Resumo Do Livro
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CAPITULO I:
Demonstra conhecimento e percepção das leis como um instrumento muitas vezes
manipulado pela maioria
A tortura é uma barbárie consagrada pelo uso na maioria dos governos até a época de
Beccaria; porém, ela demonstra o direito da força, pois inflige pena ao cidadão quando
não se sabe se é inocente ou não. Pode haver crime certo ou incerto, se é certo deve
ser punido pela lei fixa, se não deve ser considerado inocente. Este método faz o
inocente “confessar” crimes também, ou seja, o meio de separação de inocentes e
culpados une as duas classes. O resultado pode ser trágico quando o inocente fraco
confessa e o culpado forte é tido como inocente. Portanto, o aquele está numa
situação desfavorável; enquanto este, numa situação favorável. orém, o autor
acreditava que, uma vez sob o risco de serem pegos, os cúmplices manteriam-se
longe do crime e a sociedade de novos atentados.
Para crimes hediondos não deve haver qualquer prescrição em favor do culpado. O
tempo que é empregado na investigação das provas e o que determina a prescrição
não devem ser aumentados em virtude da gravidade do delito que se persegue.
Separa- se então duas categorias de delitos: Grandes e Pequenos. São separados,
dentre outros critérios, pela verossimilhança, sendo o primeiro menos verossimilhante
e o segundo mais. Explica que o acusado tem o direito de se justificar, porém em um
curto prazo. O processo não deve se estender demasiadamente e apenas a lei pode
fixar o tempo máximo de investigação e o de resposta do acusado. Crimes atrozes:
crimes como o homicídio, pois ameaçam a segurança individual que é um direito
natural. Outros crimes: roubo, furto e etc, pois ameaçam a segurança dos bens que é
um direito da sociedade.
O princípio de um crime deve ser castigado, mas de forma mais branda, por se tratar
da vontade de cometer um crume. Busca-se prevenir até tentativas iniciais do crime;
porém, a punição deve ser mais branda para também fazer com que a pessoa que
iniciou o crime não busque completá-lo. Há tribunais que oferecem impunidade para
cúmplice que trair seus colegas, considerado uma covardia do legislativo e, logo, do
soberano, mas que pode funcionar. A impunidade pode encorajar o povo e prevenir
grandes delitos; propõe que seja feita lei geral para isto, ao invés de declaração
especial num caso particular.
CAPITULO XV: DA MODERAÇÃO DAS PENAS
Não é uma pena que decorre das leis, mas do povo; deve ser rara para não abalar o
poder da opinião pública, e sua própria força. Também, não deve recair sobre muitas
pessoas. Utilizar da infâmia para punir ciúmes baseados no orgulho e fanatismo,
mas somente se a própria opinião pública o considera, para que a vergonha se
espalhe. Ter cuidado para não usar esse instrumento excessivamente.
CAPITULO XIX: DA PUBLICIDADE E DA PRESTEZA DAS PENAS
Quanto mais rápida for a aplicação da pena e mais de perto acompanhar o crime,
tanto mais justa e útil será.” Trata-se da prisão preventiva, encarceramento tempo
suficiente para a instrução do processo. Tratando do processo, o autor indica o
contraste entre a demora do magistrado e a pressa do acusado. “Uma pena muito
retardada torna menos estreita a união dessas duas ideias: crime e punição.” A pena
deve ser o mais próxima o possível da natureza do delito e isso deve ocorrer no
menor espaço de tempo possível. A prisão só deve ocorrer caso necessário (para
que o acusado não fuja ou obstrua a justiça) e pelo tempo de julgamento, tendo
preferência os detidos há mais tempo.
Primeiro ele define no que consistem tais delitos: querelas, tumulto de pessoas e
discursos fanáticos. Ele então dá sugestões de como evitar esse tipo de ato: iluminar
as cidades à noite, colocar guardas de segurança nos mais diversos bairros,
reservar o silêncio e tranquilidade aos templos protegidos pelo governo, e entre
outras, todas sendo responsabilidade do magistrado de polícia. Ele também salienta
que essas medidas devem ser cumpridas como estão em lei e que ninguém tem o
direito de ser arbitrário e inventar novas medidas estranhas ao público, pois isso
seria exercício da tirania.
Embora seja um crime, o autor acredita que não é um delito que deve ser punido
pelo homem, mas sim por Deus, que é o único que pode punir após a morte. Sendo
assim, a pena ou lei para este delito é injusta e sem utilidade, porque a pena recairia
sobre a família, que é inocente. Ele declara que uma lei para punir o suicídio seria
inútil. Ele é bem claro quando diz que as leis devem ser úteis e o mais concisas o
possível.
Trata aqui da Inquisição, ou Tribunal do Santo Ofício. Diz-se que somente religiões
com fundamentos pouco estáveis recorrem à força. E que, por vezes as punições
religiosas perturbam a calma pública. Ele fala da Inquisição como crime bárbaro,
mas por estar em um período não propício, não poderia discutir a natureza do
mesmo. Entretanto deixa claro sua opinião de horror e de que espera que a filosofia
no futuro cuide de tratar disso. Fecha declarando que na sua obra apenas falará dos
Delitos que violam o contrato social.
RESUMO:
Cesare Beccaria, em sua obra “dos delitos e das penas”, apresenta conceitos em
relação a ciência do direito penal, ele baseia numa pena justa e humana, tendo
caráter educativo e preventivo, assim sendo contra qualquer tipo de pena
envolvendo tortura e pena de morte, pois pelo seu entendimento a pena de morte
não é a solução para os crimes cometidos. Em sua obra são abordadas várias
dimensões do direito penal de maneira clara e objetiva, abordando temas
relacionados a justiça, suas ideologias e conflitos sociais. O indivíduo, ao nascer,
adquiriu um contrato social, dando ao estado o direito da aplicação da lei e punição,
criando um estado soberano, e em troca recebendo a segurança e o bem estar
social, vivendo de forma harmoniosa em sociedade. As leis são as condições sob as
quais homens independentes e isolados se uniram em sociedade, cansados de
viverem em contínuo estado de guerra e de gozarem uma liberdade tornada inútil
pela incerteza de poderem conservá-las. Eles sacrificaram uma parte dessa
liberdade para gozar-lhe o restante com segurança e tranquilidade. A lei vem de
encontro com o interesse da sociedade, sendo regulada e aplicada pelo Estado
Soberano, regulando a vida em sociedade, possibilitando o convívio entre as
pessoas, permitindo a evolução, a harmonia e a paz nas relações sociais. A pena de
morte e a tortura são métodos que não proporcionam uma melhoria na qualidade de
vida na sociedade. Pelo contrário, como Beccaria mesmo diz, uma pena duradoura
demonstra melhor o poder da pena do que uma pena de morte. Se o Estado quer
demonstrar sua eficácia na aplicação das leis, deve-se aplicar leis severas, mas
proporcionando ao réu o arrependimento e sua reabilitação. A pena, não é apenas
punitivas, mas também ela deve colocar a pessoa que cometeu o crime para refletir
sobre suas ações criminosas, para que, ao voltar para a sociedade, volte como um
cidadão, e não como mais um infrator.