Resumo Da Lírica Camoniana

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Lírica Camoniana

1. Aspetos Gerais:
O amor físico por oposição ao amor platónico, o que transmite ao poeta
sentimentos contraditórios de desejo, paixão, contemplação e adoração.
A mulher é perspetivada de duas formas: ora como faz Petrarca, isto é,
angélica, loura, bela, pele branca e inacessível ao poeta; ora de acordo com a
sua própria vivência, tal como acontece com Bárbara, que é negra
(contrariamente à petrarquista) e, por ter “cativado” o coração e a mente do
poeta, dá-lhe inspiração para escrever.
A natureza espelha o estado de espírito do poeta relativamente aos seus
amores. É normalmente agradável (“Locus amoenus”) e fonte de inspiração/
verbalização expressa de sentimentos.
A saudade é um sentimento que inspira o poeta, ainda que o faça sofrer.
Sente uma saudade, quase insuportável, da mulher amada, pois a sua
ausência física impede-o de contemplá-la.
O tempo e a mudança são duas entidades que causam sofrimento ao
poeta porque se o tempo avança, a mudança é inevitável, destruindo a
esperança da perpetuação de sentimentos ou de felicidade plena.
O destino assume na lírica camoniana um papel
manipulador/controlador, trazendo todo o tipo de malefícios, no que diz respeito
à vivência de amores felizes.
A força do destino provoca desencanto e infelicidade no poeta,
acentuando esses sentimentos quando compara um passado que foi feliz e
harmonioso, com um presente melancólico, vazio e infeliz.

2. Análise de alguns poemas


“O dia em que nasci moura e pereça”
Este poema está associado à temática sobre o desconcerto do mundo,
dando-nos a conhecer a revolta do “eu” lírico. Envolvido em sofrimento e
marcado pelo desejo de que o dia em que nasceu não se repita mais, o sujeito
poético espera que a natureza se associe à sua revolta (“a luz lhe falhe”); (“o
céu se lhe escoreça”).

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 Recursos expressivos:
Aliteração sugere a ideia de nervosismo, obsessão e revolta.
Hipérbole (“nesse passo o Sol podeça”).
Apóstrofe (“ó gente temerosa”) sugere um apelo para que as pessoas
conheçam o dia em que nasceu, para que mais ninguém sofra tais amarguras.

“Tanto de meu estado me acho incerto”


Este poema destaca as contradições do amor traduzidos em “choro e
rio”; na “esperança e desconfiança”, etc.
Estas contradições acentuam a incerteza, a angústia, a perturbação
provocada pelo desconcerto em que o sujeito se encontra, pois, a mulher que
deseja é inatingível e inacessível:
 Recursos expressivos:
Antíteses: “choro e rio”
Hipérboles: “da alma um fogo me sai”, uma forma de justificar o seu
exagerado estado de angústia.

“Erros meus, má fortuna, amor ardente”


Este poema tem características autobiográficas, na medida em que o
“eu” lírico revela o que sofreu por “erros meus, má fortuna, amor ardente”. De
facto, foram os seus erros, e fundamentalmente, os amores extremados, as
principais causas da sua perdição.
Admite o papel da má sorte (“má fortuna”) como castigo dos erros
cometidos; reconhece que a ilusão é breve e que, como sempre, a desilusão é
duradoura e dolorosa.
Por tudo isto, toda a situação vem acompanhada de uma expressão de
sentimentos reveladora de um espírito de frustração e de desespero: amargura
(v. 1); perseguição (v.2); dor (v. 6); culpa (v. 9 e 10); frustração (v. 12) e
cólera/revolta (v. 13 e 14). Daí o desejo de vingança expresso nos últimos
versos – “Oh! Quem tanto pudesse que fartasse/ este duro génio de
vinganças”.

“Aquela triste e leda madrugada”

2
A madrugada surge personificada, pois é a única testemunha da
separação dolorosa que o afastou da sua amada.

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