Trabalho de ILICITUDE E CULPABILIDADE
Trabalho de ILICITUDE E CULPABILIDADE
Trabalho de ILICITUDE E CULPABILIDADE
GRADUAÇAO EM DIREITO
FRANCISCO PUJOL FILHO
CURITIBA
2022
FACULDADE CURITIBANA
GRADUAÇAO EM DIREITO
FRANCISCO PUJOL FILHO
CURITIBA
2022
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1.1. Introdução
O autor fala que a moral e a lei pode proporcionar vantagem durável a uma
sociedade apenas se for fundada em sentimentos indeléveis do coração do homem,
caso contrário encontrara resistência a qual será constrangida a ceder. Ninguém faz
gratuitamente o sacrifício de uma parte de sua liberdade apenas visando o bem
comum. Com o decorrer do tempo os homens sacrificaram parte das suas liberdades
para haver mais segurança onde a lei reuniu esses homens independentes e isolados
formando as sociedades e desta forma com a soberania da sociedade surge o
soberano do povo. A lei mesmo sendo o depósito deste gozo de liberdades não é o
suficiente para evitar o despotismo das mesmas, ai surgem as penas e o objetivo
dessas é impedir que as paixões particulares superem o bem comum. Quando não
houver este fundamento, não haverá justiça e nem poder de direito, é um poder de
fato, porém, usurpado e por este motivo, foram criadas penas contra os infratores das
respectivas leis (BECCARIA, 2001).
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Os juízes não podem ter o direito de interpretar as leis pois não são
legisladores, já que essas leis emprestam sua força da necessidade de orientar os
interesses particulares para o bem geral. E quem seria o interprete da lei? Beccaria
cita como sendo o soberano o legitimo interprete da lei, já que o papel do juiz é apenas
de analisar se o homem praticou ou não ato contrário as leis. Mas para Beccaria a um
risco muito grande quando os magistrados utilizam o espírito das leis em vez das letras
das leis, pois com isso podem ocorrer muitas consequências após suas decisões.
Baseando-se no espirito das leis as decisões se tornam subjetivas, pois cada homem
tem uma opinião e pode haver paixões decidindo e julgando, onde pode haver
frequente mudança de ideias de um tribunal para outro, enquanto a letra da lei é fixa
e literal assim garante que o delito será julgado e punido da mesma maneira em dois
tribunais diferentes, desta forma havendo a mesma justiça. Seguindo a lei penal o
homem gozara com segurança de sua liberdade e dos seus bens, somando-se a isto
poderá desviar-se da prática criminosa ao identificá-la conforme o texto da lei, e
também e estará protegido de abusos de tiranos entre outros (BECCARIA, 2001).
conhecida do povo haverá menos delitos, pois o conhecimento e a certeza das penas
freiem as paixões, que levam ao cometimento destes mesmos delitos. Se não haver
disseminação do conhecimento legal não haverá uma forma fixa de governo na
sociedade e como consequência disto não terá força de um corpo político mas apenas
força dos que compõem esse corpo. Essa disseminação é feita através da imprensa,
que faz do público o depositário das leis e assim como foi feito na Europa para deixar
o estado de barbárie, onde na nobreza e no clero o povo encontrava verdadeiros
opressores e tiranos (BECCARIA, 2001).
1.6. Da Prisão
1.12. Da tortura
Beccaria cita “Cabe tão-somente às leis determinar o tempo que se deve utilizar
para a investigação das provas do crime, e o que se deve conceder ao acusado para
que se defenda.” Para crimes hediondos não deve haver qualquer prescrição em favor
do culpado, ou melhor falando deve-se diminuir a duração da instrução e do processo
e prolongar o tempo de prescrição, já os crimes de menor gravidade deve-se aumentar
o tempo de instrução do processo e diminuir o tempo de prescrição do mesmo,
concluído a prescrição está ligada a gravidade do delito (BECCARIA, 2001).
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A intenção de um crime deve ser castigado, mas de forma mais branda, por se
tratar da vontade de cometer um crime e não um crime consumado, pois desta forma
a punição detém a pessoa que iniciou ou teve a intenção de cometer o crime, e desta
forma não completando-o. A crimes que são realizados com cumplices, onde há
tribunais que oferecem impunidade para cúmplice que trair seus colegas, considerado
uma covardia do legislativo e, logo, do soberano, mas que pode funcionar na
elucidação de um crime. A esperança da impunidade para o cumplice que trai pode
prevenir grandes crimes e reanimar o povo sempre apavorado quando vê grandes
crimes cometidos sem conhecer os culpados, e propõe que seja feita lei geral para
isto, ao invés de declaração especial num caso particular (BECCARIA, 2001).
A pena de morte além de não baseada em direito algum, nunca pôs fim aos
delitos, pelo contrário é apenas erroneamente considerada necessária contra o
cidadão infrator. A pena de morte possui menos resultados que a pena perpetua, já
que este castigo pode afastar o cidadão de qualquer crime. O arrependimento fácil e
de ultima hora é a única coisa que a pena de morte pode proporcionar enquanto a
perpetuidade da pena pode dar uma reflexão dos males praticados por parte do
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1.18. Da infâmia
A pena será mais justa e mais útil para a sociedade quando mais rápida for sua
aplicação e mais de perto acompanhar o crime. Um cidadão só deve ser detido e ficar
na cadeia até a instrução do processo e o prisioneiro mais antigo tem prioridade de
ser jugado primeiro. O processo possui contrastes entre eles: a demora do magistrado
e a pressa do acusado, onde as ideias de crime e punição são retardadas e desunidas
quando a retardo do processo e desta pena em relação ao crime (BECCARIA, 2001).
não é a severidade da pena que traz o temor, mas sim a certeza da punição. O direito
de punir não pertence a nenhum cidadão, mas sim as leis, e por esse motivo o direito
de conceder graça e sem dúvida a mais bela prerrogativa do trono e o mais precioso
atributo do poder do soberano, lembrando que a graça é um benefício em razão
mesmo das da atrocidade das penas e os absurdos das leis em relação aos indivíduos
infratores (BECCARIA, 2001).
O autor cita alguns argumentos para rebater o uso de pôr a cabeça a prêmio
do indivíduo entre esses argumentos cita que há uma fragilidade da nação que precisa
de ajuda de outrem para se defender, pois essa nação não tem força. Com esse
método de punição para punir e até mesmo prevenir um crime gera cem outros crimes
e como uma de suas consequências afasta a política da moral um critério tão
importante para a vida em sociedade (BECCARIA, 2001).
Deve-se haver uma proporção entre os delitos e as penas, pois meio utilizado
pela legislação para prevenir o crime deve ser mais forte à medida que o crime é mais
danoso ao bem público. Se não houver essa proporção não se fará diferença entre os
crimes mais leves dos crimes mais graves. Desta forma o legislador deve agir com
sabedoria onde estabelecerá divisões para que não se aplique os menores castigos
aos maiores crimes e vice-versa. (BECCARIA, 2001).
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do culpado, já que em tese o nobre pela sua posição social teria uma maior
sensibilidade ao castigo do que o homem simples (BECCARIA, 2001).
As injurias pessoais devem ser punidas pela infâmia, onde a punição tem força
vinda da opinião pública e está evita os males que não podem ser evitados pela lei. A
injúria tem como fundamento a honra, que é algo complexo, composto tanto de ideias
complexas como de ideias simples, pois o sentimento que nos liga a honra não é outra
coisa senão uma volta momentânea ao estado de natureza (BECCARIA, 2001).
O duelo é um costume fundado numa espécie de honra, mais cara aos homens
do que a própria vida. O cidadão que recusa um duelo vê-se preso do desprezo dos
seus concidadãos entre outras consequências vexatórias. O autor defende que quem
incitou o duelo deve ser castigado, enquanto o outro participante não, por, apenas,
defender sua honra. Lembrando que a grande maioria dos duelos ocorriam entre os
homens grandes (BECCARIA, 2001).
1.30. Do roubo
O autor cita que roubo com violência e o sem violência são duas coisas
diferentes, onde um deveria ser punido com pena pecuniária ou na impossibilidade de
aplicação dessa pena, era permitida a escravidão temporária para que o mesmo
pudesse sanar o dano cometido. Já o roubo com violência além da escravidão se
somaria a isso as penas corporais. (BECCARIA, 2001).
1.31. Do contrabando
1.34. Da ociosidade
Há na sociedade pessoas que sendo ociosas não inúteis para a sociedade, pois
não dão a mesma nem trabalho nem riquezas e por este motivo não se admite
ociosidade por parte do governo. Não confundir a ociosidade acima citada com aquela
que e fruto das riquezas adquiridas pela indústria pois esta diferentemente daquela é
uma ociosidade que é aceitável e pode ser vantajosa, dando maior liberdade e riqueza
ao cidadão, mas não podemos esquecer que só a lei pode definir a espécie de
ociosidade punível (BECCARIA, 2001).
1.35. Do suicídio
Por mais que seja um crime Beccaria acredita que não é um delito que deve
ser punido pelo homem, mas sim por Deus já que na opinião dele Deus e o único que
pode punir alguém após a morte. O autor cita que se tivesse uma lei que pune o
suicídio ela seria totalmente inútil e injusta (BECCARIA, 2001).
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Uma das fontes gerais de erros e de injustiças é a falsa ideia de utilidade, onde
se dá mais prioridade as necessidades particulares em vez das necessidades
públicas. Um exemplo típico é que podem considerar-se igualmente como contrárias
ao fim de utilidade as leis que proíbem o porte de armas, pois só desarmam o cidadão
pacífico, ao passo que deixam o ferro nas mãos do celerado, bastante acostumado a
violar as convenções mais sagradas para respeitar as que são apenas arbitrárias.
Lembrando que muitas vezes essas leis não são feitas pelos legisladores para
prevenir delitos mas sim pelo simples sentimento de medo. Há, entre o estado de
sociedade e o estado de natureza, a diferença de que o homem selvagem só faz mal
a outrem quando nisso descobre alguma vantagem para si, ao passo que o homem
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social é às vezes levado, por leis viciosas, a prejudicar sem nenhum proveito
(BECCARIA, 2001).
É preferível prevenir os delitos do que puni-los, porém os meios que até hoje
se empregam são em geral insuficientes ou contrários ao fim que se propõem. A
melhor maneira de prevenir os delitos seria a formulação de simples e claras desta
forma as mesmas não favoreçam nenhuma classe particular e que protejam
igualmente cada membro da sociedade. Outro meio mais seguro, mas ao mesmo
tempo mais difícil de tornar os homens menos inclinados a praticar crimes, é
aperfeiçoar a educação (BECCARIA, 2001).
1.42. Conclusão
REFERENCIAS
BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e das Penas: São Paulo: Martin Claret, 2001.