Resumo de Redação
Resumo de Redação
Resumo de Redação
Tema
Procure sublinhar, ou destacar, algumas palavras-chave ou
conceitos no tema, para que no se corra o risco de fugir
parcialmente a ele. Por exemplo, observem o tema do ENEM no
ano de 2006: O Poder de Transformao da Leitura. O candidato
que ficasse somente discorrendo sobre a importncia da leitura,
certamente, no iria obter uma nota satisfatria. Observem:
O PODER DE TRANSFORMAO DA LEITURA
Perceberam que destaquei a palavra Transformao? Fiz isso
porque ela , em si, a parte mais importante desse tema! Mais do
que dissertar sobre a importncia da leitura, o candidato deveria
abordar a sua capacidade de transformar vidas.
Introduo
Em uma redao de 30 linhas, o ideal que os pargrafos sejam
minimamente equilibrados, logo, a Introduo deve ter cerca de
cinco ou seis linhas e deve servir para ambientar o leitor. Confiram
a listinha das principais caractersticas de uma boa Introduo:
- Contextualizao do tema: mostre para o leitor sobre o que a
sua redao vai tratar. Imagine que ele, o leitor-universal, no
sabe nada sobre o tema proposto, e sua tarefa apresent-lo para
ele.
- Sugesto da abordagem: interessante, no final da
Introduo, que o candidato mostre o posicionamento que ele vai
defender ao longo da redao. Mas ateno: voc no deve
comear a argumentar logo na Introduo! Guarde seus
argumentos para o desenvolvimento, e use este pargrafo apenas
para sugerir sua tese e ambientar o leitor.
Exemplo de introduo:
No panorama contemporneo, muito se tem discutido sobre o
papel que devem exercer os meios de comunicao nas sociedades
atuais. Pases, como o Brasil, que j sofreram com governos
ditatoriais, entendem as feridas que o processo de censura traz,
no s para os artistas e jornalistas, que se calam, mas para a
prpria populao, que se v tolhida de direitos bsicos. certo,
no entanto, que os meios massificados podem apelar para
banalizao e vulgaridade para atender aos interesses do capital.
Por isso, uma discusso sobre censura e liberdade de expresso se
faz mais do que necessria.
Parte 1 Contextualizao: o autor situou o problema no
contexto atual, e disse o motivo de ele ser especialmente
relevante no Brasil.
Tipos de introduo:
- Introduo por Citao de Argumentos Neste tipo, o mais
tradicional deles, o candidato deve contextualizar o tema (Que
tema esse? Qual a importncia dele no mundo atual?), e apenas
citar os pontos que sero aprofundados ao longo do texto, com
palavras-chave.
- Introduo por Base Histrica O candidato deve procurar na
Histria uma relao direta com o tema proposto, ainda que este
seja contemporneo. Ou seja, em um tema como A importncia
do amor no mundo ps-moderno, comear a introduo dizendo
como os relacionamentos eram montados com base nas terras e
dotes no passado pode ser uma boa estratgia.
- Introduo por Flashes Na primeira orao da introduo, o
candidato cita algumas palavras-chave que representem aquele
tema. Por exemplo, em um tema como A violncia na sociedade
brasileira, possvel comear a redao assim: Tiros. Assaltos.
Medo. Essas so algumas palavras que representam bem a
questo da violncia na sociedade brasileira..
- Introduo por Situao Concreta Consiste em citar um fato
concreto para melhor ilustrar a contextualizao. Em um tema
como A Intolerncia no Mundo Contemporneo, pode ser
bastante eficaz comear a introduo falando rapidamente sobre o
11 de setembro.
- Introduo por Conceituao Neste tipo, o candidato d a
definio de alguma palavra-chave do tema, quase como um
dicionrio. Tambm so usados, aqui, pedaos de leis e/ou textos
cientficos.
- Introduo por Aluses Culturais Consiste em citar uma frase
ou citao de algum especialista no assunto, ou personalidade. Por
exemplo, naquele tema sobre o amor, uma boa estratgia seria
comear a introduo com algo como: O grande poeta Cames,
certa vez, disse que Amor fogo que arde sem se ver, ferida
que di e no se sente, um contentamento descontente.. A
partir disso, possvel contemplar a questo do amor no mundo
contemporneo, uma vez que tal romantismo cada vez mais
difcil na atualidade.
-Parfrase.
A maneira mais fcil de se elaborar a introduo valendo-se da
parfrase, que consiste em reescrever o tema, utilizando suas
prprias palavras. Deve- se tomar o cuidado, para no apenas se
substiturem as palavras do tema por sinnimos, pois isso ser
demonstrao de falta de criatividade; o melhor reestruturar
totalmente o tema, realmente utilizando "SUAS" palavras.
Observe o que traz o Michaelis - Moderno Dicionrio da Lngua
Portuguesa, quanto definio da palavra parfrase: Explicao ou
traduo mais desenvolvida de um texto por meio de palavras
diferentes das nele empregadas. Portanto sua frase deve ser mais
desenvolvida que a frase apresentada como tema, e as palavras
devem ser diferentes, e no sinnimas.
__________________________________
Os principais erros em uma introduo. Afinal, alm de saber o
que fazer, temos que saber o que no fazer o que sempre digo!
Bem, por incrvel que parea, o erro que os candidatos mais
cometem no introduzir o tema! No se esqueam de que vocs
precisam, SEMPRE, falar sobre o tema proposto logo na
introduo. O desenvolvimento vem depois, ento no o
momento para aprofundar nenhum argumento. No entanto, o
leitor precisa saber sobre o que aquele texto trata logo no incio.
Desenvolvimento
O desenvolvimento a maior parte do texto dissertativo
argumentativo. Devemos escrever sempre dois ou trs pargrafos
de argumentao.
Em cada um dos pargrafos de desenvolvimento, o candidato
deve abordar somente UMA ideia central.
-Os pargrafos de desevolvimento devem utilizar recursos
argumentativos para persuadir o leitor a comprar aquela ideia.
Muitas ideias em um s pargrafo podem fazer o candidato
cometer o erro de empilhamento de ideias.
-Somente um pargrafo de argumentao faz com que as ideias
fiquem confusas.
Mais de 3 pargrafos de argumentao faz com que as ideias
fiquem pouco desenvolvidas. Por isso, o ideal que o candidato
escreva no mximo 3.
- necessrio haver coeso entre os pargrafos. Utilize alguns
conectivos, como Primeiramente, Alm disso, Tambm
possvel abordar e Por fim.
Tpico Frasal
Argumentao
Existem algumas estratgias que, a partir de treinamento, o
candidato pode seguir para incrementar sua argumentao.
Falaremos hoje sobre 3 delas:
Argumento por anlise de causas Esse o tipo mais comum
de argumentao. No entanto, isso no quer dizer que ele no
eficaz. Nesse tipo de argumentao, o candidato analisa causas e
consequncias da problemtica abordada e, assim, mostra um
vasto conhecimento sobre as origens do problema, facilitando uma
possvel sugesto de intervenes na concluso. Para evitar o
empilhamento de ideias, necessrio abordar somente uma causa
por pargrafo de desenvolvimento.
Trabalhar com causas e conseqncias apresentar, em um
pargrafo, os aspectos que levaram ao problema discutido e, em
outro pargrafo, as suas decorrncias.
Frases para pargrafos causas e conseqncias:
Ao se examinarem alguns ..., verifica-se que ... . /Pode-se mencionar, por
exemplo, .../Em conseqncia disso, v-se, a todo instante, ...
Concluso
Passo a Passo
Exemplares:
FOGUEIRA BRANDA
No contexto ps-moderno, a suposta inverso dos papis
considerados masculinos e femininos tem sido bastante discutida.
Muitos sutis foram queimados em praa pblica para que
mulheres pudessem ter, por exemplo, o direito de votar. Hoje,
depois de tantas conquistas indiscutveis, e passado o frenesi
inicial do feminismo do meio do sculo passado, percebe-se que
esse fogo era brando, e se faz necessria uma reflexo mais
profunda acerca do tema. Embora seja largamente difundida a
imagem da mulher independente, que ocupou os lugares
anteriormente considerados masculinos na sociedade, tal
representao frgil e, muitas vezes, equivocada, uma vez que
esbarra em heranas culturais e se afirma como caractersticas
pontuais, e no uma regra geral.
Em primeiro lugar, preciso compreender o forte dado cultural
existente. As sociedades ocidentais ainda so profundamente
patriarcais, com valores enraizados e perpetuados h sculos,
sendo assim, muito difceis de modificar. Aos homens ainda
competem os papis de chefes de famlia, provedores financeiros
da casa, seres mais objetivos e racionais, enquanto s mulheres
ainda cabem as funes de donas de casa, o cuidado com os
filhos, mes sentimentais e pouco providas de fora fsica. fcil
comprovar este fato, pois quando uma mulher atinge certo status
financeiro e profissional, isso largamente noticiado nos meios de
comunicao em massa como um feito digno de notcia, e no algo
corriqueiro e natural.
certo analisarmos que o contexto atual pede certa ampliao dos
papis femininos. Como exigncia da realidade capitalista e
competitiva, hoje elas precisam trabalhar para completar a renda
familiar. Ao sarem para o mercado de trabalho, as mulheres
percebem que podem ser financeiramente independentes, no
precisando mais do homem para sustent-las, e podem pagar por
servios que, talvez por limitaes fsicas, no podem fazer, como
aqueles que exigem muita fora. Alm disso, a vida atribulada e
multitarefa faz com que elas tenham menos tempo para lidar com
questes sentimentais, passando a impresso de mulheres psmodernas frias, calculistas e que s pensam em trabalho e
dinheiro.
Nesse contexto, muitas vezes, o cidado se revela contrrio presena dos invasores em
sua terra. Preconceito e, at mesmo, xenofobia comportamentos repugnantes acabam
por ganhar projeo num cenrio de suposta aceitao recproca. Contrrio ideia
aristotlica de pluralidade de tratamentos na desigualdade, o brasileiro desperdia a chance
de evoluir com o novo.
Fica claro, portanto, que a to exaltada sexta economia do mundo precisa ser mais capaz de
considerar o lado humano de sua composio. Para isso, o Estado deve elaborar e efetivar
leis e aes afirmativas de integrao de imigrantes, promovendo o ensino da lngua
portuguesa, por exemplo. A mdia precisa cumprir sua funo social, aproximando diferentes
culturas e ensinando a sociedade a olhar com mais zelo pelo outro. Talvez, assim, possamos
um dia reescrever a Cano do Exlio, simbolizando o lar de e para - todos: Nossa terra
tem palmeiras/Onde canta o sabi.
____________________________________
Japoneses. Italianos. Espanhis. So exemplos de nacionalidades que o Brasil abrigou ao
longo de sua histria, e que hoje so celebradas como parte da cultura nacional. No entanto,
esses movimentos migratrios foram acompanhados de luta para se firmarem socialmente,
processo esse que se repete mesmo hoje em dia, gerando a seguinte questo: como fazer
dessa luta por ascenso social dos imigrantes algo mais humano?
Primeiramente, preciso analisar as causas da imigrao ao Brasil atualmente. Antes
resultado de conflitos polticos, devido as grandes guerras ou industrializaes excludentes, o
movimento migratrio hoje se mostra diferente. Sendo palco de projeo internacional e
ascenso econmica, o Brasil acaba por protagonizar o cenrio da Amrica latina, atraindo a
populao de pases prximos, esperanosa com a possibilidade de ascenso social em uma
economia forte.
No entanto, a experincia da imigrao muitas vezes no corresponde ao ideal. A explorao
da mo de obra se mostra uma realidade, exemplificada pelos bolivianos que trabalhavam
em instalaes precrias, por remunerao nfima. No obstante, os que se arriscam a
melhorar de vida no Brasil ainda esto sujeitos a sofrer preconceito, na medida em que
crescem em nmero e passam a ser vistos com maus olhos pela populao. Processo
comprovado com exemplos europeus, onde a xenofobia uma realidade. Nesse sentido,
para evitar exploraes e descriminaes, agentes como governo e mdia devem agir.
Dessa forma, possvel constatar que a imigrao apresenta uma luta sofrida, mas que pode
ser humanizada. Por meio do governo, uma maior assistncia ao imigrante deve ser feita,
usando de medidas como criao de postos de trabalho em cidades da fronteira, de forma a
receber esse imigrante e garantir a ele um salrio que facilite sua ascenso social, ao menos
de incio. Orientaes no mtodo educacional tambm so bem aceitas, garantindo na
infncia que o imigrante no deve ser objeto de preconceito. J a mdia pode utilizar de sua
capacidade conscientizadora e alertar as exploraes sofridas pelos imigrantes, como no caso
dos bolivianos, funcionando como co de guarda do Estado. Assim, o Brasil se mostrar mais
receptivo aos imigrantes, consolidando-se enfim como um pas verdadeiramente de todos.