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Líder da ONU e ministra de Moçambique poderão abordar tensão pós-eleitoral | ONU News
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Líder da ONU e ministra de Moçambique poderão abordar tensão pós-eleitoral BR

Verónica Macamo deverá abordar aspectos sobre a tensão pós-eleitoral em encontro com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres
ONU/Mark Garten
Verónica Macamo deverá abordar aspectos sobre a tensão pós-eleitoral em encontro com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres

Líder da ONU e ministra de Moçambique poderão abordar tensão pós-eleitoral

Paz e segurança

Chefe da diplomacia fala em esperança de uma solução entre cidadãos moçambicanos; país termina mandato como membro não permanente do Conselho de Segurança registrando semanas de manifestações que contestam integridade do processo eleitoral.

A ministra dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, Verónica Macamo, deverá abordar aspectos sobre a tensão pós-eleitoral em encontro agendado para esta sexta-feira com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

A revelação foi feita à ONU News pela chefe da diplomacia moçambicana. Macamo foi questionada em Nova Iorque sobre a audiência que tratará do fim do mandato do país como membro não permanente do Conselho de Segurança e outros temas.

Atos de destruição e incêndios

Durante várias semanas, grupos majoritariamente compostos por jovens, saíram às ruas com cartazes e bloquearam várias vias de acesso a pontos estratégicos do país, prejudicando a circulação. Dezenas de pessoas perderam a vida em ações envolvendo as forças de segurança.

“O que nós temos pedido aos amigos é que nos ajudem usando a sua advocacia e a sua influência para que, efetivamente, serenemos os ânimos. Eu penso que o papel mais importante é dos moçambicanos. Eles têm de se olhar como irmãos, pensar que Moçambique é sua pátria e devem estar unidos. Só unidos é que podemos vencer e trabalhar para que Moçambique continue a crescer.  Estamos com situações que nos preocupam porque há destruições, queima em estradas, de ambulâncias e de esquadras. São coisas em que agora, por exemplo, em que nos encontramos em alguma acalmia, as pessoas estão a precisar daquilo que queimaram.”

As Nações Unidas disseram recentemente que seu pessoal local vem acompanhando de perto a situação pós-eleitoral e dialogando com as autoridades moçambicanas.

As manifestações em Moçambique começaram no dia 21 de Outubro, na sequência do assassinato de dois representantes políticos
Emídio Jozine
As manifestações em Moçambique começaram no dia 21 de Outubro, na sequência do assassinato de dois representantes políticos

Antes, o secretário-geral apelou aos moçambicanos, incluindo os líderes políticos e os seus apoiantes, a manterem a calma, exercerem moderação e “rejeitarem todas as formas de violência antes do anúncio oficial dos resultados eleitorais”.

Solução que permita avançar

As manifestações em contestação à integridade das eleições seguem-se a relatos de irregularidades no processo em que, segundo a Comissão Nacional de Eleições, foi eleito o candidato do partido no poder, Daniel Chapo.

“As coisas vão andar bem. Eu tenho esperança de que todos somos moçambicanos e filhos da mesma terra. Eu tenho a esperança de que efetivamente, no fim do dia, nós vamos encontrar uma solução que nos permita avançar, mas começando por lei. A lei eleitoral tem que ser usada. Eu acredito que o Conselho Constitucional está a utilizar a lei. Agora, sobre as outras coisas teremos de sentar-nos. Se há diferenças vamos sentar-nos como sempre fizemos.”

O Conselho Constitucional deverá se pronunciar sobre a validação dos resultados das eleições gerais de 9 de outubro até à próxima segunda-feira.

A deliberação do equivalente a um Tribunal Eleitoral será dada após a divulgação dos resultados do pleito feita em finais de outubro pela Comissão Nacional de Eleições.

Capital de Moçambique, Maputo, viveu momentos de tensão na sequência da continuação das manifestações pós-eleitorais.
Emídio Jozine
Capital de Moçambique, Maputo, viveu momentos de tensão na sequência da continuação das manifestações pós-eleitorais.

Fim do mandato de cabeça erguida

A ministra moçambicana ressaltou a importância da colaboração com a ONU e avaliou positivamente o papel desempenhado pelo país como membro não-permanente do Conselho de Segurança.

“Vamos passar em revista as relações entre as Nações Unidas e Moçambique, que têm sido muito boas. Houve muita ajuda e muita colaboração no âmbito dos desafios que Moçambique tem. Mas também teremos a oportunidade de agradecer ao secretário-geral por todo o apoio que concedeu a Moçambique e à missão que representa o país aqui em Nova Iorque, nas Nações Unidas. Vamos efetivamente aproveitar conversar com um e outro, porque as pessoas deram sua contribuição.  Mas também vamos aproveitar facilitar à equipa, porque no trabalho temos vindo a fazer sentimos que houve muita entrega, trabalho abnegado e muito sacrifício. Hoje podemos chegar aonde chegamos embora e dizer que estamos a terminar o nosso mandato de cabeça erguida. Isso não é dito por nós, mas, modéstia à parte, é dito por todas as pessoas que têm falado conosco.”

O primeiro mandato de Moçambique como membro eleito do Conselho de Segurança começou em 2023. O país obteve 192 votos como candidato único da África contando com o apoio dos 53 Estados-membros da União Africana. 









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