Laminacao de Folhas de Aluminio
Laminacao de Folhas de Aluminio
Laminacao de Folhas de Aluminio
Politécnica da Universidade de São Paulo
PMT 2404 – Transformação Mecânica I
Laminação de Folhas de Alumínio
Arthur Seiji Nishikawa
Fernando Santos da Cunha
Rodrigo de Souza Dalti Pereira
Introdução
3º elemento mais abundante na
crosta
Principal minério: bauxita (35%‐55%
hidróxidos de Al)
Eletrometalurgia (porquê?)
Metal: leve, tenaz, elevada
ductibilidade, PF=660 °C, competitivo
com o aço
Versátil: fundido, extrudado,
laminado, trefilado, compactado
Cadeia produtiva
Extração Conformação
• Bauxita • Contínuo
• Custos logísticos • Processo Bayer bobinas
• Fundição
alumina • Convencional
• Extrusão
• Processo Hall‐Hérout chapas grossas
• Laminação
Mineração Al primário • Corte
(Pará) Lingotamento
Metalurgia extrativa
• Nem ABNT (pH > 12,5),
nem EPA a classificam
como resíduo perigoso
• Volume muito grande:
0,3 – 3 ton/ton Al2O3
Fornos de fundição:
Al primário sucata + E.L.
≈ 800 °C
Lingotamento contínuo
Inoculação com TiB2 (como
Mg em FoFo)
Filtragem contra inclusões,
TiB2 não é retido
Rolos caster refrigerados:
solidificação
Estrutura equiaquixal
Bobinas com espessura de 3
a 7 mm
Inoculação
• Menos segregação (EL não é empurrado pela frente
de solidificação
• Contra‐exemplo
– Cabos de eletricidade: altíssima pureza, grãos
colunares.
Terminologia
Placas (plates): espessura ≥ 6,3 mm
Chapas (sheets): 0,20 mm ≤ espessura ≤ 6,3 mm
Folhas (foils): espessura ≤ 0,20mm
Laminação
Folhas de alumínio: Força de laminação é elevada → Cilindros de encosto +
cilindros de trabalho
O laminador quádruo é o mais utilizado na laminação de folhas de alumínio
Laminação de lingote de alumínio
Laminação a quente
Temperatura alta o suficiente para evitar a presença de encruamento
Redução da seção → Tmín ≈ 350°C (T de recristalização do Al)
Recristalização dinâmica
Laminador
Usinagem superficial
Pré‐aquecimento desbastador
(remoção de carepa e
impurezas) (reversível)
Espessura final ≈ 6 mm
processos mais modernos: “tandem” – conjunto de laminadores
CBA: cadeira de desbaste reduz de 7mm para 0,2 mm em 5 passes
Laminação a frio
Temperatura inferior à de recristalização do Al → não há recrist. dinâmica
Matéria‐prima oriunda da laminação a quente
Uso de tensões avante e a ré → aliviam esforço de compressão, aumentam
capacidade de redução
Produz bom acabamento superficial (ausência de carepa) e controle
dimensional
Etapa final: Corte nas dimensões desejadas
Laminação de folhas de alumínio
Espessura mínima possível de ser reduzida = 10 μm
Folhas finas com espessura < 10 μm Duplagem: Laminação de
duas folhas juntas
Aplicação de óleo no contato das folhas para não grudar
Presença de sensores → garantem espessura final desejada, controlando:
o velocidade dos cilindros
o carga no laminador
o tensão avante ou a ré
Acabamento ocorre apenas na superfície: lado externo brilhante, lado
interno (do contato) fosco
Laminação de folhas de alumínio
Bobinas de
folhas Separadeira Rebobinamento
duplas
Bobinas de
Fornos de Corte
menor
recozimento transversal
largura
Bobinas de menor largura após corte transversal
Processamento
Revestimentos: adição de resinas → design, coloração, proteção contra
abrasão e contra efeito agressivo água/álcool
Adesivos: unir a folha às outras camadas de material.
Ex: TetraPak®
Impressão: ex: estampas em embalagens
Gravação em relevo: formato 3D, constrastes de luz
Anodização: para aplicações elétricas específicas
Aplicações
Opacidade, Impermeabilidade (evita passagem de luz, oxigênio e
umidade), Resistência à corrosão, Facilidade de dobramento,
Qualidade na impressão
Embalagens;
Objetos decorativos;
Componentes eletrônicos
Indústria automobilística: aletas de radiador
Camada protetora (para materiais contendo Fe)
Construção: reves mento interno de casas → maior reflexão de calor
Falhas no Processo de Laminação de Alumínio
Observam‐se inclusões, furos, marcas de laminação ou depressões na
superfície da folha
Possíveis causas para furos
Impurezas Fusão Laminação
Gás H2 ‐
Metais Dissolvidos Na, K, Mg, Fe, Si, Cu, Mn ‐
Inclusões SiO2, Al2O3, MgO, TiB2, Fe‐Cr Al, Al2O3, AlN, SiO2, Celulose, Fe‐Cr
Residuos Orgânicos Grafite Óleos
As inclusões podem ser endógenas ou exógenas.
Endógenas: São decorrentes do processo
Exógenas: São oriundas de fontes externas
‐ Diboreto de Titânio
Forma‐se no processo de lingotamento contínuo
Origem endógena
É mais denso que a matriz de alumínio
Apresenta elevada interatividade com a camada de óxido da superfície
O TiB2 tem dureza maior que o alumínio, causando maiores discordâncias em
sua interface com o alumínio
Os furos (pinholes) observados apresentam um formato em V
Furos de TiB2 que provocaram rompimento de folhas de 7µm de AA 1200
‐ Silicatos
Os silicatos tem origem exógenas ao processo, são decorrentes dos
refratários ou sopradores
Parte deste silicato solubiliza na matriz de alumínio, dificultando sua retirada no
processo de filtragem.
O silicato formado apresenta dureza superior ao do alumínio,
proporcionando maior distorção ao material.
‐ Óxidos de Magnésio e Espinélios
As usinas aplicam pequenas quantidades de Mg em suas ligas de alumínio para
que este forme uma camada de MgO na superfície do alumínio no processo de
lingotamento contínuo, reduzindo a adesão do alumínio no rolo.
Porém este MgO presente na superfície origina defeitos quando submetido a
laminação pois o MgO é mais duro que a matriz de alumínio.
‐ Alumina
A agitação ou borbulhamento do alumínio líquido faz com que a camada
apassivadora da superfície seja imersa na matriz de alumínio.
Esta inclusão formará defeitos no processo de laminação.
‐ Hidrogênio
O hidrogênio é o único gás capaz de ultrapassar a camada apassivadora do
alumínio líquido
Apresenta elevada solubilidade em altas temperaturas. Porém ao se diminuir a
temperatura há desprendimento dos gases imersos e formam‐se bolhas na
superfície do material Dependendo da espessura da folha a bolha pode
fazer com que ocorra reduções pontuais da espessura na folha, acumulando
tensões.
‐ Resíduos de Alumínio
É comum no decorrer da produção a formação de finos de alumínio.
Estes finos podem fazer com que o material se deforme de forma
desproporcional e provoque furos.
A intensidade de finos produzidos varia com vários parâmetros como:
composição da liga, velocidade do lingotamento, espessura do lingotamento,
rugosidade, taxa de redução, eficiência da filtragem, número de passes, número
de recozimentos e etc.
‐ Intermetálicos
Os elementos de liga utilizados na fabricação do alumínio podem formar
fases intermetálicas no alumínio Dependendo de sua quantidade e
tamanho estas fases intermetálicas podem provocar defeitos nas folhas
Assim como o hidrogênio, a solubilidade de alguns elementos de liga varia
com a temperatura, fazendo com que em temperaturas mais baixas ocorra
precipitação em solução sólida de fases intermetálicas
Fe e Si são principais constituintes das fases intermetálicas
Estatísticas Folhas de Alumínio
Produção Primária por usina (1000t)
Produtores Localização 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Albras Barbacena (PA) 440,5 449,5 459,9 459 459,3 453,8
Poços de Caldas
Alcoa (MG) 90,7 95,3 96,1 96,4 97,2 65,3
Alumar São Luís (MA) 377,2 380,8 437,9 447,8 454 434
CBA Alumínio (SP) 345,3 370,4 404,9 450,9 465,7 471,3
Produção por Tipos de Produtos
Produtos 2006 2007 2008 2009
Chapas 382 434 461,7 429,5
Folhas 80,6 84 83,9 82,2
Extrudados 168,5 200 230,1 204,8
Fios e Cabos 138,9 144 152,8 125,6
Fundidos e forjados 184,6 191,2 219,1 180,3
Pós de Alumínio 44,4 48,7 46,7 25,5
Usos Destrutivos 36,9 40,3 40,2 31,6
Outros 20,3 21,6 22,7 17,2
Total 1056,2 1163,8 1257,2 1096,7
Considerações finais
Al é um material muito versátil
O potencial brasileiro é enorme: 2ª reserva
mundial
Eletricidade é empecilho x logística
Laminação de folhas encontra aplicação muito
diversificada, desde embalagens a produtos de
ponta
Laminação convencional a frio. Destaque para o
lingotamento contínuo (muito diferente da
siderurgia)
Obrigado!