RETIFICAÇÃO

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Retificação

Retificação: conceitos e
equipamentos.
• A retificação é um processo de usinagem por abrasão que retifica a
superfície de uma peça.
• Retificar significa corrigir irregularidades de peças.

A retificação tem por objetivo:


• a) reduzir rugosidades ou saliências e rebaixos de superfícies
usinadas com máquinas-ferramenta, como furadeira, torno,
fresadora;
• b) dar à superfície da peça a exatidão de medidas que permita obter
peças semelhantes que possam substituir outras peças;
• c) retificar peças que tenha sido deformadas durante um
tratamento térmico;
• d) remover camadas finas de material endurecido por têmpera,
cementação ou nitretação.
Retificadoras.
• A retificadora é uma máquina empregada na usinagem
de peças para dar às suas superfícies uma exatidão maior
e um melhor acabamento do que os conseguidos em
máquinas convencionais.

• Os materiais ou peças geralmente precisam ser


submetidos a tratamento térmico de têmpera para serem
retificados.
Retificadoras.

• Classificação:

Há três tipos de retificadoras; a plana, a cilíndrica


universal e a cilíndrica sem centros (center less).

Quanto ao movimento, em geral as retificadoras podem


ser manuais, semi-automáticas e automáticas.

No caso da center less, ela é automática, pois se trata de


uma máquina utilizada para produção em série.
Retificadora plana
Esse tipo de máquina retifica todos os tipos de superfícies planas:
paralelas, perpendiculares ou inclinadas.

O movimento transversal junto com o movimento longitudinal


permite uma varredura da superfície a ser usinada.

O valor do deslocamento transversal depende da largura do rebolo


Retificadora plana

• Na retificadora plana, a peça é presa a uma placa magnética,


fixada à mesa da retificadora.
• Durante a usinagem a mesa desloca-se em um movimento
retilíneo da direita para a esquerda e vice-versa, fazendo com que
a peça ultrapasse o contato com o rebolo em aproximadamente
10mm.
• Há também o deslocamento transversal da mesa, que juntamente
com o movimento longitudinal permite uma varredura da
superfície a ser usinada.
• A retificadora plana pode ser tangencial de eixo horizontal e de
topo de eixo vertical.
Retificadoras planas tangencial e de
topo.
Retificadoras planas tangencial e de
topo.
Na retificadora plana tangencial de eixo horizontal,
utiliza-se um rebolo cilíndrico (tipo reto plano).

Na retificadora vertical, utiliza-se um rebolo tipo copo ou


anel, cuja superfície de corte tem, em sua parte plana, a
forma de coroa circular. Além disso, é também utilizado um
rebolo de segmentos.
Retificadoras planas tangencial e de
topo.
A preparação da
máquina consta de:

limpeza, balanceamento,
fixação do rebolo
escolhido e dressagem
Retificadoras
Retificadoras
Maquina Ferramenta
Retificadora Plana:

Movimentos:
A. Rotação;
B. Longitudinal;
C. Transversal;
D. Aproximação.
Maquina Ferramenta
Retificadora de Topo:

Movimentos:
A. Rotação;
B. Longitudinal;
C. Aproximação.
Retificadora cilíndrica universal.
• A retificadora cilíndrica universal retifica superfícies
cilíndricas externas ou internas e, em alguns casos, superfícies
planas em eixos rebaixados que exijam faceamento.
• A peça é fixada por uma placa universal dotada de um
movimento de rotação. O rebolo em movimento de rotação
entra em contato com a peça e remove o material.
Retificadora cilíndrica universal.
As superfícies cilíndricas externas que podem ser
retificadas :
Retificadora cilíndrica universal.
Quanto a fixação da peça a ser retificada na máquina :
Retificadora
Retificadora sem centro.
• Esse tipo de retifica é muito
usado na produção em
série. A peça é conduzida
pelo rebolo e pelo disco de
arraste.
• O disco de arraste gira
devagar e serve para
imprimir movimento à peça
e para produzir o avanço
longitudinal. Por essa razão,
o disco de arraste possui
uma inclinação de 3 a 5
graus que é responsável
pelo avanço da peça.
Retificadora
Rebolo; a ferramenta da retífica.
• A ferramenta de corte utilizada na retificação é o
rebolo, cuja superfície é abrasiva, constituída por
grãos de óxido de alumínio ou de carbeto de silício,
entre outros.
• Por isso, a usinagem com rebolo é designada como
um processo de usinagem por abrasão com
ferramenta de geometria não definida.
• O desgaste do material usinado é muito pequeno,
porque o rebolo arranca minúsculos cavacos durante
a operação de corte, quando a aresta dos grãos
abrasivos incide sobre a peça.
Rebolo; a ferramenta da retífica.
Elementos que compõem o rebolo.
O rebolo apresenta 5 elementos:

• Abrasivo: material que compõe os grãos;


• Granulação: tamanho dos grãos abrasivos;
• Aglomerante: material que une os grãos;
• Grau de dureza: resistência do aglomerante;
• Estrutura: porosidade do disco abrasivo;

Existem vários tipos e formas de rebolo,


adequados ao trabalho de retificação que se
deseja fazer e principalmente à natureza do
material a ser retificado.
Formas e aplicações dos rebolos.
Dressagem
Antes de iniciar uma retificação de peças é necessário retificar o
rebolo para melhorar as seguintes características: planicidade,
concentricidade e superfície cortante.

A dressagem consiste em passar o rebolo inúmeras vezes pelo


diamante, com pequenas profundidades de corte e com
movimentos lentos de avanços transversais da mesa.
Rebolo
Quanto à velocidade da mesa, existem as seguintes relações
com o material a ser usinado:
Rebolo
Quanto à dureza do rebolo:

Quanto à estrutura:
Tipos de abrasivos

Atualmente, são utilizados para confecção de rebolos grãos


abrasivos obtidos artificialmente, já que os de origem
natural deixaram de ser aplicados pelo seu alto custo.

Os principais são:
•Óxido de alumínio (Al2O3)
• Óxido de alumínio comum
• Óxido de alumínio branco (AA)
•Carbeto de silício (SIC)
•Carbeto de boro (B4C)
Tipos de abrasivos
Óxido de alumínio (Al2O3) -Obtido a partir do mineral
denominado “bauxita” por um processo de redução,
apresenta-se em duas qualidades segundo o critério de
pureza conseguida na sua elaboração:

•Óxido de alumínio comum (A) -De cor acinzentada,


com pureza química em torno de 96-97%, e tendo como
principal característica a sua alta tenacidade

•Óxido de alumínio branco (AA)-Com 99% de


pureza, distingue-se pela sua cor, geralmente branca, e com
propriedades semelhantes ao óxido de alumínio comum,
porém devido a sua pureza e forma de obtenção
(cristalizado) torna-se mais quebradiço
Tipos de abrasivos
•Carbeto de silício (SIC)-Obtido indiretamente por meio
da reação química de sílica pura com carvão coque em
fornos elétricos. Este tipo de abrasivo apresenta maior
dureza que os óxidos de alumínio, sendo consequentemente
mais quebradiço.

•Carbeto de boro (B4C)-Com características superiores


aos anteriores, é pouco empregado na fabricação de rebolo

•Diamante-Material mais duro encontrado na natureza, é


utilizado em estado natural ou sintético na elaboração de
rebolos para lapidação
Tipos de abrasivos
Simbologia do grão abrasivo:

•A -Óxido de alumínio comum


•AA -Óxido de alumínio branco
•C -Carboneto de silício preto
•DA -Mistura de 50% de óxido de alumínio comum
com 50% de óxido de alumínio branco
•D -Diamantado (C)
Tabela de rebolos para retifica
Considerações sobre operações de usinagem

Classificação dos processos de usinagem:

Usinagem com ferramenta de geometria definida:


Torneamento, Fresamento, Furação, etc.

Usinagem com ferramenta de geometrianão definida:


Retificação, Brunimento, Lapidação, Lixamento,
Polimento, Jateamento, Tamboreamento.

Usinagem por processos não convencionais:


Eletroerosão, Feixe de elétrons, Laser, Plasma.
A Ferramenta

Partículas abrasivas que retiram o material da peça


usinada.
O mecanismo

A remoção do material das partículas duras


razoavelmente disformes que interagem com o
material da peça e retira o cavaco.
Objetivos

• Melhora da exatidão dimensional


• Melhora da exatidão geométrica
• Melhora da qualidade superficial de peças
• Alteração das características superficiais

A impossibilidade de definir geometricamente as arestas


das ferramentas abrasivas levou ao nome de usinagem
com gumes de geometria não-definida
Principais processos de usinagem com ferramentas de
Geometria não definida
Atuação dos grãos abrasivos conforme o processo
Etapas da usinagem do grão abrasivo

I – Com o atrito deformação elástica no material da peça


II – Deformação elástica e plástica, atrito grão/material da
peça, atrito interno do material
III – Deformação elástica e plástica + remoção de cavaco
atrito grão/material da peça, atrito interno do material ➔

hcu = espessura de usinagem


hcu eff = espessura de corte efetiva
Tm = penetração de início de corte
Materiais Abrasivos

➢Materiais podem ser naturais ou sintéticos


➢Materiais abrasivos naturais têm importância secundária
(a maioria possui pouca resistência)

Requisitos dos materiais abrasivos


➔ Elevada dureza
➔ Estabilidade térmica
➔ Estabilidade química
Materiais abrasivos naturais
Materiais abrasivos sintéticos
Materiais abrasivos sintéticos*
Tamanho do grão abrasivo

➔ O rebolo vem indicado por um número que significa o


tamanho do grão, classificado em uma peneira (polegadas
lineares).
➔ Quanto mais fino é o grão, maior é seu número na escala
de granulometria
➔ Os grãos grandes são empregados para trabalhos de
desbaste, os finos para acabamentos
Tamanho do grão abrasivo

➔ Os grãos abrasivos são classificados de acordo com seu


tamanho por peneiramento
➔ Os grãos que passam por uma peneira que tem 10
aberturas por polegada linear são chamados grãos n. 10, e
aqueles que passam por 60 aberturas por polegada linear são
denominados grãos n. 60 (e assim por diante)
O processo de retificação
Características

➔ É o processo de usinagem abrasiva que apresenta maior


emprego na indústria

➔ Caracteriza-se pela remoção de material da peça pela ação


conjunta de grãos abrasivos ativos

➔ É um processo geralmente utilizado para as operações de


acabamento de peças
Características

➢ Microestrutura das ferramentas complexa


➢ Remoção de material por muitos gumes simultaneamente
➢ Remoção de material na faixa de micrometros
➢ Cavacos com seção variável
Fluidos de corte na retificação

Escolha do tipo de fluido mais adequado para determinado


processo depende: do tipo de abrasivo; e do material da peça.

– CBN - Fluidos não miscíveis em água são mais adequados.

– Sistema de alimentação de fluido - papel determinante para


uma aplicação eficiente de fluido na retificação.
Variedades do processo de retificação
Ferramentas para retificação
REBOLOS

Os rebolos são ferramentas cortantes, constituídas por


partículas abrasivas ligadas entre si por meio de ligante ou
aglomerante
Ligantes

➔ Tem a função de manter grãos ligados, e podem ser


orgânicos ou inorgânicos
➔ Devem ser suficientemente resistentes
➔ Devem formar pontes suficientemente grandes entre os
grãos
➔ A energia de ligação com os grãos deve ser grande
Ligantes

•Vitrificadas (V): feitas à base de mistura de feldspato e


argila, são as mais utilizadas, pois não sofrem ataque ou
reação química pela água, óleo ou ácidos.

•Resinóides (R): são feitos com base em resinas sintéticas


(fenólicas) e permitem a construção de rebolos para serviços
pesados com cortes frios e em alta velocidade.

•Borracha (R): utilizada em aglomerante de ferramentas


abrasivas para corte de metais e em rebolos transportadores
das retificadoras sem centro (centerless).
Estrutura dos rebolos

➔ São os poros ou vazios da estrutura de um rebolo que criam


condições de remoção rápida dos cavacos da face do rebolo
Estrutura dos rebolos

função dos poros na estrutura do rebolo


Transferência de Calor no Grão
Desgaste nos rebolos
Desgaste dos grãos abrasivos
Quebra dos Grãos em Função da Velocidade
Desgaste em rebolos

Macro-desgaste
Desgaste em ferramentas de retificação

➔ Desgastes térmicos no grão e no ligante


➔ Oxidação e difusão
➔ Abrasão e quebra do grão
➔ Fissuras e lascamento por fadiga
➔ Ruptura do ligante
➔ As causas do desgaste devem ser levadas em consideração
quando da escolha do material do rebolo
Fatores a considerar na retificação

Material a retificar
Influi na seleção do tipo de abrasivo e demais características do
rebolo

Granulometria
Grãos finos para materiais duros e quebradiços
Grãos grossos para materiais macios e dúcteis

Dureza do rebolo
Rebolos duros para materiais macios e quebradiços
Rebolos macios para materiais duros

Ligante
Depende até certo ponto do material da peça, porém mais das
condições de trabalho e dos fatores variáveis
Operações nos Rebolos

➔ Limpeza – operação que tem objetivo a desobstrução dos


poros do rebolo
➔ Perfilamento – operação que tem objetivo dar forma ao
rebolo
➔ Dressamento – É uma espécie de “reafiação”, que consiste
em remover grãos arredondados (rebolo espelhado) ou
limpar rebolos “carregados” de cavacos (rebolo “empastado”)
➔ Afiação – operação que tem objetivo remover o ligante entre
os grãos abrasivos, geralmente utilizada após a dressagem em
rebolos com ligantes resinóides
Desgaste do Rebolo
Durante operação de retífica,
ocorre o desgaste da aresta
cortante dos grãos, havendo forte
perda de eficiência de corte, não
havendo mais retífica e sim,
apenas geração de calor,
“queimando” o material da peça.

“Queima de retífica” é o termo


vulgarmente empregado para descrever
as trincas e tensões de retífica, onde a
causa principal desses defeitos tem
origem térmica.
Dressagem

É um processo responsável por


restaurar a topografia dos rebolos,
um dos pontos de maior extensão
na formação de cavaco durante as
operações de retificação.

Sendo possível assim obter o


formato original e a sua superfície
sem alterar seu aspecto agressivo.
Dressagem

É a operação conjunta de perfilamento e


afiação dos rebolos convencionais na
retificação.

A dressagem do rebolo visa restabelecer a


capacidade de remoção de material da
ferramenta, sua coaxialidade e, em algumas
operações, a forma da sua superfície.
Dressagem

Após um determinado tempo de operação, o processo de


retificação gera um desgaste das arestas de corte do grão
abrasivo na formação do cavaco que não é uniforme.

Esse desgaste impossibilita que a retificação seja feita com


bom rendimento e nesse instante a dressagem do rebolo é
necessária.

O desgaste das arestas de corte do grão abrasivo e o


preenchimento dos espaços vazios entre os grãos por
cavacos aumentam o atrito entre a peça e o rebolo de corte,
comprometendo a rugosidade das peças que estão sendo
produzidas e gerando a necessidade de dressagem
Dressagem

A operação de dressagem gera dois efeitos:

- Macroefeito: a sua formação é função do formato do


dressador, da profundidade de penetração e do passo de
dressagem.
Este fenômeno determina a posição em que as arestas dos
grãos abrasivos estão localizadas na superfície do rebolo.
No macroefeito, existe um pequeno número de grãos
ativos, que individualmente são responsáveis por remover
grandes quantidades de material
Dressagem

A operação de dressagem gera dois efeitos:

- Microefeito: é formado pelo arrancamento de material


dos grãos abrasivos desgastados e fratura dos grãos que
não se desgastaram por completo, onde novas arestas de
corte são geradas pelo dressador
Dressagem

É um processo de “reafiação”, Empastamento


também conhecido como
diamantação, que consiste em
remover grãos arredondados (rebolo
espelhado) ou limpar rebolos
“carregados” de cavacos (rebolo
empastado) recuperando assim a
capacidade de corte do rebolo.

Sd : Passo da dressagem
ad : Profundidade de dressagem
Asd: Área de dressagem
Dressamento
A operação de dressagem do rebolo tem como características
principais:

Ofereceraconcentricidade
Restaurar
Eliminar
Perfilar
Restabelecer
da
face
a capacidade
superfície
odo
perfil
rebolo
inicial
do
de
para
entre
rebolo
corte,
perdido
a
permitindo
partículas
obtenção
do
face
rebolo;
de trabalho
do
deque
acabamento
material
os
e ogrãos
eixodode
novos
processo
desejado;
rotação.
e
afiados aflorem na superfície,
anterior;
melhorando a agressividade da face
de trabalho;
Dressamento
Durante a dressagem ou retificação do rebolo, deve-se ter o
seguinte cuidado: o fluido de corte deve cobrir sempre a
área de contato do diamante com o rebolo.
FIM!

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