Civilização Egípcia

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Civilizao Egpcia/

Capa
Civilizao Egpcia

O rio Nilo e seu delta vistos do espao

ndice

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mais informaes, consulte a pgina de votaes.
Localizao geogrfica
Localizao geogrfica

frica, mapa do Nilo

Situado ao nordeste da frica, o Egito, ao norte, cercado pelo mar


Mediterrneo, ao sul pelas cataratas do rio Nilo na Nbia (Sudo),
a oeste pelo deserto da Lbia e ao leste faz fronteira com o Mar Vermelho.

Esta a localizao que temos atualmente, mas, se conseguirmos imaginar


que na antiguidade no havia fronteiras demarcadas, as principais regies do
Egito formavam osis fluviais no deserto. Essas regies eram o vale do Nilo,
o delta e o Fayum. As outras regies sofreram mudanas de acordo com o
perodo e os governos.

Observando a localizao descrita acima, podemos verificar que o Egito


ficava num local bem protegido e provavelmente esse foi um dos motivos que
permitiu seu desenvolvimento. O isolamento geogrfico permitiu que o pas se
estabilizasse e fortalecesse.

Ao voltarmos no tempo, podemos imaginar, h mais de 10 000 anos, os


homens, nmades, vagando pelas terras africanas e encontrando um vale frtil,
ao longo de um grande rio.

Havia barreiras naturais, desertos, para proteg-los dos inimigos e esses


homens, provavelmente caadores, aproveitaram as terras frteis e trocaram a
caa pela agricultura.
O contraste da vegetao da margem do Nilo

Com toda certeza, muitas vezes se assustaram com a violncia das cheias do
rio, mas, quando as guas retornavam ao leito, nossos ex-nmades caadores
encontravam uma terra preta onde podiam plantar pois
iriam colher com abundncia.

Nas reas distantes das margens, que as guas no alcanavam, a terra era
vermelha. L, era o deserto, mais tarde conhecido como o reino dos
mortos (onde foram construdos os tmulos e as pirmides).

E foi assim que as tribos se fixaram naquelas terras, vivendo em relativa


segurana graas geografia local e com abundncia de alimentos, mantendo-
se distantes das bordas hostis e ameaadoras do deserto.

Podemos ento dizer que o rio, o deserto e as


montanhas moldaram profundamente o povo egpcio.

O clima e o rio
O clima e o rio

rio Nilo entre Luxor e Assu

Sendo o Egito cortado pelo rio Nilo no sentido sul-norte, observa-se a


formao de duas regies: o Vale, estreita faixa de terra cultivvel, apertada
entre desertos denominada Alto Egito; e o Delta, em forma de leque, com
maior extenso de terras arveis, pastos e pntanos, denominado Baixo Egito.

A queda de chuvas no vale do Nilo quase nula, portanto, se dependesse das


chuvas, ali no poderia haver agricultura, mas por causa rio Nilo que o Egito
ficou frtil e mais desenvolvido.

Talvez o Egito no tenha sido sempre uma terra to quente, mas, mesmo
assim, o calor seria predominante, o clima quente e seco. possvel que no
perodo de formao do Egito, ainda houvesse facilidade de contato com as
regies vizinhas porque a desertificao do Saara ainda no estava completa.
No terceiro e quarto milnios, o deserto se expandiu e de alguma forma
protegeu o povo que vivia no vale do Nilo.

O rio que nutre o solo egpcio e permite as plantaes e a vida foi


determinante para seu desenvolvimento.

O rio Nilo formado por trs rios: o Nilo Branco, o Nilo Azul e o rio Atbara.
Considera-se que o rio Nilo tem origem no Lago Vitria no Grande Vale do
Rift (frica Oriental). De l ele sai com o nome de Nilo Branco.

O Nilo Azul nasce na Etipia e se encontra com o Nilo Branco em Cartum


(capital do Sudo). Ao norte de Cartum ele recebe seu ltimo grande afluente:
o rio Atbara.

Assim ele segue atravessando a Nbia e o Egito. Nos tempos antigos havia
sete bocas do rio no delta, desaguando no mar Mediterrneo.

O Nilo e seu delta terras frteis em meio ao deserto

Esse era o portentoso rio, que, para os povos que viviam s suas margens, era
um verdadeiro deus, por eles chamado Hapi.

Na realidade, da juno entre o sol e o rio Nilo que nasce a prosperidade e


por isso ambos eram vistos como deuses.

O rio enche e inunda as terras com as guas carregadas de aluvies e o sol se


encarrega de secar o excesso para que a vegetao possa renascer luxuriante.
Por esse motivo, o vale do Nilo era chamado de terra negra ou kemet. O
oposto era o deserto, a terra vermelha ou deshret.

Nilmetro de Kom Ombo

Afinal os egpcios no precisavam pedir aos deuses pela chuva, o rio-deus


proporcionava a gua e o adubo necessrios para as plantaes e a terra negra
era a alegria dos deuses e dos homens. J a terra vermelha deveria ser evitada,
era o deserto com um vento abrasador que secava os campos e era consagrada
ao deus Set.

As terras fertilizadas pelas cheias do Nilo eram usadas para plantar,


principalmente linho, cevada e trigo.

E aqui entram as to famosas palavras de Herdoto, o grande historiador


grego:

O Egito uma ddiva do Nilo.

Se a cheia anual fosse muito grande, causava destruio. Se fosse muito baixa,
alagaria pouca extenso de terras, pouca terra para semear sinnimo de
pouco alimento. Se por vrios anos a cheia fosse baixa, havia fome.

Ento, embora sendo de fato uma ddiva, o Nilo no prescinde da mo do


homem.

No momento em que os homens comeam a dominar o rio, controlando a


cheia anual, construindo diques, os nilmetros que serviam para medir o nvel
das cheias e reservatrios, pondo em prtica o trabalho comum para o bem de
todos, com a cooperao e a organizao so lanadas as bases da grande
civilizao egpcia, o povo que construiu um imprio que dominou sua poca
e que at hoje desperta curiosidade e paixo.

Perodo pr-dinstico
Perodo pr-dinstico

4500-3000 a.C.

estatueta de cachorro

Nomos
Como foi visto no captulo anterior, por volta de 4500 a.C. j existiam
pequenas aldeias nas margens do rio Nilo. Afinal, o local era protegido, as
terras eram frteis e o clima quente.

Essas pequenas comunidades ficaram conhecidas como Nomos (palavra


grega) ou Spats.

Essas tribos primitivas ao se unirem em grupos maiores e estveis, os Nomos,


se fixaram definitivamente terra e passaram a ter chefes governantes,
chamados Nomarcas.

Religio

recriao de um sepultamento pr-dinastico

Como a maioria dos povos primitivos, esses habitantes dos nomos possuam
um grande respeito pelas foras da natureza (que eram incompreensveis para
eles) e pelos animais. J vimos que o rio Nilo era tido como Hapi, um deus, e
o sol era o deus Ra. Assim, a maior parte dos seus deuses era representada por
algum animal, isso inclusive ocorreu durante a maior parte da histria do
Egito.
Os deuses primitivos eram zoomrficos (tinham forma de animais).

As formas dos deuses comeam a mudar quando os homens percebem que j


compreendem e esto aptos a enfrentar os fenmenos da natureza. Ento, eles
passam a fundir num s deus, o homem e o animal (antropomorfismo).

Desde os primrdios, os egpcios deveriam crer numa vida aps a morte


porque, foram descobertas sepulturas da era neoltica, j com instrumentos e
vveres para servir ao morto, se presume. Se assim for, esta era uma crena j
arraigada profundamente no povo egpcio. Essas sepulturas, eram cobertas de
pedras, para proteger o corpo dos chacais e das intempries.

escada de acesso ao nilmetro

Trabalho
Quanto a agricultura, j havia um certo desenvolvimento agrcola, de modo
que o cultivo de cereais como o trigo e a cevada, alm do linho se tornou uma
fonte de riqueza. Todo o excedente era trocado entre os nomos.

Havia trabalho coletivo em prol da comunidade de acordo com as


necessidades, como a construo de reservatrios de gua e um primoroso
trabalho de irrigao, que levava as guas do rio para as regies mais distantes
do seu curso. Tambm construram diques para controlar as cheias do Nilo e
os nilmetros para medir as cheias.

Os habitantes dos nomos j criavam animais, teciam o linho, trabalhavam


pedra e cobre, fabricavam cerveja e construam casas de adobe (espcie de
tijolo cru, feito com argila e palha).

Organizao poltica
Ao longo do tempo, j havia um grande nmero de nomos que foram se
reunindo, atravs de tratados e conquistas. Acredita-se que as crenas tiveram
papel preponderante para unir as comunidades sob determinado deus assim
evitando guerras.
objetos de marfim, Naqada

Alguns estudiosos dividem esse perodo em outros quatro perodos, chamados


de Primitivo, Naqada I, Naqada II e Naqada III. Este ltimo pode ser
chamado tambm, por alguns de Dinastia 0.

Naqada II o incio do desenvolvimento de centros populacionais, os nomos


mais organizados , como, Tinis, Naqada, Buto (associada a Per-Wadjet) e
Nekhen, comearam a se destacar dos demais. o comeo da organizao do
Egito como estado e a definio de uma fronteira poltica.

O perodo chamado Naqada III o embrio do futuro pas unificado e existem


registros de governantes e de alguns eventos especficos.

Parece que, nesse perodo houve governantes que controlaram partes


significativas do territrio, esses governantes podem ter sido chamados de
reis.

Na realidade, chamar esse perodo de Dinastia 0 no parece muito apropriado,


uma vez que, como veremos mais tarde, as dinastias agrupavam uma famlia
de governantes, ou pelo menos aqueles que reinavam de um local especfico.
E, no perodo Naqada isso no ocorreu. No h como estabelecer uma linha
sucessria nessa fase.
figura em osso, Naqada I

O povo egpcio
Por volta de 3400 a.C. registra-se a entrada de outros povos na regio,
especialmente no delta. Na verdade no sabe ao certo qual a etnia do povo
egpcio e aqui vamos fazer um parntese para alm da poca pr-dinstica.

Atravs da regio em foco, passaram os nbios, judeus, lbios, fencios,


acadianos, hititas, assrios, hicsos, persas, rabes, gregos, romanos, que com
toda certeza de alguma forma deixaram sua marca nos genes do povo. Assim,
no vamos presumir que os egpcios tivessem essa ou aquela caracterstica
porque no h consenso.

Porm, esses povos estrangeiros tanto podem ter trazido novas idias, como
tambm podem ter parecido uma ameaa futura, tornando mais urgente a
unificao dos nomos.

Nessa altura o povo egpcio j possui uma aritmtica simples, usada para
medir as terras e calcular as colheitas. Sabiam o movimento de algumas
estrelas e calculavam as cheias do Nilo. J possuam um calendrio bem
sofisticado. Sua escrita foi desde o nicio baseada nos hierglifos (grafia
sagrada) e nunca mudou.

Os egpcios j haviam superado a infncia e adolescncia de um povo e


estavam preparados para entrar na idade adulta com um grande futuro!

Reis de Naqada III


Reinaram nos anos de formao do Egito, antes que o pas fosse unificado.

Embora at hoje no se tenha decifrado com exatido os nomes desses reis de


Naqada III, possvel pesquisar partindo de pequenos detalhes e supor que
determinadas peas ou tmulos pertenceram a esses reis.

paleta com relevos de hienas, girafas e bis. Naqada III

J foram encontradas diversas pistas, ainda por serem


compreendidas, serekhs (cartuchos com o nome Hrus do rei encimados por
um falco) gravados em vasos e pedras, alguns com inscries muito
destrudas, outros com a grafia dos primrdios, ainda no decifrada.

Um dos artefatos mais conhecidos desse perodo que precede a Primeira


Dinastia, a cabea de uma maa (arma de guerra) que pertenceu a um rei
geralmente chamado de rei Escorpio. possvel que este rei tenha existido e
reinado antes de Narmer. Embora nada se tenha encontrado sobre esse
possvel rei em Abidos, h especulaes de que uma tumba de quatro
aposentos encontrada sem nenhuma inscrio possa ter pertencido a ele.

Embora, tambm a existncia de um rei Crocodilo no seja aceita pelos


egiptologistas em geral, a cabea da arma do Escorpio um argumento forte
para, pelo menos, se discutir sua existncia como um rei do final da era pr-
dinstica.
Atravs dos estudos das camadas da terra nas tumbas reais de Abidos, e das
peas de cermica encontradas, provvel que o antecessor de Narmer como
governante em Abidos tenha sido um rei chamado Ka. Seu nome Hrus
mostra um par de braos. Ele foi sepultado numa tumba dupla (B7/9) que est
localizada entre as sepulturas de outros reis da poca pr-dinstica, no
cemitrio U.

Antes de Narmer ele o rei mais bem registrado e pode at ser que tenha
reinado sobre um Egito unido.

Seu nome foi encontrado tanto no alto quanto no baixo Egito, inclusive em
Helwan, que era a necrpole de Mnfis. Portanto possvel que Mnfis tenha
sido fundada at mesmo antes de Narmer e de Aha.

De acordo com Jimmy Dunn (e fontes citadas por ele em ligaes externas),
preciso ter ateno com as listas que existem dos reis da Dinastia 0, como: rei
Crocodilo, Iry-Hor, Ka, Escorpio e Narmer. Esses nomes e a ordem em que
governaram no esto comprovadas e Narmer considerado da 1 dinastia.

Alto e Baixo Egito

Hedjet

Deshret

Sejemty
No final do perodo pr-dinstico, o Egito possivelmente j possua ligaes
comerciais com outros povos, foram encontradas provas disso no Sinai e no
sul da Palestina. Se a escrita tambm foi influenciada por outros povos no se
sabe, podem ter havido invases, talvez imigrao, tudo aquilo que no deixa
vestgios arqueolgicos suposio.

Portanto o que se tem que da unio dos nomos primitivos surgiram dois
reinos:

O reino do Alto Egito, no Sul, tinha por capital Nekhen, como era
chamada pelos egpcios, em grego o nome Hieracmpolis, a cidade
do falco, seu soberano usava uma coroa branca, Hedjet.

O reino do Baixo Egito, no delta, fixou sua capital em Buto, seu


soberano usava uma coroa vermelha, Deshret.

E quando o soberano dominava os dois reinos, ele usava a coroa


dupla, Sejemty.

O mais provvel que esses dois territrios, alto e baixo Egito, tenham se
unificado de maneira gradual devido at mesmo uniformidade cultural do
pas, no h informao histrica precisa a esse respeito.

Da unio entre o Alto e Baixo Egito que vai surgir o grande imprio.

Faras e como list-los


Faras e como list-los

desenho das insgnias dos faras, basto, mangual, uraeus

Os nomes dos faras

Vamos comear pelo fato dos reis do Egito serem chamados de faras, apenas
pelos gregos e pelos hebreus. Os antigos egpcios no os chamavam assim.
O ttulo Fara se origina do egpcio Per-aa, que significa Casa Grande,
palavra que designava o palcio. Durante muito tempo a palavra para designar
o rei no antigo Egito era nesu, alm dos muitos ttulos que eles possuam.

Por volta de 2500 a.C. os reis do Egito tinham cinco nomes. Os cinco ttulos
reais consistiam em quatro nomes que eram dados ao rei quando este subia ao
trono e um quinto nome que era escolhido quando do nascimento do futuro
rei.

Trs desses nomes se referem ao papel do rei como um deus. Dois deles do
nfase diviso do Egito em duas terras, ambas sob o controle do rei.

O nome Hrus, desde os reis pr-dinsticos, era escrito dentro de um serekh,


um retngulo que representava a fachada do palcio real, encimado pelo deus
falco Hrus. Ele aparece inclusive nas tumbas mais antigas feitas de adobe.
Isso representa a crena de que o rei era o deus Hrus em forma humana na
Terra. Os egpcios acreditavam que Osris havia sido rei do Egito antes de
morrer, portanto seu filho Hrus herdou seu reino.

a sua esquerda est Wadjet e a sua direita Nekhbet

as duas senhoras

O segundo nome Nebty ou o nome das Duas Senhoras, uma referncia


s deusas do alto e do baixo Egito, Nekhbet (representada pelo abutre) de El-
Kab no alto Egito e Wadjet (representada pela cobra naja), de Buto no delta.
As duas mais importantes cidades da fase pr-dinstica. O nome das Duas
Senhoras ou Ele que pertence s Duas Senhoras colocavam o rei sob a
proteo de Nekhbet e Wadjet, assim representando a unio das duas regies
do Egito e a harmonia geogrfica das duas terras na pessoa do rei.

O terceiro nome, o Hrus Dourado. As origens desse nome podem ser


seguidas nas inscries reais da primeira e terceira dinastias e tambm na
Pedra de Palermo. Era simplesmente inscrita com o hierglifo que significava
ouro, Quando foi introduzida no perodo dinstico antigo, talvez simbolizasse
a divindade do rei (o ouro era considerado eterno e se acreditava que a pele
dos deuses era de ouro; o ouro portanto, era a representao da divindade). O
ouro tambm simbolizava o sol nascente.

Pela metade do Mdio Imprio, o nome Hrus, o ttulo Nebty e o nome Hrus
Dourado j no eram usados to comumente quanto os dois ltimos, o nome
de trono e o nome de nascimento.

No Egito Dinstico, os reis foram distinguidos pelo uso do nome de trono,


tambm chamado de nesu-bity.

O quarto nome, nome de trono ou nesu-bity, era Senhor das Duas Terras
ou Rei do Alto e Baixo Egito, como foi usado mais tarde.

Esse titulo, literalmente, Ele do canio e da abelha ou o aspecto dual do rei,


deve ter simbolizado a natureza dupla, humana e divina que residiam no poder
real. O canio o smbolo do Alto Egito e a abelha simboliza o Baixo Egito.
Era usado quando da subida do rei ao trono e por volta da quarta dinastia foi
invariavelmente incorporada ao nome do deus-sol Ra.

O quinto nome ou nome de nascimento, era usualmente precedido pelos


ttulos Sa-re ou Filho ou Ra, ou Neb-khau ou Senhor das Coroas.

Nome: Titulo
Nome de Hrus: Hrus
Nebty ou Duas Senhoras: Ele que pertence s Duas Senhoras(Wadjet e
Nekhbet)
Hrus Dourado: Hrus Dourado
Nome de trono: Ele do canio e da abelha (Rei do Alto e Baixo Egito)
Nome de nascimento: Filho de Ra

Filho de R

Por exemplo:

Ramss III

Nome de Hrus: Kanakht Aanesyt


Nebty ou Duas Senhoras: Werhebusedmitatjenen
Hrus Dourado: Userrenputmiatum
Nome de trono: Usermaatre-meryamun
Nome de nascimento: Ramesses Heqaiunu
serekh do fara Raneb, 2 dinastia

O Serekh

um retngulo estilizado que contm o nome Hrus dos faras. dividido


em dois compartimentos, o de baixo representa a vista frontal do palcio, o de
cima representa uma vista do ptio do palcio. Era, em geral encimado pelo
falco, que representa o deus Hrus, patrono da monarquia, embora dois dos
reis da segunda dinastia (Peribsen e Khasekhemwy tenham includo o deus
Set ou trocado o deus).

Os modernos historiadores se referem aos reis do Egito por seus nomes e para
distinguir aqueles que possuem o mesmo nome, colocam um algarismo
romano. O Serekh foi usado, especialmente nos tempos pr-dinsticos e
durante as primeiras trs dinastias, depois foi substitudo pelo cartucho
(cartouche).

cartucho de Tutmsis III

O Cartucho

a representao de uma corda oval que circunda o nome do fara e


amarrada nas pontas. Dentro esto os hierglifos que formam os nomes reais
do fara. Comeou a ser usado na quarta dinastia sob o fara Snefru. O antigo
nome para o cartucho erashenu.
O cartucho substituiu o serekh, durante a quinta dinastia, Neferirkare comeou
a usar um segundo cartucho. O primeiro trazia seu nome de trono e o segundo
seu nome de nascimento.

A palavra cartucho, usada em portugus, foi traduzida do francs cartouche,


porque os soldados de Napoleo Bonaparte, quando invadiram o Egito
acharam que aquele smbolo e os cartuchos de balas de suas armas, eram
parecidos.

Como listar os faras

No sabemos quantos foram os faras egpcios porque algumas vezes, quando


o pas ficou dividido houve vrios reis ao mesmo tempo.

Nem sequer sabemos exatamente quantos foram os faras e nem por quanto
tempo cada um governou. Algumas dinastias foram descritas com preciso
pelos escribas e as suas listas foram encontradas, enquanto que outras listas,
sofreram danos que tornam difcil decifr-las.

Algumas dessas listas sobreviveram at nosso tempo e so usadas para dirimir


dvidas. So elas:

pedra de Palermo

A Pedra de Palermo e outros fragmentos

A pedra de Palermo um pedao de parede com inscries em ambos os


lados, onde mostra eventos, na maior parte rituais, que ocorreram durante as
primeiras cinco dinastias.

A parte maior desta parede justamente a chamada Pedra de Palermo porque


est na cidade do mesmo nome, na Itlia.

Um segundo pedao em tamanho e mais quatro pequenos fragmentos esto no


Museu do Cairo (Egito) e h um pequeno fragmento na Universidade de
Londres (Inglaterra). No se sabe se todos os fragmentos so da mesma
parede original. Nenhum dos pedaos contem partes ou uma cpia completa
dos outros.

A parede original onde ficava a Pedra de Palermo devia medir


aproximadamente 2,2 m. de comprimento por 0,61 m. de altura.

Em ambos os lados da pedra est inscrita uma lista de faras do perodo pr-
dinstico at o meio da quinta dinastia.

Acredita-se que ela foi inscrita justamente no meio da quinta dinastia. Alguns
estudiosos acham que ela pode ter sido feita por partes em pocas diferentes e
at mesmo ter sido atualizada regularmente (por causa do estilo dos
hierglifos). Outros acreditam que, pela maneira de inscrever na pedra, ela
tem ligao com o estilo usado na vigsima-quinta dinastia, o que poderia
indicar uma cpia, portanto quem copiou teria acesso aos arquivos originais.

Cnone Real de Turim

Tambm conhecida como Lista Real de Turim, um papiro nico, escrito em


hiertico, que hoje est no Museu de Turim na Itlia.

Este papiro est fragmentado em, mais ou menos, cento e sessenta pequenos
pedaos e muitos deles se perderam. Ele foi descoberto na necrpole de Tebas
pelo viajante italiano Bernardino Drovetti em 1822 e quem primeiro percebeu
sua importncia foi o egiptlogo francs Jean Franois Champollion.

Presume-se que o papiro tenha sido escrito no reinado do fara Ramss II e


no se sabe quantas pginas tinha, com uma lista de pessoas e instituies,
tendo ao lado uma estimativa de impostos.

Mas, o que ele tem de realmente valioso o verso, que na poca no deve ter
sido l de grande importncia para o escriba. Talvez tenha sido apenas um
exerccio para quem o escreveu, talvez fosse um estudante.

Acontece que, nos legou uma lista de deuses, semi-deuses, espritos, reis
mticos e humanos, que reinaram no Egito desde o incio dos tempos at
quando ele escreveu a lista.

De onde copiou, no se sabe. Aonde est o original, tambm no. Talvez ele
tivesse acesso aos arquivos dos templos. Se esta listagem foi criada pelo
prprio escriba ento, ela nica.

Esta uma lista especial porque agrupa os faras mencionando a durao dos
seus reinados com dia, ms e ano. Tambm inclui os nomes de faras
efmeros e daqueles que reinaram sobre pequenos territrios. A lista
menciona inclusive os governantes hicsos, indicando serem estrangeiros.
Lista de Mneton

No se sabe muita coisa a respeito de Mneton, apenas que ele foi um


sacerdote egpcio ou greco-egpcio, nascido em Sebenitos no delta do Nilo, e
que viveu no Egito durante a trigsima dinastia (reinados de Ptolomeu I e II).

A importncia de Mneton vem do fato de ter escrito Aegyptiaca, uma


coleo de trs livros sobre a histria do Egito antigo patrocinada por
Ptolomeu II, que queria unir as culturas egpcia e grega.

Mneton, sendo sacerdote, com certeza teve acesso aos arquivos do templo
onde servia. possvel que nesses arquivos tenha encontrado desde tratados
cientficos at histrias mitolgicas e assim muitas vezes temos uma grande
mistura.

Contudo, seu trabalho deve ser considerado muito importante para o estudo da
histria do antigo Egito. Difcil descobrir algo do trabalho original de
Mneton, porque este foi copiado e falsificado com intenes polticas e ou
religiosas.

Autores como Josephus, Africanus, Syncellus e Eusebius fizeram listas que


no combinam, seja na quantidade de faras, seja na durao de seus reinados.

lista real de Abydos

Lista Real de Abydos

No templo de Abydos, na Sala dos Registros, Seti I e seu filho, o futuro


Ramss II, mostram os nomes de setenta e seis ancestrais, em cartuchos.

No uma lista to confivel porque exclui governantes como Hatshepsut e


Akhenaton. Tambm no lista os reis do segundo perodo intermedirio.

Lista Real de Karnak

Uma lista de faras desde os primeiros at Tutmsis III. Registra os nomes de


muitos reis obscuros do segundo perodo intermedirio. Hoje est no Museu
do Louvre, em Paris.
Lista Real de Saqqara

Descoberta na tumba real do escriba Thunery em Saqqara. Originalmente


possua cinqenta e oito cartuchos mas s restaram quarenta e sete. Registra
de Anedjib, na primeira dinastia at Ramss II e tambm omite os nomes do
segundo perodo intermedirio.

Papiro Westcar

O Papiro Westcar chamado assim por causa do colecionador britnico Henry


Westcar. Foi adquirido pelo egiptlogo alemo Richard Lepsius quando este
visitou a Inglaterra por volta de 1838/39 e depois de sua morte foi doado ao
Museu de Berlim.

cartucho do fara Snefru

Este papiro contm uma coleo de contos que foi supostamente contada ao
fara Queps pelos seus filhos. O estilo e a linguagem so tpicos da dcima
segunda dinastia embora, o papiro seja da dcima quinta dinastia. Esta a
nica cpia que se conhece.

Atravs dele muitos se baseiam na ordem dos faras da quinta dinastia.


Infelizmente o inicio e o final do papiro se perderam, de modo que, no
sabemos quantas histrias faziam parte do original.

A primeira histria parece ser sobre um mago cujo nome se perdeu, e se passa
no reinado de Netjerikhet, que no papiro chamado Djoser. Alguns sugerem
que esse mago poderia ser Imhotep (o arquiteto da Pirmide de Degraus).

Da segunda histria temos poucos pedaos, mas ela passada no reinado de


Nebka (seria ele Senakhte, o primeiro faro da terceira dinastia?)

O fato desta histria vir depois daquela de Netjerikhet interessante porque


tanto Mneton como o cnone de Turim marcam Nebka como antepassado
direto de Netjerikhet. No papiro Westcar ele est colocado entre Netjerikhet e
Snefru (o primeiro fara da quarta dinastia).
A terceira histria passada durante o reinado de Snefru, pai de Queps; a
quarta histria se passa na prpria corte de Queps.

E a quinta e ltima histria preservada um conto sobre um mago, Djedi, que


prediz as origens dos faras da quinta dinastia : Userkaf, Sahure e Neferirkare
Kakai. Eles seriam filhos de Raddjedet, a esposa do sumo sacerdote de Ra,
Sakhebu, e se tornariam faras, todos os trs, um depois do outro.

Embora sejam contos, misturados com magia, os estudiosos tambm


costumam us-lo como fonte de pesquisa, por isso citado.

Perodo dinstico antigo


Perodo dinstico antigo

3000-2650 a.C

um perodo marcado por muitas dvidas, por ser muito remoto e por no
haver textos escritos ou povoamentos preservados, os estudiosos se debatem
em teses e aguardam escavaes que possam servir para adicionar algumas
peas ao quebra-cabeas. No h consenso, inclusive, com relao ao primeiro
rei, quele que deu inicio a 1 dinastia.

Demarcar um perodo histrico complexo e nesse caso, a nica fonte de


estudo so as necrpoles, infelizmente saqueadas durante incontveis
milnios, ainda so o que resta para estudo do perodo.

Para incio do perodo dinstico antigo vamos partir da 1 dinastia que tem
como marcos a difuso da escrita e a fundao da cidade de Mnfis.

tumba de Narmer

As dinastias
Existem muitas controvrsias a respeito do fato de Narmer ter sido o rei que
unindo os nomos fez do Egito um s pas. provvel que Mens e Narmer
tenham sido a mesma pessoa, as dvidas que persistem so relacionadas s
escavaes feitas nas necrpoles U e B em Abidos.

Tambm existe a possibilidade de que esse fara, chamado Mens ou Meni,


ou Narmer, possa ter sido o rei Aha. preciso que se entenda que os reis
eram, sobretudo, conhecidos pelos seus nomes de Hrus e no pelos nomes de
nascimento (que so utilizados nas listas de governantes, todas feitas
posteriormente).

Como o solo, frtil em histria, do Egito ainda poder nos surpreender com
novos conhecimentos, devemos apenas citar que possvel que antes de
Narmer, algum outro rei possa ter sido soberano de um Egito unido. Mas,
enquanto isso, o que temos baseado num dos mais velhos registros
conhecidos do Egito antigo, chamado Paleta de Narmer, mostra o Rei
Narmer usando a coroa do Alto Egito de um dos lados (sujeitando um vencido
ao que parece) e do lado oposto o mesmo rei marcha, em triunfo, portando a
coroa do Baixo Egito. De onde se presume que ele o unificador.

Paleta de Narmer,parte de trs

Paleta de Narmer,frente

Esse perodo engloba as duas primeiras dinastias, cujos reis veremos mais
adiante, e foi para o antigo Egito uma fase de grandes conquistas, onde o pas
se afirma e adquire sua face conhecida atravs dos tempos.
Cidades importantes
Como j foi mencionado, a histria egpcia mais facilmente estudada atravs
de seus tmulos, suas necrpoles. Assim pela riqueza e beleza das tumbas, se
pode deduzir quais as cidades importantes em cada perodo, assim como
inferir em que fase comeou a decadncia de um local e o crescimento de
outro.

No h consenso entre os historiadores a respeito do fara que seria o


responsvel pela transferncia da capital para Mnfis, mas independente da
cidade de onde eles governavam , o fato que aps a unificao, nos
primeiros sculos, o crescimento do Egito foi espantoso.

Mnfis, tenha sido ou no, fundada por Mens (Meni, Narmer, Aha), foi uma
idia inteligente porque foi construda no vrtice do delta, prximo ao ponto
onde o Baixo Egito e o Alto Egito se encontram. A partir dessa cidade, uns
dezoito reis de duas dinastias consecutivas governaram, por cerca de
quatrocentos anos.

Esttua do fara Khasekhemwy

Naqada - Era a necrpole da cidade de Nubt, a cidade do ouro, assim


chamada porque Nub deriva do termo egpcio para ouro e a cidade
ficava prxima das minas de ouro.

Sua localizao permite deduzir que era uma cidade importante pelo fato de
ficar no final da rota de comrcio do deserto oriental. Atravs do estudo de
suas sepulturas possvel perceber que a cidade entrou em decadncia mais
tarde perdendo seu posto para Nekhen.

A cidade era devotada ao deus Seth de Nubt, nos Textos das


Pirmides inscritos nos blocos encontrados em Naqada, ele chamado Nubty.
O povo acreditava que Seth havia nascido em Naqada e estava ligado aos reis
do perodo antigo, aparecendo inclusive na cabea da maa do rei Escorpio.
As rainhas da primeira dinastia recebiam o titulo de aquela que v Hrus e
Seth e o rei Peribsen da segunda dinastia enfatizou que Seth era seu protetor.
Foi ao norte da aldeia de Naqada que foi encontrada em 1895, uma mastaba
primitiva, uma grande estrutura de tijolos que trazia em cada lado,uma
fachada de palcio (como um serekh). Ali foram encontradas tabuinhas de
marfim, selos de argila com os nomes dos reis Aha e da rainha Neithotepe.

Atravs do estudo dessas tumbas possvel saber o nvel scio econmico da


cidade. Devemos acrescentar a descoberta de um fragmento, que hoje est
no Ashmolean Museum de Oxford, que mostra o que foi interpretado como a
representao da coroa vermelha do rei. O fragmento foi encontrado em
Naqada e um pedao de um vaso grande vermelho com o acabamento
superior em preto. Vermelho era a cor associada a Seth, o desenho lembra
muito a representao da coroa vermelha que Narmer usa, tanto em sua maa
como na paleta.

Buto originalmente era duas cidades, Pe e Dep, que se transformaram


numa s, a qual os egpcios deram o nome de Per-Wadjet.

A deusa Wadjet, protetora local, era representada por uma serpente e


considerada padroeira de todo o Baixo Egito.

Serpente Wadjet

Desde o perodo paleoltico foi uma cidade muito importante e s comeou a


decair lentamente depois da unificao do pas. As evidncias arqueolgicas
mostram que a cultura do Alto Egito foi substituindo a cultura de Buto no
Delta e isso uma prova importante da unificao das duas terras formando
uma s entidade, um s pas.

Nessa fase, Wadjet se juntou a Nekhbet, que era representada como um abutre
branco e tinha a posio de padroeira no Alto Egito, assim, juntas, elas se
tornaram as padroeiras do Egito unificado. A imagem de Nekhbet se juntou
de Wadjet no Uraeus que circunda a coroa dos faras do Egito unificado.

O templo de Wadjet, o Per-nu ou Per-neser significa Casa da Chama e a


cidade ficou conhecida como Per-Wadjet que significaCasa de Wadjet (Uto)
de onde deriva o nome Buto. (grego).
Hrus

Nekhen e Nekheb Em geral essa rea chamada El Kab, mas na


verdade so duas cidades muito antigas, Nekheb ou El Kab na margem
leste do Nilo, e a velha Nekhen, agora chamada Kom El Ahmar (o
Monte Vermelho) na margem oposta.

Nekhen, que ficou conhecida como Hieracmpolis seu nome grego, fica no
Alto Egito, a Cidade do Falco. O deus principal da cidade eraNekheny,
um falco com duas grandes plumas na cabea, que mais tarde foi assimilado
a Hrus. As imagens mais antigas de Hrus (Her ou Har em egpcio) vm dos
hieroglifos e serekhs do perodo pr-dinstico.

Nekhen/Hieracompolis No local foram encontradas casas, templos, prdios


administrativos e reas dedicadas aos artesos. Nekhen deve ter sido uma
cidade muito importante nesse perodo e o local foi escavado por Quibell e
Green de modo pouco adequado, afinal a arqueologia engatinhava. No h
grande documentao a respeito mas, eles encontraram uma espcie de sinal
hieroglfico primordial com que se escrevia Nekhen.

Tambm foi em Nekhen que foram encontradas a Paleta de Narmer e a cabea


de maa, alm da cabea de maa do Escorpio. A maior parte dos artefatos
foram descobertos num local chamado de Depsito Principal que deve ter
sido um esconderijo, alm dos objetos mencionados acima, havia paletas,
objetos votivos, vasos de pedra.

Outro achado significativo e que depois foi perdido e at hoje no foi


encontrado novamente a Tumba 100 do cemitrio pr-dinstico. Essa foi, ao
que parece a primeira tumba egpcia a ser decorada com pinturas nas paredes
mas sua localizao hoje (2010) desconhecida.

As escavaes de 1970 e 1980 revelaram locais no deserto, fora da cidade


inclusive um templo pr-dinstico.
As almas de Pe e Nekhen

As almas de Pe e Nekhen simbolizam as almas dos primeiros reis das duas


cidades. So desenhados usando a mscara de Hrus por Nekhen e a mscara
de Anubis por Pe. Eram venerados como espritos ancestrais, possuindo
grande poder. Ambos, Pe e Nekhen so respeitados como estrelas que, juntos
formam uma escada que ser usada pelo rei que acaba de falecer para subir
aos cus.

Nekheb A deusa abutre Nekhbet pertencia a esta cidade e o seu templo


era Per-wer, que significa Casa Grande. Provavelmente por causa da
proximidade de Nekhen e sua ligao com o poder real, Nekhebet se tornou
uma das deusas tutelares do Egito, junto com Wadjet. Ela passou a representar
a Coroa Branca do Alto Egito, enquanto que Wadjet de Buto simbolizava a
Coroa Vermelha do Baixo Egito. No se sabe datar a origem desse conceito
mas h evidncias nos Textos das Pirmides de que elas eram consideradas as
mes do rei.

a deusa Nekhebet

Abidos ou Abedjou

Este local deve ter sido usado para agricultura e comrcio no dinstico antigo,
provavelmente a populao era mais concentrada na parte norte e a fundao
da cidade de Abedjou data de Naqada III.

possvel que houvesse vilas espalhadas pelo local e sua segurana e oferta
de empregos, atrasse muita gente. A cidade se expandiu e se desenvolveu
durante as primeiras seis dinastias.
A grande fama de Abidos vem do fato de ter sido a necrpole mais importante
deste perodo e contem vestgios de todos os perodos da histria do Egito. Foi
o centro de culto de Osris, senhor do mundo inferior. Na entrada do canyon
em Abidos, que os egpcios acreditavam ser a entrada do submundo, uma das
tumbas de um rei da 1 dinastia foi confundida, milhares de anos mais tarde
com a prpria tumba de Osris, e peregrinos deixaram ali suas oferendas para
o deus durante outros milhares de anos. A rea chamada deUmm el
Qaab, Me dos Potes.

porque Umm el-Qaab chamada Me dos Potes

As necrpoles do pr-dinstico e do dinstico antigo esto localizadas no


deserto e consistem de trs partes: pr-dinstica cemitrio U ao norte,
cemitrio B no meio, com as tumbas reais da dinastia 0 e do incio da 1
dinastia e ao sul o complexo de tumbas de seis reis e uma rainha da 1 dinastia
e dois reis da 2 dinastia. Muitas tumbas da 1 dinastia mostram as marcas de
incndios, outras foram saqueadas inmeras vezes.

Em 1977 foi descoberto um pequeno selo de marfim que trazia a palavra nar,
talvez o nome de Narmer.

As tumbas do perodo em questo, foram localizadas em Umm El Qaab, no


total devem ter sido dez tmulos reais, mas apenas oito foram localizados, a
saber: Djer, Djet, rainha-me Merneith so da 1 dinastia; Den, Peribsen e
Khasekhemwy so da 2 dinastia.

A tumba do rei Khasekhemwy dentre essas a mais elaborada,


chamada Shunet Es-Zebib, tambm foram encontrados os restos de barcos
ancestrais, datando da 1 dinastia.

Abidos foi usada como necrpole durante diversos perodos at mesmo no


perodo Greco-romano.
mapa onde se v Mnfis

Mnfis

Originalmente a cidade era chamada Ineb-Hedj, que significa Os muros


brancos, Mnfis seu nome grego. Durante o Mdio Imprio foi chamada
de Ankh-Tawy que significa Aquela que liga as duas terras.

No incio Mnfis era uma fortaleza, de onde Mens (ou seja l o rei que
fundou a cidade) controlava as rotas terrestres e fluviais, entre o Alto Egito e o
Delta. A histria conta que Mens fundou Mnfis ao construir diques para
proteger a rea das enchentes do Nilo.

Os estudos sugerem que por volta da 3 dinastia a cidade j era bastante


grande. Ao longo da histria do Egito, Mnfis se tornou centro administrativo
e religioso, alm de uma das cidades mais importantes do mundo antigo.

Hoje, impossvel imaginar como a cidade foi em tempos to antigos, est


completamente descaracterizada, talvez a antiga Mnfis esteja enterrada sob
os campos cultivados, sob a lama do Nilo e as vilas que se espalham no local.

Atravs das necrpoles de Mnfis, textos e papiros de outras partes do Egito e


mesmo relatos de Hrodoto que visitou a cidade, que temos um pouco de
uma histria que deve ter sido muito rica. Como exemplo, os papiros do
tempo de Akhenaton que relacionam Mnfis como local das padarias.
Sabemos tambm que o decreto real rejeitando o culto de Akhenaton, editado
por Tutankhamon, aps a morte do primeiro, teve origem em Mnfis.

Na realidade a decadncia da cidade que foi sempre to importante para a


histria egpcia, se deu com a chegada dos gregos e com a crena no
cristianismo.
Maat

Religiosidade e Poder
importante compreender a base da religio egpcia para poder enxergar com
um olhar egpcio, toda a grandeza dessa civilizao.

Quando o Ser Divino cria o universo, emite o primeiro raio solar que afasta as
trevas. Essa fora o casal divino Shu (deus da luz, sopro da vida) e Tefnut
(deusa que encarna o calor).

Shu e Tefnut tem dois filhos: Nut a deusa do cu e Geb o deus da terra.

Geb se torna o primeiro rei do Egito, engravida sua irm e nascem: Osris,
Isis, Seth e Nftis.

Osris se torna rei do Egito e tem um filho com sua irm Isis, chamado Hrus.

Osris assassinado por seu irmo Seth. Hrus cresce e vinga a morte do pai,
assassinando seu tio Seth e tomando o trono do Egito.

Essa a histria dos reis divinos, depois dela, comea a histria dos homens.

Dessa forma podemos compreender porque o rei do Egito a encarnao do


deus. Cabia a ele manter, no mundo real, o Maat, que so os princpios
encarnados por Maat, a deusa da verdade e da justia. Ela representava a
harmonia do cosmos e da sociedade humana.

Portanto, sobre os ombros dos faras, repousava a imensa responsabilidade de


manter a prosperidade do pas, proteg-lo dos perigos, zelar pelo bem estar e
pela paz de seu povo, pois, ele era o deus!

Todas as artes e conquistas, em todos os aspectos da vida diria no Egito,


temos bem marcada a ligao com os deuses. Na verdade, esses deuses eram
muitos, tanto em forma de animais como uma mistura entre a forma humana e
animal.

Com o advento da unificao dos nomos, alguns deuses prevaleceram sobre


outros. Os sacerdotes tiveram que usar muita diplomacia e no se sabe que
presses mais, para agradar todas as tribos (isso no exclui guerras internas
em alguns perodos).

interessante notar que, embora Hrus e Seth sejam inimigos que lutam pela
herana do pas, o nome Hrus passou a ser o nome dos faras, talvez apenas
depois da segunda dinastia porque Peribsen usou em seu serekh o smbolo de
Seth. J o fara Khasekhemwy se refere aos dois poderes, Hrus e Seth e usa
os smbolos dos dois deuses com a inscrio Os dois senhores descansam
nele. Poderia talvez significar um smbolo da paz entre os dois deuses.

deus Ra com cabea de falco

Para os egpcios, a morte significava um novo nascimento, mas no a


reencarnao e sim uma nova vida num outro mundo, provavelmente celeste,
onde o fara seria recebido pelo deus sol depois de passar por certas provas.
Assim tambm ocorria ao homem comum, que deveria cumprir uma srie de
condies para chegar nova vida.

Considerado como criador do universo, o deus Ra talvez seja o deus mais


famoso do panteo egpcio.Em algum momento houve uma sobreposio
entre Ra e Hrus, de modo que temos incontveis exemplos de Ra com cabea
de falco.

hieroglifos, tumba de Seti I

Escrita
O fator primordial para o desenvolvimento de qualquer povo a escrita, a
criao de smbolos para registrar idias.
A inveno da escrita deve ter ocorrido primeiro na Mesopotmia, mas logo
chegou ao Egito, onde podia ser considerada como uma arte. A forma
primitiva de escrita egpcia, o hierglifo ou escrita sagrada, jamais foi
abandonada.

importante lembrar que os egpcios j possuam um tesouro chamado


papiro, planta que alm de decorativa servia para fazer desde velas de barco
at sandlias, e principalmente a folha de papiro, base da escrita. As hastes de
papiro chegavam a 3 metros de altura e bastava cort-las e prepar-las para
obter a folha perfeita para escrever.

No inicio, quase toda escrita era entalhada nas pedras, especialmente nos
templos. Depois, com o papiro, a cultura egpcia se expandiu dando vazo a
uma rica literatura.

Havia duas formas mais fluentes de escrita:

Papiro Edwin Smith em hiertico

hiertica era uma forma simplificada da escrita hieroglfica e podia


ser feita com rapidez, usando um pincel sobre a madeira ou uma pena
de junco sobre o papiro.

demtica ou escrita popular, que um aperfeioamento da escrita


hiertica e apropriada para ser escrita sobre papiros. Essa forma
surgiu por volta de 700 a.C.

Graas escrita a histria do Egito foi preservada e hoje, o grande tesouro, o


mais esperado em qualquer escavao a possibilidade de encontrar novos
textos, novas pistas para aprimorar o conhecimento.

exemplo de escrita demtica numa rplica da Pedra de Roseta

No possvel deixar de mencionar aqui a famosa Pedra de Roseta, que


permitiu que os hierglifos fossem finalmente decifrados. Essa Pedra, um
bloco de granito negro e foi encontrado por um soldado do exrcito francs,
no Egito em 1799. Gravado no ano de 196 a.C., no bloco h uma homenagem
emitida pelos sacerdotes egpcios ao fara Ptolomeu V Epifanes. A grande
importncia da Pedra de Roseta, o fato desta homenagem ter sido escrita em
trs escritas diferentes: na hieroglfica, em demtico e em grego. Mesmo
assim, Jean Franois Champollion levou 23 anos ainda, para decifrar a escrita
egpcia.

Artes
Todas as manifestaes artsticas no Egito surgiram por causa da religio, e
estavam a servio do fara e do estado.

Acredita-se que a escultura surgiu em decorrncia da necessidade de


representar o morto para a eternidade. Muitas esttuas foram encontradas nos
tmulos diante de uma porta falsa na parede, talvez para dar passagem alma
do morto.

A escultura tambm foi usada para representar os deuses

claro que com o decorrer do tempo, os egpcios foram aprimorando essa arte
at construrem os colossos que veremos mais tarde.

estela de Intef II

Ainda na primeira dinastia os egpcios j dominavam a arte de trabalhar com


madeira, fabricavam arcos, flechas, dardos, bengalas e cetros de toda espcie e
ainda instrumentos musicais, o clima quente e seco do pas preservou esses
trabalhos para os estudos atuais.

O stilo artstico do povo egpcio sofreu muito poucas mudanas ao longo de


mais de 3000 anos de histria, possuam um grande respeito pelo equilbrio e
pela ordem que podiam vislumbrar na natureza.

Alguns complexos funerrios de Abidos e Saqqara foram construdos durante


as primeiras dinastias e os hierglifos j os enfeitavam e contavam para a
posteridade as histrias em que hoje os estudiosos se baseiam para estudar a
civilizao egpcia.
A pintura no tinha profundidade, o tronco da pessoa representada ficava
sempre de frente para o observador enquanto a cabea, as pernas e os ps
eram vistos de perfil. Usavam cores e representavam as pessoas mais
importantes em tamanho maior, as figuras iam diminuindo de acordo com a
sua importncia. As figuras femininas eram pintadas de ocre e as masculinas
de vermelho.

Deste perodo temos poucos exemplos de jias mas sabemos at mesmo pelos
afrescos que a ourivesaria j era uma arte de muita importncia. Na tumba de
Khasemkhemwy foram encontrados potes para blsamo com tampas de ouro
trabalhadas, uma pulseira de ouro laminado e um cetro trabalhado de pedras e
ouro.

Ver tambm

Perodo dinstico antigo/Dinastias do


Perodo dinstico antigo
Dinastias 1 e 2

Faras da primeira dinastia


A lista abaixo certamente no est completa, nem da primeira nem das outras
dinastias, longe disso, porque h muitas controvrsias a respeito.

Na listagem de faras, Narmer, chamado o unificador do Egito, surge como


rei do perodo pr-dinstico ou dinastia 0 ou dinastia de Naqada. Mas, ele
tambm pode ser o primeiro rei da primeira dinastia. Vamos coloc-lo ento
na primeira dinastia, uma vez que, do perodo pr-dinstico no temos uma
lista de reis confivel.

Muitas vezes a grafia dos nomes dos faras diferente, depende da fonte at
mesmo pelo desconhecimento da pronncia, alguns estudiosos usam os nomes
gregos retirados da lista de Mneton.
esttua de babuno com o nome Narmer

Narmer
Aha

Hrus Djer

Hrus Djet

Hrus Den

Hrus Anedjib

Hrus Semerkhet

Hrus Qaa

Narmer (Narmeru, Merunar, Meni)

Esse rei tido como o unificador do Egito, se tornando o verdadeiro fara.


Tambm possvel que Narmer tenha comeado a unificao e Mens (?) a
tenha terminado. Para confundir mais um pouco, alguns estudiosos acreditam
que o rei Escorpio pode ter sido Narmer, mas no h nenhuma evidncia ou
prova para essa teoria.

A teoria mais comum de que Narmer na verdade, seria Hor-Aha, embora a


lista de antigos reis encontrada nas tumbas dos faras Den e Qaa, da primeira
dinastia registre Narmer como fundador da dinastia e registre tambm Hor-
Aha. Menes no mencionado em nenhuma lista.

Acredita-se que ele casou com uma princesa do Baixo Egito chamada
Neithotep, cujo nome aparece em inscries nas tumbas que se presume sejam
de Hor-Aha e de Djer. De onde se deduz que ela poderia ser a me ou mesmo
a esposa de Hor-Aha, nada est definido, at pela antiguidade e dificuldade de
pesquisa.
Alguns objetos de seu reinado j foram encontrados, como fragmentos de
cermica e selos na tumba de Den em Abidos. O nome de Narmer e do seu
possvel antecessor, Escorpio, foram encontrados em cermicas descobertas
em Minshat Abu Omar ao leste do Delta. Tambm foi recuperada uma esttua
de um babuno com o nome nome de Narmer, a cabea de maa e a paleta.

So atribudas a esse fara, as tumbas B17 e B18 (so ligadas entre si) em
Umm El-Qaab, Abidos.

Herdoto o nomeia Min, mas isso passvel de dvida.

Antes de falar sobre o fara Aha vamos fazer um comentrio sobre Menes:

Menes pode ter sido o prprio Narmer ou seu successor. Talvez filho da
rainha Neithotep, que tomou como segundo nome real Men, que
significa estabelecido, o que deu origem ao nome Menes. O fato que existe
um selo de marfim vindo da tumba da rainha Neithotep em Naqada, que
mostra o nome Hor-Aha com o nome Men na frente. Afinal impossvel ter
certeza porque se est discutindo o nome de um homem que viveu por volta
de 5 000 anos atrs. preciso ter em mente que a maior parte da histria que
sabemos a respeito de Menes foi escrita mais de 250 anos depois de sua
morte.

Pode ser que novas descobertas nos permitam saber mais, porm
praticamente impossvel acreditar que um dia, vamos descobrir quem foi, de
fato, Menes.

fragmento de vasilha de faiana com o nome Aha

Hor-Aha (o falco lutador)

Pode ter sido o filho de Narmer e sua rainha Neithotep. Na tumba da rainha,
ele est representado, num fragmento de marfim, fazendo a cerimonia de
unio do Alto e Baixo Egito.

Tomou o nome de trono de Men (estabelecido) e fragmentos encontrados em


tumbas de reis do perodo, se referem a rebeldes na Nbia e campanhas
militares fora do Egito.
possvel que tenha erigido o Templo da deusa Neith (parte do nome de
Neithotep sua provvel me) em Sais. Tambm pode ter sido ele quem fundou
Mnfis (Men Nefer que significa estabelecida e bela).

Lendas contam que ele morreu atacado por um hipoptamo. Foram


encontradas tumbas para o rei Hor-Aha tanto em Saqara quanto em Abidos e,
embora no fossem decoradas e tivessem sido saqueadas e destrudas pelos
ladres e pelos escavadores (no havia ainda nada que lembrasse a
arqueologia de hoje), alguns selos e fragmentos foram recuperados.

Acredita-se hoje que Hor-Aha foi sepultado em Abidos, que considerado o


local real. Numa pequena tumba prxima foram encontrados selos onde estava
escrito Berner-ib (querida) que talvez fosse referncia a sua rainha e que
tambm aparecem na tumba da rainha Neithotep.

Alguns estudiosos sugerem que Neithotep poderia ter sido sua esposa, e que
eles casaram para cimentar a aliana entre o Alto e Baixo Egito. Certamente
Hor-Aha veio do Alto Egito e Neithotep veio do Baixo Egito, mas no h
provas de seu relacionamento familiar. De qualquer maneira o filho desse
fara, seu sucessor, Djer, era filho de uma outra esposa secundria.

Nomes:

Mneton o chama Menes o primeiro rei ou Athothis, na lista dele o


segundo rei.
Herdoto o chama Min (h dvidas)
Nome de Hrus - o falco lutador
Listas de reis Men, Meni, Teti, Ity

Djer (Hrus que socorre)

Era, provavelmente, o rei que Mneton chama de Athothis e descreve como


sendo um grande estudioso, porque escreveu textos de anatomia que ainda
eram usados na poca do domnio grego.

Fragmentos de selos em marfim vindos de Abidos relatam viagens a Sais e


Buto, no Delta.

Presume-se que sua tumba seja a de nmero 0 em Abidos, que uma das
maiores e mais complexas da 1 dinastia. No inicio do sculo XX, Flinders
Petrie descobriu tumbas das primeiras dinastias e, na tumba de Djer foi
encontrado um brao de mulher cortado e envolvido com panos de linho,
decerto abandonado por um ladro. Dentre as bandagens havia quatro
pulseiras de ouro, ametista e turquesa, um magnfico trabalho de ourivesaria
que deveriam pertencer a uma rainha ou princesa.
O fara Djer tambm construiu duas mastabas em Saqqara e um templo para a
deusa Neith em Sais.

Inscries em Wadi Halfa registram uma campanha military na Nbia e talvez


ele tenha feito tambm campanhas na Libia e no Sinai. Talvez tenha feito at
mais, militarmente pois um dos anos de seu reinado foi chamado de O Ano da
Destruio da Terra de Setjet (Siria-Palestina). Essa atividade militar torna
Djer, o primeiro fara a registrar campanhas militares fora das fronteiras
egpcias.

Poderoso e inteligente, Djer, infelizmente est ligado a sacrifcios humanos.


Um selo de madeira encontrado em Saqara traz seu nome, junto de uma
cerimnia que parece estar ligada a sacrifcios humanos e sua tumba em
Abidos est rodeada de sepultamentos de trezentos serviais que foram
enterrados ao mesmo tempo que o fara.

No se pode afirmar mas tambm no h outras explicaes para o fato.

Nomes:

Mneton o chama de Athothis (embora alguns digam que ele era


Kentekenes)
Listas de reis Meni, Teti, Iti.

Estela de Djet no Louvre

Djet (Hrus cobra ou Hrus que ataca)

muito provvel que fosse o filho de Djer, embora no existam evidencias de


que a rainha Merneith tenha sido sua esposa, praticamente certo que ela foi a
me de seu sucessor, Den.

Este fara deixou poucos registros de sua existncia, a no ser por sua tumba
em Abidos, onde foi encontrado um belo serekh trazendo o nome do rei.
Parece que sua tumba (juntamente com outras da mesma dinastia) foi
queimada intencionalmente em algum ponto da histria do Egito e mais tarde
foi recuperada por causa da associao ao culto de Osris.
Nomes:

Mneton o chama Wenefes


Nome de Hrus - Hrus que socorre
Listas de reis Itiu, Itiui, Ata, Iti

*Rainha Merneith (a amada de Neith)

Uma das personagens mais discutidas do perodo dinstico antigo. De certo


ela foi a me de Hrus Den, conforme se v num selo encontrado na tumba T
de Umm El Qaab. Seu nome est ao lado do nome de Den e possvel que
ela fosse a esposa de Djet.

Sua tumba em Abidos (Y) fica perto da de Djet (Z), do lado de fora desta
tumba foi encontrada uma estela, em 1900 por Fliders Petrie, que, a principio
se acreditou fosse de um governante masculino.

A mastaba 3503 em Saqqara a nica que pode ser, de fato, atribuda a ela, os
selos trazem o nome de Den.

Se de fato ela reinou, foi a primeira mulher a governar o Egito, no se sabe se


governou sozinha ou se junto com Djet (caso ele fosse seu marido) e depois da
morte dele ficou como regente do filho Den.

Seu nome no consta das conhecidas listas de reis, alm da lista de Den, mas
Mneton registra oito faras na 1 dinastia, o que confere se adicionarmos
Merneith, mas no fica correto se Narmer for o primeiro rei da 1 dinastia.

De qualquer maneira no h um serekh que possa atestar sua posio como


governante, se ela est na lista de Den, uma lista similar datada do reinado de
Qaa omite a rainha.

Den (Hrus que golpeia)

Foi um dos governantes mais importantes deste perodo. Seu reinado


marcado por um grande desenvolvimento na arquitetura funerria e pelo
progresso do estado, na administrao, economia, artesanato, religio. Mais de
30 mastabas foram erguidas em Saqqara e Abu Rawash durante o seu reinado,
por funcionrios de todos os tipos, isso sinal de uma administrao prspera
e forte.

Hrus Den

Assim como Djer, parece que Den tambm foi mdico e um dos estudos que
se acredita seja de sua autoria, versa sobre o tratamento de fraturas.

Den est registrado em numerosos objetos e fragmentos. Um selo de marfim


encontrado em Abidos, mostra Den atacando um prisioneiro asitico. Seu
nome aparece no serekh encimado por Hrus, mas h na frente da cena a
representao de Seth como animal (chacal).

Este fara foi o primeiro de uma srie de eventos como, o primeiro a adotar o
nome Nebty ou Duas Senhoras, o primeiro a ser representado usando a coroa
dupla, o primeiro a incorporar uma longa escadaria em sua tumba e foi o
criador da posio de vizir para o Baixo Egito (ocupada por um homem de
nome Hemaka, cuja tumba, muito rica, est em Saqqara). Tambm creditado
a ele o primeiro censo no Egito,contando todas as pessoas do norte, leste e
oeste para determinar os impostos.

Nomes:

Mneton o chama Usaphaidos


Listas de reis - Septi, Semti, Kenti, Udimu
Nome de Hrus - Hrus que golpeia
Nome Nebty - Nebty Khasti, Nebty Chasti, Nebty, o homem do deserto

Anedjib (valente o seu corao)

Assim como seu pai, Den, este fara tambm usou a coroa dupla que
representa o poder sobre as duas terras, o Alto e o Baixo Egito. Porm, h
dvidas se ele de fato controlou o norte do pas, h evidencias de rebelies.

Como maneira de legitimar seu poder, ele comeou a usar o ttulo Os Dois
Senhores, talvez para reforar o fato de reinar sobre todo pas ainda que o
povo se dividisse entre Hrus e Seth. Esse ttulo rene os dois antagonistas na
pessoa do rei.
Anedjib casou com a rainha Betrest que era descendente da linha de reis
menfitas, o que deu a ele a legitimidade. Pode ser que ele no fosse filho
legtimo de Den, ento precisasse casar com uma princesa de sangue real. H
teorias de que ele foi um usurpador e por esse motivo, seus monumentos
tiveram seus ttulos e nome raspados pelo seu sucessor.

Nomes:

Mneton o chama Meibidos, Neibais, Miebis, Miebidos


Nome de Hrus - Valente o seu corao
Nome Nebty - Nebty Mer... ou Mer-spt-bja
Listas de reis Merbap, Mer-bja-pen, Mer-bja-pe

selo em marfim de Semerkhet

Semerkhet (amigo considerado ou companheiro dos deuses)

De acordo com as anotaes de Mneton, Semerkhet deve ter enfrentado


muitos problemas, mas ele alega que isso ocorreu porque este fara era um
usurpador. No existem indcios de que isso seja verdade porque ele consta da
lista de reis, mas o certo que ele raspou nomes anteriores e mandou
inscrever seu prprio nome no lugar.

Sua tumba bem maior que a de seu antecessor, Anedjib, e o nico dos
primeiros reis que no tem uma mastaba correspondente em Saqqara (ou pelo
menos ela ainda no foi encontrada), pode ser porque seus ministros e oficiais
sobreviveram a ele e permaneceram servindo ao fara seguinte.

Nomes:

Mneton o chama Semempses, Mempses


Nome de Hrus - amigo considerado, companheiro dos deuses
Nome Nebty Iri (no confirmado) um smbolo que pode ser lido
como Aquele que guarda ou ainda Aquele a quem as duas senhoras
guardam (ele pode ter sido sacerdote antes de ser fara).
Listas de reis - Semsem, Hu, Semsu
Estela de Qaa

Qaa (seu brao est erguido)

considerado o ltimo rei da 1 dinastia e como j se sabe existem poucas


informaes a seu respeito. O que temos vem de sua tumba em Abidos e
sepultamentos em Saqqara. Um selo com uma lista de todos os reis da 1
dinastia (no consta Merneith) foi encontrado em 1990 e ajudou a ratificar os
reis desta dinastia.

As escavaes feitas por alemes em 1990 tambm foram bem sucedidas em


encontrar objetos que haviam passado despercebidos pelas buscas mais
antigas. Na tumba havia duas estelas funerrias com o nome do rei. Dentro da
tumba encontraram o nome de Hotepsekhemwy o rei seguinte, de modo que,
se acredita que tenha sido ele a terminar o tmulo aps a morte de Qaa.

Este fara foi o ltimo a ser sepultado junto com serviais, em sepultamentos
conjuntos.

Nomes:

Mneton o chama Bieneches


Nome de Hrus - seu brao est erguido
Nome Nebty sn nb.tj, Sen-Nebti, Irmo das Duas Senhoras
Listas de reis - ...beh (incompleto), Qebeh, Qebehu

Faras da 2 dinastia
estranho descobrir que h menos registros sobre os reis da 2 dinastia do que
sobre os reis mais antigos. Os primeiros reis dessa dinastia so praticamente
desconhecidos, conhecemos seus nomes e nada mais do seu reinado. Os
nomes Hotepsekhemwy, Raneb e Ninetjer foram inscritos na parte de trs de
uma esttua (hoje no Museu de Antiguidades Egpcio) de um sacerdote
chamado Hotep-dif (ou talvez Redjit).

Os mais tardios j so mais bem documentados, mas alm de Peribsen e


Khasekhemwy, no temos tmulos, nenhum grande sepultamento e no h
fontes confiveis, um dia talvez, uma nova descoberta nos apresente a esses
reis que mal conhecemos.
possvel que durante essa dinastia, no reinado de Ninetjer, o Egito tenha
novamente se dividido, assim haveria dois ou mais reis no Alto e Baixo Egito.
Pode ser que a rivalidade entre Hrus e Seth tivesse continuado, com os
seguidores de cada deus lutando entre si, partindo o pas. H indicaes de
que assim ocorreu e de que tenha sido Peribsen, o rei a unir novamente o
Egito, como veremos abaixo.

pote da tumba de Khasekhemwy

Hotepsekhemwy

Raneb ou Nebra

Ninetjer

Peribsen

Khasekhemwy

Hotepsekhemwy (os dois poderosos esto em paz)

No se sabe como ele chegou ao poder, possvel que atravs do casamento,


portanto ele seria genro de Qaa.

Dentre as histrias a respeito de Hotepsekhemwy, atravs de seu nome de


Hrus j se pode deduzir que os dois poderosos (Hrus e Seth) ainda dividiam
a sociedade e a poltica, mas deveriam ter se acalmado. Alm disso, ele teve
problemas com um terremoto em Bubastis, no Delta e com seu irmo, que
estava liderando uma revolta para se apropriar do trono (caso se confirme que
o sucessor tomou o poder graas a um golpe militar, seria o irmo).

Foi esse rei quem mudou a tradio dos sepultamentos, abandonando a


necrpole de Abidos e construindo seu tmulo em Saqara, afinal Saqara era
uma grande necrpole de Mnfis, a capital. A mudana pode ter sido uma
jogada poltica mas, de fato, ele construiu um novo tipo de tumba, um
complexo de galerias subterrneo cortado na rocha, com mais de vinte
cmaras. Sua tumba foi encontrada por acaso em 1902, estava praticamente
vazia mas, o nome do rei foi encontrado em diversos lugares. No se sabe se
havia alguma edificao sobre a tumba uma vez que foi encontrado somente o
complexo subterrneo. Imagina-se que no havia nada em cima, porque uma
parte das galerias fica sob a Pirmide de Unas (5 dinastia) portanto de crer
que os construtores da pirmide no sabiam que havia algo embaixo.

Na tumba de seu antecessor Qaa foi encontrado o nome de Hotepsekhemwy,


poderia ter sido ele a terminar a tumba do pai ou do sogro.

cilindro de osso com o serekh de Hotepsekhemwy

Foram encontrados selos de Hotepsekhemwy e de seu successor Raneb, no se


sabe se os selos de Raneb foram ali colocados quando do fechamento do
tmulo ou se a tumba foi usurpada por Raneb.

A tumba foi medida, depois fechada e assim permanece.

Nomes:

Mneton o chama Boethos, Bochos, Bochus


Nome de Hrus Os dois poderosos esto em paz
Nome Nebty As duas senhoras esto satisfeitas
Hrus dourado - desconhecido
Nome de trono - Hotepsekhemwy
Nome de nascimento - Bedjatau
Listas de reis - Bedjataw, Bedjaw, Baw-netjer, Neter-Bau

Raneb ou Nebra (o senhor do sol)

No sabemos se o antecessor era seu pai ou seu irmo, mas parece que Raneb
deu um golpe militar e tomou o poder, nesse caso ele poderia ser o irmo de
Hotepsekhemwy.

Podemos observar que ele foi um dos primeiros, seno o primeiro, a


incorporar o nome do deus sol Ra ou Re em seu nome, tradio que seria
seguida pela maioria dos faras. O nome Nebra ou Raneb significa Ra meu
senhor ou o senhor do sol, em qualquer um dos casos ele comeou a cultuar o
deus sol Ra ainda que, como conta Mneton, ele tivesse introduzido o culto ao
sagrado bode de Mendes.
Uma estela de granito encontrada em Mit Rahina (perto de Mnfis) faz com
que a maioria dos pesquisadores acreditem que seu tmulo est em Saqara. A
estela deveria ter ficado do lado de fora de sua tumba, que deveria ficar nas
grandes galerias sob o complexo funerrio de Djoser. Seu nome

estela de Raneb

apareceu numa tumba muito complexa, que pertence ao fara anterior e


tambm foi registrado na estatueta do sacerdote comentada anteriormente e
at num grafiti prximo a Armant, no deserto, perto de uma rota de comrcio
que ligava o Nilo ao osis do oeste.

Nomes:

Mneton o chama Kaiechos, Kaichoos, Choos, Chechous


Nome de Hrus - o senhor do sol, Ra o senhor
Nome Nebty - desconhecido
Hrus dourado - desconhecido
Nome de trono deve ter sido Raneb, Reneb ou Nebra, Nebre
Nome de nascimento - Kakaw, Kakau
Listas de reis - Kawkaw, Kaukau

Ninetjer (aquele que pertence ao deus)

serekh de Ninetjer

um fara bastante conhecido e atestado. Reinou a partir de Mnfis. A maior


parte dos registros a seu respeito esto gravados na Pedra de Palermo.
O nome de Ninetjer est escrito sobre os eventos anuais, festivais e cerimnias
a que ele compareceu, mas tambm encontrado em diversas mastabas de
Saqara, que provavelmente pertenceram a seus funcionrios.

Trs belas tumbas na necrpole da elite, no norte de Saqara, contm selos de


Ninetjer, assim como na necrpole de Helu (Helwan). Foram encontrados
cinco tipos diferentes de tampas de jarras com o smbolo do rei numa grande
mastaba perto de Giza.

Em Abidos, foi encontrado o nome de Ninetjer, num fragmento de pedra, na


tumba de Peribsen (um rei que veio mais tarde). Tambm seu serekh est
inscrito num vaso de pedra, ao lado de Hotepsekhemwy encontrado
na Pirmide de Degraus.

possvel que um rei de nome Weneg e Ninetjer sejam a mesma pessoa,


Weneg no poderia ter reinado antes dele, porque na esttua do sacerdote os
nomes dos trs faras so os trs primeiros da dinastia.

Sua tumba em Saqqara pequena e parece que no foi terminada, foi como se
o trabalho tivesse parado quando o fara morreu e ento, foi selada. Essa
tumba prxima de Hotepsekhemwy e continha centenas de mmias que
devem ter sido colocadas l por falta de outro local. No h certeza de que
seja a tumba de Ninetjer.

No final de seu reinado houve problemas srios, talvez uma guerra civil.
A Pedra de Palermo registra o ataque de vrias cidades, incluindo uma, cujo
nome significa terra do norte ou Casa do Norte (outra cidade era Shem-Re).
Alguns interpretam isso como um registro de que Ninetjer tenha debelado
uma rebelio no Baixo Egito, no norte.

Infelizmente a Pedra de Palermo termina no 19 ano do seu reinado, mas h


evidencias de que ele governou por mais tempo. Na Coleo Georges
Michailides h uma esttua de alabastro do fara Ninetjer que no se sabe a
procedncia mas uma bela obra de arte, o primeiro exemplo de esttua com
trs dimenses, completa.

possvel que o sucessor de Ninetjer no tenha sido diretamente Peribsen,


talvez tenha havido alguns outros governantes entre os dois (Weneg, Sened
and Nubnefer), que podem ter governado todo o Egito ou dividido o poder.

Nomes:

Mneton o chama Binothris, Tlas, Biophis


Nome de Hrus - aquele que pertence ao deus
Nome Nebty - Ninetjer Nebti
Hrus dourado - Ren Nebu
Nome de trono - desconhecido
Nome de nascimento - desconhecido
Listas de reis - Ba-en-Netjer , Ba-netjeru, Banteru, Netern

Peribsen (esperana de todos os coraes)

o nome de Per-ib-sn no serekh com o chacal

Como j foi visto, havia uma batalha constante entre os adoradores de Hrus e
de Seth, era algo como a batalha entre o Bem e o Mal com a inteno de
governar o Egito. Mas Seth no deve ter sido assim to terrvel, que no curso
da histria, Hrus venceu e o perdedor sempre visto de maneira ruim.

Em diversas etapas da Histria do Egito vamos ver conflitos entre o norte e o


sul, representados pelos dois deuses e sempre uma batalha para manter ou
tornar o Egito um s pas. Isso torna Peribsen notvel, porque foi
provavelmente, o primeiro fara a quebrar uma das regras religiosas mais
importantes do Egito ele trocou o nome Hrus por Seth, e talvez tenha sido
o primeiro reformador da religio no pas.

possvel que ele tenha se tornado rei aps uma guerra civil, talvez mesmo
contra Sened e seus sucessores (que constam em algumas listas de reis mas
no so confiveis). Assim Peribsen teria unido novamente o pas e se tornado
o nico governante.

estela de Peribsen

Ele subiu ao trono como Sekhemib, que significa poderoso o seu corao.
Depois ele associou seu nome ao deus Seth e se tornou Seth-Peribsen. H
dvidas se houve uma reforma religiosa, se houve uma guerra interna que os
aliados de Seth venceram ou se apenas esse fara mudou seu nome como
jogada poltica no intuito de assegurar a ordem e a paz no pas.

quase certo que tenha havido conflitos que foram pacificados pelo successor
Khasekhemwy, porque este traz em seu serekh ambos os deuses, o chacal de
Seth e o falco de Hrus.

Este fara no deve ter governado imediatamente aps Ninetjer, talvez tenha
havido outros reis entre eles. Sabemos que ele governou as terras at
Elefantina graas a selos encontrados com seu nome, aparentemente foi
erguido um templo dedicado a Seth nessa ilha. A pequena tumba (P) em
Abidos atribuda a Peribsen uma construo quadrada e tradicional, no h
sepultamentos em volta, apenas duas estelas com o nome do rei.

Peribsen foi o primeiro rei a inscrever seu nome num cartucho que foi
encontrado num selo cilndrico em Saqara.

Nomes:

Mneton o chama Sethenes, Sened


Nome de Hrus - Sekhemib corao poderoso, Hrus Sekhemib, Per-
en-maat Hrus, corao poderoso, aquele que vem da ordem
cosmolgica

Mudou o nome Hrus para Seth Peribsen esperana de todos os coraes

Nome Nebty - Nebti Sekhemib Per-en-maat e depois Nebti Peribsen


Hrus dourado - desconhecido
Nome de trono - desconhecido
Nome de nascimento - Sekhemib
Listas de reis - Peribsen

Khasekhemwy, serekh com os dois animais

Khasekhemwy (os dois poderosos surgiram)

Este fara colocado como o sucessor de Peribsen, embora Mneton registre


trs reis entre eles, Sendji, Neterka e Neferkara. O fato que no h nenhuma
evidencia que comprove a existncia desses reis. Assim tambm, h quem
pense que Khasekhem foi um antecessor de Khasekhemwy.

Na verdade, este um fara bastante bem registrado e, na falta de provas a


respeito de reis anteriores vamos partir do fato que, Peribsen (seu antecessor)
enfrentava revoltas, talvez uma guerra civil. Parece que ele no conseguiu
controlar o pas por inteiro, porque Khasekhemwy enfrentou e debelou uma
grande rebelio. Portanto foi ele quem terminou o trabalho de Peribsen em
unir o Egito.

Aps reunir o pas outra vez, talvez ele tenha mudado o seu nome de
Khasekhem para Khasekhemwy que significa os dois poderosos surgiram.
Pela primeira e nica vez na histria do Egito temos um serekh ostentando os
dois animais sagrados: o falco de Hrus e o chacal de Seth.

O fara deve ter usado os dois deuses como um ato poltico, um ato de
reconciliao e de unio do pas, ele no escolheu nenhum dos lados escolheu
os dois.

provvel que ele tenha casado com uma princesa do norte chamada
Nemathap (Nimaatapis) para selar a unio do Egito. Esta princesa est
registrada em tampas de jarras como, aquela que gesta o rei. possvel que
ela tenha sido a me dos trs primeiros reis da 3 dinastia, incluindo Djoser.

Foi encontrado um vaso de pedra onde est gravado o ano da luta contra o
inimigo, direto da cidade de Nekhet. Parece que houve uma batalha feroz e
dramtica entre as duas terras (o norte e o sul). Na base de duas esttuas de
Khasekhemwy h uma inscrio dizendo que 47 209 pessoas do norte foram
mortas, considerando a pequena populao do Egito na poca, podemos
imaginar uma luta terrvel.

Depois da unificao o fara mudou a capital para Nekhen (Hieracmpolis) e


esta foi a primeira e nica vez em que o Egito foi governado a partir desta
cidade.

Khasekhemwy deve ter sido um grande comandante militar porque h


registros de campanhas suas at Biblos na Sria, o primeiro fara a ter seu
nome registrado nesse local.

No Egito ele fez obras que ainda existem, logo aps a unificao. Foram
muitas construes em pedra em Nekhet, Nekhem e Abidos.

Sua tumba, em Abidos foi a ltima tumba real construda nessa necrpole
(tumba V). Ela uma mistura entre as mastabas do norte e as construes
quadradas do sul, seria uma diplomtica mistura de ambas. Sua rea dividida
em 58 cmaras e nela foram encontrados alguns objetos esquecidos ou
abandonados pelos ladres de tumbas. O cetro real feito de coralina negra e
ouro, belos potinhos com tampa de ouro em formato de folha. Flinders
Petrie fez um inventrio do nmero de objetos que foram removidos da tumba
durante as escavaes de Amelineau (definitivamente a arqueologia na poca
no era nada sria). Havia ferramentas e vasos de cobre, vasos de pedra e de
cermica cheios de gros e frutas, objetos vitrificados, contas de cornalina,
trabalhos de cestaria e uma grande quantidade de selos.

Prximo a Nekhen (Hieracmpolis) fica uma imensa construo chamada A


Fortaleza que embora destruda hoje em dia, deve ter sido impressionante, no
se sabe para que o fara a construiu. A oeste, em Saqqara h uma rea
delimitada muito grande e retangular chamada Gisr El-Mudir, que j foi
escavada nos anos 90, no h registros de prdios em seu interior e nem se
sabe para que foi delimitada.

Finalmente temos Shunet el-Zebib, no muito longe de Abidos, que foi


construdo sobre uma rea delimitada mais antiga. uma espcie de palcio
com um muro duplo de tijolos e parece ter sido o precursor da pirmide de
degraus, porque h no centro uma espcie de elevao. No se sabe para que
foi construdo, pode ter sido como tmulo, mas em escavaes mais recentes
(1991) foram encontrados em volta do muro 14 buracos contendo barcas.
Devido ao seu estado muito frgil, por serem de madeira e muito antigas
foram novamente cobertas.

As ligaes entre Khasekhemwy e Djoser, seu sucessor devem ter sido de pai
e filho, uma vez que foram encontrados muitos selos de Djoser no tmulo de
Khasekhemwy e foi Djoser o responsvel pelos ritos morturios do fara.

Nomes:

Mneton no menciona esse rei


Nome de Hrus - Khasekhem , Hrus o poderoso surgiu;

*Este o nico rei a possuir um nome Hrus-Seth - Khasekhemwi, Nebwi-


hetep-imef Hrus e Seth, os dois poderosos surgiram e os dois senhores esto
em paz nele

Nome Nebty - Nebti Khasekhemwi, Mebwi-Hetep-Imef, tambm Nebti


Khasekhemwi Nebu-khet-sen, as duas senhoras, os dois poderosos
surgiram, seus corpos so de ouro
Hrus dourado desconhecido
Nome de trono - desconhecido
Nome de nascimento - desconhecido
Listas de reis - Djadjay, Bebi, Bebti

Antigo imprio
falsa porta de Shespy, sexta dinastia

Antigo Imprio

2650-2150 a.C

Dinastias 3-6
O incio do Antigo Imprio demarcado pela quarta dinastia. Esta foi uma
fase de grande prosperidade para o Egito. Foram por volta de duzentos anos
de paz e segurana, pois os faras dessas dinastias, de modo geral,
governaram de maneira firme e o governo se manteve forte pelo menos at a
quarta dinastia. Essa foi a fase das pirmides,onde se incluiu que em todos os
campos de conhecimento houve um salto sem igual e que a economia ia mal.

Expanso

O Egito estava dividido em provncias e os faras colocaram como


governadores dessas provncias, seus parentes ou pessoas de mxima
confiana. Desse modo garantiam a fidelidade dos sditos, a paz e a unio
firme do pas.

O que ocorre quando tudo caminha mal dentro de um pas o desejo natural
de expanso. E foi o que aconteceu com o Egito, os olhos dos faras se
voltaram para outras terras, onde poderia haver riquezas para aumentar seu
poder.

Ao norte estava a Nbia (atual Sudo) onde havia minas de ouro e que no
resistiu ao assalto egpcio.
O Sinai, que fica ao sul do mar Vermelho, foi outro dos objetivos
expansionistas porque l havia turquesas e pedras preciosas que os egpcios
apreciavam, e tambm o ferro para fazer armas.

Dominando o Sinai, os egpcios criaram portos no Mar Vermelho de onde


saram para outras expedies. Tendo o ferro, puderam fazer armas mais
sofisticadas de modo que o poderio do exrcito aumentou.

Mapa do Antigo Egito

O Egito possua um exrcito regular, os homens recebiam treinamento militar


e era assim que partiam para as expedies de conquista. Pelo que se sabe da
histria, os faras (que eram praticamente deuses) eram os comandantes das
tropas, o que inspirava os homens a lutar com mais disposio.

Alm da Nbia e do Sinai, a outra regio que estava prxima era a Lbia.
Essas regies no possuam um governo organizado como o egpcio, ento se
tornavam presas fceis para um povo to avanado.

Tambm era importante aumentar o comrcio, criando assentamentos e rotas


seguras para as caravanas. O Egito j possua contatos com a Fencia porque
precisava do cedro, que no possua e era bsico para construir os barcos,
alm de outras utilidades. Para isso era necessrio pacificar os nmades e
ocupar os osis, tornando as estradas seguras e foi isso que foi feito.
Existem relatos de que na sexta dinastia o Egito fazia comrcio at com Creta,
o que nos faz presumir que a navegao estava bem adiantada.

Pelo que pudemos estudar at aqui, o Egito no anexou territrios formando


um grande imprio. Mas, usou as riquezas conquistadas, fez contato com
outros povos cujos homens acabaram se incorporando ao exrcito egpcio, se
dedicou defesa de seu territrio, armou seus soldados com artefatos de cobre
e inclusive formou um verdadeiro exrcito.

Religiosidade

Deus-sol, Ra

No inicio do antigo imprio havia muitos deuses, cada cidade queria fazer
valer o seu deus como o mais importante. Os sacerdotes, nessa poca
comearam a organizar e desenvolver teologias individuais, sendo que cada
uma delas colocava seu deus como o criador do universo.

A sociedade estava mudando, aos poucos ficava para trs a vida tribal, a vida
de comunidades e o Egito se transformava num pas governado por um rei
absoluto, um sistema teocrtico, onde o deus vivia na pessoa do rei.

Para organizar todos aqueles deuses, de cada cidade, do norte, do sul, os


sacerdotes passaram a agrup-los em Eneadas (grupos de nove)
eOgdoadas (grupos de oito) e os apresentavam como famlias.

Em Iunu (Helipolis) o deus mais importante era Atum que misturado a Re ou


Ra, aparecia como Ra-Atum e Re-Horakhte (homem com cabea de falco).
Os mitos da criao mais importantes vinham de Iunu, assim como os Textos
das Pirmides.

O mito da criao de Iunu possui nove deuses a Grande Eneada (Pesdjet):


Atum, Shu, Tefnut, Geb, Nut, Osiris, Isis Neftis e Seth.

O culto a Ra-Atum cresceu a partir da 2 dinastia e alcanou seu pice na 5


dinastia. Foi o perodo em que o poder dos sacerdotes cresceu enquanto o do
rei diminua, embora o fara fosse ainda divino e sendo herdeiro dos deuses
representasse, na terra, o Maat, que seria uma mistura de tica, moral e da lei
que deveria se manter equilibrada. Na realidade, parece que o fara deixou de
ser o deus para se tornar o filho do deus.

De acordo com a teologia de Mnfis, Ptah criou o universo usando seu


corao e sua lngua. Foi dizendo o nome de cada coisa que elas tomaram
vida, porque os egpcios acreditavam que a essncia de cada ser ou de cada
coisa, estava no seu nome. Assim sendo, ele teria criado inclusive os outros
deuses de modo que, havia grande rivalidade entre o culto a Ptah e o culto a
Ra-Atum.

Pirmides e Templos

Alguns estudiosos acreditam que as pirmides, que surgiram logo no incio da


terceira dinastia, com a chamada Pirmide de Degraus tenham sido criadas
com o simbolismo de uma escada para o cu. Isso est sendo mencionado
porque essas construes maravilhosas surgiram dentro de um contexto
religioso muito forte.

Na verdade h muitas especulaes e com relao s pirmides vamos nos ater


ao que diz a histria tradicional.

Na fase das pirmides, a capital do Egito era Mnfis e seu patrono o


deus Ptah, ele era o patrono da realeza. Por volta da quarta dinastia, vamos
observar modificaes, porque a influncia de Heliopolis (lunu ou Annu ou
On) se tornou dominante tanto religiosa como politicamente.

Naturalmente essas obras portentosas so decorrncia da paz reinante no pas,


das riquezas trazidas pela sua expanso e sem a menor dvida, da capacidade
de seus arquitetos.

O segundo fara da terceira dinastia, Djoser (ou Zzer) mandou que seu
vizir Imhotep construsse para ele um tmulo que fosse superior quelas
mastabas que j existiam. Conta a lenda que Imhotep era, alm de arquiteto,
escritor e mdico. Sem dvida ele foi um homem a frente do seu tempo, o que
o tornou to famoso quanto o fara imortalizado pela sua obra. Nessa fase, os
egpcios j estavam construindo em pedra e o que Imhotep fez, foi construir
de inicio, uma mastaba superposta a outra de modo que a obra se transformou
na Pirmide de Degraus de Saqqara.

Ela foi construda em Saqqara numa elevao perto de Mnfis e era um


monumento gigantesco perto das mastabas j existentes. Alm de cmaras
subterrneas, tinha ainda ptios e capelas externos. Toda decorada, das
paredes ao teto, foi um monumento marcante.
A Pirmide de Djoser

Como uma idia puxa outra, depois que surgiu a primeira pirmide, vrios
outros faras fizeram construir tmulos mais e mais grandiosos, porm nada
to sensacional quanto a pirmide de Imhotep para Djoser. Temos ento
diversas construes a guisa de pirmides, num prenncio do que viria a
acontecer.

Ao lado da construo das pirmides, temos a Esfinge de Giz, um


monumento to fabuloso e grandioso, quanto belo. H muitas controvrsias a
respeito de sua data e sua construo, portanto, na verso dos arquelogos, ela
representa o fara Quefrm.

O primeiro fara da quarta dinastia, Snefru, foi um dos grandes construtores


de pirmides. Durante seu reinado, mandou erguer duas enormes pirmides,
em Dashur, que chamou de Pirmide Refulgente do Sul e Pirmide
Refulgente. Elas esto l at hoje. A primeira delas conhecida pelo fato de
ter ficado torta, de modo que chamada de pirmide inclinada ou pirmide
torta e a segunda conhecida como pirmide vermelha.

A pirmide torta de Snefru

Esse fara foi o responsvel pela construo de templos com caladas e


pirmides menores junto das principais.

A construo de pirmides atingiu o seu pice com as trs mais famosas, dos
trs faras: Keps (Khufu), Quefrm (Kafre) eMiquerinos (Menkaure). A
grandiosidade e a fama dessas pirmides dispensam mais explicaes.

O fato que essas construes foram o reflexo do poder e da riqueza dos


faras durante a terceira e quarta dinastias.
Depois das trs grandes pirmides, outros faras ainda ergueram esse tipo de
estrutura mas, na quinta dinastia elas foram construdas em menor escala
porque comearam as construes de templos dedicados ao deus-sol.

Na verdade esses templos comearam a ser construdos na quarta dinastia com


o fara Djedefre se intitulando Filho de Ra, mas, essa tendncia aumentou
durante a quinta dinastia quando o culto ao deus-sol ficou mais forte. Userkaf,
o primeiro fara da quinta dinastia, construiu o primeiro templo do sol em
Abusir.

Artes

A escultura rgida, sempre com o modelo de frente. O fara tem uma postura
imponente. Os faras, nessa fase, vistos como deuses, eram sempre
representados fisicamente jovens e musculosos, seus rostos serenos e
confiantes.

do final da sexta dinastia a esttua de metal mais antiga que se conhece no


Egito, uma imagem de cobre de Pepi I.

Esttua de cobre de Pepi I

A arte de um modo geral, permanecia voltada para a glorificao do fara, a


vida aps a morte e os deuses.

Antes da quarta dinastia, os egpcios combinavam pintura e escultura nas


paredes. Pintavam, s vezes, com pressa, sobre reboco, porque era preciso
finalizar um tmulo com rapidez, deixando de usar o alto relevo. Usavam as
cores com sabedoria, representavam peles com pontilhados, tudo isso usando
uma mistura de pigmento e gua, com cera ou cola.

Se havia um limite imposto pela tradio para retratar o fara, sua famlia e os
deuses, isso no existia com relao s figuras comuns. Ento, os artistas
aproveitavam para pintar em movimento as danarinas, os pescadores, os
msicos. De modo que, deixaram cenas de caadas, trabalho nos campos,
jogos e dana. So trabalhos que permanecem at hoje encantando estudiosos
e leigos, com cores ainda vivas e cenas que nos permitem apreciar um pouco
da vida no Antigo Egito.

Tambm h que se mencionar a fabricao de vasos e tigelas de calcrio,


alabastro, basalto, diorito, obsidiana e quartzo. Algumas dessas pedras so
incrivelmente duras e curioso imaginar como eles as trabalhavam.

Na literatura temos a figura do escriba. De suma importncia, muito admirado


e respeitado, era indispensvel para anotar os impostos, os tesouros, as
mensagens, as oraes dos templos. A literatura dessa poca mostra
comentrios mundanos, alm de conselhos. A obra A Instruo do Vizir
Ptahhotep um exemplo.

Escriba sentado, quinta dinastia, Saqara

Mais importante o conjunto de Textos das Pirmides, datado do final da


quinta dinastia. Eles foram escritos para assegurar ao fara ou rainha, uma
vida feliz depois da morte. So constitudos por 759 frmulas mgicas, hinos,
rituais e listas de oferendas mescladas com histrias mitolgicas.

Nenhuma pirmide contm o conjunto completo dos 2291 pargrafos que


formam os Textos das Pirmides.

Na cermica, as peas possuem a superfcie lisa, vrias formas ou modelos, e


so feitas para servirem no dia a dia.

As jias, de ouro e pedras preciosas, imitavam o desenho de animais e


vegetais.

Conhecimento

Os egpcios eram um povo mais prtico do que cientfico, portanto


desenvolveram as cincias de acordo com sua necessidade.

J vimos que, na arquitetura fizeram obras que, alm de absolutamente


inovadoras se tornaram eternas.

Na astronomia, fizeram um mapa do cu, com estrelas fixas e sabiam calcular


o movimento das outras. Determinavam a localizao dos templos e mesmo
das pirmides pelas estrelas. Usavam a observao das estrelas tambm para a
navegao.

Mdico egpcio

Criaram o calendrio solar com 365 dias.

Sabiam misturar pigmentos para pintura, assim como fazer poes variadas
que serviam como remdios, isso qumica.

Na medicina no havia povo to avanado. O estudo do corpo humano


avanou de maneira espetacular at pelo uso da mumificao.

Atravs de estudos j se sabe que antes dos primeiros mdicos gregos, havia
uma medicina avanada no Egito, desligada das crenas religiosas. Duas das
receitas includas no,papiro de Georg Ebers remontam sexta dinastia.

Na poca do Antigo Imprio, o fara j tinha em seu palcio, um corpo de


mdicos at mesmo especialistas em determinadas doenas. Tambm usavam
plantas medicinais e sabiam dos-las.

Final do Antigo Imprio

Depois da quarta dinastia, os faras j no controlavam como antes os


governadores das provncias, que se tornavam cada vez mais poderosos. A
economia passava por uma recesso por causa dos gastos absurdos para se
construir e manter as pirmides e os templos. Os sacerdotes tambm, se
libertaram do pagamento de impostos e j no obedeciam ao fara como
antes.

No incio da quinta dinastia comeou uma inquietao generalizada.

No reinado de Pepi II, o ltimo fara da sexta dinastia, a tenso estava no


auge e, com a morte deste fara, o governo centralizado se dissolveu, levando
junto a paz e a prosperidade.
E assim termina a fase das pirmides, chamada de Antigo Imprio.

Antigo imprio/Dinastias do Antigo


Imprio 3 e 4
Dinastias 3 e 4
Faras da Terceira Dinastia

fara Nebka, fragmento originario de Serabit, Sinai

Nebka (Sanakhte)

Netjerykhet (Djoser)

Sekhemkhet (Djoser Teti)

Khaba

Huni

Nebkha (Hrus o vitorioso protetor)


Mneton o chama Necherophes, Necherochis, Mesochris

Lista de reis Nebka O senhor do Ka.

Algumas listas se referem a ele como Nebka, outras como Sanakhte ento
possvel que os dois nomes sejam da mesma pessoa ou pode ser que Sanakhte
tenha sido outro governante. Sua posio entre os governantes complicada
porque o nome Sanakhte no pertence a nenhum dos reis das listas.

De acordo com a tradio, ele considerado o fundador da 3 dinastia e irmo


mais velho de Djoser, mas, isso no afirmado pois no h comprovao,
afinal no se sabe quase nada do perodo de seu reinado. Sua tumba no foi
identificada, os restos mortais encontrados numa mastaba em Beit Kallahf,
perto de Abidos, conferem com a descrio de Mneton de um homem alto e
forte, portanto h possibilidades de que ali tenha sido o local de sepultamento
deste fara. No foi encontrado nenhum monumento funerrio, pirmide ou
templo com seu nome.

J o nome de Sanakhte foi encontrado nos restos de uma pequena pirmide em


Elefantina. Ele tambm representado golpeando um inimigo, na pose
tradicional dos faras, num fragmento de relevo encontrado no Sinai.

Netjerikhet Djoser (Hrus,divino corpo)

esttua de Djoser em Saqqara

Mneton o chama Tosorthros, Sesorthos, Sosorthus. Soyphus


Lista de reis - Djoser Sa, Djoser, Djoser-it, Djeser Nebu, Netjerikhet
Djoser

Na Lista de Reis de Turim o nome de Djoser est inscrito em vermelho.

Ele mais conhecido por sua Pirmide de Degraus em Saqqara. O complexo


morturio (pirmide, templos, cmaras de sepultamento e as tumbas) um dos
grandes passos para a evoluo da pirmide verdadeira que vai surgir logo
depois.

Esse fara foi conhecido pelo nome Netjerikhet e somente no Novo Imprio
ele mencionado como Djoser. As referncias Pirmide de Degraus que
confirmam que Netjerikhet e Djoser so a mesma pessoa.

possvel que ele tenha sido filho de Nimataap e Khasekhemwy.

Durante o seu reinado enfrentou sete anos de fome que maltratou o povo do
Egito. O sacerdote Imhotep o aconselhou a ir at Elefantina e l erigir um
templo para Khnum, o deus que controlava o Nilo. Assim o fara fez e logo
em seguida voltaram as cheias e a fome acabou. As inscries que contam
essa histria so da dinastia dos Ptolomeus, o que prova que Djoser era
lembrado e venerado mais de dois mil anos depois de sua morte.

No reinado de Djoser a capital passou a ser Mnfis e a necrpole passou para


Saqqara.
Foi um tempo de grande progresso, nas artes, literatura, organizao do
governo, na religio e principalmente tempo de grandes obras.

Imhotep, que era o vizir, sacerdote, arquiteto, poeta, mdico e cuja origem no
se conhece, muitos argumentam que ele seria filho do fara, foi o responsvel
pelo legado de Djoser. Ele foi venerado como um deus e at 2500 anos aps
sua morte, na fase romana ainda era visto dessa forma, coisa indita no antigo
Egito.

A Pirmide de Degraus e o complexo de Saqqara, foram construes erigidas


numa escala nunca vista antes, de onde se deduz que o governo era firme e
prspero. Foi a engenhosidade de Imhotep que abriu caminho para as obras
magnficas que veremos posteriormente.

Sekhemkhet, (Hrus, poderoso corpo)


Mneton o chama Tyreis, Tyris, Tosortasis
Lista de reis - Teti, Djoser-Teti, Djoser-ti, Djeser-Teti, Iteti

Sekhemkhet era um fara totalmente desconhecido at que, em 1951 foi


descoberta em Saqqara uma pirmide interminada e enterrada. Fotografias
areas da rea prxima da Pirmide de Degraus de Djoser, mostravam que
havia um muro sob a areia, e de fato, os restos de uma pirmide inacabada que
seria maior do que a de Djoser l estavam.Talvez ela fosse duas vezes mais
alta antes que abandonassem o trabalho e esse local fosse usado como canteiro
de obras para outras construes.

possvel que esse fara tenha reinado durante pouco tempo e quando
morreu, o trabalho em seu tmulo tenha parado. Dentro de uma cmara na
pirmide, foi encontrado um sarcfago de alabastro selado, mas, para tristeza
dos arquelogos, estava vazio, no havia mmia. O misterioso Sekhemkhet
no foi encontrado.

Houve um meticuloso planejamento para a construo dessa pirmide, havia


132 depsitos conectados entre si e local do sepultamento estava colocado
exatamente sob o centro da pirmide. L dentro foram encontradas centenas
de potes quebrados, trabalhos em ouro e joalheria. Nos potes havia a inscrio
com o nome de Sekhemkhet e outras inscries de Djoser-ti.

O sarcfago de alabastro no possua tampa, era fechado por uma cobertura


que corria a partir dos ps e que estava fechada e completamente selada.
Muitos acharam que era uma tumba inviolada mas ao ser aberto, o sarcfago
estava vazio.
Acredita-se que, na antiguidade a sepultura foi violada e bem mais tarde tanto
o caixo quanto a tumba foram consertados.

Ao sul da pirmide inacabada, foi encontrada uma pequena mastaba que


continha um caixo de madeira com o corpo de uma criana de 2 ou 3 anos,
no se sabe se seria filho do fara.

Como registro deste rei h um relevo em Wadi Maghara que mostra a


tradicional figura do fara golpeando seu inimigo com a maa.

Khaba (Hrus, surge o Ba)

vasilha com serekh de Khaba

Mneton o chama Mesochris


Lista de reis - Hudjefa, Neferkare Bela a alma de Ra, Nebkare Senhor
das Almas, Ra

possvel que Khaba e Nebka (o primeiro da dinastia) sejam a mesma pessoa,


porque praticamente nada se sabe sobre esse rei.

Seu nome est apagado na Lista de Turim, talvez por problemas dinsticos ou
porque o escriba no conseguiu ler o nome em escritos antigos.

Ele est registrado na tumba de Sahure com uma inscrio e poucos vasos de
pedra, a sua prpria tumba no foi encontrada. Acredita-se que o monumento
funerrio, uma pirmide de degraus inacabada em Zawyet el-Aryan, prximo a
Saqqara seja de Khaba.

Huni (?)
Mneton o chama Kerpheris, Aches
Lista de reis Huni

No se conhece seu nome de Hrus ou outros, mas ele est registrado na lista
de reis de Saqqara e de Turim, mas no na de Abidos.

Foi encontrada uma inscrio com seu nome em Assu e na Pedra de Palermo
h uma outra forma de seu nome. Alm disso nada foi encontrado, nem uma
esttua, um relevo, inscrio ou algum desenho que seja comprovadamente
deste rei.
Acredita-se que ele seja o responsvel por vrias pequenas pirmides
espalhadas atravs do Egito, em reas remotas. Nem sequer se sabe para que
foram construdas, se como marcos de fronteira, de estados ou qualquer outra
coisa, elas so pequenas e no contm cmaras internas, no so tumbas.

possvel que a pirmide de Abu Rawash, ao norte de Giz seja deste fara
porque os tijolos usados para sua construo so tpicos da 3 dinastia.

Faras da Quarta Dinastia

pirmides de Giz

Sneferu

Khufu (Queps)

Djedefre

Khafre (Quefren)

Menkaure (Miquerinos)

Shepseskaf

Sneferu (Hrus, Senhor da ordem cosmolgica)

Mneton o chama Soris


Lista de reis - Snofru

Ele foi o primeiro rei a ter seu nome de nascimento, Sneferu, colocado dentro
de um cartucho, num oval no alto a esquerda. Depois dele, foi sempre pelo
nome de cartucho que os faras ficaram conhecidos.

Sneferu deve ter sido filho de Huni, seu antecessor embora haja controvrsias,
sua me deve ter sido Meresankh I, uma esposa menor ou concubina.
pirmide de Meidum

Ele quase certamente casou-se com Hetepheres I para legitimar o poder, j


que sua me no era de sangue real, e Hetepheres I foi a me de seu filho e
sucessor Khufu (Queps).

Sneferu foi um dos mais renomados construtores de pirmides no s pela


quantidade de obras, mas pela escala de construes e as formas
revolucionrias. Ele foi o primeiro a construir uma pirmide verdadeira, a
evoluo a seguinte: a pirmide de Maidum uma pirmide de degraus
modificada, a pirmide torta a primeira tentativa e a pirmide vermelha a
verso final.

Sneferu fez um governo forte e todo poder estava centralizado em suas mos.
Suas campanhas militares contra os nbios e os lbios esto registradas
na Pedra de Palermo.

Aparentemente alguns de seus filhos se tornaram vizires e Sneferu dividiu as


terras entre os nobres, de modo a impedir que se tornassem muito poderosos.
Em seu governo houve comrcio com os pases do Mediterrneo e tambm
com o Lbano.

No h certeza de onde ele foi enterrado, alguns acreditam que foi na


Pirmide Vermelha em Dashur, porque l foi encontrada uma mmia de um
homem de meia idade que poderia ser o fara.

Khufu (Hrus que fere)

Mneton o chama Suphis II


Lista de reis - Khufu, Khufuf
Ele se tornou conhecido entre ns como Queps seu nome grego

Embora seu av Djoser Netjeriket e seu pai Sneferu, sejam lembrados como
governantes benevolentes e misericordiosos, Herdoto registra Queps como
um governante cruel e tirnico.
Herdoto, que escreveu histrias e comentrios sobre o Egito, por volta de
450 a.C. sculos aps o reinado de Queps, diz que o fara, arrastou o pas a
todo tipo de sofrimento, fechou os templos, obrigou a todos a trabalharem
para si. Diz que os egpcios nem gostavam de mencionar o nome do fara, to
grande era seu dio por ele. No papiro Westcar ele tambm mencionado
como cruel. .

Queps

Escritos contemporneos rotulam Queps como um rei mau. Escritos mais


tardios citam-no como algum que ignorava os deuses, o que uma acusao
muito sria de acordo com os padres egpcios, afinal o fara era a divina
presena do deus na terra. .

Pode ter sido por isso que todas as representaes do rei foram destrudas, ele
foi deliberadamente apagado para a posteridade aps a sua morte.

curioso observar, que apesar da magnfica pirmide que construiu e das


maravilhosas moblias fnebres descobertas, pertencentes me do fara,
rainha Hetepheres, a nica figura que temos de Queps uma pequenina
estatueta esculpida em marfim. .

Essa pequena esttua foi encontrada por Flinders Petrie em 1903 em Abidos e
pertenceu a Queps porque possui o nome Hrus do fara inscrito ao lado de
sua mo direita. Apesar de seu tamanho, os detalhes to ntidos tornam fcil
reconhecer a expresso do rei. Ele usa a Coroa Vermelha (do baixo Egito) e
segura o mangual na sua mo direita. .

Tambm foi encontrada uma grande cabea de granito que alguns acham pode
ter pertencido a uma esttua de Queps. As datas conferem (final da 3
dinastia e inicio da dinastia 4), os olhos apertados, o nariz protuberante e a
boca realmente se parecem com os da pequena esttua de marfim. Porm no
h nada que a identifique com segurana, ela pode ter pertencido a Huni, o
ltimo rei da 3 dinastia. .
O vizir de Queps Hemiunu foi o arquiteto da grande pirmide. A esposa
principal de Queps foi Merityotes. Ela e duas outras esposas foram
sepultadas em uma das trs pirmides subsidirias, que ficam ao sul do templo
morturio da grande pirmide. Queps teve muitos filhos, de acordo com o
papiro Westcar, e embora, como se acredita que ele tenha construdo o maior
e mais duradouro dos monumentos, no temos quase nada sobre o seu reinado.
.

Parece que houve poucas ameaas durante na fase em que reinou, embora a
presena egpcia no Sinai e na Nbia fosse mantida. Queps prosseguiu com a
poltica expansionista iniciada por seu pai e estendeu as fronteiras do Egito de
modo a incluir o Sinai e o alto Egito, alm de manter o comrcio com a Sria
ao norte e a Nbia ao sul. .

Sua mmia nunca foi encontrada e no se sabe se algum dia o sarcfago


localizado na cmara do rei da grande pirmide foi usado. .

Djedefre (Hrus se transformou)

Mneton o chama Ratoises


Lista de reis Djedefre

cabea de Djedefre, Abu Rawash

Ele foi o terceiro fara da quarta dinastia e considerado filho de Queps com
uma esposa menor, vinda da Lbia.

Quem o sucedeu foi seu meio-irmo mais novo Khafre (Quefrn) e ningum
sabe porque no foi um de seus prprios filhos (temos a indicao de Setka).
possvel que nenhum deles estivesse vivo quando o fara morreu.

Sabe-se que ele foi o primeiro rei a adotar junto ao seu nome o
complemento, Filho de Ra, o que talvez seja indicao de que o culto ao deus
solar Ra estava crescendo. Antes dele, o nico fara que fez referncia a Ra
foi Raneb (Nebra) da 2 dinastia.

Os fatos sobre Djedefre ainda esto sendo avaliados, no se discute que ele era
filho de Queps mas sua me ainda tema de discusso para alguns
estudiosos.
Sabemos os nomes de duas das esposas de Djedefre; Hetepheres II e a irm do
rei, Khentetenka.

Permanece um mistrio, o fato do fara ter escolhido Abu Rawash para


construir sua pirmide. Existem evidncias de que Djedefre no seguia a
religio de acordo com sua famlia. Sua pirmide possui muitos elementos que
remetem aos tempos antigos e sua adoo do nome Filho de Ra, pode sugerir
que novidades religiosas estavam por vir.

Muitas esttuas do fara foram descobertas e recuperadas de sua pirmide,


inclusive cabeas, sendo que uma delas possivelmente pertenceria primeira
criao de uma esfinge. Se essas esttuas seguem o modelo, Djedefre se
parecia bastante com seu meio-irmo mais novo, Khafre (Quefrn).

Khafre (Hrus cujo corao forte)

Mneton o chama Suphis II , Sophis II


Lista de reis - khafre
Ele se tornou conhecido entre ns como Quefrn, seu nome grego

esttua de alabastro de Quefrn

No se sabe porque Quefrn subiu ao trono ao invs de algum dos filhos do


fara anterior, Djedefre. Talvez eles no tivessem sobrevivido ao pai, que
tambm reinou por pouco tempo e era meio irmo de Quefrn. H suspeitas de
assassinatos e tomada de poder mas, isso tudo no passa de especulao, no
h provas.

Este fara mais conhecido como o construtor da segunda maior pirmide em


Giz e da grande esfinge. Na verdade, sua pirmide parece maior do que a de
Queps mas apenas porque ela foi construda no terreno mais alto. Todo o
complexo morturio est relativamente bem preservado dando uma boa idia
de como era belo e majestoso.

A esfinge uma histria diferente, porque h diversas teses a respeito e


nenhuma confirmao. Alguns dizem que a cabea a cpia da cabea do
fara Quefrn, mas acham que pode ter sido esculpida mais tarde pois menor
do que o corpo. Outros acreditam que a esfinge j estava naquele local h
muitos milnios, mesmo antes da civilizao egpcia surgir. Tudo isso mera
especulao porque nada se pode provar.

O fara Quefrn provavelmente era o filho mais novo de Queps (Khufu) com
sua esposa Henutsen, Quefrn casou com Hetepheres III, neta de Queps,
certamente para confirmar sua subida ao trono. Foi uma fase prspera para o
Egito, poucas campanhas militares, a arte e a cultura florescendo, belos
exemplos de arquitetura nas tumbas. Foram encontrados objetos do reinado de
Quefrn em Biblos, ao norte de Beirute, como tambm em Tell Mardikh na
Sria, portanto se presume movimentos de comrcio ou diplomticos.

O culto a Ra se tornou cada vez mais forte, Quefrn manteve o nome Filho de
Ra, que comeou com seu pai e ir prosseguir por outro milnio.

Ao contrrio de Queps, existem inmeras esttuas de Quefrn sendo que uma


das mais famosas e das mais belas esttuas j encontradas no Egito, aquela
que mostra Quefrn sentado, com o falco Hrus abraando a cabea do fara
com as asas abertas e est no Museu do Cairo.

Menkaure (Hrus cujo corpo o de um touro)

Mneton o chama Mencheris, Mykerinos


Lista de reis - Mankaure
Ele se tornou conhecido entre ns como Miquerinos

trade com Miquerinos

Miquerinos era filho de Quefrn com sua rainha Khamernebi I e casou-se com
Khamernebi II, sua irm para confirmar sua ascenso ao trono, com ela teve o
filho Khunre, que morreu ainda jovem e foi sepultado numa tumba de pedras
ao sul da pirmide do pai.

Miquerinos teve outras esposas, uma delas foi a me de seu sucessor


Shepseskaf e outra lhe deu uma filha de nome Khentkawes, que casou-se com
Userkaf, o primeiro rei da 5 dinastia.
A pirmide de Miquerinos, embora seja a menor das trs, a mais sofisticada
e era coberta com granito de Assu. O interior e a cmara funerria foram
mais elaborados e ainda existem partes do granito externo, de modo que se
pode ter idia de como foi colocado.

Em 1910, o arquelogo americano Reisner encontrou seis esttuas de


Miquerinos, elas representam uma trade cada. O fara acompanhado de
deusas e de sua esposa, embora se acredite que ele era um homem de meia
idade a essa altura, nas esttuas podemos ver um homem jovem e atltico.

Outros objetos foram encontrados em Biblos ao norte de Beirute com data do


reinado de Miquerinos, o que indica atividades diplomticas ou comerciais.

Herdoto confirma a lenda que diz que o reinado de Miquerinos foi


benevolente e prspero. Ele diz que, de todos os reis do Egito foi Miquerinos
quem teve a reputao de ser mais justo, e que os egpcios erguiam mais
preces a ele do que a qualquer outro rei.

Shepseskaf (Hrus cujo corpo nobre)

Mneton o chama Sebercheres , Severkeris


Lista de reis Shepseskaf

Conta a histria que ele era o filho mais velho de Miquerinos (Menkaure) que
sobreviveu. Sua esposa Bunefer foi a me de sua filha Khamaat que casou-se
com o alto sacerdote menfita Ptah-shepses.

De acordo com a Lista de reis de Turim, aps o reinado de Shepseskaf houve


outro governante durante dois anos, no Egito. Mneton o registra
como Thamphthis mas nada foi encontrado para dar crdito a esse possvel
governante.

O fara Shepseskaf teve muitos problemas durante seu reinado. Provncias


declarando independncia, sacerdotes e nobres em conflito. Embora no
chegasse a enfrentar uma rebelio, o rei teve trabalho para restaurar a ordem.
Isso demonstra que o tempo do poder centralizado que marcou os faras
anteriores havia terminado.

Mastaba Faraoun, Giz


Shepseskaf no construiu uma pirmide, e sim um enorme sarcfago em
formato de mastaba, em Saqqara. uma mastaba totalmente diferente de
qualquer outra no Egito conhecida como Mastaba el-Faroun. Alguns dos
blocos de pedra usados para constru-la so at maiores do que os usados nas
pirmides, o primeiro piso (ou degrau) de granito vermelho e o resto feito
em pedra calcria branca. A mastaba foi restaurada na 20 dinastia pelo
prncipe Khamewere.

provvel que ele no tenha construdo uma pirmide porque seus


antepassados j haviam exaurido o tesouro com suas obras monumentais,
tambm pode ser que a situao poltica do pas no o permitisse.

Assim, termina a 4 dinastia, a fase mais famosa do Egito por causa de suas
pirmides que se tornaram o smbolo de uma civilizao.

Antigo imprio/Dinastias do Antigo


Imprio 5 e 6
Dinastias 5 e 6
Faras da Quinta Dinastia

esttuas de dignitrios, 5 dinastia

Userkaf
Sahure
Neferirkare Kakai
Shepseskare Ini
Neferefre
Niuserre Izi
Menkauhor
Djedkare Izezi
Unas

*Userkaf (Hrus, aquele que pe em prtica o Maat)


Mneton o chama Usercheres , Ogserkeris
Lista de reis Userkaf , Weserkef

Userkaf

Os pais de Userkaf provavelmente foram, o filho do alto sacerdote de Mnfis


e Neferhetepes (que era filha de Djedefre). Para assumir o trono ele casou-se
com Khentkawes I, que foi sepultada em Giz e que era filha do fara
Shepseskaf, assim assegurando a linhagem real.

Estranhamente, na tumba de Khentkawes I no h meno a Userkaf.

Alguns crem que Neferhetepes fosse sua esposa ao invs de sua me,
enquanto outros dizem que Khentkawes I era a me do fara.

possvel que este fara seja o irmo de seus dois sucessores, Sahure e
Neferirkare.

Userkaf construiu uma bela pirmide em Saqqara, pequena e simples mas com
uma capela e o templo morturio. Ele tambm ficou conhecido pelo novo
estilo de monumento funerrio o Templo do Sol, que construiu em Abusir.

Seu governo foi tranqilo, e no houve grandes mudanas. O culto solar


estava se tornando cada vez mais importante, e as artes, especialmente os
entalhes e esculturas, atingiram uma qualidade excepcional.

Ele tem o crdito de estabelecer o primeiro contato do povo egpcio com as


populaes do mar Egeu. Um vaso de pedra de seu templo morturio foi
encontrado em Kithera (Grcia).

Userkaf mencionado nas tumbas de Sekhemkare e Nisutpunetjer, ambas em


Giz.
Sahure e uma deusa provincial

*Sahure (Hrus, o senhor das aparies)

Mneton o chama Sephris


Lista de reis Sahure

Seu complexo de pirmides foi o primeiro a ser construdo em Abusir. Esse


complexo foi escavado no inicio de 1900 e a qualidade dos relevos
impressionou a todos. Algumas das peas em granito vermelho ainda esto no
local e so consideradas obras primas da arte egpcia.

a partir de Sahure que comea o declnio na construo de pirmides.

O que se sabe sobre esse fara o que ele deixou inscrito em sua pirmide.
Sua me deveria ser Khentkawes I e seu pai Userkaf.

De acordo com o papiro Westcar, Khentkawes I era Redjedet, que, como


conta o mago Djedi, estava destinada a dar luz aos filhos de Ra e primeiros
reis da quinta dinastia. Se Khentkawes I era a me do fara, ento ela deve ter
sido regente, pois na tumba onde foi sepultada, em Giz, ela aparece usando o
Uraeus Real e a barba cerimonial.

No h esposa ou filhos registrados para Sahure, de modo que Neferirkare,


seu irmo o sucedeu.

A marinha egpcia parece ter sido criada por Sahure. Numa cena, em sua
pirmide, temos grandes navios com egpcios e asiticos a bordo. Acredita-se
que esto retornando do porto de Biblos no Lbano trazendo toras de cedro.
Outras inscries dizem que Sahure fez expedies a Punt e a Nbia.

Menes a este fara esto na esttua da foto ao lado, numa biografia


encontrada nas tumbas de Peribsen em Saqqara e na porta falsa de
Niankhsakhment em Saqqara. Ele tambm mencionado nas tumbas de
Sekhemkare e Nisutpunetjer em Giz.
Neferirkara

Kakai

*Neferirkare (Hrus, poderoso das aparies)

Mneton o chama Nephercheres, Neferkeris


Lista de reis Kaikai

Foi o primeiro fara a usar nome e prenome separados (ele possua dois
nomes e dois cartuchos) um hbito que outros faras seguiriam. Seu cartucho
era inscrito Neferirkare Kakai.

Seu nome de trono era Nefer-ir-ka-re que significa Bela a alma de Ra,
enquanto que seu nome de nascimento era Kakai.

Provavelmente era filho de Userkaf, e da rainha Khentkawes I cuja pirmide


fica prxima de Neferirkare em Abusir, e irmo de Sahure.

Como na pirmide de Queps, foram encontradas barcas de madeira


enterradas na entrada da pirmide de Neferirkare. Dentro, foram encontrados
papiros escritos com tinta e so os documentos mais antigos conhecidos,
escritos em escrita hiertica, uma forma cursiva dos hierglifos. Os papiros
foram descobertos em 1893 e consistem de trezentos fragmentos. So a maior
contribuio para o estudo da egiptologia porque so arquivos bastante
completos e detalhados de tudo o que diz respeito administrao. Alm
disso, mencionam o templo morturio de um fara pouco conhecido,
Raneferef, cuja tumba ainda no foi encontrada. Quem melhor soube
aproveitar estes arquivos foi uma misso Tcheca, que explorou esse stio
arqueolgico em 1976.

*Shepseskare (Hrus o poder surgiu)

Mneton o chama Sisires


Lista de reis Shepseskare

Do reinado deste fara sabemos muito pouco, apenas que ele governou entre
Neferirkare e Neferefre.
De acordo com o Cnone de Turim e Mneton ele reinou por sete anos. Seu
nome tambm consta da lista de Saqqara. Foram encontrados apenas, selos
com seu nome em Abusir e so os nicos registros de seu reinado.

No sabemos se ele construiu uma pirmide ou templo solar, alguns creditam


a Shephseskare uma pirmide inacabada, localizada entre a pirmide de
Sahure e o templo solar de Userkaf. A referncia ao seu nome foi encontrada
no templo morturio de seu sucessor Neferefre.

Essa pirmide inacabada fica ao norte do complexo de Sahure e foi descoberta


nos anos 1980.

Neferefre

* Neferefre (Hrus belo das aparies)

Mneton o chama Cheres, Chaires


Lista de reis Neferkhare

O reinado deste fara gera controvrsias. Alguns o colocam aps Neferirkare,


outros colocam o pouco conhecido Shepseskare entre eles. .

Um bloco encontrado prximo de Abusir mostra Neferirkare, sua esposa


Khentkawes II e um filho pequeno que pode ser Neferefre. Mas de acordo
com a maioria dos historiadores, que o colocam aps Shepseskare, talvez este
fosse um irmo mais velho (embora isso no explique a presena de uma s
criana no bloco de Abusir). .

Sabemos que Neferefre significa Ra sua beleza. Sua esposa era


provavelmente, Izi ou Isi.

No foram encontrados documentos, nada que pudesse esclarecer mais sobre


seu reinado, a lista de Turim est muito despedaada. .

Apenas nos anos 1980, foi encontrada em Abusir, uma pirmide inacabada
reconhecida como pertencente a Neferefre. O complexo contm um templo
morturio feito de tijolos mas bem elaborado. .
Dentro da pirmide havia papiros, vasos de pedra e selos que indicavam
pertencer a Neferefre. Tambm foram encontradas esttuas que mostram um
homem muito jovem, por volta de seus vinte anos. A cmara morturia foi
saqueada em tempos antigos, mas foram encontrados fragmentos de um
sarcfago de granito vermelho e pedaos de tecido da mumificao, assim
como ossos. Foram achados tambm os vasos canopos (para os rgos
internos) de modo que se pode crer que o fara foi sepultado nesse local. .

Sem dvida era a mmia de um jovem, e isso confere com o que se sabe, mas
impossvel identificar os fragmentos que sobraram. H indcios de que ele
construiu tambm um templo solar Hetep-Re, que ainda no foi descoberto.

* Niuserre (Hrus, o favorito das duas terras)

Provvel esttua de Niuserre

Mneton o chama Rathures, Rathoris


Lista de reis Ini

Niuserree era provavelmente o segundo filho de Neferirkare e Khentkawes II.


Casou-se com Reput-nebu (uma esttua de sua esposa foi encontrada em sua
pirmide) nada se sabe sobre filhos.

H inmeras controvrsias sobre seu tempo de reinado, at porque o Cnone


de Turim est danificado no local onde est seu registro.

Este fara construiu no s um complexo morturio, mas tambm um Templo


Solar em Abu Ghurab, prximo de Abusir, que um dos maiores e mais
completos do Egito, bem como o nico totalmente construdo em pedra.
Atravs das inscries ali encontradas se deduz que o culto ao deus sol Ra
estava no auge no reinado de Niuserre.

Na cmara morturia de sua pirmide se pode observar as campanhas


militares do fara no Sinai e na Lbia.
Foram encontrados objetos de seu reinado em Biblos e fragmentos de uma
estela da quinta dinastia, ao norte de Abu Simbel, trazendo seu nome e
cartucho.

Menkauhor

*Menkaukor (Hrus, eterno nas aparies)

Mneton o chama Mencheres, Menkeris


Lista de reis Menkahor

No se sabe quais as ligaes entre este fara e os anteriores ou os seguintes.


Provavelmente ele era irmo ou filho de Niuserre. No caso de ser filho de
Niuserre, deveria ser com a esposa principal, a rainha Neput-Nebu. possvel
que fosse o pai de Djedkare, que governou em seguida.

Consta do Cnone de Turim e seu templo solar bem como sua pirmide so
mencionados em textos em alguns tmulos embora no tenham sido
identificados com certeza.

Alguns estudiosos acreditam que sua pirmide seja a Pirmide sem cabea
(sem o topo), localizada no norte de Saqqara, a leste do complexo de Teti.
Essa pirmide foi chamada de, divinos so os locais de Menkauhor, em alguns
textos.

Infelizmente no temos quase nada para servir de estudo sobre esse fara. H
uma pequena esttua de Menkauhor, feita de alabastro no Museu Egpcio do
Cairo e um relevo de Tjutju adorando o fara (detalhe da estela do mdico
Tjutju) e outras divindades. Tambm existem alguns selos com seu nome
encontrado em Abusir e uma inscrio no Sinai, para onde ele enviou tropas
em busca de materia prima para sua tumba.

*Djedkare (Hrus constante nas aparies)

Mneton o chama Tancheres , Tankeris


Lista de reis Maatkare, Isesi
nomes e ttulos de Djedkare

Era provavelmente filho de Menkauhor. Sua esposa principal seria Meresankh


IV, mas a tumba dela est localizada na necrpole principal de Saqqara.

Em seu reinado o culto solar comeou a entrar em declnio, provavelmente


isso espelhava o declnio do poder centralizado no Egito. Nas provncias os
administradores ficavam mais poderosos.

De acordo com o papiro de Abusir, Djedkare deveria viver ao sul de Saqqara


perto de onde est sua pirmide, chamada Pirmide sentinela. A mmia que
foi encontrada nesta pirmide, e que se acredita ser do fara pertenceu a um
homem de mais ou menos cinqenta anos. A pirmide est bastante danificada
e as escavaes realizadas nos anos 1980 tiveram dificuldades para entrar
nela. possvel que sua esposa fosse Meresankh V cuja pirmide est
completamente integrada ao complexo de Djedkare.

A pirmide foi originalmente investigada por Perring e Lepsius,


e Maspero (Gaston Maspero 18461916, egiptlogo francs) entrou nela em
1880 para procurar os Textos das Pirmides. No tendo encontrado
abandonou a pirmide que ficou esquecida at o sculo 20.

O nome de Djedkare foi encontrado no Sinai, em Assu, em Abidos e na


Nbia. Ele tambm mencionado em vrias cartas, incluindo uma de Pepi II,
ainda encontramos seu nome numa inscrio para Niuserre encontrada em
Abusir. H inscries tambm em Wadi Maghara e Wadi Halfa que atestam
seu reinado.

dito que Djedkare foi um rei muito enrgico e esperto. Manteve relaes
diplomticas com a Sria, e fez expedies ao Sinai e a Punt.

*Unas (Hrus, aquele que floresce nas duas terras)

Mneton o chama Onnus, Jaumos, Onos


Lista de reis Jaumos
Provavelmente Unas teve duas esposas chamadas, Khenut e Nebet. Elas foram
sepultadas em mastabas prximas ao complexo da pirmide de Unas. O
estranho que, em geral, as rainhas so sepultadas em pirmides subsidirias
dentro do prprio complexo e no se sabe o motivo desse fato to diferente.

A mastaba de Nebet pequena e contm relevos dela no harm do palcio. A


mastaba de Iput, que fica prxima, e foi provavelmente sua filha e mais tarde
esposa de Teti maior (10 cmaras) e bem decorada com cenas interessantes
de plantaes, sua mmia foi encontrada ali.

Unas nos deixou cenas variadas em seus templos, mercadores asiticos


chegando ao Egito de barco, cenas em mercados, caadas no deserto. Parece
que o fara tinha uma poltica com contatos diplomticos em Biblos e na
Nbia.

estela com o nome de Unas

Em Elefantina, uma inscrio mostra uma girafa e outros animais exticos que
podem ter sido levados ao Egito durante seu reinado.

Embora sua pirmide seja a menor das pirmides reais construdas no Antigo
Imprio, ela foi a primeira a trazer em suas paredes internas vrios dos
encantamentos (128) que compem o Texto das Pirmides. Esses famosos
textos, que ajudariam a alma do fara em sua jornada para o prximo mundo,
ainda iriam adornar muitas das futuras pirmides e tmulos.

Tambm h muitas cenas de batalhas mas, parecem ser cenas rituais porque
consta que o reinado de Unas foi pacfico.

Acredita-se que Maspero (Gaston Maspero 18461916, egiptlogo francs)


descobriu partes da mmia de Unas em 1880, que hoje esto no Museu do
Cairo.

No se sabe se Unas deixou herdeiros, embora ele tenha tido pelo menos um
filho chamado Wenisakh que morreu antes dele. Sem um herdeiro
reconhecido para o trono parece ter havido um perodo de instabilidade antes
de Teti (6 dinastia) assumir o controle.
Possivelmente a esposa de Teti, Iput, fosse filha de Unas. Um portal de
granito rosa no templo morturio de Unas traz as inscries dos nomes e
ttulos de Teti, o que significa que parte do templo foi terminado aps a morte
de Unas, o que sugere no ter havido interrupo entre a quinta e a sexta
dinastias.

Faras da Sexta Dinastia


A sexta dinastia um perodo de decadncia que vai desaguar no primeiro
perodo intermedirio. De modo que, alguns dos faras abaixo so de alguma
forma obscuros, temos pouca informao.

Teti

Pepy I (Meryre)

Merenre (Nemtyemzaf)

Pepy II (Neferkare)

Merenre II (Nemtyemsaf)?

Nitocris?
Um sistro com o nome de Teti

*Teti (Hrus, aquele que pacifica as duas terras)

Mneton o chama Othoes, Othius, Othones


Lista de reis - Teti, amado de Ptah

Aps a morte de Unas, no se sabe bem o que aconteceu, aparentemente


houve alguma espcie de instabilidade poltica e isso se pode observar no
nome de Hrus do fara.

O Cnone de Turim d a ele um reinado de menos de um ano mas, os


estudiosos acreditam que ele reinou por mais tempo. baseado nesse Cnone
que Teti d inicio 6 dinastia.

Sua esposa Iput I, provavelmente era a filha do rei Unas, o que garantia a Teti
o direito ao trono.

Essa esposa foi a me do herdeiro de Teti, o fara Pepi I. Ela foi sepultada em
sua prpria pirmide, prximo de Teti em Saqqara. Ele teve uma filha,
Sesheshet que deve ter sido a esposa do vizir Mereruka.

A maior parte dos funcionrios da corte do rei Unas permaneceram sob o


reinado de Teti, incluindo seu outro vizir chamado Kagemni.

A politica interna de Teti deve ter sido direcionada a estabelecer um governo


forte e centralizado. Ele manteve relaes comerciais e diplomticas com
Biblos, Punt e com a Nbia.

Tambm sabemos que ele o rei mais antigo a ser associado ao culto de
Hathor em Dendera.

De acordo com Mneton, o fara foi assassinado por seus guarda-costas.

Teti construiu sua pirmide em Saqqara, chamada atualmente de Pirmide


priso, que relativamente pequena mas foi decorada com os Textos das
Pirmides. Egiptlogos descobriram uma esttua do fara feita em granito
rosa, que hoje est no Museu Egpcio.
Esttua de Pepi I

*Pepi I (Hrus, aquele que ama as duas terras)

Mneton o chama Phiops, Phius


Lista de reis -

possvel que Pepi I no tenha assumido o trono logo aps a morte de seu
pai, Teti. Algumas listas incluem o nome de um fara Userkara, entre Teti e
Pepi I.

Pepi I era provavelmente filho de Teti com a rainha Iput I.

Existem muitas teorias a respeito de uma possvel conspirao, da morte por


assassinato do fara Teti, de um fara usurpador Userkara, e de uma
conspirao no harm de Pepi I.

Aparentemente ele casou tardiamente com Ankhnesmerire I e Ankhnesmerire


II. Da primeira teve Merenre e da segunda esposa teve Pepi II, que reinariam
no Egito at o final da sexta dinastia. O casamento com as irms deve ter sido
por motivos polticos porque elas eram filhas de um nobre de Abidos,
chamado Khui.

Pelo menos quatro esttuas deste fara sobreviveram, inclusive uma feita em
cobre (ver em Artes), junto com esta esttua foi encontrada tambm feita em
cobre, uma esttua de seu filho e futuro fara Merenre.

Pepi I ergueu monumentos em Bubastis, Abidos, Elefantina e Dendera onde


havia uma esttua do fara, hoje perdida, adorando Hathor.

Temos indicaes de que no reinado de Pepi I, houve uma crescente


influncia e enriquecimento dos nobres. Pelas tumbas bem decoradas destes
nobres e suas inscries, sabemos que eles ostentavam privilgios advindos da
sua amizade com o fara.
Durante seu governo houve as tradicionais expedies ao Sinai e a Nbia. As
relaes comerciais com o Oriente Prximo foram dificultadas pelas invases
de povos nmades na Palestina.

Pepi I construiu sua pirmide ao sul de Saqqara e os Textos das


Pirmides encontrados nas paredes, surpreenderam os egiptlogos porque foi
a primeira vez que foram encontrados. Porm no foram os primeiros a serem
gravados numa pirmide.

Pepi I tambm est registrado por seus decretos encontrados em Dashur e


Coptos. Ele foi mencionado nas biografias de Weni em sua tumba em Abidos,
por Djaw na tumba tambm em Abidos. Por Ibi em sua tumba em Deir el-
Gabrawi, por Meryankhptahmeryre em sua tumba em Giz, por Qar em sua
tumba em Edfu e pela biografia numa tumba em Saqqara de uma pessoa no
identificada.

Caixa com o nome de Merenre I

*Merenre I (Horus, vive nas aparies)

Mneton o chama Methuspuphis


Lista de reis - Merenre

Ele era o filho mais velho, vivo, de Pepi I e sucedeu seu pai. Deve ter subido
ao trono muito jovem e provavelmente morreu inesperadamente ainda jovem,
talvez entre seu quinto e nono ano de reinado.Sua me era Ankhnesmerire II.
possivel que tenha sido o pai de uma menina chamada Iput II.

Embora ele tenha deixado poucos monumentos, os estudiosos sabem que ele
viajou at Assu e tambm at a Primeira Catarata, no quinto ano de seu
reinado para receber tributos de chefes nbios. Merenre continuou a proteger
as fronteiras e procurou consolidar o governo central, alm de prosseguir no
comrcio e relaes diplomticas como seus antecessores.

Este fara possui muitos registros, na tumba do governador de Assu, h um


registro de que ele foi responsvel por quatro expedies Nbia e ainda mais
longe, ao sul, durante o reinado de Merenre e de seu irmo.

Seu nome tambm foi encontrado em Wadi Hammamat e nas minas de


alabastro em Hatnub.
H uma esttua de cobre de Merenre (j mencionada acima) com seu pai Pepi
I e tambm uma pequenina esfinge do fara no Museu Nacional da Esccia
em Edimburgo. Merenre tambm tem seu nome numa caixa (de marfim de
hipoptamo) que est no Museu do Louvre.

Alm disso, h inscries em pedra perto de Assu, decretos do fara


encontrados no templo de Menkaure e nas biografias de Uni (Weni) e Djaw
em Abidos. Na tumba de Harkhuf em Elefantina, na tumba de Ibi em Deir-el-
Gabrawi, na tumba de Qar em Edfu e na de um desconhecido em
Saqqara.Merenre I tambm mencionado em inscries na tumba de Maru em
Giz, numa parede de pedra em Deir-el-Bahari em Luxor (antiga Tebas).

Merenre deve ter sido sepultado em sua pirmide ao sul de Saqqara, que
talvez nem tenha sido completada, dado que ele morreu repentinamente e
jovem.

O sarcfago de granito negro foi encontrado em 1881 por Maspero(Gaston


Maspero 18461916, egiptlogo francs) e a mmia em seu interior, se era
mesmo a de Merenre, a mmia real completa, mais velha j encontrada. Na
verdade a mmia de um jovem que ainda tinha a madeixa de cabelo lateral
que representava a juventude. Pode ser que esta mmia, pelas caractersticas,
seja da 18 dinastia, mas ela ainda no foi examinada com as tcnicas mais
modernas, est no Museu Egpcio do Cairo.

Pepi II e sua me

*Pepi II (Hrus, divinas aparies)

Mneton o chama Phiops


Lista de reis Neferkare

Pepi II era o filho de Pepi I e Ankhenesmerire I. Ele era meio irmo do fara
anterior, Merenre I.

Casou-se com Neith, sua meia irm e tambm com Iput II, filha de seu irmo.
Tambm consta um casamento com uma mulher de nome Udjbeten.
Seu herdeiro e sucessor foi seu filho Merenre II com a esposa Neith.

Quando seu meio irmo morreu, aparentemente sem deixar herdeiros, Pepi II
era uma criana. possvel que tenha subido ao trono com seis anos de idade
e h registros de que reinou por noventa e quatro anos, embora alguns
egiptlogos acreditem que foi por sessenta e quatro anos.

Ele no foi o ltimo fara, mas o foi o ltimo fara importante do Antigo
Imprio.

Sua me provavelmente foi a regente durante a sua juventude. H uma esttua


dela segurando Pepi II quando criana (ele j usa o nemes e o uraeus,
smbolos do poder).

Prosseguiu na mesma linha poltica de seus antecessores, desenvolvendo


ligaes tambm com o sul da frica. Manteve as relaes comerciais com
Biblos.

Como seu reinado deve ter sido muito longo, talvez a idade tenha dificultado
em muito seu governo. Pela tumbas descobertas, est evidente o poder e a
riqueza dos nobres e altos oficiais. Enquanto que a tumba de Pepi II bem
inferior quelas dos faras que o antecederam.

A administrao do pais estava comprometida, Pepi II escolheu um vizir para


o alto Egito e outro para o baixo Egito, descentralizando o poder. medida
que o fara envelhecia, O poder dos governantes das provncias aumentava.

Talvez em alguns anos de seu governo, as enchentes no tenham sido


suficientes para manter a agricultura, gerando com isso perodos de escassez e
fome.

Pepi II deve ter sido seguido no trono, por seu filho Merenre II, mas talvez,
por apenas um ano.

Seu complexo morturio e sua pirmide esto ao sul de Saqqara, bem como as
pequenas pirmides de suas esposas. O fara est registrado na esttua com
sua me, num decreto encontrado em Abidos e em trs decretos em Coptos.
Tambm mencionado nas tumbas de Djau em Abidos e na de Ibi em Deir el-
Gabrawi. Tambm h pequenos itens encontrados em Biblos.

*Merenre II (Merenre Nemtyemsaf II)

Mneton o chama Mentusuphis


Lista de reis -

Este fara registrado apenas nas listas de reis. O Cnone de Turim confirma
apenas menos de um ano de reinado e Mneton concorda.
Merenre II conhecido historicamente como filho de Pepi II e de sua rainha
Neith (filha de Pepi I e Ankhenesmerire I) mas no h mais nada que o
registre. O nico documento que data de seu reinado um decreto protegendo
o culto s rainhas Ankhesenmerire e Neith, no complexo da pirmide de Neith
ao sul de Saqqara.

Baseado em documentos, seu possvel sucessor foi sua irm e esposa Nitocris.
De acordo com Herdoto, Merenre II foi assassinado, sua esposa se vingou
dos assassinos depois se matou. Na verdade, possvel que Nitocris nem
sequer tenha existido.

*Nitocris

Mneton a chama
Lista de reis -

No mencionada em nenhuma inscrio no Egito e talvez nem tenha


existido. Foi dito que seu nome aparecia no Cnone de Turim (feito da 19
dinastia) sob o nome egpcio de Nitiqreti(nt-qrt).

possvel que o fragmento onde est esse nome pertena ao pedao dedicado
6 dinastia e isso confirmaria Herdoto e Mneton. Porm, anlises
microscpicas doCnone de Turim, sugerem que o fragmento pode ter sido
colocado fora do lugar ao montarem o texto e que o nome Nitiqreti uma
transcrio errada do nome de um rei (masculino),Netjerkare Siptah I que, na
lista de reis de Abidos aparece como sucessor do rei da 6
dinastia Nemtyemsaf II.

Na lista de reis de Abidos Netjerkare Siptah est colocado no local que


Neitiqreti Siptah ocupa no Cnone de Turim.

lista de reis de Abidos,cartuchos de 34-39

Nota

No final da 6 dinastia existem nomes de reis no registrados oficialmente ou


sobre os quais no h consenso, de modo que vamos aqui apenas colocar seus
possveis nomes.

Neitiqerty Siptah que pode ter sido o successor de Merenre II.

Neferkara I ou Netjerkare que podem ter reinado ou no aps Siptah.


Constam ainda Neferka, Nefer (que devem ser os mesmos acima) e Aba.

Primeiro perodo intermedirio


Primeiro Perodo Intermedirio
2150-2040 a.C.

O chanceler Mketr observa a contagem de seus animais, 11 dinastia

Dinastias 7-11
Oficialmente o Antigo Imprio termina com a morte de Pepi II, aps um longo
reinado.

Aparentemente, no decorrer do seu reinado e dada sua idade avanada, o fara


j vinha perdendo o controle sobre os governadores das provncias (nomarcas)
e seus oficiais, cada vez mais poderosos.

possvel que a esta situao tenha se juntado o fator clima. Talvez as


enchentes do Nilo, nessa poca tivessem sido insuficientes, causando pouca
colheita e em conseqncia trazendo a fome. Sem um poder centralizado, que
controlasse a crise, a fome, com toda a certeza gerou doenas, insatisfao e
desordem.

Alguns governadores (nomarcas)conseguiram resolver melhor do que outros,


os problemas de irrigao e alimentao em seus territrios. Assim, uns se
fortaleciam enquanto outros enfrentavam crises mais srias.

O Egito dividido
O pas estava dividido em trs, o delta, o mdio Egito (Heraclepolis ou
Henen-nesw) e o alto Egito (Tebas ou Waset).

Os reis da stima e oitava dinastias, se proclamaram reis por conta prpria.

Lista real de Abidos 40-47


Em Heraclepolis (ou Henen-nesw, prximo ao Fayum), alguns nomarcas
fundaram as prprias dinastias, nove e dez. Esses governantes expulsaram os
invasores lbios e asiticos que haviam invadido o delta em busca de alimento.
Eles eram famosos pela sua crueldade, mas fortificaram as fronteiras e
retomaram o comrcio.

As dinastias
No perodo intermedirio esto as dinastias sete, oito, nove e dez. A dcima
primeira dinastia que vai trazer o novo unificador do Egito, mas parte dela
pertence a esse perodo.

Os reis da stima dinastia, um grupo de dez reis, esto registrados na lista de


reis de Abidos, mas no esto no Cnone de Turim. De todos, apenas trs so
chamados pelo seu nome de trono, Neferkare II, Sekhemkare e Wadjkare. A
seqncia dos reis, portanto, desconhecida.

Entre a stima e a oitava dinastias, temos o nome de dezessete reis mas os


registrados so Wadjkare, Sekhemkare, Iti, Imhotep, Isu e Iytenu. E deles mais
nada se sabe.

A nona dinastia tambm bem confusa. Como nas anteriores, havia muitos
chefes locais querendo assumir o trono e o ttulo de fara.

Achthoes (Akhtoy) que governava Heraclepolis e tinha o controle do mdio


Egito, assumiu o trono e fundou a nona dinastia. Parece que temos quatro reis
na nona dinastia mas conhecemos apenas dois e no sabemos a
seqncia, Merybre Akhtoy, Neferkare V e dois ou mais reis desconhecidos.

Paleta de escriba do chanceler real Ourkaoukhty, 10 dinastia

Durante a dcima dinastia, os reis de Heraclepolis mantiveram o norte do


Egito sob seu controle. Houve quatorze reis heracleopolitanos, que
governaram o norte do pas e tiveram que dividir seu poder com a dcima
primeira dinastia de Tebas. Existem seis reis registrados, Meri... re Akhtoy,
Nebkaure Akhtoy, Mereikare, Meri-Hathor, Wahkare Akhtoy, Khui.
O Egito em guerra
Os governantes de Tebas (Waset), que fundaram a dcima primeira dinastia,
no reconheceram e nem aceitaram os governantes de Heraclepolis. Os
nomarcas menos poderosos se dividiam entre uns e outros.

Nesse perodo, o baixo Egito (Heraclepolis), estava mais fortalecido em


termos de unio do que o alto Egito (Tebas ou Waset).

Os governantes de Heraclepolis usavam o ttulo de fara, mas, quem


realmente comeou a unir o pas foi Inyotef de Tebas, reunindo o alto Egito
em torno de sua autoridade, ele assumiu o ttulo de Grande Chefe do Alto
Egito.

Conforme seu poder aumentava, esses governantes tambm assumiram o


ttulo de fara e aps submeterem todo o sul, resolveram conquistar o norte do
Egito.

um perodo de anarquia e recesso econmica. As dinastias rivais, ento,


partiram para o conflito armado, desencadeando uma guerra civil.

Um novo poder

Miniatura funerria 11 dinastia

A vitria coube dinastia tebana, ou dcima primeira dinastia.

Inyotef I (Sehertawy)

Inyotef II (Wahankh)

Inyotef III (Nakhtnebtepnefer)


Depois, essa dinastia fica dividida porque o fara Mentuhotep II quem d
inicio ao Mdio Imprio. Mas, ele pertence ainda dcima primeira dinastia.

A dcima primeira dinastia tinha uma nova capital, Waset a cidade de Tebas.
Em Tebas, o deus patrono era Amon e se tornou o principal deus do Egito.

O culto ao sol, o deus-Ra, prosseguia e Amon passaria a ser associado a Ra e


inclusive conhecido como Amon-Ra.

Durante o primeiro perodo intermedirio, os nomarcas e outros nobres e


oficiais, adotaram os direitos funerrios que antes, eram permitidos somente
ao fara e sua famlia, ter seu corpo mumificado, templos e tmulos
preparados para a outra vida. Ou seja, o fara perdeu o direito de ser o divino.
Todos os que pudessem pagar, poderiam ter os mesmos direitos.

Foi um perodo difcil para as artes, porque, quando h poucos recursos, o


importante alimentar o povo e mant-lo saudvel, assim fortalecendo o
governo.

Dcima primeira dinastia


*Inyotef I Sehertawy (Hrus, aquele que agrada as duas terras)

Mneton o chama
Lista de reis Antef

considerado o fundador da 11 dinastia. Reinando a partir de Tebas ele


conseguiu reunir uma boa parte do pas mas, os reis heracleopolitanos ainda
estavam no poder e isso resultou numa guerra civil.

Seu pai era um lder local chamado de Mentuhotep I, o velho. Quando


assumiu o poder, Inyotef I tambm usou todos os smbolos faranicos,
incluindo escrever seu nome num cartucho. Acreditamos que ele no teve
opositores porque o poder estava to dividido que ningum reclamou.

Inyotef I conseguiu reunir algumas cidades sob seu governo, como Coptos e
Dendera no norte at el-Kab no sul, mas isso foi o mximo de expanso no
seu governo.
sarcfago de Herishefhotep

Ele mencionado como o Prncipe - no hall dos ancestrais da 18 dinastia,


Thutmose III se refere a ele como Conde e Prncipe Hereditrio; uma estela
com o nome do fara traz escrito O Prncipe Hereditrio, Conde do Grande
Senhor do Nomo Tebano, e outra estela, em Dendera o chama de O Grande
Prncipe do Sul.

possvel que ele tivesse parentesco com a antiga linhagem real e isso fosse
parte de sua campanha para assumir o trono.

Inyotef I era um homem de meia idade ao falecer e foi sepultado numa tumba
encravada na rocha. O desenho de sua tumba considerado nico, porque
possui um grande ptio que entra pela montanha adentro e tem diversas
tumbas dentro das paredes laterais. Certamente essas tumbas adicionais seriam
para as pessoas da famlia.

*Inyotef II Wah-ankh (Hrus que prolonga a vida)

Mneton o chama
Lista de reis Antef, Intef

Ele era o irmo mais novo de Inyotef I. Sua esposa foi a rainha Neferukayet.

Inyotef II manteve a capital em Tebas e embora tenha reinado durante quase


cinqenta anos, pouco se sabe sobre ele alm de suas campanhas militares.

Em seu reinado a guerra civil continuava a debilitar o Egito e ele liderou seus
exrcitos contra os reis de Heraclepolis em Assiut. Os heracleopolitanos
destruram Tinis e profanaram os tmulos.

Embora Inyotef II tenha conseguido capturar toda a provncia, ele preferiu


assinar a paz com Heraclepolis em troca de manter a segurana no sul do
Egito.

Ao norte ele conquistou terras at depois de Abidos e no sul estendeu as


fronteiras at a primeira catarata.
Inyotef II foi sepultado numa tumba cortada na rocha em Tebas, prximo do
seu irmo Inyotef I. Na sua capela morturia foi encontrada uma estela que
mostra o rei com seus ces. Essa estela ficou famosa (parte dela est no
Museu Egpcio do Cairo) porque provavelmente a mais antiga representao
de ces com seus nomes.

Ali vemos os ces favoritos do rei com seus nomes no egpcios


acompanhados da traduo egpcia. Eles so, Behekay (egpcio Mahedj) que
significa gazela; Abaqer que significa galgo; e Pehetez (egpcio Kemu) que
significa negro.

Inyotef II est registrado no Papiro Westcar.

arte do 1 perodo intermedirio

*Inyotef III Nakhtnebtepnefer (Hrus o vitorioso, Senhor dos bons


comeos)

Mneton o chama
Lista de reis Antef, Intef

Sua esposa principal foi a rainha Aoh, me de seu herdeiro Mentuhotep II.

Em seu reinado manteve a capital em Tebas e defendeu a cidade de Abidos


dos ataques dos heracleopolitanos.

No h registros de que ele tenha conquistado e nem perdido territrio durante


seu reinado para os reis da 9 e da 10 dinastias, que reinaram ao mesmo
tempo que ele. Mas, consta que Inyotef III reinou apenas por 8 anos e portanto
no teve tempo para deixar sua marca na histria.

O mais importante com relao a esse rei que ele foi o pai de Mentuhotep II,
que unificou novamente o Egito.

Ele foi sepultado numa tumba em Tebas prxima de Inyotef II, perto de Deir
el-Bahri. Foi prximo a esse local que seu sucessor construiu seu templo
morturio.
Com esses trs faras termina o primeiro perodo intermedirio, porque o
prximo fara, Mentuhotep II, que ainda pertence essa dinastia, vai dar
incio ao perodo conhecido historicamente como Mdio Imprio.

Mdio Imprio
Mdio Imprio

Portadores de oferendas, 12 Dinastia

2040-1640 a.C

Dinastias 11-13
O Mdio Imprio comea, historicamente, com a reunificao do Egito por
Mentuhotep II (No confunda Mentuhotep I com o II certamente no so o
mesmo rei).

Nesta fase, vamos voltar a ver o Egito como um pas inteiro depois de quase
um sculo de caos e guerra civil para com a 13 dinastia, voltar a se dividir.

Reunificao

Os reis da 11 Dinastia que antecederam a Mentuhotep, j vinham lutando


contra Nekhen (chamada de Hieracmpolis que seu nome grego)e se saindo
vitoriosos. J haviam unido os nomos do sul sob sua autoridade at a Primeira
Catarata e chegaram a conquistar terras do norte, at Abidos.

Portanto, quando Mentuhotep II subiu ao trono como rei da 11 Dinastia,


governando a partir de Tebas, ele sofreu ameaas e ataques dos reis de
Nekhen (9 e 10 Dinastias), inclusive na provncia de Thinis, onde ficava
Abidos.
A resposta de Mentuhotep foi reunir os exrcitos e atacar os reis rivais para
for-los a sair de Abidos. Foi assim que ele conquistou Asiut, o mdio Egito
e finalmente a prpria Nekhen.

Mentuhotep II

Assim Mentuhotep II conseguiu reunir todas as regies em que o Egito estava


dividido sob seu governo. Portanto o pas tinha novamente um fara (rei do
Alto e Baixo Egito).

preciso assinalar que, embora o fara tivesse voltado a ser o soberano de um


pais reunificado, alguns nomarcas eram to poderosos que continuaram a
manter seus prprios exrcitos e um grande poder mesmo sob o governo do
fara. Nunca mais um governante foi como um deus, absolutamente poderoso.
Para manter os nomarcas sob seu controle era preciso aceitar e usar de
diplomacia, pois era a maneira de manter o pas unido. Quando o fara
precisava das foras militares, todos lutavam sob seu comando.

Nesse perodo a capital do Egito passou a ser Tebas, de onde se originou a 11


Dinastia.

O deus Amon

A partir da fundao do Mdio Imprio, vamos ver com clareza como a fama
de um deus, dependia do seu lugar de origem. Isso foi o que ocorreu com o
deus Amon, de Tebas.

Esttua de Amon no templo em Karnak

Antes do advento do Mdio Imprio e dos faras tebanos, Amon era um deus
obscuro. Com a vitria dos tebanos, a reunificao do pas foi atribuda ao
deus local, e a cidade de Tebas, bem mais tarde quando deixou de ser capital,
continuou a ser importante.
Amon significa oculto. Era um deus invisvel, como um sopro ou um esprito,
que estava presente em todos os lugares.

Pela tradio religiosa egpcia, era difcil aceitar um deus sem forma, ento,
Amon passou a ser representado ora como um ganso, um carneiro, uma
serpente primitiva, ou at mesmo como um rei coroado.

Quando, mais tarde, Amon se fundiu ao deus-sol Ra, a coroa de Amon passou
a ser representada com os raios do sol. O grande templo de Karnak, na regio
de Tebas, foi erguido em sua homenagem.

Amon guiava os exrcitos, governava a explorao das minas e recebia sua


parte em oferendas. Assim, os templos e conseqentemente os sacerdotes,
estavam ficando muito ricos e poderosos, eles eram um poder paralelo ao do
fara.

Cataratas do Nilo

Paz e riqueza

O Mdio Imprio foi um tempo de paz para o povo egpcio, embora os


exrcitos tenham estado sempre em ao. Muitas expedies militares foram
feitas para expandir mais e mais as fronteiras do Egito. Senusret I extendeu as
fronteiras do Egito at a Segunda Catarata e exerceu controle sobre a Nbia
at a Terceira Catarata, na verdade,inscries com o nome deste fara existem
at na ilha de Argo, ao norte da atual Dongola.

Houve lutas contra os lbios no Delta e contra os asiticos no Sinai. Na Nbia,


ocorreram muitas batalhas.

Com tantas conquistas, o pas recuperou suas fontes de riqueza. A minerao


que sempre havia sido importante na pennsula do Sinai e na Nbia voltava a
fornecer a matria prima para os artistas.
As relaes comerciais com outros pases voltaram a florescer, como com a
Sria, o Lbano e a Palestina. provvel que tambm tenha havido comrcio
com pases do mar Egeu. As rotas comerciais, por terra foram retomadas.

Amenemhet I o fundador da 12 Dinastia, reorganizou a administrao e


retirou o poder dos nomarcas, algumas vezes at mesmo dividindo os nomos.
Aqueles governadores que mantinham um poder paralelo ao do fara e no
respeitavam os governantes tebanos perderam a fora. O fara mudou o centro
administrativo para Itjtawyamenemhet(Amenemhet o chefe das duas terras)
cidade que ficava perto do Faiyum, enquanto Mnfis voltava a ser novamente
a capital oficial. Este fara tambm criou a primeira co-regncia no governo
egpcio, de modo que, seu filho sendo o co-regente asseguraria o trono com
mais facilidade.

No Faiyum as lavouras de gros se alastravam, as minas produziam ouro e as


pedreiras eram exploradas para dar conta dos projetos de construo.

Senusret III jovem, 12 Dinastia, encontrado no templo de Madamud

Na 12 Dinastia sob o governo de Senusret III, o Egito do Mdio Imprio


atingiu o clmax poltico, econmico e cultural. Foi este o fara que eliminou
totalmente o poder que os nomarcas ainda retinham desde o primeiro perodo
intermedirio.

A paz no Egito significava o pas unido e prspero. Os exrcitos lutaram


contra outros povos, a prpria regio do Faiyum foi desocupada fora das
armas, quando os exrcitos de Amenemhet expulsaram os lbios e os
assentamentos egpcios foram restabelecidos.

Construes

No Mdio Imprio o Egito voltou a atravessar uma fase de prosperidade, com


as campanhas militares e muita matria prima houve um renascimento da
arquitetura. Templos, fortificaes, pirmides, obras para a eternidade.
Com o primeiro fara, Mentuhotep II, comeou a construo de templos em
todo o sul do Egito, seu complexo morturio foi construdo nas escarpas de
Deir el-Bahari.

Amenemhet I que expandiu as fronteiras do Egito at a Terceira Catarata na


Nbia, ergueu no Sinai o Muro do Prncipe, fortificaes para proteger as
fronteiras egpcias.

Senusret I construiu uma srie de treze fortalezas a partir da Segunda Catarata,


atravs da margem oeste do Nilo, essa regio das minas era muito importante
pois ali estavam o ouro, gnaisse e pedras preciosas.

Capela de Senusret I, 12 Dinastia, Karnak

Alm das fortalezas, muitos templos foram construdos ou restaurados. O


templo de Amon em Karnak digno de nota, porque foi um santurio
construdo na 12 Dinastia que, sob o governo de vrios faras se tornou um
conjunto de grandes propores que est preservado at hoje. provvel que
tenha sido Senusret I a construir o primeiro estgio desse templo, erguendo
a Capela Branca. Esse fara responsvel pelo embelezamento de muitos
outros templos.

O Mdio Imprio tambm marca a volta das pirmides, ao invs dos tmulos
escavados nas rochas. Muitas pirmides foram construdas em Dashur, em
Itjtawyamenemhet, em Hawara no Faiyum. A maioria era feita com tijolos de
argila e revestimento em calcrio de Tura. A pirmide notvel foi a Pirmide
Negra de Amenemhet III construda com basalto e por isso, negra.

Artes

Apesar de toda a convulso que o Egito sofreu durante o perodo de guerra


civil, parece que a habilidade artstica sobreviveu e voltou a florescer no
Mdio Imprio.
Os templos foram decorados com relevos que vo ficando mais sofisticados
da metade para o fim da 12 Dinastia.

Com o enriquecimento de uma camada da populao e com a nova viso de


que no s o fara tinha direito a uma vida alm-tmulo, a procura por artistas
para decorarem os tmulos cresceu muito. Nesse perodo, a pintura era o
principal veculo artstico. Algumas tumbas eram decoradas com relevos, mas
muitas foram decoradas apenas com pinturas.

Sarcfago do vizir Nakhti, em madeira, 12 Dinastia, Asyut

A pintura tambm decorava os sarcfagos retangulares de madeira, tpicos


deste perodo. Os desenhos eram minuciosos.

Nas esttuas, podemos notar que, quando os nomarcas ainda limitavam o


poder do fara, os artistas passaram a represent-lo de uma forma mais
personalizada, tanto como um deus quanto como um homem. No havia mais
aquele ar majestoso dos faras divinos. Nas esttuas dos faras que lutaram e
unificaram o pas, podemos ver um ar de arrogncia dos conquistadores. No
final do Mdio Imprio, os faras so caracterizados pelo semblante cansado e
severo. Desse modo, podemos admirar a capacidade artstica do escultor
egpcio, unindo a tcnica intuio.

Hipoptamo, Tebas, Mdio Imprio

A arte decorativa, como as jias em metais preciosos, com incrustaes de


pedras coloridas, eram magnficas, alm dos amuletos e pequenas figuras.

Na literatura, um conjunto de textos da 12 Dinastia se tornaram muito


populares e incluam instrues e narrativas. Um manuscrito
chamado Instrues de Khety, tambm conhecido como Stira das
Profisses um texto em que o narrador acompanha seu filho escola de
escribas. Ele d conselhos sobre o valor da educao para ter uma boa carreira
e uma vida melhor e aproveita para comparar as dificuldades de outras
profisses com bom humor.

No Mdio Imprio houve um grande nmero de escritores e pensadores que


deixaram muitos trabalhos que refletem a cultura da poca. Uma dessas obras
a histria O marinheiro e a ilha maravilhosa que narra como um marinheiro
idoso se salva de um naufrgio, encontra um tesouro numa ilha e quando volta
para casa a ilha misteriosa afunda no mar aps sua partida.

A outra obra j no campo do romance histrico, A histria de Sinuhe, um


retrato do amor do egpcio por sua ptria. Conta como Sinuhe, um corteso,
foge para a Sria aps o assassinato do fara, embora no fosse culpado de
nada. Fora do Egito ele prospera, mas no feliz enquanto no retorna a seu
amado Egito, o nico lugar em que vale a pena viver.

Amenemhet III

Declnio

O fim da 12 Dinastia marca o inicio do declnio do Mdio Imprio. Como j


observamos, no final do Antigo Imprio, o ltimo fara Pepi II, governou por
um perodo muito longo. O mesmo ocorreu no final da 12 Dinastia.
Amenemhet III fez um longo governo, seu filho, Amenemhet IV j era velho
ao assumir o trono e no teve herdeiros homens. O ltimo fara conhecido do
Mdio Imprio foi uma mulher Sobekneferu, que o ltimo governante do
Mdio Imprio a aparecer nas listas de Abidos e Saqqara, embora outros
possveis faras com pequenos governos tenham surgido depois dela, no
foram mencionados.

Novamente se instaurou o caos na sociedade egpcia. No de maneira to


radical quanto no final do Antigo Imprio, mas era uma ruptura na paz e na
prosperidade que o povo vinha vivendo.

Aparentemente houve problemas tambm, relacionados com as cheias do


Nilo, o que nos faz presumir poucas colheitas e a fome que a arma principal
contra qualquer governo ou governante.

Durante o domnio da 13 Dinastia houve uma srie faras com governos


curtos. Os vizires eram mais duradouros do que os faras, vrios deles
serviram a mais de um governante. Esses faras voltaram a capital para
Mnfis, mas no tinham pulso para governar. Esse foi o pano de fundo para a
ruptura da unidade do pas.

Os estrangeiros

Com um governo centralizado e poderoso, o Egito comeou a crescer tanto


em riqueza como em populao. Uma grande parte da populao era de no-
egpcios que migraram para o Vale do Nilo com a inteno de aproveitar a
prosperidade.

Na poca, tanto no antigo Egito como no Oriente Mdio, no havia nada que
pudesse lembrar uma naturalizao; no importava onde vivia um cidado, o
importante era a que tribo ou a que nao ele pertencia. Jamais algum se
tornava egpcio apenas por l viver, esse cidado seria sempre um estrangeiro.

A vida de um estrangeiro no Egito no era ruim, eles deveriam pagar seus


impostos e no criar problemas. Tinham a possibilidade de viver em
comunidades com seus lderes e suas leis.

O fato dos egpcios no se misturarem aos estrangeiros, permitirem que


vivessem em comunidades e que continuassem chegando ao pas em grande
quantidade, mudou o curso da histria egpcia. medida que cresciam e se
multiplicavam, as comunidades de estrangeiros seus lderes ficaram
poderosos, se intitularam reis e os reis de direito, caram no esquecimento e
abandono.

Esse perodo de desordem o Segundo Perodo Intermedirio, nele o Egito


volta a se dividir em alto e baixo Egito.

Uma nova linhagem de faras, de acordo com Mneton consistia em setenta e


seis reis de Xois (cidade antiga, hoje Sakha no Delta central). Esses reis
passaram a governar paralelamente 13 Dinastia.

Aqui termina mais uma fase de esplendor num pas que, como j vimos e
vamos ver mais adiante, caiu em perodos de grande dificuldade e soube se
reerguer para viver novas glrias.

Mdio Imprio/Dinastias do Mdio


Imprio
Dinastias 11 e 12
Dependendo da cronologia possvel encontrar datas totalmente diferentes e
os nmeros dos faras (em algarismos romanos) tambm, uma vez que os
egpcios no usavam esse tipo de identificao.
esttua de crocodilo, 12 dinastia

Se a 11 dinastia tebana comea com Mentuhotep o Velho, ento esse fara


que veremos abaixo o segundo a usar o nome Mentuhotep.

ndice
[esconder]

1Capa
2Localizao geogrfica
3O clima e o rio
4Perodo pr-dinstico
4.1Nomos
4.2Religio
4.3Trabalho
4.4Organizao poltica
4.5O povo egpcio
4.6Reis de Naqada III
4.7Alto e Baixo Egito
5Faras e como list-los
5.1Os nomes dos faras
5.2O Serekh
5.3O Cartucho
5.4Como listar os faras
5.4.1A Pedra de Palermo e outros fragmentos
5.4.2Cnone Real de Turim
5.4.3Lista de Mneton
5.4.4Lista Real de Abydos
5.4.5Lista Real de Karnak
5.4.6Lista Real de Saqqara
5.4.7Papiro Westcar
6Perodo dinstico antigo
6.1As dinastias
6.2Cidades importantes
6.3Religiosidade e Poder
6.4Escrita
6.5Artes
6.6Ver tambm
7Perodo dinstico antigo/Dinastias do Perodo dinstico antigo
7.1Faras da primeira dinastia
7.2Faras da 2 dinastia
8Antigo imprio
8.1Dinastias 3-6
8.1.1Expanso
8.1.2Religiosidade
8.1.3Pirmides e Templos
8.1.4Artes
8.1.5Conhecimento
8.1.6Final do Antigo Imprio
9Antigo imprio/Dinastias do Antigo Imprio 3 e 4
9.1Faras da Terceira Dinastia
9.2Faras da Quarta Dinastia
10Antigo imprio/Dinastias do Antigo Imprio 5 e 6
10.1Faras da Quinta Dinastia
10.2Faras da Sexta Dinastia
11Primeiro perodo intermedirio
11.1Dinastias 7-11
11.2O Egito dividido
11.3As dinastias
11.4O Egito em guerra
11.5Um novo poder
11.6Dcima primeira dinastia
12Mdio Imprio
12.1Dinastias 11-13
12.1.1Reunificao
12.1.2O deus Amon
12.1.3Paz e riqueza
12.1.4Construes
12.1.5Artes
12.1.6Declnio
13Mdio Imprio/Dinastias do Mdio Imprio
13.1Faras da Dcima Primeira Dinastia
13.2Faras da Dcima Segunda Dinastia
14Mdio Imprio/Dinastias do Mdio Imprio 13 dinastia
14.1Dcima-Terceira Dinastia
14.2Faras da Dcima-Terceira Dinastia
14.3Outra lista de reis da 13 dinastia
15Segundo perodo intermedirio
15.1Ateno para um link sobre novas descobertas (2014)
15.2Dinastias 14-17
15.3Perodo do governo estrangeiro
15.4As dinastias
15.5Os Hicsos
15.6Tebas, a resistente
15.7A histria dos hipoptamos
15.7.1Uma pequena nota
15.8As grandes rainhas
16Segundo perodo intermedirio/Dinastias do segundo perodo
intermedirio
16.1Faras da Dcima Quarta Dinastia
16.2Faras da Dcima Quinta Dinastia
16.3Faras da Dcima Sexta Dinastia
16.4Faras da Dcima Stima Dinastia
17Novo imprio
17.1Dinastias 18-20
17.2A era das conquistas
17.3Uma nova ordem
17.4Economia e expanso
17.5Religio
17.6Arquitetura
17.7Artes
17.8Medicina no Egito
17.9Fim da Era Imperial
18Novo imprio/Dinastias do Novo Imprio
18.1Faras da Dcima Oitava Dinastia
18.2Faras da Dcima Nona Dinastia
18.3Faras da Vigsima Dinastia
19Novo imprio/Dinastias do Novo Imprio/18 Dinastia (primeira
parte)
19.1Primeira parte da 18 Dinastia
20Novo imprio/Dinastias do Novo Imprio/18 Dinastia (segunda
parte)
20.1Segunda parte da 18 Dinastia
21Novo imprio/Dinastias do Novo Imprio/19 Dinastia
21.1Faras da Dcima Nona Dinastia
22Novo imprio/Dinastias do Novo Imprio/20 Dinastia
22.1Faras da Vigsima Dinastia
22.2Ligaes externas
23Terceiro perodo intermedirio
23.1Dinastias 21-25
23.2A diviso
24Terceiro Perodo Intermedirio/Dinastias do Terceiro Perodo
Intermedirio
24.1Vigsima Primeira Dinastia
24.2Vigsima Segunda Dinastia
24.3Vigsima Terceira e Vigsima Quarta Dinastias
24.4Vigsima Quinta Dinastia
25Terceiro Perodo Intermedirio/Dinastias do Terceiro Perodo
Intermedirio/21 Dinastia
25.121 Dinastia
26Terceiro Perodo Intermedirio/Dinastias do Terceiro Perodo
Intermedirio/22 Dinastia
26.122 Dinastia
27Terceiro Perodo Intermedirio/Dinastias do Terceiro Perodo
Intermedirio/23 Dinastia
27.123 Dinastia
28Terceiro Perodo Intermedirio/Dinastias do Terceiro Perodo
Intermedirio/24 Dinastia
28.124 Dinastia
29Terceiro Perodo Intermedirio/Dinastias do Terceiro Perodo
Intermedirio/25 Dinastia
29.125 Dinastia
30ltimo perodo
30.1Dinastias 26-31
30.2Dinastia Sata
30.3Primeira ocupao persa
30.4Perodo de Independncia
30.5Segunda Ocupao Persa
31ltimo perodo/Dinastias do ltimo perodo
31.1Vigsima Sexta Dinastia
31.2Vigsima Stima Dinastia
31.3Vigsima Oitava Dinastia
31.4Vigsima Nona Dinastia
31.5Trigsima Dinastia
31.6Trigsima Primeira Dinastia
32ltimo perodo/Dinastias do ltimo perodo/26 Dinastia
32.126 Dinastia
33ltimo perodo/Dinastias do ltimo perodo/27 Dinastia
33.127 Dinastia
34ltimo perodo/Dinastias do ltimo perodo/28 Dinastia
34.128 Dinastia
35ltimo perodo/Dinastias do ltimo perodo/29 Dinastia
35.129 Dinastia
36ltimo perodo/Dinastias do ltimo perodo/30 Dinastia
36.130 Dinastia
37ltimo perodo/Dinastias do ltimo perodo/31 Dinastia
37.131 Dinastia
38Perodo greco-romano
38.1Alexandre Magno
38.2Os Ptolomeus
38.3Perodo Romano
38.4O Egito vivo
39Perodo greco-romano/Dinastia do Perodo greco-romano/Dinastia
Ptolemaica (primeira parte)
40Dinastia Ptolemaica - Parte 1
41Perodo greco-romano/Dinastia do Perodo greco-romano/Dinastia
Ptolemaica (segunda parte)
41.1Segunda parte da dinastia Ptolemaica
42Referncias
42.1Ligaes externas
42.2Bibliografia

Faras da Dcima Primeira Dinastia


(Tebana)

Mentuhotep II

Mentuhotep III (Sankhkare)

Mentuhotep IV (Nebtawyre)

Mentuhotep II

Embora ele tenha reunificado o Egito, isso no ocorreu de imediato, de modo


que ele teve alguns nomes de Hrus.

Antes da guerra Hrus que alimenta o corao das Duas Terras


Depois da guerra Hrus o deus da coroa branca
Depois da unificao Hrus, aquele que uniu as Duas Terras
Mneton o chama
Lista de reis - Nebhepetre, Mentuhotep

Aps a guerra civil que arruinou o primeiro sculo da 11 dinastia,


Mentuhotep tomou a cidade de Nekhen (Heraclepolis) e colocou um ponto
final no domnio dos reis (9 e 10 dinastias) que tentavam assumir o trono
egpcio. Foi uma fase bastante confusa porque havia governantes em diversas
regies, todos ao mesmo tempo.

Este fara manteve a cidade de Tebas como o centro do poder, nunca antes
Tebas foi to importante, porque ele estabeleceu um poder centralizado e pode
ser visto como o primeiro governante do Alto e Baixo Egito, depois de muito
tempo.
Mentuhotep II, esttua, Museu do Cairo

provvel que ele seja o filho ou herdeiro de Inyotef III. Alguns estudiosos
acreditam que ele pode no ter sido herdeiro legtimo do trono, por isso seus
esforos para unir o pas.

Sua esposa principal foi Tem, mas ele teve diversas outras. Foi de sua segunda
esposa, Neferu que nasceu o herdeiro do trono, Mentuhotep III.

Nas inscries mais tardias ele est ao lado de Mens como o segundo
fundador do Estado Egpcio.
Aps o 14 ano de seu reinado os reis de Nekhen (Hieracmpolis) voltaram a
criar problemas e novas revoltas surgiram na provncia de Thinis (onde est
Abidos). Os reis de Nekhen tomaram Abidos e destruiram sua necrpole
durante as lutas. Assim a resposta foi voltar luta e eliminar esses reis rivais,
reconquistar as regies e reestabelecer o controle sobre o pas.

Mentuhotep tambm se voltou para a Nbia e houve muitas batalhas. Os


soldados encontrados sepultados em sua tumba devem ter participado das
campanhas na Nbia.

Alm disso houve outras campanhas, contra os lbios no Delta e os asiticos


no Sinai.

Ao final de tudo Mentuhotep II era de fato e de direito o fara, rei das Duas
Terras e governava do Mediterrneo at a Nbia.

Parece que Mentuhotep II teve um reinado de pelo menos cinqenta anos,


ento, podemos imaginar que aps a unificao, a paz retornou ao pas e junto
com ela, a prosperidade.O fara iniciou muitas construes impressionantes,
entre elas muitos templos dedicados a Montu (o principal deus de Tebas e
deus da guerra) em Medmud, Armant e Tod.

Mentuhotep construiu um grande complexo morturio em Deir el-Bahari e


uma grande pirmide de pedras. Ele foi sepultado numa tumba cortada na
rocha, atrs e sob o templo. No complexo foram construdas as tumbas para
suas esposas e membros da corte. Prximo dele ficam os corpos de mais de 60
soldados mortos em batalhas, suas mortalhas trazem o nome e cartucho de
Mentuhotep II.

H poucas esttuas do fara mas, alguns relevos dos vrios templos que ele
construiu, mostram inclusive Mentuhotep usando a coroa branca do Alto
Egito.

Existem dvidas a respeito do herdeiro legtimo do fara, mas consta como


sucessor seu filho, que recebeu o trono de um pas unido e prspero.

Mentuhotep III Sankhkare (Hrus que alimenta as Duas Terras)

Mneton o chama
Lista de reis - Seneferkare

Seu pai provavelmente era Mentuhotep II e sua me a rainha Neferu. Ele


conhecido como O filho mais velho do rei, baseado nas inscries do templo
morturio de Mentuhotep II.

Mentuhotep III, Museu Boston

Este fara foi beneficiado pela paz que tomou conta do pas aps o governo
glorioso de seu pai, que reinou durante muitos anos. Mentuhotep III deveria
estar na meia idade quando subiu ao trono e reinou durante mais ou menos uns
doze anos.

Manteve a poltica de seu antecessor, defendendo as fronteiras e evitando


invases. Em seu reinado o comrcio se expandiu para alm da Primeira
Catarata. Construiu fortalezas no norte, atravs das fronteiras orientais do
Delta.

Alm dos muitos templos que construiu, a arte em seu reinado foi muito
sofisticada. Os entalhes em pedra, a sutileza dos retratos, os detalhes das
roupas nos relevos, a estaturia, tudo demonstra a elegncia e habilidade dos
artistas.
Embora parea que seu reinado foi muito positivo, e preciso registrar que, um
homem chamado Hekanakht, que foi sacerdote de cultos funerrios em Tebas,
conta, em sua correspondncia que houve fome naquela regio.

Mentuhotep III foi sepultado, provavelmente, ao sul do monumento de seu pai


em Deir el-Bahari. Ao que parece, seu templo morturio no foi terminado e
no h inscries. Ele foi sepultado numa tumba prxima ao monumento de
seu pai. um mistrio porque um fara que deixou tantas construes
monumentais no terminou seu templo morturio.

possvel que tenham existido dois outros reis entre Mentuhotep III e seu
filho Mentuhotep IV, se for o caso, esse filho no era o herdeiro e pode ter
usurpado o trono.

Mentuhotep IV Nebtawyre (Hrus o Senhor das Duas Terras)

Mneton o chama
Lista de reis -

Mentuhotep IV foi o ultimo rei da 11 dinastia, ele era, provavelmente o filho


de uma mulher chamada Imi, esposa secundria de Mentuhotep II ou III.

Este fara no encontrado na maioria das listas de reis. No Cnone de


Turim, ele consta como tendo reinado apenas sete anos no final da dinastia,
logo aps Mentuhotep III.

Infelizmente no existem imagens desse fara em relevos ou em esttuas.


Durante o segundo ano do seu reinado, ele organizou uma expedio s minas
de Wadi Hammamat, que fica a nordeste de Tebas, entre Coptos e o Mar
Vermelho. Ali existem 19 inscries deixadas pelos membros da expedio,
que so o nico registro do reinado de Mentuhotep IV.

Esta expedio foi comandada pelo vizir chamado Amenemhat e muitos


estudiosos acreditam que ele possa ter sido o rei Amenemhat I. Foi encontrado
um prato de pedra em Lisht que traz os nomes de Amenemhat I e Mentuhotep
IV, o que pode ser indicativo de que o fara j tinha a inteno de que
Amenemhat fosse seu sucessor.

Ao fara Mentuhotep IV creditada a fundao da cidade de Kuser na costa


do Mar Vermelho, que funcionava como um porto para a construo dos
navios que seriam enviados a Punt. A maior parte das obras foi vistoriada pelo
mesmo Amenemhat, o vizir do fara.

Como ele no consta da maioria das listas dos reis, alguns presumem que ele
foi um usurpador, at porque nada se sabe sobre sua famlia. Mas, alguns
estudiosos acreditam que o templo de Tebas, prximo ao da rainha
Hatshepsut, que sempre foi creditado a Amenemhat I pode ter pertencido a
Mentuhotep IV (seria ento a nica construo creditada a ele).

O fato , que parece que este fara morreu sem deixar herdeiros ou foi
destronado por seu vizir Amenemhat. Pode ter ocorrido uma guerra civil com
a tomada do poder por Amenemhat ou ele pode apenas ter assumido o trono,
indicado pelo fara e sido aceito pelo povo.

Faras da Dcima Segunda Dinastia


Algumas informaes histricas sobre a 12 Dinastia nos chegaram atravs de
um conjunto de registros oficiais chamado Genut, ou O Livro dos Dias.

Eles foram encontrados num templo em Tod. Esses textos descrevem o dia a
dia no palcio real. Um conjunto extremamente importante deles foi
encontrado em Mit Rahina(Mnfis), que descreve as doaes aos templos,
lista as esttuas e prdios, registra as expedies militares e as comerciais.
Registra at mesmo atividades como as caadas, feitas pela famlia real.

barca, Mdio Imprio

Amenemhet I (Sehetepibre)

Senusret I (Kheperkare)

Amenemhet II (Nubkaure)

Senusret II (Khakheperre)

Senusret III (Khakaure)

Amenemhet III (Nimaatre)

Amenemhet IV (Maakherure)

Neferusobek (Sobekkare)

Amenemhet I Sehetepibre (Hrus que satisfaz o corao das Duas


Terras)
Mneton o chama Ammanemes, Ammenemes
Lista de reis -

Amenemhet I foi o primeiro fara da 12 Dinastia. Com certeza ele no era de


linhagem nobre, afinal mais provvel que ele fosse o vizir do fara
Mentuhotep IV. Pode ser que o fara no tenha tido herdeiros e que seu vizir
de alguma forma tenha assumido o trono, talvez ele fosse uma espcie de co-
regente.

Ele era filho de um sacerdote chamado Senusret e de uma mulher de nome


Nefret, de Elefantina prximo moderna Assu de acordo com uma inscrio
em Tebas, portanto, suas origens remontam ao sul do Egito.

Ele considerado o primeiro rei da dinastia porque, com a morte de


Mentuhotep IV, acabou a dinastia dos reis tebanos.

relevo que pertenceu ao templo funerrio do fara

Em seu reinado ele transferiu o centro administrativo do governo para


Itjtawyamenemhet (Amenemhet o chefe das duas terras), provavelmente como
uma das medidas para retirar dos nomarcas todo poder adquirido desde o
primeiro perodo intermedirio. A cidade ficava prxima do osis de Fayum,
ao sul de Mnfis, foi neste local que ele construiu sua pirmide.

Politicamente, ele prosseguiu a guerra contra os lbios e asiticos. No Sinai


ergueu o Muro do Prncipe, para defender as fronteiras egpcias.

Talvez por ter subido ao trono sem ter sangue real, Amenemhet criou a co-
regncia, ou seja, seu filho sendo o co-regente assegurava o direito ao trono e
tambm estava aprendendo enquanto governava junto do pai.

Suas obras foram muitas em Tanis, Coptos, Abidos, Mnfis, Dendera e outros
lugares. Pelo fato de ser do sul, acredita-se, que o culto a Amon prevaleceu no
seu reinado.

Embora fosse um rei sbio, que protegeu as fronteiras, corrigiu os problemas


polticos, assegurou a sucesso, parece que ele foi morto numa conspirao do
harm enquanto seu filho liderava os exrcitos na Lbia. Isso contado em
dois trabalhos literrios, O conto de Sinuhe e As instrues de Amenemhet I.

*Senusret I Kheperkare (Hrus vivendo nos nascimentos)


Mneton o chama Sesonchosis, Sesonchosis
Lista de reis -

Subiu ao trono aps o assassinato de seu pai, Amenemhet I. No se sabe


porque o fara foi assassinado, uma vez que, a sucesso estava garantida por
Senustret, que foi feito co-regente no vigsimo ano de reinado de Amenemhet
I. Quando da morte de seu pai, ele estava firmemente estabelecido como
herdeiro e subiu ao trono sem dificuldades.

Muitas vezes veremos grafado o nome desse fara, em grego, como Sesstris.

Sua me era, provavelmente Neferytotenen, uma das esposas principais de


Amenemhet I.

Senusret I casou-se com a rainha Nofret, que foi a me de seu herdeiro


Amenemhet II. O fara tornou seu filho co-regente apenas trs anos antes de
sua morte. H uma estela que registra o fato e est no Museu Britnico (estela
de Simontu).

Senusret I deve ter sido co-regente de seu pai, pelo menos, por uns dez anos e
governou o Egito numa fase em que a literatura e as artes estavam em grande
desenvolvimento. Foi um perodo de riqueza e podemos avaliar pelas jias
encontradas nas tumbas das mulheres nobres em Dashur e Lahun, que a
ourivesaria atravessava uma fase de grande sofisticao. Deve ter havido
muita minerao, tanto para suprir a joalheria como a escultura, na verdade,
foi tempo de grande prosperidade e estabilidade.

raro pilar do fara Senusret I

Atravs de cartas de um velho fazendeiro chamado Hekanakhte e de uma


inscrio na tumba de um nomarca chamado Amenemhat (em Beni Hassan)
ficamos sabendo que houve fome em alguma poca no reinado de Senusret I.

O fara prosseguiu a poltica de expansionismo como havia feito seu pai, na


Nbia. Chegando at a Segunda Catarata, estabeleceu a fronteira do Egito na
fortaleza de Buhen, onde colocou uma guarnio militar e uma estela da
vitria. Parece que muitas dessas expedies militares eram lideradas pelo
prprio fara.

Seu controle sobre a Nbia, na verdade, ia at a Terceira Catarata porque


inscries atribudas a Senusret I foram encontradas na ilha de Argo, ao norte
da atual Dongola.

Agora j havia pelo menos treze fortificaes protegendo as fronteiras do


Egito at Buhen ao sul. No norte, ele protegeu a regio do Delta dos invasores
lbios e estabeleceu o controle sobre os osis no deserto Lbio.

Com a Sria e a Palestina ele estabeleceu uma poltica de diplomacia e


comrcio.

Senusret I tambm deu muita ateno ao culto de Osris que floresceu no pas.
Osris era um deus popular e assim parece que o fara chegou mais perto do
povo. Como grande construtor que foi, ele embelezou os maiores templos,
fundou o templo de Ipet sut (Karnak) e reconstruiu o templo de Aton-Ra em
Helipolis. Nesse ltimo mandou erguer dois obeliscos por ocasio de seu
jubileu, e um deles permanece como o mais velho obelisco de p no Egito.
Tambm construiu o templo chamado Capela Branca (que foi reconstrudo
em Karnak no museu a cu aberto). Remodelou o templo de Khenti-amentiu-
Osiris em Abydos. Mandou erguer estelas memoriais, templos e cenotfios.

Mesmo com toda essa construo e remodelao de templos, o fara no


descuidou da poltica de seu pai, que era consolidar e centralizar o poder,
assim foi construindo templos para cada culto por toda a terra do Egito.

Precisando de matria prima para construo, ele mandou expedies em


busca de pedras e alabastro ao Sinai, Hatnub e Wadi el Hudi. Uma delas
extraiu tanto que deu para fazer sessenta esfinges e cento e cinqenta esttuas.
No Museu Egpcio de Antiguidades h uma coleo das que sobreviveram.

Em Lisht, perto de Tjtawyamenemhet ele construiu seu monumento funerrio,


uma pirmide chamada Senusret Olha para as Duas Terras, prximo
pirmide de seu pai.

H dez pirmides auxiliares, nove das quais so tumbas de suas esposas. Uma
delas para a Rainha Nofret I cujo nome aparece num cartucho a primeira
vez que um no-fara traz seu nome inscrito num cartucho. Toda essa
construo hoje est abaixo do lenol dgua e nunca foi investigada por
mtodos modernos de pesquisa arqueolgica.

Amenemhet II Nubkaure (Hrus aquele que est honrado com


Maat)
Mneton o chama Ammanemes, Ammanemes
Lista de reis -

Filho de Senusret I com uma de suas esposas principais Nofret I. Como


fizeram seu av e seu pai, ele foi co-regente durante uma parte do reinado de
seu pai.

No h certeza mas parece que Amenemhet II casou com Mereret I.

O conhecimento sobre o reinado de Amenemhet II vem dos documentos


encontrados sobre ele, inclusive os, j comentados acima, textos do Genut,
ou O Livro dos Diasencontrados em construes pertencentes ao fara.
Parece que ele governou junto com seu pai por pouco tempo mas dirigiu uma
expedio Nbia nessa poca.

Seu reinado conhecido por consolidar a poltica de seus antecessores


fazendo diplomacia e comrcio com outros povos. Foram encontradas jias
com seu nome em Biblos, no Lbano e em compensao os governantes de
Biblos deixaram inscries em hierglifos fazendo referncias aos deuses
egpcios.

Amenemhet II, Louvre

Tambm foram encontrados, no templo de Montu em Tod, quatro caixas de


bronze com o nome de Amenemhet II que estavam cheias de taas de prata do
Levante e do Egeu. Tambm havia selos cilndricos e amuletos de lpis lazuli
vindos da Mesopotmia.

Tambm do reinado de Amenemhet II o conto O marinheiro do navio


naufragado, uma histria muito interessante que menciona o fara.

A grande falha do seu governo foi permitir que os nomarcas voltassem a


herdar seus nomos, coisa que seus antecessores haviam impedido, eles
mesmos indicando os nomarcas para seus postos, para manter a centralizao
do governo e despoj-los de seus poderes. Amenemhet II permitiu que os
nomarcas se aproveitassem para usar ttulos e para agirem como se fizessem
parte da corte. Em troca, eles deveriam proteger as fronteiras, acompanhar o
rei nas expedies e agir como seus enviados.
Parece que Amenemhet II j usava a ttica de enviar os filhos dos nomarcas
para fazer treinamento com o pessoal do prprio fara, antes de serem
mandadas a diversos postos para servirem ao Egito. Isso tirava muito do poder
dos governadores locais, pois os filhos j no eram criados dentro de uma
poltica local e sim do pas.

No se sabe quase nada sobre obras feitas por Amenemhet II, exceto sua
pirmide, pode ser que alguns projetos seus tenham sido usurpados.

A pirmide foi construda em Dashur, os dois faras que o antecederam


construram suas pirmides em Lisht perto do Fayum. Ele tambm tem seu
nome numa estela encontrada em Wadi Um Balad, num portal em Hermpolis
e numa grande esfinge que hoje est no Museu do Louvre. Tambm
mencionado em diversas inscries perto de Assu junto com seu filho.

Senusret II Khakheperre (Hrus que lidera as Duas Terras)

Mneton o chama Sesostris


Lista de reis -

Senusret II ou Sesstris II seu nome grego, sucedeu seu pai aps uma breve
co-regncia e parece que fez o mesmo com seu filho, uma breve co-regncia e
parece que fez o mesmo com seu filho, uma vez que era bem mais fcil a
sucesso dessa forma.

Senusret II alargou as fronteiras do Egito profundamente dentro da Nbia com


muitas campanhas militares. Manteve relaes de comrcio com a sia,
minerao e extrao de pedras na Nbia e no Sinai.

peitoral de SenusretII

Politicamente seu maior feito foi criar bases para uma economia estvel e
forte no pas. Seus conflitos com nomarcas quase sempre eram resolvidos
diplomaticamente.

Sua pirmide foi construda em Lahun ao sul do Fayum. Mais tarde a pirmide
de Senusret II foi destruda por Ramss II (19 Dinastia).
O mais interessante que foi encontrada pelos arquelogos a vila habitada
pelos artesos e suas famlias, que eram os responsveis pelas obras da
pirmide. Foi a primeira vez que houve esse tipo de descoberta.

No complexo pertencente famlia do fara nada foi encontrado, com certeza


todas as tumbas j haviam sido roubadas, exceto a de uma filha do rei,
chamada Sit-Hathor-Unut onde havia um tesouro em jias. Mais de dez mil
contas, centenas de anis, braceletes, tornozeleiras de ouro, uma coroa e
outros artigos de toalete.

Tambm foi descoberto um grupo de esttuas, usurpado por Ramss II,que


mostra Senusret II forte e vigoroso com um rosto firme e ombros musculosos.
Esse foi um perodo em que a arte da estaturia alcanou um nvel muito alto
e isso observado inclusive nas esttuas encontradas em tumbas no
pertencentes famlia real.

A esposa principal de Senusret II era Khnumetneferhedjetweret (Weret), cujo


corpo foi encontrado numa tumba sob a pirmide de seu filho Senusret III em
Dashur.

Senusret III Khakaure (Hrus figura divina)

Mneton o chama Sesostris


Lista de reis -

Senusret III foi certamente o filho de Senusret II e sua me


foi Khnumetneferhedjetweret (Khanumet, Weret), cuja mmia foi encontrada
numa tumba prxima a pirmide de Dashur. Sua esposa principal tinha por
nome Mereret e seu filho foi Amenemhet III.

Militarmente, Senusret III liderou uma campanha contra a Palestina e foram


encontrados textos chamados Textos de Execrao.

perfil de trs esttuas do fara Senusret III, Deir el-Bahri

Esses textos foram encontrados na Nbia e no Egito, inscritos em figurinhas


mgicas ou em argila e se referiam aos inimigos do Egito. Esses objetos eram
em geral, esmagados de maneira ritual e os fragmentos colocados sob as
fundaes de uma nova construo. Talvez para simbolicamente destruir o
objeto da maldio, em geral os asiticos, assim descobrimos que esse fara
tinha uma poltica violentamente anti-asitica.

Durante seu reinado houve quatro campanhas militares contra a Nbia, que
foram brutais, muitos homens mortos, mulheres e crianas escravizadas, poos
envenenados e campos queimados. Ele reforou tambm as fortificaes ao
sul da fronteira. Foi o fara que estendeu as fronteiras do Egito mais para o
sul. Est documentado tambm, que o fara liderou pessoalmente a campanha
da Sria.

Senusret III foi um rei que se preocupou com a classe mdia, a quem procurou
dar boas condies de vida, os fazendeiros, mercadores, artesos e
comerciantes foram contemplados com sua ateno e viram sua influncia
aumentar neste reinado. Isso era bom porque eles saam da esfera de
influncia dos nomarcas, e assim o fara finalmente conseguiu tirar dos
nomarcas o poder que ainda retinham. Ele dividiu o pas em trs regies
administrativas, especialmente criadas para limitar os poderes individuais e
fortalecer o governo central.

Fisicamente Senusret III deve ter sido uma figura impressionante, com mais
de 1,80 metro de altura, assim Mneton o descreve, e um grande guerreiro.

Antes de Senusret III, os faras eram mostrados em esttuas, como homens


jovens e fortes, a verso do rei idealizado. Esse fara quebrou as regras e
mostrado como um homem idoso, pelo menos, seu rosto de um homem
idoso, com rugas e bolsas sob os olhos. O corpo ainda de um jovem, mas
pelo rosto podemos ter uma amostra do verdadeiro rei. Talvez isso mostre que
houve mudanas, tanto na arte, evitando as representaes rgidas da figura
real, como ideolgicas, humanizando a figura do fara. Nas esttuas
observamos que o fara deus j no existe e sim o fara como um lder, com
qualidades humanas.

Suas obras foram muitas, em Abidos ele reformou o templo de Osris, adornou
o templo de Mentuhotep II com seis esttuas em tamanho real de granito, de si
mesmo usando o nemes. Embora seus interesses maiores estivessem ao norte
do Egito, ele ajudou a manter muitos sacerdotes de Amon no Alto Egito, em
Tebas. Tambm construiu um grande templo para Montu, o antigo deus da
guerra tebano.

A pirmide de Senusret III foi construida em Dashur. Nas escavaes foram


encontradas as tumbas da rainha Mereret sua esposa, da princesa Sit-Hathor
sua irm e de sua me. De toda forma, os egiptlogos no acreditam que
Senusret III tenha sido sepultado nessa pirmide.
Ele construiu tambm um complexo morturio em ao sul de Abidos, com uma
tumba subterrnea enorme, cujo nome era Duradouros so os lugares de
Khakaure demonstrados em Abidos.

Amenemhet III Nimaatre (Hrus Grande Poderoso)

Mneton o chama Lachares, Lamares, Lamaris, Lampares


Lista de reis Nimaatre

Este foi o ltimo dos grandes faras do Mdio Imprio. Ele dividiu o trono
com seu pai como co-regente pelo menos por algum tempo antes da morte de
Senusret III.

Amenemhet III construiu sua pirmide em Dashur, mas ela comeou a ruir
logo que foi terminada, ento ele mandou construir outra perto do Fayum,
em Hawara.

Em Hawara, o esplendor e a complexidade de seu templo morturio o


tornaram conhecido como Labirinto. Os grandes, Herdoto (que visitou o
local no sculo 5 a.C),Diodorus Siculus, Strabo e Plnio, todos fazem
referncia a essa estrutura.

Amenemhet III

A cmara funerria central da pirmide, feita em um nico bloco de granito,


deve ter pesado 110 toneladas. Essa pirmide foi uma das maravilhas da
antiguidade e um dos locais mais visitados no mundo antigo. Herdoto afirma
que contou 3 000 cmaras no complexo funerrio da pirmide.

O historiador Strabo conta que as ante salas da pirmide eram tantas quantas
as provncias do Egito (42) e cada uma homenageava seu deus principal.
Tambm so mencionadas as galerias subterrneas para o deus local,
o crocodilo Sobek, mas nunca foram encontradas.

De acordo com Diodorus, Ddalo ficou to impressionado pelo templo, que


construiu seu prprio labirinto para Minos em Creta, baseado no templo de
Amenemhet III.
A regio do Fayum teve muito a agradecer pelo desastre da primeira pirmide,
porque o fara voltou sua ateno para a parte da agricultura e economia
locais. Fundou templos e construiu esttuas.

As construes nessa regio, alm de sua pirmide, incluem o Templo de


Sobek (o principal deus do local), a capela para Renenutet (deusa das
colheitas) em Medinet Maadi. Ele tambm construiu uma barragem para
regular a vazo de gua no grande lago Birket Qarun e para comemorar
mandou erguer duas esttuas suas, colossais, como se estivesse olhando para o
lago.

Esse fara era to ligado regio do Fayum que provvel que durante a era
greco-romana, quando houve uma reativao na rea, Amenemhet III fosse
adorado como um deus de nome Lamares.

Fora da regio do Fayum, ele construiu o templo de Quban na Nbia e


expandiu o templo de Ptah em Mnfis.

Amenemhet comandou muitas escavaes em busca de pedras, teve especial


interesse nas minas de turquesa no Sinai, em Wadi Hammamat, onde h
alabastro, na Nbia em busca de diorito, em Tura, por causa de sua pedra
calcria especial.

No seu reinado, Amenemhet III teve paz, graas s atividades militares de


seus antecessores, portanto, a no ser reforando as fronteiras, no houve
campanhas militares. Esse fara construiu muito, foi grande poltico e
organizou a administrao do pas, seguindo as bases de seu pai.

Havia toda uma burocracia que impedia que os governantes locais possussem
muito poder. Ele prosseguiu as relaes diplomticas com outros povos,
dizem que era muito respeitado de Kerma at Biblos. Durante seu reinado,
muitos trabalhadores, incluindo camponeses, soldados, artesos, vieram para o
Egito trabalhar nas construes.

possivel que a economia tenha declinado no final do seu reinado, devido a


essa febre de construes aliada s baixas enchentes do Nilo. Pode ser
tambm, que muitos desses trabalhadores estrangeiros fossem os asiticos e
tenham encorajado os chamados hiksos a se estabelecerem no Delta.

O fara deve ter sido sepultado em sua segunda pirmide, em Hawara.

Amenemhet IV Maakherure (Hrus, mltiplas transformaes)


sarcfago em Mazghouna 1911, Petrie

Mneton o chama Amemmenes


Lista de reis

Provavelmente foi o filho de Amenemhet III e foi co-regente junto com o pai.
O templo de Medinet Madi no Fayum foi construdo provavelmente pelo pai e
o filho juntos.

Seu pai teve um longo reinado, portanto quando Amenemhet IV assumiu j


era um homem de meia idade.

No teve herdeiros e foi sucedido no trono por sua irm Neferusobek e


possvel que fosse casado com ela e no tenham tido herdeiros.

Pelas inscries encontradas, acredita-se que ele manteve foras egpcias na


Nbia, pelo menos para proteger as fronteiras.

No se sabe quase nada sobre esse fara. possvel que ele tenha construdo o
complexo de Mazghuna, onde foi encontrado um sarcfago de quartzito, mas
no foram encontradas inscries e at agora (2009) no temos nenhuma nova
descoberta.

Neferusobek Sobekkare (Hrus, amado de Ra)

Mneton a chama Scemiophris


Lista de reis Sobeneferure

Neferusobek
Ou Sobekneferu depende de como so lidos os hierglifos, foi uma das
poucas rainhas que reinou no Egito e acredita-se que ela reinou por quatro
anos.

No se conhece o local onde foi sepultada, embora muitos acreditem que foi
em Mazghouna, numa pirmide parcialmente construda prxima a de seu
marido e irmo Amenemhet IV.

Ela provavelmente era filha de Amenemhet III e deve ter se casado com seu
irmo (ou sobrinho) Amenemhet IV. Aps a morte do marido, sem herdeiros
para ocupar o trono, ela se tornou rainha.

Seu nome consta da lista de reis de Karnak, Saqqara e Abidos. Esse fato nos
d uma pista para entender que ela no foi considerada apenas regente ou
usurpadora. Ela reconhecida como rei por direito. a primeira mulher a usar
o ttulo de fara.

Neferusobek combina a representao masculina do fara, com detalhes que a


definem como uma mulher. Nas esttuas onde usa o nemes(touca formal dos
faras) ela usa tambm o vestido tradicional das mulheres.

Esta rainha deve ter sido a responsvel pela criao do centro religioso no
Fayum, chamado Shedet, em honra do deus crocodilo Sobek, por isso, se
acredita que os sacerdotes de Sobek tenham apoiado sua ascenso ao trono.

Parte de um colar ritual na forma do deus crocodilo Sobek

O centro de seu governo foi nas cidades de Mnfis e Helipolis. Temos o


registro de seu nome em monumentos e fragmentos relacionados ao templo
morturio de Amenemhet III em Hawara. H cinco esttuas, trs delas sem a
cabea que foram descobertas no Fayum bem como outros itens com seu
nome, escaravelhos, selos e contas.

Tambm h uma inscrio que registra a inundao do Nilo numa fortaleza da


Nbia em Kumma, h o registro de 1.83 metros (o que muito pouco), no
ltimo ano de reinado de Neferusobek.

Ela conhecida como o ultimo fara do Mdio Imprio antes da agitao que
marca o segundo perodo intermedirio. a ltima a aparecer na lista de
Abidos e de Saqqara, no se sabe porque ela ficou separada dos reis que a
seguiram com pequenos reinados.
Mdio Imprio/Dinastias do Mdio
Imprio 13 dinastia
Dinastia 13
Dcima-Terceira Dinastia
A 13 dinastia est dentro do Mdio Imprio mas tambm poderia pertencer ao
Segundo Perodo Intermedirio, porque foi uma fase em que o governo
centralizado se despedaou.

Esta no uma dinastia tradicional, uma vez que houve diversos reis cada
qual governando de um local. Assim tambm houve muita rivalidade e
disputas pelo trono do Egito.

Novamente o poder estava rompido.

A 13 dinastia durou por volta de 150 anos mas nela houve por volta de 65 reis
ou mais. A capital poltica permaneceu em Itj-tawy mas o governo
propriamente dito, estava espalhado por todo lado.

A maior parte dos reis dessa dinastia no est devidamente registrado, alguns
podem ter sido estrangeiros ou pessoas sem sangue real. Apenas
temos Neferhotep I, seu filhoSit Hathor e seu irmo Sebekhotep IV como reis
registrados.

A cronologia desse perodo uma mistura difcil de organizar, dezenas de reis


so colocados em ordens variadas de acordo com cada tipo de documentao.
Muitos so desconhecidos embora seu nome conste do Cnone de Turim.

O Cnone de Turim possui 57 fileiras com nomes e fragmentos de 50


governantes mais 12 possveis de serem colocados nas fileiras 15-19 e 49-55.
A durao para essa dinastia estimada em 150 anos, de modo que cada
reinado teria durado por volta de trs anos.

Faras da Dcima-Terceira Dinastia


Conhecidos apenas no Alto Egito e que no esto presentes no Cnone de
Turim so:

Mentuhotep VI
Djehuty
Neferhotep III
peitoral feito de ouro, electrum, cornalina e vidro, 13 dinastia

Nebiryraw I
Smenre
Bebiankh
Snaaib
Monthemsaf
Senwosret IV
Nebmaatre
Dedumose I-II
Wepwawemsaf
Pantjeny

Baseado no Cnone de Turim e em outros documentos, o egiptlogo


dinamarqus Kim Ryholt publicou em 1997 a sugesto abaixo para a
cronologia desta dinastia.

cartucho de Sobekhotep I, Abidos

Sobekhotep I

O fundador da dinastia, est registrado como o primeiro rei do sexo masculino


a incluir o deus crocodilo no seu nome. Deve ter sido o filho de Amenemhet
IV da 12 dinastia embora no Cnone de Turim conste na 19 posio.

Seu nome est presente em inscries em papiros, em algumas pedras de


construes e na lmina de um machado cuja provenincia se desconhece.

Sekhemkare Sonbef

possivel que tenha sido filho de Amenemhet III e existe uma confuso entre
ele e Amenhemhet V. So reis efmeros.
Amenemhet Sonbef

Este rei o nmero dois do Cnone de Turim e possivelmente sucedeu seu


irmo Sobekhotep I.

Foi encontrada uma estela com seus nomes e o deus do Nilo, Hapi. Um
cilindro com o selo trazendo seu nome tambm foi usado durante seu pequeno
reinado.

Amenemhet V

Existe uma confuso entre esse rei e Sekhemkare Sonbef. De acordo com o
Cnone de Turim ele foi o terceiro rei dessa dinastia.

Do perodo em que reinou no h nada, nem selos, nem monumentos, a nica


coisa que restou foi o seu nome escrito num papiro e uma esttua quebrada em
duas partes, feita de uma pedra dura cinza esverdeada. Ela foi encontrada na
rea do templo de um antigo forte em Elefantina, Assu. A identificao
positiva foi feita no final dos anos 1990 quando o nome do rei foi descoberto,
inscrito em alguns dos muitos fragmentos do corpo da esttua que combinava
perfeitamente com a outra parte.

O estilo artstico remonta 12 dinastia e sua expresso parece mais alegre do


que os rostos de alguns faras da dinastia anterior.

Amenyqemau

At 1957 este era um rei totalmente desconhecido at que uma equipe


americana trabalhando em Dashur, encontrou uma estrutura de tijolos baixa e
bastante cheia de entulhos.

Embaixo havia uma outra estrutura que determinava que ali havia uma
pirmide ainda desconhecida. O proprietrio era o rei Ameny Kemau
identificado pelos fragmentos de seus jarros canopos, um ilustre desconhecido
da 13 dinastia e difcil de ser colocado na longa lista de reis efmeros deste
inicio do segundo perodo intermedirio.

No Cnone de Turim aparece um rei cujo nome Se-hotep-ib-Re, que reinou


durante um ano, pode ser este rei de que tratamos. H tambm a possibilidade
que seja o filho de Amenemhet V.

Em 1968 houve outras escavaes para melhor documentar essa pirmide,


mas hoje ela est completamente destruda e os visitantes de Dashur sequer se
do conta de que ali houve uma pirmide.

Sobekhotep II
Talvez tenha sido o filho de Sobekhotep I. Ele foi o segundo homem de uma
lista de sete reis a usar o nome Sobekhotep, homenageando o deus crocodilo.

Sobekhotep II identificado no Cnone de Turim entre o pouco conhecido


Amenemhet VII (Sedjefkare) e o mais conhecido Khendjer.

Em seu governo, fez acrscimos no templo de Mentuhotep I em Tebas e


Medamud. H uma esttua de granito vermelho, que o mostra sentado no
trono. Seu nome tambm foi registrado num bloco de pedra do altar de uma
capela em Abidos e numa coluna que est no Museu Petrie. Nada se sabe
sobre sua tumba.

Hor I

esttua de Hor

Este um rei bastante registrado. Em Hawara, no lado norte da pirmide de


Amenemhat III existe uma pequena tumba onde Hor I foi sepultado.

Entre outras coisas foi encontrada uma esttua de madeira do rei em tamanho
natural. Hoje ela est no Museu do Cairo e considerada uma obra prima.

Esta esttua representa o Ka do rei, um companheiro invisvel que caminha


com cada ser humano durante a vida assim como na morte. Acredita-se que
tomava posse do corpo mumificado e era simbolizado como nos hierglifos,
dois braos erguidos sobre a cabea.

Os olhos so feitos de vidro branco e azul, uma cor rara para os olhos dos
egpcios.

A tumba estava intocada e continha a mmia com o sarcfago de madeira e


alguns equipamentos funerrios, incluindo uma arca tambm de madeira.
Wegaf

Em algumas listas este rei consta como o primeiro da dinastia, o Cnone de


Turim diz que ele reinou durante dois anos, trs meses e vinte e sete dias.

Wegaf deve ter reinado a partir de Itj-tawy e foi um dos primeiros de uns dez
reis a tentar estabelecer regras para governar o pas.

Poucas coisas sobraram de Wegaf e apenas um selo escaravelho, registra esse


rei como comandante do exrcito do Egito antes de governar. H tambm
duas estelas em Karnak e na Nbia perto da segunda catarata, uma estatueta e
uma estela no Museu de Kartum no Sudo.

Uma ostraca da ilha de Elefantina em Assu mostra o nome de Wegaf junto


do nome do rei Senwosret (no se sabe de qual deles) alm disso h uma
esttua do rei no Museu do Cairo.

Khendjer

reconstruo livre do complexo de Khendjer

Seu complexo morturio com a pirmide foi descoberto bem ao sul da


necrpole de Saqqara em 1929 mas s foi identificado dois anos depois. No
fosse isso nada mais se saberia sobre este rei.

Quando seu nome foi encontrado numa estela houve uma confuso acerca do
seu nome, pois foi usado outro nome de trono. Depois os estudiosos chegaram
a concluso de que ambos os nomes, pertenciam ao mesmo rei da estela
encontrada em Saqqara e mencionado no Cnone de Turim.

Do seu templo morturio restam partes de relevos e do piso da entrada.


Felizmente fragmentos de colunas inscritos com seu nome permitiram
identificar o dono da construo.

Muitos pedaos de granito negro que formavam o piramidion (topo da


pirmide) foram encontrados razoavelmente preservados e foram
reconstrudos. Esto inscritos com o nome de trono do rei, Userkare.

H tambm uma capela na parte norte construda contra a lateral da pirmide,


onde h fragmentos de relevos, cenas de oferendas e outras. A noroeste h
restos de uma pequena pirmide auxiliar subterrnea talvez construda para
sua primeira rainha, alm de outras tumbas para membros da famlia.

Tudo isso foi encontrado interminado em finais de 1920, talvez esse local
nunca tenha sido usado para sepultamentos.

Uma inscrio no sarcfago encontrado na tumba abaixo da pirmide da


rainha indica a durao do pequeno reinado de Khendjer quatro anos.

Alm de sua tumba o que sobrou deste rei foram trs estatuetas, trs selos
cilndricos com seu nome, alguns selos escaravelhos e uma estela.

coluna papiriforme com o nome de Sobekhotep III, templo de Montu, Medamud

Se conforme seu nome indica, Khendjer veio de fora do Egito (seu nome
semtico), ele talvez tenha sido reconhecido como o primeiro rei de origem
no-egpcia.

Sobekhotep III

Este rei est listado no Cnone de Turim no nmero 19 de uma grande lista de
governantes.

Ele no tinha sangue real e seus pais (registrados numa inscrio num templo)
eram pessoas comuns.

Embora tenha governado por pouco tempo existem muitos artefatos de seu
reinado, entre eles mais de 30 selos escaravelhos.

Sua famlia ficou registrada embora no fosse real e os nomes de duas de suas
rainhas so conhecidos, Senebhenas e Neni. Mais tarde ele teve uma filha de
nome Jewetibaw cujo nome foi encontrado num cartucho.

Restos de seus monumentos foram encontrados em el Kab e Lisht. H um


altar na ilha Sehel em Assu com seu nome, tambm um cabo de machado e
uma pequenina conta de ouro. H uma representao de Sobekhotep III como
esfinge de pedra (Museu Egpcio) e uma esttua dedicada ao deus criador
Khnum no Museu de Estocolmo.

Neferhotep I, Museu de Bolonha

Neferhotep I

o primeiro rei de uma srie de muitos usando esse nome que significa beleza
e satisfao. Ele era o irmo mais velho do prximo rei, Sobekhotep IV.

O hierglifo que significa satisfao um pedao de po sobre uma esteira o


que indica a seriedade com que os egpcios viam sua comida.

Ele est listado como nmero 27 no Cnone de Turim.

Neferhotep I descendia de uma famlia de militares sem nenhum sangue real e


possivelmente originria de Tebas. O nome de sua rainha era Senebsen e
parece que eles moravam na capital de onde o rei governava o
pas, Itjtawy perto de Lisht, no Fayum, mdio Egito.

Na ilha de Sehel, Assu, o nome de Neferhotep I foi gravado na rocha em sete


oportunidades. Ele deixou duas estelas em Abidos e outra foi encontrada em
Biblos, Lbano. Seus selos escaravelhos so mais de 60 e h tambm dois
selos cilndricos.

Deste rei temos trs esttuas, uma em Elefantina, Assu e duas no templo de
Karnak, Tebas.

Seu sucessor foi o irmo mais novo Sobekhotep IV e talvez eles tenham
governado juntos por um perodo, porque h muitos monumentos trazendo
inscritos os nomes dos dois.
esttua de Sobekhotep IV, Louvre

Sobekhotep IV

No Cnone de Turim ele est colocado na posio 21.

Sobekhotep IV foi um dos reis mais poderosos desta dinastia e conhecido


por ter enviado tropas para a Nbia a fim de proteger as fronteiras ao sul.

Do seu reinado existe uma bela esttua em que se pode observar a aparncia
de Sobekhotep IV, no estilo do Imprio Mdio, com orelhas grandes, est hoje
no Museu do Louvre.

Diz a histria que ele era o irmo mais novo de Neferhotep I ao qual ele
sucedeu. Talvez seu pai fosse um sacerdote e h uma chance de que sua me
fosse neta de Amenemhet III da 12 dinastia.

Sua rainha era Tjan e aps a morte de Sobekhotep IV, ela deixou uma
inscrio onde conta como foi para Helipolis e estudou os velhos textos e
como levou a esttua do deus Osris numa procisso. A histria termina na
antiga capital, em Abidos, na chamada Tumba de Osris onde os sacerdotes
fizeram uma encenao religiosa.

Importante citar que foi durante o reinado de Sobekhotep IV que os hicsos


aparecem na histria, tomando o controle de Avaris, no Delta. A partir da eles
conquistam o trono e despedaam o pas.
Sobekhotep V

Sobekhotep V

Este rei era um governante de Tebas e provavelmente filho do rei anterior,


usando o mesmo nome (e o nmero 5). dito que ele teve um filho que
tambm usou o mesmo nome.

O Cnone de Turim o registra como nmero 25, reinando um perodo de


quatro anos.

Praticamente nada se sabe sobre Sobekhotep V e o que sobrou foram 10 selos


escaravelhos e um cilindro e uma estatueta encontrada em Kerma, na Nbia
hoje no Museu de Berlim. Isso indica que embora o Egito estivesse
enfraquecido, ainda possua influencia e talvez o controle sobre regies
remotas da Nbia.

Wahibre

Temos para este rei dois outros nomes, Iaib ou Ib-iaw, como foi encontrado
em seu cartucho.

No Cnone de Turim ele est em 29 posio, e existe uma parte muito


estragada do papiro, que poderia conter outros quatro reis antes dele. Pode ser
que ele tenha reinado como o nmero 33.

Wahibre e seu sucessor so os ltimos reis que so bem registrados e reinaram


durante um certo tempo.

O que restou para confirmar a existncia desse rei foram nove selos
escaravelhos, um dos quais encontrado em Biblos no Lbano; trs selos
cilndricos; uma conta e um selo com seu nome encontrados em Lisht; uma
caneca de Kahun e uma estela que est hoje no Museu Britnico.
esttua do portador do selo real, Gebu, 13 dinastia

Aya (Ay, Ai)

Nos cartuchos esse rei aparece com o nome Merneferre . No Cnone de Turim
ele est na posio 33 e foi o rei cujo governo foi mais longo, citado como
24 anos.

A histria conta que os governantes hicsos comearam a se expandir em


direo ao sul e tomaram Mnfis. Assim, Aya fugiu de sua capital Itj-twy em
direo ao sul. Ainda hoje (2009) no foi encontrada com certeza a cidade
de Itj-twy.

Aya deixou muitos registros, mais de 60 selos escaravelhos, um selo


cilindrico, uma jarra de pedra com seu nome e a ponta de sua pirmide
(piramidion) que foi encontrada em Khatana (a nordeste do Delta).

No se sabe o local de sua tumba, s existem suposies.

Dedumose I

No cartucho temos seu nome Djedhotep-Re.

Sua fama no agradvel e nos vem atravs do trabalho histrico de Mneton.


Em sua crnica ele conta que foi esse rei quem entregou o pas aos hicsos e o
cita com seu nome grego, Totemaios.

No se sabe o motivo de seu nome no constar no Cnone de Turim e apenas


estar registrado em fragmentos do Alto Egito.

O egiptlogo Kim Ryholt em 1997 o colocou na 16 dinastia. Mas, a


dificuldade de situar esses reis, se deve ao fato de haver pelo menos trs
(alguns dizem que foram cinco) dinastias governando ao mesmo tempo, num
Egito despedaado.

possvel que Dedumose tenha se rendido aos hicsos e a partir da seus


seguidores foram marionetes, reis apenas no titulo, sem nenhum poder.
De Dedumose, foram encontradas apenas inscries com seus nomes e ttulos,
uma estela foi descoberta em Edfu erigida por um oficial que se intitula filho
do rei e manda gravar todos os ttulos de Dedumose inclusive seu nome de
Hrus dentro de um serekh. Essa estela est no Museu do Cairo.

A verdade que o Egito enfrenta de agora em diante um perodo


politicamente conturbado, que vamos ver no prximo captulo.

Outra lista de reis da 13 dinastia


Wegaf
Amenemhet-senebef
Sekhemre-Khutawi
Amenemhet V
Sehetepibre I
Iufni
Amenemhat VI
Semenkare
Sehetepibre II

mesa de oferendas, 13 dinastia

Sweadjkare
Nedjemibre
Sobekhotep I
Reniseneb
Hor I
Amenemhet VII
Sobekhotep II
Khendjer
Imira-mesha
Inyotef IV
Seth
Sobekhotep III
Neferhotep I
Sihathor
Sobekhotep IV
Sobekhotep V
Iaib
Ay
Sewadjtu
Ined
Hori
Sobekhotep VI
Neferhotep II
Sobekhotep VII
Senwosret IV
Montuhotep V
Mentuemsaf
Dedumes I
Neferhotep III
Sobekhotep VIII
Ibi II
Hor II
Senebmiu
Sekhanre I
Merkheperre
Merikare

Segundo perodo intermedirio


Segundo Perodo Intermedirio
1650-1550 a.C

Egito
Ateno para um link sobre novas descobertas (2014)
Dinastias 14-17
Como j vimos no final do Mdio Imprio, na 13 Dinastia o Egito foi
novamente dividido.

Um dos grandes motivos para o fim do Mdio Imprio, foi a imigrao dos
asiticos que comeou a tomar grande vulto, ameaando a estabilidade do
pas, uma vez que esses estrangeiros viviam sob suas prprias leis.

Assim, a monarquia ameaada, dividida em diversas dinastias e diversos


locais, lanou o pas no caos, situao que os estrangeiros trataram de
aproveitar.

Com relao s dinastias existem tantas dvidas que no temos como dizer
qual a lista mais ou menos correta.

A lista de Abidos, pula direto de Ammenemes IV para o primeiro rei da 18


Dinastia.

Aceita-se que a data do reinado de Ahmose I (fundador da 18 Dinastia) esteja


acurada e portanto assim fixada a durao do Segundo Perodo
Intermedirio.

Na verdade no h uma data ou fato determinado para marcar um perodo.


Tanto o primeiro como o segundo perodos intermedirios, foram perodos de
transio que envolveram a ruptura de um governo estabelecido, a dissoluo
do poder centralizado com o surgimento de uma srie de insignificantes
governantes regionais.

Perodo do governo estrangeiro


O perodo que agora focalizamos muitas vezes chamado de perodo do
governo dos hicsos ou da invaso dos hicsos.

Na verdade, no houve propriamente uma invaso. O povo chamado de hicso


j vivia no Baixo Egito, no Delta, h algum tempo.

O Delta era um verdadeiro paraso para o pastoreio, para a agricultura e os


povos vindos das agruras do deserto encontraram ali fartura, paz e um povo
desenvolvido que lhes permitia uma grande liberdade e assim assimilaram a
cultura e os costumes dos egpcios.

O que ocorreu foi que, com a dissoluo do poder central, havia reis egpcios
estabelecidos em Tebas e os hicsos se aproveitaram da confuso poltica se
fortaleceram no Delta e de l comearam a formar um governo, como
veremos adiante.

As dinastias
De acordo com a histria do Egito, podemos observar que os reinados
prolongados eram uma indicao de prosperidade do pas, de modo que os
perodos em que podemos contar muitos reis com reinados curtos, indicam
fases de convulso social, poltica e econmica.

H uma grande dificuldade para se organizar os reis que governaram esse


perodo. De acordo com Mneton, a 14 Dinastia consistiu de setenta e seis
reis de Xois (hoje Dakha no Delta).

Africanus conta que a 15 Dinastia consistia de seis reis estrangeiros que


chamavam a si mesmos de pastores ou hicsos.

A 16 Dinastia foi novamente de reis pastores, em nmero de trinta e dois.

Papiro de Turim

Na 17 Dinastia reinaram paralelamente os reis pastores e os reis tebanos,


quarenta e trs reis em cada linhagem durante cento e cinqenta e um anos.

Com relao ao tempo de durao existem tantas discrepncias que no o


temos praticamente mencionado.

Das listas de reis, apenas a de Karnak enumera os governantes deste perodo.


Ela menciona mais ou menos, trinta reis e a metade deles foram confirmados
por objetos, blocos de construo inscritos, estelas e outros tipos, na sua maior
parte pertencentes aos reis da rea de Tebas.

Infelizmente na lista de Karnak os nomes esto de tal forma misturados, que


impossvel seguir uma seqncia confivel.

J o Cnone de Turim , embora esteja muito fragmentado, distribui os reis a


partir da 13 Dinastia at a 18 Dinastia. Porm no mais de sessenta nomes
esto preservados o suficiente para se atestar sua veracidade e, apenas um
tero deles foram confirmados em fragmentos, monumentos ou inscries.
Os estudiosos chegaram a concluso, que o Cnone de Turim enumera muitos
reis que governaram simultaneamente, possivelmente de partes distantes do
pas. Inclusive Mneton, ao mencionar os reis de Xois, parece ter conscincia
do fato, mas, os registrou como dinastias consecutivas.

Procuramos anotar o que foi possvel sobre cada rei das dinastias desse
perodo, na pgina dedicada apenas as dinastias.

Os Hicsos

hicso por Lepsius

O historiador judeu Josephus, usa aqui as palavras de Mneton (se que se


pode confiar nisso), para falar sobre esses estrangeiros.

Ele os chama de invasores de uma raa obscura, que venceram usando a fora,
queimaram cidades, destruram templos e massacraram o povo. Se
estabeleceram em Mnfis, deixando guarnies em pontos importantes, at
escolher um dos seus membros para governar o pas.

O nome deste governante era Salitis e ele escolheu um dos nomos com o local
ideal, uma cidade chamada Avaris, que fortificou com muralhas e dela fez sua
capital.

Os egpcios envergonhados e irritados com o domnio estrangeiro, chamavam


os reis estrangeiros de Heka-Khaswt ou seja governantes de terras
estrangeiras. Os gregos modificaram a palavra, que virou Hicsos.

Josephus os chama de pastores cativos, porque em egpcio hyk significa


cativo. Mas este um ponto discutvel porque se atm a religio e nosso
objetivo a histria.

Na realidade, existem muitas verses e uma delas, bastante interessante, diz


que a palavra hicso deriva da expresso Hikkhase, que significa chefe de um
pas estrangeiro nas colinas. Essa palavra, no Mdio Imprio, era usada para
designar os sheiks bedunos.
Foram encontrados com os reis hicsos, diversos escaravelhos com esse ttulo,
mas a palavra para pas, estava no plural. Isso combina com o Cnone de
Turim.

Josephus acreditava que a palavra hicso se referia a toda uma raa, mas estava
errado. O termo se refere apenas ao rei.

Por outro lado, muitos estudiosos concluram que os hicsos eram uma raa de
invasores, um povo semita que pode ter vindo do sul de Cana ou da Sria.

Hoje, se acredita que a invaso do Delta por outro povo no se mantm, no


foi propriamente uma invaso. Apenas se admite a infiltrao dos palestinos,
que buscavam refgio num local frtil e pacfico.

Escaravelhos do perodo mencionam chefes chamados Anat-her e Yakob-her,


o que nos faz deduzir que eram semitas.

afresco minoano encontrado em Avaris

Hoje praticamente impossvel mudar o hbito de se ver os hicsos como uma


raa especfica, quando hicso deve ter sido apenas o chefe.

Os egpcios usavam a palavra aamu para se referir aos detestados intrusos, que
significa asiticos e era a principio usada apenas para nomear os prisioneiros
palestinos que viviam como servos no Egito.

Ao examinarmos o governo do fara Amenemhet III da 12 Dinastia, vamos


ver que ele foi um grande promotor de obras. Ento, temos a hiptese de que
esse povo chamado de hicso, pode ter chegado ao Egito em busca de trabalho,
nas inmeras construes.

Aos poucos eles subiram na escala social e se adaptaram aos usos e costumes
egpcios. Na verdade, no Mdio Imprio houve um aumento muito grande da
imigrao. No final da 13 Dinastia a regio do Delta tinha uma grande
populao de origem asitica.

Com o caos que reinava na poca, foi fcil para esse povo entrar no Egito
apoiado pelos seus membros que j viviam l, trazendo armamentos
desconhecidos pelos donos da terra. Alm disso, em Avaris eles mantinham
comrcio com outros povos e seus gostos artsticos eram diferentes dos
egpcios.
Os chamados hicsos possuam armaduras, cimitarras, bons punhais, arcos
feitos de madeira e chifre e o mais importante, usavam carros de guerra
puxados por cavalos (animal desconhecido no Egito). Eles utilizavam o
bronze ao invs do cobre para forjar armas.

Alm disso, introduziram o tear vertical, instrumentos e estilos musicais,


alimentos como a azeitona e a rom, novas raas de animais e novas tcnicas
de fazer a colheita.

O governo dos hicsos ficou restrito ao Baixo Egito, ainda que o Alto Egito
pagasse tributos aos reis estrangeiros. Embora eles tivessem adotado os
costumes do pas, o sonho de se tornarem verdadeiramente egpcios morreu
em um sculo.

Tebas, a resistente

Tebas

Na realidade por mais fora e poder que os estrangeiros tivessem, jamais


foram capazes de subjugar o governo tebano, herdeiro de direito do orgulhoso
sangue real dos faras.

Uma famlia de prncipes tebanos reagiu de maneira brilhante e feroz contra a


dominao estrangeira.

Em Tebas ficava uma espcie de governo paralelo dos egpcios, que junto
com os poderosos sacerdotes planejavam expulsar de seu pas, os estrangeiros.

Durante o tempo de dominao de parte do pas pelos chamados hicsos, os


egpcios aprenderam a manejar suas armas, aprenderam suas tticas e
mantiveram seu orgulho e a resistncia aos invasores.

Como ocorreu na 11 Dinastia, tambm originaria de Tebas, a qual pertencia


Mentuhotep II que reunificou o Egito aps o primeiro perodo intermedirio,
vamos ver a regio de Tebas novamente ser o foco da resistncia.

Aps uma guerra sangrenta comeada por Tao II, seguido por seu filho
Kamose um prncipe de grande coragem e determinao e terminada por seu
irmo Ahmose que expulsou os hicsos para sempre do Egito.
A histria dos hipoptamos
O dcimo quarto rei da dinastia tebana que governava paralela dos
estrangeiros, era Tao II (Sekenenre), filho de Tao I e da rainha Tetisheri.

Conta a lenda que Tao II recebeu um aviso de Apophis, rei hicso, que vivia na
capital Avaris, no Delta, dizendo que os hipoptamos do lago sagrado de
Tebas no o deixavam dormir com seus roncos.

Ele queria que Tao II mandasse matar os hipoptamos.

Tao tomou isso como um insulto, afinal os hipoptamos ficavam a


quatrocentas milhas do quarto de Apophis!

Caso essa lenda tenha um fundo de realidade, e bem possvel que tenha, o
que se pode presumir que os prncipes tebanos estavam incomodando os
hicsos.

O que Apophis realmente queria era deixar bem claro quem mandava no
Egito. O problema que vivendo em sua cidade fortaleza no Delta, ele no se
deu conta da capacidade de reao dos egpcios.

infantaria egpcia

Tao II, descendente dos grandes faras, imediatamente declarou guerra aos
governantes estrangeiros. Acompanhado de seu filho Kamose, sua pretenso
era juntar exrcitos a medida que marchava at o Delta.

Tao II deve ter sido morto no primeiro ano da luta. Sua mmia foi recuperada
e mostra claramente os ferimentos dos golpes recebidos por machados, lanas
e outras armas.

Seu filho e herdeiro Kamose (Wadjkheperre) tomou as rdeas da rebelio e foi


a luta comandando seu povo e contando com as foras nbias como aliadas.

Os nbios eram guerreiros temveis e ferozes que lutavam na linha de frente,


eram os assustadores medjai, arqueiros imbatveis e donos de uma coragem
sem limites.

O chefe hicso teve que recuar com seus exrcitos perante Kamose, at a
cidade fortaleza de Avaris onde se escondeu.
O hicso quis negociar a rendio mantendo Avaris e a maior parte do Delta,
mas Kamose no negociou e prosseguiu na luta, mantendo os estrangeiros sob
presso constante e sitiando a cidade.

Kamose levou os egpcios vitria e assumiu o trono, abrindo caminho para o


Novo Imprio.

Quando Kamose morreu, no se sabe se de causas naturais ou por ferimentos


em batalha, sem deixar herdeiros, seu irmo Ahmose I assumiu o trono e se
tornou o primeiro fara do Novo Imprio.

Uma pequena nota

A histria que conta a querela entre o rei hicso Apophis e seu opositor tebano
Seqenenre foi encontrada no Papiro Sallier I da coleo do British Museum,
onde possui o nmero 10185. Foi escrito em hiertico e est datado do
reinado de Merenptah, o quarto rei da 19 dinastia.

Infelizmente o papiro est bastante estragado e existem muitas lacunas, antes


que ele termine abruptamente na terceira linha da terceira pgina. De
qualquer maneira, a histria muito interessante do ponto de vista histrico.

[1]

As grandes rainhas

sarcfago de Aahotep

importante frisar aqui o papel das rainhas nessa poca, que foi crucial para o
sucesso dos tebanos. Elas no foram apenas esposas e mes dos futuros reis,
mas muitas vezes lideraram os exrcitos em caso de morte do marido.

A esposa do rei Senachtenre Tao I da 17 Dinastia de Tebas, Tetisheri, ficou


conhecida como a me do Novo Imprio, por causa de sua influncia sobre
seus fundadores. Ela foi a me de Sekenere Tao II e seus netos foram Kamose
e Ahmose I. Embora no fosse de sangue real, existe uma estatueta dela no
Museu Britnico onde se observa que era muito bela e usava a coroa do
abutre.
Ela viveu por setenta anos e criou os guerreiros que iriam expulsar os asiticos
do Delta. Embora seu marido no tenha sido fara, ela era uma mulher que
viveu para servir ao Egito.

Seu neto Ahmose I mandou construir para ela uma tumba e um cenotfio em
Abidos.

A rainha Aahotep possua o ttulo de Senhora das Terras (Alto e Baixo Egito)
e Senhora das Ilhas do Norte. Ela foi esposa de Sekenenre Tao II e uma
inscrio em Buhen sugere que ela foi regente junto com os filhos Kamose e
Ahmose I.

Seu papel foi importante protegendo o reino na regio sul, enquanto seus
filhos estavam lutando contra os estrangeiros no norte.

Ahmose-Nefertari por Lepsius

Uma estela no Templo de Karnak a homenageia com as seguintes palavras:

Ela foi aquela que seguiu os ritos e cuidou do Egito;


ela cuidou das tropas egpcias e as protegeu;
ela trouxe os fugitivos de volta e recolheu os desertores;
ela pacificou o Alto Egito e expulsou os rebeldes.

Na tumba da rainha Aahotep, havia muitas armas e trs moscas de ouro que
eram um prmio por bravura na luta contra os estrangeiros.

A filha de Aahotep e Sekenenre Tao II, Ahmose-Nefertari, tambm parece


ter sido muito influente durante o reinado de seu esposo e irmo Ahmose e
aps a morte do fara, se tornou regente de seu filho Amenhotep I e mais
tarde de seu neto Tutmose.
Ela descrita como uma mulher negra, at mesmo por causa dos afrescos e
das esttuas que mostram sua figura como negra. complicado explicar isso,
at porque ela e Ahmose eram irmos e como se v nos afrescos, ele tem a
mesma cor dos outros egpcios.

Seu nome est registrado no Sinai e numa inscrio na ilha de Sais.

Ahmose-Nefertari recebeu cultos aps sua morte e foi a primeira rainha


conhecida como Esposa do Deus Amon. Tambm usava os ttulos de Senhora
das Terras, Senhora dos Pases Estrangeiros, Senhora das Duas Terras.

Segundo perodo intermedirio/Dinastias


do segundo perodo intermedirio

Pirmides Meroe Sudo/Nbia

Dinastias 14-17
Faras da Dcima Quarta Dinastia
O Cnone de Turim comea com Nehesi, mas provavelmente outros reis
governaram antes dele e no esto registrados no papiro. A 14 Dinastia,
conviveu com a 13 e possivelmente com a 15, na confuso que foi o segundo
perodo intermedirio.

Nehesi

Parece ser o nico rei dessa dinastia que foi registrado.

Existem alguns artefatos que datam de seu reinado, incluindo um obelisco no


templo de Seth a nordeste da cidade de Raahu, duas estelas em Tel Habwe,
uma coluna em Tanis com o nome de sua me e um certo nmero de selos
escaravelhos com seu nome.

No se entende porque o nome Nehesi significa Nbio na lngua egpcia.


Talvez ele fosse nascido na Nbia, e isso no seria de se estranhar porque no
exrcito egpcio havia um grande contingente de nbios.
Na verdade, embora os faras de dinastias anteriores vivessem lutando contra
o povo nbio, os homens nbios que se engajaram no exrcito egpcio eram
guerreiros fortes e corajosos, chamados Medjay ou Medjai eram arqueiros
temveis, sempre lutando na linha de frente das batalhas.

Alm disso, os nbios tinham grande admirao pela civilizao egpcia e a


preservaram dentro do possvel, como vamos ver bem mais tarde.

Khatire

Paletas de escriba de alguns perodos

Nebfaure
Sehabre
Meridjefare
Sewadjkare
Heribre
Sankhibre
Kanefertemre
Neferibre
Ankhkare, ...

Faras da Dcima Quinta Dinastia


Essa dinastia deve ter existido paralelamente 14 e a dinastia dos Hicsos,
os reis estrangeiros.

Salitis

Foi o primeiro rei da 15 Dinastia. Ele tambm foi chamado


de Shaek ou Sulto.

Foi ele o fundador das dinastias governadas pelos estrangeiros ou hicsos.


Mneton diz que durante a 13 Dinastia esse hicso j vinha conquistando
nomos e estabelecendo seu poder no Delta, ainda que seu povo fosse apenas
visto como uns nmades se estabelecendo nas terras frteis do Egito.
O fato que Salitis capturou Mnfis e se estabeleceu como um poderoso
governante. Ele escolheu Avaris como sua capital e seu povo reinou no Egito
por mais de um sculo.

Existem poucos registros de seu reinado, apenas trs blocos de pedra tirados
de monumentos maiores, onde seu nome est inscrito, associado ao seu nome
de trono que era Se-kha-en-Re.

Bnon ou Sheshi

Esse foi um rei obscuro e h dvidas de onde coloc-lo, alguns egiptlogos


preferem que ele fique na 14 Dinastia. Mas, nada comprova quando e quanto
tempo governou.

Hicsos

Foram encontrados centenas de selos com o nome desse rei e isso tudo o que
se sabe dele.

Apachnan ou Yakubher

outro rei obscuro que pode pertencer ou no a essa dinastia.

Seu nome parece aramaico e relacionado a Jacob, com esse nome foram
encontrados alguns selos escaravelhos no Egito, uns poucos foram
encontrados na Palestina e apenas um na Nbia.

A nica meno a seu nome uma lista de reis escrita mais de um milnio
depois de sua morte.

Khyan

Como os outros reis, esse tambm est colocado nessa dinastia mas, isso
discutvel.

Ele parece ter sido um grande governante, talvez um dos maiores entre os
estrangeiros, porque seu nome foi encontrado nas costas do Mar Mediterrneo
e em Creta.
Artefatos e selos com seu nome foram achados em Knossos (Creta), em
Bogaskoi (capital do reino Hitita) e nas montanhas ao norte da atual Turquia.

Em geral o titulo que acompanha seu nome Governante das terras


estrangeiras.

Escaravelho com o nome de Apophis

Apophis(Auserre Apepi)

O nome deste rei mais conhecido em sua forma grega Apophis.

Parece que esse nome foi tirado do deus Apep ou Apfis (que era a serpente
poderosa e indestrutvel e representa as foras do mal).

Consta que ele era um homem bem educado e muito envolvido com os
costumes egpcios.

Apophis reinou durante o mesmo perodo que os reis de Tebas.

Conta a lenda que foi ele quem provocou a guerra com o Prncipe de Tebas,
Tao II, escrevendo uma carta em que reclamava que ronco dos hipoptamos
do lago sagrado de Tao no o deixavam dormir (h muitas milhas de
distncia).

Insultado, o Prncipe tebano imediatamente partiu para a guerra. E esse foi o


inicio da luta sem trguas para expulso dos estrangeiros.

Se isto verdade, provavelmente Apophis no desejava chegar a tal ponto. Ele


certamente desejava impor sua autoridade aos orgulhosos tebanos,
descendentes diretos da linhagem real.

Essa histria foi encontrada no Papiro Sallier I da coleo do Museu


Britnico, que leva o nmero 10185. Foi escrito em hiertico e est datada do
reinado de Merenptah, o quarto rei da 19 dinastia.
Infelizmente o papiro est muito estragado e h muitas lacunas at que
termina repentinamente na terceira linha da terceira pgina. De qualquer
maneira a histria muito interessante do ponto de vista histrico.

Hipoptamos

Tambm no Museu Britnico h o chamado Rhind Mathematical


Papyrus, onde o copista anota que est escrevendo no ano 33 do reinado de
Apophis, e est fazendo uma cpia de um original da 12 Dinastia.

Do outro lado do Papiro ele menciona o ano 11 com uma referncia da tomada
de algumas cidades egpcias. Provavelmente se refere ao inicio da guerra entre
egpcios e hicsos antes do comeo do Novo Imprio. Mas isso no uma
certeza,

Esse papiro foi adquirido pelo advogado escocs A.H.Rhind durante sua estada
em Tebas em 1850.

Khamudi

Foi o ltimo dos grandes reis hicsos.

Ahmose atacou o Delta mais ou menos no ano 11 do reinado de Khamudi e


capturou a cidade de Iunu ou Iunet Mehet O Pilar ou Pilar do
Norte (Helipolis).

No ano seguinte o rei hicso tentou negociar a retirada de Avaris, mas o


exrcito egpcio tendo frente Ahmose (filho de Tao II e irmo de Kamose)
os expulsou do Egito, atravs do Delta.

Khamudi se deslocou com seu povo para a costa da Palestina tentando fugir
dos egpcios. Mas, o exrcito egpcio os perseguiu atravs da Estrada Hrus
(Horus Road), que era o caminho para a Palestina e a Sria.

Os egpcios mantiveram as batalhas na rea para evitar a volta dos


estrangeiros. Isso continuou at a 18 Dinastia, porque seu primeiro fara foi
justamente Ahmose que ao final expulsou definitivamente os hicsos e deles
no mais se ouviu falar.

Khamudi mencionado no Cnone de Turim e deixou um obelisco em Avaris.


Faras da Dcima Sexta Dinastia
Anat-Her

O nome deste rei parece ser de origem canaanita.

Nada se sabe sobre ele, nem mesmo em que dinastia coloc-lo. provvel que
ele ocupe a falha que existe no Cnone de Turim, onde h nomes parecidos
como Yakim e Aper-Anati.

User-anat

Anat poderoso. possvel que fosse um prncipe do sul da Palestina.

amuletos diversos em faiana

Semqen
Zaket
Wasa
Qar
Pepi III
Bebankh
Nebmaatre
Nikare II
Aahotepre
Aaneterire
Nubankhre
Nubuserre
Khauserre
Khamure
Jacob-Baal
Yakbam

Este outro rei com um nome que no egpcio. Parece um nome amorita.

Embora no esteja na lista de Mneton, seu nome de trono era Sekhaenre e


existem algumas centenas de selos escaravelhos com seu nome.

Talvez ele caiba na falha do papiro de Turim entre outros cinco reis, sendo
que trs esto faltando.

Yoam
Amu, ...

Faras da Dcima Stima Dinastia

Tampa e sarcfago de um rei Inyotef da 17 Dinastia

Inyotef V Nubkkheperre

Esse rei as vezes chamado Inyotef VI, muito pouco conhecido exceto por ter
deixado uma pirmide na margem prxima ao templo de Karnak em Tebas.

Alis dois reis Inyotef (Inyotef V e Inyotef VI) deixaram esse tipo de
pirmide, parecidas com as da 4 Dinastia.

Rahotep
Sobekemsaf I
Djehuti
Mentuhotep VII
Nebirau I
Nebirau II
Semenenre
Suserenre

Sobekemsaf II
Esse rei deixou uma pequena esttua, muitas inscries nas rochas, uma estela
e dois pequenos obeliscos (um est desaparecido e o outro est no Museu do
Cairo).

Sua tumba foi encontrada em Tebas e de acordo com os documentos da 20


Dinastia, os ladres de tumbas l entraram e encontrando o tmulo intacto
tudo roubaram e nada deixaram para trs.

Nome de Sobekemsaf I, do templo de Montu em Medamud, museu a cu aberto Karnak

Inyotef VI

Chamado Inyotef O velho. conhecido apenas pelos itens encontrados em sua


tumba, em Draa Abu el-Naga, Tebas, e que hoje esto no Museu Britnico.

A tumba foi cortada na rocha mas havia um ptio com uma pequena pirmide.
Dois obeliscos que pertenciam tumba, foram perdidos no rio Nilo ao serem
transportados.

Seu nome est registrado em diversas estruturas em Abidos.

Inyotef VII

Sucedeu Inyotef VI, talvez fosse seu irmo e governou por menos de um ano.

possvel que tenha sido assassinado durante seu reinado.

Tao I Seakhtre

Ele reinou por no mximo um ano e h muito pouco sobre ele. Somente uns
poucos itens como um selo encontrado em Draa Abu el-Naga (provavelmente
onde ele foi sepultado), seu nome de trono escrito em um cartucho numa mesa
de oferendas, e um relevo do rei encontrado numa tumba em Tebas.
jias e armas da rainha Aahotep

Sua esposa foi Tetisheri, uma das grandes mulheres do Egito, conhecida como
a Me do Novo Imprio porque ela e seu marido foram os pais de Tao II e
avs dos grandes guerreiros que livraram o Egito da dominao dos hicsos,
Kamose e Ahmose.

Tao II Sekenenre

Tao II foi o prncipe que tomou a atitude de lutar contra o povo estrangeiro, os
hicsos, que dominava parte do Egito.

conhecido por se lanar na guerra por causa de um insulto do rei hicso.


Apophis o hicso, reclamou dos roncos dos hipoptamos no lago sagrado de
Tebas (h milhas de distncia).

Tao II morreu em batalha e sua mmia foi encontrada em Tebas de modo que
se pode observar os golpes que ele sofreu. Seu crnio, coluna e costelas
estavam fraturados.

Sua rainha, Aahotep, tambm foi famosa e em sua tumba foram encontradas
as moscas de ouro, prmio por bravura em luta, e muitas armas.

bracelete com o nome de Ahmose encontrado na mmia de seu irmo Kamose

Kamose Wadjkheperre

Seu pai era Tao II e sua me a rainha Aahotep, seu irmo era Ahmose I.

Quando seu pai morreu na guerra, Kamose tomou as rdeas e comandou o


exrcito sobre os estrangeiros fazendo com que eles recuassem.
Paralelamente luta no norte, Kamose tambm lutou no sul contra os
kushitas.

Duas inscries em pedra encontradas na Nbia, trazem os nomes de Kamose


e Ahmose lado a lado e com certeza foram escritas ao mesmo tempo e pela
mesma pessoa. Podemos concluir que os irmos reinaram juntos como co-
regentes, pelo menos na poca dessa inscrio.

No se sabe se Kamose morreu em alguma das batalhas em que estava


engajado, mas certamente no teve tempo de completar seu tmulo.

A mmia de Kamose mencionada no Abbott Papyrus, que registra os roubos


de tumbas, escrito durante o reinado de Ramss IX.

L est que, a tumba de Kamose estava em bom estado mas a mmia tinha
sido removida.

Barca votiva de Kamose

De fato ela foi descoberta em 1857 em Draa Abu Naga, num caixo pintado,
aparentemente escondida numa pilha de escombros. Infelizmente parece que a
mmia estava em mau estado, mas foi sepultada com uma adaga de ouro e
prata, amuletos, um escaravelho,um bracelete, um espelho de bronze e um
peitoral na forma de um cartucho com o nome de seu sucessor e irmo
Ahmose.

O caixo ficou no Egito, a adaga em Bruxelas e o peitoral, o bracelete e o


espelho esto no Louvre, Paris.

O nome do fara inscrito no caixo s foi reconhecido cinqenta anos aps a


descoberta, quando ento, a mmia abandonada sob os escombros j tinha
desaparecido.

Novo imprio
Novo Imprio
1550-1070 a.C.
Adaga de Ahmose I

Dinastias 18-20
O final do segundo perodo intermedirio marcado pela coragem dos
tebanos, que unidos ao seu rei Sekenenre Tao II partiram para a luta contra os
estrangeiros (hicsos) que dominavam parte do Egito.

Nessa luta, Tao II foi morto e embora o rei hicso tentasse um acordo, o filho
de Tao II, Kamose prosseguiu a guerra fazendo com que os estrangeiros
recuassem cada vez mais.

Kamose morreu, no se sabe se em batalha ou de forma natural, mas seu


irmo Ahmose com a mesma coragem e determinao, prosseguiu a luta.

Ahmose foi um grande general e expulsou os estrangeiros para fora do Egito


aps uma vitria em Tanis que foi decisiva.

Na verdade, parece que o exrcito egpcio arrasou Avaris e perseguiu os


estrangeiros at a Galilia e s retornaram aps exterminarem todo o povo,
que foi chamado de hicos.

A era das conquistas


Com Ahmose I comea uma nova fase na histria do Egito.

Ele o fundador do Novo Imprio e reunificador do pas, aps a expulso dos


governantes hicsos.

Novamente unido o pas, vamos ver que o domnio estrangeiro deixou marcas
profundas porque os faras do Novo Imprio tiveram como caracterstica o
mpeto guerreiro.

Para assegurar proteo contra futuras possveis invases, Ahmose I


prosseguiu nas campanhas militares, expandindo o territrio egpcio no norte,
at a Sria-Palestina e no sul at a segunda catarata na Nbia.

Em pouco tempo o Egito voltava a ser a grande e poderosa nao do mundo


antigo.
Tumba de Zenue, mercenrios nbios, Thutmose IV

Agora, o pas possua um verdadeiro exrcito, dividido em pelotes, chefiado


por comandantes e generais, sob a suprema autoridade do fara. Nada mais de
trabalhadores que s atendiam ao exrcito quando necessrio.

Os soldados agora eram pagos e podiam se dedicar o ano todo aos


treinamentos, quando no estavam em batalhas. Alm disso o Egito
continuava contando com os nbios que eram grandes arqueiros e ferozes
guerreiros (os medjay)

Com os estrangeiros eles descobriram as bigas (carros de guerra) puxadas por


cavalos, muitas armas e tcnicas militares que foram absorvidas e postas em
uso.

Outros faras desse perodo foram grandes guerreiros como Thutmose I e o


maior deles que foi Thutmose III.

Thutmose III foi aquele que levou as fronteiras do Egito at quase a quinta
catarata do Nilo, na Nbia.

No forte Napata, fundado por ele entre a quarta e a quinta cataratas, foi
estabelecida a Provncia Egpcia na Nbia. Dali sairia a base financeira para
alimentar o expansionismo egpcio.

Seti tambm fez campanhas militares at mesmo para recuperar os territrios


perdidos por seus antecessores.

Ramss II foi muito famoso, mas talvez a verdade no corresponda fama


militar deste fara.

Uma nova ordem


Agora definitivamente, o fara no era mais apenas um deus. Ele era a
suprema autoridade militar, civil e religiosa mas acima de tudo, era um
homem (na maioria dos casos um guerreiro).

Com tantas campanhas militares que foram a marca desse perodo, era preciso
mudar a administrao, a burocracia era enorme e a extenso do pas exigia
muitos gastos com os exrcitos e as obras.
Mapa do Egito no novo imprio

O principal funcionrio ainda era o vizir que carregava dezenas de ttulos e


responsabilidades. Presidia o mais alto tribunal de justia, era ministro da
guerra alm de uma variedade de outras funes.

No comeo do Antigo Imprio o vizir era escolhido entre os prncipes reais,


mas depois os faras passaram a outorgar esse ttulo pela capacidade da
pessoa, independente de ser nobre ou pobre. Isso significava uma grande
conquista social porque dava oportunidade para todos aqueles que tivessem
capacidade e desejo de subir na vida sem importar sua origem.

O fara no era mais o absoluto dono do poder. Havia nomarcas poderosos e


os sacerdotes que governavam quase que junto com o fara.

Na poca do Novo Imprio, os sacerdotes de Amon dominavam um dos


maiores latifndios do mundo antigo, afinal, desde o nicio da luta contra os
hicsos foi Amon o deus que protegeu e guiou os exrcitos para a vitria.
Portanto, o deus de Tebas era agora o mais importante de todo o pas e assim
estavam ricos os templos e sacerdotes.

Thutmose II estabeleceu duas capitais para o pas, uma religiosa e uma


poltica. Foi assim que Mnfis voltou a ser capital (cidade provavelmente
fundada pelo mtico Narmer, que desde o Antigo Imprio no era capital) do
Egito.

Porm, Tebas, a gloriosa cidade das dinastias resistentes, continuou a ser o


local onde os faras eram coroados. No templo de Karnak, dedicado ao deus
Amon, todos os faras deveriam fazer obras de restaurao e embelezamento.

Economia e expanso
Amenhotep I estendeu as fronteiras do pas para o sul e iniciou uma nova era
de prosperidade que iria durar cento e cinqenta anos.
Tuthmose I ampliou mais ainda as fronteiras. Depois dele a expanso militar
foi interrompida durante vinte anos por Hatshepsut.

No reinado dessa excepcional mulher fara no houve guerras e o Egito viu a


construo de grandes monumentos e o aumento do comrcio com o exterior.

Hatshepsut

Com Tuthmose III o pas volta s campanhas militares e conquista de novas


terras. Esse foi o fara que criou o Imprio Egpcio.

Na Nbia, um vice-rei governava a regio, onde os egpcios construram


fortes e templos e fundaram cidades. Na verdade, os nbios se tornaram
bastante egpcios ou se egipcianizaram.

J na Palestina e na Sria, o poder ficava na mo dos prncipes locais, que


eram controlados por um alto comissrio egpcio. As foras militares egpcias
nesses locais eram pequenas, at porque, os prncipes do lugar tinham a exata
noo da rapidez e da violncia com que seriam esmagados caso no
obedecessem.

Tambm importante mencionar o hbito dos faras de levar para o Egito os


filhos ou irmos dos prncipes dominados como uma espcie de refns. Esses
jovens muito bem educados e atendidos num ambiente egpcio, voltavam para
sua terra sempre com boas lembranas e carinho pelo lar adotivo.

Todas as conquistas que transformaram o Egito num imprio, o tornaram


tambm mais aberto ao contato com outros povos e tambm dependente
economicamente. Afinal toda aquela pujana financeira era devida aos
tributos dos pases dominados, explorao das riquezas nesses pases e ao
comrcio exterior.

A grandiosidade desse imprio implicou no aumento da burocracia, no


desenvolvimento do exrcito, no fortalecimento dos nobres e sacerdotes.
Religio

Sacerdote

Desde os primrdios, o povo egpcio teve uma profunda ligao com vrios
deuses e a religio foi a tnica dessa civilizao estupenda.

Depois de passarem anos dominados pelos estrangeiros, o orgulhoso povo


egpcio, agora livre, passou a demonstrar sua gratido pela libertao,
adorando os deuses com mais f e maior dedicao.

O sacerdcio agora era hereditrio e como os templos estavam mais ricos do


que nunca, ser sacerdote era uma maneira cmoda de garantir a tranqilidade
financeira pelo resto da vida. Alm, claro de exercer poder.

No Novo Imprio, a autoridade divina do fara foi muito diminuda e at ele


estava sob o domnio dos sacerdotes (especialmente os de Amon).

Era esse o estado de coisas quando Amenhotep IV assumiu o trono e lanou


uma reforma religiosa (mudando inclusive seu nome para Akhenaton) que fez
estremecer o Imprio Egpcio.

Akhenaton e famlia adorando Aton

Ele tentou impor ao povo um novo deus, Aton. Assim um povo


essencialmente politesta teria que passar a ser monotesta por decreto.
Sua religio era a adorao ao sol (Aton), o deus nico, num Egito h milnios
habituado a adorar uma diversidade enorme de deuses.

bem certo que Akhenaton era um visionrio e possvel que ele acreditasse
de fato nesse deus nico, mas no se pode deixar de mencionar que no
contexto poltico, o Egito estava nas mos dos sacerdotes. Certamente esse
fara viu ou foi aconselhado a mudar o estado de coisas e a mudana na
religio seria uma forma de tirar dos sacerdotes o imenso poder que retinham.

No preciso frisar que eles no gostaram nem um pouco da situao.

Akhenaton construiu uma nova capital Akhetaton (hoje Tell el-Amarna) e para
l se mudou. Nessa cidade viveu sem dar muita ateno aos afazeres do
estado, preocupado apenas com a religio e as artes.

natural que essa revoluo no tenha resultado em nada (apenas em


enfraquecimento do pas) e com a morte do fara tudo tenha voltado ao que
era antes. Apenas deve ser notado que, depois de Akhenaton, a relao entre
os homens e os deuses mudou.

Antes dele, os deuses eram adorados, mas no eram relacionados com as


necessidades humanas. Depois de Akhenaton a ligao entre deuses e homens
ficou diferente, os deuses passam a ser vistos como responsveis pelo bem
estar de suas criaturas. Os fiis passam a dirigir a eles seus pedidos.

Aps essa revoluo religiosa, os sacerdotes foram os responsveis pela


subida ao trono de Tuthankamon, que deveria ser Tuthankaton. O fato que o
rei menino foi dirigido pelos sacerdotes de Amon, que da em diante viram
seu poder aumentar ainda mais.

Nos templos, as perguntas deviam ser feitas aos deuses que, por intermdio
dos sacerdotes, respondiam sim ou no. Os exemplos esto nos textos desse
perodo, que citamAmon inclinou a cabea, para demonstrar concordncia
ou Amon recuou, para desaprovar a pergunta. At o prprio fara ia ao
templo pedir a aprovao do deus.

Tmulo de Nebamun e Ipuki, jornada aps a morte


Foi assim que diversos problemas de sucesso foram resolvidos, os sacerdotes
tratavam de abenoar o escolhido pelo deus, que era levado ao trono sem
maiores contestaes. Foi nessa fase que os sepultamentos passaram a ser
feitos no Vale dos Reis. No rido deserto ocidental, onde os egpcios
acreditavam que o sol comeava sua viagem pelo mundo dos mortos, os
tmulos eram escavados nas rochas.

Hoje um dos locais que j foi mais estudado e ainda guarda surpresas. Com
toda certeza poucos locais no mundo encerraram tanta riqueza quanto o Vale
dos Reis. Infelizmente os ladres de tmulos, desde sempre saquearam e
destruram tudo o que puderam de modo que pouco sobrou para estudos. Ou
melhor, parece pouco, ao se avaliar as riquezas que foram encontradas na
tumba do rei Tut, um fara que pouco governou e no teve grande
importncia. Diz o Dr. Zahi Hawass que 70% da histria do Egito ainda est
enterrada.

Arquitetura
As construes colossais do Novo Imprio foram inmeras e dentre os faras,
sem dvida ficou gravado o nome de Ramss II. Ele foi certamente um grande
governante e sua obras ficaram na histria, mas houve muitos grandes faras
nesse perodo.

Obras caractersticas desse perodo so os templos morturios e os templos


dos deuses.

Dos templos morturios, com certeza, o mais belo o de Hatshepsut em Deir


el-Bahari. Planejado e executado como um todo por Senmut, o arquiteto da
fara, uma obra que deslumbra pela escolha acertada do local (parece sair de
dentro dos penhascos) e pela disposio das colunas, das esttuas, dos relevos,
pelo bom gosto em geral.

sala hipostila, ateno pessoa ao fundo


Dos templos dos deuses vamos citar o templo de Amon em Karnak, que
comeou como um pequeno santurio na 12 Dinastia e a partir da 18
Dinastia com o culto a Amon fortalecido, s aumentou em tamanho e beleza.

Foi construdo em pedra como os palcios dos faras e a cada governo era
ampliado. Na Sala Hipostila havia cento e trinta e quatro colunas com cenas
de devoo do fara a Amon.

Para ter uma idia das dimenses dos capitis de Karnak, basta pensar que em
cada um deles podem estar cem pessoas de p. Esta sala representa
simbolicamente uma gigantesca floresta de papiro.

Amenhotep III tambm foi responsvel por grandes obras, como o seu grande
templo funerrio em Tebas, cujas colunas graciosas refletem o gosto apurado
do fara e a habilidade dos construtores.

Tambm ele mandou erguer duas esttuas suas, conhecidas como Colossos de
Mmnon, cada um com dezoito metros de altura e cerca de setecentas
toneladas. Infelizmente o templo que havia no local foi destrudo. Esse o fara
tambm foi o responsvel pelo Vale das Esfinges, entre os templos de Tebas e
Karnak, alm de outras obras.

Ramss II foi o fara das construes colossais como o Ramesseum, seu


templo morturio em Tebas, onde mandou colocar uma esttua sua com mais
de dezessete metros de altura feita em granito vermelho. A cabea da esttua
mede, de uma orelha a outra mais de um metro e oitenta centmetros.

O templo que mandou erguer em Abu Simbel na Nbia, to gigantesco, que


na sua frente h quatro esttuas do fara cada qual com dezenove metros e
meio de altura.

preciso citar, que de acordo com estudiosos, Ramss II usou pedras das
construes de outros faras e usurpou monumentos, mandando gravar neles
seu prprio nome e isso foi feito em grande escala.

Nesse captulo que fala da arquitetura, no podemos deixar de mencionar


Akhenaton, o fara que mandou erguer uma cidade inteira para homenagear
seu deus, Aton.

Para que as obras fossem rpidas e pelo prprio fato de se adorar Aton a cu
aberto, as paredes eram finas j que os templos no tinham teto. Infelizmente
devido fragilidade das obras e a raiva dos seguidores de outros deuses, quase
nada sobrou da cidade de Akhetaton.
Nefertite

Artes
No Novo Imprio o Egito foi governado por faras de gosto refinado, que
souberam usar a riqueza disponvel em prol das artes em geral.

Atravs das manifestaes artsticas podemos observar as mudanas no


comportamento da sociedade. Embora a arte egpcia tenha caractersticas
aparentemente imutveis, o que a torna reconhecvel em qualquer fase da
histria do pas.

Nesse perodo a escultura se torna mais apurada no governo dos primeiros


faras, e se torna colossal na fase de Ramss II.

A pintura agora uma arte independente, com o uso de cores muito variadas e
trabalhos com linhas curvas, sugerindo movimento

danarinos

Devido as conquistas militares havia um conhecimento maior de outras


culturas, o que trazia novas idias. O Egito respirava ares novos e estava mais
aberto a outros costumes.

A grande mudana na arte egpcia ficou por conta de Akhenaton. Junto com
sua reforma religiosa, ele se disps a promover uma reforma artstica. Uma
das peas mais famosas e sem dvida das mais belas produzidas no Egito, a
cabea de Nefertiti, esculpida pelo arteso Tutms (Museu de Berlim).
O reinado de Akhenaton ainda um mistrio em diversos sentidos. A
representao artstica nos mostra um fara magro, barrigudo, com
caractersticas femininas e um crnio alongado.

H diversas hipteses, uns dizem que ele sofreria de alguma disfuno fsica,
mas o fato que tanto sua famlia como outras figuras so mostradas dessa
mesma forma, que beira a caricatura.

Portanto este deveria ser o padro artstico, naturalista como queria o fara,
talvez at mesmo para romper com os padres tradicionais da arte egpcia.
Nessa fase so representados plantas, flores e pssaros.

A arte da fase de Akhenaton chamada estilo amarniano (do nome da atual


Tell el-Amarna antiga Akhetaton).

Nos relevos, os artistas mostram o fara e sua famlia em cenas corriqueiras,


mesa, com uma filha no colo, cenas que descreviam com fidelidade a vida na
corte. Nelas o fara e sua famlia so vistos em grandes paredes e no apenas
em faixas.

Essas cenas juntavam figuras no fundo, paisagens naturais ou no. Esse foi um
dos maiores saltos na arte egpcia, a oportunidade dos artistas reproduzirem o
que viam de maneira mais natural com liberdade de expresso.

H um relevo do fara Smenkhkare no Museu de Berlim onde se pode


admirar a leveza das roupas e a naturalidade do estilo amarniano.

coroa de princesa desconhecida, encontrada prximo a Avaris, no parece egpcia

Na fase de Ramss II a arte voltou a se inspirar no passado de glrias do pas.


Portanto podemos dizer que os egpcios, embora no tivessem perdido suas
habilidades artsticas, passaram a imitar mais do que criar.

Com a descoberta do tmulo intocado do fara Tuthankamon, tivemos a


oportunidade nica de ver a arte egpcia em todo o seu esplendor e variedade.
Os mveis, as jias, os vasos, punhais, carros de guerra, as esculturas do fara
e de animais, em tudo uma amostra da arte refinada do Novo Imprio.

Na literatura, os exemplos no so muitos, at porque poucos papiros


escaparam do estrago feito pelo tempo.
Aqui novamente, Akhenaton e sua revoluo, que abriram caminho para o
naturalismo nas artes deixaram sua marca. Ainda que aps a sua morte os
textos retornassem ao clssico, a linguagem comum, adotada no perodo de
Amarna permaneceu de alguma forma ligada ao estilo dos escritores. Um dos
mais belos exemplos de poesia lrica da poca o Hino a Aton criado
por Akhenaton.

O desenho satrico foi popular tambm nessa poca e atravs dele os artistas
faziam comentrios zombeteiros e crtica social. Podemos dizer que seriam
como tiras de quadrinhos atuais.

Papiro Ebers

Medicina no Egito
Os mdicos egpcios, na viso de Herdoto, eram altamente especializados e
muito avanados. Como j vimos em outras fases da histria egpcia, a
medicina era uma rea de interesse e estudos na medida em que havia
necessidade de curar doenas, feridas (e os egpcios lutaram muitas guerras),
de resolver problemas fsicos, era um estudo prtico.

Graas mumificao e a oportunidade que a dissecao proporcionava, eles


puderam estudar profundamente a anatomia humana.

curando dor de cabea usando um crocodilo de barro com a boca cheia de ervas amarrado na cabea
do paciente

Um dos maiores mdicos da antiguidade egpcia foi Imhotep, sacerdote e


arquiteto que serviu ao faro Djoser, da terceira dinastia.
Ele foi tambm o grande arquiteto, construtor da primeira pirmide em
degraus, em Saqara.

Imhotep, cujo nome significa Aquele que veio em paz, aps a sua morte foi
adorado como um deus. Ele fundou uma escola de medicina em Mnfis
chamada Asclpion e isso ocorreu dois mil e duzentos anos antes que o pai da
medicina ocidental, Hipcrates, aparecesse.

A fama dos mdicos egpcios se deve atitude racional deles e aos estudos
minuciosos, como se pode ver no Papiro Cirrgico de Edwin Smithencontrado
em Tebas.

Segundo esse papiro, Imhotep parece ser o autor de noventa termos


anatmicos e da descrio de quarenta e oito casos de leses, ferimentos,
fraturas e deslocamentos. Hoje esse papiro se encontra na Sociedade de
Histria de Nova Iorque.

Outra obra famosa o Papiro Mdico de Ebbers que um manual de ensino


para clnicos, foi encontrado em Tebas em 1862. Atualmente, encontra-se no
Museu de Leipzig na Alemanha.

pintura encontrada na tumba de Ankhmahor, conhecida como a tumba dos mdicos

Tambm vamos citar os dois Papiros Mdicos de Berlim que foram


descobertos em 1853 em Saqqara. Esto no Museu de Berlim e tratam de
ginecologia, obstetrcia, anticoncepcionais, urologia, malria e muitas outras
doenas.

Em Copenhague, na Biblioteca do Museu de Ny, encontramos o Papiro


Mdico de Carlsberg que tem a descrio de um caso de AVC entre outras
doenas. E em Tebas, no Ramesseum, foram descobertos os Papiros Mdicos
do Ramesseum que tratam de ginecologia e obstetrcia.

Sabe-se que os mdicos egpcios eram freqentemente enviados Sria e


Assria e os reis da Prsia tambm empregavam mdicos egpcios. Isto est
gravado nas lminas de barro encontradas na cidade de Tell el-Amarna.

As receitas de ervas dos medicamentos egpcios se espalharam por todo o


Mediterrneo.
Fim da Era Imperial
O auge do Novo Imprio foi a poca de Ramss II e suas obras colossais.
Mas, muito mais do que isso, foi um perodo de grandes governantes,
mudanas histricas e expanso territorial que comeou pela expulso do
povo estrangeiro e incio da 18 dinastia com Ahmose.

KV43, tumba de Thutmose IV

Pela espada e pela f os egpcios formaram um imprio que, aps milnios


deixou provas palpveis da grandeza de seu povo.

Infelizmente a situao do governo de Ramss II, o ltimo grande fara


egpcio, j era muito difcil. Embora seja simples, hoje, constatar isso, na
poca no era possvel prever o que viria.

Os povos do mar estavam tomando as cidades da Sria, destruindo os hititas e


se tornando uma terrvel ameaa.

Alm disso, o clero estava mais rico e poderoso do que os faras. A corrupo
(mal antigo) tomava conta da sociedade e a, registra-se a primeira greve de
trabalhadores (registrada num papiro que est no Museu de Turim, Itlia).

A fome voltava a apavorar o povo, sem emprego e com o pas pobre, o roubo
de tmulos foi comum nessa poca. Para aumentar sua renda os funcionrios
do governo aceitavam suborno. Ramss II foi assassinado e, embora outros
faras ocupassem o trono at o final da vigsima dinastia, o Egito j estava
entrando numa decadncia irreversvel.

Novo imprio/Dinastias do Novo Imprio


Dinastias 18 a 20
Faras da Dcima Oitava Dinastia
Ahmose (Nebpehtyre)

Amenhotep I (Djeserkare)
Thutmose I (Akheperkare)

Tmulo de Nacht, escriba

Thutmose II (Akheperenre)

Hatshepsut (Maatkare)

Thutmose III (Menkheperre)

Amenhotep II (Akheperure)

Thutmose IV (Menkheperure)

Amenhotep III (Nebmaatre)

Amenhotep IV / Akhenaten

Smenkhkare (Ankhkheperure)

Tutankhamun (Nebkheperure)

Ay (Kheperkheperure)

Horemheb (Djeserkheperure)

Faras da Dcima Nona Dinastia


vista da tumba TT3, pertenceu a Pashedu, sob o fara Seti I

Ramesses I (Menpehtyre)

Seti I (Menmaatre)

Ramesses II (Usermaatresetepenre)

Merenptah (Baenrehotephirmaat)

Amenmesse (Menmire)

Seti II (Userkheperuresetepenre)

Siptah (Akhenresetepenre)

Tausert (Sitremeritamun)

Faras da Vigsima Dinastia


Setakht (Userkhauremeryamun)

Tumba de Ramss VII

Ramesses III (Usermaatremeryamun)

Ramesses IV (Hekamaatresetepenamun)

Ramesses V (Usermaatresekheperenre)

Ramesses VI (Nebmaatremeryamun)

Ramesses VII (Usermaatresetepenre)

Ramesses VIII (Usermaatreakhenamun)

Ramesses IX (Neferkaresetepenre)
Ramesses X (Khepermaatresetepenre)

Ramesses XI (Menmaatresetepenptah)

Novo imprio/Dinastias do Novo


Imprio/18 Dinastia (primeira parte)
Dinastia 18
Primeira parte da 18 Dinastia

fragmento de rosto em madeira, 18 dinastia

Ahmose (Nebpehtyre)

Amenhotep I (Djeserkare)

Thutmose I (Akheperkare)

Thutmose II (Akheperenre)

Hatshepsut (Maatkare)

Thutmose III (Menkheperre)

Amenhotep II (Akheperure)

Ahmose Nebpehtyre

O fundador da 18 Dinastia, que libertou o Egito dos estrangeiros


chamados hicsos. Tambm conhecido pelo seu nome grego Amsis.

Seu nome de nascimento Ah-mose significa A lua nasceu. e seu nome de


trono Neb-pehty-re, O Senhor da fora Ra.
Provavelmente, Ahmose era criana ao assumir o trono porque seu pai
Sekenenre Tao II faleceu na guerra contra os estrangeiros e seu irmo,
Kamose, tambm morreu cedo, no se sabe se na guerra. Sua me era a
poderosa rainha Aahotep, que deve ter sido a regente enquanto ele era criana.

Ahmose I casou com sua irm Ahmose-Nefertari e teve muitos filhos, entre
eles, o prximo fara Amenhotep I.

Ele era criana quando seu pai (Tao II) comeou a luta pela libertao do pas
e talvez por isso, tenha sido um grande guerreiro, decidido a por fim
dominao estrangeira e ampliar e assegurar as fronteiras do Egito.

Existem relatos em tumbas de soldados, das campanhas que Ahmose


comandou contra o povo estrangeiro e provavelmente ele foi realmente
vitorioso expulsando para sempre o chefe hicso e seu povo, quando j reinava
h mais ou menos quinze anos.

Depois ele se dedicou s campanhas na Nbia e levou as fronteiras do Egito


at a Segunda Catarata.

Mmia de Ahmose

Enquanto Ahmose estava na Nbia parece que os hicsos comearam a se


organizar e voltaram a atentar contra o Egito. A grande rainha Aahotep (me
do fara) foi a responsvel por acabar com a tentativa de invaso e por isso
ganhou trs moscas de ouro, prmio pela sua bravura, que foram encontradas
junto com muitas armas, em seu tmulo em Tebas.

Ahmose I deixou alguns monumentos que registram seu reinado e seu titulo
de nico fara do Egito. Um cenotfio e um templo em Abidos e uma
pirmide que acompanha o templo e a ltima pirmide que foi construda no
Egito ao que se sabe, pelo menos, a ltima que pode ter sido usada como
tmulo real.

Essa pirmide foi estudada em 1899 e 1902 mas no foi completamente


mapeada, nela esto as primeiras representaes de cavalos no Egito. Muitos
fragmentos atestam o reinado do fara e tambm de Apophis o chefe hicso.
Esse grande fara foi sepultado na rea de Draa Abu el-Naga, mas sua tumba
no foi encontrada. Sua mmia, bem conservada foi encontrada no cache de
Deir el-Bahari.

Amenhotep I Djeserkare

Seu nome de nascimento significa Amon est satisfeito e seu nome de trono
Djeserkare, Sagrada a alma de Ra.

Tambm conhecido pelo seu nome grego Amenofis.

Amenhotep I era filho de Ahmose I e da rainha Ahmose-Nefertari.

Deve ter subido ao trono muito jovem e ter sido co-regente de seu pai, porque
prosseguiu com muitas das prticas dele. Sua me tambm foi uma grande
rainha e deve ter sido regente do filho.

Este fara deu continuidade ao trabalho de seu pai, consolidando o estado


egpcio, desenvolvendo a poltica, a economia e usando a diplomacia.
Paralelamente, ele fez tambm campanhas militares, pelo menos uma contra a
Nbia registrada.

Amenhotep I deixou obras em Abidos, Elefantina, Saqqara, Kom Ombo e as


maiores em Tebas. Fez melhorias em muitos templos, especialmente em
Karnak.

No Museu a cu aberto de Karnak podemos ver hoje, reconstrudo, o templo


de alabastro chamado Menmenu, feito por Amenhotep I.

Na poca do seu reinado, os ladres de tumbas j eram bem conhecidos, uma


verdadeira praga, de modo que, ele construiu sua tumba em algum lugar bem
longe de seu templo morturio. At hoje (2009) sua tumba no foi
identificada, pode ser em Medinet Habu, pode ser a tumba nmero 39 do Vale
dos Reis, tambm pode estar em Draa Abu el-Naga.

Amenhotep I e sua me Ahmose-Nefertari

A mmia do fara foi encontrada junto com a de seu pai e muitas outras, em
boas condies no cach de Deir el-Bahari.
A filha de Amenhotep I, Satamun ficou conhecida porque seu sarcfago foi
encontrado num tmulo real, assim como duas esttuas suas em Karnak.

Aps sua morte, Amenhotep foi declarado deus patrono da necrpole de


Tebas pelos sacerdotes, junto com sua me, que era mais renomada ainda do
que o filho e foram reverenciados no local.

Com relao ao sucessor de Amenhotep I existem muitas contradies.


Alguns dizem que ele no teve filhos, outros que seu sucessor foi seu
comandante militar, h ainda a possibilidade de Thutmose I ser filho de
Ahmose, o pai de Amenhotep I com outra esposa.

Thutmose I Akheperkare

Existem pelos menos duas teorias sobre as origens desse fara, ele pode ter
sido apenas o comandante militar de Amenhotep I ou pode ter sido filho de
Ahmose (pai de Amenhotep I) com outra esposa.

Sem dvida ele deve ter sido co-regente do fara Amenhotep I, de modo que
pode ter sido designado como seu sucessor. De qualquer maneira ele deve ter
sido um grande comandante militar.

Thutmose casou com Ahmose (irm de Amenhotep I e filha do fara Ahmose


I), sua esposa principal e possivelmente sua outra esposa era Mutnofret irm
da esposa principal.

Sua me deve ter sido Semiseneb (um nome bastante comum na poca).

Seu nome de nascimento Thutmose significa Nascido do deus Thot. Seu


nome de trono era A-Kheper-ka-re (Aakheperkara) que significa Grande a
alma de Ra.

cabea colossal de Thutmose I

Thutmose I fez muitas campanhas militares na sia e na Nbia,


provavelmente prosseguindo os planos de Amenhotep I. Nessas campanhas
ele levou as fronteiras do Egito at a Terceira Catarata na Nbia.
Conta a lenda (ou ser a verdade?) que o fara derrotou o chefe nbio num
combate homem a homem e retornou a Tebas com o corpo do chefe nbio
preso proa do seu barco. No Delta ele prosseguiu a luta contra os hicsos e
lutou contra os srios, alcanando at o rio Eufrates.

Thutmose I trouxe ao Egito uma certeza de estabilidade e um novo orgulho


especialmente aos tebanos.

Atravs da Estela de Abidos ficamos sabendo das suas obras em Tebas. Como
construtor Thutmose entregou suas obras ao arquiteto Ineni, que aumentou
bastante o templo de Amon em Karnak, adicionando pilares, esttuas e um dos
maiores obeliscos do Egito, alm de outras obras.

Embelezou o templo de Osris e fez obras em Giz, h inmeras outras obras


deixadas por ele em Elefantina, Armant, el-Hiba, Mnfis e Edfu. Na alta e
baixa Nbia, na Quarta Catarata e em Napata, em Semna, Buhen, Aniba
tambm h traos de suas obras. No Sinai h objetos com seu nome em
Serabit el-Khadim.

Seu herdeiro foi o filho da segunda esposa, Mutnofret (irm da esposa


principal), Thutmose II. Mas, na verdade, o herdeiro mais famoso foi uma
filha, a rainha fara Hatshepsut filha da esposa principal Ahmose.

H dvidas sobre a localizao do tmulo de Thutmose I. Sua tumba pode ter


sido a de nmero 20 no Vale dos Reis feita para ele e para sua filha
Hatshepsut e que contm dois sarcfagos de quartzito amarelo, um com seu
nome inscrito e outro com o de sua filha.

Na tumba de nmero 38, investigada por Victor Loret em 1899, foi


encontrado um sarcfago do rei tambm. possvel que essa tumba tenha sido
preparada para o fara por seu neto Thutmose III. O arquiteto Ineni foi o
responsvel pela construo.

Ineni foi sepultado no Vale dos Nobres e tambm prestou servios


Hatshepsut.

A mmia de Thutmose I foi encontrada junto de outras no cache de Deir el-


Bahari.
o nome de trono Akheperenre gravado num obelisco no ltimo piso do templo de Hatshepsut

Thutmose II Akheperenre

Seu nome de nascimento Thutmose significa Nascido do deus Thot. Seu


nome de trono era Akheperenre Grande a figura de Ra.

Seu pai foi o fara Thutmose I e sua me Mutnofret (irm de Ahmose, esposa
principal de Thutmose I).

Sua esposa foi a rainha Hatshepsut, sua meia irm e prima, e ele teve um filho
que foi seu herdeiro de nome Thutmose III com uma mulher do harm
chamada Iset. Com Hatshepsut teve duas filhas, Neferure e Neferubity
(Merire-Hatshepsut?).

Thutmose II deixou poucos registros, poucos monumentos e parece que


apenas prosseguiu a poltica de seu pai. Fez campanhas militares na Palestina
e na Nbia.

Ele casou com Hatshepsut para legitimar sua ascenso ao trono e antes de
morrer deve ter designado seu filho pequeno, Thutmose como herdeiro, pois
sabia que sua esposa era ambiciosa e decidida.

Mas nada disso funcionou como sabemos, porque ela reinou como fara.
possvel, que devido ao fato do fara ter sade frgil Hatshepsut j fosse o
verdadeiro poder por trs do trono. As obras que ficaram registradas de
Thutmose II foram runas de um templo em Medinet Habu, que foi terminado
por seu filho, um prtico de pedra calcria no Templo de Karnak que tambm
foi terminado por Thutmose III. Esse prtico hoje est no Museu a cu aberto
de Karnak, nele podemos ver cenas de Thutmose II com Hatshepsut e tambm
Hatshepsut sozinha. Num dos lados do prtico, Thutmose II mostrado
recebendo coroas, enquanto outras cenas mostram sua filha Neferure com
Hatshepsut recebendo o sopro vital dos deuses.

Houve construes na Nbia em Semna e Kumma, sobreviveram blocos de


obras em Elefantina e uma esttua do fara.

Sua tumba no foi identificada com certeza, mas pode ser a nmero 42 do
Vale dos Reis ou a tumba 358 do Vale dos Nobres (o que no seria natural por
ele ser o fara) embora seja pequena para um fara. Sua mmia foi encontrada
no cache de Deir el-Bahari junto com outras mmias reais.

Hatshepsut Maatkare

Seu nome de trono Maatkare significa A verdade a alma de Ra. Seu nome
de nascimento Hatshepsut significa Aquela que ama Amon, A mais nobre
das senhoras.
Estatueta de Hatshepsut

Seu pai era o fara Thutmose I e sua me a rainha Ahmose. Casou com seu
irmo Thutmose II e teve duas filhas com ele. Uma delas Merire-Hatshepsut
foi esposa de Thutmose III possivelmente me de Amenhotep II.

Hatshepsut uma das grandes rainhas que governaram o Egito e talvez a


nica que foi realmente um fara.

Alguns historiadores a definem como uma mulher ambiciosa. Evidentemente,


ambiciosa no pode ser uma caracterstica ruim, ela fez parte de uma elite de
governantes e portanto, ambiciosa deveria ser uma qualidade. Ela era uma
mulher forte e inteligente.

Alis excepcionalmente forte e inteligente, porque conseguiu impedir aquele


que seria no futuro um dos maiores faras do Novo Imprio, de assumir seu
trono durante um longo tempo.

Quando seu marido morreu, ela se tornou regente do filho dele com uma das
mulheres do harm. No segundo ano de sua regncia, ela tomou o poder e
reinou durante os vinte anos seguintes.

Hatshepsut reinou como fara e se vestia como uma mulher fara (titulo
inexistente no Egito), nas suas esttuas ela s vezes aparece na forma
feminina, s vezes na forma masculina. Ela foi muito bem sucedida no papel,
inclusive com a aprovao do Alto Sacerdote de Amon, Hapuseneb.

No seu stimo ano de governo, ela foi oficialmente coroada e passou a ser a
rainha e o rei ao mesmo tempo. No oitavo ano ela ficou apenas com o ttulo
masculino e nunca mais foi vista em roupas femininas, a no ser em pequenos
tmulos privativos e pequenos altares aos quais o povo no tinha acesso.
Ela abdicou dos ttulos femininos e passou a usar apenas os exclusivos de um
fara, o nemes e o uraeus alm da barba falsa. Ela inclusive tirava a
terminao t (feminina) de seu nome e se tornava Sua Majestade Hatshepsu.

Templo de Hatshepsut

Hatshepsut manteve poucas campanhas militares fora do Egito, foi um reinado


de paz e a economia floresceu. O pas se dedicou ao comrcio e diplomacia
alm das artes.

Hatshepsut provavelmente mais conhecida, alm de ter sido mulher e fara,


pelo seu magnfico templo morturio em Deir el-Bahari que chamado
de Djeser Djeseru ou o Esplendor dos Esplendores.

Foi obra de seu arquiteto Senmut, que teve a felicidade de escolher um local
admirvel, parece que o templo, na curva dos penhascos est saindo da
paisagem, como mgica. Esse templo considerado uma das obras primas da
arquitetura egpcia.

O arquiteto Senmut tambm fez ampliaes no Templo de Amon em Karnak e


possivelmente muitas outras obras que foram desfiguradas, tendo o nome de
Hatshepsut sido apagado.

Aps sua morte, seu enteado Thutmose III apagou seu nome, destruiu suas
esttuas e assumiu os monumentos feitos por ela, apagando seu nome tambm
das listas de reis (a de Seti II em Abidos e a de Ramss II no Ramesseum) e de
todos os lugares possveis.

Felizmente ele no foi totalmente bem sucedido, de modo que muitas obras
restaram. Por isso, ela foi esquecida durante muito tempo e apenas durante o
sculo dezenove, com os estudos no templo de Deir el-Bahari a rainha fara
foi redescoberta.

Mneton registra Hatshepsut como Amenses.

Hatshepsut desaparece da histria quando Thutmose III reclama o trono. No


se sabe se ela foi assassinada, se morreu naturalmente ou afastou-se para que
sua filha reinasse ao lado de Thutmose III.
Provavelmente sua tumba a nmero 20 do Vale dos Reis, que deve ter sido
iniciada por Thutmose I e seu arquiteto Ineni e terminada por Hatshepsut. No
foram achadas as mmias, apenas dois sarcfagos inscritos para ela e para seu
pai Thutmose I.

Nota - Em programa especial de televiso no ms de julho de 2007, o


arquelogo Zahi Hawass, Chefe de Antiguidades do Egito, relatou a
descoberta da mmia da fara Hatshepsut.

Caso seja mesmo a mmia da fara, hoje est em exposio no Museu do


Cairo e dizem os egiptlogos, que Thutmose III mandou apagar suas
inscries e figuras apenas para no haver hiatos no poder. A dinastia
seguiria com seu pai, ele e seu filho, sem a interrupo causada por
Hatshepsut.

Thutmose III Menkheperre

Seu nome significa Nascido do deus Thot. Seu nome de trono Menkheperre
significa Duradouras so as manifestaes de Ra.

Thutmose III

Thutmose III foi um dos grandes faras do Egito e espantoso que sua tia e
regente Hatshepsut tenha conseguido domin-lo durante mais de vinte anos,
impedindo-o de reinar.

Evidentemente, desde que Hatshepsut reinou em seu lugar, Thutmose III aps
tomar o trono, fez o possvel para apagar todos os vestgios do reinado dela.
Apagou imagens, nomes, destruiu as esttuas e removeu todas as referncias
quela que, para ele, foi a usurpadora de seu trono.

Os estudiosos ainda discutem se Hatshepsut foi uma usurpadora mesmo ou se


tomou o poder pensando em preservar o pas e o trono. Parece que durante seu
reinado, Hatshepsut nada fez para diminuir o papel de seu sobrinho, inclusive
o representando sempre nos murais.

E Thutmose talvez tenha servido no exrcito durante o tempo em que ela


reinou, se preparando para assumir o trono, porque tudo indica que ele foi um
grande guerreiro.

Thutmose III foi um grande fara e um grande lder militar que comandou
muitas campanhas. Como a histria escrita atravs textos encontrados, e
como nunca, um fara iria descrever suas derrotas, parece que ele foi um
grande vencedor, chegando s margens do rio Eufrates nas campanhas no
norte e tambm no sul entrando pela Nbia onde construiu templos.

Todos esses eventos esto inscritos, especialmente em Karnak, porque o


exrcito egpcio marchava com seu comandante Thutmose III sob a bandeira
do deus Amon (e o templo enriquecia com os esplios de guerra).

tumba de Thutmose III

Esse fara deixou muitas obras, templos em Kom Ombo, Edfu, Eklab, Tod,
Amant, Akhmin, Hermpolis, Helipolis e como todos os outros faras
aumentou o Templo de Amon em Karnak, onde esto descritos os presentes
valiosos que ele deu ao templo trazidos das campanhas militares.

Thutmose III tambm mandou erguer dois obeliscos no templo, que hoje esto
em Istambul. Alm disso, construiu um templo em Karnak em que h uma
sala com representaes de animais e plantas que ele trouxe da Sria. Essa sala
chamada de Jardim Botnico.

Em 1898 foi descoberto seu tmulo no Vale dos Reis, por Victor Loret, o
nmero 34. uma tumba profunda, decorada com figurinhas de deuses, mas
estava muito danificada pois j havia sido saqueada pelos ladres de tmulos.
Ele encontrou apenas o sarcfago, restos de moblia destrudos e esttuas de
madeira. A mmia de Thutmose III no estava l, ela j tinha sido encontrada
em 1881 no cache de Deir el-Bahari.

O fara tambm ergueu uma tumba para sua esposa Hatshepsut-Maeryetra


(filha de Hatshepsut) no nmero 42 do Vale dos Reis. Ela sobreviveu a ele e
foi honrada como Rainha Me durante o governo de seu filho Amenhotep II.
Para seu pai, o fara fez um novo sarcfago e um novo funeral no nmero 38
do mesmo Vale dos Reis.

Os nobres e oficiais de sua corte foram sepultados no Vale dos Nobres, onde
foram descobertos tmulos fabulosos com trabalhos artsticos surpreendentes
que atestam a riqueza do Egito no reinado de Thutmose.

Seu vizir Rekhmire foi sepultado na tumba de nmero 100, uma das mais
belas, com muitas cenas da vida diria e inscries contando o trabalho do
vizir.

Amenhotep II Aakheperure

Seu nome significa Amon est satisfeito, seu nome de trono, Aakheperure
significa Grandes so as manifestaes de Ra. A verso grega de seu nome
Amenophis II.

Seu pai foi Thutmose III e Amenhotep prosseguiu as campanhas militares


feitas por ele.

Quando jovem foi criado para ser um guerreiro, porque pelas representaes
(se exprimirem a vida real) ele foi um homem atltico, cavaleiro, arqueiro e
durante o reinado de seu pai, vivia perto de Mnfis, onde treinava cavalos e
era famoso por suas habilidades fsicas.

Amenhotep II

Amenhotep II lutou em diversas campanhas na Sria e parece ter sido um


grande fara, pois alm das campanhas militares, em seu governo, o pas
prosperou em todos os sentidos.
Muito ele fez pela paz na Nbia e com outros antigos inimigos do Egito,
portanto parece que em seu reinado a diplomacia funcionou muito bem, ao
lado da espada.

Deixou diversas obras, inclusive, claro, acrscimos no Templo de Amon em


Karnak. Construiu um templo em Giz e existem monumentos, desde o Delta
at a Nbia, com seu nome inscrito.

A mmia do fara foi encontrada e mostra sinais de doena, talvez tenha sido
essa a causa de sua morte.

Sua tumba fica no Vale dos Reis, nmero 35, e a nica (alm da de
Tutankhamon) em que o fara foi encontrado em seu prprio sarcfago, em
sua prpria tumba, quando foi aberta em 1898.

Esta a tumba mais profunda do Vale e a cmara funerria enorme. Como


todas as outras, essa tumba j havia sido saqueada pelos ladres mas no
estava muito danificada. A mmia do fara permaneceu l at 1928, quando
foi removida para o Museu Egpcio.

Essa tumba foi usada para guardar as mmias de outros faras como
Thutmose IV, Amenhotep III, Merneptah, Seti II, Siptah, Setenakhte, Ramss
IV, Ramss V e Ramss VI.

A esposa de Amenhotep II era filha de Yuya e Thuya e eles ficaram


conhecidos porque o contedo de sua tumba foi encontrado e est exposto no
Museu Egpcio. A mmia de Tiye, esposa de Amenhotep II pode ser a
chamada Senhora Mais Velha (Elder Lady) que foi encontrada no Vale dos
Reis na tumba nmero 35.

Novo imprio/Dinastias do Novo


Imprio/18 Dinastia (segunda parte)
Dinastia 18
Segunda parte da 18 Dinastia

jogo de Senet da tumba de Amenhotep III

Thutmose IV (Menkheperure)
Amenhotep III (Nebmaatre)

Amenhotep IV / Akhenaten

Smenkhkare (Ankhkheperure)

Tutankhamun (Nebkheperure)

Ay (Kheperkheperure)

Horemheb (Djeserkheperure)

Thutmose IV Menkheperure

Seu nome de nascimento significa Nascido do deus Thot, o nome de trono


Menkheperure significa Eternas so as manifestaes de Ra.

Existe uma lenda sobre esse fara que o tornou famoso assim como ficou
famosa a Estela do Sonho, que est entre as patas da Grande Esfinge em
Giz.

Thutmose IV acreditava que estava destinado a se tornar fara por causa de


um sonho que teve e os sonhos eram considerados palavras do deus no Antigo
Egito.

A Estela do Sonho conta que, quando o jovem Thutmose estava numa caada,
muito cansado ele dormiu sob a sombra da esfinge (provavelmente da cabea
da esfinge). Ento, ele sonhou que o deus sol Ra-Harakhte, na forma da
esfinge lhe prometia que, se ele limpasse toda a areia que cobria o
monumento, se tornaria fara do Egito.

E foi exatamente o que aconteceu, ele se tornou o oitavo governante da 18


Dinastia.

bem provvel que Thutmose IV seja o filho de Amenhotep II com Tiye sua
esposa, mas egiptlogos especulam se a Estela do Sonho no seria uma
maneira de legitimar sua subida ao trono. No temos provas de que seu pai,
Amenhotep II o tivesse reconhecido como herdeiro ou que ele tivesse sido co-
regente do pai.
Objetos da tumba de Thutmose IV

Sabemos que Thutmose IV provavelmente casou-se com Mutemwiya, me de


seu herdeiro Amenhotep III. Alguns estudiosos acham que essa esposa pode
ter sido filha do rei Artatama de Mitani (um reino a nordeste da
Mesopotmia). Ele teve tambm outras esposas mas no se sabe se alguma era
a primeira e principal.

Ao contrrio de seu pai e de seu av, Thutmose IV no possua o estofo de


lder militar e em seu reinado houve poucas campanhas do tipo, houve sim
muita burocracia tanto religiosa quanto civil.

Quanto s construes, ele se dedicou muito mais a aumentar e decorar os


templos e monumentos j existentes do que propriamente construir novos.
Terminou um obelisco comeado por Thutmose III em Karnak, fez pequenas
obras em Alexandria, Helipolis, Giz, Abusir, Saqqara, Mnfis,
Crocodilpolis, Hermpolis, Abidos, Amarna, Dendera, Karnak, Luxor, Tod,
El kab, Edfu e Elefantina.

Sabe-se que Thutmose IV mandou erigir um templo para si prprio ao sul do


Ramesseum e um santurio em alabastro em Karnak.

Sua tumba a nmero 43 no Vale dos Reis e foi encontrada por Howard
Carter (o mesmo que descobriu a tumba de Tutankhamon). Claro que j tinha
sido saqueada pelos ladres, mas tambm parecia inacabada quando da morte
do fara.

A decorao ao sul da cmara morturia foi feita por Horemheb e mostra o


roubo da tumba e os esforos feitos pelo prprio Horemheb para consertar
tudo.

A mmia de Thutmose IV j havia sido encontrada junto com outras mmias


na tumba de Amenhotep II.

Do reinado de Thutmose IV, foram encontradas as tumbas de Yuya e Thuya,


Nakht e Menna no Vale dos Nobres. Os dois primeiros foram pais de sua me
(seus avs maternos), Nakht era o fiscal dos vinhedos e celeiros e Menna era o
Escriba dos Campos do Senhor das Duas Terras (como est inscrito em sua
tumba).

Amenhotep III Nebmaatre

Seu nome significa Amon est satisfeito. O nome de trono Nebmaatre


significa O senhor da verdade Ra

Amenhotep III reinou sobre um pas em paz. Houve pouca atividade militar
em seu governo, seu pai j havia reduzido as campanhas militares e ele
continuou sua poltica, aumentando o poder administrativo.

estudo da cabea do fara Amenhotep III pelo escultor real Thutmose encontrado em seu atelier em
Amarna

Como estava gastando pouco com a mquina militar, Amenhotep III se


dedicou s artes, em seu governo houve muitas obras, muitos monumentos.

Alguns deles foram, a tumba de Yuya e Thuya no Vale dos Nobres em Tebas,
o templo leste e o prdio Festival em Karnak, o terceiro pilono e um santurio
para Maat, o templo de Maat em Luxor, seu templo morturio, os Colossos de
Memnon e o palcio Malkata.

Muito dos recursos para essas construes vinham do comrcio exterior (ele
casou-se com filhas de reis estrangeiros o que solidificou as ligaes
comerciais) e da minerao de ouro na Nbia. A agricultura tambm teve um
grande desenvolvimento neste reinado.

A obra mais espetacular do fara Amenhotep III deve ter sido seu templo
em Kawn el-Hitan na margem oeste do Nilo. As duas esttuas conhecidas
como Colossos de Memnon ficavam na entrada do templo, medem vinte
metros e nos do uma idia do tamanho que esse templo deveria ter, talvez
fosse a maior construo do Egito.

Infelizmente o templo foi destrudo por completo e restam apenas as


fundaes. A construo foi feita de modo que as guas da enchente do Nilo
entrassem por dentro do templo deixando de fora apenas o santurio sobre as
guas. Deve ter sido alguma coisa de espetacular, mas parece que o templo
no resistiu ao das guas e ao fato do solo ser muito movedio para
suportar os pesados pilares.

Este fara teve muitas esposas e muitos filhos e filhas documentados - pelo
menos dois filhos e quatro filhas. provvel que seu filho mais velho tenha
morrido jovem deixando como herdeiro do trono Amenhotep IV, que ficou
conhecido como Akhenaton.

Amenhotep III foi sepultado no Vale dos Reis na tumba nmero 22 que uma
das tumbas mais antigas do vale. Foi descoberta em 1915 por Howard Carter
(descobridor da tumba de Tutankhamon), originalmente entalhada na rocha
por Thutmose IV, foi usada para o funeral de Amenhotep III.

Amenhotep IV Akhenaten

Seu nome foi mudado no sexto ano do seu reinado de Amenhotep IV para
Akhenaton. O nome Akhenaton significa Glria ao disco solar.

Amenhotep IV deve ter sido o filho mais jovem de Amenhotep III e herdou o
trono devido a morte do filho mais velho do fara. Esse filho mais velho
deveria ser um Thutmose e estranhamente, na tumba de Tutankhamon, foi
encontrado um chicote com o nome desse prncipe.

Akhenaton

Talvez o jovem Amenhotep tenha participado do governo do pai como co-


regente, mas isso no est provado, h prs e contras.

No sexto ano de seu reinado, o fara no s trocou seu nome como criou um
novo culto, uma nova religio que tinha um nico deus, Aton.Para
homenagear seu deus, Akhenaton construiu toda uma cidade Akhet-Aton para
onde se mudou junto com sua famlia e a corte. Hoje essa cidade, entre Mnfis
e Tebas chamada Tell el-Amarna.

Parece que alm da prpria f, o fara estava profundamente incomodado com


o poder dos sacerdotes de Amon e esta era a oportunidade de lhes dar uma
lio. Ele mandou apagar os nomes e imagens de Amon pelo Egito afora.
possvel que esse tenha sido o primeiro exemplo de monotesmo
documentado.

possvel que Amenhotep III seu pai, j estivesse promovendo, aos poucos,
alguns cultos solares, na tentativa de diminuir o poder dos sacerdotes de
Amon e Akhenaton deve ter participado disso.

Na verdade, quando ele chegou ao trono, tomou a religio como foco principal
e tentou obrigar o povo, acostumado h milnios a adorar diversos deuses, a
se tornar monotesta por decreto. evidente que o povo continuou adorando
seus deuses, apenas os sacerdotes perderam o poder.

Os templos construdos por Akhenaton para adorar seu deus, foram diferentes
de tudo que j tinha sido construdo no Egito at ento. Os templos no
possuam teto (portanto no eram escuros), as paredes eram decoradas com
cenas da vida diria em pedra calcria branca. A viso deveria ser
maravilhosa, um complexo de paredes brilhantes sob a luz do sol e o cu azul
do Egito.

A arte no perodo de Akhenaton, chamada amarniana e completamente


diferente do estilo habitual egpcio. uma arte to naturalista a ponto de as
figuras parecerem caricaturas.

espantosa a maneira como o fara retratado, pernas e braos finos, barriga


proeminente, rosto pontudo e o crnio alongado. recorrente a pergunta se o
fara sofria de algum tipo de doena que causaria essa deformidade.

Akhenaton e familia

Na verdade, as figuras em geral so retratadas dessa forma, at mesmo a


famlia do fara, inclusive a rainha Nefertiti que, a julgar pelo busto que hoje
est no Museu de Berlim, era belssima.
O busto de Nefertiti talvez a mais bela obra da arte egpcia e o escultor
preferiu retratar a rainha da maneira tradicional.

Praticamente todos relevos de Akhenaton foram desfigurados aps a sua


morte e as esttuas mostram uma figura definitivamente grotesca.

Akhenaton casou com Nefertiti, filha de Ay que foi vizir de seu pai. Quando o
fara mudou seu nome, sua esposa passou a chamar-se Nefer-Nefru-Aten, Bela
a beleza de Aton. Existe uma corrente de estudiosos que defende a tese de
que quando Akhenaton morreu, o fara que o sucedeu, o quase desconhecido
Smenkhare, na verdade foi Nefertiti (ou Nefernefruaten), que reinou para
manter o poder do novo deus.

Enquanto o fara se dedicava religio e as artes, o imprio egpcio ficou nas


mos de dois homens fortes, Ay, que devia ser o sogro de Akhenaton e o
general Horemheb que era casado com outra filha de Ay, Mutnodjme (irm de
Nefertiti).

Ambos se tornaram faras e graas a eles o Egito permaneceu sob controle


enquanto Akhenaton se entregava a seus interesses filosficos e religiosos.

Aps a morte de Akhenaton, houve um movimento sistemtico no sentido de


apagar todo e qualquer vestgio de sua presena na histria do Egito. Seus
monumentos foram demolidos, seu nome foi apagado, suas esttuas quebradas
e nos afrescos ele foi desfigurado.

O culto a Aton acabou de imediato aps a morte do fara e os sacerdotes de


Amon voltaram ao poder como antes. Um tmulo na rocha foi preparado para
Akhenaton em Amarna, mas parece nunca ter sido usado. Em Tebas no h
tumba com seu nome e no se sabe aonde ele foi sepultado. Seus oficiais e
outros nobres foram sepultados nas tumbas em Amarna, onde existem restos
do estilo amarniano de arte.

Smenkhkare Ankkheperure-Merywaenre

Seu nome Semenkhkare-Djeserkheperu significa Aquele a quem o esprito


de Ra enobreceu ou Vigorosa a alma de Ra, Manifestaes sagradas. Seu
nome de trono Ankkheperure-Merywaenre significa Vivas so as
manifestaes de Ra.

Este foi um fara que at hoje gera controvrsias. Alguns acreditam que
Smenkhkare era Nefertiti, esposa de Akhenaton. Isso, porque, o nome
Ankhkheperure muito parecido com o nome Nefernefruaton, que era o nome
de Nefertiti.
Atade encontrado na KV55, pode ser de Smenkare ou Akhenaton

Outros acham que Smenkhkare era o irmo mais novo de Tutankhamon que
reinou apenas durante pouco tempo. Tambm pode ter sido o irmo mais novo
de Akhenaton, ou at mesmo um filho dele. Pode ter sido outra pessoa que
tenha se casado com uma das filhas de Akhenaton.

O sarcfago da foto o mais misterioso dos que esto no Museu do Cairo, foi
encontrado em janeiro de 1907 na tumba KV55 por Theodore Davis e Edward
Ayrton. Pode ter pertencido a Smenkare ou a Akhenaton por causa dos objetos
de Amarna encontrados nesta tumba. Os cartuchos do sarcfago foram
apagados e ele foi bastante castigado.

Seu reinado foi de apenas trs anos, mas, foi o suficiente para abandonar a
nova religio de Aton, voltando o centro do poder para Tebas e para os
sacerdotes de Amon.

Vamos s teorias, se ele fosse filho de Akhenaton, no seria filho de Nefertiti,


acredita-se que ela teve apenas filhas. Ele teria sido talvez, filho de uma das
esposas menores, talvez de Kiya (que se acredita era a me de Tutankhamon).
Smenkare deve ter reinado logo aps a morte de Akhenaton e por muito pouco
tempo, sendo logo sucedido por Tutankhamon.

Continuando nas hipteses, ele teria se casado com Merytaton que era a filha
mais velha, herdeira da linhagem, mas ela deve ter morrido cedo. Assim quem
passou a herdeira oficial foi Ankhesenpaton que casou com o jovem
Tutankhamon.

Smenkhkare e Merytaton so mostrados juntos na tumba de Meryre II em


Amarna e tambm num relevo em Mnfis.
Ainda no campo das hipteses, caso depois da morte de Akhenaton, Nefertiti
tivesse assumido como co-regente, a Estela de Co-regncia, um fragmento
encontrado em Amarna, poderia atestar a credibilidade dessa hiptese.

Originalmente, a Estela mostra trs figuras, identificadas como Akhenaton,


Nefertiti e a princesa Merytaton. Porm mais tarde, o nome de Nefertiti foi
arrancado e no lugar foi colocado o nome do Fara Ankhkheperure
Neferneferuaton, e o nome da princesa foi trocado pelo da terceira filha de
Akhenaton e Nefertiti, Ankhesenpaaton.

A troca do nome da filha sugere que Merytaton faleceu antes do final do


reinado de Akhenaton.

Outra das controvrsias diz respeito crena de que Merytaton no morreu


jovem e sim que sobreviveu ao seu marido e foi co-regente dele sob o nome
de Ankhetkheperure, que o ltimo nome de trono do seu marido na forma
feminina.

Acredita-se que Smenkhkare faleceu por volta dos vinte e cinco anos de
causas desconhecidas. Na tumba de nmero 55 do Vale dos Reis havia a
mmia de um homem falecido por volta de vinte e seis anos, que mostrava
sinais de hidrocefalia e poderia ser a mmia de Akhenaton (que nunca foi
encontrada).

Apesar das evidncias o Museu do Cairo insiste em que essa mmia


Smenkhkare. Na verdade, Akhenaton reinou pelo menos por dezessete anos e
no poderia ter morrido to jovem, se verdade que a mmia possua apenas
vinte e seis anos quando morreu.

Tutankhamun Nebkheperure

Seu nome significa Imagem viva de Amon. Seu nome de trono


Nebkheperure O senhor das manifestaes Ra.

Esse fara dispensa apresentaes porque o mais famoso de todos os


tempos, desde que Howard Carter encontrou sua tumba em 1922. Nunca antes
ou depois deste, foi encontrado tamanho tesouro, em todos os sentidos. No s
pelos valores materiais, mas principalmente porque atravs dos objetos
encontrados se pode ter uma viso de todos os aspectos da vida na poca.

Alm de tudo isso, quase impossvel imaginar o que um fara de grande


importncia teria levado para sua tumba, porque afinal, Tutankhamon reinou
por apenas nove anos e ningum ia perceber sua falta se no fosse encontrado
intacto seu tmulo.

Na realidade esse foi um fara pouco conhecido que era apenas um menino ao
assumir o trono e jovem ainda quando faleceu. Tutankhamon mais
conhecido por ter retomado o culto a Amon e conseqentemente ter dado
novamente grande poder aos sacerdotes. Ele reabriu os templos de Amon e as
suas obras que conhecemos, foram adies aos templos de Luxor e de Karnak.

As relaes entre Akhenaton, Smenkhkare e o fara Tutankhamon so


desconhecidas. possvel que Tutankhamon fosse filho de Akhenaton e
Nefertiti ou talvez irmo de Akhenaton, pode ter sido um parente ou sobrinho,
pode ter sido filho de Smenkhkare. Enfim h muitas possibilidades e nenhuma
certeza.

Tutankhamon criana

Originalmente seu nome era Tutankhaton e ele deve ter sido criado em
Amarna. Aps a morte de Akhenaton, ele mudou seu nome para
Tutankhamon. Evidentemente ele mesmo no tomou essa atitude e sim seus
conselheiros, porque ele era uma criana que foi coroada aos nove anos de
idade.

Portanto, se assume que quem governou o Egito nessa poca foram


provavelmente Ay e Horemheb, como conselheiros do fara menino. Talvez
seja por esse motivo que o fara Tutankhamon no est registrado nas listas
de reis. Horemheb usurpou a maior parte do que havia em nome do fara,
inclusive a Estela da Restaurao (sobre a restaurao da antiga religio).

Tutankhamon morreu com dezesseis ou dezessete anos e dizem que foi


assassinado. Nada disso est provado e portanto tudo especulao.

A famosa tumba de Tutankhamon a de nmero 62 no Vale dos Reis que foi


encontrada cheia de maravilhosos tesouros alm da mmia do fara, no era
sua tumba original. A original era a de nmero 23, mas no estava pronta
quando ele morreu, ento ele foi sepultado na 62, que era antes, um local para
armazenamento.

Entre as coisas encontradas na sua tumba havia dois pequeninos caixes


contendo dois fetos mumificados que se presume fossem filhos do fara
nascidos prematuros. Ele no deixou herdeiros.
O que ocorreu de muito estranho foi que, aps a morte de Tutankhamon, sua
esposa, Ankhesenamun escreveu ao rei dos Hititas pedindo que enviasse um
filho seu para casar com ela. O rei no acreditou em coisa to espantosa, e at
averiguar a verdade e mandar o filho, a histria j era conhecida, de modo que
o rapaz foi morto logo na fronteira pois tanto Ay quanto Horemheb tinham
todos os motivos para no desejarem esse casamento.

Parece que ela foi obrigada a casar-se com Ay (que j era bem velho,
provavelmente era pai de Nefertiti) e logo depois no existe mais nada que
fale sobre a rainha. Talvez pelo fato de ter escrito aos hititas ela tenha cado
em desgraa com o novo fara. Mas foi assim que Ay se tornou legalmente o
fara.

Possivelmente a figura de Ay

Ay Kheperkheperure-Irimaat

Seu nome Itinetjer-Aja significa Pai do deus, Ai. Seu nome de trono
Kheperkheperure-Irimaat significa Eternas so as manifestaes de Ra.

Quando Tutankhamon faleceu talvez com dezessete anos, um dos seus


conselheiros, chamado Ay, casou-se com a jovem viva do fara menino o
que tornou possvel sua subida ao trono.

Existem muitas hipteses e muitas suspeitas atuais de que esse senhor j idoso
(deveria ter setenta anos), que talvez tenha sido tio de Tutankhamon, seja o
responsvel pela morte do jovem fara. E, ainda que no tenha sido, pelo
menos muito suspeito o fato da viva do rei Tut ter pedido um marido aos
hititas e aps o seu casamento com Ay, ter desaparecido da histria.

Ay pode ter sido sem escrpulos, pode ter sido o assassino do fara Tut, pode
ter obrigado sua viva ainda menina a casar-se com ele, mas tambm pode ter
sido dentre aqueles que disputavam o trono, o mais qualificado ou o mais
esperto. Isso possivelmente jamais saberemos.
Ele era militar e foi vizir e chanceler de Akhenaton.

Sua tumba no Vale dos Reis, de nmero 23, descoberta por Belzoni em 1816,
parecida em tudo com a de Tutankhamon, inclusive a pintura dos 12
macacos (babunos) simbolizando as horas noturnas, igual.

A mmia de Ay no foi encontrada.

muito possvel que, tanto a tumba de Ay (cujo sarcfago estava destrudo,


sua imagem desfigurada e seu nome arrancado das paredes e dos textos)
quanto seus outros monumentos tenham sido modificados por Horemheb que
o sucedeu no trono.

Horemheb Djeserkheperure Setepenre

Seu nome significa Hrus est em jbilo. Seu nome de trono, Sagradas so
as manifestaes de Ra, Escolhido de Ra.

Sabe-se que ele era originrio de Heraclepolis perto do Fayum. No reinado


de Amenhotep III ele j era um oficial do exrcito e mais tarde, sob
Akhenaton foi o Grande Comandante do Exrcito.

No reinado do fara Tutankhamon ele foi regente e conselheiro e subiu ao


trono aps o breve reinado de Ay.

possvel que quando Ay subiu ao trono, Horemheb estivesse fora do pas em


alguma campanha militar e por isso no conseguiu se tornar fara.
Independente de o fara Tut ter sido assassinado ou no, o fato que a
oportunidade de casar com a viva do fara interessava aos dois, tanto Ay
quanto Horemheb desejavam o trono.

Horemheb deve ter sido um homem ambicioso e dedicado, porque assim que
Ay faleceu ele se declarou fara.

Sua esttua de coroao (em Turim) conta como o deus Hrus o elevou ao
trono. Na Estela de Turim est registrado como ele se preparou para ser fara,
como conselheiro e prncipe regente de Tutankhamon.
Esttua de Horemheb com Amon em Turim

Seu objetivo como fara foi colocar o pas de volta nos trilhos aps uma fase
de governantes fracos que comeou com Akhenaton.

Para isso ele devolveu as propriedades dos templos e as terras dos nobres, mas
punia com a morte aqueles que roubassem dos pobres ou se apropriassem de
suas terras.

Para consolidar seu poder, casou com Mutnodjmet, cantora de Amon e talvez
irm de Nefertiti.

Fez campanhas militares, ele era general desde que Tutankhamon era fara,
tanto na Nbia quanto na Sria.

Construiu alguns monumentos mas usurpou a maior parte, tanto de


Tutankhamon como de faras anteriores a ele. Parece que Horemheb se
dedicou a destruir tudo aquilo que tivesse ligao com o perodo de Amarna e
Akhenaton, destruindo os templos tanto do fara quanto do deus Aton, assim
como apagou os nomes de Akhenaton, Nefertiti e Tutankhamon de todos os
lugares que pode. possvel que tenha sido ele tambm a apagar os nomes de
Ay.

Horemheb no tinha herdeiros, portanto antes de falecer designou seu chefe


militar, Paramessu como seu sucessor.

Quando foi conselheiro de Tutankhamon, Horemheb havia construdo uma


tumba em Saqqara, mas aps sua coroao resolveu construir outra, no Vale
dos Reis. Sua tumba tem o nmero 57 do Vale. Ele usurpou tambm o templo
morturio de Ay em Medinet Abu.

A tumba de Horemheb foi descoberta entre 1907/08 por Theodore Davis e


embora algumas colunas estivessem quebradas, a decorao estava em boas
condies. Havia ossos dentro da tumba e alguns ainda dentro do sarcfago,
muitos foram jogados em outras cmaras. As mmias de Horemheb e de sua
rainha no foram encontradas no cache junto com outros faras, portanto
possvel que os ossos pertenam aos donos da tumba.

Todo o equipamento morturio que no foi roubado, estava destrudo,


quebrado e espalhado pela tumba.

Os restos de pedra e terra eram os originais de quando a tumba foi escavada,


mas parece que quando Horemheb morreu ela no havia sido terminada.
Grande parte da decorao est em esboos e a maior parte da tumba, os
corredores foram apenas pintados de branco. A parte que foi terminada de
grande beleza.

Novo imprio/Dinastias do Novo


Imprio/19 Dinastia
Dinastia 19
Faras da Dcima Nona Dinastia

coluna e capitel do templo de Hathor em Mnfis

Ramesses I (Menpehtyre)

Seti I (Menmaatre)

Ramesses II (Usermaatresetepenre)

Merenptah (Baenrehotephirmaat)

Amenmesse (Menmire)

Seti II (Userkheperuresetepenre)

Siptah (Akhenresetepenre)

Tausert (Sitremeritamun)
Ramss I Menpehtyre

Seu nome significa Ra o criou. Seu nome de trono Eterna a fora de Ra.

O ltimo fara da 18 Dinastia foi Horemheb, que na verdade no possua


linhagem real e era um general do exrcito. Como ele no deixou herdeiros,
designou para suced-lo seu comandante militar de nome Paramessu, que foi
co-regente de Horemheb e com a morte deste se tornou Ramss I.

Sua famlia era originria do Delta, de Avaris, que havia sido a capital dos
invasores estrangeiros chamados de hicsos (quatrocentos anos antes). O pai de
Ramss I tambm era um oficial do exrcito de nome Seti e o fara se casou
com Sit-Re, que deveria ser filha de um militar. O casal teve um filho tambm
chamado Seti que foi vizir do pai, comandante de tropas e co-regente.
Portanto se v que essa foi uma dinastia de militares.

Horemheb deve ter avaliado bem sua escolha ao deixar o trono para
Paramessu, porque o agora chamado Ramss se preocupou em restabelecer a
ordem religiosa depois de toda a confuso do reinado de Akhenaton, seguindo
os passos do prprio Horemheb.

Podemos dizer que este foi o fundador de uma das mais poderosas dinastias
egpcias. Embora tenha reinado por apenas dois anos, Ramss I procurou
manter a estabilidade poltica do pas e reabriu as rotas de caravanas de
comrcio com o Sinai.

Como os faras anteriores, fez melhorias no Templo de Amon em Karnak e


construiu uma capela e um templo em Abidos.

Sua tumba est no Vale dos Reis no nmero 16, uma pequena tumba, que
como as outras tambm foi violada e saqueada.

Ela foi descoberta em 1817 por Belzoni e estava inacabada, como se fosse
apenas uma antecmara. L havia um grande sarcfago de granito, um par de
esttuas do fara que deveriam, um dia, ter sido cobertas de ouro. Havia
muitas pequenas esttuas de deuses feitas em madeira e cabeas de animais.

A mmia do fara ficou perdida durante muitos anos e alguns egiptlogos


acreditam que foi encontrada no Canad.

Em 1999 um lugar chamado Niagara Falls Museum and Daredevil Hall of


Fame fechou e vendeu suas antiguidades que foram compradas pelo Carlos
Museum, dentre elas uma mmia, muito bem conservada e cuja mumificao
chamou ateno de estudiosos. Depois de uma cuidadosa anlise eles
concluram que a mmia deveria ser Ramss I.
O Museu ento, gentilmente, resolveu devolver a mmia ao seu local de
origem, o Egito.

A esposa de Ramss I, Sit-Re sobreviveu ao marido e foi sepultada numa


tumba inacabada, no Vale das Rainhas.

Seti I Menmaatre

Seu nome Sety Merenptah significa Ele que pertence ao deus Seth, Amado
de Ptah. Seu nome de trono Menmaatre significa Eterna a justia de Ra.

Seu pai foi Ramss I e sua me Sit-Re. Sua esposa foi Tuya, filha de um
tenente do exrcito (condutor de bigas) e eles tiveram duas filhas e um filho,
Ramss II.

Seti foi co-regente de seu pai Ramss I e um grande comandante militar,


seguindo a tradio da famlia. Alm de campanhas na sia, junto com seu
filho Ramss II lutou a batalha de Kadesh, e enfrentou lutas contra os
bedunos e a captura de Gaza e Rafah.

Como governante, prosseguiu com a poltica diplomtica e econmica de boas


relaes com outros pases, alm de ser dedicado s artes e arquitetura. As
manifestaes artsticas em seu reinado jamais foram igualadas em qualidade
e refinamento.

Tumba de Seti I Vale dos Reis

Seti I construiu vrios monumentos incluindo um cenotfio e um templo em


Abidos. No templo de Seti I havia sete santurios: um para si prprio, um para
cada deus, Ptah, Ra-Harakhte, Amon-Ra, Osris, Isis e Hrus.

Nesse templo, existe uma parte chamada Sala dos Registros ou Galeria das
Listas, (Lista de Abidos) em cujas paredes est gravada a lista oficial de
faras desde a primeira dinastia at o prprio Seti I. Esta lista uma das que
no registra os reis do perodo de Amarna, Akhenaton, Smenkhkare,
Tutankhamon e Ay. Ela pula de Amenhotep III para Horemheb.

O cenotfio para Osris chamado Osireion fica prximo ao templo.


Como todos os faras, Seti I responsvel por acrscimos no Templo de
Amon em Karnak, sendo que ele fez um acrscimo notvel, a grande sala
hipostila, essa a maior das estruturas religiosas j construda. Seu filho
Ramss II terminou a obra.

Seu tmulo foi escavado no Vale dos Reis e o mais profundo e mais
completo do vale. Ele totalmente decorado, no apenas na cmara morturia,
e os faras seguintes copiaram o estilo, decorando por completo seus tmulos.
Na cmara morturia foi encontrado um sarcfago de alabastro, vazio, que
est no Museu de Londres.

A mmia de Seti I foi encontrada no cache de Deir el-Bahari em 1881 e hoje


est na Sala das Mmias do Museu Egpcio do Cairo.

Ramss II Usermaatresetepenre

Chamado Ramss o Grande, ele foi de fato um grande fara e vamos dizer que
soube fazer seu marketing, colocando seu nome em todos os monumentos
possveis, at naqueles que no lhe pertenciam.

Seu nome Ramss Meryamun, significa Nascido de Ra, Amado por Amon.
Seu nome de trono Usermaatre-setepenre, A justia de Ra
poderosa, Escolhido por Ra.

Seu pai foi Seti I e sua me a rainha Tuya. Esse fara teve, pelo menos,
duzentas esposas e concubinas, dentre elas temos trs rainhas mais
conhecidas, a favorita Nefertari, Istnofret, Maathornefrure (hitita) alm de
suas filhas e esposas Binthanath e Marytamon. Tambm fato sempre
mencionado que Ramss II teve cerca de 96 filhos e 60 filhas.

Um de seus filhos Khaemwise era sacerdote de Ptah e governador de Mnfis,


foi sepultado no Serapeum prximo aos sagrados Bois pis, o peitoral
trazendo o nome de Ramss II foi encontrado no tmulo de Khaemwise.

peitoral com o nome de Ramss II, Serapeum de Mnfis

A rainha Nefertari tambm lhe deu um filho homem Amun-he-shepeshef que


faleceu por volta dos quarenta anos. Ao todo Ramss II sobreviveu a treze de
seus filhos e foi o dcimo quarto, Merenptah cuja me era Isnofret, quem
herdou o trono.

Ramss II assumiu o trono do Egito por volta dos vinte anos de idade e reinou
durante uns sessenta e sete anos. Durante seu reinado ele foi responsvel por
inmeras construes e seu nome est inscrito em outras que j existiam. Ele
colocou seu nome em tudo, monumentos, esttuas e mandava inscrev-lo to
profundamente de modo que ningum mais pudesse inscrever por cima, como
ele mesmo havia feito com os outros.

Dentre suas obras esto o Templo de Abu Simbel, Templo de Nefertari, a Sala
Hipostila em Karnak, Templo em Abidos, Templo em Luxor, Ramesseum, a
tumba de Nefertari (Vale das Rainhas) considerada a jia do Vale, a tumba
nmero 7 e a nmero 5 (que se acredita tenha sido construda para alguns de
seus filhos e deve ser a maior tumba do vale) no Vale dos Reis, o Serapeum e
outras. Tambm fundou a cidade de Pi-Ramss no Delta.

Ramss II acompanhou seu pai, Seti I em vrias campanhas militares, como


co-regente. Aos vinte e dois anos, liderou uma campanha Nbia, junto com
dois de seus filhos. Foi guerra contra os hititas e lutou a famosa batalha de
Kadesh.

Como chefe militar ele muito questionado, mas sem dvida, foi um gnio ao
fazer sua propaganda, porque gastou muito tempo e espao nas paredes
alardeando suas vitrias. Parece que h diversas opinies sobre Ramss II.
Alguns acreditam que ele foi mesmo o maior dos faras, outros colocam
dvidas em tantas conquistas e feitos. Politicamente ele foi responsvel por
um tratado de paz entre o Egito e os Hititas.

Ramss II foi sepultado no Vale dos Reis na tumba de nmero 7, mas sua
mmia foi movida duas vezes e terminou no cache de Deir el-Bahari, onde foi
encontrada.

Na verdade, os sacerdotes que moveram e reenfaixaram a mmia de Ramss


II, tambm o fizeram com as mmias de Ramss I, Seti I e Amenhotep I. Eles
alegavam que estavam retirando os amuletos, enfeites e jias, para proteger os
corpos dos ladres de tumbas, mas o que estavam fazendo era saquear as
mmias antes que outros o fizessem. O mais interessante que os sacerdotes
documentaram isso tudo nas faixas de linho que cobriam as mmias.

Merenptah Baenrehotephirmaat

Seu nome Merenptah Hetep-her-maat significa Amado por Ptah, Feliz a


Verdade. Seu nome de trono Baenre Mery-netjeru A alma de Ra, Amado
dos deuses.
Foi o 13 ou 14 filho de Ramss II e sua me era a rainha Istnofret (ele foi
seu quarto filho). Suas esposas foram, Takhat e a irm Istnofret II. Registram-
se dois filhos, Amenmesse filho de Takhat (isso no certo) e Seti-Merenptah
que mais tarde foi Seti II.

KV8 Sarcfago do fara Merenptah

Seu pai Ramss II viveu e reinou durante muito tempo, portanto se presume
que Menreptah tivesse por volta de sessenta anos quando subiu ao trono.
Possivelmente ele governava por seu pai que j estava muito idoso.

Antes, ele foi general do exrcito e s se tornou herdeiro com uns quarenta e
cinco anos de idade.

Durante seu reinado ele manteve a paz na sia e est registrado que mandou
alimentos para os Hititas, que estavam morrendo de fome, conforme acordo
feito com seu pai. Suas campanhas militares na Nbia e na Lbia esto
gravadas em Karnak e em seu templo em Tebas.

Data do reinado de Merenptah a primeira referncia no bblica a Israel. Est


na Estela da Vitria, que ele usurpou do templo morturio de Amenhotep III
em Tebas. Nela ele lista suas conquistas militares (fazendo um comentrio
sobre cada povo dominado) e h uma nica referncia a Israel - exterminada,
vazia de sementes.

Por causa deste registro, acredita-se que se o xodo for provado


historicamente, ele poderia ter sido o fara da poca.

Merenptah tambm fez algumas obras, como adies aos templos como
o Osireion em Abidos e ao templo que seu pai construiu em Dendera.
Construiu seu templo funerrio atrs dos Colossos de Memnon, usando as
pedras do templo anterior. Construiu um palcio em Mnfis perto do templo
de Ptah.

H registros do fara Merenptah em Estelas na Nbia, blocos em Elefantina,


inscries em diversos outros templos, uma coluna da vitria em Helipolis e
vrios monumentos em Pi Ramss.
Sua tumba a de nmero 8 no Vale dos Reis, foi descoberta por Carter (o
mesmo que descobriu a tumba de Tutankhamon) em 1903, prximo tumba
de Ramss II. Quando foi aberta estava em escombros e trazia rabiscos da
poca dos gregos e romanos. O sarcfago em granito rosado evidentemente
estava vazio. A mmia foi encontrada dentro da tumba de Amenhotep II (KV
35) entre outras dezoito mmias.

Amenmesse Menmire

Seu nome significa Nascido de Amon e o nome de trono Menmire-


setepenre Eterno como Ra, Escolhido por Ra. Seu nome egpcio devia
ser Heqa-waset, Criado por Amon, governante de Tebas.

Amenmese

H muitas controvrsias a respeito desse fara e de quando ele reinou. No se


sabe se ele reinou antes de Seti II legitimamente ou se usurpou o trono de seu
irmo (se que era irmo).

Na verdade, pelo fato das inscries do nome de Seti II terem sido apagadas,
se levanta a hiptese de Amenmesse ter sido usurpador.

Se de fato, Seti II reinou depois dele, pode ter sido o prprio Seti que apagou
o nome desse fara das construes usurpando-as.

Acreditava-se que Amenmesse fosse filho de Merenptah com a rainha Takhat


e que teria se casado com uma mulher de nome Baktwerel. Mas, alguns
estudiosos dizem que Takhat e Baktwerel foram a me e a esposa de Ramss
IX.

Como a maior parte das dedues, essa foi tirada das inscries encontradas
na tumba de Amenmesse, mas, parece que essa tumba na verdade, foi
usurpada pelas mulheres mencionadas acima.
H tambm a hiptese de ele ter sido um vizir do sul do Egito na poca do
reinado de Seti II, que se chamava Messiu e no um verdadeiro fara.

A possibilidade de ele ter sido filho de Takhat (esposa de Merenptah) no


parece muito lgica porque o nome dela foi inscrito na tumba deste fara
apenas na 20 Dinastia.

Nada se sabe sobre o governo de Amenmesse, nem poltica nem militarmente.


As construes atribudas a ele foram alguns acrscimos a monumentos j
existentes e algumas esttuas. Seis esttuas so atribudas a ele na Sala
Hipostila de Karnak, inclusive numa delas h a inscrio A Grande Esposa
Real Takhat. No se sabe se essa esttua mesmo Amenmesse ou se foi
usurpada e fica muito difcil saber quem construiu o que e quem usou apenas
os monumentos alheios.

Sua tumba no Vale dos Reis, nmero 10, bastante conhecida desde 1743 e
muito da decorao foi destruda. Trs mmias foram achadas na tumba, duas
mulheres e um homem, que no foram identificados. Muitas das coisas que
havia na tumba no pertenciam a ela, como ushabits de Seti I e restos do
sarcfago de Ramss VI entre outros itens.

Essa tumba continua sendo investigada em busca de respostas, se Amenmesse


foi sepultado ali, qual seria a ligao dele com Takhat e Baketwerel para quem
a tumba foi redecorada. um tmulo muito simples e nos corredores ainda se
podem ver cenas do fara Amenmesse (talvez) em frente ao deus Ra-
Harakhte, cenas da Litnia de Ra, o Amduat e cenas de Takhat fazendo
oferendas aos deuses. Tambm h cenas de Baketwerel fazendo oferendas e
do Livro dos Mortos.

Seti II Userkheperuresetepenre

Seu nome Seti Merenptah significa Aquele que pertence ao deus


Seth, Amado de Ptah. Seu nome de trono Userkheperure Setepenre
significa Poderosas so as manifestaes de Ra, Escolhido de Ra.

Ele era filho de Merenptah e talvez meio irmo de Amenmesse, sua me era
Istnofret. Suas esposas foram, Takhat II, Tausert e Tiaa. Tausert lhe deu um
filho, Seti-Merenptah que faleceu antes de herdar o trono e Tiaa lhe deu
Siptah.
Seti II

Seu reinado um tanto confuso porque se sabe que ele era o filho mais velho
de Merenptah e seu herdeiro, como tambm era o comandante militar no
reinado de seu pai.

O problema que Amenmesse (possivelmente) reinou por um tempo curto


antes dele assumir o trono. No se sabe se Amenmesse usurpou o trono ou se
foi o sucessor legtimo de Merenptah.

O fato que Seti II prosseguiu com as campanhas militares na Nbia e no


Sinai onde seu nome foi encontrado, provavelmente por causa das minas de
ouro. Mas, em termos gerais parece que seu governo foi pacfico.

Suas obras conhecidas so um templo em Hermpolis onde ele terminou o


embelezamento comeado por seu av Ramss II, adies ao Templo de
Karnak e completou um templo para Mut.

Sua tumba conhecida no Vale dos Reis no nmero 15, mas seu templo
morturio nunca foi encontrado. A tumba foi encontrada por Howard Carter
em 1903 e foi usada como local de armazenamento enquanto Carter escavava
a tumba de Tutankhamon.

A mmia de Seti II no foi encontrada em sua tumba e sim na de nmero 35,


onde havia um depsito de mmias. Muitos acreditam que ele foi sepultado
junto de sua esposa Tausert no tmulo da rainha e que sua tumba foi
terminada para ser usada na dinastia seguinte por Sekhnakht.

Siptah Akhenresetepenre

Seu nome Siptah Merenptah significa Amado por Ptah, Filho de Ptah. Seu
nome de trono Akhenre-setepenre significa Belo para Ra, Escolhido por Ra.
Seu pai foi Seti II e sua me a rainha Tiaa. Como seu pai faleceu e ele ainda
era criana a regente foi a rainha Tausert.

No se sabe se algum dia Siptah governou realmente o Egito. possvel que


durante toda sua vida como fara ele estivesse sob a tutela de sua regente a
rainha Tausert (esposa principal de seu pai) e do vizir Bay.

Tampa do sarcfago de Siptah

Na realidade, os mdicos chegaram concluso ao examinar sua mmia de


que ele poderia ter sofrido de paralisia cerebral e seu p esquerdo deformado
indicava que talvez tivesse tido poliomielite.

Nada se sabe tambm sobre sua me, se faleceu antes ou depois dele, apenas
se levanta a hiptese de que ela era Sria.

Siptah chegou ao trono quando seu irmo mais velho, filho da rainha Tausert,
que era o herdeiro, faleceu, e ele tinha por volta de quatorze anos. Parece que
Siptah, faleceu aos vinte anos.

Sua tumba a nmero 47 do Vale dos Reis, mas sua mmia foi encontrada na
de nmero 35 junto com outras, embora a 47 tenha sido decorada para ele.

Seu sarcfago de granito vermelho em forma de cartucho, decorado com


passagens do Livro dos Portes, foi encontrado enterrado no cho. Havia
ossos nele, mas eram provavelmente de algum do Terceiro Perodo
Intermedirio. Na verdade essa tumba nunca foi completamente explorada at
1994, quando foi feito um trabalho de recuperao pelo Servio de
Antiguidades Egpcio.

As evidncias so de que a me de Siptah, a rainha Tiaa foi sepultada tambm


nesta tumba porque foram encontrados fragmentos de vasos canopos, um
sarcfago e vrias ostracas com o nome de Tiaa.

Rainha Tausert Sitremeritamun


Seu nome Towosret setep-en-mut significa Senhora poderosa, Escolhida por
Mut. Seu nome de trono Site-re Mery-amun significa Filha de Ra, Amada
por Amon. Seu nome tambm escrito como Tawosret.

Ela foi a esposa de Seti II e me de seu herdeiro Seti-Merenptah que faleceu


antes de herdar o trono. Quem herdou o trono de Seti II foi um filho dele com
outra esposa, Tiaa (que talvez fosse descendente de srios). Quando o fara
faleceu, Tausert assumiu a regncia pelo menino herdeiro Siptah.

Existe a hiptese que o fara herdeiro Siptah tivesse problemas de sade, alm
de ser uma criana quando seu pai faleceu, portanto, se assim foi, Tausert
governou o Egito a partir do momento em que seu marido Seti II faleceu.

Infelizmente pouco se sabe sobre a rainha que foi o ltimo governante da


dcima nona dinastia.

Quando Siptah faleceu (por volta dos vinte anos de idade), Tausert assumiu o
trono com o ttulo de Rainha. Ela marcou a contagem dos anos comeando do
perodo de sua regncia. Provavelmente o vizir Bay esteve ao lado dela desde
a regncia e continuou a governar a seu lado.

KV14, tumba de Tausert usurpada por Setnekht

Existem lendas que dizem que o vizir mandou execut-la depois que ela,
totalmente apaixonada, lhe entregou o controle total do tesouro egpcio.

H evidncias de obras feitas pela rainha em Helipolis onde foi encontrada


uma esttua de Tausert, assim como houve obras em Tebas, Seu nome
tambm foi encontrado em Abidos, Hermpolis, Mnfis e na Nbia.

Para ela foi feita uma tumba monumental no Vale dos Reis, a de nmero 14,
onde ela mostrada como a amada esposa de Seti II. Essa tumba foi
construda em trs etapas, quando ela foi a rainha de Seti II, quando foi
regente para Siptah e quando assumiu o trono. Seu marido deve ter sido
sepultado no mesmo local.
Sua mmia no foi devidamente identificada e possvel que seja a
chamada romana desconhecida que estava armazenada na tumba 35.

O vizir Bay uma figura pouco conhecida e talvez tenha reinado sozinho
durante um ano mais ou menos, aps a morte de Tausert. Muitos estudiosos
acreditam que ele sempre governou por trs da figura da rainha. Ele tinha sido
escriba real de Seti II e se acredita que era descendente de srios.

Novo imprio/Dinastias do Novo


Imprio/20 Dinastia
Dinastia 20
Faras da Vigsima Dinastia
Sethnakhte (Userkhauremeryamun)

O livro dos Mortos do escriba Ani

Ramesses III (Usermaatremeryamun)

Ramesses IV (Hekamaatresetepenamun)

Ramesses V (Usermaatresekheperenre)

Ramesses VI (Nebmaatremeryamun)

Ramesses VII (Usermaatresetepenre)

Ramesses VIII (Usermaatreakhenamun)

Ramesses IX (Neferkaresetepenre)

Ramesses X (Khepermaatresetepenre)
Ramesses XI (Menmaatresetepenptah)

Sethnakhte Userkhauremeryamun

Seu nome significa Seth vitorioso que junto com o


epteto Mereramunre significa Amado de Amon. O nome de
trono Userkhaure-setepenre, Poderosas so as manifestaes de Ra.
Tambm vemos o nome do fara escrito como Setnakht e Sethnakht.

Seu pai era muito provavelmente Ramss II e ele se casou com Tiy-Merenese
( a esposa conhecida) de quem teve Ramss III seu herdeiro.

Ramss III deve ter sido co-regente do pai por um curto espao de tempo, uma
vez que o reinado de Sethnakhte foi de uns trs anos e ele j tinha alguma
idade ao assumir o trono.

Antes de Sethnakhte reinaram juntos a rainha Tausert (Tawosret) e o vizir Bay


e esse foi um perodo confuso para o Egito. No se sabe se Sethnakhte tomou
o poder direto de Tausert ou se reinou aps o usurpador vizir Bay.

bem possvel que ele tenha assumido direto aps Tausert porque o fara
proclama ter Rechaado o usurpador e restaurado a lei e a ordem no Egito.
Sethnakhte foi o primeiro fara da ltima dinastia do Novo Imprio.

Sethnakhte alis se recusou a reconhecer o reinado de Siptah, Tausert e do


vizir Bay. Ele data seu reinado a partir de Seti II.

Tumba de Tausert e Sethnakht

Na verdade toda a informao que temos sobre esse fara vem do Papiro
Harris, que foi escrito pelo menos sessenta e cinco anos aps sua morte.
Tambm h uma Estela em Elefantina que deve ter sido erguida no segundo
ano de seu reinado, porque o primeiro ano deve ter sido todo ocupado em
colocar ordem no pas.

Como Sethnakhte chegou ao trono no se sabe, embora digam que ele era neto
de Ramss II, seja como for, seu nome, Sethnakhte, faz referncia ao deus
Seth, que foi adorado pelos faras da 19 Dinastia, portanto pode haver sim,
alguma ligao entre eles.

Atravs do Papiro Harris ficamos sabendo que o fara colocou fim nas
rebelies dos asiticos, libertou as cidades egpcias, trouxe de volta os
desertores, reabriu os templos permitindo que voltassem a receber seus
proventos.

Na Estela de Elefantina ele relata que expulsou os rebeldes, e na fuga estes


abandonaram o ouro, a prata e o cobre que haviam roubado do Egito.

Sua tumba a de nmero 14 no Vale dos Reis (originalmente construda para


Tausert) e no se sabe o porque. Sua tumba original era a nmero 11, que foi
abandonada quando os trabalhadores furaram a parede da tumba nmero 10
(de Amenmesse).

Aps a sua morte, Sethnakhte, de acordo com o Papiro Harris, foi colocado
em sua barca real sobre o rio (cruzou o Nilo para a margem oeste) e
descansou em sua casa eterna a oeste de Tebas.

Em 1898 foi encontrada a mmia de um homem na tumba nmero 35 (de


Amenhotep II), l tambm havia um sarcfago com o nome de Sethnakhte e
dentro de um barco de madeira uma mmia, que estava desenfaixada. Pode ser
que fosse o fara Sethnakhte.

Ramesses III Usermaatremeryamun

Seu nome Ramesses Heqaiunu significa Ra o criou, Aquele que governa


Helioplis. O nome de trono, Justia de Ra, Amado de Amon.

Este considerado o ltimo dos grandes faras, seu pai foi Sethnakhte e ele
foi durante um tempo co-regente com o pai. Sua me foi a rainha Tiy-
Merenese. O fara Sethnakhte teve muitos filhos, dentre eles os prximos trs
faras.

As esposas conhecidas de Ramss III so Isis, Titi e Tiy.

Ramss III fez campanhas militares contra os lbios e contra os chamados


povos do mar. Durante o seu reinado o Egito recuperou sua fora e poderio.

interessante notar que Ramss III copiou tudo de seu antepassado Ramss
II, o nome e os ttulos, os nomes dos filhos, seu templo morturio foi copiado
do Rameseum, e ele construiu diversos templos desde o Delta at a Nbia.

Seu templo morturio em Medinet Habu uma enorme construo, ele


mandou erguer trs capelas no Templo de Amon em Karnak e tambm
construiu um palcio em Leontpolis.
O reinado de Ramss III est bem documentado no Papiro Harris porque ele
d detalhes da vida na poca e registra todas as doaes dos faras para os
templos, suas obras, faz inventrios.

baixo relevo no templo morturio de Ramss III

Esta foi uma poca de grande tumulto em todas as partes do Mediterrneo,


com a Guerra de Tria, a queda de Micenas e muita gente deslocada de suas
terras a procura de um lugar para viver. Foi um tempo em que os antigos
imprios estavam enfraquecidos e o Egito era uma terra de grandes promessas.

Ramss III enfrentou muitas ondas de invasores tentando ocupar o solo


egpcio. Libios, que entravam aos poucos, pacificamente e depois chegavam
em bandos, os Hititas e os povos do mar.

Esses povos do mar no se sabe quem eram, certamente foram desalojados de


suas terras por invasores e estavam fugindo, armados e desesperados, eram
homens, mulheres e crianas que desejavam se estabelecer no Egito.

No reinado deste fara houve fome e problemas com o pagamento de


trabalhadores das obras reais em Deir el-Medina, que entraram em greve
porque no recebiam. Foi uma greve geral, a primeira a ser registrada na
histria, no vigsimo nono ano do governo de Ramss III.

interessante observar que, com tudo isso acontecendo, Ramss III ainda foi
alvo de uma conspirao orquestrada por uma de suas esposas, a rainha Tiye,
que queria ver seu filho como herdeiro.

Assim conta o Papiro da Conspirao do Harm, nele o filho de Tiye


chamado de Pentewere. Nessa conspirao estavam envolvidas pelo menos
quarenta pessoas e embora a rainha Tiye assumisse sua identidade, outros
usavam pseudnimos comoMesedsure que significa Ra o odeia.
Entre esse grande nmero de pessoas envolvido havia oficiais e pessoas
prximas ao fara que no s pretendiam mat-lo como tambm estavam
incitando a revolta fora do palcio, de modo a poder dar um golpe de estado.
No se sabe se a conspirao atingiu seu alvo, mas provvel que no.

De acordo com o Papiro, os culpados foram acusados e levados a uma corte


de justia, dentre eles havia quatorze oficiais, incluindo sete mordomos reais
(um alto cargo), dois tesoureiros, dois portadores de estandartes do exrcito,
dois escribas e um arauto.

Parece que Ramss III faleceu durante o julgamento, ainda que no por causa
do atentado, mas estudiosos discordam em muitas coisas. Alguns acham que o
fara foi morto pelos conspiradores e que foi seu filho Ramss IV quem
presidiu ao julgamento. Outros dizem que a mmia do fara no possui sinais
de violncia e, portanto no sofreu nada no atentado.

O fato que, com certeza todos foram condenados a morte, inclusive a rainha
Tiye. O registro do julgamento foi perdido e parece que houve muitas
punies, inclusive o prprio filho do fara com Tiye foi condenado a cometer
suicdio. Dentre os condenados havia juzes e oficiais que participaram do
julgamento. A leitura a esse respeito bastante interessante.

Ramss III mandou construir um grande tmulo no Vale dos Reis, o nmero
11 anexo ao tmulo de Sethnakhte. Essa tumba ficou famosa por ter cenas
diferentes das usadas nas tumbas reais, incluindo a pintura de dois harpistas
cegos.

Sua mmia foi encontrada, bem preservada, em Deir el-Bahari armazenada


com outras mmias reais e est no Museu do Cairo.

Ramesses IV Hekamaatresetepenamun

Seu nome Ramesses heqamaat-meryamun significa Nascido de


Ra, Governante de Helipolis. Seu nome de trono, Usermaatre
Setepenamun, Poderosa a justia de Ra, Amado de Amon.

Seu pai foi Ramss III e sua me possivelmente Isis ou Titi. Sua esposa
principal foi Ta-Opet, que talvez tenha sido a me de seu herdeiro Ramss V.
(Se ele no teve filhos, o herdeiro pode ter sido seu irmo).

O Egito estava sofrendo com srios problemas econmicos e sociais quando


Ramss IV subiu ao trono. Na poca o fara devia ter mais de quarenta anos e
no h registros de que ele tenha conseguido reerguer o pas.

O que se sabe que ele ordenou que milhares de trabalhadores fossem para as
pedreiras em Wadi Hammamat e junto com eles foram dois mil soldados, para
control-los. Parece que desde o reinado de seu pai, quando houve fome e
greves de trabalhadores, o povo continuava insatisfeito.

Anel de ouro cujo reverso indica ter pertencido a Ramss IV

Mesmo assim ele responsvel pelo templo de Khonsu em Karnak, obelisco


de Helipolis, adies em Medinet Habu e um templo morturio em Deir el-
Bahari.

Alguns estudiosos acham que Ramss IV foi o juiz da corte que julgou
aqueles que foram responsveis pela Conspirao do Harm, envolvendo seu
pai. O pai do fara pode ter sobrevivido conspirao ou no, mas claro que
os conspiradores desejavam eliminar Ramss IV, o prncipe herdeiro tambm
e que obviamente no conseguiram.

Foi Ramss IV quem colocou o Papiro Harris, que descreve os detalhes do


reinado de seu pai, na tumba de Ramss III.

No final do seu reinado, o fara j governava junto com o Grande Sacerdote


de Amon, Ramesesnakht. Este era um homem poderoso, cujo cargo era
hereditrio e que controlava uma grande parte das terras do Egito
(pertencentes ao Templo) e muito dinheiro vindo da renda das terras alm das
doaes e o fato de dividir o poder com o fara marca o inicio da diviso no
governo, entre os reis (no mais os poderosos faras) e os altos sacerdotes de
Tebas.

Ramss IV foi sepultado no Vale dos Reis na tumba de nmero 2. Como


outras, sua mmia foi encontrada na tumba nmero 35 (a de Amenhotep II)
onde havia outras mmias reais. A descrio de Ramss IV baseada em sua
mmia diz que ele era baixo, careca, com um nariz grande e bons dentes. Sua
mmia est no Museu Egpcio do Cairo.
Hrus e Amon na KV9

Ramesses V Usermaatresekheperenre

Seu nome Ramesses Amunherkhepeshef significa Nascido de Ra, Amon sua


fora. Seu nome de trono,Usermaatre-sekheperenre, Poderosa a justia de
Ra.

Seu pai pode ter sido Ramss IV e sua me Ta-Opet.

Ramss V praticamente um desconhecido apesar do nome. Ele deve ter


governado por pouco anos, no mais de quatro e apenas registrado em raros
objetos encontrados no Sinai e na sia ocidental.

H uns poucos papiros do seu reinado que descrevem casos de corrupo e


problemas econmicos. Parece que ele estimulou o comrcio exterior, mas
nada que tenha ficado registrado.

Tudo o que foi encontrado de seu reinado uma Estela que foi descoberta em
Gebel Silsilh.

Sua mmia foi encontrada na tumba do Vale dos Reis nmero 35, junto com
outras mmias reais. Tendo por base os exames feitos em sua mmia, Ramss
V morreu de varola por volta dos trinta e cinco anos.

A tumba de Ramss V, de nmero 9 do Vale dos Reis foi usurpada por


Ramss VI. E a mmia do fara est no Museu Egpcio do Cairo.

Ramesses VI Nebmaatremeryamun

Seu nome Ramesses Amenherkhepeshef significa Nascido de Ra, Pai de


Amon, Deus governante de Helipolis. Seu nome de trono Nebmaatre-
meryamun, O senhor da Justia Ra, Amado de Amon.
Tumba de Ramss VI

Esse fara usurpou o trono de seu sobrinho Ramss V e seu herdeiro foi seu
filho Ramss VII. Sua esposa era Nubchesbed.

Na poca em que subiu ao trono, o Egito estava muito fraco poltica,


econmica e administrativamente. A minerao havia sido abandonada, o
Egito agora estava bem menor em extenso de terras. Os sacerdotes
governavam tambm e com muito poder.

Na verdade Ramss VI foi fara s no nome. Ele no s usurpou o trono do


sobrinho como tambm usurpou cartuchos de reis anteriores e tentou inserir
seu nome na lista de faras em Medinet Habu, para legitimar seu reinado.

Ramss VI deixou esttuas em Helipolis, Bubastis, Coptos, Karnak e na


Nbia. Adicionou um pilono em Menfis, deixou uma Estela em Karnak.

Esse fara foi sepultado na tumba de nmero 9 do Vale dos Reis, que usurpou
de seu sobrinho Ramss V e nela fez acrscimos.

Essa tumba foi destruda pelos ladres de tmulos ainda na antiguidade.


Quando os sacerdotes a descobriram, havia apenas ossos que eles juntaram e
enfaixaram. O problema mais tarde se descobriu que os ossos pertenciam a
pessoas diferentes.

Tumba de Ramss VII

Ramesses VII Usermaatresetepenre


Seu nome Ramesses It-amun-netjer-heqa-iunu significa Nascido de Ra, Pai
de Amon, Governante de Helipolis. Seu nome de trono, Usermaatre-
setpenre-meryamun, Poderosa a justia de Ra, Escolhido de Ra, Amado
de Amon.

Praticamente nada se sabe sobre Ramss VII. Ele deve ter governado por uns
sete anos, durante um perodo de grandes problemas econmicos. No deixou
herdeiros.

Sua tumba a de nmero 1 no Vale dos Reis embora a mmia no tenha sido
encontrada. A tumba deve ter ficado aberta durante sculos porque est toda
grafitada da poca grega e romana. Foi reaberta em 1995 aps ser restaurada.

Alm dessa tumba mais nada foi encontrado para registr-lo.

Ramesses VIII Usermaatreakhenamun

Seu nome Ramesses Sethherkhepeshef-meryamun, significa Aquele que foi


criado por Ra, Seth sua fora, Amado de Amon. Seu nome de
trono, Usermaatre-akhenamun, Poderosa a justia de Ra, Escolhido de
Ra, Amado de Amon.

Vale dos Reis

Ramss VIII deve ter sido filho de Ramss III ou filho de algum dos outros
sete Ramss anteriores a ele. Ele pode ser Sethherkhepeshef -meryamun, o
filho de Ramss III que est sepultado no Vale das Rainhas, no nmero 43.

No foi encontrada tumba identificada para Ramss VIII embora alguns


egiptlogos acreditem que a nmero 19 do Vale dos Reis, usada para o
sepultamento do prncipe Mentuherkhepeshef, tenha sido feita originalmente
para Ramss VIII.

Sua mmia nunca foi encontrada e tudo o que sobrou de seu governo uma
inscrio em Medinet Habu e algumas placas.

Ramesses IX Neferkaresetepenre
Seu nome Ramesses Khamwaset-mereramun significa Nascido de
Ra, Aparece em Tebas, Amado de Amon. O nome de trono, Neferkare-
setepenre, Bela a alma de Ra, Escolhido de Ra.

De todos os Ramss que vieram aps o Ramss III, este parece que teve um
pouco mais de sucesso no governo. Ele fez muitas tentativas para recuperar o
poder e a riqueza do pas, reabrindo as rotas de comrcio, viajando
(campanhas militares?) para a sia e a Nbia.

Parece que no reinado de Ramss IX, um alto sacerdote de Amon chamado


Amenhotep j se colocava no mesmo patamar que o fara. Ele est
representado da mesma altura do fara em dois relevos em Karnak e parece
que ele volta a aparecer mais tarde nos outros governos, com muito poder.

Tumba de Ramss IX

Ramss IX fez obras no Templo de Karnak e em Helipolis. Foi no seu


reinado que os ladres de tumbas fizeram horrores no Vale dos Reis,
vandalizando os tmulos, isso est registrado no Papiro Abbot. Ramss IX
deixou documentos que registram sua imediata atitude, levando os vndalos a
julgamento e protegendo as tumbas.

Foi nessa poca que muitas das mmias foram removidas de seus tmulos e
levadas para um local de armazenamento em Deir el-Bahari, onde foram
encontradas no final do sculo dezenove.

O tmulo de Ramss IX o nmero 6 do Vale dos Reis e sua prpria mmia


sepultada l, foi removida para Deir el-Bahari na 21 Dinastia por Pinodjem II.
Seu tmulo chama ateno pelas pinturas nas paredes, do Livro da Noite, em
amarelo com fundo negro. Esse o primeiro tmulo do Vale e ficou aberto
desde a antiguidade, portanto foi grafitado em pocas antigas.

O filho de Ramss IX, Montuherkhopshef, faleceu antes do pai e foi sepultado


tambm no Vale dos Reis, numa tumba originalmente preparada para Ramss
VIII e descoberta em 1817.

Ramesses X Khepermaatresetepenre
Seu nome, Ramesses Amunherkhepeshef-meryamun significa Nascido de
Ra, Amon sua fora, Amado de Amon. O nome de trono, Khepermaatre-
setepenre, A justia de Ra permanece, Escolhido de Ra.

Praticamente nada se sabe a respeito de Ramss X, existem apenas poucas


referncias a ele no Templo de Karnak. Ele reinou durante pouco tempo e no
seu governo houve greves por falta de pagamento.

Seu tmulo no Vale dos Reis o nmero 18. O tmulo est aberto desde o
sculo dezoito e estava inacabado, nada foi encontrado dentro.

Ramesses XI Menmaatresetepenptah

Seu nome Ramesses-Khamwaset-meryamun-netjerheqaiunu significa Aparece


em Tebas, Amado de Amon, Deus, Governante de Helipolis ou Nascido
de Ra,Aparece em Waset, Escolhido de Ptah, Amado de
Amon, Governante de Iunu.

No reinado deste fara, os sacerdotes do Templo de Amon em Tebas, j


controlavam toda a regio. Ramss XI governou da cidade de Tanis, no Delta
e ele no tomou as rdeas do trono porque mandava seus generais ou vizires
resolverem os problemas do pas.

Tumbas do Vale dos Reis

Parece que ele no foi propriamente um fara, porque no reinou sobre o


Egito unido. O pas estava dividido e muito empobrecido e ele deve ter
dividido o poder com Herihor, filho do general Piankh.

O Egito sempre foi respeitado e atendido em qualquer pedido, quando


mandava seus emissrios a outros pases. Atravs do Conto de Wenamun, que
hoje est preservado em Moscou, podemos ter noo da queda do grande
Egito.

Ele conta que Wenamun foi enviado por Ramss XI a Biblos para assegurar o
cedro para a nova barca de Amon em Tebas. Ele foi roubado durante a
viagem. Na volta, no antigo porto, ele foi avisado que teria que pagar pela
madeira, que antes era dada de presente. Mas ele no tinha dinheiro para
pagar. Isso mostra a decadncia do Egito, passada apenas uma dinastia do
reinado de Ramss, o Grande.

A crise que j fervilhava em Tebas piorou, os ataques dos lbios impediam o


trabalho na margem oeste do Nilo, os roubos de tumbas, a fome (chamado o
ano da hiena) e a guerra civil. A situao era pssima.

A guerra civil irrompeu no Egito por volta do 17 ou 19 ano de governo de


Ramss XI.

O vice-rei da Nbia, Panehsy, marchou para o norte com tropas nbias,


provavelmente para pedir a Ramss XI para restaurar a ordem em Tebas. Se
ele fez isso por sua conta ou por ordem do rei, no se sabe. O fato que o alto
sacerdote de Amon, Amenhotep, detinha muito poder desde o reinado de
Ramss IX e controlava o pas at mais do que Ramss XI, ento se pode
presumir que talvez Panehsy estivesse sob as ordens do fara, para
desestabilizar o sacerdote.

No se sabe se para poder alimentar seus homens, ou para limitar os poderes


do alto sacerdote, Paneshy recebeu a ordem ou tomou por conta prpria o
escritrio do administrador dos celeiros e todos os ttulos possveis.

Isso colocou os sacerdotes em p de guerra, porque o Templo tinha os direitos


sobre as terras e toda a sua produo. Por isso, os sacerdotes insuflaram a
guerra civil que deve ter durado por oito ou nove meses.

Paneshy sitiou o alto sacerdote no templo fortaleza de Medinet Habu. No


sabemos se o alto sacerdote, Amenhotep sobreviveu ao ataque, mas parece
que ele apelou para Ramss XI, pedindo proteo.

A facilidade que Paneshy encontrou para tomar as cidades e as riquezas o


animou a prosseguir. O exrcito de Paneshy se dirigiu para o norte, mas
encontrando com o exrcito do rei teve que recuar voltando para a Nbia,
onde parece que seu chefe continuou causando bastante confuso.

Nesse intervalo, o exrcito de Ramss XI sob a liderana do general Herihor,


se dirigiu para Tebas. O general se apossou dos ttulos que Paneshy j havia
usurpado e se nomeou vice-rei.
Esse general Herihor declarou que a partir de ento comeava um novo
perodo no Egito, wehem mesut, ou seja, o renascimento. Essas palavras
foram usadas pelos faras da 12 e da 19 Dinastias para indicar que o imprio
estava renascendo aps um perodo de atribulao.

Agora, os documentos de Tebas comeam a ser datados dos anos do


renascimento ao invs de prosseguirem com a datao de Pi-ramss, ficam
com a datao de Ramss XI. Assim foi que os estudiosos encontraram
correspondncia entre os anos um a dez do renascimento e os anos dezenove a
vinte e oito do governo de Ramss XI.

Aps a morte de Herihor, seu genro chamado Piankh assumiu o controle do


sul do pas. Ao que parece Ramss XI j no tinha mais fora ou poder para
impedir esse governo paralelo, ento ambos mantiveram sua influncia, cada
um sobre parte do Egito.

Templo de Amon em Medinet Habu

Foi Herihor que construiu o templo de Khonsu, dedicado ao filho de Amon.


Em suas paredes, h figuras de ambos, Herihor e Ramss XI na mesma escala
de tamanho, embora no nas mesmas cenas. Embora Herihor tenha mandado
gravar seu nome num cartucho real nesse templo, parece que havia uma certa
cooperao entre ele e o rei Ramss XI.

Com a morte de Ramss, quem herdou o trono no norte do pas foi Smendes e
foi ento que comeou o Terceiro Perodo Intermedirio e terminou o perodo
chamado Ramessida.

A tumba de Ramss XI, nmero 4 do Vale dos Reis, no foi terminada e pode
ter sido usada para guardar outras mmias durante o final da 20 Dinastia,
quando j estava sem controle a profanao e roubo de tumbas.

Essa tumba estava aberta desde a antiguidade e exibe grafitis em demtico,


egpcio, grego, latim, copta, francs e ingls. Tambm foi usada como
residncia e estbulo durante o perodo cristo, como local de armazenamento
por Howard Carter e como sala de jantar pelos trabalhadores que escavavam a
tumba de Tutankhamon.

Esta foi a ltima tumba real a ser escavada no Vale dos Reis.
Ligaes externas
Templo de Ramses II: Modelo em 3d construido com o SketchUp

[2]] notcia de 18/12/2012 sobre a conspirao do harm

Terceiro perodo intermedirio


Terceiro Perodo Intermedirio

1070-712 a.C.

Dinastias 21-25

estela de Takhenemet

Durante mais de 2 000 anos, o Egito se manteve como uma civilizao


adiantada e poderosa e um pas a ser respeitado e temido, apesar dos muitos
problemas que enfrentou ao longo de sua histria.

O chamado Terceiro Perodo Intermedirio comeou na verdade, ainda no


Novo Imprio na 20 Dinastia, no reinado de Ramss XI. Os faras fracos, a
corrupo generalizada, as greves dos trabalhadores, a fome, o
empobrecimento do pas, foram fatores importantes que levaram diviso do
Egito.
No final do Novo Imprio, os sacerdotes de Amon finalmente chegaram ao
poder. Agora, eles possuam dois teros de todas as terras pertencentes aos
templos, noventa por cento de todos os navios, e oitenta por cento de todas as
fbricas. Ao observar esses dados j podemos perceber que eram eles que
controlavam a economia egpcia.

No final do reinado de Ramss XI, o fara j no tinha muito poder e os


sacerdotes no tiveram grande trabalho para de fato governar, pelo menos o
sul do Egito.

Alm dos problemas internos, os povos vizinhos agora estavam em outro nvel
de desenvolvimento, eles usavam o ferro para fazer armas e escudos, enquanto
os egpcios ainda usavam o cobre.

Durante muito tempo, o Egito empregou guerreiros estrangeiros como


mercenrios, especialmente nos postos de fronteira. Esses soldados eram
recompensados com terras e, dessa forma, se estabeleciam com as famlias no
Egito, reforando o vnculo com o pas. Foi assim que os lbios foram
entrando pelo Delta, sempre apoiados pelos seus compatriotas, que j viviam
no Egito.

Lista de Reis de Napata

A Nbia, tantas vezes atacada e sempre dominada e explorada tambm teve


sua chance. Na verdade, os nbios, j eram meio egpcios, porque o pas foi
dominado (por Thutmose III) at a Quarta Catarata e Napata foi estabelecida
como capital da Provncia Egpcia na Nbia.

Depois do final do Novo Imprio, quando a Nbia se tornou independente,


seus governantes e seu povo continuaram a manter a religio e os hbitos de
um Egito ainda rigoroso, dos tempos ureos do pas dominador.

Agora, com o Egito entregue a tantos problemas, os nbios cruzaram a


fronteira e dominaram quase todo pas. claro que devem ter ficado
profundamente espantados e tristes com a decadncia moral e dos costumes
do pas que havia sido lder e exemplo durante sculos.

Aps o domnio dos nbios, chegaram os poderosos assrios e os babilnios


para submeter o Egito. Alm disso surgiam em cena os persas, que j haviam
lutado contra os gregos e para eles o Egito no representava dificuldade.

A diviso
Durante esse perodo a capital do Egito se mudou de Tanis para a Lbia, para a
Nbia, para Tebas, para Sais, de volta para a Nbia e para Tebas. O Egito
estava dividido em seu ponto histrico entre Alto e Baixo Egito. A 21
Dinastia reinava a partir de Tanis e uma linhagem de generais e sacerdotes de
Amon controlava, a partir de Tebas, o sul do pas. As relaes entre esses
governantes eram pacficas e muitas vezes foram ligados por laos familiares,
e de ambas as partes, no possuam sangue real.

Ra com cabea de falco

Para quem via de fora, o Egito parecia estar unido e de certo modo, estava.
Enquanto de fato estava dividido entre homens poderosos, na verdade era uma
teocracia e a suprema autoridade poltica era o prprio deus Amon.

Num Hino a Amon, escrito num papiro encontrado em Deir el-Bahari, o nome
do deus est inscrito num cartucho (como nome de fara) e ele chamado de
supremo entre todos os deuses, a fonte da criao e verdadeiro rei do Egito.

A 21 Dinastia foi estabelecida por Smendes enquanto no sul, governava


Pinudjem I. O ltimo governante da 21 Dinastia Psusennes II, casou sua filha
Maatkare, com Sheshonq I que estabeleceu a 22 Dinastia em Tanis. Essa
dinastia conhecida como Lbia ou de Bubastis.
Seu fundador, Sheshonq I era lbio, militar no Egito, descendente de uma
famlia de sacerdotes, que h muitas geraes vivia em Heraclepolis. Ele
conseguiu reunir as faces de Tebas e Tanis e unificar o Egito. Sheshonq foi
responsvel por uma campanha militar contra os filhos de Salomo, coisa que
no acontecia no Egito desde os tempos de Ramss III.

Durante alguns anos o Egito recuperou a estabilidade, mas a guerra civil


voltou a se alastrar pelo pas durante o reinado de Takelot II.

Bem mais tarde, no reinado de Sheshonq III, um prncipe chamado Pedibastet


inaugurou um novo reinado e fundou a 23 Dinastia de Leontpolis.

Osorkon III sucedeu Pedibastet, governando tambm a partir de Leontpolis


enquanto Sheshonq III continuava a reinar a partir de Tanis.

As dinastias - 22-24 rivais, reinaram ao mesmo tempo em diferentes partes


do pas. Na regio de Tebas, a 25 Dinastia ganhava fora enquanto a 24
Dinastia ainda reinava em Sais. A 25 Dinastia foi caracterizada pela
dominao nbia e terminou com a invaso dos assrios.

Sarcfago de Tjesisetperet 23-26 dinastia

Resumindo, durante o Terceiro Perodo no houve um fara no Egito. Havia


diversos reis que governavam a partir de uma determinada cidade e no
tinham grande poder.

Ento podemos dizer que esse perodo se caracteriza pela diviso do poder,
antes mesmo do falecimento de Ramss XI j governavam os Altos-
Sacerdotes a partir de Tebas e depois temos:

21 Dinastia - governantes em Tanis

22 Dinastia - Lbia ou Bubastita a partir de Tanis<

23 Dinastia - Lbia, anarquia, a partir de Leontpolis

24 Dinastia - a partir de Sais


25 Dinastia - Nbia ou Kushita a partir do Alto Egito

Quando Psamtico I se tornou rei, conseguiu controlar o Delta e dali


reunificou o pas, o Egito respirou novos ares nacionalistas. Assim comea a
26 Dinastia e o chamado ltimo Perodo.

Terceiro Perodo Intermedirio/Dinastias


do Terceiro Perodo Intermedirio
Dinastias 21-25

Templo de Amon em Karnak

Vigsima Primeira Dinastia


A 21 Dinastia governou o Baixo Egito a partir de Tanis. So possivelmente
os mais legtimos herdeiros dos faras. Tambm os Altos-Sacerdotes
governaram nesse perodo a partir de Tebas. Alguns deles usaram os ttulos
reais.

Governantes do Norte - Tanis

Smendes

Amenemnisu
general e alto sacerdote Wendjebauendjed

Psusennes I

Amenemope

Osorkon

Siamun

Psusennes II

Governantes do Sul - Tebas

Herihor

Piankh

Pinedjem I

Masaherta

Menkheperre

Smendes II

Pinedjem II

Psusennes III

Vigsima Segunda Dinastia


A 22 Dinastia foi dividida entre Alto e Baixo Egito. O Alto era governado
por Horsiese, um Alto-Sacerdote de Amon em Karnak. Ele foi escolhido por
seu sobrinho Osorkon II e enquanto Osorkon reinava no norte, Horsiese
controlava o sul do Egito.

O restante dessa dinastia foi uma srie de reis lbios governando a partir de
Tanis e Bubastis. Foram reconhecidos pelo Egito afora, at que surgiu uma
dinastia rival em Tebas e Leontpolis.
Sacerdote Padjuiset queimando incenso

Reis da 22 Dinastia

Shoshenq I

Osorkon I

Takelot

Shoshenq II

Osorkon II

Takelot II

Shoshenq III

Pami

Shoshenq IV

Osorkon IV

Vigsima Terceira e Vigsima Quarta Dinastias


A 23 Dinastia comeou em Tebas, mas depois passou a governar a partir de
Heraclepolis, Tanis, Hermpolis e Leontpolis.

A 24 Dinastia tambm pode ser includa nessa fase de desmandos. O fato de


espalhar o governo entre cidades enfraqueceu consideravelmente o poder.
peitoral com o deus Herichef sobre um buqu de ltus

Reis da 23 Dinastia

de Tebas

Pedubastis I

Iuput I

Osorkon III

Takelot III

Osorkon IV

Iuput II

Rudamon

de Hermpolis

Thotemhat

Nimlot III

Djehutiemhat

de Heraclepolis

Peftjauwybast
Deusa leoa alada

Nakhke

de Tanis

Sekhemkare

Shepseskare-Imere

Neferkare-Pepi

Pedubastis II

Reis da 24 Dinastia

Osorkon

Tefnakhte I

Bakenranef

Padinemti

Tefnakhte II

Vigsima Quinta Dinastia


Os Kushitas atacaram o Egito e tomaram o poder instituindo a 25 Dinastia.
Eram reis da Nbia, que na verdade tinham a cultura e os hbitos mais puros
dos egpcios. Foi um perodo de florescimento cultural e artstico e da
restaurao do deus supremo Amon.
Arte da 25 Dinastia

Reis da 25 Dinastia

Alara

Kashta

Piye

Shebaka

Shebitku

Taharqa

Tantamani

Terceiro Perodo Intermedirio/Dinastias


do Terceiro Perodo Intermedirio/21
Dinastia
Dinastia 21
21 Dinastia
Reis do Norte

Smendes

Amenemnisu
colar de ouro e lapis lazuli encontrado na tumba de Psusennes I, Tanis

Psusennes I

Amenemope

Osorkon

Siamun

Psusennes II

Governantes do Sul - Tebas

Herihor

Piankh

Pinedjem I

Masaherta

Menkheperre

Smendes II

Pinedjem II

Psusennes III

Smendes

Seu nome Nesbanebdjed significa Ele que do Carneiro (deus), O senhor de


Mendes. Seu nome de trono Hedjkheperre-setpenre significa Brilhantes so
as manifestaes de Ra, Escolhido de Ra.
Smendes reinou sobre parte do Egito a partir de Tanis, ao mesmo tempo que
Ramss XI, enquanto no sul governava Herihor. Aparentemente Tanis se
desenvolveu como irm gmea de Tebas e tambm como principal local de
culto a Amon no norte do Egito.

Ele foi oficial do exrcito e depois vizir no final da 20 Dinastia e no possua


nenhuma conexo com a famlia real exceto, talvez, por ter se casado com a
filha de Ramss XI,Tentamon. Acredita-se que ele foi o responsvel pela
recluso de Ramss XI.

fragmento de sarcfago 21 dinastia

possvel que a diviso do pas tenha sido feita em comum acordo, porque as
famlias que governaram o norte e o sul estavam ligadas e isso ocorreu at que
Sheshonq (fundador da 22 Dinastia) unisse o pas novamente.

Atravs do Conto de Wenamun, que hoje est preservado em Moscou, e data


do ano cinco do Renascimento, durante a ltima dcada do reinado de Ramss
XI, ficamos sabendo um pouco sobre esse que seria o futuro rei.

Viajando para Biblos para assegurar o cedro para a nova barca de Amon-Ra,
Wenamun parou em Tanis, que ele descreve como o local onde esto Smendes
e Tentamon. Smendes descrito como a pessoa a quem Wenamun entregou as
credenciais dadas por Herihor, o Alto-Sacerdote de Amon e poderoso general
do sul.

Wenamun foi enviado para Sria de barco, por Smendes. O futuro rei,
Smendes, junto com Herihor e outros so citados porque colaboraram com o
dinheiro para essa viagem.

Deve se considerar que, nessa poca, Ramss XI vivia em Pi-Ramss, mais ou


menos h uns vinte quilmetros do sul de Tanis, e mesmo assim Wenamun
procurou Smendes ao invs de procurar o rei.

Em seu conto Wenamun se refere a Smendes e Tentamon como os pilares


sobre os quais Amon se assenta no norte do pas.
Como pouco se sabe sobre Smendes, existe a hiptese de que ele fosse o
irmo de Nodjmet, a esposa de Herihor. Mas, tambm Nodjmet pode ter sido
irm de Ramss XI.

Existem apenas dois registros conhecidos de Smendes como rei aps a morte
de Ramss XI. Uma estela em Dibabia (Jebelein) que traz seu nome como
fara e uma descrio de Smendes no templo de Montu em Karnak.
Provavelmente Smendes nunca reinou como fara sobre um Egito unido.

Sua mmia e sua tumba no foram descobertas, alguns acreditam que possa
ser a tumba NRT-I em Tanis, mas no h certeza.

Mscara funerria de Psusennes I

Amenemnisu

Seu nome significa Amon o rei, o nome de trono Neferkare Heqawaset


significa Bela a alma de Ra, O senhor de Waset.

Filho de Smendes com Tentamon, foi co-regente de seu pai junto com
Psusennes I (seu irmo).

Praticamente nada se sabe sobre Amenemnisu, alguns historiadores o colocam


reinando aps Psusennes I mas no se sabe quem seria o irmo mais velho.
possvel que ele tenha ocupado o trono durante quatro anos.

Psusennes I

Seu nome Pasebakhenniut significa Uma estrela surge na cidade. O nome de


trono, Aakheperre, Grandes so as manifestaes de Ra.

Irmo de Amenemnisu, ele reinou antes ou depois de seu irmo (depende de


quem era o mais velho). Aparentemente era filho de Pinedjem I governante e
sacerdote do sul, em Tebas. Foi casado com a rainha Mutnojme. Foi co-
regente junto com o irmo.
Psusennes I foi sepultado numa tumba em Tanis que continha uma segunda
cmara para sua esposa e irm. Mais tarde a mmia de Amenemope foi
colocada l, de modo que se acredita que fosse um local onde guardavam as
mmias da 21 Dinastia.

Um sarcfago com a mmia de um homem velho, que se acredita fosse o rei


Psusennes I, foi encontrado na tumba, assim como o sarcfago feito de granito
rosa que deveria pertencer ao fara Merenptah. Muitos tesouros foram
encontrados nessa tumba.

Amenemope

Seu nome Amenemipet significa Amon no festival Opet. O nome de trono,


Usermaatre, Wesermaatre, Poderosa a justia de Ra, Meryamun
Setepenanum, Amado de Amon, Escolhido de Amon.

Filho de Psusennes I com Mutnedjemet. Teve dois filhos Osorkon e Siamun.

Sua tumba foi encontrada em Tanis e dentro havia artefatos de ouro e prata,
embora sua mmia tivesse sido movida para a tumba de Psusennes I.

mscara de Amenemope I

provvel que esse rei tenha escrito um dos mais famosos livros de sabedoria
do Egito antigo, Instrues de Amenemope, que ele deu a seu filho (filhos).

No livro ele aconselha a ter integridade, honestidade, autocontrole e gentileza


e como atingir aos objetivos desejados tendo muita f nos deuses. Ele ensina
que a confiana no deus traz tranqilidade e assim a pessoa se liberta da
ansiedade. Deve ter sido um dos primeiros livros de autoajuda da histria.

Osorkon O Velho

Seu nome de trono Aakheperre Setepenre significa Maravilhosa a alma de


Ra, Escolhido de Ra. Seu pai foi Amenemope e sua me Mekhtenusekhet.
Seu irmo foi Siamun.
A forma egpcia do nome Osorkon no encontrada em registros atuais, mas
pode se encontrar nas listas de reis tardios a forma Osochor. Esse nome parece
de origem Lbia, de modo que alguns estudiosos acreditam que ele poderia ser
filho do chefe lbio Sheshonq.

Siamun

Seu nome Saamun-meryamun significa Filho de Amon. O nome de trono,


Netjerikheperre-setpenamun, Como um deus a manifestao de
Ra, Escolhido de Amon.

estatueta em bronze de Siamun

Foi Siamun o responsvel por selar o local de armazenamento das mmias


reais em Deir el-Bahari (cache de Deir el-Bahari). Essa foi uma contribuio
inestimvel para os estudos e conhecimento do Egito, o nome de Siamun
deveria ser conhecido por todos aqueles que estudam e apreciam a histria do
antigo Egito.

Acredita-se que ele tenha feito algumas obras como acrscimos ao templo de
Amon em Tanis, e tenha erguido um templo para Amon em Mnfis.

Tambm possvel que tenha feito campanhas militares contra a Palestina


quando capturou a cidade de Gezer. Essa cidade foi usada como dote para sua
filha, quando ela se casou com Salomo para consolidar as relaes entre
Egito e Israel.

Psusennes II

Seu nome, Pasebakhenniut-meriamun significa Uma estrela surge na


cidade, Amado de Amon. O nome de trono Titkheperure-
setepenamun, Imagem da transformao de Ra.

Sabemos que suas filhas foram: Tenetsepeh que casou com o Alto-Sacerdote
de Ptah em Mnfis, Shedsunefertu e Maatkare que casou com Osorkon I.
possvel que ele seja o mesmo Psusennes que foi Alto-Sacerdote de Amon, se
assim for, seu reinado marca a juno dos governantes do Alto e Baixo Egito.

Algumas inscries em monumentos em Mnfis e Tanis, so o nico registro


que temos desse rei.

Governantes do Sul - Tebas

vasos canopos da esposa de Pinedjem II

Herihor

Piankh

Pinedjem I

Masaherta

Menkheperre

Smendes II

Pinedjem II

Psusennes III

Herihor

Era general quando Paneshy, que era o vice-rei egpcio na Nbia, marchou
sobre o Egito com seu exrcito. Paneshy, deveria colocar ordem em Tebas
onde Amenhotep que era Alto-Sacerdote estava criando problemas. S que ele
sitiou o Alto-Sacerdote de Amon no templo de Medinet Habu, assumiu uma
srie de ttulos e se estabeleceu no local. (Ramss XI, 20 dinastia)

O general Herihor foi enviado por Ramss XI para resolver o problema de


Paneshy e para l marchou, despachou o rebelde de volta para a Nbia onde
ele continuou a causar problemas.
Herihor

Herihor ento, assumiu os ttulos de Paneshy (vice-rei da Nbia e outros que


ele usurpou) e foi apontado como Alto-Sacerdote de Amon.

No se sabe porque o fara Ramss XI confiou nesse homem, se foi por


estupidez, se foi porque talvez a esposa de Herihor, Nodjmet fosse irm do
fara ou se ele foi forado a isso.

O fato que Herihor ficou com os rendimentos do templo que eram maiores
do que os do fara e estabeleceu um novo regime que ele chamou
derenascimento. Isso ocorreu no dcimo nono ano do governo de Ramss XI.

Herihor tinha um epteto que era Si-amun ou seja, Hrus me protege, Filho
de Amon. Seu ttulo ficou sendo Hem-netjer-tepy-en-amun, que significaO
primeiro profeta (alto-sacerdote) de Amon.

Embora ele tivesse governado o sul do Egito, alguns dizem que ele no foi
registrado como rei, mas o fato que ele usou cartuchos, que s foram usados
pelos reis. No templo de Khonsu em Karnak h obras que ele mandou erguer e
ali pode ser visto seu cartucho.

Nodjmet esposa de Herihor

O famoso Conto de Wenamun (descrito no mdulo Novo Imprio, 20


Dinastia, Ramss XI e tambm no tpico sobre Smendes) menciona que
Herihor controlava o sul do pas.
Foi encontrada a mmia de sua esposa junto com uma cpia lindamente
ilustrada do Livro dos Mortos pertencente aos dois. Parece que os dois,
marido e esposa, no foram sepultados juntos. De fato no se encontrou nada
sobre o funeral de Herihor e pode ser que sua tumba ainda esteja intacta nas
colinas de Tebas.

Piankh

Deve ter sido o filho de Herihor, e hoje praticamente se descarta a hiptese de


que ele tenha sido o pai ou sogro de Herihor. No h maiores informaes e
sua mmia no foi encontrada, nem sua tumba. Apenas temos, talvez, o nome
de sua esposa Herere B cuja mmia e a tumba tambm no foram encontradas.

Pinedjem I

Herdou o governo do sul do pas de seu pai, Alto-Sacerdote de Amon, Piankh,


que governou por pouco tempo aps a morte de Herihor.

Na realidade esse foi um estranho perodo para os historiadores, porque parece


que os dois reis, Smendes no norte e Pinedjem no sul se ajudavam, embora o
pas estivesse dividido.

O governante oficial do Egito era o deus Amon, portanto estava em curso uma
teocracia.

Chega-se concluso que os governantes do norte e do sul seriam parentes,


fosse por casamento ou devido a seus ancestrais. Pinedjem deve ter sido
casado com Henuttawy, talvez filha de Ramss XI e a esposa de Smendes
talvez fosse outra filha do mesmo fara.

Ushabit de Pinudjem I

Pinedjem era o nome de nascimento do rei e seu epteto mery-amun que


significa Aquele que pertence ao Agradvel (Hrus ou Ptah), Amado de
Amon. Seu nome de trono, Kha-kheper-re Setep-en-amun significa A alma de
Ra surge, Escolhido de Amon.
Talvez tenha ocorrido uma ruptura qualquer entre Tanis e Tebas por volta do
ano dezesseis do governo de Smendes. E nesse tempo, Pinudjem usou apenas
seus ttulos militares e sacerdotais, mas mandou erguer monumentos onde era
retratado usando os adereos que caracterizavam um fara.

No ano dezesseis ele j aparece usando os ttulos faranicos. Seu nome Hrus
era Touro poderoso, Coroado em Tebas e Amado de Amon e era inscrito
num cartucho. Foi encontrado em Tebas, Coptos, Abidos e at em Tanis.

Pinudjem teve outras esposas alm de Henuttawy e teve tambm muitos


filhos. interessante observar que um de seus filhos Psusennes I se tornou
sucessor de Smendes no norte. Outros filhos seus Masaherta e Menkheppere,
se tornaram sucessivamente, Altos-Sacerdotes de Amon em Tebas.

O nome de Pinedjem est gravado em diversos blocos no Templo de Amon


em Tebas e parece que ele tambm usurpou uma enorme esttua de Ramss II
no mesmo templo.

A mmia de Pinedjem assim como belas figuras de faiana azul, foram


encontradas em Deir el-Bahari (DB 320) num local onde havia outras mmias.
Aparentemente sua mmia foi mudada de lugar assim como a da esposa de
Herihor, Nodjmet. No se sabe onde foi feito o sepultamento original do rei-
sacerdote.

peitoral com o nome do rei e alto sacerdote de Amon Pinedjem

Masaherta

Filho de Pinudjem I e Isetemkhebjt A, se tornou Alto-Sacerdote de Amon,


quando seu pai se intitulou rei.

Sua mmia, assim como a de sua esposa Tajheret, foram encontradas na


tumba TT320, mas parece que esse no foi o local original do sepultamento.

As informaes so de que a mmia de Masaherta est no Museu de


Mumificao de Luxor e a de Tajheret est no Museu do Cairo CG61091.
Aparentemente ele faleceu de complicaes devido a obesidade, dez anos
antes de seu pai.

Menkheperre

Segundo filho de Pinedjem I, pai de Smendes II e de Pinedjem II.

So muito poucas as informaes a seu respeito, parece que durante seu


governo houve uma rebelio que foi dominada pelo sacerdote e os rebeldes
foram exilados para o Osis Kharga.

Smendes II

Filho de Menkheperre o irmo mais velho de Pinedjem II. Tambm no temos


informaes suficientes sobre ele. Sua mmia no foi encontrada.

Pinedjem II

Filho de Menkheperre e Isetemkhebjt C. Se tornou Alto-Sacerdote de Amon


em Tebas depois da morte de seu irmo Smendes II. Faleceu no dcimo ano
de governo do rei tanita Siamun.

Uma de suas esposas, Neskhonsu, se tornou governadora de pases


estrangeiros e vice-rainha da Nbia. Ela foi sepultada junto de seu marido na
TT320.

Pinedjem II foi sepultado em dois sarcfagos e foram encontrados seus quatro


vasos canopos assim como placas de couro que ficavam no torso de sua
mmia. Pedaos de panos de mumificao e um enfeite de couro foi
encontrado no sarcfago de Neskhonsu. Sua mmia est no Museu do Cairo
CG61094

Psusennes III

Tumba de Neskhonsu, Livro dos Mortos

Os historiadores colocam em dvida sua identidade. Alguns acham que,


Psusennes III e Psusennes II (o ltimo governante da 21 Dinastia), eram a
mesma pessoa.
possvel que Psusennes, que era o Alto-Sacerdote de Amon em Tebas e
governante da rea de Abidos, tivesse ampliado sua autoridade at o Delta,
adotando os ttulos reais.

Numa inscrio em hiertico no templo de Ptah em Abidos, ele chamado de


rei do Alto e Baixo Egito, Alto-Sacerdote de Amon-Ra e comandante do
exrcito.

Uma de suas filhas, Tanetsepeh, era filha de Shedsunefertum, o Alto-


Sacerdote de Ptah em Mnfis. A outra filha, Maatkare casou-se com Osorkon
I.

Terceiro Perodo Intermedirio/Dinastias


do Terceiro Perodo Intermedirio/22
Dinastia
Dinastia 22
22 Dinastia
Shoshenq I

Livro dos Mortos em hiertico de Padiamenet, chefe cozinheiro dos domnios de Amon, 22 dinastia

Osorkon I

Takelot

Shoshenq II

Osorkon II
Takelot II

Shoshenq III

Pami

Shoshenq IV

Osorkon IV

Shoshenq I

Os reis dessa dinastia foram listados por Mneton como sendo de Bubastis,
cidade localizada a nordeste do Delta. Pelo nome de seu fundador, Shoshenq
parece claro que foram reis lbios.

Ocorre que, os lbios j faziam parte da populao do Egito h muito tempo,


inclusive na poca do Novo Imprio, a maioria dos soldados do exrcito
egpcio eram lbios. Eles ganharam terras e se adaptaram vida no pas, se
tornando influentes e at mesmo, em algumas cidades, sendo maioria da
populao.

O fato que certas famlias de origem lbia, j viviam no Egito durante muitas
geraes e j se consideravam egpcias, at mesmo tendo muitos integrantes
nascidos no pas, embora respeitando suas razes.

Shoshenq era parente de Psusennes II e sobrinho de Osorkon, o Velho. Antes


mesmo de subir ao trono, ele era chefe de todos os exrcitos e conselheiro de
Psusennes II.

esttua de Sekhemet que traz o cartucho de Shoshenq I

Nos registros de Tebas, ele mencionado como Grande Chefe do


Meshwesh, que funcionava como uma fora policial interna, sempre recrutada
entre as tribos lbias.
Como os reis que governaram antes dele, Shoshenq adotou os ttulos reais
egpcios e decidiu se associar ao rei Smendes I, ao escolher seus ttulos.

Seu nome de nascimento Shoshenq I, como epteto meryamun, fica assim -


Shoshenq Amado de Amon. Seu nome de trono era Hedj-kheper-re Setep-en-
re, significando Brilhantes so as manifestaes de Ra, Escolhido de Ra.

Este foi um governante forte em meio fase um tanto confusa desse terceiro
perodo intermedirio. Ele conseguiu unir o Egito e colocou seus filhos em
diversos cargos importantes para governar as regies e assegurar o poder.

O filho Iuput se tornou governador do Alto Egito, Alto-Sacerdote de Amon e


comandante-em-chefe do exrcito. O outro filho Djedptahaufankh se tornou
Terceiro Profeta de Amon, enquanto o filho de nome Nimlot se tornou
comandante militar de Heraclepolis. Um de seus bons aliados lbios, Nesy se
tornou Quarto Profeta de Amon.

Essa foi uma maneira inteligente de assegurar lealdade ao trono.

Shoshenq I fez guerra contra Jud e Israel e conhecido na Bblia pelo


nome Shishak. Desde Ramss III no havia uma campanha militar vitoriosa
como essa no Egito.

O rei capturou as principais cidades de Jud antes de chegar s muralhas de


Jerusalm. Depois voltou sua ateno para Israel, forando Jeroboo a fugir.
Finalmente parou em Megido, que havia sido conquistada por Thutmose III,
quinhentos anos antes. Ali erigiu uma Estela da vitria antes de marchar para
o sul e retornar ao Egito por Ashkelon e Gaza.

Tambm mandou inscrever no Templo de Amon em Tebas, como os outros


grandes faras, suas vitrias. Reabriu as pedreiras de Gebel el-Silsila para que
seu filho Iuput mandasse construir um portal em Karnak (o portal Bubastita).
Pelas inscries em Karnak se pode estudar toda a campanha militar de
Shoshenq, pois ali constam os nomes das cidades no Levante.

Uma esttua de Shoshenq I foi encontrada no santurio da deusa Baalat-Gebal


em Biblos. Isto muito interessante porque prova que havia boas relaes
entre os dois povos. Alis, parece que muito mais pelas relaes comerciais e
diplomticas do que pelas guerras, o Egito fez boas ligaes no Levante.

Infelizmente, logo aps suas campanhas vitoriosas na Palestina, Shoshenq I


faleceu.

As informaes so de que sua mmia foi envolvida em cartonagem e


colocada num sarcfago de prata, ambos contendo as cabeas do Hrus
falco, que identificavam o rei com o Osris-Sokar.
Esttua com o cartucho do rei Osorkon I e uma inscrio fencia com o nome Elibaal rei de Biblos

H uma certa confuso sobre o local exato do sepultamento de Shoshenq I. O


nico item funerrio encontrado foi uma arca para jarros canopos, que o
nico exemplo desse tipo que data da 22 Dinastia (outros reis desse perodo
usaram arcas de madeira). Parece que ela foi modelada na 18 ou 19 Dinastia.
Infelizmente essa arca apareceu no Mercado de Antiguidades e portanto no
h pistas de onde ela foi encontrada primordialmente.

Na tumba de Shoshenq III, em Tanis h fragmentos de duas jarras canpicas


que trazem o nome de Shoshenq I, o problema que elas so muito grandes
para caber na arca. Tambm no se sabe onde Shoshenq foi sepultado, pode
ter sido em Tanis ou mesmo em Bubastis.

Osorkon I

No sabemos muito sobre ele, apenas, parece que prosseguiu com a poltica de
comrcio e diplomacia de seu pai. Entre os reinados de Osorkon I e Takelot I,
aparece um rei de nome Shoshenq II como co-regente por um breve perodo.

Takelot I

Foi o sucessor de Osorkon I mas, parece que teve como co-regente Shoshenq
II durante um pequeno perodo antes do incio de seu governo.

Shoshenq II

Com esse rei ocorreu algo parecido com o fara Tutankhamon.

Shoshenq II foi um rei obscuro em termos histricos e s foi parar no


imaginrio popular por circunstncias interessantes.

A Europa estava beira da Segunda Guerra Mundial quando o


egiptlogo Pierre Montet descobriu em Tanis, no Delta, uma srie de tumbas
reais muito ricas da 21 e da 22 Dinastias.
Por causa da situao poltica, o mundo no prestou ateno na incrvel
descoberta. Pierre Montet topou, sem querer, com uma necrpole dos reis do
Terceiro Perodo Intermedirio. Ele chamou o dia 17 de maro de 1939, de um
dia de maravilhas do quilate das Mil e Uma Noites.

mscara funerria do rei Shoshenq II

Ele entrou pelo teto da cmara decorada da tumba do rei Psusennes I. L


dentro havia verdadeiros amontoados de equipamentos funerrios, inclusive
alguns com o nome de Heqakheperre Shoshenq (II).

Mesmo assim, pouco se sabe sobre esse rei, alm de que foi membro da
dinastia Lbia ou Bubastita, seu nome junto com o epteto
Shoshenq meryamun significa Amado de Amon, e seu nome de trono, Heqa-
kheper-re Setep-en-re, Quem governa a manifestao de Ra, Escolhido de
Ra.

dito que ele era filho de Osorkon I e portanto se tornou Alto-Sacerdote de


Amon antes de ter se tornado co-regente de seu pai. Sua me talvez fosse
Maatkare, de acordo com a Personificao da Inundao que foi dedicada a
Shoshenq II.
Ficheiro:Sheshonq II bracelet.jpg
bracelete de lpis lazuli, Shoshenq II

Nesitanebetashru e Nesitaudjatakhet poderiam ter sido suas esposas. Ao que


parece o filho deste rei foi Horsiese, embora alguns estudiosos acreditem que
ele tambm teve um filho de nome Osorkon.

A mmia de Shoshenq II foi encontrada em sua tumba junto com relquias


maravilhosas, incluindo um sarcfago de prata, jias, como belssimos
peitorais e alguns outros itens. (JE 72170 - JE 72172 - JE 72184 B - JE 72171
- Cairo Antiquities Museum).
O sarcfago era similar ao de Tutankhamon (o de ouro), mas ao invs do rosto
do rei, trazia uma cabea de falco. Dentro do sarcfago, a mmia usava uma
mscara de ouro. Havia tambm quatro sarcfagos de prata em miniatura para
guardar os rgos internos do rei.

A mmia estava em mau estado porque entrou gua dentro do sarcfago.


Parece que a causa da morte foi infeco generalizada, por causa de um
ferimento na cabea.

Infelizmente a umidade destruiu quase tudo que no fosse metal ou osso na


tumba onde Shoshenq II foi encontrado.

Osorkon II

Tambm era lbio e se tornou o quinto governante da 22 Dinastia, em Tanis.


Osorkon era o nome de nascimento do rei que, junto com o epteto meryamun,
significa Osorkon, amado de Amon. Seu nome de trono era User-maaat-re
Setepen-amun, que significa Poderosa a justia de Ra, Escolhido de
Amon.

provvel que Horsiese, filho do rei anterior e que poderia ter sido primo de
Osorkon II, viria a causar problemas mais tarde. Este Horsiese se declarou rei
do sul do Egito ele deve ter sido escolhido como Alto-Sacerdote de Amon por
Osorkon II ou por seu pai anteriormente, uma m escolha.

Na verdade, se Shoshenq II tivesse tido tempo, possvel que Horsiese se


tornasse mesmo o rei, mas no foi isso que ocorreu.

Pendante com o nome do rei Osorkon II

Embora sem muito poder, ele limitou o governo de Osorkon II, enquanto
viveu embora fosse muito doente.

Aps a morte de Horsiese que Osorkon II consolidou seu reinado,


declarando um de seus filhos Nimlot C, como Alto-Sacerdote de Amon em
Karnak, outro, Shoshenq D como Alto-Sacerdote de Ptah em Mnfis e seu
filho mais novo, com apenas dez anos Harnakhte, Alto-Sacerdote de Amon
em Tanis, a capital da dinastia. Dessa forma, alm dos ttulos religiosos, seus
filhos traziam outros ttulos que confirmavam o poder da famlia.

Osorkon II fez muitas obras, como o templo da deusa gata Bastet em Bubastis,
um belo salo monumental de granito que foi decorado com relevos seus e de
sua esposa Karomama I. Tambm deixou obras em Mnfis, Tanis,
Leontpolis e Tebas.

No se sabe muito sobre o final de seu reinado, mas, parece que o Egito
precisou mandar tropas para lutarem ao lado de Israel, Biblos e outros reinos
vizinhos, contra a Assria.

Durante os dois ltimos anos de governo de Osorkon II houve nova tentativa


dos tebanos de se tornarem independentes, na pessoa de Takelot II.

Osorkon II foi sepultado em Tanis, na tumba NRT 1, num pesado sarcfago


cuja tampa foi entalhada com restos de esttuas do perodo ramessida. Em sua
cmara morturia estava tambm seu filho Harnakhte. Como tantos outros,
seu tmulo foi saqueado e s sobraram pedaos do sarcfago com cabea de
falco e vasos canopos.

Takelot II

Deve ter sido o sexto rei da 22 Dinastia. Imagina-se que tenha sido o pai do
Alto-Sacerdote de Amon, Osorkon. Este Osorkon foi o responsvel por uma
longa inscrio no Porto Bubastita.

Estela doando terras ao templo e amaldioando quem dessas terras se apossar

Ali ele conta que durante o dcimo quinto ano do reinado de Takelot II, houve
uma grande convulso no Egito, possivelmente a guerra civil entre o norte e o
sul.

De Takelot II foi encontrado o sarcfago usurpado do Mdio Imprio em


Tanis, assim como seus vasos canopos e ushabits.

Shoshenq III
Alguns historiadores dizem que Osorkon II foi sucedido por seu filho
Shoshenq III mas no h evidncias e entre os dois consta Takelot II.

Acredita-se que ele reinou por cinqenta e dois anos. Durante o vigsimo
oitavo ano de seu reinado, nasceu um boi pis. Um sacerdote de nome
Pediese registrou isso numa Estela no Serapeum.

Escudo com cabea de leo com o nome do rei Osorkon IV

A tumba de Shoshenq III foi encontrada em Tanis.

Pami

Seu nome Usermare-Setepenre Pimay significa Aquele que pertence a


Bastet, a Gata. O nome de trono Usermaatre Setepenre
Setepenamun, Poderosa a justia de Ra, Escolhido de Amon.

Nada temos desse rei alm de poucas esttuas de Sais, e notas registrando que
ele era o Governador dos lbios - Meshwesh.

Shoshenq IV

No seu governo houve ataques dos assrios aos pases vizinhos. O rei assrio
tomou Damasco e muitas cidades ao norte de Israel. Parece que as tropas
egpcias chegaram a se juntar s foras de Damasco e Israel, mas no h mais
nenhuma indicao de que Shoshenq IV tenha feito maiores esforos em
ajudar seus aliados.

Osorkon IV

Foi o ltimo governante da 22 Dinastia. Durante seu reinado, Hoshea o rei de


Israel pediu ajuda contra o rei assrio Shalmaneser V, mas no foi atendido, os
israelitas foram capturados. Osorkon IV preferiu mandar presentes para evitar
ser atacado e parece que foi bem sucedido.
Terceiro Perodo Intermedirio/Dinastias
do Terceiro Perodo Intermedirio/23
Dinastia
Dinastia 23
23 Dinastia

sarcfago de Padiouf sacerdote de Amon

Essa dinastia foi dividida entre algumas cidades, assim apresentadas:

de Tebas

Pedubastis I

Iuput I

Osorkon III

Takelot III

Osorkon IV

Iuput II

Rudamon

Pedubastis I

Seu nome Pedibast significa O Sbio de Bastet. O nome de trono Usermaatre


Setepanum significa Poderosa a justia de Ra, Escolhido de Amon.

Este o primeiro rei da 23 Dinastia que mencionado por diversas vezes em


inscries no Templo de Amon em Karnak.
possvel que ele fosse o filho do Alto-Sacerdote de Amon, Horsiese.
Tambm possvel que fosse filho de Takelot II e irmo de Shoshenq III (22
Dinastia).

Iuput I foi co-regente e Pedubastis apontou um de seus filhos Pediamon como


sacerdote em Tebas e outro Pentiefankh como vizir.

Iuput I

Seu nome de trono Usermaatre Setepenamun significa Poderosa a justia


de Ra, Escolhido de Amon.

Foi co-regente com seu pai Pedubastis I e deve ter governado por uns dois
anos, que esto registrados nas inscries do Nilmetro de Karnak.

nilmetro

Shoshenq IV

Seu nome de trono Usermaatre Meriamun que significa Poderosa a justia


de Ra, Amado de Amon.

Poucos egiptlogos acham que esse rei merece estar na lista porque a nica
prova de sua existncia uma inscrio no Nilmetro de Karnak ao lado de
governantes dessa dinastia.

Osorkon III - seu nome Osorkon Meriamun Siset, significa Amado de


Amon, Filho de sis. Seu nome de trono, Usermaatre
Setepanamun,Poderosa a justia de Ra, Escolhido de Amon.

H diversos personagens com esse nome no terceiro perodo intermedirio.


Alguns acham que Osorkon III o filho de Shoshenq IV ou de Takelot II,
outros acreditam que ele era o Alto Sacerdote Osorkon, de Tebas.

Parente ou no, ele governou e apontou seu filho Takelot III como co-regente
e Alto Sacerdote de Tebas. Alm de colocar outros membros da famlia em
cargos importantes. Sua filha Shapenaput era a Primeira Divina Adoradora de
Amon tambm podendo ser chamada de Divina Esposa de Amon.

relevo representando Takelot III

Takelot III

Seu nome de trono era Usermmatre-setepenamun Poderosa a justia de


Ra, Escolhido de Amon.

Foi Alto Sacerdote de Amon em Tebas, escolhido por seu pai. Dois de seus
filhos tambm foram escolhidos como Altos Sacerdotes, Djedptahiefankh e
Osorkon. Takelot III escolheu seu irmo Rudamon como herdeiro.

Osorkon IV

Algumas cronologias incluem Osorkon IV como rei mas ele no est


registrado em nenhum lugar definido.

Iuput II

Seu nome Meriamun Sibastet, Amado de Amon e Filho de Bastet. Nome de


trono, Usermaatre, Poderosa a justia de Ra.

Iuput II reinou no Delta, a partir de Leontpolis. Pode ter sido aliado deste
Osorkon IV e de Tefnachkt da 24 Dinastia, contra Piankh, que governou pela
25 Dinastia.

Nada mais so do que hipteses. Esse perodo muito confuso e muitos reis
governaram regies bem restritas. Talvez fossem muito pouco conhecidos
alm do alcance de suas cidades.

Rudamon

seu nome Rudamun-meryamun, Amado de Amon. Seu nome de trono,


Usermaatre-Setepenamun, Poderosa a justia de Ra, Escolhido de Amon.
vaso em cristal de rocha que traz o nome do rei Rudamon

Foi nomeado por Takelot III e provavelmente era seu irmo. Parece que ele e
Piankh (da 25 Dinastia) governaram o Egito ao mesmo tempo. Talvez at
governassem de comum acordo.

de Hermpolis

Thotemhat

Nimlot III

Djehutiemhat

Thotemhat

No temos informaes.

Nimlot III

Foi provavelmente filho de Osorkon III (23 Dinastia de Tebas). Deve ter sido
escolhido para assumir o trono de Hermpolis. possvel que tenha se
tornado vassalo de Piankh.

Djehutiemhat

Seu nome significa Amado de Thot e seu nome de trono,


Neferkheperre, Belas so as manifestaes de Ra.

Provavelmente sucedeu a Nimlot no trono de Hermpolis.

de Heraclepolis

Peftjauwybast

Nakhke

Peftjauwybast
Seu nome de trono, Sehetepibre Neferdare significa Bela a alma de
Ra. Tambm chamado Pedibast ou Pedibastet que significa O sbio de
Bastet.

Ele reinou ao mesmo tempo que os reis do final da 22 Dinastia e que a 25


Dinastia, a partir do Delta na cidade de Heraclepolis.

Como s possua poder sobre uma pequena regio, provvel que tenha
aceitado Piankh como rei.

Nakhke

Esse rei mencionado em textos acadianos como governante de


Heraclepolis. No existe mais nenhuma evidncia dele.

amuleto de gato

de Tanis

Sekhemkare

Shepseskare-Imere

Neferkare-Pepi

Pedubastis II

Sekhemkare

Nada existe a respeito.

Shepseskare-Imere

Nada existe a respeito.

Neferkare-Pepi
Foi provavelmente um regente que governou a partir de Tanis. mencionado
em monumentos com Psamtico I.

Pedubastis II

Seu nome de trono era Sehetepibenre. Ele foi sucessor de um regente


chamado Gemnefkhosubak, no trono de Tanis. Em Mnfis existe uma esttua
sua e seu nome consta em alguns blocos do templo de Amon em Helipolis.

Terceiro Perodo Intermedirio/Dinastias


do Terceiro Perodo Intermedirio/24
Dinastia

deus Hrus 3 periodo intermedirio

Dinastia 24
24 Dinastia
Essa dinastia reinou paralelamente 23 Dinastia em diversas regies.

A maior pare dos reis da 24 dinastia governou a partir de Sais. Foi uma
dinastia de lbios, Grandes Chefes do Oeste.

Osorkon

Tefnakhte I

Bakenranef

Padinemti

Tefnakhte II
Essa a cronologia geralmente aceita embora apenas dois desses
reis Tefnakhte e Bakenranef sejam comprovados.

Osorkon

No temos informaes.

Lbio

Tefnakhte I

Seu nome de trono foi Shepsesre que significa Nobre como Ra.

Ele se outorgou os ttulos reais e se chamou de profeta, chamado Chefe do


Oeste ou Chefe de Sais.

Tefnakhte I conseguiu unificar a maior parte dos nomos do Delta e foi um rei
mais poderoso do que qualquer outro da 22 Dinastia ou da 23 Dinastia.

Ele liderou uma coalizo de prncipes do Delta (Osorkon IV, Iuput II,
Sheshonq V) para atacar Hermpolis que estava sob o governo de Nimlot III.

Tambm tentou conquistar Heraclepolis e foi forado a recuar frente a


Piankh. De qualquer maneira, quando Piankh fugiu para Napata, Tefnakhte I
se tornou governante de praticamente todo o Delta.

Bakenranef

Seu nome de trono Wakhare significa Estvel a alma de Ra.

Ele era filho de Tefnakhte I e embora quase nada se saiba sobre seu governo,
deve ter reinado a partir de Sais.

Os gregos o mencionem como um grande legislador mas no se conhece nada


sobre sua poltica e administrao.
Tehennu, nome usado para os lbios

Seu nome foi encontrado num vaso, numa tumba etrusca, numa cidade que
fica a uns cem quilmetros a noroeste de Roma. No Egito nada foi achado.

Mneton no s o menciona como conta que ele foi feito prisioneiro por
Shabaka (25 Dinastia) e queimado numa estaca.

Padinemti

Provavelmente reinou a partir de Asiut. mencionado em inscries da 25


Dinastia.

Tefnakhte II

No temos informaes.

Terceiro Perodo Intermedirio/Dinastias


do Terceiro Perodo Intermedirio/25
Dinastia
Dinastia 25
25 Dinastia

Jebel Barkal na antiga Nbia

Alara
Kashta

Piye

Shebaka

Shebitku

Taharqa

Tantamani

Alara

No foi governante do Egito e sim governante de Napata (cidade da antiga


Nbia hoje partilhada entre Egito e Sudo).

Est registrado na estela de Taharqa.

Alara reconhecido como fundador da dinastia Kushita, O Prncipe Filho de


Ra. Alara casou-se com Kasaka, conhecida atravs do templo de Kawa e de
uma estela em Cartum e sua filha Tabiry, se tornou esposa do rei Piye
(Piankh), ela foi sepultada numa pirmide em el-Kurru.

De acordo com algumas fontes, o sucessor de Alara foi seu irmo Kashta.

Kashta

Seu nome era acompanhado do epteto O Kushita. Seu nome de trono


Nimaatre.

Irmo de Alara, Kashta tambm foi um governante regional. Provavelmente


reinou na Nbia ao mesmo tempo que outros reis no Egito.

No seu governo, pela primeira vez, as regies da Nbia foram reconhecidas


politicamente. H uma estela em Elefantina no templo de Khnum a respeito
desse fato.
Amenirdis em Medinet Habu

Seu filho Piye (Piankh) governou a maior parte do Egito e durante seu
governo, Kashta controlou uma boa parte do pas at Tebas.

Kashta usou o ttulo de Rei do Alto e Baixo Egito, Filho de Ra, Senhor das
Duas Terras no fim do seu reinado.

Pelo menos dois dos reis desta dinastia foram seus filhos, Piye e Shabaka. Sua
filha Amenirdis foi consagrada ao deus Amon em Tebas comoEsposa de
Amon.

Os nbios na verdade estavam trazendo de volta ao Egito os hbitos e


costumes tradicionais, que haviam sido corrompidos mas que os nbios ainda
conservavam puros.

Inscries com o nome de Amenirdis foram encontradas no templo de Montu


em Karnak e sua capela morturia fica em Medinet Habu.

O local de sepultamento de Kashta el-Kurru (que fica a mais ou menos treze


quilmetros do templo de Amon em Gebel Barkal, na Nbia hoje Sudo),
tumba 8, provavelmente uma pirmide inacabada.

Piye (Piankh)

Algumas cronologias o assinalam como o fundador da 25 Dinastia. Ele


herdou o trono de seu pai Kashta, que era um rei Kushita e no um fara do
Egito. Piye adotou como nome de trono Men-kheper-re que significa A
manifestao de Ra sobrevive.

Esse rei esteve envolvido em campanhas militares e sua maior campanha est
inscrita na estela de Gebel-Barka.
cabea de Shepenupet, filha do rei Piye com a coroa de Hathor

O prncipe lbio Tefnakhte (governante da 24Dinastia a partir do Delta)


tentou controlar as cidades de Mnfis e Lisht no sul. Piye ento marchou para
o norte para impedir essa invaso e tomou as terras controladas por Tefnakhte
e por Nimlot I.

Piye prosseguiu sua marcha para o norte, tomando a cidade de Heraclepolis.


provvel que ele tenha tomado Mnfis e feito refm o filho de Nimlot.

Quando Piye retornou Nbia e deixou o controle das terras conquistadas


com seus vassalos, elas foram retomadas por Tefnakhte.

Uma das filhas de Piye, Shepenupet II foi consagrada Divina Adoradora de


Amon em Tebas e tambm usou os ttulos de Campe da beleza, Mut, Olho de
Ra. Ela foi sepultada numa capela funerria prximo de Medinet Habu e seu
nome foi encontrado num cartucho.

Piye provavelmente foi sepultado numa pequena pirmide em el-Kurru.

Shebaka

Reinou aps seu irmo Piye. Passou a governar a partir de Mnfis. Seu nome
de trono era Nefer-ka-re que significa Bela a alma de Ra.

Como Piye, ele continuou a luta contra os rebeldes de outras regies do Egito,
como Bakenranef de Sais. Mneton conta que, feito prisioneiro, Bakenranef
foi queimado numa estaca.
escaravelho comemorativo de vitria de Shebaka

Shebaka foi diplomata e incentivou o comrcio com os povos do norte, alm


de manter alianas polticas.

Deixou uma estela em Sais, construiu capelas nos templos de Tebas, Mnfis,
Abidos, Dendera, Esna e Edfu, como tambm deixou inscries. Ampliou
Medinet Habu e fez acrscimos nos templos de Luxor e Karnak.

A esposa de Shebaka, a rainha Qalhata tinha ttulos como Irm do Rei, Me


do Rei, era sacerdotisa de Hathor e Senhora de Tepihu em Afroditpolis,
sacerdotisa de Hathor em Dendera e sacerdotisa de Neith. Um de seus filhos
foi Alto-Sacerdote de Amon e seu outro filho foi o rei Tantamani.

Shebaka foi sepultado numa pequena pirmide em el-Kurru.

Shebitku

Possivelmente Shebitku era filho ou sobrinho de Shebaka. Seu nome de trono


era Djed-ka-re que significa Duradoura a alma de Ra.

Taharqa representado como uma esfinge

Enquanto Shebaka mantinha relaes diplomticas com os governantes


assrios no norte em termos polticos e cooperativos, Shebitku pensava
diferente. Ele pretendia aumentar seu poder e ao mesmo tempo evitar que os
assrios avanassem mais para dentro do Egito.

Com a colaborao de seus irmos, incluindo Taharqa, seus exrcitos


derrotaram os assrios na Palestina. Segundo Herdoto, os assrios foram
derrotados porque uma praga de ratos roeu suas armas.

De suas obras temos registro de uma capela na beira do lago sagrado de


Karnak e tambm adicionou relevos no templo de Luxor. Fez obras em
Mnfis e Kava.

Seu local de sepultamento foi a pirmide 18 em el-Kurru.

Taharqa
Este considerado o mais importante dos reis nbios de Napata, no Egito. Seu
nome de trono era Nefertem-khu-re, que significa Nefertem seu protetor.

Taharqa fazendo oferenda a Amon

Ele sucedeu Shebitku, seu irmo, quando este faleceu. Nessa altura, Shebitku
havia oposto forte resistncia aos assrios no norte.

Durante o reinado de Taharqa, os assrios capturaram Mnfis e na batalha


feriram Taharqa e seqestraram sua famlia. O rei sobreviveu mas teve que
fugir para a Nbia. Mais tarde ele recuperou o Delta.

Taharqa foi um grande construtor, ele responsvel pelo ptio de colunas no


Templo de Amon em Karnak. Das colunas, resta apenas uma com vinte e um
metros de altura. Construiu templos em Sanam, Kawa, Atribis, Pnubs, Semna,
Kasr Ibrim e em Tebas.

Foi sepultado provavelmente em Nuri, numa pirmide que tem seu nome
inscrito. Dentro dela foi encontrada uma mmia de um homem com uns
cinqenta anos de idade.

cabea do rei nbio Tantamani

Tantamani

Seu nome de trono era Ba-ka-re que significa Gloriosa a alma de Ra. Ele
era filho de Shebaka e da rainha Qalhata.

Esse rei trabalhou pela reconquista do Egito. Era necessrio expulsar os


assrios que haviam feito Taharqa recuar para Nbia.
Tantamani conseguiu levar a cabo uma campanha vitoriosa no Delta e
inscreveu a estela do Sonho em Gebel Barkal, para contar a histria. Porm,
no conseguiu manter o controle sobre o pas e Tebas foi dominada pelo
exrcito de Assurbanipal.

Este foi o ltimo rei de Napata (Nbia) a governar o Egito. Nunca mais os reis
kushitas entraram no Egito. Tantamani continuou a governar o Kush e junto
com o trmino da 25 dinastia, chegou ao fim a cultura das antigas dinastias
que os nbios tentaram restaurar.

Tantamani foi sepultado em el-Kurru.

ltimo perodo

A deusa gata Bastet

ltimo Perodo

712-332 a. C

Dinastias 26-31
A dinastia dos reis nbios havia trazido para o Egito valores perdidos e uma
espcie de renascimento cultural e religioso. Tudo isso desapareceu num
piscar de olhos diante da ferocidade com que os assrios atacaram, liderados
pelo seu rei Assurbanipal.

A gloriosa e orgulhosa Tebas foi saqueada, invadida, seus belos templos, entre
eles o templo morturio de Ramss II, foram destrudos.

Assurbanipal colocou no trono do Egito um novo rei, Psamtico, um egpcio


que havia sido capturado e doutrinado pelos assrios. Assim estabeleceu a 26
Dinastia podendo se retirar e deixar um dos seus para governar o pas.
Por mais de um sculo reinou a 26 Dinastia at que os persas invadiram o
Egito fundando a 27 Dinastia que duraria tambm, mais de um sculo. Depois
de uma breve pausa, com a 28, 29 e 30 Dinastias, o Egito enfrenta uma nova
e terrvel ocupao, o domnio persa.

relevo do palcio de Assurbanipal

Dinastia Sata
A 26 Dinastia, foi fundada por Psamtico I sob a proteo dos assrios que
controlavam mais da metade do Delta.

Esse rei, governou a partir de Sais com bases em Mnfis e Atribis. Embora a
situao do Egito fosse catica, Psamtico I conseguiu consolidar seu poder e
reinou por volta de cinqenta anos, trazendo um pouco de estabilidade ao pas.

Primeira ocupao persa


A invaso persa praticamente esmagou os governantes satas. Psamtico III
que ocupava o trono da 26 Dinastia, era muito jovem e no teve foras para
lutar contra as tropas de Cambises, rei da Prsia.

Na batalha de Pelusa, no Delta, o rei egpcio foi derrotado e morto e o Egito


caiu em mos estrangeiras de fato.

Os historiadores clssicos narram a ocupao persa de maneira muito


desfavorvel para o Egito, mas hoje j existe uma nova viso do ocorrido.
claro que nenhum povo poderia gostar de ter seu pas invadido e dominado e
vale lembrar que os egpcios eram um povo orgulhoso, acostumado a uma
posio de comando, mesmo nessa poca em que as glrias haviam ficado
para trs.
esfinge de Dario

Na verdade parece que Cambises demonstrava um grande respeito pelo pas e


pelo povo egpcio. Escolheu cidados egpcios para ocupar postos importantes
no governo. Ele se apresentava como fara e respeitava a religio local e seus
rituais, dos quais participava. Tanto assim, que quando Cambises faleceu,
houve uma rebelio popular, mas seu sucessor Dario I recuperou o controle do
pas.

O fato que, essa ocupao no parece ter sido uma fase difcil para o povo
egpcio. Houve algumas revoltas populares, mas, temos a impresso de que os
estrangeiros procuraram agir e governar ao modo egpcio.

Essa foi a 27 Dinastia, que durou mais de cem anos e terminou com a morte
de Dario II.

Perodo de Independncia
A 27 Dinastia termina com a morte de Dario II e com a tomada do poder pelo
jovem Amyrtaios. Ele talvez fosse lbio e tentou restabelecer o poder tomando
o governo das mos dos persas e fundando a 28 Dinastia.

A principio esse perodo de independncia durou por volta de sessenta anos,


tempo em que os reis da 29 e 30 dinastias governaram o pas e tentaram
restabelecer as tradies.

anel egpcio usado para proteo, ltimo perodo


Esse perodo foi registrado pelos historiadores gregos e portanto visto
atravs dos interesses e pontos de vista helnicos.

As marcas do perodo de independncia foram, a instabilidade dos governos e


o perigo constante representado pelos persas nas fronteiras. Ao que se sabe, a
maioria dos governantes da 29 Dinastia foi deposto ou assassinado.

Nectanebo, fundador da 30 Dinastia parece ter chegado ao poder graas a um


golpe de estado. A 30 Dinastia composta pelos ltimos faras nascidos no
Egito.

Segunda Ocupao Persa


Durou por volta de dez anos mas uma das pginas mais dolorosas da histria
do Egito antigo.

guerreiros persas

Os persas durante o reinado de Artaxerxes, com um exrcito poderoso,


penetraram pelo norte do Egito massacrando os egpcios at dominarem as
cidades do Delta.

O problema que nessa invaso no havia um diplomata como Cambises (da


primeira ocupao) e o que ocorreu foi violncia contra o povo, sua religio e
seus templos.

Ao invs de um regime organizado, o governo era corrupto, incompetente e


cheio de vcios. Isso resultou em rebelies armadas por parte do povo egpcio
e muitas mortes.

Portanto, quando Alexandre Magno invadiu o Egito, o povo estava preparado


para acolh-lo como um libertador. Alexandre livrou o pas do jugo dos persas
e foi respeitado e adorado como o prprio filho do deus.

ltimo perodo/Dinastias do ltimo


perodo
Dinastias 26-31

trabalho em bronze, gata e seus filhotes, remete deusa Bastet

Vigsima Sexta Dinastia


Psammetichus I (Psam-tik)

Nekau (Necho) II

Psammetichus II

Apries

Amasis

Psammetichus III

amuleto pendente 27 dinastia

Vigsima Stima Dinastia


Cambyses

Darius I

Xerxes I

Artaxerxes I
Darius II

Vigsima Oitava Dinastia


Amyrtaios

Vigsima Nona Dinastia


Nepherites I

Psammuthis

Hakoris

Busto de Alexandre Magno dito ser proveniente do Egito

Nepherites II

Trigsima Dinastia
Nectanebo I

Teos

Nectanebo II

Trigsima Primeira Dinastia


Essa dinastia conhecida como Segunda Ocupao Persa e foi criada aps a
lista de reis de Mneton.

Ochus (Artaxerxes III)

Arses
Darius III Codomannus

ltimo perodo/Dinastias do ltimo


perodo/26 Dinastia
Dinastia 26
26 Dinastia

a divina adoradora Karomama, 26 Dinastia

Nekau I (Necho I)

Psammetichus I (Psam-tik)

Nekau (Necho) II

Psammetichus II

Apries

Amasis

Psammetichus III

Nekau I (Necho I)

Ele era um prncipe ou governador da cidade de Sais.

Seu pai foi um prncipe assrio de Sais que governou na 24 dinastia, chamado
Bakenranef.
Nekau I foi casado com Istemabet e seu filho foi Psammetichus I.

No sabemos quase nada a respeito do rei Nekau I, ele registrado em


documentos assrios e numa estela de doao.

Esse rei foi instalado no trono de Sais por Assurbanipal e foi morto pelos
exrcitos kushitas sob Tantamani pelo fato de ser aliado dos assrios.

A invaso dos nbios no Delta foi rechaada pelos assrios que prosseguiram
avanando sobre as terras do Egito at saquear Tebas.

Seu filho viria a ser o grande rei que deu nome ao perodo, Sata e conseguiu
dominar o Egito.

Psammetichus segurando uma esttua do deus Osris

Psammetichus I (Psam-tik)

Seu nome de trono era Wah-ib-re, que significa Constante o corao de


Ra.

Ele considerado como o primeiro governante da 26 Dinastia e seu reinado


se sobrepe aos reis da 25 Dinastia. Parece que no seu nono ano de reinado
ele conseguiu controlar o pas inteiro.

Esse perodo chamado de Sata porque o centro do poder estava em Sais, no


Delta.

Seu nome era Psam-tik I mas ele ficou conhecido pelo nome grego
Psammetichus I. O fato que ele reinou durante uns cinqenta anos, levando
o Egito de volta a estabilidade depois de uma fase catica de vrios
governantes.

Psammetichus I e seu pai, Nekau I de Sais, foram envolvidos numa confuso


qualquer na poca dos governantes Kushitas da 25 Dinastia. O governante era
Taharqa e alguma coisa ele fez que colocou Nekau e Psammetichus em maus
lenis com os assrios, que capturaram os dois e os fizeram prisioneiros.
Durante esse tempo foram doutrinados pelos seus captores, inclusive
recebendo nomes assrios, Psammetichus era Nabu-shezibanni.

O pai e o filho voltaram ao Egito, preparados para estar do lado dos assrios.
O pai, Nekau I retomou o poder no Delta.

Quando Nekau I faleceu, morto pelas foras nbias por ser aliado dos assrios,
Psammetichus foi reconhecido pelos Senhores Assrios comoRei do Egito,
embora fosse apenas um ttulo sem maiores poderes. Ele governava Mnfis e
Sais e a maior parte do pas era controlada ainda pelos vizires dos reis da
Nbia (que j haviam voltado para o seu pas).

Na verdade, Psammetichus soube preparar o caminho para o poder numa fase


bem difcil, ele precisava controlar os prncipes rebeldes e os pequenos reis do
Delta, mas principalmente era necessrio recuperar o poder em Tebas. Para
isso, ele se aliou filha de um nobre tebano, chamado Mentuemhet. Essa
moa era a Adoradora de Amonou Esposa do deus Amon.

Assim, Psammetichus introduziu sua prpria filha Nitokris no templo, criando


laos religiosos e seculares de modo a fortalecer a unio egpcia.

Afinal, Psammetichus I preparou seu exrcito, inclusive com mercenrios


estrangeiros (gregos e crios).
Esttua de Nekau ajoelhado

Alm disso, casou-se com Mehtemweskhet, que era filha de Horsiese, Alto-
Sacerdote de Helipolis. At ento ele era aparentemente leal aos senhores
assrios, mas assim que encontrou oportunidade, se libertou do comando
externo e se tornou governante absoluto do Egito.

Finalmente o Egito tinha novamente um fara, um governante do pas


unificado. Psammetichus I mandou construir fortalezas no Delta, em
Naucrtis e Daphnae, assim como em Elefantina e ampliou o Serapeum em
Saqqara.

Provavelmente para desencorajar os reis kushitas, Psammetichus voltou com


as campanhas militares na Nbia. Tambm fez alianas com seus antigos
senhores assrios para combater a Babilnia e controlou a costa palestina.
Combateu os lbios na fronteira de modo que eles fugiram do Delta deixando
o territrio livre.

Nas artes, o fara recuperou as tendncias das dinastias anteriores, tornando


difcil hoje para os arquelogos saber de que poca so certas obras.

Acredita-se que tenha sido sepultado em Sais.

Nekau (Necho) II

Seu nome de trono foi Wah-em-ib-re que significa Sendo o portador dos
desejos de Ra para sempre. Seu nome de nascimento era Nekau mas ele
ficou conhecido pelo seu nome grego, Necho.
Sucedeu a seu pai Psammetichus I e prosseguiu com as conquistas paternas de
modo que a Palestina se tornou outra vez possesso egpcia. Ele governou a
Sria (pelo menos uma parte dela) e recebeu tributos de Jerusalm.

Mais tarde, Nekau II perdeu a Sria para os babilnios, que perseguiram os


egpcios e os derrotaram.

Este fara conhecido pelos monumentos em homenagem ao Boi pis em


Mnfis e inscries nas pedreiras das colinas Mokattam .

Nekau II foi um visionrio que mandou construir um canal navegvel mais de


2500 anos antes do Canal de Suez. Esse canal ligava a margem do Nilo onde
estava localizada a fortaleza de Pelusium e o Mar Vermelho. Isso criou uma
grande cidade porturia, Per-Temu-Tjeku (a casa de Aton de Tjeku) hoje Tell
el-Mashkuta.

Nekau tambm criou uma Marinha Egpcia, para aproveitar a expanso do


comrcio com a Grcia. Embora os egpcios no fossem muito chegados ao
mar e essa marinha no fosse uma verdadeira fora armada, ela trouxe
benefcios como a criao de uma nova rota de comrcio com a frica, e isso
foi algo revolucionrio na poca.

Acredita-se que Nekau II foi sepultado em Sais.

Psammetichus II

Seu nome de trono era Neferibre que significa Belo o corao de Ra.

Era filho de Nekau II, possivelmente com a rainha Chedebnitjerbone I. Sabe-


se que casou com a rainha Takhout ou Takhut de Atribis, que lhe deu uma
filha chamada Ankhnesneferibre. De seus filhos tambm se conhece a
princesa Herynebti Menekhoubaste e Apries que o sucedeu no trono.

possvel que ele tenha governado por um curto perodo de tempo, talvez seis
anos mas no seu reinado, as pedreiras nas colinas Mokattam prximo ao Cairo
foram exploradas.

Psammetichus II fundou o templo de Hibis no Osis El-Kharga e talvez seja


hoje a construo mais preservada do perodo, o nico situado nesse local. O
templo foi decorado pelo conquistador persa Dario I e na 30 dinastia foram
feitos acrscimos.

Tambm, as runas mais antigas de Philae so de seu governo. possvel que


Psammetichus II tenha feito adies ao templo de Neith em Sais, construdo
monumentos em Leontpolis e o templo de El-Mahalla el- Kubra. Blocos de
seu reinado foram encontrados em Abidos, Karnak (onde ele usurpou o
quiosque de Taharqa) e Elefantina.
O templo de Hibis

Seu monumento mais famoso foi um obelisco erigido em Helioplis que foi
levado por Augusto para Roma e hoje est naPiazza di Montecitorio.

Na Nbia foi encontrado um grafiti rabiscado na perna esquerda da colossal


esttua de Ramss II em Abu Simbel, que confirma que l estiveram aqueles
que navegaram junto com o rei Psammetichus quando ele foi a Elefantina.

Foi o primeiro confronto entre Egito e Nbia desde o reinado de Tantamani.


Parece que foi uma campanha para desbaratar a rebelio nbia liderada por
Anlamani um rei Kushita tentando reviver o reino de Napata.

O exrcito egpcio talvez tenha chegado at Napata, onde saquearam templos


e destruram as esttuas Kushitas. Parece que no conquistaram terras embora
tenham obrigado os nbios a removerem sua capital mais para o sul e tenham
acabado de vez com as idias de conquistas dos nbios.

Psammetichus II deve ter sido sepultado em Sais.

Apries

Seu nome de nascimento era Wah-ib-re que significa Constante o corao


de Ra. Seu nome de trono, Haa-ib-re, Jubiloso o corao de Ra para
sempre.

Apries seu nome grego pelo qual mais conhecido. Seu pai era
Psammetichus II e Herdoto conta que a esposa de Apries era Nitetis.
Algumas fontes dizem que esse fara o Hophra da Bblia.
Apries

Ele deixou obras como templos em Atribis (Tell Atrib) no Osis Baharya, em
Mnfis e Sais.

Apries prosseguiu com a poltica intervencionista de seu pai na Palestina, mas


sofreu muitos reveses tanto em casa quanto fora. Ele sofreu uma invaso no
Egito mas tambm liderou campanhas bem sucedidas contra Chipre e Fencia.

Em seu reinado as tropas egpcias em Elefantina (hoje Assu), se amotinaram


mas foram contidas.

Apries ajudou os governantes do Levante contra o Imprio babilnico que


estava cada vez mais forte. Foi durante o reinado de Apries que ocorreu o
Cativeiro da Babilonia, com a deportao dos judeus aps a captura de
Jerusalm. Muitos judeus fugiram para o Egito, principalmente para
Elefantina onde se fixaram.

Em 570 esse rei ajudou o governante de Cyrene contra os gregos, mandou seu
general Amasis debelar uma revolta no exrcito egpcio e ele, liderando as
tropas, se declarou rei. Apries foi para o exlio, mas voltou com o exrcito
babilnio s que foi derrotado.

O rei Apries foi morto mas seu ex-general Amasis o sepultou com as honras
de rei, em Sais. Portanto, Amasis se tornou o novo rei.

Apenas uma esttua de Apries sobreviveu, embora outras, que trazem o nome
de Amasis podem ter sido usurpadas e terem pertencido a Apries.

Amasis

Seu nome de nascimento era Ahmose II que significa A lua nasceu, Filho de
Neith. Seu nome de trono era Khnem-ib-re, Ele que abraa o corao de Ra.
Amasis, nome pelo qual ficou conhecido, grego.
Amasis deveria ser filho da Senhora Takheredeneset, e casou com duas
esposas, Tentheta e Nakhtsebastetru. Talvez Khedebneithireretbeneret
tambm fosse sua esposa, era ela filha de Apries.

Dessas duas esposas ele teve um grande nmero de filhos, incluindo seu
sucessor Psammetichus III. Outro filho conhecido foi o general Ahmose, que
foi sepultado junto com sua me Nakhtsebastetru, na tumba LG 83 em Giz.

Atravs de Herdoto ficamos sabendo que ele foi um governante popular,


querido pelo povo, Amasis gostava muito de beber, algumas vezes deixando
os deveres em troca da bebida.

Amasis

Lendo a respeito de Apries, acima, ficamos sabendo que Amasis era general
do exrcito egpcio e foi enviado pelo fara para debelar a revolta dos
soldados egpcios. Mas ele foi escolhido pelos prprios soldados para ser o
governante, o fara. Assim, marchou na frente do exrcito e destronou Apries.

Existem algumas verses do episdio, alguns dizem que Apries fugiu do pas,
outros que ele continuou a governar o sudeste do Egito a partir de Mnfis,
outras dizem que ele foi morto.

Agora, Amasis era realmente o fara, controlava todo o Egito. Mas, h uma
outra histria que conta, que em 567 Apries voltou ao Egito liderando um
exrcito da Babilnia. Amasis novamente o derrotou e o capturou.
Conta Herdoto que o fara entregou Apries ao povo, que o estrangulou.

Seja como for, Amasis devia guardar respeito por aquele que um dia foi seu
fara e talvez ele fosse tambm seu sogro, e deu a Apries um funeral com
todas as honras reais na necrpole de Sais.
Como fara, Amasis mandou erguer dois colossos de granito e um templo
para Isis em Philae, fez obras em Mnfis, Elefantina, Edfu, Abidos, Karnak,
alm de muitas outras incluindo locais do Delta e sua tumba em Sais.

Ainda que essa tumba nunca tenha sido descoberta, Herdoto conta que era
uma grande construo isolada, feita de pedras, decorada com pilares
esculpidos imitando folhas de palmeiras e outros enfeites caros. Havia uma
cmara com portas duplas e atrs das portas ficava o sepulcro.

O reinado de Amasis foi muito prspero para o Egito, sabemos que a


agricultura alcanou um nvel espetacular de desenvolvimento e as cidades, de
acordo ainda comHerdoto chegavam a ter mais de vinte mil habitantes.

Amasis consolidou a poltica de Psammetichus I ao encorajar os gregos


mercadores a viverem no Egito, na cidade de Naucratis. Isso facilitava o
controle sobre eles e criava taxas bem lucrativas para o tesouro.

Quando da morte de Amasis, depois de reinar por volta de quarenta e quatro


anos, os persas j tinham conquistado a Babilnia e estavam nas fronteiras do
Egito.

Psammetichus III

Seu nome era Psamtek que significa Marido de Metek e o nome de trono
Ankhaenre, Ra d vida a sua alma.

Ele foi o ltimo rei da 26 Dinastia, reinou apenas durante alguns meses antes
de ser derrotado pelos persas e provavelmente morto pelo fundador da 27
Dinastia, Cambises.

Conta a histria que Psammetichus III foi inicialmente traido por seus aliados
e forado a se retirar para Mnfis. A cidade ficou sob o cerco dos persas
durante alguns meses e finalmente se rendeu. Mas, Psammetichus III
continuou a insuflar rebelies contra os conquistadores, de modo que,
Cambises mandou mat-lo.

ltimo perodo/Dinastias do ltimo


perodo/27 Dinastia
Dinastia 27
27 Dinastia

Inscrio de Behistun, conta as conquistas de Darius I, Prsia atual Ir

Cambyses

Darius I

Xerxes I

Artaxerxes I

Darius II

Cambyses

Depois de capturar o Egito, Cambises usou o nome de trono Mesut-i-re


(Mesuti-Ra), Descendente de Ra.

Cambises era filho do imperador persa Ciro, o Grande que tambm nomeou
seu filho rei da Babilnia, embora Cambises tenha abandonado esse ttulo e
aps reinar um ano apenas, ele invadiu o Egito.

Derrubou o rei egpcio Psammetichus III e se tornou o primeiro governante da


27 Dinastia, Persa.

No se sabe muito sobre Cambises e os textos de Herdoto, historiador grego


fazem desse rei persa um retrato terrvel. Segundo Herdoto, Cambises
destruiu os templos egpcios, foi um dspota, um tirano cruel, um monstro de
maldade.

Hoje sabemos que essa uma viso grega da histria, at porque os gregos
no suportavam os persas.

De qualquer maneira, parece que Cambises entrou no Egito atravs do deserto


com muita facilidade. Derrotou as foras egpcias em batalha e cercou Mnfis.
Se Psammetichus III conseguiu escapar, logo foi capturado e preso.
pendente com o deus Bes, poca aquemnida

Os estudiosos hoje em dia acreditam que o governo de Cambises no Egito no


foi terrvel como Herdoto contou, na realidade a dinastia Sata j estava
derrotada quando Cambises tomou o pas. Aparentemente o Egito j tinha sido
abandonado pelos seus aliados gregos, e as minorias como a comunidade
judaica em Elefantina, assim como uma parte da aristocracia egpcia recebeu
bem o governo de Cambises.

Uma evidncia de que Cambises respeitava os costumes egpcios e procurava


se apresentar como um rei egpcio a inscrio numa esttua de
Udjadhorresnet que era um sacerdote sata, alm de mdico e oficial da
marinha. Essa inscrio uma autobiografia, que hoje est no Museu do
Vaticano.

Atravs das palavras do sacerdote, ficamos sabendo que Cambises procurava


promover os cidados nascidos no Egito dando-lhes trabalho no governo e que
mostrava respeito pela religio egpcia. muito provvel que a histria da
destruio dos templos e pilhagem das cidades nunca tenha existido, sendo
apenas uma histria inventada pelos gregos.

Na Prsia, os nobres estavam se alinhando ao lado do irmo de Cambises,


Bardias (ou Esmerdis). O trono de Ciro, o Grande estava mudando de mos e
Cambises precisava retornar Prsia. Nessa altura parece que Cambises j
estava apresentando problemas mentais. Ele abandona rapidamente o Egito
deixando um strapa no governo.

detalhe da frisa de arqueiros no palcio de Dario em Susa


Existem muitas histrias com relao a morte de Cambises e a previso dos
sacerdotes de Buto sobre como seria essa morte. Mas, o fato que Cambises
morreu na Sria, quando voltava para casa, na Prsia.

Embora ele tenha governado o Egito e tido seu nome inscrito num cartucho
como os faras, ele foi sepultado em Takht-i-Rustam (nagsh-e-rostam) perto
de Perspolis.

Darius I

Aps a morte de Cambises houve uma rpida revolta popular sufocada por
Dario I, parente distante de Cambises e oficial do exrcito. Ele era filho de
Hystaspes, membro da famlia de Ciro, o Grande.

Dario I servia no exrcito no Egito enquanto Cambises governava e quando o


rei faleceu a caminho da Prsia, ele tomou o trono. Mais tarde foi considerado
o ltimo grande legislador do Egito.

Dario I foi um rei generoso, tratou os egpcios com respeito por sua religio e
seus costumes e foi responsvel por muitas reformas sociais e polticas. Ele
foi bem aceito pelo povo.

Xerxes no portal do seu palcio em Perspolis

Durante seu reinado houve muitos projetos de construo. Ele completou o


canal do Delta ao Mar Vermelho, que havia sido iniciado por Nekau II
(Necho). Aumentou o Serapeum e recuperou o templo de Ptah em Mnfis,
tambm construiu no Fayum, el-Kab, Busiris e Sais.

Embora Dario fosse um bom rei, enfrentava revoltas constantes dos egpcios,
especialmente depois que os persas foram derrotados emMaratona. Ficou
claro ento, que o grande imprio persa no era invencvel e as rebelies
aumentaram.

Xerxes I
Filho de Dario I, ele mais conhecido pelas suas tentativas frustradas de
conquistar a Grcia, as Guerras Mdicas seriam uma forma de vingar o pai
pela derrota em Maratona.

Parece que passava a maior parte do tempo fora do Egito, deixando o governo
entregue nas mos dos regentes e strapas locais.

As revoltas que explodiram no final do reinado de Dario I foram debeladas


por Xerxes durante o segundo ano de seu governo. Essa fase bem
documentada por Herdoto, embora vista pelo seu olhar grego.

Xerxes nunca deu muita importncia ao Egito, que governou sempre a


distncia.

Ele foi assassinado junto com seu filho Dario, o herdeiro do trono em 465 a.C.

Artaxerxes I

Subiu ao trono quando seu irmo mais velho foi assassinado junto com seu
pai, Xerxes.

Poucos meses aps subir ao trono, um rebelde egpcio, Amyrtaios, que


governava em Sais, se levantou contra ele. Artaxerxes conseguiu manter
Mnfis e os egpcios e seus aliados gregos foram derrotados.

Tumba de um rei aquemnida, talvez Artaxerxes I

Na batalha de Papremis Artaxerxes foi morto e seu strapa Megabysos foi


quem destruiu a frota grega e retomou Mnfis. O Alto Egito permaneceu sob o
controle persa e Atenas alegou no ter tido nada a ver com o conflito.

O Baixo Egito e as cidades do Delta estavam em constante agitao.

Darius II

Parece que era um filho ilegtimo de Artaxerxes I.

Acredita-se que Dario II deu um pouco mais de ateno ao Egito, construindo,


inclusive, um templo de Amon no Osis de Kharga. Durante seu reinado, o
Egito tinha uma grande populao de judeus e de gregos, dizem que Dario II
favorecia aos judeus de Elefantina.

Dario II estava muito envolvido numa aliana com Esparta para se fortalecer e
fazer guerra contra Atenas. Enquanto isso no Egito, as rebelies prosseguiam,
o povo era liderado por Amyrtaios, um prncipe sata.

Dario II faleceu em 404 a.C.

ltimo perodo/Dinastias do ltimo


perodo/28 Dinastia
Dinastia 28
28 Dinastia
Amyrtaios

Amyrtaios

Sarcfago e mmia do ltimo Perodo, Museu Nacional, Alexandria, Egito

Temos aqui uma dinastia totalmente diferente de todas as que j vimos e das
que ainda vamos ver.

Essa a dinastia de um s rei, Amyrtaios.

Ele reinou entre os poderosos reis persas e os ltimos reis egpcios de fato.
Sua dinastia durou apenas seis anos.

possvel que Amyrtaios fosse lbio, talvez um prncipe sata. Ele governou o
pas a partir de Sais aps a morte de Dario II, quando houve uma grande
revolta no Egito.

Nos Papiros de Elefantina h um documento que um contrato e foi escrito


no quinto ano do reinado de Amyrtaios, donde se conclui que ele foi
reconhecido de fato no Alto e Baixo Egito.
Ele deve ter sido deposto e provavelmente assassinado quando os persas
invadiram o pas.

ltimo perodo/Dinastias do ltimo


perodo/29 Dinastia
Dinastia 29
29 Dinastia

Karnak, em primeiro plano a capela de Hakoris

Nepherites I

Psammuthis

Hakoris

Nepherites II

Nepherites I

Esse rei mais conhecido pelo fato de se aliar Esparta contra os persas.
sabido que ele presenteou Esparta com milho e equipamentos para cem navios
em troca da aliana.

O que ele no esperava que os presentes fossem interceptados em Rodes


quando a frota egpcia passou por l, porque o governo de Rodes j tinha se
aliado aos persas.

Os registros sobre Nepherites so inscries e construes em Buto, Sais,


Mnfis e Karnak.

Seu sarcfago foi encontrado em 1869 junto com itens funerrios em Mendes.

possvel que quando Nepherites faleceu ou foi assassinado, no se sabe nada


a respeito, o trono tenha sido usurpado por Psammuthis que governou junto
com Hernebkha Muthis filho de Nepherites.
esfinge originaria de Mnfis, encontrada em Roma, Nepherites I

Psammuthis

Pode ser que ele tenha usurpado o trono aps a morte de Nepherites mas
talvez Hernebkha Muthis (filho de Nepherites) tenha reinado junto com ele.

Mneton o menciona entre Nepherites e Hakoris.

O nome de Psammuthis, Pasherienmut significa Filho da deusa Mut. Ele


provavelmente reinou no Alto Egito durante um ano, mais ou menos. Logo a
seguir, Hakoris recuperou o trono.

Seus registros so inscries em Karnak e Saqqara.

Hakoris

possvel que Hakoris tenha governado ao mesmo tempo que o usurpador


Psammuthis por um tempo muito curto. Logo ele retomou o trono e fez um
bom governo.

Fragmento com os nomes de Psammuthis

Seu reinado foi marcado pela paz entre Prsia e Esparta e isso foi um
problema, porque sem maiores preocupaes, a Prsia voltou a se interessar
pelo Egito.

Hakoris fez aliana com Chipre e formou um exrcito forte para repelir os
invasores. Ele foi bem sucedido e o Egito voltou a ser independente
politicamente.
Hakoris fez obras marcantes como uma capela em Karnak, a sala hipostila em
el-Kaab, um quiosque em Medinet Habu e outras obras em Mendes, Saqqara e
Elefantina. Parece que o rei Hakoris foi sepultado em Saqqara, mas sua tumba
no foi encontrada.

Nepherites II

Filho de Hakoris, reinou apenas durante quatro meses, quando foi deposto e
provavelmente assassinado por seu sucessor Nectanebo I (30 Dinastia).
Sabemos de sua existncia por Mneton e pela Crnica Demtica.

ltimo perodo/Dinastias do ltimo


perodo/30 Dinastia
Dinastia 30

pssaro em faiana, 30 dinastia

30 Dinastia
Nectanebo I

Teos (Djedher)

Nectanebo II

Nectanebo I

Seu nome egpcio era Nakhtnebef que significa Forte em seu Senhor. Seu
nome de trono, Kheper-Ka-re, A alma de Ra sobrevive. Nectanebo foi o
nome dado a ele pelos gregos.

Sua terra natal era Sebennytos que hoje Sammanud, e talvez ele tenha sido
parente de Nepherites II. Essa dinastia que Nectanebo fundou, a trigsima,
considerada a ltima em que reinaram verdadeiros egpcios, ou seja, reis
considerados naturais do Egito.

Nectanebo I era o filho do general Djedhor, e provavelmente amigo do


general ateniense Khabrias ou Chabrias, que comandou os mercenrios gregos
no reinado de Hakoris. possvel que esse general grego tenha ajudado
Nectanebo a chegar ao poder, at porque logo depois ele foi chamado de volta
a Atenas.

Nectanebo I segurando uma mesa de oferendas

Uma das esposas de Nectanebo era uma senhora de nome grego, Ptolemais
que pode ter sido filha de Khabrias. Seu filho e herdeiro, Teos (Djedhor) era
filho de outra esposa chamada Udjashu. Teos foi seu co-regente.

Em seu reinado, o exrcito persa tentou atacar o Egito mas ele estava pronto
para defender seu pas, embora o que de fato tenha feito os invasores
recuarem, tenha sido a cheia do Nilo. Os persas demoraram tanto a decidir a
ttica de batalha que o rio encheu, o Delta ficou alagado e os persas tiveram
que se retirar.

Seu reinado foi pacfico, ele fez obras e estimulou as artes. Restaurou os
templos pelo pas afora, so inmeras suas obras, mas tambm cobrou taxas
das instituies religiosas. Uma de suas construes mais importantes foi a
parte mais antiga do Templo de Philae, que mais tarde, no perodo grego, se
transformaria num dos lugares mais sagrados.

Perto do final de seu reinado, Nectanebo tentou refazer as alianas do Egito


com Atenas e Esparta, porque sabia que os persas no tinham ainda
abandonado a idia de que o Egito era provncia sua e pretendiam retom-la.

Provavelmente Nectanebo foi sepultado em Sebennytos mas at hoje no foi


encontrado o local certo. J foram achadas ushabits (pequenas figuras que so
colocadas na tumba) suas e os restos do sarcfago que lhe pertenceu e que
remete arte da 18 Dinastia.

tampa do sarcfago de Teos

Teos (Djedhor)

Era o filho e sucessor de Nectanebo I. Foi co-regente de seu pai e quando este
morreu herdou o trono.

Decidiu que iria atacar os persas embora seus generais discordassem. Para
juntar o dinheiro para essa campanha, ele confiscou os tesouros dos templos
sofrendo a ira dos sacerdotes, que se tornaram seus inimigos.

Ao sair para a guerra, Teos, deixou no comando do Egito, Tjahapimu. Este era
possivelmente um meio irmo mais velho de Teos, ou como alguns acham,
Tjahapimu era filho de Teos, de modo que Nectanebo II seria seu neto.

Ele fez uma campanha vitoriosa sobre a Sria, mas seu ataque aos persas foi
vergonhoso. Ele foi abandonado pelos seus mercenrios gregos e tambm
pelos prprios egpcios. Teos fugiu para a Prsia onde Artaxerxes lhe deu
asilo, embora fosse inimigo.

O regente do Egito, Tjahapimu, indicou ento Nectanebo II para assumir o


trono (fosse ele seu filho ou sobrinho).

Teos, viveu na Prsia desde ento e l morreu.

Nectanebo II

Seu nome Nakhthorheb e o epteto mery-hathor significa Forte seu


Senhor, Amado de Hathor. Seu nome de trono era Snedjem-ib-re Setep-en-
inhur, que significaAgradvel ao corao de Ra, Escolhido de Osris.
H diversas formas de contar a histria e diversas fontes mas, parece que os
sacerdotes estavam insuflando o povo contra o fara Teos, por conta do
dinheiro que ele levou dos templos para financiar a campanha militar.

Alm disso, o provvel filho de Tjahapimu (o regente), Nakhthorheb, servia


no exrcito real que estava na Sria e era muito respeitado por seus
comandados egpcios e pelos mercenrios gregos.

Hrus falco protegendo Nectanebo II

O fato que, com a campanha vergonhosa de Teos e sua fuga para o lado dos
inimigos, Tjahapimu instalou Nectanebo II no trono do Egito.

O reinado desse fara foi um perodo de paz at porque, de guerra, ele j tinha
visto o suficiente com a derrota de Teos para os persas.

Nectanebo II recuperou muitos templos e construiu outros tantos, deve haver


mais de cem locais no Egito onde se pode encontrar seu nome. O rei tambm
foi muito religioso e mandou construir uma grande esttua de pedra do deus
Hrus falco usando a coroa dupla. Entre as pernas do falco est
representado o rei Nectanebo II usando o nemes.

Durante seu reinado, o fara sepultou Udjashu (que pode ter sido sua me)
num belo sarcfago que hoje est no Museu do Cairo.

Mas os persas no haviam desistido do Egito. Pouco se sabe sobre a invaso,


mas, parece que Nectanebo II tentou reagir e os persas comandados por
Artaxerxes III entraram no Egito por diversos pontos alm do Delta. O fara
recuou para Mnfis mas a cidade no conseguiu resistir e Nectanebo II fugiu,
possivelmente para a Nbia onde ficou refugiado na corte dos reis Kushitas.
Seu sarcfago que nunca usado era feito em granito negro, lindamente
decorado com os textos e as cenas do Livro Daquilo que Existe no Mundo
Inferior.

Mais tarde o sarcfago foi usado em banhos rituais em Alexandria, de onde


seguiu para o Museu Britnico.

Antes de terminar o tpico sobre Nectanebo II, existe uma histria curiosa,
uma lenda medieval sobre esse fara. Ela est em Alexander Romance.

Essa lenda conta, que Nectanebo II fugiu dos persas para a corte Macednia,
l foi reconhecido como um grande mago egpcio. Atraiu a ateno da esposa
de Filipe II, Olympias, e se tornou pai (sem que ningum soubesse) de
Alexandre Magno. Essa era uma forma de dar continuidade linhagem de
sangue dos faras. Evidentemente isso apenas um romance, mas pode
explicar porque o sarcfago de Nectanebo II foi usado para rituais.

ltimo perodo/Dinastias do ltimo


perodo/31 Dinastia

Mapa do Imprio Persa em 490 a.C.

Dinastia 31
31 Dinastia
A chamada 31 Dinastia teve inicio aps os exrcitos persas derrotarem os
egpcios.

Ochus (Artaxerxes III)

Arses

Darius III Codomannus


Ochus (Artaxerxes III)

Foi rei da Prsia durante vinte anos e governou o Egito por pelo menos seis
anos.

Houve duas campanas dos persas contra o Egito. Na primeira, os persas


recuaram mas a segunda foi mais violenta.

Durante a ocupao do Egito, houve muita crueldade, massacres, os persas


profanaram os templos e roubaram muitas obras de arte. Esta foi a segunda
campanha de Artaxerxes III contra o Egito.

De acordo com o historiador grego, Diodoro de Siclia, o vizir Bagoas, (um


eunuco, muito poderoso e violento) foi responsvel pelo assassinato de
Artaxerxes III.

arte aquemnida

Este Bagoas se tornou famoso por assassinar toda a famlia real, mas existe
um tablete no Museu Britnico (BM 71537), escrito em caracteres
cuneiformes, que registra o fato do rei Artaxerxes ter morrido de causas
naturais.

Arses

O filho de Artaxerxes que o sucedeu no trono do Egito.

Pode ser que o vizir Bagoas tenha sido o responsvel pela sua subida ao trono.
Se foi isso que ocorreu, existe a possibilidade de Bagoas ter decidido manter
Arses no trono como um fantoche.

possvel que um cidado muito rico do Alto Egito, talvez mesmo fosse de
origem lbia, Khabebesh, tenha se declarado fara nessa mesma poca. Ele foi
apoiado pelo povo que sofria sob os persas e deve ter governado escondido,
para no ser morto.

O fato que seu nome com os ttulos de fara, foram encontrados em diversos
locais, inclusive
Detalhe do mosaico que mostra o pavor nos olhos de Darius III na batalha com Alexandre

numa estela de Ptolomeu I, em papiros do primeiro ano de seu reinado e


amuletos encontrados na tumba de Horemheb em Mnfis.

Existem fontes que afirmam que Bagoas assassinou o rei Arses.

Darius III Codomannus

Esse rei era sobrinho de Artaxerxes e ocupou o trono aps Arses. Reinou
durante seis anos at que o exrcito de Alexandre Magno entrou no Egito.
Darius III foi derrotado na Batalha de Issus e fugiu.

Alexandre no o capturou, mas ele foi assassinado mais tarde, pelo seu
prprio general, Bessus, o Strapa da Bactria.

Darius III foi o ultimo governante persa do Egito.

Perodo greco-romano
Perodo Greco-Romano
332 a.C. - 642d.C.

Imprio Macednio

Alexandre Magno
Alexandre III da Macednia j dominava todo o Crescente Frtil quando
voltou seus olhos para o Egito.

Sem dvida, em termos de expanso poltica e militar ele no poderia deixar


de conquistar o Egito. Mas, tambm de se imaginar que o filho de Filipe II,
educado por Aristteles, conhecesse e admirasse as tradies e a cultura
egpcias.

O fara era o nico governante a ser visto como um deus vivo. Era sem a
menor dvida, uma conquista sem igual e uma legitimao da profecia
(segundo Plutarco) que dizia ser Alexandre filho de um deus.

monumento a Alexandre em Shtip, Macednia

Quando os exrcitos de Alexandre Magno entraram no Egito, os persas que


foram to cruis e opressores j estavam derrotados. No se sabe se a
verdade, mas conta a histria que o povo egpcio recebeu Alexandre de braos
abertos.

Alexandre foi visitar o Orculo de Amon e seja lenda ou verdade, o fato que
ele foi declarado filho de Amon. O grande guerreiro macednio foi aceito no
Egito como um verdadeiro fara e reverenciado como o foram os faras
divinos das antigas dinastias.

Alexandre iniciou a construo da cidade de Alexandria, mas no viveu para


v-la pronta. Ele deixou no Egito como uma espcie de governador ou
Strapa, Cleomenes, um banqueiro de Naucrtis e seguiu rumo a sia.

Esse Cleomenes parece que era um homem corrupto, culpado de toda a


espcie de fraudes e portanto era preciso outra pessoa para ocupar esse cargo.
Ento, quem foi para o Egito organizar o governo foi Ptolomeu, o mais velho
dos companheiros de Alexandre, no cargo de Strapa do Rei e Cleomenes foi
condenado a morte.

Quando o Alexandre Magno morreu, seus trs homens de confiana, Seleuco,


Antipater e Ptolomeu dividiram entre si a administrao do imprio que ele
tinha conquistado.
rvore genealgica dos Ptolomeus

Ptolomeu que j estava no Egito, acabou ficando com o governo do pas e


dando incio a uma dinastia chamada de Ptolemaca.

Os Ptolomeus
Na diviso do imprio, o Egito ficou com Ptolomeu que era filho de um
macednio de nome Lagos e deu incio a uma dinastia de reis de origem
grega.

Foi uma mudana radical para o povo do Egito, inclusive a lngua oficial
passou a ser o grego. Sem dvida eles defenderam o pas, mas esse era seu
interesse primeiro, afinal eram os reis.

O povo egpcio foi tratado com dureza, viviam em sua maioria na pobreza,
trabalhando na agricultura, morando em povoados e completamente afastados
do poder. Os gregos eram obviamente os mais favorecidos, vivendo nas
cidades, especialmente em Alexandria que era a bela capital.

Os Ptolomeus em geral, procuraram fixar os soldados estrangeiros no Egito,


dando-lhes terras para cultivar em troca do servio militar. Assim usando a
estrutura dos macednios no exrcito, conseguiram formar uma mquina
militar de respeito e dessa forma conquistaram a Sria-Palestina.

Foi no tempo de Ptolomeu I que um sacerdote chamado Mneton, escreveu


toda a histria do Egito, desde a poca pr-dinstica at o reinado do prprio
Ptolomeu. Mneton, dividiu os faras pelas dinastias e hoje uma fonte
indispensvel de pesquisa para qualquer historiador.
Representao de Ptolomeu II imitando Alexandre Magno

Com relao a religio, os Ptolomeus introduziram novos deuses mas


respeitavam os antigos cultos. Na verdade diversos desses reis construram
templos como os egpcios faziam e as terras dos templos continuaram a
produzir para os sacerdotes, como era antes. Isso agradava ao povo e ao clero.
Na verdade a populao grega era mais influenciada pela religio egpcia do
que o contrrio. Os Ptolomeus ergueram templos em Edfu, Dendera, Philae,
Kom Ombo e outros.

O norte do Egito sofreu a forte influencia da cultura grega e Alexandria era


uma das mais belas e impressionantes cidades do mundo na poca. Os
Ptolomeus cuidaram de embelez-la e como tpicos gregos cuidaram das
atividades do esprito. O museu e em especial a biblioteca de Alexandria (uma
das sete maravilhas do mundo antigo) eram locais onde se reuniam os
principais cientistas, poetas, artistas e sbios em geral.

O reinado dos Ptolomeus foi um perodo de grande desenvolvimento para o


Egito, na agricultura, no comrcio, na economia. Eles geriam o pas como um
negcio que deve dar lucro e realmente foi uma fase de prosperidade.

Para a populao, os egpcios nativos, esses reis Ptolomeus eram muito mal
vistos, a represso era a poltica que eles usavam contra as rebelies
constantes. Durante o reinado de Ptolomeu V, uma dinastia egpcia tentou
tomar o poder e as rebelies foram violentas. Nos ltimos anos da dinastia
ptolemaca, houve muitas lutas pelo poder entre os prprios governantes, de
tal maneira que Roma precisou intervir para recolocar Ptolomeu XII Evergetes
no trono. Da em diante, os romanos passam a cumprir um papel cada vez
mais importante na histria do Egito.

No reinado de Clepatra VII, filha de Ptolomeu XII se deu outra interveno


romana. Embora a rainha fosse uma governante capaz politicamente, ela foi
envolvida na luta pelo poder entre os romanos Otavio Augusto e Marco
Antonio e escolheu ficar do lado errado. Derrotada junto com Marco Antonio
na batalha do Accio, Clepatra cometeu suicdio.

Com a morte de Clepatra o Egito tambm morreu, transformou-se em


provncia romana.
Perodo Romano

Templo de Isis em Philae

O Egito, sob o imperador romano Augustus tornou-se um celeiro, um grande


produtor de alimentos que servia Roma.

Sob os romanos, o Egito atravessou um dos perodos mais prsperos, em que


foram construdas novas cidades e novos templos. Devido a amplitude do
Imprio Romano, o Egito foi apresentado a novas culturas e novas influncias.

O Egito faranico j tinha desaparecido e o fato de ter se tornado provncia


romana foi responsvel pelo golpe final na antiga civilizao egpcia. Foi de
Roma que veio o catolicismo.

Historicamente, sem fazer juzos religiosos, o catolicismo foi o responsvel


pelo fechamento dos templos que se transformaram em monastrios ou
igrejas. As imagens dos velhos deuses e faras, consideradas demonacas
foram destrudas. Os papiros mantidos nas bibliotecas dos templos se
tornaram combustvel para a intolerncia, foram queimados.

Quando o Imprio Romano foi dividido em duas partes, o Egito se tornou


parte do Imprio Bizantino e a maior parte de sua populao j estava
convertida ao cristianismo.

O nico templo que preservava o antigo culto era o Templo de sis na ilha de
Philae. No inicio do sculo VI da era crist, esse magnfico templo foi fechado
pelo exrcito colocando um ponto final na antiga civilizao egpcia.

O Egito vivo
Livro dos Mortos do escriba Hunefer 19 dinastia

A civilizao egpcia desde sempre se preocupou com a vida aps a morte.


Assim sendo, se tornou uma civilizao que apesar de todas as invases,
opresses, religies e principalmente apesar do tempo que tudo apaga e tudo
destri, permaneceu viva.

Essa histria no terminou e no terminar, enquanto os arquelogos forem


capazes de encontrar novas peas que encaixem nos vazios que persistem.

Falar o nome do morto faz-lo viver de novo!

Era essa a ideia dos egpcios e assim, vivem os faras e vive uma civilizao
que criou para a eternidade !

Perodo greco-romano/Dinastia do
Perodo greco-romano/Dinastia
Ptolemaica (primeira parte)
Dinastia Ptolemaica - Parte 1

Mosaico de Alexandria

Ptolomeu I Soter I
Ptolomeu II Philadelphus
Ptolomeu III Euergeter I
Ptolomeu IV Philopator
Ptolomeu V Epiphanes
Ptolomeu VI Philometor
Ptolomeu VII Neos Philopator
Ptolomeu VIII Euergetes II
Clepatra III e Ptolomeu IX Soter II
Clepatra III e Ptolomeu X Alexander I

Busto de Ptolomeu I Soter

Ptolomeu I Ster I, Ltero - acredita-se que ele era filho de Lagus, um nobre
macednio e sua me chamava-se Arsinoe. Ptolomeu foi amigo de infncia de
Alexandre Magno e mais tarde um de seus generais mais confiveis alm de
ser membro da guarda pessoal de Alexandre.

Ele foi enviado ao Egito para colocar em ordem o governo e mesmo depois
que Alexandre morreu, ele continuou a atuar como um Strapa sob os
sucessores de Alexandre.

Quando o grande Imprio Persa comeou a se dissolver, os generais de


Alexandre dividiram entre eles os territrios conquistados. Ptolomeu ficou
com o Egito, assumiu o governo e se declarou fara.

Ptolomeu I Soter, usou o nome egpcio de Meryamun Setepenre que


significa Amado de Amon, Escolhido de Ra. Alguns dizem que ele inclusive
casou com uma filha de Nectanebo II, no se sabe se verdade. Ptolomeu I
teve algumas esposas e muitos filhos.

No governo do Egito, Ptolomeu I deu toda ateno aos sacerdotes, que


mantinham o povo calmo e satisfeito. Atravs de negociaes e casamentos,
esse rei consolidou a posio poltica do Egito. Soube conquistar a simpatia
do povo, mandando recuperar os templos destrudos pelos persas. No campo
religioso, ele uniu as religies egpcia e grega, instituindo um culto ao
deus Serapis.

Comeou a construo do Farol de Alexandria (embora tenha falecido antes


que ficasse pronto) que foi uma das sete maravilhas do mundo antigo.
Homem culto e sbio, ergueu o Mouseion, a antiga e famosa universidade de
Alexandria. Tambm foi ele quem criou a Biblioteca de Alexandria, que
obsessivamente encheu de manuscritos.

Ptolomeu I tambm conhecido por ter traduzido uma Bblia hebraica para o
grego, alm de ser, ele prprio um escritor, sendo o autor da histria
de Alexandre o Grande.

Contudo, Ptolomeu talvez no tenha percebido que estava segregando o povo


egpcio, afinal, Alexandria era praticamente uma cidade grega e os egpcios
viviam completamente afastados do poder.

Ptolomeu I Soter foi sepultado, provavelmente em Alexandria, mas no se


sabe quase nada a respeito da necrpole da cidade.

Ptolomeu II e Arsinoe II como a deusa Isis

Ptolomeu II Philadelpho I - provavelmente foi co-regente de seu pai


Ptolomeu I Soter. Escolheu o mesmo nome que seu pai, Meryamun Setepenre
que significa Amado de Amon, Escolhido de Ra.

Seu reinado foi muito bem sucedido porque seu pai havia deixado o Egito,
politicamente estvel e expandido suas terras no Mediterrneo. Alm disso,
seus projetos culturais, como a Universidade e Biblioteca de Alexandria foram
complementados por Ptolomeu II, que convidou sbios de outras terras para
ali ensinar. Este era o maior centro intelectual da antiguidade, com milhares
de manuscritos, e era ao mesmo tempo local de ensino e pesquisa. O local
ideal para os sbios trocarem suas experincias.

dito que Ptolomeu II se portava como um mecenas para os professores,


sbios, poetas e homens brilhantes em geral, mas em troca gostava de ser por
eles glorificado e tratado como um deus. Foi Ptolomeu II quem pediu
a Mneton que escrevesse a histria do Egito, e o escritor dedicou sua obra ao
rei.
Ptolomeu II nasceu em Cs(uma ilha grega do Dodecaneso, prxima ao golfo
de Cs). Ele teve os melhores tutores e a melhor educao possvel, afinal seu
pai aprendeu isso na Macednia, onde o jovem Alexandre teve como tutor o
famoso Aristteles. Contudo, parece que os Ptolomeus possuam uma
habilidade inata para a ambio, a luxria e a intriga.

No seu governo, a capital, Alexandria, cresceu tanto que foi dividida em trs
distritos, Rhakotis, o distrito dos egpcios, Bruchium distrito dos nobres greco-
macednios e o distrito judeu, que era to grande quanto o dos gregos.

Infelizmente, no reinado dos Ptolomeus, o Egito sempre pareceu um pas


dividido. Afinal, a maioria dos gregos jamais se preocupou em aprender a
lngua do pas, dito que a mais famosa e ltima governante da linhagem,
Clepatra VII foi a nica a aprender o egpcio. Portanto, embora usassem um
exrcito de tradutores para se comunicar, o fato que no havia ligaes entre
os governantes, os gregos e o povo egpcio.

Ptolomeu II completou o canal que foi iniciado por Necho e ampliado por
Dario, ligando o Nilo ao Mar Vermelho, dotando o canal com uma comporta.
Alm disso, foi Ptolomeu quem importou os camelos que hoje so parte
indissocivel da paisagem egpcia.

Ele se tornou conhecido por casar com sua irm Arsinoe, que procurou se
mostrar como uma encarnao da deusa Isis.

Ptolomeu II faleceu e foi sepultado em Alexandria (provavelmente).

Octadracma com a efgie de Ptolomeu III

Ptolomeu III Euergeter I - conhecido como Benfeitor, era filho de Ptolomeu


Philadelpho com Arsinoe sua primeira esposa. Ao subir ao trono, Ptolomeu III
tomou o nome egpcio Iwaennetjerwysenwy Sekhemankhre Setepamun, que
significa Herdeiro dos (dois) deuses benficos, Escolhido de Ptah,
Poderosa alma de Ra, Imagem viva de Amon.

Ele casou com uma mulher chamada Berenice mas sua irm tambm era
chamada Berenice. Sua esposa Berenice ficou frente do governo do Egito
enquanto o rei foi para a guerra. Ela conhecida como Berenice II filha do rei
Magas de Cirene e era habituada s batalhas, ela comandava uma equipe na
corrida de bigas (carruagem) vitoriosa em Nemia. Calimachus fez um poema
a respeito The Lock of Berenike.

Berenice II

Ptolomeu III teve problemas no Egito mas, atravs do Decreto Canopus o


clero egpcio faz uma homenagem ao rei e sua esposa por sua contribuio ao
culto egpcio, especialmente queles que envolviam animais sagrados (como o
Boi pis e Mnevis) e por manter a paz atravs de um sistema forte de defesa e
pelo bom governo. Um exemplo do bom governo, foi a preocupao de
Ptolomeu III em importar por conta do governo, os gros para alimentar a
populao quando a fraca enchente do Nilo ameaou o pas com a fome. Esse
decreto, assim como a Pedra de Rosetta est inscrito em hierglifos, demtico
e grego.

Como no reinado de seu pai, no governo de Ptolomeu III o Egito prosperou e


se expandiu. Ele prosseguiu os trabalhos em Alexandria, ordenou que todos os
manuscritos descarregados nas docas de Alexandria, fossem apreendidos para
que fossem feitas cpias. A Biblioteca ficava com os originais (marcados dos
navios) enquanto que os proprietrios ficavam com as cpias. Ele tambm
pegou emprestado em Atenas os originais dos trs grandes escritores, squilo,
Sfocles e Eurpides, dizendo que era para corrigir os textos na Biblioteca.
Para isso, teve que fazer um depsito de grande valor, mas uma vez que pegou
os originais decidiu abandonar o depsito e ficar com os manuscritos.

Ao falecer deve ter sido sepultado em Alexandria, na necrpole real.


Cabea de Ptolomeu IV, mrmore

Ptolomeu IV Philopator I - ao assumir o trono, usou o nome egpcio


Iwaennetjerwy-menkhwy Setepptah Userkare Sekhemankhamun, que
significa Herdeiro dos (dois) deuses benficos, Escolhido de Ptah,
Poderosa a alma de Ra, Imagem viva de Amon.

Os Ptolomeus governaram o Egito como se o pas fosse sua propriedade


privada, mas, mesmo assim conseguiram bons resultados, pelo menos em
Alexandria. O povo egpcio os suportava porque no havia nada que
pudessem fazer a respeito, embora quando sentiam alguma fraqueza,
explodiam em rebelies na tentativa de restabelecer as tradies e o governo
sob um egpcio, mantendo o centro do poder em Mnfis.

Do governo de Ptolomeu IV em diante, podemos notar um declnio geral. Na


administrao, as intrigas, os reveses militares e as crises econmicas.

Este Ptolomeu levou uma vida dissoluta, seu cmplice, Sosibius, se tornou
indispensvel. Talvez at influenciado por ele, Ptolomeu mandou envenenar e
escaldar sua me e seu irmo Magus.

Ptolomeu teve problemas com os srios, sob o comando de Antiochus III.


Ento, formou um grande exrcito de mercenrios estrangeiros e
acompanhado de sua irm mais nova, Arsinoe, partiu para a guerra. Ptolomeu
foi vitorioso mas na verdade, no ganhou muito com essa vitria, apenas, para
o bem ou para o mal, um exrcito muito bem treinado.

Quando voltou ao Egito, Ptolomeu casou com sua irm e aps sete anos ela
lhe deu um herdeiro para o trono egpcio. O problema que nessa altura,
Ptolomeu j estava apaixonado por outra, Agathoclea que se tornou sua
amante. Ela e o irmo dela, Agathocles encorajavam os vcios do rei.

As tropas egpcias, bem treinadas agora, se rebelaram e conseguiram a


libertao do sul do pas, que pelo menos por algum tempo, foi governado por
um rei nativo. Isso criou mais um problema para Ptolomeu IV, porque
precisava dos mercenrios para defend-lo e para isso tinha que ter como
pag-los. A situao econmica estava cada vez pior.

No quesito artes, Ptolomeu IV no ficou atrs de seus antecessores, embora


fosse um amador, ele escreveu uma tragdia chamada Adonis. Tambm
fundou o Homereion, um templo em homenagem a Homero, em cujo interior
havia uma esttua do poeta circundado por figuras que representavam as
cidades que clamavam para si a honra de ter sido o local de nascimento de
Homero.
Ele fez obras no Templo de Isis em Philae, em Tanis, no templo de Montu em
Medamud, no templo ptolemaico de Hathor, no templo de Khonsu em Karnak
e no templo de Hrus em Edfu.

Ptolomeu IV deve ter sido sepultado em Alexandria. Acredita-se que Arsinoe


permaneceu sendo sua esposa e seu filho Ptolomeu V era uma criana. Ela
queria o poder como regente do filho, mas, Sosibius e Agathocles tambm
queriam. Eles provavelmente mataram Arsinoe e Sosibius desapareceu da
histria, no se sabe o que lhe aconteceu. Agathocles ficou sendo regente
usando um testamento forjado de Ptolomeu IV.

De qualquer maneira o povo no aceitou a situao e ele foi linchado pela


multido, que estava mais politizada e foi atrs dos parentes e cmplices de
Agathocles.

Tetradracma com a efgie de Ptolomeu V

Ptolomeu V Epiphanes - sem dvida a vida foi difcil para Ptolomeu V. Seu
pai, Ptolomeu IV morreu aos 41 anos aps uma vida dissoluta. Sua me foi
assassinada pelos conselheiros de seu pai (Agathocles e Sosibius), que foram
as pessoas designadas para cuidarem do herdeiro que tinha apenas cinco anos
de idade.

O povo ao descobrir o assassinato de Arsinoe (me do herdeiro) linchou


Agathocles, e Sosibius desapareceu no se sabe como. Acontece que o menino
foi criado por um conselheiro ambicioso atrs do outro.

Ptolomeu IV j havia deixado como herana muitos problemas polticos e


sociais e agora os problemas aumentavam, com o Alto Egito em plena
ebulio. Com uma srie de reis verdadeiramente egpcios, o Alto Egito j se
portava como independente, impedindo o governo de Alexandria de receber
tributos, que muito faziam falta para pagar os mercenrios do exrcito que
lutavam contra os rebeldes.

Foi por esse motivo que decidiram coroar o jovem herdeiro quando fizesse
doze anos, em Mnfis. Ele foi o primeiro Ptolomeu a ser coroado em Mnfis e
deu inicio tradio.
Ptolomeu V usou o nome egpcio Iwaennetjerwy-merwyitu Setepptah
Userkare Sekhem-ankhamun, o mesmo que seu pai e que significa Herdeiro
dos (dois) deuses benficos, Escolhido de Ptah, Poderosa a alma de Ra,
Imagem viva de Amon.
Tudo isso foi registrado pelos sacerdotes de Mnfis e inscrito em hierglifos,
demtico e grego numa pedra, a famosa Pedra de Rosetta encontrada em 1799
e que permitiu que Jean-Franois Champollion decifrasse a escrita
hieroglfica.

Durante o governo de Ptolomeu V o Egito perdeu as terras conquistadas,


enfrentou revoltas no sul e tambm fases de fome com baixa inundao do
Nilo.

Ptolomeu V casou com a filha de Antiochus o Grande. Seu nome era


Clepatra (foi a primeira Clepatra) e deu a ele dois filhos e uma filha.

Ptolomeu V faleceu com vinte e oito anos, muitos dizem que ele foi
envenenado. Antes de sua morte ele conseguiu retomar o sul do Egito
de Ankhwennefer e acabou com as rebelies no Delta, deixando um governo
fraco mas estvel para sua esposa Clepatra governar como regente de seu
herdeiro Ptolomeu VI, Philometor.

O rei Ptolomeu V foi sepultado provavelmente em Alexandria, mas sua tumba


nunca foi encontrada.

Fragmento de dedicatria a Ptolomeu VI encontrado em Horbeit 1907

Ptolomeu VI Philometor - aps a morte de seu pai, Ptolomeu V, quem ficou


como regente foi sua me Clepatra filha de Antiochus III o Grande.
Ptolomeu VI era muito criana ainda. Logo depois, sua me faleceu e dois
espertos conselheiros, tomaram conta do herdeiro como aconteceu com seu
pai quando criana. Um eunuco, Eulaeus e um ex-escravo srio Lenaeus se
apropriaram do governo e assumiram o lugar de regentes.

Quando de fato ocupou o trono, ele tomou o nome de Iwa-en-netjerwy-per


Setep-en-Ptah-khepri Ir-maat-en-amun-re, que significa, Herdeiro das (duas)
casas dos deuses, Escolhido de Ptah, A verdade a forma de Amon-Ra.

Casou-se com sua irm, outra Clepatra (II) e tomou como co-regente, seu
irmo, Ptolomeu VII Euergetes II.
Quando Antiochus IV entrou pelo Delta do Egito com suas tropas e cercou as
muralhas de Alexandria, o jovem rei precisou pedir ajuda a Roma. Esse foi o
primeiro passo dado para ficar sempre dependente. A partir desse momento, o
Egito estava sujeito s ordens de Roma para, em troca poder contar com
suporte militar.

Foi decidido que Ptolomeu Philometor reinaria na velha capital, Mnfis


(protegido por Antiochus), enquanto que seu irmo Eugertes, pediu ajuda a
Roma e passou a reinar em Alexandria ao lado de sua irm. O fato que a
fora de Antiochus ainda era grande dentro do Egito.

A situao j era insustentvel quando Roma enviou os representantes do


Senado para confrontar Antiochus IV. Mandaram-no abandonar o Egito e ele
no teve sada seno concordar com as ordens, afinal Roma era a maior
potncia na poca.

A situao entre os dois irmos se tornou impossvel, Ptolomeu VI no


conseguia mais suportar as maquinaes do irmo. Assim, ele foi para Chipre
onde formou uma base, a espera de soluo. Em Alexandria, pediam seu
retorno.

Assim, com a mediao de Roma, os dois irmos resolveram que Ptolomeu VI


ficaria com o Egito enquanto seu irmo ficaria com a provncia da Cirenaica.
Ainda assim as confuses entre os dois prosseguiram a ponto de Ptolomeu VI
tentar assassinar o irmo, o que no conseguiu.

Finalmente, talvez com medo da reao de Roma, Ptolomeu VI ofereceu sua


filha Clepatra Thea como esposa para seu irmo.

Ptolomeu foi ferido numa batalha e faleceu dois dias depois. Provavelmente
foi sepultado em Alexandria. Sua viva Clepatra II ficou em Alexandria
como regente do herdeiro Ptolomeu VII Neos Philopator.

Ptolomeu VII Neos Philopator - filho de Ptolomeu VI e Clepatra II.


Quando seu pai morreu ele tinha por volta de dezesseis anos e tinha sido co-
regente de seu pai no mesmo ano. > Seu grande problema era seu tio
Ptolomeu VIII Eugergetes II (passou para Ptolomeu VIII porque o herdeiro
ficou como Ptolomeu VII). Esse tio no s queria o trono como tambm tinha
uma certa fora. O problema que ele no conseguiu tirar Clepatra do
caminho, ento o melhor a fazer era casar-se com ela. Assim ele fez e na festa
do casamento, o herdeiro do trono foi assassinado.
Estela de Ptolomeu VIII

Ptolomeu VIII Euergetes II - foi um rei aparentemente detestado, chamado


de tirnico e repulsivo. Parte de sua histria est contada no tpico relativo ao
seu irmo Ptolomeu VI.

Ele se juntou a Demetrius II na Sria, com um exrcito de mercenrios e viu a


chance de retomar o Egito. Clepatra, que protegia seu filho, o herdeiro,
Ptolomeu VII, precisou fugir para Mnfis. Finalmente ela cedeu e aceitou
casar-se com Ptolomeu VIII para proteger o filho. Alguns contam que
Ptolomeu VIII mandou assassinar o filho de Clepatra II na festa do
casamento, outros, que assim que teve um herdeiro seu, ele mandou assassinar
o sobrinho.

Ptolomeu VIII se apaixonou pela sobrinha chamada Clepatra III, filha de


Clepatra II. A sobrinha aceitou a ligao com ele, desde que pudesse tambm
ser rainha. Portanto, a me e a filha, irm e sobrinha de Euergetes se tornaram
as rainhas Clepatra II e III ao mesmo tempo.

Pode se imaginar que Clepatra II, que j o detestava pela morte do filho ficou
mais furiosa ainda. O povo de Alexandria gostava de Clepatra tanto quanto
odiava Ptolomeu VIII e logo estava nas ruas em busca do sangue do rei.

Ptolomeu VIII fugiu para Chipre levando a jovem Clepatra III, seus dois
filhos e seu filho com Clepatra II.

Clepatra II reinava no Egito como Clepatra Philometor Soteira. Ptolomeu,


estava to enlouquecido (no sentido mdico da palavra) que, para se vingar da
irm e do povo de Alexandria, que destruiu suas esttuas e suas memrias,
matou seu prprio filho Memphites (com Clepatra II) e mandou o corpo
desmembrado de presente para a me no dia do aniversrio dela.

Uma parte do Egito era a favor de Ptolomeu VIII, enquanto Alexandria estava
o lado de Clepatra II. Isso deflagrou uma guerra civil e Clepatra teve que
fugir para Sria. Ptolomeu VIII ento se vingou da cidade de Alexandria de
maneira sangrenta.
Mais tarde Clepatra II retornou ao Egito embora no se saiba o que
aconteceu com ela. Talvez ela tenha morrido antes do rei, quem herdou o
trono foi sua filha e esposa de Ptolomeu VIII Clepatra III, cumprindo o
desejo de seu marido, o rei.

Busto de Clepatra II ou III

Ptolomeu IX ou Ster II Ltiro Clepatra III e Ptolomeu IX Soter II


(Lathyros)

Clepatra III era sobrinha e esposa de Ptolomeu VIII e casou-se com ele
quando ainda era casado com a me dela. Clepatra III lhe deu dois filhos,
Ptolomeu IX, Philometor Soter II e Ptolomeu X, Alexandre I, assim como trs
filhas - Clepatra IV, Clepatra Tryphaena, e Clepatra Selene.

Ao falecer, Ptolomeu VIII deixou o trono para Clepatra e o filho que ela
preferisse. Ela detestava Ltiro e escolheu o mais novo, Alexandre. O povo de
Alexandria preferia Ltiro, que era nessa altura, governador de Chipre.

Ento, Ltiro veio para o Egito e seu irmo, Alexandre foi mandado para
Chipre para ocupar o lugar de governador.

Ltiro se casou com sua irm, Clepatra IV mas, a me deles no aceitou o


casamento e trocou as esposas. Substituiu Clepatra IV por Clepatra Selene,
que era irm de Clepatra IV.

Clepatra IV foi para Chipre e tentou casar com Ptolomeu Alexandre e formar
um exrcito. O exrcito ela conseguiu mas no o casamento. Ento, ela partiu
para Sria onde usou seu exrcito como dote e casou com Antiochus IX
Cyzicenus.

Clepatra III, por sua vez, acusou seu filho Ltiro de tentar mat-la e ele teve
que fugir, deixando para trs sua esposa e dois filhos. Seu irmo Alexandre,
voltou de Chipre e assumiu o trono. Ltiro ficou em Chipre.

Aps a morte de Alexandre numa batalha, Ltiro (com mais de cinqenta


anos) voltou para Alexandria para manter o trono dos Ptolomeus.
Parece que ambos os seus filhos j haviam morrido e portanto ele no tinha
herdeiros. Quando faleceu aos sessenta e dois anos, deixou apenas uma filha,
Clepatra Berenice que governou sozinha por um tempo.

Ptolomeu X Alexandre I Clepatra III e Ptolomeu X Alexandre I

Ele governou quando sua me Clepatra III (que o queria como rei) acusou
seu filho mais velho Ptolomeu IX Soter II (Ltiro) de tentar assassin-la.

Isso obrigou Ltiro a fugir para Chipre e seu irmo, que era o governador de
Chipre voltou para o Egito para governar junto com sua me.

Clepatra logo se cansou dele e o forou a fugir de Alexandria. Alexandre


depois voltou na inteno de uma fingida reconciliao e tratou de mandar
assassinar a me.

Alexandre morreu numa batalha naval.

Perodo greco-romano/Dinastia do
Perodo greco-romano/Dinastia
Ptolemaica (segunda parte)
Dinastia Ptolemaica
Segunda parte da dinastia Ptolemaica

moeda com a efgie de Clepatra VII

Clepatra Berenice

Ptolomeu XI Alexander II
Ptolomeu XII Neos Dionysos

Berenice IV

Ptolomeu XIII

Ptolomeu XIV

Ptolomeu XV Cesarion

Clepatra VII Philoptor

Clepatra Berenice

Era filha de Ltiro, Ptolomeu IX, Soter II e casada com Ptolomeu X


Alexandre I. Aps a morte de Alexandre ela governou o Egito durante um ano
sozinha.

Foi forada a casar com seu enteado ou possivelmente filho. Dezenove dias
aps o casamento, Ptolomeu XI assassinou a esposa.

Ptolomeu XI Alexandre II

Era filho de Ptolomeu X Alexandre I. Aps a morte de seu tio Ptolomeu IX


Soter II (Ltiro), sua me ou me adotiva Clepatra Berenice reinou sozinha
por um ano.

Ptolomeu foi obrigado a casar com ela e aps dezenove dias de casado,
mandou assassin-la.

Pelo crime ele foi linchado pelo povo de Alexandria que gostava muito de
Clepatra Berenice.

Ptolomeu XII
Ptolomeu XII Neos Dionysos

Esse Ptolomeu era filho ilegtimo de Ltiro, Ptolomeu IX Soter II. Ele foi
chamado de Bastardo ou Tocador de Flauta (Auletes).

O nome que ele mesmo escolheu era Theos Philopator Philadelphos Neos
Dionysos. Apenas nos livros de Histria ele chamado de Ptolomeu XII.

Casou com sua irm Clepatra V Tryphaena e foi o pai da mais famosa
Clepatra, a de nmero VII que referencia para muitas pessoas que
conhecem pouco a histria do Egito.

Ele foi corajoso ou louco o bastante para enfrentar Csar que era o novo
cnsul de Roma. Foi expulso de Alexandria e deixou como co-regentes, sua
esposa Clepatra V e a filha mais velha dos dois, Berenice IV.

Clepatra V morreu um ano depois e Berenice IV governou sozinha. Ela foi


obrigada a casar com Seleucus Kybiosaktes mas logo depois mandou
estrangul-lo.

Auletes ganhou o direito de retornar ao Egito pagando muito dinheiro a Roma


e governou at sua morte. Ao morrer deixou o trono para sua filha Clepatra
VII.

Berenice IV

Era a filha mais velha de Ptolomeu XII Neos Dionysos, reinou durante trs
anos enquanto o pai esteve exilado. Primeiro foi co-regente com sua me
Clepatra V Tryphaena mas a me faleceu um ano depois.

Berenice reinou a partir de ento sozinha. Casou-se obrigada com Seleucus


Kybiosaktes, mas pouco tempo depois mandou estrangular o marido.

Templo de Dendera, Clepatra e Cesarion

Seu segundo marido foi Archelaus, cujo exrcito foi derrotado por Pompeu.
Por sugesto de Pompeu e muito dinheiro, Auletes conseguiu retornar ao
Egito.
Um dos seus primeiros atos ao retornar ao pas foi mandar executar a filha
Berenice.

Os Ptolomeus abaixo esto todos relacionados a Clepatra Philopator ou


Clepatra VII portanto h um adendo para ela.

Ptolomeu XIII Neo Dionsio


Clepatra VII

Filho de Ptolomeu XII e casado com Clepatra VII Philopator.

Na morte do pai ele se encontrava sob a tutela do general romano Pompeu e


estava completamente obscurecido por sua clebre irm e esposa, Clepatra.

Ptolomeu XIII morreu afogado, acidentalmente, no Nilo quando em combate


contra as tropas de Jlio Csar.

Ptolomeu XIV Theo Filoptor II


Clepatra VII

Filho de Ptolomeu XII, conhecido como o Infante, que governou o Egito com
Clepatra VII Philopator .

Sua misteriosa morte deixou o trono para o filho de Clepatra com Jlio
Csar, Ptolomeu Cesarion.

Ptolomeu Philoptor Philomtor Cesrio, tambm


chamado Cesarion ou Ptolomeu XV Cesrio
Clepatra VII

Filho de Jlio Csar e Clepatra VII, com ela reinou durante pouco tempo no
Egito. Foi morto por ordem de Augusto aos dezessete anos.

Antes de morrer Clepatra tinha mandado o filho para Berenice, cidade


porturia egpcia s margens do mar Vermelho. Otvio Augusto, no entanto,
conseguiu atra-lo para Alexandria, onde foi preso e executado no mesmo ano,
assim o Egito se tornou definitivamente uma provncia do Imprio Romano.
Clepatra VII

Clepatra VII Philoptor

a mais famosa rainha do Egito at porque foi personagem de filmes muito


famosos e assim ficou na imaginao popular.

Mas, o fato que foi uma mulher polmica, aparentemente inteligente e


corajosa e carrega o ttulo de ltima rainha do Egito, embora o Egito j no
fosse mais o mesmo dos tempos mais antigos. A dinastia dos Ptolomeus no
lembra em nada as dinastias dos tempos ureos do Egito Antigo.

Quando Ptolomeu Auletes morreu, deixou o trono em testamento para sua


filha de dezoito anos, Clepatra VII junto com seu irmo Ptolomeu XIII que
tinha ento, doze anos.

Clepatra tinha duas irms mais velhas Clepatra VI e Berenice IV assim


como uma irm mais nova, Arsinoe IV. Tambm tinha dois irmos mais
novos, Ptolomeu XIII e Ptolomeu XIV. Acredita-se que Clepatra VI morreu
ainda criana.

Quando Ptolomeu Auletes faleceu quem ficou com guarda das crianas foi o
general romano Pompeu.

De acordo com a lei, Clepatra tinha que se casar com seu irmo. Assim ela o
fez, casando com seu irmo mais novo Ptolomeu XIII, mas to logo pode,
tirou o nome dele de todos os documentos oficiais.

No momento histrico em que ela se transformou em co-regente do Egito, o


pas j estava em agonia. J havia perdido suas possesses, havia anarquia e
fome.
Os romanos preferiam que reinasse seu irmo porque alm de mais jovem ele
era mais fcil de ser dominado. Ento, formaram um conselho de regncia,
mas Clepatra fugiu de Alexandria.

Ela se juntou aos seus simpatizantes e comeou a formar um exrcito com


tribos rabes. Clepatra junto com sua irm Arsinoe foram para a Sria,
presume-se que sua base era em Askelon.

O general Pompeu, naquela altura, tinha sido derrotado em batalha e procurou


refgio em Alexandria com Ptolomeu XIII, uma vez que havia sido seu tutor.
Mas, ele no imaginava o que aconteceria. Assim que desembarcou foi
assassinado e Ptolomeu XIII que estava nas docas, assistiu a tudo.

Foi esse o motivo que levou Csar a Alexandria. Cercado por soldados e
cavalaria ele desembarcou. Houve rebelies na cidade e Ptolomeu XIII fugiu
para Pelusium, deixando o trono do Egito vazio.

Busto de Jlio Csar

Csar ento se apossou do palcio e do trono passando a dar as ordens. O


eunuco Pothinus trouxe Ptolomeu de volta para Alexandria para uma reunio
com Csar. Clepatra sabendo disso no queria ficar de fora.

nessa altura que temos a famosa cena do tapete. Conta a histria que
Clepatra se fez enrolar num tapete que foi enviado a Csar. Assim eles se
conheceram e se tornaram amantes.

Ptolomeu XIII foi preso no palcio e Csar pretendia fazer de Clepatra


governante de Alexandria pensando que ela seria um fantoche de Roma.

Pothinus convocou o exrcito de Ptolomeu para cercar Csar em Alexandria e


nessa guerra algumas partes da Biblioteca de Alexandria foram queimadas.
Csar capturou o Farol de Alexandria e manteve o controle do porto.
A irm de Clepatra, Arsinoe, fugiu do palcio e foi encontrar com Achillas.
Ela foi proclamada rainha da Macednia pelo exrcito e pelo povo macednio,
Clepatra jamais perdoou a irm.

Durante essa guerra Csar matou Pothinus e Achillas foi morto por
Ganimedes. Ptolomeu XIII se afogou no Nilo ao tentar fugir. Agora Clepatra
era a governante absoluta do Egito.

Nessa altura ela precisava casar com seu irmo Ptolomeu XIV que tinha
apenas onze anos. Era importante agradar ao povo e aos sacerdotes e foi o que
ela fez.

Csar talvez gostasse de Clepatra, mas principalmente, estava extremamente


interessado no Egito e suas vastas riquezas. De qualquer maneira Clepatra
logo ficou grvida e ele achou timo ter um filho para herdar o Egito.

O filho deles nasceu em Junho de 47 a.C. e foi chamado Ptolomeu Philoptor


Philomtor Cesrio.

Ao voltar para Roma, Csar levou com ele Clepatra e o filho dos dois. Os
republicanos conservadores ficaram muito ofendidos com tal situao.

Havia um abismo entre os modos de Clepatra e o que seria aceitvel em


Roma. Ela foi motivo de zombaria, mas Csar parecia no se importar e
chamava Cesarion de filho abertamente. Muitos no aceitavam o fato de que
ele planejava casar-se com Clepatra embora as leis no aceitassem a bigamia
e nem casamentos com estrangeiros.

Quando Csar foi assassinado, Clepatra fugiu de Roma e retornou a


Alexandria, nem ela e nem seu filho haviam sido mencionados no testamento
de Csar e suas vidas estavam em perigo.

Em Alexandria, ela mandou assassinar Ptolomeu XIV e estabeleceu seu filho


Cesarion como co-regente. Ele tinha apenas quatro anos. O Egito sofria com
pragas e fome. As colheitas eram poucas e as inundaes do Nilo baixas, os
canais de irrigao estavam mal cuidados, praticamente abandonados.

Clepatra ficou no governo do Egito observando o desenrolar da poltica


romana. Precisava saber quem seria o prximo governante poderoso entre
Marco Antonio, Otvio e Lpido, para poder fazer sua prxima jogada. O
problema que ela apostou no homem errado.
Busto de Marco Antonio

Marco Antonio era conhecido pelo seu gosto pelas mulheres e pela bebida e
por sua vulgaridade e ambio. Foi nele que Clepatra apostou. O Egito
estava com a economia praticamente em colapso e ela foi convidada para se
encontrar com Marco Antonio em Tarso. Assim mesmo fez uma chegada
teatral cheia de pompa, vestida de Afrodite, a deusa do amor.

Marco Antonio logo foi atrado por ela, gostou da idia de ter uma mulher de
sangue real e assim se tornaram amantes. Depois que Marco Antonio retornou
para Roma e sua esposa Fulvia faleceu, ele quis ajeitar as coisas com Otvio e
casou com sua irm, Otvia.

Nesse meio tempo, no Egito, Clepatra teve gmeos de Marco Antonio, um


menino e uma menina. Em Roma, Otvia teve uma menina e Marco Antonio
comeou a avaliar a possibilidade de ter um herdeiro para o Egito dos
Ptolomeus. Otvia teve outra menina e ele deixou-a em Roma e foi para o
Egito.

Os gmeos foram reconhecidos oficialmente por Marco Antonio e foram


chamados Alexander Helios e Clepatra Selene. Mais tarde os dois tiveram
mais um filho e Clepatra sempre lhe deu suporte ganhando ou perdendo as
batalhas que lutou.

Otvia tambm sempre foi fiel a Marco Antonio mesmo passando por todos
esses acontecimentos, mas em 31 a.C. ele pediu o divrcio e isso forou o
Ocidente a reconhecer seu relacionamento com Clepatra. Foi dessa forma
que sua aliana com Roma terminou oficialmente e esse fato permitiu que
Otvio declarasse guerra a Clepatra.

Em Accio, a frota de Otvio sofreu muitos danos, mas seu almirante Agripa
conseguiu derrotar Marco Antonio. Aps a derrota, Marco Antonio cometeu
suicdio.
Clepatra foi levada at Otvio que no estava nem um pouco interessado
nela. No tinha nenhum interesse em qualquer negociao, reconciliao ou
qualquer outro relacionamento com a Rainha do Egito. Ela seria mostrada ao
povo como escrava, como um trofu de batalha.

Ao perceber que no tinha sada, Clepatra cometeu suicdio sendo picada por
uma spide ou uma naja, no se sabe ao certo. Estava com trinta e nove anos.

Aps a morte de Clepatra, Cesarion foi estrangulado e os outros filhos dela


possivelmente foram criados por Otvia.

Referncias
Ligaes externas
05/01/2015 descoberta da tumba da rainha de Nefrerefre
2014 muitas fotos recem descoberta capela de Maat- Mentuhotep II
tumba de Sobekhotep 2014
janeiro 2014 tumba ramessida
fara Senebkay janeiro 2014
Senebkay 2014
surgimento do Egito setembro 2013
Site da Universidade Catlica da Blgica que encontrou uma tumba no
violada em maio de 2007 (primeiro perodo intermedirio)
Universidade Blgica
Templodeapolo.net - Civilizao Egpcia
sobre a cronologia
Dinastias
Pirmide de Tukh ou pirmide enterrada
Mapa com os nomes das cidades antigos e atuais
Tumba de Akhenaton
papiro mdico 2007
Reis e rainhas do antigo Egito
Cartas e papiros em ingls
Arte egpcia
Antigas cidades do Egito
Histria do Egito
Khasekhemwy
Histria do Egito
Kamose
sobre os papiros mdicos
Papiros
Histria do Egito
Sobre os altos-sacerdotes de Amon
Tudo sobre o estudo do Egito e as pirmides dos reis da 25 dinastia
quadro com os faras da 13 dinastia
Pirmides da Nbia
Imagens de Clepatra
Jimmy Dunn pr-dinstico
nomes e serekhs
sobre a titularidade dos faras com os smbolos
Digital Egypt for universities
sobre os guerreiros Medjay
[2009 encontrados mais fragmentos da Lista de Turim]

Bibliografia
A Maldio dos Faras - livro editado pela National Geographic Zahi
Hawass
O ouro dos faras Biblioteca Egito Ed. Folio - H. W. Muller e E.
Thiem (fotos de jias de perodos variados inclusive das pulseiras da
tumba de Djer)

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