazes de
atuação academicamente inovadora e socialmente comprometida com os valores de
desenvolvimento social e humano. A extensão também participa na promoção e
qualificação dos processos de comunicação da Universidade, pautados pelo
permanente diálogo entre a comunidade interna e externa à instituição, que para isso
conta com uma ampla participação dos diferentes setores institucionais.
Na UFMG, a Pró-reitoria de Extensão (Proex) compartilha a gestão da política de
extensão com 22 Centros de Extensão (Cenex), em consonância com a política geral de
extensão universitária. Os Cenex, por meio da Resolução Complementar do Conselho
Universitário № 06/2020, foram institucionalizados como órgãos colegiados de gestão
acadêmica e administrativa das atividades de extensão da UFMG, no âmbito das
Unidades Acadêmicas e das Unidades Especiais. Os Cenex são responsáveis por induzir,
articular e aprovar as atividades de extensão no âmbito das Unidades às quais são
vinculados, bem como colaborar para a natureza interdisciplinar da formação dos
estudantes, buscando a integração entre Ensino, Pesquisa e Extensão.
Cabe à Proex desenvolver gestão acadêmica e administrativa para fomentar,
acompanhar, avaliar, articular, divulgar e, por vezes, coordenar as ações em prol da
extensão na Universidade. A Proex também representa a UFMG junto aos mais
diferentes parceiros nas atividades de extensão: órgãos públicos vinculados aos
governos federal, estaduais e municipais, organizações não-governamentais e da
sociedade civil, movimentos sociais, bem como instituições privadas.
No contexto contemporâneo, apresenta-se como importante desafio para a gestão
da extensão assegurar sua inserção nos projetos pedagógicos de todos os cursos de
Graduação, a partir de perspectivas inter e transdisciplinares. É imprescindível que sejam
utilizadas metodologias inovadoras que se articulem com a pesquisa e com o ensino, de
forma que seja efetivamente reconhecido o seu papel de formação para a cidadania de
futuros profissionais socialmente comprometidos. Além disso, é urgente que sejam
incorporadas novas pautas ao debate da extensão, como a interface com a tecnologia,
com os saberes dos sujeitos diversos presentes na Universidade e com a pluralidade de
linguagens para maior qualificação do processo de comunicação da Universidade com a
176

sociedade. O reconhecimento da extensão como dimensão formadora no contexto dos


cursos de Pós-Graduação também é um desafio que se apresenta tanto no sentido de
fomentar e valorizar a relevância social do conhecimento produzido no âmbito dos
programas de Pós-Graduação, quanto na formação de futuros docentes que tenham, ao
longo da sua formação, experiência e formação em extensão universitária.
A Resolução do Cepe № 08/2020, proposta pela Câmara de Extensão e aprovada
pelo Cepe, regulamenta as atividades de extensão na UFMG. As atividades de extensão
devem contemplar as diretrizes estabelecidas pela Política Nacional de Extensão
Universitária e são realizadas sob as modalidades de programa, projeto, curso, evento e
prestação de serviços, conforme as seguintes definições:
I. Programa: atividade caracterizada pela atuação diversificada e integrada
de atividades de extensão orientadas por um eixo articulador, que deve
ser em torno de determinado público, temática, linha de extensão ou
recorte territorial, devendo conter, pelo menos, dois projetos vinculados.
II. Projeto: atividade que se constrói juntamente com a comunidade externa
em torno de objetivos que necessitam de trabalho processual e contínuo
para serem alcançados, com atuação na produção e na construção de
conhecimento voltados para o desenvolvimento social, cultural, artístico
e tecnológico, podendo abranger, de forma vinculada, cursos, eventos e
prestação de serviços.
III. Curso: atividade pedagógica de caráter teórico ou prático, presencial ou à
distância, planejada e organizada de modo sistemático, com carga horária
mínima de 8 (oito) horas, com avaliação de frequência e de aprendizagem
e emissão de certificado. Os cursos de aperfeiçoamento têm carga horária
mínima de 180 (cento e oitenta) horas.
IV. Evento: ação que implica na apresentação ou exibição pública, livre ou com
clientela específica, do conhecimento ou produto cultural, artístico,
esportivo, científico/acadêmico ou tecnológico desenvolvido ou
reconhecido pela Universidade.
V. Prestação de serviços: atividade com tempo determinado de execução para
a solução de problemas produtivos ou sociais a partir de conhecimento
existente e que poderá resultar em desenvolvimento, aperfeiçoamento ou
difusão de soluções tecnológicas.
177

As atividades de extensão organizam-se em áreas temáticas: saúde,


educação, trabalho, meio ambiente, comunicação, direitos humanos e justiça,
tecnologia e produção e cultura, são coordenadas por servidores docentes ou TAE
com nível superior, em efetivo exercício na UFMG. As atividades devem ser
registradas no Sistema de Informação da Extensão (Siex) da UFMG pelo seu
coordenador, conforme a Resolução da Câmara de Extensão № 01/2021 que
regulamenta a apresentação de propostas de atividades de extensão na UFMG e a
respectiva certificação de participação. O registro das atividades de extensão no Siex
permite organizar as informações sobre as atividades desenvolvidas na
universidade, possibilitar transparência para que a comunidade externa tenha
acesso às informações, já que o Siex é um sistema de acesso público. Além disso, o
Siex possibilita a preservação das informações ao longo do tempo, possibilitando o
acesso às atividades desenvolvidas pela comunidade, metodologias implementadas,
docentes, discentes e técnicos que participam das equipes e resultados e produtos
oriundos das atividades desenvolvidas.
A equipe executora das atividades de extensão da UFMG deve ser composta por,
no mínimo, dois terços de pessoas vinculadas à UFMG, deve contar com a participação
orientada de discentes da Universidade e pode contar também com colaboradores
externos a ela, por meio de formalização da participação de colaborador voluntário
externo em atividades de extensão.
A orientação dos discentes participantes deve estar a cargo de docentes, sejam eles
o coordenador ou outro docente membro da equipe. O orientador é o responsável pelo
acompanhamento pedagógico e pela avaliação do desempenho do estudante. O discente
integrante de atividades de extensão pode receber bolsas oriundas de editais internos de
fomento com recursos provenientes da UFMG, como é o caso do Edital de Fomento de
Bolsas de Extensão para Programas, Projetos e Cursos de Extensão (Pbext) ou editais
externos de fomento de diversas fontes. Os estudantes têm sua participação certificada
pelo Centro de Extensão da unidade em que a atividade é registrada.
A Proex promove, anualmente, a Jornada de Extensão, evento que tem como
objetivos receber os estudantes, bolsistas e voluntários, participantes das atividades de
extensão, incentivar os debates e estimular trocas de experiências. Desde 2014,
representantes das comunidades parceiras das atividades de extensão são convidados a
participar dessas jornadas. Nos últimos anos, cerca de 700 estudantes estiveram
presentes em cada edição do evento.
178

Os estudantes da UFMG integrantes de atividades de extensão e, sobretudo,


aqueles contemplados com bolsas, também participam do Encontro de Extensão que
ocorre durante a Semana do Conhecimento. Este Encontro é uma oportunidade para os
estudantes divulgarem, por meio de seus trabalhos, as atividades, resultados e
produtos desenvolvidos nos diversos projetos de extensão em que participam. São
apresentados, anualmente, em média, entre 600 e 700 trabalhos. Eles são inicialmente
apresentados em suas unidades de origem, sendo selecionados aproximadamente 10%
dos trabalhos para segunda etapa de apresentação em que serão avaliados por
membros da Câmara de Extensão, sendo enfim selecionados dois trabalhos de cada
Área Temática da Extensão para premiação como Destaque de Extensão. A avaliação
dos trabalhos considera pontos relacionados às diretrizes do segmento, como a
indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão, a interdisciplinaridade e a
interação com a sociedade. Os comitês avaliadores dos trabalhos apresentados vêm
contando com a participação de representantes das políticas públicas de áreas
diversas. Essa participação tem sido muito frutífera tanto pela necessária avaliação
pela comunidade externa à UFMG dos trabalhos desenvolvidos, quanto pelos
desdobramentos possíveis das atividades de extensão junto às políticas públicas.
Nos últimos anos, a priorização de atividades voltadas para os direitos humanos, a
ampliação da relação com a educação básica e para o meio ambiente tem marcado a
política de extensão da UFMG e busca atender a demandas existentes de forma
contundente na sociedade brasileira e latino-americana, assim como as demandas
globais dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). A aprovação da Política de
Divulgação Científica pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMG, a criação
de uma diretoria na Pró-reitoria de Extensão intitulada Universidade dos Direitos
Humanos e o fomento a atividades de extensão nas áreas de direitos humanos, educação
básica e meio ambiente são ações concretas implementadas com essa finalidade.

3.4.1 Parcerias e Setores Estratégicos para Gestão da Extensão e Diálogo


com os demais Setores da Sociedade

Com o intuito de materializar o preceito da indissociabilidade da extensão ao


ensino e a pesquisa, a Proex tem desenvolvido ao longo dos anos ações em parcerias com
as outras Pró-Reitorias Acadêmicas. Muitas dessas se desdobraram na criação de editais
específicos de fomento, comissões, setores estratégicos, Redes interdisciplinares,
eventos acadêmicos, e mesmo de processos de gestão.
179

A Proex, em parceria com a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), tem


implementado ações para atender as metas do Plano Nacional de Educação (2014-
2024) e ampliar a inserção das atividades de extensão nos currículos dos cursos de
Graduação. A Formação em Extensão Universitária é uma das iniciativas para a
integralização de créditos em cursos de Graduação, mediante participação dos
estudantes em atividades que integram a extensão. A Resolução do Conselho Nacional
de Educação (CNE) № 07/2018 estabelece que as atividades acadêmicas de extensão
devem constituir, no mínimo, 10% da carga horária curricular dos estudantes dos
cursos de Graduação e faculta a inserção de atividades extensionistas nos currículos
de Pós-Graduação. Essa nova diretriz nacional da extensão implica em uma maior
exigência dos setores da UFMG que lidam direta e indiretamente com a extensão, para
que se consiga atender à demanda dos estudantes por atividades extensionistas que
sejam relevantes para a comunidade externa a que se dirigem e que atendam às
diretrizes e princípios da extensão universitária. É preciso atentar não apenas para a
necessidade de aumento do volume dessas atividades, mas também para a
necessidade de incremento em sua qualidade, tendo em vista que a extensão e suas
novas diretrizes nacionais são importantes para o fortalecimento do compromisso
social das IES. Neste sentido, a partir de propostas encaminhadas pelas Câmaras de
Extensão e Graduação, o Cepe, por meio da Resolução № 10/2019, estabeleceu
diretrizes curriculares para a integralização de atividades acadêmicas curriculares de
Formação em Extensão Universitária nos cursos de Graduação da UFMG.
Em parceria com a Pró-Reitoria de Pesquisa (PRPq), a Proex apresentou, por
meio da Resolução Cepe № 02/2021, as diretrizes para a Política de Divulgação
Científica na UFMG, visando ampliar o diálogo das ciências e o intercâmbio de saberes
com os diversos setores da sociedade, promover a democratização do conhecimento
científico e ampliar o reconhecimento da ciência e dos saberes tradicionais como
ferramenta para o enfrentamento das questões locais, regionais e internacionais e para
a promoção do desenvolvimento social, cultural e econômico. O cumprimento da
Política de Divulgação Científica na UFMG é monitorado pelo Comitê para Discussão e
Monitoramento da Política de Divulgação Científica na UFMG (COMDICI), que foi
instituído por meio da Resolução Cepe № 03/2021. O COMDICI tem por objetivo a
elaboração e atualização de propostas institucionais que estabelecerão as bases para o
desenvolvimento de políticas de indução, fomento, gestão e acompanhamento de
atividades de divulgação científica na UFMG.
180

Visando à ampliação da aproximação e cooperação entre atividades de extensão


que tenham similaridade de público-alvo, a Proex criou a política para fomento de
Redes Interdisciplinares. O trabalho em rede tem proporcionado a integração e troca de
experiências entre as atividades de extensão, bem como entre os espaços da
universidade que promovem a extensão, potencializando o impacto junto às
comunidades e outros setores da sociedade que são parceiros dando maior visibilidade a
suas ações. Um dos princípios que orienta o trabalho das Redes é a compreensão de que
os grandes problemas da sociedade brasileira não se referem a um único campo
disciplinar, mas exigem a articulação e conexão de saberes e práticas diversas,
incluindo os saberes dos grupos sociais parceiros. As redes em funcionamento são:
Rede Saúde Mental; Rede de Divulgação Científica; Rede Direitos Humanos; Rede de
Cursos Preparatórios Comunitários e Populares; Programa Participa UFMG Mariana –
Brumadinho (com participação de programas e projetos de extensão da UFMG, UFOP e
UFES); Projeto Brumadinho; Programa com Povos Yanomami e Y´ekwana. Destaca-se
que o trabalho em rede tem possibilitado a ampliação e potencialização de recursos
para as atividades de extensão.
A Rede de Museus e Espaços de Ciência e Cultura da UFMG está vinculada à Proex
e conta com espaços geridos pela Procult, pelas Unidades Acadêmicas ou caracterizados
como órgãos suplementares ou complementares. Tem como objetivo articular políticas
e ações de salvaguarda e de divulgação científica de um extenso e importante
patrimônio acadêmico existente em diferentes espaços da UFMG. Os espaços-membros
da Rede, com distintos perfis institucional, científico e cultural, comportam coleções e
acervos tão variados quanto são diversificados e amplos os campos de conhecimento
acolhidos em departamentos e unidades acadêmicas da universidade. A estruturação
em rede de espaços autônomos, abertos à visitação pública favorece a qualificação das
ações e contribui para a ampliação do atendimento ao público, formado pela
comunidade universitária, e principalmente por estudantes da educação básica e pela
população em geral. Os espaços em rede somam esforços e otimizam recursos para
conferir aos seus integrantes maior organicidade no planejamento e execução de
projetos de pesquisa, ensino e extensão. Em quase vinte e três anos de funcionamento
ininterrupto, a Rede de Museus e Espaços de Ciência e Cultura UFMG consolidou-se
como referência nacional de gestão em rede.
A Estação Ecológica da UFMG (EECO-UFMG), que compõe a Rede de Museus e
Espaços de Ciência e Cultura e é vinculada à Proex, é uma importante área protegida
181

localizada dentro do campus Pampulha da UFMG, com extensão de 114 hectares. Oferece
aos seus usuários, internos ou externos à UFMG, espaço para o desenvolvimento de
pesquisa e ensino, além de promover atividades de extensão voltadas a públicos
diversos, especialmente estudantes da educação básica.
Além da política de redes, a Proex também possui como estratégia para
aproximação e diálogo com a sociedade, por meio da educação básica, o programa
UFMG Jovem e a participação na Comissão para Discussão e Elaboração das Políticas de
Formação Inicial e Continuada de Professores da Educação Básica da UFMG –
Comfic/UFMG. A Comfic tem como objetivo principal a elaboração de um projeto
institucional que estabeleça as bases para o desenvolvimento de políticas de indução,
fomento, gestão e acompanhamento da formação inicial e continuada de professores da
educação básica no âmbito da Universidade, e em parceria com as redes de educação
básica. A UFMG Jovem visa promover o intercâmbio de trabalhos técnico-científicos e
produções culturais realizados nas escolas públicas e privadas de Minas Gerais;
estimular o protagonismo juvenil em Ciência, Tecnologia & Inovação; e difundir a
prática de Desenvolvimento de Projetos na Educação Básica.

3.4.2 Fomento, Avaliação e Monitoramento da Extensão

É inegável que ao longo dos últimos anos houve avanços significativos no


reconhecimento da extensão universitária como prática acadêmica e instrumento
efetivo de transformação da sociedade e da própria Universidade. Nesse sentido, é
necessário que haja investimento contínuo nas políticas de fomento que garantam
sustentabilidade aos programas e projetos, na avaliação e monitoramento das
atividades de extensão e na intensificação de uma interlocução qualificada com setores
diversos da sociedade, no âmbito regional, nacional e internacional.
No que tange a captação de recursos, a Proex desenvolve ações continuadas de
apoio às atividades de extensão por meio da captação de recursos junto a setores
públicos e privados, bem como levantamento e divulgação de editais estaduais,
nacionais e internacionais. Como foi, historicamente, o Programa de Apoio à Extensão
Universitária (Proext) MEC/SESu, instrumento para programas e projetos de extensão
universitária, com ênfase na formação dos estudantes e na inclusão social nas suas
mais diversas dimensões, visando aprofundar ações políticas que venham fortalecer a
institucionalização da extensão no âmbito das Instituições Federais, Estaduais e
Municipais e Comunitárias de Educação Superior. Outro exemplo é a retomada, em
182

2022, do Edital da Fapemig voltado para projetos de extensão em interface com a


pesquisa, tomando como horizonte de atuação, o cumprimento dos Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Com os recursos prioritariamente da própria universidade destinados ao
fomento da extensão na UFMG, a Proex faz a gestão, execução e acompanhamento dos
seguintes editais:
I. Bolsas para Programas, Projetos e Cursos de Extensão (Pbext): visa, por
meio da concessão de bolsas acadêmicas de extensão, estimular a
participação de estudantes em programa, projeto e curso de extensão,
buscando contribuir para a formação acadêmica, estimular o
pensamento crítico e interdisciplinar e atuação acadêmica e
profissional comprometidas com a promoção da cidadania, em
consonância com a função social da educação superior pública.
Destinado a estudantes que atuam em atividades de extensão
universitária, o Pbext concede bolsas a graduandos de todos os cursos
da UFMG que participam em programas, projetos ou cursos de extensão
selecionados por meio de editais. As bolsas funcionam em duas
modalidades: Pbext, destinada a qualquer estudante de Graduação, e
Pbext Ação Afirmativa, destinada exclusivamente a estudantes que
ingressaram na UFMG pelo sistema de cotas e/ou classificados(as)
socioeconomicamente no nível I, II ou III pela Fundação Universitária
Mendes Pimentel (Fump), estudantes mães com criança cursando o
ensino infantil ou fundamental na rede pública de ensino, estudantes
travestis e transexuais, estudantes com deficiência, estudantes
indígenas e quilombolas, estudantes refugiados(as).

II. Formação em Extensão Universitária no Âmbito da Pós-Graduação: visa


apoiar as iniciativas de Formação em Extensão Universitária no âmbito
dos colegiados de cursos de Pós-Graduação da UFMG para estimular a
participação integrada de estudantes de Graduação e de Pós-Graduação,
nível mestrado e doutorado, em programas, projetos e cursos de
extensão, buscando contribuir para a formação acadêmica, estimular o
pensamento crítico e atuação acadêmica e profissional comprometidas
com a promoção da cidadania, em consonância com a função social da
educação superior.
183

III. Programa de Apoio Integrado a Eventos (Paie): é mantido pelas Pró-


Reitorias de Graduação, Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação e tem o
objetivo de fomentar a realização de eventos acadêmicos em que ensino,
extensão e pesquisa sejam indissociáveis.

IV. Fomento de Bolsas para Programas, Projetos e Cursos de Extensão em


Direitos Humanos (Edital DEMOCRATIZAR): visa, por estimular a
participação de estudantes em programas, projetos ou cursos de extensão
que tenham como tema os direitos humanos, buscando contribuir para a
formação acadêmica, estimular o pensamento crítico e atuação acadêmica
e profissional comprometidas com a promoção da cidadania, em
consonância com a função social da educação superior.

V. Apoio ao Aprimoramento da Gestão, Divulgação Científica e da


Avaliação da Extensão Universitária por Meio da Concessão de Bolsas
aos Cenex da UFMG (Cenex): visa apoiar o aprimoramento dos
processos de gestão, divulgação científica e de avaliação da extensão
universitária e promover a participação de estudantes de Graduação da
UFMG no desenvolvimento e aprimoramento das políticas de extensão
da instituição.

VI. Fomento a Produtos Extensionistas (PRODUTOS): visa apoiar a realização


de produtos extensionistas oriundos de programas e projetos de extensão
destinados à educação básica e profissional pública e às áreas de direitos
humanos e meio ambiente.

VII. Fomento a Atividades de Extensão para a Aquisição de Material


Permanente (Programa Florestania - MAPEX): visa apoiar a aquisição de
material permanente para o desenvolvimento de atividades extensionistas
de programas e projetos, com prioridade para aqueles relacionados à área
temática de meio ambiente.

VIII. Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica em interface com


a Extensão para a Rede de Museus e Espaços de Ciência e Cultura da
UFMG: fruto de uma parceria com a PRPq, o Edital de visa fomentar a
pesquisa científica no âmbito dos projetos de extensão dos espaços da
Rede de Museus e Espaços de Ciências e Cultura da UFMG.
184

Em relação a avaliação e monitoramento da extensão, a UFMG, por meio da


Resolução da Câmara de Extensão № 05/2021, estabeleceu as “Diretrizes para a Política
de Avaliação da Extensão” na Universidade e tem procurado desenvolvê-las em
consonância com as diretrizes da Comissão Própria de Avaliação da UFMG e do Fórum
de Pró-Reitores de Extensão.
Na avaliação baseada nos dados registrados no Siex foi possível identificar que
ações de extensão são desenvolvidas em todas as unidades acadêmicas da UFMG,
englobando as oito áreas temáticas, com envolvimento de cerca de 2.505 docentes e com
registro de cerca de 2.600 produtos anuais, sendo a maioria trabalhos apresentados em
eventos acadêmico-científicos e produtos audiovisuais. Em 2010, o Cepe aprovou a inclusão
de um indicador que avalia as atividades de extensão desenvolvidas pelos departamentos na
matriz para alocação de vagas do magistério superior, o qual foi aplicado pela primeira vez
em 2014. Esse indicador adquiriu grande importância para valorização da extensão nos
planos de trabalho individuais dos docentes e dos departamentos. A avaliação da extensão
compreende ainda os seguintes aspectos: perfil das atividades de extensão desenvolvidas
nas unidades acadêmicas e especiais, avaliação das atividades de extensão pelos bolsistas e
orientadores e avaliação por membros das comunidades e instituições parceiras.

3.4.3 Dados da Extensão 2018 a 2022

Nos últimos cinco anos, entre 2018 e 2022, o número total de atividades de extensão
desenvolvidas na UFMG praticamente manteve-se o mesmo, em torno de 4.000. Nota-se
que há maior quantidade de projetos, seguidos por eventos, prestação de serviços, cursos e
programas. Por exemplo, em 2022, a quantidade de projetos representou
aproximadamente 50% do total das atividades registradas no Siex (Gráfico 40).
Verificou-se um pequeno aumento, de 7%, na quantidade total das atividades de
extensão de 2018 para 2019, como também de 2020 para 2021, neste caso de 3%. Nota-
se uma diminuição significativa do número de eventos realizados de 2019 para 2020,
provavelmente em função da crise sanitária e do isolamento social devido à covid-19.
Por outro lado, de 2019 para 2020, houve um aumento expressivo na quantidade de
projetos, muitos deles criados, inclusive, para resolver problemas e questões
relacionadas à pandemia e ao isolamento social, e essa quantidade se manteve até 2022,
assim como tivemos também uma diminuição na quantidade de eventos, de 2019 para
2020. No caso das atividades de prestação de serviço, curso e programa, praticamente
mantiveram-se com os mesmos números.
185

Gráfico 40 – Quantitativo das atividades de extensão desenvolvidas na UFMG, entre 2018 e 2022

Fonte: Siex/UFMG, maio 2023.

Em relação ao quantitativo de atividades por área temática, Gráfico 41, nota-se


um predomínio de atividades nas áreas da Saúde (33%), da Educação (22%) e da
Tecnologia e Produção (16%), seguidas das áreas do Meio Ambiente (9%), Direitos
Humanos e Justiça (6%), Comunicação (4%) e Trabalho (2%), conforme pode ser
percebido no Gráfico 41, correspondente ao ano de 2022.

Gráfico 41 – Atividades de extensão desenvolvidas na UFMG por área temática no ano de 2022

Fonte: Siex/UFMG, maio de 2022.


186

O cumprimento da diretriz extensionista universitária de impacto na formação


dos estudantes depende fundamentalmente da inserção dos discentes em atividades de
extensão. No Gráfico 42 verifica-se que houve, em 2022, entre os diferentes
componentes das equipes, o predomínio dos estudantes de Graduação. Ressalta-se que
a participação dos discentes apresentou crescimento significativo e sustentado no
período 2018-2022 (Gráfico 42).

Gráfico 42 – Composição das equipes nas atividades de extensão desenvolvidas na UFMG no


ano de 2022

Fonte: Siex/UFMG, maio de 2022.

Em relação à participação de discentes nas atividades de extensão, houve um


aumento gradativo em todos os anos. Em 2018 foram 7.296 estudantes que
participaram de atividades de extensão; em 2019: 7.947; em 2020: 8.217; em 2021:
8.896; e em 2022 foram 9.480 estudantes (Gráfico 43). Vale destacar que esse aumento
foi mais significativo entre os estudantes voluntários: em 2018 eles foram 4.136, e em
2022 foram 5.382, correspondendo a um aumento de 30%. De 2020 para 2021 nota-se
também um aumento no número de estudantes bolsistas da Graduação, que passou de
1.417 (em 2018) para 1.604 (em 2022).
187

Gráfico 43 – Participação dos discentes nas atividades de extensão desenvolvidas na UFMG


entre, 2018 e 2022

Fonte: Siex/UFMG maio de 2023.

No Gráfico 44 está demonstrado o número de atividades de extensão que tiveram


parcerias e aquelas que não tiveram. Nota-se que na maioria das atividades de
extensão, em todos os anos, houve significativa participação de parceiros. Por exemplo,
em 2022, 60% das atividades tiveram parceria, enquanto 40% não tiveram.

Gráfico 44 – Participação da comunidade externa nas atividades de extensão desenvolvidas na


UFMG, entre 2018 e 2022

Fonte: Siex/UFMG, maio de 2022.


188

Importante destaque deve ser dado também para as produções realizadas pelas
atividades de extensão. No Gráfico 45 destacam-se as produções relacionadas às
publicações. Houve um aumento significativo de 2020 para 2021 e uma queda brusca de
2021 para 2022.

Gráfico 45 – Produção das atividades de extensão relacionadas às publicações, entre 2018 e 2022

Fonte: Siex/UFMG, maio de 2023.

Nas produções relacionadas ao ensino, Gráfico 46, nota-se um aumento do


número de publicações de 2018 para 2019 e de 2020 para 2021. Por outro lado, houve
também uma queda, principalmente em monografias, teses e dissertações, de 2019 para
2020 e de 2021 para 2022.

Gráfico 46 – Produção das atividades de extensão relacionadas ao ensino, entre 2018 e 2022

Fonte: Siex/UFMG, maio de 2023.


189

Nas produções artísticas, audiovisuais e de tecnologias sociais, Gráfico 47, nota-


se um aumento significativo do ano de 2019 para 2020, com destaque no aumento da
produção audiovisual, e uma diminuição significativa de 2021 para 2022.
A queda observada, nos anos de 2020 e 2022, nas produções realizadas pelas
atividades de extensão pode estar relacionada, pelo menos em parte, aos efeitos do
período pandêmico.

Gráfico 47 – Produção artística, audiovisual e de tecnologias sociais das atividades de extensão,


entre 2018 e 2022

Fonte: Siex/UFMG, maio de 2023.

Objetivo Geral

Fortalecer a extensão universitária, por meio de ações e processos que tomem a


democratização do conhecimento – em ambos os aspectos de produção e divulgação -
como princípio central, para que a UFMG cumpra sua função pública e sustente sua
relevância social.

Objetivos específicos (Metas)

• Consolidar as estratégias direcionadas à formação em extensão


universitária, assegurando sua inserção nos projetos pedagógicos de todos
os cursos de Graduação, a partir de perspectivas inter e transdisciplinares.
• Consolidar o processo de institucionalização da extensão na UFMG,
com foco na capacitação continuada da comunidade da UFMG sobre
extensão universitária e fortalecimento dos Colegiados dos Centros de
Extensão das Unidades Acadêmicas e Especiais.
190

Objetivos específicos (Metas)

• Implementar a formação em extensão universitária, nos currículos dos


cursos de Pós-Graduação, ampliando a inserção social dos programas.
• Aprimorar e consolidar os processos de avaliação da Extensão
Universitária com ênfase na proposição de instrumentos de
monitoramento e avaliação.
• Promover e participar de espaços de discussão, elaboração e execução de
políticas públicas associadas ao desenvolvimento econômico, social,
cultural e político.
• Promover metodologias inovadoras que articulem extensão, pesquisa e
ensino, reconhecendo o papel formador da extensão.
• Ampliar as ações conjuntas com outras Pró-Reitorias Acadêmicas para
que a indissociabilidade Ensino, Pesquisa e Extensão possam traduzir
resultados positivos na formação discente.
• Ampliar o processo de diálogo da Universidade com movimentos sociais
e outros setores da sociedade para a promoção da diversidade, igualdade
e justiça social.
• Ampliar e qualificar o fomento à extensão junto a grupos sociais
vulneráveis e para o apoio à formulação e execução de políticas públicas.
• Ampliar a relação entre UFMG e as redes públicas de educação básica.
• Consolidar a política de divulgação científica da UFMG.
• Aprimorar a política de informação, acervo e memória da extensão
universitária.
• Diversificar o alcance territorial das atividades de extensão na
perspectiva de interiorização.
• Ampliar a internacionalização da extensão em consonância com política
de internacionalização da UFMG, com foco nos direitos humanos.
• Promover culturas e práticas de direitos humanos que tenham como
diretrizes fundamentais: o apoio às vítimas de violações de direitos
humanos, a partir da articulação com os movimentos sociais e os órgãos
públicos voltados para os direitos humanos; a formação continuada de
jovens, estudantes e professores, em direitos humanos; a difusão e
promoção de valores intrínsecos aos direitos humanos: paz, democracia,
cidadania, universalidade, diversidade e inclusão social.
• Promover ações que possibilitem interação dialógica, criativa e
formativa entre pesquisadores/as, jovens e crianças da educação básica.
• Promover a articulação entre a Rede de Museus e Espaços de Ciências e
Cultura da UFMG e a Prograd, por meio do apoio ao desenvolvimento de
projetos de ensino em interface com extensão e aproximação com os
cursos de licenciatura, promovendo o fortalecimento das ações
educativas e extensionistas dos espaços.
• Contribuir para o fortalecimento da política de ações afirmativas da UFMG.
191

Objetivos específicos (Metas)

• Institucionalizar o Regimento Interno da Proex e o seu planejamento


organizacional.
• Fomentar atividades de formação e integração da equipe da Proex
(docentes, TAE e estudantes).
• Consolidar a metodologia de trabalho em redes interdisciplinares das
atividades de extensão.
• Fomentar a participação de estudantes do ensino médio em atividades de
extensão, contribuindo com a formação em extensão na educação básica.
• Promover ações em prol do reconhecimento de participantes dos Cursos
de Extensão, na modalidade Aperfeiçoamento, como estudantes da UFMG.
• Aprimorar o processo de aproximação à Pós-Graduação com vistas a
ampliar o número de estudantes de Pós-Graduação vinculados a
atividades de extensão.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5

1. Assegurar a valorização das diversas produções originárias das


atividades de extensão.

2. Fortalecer e ampliar a divulgação do conhecimento produzido


no âmbito da extensão universitária.

3. Mapear e registar o trabalho das redes interdisciplinares


ampliando sua abrangência e o diálogo com os movimentos
sociais e outros setores da sociedade.

4. Fomentar programas e projetos com propostas inovadoras no


âmbito da extensão universitária, em especial:

4.1. Ações que valorizem e avaliem as políticas de ações


afirmativas e incluam estudantes com esse perfil.

4.2. Ações que promovam a integração de estudantes de cursos


em Educação a Distância (EaD).

4.3. Ações que prevejam cooperação internacional.

4.4. Ações transversais que tenham como temáticas questões


emergenciais, tais como: novas pandemias, perda das
biodiversidades, mudanças climáticas, degradação
ambiental, saúde mental, inteligência artificial, etc.
192

Ações/Ano 1 2 3 4 5

5. Aperfeiçoar e diversificar os programas de fomento à extensão:

5.1. Editais Acadêmicos com concessão de bolsas para


estudantes de Graduação, Pós-Graduação e ensino médio.

5.2. Publicação de editais que atendam a questões emergenciais


e contribuam para o fortalecimento de políticas públicas.

5.3. Publicação de editais de apoio à publicação de produtos da


extensão como jogos, cartilhas, livros, aplicativos,
produtos audiovisuais.

6. Consolidar a formação em extensão nos cursos de Graduação da


UFMG, incluindo as Formações Transversais.

7. Ampliar, em articulação com setores afins da UFMG, ações de


ensino, pesquisa, extensão e gestão da Rede de Museus e
Espaços de Ciências e Cultura.

8. Apoiar projetos acadêmicos que integrem Ensino, Pesquisa e


Extensão - editais conjuntos - Prograd e PRPG (“Formação em
Extensão”), PRPq (“Rede de Museus”, IC, EM e JR) e PRPG
(“Programa Participa UFMG”).

9. Fomentar atividades de extensão que articulem a dimensão


tecnológica e de inovação com problemas da sociedade (em
consonância com a política de inovação da UFMG e a Política
Nacional de Extensão Universitária).

10. Fomentar a participação de estudantes de cursos de EAD em


projetos e programas de extensão.

11. Fomentar e consolidar uma política de Ensino, Pesquisa e


Extensão na Estação Ecológica na área de meio ambiente com as
seguintes prioridades:

11.1. Implementar e monitorar o Plano de Manejo da Estação


Ecológica da UFMG.

11.2. Consolidar o Mosaico de Áreas Protegidas da Pampulha, no


qual a Estação Ecológica está integrada.

12. Contribuir no desenvolvimento de política institucional de


formação continuada para profissionais da educação básica
integrada à formação inicial de professores – Proex /Prograd.

13. Fomentar atividades de pesquisa e extensão em editais para


estudantes da educação básica (UFMG Jovem; IC-EM; IC JR).
193

Ações/Ano 1 2 3 4 5
14. Ampliar a abrangência das redes interdisciplinares de extensão,
ensino e pesquisa, com o fortalecimento das redes: Rede
Direitos Humanos, Rede Cidades, Rede Juventude, Rede Saúde
Mental, Participa UFMG – Mariana/Rio Doce; e a criação das
Rede Campo, Rede “Inovação e democracia” e Rede de
Divulgação Científica.

15. Participar de grupos temáticos e comissões do Fórum Nacional


de Pró-Reitores de Extensão.

16. Participar de conselhos e espaços consultivos junto às políticas


públicas (ciência, tecnologia, educação, direitos, saúde, meio
ambiente etc.).

17. Monitorar, avaliar e ampliar a implementação de bolsas de


extensão perfil ação afirmativa (Pbext Ação Afirmativa) em
consonância com a Política de Ações Afirmativas coordenada
pela Prae.

18. Promover um edital conjunto de fomento a atividades de


ensino, pesquisa, extensão, cultura e internacionalização em
direitos humanos.

19. Adotar políticas que consolidam as propostas de formação em


extensão por meio de apoio aos Colegiados de Cursos e
Coordenadores de atividades.

20. Aprimorar os processos de avaliação da extensão universitária


com ênfase na proposição de instrumentos de monitoramento e
avaliação da extensão na UFMG junto aos estudantes e público-
alvo das atividades de extensão.

21. Investir no aprimoramento contínuo do Siex com o objetivo de


facilitar e qualificar o registro das atividades de extensão,
aperfeiçoar os processos de certificação e melhorar
monitoramento e avaliação da extensão da UFMG.

22. Investir em um sistema mais eficiente de comunicação


administrativa com os Cenex de forma a ampliar e aprimorar a
circulação de informações.

23. Ampliar as ações de formação e qualificação para os


coordenadores e secretários dos Cenex.

24. Avançar na construção e implementação de uma política de


divulgação científica e tecnológica – integrada à política de
comunicação institucional da Universidade – e em diálogo
com as instâncias da Comunidade Acadêmica, órgãos
governamentais e outros setores da sociedade envolvidos
com a temática.
194

Ações/Ano 1 2 3 4 5
25. Expandir e diversificar as ações que promovam a abertura dos
Campi da UFMG para a comunidade externa, promovendo a
integração da Universidade à vida cotidiana das cidades onde
estão localizados.

26. Apoiar iniciativas estudantis e de servidores docentes e TAEs em


educação que envolvam temas relacionados às ações afirmativas,
diversidade, direitos humanos, acessibilidade e inclusão, meio
ambiente, entre outros. Como também monitorar, avaliar e
ampliar a política institucional de divulgação científica.

27. Elaborar e publicar as Normas Gerais da Extensão na UFMG.

28. Fomentar a integração entre os Colegiados de Extensão.

29. Aprimorar os indicadores de extensão para alocação de vaga


docente.

30. Realizar o mapeamento de processos de todas as atividades da


Proex e publicizar, com o objetivo de alinhar os fluxos de
trabalho e melhorar a interlocução entre os setores da Pró-
Reitoria e da Universidade.

31. Fomentar o treinamento introdutório para todos os novos


colaboradores (docentes, TAEs e bolsistas), bem como
estimular o treinamento contínuo da equipe permanente
(TAEs) da Proex.

32. Buscar parcerias para o treinamento contínuo da equipe como


bolsas em cursos de extensão da UFMG e em outros órgãos da
Administração Pública.

33. Fomentar a implantação de grupos de pesquisa registrados no


CNPq de acordo com a área de formação e em consonância com
as oportunidades e necessidades da Universidade, com o
objetivo de impulsionar a pesquisa em extensão e o
treinamento contínuo da equipe da Proex.

34. Ampliar a relação da UFMG junto aos diversos setores da


sociedade, com destaque para a ampliação da relação com a
educação básica, efetivação dos direitos humanos, preservação
e conservação do meio ambiente.

35. Implantar a filosofia de Gestão à vista na Pró-Reitoria visando


tornar público e acessível, aos colaboradores e a toda sociedade,
informações e dados pertinentes a suas atividades, em uma
linguagem acessível e preferencialmente de forma virtual.

36. Desenvolver ações baseadas nas necessidades das redes públicas


de ensino, democratização do conhecimento acadêmico,
formação de professores e gestores e sensibilização dos jovens da
educação básica para o acesso à educação superior.
195

Ações/Ano 1 2 3 4 5
37. Implementar o Programa de Interiorização da Extensão, para
uma atuação em todo o estado de Minas Gerais.

38. Constituir agenda de trabalho conjunta (universidade, setores


da sociedade) para atuar frente a problemas contemporâneos.

39. Desenvolver processos avaliativos relativos aos Editais de


Fomento da Proex.

40. Fomentar a implementação da política de avaliação da extensão


nas unidades acadêmicas.

41. Consolidar a Formação Transversal em Direitos Humanos


coordenada pela Rede DH UFMG.

42. Consolidar o Domingo no Campus ampliando a participação da


comunidade universitária e de comunidades periféricas e
estudantes da educação básica.

43. Implementar bolsas de iniciação à extensão Júnior nas


atividades de extensão da UFMG.

44. Criação de comitê para proposição, discussão e monitoramento


de política de igualdade de gênero e diversidade no Ensino,
Pesquisa e Extensão.

45. Desenvolver ações para a criação de fundo permanente para


apoio a atividades de extensão desenvolvidas prioritariamente
em territórios e com grupos sociais vulneráveis.

3.5 Cultura

Contexto

Desde a sua criação, a Universidade Federal de Minas Gerais desenvolve atividades


relevantes na área da cultura, gerando, ao longo dos anos, movimentos de intervenção
direta na cena cultural local, regional e nacional, assim como a oferta de cursos de artes, e
a promoção de atividades culturais – destacando aqui a inestimável contribuição dos
Festivais de Inverno da UFMG para o teatro, a dança, a música, as artes visuais, a
literatura e para a discussão de grandes temas de interesse nacional. Ações voltadas para
dinâmicas internas também têm sido realizadas, como a constituição de um conjunto de
espaços culturais, programas, projetos, coleções e acervos; a incorporação de conteúdos e
práticas culturais aos processos de formação acadêmica e as iniciativas destinadas à
formação de público para as mais diversas manifestações culturais.
196

A Pró-Reitoria de Cultura (Procult) é a unidade administrativa, que integra a


Reitoria, responsável pela gestão, coordenação, promoção, desenvolvimento e difusão
da produção e da Política Cultural da UFMG, e se fundamenta no reconhecimento da
dimensão acadêmica da cultura como uma das bases da formação dos estudantes e da
atuação dos professores e técnicos administrativos, assim como na afirmação da
garantia dos direitos culturais, estabelecidos na Constituição Federal. Criada em 2022,
pela Resolução Complementar do Conselho Universitário N° 01/2022, a Procult dá
continuidade e atualiza a política de cultura da UFMG a partir das seguintes diretrizes: a
promoção do direito à cultura; a participação democrática; descentralização da gestão da
política cultural; o respeito e valorização da diversidade; a inserção plena da Cultura no
Projeto Acadêmico; o reconhecimento da transversalidade da cultura.
A transversalidade constitui-se, assim, como abertura para a processualidade e
para a multiplicidade, sempre pautada pelas inter-relações, convergências e
comunicação entre os agentes do conhecimento. Importa-nos ressaltar que a
transversalidade da cultura se contrapõe a práticas de centralização e se singulariza
pela necessária participação democrática com o objetivo prioritário de garantir o direito
cultural a toda a comunidade universitária. A cultura perpassa todas as dimensões
acadêmicas constituindo-se parte dessas e articulando-as entre si de maneira a formar
uma rede epistemológica aberta aos saberes construídos na sociedade.
A compreensão da cultura como direito inalienável do cidadão fundamenta os
seguintes princípios que regem as políticas de cultura da UFMG: o direito de todo
cidadão à cultura; a cultura como instância que promove a coexistência entre diferenças
e singularidades constituindo-se como índice da diversidade e pluralidade de saberes e
conhecimentos; a cultura como parte da trajetória formativa acadêmica dos estudantes;
a promoção e valorização das práticas artísticas, nas suas mais diversas linguagens,
como conhecimento constitutivo da formação cidadã; o compromisso com a
preservação e conservação da memória de bens culturais materiais e imateriais e a
articulação entre a produção de conhecimentos artísticos e culturais e as atividades de
Ensino, Pesquisa e Extensão.
A Procult é também responsável pela gestão de diversos espaços culturais da
UFMG: o Centro Cultural UFMG, o Conservatório UFMG, o Espaço do Conhecimento
UFMG, o Espaço Acervo Artístico UFMG e o Campus Cultural UFMG em Tiradentes,
este composto por três espaços, o Museu Casa Padre Toledo, o Centro de Estudos e
Biblioteca em Tiradentes e o Quatro Cantos Espaço Cultural. Os espaços culturais
197

da Pró-Reitoria de Cultura destacam-se por sua longa trajetória e oferecem


condições para a prática cultural, contribuindo para a execução da Política Cultural
da UFMG.
Centro Cultural UFMG, inaugurado em 1989, promove a aproximação entre a
Universidade e a sociedade, por meio de ações artístico-culturais de Ensino, Pesquisa e
Extensão, de forma presencial e online, como: residências artísticas, exposições de
artes visuais, fotografia, videoarte, mídias contemporâneas, mostras de cinema,
apresentações de música, literatura, dança, teatro, performance, palestras, promoção
de cursos em artes e culturas.
Conservatório UFMG ocupa o prédio do antigo Conservatório Mineiro de Música,
inaugurado em 1926. O prédio passou por uma ampla reforma e restauração e foi
reinaugurado no ano 2000, tornando-se um espaço apropriado para realização de
eventos acadêmicos e culturais. O Conservatório UFMG promove espetáculos, mostras
de arte, palestras, congressos, lançamentos de livros, exposições e sua temporada anual
de concertos, com programação gratuita e bastante diversa.
Espaço do Conhecimento UFMG, aberto ao público em 2010, conta, em sua
estrutura, com Planetário, Terraço Astronômico, quatro andares com ambientes
expositivos, sala de oficinas e fachada digital. Como uma instituição museal, pauta-se
pelo fortalecimento de diálogos entre os diversos conhecimentos da Universidade e da
sociedade, estabelecendo elos poéticos entre os saberes e as pessoas, em articulação
com a cidade.
Espaço Acervo Artístico da UFMG tem por missão a salvaguarda e a comunicação
do patrimônio artístico pertencente à UFMG. Também é responsável por implementar
políticas com o objetivo de continuar e aprimorar ações de gestão para esse importante
patrimônio universitário, aproximadamente 1.700 obras, localizado nos diversos
setores da universidade, além de responder pela guarda, em sua reserva técnica, das
coleções que estão sob sua tutela direta.
Campus Cultural UFMG em Tiradentes desenvolve atividades das mais diversas
manifestações de arte e cultura, por meio de projetos de ensino, de pesquisa, de
extensão e de cooperação com instituições públicas e privadas de Tiradentes e de outras
cidades da região.
Somam-se às ações culturais realizadas nesses espaços da Procult as atividades
artístico-culturais de difusão e formação das quais se destacam Festival de Verão; o
Festival de Inverno; o Mapeamento Cultural da UFMG; o Ciclo de Fóruns UFMG de Cultura;
198

a Feira de Artesanato do Jequitinhonha; o Circuito Cultural; a Formação


Transversal Culturas em Movimento e Processos Criativos e os projetos Rio Lilás: a
gestão das águas pelas Mulheres – Identidade, Capacitação e Integração;
Comunicação e Juventude Quilombola: identidade, memória e autonomia e Fórum
da Mulher do Jequitinhonha, vinculados ao Programa Polo de Integração da UFMG
no Vale do Jequitinhonha.

3.5.1 Objetivos: uma Construção Coletiva

Entre os meses de junho e agosto de 2021, ocorreu o Ciclo de Fóruns UFMG de


Cultura. Organizado pela Procult, o Ciclo teve por objetivo debater uma série de temas
que subsidiassem o diálogo com a comunidade universitária sobre as políticas
culturais da Universidade. Cada Fórum do Ciclo foi composto por uma mesa com
convidados que contribuíram com reflexões sobre o tema em discussão e a elaboração
de propostas de ações para o Plano de Cultura da UFMG. Após a apresentação das
mesas, a cada dia, foi realizado um Grupo de Trabalho para consolidar um relatório
contendo as propostas de ações relacionadas ao tema que foi debatido. Ao final de
todos os Fóruns, os relatórios de todos os Grupos de Trabalho foram consolidados em
um documento único. Este documento foi discutido e aprovado em uma plenária
virtual. Redigido pela comunidade universitária participante do evento, o documento
contém as propostas de ações prioritárias relacionadas a dez temas emergentes da
cultura na universidade.
A fim de contribuir para o planejamento da área cultural no PDI 2024-2029, em
processo de elaboração, a Pró-Reitoria de Cultura realizou, em dezembro de 2022, um
novo Ciclo com 10 fóruns abertos a toda comunidade universitária. A partir do
documento compilado no Ciclo de Fóruns UFMG de Cultura 2021, o objetivo do Ciclo de
Fóruns UFMG de Cultura 2022 foi elencar 5 (cinco) ações prioritárias referentes a cada
um dos temas em questão:

• Criação de redes de comunicação cultural na UFMG;

• Transversalidades da cultura: ensino, pesquisa, extensão e política


estudantil;

• Transversalidades da cultura - relações internacionais, inovação e Pós-


Graduação;

• Patrimônio cultural - Saberes da tradição e Artes;


199

• Patrimônio cultural - Acervos e Bens Tombados;

• Universidade e cidade;

• Cooperação interinstitucional;

• Espaços Culturais da UFMG;

• Grupos artísticos da UFMG;

• Descentralização e Interiorização: Tiradentes, Montes Claros, Vale do


Jequitinhonha;

• Financiamento, apoio e fomento da cultura;

• Avaliação de políticas culturais.

A partir desse debate público, a Procult elaborou seus objetivos, metas e ações
para o PDI 2024-2029.

Objetivo Geral

Consolidar a recém-criada Pró-Reitoria de Cultura para realizar a gestão, a


coordenação, a promoção, desenvolvimento e difusão da produção e da Política
Cultural da UFMG, afirmar a cultura como conhecimento transversal a diversas áreas
de conhecimento e saberes da sociedade e promover a democracia cultural, por meio
da produção, expressão e fruição das culturas, artes e ciências.

Objetivos específicos (Metas)

• Garantir sustentabilidade e aperfeiçoar programas, projetos e ações


culturais dos espaços culturais da Procult.
• Potencializar a transversalidade da cultura em relação às dimensões do
ensino, pesquisa, extensão, relações internacionais, inovação e política
estudantil.
• Ampliar e aprimorar as parcerias e diálogos entre a Universidade e a
cidade.
• Criar o Plano Plurianual de Cultura da UFMG.
• Promover avaliações de programas, projetos e ações culturais no âmbito
da Procult.
• Fortalecer a descentralização dos projetos culturais da Procult por meio
do fomento aos programas e projetos da UFMG em seus diversos CAMPI
e comunidades alcançadas.
200

Objetivos específicos (Metas)

• Ampliar as ações de busca por financiamentos e possibilidades de


captação para o setor cultural da universidade.
• Executar e avaliar as ações, os programas e os projetos nas seguintes
áreas de atuação: políticas para o patrimônio material e imaterial, gestão
de acervos e bens tombados da Pró-Reitoria de Cultura, gestão do
Sistema de Informação e Gestão de Acervos Artísticos, documentação,
memória e afins.
• Criar e implementar redes de comunicação cultural na UFMG.
• Ampliar as ações de cooperação interinstitucional, em âmbito local,
regional, nacional.
• Promover a adequação dos espaços físicos da Procult, assim como de
seus equipamentos no tocante à política de acessibilidade.
• Garantir sustentabilidade e aperfeiçoar o Programa Polo de Integração
da UFMG no Vale do Jequitinhonha.
• Dar continuidade à coordenação e oferta da Formação Transversal
Culturas em Movimento e processos criativos.
• Criar mecanismos institucionais de reconhecimento, fomento e
incentivo à produção dos grupos artísticos consolidados vinculados à
UFMG, buscando criar, também, condições para o fortalecimento e o
surgimento de grupos institucionais.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5

1. Buscar a consolidação das ações que garantam a


sustentabilidade de programas, projetos e ações culturais dos
espaços culturais da Procult.

2. Estabelecer mecanismos para alcançar investimento efetivo nas


ações culturais da Universidade, como financiamentos para
projetos e ações, para infraestrutura, equipamentos e
preservação do patrimônio material e imaterial.

3. Investir na construção de uma política de ampliação e


qualificação de recursos humanos para o setor cultural da
UFMG.
201

Ações/Ano 1 2 3 4 5

4. Formular e manter ativa uma carteira de projetos, de modo a


possibilitar sua submissão contínua às leis de incentivo,
facilitando a captação de patrocínios e estabelecimento de
parcerias.

5. Aprimorar ações e projetos que tenham como premissa a


importância da cultura no processo pedagógico e o
compromisso social com a formação de uma cidadania cultural.

6. Promover processos de inovação no campo da cultura,


caracterizados pela transversalidade nas áreas da cultura, arte e
tecnologia, em interações como a cultura e arte digital.

7. Propor ações que democratizem o conhecimento e ampliem o


reconhecimento das artes, ciências e dos saberes tradicionais
dentro e fora da Universidade.

8. Promover a atualização contínua do Mapa da Cultura e criar um


Observatório das Políticas e Programas da Cultura para que
capturar o movimento da cultura na Universidade e suas
interconexões com a cidade e subsidiar as nossas avaliações.

9. Manter e aperfeiçoar a realização do Fórum UFMG de Cultura,


como forma de atualização e avaliação constante de temas
relativos à política cultural da Universidade, podendo incluir
fóruns destinados ao diálogo crítico-reflexivo com a
comunidade externa à universidade.

10. Interiorizar e descentralizar programas e projetos da Procult


como atividades estruturantes da política cultural da UFMG e
integradoras dos laços entre os polos culturais e a
Universidade e, desta forma, reconhecer e valorizar as
diversas expressões culturais presentes nos polos de atuação
da UFMG.

11. Buscar parcerias para financiamento de ações, projetos e


equipamentos culturais, junto a agentes públicos ou privados
que possuam valores, princípios e missões afins à Política
Cultural da UFMG.

12. Empenhar esforços para consolidar ações que garantam


sustentabilidade e aperfeiçoar a gestão do patrimônio cultural
edificado tombado sob gestão da Procult.
202

Ações/Ano 1 2 3 4 5

13. Refletir sobre a criação de uma Comissão Permanente de


Patrimônio Cultural da UFMG, instância específica e
articuladora de vários setores da universidade, responsável pela
construção de políticas de gestão do patrimônio cultural da
UFMG direcionadas para o patrimônio edificado (tombado) e
para os acervos (bens móveis) de valor histórico, artístico,
cultural e científico da UFMG.

14. Contemplar, nas Políticas de Gestão do Patrimônio Cultural da


UFMG, as políticas de conservação preventiva, conservação-
restauração, gestão administrativa, gestão documental,
desenvolvimento de programas e alternativas voltadas à
captação de recursos financeiros.

15. Fortalecer a atuação em rede de laboratórios de ciência e


tecnologia para ações de conservação e preservação do
patrimônio da UFMG, buscando a otimização dos espaços,
laboratórios e equipamentos destinados à preservação de
patrimônio artístico, articulando as ações no âmbito interno,
mas também em uma perspectiva nacional e internacional.

16. Contribuir no debate e nos estudos sobre propostas de


diretrizes a uma política para os espaços da Rede de Museus e
Espaços de Ciências e Cultura da UFMG.

17. Fomentar a criação de uma agenda integrada de comunicação


da cultura na UFMG, pensando em meios de operacionalizá-la e
avaliá-la, considerando o alinhamento e compartilhamento das
informações sobre a programação, projetos e políticas culturais
da Universidade para todos os setores de cultura envolvidos.

18. Garantir a continuidade das parcerias com redes nacionais e


internacionais de cooperação, buscando aprimorar, aprofundar
e ampliar a expansão e a internacionalização das ações e
projetos culturais da UFMG.

19. Elaborar projetos e buscar recursos para aprimorar a adequação


dos Espaços Culturais da Procult no tocante à política de
acessibilidade.

20. Fortalecer estratégias para o desenvolvimento e difusão das


produções dos grupos artísticos da UFMG em seus diversos campi.

21. Criar Fundo de Cultura para apoio a apresentações artístico-


culturais.

22. Consolidar a Bolsa de Apoio à Criação Artística.


203

3.6 Educação Básica e Profissional na UFMG

Contexto

A atuação da UFMG na Educação Básica teve sua origem no antigo Ginásio de


Aplicação da UFMG. O anteprojeto para criação do Ginásio foi aprovado em 1951, em
cumprimento aos dispositivos legais instituídos pelo Decreto Lei № 9053 de 1946, que
obrigava as Faculdades de Filosofia federais a manterem uma escola destinada à prática
docente dos alunos matriculados em seus cursos de Didática. Diante disso, o Ginásio de
Aplicação foi fundado em 21 de abril de 1954, vinculado à Faculdade de Filosofia. Em
1958, transformou-se em Colégio de Aplicação, atendendo a uma crescente política de
valorização da Educação e, em 1969, o Colégio de Aplicação tornou-se Centro
Pedagógico, integrado à Faculdade de Educação.
O Teatro Universitário foi fundado em 1952, destinado à formação técnica de atores,
inicialmente como um curso de extensão, posteriormente reorganizado para fornecer
diploma de Nível Médio. Em 1967, foi a vez do Colégio Técnico, criado em decorrência de
convênio firmado entre o Brasil e o Reino Unido e destinado à formação de técnicos em
Nível Médio. A esse Colégio agregou-se o Colégio Agrícola do Núcleo de Ciências
Agrárias de Montes Claros, que foi incorporado à UFMG em 1968, tendo sido extinto em
1998. Sob a denominação de Centro Pedagógico - CP, em 1986, foram integrados o
Colégio de Aplicação – com o nome de escola fundamental – e o Colégio Técnico - Coltec,
responsáveis pela oferta de cursos nos níveis fundamental, médio e técnico.
Ao longo dos anos, a política para a educação básica no âmbito da universidade e
a questão da estrutura organizacional da Ebap tornaram-se objeto de recorrentes
debates na UFMG. Um marco importante nesse histórico foi a aprovação pelo Conselho
Universitário, em 2007, do Regimento Interno da Escola de Educação Básica e
Profissional da UFMG - Ebap/UFMG, por meio da Resolução № 05/2007, de
03/05/2007. De acordo com esse Regimento, a Ebap passou a ser uma Unidade Especial,
nos termos do art. 37 do Estatuto da UFMG, sem vinculação com uma Unidade
Acadêmica, e constituída por três centros: Centro Pedagógico-CP, responsável pela
oferta do ensino fundamental; pelo Colégio Técnico-Coltec, responsável pela oferta do
ensino médio e educação profissional; e pelo Teatro Universitário-TU, responsável pela
educação profissional em artes cênicas, em nível médio.
Em 2016 e 2018, atendendo a demandas das diretorias da Unidade Especial,
foram constituídas, por meio das Portarias № 101/2016 e № 105/2018, comissões
204

institucionais encarregadas de propor a reestruturação, sob os aspectos conceitual,


administrativo e organizacional da Ebap. No decorrer dos trabalhos dessas comissões,
houve concordância de que a estrutura organizacional efetivamente assumida pela
Ebap desde sua criação, em diversos aspectos, não atendia mais à estrutura prevista nas
normas vigentes ou ao cumprimento da missão desta Unidade Especial, tornando-se
necessária a “formulação de uma estrutura organizacional capaz de propiciar as
condições de longo prazo adequadas para o desenvolvimento e consolidação acadêmica
da educação básica e profissional na UFMG”.
Nesse contexto, considerando os documentos produzidos pelas duas comissões,
em especial o Relatório Final e a proposta de Diretrizes para Reestruturação da Ebap,
formulados pela Comissão de Estudo da Ebap (Portaria № 105/2018), as manifestações
das Escolas da Unidade Especial, a manifestação da Câmara de Graduação e a legislação
vigente, foi apresentada, para análise do Cepe e do Conselho Universitário, proposta de
novo regimento para a Ebap. O regimento específico da Unidade Especial de Educação
Básica e Profissional da UFMG (Ebap) foi aprovado pelo Conselho Universitário, em 6
de julho de 2023, por meio da Resolução № 05/2023. De acordo com este Regimento,
a Ebap oferecerá, regular e permanentemente, o Ensino Fundamental, o Ensino Médio
e a Educação Profissional e Tecnológica, podendo oferecer também cursos
esporádicos.
Algumas das principais alterações presentes no novo regimento são:
I. Modificação da denominação “Escola de Educação Básica e Profissional”
para “Unidade Especial de Educação Básica e Profissional”. Diante disso,
os três centros que compõem a Unidade Especial passaram a ser
denominados “Escolas”, mas mantendo as denominações: Centro
Pedagógico (CP), que oferta o Ensino Fundamental; Colégio Técnico
(Coltec), que oferta o Ensino Médio e a Educação Profissional e
Tecnológica; e Teatro Universitário (TU), que oferta a Educação
Profissional em Teatro, em Nível Médio.
II. Ampliação da missão da Unidade Especial, em consonância com o
disposto no art. 55 e no art. 56 do Regimento Geral da UFMG e com as
reflexões realizadas pelas diversas instâncias envolvidas nos processo de
elaboração do Regimento da Unidade Especial. De acordo com o art. 2º do
seu regimento, a Ebap tem como missão desenvolver, de forma
indissociável, o ensino, a pesquisa e a extensão, com os objetivos de:
205

a) Promover o desenvolvimento pleno dos estudantes da Educação Básica


e Profissional, visando conferir formação acadêmica e profissional com
sólida fundamentação científica, tecnológica, artística e humanística,
que lhes proporcione autonomia intelectual capacidade crítica e de
aprendizagem continuada;
b) constituir um campo para a formação de professores para a Educação
Básica e Profissional;
c) ser local de produção teórica, metodológica, artística e tecnológica
referentes à Educação Básica e Profissional;
d) promover práticas de inovação pedagógica e tecnológica;
e) possibilitar a efetiva interação do sistema de Educação Básica e
Profissional com as Unidades Acadêmicas, em nível de Graduação e de
Pós-Graduação, visando contribuir para o aprimoramento e a
transformação da comunidade.
III. Alteração na estrutura da Unidade Especial que contará com o Conselho
Diretor, Diretoria-Geral e três Escolas (CP, Coltec e TU). Diversas das
alterações realizadas na revisão do regimento tiveram como objetivo dar
mais flexibilidade para que cada Escola se organize de forma a
contemplar as especificidades dos níveis e ciclos de ensino ofertados,
considerando as normas institucionais e a legislação vigente.
IV. Extinção do Colegiado Especial da Educação Básica e Profissional da
UFMG. Com a extinção do Colegiado Especial, a Ebap passa ser
academicamente subordinada à Câmara de Graduação do Cepe da UFMG.
V. Modificações na composição, duração do mandato e atribuições da
Diretoria-Geral da Unidade Especial. O objetivo dessas mudanças é fortalecer
a integração das Escolas com a comunidade universitária, possibilitando um
acompanhamento mais próximo das políticas e decisões institucionais.
VI. Cada Escola contará com uma Coordenadoria Pedagógica própria:
Coordenadoria Pedagógica da Educação Básica (CP), Coordenadoria
Pedagógica da Educação Profissional – Coltec e Coordenadoria
Pedagógica da Educação Profissional – TU.
VII. As Câmaras Deliberativas das Escolas foram formalizadas na proposta do
novo regimento e terão atribuições e composição semelhantes às das
Congregações das Unidades Acadêmicas.
206

De acordo com o disposto no novo regimento da Ebap, cada Escola deverá


apresentar, no ano de 2024, o seu regulamento próprio para aprovação pelo Conselho
Universitário. A Ebap também deverá elaborar e apresentar para aprovação pelo
Conselho Universitário as Normas Gerais de Educação Básica e Profissional, previstas
no art. 56 do Regimento Geral da UFMG, e o Código Disciplinar da Educação Básica e
Profissional, previsto no art. 106 do Regimento Geral.
O CP oferta anualmente um total de 50 vagas, em Tempo Integral, para o
primeiro ano do ensino fundamental, sendo 47 vagas para candidatos de ampla
concorrência e três vagas reservadas para candidatos com deficiência. Um dos
princípios institucionais da Escola é a gratuidade do ensino de qualidade, com ingresso
universal dos estudantes via sorteio público e com reserva de vagas, também via sorteio
público, para estudantes com deficiência.
O CP atende, atualmente, 469 estudantes do ensino fundamental, sendo que, no
ano de 2023, atendeu 33 estudantes público-alvo da educação especial, conforme
demonstrado na Tabela 16. Essa atuação no ensino fundamental se articula de diversas
maneiras com a formação inicial de docentes da educação básica que a UFMG oferece
em seus cursos de licenciatura. Entre os projetos desenvolvidos destacam-se o
Programa de Bolsas de Imersão à Docência (PID) e o programa de extensão Programa
de Educação Básica de Jovens e Adultos (EJA) da UFMG, que envolvem graduandos das
diversas licenciaturas da UFMG. Além disso, o CP recebe estudantes de Graduação para
realizar estágios curriculares que são requisitos para conclusão de suas licenciaturas,
sob supervisão de professores da escola. Devem ser ressaltadas as ações desenvolvidas
no CP visando à formação continuada de docentes da educação básica, com participação
na oferta de cursos de Especialização com essa finalidade.

Tabela 16 – Número de estudantes público-alvo da educação especial por especificidade no


Centro Pedagógico, 2023

Especificidade Quantitativo

Deficiência Intelectual 03

Deficiência Física 01

Deficiência Visual 01

Deficiência Múltipla 03

Transtorno do Espectro Autista 24

Transtorno Global do Desenvolvimento 01

Fonte: Centro Pedagógico, 2023.


207

O Coltec oferece cinco cursos técnicos integrados ao ensino médio: Técnico em


Análises Clínicas, Técnico em Automação Industrial, Técnico em Desenvolvimento de
Sistemas, Técnico em Eletrônica e Técnico em Química. As matrizes curriculares dos
cursos oferecidos pelo Coltec buscam uma maior integração, flexibilização e adequação
do currículo às novas tecnologias, de acordo com as necessidades dos profissionais dos
distintos campos de atuação. Num total de 180 vagas ofertadas anualmente, 50% são
reservadas para candidatos que tenham cursado integralmente o ensino fundamental
em escolas públicas brasileiras, adotando-se a política de reserva de vagas, e 50% das
vagas são de ampla concorrência. Os estudantes dos cursos técnicos integrados ao
ensino médio, após cursarem todas as disciplinas obrigatórias, bem como realizarem o
estágio supervisionado, serão diplomados pelo Coltec com a habilitação do curso
técnico integrado ao ensino médio cursado. Ressalte-se que a certificação é única, não
sendo possível concluir o ensino médio independentemente do ensino profissional de
nível médio ou vice-versa.
A partir de 2018, o Coltec passou a ofertar, em horário noturno, dois cursos
técnicos subsequentes: Curso Técnico em Desenvolvimento de Sistemas com ênfase em
Programação de Dispositivos Móveis e Curso Técnico de Biotecnologia, num total de 72
vagas ofertadas anualmente.
O TU da UFMG constitui uma escola de formação de atores em nível técnico que
exerce importante papel no cenário artístico-cultural local e nacional. Com aprovação
de novo Projeto Pedagógico, em 22 de setembro de 2022, o curso técnico de nível médio
em Teatro, ofertado no turno noturno, passou a ser oferecido na modalidade
Subsequente, com diplomação de técnico em teatro. A modificação do Projeto
Pedagógico também possibilitou o aumento da entrada anual para 50 vagas, ofertadas
por meio de processo seletivo, publicados em Edital próprio, observando as reservas de
vagas previstas na legislação. Além da formação técnica de atores em nível médio, o
curso está voltado, também, para o fomento às atividades de pesquisa e extensão
relacionadas às Artes Cênicas e à montagem de espetáculos. Nesse sentido, estabelece
parcerias institucionais com diversas Unidades Acadêmicas, com as Pró-Reitorias de
Extensão e de Cultura e outros órgãos.
Cabe destacar que o CP desenvolve suas atividades considerando as diretrizes e
normas gerais para o funcionamento dos Colégios de Aplicação vinculados às
Universidades Federais, estabelecidas na Portaria № 959, de 27 de setembro de 2013, do
Ministério da Educação, modificada pela Portaria № 694, de 23 de setembro de 2022.
208

Por sua vez, a Portaria № 907, de 20 de setembro de 2013, do Ministério da Educação,


estabelece a base legal para a vinculação das escolas técnicas, como o Coltec e o TU, às
universidades federais. Seu art. 2º define como missão precípua dessas escolas
“dedicar-se à oferta de formação profissional técnica de nível médio e Formação Inicial
e Continuada (FIC), em suas respectivas áreas de atuação”. Os cursos oferecidos pelo
Coltec e pelo TU também têm suas atividades regulamentadas pelas Diretrizes
Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Profissional e Tecnológica (Resolução
CNE/CP № 01, de 5 de janeiro de 2021).

EDUCAÇÃO BÁSICA E PROFISSIONAL

Objetivo Geral

Constituir um campo de experimentação para a educação básica e profissional,


aprofundando o papel da UFMG como um local de produção teórica e metodológica
referente a esses níveis de ensino, alcançando patamares superiores de qualidade nos
seus cursos, com especial ênfase na articulação das atividades desenvolvidas na
Unidade Especial de Educação Básica e Profissional (Ebap) com os cursos de formação
de professores.

Objetivos específicos (Metas)

• Promover, no âmbito da UFMG, a integração entre a formação de


professores para a educação básica e profissional e os cursos desse nível
de ensino.
• Promover a interação entre as Unidades Acadêmicas da UFMG e o
sistema de educação básica e profissional, a fim de contribuir para o
aprimoramento e transformação desse sistema.
• Possibilitar a formação em extensão e a produção de pesquisa com a
participação das escolas que integram a Ebap.
• Aprimorar a qualidade do ensino oferecido pelos cursos de educação
básica e profissional da UFMG, garantindo a qualificação do corpo
docente e a permanente atividade de experimentação pedagógica e
inovação no ensino.
• Garantir o acesso, participação e pertencimento das pessoas com deficiência
no âmbito da Ebap.
• Promover melhorias nas práticas de comunicação da Ebap com a
comunidade universitária e toda a sociedade.
209

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5
1. Implementar a nova organização institucional da Ebap,
reconhecendo as especificidades da educação básica e da educação
profissional, conforme disposto no Regimento da Unidade
Especial, aprovado pelo Conselho Universitário.

2. Elaborar as Normas Gerais da Educação Básica e da Educação


Profissional da UFMG com a participação da comunidade
acadêmica do CP, Coltec e TU.

3. Elaborar o Código Disciplinar da Educação Básica e Profissional.

4. Promover a avaliação dos cursos de educação básica e profissional


oferecidos pela UFMG.

5. Estabelecer programas permanentes de oferta de atividades


para os cursos de licenciatura, principalmente relacionados
com a prática profissional que estejam efetivamente integrados
aos currículos desses cursos.

6. Estimular a criação e desenvolvimento de atividades de extensão.

7. Fomentar ações que contribuam para despertar vocações


científicas em estudantes da Educação Básica.

8. Ampliar e institucionalizar, em parceria com o Núcleo de


Acessibilidade e Inclusão (NAI), práticas educativas acessíveis que
assegurem o acesso, a permanência, a participação e a
aprendizagem do público-alvo da educação especial, como a
utilização de tecnologia assistiva, o acompanhamento pedagógico
e psicossocial dos estudantes, a flexibilização da temporalidade
curricular, adequações didáticas e monitorias individualizadas
para estudantes com Transtorno do Espectro Autista.

9. Fortalecer e a ampliar as ações de promoção da saúde no âmbito


da Ebap.

10. Envidar esforços para garantir profissionais de apoio aos


estudantes público-alvo da educação especial (PAEE), com
formação continuada.

11. Promover melhorias na infraestrutura das escolas da Ebap,


garantindo condições adequadas para o desenvolvimento das
atividades pedagógicas.

12. Atuar institucionalmente, em conjunto com as instâncias


pertinentes, em ações que busquem desenvolver e aprimorar os
sistemas, as tecnologias, a infraestrutura do ecossistema de
tecnologia da informação da UFMG, com atenção às especificidades
da educação básica e profissional.
210

3.7 Formação de Professores para a Educação Básica

Contexto

A preocupação com a formação de professores para a educação básica é


constitutiva da própria universidade, que, ao longo dos anos, vem ampliando a oferta
de vagas e diversificando as opções de cursos de Graduação, de Pós-Graduação, além
de diferentes ações, projetos e programas de Ensino, Pesquisa e Extensão. Essa
diversidade de espaços formativos e de experiências visa à formação e ao
desenvolvimento de um docente a partir da construção e articulação de um conjunto
de saberes que contribuam para o exercício competente da atividade profissional. Na
UFMG, esses espaços formativos estão distribuídos na Graduação, Pós-Graduação,
pesquisa e na extensão.
No âmbito da Graduação, como diretriz geral, os cursos de Licenciatura visam à
formação de professores com um conjunto de conhecimentos, constituídos por
conhecimentos teórico-conceituais – gerais, específicos e pedagógicos – e por
habilidades, articulados entre si, e indissociavelmente comprometidos com a inclusão e
a democratização cognitiva e social e com a promoção dos direitos humanos, que os
qualificam para exercer a profissão.
Para compreensão do cenário atual, é importante destacar dois momentos mais
recentes que impactaram de forma significativa a política de formação de professores
para a educação básica pela UFMG. Primeiramente, na década de 1990, a UFMG passou a
ofertar, no turno noturno, os cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas, Física,
Geografia, História, Letras, Matemática e Química. Essa expansão foi uma resposta
sólida da instituição à Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional (LDB), que passou
a demandar formação em nível superior como requerida para professores da educação
básica. Até então, apenas o curso de Pedagogia tinha oferta nos turnos diurno e noturno
(desde 1971) e os demais cursos de Licenciatura eram ofertados com entrada conjunta
com o respectivo Bacharelado no turno diurno.
Em um segundo momento, no início do século XXI, a UFMG passou a
experimentar a oferta de modelos de cursos de Graduação cujas atividades não se
encontravam concentradas em suas instalações. Em 2003, foi iniciado o Projeto
Veredas, cujo objetivo era o de proporcionar formação, em nível superior (curso
Normal Superior), para um expressivo contingente de profissionais de redes públicas
de educação básica que não tinham formação nesse nível, em um modelo de formação
211

em serviço, estruturado segundo o formato a distância. Em 2005 e 2006,


respectivamente, tiveram início os projetos experimentais de Licenciatura em
Pedagogia da Terra e de Formação Intercultural Para Educadores Indígenas (Fiei),
visando à formação de educadores do campo e de educadores indígenas, em ambos os
casos segundo o formato da alternância, que previa períodos de tempo em que os
estudantes vinham participar de imersões no campus Pampulha da UFMG, seguidos
por períodos em que as atividades seriam desenvolvidas de maneira descentralizada,
nas respectivas comunidades, sempre com o devido acompanhamento de docentes.
Duas dessas experiências pioneiras foram incorporadas ao conjunto de cursos de
Graduação, sendo criados, como cursos regulares, os cursos de Licenciatura em
Educação do Campo (Lecampo) e Fiei, ambos no formato pedagógico de alternância –
que passou a ser explicitamente previsto nas Normas Gerais de Graduação (NGG) em
2018. Por sua vez, o Projeto Veredas se transformou, em 2008, no curso a distância de
Pedagogia. Entre 2007 e 2009, foram criados os cursos a distância de Licenciatura em
Química, Ciências Biológicas, e Matemática, assim como o Bacharelado em Geografia,
oferecidos em parceria com a Universidade Aberta do Brasil (UAB), com
financiamento distribuído por meio de edital da Capes. Os cursos de Graduação no
formato a distância, ofertados no âmbito da UAB, por sua vez, passaram a ser
explicitamente previstos nas NGG como cursos de oferta pontual, que requerem a
aprovação de cada oferta pelas instâncias colegiadas da Instituição.
A configuração atual da oferta é composta por 18 cursos de Licenciatura, que
correspondem a cerca 20% do total de cursos de Graduação ofertados pela UFMG. Cerca
de 17% (correspondendo a aproximadamente 5700) dos estudantes de Graduação da
UFMG são vinculados a cursos de Licenciatura. Dezesseis cursos são ofertados no
formato presencial: Artes Visuais, Ciências Biológicas, Ciências Sociais, Dança,
Educação Física, Filosofia, Física, Geografia, História, Letras, Letras-Libras,
Matemática, Música, Pedagogia, Química e Teatro. Dois cursos são ofertados no
formato de alternância: Fiei e Lecampo. Nos últimos anos, também houve oferta
pontual no formato a distância, no âmbito da Universidade Aberta do Brasil (UAB), de
turmas dos cursos de Licenciatura de Ciências Biológicas, Matemática, Pedagogia e
Química. Fiei, Lecampo e Letras-Libras são cursos que atendem a formação de
professores pertencentes a grupos sociais específicos.
Do total de cursos, oito são ofertados nos turnos diurnos e noturnos – Ciências
Biológicas, Física, Geografia, História, Letras, Matemática, Pedagogia e Química – três
212

somente no noturno – Dança, Letras-Libras e Música – e cinco somente no diurno –


Artes visuais, Ciências Sociais, Educação Física, Filosofia, Teatro. Fiei e Lecampo
possuem organização própria de tempos e espaços, divididos em tempo escola (TE) e
tempo comunidade (TC) – formação em alternância. Do total de licenciandos, cerca de
56% são matriculados em cursos noturnos.
É importante examinar o número de egressos verificado especificamente nos
cursos de cursos de formação de professores para a educação básica, dado o caráter
estratégico desses cursos para a UFMG e para a sociedade brasileira. O Gráfico 48
mostra que o número de egressos desses cursos permaneceu em patamar
aproximadamente constante entre 2000 e 2008. De 2009 a 2012 ocorreu expressiva
queda do número de egressos das licenciaturas, com a redução do número de
formandos ano após ano, até se atingir uma redução global de quase 40% em relação
ao patamar anterior. A partir de 2012 nota-se uma tendência à recuperação do número
de licenciados, entretanto com ritmo de crescimento mais lento que a queda
anteriormente observada, sendo que nos dois últimos anos o número de egressos das
licenciaturas ainda é 25% menor que o número exibido até 2007, apesar do aumento
do número de vagas experimentado pelos cursos de licenciatura por ocasião da adesão
da UFMG ao Programa Reuni. A Tabela 38 (Apêndice A) mostra o número de egressos
dos cursos de licenciatura presenciais (inclusive cursos em alternância) entre 2000 e
2022, por curso.

Gráfico 48 – Número de concluintes dos cursos presenciais de Licenciatura, de 2003 a 2022

Fonte: Pró-Reitoria de Graduação da UFMG.


213

A taxa de egressos dos cursos de Licenciatura evidencia um desafio enfrentado


nacionalmente que diz respeito à atratividade da profissão docente e a convivência com
a falta de professores formados para atendimento à educação básica no país. Ao mesmo
tempo, convoca a universidade ao compromisso com a educação básica, formando mais
professores com aumento do número de egressos e até criação de novos cursos, assim
como assegurando a qualidade de uma formação acadêmica universitária e pública.
Importa ressaltar que, segundo o Censo da Educação Superior, publicado pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em 2021, o
estudante típico dos cursos de Licenciatura é do sexo feminino, estuda em instituição
privada (64,4%) e em cursos a distância (84%).
Diante desse cenário, cabe ainda mitigar os obstáculos relacionados às propostas
pedagógicas dos cursos de Licenciatura ofertados e a necessidade de aprimoramento
em relação à construção de cursos de licenciatura com identidade própria, que
retenham os estudantes nessa formação e que superem o modelo predominante do
Bacharelado sobrepondo às Licenciaturas.

3.7.1 Programas Acadêmicos para Formação Inicial e Continuada de


Professores

Vem sendo crescentemente reconhecida a necessidade de se realizar a formação


dos futuros professores, tanto em conteúdos específicos de cada campo do
conhecimento quanto nos conteúdos pedagógicos, em estreito diálogo com as redes de
ensino por meio das práticas de ensino, dos estágios, da extensão e da pesquisa. A esse
respeito, programas, projetos e ações de extensão e projetos institucionais de iniciação
à docência, a exemplo do Programa Institucional de Iniciação à Docência (Pibid) e o
Programa Residência Pedagógica (PRP), têm contribuído de forma significativa para
fomentar uma melhor articulação entre a teoria e prática a partir da construção de
colaborações com as redes municipal e estadual de educação, além de proporcionarem
aos discentes de cursos de Licenciatura uma aproximação e imersão com o cotidiano
das escolas públicas de educação básica e com o contexto em que elas estão inseridas.
Também ganham destaque os estágios supervisionados, compreendidos como
atividades acadêmicas curriculares de natureza obrigatória que são realizadas pelos
licenciandos, permitindo promover a relação entre os conhecimentos adquiridos ao
longo da sua formação e as demandas apresentadas pelas instituições de ensino de
educação básica. Esse movimento articulador se dá por meio do desenvolvimento de
214

atividades teóricas e práticas que possibilitam o exame crítico dos diferentes aspectos
da educação escolar e a reflexão sobre o papel dos futuros professores. Essas
atividades contam com a orientação docente na instituição, bem como a supervisão na
escola, campo do estágio, por docentes da educação básica, ensejando abordagens
sistêmicas crítico-reflexivas atinentes à atividade docente. O estágio curricular
supervisionado assume centralidade na formação de professores e, nesse momento de
formação, lida-se, ao mesmo tempo, com a formação inicial e continuada, como
atividade articuladora do curso, eixo integrador da formação inicial de professores.
Tendo isso em vista, tem-se a perspectiva de dar continuidade, fomentar e fortalecer
a discussão sobre o aprimoramento da oferta de estágios supervisionados nas
Licenciaturas, articulando redes de diálogos internas à UFMG e da universidade com
as redes de educação municipais, estadual e federal - neste caso, com destaque para
uma articulação mais orgânica do Centro Pedagógico e do Colégio Técnico nos
processos formativos das licenciaturas.
Mais especificamente sobre a formação continuada de professores, a UFMG
também mantém uma diversificada oferta de cursos em diferentes níveis: extensão,
Pós-Graduação lato sensu e stricto sensu (Mestrado e Doutorado). No stricto sensu, é
importante ressaltar os Mestrados Profissionais, incluindo os Mestrados Profissionais
em rede, ofertados pela instituição como espaços de produção de conhecimento em
estreito diálogo com a educação básica. Ainda no stricto sensu, destaca-se a existência de
linhas de pesquisa em diferentes Programas que dialogam diretamente com a formação
continuada de professores. Sobre a Pós-Graduação lato sensu, ressalta-se a oferta de
cursos de Especialização ofertados em parcerias com redes públicas.
Registra-se, ainda, que um expressivo número de atividades de extensão, tais
como programas, projetos, cursos, eventos e prestação de serviços, desenvolvidos na
UFMG que têm vinculações com a educação básica. Este dado indica que a relação da
universidade com as redes de ensino possui um alcance para além do ensino nos cursos
de Licenciatura. Nesse contexto, os estudantes da Graduação, dentre os quais os
licenciandos, a partir da realização de atividades extensionistas, podem solicitar o
aproveitamento de créditos para fim de integralização curricular e ainda tem sido
oportunizado a Formação em Extensão Universitária (FEU) em estreita relação com a
educação básica. Salienta-se que diversas destas atividades também estão, direta ou
indiretamente, vinculadas à formação de professores da educação básica, constituindo
integração entre formação inicial e formação continuada em serviço.
215

Para a gestão desses processos, a instituição conta com os Colegiados dos


cursos de Licenciatura, um Colegiado Especial de Licenciatura (Collicen) que articula
todos os Colegiados desses cursos, além dos Colegiados dos programas de Pós-
Graduação, seja aqueles diretamente ligados à temática da Educação, seja aqueles que
possuem linhas de pesquisa específicas diretamente vinculadas à temática. Ademais, a
UFMG, por meio da Resolução Cepe № 05/2019, de 14 de maio de 2019, criou a
Comissão para Discussão e Elaboração das Políticas de Formação Inicial e Continuada
de Professores da UFMG (Comfic). A comissão é um órgão consultivo e assessor das
Câmaras de Graduação e de Extensão, contando também com representações
indicadas pela Câmara de Pós-Graduação, pelos coordenadores de Colegiados de
cursos de Licenciatura, pela Ebap, pela Secretaria de Estado de Educação de Minas
Gerais e pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação de Minas Gerais
(Undime), e tem como um dos seus objetivos a elaboração e atualização do projeto
institucional que estabelecerá as bases para o desenvolvimento de políticas de
indução, fomento, gestão e acompanhamento da formação inicial e continuada de
professores da educação básica no âmbito da UFMG, e em parceria com as redes de
educação básica. As principais linhas de ação da Comfic são:

• compilar, sistematizar e dar visibilidade às ações de Ensino, Pesquisa e


Extensão da UFMG relacionadas à formação inicial e continuada de
profissionais do magistério para a educação básica;

• promover e realizar estudos, atividades e eventos que contribuam para o


desenvolvimento do processo de formação inicial e continuada de
professores da educação básica;

• articular redes de diálogos internos na UFMG sobre o tema da formação


de professores;

• promover a interação entre a UFMG e as redes de educação municipais,


estadual e federal;

• acompanhar e participar de atividades que tenham como objetivo a


elaboração e o fortalecimento de políticas públicas relacionadas à
formação de professores;

• acompanhar, auxiliar e avaliar o desenvolvimento de projetos de cooperação


acadêmica entre a UFMG e as redes públicas de ensino da educação básica.
216

Por meio da articulação dessas diferentes instâncias e delas com as redes de educação
básica, pretende-se consolidar e fomentar boas práticas e atuar pela transformação dos
desafios postos à realidade educacional brasileira atinentes à formação de professores.

3.7.2 Metas e Ações para 2024-2029

A seguir, são apresentados o objetivo geral do presente PDI para a formação


inicial e continuada de professores para a educação básica, as metas para o próximo
quinquênio e as ações propostas para atingir tais metas. É importante explicitar que tal
planejamento foi realizado a partir da articulação promovida pela Comfic com as
demais pró-reitorias acadêmicas e junto às comunidades dos cursos de Licenciatura –
com destaque para os respectivos Colegiados – e o Collicen.

Objetivo Geral

Qualificar as políticas de indução, fomento, gestão e acompanhamento da formação


inicial e continuada de professores da educação básica no âmbito da UFMG e em
parceria com as redes de educação básica.

Objetivos específicos (Metas)

• Projeto e políticas institucionais:


a) Discutir, elaborar e aprovar as Diretrizes das Políticas de Formação
Inicial e Continuada de Professores da UFMG;
b) Aprofundar e consolidar a discussão sobre a formação inicial e
continuada de professores na UFMG, conferindo destaque ao tema
na estrutura organizacional da UFMG;
c) Mapear, acompanhar e avaliar os recursos orçamentários destinados à
formação inicial e continuada de professores na UFMG, com garantias ao
desenvolvimento de seus processos formativos e especificidades;
• Comunicação institucional e divulgação científico-profissional:

a) Compilar, sistematizar e dar visibilidade às ações de Ensino,


Pesquisa e Extensão da UFMG relacionadas à formação inicial e
continuada de professores para a educação básica;
b) Promover e fomentar estudos e pesquisas que contribuam para o
desenvolvimento do processo de formação inicial e continuada de
professores da educação básica;
217

Objetivos específicos (Metas)

• Redes e projetos inter e intra institucionais:


a) Estabelecer, articular e fortalecer redes de diálogo inter e intra
institucional em torno das políticas e ações voltadas para a formação
inicial e continuada de professores da UFMG;
b) Propor, acompanhar, auxiliar e avaliar o desenvolvimento de
projetos de cooperação acadêmica entre a UFMG e as redes públicas
de ensino da educação básica;
c) Fomentar e fortalecer a discussão sobre o aprimoramento da oferta
de estágios supervisionados nos cursos de Licenciaturas, articulando
redes de diálogos internas à UFMG e da universidade com as redes de
educação municipais, estadual e federal;
• Eventos:

Promover, auxiliar e participar de atividades e eventos que tenham como


objetivo a elaboração e o fortalecimento de políticas públicas
relacionadas à formação de professores e a qualificação da formação
inicial e continuada de professores da educação básica.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5

Projeto e políticas institucionais

1. Consolidar e aprovar as Diretrizes da Formação Inicial e


Continuada para Professores da Educação Básica da UFMG nas
instâncias competentes.

2. Reafirmar papel da Comfic como órgão consultivo e assessor


que estabelece bases e diretrizes para a formulação de políticas
voltadas à formação docente conforme definido em seu escopo
de competências.

3. Criar uma diretoria voltada para o tema da relação entre


universidade e escola básica, vinculada à Pró-reitoria de Graduação
(Prograd) e articulada com as pró-reitorias de Extensão (Proex),
Pós-Graduação (PRPG) e Pesquisa (PRPq), com foco na formação
inicial e continuada de professores para a educação básica em
articulação com as demandas das redes de ensino.
218

Ações/Ano 1 2 3 4 5

4. Apoiar ações e medidas de combate à evasão nos cursos de


Licenciatura.

5. Fomentar discussão que induza a implementação de projetos


pedagógicos cujo perfil de egressos esteja em diálogo com as
demandas das redes de ensino e da sociedade.

6. Induzir estudos e pesquisas que contribuam para fortalecimento


de políticas públicas relacionadas à formação de professores e
para a qualificação da formação inicial e continuada de
professores, particularmente uma pesquisa longitudinal sobre a
situação dos cursos de Licenciatura da UFMG.

7. Acompanhar e avaliar os programas governamentais de bolsas


acadêmicas voltados para a formação inicial e continuada de
professores para educação básica, com especial atenção para
Pibid e RP, de forma a assegurar que tais programas resultem
na melhoria da qualidade do ensino.

8. Garantir e ampliar os programas de bolsas acadêmicas em que


estudantes de Pós-Graduação participam da preparação,
organização e realização de atividades acadêmicas curriculares
para os cursos de licenciatura, sob a supervisão de docentes,
com atenção especial para os cursos em alternância.

9. Adequar e expandir a oferta de cursos de Licenciatura, de


acordo com as demandas da sociedade, com especial atenção
para a região metropolitana de Belo Horizonte e Montes Claros.

10. Fomentar estudos e pesquisas que contribuam para


fortalecimento de políticas públicas relacionadas à formação de
professores e para a qualificação da formação inicial e continuada
de professores, particularmente uma pesquisa longitudinal sobre
a situação dos cursos de Licenciatura na UFMG.

Comunicação institucional e divulgação científico-profissional

11. Dar maior visibilidade às ações de Ensino, Pesquisa e Extensão


relacionados à formação inicial e continuada de professores nos
canais de comunicação institucionais da UFMG, com garantia
de suporte profissional especializado para sua manutenção e
atualização.

Redes e projetos inter e intra institucionais

12. Estabelecer e articular redes de diálogos entre os cursos de


Licenciatura da UFMG, o Collicen, os colegiados dos cursos de
Mestrado Profissional para Professores de Educação Básica da
UFMG, os Centros de Extensão e as Unidades Acadêmicas que
oferecem atividades acadêmicas curriculares para os cursos
envolvidos com a formação de professores.
219

Ações/Ano 1 2 3 4 5

13. Articular diálogos entre pró-reitoria de Graduação (Prograd) e


as pró-reitorias de Extensão (Proex), Pós-Graduação (PRPG) e
Pesquisa (PRPq) em torno das políticas e ações voltadas para a
formação inicial e continuada de professores da UFMG.

14. Promover a interação entre a UFMG e as redes de educação


municipais, estadual e federal.

15. Dar prosseguimento, fomentar e fortalecer a discussão sobre o


aprimoramento da oferta de estágios supervisionados nas
Licenciaturas, articulando redes de diálogos internas à UFMG e
da Universidade com as redes de educação.

16. Articular instituições de ensino superior públicas e escolas


públicas mineiras para implementar políticas de formação de
professores em rede.

17. Estabelecer convênios com as redes estadual e municipal de


educação básica de forma a viabilizar projetos bilaterais de
cooperação entre a UFMG e escolas dessas redes, assim
viabilizando:
a) a articulação orgânica das atividades de estágios das
licenciaturas com as atividades das escolas envolvidas;
b) o desenvolvimento de atividades de extensão da Universidade
centradas nas escolas, de forma a apoiar seus programas de
aperfeiçoamento;
c) a oferta de atividades de formação continuada para docentes
dessas escolas, em articulação com o planejamento das
mesmas, e
d) o desenvolvimento de pesquisas conjuntas entre docentes da
UFMG e das escolas, com o objetivo de geração de avanços do
conhecimento na área da educação que sejam prontamente
aplicáveis à melhoria do ensino nas escolas envolvidas.

18. Fomentar e consolidar políticas sociais e acadêmicas de apoio


aos estudantes dos cursos de formação de professores visando
a, especialmente, garantir a realização das práticas de ensino e
de estágio nas escolas situadas em diferentes contextos
socioterritoriais;

Eventos

19. Realizar atividades e eventos ligados ao tema da formação inicial


e continuada de professores da educação básica da UFMG.
220

3.8 Educação Digital e Educação a Distância

A questão de como educar as próximas gerações, de maneira a tornar


disponível para estas o conhecimento acumulado no passado, constitui elemento
essencial da própria noção de civilização. Diferentes sistemas educacionais foram
concebidos ao longo dos séculos, utilizando os meios disponíveis em cada tempo, e
visando aos fins que cada época estabeleceu para si. Ao final da última década do
século XX, a estruturação da Internet seguida de sua rápida expansão viabilizou o
surgimento de um expressivo número de experimentos que retomavam a
indagação sobre o uso das novas mídias eletrônicas como suporte para processos
educacionais. Desde então, uma sucessão de distintos modelos pedagógicos vem
sendo testada.
Atualmente é bastante intensa, em todo o mundo, a experimentação em torno da
pedagogia específica do ensino a distância. Busca-se compreender o alcance e o
significado das transformações que podem vir a operar em decorrência do novo
contexto tecnológico aplicado à educação. Universidades em diferentes países, situadas
em diferentes contextos socioculturais e atendendo a diferentes tipos de demanda de
suas respectivas sociedades, vêm se empenhando no estudo dessas questões, na busca
por modelos que atendam às especificidades de cada caso.
Diferentes tipos de objetivos podem orientar o desenvolvimento de processos
formativos estruturados no formato de ensino a distância. No caso brasileiro, a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – Lei 9.394/1996) prevê
explicitamente a possibilidade de uso do ensino a distância na educação formal, in
verbis: “O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas
de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação
continuada” (art. 80).
Em conformidade com essa diretriz, a UFMG vem desenvolvendo, nos últimos
anos, ações nas seguintes frentes relacionadas ao ensino a distância:
I. Formação continuada de profissionais, com características de
formação em serviço, principalmente visando suprir demandas
específicas de capacitação orientadas para suprir demandas críticas do
setor público. Em muitos casos, há especial ênfase na situação de
carência regional de pessoal qualificado. Nessa categoria se enquadram
principalmente os cursos de Especialização, de aperfeiçoamento e de
221

atualização, em grande parte orientados para a formação continuada


de docentes da educação básica, de profissionais e gestores para os
serviços de saúde, além de gestores públicos com diferentes recortes
profissionais.

II. Oferta de educação superior no nível de Graduação, principalmente em


cursos de licenciatura (formação inicial de docentes para a educação
básica), visando atender regiões remotas, não cobertas pela rede de
ensino superior.

III. Oferta de educação superior no nível de Graduação em regiões já cobertas


pela rede de ensino superior visando atender a um público vulnerável,
cuja situação de vida dificultaria ou impossibilitaria a frequência à
educação superior presencial.

IV. Oferta de atividades acadêmicas curriculares no formato a distância para


estudantes dos cursos presenciais de Graduação.

O primeiro tipo de demanda, pela formação continuada em serviço, começou a


ser atendido em 2002, quando a UFMG ofereceu sua primeira Especialização a
distância, a Formação de Educadores em Saúde – Enfermagem. Desde então, diversos
cursos já foram oferecidos, incluindo também os de aperfeiçoamento e atualização. A
maioria dos cursos de Especialização contou com financiamento público, seja através
de convênios com secretarias e ministérios, seja pelo sistema Universidade Aberta do
Brasil (Capes/UAB).
O segundo e o terceiro tipos de demanda, para prover formação no nível de
Graduação foram simultaneamente atendidos a partir de 2008 com o oferecimento
dos cursos de Graduação em Ciências Biológicas - Licenciatura, Geografia -
Bacharelado, Pedagogia e Química - Licenciatura. O curso de Matemática –
Licenciatura passaria a ser ofertado a partir do ano seguinte. A Tabela 17 mostra o
número de egressos desses cursos de 2011 a 2022, oferecidos por meio do convênio
da UFMG com o MEC, atendendo Editais do Sistema UAB principalmente para a
oferta de cursos de Licenciatura, em 15 Polos de EaD vinculados à universidade:
Araçuaí, Frutal Governador Valadares, Montes Claros, Teófilo Otoni, Contagem,
Campos Gerais, Conselheiro Lafaiete, Corinto, Formiga, Conceição do Mato Dentro,
Januária, Bom Despacho, Buritis e Uberaba.
222

Tabela 17 – Número de egressos dos cursos de Graduação a distância, de oferta pontual,


de 2011 a 2022

CURSO 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Ciências Biológicas
- 41 29 64 29 37 11 3 2 - - -
(Licenciatura)
Geografia
18 14 12 14 9 8 4 8 8 2 - -
(Bacharelado)
Matemática
- - 13 7 15 9 5 4 1 1 1 -
(Licenciatura)
Pedagogia
306 29 - 131 10 241 - - - - - -
(Licenciatura)
Química
- 5 6 7 4 6 4 2 - - - 4
(Licenciatura)

Total 324 89 60 223 67 301 24 17 11 3 1 4

Fonte: Pró-Reitoria de Graduação da UFMG

Deve-se mencionar que, a partir do último ciclo de oferta de turmas dos cursos de
Graduação a distância de Química - Licenciatura e de Ciências Biológicas - Licenciatura,
ocorrido em 2018, há uma tendência a que as novas turmas sejam ofertadas em menos
polos, localizados em cidades mais próximas de Belo Horizonte. Essa opção decorre da
redução do financiamento provido pelo MEC para os cursos do sistema UAB.
O quarto tipo de demanda, relacionado à oferta de atividades acadêmicas
curriculares no formato a distância para estudantes dos cursos de Graduação presenciais,
veio sendo atendido de maneira experimental desde o final da década passada, envolvendo
um número relativamente restrito de disciplinas. O objetivo da política de ofertar tais
atividades para estudantes de cursos presenciais é o de propiciar a realização de situações
de aprendizagem em tempos e lugares diversos, de maneira a ampliar as possibilidades
educacionais disponíveis, favorecendo a diretriz institucionalmente definida pela UFMG
da flexibilização de seus currículos de Graduação. A base legal para viabilizar essas ações
foi fornecida pela Portaria MEC № 4.059, de 10 de outubro de 2004, atualizada pela
Portaria MEC № 1.134, de 10 de outubro de 2016, que permitiu aos cursos presenciais
ofertarem até 20% do seu conteúdo utilizando a educação a distância. Essa Portaria foi
revogada pela Portaria MEC № 2.117, de 6 de dezembro de 2019, que permitiu a oferta
de carga horária na modalidade a distância na organização pedagógica e curricular de
seus cursos de Graduação presenciais, até o limite de 40% da carga horária total do
curso, exceto para o curso de Medicina. Na UFMG, a regulamentação da matéria ocorreu
por meio da Resolução № 13/2018, 11 de setembro de 2018, do Cepe, que regulamenta a
223

oferta de atividades acadêmicas curriculares com carga horária a distância nos cursos
de Graduação presenciais e a distância e determina que pelo menos 80% da carga
horária total requerida para a integralização curricular dos cursos presenciais deverá
ser desenvolvida presencialmente. Com essa normatização, esperava-se uma expansão
da oferta de atividades a distância para um maior número de disciplinas e cursos,
seguida da consolidação da experiência acumulada traduzida na efetiva mudança dos
currículos para acomodar o novo tipo de atividade.
No entanto, em virtude da suspensão das atividades presenciais em 2020 pela
pandemia da covid-19, essa previsão foi totalmente modificada. A adoção do Ensino
Remoto Emergencial (ERE) e, depois, do Ensino Híbrido Emergencial (EHE), no período de
2020 e 2021, trouxe a oportunidade de ampliação das atividades acadêmicas a distância na
UFMG. Embora não se caracterizem como EaD, o ERE e o EHE consolidaram uma
experiência compulsória de ensino mediado por tecnologias, gerando expressivas
mudanças nas interações de ensino-aprendizagem. A experiência antes restrita aos
docentes dos cursos de Graduação ou Especializações a distância, ou ainda de disciplinas
dos cursos presenciais que utilizavam os 20% da carga horária à distância permitida pela
Resolução № 13/2018, foi estendida a todos os cursos e níveis de ensino em tempo recorde.
Após o processo de adaptação geral à nova modalidade imposta pelo ERE e pelo EHE, a
experiência adquirida pelos docentes e as importantes mudanças no processo de ensino-
aprendizagem não podem ser ignoradas. Mesmo após a retomada completa do ensino
presencial, é preciso, neste momento, institucionalizar as atividades que envolvem o uso
das tecnologias digitais de informação e comunicação que permaneceram ou que podem
ser incorporadas na prática docente após a superação do momento de pandemia.
Dessa forma, incorporar as experiências bem-sucedidas de ensino a distância
nos Projetos Pedagógicos dos Cursos, dentro do limite da carga horária regulamentada
pela UFMG, e o desenvolvimento de processos híbridos de ensino-aprendizagem no
percentual destinado à carga horária presencial, com o uso de metodologias que
priorizam o protagonismo do estudante, o trabalho colaborativo e a ação mediadora do
professor, são ações primordiais para os próximos anos.
Mais do que nunca, fortalecer o desenvolvimento da educação a distância na
UFMG e a interação de suas ferramentas com o ensino presencial por meio das
diferentes ações aqui já relacionadas é uma necessidade que converge com a Política
Nacional de Educação Digital (PNED), instituída pela Lei № 14.533 de 11 de janeiro de
2023. A PNED tem como objetivo articular programas, projetos e ações de diferentes
224

entes federados, áreas e setores governamentais, a fim de potencializar o acesso da


população brasileira a recursos, ferramentas e práticas digitais, principalmente para as
populações mais vulneráveis. Seus principais eixos estruturantes buscam estimular a
educação digital, a capacitação profissional para novas competências e ampliar a
infraestrutura digital e conectividade para fins educacionais. Cabe a UFMG estabelecer
suas políticas de promoção da educação digital para os próximos anos, usufruindo da
expertise alcançada por meio do trabalho já desenvolvido em EaD na universidade.
Nesse sentido, a Universidade tem promovido uma série de ações com o objetivo de
estimular a apropriação de tecnologias digitais de informação e comunicação para o
desenvolvimento de processos híbridos de ensino-aprendizagem e ampliar o debate sobre
os princípios norteadores da política de educação a distância e educação digital da UFMG.
Entre essas ações, destaca-se a criação do Grupo de Trabalho (GT) “Tecnologias
digitais no ensino de Graduação”, por meio da Resolução da Câmara de Graduação do
Cepe № 5, de 27 de julho de 2022. Com participação de docentes de diversas áreas do
conhecimento, em seu relatório final, o GT considerou que, embora o uso de tecnologias
digitais esteja, em geral, associado ao ensino on-line, vários recursos poderão ser
utilizados nas aulas presenciais. Assim, estimular o uso das tecnologias digitais nos
cursos de Graduação não significa estimular o ensino on-line. A definição por atividades
presenciais ou on-line (síncronas ou assíncronas) deve ser objeto de discussão e
planejamento pedagógico. Além disso, elencou entre os princípios norteadores para a
incorporação de tecnologias digitais no ensino: a garantia de que o uso das tecnologias
digitais no ensino atenda aos objetivos pedagógicos e formativos dos estudantes
consonantes com uma formação humana, profissional e acadêmica socialmente
referenciada; a promoção de políticas de fomento à cultura digital que atendam aos
objetivos da aprendizagem, estimulem a participação ativa e propositiva dos estudantes;
a adoção da política de uma educação sem distâncias para conduzir a integração das
tecnologias digitais nas atividades presenciais e on-line, produzindo indicadores de
qualidade. O relatório com as propostas apresentadas pelo GT reiterou que essas políticas
devem extrapolar o contexto da Graduação, integrando as demais dimensões acadêmicas.
Com o aumento do uso de ferramentas de Inteligência Artificial (IA) por
estudantes e professores, a UFMG também instituiu, por meio da Portaria 10226, de 8
de novembro de 2023, comissão que vai apresentar proposta de diretrizes e normas
para disciplinar o uso dessas ferramentas nas atividades das Unidades Acadêmicas. A
disponibilidade cada vez maior dessas ferramentas, alerta a Universidade para a
225

importância de formar estudantes que estejam aptos a interagir com essas tecnologias,
de forma ética, no seu cotidiano. Portanto, o estabelecimento de regras deve ser feito
de modo que as ferramentas de IA sejam utilizadas como aliadas para aperfeiçoar os
processos de aprendizagem, a formação dos estudantes e a produção de conhecimento.
Além disso, essas ferramentas também representam um desafio para o corpo docente e
técnico-administrativo em educação e a Universidade deverá buscar formas de
capacitar esses segmentos para lidar com essas tecnologias.
Cabe ainda observar que as mudanças que têm sido proporcionadas pela alteração
na natureza das tecnologias, impõem a necessidade de incorporar essas tecnologias
como recursos didáticos, mas também tomá-las como objeto de estudo, apropriação
crítica e administração. Nesse sentido, a Universidade é convocada a repensar as
abordagens pedagógicas, tanto na EaD quanto no ensino presencial, sem recorrer a mera
comparação entre ambas como modelos em si mesmas. Considerando esse novo cenário,
especialmente no que diz respeito à EaD, e tendo em vista a PNED, foi instituída pela
UFMG, por meio da Portaria 6098/2023, uma comissão encarregada de apresentar
proposta de reestruturação do Centro de Apoio à Educação a Distância da UFMG (CAED).
A Comissão concluiu que se torna premente reafirmar a finalidade institucional do CAED,
mantendo o seu envolvimento com as três dimensões: Ensino, Pesquisa e Extensão, mas,
sobretudo, é imprescindível alargar o alcance desse Centro, ampliando sua atuação no
apoio e promoção de políticas e ações de EaD e Educação Digital no âmbito da UFMG.

3.8.1 Centro de Apoio à Educação a Distância (CAED)

O CAED foi criado no início dos anos 2000 com a finalidade de apoiar o
desenvolvimento do ensino a distância na UFMG e teve como primeiras ações assessorar a
Reitoria e as Unidades Acadêmicas no credenciamento dos primeiros cursos de Graduação
nessa modalidade, junto ao Ministério da Educação (MEC). As primeiras turmas iniciaram
em 2007 e 2008. Posteriormente, ampliou sua atuação na UFMG, apoiando com
assessoramento pedagógico, administrativo/financeiro e tecnológico o desenvolvimento
de cursos de Pós-Graduação (Especialização e Mestrado) e de extensão a distância
(Capacitação e Atualização), além da oferta de novas turmas dos cursos de Graduação.
Suas diferentes formas de atuação envolvem: o desenvolvendo de estudos e
pesquisas sobre EaD; a capacitação dos profissionais envolvidos com a modalidade; a
promoção da articulação da UFMG com os polos de apoio presencial e outras instituições
de nível superior; o assessoramento na produção e edição de materiais didáticos
226

impressos e digitais sobre essa modalidade; a organização das atividades curriculares


disponibilizadas na plataforma/ Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), o Moodle
Virtual do CAED; o apoio na realização de processos seletivos virtuais; a oferta de cursos
de capacitação voltados à temáticas de EaD; a administração da oferta de salas virtuais de
webconferências pela Rede Nacional de Pesquisa/RNP e a gestão dos recursos financeiros
dos cursos. O CAED conta com uma estrutura que inclui apoio administrativo, pedagógico
e tecnológico, além de instalações para videoconferência e gravação de vídeos.
Entre as atividades de Extensão desenvolvidas pelo CAED está o Programa
Aproxime-se, com registro no Siex e com seis bolsistas Pbext vinculados. O Programa
busca estreitar os laços entre a UFMG e os polos de apoio presencial, com a realização
de atividades presenciais e/ou virtuais voltadas para a comunidade das diversas cidades
nos âmbitos acadêmico e de saberes locais.
Pela sua atuação já consolidada junto à oferta de cursos de Graduação, Pós-
Graduação e Extensão e tendo em vista as mudanças substanciais ocorridas nos
processos de ensino-aprendizagem após a pandemia, a disponibilidade e o uso cada vez
maior de tecnologias digitais de informação e comunicação, a instituição da PNED,
trazendo novas perspectivas para o uso da EaD e suas ferramentas, torna-se necessário
o fortalecimento do CAED como instância de apoio e de promoção de políticas e ações
de EaD e Educação Digital no âmbito da UFMG. Nesse sentido, como ações prioritárias
para os próximos anos, propõe-se uma reorganização administrativa com a
reestruturação do CAED como Diretoria de Educação a Distância e Educação Digital da
UFMG, tornando-se órgão auxiliar da Reitoria, como reconhecimento natural da
abrangência de suas atividades em desenvolvimento nesse Centro.
Além disso, destaca-se como imprescindível o estabelecimento de uma política
de Educação a Distância e Educação Digital para a Universidade, em sintonia com o que
está disposto na PNED, ou seja, buscando potencializar e incrementar os resultados das
políticas públicas relacionadas ao acesso da população brasileira a recursos,
ferramentas e práticas digitais, com prioridade para as populações mais vulneráveis.
No processo de construção dessa política institucional, será necessária também uma
reflexão sobre a crescente procura, pela sociedade, de cursos na modalidade a distância,
nos diversos níveis de ensino, e as dificuldades das universidades para viabilizar a
oferta desses cursos de forma regular, sendo um dos principais fatores limitantes a
ausência de servidores e recursos, na sua matriz orçamentária, específicos para o
desenvolvimento dessa modalidade de ensino.
227

Objetivo Geral

Elaborar, apoiar, promover e implementar políticas e ações de Educação a Distância


(EaD) e Educação Digital (ED) no âmbito da UFMG, que contribuam para a formação de
cidadãos e profissionais com competências técnicas, analíticas e críticas em relação
aos avanços das tecnologias digitais e da inteligência artificial a fim de contribuir com
propostas socialmente referenciadas no desenvolvimento tecnológico e humanístico
da sociedade brasileira.

Objetivos específicos (Metas)

• Propor políticas de Educação a Distância e Educação Digital para a UFMG.


• Propor regras e normas para o bom uso das ferramentas de inteligência
artificial nas atividades acadêmicas.
• Promover o letramento digital, na UFMG e na sociedade civil, assim como
fomentar a criação de projetos e abordagens educacionais, programação e
o pensamento computacional, conscientização sobre segurança na
internet, ética no contexto digital e participação cidadã na era digital.
• Promover estudos sobre práticas pedagógicas em educação a distância,
incluindo o uso de novas tecnologias, na busca de modelos inovadores
capazes de dar suporte a diferentes demandas de uso da educação a distância.
• Prospectar os avanços do conhecimento no campo da educação a
distância e da educação digital, visando a formação de massa crítica na
UFMG capaz de propor modelos pedagógicos adequados para serem
aplicados à realidade local, regional e nacional.
• Incentivar a atualização das ementas e dos programas das atividades
acadêmicas curriculares, considerando as transformações digitais e seus
possíveis efeitos nos processos de ensino-aprendizagem, perfil do
egresso e estrutura curricular dos cursos de Graduação.
• Promover a convergência entre o ensino presencial e o ensino a
distância, com o incremento da produção de materiais didáticos e de
atividades acadêmicas a serem empregados em cursos em ambos os
formatos pedagógicos.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029
228

Ações/Ano 1 2 3 4 5

1. Promover a reestruturação administrativa do CAED, visando a


criação da Diretoria de Educação a Distância e Educação Digital
da UFMG como Órgão Auxiliar da Reitoria

2. Propor e implementar as Políticas de Educação a Distância e


Educação Digital da UFMG.

3. Propor e implementar a Política de uso da Inteligência Artificial


na UFMG.

4. Implementar diretrizes e normas para o bom uso das


ferramentas de inteligência artificial nas atividades acadêmicas.

5. Estabelecer interface entre o CAED, ou órgão equivalente, e as


Pró-Reitorias e Unidades Acadêmicas e Especiais, visando o
desenvolvimento de ações de EaD e de Educação Digital no
âmbito da UFMG.

6. Promover o letramento digital de docentes e pós-graduandos,


voltado para o desenvolvimento do ensino de Graduação.

7. Realizar ações de formação para os docentes, os técnicos


administrativos em educação e os discentes, a fim de
desenvolver as competências digitais e informacionais.

8. Investir na formação de tutores para promover uma melhor


qualidade da mediação pedagógica em ambientes virtuais.

9. Incentivar a pesquisa científica para a integração das


Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) em
abordagens educativas;

10. Fomentar o uso de tecnologias da informação e comunicação


nas atividades da Graduação e Pós-Graduação nos processos de
ensino-aprendizagem.

11. Apoiar a criação de disciplinas a distância com características


transversais, que possam ser ofertadas para vários cursos de
Graduação da UFMG, inclusive integrando a estrutura curricular
de formações complementares.

12. Apoiar e consolidar a oferta de cursos a distância, incluindo os


de formação continuada, visando ampliar o acesso da população
ao ensino superior e o atendimento a demandas estratégicas do
setor público.

13. Desenvolver políticas e ações voltadas para a elaboração de


objetos educacionais abertos, em diferentes suportes
tecnológicos, para o desenvolvimento da Educação a Distância e
da Educação Digital na UFMG.
229

Ações/Ano 1 2 3 4 5

14. Fortalecer o uso de recursos de webconferência.

15. Promover atividades de extensão para o desenvolvimento da


Educação Digital.

16. Promover ações para disseminar as políticas de Educação Digital


e Educação a Distância junto à Comunidade Acadêmica da UFMG.

17. Promover melhorias na infraestrutura física e de suporte às


tecnologias digitais para realização de atividades acadêmicas na
perspectiva de Educação Digital.

3.9 Políticas de Permanência de Estudantes da UFMG

Contexto

A universidade pública tem um relevante papel na produção de conhecimento, na


formação de pessoas para atuarem na sociedade e, principalmente, na redução das
desigualdades sociais e na equalização de oportunidades ao garantir o acesso à
educação superior de amplo estrato da sociedade. Com o intuito de alcançar o objetivo
de redução da seletividade social no acesso à vaga em cursos de Graduação presenciais,
a UFMG adotou, nos Concursos Vestibulares 2009 a 2012, o Programa de Bônus que
previa o acréscimo de 10% sobre a nota final para aqueles que, na inscrição,
comprovassem o tempo mínimo de sete anos letivos de estudo em escola pública,
sediada no Brasil, ou o acréscimo de 15% para aqueles que, na inscrição, optassem por
se autodeclarar pretos ou pardos em adição a tal tempo de estudos na escola pública.
Desde o Concurso Vestibular 2013, o Programa de Bônus foi substituído por sistema de
cotas, em vista do disposto na Lei 12.711/2012. A adoção da Lei de Cotas cumpre hoje
papel importante, ao reservar 50% das vagas da UFMG para egressos do ensino médio
público, sendo metade da reserva necessariamente direcionada para estudantes de
baixa renda, havendo ainda o requisito de que se preserve, em cada caso, a proporção de
estudantes autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, equivalentes àquela observada
no último censo populacional do estado. A partir de 2018, foi incluído na reserva de 50%
de vagas um número de vagas reservado para pessoas com deficiência que tenham
cursado o ensino médio em escolas públicas, sendo tal reserva proporcional à
população de pessoas com deficiência (PCD) no estado. A Tabela 18 mostra as
características dos processos seletivos para admissão na UFMG.
230

Tabela 18 – Características dos processos seletivos para admissão na UFMG

Processo seletivo

Ano 1ª Etapa 2ª Etapa Número de edições Ação Afirmativa

2009 UFMG UFMG - Bônus de 10% e 15%

2010 UFMG UFMG - Bônus de 10% e 15%

2011 Enem UFMG - Bônus de 10% e 15%

2012 Enem UFMG - Bônus de 10% e 15%

2013 Enem UFMG - Cotas 12,5%

2014 SiSU - 2 Cotas 25%

2015 SiSU - 2 Cotas 37,5%

2016 - 2017 SiSU - 1 Cotas 50%

2018 - 2022 SiSU - 1 Cotas 50% + PCD

Fonte: Análise do perfil socioeconômico dos ingressantes matriculados na UFMG no período de 2003
até 2022 (SiSU e Vestibular Habilidades), UFMG, 2023.

Juntamente com a aplicação de recursos do Plano Nacional de Assistência


Estudantil (Pnaes), a Lei de Cotas veio possibilitar a ampliação do espectro social dos
ingressantes nos cursos da UFMG. Cumpre lembrar que, neste mesmo sentido, a UFMG
implementou o curso do Formação Intercultural de Educadores Indígenas e o curso de
Licenciatura em Educação no Campo, ambos realizados em modalidade de alternância,
tendo em vista o acesso de públicos que historicamente encontraram barreiras para
acessar a Educação Superior.
A Prograd tem se dedicado a estudar o impacto das ações afirmativas, em
especial da Lei das Cotas, na mudança do perfil dos estudantes na UFMG. O Setor de
Estatística da Prograd divulga periodicamente a análise do perfil dos estudantes
ingressantes. Uma análise breve desses dados, apresentados no relatório referente ao
período de 2003 até 2022, permite a extração de importantes conclusões. As principais
características são mostradas nos Gráfico 49 a Gráfico 53.
231

Gráfico 49 – Distribuição entre sexo feminino e masculino de estudantes ingressantes por área
do conhecimento, na UFMG, no período de 2003 a 2022

Fonte: Análise do perfil socioeconômico dos ingressantes matriculados na UFMG no período de 2003
até 2022 (SiSU e Vestibular Habilidades), UFMG, 2023.

Gráfico 50 – Resposta dos estudantes ingressantes à pergunta “Onde você nasceu?”, 2003 – 2022

Fonte: Análise do perfil socioeconômico dos ingressantes matriculados na UFMG no período de 2003
até 2022 (SiSU e Vestibular Habilidades), UFMG, 2023.
232

No que diz respeito à origem geográfica dos ingressantes na UFMG, o Gráfico 50


mostra um declínio da proporção de pessoas nascidas em Belo Horizonte (BH), que
representavam cerca de 60% dos ingressantes até 2013, para 45,7% dos ingressantes
em 2022. Essa redução é compensada principalmente pelo acréscimo de pessoas
nascidas na grande BH, que passam de cerca de 6% em 2010 para mais de 12% em 2022,
e em outros estados do país, que passam de cerca de 7% em 2010 para mais de 17% em
2022. Tal tendência se manifesta principalmente a partir de 2014, quando do início da
adoção do SiSU como principal processo seletivo para as vagas iniciais, o que de certa
forma era de se esperar, dada a abrangência nacional desse processo e a não
necessidade de deslocamento do candidato para fora de sua cidade para a realização de
provas. Quando a pergunta formulada é “onde você reside atualmente?”, as repostas
também indicam uma redução significativa no número de ingressantes que residem em
BH, passando de mais de 60% até 2015 para aproximadamente 44% em 2022. Ao
mesmo tempo, pode ser observado crescimento progressivo no número de ingressantes
que residem em outros estados, principalmente a partir de 2015, passando de menos de
5% até 2013 para 14,4%, em 2022.

Gráfico 51 – Resposta dos estudantes à pergunta “Qual é a sua cor ou raça?”, 2003 a 2022

Fonte: Análise do perfil socioeconômico dos ingressantes matriculados na UFMG no período de 2003
até 2022 (SiSU e Vestibular Habilidades), UFMG, 2023.
233

Conforme as séries históricas mostradas no Gráfico 51, no que diz respeito à


declaração de cor ou raça, a maior mudança ocorreu de 2008 para 2009, quando a
proporção de pessoas autodeclaradas brancas passou de cerca de 60% para 47%. Tal
diminuição correspondeu justamente ao início do sistema de bônus na UFMG, que
prevaleceu de 2009 a 2012 e implicava no acréscimo de 10% nas notas do vestibular
daqueles estudantes egressos do ensino médio público e de 15% na nota daqueles que,
oriundos do ensino médio público, se autodeclaravam pretos ou pardos. A queda
observada em 2009, cristalizou uma tendência de queda no percentual de brancos
observada ao longo da década. Importante destacar que a diminuição progressiva dos
autodeclarados brancos e o aumento progressivo dos autodeclarados pretos e pardos,
que saltaram de 3,45% e 20,35% em 2003 para 7,7% e 35% em 2009, respectivamente,
foram acompanhados de altos índices de não resposta à pergunta sobre cor ou raça, que
em 2004 era de cerca de 6% e em 2008 era de quase 11%.
Se forem considerados os primeiros anos de implementação dos sistemas de
bônus, 2010, e do sistema de cotas, 2013, pode-se observar uma semelhança na
proporção de autodeclarados brancos, de autodeclarados negros (somados pretos e
pardos) e não declarados. Verifica-se pontualmente, no ano de 2014, uma redução do
número de pretos e pardos nesse momento em que ocorre a transição entre o antigo
sistema de bônus raciais para o sistema de cotas raciais. Como a implantação do
sistema de reserva de vagas ocorreu com a aplicação de cotas progressivamente
maiores, até atingir cerca de 26% de reserva para pretos, pardos e indígenas a partir
de 2016, a proporção de autodeclarados pretos e pardos voltou a crescer, atingindo os
patamares anteriores a 2014.
No entanto, no período de 2019 a 2022, ao mesmo tempo em que se observa um
aumento na proporção de brancos, acompanha-se o decréscimo na proporção de
autodeclarados pardos e daqueles que não desejaram declarar sua cor ou raça. Por sua
vez, o percentual de autodeclarados pretos apresentou elevação em 2019, chegando a
aproximadamente 11% dos ingressantes, mantendo-se estável desde então. Somados os
pretos e pardos, percebemos, portanto, que no ano de 2022, o percentual de
autodeclarados negros foi de 39,69%, percentual 13% superior ao percentual observado
em 2008, antes do início das políticas com recorte racial na UFMG. Mas se as políticas
afirmativas aplicadas na UFMG tinham como objetivo impactar positivamente o
percentual de pretos, pardos e indígenas, combatendo as desigualdades de representação
destas populações, como se pode explicar o crescimento da presença de estudantes
234

autodeclarados brancos nos últimos 4 anos? Analisando o cenário deste período, pode-se
inferir que este crescimento precisa ser compreendido na relação com a implementação
de mecanismos de controle e acompanhamento das políticas de ações afirmativas,
especialmente as cartas consubstanciadas e as bancas de heteroidentificação
implementadas em 2018 e 2019. Ao incorporar mecanismos de controle externo das
autodeclarações, a UFMG contribuiu para o debate sobre as identidades raciais,
favorecendo as reflexões em torno das autodeclarações raciais e contribuindo para a
diminuição dos percentuais de não-declaração racial. Nessa perspectiva, portanto, o
aumento do percentual de estudantes autodeclarados brancos na UFMG a partir de 2019,
se deve a reflexões mais profundas sobre identidade racial e o deslocamento dos modos
de se classificar racialmente. Este fenômeno também pode ter impactado os percentuais
dos autodeclarados pardos, mas isto exigirá estudos mais aprofundados.

Gráfico 52 – Resposta dos estudantes à pergunta “Em que tipo de escola você cursou o
ensino médio?”, 2008-2022

Fonte: Análise do perfil socioeconômico dos ingressantes matriculados na UFMG no período de 2003
até 2022 (SiSU e Vestibular Habilidades), UFMG, 2023.

De 2008 para 2009, conforme demonstrado no Gráfico 52, ocorre uma


significativa mudança na proporção dos ingressantes vindos da rede privada e das
redes públicas de ensino, o que decorreu diretamente do início da aplicação do
235

sistema de bônus para egressos do sistema público, elevando a proporção destes


ingressantes de 30,9% para 44%. Partindo desse patamar, a proporção de estudantes
oriunda de escolas públicas permaneceu crescendo lentamente de 2009 até 2012,
provavelmente em decorrência de dois processos concomitantes: a aplicação, por
vários anos, do sistema de bônus para egressos do ensino público, e a abertura de uma
maior proporção de cursos no turno noturno exatamente nesse período, em
decorrência da adesão da UFMG ao Programa Reuni. Em 2013, com a extinção do
sistema de bônus e o início do sistema de reserva de vagas (com uma proporção de
vagas reservadas, naquele ano, de 12,5% do total) houve uma súbita reversão desse
processo de crescimento. Em 2014, essa reversão se acentuou ainda mais, com a
adesão da UFMG ao processo seletivo do SiSU, junto com a manutenção da reserva de
vagas em um patamar ainda baixo, de 25% do total. Nesse ano, a proporção de
ingressantes oriundos da rede privada se manteve no patamar anterior, superior a
50%. De 2015 em diante, com o progressivo aumento da reserva de vagas (32,5% em
2015 e 50% a partir de 2016), volta a crescer a proporção de ingressantes provenientes
das redes públicas, com uma correspondente redução da proporção dos ingressantes
provenientes da rede privada. Cabe destacar que o percentual de ingressantes que
cursaram integralmente o ensino médio nas redes públicas, desde 2016, supera o
percentual referente à reserva de vagas asseguradas pela Lei de Cotas, que
corresponde a 50% das vagas oferecidas pela Universidade. Em 2022, 56,3% dos
ingressantes eram oriundos da rede pública.
No que diz respeito à renda do núcleo familiar dos ingressantes, chama atenção
no Gráfico 53 a ascensão proporcional de dois grupos de renda: o das pessoas
provenientes de famílias com rendas entre um e dois salários mínimos e o das pessoas
de famílias com rendas entre dois e cinco salários mínimos. Este último grupo, que
em 2008 representava 24% dos ingressantes, passou a representar 33% já em 2009,
com o início do sistema de bônus, e vem mantendo-se em cerca de 34% nos anos
seguintes. Já o primeiro grupo representava, em 2008, 5% do total de ingressantes.
Em 2009, passa a 9%. Vem crescendo desde então, atingindo 19,9% em 2022. O
crescimento observado no percentual de ingressantes com renda familiar inferior a 1
salário mínimo também merece destaque. No período de 2008 a 2013, esse grupo
representava menos de 1% dos ingressantes. A partir de 2014, nota-se um aumento
progressivo, atingindo 4% em 2022.
236

Gráfico 53 – Resposta dos estudantes à pergunta “Qual é a renda mensal de seu grupo
familiar?”, 2003-2022

Fonte: Análise do perfil socioeconômico dos ingressantes matriculados na UFMG no período de 2003
até 2022 (SiSU e Vestibular Habilidades), UFMG, 2023.

Devido à inclusão da reserva de vagas para pessoas com deficiência no processo


seletivo de Graduação da UFMG, a partir de 2018, houve um aumento significativo no
ingresso de estudantes com deficiência. De acordo com dados informados pelo Núcleo
de Acessibilidade e Inclusão da UFMG (NAI), em 2017, ingressaram 50 estudantes com
deficiência. Em 2018, ano de implementação da reserva de vagas, foi registrado o maior
número de ingressantes com deficiência, 245 estudantes e, em 2022, esse número
chegou a 128 ingressantes. No entanto, o número de estudantes com deficiência na
Instituição pode ser superior ao informado pelo NAI, pois o registro depende da
autodeclaração e o acompanhamento é feito a partir da demanda apresentada pelo
próprio estudante.
Os dados referentes às características dos estudantes contribuem para que a
UFMG conheça o perfil do seu alunado, para que possa compreender o impacto da
democratização do acesso e refletir sobre as políticas que contemplem um corpo discente
que se diversifica a cada nova entrada, oferecendo subsídios para o planejamento e a
sustentação de políticas de ingresso, de acolhimento e de permanência.
237

Nesse sentido, é importante ressaltar, além das modificações observadas no


perfil do corpo discente, ao longo dos últimos dez anos, em função da adesão ao SiSU e
aplicação da Lei de Cotas, as mudanças impostas pelo período pandêmico e suas
consequências. Nos período de 2020 a 2022, um cenário permeado de inseguranças e
incertezas, diante da crise econômica que assolou o país e o mundo, bem como o
contexto de acentuação da vulnerabilidade socioeconômica de muitos estudantes e seus
familiares, que foram afetados, diretamente ou indiretamente, pela pandemia da
covid-19, impactando nos tipos e quantidades de auxílios demandados, foi necessário
um esforço adicional da Universidade para manter integralmente a Política de
Assistência e Permanência Estudantil, visando garantir condições dignas a seus
estudantes posicionados nessa Política. Entre as medidas adotadas, foram
disponibilizados diversos tipos de auxílios emergenciais, incluindo aqueles
relacionados à inclusão digital no período em que vigorou o Ensino Remoto
Emergencial (ERE) e posteriormente o Ensino Híbrido Emergencial (EHE). Com a
melhora do quadro sanitário, as atividades presenciais foram retomadas em 2022 em
um novo contexto agravado por contingenciamentos e cortes orçamentários que
atingiram diretamente a educação superior.
Assim, a UFMG vem experimentando um contínuo alargamento do acesso de
novos estudantes aos seus cursos, muitos deles pertencentes a grupos raramente
incluídos na educação superior em nosso país. Cada vez mais, a UFMG torna-se lugar de
sociabilidade de pessoas de uma diversa e muita rica experiência cultural, com valores e
horizontes de expectativas também plurais.
Acompanhando esse movimento, em 2014, o Conselho Universitário da UFMG
aprovou, por meio da Resolução Complementar № 05/2014, a criação da Pró-
Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) responsável pela elaboração, coordenação,
execução e avaliação da Política de Assuntos Estudantis da UFMG, com atribuição de
estabelecer ações voltadas para o atendimento às demandas de acolhimento,
permanência, convivência, assistência e enriquecimento sociopolítico, cultural e
artístico de estudantes desta Universidade. A Prae é composta por três diretorias:
Política de Ações Afirmativas; Política de Apoio a Projetos de Estudantes e Política de
Assistência Estudantil. Tais políticas contribuem para a permanência qualificada e o
êxito acadêmico de estudantes, ancoradas nos princípios de igualdade de
oportunidades e de equidade de direitos no acesso à educação pública. O Setor de
Acolhimento e Orientação da Prae subsidia as ações das Diretorias, mediante escuta e
238

acompanhamento das demandas estudantis, permitindo identificar a transversalidade


dos eixos de permanência material e simbólica das políticas de assuntos estudantis.
Corroborando a necessidade de qualificar as políticas promotoras de permanência
estudantil, a Prae busca fortalecer os vínculos com as instâncias institucionais que, de
modo indissociável, contribuem para que a UFMG cumpra sua função social. O diálogo e a
articulação institucional com as pró-reitorias de Graduação, Pós-Graduação, Extensão,
Pesquisa e Cultura qualificam e potencializam práticas promotoras da permanência.
Além das pró-reitorias, a política de permanência estudantil é planejada em articulação
com as Diretorias da Unidade Especial de Educação Básica e Profissional da UFMG que
compreende o Centro Pedagógico, o Colégio Técnico e o Teatro Universitário. Nessa
atuação intersetorial, a Prae articula-se à Comissão Permanente de Ações Afirmativas e
Inclusão, Núcleo de Acessibilidade e Inclusão, Diretoria de Relações Internacionais,
Coordenadoria de Assuntos Comunitários, Comissão Permanente de Saúde Mental
(CPSM) e outras instâncias da gestão universitária que desenvolvem políticas e ações
voltadas para a permanência de estudantes na UFMG.
A participação de estudantes na elaboração, no acompanhamento de projetos e
ações é garantida por meio da presença de organizações de representação estudantil no
Conselho de Assuntos Estudantis da Prae. Além do Conselho, o Observatório de Políticas
Estudantis é outra instância vinculada à Prae que garante a participação ampliada da
comunidade acadêmica, mais especificamente, coletivos estudantis, grupos, projetos e
programas de extensão, ensino e pesquisa que atuam com as pautas relacionadas a
acesso, permanência e pós-permanência de estudantes na UFMG.

3.9.1 Política de Assuntos Estudantis da UFMG

3.9.1.1 Princípios Orientadores da Política de Permanência Estudantil da UFMG

Conforme demonstrado, a UFMG vivencia uma contínua ampliação de perfil de


estudantes, muitos deles antes excluídos do acesso à educação básica e superior pública
brasileira. A Prae reconhece a importância de conhecer e compreender suas
experiências para a garantia do direito de ingressar, permanecer e realizar com sucesso
o percurso de formação acadêmica e profissional.
Sendo assim, o direito à permanência acadêmica bem-sucedida considera, de um
lado, o entrecruzamento das desigualdades sociais e diversidade étnico-raciais,
socioeconômicas, culturais, territoriais, de gênero, de geração, de acessibilidade e
239

inclusão dentre outras. Por outro lado, cada vez mais a UFMG torna-se lugar de
sociabilidade de estudantes de rica e diversa experiência cultural, com valores e
horizontes de expectativas também plurais. O protagonismo estudantil, evidenciado por
intermédio das organizações estudantis representativas e coletivos estudantis e por
participação direta em ações coletivas é uma referência para o reconhecimento de
estudantes como sujeitos de saberes na construção da política de permanência estudantil.
A Prae adota o Mapa de Perfis de Estudantes (MPE) como estratégia de
elaboração e implementação de sua Política de Permanência e Assistência Estudantil.
Essa cartografia objetiva produzir e organizar informações sobre cada perfil de
estudantes, coerentemente com as modalidades de ingresso e com as demandas de
permanência acadêmica. A recente sanção da Lei 14.723/2023, que reformula e amplia o
sistema de reserva de vagas no ensino federal, traz perspectivas decorrentes do
ingresso visível de sujeitos sociais anteriormente subrepresentados no ensino superior.
A partir do mapa de perfis, será viável observar as demandas apresentadas e formular
suportes adequados à sua permanência na UFMG. A complexidade das dimensões
materiais e culturais que atravessam a trajetória de formação de estudantes solicita
uma estrutura de gestão intersetorial, canais de participação e estratégias de pesquisa
de modo a organizar o conjunto de suportes necessários para um percurso acadêmico
digno e exitoso.

3.9.1.2 Eixos Estruturantes da Política de Permanência Estudantil da UFMG

I. Permanência: coordenar e realizar ações para garantir a estudantes o


direito à longevidade escolar no percurso acadêmico, em equidade de
direitos e de oportunidades, promovendo as condições necessárias para
uma trajetória de formação de qualidade considerando as dimensões da
saúde, alimentação, moradia e transporte.
II. Enriquecimento cultural: coordenar e realizar ações para expandir a
experiência cultural em diversas linguagens, potencializando a sociabilidade
estudantil pela participação em manifestações culturais diversas.
III. Apoio, acolhimento e acompanhamento: coordenar e realizar ações
continuadas, integradas e sistematizadas, nas dimensões pedagógica,
psicossocial e socioeconômica, que estimulem a imersão na vida acadêmica,
o bem-estar e a qualidade da formação na perspectiva da emancipação.
240

IV. Afirmação e Cidadania: coordenar e realizar ações para promover o


acolhimento de estudantes e a inclusão social, a igualdade étnico-racial e
de gênero, o respeito à diversidade sexual, a afirmação de identidades, a
acessibilidade e inclusão de estudantes com deficiência, dificuldades de
aprendizagem, transtornos globais do desenvolvimento ou altas
habilidades e superdotação.
V. Perfil Estudantes UFMG: coordenar e realizar ações para conhecer o perfil
socioeconômico e cultural de estudantes da UFMG.

3.9.1.3 Diretrizes e Critérios Orientadores

I. Promover o acesso, a inclusão, a permanência e a integralização da


formação a estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica e
risco pessoal.
II. Aperfeiçoar continuamente os critérios de acesso, inclusão e permanência
de estudantes nos programas de permanência.
III. Coordenar a gestão da Política de Assuntos Estudantis com a garantia da
representação estudantil no planejamento, acompanhamento e avaliação
de suas ações, por meio das instâncias da Prae, em articulação com as
Pró-Reitorias Acadêmicas e com outros órgãos institucionais
pertinentes.
IV. Respeitar e valorizar a dignidade e a diversidade dos estudantes da UFMG.
V. Promover a articulação com órgãos da administração da UFMG, com
instâncias acadêmicas (unidades acadêmicas, colegiados e estruturas
equivalentes), com pesquisadores e grupos de estudos e pesquisas para
atuarem coletivamente na formulação, execução e avaliação da Política de
Assuntos Estudantis.
VI. Promover atualização contínua do mapa de perfis de estudantes
identificando situações de vulnerabilidade socioeconômica e risco social e
cultural, por meio de instrumentos específicos da Prae e da integração de
informações produzidas em outras instâncias administrativas e
acadêmicas, visando equalizar oportunidades acadêmicas, mitigar as
desigualdades sociais, reduzir índices de retenção e de evasão acadêmica,
contribuir para formação acadêmica bem-sucedida.
241

3.9.1.4 A Dimensão das Políticas de Assistência Estudantil

As Políticas de Assistência Estudantil da UFMG visam garantir a permanência de


estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica e risco social e cultural.
Propõe suportes para a materialidade da vida estudantil por um conjunto de programas
e ações que incluem, entre outras: alimentação (restaurantes universitários);
manutenção básica; habitação (moradias universitárias); apoio pedagógico; transporte
para os Campi; inclusão digital; atenção às várias dimensões da saúde; auxílios
emergenciais; aquisição de material acadêmico; enriquecimento cultural e expansão da
formação acadêmica; lazer; esporte; e acesso, participação e aprendizagem de
estudantes com deficiência. Esses programas englobam ações destinadas a estudantes
da educação básica, superior e Pós-Graduação, considerando as especificidades e
demandas de permanência qualificada para estudantes de cada segmento. Ancoram-se
nos princípios da equidade, justiça corretiva e inclusão preconizados e estão amparados
nas legislações atuais.
A política de assistência estudantil é mantida com recursos da própria
Universidade e com recursos oriundos dos mais variados programas de transferência
direta e indireta do Governo Federal, inclusive o Pnaes, que se destinam às ações
empreendidas pela UFMG para garantir a permanência de estudantes que adentram os
seus campi, seja na educação básica, superior e na Pós-Graduação. As ações dos
programas de assistência estudantil são executadas pela Fundação Universitária
Mendes Pimentel (Fump).
A Fump, instituída em 1927, é, conforme a versão vigente de seu Estatuto
(Resolução do Conselho Universitário No 08/2019, de 24 de setembro de 2019), “(...)
uma entidade com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, com
prazo indeterminado de duração, com autonomia administrativa, financeira e
patrimonial, vinculada estatutariamente à UFMG. (...)”. O objetivo da Fundação é
executar a Política de Assistência e Permanência Estudantil da UFMG em seus
princípios, eixos estruturantes, programas e ações. Tem como público-alvo estudantes
da educação básica, profissional, Graduação e Pós-Graduação da UFMG,
prioritariamente, em situação de vulnerabilidade econômica, risco social e cultural.
Para acessar os programas de assistência estudantil, o estudante da UFMG deve
preencher o questionário socioeconômico disponível no portal da Fump e apresentar
documentação complementar. A partir da análise socioeconômica e de acordo com o
conjunto dos indicadores sociais, econômicos e culturais de contexto familiar, o
242

estudante em situação de vulnerabilidade, que não consegue manter suas


necessidades básicas e complementares para permanência na Universidade pode ser
posicionado em:

• Nível I: Estudante, cuja condição socioeconômica desfavorecida restringe


suas oportunidades de capacitação e inclusão, apresenta indícios de
vulnerabilidade social caso não receba apoio para suprir suas necessidades
básicas e corre risco de evasão logo no início de sua trajetória acadêmica.

• Nível II: Estudante, cuja condição socioeconômica desfavorecida


dificulta sua permanência na UFMG até a conclusão de seus estudos,
apresenta o desafio de superar obstáculos financeiros. Embora possua
suporte familiar um pouco mais consistente, caso não receba apoio
para suprir suas necessidades básicas, poderá ficar retido(a) por mais
tempo para a integralização do curso ou até mesmo não conseguir
concluir a Graduação.

• Nível III: Estudante que necessita de apoio para transposição de alguns


impedimentos ao bom desempenho acadêmico, busca amenizar as
dificuldades que apresenta.

• Níveis IV-A e IV-B: Os níveis IV-A e IV-B são exclusivos para acesso aos
Restaurantes Universitários por meio de preços subsidiados e têm como
critério a renda per capita do grupo familiar. O estudante, com renda
familiar de até um salário-mínimo per capita, é posicionado no Nível IV-
A. O estudante, com renda familiar de um a três salários-mínimos per
capita, é posicionado no Nível IV-B.

A Tabela 19 demonstra a evolução da inserção de estudantes na política de


assistência estudantil conforme o posicionamento socioeconômico. O número de
estudantes que acessaram a Política, em 2022, foi de 9.465, sendo 6.316 no nível I, 1.163
nível II, 1.642 nível III, 105 nível IV-A e 239 níveis IV-B, portanto, 66,73% estão no
nível I. Deve ser destacado o aumento de estudantes posicionados no Nível I. Além
disso, considerando os estudos socioeconômicos realizados pela Fump, pode-se dizer
que as vulnerabilidades apresentadas por estes estudantes posicionados no Nível I
também são maiores. Este aumento é coerente com as frágeis condições econômicas do
país e com a mudança do perfil dos ingressantes na Universidade.
243

Tabela 19 – Estudantes posicionados de 2013 a 2022, conforme avaliação socioeconômica

Classificação 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Nível I 4.088 4.508 4.767 5.410 5.956 5.744 5.731 5.465 5.860 6.316

Nível II 1.257 1.436 1.227 1.386 1.446 1.331 1.305 1.227 1.243 1.163

Nível III 1.247 1.489 1.553 1.810 1.965 1.914 1.992 1.773 1.731 1.642

Total 6.592 7.433 7.547 8.606 9.367 8.989 9.028 8.465 8.834 9.121

Fonte: Relatório de Prestação de Contas, Fump, 2022.

3.9.1.5 A Dimensão das Políticas de Ações Afirmativas

As políticas de ações afirmativas assumem particular importância propondo o


desenvolvimento de um conjunto articulado de práticas acadêmicas de acolhimento,
atenção e apoio aos estudantes em suas necessidades para aproveitar e enriquecer sua
permanência na UFMG (formação cultural, acompanhamento em sua singularidade de
aprendizagem, planejamento de sua vida universitária, aconselhamento para sua
carreira). Estão orientadas para o reconhecimento de identidades e de fortalecimento
de vínculos de pertencimento à UFMG, para o combate às desigualdades de acesso às
oportunidades acadêmicas, a garantia do princípio de equidade de direitos e o
enfrentamento de discriminações que afetem a permanência e o desenvolvimento pleno
de estudantes na Universidade. Para isso, articula-se com programas de ações
afirmativas em vários órgãos da UFMG e também com aqueles de apoio a iniciativas e
projetos desenvolvidos por estudantes.

3.9.1.6 A Dimensão das Políticas de Apoio a Projetos de Estudantes

As políticas de apoio a projetos de estudantes da UFMG têm início desde o


ingresso desses estudantes na Universidade. No momento de sua recepção, os
estudantes são apresentados às Unidades Acadêmicas, aos cursos e a programas e
projetos diversos na UFMG por meio do Programa Viver UFMG. Esse apoio começa
no primeiro dia letivo de cada semestre com as aulas inaugurais e prossegue com a
Tenda Viver UFMG, que acontece em diferentes locais dos Campi, sendo um espaço
para acolhimento, orientações e socialização durante os primeiros momentos do
período letivo.
244

A Prae compreende que deve cuidar do acompanhamento e do apoio a estudantes


em sua singularidade de aprendizagem, no planejamento de sua vida universitária, no
aconselhamento para sua carreira e expansão de suas potências pessoais e
profissionais. Não se trata apenas de preocupar-se com a sua desenvoltura acadêmica,
ainda que esta seja uma ação por demais necessária, mas ir além, realizando um esforço
para envolver estudantes em um enriquecimento permanente de sua formação cultural.
Sendo assim, as políticas de apoio a projetos de estudantes se realizam também com o
desenvolvimento de projetos e ações protagonizadas por estudantes ao longo de seus
percursos acadêmicos, por meio de chamadas internas, investimento em iniciativas
estudantis em diálogo com o Diretório Central dos Estudantes, Diretórios Acadêmicos e
diversos coletivos de estudantes da UFMG. Para integração entre os discentes e destes
com a Universidade são apoiadas e desenvolvidas, nas Unidades Acadêmicas e pela
Administração Central, atividades culturais, esportivas e de lazer, em espaços nos
Campi e no CEU.
Tendo os estudantes como protagonistas, a Universidade oferece apoio a
projetos propostos por estudantes tanto em eventos acadêmicos quanto culturais e de
convivência. Ainda quanto à atividade discente, busca-se acolher as propostas de
inovação e de experiências sociopolíticas formativas propostas por esse segmento da
Comunidade Universitária.

Objetivo Geral

Garantir o direito social à educação básica e superior e democratizar as condições de


acesso e permanência de estudantes, reduzindo os efeitos das desigualdades sociais e
regionais da educação básica e superior.

Objetivos específicos (Metas)

• Aprimorar permanentemente a Política de Permanência Estudantil da


UFMG, em seus princípios, eixos estruturantes, programas e ações,
destinada a estudantes da educação básica, da Graduação e da Pós-
Graduação, com prioridade para estudantes em situação de
vulnerabilidade econômica e risco social e cultural.
• Fortalecer as ações que visam a equalização de oportunidades
acadêmicas, a minimização de desigualdades sociais, a redução de
índices de retenção e a prevenção da evasão acadêmica, contribuindo
para uma formação escolar e acadêmica bem-sucedida.
245

Objetivos específicos (Metas)

• Ampliar a Política de Permanência Estudantil da UFMG, expandindo o


direito de acesso de estudantes em situação de vulnerabilidade
socioeconômica e perfil subrepresentados no ensino superior aos
programas de assistência estudantil nela previstos.
• Colaborar na ampliação de acesso ao ensino superior por grupos sociais
subrepresentados.
• Produzir o mapa de perfis de estudantes como estratégia para
organização de informações e tomada de decisões no desenvolvimento
da política de permanência de estudantes.
• Refinar os parâmetros e indicadores de acesso aos programas de
assistência estudantil.
• Ajustar os suportes da assistência estudantil em consonância com a política
de ações afirmativas adotada no ingresso nos cursos de Graduação.
• Promover ações de visibilidade afirmativa dos diferentes perfis de
estudantes.
• Aprimorar a intersetorialidade no desenvolvimento da política de
permanência estudantil.
• Colaborar para o aprimoramento de códigos de convivência em sintonia
com a Resolução de Direitos Humanos e com os princípios de combate a
todas as formas de opressão e discriminação.
• Promover ações de apoio a projetos protagonizados por estudantes.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5

1. Consolidar e ampliar os espaços de convivência estudantil na


UFMG.

2. Coordenar a atualização do procedimento de análise


socioeconômica nos processos seletivos dos cursos de
Graduação, na modalidade de ingresso para pessoas com renda
familiar per capita até 1,5 salário mínimo.

3. Consolidar o Mapa de Perfis de Estudantes (MPE) como


estratégia de elaboração e implementação de sua Política de
Permanência e Assistência Estudantil.
246

Ações/Ano 1 2 3 4 5

4. Constituir grupo de trabalho, com participação da Fump, para


aperfeiçoar os critérios de acesso e classificação de estudantes
nos programas de assistência estudantil.

5. Refinar os instrumentos que subsidiam as decisões sobre o


ingresso na Política de Permanência Estudantil: atualização de
sistemas, reformulação do questionário de ingresso, em
parceria com a Fump.

6. Elaborar e coordenar a execução dos suportes de assistência


estudantil da UFMG, considerando o perfil de estudantes e suas
demandas específicas.

7. Produzir, em parceria com a Fump, dados sobre os perfis de


estudantes: questionário de ingresso na política de assistência
estudantil; mapeamento de coletividades – coletivos de
estudantes organizados por pertencimento a perfis
subrepresentados na universidade; constituição de equipe para
produção e análise de dados estatísticos dos perfis de
estudantes; constituição de comissões, com participação
estudantil, para análise de demandas de permanência de perfis
específicos de estudantes.

8. Ampliar, em parceria com a Fump, o apoio e promoção de ações


de acolhimento, bem-estar e convivência nos campi e moradias
estudantis em sintonia com a especificidade dos campi e
unidades.

9. Fortalecer a permanência de estudantes indígenas,


quilombolas, campesinos, e demais estudantes dos cursos em
alternância considerando o direito à habitação estudantil.

10. Consolidar o Setor de Acolhimento e Orientação de Estudantes


em sintonia com outras instâncias articuladas na política de
permanência de estudantes da UFMG.

11. Organizar e implementar a Chamada de Apoio à Participação em


Eventos Estudantis.

12. Promover a articulação intersetorial para a construção de


protocolos normativos para o combate às violências de gênero,
raça, etnia, classe; às opressões discriminações com base no
racismo, homofobia, transfobia, sexismo, machismo, etarismo,
capacitismo.

13. Consolidar e ampliar instâncias de participação de estudantes


no controle social da política de permanência.
247

3.10 Esporte e Lazer

Contexto

O lazer associa-se ao bem-estar social e à qualidade de vida, conceitos


amplamente difundidos no mundo contemporâneo. Por outro lado, o esporte faz parte
do universo das vivências corporais, cujo acesso pode trazer diversos benefícios. Por
isso, deve fazer parte da missão de uma universidade tanto abrigar a ciência do esporte
e do lazer como campos do conhecimento, como incentivar e propiciar condições para a
prática do esporte e do lazer pela Comunidade Universitária.
Esporte e lazer são práticas culturais de central importância para enriquecer as
experiências de sociabilidade entre estudantes, servidores docentes e TAEs, e também
para fortalecer os laços com a comunidade externa. Assim, cabe colocar em discussão a
construção de uma política para o esporte e o lazer, situada como elemento integrante
de um conjunto de ações de promoção da saúde, do bem-estar e da qualidade de vida da
Comunidade Universitária. Espera-se de tal política, além de uma presença no
cotidiano de parcela expressiva dessa comunidade, funcionando como elemento
agregador, uma preocupação especial com grupos que frequentemente são excluídos de
muitas políticas sociais.
Nesse sentido, foi instituída, por meio da Portaria № 8808, de 28 de setembro de
2023, a Comissão de Esporte e Lazer da UFMG, integrada por representantes de vários
setores da comunidade acadêmica, com o objetivo de estabelecer um plano de ação na
área e democratizar os processos de planejamento, desenvolvimento e avaliação das
políticas propostas.
Hoje existem ações desenvolvidas na UFMG que se posicionam como potenciais
integrantes de uma política de esportes e lazer. Cabe especial menção às seguintes
ações: Domingo no Campus, atividade que abre o Campus Pampulha para receber a
visitação do público em geral, ocasião em que um grande número de atividades de lazer
são disponibilizadas para o público; Qualidade de Vida no Trabalho, programa
coordenado pela PRORH que disponibiliza aos servidores da UFMG de forma
permanente diversas atividades físicas orientadas; Colônia de Férias no Campus, evento
gratuito que atende membros da Comunidade Acadêmica e seus dependentes, e que,
em 2023 encontra-se em sua 20º edição. Também cumprem importante função as
Associações Atléticas, que são organizações de estudantes que visam desenvolver
atividades esportivas periódicas e representar a UFMG em torneios estudantis.
248

A UFMG oferece infraestrutura de esporte e lazer para sua comunidade e para


atletas de alto desempenho, sobretudo por meio do Centro Esportivo Universitário
(CEU) e do Centro de Treinamento Esportivo (CTE), respectivamente.

3.10.1 Centro Esportivo Universitário (CEU)

As atividades relacionadas ao esporte e ao lazer situam-se entre os elementos da


cidadania, constituindo-se direitos fundamentais, sendo imprescindíveis para a
qualidade de vida, o que também engloba a promoção e a prevenção da saúde.
Atenta às suas responsabilidades e objetivando oferecer à Comunidade
Universitária, bem como a seus dependentes, condições para a prática de atividades
físicas, esportivas e de lazer, a UFMG criou e mantém o CEU. Órgão suplementar da
Reitoria, foi construído a partir de um convênio entre a UFMG e o governo do Estado de
Minas Gerais, tendo sido inaugurado em 8 de março de 1971.
Além de ser o principal responsável pelo desenvolvimento da política de esporte
e lazer da UFMG, o CEU tem por finalidade atuar junto às Unidades Acadêmicas e
demais órgãos da UFMG, apoiando as atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão.
Desse modo, esse Centro serve à Universidade para fins didáticos, culturais e de lazer,
atuando como núcleo de orientação, aplicação, e renovação de métodos e técnicas
relacionadas às atividades físicas, esportivas de lazer.
Quem frequenta o CEU tem à sua disposição uma área de 120 mil metros
quadrados, totalmente arborizada e protegida, contando com segurança ostensiva, 24
horas por dia, que abriga as seguintes instalações:

• Uma piscina olímpica (neste momento interditada, aguardando reforma).

• Uma piscina semiolímpica (25 x 12m).

• Um parque infantil, dotado de duas piscinas infantis, playground e quadra


de areia.

• Quatro quadras de vôlei.

• Duas quadras de peteca.

• Duas quadras de beach tennis.

• Oito quadras poliesportivas.

• Cinco quadras de saibro para tênis.

• Seis vestiários.
249

• Uma Cantina.

• Um fraldário.

• Uma sala de trabalho coletivo.

• Duas salas para ginástica.

As ações de esporte e lazer desenvolvidas ou apoiadas pelo CEU devem estar em


sintonia com a filosofia institucional da UFMG, ou seja, voltadas para a promoção de
uma educação emancipatória, humanística, integral e cidadã. Para que isso ocorra, é
fundamental a busca do diálogo e o desenvolvimento de políticas acadêmicas em
parceria com outros órgãos da Instituição, notadamente a Proex, a Prae e a Procult.
O conjunto de ações em que o CEU está envolvido representa o esforço para que a
Comunidade Acadêmica da UFMG amplie suas vivências esportivas e de lazer, em uma
perspectiva ampla, para que estas práticas também sejam fator de integração da
comunidade interna e estimulema construção e a difusão cultural.

3.10.2 Centro de Treinamento Esportivo (CTE)

O Centro de Treinamento Esportivo é um órgão complementar da Escola de


Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG. Foi
construído mediante uma parceria com o Governo do Estado de Minas Gerais, por
meio da então Secretaria de Estado de Esporte e da Juventude (SEEJ), e selecionado
como um dos centros de treinamento oficiais para delegações estrangeiras para as
Olimpíadas Rio 2016.
O CTE é uma referência nacional na detecção, desenvolvimento e
aprimoramento de talentos esportivos, disseminação de métodos de treinamento e
geração de conhecimento científico multidisciplinar nas ciências do esporte. Por meio
de projetos que contemplam tanto atletas de alto rendimento quanto crianças e
adolescentes, incluindo aqueles em condição de vulnerabilidade social, com a
participação de professores e estudantes de Graduação e Pós-Graduação, o CTE
associa o esporte à educação e cidadania, cumprindo o caráter indissociável entre
Ensino, Pesquisa e Extensão das práticas acadêmicas. Entre os projetos desenvolvidos
destacam-se aqueles voltados para a formação de recursos humanos e
desenvolvimento de pesquisa aplicados ao esporte de alto rendimento e ao esporte
paralímpico de alto rendimento.
250

O terreno do CTE ocupa uma área de 95.264 m² adjacente ao CEU, estando


localizado junto ao Campus Pampulha. A edificação obedece aos princípios da
acessibilidade ambiental e eficiência energética, destacando-se as estratégias para
ventilação e iluminação naturais. Também está adaptado ao desporto paralímpico,
possuindo rampa de acesso ao parque aquático, elevadores, corrimãos e vestiários especiais.
O complexo esportivo constitui-se de uma pista de atletismo, um parque
aquático e um pavilhão de esportes coletivos, ginástica olímpica e lutas.
Complementarmente às instalações esportivas há um espaço multimídia para palestras
e reuniões técnico-científicas, seis vestiários e instalações sanitárias, quatro saunas,
três banheiras de hidromassagem, dois tanques de gelo, instalações para fisioterapia,
salas para técnicos, salas para atividades administrativas, sala para treinamento de
força, almoxarifado (com equipamento importado completo para atletismo), além de
laboratórios, consultórios, salas administrativas, vestiários para funcionários, cantina,
áreas de sociabilidade e paisagismo, instalações para tratamento de água da piscina,
áreas de estacionamento e apoio técnico em geral.
Atendendo diversas modalidades esportivas como atletismo, judô, nado
sincronizado, natação, taekwondo, triatlo e halterofilismo, incluindo as modalidades
paralímpicas - natação, atletismo, halterofilismo e parataekwondo -, o CTE contempla
atletas de alto rendimento, atletas em formação, bem como estudantes que levam o
nome da UFMG nas competições universitárias.

Objetivo Geral

Desenvolver uma política de esporte e lazer para a UFMG, contemplando toda a


Comunidade Universitária.

Objetivos específicos (Metas)

• Consolidar o CEU como local de convivência e de apoio às atividades de


Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMG.
• Ampliar o alcance das ações de esporte e lazer voltadas para a Comunidade
Universitária, com a disseminação de atividades em espaços
diversificados em todos os Campi, visando atingir um público
diversificado.
• Fomentar o esporte universitário, especialmente oferecendo suporte
estrutural às equipes competitivas da UFMG.
251

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5

1. Promover ações de esporte e lazer através, dentre outros, da


concessão de bolsas e auxílios estudantis.

2. Recuperar e ampliar os equipamentos do CEU.

3. Reformar a piscina de 50 metros do CEU, em colaboração com a


Prae e a Fump.

4. Realizar a adequação das condições estruturais do CEU para


inclusão e acessibilidade de pessoas com deficiência, inclusive
visando promover e incentivar a prática de esportes e de lazer
por esse público.

5. Instituir ações de esporte e lazer como conteúdos fundamentais


das políticas de assistência estudantil da UFMG.

6. Desenvolver ações que estimulem a apropriação dos espaços da


UFMG pela Comunidade Acadêmica e externa para vivências de
lazer.

7. Criar programas permanentes de apoio aos atletas que


representam a UFMG em competições esportivas.

8. Apoiar os programas de pesquisa e inovação, relacionados ao


esporte e ao lazer nas diversas áreas do conhecimento.

9. Apoiar ações de ensino relacionadas ao esporte e ao lazer.

10. Atender à comunidade através da extensão, fomentando a


prática esportiva e a vivência do lazer.

11. Consolidar a Comissão de Esporte e Lazer na UFMG com vistas


ao estabelecimento de plano de ação na área e à democratização
dos processos de planejamento, desenvolvimento e avaliação
das políticas propostas.
252

3.11 Inovação e Empreendedorismo

Bases Conceituais

É dos aspectos mais característicos do nosso tempo a centralidade que a ciência,


a tecnologia e a inovação têm assumido no conjunto da vida social. A Universidade
passa a ocupar lugar de destaque nos chamados Sistemas Nacionais de Inovação,
conceito amplamente usado hoje para abarcar as complexas interações entre as
diversas instituições intervenientes no processo de desenvolvimento científico,
tecnológico e inovativo, e seus respectivos espaços socioculturais, os quais funcionam
como elementos potencializadores dos processos de inovação. Além das universidades,
os Sistemas Nacionais de Inovação são integrados por governos (em suas diversas
esferas de atuação), centros e institutos de pesquisa, empresas, instituições
financeiras, agências reguladoras e de fomento. Esses Sistemas visam a transformação
do conhecimento novo produzido no âmbito das instituições de pesquisa científica em
tecnologias voltadas diretamente para atividades produtivas, mas, também, voltadas
para o enfrentamento de desafios sociais, como instrumentos do processo de
desenvolvimento solidário, democrático e sustentável.
A UFMG tem procurado manter permanente diálogo com as políticas nacional e
estadual de Ciência e Tecnologia. A inovação alimenta-se do conhecimento; ela não é
possível sem que o conhecimento avance. O compromisso da UFMG com a produção do
conhecimento é praticamente contemporâneo à sua fundação. Não obstante os
resultados satisfatórios da produção do conhecimento científico, mostra-se necessário
que a UFMG contribua de forma mais efetiva para a disponibilização deste
conhecimento em prol do desenvolvimento do país. Essa ação vem sendo materializada
na estruturação econômica, política e legal no Brasil do conceito da inovação. O
conceito engloba desde inovações tecnológicas até inovações em métodos de gestão,
passando pelo sério crivo de geração de um produto concreto do qual a sociedade possa
fazer uso.
Nesse sentido, a Política de Inovação da UFMG, regulamentada em maio 2022
pelo Conselho Universitário, por meio da Resolução No 05/2022, dispõe que a Inovação
na UFMG é “ação transversal que permeia as atividades indissociáveis de Ensino,
Pesquisa e Extensão da Universidade” e traz importante contribuição: a criação de
ambientes promotores de inovação nas diversas áreas do conhecimento.
253

3.11.1 Estrutura Institucional da Inovação

Para apoiar a sua missão em contribuir para o Sistema Nacional de Ciência,


Tecnologia e Inovação (SNCTI), a UFMG conta hoje com um diversificado conjunto
de instrumentos institucionais. São eles: a Coordenadoria de Transferência e
Inovação Tecnológica (CTIT), que constitui o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT)
da UFMG, uma incubadora de empresas de base tecnológica (INOVA) vinculada à
CTIT, o Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), um braço da Fundação de
Apoio da UFMG (Fundep) voltado para o apoio a negócios inovadores com elevado
diferencial tecnológico e que promovam impacto social positivo (Fundep
Participações - Fundepar) e um conjunto de empresas juniores ligadas a diversos de
seus cursos de Graduação.
Em atuação desde 2013, a Fundepar é uma gestora de fundos de investimentos
desenvolvida e mantida pela Fundep/UFMG. São mais de 10 anos de experiência em
investimento e desenvolvimento de deep techs originadas nas universidades e centros
de pesquisa brasileiros, fomentando, desta forma, o processo de desenvolvimento de
empresas de base tecnológica. É gestora do Seed4Science – Fundo de Investimentos e
Participações (FIP) de capital semente para empresas de base tecnológica – e do
Arapy – Programa de Investimentos em Negócios de Impacto Social. Este Fundo,
criado em 2023, é voltado para empresas em estágios iniciais que se proponham a
solucionar problemas da sociedade, em alinhamento com os 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). As áreas
prioritárias de investimento são moradia e mobilidade urbana, saúde, educação,
mudança climática, economia criativa, transformação digital e redução do impacto
ambiental, acesso à justiça e defesa da democracia.
Criado em 2005 e situado em terrenos da Universidade contíguos ao Campus
Pampulha, o BH-TEC é o resultado da parceria entre seus cinco sócios fundadores:
UFMG, Governo do Estado de Minas Gerais, Município de Belo Horizonte, Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae/MG) e
Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), apoiado pela Fapemig e pela Finep. A
atuação sinérgica entre essas instituições contribui para o desenvolvimento científico,
tecnológico econômico e social; para a estruturação de um ambiente capaz de
potencializar atividades de pesquisa científica e tecnológica; para a introdução de
inovações e a transferência de tecnologia; consolidação de empreendimentos de classe
mundial no desenvolvimento de novas tecnologias, produtos e processos. Diante disso,
254

o BH-TEC constitui-se como agente de desenvolvimento tecnológico e de conexões de


negócios de base científica-tecnológica. Nesse contexto, desenvolve estratégias e
mecanismos inovadores em prestação de serviços em gestão, networking, acesso a
financiamento e abriga empresas que se dedicam a investigar e produzir novas
tecnologias e centros públicos e privados de Pesquisa & Desenvolvimento. No BH-TEC
estão sediados dois centros de tecnologia (CTs) da UFMG: o Centro de Tecnologia de
Vacinas e Diagnóstico (CTVacinas) e o Centro de Tecnologia em Nanomateriais e
Grafeno (CTNano).
O CTVacinas, criado em 2016, é um centro de pesquisas em biotecnologia,
resultado de uma importante parceria estabelecida entre a UFMG, o Instituto René
Rachou da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-Minas) e o Parque Tecnológico de Belo
Horizonte (BH-TEC). Pesquisadores ligados à UFMG e à Fiocruz fazem parte da equipe
desse Centro que é voltado para o desenvolvimento de novas tecnologias ligadas à
produção de kits de diagnóstico e vacinas contra doenças humanas e veterinárias. Por
meio de parceria firmada pela UFMG com o MCTI e o governo de Minas Gerais, o
CTVacinas será transformado no Centro Nacional de Vacinas (CNVacinas). Com aporte
de recursos que totalizam R$ 80 milhões, o CNVacinas será erguido em um terreno no
BH-TEC e terá sua infraestrutura reservada à produção de lotes clínicos, ou seja, fará
todo o desenvolvimento do imunizante e entregará a tecnologia para que a indústria
nacional fabrique em larga escala. O CNVacinas será, também, um elo entre o ambiente
acadêmico e o mercado, servindo de catalisador do processo de inovação e transferência
de tecnologias para empresas e instituições. Pesquisadores que trabalham com o
desenvolvimento de imunizantes em todo o território nacional poderão utilizar a
estrutura, que deve ficar pronta em 2025.
O CTNano, formado a partir de tecnologias geradas na UFMG, há mais de uma
década constitui-se como uma ponte entre a academia e a indústria, que demanda
soluções tecnológicas capazes de responder aos crescentes desafios sociais. Essas
demandas incluem produção de nanotubos de carbono, grafeno, polímeros em
nanoescala e cimento nanoestruturado, caracterização e metrologia para controle de
qualidade e elaboração de protocolos de segurança para uso e produção de
nanomateriais. Em 2023, o CTNano foi credenciado como Unidade Embrapii na área
de competência “Materiais Avançados e Nanotecnologia”, habilitando-se a oferecer a
empresas interessadas em suas sublinhas de atuação o cofinanciamento de projetos
de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. Organização social financiada pelos
255

ministérios da Educação (MEC) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a


Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) fomenta a inovação
nas empresas por meio do apoio à pesquisa e à transferência de tecnologias em altos
graus de maturidade.
Em sintonia com sua missão institucional, a UFMG desenvolve iniciativas para
a formação de recursos humanos nos temas da inovação e empreendedorismo, a
exemplo da Formação Transversal em Empreendedorismo e Inovação, Mestrado e
Doutorado em Inovação Tecnológica e Mestrado Profissional em Inovação
Tecnológica e Propriedade Intelectual.
Deve-se destacar, que o ambiente favorável à inovação tecnológica na UFMG
somente torna-se possível em virtude de alguns aspectos que caracterizam a cultura
acadêmica desta Instituição. O primeiro deles é que nesta Universidade estão sediados
grupos de excelência que desenvolvem pesquisas em fronteiras do conhecimento
científico de elevado potencial de impacto tecnológico. Esses grupos têm uma tradição
consolidada de desenvolvimento de produtos tecnológicos que ocorre como
desdobramento dos próprios programas de pesquisa científica por eles praticados.
Deve-se mencionar, como exemplos recentes de destaque, os INCTs sediados na UFMG,
pertencentes a diferentes áreas do conhecimento.
Outro elemento importante que atua para favorecer a capilaridade do tema da
inovação no meio acadêmico da UFMG é a sua inserção na atividade de ensino. Há
mais de duas décadas a UFMG vem abordando a questão da inserção da temática do
empreendedorismo e da inovação no âmbito do ensino de Graduação e de Pós-
Graduação, inicialmente a partir de ações descentralizadas, resultantes da iniciativa
de grupos espalhados por várias Unidades Acadêmicas. Vários cursos de diversas
áreas do conhecimento, ao longo dos últimos anos, passaram a contar com
disciplinas ligadas à criação de negócios, planos de negócios e cultura
empreendedora. A partir de 2016, foi criada a Formação Transversal em
Empreendedorismo e Inovação, que permite que estudantes de quaisquer cursos de
Graduação da UFMG possam obter uma formação complementar envolvendo essa
temática. Além disso, as atividades desenvolvidas pelos estudantes de Graduação no
âmbito das empresas juniores podem ser aproveitadas para a obtenção de créditos
na maioria dos currículos dos cursos.
De acordo com a Resolução Cepe UFMG № 04/2020, de 13 de agosto de 2020,
são consideradas Empresas Juniores no âmbito da UFMG as entidades organizadas sob
256

a forma de associação civil, geridas exclusivamente por estudantes regularmente


matriculados nos cursos de Graduação da Universidade, com o propósito de realizar
ações que contribuam para o desenvolvimento acadêmico e profissional dos
associados, capacitando-os para o mercado de trabalho. O Comitê de Empresas
Juniores (Coej/UFMG), que é vinculado à Proex, é um órgão de caráter consultivo e
deliberativo criado pela UFMG, por meio da Resolução Cepe UFMG № 05/2020, de 13
de agosto de 2020, para acompanhar, analisar e aprovar os processos de
reconhecimento dessas Empresas na Universidade. A atuação do Coej segue a política
institucional da UFMG, que busca fortalecer a cultura do empreendedorismo e da
inovação e a importância dessas organizações na intensificação do relacionamento
com a sociedade. A UFMG ocupa a quarta posição entre as dez instituições de ensino
superior destacadas no Ranking de Universidades Empreendedoras (RUE) 2021,
lançado pela Confederação Brasileira de Empresas Juniores – Brasil Júnior. Nessa
edição do ranking, foram reconhecidas iniciativas desenvolvidas durante o período da
pandemia de covid-19 nas dimensões de ensino, pesquisa, extensão e apoio aos
discentes. Esse resultado indica que “a UFMG está entre as cinco instituições
brasileiras de ensino superior que mais proporcionam um ecossistema favorável ao
empreendedorismo e que mais colaboram para o desenvolvimento da sociedade por
meio de práticas inovadoras".
Na Pós-Graduação, os trabalhos de pesquisa desenvolvidos no âmbito das
dissertações de Mestrado e das teses de Doutorado muito frequentemente descrevem
trabalhos de desenvolvimento de tecnologias que, não raro, dão origem a patentes ou a
outros produtos tecnológicos. Desde 2008 a UFMG ainda oferece o Mestrado
Profissional em Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual, que conta atualmente
com três áreas de concentração: i) Inovação Biofarmacêutica e Tecnológica;
ii) Propriedade Intelectual; e iii) Gestão da Inovação e Empreendedorismo. Suas
atividades envolvem a participação de oito Unidades Acadêmicas da UFMG (Instituto de
Ciências Biológicas, Escola de Engenharia, Instituto de Ciências Exatas, Faculdade de
Farmácia, Faculdade de Medicina, Faculdade de Odontologia, Faculdade de Ciências
Econômicas, Faculdade de Direito). Por sua vez, o Programa de Pós-Graduação em
Inovação Tecnológica abrange cursos de Mestrado e Doutorado na modalidade
acadêmica. O Programa é interdisciplinar e tem como objetivo formar mestres e
doutores altamente qualificados com visão crítica e domínio sólido do estado da arte
nas principais áreas que sustentam a Inovação Tecnológica.
257

3.11.2 Política de Inovação da UFMG

Com a publicação da Lei 13.243, de 2016, e do Decreto 9.283, de 2018, que


dispõem sobre o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, as instituições
científicas, tecnológicas e de inovação (ICTs) e os demais agentes que formam o
Sistema Nacional de Inovação (SNI), como as universidades, puderam adotar diferentes
metodologias para a construção da sua política de inovação. De acordo com o Marco
Legal, essas instituições têm autonomia para estruturar a política de inovação em seu
ambiente interno de diferentes formas. Para isso, precisam contemplar os quatro eixos
preconizados pela legislação: diretrizes gerais, propriedade intelectual, diretrizes para
parcerias e estímulo ao empreendedorismo.
Com objetivo de iniciar os estudos para a elaboração da sua Política de Inovação,
a UFMG constituiu, em 2016, uma comissão por meio da Portaria UFMG № 121/2016,
que contou com representantes de diversas instâncias e áreas do conhecimento da
comunidade da UFMG para permitir uma discussão ampla e representativa sobre a
matéria. A partir dos esforços dessa comissão, foram editadas as diretrizes da Política
de Inovação da UFMG, aprovadas por meio de Decisão do Cepe, em 14 de novembro de
2017, juntamente com três normas: Resolução № 03/2018 do Conselho Universitário,
que trata da transferência de tecnologia para empresas com pesquisador-sócio;
Resolução № 04/2018 do Conselho Universitário, que trata do compartilhamento e uso
de infraestrutura e de capital intelectual da UFMG; Portaria n° 28/2018 da Reitoria, que
dispõe sobre a reestruturação da CTIT.
Em adição às normas supracitadas, houve também a proposição de uma
Resolução contemplando as disposições gerais da Política de Inovação da UFMG, que
foi construída a partir da atuação do Fórum de Inovação da UFMG e da Câmara da
CTIT. Após todo o processo de deliberação e discussão, que envolveu a escuta e a
contribuição ativa da comunidade acadêmica, em maio de 2022, foi aprovada a
Resolução № 05/2022 do Conselho Universitário, que regulamenta a Política de
Inovação da UFMG, no âmbito do Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Em termos de estratégia, a Universidade decidiu construir a sua Política de
Inovação de forma gradual e fragmentada, optando por tratar em instrumentos
jurídicos distintos sobre os quatro eixos exigidos pelo Marco Legal da Ciência,
Tecnologia e Inovação, quais sejam: (i) diretrizes gerais; (ii) propriedade
intelectual; (iii) diretrizes para parcerias e (iv) estímulo ao empreendedorismo
258

(MCTI, 2019)22. O modelo fragmentado permite acompanhar a evolução da legislação


brasileira sobre a matéria, permitindo “maior flexibilidade para tratar cada tema e
facilitar atualizações futuras” (MCTI, 2019). Assim, os temas dentro dos eixos
supracitados vêm sendo gradualmente tratados por meio de normas específicas, as
quais, em conjunto com as diretrizes sobre a matéria, compõem a Política de
Inovação da Universidade.
Cumpre destacar que a partir da ampla experiência e da estratégia adotada para a
elaboração da sua Política, a UFMG foi elencada como um dos exemplos de Instituto de
Ciência e Tecnologia (ICT) que adotaram o modelo fragmentado no “Guia de orientação
para elaboração da política de inovação nas ICTs”, elaborado pelo então Ministério da
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e o Fórum Nacional de
Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec).
Outro aspecto importante para implementação a Política de Inovação foi a
reestruturação da CTIT, sendo que ao longo do período de execução do último PDI foi
efetivado o modelo de NIT misto, operando com governança multidisciplinar e multi-
institucional. O referido modelo foi efetivado por meio de contrato celebrado entre a
UFMG e a Fundep para apoiar as atividades da CTIT, constituindo um NIT em formato
misto, composto por servidores da UFMG e por funcionários celetistas contratados pela
Fundep, consolidando uma equipe coesa.

3.11.3 Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT)

Histórico

A UFMG acumulou considerável experiência no campo da inovação tecnológica, a


partir de 1996, com a instalação das estruturas iniciais do que viria a ser a CTIT e de
uma incubadora de empresas de base tecnológica, a INOVA, a ela vinculada. A CTIT foi
formalmente constituída em 1997, sendo um dos primeiros núcleos de inovação do
Brasil. Com mais de 20 anos de atuação, a CTIT tem como missão apoiar a execução da
Política de Inovação da Universidade e propiciar as condições para catalisar o processo
de inovação e o empreendedorismo inovador a partir das competências da UFMG em
suas diversas áreas de excelência.
Até 2022, a UFMG contava com 1802 depósitos de pedido de patente no Brasil
e no exterior (1.325 no Brasil e 477 no exterior); 122 registros de software;

22
MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÕES E COMUNICAÇÕES. Guia de orientação para
elaboração da política de inovação nas ICTs. Brasília: MCTIC, 2019.
259

73 registros de know-how; 31 registros de desenho industrial; 138 contratos de


transferência de tecnologia e mais de 60 empresas graduadas na incubadora
INOVA/UFMG. Ao longo da existência da CTIT, até 2022, foram mais de R$15 milhões
recebidos em decorrência dos ativos de propriedade intelectual protegidos pela
UFMG (valores corrigidos com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor –
INPC). O Gráfico 54 ilustra a evolução da UFMG quanto aos pedidos de patente no
período de 1992 a 2022.

Gráfico 54 – Número de pedidos de patentes por ano, de 1992 a 2022:

Fonte: Sistema Somos

A atuação da CTIT abrange ações como a proteção e a gestão qualificada dos


ativos de propriedade intelectual (PI) da UFMG, a promoção da interação entre a
Universidade e as empresas nas áreas de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), a
disseminação do conhecimento e da cultura de CT&I e o fomento ao
empreendedorismo. Nesse sentido, a CTIT conta com a INOVA, incubadora de empresas
da UFMG, braço de empreendedorismo do NIT. Como parte de sua estratégia de
atuação, as atividades da CTIT se dividem em cinco eixos: (i) técnico (proteção e gestão
da propriedade intelectual); (ii) jurídico; (iii) negocial; (iv) empreendedorismo e (v)
disseminação da cultura de empreendedorismo e inovação.
260

Para o período de 2024 a 2029, considerando a inovação como ação transversal


que permeia as atividades indissociáveis de Ensino, Pesquisa e Extensão da
Universidade, serão necessárias diversas ações com vistas a expandir o processo de
inovação e o empreendedorismo da UFMG e consolidar as ações relacionadas à temática
com parte da missão institucional. Para tanto, entende-se ser necessário fomentar a
busca por arranjos mais estruturantes e com viés estratégico com foco no
fortalecimento do ecossistema de inovação e empreendedorismo da UFMG, inclusive
por meio da potencialização dos ambientes promotores de inovação da Universidade
estendendo também as iniciativas às áreas ligadas à cultura, às artes e às humanidades.

Potencialização de Alianças Estratégicas


Uma importante ação para viabilizar a atuação mais estruturante, no âmbito da
Política de Inovação, é difundir a adoção dos instrumentos voltados para a constituição
de alianças estratégicas, que permitem a construção de uma plataforma para a
realização de diversas atividades com foco na promoção da inovação e na difusão de
tecnologias, podendo ser utilizadas para a formação e a consolidação de ambientes
promotores de inovação.
Um exemplo é a constituição de aliança estratégica para a formação do ambiente
promotor de inovação denominado “Hub de Inovação em Nanotecnologia” entre a
UFMG e a MERCK S.A, importante empresa internacional no ramo de saúde e ciências
da vida. O hub formado com a Merck irá operar como uma plataforma transversal de
captação de demandas e de gestão da inovação, não estando ligado a infraestruturas e
pesquisadores específicos, tendo como foco principal o fomento de conexões em três
principais pilares: (i) atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I);
(ii) serviços técnicos especializados e (iii) capacitação de pessoas. Com isso, o hub
atuará para alinhar as competências da UFMG (capital intelectual, tecnologia e
infraestrutura) que sejam consentâneas a cada projeto específico, a serem formalizados
posteriormente pelos instrumentos jurídicos próprios em cada caso.

Implementação do Escritório de Negócios da CTIT


No processo contínuo de amadurecimento da CTIT, entende-se como um
próximo passo importante o fortalecimento do seu eixo de negócios, otimizando sua
atuação como instância fomentadora de novos negócios por meio de transferência de
tecnologia, geração de spin-offs ou de novas parcerias. Este incremento na atuação
261

negocial da CTIT está em consonância com a demanda do ecossistema de inovação da


UFMG, em especial dos ambientes promotores de inovação.
Ademais, o Escritório de Negócios da CTIT atende à Política de Inovação da
UFMG e às competências estratégicas adicionadas aos Núcleos de Inovação Tecnológica
pelo Marco Legal de CT&I, notadamente as de desenvolver estudos de prospecção
tecnológica e de inteligência competitiva no campo da propriedade intelectual e
desenvolver estudos e estratégias para a transferência de tecnologia (artigo 16, incisos
VII e VIII, Lei de Inovação). Assim, a CTIT poderá aportar novas competências negociais
para melhor garantir o pleno cumprimento das suas competências enquanto NIT.

Reestruturação do programa de incubação da INOVA UFMG


Um novo programa de incubação está sendo estruturado com a concepção da
Incubadora da UFMG como um berçário de iniciativas empreendedoras e com o objetivo
de criar uma esteira, ou pipeline, entre as várias iniciativas de empreendedorismo de
base tecnológica no ecossistema de inovação da UFMG. O programa será executado em
ciclos temáticos, sendo que a previsão é que o primeiro ciclo tenha foco em hard science.
A iniciativa conta com a parceria do BH-TEC, do Escalab, da Fundep e da Fundepar e
com o apoio de diversos outros atores para potencializar as atividades da Incubadora e
fortalecer o empreendedorismo na UFMG.

Iniciativa “ponto focal CTIT” no ICA/UFMG


Com o intuito de potencializar a integração com o Campus Montes Claros da
UFMG, está sendo desenvolvida uma iniciativa cujo objetivo é criar um canal de
comunicação e de demandas in loco que faça a interface entre a CTIT e os grupos de
pesquisa do ICA/UFMG, prospectando as tecnologias geradas por esses grupos de
pesquisa e orientando quanto à necessidade de proteção dos ativos.

Objetivo Geral

Fortalecer o ecossistema de inovação e empreendedorismo da UFMG por meio da


atuação estruturante de seus atores e a criação de um conjunto de práticas de natureza
prospectiva e estratégica visando posicionar a UFMG de modo a acelerar o processo de
transferência das tecnologias para a sociedade e fomentar a criação de empresas de
base tecnológica.
262

Objetivos específicos (Metas)

• Viabilizar a atuação mais estruturante da CTIT difundindo a adoção dos


instrumentos voltados para a constituição de alianças estratégicas.
• Envidar esforços para a implementação do Escritório de Negócios da
CTIT, fortalecendo as ações de prospecção de tecnologias, análise de
tendências e estudos de inteligência competitiva com foco no fomento à
transferência de tecnologia, a formação de spin-offs e a formalização de
alianças estratégicas.
• Fomentar o empreendedorismo na UFMG proporcionando um ambiente
receptivo e colaborativo para a vivência empreendedora.
• Inclusão do escopo de atividades do Instituto de Ciências Agrárias
(ICA/UFMG) na pauta de inovação.
• Implementação de práticas visando uma maior eficácia na divulgação de
resultados da UFMG no campo de inovação e empreendedorismo, em
parceria com outras instâncias institucionais.
• Avaliar um novo modelo de investimento de royalties capaz de fomentar
a formação de spin-offs e a realização de projetos estratégicos em
Ciência, Tecnologia e Inovação.
• Estudo, elaboração e implementação de guia de boas práticas na área de
empreendedorismo que visem a mitigar situações de conflito de
interesses utilizando governança colegiada e transparência.
• Aprimorar o fluxo de atendimento às demandas inclusive no que toca aos
inventores independentes.
• Aprimorar a interação com grupos de pesquisa e com a Pós-Graduação
para fomentar atividades em Ciência, Tecnologia e Inovação.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5

1. Viabilizar a formalização de alianças estratégicas para


estimular as atividades de inovação e empreendedorismo no
ecossistema de inovação da UFMG.

2. Envidar esforços para a aproximação entre os diversos atores


que compõem o ecossistema de inovação da Universidade,
inclusive com a realização de projetos conjuntos com grupos de
pesquisa e os programas de Pós- Graduação.
263

Ações/Ano 1 2 3 4 5

3. Aperfeiçoar a política institucional de fomento e


relacionamento com as empresas juniores reconhecidas no
âmbito da UFMG, envolvendo o Coej, as Pró-Reitorias de
Graduação e de Extensão e a CTIT.

4. Investir na capilaridade da CTIT com a implementação da


iniciativa “ponto focal CTIT” junto ao ICA/UFMG e da
realização de eventos presenciais.

5. Potencializar a prospecção de possíveis parceiros para a


celebração de arranjos de inovação a partir do mapeamento das
competências da UFMG.

6. Empenhar esforços para a implementação do Escritório de


Negócios da CTIT, para o fornecimento do suporte negocial e
estratégico para as oportunidades de interação com a
Universidade.

7. Construir uma rede de conexões da UFMG em matéria de


empreendedorismo e inovação com o fortalecimento mútuo dos
atores e das soluções tecnológicas.

8. Realização de análises de tendências para direcionamento


tecnológico e para nortear a oferta de tecnologias.

9. Implementar a boa prática da realização de estudos de


inteligência competitiva de tecnologia e mercado com foco na
geração de novas oportunidades de negócios.

10. Estruturação de mecanismos para a gestão estratégica da


propriedade intelectual e de parcerias, incluindo a avaliação da
pertinência de formatar uma matriz de priorização de
demandas.

11. Constituição de fundo para investimento em ações


convergentes de pesquisa, desenvolvimento de tecnologias e
inovação, utilizando os recursos provenientes das tecnologias
da UFMG, incluindo royalties.

12. Realizar o diagnóstico do portfólio de ativos de propriedade


intelectual da UFMG com vistas a identificar oportunidades.

13. Incentivar mecanismos de suporte ao empreendedorismo na


Universidade, por meio da cooperação entre atores e da atuação
da Inova UFMG.
264

4 DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

4.1 Cidadania

A democracia é um valor inegociável para a UFMG. Dessa maneira, a


consolidação das ações acadêmicas que buscam fortalecer a cidadania configura os
limites de uma política da universidade. Tendo a cidadania como centralidade ou como
eixo transversal, tais ações propiciam à comunidade universitária uma vivência
concreta de práticas democráticas. O estímulo às práticas cidadãs é decorrência de um
compromisso da UFMG com uma educação baseada na ciência e perspectivada pelos
anseios da sociedade. O ensino, a extensão e a pesquisa, tríade que embasa o conceito
de universidade pública federal no Brasil, disponibilizam instrumentos que possam
colaborar para a construção de novas condições sociais, mais inclusivas e mais
democráticas. Diante da amplitude das desigualdades, por seus compromissos sociais e
educacionais, a UFMG tem investido progressivamente em práticas embasadas na
busca pela justiça social.
A produção do conhecimento, entendido como bem público indispensável à
construção da cidadania, adquire capilaridade via a divulgação científica. No dia 08 de
junho de 2021, Dia Nacional da Ciência, a UFMG lançou sua Política de Divulgação
Científica. Essa política estabeleceu formalmente as diretrizes para a concepção, a
estruturação e a prática da divulgação da ciência pela UFMG, além de reconhecer e
valorizar as ciências não acadêmicas, como os saberes tradicionais e o conhecimento
gerado na articulação da Universidade com outros setores da sociedade. As diretrizes
dessa política constam da Resolução 02/2021, do Conselho de Ensino, Pesquisa e
Extensão, aprovada em 27 de maios de 2021.
A Resolução regula os princípios para a concepção, estruturação e a prática da
divulgação da ciência, que deverá contemplar a reflexão ética, a escuta e a abordagem
interdisciplinar, o diálogo entre saberes, a equidade na valorização das diversas
ciências e tecnologias e a articulação com as políticas públicas. Essa deliberação tem
por objetivos, entre outros, a promoção da ampliação do alcance e da visibilidade do
conhecimento produzido, especialmente os resultantes de processos que se deem em
articulação com outros setores da sociedade, o aprimoramento da divulgação
científica nos museus e centros de memória, o fortalecimento da interiorização e da
265

internacionalização da divulgação científica, com foco nas relações de solidariedade


no eixo sul-sul, a inserção da UFMG em redes internacionais, nacionais e locais de
forma a contribuir para o enfrentamento de questões tanto no âmbito global quanto
regional ou local.
O debate sobre a implantação de uma política de divulgação científica remonta
aos eventos do Fórum de Cultura Científica, que foi realizado pela primeira vez em
junho de 2015. Na ocasião, apontou-se a relevância de uma política como essa para os
processos de diálogo da Universidade com a sociedade e, em 2021, ela foi materializada
por meio do trabalho da Diretoria de Divulgação Científica, vinculada à Pró-Reitoria de
Extensão. Nos termos da resolução 03/2021, do Conselho de Ensino, Pesquisa e
Extensão, também aprovada em 27 de maios de 2021, o Comitê para Discussão e
Monitoramento da Política de Divulgação Científica – COMDICI-, que está vinculado às
Pró-reitorias de Pesquisa e de Extensão, é o responsável por estabelecer as bases para o
desenvolvimento da política de divulgação científica da UFMG.
Em primeiro de setembro de 2022, a UFMG lançou o Programa de Formação
Cidadã em Defesa da Democracia. O Programa, coordenado pelo Centro de Comunicação
da UFMG – Cedecom -, respondeu a um chamamento do Supremo Tribunal Federal a
várias instituições para somarem esforços no combate à desinformação. No momento
de seu lançamento, 20 projetos de pesquisa, ensino e extensão já estavam engajados no
Programa. Dentre outros objetivos, o Programa busca potencializar e dar ainda mais
visibilidade aos projetos desenvolvidos na UFMG que tratam da desinformação, nas
mais diversas dimensões. O tema da desinformação atravessa a política, a saúde
pública, a educação, os direitos humanos e outras diversas áreas. Os processos de
desinformação corroem o tecido democrático, colocam em risco as instituições,
prejudicam a produção do conhecimento.
O conhecimento cidadão possibilita ao sujeito o senso de pertencimento a uma
comunidade, cria possibilidades para que as pessoas se entendam como agentes
transformadores do social, como protagonistas na construção do bem comum. Nesse
sentido, a democratização do acesso à universidade para todas as camadas sociais tem
um impacto direto sobre a população. Democratizar o acesso à universidade é
democratizar a sociedade. Sob essa perspectiva, a UFMG instituiu, em 2018, a Comissão
Permanente de Ações Afirmativas e Inclusão Social que visa a oferecer apoio no
estabelecimento de políticas e ações no campo das ações afirmativas e da inclusão
social para todos os segmentos da comunidade universitária.
266

A UFMG, motivada pelo duplo princípio da qualidade acadêmica e da relevância


social, entende como indispensável que as Instituições Federais de Ensino Superior
(Ifes), no exercício de sua autonomia, promovam estudos e ações que possam colaborar
para a formulação de políticas públicas mais abrangentes a propósito do tema da
democratização do acesso e da permanência no sistema de ensino e outras como saúde,
assistência social, cultura, esporte e lazer, trabalho etc. A cidadania deve ser
compreendida como um processo contínuo e uma construção coletiva que leva à
concretização dos direitos humanos. A cidadania é o exercício dos direitos e deveres
civis, políticos, sociais e econômicos estabelecidos em nossa Constituição e o exercício
da Cidadania pressupõe ter consciência da posição de sujeito que tem o direito a ter
direitos e os direitos e obrigações propriamente ditos, colocando-os em prática. A
UFMG tem o compromisso de desenvolver ações específicas com o objetivo de
estabelecer uma cultura da cidadania na vida cotidiana da Comunidade Acadêmica,
orientada pelos seguintes eixos: Direitos Humanos, Ações Afirmativas, Saúde Mental e
Acessibilidade e Inclusão.

4.1.1 Direitos Humanos

A UFMG, nos últimos 10 anos, tem intensificado o debate sobre os direitos


humanos e a formação para a cidadania democrática. Diante dos padrões históricos de
opressão, violência, desigualdade e violações, a Universidade tem buscado consolidar
uma política institucional que seja responsável por encampar demandas sociais,
desenvolver movimentos por equidade, buscar o atendimento a públicos
vulnerabilizados, acolher a diversidade em toda sua amplitude. Como instituição
pública alicerçada em valores democráticos, científicos e éticos, a UFMG procura se
constituir como uma universidade de qualidade e inclusiva, justa e equânime.
A Resolução do Conselho Universitário № 09/2016, de 31 de maio de 2016, dispõe
sobre a violação de direitos humanos e a erradicação de atos discriminatórios de
qualquer natureza no âmbito da UFMG. A Resolução baseia-se no compromisso da
Instituição com a formação acadêmica cidadã e com a erradicação de todas as formas de
intolerância, discriminação e violação de direitos humanos. Outro ponto que
fundamenta a Resolução é a crença de que universidades são espaços de multiplicidade
e diversidade de saberes, trajetórias e sujeitos. Estes dois pilares sustentam o arco que
abriga lado a lado a ciência e os direitos humanos.
267

Para a implementação da política de direitos humanos, a UFMG tem investido


em normatizações, na composição de comissões dedicadas às demandas
apresentadas pelas lutas por direitos, bem como na elaboração de projetos e
programas que tenhas os direitos humanos como tema central ou transversal. Como
parte desta política, a universidade busca coibir ações que possam caracterizar
assédio, sob os mais diferentes aspectos. Um passo fundamental nesse processo foi a
publicação, em 2014, da Resolução № 06/2014, do Conselho Universitário, que
proíbe o trote aos e às estudantes calouros. Em consonância com os esforços do
governo federal para eliminar o assédio na administração pública, a UFMG, através
da Portaria 9190/2023, instituiu uma comissão para propor à Universidade uma
Política de Enfrentamento ao Assédio. O grupo, formado por servidores docentes e
técnico-administrativos em educação e estudantes, deverá formular uma resolução
que indique diretrizes para combater o problema no âmbito da comunidade
universitária. Dentre as metas da Comissão está tipificar assédio. A tipificação
favorece os modos para prevenir e para combater o assédio.
Sob a inflexão dos direitos e do combate ao assédio, a UFMG publicou a
Resolução № 09/2015, do Conselho Universitário, que prevê o uso do nome social
para pessoas travestis e transexuais em seus registros acadêmicos. A Universidade
está comprometida com a construção de uma política que garanta equidade para
todos os segmentos da população. Dessa maneira, instituiu, através da Portaria
7664/2023, uma comissão responsável por propor uma política LGBTQIAPN+ para a
UFMG. Para além dessa ação, existe um grupo de trabalho, no âmbito da Pró-
Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), designado para desenvolver políticas de
permanência para estudantes que integram esse público. O objetivo do grupo é
mapear e propor ações que eliminem os obstáculos materiais, simbólicos e
institucionais que interferem na trajetória desse público. A UFMG considera que a
adoção de políticas de permanência estudantil é tão importante quanto a
implantação de políticas ampliadas de democratização do acesso e vem trabalhando
nessas duas frentes.
Todas essas ações se amparam ou amplificam algum aspecto da Resolução №
09/2016, que se refere às violações de direitos humanos na UFMG. Nessa Resolução, a
Universidade se compromete em trabalhar para a erradicação de todas as formas de
intolerância, discriminação e violação de direitos humanos na construção de uma
sociedade mais justa, prevendo, em seu art. 6º, “desenvolver, de forma progressiva,
268

programas e ações de caráter pedagógico e permanente que visem à conscientização,


promoção e efetiva garantia dos direitos humanos, bem como defesa e difusão de uma
cultura de tolerância, do respeito aos direitos fundamentais, de forma a promover uma
convivência solidária, ética e pacífica no âmbito institucional, em conformidade com a
ordem jurídica posta”.
Alicerçada no princípio de que todas as existências estão em posição equânime
diante dos direitos, o Cepe, em 11 de junho de 2019, aprovou a Resolução 07/2019, que
regulamenta o ingresso, como estudantes nos Cursos de Graduação da UFMG, de
refugiados, asilados políticos, apátridas, portadores de visto temporário de acolhida
humanitária, portadores de autorização de residência para fins de acolhida
humanitária e outros imigrantes beneficiários de políticas humanitárias do Governo
Brasileiro. A aprovação revogou a Resolução 03/2004, que atendia às determinações
da Lei 9.474, de 1997.
Em 2004, a UFMG foi uma dentre as primeiras e poucas universidades públicas
a ofertar vagas suplementares, por meio de processo seletivo específico, para
refugiados, asilados, apátridas. A Resolução 07/2019 encontra-se em consonância
com a Lei de Migração, número 13.445, publicada em 2017. Essa Lei criou uma política
migratória menos focada na segurança nacional e que visa ao desenvolvimento
econômico, social e cultural do país, protege os migrantes e confirma os
compromissos internacionais do Brasil.
Como parte das ações de acolhimento humanitário, em 2020, a UFMG passou a
integrar a Cátedra Sérgio Vieira de Mello, rede com cerca de 30 instituições brasileiras
implementada pela Agência da ONU para Refugiados (Acnur), em cooperação com o
Comitê Nacional para Refugiados (Conare). Criada em 2003, a rede é especializada na
promoção de ações destinadas a garantir e ampliar o acesso de refugiados a direitos e
serviços no país. A participação da UFMG na Cátedra permite a ampliação da política de
direitos humanos praticada na universidade.
Como parte dos esforços de consolidação da Cátedra, foi criado o projeto
“Conviver”. Esse projeto tem por objetivo, entre outros, promover e apoiar as atividades
da Cátedra Sérgio Vieira de Mello voltadas, sobretudo, ao monitoramento e apoio de
alunos e alunas beneficiária/os das políticas afirmativas para migrantes e refugiados da
Universidade e à articulação institucional da UFMG com a rede de atores governamentais
e não-governamentais que atuam no Estado de Minas Gerais, em especial na Região
Metropolitana de Belo Horizonte, na promoção e proteção desses grupos.
269

A UFMG inclui no espectro dos direitos humanos fundamentais os direitos


ambientais. A Universidade compreende que faz parte do papel social e educacional
das Ifes pesquisar, analisar e propor formas para garantir o direito de viver em um
ambiente seguro, legalmente protegido pelos mecanismos institucionais necessários.
Sob essa perspectiva, a UFMG acredita que as pessoas são as protagonistas em seus
territórios e ambientes dos direitos coletivos e individuais. A participação coletiva, a
ação conjunta e solidária estimula que a comunidade compartilhe seus objetivos para
o enfrentamento de suas necessidades e problemas. Compreendidos nessa lógica, as
territorialidades e os direitos humanos se fazem nas lutas e nas vivências cotidianas.
Alicerçada na crença de que é preciso conhecer o território para melhor dialogar
com as populações que nele vivem, a UFMG tem elaborado projetos e programas que
reúnam Ensino, Pesquisa e Extensão na busca de transformações ambientais. Nesse
sentido, a Rede de Cidades, sediada na Pró-Reitoria de Extensão, reúne professores
pesquisadores de diversas áreas do conhecimento (Antropologia, Arquitetura e
Urbanismo, Ciências do Estado, Comunicação, Direito, Economia, Educação,
Engenharia, Geografia, Psicologia e Sociologia) que desenvolvem ações de extensão,
ensino e pesquisa envolvendo questões ambientais e sociais, além de moradores e
ocupantes de territórios conflituosos em Belo Horizonte e Região Metropolitana.
Além dessa Rede, a Proex tem desenvolvido outros projetos e programas que
refletem e propõem medidas para situações com graves implicações ambientais e, por
consequência, culturais, sociais, históricas, econômicas e afetivas. A partir do
rompimento da barragem do Fundão, em 2015, a UFMG lançou o Programa Participa
UFMG, que reúne e articula grupos de extensão e pesquisa, iniciativas e atividades na
região de Mariana e em toda a extensão da bacia do Rio Doce com o objetivo de
diagnosticar os problemas e propor ações de reconstrução relacionadas ao meio ambiente,
moradia, geração de emprego e renda, saúde, educação, cultura, lazer, entre outras áreas.
Em 25 de janeiro de 2019, a Barragem I da Mina “Córrego do Feijão”, na cidade de
Brumadinho, em Minas Gerais, se rompeu. Além das vidas perdidas, registrou-se uma
série de consequências e impactos pessoais, sociais, ambientais econômicos e em
patrimônio por longa extensão territorial, em Especial na Bacia do Rio Paraopeba. Nesse
contexto, foi concebido o “Projeto de Avaliação de Necessidades Pós-Desastre do colapso
da Barragem da Mina Córrego do Feijão” (Projeto Brumadinho UFMG), aprovado em
audiência e consolidado mediante o Termo de Cooperação Técnica № 037/19, firmado
entre a UFMG e o Juízo da 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Belo Horizonte.
270

O Projeto Brumadinho UFMG tem como objetivos:


I. auxiliar o Juízo da 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Belo
Horizonte por meio de estudos e pesquisas que permitam identificar e
avaliar os impactos decorrentes do rompimento da Barragem I da Mina
Córrego do Feijão.
II. Identificar e avaliar as necessidades emergenciais dos impactos
socioeconômicos, ambientais, na saúde, na educação, nas estruturas
urbanas, no patrimônio cultural material e imaterial e nas populações
ribeirinhas, dentre outros impactos, em escala local, microrregional,
mesorregional e regional.
III. Apresentar as necessidades de recuperação e reconstrução em Relatório
de Avaliação Consolidado e desenvolver Plano de Recuperação.

Para a realização de seus objetivos, o Projeto Brumadinho conta com um comitê


técnico-científico que é responsável por elaborar chamadas públicas para seleção de
subprojetos de pesquisa e extensão e supervisionar a sua implementação e execução
para consecução dos objetivos gerais e específicos.
Por iniciativa da Pró-Reitoria de Extensão, a UFMG criou a Rede Direitos
Humanos da UFMG, que reúne núcleos, grupos e laboratórios que atuam por meio da
extensão, do ensino e da pesquisa nesse campo. Os grupos que compõem a Rede têm
experiência relevante em produções e intervenções em direitos humanos como
disciplinas, na Graduação e Pós-Graduação; projetos de pesquisa; cursos de formação
continuada de professores, gestores públicos, lideranças comunitárias, entre outros;
elaboração de publicações acadêmicas e material pedagógico; projetos e programas de
extensão realizados em diálogo com setores da sociedade como as políticas públicas, os
movimentos sociais, as instituições de justiça, organismos nacionais e internacionais,
entre outros. De caráter interdisciplinar, essa Rede fundamenta sua organização na
necessidade de articular e potencializar a contribuição do conhecimento e das práticas
desenvolvidas em direitos humanos em diálogo com outros setores da sociedade.
Dentre as proposições da Rede, desde 2019, a UFMG realiza a Jornada de Direitos
Humanos. O objetivo da Jornada é promover a articulação entre os diferentes sujeitos e
agentes da sociedade civil e das políticas públicas com a universidade, a fim de
fortalecer e potencializar a agenda dos direitos humanos no estado de Minas Gerais e no
Brasil. Com quatro edições já realizadas, a Jornada teve como tema: “A transversalidade
271

dos direitos humanos e a construção de sua defesa contemporânea”, “Qual UFMG para
quais Direitos Humanos”, “Democratizar os Direitos Humanos”, “Territórios de
direitos, violações e práticas emancipatórias”.
Em 2017, a Rede de Direitos Humanos, iniciou a oferta da Formação Transversal
em Direitos Humanos, por meio da qual pretende-se proporcionar que os sujeitos em
formação tenham contato com as diversas dimensões dos direitos humanos, o histórico
de lutas e proposições, os marcos regulatórios, os indicadores das desigualdades, as
especificidades das experiências que envolvem os direitos de minorias e ao mesmo
tempo propor que planejem e desenvolvam intervenções. Espera-se que essa
construção se dê em intenso diálogo com outros setores da sociedade, já que a
promoção de uma cultura dos direitos humanos exige a articulação de diversos saberes.
O objetivo é que os estudantes de todos os cursos de Graduação da UFMG, assim como
os estudantes de Pós-Graduação, tenham acesso a diversas perspectivas que
caracterizam o intenso debate social, político e científico sobre os direitos humanos,
reafirmando o papel que a universidade pública exerce na sociedade e seu compromisso
social com a formação acadêmica e cidadã.
No ano de 2021, para fortalecer a vasta agenda da defesa dos direitos humanos, a
UFMG criou a Universidade dos Direitos Humanos (UDH), Diretoria vinculada à Proex.
A Universidade dos Direitos Humanos busca fortalecer e fomentar atividades que
colaborem com o fortalecimento de uma cultura dos direitos humanos. A Universidade
dos Direitos Humanos atua em parceria com vários setores, grupos, núcleos e
laboratórios no âmbito do ensino, da pesquisa e da extensão e estimulará ações
destinadas à promoção e defesa da diversidade, da igualdade, da inclusão e da
cidadania. Tendo em vista o propósito de potencializar as ações da UFMG neste campo,
a UDH estabelece como eixos de atuação:
I. Direitos humanos e educação;
II. Direitos humanos, comunicação e informação;
III. Direitos humanos e diversidade.

Em realização conjunta à Associação das Universidades do Grupo Montevidéu


(AUGM), a UFMG, em 2020, criou a Escola de Verão: um grande evento que reúne
docentes renomados do Brasil e da América Latina. O objetivo da Escola de Verão é
promover a formação em direitos humanos de forma multidisciplinar, destacando os
aspectos históricos, políticos, sociais, educacionais, jurídicos, subjetivos e culturais.
272

Além disso, a formação vai propor a transversalidade da temática, articulando áreas


diversas do conhecimento. À época, a oferta do curso foi a primeira atividade da
Cátedra de Direitos Humanos, lançada em outubro de 2019 no âmbito da AUGM,
entidade que reúne instituições de ensino superior do Brasil, da Argentina, do
Uruguai, do Chile e do Paraguai.
Todas essas iniciativas desenham uma universidade como espaço de
multiplicidade e diversidade de saberes, trajetórias e sujeitos. Como instituição pública
alicerçada em valores democráticos e éticos, a UFMG procura se constituir como uma
universidade de qualidade e inclusiva, justa e equânime, aberta a acolher os talentos em
sua diversidade característica.
A consolidação dessas metas está estreitamente relacionada aos Direitos
Humanos e conta com ações da comunidade acadêmica e com uma política institucional
de respeito à diversidade, valorização da diferença e reconhecimento dos múltiplos
saberes. Essa política se destina a combater o racismo, o sexismo, a homofobia, a
transfobia, o assédio moral, as violências físicas, simbólicas ou morais e outras formas
de discriminação e preconceito.

Objetivo Geral

Fortalecer uma política institucional de Direitos Humanos para a erradicação de todas


as formas de intolerância, discriminação e violação de direitos humanos na construção
de uma sociedade mais equânime.

Objetivos específicos (Metas)

• Desenvolver, de forma progressiva, programas e ações de caráter


pedagógico e permanente que visem à conscientização, promoção e
efetiva garantia dos direitos humanos.
• Defender e difundir uma cultura de respeito aos direitos fundamentais,
de forma a promover uma convivência solidária e ética no âmbito
institucional.
• Empenhar esforços na construção do Centro de Referência e
Informação em Direitos Humanos (CRIDH). O CRIDH dedicar-se-á ao
apoio das ações extensão, de ensino e de pesquisa, da produção de
conhecimento qualificado, da formação acadêmica transversal e
pluriepistêmica e da sensibilização para proteção destes direitos no
âmbito da UFMG e em diálogo e colaboração com a sociedade.
273

4.1.2 Ações Afirmativas e Inclusão Social

O ano de 2022 foi marcado por uma série de datas importantes para a UFMG e
para as políticas de ações afirmativas no Brasil. A Universidade, fundada em 1927,
comemorou 95 anos e a Lei № 12.711, popularmente conhecida como Lei de Cotas,
chegou à sua primeira década de promulgação. Embora a lei de cotas, que
institucionalizou as reservas de vagas para estudantes de escolas públicas, negros,
indígenas e pessoas com deficiência, no âmbito das universidades federais brasileiras,
tenha completado dez anos, a história de debates e de políticas de democratização do
ensino superior na UFMG remonta à primeira década dos anos 2000.
Gradativamente, as políticas afirmativas deixaram de estar restritas às ações
isoladas de ensino e de extensão e passaram a ser incorporadas institucionalmente. A
aprovação da política de bônus para estudantes de escolas públicas e autodeclarados
negros em 2009 na UFMG significou um passo importante para a mudança do corpo
discente em nível de Graduação, o que acabou impactando o modo de organização
política da própria universidade. A maior presença de estudantes negros, indígenas,
quilombolas e periféricos no corpo discente de Graduação culminou no aumento de
mobilizações em prol da implementação de ações afirmativas em outros setores da
universidade, seja na Pós-Graduação, seja no corpo técnico-administrativo e
docente. Ao mesmo tempo em que tais mobilizações possibilitaram emergência de
novas políticas, novos sujeitos e novas epistemologias no interior da UFMG, elas
trouxeram, para o espaço acadêmico, novos desafios relativos às ações afirmativas e
às políticas de inclusão.
A criação, no ano de 2019, da Comissão Permanente de Ações Afirmativas e
Inclusão Social (CPAAI) foi resultado destas mobilizações e uma importante
resposta institucional à estas demandas. Criada com os objetivos de elaborar e
acompanhar as políticas de ações afirmativas e inclusão para a comunidade
acadêmica da instituição e sua atuação no Ensino, Pesquisa e Extensão (Graduação e
Pós-Graduação) e no serviço público (docência e atividades administrativas), além
de acompanhar o trâmite institucional sobre denúncias de fraudes na política de
reserva de vagas da instituição, a CPAAI, aos poucos, foi tomada pela necessidade
crescente de realizar bancas de heteroidentificação complementares ao processo de
autodeclaração no âmbito da Graduação, Pós-Graduação e docência. A necessidade
de implementar e acompanhar as bancas nestes diferentes âmbitos acabou por
reduzir o conjunto de ações que propiciassem a condução mais participativa das
274

políticas afirmativas na universidade, envolvendo outros atores institucionais e


outros atores da comunidade universitária. Avançar nesse sentido, garantindo uma
escuta atenta dos atores envolvidos e mobilizando as diferentes experiências
desenvolvidas dentro e fora da universidade, expandindo o próprio significado e
públicos atendidos pelas políticas afirmativas e de inclusão, é um dos principais
desafios da Comissão Permanente de Ações Afirmativas e Inclusão da UFMG para os
próximos anos.
É fundamental destacar que, em função da recente publicação da Lei № 14.723,
de 13 de novembro de 2023, que altera a Lei № 12.711/2012 (lei de Cotas), reformulando
e ampliando o sistema de reserva de vagas no ensino federal, a UFMG deverá se
preparar para implementação das modificações previstas. A revisão da Lei representa
um avanço positivo e favorece modalidades de vagas que reúnem candidatos mais
vulneráveis. Destaca-se que alguns dos aprimoramentos propostos pela nova legislação
já vêm sendo aplicados pela UFMG, nos últimos anos, em seus processos seletivos para
a Graduação e o ensino técnico, assim como na lista de espera do Sistema de Seleção
Unificada (SiSU).

Objetivo Geral

Fortalecer os processos coletivos de formulação, execução e monitoramento das


políticas de ações afirmativas.

Objetivos específicos (Metas)

• Ampliar a participação da comunidade universitária nos processos de


formulação das políticas de Ações Afirmativas da UFMG;
• Ampliar a transparência dos processos de implementação das políticas
de Ações Afirmativas da UFMG, dialogando com a comunidade
universitária e com a comunidade externa;
• Ampliar a participação da comunidade universitária nos processos de
monitoramento das políticas de Ações Afirmativas da UFMG,
especialmente nas bancas de heteroidentificação no âmbito da
Graduação, da Pós-Graduação e da docência.
275

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5

1. Consolidar as bancas de heteroidentificação para processos de


ingresso na Pós-Graduação da UFMG.

2. Retomar a participação da comunidade universitária nos


processos de formulação e monitoramento das políticas de
Ações Afirmativas.

3. Iniciar a construção do banco de dados abertos à pesquisadores


sobre ações afirmativas na Graduação, na Pós-Graduação e na
docência.

4. Consolidar a participação da comunidade universitária nos


processos de formulação e monitoramento das políticas de Ações
Afirmativas.

5. Consolidar a construção do banco de dados abertos à


pesquisadores sobre ações afirmativas na Graduação, na Pós-
Graduação e na docência.

4.1.3 Saúde Mental

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde mental é parte


integrante da saúde e do bem-estar, podendo ser afetada por uma série de fatores e que,
portanto, para ser alcançada requer estratégias abrangentes. No Plano de Ação Integral
de Saúde Mental 2013-203023, a OMS convoca a todos/as para reconhecerem e
aprofundarem o valor dado à saúde mental na vida cotidiana, bem como, reconhecerem
a saúde mental como uma condição influenciada por todas as demais situações de vida
em seus aspectos históricos, sociais, políticos, econômicos, dentre outros. Para isso,
propõe que as estratégias que visam contribuir para a saúde mental estejam em estreito
alinhamento com os Direitos Humanos e os Direitos das Pessoas com Deficiência,
propondo abordagens centradas nas pessoas e nos princípios do recovery24.

23
World Health Organization (WHO). Comprehensive mental health action plan 2013–2030. Geneva: World
Health Organization; 2021. https://www.who.int/initiatives/mental-health-action-plan-2013-2030
24
World Health Organization (WHO). Guidance on community mental health services: promoting person-
centred and rights-based approaches. Geneva: World Health Organization; 2021.
https://apps.who.int/iris/handle/10665/341648
276

Embasados nestes e em outros documentos oficiais, a partir do cotidiano do


ambiente acadêmico, compreendeu-se a necessidade de pensar a saúde mental para
além do indivíduo, incluindo a dimensão institucional e coletiva. Em 2018, foi
instituída a Comissão Permanente de Saúde Mental (CPSM), cujo objetivo foi dar
continuidade na formulação da Política de Saúde Mental da UFMG, tendo por base os
princípios e diretrizes já construídos até então. Alinhada com a perspectiva da
despatologização da vida, a saúde mental é entendida para além do adoecimento e
tomada, na Política institucional, como compromisso coletivo e responsabilidade de
todos/as em favor de uma cultura de acolhimento, inclusão e permanência qualificada.
Adotando uma metodologia de trabalho que privilegia a construção coletiva, a CPSM
vem atuando a partir das experiências e demandas que lhes são endereçadas em prol de
alcançar seus objetivos.
Trata-se, pois, de uma Política não assistencial, que reconhece as contribuições
que a instituição pode dar para que se tenha efeitos positivos na saúde mental de todas
as pessoas da comunidade UFMG. Trata-se, também, de uma Política que reconhece os
limites e responsabilidades institucionais para com a saúde mental e, assim sendo,
constrói diálogos com instituições executoras de outras políticas públicas. Desta
forma, enuncia a Política apresentada na forma de um programa com três eixos
estruturantes e diferentes instâncias que atuarão em rede, cada uma com suas
atribuições e responsabilidades.
Dos três objetivos definidos no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI)
2018-2023, dois foram alcançados em sua totalidade, a saber, a instituição de uma
comissão permanente de saúde mental e a consolidação da Rede Saúde Mental UFMG.
O objetivo que se refere à implantação da política institucional, refere-se a um
processo, e, portanto, continua sendo executado. Para o PDI 2024-2029, este
processo é apresentado na forma de ações mais específicas relacionadas com esta
Política institucional.

4.1.3.1 Eixos estruturantes da Política de Saúde Mental da UFMG: por uma


universidade acolhedora

A Política de Saúde Mental da UFMG: por uma universidade acolhedora é


composta por três eixos estruturantes que se interrelacionam, possibilitando que a
construção de cada um deles mantenha o diálogo entre si e com os demais princípios da
Política de Saúde Mental da UFMG, bem como com as demais políticas com as quais a
277

universidade se insere: Construção de Saberes e Práticas, Apoio Técnico- Pedagógico e


Gestão da informação e Comunicação Institucional. Cada eixo é composto por um
conjunto de objetivos e ações propostas, que possuem relação entre si e visam alcançar
os objetivos da política de Saúde Mental/UFMG.

4.1.3.2 Instâncias da Política de Saúde Mental da UFMG

Para que se alcance objetivos estabelecidos em cada um dos eixos, após cinco
anos de trabalho, compreendeu-se ser necessário que tivéssemos quatro diferentes
instâncias na UFMG, a saber:
I. Conselho Permanente de Saúde Mental
II. Comissão de Especialistas em Saúde Mental
III. Núcleo Central de Saúde Mental da UFMG (NCSM)
IV. Unidades Acadêmicas - Núcleos de Acolhimento

Objetivo Geral

Contribuir para uma cultura cidadã na vida cotidiana da Comunidade UFMG,


colaborando para a construção de novas condições sociais, acadêmicas e institucionais
mais acolhedoras, inclusivas e democráticas.

Objetivos específicos (Metas)

• Manter a Rede de Saúde Mental (RSM) da UFMG, que congrega


diversas pró-reitorias e órgãos da universidade que se dedicam ao
tema, sob coordenação da Pró-Reitoria de Extensão, como lugar de
construção coletiva de saberes e práticas relacionados à saúde mental
no ambiente acadêmico, bem como acompanhamento da Política de
Saúde Mental da UFMG;
• Continuar a implementação da Política de Saúde Mental da UFMG com
vistas à uma universidade acolhedora, flexível, acessível, inclusiva e
solidária, a ser executada por suas diferentes instâncias;
• Consolidar ações de Apoio Técnico-Pedagógico como suporte para as
iniciativas de acolhimento no âmbito da UFMG;
• Aprimorar fluxos de comunicação acerca de saúde mental e acolhimento
no âmbito institucional tanto internos quanto externos à UFMG;
• Consolidar canais na Universidade com vistas a torná-los vias
permanentes de interlocução interinstitucionais;
• Realizar a gestão da Política de Saúde Mental da UFMG a partir de dados
relativos à saúde mental e acolhimento na Universidade.
278

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5

1. Instituir as instâncias da Política de Saúde Mental que atuarão


em rede, a saber, Núcleos das unidades acadêmicas, Núcleo
Central de Saúde Mental, Comissão de Especialistas em Saúde
Mental e Conselho Permanente de Saúde Mental.

2. Estimular a constituição dos Núcleos de Acolhimento nas


Unidades Acadêmicas e/ou projetos semelhantes que tenham
como foco o Acolhimento.

3. Apoiar as unidades acadêmicas e seus Núcleos de Acolhimento


na construção de estratégias de inclusão e permanência para
todos/as da Universidade.

4. Implementar as ações propostas em cada um dos eixos da


Política (Apoio Técnico-Pedagógico; Gestão da Informação e
Comunicação; e Saberes e práticas acerca do Acolhimento) nas
diferentes instâncias, considerando suas respectivas funções e
âmbito de atuação.

5. Avaliar, por meio de indicadores específicos, as ações propostas


em cada um dos eixos da Política (Apoio Técnico-Pedagógico;
Gestão da Informação e Comunicação; Saberes e práticas acerca
do Acolhimento) nas diferentes instâncias, considerando suas
respectivas funções e âmbito de atuação.

6. Incentivar e apoiar o desenvolvimento de ações que visem a


qualidade de vida e a promoção de ambiente não adoecedores
nas diversas Unidades da UFMG, propostas e desenvolvidas por
integrantes da comunidade UFMG.

7. Realizar levantamento de dados acerca da saúde mental da


comunidade UFMG com vistas à construção de indicadores
específicos da saúde mental no âmbito acadêmico e laboral.

8. Intensificar iniciativas de diálogos interinstitucionais, com


instâncias executoras de outras políticas públicas (p.ex. Sistema
Único de Saúde-SUS; Sistema Único de Assistência Social-
SUAS), com outras universidades com vistas à constituição de
fórum permanente e observatório de políticas de saúde mental
no âmbito de instituições de ensino superior.
279

4.1.4 Acessibilidade e Inclusão

O processo de inclusão de estudantes com deficiência na UFMG começou na


década de 1990, com o projeto ProAcesso, que se concentrava em questões de
acessibilidade arquitetônica. Além disso, foi criado o Centro de Apoio ao Deficiente Visual
(CADV) para oferecer suporte aos candidatos com deficiência durante o vestibular,
fornecendo provas em diferentes formatos e apoio de tecnologias assistivas. O CADV
também disponibilizava dispositivos e sistemas de comunicação para auxiliar pessoas
com deficiência visual, além de adaptar materiais didáticos por meio de digitalização,
transcrição para o braille, gravações em áudio e impressão de textos ampliados.
Em 2002, a Comissão Permanente de Apoio ao Portador de Necessidades Especiais
(CPAPNE) foi estabelecida para garantir a permanência de pessoas com necessidades
especiais na Universidade. Em 2014, uma Comissão Especial foi criada para fazer um
levantamento da situação de acessibilidade e propor ações na UFMG visando a plena
participação e autonomia de estudantes e servidores com deficiência. Uma das propostas
desse relatório era a criação de um órgão para coordenar a política de acessibilidade e
inclusão da instituição. Em resposta a essa recomendação, o Núcleo de Acessibilidade e
Inclusão (NAI) foi criado em 2015, incorporando o CADV e a equipe de Tradutores e
Intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (TILS) já existentes na UFMG na época.
As ações para a acessibilidade e a inclusão na UFMG, hoje, são guiadas por uma
política institucional coordenada pelo NAI. O Núcleo é responsável por propor,
organizar, coordenar e executar ações que garantam a inclusão, eliminando ou
reduzindo barreiras pedagógicas, arquitetônicas, de comunicação e de acesso à
informação. O trabalho do NAI visa atender estudantes com deficiência em todos os
níveis de ensino e servidores da UFMG, seguindo princípios como o conhecimento da
população com deficiência, o acompanhamento direto dessas pessoas, o diálogo com
outras instituições e parcerias internas para uma abordagem interdisciplinar. Além
disso, o Núcleo incentiva a formação de profissionais em educação inclusiva e promove
o desenvolvimento de conhecimento sobre o tema. É importante destacar que a
deficiência é parte da condição humana e resulta da interação entre as pessoas com
deficiência e as barreiras comportamentais e ambientais que limitam sua participação
igualitária na sociedade. Portanto, o papel do NAI envolve identificar obstáculos e
facilitadores, implementar ações que promovam acesso, permanência, participação e
pertencimento, e buscar mudanças nos espaços, horários, relações, procedimentos e
processos do cotidiano universitário.
280

Dentre as ações desenvolvidas pelo NAI estão:


a) o treinamento e a capacitação da comunidade acadêmica,
b) atividades de sensibilização,
c) criação de materiais sobre direitos e deveres,
d) suporte de acessibilidade em eventos institucionais,
e) apoio a projetos de Ensino, Pesquisa e Extensão sobre acessibilidade,
f) aperfeiçoamento dos processos de seleção e matrícula de estudantes com
deficiência,
g) disponibilização de dispositivos de tecnologia assistiva e treinamento no
uso desses dispositivos,
h) empréstimo de equipamentos,
i) desenvolvimento de planos acadêmicos individuais,
j) orientação aos estudantes e professores,
k) serviços de tradução e interpretação em Libras,
l) análise e adaptação de espaços arquitetônicos, acessibilidade em
bibliotecas, entre outras ações.

Essas iniciativas abrangem diversas dimensões de acessibilidade e visam tornar a


UFMG uma instituição inclusiva e acessível, não apenas para cumprir a legislação, mas
também para promover uma cultura de inclusão. É importante ressaltar que cada
estudante ou servidor tem demandas específicas de acordo com sua condição, curso,
unidade acadêmica e local de trabalho, exigindo uma abordagem personalizada e
parcerias efetivas com todos os envolvidos para garantir sua permanência na instituição.
Ainda sobre as atividades do NAI, cabe destacar o Programa de Incentivo a Inclusão
e Promoção da Acessibilidade (Pipa), desenvolvido em parceria com as pró-reitorias de
Graduação, de Assuntos Estudantis, de Extensão e de Pesquisa. O programa, lançado em
2014, com a denominação inicial de Programa Acadêmico de Promoção da Inclusão e
Acessibilidade (Papia), visa fomentar ações efetivas de inclusão e acessibilidade e redução
de barreiras atitudinais nos percursos acadêmicos ou profissionais de pessoas com
deficiência no âmbito da UFMG. As propostas selecionadas por meio de edital são
contempladas com bolsas para os discentes de Graduação que atuarão em projetos de
Ensino, Pesquisa e Extensão ou de interface/articulação entre as áreas. Ao longo de mais de
10 anos, o programa tem contribuído para a produção de conhecimento e para o
desenvolvimento da autonomia de pessoas com deficiência dentro da Universidade.
281

A UFMG atende aos princípios do desenho universal e às normas técnicas de


acessibilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em seus projetos
arquitetônicos e urbanísticos atuais. No entanto, muitos prédios da instituição foram
construídos antes desses regulamentos e requerem adaptações. Nessas situações, as
reformas e ampliações são realizadas para tornar os espaços acessíveis a pessoas com
deficiência ou mobilidade reduzida. Quanto ao transporte coletivo dentro do campus,
todos os veículos possuem dispositivos de acessibilidade. Para melhorar ainda mais a
mobilidade das pessoas com deficiência física, o NAI adquiriu um veículo adaptado para
deslocamento dentro da instituição. Esse serviço iniciado em 2019, requer cadastro
prévio no NAI e pode ser acessado por meio de um aplicativo.
O NAI conta com uma equipe composta por professores coordenadores, pedagogos,
tradutores intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras), técnicos de assuntos
educacionais, assistentes de administração e bolsistas de Graduação. Essa equipe trabalha
em parceria com diversos órgãos, setores e projetos da Instituição, formando uma rede de
colaboração para o desenvolvimento de suas ações. Entre eles podemos destacar a PRA, a
PRORH, a Prograd, a PRPG, a Proex, a Prae, a Fump, o Projeto de Extensão do Departamento
de Engenharia Mecânica da UFMG (Paramec), o Núcleo de Libras na Fale, o Laboratório de
Políticas e Práticas em Educação Especial e Inclusão (LaPPEEI), os Colegiados de Curso.

4.1.4.1 Inclusão em números

A partir de 2015, a UFMG implementou o Censo da Pessoas com Deficiência no


processo de matrícula dos estudantes de Graduação e Pós-Graduação. No momento da
matrícula, os estudantes eram convidados a preencher um questionário sobre
deficiência, fornecendo informações detalhadas sobre o tipo de deficiência,
especificidades e uso de dispositivos de tecnologia assistiva. Esse questionário
proporcionou dados mais precisos e próximos da realidade sobre os estudantes com
deficiência matriculados em diferentes cursos na UFMG. Esse processo de coleta de
dados continua em vigor, sendo incorporado ao cadastro realizado por todos os
estudantes no momento de seu registro acadêmico e entrada na instituição, desde 2018.
É importante ressaltar que, devido à inclusão da reserva de vagas para pessoas com
deficiência no processo seletivo de Graduação da UFMG, a partir de 2018 houve um
aumento significativo no ingresso de estudantes com deficiência na instituição, resultando
em um maior número de estudantes que necessitam de suporte direto do NAI. A Tabela 20
apresenta o número de estudantes ingressantes que declararam ter deficiência no período
de 2017 a 2022. No entanto, o número de estudantes com deficiência na Instituição pode ser
282

superior ao informado pelo NAI, pois o registro depende da autodeclaração e o


acompanhamento é feito a partir da demanda apresentada pelo próprio estudante. De
acordo com dados do Censo das Pessoas com Deficiência, em 2021, 444 estudantes estavam
em acompanhamento pelo NAI. Em 2023, havia 1112 estudantes cadastrados no NAI, sendo
1023 de graduação, 50 de pós- graduação e 39 da educação básica.

Tabela 20 – Número de estudantes ingressantes com deficiência, de 2017 a 2022, em cursos de


Graduação e Pós-Graduação

2017 2018 2019 2020 2021 2022

Ingressantes 50 245 179 150 142 128


Graduação
Acompanhados
30 207 161 142 142 128
pelo NAI

Ingressantes 05 02 04 18 08 05
Pós-
Graduação Acompanhados
05 02 04 13 08 05
pelo NAI

Fonte: Cadastro de alunos do NAI.

Dentre os tipos de deficiência declarados, no momento, a física é a mais recorrente


(49,8%), seguida da visual (26,9%), da auditiva (15,7%), do Transtorno do Espectro
Autista (4,5%) intelectual (2,7%) e múltipla (0,4%). Esse público está matriculado em
cursos de todas as áreas do conhecimento. A partir de 2018, com o ingresso por reserva de
vagas, observou-se uma maior abrangência na escolha das áreas do conhecimento, o que
traz novos desafios. Se, em 2015, o maior número de matrícula estava nas áreas de
humanas e sociais aplicadas, atualmente os estudantes estão em sua maioria, em cursos
da área da saúde, seguida pela área de sociais aplicadas como mostra a Tabela 21.

Tabela 21 – Percentual de estudantes com deficiências, por área do conhecimento dos cursos,
até 2022

Área do Conhecimento %
Agrárias e biológicas 7,27
Engenharias 7,27
Exatas e da Terra 5,45
Humanas 10,91
Linguísticas, Letras e Artes 14,55
Saúde 28,18
Sociais Aplicadas 26,36

Fonte: Núcleo de Acessibilidade e Inclusão -NAI UFMG.


283

O NAI também oferece suporte e orientação para o Centro Pedagógico (CP) para o
atendimento de alunos do ensino básico e fundamental com deficiência. Desde 2016, o
CP reserva 5% de vagas para crianças com deficiência em seus processos seletivos.
O NAI acolhe esses estudantes e suas famílias no momento do registro acadêmico,
identificando suas necessidades e definindo diretrizes para o suporte acadêmico. O
Núcleo de Atendimento e Integração Pedagógica (Naipe) do CP acompanha esses
estudantes de forma mais direta.
Em relação aos servidores, a UFMG atende a legislação e reserva entre 5 a 20%
das vagas providas em concurso público para as pessoas com deficiência. O
Departamento de Desenvolvimento de Recursos Humanos (DRH), em parceria com o
NAI, o Departamento de Atenção à Saúde do Trabalhador (Dast) e gestores, realiza o
acompanhamento funcional desses servidores a fim de promover a acessibilidade e a
inclusão no trabalho.
A política de acessibilidade e inclusão da UFMG envolve o trabalho conjunto de
diversos atores responsáveis pela política acadêmica e administrativa, bem como de
toda a comunidade universitária. Essa abordagem visa promover uma mudança
significativa e garantir a participação, permanência e sucesso desse público nos
diferentes contextos da instituição.

Objetivo Geral

Propor, organizar, coordenar e executar ações e serviços para assegurar e garantir as


condições de acessibilidade necessárias ao ingresso, à permanência, à plena
participação e à autonomia das pessoas com deficiência no âmbito da UFMG,
maximizando seu desenvolvimento acadêmico, profissional e social.

Objetivos específicos (Metas)

• Investir no reconhecimento da acessibilidade como princípio


fundamental para a garantia dos direitos e para a promoção da
autonomia e independência.
• Dedicar esforços à inclusão com o objetivo de possibilitar a participação
de todos, em igualdade de condições.
• Estimular a participação de todas as pessoas, reconhecendo o potencial
de todo cidadão e apreciando as diferentes experiências nas quais a
limitação do indivíduo não diminui seus direitos e deveres.
284

Objetivos específicos (Metas)

• Garantir o acesso, participação e pertencimento das pessoas com


deficiência no âmbito da Instituição.
• Eliminar ou minimizar as barreiras físicas, atitudinais, pedagógicas,
entre outras, que impossibilitam ou dificultam a participação social de
pessoas com deficiência no contexto educacional e do trabalho.
• Estabelecer o diálogo contínuo entre todos os envolvidos para a
elaboração, aprovação e implantação da política de acessibilidade e
inclusão da e na UFMG.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5

1. Promover, a partir de discussões com a comunidade, o fomento


de projetos e ações que assegurem a acessibilidade, a
sustentabilidade e a qualidade de vida nos espaços da UFMG.

2. Estimular uma mudança sociocultural para que a presença e a


participação de pessoas com deficiência sejam valorizadas e
possibilitadas em todas as instâncias da vida social.

3. Acompanhar e avaliar o ingresso, o acesso, a permanência e a


terminalidade de estudantes com deficiência, visando assegurar
as condições adequadas para o sucesso acadêmico e social.

4. Acompanhar e avaliar o ingresso e a trajetória profissional de


servidores com deficiência, visando assegurar as condições
adequadas para o seu sucesso profissional e a sua inserção nos
ambientes de trabalho.

5. Estimular e fortalecer a articulação entre os serviços e setores


de diferentes áreas de formação e atuação da UFMG, bem como
o estabelecimento de parcerias interinstitucionais, em prol do
desenvolvimento e consolidação das ações voltadas para
inclusão de pessoas com deficiência.

6. Catalisar, prover e articular projetos, pesquisas e ações que


tenham como foco a inclusão e a acessibilidade, formando uma
rede de colaboradores imprescindível para o desenvolvimento das
ações voltadas para a pessoa com deficiência no âmbito da UFMG.
285

Ações/Ano 1 2 3 4 5

7. Adquirir acervo em diferentes formatos e implantar


acessibilidade nas bibliotecas universitárias.

8. Desenvolver e implementar o projeto de rotas acessíveis na UFMG.

9. Acompanhar o plano de implantação da acessibilidade de


transporte vertical nas unidades.

10. Fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e


pedagógicos que eliminem as barreiras no processo de ensino e
aprendizagem.

11. Garantir que os estudantes com deficiência tenham acesso e


conhecimento de ferramentas tecnológicas, que facilitem o
processo de ensino-aprendizagem.

12. Garantir aos servidores com deficiência o acesso a recursos que


eliminem as barreiras no processo de trabalho.

13. Auxiliar os docentes no desenvolvimento e uso dos diversos


métodos e práticas de ensino mais adequados à realidade das
pessoas com deficiência.

14. Investir em infraestrutura, visando o processo de


transformação das dependências da Universidade em espaços
mais acessíveis.

15. Buscar a construção do conhecimento acerca da deficiência,


suas implicações psíquicas, motoras, cognitivas e sociais, por
meio de seminários, palestras, oficinas e grupos de pesquisa e
publicações, a fim de difundir o conhecimento, contribuindo
também com o processo de inclusão na Universidade.

16. Buscar o intercâmbio de informações com outras instituições


universitárias, objetivando o aprimoramento das ações e a
difusão de boas práticas relativas à acessibilidade e inclusão de
pessoas com deficiência.

17. Construir parcerias com todas as instâncias da Universidade


que trabalhem direta ou indiretamente com a temática da
pessoa com deficiência, visando suprir lacunas que possam vir a
existir na execução dos trabalhos, além de contribuir para uma
ação interdisciplinar e transdisciplinar, oportunizando o
crescimento da Instituição com relação à temática da inclusão.
286

Ações/Ano 1 2 3 4 5

18. Formar gestores, educadores e demais profissionais da escola


para a educação na perspectiva da educação inclusiva,
particularmente na aprendizagem, na participação e na criação
de vínculos interpessoais.

19. Fortalecer e expandir a Formação Transversal em Acessibilidade


e Inclusão.

20. Elaborar, produzir e distribuir recursos educacionais para a


acessibilidade.

21. Apoiar iniciativas estudantis e de servidores docentes e TAEs


que envolvam temas relacionados a Acessibilidade e Inclusão.

4.2 Saúde, Educação e Ciência: Direito Essencial

Após o enfrentamento da pandemia por covid-19 entre 2020 e 2022, ficou


evidente a importância das universidades públicas se mobilizarem plenamente para
produzir e divulgar o conhecimento científico, interagindo com a sociedade, proteger a
vida e a dignidade das pessoas, especialmente as mais vulneráveis.
Diante disso, o Plano de Desenvolvimento Institucional para o período de 2024-2029
deve refletir, também, o que vivenciamos e aprendemos com os desafios enfrentados
últimos anos. Mais de 700 mil pessoas perderam a vida em decorrência da covid-19 no
Brasil e esse desfecho poderia ser diferente se houvesse uma estratégia nacional
coordenada, solidária e baseada na ciência e na educação para a saúde. A pandemia
desvelou e agravou antigos problemas, em especial as desigualdades sociais e a
escassez de investimentos para inovação em áreas estruturais da sociedade, como a
saúde pública. A formulação de vacinas eficazes e seguras em tempo recorde
demonstrou o valor do emprego permanente de recursos em ciência e tecnologia e
mudou a trajetória da doença. Em um momento desafiador, com escassa possibilidade
de diálogo e desinformação acelerada por mídias digitais, foi a resiliência do Sistema
Único de Saúde (SUS) que impediu que a tragédia fosse maior.
Em março de 2020, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que
vivíamos uma situação de pandemia, a UFMG instituiu imediatamente o Comitê
287

Permanente de Enfrentamento do Novo Coronavírus, de caráter técnico-científico e


consultivo e, desde então, a comunidade universitária agiu com empenho e
responsabilidade, conduzindo diversas ações e projetos, nas mais distintas áreas de
conhecimento e atuação acadêmica, no intuito de ampliar o conhecimento sobre a
covid-19, oferecer soluções para mitigar seus impactos na sociedade e, sobretudo,
resguardar a vida como valor fundamental.
O enfrentamento dos desafios apresentados pela Pandemia ocorreu em sintonia
com os compromissos assumidos pela UFMG ao longo de sua história, ou seja, a
instituição reconhece a saúde como direito humano essencial e se compromete em ser
protagonista na construção de políticas de saúde no nosso país e atuar em defesa do
SUS, o maior sistema público de saúde do mundo, fruto do desejo popular de se fazer
valer a Constituição cidadã. Nesse sentido, a saúde é compreendida a partir da definição
da Organização Mundial de Saúde como estado de bem-estar físico, mental e social e
não somente como ausência de afecções e enfermidades e, portanto, um campo
complexo e, por natureza, pluridisciplinar, a ser pensado, estudado, ensinado e
pesquisado a partir de diversas áreas do conhecimento e da pluralidade de saberes.
Nesse contexto, destaca-se que em 2018 já havia sido instituída, na
Universidade, a Comissão Permanente de Saúde Mental (CPSM), com o objetivo de
fortalecer e ampliar ações e projetos relacionados à temática, como aqueles
desenvolvidas pela Rede de Saúde Mental/Proex, e formular a Política de Saúde Mental
da UFMG. Nessa política institucional, a saúde mental é entendida para além do
adoecimento e tomada como compromisso coletivo e responsabilidade de todos/as em
favor de uma cultura de acolhimento, inclusão e permanência qualificada. Os eixos
estruturantes da Política de Saúde Mental da UFMG: por uma universidade acolhedora
estão detalhados no Capítulo Desenvolvimento Institucional – item 4.1 Cidadania.
A UFMG oferece 14 cursos de Graduação nos diversos campos da saúde que visam à
formação geral, humanista, crítica, reflexiva e ética, de profissionais com capacidade para
atuar nos diferentes níveis de atenção à saúde, com responsabilidade social e compromisso
com a defesa da cidadania, da dignidade humana e da saúde integral do ser humano25 26
.
Os cursos da área da saúde estão distribuídos em sete Unidades Acadêmicas e têm ampla
inserção em atividades de atenção à saúde da população, especialmente nos

25
Programa Integração Docente: Ações formativas para as práticas pedagógicas. Cursos da Saúde. Profa. Crisitna
Alvim - Assessoria Especial da Área da Saúde. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8KJAbNAHPFA.
26
RESOLUÇÃO № 569 DE 8 DE DEZEMBRO DE 2017 do Conselho Nacional de Saúde. Disponível em:
https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2017/Reso569.pdf.
288

equipamentos da rede pública de saúde que representam importantes campos de prática


para os estudantes desses cursos. Na Tabela 22 estão detalhadas as vagas ofertadas
anualmente na UFMG pelos cursos da área da saúde. Na configuração atual, cerca de 24%
das vagas iniciais ofertadas na UFMG são destinadas a esses cursos.

Tabela 22 - Cursos de Graduação da área da Saúde – Número de vagas anuais

Curso Vagas Anuais

Biomedicina 40

Educação Física - Bacharelado 90

Enfermagem 96

Farmácia 212

Fisioterapia 75

Fonoaudiologia 50

Gestão de Serviços de Saúde 100

Medicina 320

Medicina Veterinária 120

Nutrição 72

Odontologia 144

Psicologia 132

Radiologia 80

Terapia Ocupacional 66

Total 1597

Fonte: Pró-Reitoria de Graduação UFMG.

Considerando o conceito ampliado de saúde proposto pela OMS, o SUS tem como
princípio a Integralidade. Para garantia desse princípio, como meio de concretizar a
saúde como uma questão de cidadania, é necessária uma estrutura gerencial integrada,
mas também uma gama de conhecimentos e experiências que podem ser reunidos a
partir do trabalho colaborativo entre os diversos atores envolvidos com o cotidiano das
pessoas. Além dos profissionais da área da saúde, profissionais de diversas áreas como
educação, direito, artes, humanidades, economia, gestão, arquitetura e engenharias
podem fazer a diferença para o sucesso da abordagem dos problemas relacionados ao
bem-estar dos indivíduos.
289

A Educação Interprofissional (EIP) é reconhecida como uma estratégia potente


para influenciar a formação de profissionais com habilidades para trabalhar em equipe de
forma a ampliar a visão e as soluções dos problemas de saúde das comunidades. Promover
articulações que favoreçam o encontro entre as diferentes formações é um desafio para os
cursos de Graduação, mesmo com afinidades no que se refere às suas Diretrizes
Curriculares Nacionais e ao perfil do egresso, e de Pós-Graduação devido a questões de
estrutura curricular, localização geográfica e falta de integração entre os próprios
docentes. Nessa direção, a EIP pode ser uma importante estratégia para a aproximação
docente e discente, permitindo a oportunidade de incluir de forma consistente aspectos
para uma formação por meio do aprimoramento pessoal na da troca de experiências27.
Desde 2001, podem ser observadas iniciativas de EIP na UFMG. Entre as mais
recentes, foi desenvolvida a atividade Educação Interprofissional na Atenção Básica
(EIP-AB) com temáticas relacionadas à comunicação interprofissional, papéis e
responsabilidades, trabalho em equipe e ética. O projeto de ensino EIP-AB, coordenado
por docentes da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional e da
Faculdade de Medicina, tem como objetivo promover o encontro e a experiência do
trabalho interprofissional entre discentes e docentes de diversos cursos de Graduação da
UFMG. Em 2022, foi criada pelo mesmo grupo a disciplina “Interprofissionalidade e
direito à saúde integral”, que faz parte da Formação Transversal em Direitos Humanos da
UFMG. Até o momento, participaram das atividades de EIP na saúde, discentes dos cursos
Biblioteconomia, Biomedicina, Direito, Enfermagem, Estatística, Farmácia, Fisioterapia,
Fonoaudiologia, Gestão em Saúde, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição,
Odontologia, Pedagogia, Psicologia, Relações Internacionais, Terapia Ocupacional,
Radiologia e Turismo. A ampla abrangência dos cursos envolvidos materializa a
compreensão da saúde como um direito humano e na perspectiva da integralidade. A
interação entre os estudantes tem o potencial de contribuir para a ampliação do conceito
de saúde, além de favorecer o desenvolvimento da competência colaborativa e
consequente impacto na segurança das pessoas e qualidade do cuidado em saúde.
Há décadas, a UFMG tem buscado consolidar um projeto de Pós-Graduação na
área da saúde que contemple a pluridisciplinaridade e ofereça uma formação abrangente
para docentes e pesquisadores, baseada em uma dimensão crítica e dinâmica, bem como

27
CASTRO, Paula Maria Machado Arantes de; GONTIJO, Eliane Dias; FERREIRA, Fabiane Ribeiro. Educação
Interprofissional: preparação para o trabalho colaborativo. Projeto de ensino. UFMG, 2023.
Proposta apresentada pelo Colegiado do curso de Graduação em Fisioterapia em resposta a CHAMADA
INTERNA EDITAL № 1411/2023/Prograd-GAB-UFMG - PROGRAMA PARA O DESENVOLVIMENTO DO
ENSINO DE GRADUAÇÃO – Pdeg.
290

abrigada sob o arco da saúde, da educação e da ciência. Atualmente, a Pró-Reitoria de


Pós-Graduação da UFMG contabiliza 22 cursos de Pós-Graduação stricto sensu e 25 cursos
de especialização na área de Ciências da Saúde. É característica desses cursos a atenção
aos modos que facilitam uma constante adaptação às mudanças exigidas pelo avanço do
conhecimento. A diversidade na concepção dos cursos, em um arco que inclui desde
programas mais disciplinares até programas claramente multidisciplinares, está
respaldada nos valores da excelência acadêmica e da sensibilidade social.
Unidades assistenciais de saúde vinculadas à UFMG, o Hospital das Clínicas, o
Hospital Risoleta Tolentino Neves, a UPA Centro-Sul e o Hospital Veterinário
desenvolvem a atenção à saúde de forma integrada e indissociável do ensino, da pesquisa
e da extensão, sendo reconhecidos pela excelência e relevância social. Os hospitais
universitários são campos de prática para os cursos de Graduação e Pós-Graduação
(residência, especialização, mestrado e doutorado) na área da saúde e áreas afins.
A UFMG oferece programas de Residência em Saúde (Residência Médica,
Residência Multiprofissional e Residência em Área Profissional da Saúde) no Hospital
das Clínicas (HC-UFMG), no Hospital Risoleta Tolentino Neves (HRTN), na Escola de
Enfermagem e no Hospital Veterinário. A Residência em Saúde constitui modalidade de
ensino de Pós-Graduação, destinada a profissionais de saúde, caracterizada por
treinamento em serviço. Nos termos do Estatuto e do Regimento Geral da UFMG, os
cursos de Residência serão regulamentados pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e
Extensão (Cepe). Para tal, a Reitora instituiu, em julho 2022, por meio da Portaria №
5794, uma comissão que apresentará proposta de regulamentação dos Programas de
Residência em saúde para avaliação deste Conselho. Os programas de residência em
saúde, de acordo com as especialidades ou áreas de atuação, e o número de vagas
ofertadas estão relacionados no Apêndice C.
A participação dos docentes na orientação e supervisão direta das atividades de
Ensino, Pesquisa e Extensão na Graduação e Pós-Graduação, incluindo a Residência,
nos hospitais é fundamental. Os docentes também contribuem significativamente para
a gestão e a organização das equipes profissionais, assim como para o aprimoramento
da qualidade da assistência prestada à população. Porém, ao longo dos anos, tem sido
observado um progressivo distanciamento dos hospitais universitários por parte dos
docentes, resultante de percepção de dificuldades para atuar e pouca valorização dessa
atuação em comparação com outras atividades acadêmicas. Soma-se a isso, o
desinteresse pela docência em regime de dedicação exclusiva, realidade comum aos
291

cursos de medicina das universidades federais no Brasil, explicada em parte pela


disparidade da remuneração e mercado de trabalho. Assim sendo, é imprescindível que
sejam estabelecidas políticas e ações que estimulem a atuação e a dedicação dos
docentes aos hospitais universitários, a serem desenvolvidas tanto pela Universidade
como pelos órgãos governamentais competentes.
A Universidade também presta assistência à população por meio das Clínicas
Odontológicas, vinculadas à Faculdade de Odontologia, reconhecidas pelo seu compromisso
com a segurança e a qualidade do cuidado ofertado. Os pacientes, encaminhados pelo SUS,
são acolhidos pelo Centro de Apoio, Seleção e Encaminhamento do Usuário (CASEU), que
realiza o registro e encaminhamento desses usuários para o atendimento odontológico de
acordo com suas necessidades, seja na atenção primária ou especializada.
As Unidades Acadêmicas que abrigam os cursos da área da saúde – Escola de
Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Escola de Enfermagem, Escola de
Veterinária, Faculdade de Farmácia, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas,
Faculdade de Medicina, Faculdade de Odontologia – também contam com diversos
projetos que envolvem a prestação de serviços de atenção à saúde e contribuem para a
formação de estudantes de Graduação, Pós-Graduação e para a formação continuada de
profissionais da área da saúde e afins.
Em geral, o conjunto das atividades de extensão desenvolvidas na UFMG
apresenta uma boa distribuição entre os campos do conhecimento. De acordo com
dados do Siex/UFMG, a Saúde é a área temática da extensão que apresenta o maior
percentual de atividades vinculadas, representando em torno de 33% das atividades
de extensão desenvolvidas na UFMG. A maioria dos programas, projetos e ações de
prestação de serviços são desenvolvidos simultaneamente ao ensino e à pesquisa.
Entre as propostas apresentadas pela Pró-Reitoria de Extensão (Proex) para o
período de 2024 a 2029, merecem destaque os esforços para continuidade, com
possibilidade de ampliação, das atividades de extensão que são desenvolvidas em
colaboração com o Sistema Único de Saúde: atividades de elaboração, desenvolvimento e
avaliação da política pública, assim como de capacitação de servidores públicos das
políticas de saúde nos âmbitos nacional, estadual e municipal. Além disso, busca-se, por
meio dessas atividades, fortalecer o diálogo entre a universidade, as políticas públicas de
saúde e os saberes populares tradicionais de cuidado e bem viver. Nesse sentido, é
importante ressaltar o fomento às atividades de extensão que atuam no acompanhamento
de setores diversos da população no que se refere aos efeitos da pandemia da covid-19 nos
292

processos educacionais e de trabalho. No âmbito das redes interdisciplinares vinculadas à


Proex, pretende-se nos próximo anos ampliar o compartilhamento e a produção de
práticas de promoção da saúde junto à educação básica por meio do fortalecimento da
Rede Saúde-Educação Básica, que reúne grupos, laboratórios, núcleos dos setores da
saúde e educação da UFMG para desenvolvimento de ações conjuntas.
No campo da pesquisa, a área da saúde abriga uma parcela expressiva dos
docentes da UFMG e é responsável por grande parte dos projetos de pesquisa, dos
recursos captados, dos doutores formados, dos artigos publicados e suas respectivas
citações, bem como das patentes geradas pela Universidade. No último decênio, as
publicações da UFMG em revistas internacionais voltadas para temas de Medicina e
Ciências da Saúde totalizaram 14 mil itens com 13 mil coautores da própria UFMG e de
mais de 200 instituições parceiras no Brasil e no exterior.
A pesquisa em saúde na UFMG destaca-se por um forte componente de
interdisciplinariedade, com destaque para temas como infecções e imunidade, doenças
crônicas e degenerativas, mobilidade física e biomecânica, economia da saúde e saúde
digital, que congregam pesquisadores de múltiplas áreas de formação e atuação. A
pesquisa em saúde também inclui programas transdisciplinares como o Centro de
Inovação em Inteligência Artificial para a Saúde, os Centros de Tecnologia em Vacinas,
Sistemas de Liberação Controlada de Fármacos, Terapias Avançadas e Medicina
Molecular, e a Unidade Farmavax, responsável pela inovação em medicamentos e
vacinas em parceria com empresas públicas e privadas, por meio da Empresa Brasileira
de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).
A UFMG tem investido esforços, permanentemente, na produção de um
conhecimento que impacte de modo plural sobre a sociedade. Com repercussões
nacionais e internacionais, o ensino, a pesquisa e a extensão na área da saúde estão
dedicados à formação de pessoas e ao desenvolvimento de um papel central na
inovação, na ampliação do conhecimento científico, tecnológico, social e cultural. As
universidades integram o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI),
e atuam como âncoras deste ambiente, que tem como tripé a transformação da
sociedade por meio da pesquisa, inovação e da ciência. Nos últimos anos, a partir de
recorrente incrementos nas políticas para inovação para a saúde, a UFMG alcançou
importantes resultados a partir do conhecimento gerado por sua comunidade
acadêmica. A disponibilização de tais resultados para a sociedade integra o esforço da
instituição em responder aos complexos desafios da área de saúde.
293

4.2.1 Estruturas de Apoio na Área da Saúde

4.2.1.1 Hospital das Clínicas

O Hospital das Clínicas da UFMG (HC) é um hospital de ensino, universitário,


público, geral, integrado ao SUS, reconhecido como hospital universitário de excelência.
O HC tem como missão desenvolver a assistência em saúde com eficiência, qualidade e
segurança, de forma indissociável e integrada ao ensino, à pesquisa e à extensão.
A história do Hospital das Clínicas se inicia em 1928, ano da fundação do Hospital
São Vicente de Paulo. Ao longo dos anos, outros hospitais foram implantados próximos à
Faculdade de Medicina sendo que, em 1955, o conjunto desses hospitais – Hospital São
Vicente de Paulo, Hospital São Geraldo, Instituto do Rádium, Hospital de Ginecologia –
recebeu o nome de Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina. Em 1986, o HC tornou-
se Órgão Suplementar, vinculado diretamente à Reitoria, oficializando sua desvinculação
administrativa da Faculdade. Em 2004, após ser transformado em Unidade Especial,
passou a ter voz e voto no Conselho Universitário, órgão de deliberação máxima da
UFMG. Nesse mesmo ano, foi certificado pelos Ministérios da Saúde (MS) e da Educação
(MEC) como Hospital de Ensino e, em 2005, foi assinado o convênio global com o Gestor
Municipal do SUS, caracterizado por democratização do acesso, ampliação da oferta de
serviços assistenciais e implantação de novos mecanismos regulatórios.
Desde 2013, o Hospital é gerido administrativamente pela Empresa Brasileira de
Serviços Hospitalares (Ebserh), empresa pública vinculada ao MEC, em função de
contrato de gestão especial firmado entre a UFMG e a Ebserh. Em 2022, por meio da
Portaria do Gabinete da Reitoria № 5242, foi instituído um grupo de trabalho,
composto por docentes e pesquisadores da UFMG, com objetivo de analisar, sob a ótica
quantitativa e qualitativa, o HC nas suas funções primordiais de ensino, pesquisa,
assistência/produção e gestão, considerando o período pré (antes de 2013) e pós Ebserh
(após 2013 - até 2022). Os resultados preliminares desse estudo foram apresentados ao
Conselho Diretor do HC em 08 de novembro de 2023 e ao Conselho Universitário da
UFMG em 23 de abril de 2024, constituindo etapa importante nos processos de
acompanhamento e avaliação do contrato UFMG/Ebserh.
O HC é um dos maiores prestadores de serviços de saúde de Minas Gerais,
prestando assistência a uma população de cerca de 500 mil pessoas por ano. O hospital
é referência no tratamento de patologias de média e alta complexidade, atendendo a 66
especialidades e subespecialidades oferecidas no SUS. Com uma área construída de mais
294

de 68 mil m², o Hospital das Clínicas possui 465 leitos ativos, sendo 79 deles de terapia
intensiva. Dispõe de uma estrutura de 09 prédios, incluindo o Hospital São Vicente de
Paulo, prédio principal onde estão localizadas as unidades de internação, e mais sete
anexos destinados aos procedimentos ambulatoriais e propedêuticas, além do anexo
Maria Guimarães, moradia dos médicos residentes.

Quadro 2 – Estrutura física e especialidades do Hospital das Clínicas

Hospital das Clínicas – Estrutura Física e Especialidades

Hospital São Vicente de Paulo: No prédio principal do Hospital das Clínicas estão localizados o
serviço de urgência e emergência, as unidades de internação, os centros cirúrgicos e obstétrico, as
unidades de terapia intensiva, o apoio diagnóstico e a administração geral.

Hospital São Geraldo: Anexo do Hospital das Clínicas, o Hospital São Geraldo abriga as áreas de
oftalmologia, otorrinolaringologia, fonoaudiologia e o CIEM -Centro de Investigação em Esclerose
Múltipla. Possui unidades de internação e serviço de urgência 24 horas.

Ambulatório Borges da Costa: Tombado pelo seu valor histórico e arquitetônico, o Hospital Borges da
Costa, abriga os serviços de oncologia, hematologia, cirurgia ambulatorial, quimioterapia e
endocrinologia (adulto). Abriga ainda os serviços de fisioterapia, terapia ocupacional e saúde mental.

Ambulatório Bias Fortes: Ambulatório policlínico, presta atendimento multidisciplinar nas áreas de
ortopedia, reumatologia, clínica médica, cardiologia, gastroenterologia clínica e
cirúrgica, pneumologia, cirurgia plástica, neurologia, psiquiatria, medicina do adolescente, urologia,
andrologia, nefrologia, neurocirurgia, clínica de dor, geriatria, transplantes. Abriga também o
Serviço de Atenção à Saúde do Trabalhador/UFMG e o Centro de Referência em Estudos de Saúde do
Trabalhador de MG.

Instituto Jenny de Andrade Faria: Inaugurado em abril de 2010, o Instituto Jenny de Andrade Faria
abriga os serviços de Assistência à Saúde do Idoso e da Mulher, além dos ambulatórios do Instituto
Alfa de Gastroenterologia. É referência no atendimento de Geriatria e atende às diversas
subespecialidades da ginecologia e obstetrícia (pré-natal, pré-natal de alto risco e medicina fetal,
oncologia ginecológica, videolaparoscopia, reprodução humana, mastologia, cirurgia ginecológica,
dor pélvica) dentre outras.

Ambulatório São Vicente: Atende às especialidades pediátricas nas áreas de gastroenterologia,


endocrinologia, febre reumática, nutrição, pediatria clínica e genética.

Anexo Osvaldo Costa: Referência em dermatologia para tratamento de hanseníase e úlceras de


pernas, atende casos de psoríase, vitiligo, linfomas cutâneos e outras doenças dermatológicas que
respondem à PUVAterapia.

Centro de Treinamento e Referência em Doenças Infecto Parasitárias (CTR – DIP Orestes Diniz):
O CTR-DIP funciona através de convênio mantido entre o HC-UFMG e a Secretaria Municipal de
Saúde e presta assistência a pessoas de todo o estado de MG, infectadas pelo HIV/AIDS, sendo
referência municipal e estadual nesse tipo de tratamento. Atende também às seguintes patologias:
doença de Chagas, hepatite, leishmaniose, toxoplasmose, dentre outras.

Anexo Maria Guimarães: Com capacidade para receber até 74 moradores, o Anexo Maria Guimarães,
moradia dos residentes, foi inaugurado em fevereiro de 1978. Recebe residentes médicos e
multiprofissionais, além de médicos de outros países com os quais o HC-UFMG mantém intercâmbio.

Fonte: Hospital das Clínicas da UFMG.


295

O HC é um hospital porta aberta com Pronto Socorro Clínico não-


traumatológico e possui convênio global com o gestor municipal do SUS. Em seu
serviço de urgência, são realizados quase 55 mil atendimentos por ano. Anualmente,
realiza também cerca de 20 mil internações, 400 mil consultas ambulatoriais e 1500
partos. O Hospital destaca-se como um dos maiores centros transplantadores do
Estado e realiza, pelo SUS, de maneira contínua, transplantes de coração, fígado, rim,
medula óssea e córneas. Na Tabela 23 estão descritos alguns dados de produção do HC
no ano de 2023.

Tabela 23 – Hospital das Clínicas da UFMG em números

Estudantes em atividades de ensino (em 2023) 2.637

Residentes (em 2023) 587

Programas de residência médica 62

Programas de residência multiprofissional 3

Programas de residência uniprofissional 1

Pesquisas desenvolvidas (entre 2013 e 2023) 1.984

Projetos de pesquisas (cadastrados em 2023) 205

Projetos de pesquisa por ano (média calculada para o período de 2013 a 2023) 198

Atividades de Extensão (em 2023) 435

Número de leitos 465

Consultas ambulatoriais (em 2023) 377.475

Exames (em 2023) 1.736.604

Internações (em 2023) 20.939

Cirurgias (em 2023) 24.043

Atendimentos de urgências – Pronto-socorro (em 2023) 53.656

Fonte: Hospital das Clínicas da UFMG.


296

No ensino, o HC é campo de prática para os cursos de Graduação e Pós-


Graduação (residência, especialização, mestrado e doutorado), da UFMG e de outras
universidades, na área da saúde e áreas afins. Conta com a participação ativa de alunos
de Graduação e Pós-Graduação no acompanhamento do atendimento direto a seus
pacientes. Conforme demonstrado no Gráfico 55, mais de 2.000 estudantes de
Graduação realizam suas atividades acadêmicas no HC, aprendendo em serviço e
contribuindo para a qualidade do atendimento oferecido. Os seguintes cursos de
Graduação da UFMG desenvolvem atividades de ensino em suas instalações:
Biomedicina, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Gestão de Serviços
de Saúde, Medicina, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Terapia Ocupacional e
Radiologia. Estima-se que 151 disciplinas, vinculadas a esses cursos, são ofertadas no
HC a cada semestre. Entre essas disciplinas, 56 são ofertadas para o curso de Medicina,
28 para o curso de Enfermagem, 23 para o curso de Fonoaudiologia, 13 para o curso de
Farmácia e as demais distribuídas entre os outros oito cursos.

Gráfico 55 – Número de estudantes da Graduação em atividade no HC por ano*

3000
2637
2500
2101
2000
1650

1500
1099
1000
557
500

0
2019 2020 2021 2022 2023

*Os anos de 2020 e 2021 correspondem ao período de redução de atividades presenciais em função da
pandemia de covid-19.
Fonte: Unidade de Gestão do Graduação, Ensino Técnico e Extensão/UGETE – HC UFMG

Atualmente, trabalham no complexo hospitalar 976 servidores públicos


vinculados à UFMG, 2092 empregados públicos contratados pela Ebserh ou cedidos à
empresa, 1252 terceirizados legais e 438 docentes da UFMG.
297

Cabe ressaltar a participação do HC no enfrentamento dos problemas de saúde


pública que afligem a população da região metropolitana de Belo Horizonte e do
estado Minas Gerais, como as recentes participações em as ações de mitigação de
epidemias. Como destaque, deves ser lembrada a pandemia de Influenza H1N1 (2009)
quando, com apoio da Prefeitura de Belo Horizonte, o HC destinou uma nova unidade
de terapia intensiva que se encontrava pronta, porém desativada, além leitos de
enfermaria e atendimento ambulatorial exclusivamente para o atendimento de
pacientes afligidos por esta condição. Na pandemia de covid-19, a despeito das
limitações estruturais e, sobretudo, da escassez de recursos humanos, o esforço da
alta gestão do HC, que contou com o suporte dos gestores públicos das diferentes
instâncias municipal, estadual e federal, permitiu a destinação de leitos exclusivos de
UTI e de enfermaria para atendimento de pacientes com Síndrome Respiratória
Aguda Grave.
A produção científica e formação de recursos humanos observadas durante a
pandemia de covid-19 foram bastante expressivos e envolveram várias unidades
que compõem o HC, em parceria com diversas instituições, como o Instituto René
Rachou (Fiocruz) e o Instituto Butantan (SP), e Unidades Acadêmicas da UFMG.
Diante desses exemplos, considera-se fundamental um olhar diferenciado para os
hospitais universitários pelos gestores de saúde das redes municipal, estadual e,
sobretudo, pelos órgãos federais competentes, que de forma direta ou indireta,
determinam e viabilizam as diretrizes e competências dos Hospitais Universitários
Federais. É importante que o HC se mantenha em condições para participação ativa
e de liderança regional nos enfrentamentos de problemas de saúde pública,
incluindo as epidemias/pandemias, ampliando sua capacidade de atendimento à
população e incentivando as atividades de ensino e pesquisa e formação de recursos
humanos na instituição.
Atendendo a seus objetivos de produzir conhecimento e formar recursos humanos
para a saúde, na área da pesquisa, o Hospital tem uma média de 198 projetos aprovados
anualmente (média calculada para os últimos 10 anos, conforme dados apresentado no
Gráfico 56). Além disso, conta com o Centro de Pesquisa Clínica (CPC - HC), que
desenvolve estudos clínicos, envolvendo a avaliação de novos fármacos e realização de
ensaios de bioequivalência, de forma independente e prioritária, para atender as
necessidades da saúde pública brasileira e do SUS (Gráfico 57). O CPC-HC é atualmente
referência em pesquisas clínicas e um dos centros mais avançados do país,
298

contribuindo para que o HC seja referenciado pela excelência em pesquisa, formação e


ensino. A unidade conta com espaços específicos dedicados à execução dos projetos,
incluindo farmácia própria, área de coleta, guarda, processamento e envio de amostras
biológicas para laboratórios internacionais, além de consultórios desvinculados da
área de assistência.

Gráfico 56 – Pesquisas acadêmicas aprovadas para desenvolvimento no HC por ano

250
223
206 212
199 202 205
193 195 199
200 187 182
169 175
156 154 154
146
150

100

50

0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023

Fonte: HC/UFMG

Gráfico 57 – Pesquisas Clínicas desenvolvidas no Centro de Pesquisa Clínica HC/UFMG-Ebserh

Fonte: Centro de Pesquisa Clínica


299

4.2.1.1.1 Unidade e-Saúde do HC-UFMG

A Unidade e-Saúde do HC-UFMG, em parceria com a UFMG e outras


universidades, tem como objetivo desenvolver e utilizar ferramentas tecnológicas para
reduzir barreiras geográficas, econômicas e culturais de acesso da população a serviços
de saúde de qualidade, por meio de suporte aos profissionais de saúde, especialmente
em regiões remotas e pouco assistidas. Para cumprir tal objetivo, o e-Saúde realiza
pesquisas e atividades de teleassistência e tele-educação e, ainda, desenvolve
sistemas de suporte à decisão e outras tecnologias que contribuem para o
aprimoramento da qualidade do cuidado. Entre essas atividades destaca-se o
Telediagnóstico em eletrocardiografia. O e-Saúde oferece adicionalmente sistema de
teleconsultorias em outras 26 especialidades médicas e em odontologia, que tem
grande impacto na Atenção Primária à Saúde, sendo essencial para a resolutividade do
Programa de Saúde da Família com redução de até 70% nos encaminhamentos à
atenção secundária em algumas especialidades.

4.2.1.1.2 Residências em Saúde

Entre as atividades voltadas para a formação de profissionais desenvolvidas no


HC, é importante destacar os programas de residência em saúde. Os primeiros
programas de residência médica da UFMG foram criados ainda na década de 1960,
sendo inicialmente vinculados à Faculdade de Medicina. Paulatinamente, esses
Programas foram associados à Pós-Graduação (inicialmente como stricto sensu) e aos
departamentos da Faculdade. A partir de 1976, o HC se tornou órgão suplementar da
Universidade e, no final daquele ano, foi criada a Coordenação de Residência Médica e
Estágios (Coreme), órgão, desde então, responsável pela coordenação dos programas
de residência. Em 2009, a UFMG aderiu ao chamado do MEC para que os hospitais de
ensino do país apresentassem proposta para a implantação da Residência Integrada
Multiprofissional em Saúde e criou o Programa de Residência Multiprofissional em
Saúde do HC-UFMG.
Atualmente, são oferecidos no Hospital das Clínicas: 62 Programas de Residência
Médica, com entrada de 232 residentes por ano, 1 Programa de Residência
Uniprofissional em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, com 2 residentes por
ano, e 3 Programas de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde, envolvendo oito
áreas profissionais da saúde – Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia,
Nutrição, Psicologia, Odontologia e Terapia Ocupacional –, com entrada de 35 residentes
300

por ano. O corpo docente da UFMG exerce importante papel tanto na função de
preceptoria nas atividades rotineiras de residentes quanto na coordenação de diversos
desses programas. Os programas de residência em saúde e o quantitativo de vagas
ofertadas pelo HC estão descritos nas tabelas 48, 49, 50, 51 e 52 (Apêndice C).
Além desses programas de residência, o HC é importante campo de prática para o
curso de especialização – modalidade residência em Enfermagem Obstétrica, vinculado à
Escola de Enfermagem da UFMG (Tabela 56, Apêndice C). O Programa, criado em 2013,
oferece 12 vagas anualmente e tem atividades desenvolvidas na Atenção Primária a
Saúde, nos municípios de Belo Horizonte e Sabará, e em três instituições hospitalares:
Hospital das Clínicas da UFMG (ambulatórios Borges da Costa e Jenny Faria), Hospital
Risoleta Tolentino Neves e Hospital Sofia Feldman (Saúde Sexual e Reprodutiva).

4.2.1.2 Hospital Risoleta Tolentino Neves

O Hospital Risoleta Tolentino Neves (HRTN) é o único pronto-socorro da região


norte de Belo Horizonte, reconhecido pela assistência ao trauma, às doenças clínicas,
cirúrgicas, neurológicas e vasculares de média e alta complexidade e também na
assistência às gestantes de alto, médio e risco habitual. Principal referência hospitalar
para cerca de 1.500.000 habitantes do eixo Norte de Belo Horizonte e Região
Metropolitana, o HRTN dedica-se exclusivamente à prestação de serviços para os
usuários do Sistema Único de Saúde – SUS, destinando 100% (cem por cento) de seus
leitos à internação para o sistema público.
No ano de 2006, por intermédio da Secretaria de Estado de Saúde, foi
celebrado convênio entre Universidade Federal de Minas Gerais e o Estado de Minas
Gerais que definiu o gerenciamento do HRTN pela Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG) e pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep). No
referido instrumento, ficou estabelecido que a Fundep passaria a se responsabilizar
pela gestão administrativo-financeira do Hospital. A UFMG ficou responsável pelo
desenvolvimento das atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão no âmbito do HRTN.
O hospital foi descentralizado para a gestão municipal em janeiro de 2012, onde
foi celebrado um contrato entre a Fundep e o Município de Belo Horizonte, por
intermédio da Secretaria Municipal de Saúde, para a prestação e a expansão da oferta de
serviços e melhoria da qualidade de atendimento de saúde, em caráter hospitalar,
ambulatorial, apoio diagnóstico e terapêutico aos usuários do SUS, e em caráter eletivo
de urgência/emergência, visando à garantia da atenção integral à saúde dos usuários do
301

SUS-BH. No tocante à execução das atividades assistenciais, a gestão é encabeçada pelo


Diretor Geral indicado pela Faculdade de Medicina da UFMG juntamente com a
Diretoria Técnico-Assistencial que trabalham no sentido do aprimoramento da
assistência prestada pelo HRTN.

Figura 6 – Linha do tempo: Gestão do Hospital Risoleta Tolentino Neves

• Criação pela SES/MG para atuar como unidade de referência hospitalar


para trauma no Eixo Norte da RMBH.
1998

• Gerenciamento pela Fhemig com funcionamento parcial do Pronto Socorro


e leitos de Clínica Médica.
Até maio
de 2006

• Discussões SMSA/BH e SES/MG para definição do perfil e papel do HRTN


na Rede: Hospital Geral e de Ensino com PS, porta aberta para trauma;
1º semestre Linhas do Cuidado Clínico, Cirúrgico e Intensivo.
de 2006

• Celebração de Convênio com a SES/MG e início da gestão UFMG/Fundep.


Junho de
2006

• Implantação da Linha do Cuidado Materno Infantil (MATERNIDADE)


Agosto
de 2007

• Descentralização com a celebração de Contrato de Gestão com o município


de Belo Horizonte.
Janeiro
de 2012

Fonte: Hospital Risoleta Tolentino Neves.

O HRTN conta com 2.400 trabalhadores em uma estrutura composta por 420
leitos em um edifício de 6 andares, conta com duas portas de urgência, o Pronto-
Socorro e a Maternidade, realiza uma média mensal de 7.000 atendimentos de
urgência/emergência, 1.500 internações, 2.500 consultas ambulatoriais, 450 cirurgias,
220 partos, com uma taxa de cesárea de 24% (a menor taxa de cesárea de Belo
Horizonte e do estado de MG), 51.250 exames laboratoriais e 10.000 exames de imagem.
302

Além disso, possui uma taxa de ocupação global média superior a 90%, chegando a
100% nas unidades de internação clínicas, e uma média global de permanência de 8 dias.
O HRTN é hospital de ensino, cadastrado pelo MEC, recebendo cerca de 1.700
alunos dos cursos da área de saúde da UFMG e aproximadamente 300 residentes de outras
instituições, por ano. Possui oito programas de residência médica e multiprofissional
próprios, sendo eles: residência médica em Clínica Médica; residência médica em Cirurgia
do Trauma; residência médica em Neurologia; residência médica em Medicina paliativa;
residência médica em Medicina Intensiva; residência médica em Ortopedia; residência
multiprofissional de Saúde do idoso; residência multiprofissional de Enfermagem na
urgência, intensivismo e trauma. Os programas de residência médica e multiprofissional e
o quantitativo de vagas ofertadas estão descritos nas tabelas 53, 54 e 55 (Apêndice C).
O Hospital conta com modelos de assistência, ensino e gestão articulados com a
rede do SUS, organizados a partir das necessidades de saúde dos usuários e
comprometidos com uma administração eficiente e sustentável. O modelo institucional
existente busca construir e consolidar uma estreita vinculação entre o processo
assistencial iniciado a partir do Pronto Socorro com a continuidade da assistência
através das Linhas de Cuidado (Clínico, Cirúrgico, Intensivo e Materno-Infantil).

4.2.1.3 Hospital Veterinário

O Hospital Veterinário (HV) é Órgão Complementar da Escola de Veterinária da


UFMG em que se desenvolvem atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão com
atendimento à comunidade externa à Universidade. Dispõe de instalações próprias,
anexas à Escola de Veterinária e comuns ao Departamento de Clínica e Cirurgia
Veterinárias, localizadas no Campus da Pampulha da UFMG. O Hospital Veterinário
compreende os setores/especialidades: clínica médica de pequenos animais (caninos e
felinos), clínica e cirurgia de animais silvestres, cirurgia de pequenos animais,
ortopedia, oftalmologia, oncologia, neurologia, dermatologia, nefrologia, cardiologia,
odontologia, endocrinologia, endoscopia, banco de sangue, clínica médica de equinos,
clínica médica de ruminantes, cirurgia de grandes animais, laboratórios de patologia
clínica e patologia veterinária, Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e setor de
diagnóstico por imagem (ultrassom e radiologia), setor de enfermagem e setor de
farmácia. Fazem também parte da estrutura hospitalar, os setores administrativo,
secretaria, recepção, tesouraria, telefonia, farmácia, central de amostras, informática
(TI), manutenção e assistência social.
303

A estrutura física do Hospital Veterinário abriga: consultórios de clínica geral e


especialidades, bloco cirúrgico de pequenos animais com canil e gatil de internação,
internação da clínica médica de pequenos animais, UTI, galpões de grandes animais
(ruminantes e equinos), galpão de reprodução e obstetrícia de grandes animais, laboratório
de reprodução, bloco cirúrgico de grandes animais, piquetes, setor de radiologia, sala de
necrópsia. O Hospital Veterinário desenvolve intensa rotina de atendimento à comunidade,
abrangendo pequenos, médios e grandes animais. A maior casuística é de cães e gatos,
seguidos de equinos, pequenos ruminantes e bovinos. Além destes, ressalta-se também o
atendimento de animais silvestres e exóticos que tem uma demanda crescente.
Anualmente o Hospital Veterinário realiza 35.000 atendimentos para pequenos e grandes
animais que compreendem consultas, cirurgias, exames de imagem e laboratoriais.
O Hospital constitui ainda o principal laboratório de ensino para os estudantes
de Graduação, pois provê infraestrutura para a oferta de atividades práticas de 27
disciplinas do curso de Graduação em Medicina Veterinária e do Programa de Pós-
Graduação em Ciência Animal, bem como, desenvolvimento de atividades de pesquisa
e extensão, inclusive com intensa prestação de serviços à comunidade. Além disso,
oferece apoio aos programas de educação continuada e de aprimoramento discente,
através de cursos de atualização e de aperfeiçoamento, garante a ministração do
ensino médico da Medicina Veterinária, a realização da Residência Integrada em
Medicina Veterinária e apoia programas de desenvolvimento institucional. As áreas de
concentração do Programa de Residência Integrada em Medicina Veterinária e o
número de vagas ofertadas estão descritos na Tabela 57 (Apêndice C).
O Hospital Veterinário exerce papel social na prestação de serviços à
comunidade por meio de diversos projetos como: “Projeto Castração de cães e gatos”,
“Projeto Animais Campi”, “Projeto obesidade” e “Projeto epilepsia”, dentre outros.
Além disso, o HV dispõe de serviço de assistência social por meio de uma servidora
que atua especificamente no acolhimento e avaliação de tutores em situação de
carência financeira, buscando viabilizar o atendimento médico veterinário dos seus
animais. O Hospital Veterinário também atua junto a outros órgão públicos, prestando
serviços médicos veterinários para a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e para a
Empresa Vale S/A por meio de contratos firmados. Em relação ao contrato com à
Empresa Vale S/A, o HV realiza prestação de serviços de atendimento médico
veterinário a diversas espécies animais que foram afetadas nas áreas evacuadas e
atingidas pelo rompimento de barragens.
304

Unidade de Pronto-Atendimento Centro-Sul (Upa Centro-Sul)


A UPA Centro-Sul é uma importante unidade de referência para atendimento de
urgência e emergência no município de Belo Horizonte, além de campo privilegiado
para extensão e qualificação das atividades de ensino e pesquisa. É gerida pela UFMG,
por meio de convênio entre a Prefeitura de Belo Horizonte e a Fundep.
No ano de 2023, a Unidade completou 15 anos de funcionamento e alcançou mais
um recorde histórico no número de atendimentos. Foram realizados 73.008 atendimentos,
com média diária de 202,8 atendimentos, atingindo picos nos meses em que houve
aumento dos casos devido maior circulação do vírus SARS-CoV-2. Em relação às atividades
de ensino e pesquisa, em 2023 a UPA Centro-Sul recebeu um total de 492 estagiários, sendo
31 residentes e 461 estudantes de cursos de Graduação em diversas áreas da saúde.

Objetivo Geral

Ampliar e qualificar as ações de Ensino, Extensão e Pesquisa desenvolvidas na


área da saúde, no âmbito da UFMG, reconhecendo a saúde como direito humano
essencial e contribuindo para a construção e implementação de políticas públicas de
saúde e para o fortalecimento do SUS.

Objetivos específicos (Metas)

• Contribuir para a produção de conhecimento e para a formação de


pessoas que atuem na promoção do bem-estar e no cuidado com a saúde,
por meio da integração de diferentes áreas de conhecimentos e
articulação com diversos saberes .
• Promover atividades de Ensino, Extensão, Pesquisa e Inovação que
articulem diferentes áreas do conhecimento, buscando responder às
demandas da sociedade relacionadas à saúde.
• Desenvolver, nos hospitais universitários e clínicas-escola, a atenção à
saúde com eficiência, qualidade e segurança e de forma indissociável e
integrada com o Ensino, a Pesquisa e a Extensão.
• Fortalecer as parcerias da UFMG com a rede de atenção à saúde do SUS,
em níveis local, regional e nacional.
• Fomentar iniciativas que contribuam para a Educação Interprofissional.
• Investir no fortalecimento da noção do eixo saúde, ciência e educação
como direito essencial.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029
305

Ações/Ano 1 2 3 4 5
1. Contribuir, no âmbito de competências institucionais, para
implementação de melhorias na infraestrutura e nas condições
de trabalho nos hospitais de ensino com foco na assistência e
nas ações de Ensino, Extensão e Pesquisa.

2. Apoiar ações que contribuam para que os hospitais


universitários atinjam sua plena capacidade de atendimento.

3. Desenvolver estratégias para que os hospitais de ensino e as


clínicas-escola possam desenvolver ações integradas, a partir
da atuação em rede.

4. Fomentar parcerias entre as Unidades Acadêmicas e os


hospitais de ensino, visando o desenvolvimento de projetos que
gerem oportunidades de aprendizagem para os trabalhadores
desses hospitais.

5. Promover, junto com as unidades acadêmicas, a discussão e o


planejamento do fluxo de estudantes nos hospitais de ensino
para melhor acolhimento e atendimento desses estudantes.

6. Ampliar a discussão entre as diversas instâncias institucionais e


estabelecer diretrizes para ações de fomento à inserção dos
docentes, especialmente os das áreas de saúde e em dedicação
exclusiva, no cotidiano dos Hospitais, para além das suas
atividades específicas de ensino, estendendo à sua participação
nas atividades assistenciais e administrativas.

7. Regulamentar, junto à Pró-Reitoria de Pós-Graduação, as


atividades dos programas de residência em saúde vinculados
aos hospitais ligados à UFMG.

8. Estruturar política de valorização da atuação docente na


preceptoria das residências em saúde.

9. Estimular a criação de novos programas de residência em saúde


nos hospitais ligados à UFMG, ampliando sua abrangência e as
possibilidades de formação de profissionais da área da saúde.

10. Promover canais periódicos e formais de discussão com as


Unidades Acadêmicas e os Hospitais, focados no
aprimoramento dos programas de residência em saúde.

11. Fortalecer e apoiar a realização de projetos de extensão nos


hospitais e clínicas-escola da UFMG com contribuições à
comunidade atendida nesses equipamentos.

12. Fomentar atividades de pesquisa desenvolvidas no âmbito dos


hospitais de ensino, nas suas diferentes áreas e especialidades,
com vistas ao desenvolvimento de tecnologias em saúde, à
formação de pessoas e ao estímulo da inserção docente nesses
hospitais.
306

Ações/Ano 1 2 3 4 5
13. Estimular a ampliação dos campos de estágio e de mobilidade
nacional e internacional nos hospitais de ensino.

14. Ampliar a integração e o acesso dos hospitais de ensino nos


sistemas e aplicativos da UFMG.

15. Dar continuidade e aprimorar os processos de avaliação e


monitoramento do contrato UFMG/Ebserh para gestão do
Hospital das Clínicas.

16. Dar prosseguimento, fomentar e fortalecer a discussão sobre a


ampliação e a qualificação da oferta de campos de estágio para
os cursos da saúde, articulando redes de diálogo internas à
UFMG e da Universidade com as redes municipal e estadual de
saúde.

17. Estimular e apoiar a criação e a consolidação de ações que


favoreçam a Educação Interprofissional.

18. Ampliar e consolidar as atividades de Extensão desenvolvidas


em colaboração com o SUS, incluindo atividades de elaboração,
desenvolvimento e avaliação da política pública e de capacitação
de servidores públicos envolvidos nas políticas de saúde, nos
âmbitos nacional, estadual e municipal.

19. Ampliar o compartilhamento e a produção de práticas de


promoção da saúde junto à educação básica por meio do
fortalecimento da Rede Interdisciplinar Saúde-Educação
Básica, vinculada à Proex.

20. Investir no combate a desinformação, estimulando a divulgação


científica, em consonância com a política institucional, e
fortalecendo a ciência, bem como promovendo atividades de
formação regulares sobre o tema.

4.3 Ambiente e Sustentabilidade

Ambiente e Sustentabilidade se configuram como desafios centrais a serem


abordados pela humanidade nas próximas décadas. Nesse preciso momento da história
da civilização humana, emerge uma consciência de que processos potencialmente
irreversíveis de degradação dos biomas terrestres podem, no curso deste século que se
inicia, reduzir expressivamente a capacidade dos ecossistemas para sustentar a vida –
assim limitando os cenários possíveis de futuro da espécie humana àqueles que
configuram uma crescente escassez e uma redução do potencial de bem-estar das
gerações dos próximos séculos. Tal consciência se traduz, por exemplo, na enunciação
307

das 17 “Metas para o Desenvolvimento Sustentável”, formuladas pelo Programa das


Nações Unidas para o Desenvolvimento. Essas metas constituem uma agenda ambiciosa
das Nações Unidas, para ser desenvolvida de 2016 a 2030, e essencialmente reconhecem
a interconexão de uma diversidade de fatores que atuam como causa e como força
motriz para a degradação ambiental que é preciso deter.
As metas, então, se desdobram em temas tais como a proteção à vida nos mares e
a reversão da mudança climática, passando pela geração de energia limpa e construção
de cidades sustentáveis, desenvolvimento de uma agricultura de baixa emissão de
carbono, e não descuidando de questões como a redução da desigualdade, o fim da
pobreza, o fim da fome. As universidades, em todo o mundo, podem exercer importante
protagonismo na articulação de esforços no âmbito da agenda ambiental. Destacam-se
as tarefas de geração de conhecimento a respeito das múltiplas dimensões da questão;
de formação dos especialistas dos mais diversos campos que sejam capazes de lidar de
forma interdisciplinar com esses complexos desafios; de estruturação de sistemas de
educação ambiental para o público em geral; tarefas estas para cuja consecução as
universidades se fazem indispensáveis.
Entendendo a importância de seu posicionamento institucional, a UFMG
contempla neste PDI o tópico do Ambiente e Sustentabilidade como um dos itens
listados neste capítulo de Desenvolvimento Institucional – que delineia o núcleo da
agenda de transformações institucionais a serem conduzidas nos próximos anos.
Trata-se de articular as ações, nas diversas esferas da atividade acadêmica – o ensino, a
pesquisa, a extensão – de forma a explorar as sinergias que se configuram e que a
complexidade do tema requer.
A Universidade tem buscado alternativas em vista da eficiência energética de
seus campi, mobilizando esforços para captar recursos e concretizar as ações de
sustentabilidade na instituição. Entre as ações previstas, destacam-se o incentivo e a
visibilidade atribuída a projetos de proteção ambiental, economia de energia, economia
e reuso de água, e outros relacionados à sustentabilidade com o objetivo de promover a
pesquisa na área de geração e eficiência da energia. Visando estimular o
desenvolvimento científico e tecnológico nas áreas de geração e gestão da energia
elétrica, são previstas novas instalações de unidades distribuídas de geração e
armazenagem de energia nos campi da UFMG, baseadas em energia solar fotovoltaica;
microturbinas a gás natural operando em cogeração qualificada; e armazenamento de
energia em bancos de baterias. As características dos campi quanto à distribuição das
308

edificações e sua conexão à rede da concessionária de energia, combinada às unidades


distribuídas de geração e armazenagem, configuram naturalmente uma minirrede de
energia, cuja supervisão e gerenciamento é previsto ao final deste PDI.
Além disso, é preciso transbordar os limites tradicionais da atividade acadêmica,
construindo um sistema de abordagem da questão ambiental que se configure, e seja
percebido, como uma atitude institucional. Assim, é preciso que a organização de todos
os aspectos da vida nos campi da UFMG seja pensada para tratar, em grau crescente, de
questões tais como: a captação, conservação e uso sustentáveis da água e da energia, a
destinação de resíduos e rejeitos, a interação da comunidade com a vegetação, a fauna, o
solo e os recursos hídricos – não apenas adequando procedimentos, mas principalmente
construindo um padrão atitudinal que se transforme em uma referência, tanto para os
membros de sua comunidade interna quanto para a sociedade.
A seguir, é esboçada uma agenda de objetivos e ações a serem desenvolvidos nas
diversas esferas de atuação da UFMG, visando constituir esse posicionamento
institucional.

Objetivo Geral

Constituir uma “Agenda UFMG para o Ambiente e Sustentabilidade”, integrando as


diversas áreas, os diversos órgãos e setores da Instituição, visando tornar a UFMG
um referencial sobre a questão ambiental para a sociedade, tanto na produção de
conhecimento e formação de pessoas quanto na prática cotidiana de seu
funcionamento.

Objetivos específicos (Metas)

• Fortalecer a participação da UFMG na discussão das políticas nacionais e


estaduais para a pesquisa científica e tecnológica.
• Garantir uma presença significativa da temática ambiental no universo
do ensino de Graduação na UFMG, que assegure que todos os egressos
sejam cidadãos bem-informados sobre tal temática, e que exista a
possibilidade, em todos os currículos, de que o estudante obtenha um
aprofundamento de estudos sobre o tema, em conexão com seu campo
de formação;
• Estimular a convergência de esforços inter e transdisciplinares, no
âmbito dos programas de Pós-Graduação, visando à produção de
conhecimento sobre a temática ambiental em suas diferentes
dimensões, em articulação com a preparação de pessoas, nos níveis de
mestrado e de doutorado, capacitadas a tratar de maneira abrangente
essa temática;
309

Objetivos específicos (Metas)

• Intensificar e expandir ações que visem a educação ambiental articulada


com o uso e o conhecimento dos espaços da UFMG;
• Incentivar a expansão do número, do alcance e da abrangência de
projetos e programas de extensão voltados para a questão ambiental,
garantindo a articulação destes com as dimensões do ensino de
Graduação e de Pós-Graduação e com a pesquisa;
• Incentivo a ações que visem o apoio à produção familiar com fomento à
produção agroecológica com fomento a produção agroecológica e de
baixa emissão de carbono;
• Garantir que a questão ambiental esteja presente na pauta diária da
Universidade, de forma visível e permeando todas as ações: uso racional
dos recursos naturais, logística, gestão adequada dos resíduos,
atendimento a legislação, compras sustentáveis, proteção à fauna e flora
dos campi, dentre outras;
• Mobilizar a comunidade interna da UFMG para o seu engajamento na
questão do ambiente e sustentabilidade, tanto no que diz respeito ao
funcionamento cotidiano da Instituição quanto junto à sociedade em geral;
• Buscar alternativas em vista da eficiência energética de seus campi,
mobilizando esforços para captar recursos e concretizar as ações de
sustentabilidade na Universidade;
• Estimular o desenvolvimento científico e tecnológico nas áreas de
geração e gestão da energia elétrica;
• Expandir a instalação de unidades distribuídas de geração e
armazenagem de energia nos campi da UFMG, baseadas em diferentes
tecnologias, a saber: solar fotovoltaica; microturbinas a gás natural
operando em cogeração qualificada; e em armazenagem de energia
elétrica em bancos de baterias;
• Implantar uma plataforma de estudo e investigação pela aplicação de
tecnologias de alto nível na geração, distribuição, supervisão,
gerenciamento de carga, e controle da minirrede;
• Estruturar os campi da universidade como laboratórios de pesquisas
sobre ambiente e sustentabilidade, atendendo às diversas áreas de
interesse acadêmico e social;
• Reduzir gastos com energia elétrica através de melhoria da eficiência das
cargas, da geração própria de energia, emprego de armazenadores de
energia, além de buscar fornecer subsídios para formulação,
implantação e monitoramento de ações de eficiência energética;
• Migrar gradualmente as unidades acadêmicas da Universidade para o
mercado livre de energia, assegurando o consumo de energia elétrica
proveniente apenas de fontes renováveis e reafirmando o compromisso
da instituição com a sustentabilidade e com o consumo consciente.
310

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5
1. Garantir a presença de um conjunto coerente de atividades
acadêmicas voltado para a questão ambiental em todos os
currículos de Graduação.

2. Ofertar formações complementares ou transversais, disponíveis


para estudantes de todas as áreas, que possibilitem uma
compreensão aprofundada da questão ambiental, em sua
articulação com temáticas tais como: ecologia, sistemas
produtivos, segurança alimentar, pobreza e desigualdade,
tecnologias, cidades sustentáveis, energias limpas, uso da água,
mudança climática, e outros.

3. Garantir a oferta regular de eventos que discutam a questão


ambiental no elenco de atividades dirigidas ao público da
Graduação.

4. Articular esforços de pesquisa na temática ambiental,


desenvolvidos no âmbito de diferentes programas de Pós-
Graduação através das ações do Programa Institucional de
Internacionalização da UFMG, no tema da “Sustentabilidade,
Manejo de Risco e Governança”, que se desdobra nos projetos:
(i) Desenvolvimento, Inclusão e Exclusão; (ii) Mudanças
Climáticas; (iii) Fronteiras e Migrações; (iv) Sustentabilidade de
Cidades e Territórios; (v) Recursos Naturais com Ênfase em
Biodiversidade e Meio Ambiente; e (vi) Energia.

5. Envolver os programas de Pós-Graduação na oferta sistemática


de eventos dedicados à discussão da temática ambiental e
destinados ao público interno e externo.

6. Articular fóruns ou redes que visem aproximar as atividades de


pesquisa de diferentes grupos que lidam com a questão
ambiental nas diversas áreas do conhecimento.

7. Articular a existência perene de uma rede temática voltada para


a questão ambiental, a partir de experiências como o Programa
Participa UFMG – Mariana, o Projeto Brumadinho UFMG e o
Projeto Manuelzão.

8. Expandir a realização de eventos em espaços da UFMG que se


articulem com a questão ambiental, a exemplo de: Domingo no
Campus, Festival de Inverno, Semana do Servidor, e outros,
incluindo a expansão do programa de feiras agroecológicas e de
economia solidária nos campi.
311

Ações/Ano 1 2 3 4 5
9. Fomentar projetos de interação com produtores rurais
relacionados à proteção do ambiente e à produção
agroecológica.

10. Praticar, de forma ampla, sistemática e visível, a coleta seletiva


e a reciclagem de resíduos em todas as instalações da UFMG.

11. Elaborar programas de proteção e recuperação dos corpos


hídricos e nascentes existentes nos campi.

12. Estabelecer protocolos organizacionais para garantir a


capilaridade das ações ambientais em toda a Universidade.

13. Garantir que as fazendas da UFMG adotem práticas sustentáveis


em seu funcionamento.

14. Divulgar, junto à comunidade interna, a legislação pertinente


em relação aos resíduos, efluentes e impactos diversos
provocados pela atividade acadêmica (pesquisa, fluxo de
pessoas, laboratórios, resíduos diversos).

15. Divulgar, de maneira integrada, o conjunto das ações relativas


ao ambiente e sustentabilidade que já estejam em curso, ou já
ocorram de maneira rotineira.

16. Planejar políticas de engajamento da comunidade interna em


questões tais como: economia de água, economia de energia,
geração de lixo, manutenção de instalações, a partir da
divulgação de dados e de indicadores a respeito dessas questões.

17. Sensibilizar todos os setores da Universidade quanto ao


compromisso ambiental da UFMG e aos procedimentos que tal
compromisso implica.

18. Incentivar e dar visibilidade a projetos de proteção ambiental,


economia de energia, economia e reuso de água, e outros
relacionados à sustentabilidade.

19. Conhecer, proteger e divulgar a biodiversidade do Campus.

20. Expandir as unidades distribuídas de geração e armazenagem


de energia nos campi universitários, baseadas em energia solar
fotovoltaica; microturbinas a gás natural operando em
cogeração qualificada; e armazenagem de energia elétrica em
bancos de baterias.

21. Reduzir o consumo de energia elétrica através de seccionamento


programado de cargas e da expansão do programa de geração
própria de energia, visando uma maior eficiência energética e
sustentabilidade dos campi universitários.
312

Ações/Ano 1 2 3 4 5
22. Implantar e gerir um sistema de supervisão e controle de
energia elétrica no campus Pampulha, através da aplicação de
tecnologias de alto nível na gestão sustentável dos recursos
distribuídos implantados;

23. Migrar as unidades acadêmicas da Universidade para o mercado


livre de energia, garantindo um gerenciamento energético
sustentável dos campi por meio do consumo de energia elétrica
proveniente apenas de fontes renováveis;

24. Abrir para a comunidade visitante acesso às ações sustentáveis


conduzidas pela Universidade, assim como visitação às
unidades de geração e supervisão;

25. Dar continuidade ao programa de eficiência energética, por meio


do monitoramento de geração e consumo, segregação de carga,
substituição de lâmpadas e luminárias por alternativas mais
eficientes e de aumento da geração distribuída sustentável.

4.4 Internacionalização

Bases Conceituais

Instituições universitárias encontram-se hoje presentes em praticamente todos


os países. Não obstante toda uma diversidade de modelos institucionais e de formas de
se relacionar com as suas respectivas sociedades, tal diversidade de instituições adere a
uma identidade comum que se convencionou chamar Universidade. Essas instituições,
via de regra, encontram-se entre os bens mais valiosos de cada povo, por uma
variedade de motivos que vão do fato de que estas desempenham a tarefa de formar a
juventude para o exercício das funções de maior complexidade, passam pela geração de
conhecimento aplicável ao desenvolvimento dos processos produtivos e ao
aperfeiçoamento dos sistemas de organização da sociedade, e muitos mais. Cabe aqui
destacar um desses motivos, que assume particular importância na medida em que é
estruturante de todos os demais: é por meio da sua universidade que uma sociedade
obtém acesso a toda a herança do conhecimento acadêmico e científico sistematizado,
construído coletivamente e descentralizadamente pela humanidade ao longo dos
séculos e propagado para o futuro por meio dessas instituições.
Cumprir tal função requer não apenas, de partida, colocar em cena um arranjo de
estrutura física e de equipes de pessoas desenvolvendo os papéis que remetam a uma
313

lembrança do que seria uma universidade. A adesão de uma instituição à identidade de


universidade requer, fundamentalmente, o estabelecimento de vínculos com o sistema
mundial de universidades, colocando em funcionamento os mecanismos
necessariamente de mão dupla de geração e de compartilhamento de saberes,
mobilizando pessoas, docentes e estudantes, para se colocarem em movimento, assim
materializando a presença dessa instituição no que é uma rede de relações que
mutuamente define a identidade de cada um de seus nós pela singularidade desse
conjunto. Assim, a ação de internacionalização, entendida como o movimento de
inserção em tal rede transnacional de instituições congêneres, trata-se de processo
constitutivo de uma universidade.
No plano global, a internacionalização do ensino universitário foi aprofundada
nas últimas décadas, em consequência do aumento dos fluxos de pessoas e ideias, bem
como de uma maior integração produtiva, financeira e comercial das economias
nacionais. No Brasil, esse processo também teve impulso considerável em período
recente, motivado, principalmente, pela projeção do país no cenário mundial e pelos
programas governamentais que vieram a ser implementados a fim de incrementar a
mobilidade e o intercâmbio internacionais de estudantes e pesquisadores.
O grau de internacionalização de uma universidade corresponde a uma
medida que sintetiza o potencial instalado nessa instituição para impactar as
fronteiras do conhecimento e para subsidiar transformações na sociedade. O
propósito de transformar a UFMG em uma universidade mundialmente
reconhecida 28 requer que suas atividades de internacionalização sejam fortemente
alavancadas, por meio de ações e programas que demonstrem sustentabilidade e que
ocorram transversalmente na Instituição, da Graduação ao Pós-Doutorado,
envolvendo discentes e docentes, e abarcando todas as suas áreas de conhecimento e
os seus domínios de atuação. E, por fim, que se dê sob a égide da excelência e da
solidariedade. Ou seja, é preciso investir tanto em parcerias equilibradas, assim
compreendidas aquelas em que os parceiros exibem graus similares de
desenvolvimento, quanto em parcerias não equilibradas, quando um dos parceiros
se encontra em estágio de desenvolvimento bem mais avançado que o outro. Há que
buscar aprofundar parcerias com instituições que se encontram em posições de
centralidade, bem como oferecer àquelas que ainda não alcançaram o estágio da
UFMG, o apoio e a colaboração para se desenvolverem.

28
World-Class University.
314

Desde sua fundação, a UFMG tem mantido constante preocupação com o


estabelecimento de vínculos acadêmicos com instituições do exterior. Durante os
primeiros 60 anos de sua existência, a UFMG praticou esforços na direção da
internacionalização de maneira descentralizada, os quais incluíam o doutoramento no
exterior de parcela do corpo docente, o estabelecimento de convênios e parcerias
internacionais por iniciativa dos grupos de pesquisa, a participação dos docentes em
eventos internacionais, bem como o envio e a recepção de professores visitantes.
A UFMG inseriu-se no atual contexto de mudanças como uma das instituições
mais ativas no Brasil, efetuando investimentos significativos e mobilizando recursos
materiais e humanos próprios para intensificar a sua internacionalização, devidamente
balizada em diretrizes que buscam conjugar princípios de excelência acadêmica e
científica com compromissos de solidariedade com as entidades parceiras. A partir do
final da década de 1990, a UFMG passou a estruturar mecanismos próprios para dar
suporte ao processo de internacionalização, criando em 1998 a Assessoria de
Cooperação Internacional (em substituição à antiga Coordenação de Cooperação
Internacional) e dotando-a de status de Pró-Reitoria. Em 2002, esse órgão passou por
nova reformulação e foi renomeado como Diretoria de Relações Internacionais (DRI) –
denominação que permanece até o presente momento.

4.4.1 Estrutura Institucional da Internacionalização

A DRI apresenta-se como instância articuladora das relações acadêmico-


científicas internacionais, a captar, implementar e acompanhar projetos e convênios
interuniversitários. Sua missão é inserir a UFMG no cenário internacional, para que se
fortaleça a interação com instituições do exterior, assegurando o cosmopolitismo das
atividades acadêmicas. Enquanto espaço específico para tratar e intermediar as relações
da UFMG com outras instituições universitárias no exterior, a DRI vem somando
esforços estratégicos voltados à indução da internacionalização, trabalhando na criação
de programas e projetos que viabilizem a cooperação internacional nos diversos
segmentos da UFMG. Estudantes, professores e técnicos-administrativos em educação
têm participado de programas acadêmicos, convênios e intercâmbios internacionais.
Atualmente, a DRI gerencia 534 instrumentos jurídicos com aproximadamente 430
instituições de 61 países diferentes; e recepciona, anualmente, centenas de estudantes e
um grande número de missões de universidades estrangeiras, entre outras atividades.
315

Uma síntese, por país, das parcerias atualmente em vigor é mostrada nas Figuras 7 e 8.
A UFMG, através da DRI, integra importantes consórcios de cooperação acadêmico-
científica com países da Ásia, África, América Latina, América do Norte, Oceania e
Europa, com o objetivo de desenvolver a colaboração recíproca nas áreas de novas
tecnologias, Ensino, Pesquisa e Extensão.

Figura 7 – Número de instituições parceiras por país

Fonte: Diretoria de Relações Internacionais (março de 2023).


316

Figura 8 – Número de parcerias que incluem intercâmbio de Graduação, por país

Fonte: Diretoria de Relações Internacionais (março de 2023).

Dentre as iniciativas coordenadas pela DRI, destaca-se a criação, a partir de 2013,


dos seis Centros de Estudos Regionais da DRI – Centro de Estudos Africanos, Centro de
Estudos Chineses (transformado em Centro de Estudos da Ásia Oriental, em 2015),
Centro de Estudos Europeus, Centro de Estudos Indianos, Centro de Estudos Latino-
Americanos e Centro de Estudos Norte-Americanos – que incorporam parâmetros e
objetivos mais abrangentes para a política de internacionalização da UFMG, antes
centrada prioritariamente em ações de mobilidade de estudantes e docentes.
317

A implantação dos Centros de Estudos permitiu intensificar novas formas de


interação com outras culturas e de promover o desenvolvimento de pesquisas
conjuntas em âmbito internacional, objetivos esses que antes dependiam de
iniciativas dos departamentos ou de ações e contatos individuais dos professores.
Ao institucionalizar os Centros de Estudos e torná-los supra departamentais e
interdisciplinares, a UFMG foi ao encontro do que é feito nas principais instituições
pelo mundo, impulsionando, assim, sua inserção no cenário acadêmico internacional e
o cosmopolitismo de suas atividades acadêmicas. A UFMG tem, portanto, se
empenhado em institucionalizar uma política de internacionalização, incidente sobre
suas ações e seus programas de Graduação, Pós-Graduação, pesquisa e extensão, que
contribua para que a Universidade atenda melhor às demandas nacionais e
internacionais, e possa posicionar-se, paulatinamente, como uma universidade
mundialmente reconhecida.
Também foram recentemente criadas a Coordenadoria de Mobilidade e a
Coordenadoria de Proficiência Linguística da DRI. A primeira concentra grande parte da
atividade que veio sendo desenvolvida pela DRI desde sua criação, sendo incumbida do
apoio aos diversos programas de mobilidade acadêmica. A função da segunda é propor e
apoiar a execução de ações que favoreçam o desenvolvimento linguístico da
comunidade da UFMG para que seus membros possam atuar em contextos acadêmicos
com o nível linguístico adequado.
O propósito de avançar firmemente no campo da internacionalização requer
dotar a DRI da infraestrutura adequada e necessária para tanto. Há que melhorar as
condições de recepção de estrangeiros (comunicação, acolhimento, moradia,
alimentação, transporte); ampliar consideravelmente o número de nossos
estudantes com domínio de idiomas estrangeiros, manter adequada oferta de
capacitação no idioma português para estudantes e pesquisadores que aqui estejam
estagiando; ampliar a participação dos discentes e docentes da UFMG em redes
internacionais de universidades; consolidar e ampliar a presença da UFMG em
institutos de pesquisas internacionais; assim como reiterar, com firmeza, os
princípios que historicamente a UFMG defende em relação a educação superior,
entendida como bem público e direito de todos, e as linhas mestras de suas políticas
de internacionalização: solidariedade, respeito às diferenças, reciprocidade e
equalização de oportunidades.
318

4.4.2 Programa Minas Mundi

A UFMG mantém um programa de mobilidade internacional próprio conhecido como


Programa Minas Mundi, que é coordenado pela DRI. Esse programa reúne todas as vagas de
intercâmbio conveniadas com as universidades parceiras e realiza um processo seletivo
anual para alocação dessas vagas. Em 2022, foram oferecidas 507 vagas para a mobilidade
acadêmica de estudantes de Graduação da UFMG, em 101 universidades de 32 países.
Esse processo seletivo é completamente informatizado desde a submissão de
candidaturas até a alocação final das vagas. A gestão operacional do intercâmbio e o
acompanhamento dos intercambistas também são feitos por meio de plataforma
informatizada. Trata-se de uma iniciativa que contribui para a visibilidade da UFMG no
cenário internacional. As vagas conveniadas, sempre em regime de reciprocidade,
também trazem à UFMG estudantes estrangeiros que passam um ou dois semestres
letivos na Universidade.

4.4.3 Política de Internacionalização

Em 3 de abril de 2018, o Cepe aprovou a Resolução № 06/2018, que estabelece os


parâmetros da Política de Internacionalização da UFMG. Tal Resolução define como
princípios dessa Política:
I. A constante busca pela qualidade e excelência em todas as suas ações.
II. A reciprocidade em ações com as instituições parceiras.
III. A solidariedade institucional, em especial com a América Latina e a África.
IV. O respeito às ações individuais, sem perder de vista o caráter institucional.
V. A orientação democrática.
VI. A equalização de oportunidades.

Define também como seus objetivos:


I. Fortalecer a presença da UFMG na Comunidade Acadêmica internacional,
em todas as áreas do conhecimento.
II. Reforçar as ações de internacionalização da UFMG, realçando seus
pressupostos fundamentais.
III. Desenvolver, abarcando todas as áreas de conhecimento e seus domínios
de atuação, ações e programas estáveis e duradouros que ocorram
transversalmente na Instituição, da Graduação à Residência Pós-Doutoral,
envolvendo discentes e servidores docentes e TAEs.
319

4.4.4 Política Linguística para a Internacionalização

Há cerca de dez anos tiveram início diversas ações que englobaram apoio à oferta
de cursos de línguas, aplicações de testes, entre outras, visando à preparação dos
integrantes da Comunidade Universitária da UFMG para a participação em
intercâmbios. Nesse contexto, foram criadas as disciplinas Inglês para Fins
Acadêmicos, Francês para Fins Acadêmicos, Espanhol para Fins Acadêmicos e Alemão
para Fins Acadêmicos. Qualquer estudante regularmente matriculado na UFMG tem
acesso a tais disciplinas.
No que se refere à recepção de estrangeiros para a realização de intercâmbio na
UFMG, a UFMG mantém há mais de duas décadas um curso de Português como Língua
Adicional, que é ofertado pelo Cenex da Fale.
Visando consolidar e expandir iniciativas dessa natureza, foi aprovada em 18 de
maio de 2023 a Resolução № 03/2023 que dispõe sobre a Política Linguística da UFMG,
tendo como princípios:
I. a valorização da realidade multicultural, multilíngue e multidialetal da
UFMG;
II. a garantia de direitos linguísticos na vida institucional;
III. a promoção de diferentes línguas, ampliando práticas discursivas
plurilíngues e translíngues;
IV. o desenvolvimento de competências plurilíngues e translíngues na
comunidade da UFMG;
V. o acesso democrático ao ensino de línguas;
VI. a formação cidadã e decolonial no ensino, na aprendizagem e no uso de
línguas;
VII. a inclusão, nas práticas acadêmicas, de comunidades linguísticas
minoritarizadas nas práticas acadêmicas;
VIII. o favorecimento de práticas sociais de letramentos acadêmicos em
português e em outras línguas;
IX. o fortalecimento do português como uma língua de ciência, consideradas
as especificidades de produção e circulação do conhecimento em
diferentes áreas;
X. a difusão local, regional, nacional e internacional das produções
intelectual, científica, artística e cultural realizadas na UFMG.
320

4.4.5 Internacionalização alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento


Sustentável (ODS) da ONU

A atuação da DRI está alinhada com a agenda internacional 2030 da Organização


das Nações Unidas (ONU) para consecução dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS), que buscam ações para acabar com a pobreza, proteger o meio
ambiente e o clima e garantir paz e prosperidade para todas as pessoas, o que corrobora
com a missão institucional da UFMG, que prevê o comprometimento com intervenções
transformadoras à sociedade.
O Plano Nacional de Educação (PNE), elaborado pelo Ministério da Educação,
determina diretrizes, metas e estratégias para a política educacional vigente de 2014 a
2024, e apresenta itens estratégicos relacionados à internacionalização que estão
alinhados com a concretização dos ODS. Estes itens enfatizam a internacionalização da
pesquisa de Pós-Graduação brasileira, incentivando a atuação em rede e o
fortalecimento de grupos de pesquisa. Esses esforços contribuem para a realização dos
ODS, particularmente no que diz respeito à construção de parcerias para a realização
dos objetivos (ODS 17).
O conceito de internacionalização está ligado à promoção institucional do
fluxo internacional de pessoas, ideias, cultura e conhecimento. Assim, as ações da
DRI estão em consonância com a promoção do intercâmbio científico e tecnológico
internacional entre instituições de Ensino, Pesquisa e Extensão, sendo que as
iniciativas de pesquisa e de ensino nas Instituições de Ensino Superior abordam uma
série de questões, desde a erradicação da pobreza (ODS 1), a promoção da saúde e do
bem-estar (ODS 3), a ação contra a mudança global do clima (ODS 13), a promoção
de sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável (ODS 16)
entre outros.
Esses esforços visam intensificar a construção contínua de uma reputação de
excelência acadêmica para o Ensino, Pesquisa e Extensão, a fim de gerar impactos
positivos para a sociedade e contribuir para a realização dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Além disso, essas ações de
internacionalização são essenciais para melhorar a projeção da Universidade e garantir
sua posição de destaque no cenário internacional.
321

INTERNACIONALIZAÇÃO

Objetivo Geral

Promover uma “internacionalização abrangente” da UFMG, explorando de maneira


equilibrada e integradora seus potenciais instalados – respeitando a igualdade de
gênero e as diversidades entre os campos de conhecimento – e aprofundando a
capilaridade das ações internacionais em seus campi e Unidades Acadêmicas.
Intenciona-se alcançar professores, alunos e servidores técnico-administrativos,
contribuindo de maneira significativa para a realização dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável.

Objetivos específicos (Metas)

• Fortalecer a presença da UFMG na comunidade acadêmica internacional


em todas as áreas do conhecimento, contribuindo para a sua
transformação em uma universidade mundialmente reconhecida e que
contribui ativamente para a realização dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável.
• Aumentar qualitativamente e quantitativamente o número de convênios
com instituições de excelência.
• Impulsionar a política de internacionalização da UFMG, enfatizando
seus pressupostos fundamentais: a excelência, a solidariedade, a
reciprocidade, a orientação democrática e a equalização de
oportunidades para o intercâmbio acadêmico, em alinhamento com os
princípios dos ODS.
• Implementar ações que ampliem o compromisso da UFMG com a
internacionalização, envolvendo o ensino, a pesquisa e a extensão, com
foco na contribuição para os ODS.
• Aprimorar mecanismos para despertar o interesse da comunidade da
UFMG no processo de internacionalização, tornando-o uma aspiração
comum a todos os membros da comunidade universitária e direcionado
para a contribuição para os ODS.
• Implementar ações para garantir a equalização de oportunidades de
intercâmbio internacional, ampliando o apoio a estudantes da UFMG
com limitações socioeconômicas, em sintonia com o ODS 10 (Redução
das Desigualdades).
• Ampliar as ações de internacionalização em casa expandindo iniciativas
de proficiência linguística para toda a comunidade da UFMG, em
alinhamento com o ODS 4 (Educação de Qualidade).
• Fomentar a incorporação de dimensões internacionais e interculturais
nos conteúdos curriculares, planos de ensino, atividades de avaliação e
métodos de ensino, com atenção à realização dos ODS.
• Simplificar os procedimentos para que discentes estrangeiros cursem
remotamente disciplinas na UFMG.
322

Objetivos específicos (Metas)

• Incrementar o quadro normativo da diretoria de relações internacionais,


garantindo que ele apoie efetivamente a internacionalização e a
contribuição para os ODS.
• Apoiar as iniciativas do escritório da Education USA com vistas a
fortalecer o Centro de Estudos Regionais da América do Norte,
contribuindo para que a universidade alcance seus objetivos de
internacionalização.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5
1. Desenvolver uma estrutura institucional de pontos focais de
apoio à internacionalização nas Unidades Acadêmicas que
assim o demandarem, visando aumentar a capilaridade das
ações de internacionalização. Organizar encontros conjuntos
entre a DRI e os pontos focais das Unidades Acadêmicas
envolvidos com o processo de internacionalização da
Universidade a fim de aumentar a capilaridade das ações de
internacionalização.

2. Apoiar as atividades a serem desenvolvidas no âmbito do


Projeto Institucional de Internacionalização da UFMG, voltado
para a internacionalização da Pós-Graduação, preconizando a
contribuição para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS).

3. Publicar editais para atividades de internacionalização,


incluindo mobilidade docente, discente e de TAEs, com atenção
à realização dos ODS.

4. Aderir a editais nacionais e estrangeiros para fomento de ações


de internacionalização.

5. Realizar de escolas de verão/inverno em caráter permanente


com periodicidade nos meses não letivos.

6. Realizar seminários de internacionalização voltados para a


pesquisa, a Graduação, a Pós-Graduação e a extensão, buscando
incentivar também o potencial de atividades extracurriculares e
de eventos coordenados por grupos de pesquisa, enfocando
aqueles que contribuem diretamente para os ODS.

7. Colaborar no processo de implementação da emissão de


históricos escolares de Graduação e de Pós-Graduação em
língua inglesa e outras línguas estrangeiras.
323

Ações/Ano 1 2 3 4 5
8. Garantir o provimento de infraestrutura para atividades de
internacionalização.

9. Promover o acolhimento adequado a docentes e pesquisadores


estrangeiros em visita à UFMG.

10. Implementar ações específicas de comunicação institucional


voltadas para a Internacionalização e para os ODS.

11. Apoiar o desenvolvimento de sítios web multilíngues e produzir


material de divulgação institucional em língua estrangeira,
garantindo o investimento continuado em infraestrutura
técnica e de recursos humanos para que os sítios web e demais
meios de comunicação e divulgação se mantenham sempre
atualizados.

12. Realizar ações de qualificação para a gestão em


internacionalização. Promover treinamento específico como
parte de uma política de capacitação de recursos humanos
voltada para a internacionalização da Universidade, incluindo
as secretarias de departamentos, de Unidades Acadêmicas e dos
programas de Pós-Graduação.

13. Desenvolver uma estrutura informatizada de gestão adequada,


dedicada à internacionalização da Universidade, incluindo o
gerenciamento de ações de mobilidade internacional nos níveis
de Graduação e de Pós-Graduação.

14. Promover ações para que as iniciativas individuais de


colaboração internacional do corpo docente e discente sejam
incorporadas institucionalmente com mais agilidade.

15. Implementar ações específicas voltadas para a proficiência


linguística e oferta de disciplinas em línguas estrangeiras,
facilitando a participação em esforços globais para atingir os
ODS, incluindo:
a) ampliar a oferta de cursos em língua estrangeira para a
Comunidade Universitária; especialmente como Meio de
Instrução (EMI) e Inglês Profissional para Atendimento a
Estrangeiros;
b) ampliar a oferta de cursos de Português como Língua
Adicional (PLA) para estudantes estrangeiros;
c) fortalecer as atividades dos programas Projeto de formação
linguística para fins acadêmico-profissionais e de
internacionalização (iUFMG) e Rede Andifes - Idiomas sem
Fronteiras (IsF) como ação institucional;
d) fortalecer a política linguística da Universidade definida por
meio de resolução institucional.
e) promover ações conjuntas entre as Pró-Reitorias
Acadêmicas e a DRI para aumentar a oferta de disciplinas de
Graduação e Pós-Graduação em língua estrangeira visando
ao acolhimento de estudantes estrangeiros, fortalecendo a
Formação Transversal em Estudos Internacionais (FTEI).
324

Ações/Ano 1 2 3 4 5
16. Implementar ações específicas de acolhimento para a
internacionalização da comunidade interna e da comunidade
internacional:
a) promover programa de orientação aos estudantes da UFMG
desde o ingresso na Universidade, visando sobretudo à
preparação para mobilidade internacional;
b) promover ações de acolhimento a estudantes estrangeiros,
incluindo acompanhamento informatizado de todas as
partes do processo de intercâmbio;
c) criar uma identidade institucional para estudantes e
docentes estrangeiros que lhes garanta inserção
institucional e acesso às dependências e infraestrutura da
UFMG;
d) elaborar um guia de orientação sobre a UFMG em línguas
estrangeiras;
e) promover ações efetivas para acolher visitantes
estrangeiros, sobretudo estudantes estrangeiros vinculados
a programas de residência pós-doutoral ou professores
visitantes, garantindo-lhes inclusão institucional.

17. Desenvolver ações voltadas para a participação em redes de


colaboração interuniversitária:
a) ampliar as ações envolvendo redes de cooperação
tradicionais que envolvem parcerias com a Europa e a
América do Norte, em princípio de reciprocidade;
b) reforçar as ações envolvendo as redes de cooperação com a
América do Sul AUGM e os países de língua portuguesa
(como a AULP), tento em vista a relevância geopolítica e
acadêmica dessas ações;
c) fortalecer as atividades com redes de adesão recente da
UFMG, tais como a AUF (Agence Universitaire de la
Francophonie), WUN (Worldwide Universities Network),
GCUB (Grupo de Cooperação Internacional de Universidades
Brasileiras) e IAU (International Association of
Universities).

18. Ampliar ações voltadas para a consolidação dos Centros de


Estudos Regionais, preconizando a contribuição para os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS):
a) Continuar desenvolvendo ações que possibilitem o aumento
da capilaridade dos centros de estudos junto à Comunidade
Universitária, envolvendo o ensino, a pesquisa e a extensão;
b) fortalecer a vocação dos centros de estudos como lócus de
produção e difusão de conhecimento por meio de articulações
com cursos de Graduação e os programas de Pós-Graduação;
c) desenvolver atividades de extensão promovidas pelos
centros de estudos, incluindo a realização de seminários e
escolas de verão/inverno;
d) implantar infraestrutura e assegurar dotação de recursos
humanos adequados para o funcionamento dos centros de
estudos.
325

Ações/Ano 1 2 3 4 5
19. Consolidar parcerias internacionais estratégicas, visando a
consecução dos ODS:
a) diversificar as regiões geopolíticas de cooperação,
estabelecendo redes que se dediquem a projetos inovadores e
transdisciplinares;
b) promover a amplitude e densidade das parcerias
estratégicas, tendo em vista a consolidação de redes de
pesquisa interuniversitárias por meio da indução de
produções em coautoria, do aumento no número de teses em
regime de cotutela e do incentivo ao fluxo bidirecional de
pesquisadores em diferentes estágios de formação;
c) promover a expansão dos programas de cátedras, a exemplo
do programa cátedras franco-brasileiras na UFMG, como
forma de fortalecer parcerias estratégicas.

20. Garantir, no que couber, o acesso dos docentes, discentes e


servidores TAEs da Ebap às oportunidades de internacionalização
das atividades acadêmicas, reforçando o potencial de
produtividade, colaboração, ineditismo e inovação na educação
básica e profissional da UFMG, com atenção à realização dos ODS.

4.5 Autonomia e Relações Institucionais

A autonomia universitária foi estabelecida na Constituição Brasileira de 5 de


outubro de 1988, abrigada pelo art. 207: “As universidades gozam de autonomia
didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão
ao princípio da indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão". A introdução
desse artigo responde à necessidade de garantir que as universidades pudessem
efetivamente cumprir, de modo autônomo e independente, a sua verdadeira, relevante
e indispensável finalidade. A Constituição outorga “autonomia didático-científica”
(atividades-fim) e “autonomia administrativa e financeira” (atividades-meio),
autonomia que deve ser exercida sempre se respeitando os limites constitucionais.
A UFMG entende a autonomia universitária como um direito e, para além
disso, como um modo para manter-se na centralidade dos processos de ensino, de
extensão, de pesquisa, bem como agente central dos processos de criação e inovação.
Desta maneira, a Universidade procura fortalecer todas as suas interlocuções e
interações com outros agentes e instituições. Essas conexões representam para a
UFMG uma conduta fundamental: a de uma universidade autônoma, que promove a
reflexão crítica e plural, tendo como referencial o princípio ético que aponta a
326

necessidade da construção de uma sociedade mais justa, menos desigual, e que se


pauta pela primazia do interesse público. Para além da conversação com outras
universidades, a UFMG estabelece um amplo diálogo com a sociedade, buscando
potencializar sua contribuição para o aperfeiçoamento das políticas públicas e o bom
cumprimento de suas obrigações constitucionais.
Na UFMG, interações com organizações - públicas e privadas -, com o Estado
(em suas três esferas - federal, estadual e municipal), com entidades da sociedade civil
e com a própria comunidade universitária permanecem, como indicado no PDI 2018-
2023, uma conduta desejada e a ser praticada, essencial ao sentido da existência da
própria Universidade. Para tanto, a UFMG conta com a Diretoria de Cooperação
Institucional (Copi), órgão de Assessoria da Administração Central, criada em 1998. A
Copi é responsável, em especial, por identificar, recolher e propor sugestões de
cooperação que possam traduzir-se em projetos de ensino, pesquisa, extensão e
desenvolvimento institucional.
É destaque na atuação da Copi o relacionamento com o Legislativo. Por meio da
Chamada Copi, iniciativa direcionada à comunidade acadêmica, que disciplina as regras
para a apresentação de projetos, a Diretoria de Cooperação Institucional reúne
sugestões de projetos a serem indicadas aos parlamentares em busca de recursos
complementares advindos de emendas ao orçamento.
Além das interações com os Parlamentos, à Copi cabe estabelecer outras
parcerias: com os Poderes Executivo e Judiciário dos entes federativos; com empresas
públicas e privadas e entidades de representação de classe; e com a sociedade civil
organizada. Parte deste esforço seguramente implicará na efetivação do programa
Parceiros UFMG, regulamentado em julho de 2020, pela Portaria UFMG № 3.587.
O Programa objetiva construir pontes que favoreçam o desenvolvimento de projetos da
UFMG. Atualmente, a captação de recursos se coloca como uma necessidade premente
para financiamento de projetos da Universidade que não são contemplados pelos
recursos provenientes do Tesouro e previstos nas Leis Orçamentárias Anuais. Para
tanto, a UFMG busca construir pontes com a iniciativa privada e outros órgãos públicos.
A Diretoria de Cooperação Institucional está responsável por criar condições de
relacionamento com egressos. Desde o ano 2000, a Copi gerencia o Programa Sempre
UFMG que visa criar e manter uma ligação entre a UFMG e seus ex-alunos, além de
promover e incentivar a cultura do retorno à Universidade. A intenção é que os ex-
alunos não se afastem da Universidade e que continuem a participar de cursos de
327

atualização, palestras e eventos culturais promovidos pela Instituição e a frequentar


suas dependências, incluindo bibliotecas e espaços de lazer. Assim, ao concluírem seu
curso, todos os graduados passam, automaticamente, a fazer parte da Comunidade
Sempre UFMG, plataforma mantida pela Copi.
O Cerimonial do Gabinete da Reitoria é igualmente uma área de atuação da
Diretoria de Cooperação Institucional. A UFMG entende que a função do Cerimonial
ultrapassa o cumprimento de normas e rituais. A Universidade concebe os eventos
como instrumentos responsáveis por elevar a imagem pública da instituição. Por ser
assim, ao Cerimonial, para além de manter a função ritual, está atribuída uma função
semiológica, cuja formas de tratamento e linguagem, bem como as condutas durante os
eventos, reafirmam a presença institucional da UFMG. Desta maneira, espera-se do
Cerimonial: i) contribuir para a qualificação dos eventos oficiais na Universidade;
ii) aprimorar as estratégias de estruturação de eventos oficiais; iii) qualificar a equipe
para o atendimento de demandas por eventos oficiais de abrangência internacional;
iv) garantir o caráter inclusivo aos eventos oficiais da Universidade, assegurando a
ampliação do acesso.
Visando a atender a demanda da Comunidade Universitária e também das suas
entidades representativas, foi criada, em 1990, a Coordenadoria de Assuntos
Comunitários (CAC), Órgão de Assessoria ligado ao Gabinete do Reitor. A função dessa
Coordenadoria é prestar o atendimento à Comunidade Universitária (discentes ou
servidores docentes e TAEs) através de escuta qualificada, intervenção social, apoio
técnico e logístico, dentre outras ações que promovam a facilitação do acesso a bens e
serviços oferecidos pela UFMG, conforme necessidades de cada um desses segmentos,
para o desenvolvimento de atividades acadêmicas, culturais, políticas e sociais.
Desde 2015, a CAC coordena os Centros de Atividades Didáticas da UFMG (CADs)
que foram concebidos como espaços compartilhados dentro do contexto de expansão das
universidades públicas – o Reuni. Os CADs surgiram como alternativa de ampliação de
vagas nos cursos já ofertados e viabilização de novas cursos e abrigam prioritariamente
disciplinas do ciclo básico de todos os cursos da UFMG.
Os CADs contam com salas de aula e auditórios, sendo alguns destes destinados a
eventos de interesse da UFMG como congressos, seminários, palestras e similares, e
dispõem de equipes compostas por coordenação administrativa, assistentes em
administração, recepcionistas e técnicos em informática para prestar suporte no
atendimento ao usuário. Todas as salas de aulas possuem recursos multimídia.
328

O Centro de Atividades Didáticas 1, com capacidade de ocupação para 2000


alunos simultaneamente, é composto por 23 salas de aulas, com capacidade entre 40 e
80 lugares e dois auditórios didáticos, com capacidade para 215 alunos. Abriga também
um auditório para eventos, com capacidade para até 640 pessoas. No ano de 2023, o
CAD 1 acolheu atividades acadêmicas de 44 cursos.
O Centro de Atividades Didáticas 2 tem capacidade para 2730 alunos
simultaneamente, é composto por 38 salas de aulas, com capacidade entre 45 e 100
lugares, e quatro laboratórios de informática, cada um com capacidade para até 50
equipamentos. Conta ainda com dois auditórios para eventos, no bloco A, com
capacidade de público para 220 pessoas. No ano de 2023, o CAD 2 acolheu atividades
acadêmicas de 32 cursos.
O Centro de Atividades Didáticas 3 tem capacidade para 2160 alunos
simultaneamente, é composto por 25 salas de aulas, com capacidade para 40 e 70
lugares, 3 auditórios didáticos, com capacidade para 150 lugares, um laboratório de
Demonstrações de Física e o Laboratório de Introdução à Computação, com capacidade
para 150 alunos. Possui 4 auditórios para eventos, com capacidade para até 150 pessoas,
sendo dois deles reversíveis que se convertem em um anfiteatro para 300 pessoas. No
ano de 2023, o CAD 3 acolheu atividades acadêmicas de 30 cursos.
Por tratar-se de órgão da Administração Central, ligado ao Gabinete da Reitora,
outras atribuições da CAC são:

• A prestação de serviço técnico audiovisual para os eventos da comunidade


universitária, notadamente, os eventos da Administração Central;

• A gerência das vagas destinadas à comunidade universitária na Escola


Municipal de Educação Infantil (Emei) Alaíde Lisboa. O atendimento
educacional integral ou parcial a crianças de zero a cinco anos – filhos ou
crianças sob a guarda legal de integrantes da Comunidade Universitária
da UFMG – na Emei Alaíde Lisboa é objeto de convênio firmado entre a
Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e a UFMG. As vagas destinadas à
Comunidade Universitária são distribuídas mediante sorteio, que é
regulamentado por Chamada Pública, divulgada anualmente pela
Universidade, por intermédio da CAC. Para o ano de 2024, a cota
destinada à UFMG compreendeu 13 vagas para atendimento educacional
em período integral e 20 vagas para atendimento em período parcial,
distribuídas em diferentes faixas etárias;
329

• A execução das consultas eleitorais relacionadas a órgãos da


Administração Central, bem como a prestação de apoio na realização das
consultas para Diretoria das Unidades, além de consultoria a todas as
unidades, no tocante à realização de suas consultas internas. Desde 2020,
as consultas eleitorais da Universidade são realizadas por meio de sistema
de consultas online, desenvolvido pela Diretoria de Tecnologia da
Informação (DTI). O Sistema de Consultas da UFMG, no ano de 2023,
possibilitou a conclusão de 771 consultas.

Objetivo Geral

Contribuir para a visibilidade institucional da UFMG por meio de estreitamento das


relações entre os diferentes atores da comunidade universitária e sociedade, edificando
parcerias e acordos que favoreçam a execução de projetos de ensino, pesquisa,
extensão e desenvolvimento institucional.

Objetivos específicos (Metas)

• Buscar alternativas diversificadas para os projetos acadêmicos


considerados prioritários pela UFMG, por meio de articulações entre a
Universidade e outros setores da sociedade, entidades privadas,
empresas públicas e o poder público em seus três níveis: federal,
estadual e municipal.
• Fortalecer a cooperação com outras instituições de ensino superior, com
vistas à articulação das políticas para o ensino superior no Brasil, sempre
em defesa do caráter público e gratuito das universidades.
• Criar novos instrumentos e métodos para otimizar, na UFMG, a captação
de recursos voltados para as áreas relativas à extensão, à pesquisa, à
cultura e aos esportes da Universidade.
• Aprimorar os mecanismos de aproximação e interação entre a
Universidade e seus egressos, criando ações e oportunidades de
aperfeiçoamento profissional e cultural, bem como contribuindo para
sua inserção profissional.
• Atuar em pareceria com os diferentes fóruns da Associação Nacional dos
Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e com
o Fórum de Dirigentes das Instituições Públicas de Ensino Superior de
Minas Gerais (Foripes), articulando políticas para o ensino superior no
Brasil, defendendo a universidade pública e sua autonomia.
330

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5

1. Fortalecer o relacionamento da Universidade com estruturas de


governo nas três esferas (federal, estadual e municipal);

2. Ampliar o relacionamento com a Assembleia Legislativa de


Minas Gerais e as câmaras de vereadores nos municípios onde a
UFMG possui estruturas edificadas e locais.

3. Propor agendas regulares que assegurem a participação da


UFMG em debates realizados pelas casas legislativas em torno
de temas estratégicos para a Universidade.

4. Construir estratégias de parceria para a captação de recursos por


meio da atuação em conjunto com a gerência de relacionamento
institucional da Fundação de Apoio da UFMG (Fundep).

5. Aprimorar e fortalecer a Chamada Copi com o objetivo de


ampliar o volume de recursos destinados à UFMG por meio de
emendas parlamentares impositivas ao orçamento.

6. Qualificar o sistema de monitoramento e arquivo das


informações sobre emendas parlamentares destinadas à UFMG.

7. Assegurar visibilidade para o programa Parceiros UFMG.

8. Estruturar estratégias de visibilidade para parceiros privados


compatíveis com o ethos público da Universidade.

9. Otimizar a gestão dos espaços compartilhados para ensino,


pesquisa, extensão e cultura.
331

5 POLÍTICAS DE GESTÃO

5.1 Gestão de Pessoas

A política de recursos humanos deve se pautar pelo princípio do diálogo, do


respeito, da inclusão e da participação. A UFMG deve prover alternativas para que seus
servidores, docentes e TAE, possam fazer um planejamento de suas trajetórias
profissionais de modo a assegurar o desenvolvimento de suas potencialidades,
permitindo tanto a constituição da qualidade de sua atuação profissional quanto a
obtenção de satisfação de suas aspirações individuais. Nesse sentido, é papel da
Instituição zelar pela saúde do servidor, compreendida como estado de bem-estar físico,
emocional e social, observando suas condições de trabalho e as relações interpessoais que
se desenvolvem nesse ambiente. A UFMG deve promover um ambiente solidário,
colaborativo, livre de assédio, inclusivo e com respeito à diversidade.
A política de pessoal docente e TAE da UFMG é estabelecida pelo Conselho
Universitário, com base em critérios e normas concernentes às atividades acadêmicas e
administrativas desenvolvidas no âmbito da Universidade. A execução dessa política é
de responsabilidade da PRORH, a quem compete também a gestão dos recursos de
pessoal da UFMG. A PRORH foi criada oficialmente em 30 de março de 2000. Desde
então, trabalha com programas que incluem a qualificação de seus servidores, o
atendimento à saúde do trabalhador e a melhoria da qualidade de vida no trabalho,
além de sistemas de avaliação de desempenho. Por meio dessas ações, a PRORH busca
conscientizar o servidor de seu papel na missão da Universidade: de produção e
disseminação do conhecimento. Desde a sua criação, a PRORH age no sentido de
consolidar práticas existentes na Instituição e agregar novas ações para a construção de
uma política consistente de recursos humanos.
No caso específico da política de pessoal docente, a PRORH conta com a
assessoria da Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) e com a supervisão do
Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). Atualmente, integram a PRORH, além
da CPPD, a Comissão Interna de Supervisão do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-
Administrativos em Educação (CIS-PCCTAE), o Departamento de Administração de
Pessoal (DAP), o Departamento de Desenvolvimento de Recursos Humanos (DRH), o
Departamento de Atenção à Saúde do Trabalhador (Dast), que, desde 2010, é sede da
primeira unidade do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS).
332

A CPPD é prevista na Lei 12.772/2012, que rege a carreira do Magistério Federal, e é


regulamentada, na UFMG, pela Resolução 08/2016, do Conselho Universitário. A ela
compete emitir pareceres, para decisão do Cepe, do Reitor ou do Pró-Reitor de Recursos
Humanos, nos assuntos referentes à carreira docente; desenvolver estudos que forneçam
subsídios para o estabelecimento, o aperfeiçoamento e a modificação da política docente e
de seus instrumentos de acompanhamento e execução; cuidar de questões relativas à
análise dos relatórios de atividades dos departamentos / estruturas equivalentes, de
acordo com políticas, critérios e parâmetros determinados pelo Cepe; manifestar-se sobre
assunto relativo à docência, quando solicitada pelo Cepe, Reitor, Pró-Reitor de Recursos
Humanos ou pelos Pró-Reitores acadêmicos e prestar atendimento e orientação aos
Chefes dos Departamentos e aos Diretores das Unidades. Além dessas atribuições, foram
também delegadas à CPPD as funções de gestão dos concursos públicos para docentes,
análise dos planos de qualificação departamentais e das estruturas equivalentes.
A CIS-CPPTAE, instituída pela Portaria-MEC № 2.519, de 15 de julho de 2005,
em conformidade com o disposto na Lei № 11.091, de 12 de janeiro de 2005, tem, dentre
suas atribuições, a orientação dos servidores TAE nas questões relacionadas à sua
carreira, bem como a fiscalização e avaliação dos aspectos referentes ao
dimensionamento, capacitação e avaliação de desempenho. Constam ainda nas suas
atribuições propor à Comissão Nacional de Supervisão as alterações necessárias para o
aprimoramento do Plano de Carreira dos TAE.
O Departamento de Administração de Pessoal (DAP) é um órgão integrante da
Pró-Reitoria de Recursos Humanos responsável pela operacionalização, supervisão e
controle de assuntos relativos à concessão de benefícios, cadastro, remuneração, folha
de pagamento, seguridade social, arquivo dos registros funcionais e outros. É o
responsável pela gestão do SIAPE (Sistema Integrado de Administração de Recursos
Humanos) consistindo, dessa forma, em uma Unidade Pagadora – UPAG nesse sistema.
O DRH é responsável pelo planejamento, execução e acompanhamento das ações
de gestão de pessoas da Universidade. Ao DRH compete o gerenciamento do Quadro de
Referência de Servidores Técnico-Administrativos em Educação (QRSTA), além de
processos de provimento e de movimentação de agentes públicos; a análise de processos
de progressão por capacitação, de incentivo à qualificação e de estágio probatório; a
elaboração e execução do Plano de Desenvolvimento de Pessoas (PDP); a execução dos
Programas de Educação para a Aposentadoria (PEA) e de Avaliação de Desempenho dos
TAE; o acompanhamento funcional dos servidores; dentre outras atividades.
333

O Dast, pela natureza de suas atribuições, desenvolve atividades nas áreas de


assistência à saúde, perícia em saúde, segurança do trabalho, vigilância e promoção da
saúde, em dois núcleos, um no Campus Pampulha (Dast Pampulha) e outra no Campus
Saúde (Dast Centro). Por ser uma Unidade do SIASS, o Dast, considerando também os
órgãos partícipes, abarca em seu público-alvo, em especial da Divisão de Perícia Oficial
em Saúde, aproximadamente 30.000 servidores ativos, inativos, pensionistas e seus
dependentes sem incluir os alunos desta Universidade.
A Unidade Seccional de Correição (USEC) era, até outubro de 2023, um dos
setores vinculados à PRORH. Com o objetivo de ampliar a abrangência de suas ações
para além da correição, foi substituída pela Coordenadoria de Prevenção, Mediação de
Conflito e de Correição da Universidade Federal de Minas Gerais (CMEC/UFMG), órgão
assessor da Reitoria, criado por meio da Portaria 9.260, de 11 de outubro de 2023. A
CMEC/UFMG tem suas competências baseadas na legislação vigente, visando à
preservação e à manutenção da atuação dos servidores integrantes do quadro de
pessoal da UFMG em consonância com os princípios regentes da Administração
Pública Federal, notadamente os preceitos da legalidade, impessoalidade, moralidade,
probidade, publicidade e eficiência, além dos princípios da solução consensual dos
conflitos. No que tange aos conflitos de natureza laboral ou interpessoal, sua atuação
deve priorizar sempre as medidas de conciliação e mediação. A expectativa é que, em
2024, a UFMG tenha uma equipe de servidores docentes e técnico-administrativos
treinada e preparada para atuar em duas comissões específicas, vinculadas à CMEC: a
Comissão Permanente de Conciliação e Mediação e a Comissão Permanente Disciplinar.
No sentido de qualificar o relacionamento entre a Comunidade Universitária, a
UFMG possui também a Comissão de Ética com características educativa, consultiva,
preventiva e conciliadora, que propõe relação de não confrontação entre os diversos
segmentos da Comunidade Universitária. Tem por finalidade orientar e aconselhar
sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o
patrimônio público. E há ainda a Ouvidoria que tem a finalidade de ser um canal de
interlocução entre a administração da Universidade, a Comunidade Universitária e a
sociedade, visando a prevenção e a solução de problemas, por meio do entendimento.
Cumpre destacar a relevância da contribuição de trabalhadores, com vínculos
jurídicos específicos, que não são servidores públicos da Universidade: estagiários e
empregados de empresas contratadas em razão da terceirização de algumas atividades.
Deve-se cuidar para que as condições de trabalho, a saúde e a atuação profissional
334

dessas pessoas também estejam em consonância com os princípios da política de gestão


de pessoas na UFMG.
Em relação à atuação da PRORH e da CPPD no quadriênio 2018-2021, em parte,
devido às circunstâncias do período, com destaque para o volume de alterações na
regulamentação sobre gestão de pessoas implementada pela Secretaria de Gestão de
Pessoas, então integrante do Ministério da Economia, em razão da pandemia de covid-
19, foram priorizadas a adequação, a implantação e a revisão de fluxos e procedimentos
dos processos referentes a gestão de pessoal até então vigentes. Inobstante os desafios
inéditos, a PRORH manteve de forma eficiente todos os processos de pessoal e as
políticas que lhe competem. Houve, no período, significativa melhoria dos processos
com sua migração crescente para o Sistema Eletrônico de Informação (SEI),
propiciando maior transparência, legalidade e responsabilidade institucional na gestão
de riscos.
Devido à agilidade da alocação de vagas do magistério superior pelo Cepe
observou-se, em 2018 e 2019, grande eficiência no provimento dos cargos docentes
vagos. Esse ritmo foi abruptamente interrompido em 2020 devido a dois fatores:
situação orçamentária indefinida até julho de 2020 e a eclosão da pandemia, que
resultou na suspensão, em março, do 1º período letivo de 2020 e na suspensão da
realização de concursos públicos. Apesar das dificuldades, a PRORH e a CPPD traçaram
estratégias que viabilizaram um número expressivo de nomeações para o ano (57
nomeações), em comparação com as demais Ifes. A retomada de 32 editais suspensos de
concursos públicos para docentes e a publicação de 55 novos editais se deu
gradualmente ao longo do ano de 2021, demandando grande esforço em razão da
restrição de atividades de forma presencial.
A Tabela 24 mostra o quantitativo de servidores docentes e TAE, de acordo com o
tempo na UFMG, e sua evolução entre 2018 e 2022. De acordo com os dados
apresentados, pode-se verificar que, em comparação com 2018, houve redução no
corpo total de servidores da instituição, passando de 11.854, em 2018, para 11.265, em
2022. A redução mais expressiva foi observada no segmento de servidores TAE. Cabe
destacar que em 2018, 54% dos docentes de Magistério Superior tinham menos de 10
anos de vínculo com a UFMG, sendo que essa proporção diminuiu para 39% em 2019,
refletindo a oscilação entre admissões e aposentadorias. Em relação aos TAE, em 2018,
44% tinham menos de 10 anos de vínculo com a UFMG e, em 2022, a proporção se
manteve similar, em 42%.
335

Tabela 24 – Distribuição dos servidores docentes e TAE, de acordo com tempo na UFMG,
comparação entre 2018 e 2022

> 35 anos 30-35 anos 25-29 anos 20-24 anos 15-19 anos 10-14 anos 5-9 anos 0-4 anos Total

2018 2022 2018 2022 2018 2022 2018 2022 2018 2022 2018 2022 2018 2022 2018 2022 2018 2022

Professor
magistério 133 95 86 112 196 366 461 184 168 239 311 809 928 684 694 457 2977 2946
superior

Professor EBTT 2 4 3 2 6 7 6 - - 12 15 35 35 39 45 22 112 121

Professor titular
livre magistério - - - - - - - - - - - 1 1 3 4 - 5 4
superior

Docentes Total 135 99 89 114 202 373 467 184 168 251 326 845 964 726 743 479 3094 3071

TAE A 2 7 7 2 24 28 - - 1 1 - - 1 1 - 41 33

TAE B 15 13 15 9 30 81 90 - 1 1 - - 1 1 - - 152 105

TAE C 42 44 54 98 188 219 236 19 49 40 18 25 56 124 144 28 787 597

TAE D 130 137 143 52 107 213 274 89 181 279 227 332 474 713 736 428 2272 2243

TAE E 40 25 31 7 32 121 156 40 52 184 232 300 279 266 306 176 1128 1119

TAE Total 229 226 250 166 359 658 784 148 283 505 478 657 810 1105 1187 632 4380 4097

Servidores total 593 551 589 446 920 1689 2035 480 734 1261 1282 2159 2584 2936 3117 1743 11854 11265

Fonte: Sistema Integrado de Administração de Pessoal – SIAPE 2018-2022.

5.1.1 Servidores Docentes

O corpo docente da UFMG compreende os professores das carreiras de


Magistério Superior e de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT), os
professores visitantes, os professores visitantes estrangeiros e os professores
substitutos. Nos termos do Regimento Geral da UFMG, são atribuições dos docentes as
atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão universitária constantes dos planos
de trabalho e dos programas elaborados pelos departamentos/estrutura equivalente ou
de atos emanados de órgãos competentes.

5.1.1.1 Plano de Carreira Docente

Os docentes na UFMG estão enquadrados no Regime Jurídico Único (RJU) da


União. O Plano de Carreira dos Professores de Magistério Superior e do Ensino Básico,
Técnico e Tecnológico está estabelecido nas Leis № 12.863, de 24 de setembro de
2013, e № 12.772, de 28 de dezembro de 2012, e das Portarias № 554, de 20 de junho
de 2013, e № 982, de 3 de outubro de 2013, do Ministro da Educação. Internamente, o
336

plano de carreira foi normatizado pela Resolução Complementar № 4, de 9 de


setembro de 2014 (art. 1º).
A Carreira de Magistério Superior é composta por 5 (cinco) classes:
I. Classe A, com três denominações, de acordo com a titulação – Professor
Auxiliar, Assistente A e Adjunto A.
II. Classe B, com a denominação de Professor Assistente.
III. Classe C, com a denominação de Professor Adjunto.
IV. Classe D, com a denominação de Professor Associado.
V. Classe E, com a denominação de Professor Titular.

As Classes A e B compreendem dois níveis. As Classes C e D compreendem


quatro níveis. A Classe E conta com apenas um nível.
A carreira de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico também é composta por 5
(cinco) Classes:
I. Classe DI.
II. Classe DII.
III. Classe DIII.
IV. Classe DIV.
V. Titular.

As classes DI e DII compreendem dois níveis. As classes DIII e DIV compreendem


quatro níveis. A classe Titular conta com apenas um nível.
O desenvolvimento dos docentes nas Carreiras de Magistério Superior e de
Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico se dá por progressão funcional e
por promoção, com procedimentos regulamentados pela Resolução Complementar №
4/2014 do Conselho Universitário da UFMG. Progressão funcional é a passagem do
docente para o nível imediatamente superior dentro de uma mesma classe. Promoção
é a passagem do docente de uma classe para a subsequente superior. A progressão
funcional tem como requisitos: o cumprimento do interstício de 24 meses e a
aprovação em avaliação de desempenho. A promoção nas Carreiras do Magistério
Superior e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico tem como requisito o
cumprimento do interstício de 24 meses no último nível da Classe e a aprovação em
processo de avaliação de desempenho. Para a Classe D, com denominação de Professor
Associado no Magistério Superior, o docente deverá também possuir o título de Doutor;
337

para a Classe E, com denominação de Professor Titular no Magistério Superior e para


a Classe Titular no EBTT, o docente deverá também ser aprovado em defesa de
memorial ou de tese acadêmica inédita. Em cada Unidade Acadêmica são
regulamentados e detalhados os parâmetros e critérios de avaliação para progressão e
promoção docente.
O acompanhamento e a avaliação do planejamento e da execução do trabalho
docente, na UFMG, são feitos por meio da elaboração de um Relatório Anual
Individual de Atividades dos Docentes (ReDoc), que agrega informações e dados
individuais existentes em bases de informação da UFMG e da Plataforma Lattes, e
pelo Relatório Consolidado Acadêmico Departamental (ReCAD), que consolida as
informações sobre a produção e as atividades acadêmicas dos docentes, totalizando-
as por departamento acadêmico. Anualmente, o docente apresenta, ao órgão
máximo do seu Departamento de lotação (Câmara Departamental/estrutura
equivalente), o relatório detalhado com a descrição das atividades realizadas no ano
anterior e plano de trabalho para o ano subsequente. Em 2016, passou a ser incluída,
no relatório do docente, a avaliação de desempenho didático realizada pelos
discentes, em conformidade com a Resolução № 09/2016, de 21 de junho de 2016, do
Cepe, que estabeleceu os parâmetros para a participação discente na avaliação de
desempenho didático dos docentes da UFMG. O ReCAD, por sua vez, é encaminhado
para avaliação da CPPD.
Está prevista para ocorrer, em 2024, a integração do sistema ReDoc e ReCAD,
com a geração automatizada do Relatório Anual Departamental. O objetivo é melhorar a
qualidade da informação, gerar parâmetros para avaliação e, ao mesmo tempo, dar
maior visibilidade à produção docente/departamento.
Os docentes recém-contratados se submetem à regulamentação específica,
relativa ao estágio probatório, sendo avaliados conforme Resolução № 30-A, de 16 de
dezembro de 1999, do Conselho Universitário, segundo o que determina a Seção IV do
Regime Jurídico Único.

5.1.1.2 Regime de Trabalho dos Docentes

São três os regimes de trabalho docente que a UFMG disponibiliza nas vagas
de magistério liberadas para concurso: o de 20 horas semanais (T-20), o de 40 horas
semanais (T-40) e o de 40 horas semanais com Dedicação Exclusiva (DE). O regime
de trabalho em tempo integral sem Dedicação Exclusiva (T-40) é concedido em
338

casos excepcionais. Em 2014, o Conselho Universitário aprovou a Resolução


Complementar № 02/2014, de 10 de junho de 2014 que dispõe sobre regimes de
trabalho docente; encargos docentes; concessão, reversão de classe e altera ção de
regime de trabalho de vaga de magistério da carreira de Magistério Federal da UFMG.
Essa Resolução estabeleceu critérios de excepcionalidade para adoção do regime de
trabalho de tempo integral sem Dedicação Exclusiva (T-40), em cada área. O artigo
16 dessa Resolução estabelece que a Matriz de Regime de Trabalho do Quadro
Docente da UFMG deverá garantir o mínimo de 2/3 dos docentes em Regime de
Tempo Integral com DE. Compete a cada Congregação propor ao Cepe a Matriz de
Regime de Trabalho da Unidade. E cabe ao Cepe definir a Matriz de Regime de
Trabalho de cada Unidade, considerando: I – a proposta de Matriz de Regime de
Trabalho aprovada pela Congregação de cada Unidade; II – as proporções mínimas de
2/5 (dois quintos) de docentes em Regime de Tempo Integral com DE, no âmbito da
Unidade, e de 2/3 (dois terços), no âmbito da UFMG; III – a disponibilidade de
recursos para contratação de professores.
O Gráfico 58 mostra que a maioria dos docentes da carreira de magistério
superior, em exercício na UFMG, tem regime de trabalho em tempo integral. Já na
carreira de ensino básico, técnico e tecnológico, a totalidade dos docentes está no
regime de Dedicação Exclusiva, conforme Gráfico 59.

Gráfico 58 – Distribuição do corpo docente do magistério superior da UFMG de acordo com o


regime de trabalho, segundo registros do SIAPE, 2018-2022

Regime de Trabalho - Docentes Mag. Superior

2982 3031 2999 2958 2950


2644 2672 2643 2611 2590

138 200 126 233 120 236 118 229 114 246

2018 2019 2020 2021 2022

Tempo Parcial - 20 Horas Tempo Integral - 40 Horas Tempo Integral com DE Docentes em Exercício

Fonte: Pró-Reitoria de Recursos Humanos – UFMG.


339

Gráfico 59 – Distribuição do corpo docente Ensino Básico Técnico e Tecnológico da UFMG de


acordo com o regime de trabalho, segundo registros do SIAPE, 2018-2022

Regime de Trabalho Docentes EBTT

121 121

119 119 119 119

117 117

112 112

2018 2019 2020 2021 2022

Tempo Integral com DE Docentes em Exercício

Fonte: Pró-Reitoria de Recursos Humanos – UFMG.

No Gráfico 60 é possível observar a relação percentual dos diferentes regimes de


trabalhos em que os professores de magistério superior da UFMG atuam.

Gráfico 60 – Distribuição do corpo docente do magistério superior da UFMG de acordo com o


regime de trabalho em percentual, segundo registros SIAPE 2018-2022

Regime de Trabalho - Docentes Mag.


Superior em %
Tempo Parcial - 20 Horas Tempo Integral - 40 Horas Tempo Integral com DE

89 88 88 88 88

5 7 4 8 4 8 4 8 8
4

2018 2019 2020 2021 2022

Fonte: Pró-Reitoria de Recursos Humanos – UFMG.


340

5.1.1.3 Desenvolvimento Docente

Desde meados dos anos de 1980, com a criação da CPPD, a UFMG vem
praticando, consistentemente, uma bem sucedida política de qualificação de pessoal
docente alicerçada nos seguintes princípios: i) prioridade para a admissão de
professores já detentores do título de doutor; ii) planejamento para a capacitação dos
docentes que ainda não alcançaram esse grau acadêmico, de modo que eles, o mais
rapidamente possível, também se tornem doutores; iii) preferência pelo regime de 40
horas semanais, com DE, como instrumento indispensável para o desenvolvimento da
Universidade, notadamente nos campos da pesquisa, da extensão e da produção
intelectual delas decorrentes; iv) compreensão da necessidade de a Universidade contar
também com a colaboração de professores em regime de tempo parcial, sobretudo
quando existe forte interação entre a atividade acadêmica e a atividade profissional
externa a este ambiente. Os resultados dessa política se expressam nos indicadores de
produção acadêmica referidos nos capítulos anteriores deste PDI. Os Gráficos Gráfico 61
e Gráfico 62 mostram que a maioria dos docentes (> 90%) do magistério federal na
UFMG possui Doutorado. A maioria com doutorado também é possível ser encontrada
na carreira de ensino básico como mostra o Gráfico 62.

Gráfico 61 – Distribuição do corpo docente do magistério federal da UFMG de acordo com o


grau de formação, segundo o Censo da Educação Superior, 2018-2022

Titulação de Docentes do Mag. Sup. + EBT T


92,1 92,0 93,9
87,8 89,8

% Graduados

% Especialistas

% Mestres

9,6 8,3 6,5 6,2 5,0


1,0 1,6 0,9 1,0 0,7 0,7 1,1 0,7 0,5 0,5 % Doutores
2018 2019 2020 2021 2022

Fonte: Pró-Reitoria de Recursos Humanos – UFMG.


341

Gráfico 62 – Distribuição do corpo docente da UFMG no magistério do ensino básico, técnico e


tecnológico, de acordo com a titulação, segundo registros do SIAPE 2022

TITULAÇÃO EBT T - DEZ. 2022


Centro Pedagógico - CEP Colégio Técnico - COLTEC
40 Iinstituto de Ciências Agrárias - ICA Teatro Universitário - TU
34

17
9
6 4
1 3 1 2 1

DOUTORADO ESPECIALIZACAO NIVEL MESTRADO MESTRE+RSC-III (LEI


SUPERIOR 12772/12 ART 18)

Fonte: Pró-Reitoria de Recursos Humanos – UFMG.

A UFMG, como universidade em que atividades de ensino, de pesquisa e de extensão


são indissociáveis, promove o desenvolvimento e a qualificação continuada do corpo
docente, em permanente movimento de produção, aplicação e difusão do conhecimento.
Em relação ao desenvolvimento da docência no ensino superior, em 2008, foi
criada a Diretoria de Inovação e Metodologias de Ensino, denominada Giz, vinculada à
Prograd, que tem como finalidade o aprimoramento das metodologias de ensino
superior utilizando novas tecnologias e possibilitando a reflexão contínua sobre a
prática docente. Esse trabalho considera as diferentes áreas do conhecimento, as
especificidades dos contextos educativos para a formulação de propostas inovadoras e
garante uma postura investigativa que identifica as mediações a serem incorporadas.
As ações da Diretoria de Inovação e Metodologias de Ensino priorizam a articulação
institucional com outros setores da UFMG de modo a promover a conexão de saberes
já existentes e a constituição de uma rede colaborativa de práticas de ensino superior.
Está descrita com maior detalhamento no capítulo sobre ensino da Graduação.
A PRORH também oferece, aos docentes recém-admitidos, ações de integração
por meio de palestra introdutória ao serviço público e carreira docente na UFMG,
realizada no dia da Posse, e planeja a execução de um curso introdutório com finalidade
de favorecer a socialização organizacional. Os docentes também podem participar de
diversas ações de desenvolvimento promovidas no âmbito do Plano de
Desenvolvimento de Pessoas (PDP). Existem ainda variadas iniciativas de capacitação
docente desenvolvidas no âmbito das Unidades Acadêmicas e Especiais, geralmente
promovidas pelos Colegiados, NDEs e Cenex.
342

Os critérios para avaliação dos relatórios anuais de atividades docentes


incentivam a realização de esforços que sejam coerentes com o planejamento
institucional e devem valorizar as atividades de qualificação docente.

5.1.1.4 Alocação de Vagas Docentes

A distribuição de vagas docentes do magistério superior e EBTT constitui, na


UFMG, um instrumento de execução da política de desenvolvimento institucional
estabelecida por seus órgãos superiores.
Para tanto, a vagas geradas por perdas docentes compõem o conjunto de vagas
que são distribuídas pelo menos duas vezes por ano aos departamentos, com
atualização anual de dados de produção acadêmica desses departamentos. A alocação
de vagas aos Departamentos é executada pela CPPD e aprovada pelo Cepe, com base
nas atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão desenvolvidas pelo conjunto de
docentes e nas necessidades estratégicas da própria Universidade.
Desde 1984, na UFMG, as vagas decorrentes de perdas não permanecem
vinculadas aos Departamentos, passando a integrar o conjunto de cargos vagos da
UFMG a ser redistribuído segundo critérios de avaliação de desempenho/necessidade.
Em 2007, houve a introdução, em todas as Ifes brasileiras, do conceito de Professor-
Equivalente e a constituição dos bancos de professor-equivalente das Ifes. Em 2008,
ocorreu uma expansão de aproximadamente 400 vagas decorrente do Programa Reuni.
Atualmente, distribuição de vagas docentes entres os departamentos (ou
estrutura equivalente) da UFMG obedece aos critérios estabelecidos pelo Cepe em 2009.
A essência do método, resultante da aplicação desses critérios, consiste no
dimensionamento de cada departamento (ou estrutura equivalente) proporcionalmente
à sua produção nas várias atividades docentes, relativamente à produção do conjunto da
UFMG. Para tanto, todos os cargos (vagos e ocupados) que a UFMG possui são
distribuídos, entre os departamentos, gerando uma dimensão denominada “ideal” de
cada um deles. A “dimensão ideal” de um departamento é então comparada à sua
dimensão real e, sendo maior do que esta, indica a atribuição de vaga(s) a este
departamento, caso haja disponibilidade naquela oportunidade. A produção de cada
departamento é atualizada anualmente. A “dimensão ideal” pode variar de ano para
ano, caso ocorra variação do número de cargos da UFMG, assim como da produção do
departamento em relação à do conjunto da UFMG.
343

5.1.1.5 Reserva de Vagas nos Concursos Docentes

Em 2022, a UFMG passou a aplicar mecanismos institucionais, nos concursos


públicos para vagas do magistério federal, que possibilitam o aprimoramento na
implementação da política de reserva de vagas para inclusão de pessoas autodeclaradas
negras (pretas/pardas) e pessoas com deficiência (PCD) no quadro de pessoal docente
da Instituição. Essa política foi elaborada, a partir de seu próprio contexto institucional,
buscando preservar, no que fosse possível, os benefícios de flexibilidade e fluidez dos
editais independentes por área e de certa descentralização na realização dos certames,
ao mesmo tempo em que busca mecanismos coerentes com os princípios da igualdade
racial e da inclusão.
O procedimento adotado considera a aplicação do percentual legal para reserva
de vagas incidindo sobre o quantitativo total das vagas alocadas pelo Cepe em cada
aprovação - excluídas as vagas a serem providas por meio de aproveitamento de
candidatos em certames vigentes ou que são utilizadas como permutas para
redistribuição de docente de outra IFE para a UFMG. Para tanto, após a aprovação das
vagas pelo Cepe e antes da publicação de editais de abertura de concursos públicos, os
departamentos/estruturas equivalentes devem se manifestar quanto à forma de
provimento da vaga e quanto à área de conhecimento das vagas que serão
disponibilizadas em concurso.
Deve ser publicado um Edital de Condições Gerais abarcando todas as vagas que
serão providas por concurso, constando os critérios e procedimentos para a definição
das áreas de conhecimento que deverão ser providas preferencialmente por candidatos
autodeclarados negros (pretos ou pardos) ou por pessoas com deficiência. A apuração
dos dados e a aplicação do procedimento deve ocorrer em sessão pública e seu resultado
homologado e publicado na forma de edital. A partir desse edital, são publicados os
editais de abertura para cada área de conhecimento, vinculados ao Edital Preliminar de
Condições Gerais e seu resultado.
As vagas reservadas são distribuídas dentre os departamentos/estruturas
equivalentes que receberam vagas, a partir de três critérios:
I. Aplicação dos percentuais legais - 20% para candidatos autodeclarados
negros (pretos ou pardos) e 5% para PCD - aos departamentos/estruturas
equivalentes que receberem mais de três vagas ou de cinco vagas,
respectivamente, desde que essas vagas sejam disponibilizadas em
concurso para a mesma área de conhecimento.
344

II. Não sendo distribuídas todas as vagas pelo critério acima, as demais
vagas são alocadas para os departamentos/estruturas equivalentes com a
menor proporção de candidatos autodeclarados negros (pretos ou pardos)
e PCD, a ser medido pelos indicadores Índice de Disparidade Racial (IDR),
no caso de vagas para candidatos autodeclarados negros (pretos ou
pardos), e Índice de Exclusão de Pessoas com Deficiência (IEPCD), no caso
de vagas para PCD.
III. Não sendo distribuídas todas as vagas pelos critérios acima, as vagas
restantes são definidas por meio de sorteio realizado em sessão pública. O
sorteio também deve ser realizado para a distribuição das cotas aos
departamentos/estruturas equivalentes que possuam vagas a serem
providas em áreas do conhecimento distintas e que tenham recebido uma
cota por meio de um dos critérios acima.

5.1.1.6 Programa Professor Visitante

O programa Professor Visitante constitui instrumento de execução da política de


desenvolvimento acadêmico da UFMG e visa contribuir para a consolidação e o
aprimoramento de seus cursos, programas e projetos de Graduação, Pós-Graduação,
pesquisa e extensão. As propostas apresentadas por essas instâncias são analisadas por
comissão indicada pelo Cepe. Em 2017, foi publicada Chamada do Programa Professor
Visitante, para distribuição de até 50 vagas com vistas a receber pesquisadores brasileiros
e estrangeiros de reconhecida competência e liderança em suas áreas de atuação. Do
ponto de vista jurídico, o programa atende à legislação pertinente, em especial às leis
8.745/93 e 12.772/12 e ao Decreto № 7.485/11, incluindo suas respectivas alterações.
Assim, os professores visitantes são contratados temporariamente com recursos
previstos na legislação federal, da mesma forma que os professores efetivos e substitutos.

5.1.2 Servidores Técnico-Administrativos em Educação (TAE)

A UFMG entende, valoriza e reconhece a importância da atuação dos servidores


TAE na proposição e execução das atividades meio, que são essenciais para que a
UFMG alcance seus objetivos e metas. Além disso, a Universidade espera que o papel
dos servidores TAE deva ir além da esfera administrativa, sendo também estimulada a
sua participação em atividades fins de pesquisa, extensão e ensino, compreendidas
como indissociáveis.
345

As políticas que envolvem esse segmento da Comunidade Universitária vão desde


a valorização e incentivo à qualificação profissional até a divulgação do conhecimento
gerado nas diversas atividades que contam com sua participação. As Jornadas de
Apresentação do Conhecimento produzido pelos TAE, durante a Semana do
Conhecimento da UFMG, têm como objetivo divulgar a produção do conhecimento
sistematicamente produzido pelos servidores TAE durante cursos formais de ensino ou
gerados na prática cotidiana, na busca de solução para os problemas vivenciados. A
Semana do Servidor se coloca como um espaço para o debate e a reflexão das questões
referentes aos servidores da Universidade.
A UFMG, considerando que a eficiência operacional e a gestão de pessoas são
temas estratégicos da Administração Pública Federal, e tendo em vista o atendimento
do interesse público representado pela necessidade de promover a modernização da
máquina pública, melhoria do desempenho institucional, a manutenção e atração de
novos talentos, além da inovação e a maior agilidade nas entregas poderá admitir
regimes específicos de trabalho de acordo com o interesse da administração e em
consonância com a legislação vigente.
Nesse sentido, de acordo com a Portaria № 7384, de 18 de agosto de 2023, está
prevista a adoção do Programa de Gestão e Desempenho (PGD) no âmbito da UFMG, que
ocorrerá inicialmente em caráter experimental. O PGD aplica-se aos servidores TAE em
exercício na UFMG e abrangerá atividades que possam ser adequadamente executadas
em regime de teletrabalho, com o aproveitamento das novas tecnologias disponíveis,
conforme detalhado na Portaria que institui o Programa e estabelece procedimentos
gerais relativos à sua implementação.

5.1.2.1 Plano de Carreira e Grau de Formação dos Servidores Técnico-


Administrativos em Educação

Os servidores TAE na UFMG estão enquadrados no Regime Jurídico Único (RJU)


da União. O Plano de Carreira dos TAE está estabelecido na Lei № 11.091, de 12 de
janeiro de 2005, e os anexos foram modificados pela Lei № 12.702, de 7 de agosto de
2012. A aprovação da Lei foi fruto de mobilizações dos servidores TAE das instituições
federais de ensino em 2004, que culminaram com a aprovação do Plano de Carreira dos
Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE) – Lei № 11.091/2005.
O PCCTAE é estruturado em: 322 cargos de 05 (cinco) níveis de classificação (A, 30;
B, 58; C, 73; D, 76; e E, 85); 04 (quatro) níveis de capacitação em cada nível de
346

classificação; 49 (quarenta e nove) padrões de vencimento; com diferença constante de


3,9% (step) entre um padrão e outro de vencimento. Não é possível a alteração do nível de
classificação, mas os TAE podem progredir na carreira, avançando os níveis de
capacitação e os padrões de vencimento por meio das seguintes modalidades, não
excludentes: a) Por progressão por capacitação profissional, mediante a obtenção de
certificação (cursos de capacitação que não sejam de educação formal) compatível com o
cargo ocupado, o ambiente organizacional e a carga horária mínima exigida, respeitado o
interstício de 18 (dezoito) meses. Nessa modalidade, o servidor muda de nível de
capacitação (I, II, III e IV), no mesmo cargo e no mesmo nível de classificação. b) Por
progressão por mérito profissional, vinculada aos resultados do programa institucional
de avaliação de desempenho, a cada 18 (dezoito) meses. Nesse caso, o servidor muda de
padrão de vencimento (padrões de 1 a 16, de cada nível de classificação).
Além disso, outro importante fator que promove o desenvolvimento dos TAE na
carreira é o Incentivo à Qualificação, gratificação dada ao servidor que apresenta
educação formal superior ao exigido para o cargo de que é titular, variando de 10 a 75%
de acréscimo sobre o padrão de vencimento, a depender do grau do título e da
correlação ao ambiente organizacional do servidor.
O Quadro de Referência dos Servidores Técnico-Administrativos em Educação
(QRSTA), apesar de fixo, tem sofrido com as constantes reduções de cargos. Por exemplo,
as classes A e B e alguns cargos da C foram extintos e, até a vacância, os cargos ocupados
são considerados quadro em extinção. Já a grande parte dos cargos da classe C, alguns da
D e da E, desde 2018, têm sido vedados para abertura de concurso público, reduzindo,
gradativamente a força de trabalho da UFMG, por esse motivo, os esforços da PRORH têm
sido envidados no sentido de aperfeiçoar o capital humano existente.
Os cargos da classe C, em sua maioria, exigem dos ocupantes a escolaridade mínima
de ensino fundamental; para os cargos da classe D a exigência é de ensino médio, ensino
médio profissionalizante ou curso técnico; para os cargos da classe E a exigência é de nível
superior. Em 2023, compõe o quadro de referência da UFMG, 4.226 vagas de TAE, que
demonstra uma queda desde o último PDI, evidenciando a difícil realidade de extinção e
vedação de cargos. A informação sobre os cargos existentes na UFMG e a sua situação, se
vagos ou ocupados, está acessível no site da PRORH, no menu Dados e Transparência.
O provimento dos cargos não vedados ocorre via concurso público, no qual os
candidatos são selecionados por meio de provas, e o ingresso, nos cargos do Plano de
Carreira, faz-se no padrão inicial do primeiro nível de capacitação do respectivo nível de
347

classificação, observadas a escolaridade e experiência estabelecidas em lei. O edital define as


características de cada fase do concurso público, os requisitos de escolaridade, a formação
especializada e a experiência profissional, os critérios eliminatórios e classificatórios.
No Edital são estabelecidas as vagas de ampla concorrência, além de 20% de reserva
para candidatos autodeclarados negros, quando há mais de 3 vagas, e 5% para pessoas com
deficiência (PCD), quando há mais de 5 vagas, conforme as legislações específicas. Indo
além, a UFMG compromissada com o atendimento das políticas afirmativas, realiza a
publicação de listas de aprovados negros e PCDs mesmo quando o total de vagas, por lei,
não permite a reserva de cotas, assim, caso surjam novas vagas durante a vigência do
certame, esses candidatos poderão ser nomeados e ingressar no quadro da Instituição.
Uma vez compondo o quadro da UFMG, os servidores TAE podem ser
movimentados, a critério ou no interesse da Administração, de forma efetiva entre as
Unidades da UFMG via remoção e para outras Instituições Federais de Ensino via
redistribuição, ou de forma temporária para outros órgãos por meio de institutos e
normativos específicos a cada caso.

5.1.2.2 Acompanhamento Funcional e Processos Avaliativos

O processo de acompanhamento funcional procura contribuir para a melhoria


das relações e condições de trabalho dos servidores, considerando: as necessidades e
potencialidades individuais e coletivas, as atividades prescritas para os seus respectivos
cargos e funções, o ambiente de trabalho, as necessidades e objetivos institucionais e as
legislações pertinentes. Ele acontece sob demanda dos próprios servidores ou de suas
chefias, de forma individual ou coletiva, e somente com o consentimento do agente que
será acompanhado. Ressalta-se que sua natureza não se confunde com intervenções ou
mediação de conflitos.
Sobre os processos avaliativos, embora sejam determinações legais, a UFMG
compreende a relevância desse mecanismo, não apenas como obrigação estatutária,
mas como ferramentas diagnósticas que possibilitam o aprimoramento profissional, a
mensuração do alcance de metas e a adaptação ao serviço público.
A implantação do Programa de Avaliação de Desempenho dos TAE da UFMG, com
seus pressupostos, diretrizes, objetivos e estrutura básica estabelecidos na Resolução
Complementar № 05, aprovado pelo Conselho Universitário da UFMG em 11 de dezembro
de 2012. A Avaliação de Desempenho é uma ferramenta de gestão que visa promover a
melhoria da qualificação dos serviços públicos e a subsidiar a política de gestão de
348

pessoas voltadas para os TAE. A Avaliação de Desempenho tornou viável a reflexão dos
resultados em relação desenvolvimento na carreira (capacitação e qualificação), no
mapeamento da situação dos servidores nos ambientes de trabalho e da infraestrutura
disponível para a execução das atividades nestes ambientes, a inclusão dos servidores
com deficiência, assim como auxiliou na resolução de conflitos e na harmonização das
relações de trabalho. Desde 2014 está informatizado e possibilita a elaboração e
acompanhamento do Plano de Trabalho da Equipe. Percebe-se que toda a comunidade
da UFMG compreende a importância do processo, dado o percentual de adesão ao
Programa de Avaliação de Desempenho nos últimos anos, apresentado na Tabela 25.

Tabela 25 – Quantitativo de servidores que aderiram ao Programa de Avaliação de Desempenho


2018-2022

Ano de Referência 2018 2019 2020 2021 2022

№ de servidores a
4393 4645 4562 4596 4556
serem avaliados
Percentual de
96,8% 98,5% 96,1% 97,0% 99,1%
abrangência

Fonte: Pró-Reitoria de Recursos Humanos – UFMG.

Outra gestão relevante para aferição do desempenho individual no cargo são as


avaliações de estágio probatório que acompanham o início da vida funcional dos
servidores que ingressam na UFMG. Elas oferecem a possibilidade de examinar a
aptidão e capacidade do recém-ingresso no desempenho das atribuições do cargo, bem
como a sua adaptação à instituição. Durante a pandemia de covid-19, foi um importante
termômetro da performance dos servidores em trabalho remoto.
Para auxiliar as chefias, a PRORH, por meio do DRH, oferta Oficinas com o
objetivo de fomentar discussões e reflexões sobre a importância da realização de
avaliações de estágio probatório que busquem uma melhor integração do servidor TAE
nas Unidades/órgãos.

5.1.2.3 Desenvolvimento dos Servidores Técnico-Administrativos em Educação

A UFMG investe no desenvolvimento dos servidores TAE tendo em vista uma


perspectiva mais ampla, não se restringindo às questões técnicas relacionadas ao cargo
ocupado, possibilitando ao servidor ter uma visão mais abrangente da Instituição,
assim como compreender com mais facilidade processos diversificados, contribuindo
para a excelência da UFMG e para sua trajetória profissional.
349

Um grande avanço foi alcançado com a aprovação da Resolução Complementar


№ 01/2023 do Conselho Universitário que estabeleceu a Política de Desenvolvimento
dos Servidores TAE. Essa Política tem como objetivos instituir, viabilizar e fomentar
ações de desenvolvimento que propiciem ao servidor aprimorar suas competências;
buscar compatibilizar os interesses da instituição com as expectativas dos servidores;
estabelecer critérios para a participação dos servidores em ações de desenvolvimento
e aprimorar a eficiência, a eficácia e a qualidade dos serviços prestados pela UFMG.
Assim, a PRORH tem atuado de forma a possibilitar ao servidor um leque de opções
de aperfeiçoamento, que, ao mesmo tempo, seja adequado à sua atuação profissional e ao
que a Universidade dele espera, mas também responda aos seus anseios pessoais.
Como parte das ações que visam promover o desenvolvimento dos servidores,
docentes e TAE, de 2018 a 2022, a PRORH concedeu 227 afastamentos no/do país e 217
licenças para fins de capacitação.
Existe também o Programa de Incentivo à Educação Formal em nível de
Graduação e Pós-Graduação que, por meio de editais, disponibiliza auxílio financeiro
para servidores TAE matriculados em cursos de instituições privadas. A perspectiva é
que, a curto prazo, esse Programa também abranja palestras e curso preparatório que
proporcionem entendimento sobre a carreira acadêmica e auxiliem na elaboração de
projetos de pesquisa visando processos seletivos dos programas de pós. De 2018 a 2022,
foram contemplados 228 servidores.
Outra ação da PRORH no desenvolvimento dos servidores acontece durante a
análise dos processos de Incentivo à Qualificação (ICQ) e Progressões por Capacitação
(PCP). De 2018 a 2022 foram concedidos 2173 ICQs e 3265 PCPs.
O curso de Pós-Graduação Lato Sensu Gestão de Instituições Federais de Educação
Superior (Gifes) é ofertado desde 2011. O curso, oferecido na modalidade a distância, é
resultado de uma ação conjunta da PRORH, da Prograd e da Faculdade de Educação (FaE),
com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (Sindifes).
A UFMG foi recentemente credenciada para integrar o Mestrado Profissional em
Administração Pública em Rede Nacional (Profiap), programa de pós-graduação stricto
sensu reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes) e coordenado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais
de Ensino Superior (Andifes). O objetivo é formar profissionais com entendimento nítido
do papel do Estado no Brasil, do exercício da cidadania e preocupados com as questões
éticas, sociais e ambientais relacionadas às políticas públicas que impactam a sociedade.
350

O processo encontra-se em tramitação no âmbito dos órgãos de deliberação superior


desta Universidade.

Gráfico 63 – Distribuição do Servidores TAE da UFMG de acordo com o Grau de Formação,


segundo o Censo Educação Superior 2018-2022

Grau de formação dos Técnico-Administrativos em Educação


5000
4500
4000
3500
Número de TAEs

3000
2500
2000
1500
1000
500
0
Fundamental Fundamental Ensino
TOTAL Ensino Médio Especialização Mestrado Doutorado
Incompleto Completo Superior
2018 4367 85 80 727 1003 1780 541 151
2019 4294 24 90 670 924 1837 581 168
2020 4205 53 58 560 1319 1398 618 199
2021 4176 49 49 483 774 1952 644 225
2022 4102 40 43 438 732 1936 675 238

Fonte: Pró-Reitoria de Recursos Humanos – UFMG.

5.1.3 Programas da Pró-Reitoria de Recursos Humanos

5.1.3.1 Programa de Apoio ao Servidor na Socialização Organizacional (PASSo)

O PASSo é um Programa que procura favorecer o processo de (re)integração dos


servidores recém-admitidos, movimentados e em retorno ao ambiente e à cultura da
universidade, possibilitando a compreensão dos valores e objetivos institucionais, a
aquisição de conhecimentos e habilidades para (re)assumirem seu cargo/função na
UFMG, com autonomia e proatividade. Por meio desse Programa, o DRH aprimorou
várias ações nos processos admissionais, avaliativos, de movimentações interna e
externas, acompanhamento e desenvolvimento dos servidores na Universidade, tais
como: Palestra Introdutória para docentes e TAE recém-admitidos; Elaboração de
documento com orientações aos servidores TAE recém-admitidos; Implementação do
Plano de Trabalho Individual – PTI para todos os TAE recém-admitidos/movimentados;
351

Aprimoramento das orientações sobre Estágio Probatório e Avaliação de Desempenho;


Curso de “Recepção dos técnico-administrativos em educação”. Há a intenção de
realizar uma pesquisa para avaliar o nível da socialização organizacional da UFMG, para
propor novas ações e melhorias ao programa.

5.1.3.2 Plano de Desenvolvimento de Pessoas (PDP)

Em 2019 foi instituída pelo Governo Federal a Política Nacional de


Desenvolvimento de Pessoas (PNDP) como um instrumento chave para planejar o
desenvolvimento de servidores da administração pública federal. Uma de suas diretrizes é
a elaboração anual do Plano de Desenvolvimento de Pessoas (PDP) em cada Instituição,
com o propósito de informar as demandas dos servidores (necessidades de
desenvolvimento) e instigar a oferta de ações de desenvolvimento. Em observância a essa
política, desde 2020, a PRORH elabora o PDP da UFMG que se inicia com o Levantamento
das Necessidades de Desenvolvimento, em consulta realizada às Unidades, continua na
análise e criação do Plano com possíveis soluções que atendam às necessidades elencadas
e culmina na execução de diversas ações de desenvolvimento. Seu público-alvo são os
servidores docentes e TAE pertencentes ao quadro ativo e permanente da UFMG, e em
exercício na Universidade. Entretanto, algumas ações podem ser abertas à participação
de funcionários terceirizados e demais grupos que integram a comunidade universitária.
Desde a sua implementação, o PDP contemplou 2735 servidores da UFMG.

5.1.3.3 Projeto Aproximação das Unidades/órgãos

O Projeto de Aproximação, desenvolvido em 2019, tem por objetivo principal


apresentar o DRH como parceiro nas questões que envolvem a Gestão de Pessoas,
criando uma rede de apoio que visa a melhoria no fluxo de informações e o alinhamento
mais assertivo quanto às diretrizes e aos procedimentos relacionados à área, no âmbito
de toda a Universidade.
Ao longo deste quadriênio, foi possível conhecer e compartilhar experiências em
praticamente todas as Unidades/Órgãos da Universidade. Além das visitas in loco, foram
instituídos 70 servidores como Referências de Recursos Humanos que formam uma
rede de interlocução com as Unidades Acadêmicas, Pró-Reitorias, além de vários órgãos
da administração central. Essas Referências, indicadas por seus gestores, possuem
papel fundamental para que as políticas de recursos humanos, estabelecidas pela
PRORH, busquem alcançar a todos os servidores da Universidade.
352

5.1.3.4 Qualidade de Vida no e para o Trabalho

Por meio do Projeto Ginástica no CEU, promovido pela PRORH no CEU, são
oferecidas aos servidores diversas atividades, cujo objetivo é promover a qualidade de
vida no trabalho, além do bem-estar no dia a dia. O foco do projeto é a melhoria da
qualidade de vida do servidor por meio da prática de atividade física orientada e
gratuita. As modalidades ofertadas atualmente são: hidroginástica, ginástica, corrida
de rua e dança de salão. Os servidores também se beneficiam de programas de
treinamento, formulados no âmbito da própria PRORH.

5.1.3.5 Programa de Educação para a Aposentadoria

O Programa de Educação para a Aposentadoria (PEA) foi criado em 2013 pelo


DRH, em atendimento à recomendação da Política de Atenção à Saúde e Segurança do
Servidor Público Federal – PASS e vem ao encontro de uma demanda cada vez mais
crescente de servidores que buscam por orientação quanto ao planejamento de suas
aposentadorias. O programa oferece ao servidor docente e TAE um espaço para escuta,
discussão e elaboração de seus aspectos biopsicossociais que estão relacionados à sua a
vida pessoal e ao processo iminente de sua aposentadoria.
Atualmente o Programa tem como principal ação a Aposentadoria Ativa, cuja
programação abrange a oferta de temas concernentes à aposentadoria, com o objetivo
de promover reflexões sobre o envelhecimento e oferecer subsídios teóricos e práticos
para a construção de um projeto de vida no pós-aposentadoria, por meio de encontros
vivenciais (atividades reflexivas) e informativos (palestras). Nesses encontros são
apresentadas temáticas relativas aos sentidos do trabalho e da aposentadoria, gestão do
tempo, redes sociais, envelhecimento ativo, saúde, planejamento financeiro, memória,
legislação para aposentadoria, relacionamento familiar, projeto de vida, dentre outros
temas que visam estimular os trabalhadores a refletirem sobre a aposentadoria e se
prepararem para viver essa nova fase da vida com autonomia e qualidade. Além disso, o
Programa pode oferecer, eventualmente, oficinas pertinentes à temática da
aposentadoria. Nesses próximos anos, o planejamento é propor outras ações que
dialoguem com a temática.
A seguir, serão apresentados os objetivos, geral e específicos, traçados pela
PRORH para o próximo quinquênio. Tais objetivos foram construídos tomando por base
os princípios que norteiam a política de gestão de pessoas da UFMG: diálogo, respeito,
inclusão e participação.
353

GESTÃO DE PESSOAS

Objetivo Geral

Aprimorar a política de gestão de pessoas da UFMG com ênfase na busca contínua por
modelos e práticas que possibilitem que as atividades-meio potencializem a realização
das atividades-fim, contribuindo efetivamente para o alcance do cumprimento da
missão da UFMG por meio da promoção e do fortalecimento dos mecanismos e
ferramentas de desenvolvimento das potencialidades individuais e coletivas e do
aprimoramento da comunicação e dos canais de relacionamento visando à difusão
constante de informações e a clareza e a transparência de ações.

Objetivos específicos (Metas)

• Investir na política de desenvolvimento dos servidores docentes e


consolidar a política de desenvolvimento dos servidores TAE,
promovendo as potencialidades do quadro de pessoal da Instituição em
todas as suas dimensões.
• Consolidar a política de inclusão via reserva de vagas, nos concursos de
docentes.
• Promover e ampliar a visibilidade do trabalho e da produção intelectual
dos servidores.
• Avançar no processo de uma gestão de pessoas cada vez mais próxima
dos dirigentes das unidades/órgãos, dos departamentos, dos setores e
dos servidores docentes e TAE.
• Aprimorar a política de integração dos servidores docentes e TAE recém-
ingressos.
• Aprimorar os programas voltados para a qualidade de vida, trabalho e
lazer dos servidores docentes e TAE.
• Consolidar a política de ações preventivas e de promoção à saúde da
Comunidade Universitária.
• Aprimorar a política de alocação de vagas do magistério superior e EBTT,
por meio da avaliação dos indicadores, considerando a diversidade das
atividades acadêmicas.
• Promover melhorias na gestão de vagas de TAE para reposições e
recomposições da força de trabalho nas Unidades/Órgãos, balizadas por
critérios técnicos e zelando pela transparência dos processos.
• Promover a atualização constante dos normativos internos, propondo a
edição e revisão de Resoluções a fim de garantir a segurança jurídica dos
atos administrativos e o direito dos servidores, observando os
normativos externos e as necessidades de desenvolvimento institucional
e de desenvolvimento profissional e pessoal dos servidores.
• Promover a divulgação dos normativos externos e internos que regem a
carreira docente e TAE, promovendo a compreensão dos fundamentos
legais que normatizam cada matéria a fim de viabilizar o planejamento
de ações institucionais e pessoais dos servidores e contribuir para a
correta instrução e agilidade na tramitação dos processos.
354

Objetivos específicos (Metas)

• Aprimorar continuamente os processos de trabalho com investimento


no desenvolvimento de sistemas de informação que simplifiquem e que
deem celeridade à gestão administrativa de pessoas.
• Definir a política de remoção, redistribuição e estágio probatório dos
TAE na UFMG.
• Investir em ações de caráter preventivo nos processos de gestão de
pessoas, aprimorando a gestão de riscos.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5
Relativas a Docentes

1. Revisar e aprimorar os processos e normativos relativos a


concursos públicos para cargos de magistério, passando a incluir
cargos EBTT e cargo isolado de professor titular-livre.

2. Elaborar plano para estruturação de um setor de coordenação e


suporte aos concursos docentes, propiciando segurança na
publicação de editais e na realização dos concursos, assim como
a implantação de sistema online de inscrição e gestão dos
concursos públicos.

3. Propor a revisão e criação de resoluções relativas à carreira


docente para submissão ao Conselho Universitário.

4. Revisar os critérios empregados na matriz de alocação de vagas


docentes, promovendo a sua atualização tendo em vista a evolução
acadêmica da UFMG desde sua a implantação, visando uma
distribuição mais eficiente para efetivação das políticas acadêmicas.

5. Promover ações de aproximação com as unidades acadêmicas para


esclarecimentos gerais sobre políticas da carreira docente.

6. Implantar programa de recepção para docentes recém-


admitidos de acolhimento efetivo, incluindo cursos modulares
para tratar dos direitos e deveres do servidor público, carreira
docente, estrutura da UFMG, seus ordenamentos e sobre a
socialização organizacional.

7. Implementar programa de formação de gestores universitários


para servidores docentes.

8. Regulamentar da atuação de professores voluntários.

9. Avaliar e expandir o Programa Professor Visitante.


355

Ações/Ano 1 2 3 4 5
10. Elaborar calendário admissional dos docentes com datas
“ótimas” para tramitação de processos.

11. Promover reuniões de instrução às Unidades para prevenir


diligências em processos admissionais.

12. Promover ações de desenvolvimento para servidores docentes.

13. Aprimorar os sistemas de relatórios individuais de atividades


docentes e do relatório departamental de atividades.

14. Assessorar os docentes gestores nas matérias que envolvem o


manejo do quadro de pessoal, oferecendo apoio nas relações
interpessoais, apresentando dados personalizados a cada Unidade,
difundindo as atualizações dos normativos que abrangem a área e
capilarizando as boas práticas por toda a Universidade.

Relativas a Técnico-Administrativos em Educação:

1. Aprimorar o programa de recepção para TAE recém-admitidos


de acolhimento efetivo, incluindo cursos modulares para tratar
dos direitos e deveres do servidor público, carreira docente,
estrutura da UFMG, seus ordenamentos e sobre a socialização
organizacional.

2. Promover oficinas de capacitação sobre a implementação da


recém-criada Política de Desenvolvimento TAE, estabelecida
em Resolução do Conselho Universitário.

3. Criar banco de talentos de servidores TAE com vistas ao


cadastro de potenciais colaboradores na realização de ações de
desenvolvimento, especificamente, programas regularmente
instituídos.

4. Ampliar e aprimorar os Programas direcionados aos TAE:


a) apoiar servidores em cursos de Graduação e Pós-Graduação;
b) estimular a participação em eventos, congressos e seminários;
c) aprimorar o Curso de Especialização em Gestão de
Instituições de Ensino Superior (Gifes);
d) reavaliar o Programa de Avaliação de Desempenho;
e) incentivar o Programa de Qualidade de Vida no Trabalho.

5. Implementar programa de formação de gestores universitários


para servidores TAE.

6. Ofertar ações de desenvolvimento para servidores TAE.

7. Elaborar Matriz de Distribuição Interna de servidores TAE, com


base em dimensionamento definido a partir de diagnóstico da
distribuição da força de trabalho TAE nas Unidades e órgãos da
UFMG, respeitando a diversidade de áreas.

8. Dar continuidade e acompanhar o processo de implantação de


regime especial de trabalho para os servidores TAE.
356

Ações/Ano 1 2 3 4 5
9. Elaborar matriz de distribuição de Funções Gratificadas para os
servidores TAE, a partir de estudo de parametrização.

10. Consolidar as Referências de Recursos Humanos nas


Unidades/Órgãos.

11. Promover gestão no sentido de incorporar a experiência e a


qualificação dos TAE da administração da Universidade.

12. Envidar esforços junto ao MEC para a ampliação do quadro de


servidores TAE.

13. Fortalecer e aprimorar a participação dos TAE na Semana do


Conhecimento.

14. Elaborar políticas relativas à remoção, redistribuição e estágio


probatório TAE com vistas à submissão de propostas de
resoluções ao Conselho Universitário.

15. Elaborar e encaminhar para análise do Conselho Universitário


proposta de resolução para criação da Comissão Interna de
Saúde do Servidor Público (CISSP)

Gerais

1. Buscar de forma constante o aprimoramento da comunicação


entre a PRORH e a comunidade universitária.

2. Analisar e acompanhar os instrumentos de avaliação das


políticas de gestão de pessoas, incluindo a produção de
relatórios referentes a essas análises e resultados.

3. Promover atividades como debates, discussões e eventos com o


objetivo de contribuir para o fortalecimento das políticas de
ações afirmativas da UFMG.

4. Promover a articulação intersetorial para a construção de


protocolos normativos para o combate às violências de gênero,
raça, etnia, classe; às opressões discriminações com base no
racismo, homofobia, transfobia, sexismo, machismo, etarismo,
capacitismo.

5. Aprimorar o atendimento às urgências médicas nos Campi da


UFMG (Pampulha, Saúde e Montes Claros).

6. Aprimorar os programas voltados para a qualidade de vida,


trabalho e lazer dos servidores, estimulando a utilização dos
espaços da UFMG e do CEU.

7. Apoiar a política de ações preventivas e de promoção à saúde


mental da Comunidade Universitária, a partir do trabalho já
realizado pela Comissão Permanente de Saúde Mental.
357

Ações/Ano 1 2 3 4 5
8. Consolidar o Programa de Educação para Aposentadoria como
política de gestão de pessoas, com o objetivo de promover ações
educativas que possibilitem ao servidor a conscientização
quanto à importância do planejamento, durante a carreira, para
uma aposentadoria com qualidade de vida.

9. Desenvolver e implantar um conjunto de ferramentas de


tecnologia de informação que permitam a integração de dados e
informações, fundamentais à gestão de recursos humanos da
UFMG, contribuindo para a celeridade e assertividade nos
processos e procedimentos.

10. Ampliar, fortalecer e aprimorar a Semana do Servidor valorizando


as práticas institucionais.

11. Realizar a gestão do Plano de Desenvolvimento de Pessoas – PDP.

12. Ofertar oficinas e reuniões de instrução de processos de gestão de


pessoas.

5.2 Gestão Administrativa

Diante de demandas crescentes da sociedade, a UFMG busca realizar


investimentos em projetos para a expansão qualitativa e quantitativa da Instituição, com
vistas a manter e a aperfeiçoar seu perfil de desempenho. Esta Universidade, importante
conexão da rede de Ifes existentes no território brasileiro e fruto do trabalho de tantas
gerações, é, hoje, um patrimônio inegociável do estado de Minas Gerais e do País. Para se
manter em patamares de excelência e qualidade acadêmica, ela depende de fortes e
constantes investimentos nos seus maiores bens: pessoal qualificado para o ensino, a
pesquisa e a extensão de qualidade e um parque universitário capaz de nutrir um
permanente desenvolvimento científico, tecnológico e cultural.
A sustentação desse parque universitário nos padrões desejáveis depende do
bom funcionamento de um complexo aparato de gestão administrativa e de serviços de
apoio e logística. Face à diversidade e complexidade das atividades executadas em uma
instituição universitária e ao crescimento das demandas da comunidade, resultado do
contexto recente de expansão do ensino e da pesquisa, tornou-se premente a
modernização dos processos administrativos gerais da UFMG.
A UFMG tem implementado diversas iniciativas de modelagem, documentação e
gestão dos processos administrativos e acadêmicos para assegurar a eficiência e a qualidade
em suas operações. Essas iniciativas incluem a representação gráfica de seus processos,
358

criação de manuais de procedimentos, automatização dos processos e a utilização de


sistemas integrados de gestão que facilitam o acompanhamento e a avaliação contínua das
atividades administrativas. Esse esforço visa não apenas a melhoria contínua dos serviços
prestados, mas também a transparência e a gestão estratégica dos processos institucionais.
Nas Unidades Acadêmicas, esses processos são desenvolvidos nas secretarias de
Colegiados e Departamentos e também por meio de uma estrutura organizacional que
usualmente envolve órgãos tais como Seções de Ensino, Seções de Patrimônio,
Almoxarifados, Seções de Serviços Gerais, Seções de Pessoal, Seções de Contabilidade,
Seções de Informática, e outros. Outras Unidades Gestoras também contam com órgãos
similares. No âmbito da Administração Central, além das secretarias com funções
específicas relacionadas a cada órgão, têm destaque as Pró-Reitorias de Administração
e de Planejamento, que executam funções de articulação e de apoio a grande parte desse
sistema administrativo.
Os desafios para o aperfeiçoamento desse complexo sistema de gestão incluem, por
um lado, um movimento de descentralização do planejamento, da execução orçamentária e
da tomada de decisão, permitindo a formulação de políticas localmente referenciadas. Por
outro lado, vários dos processos envolvidos podem se beneficiar de ganhos de escala e de
acúmulo de massa crítica se forem organizados em termos de sistemas centralizados de
provimento de serviços. Trata-se aqui não de uma escolha entre fórmulas contraditórias,
mas da necessidade do aperfeiçoamento de mecanismos de coordenação e de cooperação
que permitam a identificação e o aproveitamento de sinergias em um contexto
organizacional que reconhece como valor a descentralização e a decisão compartilhada.
Coloca-se então tanto como necessidade quanto como oportunidade a questão
do estabelecimento de mecanismos institucionalizados de compartilhamento de
práticas e saberes relacionadas à administração universitária, tanto quanto da
implantação de novas tecnologias de apoio à gestão. Por um lado, cabe estabelecer
mecanismos centrais que visem fornecer suporte aos diversos gestores integrantes da
administração da UFMG em temas tais como: legislação, boas práticas, tecnologias e
ferramentas gerenciais, comunicação com o público e outros. Cabe ainda a formação de
redes, estabelecendo fóruns comuns para setores que cumprem funções análogas,
assim incentivando não apenas a troca de experiências como também a construção
coletiva de conhecimento, na busca de aperfeiçoamentos nos processos de gestão.
Constatou-se anteriormente a existência de uma diversidade de procedimentos
nas várias Unidades e setores e que o aprendizado de rotinas, de ritos, de procedimentos
359

ocorria usualmente por meio de sua transmissão oral. Esforços para a normalização e
padronização dos processos administrativos, além de um levantamento sistemático dos
saberes a eles relacionados têm sido desenvolvidos. A implantação do Sistema
Eletrônico de Informações – SEI, entre 2019 e 2020, possibilitou a normalização e
padronização dos processos administrativos com o lançamento das bases de
conhecimento. Foram construídos padrões que passaram a ser utilizados por todos os
setores e unidades sendo acessados uniformemente e com facilidade.
Outra dimensão a ser considerada, em todas as esferas da administração da
UFMG, é a do cuidado na comunicação com o público. Deve ser dada ampla publicidade
aos procedimentos, bem como aos eventuais entraves e às razões para uma possível
morosidade no fluxo dos processos. A menção expressa às providências, por exemplo
para programação e para comunicação de regularidade de atividades de manutenção
preventiva e de agilidade na manutenção corretiva, é um fator importante para que a
efetivação das medidas se realize na complexidade dos processos, enquanto esta
constitui elemento instituidor de relação de confiança entre o público e a Instituição,
fundamental para sua legitimidade social.

5.2.1 Pró-Reitoria de Administração (PRA)

Pelo amplo espectro de sua atuação, os desafios colocados à PRA são


significativos e relacionam-se a diferentes objetivos e projetos no quadro do PDI-
UFMG 2024-2029, que têm em vista reduzir a defasagem existente entre o quadro de
excelência acadêmica da UFMG e as limitações do seu suporte administrativo, por meio
da otimização do uso dos seus recursos e a promoção da melhoria das condições de vida
da Comunidade Acadêmica, num contexto de uso cada vez mais intensivo dos Campi
universitários e de demanda por serviços de qualidade.
Trata-se, primeiramente, de avançar na implantação de sistemas eficientes e
abrangentes de gestão pública, informatizando e integrando os diversos processos
administrativos (de materiais e almoxarifado, patrimônio, compras e licitações ao
gerenciamento de contratos, orçamentário, financeiro e contábil). Além disso, é preciso
atender ao acentuado crescimento da demanda pelos serviços prestados à comunidade
(manutenção e reforma das instalações existentes, construção de novas instalações,
alimentação, limpeza, segurança, mobilidade etc.) e às exigências de maior qualidade
na prestação destes serviços. Finalmente, será preciso aprimorar o planejamento e a
gestão ambiental da UFMG, contemplando medidas voltadas para a recuperação do
360

passivo ambiental e a valorização urbanístico-ambiental dos campi da Universidade, a


preservação de seus recursos ambientais e a gestão de resíduos sólidos e especiais
gerados no âmbito da Universidade.
Atualmente, as atividades relacionadas com os serviços de apoio logísticos são
desenvolvidas em diferentes unidades gestoras e, em grande medida no Departamento
de Logística de Suprimentos e de Serviços Operacionais (DLO), e no Departamento de
Apoio Administrativo (DAA), órgãos ligados à PRA, que atuam também na gestão da
logística e dos serviços comunitários.
A PRA conta ainda com outros departamentos a ela subordinados, entre os quais: o
Departamento de Gestão Ambiental (DGA), responsável pela manutenção de áreas verdes,
gestão de resíduos e de infraestrutura sanitária, o Departamento de Obras (DO), responsável
por todas as obras e reformas nas edificações e áreas externas da Universidade, o
Departamento de Manutenção e Operação da Infraestrutura (Demai), responsável por todas
as atividades de manutenção predial, laboratorial, de equipamentos em geral, elevadores
etc., e o Departamento de Planejamento e Projetos (DPP), responsável pelo planejamento e
desenvolvimento de projetos de intervenções no espaço físico da Universidade.

5.2.2 Manutenção da Infraestrutura

A UFMG precisa manter permanente zelo pelo espaço do seu considerável


patrimônio físico. Para isso, são indispensáveis duas ações de manutenção. A manutenção
corretiva que envolve os problemas cotidianos das edificações em uso como, por exemplo,
substituição de lâmpadas, manutenção das instalações elétricas, interruptores e
disjuntores, revisões hidrossanitárias decorrentes de entupimentos e vazamentos,
substituição de peças e metais sanitários, revisões em esquadrias e vidros etc.
A segunda ação de manutenção, de caráter preventivo, abrange desgastes e
problemas decorrentes do tempo de uso das edificações. É importante destacar que em 2023
a UFMG completou 95 anos de existência, e alguns prédios acumulam de 30 a 50 anos de uso
intenso. Por esse motivo, apresentam diversos problemas que vão se agravando, caso em que
se faz necessário um diagnóstico do seu estado de conservação visando elaborar propostas
de correção, adequação e melhoria, como substituição de telhados e fachadas, recuperações
estruturais, revisões em redes internas e externas de abastecimento e distribuição,
revitalização de pinturas e esquadrias, modernização de elevadores, dentre outras.
De forma geral, é preciso implantar um sistema de planejamento e controle de
manutenção predial e de equipamentos, incluindo a implantação de técnicas preditivas
361

capazes de orientar o desenvolvimento de ações preventivas. As premissas para


priorização das ações previstas, assim como o ordenamento das obras, devem seguir as
diretrizes definidas pela Resolução № 7/2023, recém-aprovada pelo Conselho
Universitário. Complementarmente, é preciso ainda estabelecer protocolos que visem
aumentar a eficácia e a agilidade, bem como reduzir o custo das ações corretivas.
Adicionalmente, por força das inúmeras pequenas e médias adaptações e
modificações realizadas ao longo dos anos no conjunto de prédios, impõe-se fazer não
só um inventário da área construída, mas também a catalogação do patrimônio verde
da Universidade, de forma a reavaliá-lo e a permitir um melhor planejamento de
plantio e substituição de espécies.

5.2.3 Gestão de Serviços de Apoio e Logística

Tendo em vista a complexidade de atividades que sustentam o ensino, a


pesquisa e a extensão e considerando a quantidade de prédios, área construída e área
urbanizada de seus Campi, a UFMG demanda uma gestão de serviços de apoio e
logística. Deve-se buscar um atendimento cada vez mais qualificado a tal demanda,
com a crescente agilidade e eficiência dos processos administrativos, a ser obtida com
a implantação e integração dos diversos sistemas de gestão das atividades
administrativas na UFMG.
Essa gestão inclui compras e importação de bens; serviços de correio, malote e
reprografia; gestão de serviços de transporte; serviços de limpeza e conservação;
serviços de portaria e de vigilância; contratação e fiscalização da exploração de
restaurantes e cantinas, bem como de outras concessões e permissões remuneradas de
uso; aquisição, gerenciamento e controle de estoque de bens de consumo e de bens
móveis permanentes, entre outros procedimentos. No que diz respeito a essas funções,
deve-se priorizar a reformulação de procedimentos visando facilitar as ações de
aquisições de bens e serviços, a recepção e acompanhamento contratual, a gestão
patrimonial, a estocagem, de forma a proporcionar economia de escala e rapidez nas
aquisições. Não se deve descuidar, por outro lado, do desfazimento de bens inservíveis
em toda a Instituição. Os instrumentos de gestão devem ser desenvolvidos com base
nos fluxos efetivos de custeio, compras e serviços concernentes às diversas unidades
gestoras. A implantação de sistemas administrativos, proposta pelo próprio governo,
como o Sistema Integrado de Administração de Serviços (Siads), irá facilitar as ações de
controle patrimonial e de estocagem de materiais.
362

Um dos aspectos da gestão administrativa que merecem particular atenção,


devido ao seu grande impacto no dia a dia das pessoas da Comunidade Universitária, diz
respeito à circulação de pessoas e o trânsito de veículos nos Campi. É preciso abordar a
questão da melhoria da mobilidade da comunidade, por meio da implantação de formas
alternativas de transporte interno e da melhoria do transporte coletivo.
Essa questão se articula com a do desenvolvimento urbanístico-ambiental dos
Campi da UFMG, que requer a inclusão, nos planos diretores, dos instrumentos para
garantir o seu desenvolvimento sustentável, com a previsão de intervenções que visem
à melhoria da qualidade de vida da Comunidade Universitária. Cabe mencionar, dentre
as ações a serem desenvolvidas: rever o planejamento territorial e urbanístico dos
Campi e demais áreas incluindo expansões e ampliações de edificações existentes;
elaborar planos diretores ambientais para os Campi e fazendas da UFMG; recuperar
áreas degradadas e passíveis de valorização urbanística e ambiental no âmbito da
Universidade; promover a cultura da sustentabilidade junto à Comunidade Universitária
incorporada aos princípios de todos os processos de gestão; promover a eficientização
energética no âmbito da UFMG; promover o uso racional de água.
Outro aspecto da gestão administrativa conexo com a questão ambiental, cuja
importância vem crescendo é o da gestão de resíduos. É preciso promover a sua efetiva
institucionalização no âmbito da UFMG, com o envolvimento pleno da comunidade, das
Unidades e da Administração Central, bem como pelo estabelecimento de: i) diretrizes
apropriadas; ii) infraestrutura física e funcional necessárias e iii) instrumentos
adequados à sua manutenção e expansão.
É preciso ainda avançar na melhoria das condições de segurança física e
patrimonial na UFMG, com a conclusão da implantação do Plano Diretor de Segurança
Universitária na UFMG, aprimorando-o com o uso de novas abordagens e ferramentas
de análise.
A gestão dessa gama de serviços necessita ser revista, atualizada e modernizada,
para que seja feita a normatização e padronização de procedimentos das atividades de
sua abrangência, de modo que a UFMG possa atingir seus objetivos com o menor uso de
recursos materiais e pessoais. Esse instrumento beneficiará as atividades-fim da
Instituição na realização de suas metas, além de funcionar como um elemento
facilitador das ações de gestão e de fiscalização, que vão permitir a avaliação, de forma
isonômica, das rotinas repetitivas nas diversas áreas; maior intercâmbio da mão-de-
obra treinada; redução do custo da capacitação de executores e multiplicadores.
363

5.2.4 Gestão Ambiental

A gestão ambiental envolve aspectos diversos relativos aos meios físico, antrópico e
biótico relacionados à Universidade e sua área de influência, procurando avaliar seus
impactos, bem como indicar medidas capazes de mitigar os efeitos negativos e potencializar
aqueles outros considerados positivos oriundos de sua operação, além de visar à proteção da
saúde dos trabalhadores e da sociedade, dos recursos naturais e do meio ambiente.
Nesse contexto, o Departamento de Gestão Ambiental, vinculado ao organograma da
PRA, foi concebido para centralizar e articular as questões ambientais da Universidade, até
então desenvolvidas de modo relativamente isolado, em divisões e seções de departamentos
distintos. Assim, o Reitorado do período 2010/2013, por meio da Portaria № 112 de 2010,
criou o Departamento de Gestão Ambiental (DGA), dentro do organograma institucional da
PRA, sendo composto de início por três divisões: Divisões de Gestão de Resíduos (DGR),
Divisão de Infraestrutura Sanitária (DISA) e Divisão de Áreas Verdes (DAV).
Posteriormente, foi implementada no DGA a Divisão de Eficiência Energética – DEFE.
O DGA apresenta área de atuação bastante abrangente e multidisciplinar,
envolvendo questões de gerenciamento integrado dos diversos resíduos gerados pela
UFMG; os processos de regularização e licenciamento ambiental, perante os órgãos
públicos competentes, das Unidades que compõem a Universidade, em conjunto com o
Departamento de Planejamento e Projetos (DPP/PRA); questões de infraestrutura
sanitária, como drenagem pluvial, abastecimento de água e esgotamento sanitário, em
conjunto com o Departamento de Manutenção e Operação da Infraestrutura
(Demai/PRA); as questões de gerenciamento de fauna e educação ambiental, além de
contribuir com a Comissão de prevenção e combate a incêndio e pânico, em conjunto
com o DPP/PRA; a participação em ações previstas no projeto Minirrede de Energia
Oásis-UFMG, como a implantação de usinas fotovoltaicas nos CADs e de microturbinas
a gás para geração de energia elétrica e calor no CTE.
Ainda em relação à gestão ambiental importa mencionar a atuação da Comissão
Permanente de Política de Animais nos Campi (CPPA), instituída por meio da Portaria №
174, de 08 de julho de 2019. Essa Comissão vem trabalhando na proposição e
implementação de ações para a vigilância e a proteção dos animais dos campi e de outras
áreas da UFMG (fazendas e museus). Os principais eixos da política para animais propostos
pela Comissão envolvem a orientação dos dirigentes e de toda a comunidade universitária
quanto ao tema; o monitoramento da fauna doméstica e silvestre dos campi; e a castração,
esterilização e devolução de cães e gatos residentes nos campi, com foco na saúde pública.
364

5.2.5 Licenciamento Ambiental do Campus Pampulha

O campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais/UFMG está


dispensado de Licenciamento Ambiental no âmbito do Conselho Municipal de Meio
Ambiente – Comam ou da Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SMMA, uma vez
que as atividades nele desenvolvidas não estão entre as previstas no rol do artigo 344,
da Lei Municipal № 11.181/2019.
O licenciamento é uma condição para a obtenção das licenças necessárias para
operação – Licença de Operação (LO) – e implantação de novas edificações – Licença de
Implantação (LI) –, nos termos da Orientação para Licenciamento de Empreendimento
de Impacto (OLEI) № 0302-2012. No final de 2016 a UFMG obteve a Licença de
Operação na modalidade Adequação (LOA).
Em 2021, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente sugeriu a celebração de
Termo de Compromisso para auxílio no gerenciamento dos aspectos ambientais do
campus Pampulha, considerando as condicionantes estabelecidas na Licença de
Operação na modalidade Adequação (LOA) № 207 1004/16, válida até 22 de dezembro
de 2021. Estas condicionantes estão apresentadas abaixo e sua pertinência permanece
em discussão com a própria secretaria:

• Condicionante 1: Elaborar e formalizar Termo de Compromisso que a


UFMG celebra junto ao Município de Belo Horizonte, por meio da SMMA,
determinando a elaboração do Plano Diretor Ambiental e do Protocolo de
Sustentabilidade do Campus Pampulha, devendo o produto ser
incorporado ao Plano Diretor do Campus Pampulha e ao PDI da UFMG para
que oriente as diretrizes de planejamento e desenvolvimento da unidade.

• Condicionante 2: Atender aos diversos pareceres emitidos para a LOA,


vinculado ao atendimento das respectivas condicionantes.

• Condicionante 3: Criar uma comissão de gestão do licenciamento da


UFMG, composta por docentes de notório saber e especialistas nas
principais áreas de conhecimento ambiental, visando a condução do
processo de licenciamento ambiental.

• Condicionante 4: Emissões de ruídos e vibrações: Desenvolvimento de


projeto de paisagismo, arborização e cortina arbórea, no qual deverão ser
verificadas espécies capazes de promover barreira.
365

• Condicionante 5: Emissões de ruídos e vibrações: implantar o plano de


monitoramento que indica avaliações anuais composta de medições em
seis pontos.

• Condicionante 6: Elaborar e implantar plano de substituição dos


equipamentos de refrigeração, no fim de sua vida útil, por outros que
utilizam fluidos refrigerantes alternativos disponíveis no mercado com
menor poder impactante sobre a camada de ozônio.

• Condicionante 7: Elaborar os estudos para redução da poluição por 5


temas (cocção de alimentos em fogões a gás nas cantinas e restaurantes
do Campus, operação de caldeiras à óleo combustível BPF no restaurante
setorial II, operação de geradores de energia elétrica emergenciais nas
unidades acadêmicas e administrativas, operação de capelas químicas,
coifas e outras fontes em laboratórios com manipulação de substâncias
químicas e operação das máquinas de impressão offset da Imprensa
Universitária) e em seguida implantar as ações.

• Condicionante 8: Em relação às emissões dos laboratórios, realizar


avaliação complementar utilizando a Curva ABC, bem como avaliação da
qualidade do ar do campus, antes da implementação das melhorias, para
posterior verificação da efetividade das medidas adotadas.

• Condicionante 9: Drenagem: participar as ações de planejamento,


modelagem e projeto. Elaborar Plano de Contingência contra Alagamento
e Inundações a ser aprovado junto ao Comdec – Coordenadoria Municipal
de Defesa Civil.

• Condicionante 10: Apresentar os estudos e documentos solicitados no


parecer técnico № 151 da Superintendência de Desenvolvimento da
Capital (Sudecap).

• Condicionante 11: Apresentar a proposta e o cronograma de implantação


proposto para o Centro de Apoio à Fauna e Atendimento Veterinário.

Tais condicionantes apresentam naturezas e prazos para execução diferentes e


para seu atendimento, é necessário conduzir as seguintes ações:
366

I. Visando o atendimento à condicionante № 3 – Anexo I da LOA


№ 1004/16, faz-se necessária, por parte da Administração Central da
UFMG, a criação de uma Comissão de Gestão do Licenciamento
Ambiental, imprescindível para a continuidade do processo junto à
Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA).
II. Conduzir a interlocução da Comissão de Gestão do Licenciamento
Ambiental com a equipe técnica da SMMA, quanto às definições do rol de
condicionantes para a LOA № 1004/16.
III. Viabilizar os diversos contratos com as empresas de consultoria
ambiental responsáveis pelo atendimento às demandas advindas do
cumprimento das condicionantes do Licenciamento Ambiental, quando o
rol das condicionantes for definitivamente emitido.
IV. Contribuir para viabilizar a construção dos abrigos de resíduos químicos
perigosos das Unidades que já possuem projetos elaborados pelo
DPP/PRA, que contaram com orientação técnica do DGA, como Faculdade
de Farmácia, Escola de Veterinária, Instituto de Ciências Biológicas,
Faculdade de Odontologia, Colégio Técnico, Escola de Engenharia,
Instituto de Geociências e Centro de Microscopia.
V. Contribuir para viabilizar a construção dos abrigos de resíduos
recicláveis, conforme exigido no Plano de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos Especiais (PGRSE) do Campus Pampulha, além da conclusão das
obras de alguns abrigos de resíduos infectantes como o do CP, Coltec,
Dast e Biotério Central.

5.2.6 Licenciamento Ambiental e Urbanístico do Campus Saúde

Os processos de licenciamento ambiental e urbanístico do campus Saúde da


UFMG – onde estão localizados o Hospital das Clínicas, a Faculdade de Medicina e a
Escola de Enfermagem – objetivam o atendimento à legislação e normativas vigentes, e
exigências dos diversos órgãos municipais que atuam na regulação do espaço urbano e
na gestão e controle dos impactos dessas Unidades sobre sua vizinhança e o meio
ambiente. São dois processos relacionados – o licenciamento ambiental do Hospital das
Clínicas e dos ambulatórios e o licenciamento urbanístico das Unidades Acadêmicas e
demais construções – que possuem características diferentes, mas compartilham
vários condicionantes e interrelações decorrentes da forma de ocupação do território.
367

Em dezembro de 2010, o Hospital das Clínicas da UFMG obteve a Licença de


Operação (LO) e esforços têm sido dedicados na busca do cumprimento das
condicionantes estabelecidas pelos órgãos de licenciamento ambiental. Em dezembro de
2016, outro passo importante foi dado com a obtenção do Parecer de Licenciamento
Urbanístico (PLU) da Faculdade de Medicina e da Escola de Enfermagem, para possibilitar
a obtenção de alvarás de funcionamento destas Unidades e a aprovação de novos projetos.
No fim de 2019, conforme orientação da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), foi
cadastrado no sistema municipal o projeto ‘levantamento com modificação’, contendo
o levantamento cadastral dos edifícios do Campus Saúde, para a regularização urbana
das edificações existentes e aprovação de novos projetos, o cumprimento dos
condicionantes e o avanço dos processos de licenciamento.
Com vistas ao atendimento dos demais condicionantes e avanço dos processos
de licenciamento é necessário:
I. Buscar a aprovação do projeto ‘levantamento com modificação’ na PBH e
o Alvará de Construção;
II. Orçar, licitar e executar os sistemas e medidas dos Projetos de Prevenção
e Combate a Incêndios e Pânico (PCIP), recém-aprovados no Corpo de
Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), e obter os Autos de Vistoria
do Corpo de Bombeiros (AVCBs) de todos os edifícios;
III. Solicitar a baixa das edificações junto à PBH;
IV. Assinar o contrato com a COPASA relativo ao Programa de Recebimento e
Controle de Efluentes Líquidos Gerados no Processo Produtivo -
PRECEND da Faculdade de Medicina e da Escola de Enfermagem,
apresentando cópia dos contratos à PBH, elaborando e implantando
posteriormente a ligação predial à rede pública.

GESTÃO ADMINISTRATIVA

Objetivo Geral

Modernizar, inclusive por meio da modelagem, automatização e gestão, os


processos administrativos e acadêmicos da UFMG, aprimorando a oferta de serviços à
comunidade. Promover a descentralização gradual do planejamento e da execução
orçamentária, incentivando as Unidades Acadêmicas a desenvolver políticas localmente
referenciadas para a utilização eficiente dos recursos, alinhando-se à complexidade e às
demandas inerentes ao funcionamento de uma instituição universitária.
368

Objetivos específicos (Metas)

• Aprimorar o planejamento físico, territorial e urbanístico dos Campi da UFMG.


• Modernizar a gestão e a execução de obras, reformas e serviços de
manutenção da UFMG.
• Produzir estratégias para melhores gestão e intercomunicação das
rotinas e experiências relativamente aos processos e procedimentos
administrativos.
• Tratar a questão da Gestão Ambiental como parte de uma pauta ambiental
diária da Universidade, de forma visível e permeando todas as ações: uso
racional dos recursos naturais, logística, gestão adequada dos resíduos,
atendimento a legislação, compras sustentáveis etc., em articulação com
as dimensões acadêmicas do ensino, da pesquisa e da extensão.
• Estabelecer uma Política de Segurança para a UFMG que preveja ações de
curto, médio e longo prazos.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5
Administração

1. Padronizar, uniformizar e normatizar os ritos dos processos


administrativos dos vários setores, estabelecendo canais para a
publicidade dos procedimentos e para o compartilhamento de
práticas, de soluções, de dúvidas e de críticas.

2. Estabelecer canais de comunicação eficientes no que concerne


às ferramentas de gestão.

3. Estabelecer rotinas para serem aplicadas em cada setor, nas


situações em que se fizer necessária a substituição temporária
ou permanente de um servidor, de forma a garantir a
normalidade do serviço.

4. Estruturar mecanismos, junto aos órgãos da Administração


Central, para apoiar setores administrativos das Unidades
Acadêmicas.

5. Estabelecer fóruns específicos dos diversos tipos de setores:


pessoal, compras, serviços gerais, e outros, para compartilhamento
de experiências, equalização de saberes e proposição de
aperfeiçoamento dos processos.
369

Ações/Ano 1 2 3 4 5
Serviços de Apoio e Logística

6. Implantar sistemas eficientes e abrangentes de gestão pública,


informatizando e integrando os processos administrativos nas
áreas de materiais e almoxarifado, patrimônio, compras e
licitações, gerenciamento de contratos, gerenciamento
orçamentário e financeiro.

7. Adequar as estruturas físicas e administrativas da UFMG para a


gestão de serviços de transporte, incluindo a implantação de
sistemas transparentes de gestão e uso dos serviços.

8. Atuar para aprimorar os serviços prestados por empresas


terceirizadas (serviços de portaria, vigilância, limpeza,
manutenção, restaurantes, cantinas, transporte interno etc.).

9. Intensificar o planejamento plurianual de compras, não


apenas aperfeiçoando os sistemas de submissão e
acompanhamento, mas também realizando treinamento,
qualificação e integração das equipes de compras existentes
na PRA e nas Unidades Acadêmicas.

10. Intensificar o planejamento plurianual coordenado de


desfazimento, de acordo com a legislação vigente, por meio de
doações e leilões.

11. Implantar um Sistema de gestão de estoques integrado com o


processo de compras de materiais, de forma a evitar o
desabastecimento da Universidade com itens de manutenção
básica. Particular atenção deve ser dirigida à garantia do
fornecimento dos suprimentos necessários para manter as rotinas
de funcionamento de laboratórios de ensino e de pesquisa.

12. Garantir que o plano de logística reversa e as considerações


socioambientais, previstos na legislação, figurem em todas as
fases dos processos de compras e contratações, além dos
critérios normalmente utilizados para a seleção dos
fornecedores, com o objetivo de reduzir o impacto negativo
sobre o meio ambiente.

Manutenção

13. Implantar um sistema de planejamento e controle de manutenção


predial e de equipamentos, incluindo ações preditivas, preventivas
e corretivas.

14. Implantar um sistema de inventário da área construída que


permita conhecer a cada momento a conformação física e o uso
atuais das instalações da UFMG.
370

Ações/Ano 1 2 3 4 5

15. Estabelecer e dar ampla divulgação a planos de manutenção


preventiva formulados de acordo com escalas de prioridades, a
exemplo de: limpeza de bocas de lobo, calhas, lajes, etc, troca de
filtros de bebedouros, limpeza das caixas d’água e dos filtros de
ar-condicionado e manutenção dos extintores.

16. Estudar medidas para o controle e a redução no tempo de


atendimento do Setor de Manutenção, incluindo a divulgação
pública da programação de atendimento às demandas.

17. Priorizar as ações que garantam a segurança nas edificações e


das pessoas, dando continuidade à elaboração dos projetos legais
e projetos executivos, à manutenção e treinamento de brigadas,
possibilitando a obtenção dos AVCBs, com regularização integral
das unidades e cumprimento fiel à legislação.

18. Planejar a instalação de sistemas de prevenção da interrupção


de energia elétrica para assegurar o suprimento de energia para
instalações consideradas críticas.

19. Buscar o aumento de participação de fontes renováveis na


composição da matriz energética de operação da UFMG, com a
migração das instalações da UFMG para o mercado livre de
energia com origem em fontes incentivadas.

Mobilidade

20. Priorizar a expansão da oferta de serviços de transporte público


no tratamento das questões relacionadas ao acesso aos Campi
da UFMG.

21. Melhorar a mobilidade da comunidade, por meio da


implantação de formas alternativas de transporte interno e da
melhoria do transporte coletivo.

22. Atuar junto às esferas administrativas dos municípios de Belo


Horizonte e de Montes Claros com vistas a melhorar o acesso e
o deslocamento interno nos Campi da UFMG.

Segurança

23. Investir em segurança para os campi e Unidades, considerando a


adoção em maior escala de tecnologias de monitoramento
eletrônico (maior cobertura com câmeras, maior estrutura de
pessoal para monitoramento de imagens).

24. Estudar a expansão do sistema de controle de acesso ao interior


dos prédios, incluindo o estabelecimento de contratos de
manutenção de software, melhoria do controle de visitantes,
renovação dos dispositivos de catracas e cancelas e fornecimento
de cartões de acesso a voluntários.
371

Ações/Ano 1 2 3 4 5
Gestão Ambiental

25. Dar prosseguimento às ações para obtenção do Licenciamento


Urbanístico dos Campi.

26. Desenvolver e implantar projetos de eficiência energética e uso


racional da água.

27. Ampliar as ações de gerenciamento de resíduos orgânicos, da


construção e demolição, químicos, de serviços de saúde e
eletroeletrônicos.

28. Controlar e monitorar os produtos químicos e poluentes


utilizados pela pesquisa e práticas em geral, de modo a evitar
acidentes e lançamentos na rede de esgotamento do Campus.

29. Implementar um plano de manutenção nas caixas de retenção das


saídas dos laboratórios, centros de experimentação, restaurantes e
cantinas do Campus.

30. Estabelecer planejamento abrangente para controle de pragas a


ser realizado em caráter permanente.

31. Expandir as iniciativas de criação de feiras agroecológicas


periódicas que permitam a comercialização de alimentos
orgânicos e artesanais, favorecendo assim a promoção da saúde
da população dos Campi.

32. Implantar uma política de vigilância e proteção e contra o


abandono de animais nos Campi.

33. Equipar adequadamente os poços tubulares em utilização em


todos os Campi da UFMG.

34. Reavaliar e operar os reservatórios de captação de água pluvial


existentes e que se encontram fora de funcionamento comprovada
sua sustentabilidade.

35. Providenciar a elaboração do Plano de Logística Sustentável -


PLS da UFMG, instituindo Comissão Gestora, com representantes
de diversos setores da Universidade, considerando a amplitude e
multidisciplinaridade dos temas, em atendimento ao disposto
na legislação.
372

5.3 Planejamento, Orçamento e Sustentabilidade Financeira

5.3.1 Planejamento

A UFMG tem considerável experiência de planejamento, seja no referente à


esfera do espaço físico e territorial, seja no campo administrativo, financeiro e
acadêmico. Esse trabalho esteve sempre ancorado em um sólido arranjo institucional
baseado em Órgãos Colegiados e estruturas administrativas regulamentadas e
transparentes. Nesse sentido, se é possível apontar certa lentidão, não se deve
subestimar o quão positivo tem sido o processo de tomada de decisões na UFMG,
baseado em amplo acesso à informação e debates.
Sem buscar periodização exaustiva é possível pensar a experiência de
planejamento da UFMG como composta por três fases distintas. A primeira, que
transcorreu desde sua criação, em 1927, até 1968/69, foi marcada pela incorporação de
várias unidades acadêmicas ao núcleo inicial, pela federalização da universidade em
1949, pelo início da implantação do campus Pampulha e, finalmente, pela reforma
universitária de 1968 e o primeiro vestibular unificado de 1969. A segunda fase, que se
desenrolou de 1968/69 até a implantação do Plano de Reestruturação e Expansão das
Universidades Federais (Reuni), em meados dos anos 2000, teve como marcos a
continuidade da implantação do campus Pampulha, a criação do campus Montes Claros,
a implantação e crescimento do ensino de Pós-Graduação, a difusão da prática de
pesquisa nas várias unidades e departamentos da UFMG. A terceira fase, iniciada com a
implantação do Reuni, está em curso e tem por objetivos o aumento de vagas discentes
e a democratização do acesso à UFMG, a intensificação e generalização das práticas,
atividades e instrumentos interdisciplinares, a ampliação das políticas e atividades de
mobilidade internacional de discentes e docentes e de internacionalização da UFMG, a
expansão do ensino de Pós-Graduação e das atividades de pesquisa científica e
tecnológica e de inovação, a evolução e aperfeiçoamento da política de assistência
estudantil, a reestruturação e multiplicação das atividades culturais, a reestruturação e
expansão do sistema de tecnologia de informação, a consolidação do campus Pampulha
com a transferência de unidades acadêmicas, entre outras ações em curso e metas
parcialmente atingidas.
O planejamento das atividades da UFMG está voltado para assegurar que a
Universidade alcance seus objetivos através da geração e difusão de conhecimentos
científicos, tecnológicos e culturais, sendo ao mesmo tempo formadora de indivíduos
373

críticos e éticos, dotados de sólida base científica e humanística e comprometidos com


intervenções transformadoras na sociedade.
Toda atividade acadêmica, seja de ensino, pesquisa ou extensão, é precedida de
um planejamento, consubstanciado na forma de projetos, cujas diretrizes e impactos
são avaliados pelas instâncias deliberativas colegiadas previstas no Estatuto da
Universidade, típicas de instituições descentralizadas e colegiadas, como são as
instituições públicas de ensino superior.
Isso se mostra, por exemplo, nos relatórios individuais de atividade dos docentes.
Elaborados anualmente, eles incluem também plano de trabalho para o ano corrente,
contemplando a previsão do desenvolvimento de atividades de ensino e orientação a
discentes, de pesquisa, de extensão e de administração universitárias, de treinamento e
capacitação docente. Esses relatórios e os respectivos planos de atividades que o
acompanham são apreciados pelas Câmaras Departamentais e formam a base para a
elaboração dos relatórios de cada Departamento. Estes últimos, por sua vez, também
contemplam um planejamento das atividades acadêmicas no nível departamental, e são
avaliados pelas Congregações (instâncias máxima de cada Unidade Acadêmica) e,
posteriormente, pela CPPD, de modo a assegurar sua coerência e alinhamento com os
objetivos da Instituição. É importante notar que os resultados alcançados por um
Departamento, bem como o planejamento de suas atividades, são peças consideradas
pela CPPD para efeito de alocação de vagas docentes entre os Departamentos.
Analogamente, a proposição de novos cursos é feita por meio de projetos que, de
modo geral, são elaborados por iniciativa dos departamentos. No caso de novos projetos
pedagógicos de cursos já existentes, a proposição parte dos respectivos Colegiados de cursos
de Graduação e Pós-Graduação. Cada proposta contempla uma avaliação prévia do estágio
de desenvolvimento da área de conhecimento do curso, da importância, necessidade e
propriedade do novo curso proposto e de sua inserção na realidade institucional, regional e
nacional, da existência ou não na UFMG de áreas correlatas de formação em outros cursos e,
no caso dos cursos de Graduação, de uma avaliação do mercado de trabalho e do espaço
potencial para o profissional a ser formado. Além disso, devem ser indicadas as condições
existentes e as necessárias para a implantação do curso, como as relacionadas ao espaço
físico, aquisição de mobiliário, material ou equipamentos, acervo bibliográfico, corpo
docente e TAEs etc. Cada projeto é avaliado por órgãos colegiados, entre os quais as
Congregações, no âmbito das Unidades Acadêmicas, as Câmaras de Graduação ou de Pós-
Graduação do Cepe, o plenário do Cepe e o Conselho Universitário no âmbito da Reitoria.
374

Desse modo, o alinhamento dos planos individuais, departamentais e das unidades


acadêmicas e administrativas ao planejamento estratégico da instituição é assegurado
pela estrutura organizacional implantada, composta por instâncias colegiadas com a
participação de servidores docentes e técnico-administrativos em educação, bem como da
representação discente, que acompanham e deliberam sobre cada proposta apresentada.
Assegurado este alinhamento, a realização das atividades é avaliada com base nos
relatórios individuais dos docentes que, por sua vez, servem de base para a composição
dos relatórios de atividades dos Departamentos. Entre os itens que são avaliados
quantitativa e qualitativamente estão as publicações docentes (artigos em periódicos
acadêmicos, livros publicados e organizados, capítulos de livros, e demais publicações), as
orientações de alunos de Graduação e Pós-Graduação em andamento e concluídas, as
atividades de pesquisa (financiamentos obtidos, relatórios produzidos etc.), pareceres
emitidos e outros trabalhos técnicos, bem como as disciplinas ministradas em cursos de
Graduação e Pós-Graduação e participações em bancas avaliadoras de trabalhos finais.
É importante frisar que, por sua natureza, essas atividades estão orientadas
pelos objetivos de produção e difusão de conhecimento que norteiam a vida
universitária. Além disso, muitas dessas atividades são objeto de avaliação por órgãos
externos. Deste modo, os cursos de Graduação e de Pós-Graduação são avaliados
periodicamente pelo Inep e pela Capes, respectivamente, enquanto os projetos e
relatórios de pesquisa são objeto da avaliação de agências nacionais e internacionais de
fomento e outros órgãos que financiam seu desenvolvimento, como o CNPq, a Fapemig,
entre outras, sendo a produção intelectual submetida à avaliação por pares em nível
nacional e internacional.
Finalmente, os órgãos colegiados superiores acompanham o andamento das
atividades, planos e projetos acadêmicos, como é o caso das câmaras acadêmicas do
Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão e dos relatórios produzidos pela Comissão
Permanente de Pessoal Docente, a CPPD.
No que diz respeito aos servidores técnico-administrativos em educação, o
Programa de Avaliação de Desempenho foi aprovado pelo Conselho Universitário em
2013 e vem sendo aplicado, de modo informatizado, desde 2014, envolvendo a avaliação
do servidor pelo seu chefe, avaliação do chefe pela equipe de trabalho, a autoavaliação
da equipe, do servidor e da chefia, e a avaliação e atualização do plano de trabalho. Cabe
destacar que o Programa integra o Plano de Desenvolvimento dos Integrantes da
Carreira Técnico-Administrativa (PCCTAE).
375

5.3.2 Orçamento e Sustentabilidade Financeira

A Constituição Federal estabelece a “gratuidade do ensino público em


estabelecimentos oficiais” e determina que “o dever do Estado com a educação será
efetivado mediante a garantia de (...) acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e
da criação artística, segundo a capacidade de cada um” (artigos 206 e 208, respectivamente).
O texto constitucional prevê também que “a União (...) financiará as instituições
de ensino públicas federais” e que “a União aplicará, anualmente, nunca menos de
dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no
mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino” (art. 211 e 212).
Em se tratando de uma Instituição Federal de Ensino Superior, a
sustentabilidade dos compromissos da UFMG com a oferta continuada de educação
superior é assegurada pelos recursos previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA), que
respondem pela maior parte dos seus gastos.
A alocação de recursos de custeio e de capital do Governo Federal para o
funcionamento e a manutenção das Ifes é, em boa medida, resultado da aplicação das
diretrizes estabelecidas pelo decreto presidencial № 7.233, de 19 de julho de 2010, que
“estabelece procedimentos orçamentários e financeiros relacionados à autonomia de
gestão administrativa e financeira das universidades, de que trata o art. 207 da
Constituição, e define critérios para elaboração das propostas orçamentárias anuais
pelas universidades federais”. O Decreto estabelece que o Ministério da Educação, ao
elaborar as propostas orçamentárias anuais das universidades federais, deve observar
uma matriz de distribuição de recursos para despesas classificadas como “Outras
Despesas Correntes e de Capital”, tomando por base um conjunto de parâmetros. A
matriz em uso adota parâmetros relacionados à dimensão de cada Ifes (número de
estudantes de Graduação, Pós-Graduação e residência médica, ponderados por fatores
como a duração, a natureza e a taxa de retenção dos diferentes cursos, que determinam
o número de alunos-equivalente), bem como parâmetros relacionados à
qualidade/produtividade de cada universidade (estreitamente associado à avaliação
externa dos cursos de Graduação e Pós-Graduação de cada instituição).
Em razão de sua constituição como autarquia federal, a UFMG conta também com a
possibilidade de arrecadação direta de recursos financeiros. Como exemplo, podem ser
mencionados os recursos captados por meio de projetos e os valores recebidos a título de
aluguéis, inscrições em concursos, ressarcimentos de fundações de apoio, entre outros.
376

À Instituição é também permitida a aplicação na conta única do Tesouro Nacional dos


recursos diretamente arrecadados. Além disso, conta também com a arrecadação por
meio dos convênios firmados com órgãos não federais – ou seja, estados, municípios e
entes privados –, todos previstos na Lei Orçamentária citada, pelo lado das receitas.
Além disso, os docentes são estimulados a captar recursos para desenvolvimento
de seus projetos de pesquisa e extensão, submetendo-os aos editais lançados pelos
organismos financiadores nacionais e internacionais, sejam as agências de fomento
(CNPq, Capes, Fapemig, entre outras), sejam outros órgãos públicos e privados (Finep,
Fundação Ford, Instituto Serrapilheira, Fundação Rockefeller, Fundação Bill e Melinda
Gates etc.). A captação desses recursos depende, em larga medida, da iniciativa dos
líderes de grupos de pesquisa e dos docentes de modo geral, sendo os projetos
apresentados e avaliados segundo os critérios estabelecidos pelos órgãos financiadores.
Nesse sentido, a obtenção desses recursos é relativamente independente de políticas da
Administração Central que, no entanto, apoia e estimula sua captação, atuando,
sobretudo, como facilitadora ou indutora das ações acadêmicas. Saliente-se que a
execução desses projetos, além de proporcionar recursos para a aquisição de
equipamentos para as Unidades responsáveis por sua execução, gera nos casos previstos
o recolhimento de valores estabelecidos nos Artigos 11 e 12 da Resolução № 13/2022
do Conselho Universitário, como forma de ressarcimento e/ou contrapartida financeira
pelo uso da estrutura e capital intelectual da Universidade.
A distribuição dos recursos de custeio e investimento recebidos do Tesouro
entre as Unidades Acadêmicas e administrativas é realizada com base em uma
proposta interna elaborada anualmente pela Pró-Reitoria de Planejamento e
Desenvolvimento (Proplan). No caso das Unidades Acadêmicas, adotou-se, desde
1993, uma matriz de distribuição de recursos, construída em moldes semelhantes aos
adotados pelo Ministério da Educação e descritos acima, e que atualmente encontra -
se em processo de revisão e atualização. Para as Unidades Administrativas, não há
um algoritmo para a distribuição dos recursos, prevalecendo uma alocação que leva
em conta as necessidades de cada Unidade e as prioridades definidas no
planejamento da Instituição.
Além da elaboração da proposta orçamentária anual, cabe à Proplan realizar o
acompanhamento da execução orçamentária, financeira e dos procedimentos
contábeis, bem como prestar as orientações técnicas relacionadas no âmbito da UFMG,
elaborando notas explicativas com a periodicidade exigida pelo MEC e a prestação de
377

contas anual da Instituição. Ela orienta e oferece apoio técnico aos demais setores da UFMG
no que diz respeito à análise funcional de suas atividades, a obtenção de informações, a
elaboração de planos e projetos e a viabilização de convênios, bem como presta auxílio às
iniciativas de modernização administrativa e expansão de sua estrutura física. É também
um dos setores responsáveis pelo atendimento às demandas de informação do MEC, da
Controladoria Geral da União (CGU), Advocacia Geral da União (AGU), Tribunal de Contas
da União (TCU), Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do Estado de Minas
Gerais (MPMG), bem como de usuários do Serviço de Informação ao Cidadão.
Finalmente, é importante observar que nos exercícios de 2019 a 2022 – a
exemplo do que já acontecera no quadriênio anterior – as restrições orçamentárias
impostas à UFMG se intensificaram, levando à necessidade de reduzir gastos com a
contratação de pessoal terceirizado, bem como realizar esforços para redução do
consumo de outros bens e serviços. Essas medidas procuraram evitar que a redução de
despesas incidisse sobre itens diretamente relacionados ao desenvolvimento das
atividades acadêmicas. Ainda assim, geraram efeitos imediatos sobre aspectos como a
frequência da limpeza das dependências e a disponibilidade de diferentes serviços de
manutenção, entre outros.
Neste contexto, a pandemia do covid-19, que levou à suspenção das atividades
presenciais a partir da terceira semana de março de 2020, tornou necessária uma
complexa mobilização institucional para viabilizar a continuidade das atividades de
ensino no formato remoto – e, também, as atividades de pesquisa, extensão e a gestão
acadêmica – durante todo o período em que foi necessário preservar o isolamento social.
Naturalmente, esta mobilização teve impacto nas questões orçamentárias e financeiras.
Por um lado, diante do quadro de restrições orçamentárias e da queda da
arrecadação de recursos próprios pela Universidade – natural nestas condições –, a
UFMG se mobilizou para obter doações e estabelecer convênios com os governos
federal, estadual e municipal para financiar a compra de materiais e equipamentos para
o atendimento ao público em seus hospitais, o desenvolvimento de vacinas, a produção
e realização de testes para diagnóstico, a realização de análises epidemiológicas e de
inúmeras pesquisas e atividades de extensão voltadas para ampliar o conhecimento
sobre a covid-19 e oferecer soluções para mitigar seus impactos na sociedade visando,
sobretudo, resguardar a vida como valor fundamental.29

29
Vejam-se, a respeito, os relatórios de ações da UFMG no combate à covid-19 publicados em
https://www.ufmg.br/nos/informe-se/acoes-na-ufmg/
378

Por outro lado, a pandemia exigiu a destinação de um volume maior de


recursos para atender as ações emergenciais de assistência aos estudantes, seja para
viabilizar o acesso às aulas por meio da inclusão digital – custeando a aquisição de
equipamentos de informática e de pacotes de dados –, seja para atenuar os efeitos
diretos e indiretos da pandemia – como aqueles decorrentes do crescimento do
desemprego, da queda dos rendimentos familiares, do aumento dos problemas de
saúde mental etc. Para além destes aspectos associados à pandemia, é importante
ressaltar que, ao longo da última década houve um crescimento sensível das
demandas por assistência estudantil que não foi acompanhado por um aumento
compatível dos recursos do Pnaes, situação que se agravou nos últimos quatro anos.
Este aumento da demanda, que seria natural esperar em função da mudança do perfil
dos estudantes da UFMG – resultado das políticas de reserva de vagas (Lei №
12.711/2012), que tem assegurado o ingresso de estudantes oriundos de famílias com
renda média mais baixa – foi acentuado pela deterioração das condições do mercado
de trabalho registradas a partir de 2015.
Ainda no que tange a execução orçamentária, os últimos exercícios foram
marcados pela redução dos recursos orçamentários de OCC – Outros Custeios e Capital,
previstos na LOA, bem como por cortes e frequentes contingenciamentos de limites
orçamentários, limitações na liberação de recursos financeiros para a quitação dos
compromissos assumidos, com a incerteza sobre os valores que seriam efetivamente
disponibilizados em cada ano, levando inclusive à necessidade de reprogramar as obras
previstas e em andamento.
Dito isso, em 2023 o governo anunciou uma recomposição orçamentária de
R$2,44 bilhões para as universidades e institutos federais, sendo R$1,7 bilhão para
a recomposição orçamentária direta e R$730 milhões para obras e outras ações,
como residência médica e bolsas de permanência. Para a UFMG, esta medida
representou a recomposição do orçamento discricionário ao mesmo nível dos
valores nominais previstos em 2019, acrescidos de 4,3% no orçamento
discricionário direto (fonte do tesouro e própria), e revelou-se essencial para
garantir a execução das ações previstas pela Universidade, tendo em vista a
estimativa de um déficit da ordem de R$20 milhões se prevalecessem os valores
aprovados anteriormente para o exercício de 2023 e a possibilidade de um cenário
ainda pior nos anos seguintes.
379

Finalmente, resta a expectativa em torno de quais serão os efeitos do novo


regime fiscal aprovado em 2023 – que substituiu o chamado “teto de gastos” 30 – sobre
o quadro orçamentário e financeiro do Governo federal e, em especial, sobre o volume
de recursos que serão aportados para as Ifes no próximo quinquênio, fator que será
condicionante decisivo para o andamento das ações e metas previstas neste PDI e cuja
evolução foge ao controle da Universidade.

PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO

Objetivo Geral

Atuar para assegurar a sustentabilidade orçamentária e financeira dos compromissos


da UFMG com o ensino, a pesquisa e a extensão.

Objetivos específicos (Metas)

• Aprimorar o planejamento orçamentário da UFMG.


• Aprimorar a descentralização do planejamento e da execução orçamentária,
incentivando as Unidades Acadêmicas a estabelecer políticas localmente
referenciadas para utilização dos recursos.
• Apoiar o Comitê de Governança, Riscos e Controles no aperfeiçoamento
dos processos de Governança, Controles Internos e Gestão de Riscos na
UFMG conforme a Instrução Normativa Conjunta MP/CGU № 01/2016.
• Prestar apoio à Reitoria e ao Conselho Universitário na atualização da
estrutura organizacional da UFMG.
• Aperfeiçoar a tramitação de processos no âmbito da Proplan.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5

1. Atuar junto ao Executivo e ao Legislativo federais, diretamente


e por meio da Andifes e outras entidades representativas, para
reverter as medidas que provocaram a redução dos recursos
disponíveis para o custeio e os investimentos das Ifes, para a
educação pública de modo geral, bem como para o
desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação.

30
Isto é, a Emenda Constitucional n° 95/2016.
380

Ações/Ano 1 2 3 4 5

2. Implantar sistemas informatizados nas áreas de processo


eletrônico, de pagamentos das despesas, gestão de
convênios, receita orçamentária, distribuição interna de
recursos orçamentários.

3. Promover a revisão dos manuais e orientações sobre os


procedimentos contábeis.

4. Aperfeiçoar os procedimentos relativos às retenções


tributárias.

5. Investir na melhoria da gestão dos arquivos de execução


orçamentária e financeira da Proplan, que envolvem
documentos de toda a Instituição.

6. Revisar a matriz de alocação interna de recursos


orçamentários às Unidades da UFMG.

7. Coordenar discussões institucionais com vistas a instituir


mecanismos de aferição de eficiência de gasto de recursos
pelas Unidades Acadêmicas, de modo que os eventuais
ganhos resultantes de práticas inovadoras, sustentáveis e
academicamente qualificadas sejam revertidos para as
Unidades responsáveis por essas práticas.

8. Revisar os processos de trabalho relacionados à contratação


de fundação de apoio e à celebração de instrumentos jurídicos
afetos às atividades da Proplan e estabelecer canal eletrônico
de informações e orientações sobre procedimentos
relacionados.

9. Aplicar o gerenciamento de riscos para análise, avaliação e


controle dos riscos.

10. Orientar e assessorar a comunidade na formatação de


projetos de desenvolvimento institucional alinhados com os
objetivos da UFMG.

11. Revisar o organograma atualizado da UFMG e sua


compatibilidade com o Sistema de Informações
Organizacionais do Governo Federal (SIORG).

12. Atualizar a base do conhecimento dos processos SEI de


responsabilidade da Proplan.

13. Apoiar o aprimoramento dos sistemas que impactam as


informações contábeis, como sistemas de patrimônio,
almoxarifado, custos e retenções tributarias.
381

5.4 Comunicação e Informação

Para a boa compreensão do conteúdo desta seção, consideramos importante


especificar as noções comunicação e informação. Ainda que reunidas sob a mesma
nominação, estas noções não são sinônimas e possuem funções diferenciadas nas
práticas de interação entre a UFMG e seus públicos. Para tanto, a comunicação aqui
referenciada é a organizacional e a pertencente à política de divulgação científica da
UFMG. Ou seja, no primeiro caso, uma comunicação pensada de modo estratégico e
planejado, objetivando estabelecer relacionamentos com os diversos públicos da
universidade e fortalecer a identidade, a imagem e a marca UFMG. No segundo caso, a
comunicação presente nos processos de divulgação científica. Na UFMG, desde ano de
2021, estabeleceu-se um conjunto de diretrizes para a concepção, a estruturação e a
prática da divulgação da ciência. Reunidas na Resolução 02/2021, do Conselho de
Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe/UFMG), as diretrizes buscam reconhecer e valorizar
as ciências acadêmicas e não acadêmicas, como os saberes tradicionais e o
conhecimento gerado na articulação da Universidade com outros setores da sociedade.
A informação é aqui compreendida como o conjunto de dados e conhecimentos,
sistematicamente processados e organizados, que tem por objetivo produzir e
compartilhar referências sobre determinado assunto, tema, acontecimento ou fenômeno.

5.4.1 Comunicação institucional

A comunicação institucional tem o objetivo de fomentar, interna e


externamente, o conhecimento público da UFMG, de seus projetos, políticas e
realizações, contribuir para o desenvolvimento e valorização de uma sólida e
consistente imagem institucional e garantir o acesso do público a informações sobre a
Universidade, de forma a possibilitar a crítica e o controle social, dimensões que se
inserem no campo da comunicação pública. O conhecimento público da UFMG se faz
também pela expressão dos valores que marcam a universidade. Desta maneira, a
comunicação institucional investe no fortalecimento da marca UFMG. O fortalecimento
da identidade de marca organizacional requer um trabalho constante de comunicação e
de divulgação dos valores e práticas da instituição. Da mesma forma que a identidade é
perscrutada pelo ambiente externo, ela o será internamente. A boa compreensão da
identidade de marca organizacional depende da qualidade da comunicação dos valores
identitários da instituição para seus diversos públicos. Esta comunicação apresentará
382

aquilo que é particularmente valoroso para a vida de seu público e, simultaneamente,


ressalta os valores duradouros da organização.
O Centro de Comunicação (Cedecom) foi institucionalizado como órgão auxiliar
da Reitoria, em 2021, passando a assumir formalmente o papel de instância responsável
pela comunicação institucional da Universidade, oferecendo suporte à estrutura de
gestão da Administração Superior da UFMG e tendo como missão auxiliar a
Universidade a elevar seu patamar de visibilidade e reconhecimento, colaborando para
o avanço científico e acadêmico.
Entre os principais desdobramentos da institucionalização do Cedecom está a
instalação do Conselho de Comunicação e a aprovação da Política de Comunicação da
UFMG. O Conselho de Comunicação reúne, em sua composição, as três grandes áreas do
conhecimento e os três segmentos da comunidade universitária (docente, discente e
técnico-administrativo), além de representantes externos (profissionais de
comunicação de outras instituições), para ajudar a formular diretrizes que orientem a
comunicação institucional da UFMG. A Política de Comunicação, por sua vez, formaliza
princípios, diretrizes, normas e responsabilidades e instrui agentes institucionais sobre
a condução da comunicação da UFMG. Essa normativa, fundamental para fortalecer e
promover a legitimidade social da Universidade e reforçar o seu caráter plural e
democrático, aborda desafios centrais enfrentados pela comunicação contemporânea,
como o combate à desinformação.
As atribuições do Cedecom UFMG estão estrategicamente relacionadas aos
processos da gestão, atendendo, também, às unidades acadêmicas e administrativas. O
órgão também desenvolve ações destinadas a proporcionar visibilidade aos eventos,
ações, projetos e programas da UFMG, por meio das mídias gerenciadas pela Universidade
e da interação com a imprensa. Ao Cedecom UFMG cabe ainda coordenar esforços e atuar
em conjunto com as mais de 40 assessorias de comunicação da Universidade.
No campo do relacionamento com a mídia externa, o Cedecom trabalhou, nos
últimos anos, para qualificar o espaço editorial ocupado pela UFMG na imprensa.
A mensuração dessa presença se tornou mais acurada, a partir de setembro de 2021,
quando a UFMG passou a contar com um serviço profissional de clipagem, o que
possibilitou a otimização e a padronização do acompanhamento da imprensa local e
nacional. Um relatório com o levantamento da inserção da UFMG é enviado
diariamente à Reitoria, às pró-reitorias, às unidades acadêmicas e administrativas e
à rede de assessores de comunicação da UFMG. Uma amostra dos números apurados
383

por esse sistema confirma a presença qualificada da UFMG na mídia externa. De abril
de 2022 a março de 2023, a Universidade foi tema e fonte em 19.966 notícias em
veículos de comunicação de todo o país. Desse total, 19.359 foram consideradas
positivas para a instituição.
Nos últimos cinco anos, a UFMG também ampliou sua presença nos ambientes
contemporâneos e coletivos de comunicação, colaboração e interação abrigados na Web.
O Portal UFMG, importante interface da Universidade com o mundo digital, registrou um
número médio superior a 10 milhões de acessos anuais, no período de 2018-2022.
A UFMG também intensificou sua inserção no universo das mídias sociais. Essa
presença ganhou corpo a partir de 2020, quando o Cedecom criou uma equipe exclusiva
para as redes sociais, motivada pela necessidade de fortalecer a comunicação digital.
Nos últimos dois anos, as redes sociais da UFMG obtiveram um aumento expressivo de
seguidores, firmando-se como potente canal de comunicação entre a Universidade, sua
comunidade e a sociedade. O perfil da UFMG nas principais redes sociais em que está
presente registrava, em maio de 2023, 155.527 seguidores no Instagram (aumento de
58% em relação a 2021), 120.428 no Twitter (aumento de 20% em relação a 2020),
162.256 no Facebook (aumento de 32% em relação a 2018), 13.200 no YouTube
(crescimento de 116% em relação a 2020); 1.798 no Telegram (aumento de 80% em
relação a 2020) e 198.914 no LinkedIn (aumento de 26% em relação a 2021). Vale
registrar que, no segundo semestre de 2022, a Universidade ativou sua conta no TikTok,
nova rede que já alcança mais de 80 milhões de usuários no Brasil.

5.4.1.1 Projetos estruturantes

O Cedecom UFMG ofereceu contribuições significativas para projetos


estruturantes da Universidade no período de vigência do PDI 2018-2023.
Merece destaque a articulação iniciada, em 2022, com o Programa UFMG de
Formação Cidadã em Defesa da Democracia, que é resultado da adesão da Universidade
ao Programa de Combate à Desinformação do Supremo Tribunal Federal (STF). A partir
do entendimento de que o fortalecimento da comunicação pública é condição
fundamental para garantir a qualidade da democracia, o Centro de Comunicação da
Universidade emerge como um vetor estratégico a partir de onde começam a ser
articuladas iniciativas que demonstram o compromisso institucional com o
conhecimento sustentado na ciência e nos valores democráticos, o combate às fake
news, o negacionismo e os discursos de ódio. Para além da mobilização e sensibilização
384

da comunidade universitária com o tema, o Cedecom, por meio da divulgação de


campanhas de divulgação, tem-se se destacado por evidenciar o protagonismo da
UFMG na promoção desse debate, em parcerias com outras instituições comprometidas
com a mesma causa.
O objetivo do Programa UFMG de Formação Cidadã em Defesa da Democracia é
reunir projetos de Ensino, Pesquisa e Extensão que abordam a questão da
desinformação, visando fomentar ações que fortaleçam suas atividades, no âmbito da
universidade e no aumento do impacto social que promovem. Uma comissão de
acompanhamento presidida pela diretora do Cedecom está encarregada de promover
iniciativas de combate à desinformação no âmbito da Universidade, como a organização
da coletânea Desinformação e contemporaneidade: democracia, ciência e vida social, a
promoção de eventos institucionais e a participação institucional em encontros
acadêmicos e em atividades promovidas por instituições parceiras, como outras
universidades, o próprio STF e a Empresa Brasil de Comunicação.
Outro projeto estruturante com participação do Cedecom nas ações de comunicação
é o UFMG Sustentável, que visa à promoção da sustentabilidade nas ações cotidianas
desenvolvidas nas esferas administrativa e acadêmica (práticas de Ensino, Pesquisa e
Extensão). O Cedecom foi responsável pelo desenvolvimento do site do programa, e
elaborou, em 2021, uma campanha educativa para economia de energia e água.
No campo da saúde mental, outra frente estratégica para UFMG, o Cedecom
desenvolveu um ambiente virtual que é fonte de informações como referência
institucional, um veículo de convergência e fortalecimento da rede de saúde mental da
UFMG: https://www.ufmg.br/saudemental/.

5.4.1.2 Representações institucionais

Ao longo dos últimos anos, o Centro de Comunicação vem ampliando sua


representação institucional em instâncias estratégicas internas e externas à
Universidade. No âmbito da UFMG, a Diretora do órgão integrou o Comitê de
Governança Emergencial do MHNJB, desenvolvendo ações de comunicação que deram
suporte ao trabalho de resgate e reestruturação do espaço após o incêndio de 2020.
Integrou também o Comitê Permanente de Acompanhamento das Ações de Prevenção e
Enfrentamento do Novo Coronavírus e a Comissão de Sinalização dos campi da UFMG.
No âmbito externo, a diretora do Cedecom assumiu, em 2022, a coordenação da
Regional Sudeste do Colégio de Gestores de Comunicação (Cogecom) da Andifes, fórum
385

que formula estratégias integradas de comunicação para as universidades e institutos


federais do país, além de atuar em instâncias de discussão para formulação de políticas
públicas de comunicação para as instituições federais de ensino superior. O órgão
também tem assento no Comitê Permanente de Meios e Comunicação Universitária da
Associação das Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM), rede de instituições de
ensino superior da América do Sul, e no Grupo de Gestores de Comunicação do Fórum
das Instituições Públicas de Ensino Superior do Estado de Minas Gerais (Foripes).

Objetivo Geral

Implementar a política de comunicação da UFMG, integrando as estruturas e


instâncias comunicacionais existentes e promovendo, por meio da cultura da
convergência, a prática comunicativa institucional, com os diferentes públicos
internos e externos, bem como a articulação com mídias externas, compreendendo o
lugar estratégico da comunicação social na Instituição.

Objetivos específicos (Metas)

• Articular e aprimorar estratégias – produtos de comunicação, ações de


relacionamento e de posicionamento – que objetivem conferir visibilidade
institucional para a UFMG no âmbito local, regional, nacional e
internacional.
• À luz da política de comunicação, reconhecer a particularidade, que
caracteriza uma instituição universitária, da polissemia que implica a
porosidade comunicativa e que informa que diferentes atores
manifestam suas opiniões a partir da Universidade, mas quando essa
manifestação é em nome da Instituição, há atores, canais e dispositivos
que têm como atribuição expressar a posição oficial da UFMG.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5
1. Estabelecer normativas, guiadas pelos princípios da
comunicação pública e institucional, para a atuação integrada
da rede de assessorias, dos órgãos e unidades, com os
públicos da universidade.
386

Ações/Ano 1 2 3 4 5
2. Garantir estrutura operacional adequada, com a manutenção
e atualização dos dispositivos midiáticos e tecnológicos, ao
atendimento das demandas comunicacionais institucionais e
da sociedade contemporânea, amparada no compromisso
com o interesse público, e nas práticas jornalísticas de
comunicação pública, institucional e de divulgação científica.
Entre as ações previstas, está a modernização dos sistemas
de rádio e TV Universitária e sua expansão para o campus da
UFMG em Montes Claros.

3. Aprimorar a presença da UFMG no ambiente digital, com


experimentação de novas formas de interação com a
comunidade universitária e toda a sociedade, em novo Portal
institucional e aplicações mobile e web.

4. Investir nos processos de fortalecimento da identidade da


marca institucional UFMG, a partir do planejamento
comunicacional da identidade visando reforçar o que a
organização é, demonstrar o que ela pretende ser e reivindicar
a historicidade da UFMG como lastro para suas realizações.

5.4.2 Divulgação científica

No dia 27 de maio de 2021, foi publicada a Resolução № 02/2021, aprovada pelo


Cepe, que estabelece as Diretrizes para a Política de Divulgação Científica na UFMG. Nos
termos dessa Resolução, Artigo 1, Parágrafo único, “considera-se divulgação científica
toda atividade de Ensino, Pesquisa e Extensão que tenha por finalidade o
compartilhamento, com um público não especializado, do conhecimento gerado na
universidade e dos processos, controvérsias e riscos inerentes à sua produção,
privilegiando o diálogo e a escuta do conjunto da sociedade. As discussões acerca da
implantação da política remontam aos eventos do Fórum de Cultura Científica, que foi
realizado pela primeira vez em junho de 2015. Na ocasião, apontou-se a sua relevância
para os processos de diálogo da Universidade com a sociedade e, em 2021, ela foi
materializada por meio do trabalho da Diretoria de Divulgação Científica, vinculada à
Pró-Reitoria de Extensão.
Organizada a partir das contribuições da Câmara de Extensão e da Câmara de
Pesquisa, a Resolução do Cepe № 02/2021 prevê em seu Artigo 2:
A divulgação científica da UFMG deverá contemplar, em sua concepção,
estruturação e prática:
387

I. a reflexão ética quanto aos processos de produção da ciência e tecnologia,


seus benefícios e riscos;
II. a valorização da escuta e da abordagem interdisciplinar;
III. o diálogo entre saberes na perspectiva da construção de processos
participativos de produção de conhecimento e de tecnologias;
IV. a equidade na valorização das diversas ciências e tecnologias;
V. a articulação com a política de direitos humanos da UFMG e com as
políticas públicas de saúde e políticas da educação básica e profissional,
educação superior e de ciência e tecnologia.

A resolução traz ainda os princípios para a concepção, estruturação e a prática da


divulgação da ciência, que deverá contemplar a reflexão ética, a escuta e abordagem
interdisciplinar, o diálogo entre saberes, a equidade na valorização das diversas ciências e
tecnologias e a articulação com as políticas públicas. Já os objetivos estão dedicados, entre
outros, à promoção da ampliação do alcance e da visibilidade do conhecimento produzido.
Para materializar a política, a UFMG passou a contar com o COMDICI, o Comitê
para Discussão e Monitoramento da Política de Divulgação Científica, instituído pela
Resolução do Cepe № 03/2021, que é presidido pelo(a) Diretor(a) de Divulgação Científica
da Pró-Reitoria de Extensão, está vinculado às Pró-reitorias de Pesquisa e de Extensão.
Em 2023, a partir das ações do COMDICI e da Rede de Divulgação Científica, teve
início um levantamento dos espaços, das ações e dos agentes de divulgação científica na
Universidade. Com este mapeamento as Pró-Reitoria de Extensão e de Pesquisam
pretendem reunir informações que orientem a elaboração de políticas institucionais e
que contribuam para a promoção de processos solidários e sinérgicos na divulgação
científica na UFMG.

5.4.3 Divulgação da Produção Acadêmica

As ações institucionais para a difusão da produção acadêmica abrangem


diferentes áreas do conhecimento e níveis de formação e almejam, também, o
aprimoramento da própria produção intelectual e da formação de recursos humanos
qualificados, além de contribuir para os processos de internacionalização da
universidade. Neste sentido, a UFMG compreende a divulgação da produção acadêmica
como um elo de ligação entre as instâncias produtoras de conhecimento e os setores
que necessitam daquele conhecimento produzido pela comunidade acadêmica.
388

A PRPq conta com programas permanentes e específicos para estimular a


produção científica e divulgação científica, tais como o Programa de Melhoria
Qualitativa da Produção Científica, o Programa Institucional de Pagamento de Taxa de
Publicação em Periódicos Indexados, o Programa Institucional de pagamento de taxa de
inscrição em congresso científico internacional, Programa Institucional de Atribuição
de DOI a Periódicos Científicos da UFMG. A Proex, por sua vez, instituiu recentemente o
programa de Fomento a Produtos Extensionistas, que apoia programas e projetos de
extensão relacionados à educação básica e profissional pública e às áreas de direitos
humanos e meio ambiente.
A UFMG apresenta, ainda, diversas ações organizadas anualmente em prol da
estruturação e divulgação do conhecimento, como a Semana do Conhecimento. A
Semana do Conhecimento envolve a participação de discentes e servidores docentes e
técnicos-administrativos em educação da UFMG que expõem ao público, em média,
três mil trabalhos vinculados ao ensino, à pesquisa e à extensão. O evento, que tem
como objetivo a construção de espaços de reflexão, o compartilhamento de
experiências, a difusão, a troca de conhecimentos e a divulgação da produção
acadêmica da instituição, completou 32 edições, em 2023, e integra as atividades da
Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, promovida pelo Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação. A programação inclui palestras, exposições, conversas com
cientistas, visitas a laboratórios, atividades culturais e premiação dos trabalhos de
destaque apresentados por estudantes e servidores técnico-administrativos em
educação e a entrega do tradicional Grande Prêmio de Teses UFMG.
A UFMG participa ainda da organização de incontáveis eventos regionais, nacionais
e mundiais, com foco no desenvolvimento do conhecimento nas diversas áreas do
conhecimento. Presta, também, serviços de auxílio à estruturação da inovação, incluindo
propriedade intelectual e transferência de tecnologia (http://www.ctit.ufmg.br/).

Objetivo Geral

Promover o aumento da visibilidade da produção acadêmico-científica da UFMG e


articular ações coordenadas de comunicação que visem promover o debate sobre a
cultura científica como parte da formação cidadã, por um lado mobilizando
docentes, pesquisadores (docentes e não docentes), estudantes e TAEs da UFMG
para participar de tais ações, por outro lado ampliando os mecanismos de
participação do público em geral, procurando estabelecer relações dialógicas
duradouras e de crescente intensidade com os públicos e as comunidades com os
quais a Instituição interage.
389

5.4.4 Governança Informacional

A política de governança informacional da Instituição é imprescindível para a


informação e transparência das ações institucionais. A Diretoria de Governança
Informacional (DGI) é um órgão consultivo e auxiliar, vinculado à Administração
Central da Universidade, que se dedica a ações e parcerias orientadas a assuntos que
envolvam diferentes iniciativas e políticas institucionais relacionadas à promoção
da governança informacional na UFMG. Trata-se de uma iniciativa pioneira no
âmbito das universidades públicas brasileiras. A DGI toma como referência as
formulações das organizações sócio-históricas, nacionais e internacionais, que
propõem políticas e articulam a opinião pública em prol da democratização da
informação como instrumento que subsidia a autonomia esclarecida dos cidadãos e
o bem comum.
A DGI reúne a Ouvidoria-Geral da UFMG e o SIC (Serviço de Informação ao
Cidadão). Está envolvida na elaboração da Carta de Serviços da UFMG, do Plano de
Dados Abertos da Instituição e na discussão sobre a Política de Documentos Sigilosos.
A Ouvidoria, implantada em 2009, é um órgão mediador com o papel institucional
de zelar pelo direito à manifestação e à informação do cidadão. Suas ações têm por objetivo
aprimorar os serviços prestados, ampliar os canais de participação social na avaliação
institucional, incentivar o exercício dos direitos do cidadão e contribuir para a formulação
de políticas públicas. Em 2017, a Ouvidoria da UFMG aderiu ao Sistema de Ouvidorias do
Poder Executivo Federal para receber elogios, sugestões, reclamações e denúncias por meio
do site e-Ouv, sistema que atende à Portaria 3681/2016, da Ouvidoria Geral da União. Cabe
ressaltar que as manifestações apresentadas à Ouvidoria são consideradas importantes
para a atuação dos dirigentes da Universidade e favorecem a efetivação de mudanças.
O Plano de Dados Abertos (PDA), que institui o compromisso da Universidade em
tornar públicos alguns conjuntos de dados, numa iniciativa de transparência ativa,
diferindo do SIC, que já constava no PDI anterior, guiado pelas demandas do cidadão,
ou seja, transparência passiva. A UFMG publicou seu primeiro PDA no biênio 2021-
2022, respondendo ao Decreto № 8.777/2016 e à Resolução № 3/2017 do Comitê Gestor
da Infraestrutura Nacional de Dados Abertos (CGINDA).
O SIC-UFMG foi implantado em 2014 e atende à Lei № 12.527, de 18 de novembro
de 2011, Lei de Acesso à Informação, se constituindo em um canal de comunicação com o
cidadão, para acesso às informações públicas produzidas ou sob guarda da Universidade.
390

A UFMG reconhece que a informação por ela produzida ou sob sua guarda é um bem
público e incentiva a Cultura do Acesso.
Outra iniciativa de transparência ativa é o eAgendas. Instituído pelo Decreto №
10.889/2021, o sistema visa dar publicidade às interações de agentes públicos e
representantes de interesses.
A DGI também acolheu a função de Encarregada pelo Tratamento dos Dados
Pessoais. Nesse sentido, cabe destacar que a aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados
Pessoais (LGPD) na Universidade é um trabalho permanente e sua implementação está
a cargo de grupo de trabalho instituído pela Reitoria por meio da Portaria № 6918, de
24 de agosto de 2022.

Objetivo Geral

Subsidiar, do ponto de vista da governança informacional, a defesa dos interesses


públicos em matéria de educação, cultura, ciência, tecnologia e a promoção da
transparência na interface Universidade-sociedade.

Objetivos específicos (Metas)

• Investir na ampliação da transparência ativa e passiva.


• Receber e acolher as manifestações dos públicos interno e externo da
UFMG.
• Qualificar a relação com as diversas áreas e setores da Universidade,
sensibilizando para a relevância do acolhimento aos diversos públicos e
da publicização de informações legalmente determinadas.

5.4.5 Registro e Controle Acadêmico

O Departamento de Registro e Controle Acadêmico (DRCA) é um órgão auxiliar


da Reitoria e está subordinado ao Vice-Reitor. Sua atividade primordial é cuidar para
que os registros e os controles acadêmicos sejam realizados de acordo com a legislação
educacional e as normas internas da Instituição, também garantindo a aplicação de
padrões para facilitar a eventual recuperação da informação armazenada.
Os registros e controles acadêmicos começam no ingresso do estudante na
Instituição e terminam com a expedição do diploma. Entretanto, a manutenção dos
registros é permanente e estes não podem ser eliminados ou descartados.
391

É extremamente importante que esses registros sejam realizados de modo a garantir,


não só o cumprimento da legislação educacional, mas também gerando informações de
qualidade e integridade para a Instituição e para os estudantes. O arquivamento de
documentos gerados ou os registros dos atos acadêmicos nos sistemas acadêmicos são
de responsabilidade de equipe específica, especialmente treinada para esse fim e capaz
de manter a integridade dos dados, bem como apresentar soluções de informática que
visam facilitar o acesso às informações acadêmicas dos estudantes e às solicitações de
procedimentos acadêmicos, como trancamento total, requerimento de matrícula,
diploma e outros.
A sistemática de controle das atividades administrativo-educacionais é feita por
meio de processos e traz uma diversidade muito grande de procedimentos, que são
continuadamente revisados e atualizados. O Registro Acadêmico é descentralizado e
possui configuração personalizada. Para adotar essa estrutura, a UFMG mantém os
sistemas acadêmicos on-line que são interligados através de rede de computadores em
todas as Unidades Acadêmicas, nos órgãos auxiliares e na Administração Central. O
DRCA, além de gerenciar parte dos sistemas acadêmicos, é responsável pela guarda de
documentação acadêmica e pelo controle e pelo lançamento dos registros nos sistemas
acadêmicos. As Unidades Acadêmicas, por meio dos seus Departamentos Acadêmicos,
Colegiados de Cursos e Seções de Ensino são outros setores responsáveis pela
manutenção da qualidade e integridade desse banco de dados, fornecendo ao DRCA ou
lançando nos sistemas UFMG, dados importantes como notas, conceito, frequência,
trancamentos, dispensas por aproveitamento de estudos, matrículas, e outras
ocorrências, nos prazos estabelecidos no calendário acadêmico semestralmente. As
informações acadêmicas desse banco de dados, devidamente organizadas, são
colocadas à disposição do corpo discente nos sistemas acadêmicos e em aplicativo de
dispositivo móvel.

Objetivo Geral

Assegurar a confiabilidade, a integridade e a disponibilidade dos dados referentes à


vida acadêmica e ao registro de diplomas dos estudantes de Graduação e de Pós-
Graduação da UFMG, bem como ao registro dos demais diplomas que compete à
UFMG registrar. Garantir melhoria nos processos de atendimento aos estudantes e
à Comunidade Universitária no que se refere aos procedimentos de registro e
controle acadêmico.
392

Objetivos específicos (Metas)

• Investir em melhorias nos sistemas acadêmicos e nos processos de


atendimento ao registro acadêmico dos ingressantes e nos demais
procedimentos acadêmicos da vida escolar dos estudantes.
• Contribuir para que a base de dados dos sistemas acadêmicos esteja
disponível para a gestão da Universidade, em plataformas acessíveis
como Armazém de Dados, com vistas à formulação de políticas voltadas
para a melhoria do ensino e gestão da Instituição.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5
1. Investir em procedimentos e em tecnologias que atendam aos
estudantes com mais agilidade.

2. Contribuir com as discussões relativas à integração de dados e


registros acadêmicos nos Sistemas Informacionais da UFMG.

5.4.6 Tecnologia de Informação

A Tecnologia de Informação (TI) desempenha um papel estratégico na


Universidade como elemento essencial para o desenvolvimento institucional, pela sua
natureza transversal que permeia todas as atividades acadêmicas e da gestão e
administração universitária. A excelência e a expansão da Universidade passam pela
constante atualização tecnológica e oferta de serviços informatizados para a comunidade.
Com intuito de apoiar a sua gestão, desde 1970 a UFMG utiliza sistemas
informatizados. Esses sistemas são continuamente ampliados e atualizados para atender
às demandas da Comunidade Universitária e aos avanços da tecnologia. Os sistemas
atendem as áreas administrativas, patrimonial, de recursos humanos, assim como as áreas
de gestão acadêmica da Educação Básica, Profissional, Graduação e Pós-Graduação. O
objetivo desses sistemas é apoiar o desenvolvimento das atividades- fim da Universidade
(Ensino, Pesquisa e Extensão), garantindo o cumprimento da missão da Universidade.
O órgão responsável por traçar as políticas estratégicas referentes a TI na UFMG
é a Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI). A missão da DTI é apoiar a UFMG em
393

suas atividades acadêmicas e administrativas; para isso, atua orientando e fornecendo


soluções corporativas, inovadoras, seguras e de excelência, por meio de aplicações de
Tecnologia da Informação e Comunicação. Para atingir seus objetivos, as principais
responsabilidades da DTI são: traçar e executar políticas estratégicas na área de TI,
coordenar e acompanhar a implementação da TI pelos seus órgãos executivos, inserir a
UFMG no espaço virtual e estimular a adoção de soluções de TI para as atividades-fim
da Universidade. No cenário atual, a DTI atua de várias formas, dentre elas estão: apoio
às atividades acadêmicas e administrativas, provimento de infraestrutura tecnológica e
uso e a gestão de recursos virtuais e físicos da Instituição.
A DTI trabalha no sentido de encontrar as melhores soluções tecnológicas,
sempre com foco no uso racional e responsável dos recursos. Para isso, incentiva a
adoção de software livre, mas também desenvolve e mantém sistemas de informação
específicos para a Universidade; além disso, junto com a PRORH, realiza cursos de
capacitação dos servidores.
Com relação ao apoio à gestão acadêmica, são várias as iniciativas que contam
com o apoio da DTI, sendo que dentre as mais importantes pode ser citado o Sistema de
Gestão Acadêmica (Siga). Implantado em 2013, o Siga tem passado por grandes e
constantes melhorias e adaptações visando a modernização e agilização dos processos
da área acadêmica (Graduação e Pós-Graduação), além de atender a demandas
decorrentes de mudanças em normas e leis. Outra iniciativa é o apoio à criação do
Repositório Digital da UFMG, desenvolvido para o armazenamento, organização e
disseminação da produção científica da Universidade e de materiais de pesquisa de
órgãos com os quais a UFMG colabora. O repositório garante, além dos benefícios citados
anteriormente, uma maior visibilidade da produção da UFMG. Como apoio ao ensino e
aprendizagem, a DTI mantém o Moodle, que proporciona um ambiente colaborativo de
aprendizagem, com diversos recursos de apoio ao ensino presencial e a distância. Entre
outras iniciativas, a DTI oferece apoio de sistemas para a gestão do desempenho dos
docentes e dos departamentos, bem como no processo de seleção e apoio na implantação
de sistema de gestão acadêmica para o Ensino Básico e Profissional.
Os sistemas de informação desenvolvidos/gerenciados pela UFMG podem ser
organizados para se comunicarem de forma mais integrada, garantindo o uso de dados
estruturados com maior confiabilidade e qualidade da informação. Isso vem sendo
buscado a partir de estudos e discussões, com o objetivo de aprimorar o conhecimento e
o entendimento das oportunidades e necessidades de integração identificadas.
394

A DTI busca como objetivo estratégico a viabilização da “UFMG sem papel”. Para
tanto, a DTI tem auxiliado na implantação, expansão e disseminação do SEI no contexto
da Universidade, além de desenvolver novas funcionalidades nos sistemas existentes,
tais como Implantação do serviço de QR Code para documentos acadêmicos. Além disso,
a DTI vem trabalhando para implantar a assinatura digital em documentos e processos
que dela necessitem, como no caso dos diplomas.
No que tange à gestão administrativa, além do SEI, a DTI desenvolveu soluções
para apoiar a melhoria de processos e serviços. Como destaque, vale citar a implantação
de sistemas que apoiam a gestão de pessoas em complementação aos sistemas providos
pelo governo federal (SIAPE/Sigepe).
Para viabilizar a interação entre os membros da Comunidade Acadêmica, oferece
serviço de correio, sites institucionais e mais uma gama de serviços que são
formalizados e publicados no Catálogo de Serviços da DTI. Especificamente para a
infraestrutura administrativa, são oferecidos, entre outros, serviços de
compartilhamento e armazenamento de arquivos e de rede virtual privada (VPN) para
as diversas Pró-Reitorias e Diretorias.
A DTI também investe em ações e soluções inovadoras, tais como: implantação
de soluções de Armazém de Dados para atendimento a demandas de extração de
informação a partir de dados de diversas áreas; utilização de tecnologias móveis para
melhoria na acessibilidade dos sistemas a partir desse tipo de plataforma; seleção e
desenvolvimento de novas soluções que permitam maior acessibilidade aos recursos de
TI por pessoas com deficiência; estudos de viabilidade técnica e legal para a utilização
de recursos da área de computação em nuvem para a implantação e provimento de
serviços acadêmicos, dentre outros. Nesse sentido, é importante ressaltar que essa
busca por inovações é feita sempre com atenção às determinações e orientações legais
do governo federal.
No que diz respeito ao provimento de infraestrutura tecnológica, a DTI é
responsável por prover uma infraestrutura que dá suporte à comunicação de dados e
voz, armazenamento e acesso à rede interna da Instituição. A comunicação de voz inclui
os milhares de ramais internos dos Campi e a ligação desses com a rede de telefonia
pública. As possibilidades de conexão incluem tecnologias tradicionais e VoIP (Voz
sobre IP, ou comunicação telefônica pela rede de computadores).
A comunicação de dados garante a conectividade interna entre os diversos
prédios e Unidades. Para a conexão interna, entre as edificações nos Campi, e com as
395

suas Unidades distribuídas no centro de Belo Horizonte, a DTI dispõe de rede própria.
Para a conexão externa, a DTI possui comunicação com a Rede Nacional de Pesquisa
(RNP) e com a Rede metropolitana de Alta Velocidade de Belo Horizonte (Redecomep).
A comunicação com a RNP é feita através do Ponto de Presença da RNP, o POP-MG. Esse
Ponto de Presença é um dos elementos constitutivos da estrutura organizacional da
RNP que interliga as diversas instituições de ensino e pesquisa nacionais, fornecendo
conexão de alta velocidade entre elas. Já a comunicação com a Rede Comunitária de
Educação e Pesquisa (Redecomep) faz a ligação entre diversas instituições vinculadas
ao MEC, incluindo diversos prédios da UFMG, na região metropolitana de Belo
Horizonte por canais de alta capacidade.
A DTI tem procurado melhorar constantemente a sua infraestrutura para oferecer
serviços com qualidade e confiabilidade. Nesse sentido, merecem destaque as seguintes
iniciativas: a busca pela melhoria da infraestrutura da rede sem fio dos prédios
acadêmicos, administrativos e culturais e dos espaços no seu entorno; a instalação de
conexões redundantes dedicadas aos Campi e unidades isoladas; atualização das conexões
físicas da rede de dados; melhorias no cabeamento e na distribuição dos equipamentos;
monitoramento implantado com alarmes, estatísticas e registro de dados históricos.

5.4.6.1 Governança de Tecnologia da Informação

Uma área que vem crescendo na DTI é a Governança de Tecnologia da


Informação. A Governança de TI compreende o desenvolvimento de um conjunto
estruturado de competências e habilidades estratégicas para o planejamento,
implantação, controle e monitoramento de programas e projetos de governança. O
objetivo da Governança em TI é assegurar que as ações de TI estejam alinhadas com a
missão da Instituição e que seu desempenho possa ser avaliado, seus recursos possam
ser bem investidos e seus riscos operacionais possam ser mitigados.
A DTI tem procurado se alinhar aos propósitos de governança, seja pelos aspectos
operacionais, seja pelas implicações legais, através de um conjunto de estratégias e plano
de gestão, visando também otimizar a aplicação de recursos, reduzir os custos e alinhar o
setor de TI às estratégias acadêmicas. Nos últimos anos, por ações promovidas pelo
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e orientações oriundas do Tribunal de
Contas da União, os órgãos públicos estão sendo estimulados a avançar em políticas,
normas e ações que promovam a Governança em TI em seu âmbito e a UFMG pretende
continuar investindo no aprimoramento de suas atividades de governança.
396

Para que se possa assegurar o atingimento do objetivo da Governança é


primordial que sejam elaboradas e implantadas as etapas de planejamento na
Instituição. No caso da TI, sua importância está associada à capacidade de viabilizar
meios para que os objetivos do PDI possam ser alcançados. Na UFMG o Comitê de
Governança Digital (CGD) é responsável por elaborar o Plano Diretor de TI e
Comunicação (PDTIC). Esse plano é essencial às atividades da DTI, pois define as
políticas, estratégias, procedimentos, estrutura e recursos necessários com vistas à
otimização do uso de TI da UFMG. O PDTIC é de suma importância, pois a partir de
definições de onde a Instituição quer chegar, são definidos quais os recursos da TI que
serão necessários para suportar tais decisões, além de dar transparência às atividades
de TI e à sua aplicação.

Objetivo Geral

Proporcionar meios para manter, desenvolver, fomentar e aprimorar os sistemas, as


tecnologias, a infraestrutura e os demais componentes do ecossistema de tecnologia
da informação da UFMG, garantindo a disponibilidade, a acessibilidade, a
confiabilidade e a integridade dos serviços de Tecnologia da Informação e
Comunicação, observando critérios de segurança, usabilidade, eficiência e eficácia.

Objetivos específicos (Metas)

• Prover serviços, sistemas e aplicativos, priorizando soluções inovadoras que


promovam a melhoria da gestão institucional e a experiência do usuário.
• Prover, ampliar e modernizar a infraestrutura de Tecnologia da
Informação e Comunicação (TIC) adequada às necessidades e objetivos
institucionais.
• Aprimorar processos e práticas de governança e gestão da TIC alinhados
aos padrões propostos pelo Governo Federal.
• Promover ações de capacitação, aperfeiçoamento e dimensionamento
dos recursos humanos.
• Fortalecer a segurança da informação e comunicação e a proteção dos
dados pessoais.
• Otimizar a gestão orçamentária e financeira de acordo com o Plano
Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação da UFMG (PDTIC).
• Aprimorar e expandir a disponibilidade das informações e dos serviços
públicos digitais com transparência e confiabilidade, em conformidade
com padrões de acessibilidade.
397

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Todas as ações da DTI têm caráter contínuo, ocorrendo em todos os anos do plano.

Ações/Ano 1 2 3 4 5

1. Implantar soluções alinhadas aos objetivos dos programas


governamentais de dados abertos, estratégias digitais e
informatização de serviços e processos.

2. Buscar a integração e o compartilhamento de dados e soluções


entre os sistemas da UFMG, bem como com outras instituições
governamentais.

3. Envidar esforços para realizar a integração dos sistemas


acadêmicos da Graduação, Pós-Graduação, pesquisa e
extensão, assim como dos respectivos sistemas de fomento
para gestão dos programas de bolsas acadêmicas.

4. Avaliar a utilização de recursos de Computação em Nuvem para


atender as demandas por serviços na UFMG.

5. Investir em soluções para facilitar o acesso aos serviços da


Universidade através de plataformas móveis.

6. Apoiar a implantação de soluções de teletrabalho nos casos em


que esse tipo de solução seja adequado, incluindo soluções
seguras de compartilhamento de dados, ambientes de
teleconferência e outras.

7. Fortalecer a política de segurança da informação para a


Universidade e dar suporte ao monitoramento e implantação de
soluções de segurança no ambiente digital.

8. Investir em procedimentos e recursos de segurança que


permitam a preservação do patrimônio de equipamentos,
sistemas e dados da Universidade.

9. Apoiar as ações do Comitê de Governança Digital na priorização


e acompanhamento de projetos e na elaboração e implantação
do PDTI da Universidade.

10. Melhorar a qualidade da rede sem fio da UFMG.


398

6 INFRAESTRUTURA

6.1 Infraestrutura Física

Na Cidade Universitária – hoje denominada de Campus Pampulha –, onde se


concentra uma das maiores áreas verdes de Belo Horizonte, localizam-se os prédios da
Administração Central da UFMG e a maior parte das suas Unidades Acadêmicas. Com
um fluxo diário superior a 41.000 pessoas, esse Campus conta com uma boa
infraestrutura de restaurantes, bancos, lojas e outros serviços destinados a
proporcionar maior comodidade à população que ali estuda ou trabalha e,
circunstancialmente, frequenta. A relação dos órgãos situados no Campus Pampulha é
mostrada nos quadros 3, 4 e 5.

Quadro 3 – Infraestrutura Física do Campus Pampulha – Unidades Acadêmicas

Unidades Acadêmicas

Escola de Belas Artes (EBA)

Escola de Ciência da Informação (ECI)

Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO)

Escola de Engenharia (EE)

Escola de Veterinária (EV)

Escola de Música (EM)

Faculdade de Ciências Econômicas (Face)

Faculdade de Educação (FaE)

Faculdade de Farmácia (Fafar)

Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich)

Faculdade de Letras (Fale)

Faculdade de Odontologia (FO)

Instituto de Ciências Biológicas (ICB)

Instituto de Ciências Exatas (ICEx)

Instituto de Geociências (IGC)


399

Quadro 4 – Infraestrutura Física do Campus Pampulha – Demais Instalações de Ensino,


Pesquisa e Extensão

Prédio ou Complexo Órgãos

Biblioteca Central Biblioteca Universitária


Diretoria de Inovação e Metodologias de Ensino (Giz)
Centro de Comunicação (Cedecom)
Coordenadoria de Ação Comunitária (CAC)
-
Centro de Atividades Didáticas I
Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI)
Biotério Central
Centro de Atividades Didáticas I (CAD I)

Centro de Atividades Didáticas II (CAD II) Centro de Atividades Didáticas II


Editora UFMG

Centro de Atividades Didáticas III (CAD III) -

Centro Esportivo Universitário (CEU) -

Centro de Microscopia -

Centro de Treinamento Esportivo (CTE) -

Unidade Especial de Educação Básica e Centro Pedagógico


Profissional (Ebap) Colégio Técnico
Teatro Universitário

Estação Ecológica -

Hospital Veterinário -

Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHTec)1 -


1
Entidade criada por meio de uma parceria entre a UFMG e diversos órgãos governamentais e não-
governamentais.
Fonte: Pró-Reitoria de Administração.

Quadro 5 – Campus Pampulha – Instalações Administrativas e de Apoio

Prédio ou Complexo Órgãos

Reitoria

Unidade Administrativa II Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep)


Dast. Departamento de Atenção à Saúde do
Trabalhador (Dast)
Comitê de Ética em Pesquisa (COEP)
Comitê de Ética em Experimentação Animal (Cetea)
Coordenadoria de Inovação e Transferência
Tecnológica (CTIT)
400

Prédio ou Complexo Órgãos

Unidade Administrativa III Departamento de Administração de Pessoal (DAP)


Departamento de Registro e Controle Acadêmico
(DRCA)
Comissão Permanente de Vestibular (Copeve)
Centro de Apoio à Educação a Distância (CAED)
Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares
(IEAT)

Departamento de Planejamento e Projetos - DPP


Departamento de Planejamento, Orçamento e
Controle - DPOC
Departamento e Obras - DO
Departamento de Manutenção e Operação da
Infraestrutura - Demai
Departamento de Apoio Administrativo - DAA
Departamento de Logística de Suprimentos e
de Serviços Operacionais - DLO
Departamento de Gestão Ambiental - DGA
Imprensa Universitária
Praça de Serviços
Restaurante Setorial I
Restaurante Setorial II
Escola Municipal de Educação Infantil (Emei)
Alaíde Lisboa 1
1
Creche conveniada com a Prefeitura de Belo Horizonte.

Fora do Campus Pampulha, o Campus Saúde encontra-se localizado na região


central e no coração da área médica e hospitalar de Belo Horizonte. Os Órgãos situados
nesse Campus são indicados no Quadro 6. Outras instalações encontram-se situadas em
locais diversos de Belo Horizonte, conforme mostrado no Quadro 7.

Quadro 6 – Órgãos situados no Campus Saúde

Prédios

Escola de Enfermagem

Faculdade de Medicina

Hospital das Clínicas


401

Quadro 7 – Outras Instalações em Belo Horizonte


Prédios

Escola de Arquitetura (EA)


Faculdade de Direito (Direito)
Centro Cultural da UFMG
Conservatório UFMG
Espaço do Conhecimento
Hospital Universitário Risoleta Tolentino Neves (HRTN)
Museu de História Natural e Jardim Botânico (MHNJB)
Moradias Universitárias I, II e III

Na cidade de Montes Claros, situa-se o Campus Regional de Montes Claros, cujas


instalações são listadas no Quadro 8. Por fim, um conjunto de instalações encontram-
se distribuídas por diversas cidades de Minas Gerais, conforme indicado no Quadro 9.

Quadro 8 – Campus Regional de Montes Claros


Prédios

CAAD – Centro de Atividades Acadêmicas e Administrativas


Bloco A
Bloco B
Bloco C
Restaurante Setorial
Biblioteca
Ginásio
Edificações para laboratórios (10 edificações)
Edificações para apoio administrativo e serviços (12 edificações)
Moradia Universitária

Quadro 9 – Outras Instalações em Minas Gerais


Cidade Órgão

Caeté Observatório Astronômico da Serra da Piedade

Conselheiro Lafaiete Hangar do Centro de Estudos Aeronáuticos da UFMG


Diamantina Casa da Glória
Casa Silvério Lessa
Igarapé Fazenda Experimental

Pedro Leopoldo Fazenda Modelo


Tiradentes Museu Casa do Padre Toledo
Casarão Quatro Cantos
Centro de Estudos de Cultura de Tiradentes
402

A UFMG ocupa uma área territorial total que se aproxima de 14 milhões de


metros quadrados, distribuídos em campi, unidades isoladas, museus e fazendas
experimentais situados no estado de Minas Gerais, especificamente nas cidades de Belo
Horizonte, Montes Claros, Tiradentes, Diamantina, Conselheiro Lafaiete, Caeté, Pedro
Leopoldo e Igarapé, conforme apresentado na Tabela 26. Atende a uma comunidade de
cerca de 65 mil pessoas, entre alunos, docentes, servidores técnicos administrativos,
funcionários terceirizados e pessoal das concessionárias de serviços.
A área construída da UFMG, que serve como balizamento para parte significativa
das atividades e dispêndios envolvendo serviços de manutenção, limpeza, portaria,
vigilância e outros, tem aumentado continuamente. Em 2010, ela representava
aproximadamente 641.000 m2, avançando para cerca de 682.000 m2 até 2018. Entre
2018 e 2020, a área cresceu 22.700 m2. No ano de 2021, mais 5.900 m2 e, em 2022, mais
1.925 m2, totalizando aproximadamente 711.000 m2. Deve-se mencionar ainda que há
previsão de acréscimo de 15.400 m2 de área construída nos próximos anos, decorrente
da finalização de obras em andamento e de obras que foram paralisadas em anos
anteriores, principalmente por falta de recursos orçamentários. Ressalte-se também
que existem 41.000 m2 de construção projetados, referentes a ampliações previstas para
atender às necessidades institucionais.

Tabela 26 – Área territorial da UFMG

Discriminação Cidade Área (m2) %

Campus Pampulha Belo Horizonte 2.821.485 20,38

Campus Saúde Belo Horizonte 60.865 0,44

Campus Regional de Montes Claros Montes Claros 2.339.300 16,90

Campus Cultural Tiradentes Tiradentes 3.733 0,03


Museu de História Natural e
Belo Horizonte 595.800 4,30
Jardim Botânico
Unidades Isoladas Belo Horizonte 19.296 0,14

Unidades Isoladas Conselheiro Lafaiete e Caeté 1.540 0,01

Unidades Isoladas Diamantina 13.015 0,09

Fazenda Modelo Pedro Leopoldo 4.480.000 32,36


Fazenda Experimental Prof. Hélio
Igarapé 2.430.000 17,55
Barbosa
Fazendas Pequi e Porteirinha Montes Claros 1.086.325 7,84

Total 13.851.359 100

Fonte: Departamento de Planejamento e Projetos-PRA-UFMG, 2023.


403

6.1.1 Campus Pampulha

Muito embora projetos arquitetônicos das várias Unidades e órgãos existentes


hoje, na UFMG, tenham sido elaborados na década de 1940, foi só na década de 1960
que o projeto de Cidade Universitária começou a se concretizar, com a construção do
prédio da Reitoria.
A partir da Reforma Universitária de 1968, a implantação do Campus Pampulha
tornou-se imperativa. Assim como as outras grandes universidades brasileiras, a UFMG
viveu, nesse momento, profunda transformação em seu perfil organizacional e em seu
papel institucional – ou seja, de Universidade voltada, prioritariamente, à formação
profissional para Universidade de ensino e pesquisa. Sustentada, internamente, por
grupos de jovens pesquisadores, esse novo modelo foi-se impondo pouco a pouco. A
implantação, no Campus Pampulha, dos novos ICEx, ICB e IGC propiciou a aglutinação
de grupos de pesquisadores para o desenvolvimento de áreas de conhecimento até
então ausentes e para a consolidação da pesquisa básica, que se encontrava dispersa nas
unidades profissionais.
Ao longo das últimas décadas, a UFMG veio trabalhando para consolidar o Campus
Pampulha, por entender que o compartilhamento do espaço físico é elemento facilitador de
projetos interdisciplinares, sejam eles de ensino, pesquisa ou extensão. Tal proximidade
física é, também, essencial ao desenvolvimento de novos estudos transdisciplinares.
Além de conter essa dimensão integradora, com todos os benefícios acadêmicos e
culturais dela decorrentes, a transferência das Unidades Acadêmicas dispersas pela capital
para o Campus Pampulha constitui elemento gerador de maior eficiência. Desse modo, veio
se tornando possível ampliar o número de estudantes de Graduação e de Pós-Graduação,
pela utilização de estruturas mais modernas e adequadas, bem como pela otimização dos
recursos de infraestrutura. Esses efeitos, extremamente positivos, progridem na razão
direta da implantação desse Campus – tarefa hoje em vias de conclusão.

6.1.1.1 Histórico Recente

O processo de transferência das Unidades Acadêmicas para o Campus Pampulha,


em curso a partir dos anos 1960, teve notável aceleração a partir de 1998, quando a UFMG
lançou o Projeto Campus 2000, voltado à consolidação do Campus Pampulha, mediante a
adequação da capacidade física instalada ao projeto acadêmico da Instituição. Assim
compreendido, o Campus 2000 configurou-se como parte essencial do Projeto de
Desenvolvimento Institucional da UFMG para a primeira década do século XXI.
404

A proposição desse Projeto rompeu com a tradição da UFMG de, após longos
estudos e desgastantes disputas entre as Unidades Acadêmicas interessadas, definir
que obra seria prioritária para, então, dar início à sua construção; e somente após a
conclusão dessa é que se passava a priorizar uma nova obra, empreendendo os
esforços necessários para realizá-la. Com o Campus 2000, substituiu-se essa
estratégia “de fila indiana” das construções pelo desenvolvimento simultâneo de
sete obras.
A estratégia de planejamento do Campus 2000 fundou-se, ainda, no
entendimento de que a UFMG deveria buscar realizar esse Projeto contando com
recursos advindos da alienação de seu patrimônio, que então incluía lotes urbanos
localizados no Bairro Santo Agostinho e prédios onde se encontravam instaladas
Unidades que seriam transferidas para o Campus – a Escola Engenharia e a Faculdade de
Ciências Econômicas. Tal alienação incluiu, também, os prédios da Faculdade de
Farmácia e da Faculdade de Odontologia, o prédio onde funcionava o curso do Teatro
Universitário – o antigo “Coleginho” da Fafich – e dois andares do Edifício Acaiaca,
localizado na Avenida Afonso Pena, 867, no Centro de Belo Horizonte.
Os recursos advindos dessas alienações de patrimônio foram usados pela UFMG
em novas construções no Campus Pampulha: os prédios da Faculdade de Farmácia, da
Faculdade de Ciências Econômicas e da Escola de Engenharia, e a ampliação das
instalações da Faculdade de Educação, do Instituto de Geociências e do Departamento
de Química do ICEx, bem como a ampliação da EEFFTO para abrigar o Departamento de
Fisioterapia e o Departamento de Terapia Ocupacional.
Em 25 de outubro de 2007, o Conselho Universitário aprovou o ingresso da
UFMG no Programa Reuni, que implicou na oferta de cerca de 2.000 novas vagas anuais
em cursos de Graduação a serem criados ou ampliados, principalmente no período
noturno. Nos cinco anos que se seguiram, a Comunidade Universitária no Campus
Pampulha teve um acréscimo de pelo menos 15 mil pessoas, entre estudantes,
professores e funcionários técnico-administrativos31.
Nessa perspectiva, a adesão ao Reuni deu início a um novo ciclo expansão e
modernização da infraestrutura física da Instituição, denominado Campus 2010, com a
implantação de equipamentos de uso compartilhado, os Centros de Atividades

31
Conforme o art. 3º do Decreto № 6096, de 24 de abril de 2007, que instituiu o Reuni, “O Ministério da
Educação destinará ao Programa recursos financeiros, que serão reservados a cada universidade federal, na
medida da elaboração e apresentação dos respectivos planos de reestruturação, a fim de suportar as
despesas decorrentes das iniciativas propostas, especialmente no que respeita a: I - Construção e
readequação de infraestrutura e equipamentos necessários à realização dos objetivos do Programa”.
405

Didáticas 1, 2 e 3, localizados conforme as áreas de conhecimento que pretendiam


atender, além da reestruturação interna e expansão de algumas Unidades Acadêmicas.
Até 2018, foram completamente implantados, em função do Programa Reuni, os
Centros de Atividades Didáticas, a expansão prevista para ICEx, a expansão prevista
para o ICA, a reforma e ampliação do Restaurante Setorial I, a construção da Moradia
Universitária III. Entre 2018 e 2022, foram concluídas as obras relativas ao Anexo 3 do
Departamento de Química, o Anexo do Bloco B da Faculdade de Educação e as
instalações do Laboratório de Análise do Movimento (LAM) e do Laboratório de Estudos
da Dor, Inflamação, Reabilitação e Envelhecimento (Ladire) da Escola de Educação
Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Em 2023, foram concluídas as obras do
Anexo da Escola de Belas Artes, interrompidas em 2014. Resta ainda retomar a
construção do Anexo da Escola de Música e dar início às outras expansões previstas –
como o prédio da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) e a
Unidade Administrativa 5 (UA-5) – que aguardam disponibilidade orçamentária para
sua retomada e conclusão.
A expansão decorrente do Reuni, no entanto, não implicou apenas em crescimento
de área construída. Para adequação às legislações ambientais municipal, estadual e federal,
a UFMG avançou na elaboração e execução de um plano global de gerenciamento de seus
resíduos e efluentes, com a implementação de procedimentos adequados de manejo dos
resíduos (infectantes, químicos, radioativos, orgânicos, comuns recicláveis e não
recicláveis) gerados nas Unidades da UFMG. O plano incluiu ainda a construção das redes de
interligação e do interceptor de esgotos da bacia do córrego Engenho Nogueira, construído a
partir do final do ano 2007, pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais, estando ainda
em processo a reformulação das redes de efluentes não domésticos para as Unidades. Houve
também a construção de uma barragem de terra, com objetivo de regularizar as cheias na
bacia do córrego do Engenho Nogueira, evitando as enchentes recorrentes na parte central
do Campus Pampulha e os problemas de insalubridade daí decorrentes.

6.1.2 Campus Saúde

O Campus Saúde da UFMG está localizado na região hospitalar de Belo Horizonte,


próximo da região central da cidade. Nele estão instaladas duas Unidades Acadêmicas –
a Faculdade de Medicina e a Escola de Enfermagem – e uma Unidade Especial – o
Hospital das Clínicas – hospital universitário de atendimento público, considerado
centro de referência e excelência na área da saúde.
406

O Campus teve seu início com a cessão, pela Prefeitura do município, de um


terreno então pertencente ao Parque Municipal para a instalação da Faculdade de
Medicina. Em 30 de julho de 1911 na Avenida Mantiqueira – atual Av. Alfredo Balena –
foi lançada a pedra fundamental do edifício da Faculdade, inaugurado em oito de
setembro de 1914. A partir da instalação da Faculdade de Medicina, que naquela época
abrigava os cursos de Medicina, Farmácia e Odontologia, novos edifícios destinados a
hospitais e ambulatórios foram sendo construídos no seu entorno para o ensino e
prática das diversas disciplinas médicas. Em 4 de julho de 1920 iniciam-se as atividades
relativas às clínicas oftalmológica e otorrinolaringológica no Hospital São Geraldo,
após reforma de prédio ocupado por um dos anexos da Diretoria de Higiene, que se
encontrava desocupado e era situado próximo à Faculdade.
Ao longo dos anos, outros hospitais foram implantados próximos à Faculdade de
Medicina sendo que, em 1955, o conjunto desses hospitais – Hospital São Vicente de
Paulo, Hospital São Geraldo, Instituto do Rádium, Hospital de Ginecologia – recebeu o
nome de Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina. Em 1976, o Hospital das
Clínicas desvincula-se da Faculdade de Medicina, tornando-se administrativamente
independente. Em 1986 torna-se Órgão Suplementar, vinculado diretamente à Reitoria,
oficializando sua desvinculação administrativa da Faculdade de Medicina. Em 2004, o
Hospital das Clínicas foi transformado em Unidade Especial da UFMG, passando a ter
voz e voto no Conselho Universitário, órgão de deliberação máxima da UFMG.
Com o passar dos anos ocorreu um significativo adensamento urbano no entorno
do Hospital das Clínicas, bem como o progressivo aumento das atividades de Ensino,
Pesquisa e Extensão desenvolvidas no Campus Saúde. Seus espaços comuns e
acadêmicos passaram a ser mais intensamente usados, a área total construída
aumentou com a construção e a ampliação de edifícios e a infraestrutura de instalações
nem sempre foi mantida adequada às demandas decorrentes de seu uso.
Atualmente, o complexo HC-UFMG é formado por um edifício central, o
Hospital São Vicente de Paulo e sete prédios anexos para atendimento ambulatorial:
Hospital São Geraldo, o Ambulatório Borges da Costa, o Ambulatório São Vicente, o
Ambulatório Bias Fortes, o Instituto Jenny de Andrade Faria de Atenção à Saúde do
Idoso e da Mulher, o Anexo de Dermatologia Osvaldo Costa, o recentemente
inaugurado Centro de Apoio Didático, além da Moradia dos Médicos Residentes (Anexo
Maria Guimarães). É considerado campo de ensino para vários cursos da área de saúde,
como os de Ciências Biológicas, Biomedicina, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia,
407

Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Psicologia, Terapia Ocupacional, Radiologia e


Gestão em Serviços de Saúde.
O Campus Saúde possui uma gestão regulamentada por uma Comissão,
denominada Comissão do Campus Saúde, composta por representação das diretorias
das Unidades, superintendências, equipe técnica, PRA e representação discente.

6.1.3 Campus Regional de Montes Claros

O Campus Regional de Montes Claros foi instituído pelo Conselho Universitário em


1976, pouco tempo depois da UFMG ter incorporado o Colégio Agrícola Antônio Versiani
Athayde, criado, em 1964, para formar Técnicos em Agropecuária. Antes disso, em 1975,
havia sido criado o Núcleo de Tecnologia em Ciências Agrárias (NTCA), visando implantar
Cursos Superiores de Curta Duração em Bovinocultura e em Administração Rural, que
foram oferecidos até 1981. Em 1987, o NTCA foi incluído no Estatuto da UFMG como uma
Unidade Especial, com o nome de Núcleo de Ciências Agrárias (NCA), e, em 2008, tornou-
se Unidade Acadêmica, e passou a chamar-se Instituto de Ciências Agrárias (ICA).
O Campus Regional de Montes Claros tem como missão institucional a de
“realizar Ensino, Pesquisa e Extensão de qualidade, formando recursos humanos
capazes de exercer a cidadania e de promover o desenvolvimento sustentável do
semiárido brasileiro”. A atuação do Campus Regional da UFMG em Montes Claros,
inicialmente nas áreas de Ciências Agrárias, esteve vinculada à atenção ao extrativismo
vegetal e ao fomento a uma agricultura de baixo impacto sobre o meio ambiente, de
forma a promover o desenvolvimento sustentável da região. O primeiro curso de
Graduação ofertado nesse Campus, de Agronomia, teve início em 1999. Em 2005 foram
iniciadas as atividades do curso de Zootecnia.
No âmbito do Programa Reuni, em 2009 foram criados os cursos de
Administração, Engenharia de Alimentos, Engenharia Agrícola e Ambiental e
Engenharia Florestal. Com tal expansão, inicia-se um processo de diversificação das
áreas temáticas abrangidas pelo ICA, que neste momento encontra continuidade com a
tramitação da criação de um curso de formação de professores para a educação básica.
Em 2006, teve início o primeiro curso de Pós-Graduação stricto sensu do ICA, o
Mestrado em Produção Vegetal. Atualmente, o ICA também oferece o Mestrado em
Produção Animal, Mestrado em Sociedade, Ambiente e Território, o Mestrado em
Ciências Florestais e o Mestrado em Alimentos e Saúde, além da Especialização em
Recursos Hídricos e Ambientais, bem como o Doutorado em Produção Vegetal.
408

Nos últimos anos foram concluídas as obras de revitalização do Centro de


Atividades Administrativas e Didáticas (CAAD) e de ampliação do Centro de Pesquisas
de Ciências Agrárias (CPCA) com a instalação de seu segundo módulo. Em 2023 foi
também concluído o novo bloco da Moradia Universitária Cyro Versiani dos Anjos,
ampliando para 148 o número de vagas disponíveis.

6.1.4 Revisão dos Planos Diretores dos Campi da UFMG

A Universidade Federal de Minas Gerais tem uma das mais longas, consolidadas
e bem-sucedidas experiências em termos de planejamento físico universitário entre as
universidades públicas brasileiras. Em maio de 1929, menos de dois anos após sua
criação, a UFMG já apresentava um plano para constituir uma cidade universitária no
centro de Belo Horizonte, em terreno desapropriado pela Prefeitura, a partir de um
primeiro projeto apresentado por Eduardo Pederneiras. Oito anos depois, em 1937, o
Governo Estadual propôs a implantação da Cidade Universitária em área desmembrada
do Parque Municipal de Belo Horizonte. Dessa proposta resulta, hoje, a localização do
Campus Saúde da UFMG, que reúne as unidades da área de saúde.
O terreno onde efetivamente se implantaria a Cidade Universitária – parte da antiga
Fazenda Dalva, na Pampulha – foi desapropriado por decreto estadual em 1942. Somente em
1947 o Estado formalizou a doação para a Universidade. Ainda nesse ano, foi apresentado o
chamado Plano Pederneiras, que constitui a primeira proposta de planejamento físico para a
instalação do Campus da UFMG nesse terreno que, entretanto, não chegou a ser executada.
Em 1955 foi constituída uma comissão encarregada de elaborar um novo Plano da Cidade
Universitária e, no ano seguinte, foi criado o Escritório Técnico da Cidade Universitária,
coordenado pelo Professor Eduardo Mendes Guimarães Júnior. A partir daí, iniciou-se um
ciclo de trabalhos de planejamento e projeto, como o Novo Plano Diretor da Cidade
Universitária, de 1957, e de construção das primeiras instalações da UFMG na Pampulha.
A inauguração do prédio da Reitoria da UFMG, em 1962, foi um marco referencial
nesse processo porque representou a definitiva opção da UFMG por constituir um campus
universitário. A partir de então, planos e projetos se sucederam e incluíram momentos
significativos na história do planejamento físico na Universidade, como o plano a longo
prazo para o ordenamento territorial do Campus Pampulha, aprovado pelo Conselho
Universitário em 1969, a criação do Programa Campus 2000, em 1998, a adesão da UFMG
ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), em 2007, e a
aprovação do Regulamento de Uso e Ocupação do Campus Pampulha, em 2009.
409

A UFMG, assim como outras Universidades que participam do sistema de


Instituições Federais de Ensino Superior, passou por um intenso processo de expansão
nas últimas décadas, principalmente a partir do Plano de Reestruturação e Expansão das
Universidades Federais (Reuni). Uma das mais significativas transformações ocorridas
desde então foi a ampliação de sua população acadêmica, decorrente da criação de novos
cursos de Graduação e de Pós-Graduação. Desde então, o último fato significativo e
abrangente em termos de planejamento físico-territorial do campus Pampulha foi a
aprovação, pelo Conselho Universitário, do Regulamento de Uso e Ocupação do Campus
Pampulha, em 2009. Esse Regulamento não chegou, entretanto, a incorporar as respostas
às mudanças mais recentes, mesmo porque o texto aprovado em 2009 havia sido proposto
ao Conselho ainda em 1999, data anterior, portanto, às citadas transformações.
Paralelamente a todas essas transformações, a cidade de Belo Horizonte e sua
Região Metropolitana também sofreram um processo de expansão, não tanto em
termos de crescimento populacional, mas principalmente na promoção de mudanças
no sentido da integração territorial, que significou um crescimento para fora da
centralidade tradicional metropolitana em direção a uma maior integração com os
espaços periféricos, tanto dentro do município – em particular no vetor Norte, onde se
situa o Campus da Pampulha – como em seu entorno metropolitano imediato. Os
impactos desses processos de expansão e integração da cidade sobre o Campus
Pampulha, como também em relação a outras unidades territoriais da UFMG na Região
Metropolitana de Belo Horizonte – fazendas em Pedro Leopoldo e em Ibirité, além do
Museu de História Natural, no Horto – já implicariam em uma necessidade de repensar
a articulação da Universidade com o território urbano e metropolitano que a circunda.
Diante desse quadro, em junho de 2014, o então Reitor da UFMG, professor Jaime
Arturo Ramirez criou um Comitê Assessor para Gestão dos Campi da UFMG. O trabalho
desse Comitê seria voltado principalmente para o planejamento a médio e longo prazos,
tendo como horizontes os anos de 2025 e 2050, respectivamente. Além de propor ações
estratégicas imediatas que pudessem contribuir para o equacionamento de questões já
identificadas, o Comitê tinha por referência de curto prazo o ano de 2017, quando a
UFMG completaria 90 anos e sediaria a reunião anual da SBPC no campus da Pampulha.
Esse Comitê Assessor para Gestão dos Campi não, teve, entretanto, suas atividades
desenvolvidas para além de alguns documentos iniciais de proposições e de um debate
aberto à comunidade, realizado em junho de 2015, onde se discutiram questões de
acessibilidade e mobilidade. O Comitê deixou de atuar em meados de 2017.
410

A partir da posse do novo Reitorado, em 2018, ocorreram profundas alterações no


relacionamento do Governo Federal com as Ifes, dentre elas uma série de
constrangimentos orçamentários, que acabaram por afetar fortemente as Universidades
públicas brasileiras. Desde então, ações de planejamento físico mais abrangentes foram
interrompidas e ficaram aguardando oportunidade de retomada.
Em síntese, o tempo decorrido desde a elaboração da última regulamentação, em
2009, todas as transformações ocorridas nas dinâmicas socioambientais, bem como nos
modos de uso, ocupação e apropriação dos espaços e territórios pela sociedade nesses
últimos anos, tornam evidente a necessidade de rever, atualizar e complementar
periodicamente os planos existentes, deixando-os em condição de considerar e dar
respostas às novas dinâmicas e às novas demandas que se delineiam para a Universidade.
Mais além, novos e ambiciosos conceitos e estratégias de desenvolvimento, que se
estruturam sobre as ideias de interconexão dos diversos atores sociais e de suas metas,
tais como a chamada Agenda 2030 e os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da
ONU, estão postos e não podem ser ignorados quando se tem em vista o planejamento de
uma Universidade comprometida com as questões e os desafios da contemporaneidade.

6.1.5 Estruturando um Novo Projeto

O contexto, brevemente exposto acima, caracteriza a necessidade de se


estabelecer a retomada das discussões, estudos, pesquisas e atividades de planejamento
físico-territorial dos campi da UFMG, a partir de uma revisão dos regulamentos
existentes e da realização de novos estudos e trabalhos de planejamento. A meta deve
ser atualizar, complementar e ampliar suas abrangências, elaborando Planos Diretores
verdadeiramente capazes de lançar diretrizes para o desenvolvimento da Instituição,
consideradas suas estruturas físico-territoriais, ao longo do tempo.
Tendo em vista a necessidade de se realizar, simultaneamente, (i) um processo
de planejamento físico-territorial sintonizado e interconectado com a participação
ativa da comunidade, relação essa cada vez viável pela utilização das ferramentas e
meios informatizados de relacionamento com a sociedade; (ii) uma inovadora estrutura
de trabalho em que as metas e questões se entrecruzam e acabam por constituir
relações transversais entre si e entre as disciplinas que tratam do planejamento físico-
territorial; (iii) uma dinâmica capaz de contemplar os principais desafios de
desenvolvimento enfrentados por pessoas no Brasil e no mundo, tendo como referência
os objetivos de desenvolvimento sustentável / Agenda 2030, é que se verificou a
411

necessidade de propor um projeto de pesquisa e desenvolvimento para Revisão dos


Planos Diretores do Campi da UFMG, que está em execução desde outubro de 2023, em
que novas metodologias e abordagens capazes de contemplar todas essas novas
situações e demandas terão que ser criadas, testadas, desenvolvidas e postas em
prática, com vistas ao pleno alcance das metas de planejamento.
No médio prazo, esse projeto ensejará a discussão sobre cenários, potencialidades
e propostas ligadas a aspectos acadêmicos e de construção da universidade do futuro,
razão de ser da própria existência da UFMG. Complementarmente, os trabalhos previstos
incluirão a discussão e proposta da institucionalização das ações de planejamento e
gestão dos espaços físicos nos campi na UFMG, de modo a garantir que o esforço ora
desenvolvido tenha continuidade e base institucional.
A proposta de trabalho que fundamentou o projeto de Revisão dos Planos
Diretores do Campi da UFMG especifica dois temas-guia – sustentabilidade e
urbanidade –, que devem necessariamente ser entendidos em sentido amplo, como
orientadores das demais ações e objetos centrais de atenção dos grupos de trabalho
envolvidos. No desenvolvimento desses dois temas orientadores, uma série de
subtemas transversais deverão ser objeto de atenção, tratamento e desenvolvimento
por grupos de trabalho, de modo a tratar questões relativas à acessibilidade, à eficiência
energética, ao meio ambiente, à mobilidade, à integração dos campi com seus entornos
imediatos, à segurança, ao trânsito e à oferta de serviços, entre outras.
O objetivo é gerar a maior participação da comunidade universitária, melhor
articulação da universidade com seus entornos, e aperfeiçoar o sistema de planejamento
e gestão da UFMG, em caráter participativo e permanente. Para tanto, teremos que
buscar e desenvolver metodologias e formas de envolvimento de toda a comunidade
universitária, de modo a transformá-la em agente e sujeito, e não apenas objeto do
planejamento e dos processos de gestão dos seus territórios. Entende-se que cabe à
universidade – em particular à UFMG, como universidade pública e de excelência em
Minas Gerais – contribuir para a construção de propostas inovadoras para a vida urbana
e comunitária, constituindo-se em um espaço de construção e experimentação de
utopias. Deste modo, o projeto visa obter como resultado um processo de planejamento
capaz de desenvolver e tornar efetivas novas formas de interlocução e articulação com as
cidades e regiões onde se inserem os territórios universitários, envolvendo não só a
comunidade universitária, mas a sociedade, no planejamento dos campi.
412

6.1.6 Planejamento da Execução de Obras de Infraestrutura

O conjunto de obras que se fazem necessárias para prover o necessário apoio às


atividades da UFMG requer a aplicação de expressivo volume de recursos, que extrapola
em muito o montante rotineiramente destinado à Instituição pela via orçamentária usual.
Por esse motivo, o processo de captação desses recursos junto ao Governo Federal requer
intensa interlocução da Universidade com diversas instâncias governamentais, sendo os
resultados desse processo em grande medida imprevisíveis, uma vez que há dependência
em relação a fatores conjunturais que fazem variar a disponibilidade orçamentária.
Deste modo, não seria realístico apresentar neste PDI um cronograma detalhado
da execução das obras elencadas. Para este fim, o Conselho Universitário aprovou em
agosto de 2023 uma nova resolução que disciplina competências e procedimentos para
planejamento e autorização de obras e intervenções emergenciais, em substituição à
norma que vigorava desde 1995.
A Resolução n°07/2023 prevê a obrigatoriedade da elaboração de plano diretor
contemplando diretrizes de desenvolvimento e de planejamento físico para as Unidades e
Órgãos que ocupem espaços com mais de 4.000 m2. Além disso, tipifica as diferentes
intervenções em: i) intervenções emergenciais; ii) obras de reforma (de pequeno, médio e
grande porte); iii) obras de ampliação; e iv) obras novas. Finalmente, a Resolução
estabelece procedimentos, prioridades e competências para a autorização de cada tipo de
obra ou intervenção, determinando que a realização de obras novas, obras de ampliação e
reformas de grande porte dependerão da aprovação do Conselho Universitário, sendo que
as propostas apresentadas em chamadas anuais passarão por análise prévia de um Grupo
Técnico de Assessoramento e da Comissão de Obras e Patrimônio daquele Conselho.

6.1.6.1 Caracterização das Demandas de Obras de Infraestrutura

Toda uma diversidade de demandas incide sobre a UFMG, traduzindo-se na


necessidade de execução de um extenso elenco de obras de infraestrutura física. Essas
demandas podem ser caracterizadas conforme descrito a seguir:
I. Conclusão do programa de transferência das Unidades Acadêmicas da
área central de Belo Horizonte para o Campus Pampulha. Para que seja
concluído tal processo, falta concretizar a transferência da Escola de
Arquitetura e da Faculdade de Direito. Essas duas Unidades foram as
últimas a deliberar formalmente, em suas Congregações, em favor da sua
mudança para o Campus, o que ocorreu já no decorrer da década de 2010.
413

Deve-se apontar que, paralelamente aos esforços para a obtenção dos


recursos necessários à construção dos novos prédios destinados a abrigar
essas Unidades no Campus, é preciso destinar recursos à manutenção de
condições adequadas de funcionamento das atuais instalações, até que
seja possível efetivar a mudança.
II. Obras relacionadas à expansão de vagas ocorrida no âmbito do
Programa Reuni. O expressivo aumento do número de vagas nos cursos
de Graduação, impactou não apenas a necessidade de novos espaços para
salas de aula, mas também de novos espaços e de infraestrutura adicional
para laboratórios, respeitando a diversidade das áreas do conhecimento,
além de novos espaços para acomodar o crescimento do corpo docente
decorrente de tal expansão.
III. Aumento da complexidade dos serviços. Além do aumento do volume de
atendimentos ao público decorrente do aumento do número de estudantes
matriculados, uma série de mudanças vêm acontecendo na UFMG,
relacionadas à complexificação de suas atividades. Exemplos disso são: o
processo de internacionalização, a consolidação de um sistema de apoio à
inovação, a consolidação de sistemas de apoio à formação docente, a
expansão das atividades no âmbito da cultura, a implantação de diferentes
mecanismos de apoio a estudantes etc. Todos esses sistemas requerem
alguma alocação de espaço físico, repercutindo na necessidade de obras.
IV. Instalações no limite de sua vida útil. A UFMG conta com instalações que
foram construídas em diferentes momentos, sendo algumas destas
bastante recentes, enquanto outras datam de várias décadas. Em alguns
casos, faz-se necessária uma substancial adequação dessas instalações,
visando substituir itens ou sistemas degradados pela ação do tempo ou
tornados obsoletos, além de promover a atualização das instalações para
novos usos cuja necessidade veio se manifestando ao longo dos anos. De
especial importância é a adequação das condições de segurança,
acessibilidade, consumo de água e energia e mecanismos de destinação de
resíduos, aos padrões atualmente vigentes.
V. Adaptação de instalações visando à acessibilidade. Neste momento se
apresenta, de maneira destacada, o desafio de adaptar os prédios da
UFMG para a acessibilidade de pessoas com deficiência. Há urgência para
414

o atendimento a esta demanda, uma vez que se houve um crescimento do


número de pessoas com deficiência na Comunidade Universitária, em
virtude do estabelecimento legal de cotas para pessoas com deficiência
tanto nos processos seletivos de novos estudantes quanto nos processos
seletivos de servidores. A magnitude desse desafio é significativa, pois os
prédios mais antigos, construídos há 30 anos ou mais, requerem
adaptações bastante expressivas, enquanto até mesmo prédios mais
recentes ainda requerem uma avaliação global de sua acessibilidade, que
certamente irá indicar a necessidade de adaptações pontuais.
VI. Obras de infraestrutura de suporte. Os processos de expansão das
atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão na UFMG implicam a execução
de um conjunto de obras destinadas à melhoria da infraestrutura física
dos Campi Pampulha, Saúde e Montes Claros. Essas obras compreendem o
atendimento das demandas tais como mobilidade (incluindo o sistema
viário, o planejamento do trânsito, a fluidez e conectividade do transporte
coletivo e, também, soluções para o estacionamento de veículos),
iluminação, segurança, gerenciamento de resíduos, drenagem pluvial, e
outras. Reconhecendo o déficit atualmente existente na abordagem desse
conjunto de questões, faz-se necessário estabelecer um planejamento que
viabilize a gradual constituição de soluções que sejam adequadas.
VII. Obras relacionadas ao crescimento vegetativo. Esse tipo de intervenção
diz respeito a pequenas adequações necessárias ao espaço físico, para
possibilitar uma resposta satisfatória às alterações que ocorrem com o
passar dos anos. Enquadram-se, nesse caso, as adequações espaciais para
recebimento de novos equipamentos, as reformas internas para melhorar as
condições de trabalho e as ampliações de espaço com vistas ao crescimento
continuado do ensino, da pesquisa e da extensão. Essas intervenções fazem
parte do cotidiano da Instituição e acontecem, com maior intensidade, nos
espaços em que as condições tecnológicas são preponderantes.
VIII. Obras para o desenvolvimento institucional. Essas obras são feitas para
proporcionar uma mudança de patamar à Universidade. Esse é um
crescimento renovador, que agrega, por sua relevância, incremento à
produção acadêmica e abrange, também, o ensino, a pesquisa e a
extensão. Ao estimular o desenvolvimento do espírito científico e
415

reflexivo e ao incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica,


permite, de maneira inegável, a consecução dos objetivos institucionais.
No passado recente, enquadraram-se nessa categoria a criação do Centro
de Microscopia e do Biotério de Pequenos Animais, no Campus Pampulha,
o Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade de
Medicina (Nupad), os Centros de Pesquisa em Ciências Agrárias, em
Montes Claros, entre outros, todos eles fundamentais para promover, no
âmbito das diversas áreas de conhecimento, o desenvolvimento que a
UFMG, como instituição de ensino superior, tem o dever de buscar.
IX. Conservação e Revitalização de Edificações Históricas e Tombadas. A
UFMG é responsável pela guarda de importante acervo de edificações
históricas, que incluem prédios dos séculos XVIII e XIX situados nas
cidades de Tiradentes (onde funciona o complexo do Campus Cultural de
Tiradentes) e de Diamantina (onde funciona a Casa da Glória), um prédio
da época da fundação de Belo Horizonte, onde funciona o Centro Cultural,
além de prédios representativos da arquitetura modernista, como o
prédio da Escola de Arquitetura e o prédio da Reitoria, ambos tombados.
Nos casos dessas edificações, a dimensão da conservação e preservação
do patrimônio se sobrepõe à dimensão dos eventuais usos atuais.
Exemplo recente disso foi a formulação de projeto para obras de
recuperação e revitalização da Casa da Glória, apresentado ao Governo
dos EUA e selecionado para receber recursos da ordem de US$ 235.690,00
– provenientes do Fundo de Embaixadores para Preservação do
Patrimônio Cultural –, com a contrapartida da UFMG de U$189.441,00, na
forma, sobretudo, de alocação de mão de obra. O projeto apresentado pela
UFMG previu a substituição de estruturas de madeira que suportam a
construção, parcialmente destruídas por infestação de cupins, a troca de
toda a rede elétrica e a instalação de sistema de prevenção e combate a
incêndios. Neste sentido, faz-se necessária, em caráter permanente, uma
manutenção das edificações da Universidade que esteja atenta às
peculiaridades de sua condição de patrimônio histórico, e que requerem
um redobrado esforço para mitigação de todos os riscos de danos a esse
patrimônio, além de um contínuo processo de restauração, que visa
reverter a ação do tempo e do uso contínuo por décadas ou séculos.
416

Para além das demandas envolvendo obras e intervenções físicas, outras


demandas diretamente relacionadas merecem menção destacada, a saber:

X. Ações visando a obtenção dos Autos de Vistoria do Corpo de


Bombeiros (AVCBs). Uma nova abordagem para o atendimento à
legislação com vistas à obtenção dos AVCBs foi discutida com o Corpo
de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) e encontra-se em
pleno andamento na Pró- Reitoria de Administração. Trata-se de
priorizar as ações que garantam a segurança das edificações e das
pessoas com a instalação da sinalização adequada, a manutenção
preventiva de equipamentos (hidrantes, extintores, mangueiras) e o
treinamento das brigadas de incêndio. Para isto, a PRA está
trabalhando junto as Unidades na identificação dos problemas, tendo
elaborado um Manual de Orientação à Prevenção e ao Combate a
Incêndio na UFMG para orientar os responsáveis em cada Unidade
sobre os procedimentos a serem adotados para a adequação das
Unidades no que se refere à segurança contra incêndio e pânico.
Paralelamente, dar-se-á continuidade à elaboração dos projetos legais
e projetos executivos, atualização e execução dos projetos executivos,
manutenção e treinamento de brigadas, que possibilitam a obtenção
dos AVCBs com a regularização integral das Unidades e o cumprimento
fiel à legislação pertinente ao assunto.

XI. Ações de parceria com Fundações de Apoio. A Lei № 8958/1994, que


rege as relações entre as Ifes e as fundações de apoio, prevê a
possibilidade de contratação destas fundações para apoiar projetos de
ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e
tecnológico e estímulo à inovação de interesse da Universidade. A
mesma lei estabelece que o apoio das fundações pode incluir obras
laboratoriais no âmbito de projetos de desenvolvimento institucional
para melhoria de infraestrutura, possibilidade que se mostrou vantajosa
para a Instituição em diferentes ocasiões e que pode ser explorada pela
UFMG ao longo dos próximos anos.
417

INFRAESTRUTURA FÍSICA

Objetivo Geral

Prover as condições adequadas de infraestrutura física para o funcionamento das


atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão na UFMG, permitindo a expansão da
excelência dessas atividades e de seu impacto social, com especial atenção à
acessibilidade e inclusão de públicos cada vez mais amplos e diversos.

Objetivos específicos (Metas)

• Elaborar novos planos diretores para os Campi, em processos que


envolvam ampla discussão com a comunidade.
• Elaborar planejamento de longo prazo para a realização de obras de
infraestrutura.
• Garantir a transparência e a participação da comunidade no
acompanhamento da execução do plano diretor e do planejamento de
obras de infraestrutura.
• Aplicar práticas de gestão e tecnologias de informação que propiciem a
melhoria da qualidade e a redução de custos no desenvolvimento de
projetos e no gerenciamento das obras civis.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5
1. Envidar esforços de interlocução, junto ao Governo Federal,
para que sejam destinados recursos às obras de infraestrutura
necessárias para o desenvolvimento adequado das atividades da
UFMG, conforme descritas neste capítulo.

2. Elaborar um diagnóstico geral da vida útil remanescente das


instalações da UFMG que permita a formulação de políticas de
longo prazo para a revitalização dessas instalações.

3. Elaborar e executar projeto de urbanização para adequação do


sistema viário e do sistema de drenagem nos Campi.

4. Elaborar e executar projeto de urbanização e paisagismo das


áreas comuns do Campus Saúde.

5. Executar plano de acessibilidade para pessoas com mobilidade


reduzida, incluindo a possibilidade de mobilidade não
motorizada, nos três Campi.
418

Ações/Ano 1 2 3 4 5
6. Executar plano de adequação das Unidades Acadêmicas à
acessibilidade para pessoas com deficiências.

7. Elaborar e implementar de projeto de comunicação visual e


sinalização para os três Campi.

8. Regularizar as edificações nos aspectos relacionados à prevenção


e combate a incêndio e pânico.

9. Elaborar planos de contingência para riscos químicos e biológicos.

10. Levantar as necessidades de adequação das instalações de


laboratórios de ensino e de pesquisa, com especial atenção
àquelas relacionadas à segurança dos usuários. Elaborar o
planejamento para a execução dessas adequações.

11. Planejar a instalação de sistemas de prevenção da interrupção


de energia elétrica para assegurar o suprimento de energia para
instalações consideradas críticas.

12. Planejar a expansão das redes de fornecimento de energia dos


Campi, de maneira a que estas tenham capacidade compatível
com a demanda atual e futura.

13. Elaborar um planejamento específico para a conservação e


restauro das edificações históricas pertencentes à UFMG.

14. Revisar os planos existentes e elaborar novos planos diretores


para os Campi, em processos que envolvam ampla discussão
com a comunidade.

6.2 Serviços de Apoio

6.2.1 Sistema de Bibliotecas

A qualidade da estrutura e dos acervos de um sistema de bibliotecas


universitárias é um requisito importante para o pleno desenvolvimento da produção,
transmissão e disseminação de conhecimentos por uma instituição de ensino superior.
Tendo em vista esse pressuposto, o Sistema de Bibliotecas da UFMG (SB/UFMG) foi
concebido para constituir um dos pilares da vida acadêmica na Instituição.
Primariamente responsável pela guarda, disponibilização e disseminação das
informações de caráter acadêmico registradas em publicações nos mais diversos
formatos e mídias, sua atividade constitui um ponto de apoio indispensável para o
pleno desenvolvimento das atividades-fim de Ensino, Pesquisa e Extensão na UFMG.
419

A Biblioteca Universitária (BU) é Órgão Suplementar vinculado à Reitoria, que


além de se responsabilizar tecnicamente pelo provimento de informações
necessárias à atividade de produção e transmissão do conhecimento na Universidade,
também atua na coordenação técnica, administração e divulgação dos recursos
informacionais do Sistema de Bibliotecas da UFMG (SB/UFMG), formado por 26
Bibliotecas. Sua estrutura organizacional, definida pela Resolução № 12/2005, do
Conselho Universitário, é composta por: Conselho Diretor; Diretoria da Biblioteca
Universitária e suas Divisões Técnicas e Seções Administrativas; Bibliotecas da UFMG
e Comissões Temporárias.
A atual estrutura da Biblioteca Universitária pode ser visualizada no organograma
da Figura 9.

Figura 9 – Organograma da Biblioteca Universitária

Biblioteca Universitária - Sistema de Bibliotecas da UFMG

Conselho Diretor

Bibliotecas UFMG Diretoria Comissões temporárias

Secretaria

Divisões Técnicas Seções Administrativas Cenex


Biblioteca
Central
DPGAP
SGERAIS
DICOLESP
SCOMPRAS
DICOM

SCONTABIL
DFDA

Setor de Intercâmbio SPESSOAL

DITTI ARQUIVO

Setor de Automação

Setor de Suporte Hardware e Rede

Setor de Apoio à Catalogação

DIGIT

Setor Apoio Biblioteca Digital

Setor Apoio Bibliotecas Pólos EAD/UFMG

Setor de Apoio Usuário Portal CAPES na UFMG

Fonte: Biblioteca Universitária UFMG.


420

A concepção do que hoje é a BU na UFMG foi construída em uma trajetória


histórica que se inicia em 1966 com a criação do Conselho de Bibliotecários da
UFMG e nomeação da professora Etelvina Lima como presidente do conselho, uma
das pioneiras da Biblioteconomia em Minas Gerais e criadora do Curso de
Biblioteconomia da UFMG. No ano de 1968 é criada a Coordenação de Bibliotec as
Universitárias que tinha por objetivo coordenar tecnicamente as bibliotecas da
UFMG, com a finalidade de normalizar os processos técnicos de formação,
organização e utilização do patrimônio bibliográfico da Universidade. Em 1972 a
Coordenação de Bibliotecas Universitárias tem a nomenclatura alterada para
Biblioteca Universitária (BU). Em 1976 ocorre a centralização e a vinculação
técnica e administrativa das bibliotecas da Universidade à BU. Em 1981 é
inaugurado o prédio da Biblioteca Central onde funciona, também, a administração
da BU e é aprovada a primeira versão do Regimento da Biblioteca Universitária.
Atualmente o SB/UFMG é constituído por bibliotecas situadas em todas as
Unidades Acadêmicas, nas áreas de Ciências Agrárias, Ciências Biológicas, Ciê ncias
Exatas e da Terra, Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas, Engenharia,
Ciência da Saúde e Linguística, Letras e Artes. Possui, também, bibliotecas
vinculadas às Unidades Especiais e atividades de extensão, cultura e lazer, assim
discriminadas: Bibliotecas do Coltec, CP, Museu de História Natural e Jardim
Botânico e Carro-Biblioteca. Além destes, o SB/UFMG comporta acervos
diferenciados como o Espaço de Leitura da Biblioteca Central, a Biblioteca do
Sertão, o Acervo de Escritores Mineiros e o acervo vinculado à Divisão de Coleções
Especiais que compreende a Memória Intelectual da UFMG, Obras Raras e Coleções
Especiais. Cabe destaque para a biblioteca da Casa da Glória, vinculada ao Instituto
de Geociências, e a biblioteca do Campus Cultural UFMG em Tiradentes que
contemplam acervos específicos.
O Sistema de Bibliotecas é constituído na forma de uma rede com elevada
descentralização que funciona de maneira integrada, em virtude dos recursos de
automação de bibliotecas que são empregados em sua gestão, por meio do Pergamum.
Na Tabela 27 estão descritos alguns dados que caracterizam o Sistema de
Bibliotecas da UFMG.
421

Tabela 27 – Sistema de Bibliotecas da UFMG em números

Área Física Total - m² 27.249,19

Livros impressos 1.110.134

Periódicos impressos não correntes 18.877

Acervo - Outros formatos 31.972

Acervos adaptados 662

Valor do acervo bibliográfico em Reais 43.163.417,10

Empréstimos domiciliares 127.343

E-books - ProQuest 11.047

E-books - Knowledge Unlatched 11.250

Usuários inscritos 249.349

Usuários ativos 75.520

Fonte: Coletar 2022.

6.2.1.1 Serviços

O Sistema de Bibliotecas atende tanto aos usuários da comunidade interna


(estudantes do ensino fundamental, médio, técnico, Graduação, Pós-Graduação, servidores
docentes e TAEs, residentes, intercambistas), como aos usuários da comunidade externa –
de outras instituições, pesquisadores, estudantes de intercâmbio e demais visitantes.
O SB/UFMG funciona, na maioria das bibliotecas setoriais, de segunda a sexta-
feira, no horário das 07h30min às 22h00min. A Biblioteca da Faculdade de Ciências
Econômicas (Face) funciona diariamente até as 21h30, com a oferta de todos os
serviços. A partir das 21h30, esta biblioteca funciona em regime de 24 horas, inclusive
sábados, domingos e feriados, exceto Sexta-Feira da Paixão, Natal e Ano Novo, para os
serviços de consulta ao acervo e acesso aos terminais de computadores.
A BU oferece cursos e treinamentos aos servidores do SB/UFMG com o objetivo
de capacitá-los a utilizar as tecnologias da informação, elaborar projetos para captação
de recursos em agências de fomento, potencializar suas habilidades visando a prestação
de serviços de excelência aos seus usuários.
Também oferece sistematicamente programas de capacitação aos usuários com o
objetivo de habilitá-los na utilização das fontes e recursos de informação, visando à
aprendizagem de atividades relacionadas tanto ao ambiente da biblioteca, aos seus
recursos e serviços, incluindo os conteúdos digitais, disponibilizados para a Comunidade
Acadêmica, quanto às atividades complexas referentes aos processos de identificação das
422

necessidades, busca, avaliação e uso da informação de maneira ética. Os programas de


capacitação são imprescindíveis para a Comunidade Acadêmica, uma vez que, a partir
deles é que o usuário terá conhecimento de todo o recurso informacional que a
Universidade disponibiliza, o qual dá suporte às atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão.
O SB/UFMG oferece aos usuários, dentre outros, os seguintes serviços e
produtos: consulta ao acervo; empréstimos (domiciliar, rápido e entre bibliotecas);
pesquisa bibliográfica; visitas orientadas; comutação bibliográfica; orientação e
normalização bibliográfica; orientação para obtenção de DOI, ORCID, ISBN e ISSN;
orientação para preenchimento do Lattes; treinamentos de usuários; treinamento em
gerenciador bibliográfico; disseminação seletiva da informação; alertas; sumários
correntes; jornal mural; boletins informativos; revista; exposições; eventos; atividades
culturais e de entretenimento; lançamentos de livros; palestras; aulas de fontes de
informação; elaboração de ficha catalográfica; catalogação, indexação e classificação
de itens bibliográficos; povoamento das comunidades do repositório institucional.
O Carro-Biblioteca é a segunda ação de extensão mais antiga da UFMG,
desenvolvida pela Escola de Ciência da Informação (ECI, antiga Escola de
Biblioteconomia) desde 1973. O objetivo do Carro-Biblioteca é democratizar a
informação e a leitura junto às comunidades socialmente vulneráveis da Grande BH,
bem como promover ações culturais e educativas, além de proporcionar o
desdobramento de vários outros projetos acadêmicos, de pesquisa e de extensão na ECI
e oferecer bolsas de extensão para os estudantes. Cada comunidade atendida recebe a
visita do Carro-Biblioteca uma vez por semana, onde há um ponto fixo para
atendimento à comunidade, permanecendo ali por um período de duas horas.

6.2.1.2 Portal de Periódicos

A Política de Periódicos Científicos da UFMG foi lançada em outubro de 2015,


agregando inicialmente 62 periódicos que atendiam aos “Critérios de Entrada e
Permanência no Portal de Periódicos UFMG”. Desde 19 de setembro de 2019, a Política
é regida pela Resolução № 08/2019, aprovada pelo Cepe em 19 de setembro de 2019, e
seu cumprimento é monitorado pelo Comitê Gestor do Portal de Periódicos
(COGEPPE), estabelecido pela Resolução № 09/2019, aprovada pelo Cepe na mesma
data que a primeira.
De acordo com a Resolução № 08/2019, passou-se a considerar periódico
científico institucionalmente vinculado à UFMG aquele que, além de não ser editado
423

por associações ou organismos similares, atende cumulativamente a três critérios:


I – Pertencimento, que diz respeito ao vínculo ativo da editora ou do editor com a
instituição, seja como docente, técnico-administrativo ou estudante; II – Centralidade,
que significa o periódico executar todo o seu fluxo editorial através do Open Journal
System (OJS) do Portal; e III – Relevância, que são critérios qualitativos de classificação
baseados em exigências para indexação em bases de dados bibliográficas.
Considerando apenas periódicos científicos eletrônicos ou replicados
eletronicamente, foram identificados, até o momento, 101 periódicos editados no
âmbito da UFMG, dos quais 95 poderiam figurar no Portal, ainda que alguns (16) apenas
para consulta e preservação, conforme mostrado na Figura 10. Tal como em vigor, a
Política de Periódicos Científicos da UFMG permitirá agregar 47 periódicos ativos ao
portal, dos quais, 22 já operam no OJS da universidade, tão logo consigam a indexação
em bases de dados.

Figura 10 – Periódicos científicos eletrônicos (ou replicados eletronicamente) editados na


UFMG – organizados por local de hospedagem, pertencimento, atualidade na publicação e
adesão à Política de Periódicos

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.


424

Já os outros 25 periódicos, não utilizam a infraestrutura oferecida pela UFMG devido


à satisfação de seus editores com a plataforma32 em que mantêm seus periódicos. Tal
situação revela a necessidade de aprimoramento da Política, na medida em que este último
agrupamento de periódicos é bem qualificado junto à Capes. De fato, conforme
classificação Qualis Capes vigente, mais da metade dos 25 periódicos que estão fora da
infraestrutura da UFMG encontra-se nos estratos Qualis A1 a A4. A Tabela 9 permite a
avaliação dos agrupamentos que usam o OJS UFMG e que não usam, bem como a
comparação entre eles, nas avaliações Qualis Capes dos quadriênios 2013-2016 e 2017-
2020. Treze periódicos no quadriênio 2013-2016 e nove no quadriênio 2017-2020 não
foram avaliados e, portanto, não foram classificados no Qualis Capes em pelo menos um
dos quadriênios – no total, considerando os dois quadriênios conjuntamente, 15 periódicos
não foram avaliados por não terem publicado trabalhos de autores vinculados aos
programas de Pós-Graduação do país, conforme Documento técnico do Qualis Periódicos,
elaborado pela equipe técnica da Diretoria de Avaliação/Capes. Com base no documento
citado, a Tabela 28 foi montada de tal forma que uma mesma coluna, que perpassa ambos
os quadriênios, contenha estratos correlatos para fins de comparação. Por exemplo, o
estrato A1 do quadriênio 2013-2016 equivale aos estratos A1 e A2 do 2017-2020, bem como
os estratos B4 e B5 do quadriênio 2013-2016 são comparáveis ao B4 do 2017-2020. Ainda
de acordo com o mesmo documento, a classificação “C” tem peso zero na avaliação.
Levando em conta as duas avaliações, 54 periódicos (78% do total de periódicos ativos)
sediados na UFMG e ainda hoje ativos figuram em ambos os períodos de avaliação.

Tabela 28 – Periódicos UFMG de acordo com Qualis Capes dos quadriênios 2013-2016 e 2017-2020

Agrupamentos Qualis 2013-2016 Total

A1 A2 B1 B2 B3 B4 + B5 C

6 1 5 6 1 14 1 34
OJS UFMG 18% 3% 15% 18% 3% 41%
100%
21% 32% 44% 3%
3 3 6 2 1 4 3 22
Outros 14% 14% 27% 9% 5% 18%
100%
27% 36% 23% 14%
9 4 11 8 2 18 4 56
Total 16% 7% 20% 14% 4% 32%
100%
23% 34% 36% 7%

(continua)
32
Software mais serviços oferecidos pela unidade acadêmica ou pelo SciELO ou mesmo por provedores
privados.
425

(conclusão)

Agrupamentos Qualis 2017-2020 Total

A1 + A2 A3 + A4 B1 B2 B3 B4 C

10 12 2 5 7 2 0 38
OJS UFMG 26% 32% 5% 13% 18% 5%
100%
58% 18% 24% 0%
6 6 4 2 1 2 1 22
Outros 27% 27% 18% 9% 5% 9%
100%
54% 27% 14% 5%
16 18 6 7 8 4 1 60
Total 26% 30% 10% 12% 13% 7%
100%
56% 22% 20% 2%

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

A movimentação dos periódicos da UFMG entre estratos do quadriênio 2013-


2016 para o quadriênio vigente pode ser avaliada na Tabela 29. Nela observamos que
dos 54 periódicos avaliados em ambas, apenas 5 pioraram sua classificação de um
quadriênio a outro de avaliação. Qualis Capes; a maioria melhorou e pouco mais de um
quarto manteve-se no mesmo estrato correlativamente considerado.

Tabela 29 – Periódicos UFMG de acordo com classificação Qualis Capes no quadriênio 2017-
2020 em relação ao quadriênio 2013-2016

Situação OJS UFMG Outros Total

Melhorou 21 66% 13 59% 34 63%

Manteve 10 31% 5 23% 15 28%

Piorou 1 3% 4 18% 5 9%

Totais 32 100% 22 100% 54 100%

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa UFMG.

Conforme a Resolução Cepe № 08/2019, cabem à Pró-Reitoria de Pesquisa


(PRPq) e à Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG) apoio financeiro às publicações
para atribuição de Digital Object Identifier (DOI), averiguação de plagiarismo e
complementação das dotações orçamentárias destinadas aos periódicos. Até o
momento a PRPq já realizou apoio para: i) registro de 3.666 identificadores digitais a
um custo total de US$ 2.600,38 para 21 periódicos contemplados nos editais -
US$ 173,65 em 2019, US$ 616,20 em 2020, US$ 802,60 em 2021, US$ 613,50 em 2022
e US$ 394,43 no primeiro semestre de 2023; ii) quatro anos de licença de uso, de
01/2021 a 01/2025, do antiplágio CheckForPlagiarism ao custo de US$ 3.801,60;
426

iii) pagamento de passagens e hospedagem para palestrantes externos à UFMG


comparecerem ao “Ciclo de Formação de Editores”; iv) participação da equipe executiva
do Portal de Periódicos em eventos de capacitação, tais como XV Encontro Nacional de
Editores Científicos (2015 – SC), I e II Encontro de Portais de Periódicos (2018 – SC e
2019 – SP, respectivamente), XXIV e XXVI Curso de Editoração Científica (2016 e 2019 –
ambos SP) e ABEC Meeting (2019 – CE; 2020, 2021 e 2022 – edições virtuais)33.

Objetivo Geral

Aprimorar os produtos e serviços visando atingir um patamar de excelência no


suporte informacional e disseminação do conhecimento à Comunidade Acadêmica e
à sociedade, proporcionando atendimento de qualidade condizente com os anseios
dos cidadãos, considerando as mudanças que vêm ocorrendo nos padrões de
organização e recuperação de informações, decorrentes da evolução das tecnologias
de informação e comunicação, bem como nos padrões de acesso e apropriação do
conhecimento pelas pessoas, em um modelo de bibliotecas que suporte as atividades
inter e transdisciplinares.

Objetivos específicos (Metas)

• Fomentar as bibliotecas da UFMG como espaço de aprendizagem,


convivência, colaboração, inovação e experimentação, dotando-as de
infraestrutura tecnológica e equipes capacitadas para atualização do
SB/UFMGI em conformidade com as tendências contemporâneas.
• Promover o alinhamento das ações das Bibliotecas com as propostas
acadêmicas de ensino, pesquisa, extensão e inovação das unidades às
quais estão vinculadas com vistas a contribuir para a autonomia dos
usuários na busca informacional, além de ampliar as habilidades
funcionais de pessoas com deficiência e plena inclusão.
• Valorizar o papel educativo das bibliotecas pelo oferecimento de cursos
sobre pesquisa e uso da informação científica a partir de uma
modelagem própria adaptada e desenvolvida pelo Sistema de Bibliotecas.

33
Acréscimos: i) até março deste ano, cada DOI custou US$ 0,15 ou US$ 1,00, dependendo do ano de
publicação do documento que recebeu o identificador – a partir de abril, os valores foram reajustados para
US$ 0,23 e US$ 1,50; ii) não há limite de periódicos que podem utilizar – o site do software informa “envios
ilimitados de documentos”, mas “aplica-se política de uso justo”. Atualmente, 19 periódicos utilizam o
software; iii) evento que visa à capacitação das equipes editoriais e, assim, ao aprimoramento da qualidade e
da visibilidade das publicações. Já foram seis edições, entre 2016 e 2022, quatro presenciais e, devido aos
efeitos da pandemia de covid-19, duas em formato online, em 2020 e 2021; iv) nas três edições online do
ABEC Meeting, a equipe do Portal publicou trabalhos, os quais podem ser acessados através dos seguintes
DOI: http://dx.doi.org/10.21452/abecmeeting2020.08 - http://dx.doi.org/10.21452/abecmeeting2021.31 -
https://doi.org/10.21452/abecmeeting2022.168
427

Objetivos específicos (Metas)

• Elaborar e implementar plano para seleção e aquisição de itens


bibliográficos, priorizando as bibliografias básicas e complementares
dos cursos da UFMG, em diversos formatos, sobrepondo a adequação
com o NDE.
• Alcançar nota máxima no item biblioteca referente à avaliação dos
cursos da UFMG pelo MEC/Inep, com aumento do percentual de
atendimento das demandas em ações implementadas e concluídas.
• Manter sistemas de descoberta de conhecimento em bases de dados na
UFMG.
• Ampliar a acessibilidade no Sistema de Bibliotecas, em seus vários tipos:
arquitetônica; comunicacional; metodológica; instrumental; programática;
atitudinal e digital, garantindo autonomia, conforto e segurança aos
usuários.
• Assegurar o cuidado na conservação, na atualização e na qualidade do acervo
das bibliotecas.
• Intensificar o papel das bibliotecas na formação de estudantes e
pesquisadores, com a oferta de cursos de capacitação, eventos e
consultorias relacionados à busca e utilização de informações.
• Fortalecer o Portal de Periódicos e consolidar a Política de Periódicos
Científicos da UFMG de forma a promover a melhoria contínua, a
visibilidade, o armazenamento e a segurança dos dados, bem como a
preservação digital e recuperação da informação relacionada aos
periódicos científicos editados e/ou produzidos pela comunidade UFMG.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5

1. Promover eventos, treinamentos e cursos visando a implantação


do Resource Description and Access (RDA) no SB/UFMG.

2. Manter atualizada a política de indexação do SB/UFMG.

3. Manter atualizar a Política de Desenvolvimento do Acervo do


SB/UFMG.

4. Promover ações culturais no SB/UFMG.

5. Renovar o Sistema de Segurança Eletromagnético do SB/UFMG,


considerando as novas tecnologias, como Radio Frequency
Identification (RFID).
428

Ações/Ano 1 2 3 4 5
6. Instalar guarda-volumes com fechaduras mecânicas, com uso
de senha, para proporcionar segurança, autonomia e celeridade
no acesso dos usuários às bibliotecas.

7. Modernizar espaços físicos das bibliotecas, tornando-os mais


seguros e otimizados para o desenvolvimento das atividades
laborais.

8. Implementar uma política de avaliação sistemática dos


periódicos da UFMG visando reconhecer potencialidades a serem
apoiadas e fragilidades a serem superadas.

9. Participar da implantação do Espaço de Convergência proposto


pela PRPq.

10. Ofertar cursos de capacitação relacionados a: indicadores


bibliométricos, uso ético da informação, uso de bases de dados
on-line e gerenciador bibliográfico.

11. Apoiar a manutenção dos periódicos qualificados e buscar


modelos alternativos para seu financiamento.

12. Manter as medidas de promoção da integridade e prevenção de


plágio.

13. Apoiar a formação de editores e de corpo técnico envolvido na


edição dos periódicos.

14. Adquirir acervo acessível em diferentes formatos, de forma a


atender às necessidades específicas dos usuários com deficiência.

15. Apoiar a manutenção dos periódicos qualificados e buscar


modelos alternativos para seu financiamento.

16. Planejar a aquisição de acervo visando atingir os patamares de


atendimento às disciplinas de Graduação recomendados pelo NDE.

17. Planejar a aquisição de acervo visando criar coleções que sejam


capazes de dar suporte à pesquisa, abrangendo obras referenciais
atualizadas e, quando for pertinente, também obras clássicas e
de valor histórico.

18. Promover eventos em comemoração ao centenário da UFMG.

19. Capacitar as equipes das bibliotecas em atividades de


desenvolvimento de competências informacionais.

20. Manter a série SB/UFMG em movimento.

21. Realizar desfazimento e descarte de material bibliográfico.

22. Divulgar os serviços e produtos do SB/UFMG em redes sociais e


outros canais de comunicação.
429

6.2.2 Repositório Institucional

Em 2015, na perspectiva de promover a acessibilidade e a difusão da produção


científica e cultural da universidade, tiveram início os estudos de implementação do
Repositório Institucional da Universidade Federal de Minas Gerais (RI-UFMG). O projeto
foi conduzido por uma parceria entre a Diretoria de Governança Informacional (DGI), a
Diretoria de Inovação e Metodologias de Ensino (Giz), o Centro de Apoio à Educação a
Distância (CAED), o AVAS 21 da Faculdade Medicina, a Diretoria de Tecnologia da
Informação e o Centro de Computação da UFMG (DTI/CECOM) e a Biblioteca
Universitária - Sistema de Bibliotecas da UFMG (BU-SB/UFMG). O RI-UFMG é um
ambiente digital que tem por finalidade armazenar, preservar e divulgar a produção
intelectual, segundo as diretrizes de acesso aberto e gratuito ao conhecimento.
Criado pela Resolução Cepe № 11/2019, de 10 de outubro de 2019, e atualizado
pela Resolução Cepe 08/2021, de 18 de novembro de 2021, o RI-UFMG está inserido no
movimento mundial de acesso aberto à produção científica. O RI-UFMG é composto
por quatro comunidades: Trabalhos Acadêmicos, que disponibiliza teses, dissertações
e monografias; Publicações Científicas e Culturais, que dá acesso a artigos de
periódicos e de eventos, livros e capítulos de livros; Recursos Educacionais, que é
composta por materiais de ensino e aprendizagem como recursos multimídia, guias,
mapas conceituais, sequências didáticas, dentre outros; e Gestão, que aguarda
definição do órgão gestor, além da elaboração de políticas e fluxos de validação a fim
de disponibilizar documentos administrativos da UFMG. Atualmente, a plataforma
disponibiliza para consulta pública mais de 60 mil itens dentre teses, dissertações,
monografias, artigos de periódico e de evento, livros e capítulos de livros produzidos
pela comunidade acadêmica. Segundo dados extraídos do Google Analytics, o
Repositório já conta com mais de 11 milhões de visualizações e mais de 4 milhões de
usuários em todos os continentes.
Para o funcionamento adequado, eficiente e célere do Repositório, e para
assegurar o cumprimento das normas e diretrizes internacionais de divulgação da
produção científica, é necessário mobilizar ações relativas ao aprimoramento da
infraestrutura da plataforma, integração entre sistemas de divulgação científica para
automatizar fluxos de trabalho, formação e qualificação profissional em gestão ágil de
projetos e novas tecnologias de informação e comunicação, bem como incentivar a
formação de lideranças sensíveis às novas dinâmicas de produção e divulgação do
conhecimento. Ademais, é primordial promover campanhas de sensibilização para a
430

comunidade UFMG relativas às vertentes da ciência aberta, ressaltando as vantagens


de ampliar as práticas de autoarquivamento dos resultados de pesquisa a fim de
promover maior visibilidade dos pesquisadores e da instituição.
Em relação à infraestrutura e integração entre sistemas, encontra-se em
andamento o projeto Siga. Com a implementação deste projeto, busca-se garantir
automação e unificação do processo de entrega da versão digital dos trabalhos finais de
Pós-Graduação. A configuração do sistema permitirá que todos os passos, desde a
marcação da defesa até a disponibilização das teses, dissertações e monografias, sejam
realizados em um único sistema. Os atores envolvidos (discentes, orientadores,
secretarias, equipe do Repositório e do Sistema de Bibliotecas e DRCA) irão visualizar e
executar as tarefas atribuídas dentro do Siga. Posteriormente à validação dos
envolvidos, ocorre a emissão da Declaração de entrega necessária à solicitação do
diploma e o trabalho é exportado de forma automática, ficando disponível para
consulta pública no Repositório. A conclusão deste projeto resultará em agilidade e
segurança para o processo, além de ter reflexos diretos sobre a Graduação, uma vez que
será usado como parâmetro para o desenvolvimento de um módulo que permitirá
tramitar os TCCs. Em atendimento ao "Instrumento de Avaliação de Cursos de
Graduação Presencial e a Distância", do MEC/Inep, a atribuição de nota 5 aos cursos
está condicionada à disponibilização destes trabalhos em Repositório Institucional. Em
uma etapa posterior é necessário colaborar com iniciativas da Diretoria de Arquivos
Institucionais (Diarq) no que concerne ao atendimento da portaria № 360 de 18 de maio
de 2022. Essa portaria dispõe sobre a conversão do acervo acadêmico, incluindo teses e
dissertações, para o meio digital e deve atender requisitos necessários para resguardar
o documento com relação à autenticidade, confiabilidade e preservação em longo prazo.
A fim de ampliar a infraestrutura de divulgação da pesquisa e atender as
exigências das agências nacionais e internacionais de fomento, faz-se necessária a
mobilização de ações conjuntas entre pró-reitorias acadêmicas, DTI e BU para a
implementação do Repositório de Dados Pesquisa. Neste repositório serão armazenados,
preservados e acessados os conjuntos de dados gerados durante o processo de pesquisa,
oportunizando a reprodutibilidade do conhecimento científico. Soma-se a isto a
formação de uma rede expandida de divulgação científica na Universidade, pois por meio
da integração entre o repositório de dados e o repositório de publicações, poderão ser
conectados os dados de pesquisa e as produções associadas.
431

Objetivo Geral

Consolidar o Repositório Institucional como um dos pilares da agenda UFMG para


ciência aberta, contribuindo para ampliar a visibilidade da produção intelectual e a
percepção do valor público da instituição junto à sociedade.

Objetivos específicos (Metas)

• Intensificar o povoamento de todas as comunidades do Repositório


Institucional.
• Integrar o Repositório Institucional ao Sistema Acadêmico para
automatizar e unificar rotinas em um único sistema, garantir segurança da
informação e agilizar processo de disponibilização da produção intelectual
e emissão de Declaração para processo de diploma.
• Promover capacitação da equipe em tópicos relacionados ao contexto de
Ciência Aberta a fim de disseminar práticas no contexto institucional.
• Desenvolver lideranças hábeis no gerenciamento de projetos e equipes a
fim de estimular o engajamento e incentivar práticas inovadoras de
gestão.
• Assegurar padronização dos dados armazenados no Repositório
Institucional a fim de ampliar a visibilidade da produção científica e
aprimorar a recuperação da informação.
• Colaborar com a implantação do Repositório de Dados de Pesquisa da
UFMG em parceria com as Pró-Reitorias acadêmicas e DTI.
• Apoiar ações da Diarq voltadas à preservação de teses, dissertações e
monografias.
• Viabilizar iniciativas de atualização e implementação de softwares e
serviços com vistas à modernização, aprimoramento, preservação e
análise de dados.
• Desenvolver ações em parceria com os demais órgãos da Universidade
para ampliação do movimento da ciência aberta.
• Contribuir com a Pró-Reitoria de Graduação em iniciativa para
disponibilização de TCCs no Repositório.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029
432

Ações/Ano 1 2 3 4 5

1. Desenvolver ações para elaboração de políticas, estratégias de


gestão das comunidades e otimização dos fluxos de trabalho e
automatização de processos e rotinas.

2. Implementar o projeto de integração do Sistema Acadêmico


(Graduação e Pós-Graduação) com o Repositório e o Pergamum
para automatizar fluxos e os processos de trabalho relativos aos
trâmites de depósito e entrega dos trabalhos acadêmicos.

3. Promover incentivo à capacitação em tópicos associados à


Ciência Aberta, participação em eventos, visita técnica em
instituições parceiras, cursos sobre o uso de softwares, direitos
autorais, licenças creative commons, plano de gestão de dados de
pesquisa, tratamento e análise de dados, sistema CRIS,
Archivematica, OpenAlex, Laguna.

4. Incentivar a formação de lideranças em temáticas relacionadas à


administração pública, gestão de pessoas e de projetos para
adoção de novas ferramentas, práticas e métodos para favorecer
um ambiente de trabalho produtivo e inovador.

5. Promover a curadoria de metadados do Repositório Institucional


a fim de melhorar a qualidade da recuperação da informação,
particularmente quanto ao controle de autoridades.

6. Apoiar iniciativa de implementação do Repositório de Dados de


Pesquisa relativamente à estrutura de metadados, divulgação de
dados e políticas de acesso e uso.

7. Subsidiar a Diarq em iniciativas de preservação, oferecendo apoio


à estruturação de metadados e migração de dados do software
Archivematica.

8. Ampliar o quadro de recursos humanos do Repositório


Institucional com um analista de Tecnologia da Informação
dedicado exclusivamente ao suporte técnico das equipes do
Repositório e do Sistema de Bibliotecas, acompanhamento de
versionamento dos softwares de divulgação e preservação da
informação.

9. Promover campanhas de sensibilização da comunidade UFMG


sobre o movimento de Ciência Aberta com a promoção de cursos
de formação, eventos e divulgação do Repositório Institucional.

10. Cooperar no desenvolvimento de políticas e estudos que


viabilizem a implementação de fluxo para disponibilização de
TCCs no Repositório, em atendimento à demanda MEC/Inep.
433

6.2.3 Diretoria de Arquivos Institucionais

Os documentos de arquivo da Universidade são instrumentos necessários para a


viabilização de suas atividades. Tais documentos constituem fonte de prova e informação,
refletindo a complexidade das funções da Universidade e de sua estrutura. A legislação
brasileira (Lei 8.159/1991) impõe a todos os órgãos do Poder Público a responsabilidade
pela gestão e preservação de seus documentos arquivísticos, como instrumentos de apoio
à administração, à promoção da cultura, ao desenvolvimento científico e como elementos
de prova e informação. A este dever, soma-se o compromisso de prover aos cidadãos
informações de interesse particular ou coletivo, contida em documentos de arquivo,
segundo preconiza a Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/2011).
A implantação de uma política institucional de arquivos na Universidade visa
estimular a criação de Arquivos Setoriais nas unidades acadêmicas e administrativas e a
formalização das Comissões Setoriais Permanentes de Avaliação de Documentos, bem
como a criação do Arquivo Central da UFMG, voltado para a preservação dos
documentos de guarda permanente e para o apoio às atividades de Ensino, Pesquisa e
Extensão nas áreas de Arquivologia, Ciência da Informação, História e áreas afins.
Na UFMG, a gestão dos arquivos é de competência da Diretoria de Arquivos
Institucionais (Diarq), órgão auxiliar da Reitoria, institucionalizado por determinação do
Conselho Universitário em 31 de março de 2015, por meio da Resolução Complementar №
01/2015. A Diarq é o órgão central e coordenador do Sistema de Arquivos da UFMG,
coordena a implantação e monitora a execução da política de arquivos da universidade, e
atua junto às unidades acadêmicas e administrativas prestando assessoria técnica e
promovendo treinamentos para os servidores. Desde sua criação, a Diarq atendeu a 20
unidades acadêmicas e 11 unidades administrativas; desenvolveu 19 ações de capacitação
aos servidores e esteve envolvida na promoção ou no apoio institucional de 17 eventos.
Além disso, a Diarq busca disseminar o acervo documental da UFMG para fins de
planejamento institucional e pesquisa científica, bem como estimula a difusão do
conhecimento sobre arquivos, promovendo cursos e eventos para as comunidades interna
e externa, como o Curso Básico de Gestão de Documentos Arquivísticos, com mais de 200
concluintes certificados e oferta de 400 vagas em 2023, e apoiando a publicação de títulos
da “Coleção Arquivo” da Editora UFMG, com 4 títulos lançados entre 2014 e 2019.
A Diarq é o setor responsável também por conceber o plano de ação da UFMG
para responder às portarias do MEC sobre o acervo acadêmico e por toda ação
relacionada à gestão dos documentos relativos ao acervo acadêmico. O plano de ação já
434

está tramitando e já foi definido o escopo do projeto, assim como já foram elencados os
tipos documentais a serem trabalhados numa primeira etapa. No momento, a Diarq
atua junto à Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI) na implantação do
Repositório Arquivístico Digital Confiável (RDC-Arq), para começarmos o trabalho com
os documentos gerados em sistemas (especialmente, os históricos escolares).
Atualmente, o Sistema de Arquivos da UFMG é composto por 9 (nove) Arquivos
Setoriais, dedicados à gestão de documentos em unidades acadêmicas e
administrativas, e a universidade conta com 11 (onze) arquivistas e 2 (dois) técnicos em
arquivo em seu quadro funcional. Entre 2016 e 2019, o Sistema procedeu à eliminação
de mais de 11.000 caixas-arquivo, perfazendo aproximadamente 1.500 metros lineares
de documentos. No período de 2024 a 2029, a Diarq continuará dedicada à implantação
e ao monitoramento da política arquivística, articulando-a às outras políticas
institucionais de informação, cultura e tecnologia da informação, visando aprimorar a
gestão, a preservação e a segurança dos dados, das informações e dos documentos
institucionais. Além disso, atuará na ampliação da infraestrutura física e tecnológica de
produção e armazenamento de documentos, de modo a fomentar o acesso, a difusão e a
preservação do patrimônio documental da UFMG, concentrando esforços na
implantação de um repositório arquivístico digital confiável para a preservação de
documentos nato-digitais íntegros e autênticos. Quanto aos documentos físicos, faz-se
imprescindível investir em infraestrutura para instalação de um Arquivo Central
destinado à guarda permanente dos documentos recolhidos pelas unidades acadêmicas
e administrativas, visando à otimização dos espaços destinados ao depósito de
documentos e à redução de despesas decorrentes da guarda descentralizada ou
terceirizada, bem como ao fomento da preservação dos documentos históricos da
universidade e às atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão a serem desenvolvidas a
partir do arquivo institucional.

Objetivo Geral

Implantar e monitorar a política arquivística da UFMG, articulando-a às outras


políticas institucionais de informação, cultura e tecnologia da informação, visando
aprimorar a gestão, a preservação e a segurança dos dados, das informações e dos
documentos institucionais.
435

Objetivos específicos (Metas)

• Monitorar a implantação da política arquivística, normatizando o


funcionamento do Sistema de Arquivos da UFMG.
• Viabilizar a infraestrutura necessária para a preservação de documentos
em suportes físicos e digitais.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5

Arquivos

1. Implementar o repositório arquivístico digital confiável para a


preservação de documentos nato-digitais e de documentos
digitalizados.

2. Implementar a Política de Arquivos da UFMG, bem como os


programas nela previstos, e monitorar sua execução.

3. Coordenar a gestão do Acervo Acadêmico e a conversão de


documentos em suporte físico para o meio digital.

4. Coordenar e normatizar o funcionamento do Sistema de


Arquivos da UFMG, estabelecendo procedimentos e mecanismos
de publicidade, de modo a torná-los costumeiros e seguros.

5. Coordenar a avaliação e a eliminação de documentos, evitando


o acúmulo desnecessário daqueles que não sejam destinados à
guarda permanente.

6. Orientar procedimentos para garantir a rápida recuperação de


informações por parte da administração, para fins de
planejamento e promoção da transparência pública.

7. Assegurar a preservação, o acesso e a difusão do patrimônio


documental da UFMG.

8. Promover treinamentos sobre organização e classificação de


documentos, bem como ações de difusão do conhecimento
sobre arquivos junto às comunidades interna e externa.

9. Envidar esforços para a viabilização da criação e instalação do


Arquivo Central da UFMG.
436

6.2.4 Imprensa Universitária

A Imprensa Universitária é um Órgão Auxiliar da UFMG. Possui como missão


atender a demandas dos diversos setores da Universidade por serviços de impressão.
Entre os serviços rotineiramente executados pela Imprensa Universitária encontram-se a
impressão dos seguintes materiais: livros editados pela Editora UFMG, provas para a
realização de concursos vestibulares ou concursos para contratação de pessoal. Além
destes, a Imprensa também atende a demandas pontuais, oriundas de toda a UFMG. Para
lidar adequadamente com a impressão de materiais cujo conteúdo requeira sigilo, a
Imprensa Universitária não conta com funcionários terceirizados em seu quadro.
A Imprensa Universitária, atenta às demandas da Comunidade, e suas constantes
alterações tem se preparado para atender com qualidade, prazo e custos adequados. Para
isto tem atualizado o seu parque gráfico e conta, atualmente, com um parque de
equipamentos tecnologicamente atualizados, dentre os quais deve-se citar: uma
gravadora de chapa CtP; uma impressora offset bicolor; uma impressora offset quatro cores
com aplicação de verniz; duas guilhotinas, duas dobradeiras, uma coladeira de livros, duas
máquinas para costurar livros. Como mencionado no PDI 2018-2023, nos últimos anos
foram feitas algumas adequações para melhoria e rapidez na prestação de serviços, dentre
elas a aquisição da coladeira com tecnologia de poliuretano reativo (PUR), que possibilita
eliminar a costura dos livros mantendo a qualidade da adesão das páginas.
É importante mencionar que, desde 2015, a Imprensa fez a adequação do
tratamento de resíduos gerados em sua operação, e não mais descarta efluentes na rede de
esgoto. Todos os resíduos líquidos são separados e coletados por empresa especializada na
gestão deste tipo de resíduo.

Objetivo Geral

Aprimorar seus serviços de atendimento à demanda de serviços gráficos da UFMG.

6.2.5 Editora UFMG

Criada em julho de 1985, com o objetivo de editar obras de valor científico e


cultural como bens intangíveis representativos do trabalho de Ensino, Pesquisa e
Extensão da UFMG, a Editora UFMG, consolidou-se na última década como uma das
editoras mais atuantes do país. A Editora propõe-se a fomentar o trânsito acadêmico
437

entre a produção interna, a produção nacional e a produção internacional, com a


publicação de autores de ponta do pensamento contemporâneo, muitos deles traduzidos
pela primeira vez no país.
Derivado de uma política editorial fundada em uma perspectiva contemporânea
e multidisciplinar, o catálogo da Editora UFMG espelha, por um lado mais abrangente, o
avanço do conhecimento científico internacional e, mais localmente, o crescimento dos
Programas de Pós-Graduação e da pesquisa na UFMG. Dessa maneira, o catálogo
traduz, por meio da diversidade e da qualidade das obras e autores publicados, no
âmbito nacional e internacional, o intercâmbio científico-cultural que predomina em
nosso ambiente acadêmico. A proposta da Editora é, portanto, fomentar o trânsito
acadêmico entre a produção interna, a produção nacional e a produção internacional,
com a publicação de autores de ponta do pensamento contemporâneo, muitos deles
traduzidos pela primeira vez no país.
O exercício intensivo dessa política editorial tanto sustenta uma inovação na
linguagem e na escolha de temas no universo das editoras universitárias quanto revela
uma preocupação em romper o conservadorismo disciplinar e a hierarquia entre os
diversos discursos que compõem o campo acadêmico. Assim, a Editora UFMG busca
valorizar a pluralidade de saberes a partir de uma diversidade editorial. Ao mesmo
tempo, a Editora UFMG busca contribuir para a preservação e a divulgação da memória
nacional por meio da publicação de textos referentes aos distintos trabalhos realizados
nos diferentes acervos e coleções da Universidade. Soma-se a esta identidade clara e ao
lugar específico onde a Editora se instala, um esforço constante para que os livros
possam chegar ao maior número possível de leitores.
Em 2014, a Editora UFMG iniciou a produção de e-books, a fim de responder aos
novos desafios provocados pelas grandes transformações ocorridas na forma de
produção, circulação e armazenamento do conhecimento e, especificamente, nas
tecnologias de editoração, que já não tem no livro de papel seu suporte preferencial e
exclusivo. Ao ingressar no mundo do livro digital busca-se responder a uma demanda
ampliada de acesso mais rápido e democrático à informação, exprimindo os novos
modos de ler e escrever que têm caracterizado o saber na contemporaneidade.
Dada a grande procura dos autores pela Editora UFMG, a partir de 2016, o Conselho
Editorial estabeleceu uma política editorial clara para os aspirantes à publicação e vem
buscando um equilíbrio entre títulos e viabilidade comercial de forma a garantir a viabilidade
da Editora, sempre atenta ao fato de que a sua missão é alternativa ao circuito comercial.
438

Com produção 40 a 50 novos títulos por ano, a Editora atingiu em 2022 a marca de 1375
títulos impressos publicados e 57 e-books e, em busca de sua constante atualização, vem
aumentando a produção de e-books e outros tipos de livros acessíveis, a fim de responder
aos novos desafios provocados pelas grandes transformações ocorridas na forma de
produção, circulação e armazenamento do conhecimento e, especificamente, nas
tecnologias de editoração que já não apresentem no livro de papel seu suporte exclusivo.
A Editora conta com 3 selos (Editora UFMG, Incipit, Estraladabão) e 20 coleções.
Para o quadriênio 2024-2028, a Editora UFMG aspira a uma nova etapa de
modernização e incremento da sua inserção no cenário editorial, reiterando o
desenvolvimento de novas estratégias de mercado, possibilidades de sustentabilidade e de
suportes alternativos para o livro, em consonância com as recentes inovações tecnológicas
de editoração e exigências mercadológicas e de sobrevivência. Neste item específico,
convém lembrar que mesmo não tendo fins lucrativos, a Editora precisa de recursos e de
uma boa gestão deles para sua presença editorial, desta forma indo ao encontro pleno de
sua missão institucional que é, fundamentalmente, a divulgação científica.
Cumpre, acrescentar e enfatizar que a nova programação da Editora UFMG combina
desenvolvimento institucional a uma iniciativa extensionista. Tal fato confere relevo para
aquilo que define, no mais das vezes, o caráter das editoras universitárias no cenário
brasileiro e internacional: serem grandes responsáveis pela difusão do conhecimento
técnico-científico na sociedade através do livro e cujo financiamento maior vem dos
próprios recursos obtidos com a comercialização deste “produto do conhecimento”.

6.2.5.1 Política Editorial

Segundo proposta elaborada ao longo do ano de 2017, as publicações da Editora


UFMG são organizadas em Selos com subdivisões em coleções e também com obras
avulsas. A proposta segue tendência das principais editoras do Brasil, sendo observada
não apenas nas comerciais, mas também nas universitárias. Os selos editoriais visam
deixar claras as diferentes linhas editoriais, evitando que a convivência das mesmas sob
um mesmo conjunto cause contaminações entre elas e ameace a coerência interna de
cada uma dessas linhas. É uma proposta que vem agregar um nível a mais de
organização aos livros editados, na medida em que o nível de “coleções” apenas não
conseguiria garantir. Enquanto as “coleções” garantem apenas a separação de temas, a
organização em selos impede misturas indesejáveis de campos editoriais mais do que
simplesmente de temas ou de porte das edições.
439

6.2.5.2 Selo Editora UFMG

O Selo Editora UFMG fica reservado para as publicações de fontes mais


universais de temas e origens, abrangendo livros resultantes de processos seletivos de
um público mais amplo que não seja apenas o interno, as traduções de autores
prestigiosos e de obras inéditas de relevância no exterior e as edições de importância
diferenciada no mercado nacional. Geralmente são textos que necessitam de uma
elaboração editorial mais trabalhada em função de suas características próprias.

1. Selo Incipit
A iniciativa de criação de um novo selo editorial voltado para a produção interna
da UFMG surgiu da identificação, por parte da Editora UFMG, da constante e crescente
demanda por soluções editoriais de qualidade para publicação e divulgação das
produções didáticas e de pesquisas em nossa Universidade. Assim, o Selo Incipit
objetiva facilitar o atendimento às múltiplas demandas editoriais da UFMG, uma
Universidade com grande número de docentes, estudantes, TAEs e pesquisadores,
distribuídos em diversas Unidades Acadêmicas, especiais, órgãos complementares e
suplementares. O selo Incipit tem alcançado um público em sua maior parte acadêmico,
em especial estudantes de Graduação, Pós-Graduação e docentes, da UFMG e de outras
universidades brasileiras.
Por meio deste selo, autônomo e descentralizado em relação ao de origem, a
Editora UFMG reafirma sua disposição para firmar parcerias com órgãos da
Administração Central da UFMG, bem como suas várias Unidades Acadêmicas, órgãos
complementares e suplementares, a fim de suprir a demanda dessas instâncias e
colaborar em seu papel de facilitadora e divulgadora dos diversos tipos de saberes
produzidos no ambiente universitário.
Quanto à sustentabilidade deste novo selo, a proposta é que as obras
selecionadas para serem publicadas neste âmbito tenham parte de sua produção
custeada pelas instâncias que as selecionaram, com base em orçamento elaborado pela
Editora. As etapas financiadas, bem como o número de obras encaminhadas por ano e
outros detalhes da parceria são objeto de termos de cooperação específicos entre a
Editora e as respectivas instâncias da Universidade.
Já foram publicados 15 títulos deste Selo.
440

2. Selo Estraladabão
A proposta do Selo Estraladabão é editar títulos voltados para o público infanto-
juvenil visando a divulgação de conteúdos científicos para este segmento, além de
suprir a demanda escolar quanto à disponibilidade de livros paradidáticos, hoje pobre
em títulos nacionais. O selo busca, ainda, aproximar o público infanto-juvenil das
ciências em geral, de forma a estimulá-lo a um contato mais próximo com a ciência e
complementar sua formação, enfim, produzir informação multidisciplinar acessível e
adequada a diferentes faixas etárias.
Já foram publicados 22 títulos deste selo.

3. Coleção Universidade das Crianças


O conceito da Coleção é o de refletir a multidisciplinaridade da UFMG,
abrangendo vários campos de conhecimento, aberta a incentivar a participação de todo
docente da UFMG que queira dela participar através de estratégias adequadas. A faixa
etária a que se destina a coleção é de 6 a 12 anos, podendo ser subdividida em subfaixas
para melhor apropriação da linguagem A Coleção não se aplica a temas de ficção, mas
busca ser informativa e difundir conhecimentos a partir de uma liberdade de
linguagens que melhor se adéquem a este propósito. Os títulos também buscam se
adequar às normas de processos de aquisição governamentais.
A metodologia da coleção se estabelece a partir de um banco de perguntas
elaboradas pelas próprias crianças aos quais cada um dos títulos deve oferecer
respostas elaboradas por uma equipe autoral. Eventualmente poderão conter
ilustrações e textos das próprias crianças para as perguntas suscitadas, resultante de
oficinas temáticas. O banco de perguntas poderá ter como fontes a Universidade das
Crianças e urna instalada no Espaço do Conhecimento da UFMG.

4. Coleção “Uma pergunta várias respostas”


A coleção busca uma visão interdisciplinar de questões também selecionadas no
banco de perguntas. Assim, cada pergunta é respondida pelo viés de diferentes
especialidades que apresentem conexões com o tema em foco.

5. Obras Avulsas
Publicações que não se enquadram no perfil das coleções existentes e obras em
coedições.
441

Objetivo Geral

Editar obras de valor científico e cultural que expressassem o trabalho de Ensino,


Pesquisa e Extensão da própria Universidade, bem como obras de autores nacionais e
estrangeiros que se articulem com a produção acadêmica da Instituição.

Objetivos específicos (Metas)

• Incrementar a veiculação da produção acadêmica da UFMG (frutos de


pesquisas e teses e dissertações).
• Facilitar o maior acesso à produção editorial através de publicações
dotadas de tecnologias assistivas e de livros gratuitos (especialmente por
e-books).
• Buscar sintonia social através de publicações sobre temas da atualidade.
• Atingir diferentes faixas e tipos de público.
• Expandir as áreas de conhecimento além daquelas tradicionalmente
publicadas majoritariamente pela editora.
• Publicar obras didáticas visando à inovação das metodologias de ensino.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029

Ações/Ano 1 2 3 4 5
1. Criar parcerias com outras editoras universitárias
(notadamente as de Minas Gerais), editoras comerciais de
qualidade que trabalham em linhas editoriais similares e
fundações e instituições de apoio.

2. Aprimorar as tecnologias de livros físicos e digitais.

3. Revisar os procedimentos de impressão e reformar os padrões e


formas de estocagem.

4. Adquirir equipamentos, hardwares e softwares ligados à


produção editorial.

5. Promover a qualificação permanente de pessoal.

6. Facilitar a compreensão dos processos de submissão e seleção


de originais ao público usuário da Editora.

7. Aprimorar os editais de seleção de títulos.


442

Ações/Ano 1 2 3 4 5

8. Formar profissionais relativos às diferentes fases de produção


do livro.

9. Reestruturar as coleções em cada um dos selos da editora UFMG


e criar novos selos e coleções diversificados, sintonizados com
tipos diferenciados de produção de conhecimento.

10. Realizar estudos específicos da história da UFMG visando


publicações para o Centenário da Universidade.

6.3 Fundações de Apoio

Na execução de seus projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento


institucional, científico e tecnológico e estímulo à inovação, a UFMG conta com o apoio
das fundações credenciadas pelo MEC e MCTI para esse fim, que regem suas atividades
sob o amparo da Lei № 8.958/94, regulamentada pelo Decreto № 7.423/2010. Os
instrumentos jurídicos celebrados entre a UFMG e suas fundações de apoio facultam a
essas instituições prestar apoio aos referidos projetos, inclusive na gestão
administrativa e financeira necessária à sua execução. Quanto aos projetos de
desenvolvimento institucional, abrangem os programas, projetos, atividades e
operações especiais, inclusive aqueles de natureza infraestrutural, material e
laboratorial, que levem à melhoria mensurável da atuação da Universidade no
cumprimento eficiente e eficaz de sua missão.
De acordo com a Resolução № 10/2004, de 18 de novembro de 2004, do Conselho
Universitário, as fundações de apoio à UFMG submetem-se à fiscalização financeira,
contábil, operacional e patrimonial por parte da Auditoria Geral, no que tange a
contratos, convênios e ajustes firmados com a Instituição. As fundações de apoio
deverão, também, constituir um fundo de apoio à pesquisa, ao ensino, à extensão e/ou
ao desenvolvimento institucional, para atendimento às Unidades e, conforme o caso, à
UFMG. Para esse fundo, as fundações devem disponibilizar, no mínimo, 30% (trinta por
cento) do seu resultado operacional líquido anual. Na execução dos contratos
celebrados com base na Lei № 8.958/94, as fundações deverão observar, ainda, o
disposto nas Resoluções do Conselho Universitário, bem como aquelas, pertinentes à
matéria, aprovadas pelas Congregações das Unidades Acadêmicas.
443

São cinco as fundações de apoio à UFMG, credenciadas de acordo com a


legislação vigente: a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), a Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais
(Ipead), a Fundação Christiano Ottoni (FCO), a Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e
Extensão (Fepe) e a Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade (FRMFA).

6.3.1 Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep)

Próxima de completar 50 anos de existência, a Fundação de Desenvolvimento


da Pesquisa (Fundep) – que também se identifica como a Fundação de Apoio da UFMG
– é uma instituição de direito privado, sem fins lucrativos, com autonomia
administrativa e financeira, que visa apoiar e fomentar atividades de pesquisa, ensino
e extensão e o desenvolvimento institucional da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) e de outras instituições apoiadas, por meio do assessoramento à elaboração
de projetos, captação, gestão de recursos e conexão com o sistema de ciência,
tecnologia e inovação.
Para possibilitar que essas instituições cumpram seu papel junto à sociedade, a
Fundep atua em três dimensões complementares, oferecendo soluções e serviços para
a gestão de projetos, de concursos e de programas. Nessas três frentes, a Fundação
atua de ponta a ponta, desde a elaboração de propostas até a prestação de contas,
passando pela captação de recursos, compras, importações, seleção e contratação de
pessoal, assessoria jurídica, conexão de parceiros, prospecção de oportunidades,
entre outros. Em 2022, a Fundep gerenciou 3.136 projetos de pesquisa, ensino e
extensão – sendo 2.224 da UFMG e 912 das outras ICTs apoiadas –, além de ser
responsável pela realização de 48 certames e processos seletivos, envolvendo,
aproximadamente, 62 mil candidatos.
Em 2013, a Fundep deu início às operações da Fundep Participações S.A.
(Fundepar), primeira empresa de investimentos criada por uma fundação de apoio no
Brasil, que identifica, investe e desenvolve negócios com potencial de crescimento.
Viabilizando iniciativas inovadoras, preferencialmente de origem acadêmica, a
Fundepar também participa do BiotechTown, um hub de inovação em bionegócios. A
Fundep é destaque ainda pelo desenvolvimento de iniciativas do ecossistema de
inovação, como o Outlab, programa de aceleração de negócios para laboratórios e
núcleos de ICTs, e o Verde – hub de Inovação em Energia Limpa e Renovável.
444

6.3.2 Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e


Contábeis de Minas Gerais (Ipead)

Criado em 1948 para ser uma instituição de pesquisa – por iniciativa de


professores da Faculdade de Ciências Econômicas (Face/UFMG), que contaram com o
apoio de instituições dos segmentos comercial, financeiro e industrial do Estado –, o
Ipead foi convertido, em 2003, em pessoa jurídica fundacional de direito privado, sem
fins lucrativos, estando credenciado como fundação de apoio da UFMG e de outras
ICTs.
Detendo reconhecimento nacional pelo desenvolvimento de metodologias que
atendem aos mais rigorosos padrões científicos, além de produzir indicadores
econômicos de acordo com critérios técnicos atualizados, a Fundação Ipead tem como
principais finalidades prestar apoio às atividades de pesquisa, ensino, extensão e
desenvolvimento institucional da UFMG – em especial da Face –, bem como efetuar
pesquisas e estudos teóricos e aplicados, prestar serviços de consultoria e assessoria e
ministrar treinamento especializado nas áreas de administração, ciências econômicas,
demografia, ciências contábeis, controladoria e finanças e relações econômicas
internacionais e afins.

6.3.3 Fundação Christiano Ottoni (FCO)

A Fundação Christiano Ottoni é uma pessoa jurídica de direito privado, entidade


educacional de apoio, sem fins lucrativos, com autonomia patrimonial, administrativa
e financeira. Fundada há 50 anos por um grupo de professores da Escola de Engenharia,
está credenciada a atuar como fundação de apoio à UFMG, em especial à Escola de
Engenharia.
Suas áreas de atuação estão especialmente relacionadas aos projetos de pesquisa
e desenvolvimento tecnológicos de processos e produtos, consultoria, laudos, perícias e
pareceres, estudos e prospecção tecnológica, bem como cursos de especialização e de
curta duração, abertos para o público ou exclusivos para empresas.
Em 2022, a FCO gerenciou uma carteira de 539 projetos envolvendo órgãos
públicos e de fomento, além de empresas privadas e de capital misto. Destes projetos,
cerca de 85% foram originados da Escola de Engenharia.
445

6.3.4 Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Fepe)

A Fepe é uma pessoa jurídica de direito privado, entidade educacional de apoio e


de pesquisa científica e tecnológica, sem fins lucrativos, estando credenciada como
fundação de apoio à UFMG, em especial à Escola de Veterinária. A Fundação foi
constituída em 1973 e presta apoio às atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão no
campo da ciência animal, ciência vegetal e conhecimentos derivados. A entidade realiza
a gestão de projetos com o objetivo de promover o desenvolvimento institucional da
Escola e de outras entidades públicas e privadas, bem como realiza serviços de gestão
para o Hospital Veterinário e a Fazenda Experimental Prof. Hélio Barbosa, da UFMG. A
Fundação também presta serviços à comunidade, mantém cooperação com outras
instituições na área de sua competência, faz a captação de projetos junto à iniciativa
privada ou às agências financiadoras oficiais, no Brasil e no exterior, e a prestação de
serviços de consultoria e de promoção de eventos.

6.3.5 Fundação Rodrigo Melo Franco de Andrade (FRMFA)

A FRMFA foi criada em 1970 com o objetivo de atuar em prol da preservação do


patrimônio histórico da cidade de Tiradentes. Em 1997, por iniciativa de seus
instituidores, a responsabilidade de sua gestão foi transferida à UFMG, dando início a
um período de ampliação de suas ações em que passou a gerir e colaborar com projetos
importantes da área da cultura.
Em parceria com o Campus Cultural UFMG em Tiradentes, criado em 2011, a Fundação
é responsável pela gestão do Museu Casa Padre Toledo (criado em 1971), o Centro de Estudos
e Biblioteca (criado em 1974) e o Quatro Cantos Espaço Cultural (inaugurado em 2014).
Em 2022, a FRMFA foi credenciada como fundação de apoio da UFMG, atuando em
especial na área da cultura, tornando-se apta a gerir projetos, iniciativas, cursos e eventos
das mais diversas áreas do segmento cultural na UFMG e demais instituições apoiadas.

6.4 Outras Estruturas de Apoio

A UFMG dispõe de um conjunto de Unidades e Centros Especiais que abrigam


formação e atividades acadêmicas – o Hospital das Clínicas, o Hospital Risoleta
Tolentino Neves, o Instituto Casa da Glória, o Hospital Veterinário, as quatro fazendas,
uma situada em Igarapé, uma em Pedro Leopoldo e duas em Montes Claros, e o Campus
Cultural UFMG em Tiradentes.
446

Deve-se ressaltar que a UFMG conta com inúmeras outras estruturas de apoio
que são diretamente ligadas às Unidades Acadêmicas e que são abrigadas nas
instalações das próprias Unidades, incluindo Órgãos Complementares, Laboratórios,
Centros de Pesquisa, e outros. Essas estruturas não são aqui apresentadas em detalhe.
As informações referentes aos hospitais foram incluídas na seção 4.2 do capítulo
4 que trata da Saúde, Educação e Ciência: Direito Essencial. Alguns espaços que
integram a Rede de Museus e Espaços de Ciências e Cultura da UFMG também foram
citados no capítulo 3 referentes à Extensão (seção 3.4) e à Cultura (seção 3.5).

6.4.1 Instituto Casa da Glória

O Instituto Casa da Glória é um Órgão Complementar do Instituto de Geociências


(IGC) da UFMG. Idealizado, em 1969, como um centro de pesquisa em Geologia por um
grupo de pesquisadores alemães, funcionou durante 10 anos como Instituto Eschwege.
Em março de 1979, foi incorporado à UFMG, por meio da Resolução № 05/79, de 23 de
março de 1979, do Conselho Universitário, passando a funcionar nas dependências da
Casa da Glória, adquirida para essa finalidade pelo MEC. A Resolução № 07, de 31 de
maio de 2001, do Conselho Universitário, transformou o Centro de Geologia Eschwege
em Instituto Casa da Glória. Esta transformação buscou redimensionar sua área de
atuação que passaria a abranger além da geologia, temas das áreas de turismo,
cartografia histórica e cultural.
Cabe destacar que a Casa da Glória é um edifício de importância histórico-
cultural, representando o símbolo da cidade de Diamantina-MG para o Brasil. Mais
do que isto, é um patrimônio histórico da humanidade, na UNESCO e possui grande
apelo e interesse turístico para a região. Esta edificação é constituída por dois
casarões coloniais ligados por um passadiço sobre o vão da rua, sendo cada casarão
originário de uma época distinta da história do Estado de Minas Gerais. A Casa
possui 11 alojamentos com capacidade para receber simultaneamente cerca de 110
alunos para atividades de pesquisa e de trabalhos de campo na região. Atualmente,
toda a edificação está sob a responsabilidade administrativa do Instituto de
Geociências da UFMG.
O Instituto Casa da Glória hoje apoia a realização de projetos de pesquisa, cursos
de Graduação, Pós-Graduação e atividades de extensão em Geociências, além de
atividades e eventos artísticos, culturais e de outras áreas de conhecimento da UFMG e
outras instituições.
447

No que diz respeito ao ensino, destaca-se o apoio a atividades de campo de


diversos cursos. O IGC abriga quatro cursos de Graduação (Geologia, Geografia e
Turismo) e três programas de Pós-Graduação (Geologia, Geografia e Análise e
Modelagem de Sistemas Ambientais), além de oferecer disciplinas, pertinentes ao
campo de estudo das Geociências, para diversos outros cursos da UFMG: Ciências
Biológicas, Química, Arquitetura e Urbanismo, Aquacultura, Ciências Sociais, Ciências
Sócio-Ambientais, e engenharias Civil, Ambiental, de Minas e Metalúrgica.
Praticamente todos esses cursos preveem elevada carga horária de campo, que é
desenvolvida em parte com base no Instituto Casa da Glória. A localização da casa da
Glória possibilita o fácil acesso de estudantes e pesquisadores a uma área geológica e
fisiograficamente diversificada, caracterizada por extensas exposições rochosas e por
complexos problemas ambientais e sociais. Às potencialidades didáticas da área alia-se
uma infra-estrutura dimensionada para dar suporte às atividades de campo e de
laboratório das Geociências.
O apoio às atividades de ensino pelo Instituto Casa da Glória não se restringe aos
cursos da própria UFMG. O Instituto é reconhecido nacionalmente pelo importante
papel que cumpre na formação do geólogo e na geração do conhecimento geológico de
uma das mais destacadas áreas do território brasileiro, a Serra do Espinhaço, uma
cordilheira que se estende por cerca de 1.200 km, na direção norte-sul, a partir da
porção central de Minas Gerais até o norte da Bahia. Com quase 50 anos de história, o
Instituto Casa da Glória (antigo Centro de Geologia Eschwege) é o mais tradicional
centro de ensino e treinamento em mapeamento geológico do Brasil. Os estágios,
ministrados a todas as universidades formadoras de geólogos do Brasil, são tidos como
um marco na formação de quase todos os profissionais graduados no país.
No Instituto, funciona a Biblioteca Professor Reinhardt Pflug, importante
repositório de documentos relacionados à região do Vale do Jequitinhonha e às
Geociências em geral. Essa biblioteca abriga um acervo de publicações, mapas e fotos
aéreas da região do Rio Jequitinhonha, em diferentes épocas e escalas de resolução.
Dada a importância dessas obras para as atividades de pesquisa dos geocientistas, a
Biblioteca Professor Reinhardt Pflug tem sido utilizada, esporadicamente, por órgãos
de desenvolvimento local e regional e por órgãos judiciais com vistas ao
esclarecimento de litígios que envolvem pedidos de pesquisa ou de localização de
limites de áreas.
448

A recuperação e preservação de uma edificação histórica como a Casa da Glória,


construída no século XVI, envolvem muitos desafios, entre eles a manutenção e
conservação das madeiras e da rede elétrica, além da necessidade de adequação do
sistema de cabeamento de rede de internet, que não foram estruturados para as
demandas atuais.

6.4.2 Fazenda Modelo de Pedro Leopoldo

A Fazenda Modelo de Pedro Leopoldo, com área de 419 ha, está situada a 35 km
do Campus Pampulha, é circunvizinha a Confins, que é porta de entrada do estado de
Minas Gerais. Desde 1993, têm sido firmados convênios com o Ministério da Agricultura
Abastecimento e Pecuária para que fosse utilizada, inicialmente, pela Escola de
Veterinária da UFMG. Posteriormente, outras Unidades Acadêmicas instalaram projetos
na Fazenda, que passou a constituir importante alternativa para a localização de
experimentos que requerem a ocupação de áreas para sua realização. Em 2019, foi
assinado termo de cessão de uso de 419 hectares da fazenda, pela Secretaria do
Patrimônio da União (SPU) à UFMG. Desde então, estão sendo retomados projetos de
extensão e pesquisa da Escola de Veterinária e de outras unidades da UFMG, para
reestruturação da Fazenda Modelo.
Nessa Fazenda, podem ser desenvolvidas pesquisas aplicadas, assim como aulas
de Graduação e Pós-Graduação, estágios e cursos de extensão de todas as Unidades
Acadêmicas da UFMG. As instalações da Fazenda, especificamente aplicadas à Escola de
Veterinária, incluem estrutura para aulas práticas de Clínica, Cirurgia, Medicina
Veterinária Preventiva, Tecnologia de Alimentos, Fisiopatologia da Reprodução e
Zootecnia. A Fazenda Modelo de Pedro Leopoldo sedia vários projetos de Ensino,
Pesquisa e Extensão e a seguir são descritos alguns deles:

1. Núcleo de Produção e Capacitação Tecnológica em Apicultura e Meliponicultura


O projeto da Escola de Veterinária vem sendo desenvolvido na Fazenda Modelo
da UFMG desde 2022 e visa possibilitar a realização de aulas práticas de Graduação e
Pós-Graduação, o desenvolvimento de pesquisas, além de cursos e treinamentos
voltados para a capacitação de apicultores e meliponicultores no estado de Minas
Gerais. No Laboratório de Apicultura e Meliponicultura, localizado Fazenda Modelo,
são também administradas aulas de disciplinas do Departamento de Tecnologia e
Inspeção de Produtos de Origem Animal.
449

2. Desenvolvimento de um sistema para medição da impedância de aterramento de


estruturas de linhas de transmissão utilizando ondas impulsivas, financiado pela CEMIG
Os projetos “Malha de aterramento de baixa impedância: Avaliação experimental
em modelo reduzido e realização de medição em malha real” e “Malha de aterramento
de baixa impedância para torre de linha de transmissão utilizando eletrodos verticais
profundos”, da Escola de Engenharia da UFMG, financiados pela holding
TRANSMINEIRA, vêm sendo desenvolvidos na Fazenda Modelo desde 2020 e está em
fase de finalização.

3. Centro de ensino e desenvolvimento científico e tecnológico em medicina e cirurgia


de equídeos – EQUINOVA
Este projeto visa estabelecer na Fazenda Modelo de Pedro Leopoldo UFMG um
posto avançado da Escola de Veterinária para o desenvolvimento de projetos de Ensino,
Pesquisa e Extensão nas áreas de bem-estar, medicina e cirurgia de equinos, além de
outras áreas com interesses relacionados.

4. Avaliação dos genótipos de Sorgo “Biomassa BRS 716” e “Silageiro BRS 658”
(Sorghum bicolor) quanto à produção agronômica, a eficiência alimentar e o
desempenho de bovinos
Este projeto teve início em maio de 2023 e visa avaliar o potencial produtivo, a
qualidade da silagem, o consumo e o desempenho de bovinos de corte alimentados com
silagens produzidas a partir de dois diferentes híbridos de sorgo (biomassa BRS 716 e
silageiro BRS 658). Seus resultados auxiliarão os produtores rurais na tomada de
decisão quanto ao tipo de híbrido de sorgo a ser cultivado, considerando a expectativa
de desempenho de ganho de peso pretendida para o rebanho.

5. Avaliação da eficiência in vitro e in vivo de desinfetantes, antimicrobianos e


imunobiológicos
O projeto, com início previsto para o ano de 2023, consiste da instalação de
sistemas de recirculação em aquacultura para manutenção de peixes até a fase adulta,
que serão posteriormente transportados para o Biotério Laboratório de Infecção de
Experimental do Aquavet, no Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da
Escola de Veterinária da UFMG para avaliação da eficiência de vacinas e medicamentos
para peixes. O uso de tal espaço permitirá a ampliação das pesquisas realizadas pela
equipe, bem como, a captação de mais projetos e recursos para a Universidade, em uma
área estratégica que é a sanidade de animais aquáticos.
450

6. Laboratório de Geotecnologias e Geomateriais do Centro de Produção Sustentável


da Fazenda Modelo – Pedro Leopoldo
Na Fazenda Modelo de Pedro Leopoldo, a Escola de Engenharia da UFMG tem
desenvolvido, há mais de uma década, e continua desenvolvendo, projetos para
viabilizar o aproveitamento sustentável de rejeitos e resíduos da mineração dedicando
um grande esforço na linha de pesquisa dos geopolímeros. O trabalho é uma
alternativa de aproveitamento dos rejeitos de minério armazenados nas barragens a
montante, as mais comuns no Brasil, semelhantes às que se romperam em Mariana,
Brumadinho e às que ameaçam Barão de Cocais e São Sebastião das Águas Claras, em
Minas Gerais. O material produzido está sendo testado pela UFMG na construção de
uma casa de 48 m2, onde se utilizou cerca de 20 toneladas de rejeito. Atualmente várias
pesquisas têm sido desenvolvidas testando a utilização do rejeito em outras demandas
da construção civil como a produção de pisos e azulejos a partir desse material.

7. Núcleo de Pesquisa em Materiais Sustentáveis da UFMG


Instalado dentro da Fazenda Modelo da UFMG, o núcleo desenvolve estudos
sobre a aplicação de materiais de construção civil produzidos a partir de rejeitos de
mineração. Os professores da Escola de Arquitetura trabalham juntamente com a equipe
da Escola de Engenharia do Laboratório de Geotecnologias e Geomateriais testando, do
ponto de vista arquitetônico, a aplicação do material produzido a partir de rejeito. No
protótipo de habitação construído com material advindo de rejeito, o projeto
acompanha e fornece dados para avaliação da compatibilidade dos sistemas
construtivos, como por exemplo, medições de temperatura radiante, para avaliação de
desempenho térmico da edificação e outros dados a respeito da aplicabilidade dos
produtos gerados a partir de rejeito.

8. Monitoramento de animais silvestres na Fazenda Modelo de Pedro Leopoldo


O projeto da Escola de Veterinária visa realizar o levantamento da fauna
silvestre presente na área da Fazenda Modelo de Pedro Leopoldo por meio de
buscas ativas a animais silvestres, instalação de armadilhas fotográficas com
câmeras providas de sensores de movimento, e por meio de capturas. Além disso,
objetiva pesquisar agentes patogênicos e de vetores comumente associados às
infecções nos grupos animais capturados. Aos animais silvestres encontrados em
situações de injúria nas dependências da Fazenda Modelo de Pedro Leopoldo será
oferecido atendimento clínico e cirúrgico. Aproveitando as atividades do projeto
serão realizadas ações de educação ambiental direcionadas aos funcionários da
451

fazenda, bem como para a população do município de Pedro Leopoldo, visando a


difusão de conhecimento a respeito da importância das espécies silvestres
encontradas na região.

9. Aulas ministradas na Fazenda Modelo de Pedro Leopoldo


Atualmente são ministradas as seguintes disciplinas práticas:

• Disciplina da Pós-Graduação: Práticas em Reprodução Animal II -


Departamento de Clínica e Cirurgias Veterinárias.

• Disciplina da Pós-Graduação: Apicultura e Laboratório de Mel –


Departamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal.

Tendo em vista a proximidade com o campus Pampulha e com o aeroporto de


Confins, além do fácil acesso, vislumbra-se a possibilidade real da ampliação da utilização
da área da Fazenda Modelo e sua estruturação para o desenvolvimento de diferentes
projetos que integrem diversas unidades da Universidade e a comunidade local.

6.4.3 Fazenda Experimental Professor Hélio Barbosa

Situada a menos de 50 km de Belo Horizonte, no município de Igarapé, a Fazenda


Experimental Professor Hélio Barbosa (FEPHB), com uma área de 246 ha, é Órgão
Complementar da Escola de Veterinária. Foi adquirida pela UFMG em 1963 e tem
objetivo de dar suporte ao ensino da Graduação e Pós-Graduação e às atividades de
pesquisa e de extensão, especialmente em bovinocultura de leite, avicultura de postura
e de corte, forragicultura (produção de forrageiras), equinocultura, cunicultura (criação
de coelhos), e suinocultura.
Possui infraestrutura para hospedagem e alimentação para a Comunidade
Acadêmica dos cursos da Escola de Veterinária, e dos demais cusos da UFMG. Nessa
fazenda, são realizadas aulas práticas de Graduação e Pós-Graduação, pesquisas
aplicadas, estágios e cursos de extensão, e tem sido base para a produção e a
conservação de conhecimento e transferência de tecnologia.
Cabe à FEPHB dar suporte às atividades regulares de ensino; criar condições e
promover estágios, cursos e atividades de qualificação e requalificação para estudantes,
profissionais, criadores e outros interessados da comunidade.
A FEPHB tem infraestrutura e pessoal qualificado para apoiar aulas práticas dos
cursos de Graduação e Pós-Graduação em Medicina Veterinária e Aquacultura.
452

Anualmente, a FEPHB recebe cerca de 2.300 alunos para realização de aulas práticas
nas disciplinas: Bovinocultura de leite, Bovinocultura de corte, Patologia e clínica
cirúrgica, Prática de reprodução de fêmeas, Fisiopatologia da reprodução de fêmeas,
Práticas em reprodução I, Profissiografia do médico veterinário, Atividades
Integradas de Formação I e II (AIF), Tecnologia e inspeção de leite e produtos
derivados, Sanidade animal, Sanidade de suínos, Saneamento, Caracterização e
tratamento de efluentes, Cunicultura, Extensão em veterinária, Nutrição animal,
Produção de forrageiras, Formação de pastagens, Comportamento e bem-estar
animal, Suinocultura, Plantão da disciplina bovinocultura de leite, Plantão da
residência, Avicultura, Sistemas de produção em águas interiores, entre outras. Na
experimentação animal, a Fazenda possui envolvimento em diversos projetos nas
áreas de bovinocultura de leite, reprodução de bovinos e suínos, nutrição de suínos,
aves de corte e postura, coelhos, desenvolvimento e avaliação de vacinas,
saneamento, produção de forrageiras, sanidade animal e formação de pastagens. Para
atender à alimentação dos animais da FEPHB e também dos animais alojados na
Escola de Veterinária e no Hospital Veterinário, a Fazenda possui uma fábrica de ração
que processa diversas formulações e tem estrutura que conta com três silos externos
com capacidade para 70 toneladas cada, um misturador de capacidade de 500 kg,
resultando numa produção mensal de 100 toneladas.
O rebanho leiteiro da fazenda é constituído de 75 vacas em lactação, com
produção diária de 1500L/dia. A ordenha é realizada utilizando ordenha mecânica de
circuito fechado, acoplado a três tanques de resfriamento ou de expansão com
capacidade total para 5500 litros. Na área de avicultura a fazenda possui 9100 aves
em postura (capacidade de 14000 aves), com produção diária de 20 caixas de ovos
(7200 ovos), além de possuir dois galpões experimentais para frangos de corte com
60 boxes cada. O setor de cunicultura possui quatro galpões com plantel atual de 800
coelhos para experimentação e produção de carne. A suinocultura é caracterizada
como de ciclo completo com 20 matrizes (200 animais no total) e terminação de 30
animais por mês. A fazenda conta ainda com 26 equinos destinados principalmente
para aulas de reprodução animal. Possui ainda o novo Setor Experimental de
Bovinocultura de Corte.
A Unidade é utilizada no atendimento a atividades de ensino e de pesquisa, e tem
também como objetivo reforçar e incrementar as atividades de extensão universitária
junto à comunidade do município de Igarapé e região.
453

6.4.4 Fazenda Experimental Professor Hamilton de Abreu Navarro

A Fazenda Experimental Professor Hamilton de Abreu Navarro (FEHAN) é Órgão


Complementar do Instituto de Ciências Agrárias (ICA), composta por área física de 232
hectares. Localizada no Campus Regional Montes Claros, a FEHAN tem como
finalidades: apoiar e colaborar, prioritariamente, com a comunidade do ICA no ensino,
na pesquisa e na extensão. Também visa apoiar outras Unidades e Departamentos da
UFMG, por meio de instrumentos específicos, em suas atividades didático-científicas e
no desenvolvimento institucional e possibilitar a realização de cursos, estágios,
seminários, visitas técnicas e dias de campo.
Dentre as atividades realizadas na FEHAN destacam-se, na área de produção
animal, a suinocultura, ovinocultura, caprinocultura, bovinocultura de corte e leiteira,
equinocultura, avicultura de postura e coturnicultura. Na área de produção vegetal,
incluem-se as atividades de produção de milho, sorgo, mandioca, frutas (banana,
cacau, coco, uva, laranja, frutas nativas e etc.), hortaliças, palma forrageira, cana de
açúcar, capim, além de outras culturas experimentais. Somam-se a essa lista complexa
de atividades a manutenção de áreas de mata nativa, o manejo de pastagens e os
plantios florestais e agroflorestais.
Como espaço de vivência e experimentação, a FEHAN constitui um grande
laboratório a céu aberto, servindo de apoio para a formação profissional dos quase 200
alunos ingressantes anuais dos cursos de Graduação em ciências agrárias (agronomia,
zootecnia, engenharia florestal, engenharia agrícola e ambiental e engenharia de
alimentos), além dos aproximadamente 70 alunos/ano que ingressam nos cursos de
Pós-Graduação. Estima-se que mais de 120 atividades acadêmicas curriculares, só na
Graduação, tenha alguma relação ou podem se utilizar do espaço da FEHAN. São
atividades práticas e aulas demonstrativas nas áreas de produção vegetal, ciências
florestais, produção animal, meio ambiente e administração.
Dos 232 hectares da FEHAN, 25% representam áreas de mata nativa, 44% são
constituídas de pastagens e 16% são áreas consideradas degradadas a serem
recuperadas. Culturas como sorgo, milho e cana de açúcar somam menos de 10% da
área da fazenda, a produção de frutas, verduras e hortaliças não chega a 2% de
ocupação de área e existe cerca de 1% de floresta plantada (principalmente
eucalipto). A área dedicada a pequenos experimentos de produção vegetal soma 2%
da área total da propriedade.
454

Em agosto de 2023 o rebanho da FEHAN era constituído por 77 cabeças de gado


de corte, 72 vacas leiteiras, 32 cavalos, 185 aves de postura, 43 ovinos e 202 suínos. Essa
população de animais gera receita ao serem comercializados como excedente de
pesquisa, mas também são responsáveis por grande parte das despesas.
Aproximadamente 60% do orçamento da FEHAN é dedicado a compra de alimentação
para desses animais. Outra parte significativa é investida na produção própria de
alimentos para o mesmo rebanho.
A gestão deste espaço, bem como as atividades que nele se realizam, mostra-se
complexa e ao mesmo tempo desafiadora. Pela natureza múltipla do propósito de
atender a pesquisa, o ensino e a extensão, mas também da necessidade de
autossustentação financeira e material. Somando-se as ameaças de incêndio, comum
em períodos de longa estiagem, a necessidade de recuperação de áreas degradadas, a
gestão de recursos hídricos cada vez mais escassos, a urbanização intensiva sofrida na
cidade e exerce forte pressão em todo o perímetro da Fazenda. Há ainda a necessidade
de modernização e adequação técnica das instalações, edificações e maquinários tendo
em vista consolidar sua função de modelo a ser seguido.
A gestão da FEHAN é feita por uma comissão administrativa formada por
docentes e técnicos, contando também com funcionários e técnicos capacitados para o
adequado desenvolvimento de suas atividades e dedicados a dar o apoio necessário nas
atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão.
Do ponto de vista organizacional, a FEHAN se estrutura em setores. Os setores de
produção animal incluem: Pequenos ruminantes, Bovinos de Corte, Bovinos leiteiros,
Equinos, Suínos e Avicultura (corte e postura). Os setores de produção vegetal incluem:
grandes culturas (milho, trigo e sorgo), plantas medicinais, olericultura, frutíferas e
forragicultura. Apoiando essa estrutura de produção existem os setores de
comercialização (lojinha/cooperativa), máquinas e implementos e fábrica de rações.
Para apoiar a gestão da Fazenda foram criados recentemente as colocações de
coordenadores técnicos setoriais, aos quais foram indicados professores de referências
nas respectivas áreas.
Para o período de 2023-2029, a comissão administrativa da FEHAN apresentou
uma proposta de planejamento estratégico, construída com participação de diversas
instâncias do ICA e considerando as percepções e apontamentos das comunidades
interna e externa ao ICA, que lastrearam elementos importantes na construção da
missão e da visão, dos valores institucionais e objetivos estratégicos.
455

6.4.5 Fazenda Pequi-Porteirinha

Em 2016, a Fazenda Pequi-Porteirinha, com 108 hectares, foi incorporada ao


patrimônio da UFMG em Montes Claros. A Fazenda foi doada pela Secretaria de
Patrimônio da União (SPU) para implantação do Centro de Desenvolvimento
Sustentável e Capacitação em Agroecologia do Norte de Minas. A Fazenda possui áreas
de pastagens e de reserva natural, incluindo área localizada junto à Serra dos Montes
Claros, conhecida também como Serra do Mel ou Serra Sapucaia.
A Fazenda Pequi-Porteirinha está localizada dentro da área urbana do município de
Montes Claros e a estruturação do Centro de Desenvolvimento e Capacitação em
Agroecologia contribuirá para a promoção do desenvolvimento regional através da
participação dos movimentos sociais, comunidades rurais e agricultores urbanos junto às
ações típicas da Universidade – Ensino, Pesquisa e Extensão. A proposta está fundamentada
no paradigma científico-tecnológico de troca de saberes entre a academia e os diversos
atores sociais, sobretudo quanto à temática da Agroecologia na região semiárida.

6.4.6 Campus Cultural UFMG em Tiradentes

O Campus Cultural UFMG em Tiradentes é um complexo cultural vinculado à


Pró-Reitoria de Cultura, integrado pelo Museu Casa Padre Toledo, Centro de Estudos e
Biblioteca UFMG e Quatro Cantos Espaço Cultural, que tem como missão a promoção da
democracia cultural, por meio da produção, expressão e fruição das culturas, artes e
ciências. Desenvolve atividades na esfera de todas as manifestações da arte e da cultura,
por meio de projetos de ensino, de pesquisa, de extensão e de cooperação com
instituições públicas e privadas de Tiradentes e de outras cidades da região.
O Campus Cultural da UFMG em Tiradentes foi criado em 2011, a partir de um
Termo de Cooperação entre a UFMG e a Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade
(FRMFA), que é vinculada à Universidade desde 1997, e institucionalizado em 2022,
com a criação da Pró-Reitoria de Cultura. Por meio de parceria, a UFMG mantém o
funcionamento dos espaços culturais e museológicos nos bens imóveis da FRMFA.
Desde 2011, com a criação do Campus Cultural UFMG em Tiradentes, a UFMG
torna-se mais presente na cidade promovendo uma rica e diversificada programação
cultural, apoiando a realização de inúmeros eventos culturais, bem como estabelecendo
parcerias com agentes culturais, entidades governamentais e a sociedade civil.
O Campus Cultural recebe cerca de 30 mil visitantes anualmente e desenvolve, em
cooperação com agentes culturais, múltiplas ações, projetos e iniciativas de produção
456

do conhecimento, buscando a transversalidade e a democratização da cultura. Além


disso, a UFMG, através do Campus Cultural UFMG em Tiradentes, é parceira de cinco
festivais culturais em Tiradentes e recebe, anualmente, cerca de 100 grupos escolares e
5 mil alunos de escolas públicas, estaduais e municipais da região.

6.4.7 Museus, Patrimônio e Acervo

6.4.7.1 Rede de Museus e Espaços de Ciências e Cultura

A Rede de Museus e Espaços de Ciências e Cultura da UFMG, com mais de 20 anos


de existência, tem se consolidado como uma como referência nacional em gestão de
rede de museus universitários. Seus 25 espaços, distribuídos nos campi da UFMG,
possuem distintos perfis e dispõem de acervos e coleções constituídos nos mais de 95
anos da UFMG, atrelados a vários campos do conhecimento, cuja diversidade responde
a suas funções educacionais, científicas e culturais, como suporte às atividades de
Ensino, Pesquisa e Extensão. Em 2023, projetos estruturantes no campo da gestão de
riscos dos acervos foram implementados em 15 espaços por meio da parceria com o
Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais (Cecor) e Laboratório de
Conservação Preventiva (Lancopre) da Escola de Belas Artes da UFMG.
Institucionalizada como coordenadoria da Pró-Reitoria de Extensão, a Rede de
Museus fomenta eventos acadêmicos e ações de capacitação, salvaguarda, pesquisa e
comunicação de acervos, a partir da gestão de seu programa de extensão e de editais
que distribuem recursos e bolsas de extensão e iniciação científica (em parceria com a
Pró-Reitoria de Pesquisa).
Sua estrutura regimental conta, ainda, com uma secretaria, um núcleo técnico-
científico – responsável pelo planejamento, desenvolvimento e avaliação de ações
articuladas – e um conselho consultivo (instância colegiada responsável por orientar e
auxiliar o Conselho Coordenador no cumprimento de sua missão institucional).
Atualmente, a Rede de Museus e Espaços de Ciência e Cultura é composta por:
I. Acervo Curt Lange, espaço de conhecimento e pesquisa de significativo
valor histórico e musicológico, custodiado, desde 1995, pela da UFMG,
localizado no 4º andar da Biblioteca Central.
II. Acervo Imagens de Minas, espaço vinculado à Escola de Belas Artes
dedicado ao registro, acondicionamento, controle, conservação e pesquisa
de objetos relacionados à produção cinematográfica de Minas Gerais.
457

III. Centro da Memória da Engenharia, iniciativa da Associação de Ex-alunos


da Escola de Engenharia da UFMG, com objetivo de recuperar, reunir e
manter o acervo técnico-científico e cultural da Escola de Engenharia.
IV. Centro de Coleções Taxonômicas (CCT-UFMG), Órgão Complementar
vinculado ao Instituto de Ciências Biológicas, que tem por finalidade o
armazenamento, catalogação e disponibilização dos depósitos de
material biológico e de espécimes da biodiversidade brasileira para
servirem como apoio à pesquisa, ensino, extensão e inovação científica.
V. Centro de Estudos Literários (CEL), entidade criada pela Faculdade de
Letras com a finalidade de acolher, tratar, conservar e divulgar acervos de
escritores, além de promover investigações e publicações no campo dos
estudos literários e áreas afins.
VI. Centro de Memória da Educação Física, do Esporte e do Lazer, tem o
propósito de recuperar, preservar, divulgar e pesquisar documentos
históricos do curso de Educação Física, articulando ações de extensão, de
pesquisa, de ensino e de formação docente.
VII. Centro de Memória da Escola de Enfermagem, acervo composto por
documentação escrita e oral, iconografia, equipamentos e objetos que são
instrumentos do trabalho em saúde. Além de preservar e conservar a
memória institucional, o espaço conta com uma exposição permanente
sobre a história da Escola.
VIII. Centro de Memória da Faculdade de Letras, espaço de conservação e
exposição de documentos, publicações acadêmicas e literárias e objetos
que contam a história da faculdade.
IX. Centro de Memória da Farmácia, busca resgatar, preservar e divulgar a
história do ofício farmacêutico e da Faculdade de Farmácia por meio da
salvaguarda de equipamentos, utensílios, documentos, fotografias e
material bibliográfico que fazem parte da sua trajetória.
X. Centro de Memória da Medicina, museu e centro de documentação
dedicados a preservar e divulgar a memória e a história da Saúde no
Brasil. Ele reúne instrumentos médicos, móveis, livros, fotografias,
objetos pessoais, obras raras, painéis, telas, gravuras, depoimentos e
outros documentos relativos à história da medicina.
458

XI. Centro de Memória da Odontologia, tem como proposta atuar como


laboratório de pesquisa histórica e social, espaço de organização
arquivística de acervos documentais sobre a Odontologia em Minas
Gerais, além de espaço museológico e lugar memória das atividades
de Ensino, Pesquisa e Extensão desenvolvidas pela Faculdade de
Odontologia.
XII. Centro de Memória da Veterinária, orientado para a construção e guarda
da memória e interpretação históricas e visa funcionar com laboratório de
pesquisa histórica; como arquivo histórico (com acervos documentais
sobre a atividade da Veterinária) e, ainda, como espaço museológico e
lugar de memória das atividades profissionais de veterinários e do
Ensino, Pesquisa e Extensão da Escola de Veterinária.
XIII. Centro de Pesquisa, Memória e Documentação da Faculdade de Educação,
espaço que abriga fontes documentais responsáveis por subsidiar os
estudos e as pesquisas referentes à educação, à formação docente e à
história e memória desta Faculdade de Educação.
XIV. Centro de Referência em Cartografia Histórica, tem o propósito de
facilitar o acesso de estudiosos e outros interessados a um formidável
conjunto de documentos cartográficos e outras iconografias, elaborados,
principalmente, nos séculos XVIII e XIX.
XV. Centro Virtual de Memória da Extensão, iniciativa da Pró-Reitoria de
Extensão que busca reunir informações sobre a extensão produzida
na UFMG, articulando sua história e memória, bem como busca
enfatizar a pluralidade da extensão por meio da diversidade de áreas
temáticas, atores envolvidos e impactos produzidos na sociedade e na
universidade.
XVI. Espaço Memória do Cinema, laboratório multimídia ligado ao
Departamento de Fotografia, Teatro e Cinema da Escola de Belas Artes da
UFMG. Possui um acervo com mais de 2800 itens catalogados (produções
audiovisuais em diversos suportes) e equipamentos multiplataforma que
permitem a transposição de conteúdos para diferentes mídias. Dedica-se,
também, a documentar e pesquisar a memória audiovisual da Escola de
Belas Artes.
459

XVII. Herbário Norte Mineiro, gestado pelo Instituto de Ciências Agrárias,


constitui-se de uma coleção biológica que visa documentar a
biodiversidade vegetal da região norte de Minas Gerais e dar suporte ao
ensino e pesquisa na área da Biologia Vegetal.
XVIII. Espaço Acervo Artístico da Universidade Federal de Minas Gerais
(EAAUFMG) é um espaço cultural da Procult e tem como missão a
salvaguarda e a comunicação do Acervo Artístico da UFMG. Atua em dois
diferentes contextos – obras artísticas da UFMG que se encontram sob
tutela administrativa do EAAUFMG e obras artísticas da UFMG
patrimoniadas nas diversas unidades da UFMG, que não se encontram sob
tutela administrativa EAAUFMG, mas sobre as quais se opera, em gestão
compartilhada.
XIX. Espaço do Conhecimento UFMG, aberto ao público em 2010 é uma
instituição museal gestada pela Procult. Sua estrutura conta com
Planetário, Terraço Astronômico, quatro andares com ambientes
expositivos, sala de oficinas e fachada digital. O Espaço do Conhecimento
pauta-se pelo fortalecimento de diálogos entre os diversos
conhecimentos da Universidade e da sociedade, estabelecendo elos
poéticos entre os saberes e as pessoas, em articulação com a cidade.
XX. Estação Ecológica UFMG, unidade de conservação que contribui para a
preservação das áreas verdes de Belo Horizonte. Oferece atividades de
pesquisa, ensino e extensão. Está localizada no Campus Pampulha e
abrange uma área de 114 hectares, com boa diversidade de fauna e flora.
A Estação atua como parque e escola oferecendo a seus visitantes
atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão, além de ser uma opção
saudável para a realização de caminhadas e de lazer contemplativo.
XXI. Museu Casa Padre Toledo integra o Campus Cultural UFMG em Tiradentes
(MCPT), complexo cultural vinculado à Pró-Reitoria de Cultura tem como
missão a promoção da democracia cultural, por meio da produção,
expressão e fruição das culturas, artes e ciências. O MCPT tem como
principal desafio ser um espaço de reflexão, de construção da memória e
de valorização do patrimônio referente à Inconfidência Mineira,
movimento de grande importância para o entendimento do processo de
formação da sociedade colonial em Minas Gerais.
460

XXII. Museu da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais


(Marq/UFMG), fundado em 1966, o museu teve como acervo inicial a
Coleção de Réplicas de Obras de Arte Mundiais, incluindo reproduções de
peças criadas por Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Todo seu
acervo, que reúne cerca de 300 peças, está instalado em espaços no
interior do prédio da Escola de Arquitetura, edificação que por si só se
constitui em um bem histórico-cultural, com projeto integrado ao
movimento moderno de arquitetura, datado do início da década de 1950,
assinado pelo arquiteto Shakespeare Gomes, em parceria com o arquiteto
Eduardo Mendes Guimarães Júnior.
XXIII. Museu da Matemática UFMG é um espaço de divulgação e disseminação
do conhecimento matemático a partir de uma perspectiva recreativa.
O Museu pretende ser um centro de apoio para professores, objetivando
difundir a Matemática Recreativa enquanto prática pedagógica,
contribuir para o processo de ensino aprendizagem da Matemática e
promover a capacitação continuada de professores.
XXIV. Museu de Ciências Morfológicas (Museu de Morfologia: o corpo humano
ao alcance de todos - Centro Cultural Maria das Graças Ribeiro), museu do
corpo humano “real”, aberto às comunidades interna e externa à UFMG.
Dentre os seus principais objetivos estão o de ampliar e difundir o
conhecimento da estrutura e do funcionamento do organismo humano,
como forma de despertar, em cada visitante, a consciência da necessidade
e importância da promoção da saúde e preservação da vida com qualidade.
XXV. Museu de História Natural e Jardim Botânico, a proposta principal do
espaço é ser um ambiente vivo, impregnado de uma história em
construção que se modifica a cada dia. Em seus 600 mil metros quadrados
de área verde, o Museu oferece atividades de pesquisa, ensino e extensão,
buscando sempre ampliar e estreitar seus laços com a comunidade de
Belo Horizonte. O museu guarda um importante tesouro da arte popular:
o Presépio do Pipiripau. O setor Jardim Botânico é responsável por
documentar e manter coleções de plantas vivas, com reservas genéticas e
bancos de germoplasma, em especial as espécies raras ou ameaçadas,
bem como as econômica ou ecologicamente importantes. Na estrutura do
MHNJB há também diversos centros especializados, ao qual estão
461

vinculados docentes, pesquisadores colaboradores voluntários,


professores convidados, técnico-administrativos em educação e
discentes e que realizam atividades de pesquisa, ensino e extensão nas
áreas de Arqueologia Histórica, Arqueologia Pré-Histórica, Arte
Ambiental, Botânica e Biodiversidade, Cartografia Histórica, Conservação
e Restauração de Acervos, Paleontologia, Patrimônio Geológico e Plantas
Aromáticas, Medicinais e Tóxicas. O Museu abriga exposições
permanentes em diversas dessas áreas, além das exposições temporárias,
que são renovadas a cada estação do ano, com o objetivo de sempre trazer
novidades aos visitantes.

Objetivo Geral

Dar suporte a atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão, em articulação com a


execução da missão específica de cada órgão no atendimento ao público.

Objetivos específicos (Metas)

• Promover a interdisciplinaridade, incentivando a prática de um diálogo


mais aberto e, ao mesmo tempo, mais aprofundado entre ciência, arte e
educação.
• Contribuir para o desenvolvimento da política de divulgação científica da
UFMG.
• Promover a pesquisa e a divulgação da biodiversidade das áreas verdes da
UFMG, para subsidiar ações educativas na perspectiva da ciência cidadã.
• Elaborar e implementar, em diálogo com a comunidade, uma política
para a gestão do patrimônio científico e cultural da UFMG.
• Fortalecer e aprimorar as diversas Estruturas de Apoio, sua gestão
administrativo-financeira, os espaços físicos e os recursos humanos,
contribuindo para a qualidade das ações de ensino, extensão e pesquisa,
desenvolvidas nessas instalações.
462

7 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

7.1 Histórico

A fim de formalizar e sistematizar a avaliação institucional na UFMG, foi criada


como um órgão da Administração Central, em 2002, a Diretoria de Avaliação
Institucional (DAI). Essa criação resultou de um processo iniciado em 1993, ano em que
a UFMG passou a integrar o Programa de Avaliação Institucional das Universidades
Brasileiras – Paiub (http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/docbas.pdf; acesso em
18/12/2023). No âmbito desse programa, as avaliações privilegiaram os cursos de
Graduação, com ênfase na atuação dos docentes e nas disciplinas por eles ministradas.
O Paiub abarcou diversas etapas, sendo a primeira delas o diagnóstico e a
sensibilização da comunidade. A sensibilização envolveu o preenchimento de
questionários pelos alunos com o objetivo de avaliar as disciplinas cursadas e os
professores que as ministraram. Além disso, os docentes foram continuamente
estimulados a dialogar com a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) sobre os métodos,
instrumentos e resultados da avaliação. Um “Caderno de Avaliação”, coletânea de textos
relativos a estudos e discussões conceituais sobre o tema e relatos de experiências de
avaliação da Graduação, produzidos na UFMG e em outras instituições de educação
superior (IES) brasileiras, teve cinco números editados, com distribuição para todas as
instâncias da Universidade, bem como para outros órgãos, instituições e entidades
governamentais e não governamentais. No segundo semestre de 1994, teve início a
avaliação interna, estruturada em quatro componentes: 1) avaliação de cursos: suas
condições, processos e resultados; 2) avaliação de disciplinas; 3) avaliação do desempenho
docente nas disciplinas; 4) avaliação do desempenho discente nas disciplinas. Na
sequência dessa etapa houve uma avaliação externa (1997-1999), realizada por
comissões compostas por três membros, sendo um representante de entidade científica,
um com experiência na área profissional do curso e um ex-aluno formado nos últimos
cinco anos. Na avaliação externa foram considerados aspectos relativos aos currículos,
aos corpos docente, discente e técnico-administrativo e à infraestrutura de 37 cursos da
UFMG. Os relatórios produzidos pelas comissões foram analisados pela Comissão
Permanente de Avaliação do Ensino de Graduação (CPA da Prograd) e, posteriormente, o
Pró-Reitor de Graduação, juntamente com o presidente da CPA da Prograd, visitaram os
cursos, com o objetivo de discutir os pontos destacados nos relatórios.
463

A promulgação da Lei № 10.861 de 14 de abril de 2004 instituiu o Sistema Nacional


de Avaliação da Educação Superior – Sinaes, formado por três componentes principais: a
avaliação das instituições, dos cursos de Graduação e do desempenho dos estudantes
(Enade). O Sinaes estabeleceu que as IES deveriam fazer sua autoavaliação, conduzida por
uma Comissão Própria de Avaliação – CPA, criada na UFMG em 2006 (Resolução
05/2006, do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão). A CPA da Prograd foi extinta,
sendo suas atribuições, bem como sua equipe, incorporadas à DAI. A DAI tornou-se o
setor responsável pela interlocução com o Ministério da Educação e Cultura (MEC) e
outros organismos, no que concerne às informações necessárias à avaliação e gestão da
Universidade. Assim, dentre as principais atribuições da DAI, destacam-se: coordenação
dos processos de regulação (Recredenciamento Institucional, Reconhecimento e
Renovação de Reconhecimento de Cursos da Graduação); alimentação do Cadastro
e-MEC sobre os cursos da UFMG; análise dos indicadores de qualidade da educação
superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep/MEC); coordenação do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade);
realização da coleta das informações para o Censo da Educação Superior; e fornecimento
de suporte administrativo para a CPA.
O Sinaes estabeleceu as dez dimensões da avaliação institucional: 1) Missão e
Plano de Desenvolvimento Institucional; 2) Planejamento e Avaliação;
3) Responsabilidade Social; 4) Políticas Acadêmicas;5) Políticas de atendimento aos
estudantes; 6) Comunicação com a Sociedade; 7) Políticas de Pessoal; 8) Organização e
Gestão da Instituição; 9) Sustentabilidade Financeira e 10) Infraestrutura Física. Essas
dimensões passaram a orientar os processos avaliativos internos e externos.
Tendo como referência os padrões de qualidade para a educação superior,
expressos nos instrumentos de avaliação e nos relatórios de autoavaliação, atualmente,
a avaliação externa, institucional e de cursos de Graduação, é realizada por comissões
designadas pelo Inep/MEC, compostas por membros externos, pertencentes à
comunidade acadêmica e científica. Essa avaliação resulta em indicadores e um sistema
de informações que subsidia tanto o processo de regulação exercido pelo MEC, como
intenciona mostrar a qualidade da educação superior para a sociedade.
Em 2014, a partir da publicação de um novo Instrumento de Avaliação Institucional
Externa (Portaria № 92, de 31 de janeiro de 2014, do Inep/MEC), as dez dimensões do
Sinaes foram agrupadas em cinco eixos avaliativos: 1) Planejamento e Avaliação;
2) Desenvolvimento Institucional, 3) Políticas Acadêmicas; 4) Políticas de Gestão e
464

5) Infraestrutura. Esse instrumento destacou a centralidade da autoavaliação e do Plano


de Desenvolvimento Institucional (PDI) no processo de avaliação externa, o que resultou
na redefinição da composição e atuação da CPA na UFMG (Resolução № 15/2014 do
Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão).
Reconhecendo a existência e a legitimidade de diversas iniciativas de
autoavaliação que acontecem na universidade, a nova composição da CPA foi pensada
visando a representatividade da comunidade acadêmica (professores de diferentes
áreas do conhecimento, servidores técnico-administrativos em educação e estudantes),
assim como a articulação entre setores estratégicos no processo avaliativo na UFMG,
como Pró-Reitorias, Diretorias e Diretório Central dos Estudantes (DCE). Membros
externos à comunidade da UFMG também compõem a Comissão. A CPA permaneceu
vinculada ao Gabinete do(a) Reitor(a) e passou a ser constituída por: I – o Diretor(a) e o
Diretor(a) Adjunto(a) da Diretoria de Avaliação Institucional (DAI), indicados pelo
Reitor; II – 14 (quatorze) membros titulares e seus respectivos suplentes, indicados
pelo do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, e nomeados por Portaria do Reitor,
sendo: a) seis servidores docentes; b) cinco servidores técnico-administrativos em
educação; c) dois discentes; d) um membro não pertencente aos quadros da UFMG.
As atribuições da CPA compreendem: I – Sistematizar as informações sobre a
Universidade e seus cursos, visando à implementação dos processos avaliativos
definidos no Sinaes; II – Examinar os resultados dos processos internos de avaliação
institucional vinculados ao Sinaes e emitir parecer a respeito dessa matéria, para
conhecimento da comunidade universitária e da sociedade; III – Solicitar à DAI a
realização de estudos com a finalidade de aprofundar o conhecimento sobre os aspectos
da Educação Superior que interferem nos processos acadêmicos e na qualidade dos
cursos oferecidos pela Instituição; IV – Submeter aos colegiados superiores da UFMG os
projetos de autoavaliação institucional e o relatório final.
Em 2017, a atuação da CPA foi essencial no processo de avaliação externa com
finalidade de Recredenciamento Institucional para demonstração da excelência e
relevância das atividades desenvolvidas pela UFMG. À época, a UFMG obteve nota
máxima, Conceito Institucional (CI) igual a 5. Para além do significado objetivo, essa
conquista tem um significado político no contexto de defesa da universidade pública e
gratuita no nosso país.
Um novo instrumento de avalição de cursos de Graduação para reconhecimento e
renovação de reconhecimento foi publicado pelo Inep, também em 2017. O instrumento
465

confere atuação protagonista ao Núcleo Docente Estruturante (NDE) nos processos de


avaliação dos cursos. Nesse sentido, a Comissão Própria de Avaliação e a Câmara de
Graduação do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (Cepe) da UFMG, no intuito de
aproximar a Comissão dos cursos de Graduação por meio de seus NDEs, de tornar esses
Núcleos mais atuantes, de auxiliar nos seus processos de autoavaliação e incentivar boas
práticas, propuseram a revisão da composição e atuação dos NDEs, anteriormente
definida pela Resolução № 15/2011 do Cepe. Compreendendo a importância da proposta,
o Cepe aprovou, em 19 de junho de 2018, a Resolução № 10/2018, que dispõe sobre as
atribuições, a composição e o funcionamento dos Núcleo Docente Estruturantes (NDE).
Entre as atribuições desses Núcleos, consta a realização anual de uma atividade de
avaliação do curso, com participação da comunidade acadêmica, que resulte em relatório
a ser enviado à CPA da UFMG. Esse foi um passo importante na direção de aprimorar os
processos de autoavaliação dos cursos de Graduação da Instituição.
Todo o processo de trabalho da CPA, que tem por finalidade promover a
cultura de autoavaliação e subsidiar os processos de avaliação externa, está
consolidado nos Relatórios de Autoavaliação Institucional, assim como os
resultados analisados pela Comissão. Os Relatórios elaborados pela CPA são
postados anualmente no sistema e-MEC, sendo dois relatórios parciais e um relatório
integral, de acordo com Nota Técnica Inep/DAES/Conaes N° 65/2014. A divulgação
ocorre na página eletrônica da UFMG. Ressalta-se que os resultados, incluindo
sugestões de ações a serem implementadas, são apresentados à Administração
Central da UFMG e às demais instâncias pertinentes. Os relatórios da CPA, em
consonância com seus objetivos, foram referências importantes para a elaboração
do PDI 2024-2029.

7.2 Autoavaliação Institucional

A autoavaliação institucional é sistematizada pela CPA e orientada pelas


diretrizes e pelo roteiro da autoavaliação institucional da Conaes/MEC. Ela é um
processo dinâmico por meio do qual a instituição constrói conhecimento sobre sua
própria realidade, ao organizar informações, analisar coletivamente os significados,
identificar pontos fracos e pontos fortes, e propor estratégias de superação de
problemas. A autoavaliação é, portanto, um processo cíclico, criativo e renovador de
exame, interpretação e síntese das dimensões que definem a Instituição.
466

Na UFMG, a participação da comunidade acadêmica faz parte da própria


estrutura organizacional, baseada em órgãos colegiados com representantes eleitos e
orientada pela escuta qualificada e pelo diálogo permanente. Além disso, a CPA
promove encontros para discussão de temas relacionados à avaliação institucional,
abertos à participação da comunidade acadêmica, com divulgação pelas mídias
institucionais (Portal da UFMG, Rádio UFMG, TV UFMG e redes sociais).
Existem na UFMG, processos de autoavaliação em diversos setores, com
destaque para:

• avaliação do ensino de Graduação, realizada pela Prograd, apresentada na


seção 3.1 do capítulo 3 e também abordada neste capítulo;

• avaliação do ensino de Pós-Graduação, realizada pela PRPG, além de


referenciada pelos critérios da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), como apresentada na seção 3.2 do
capítulo 3 deste PDI;

• avaliação da Pesquisa, também referenciada pelos critérios da


Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes/MEC) e apresentada na seção 3.3 do capítulo 3 deste PDI;

• avaliação da Extensão, realizada pela Diretoria de Avaliação da Pró-


Reitoria de Extensão, descrita na seção 3.4 do capítulo 3 deste PDI;

• avaliação de desempenho dos servidores, realizada Pró-Reitoria de


Recursos Humanos, e avaliação dos Departamentos pela Comissão
Permanente de Pessoal Docente (CPPD), descritas na seção 5.1 do
capítulo 5 deste PDI;

• avaliação do desempenho didático do docente realizada pelo discente,


com acompanhamento da DAI e da CPA, abordada neste capítulo.

A CPA se propõe a acompanhar e relatar esses processos avaliativos, compondo


um retrato institucional em seus relatórios anuais. Além disso, desenvolve outros
estudos complementares aos processos de avaliação já existentes na UFMG.
Cabe, ainda, destacar o trabalho da CPA junto aos Cursos de Graduação da UFMG.
Em relação aos cursos de Graduação, há uma importante cooperação entre CPA, Pró-
reitoria de Graduação (Prograd), NDEs e Colegiados desses Cursos: a Prograd produz
informações sobre os cursos e avalia os resultados produzidos pela CPA, de maneira a
467

obter subsídios para a elaboração e implementação de suas políticas de gestão


acadêmica; os NDEs e Colegiados produzem informações e análises sobre o curso,
promovem a participação da comunidade acadêmica na avaliação, utilizando os
instrumentos disponíveis; e a CPA, por sua vez, consolida as informações das avaliações
internas e externas, produz análises, além de promover a cultura de autoavaliação na
instituição. Essas instâncias cooperam entre si, permitindo um ciclo avaliativo da
Graduação retroalimentado. Todo o processo é feito com suporte da Diretoria de
Avaliação Institucional que informa, orienta, acompanha e dá acolhimento a esses
órgãos. A Figura 11 ilustra este processo.

Figura 11 – Processo de Autoavaliação de Cursos de Graduação da UFMG

Fonte: CPA/UFMG.

Atendendo a uma necessidade da CPA de aproximação com os Cursos de


Graduação, o Cepe aprovou a Resolução № 10/2018, que dispõe sobre os Núcleos
Docentes Estruturantes (NDE) e, de acordo com o artigo 2º, inciso V, desta
Resolução, uma das atribuições do NDE é “realizar anualmente uma atividade de
avaliação do curso com participação da comunidade acadêmica que resulte em
relatório, aprovado pelo Colegiado de Graduação, a ser enviado à Comissão Própria
de Avaliação da UFMG.”
Considerando essa determinação, a CPA deu início, em 2018, a um processo de
avaliação e acompanhamento das atividades dos NDEs, bem como de incentivo a sua
atuação. Para tanto, passou-se a apresentar anualmente aos NDEs proposta de
468

instrumento para formulação dos relatórios, que são elaborados em conformidade com
o disposto na Resolução № 10/2018, sendo destacada a liberdade do NDE em relação ao
conteúdo, ao tipo de atividade a ser desenvolvida (reunião, oficina, seminário etc.) e a
forma de participação da comunidade (colegiado, encontro, questionário criado ou
existente, próprio do curso, da UFMG ou do Enade, presencial ou virtual). Os relatórios
elaborados pelos NDEs fornecem informações mais detalhadas da realidade de cada
curso, sendo possível detectar aspectos de seu funcionamento, dificuldades, demandas,
bem como a percepção de suas boas práticas. A comunicação dos resultados desse
acompanhamento é feita por meio de devolutivas anuais aos NDEs, realizadas em forma
de documentos, enviados a cada Núcleo com análises individualizadas. As devolutivas
também são discutidas em eventos promovidos pela CPA, direcionados aos NDEs e
Colegiados, oportunizando o diálogo e a troca de experiências.
A dinâmica de trabalho anual da CPA, no que se refere aos NDEs, está apresentada
na Figura 12, englobando três etapas: preparação, desenvolvimento e consolidação.

Figura 12 – Organização do trabalho da CPA – Relatórios do NDE

1ª ETAPA: PREPARAÇÃO

• A CPA elabora uma proposta de instrumento para a elaboração dos


relatórios (tema/recorte mais específico ou um relato mais amplo e geral)
• O instrumento é enviado aos NDEs, com prazo de retorno estabelecido

2ª ETAPA: DESENVOLVIMENTO

• A CPA define o modo de análise dos relatórios (organização em GTs,


divisão por área do conhecimento, por unidade, etc)
• Os relatórios dos NDEs são discutidos, com apontamentos de aspectos
gerais e particularidades, como demanda, dificuldades, modo de trabalho,
além de buscar-se identificar boas práticas
• Elaboração de devolutivas para os NDEs
• Elaboração de propostas para setores

3ª ETAPA: CONSOLIDAÇÃO

• Envio das devolutivas para os NDEs e para os setores


• Promoção de eventos (compartilhar resultados e promover a interação)
• Balanço crítico do processo

Fonte: CPA/UFMG.
469

Em consonância com essa dinâmica, a CPA analisou os relatórios enviados pelos


Cursos, referentes ao ano de 2018. Essa ação exigiu um trabalho extenso e cuidadoso,
uma vez que se buscava um conhecimento mais detalhado e profundo da realidade dos
cursos. Ademais, foi recebido um grande número de relatórios (83 relatórios,
representando 87,4% dos NDEs), possibilitando uma análise de significativa
importância e representatividade. Durante a avaliação, buscou-se identificar as
questões e demandas em comum, bem como as particularidades de cada Curso.
Também se observou e ressaltou-se as boas práticas reportadas, para divulgação e
compartilhamento entre os NDEs, o que foi possibilitado nos eventos “VI Encontro CPA
NDE - Avaliação dos Cursos de Graduação da UFMG” (2019) e “I Encontro CPA e ICA”
(2019). Além disso, alguns esclarecimentos puderam ser enviados aos Núcleos,
ressaltando as demandas e apontando possíveis soluções ou encaminhamentos. Por
fim, foi elaborado um documento a partir da análise da CPA com destaque aos aspectos
mais frequentemente identificados nos relatórios recebidos, bem como de algumas
boas práticas reportadas, de modo a servirem de exemplo de atividades de
autoavaliação dos Núcleos. Esse documento, juntamente com uma proposta para o
trabalho a ser desenvolvido pelos Núcleos no ano seguinte, foi enviado a todos os NDEs,
mesmo àqueles que não entregaram o relatório, com a intenção de mobilizar para o
trabalho que deve ser realizado pelo Núcleo.
Em relação ao ano de 2019, a CPA recebeu relatórios de 77,6% dos NDEs que
respondem por 91 cursos de Graduação da UFMG. Percebe-se que houve uma boa
adesão dos NDEs, que se esforçaram no cumprimento da Resolução 10/2018, mesmo
com a dificuldade do regime de trabalho remoto imposto pela pandemia de covid-19.
Para possibilitar o estudo dos relatórios pela CPA, os aspectos neles abordados
foram reunidos em cinco temas: (i) Funcionamento dos Núcleos; (ii) adequação às
Normas Gerais da Graduação e Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN); (iii)
acompanhamento de egressos; (iv) adequação à exigência sobre atividade de
extensão em atendimento à Resolução CNE/ CES № 7/2018; e (v) boas práticas.
Dessa forma, foi possível a extração de informações riquíssimas que permitiram
aproximar e conhecer melhor a realidade dos cursos, identificar as questões e
demandas em comum, refletir sobre soluções possíveis para as dificuldades
reportadas, reconhecer boas iniciativas e dar encaminhamentos às instâncias
pertinentes no sentido de colaborar e assessorar os Núcleos em suas necessidades.
Foi recomendado aos NDEs que não enviaram os relatórios que, assim como os
470

demais, se organizassem de forma atuante e efetiva na realização das atividades de


avaliação e atualização do Projeto Pedagógico de Curso (PPC), contribuindo assim,
sistematicamente, na consolidação do perfil de egresso.
Devido à pandemia, a CPA entendeu a necessidade de que os NDEs se
dedicassem intensivamente ao trabalho de implementação e acompanhamento do
Ensino Remoto Emergencial – ERE e que essas atividades constituiriam o eixo dos
relatórios de 2020. Dessa forma, buscando auxiliar os NDEs, a CPA participou das
análises e discussões durante a implementação e monitoramento do ERE. Como
parte dos procedimentos de avaliação monitoramento do ERE, foram enviados
questionários direcionados a coordenadores de cursos, docentes, discentes e TAEs,
abordando aspectos referentes ao regime emergencial. O trabalho de
monitoramento e avaliação trouxe contribuições fundamentais para a
implementação do Ensino Híbrido Emergencial (EHE), que substituiu o ERE
enquanto não era possível a retomada completa das atividades presenciais. A CPA
participou do evento “Integração Docente – 15º Fórum on line: Resultado do
Monitoramento e Avaliação do ERE”, em 2021, promovido pela Prograd, e outras
instâncias institucionais, apresentando sua visão sobre o ERE e o trabalho realizado
com os NDEs nesse período.
Em 2021, a CPA recebeu documentos referentes a 93,6% dos NDEs. Portanto,
quase a totalidade dos NDEs atendeu à Resolução 10/2018 no que se refere ao envio dos
relatórios. A CPA organizou-se para analisar esses relatórios por área do conhecimento,
elaborando devolutivas, propostas, ou dando os encaminhamentos necessários às
instâncias pertinentes, além de realizar o evento “VII Encontro CPA, NDEs e
Colegiados: Com-Partilhar Boas Práticas”, em novembro de 2022.
A CPA enviou uma proposta de atividade, para que os NDEs desenvolvessem no
ano de 2022, com o tema “acompanhamento de egressos”, aspecto fundamental a ser
considerado no processo de autoavaliação dos cursos. Foram recebidas respostas de
87,2% dos NDEs, sendo que 51% deles realizaram efetivamente a atividade com o tema
proposto, tendo o restante optado por outras atividades de autoavaliação. Um
levantamento dos aspectos gerais relativos aos egressos foi realizado por um Grupo de
Trabalho (GT) instituído pela CPA, com membros da própria Comissão. O GT
compartilhou os resultados, promoveu discussão e elaborou propostas. É importante
ressaltar que todo o trabalho foi realizado de maneira compartilhada com os membros
do Comitê Gestor de Egressos (CGE), criado, por solicitação da CPA, por meio da
471

Portaria № 5.433, de 30 de julho de 2021, como será detalhado posteriormente.


Os cursos receberam retornos, em forma de documentos, em um evento foi promovido
pela CPA, em novembro de 2023, contando com a participação do CGE e da Prograd: VIII
Encontro CPA, NDEs e Colegiados – “Um Olhar para Nossos Egressos”. O evento
abordou a questão dos egressos em seu sentido mais amplo, uma vez que também
discutiu o tema “evasão”.
Considerando o retorno positivo do trabalho desenvolvido junto aos NDEs, e em
conformidade com o proposto no PDI 2018-2023, a CPA vem buscando maneiras de
replicar essa experiência em relação aos demais processos avaliativos e segmentos da
comunidade acadêmica, estimulando sua participação na avaliação institucional, de
forma a fortalecê-la.
Outro instrumento de avaliação, cujos resultados são acompanhados pela CPA,
é o Questionário Discente de Avaliação do Desempenho Didático Docente da UFMG,
implementado em 2016, por meio da Resolução Cepe/UFMG № 09/2016. Essa
mudança nos critérios de avaliação do desempenho didático dos docentes foi
decorrente da aprovação, pelo Conselho Universitário, de novos critérios para
promoção e progressão na carreira docente (Resolução Complementar do Conselho
Universitário/UFMG № 04/2014). A CPA e a DAI contribuíram com subsídios para a
construção das duas resoluções. O Questionário, disponibilizado semestralmente no
período de matrícula, contém cinco perguntas fechadas e espaço para comentários
livres. A pontuação em cada item varia entre -2 e +2. O Relatório dessa avaliação pode
ser obtido por docente, por departamento ou por Unidade Acadêmica. O resultado
dessa avaliação fica disponível para o docente e uma síntese das informações compõe
o relatório individual de atividades docentes. O Gráfico 64 exemplifica esse processo
com a avaliação dos docentes da Escola de Engenharia da UFMG, referente ao
primeiro semestre de 2023.
A CPA propôs, em 2021, alterações na forma de abordagem para uma maior
adesão dos estudantes no preenchimento do Questionário, solicitando à DTI a
disponibilização de uma versão para uso pelo celular. O texto do convite ao
preenchimento também foi simplificado. Ainda assim, a CPA reconhece a necessidade
de realização de estudos sobre a eficácia do Questionário, sobre como tem sido utilizado
e as formas de devolutivas para a comunidade, levando-se também em consideração o
sigilo e a possibilidade de utilização para finalidade diversa da prevista na Resolução №
09/2016, dentre outras questões.
472

Gráfico 64 – Avaliação do Desempenho Didático dos Docentes da Escola de Engenharia,


realizada pelos estudantes, 2023

Q1 – A atuação do(a) docente contribuiu para sua aprendizagem?


Q2 – Refere-se ao cumprimento do plano de ensino ou de orientação para a atividade.
Q3 – Refere-se à assiduidade do(a) docente responsável pela atividade.
Q4 – Como você avalia o domínio de conteúdo pelo(a) docente responsável?
Q5 – Quanto ao relacionamento com os(as) discentes, você considera que o(a) docente responsável apresentou
comportamento ético e profissional?

7.2.1 Acompanhamento dos egressos da UFMG

No âmbito da autoavaliação institucional, a avaliação dos egressos deve ser


conduzida pela Comissão Própria de Avaliação (CPA), considerando o estabelecido pelo
Sinaes e seguindo as orientações do Conaes (Conselho Nacional de Educação Superior),
que propõe quesitos para este acompanhamento, englobando questões como
participação dos egressos nas atividades da IES, formação continuada, inserção no
mercado e seu papel na sociedade.
Reconhecendo a importância do acompanhamento dos Egressos, no PDI 2018-
2023, foi estabelecido como objetivo específico a sistematização da avaliação de
egressos da UFMG, a fim de identificar a área de atuação e inserção no mundo do
trabalho, contribuindo para a reflexão sobre a formação permanente.
Após diversas discussões e reflexões sobre formatos e atribuições, a CPA sugeriu,
juntamente com a Diretoria de Relações Institucionais (Copi), à Administração Central,
a criação do Comitê Gestor de Sistematização de Dados de Egressos (CGE), que foi
criado por meio da Portaria № 5.433, de 30 de julho de 2021. O Comitê é composto
473

pelo(a) Diretor(a) e pelo(a) Diretor(a) Adjunto(a) da DAI e por dois membros - um


titular e um suplente - da Copi, da DRI, da Prae, da Prograd e da PRPG. Estão entre as
atribuições da Comissão: a elaboração e implementação de uma Política de
Acompanhamento de Egressos da UFMG, que propicie a identificação da trajetória, área
de atuação e inserção profissional; a implementação, uma vez verificada a sua
viabilidade, de núcleos de acompanhamento de egressos nas unidades acadêmicas, a
fim de possibilitar o acompanhamento e a aquisição de dados de maneira mais
eficiente, devido ao vínculo mais próximo de cada Unidade com seus egressos; a análise
dos dados coletados, juntamente com a CPA, auxiliando na elaboração de pareceres; e a
elaboração do relatório anual a ser apresentado à CPA e incorporado ao Relatório de
Autoavaliação Institucional.
O CGE aponta que há, atualmente, algumas iniciativas institucionalizadas na
UFMG para o acompanhamento do Egresso, como o Sempre UFMG, projeto criado em
2000 – e operacionalizado por quatro instrumentos – Portas Abertas, Medalha de
Honra UFMG, Rede Perfil e Quem é Quem. No entanto, esses instrumentos carecem de
modificações pois foram concebidos em um contexto diverso, anterior à criação do
Sinaes e precisam estar mais adequados às práticas da comunicação pública, às trocas e
ao compartilhamento de informações.
Hoje, a Universidade necessita de estudos regulares e sistematizados sobre
egressos(as). O Comitê destaca que é necessária a adoção de estratégias e ações para
dotar a Universidade de diretrizes para a estruturação de uma política institucional de
relacionamento com egressos, apoiadas nas seguintes premissas: i) a adequação dos
procedimentos de relacionamento com egressos da UFMG às diretrizes do Sinaes; ii) a
necessidade de correspondência das ações e estratégias com a mudança do perfil
discente da Universidade após a adoção de ações afirmativas; iii) o estabelecimento de
estratégias dialógicas com egressos para que haja maior consonância entre o ensino
oferecido pela Universidade e as demandas da sociedade; iv) a adoção de estratégias de
comunicação e práticas informacionais compatíveis com as mudanças decorrentes da
cultura da conexão e v) o estímulo à construção de uma cultura de pertencimento à
Universidade ainda a partir da Graduação como um dos eixos da política de
relacionamento com egressos.
Como exposto, o CGE vem desenvolvendo, juntamente com a CPA, ações que
promovam o relacionamento com o egresso, bem como tem elaborados propostas para
a consolidação de uma política de acompanhamento de egressos na UFMG.
474

7.2.2 Governança de Dados Institucionais

A partir da necessidade de se dotar a UFMG de um órgão especializado em


governança de dados, visando a melhoria da qualidade do insumo informacional e a
difusão da cultura de interoperabilidade, essenciais para a produção
contemporânea das políticas públicas em educação superior e pesquisa, foi criado,
pela Portaria № 7670 (25 de agosto de 2023), o Escritório de Governança de Dados
Institucionais (EGDI) da UFMG.
Compete ao Escritório de Governança de Dados Institucionais realizar a análise
metódica e sistemática de dados institucionais sobre desempenho acadêmico e a
comparação com outras instituições de ensino superior, tendo como objetivo o
assessoramento permanente à Administração Central da UFMG, no tocante à
governança institucional de dados.
Pretende-se, através do EGDI: realizar a checagem de dados institucionais
referentes a desempenho acadêmico, produzidos em diferentes instâncias da UFMG;
desenvolver referenciais conceituais e fórmulas padronizadas de cálculo para produção
de dados relativos ao desempenho acadêmico da UFMG; promover tratamento,
desambiguação, interpretação e análise dos dados institucionais referentes a
desempenho acadêmico, sob uma perspectiva de interoperabilidade das estruturas
existentes; estudar e interpelar criticamente as principais comparações e classificações
interuniversitárias existentes; prospectar as melhores práticas de governança do
desempenho acadêmico realizadas por instituições de ensino superior no Brasil e ao
redor do mundo; difundir a cultura da interoperabilidade e da gestão baseada em
evidências entre as diferentes atividades administrativas da UFMG, na busca por um
incremento da eficiência na governança acadêmica da Universidade; discutir e, quando
couber, propor adaptações ao modelo de governança da UFMG, alinhando-o a
avaliações internacionais de desempenho acadêmico, à luz de dados analisados e em
cotejo com experiências de gestão universitária nacionais e internacionais.

7.3 Avaliação Externa da UFMG

A avaliação externa, realizada pelo Inep/MEC, resulta na elaboração e divulgação


de indicadores de qualidade da educação superior, calculados com base nos resultados
do Enade e insumos constantes das bases de dados do MEC, assim como por meio de
visitas in loco. Os indicadores compreendem:
475

I. de instituições de educação superior: o Índice Geral de Cursos Avaliados da


Instituição (IGC) e o Conceito Institucional (CI, resultado de visita in loco);
II. de cursos superiores: o Conceito Preliminar de Curso (CPC); o Indicador
de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD) e o
Conceito de Curso (resultado de visita in loco);
III. de desempenho de estudantes: o Conceito Enade.

Os indicadores IGC, CPC, IDD e Conceito Enade recebem uma nota contínua,
entre 0 a 5, calculadas a partir do afastamento padronizado em relação à média de todas
as notas de um mesmo curso, no Brasil. Essa nota contínua corresponde a um conceito
(faixa) com valores entre 1 e 5. Conceito igual ou superior a 3 (três) indica qualidade
satisfatória. Os resultados da avaliação externa têm sido permanentemente analisados
e discutidos pela CPA e pela comunidade acadêmica da UFMG. Todos os indicadores de
qualidade da educação superior estão disponíveis para consulta pública no site do
eMEC: http://emec.mec.gov.br/.

7.3.1 Recredenciamento Institucional

Em 2017, a UFMG recebeu a visita de avaliação para fins de Recredenciamento


Institucional obtendo nota máxima, Conceito Institucional (CI) 5 pelo MEC. Na análise da
CPA, o resultado da avaliação foi excelente, pois 59% (36/52) dos indicadores obtiveram
conceito 5; 25% (13/52) conceito 4 e apenas 2 indicadores com conceito 3, relativos à
avaliação de egressos, tema que motivou um evento de discussão em dezembro de 2017 e a
criação do CGE, em 2021. No resultado final, o Conceito Institucional foi 5, com médias em
cada eixo avaliativo correspondendo a: Eixo 1 = 4,4; Eixo 2 = 4,7; Eixo 3 = 4,6; Eixo 4 = 4,9 e
Eixo 5 = 4,7. Não obstante o excelente resultado, é necessário avaliar os indicadores que
obtiveram conceito 3 e 4, a fim de que, até o próximo recredenciamento, que está previsto
para ocorrer em 2029, as eventuais falhas apontadas no Relatório possam ser corrigidas.

7.3.2 Indicadores de Qualidade da Educação Superior

O Índice Geral de Cursos (IGC) da UFMG tem sido 5, nota máxima, situando-a
entre as cinco melhores universidades do país desde 2007 até 2022 (Tabela 30 e
Tabela 31), sendo que o último índice foi divulgado em 12 de abril de 2024. Destaca-se
que desde 2015 a UFMG tem estado entre as três universidades mais bem avaliadas e
ainda apresentou o maior conceito Graduação dentre elas. A análise dos resultados do
476

IGC contínuo da instituição aponta que, desde 2013, há um crescimento no valor


alcançado pela UFMG.
Devido à pandemia da covid-19, não houve realização do Enade no ano de 2020,
por isso não há dados referentes a esse ano. Os cursos pertencentes ao ciclo foram
avaliados no ano seguinte e assim sucessivamente.
Observa-se que a UFMG vem tendo um alto número de cursos avaliados. Desde
2011, mais de 50 cursos são avaliados a cada triênio, chegando a ter um total de 70
cursos avaliados nos anos de 2018 e 2019.
Os valores obtidos pela UFMG nas diversas edições para seus componentes estão
entre os mais altos dentre as Universidades Federais. Ressaltam-se dois aspectos: um
salto no conceito doutorado a partir de 2014; e o fato de, comparativamente ao
mestrado e doutorado, que estão próximos ao limite máximo, o “Conceito Médio da
Graduação” é o que possui mais margem para crescimento, ainda que esteja entre os
maiores do país.

Tabela 30 – Resultados em Série Histórica do Índice Geral de Cursos - IGC - da UFMG (2007-2022)

№ de Cursos com Conceito Médio Conceito Médio Conceito Médio IGC IGC
Ano
CPC no triênio de Graduação de Mestrado do Doutorado (Contínuo) (Faixa)

2022 55 3,635 4,858 4,960 4,417 5

2021 56 3,573 4,808 4,931 4,368 5

2019 70 3,493 4,801 4,939 4,302 5

2018 70 3,379 4,807 4,941 4,250 5

2017 69 3,358 4,823 4,943 4,228 5

2016 59 3,406 4,849 4,937 4,226 5

2015 58 3,389 4,848 4,938 4,208 5

2014 57 3,402 4,851 4,937 4,190 5

2013 52 3,3791 4,738 3,9012 4,137 5

2012 52 3,4423 4,644 3,6808 4,100 5

2011 56 3,5886 4,651 3,6839 4,141 5

2010 46 3,790 4,680 3,740 4,249 5

2009 45 3,761 4,691 3,735 4,170 5

2008 42 - - - 4,130 5

2007 11 - - - 4,140 5

Fonte: Inep/MEC.
477

Tabela 31 – Indicadores de Qualidade das 10 Universidades Públicas mais bem avaliadas de


acordo com o IGC contínuo (2022)

№ de Alfa Beta Gama


Conceito Conceito Conceito
Sigla da Cursos (Proporção (Proporção de (Proporção de IGC IGC
Médio de Médio de Médio do
IES* com CPC de Mestrado - Doutorandos – (Contínuo) (Faixa)
Graduação Mestrado doutorado
no triênio Graduação) Equivalente) Equivalente)

UNICAMP 60 0,2721 3,6281 0,2687 4,9291 0,4592 4,9720 4,5948 5

UFRGS 56 0,3724 3,5873 0,2662 4,8919 0,3615 4,9621 4,4315 5

UFMG 55 0,3904 3,6353 0,2566 4,8579 0,3530 4,9601 4,4167 5

UFABC 15 0,3282 3,8156 0,4075 4,5554 0,2642 4,7316 4,3591 5

UFSC 68 0,4199 3,6026 0,2624 4,7916 0,3178 4,9691 4,3488 5

UNIfesP 31 0,3514 3,5864 0,3279 4,6113 0,3207 4,8492 4,3275 5

UFV 60 0,5084 3,6220 0,2200 4,7765 0,2715 4,9717 4,2425 5

UNESP 135 0,4431 3,4256 0,2484 4,8050 0,3085 4,9125 4,2269 5

UFSCAR 54 0,4415 3,4660 0,2375 4,6888 0,3209 4,9077 4,2192 5

UFRJ 75 0,4253 3,3067 0,2458 4,7934 0,3288 4,9352 4,2077 5

Fonte: https://www.gov.br/inep/pt-br/acesso-a-informacao/dados-abertos/indicadores-
educacionais/indicadores-de-qualidade-da-educacao-superior.

O Conceito Preliminar de Curso (CPC) é composto por três dimensões:


1) desempenho do estudante (55%); 2) corpo docente (30%) e 3) percepção discente
sobre o processo formativo (15%). A dimensão “Desempenho dos Estudantes”
envolve dois indicadores: o conceito Enade (20% do CPC) e o IDD (35% do CPC).
O Conceito Enade se refere a média das notas dos estudantes concluintes na prova
do Enade. O IDD, indicador da diferença de desempenho observado e esperado, teria
por finalidade destacar do desempenho médio dos estudantes concluintes aquilo
que diz respeito especificamente ao valor agregado pelo curso ao desenvolvimento
desses estudantes.
O Gráfico 65 mostra o desempenho médio atual dos cursos de Graduação da
UFMG quanto ao Conceito Preliminar de Curso (CPC), organizado por área do
conhecimento, desde a última divulgação do conceito, referente ao ano de 2022.
Observa-se que a média do CPC, por área, variou entre 3,75 e 4,2, estando acima do
mínimo satisfatório de qualidade, considerado igual ou superior a 3 (três).
478

Gráfico 65 – Conceito Preliminar de Cursos (CPC) na UFMG – média atual (2022) por área do
conhecimento

Fonte: Relatório de Consulta Avançada de Curso, disponível em https://emec.mec.gov.br/emec/nova.


Acesso em 05/04/2024.

Quanto ao Conceito Enade, a média em cada área manteve-se igual ou superior a


4 em todos os triênios de avaliação, o que é considerado um desempenho de concluintes
muito bom em comparação com outros cursos no Brasil. O resultado detalhado por
curso do último triênio avaliado, 2019-2022, está disponível na Tabela 40 do Apêndice
A. Observa-se que, nesse triênio, a média do conceito Enade foi 4,86, do IDD foi 3,22 e
do CPC, 4,13 (Gráfico 66).
479

Gráfico 66 – Indicadores da UFMG – Enade 2019, 2021 e 2022

5,000

4,000

3,000

2,000

1,000

0,000
2019 2021 2022 UFMG no triênio

Conceito Enade IDD CPC

Fonte:

A partir de 2014, o IDD passou a ser calculado considerando-se a diferença entre


a nota do Enade e a nota obtida no Enem. A UFMG, muito procurada no SiSU, recebe
estudantes com notas muito elevadas no Enem, o que repercute negativamente no IDD
e, por consequência, no CPC. No último triênio 2019 -2022, com 55 cursos avaliados na
UFMG, obteve-se conceito Enade igual a 5 em 46 (83,6%), mas apenas sete cursos
alcançaram CPC igual a 5 (12,7%).
O curso de Pedagogia da UFMG (Enade 2021) é um exemplo claro do efeito
negativo do IDD sobre o CPC. O curso da UFMG obteve a 13º maior Nota do Enade no
Brasil (Conceito máximo 5) e a 163ª maior nota CPC (Conceito 4) de um total de 1278
cursos do país, pois o IDD obteve nota padronizada 1,68 (Nota bruta -1,96). Uma nota
bruta de IDD negativa seria como se o curso não tivesse agregado valor ao estudante
concluinte que, por sua vez, apresentou um desempenho excelente na prova.
A impressão da CPA, após diversas análises, é que o método de cálculo do IDD deve ser
revisto. Um estudo sobre o índice realizado na UFMG foi encaminhado ao Inep em 2023
e aguarda-se uma avaliação pelo setor responsável.
Na UFMG, a segunda dimensão do CPC, “Corpo Docente”, obtém notas muito
elevadas, próximas a 5, em todos os cursos, devido ao fato de que mais de 95% dos
docentes têm Mestrado/Doutorado e 100% trabalham em regime de trabalho maior ou
igual a 20 horas semanais.
A terceira dimensão do CPC, “Percepção discente sobre as condições do processo
formativo”, está discutida de forma detalhada no Relatório Integral da CPA referente ao
480

triênio 2021-2022-2023 (https://www.ufmg.br/dai/a-cpa/), a partir da análise dos


Relatórios de Síntese acerca da percepção dos discentes da UFMG sobre as condições do
processo formativo. A CPA considera que o Questionário do Estudante, preenchido pelos
concluintes antes de realizarem a prova do Enade, traz uma importante percepção
sobre a qualidade do ensino oferecido e sobre os recursos físicos e pedagógicos dos
cursos, na perspectiva dos estudantes. Além disso, permite um estudo que relacione o
perfil socioeconômico do estudante com o resultado obtido no exame.
De maneira geral, o estudo da CPA evidenciou que a formação geral e crítica e as
oportunidades de ampliação da formação (pesquisa, extensão, intercâmbios, monitorias)
foram muito bem avaliadas, acima da média observada em outras IES. Os estudantes
foram mais críticos em relação a organização didática e integração teoria e prática. Uma
comparação interna, entre as áreas do conhecimento na própria UFMG e com
universidades públicas federais, é mais interessante do que a comparação com o Brasil,
considerando-se as formas semelhantes de organização acadêmica e administrativa.
Cabe ressaltar que, na edição de 2021, foram acrescentadas 11 questões no
Questionário do Estudante sobre percepção discente em relação a algumas das
possíveis repercussões da pandemia em seu processo formativo. Essas questões
mereceram atenção especial da CPA, embora não tenham sido utilizadas para cálculo
dos indicadores de qualidade da educação superior. As respostas caracterizam-se como
variáveis ordinais e estão em escala Likert, onde 1 significa “Discordo Totalmente”, e
6, “Concordo Totalmente”, a melhor a avaliação da escala. O Questionário foi
respondido, no âmbito da UFMG, por 1.198 estudantes concluintes dos 23 cursos de
Graduação presencial participantes da edição 2021, quais sejam: as licenciaturas e os
bacharelados em Ciências Biológicas, Ciências Sociais, Educação Física, Filosofia,
Geografia, História e Química; as licenciaturas em Artes Visuais, Física, Letras
(Português), Matemática e Música; e os bacharelados em Ciência da Computação,
Design, Pedagogia e Sistemas de Informação.
A CPA comparou os resultados do questionário utilizado no processo de
monitoramento do ERE, realizado pela UFMG com todos os discentes e anteriormente
mencionado, com as médias das respostas dadas pelos estudantes dos 23 cursos que
participaram do Enade 2021, verificando, em geral, uma convergência entre ambos,
como apresentado na Quadro 10. No entanto, é possível inferir que será necessário
mais tempo de observação para que possam ser dimensionados os impactos da
pandemia nos diversos aspectos da vida acadêmica, incluindo aqueles relacionados ao
481

período em que foram adotados em caráter emergencial o ERE e o EHE, em especial


naquilo que diz respeito à formação dos estudantes e à apropriação pelos docentes de
novas práticas pedagógicas.

Quadro 10 – Comparação entre as repostas obtidas nas questões sobre a pandemia no


questionário de estudantes (Enade 2021) e o resultado do acompanhamento do ERE/EHE (UFMG)

Respostas dos Estudantes


Aspecto abordado
QE – Enade* Monitoramento ERE/UFMG

Aprovação/concordância O retorno das atividades acadêmicas se deu


de 45% dos estudantes; de uma forma segura e com agilidade,
Oferta rápida de aulas
1% não souberam sendo considerado e avaliado cada passo
não presenciais pela IES
responder ou responderam para a volta às aulas, inicialmente remota,
“não se aplica” passando à híbrida e por fim presencial.

41% dos alunos com matrículas ativas em


2020/1 receberam equipamentos completos
Oferta de suporte pela
Aprovação/concordância de e com bom acesso à internet, por meio de
IES para os estudantes
76% dos estudantes; 15% editais (Edital Prae/Fump № 01/2020 e
superarem dificuldades
não souberam responder ou Edital Prae/Fump № 04/2020). Ambas as
tecnológicas de acesso
responderam “não se iniciativas foram parte da política de
às atividades não
aplica” inclusão digital aos estudantes da UFMG e
presenciais
foram importantes para permitir o início do
ERE na instituição.

Acesso às referências 75% de Grande parte dos estudantes apontaram


bibliográficas aprovação/concordância; que tiveram acesso aos materiais
necessárias às aulas 10% não souberam bibliográficos de todas ou de algumas das
após o início da responder ou responderam disciplinas cursadas (45% e 37%,
pandemia “não se aplica” respectivamente).

48% de
Após um período de ajuste no modo de
Manutenção das aprovação/concordância;
trabalho, muitos estudantes conseguiram
atividades de pesquisa 39% não souberam
manter suas atividades de pesquisa e/ou
e/ou extensão responder ou responderam
extensão.
“não se aplica”;

61% de
aprovação/concordância; Após um período de ajuste no modo de
Manutenção das
21% não souberam trabalho, muitos estudantes conseguiram
atividades de estágio
responder ou responderam manter suas atividades de estágio.
“não se aplica”

Percebeu-se dificuldade inicial, pelo relato


dos docentes, para domínio dos recursos
Domínio pelos tecnológicos (uso de múltiplas plataformas,
75% de
professores dos produção de materiais didáticos digitais,
aprovação/concordância;
recursos tecnológicos gravação e edição de aulas, captação de
3% não souberam
que passaram a ser áudio, entre outros,) devido ao curto espaço
responder ou responderam
utilizados nas aulas não de tempo disponível na situação
“não se aplica”
presenciais emergencial. A Prograd forneceu
treinamento e suporte e os problemas
foram sendo superados ao longo do ERE.
482

Respostas dos Estudantes


Aspecto abordado
QE – Enade* Monitoramento ERE/UFMG

74% de Os docentes e discentes precisaram se


aprovação/concordância; adaptar à nova e provisória forma de cursar
Adequação da didática
3% não souberam o ensino superior; a Prograd promoveu
dos professores para as
responder ou responderam diversos workshops, eventos e cursos no
aulas não presenciais
“não se aplica” sentido de auxiliar docentes a se adequarem
ao ensino remoto.

Recursos tecnológicos e
82,5%de
o acesso à internet no
aprovação/concordância; Os discentes precisaram se adaptar à nova e
início da pandemia
2% não souberam provisória forma de cursar o ensino
serem adequados para
responder ou responderam superior.
acompanhar as aulas
“não se aplica”
não presenciais

71% de
Capacidade de aprender aprovação/concordância; Uma forte intensificação do ritmo e da
por meio do ensino não 3% não souberam carga das atividades de trabalho, com
presencial responder ou responderam repercussões sobre os tempos e ritmos da
“não se aplica” vida familiar, com os dados indicando um
aumento do estresse provocado por novas e
urgentes demandas (entre as quais os
A implementação de conhecimentos e as habilidades exigidos
56% manifestaram
aulas não presenciais e para se utilizar as tecnologias do ensino
aprovação/concordância ao
uso de tecnologias remoto) e uma percepção, por parte dos
afirmado; 4% não
digitais decorrentes da respondentes, de sobrecarga física e mental
souberam responder ou
pandemia prejudicaram diante das tarefas a serem executadas no
responderam “não se
o processo formativo âmbito do ERE.
aplica”
dos estudantes,

Em relação aos trancamentos durante a


pandemia, comparando-se os valores
médios de 2020 com os dois semestres de
As dificuldades geradas 44% manifestaram
2019, houve um aumento nos
pela pandemia para a aprovação/concordância ao
trancamentos parciais e totais de
continuidade dos afirmado; 5% não
matrícula, sendo de 42% e 31%,
estudos incitaram o souberam responder ou
respectivamente. Pressupõe-se que tais
pensamento de trancar responderam “não se
aumentos estejam correlacionados às
ou desistir do curso aplica”
flexibilizações das regras para
trancamentos aprovadas por meio da
Resolução Cepe/UFMG № 02/2020.

*Aprovação/Concordância: Concordam parcialmente, concordam ou concordam totalmente

Fonte: Relatórios de Cursos da UFMG: licenciaturas e bacharelados em Ciências Biológicas, Ciências


Sociais, Educação Física, Filosofia, Geografia, História e Química; licenciaturas em Artes Visuais,
Física, Letras (Português), Matemática e Música; bacharelados em Ciência da Computação, Design,
Pedagogia e Sistemas de Informação – Enade 2021 – Inep/MEC.
483

7.3.3 Reconhecimento e Renovação de Reconhecimento de Curso de


Graduação

A CPA tem analisado também os resultados das visitas externas in loco aos cursos
de Graduação, com finalidade de reconhecimento e renovação de reconhecimento.
Entre 2018 e 2023, a UFMG recebeu 18 visitas in loco. Deste total, dez cursos receberam
conceito máximo 5 e cinco cursos receberam conceito 4. Os outros três aguardam a
publicação do resultado, sendo eles as licenciaturas em Dança, Teatro e Cinema de
Animação e Artes Digitais.
Dos 52 cursos avaliados em processo de Reconhecimento e Renovação de
Reconhecimento, 25 alcançaram conceito máximo 5, 25 cursos receberam conceito 4 e
apenas 2 configuram com conceito 3.
Em 2021, foi implementado um modelo de visita virtual in loco, com o objetivo
de dar seguimento aos processos avaliativos das instituições de educação superior
durante a pandemia de covid-19. Desde então, a avaliação externa virtual in loco para
reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos de Graduação tem
acontecido, sendo regulamentada, de forma definitiva, pela Portaria Inep № 265/2022,
exceto para os cursos de medicina, psicologia, odontologia e enfermagem, que seguem
o modelo presencial.
Dentre as avaliações, destaque deve ser dado ao processo de reconhecimento
do curso de Letras-Libras, protocolado em 2022 junto ao MEC. A licenciatura em
Letras-Libras foi criada em 2018, por meio da Resolução do Conselho Universitário
№ 13/2018, a partir da necessidade de formação de professores para o ensino de
Libras em diferentes contextos e níveis de educação e da necessidade de oferecer
formação superior a pessoas com surdez, em que a língua mediadora do processo de
ensino-aprendizado seja a Libras, conforme exposto no PPC do curso. Assim, a
criação do curso buscou integrar um conjunto de Políticas Afirmativas que têm sido
implantados na UFMG e promover formas de assegurar os direitos da pessoa com
deficiência, equiparados a direitos fundamentais previstos na Constituição, em
razão da aprovação da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência nos moldes previstos pelo artigo 5º, §3º, da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988. A visita ocorreu em setembro de 2023, alcançando-se
conceito de curso máximo, igual a 5.
484

A tabela 41 do Apêndice A apresenta o resultado de todos os cursos da UFMG


que passaram por processo de reconhecimento e renovação de reconhecimento desde
2008 até 2023.
O Gráfico 67 mostra o desempenho médio atual dos cursos de Graduação da
UFMG quanto ao Conceito de Curso (CC), organizado por área do conhecimento
avaliada. Observa-se que a média do CC, por área, variou entre 4,3 e 4,6, bem acima do
mínimo de qualidade satisfatória que é o conceito 3.

Gráfico 67 – Desempenho médio atual dos cursos de Graduação da UFMG quanto ao Conceito
de Curso (CC)

Fonte: Relatório de Consulta Pública Avançada de Curso, disponível em


https://emec.mec.gov.br/emec/nova. Acesso em 30/11/2023.

7.3.4 Outros processos de avaliação externa

Os cursos de Graduação da UFMG também participam, de maneira voluntária, de


outros processos de avaliação. Por exemplo: o curso de Graduação em Engenharia
Química recebeu o selo CREA-MG de qualidade, em 2016; o curso de Medicina
Veterinária foi acreditado, em 2019, pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária
(CFMV); também em 2019, o curso de Medicina foi acreditado pelo Sistema de
Acreditação de Escolas Médicas (Saeme), que reconhece cursos com padrões
internacionais reconhecidos pela World Federation for Medical Education (WFME).
485

Um outro importante sistema de acreditação é o Sistema Arcu-Sul, resultado


de um Acordo entre os Ministros de Educação de Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai,
Bolívia e Chile, homologado pelo Conselho do Mercado Comum do Mercosul através
da Decisão CMC № 17/08. O sistema executa a avaliação e acreditação de cursos
universitários, e é gerenciado pela Rede de Agências Nacionais de Acreditação - Rana,
no âmbito do Setor Educacional do Mercosul, respeitando as legislações de cada país e
a autonomia das instituições universitárias, e considerando em seus processos apenas
cursos de Graduação que tenham reconhecimento oficial em seu país e com
graduados. Além dos países mencionados anteriormente, atualmente, fazem parte do
Mercosul Colômbia, Equador e Peru.
No âmbito do Sistema Arcu-Sul, acreditação é o resultado do processo de
avaliação por meio do qual é certificada a qualidade acadêmica dos cursos de
Graduação, estabelecendo que satisfazem o perfil do graduado e os critérios de
qualidade previamente aprovados no âmbito regional para cada diploma.
A UFMG participou da Acreditação Arcu-Sul, com 5 cursos: em 2013,
Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Elétrica, com validade até 2019; em 2014,
Engenharia Metalúrgica e Engenharia Química com validade até 2020; e em 2015,
Medicina Veterinária com validade até 2021. (Dados disponíveis em:
https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-
educacionais/arcu-sul, acesso 29/04/2024).
Em 2023 foi divulgado pelo Inep, representando a Rede de Agências Nacionais de
Acreditação (Rana) no Brasil, o Edital № 35, de 19 de maio de 2023, para candidaturas
de cursos de Graduação para participação no processo de acreditação regional - ARCU-
SUL. Na UFMG, os seguintes cursos passaram pelo processo: Agronomia, Arquitetura e
Urbanismo, Enfermagem, Engenharia Ambiental, Engenharia de Alimentos e
Engenharia Metalúrgica. Os seis cursos foram acreditados por um período de seis anos
(2024 a 2030). O curso de Medicina Veterinária receberá visita para renovação de sua
acreditação no ano de 2024.
A participação da Universidade em processos avaliativos como Arcu-sul, é muito
importante para facilitar a movimentação de estudantes e docentes entre as
instituições acreditadas, o intercâmbio científico e cultural e o desenvolvimento da
cultura de avaliação para impulsionar a qualidade da educação superior, entre outros.
486

7.4 Proposta para avaliação continuada do PDI 2024-2029

A avaliação institucional tem papel importante no acompanhamento das


políticas acadêmicas e na melhoria das atividades fins da instituição, bem como de
sua atividade meio e de sua infraestrutura. Configura-se como um desafio constante e
tem como finalidade apresentar um olhar crítico e propositivo sobre o que acontece na
universidade, comparando o planejamento institucional com as ações
implementadas. A universidade é uma instituição viva, dinâmica, inquieta, plural e
democrática. Realizar o planejamento e a avaliação institucional nesse contexto
exigem, portanto, o permanente diálogo com a comunidade acadêmica, com os
gestores e com a sociedade.
A experiência de implementação dos três PDIs anteriores sugere que esse
dispositivo pode ter grande eficácia, tanto enquanto elemento organizador da evolução
institucional quanto como ferramenta de apoio à avaliação institucional, se for objeto
de constante acompanhamento. Se por um lado o fato de a comunidade universitária
referenciar constantemente a um PDI aponta para o reconhecimento do dispositivo
enquanto uma adequada tradução dos anseios, dos valores e dos compromissos da
instituição, por outro lado tal reexame contínuo do PDI, à luz dos acontecimentos
futuros, pode se constituir importante mecanismo de acúmulo de conhecimento
institucional. Está sendo proposto, então, o acompanhamento da aplicação do PDI, ou
seja, sua avaliação continuada.
A avaliação continuada do PDI pela CPA terá como objetivo articular os
processos avaliativos de diversos setores, buscando a sistematização dos dados
produzidos na Universidade. A CPA reconhece a necessidade de buscar continuamente
aprimorar a qualidade das informações sobre a UFMG e incentivar a participação da
comunidade acadêmica na avaliação, construindo uma Política de Avaliação
Institucional. Nos relatórios anuais e integral apresentará estudos sobre as ações
implementadas pela UFMG que se articulam com os objetivos previstos em cada tema
(capítulo) do PDI, estabelecendo um ciclo em que a avaliação retroalimenta o
planejamento. Permanece um desafio a ser enfrentado pela CPA e pela UFMG nos
próximos anos, integrar avaliação e planejamento institucional de maneira mais
efetiva e abrangente.
487

Objetivo Geral

Aprimorar a política de avaliação institucional, contribuindo para a melhoria da qualidade


e da relevância da UFMG.

Objetivos específicos (Metas)

• Consolidar e aprimorar os processos de autoavaliação institucional,


alinhados com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI),
fortalecendo a Comissão Própria de Avaliação (CPA) e contribuindo para
que a avaliação resulte na formulação de políticas institucionais
acadêmicas e administrativas;

• Aperfeiçoar os processos de avaliação das políticas acadêmicas com


ênfase na proposição de métodos de acompanhamento e avaliação das
atividades de Ensino e Extensão junto aos estudantes, comunidade
acadêmica e sociedade;
• Acompanhar a autoavaliação da Pós-Graduação para fornecer subsídios
ao estabelecimento de metas de crescimento e melhoria da qualidade;
• Aprimorar os métodos de avaliação da atividade de Pesquisa, incluindo
análises de qualidade de produção científica, interdisciplinaridade e
inovação;
• Desenvolver estudos sobre a avaliação discente do desempenho didático
docente;
• Melhorar os procedimentos e incentivar ações para avaliação de egressos
da UFMG, identificando áreas de atuação, inserção no mundo do
trabalho e contribuição para a reflexão sobre a formação permanente.
• Utilizar das melhores evidências empíricas disponíveis sobre o
desempenho da UFMG e de outras universidades brasileiras e
estrangeiras de patamar similar para a avaliação e elaboração de
políticas universitárias;
• Avaliar de forma integrada o desempenho acadêmico da UFMG, visando
à proposição de políticas intersetoriais que melhorem a governança
universitária, fomentando a cultura de interoperabilidade entre as
estruturas administrativas da universidade.

Ações
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
2024/2025 2025/2026 2026/2027 2027/2028 2028/2029
488

Ações/Ano 1 2 3 4 5

1. Atuar na construção de estratégias para o fortalecimento de


uma cultura de avalição na UFMG, por meio de maior espaço de
comunicação e reflexão junto à Comunidade Acadêmica.

2. Realizar seminários e dialogar com espaços existentes


(Colegiados, Núcleos Docentes Estruturantes, Conselhos,
eventos acadêmico-científicos) para incluir a discussão dos
processos e resultados da autoavaliação.

3. Melhorar a divulgação dos resultados e das consequências dos


processos avaliativos, promovendo a devolutiva para a
Comunidade Acadêmica e para a sociedade.

4. Promover maior participação da Comunidade Acadêmica na


avaliação institucional e realizar a devolutiva dos resultados.

5. Consolidar e aprimorar a avaliação das atividades de extensão.

6. Realizar a avaliação sistematizada de cursos de Graduação,


promovendo a interação entre Núcleos Docentes Estruturantes,
CPA da UFMG e Prograd.

7. Fortalecer ações de avaliação de egressos, trabalhando


conjuntamente com o Comitê Gestor de Egressos.

8. Realizar estudos e divulgar a interpretação crítica e formativa


da avaliação discente do desempenho didático docente.

9. Analisar criticamente e divulgar os resultados de avaliações


externa e interna da Pesquisa e Pós-Graduação.

10. Fortalecer a imagem da CPA através da divulgação de suas ações


junto à comunidade.

11. Promover eventos sobre temáticas relacionadas à avaliação com


participação ampliada dos diversos setores e segmentos da
comunidade da UFMG.

12. Promover a avaliação continuada do PDI com vistas a articular


os processos avaliativos dos diversos setores, buscando a
sistematização dos dados produzidos na universidade.

13. Desenvolver estudos estatísticos que forneçam subsídios aos


estudos desenvolvidos pela CPA e pela DAI.

14. Consolidar o Escritório de Governança de Dados Institucionais


(EGDI), visando governança acadêmica baseada em evidências.
APÊNDICE
490

Apêndice A– Graduação

Tabela 32 – Opções de ingresso em cursos de Graduação em 2023

Curso Turno Vagas Anuais

Belo Horizonte

1. Administração Diurno 50

2. Administração Noturno 50

3. Antropologia Noturno 40

4. Aquacultura Diurno 50

5. Arquitetura e Urbanismo Diurno 90

6. Arquitetura e Urbanismo Noturno 60

7. Arquivologia Noturno 40

8. ABI em Artes Visuais(*) Diurno 80

9. Biblioteconomia Diurno 82

10. Biblioteconomia Noturno 40

11. Biomedicina Noturno 40

12. Ciência da Computação Diurno 80

13. Ciências Atuariais Diurno 25

14. ABI em Ciências Biológicas(*) Diurno 100

15. Ciências Biológicas Licenciatura Noturno 100

16. Ciências Contábeis Noturno 80

17. Ciências do Estado Vespertino 50

18. Ciências Econômicas Diurno 80

19. ABI em Ciências Sociais(*) Diurno 80

20. Ciências Socioambientais Noturno 50

21. Cinema de Animação e Artes Digitais Noturno 40

22. Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis Diurno 30

23. Controladoria e Finanças Diurno 50

24. Curso Superior de Tecnologia em Radiologia(**) Noturno 80

(continua)
491

Curso Turno Vagas Anuais

25. Dança - Licenciatura Noturno 20

26. Design Noturno 60

27. Design de Moda Noturno 45

28. Direito Diurno 200

29. Direito Noturno 200

30. Educação Física – Bacharelado Diurno 60

31. Educação Física – Bacharelado Noturno 30

32. Educação Física – Licenciatura Diurno 60

33. Enfermagem Diurno 96

34. Engenharia Aeroespacial Diurno 50

35. Engenharia Ambiental Diurno 50

36. Engenharia Civil Diurno 200

37. Engenharia de Controle e Automação Diurno 80

38. Engenharia de Controle e Automação Noturno 50

39. Engenharia de Minas Diurno 60

40. Engenharia de Produção Diurno 90

41. Engenharia de Sistemas Noturno 50

42. Engenharia Elétrica Diurno 100

43. Engenharia Mecânica Diurno 80

44. Engenharia Mecânica Noturno 80

45. Engenharia Metalúrgica Diurno 60

46. Engenharia Química Diurno 60

47. Estatística Diurno 45

48. Farmácia Diurno 132

49. Farmácia Noturno 80

50. ABI em Filosofia(*) Diurno 45

51. Filosofia - Bacharelado Noturno 40

52. ABI em Física(*) Diurno 80

(continua)
492

Curso Turno Vagas Anuais

53. Física - Licenciatura Noturno 40

54. Fisioterapia Diurno 75

55. Fonoaudiologia Diurno 50

56. ABI em Geografia(*) Diurno 40

57. Geografia – Licenciatura Noturno 80

58. Geologia Diurno 35

59. Gestão de Serviços de Saúde Noturno 100

60. Gestão Pública Noturno 80

61. ABI em História(*) Diurno 44

62. História - Licenciatura Noturno 44

63. Jornalismo Noturno 40

64. Jornalismo Diurno 20

65. Letras - Bacharelado Diurno 60

66. Letras - Bacharelado Noturno 70

67. Letras - Licenciatura Diurno 100

68. Letras - Licenciatura Noturno 160

69. Letras-Libras - Licenciatura Noturno 30

70. ABI em Matemática(*) Diurno 80

71. Matemática - Licenciatura Noturno 40

72. Matemática Computacional Diurno 20

73. Medicina Diurno 320

74. Medicina Veterinária Diurno 120

75. Museologia Diurno 40

76. Música - Bacharelado Diurno 46

77. Música - Bacharelado Noturno 30

78. Música - Licenciatura Noturno 30

79. Nutrição Diurno 72

80. Odontologia Diurno 144

(continua)
493

(conclusão)

Curso Turno Vagas Anuais

81. Pedagogia Diurno 66

82. Pedagogia Noturno 66

83. Psicologia Diurno 132

84. Publicidade e Propaganda Diurno 40

85. ABI em Química(*) Diurno 50

86. Química – Licenciatura Noturno 40

87. Química Tecnológica Noturno 40

88. Relação Públicas Diurno 20

89. Relações Econômicas Internacionais Noturno 50

90. Sistemas de Informação Noturno 80

91. ABI em Teatro(*) Diurno 40

92. Terapia Ocupacional Diurno 66

93. Turismo Diurno 60

94. Licenciatura em Educação do Campo(***) Diurno 35

95. Formação Intercultural de Educadores Indígenas(***) Diurno 35

Montes Claros

96. Administração Noturno 40

97. Agronomia Diurno 40

98. Engenharia de Alimentos Diurno 40

99. Engenharia Agrícola e Ambiental Diurno 40

100. Engenharia Florestal Diurno 40

101. Zootecnia Diurno 40

(*) ABI - Área Básica de Ingresso


(**) Em agosto de 2023, nomenclatura do curso alterada para Radiologia (Ofício № 16/2023/Prograd-DRA-
UFMG)
(***) Cursos em alternância (cursos presenciais que têm parte de sua carga horária em Belo Horizonte e
parte em localidades geograficamente distribuídas).

Fonte: Pró-Reitoria de Graduação UFMG.


494

Tabela 33 – Número de vagas oferecidas nos cursos presenciais da UFMG no período de 2000-2024

Cidade Turno Grau 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024

Administração BH D B 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50

Administração BH N B 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50

Administração MC N B - - - - - - - - - 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40

Aquacultura BH D B - - - - - - - - - 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50

Antropologia BH N B - - - - - - - - - - 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 -

ABI em Antropologia e
BH N B - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 40
Arqueologia

Agronomia MC D B 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40

Arquitetura e Urbanismo BH D B 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90

Arquitetura e Urbanismo BH N B - - - - - - - - - 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60

Arquivologia BH N B - - - - - - - - - 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40

ABI em Artes Visuais BH D B/L 66 66 66 66 66 66 66 66 66 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80

Biblioteconomia BH D B 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82 45

Biblioteconomia BH N B 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40

Biomedicina BH N B - - - - - - - - - - 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40

Ciência da Computação BH D B 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80

Ciência de Dados BH V B - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 40

Ciências do Estado BH V B - - - - - - - - - 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50

(continua)
495

Cidade Turno Grau 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024

Ciências Atuariais BH D B - 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25

ABI em Ciências Biológicas BH D B/L 80 80 80 80 80 80 80 80 80 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100

Licenciatura em Ciências
BH N L 40 40 40 40 80 80 80 80 80 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Biológicas

Ciências Contábeis BH N B 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80

Ciências Econômicas BH D B 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80

ABI em Ciências Sociais BH D B/L 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80

Ciências Socioambientais BH N B - - - - - - - - - - 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50

Cinema de Animação e Artes


BH N B - - - - - - - - - 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40
Digitais

Comunicação Social BH D B 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 80 80 80 80 80 80 - - - - - - - - -

Comunicação Social BH N B - - - - - - - - - - 40 40 40 40 40 40 - - - - - - - - -

Conservação e Restauração de
BH D B - - - - - - - - 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30
Bens Culturais Móveis

Controladoria e Finanças BH D B - - - - - - - - - - 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50

Tecnologia em Radiologia e
BH N T - - - - - - - - - - 80 - - - - - - - - - - - - - -
Diagnóstico por Imagem

Curso Superior de Tecnologia


BH N B - - - - - - - - - - - 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 -
em Radiologia

Radiologia BH N B - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 80

Licenciatura em Dança BH N L - - - - - - - - - - 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20

(continua)
496

Cidade Turno Grau 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024

Design BH N B - - - - - - - - - 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60

Design de Moda BH N B - - - - - - - - - 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45

Direito BH D B 330 330 330 330 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200

Direito BH N B - - - - 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200

ABI em Educação Física BH D B/L 110 110 110 110 110 110 110 110 110 110 110 - - - - - - - - - - - - - -

Licenciatura em Educação
BH D L - - - - - - - - - - - 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60
Física

Educação Física BH D B - - - - - - - - - - - 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60

Educação Física BH N B - - - - - - - - - - - - 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30

Enfermagem BH D B 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96

Engenharia Aeroespacial BH D B - - - - - - - - - 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50

Engenharia Agrícola e
MC D B - - - - - - - - - 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40
Ambiental

Engenharia Ambiental BH D B - - - - - - - - - 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50

Engenharia Civil BH D B 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200

Ciência de Alimentos MC N B - - - - - - - - - 40 40 40 - - - - - - - - - - - - -

Engenharia de Alimentos MC N B - - - - - - - - - - - - 40 40 - - - - - - - - - - -

Engenharia de Alimentos MC D B - - - - - - - - - - - - - - 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40

Engenharia de Controle e
BH D B 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80
Automação

(continua)
497

Cidade Turno Grau 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024

Engenharia de Controle e
BH N B - - - - - - - - - 80 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
Automação

Engenharia de Minas BH D B 50 50 50 50 50 50 50 50 50 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60

Engenharia de Produção BH D B - 80 80 80 80 80 80 80 80 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90 90

Engenharia de Sistemas BH N B - - - - - - - - - - 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50

Engenharia Elétrica BH D B 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100

Engenharia Florestal MC D B - - - - - - - - - 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40

Engenharia Mecânica BH D B 100 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80

Engenharia Mecânica BH N B - 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80

Engenharia Metalúrgica BH D B 50 50 50 50 50 50 50 50 50 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 -

ABI em Engenharia Metalúrgica


BH D B - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 80
e Engenharia de Materiais

Engenharia Química BH D B 50 50 50 50 50 50 50 50 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60

Estatística BH D B 35 35 35 35 35 35 35 35 35 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45

Farmácia BH D B 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132

Farmácia BH N B - - - - - - - - - - 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80

ABI em Filosofia BH D B/L 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45 45

Filosofia BH N B - - - - - - - - - - 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40

ABI em Física BH D B/L 30 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80

Física BH N L 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40

(continua)
498

Cidade Turno Grau 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024

Fisioterapia BH D B 60 60 60 60 60 60 60 60 60 75 75 75 75 75 75 75 75 75 75 75 75 75 75 75 75

Fonoaudiologia BH D B 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50

Formação Intercultural para


BH D L - - - - - - - - - 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35
Educadores Indígenas

ABI em Geografia BH D B/L 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40

Licenciatura em Geografia BH N L 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80

Geologia BH D B 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35

Análise de Sistema e Serviços


BH N B - - - - - - - - - 100 - - - - - - - - - - - - - - -
de Saúde

Gestão de Serviços de Saúde BH N B - - - - - - - - - - 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100

Gestão Pública BH N B - - - - - - - - - 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80

ABI em História BH D B/L 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44

Licenciatura em História BH N L 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44

Jornalismo BH D B - - - - - - - - - - - - - - - - 20 20 20 20 20 20 20 20 20

Jornalismo BH N B - - - - - - - - - - - - - - - - 40 40 40 40 40 40 40 40 40

ABI em Letras BH D B/L 140 140 140 140 140 140 140 140 140 160 160 160 160 160 160 160 160 160 - - - - - - -

Letras BH D B - - - - - - - - - - - - - - - - - - 60 60 60 60 60 60 60

Licenciatura em Letras BH D L - - - - - - - - - - - - - - - - - - 100 100 100 100 100 100 100

ABI em Letras BH N B/L 160 160 160 160 160 160 160 160 160 260 260 260 260 260 260 260 260 260 - - - - - - -

Letras BH N B - - - - - - - - - - - - - - - - - - 80 80 70 70 70 70 70

(continua)
499

Cidade Turno Grau 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024

Licenciatura em Letras BH N L - - - - - - - - - - - - - - - - - - 180 180 160 160 160 160 160

Licenciatura em Letras-Libras BH N L - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 30 30 30 30 30 30

Licenciatura em Educação
BH D L - - - - - - - - - 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35
do Campo

ABI em Matemática BH D B/L 50 50 50 50 50 50 50 50 50 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80

Licenciatura em Matemática BH N L 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40

Matemática Computacional BH D B 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20

Medicina BH I B 320 320 320 320 320 320 320 320 320 320 320 320 320 320 320 320 320 320 320 320 320 320 320 320 320

Medicina Veterinária BH D B 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120

Museologia BH D B - - - - - - - - - - 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40

Música BH D B 34 36 36 36 38 38 38 38 38 46 46 46 46 46 46 46 46 46 46 46 46 46 46 46 46

Música BH N B - - - - - - - - - 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30

Licenciatura em Música BH N L - - 8 8 8 8 8 8 8 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30

Nutrição BH D B - - - - 60 60 60 60 60 72 72 72 72 72 72 72 72 72 72 72 72 72 72 72 72

Odontologia BH D B 120 120 120 120 120 120 120 120 120 144 144 144 144 144 144 144 144 144 144 144 144 144 144 144 144

Pedagogia BH D L 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66

Pedagogia BH N L 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66

Psicologia BH D B 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132 132

Publicade e Propaganda BH D B - - - - - - - - - - - - - - - - 40 40 40 40 40 40 40 40 40

(continua)
500

(conclusão)

Cidade Turno Grau 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024

Relações Econômicas
BH N B - - - - - - - - - - 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
Internacionais

Relações Públicas BH D B - - - - - - - - - - - - - - - - 20 20 20 20 20 20 20 20 20

ABI em Química BH D B/L 40 40 40 40 40 40 40 40 40 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50

Licenciatura em Química BH N L 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40

Química Tecnológica BH N B - - - - - - - - - - 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40

Sistema de Informação BH N B - - - - - 40 40 40 40 40 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80

ABI em Teatro BH D B/L 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40

Terapia Ocupacional BH D B 60 60 60 60 60 60 60 60 60 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66

Turismo BH D B - - 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60

Zootecnia MC D B - - - - - 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40

TOTAL 4167 4354 4422 4422 4594 4674 4674 4674 4714 6020 6670 6680 6740 6740 6740 6740 6740 6740 6740 6770 6740 6740 6740 6740 6763

BH: Belo Horizonte MC: Montes Claros D: Diurno N: Noturno I: Integral V: Vespertino B: Bacharelado L: Licenciatura

Nota: Os turnos de funcionamento foram informados de acordo com a Resolução do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMG (Cepe) № 07/2023, de 26 de outubro de 2023.

Fonte: Censo da Educação Superior, 2000 -2022; Dados da Pró-Reitoria de Graduação, 2023-2024.
501

Tabela 34 – Número de Estudantes de Graduação em Intercâmbio no período de 2012-2022

2012* 2013* 2014* 2015* 2016* 2017* 2018** 2019** 2020** 2021** 2022**

Administração 8 9 3 4 8 10 2 1 1 4 3

Administração ICA 1 3 2 4 4 4 1 - - - -

Agronomia 2 1 4 6 5 1 3 - - - -

Antropologia 2 3 4 4 4 3 2 1 - - 2

Aquacultura 5 5 3 6 4 5 2 - - 1

Arquitetura e Urbanismo 45 130 230 201 77 10 14 31 10 5 16

Arquivologia 1 2 2 - - - - - - - -

Artes Visuais 16 21 7 16 11 9 10 4 2 - 2

Biblioteconomia 1 2 2 1 6 1 1 1 1 - 1

Biomedicina 3 12 31 30 10 2 1 1 - - 1

Cinema De Animação e Artes Digitais 1 7 7 4 4 3 2 3 1 - 2

Ciência Da Computação 12 32 59 60 30 2 1 1 1 - 3

Ciências Atuariais - - 3 - - - - - - - 1

Ciências Biológicas 59 101 135 103 39 6 10 9 - 3 9

Ciências Contábeis 3 - - 1 4 2 1 2 1 - -

Ciências Do Estado 8 11 5 6 5 1 - 1 1 - 1

(continua)
502

2012* 2013* 2014* 2015* 2016* 2017* 2018** 2019** 2020** 2021** 2022**

Ciências Econômicas 14 11 11 9 9 4 1 7 3 1 1

Ciências Sociais 21 13 12 16 13 8 10 6 2 - 3

Ciências Socioambientais 2 7 15 10 7 4 1 3 1 - 1

Comunicação Social 41 36 32 17 14 - - - - - -

Conservação E Restauração De Bens Culturais Móveis 6 2 - 4 2 5 1 - - - 1

Controladoria E Finanças - - 2 - 1 - 1 1 - - -

Dança 5 5 3 1 4 4 1 2 - - -

Design 5 16 58 51 12 4 7 4 1 1 3

Design De Moda 8 7 5 12 14 5 4 5 5 3

Direito 50 49 67 70 52 64 31 23 13 7 38

Educação Física 7 9 11 5 2 3 2 3 - - 1

Enfermagem 8 22 14 7 3 2 2 3 - - 5

Engenharia Aeroespacial 29 47 69 64 27 6 3 3 2 1 4

Engenharia Agrícola E Ambiental 5 5 5 4 3 1 - - - 1 1

Engenharia Ambiental 14 29 62 66 18 6 1 7 2 - 11

Engenharia Civil 51 95 297 305 114 45 57 46 43 39 42

Engenharia De Alimentos 3 9 11 4 2 6 2 5 - 1 1

(continua)
503

2012* 2013* 2014* 2015* 2016* 2017* 2018** 2019** 2020** 2021** 2022**

Engenharia De Controle E Automação 25 69 157 133 52 9 3 - 5 4 11

Engenharia De Minas 25 45 88 76 27 6 2 1 - - -

Engenharia De Produção 52 97 165 124 56 21 27 33 27 16 19

Engenharia De Sistemas 1 2 34 44 15 1 - 1 5 3 4

Engenharia Elétrica 40 80 146 131 62 21 21 19 18 12 15

Engenharia Florestal - 4 8 6 1 2 - 4 1 2 -

Engenharia Mecânica 37 103 233 202 56 8 9 12 9 15 10

Engenharia Metalúrgica 14 40 101 84 25 1 5 9 3 1 4

Engenharia Química 28 67 101 104 43 9 18 9 9 6 16

Estatística 2 1 5 5 2 - - 1 1 - 1

Farmácia 18 31 68 78 31 3 1 2 4 1 5

Filosofia 3 3 3 3 2 7 - 3 - - 1

Fisioterapia 7 7 16 18 4 1 1 1 - - 1

Fonoaudiologia 2 4 8 9 4 2 2 - 1 - 1

Física 7 17 27 22 8 - - - - - 3

Geografia 11 12 15 14 11 6 6 4 - - -

Geologia 1 6 30 32 11 8 1 2 1 - -

(continua)
504

2012* 2013* 2014* 2015* 2016* 2017* 2018** 2019** 2020** 2021** 2022**

Gestão De Serviços De Saúde 1 4 1 2 - 1 - 1 - 1 4

Gestão Pública 3 4 1 4 3 1 2 1 2 - 4

História 11 20 20 10 4 8 6 6 4 2 9

Jornalismo - - - - - 13 8 3 3 1 5

Letras 41 57 48 46 32 25 8 6 9 3 7

Matemática - 4 6 5 3 2 - - 3 - 1

Matemática Computacional - 5 8 6 1 - - - - - -

Medicina 26 59 159 151 42 3 5 2 4 1 -

Medicina Veterinária 6 12 45 41 11 3 4 2 1 1 1

Museologia - 2 7 5 3 2 1 1 - - 1

Música 12 15 14 9 5 1 2 3 2 - 4

Nutrição 6 12 9 9 4 4 - 3 3 - -

Odontologia 3 9 22 31 14 - 1 - 3 - -

Pedagogia 7 8 9 11 12 3 4 5 2 1 2

Psicologia 20 25 27 21 11 11 9 9 3 2 7

Publicidade e Propaganda - - - - - 4 5 3 1 2 1

Química 5 17 42 24 5 - - 1 - 2 5

(continua)
505

(conclusão)

2012* 2013* 2014* 2015* 2016* 2017* 2018** 2019** 2020** 2021** 2022**

Radiologia - 2 3 3 3 - - - - - 1

Relações Econômicas Internacionais 3 8 6 7 13 5 1 5 1 - 7

Relações Públicas - - - - - - - 1 - - 1

Sistemas De Informação 7 17 46 51 21 - - - 1 - 2

Teatro 8 11 6 3 12 6 10 7 3 1 -

Terapia Ocupacional 1 9 8 5 1 2 1 - - 1 2

Turismo 7 12 12 9 7 6 3 4 3 - 1

Zootecnia - 1 2 2 1 2 1 - - - -

Total 876 1606 2893 2642 1127 433 341 341 222 145 313

Fonte: *PDI UFMG 2018-2023; ** Censo da Educação Superior, 2018 -2022.


506

Tabela 35 – Número de estudantes de Graduação de outras instituições em intercâmbio na UFMG no período de 2007 a 2022

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Administração 9 15 14 11 15 11 11 13 13 12 11 9 7 3 1 3

Administração/Noturno - - - - - - - - - - - - - - - -

Agronomia - - - 1 3 2 2 2 - 1 4 1 1 3 1 1

Antropologia - - - - 1 4 6 7 11 9 2 6 4 2 1 1

Aquacultura - - - - - - - - - - - - - - - -

Arquitetura E Urbanismo 10 11 15 22 17 12 19 29 36 37 47 32 15 6 2 4

Arquivologia - - - - - - - - - - - - - - - -

Artes Visuais 8 10 11 10 7 9 9 14 13 15 16 7 5 - - 1

Biblioteconomia - - 1 2 2 - - 1 - - - 1 - 1 - -

Biomedicina - - - - 1 - - - - 1 - - 2 - - -

Cinema De Animação E Artes Digitais - - - - - 1 - 1 4 8 8 2 - 1 - -

Ciência Da Computação 1 - 2 7 5 3 2 3 4 6 6 - 3 1 1 -

Ciências Atuariais - - - - - - - - - 1 1 - - - - -

Ciências Biológicas 8 18 10 11 15 15 10 11 12 18 18 5 4 - 1 3

Ciências Contábeis 1 1 3 3 1 1 2 6 1 1 3 1 1 3 - 1

Ciências Do Estado - - - - - - - 1 1 1 - - - - 10 2

Ciências Econômicas 4 8 10 10 9 16 13 21 13 11 11 11 9 8 - -

Ciências Sociais 14 23 16 22 24 13 9 13 11 7 6 3 4 1 1 1

Ciências Socioambientais - - - - - - - 4 3 1 - - 2 1 - -

Comunicação Social 8 12 20 22 26 24 10 9 8 11 11 - - - - -

(continua)
507

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Comunicação Social-Jornalismo E Relações Públicas - - - - - - - 1 1 1 6 6 3 - - 3

Comunicação Social-Publicidade - - - - - - - - - 2 5 - - - - -

Conservação E Restauração De Bens Culturais Móveis - - - 1 4 1 - 1 3 2 - - - 1 - -

Controladoria E Finanças - - - - 1 1 1 1 1 1 - 2 - - - -

Curso Superior De Tecnologia Em Radiologia - - - - - - - - - - - - - 1 - -

Dança - - - - - - - - 1 2 1 - 1 - - -

Design - - - - 2 4 1 3 2 3 1 1 1 - - -

Design De Moda - - - - - 1 1 1 - - - - 1 - - -

Direito 7 13 16 25 26 23 23 20 29 30 20 19 11 7 1 2

Educação Física 4 4 7 2 - 2 4 3 3 3 8 5 5 - - -

Enfermagem - 1 1 6 6 3 4 6 6 4 5 1 9 2 1 -

Engenharia Aeroespacial - - - - - 2 1 4 5 10 5 1 5 - 1 -

Engenharia Agrícola E Ambiental - - - - - - - 1 - - 2 - 1 1 - -

Engenharia Ambiental - - - - - 3 2 8 13 14 13 5 5 2 1 3

Engenharia Civil - 1 2 11 10 7 12 13 16 21 27 11 2 5 - 3

Engenharia De Alimentos - - - - - - - - - 1 1 1 - - - -

Engenharia De Controle E Automação - - - - 1 1 2 3 1 4 7 2 6 1 - 1

Engenharia De Minas 2 2 1 1 4 3 8 8 8 18 20 12 10 3 - 1

Engenharia De Produção 1 1 2 7 15 15 9 8 19 23 11 11 6 4 - -

Engenharia De Sistemas - - - - - - - - - - - - - - - -

Engenharia Elétrica 5 8 5 10 9 7 5 18 20 13 10 7 4 2 1 1

(continua)
508

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Engenharia Florestal - - - - - 1 1 - - - - 3 3 - - 1

Engenharia Mecânica 1 - 3 8 7 6 7 6 16 22 15 9 7 5 - 5

Engenharia Metalúrgica - - - 3 2 1 3 4 4 6 8 2 3 1 - 4

Engenharia Química - 1 2 4 3 7 7 5 14 12 6 2 4 1 - -

Estatística - 1 - - - - - 1 3 2 1 - - - - -

Farmácia 1 2 3 1 3 4 3 3 1 8 7 2 1 2 - 3

Filosofia - - 1 1 1 2 5 7 5 4 4 4 2 - - -

Fisioterapia - 2 2 - 2 3 6 3 2 3 6 2 - 1 - -

Fonoaudiologia 1 1 - 1 1 - - - - - - - - - 1 -

Física 1 1 1 2 2 - 1 1 2 2 1 - 2 - - -

Geografia 1 3 6 8 6 2 3 5 5 4 3 3 5 - - -

Geologia 1 1 - 2 1 4 3 1 5 10 10 2 8 2 - 3

Gestão De Serviços De Saúde - - - - - - - - 1 - - 1 - 1 - -

Gestão Pública - - - - - - - 1 4 3 1 2 35 - - 1

História 6 9 8 4 3 6 5 9 9 5 7 1 3 3 - 1

Jornalismo - - - - - - - - - - - - 5 1 1 2

Letras 20 23 27 36 43 42 53 47 51 35 36 18 21 4 4 5

Matemática - - - 1 1 - - 1 1 2 3 1 - - - -

Matemática Computacional - - - - - - - - - - - - - - - -

Medicina 2 4 9 11 8 8 16 14 10 16 17 6 13 11 - -

Medicina Veterinária 5 11 13 9 12 9 11 15 11 10 20 24 12 9 - 2

(continua)
509

(conclusão)

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Museologia - - - - - - 1 2 - 1 1 - - - - -

Música 1 4 9 5 5 5 5 7 11 8 4 7 5 3 - -

Nutrição 1 2 3 - 3 2 - - 2 4 3 1 3 - - -

Odontologia 3 3 1 - 2 2 3 4 7 9 6 9 3 - - -

Pedagogia - 2 3 8 8 6 2 11 11 1 8 2 3 1 - -

Psicologia 2 8 9 7 2 6 5 8 9 12 12 9 3 3 - 2

Publicidade E Propaganda - - - - - - - - - 2 2 - 2 1 - 1

Química 3 3 - - 1 4 5 6 8 6 4 - 1 - - 2

Química Tecnológica - - - - - - - - - - - - - - - -

Relações Econômicas Internacionais - - - - 3 6 6 9 6 9 12 1 2 2 - -

Relações Públicas - - - - - - - - - 1 1 4 2 1 - -

Sistemas De Informação - - - 2 3 1 - 1 4 4 1 - - 1 - -

Teatro 3 3 - 1 2 1 - 6 8 4 4 3 4 1 1 -

Terapia Ocupacional - - - - - - - - - - 1 - 1 - - 1

Turismo 1 1 1 1 1 6 5 1 1 4 5 4 4 2 - -

Zootecnia - - - - - - - - - - - - 1 2 2 2

Total 135 213 237 299 329 318 322 412 469 501 495 284 285 117 32 66

Fonte: Departamento de Registro e Controle Acadêmico da Universidade Federal de Minas Gerais (DRCA)
510

Tabela 36 – Número de concluintes dos cursos de Graduação presenciais de 2000-2022

Cursos 2000* 2001* 2002* 2003* 2004* 2005* 2006* 2007* 2008* 2009* 2010* 2011* 2012* 2013* 2014* 2015* 2016* 2017* 2018** 2019** 2020** 2021** 2022**

Administração 84 81 94 108 94 94 83 87 87 77 92 75 98 62 90 79 75 70 60 66 80 61 73

Administração ICA - - - - - - - - - - - - - 20 20 17 33 23 19 18 14 19 11

Agronomia - - - 31 37 41 31 49 30 40 40 36 31 27 32 24 41 26 39 29 26 22 25

Antropologia - - - - - - - - - - - - - - 10 13 14 24 28 16 5 17 20

Aquacultura - - - - - - - - - - - - - 10 13 15 16 22 20 11 5 7 21

Arquitetura e Urbanismo 71 68 100 61 78 88 71 70 77 78 71 78 93 73 99 97 124 131 133 116 80 88 118

Arquivologia - - - - - - - - - - - 2 32 33 29 30 25 24 16 23 19 19 28

Artes Visuais - Bacharelado e Licenciatura 80 56 75 64 76 67 96 50 58 58 52 53 48 46 72 71 57 63 72 72 43 43 45

Biblioteconomia 60 66 60 111 109 101 110 141 84 107 129 90 109 112 113 97 81 79 67 59 82 80 70

Biomedicina - - - - - - - - - - - - - - 4 17 25 37 29 26 19 33 44

Cinema de Animação e Artes Digitais - - - - - - - - - - - - - 3 23 17 37 32 28 28 24 24 27

Ciência da Computação 64 77 70 57 53 69 78 44 75 62 63 62 49 40 48 54 48 52 47 34 53 38 37

Ciências Atuariais - - - - 9 19 26 23 13 15 21 19 20 14 12 9 9 14 12 11 14 12 16

Ciências Biológicas - Bacharelado e


112 139 131 117 125 122 109 127 148 121 94 160 121 141 126 149 155 157 166 169 153 152 145
Licenciatura

Ciências Contábeis 72 93 81 71 65 67 79 63 49 68 78 56 36 54 52 51 55 50 59 47 50 45 42

Ciências do Estado - - - - - - - - - - - - 12 14 17 22 18 22 37 29 17 14 14

(continua)
511

Cursos 2000* 2001* 2002* 2003* 2004* 2005* 2006* 2007* 2008* 2009* 2010* 2011* 2012* 2013* 2014* 2015* 2016* 2017* 2018** 2019** 2020** 2021** 2022**

Ciências Econômicas 71 43 83 70 63 63 54 65 66 82 52 62 66 60 55 45 63 50 44 52 42 52 63

Ciências Sociais - Bacharelado e Licenciatura 42 57 54 71 61 68 58 78 86 69 65 73 64 55 56 49 72 70 58 60 41 43 31

Ciências Socioambientais - - - - - - - - - - - - - 3 18 25 23 26 28 23 15 18 15

Comunicação Social 82 74 59 45 90 109 90 94 122 102 111 110 103 96 135 143 115 109 0 0 0 0 0

Conservação e Restauração de Bens Culturais


- - - - - - - - - - - 7 19 20 19 17 17 16 19 11 18 9 10
Móveis

Controladoria e Finanças - - - - - - - - - - - - - 5 10 18 15 23 28 20 21 22 24

Dança - Licenciatura - - - - - - - - - - - - - - 2 9 9 6 15 14 13 4 16

Design - - - - - - - - - - - - - - 19 30 50 51 48 35 27 28 27

Design de Moda - - - - - - - - - - - - 3 11 31 30 25 49 44 32 23 20 20

Direito 303 311 320 328 323 311 312 307 328 359 373 341 367 369 363 382 398 361 365 296 279 312 300

Educação Física - Bacharelado e Licenciatura 104 121 122 126 139 118 89 155 132 163 105 112 74 79 73 85 103 94 102 106 56 60 80

Enfermagem 74 96 88 112 99 95 89 103 87 78 100 91 74 38 62 76 90 67 78 55 67 59 57

Engenharia Aeroespacial - - - - - - - - - - - - - 2 22 28 22 34 41 53 30 33 31

Engenharia Agrícola e Ambiental - - - - - - - - - - - - - 20 27 27 19 20 15 24 15 20 14

Engenharia Ambiental - - - - - - - - - - - - - 12 25 38 22 39 40 38 25 33 31

Engenharia Civil 170 160 175 155 158 144 117 122 143 160 175 152 166 189 164 179 141 150 187 190 150 162 123

Engenharia de Alimentos - - - - - - - - - - - - - - 20 22 12 21 23 24 22 18 12

(continua)
512

Cursos 2000* 2001* 2002* 2003* 2004* 2005* 2006* 2007* 2008* 2009* 2010* 2011* 2012* 2013* 2014* 2015* 2016* 2017* 2018** 2019** 2020** 2021** 2022**

Engenharia de Controle e Automação - - 12 40 51 45 65 57 69 57 46 65 59 52 41 96 70 75 99 103 63 53 65

Engenharia de Minas 28 25 36 22 15 19 22 44 39 62 53 40 63 47 49 48 49 46 48 43 33 28 36

Engenharia de Produção - - - - - 27 62 68 75 72 76 81 72 62 67 79 76 76 83 77 71 79 81

Engenharia de Sistemas - - - - - - - - - - - - - - - 1 6 17 31 19 26 21 24

Engenharia Elétrica 64 43 86 85 88 79 88 90 79 73 63 88 82 71 63 58 72 83 95 73 67 62 70

Engenharia Florestal - - - - - - - - - - - - - 16 31 24 37 28 26 11 13 23 25

Engenharia Mecânica 73 56 61 75 71 57 98 97 100 130 140 144 155 114 94 114 97 125 145 137 103 103 111

Engenharia Metalúrgica 29 30 33 36 37 17 38 46 45 33 55 61 54 40 45 38 33 56 64 37 38 22 30

Engenharia Química 42 51 50 49 53 47 56 44 43 54 54 45 54 54 31 54 45 53 73 59 40 54 53

Estatística 21 14 19 26 23 38 20 27 33 24 31 24 34 20 11 19 15 24 20 19 18 26 30

Farmácia 228 235 244 237 218 220 224 220 185 210 173 170 100 89 79 87 97 149 163 134 107 132 124

Filosofia - Bacharelado e Licenciatura 45 31 24 42 38 28 32 37 46 34 29 33 25 31 34 38 37 61 56 35 44 38 36

Fisioterapia 40 49 46 41 43 60 46 60 47 48 54 58 46 52 57 47 81 61 71 55 58 68 50

Fonoaudiologia - - - 18 41 51 51 45 40 43 57 49 34 29 18 41 35 32 31 40 19 36 45

Formação Intercultural para Educadores


- - - - - - - - - - - - - 25 31 29 28 30 33 31 31 30 33
Indígenas

Física - Bacharelado e Licenciatura 57 51 40 58 68 56 70 87 64 54 52 35 42 38 30 51 51 51 54 58 60 54 56

Geografia - Bacharelado e Licenciatura 55 60 78 77 76 55 69 79 79 81 77 67 71 83 58 63 88 92 105 109 69 95 74

(continua)
513

Cursos 2000* 2001* 2002* 2003* 2004* 2005* 2006* 2007* 2008* 2009* 2010* 2011* 2012* 2013* 2014* 2015* 2016* 2017* 2018** 2019** 2020** 2021** 2022**

Geologia 16 21 18 13 16 37 26 31 33 39 25 34 33 34 17 29 27 23 35 24 19 21 17

Gestão de Serviços de Saúde - - - - - - - - - - - - - 27 62 63 56 65 70 29 37 32 60

Gestão Pública - - - - - - - - - - - - 3 26 27 55 48 40 44 32 21 29 24

História - Bacharelado e Licenciatura 89 89 72 61 72 86 78 64 69 89 87 67 55 56 78 65 72 62 63 76 56 53 57

Jornalismo - - - - - - - - - - - - - - - - - - 47 46 38 53 56

Letras - Bacharelado e Licenciatura 253 276 237 277 276 281 279 294 259 248 241 215 229 249 279 270 298 294 322 137 189 195 212

Licenciatura em Educação do Campo - - - - - - - - - - - - - - 27 20 20 27 49 2 16 18 20

Matemática - Bacharelado e Licenciatura 72 65 75 59 75 44 72 67 51 63 47 41 32 31 30 44 37 27 57 40 69 55 50

Matemática Computacional 1 6 5 7 9 7 11 7 7 9 7 3 8 7 7 11 2 9 8 10 6 10

Medicina 324 328 316 326 323 316 330 319 316 309 329 315 326 312 302 302 289 313 297 362 299 304 311

Medicina Veterinária 108 123 118 136 116 95 107 121 118 111 111 104 95 106 81 88 110 79 124 91 85 97 102

Museologia - - - - - - - - - - - - - - 17 26 27 18 18 12 27 23 13

Música - Bacharelado e Licenciatura 18 36 30 48 35 42 62 38 46 37 40 50 42 55 74 58 89 89 92 88 62 49 48

Nutrição - - - - - - - - 49 54 64 44 52 67 47 61 52 54 52 57 37 52 52

Odontologia 110 113 124 127 108 122 122 97 110 127 116 114 108 110 70 148 119 152 123 118 56 55 102

Pedagogia 142 159 195 125 118 141 127 138 124 117 121 88 113 112 112 105 107 117 73 96 103 69 89

Psicologia 192 231 175 200 209 195 200 210 201 197 207 174 110 116 109 99 116 99 113 103 122 104 88

(continua)
514

(conclusão)

Cursos 2000* 2001* 2002* 2003* 2004* 2005* 2006* 2007* 2008* 2009* 2010* 2011* 2012* 2013* 2014* 2015* 2016* 2017* 2018** 2019** 2020** 2021** 2022**

Publicidade e Propaganda - - - - - - - - - - - - - - - - - - 48 44 36 33 40

Química - Bacharelado e Licenciatura 52 52 63 60 45 52 52 69 56 52 45 68 73 43 28 34 39 36 54 38 38 41 51

Química Tecnológica - - - - - - - - - - - 1 3 5 12 14 19 23 38 26 17 17 20

Radiologia - - - - - - - - - - - - - 7 31 45 58 30 32 41 32 24 32

Relações Econômicas Internacionais - - - - - - - - - - - - - - 16 27 24 34 33 27 30 33 22

Relações Públicas - - - - - - - - - - - - - - - - - - 15 13 18 10 20

Sistemas de Informação - - - - - - - - - 14 10 30 25 17 25 31 42 60 41 29 36 30 32

Teatro - Bacharelado e Licenciatura - - 27 28 34 34 63 28 37 29 22 16 27 34 33 32 35 17 33 38 32 21 19

Terapia Ocupacional 38 39 27 37 46 58 45 57 62 46 54 50 48 53 77 62 56 43 44 42 36 31 42

Turismo - - - - - 17 36 24 39 58 44 38 29 41 44 34 23 39 35 33 15 20 20

Zootecnia - - - - - - - - - 25 30 36 29 31 34 24 27 19 22 13 21 32 19

Total 3485 3620 3724 3835 3881 3904 4039 4147 4106 4236 4183 4031 3911 3971 4239 4595 4727 4833 5147 4492 3945 3998 4161

Fonte: *PDI UFMG 2018-2023; ** Censo da Educação Superior, 2018 -2022.


515

Tabela 37 – Número de concluintes dos cursos de Graduação noturnos no período de 2000-2022

Cursos 2000* 2001* 2002* 2003* 2004* 2005* 2006* 2007* 2008* 2009* 2010* 2011* 2012* 2013* 2014* 2015* 2016* 2017* 2018** 2019** 2020** 2021** 2022**

Administração 40 39 48 48 42 50 48 33 44 42 44 42 54 30 38 40 45 39 38 31 42 30 37

Administração ICA - - - - - - - - - - - - - 20 20 17 33 23 19 18 14 19 11

Antropologia - - - - - - - - - - - - - - 10 13 14 24 28 16 5 17 20

Arquitetura e Urbanismo - - - - - - - - - - - - - 7 37 31 37 53 43 35 29 31 47

Arquivologia - - - - - - - - - - - 2 32 33 29 30 25 24 16 23 19 19 28

Biblioteconomia - - - 35 37 36 36 48 25 43 69 27 47 57 44 43 33 31 33 29 35 27 20

Biomedicina - - - - - - - - - - - - - - 4 17 25 37 29 26 19 33 44

Cinema de Animação e Artes Digitais - - - - - - - - - - - - - 3 23 17 37 32 28 28 24 24 27

Ciências Biológicas - Licenciatura 25 51 46 38 35 38 40 45 71 62 39 85 59 80 63 70 62 56 67 76 62 80 65

Ciências Contábeis 72 93 81 71 65 67 79 63 49 68 78 56 36 54 52 51 55 50 59 47 50 45 42

Ciências Socioambientais - - - - - - - - - - - - - 3 18 25 23 26 28 23 15 18 15

Comunicação Social - - - - - - - - - - - - - 9 41 38 29 35

Radiologia - - - - - - - - - - - - - 7 31 45 58 30 32 41 32 24 32

Dança - Licenciatura - - - - - - - - - - - - - - 2 9 9 6 15 14 13 4 16

Design - - - - - - - - - - - - - - 19 30 50 51 48 35 27 28 27

Design de Moda - - - - - - - - - - - - 3 11 31 30 25 49 44 32 23 20 20

Direito - - - - - - - 6 81 147 194 171 178 173 167 191 205 162 186 140 136 140 143

Educação Física - Bacharelado - - - - - - - - - - - - - - 7 8 14 22 9 12 11

Engenharia de Controle e Automação - - - - - - - - - - - - - - 6 21 15 30 35 50 25 18 39

(continua)
516

(conclusão)

Cursos 2000* 2001* 2002* 2003* 2004* 2005* 2006* 2007* 2008* 2009* 2010* 2011* 2012* 2013* 2014* 2015* 2016* 2017* 2018** 2019** 2020** 2021** 2022**

Engenharia de Sistemas - - - - - - - - - - - - - - 1 6 17 31 19 26 21 24

Engenharia Mecânica - - - - - 2 28 46 55 69 79 74 89 44 47 52 41 64 68 67 49 61 51

Farmácia - - - - - - - - - - - - - - - 14 21 41 54 49 43 40 38

Filosofia - Bacharelado - - - - - - - - - - - - - 4 10 14 17 24 24 14 20 17 14

Física - Licenciatura 34 32 19 38 41 27 28 33 29 23 19 12 12 9 10 25 14 12 18 10 19 12 8

Geografia - Licenciatura 23 24 35 38 32 21 27 33 40 41 42 32 27 24 11 36 38 44 34 50 35 42 35

Gestão de Serviços de Saúde - - - - - - - - - - - - - 27 62 63 56 65 70 29 37 32 60

Gestão Pública - - - - - - - - - - - - 3 26 27 55 48 40 44 32 21 29 24

História - Licenciatura 41 42 40 29 36 39 39 31 33 45 38 30 25 28 44 34 38 28 26 36 22 17 31

Jornalismo - - - - - - - - - - - - - - - - - - 26 22 26 34 39

Letras - Bacharelado e Licenciatura 9 48 92 137 150 154 143 161 140 136 124 102 130 125 141 145 179 185 208 73 85 105 131

Matemática - Licenciatura 35 31 26 15 31 24 29 27 18 35 20 23 12 14 9 21 12 12 16 11 26 16 19

Música - Bacharelado e Licenciatura - - - - - - - - - - - - 5 30 42 29 51 49 50 48 28 29 27

Pedagogia 61 77 101 63 59 72 65 63 58 58 69 43 50 66 57 45 56 56 34 44 54 31 37

Química - Licenciatura 17 20 27 18 22 23 20 28 30 31 23 29 25 23 13 10 18 16 20 16 12 16 12

Química Tecnológica - - - - - - - - - - - 1 3 5 12 14 19 23 38 26 17 17 20

Relações Econômicas Internacionais - - - - - - - - - - - - - - 16 27 24 34 33 27 30 33 22

Sistemas de Informação - - - - - - - - - 14 10 30 25 17 25 31 42 60 41 29 36 30 32

Total 357 457 515 530 550 553 582 617 673 814 848 759 815 929 1161 1334 1467 1536 1597 1288 1165 1171 1268

Fonte: *PDI UFMG 2018-2023; ** Censo da Educação Superior, 2018 -2022.


517

Tabela 38 – Número de concluintes dos cursos presenciais de licenciatura no período de 2000-2022

Cursos 2000* 2001* 2002* 2003* 2004* 2005* 2006* 2007* 2008* 2009* 2010* 2011* 2012* 2013* 2014* 2015* 2016* 2017* 2018* 2019** 2020** 2021** 2022**

Artes Visuais 14 20 22 16 16 17 26 6 14 4 9 2 6 6 7 15 14 10 9 17 9 8 13

Ciências Biológicas 69 97 84 70 73 79 68 86 113 84 54 103 68 103 80 82 75 70 97 105 87 105 88

Ciências Sociais 15 19 20 36 19 28 19 17 20 21 21 16 4 5 7 13 21 21 21 22 15 15 9

Dança - - - - - - - - - - - - - - 2 9 9 6 15 14 13 4 16

Educação Física 79 102 87 86 95 79 60 111 81 64 31 38 23 23 30 38 36 32 36 41 16 9 29

Enfermagem 11 16 12 21 22 48 38 64 33 36 17 2 - - - - - - - - - - -

Filosofia 26 18 13 26 19 10 15 17 28 12 10 9 7 10 5 13 10 22 15 2 7 12 11

Formação Intercultural para Educadores


- - - - - - - - - - - - - 25 31 29 28 30 33 31 31 30 33
Indígenas

Física 37 34 20 40 43 36 41 53 36 32 25 17 19 17 14 28 23 15 25 22 31 18 17

Geografia 35 51 64 60 47 42 41 48 46 50 51 41 41 28 22 40 50 58 49 69 44 62 46

História 74 71 56 49 59 70 73 60 54 80 75 55 45 45 72 52 65 51 51 65 50 45 52

Letras 230 235 214 231 226 239 225 233 215 197 191 154 156 158 197 176 236 221 253 68 132 114 147

Licenciatura em Educação do Campo - - - - - - - - - - - - - - 27 20 20 27 49 2 16 18 20

Matemática 69 61 67 48 68 38 66 58 48 58 43 33 27 26 25 35 30 21 37 34 51 41 39

Música 2 6 2 9 8 9 13 7 12 8 8 9 5 12 22 14 26 22 25 22 13 18 18

Pedagogia 142 159 195 125 118 141 127 138 124 117 121 88 113 112 112 105 107 117 73 96 103 69 89

Psicologia 15 25 11 20 11 8 17 11 20 22 17 10 5 6 2 - - - - - - - -

Química 33 45 55 47 42 41 43 40 40 34 26 33 31 26 15 13 19 18 24 21 18 22 21

Teatro - - 9 13 16 22 30 16 28 16 15 8 17 16 17 13 13 5 10 20 18 11 13

Total 851 959 931 897 882 907 902 965 912 835 714 618 567 618 687 695 782 746 822 651 654 601 661

Fonte: *PDI UFMG 2018-2023; ** Censo da Educação Superior, 2018 -2022.


518

Tabela 39 – Resultados do Enade dos cursos de Graduação da UFMG no período de 2014-2022

Formação Conhecimento Enade Enade Organização Didático- Infraestrutura e Oportunidades de CPC CPC
Curso de Graduação IDD
Geral* Específico* Contínuo Conceito Pedagógica** Instalações físicas** Ampliação da Formação ** Contínuo# Conceito

Enade 2022

Administração 72,43 65,68 5,00 5 5 5,002 5,200 4,982 4,499 5

Administração ICA 63,74 56,90 4,38 5 5 5,093 5,290 4,708 4,250 5

Ciências Contábeis 67,45 32,69 4,55 5 5 5,065 5,198 4,913 4,370 5

Ciências Econômicas 78,62 51,58 4,91 5 4 5,107 5,261 4,947 4,280 5

Direito 75,23 57,28 4,59 5 3 5,070 4,798 5,061 3,615 4

Jornalismo 77,54 65,62 4,34 5 3 5,298 5,004 5,088 3,549 4

Psicologia 79,03 73,23 4,54 5 2 5,317 5,144 4,968 3,376 4

Publicidade E Propaganda 73,82 63,45 4,74 5 3 5,322 5,129 5,020 3,890 4

Relações Internacionais 72,96 51,37 3,44 4 2 5,071 5,092 4,644 3,283 4

Turismo 70,97 62,62 4,58 5 4 5,304 5,250 4,789 3,944 4

Enade 2021

Artes Visuais (Licenciatura) 45,636 65,28 4,215 5 3 5,32 4,868 4,958 3,624 4

Ciência Da Computação (Bacharelado) 54,522 59,845 5 5 4 4,732 5,081 4,816 4,006 5

Ciências Biológicas (Bacharelado) 55,605 57,472 4,647 5 3 5,296 5,302 4,998 3,772 4

Ciências Biológicas (Licenciatura) 47,902 62,158 4,46 5 3 5,317 5,326 5,03 3,743 4

(continua)
519

Formação Conhecimento Enade Enade Organização Didático- Infraestrutura e Oportunidades de CPC CPC
Curso de Graduação IDD
Geral* Específico* Contínuo Conceito Pedagógica** Instalações físicas** Ampliação da Formação ** Contínuo# Conceito

Ciências Sociais (Bacharelado) 45,987 53,221 4,023 5 4 5,194 4,736 4,774 3,746 4

Ciências Sociais (Licenciatura) 54,051 60,851 4,476 5 3 5,357 5,059 5,243 3,586 4

Design 44,892 52,727 3,453 4 3 5,021 4,388 4,505 3,234 4

Educação Física (Bacharelado) 47,191 57,763 5 5 3 5,202 5,194 4,92 3,789 4

Educação Física (Licenciatura) 49,7 60,5 4,802 5 4 4,868 5,081 4,579 3,894 4

Filosofia (Bacharelado) 49,01 64,147 4,207 5 3 5,328 4,886 4,716 3,575 4

Filosofia (Licenciatura) 50,52 72,75 4,444 5 3 5,351 4,882 4,533 3,666 4

Física (Licenciatura) 46,739 62,005 4,251 5 3 4,717 5,082 4,73 3,586 4

Geografia (Bacharelado) 44,695 53,877 4,05 5 3 5,244 5,188 4,546 3,579 4

Geografia (Licenciatura) 47,131 58,114 4,17 5 3 5,143 5,197 4,556 3,52 4

História (Bacharelado) 52,173 69,67 4,162 5 3 5,225 4,441 4,827 3,539 4

História (Licenciatura) 49,334 71,643 4,821 5 4 5,384 4,765 5,062 3,93 4

Letras-Português (Licenciatura) 49,831 61,966 4,276 5 2 5,417 5,324 5,112 3,452 4

Matemática (Licenciatura) 49,312 68,564 4,547 5 3 5,01 5,234 5,185 3,647 4

Matemática EaD (Licenciatura) - - - - - - - - - SC

Música (Licenciatura) 44,089 53,423 3,248 4 2 5,316 4,987 4,963 3,151 4

Pedagogia (Licenciatura) 45,705 58,192 4,47 5 2 5,314 5,19 4,991 3,404 4

(continua)
520

Formação Conhecimento Enade Enade Organização Didático- Infraestrutura e Oportunidades de CPC CPC
Curso de Graduação IDD
Geral* Específico* Contínuo Conceito Pedagógica** Instalações físicas** Ampliação da Formação ** Contínuo# Conceito

Química (Bacharelado) 45,853 49,964 4,514 5 4 5,23 5,484 5,233 4,189 5

Química (Licenciatura) 51,555 61,452 4,828 5 4 5,158 5,278 5,109 4,201 5

Química EaD (Licenciatura) - - - - - - - - - SC

Sistemas De Informação 48,385 52,898 4,569 5 3 4,738 5,122 4,541 3,524 4

Enade 2019

Agronomia 52,52 62,49 4,14 5 4 5,35 5,48 5,11 3,87 4

Arquitetura e Urbanismo 56,91 73,00 4,61 5 3 5,04 4,49 5,01 3,40 4

Biomedicina 60,40 58,72 4,29 5 3 5,42 5,17 5,11 3,64 4

Educação Física (Bacharelado) 46,84 64,17 4,21 5 3 4,98 4,70 4,59 3,46 4

Enfermagem 51,49 58,37 4,39 5 3 5,49 5,48 5,07 3,81 4

Engenharia Ambiental 64,81 63,93 4,96 5 3 5,01 4,99 5,08 3,76 4

Engenharia Civil 56,75 60,08 4,40 5 3 4,42 5,02 4,62 3,42 4

Engenharia De Alimentos 47,01 48,56 2,59 3 3 5,19 5,15 5,05 3,20 4

Engenharia De Controle E Automação 52,00 45,55 3,40 4 3 4,77 5,17 5,06 3,46 4

Engenharia De Produção 54,96 61,12 4,53 5 3 4,85 4,80 5,20 3,62 4

Engenharia Elétrica 56,54 57,04 4,90 5 3 4,32 4,80 4,79 3,71 4

Engenharia Florestal 55,93 47,56 3,40 4 3 5,14 5,06 4,69 3,45 4

Engenharia Mecânica 55,92 46,84 4,11 5 3 4,19 4,56 4,77 3,31 4

(continua)
521

Formação Conhecimento Enade Enade Organização Didático- Infraestrutura e Oportunidades de CPC CPC
Curso de Graduação IDD
Geral* Específico* Contínuo Conceito Pedagógica** Instalações físicas** Ampliação da Formação ** Contínuo# Conceito

Engenharia Química 61,50 55,44 4,42 5 3 4,60 4,84 5,03 3,61 4

Farmácia 51,42 64,70 4,56 5 3 5,11 5,10 4,77 3,57 4

Fisioterapia 60,25 54,15 5,00 5 3 5,07 4,93 4,60 3,69 4

Fonoaudiologia 54,91 65,13 4,38 5 3 5,55 5,10 5,18 3,64 4

Medicina 60,11 68,29 4,40 5 4 5,40 5,29 5,34 3,84 4

Medicina Veterinária 54,00 67,02 4,75 5 3 5,05 4,87 4,90 3,76 4

Nutrição 54,62 69,89 4,98 5 3 5,38 5,45 5,09 3,79 4

Odontologia 57,92 65,83 4,15 5 3 5,34 5,26 4,85 3,52 4

Tecnologia Em Radiologia 49,22 57,37 4,02 5 3 5,04 5,00 4,44 3,42 4

Zootecnia 42,91 48,80 3,56 4 4 5,43 5,29 5,23 3,81 4

Enade 2018

Administração 66,270588 52,98571429 4,860992 5 3 4,196853 4,576331 4,341949 3,429379 4

Administração Ica 54,579545 46,07954545 3,851038 4 3 4,90874 5,007997 4,788982 3,5128451 4

Gestão Pública 67,991566 56,29156627 3,721729 4 3 4,698565 4,64296 4,594183 3,4612817 4

Ciências Contábeis 54,657576 45,96363636 4,060338 5 3 4,290214 4,43904 4,303888 3,3894088 4

Ciências Econômicas 67,593056 46,62916667 4,199502 5 3 4,511106 5,212465 4,957176 3,681111 4

Design 57,617808 55,32054795 3,722751 4 3 4,465196 4,310748 4,403174 3,3331376 4

Direito 69,197849 56,7172043 4,916417 5 2 4,414071 4,158179 4,818253 3,4171397 4

(continua)
522

Formação Conhecimento Enade Enade Organização Didático- Infraestrutura e Oportunidades de CPC CPC
Curso de Graduação IDD
Geral* Específico* Contínuo Conceito Pedagógica** Instalações físicas** Ampliação da Formação ** Contínuo# Conceito

Jornalismo 73,934722 63,46944444 4,620038 5 2 4,654094 4,603713 4,617696 3,4047562 4

Psicologia 70,07963 60,12407407 4,35033 5 3 4,553634 4,518054 4,345614 3,3647789 4

Publicidade E Propaganda 74,8 64,3862069 4,933119 5 3 4,642375 4,607157 4,825346 3,6038835 4

Relações Internacionais 68,413725 44,91764706 3,262437 4 2 4,591433 5,053568 4,84088 2,9831259 4

Turismo 61,983333 58,35694444 4,358752 5 2 4,878585 4,895486 4,542301 3,2657487 4

Enade 2017

Arquitetura e Urbanismo 69,31 64,66 4,61 5 3 4,64 4,14 4,82 3,33 4

Artes Visuais (Licenciatura) 59,35 67,97 3,97 5 3 4,64 4,33 4,22 3,33 4

Ciência da Computação (Bacharelado) 64,68 59,13 4,88 5 3 4,40 4,81 4,97 3,75 4

Ciências Biológicas (Bacharelado) 65,01 60,37 4,23 5 3 4,63 4,49 4,82 3,31 4

Ciências Biológicas (Licenciatura) 62,95 56,61 4,06 5 3 4,48 4,29 4,61 3,42 4

Ciências Biológicas (Licenciatura) 48,48 38,09 1,92 2 3 5,42 4,84 4,07 3,11 4

Ciências Sociais (Bacharelado) 59,87 50,10 3,61 4 4 4,51 3,84 4,11 3,44 4

Ciências Sociais (Licenciatura) 64,77 58,67 4,64 5 3 4,23 3,78 4,17 3,37 4

Educação Física (Licenciatura) 52,77 55,09 3,92 4 3 4,42 4,21 4,16 3,27 4

Engenharia De Minas 65,55 47,58 3,52 4 3 4,08 4,60 4,51 3,33 4

Engenharia Metalúrgica 69,00 49,60 3,83 4 3 4,59 4,91 4,83 3,54 4

Engenharia Aeroespacial 67,92 54,69 4,27 5 3 4,02 4,22 4,46 3,44 4

(continua)
523

Formação Conhecimento Enade Enade Organização Didático- Infraestrutura e Oportunidades de CPC CPC
Curso de Graduação IDD
Geral* Específico* Contínuo Conceito Pedagógica** Instalações físicas** Ampliação da Formação ** Contínuo# Conceito

Engenharia De Sistemas 67,92 46,78 3,52 4 3 4,88 4,86 5,50 3,57 4

Engenharia Ambiental 70,32 56,54 4,54 5 3 5,13 5,05 5,08 3,72 4

Engenharia Civil 70,88 59,19 4,41 5 2 4,02 4,60 4,55 3,18 4

Engenharia De Alimentos 59,41 40,43 2,94 3 2 4,98 5,02 5,14 2,98 4

Engenharia De Controle E Automação 67,77 50,58 3,90 4 3 4,19 4,61 4,67 3,41 4

Engenharia De Produção 72,20 54,64 4,82 5 3 4,48 4,43 4,94 3,56 4

Engenharia Elétrica 70,36 51,86 4,80 5 3 4,06 4,52 4,72 3,54 4

Engenharia Florestal 63,38 52,88 3,39 4 4 4,97 4,70 4,90 3,45 4

Engenharia Mecânica 68,11 55,75 4,02 5 2 4,01 4,37 4,69 3,17 4

Engenharia Química 75,37 49,43 4,60 5 4 4,40 4,58 5,00 3,79 4

Filosofia (Bacharelado) 65,36 54,78 4,41 5 3 5,03 4,31 4,56 3,65 4

Filosofia (Licenciatura) 57,56 55,88 3,51 4 2 4,66 4,35 4,18 2,93 3

Física (Bacharelado) 60,76 42,28 3,52 4 4 4,28 4,52 4,53 3,56 4

Física (Licenciatura) 55,31 49,45 3,76 4 3 4,10 4,28 4,43 3,26 4

Geografia (Bacharelado) 55,61 55,58 3,26 4 3 4,81 4,47 3,62 3,37 4

Geografia (Bacharelado) 59,89 54,49 3,34 4 3 4,67 4,61 3,94 3,11 4

Geografia (Licenciatura) 57,20 56,65 3,97 5 3 4,68 4,66 4,19 3,27 4

(continua)
524

Formação Conhecimento Enade Enade Organização Didático- Infraestrutura e Oportunidades de CPC CPC
Curso de Graduação IDD
Geral* Específico* Contínuo Conceito Pedagógica** Instalações físicas** Ampliação da Formação ** Contínuo# Conceito

História (Bacharelado) 60,44 53,75 4,05 5 3 4,86 3,95 4,44 3,18 4

História (Licenciatura) 61,60 59,90 4,45 5 3 4,96 4,02 4,32 3,55 4

Letras - Inglês 55,94 60,27 3,65 4 3 4,85 4,76 4,76 2,04 3

Letras-Português (Bacharelado) 56,34 48,48 2,64 3 2 4,91 4,68 4,68 2,85 3

Letras-Português (Licenciatura) 55,51 49,85 3,59 4 3 4,91 4,81 4,68 3,38 4

Matemática (Bacharelado) 69,90 46,72 2,64 3 2 3,62 4,35 4,03 2,50 3

Matemática (Bacharelado) 69,37 66,88 3,85 4 3 4,89 5,13 5,43 3,49 4

Matemática (Licenciatura) 57,13 56,44 4,08 5 3 4,05 4,52 4,70 3,46 4

Matemática (Licenciatura) 56,64 41,44 2,79 3 3 4,68 3,81 2,99 3,16 4

Música (Licenciatura) 50,31 47,50 2,73 3 3 5,01 4,68 4,49 3,06 4

Pedagogia (Licenciatura) 60,59 58,75 4,44 5 3 5,10 4,84 4,80 3,49 4

Química (Bacharelado) 65,28 44,79 4,16 5 4 4,27 4,52 4,47 3,61 4

Química (Bacharelado) 66,18 40,99 3,79 4 3 4,58 4,67 4,90 3,55 4

Química (Licenciatura) 60,61 45,63 4,03 5 3 4,37 4,58 4,55 3,35 4

Química (Licenciatura) 59,80 32,44 2,50 3 4 5,25 4,80 3,19 3,45 4

Sistemas De Informação 66,87 56,57 4,33 5 3 4,22 4,49 4,59 3,57 4

Enade 2016

Educação Física (Bacharelado) 51,89 60,33 4,75 5 3 4,85 4,35 4,54 3,45 4

(continua)
525

Formação Conhecimento Enade Enade Organização Didático- Infraestrutura e Oportunidades de CPC CPC
Curso de Graduação IDD
Geral* Específico* Contínuo Conceito Pedagógica** Instalações físicas** Ampliação da Formação ** Contínuo# Conceito

Biomedicina 68,64 56,61 4,63 5 3 5,29 5,15 5,65 3,73 4

Enfermagem 54,04 58,68 4,48 5 3 5,61 5,63 5,45 3,75 4

Farmácia 57,49 64,69 4,2 5 3 5,06 4,9 5,01 3,49 4

Medicina Veterinária 54,51 58,72 4,19 5 3 4,87 4,59 4,76 3,33 4

Nutrição 53,24 65,15 4,08 5 3 4,97 4,9 4,58 3,39 4

Fisioterapia 54,69 44,85 3,72 4 3 5,29 4,96 4,9 3,39 4

Fonoaudiologia 55,01 63,85 3,71 4 3 5,57 5,27 5,17 3,58 4

Medicina 67,56 70,82 3,52 4 3 5,18 4,92 5,13 3,26 4

Agronomia 53,84 64,17 3,37 4 3 4,96 4,79 4,78 3,24 4

Odontologia 60,12 61,37 3,32 4 2 5,25 4,94 5,29 3,09 4

Radiologia 44,65 48,74 3,16 4 3 5,35 5,31 4,89 3,27 4

Zootecnia 47,37 41,62 2,68 3 3 5,19 4,94 4,92 3,3 4

Enade 2015

Administração 69,38 58,48 5 5 3 4,27 4,26 4,5 3,52 4

Administração ICA 67,69 52,22 4,46 5 4 4,98 4,73 5,04 3,75 4

Ciências Contábeis 64,3 54,45 4,66 5 3 4,52 4,49 4,44 3,63 4

Ciências Econômicas 69,09 52,59 4,52 5 3 4,49 4,93 4,67 3,36 4

Design 61,94 53,32 3,11 4 3 4,35 3,27 4,34 2,73 3

(continua)
526

Formação Conhecimento Enade Enade Organização Didático- Infraestrutura e Oportunidades de CPC CPC
Curso de Graduação IDD
Geral* Específico* Contínuo Conceito Pedagógica** Instalações físicas** Ampliação da Formação ** Contínuo# Conceito

Direito 70,2 55,38 4,26 5 2 4,21 3,45 4,53 3,17 4

Jornalismo 71,76 54,95 4,43 5 3 4,71 4,13 4,56 - _

Psicologia 70,86 54,56 4,19 5 3 4,68 4 4,52 3,4 4

Publicidade e Propaganda 73,11 66,54 4,9 5 3 4,58 3,99 4,48 - _

Relações Internacionais 72,54 50,85 3,48 4 2 4,72 5,04 4,89 3,06 4

Turismo 63,72 67,67 4,17 5 3 4,92 4,62 4,58 3,38 4

Enade 2014

Arquitetura E Urbanismo 62,93 52,5 3,58 4 2 4,8 4,3 5,1 3,08 4

Matemática (Bacharelado) 66,7 48,06 3,06 4 3 4,7 4,7 5,1 3,47 4

Matemática (Licenciatura) 56,8 37,25 3,54 4 3 4,5 4,4 4,4 3,19 4

Letras-Português (Bacharelado) 63,45 48,63 3,28 4 2 5,1 4,9 4,9 3,12 4

Letras-Português (Licenciatura) 62,58 51,99 4,67 5 3 5,1 4,9 4,9 3,58 4

Física (Bacharelado) 62,81 41,62 3,75 4 3 4,7 4,6 4,9 3,32 4

Física (Licenciatura) 59,96 55,51 4,07 5 3 4,7 4,7 5 3,44 4

Química (Bacharelado) 69,12 52,57 4,16 5 3 4,6 4,6 4,7 3,42 4

Química (Licenciatura) 61,08 48,37 3,33 4 4 4,9 4,8 4,1 3,63 4

Ciências Biológicas (Bacharelado) 71,31 62,84 4,88 5 3 4,8 4,5 4,6 3,83 4

Ciências Biológicas (Licenciatura) 64,99 50,78 3,47 4 3 4,96 4,6 4,5 3,46 4

(continua)
527

Formação Conhecimento Enade Enade Organização Didático- Infraestrutura e Oportunidades de CPC CPC
Curso de Graduação IDD
Geral* Específico* Contínuo Conceito Pedagógica** Instalações físicas** Ampliação da Formação ** Contínuo# Conceito

Pedagogia (Licenciatura) 59,61 58,77 3,94 5 3 5,37 5,2 4,8 3,47 4

História (Bacharelado) 65,68 53,3 3,26 4 1 4,7 3,9 4,6 2,24 3

História (Licenciatura) 68,38 60,9 4,43 5 3 5,3 4,2 4,9 3,64 4

Artes Visuais (Licenciatura) 64,47 56,79 4,04 5 3 4,9 4 4,4 3,26 4

Geografia (Bacharelado) 62,57 48,79 3,27 4 3 5,1 4,7 4,1 3,23 4

Geografia (Licenciatura) 62,45 46,29 3,73 4 3 4,7 4,4 4,3 3,21 4

Filosofia (Bacharelado) 63,83 54,25 3,76 4 3 5,1 4,4 4,4 3,53 4

Filosofia (Licenciatura) 50,98 45,64 2,95 4 2 4,6 3,8 4 2,85 3

Educação Física (Licenciatura) 55,33 54,46 3,81 4 3 5 4,6 5,1 3,37 4

Ciência da Computação (Bacharelado) 69,68 61,78 4,67 5 2 4,7 4,7 5 3,38 4

Sistemas de Informação 66,76 53,74 4,32 5 5 4,5 4,5 4,9 4,19 5

Música (Licenciatura) 60,08 40,01 1,56 2 2 5,3 4,6 4,8 2,64 3

Ciências Sociais (Bacharelado) 62,46 51,61 3,76 4 3 4,7 4 4,5 3,22 4

Ciências Sociais (Licenciatura) 61,71 51,93 4,01 5 5 4,3 3,6 4,1 3,79 4

Engenharia Civil 58,51 53,57 3,98 5 2 4,8 4,9 4,9 3,18 4

Engenharia Elétrica 70,72 60,66 4,63 5 5 4,4 4,8 5 4,35 5

Engenharia de Controle E Automação 72,72 58,66 4,31 5 5 4,6 4,9 5 4,14 5

(continua)
528

(conclusão)

Formação Conhecimento Enade Enade Organização Didático- Infraestrutura e Oportunidades de CPC CPC
Curso de Graduação IDD
Geral* Específico* Contínuo Conceito Pedagógica** Instalações físicas** Ampliação da Formação ** Contínuo# Conceito

Engenharia Mecânica 63,63 54,17 3,52 4 4 4,5 4,6 4,8 3,7 4

Engenharia Química 74,78 61,01 4,93 5 4 4,7 5 5,1 4 5

Engenharia de Produção 69,9 55,54 3,98 3 3 5 4,9 5,2 2,92 3

Engenharia Ambiental 73,73 61,1 4,1 5 3 5 4,9 5,1 3,56 4

Engenharias 71,71 59,75 3,97 5 2 4,5 4,7 4,8 3,09 4

Engenharia de Alimentos 59,15 46,43 2,19 5 3 4,9 4,7 4,9 3,68 4

Engenharia Florestal 65,54 44,8 2,93 4 1 4,9 4,3 5 2,57 3

*Nota Bruta na parte de formação geral e na parte de componente específico na prova do Enade corresponde a nota em 100 pontos.
**Nota Bruta na Organização didático-pedagógica, infraestrutura e ampliação da formação corresponde à média da nota na escala Likert, entre 1 e 6, no questionário do estudante, onde 6 = concordo plenamente.
#Nota contínua Enade e CPC variam entre 0 a 5.
Conceito Enade, IDD e CPC valores 1, 2, 3, 4 ou 5.
SC: Sem conceito
CPC: Conceito Preliminar de Curso IDD: Indicador da Diferença de desempenho Observado e Esperado.

Fonte: https://www.gov.br/inep/pt-br/acesso-a-informacao/dados-abertos/indicadores-educacionais/indicadores-de-qualidade-da-educacao-superior
529

Tabela 40 – Indicadores Exame Nacional de Desempenho de Estudantes - Enade

Indicadores de Qualidade de Educação ((2019 - 2021 - 2022)

Código do
Nome do Curso Avaliação Enade
Curso

CPC Faixa IDD Enade Ano

121492 Administração - ICA 5 5 5 2022

12941 Administração 5 5 5 2022

20841 Agronomia 4 4 5 2019

12942 Arquitetura e Urbanismo 4 3 5 2019

12943 Artes Visuais - Licenciatura 4 3 5 2021

1113161 Biomedicina 4 3 5 2019

12946 Ciência da Computação 5 4 5 2021

312945 Ciências Biológicas - Bacharelado 4 3 5 2021

12945 Ciências Biológicas - Licenciatura 4 3 5 2021

12947 Ciências Contábeis 5 5 5 2022

12948 Ciências Econômicas 5 4 5 2022

312949 Ciências Sociais - Bacharelado 4 3 5 2021

12949 Ciências Sociais - Licenciatura 4 4 5 2021

121496 Design 4 3 4 2021

12951 Direito 4 3 5 2022

312952 Educação Física - Bacharelado 4 4 5 2021

12952 Educação Física - Licenciatura 4 3 5 2021

12953 Enfermagem 4 3 5 2019

121511 Engenharia Ambiental 4 3 5 2019

12954 Engenharia Civil 4 3 5 2019

121504 Engenharia de Alimentos 4 3 3 2019

18880 Engenharia de Controle e Automação 4 3 4 2019

50478 Engenharia de Produção 4 3 5 2019

12955 Engenharia Elétrica 4 3 5 2019

(continua)
530

Indicadores de Qualidade de Educação ((2019 - 2021 - 2022)

Código do
Nome do Curso Avaliação Enade
Curso

CPC Faixa IDD Enade Ano

121513 Engenharia Florestal 4 3 4 2019

12957 Engenharia Mecânica 4 3 5 2019

12959 Engenharia Química 4 3 5 2019

38596 Farmácia 4 3 5 2019

312962 Filosofia - Bacharelado 4 3 5 2021

12962 Filosofia - Licenciatura 4 3 5 2021

12963 Física - Licenciatura 4 3 5 2021

12964 Fisioterapia 4 3 5 2019

21598 Fonoaudiologia 4 3 5 2019

312965 Geografia - Bacharelado 4 3 5 2021

12965 Geografia - Licenciatura 4 3 5 2021

121515 Gestão Pública 4 3 4 2018

312967 História - Bacharelado 4 4 5 2021

12967 História - Licenciatura 4 3 5 2021

27656 Jornalismo 4 3 5 2022

12968 Letras - Licenciatura 4 2 5 2021

12969 Matemática - Licenciatura 4 3 5 2021

12970 Medicina 4 4 5 2019

12971 Medicina Veterinária 4 3 5 2019

12977 Música - Licenciatura 4 2 4 2021

72169 Nutrição 4 3 5 2019

12972 Odontologia 4 3 5 2019

12973 Pedagogia 4 2 5 2021

12974 Psicologia 4 2 4 2022

33738 Publicidade e Propaganda 4 3 5 2022

(continua)
531

(conclusão)

Indicadores de Qualidade de Educação ((2019 - 2021 - 2022)

Código do
Nome do Curso Avaliação Enade
Curso

CPC Faixa IDD Enade Ano

312975 Química - Bacharelado 5 4 5 2021

12975 Química - Licenciatura 5 4 5 2021

1117665 Radiologia 4 3 5 2019

5000057 Relações Econômicas Internacionais 4 2 4 2022

87195 Sistemas de Informação 4 3 5 2021

58092 Turismo 4 4 5 2022

87193 Zootecnia 4 4 4 2019

121519 Matemática - EaD s/c s/c s/c 2021

115220 Química - EaD s/c s/c s/c 2021

*s/c: sem conceito

Fonte:https://www.gov.br/inep/pt-br/acesso-a-informacao/dados-abertos/indicadores-
educacionais/indicadores-de-qualidade-da-educacao-superior.
532

Tabela 41 – Resultados de Processos de Reconhecimento e Renovação de Reconhecimento de


Cursos de Graduação

Código do Curso
Nome do Curso Avaliação in loco
(e-MEC)

CC Ano

121492 Administração - ICA 5 2013

1141480 Antropologia* 5 2023

121500 Aquacultura 4 2019

121494 Arquivologia* 5 2023

312943 Artes Visuais - Bacharelado 5 2019

12944 Biblioteconomia 4 2018

1113161 Biomedicina 4 2014

50461 Ciências Atuariais 5 2019

115314 Ciências Biológicas - Licenciatura (EaD) 4 2012

123342 Ciências do Estado* 5 2023

5000056 Ciências Socioambientais 4 2017

121517 Cinema de Animação e Artes Digitais 5 2014

113130 Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis* 5 2023

1112247 Controladoria e Finanças* 5 2023

1113162 Dança - Licenciatura 4 2014

121496 Design 4 2012

121498 Design de Moda 4 2019

12951 Direito 4 2015

103079 Educação do Campo 5 2012

312952 Educação Física - Bacharelado 4 2017

121507 Engenharia Aeroespacial 5 2014

121509 Engenharia Agrícola e Ambiental* 4 2023

121511 Engenharia Ambiental 5 2013

121504 Engenharia de Alimentos 3 2013

12956 Engenharia de Minas 4 2015

5000059 Engenharia de Sistemas 5 2015

121513 Engenharia Florestal 4 2013

(continua)
533

(conclusão)

Código do Curso
Nome do Curso Avaliação in loco
(e-MEC)

CC Ano

12960 Estatística 4 2019

38596 Farmácia 5 2017

312963 Física - Bacharelado 5 2013

21598 Fonoaudiologia 4 2009

103066 Formação Intercultural para Educadores Indígenas 5 2011

115258 Geografia - Bacharelado (EaD) 5 2012

12966 Geologia 4 2012

121502 Gestão De Serviços de Saúde 5 2018

121515 Gestão Pública 5 2011

312968 Letras - Bacharelado 4 2013

12968 Letras - Licenciatura 4 2014

2126937 Letras-Libras* 5 2023

121519 Matemática - Licenciatura (EaD) 3 2012

12970 Medicina 5 2017

12971 Medicina Veterinária 5 2008

1113166 Museologia 4 2013

312977 Música - Bacharelado 4 2013

12973 Pedagogia 4 2012

115276 Pedagogia (EaD) 4 2012

115220 Química - Licenciatura (EaD) 4 2012

5000058 Química Tecnológica 4 2014

1117665 Radiologia 5 2013

5000057 Relações Econômicas Internacionais 5 2014

36204 Teatro - Bacharelado 4 2017

12976 Terapia Ocupacional 5 2018

*Processo de renovação de reconhecimento em fase final, com resultado já conhecido, aguardando apenas a
publicação da Portaria.

Fonte: Diretoria de Avaliação Institucional da UFMG, elaboração própria, com base nos dados
retirados do Sistema e-MEC, acesso restrito da Procuradora Institucional da UFMG.
534

Apêndice B – Pós-Graduação

Tabela 42 – Número de teses de Doutorado defendidas de 2000 a 2022

2000 2001 2022 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Administração 7 7 1 5 10 4 6 6 7 6 6 8 13 19 30 23 12 22 29 22 18 22 21

Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 4 5 11

Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1

Análises Clínicas e Toxicológicas - - - - - - - - - - - - - - - - 1 3 7 3 1 3 4

Antropologia - - - - - - - - - - - - - - - - - - 3 8 7 8 7

Arquitetura e Urbanismo - - - - - - - - - - - - 2 5 13 9 14 9 8 16 15 20 16

Artes - - - - - - - - 1 - 7 15 19 13 18 11 15 29 10 23 20 12 19

Bioinformática - - - - - - 1 7 5 8 3 6 8 4 9 17 12 10 9 14 9 16 13

Biologia Celular 4 9 2 6 1 3 6 4 7 11 7 14 10 9 12 22 23 12 17 18 8 15 13

Biologia Vegetal - - - - - 2 4 6 7 4 7 3 5 2 17 13 9 9 4 8 12 6 8

Bioquímica e Imunologia 10 19 12 10 8 22 15 16 18 12 21 19 10 21 24 22 25 23 18 24 14 24 18

Ciência Animal 19 31 34 29 25 31 30 17 27 17 9 17 29 26 26 21 22 25 25 20 17 24 19

Ciência da Computação 4 10 9 6 8 9 9 10 12 9 8 8 15 10 10 15 13 11 10 17 20 13 20

Ciência da Informação 3 1 6 5 4 13 5 8 9 9 5 14 10 20 12 11 13 11 11 9 7 6 16

Ciência de Alimentos - - - - - - 4 4 3 4 4 4 6 7 7 7 14 2 11 8 7 5 10

Ciência Política - - - - - - - - 2 8 4 7 9 8 10 12 11 9 9 14 13 17 13

Ciências Aplicadas à Cirurgia e à Oftalmologia 9 13 4 5 7 3 3 6 12 7 9 7 18 18 14 9 2 15 7 11 12 9 15

(continua)
535

2000 2001 2022 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Ciências Aplicadas à Saúde do Adulto - - - - - - 2 3 4 1 14 3 4 7 10 11 5 6 5 6 4 5 9

Ciências Biológicas - Fisiologia e Farmacologia 8 7 12 8 15 19 7 20 15 16 21 13 15 17 27 14 20 21 12 9 16 23 19

Ciências Biológicas: Farmacologia Bioquímica e


- - - 1 4 7 6 6 7 6 9 2 2 3 2 - - - - - - - -
Molecular

Ciências da Reabilitação - - - - - - - - - 4 4 6 10 5 14 10 11 10 9 21 4 7 7

Ciências da Saúde - Infectologia e Medicina Tropical 2 4 3 7 4 2 2 5 7 7 8 8 6 7 12 10 9 6 14 11 15 8 13

Ciências da Saúde - Saúde da Criança e do Adolescente 12 8 5 9 4 8 17 7 10 17 18 12 25 16 21 12 19 14 4 9 10 17 9

Ciências do Esporte - - - - - - - - - - - 2 3 2 9 10 7 17 8 9 15 9 16

Ciências e Técnicas Nucleares - - - - - - - - 1 2 7 1 7 5 11 7 11 12 4 4 6 11 4

Ciências Farmacêuticas - 2 1 2 1 5 - 6 9 10 10 3 11 10 17 16 12 4 7 8 8 16 14

Ciências Fonoaudiológicas - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1

Ciências Humanas: Sociologia e Política 1 3 2 4 3 8 2 9 6 14 - - - - - - - - - - - - -

Comunicação Social - - - - - - - 1 5 3 5 5 5 3 14 10 10 11 13 16 10 11 14

Controladoria e Contabilidade - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 3 3

Demografia 1 7 5 1 1 10 4 3 8 10 8 7 5 8 11 7 9 9 6 10 7 7 4

Direito 14 31 23 22 23 17 30 28 24 13 8 12 11 14 14 17 32 40 24 21 10 35 48

Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre - 9 6 4 6 6 5 6 17 8 9 7 11 14 11 12 17 15 20 12 7 4 12

Economia - - - - - 4 2 3 7 5 6 11 9 7 21 9 9 5 7 13 7 9 5

Educação - Conhecimento e Inclusão Social 8 14 15 9 21 14 13 26 28 51 54 38 24 43 76 73 56 61 40 58 51 60 70

Enfermagem - - - - - - - - 3 5 6 5 13 9 12 11 18 18 22 32 17 16 18

Engenharia de Estruturas - - - - 2 2 4 6 7 5 1 3 5 2 5 4 3 7 7 7 5 7 4

(continua)
536

2000 2001 2022 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Engenharia de Produção - - - - - - - - - - - - - - 4 9 6 7 5 5 10 8 7

Engenharia Elétrica 11 11 3 8 7 12 13 14 16 13 12 19 14 19 24 26 26 17 26 28 27 31 36

Engenharia Mecânica 2 6 3 9 7 10 15 10 18 9 7 11 9 10 6 13 14 19 12 12 14 14

Engenharia Metalúrgica, Materiais e de Minas 16 16 15 16 12 19 8 15 14 8 12 18 19 11 15 14 14 16 16 12 17 16 20

Engenharia Química - - - - - - - - - 2 2 2 - 3 4 8 6 5 6 7 3 14 4

Estatística - - - - - - - - - 4 6 6 2 2 5 10 9 4 4 3 7 4 6

Estudos do Lazer - - - - - - - - - - - - - - - - 10 20 12 9 17 15 9

Estudos Linguísticos 4 12 14 13 10 16 18 17 24 21 18 33 32 30 45 39 31 32 35 33 29 39 45

Filosofia 5 5 3 4 3 3 7 6 5 4 5 9 8 6 12 11 13 18 15 18 12 21 20

Física 11 12 8 10 11 12 16 9 18 16 11 14 13 17 23 17 17 18 19 14 13 14 20

Genética - - - - - - 2 9 3 2 3 6 16 11 12 14 13 8 13 16 6 15 17

Geografia - - - - - - - 3 11 6 6 9 14 12 10 15 10 8 20 20 13 12 13

Geologia - - - - - 1 3 6 4 3 3 2 2 2 2 3 3 5 4 6 7 2 8

Gestão e Organização do Conhecimento - - - - - - - - - - - - - - - - - 5 5 9 18 14 15

História - - 1 3 4 8 14 7 7 14 7 8 7 18 14 25 22 14 26 15 9 16 20

Inovação Tecnológica - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 7 10 8

Letras: Estudos Literários 19 11 7 7 18 21 18 26 24 15 17 16 14 21 33 25 29 24 24 25 23 18 34

Matemática - - 2 1 2 2 1 4 6 7 7 8 3 6 11 13 15 18 16 15 21 19 17

Medicamentos e Assistência Farmacêutica - - - - - - - - - - - - - - - 1 6 4 9 6 4 5 15

Medicina - Gastroenterologia 2 3 2 6 2 5 1 4 - 3 1 - - - - - - - - - - -

(continua)
537

(conclusão)

2000 2001 2022 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Medicina Molecular - - - - - - - - - - - 1 6 6 11 8 8 7 7 8 6 4 10

Microbiologia 8 9 12 13 8 16 14 14 16 13 15 13 13 18 17 30 18 18 21 21 14 18 20

Música 1 - - - - - - - - - - - - - - - 5 15 7 17 13 14 24

Neurociências - - - - - - - - - 1 3 3 11 3 11 8 5 9 8 11 6 10 6

Odontologia - - - - - - 5 10 5 7 14 14 16 17 20 29 21 20 19 19 21 15 23

Oftalmologia 9 18 3 9 11 1 5 2 7 1 - - - - - - - - - - - - -

Parasitologia 6 12 6 11 8 3 7 17 8 8 10 15 12 7 19 22 13 17 9 13 6 10 9

Patologia 4 4 6 3 6 3 1 5 3 4 10 4 5 2 9 13 7 8 9 8 5 5 7

Produção Vegetal - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2 11 9 8

Psicologia: Congnição e Comportamento - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 3 4 1

Psicologia - - - - - - - - - - - - 12 11 18 16 10 12 20 25 18 11 11

Química 19 14 18 11 15 28 13 25 38 18 29 27 35 31 24 34 26 34 29 34 21 19 22

Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos 6 6 8 4 9 4 6 8 15 16 7 13 10 18 9 15 11 15 11 16

Saúde da Mulher 2 6 7 3 8 3 5 5 8 2 2 6 8 4 6 5 3 3 5 5 2 2 0

Saúde Pública - - - - 1 6 6 8 4 1 8 6 6 8 15 6 7 6 5 10 8 7 9

Sociologia - - - - - - - - - 7 8 4 6 5 7 6 6 8 9 9 3 3 5

Zoologia - - - - - - - - - - - - - - - 3 5 7 4 10 0 6 2

Zootecnia - - - - - - - 10 18 14 22 13 12 10 28 18 33 22 20 19 17 17 22

TOTAL 219 307 254 256 292 360 352 450 525 487 528 539 633 630 911 869 862 878 841 938 801 905 1017

Fonte: Pró-Reitoria de Pós-Graduação.


538

Tabela 43 – Número de dissertações de Mestrado defendidas de 2000 a 2022

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Administração 37 48 13 19 38 19 15 16 27 24 15 22 22 23 25 24 25 33 31 28 28 20 16

Alimentos e Saúde - - - - - - - - - - - - - - - - - - 0 0 0 3 18

Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável - - - - - - - - 5 8 14 19 13 18 17 20 22 21 21 11 18 9 16

Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais - - - - - - - - 5 4 11 7 6 9 13 13 4 18 19 22 14 14 9

Análises Clínicas e Toxicológicas - - - - - - - - - - - - - - - 15 8 7 18 15 4 5 0

Antropologia - - - - - - - - 10 9 9 11 12 8 16 12 17 15 10 16 6 8 13

Arquitetura e Urbanismo 11 12 14 9 8 13 14 17 15 21 14 15 12 10 18 21 18 16 26 15 27 19 18

Artes - 12 12 22 12 21 28 35 18 26 30 38 26 17 25 24 21 28 22 26 20 22 37

Artes/ Mp - - - - - - - - - - - - - - - - - - 12 0 7 0 0

Bioinformática - - - - - - - - - - - - - 1 3 12 14 14 16 13 7 10 11

Biologia Celular 3 8 4 10 15 11 7 23 8 18 6 16 25 5 20 13 15 11 9 14 8 15 16

Biologia Vegetal - 4 9 4 4 10 8 7 6 16 13 12 10 2 22 13 8 10 8 16 5 5 9

Bioquímica e Imunologia 10 16 10 10 17 17 13 16 17 18 20 11 16 19 21 17 18 16 20 23 12 16 11

Ciência Animal - - - - - - - 17 37 39 65 55 41 22 52 38 39 37 35 59 31 37 46

Ciência da Computação 28 74 35 32 38 37 35 28 26 53 46 51 43 44 51 57 67 66 55 52 52 51 29

Ciência da Informação 26 30 11 12 19 27 18 22 24 21 20 16 14 23 25 31 24 14 7 13 7 6 14

Ciência de Alimentos 14 16 13 10 13 17 13 16 12 15 18 17 13 13 21 11 13 16 19 15 11 7 9

Ciência Política 10 10 7 9 11 9 9 11 11 12 9 13 15 14 20 11 19 14 14 15 18 12 16

Ciências Aplicadas à Cirurgia e à Oftalmologia 6 11 4 9 9 14 6 18 10 15 15 16 14 17 20 18 12 6 14 11 26 14 18

(continua)
539

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Ciências Aplicadas à Saúde do Adulto - - - - 8 9 8 13 10 12 18 36 13 17 22 15 21 14 18 23 19 23 16

Ciências Biológicas - Fisiologia e Farmacologia 14 17 19 8 11 23 10 17 22 20 20 24 16 17 29 17 20 16 19 19 17 17 14

Ciências Biológicas: Farmacologia Bioquímica e


- - 7 11 2 9 3 7 2 8 2 2 - - - - - - - - - - -
Molecular

Ciências da Reabilitação - - - - 20 22 31 20 25 17 21 11 31 5 20 17 14 13 23 21 15 16 20

Ciências da Saúde - Saúde da Criança e do Adolescente 11 19 21 14 15 23 34 41 43 42 41 38 32 15 26 26 15 17 18 20 12 15 15

Ciências da Saúde - Infectologia e Medicina Tropical 2 9 8 9 9 6 12 14 16 25 17 14 24 9 23 12 22 17 21 12 21 16 17

Ciências do Esporte 3 12 9 12 15 14 8 22 16 18 8 14 21 10 6 21 21 19 19 20 25 16 22

Ciências e Técnicas Nucleares 9 10 10 7 10 17 14 14 13 8 8 11 9 5 2 4 13 9 10 13 8 10 4

Ciências Farmacêuticas 10 14 23 17 20 10 22 26 31 14 13 15 15 2 22 19 16 11 17 15 11 16 16

Ciências Florestais - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 6 8

Ciências Fonoaudiológicas - - - - - - - - - - - - - - 7 17 22 15 25 15 13 13 15

Comunicação Social 13 15 3 13 14 15 9 16 10 14 9 11 9 15 15 17 19 19 16 21 18 23 24

Construção Civil - - - - - - 5 12 13 20 12 9 11 9 10 16 22 17 21 22 15 13 16

Controladoria e Contabilidade - - - - - - - - - 5 12 11 7 5 8 6 8 12 9 17 13 11 10

Demografia 7 9 4 4 7 8 6 6 14 9 12 8 6 8 11 11 7 9 10 8 7 7 11

Dermatologia 3 2 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Direito 46 95 81 70 77 71 47 22 10 39 29 37 53 23 83 26 79 65 73 68 64 79 105

Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre 10 20 13 9 10 9 12 18 30 21 15 18 10 16 29 25 15 6 8 18 15 10 16

Economia 5 19 15 12 7 12 14 11 14 7 8 8 12 5 17 12 14 6 12 12 9 15 12

Educação - Conhecimento e Inclusão Social 31 42 49 87 44 25 27 51 71 72 76 59 50 58 69 47 40 50 50 55 50 32 39

(continua)
540

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Educação e Docência - - - - - - - - - - - - - - - 40 48 40 38 61 62 53 56

Educação Física - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 10 1 -

Enfermagem 34 35 27 38 12 18 21 22 27 31 24 36 37 29 36 27 41 35 29 36 26 48 23

Engenharia de Estruturas 9 39 19 15 15 16 20 10 8 9 13 3 8 11 12 18 16 19 18 16 13 6 10

Engenharia de Produção 15 27 10 16 20 23 21 22 20 18 12 16 9 14 9 24 11 11 12 5 3 6 1

Engenharia Elétrica 36 38 25 15 34 47 30 46 38 46 70 61 45 31 51 51 63 70 67 62 50 29 47

Engenharia Mecânica 19 28 21 22 22 15 28 18 18 19 19 13 14 11 19 26 41 42 45 46 29 22 21

Engenharia Metalúrgica, Materiais e de Minas 16 23 50 13 14 26 23 42 25 25 42 32 39 22 33 41 29 34 20 41 20 12 22

Engenharia Metalúrgica, Materiais e de Minas/ Mp - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2 35 7 17 23

Engenharia Química 6 9 7 3 10 16 8 13 9 8 19 7 16 16 18 19 11 14 15 17 12 13 9

Ensino de Biologia - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 32 5 4 33

Estatística 8 20 9 8 14 20 12 18 19 12 15 13 8 12 6 17 7 7 10 9 10 7 5

Estudos da Ocupação - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 15 8

Estudos do Lazer - - - - - - - - 2 9 16 15 21 14 7 14 17 15 12 10 13 10 10

Estudos Linguísticos 32 59 24 48 43 46 40 39 60 47 41 38 42 30 41 50 37 41 38 45 30 38 28

Filosofia 7 19 12 16 4 18 14 14 16 17 15 12 13 16 27 13 21 20 14 14 24 13 19

Física 10 27 15 17 17 17 22 16 15 29 32 15 21 22 24 15 26 17 20 15 18 19 21

Genética 9 7 8 5 4 9 9 13 9 31 22 21 29 16 18 15 17 21 15 15 9 13 12

Geografia 16 41 20 12 25 17 24 22 26 20 14 22 18 21 25 14 33 20 11 19 17 14 13

Geologia 8 9 4 3 7 1 6 8 5 6 12 7 8 13 9 8 14 11 16 13 13 10 10

(continua)
541

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Geotecnia e Transportes - - - - - - - - - - 2 10 6 16 16 14 7 10 13 6 12 11 6

Gestão de Serviços de Saúde - - - - - - - - - - - - - - - - - - 0 0 29 22 32

Gestão e Organização do Conhecimento - - - - - - - - - - - - - - - - 2 6 13 15 12 15 14

História 6 11 15 13 20 21 34 25 22 24 15 19 15 20 24 20 22 22 17 17 11 16 23

Inovação Tecnológica - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 9

Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual - - - - - - - - - - 5 7 6 6 8 8 12 13 25 14 16 22 28

Letras - - - - - - - - - - - - - - - 12 17 13 18 16 15 20 0

Letras: Estudos Literários 58 53 17 28 31 46 41 70 46 43 52 38 46 30 45 42 24 39 26 36 25 29 25

Matemática 5 10 8 3 9 17 11 11 14 12 12 14 10 18 18 21 20 14 16 22 24 15 11

Medicamentos e Assistência Farmacêutica - - - - - - - - - - - - - - 17 20 16 19 11 17 16 16 16

Medicina - Gastroenterologia - 4 8 7 2 7 4 7 - 3 - - - - - - - - - - - - -

Medicina Molecular - - - - - - - - - - - 7 11 10 11 12 16 8 15 9 8 12 11

Medicina Veterinária 46 49 43 21 45 57 41 30 2 - - - - - - - - - - - - - -

Microbiologia 19 21 28 24 21 25 6 22 24 20 22 15 24 11 26 18 16 18 20 19 19 13 14

Microbiologia Aplicada - - - - - - - - - - - - - - - 1 - 1 4 5 4 6 7

Música - 5 4 7 3 20 22 32 17 15 19 26 30 29 27 23 15 28 24 21 24 20 8

Neurociências - - - - - - - - 3 11 13 17 13 15 24 20 20 11 18 16 22 19 26

Nutrição e Saúde - - - - - - - - - - - - - - - 2 15 7 11 11 18 9 15

Odontologia 11 30 22 35 7 27 18 6 11 14 22 21 24 18 14 15 23 19 22 28 30 29 39

Odontologia em Saúde Pública - - - - - - - - - - - - - - - 20 10 1 13 13 14 14 1

(continua)
542

(conclusão)

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Parasitologia 5 5 7 12 9 8 13 9 9 14 12 4 22 5 21 11 13 11 13 15 11 13 14

Patologia 9 7 8 7 6 8 11 19 12 11 16 10 9 8 12 8 8 16 12 15 10 9 12

Produção Animal - - - - - - - - - - - - - - - 9 15 20 19 11 18 9 8

Produção Vegetal - - - - - - - 4 12 9 19 23 43 1 15 19 19 17 16 14 11 8 13

Promoção de Saúde e Prevenção da Violência - - - - - - - - - - - - 1 28 27 30 36 29 25 27 27 22 12

Psicologia 20 27 21 20 26 44 61 24 30 36 30 28 42 26 64 36 40 44 37 32 22 26 29

Psicologia: Cognição e Comportamento - - - - - - - - - - - - - - - - - - 4 23 12 11 8

Química 11 19 23 15 29 23 9 16 31 23 20 15 19 18 44 47 32 33 31 32 26 31 27

Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos 25 24 21 29 31 29 29 40 30 28 27 14 20 21 29 26 27 29 28 28 28 28 29

Saúde da Mulher 10 14 8 15 7 3 13 13 11 9 10 11 18 8 7 15 10 9 9 8 9 5 5

Saúde Pública 7 30 16 12 17 14 8 8 14 7 22 21 17 4 19 13 11 10 23 15 11 12 17

Sociedade, Ambiente e Território - - - - - - - - - - - - - - - - - 15 17 17 16 12 5

Sociologia 7 13 6 8 16 12 14 13 16 20 14 25 8 9 17 9 11 9 8 16 15 10 8

Zoologia - - - - - - - - - - - - 2 2 3 6 11 - 6 10 8 7 7

Zootecnia 26 26 18 14 16 24 20 14 24 21 23 31 32 18 30 37 27 19 14 18 24 16 8

TOTAL 799 1253 918 920 989 1142 1061 1202 1196 1297 1347 1312 1347 1063 1621 1564 1639 1564 1635 1780 1551 1468 1544

Fonte: Pró-Reitoria de Pós-Graduação.


543

Tabela 44 – Número de egressos da Especialização, de 2000 a 2022

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Analise Urbana 5 1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Análise e Dimensionamento de Estruturas de Concreto


- - - - - - - - - - - - - - - - 7 25 18 13 4 4 3
Armado e Aço

Análises Clínicas e Toxicológicas - - - - - - - - - 28 19 - 37 24 3 - - - - - - - -

Assessoria Técnico-Legislativa Avançada 27 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Assistência de Enfermagem de Média e Alta Complexidade - - 26 3 10 18 47 39 25 98 52 46 42 29 30 3 47 - - - - -

Atenção Básica em Saúde da Família - - - - - - - - - 84 294 500 244 304 496 7 - - - - - - -

Auditoria Externa e Interna 66 69 55 43 58 61 85 43 5 29 23 30 47 24 24 27 11 12 - - - - -

Automação Industrial - 17 - 14 - 18 7 15 16 15 13 5 3 - 6 - 5 4 - - - - -

Avanços Clínicos em Fisioterapia 97 91 72 113 94 103 97 94 87 87 64 88 63 20 - 54 93 64 - - - - -

Cardiologia Pediátrica - - - - - - - - 1 - 1 2 2 3 2 - - 1 - - 1 - -

Ciência do Treinamento Esportivo - - - - - - - - - - - - - - - - - - 30 17 29 3 3

Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial com


4 - 5 11 - 6 5 5 9 6 4 5 7 8 7 7 1 8 9 - - 7 7
Práticas Hospitalares Avançadas

Citopatologia 3 4 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Colposc, e Pat, Cerv., Uterina 7 6 - 1 5 - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Comunicação: Processos Comunicativos e Dispositivos


- - - - - 35 54 37 24 34 26 29 19 - - - - - - - - - -
Midiáticos

Comunicação Pública da Ciência - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 7

Conforto Ambiental, Eficiência Energética e Tecnologias


- - - - - - - - - - - - - - - - - - 42 26 21 36 17
Construtivas Sustentáveis

(continua)
544

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Condicionamento de Ambientes e Refrigeração - - - - - - - - - - - 13 - - - - - - - - - - -

Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis 2 9 8 6 10 2 9 4 - - - - - - - - - - - - - -

Construção Civil 16 17 42 53 114 104 100 48 63 38 42 64 46 61 53 83 34 4 - - 14 36 32

Controladoria e Contabilidade - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 17 5 7 -

Contabilidade em Ifrs e Controladoria - - - - - - - - - - - - - - - 1 9 13 - - - - -

Contabilidade Governamental - - - - - 35 50 26 13 14 16 1 - - - - - - - - - - -

Culturas Políticas, História e Historiografia - - - - - 4 29 20 34 36 28 15 18 5 14 5 - - - - - - -

Democracia Participativa, República e Movimentos Sociais - - - - - - - - 59 - 142 2 76 1 61 3 - - - - - - -

Dentística - - - - - - - - - - 4 - 8 - - - - - - 8 - - 13

Diagnóstico Microbiológico - - - - - - - - - - - - - - - - - - 23 11 1 0 1

Direito Administrativo - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 35 30

Direito do Trabalho Ítalo-Brasileiro - - - - - - - - - - - - 23 - - - - - - - - - -

Docência da Educação de Jovens e Adultos na Educação


- - - - - - - - - - - 69 - - - - - - - - - - -
Básica

Docência na Educação Infantil - - - - - - - - - - - - - 42 1 39 - - - - - - -

Educação Musical 3 4 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Educação do Campo - - - - - - - - - - - - 34 - 41 - - - - - - - -

Educação em Ciências - - - - - - - 101 1 32 38 28 87 26 69 37 63 - - 108 - - 15

Educação em Ciências para Professores do Ensino


- - - - - - - - - - - - - - - 44 - - - - - - -
Fundamental I

(continua)
545

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Educação, Pobreza e Desigualdade Social - - - - - - - - - - - - - - - - 116 - - - - - -

Endocrinologia Pediátrica - - - - - - 2 2 2 2 3 3 3 3 2 - 3 1 1 4 - 2 -

Endodontia 12 - 12 - 12 - 9 - 12 - 10 - - - 12 - 7 - - - - - 6

Enfermagem de Saúde Publica 18 10 10 21 32 - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Enfermagem Hospitalar - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Enfermagem em Estomaterapia - - - - - - - - - - - - - - - - - - 21 31 14 14 -

Enfermagem Obstétrica 4 7 6 20 9 18 8 15 26 25 36 28 1 23 - - - - - - 19 17 -

Enfermagem Obstétrica - Modalidade Residência - - - - - - - - - - - - - - - 19 9 5 - 2 9 9 9

Enfermagem Obstétrica - Rede Cegonha - - - - - - - - - - - - - - - 212 14 206 78 - - - -

Engenharia de Recursos Minerais - - - - - - - - - - 5 5 17 19 15 11 - - - - - - 19

Engenharia de Segurança do Trabalho 41 41 41 46 42 50 44 45 42 - 37 - - - - - - - - - - - -

Engenharia de Sistemas Elétricos de Potência - - - - - 29 - 26 1 - 22 - 20 - 23 15 - - - - - - -

Engenharia de Telecomunicações 23 24 48 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Ensino de Artes Visuais e Tecnologias Contemporâneas - - - - - - - - - 161 106 87 3 110 18 100 30 1 - 1 123 2 -

Ensino de Ciências 30 2 27 1 1 30 5 - - - - - - - - - - - - - - - -

Ensino na Educação Básica - - - - - - - - - - - - 136 - - - - - - - - - -

Epidemiologia em Serviços de Saúde - - 20 19 - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Epidemiologia: Investigação de Surtos em Serviços de


- - - - - - - - - 28 - 1 - - - - - - - - - - -
Saúde

Ergonomia - - - - - 27 22 53 - - 20 20 25 18 19 18 - - - - - - -

(continua)
546

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Ergonomia e Projetos de Situações de Trabalho - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 13 1 6 2

Especialidades Pediátricas 9 4 3 6 4 1 - - - - - - - - - - - - - - - - -

Estatística 22 - - - - - 5 4 16 8 22 36 3 11 17 19 19 15 - - - - -

Estatística Aplicada - - - - - - - - - - - - - - - - - - 17 10 15 19 35

Estomatologia - - - - - - - - - 5 - 6 - - 4 - - - - - - - -

Estratégia Saúde da Família - - - - - - - - - - - - - - - - - - 204 203 235 67 21

Estruturas 8 4 6 5 10 3 9 9 6 16 5 10 9 20 15 24 17 3 1 - 2 1 10

Estudos Avançados em Lazer - - - - - - - 32 1 - - - - - - - - - - - - - -

Estudos de Criminalidade e Segurança Pública - 3 13 35 35 1 31 34 61 51 26 9 - - - 32 37 - - - - - -

Farmacologia - - - - - - - - - - - - - - 1 14 - 8 9 1 12 3 0

Farmacoquimica - 4 2 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Fisioterapia - - - - - - - - - - - - - - - - - - 21 97 0 90 105

Fonoaudiologia - - - - - - - - - - - - - - 13 - - - - - - - -

Fontes Renováveis: Geração, Operação e Integração - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 17 15 1 7

Formação de Educadores em Saúde - - - 102 134 - - - 1 125 8 91 54 19 182 173 2 - - 129 47 9 -

Formação de Educadores para a Educação Básica - - - - - - - 156 273 30 187 - 195 - - 227 - - - 255 12 - -

Gastroenterologia Pediátrica - - - - - - 2 3 2 2 1 2 2 - 3 2 3 3 4 3 - 2 -

Geoprocessamento 28 24 31 30 26 27 26 20 18 - 29 29 - 28 30 - - 21 - - - - -

Geotecnia Ambiental - - 12 20 - 13 - - - - - - - - - - - - - - - - -

(continua)
547

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Gerenciamento de Recursos Hídricos - - - - - - - 32 13 - 13 - - 10 13 - 10 - 17 1 - - -

Gestão de Informação e Pessoas - - - - - - - - - - - - - - - 8 21 18 3 - - - -

Gestão de Instituições Federais de Educação Superior - - - - - - - - - - - - - 94 - 6 62 1 47 84 33 - -

Gestão de Resíduos de Serviços de Saúde - - - - - - - - - - - - 17 - - - - - - - - - -

Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde - - - 40 39 - - - 34 - - - - - - - - - - - - - -

Gestão do Cuidado em Saúde da Família - - - - - - - - - - - - - - 60 603 304 67 - - - - -

Gestão do Patrimônio Histórico e Cultural - - - - - - - - - - - 25 - - - - - - - - - - -

Gestão e Arquitetura da Informação - - - - - - 5 14 16 14 2 14 2 27 - - - - - - - - -

Gestão Escolar - - - - - - - - - 305 200 115 - 310 2 228 13 - - - - - -

Gestão Estratégica 171 467 436 340 326 353 226 172 201 117 73 53 67 62 43 31 24 38 31 35 32 81 18

Gestão Estratégica em Saúde - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 34 -

Gestão Estratégica da Informação 34 - 6 38 41 50 51 57 37 36 37 26 27 35 32 30 11 - 2 8 2 - -

Gestão Pedagógica nas Escolas Técnicas do Sistema Único


- - - - - - - - - - - - 37 176 14 - - - - - - - -
de Saúde

Gestão Pública Municipal - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 38 - - -

Gestão Pública no Setor da Saúde - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 39 - - -

Gestão Pública - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 45 - - -

Gramática e Ensino: Tradição Gramatical e Abordagens


- - - - - - - - - - - - - - - 13 12 12 16 15 14 2 19
Contemporâneas

Gênero e Diversidade na Escola - - - - - - - - - - - - - - - 20 72 - - - - - -

(continua)
548

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

História da Ciência - - 22 26 20 12 16 - - - - - - - - - - - - - - - -

História da Cultura e da Arte - - - 43 29 35 35 35 29 38 23 - - - - - - - - - - - -

Implantodontia - - - - 12 - 12 - - 12 15 - - 14 - 15 - 10 - - - 11 -

Informática - 16 42 34 92 55 80 52 50 24 35 25 10 1 - 6 3 - 3 27 2 0 0

Lazer 13 24 16 - 21 20 15 4 15 7 6 11 - - - - 7 - - - - - -

Linguagem, Tecnologia e Ensino - - - - - - - - - - - 15 19 23 15 - 20 13 - - - - -

Linguagens, Tecnologias e Educação - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 14 15 17 16

Língua Inglesa - 42 45 41 59 50 64 55 65 18 73 34 17 17 33 22 34 33 32 25 30 11 5

Língua Inglesa EaD - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 9

Língua Portuguesa: Teorias e Práticas de Ensino de Leitura


- - - - - - - - 1 64 26 32 58 19 14 8 4 - - - - 55 22
e Produção de Textos

Logística Estratégica e Sistemas de Transporte - - - - - - 16 13 22 48 23 33 30 16 16 20 - - - - - - -

Marketing Político, Opinião Pública e Comportamento


- - - - - - - - - - 8 1 6 13 4 5 11 12 - 11 - - -
Eleitoral

Matemática 4 6 8 5 8 11 6 1 5 4 3 1 2 4 5 3 2 4 3 - 1 2 3

Matemática para Professores - - - - 3 19 18 15 10 12 27 25 14 10 11 12 8 1 - - - - -

Metodologia Avaliativa para Serviços de Saúde - - - - - - - - 14 8 - - - - - - - - - - - - -

Microbiologia Aplicada - - - - - 11 5 23 22 38 46 28 30 25 28 19 15 19 - - - - -

Microeletrônica - - - - - - - 1 10 - - - - - - - - - - - - - -

Musicologia Brasileira - 1 1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

(continua)
549

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Música - 6 - 7 2 1 9 15 26 11 9 17 - - - - - - - - - - -

Neurociências Básicas e Aplicadas - - - - - - - - - - - - - - - - - - 14 13 15 6 9

Neurociências e suas Fronteiras - - 17 11 10 16 4 7 12 12 3 22 3 16 12 19 6 7 - - - - -

Odontologia em Saúde Coletiva - - - - 22 30 - 27 88 74 16 - - - - - - - - - - - -

Odontopediatria 11 - 12 - - - - 12 - - - - - - - - - - - - - - -

Oftalmologia 6 6 6 - 6 6 - - - - - - - - - - - - - - - - -

Ortodontia - - - - - - 12 - - 12 - - 12 6 6 6 4 - 11 - - - 10

Otimização de Sistemas - - - - - - - - - - - - - - - - 24 4 - - - - -

Periodontia - 20 12 - - 2 9 12 - - 14 - - - - - - - - - - - -

Pneumologia Pediátrica - - - - - - 3 2 1 2 4 5 - 4 - - - - - - - - -

Políticas de Promoção da Igualdade Racial na Escola - - - - - - - - - - - - - - - - 62 - - - - - -

Políticas Públicas - - - - 44 39 22 19 47 31 13 7 15 14 19 14 11 - - - - - -

Preparação Física e Esportiva - 56 22 14 33 16 22 8 55 36 62 32 22 23 37 34 27 27 - - - - -

Prevenção e Controle de Infecções - - - - - 24 23 - 13 26 20 26 8 1 14 12 - - - - - - -

Produção e Gestão do Ambiente Construído - - - - - - - - - - - - - - - 5 40 63 56 84 9 12 0

Projeto de Circuitos Integrados - - - - - - - 6 3 1 - - - - - - - - - - - - -

Projetos Sociais: Formulação e Monitoramento - - - - - - 4 37 31 32 16 35 20 2 - - - 9 21 7 129 - -

Prótese Dentária - - - 12 - - 12 - 12 - 18 13 - 16 - 13 - - 9 - - - -

Psicologia Clínica: Análise Existencial e Getalt-Terapia - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 39 20 41 33

(continua)
550

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Psicologia do Trabalho - - - 1 16 9 5 13 13 32 21 5 8 6 - - - - - - - - -

Psicoterapias Cognitivas - - - - - - - - - - - 24 2 - - - - - - - - - -

Questão Agrária, Agroecologia e Agroindustrialização - - - - - - - - - - - - - - 4 13 2 1 - - - - -

Radiologia Odontológica e Imaginologia - - - - 12 - 10 - 10 - 8 - 9 - - - - - 8 - 5 6 1

Recursos Hídricos e Ambientais - - - - - - 5 2 5 15 7 14 13 5 8 7 11 14 9 6 9 3 12

Redes de Telecomunicações - 51 54 26 38 11 37 19 24 17 - - - - - - - - - - - - -

Residência Docente para Formação de Educadores na


- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 32 - -
Educação Básica

Residência em Medicina Veterinária I 18 8 5 - 17 14 17 13 11 6 16 12 - 1 - - - - - - - - -

Residência em Medicina Veterinária II - - - - - - - 2 8 4 6 5 - 1 - - - - - - - - -

Residência Integrada em Medicina Veterinária - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2 1 - 29 23

Revitalização Urbana e Arquitetônica 19 7 1 28 1 19 9 26 3 18 - 2 5 - - - - - - - - - -

Saneamento e Meio Ambiente 76 111 1 194 79 48 37 61 66 39 60 35 31 - - - - - - - - - -

Saúde Coletiva - - - - - - 6 45 72 42 45 35 34 3 23 - - - - - - - -

Saúde da Família I 29 5 20 17 389 48 65 210 64 - - 40 9 3 - - - - - - - - -

Saúde da Família II - - - 619 1 - 12 31 18 15 25 3 - - - - - - - - - - -

Saúde do Adolescente - - - - - - - 2 5 1 6 1 2 - 5 4 6 8 9 3 5 5 7

Saúde do Trabalhador - - - - - - - - 34 - 28 - - - - - - - - - - - -

Saúde Pública 3 11 4 2 6 5 2 2 20 - - - - - - - - - - - - - -

Sistemas de Energia Elétrica - - - 1 15 11 6 5 4 5 3 3 20 - - - - - - - - - -

(continua)
551

(conclusão)

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Soldagem - - - - - - - - - - - - - - 2 7 17 2 - - - - -

Sustentabilidade do Ambiente Construído - - - - - - - - - - 22 19 7 16 9 10 8 36 - - - - -

Tecnologia e Qualificação em Soldagem - - - - - - - - - - - - - - - - - - 10 3 7 - 1

Tecnologias da Computação - 21 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Tecnologias Digitais e Educação - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 93 90 9 -

Temas Filosóficos 19 30 33 26 26 28 18 24 28 19 9 13 14 8 - - - - - - - - -

Teoria Psicanalítica 5 6 7 8 9 21 10 9 24 14 27 9 23 - 24 20 6 18 1 10 - - -

Terapia Ocupacional - - - - 6 107 83 42 38 23 51 21 18 - - - - - - - - - -

Toxicologia Ocupacional - 2 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Transtorno do Espectro do Autismo - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 29 3 39

Turismo e Desenvolvimento Sustentável - - 22 33 35 30 34 24 27 - - - - - - - - - - - - - -

Urbanismo 2 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

TOTAL 835 1237 1231 2115 2003 1694 1664 1985 2108 2186 2402 2014 1839 1792 1613 2416 1340 858 782 1568 1058 697 569

Fonte: Pró-Reitoria de Pós-Graduação.


552

Tabela 45 – Número de matrículas em cursos de Mestrado, de 2000 a 2022

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Administração 90 62 67 71 50 40 45 50 49 45 48 52 50 47 50 55 67 73 100 78 72 63 50

Alimentos e Saúde - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 12 23 38 45

Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável - - - - - - - 12 24 31 38 45 50 50 51 55 68 49 64 63 67 65 58

Antropologia - - - - - - 10 19 23 32 32 31 31 36 41 39 30 34 40 43 39 45 49

Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais - - - - - - - 9 17 18 21 16 18 27 22 24 36 44 62 55 52 52 57

Análises Clínicas e Toxicológicas - - - - - - - - - - - - - 14 23 27 31 39 42 28 12 18 23

Arquitetura e Urbanismo 35 28 28 28 33 41 49 53 41 44 48 39 41 47 59 61 61 63 79 73 79 77 81

Artes 29 49 52 66 85 94 90 98 89 95 92 73 63 61 58 55 70 64 75 80 90 110 118

Artes/Mp - - - - - - - - - - - - - - - - - - 21 9 8 14 20

Bioinformática - - - - - - - - - - - - - 12 25 33 36 38 45 42 37 37 40

Biologia Celular 14 12 18 22 25 32 35 30 24 21 28 37 38 27 27 34 27 28 39 44 37 43 42

Biologia Vegetal 8 15 12 14 18 16 19 23 21 21 26 24 23 30 24 26 21 26 33 35 21 27 33

Bioquímica e Imunologia 21 20 20 27 32 31 26 27 33 37 36 36 40 47 36 37 41 45 59 56 47 42 48

Ciência Animal - - - - - - - 71 114 128 112 90 81 79 73 74 79 98 130 141 127 137 138

Ciência da Computação 114 118 93 90 96 93 83 94 111 124 123 100 118 146 167 182 201 198 245 259 265 277 260

Ciência da Informação 53 34 37 51 55 58 61 66 66 59 53 48 57 72 76 70 47 32 36 43 43 49 55

Ciência de Alimentos 25 27 30 30 35 35 36 30 34 38 36 38 39 31 36 35 39 42 49 41 31 28 32

Ciência Política 38 32 27 31 33 31 28 27 31 35 35 38 43 39 37 37 41 37 52 53 53 50 56

Ciências Aplicadas à Cirurgia e à Oftalmologia 23 22 9 22 24 36 39 25 32 40 40 44 48 56 49 28 19 34 57 62 70 62 64

(continua)
553

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Ciências Aplicadas à Saúde do Adulto - - 9 18 23 24 28 32 32 62 59 45 49 50 42 53 61 62 79 80 73 77 71

Ciências Biológicas - Fisiologia e Farmacologia 44 43 30 32 38 40 46 55 61 61 64 60 66 64 72 67 66 87 66 62 64 62 57

Ciências Biológicas: Farmacologia Bioquímica e Molecular - 3 17 11 11 14 12 15 10 11 16 11 - - - - - - - - - - -

Ciências da Reabilitação - - 17 38 39 45 45 44 42 37 41 44 39 37 32 36 50 56 64 66 70 73 77

Ciências da Saúde - Saúde da Criança e do Adolescente 34 48 44 47 82 93 95 88 85 79 75 64 52 51 44 37 32 42 54 54 61 70 75

Ciências da Saúde - Infectologia e Medicina Tropical 21 23 20 23 18 29 41 36 35 34 39 44 42 41 43 34 39 35 54 49 45 40 36

Ciências do Esporte 25 30 27 40 27 33 38 42 41 36 43 39 21 27 44 46 48 50 67 76 66 67

Ciências e Técnicas Nucleares 27 27 38 46 54 49 38 25 20 25 21 27 13 5 10 21 29 26 40 36 30 26 23

Ciências Farmacêuticas 48 56 54 42 55 66 64 57 33 19 24 28 29 32 35 28 29 33 47 45 69 70 62

Ciências Florestais - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 10 21 34 32

Ciências Fonoaudiológicas - - - - - - - - - - - - - 18 33 35 46 43 57 43 45 52 50

Comunicação Social 27 26 30 30 31 29 29 21 33 25 21 24 31 34 36 41 42 43 65 80 89 99 92

Construção Civil - - - - - 14 32 37 36 38 32 30 31 35 47 43 45 53 78 86 80 78 71

Controladoria e Contabilidade - - - - - - - 3 16 31 28 23 18 19 21 22 30 26 42 47 39 41 36

Demografia 16 12 17 23 20 17 24 29 29 26 22 23 24 30 25 17 20 23 29 28 28 38 41

Dermatologia 5 2 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Direito 183 196 202 202 160 123 75 61 71 105 117 153 164 139 140 152 151 192 225 248 275 301 304

Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre 29 30 23 24 25 38 54 62 42 37 34 31 38 43 46 34 20 26 41 48 47 48 51

Economia 37 42 29 29 30 33 30 24 24 20 25 30 29 28 34 38 36 42 47 49 48 52 51

Educação - Conhecimento e Inclusão Social 146 161 146 124 102 105 156 198 210 191 175 166 162 158 144 125 102 128 163 158 143 127 113

(continua)
554

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Educação e Docência - - - - - - - - - - - - - - 49 91 88 105 178 225 237 266 295

Educação Física - - - - - - - - - - - - - - - - - - 12 12 12 15 29

Enfermagem 76 69 53 51 38 47 51 50 56 63 70 76 75 57 72 78 73 76 97 113 107 107 70

Engenharia de Estruturas 69 74 40 40 48 44 46 40 38 31 37 28 33 36 47 56 55 61 66 54 48 47 52

Engenharia de Produção 48 52 43 47 47 47 49 45 39 32 36 35 31 36 43 42 45 35 40 31 28 26 20

Engenharia Elétrica 93 70 88 118 148 151 157 156 180 189 186 152 146 140 162 185 197 214 272 250 218 220 205

Engenharia Mecânica 75 78 77 58 65 63 57 44 45 53 58 68 39 55 75 97 109 116 148 149 129 155 129

Engenharia Metalúrgica, Materiais e de Minas 58 92 74 45 48 66 70 60 62 84 77 61 62 66 70 78 76 130 96 86 57 56 51

Engenharia Metalúrgica, Materiais e de Minas/Mp - - - - - - - - - - - - - - - - - - 51 78 81 104 94

Engenharia Química 18 15 22 34 39 39 36 40 37 35 41 52 56 46 44 40 37 40 53 50 47 47 41

Ensino de Biologia - - - - - - - - - - - - - - - - - 48 100 95 101 59 96

Estatística 31 30 31 35 34 37 42 35 28 27 27 29 20 18 25 23 17 19 32 31 23 25 26

Estudos da Ocupação - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 16 37 59 54

Estudos do Lazer - - - - - - - 8 26 31 27 40 37 25 32 37 32 24 37 35 39 37 36

Estudos Linguísticos 121 107 114 114 107 95 141 144 128 102 104 105 94 85 91 107 100 92 131 131 115 132 139

Filosofia 46 45 38 34 40 46 43 41 47 45 48 44 53 59 63 55 61 57 80 80 83 72 72

Física 46 46 42 39 42 45 38 56 61 58 67 55 58 49 59 51 51 54 65 63 78 94 97

Genética 15 16 11 13 18 21 23 24 51 57 57 63 54 38 36 38 45 43 42 44 44 50 49

Geografia 71 71 46 49 54 51 56 57 47 40 45 48 53 47 65 60 59 40 53 52 55 55 64

Geologia 19 20 20 16 13 17 21 24 24 27 25 27 27 24 30 40 42 35 48 46 52 52 48

(continua)
555

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Geotecnia e Transportes - - - - - - - - - 12 23 35 45 53 32 33 25 28 37 37 36 37 38

Gestão de Serviços de Saúde - - - - - - - - - - - - - - - - - - 30 59 89 90 76

Gestão e Organização do Conhecimento - - - - - - - - - - - - - - - - 26 38 46 46 46 51 43

História 41 45 49 55 68 86 76 66 62 57 54 54 67 78 70 66 61 54 67 73 78 88 66

Inovação Tecnológica - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 4 27 36 46

Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual - - - - - - - - - 11 20 18 23 24 23 38 52 48 71 71 91 94 77

Letras - - - - - - - - - - - - - 12 30 24 36 35 54 58 37 36 29

Letras: Estudos Literários 141 94 91 101 92 138 135 127 110 114 114 97 98 92 82 79 76 74 94 107 101 105 95

Matemática 15 14 14 22 32 28 26 25 29 31 30 37 45 47 46 49 46 44 58 68 61 58 58

Medicamentos e Assistência Farmacêutica - - - - - - - - - - - - 15 36 50 50 44 46 54 59 61 65 59

Medicina - Gastroenterologia 14 16 19 14 16 21 18 9 5 3 - - - - - - - - - - - - -

Medicina Molecular - - - - - - - - - - - 16 27 20 25 31 32 27 37 33 36 38 31

Medicina Veterinária 87 84 78 106 120 96 90 3 - - - - - - - - - - - - - - -

Microbiologia 58 58 52 39 38 38 37 40 35 40 43 44 46 38 38 46 40 47 61 56 52 51 53

Microbiologia Aplicada - - - - - - - - - - - - - - 1 3 4 10 18 25 24 29 27

Música 10 11 10 18 38 52 54 45 41 49 76 87 87 77 66 60 67 66 83 75 67 68 67

Neurociências - - - - - - - 6 22 29 34 41 43 44 46 50 49 61 75 75 89 97 95

Nutrição e Saúde - - - - - - - - - - - - - - 15 18 21 23 47 47 53 49 55

Odontologia 44 45 57 50 39 37 29 28 40 48 48 43 35 30 42 49 43 47 42 48 33 43 43

Odontologia em Saúde Pública - - - - - - - - - - - - - - 20 30 24 28 80 87 98 106 96

(continua)
556

(conclusão)

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Parasitologia 12 16 20 21 22 23 19 19 20 20 22 30 35 32 26 28 27 32 43 47 44 47 45

Patologia 14 15 15 14 22 29 27 23 23 26 25 21 19 18 18 23 27 26 39 37 38 33 38

Produção Animal - - - - - - - - - - - - - - 16 42 44 45 57 45 46 39 37

Produção Vegetal - - - - - - 9 16 22 39 51 61 46 19 33 40 35 33 41 38 36 35 35

Promoção de Saúde e Prevenção da Violência - - - - - - - - - - - 30 60 69 92 95 61 59 88 90 93 103 113

Psicologia 70 67 80 98 119 105 82 74 76 71 71 102 113 98 84 86 87 77 42 49 34 40 39

Psicologia: Cognição e Comportamento - - - - - - - - - - - - - - - - - 30 96 89 90 100 92

Química 45 60 56 56 51 37 44 54 46 49 39 45 60 85 90 87 74 67 104 103 123 113 105

Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos 63 75 82 83 99 104 112 96 91 64 57 58 57 62 69 77 79 77 99 94 98 104 104

Saúde da Mulher 19 24 21 19 12 29 40 31 27 28 24 36 29 21 29 27 21 26 32 35 35 32 25

Saúde Pública 52 47 28 34 29 24 22 16 18 29 35 39 28 25 28 21 24 33 51 38 40 46 47

Sociedade, Ambiente e Território - - - - - - - - - - - - - - - 16 33 37 52 50 48 31 30

Sociologia 32 40 45 50 51 51 50 46 43 44 39 27 27 25 25 24 18 29 44 53 51 52 53

Zoologia - - - - - - - - - - - 5 11 13 16 11 20 19 26 26 22 26 27

Zootecnia 48 46 47 47 45 38 35 38 48 45 55 62 61 47 61 64 43 32 54 62 54 52 35

TOTAL 2643 2660 2559 2701 2835 2964 3063 3049 3156 3288 3369 3424 3463 3478 3838 4046 4086 4398 5873 5998 5998 6260 6124

Fonte: Pró-Reitoria de Pós-Graduação.


557

Tabela 46 – Número de matrículas em cursos de Doutorado, de 2000 a 2022

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Administração 20 23 24 28 27 24 24 28 36 59 77 86 91 89 89 99 106 106 129 104 93 86 73

Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável - - - - - - - - - - - - - - - - 12 24 36 46 59 73 72

Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 6 16 24 30

Antropologia - - - - - - - - - - - - - - 10 24 31 41 23 26 23 21 22

Análises Clínicas e Toxicológicas - - - - - - - - - - - - - 4 12 15 17 18 46 50 52 55 51

Arquitetura e Urbanismo - - - - - - - - - 8 17 33 46 50 47 52 68 77 86 100 96 94 77

Artes - - - - - - 13 24 42 54 75 76 76 87 79 77 95 85 98 105 105 113 120

Bioinformática - - - 13 20 24 30 34 30 32 33 46 43 52 55 66 63 67 76 78 73 71 66

Biologia Celular 17 14 16 15 17 26 32 37 42 47 46 52 63 68 78 82 75 68 79 74 74 76 73

Biologia Vegetal 5 9 16 20 24 23 23 19 21 31 30 41 45 37 38 35 38 45 50 45 36 39

Bioquímica e Imunologia 51 58 61 73 77 80 81 83 78 86 94 96 102 108 98 96 96 95 113 117 109 110 97

Ciência Animal 114 141 133 126 144 138 132 77 87 82 88 96 96 97 103 104 92 103 124 138 134 137 135

Ciência da Computação 40 51 54 64 59 65 62 61 59 65 82 94 89 93 102 114 150 166 184 188 186 182 169

Ciência da Informação 19 22 27 31 37 39 38 45 55 57 62 68 64 66 68 72 77 48 58 60 55 56 53

Ciência de Alimentos - - 8 8 11 15 17 19 22 30 29 35 43 41 45 45 44 40 52 43 41 38 35

Ciência Política - - - - - - 11 23 32 38 43 50 54 53 60 62 68 72 84 91 91 91 85

Ciências Aplicadas à Cirurgia e à Oftalmologia 24 21 8 18 18 22 29 23 37 57 64 74 64 62 49 32 36 45 54 65 69 73 85

Ciências Aplicadas à Saúde do Adulto - - 2 5 7 10 18 20 21 34 29 31 38 35 33 31 28 30 36 41 45 53 59

Ciências Biológicas - Fisiologia e Farmacologia 44 50 55 60 62 60 72 73 76 83 74 85 98 106 115 104 111 108 89 93 97 97 83

(continua)
558

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Ciências Biológicas: Farmacologia Bioquímica e Molecular - 4 15 21 23 21 21 24 28 31 35 27 5 5 - - - - - - - - -

Ciências da Reabilitação - - - - - - 4 10 18 30 31 36 41 40 39 39 49 48 55 61 52 66 70

Ciências da Saúde - Infectologia e Medicina Tropical 13 14 13 16 11 18 23 26 28 31 33 34 36 38 45 39 41 50 66 62 62 56 59

Ciências da Saúde - Saúde da Criança e do Adolescente 26 28 30 34 41 50 53 62 68 85 82 79 78 77 64 59 54 48 58 58 55 51 36

Ciências do Esporte - - - - - - - - 7 8 15 25 25 38 40 46 50 48 60 63 62 47 43

Ciências e Técnicas Nucleares - - - - - - 9 12 20 30 31 36 42 50 40 45 37 37 38 42 40 43 32

Ciências Farmacêuticas 7 10 7 15 17 20 31 39 39 41 46 52 64 54 53 46 41 49 60 59 60 61 50

Ciências Fonoaudiológicas - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 11 30 31 36

Ciências Humanas: Sociologia e Política 34 36 45 54 59 65 60 52 29 19 1 1 - - - - - - - - - - -

Comunicação Social - - - - 6 7 13 16 19 18 35 38 42 48 50 49 57 66 76 82 86 95 101

Controladoria e Contabilidade - - - - - - - - - - - - - - - - - 6 11 25 31 48 44

Demografia 20 23 23 22 36 38 35 38 43 41 45 46 50 44 42 43 41 42 46 45 39 41 41

Direito 93 102 108 114 118 113 86 71 47 58 66 69 70 78 97 124 104 129 165 216 235 265 267

Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre 29 34 31 34 35 41 45 41 45 48 51 55 62 73 74 75 68 61 67 55 45 45 41

Economia - 3 8 12 18 23 24 31 36 41 49 55 54 51 48 48 48 54 64 69 67 72 74

Educação - Conhecimento e Inclusão Social 59 64 69 85 88 103 132 164 178 198 210 233 249 253 250 241 230 237 280 283 269 273 253

Enfermagem - - - - - 8 14 18 29 34 43 46 65 58 70 94 105 102 115 104 87 75 68

Engenharia de Estruturas 12 16 20 27 31 26 28 30 21 26 30 40 37 42 50 53 58 56 67 69 64 66 60

Engenharia de Produção - - - - - - - - - 1 7 14 33 40 41 47 52 55 61 64 63 57 51

Engenharia Elétrica 40 40 47 65 71 85 94 82 80 87 115 138 154 152 151 154 165 181 220 223 221 212 186

(continua)
559

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Engenharia Mecânica 32 40 43 51 66 67 66 57 60 63 57 57 47 55 63 74 78 95 107 100 106 101 87

Engenharia Metalúrgica, Materiais e de Minas 81 81 70 65 61 53 54 55 55 68 75 67 70 65 60 66 70 77 90 87 87 85 69

Engenharia Química - - - - - - 7 7 9 10 14 23 27 34 32 34 34 40 37 30 22 18 4

Estatística - - - - - 4 8 13 15 18 20 26 25 29 31 30 31 32 36 40 41 37 35

Estudos do Lazer - - - - - - - - - - - - 9 28 39 50 67 59 65 64 74 65 53

Estudos Linguísticos 51 64 66 79 89 107 110 116 137 146 167 175 161 164 166 153 145 157 197 195 189 198 185

Filosofia 23 22 22 27 28 29 33 33 36 45 55 67 80 87 102 104 117 117 132 136 135 136 123

Física 46 56 61 71 76 83 88 84 81 85 92 107 112 115 111 95 100 99 111 100 105 112 110

Genética - - - 8 12 17 19 21 25 36 43 59 60 56 63 57 61 65 78 80 70 68 65

Geografia - - - 5 15 23 31 37 37 49 51 58 65 54 63 69 72 76 92 90 88 89 85

Geologia - 2 5 13 17 21 19 16 12 13 11 14 17 20 20 18 22 27 30 36 38 37 39

Gestão e Organização do Conhecimento - - - - - - - - - - - - - - - - 48 60 68 80 84 84 76

História 6 20 32 35 44 53 48 45 46 50 61 85 103 109 114 118 106 102 120 114 114 130 112

Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual - - - - - - - - - - - - - - - - 20 29 39 45 65 64 74

Letras: Estudos Literários 64 64 79 95 101 98 93 83 68 87 98 104 115 121 116 119 131 120 149 151 151 144 143

Matemática 4 8 9 12 12 17 26 33 32 36 39 48 61 69 76 83 101 109 111 104 107 103 90

Medicamentos e Assistência Farmacêutica - - - - - - - - - - - - 5 14 22 30 35 36 43 37 37 39 39

Medicina - Gastroenterologia 6 9 14 15 13 12 13 11 8 6 4 1 - - - - - - - - - - -

Medicina Molecular - - - - - - - - - - - 13 32 37 39 30 31 33 35 32 31 30 26

Microbiologia 45 52 53 57 64 66 65 61 60 67 76 83 85 91 92 89 85 88 100 97 89 81 76

(continua)
560

(conclusão)

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Música - - - - - - - - - - - - - 22 32 43 60 78 81 95 95 107 102

Neurociências - - - - - - - 4 9 18 24 35 36 39 47 47 45 52 53 55 59 66 68

Odontologia - - - - 20 20 37 44 48 67 68 81 92 89 90 83 85 82 96 100 103 108 109

Oftalmologia 48 42 27 26 23 25 28 23 19 4 - - - - - - - - - - - - -

Parasitologia 44 43 36 43 39 40 46 51 53 52 58 53 71 80 76 77 73 66 75 79 78 78 73

Patologia 17 21 20 17 17 14 17 20 23 23 30 34 38 41 38 39 35 36 38 35 37 40 40

Produção Vegetal - - - - - - - - - - - - - - - - 8 21 36 40 49 53 55

Psicologia - - - - - - - - 14 22 37 50 66 61 66 75 88 94 15 22 26 29 31

Psicologia: Cognição e Comportamento - - - - - - - - - - - - - - - - - 11 109 102 96 95 103

Química 91 89 96 99 126 130 120 134 132 135 138 153 143 136 145 148 149 149 163 156 152 152 140

Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos 8 20 25 35 35 31 32 45 53 54 58 59 70 72 76 77 82 84 99 105 105 103 100

Saúde da Mulher 13 18 16 16 20 20 25 21 18 22 18 23 22 20 28 26 25 24 23 16 9 7 4

Saúde Pública - - 15 23 30 31 22 21 17 23 34 41 41 40 30 30 35 36 47 49 52 57 61

Sociologia - - - - - - - 17 26 33 33 28 32 35 37 38 40 43 48 46 40 48 52

Zoologia - - - - - - - - - - - 6 11 19 21 30 27 27 26 28 19 27 24

Zootecnia - - - - - - - 61 52 60 69 72 83 88 95 92 90 82 98 95 88 88 76

TOTAL 1241 1410 1502 1748 1961 2106 2261 2399 2516 2872 3199 3598 3894 4087 4224 4339 4600 4806 5568 5707 5672 5769 5465

Fonte: Pró-Reitoria de Pós-Graduação.


561

Tabela 47 – Número de docentes com credenciamento permanente, de 2010 a 2022

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Administração 23 18 21 21 26 24 24 28 30 28 25 23 26

Alimentos e Saúde - - - - - - - - - 14 14 18 18

Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável 15 10 12 14 13 14 16 17 17 21 20 24 27

Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais 12 12 11 11 11 12 11 12 16 18 18 20 17

Análises Clínicas e Toxicológicas/D - - - - 14 14 15 15 15 15 15 17 16

Antropologia 11 11 11 11 15 15 15 15 17 19 18 15 17

Arquitetura e Urbanismo 18 18 18 18 19 18 20 24 25 24 22 24 26

Artes 26 26 25 29 29 28 24 32 36 43 45 50 50

Artes / Mp - - - - 6 7 15 15 18 18 17 16 16

Bioinformática 17 16 23 19 17 23 22 25 30 33 32 33 36

Biologia Celular 23 27 23 27 23 26 26 26 32 30 31 32 31

Biologia Vegetal 15 15 14 18 18 17 16 19 20 20 20 22 23

Bioquímica e Imunologia 25 24 24 26 28 27 31 31 35 34 32 32 32

Ciência Animal 49 50 52 54 53 55 51 45 47 48 46 56 64

Ciência da Computação 32 25 33 43 42 36 38 42 53 57 61 67 67

Ciência da Informação 22 21 23 22 22 20 27 16 17 17 18 20 18

Ciência de Alimentos 13 11 12 17 14 13 14 15 17 17 16 17 17

Ciência Política 13 16 19 17 16 15 17 17 19 19 16 16 16

Ciências Aplicadas à Cirurgia e à Oftalmologia 22 15 20 22 28 27 23 19 21 21 21 25 26

(continua)
562

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Ciências Aplicadas à Saúde do Adulto 22 23 18 22 25 28 25 23 29 29 30 29 29

Ciências Biológicas: Fisiologia e Farmacologia - - - - - - - - 38 39 37 37 39

Ciências da Reabilitação 16 16 17 17 21 26 20 24 24 22 25 27 31

Ciências da Saúde - Infectologia e Medicina Tropical 16 14 18 18 14 18 19 22 25 21 20 22 22

Ciências da Saúde - Saúde da Criança e do Adolescente 36 35 37 37 28 38 33 27 29 29 28 28 28

Ciências do Esporte 14 10 12 16 16 17 18 18 21 24 24 23 23

Ciências e Técnicas Nucleares 9 9 11 12 11 9 11 11 16 13 13 12 12

Ciências Farmacêuticas 17 17 16 15 17 17 15 24 20 22 22 22 22

Ciências Florestais - - - - - - - - - 13 11 15 15

Ciências Fonoaudiológicas - - - 11 14 12 12 12 13 13 16 15 18

Comunicação Social 12 13 17 18 13 18 19 20 28 31 31 33 34

Construção Civil 14 13 7 11 13 12 18 20 17 17 20 18 18

Controladoria e Contabilidade/D 9 10 9 11 11 13 11 16 17 16 15 14 15

Demografia 13 17 17 19 16 17 16 15 18 17 17 15 16

Direito 38 46 45 41 36 42 55 56 67 75 76 78 80

Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre 27 26 24 26 25 25 22 25 26 25 24 21 21

Economia 27 25 26 24 27 27 32 28 41 40 42 40 41

Educação - Conhecimento e Inclusão Social 68 51 75 76 84 81 86 92 99 98 100 96 105

Educação e Docência/Mp - - - - 36 38 43 30 69 70 74 79 84

Educação Física/ Mp - - - - - - - - 9 9 9 9 8

(continua)
563

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Enfermagem 22 19 21 20 24 24 31 31 31 27 33 35 29

Engenharia de Estruturas 15 15 15 12 15 16 15 18 18 11 13 13 14

Engenharia de Produção 16 15 15 17 15 17 15 16 13 13 12 13 13

Engenharia Elétrica 52 51 55 61 63 64 60 71 77 82 81 79 80

Engenharia Mecânica 31 34 34 22 26 28 32 31 37 35 34 36 42

Engenharia Metalúrgica, de Materiais e de Minas 20 21 21 21 17 22 22 18 21 25 24 23 25

Engenharia Metalúrgica, de Materiais e de Minas (Mp) - - - - - - - - 26 33 36 24 25

Engenharia Química 11 11 12 12 12 16 20 17 18 11 14 13 14

Ensino de Biologia - - - - - - - 20 26 30 29 25 30

Estatística 17 16 16 17 21 17 18 19 24 25 25 25 25

Estudos da Ocupação - - - - - - - - - 14 14 14 17

Estudos do Lazer 13 13 13 13 18 12 13 16 19 17 18 18 19

Estudos Linguísticos 48 50 53 54 54 54 48 53 66 69 65 66 66

Estudos Literários 48 51 50 52 51 46 43 53 29 31 30 29 28

Filosofia 20 20 20 23 25 26 27 26 62 63 59 59 60

Física 58 55 58 53 64 66 60 57 37 35 34 36 42

Fisiologia e Farmacologia 25 27 29 34 34 37 40 39 31 - - - -

Genética 19 19 20 17 19 23 16 25 27 29 28 29 29

Geografia 22 21 21 23 28 24 23 26 30 29 24 27 26

Geologia 15 13 10 14 14 10 16 15 21 24 25 23 23

(continua)
564

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Geotecnia e Transportes 14 14 14 9 9 8 8 12 13 13 13 10 10

Gestão de Serviços de Saúde (Mp) - - - - - - - - 18 19 19 19 19

Gestão e Organização do Conhecimento/D - - - - - - - 14 16 19 17 20 22

História 22 24 26 25 27 27 27 27 28 30 30 30 31

Inovação Tecnológica e Biofarmacêutica - - - - - - - 31 35 35 34 37 46

Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual (Mp) 21 20 21 18 18 21 21 22 26 29 28 27 29

Letras/Mp - - - - 12 8 15 16 17 19 16 17 19

Letras: Estudos Literários - - - - - - - - 58 56 54 59 58

Matemática 41 44 45 47 39 39 33 33 33 36 40 41 40

Medicamentos e Assistência Farmacêutica - - - 20 20 20 19 20 21 20 18 19 19

Medicina - Gastroenterologia 4 4 1 1 - - - - - - - - -

Medicina Molecular 16 16 17 18 21 21 21 17 18 18 20 19 20

Microbiologia 21 21 25 26 20 25 24 20 24 22 25 26 27

Microbiologia Aplicada/Mp - - - - 11 14 15 2 19 22 23 22 23

Música 20 18 20 21 20 21 22 46 30 29 29 32 31

Neurociências 18 23 28 29 24 26 30 32 40 41 43 44 44

Nutrição e Saúde - - - - - - - - 16 16 16 18 20

Odontologia 27 24 28 25 28 31 36 35 44 49 45 52 54

Odontologia em Saúde Pública/Mp - - - - 16 15 16 9 21 24 24 26 25

Parasitologia 17 19 20 22 24 26 20 28 29 31 32 30 32

(continua)
565

(conclusão)

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Patologia 15 16 16 19 17 21 22 22 21 21 23 21 21

Produção Animal/M - - - - 9 9 11 13 13 12 16 13 18

Produção Vegetal/D 30 30 18 13 9 8 8 13 14 15 15 14 13

Promoção de Saúde e Prevenção da Violência - 12 15 18 21 18 22 24 32 30 30 34 32

Psicologia 28 28 27 28 30 29 31 29 35 33 27 22 24

Psicologia: Cognição e Comportamento/D - - - - - - - 11 12 12 15 15 15

Química 44 41 55 57 59 52 52 55 61 62 64 64 65

Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos 16 14 18 18 22 25 23 24 27 30 28 33 33

Saúde da Mulher 12 11 13 13 13 9 13 11 12 11 11 11 12

Saúde Pública 17 16 17 17 15 16 13 14 22 20 20 22 23

Sociedade, Ambiente e Território - - - - - - - - 14 13 13 15 15

Sociologia 15 13 17 17 16 16 17 16 17 18 17 17 17

Sociologia e Política 0 6 4 - - - - - - - - - -

Zoologia 0 12 14 14 11 10 17 12 20 21 20 19 21

Zootecnia 21 22 24 24 25 23 23 21 23 23 21 23 23

TOTAL 1545 1539 1636 1707 1837 1869 1918 2056 2445 2530 2351 2582 2670

Fonte: Pró-Reitoria de Pós-Graduação.


566

Apêndice C – Residências em Saúde

Tabela 48 – Programas de Residência Médica do Hospital das Clínicas com entrada direta,
número de vagas oferecidas por ano e tempo de duração

Especialidade Vagas Duração

1. Anestesiologia 10 3 anos

2. Cirurgia Cardiovascular 1 5 anos

3. Cirurgia Geral 6 2 anos

4. Clínica Médica 12 2 anos

5. Dermatologia 4 3 anos

6. Genética Médica 2 3 anos

7. Ginecologia e Obstetrícia 10 3 anos

8. Infectologia 1 3 anos

9. Medicina de Emergência 10 3 anos

10. Medicina de Família e Comunidade 16 2 anos

11. Medicina do Trabalho 4 2 anos

12. Medicina Nuclear 2 3 anos

13. Neurocirurgia 2 5 anos

14. Neurologia 6 3 anos

15. Oftalmologia 8 3 anos

16. Ortopedia e Traumatologia 6 3 anos

17. Otorrinolaringologia 2 3 anos

18. Patologia 2 3 anos

19. Patologia Clínica/Med. Laboratorial 2 3 anos

20. Pediatria 20 3 anos

21. Psiquiatria 5 3 anos

22. Radiologia e Diagnóstico por Imagem 6 3 anos

TOTAL 137

Fonte: Hospital das Clínicas – UFMG.


567

Tabela 49 – Programas de residência médica do Hospital das Clínicas com entrada com pré-
requisito, número de vagas oferecidas por ano e tempo de duração

Especialidade Vagas Duração

1. Cancerologia Clínica 2 3 anos

2. Cancerologia Pediátrica 2 2 anos

3. Cardiologia 6 2 anos

4. Cirurgia de Cabeça e Pescoço 1 2 anos

5. Cirurgia do Aparelho Digestivo 4 2 anos

6. Cirurgia Pediátrica 2 3 anos

7. Cirurgia Plástica 3 3 anos

8. Cirurgia Torácica 1 2 anos

9. Cirurgia Vascular 3 2 anos

10. Coloproctologia 1 2 anos

11. Endocrinologia e Metabologia 3 2 anos

12. Gastroenterologia 2 2 anos

13. Geriatria 4 2 anos

14. Hematologia e Hemoterapia 4 02 anos

15. Mastologia 2 2 anos

16. Medicina Intensiva 4 2 anos

17. Nefrologia 4 2 anos

18. Pneumologia 2 2 anos

19. Reumatologia 4 2 anos

20. Urologia 3 3 anos

TOTAL 57

Fonte: Hospital das Clínicas – UFMG.


568

Tabela 50 – Programas de residência médica do Hospital das Clínicas de ano opcional, número
de vagas, pré-requisito da área básica e duração

Ano opcional / área de atuação Vagas Pré-requisito Duração

Alergia e Imunologia Pediátrica 2 Pediatria 2 anos

Cardiologia Pediátrica 2 Pediatria 2 anos

Ecocardiografia 2 Cardiologia 1 ano

Endocrinologia Pediátrica 2 Pediatria 2 anos

Cirurgia do Aparelho
Digestivo,
Endoscopia Digestiva 3 Gastroenterologia, 1 ano
Coloproctologia ou
Cirurgia Geral.

Gastroenterologia Pediátrica 2 Pediatria 2 anos

Hematologia e Hemoterapia
2 Pediatria 2 anos
Pediátrica

Infectologia Pediátrica 1 Pediatria 2 anos

Medicina do Adolescente 2 Pediatria 1 ano

Obstetrícia e
Medicina Fetal 2 1 ano
Ginecologia

Medicina Intensiva Pediátrica 1 Pediatria 2 anos

Nefrologia Pediátrica 2 Pediatria 2 anos

Neonatologia 2 Pediatria 2 anos

Neurologia Pediátrica 2 Pediatria 2 anos

Pneumologia Pediátrica 3 Pediatria 2 anos

Psicogeriatria 2 Psiquiatria 1 ano

Psiquiatria da Infância e
2 Psiquiatria 1 ano
Adolescência
Radiologia e
R4 Opcional em Radiologia e
2 Diagnóstico por 1 ano
Diagnóstico por Imagem
Imagem
Hematologia e
Transplante de Medula Óssea 1 1 ano
Hemoterapia
Ultrassonografia em Ginecologia Obstetrícia e
1 1 ano
e Obstetrícia Ginecologia

TOTAL 38

Fonte: Hospital das Clínicas – UFMG.


569

Tabela 51 – Programas de residência multiprofissional do Hospital das Clínicas classificados


por área profissional e número de vagas

Área de concentração Área profissional Vagas

Enfermagem 04
Farmácia 03
Fisioterapia 04
Saúde do Idoso
Fonoaudiologia 04
Psicologia 01
Terapia Ocupacional 02

Enfermagem 04
Fisioterapia 04
Saúde Cardiovascular
Psicologia 01
Nutrição 01

Farmácia 02
Cuidado Humanizado da
Nutrição 03
Criança e do Adolescente
Odontologia 02

TOTAL 35

Fonte: Hospital das Clínicas – UFMG.

Tabela 52 – Programa de residência uniprofissional do Hospital das Clínicas - Área


profissional e número de vagas

Área de concentração Área profissional Vagas

Cirurgia e traumatologia buco-maxilo-facial Odontologia 02

TOTAL 02

Fonte: Hospital das Clínicas – UFMG.

Tabela 53 – Programas de residência médica do Hospital Risoleta Tolentino Neves, número de


vagas oferecidas por ano e tempo de duração

Especialidade/Áreas de Atuação Vagas Duração

Clínica Médica 12 2 anos

Cirurgia do Trauma 8 1 ano

Medicina Intensiva 2 3 anos

Medicina Paliativa 3 2 anos

Neurologia 3 3 anos

Ortopedia e Traumatologia 2 3 anos

Fonte: Hospital Risoleta Tolentino Neves.


570

Tabela 54 – Programa de residência multiprofissional do Hospital Risoleta Tolentino Neves,


número de vagas oferecidas por ano e tempo de duração

Área de Concentração Vagas Distribuição das vagas Duração

2 Enfermagem;
2 Farmácia;
Saúde do Adulto e do Idoso 10 2 Fonoaudiologia; 2 anos
2 Nutrição;
2 Terapia Ocupacional

Fonte: Hospital Risoleta Tolentino Neves.

Tabela 55 – Programa de residência uniprofissional do Hospital Risoleta Tolentino Neves,


número de vagas oferecidas por ano e tempo de duração

Área de Concentração Vagas Duração

Atenção em Urgência e Emergência 2 Enfermagem 2 anos

Fonte: Hospital Risoleta Tolentino Neves.

Tabela 56 – Curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica (modalidade residência) da


Escola de Enfermagem da UFMG - Área profissional e número de vagas

Área De Concentração Área Profissional Vagas

Enfermagem Obstétrica Enfermagem 02

TOTAL 02

Fonte: Escola de Enfermagem – UFMG.


571

Tabela 57 – Programa de Residência Integrada em Medicina Veterinária do Hospital


Veterinário - Área de Concentração (todas com duração de dois anos) e número de vagas

VAGAS
Área de Concentração
2023/2024

Anestesiologia em Animais de Companhia 2

Clínica Cirúrgica em Animais de Companhia 5

Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais 1

Clínica Médica de Pequenos Animais 5

Clínica Médica de Equinos 2

Clínica Médica de Ruminantes 2

Diagnóstico por Imagem em Animais de Companhia 2

Patologia Animal 2

Patologia Clínica Veterinária 3

Medicina Preventiva Veterinária 1

Saúde Animal Integrada a Saúde Pública com ênfase em Zoonoses e Controle


1
Populacional de Cães e Gatos

Saúde Animal Integrada a Saúde Pública com ênfase em Interface Saúde


2
Humana e Silvestre

TOTAL 28

Fonte: Escola de Veterinária da UFMG – Disponível em https://vet.ufmg.br/curso/residencia/.

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